Um Milagre de Natal


Challenge #01

Nota: 5,1

Colocação: 15°




é um garoto comum, tem amigos, namorada e uma banda, só a um grande problema com ele: tem trauma do natal. Nunca contou o porquê de tal trauma para ninguém, era um mistério que sua namorada desejava descobrir a todo custo, já que ela sempre amou essa época do ano.
Para ajudar ainda mais, recebeu uma ligação de Danny,seu melhor amigo,avisando que iria passar o natal com eles,afirmando não querer deixar e ele sozinhos numa época tão especial.

- Hey família!- Danny entra todo empolgado no apartamento do casal mas não encontra ninguém, larga as malas e vai procura-los. Depois de procurar em todos os quartos e não achar ninguém ele escuta o barulho de algo de metal caindo no chão, imaginou que vinha da cozinha e foi até lá.
- CHEGUEI - ele entra na cozinha gritando sem nem olhar quem estava lá, e acaba se deparando com sentada na bancada da cozinha entra as pernas de , os dois estavam vermelhos e com a roupa amassada.
- Er... Danny, hum, hey você chegou - , mais vermelho ainda, responde o amigo enquanto se afastava da bancada dando espaço para descer da mesma.
-Atrapalhei alguma coisa?-Danny falou assustado.
- Lógico que...- ia falar mas foi interrompido por .
- Que não Danny, er... Fica a vontade- Ela diz, olhando feio para o namorado - Eu ia começar a preparar o almoço, o te mostra o quarto em que você vai ficar- Ela continua, ainda envergonhada, enquanto vai para o perto do fogão preparar o almoço.

sai da cozinha, seguido por Danny, que continua a perguntar:
- Cara, o que vocês estavam fazendo lá? - Olhando sem acreditar em como o amigo era lerdo, responde.
- Nem te conto cara! Seu empata-foda!
- Não acredito! caraaa, por que não colocou um lenço na porta? Lá em casa eu colocava uma meia furada! - , sem resistir, começa a rir com o amigo, ele tinha um ótimo senso de humor.
- Meia furada?- pergunta ainda rindo do amigo.
- É dude, pra ninguém atrapalhar sabe - Danny responde dando uma piscadela safada para o amigo.
- Isso eu entendi né tapado, mas porque uma meia?E furada ainda? - não conseguia entender como o amigo conseguia ser tão lerdo.
- A sei lá porque meias dude, mas as que não estavam tão furadas eu usava né - Fez uma cara de sabichão para que resolveu deixar pra lá.
mostrou o quarto ao Danny e o deixou se instalar lá, voltando para a cozinha a fim de ajudar com o almoço, só isso mesmo, pois agora eles tinham um inquilino em casa.

Chegando lá sente um cheiro de queimado e olha para , que estava tentando organizar a louça.
-Meu deus!O que houve aqui amor?- fala espantado.
-Acabei me descuidando da comida, acho que vamos ficar sem almoço!- fala com tom de culpa.
-Heeey familia, onde estão os enfeites de natal?-Danny entra na cozinha animado e olha para lhe pedindo ajuda.
- O que foi? a já seii...o te contou que eu adoro natal né ? Não acredito que vocês estavam me esperando para ajudar a enfeitar a casa - Danny fala com os olhos brilhando, o natal é a época do ano preferida por ele.- Então depois do almoço a gente arruma tudo. -Ele completa animado.
-Er... Falando em almoço Danny, temos um probleminha... Eu queimei ele - se dirige a Danny com o mesmo olhar de culpa de antes.
- E os armários estão à zero... - diz enquanto ainda procura alguma coisa no armário.
-Já seii!- um Danny iluminado sai correndo da cozinha deixando os outros dois se olhando sem entender nada.
Danny foi até o quarto onde estava hospedado e voltou correndo animadamente com algumas rapaduras em mãos.
-Sempre estou prevenido!-Falou com cara de sabichão.
-RAPADURA??- não conseguia controlar o riso -Porque trouxe isto Danny?- Ela perguntou olhando pra Danny sem entender nada.
-Ah,coisas da minha mãe sabe?!-respondeu ficando vermelho.
- Sua mãe achou que nós não te alimentaríamos e lhe mandou rapaduras??- perguntou sem conseguir se controlar e começou a gargalhar junto com sua namorada, deixando Danny ainda mais vermelho.
- Que seja, vão querer ou preferem passar fome?- Danny disse tentando parecer sério, mas na verdade estava com vontade de rir com eles, sua mãe só podia ser louca.
e riam descontroladamente, mas no final agradeceram pelo “almoço”.

Após comerem, Danny com euforia, chamou o casal para irem comprar enfeites de natal.
-Eu não vou comprar nada!- falou bravo, saindo da sala.
-Amoor,vamos conosco?Vai ser divertido, prometo!- falou, mas agiu como se não tivesse escutado. -Não adianta, ele não vai junto Danny.
Danny saiu atrás de , ele não conseguia entender como o amigo não gostava do natal, isso parecia impossível para ele, que adorava o natal mais do que tudo.
- Ah , qual é, ainda com aquela história de não gostar do natal? Qual o problema do natal? Nunca entendi isso.
- O problema é que eu não gosto, e sem mais! Para de me incomodar com essa história, vou acabar ficando bravo com você cara. - se revoltava com o amigo, será que era tão difícil entender que ele não gostava do natal?
- Cara, não vai dar pra te deixar em paz. Você vai ter que me dizer o que há de errado.
- Danny, sai da daqui! Não to a fim de brigar contigo no teu primeiro dia.
- Mas ... É NATAL! - O garoto não conseguia entender.
- Danny, some... Da minha... Frente... AGORA! - gritou, assustando Danny que saiu correndo.
Chegando na sala, Danny encontrou sentada no sofá, a sua espera. A garota tinha esperanças de que ele convencesse o namorado a comemorar o natal nesse ano. Mas ao ouvir gritar, as esperanças que tinha lhe fugiram. Era o terceiro ano seguido que ela não comemorava tal data, apesar de sua mãe tê-la convidado todas as vezes, ela não ia para não deixar o namorado sozinho, e se sentia triste por isso. Natal era seu feriado preferido.
- Qual é o problema com ele? - Um Danny irritado chega na sala.
- Ele se recusou, não? Eu nem tentei esse ano... - disse desanimada.
- Então vamos sozinhos, quem sabe depois de ver tudo pronto ele não comece a gostar do natal? - Disse Danny.
- Acho melhor não, ele não gosta e pronto. Vai querer nos matar se fizermos isso.
- Vai nada, vamos sim. Esse é o seu feriado preferido, não é? Você me disse outro dia. Temos o direito de comemorar, e ele vai gostar, você vai ver! - A empolgação de Danny foi tão contagiante que ela acabou cedendo, mas ainda com medo da reação de .
- Espero que sim. - Ela concordou receosa - ? VAMOS PEGAR O CARRO EMPRESTADO PARA IR AO MERCADO, SE IMPORTA? - Ela gritava devido a distância que ele se encontrava. E é claro que não ia somente ao mercado, mas ele não precisava saber.

Saindo do prédio, Danny e encontram o porteiro e o cumprimentam amigavelmente, e acabam parando para conversar com ele.
- Então, eu tenho um fusca, sabem? Ele é verde limão. Mas quebrou na semana passada, e está no concerto. Me ligaram agora dizendo que posso ir buscá-lo, teria que pegar um ônibus, mas vocês não estariam indo para o norte, estariam?
Os dois acharam engraçado o fato do fusca ser verde limão, e mais ainda do seu Geraldo ficar dizendo isso, mas não comentaram nada.
- Por coincidência, nós estamos sim, quer uma carona? - ofereceu, simpaticamente.
- Ah, sim, obrigado!
Os três seguiram para o carro de , foi dirigindo, porque se Danny pegasse no volante era bem perigoso destruir o prédio e o carro na saída. Conversavam animadamente, seu Geraldo ia contando as milhares histórias que o fusca verde limão dele tinha.
- Certa vez, minha esposa e eu esperávamos uns parentes que viriam passar o natal aqui, eram sete, meu irmão, a esposa dele, os três filhos e dois sobrinhos. Vinham de van, literalmente, só que a van quebrou na entrada da cidade, pode virar à esquerda, isso, continuando, e eles nos ligaram pedindo para irmos buscá-los. Nós só tínhamos o fusca, que é um carro minúsculo, vocês sabem,pode ir reto, eu aviso quando tiver que virar de novo, mesmo assim fomos até a oficina buscá-los, e chegando lá não havia espaço para todos e mais as malas, teríamos que fazer duas viagens, infelizmente, na primeira viagem onde estava eu e as crianças, vira à direita agora, isso, o fusca não aguentou, quebrou no meio da rua, tivemos que chamar o guincho e ficar meia hora esperando por um táxi naquela oficina, um não, dois táxis. Na hora foi uma situação super ruim, mas agora nós quase morremos de rir com isso.
Os outros dois quase choravam de tanto dar risada, seu Geraldo era um senhor de idade já, vivera muitas aventuras e tinha muita história para contar, porém, infelizmente, para Danny e , que estavam se divertindo horrores com aquele senhor, chegaram na oficina, e desceram do carro, esperando seu Geraldo pegasse o carro, que aliás era super engraçado e escandaloso devido a sua cor.
- Olha aqui, seu Geraldo, tá na hora de trocar de carro, não posso ficar retalhando esse seu abacate aí...
- Pssss, olha como fala! - Seu Geraldo o olhou feio, e começou a fazer carinho no carro, enquanto os outros dois se entreolhavam e tentavam segurar o riso. - Ele tem sentimentos.
O homem revirou os olhos e saiu, e o Geraldo entrou no carro e foi saindo da oficina, na frente de . Entraram numa larga avenida, e de repente, em um semáforo, o carro de seu Geraldo parou de andar. e Danny se entreolharam:
- O que será que houve?
- Ah, , sei lá, mas esse carro é tão velho que deve ter quebrado de novo... - Os dois riram, mas se conteram ao verem o porteiro saindo do carro e indo atrás para olhar o motor.
- Que tongo, por que ele foi ver o porta-malas? - '-- .
- Daniel, meu amor, o motor do fusca é atrás e o porta-malas é na frente, entendeu?
- Ah! Mas não deixa o te pegar me chamando de meu amor, vai dar encrenca. - Ele sorriu para ela e abriu a porta do carro, a fim de ajudar o homem com o problema do carro, embora ele não soubesse nada sobre isso.
saiu do carro ainda rolando os olhos, e recebeu uma buzinada, olhou brava para trás e viu um homem tirar a cabeça para fora e gritar:
- Eitaa! Vamos sair do caminho aí né? - E uma mulher de chevette atrás:
- ÔÔ baranga? Será que dá pra pedir pro fusquinha sair da frente? Tá causando um congestionamento aqui.
- Escuta aqui, vai xingar a mãe de baranga! E não fala muito que o próximo a quebrar pode ser o seu, olha que velharia.
A mulher saiu do carro e foi pra cima de , que foi para trás ao ver o quão 'grande' ela era. Danny entrou no meio da briga que estava prestes a acontecer, tentando dar uma acalmadinha nos ânimos das pessoas ali, da mulher gorda, do empresário estressado, da mulher loira e gostosa que só estava passando a pé, opa, cadê o Danny?
- Danny! - o chamou fazendo com que ele parasse de andar e se virasse para ela - Vai me ajudar aqui, ou não?
- Ah , mas você viu como ela era? - Ele viu ela olhando com cara de brava e foi até lá.
- Olha gente, desculpa, o guincho já está vindo, não deve...
- Está? Mas a gente nem li... - Danny viu a cara brava de novamente e se calou.
- Como eu ia dizendo, - olhou feio para o amigo. - não deve demorar, vamos esperar só mais alguns minutos...
Ela se virou e foi para o lado do porteiro que esfregava a mão na testa, como se não acreditasse, colocou a mão no ombro do senhor e tentou acalmá-lo também, ao mesmo tempo ligava para .
- , meu amor, estamos na avenida, o carro do seu Geraldo quebrou, será que dá para trazer um guincho para cá o mais rápido possível antes que comecem a atacar a gente?
'Ok, mas em que parte da avenida vocês estão?' perguntou.
A garota foi passando todas as instruções para o namorado, que jurou que iria correndo, o mais rápido que pudesse. Enquanto isso Danny conversava com seu Geraldo, que estava desanimado. Ele tocava flauta na igreja e se lembrou que naquele dia teria uma apresentação devido a um casamento, e ele era peça importante na marcha nupcial.
O garoto o acalmou dizendo que estava a caminho, e que com certeza o levaria até lá sem problema algum.
Quando chegou, avisou que o socorro estava vindo, algumas pessoas presas no congestionamento deram um jeito de passar e se livrar daquilo, mas muitas ainda aguardavam. abraçou o namorado e pediu a ele se tinha como levar o porteiro até a igreja, para sua apresentação. Tudo bolado enquanto o estava a caminho. Eles dois levariam o pobre porteiro até a igreja e Danny ficaria esperando o socorro, a garota iria atrasar o namorado por um pouco mais de tempo, para que Daniel pudesse amarrar uma árvore recém comprada no fusca do seu Geraldo, já que a oficina ficava no caminho de casa, para levá-la embora sem que percebesse. Tudo ficaria bem, se o seu Geraldo não tivesse esquecido a bendita flauta dentro do fusca.

voltou até o congestionamento, e quando chegou lá, encontrou o amigo, que estava esperando o 'socorro', amarrando uma árvore de natal em um fusca, já em cima do guincho.
- Daniel Alan David Jones! O que diabos você está fazendo com essa árvore?
- Ops, er... Oi , voltou rápido né? - Danny viu para ao seu lado e fez cara feia para ela, fazendo olhar para ela também.
- O que você tem a ver com isso?
-Er... eu...é - tentava se explicar para mas não sabia nem por onde começar.
-Olha aqui você sabe muito bem que eu não quero esse negócio lá em casa!- já estava mega irritado com isso tudo, poxa ela sabia que ele não gostava dessas coisas, o Danny ele até entendia, mas ela? a sua namorada?
- FUI EU!- Danny gritou assustando a todos. - Olha cara a não tem nada a ver com isso, tá, é tudo culpa minha ok?!- ele não queria ver e brigando, principalmente por sua culpa.
-Háhá, e ela não sabia de nada não é mesmo?- olhava sugestivamente de Danny para .
- Sim, eu sabia de TUDO, e eu resolvi ajudar o Danny, tá bom, eu já to de saco cheio dessa sua idiotice de não comemorar o natal, por que sou sempre eu que tenho que abrir mão do que eu quero pra te satisfazer? você sabe muito bem que eu ADORO natal, é a minha época preferida, e você sempre estraga tudo. CHEGA , CANSEI DISSO, será que você não pode uma vez na vida fazer alguma coisa por mim?!- estava exaltada e já gritava com sem nem se importar onde eles estavam.
- , a gente já conversou sobre isso, e não é hora, nem lugar pra termos essa discussão, ok?Chega, eu não quero discutir com você. - dizia ao mesmo tempo em que segura firme o braço de a empurrando em direção ao carro.
- Me solta , você está me machucando. E nós não vamos mais discutir mesmo porque eu decidi que esse ano eu vou ter um natal descente, você querendo ou não. - soltou seu braço e saiu andando na direção do guincho.
- Hey moço, será que vocês poderiam me dar uma carona até em casa?- pediu para o cara do guincho que, muito prestativo, disse que a levaria sem problemas, depois lógico de deixar o porteiro na igreja, afinal ele tinha que tocar a marcha nupcial de um casamento e a única pessoa que poderia se atrasar é a noiva.
No mesmo momento ouviu barulho de pneus cantando, viu que era seu carro com Danny na direção. - "Esse idiota vai fazer alguma babaquice"- pensou e correu até o táxi. - Siga aquele carro ali, por favor.- Ele disse para o taxista que saiu em disparada.

Depois de levar a árvore de natal até seu apartamento, com a ajuda do cara do guincho, logicamente. desenterrou algumas caixas, que continham enfeites de natal, de dentro do armário e passou o resto da tarde arrumando a casa. Ela tinha se contagiado com a empolgação de Danny e todo o clima natalino e de uma coisa estava certa, este ano ela iria comemorar o natal como se deve, o querendo ou não, afinal não era culpa dele o maldito trauma que ele tinha com natais.

Após um tempo o seguindo o taxista perdeu o carro de de vista, eles resolveram dar umas voltas em algumas ruas por ali para ver se não o encontravam. Rodaram uns 30min. até acha-lo estacionado em frente a um bar. Chegando lá, encontrou Danny encostado no balcão, bêbado já, e se dirigiu até ele.
- Qual é dudee, bebendo de novo?- disse com voz de quem já está cansado daquilo.
- , meu amor! - Danny fez uma voz afetada abraçando o amigo enquanto tentava beija-lo.
- A qual é Danny, você ta com bafo de bebida. – disse enquanto o empurrava.
- Cara assim você fere meus sentimentos. - Danny falou enquanto voltava a se sentar e apontava para que fizesse o mesmo.
- Vem dude, vamos embora você já está bêbado – disse pegando no braço do amigo que no mesmo instante se soltou.
- Não cara, ta parecendo minha mãe, senta aii e não enche vai. – sabia que não ia adiantar falar com Danny, ele não iria parar, e como é mesmo aquele ditado??
Se não pode vencê-los, junte se a eles.
E foi isso que fez, ele precisava esquecer a briga que teve com , ele odiava brigar com ela, mas será que era tão difícil assim pra ela entender que ele não suportava natais?
- Será que é tão difícil assim pra ela entender? – dizia batendo o copo de whisky na mesa assustando Danny que estava debruçado sobre ela, meio acordado meio cochilando, eles tinham mudado do balcão para uma mesa e estavam caindo, literalmente, de bêbados.
- O que você disse aii duuh? – Danny perguntou erguendo seu copo e fazendo sinal para que o garçom o servisse pela 14ª vez.
- Eu disse... Será que é tãão dificil assim pra ela entender?- respondeu se enrolando nas palavras.
- É cara, será que ela não entendeu ainda que eu só bebo quando eles brigam?-Danny disse erguendo seu copo. – Eu não gosto das brigas deles, prefiro estar bêbado ai eu não vejo o que ta acontecendo.
- Do que você ta falando aii Danny? – perguntou sem entender nada do que o amigo estava querendo dizer.
- Da minha mãe, uéé , não é disso que você ta falando? Será que é tão difícil pra ela entender que eu só bebo por isso?- Danny disse com a voz alterada.
- Não dude, eu tava falando da ...da briga que eu tive com ela mais cedo. – Respondeu triste – Eu não curto brigar com ela, mas meu, eu ODEIO natal e ela sabe disso. – Completou enquanto tentava entender tudo aquilo.- E você foi expulso de casa não foi? Por isso você foi lá pra casa, pode dizer a verdade cara, eu sou seu amigo.- dizia enquanto dava tapinhas no ombro do amigo.
- É cara, minha mãe me expulsou de casa porque eu vi ela e meu pai brigando sai de casa e só voltei no outro dia porque um garçom do bar em que eu estava me levou pra casa. Minha mãe meio que surtou e me expulsou.- Danny disse meio triste – Mas eu não quero falar sobre isso dude, você foi um babaca – Danny disse apontando para o amigo – Você odeia natais mas ela ADORA, quantas vezes ela já abriu mão disso por você? Não custava nada uma vez você fazer o mesmo por ela. – Ele completou – E outra, não briga com a não, ela te ama, ee... eu não gosto de ver vocês brigando, e na verdade a culpa de tudo aquilo hoje foi minha.
- Ah cara, mas ela sabe que eu não gosto de natal, parece que faz para provocar, sabe? - tentava se explicar.
- Mas dude, por que você tem essa coisa com o natal? É uma época tão boa...
- É que, ah cara, não quero contar. Não gosto e pronto, sem mais! - O garoto não queria se lembrar daquilo, mas infelizmente já estava se lembrando.
- Aaaaaah, me conta!
- Tá bom, tá bom, é que cara, foi um dia muito ruim na minha vida. Eu devia ter uns oito anos, mais ou menos, eu estava comemorando o natal e pá, daí depois da ceia, a gente foi dormir, porque as crianças tem que estar dormindo para o Papai Noel 'vir'. Só que eu acordei no meio da noite, e desci, a fim de ver o 'Papai Noel', eu precisava conhecer o 'bom velhinho', sabe? - Danny fez que sim com a cabeça e continuou - Só que então, eu vi outra pessoa colocando os presentes na árvore, e ele não vestia roupa vermelha, nem tinha barba e cabelos brancos. Era o meu pai, e nossa, eu fiquei muito chateado, corri pra minha cama e nem quis abrir presentes no outro dia, fiquei muito decepcionado. - Danny, que segurava o riso até aquela hora, começou a gargalhar.
- HAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHA! Eu não acredito, você não comemora o natal por causa disso? Que idiota cara!
- Ah, vai se fuder Danny! Tô aqui, abrindo meu coração pra você e você ri da minha cara? Seu idiota.
- Mas é que cara... HAHAHAHAHA... É muito idiota isso. HAHAHAHA, se decepcionou porque descobriu que o papai noel não existia? Cara... HAHAHAHAHAHAHAHAHA...
- É tão idiota assim? - perguntou, percebendo agora, como soou idiota o seu trauma.
- É, desculpa dude, mas é sim... Eu não fiquei desse jeito quando descobri que o Papai Noel não existia, contei pra minha irmã, a coitada ficou chorando por dias, mas eu fingi que não sabia e falei para ela fingir também, e meus pais quase morriam pra se fantasiar e contar histórias para nós, que morríamos de rir depois...
- Você é do mal cara! Mas vamos embora, tenho que me desculpar com a minha namorada.
- E o carro, animal? Vai fazer o que com ele?
- Amanhã eu pego. - saiu carregando o amigo, que ainda estava caindo de bêbado e embora ele também estivesse, era bem menos, já que Danny era alcoólatra.

Pegaram um táxi, que os levou de volta para casa. E ao chegarem lá, se depararam com uma surpresa, havia uma árvore quase pronta no canto da sala, e uma de vestido vermelho e scarpin preto, sorrindo alegremente com pisca-pisca na mão. Ela parou quando os viu entrar, reparou que Danny estava caindo e já não estava mais o amparando, já que estava chocado com a arrumação da casa, e o ajudou a se sentar no sofá.
- Daniel, meu querido, por que você bebeu dessa forma? É natal, vou te levar para tomar um banho gelado e se arrumar, ok? - Ela o ajudou a se levantar e o levou até o banheiro, onde o enfiou de roupa e tudo em baixo do jato de água gelada, o garoto acordou e o efeito da bebedeira foi passando. Vendo que ele estava melhor e podia tomar banho sozinho, ela voltou para sala.
- O que significa isso, ? - a olhou bravo, muito bravo.
- Uma árvore de natal, bonita não? - Ela sorriu ironicamente para ele, não estava se importando se ele gostaria ou não, ela estava feliz, o seu natal seria natal novamente.
- Eu quero isso fora daqui, e rápido. - O garoto disse em tom ameaçador.
- O problema é seu, ela vai ficar aqui. Você não vai estragar mais um natal para mim !
- Se você... Não tirar... Essa droga daqui... Agora... Eu vou tacá-la pela janela. E então, o que vai ser?
- POR QUE VOCÊ É ASSIM? POR QUE VOCÊ QUER ME VER INFELIZ? - Ela gritou chorando, depois baixou o tom e disse - Essa é a época que eu mais gosto no ano, mais até do que o meu aniversário, e você simplesmente me impede de comemorar sem um bom motivo, eu estou cansada disso , já tivemos essa conversa antes, eu sei, mas nunca chegamos a um acordo, você simplesmente decide e é isso? Eu não posso opinar? - estava se debulhando em lágrimas - Eu amo muito você e não quero terminar, e se eu fizer isso, todos os natais serão tristes para mim... - Ela se aproximou da sacada, o olhando nos olhos, ainda chorando, o garoto arregalou os olhos, estava espantado, não, ela não faria isso! - Mas eu não posso viver mais sem natal, é o meu vício, sabe? Como o seu é jogar video-game e o do Danny é a bebida... - Ela chegou ainda mais perto da sacada, assustadoramente perto - E também não posso viver sem você, então acho que a melhor solução é não viver.
a olhou chocado, com lágrimas nos olhos, ele não podia perder a pessoa que mais amava no mundo por causa de um trauma idiota e totalmente superável, ele viu a namorada subir no para-peito da sacada, e a sua voz finalmente saiu:
- NÃÃÃÃÃÃÃO! - Ele correu até ela, a impedindo de pular, e a abraçou - Vamos comemorar o natal, eu supero meu trauma, mas se você pular, eu vou pular atrás. - A garota sorriu, e o abraçou forte. De repente Danny apareceu vestido numa roupa muito bem escolhida, mas xingando alguma coisa:
- Quem foi o idiota que jogou chiclete no chão? Eu pisei, olha s... - Ele olhou o casal na sacada, abraçado e o olhando - O que estão fazendo aí?
- O que você acha Danny? - falou, fazendo o amigo e a namorada ficarem vermelhos. Não era verdade, eles estavam se reconciliando, mas era legal zuar Danny.
- Ah cara, e a meia que eu te falei? Vou te dar uma minha daqui a pouco.
- Deixa cara, vamos entrar, prepara uns martinis pra gente e da um jeito nesse chiclets que ta sujando toda a casa, que eu vou colocar as pilhas para carregar e alguém vai fazer a nossa ceia de natal. Afinal, natal não é natal sem peru, farofa e champagne.- sorriu e Danny o olhou impressionado.
- Vamos ter um natal?
- Sim - respondeu entrando em casa e indo para a bancada da cozinha e começando a preparar tudo para a ceia.- E Vê SE LIMPA TUDO QUE VOCÊ SUJOU COM ESSE CHICLETE DANNY.- Vanessa gritou da cozinha.
foi até o quarto procurar as pilhas recarregáveis que ele tinha perdido e Danny foi limpar aquela meleca toda e depois foi para o bar, preparar as bebidas, apesar de ainda estar bêbado, mas sabe o que dizem, o melhor remédio para evitar ressaca é continuar bêbado.

-,CADE AS AZEITONAS?-Gritou do bar.
-Ah Danny,não sei!Procura nos armários,deve estar por ai. Aliás,para que você quer azeitonas Daniel?- falou se dirigindo ao bar,curiosa pela resposta que ele iria dar.
- querida, como este natal é especial, tudo tem que ser perfeito!-explicou ele com calma. -E martini sem azeitonas,não é um martini perfeito. -Danny completou rindo.
Algum tempo depois, a comida estava pronta, as pilhas carregadas, e os martinis ingeridos.
- Tem algum problema se não tiver Papai Noel? - sorriu e Danny começou a gargalhar, deixando no vácuo, sem entender qual a piada, ela olhou confusa para o namorado. - É que todo aquele vermelho me assusta...
- Ok...então o seu trauma é com vermelho e não com natais? - Danny e começaram a gargalhar, a garota ficou mais confusa ainda, mas resolveu deixar para lá, ia ser uma noite super divertida, e ela não queria estragar.
começou a arrumar a mesa, quando e Danny viram como havia ficado, ambos paralisaram. Estava cheia de comidas diferentes, como nunca tinham visto e sem pensar duas vezes sentaram e começaram a comer, logo em seguida se juntou a eles.
Durante o jantar, perceberam que o calor tomava conta do local. Talvez pelo fato da lareira estar acesa,ou mesmo pelo tanto de bebida que haviam ingerido.
- Nossa, que calor!- se abanava com as próprias mãos.
- Iiih dude, pelo jeito a noite vai ser boa!- Danny disse dando uma piscadinha pra , mas o comentário não agradou muito que lhe deu um pedala.
- Não dude, tá quente mesmo, não ta sentindo não?? - disse para Danny.
-Heeey,tive uma idéia!-Danny falou alegre, e pulando em direção à porta.
e se olharam desconfiados,vindo de Danny, boa coisa não seria.
-Pegue a câmera e troque as pilhas ,eu vou pegar os casacos e os cachecóis! - disse assim que entendeu o que Danny queria fazer.

Ficaram algum tempo brincando na neve, pareciam até crianças enquanto corriam e brincavam de guerrinha, não que o Danny não seja uma, quando cansaram se deitaram e fizeram alguns anjinhos de neve e claro que eles não podiam deixar de fazer um boneco também.
- Aqui , coloca isso! - disse roubando o cachecol de Danny e o entregando para .
-Hey meu cachecol. - Danny exclamou tentando tirá-lo do boneco mas foi impedido por e .
- Deixa ele ali Danny! - Os dois falaram em coro, e Danny resolveu deixar mesmo.
- Tá, afinal, fica melhor nele mesmo. - Ele disse rindo.
Depois, reparam em como o boneco de neve deles tinha ficado bonito, e em como o céu estava apesar da neve. Eles, secretamente, pensaram a mesma coisa: tinha mudado seu conceito quanto ao natal, tinha conseguido comemorar o natal depois de dois anos, e Danny tinha conseguido uma família decente para passar o natal.
- Isso sim que eu chamo de natal perfeito. - falou com os olhos brilhando de tanta felicidade enquanto era abraçada por e Danny.


FIM





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