LoveGame
por Rita


Challenge #05

Nota: 9,1

Colocação:




Estávamos em pleno Outono e, como era de esperar desde do início do mês, chovia torrencialmente na cidade do Porto, minha terra natal. A mim, a chuva não me incomodava nem um pouco, muito pelo contrário, eu até gostava dela mas a pior coisa para o meu marido era treinar num terreno completamente molhado. jogava como avançado no FCP, ou seja Futebol Clube do Porto, e a sua função era marcar muitos golos e se possível trazer aquela bela taçapara o (ilustre) senhor Pinto da Costa. Por isso, quase não tinha tempo para estar comigo já que pretendia ser eleito melhor jogador daquela temporada. O treino terminou quinze minutos antes que o previsto e fez questão de me levar ao Norteshopping para comprar uma roupa formal. Entramos em uma, duas, três lojas até eu achar o vestido perfeito e que combinava com os meus sapatos Gucci. Finalmente dirigimo-nos para casa.

Faltavam dez minutos para as sete da noite e eu tomava um banho relaxante quando entrou na casa de banho e se sentou perto da banheira com um pequeno embrulho na mão.
- Oi amor, o que é isso? – O meu lado curioso se soltou pela primeira vez naquele dia mas já me conhecia suficientemente bem para saber esse era um dos meus defeitos. Esboçou um sorriso meigo no rosto e acariciou a minha barriga sem pressa.
- É um miminho para a melhor esposa do mundo. Espero que gostes! – Me entregou pequeno um embrulho que não demorei para abrir. Fiquei boquiaberta ao ver um belo colar da Versace dentro dele. deu uma pequena risada ao ver a minha reacção idiota com o presente.
- Oh meu Deus, não era preciso. Obrigada! – Abracei-o com força e lhe dei vários selinhos, só depois percebi que teria de fazer algo em troca. É sempre assim. Quando é muito meigo comigo espera que eu faça algo por ele também. – O que foi desta vez?
- Ai , um homem já não pode agradar a própria mulher? – Tentou se desculpar mas eu conhecia a manha dele, aquilo não adiantava comigo.
- Desembucha! Sabes muito bem que isso não cola comigo. – Mantive uma expressão séria do rosto que não duraria por muito tempo – Vá lá.
- Está bem! Apanhaste-me. Eu queria que me acompanhasses ao jantar de comemoração por estarmos na final. – Olhei de lado para que fazia biquinho para mim. Eu odiava aqueles encontros com os colegas de equipa dele. Tema de conversa à mesa: futebol. Mas quem podia resistir àquele biquinho lindo? – Por favor!
- Ok! Eu vou. – Ele se levantou num pulo e começou a fazer uma dancinha (estúpida) de alegria que me fez rir. Puxei-o pelo colarinho da camisa para um beijo demorado e romântico.
- Meu anjo, lembras-te quando da noite em que a nossa princesa foi concebida? – me questionou assim que quebrou o beijo. acreditava que nós teríamos uma menina, mas eu não dava palpites.
- Como eu poderia esquecer? Foi a melhor noite da minha vida.

* Início do Flashback*

me carregou em seus braços para o quarto de hotel e quando lá chegamos, ele me deitou na cama com delicadeza. Colocou um CD de Barry White a tocar e trouxe uma taça de morangos para nós comermos mas antes disso, espalhou pétalas de rosas por todo o quarto e acendeu algumas velasque se encontravam espalhadas pela divisão. Apagou as luzes, o que deixou o ambiente bem romântico, e começou a tirar o fato de casamento.
- pára! Esse é o meu trabalho. – Resmunguei com um sorriso sensual a invadir o meu rosto. Levantei-me e continuei o que ele já havia começado antes só que acompanhada de beijos de várias intensidades. abriu o zíper de meu vestido de noiva e o baixou com rapidez. Dei uma risada e mordi o lábio inferior dele bruscamente. – Vamos ter uma abordagem bem prática esta noite!
- Não morde que machuca! – Caí na gargalhada com aquela frase enquanto me observava aborrecido. – Não tem graça nenhuma dona .
- Correcção: a partir de hoje é . – Sorri com ar de brincadeira mas a expressão do meu recém marido não mudara. – Pronto parei! Onde é que nós íamos?
Voltamos aos beijos e carícias com mais vontade até que o (irritante) iPhone de começou a tocar freneticamente na mesinha de cabeceira mas nós não nos separamos para atendê-lo. Era a nossa noite de núpcias e não era uma simples chamada que a iria estragar.
e eu fomos ao céu. Prometemos um ao outro que nada iria arruinar o nosso casamento e fizemos várias juras de amor. Seria sem dúvida uma noite para recordar.

* Fim do Flashback *

- A minha também! Agora vou deixar a minha rainha se arranjar toda. Não demores muito, ok? – Assenti com a cabeça e vi sair da casa de banho para se preparar. Saí do banho e depois de me secar, vesti o meu vestido cinza claro e calcei os sapatos da Gucci prateados. Passei uma leve maquilhagem e deixei o cabelo solto, logo ele ganharia as suas ondas naturais que amava. Entrei na sala e vi com um fato preto muito elegante à minha espera. Enlacei o meu braço no dele e caminhamos em direcção ao carro.

Chegamos ao parque de estacionamento de um restaurante chique perto do Estádio do Dragão. abriu a porta e me ajudou a sair. Entramos rapidamente no estabelecimento onde os amigos do meu marido esperavam e me deparei com alguém que já não via há algum tempo. MichaelFletcher veio nos cumprimentar cordialmente e esboçou um belo sorriso ao me reconhecer.
- Ora, ora. Se não é a famosa . Mudas-te muito desde da última vez que nos vimos. – Forcei um sorriso. Eu realmente não queria estar no mesmo lugar que . – Estás grávida de quanto tempo?
- Cinco meses, mas acho que isso não é da tua conta. – Disse seca e deu uma gargalhada sarcástica. - Vocês conhecem-se? – estava confuso com a situação e eu constrangida. Assenti e ainda acrescentei.
- Este senhor é o meu EX-namorado! – Dei um pouco de ênfase no “Ex”. ainda pensava que me podia ter depois de tudo o que tinha feito. Avistei o “Pintinho” se aproximar de nós e resolvi desviar a minha atenção para o patrão de . – Senhor Jorge Pinto da Costa é um prazer conhecê-lo finalmente.
se afastou um pouco mas eu continuava a sentir o seu olhar fuzilante sobre mim. foi cumprimentar alguns de seus colegas e apenas fiquei a conversar com o presidente do clube.
- O prazer é meu conhecer a esposa do melhor jogador da minha equipa. E por favor nada de cortesia, pode-me chamar Jorge! – Exclamou Pinto da Costa com o seu sotaque portuense, eu também o tinha mas não era tão intenso quanto o dele. – Então o que a senhorita faz da vida?
- Sou professora de crianças especiais numa instituição no centro da cidade. – Eu era bastante tímida então resolvi só responder às perguntas que Jorge me fazia.
- Fiquei sabendo que a avó de oitenta e três anos de está com uma doença terminal. Isso é verdade? – Eu realmente não percebia qual a importância de Nalla para um presidente de um clube mas enfim, o mundo é assim mesmo, cheio de mistérios.
- Sim. A pobre Nalla piorou bastante depois do meu casamento. – Sorri sincera e Jorge passou a cumprimentar os restantes membros da equipa e conversava animadamente com André Vilas Boas sobre a equipa que iriam disputar no final da UEFA Champions League, em Wembley. me chamou para conversar com ele no exterior do restaurante. Isso não me agradava mas também não tinha nada a perder.
Saí do edifício e cruzei os braços olhando o idiota que se encontrava à minha frente.
- O que é que o senhor quer? – Interroguei friamente. Não seria uma conversa muito agradável.
- Essa é fácil, TU! – me agarrou pelos braços com força e tentou juntar seus lábios com os meus enquanto eu tentava me soltar de suas garras.
- Nem pense nisso. – O empurrei com ferocidade contra a parede. – Não se atreva a me tocar.
- Sempre disseste que querias ter filhos comigo então aqui está a tua oportunidade. – me prensou na parede e eu comecei a gritar por ajuda. – DEIXA AQUELE JOGADOR DE MEIA TIGELA E FICA COMIGO. Eu assumo a paternidade da criança que carregas. - Desculpa mas esse cargo pertence-me! – apareceu atrás de e esmurrou-o com força. Depois me abraçou e tentou me acalmar.
- Isto não vai ficar assim! Vamos a um jogo de futebol. Se eu ganhar fico com ela, se tu ganhares eu deixo-vos viver em paz. Aceitas? – O imbecil estendeu a mão e a apertou.
- Vamos isto.
Todos nos dirigimos para o pavilhão do Porto para o jogo. Enquanto os rapazes se preparavam, eu procurava algo comestível naquele maldito bar. Acabei por arranjar uma barra de cereais e me encaminhei para o campo. O jogo começou e brilhou logo no primeiro minuto, com o golo fantástico que marcou. O jogo decorreu normalmente. Algumas faltas, cantos mas a pior foi a rasteira que fez a . Fiquei com medo que meu marido não pudesse continuar mas mesmo lesionado ele não desistiria de mim nem do nosso filho. me olhou com carinha de dor e eu lhe sorri acariciando a barriga lentamente.
- Eu ganhei! A é minha novamente. – Festejou no meio - campo.
Não podia ser desse jeito. Desci das bancadas rapidamente e bati-lhe. Ele ficou com a marca de minha mão naquele rostinho de boneco.
- Não. Isto não pode ser assim. Eu já tenho uma família e é com ela que eu vou ficar. – Fui ao encontro de e lhe dei um beijo carinhoso. Nesse momento, pegou numa pistola carregada e apontou-a a mim.
- Se não és minha, não és de mais ninguém. – Fechei os olhos contra o peito de . Graças a Deus, a polícia entrou no recinto e algemou . Algum anjo havia chamado especialistas para cuidar daquele caso.
- Você está preso por uso de arma de fogo. – Ao ouvir aquilo, meu coração disparou e uma alegria enorme inundou o meu corpo. O homem que me atormentava nunca mais iria se intrometer na minha vida.

Uma semana mais tarde…

Já havia passado uma semana desde do incidente com . Os ânimos estavam todos mais calmos e eu iria saber o sexo do meu bebé. Entrei no gabinete da doutora Eduarda acompanhada por . Ele não tinha ido aos treinos durante toda a semana para ver se melhorava da maldita lesão. Felizmente, ele já estava bem melhor e poderia jogar na final. A médica nos cumprimentou sorridente.
- Bom dia aos futuros papás! Ansiosos para saber o sexo do vosso pequeno rebento?
Assenti um pouco receosa e nos dirigimos rapidamente para a sala de ultra-som. Durante aquele rápido exame, segurei a mão de que olhava atento para o ecrã.
- O bebé está saudável e a crescer bem. Ou devo dizer a bebé. – Eduarda deu ênfase no “a” e eu logo percebi que teríamos uma menina. Esbocei o meu melhor sorriso para que também sorria.
Retornamos ao gabinete e Eduarda fez uma pergunta bastante interessante. - Já escolheram o nome para a vossa menina?
- Sim. – Respondi de imediato. me olhou confuso e eu continuei. – Será Nalla. É uma homenagem à avó de oitenta e três anos de meu marido.
- Lindo nome. Parabéns. – Elogiou a doutora e eu sorri em agradecimento.

não falou mais em todo o dia. Eu estava concentrada a preparar as malas para a viagem que eu tanto sonhei quando entrou com um violão na mão e um sorriso no rosto.
- Amor, escrevi uma música para a nossa filha. Eu sei que não muito bom compositor mas gostava que ouvisses.
- Claro. – Sentei-me na cama e o olhei curiosa. – Podes começar! – sorriu e começou a cantar e a tocar uma música maravilhosa.

My prize possession, one and only
(Você é meu prémio, a tal, a única)
Adore you, girl, I want you
(Eu te adoro, garota eu te quero)
The one I can't live without
(A única que eu não posso viver sem)
That's you, that's you
(É você, é você)

You're my special little lady
(Você é minha preciosa daminha)
The one that makes me crazy
(A única que me deixa louco)
Of all the girls I've ever known
(De todas as garotas que eu conheci)
It's you, it's you
(É você, é você)

My favorite, my favorite
(Minha favorita, minha favorita)
My favorite, my favorite girl
(Minha favorita, minha garota favorita)
My favorite girl
(Minha garota favorita)

Baby it's you
(Baby, é você)

My favorite, my favorite
(Minha favorita, minha favorita)
My favorite, my favorite girl
(Minha favorita, minha garota favorita)
My favorite girl
(Minha garota favorita)

Quando ele terminou, o olhei abismada. Nunca pensei que ele tocasse tão bem e que tivesse uma voz linda. Era uma surpresa.
- Então? – Perguntou receoso pela minha resposta. – Ficou boa?
- Deves estar a brincar comigo…- Sorri feliz pela minha descoberta e o abracei. – Ficou mais que boa. Ficou extraordinária. A Nalla vai adora-la.
- Espero que sim. – selou os nossos lábios por segundos e depois beijou a minha barriga. – Vou terminar de fazer as malas. Daqui a uma hora partimos para o aeroporto.
Assenti e coloquei tudo o que precisava para a viagem dentro da mala, como fazia antes.
Viajamos para Inglaterra por um programa de milhagem aérea. Aquele era o país que eu mais amava. Fizemos a reserva no hotel e planejamos o resto da semana.

Dia da final da UEFA Champions League…

Assim cheguei ao Wembley Stadium fui directamente para os camarotes. Estava nervosa por , afinal ele jogaria contra o Cristiano Ronaldo e a equipa dele, Real Madrid, era muito forte. Mas nenhum jogador é melhor que o meu marido.
O jogo foi tenso e o resultado final, depois do prolongamento, foi 2-2. Teriam de ir a penaltis. Os marcadores seriam e Cristiano. Cristiano Ronaldo falhou um, mandando a bola para as bancadas. O final do campeonato estava nas mãos, ou melhor, nos pés de . Se ele marcasse, o Porto seria o campeão da Europa. suspirou e chutou a bola com esperança e … GOLOOOOOOOO! Éramos campeões! Corri até à grade junto do campo e me levantou, rodopiando-me no ar. Fomos até o meio – campo e seguramos a taça juntos. Foi a primeira vez que jogou numa equipa vencedora e toda a gente se lembraria do jogador que levou o Porto à vitória, mais uma vez.


FIM





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