A Christmas for you
por Brucarita


Challenge #01

Nota: 7,9
Colocação:




- Não, não, não e não! – dizia andando pela casa em direção ao seu quarto e ia atrás.
- Por favor, cara! Não me faz entrar nessa sozinho, você sabe como eu odeio passar o fim de ano sozinho com a família do meu pai – O menino implorava enquanto fingia não prestar atenção.
- E você sabe como eu odeio essa época de fim de ano – Respondeu continuando a mexer na sua guitarra nova.
- Uma hora você vai ter que superar esse trauma de Natal, disse fazendo uma cara de sério, como se fosse dar uma bronca. O outro menino apenas o olhou com uma cara de tédio.
- Como se você não fosse o cara mais cheio de traumas do mundo – zoou e bufou.
- Eu sou cauteloso, é diferente – Se defendeu – Mas, cara. Vai passar o natal sozinho?
- Faço isso á três anos já – disse o mais curto e grosso possível.
- Pois é... Isso é triste, está na hora de você mudar essa tradição besta. Você vai comigo pra casa dos meus tios no campo e passar o natal com a gente e acabou! – decidiu e fez sua melhor cara de gatinho do Shrek possível – Não adianta! Olha, e pode preparar suas meias pra por na lareira, minha prima adora essas coisas e... – O menino continuou dizendo quando pegou uma meia de na mão, ali estava um furo imenso bem na parte do dedão – Pensando bem, compre umas novas, meia furada não dá.
- Minhas meias vão bem, obrigado e eu não vou! – disse como se colocasse um ponto final.
- Ah, você vai, ou eu não me chamo ! – O menino disse fazendo aquela pose típica do Peter Pan. Pernas abertas, uma mão na cintura e a outra apontada pro alto.
- Não vou, não vou e não vou! – disse e meia hora depois já estava com sua mala pronta em direção a casa de campo dos tios de . Ele se virou pro amigo que tinha um sorriso vitorioso na cara e disse – Eu te odeio, .
- Feliz Natal, disse antes de por os fones no ouvido e se entregar a alguma canção natalina pra entrar no clima.

2.

- Deve ser o tio Albert, eu abro – gritou da sala quando ouviu a campainha tocar e saiu correndo até o hall de entrada da casa por onde pôde ver a família de seu pai esperando – OLÁ FAMÍLIA!!! – Disse toda animada abrindo a porta.
- Olá querida! Como você cresceu – A Sra. , conhecida como Meggie disse, apertando as bochechas da menina que sorria abertamente.
- Olá titia, minha mãe disse que assim que você chegasse era pra ir pra cozinha. Ela está tentando fazer aqueles bolinhos em forma de homenzinhos açucarados de novo e, acredite, não está nem um pouco bonito – disse e a mulher riu entrando na casa, seguida pelo marido. Só então a menina notou a presença do primo e mais um menino – Ei, primo, porque será que eu tinha certeza que você ia arrastar alguém com você pra cá esse ano?
- Porque eu não quero correr o risco de virar seu cobaia nas suas maluquices natalinas de novo – respondeu rindo e abraçando a menina – Esse é o , meu amigo lá da cidade.
- Oi... – disse simplesmente, sem graça. A menina sempre tinha aquele sorriso irritante no rosto? Ele não era do tipo de pessoa que se simpatizava com alegria em excesso, ainda mais no Natal.
- Oi! Eu sou a , já que o não diz, eu digo. Mas entrem, eu estava pensando em montar a árvore de Natal. Querem ajudar? – falou puxando os dois pra sala e pôde ver o brilho nos olhos da menina.
- Ah... Eu não sei montar uma árvore de Natal – disse timidamente e parou de andar o olhando espantada, segurava a risada.
- Como alguém não sabe montar uma árvore de Natal? Todo mundo sabe montar uma árvore de Natal! É UMA TRADIÇÃO DE NATAL! – se perdeu em quantas vezes a palavra “Natal” fora mencionada em uma mesma frase. Ele fez uma careta de leve, sem graça por parecer tão anormal assim.
- O meio que não gosta do Natal, explicou e a menina abriu a boca de novo, mais espantada ainda – É uma espécie de trauma.
- E você traz o menino pra cá? O lugar com o maior clima natalino em todo o planeta? Você é realmente maléfico, ! – falou e se virou para dando um sorrisinho simpático – Mas por outro lado, montar a árvore pode te ajudar a superar esse trauma!
- Eu não teria tanta certeza... – começou, mas fora puxado pela menina escada acima. Ela puxou uma escadinha de um pedaço do teto que dava acesso para um pequeno sótão – , eu realmente não acho uma boa idéia.
- Qual é... Que mal vai te fazer me ajudar a montar uma árvore? – Ela falou botando a cabeça pra fora do buraco do sótão onde tinha entrado e sumiu logo em seguida, não soube o que responder. Logo em seguida uma sacola gigante apareceu na porta do sótão e ele pegou o pacote. Em seguida, apareceu com duas caixas de pisca-pisca na mão.
- , sério, é melhor não – disse com uma cara meio aterrorizada e ela rolou os olhos.
- Olha, você tenta, ta bom? Se começar a ficar assim tão insuportável, você pára e eu e o terminamos sozinhos, tudo bem? – Ela disse e ele a olhou desconfiado – Vai ... Não custa nada tentar... – fez sua melhor carinha de criancinha abandonada e suspirou.
- Ok, ok... – Falou, convencido e deu um pulinho de felicidade, voltando para o andar de baixo e para uma sala onde viu uma lareira acesa e um pinheiro do lado. A sala tinha toda a decoração natalina que ele tanto odiava. O sofá maior no tom branco tinha um manto verde e o menor um vermelho. Assim como as meias penduradas na lareira, alternadas entre verde e vermelha e o tapete verde com vários Papais Noel bordados com suas roupas vermelhas. Era verde e vermelho por todos os lados. Duas cores quase insuportáveis pros olhos nada natalinos de .
- Vem... A gente tem muito o que fazer. ! – A menina gritou e o primo apareceu na porta da sala – Faça algo útil e traga essa árvore pra cá – Ela apontou pra um suporte e mais do que depressa levou a árvore até lá com uma certa dificuldade. Colocou a árvore no suporte e os três ficaram encarando aquele pinheiro majestoso com sua folhagem verde.
- E agora, madame? Enfeitamos? – perguntou e assentiu com a cabeça. notou novamente aquele brilho nos olhos dela, se perguntava como alguém podia parecer gostar tanto assim do Natal.
- Vem – Ela puxou o menino o tirando dos seus pensamentos e lentamente foram dando cor aquele pinheiro. Bolas azuis, vermelhas, douradas e prateadas, fitas e piscas-piscas todos distribuídos de maneira organizada pelas folhagens do pinheiro alto.
- Er... , eu posso não saber muito sobre Natal, mas... Não tem uma estrela que vai na ponta? – perguntou apontando pro único lugar não enfeitado na árvore, o topo.
- Ah, isso! É que aqui a gente faz diferente, todo ano é uma pessoa diferente que põem a estrela no topo da árvore na noite de Natal – Ela explicou e ele assentiu com a cabeça, olhando a árvore. Aquilo só lhe trazia lembranças ruins e angústia, mas já que estava fazendo aquilo por , engoliu em seco e transformou a vontade de chorar e sair correndo em um sorriso fraco.
- , ! Está nevando! – Uma menininha de uns cinco anos apareceu na sala e a pegou no colo.
- Neve, Scarlet! – A mais velha disse, brincando com a criancinha e e olharam pela janela onde uma pequena camada de flocos caía lentamente – Vamos brincar de pegar os flocos com a boca? – propôs animada e Scarlet deu um gritinho correndo porta a fora, foi atrás e apenas ficou as olhando da janela.
- Vem – bateu no ombro do rapaz e os dois seguiram para a parte gelada do exterior da casa. Ficaram observando como se divertia com a pequena irmã enquanto tentavam pegar alguns flocos de neve com a boca.
- , quem diria que eu te veria algum dia de novo – Uma voz feminina chegou ao ouvido dos meninos tirando a atenção deles de e ambos olharam a loira que estava parada na varanda da casa.
- A-Amber? Uau! Oi... – disse, meio abobado indo até a menina que tinha os braços abertos e a abraçou.
- Quanto tempo fofuxo... – Ela falou apertando o menino nos braços e segurou a risada.
- Quanto tempo mesmo, eu não te vejo desde... Desde o primário. Uau, você... Você ta linda – estava sem jeito e a menina riu.
- Pois é, a gente cresce né... Mas e você? Cadê aquele menino gordinho dos suéteres de bichinhos? – Ela falou examinando o menino de cima abaixo.
- Pois é, a gente cresce né... – repetiu a frase dela e os dois começaram a rir.
- Amber! – falou, deitada no chão com Scarlet em sua barriga e acenou.
- Oi! – Amber acenou de volta e se virou para – Deixa eu ir lá, te vejo na ceia de Natal? Minha família vai passar aqui com a sua – assentiu com a cabeça e Amber deu um beijinho em sua bochecha indo até e a irmã mais nova.
- E aí, fofuxo? – brincou quando chegou perto e ele riu.
- Eu era um pouco... Maior. Uau, Amber Johson... Eu era apaixonado por ela na escola – Ele disse, olhando a menina ao longe.
- É... Você já me falou dela! – disse, se lembrando – Ela era a nerdzinha de aparelho, não?
- Ela mesmo – disse – Nunca conheci menina mais linda que ela, até mesmo naquela época...
- Cara, cuidado pra baba não cair aí – saiu de perto rindo e mandou um dedo do meio, sem tirar os olhos de Amber – Chama ela pra sair, cara!
- Oi? Quem? Eu? Não, não, não... Meninas como ela não saem com caras como eu – disse, falando rápido, como sempre faz quando está nervoso. rolou os olhos rindo e voltou seu olhar pra onde , Amber e Scarlet brincavam de fazer anjos de neve na fina camada de neve que já cobria toda a entrada da casa. O clima de Natal ali era intenso, e isso deixava cada vez mais angustiado a procura de alguma desculpa para sumir dali.

3.

- , querido, pode me fazer um favor? – A mãe de , Ashlee, pediu e apenas assentiu com a cabeça – Pede pra fazer mais um desses pra mim? Obrigada – A mulher sorriu, já com o teor alcoólico um pouco alto e entregou a taça para que saiu em direção à cozinha da casa.
- Sua mãe quer mais um Martini... – Ele disse entrando na cozinha e pondo a taça na pia, riu.
- Meu Deus, minha mãe é uma alcoólatra! – Brincou, preparando mais uma bebida e olhou para – Quer um também?
- Não, não... Só tava vendo... Você faz diferente... – Ele falou, observando a menina fazer o drinque e ela arqueou a sobrancelha, numa expressão confusa – Você põem primeiro o sal e o limão pra depois por a bebida...
- É... Eu acho que assim o sabor fica mais intenso, prova – Ela colocou a azeitona na taça e entregou pra , dando uma chupadela no dedo sujo de sal. bebericou a bebida e assentiu com a cabeça.
- Realmente, fica melhor – Ele disse e a menina sorriu.
- E então, ainda odiando o Natal? – Ela perguntou, organizando as coisas e preparando mais um Martini para sua mãe.
- É... É mais complexo que ódio... Como o disse, é como uma espécie de trauma – disse, dando mais um gole na bebida em sua mão.
- E porque disso? – perguntou, espetando uma azeitona no palito e pondo no drinque.
- É que... – começou a dizer, mas entrou na cozinha de repente e os assustou.
- , ... Meu amigo – Ele disse, sem ar e nervoso. riu e saiu da cozinha, indo levar a bebida para sua mãe.
- O que aconteceu, fofuxo? – perguntou, ainda o zoando pelo apelido.
- É exatamente isso que aconteceu. Fofuxo! Esse é o ponto que eu quero chegar – dizia rápido e se esforçava pra acompanhar – É claro que eu quero chamar ela pra sair! Ela é linda, simplesmente perfeita! Aqueles cachinhos dourados aos ventos e aquele sorriso. Eu to completamente apaixonado. É, eu ainda gosta de Amber Johson. Caramba...
- Chama ela pra sair então, cara! – incentivou e negou com o dedo.
- Não, é mais complicado que isso. Ela é complicada. Complicada não, complexa. Codificada, algo secreto que eu não tenho acesso. O que eu faço cara? – parou seu raciocínio e fez sua melhor cara de sofredor pra que tinha um sorriso divertido no rosto.
- Faz assim... Chega nela e elogia os cabelos dela e depois chama ela pra tomar um chocolate quente, pronto – disse, como se fosse natural e simples e riu.
- Claro, claro! Como eu não pensei nisso antes? Você é um gênio cara, eu já te disse isso? Eu te amo, eu te amo – disse enquanto saía da cozinha, com uma expressão confiante no rosto, mas dois segundos depois ele voltou – E se ela não aceitar?
- Ela vai aceitar – confirmou e saiu da cozinha de novo repetindo pra si mesmo coisas como “Ela vai aceitar” ou “Você é o cara”. continuara rindo e então resolvera voltar para a sala onde estava sentada no chão com um pacote no colo.
- Nós íamos te dar só depois da ceia, mas não agüentamos de curiosidade e queremos ver sua reação ao ver seu presente – O pai de dizia enquanto ela encarava o embrulho em seu colo, tinha a impressão que sabia o que era, apenas pelo brilho em seus olhos – Abre, filha – Não foi preciso segunda ordem, em segundos o papel que cobria a caixa do presente havia sumido.
- Oh papai... Não precisava... – Ela dizia emocionada, os olhos lacrimejaram e o casal apenas sorriu.
- Você merece – O homem disse e pegou a caixa e então percebeu o que era: Uma flauta transversal prata e com detalhes entalhados nos cantos – Toca pra gente, filha.
- Está bem... – Ela disse, limpando as lágrimas e ficando em pé. As primeiras notas soaram suaves e então o silêncio predominava a sala cheia. Os pais de , os de , a família de Amber e a pequena Scarlet, e . Todos apenas assistindo a pequena apresentação da menina que tocava temas natalinos na sua nova flauta, de olhos fechados, deixando que o som doce do instrumento guiasse seus dedos pelas notas que tocava. Enquanto aquilo trazia uma certa paz para todos os presentes, um nó se formava na garganta de a cada nota de “Noite Feliz” que saia do pedaço metálico nas mãos de . Ele já tinha agüentado mais do que achou que fosse capaz, uma sala toda vermelha e verde, montar uma árvore, familiares reunidos... Isso era mais do que podia agüentar em apenas um ano de Natal. Ouvir aquelas notas só piorava a situação e sem que percebessem, ele saiu da sala, indo para a parte dos fundos da casa.
terminou seu pequeno show recebendo os aplausos de todos os presentes, mas seus olhos procuraram pela única pessoa que não estava ali. Seus olhos pararam na janela onde viu sentado na muretinha que dividia o terreno de sua casa com o vizinho e sorriu, pedindo licença para os presentes na sala e saindo do lugar. se lembrava de sua infância enquanto olhava a paisagem branca a sua frente, a neve tinha coberto todos os campos, pintando o campo antes verde de branco. Um cachecol verde e prata aparecendo do nada o despertou e ele seguiu o braço que o segurava até seus olhos encontrarem os de .

- Feliz Natal – Ela disse e ele pegou o cachecol onde leu a frase “A Christmas for you” em letras vermelhas, deu uma leve risadinha.
- Isso é maldade... – Ele falou, passando o cachecol pelo pescoço pra se proteger do frio e deu de ombros.
- Se o tivesse avisado que ia te trazer, eu teria descoberto alguma coisa melhor pra te dar de presente, mas como foi meio em cima da hora, eu tive que improvisar e peguei um dos cachecóis que eu e minha avó fazemos pra um orfanato aqui perto – falou, olhando a paisagem ao longe e riu novamente.
- Irônico – Ele disse e ela o olhou, confusa - Meus pais. É por causa deles que eu tenho esse trauma de Natal. Eu sou órfão, digamos assim...
- Oh, eu não sabia... – disse sem graça e sorriu, balançando a cabeça.
- Quando eu tinha 16 anos, eu estava em casa esperando meus pais chegarem da missa de Natal, eu nunca ia porque sempre fui um religioso meio lapso. Mas então, eu estava esperando eles chegarem em casa pra ceia, eu tinha preparado sozinho o peru, estava orgulhoso de mim, sabe? Eu lembro que eu estava cantando Noite Feliz enquanto colocava o peru na mesa e olhava pela janela, acompanhando o coral que tocava pra vizinha. Foi quando o telefone tocou e eu atendi, era o delegado – fez uma pausa pra respirar e o olhava sem dizer uma palavra – Meus pais foram abordados por um bandido ao saírem da igreja e tentaram o convencer a não fazer aquilo em uma noite tão linda como a de Natal. O cara, drogado até o último fio de cabelo, se irritou e disparou contra eles. Meu pai resistiu um pouco, sobreviveu até chegar ao hospital, mas minha mãe morreu na hora – Uma lágrima rolou pelo olho do menino que escondia a vontade de chorar desde que passara a odiar a celebração mais amada pelo mundo todo – Eles nunca chegaram a provar o peru que eu tinha feito e eu nunca mais tinha vontade de fazer um também. Toda vez que Dezembro começa a chegar, eu entro numa espécie de depressão, sei lá... Eu não posso sair de casa, não posso ver nada relacionado ao Natal que eu começo a ficar assim, fraco, me sinto sozinho sabe...
- Oh ... – disse e o abraçou, ele pode perceber que ela tinha os olhos marejados e se sentiu mal por tê-la feito chorar.
- Não, ... Não chora, por favor... Não queria estragar seu Natal com a minha história triste, desculpa – Ele falou, limpando uma lágrima que descia solitária pelo rosto dela – Você gosta tanto do Natal, sempre tão animada...
- Quando eu tinha nove anos – disse, o interrompendo – Eu estava animada porque ia ganhar uma boneca nova de Natal dos meus pais. A boneca só ia ser vendida na capital, então, meus pais me deixaram com os e foram pra cidade grande pra comprar minha boneca. Na volta, estava chovendo muito e os pneus do carro do meu pai estavam gastos. O carro capotou e saiu da estrada, meu pai e minha mãe morreram naquele acidente, uma semana antes do Natal. E eu esperei por três dias eles virem me buscar na casa nos , mas então, quando finalmente a campainha tocou, tudo o que eu recebera fora a notícia e a boneca encontrada no porta-malas do carro. Naquele dia, o Sr. entrou na justiça com os processos de adoção e no dia 25 de Dezembro do ano seguinte, eu fui oficializada como – Ela disse, um sorriso na cara – E é esse o sentido do Natal, sabe? Não importa com quem você esteja, é pra comemorar a família, o amor... É por isso que eu amo o Natal, mesmo tendo a noção de que foi nessa época que eu perdi meus pais, foi nessa época que eu ganhei uma família linda e que me ama. , você pode ter isso também! – Ela olhou para o menino e ele sorriu – Nunca é tarde demais, você não precisa ser adotado, ainda mais que você já é homem formado, mas... Você acha que seus pais iam querer que você transformasse uma das comemorações mais lindas do ano em um dia de lembranças tristes?
- Não... – Ele disse num sussurro e sorriu.
- Vem... É Natal, é época de felicidade, vem comigo – levantou da muretinha e estendeu a mão pra – E tem um peru quentinho esperando por nós naquela sala de jantar.
- Eu não sei, ... – disse, receoso, olhando a família de se sentando na mesa grande cheia de coisas típicas de Natal e mordeu o lábio – Não sei se posso fazer isso...
- Pode sim! Só por você estar aqui agora já mostra que você é dessa família tanto quanto eu! Vai não faz essa desfeita... É hora de você acabar com esse seu trauma de Natal e deixar que um novo sentimento entre aí, o amor – disse, limpando a última lágrima parada no rosto de e ambos olharam pra sala de jantar. Todos os olhavam, percebeu sorrisos sinceros no rosto de cada um naquela mesa, como se todos compartilhassem do assunto entre ele e . Mesmo de longe, ele se sentiu bem, querido, amado.
- Ok... Mas você tem que me prometer uma coisa – Ele pediu antes que cruzassem o portal que dava acesso a parte interior da casa, o olhou – Promete que vai ser minha família haja o que houver?
- Prometo – Ela disse com um sorriso nos lábios e sentiu novamente a felicidade que apenas a época de Natal com sua família trazia em si e aproximou seus lábios dos de , os selando em um beijo quente e calmo. sorriu assim que saíram do beijo e o guiou até a sala onde todos os esperavam.
- Finalmente! Achei que íamos ter que botar a mesa lá fora pra começarmos a ceia – Albert, o pai de , disse e todos riram.
- Agora a família está completa – A mãe de disse com um sorriso doce nos lábios e e se olharam sorrindo, a menina deu uma leve apertada em sua mão, reconfortando – Vamos comer.
- Minha parte preferida! – Jared, irmão de Amber, disse e todos começaram a se servir.
- Amber! – disse de repente chamando a atenção de todos. A menina o olhou – É... Hm... Deixa pra lá – Ele disse, ficando vermelho e Amber sorriu.
- Eu adoraria sair com você sexta-feira – Ela disse e a olhou, surpreso, abrindo um sorriso enorme.
- O DESENCALHOU! – Scarlet gritou e todos na mesa começaram a rir.
- Gente, eu queria agradecer, por terem me recebido aqui – disse de repente e todos sorriram.
- Você sempre será bem vindo, . Já é da família – A mãe de disse e todos concordaram.
- PAPAI! QUEM VAI POR A ESTRELA NA ÁRVORE ESSE ANO? – Scarlet perguntou de repente e todos fizeram cara de mistério.
- Quem será? – O pai de disse e olhou para a menina.
- Eu acho que sei... – disse, levantando da mesa e indo buscar a estrela, todos se levantaram e foram para a sala. chegou em pouco tempo e foi em direção a – Todos da família tem direito de por a estrela na árvore – Ela entregou a estrela na mão dele e ele olhou para todos na sala, sorriu e colocou a estrela na árvore, voltou a olhar para todos os presentes na sala e sorriu, estava olhando para sua família.

4. 8 anos depois

- Charlotte, sai de cima do seu pai – Amber gritou para a menininha de dois anos que pulava em cima de sem o deixar ler o jornal.
- Hey, galera, carta do e da ! – Scarlet, agora com treze anos, entrou correndo na sala da casa de campo onde toda a família estava reunida.
- Alguém viu a pilha recarregável? Vou por pra carregar pra tirar fotos da ceia – Antony, um dos irmãos de Amber entrou na sala.
- Shhhh, Ant, chegou carta da e do ! – disse e todos prestaram atenção em que iria ler o postal.

“Rio de Janeiro, 15 de Dezembro de 2017.

Hey, família! Como estão aí?
Aqui vai tudo as mil maravilhas, estamos no Rio de Janeiro! Dá pra imaginar? Brasil!!! Idéia maluca do . Por sinal, ele está agora limpando os sapatos de Papai Noel dele. Ontem estávamos indo para um evento aqui na Barra da Tijuca e ele resolveu ir de Papai Noel pra animar as criancinhas, só que pegamos um congestionamento enorme e ficamos presos numa das avenidas por quase uma hora. O que o fez? Pegou as balas e chicletes e foi distribuindo pelos carros engarrafados. Agora ele está lá com chiclete no sapato inteiro graças aos bebês que pegavam os chicletes, não conseguiam chupar e jogavam nele. Foi uma cena engraçada. Eu não sei como ele consegue fazer isso, por sinal. Está uma temperatura de quase 40ºC aqui no Rio. Dá pra imaginar? NATAL SEM NEVE! NATAL COM CALOR!!! E que calor viu, principalmente o fogo de que não fica um segundo sem mexer com as criancinhas quando ta vestido de Papai Noel, ele levou essa história a sério. Por sinal, agora ele inventou de inovar, não quer saber de aparecer de trenó mais, comprou um fusca aqui no Brasil, um fusca verde. Vai pra todo lugar com esse fusca dando balinhas pras crianças. E como estão as coisas por aí? Ano que vem acho que vamos passar o Natal aí, sabe como é... Com recém-nascidos não se pode ficar viajando sabe... Por sinal, mencionei que estou grávida? pirou quando soube disso, ainda não sei o sexo, mas quando souber ligo avisando.

PS: Estou mandando pra vocês um doce brasileiro que o amou, mas me dá enjôo, não sei se é a gravidez ou se é o doce mesmo. Chama rapadura, logo vocês vão descobrir porque...

Beijos, morrendo de saudades.
.”




FIM





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