"Véspera de natal!" null gritou ao telefone, batendo palminhas com as mãos livres. O viva-voz era perfeito para a menina, que amava
gesticular enquanto conversava e brigava com as pessoas. Um null sonolento bufou do outro lado da linha. null ouviu alguns sons de movimentação e, então, Daniel finalmente se pronunciou:
"Você realmente me acordou as..." pausa. "Oito e quarenta e cinco, para me
lembrar do que eu mais quero esquecer?" perguntou, exasperadamente. null imaginou a cara emburrada do amigo e riu.
"Sr. Grinch,
sinto muito se esta data mágica não te apetece, mas eu, por um acaso, possuo uma cozinha abarrotada de panetones e trufas, que serão deglutidas por mim, se você não sair da
sua toca de reclusão e se dirigir à oficina do papai-noel agora!" ela pediu, sorrindo de ponta a ponta do rosto, quase rasgando as dobras das peles.
"Sininho, eu vou tentar me
levantar e tentar trocar de roupa e vou para aí." null sabia que a mudança de humor do menino se devia ao fato dela ter mencionado as
trufas - o garoto era viciado.
"Espera." pediu, de repente. null pensou um pouco, rindo em seguida. "Porque você me chamou de
Sininho?" null franziu o cenho.
"Você não brincou que está na oficina do papai-noel?" perguntou, pausadamente. "Quem trabalha lá são
os duendes, ora." respondeu, com um tom de obviedade. null teve um síncope de risos do outro lado da linha, ignorando
null, que esperava pacientemente o fim do surto da menina.
"null!" exclamou. "A Sininho é
uma fada!" berrou, espantada com a lerdeza do garoto.
"Fada?" null berrou à mesma altura, incrédulo. "Você está mentindo para
mim." disse, se levantando e andando até o guarda-roupa, preparando-se para escolher uma roupa. O dia estava incrivelmente gelado e a neve cobria tudo, fazendo o topo das
árvores parecerem a ponta de um cotonete e as calçadas uma pista de gelo infinita.
"null, o mentiroso aqui é você que disse que ia
trocar de roupa e vir. Desliga esse telefone." pediu. "Quando você chegar aqui te conto até a raça do pateta."
"O pateta é um esqui--" começou, sendo interrompido por um
sequência de toques do telefone. "null?"
null pulou da cama, calçando as pantufas e
correndo pelo quarto até alcançar a gaveta de roupas. Trocou seu pijama de borboletas por uma calça jeans e um moletom grosso, devido ao frio intenso. Penteou os cabelos com a
escova de madeira e, por fim, o prendeu num rabo alto, com o auxílio de um elástico. Suas bochechas estavam coradas e seus lábios rachados, de modo que preferiu não colocar
maquiagem. Correu, em seguida, para fora do quarto, quase derrubando a guirlanda pendurada em sua porta na pressa. Parou por alguns instantes para admirar a árvore de natal da
sala, majestosa, indo praticamente até o teto do apartamento. Grandes esferas coloridas pendiam de suas pontas e inúmeras luzes em seu interior iluminavam-a parcialmente por fora.
A campainha tocou exatamente no instante em que seguia para a cozinha e ela bateu palmas novamente, ansiosa para ver o amigo.
"Grinch!" null gritou exageradamente ao ver null escorado na soleira da porta, com um conjunto de frio azul-escuro.
null sorriu, olhando a cara de felicidade da menina.
"Espero que não esteja mentindo sobre as trufas." disse, passando pela porta e
depositando um beijo na testa dela.
"Não. Elas estão na cozinha, esperando por você." respondeu, seguindo-o para cozinha. null
entortou o sorriso ao perceber que a casa toda parecia estar verde e vermelha e que, em cada canto, um papai noel sorria para ele. Algumas vezes ele estava acompanhado por uma
rena.
"Seus pais saíram?" null perguntou à menina, que já estava na cozinha, abrindo um pacote de trufas de chocolate. Piscou os olhos
tentando tirar a imagem psicopática do papai noel da mente e, assim como a garota, rumou pelo corredor para a arejada cozinha da casa. A menina já tinha separado dois pedaços
grandes para cada em dois pratos decorados com laços vermelhos. null riu da cara de nojo dele, observando a tolha da mesa, repleta de
caixas de presentes bordadas, uma mini-árvore numa mesa de canto e um trenó cheio de bolachas recheadas dentro.
"Saíram. Foram buscar umas cestas de natal em algum
lugar e depois vão sair para arranjar outra árvore." null quase engasgou com o pedaço grande de trufa na boca.
"Outra?" perguntou,
espantado. "Para quê?"
"Para a sala de jantar." Informou. "A Gina morreu semana passada."
"Gina?" null perguntou, já prevendo
a resposta.
"É, a árvore." disse. "Não me olha com essa cara, null." ele deu de ombros e engoliu o restante de sua trufa.
Quando
acabaram, null depositou os pratos sujos na pia e se virou para o garoto. Ele olhou atento para ela, esperando null se pronunciar.
"O natal é mágico, null." ela falou, quase num sussuro desesperado. Ele a encarou fixamente. "Qual
o seu problema com ele?" null quase sentiu pena da menina. Como se o natal fosse um parente dela, pensou.
"null..." suspirou. "Você sabe que minha família não é exatamente normal." a lembrou. null
soltou um muxoxo. A mãe de null abandonara o garoto quando ele ainda era um bebê e seu pai, quando não estava bêbado estava absorto
demais trabalhando na carpintaria vendendo madeira ilegal. null também tinha um irmão mais velho, que após ser libertado da prisão (tinha
furtado uma farmácia) viajou para o Haiti alegando querer mudar de vida e investir em seu lado humanitário. Sendo assim, a única família de null era a própria garota e o outro melhor amigo deles, null. Na verdade, a menina se surpreendia com o fato de
null ser um garoto bem normal se comparado a família, direito e estudioso, enquanto null, que
nascera numa família rica e ajustada ser tão problemático. Vivia aparecendo bêbado nos cantos e sempre estava metido em alguma encrenca. Na delegacia mais próxima, todos já o
conheciam.
"Logo..." null continuou, alheio aos pensamentos da menina. "Meus natais foram o que posso chamar de traumáticos."
completou. null pensou em algo para dizer, para provar que ele estava errado, mas nem assim conseguia. O que ela, uma menina com pais
que se amavam, não tão rica quanto null, mas não tão humilde quanto null, que tinha uma família
unida e tinha tudo sempre perfeito podia dizer?
"Não pode ter sido tão ruim assim, null." afirmou. A única coisa que conseguia pensar
para dizer. null bufou.
"Realmente, não foi tão ruim. Foi péssimo. Eu odeio o Natal, null."
falou, com veemência. "Quando não passava assistindo qualquer programa idiota na televisão estava em um bar com meu pai, assistindo ele se embebedar. Não esqueça dos lindos
cartões que Fred me manda todo ano, com fotos de enchentes e crianças decepadas do Haiti!" completou, irônico.
"Alguma coisa tem que ser boa..." null refletiu, em voz alta. Seus olhos se iluminaram. "Os presentes!" null riu um pouco alto.
"Por incrível que pareça, eu
tenho trauma até dos presentes." null confessou, apoiando as mãos nos ombros da garota. "Uma vez eu ganhei um par de meias de natal.
Daquelas que vem até o meio da canela, que meu avô usaria! E uma delas veio com um furo!" seu tom de voz ia subindo cada vez mais e seus braços quase sacudiam
null inconscientemente.
"Ah, null. Pelo menos foi um... presente."
null tentou amenizar o fato, mesmo não acreditando em suas próprias palavras. null bufou.
"Era uma meia furada, null." falou, seu tom de voz contido e um sorriso mínimo no canto dos lábios. "Uma meia furada."
null o encarou com um sorriso reprimido, tentando não rir do garoto.
"null."
null chamou, com o tom de voz sério desta vez. "Você tem trauma do natal porque nunca viveu um natal de verdade. Mas é um tempo
lindo, cheio de alegria, velhinhos fingindo que são papai noel, trazendo alegria para as criancinhas, famílas celebrando a união... " ela ignorou o olhar de null a palavra família. "E tenho certeza que, se você passasse o dia de hoje comigo, celebrando como eu celebro todo ano, você olharia para mim, jogaria
todo o seu orgulho e preconceito para o alto e diria "Eu amo o natal" com um sorriso na ponta dos lábios." disse, também ignorando os olhares aterrorizados do garoto.
"Isso é um
convite?" ele perguntou. null (sim) bateu palmas.
"Claro que é. null disse que vai vir também.
Se ele não for internado em coma alcoólico antes, é claro." completou, imaginando o garoto adentrando a casa com um garrafa de uísque na mão, se desculpando com os pais de
null por ter aberto, já que era um presente.
"Não sei, null." null disse, olhando para o chão. Reparou que seu tênis estava incrivelmente gasto.
"Sabe sim, null. Eu faço qualquer
coisa, mas passe a véspera de natal comigo." implorou. null olhou para ela e uma idéia venho a sua mente.
"Passo." disse, vendo o
sorriso dela aumentar gradativamente. "Contanto... tenho um pedido também." null olhou para ele desconfiada.
"Qualquer coisa."
"Ótimo. Eu passo o dia de hoje inteiro com você, faço qualquer besteirada de natal com você, mas você terá que passar o natal propriamente dito, amanhã, comigo." pediu.
null resmungou alguma coisa inaudível.
"Pensei que odiasse o natal." comentou.
"Odeio." disse null. "Amanhã vou te mostrar como o natal é idiota, uma invenção capitalista das grandes empresas, principalmente a coca-cola, com aqueles ursos bobos." falou. "Você vai
ver tudo do meu ponto-de-vista." null concordou, um sorriso diabólico brotando.
"Então... hoje você vai viver o natal da minha maneira,
e amanhã eu vivo da sua?" perguntou, gostando do desafio.
"Exato."
"Então... que comece o melhor natal da sua vida, Grinch."
"Para onde estamos indo,
null?" null perguntou preocupado, se abraçando por causa do frio das ruas Londrinhas.
null tinha um sorriso confiante no rosto.
"Vamos para o centro comercial Elderry, o melhor lugar para começar a véspera de natal."
informou, vendo null revirar os olhos.
Ambos andaram alguns metros, até avistarem a luxuosa e imponente construção redonda, que
lembrava muito o coliseu, de uma forma mais moderna e envidraçada. Um grande letreiro luminoso estava pendurado à porta, com os dizeres "Feliz Natal" brilhando de forma
alternada em verde e vermelho. null parou de repente, e abriu sua mochila rapidamente, tirando uma câmera digital e duas pilhas
recarregáveis de dentro dela. Após encaixá-las, olhou paciente para null.
"O quê?" Ele perguntou, fingindo não entender as pretensões
da menina.
"null! Hoje você faz tudo que eu quiser, lembra?" reclamou. Ele concordou cabisbaixa e ficou embaixo do letreiro, fazendo
uma falsa cara de felicidade. null tirou duas fotos, e chamou uma moça que passava para tirar uma foto dos dois.
null correu para perto dele e o abraçou. A moça tirou a foto e, após null agradecê-la, foi embora.
A menina passou os braços pelos de null e correu para entrar no Elderry.
"Cara, isso é assustador." null disse ao entrar. O local, como resto do mundo, brilhava em diferentes enfeites natalinos, com meias gigantes penduradas no teto, um papai noel sorridente no meio do
saguão principal, vários duendes distribuindo doces para crianças e cafeterias lotadas de atendentes usando gorros de papai noel.
"Não é?" null perguntou. Com certeza, o assustador dela era um assustador legal.
"Elderry me lembra duendes. Como se fosse o nome de um deles, ou a casa que moram."
null comentou, numa face retorcida em desespero.
"Isso aí, null" null vibrou. "Entrando no clima natalino!"
Ambos seguiram pelos corredores abarrotados de pessoas, seres idiotas (duendes e papais noeis, segundo
null) e enfeites natalinos. null entrou em um corredor mas estreito, indo diretamente a uma loja
reluzente em um canto. Puxou null para dentro dela, sem dar a ele tempo para descobrir o nome da loja. null imediatamente sentiu um cheiro de caramelo e café quente e se sentiu extremamente aquecido. "Você não pode se sentir aquecido,
null." Pensou.
"Nossa primeira parada." disse null. "É aqui, na Christmassy. Vamos
arranjar um cachecol e uma meia para seus doces." completou.
"Cachecol? Meia?" null perguntou.
"Óbvio." null respondeu de dentro de uma arara lotada de cachecóis que a havia sugado. "De preferência um cachecol verde e vermelho, pois sei que você ama."
null riu sem humor e acompanhou a menina sair de dentro da arara, com uma penca de cachecóis fofos na mão.
"Meu Deus."
null exclamou.
"Lindos, não é?" remexeu um por um na sua mão, analisando-os meticulosamente. "Temos o clássico verde e vermelho,
o branco com detalhes verdes, vermelho e dourado, dourado com detalhes verdes, um completamente verde com as pontas vermelhas e o querido branco listrado de vermelho."
falou, mostrando-os um por um para null.
"Ahn..." null balbuciou. null piou baixo.
"Bom, decidirei por você." disse, revirando-os em sua mão. "Vejamos. Branco e verde me lembra sonserina. Vermelho e dourado me lembram
grifinória. Fora." frisou a última palavra, devolvendo-os a arara. "O branco listrado de vermelho me lembram aqueles guarda-chuvinhas, esquece." observou os dois restantes. "Olha,
null, acho que verde e vermelho são sua sina!" Exclamou, rindo em seguida.
"Você fez de propósito." null observou. null riu culpada. "De qualquer modo" null se pronunciou, para espanto de
null. "Esse verde e vermelho me lembra um papel de presente, então o verde com pontas vermelhas." disse, puxando-o da mão da
menina.
"Isso, null! Atitude" lembrou. "Agora, vamos para o balcão, as meias ficam lá." seguiram pelos corredores lotados, até
chegarem a uma balcão de vidro, no qual estavam expostos diferentes meias, de várias cores e tamanhos.
"Isso é uma babaquice." null disse.
"Como é seu primeiro natal propriamente dito, temos que ficar com o tradicional." Alegou ela, ignorando o comentários anterior do garoto.
null pediu à vendedora uma meia de tamanho médio, de cor branca com alguns detalhes vermelhos na barra. A mulher a entregou, e
null estendeu-a para null, como se fosse uma jóia preciosa.
"Pelo menos veio sem furos."
null comentou, arrancando gargalhadas da garota. Ele próprio acabou rindo e ambos seguiram para o caixa. null fez questão de pagar por tudo e, assim que saíram da loja, null o carregou até uma cafetería e pediu dois "Natal
encantado" para tomarem.
"Não é bom?" perguntou ao menino que bebia o café com vontade.
"É sim." detestou confesssar. "O que vem dentro?"
null bebeu mais um gole e disse:
"Café, leite desnatado, chocolate meio amargo, pedaços crocantes de marshmallow derretidos e um
creme especial." disse. "Só vendem na época de natal."
"Então, o que faremos agora?" null perguntou. null descansou o copo de plástico no balcão e olhou o relógio.
"Esperar. O show começa daqui a dez minutos." disse. null olhou inquisidoramente para ela. "Ah. É um show lindo, lá na área de patinação no gelo, fora do Elderry. Várias patinadoras e patinadores dançam pela pista ao som de
canções natalinas tocadas por flaustistas e violinistas." null explicou, sonhadora. "Não se preocupe." acrescentou, ao ver a cara de
desespero do garoto. "Dura apenas quinze minutos." Completou.
Terminaram o café, e null voltou a puxar null, desta vez para a saída do centro comercial. Uma aglomeração de pessoas já estava em volta do rinque de patinação, onde vários músicos estavam à postos
para o começo do espetáculo. Conseguiram um lugar perto da ponta esquerda, tendo uma visão da entrada do rinque, onde várias patinadoras e patinadores estavam em pé,
esperando o chamado para entrarem. null olhou para null, que parecia ansiosa olhando para
todas as direções. Seus olhos iam do relógios para o rinque, e do rinque para o relógio. Só parou quando ouviu uma longa vibração vindo de uma flauta. Bateu palminhas e apertou o
braço de null com força. Várias patinadoras vestindo vestidos justos de uma cor prateada irromperam no rinque, numa dança sincronizada.
A música começou a ser tocada pela orquestra, e mais patinadores entraram, vestindo collants pretos, também justos. null explicou a
null que a história desse ano era sobre a princesa do gelo, que procurava desesperadamente por sua flauta de ouro, o único objeto capaz
de salvar o natal por algum motivo que null não gravou. Ele começou a ficar tão empolgado quando a menina quando a princesa do gelo,
uma patinadora em cima de um pódio, vestindo um vestido branco brilhoso apareceu no meio da pista, sendo rodeada pelos patinadores. O show acabou pouco tempo depois, com a
princesa encontrando a flauta de ouro numa caverna de fogo.
null disse a null que achou o
espetáculo meio bobo, mas a menina viu que ele estava muito compenetrado. O frio havia ficado mais severo, por isso null decidiu que era
hora de voltar para casa e continuar mostrando a null a magia do natal. Pegaram um ônibus e rapidamente chegaram à rua da menina.
null buscou as chaves na mochila e entraram.
"Por pouco não viramos bonecos de neve, heim null?" null brincou. Ele se virou para ela rindo.
"Todas as suas piadinhas envolvem alguma coisa sobre natal?" perguntou. A
menina, no entanto, olhava admirada para um ponto fixo atrás dele. null se virou, revirando os olhos ao constatar que era a outra árvore de
natal.
"null! Não sabia que estava aqui!" null e null
se viraram e viram Rachel, a mãe de null adentrando a sala, embrulhada em um casaco de cor marrom.
"Mãe!"
null exclamou. "Trouxe tudo?" perguntou, os olhos brilhando. A mãe sorriu e apontou para uma caixa mediana ao lado da porta da cozinha.
null correu até ela.
"Vai passar a ceia conosco hoje, null?" a mãe de
null perguntou ao menino. Ele concordou sem graça.
"Se a senhora não se importar... null
está tentando me converter nessa máfia natalina dela." explicou. null gritou "idiota" de dentro da cozinha. Rachel riu.
"Fica a
vontade. null também virá, não é?" perguntou preocupada. null assentiu. "Ano passado ele
quebrou meu castiçal numa brincadeira. Espero que esse ano não seja o vaso da dinastia Ming." Balançou os cabelos, arrumando-os sobre os ombros. "Bom, tenho que encontrar
Richard na casa da tia dele agora." pegou a bolsa que estava no sofá e pendurou-a sobre os ombros. Após se despedir de null e
null, foi embora.
null voltou instantes depois com a caixa aberta na mão, e a depositou perto da
árvore.
"Agora, null..." começou, fazendo suspense. "Você vai montar uma árvore de natal, o símbolo máximo da noite de
natal."
null fez null colocar o pinheiro no suporte (vermelho, para constar), pendurar as
esferas coloridas em cada ponta, derrubar sobre ela neve artificial e purpurina dourada, pendurar laçarotes dourados e, por fim, prender em volta dela inúmeras luzes brilhantes, que
piscavam alternadamente. null, então, retirou da caixa com extremo cuidado uma estrela dourada e um anjo e os entregou para
null.
"Saiba que é uma honra colocar o anjo e a estrela." explicou. null ia rir, mas achou que
talvez null o enforcasse com o pisca-pisca se o fizesse. Ele levantou, colocando o anjo bem em cima da árvore, ajeitando sua veste sobre o
corpo minúsculo e, por fim, prendeu a enorme estrela no topo do pinheiro. null o afastou da árvore e pediu para ele observá-la.
null tinha que confessar que ela estava linda, parecendo a árvore de alguma loja de departamentos, ou a árvore de algum filme americano.
Depois de babarem nela, null a carregou até a sala de jantar.
Perceberam que já era tarde, então concordaram em cada um trocar de
roupa em sua própria casa e se encontrarem às oito horas para a ceia, na casa de null.
"null!" null exclamou, ao ver o amigo no portão de sua casa. O amigo levantou os braços, um contendo uma garrafa na mão e o
outro uma caixa de bombons.
null olhou o amigo e, decididamente, perguntou:
"Você não está bêbado?"
null riu abertamente e passou pelo portão.
"Estou. Mas não o suficiente para cambalear." disse. "Ainda." null riu e abraçou o amigo. Ele a entregou os bombons e os dois entraram na casa, onde a família de null conversava num
volume alto, a música tocava sem parar e uma enorme mesa de petiscos e entradas estava disposta no meio da sala. Os olhos de null se
iluminaram ao ver o bar do pai de null, e ele logo buscou uma taça de Scotch.
"null...
null, que surpresa!" a mãe de null exclamou fingindo uma falsa animação perto do rapaz.
null pegou a mão dela e a beijou, dizendo boa-noite em seguida. Rachel esqueceu o que ia falar com a filha e deu meia-volta, quase correndo
para verificar se o vaso estava intacto. null e null se entreolharam e riram, sendo interrompidos
pela campainha.
null correu para a porta, vendo null do outro lado do portão. Pela cara dele,
parecia estar indo a um enterro ou entrando numa sala de cirurgia. null a seguiu, sorrindo ao ver o amigo.
"null! null!" null exclamou surpreso ao ver o amigo. Pensava que, talvez, ele realmente
tivesse um coma alcoólico. Ele passou pela porta, abraçando null e se dirigindo ao amigo. Ambos se abraçaram (de uma forma gay,
null pensou) e sorriram um para o outro.
"Onde você esteve essa semana?" null perguntou.
"null e eu te procuramos por toda parte." null concordou rindo. Frequentemente,
null sumia por dias sem dar sinal de vida.
"Estava na Irlanda. Meus pais disseram que precisavam de uma férias de
null e meio que me empurraram até o jatinho mais próximo." Explicou, como se fosse uma coisa normal toda família ter quatro
jatinhos.
"O que importa... é que passaremos o natal juntos!" null bateu palmas, feliz. null e
null se entreolharam e correram até a menina, cada um segurando um braço dela.
"Chega de palminhas, null." null pediu. A menina guinchou, rindo baixo. Seguiram de volta para a sala.
"A propósito, null, você está vestindo um cachecol de natal?" null perguntou, olhando o pescoço do amigo. null riu de uma forma psicótica.
"Está. É uma aposta que fizemos hoje, pela manhã." disse. "null passou o dia inteiro
de hoje comigo, para eu lhe mostrar a magia do natal, e amanhã passaremos o dia com ele, para ele mostrar a... desmagia do natal." explicou. null pareceu confuso.
"Passaremos?" perguntou.
"Você realmente achou que a null ia te deixar fora dessa?"
null perguntou, rindo.
"null, sério que o martíni é liberado?" null perguntou novamente para null, olhando as garrafas lindas, esperando para serem bebidas no balcão.
null riu.
"Sim, null. Só não vá beber demais e derrubar em algum lugar impróprio." pediu
serenamente. Depois, olhou para null sentado no sofá vermelho, parecendo entediado. Suspirou e se sentou ao lado dele.
"Antes que
pergunte pela milésima vez, null, eu não estou entendiado." respondeu, antes de null falar alguma
coisa.
"Eu não ia perguntar isso." disse. null olhou para ela com as sombracelhas levantadas. "Ok, eu ia."
"É só que..."
null começou, olhando em volta. "Está tudo ótimo, null. Mas é que eu não quero me iludir. Não vai
ser assim lá em casa, nunca." disse. null olhou triste para o garoto.
"É por isso que você tem a mim. E ao null. Nós sempre vamos te receber para celebrar com a gente. Nós amamos você, null." ela disse, estendendo a mão e
segurando a de null. null chegou alguns instantes depois e depositou a sua mãe sobre a deles,
enquanto a outra estava ocupada com uma taça de martíni.
"Vocês estão em um momento emo?" null perguntou, bebendo um gole.
"Porque eu posso voltar mais tarde."
"Nada disso." null respondeu. "Venham" e puxou os dois para fora da casa, quase escorregando
em seu vestido longo. A neve caia em flocos em cima da cabeça de todos, mas null sorria. Ela olhou para os dois e fez um sinal para eles a
observarem. Puxou o vestido para cima, até quase alcançar a parte superior das coxas e deu um nó nele próprio, diminuindo drasticamente o tamanho do mesmo.
null e null se entreolharam.
"Assim, null..."
null falou desconcertado. Mas parou ao ver a menina se deitar na neve congelante. "O que você..."
"Deitem aqui do meu lado." ela
pediu. null bebeu o resto do martíni em um só gole.
"null, a gente é amigo, sabe. Apesar de você
ser muito boni..."
"Vocês dois, parem de pensar besteira e deitem." pediu, irritada. null e null
se entreolharam mais uma vez e tiraram os paletós, jogando-os em um canto. Cada um foi para um lado de null. "Distantes de mim, por
favor." pediu. null e null bufaram e deram dois passos cada para longe de
null. null, já sabendo o que a menina faria, deitou de boa vontade, ao contrário de
null, que relinchava como um cavalo presunçoso.
"Já podemos?" null perguntou, como uma
criança.
"Podemos o quê?" null replicou. null quis bater palmas, mas se conteve.
"Quando eu falar já, você vai abrir bem os braços e as pernas, repetidas vezes, certo null?" o menino murmurou um "sim", mesmo não
tendo entendido nada. "Já!"
null e null começaram a fazer espécies de polichinelos deitados,
marcando com força a neve abaixo deles. null começou a fazer o mesmo, se sentindo extremamente idiota. Alguns instantes depois, todos
pararam e null e null pularam para ficarem em pé. null se
levantou também, sentindo suas costas extremamente dormentes. Olhou para os amigos que olhavam admirados para o chão. Ele olhou para baixo, vendo a forma de dois anjos
desenhados na neve. O que deveria ser o terceiro anjo, era apenas uma massa disforme no amontoado de neve. null se aproximou do
amigo e deu dois tapinhas nas costas dele.
"Foi bom para a primeira vez." disse. null riu sem saber o porquê.
"Bom? Eu não sei
nem aonde terminam os braços do anjo. Parece mais uma criatura do Inferno." riu altamente, fazendo null e null olharem para ele e constatarem que sim, o amigo estava bêbado.
"Hora de levá-lo para dentro." constataram.
"Cinco minutos."
null repetia freneticamente, para os amigos. Todos os convidados estavam em volta da enorme mesa de quitutes da sala de jantar,
esperando juntos o relógio marcar meia-noite. null se sentia estranhamente nervoso e suava pelos poros. Estava ansioso e detestava admitir
isso. null e null quase comiam os dedos inteiros cada vez que roíam uma unha.
"Quatro."
null falou, baixinho, como se estivesse contando um segredo. Ambos se entreolharam e null
esticou uma mão até cada um dos garotos.
"Três." null guinchou, querendo bater palminhas. Suas mãos estavam presas.
"Um"
null praticamente gritou, mordendo o lábio inferior.
"Não null, depois do três vem o dois..."
explicava para o amigo bêbado.
"Um." null anunciou, interrompendo a mini-discussão dos amigos. null sorriu e null bebeu mais um gole do martíni. Observaram o ponteiro se mexer minimamente e, então...
"Meia-noite!"
null proclamou, num tom de respeito e alegria. E, então, foi uma explosão.
Todos suspiraram "aaah" e irromperam em sorrisos
desesperados, abraçando as pessoas mais próximas de si, desejando-as feliz natal. null ficou sem jeito quando o pai de
null lhe cumprimentou, principalmente pelo fato de que nem seu próprio pai fazia isso com ele. E então se sentiu esmagado por dois corpos, um
cambaleante, que reconheceu sendo de null e outro pequeno, que era de null. Os abraçou com força,
agradecendo por ter amigos de verdade como os dois. null se separou dos meninos e foi falar com a família. null pegou mais duas taças de bebida, entregando uma para null. Poucos minutos depois null voltou, os olhos brilhando de emoção.
"Hora de abrir presentes!" Bateu palminhas. null correu para perto da lareira e
null foi mais atrás com null em seu encalço.
Chegando lá, null avistou sua meia pendurada junto com tantas outras, sendo preenchida por uma embalagem quadrada e retorcida.
null correu
diretamente até sua meia, de uma cor verde e puxou de dentro dela a embalagem redonda de vidro. Quase chorou de emoção ao perceber que era um vinho roubado da adega do
pai de null, daquele tipo envelhecido em quatrocentos anos. O menino a abraçou e a entregou e apontou para a meia dela.
null correu até ela e tirou de lá uma caixa embrulhada num papel azul brilhante. Seus dedos rapidamente abriram o embrulho, e sorriu, ao
perceber que o presente era uma caixa de som para seu ipod. null tinha quebrado a dela no começo do mês e prometeu dar outra a ela no
natal.
null se aproximou lentamente da sua meia, como se ela desse choques ou até mesmo mordesse. Vagarosamente, puxou a
embalagem da meia, rasgando o papel de presente. Seus olhos se arregalaram quando viu o ipod na pequena caixa. Olhou para os amigos, que o olhavam ansiosos para saberem sua
reação.
"Gostou?" null perguntou, nervosa.
"Não é uma m-meia mas, irc, acho que v-você vai gostar." null brincou.
"Não posso aceitar." null admitiu. "Não tenho nada para vocês." disse, envergonhado.
null suspirou e se postou ao lado do menino.
"null, não queremos nada em troca. Só te fazer
feliz. Sério." Acrescentou, ao ver a cara descrente do garoto.
"Obrigada null, null... cadê o
null, null?" null perguntou assustado ao não encontrar o
amigo.
"!" ouviram um grito ao longe, e se sobressaltaram. Avistaram a mãe de null com os olhos arregalados encarando debilmente o sofá molhado pelo drink que null acabara de derramar.
"null, duas horas." null alertou, puxando o braço da menina. Ela se virou confusa.
"E...?
"E
que o natal já começou e está na minha vez na aposta." disse. A menina bufou.
"Você ainda não desistiu depois desse dia maravilhoso?" perguntou. O garoto sorriu.
"Não.
Vamos, seus pais não vão reparar que você fugiu. Chama o null." pediu null.
null se virou e visualisou null deitado bêbado no sofá, cantarolando Ciara.
"Preciso de ajuda."
ela admitiu. Juntos, null e null conseguiram arrastar null
para fora da casa, mesmo sob as vaias do amigo. null, então, se virou para ele.
"null, temos
que usar seu carro." null pediu. null riu altamente, como se estivessem contando uma piada. Enfiou
as mãos no bolso da calça jeans e tirou uma chave de dentro dele. null pegou a chave e passou os olhos pela rua, em busca da Ferrari
preta do amigo.
"Onde você estacionou, null?" null perguntou, preocupada com o carro,
mesmo não tendo uma frequência de assaltos em sua rua.
"Bem ali." null apontou para frente. null e null se viraram ao mesmo tempo e abriram a boca ao mesmo tempo quando viram, no lugar da luxuosa Ferrari de
null um simplório Fusca amarelo.
"Você está brincando, não está, null?"
null perguntou desesperada.
"Antes fosse. Encarem isso como um castigo, por eu ser um menino mal." disse. "É pegar ou largar."
disse. "E se largar quebra."
"Eu pego." null afirmou. Caminhou decidamente até o fusca, entrando no lado do motorista.
null, com muita dificuldade, ajudou null a entrar na parte de trás do carro, entrando ela, em
seguida, no banco de passageiro, ao lado de null.
"Para onde?" perguntou.
"Reading" null revelou, virando a chave e ligando o carro.
"null, já estamos na estrada há..." null olhou o relógio. "Quatro horas." choramingou. null sorriu satisfeito.
"Exatemente. Você tem que entender como eu sofri
todo ano, com meu pai me obrigando a ir nesse bar." disse, descansando os braços já que o sinal fechara. null adormecera há alguns poucos
minutos. null bufou e se inclinou para ligar o rádio, encontrando um buraco onde ele deveria estar.
"Ótimo."
"Ótimo?"
null perguntou, maldoso. "Tem que ver daqui a pouco, quando começar o congestionamento. Vai ser pior ainda."
null revirou os olhos.
De fato, alguns minutos depois o carro parou e null enxergou um
enorme volume de veículos na frente deles.
"O que esse pessoal está fazendo? Deveriam estar em casa comendo nozes e dando biscoitinhos para o papai noel!" reclamou.
"Não estou sozinho no mundo. Nem todo mundo vive um natal da Disney que nem você." disse null.
"Não aguento mais."
null disse. "Quase oito da manhã!"
"Vamos chegas aproximadamente às onze. Se tudo der certo, é claro. O que não deve acontecer."
null sorriu.
Se andaram dez metros na hora que se seguiu, null achou muito.
null dormia tranquilamente alheio ao drama que se instaurara no carro e null cantava alguma coisa
baixinho. Ouviram alguma buzinhas e null percebeu que o congestionamento havia diminuido e os carros recomeçavam a andar. Acelerou,
entrando na pista da direita, quando ouviu um pequeno estouro e o carro parou repentinamente. null arregalou os olhos, querendo matar o
primeiro que aparecesse na frente. null saiu do carro e percebeu a fumaça saindo do capô.
"Tudo que eu podia querer." suspirou
sincero. "Mais tragédia." Ouviu uma porta bater e logo null estava ao seu lado.
"Como se não bastassem as suas." ela reclamou. "O
que aconteceu?"
"Vamos descobrir agora." Habilmente, null levantou a capota, se afastando para não receber a fumaça diretamente
em seu rosto. Com a umidade, logo ela se dissipou e null começou a examinar o motor. "É o radiador. Precisamos de água." disse.
null olhou em volta e avistou uma pequena placa, quase invisível no meio daquela neve.
"Posto. Cinco quilômetros." leu. "Ha-ha. Nem
pensar." falou. null fechou a capota.
"Prefere ficar no meio da estrada abandonada?" perguntou. null resmungou um "eu te odeio".
"Força null, somos só nos dois!" null pediu a
null que estava na outra ponta do carro, o empurrando. null vinha mais atrás, caminhando
lentamente.
"Sério null, não aguento, não suporto mais." falou, quase chorando. Parou de empurrar e se sentou no chão coberto de
neve. null parou também e foi até ela.
"A gente pode pegar um táxi." ela disse. "O null paga."
implorou, dessa vez.
"Sempre sobra para mim." Reclamou null, mais atrás.
"Falta só mais um quilômetro, null." null disse, soando aliviado. "Já foram quatro." null o encarou e se pôs de
pé.
"Certo."
Empurraram com dificuldade o carro pelo quilômetro seguinte, tendo a ajuda de null nos últimos quinhentos metros.
null bufou e resmungou um "Agora que você vem?"
Quando finalmente chegaram até o posto, null teve vontade de chorar e se jogar do monte Everest: O posto estava desativado.
"Definitivamente, esse é o meu natal." null falou. null olhou raivosa para ele.
"null." null chamou, já sóbrio.
"O que é, null?" a menina perguntou, quase atirando o fusca em cima dele.
"Tem um chiclete no
seu sapato." informou. null começou a rir escandalosamente, assistindo a menina se contorcer de raiva. Ela colocou o pé direito em cima do
joelho esquerdo, vendo a gosma rosa grudada em seu sapato. Respirou fundo lembrando das aulas de Yoga que teve e se virou calmamente para null.
"E agora?" perguntou num null calmo. null riu, sem se conter.
"Vamos andando até o bar. Depois chamamos o reboque para o... carro do null." disse.
"O reboque vale o preço do Fusca. Deixa ele aí,
segunda-feira eu pego o Volvo de volta." falou, enquanto alisava a parte de trás do Fusca.
"Volvo? O que aconteceu com a Ferrari?" null perguntou. null deu de ombros.
"Enjooei. As meninas só querem saber de Volvo agora por causa daquele Edward." disse,
emburrado. "Tomei minhas precauções."
null começou uma conversa sobre Edward, a qual null e null fingiram não ouvir, e seguiram rumo ao bar.
"Isso não é um bar."
"Selvagem."
"Bem-vindos ao meu
natal feliz."
null observou atentamente o interior do bar, para começar pelo cheiro: Gordura misturada com um alto teor de alcool. Sentia
que podia vomitar qualquer hora com o cheiro. Depois, o local, imundo e sujo, parecendo nunca ter conhecido um detergente. null e
null encararam os homens moribundos que frequentavam o bar, seguidos de alguns motoqueiros e alguns esquisitos com tatuagens de
dragão. Um homem esfregava o balcão astutamente, com um pano mais sujo do que o próprio chão do bar. Uma pequena televisão no alto era a única fonte de entretenimento.
Além disso, o lugar era extremamente abafado e quente, fazendo-os até mesmo sentir calor.
"Passamos quase onze horas em um carro, empurramos o carro por cinco quilômetros,
andamos mais três para isso?" null guinchou.
"É o que eu faço todo ano. Mas eu venho de ônibus, é claro." null disse. null sentiu pena dele por um momento.
Se dirigiram ao bar e null
pediu três cervejas. O homem que os atendeu voltou, e postou as três garrafas sem piedade na superfície, juntamente com três copos embolorados.
"Definitivamente,
selvagem." comentou null. Todos abriram infelizes suas garrafas e bebericaram um gole. O líquido quente se espalhou por cada um, fazendo
um calor estranho passar pelos seus corpos.
"Queria ir para casa." null disse, de repente. null olhou para ela. "Já entendi como seu natal funciona, null. Queria aproveitar o resto que me sobra em casa, com a minha
árvore, meus presentes, minhas meias e meus panetones. Juro que te dou uma caixa de trufas, mas vamos embora." pediu. null se sentiu
mal por fazer a amiga sofrer tanto e olhou para null. Ele também olhava triste para null. "Sabe,
nem você está botando muita fé nese natal. Já não é tão ruim."
"Vamos embora." decidiu, se levantando. null sorriu fraco e passou os
braços pelos de null, chamando null com o outro braço.
"Ei, garotos!" uma voz os chamou.
Olharam para trás e viram o homem gordo que os atendeu chamando-os. null estranhou, pois tinha deixado o dinheiro das bebidas no
balcão. Andou até o homem, se surpreendendo quando ele lhe entregou uma barra de cor marrom. "Brinde de natal." O homem falou. "Rapadura." null olhou atentamente o doce que parecia uma pedra e agradeceu o homem, voltando para perto dos amigos.
Quando saíram do bar, o crepúsculo natalino fez
eles admirarem o céu. A neve começava a cair em leves flocos gelados por sobre suas cabeças.
"Então" null disse. "Alguém quer dizer
alguma coisa?" olhou inquisidoramente para null. Ele bufou, mas sorriu.
"Quero dizer que..." parou para pensar. Precisava de algo único
para descrever o dia anterior. Buscou em sua mente alguma palavra para definir, quando se lembrou. Olhou para null, olhando dentro dos olhos
dela. "Eu amo o natal." null arregalou os olhos tamanha surpresa e pulou em cima de null, o
abraçando.
"Missão cumprida!" vibrou, agarrada ao pescoço dele. "Cadê o null para ouvir isso?" olhou para os lados, procurando o
amigo.
null estava a alguns metros, falando no blackberry.
"James? Manda o jatinho três para norte 51'89 e sul 87'10."
FIM
Nota da autora: (20/12/09)
Oi galerinha!
Aqui estou eu participando desse challenge. É o primeiro que eu participo, então espero que eu tenha entendido tudo
direitinho. Sobre a história, eu estava completamente sem criatividade quando me veio a cena da meia furada a cabeça. Aí, depois disso, a história fluiu muuuuuito rápido! Para vocês
terem uma noção, comecei a escrevê-la dia 12 à noite e terminei ela dia 17. Bom, é meu recorde, ok? AEUIAHEUAE. Só consegui parar para scriptar agora, 03:37 da manhã.
Enfim, um feliz natal a todo mundo, que vocês tenham muita saúde em 2010 porque isso é o principal: o resto vem com esforço. Obrigada a todas as leitoras que fizeram meu
2009 mais feliz com os comentários lindos de vocês, a fic do mês e todo o apoio!
Beijos meninas, até 2010, porque vou encher MUITO o saco de vocês.
xx Nat
Waiting On An Angel (andamento)
Break me (finalizada - restrita)
Break me II (em breve, finalizada - restrita)
Wedding Ring (shortfic)
Um gesto
(shortfic)