Christmas Cheer
por Beatriz Brito


Challenge #01

Nota: 6,5

Colocação: 11°




Capítulo 1

null acordou irritado com a luz em seu rosto, que vinha da janela, tinha se esquecido de fechar a porcaria da janela de novo. Levantou-se, indo em direção a janela, quando chegou perto olhou para o lado de fora, estava nevando. null fechou as cortinas com mais força do que o normal, lembrando que era véspera de natal. Não gostava de natal e nem do clima natalino. Tinha pegado trauma de natal desde que sua ex-namorada, há dois anos atrás, tinha viajado para passar natal com a família no Canadá e desde então nunca mais voltou, apenas mandou um email falando que tinha reencontrado um amor do passado e agora estavam juntos, pediu desculpa e informou que não voltaria mais para Londres.
Jogou-se na cama, tentando voltar a dormir, mas o sono já tinha ido embora. Bufou se levantado de uma vez indo na direção do banheiro fazer sua higiene matinal. Olhou-se no espelho pensando no que fazer, era sábado e estava de férias, os amigos deviam estar na casa de suas respectivas famílias. Não queria passar mais um dia enfrente a sua TV vendo episódios de alguma série que falaria de natal e ir para a casa de sua mãe estaria fora de cogitação, lá estariam fazendo a ceia de natal.
Colocou pasta em sua escova de dente irritado, será que tudo estava envolvido a natal?

*****

- ESTA NEVANDO. – null gritou, ao abrir a janela de seu quarto e se deparar com a grama de seu quintal, antes verde, agora coberta de neve. A garota ficou mais alguns segundos com um sorriso abobalhado, olhando para a neve que caia fora de sua casa. Nunca tinha visto neve de perto, tinha se mudado para Londres 6 meses atrás com suas amigas, moravam no Brasil e lá não nevava.
Saiu correndo do quarto, passando pelo corredor gritando por suas amigas que dividiam a casa com ela.
- Enlouqueceu? – null saiu do quarto com uma cara amassada, coçando os olhos. – Eu estou morrendo de sono, para de gritar.
- DEMI! – null parou de correr e parou enfrente a amiga, com um sorriso que mal cabia na cara. – Esta nevando. CARA, ESTA NEVANDO.
- SÉRIO? – null abriu um sorriso parecido com o de null, esquecendo o sono de minutos atrás.
- SIM. – null afirmou, balançando a cabeça. – Vamos acordar a null.
- Ok. Ok. – as duas saíram correndo para o quarto da amiga, mas quando entraram no lugar a cama estava arrumada e null não se encontrava no local.
- Ué, onde ela se meteu? – null perguntou, colocando a mão na cintura.
- Não sei. – null fez uma cara pensativa, logo depois olhando para null. – Mas vamos aproveitar a neve, depois achamos a null.
- Isso. – null concordou e as duas foram para seu respectivo quarto. null entrou correndo em seu banheiro fazendo sua higiene matinal e se agasalhando para brincar na neve.
Assim que a garota fechou o zíper do grosso casaco azul que vestia, olhou para o calendário pendurado na parede verde de seu quarto e sorriu ao ver que era véspera de natal. Como podia ter esquecido?
- Natal! – ela comemorou dando uns pulinhos. Amava natal, a ceia e o espírito natalino que as pessoas adquiram na época. Lembrou que ia passar o natal longe da família o que fez seu coração apertar, estava com saudade de seus pais. Mas tarde iria ligar para eles, para dar feliz natal.
Lembrou que iria comemorar o natal na casa de uma amiga, que tinha chegado a Londres há algumas semanas atrás, junto com seu noivo, sorriu lembrando-se de como tinha conhecido a amiga, quando a garota foi passar as férias com o namorado, agora noivo, no Brasil. Estavam perdidos e null os ajudou, desde então manterão contato.
null olhou para a parede, estava com a sensação de está se esquecendo de algo, até que se ligou. Tinha se esquecido de comprar os presentes!
*****

- Não encosta em mim null. – null falou, irritada.
- Me escuta. – null segurou a mão da garota, ignorando seu pedido.
- Te escutar? Estou cansada de me enganar, de sempre reprimir o ciúme que sinto quando vejo você com outras. – a garota engoliu o choro que estava por vim. – Não me procura mais.
- Não faz isso, vamos conversar. – ele pediu, olhando para a garota a sua frente que tirou sua mão entre as dele com força.
- Está tudo terminado. – ela deu um sorriso sarcástico. – Quer dizer, não temos nada para terminar certo?
Então ela saiu do apartamento do garoto, fechando a porta com força. O garoto se jogou com força no sofá bege no meio de sua sala, sabia que estava errado, mas não tinha culpa de ter medo de relacionamento sério. Tinha tido um relacionamento sério há alguns anos atrás e sua ex tinha o traído com seu melhor amigo, agora, ex melhor amigo. Sabia que não estava certo ficando com null quando queria e depois saindo com outras, às vezes até perto de null, sabia que a machucava, mas não tinha culpa de ser traumatizado, tinha?
Levantou indo até a cozinha, pegando uma garrafa de cerveja dentro da geladeira, sentou no balcão e bebeu um grande gole da bebida. Gostava muito de null, mas será que estava pronto para um relacionamento sério? Será que tinha superado seu trauma? Estava confuso.
Após ficar um tempo pensando, tomou uma decisão. Colocou um tênis, sem se importar de trocar a meia furada que estava e colocou um casaco pesado e grosso, pois estava frio e logo saiu de casa.

*****

null saiu de casa enrolado num casaco grosso, um cachecol e com um gorro na cabeça, protegendo as orelhas. Precisava respirar o ar frio de Londres, ver a neve que cobria as ruas e fugir um pouco do natal. Inutilmente, já que, nas ruas, via pessoas fazendo compras de natal de última hora e desejando "feliz natal" uns aos outros. Ele bufou antes de parar no sinal, pronto pra atravessar a rua. Quando o sinal abriu para os pedestres, null pisou na faixa e já estava na metade da travessia quando um fusca surgiu do nada e freou bem a tempo.

*****

A chave do fusca vermelho já estava na ignição; null estava pronta pra partir. Precisava comprar os presentes de natal, como pode esquecer? E já era véspera de natal! Dirigia com calma e cuidado, as ruas estavam congestionadas e a neve que caíra durante a madrugada dificultara mais ainda o caminho.
- Que merda! - ela xingou baixinho, depois de parar num congestionamento no centro de Londres por quase dez minutos.
Ligou o rádio e começou a cantar a música que tocava, sem prestar atenção. Arrancou o cachecol e jogou-o no banco detrás, sentindo um calor incomum.
O trânsito à frente começou a se dispersar e null acelerou sem prestar atenção na faixa de pedestres, onde um rapaz atravessava a rua. Quase o atropelou.

*****

- VOCÊ É LOUCA? - null gritou, assim que a garota saiu do fusca e foi até ele, na frente do carro. - Não sabe dirigir, não pega o carro e sai por aí! - Ei, pra sua informação, isso aqui tava tudo congestionado! - ela gritou de volta. Alguns carros estavam parando atrás do fusca e começavam a buzinar, mandando que null tirasse o carro do caminho. - Olha ainda esta congestionado! E quem você pensa que é pra gritar comigo assim?!
- Eu sou a pessoa que você quase atropelou! - ele estava mesmo alterado. - Acho que tenho direito a gritar com você!
- Ótimo, fique aí gritando sozinho! - null respondeu, não querendo dar ibope pra um maluco daqueles, e voltou pro carro, não sem antes gritar: - Feliz natal!

Capítulo 2

null andava pelas ruas de Londres distraído, estava indo para casa de null, seu melhor amigo e companheiro de banda. Sentiu algo grudar em seu sapato e a cada passo grudar no chão. Parou de andar e olhou para seu vans quadriculado calçado no pé esquerdo, olhou para aquela goma rosa e fez uma careta, era só o que faltava, ter um chiclete no sapato.
Arrastou o pé pelo chão, mas a goma não saia, por fim desistiu e continuou andando para a casa do amigo, que não morava muito longe dali.
Assim que colocou os pés no tapete verde com “Bem Vindo” escrito no mesmo, esfregou o pé ali, tentando tirar o chiclete grudado na sola do sapato, a goma saiu e ficou grudado no tapete, sorriu satisfeito e tocou a campainha. Ninguém atendeu. Mais uma vez. Nada. Bateu na porta e nem se quer uma movimentação dentro da casa.
Acabou sentando encima do tapete, bufando. null tinha que sair naquela hora?

*****

null soltou um resmungo baixo, ficando com raiva da garota. Onde já se viu? O atropela e ainda o deseja feliz natal. Bufou mais uma vez, indo em direção a sua casa, dar um passeio não tinha ajudado nada a sua fuga do natal. Podia ter viajado para um lugar paradisíaco, onde ficaria na praia o dia todo sem precisar ver pessoas comemorando natal, mas não, ficou de bobeira em casa e agora tinha que enfrentar o fantasma natalino.
Chegou a sua casa e encontrou null sentado em seu tapete, olhando para o chão. Ele não deveria estar na casa da mãe dele?
- null? – null chamou a atenção do amigo, que olhava para o chão.
- Finalmente! Estava aonde? – null levantou, encarando o amigo. – Estou te esperando a um tempão.
- Desculpa não ser um vidente e adivinhar que você estava vindo para minha casa. – null o fuzilou com o olhar, colocando a chave na fechadura e abrindo a mesma. Os dois entraram na casa, null na frente e logo depois null, que soltou uma gargalhada. - O que foi? – null perguntou, olhando confuso para o amigo.
- Tem um chiclete rosa grudado na sua calça. – null informou e null levou a mão atrás, colocando a mão no chiclete grudado, agora, em sua calça.
- Merda.

*****

null dava murros em seu volante, já estava naquele congestionamento há uma hora, estava mais que atrasada e nem tinha aproveitado a neve. Colocou a cabeça no volante, se amaldiçoando por esquecer-se de comprar os presentes antes. Já era 2 da tarde, tinha que esta no salão de beleza daqui à uma hora e meia, nunca iria conseguir isso.
Assim que conseguiu chegar ao shopping escutou os corinhos de aleluia, entrou no estacionamento e saiu do fusca dando graças a Deus, não agüentava mais ficar ali, sua bunda já devia estar quadrada. Pegou o cachecol no banco de trás, pois fora do fusca estava frio e trancou o carro, logo depois. Endireitou o cachecol no pescoço e foi em direção ao elevador, que tinha uma fila grande para entrar no mesmo. Suspirou, seria uma tarde cheia.
Saiu do elevador e respirou fundo, estava quase morrendo de falta de ar naquele elevador pequeno e cheio de gente. Andou em direção a multidão no corredor grosso do shopping e foi olhando em volta, tirando da sua bolsa a lista de presentes. Passou por um sex shop e um cara vestido de papel Noel de um jeito, para ele, sexy a parou.
- Não gostaria de comprar um vibrador? – ele perguntou, sorrindo para a garota e mostrando o objeto na vitrine. – É com pilha recarregável.
- Ern... Com licença. - null o olhou com uma cara assustada e saiu de perto antes que o desse uma resposta bem malcriada. Onde já se viu! Acabou rindo do ocorrido e entrou em uma loja cheia de pessoas, mas que era perfeito para comprar todos os presentes de sua lista.

*****

- Uma hora ela ia se cansar. Isso durou 2 anos. – null falou, após o amigo o contar o que tinha acontecido. – Ela estava sendo burra, se fosse outra já tinha caído fora há um tempo.
- Não esta ajudando. – null murmurou, olhando para o copo de chocolate quente a sua frente.
- Você acha certo o que estava fazendo com ela? – null bebeu um gole de seu chocolate quente, olhando logo depois para o amigo.
- Não. – null respondeu baixo.
- null, o que você sente pela garota? – null perguntou, olhando fixamente para o amigo a sua frente. null olhou para a janela da cozinha, observando a neve cair, fazendo tudo ficar mais branco do lado de fora a cada segundo. - Eu estou confuso. – null respondeu, depois de alguns minutos em silêncio. – Eu sinto um vazio por saber que ela não esta mais comigo.
- Você vai fazer o que?
- Eu não sei. – null suspirou, olhando para null. – Eu não quero ficar sem a null, mas tenho medo de não dar certo.
- Você não vai saber se não tentar. – null respirou fundo. – Nem toda garota é igual a sua ex null.
- Eu... – null parou de falar, suspirando. – O que eu faço?
- Quando você souber o que sente por ela, você saberá o que fazer. – null sorriu. Escutaram o telefone tocar e null foi correndo para a sala atender. – Alô?
- null? – null sentiu seu coração parar por alguns segundos e voltar a bater com muita agilidade após escutar a voz que saiu do telefone.
- null? – ele perguntou surpreso. Nunca mais tinha falado com a garota, depois do email que ela o mandou.
- Olha, você ainda se lembra da minha voz. – ela deu uma risada. – E ai, tudo bem?
- Tudo sim e com você? – ele sentou no sofá, abrindo um sorriso enorme.
- Tudo bem. Voltei para Londres. – ela contou e null sorriu ainda mais, será que ela queria voltar para ele? Ele estaria disposto a perdoá-la na hora. - Que ótimo. – ele falou feliz.
- Então, te liguei para te convidar para vim ceiar aqui na minha nova casa. – ela convidou. null ficou quieto, não estava afim de comemorar natal, por mas que ela tivesse voltado, ainda tinha raiva dessa época, afinal, foi essa época que a fez viajar e encontrar outro cara.
- Eu não sei... – null falou hesitante.
- Você vai passar natal com a família?
- Não. – null respondeu, suspirando. Ele podia odiar natal, mas ela tinha voltado e ele não podia perder a chance de vê-la novamente. – Ok, eu vou. - Que ótimo! Vou te dar o endereço. – Após ela dar o novo endereço e telefone, despediram-se e logo depois encerraram a ligação. null colocou o telefone ao lado da mesa, ainda com um sorriso nos lábios. null estava parado o olhando com os braços cruzados.
- Não acredito que aceitou. – null negou com a cabeça, sabia o que a garota tinha feito com o amigo e lembrava-se de como ele tinha ficado mal. - Não enche. – null respondeu, sem paciência para sermões.
- Vou com você. – null deu de ombros, se jogando ao lado do amigo no sofá. – Não tenho onde passar o natal e aposto que lá vai ter comida.

*****

null entrou em casa morta e cheia de sacolas, já eram seis e meia da tarde, ela tinha que estar na casa da amiga às oito da noite, agradeceu mentalmente pelas lojas já embrulharem os presentes e não precisar gastar tempo com isso. Subiu lentamente as escadas para seu quarto, jogando as bolsas em um canto assim que entrou no mesmo. Jogou-se na cama, passar 2 horas em um congestionamento para ir ao shopping, enfrentar um shopping mais lotado que formigueiro e depois mais 1 hora de congestionamento para voltar, acabava com qualquer um.
Escutou um barulho de choro e franziu a testa, null já tinha chegado do salão ou será que era null?
Levantou-se, mesmo sua cama a chamando e foi para o quarto enfrente ao seu, da onde vinha o barulho, quarto de null. Deu três batidinhas e escutou a amiga falar um “entra” baixo.
Abriu a porta e viu null sentada na cama, com null sentada ao seu lado, chorando.
null era amigas das três desde que elas se mudaram para a casa da garota, onde as quatro dividiam as despesas.
- Ei, o que houve? – perguntou, sentando ao lado de null que chorou mais ainda, dando um abraço na amiga.
- Ela finalmente se tocou e deu um chute na bunda do null. – null explicou.
null não falou nada, mas estava feliz por isso, null sempre estava ali, chorando por ver ele com outra ou por se sentir usada.
Ficaram ali, acudindo a amiga por vários minutos, até null se acalmar.
- Hoje é véspera de natal, estou atrapalhando vocês. – null falou, se sentindo culpada.
- Você estava precisando de nós, nem natal, que é a melhor época do mundo e que eu sou totalmente viciada iria nos fazer virar as costas para você. – null sorriu para a garota, que sorriu de volta.
- Falando em natal, vai passar aonde null? – null perguntou, lembrando que tinha que começar a se arrumar.
- Em casa, sozinha. – null deu de ombros, não estava com um pingo de vontade de comemorar natal, na verdade, não estava com animo para qualquer comemoração.
- Esta louca? É NATAL. – null ficou com os olhos brilhando na ultima palavra e bateu palminhas. – A melhor época do ano, quem dera ser natal todos os dias.
- Isso ai. – null concordou, rindo da animação da amiga. – Você vai com agente ceiar na casa da null.

Capítulo 3

- , JÁ ESTA PRONTA? – null gritou do andar de baixo, ela, null e null, que estava indo contra a sua vontade, estavam esperando a menina na sala.
- Calma, to descendo. Credo. – null desceu as escadas pulando 2 degraus, com as sacolas de presentes da mão.
- Estamos atrasadas, culpa sua. – null acusou, levantando do sofá junto com null.
- Já estou aqui certo? Então vamos. – null foi em direção a porta, com as outras atrás. – Cadê a chave do fusca?
- Esta comigo. – null mostrou a chave, null estendeu a mão para pega-la e null ficou a olhando com uma sobrancelha arqueada. – Você acha que vou deixar você dirigir? Não quero morrer.
- Ela pegou o fusca hoje, vê se não tem arranhões. – null dedurou, null olhou para null com um olhar nada bom.
- Traíra. – null acusou.
- Ok gente, estamos atrasadas lembra? – null se meteu na conversa, antes que elas começassem a se baterem ali.
- É, vamos logo. – null concordou, tentando fugir do assunto.
- Você esta ferrada se eu encontrar um arranhão no Austrogenio ok? – null apontou o dedo para ela, logo depois indo para o carro.
null deu um tapa em null que tentava não rir e null revirou os olhos, suas amigas eram piradas.

*****

Assim que terminou de se arrumar, null saiu de casa e entrou em seu carro, junto com null. Sentia-se esperançoso quanto à volta de null e sua ligação, mesmo que o convite tenha sido para uma ceia de natal, o que ele mais evitava no momento.
Dirigia com cuidado por causa da nevasca que atingira Londres e guiou até o endereço que a ex-namorada lhe passara, com null tentando dar as coordenadas no banco do carona.
- É aqui? - null perguntou, franzindo a testa para uma enorme casa, toda decorada com enfeites de natal.
- É sim. Vamos? - disse null, parecendo hesitar. - Ah, vamos logo, tem comida lá. Adoro comida de natal.
null suspirou, tentando não deixar que a euforia em seu peito aparecesse em sua voz. Pigarreou uma vez e balançou a cabeça, dando sinal para o amigo sair do carro.
Juntos, foram até a porta branca da casa, decorada com uma guirlanda que tinha um Papai Noel pendurado. null percebeu que null parecia um pouco nervoso então esticou a mão e bateu na porta.
A pessoa que null queria ver estava na sua frente, como antes, mas não parecia a mesma. Principalmente o volume em seu vestido vermelho. null estava grávida.
- null! - ela exclamou, abrindo a porta e dando passagem aos garotos. - E null! Que bom que vocês vieram! Ela parecia à mesma de antes. O mesmo brilho nos olhos, o mesmo sorriso. null foi o primeiro a falar; null suava frio.
- Você está... Diferente - ele disse, dando um abraço cuidadoso nela, por causa da barriga.
- Estou? Acho que sou a mesma - null disse, rindo. - E null...
Ela se adiantou e deu um abraço nele, com o mesmo cuidado de null, mas um abraço que sufocou null. Por que ela voltara? Por que estava grávida? Por que o convidara para a festa? E por que parecia que ele não iria mais sair de seu abraço?
- Você está bem! - disse null, sorrindo para ele. - Ah, venham comigo, a festa é por aqui...
E fez sinal para os dois a acompanharem até a sala, onde a maioria das pessoas parecia estar. Familiares, amigos, e um homem de suéter de cashmere verde a quem null deu a mão e trouxe sorridente, até os dois.
- null, null, esse é Liam... - null o apresentou praticamente agarrada ao braço dele. - Meu marido.
As últimas palavras foram como um soco no estômago para null. Cá estava ele, numa festa de natal, com seu melhor amigo, com esperanças de que a ex-namorada o quisesse de volta e, na verdade, ela estava grávida e casada?

*****

- Toca a campainha. – null pediu, tentando arrumar as sacolas na mão. null fez o que a amiga pediu, afundando o dedo na campainha e ficando assim por 4 segundos.
- Ê Favela. – null deu um tapa na mão da garota, rindo. Esperaram alguns minutos até a porta se abrir, mostrando uma null sorridente do outro lado da porta.
- Entrem. – ela mandou. As garotas entraram e após ela fechar, começaram a se cumprimentar.
- Onde coloco esses presentes para poder te abraçar? – null perguntou, mostrando as sacolas na mão.
- Pode colocar embaixo da árvore de natal, mas tarde abrimos. – null indicou a árvore enfeitava do outro lado da sala.
null foi lá correndo, colocando os presentes de qualquer jeito e voltando.
- Agora sim, abraço. – as duas se abraçaram, rindo. null colocou a mão na barriga de null. – Como esta meu afilhado?
- Ótimo. – null sorriu, olhando para a barriga com os olhinhos brilhando. – Vamos para a sala meninas. Mi casa is tu casa. As garotas riram e foram em direção a sala, cumprimentado os conhecidos dali.
- Não acredito. – null sussurrou. Estava conversando com null e um amigo quando seu olhar passou pela casa e ela viu o que, ou melhor, quem ela não gostaria de ver tão cedo.

*****

- Isso não é Martini, mas esta bom demais. – null comentou, bebendo um gole da bebida vermelha, no copo em sua mão. – Esta me escutando null?
- Hm? – null saiu de seu transe, olhando para o amigo. null revirou os olhos. – Eu sabia que vim para essa merda de ceia não ia dar certo. Como odeio natal.
- Natal não tem culpa cara. – null riu, pegando um docinho na mesa. – O que tem a ver o nascimento de Jesus com a null estar casada e pouco se lixando para você?
- Cala a boca. – null mandou, saindo de perto do garoto antes que desse um soco em seu nariz. null riu, colocando o docinho na boca e olhando a sala, até que seu olhar parou em uma garota, que o encarava também. null! Ela esta aqui.” Ele pensou feliz. Suas mãos começaram a soar, seu coração saltitou e uma manada de elefante fez festa em seu estomago. “Que merda é essa?” ele pensou novamente, secando as mãos na calça. null desviou o olhar e abraçou de lado o garoto que estava conversando, dando um sorriso para o mesmo.
null fechou a cara, não tinha gostado daquilo e sim, estava morrendo de ciúmes.
Pensou em que fazer, mas olhando para ela ali, sorrindo para o garoto ao seu lado, a única coisa que ele pensava era dar um belo soco na cara do idiota. Preferiu sair da casa para pensar em algo que não fosse acabar com o imbecil abraçado com sua garota.

*****

null andou pela sala em direção a janela que se encontrava perto da árvore de natal, passou por ali às pressas sem olhar por onde anda, estava muito nervoso para pensar em olhar o chão, quando tombou com alguém.
- Ai! - a garota que estava agachada, ajeitando os presentes da árvore de natal caiu sentada no chão.
- Porra, tem que ficar no meio do caminho? - falou o garoto passando a mão pelos cabelos em sinal de nervosismo.
- E você que não olha por onde anda? - null se levantou e deu de cara com o... "garoto quase atropelado?" pensou a menina.
- Você? Até aqui? Isso é algum tipo de perseguição? - ele disse, dando um sorriso irônico.
- Ei, ei, esperai meu amigo, eu estava na minha. VOCÊ que esbarrou em mim. - null ajeitava sua blusa.
- Isso foi praga do seu "feliz natal" só pode! - o garoto já estava impaciente, o local o deixava impaciente, as pessoas dali o deixava impaciente e principalmente o marido de null o deixava ainda mais impaciente.
- Você por acaso é louco? - null perguntou confusa.
- Não perde tempo não é mesmo null? - chegou null rindo por trás e dando um tapinha nas suas costas do amigo.
- Na verdade, estou perdendo tempo aqui. - null disse seco.
- Que delicadeza a sua. - disse null, tentando ser sarcástica. - Você é um idiota sabia? Eu devia mesmo ter te atropelado no outro dia.
null os encarava com uma expressão de "wtf", totalmente alheio. null não havia lhe contado sobre como um fusca vermelho quase o arremessou do outro lado da rua. Ou da cidade, só pra exagerar.
- Que bom, assim eu não acharia que você está me seguindo ou algo assim. - ele riu, cruzando os braços e olhando pro outro lado.
null continuava sem entender nada e olhava de um para o outro com a testa franzida.
- Não estou te seguindo, se quer saber. Fui convidada - null respondeu, secamente também.
- Eu também fui, se isso ajuda em algo.
- Não, não ajuda. Ajudaria se você sumisse. - ela sorriu de um modo simpático, mas ao mesmo tempo, ironicamente.
null percebeu que ninguém ali ia explicar o que tinha acontecido e resolveu deixar para falar com null depois, saindo de perto dos dois e indo para o lado de fora da casa, onde nevava.
null encarou null, o fuzilando com o olhar e ele lança-lhe o mesmo olhar, até que soltou uma risada, achando aquilo uma infantilidade só.
- Ok. Vamos parar com isso. – ele revirou os olhos sorrindo. – Estamos parecendo duas crianças brigando pelo último pedaço de pizza. - Tenho que concordar. – ela também deu um risinho.
- Vamos começar novamente. – ele estendeu a mão para ela, sorrindo. – null null.
- null null. – ela apertou a mão do garoto, sorrindo. null jurava que já tinha escutado aquele nome de algum lugar, mas não se lembrava da onde. Resolveu deixar para lá, começando a conversar com o antigo rival.

*****

null esfregou uma mão na outra, tentando esquentá-las. A neve não parava de cair e se ele continuasse ali iria morre congelado. Escutou um barulho perto e olhou para trás, se deparando com uma garota encolhida.
- null? – perguntou, indo até a garota que o olhava. – O que você estava fazendo aqui?
- Te procurando que não era. – null respondeu seca, dando meia volta, mas null a segurou pelo braço. – Me larga.
- Quem era aquele garoto que você estava abraçada? – null perguntou, olhando fixamente para os olhos da garota.
- Não te interessa. – ela puxou seu braço, tirando-o da mão de null. – Se você quer saber vá até lá e pergunte a ele.
null deu as costas, voltando para casa. Tinha ido para ali, pensando que ia fugir de null, mas acabou dando de cara com o mesmo. null a viu se afastar e entrar na casa, sem ao menos dirigir o olhar para ele. Aquilo doía, ser tratado daquele jeito por null doía. Ele queria a garota apenas para ele. Queria a abraçar, sentir seu cheio, necessitava ouvir sua voz, ver o sorriso que ela dava apenas para ele, sentir seus lábios juntos ao dela, ficar com ela o tempo todo.
null chutou a neve no chão frustrado, porque toda vez que fechada os olhos via a imagem da garota? “Será que eu a amo?” ele pensou, afinal, eram 2 anos com a menina, 2 anos que a enrolava. Lembrou de sua mãe falando “Quando você ama uma pessoa, quer ficar apenas com ela, pensa só nela, se sente totalmente apaixonado.” Lembrou de null falando de como se sentia ao lado de null a meses e meses atrás “Minhas mãos soam, meu coração bate mais forte, pernas tremem e sinto as famosas borboletas no estomago” era isso que ele estava sentindo, estava apaixonado por null.
“Eu a amo, estou completamente apaixonado por ela!” Sorriu bobo, sabendo exatamente o que fazer. Correu para dentro da casa, procurando a garota.

Capítulo 4

null e null conversavam animadamente, nem parecia que há algum tempo atrás queriam se matar. null tentava lembrar-se de onde conhecia o nome do garoto, até que sua mente deu um click.
- SABIA. – ela gritou, sorrindo e null a olhou confuso. – Eu sabia que te conhecia de algum lugar!
- Já sei. – null deu um sorriso convencido e orgulhoso. – Conhece minha banda, McFLY, que não para de tocar nas rádios.
- Não. – null franziu a testa. Nunca tinha escutado nem o nome da banda dele. – Você é o ex da null não é?
O sorriso que null tinha nos lábios murchou no mesmo instante e ficou sério no mesmo instante. null percebeu que falou merda e fez uma cara arrependida, mordendo o lábio inferior, fazendo null acompanhar com o olhar seus lábios. O garoto se imaginou beijando aqueles lábios e... “Que isso null! Pare com esses pensamentos.” null balançou a cabeça, tentando tirar aqueles pensamentos de sua mente.
- Sim, eu sou. – ele respondeu, olhando para o nada.
- E ai amores? – null chegou perto dos dois, sorrindo abertamente. – Já se conheceram?
- Ele foi o cara que eu te contei que quase atropelei mais cedo. – null contou e null riu, olhando para null.
- Milagre você esta vivo. null é um perigo no volante. – null comentou e null deu língua para ela, sorrindo. null olhou para null, que passava a mão em sua barriga sem ao menos perceber, falando algo para null que ria. null tinha mudado e muito, parecia mais madura e feliz agora, com uma família. Ele suspirou, tinha perdido null e ia sobreviver com isso, à idéia nem parecia tão ruim assim para ele, agora.
Por mais que null tivesse partido seu coração em mil pedaços, ele sabia que encontraria alguém para remendá-lo, deixá-lo quase inteiro, porque ele sabia que nada seria como antes. null sentia-se dividido; um lado dele ainda queria voltar no tempo e impedir null de ter ido embora; e outro lado dele, o que falava mais alto, continuava repetindo "siga em frente com a sua vida". Agora ele não sabia qual voz ouvir.
Uma terceira voz dispersou as nuvens em sua mente, e ele viu uma mão abanando na frente de seu rosto.
- Ei, você é sempre aéreo assim? - null riu, tirando null de seus pensamentos. null já havia se afastado, deixando os dois sozinhos.
- Tava só pensando... - ele parou, observando a garota na sua frente. - Quer um chocolate quente? - null sorriu.
- Eu aceito - ela sorriu e ele foi buscar duas canecas de chocolate quente. Voltou logo, sentindo certa euforia crescer dentro de si. Entregou uma caneca para null, que agradeceu, e logo o silêncio voltou.

*****

- Falta um. - null falou derrepente, olhando para os presentes debaixo da árvore de natal.
- Um o que? - null perguntou confuso, acabando de tomar seu chocolate quente e olhando para o mesmo lugar que null.
- Um presente. Eu tenho certeza que deixei no carro... Hm... Melhor eu ir buscar antes que eu esqueça e alguém acabe sem presente não é mesmo? - ela disse apoiando caneca na mesinha ao lado e levantando-se.
- Vou com você. - null fez o mesmo gesto que a garota e a seguiu até o carro, ao lado de fora da casa. null chegou perto do fusca, abrindo o porta-malas e tentando achar a sacola no meio de toda aquelas coisas dentro do porta-malas.
- Você pode me ajudar aqui? - disse ela tentando ajeitar a bagunça de seu porta-malas e pegar a sacola que tinha finalmente achado.
- Claro. - null puxou a sacola e junto com a sacola veio uma flauta, que caiu no chão.
- Meu Deus a flauta de null. - a garota se agachou e pegou o objeto. - Mas o que isso está fazendo aqui?
- Eu acho que você faria muitas perguntas iguais a essa se arrumasse o porta-malas do seu carro. - ele disse rindo.
- Ha ha, morri de ri - null fechou o porta-malas. – Esse carro não é só meu ok? Por isso é cheio de coisas.
- Ok. – ele riu, dando de ombros.
- . – null correu até o amigo. – Te achei.
- Não consegue ficar um tempinho sem mim null? – null perguntou. null revirou os olhos, parando perto do amigo.
- Preciso falar com você. – null pediu aflito. null vendo que sobrava ali resolveu entrar.
- Eu vou guarda a sacola lá dentro. – ela deu a desculpa, acenando e entrando na casa grande e amarela.
- Fala. – null cruzou os braços, se apoiando no fusca vermelho coberto de neve.
- Eu acho que descobri o que sinto pela null. – null deu um sorriso feliz, olhando para o amigo.
- E o que você sente? – null perguntou, rindo da cara que o garoto fazia.
- Quando eu a vejo sinto minha mão soar, meu coração acelera e eu sinto umas coisas no estomago. – null suspirou, olhando para uma árvore mal tratada e cheia de neve. – Eu estou pensando apenas nela, tenho vontade de ficar abraçado com ela o tempo todo e... É isso.
- Meu caro amigo. – null colocou uma mão no ombro do de null, sorrindo. – Você esta completamente apaixonado por essa garota.
- Eu imaginei isso. – null respirou fundo, aflito. – O que faço agora?
- Corre atrás dela. – null revirou os olhos, como o amigo era lerdo para essas coisas.
- Mas...
- Sem “mas”. Vai gora. – null apontou para a casa e null suspirou derrotado, correndo para casa logo depois.

*****

null entrou na casa apressado, olhando para todos os lados a procura de null. Não a achou na sala, nem na cozinha e nem do lado de fora. Subiu as escadas, entrando nos quartos, mas ela não se encontrava em lugar nenhum. Será que ela tinha ido embora? null passou a mão pela nuca, nervoso. Ela não podia ter ido embora. Resolveu procurar mais uma vez pelos lugares, até que viu uma porta na cozinha que dava para o lado de trás da casa. Ela devia estar ali, sorriu esperançoso, indo na direção da porta, até que null o parou.
- E ai null, esta gostando? – ela perguntou, sorrindo simpática. null olhou para a porta e depois para a menina.
- Sim, sim. – ele respondeu rápido, querendo logo sair dali.
- Já vai dá meia noite, vamos ceiar! – ela chamou.
- Eu já estou indo. Só vou... – null pensou em uma desculpa. – Ao banheiro, é. Eu só vou ao banheiro.
- Ok. – null estranhou a atitude do garoto, mas resolveu deixar para lá, o menino não batia muito bem mesmo. Assim que null saiu da sala, null foi quase que correndo para a posta, abrindo a mesma sem fazer barulho e sorrindo abertamente ao ver a garota embaixo de um telhadinho, sentada em uma poltrona verde que tinha no local.

*****

- null, aonde você se meteu? – null perguntou, puxando a garota pela mão até a sala.
- Fui pegar o presente que esqueci no carro. – null sorriu abertamente, indo colocar a sacola que segura embaixo da árvore de natal.
- Bem sua cara. – null soltou uma gargalhada. null deu língua, levantando.
- E ai, o que quer comigo? – null encarou a amiga.
- Faltam... – null olhou para o relógio em seu pulso. – dez minutos para o natal.
- E?
- E que sei lá. – null deu de ombros, rindo. – Eu ia te falar alguma coisa, mas esqueci.
- Bem sua cara. – null revirou os olhos. As duas começaram a conversar até que null chegou perto delas.
- Voltei. – ele falou feliz. null o olhou, sorrindo.
- Faltam 9 minutos para o natal. – null abriu um grande sorriso, quase dando pulinhos de alegria. – Como amo natal cara!
- Não posso falar o mesmo, não gosto de natal. – null deu de ombros, natal só tinha o trago azar. Primeiro levou a null, depois a trousse grávida e casada.
- Você é estranho. – null pensava em como alguém podia não gostar de natal? Era a melhor época do ano! Olhou para seu lado, mas null já não estava ali.
- Não é a primeira vez que escuto isso. – ele riu e voltaram a conversar. Não podiam negar, estavam se dando muito bem.

*****

null se aproximou lentamente da garota, enfiou as mãos no bolso e fechou os olhos procurando coragem, abriu e encontrou null na mesma posição de antes.
-null? - ele falou e ela se virou imediatamente.
-Você não desiste? Me deixa em paz garoto, é pedir demais? - null se levantou e antes de chegar à porta por onde minutos atrás null havia passado, o garoto segurou seu braço.
-Para de fugir de mim e me deixa falar com você, por favor. – ele tentou mais uma vez, em vão. Ela puxou o braço e virou as costas falando enquanto passava pela porta com null ao seu alcance.
-Você teve dois anos para falar, e você nunca disse nada, vê se me esquece.
- Não tem como te esquecer. – ele a puxou contra ele, fazendo-a voltar para o lado de fora. – Eu não consigo parar de pensar em você, estou ficando louco sem poder te tocar.
- Engraçado né? – ela deu um sorriso irônico, levantando uma sobrancelha. – Quando se perde que se ver o que tinha.
- Eu estou apaixonado por você. – ele falou baixo, olhando bem no fundo dos olhos da garota. – Eu te amo null.
O sorriso que null tinha nos olhos se desmanchou e aquelas palavras pareciam ter a feito desmanchar-se.
- Eu não agüento ficar sem você, não poder te abraçar, não ver seu sorriso, não saber que te tenho. Eu te amo, foi difícil perceber, mas agora eu tenho certeza. – ele finalizou.
null ficou sem saber o que fazer após ouvir aquelas palavras.
- Eu não quero passar por tudo novamente. – ela sussurrou, com lágrimas nos olhos.
- Se você quer um relacionamento sério, eu também quero. – ele sorriu, olhando para a garota. – Eu até caso se for preciso para ficar com você.
- Vem, gente, vem, faltam três minutos para o natal! - null chegou saltitante até null e null e os puxou para dentro, não percebendo o que tinha acabado de fazer.

*****

- Eu quero comer rapadura. - null falou sentando, colocando a mão na barriga.
- Rapa o que? - Liam perguntou confuso.
- Rapadura, é uma comida brasileira. - null disse rindo da cara de Liam. - Aqui não tem amiga, desculpe.
- Meu bebê vai nascer com cara de rapadura - null abaixou a cabeça alisando a barriga.
- Deixa de drama null, rapadura é doce, mas não é mole não. – null ainda ria.
null chegou à sala correndo ainda puxando os dois pelos braços quando tropeçou na árvore e a mesma caiu quase que em cima dos três.
- Meu Deus null, se controle. - null falou assustada e todos começaram a rir até que a luzes se apagaram e a casa ficou em total escuridão.
- Era só o que faltava! Estava esperando tanto pela ceia e agora vou ter que ceiar no escuro? - a voz de null quebrou o silêncio que tinha se propagado no lugar.
- Ah, era para isso que você estava chamando todo mundo, não é null? - assim que null terminou de falar as luzes voltaram com todos os jovens ali presentes fazendo um "êêê".
- UM MINUTO, UM MINUTO! - null finalmente largou o casal e foi para perto dos outros.
- Então null, eu ainda não terminei de falar. - null retomou a conversa de antes, ignorando estar em uma sala com várias pessoas conversando e rindo.
- Diga. - a garota o olhou nos olhos.
- Quer namorar comigo? - null perguntou retribuindo o olhar.
- É NATAL, É NATAL, É NATAL, FELIZ NATAL! - null pulava na sala batendo palminhas, todo mundo ria da euforia da garota e logo começaram a se cumprimentar, dando feliz natal uns para os outros.
- Claro. - null abriu um sorriso que mal cabia em seu rosto. – Ah e feliz natal!
null sorriu e colocou uma mão em sua cintura e a outra em seu rosto a puxando para um beijo.

Capítulo 5

- Podemos começar nossa ceia de natal, por favor? - null pediu, rindo e sentando no seu lugar na grande mesa cheia de comida, sendo ajudada por Liam. - Claro madame. - null respondeu, tomando seu lugar em frente à amiga.
Os demais convidados tomaram seus lugares a mesa e logo a ceia começou. O clima era alegre, natalino, conversavam entre si ou com a pessoa sentada a sua frente. Brindavam uma noite calma e fria de dezembro, enquanto comiam um delicioso jantar.
null e null sentaram-se lado a lado e continuavam conversando; a cada novo assunto eles iam encontrando coisas em comum e null já nem se importava que a garota que um dia o deixou numa noite de natal estava na mesma mesa com o marido e um bebê na barriga, na verdade se importava, mas não queria pensar sobre isso naquele momento. Estava se dando muito bem com Biah e não queria parar nunca de conversar com ela, de ouvir sua risada ou de vê-la sorrir. Estava gostando mesmo da garota ao seu lado.
- null, me passa o sal. - Biah pediu para a garota na sua frente, que desde que se entendera com null estava grudada nele. null deu um chute na perna dela por debaixo da mesa, o que fez Susu soltar um "AI, MERDA!" um tanto alto. Alguns convidados olharam para ela e a mesma fuzilou Biah com o olhar.
- Me passa o sal, por favor. - null pediu, docemente, e a outra quase tacou o sal nela.
- Então, Biah... - null pigarreou, após tomar um gole d'água. - Vai pra algum lugar depois da festa da null?
- Hm. Pra casa. - ela disse, analisando o pedaço que peru que cortava com o garfo e a faca. - Por quê?
- Por nada. - ele deu de ombros. - Quer companhia?
- Estou de carro, esqueceu? - null riu. - Por que, quer carona?
- Não, estou de carro também. Sei lá. Quer dar uma volta? - ele perguntou, casualmente.
- Na neve? De madrugada? - a garota se espantou. Estava um gelo na rua.
- É natal! - null sorriu. Agora o espírito de natal caíra sobre ele.
- Pessoas são assaltadas no natal, sabia? Por saírem na rua de madrugada sem lugar pra ir. - null respondeu, sabiamente.
- Por que não aceita logo sair comigo hoje? - ele disparou. null parou por um momento, pensativa, encarando a comida no prato.
- Tudo bem. Porque é natal! - ela respondeu, sorrindo. Voltaram a ceiar, rindo das bobeiras que um falava para o outro.

*****

- Foi uma ótima noite null. – null se despedia da amiga, com um abraço. Passou a mão pela barrigada da garota sorrindo. – Cuida bem desse moleque.
- Até mais null. – null acenou, saindo da casa com null. Apenas as duas iriam juntas no fusca, já que null iria para não sei aonde com null e null já tinha ido embora.
- Obrigada por terem vindo. – null falou alto, acenando da porta.
As duas entraram no carro, conversando animadamente. null ligou o fusca, fazendo um pouco de barulho e começou a dá ré, para sair da calçada.
- EI! ESPEREM. – null correu até o carro, chegando perto da janela. – Podem me dar uma carona?
- Você não veio com o null? – null perguntou, abrindo a janela do fusca.
- Ele vai para outro lugar com a amiga de vocês. – null revirou os olhos, mas logo sorriu. Pelo menos ia poder ficar mais tempo com null.
- Ok. Então entra ai. – null mandou. null abriu a porta, dando passagem para null e preferiu sentar ao lado do namorado, no banco de trás.
- Podemos ir. – null avisou, ao fechar a porta do fusca e abraçar null.
- Nada de pornô no carro ok? – null avisou rindo ao vê o casal se beijando no banco de trás, e logo depois colocou o carro em movimento.

*****

- Muito obrigada por terem vindo. – null abraçou null apertado e logo depois null do mesmo jeito.
- Foi um prazer ceiar com você. – null sorriu, saindo pela porta com null e parando para encarar null. – Cuida bem do meu afilhadinho ok?
- Pode deixar. – null passou a mão pela barriga, sorrindo, logo depois olhou para null. – Depois podemos conversar? - Claro. – ele concordou, dando um sorriso de lado.
- Vamos indo. – null deu mais um abraço em null. – Feliz natal!
- Para vocês também. – null sorriu, acenando e os dois foram em direção ao carro prata de null.
- Belo carro. – null elogiou, olhando para o Audi TT.
- Quero trocar por um fusca verde limão. – null comentou, abrindo a porta para null.
- Você não é louco. – ela o olhou espantada, entrando no carro em seguida. null entrou no lado do motorista, ligando o carro logo depois.
- Você é madrinha do filho da null? – ele perguntou, lembrando dela chamando o bebê de afilhadinho.
- Sim. – os olhos de null brilharam ao falar isso.
- Legal. – ele sorriu, olhando para a rua.

*****

- Esta frio. – null quebrou o silêncio. Ela e null estavam andando por uma pracinha vazia, pela hora e pelo frio. O vento batia nos dois, os fazendo se encolherem e seus cabelos voarem.
- Você é muito frienta. – null riu e apontou para um baquinho. – Vamos sentar ali.
- Mas esta cheio de neve. – null não estava querendo ter sua bunda toda molhada.
- Deixa de ser fresca. – null riu, parando de andar. null não percebeu e continuou andando e resmungando.
null sorriu maleficamente, pegando uma boa quantia de neve no chão e a modelando em forma de uma bola. null continuava a andar em direção ao banco, até sentir uma coisa gelada e meio dura ser tacada em sua cabeça, abriu a boca, descrente, ele não tinha feito isso.
- VOCÊ ESTA MORTO. – ela gritou, pegando um pouco de neve no chão, apertando e correndo atrás do menino que corria dela, acertou a bola de neve nas costas do garoto. Logo depois disso começaram a fazer guerra de neve. Era bolinha para todos os lados.
null se jogou no chão e null fez o mesmo ao lado do garoto. Estavam molhados, suados e ofegantes, por terem corrido.
- Meu Deus! Eu estou encharcado. – null falou, rindo e respirando fundo.
- Fresco. – null fez uma voz fina, fazendo null rir.
Os dois ficaram em silêncio, esperando suas respirações se normalizarem. null sentou, passando as mãos pelos cabelos molhados e com farelos de neve. Olhou para null que tinha um sorriso nos lábios, de olhos fechados, sorriu também.
- Acho melhor nós irmos para casa. – ela comentou, olhando para o garoto e corando ao ver que ele a encarava.
- Por quê? – ele perguntou. null sentou ao lado dele, encarando-o.
- Não queremos pegar uma pneumonia, certo? – null sorriu mais uma vez. Era engraçado como, mesmo conhecendo null há pouco tempo, ela não conseguia parar de sorrir ao o olhar. null não disse nada, apenas foi aproximando seu rosto ao da garota.
Ela agora sentia a respiração dele próxima, muito próxima. null fechou os olhos instantaneamente, enquanto sentia uma das mãos de null acariciar seu rosto, puxando-o mais pra perto. Então ela sentiu os lábios dele tocarem os seus, num beijo calmo, as respirações dos dois se misturando.
Sentiram uma urgência e aprofundaram o beijo, null passou os braços ao redor do pescoço de null e ele a abraçou pela cintura. Foi um beijo intenso e demorado, só pararam para respirar.
null sorriu envergonhada para null, que passava o polegar na bochecha da menina lentamente, sorrindo abertamente.
- Estou começando a gostar de natal. – null comentou, rindo e fez a menina rir também. Aproximou-se dela, a beijando novamente.
null tinha encontrado a pessoa para remendar seu coração, podia conhecer null há pouco tempo, mas sabia que aquela garota que sorria como anjo podia mudar sua vida, podia fazê-lo redescobrir o amor que há muito tempo não sentia e já tinha perdido as esperanças de um dia sentir novamente.
null, a garota que quase o matou mais cedo, a garota louca que tinha tantas coisas incomuns com ele.
- Eu acho melhor irmos. – null falou, depois de partirem o beijo. – Vamos acabar ficando resfriados.
- Você tem razão, vamos, vou te levar para casa. – null sorriu, levantando e ajudando a menina a se levantar também.
null parou enfrente ao garoto, balançando o cabelo dele.
- Tem terra. – ela falou, rindo. null riu e a puxou para mais um beijo.
- Sabe... Eu me esqueci de te falar uma coisa. – null mordeu o lábio inferior, saindo dos braços do garoto. – Feliz Natal null.
E saiu correndo, saltitante em direção ao carro. null sorriu, olhando para a garota que mais parecia uma criança feliz. Talvez natal não fosse tão ruim assim.


FIM





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