Meu nome é Wishmaker, talvez, você já tenha ouvido sobre mim por aí. Mas hoje, não estou aqui para realizar pedidos, e sim relatar uma história verídica, e muito bonita. Vejamos, por onde devo começar? Ah sim, como todos os bons e tradicionais contos de fadas se iniciam.
Era uma vez, no pequeno território de Liechtenstein, uma princesa não muito convencional. Caroline Elisabeth Immaculata, com seus recém completados 18 anos, era uma garota solitária que vivia com o pai, rei do principado. Sua mãe havia morrido no dia de seu nascimento, e por conta disso, a jovem não possuía irmãos. A princesa não tinha contato com muitas pessoas, pois desde pequena, sofria um tipo raro de epilepsia, que ocasionava crises constantes na menina. Por causa disso, seu pai não a deixava sair, e sempre que podia, a mantinha enclausurada na torre do castelo. , no entanto, nunca demonstrou achar isso ruim. Apesar de nunca ter deixado transparecer, isso não significava que ela concordava com essa falta de liberdade imposta sobre si. A menina chegava das festas e dos bailes, no horário que o pai estipulava, e respeitava a decisão dele. E também adorava cuidar e passar um tempo com o rei. Principalmente depois que descobriu que seu progenitor estava com pneumonia, uma doença comum, porém que afetou gravemente o homem já frágil pela idade. A garota vivia uma rotina simples, sempre buscando atender as necessidades de seu pai. É claro que isso não era tudo que fazia, tinha seus hobbies pessoais, e um deles era colecionar flores. Desde pequena, ela se encantava pelas lindas pétalas florescendo pelos campos do castelo na época da primavera. Até que um dia, percebeu que as flores não enfeitariam sua casa para sempre, e resolveu guardá-las com ela. Sua avó materna era a única que tinha conhecimento da coleção da garota, ela e claro, sua criada Elizabeth. Quando ainda era pequena, Dona Isabel encontrou no meio das coisas da neta, várias flores murchas, e perguntou a , o que elas significavam. A menina explicou a avó o quanto apreciava as maravilhas naturais, então, Dona Isabel sugeriu que elas secassem as flores para evitar que murchassem e guardassem em uma caixinha especial. Foi assim que um laço muito maior do que sanguíneo se estabeleceu entre as duas. A partir deste dia, dona Isabel não era apenas a avó da garota, ela era muito mais. A avó foi a figura materna da qual necessitou durante seu crescimento, e por isso as duas nutriam um carinho muito grande uma pela outra. A princesa costumava visitar a avó todas as quintas-feiras, e hoje, não era um dia diferente, o calendário marcava quinta-feira, e o que animava ainda mais a garota, era saber que na sexta seria iniciado o equinócio de primavera, onde o dia e noite teriam exata duração de 12 horas. Uma data perfeita para que coisas especiais acontecessem, e que também indicava o começo da estação do ano favorita da princesa. colocou seu vestido florido, que lhe lembrava da chegada da primavera. Vestiu seu capuz vermelho, presente da avó e arrumou sua cesta, para que pudesse recolher as flores que aparecessem em seu caminho. Liechtenstein era um principado pequeno, localizado entre a Alemanha e a França, então o rei não via problemas em que a princesa saísse de casa durante o período da manhã, acompanhada de Elizabeth, sua dama de companhia. A mais velha já esperava a princesa na porta de trás do castelo, para que pudessem seguir o caminho à casa de Dona Isabel. - Bom dia princesa! – Disse Elizabeth com um sorriso no rosto. – A mulher adorava a companhia de , que para ela, era uma garota incrível. - Elizabeth, já disse que gosto quando você me chama de . E um bom dia pra você também! Preparada para irmos? – a menina perguntou com um sorriso, já esperando a reclamação de Liz. - Se eu estou pronta? Acho que nunca estarei! Não entendo por que não podemos pegar um dos cavalos para irmos até sua avó. – A mulher disse desgostosa. A verdade é que a distância entre o castelo, e a linda casa de Dona Isabel era pequena, porém o relevo de Liechtenstein dificultava o percurso. O principado era composto por diversos planaltos que cobriam extensão do local, tornando a região perfeita para se andar a cavalo. Mas , preferia caminhar e aproveitar os lindos campos e lagos de sua terra natal. - Se fossemos a cavalo, não poderíamos aproveitar a natureza da mesma forma, você sabe disso Liz. – a princesa disse sorrindo, ansiosa para rever a avó. E com este último diálogo, as duas começaram o percurso.
- Elizabeth, , entrem minhas queridas. Acabei de tirar a torta de maçã do forno, e vou preparar uma deliciosa xícara de chá para vocês, sei o quanto gostam. – Dona Isabel disse. - Hum... Vó, eu estava pensando, enquanto você prepara o chá, será que eu poderia ler o livro novamente? – disse, enquanto entrava na residência de sua familiar. - É claro meu amor, vou pegar para você. – No aniversário de 18 anos de , Dona Isabel havia dado à neta um livro de presente, que tinha pertencido à mãe da garota. Desde então, quando a princesa visitava a avó, o relia, apesar de saber a história de cor e salteado. Sempre que ela delineava as páginas antigas que compunham o livro, a princesa sentia que pertencia a algum lugar, que não estava mais sozinha, pois tinha sua mãe junto com ela. Elizabeth e Dona Isabel respeitavam o espaço de , e entendiam que ela precisava deste tempo sozinha para imaginar como seria se sua mãe estivesse viva. Se ela teria mais amigos que não fossem Elizabeth, se ela sairia mais de casa, talvez nem tivesse mais que se preocupar com a Epilepsia. A doença que a assombrou desde pequena. O rei de Liechtenstein havia tentado de tudo para curar a filha, mas nenhum tratamento se mostrava eficiente. tomava remédios todos os dias, porém a qualquer momento eles poderiam parar de fazer efeito na garota. Tendo em mente que a princesa poderia ter uma recaída, e sabendo que ela era sua única filha, o rei tentava protegê-la de todas as maneiras. Por isso, a menina não saía muito de casa, tinha sempre horários específicos para voltar dos bailes de outras princesas, e claro, andava sempre acompanhada por Elizabeth. Mas, quando ela entrava no mundo fictício do livro de sua mãe, já não se sentia mais dependente. Era como se ela pudesse ser quem ela sempre quis, e ter a liberdade que ela jamais mostraria desejar. - Aqui , você pode ler no meu quarto, ou no quarto dela, se preferir. – a princesa agradeceu a avó e foi até o quarto da mãe, para navegar na mágica história que a aguardava.
“Era uma vez uma cidade encantada, onde bruxos, magia, fadas, duendes, e criaturas horrendas existiam. O nome do local era Green Wizard, um território mágico que abrigava dois reinos dentro de sua extensão. Um deles era conhecido como Bonum, e o outro Malum. O primeiro reino era composto por criaturas que acreditavam no bem, no amor, na esperança, e na paz, enquanto o outro, possuía princípios completamente deturpados sobre a vida. Bonums, felizmente, eram os governantes e os controladores da mágica na cidade, mas a cada cinco anos, no dia do equinócio de primavera, isto poderia mudar. Primeiramente, em Green Wizard, os reinos viviam em guerra, até que chegou um ponto, onde nenhum dos dois povos queria mais lutar. Eles então estabeleceram um acordo de paz, que duraria cinco anos. Depois deste prazo, haveria uma batalha para decidir quem governaria a cidade. A competição entre bonums e malums constituía-se em um jogo, onde o reino do bem deveria se esconder, e o reino do mal, procurar os adversários, em um intervalo de tempo de 12 horas. As regras eram claras: se uma pessoa fosse achada, ela estaria automaticamente morta, devido a um veneno poderoso que os malums carregavam nos dedos. Bastava um toque, se isso acontecesse, o habitante do reino adversário perderia sua vida, e a única maneira de ser salvo, seria através da vitória de alguém do reino do bem. Desde o início do acordo, os Bonums haviam ganhado a batalha, graças à linda rainha . Filha de Marco, o bruxo da ilusão, a garota era extremamente ágil, delicada, e inteligente, e por isso, sempre era a última a ser encontrada pelo reino do mal. , por ser a ganhadora dos jogos, era a rainha de Green Wizard, e governava ao lado de seu marido . D’ Ângelo, cabelos castanhos e olhos encantadoramente escuros, era um dos sete irmãos da família de bruxos mais poderosos da cidade, e foi prometido em casamento a rainha, desde seus 12 anos. Ele era famoso por controlar a água, e ser um músico de jazz divino. O garoto sempre alegrava a cidade com seu jeito descontraído, e quando tocava músicas em seu saxofone. Juntos, e eram uma dupla imbatível. Mas, com a chegada do equinócio de primavera, até mesmo os dois se sentiam intimidados pelos terríveis Malums. Hoje era um dia importante. Faltavam apenas 24 horas para o começo do equinócio. Então os dois reinos se preparavam e treinavam para a grande batalha....”
, de repente, parou a frase que estava lendo. A garota começou a tremer incessantemente. Sua cabeça pendia para o lado, e ela sentia que perdia a consciência aos poucos. Com certeza, a princesa estava sofrendo um ataque epiléptico, mas desta vez, apesar de todo o cuidado que seu pai tomava, ela estava sozinha. A garota fechou os olhos, e não demorou muito para que desmaiasse no quarto da mãe. Ninguém havia a escutado, ninguém sabia do ocorrido. E eu não pude deixar de me questionar, se , algum dia abriria os olhos novamente.
nunca foi um príncipe tradicional. E este era um dos principais motivos que faziam com que ele e discutissem muito. O sonho do rapaz, sempre foi ser músico, por isso, jamais se preocupou em aprender como ser um marido perfeito e como se portar de maneira adequada frente a um reino inteiro. Isso era trabalho de seu irmão mais velho, . O irmão do príncipe de Green Wizard, desde pequeno, foi treinado para ser um cavalheiro. O garoto era belo, responsável, poderoso e educado, e por causa disso, era a primeira opção de casamento de . Mas, talvez, fosse perfeito demais até para a rainha. Ele, completamente a favor dos princípios morais, era contra casamentos arranjados, pois de acordo com o garoto, a união matrimonial não era um símbolo de poder e força, mas sim do mais singelo sentimento, o amor. , como segundo primogênito, era a segunda opção de . O rapaz, despreocupado com a vida, desleixado, festeiro, procurando sempre o caminho mais fácil e com um coração que nem sequer sabia o que era amor, aceitou o pedido de , e estavam casados há 5 anos. Logo após a primeira vitória dela, a rainha procurava um marido, mas como era muito jovem na época, eles esperaram um tempo para se casar. Mesmo depois de anos, o príncipe não era capaz de dizer que havia um sentimento romântico entre ele e a esposa. O casamento dos dois, na verdade, simbolizava uma união para fortalecer o reino dos Bonums. O garoto sequer imaginava o que se apaixonar poderia significar, mas sinto que está prestes a encontrar seu primeiro e verdadeiro amor.
Green Wizard, Quinta feira, 10:30 da manhã
Green Wizard estava em alvoroço, principalmente os Bonums, que temiam perder a batalha que estava por vir. Eles tinham muito no que trabalhar; como checar a segurança de todos os novos esconderijos do castelo, passagens secretas, e ainda tinham os preparativos do baile. No equinócio de primavera que iniciava a competição, os Bonums gostavam de celebrar o fato de estarem no poder. Era como um ritual de passagem para que eles tivessem sorte, e a benção dos espíritos para vencer a competição contra os Malums. E este ano não era diferente. Os habitantes do reino contribuíam para que a festa fosse cada vez mais especial e inovadora. havia sido encarregado de regar todas as flores do jardim do parque de Green Wizard. A festa sempre acontecia neste local, pois era espaçoso o bastante para todos do reino Bonum, e ainda era possível aproveitar os recursos naturais que ele tinha a oferecer. A tarefa do garoto era bem simples, já que, como possuía o poder da água, ele poderia completá-la rapidamente. O garoto seguiu até o enorme parque, que possuía uma grande extensão de área verde, onde muitas flores enfeitavam a grama. Perto dali, havia um rio bem profundo formado por um solo de calcário e água extremamente cristalina. Aquele parque era um dos locais favoritos do rapaz. Ele ainda se lembrava de como aquela região era praticamente desconhecida, devido à grande quantidade de floresta densa, que escondia a extensão do belíssimo cenário. foi se aproximando do lago. Antes de regar o parque, o garoto queria se refrescar naquela linda piscina natural. Quanto mais chegava perto, mais o garoto percebia uma movimentação estranha na água, e assim que ficou próximo o suficiente, visualizou muito bem a cena. Uma menina, de lindos cabelos cobres, se debatia sobre o rio, tentando de alguma forma atingir a superfície, e lutar contra a correnteza que a carregava para frente. não teve dúvidas, precisava salvar a moça. Estendeu seus braços à frente do corpo, e rapidamente, parou a correnteza, para que a garota pudesse nadar até a superfície do lago. Porém, assim que o bruxo procurou a desconhecida com os olhos, não a encontrou mais. Desesperado, entrou na água e nadou o mais rápido que suas pernas treinadas e ajustadas ao ambiente marinho, conseguiam. Finalmente achou a garota, já inconsciente, perto das pedras do rio. O rapaz estava com medo de que a linda jovem pudesse ter se machucado, e por isso estava desmaiada. Seu coração sobressaltou-se quando analisou atentamente a beleza da menina que acabara de salvar. Seu rosto era puro, com leves sardas, que a deixavam ainda mais delicada, e seu cabelo era de um ruivo lindo, que lembrava as chamas de uma fogueira escaldante. Segurou o corpo da garota e o submergiu da água. foi até a superfície e tentou se lembrar de todos os procedimentos que deveriam ser seguidos quando alguém se afogava. A verdade é que ele não se recordava. Como controlador da água, ele jamais pensou que passaria por uma situação como essa. Então, só restava ajudá-la da maneira como ele achava que garotas bonitas poderiam acordar. Uma vez, havia escutado uma história sobre um primo distante, chamado Phillipe. De acordo com seus irmãos, o moço despertou a amada, que havia espetado o dedo em uma agulha, com um beijo nos lábios, e bem, talvez esta fosse a melhor solução. Inclinou seu corpo sob o da garota, e repousou um leve beijo na boca vermelha dela. A menina ainda não aparentava sinais de que acordaria. Então uma nova ideia ocorreu ao bruxo. A jovem, provavelmente havia engolido muita água, e necessitava retirá-la dos pulmões. Tentou novamente beijá-la, mas desta vez, desejando que toda a água que entrou indevidamente na pequena mulher, pudesse sair de sua delicada estrutura fisiológica. Afastou-se novamente, e dessa vez obteve resultado. A menina começou a tossir todo o liquido ingerido erroneamente, e depois de alguns segundos, já arriscava abrir seus olhos. - Garota, você está bem? Consegue me ouvir? – perguntou preocupado. - Eu... Eu acho que estou bem...- Ela respondeu, olhando para todos os lados. - Você tem certeza? Absoluta? Quantos dedos têm aqui? - apontou para a mão direita. - Cinco, e eu estou BEM! Meu nome é , mas eu não conheço este lugar! Não parece Liechtenstein! – Ela murmurou mais para si mesma do que para o garoto. - Liechem o quê? Não, não! Você está em Green Wizard ! – o rapaz disse convicto à . - Green Wizard? Mas, como? Essa é uma cidade completamente fictícia. – a princesa perguntou indignada. Bem, parece que a neta de Dona Isabel não estava inconsciente no fim das contas, ela apenas havia feito uma viagem mágica para dentro do livro de sua mãe. - Fictícia? Oh não! Isso aqui é bem real! Na verdade acho que as perguntas aqui deveriam ser dirigidas a você. Da onde você veio? Nunca te vi por aqui, . Você por um acaso não trabalha para os Malums, trabalha? – o garoto questionou a princesa. - Obviamente não! Por favor, até agora eu nem sabia que os Malums existiam de verdade. Eu vim de Liechtenstein já disse. - E onde exatamente está localizada essa cidade? – perguntou desconfiado. - No mundo real, é claro. – Ela explicou ao garoto. - Se você estiver falando a verdade, claramente algo errado está acontecendo. Melhor levar você ao meu irmão, ele saberá o que fazer. Os dois, então, caminharam até o castelo dos Bunums, curiosos para desvendarem o mistério que trouxe até a cidade.
- Não ! Esta garota não tem um pingo de mágica nos ossos. –Alan, um dos sete irmãos do garoto disse. – É impossível que ela trabalhe para os Malums, e esteja tentando se infiltrar em nosso reino para descobrir os esconderijos. Você sabe que apenas um bruxo pode visualizá-los. Alguém sem mágica jamais teria essa capacidade. Alan era o sétimo irmão da família, e também melhor amigo de . O menino, apesar de mais novo, era um gênio. Seu poder mágico era a inteligência, e por isso, Alan costumava trabalhar como arquiteto das tubulações do castelo, para poder assegurar os melhores esconderijos à população do reino Bonum. - Então quem é esta tal de ? Ela nunca foi vista no reino, e de acordo com ela, Green Wizard não existe. Com certeza, algo errado está acontecendo. – começou a falar rapidamente, mas foi interrompido por seu irmão. - Bem, se você ficar quieto um instante, e me deixar trabalhar, talvez eu descubra quem ela é. – Alan replicou. - Ok tudo bem... - O mais novo então seguiu para a sala de jantar do castelo, onde estava sentada, esperando que os dois conversassem. A garota estava molhada quando chegou à torre do palácio, mas Alan, com uma das máquinas que havia inventado, rapidamente secou o vestido de ainda no seu corpo, que agora já estava seco. - Então, ? Não é? – ele disse e sorriu. - Sim... – a garota o incentivou a continuar. - Bem, você por um acaso se lembra de como chegou aqui em Green Wizard? – perguntou. - Tudo que me recordo é que eu estava lendo um livro, e de repente, fui parar no meio de um rio. – disse já cansada de não entender o que estava acontecendo. - E que livro a senhorita estava lendo? – o menino pegou seu bloco de notas para não deixar que nenhum detalhe da história passasse. - O livro se chama “Far away” e conta exatamente a história de Green Wizard, de e de . Também fala sobre a batalha de equinócio de primavera dos malums contra os bonums. – ela explicou, curiosa para entender a situação na qual se encontrava. Depois de alguns minutos pensando, Alan finalmente se pronunciou. - Bem, eu diria que a única explicação lógica para isso, seria que você está sonhando com nossa cidade, pois a história ficou em seu subconsciente, mas há outra possibilidade. Talvez, de alguma forma, seu cérebro tenha se conectado com o livro, e você veio parar na nossa realidade, que claramente, não condiz com a sua. – Neste momento, a garota recordou-se de que estava tendo um ataque epiléptico antes de acordar no meio do rio de Green Wizard. Talvez, este tenha sido seu ticket de entrada ao mundo mágico do livro fictício. - Isso significa que eu realmente estou no meio de um reino mágico, que está a um passo de batalhar com o inimigo por suas vidas e uma chance de continuar governando a cidade? Inacreditável. – A menina disse perplexa. - Ao que tudo indica, é exatamente isso. – Alan respondeu. - Mas como? Eu preciso voltar para minha casa, meu povo precisa de mim, meu pai precisa de mim! – falou exaltada. - Infelizmente, até sabermos como te levar de volta, você terá que conviver conosco. Não precisa se preocupar, nós te protegeremos como pudermos dos malums. – O rapaz tentou tranquilizar a garota, mas foi inútil. A princesa já estava com lágrimas nos olhos de pensar que, talvez, nunca mais encontrasse sua família novamente. precisava sair dali o mais rápido possível. A menina, então, correu da sala de jantar rapidamente, passou pela ponte que conectava o castelo com a saída, e finalmente viu a porta. Ela não descansaria até encontrar uma abertura para sair de Green Wizard.
já havia andado por horas pela cidade, mas por mais que tentasse, não conseguia achar nenhuma saída, ou placa que já indicasse que estivesse longe de Green Wizard. Quando visualizou um castelo negro, e várias árvores secas e sem pétalas do outro lado da cidade, imaginou que estivesse entrando no reino dos Malums e resolveu retornar a onde estava anteriormente. A partir do momento em que voltou, tudo estava escuro. Pensou se deveria ir até o castelo, onde tinha ficado, mas logo descartou essa possibilidade. Ela precisava ficar sozinha, e quanto mais longe daquele lugar, melhor ela poderia ignorar que estava em um mundo completamente diferente. Foi então para o único local que ela conhecia fora o castelo, o parque de Green Wizard. Lá ela poderia descansar calmamente. sentou-se no chão, e começou a olhar as flores, que ficavam ainda mais encantadoras à luz da lua. Elas eram lindas. Certamente a garota estaria feliz se as circunstâncias fossem outras. A princesa começou a se lembrar de seu pai, de Elizabeth, de Dona Isabel. Será que eles estavam preocupados com ela? Bem, isso não importava muito, ela precisava voltar. Um dia assumiria o trono, e teria que arcar com responsabilidades. Green Wizard jamais seria o local para . Isso era o que a garota pensava, e puxa a vida, ela não poderia estar mais enganada. estava prestes a cometer um erro, e eu sei que prometi não realizar pedidos, mas a ajudarei de outra maneira. - Ei menina! – disse para chamar sua atenção. - Quem está ai? – perguntou olhando para todos os lados. - Bem, meu nome é Wishmaker, mas isso não importa muito. Preciso te ajudar, antes que você cometa um terrível engano. – falei. - Onde você está Wishmaker? Por que não consigo te ver?- ela questionou. Será que essa princesa não pode me escutar pelo menos uma vez? - O que importa é que eu consigo te ver. E muito bem. Pense em mim como sua fada madrinha, e agora, por favor, preste atenção em mim. – repliquei. - Minha fada madrinha? Por que minha vida está tão esquisita ultimamente? Primeiro: essa tal cidade mágica, e agora uma fada madrinha! Só está faltando porcos voarem... – reclamou. - É exatamente sobre Green Wizard que eu gostaria de falar com você. Esta é sua oportunidade de viver o que você nunca teve, de realizar seus sonhos! , Que importa o mal que te atormenta, se o sonho te contenta e pode se realizar? - questionei a garota. - Minha oportunidade de viver o que eu nunca tive? Para sua informação, minha família sempre me deu tudo, obrigada. Não é necessário ficar presa em um buraco que muito brevemente estará em guerra para que meus sonhos se realizem. – retrucou. Paciência Wishmaker, paciência. - Você não percebe ? Eu sempre te observei,e sei como você sempre quis ser livre pelo menos uma vez. Neste mundo, você não precisa se preocupar com nenhuma regra de seu pai, com horários para voltar de bailes, com nenhuma doença que possa te incomodar. Aqui você está finalmente livre. Isso não passa de um sonho, é sua fantasia, seu mundo ideal. Aproveite enquanto pode minha cara. – argumentei novamente. - Mas eu... Quem disse que eu não gosto de obedecer ao meu pai? – ela disse desconfiada. - , não tente me enganar, eu te conheço muito bem. Por mais que você negue, sei que você não gosta de se sentir presa, por favor, me escute. - Eu.... - tentou retrucar e quando se viu por vencida, disse:- Tudo bem, digamos que aqui eu tenha a oportunidade de viver meu sonho, ainda poderei voltar para casa, no final? – perguntou intrigada. - Bem, minha querida, isso é algo que não cabe a mim decidir. Mas, posso dizer que, assim que você tiver cumprido sua tarefa aqui, você saberá o que fazer. – tranquilizei . - Como assim? Quando eu saberei o que fazer? Por favor, me diga! – a garota levantou do chão, exaltada. - Me desculpe, isso é tudo que posso te dizer. Mas antes de ir embora, não esqueça que, aqui, além de liberdade, você pode encontrar o amor. – falei por fim. Eu não poderia contar mais nada, ou então o futuro de estaria comprometido, e poderia mudar drasticamente. - Amor? Você só pode estar brincando!- respondeu debochada. - Você pode sentir o amor esta noite? Você não precisa olhar muito longe, querida! Ele está mais próximo do que imagina. – soltei uma pequena dica a . Espero que ela entenda. - Quem está próximo? Você não pode dizer uma coisa dessas e simplesmente não responder. – Exclamou. , por favor, sou wishmaker, ninguém me diz o que fazer, e agora, se prepare, seu destino está perto de mudar.
Depois da minha pequena conversa com , a garota continuou tentando me chamar novamente, até que ela escutou passos pela grama do parque, e resolveu se aquietar e sentar perto de um arbusto que a escondia parcialmente, para que, quem quer que fosse, não a achasse. - , você está aí? – Foi a voz de que a chamou, porém ela não respondeu. – , por favor, se você estiver aqui, responda. -silêncio. – Eu já escutei sua voz lá de longe, mas se você não quer falar comigo, tudo bem. Pode passar a noite sozinha. Eu vou embora, e não ouse me procurar. – o garoto disse impaciente. podia ter muitas qualidades, mas educação não era seu forte. E, quando alguém o tirava do sério, ele raramente continha sua irritação. - ... Espere! – sussurrou, torcendo para que ele a ouvisse. O garoto escutou e seguiu a voz dela pelo parque, até que a viu perto do arbusto. - Hum? Resolveu me ouvir? Muito inteligente da sua parte! Fiquei sabendo que à noite os Malums adoram soltar lobos, hienas e outros animais mortíferos para capturarem Bonums sozinhos por aí. Não que você seja uma Bonum, é claro. - O garoto disse, e foi para perto de . - Ok, tudo bem. Não precisa esfregar na minha cara que eu sou uma intrusa na sua cidade mágica, eu sei muito bem disso. E me desculpe se eu queria ter alguns minutos de paz para digerir que ficarei nesse lugar maldito até que eu cumpra meu “dever”, enquanto meu pai doente está sozinho, e meu povo precisa de mim. Eu estou prestes a subir ao trono, mas talvez eu jamais consiga, já que nem a porcaria da minha fada madrinha sabe quanto tempo eu ficarei por aqui. – desabafou. Ei, espera um pouco, ela acabou de me chamar de “porcaria”? - É! Você realmente tem cara de que sempre foi mimada pelo pai e não possuiu capacidade de enfrentar uma situação de dificuldade com maturidade. Não merece meu tempo... - Hum, essa doeu. O rapaz já saia do parque, quando escutou a garota: - Você não sabe nada sobre mim ! Alguém que casa por comodidade e não por amor, realmente não tem direito de me julgar. – Ela retrucou enfurecida. - Isso é... espera, Como você sabe que eu não amo minha esposa? Como você sabe que eu sequer sou casado?- Ele questionou. - O que você esperava? Acho que já li esse livro umas trezentas vezes. Sei tudo sobre você! Infelizmente! – ela adicionou. - É estranho ver você se referir a mim como um personagem de livro. – o rapaz disse pensativo, e notando que o diálogo duraria mais do que esperava, sentou-se ao lado de na grama. - Bem, não é como se tudo isso fosse real, é apenas um sonho. – falou convicta, enquanto fitava o garoto se aproximando. - Se isso é um sonho, por que você não acorda? – abriu um sorriso malicioso, para completar seu tom irônico. - Eu ainda estou tentando descobrir como. Não é como se o beliscão no braço tivesse funcionado...! De acordo com a minha fada madrinha, eu tenho que completar meu destino, e aí sim, poderei voltar. - Ela disse tristemente. - Destino? Fada madrinha? Olha princesa, isso aqui pode até ser um mundo mágico, mas a única fada madrinha que conheço foi a que ajudou a Cinderela, e ela vive bem longe daqui! – comentou. – Já disse que adoro quando as pessoas falam sobre mim? - Bem, eu não sei exatamente da onde ela veio! E sobre o destino, não me pergunte. Não faço ideia de como vou me encontrar nesse lugar que, claramente, não é pra mim. – falou. - Como você sabe que Green Wizard não é seu lugar? Claro que todos temos poderes mágicos, claro que nós não somos tão irritantes como você, mas eu acredito que se você está aqui, é por um motivo. – ele abriu um sorriso simpático. - Obrigada, eu acho. Parece que tem algo a ver com a minha vida sabe? Eu, por ser filha única, e possuir uma doença rara e perigosa, estou sempre sendo vigiada pelo meu pai. Como minha mãe faleceu cedo, ele tem muito medo que algo aconteça comigo, e por isso, eu quase não tenho liberdade. Estou sempre seguindo regras, e levando uma vida limitada. E esse mundo seria um escape, uma fantasia. Talvez, até amor eu encontre aqui! Palavras da fada madrinha. – riu, e por algum motivo, achou o som muito agradável. – A verdade é que eu sempre quis experimentar coisas novas, sair do habitual, mas nunca admiti, sabe? Tenho medo de chatear meu pai, ainda mais agora que ele está doente! – estava se abrindo com o garoto, ele dava a ela a sensação de que não iria julgá-la, de que a ouviria e de alguma forma entenderia o que ela sentia. - Quem diria...- ele respondeu. ficou indignada, afinal, ela acabava de expor seus sentimentos e ele apenas respondia aquilo? - O que você quer dizer com isso? – perguntou contrariada. - Me diga você, princesa. Não sabe tudo sobre mim? – ele questionou com o maldito sorriso enviesado. - Eu...eu...! Ok, talvez algumas coisas não sejam contadas nos livros. – desistiu. - Hahahahaha, tudo bem. Eu te conto, mas só porque sei que deve ter sido muito difícil confessar seus sentimentos, e claro, admitir que você não sabe alguma coisa. – olhou para o menino com uma expressão ofendida, mas assim que viu o sorriso divertido no rosto do bruxo, riu de seu comentário. - Fale de uma vez... - a menina pediu. - Olhe só isso, ela nem subiu no trono e já está dando ordens... - O garoto disse com humor. - ! – o repreendeu. - Tá bem! Você venceu! É só que eu não esperava ter alguma coisa em comum com você, mas eu tenho! Isso é um assunto meio delicado pra mim, porque sei que todos pensam que eu não casei por amor, e sim por comodidade. Mas a verdade é que ninguém realmente procurou entender como eu me sentia na época, como eu me sinto até hoje, e isso é extremamente frustrante. - Hum, continue. – a garota o incentivou. - Desde pequeno, sempre fui ofuscado pelo meu irmão. era muito mais querido pelas pessoas. Primeiro, por ter o poder do amor, já que todos os bonums sempre quiseram um pouco do sentimento em suas vidas, e segundo porque meu irmão é um homem perfeito, bonito e educado, enquanto eu era apenas um músico que se preocupava mais com seu saxofone e festas, do que em desenvolver seus talentos para defender a cidade. Talvez eu os divertisse enquanto tocava, mas no final do dia, eu jamais seria importante como ele. Quando ganhou a primeira batalha, e propôs em casamento, estava claro que assim que os dois se unissem, eu seria a ovelha negra da família para sempre. Ninguém jamais gostaria de mim como de , e tudo o que eu queria era ser notado. Claro que eu nunca havia cogitado a hipótese de meu irmão recusar a proposta, e quando isso aconteceu, eu vi uma oportunidade para ser adorado, para que as pessoas gostassem de mim, afinal, eu me tornaria o príncipe da cidade. Mas, não foi bem isso que aconteceu. No momento em que eu aceitei o pedido do matrimônio, todos começaram a exigir que eu mudasse de comportamento. Eu não poderia ser mais quem era. Teria que me vestir adequadamente, me portar bem na frente de todos, treinar muito mais meu poder, e meu pai até pediu que eu parasse de tocar sax. Isso me aborreceu tanto, eu praticamente perdi toda a minha liberdade, assim como você. - Nossa , eu não sabia de nada disso.... - Pois é, E tem mais... Naquela época, eu lembro que cheguei a fugir de casa várias vezes. Este parque era sempre meu esconderijo. A mata era muito mais densa, e ninguém ousava adentrar esta região. Gostava de vir aqui e refletir, se eu havia mesmo feito uma decisão boa, e veja bem, eu tinha apenas 12 anos, nem imaginava o que era me apaixonar. Para mim, o amor não existia, e sinceramente, se meu irmão não o controlasse, eu não acreditaria nele até hoje. Só sei que este lugar já foi minha casa, e foi por isso que, quando casei, o transformei neste parque, e exigi que as festas que iniciavam a batalha do equinócio acontecessem aqui. - Sinto muito. Eu te entendo perfeitamente, já sofri muito com essa falta de liberdade, e essa pressão que a expectativa dos outros exerce sobre mim. E sabe, às vezes eu também penso que o amor não existe, afinal, eu já tenho 18 anos e nunca o encontrei. – falou tristemente. A garota refletiu, era ofuscado pelo irmão , e por isso nunca havia vivido plenamente sua vida. Mas ela sabia que a chance do garoto brilhar estava próxima, só não tinha decidido se contaria a ele, afinal, isso poderia mudar a história do livro. - Eu estou ainda pior! Tenho 22, e ainda não o encontrei! Mas, pense, você está perto! Sua fada madrinha não disse que você encontraria amor aqui? Aposto que é meu irmão ! Ninguém melhor que ele para te apresentar ao amor! – afirmou, e por algum motivo uma sensação ruim se apoderou dele, como se não quisesse dividir a amiga com mais ninguém. - Talvez essa seja uma boa ideia mesmo. – respondeu entusiasmada. - Então venha, vou te levar ao castelo, já está tarde, e amanhã já é o equinócio, precisamos nos preparar. – O garoto levantou-se da grama, e segurou a mão de para ajudá-la a fazer o mesmo. ficou surpreso com seu ato, ele jamais havia feito algo parecido. Inclusive algumas pessoas diziam que a diferença entre o bruxo e um ogro era quase imperceptível. Parece que a princesa de Liechtenstein estava prestes a mudar o coração de ferro do rapaz, e ele sequer podia imaginar que um dia se apaixonaria pela futura herdeira do trono do principado.
A família e a família de viviam no castelo principal de Green Wizard, enquanto os outros do reino moravam em vilas que cercavam a cidade. Os seis irmãos, mais o pai da família , ficavam no andar de baixo, o qual havia visto durante o período da manhã, já as figuras paternas e maternas da rainha, se estabeleciam no andar de cima. não possuía irmãos, então sua família ocupava muito menos espaço que a de . Ele e a rainha dormiam no último andar, mas o jovem bruxo tinha de admitir, preferia muito mais conviver com seus irmãos, seus melhores amigos (talvez não o ), com quem se divertia, à ficar com a esposa que ultimamente se mostrava ranzinza a maior parte do tempo. e já haviam chegado ao castelo, e a garota foi muito bem recebida pelos membros da família . No começo do dia, o único que estava em casa era Alan, já que trabalhava no próprio palácio como engenheiro. Então, ele, fora , era o único que ela conhecia A princesa, agora calma, acabou simpatizando com Alan, e com o restante das pessoas. Ela encantou a todos, e principalmente um certo bruxo do amor, com suas histórias sobre Liechtenstein, e sua vida no principado. A única pessoa que ainda não havia conhecido , era . Desde o período da manhã, não havia ouvido uma palavra sobre a localização da rainha, mas ele sabia que ela estava em seu quarto, solitária, como preferia ficar há algum tempo. Até a mãe de , Catarina, e seu pai, Marco, já haviam conhecido a hóspede e também tinham a achado muito agradável.
No momento, ela estava se preparando para tomar um banho enquanto Remy, o irmão de que adorava cozinhar, preparava um jantar especial para a visitante da casa. - Muito obrigada mesmo por me receberem pessoal. E Alan, por favor me desculpe pelo meu comportamento de mais cedo, eu estava muito nervosa. – Ela disse envergonhada. - Está tudo bem ! Mesmo! Vá tomar seu banho agora, ou você vai perder o jantar. – o garoto pediu. - É, acho uma boa ideia... Alguém de vocês pode me indicar onde fica o banheiro, por favor? – a princesa pediu, percebendo que não sabia onde se localizavam os cômodos na casa. , que escutava a conversa, respondeu: - Deixa comigo! Vou te mostrar seu quarto, e o banheiro que você pode usar. – o garoto sorriu cordialmente. - , não precisa, pode deixar que eu ajudo a . – interferiu. Ele conhecia a garota muito melhor que seu irmão, e não queria que os dois se aproximassem. Será possível que tinha que dar um jeito de se intrometer na sua vida sempre? - Imagina irmão. Eu te ajudo a cuidar desta linda garota. – não evitava elogios ao se referir a , algo que estranhamente, a princesa não estava apreciando tanto como esperava. Talvez, se aquelas palavras saíssem da boca de , elas teriam muito mais importância e significado. - Tudo bem então... - respondeu cabisbaixo.
tinha acabado de sair do Box, e foi apenas neste momento que ela teve a infeliz conclusão de que teria que vestir as mesmas roupas que havia usado durante do dia. Nada pior do que ficar presa em um lugar desconhecido e ainda por cima sem ter roupas limpas, a garota pensou. Resolveu então checar as gavetas do banheiro da suíte, tentando encontrar alguma peça que pudesse vestir, mas só achou um pente de cabelo, um sabonete, e uma escova de dente. Pelo menos não eram objetos descartáveis. Quando estava prestes a vestir seu vestido florido, e sua roupa íntima, ouviu batidas na porta. - , é você? – perguntou. - Não ! Sou eu, o ...- o garoto disse um pouco aborrecido, por ter sido confundido com o irmão. - Ah sim! Espere um minuto que eu vou abrir. – A garota puxou a toalha em que havia se enxugado e se enrolou na mesma. Empurrou a porta, e deixou que apenas sua cabeça saísse por ela. - Diga... - sorriu ao ver o garoto segurando uma sacola escura. - Ah! Bem, meu irmão aparentemente se esqueceu que você não tinha trocas de roupas. Então eu resolvi trazer estas aqui para você. São umas roupas velhas minhas, mas acho que vai servir. – Ele disse e coçou a nuca quando terminou. - Elas são perfeitas! Muito obrigada mesmo. – A garota disse sem nem checar as vestimentas. Recolheu o saco das mãos do garoto e fechou a porta.
- Mas então, você gostou das roupas? – havia acabado de se trocar, e por mais que se sentisse ridícula, achou a menina extremamente bonita em seu antigo pijama que possuía desenhos de sapos por toda a parte. Primeiro, ela odiava sapos, e segundo, a roupa estava muito larga. Apesar de ser uma peça antiga, ainda da época de solteiro do garoto, ele sempre foi muito alto, enquanto , desde pequena possuía estatura baixa. - Na verdade sim. São bem confortáveis. – Ela disse, e encarou seu corpo novamente. - Bem, você não parece tão à vontade com elas assim. Hahahahaha- riu da expressão envergonhada da menina. - Ok, tudo bem. Pode ser que eu esteja me sentindo ridícula com essas roupas, mas ainda é melhor do que vestir algo sujo. – Fez uma careta. - Certamente que sim, sapinha. – o garoto soltou uma gargalhada. - Hahahaha, nossa, que engraçado. – revirou os olhos com a piada do mais velho. - Estou brincando, é claro. Você ficou adorável nas minhas roupas. – ele disse com um sorriso sincero. - , não minta pra mim...- o desafiou. - Por favor, princesa, eu nunca minto. – Ele afirmou e ela teve muita vontade de rir, mas se conteve. - Você pode tentar me enganar, mas seu irmão já me contou tudo. Ele disse que além de tocar sax, a segunda coisa que você mais aprecia é uma boa mentira.- Ela o encarou. sentiu muita raiva do irmão. Não era possível que , já sendo perfeito precisava enfatizar o quanto era errado para . O bruxo do amor já tinha todas as fichas para ganhar o coração da garota, e não precisava desses jogos. - É, talvez eu minta de vez em quando, mas nunca pra você. – Ele encarou os olhos castanhos da menina, torcendo para que ela não duvidasse dele. - Eu nem sei por que estou dizendo isso, mas, acredito em você. – sorriu para . - Obrigada. Mas então? O que quer fazer agora que você está limpa? – perguntou a . - Ah, não sei! Acho que comer, provavelmente. Todos devem estar nos esperando. – ela falou. - Bem, na verdade não, eu pedi para que o pessoal comece antes de nós. Assim eu teria tempo de te mostrar uma coisa, antes de você dormir. – o bruxo falou encabulado. - Ok então... E que coisa seria essa? – a princesa falou entusiasmada e curiosa. - Venha comigo, vou te levar até lá. -Ele respondeu por fim e segurou a mão da garota, e um arrepio gostoso percorreu seu corpo. Pode ser que nenhum dos dois admita, mas a partir desse momento, o amor entre eles havia acabado de surgir.
(N/a: coloque este video para tocar)https://www.youtube.com/watch?v=Fv_5bPbFefo
- Este é seu quarto, ? – a garota perguntou admirando o cômodo. - É, na verdade este era meu quarto, de quando eu ainda não era casado. – ele sorriu tristemente. - Nossa, é muito bonito! Sua cara! – Ela disse, enquanto seguia o bruxo para dentro do local. Olhou as paredes azuis, que possuíam diversos pôsteres de bandas de jazz das quais ela nunca havia ouvido falar. Passou os olhos pelas estantes, e foi aí que viu algo que a surpreendeu. – , o que são aqueles bonecos na sua estante? Não imaginava que, você, aos 22 anos, gostaria disso – o olhou, divertida. - Bonecos? Eles não são bonecos, são miniaturas dos personagens da série Green Wizard Girls. Meu programa favorito. E eu, como bom fã, tenho todos os itens de colecionador. - Ah entendi. Mesmo que sejam bonecos infantis, você adquire porque é fã. – ela disse para irritá-lo. - NÃO-SÃO-BONECOS-INFANTIS- ele a olhou sério. - Relaxa , estou só brincando com você. – sorriu para o garoto. - Ah sim, desculpe, é que meus irmãos costumavam dizer que minhas miniaturas eram coisa de menina, e acho que, por isso, levo a sério demais quando as pessoas comentam, Sabe? Apesar do nome da série, a história não tem nada a ver com a vida de garotas, fala muito mais de magia, e aventura. - Ah sim. Eu gostaria de ver um episódio, qualquer dia desses. – Ela comentou realmente interessada em assistir a série. - Assim que essa bendita batalha acabar, eu prometo que te mostro, mas agora, queria que você visse outra coisa. – ele seguiu para perto de um armário grande, que ficava no canto direito da parede. Abriu a porta de correr, e de lá retirou uma enorme caixa preta. - O que isso? – perguntou curiosa. - Você já vai ver. – Ele colocou a caixa cuidadosamente na cama, e a abriu, revelando um lindo saxofone de brilho fosco e dourado. - Ai meu Deus, esse é o seu sax? Que lindo. – A garota disse animada. - Sim, ele mesmo. Eu queria muito te mostrar. – Na verdade, trouxe a garota ali para tocar para ela, porém agora, já não sabia se gostaria de ouvi-lo. - Eu adorei!- Ela respondeu, e logo pensou que adoraria escutar uma música, mas estava com receio de pedir. “Ah , vamos lá, ele já te trouxe aqui, você não tem nada a perder”, ela se encorajou e então disse: - , você não poderia tocar algo para mim? - Tem certeza que é isso que você quer? – o garoto perguntou inseguro. não gostava muito de ouvi-lo, e sempre que ele treinava, tinha que ser apenas no andar de baixo, para não atrapalhá-la. - Absoluta. – ela sorriu. - Bem, ok então. Vou tocar uma música que eu mesmo compus.Chama-se “All of me”. O garoto colocou o instrumento na boca, tomou fôlego e começou as primeiras notas. O som melodioso da música calma preencheu o quarto. Ele tocava com muito cuidado para não errar, e transparecer todo o sentimento que podia naquelas notas. Quando chegou ao primeiro refrão observou a garota acompanhando o som com a cabeça, completamente encantada pela a sonoridade do instrumento. apertava os dedos contra as notas, e controlava a respiração muito bem. não entendia de saxofones, mas sabia muito sobre música, e o rapaz era realmente talentoso, uma pena que ele não pudesse desenvolver suas habilidades tanto quanto queria. repetiu mais algumas vezes o refrão, e quando estava nas notas finais, observou o olhar de sobre si. A garota carregava um brilho diferente nos olhos, como se estivesse completamente encantada por ele. O bruxo, nunca tinha se sentido tão admirado como estava se sentindo agora, então prolongou mais algumas notas da música, e quando chegou ao fim, virou-se para presenciar a reação da princesa. - Nossa! , agora você me surpreendeu. – ela disse. - Hahahaha por quê? – ele questionou. - Não finja que não sabe. Você toca maravilhosamente bem. – elogiou o rapaz. - Sério que você acha isso? – perguntou inseguro. - Mas claro que sim. Estou pensando seriamente em te sequestrar para você viver em Liechtenstein comigo e tocar para mim todos os dias. – falou brincando, mas pensou que se fosse possível, adoraria que o garoto pudesse voltar para seu mundo com ela. - Nossa! Muito obrigada. Fico feliz que você tenha gostado. O pessoal daqui gosta de me ouvir também, mas não é como se eles sentissem falta se eu parasse de tocar.- falou tristemente. - Então essas pessoas daqui são muito bobas, porque eu, com certeza, sentirei muita falta de te ouvir. – ela sorriu para o garoto, que ficava cada vez mais quente com as palavras de . Seu coração se acalentava a cada elogio que ela lhe lançava, afinal, quando uma pessoa, da qual você gosta muito, admite indiretamente que sentirá sua falta, sentir-se bem é quase inevitável. estava preocupado que se continuasse conversando com daquela forma, ele faria algo errado, que pessoas casadas não deveriam fazer, então procurou desviar o assunto do rumo que estava tomando. - Hahahaha, assim você infla meu ego . Mas então? Você não está com fome? Acho que deveríamos comer agora. – Ele desconversou. Precisava desesperadamente se afastar de , e já sabia a melhor solução. simplesmente não tinha modos à mesa, e duvidava que o jantar com a moça pudesse os aproximar ainda mais.
chegou à cozinha do castelo e esquentou, no fogão, o delicioso macarrão a bolonhesa que seu irmão Remy havia feito. Enquanto fazia isso, perguntava a ele onde ficavam os itens para que ela pudesse arrumar a mesa do jantar novamente, já que eles eram os únicos que não haviam comido ainda. já estava dormindo. Ele não fazia ideia de que não havia jantado quando voltou do quarto da princesa, mas se soubesse, certamente procuraria acompanhar os dois na refeição. - Então, , você sabe onde ficam os jogos americanos? – a garota perguntou. - Jogos americanos? Bem, o que isso seria? – Ele disse, envergonhado por não ter a mínima noção do que a palavra significava. - Humm, eles se parecem com tapetes, mas você os coloca em baixo do prato. - Ela sorriu com a falta de jeito do príncipe. - Ah sim, já sei do que você está falando. Acho que vi meu irmão os tirando da quinta gaveta do armário da parede. – falou em dúvida. demorou alguns minutos para achar os jogos americanos, que não estavam onde o bruxo havia indicado. Quando os preparativos da refeição já estavam prontos, os dois sentaram-se à mesa, e serviram seus pratos. - Nossa, mas esse macarrão está maravilhoso. – falou. – nunca comi igual. - Ah sim, meu irmão Remy, é bruxo das poções, então digamos que ele é familiarizado com ingredientes exóticos que deixam o sabor da comida especial. - Nossa, que demais! Se eu fosse uma bruxa, com certeza gostaria de ter o poder do seu irmão. Adoro cozinhar. – a princesa falou animada. - É um poder muito interessante mesmo. – disse carrancudo, pois seu talento, não era algo que desejaria ter no topo da lista. - Claro que o seu poder é legal também, mas eu não sei nadar, não combina comigo. – ela consertou, achando que poderia ter ofendido o amigo. - Mas por isso mesmo, se você tivesse meu poder, você conseguiria nadar. – o garoto argumentou, colocando uma garfada de macarrão na boca, que esparramou molho em seu rosto inteiro. - É claro, porém por que eu deveria saber nadar, sendo que existe alguém como você, que pode me salvar? – falou sem medir as palavras, e quando refletiu sobre o que tinha dito, percebeu que aquilo soou muito mal. Era como se ela esperasse que estivesse sempre disposto a ela, quando na verdade, a única pessoa pela qual ele deveria estar disponível era sua esposa, e é claro, seus irmãos. E até onde ela se lembrava, não possuía qualquer relação dessas com o garoto. – Ai me desculpe, foi completamente indelicado da minha parte dizer isso. Acho que porque não conheço muitas pessoas, eu já me sinto meio a vontade perto de você. - Não se desculpe. – ele falou com a boca cheia. – Eu gostei do que você disse. – deu um sorriso desajeitado. Sua boca estava completamente suja pelo molho do macarrão. - Errr bem, , tem um pouco de macarrão perto da sua boca. – disse. Talvez pela maneira como ela havia sido criada e por ser uma princesa, ela se sentiu desconfortável pela comida espalhada no rosto do companheiro. - Ah sim. – O rapaz então, passou as costas das mãos pelo rosto, a fim de retirar o resto do molho. nunca tinha visto alguém agir dessa forma, mas ela sabia que não fazia por mal, então a falta de modos do bruxo não a enojou, mas sim divertiu. - Hahahahah, assim você espalhou ainda mais. Deixe-me ajudá-lo. – A menina apanhou o guardanapo de pano que estava ao lado do prato de , e se inclinou um pouco na cadeira próxima ao garoto. Agilmente passou o tecido branco pelo rosto do rapaz, até que este estivesse limpo. estava próxima, e naquela posição, podia admirar os lindos olhos castanhos da princesa. - Muito obrigado, e desculpe meus modos. – Ele disse, ainda encarando os profundos glóbulos cor de chocolate da menina, o que fazia o coração de ambos acelerarem. - Não a de que. – Ela sorriu, e com esse gesto, passou a encarar os lábios da garota. Eles estavam próximos, a respiração se misturava, os olhos se conectavam, e aquele sem dúvidas era o momento certo para um beijo. , que nunca tinha vivenciado a experiência esperava que unisse seus lábios aos dela, mas esse pensamento não durou muito, a garota logo se lembrou que o bruxo era casado, e jamais poderia se dar ao luxo de beijar outra mulher, não importa o quão mal caráter ela fosse. Afastou-se decepcionada. - Acho melhor terminarmos de comer, ou o jantar esfriará. – a princesa disse por fim. É, parece que estava errado no fim das contas, quando se gosta realmente de uma pessoa, até um jantar simples pode se tornar um momento romântico.
Depois de comerem e e se despedirem, cada um foi para seu respectivo quarto. , quando se deitou, pensou muito sobre seu dia em Green Wizard. Ela se perguntava se o amor que encontraria na cidade seria provido por , mas isso definitivamente não era o que a garota queria. A única pessoa que a interessava era , e isso a confundia ainda mais. já sabia como a história de Green Wizard acabava, ela sabia que e não possuíam futuro, então este não era um de seus maiores problema. Mas e se ela se apaixonasse e depois não quisesse mais sair da cidade? jamais se perdoaria. Quando pensava em , um sentimento intenso vinha a sua cabeça, e quando pensava em , nada a preenchia. Talvez, entregar-se a uma pessoa que não a fizesse suspirar fosse a melhor solução, assim quando chegasse a hora de partir, ela poderia fazê-lo sem se arrepender. Submersa em pensamentos, a garota pegou no sono e depois de um tempo, e sonhou com um certo bruxo da água que fazia seu corpo se arrepiar. , em contra partida estava exausto e mal podia esperar para dormir profundamente. Foi até seu quarto no terceiro andar, mas havia trancado a porta, então desceu as escadas, e decidiu dormir no seu quarto antigo. Quando abriu a porta, viu o irmão Alan sentado em sua cama, esperando por ele. - Alan? O que você está fazendo aqui?- chamou a atenção do irmão. - Bem, eu fui até seu quarto lá em cima, e estava trancado, presumi que você dormiria aqui. Preciso falar com você, afinal alguém tem que colocar juízo nessa sua cabeça, e acho que sou o mais indicado. – Ele respondeu, virando-se para encarar o irmão. - O que você quer dizer com isso, Alan? – o mais velho questionou. - Senta aqui Vamos conversar. – , desconfiado, foi até sua cama, e sentou-se ao lado do irmão. -E aí, o que você queria me falar? – perguntou, incentivando o irmão a explicar o que queria lhe dizer. - Irmão, eu não sei se você notou, mas o está muito afim da . – Alan começou. - Eu notei sim, mas o que eu tenho a ver com isso? – o garoto questionou, mas por dentro, ele sabia muito bem que isso o interessava. - O que você tem a ver com isso? Tá brincando, né? – Alan perguntou não acreditando na reação do irmão, que claramente estava tentando esconder seus sentimentos. - Não... - replicou. - Ah, por favor, , o pode gostar da , mas está mais do que na cara que você tem um precipício por aquela garota tanto quanto ele. Eu não sou nada bobo, você sabe muito bem, não tente me enganar, eu te conheço. – Alan respondeu irritado. - Eu não estou tentando te enganar. Sou um homem casado, e muito feliz, não tem nada dessa história de gostar da . – mentiu. - Você está enganando a si mesmo. Você não gosta nem metade da , como da . – Alan observou. - Isso não é verdade! Como você pode afirmar uma coisa dessas? – perguntou, intrigado. - O jeito que você olha para ela, a maneira como você se preocupa, e o mais estranho, você é até educado com a , algo que nem depois de anos de casado, você conseguiu ser com a . Vai me dizer que isso não é verdade? – o mais novo respondeu, e começou a encarar o irmão. percebeu que não adiantaria mais fingir, Alan era inteligente demais para ser enganado, ele era seu melhor amigo, e o conhecia muito bem. - Ok, vamos supor que eu goste mesmo da , até onde eu sei, não posso me compromissar com ela. – Ele falou trsitemente. - Ah vamos lá . Não é como se você nunca tivesse feito algo errado. Corra atrás dessa menina, o também está gostando dela, e nós sabemos que, geralmente, ele tem a vantagem quando se trata de vocês dois. – Alan aconselhou. - Exatamente, eu jamais ganharei do . – O garoto lamentou. - Quer saber, nosso irmão mais velho só consegue tudo o que quer, porque é determinado, enquanto você não faz nada. Pare de se lamentar e aja, pelo amor dos bruxos. - escutou o que seu irmão havia acabado de dizer, certamente, se ele quisesse competir com , o bruxo mais novo teria que tomar algumas atitudes. - Você acha que eu tenho chances? – questionou em expectativa. - Todos são capazes até que se prove o contrário. Agora descanse, e não esqueça o que eu disse. Amanhã, no baile, é sua oportunidade de conquistá-la. Boa noite irmão. – Alan falou já se levantando e se retirando do cômodo. - Alan, espera! – foi atrás do irmão e parou ao seu lado. - O que foi? – virou-se para o mais velho. - Eu só queria dizer.... Er...Obrigada! – o garoto disse sem jeito nenhum. - Hum, parece que essa te mudou mais do que eu imaginava. – Alan riu. - Ah fica quieto, moleque. – disse, e socou de leve o ombro do irmão. - E lá se vai a educação....- o mais novo disse por fim. Os dois caíram na gargalhada, aproveitando o momento fraternal que desde o casamento, não tinham.
Todos acordaram cedo naquela manhã. A sexta-feira marcava o equinócio de primavera, que seria inaugurado pelo baile dos Bonums. foi o primeiro a se levantar. Ele, mais do que os outros, estava extremamente ansioso para o baile. Primeiro porque ele sempre apreciou uma boa festa, e segundo porque essa era sua grande chance com . O garoto, então, resolveu cozinhar o café da manhã, para que quando o relógio soasse 6 horas, os membros da família pudessem comer alguma coisa antes do evento comemorativo. O bruxo separou uma receita de bolo de chocolate, e todos os ingredientes e recipientes que deveria utilizar. Apesar das instruções claramente explicarem o passo a passo, não tinha paciência para segui-las. Ele não conseguia entender qual era a diferença entre colocar ovos com gema, e ovos sem elas na mistura. Os dois eram ovos, não eram? Essas frescuras não comprometeriam a qualidade do bolo, foi o que ele pensou. Depois de um tempo, o menino acreditou que já tivesse incluído e misturado todos os ingredientes, então colocou a mistura no forno, e bem a tempo, pois logo em seguida, surgiu vestida com a roupa de sapinhos. - Olha só quem está cozinhando. Bom dia, . - Ela disse já retirando os jogos americanos do armário, e ajudando o garoto a por a mesa. - Bom dia. E saiba que eu estar cozinhando não é uma novidade, eu sempre faço café da manhã para os meus irmãos. – o bruxo mentiu, procurando alguma desculpa que impressionasse a princesa. - Hum, então estou ansiosa para experimentar seu bolo. – A garota disse, avistando a receita que estava em cima do balcão da cozinha. não acreditou muito nas palavras do amigo, afinal, ele nem se lembrava onde ficavam utensílios básicos para se arrumar uma mesa. - É… Acho que você vai gostar- o garoto disse apreensivo. – Mas então, você não quer se sentar? - Você tem certeza que não precisa de ajuda em nada? – Ela perguntou. - Não, pode ficar aí. Eu cuido disso. – ele sorriu para ela. A princesa, encantada com a gentileza que o rapaz mostrava, retribuiu o sorriso. - Hum... Tudo bem, se você insiste. - então se recordou de algo que deveria perguntar ao bruxo- , posso te perguntar uma coisa? - Claro. – respondeu. - Bem, é que hoje é aquele tal baile do qual você falou. E eu estive pensando, será que você não teria alguma outra roupa para eu colocar? Acho que seria meio estranho eu participar de uma festa com esse pijama de sapos. – Ela riu divertida. - Ah Desculpe. Tinha me esquecido disso. Quando terminarmos o café, eu posso te levar à Senhorita De vil, ela desenhou vários vestidos para a . Com certeza deve ter alguma coisa pra você. – replicou. - Seria ótimo, muito obrigada. – sorriu agradecida, até que escutou um som estranho vindo da cozinha. – Que barulho é esse? - Errr bem… olhou para os lados, procurando a origem do som, até que percebeu que se tratava do timer do forno. – Parece que o bolo está pronto.
O bolo de estava um terrível fracasso. Quando o garoto tirou a mistura do forno, ela não havia crescido devido à falta de fermento. Depois que o bruxo fatiou um pedaço para , eles verificaram que a massa estava toda despedaçada, e com um gosto totalmente seco. A princesa ficou com muita pena do rapaz e ainda tentou comer um pedaço inteiro do doce, mas ele mesmo estava detestando a comida, e acabou largando metade para trás. Sorte que alguns minutos depois, o relógio anunciou 6 horas da manhã, e os outros membros da família acordaram e ajudaram a preparar um café, mas agora decente. A única pessoa que ainda não havia se levantado era , o que achou muito estranho, pois ela, como vencedora dos jogos, era geralmente a primeira a acordar e se preparar para a grande batalha. Depois da refeição, e foram até o vilarejo de Mirella De Vil, a famosa estilista de Green Wizard, visando encontrar algum vestido que a menina pudesse utilizar no baile. A estilista, de primeira impressão, adorou a garota e por isso separou vestidos lindos para que ela escolhesse. (http://www.polyvore.com/my_fairytale_story/set?id=149880270) provou os dois, e no final, pediu para que escolhesse o mais bonito. - Então , você gosta deste? – A garota estava com o vestido branco, que a deixava parecida com um anjo da vitalidade. Vários brilhantes compunham o tecido branco, e davam à garota um ar de pureza e superioridade. - Hum- o bruxo a admirou. Aquele vestido deixava com uma áurea bonita, porém ele não acreditava que o adjetivo anjo caracterizasse a personalidade da amiga. – Acho que esse não combinou muito. Experimente o outro. voltou ao provador, e desta vez, colocou o vestido de um simples e delicado verde. A peça de roupa delineava seu corpo de forma perfeita. E o verde da mesma contrastava com a sua pele clara e seus cabelos ruivos A princesa, então, mostrou o outro vestido para , que sorriu ao vê-la. Ele não sabia porquê, mas quando adentrava um local, era como se as flores tivessem chegado, devido à tamanha graça, postura, e suavidade que a menina possuía. Se fosse para defini-la com um adjetivo, seria flor, pois ela era bela, carnal e cheirosa, como tal. Um anjo seria a definição de alguém místico, superior, e inalcançável, mas estava lá e não tinha nenhum feitiço que não fosse sua própria beleza e personalidade. - Com certeza este vestido. – O garoto sorriu. virou-se para Mirella que assistia à cena. A estilista falou: - Também escolheria este. Ficou divino em você. – Disse a senhorita De Vil. - Bom, então está decidido. Agora vamos e Sra.De Vil, não quero me atrasar para a festa. – replicou. As duas mulheres e o rapaz saíram do vilarejo e foram direto para o parque de Green Wizard, onde aconteceria o baile do equinócio de primavera.
e caminhavam juntos pelo parque. O garoto vestia calças jeans de lavagem clara, uma polo branca e all-stars velhos que o deixavam muito charmoso aos olhos da princesa. Os dois seguiam a trilha que ficava atrás do rio, onde havia caído em seu primeiro dia em Green Wizard. A princesa admirava atentamente as flores, que estavam, em sua grande maioria, no auge do crescimento. - , você pode me esperar aqui um pouquinho? – A menina perguntou. - Claro , mas aonde você vai? – ele questionou, porém a garota já estava se embrenhando no meio dos arbustos. havia acabado de avistar uma rosa lindíssima, perto do tronco de uma árvore, que ela nunca havia visto em Liechtenstein, e ela precisava levá-la para sua coleção. – , o que você está fazendo? – foi seguindo a menina, até que a viu tentando inutilmente retirar uma flor de seu caule. – Ei, espera. Deixe-me te ajudar. – a princesa abriu espaço para que o garoto chegasse perto da rosa. – Eu não gosto de pessoas mexendo no jardim do meu parque, por isso encantei as flores, mas já que é para você... - O bruxo repetiu algumas palavras e agilmente puxou a rosa do local em que se encontrava, e entregou a garota. - Nossa, ela é linda. Obrigada mesmo. Sabe, eu coleciono flores, e quando vi esta aqui, precisei colhê-la. Desculpe ter mexido no seu parque.- disse envergonhada. - Não, tudo bem! Então, você coleciona flores? Que diferente. - o garoto comentou. - Sim, tenho coisas lindas nessa coleção. Posso dizer que eu sou alguém que tem quase tudo, já que eu nunca tinha visto uma rosa dessas. – A flor que havia colhido era de um azul cintilante, que, em alguns momentos, apresentava uma coloração esverdeada. - Hum, é porque esta é uma rosa típica da nossa cidade. Eu fico muito feliz sabendo que você a levará contigo. Significa que você sempre terá uma parte de Green Wizard com você. – disse sorrindo. - Eu também. Não importa o que aconteça, jamais quero esquecer este lugar e as pessoas que eu conheci aqui. – admitiu. O horário da batalha já estava chegando e a princesa não havia decidido se deveria contar, ou não, a o que aconteceria dali em diante em Green Wizard. Ao mesmo tempo em que queria revelar o enredo do livro, tinha medo de alterar sua história, o que com certeza não era uma opção considerável. Por fim decidiu pensar mais, antes de tomar qualquer decisão. A princesa saiu de seus devaneios e começou a conversar com de diversos outros assuntos, como seus gostos, comidas favoritas, músicas e diversas particularidades. Os dois estavam tão concentrados, que quando viram, já tinham retornado novamente ao espaço principal do parque. O casal, que estava com fome, seguiu para perto da mesa de alimentos dos moradores do reino Bonum. O que e não perceberam era que um rapaz os aguardava ao lado da mesa de petiscos, ansioso pela chegada deles. - , , olá. Eu estava procurando por vocês. – disse ao avistar o irmão e amiga se aproximando. - Oi , o estava me mostrando o lindo parque que ele construiu. Por isso você não nos achou. – tratou de explicar. - Ah entendo. É que, eu estava pensando, já que você não conhece as tradições da nossa cidade, eu queria te chamar para dançar, assim posso te mostrar nossas coreografias típicas, e músicas também. Claro, se você quiser.– O garoto disse sorrindo. Um sorriso perfeitamente alinhado e branco que o deixava ainda mais bonito. , com seus olhos azuis profundos e cabelos castanhos era o sonho de consumo de qualquer moça já vista em Green Wizard, ainda mais quando ele se vestia tão elegantemente como estava hoje. O rapaz portava uma camisa social da cor salmão, dentro de seus jeans de lavagem escura, e sapatênis marrom. , apesar de seus poderes amorosos, não queria utilizá-los na menina de Liechtenstein. O primogênito da família queria conquistá-la justamente, e por isso, estava dando tudo de si para que ela o correspondesse. A princesa, no entanto, não podia estar menos interessada. Assim que recebeu o convite para dançar com , olhou de relance para , ela não queria sair de maneira nenhuma de perto do rapaz, mas sabia que era o certo a se fazer. - Tudo bem, eu danço com você.
Depois que resolveu dançar com seu irmão, se sentiu extremamente ofendido e ficou muito chateado com ela. O bruxo praticamente passou a festa inteira comendo e reclamando sobre sua vida com Alan, que escutou e encorajou o irmão a ir atrás da menina. Mas ainda estava muito bravo, ele nunca foi muito paciente e não era agora que começaria a ser. O rapaz observou a garota que já estava na quinta dança com seu irmão mais velho. Ela estava linda. O vestido rodopiava quando arriscava um passo mais ousado. Seu coração apertou e ele desejou instantaneamente estar ao lado dela. Tão rápido como pensou isso, tentou esquecer, essa pessoa não era ele. Ele não poderia mudar tão rápido assim por uma menina, poderia? O garoto esperava que não, desviou os olhos da moça, e foi para perto da trilha onde tinham caminhado antes. precisava andar um pouco para colocar os pensamentos em ordem, então seguindo essa linha de raciocínio, passou a adentrar a mata do parque até que estivesse bem longe do mesmo. Quando percebeu, já estava afastado do local onde a festa acontecia. Talvez, ele tivesse até adentrado o limite do reino dos malums, então ponderou voltar para que ninguém achasse que ele havia fugido na véspera da batalha, mas quando já estava retomando o caminho percorrido, algo chamou sua atenção. - Vocês todos estão prontos para o ataque? – Uma voz muito familiar soou aos ouvidos do garoto. – O plano é o seguinte, estes são os esconderijos no qual os bonums têm trabalhado. Vocês precisam se certificar que pelo menos um de vocês esteja disposto a investigar e procurar em cada uma dessas áreas. Se vocês não brigarem e se organizarem, nós alcançaremos a vitória. – escutou a voz familiar falando e seu coração gelou. Quem do reino dos malums poderia ter conhecimento das estratégias de batalha dos bonums? - Sim chefe! - Os malums concordaram com quem quer que fosse. se aproximou mais para tentar enxergar quem estava comandando o exército dos malums. Quando já estava perto o suficiente, tropeçou em uma raiz, fazendo muito barulho. A pessoa que estava escondida, rapidamente puxou os arbustos para visualizar quem havia escutado a conversa. não acreditou quando colocou seus olhos na figura que o encarava. O garoto estava surpreso, assim como a pessoa misteriosa. Ele rapidamente se levantou e saiu correndo. A primeira coisa que passou por sua cabeça era que ele precisava salvar , ou ela, talvez, jamais voltaria a sua terra natal. O bruxo precisava ser rápido o suficiente para alertar a todos que seria necessário improvisar esconderijos, e o mais importante, precisava avisar, que , sua esposa, a rainha dos Bonums, era uma traidora. : http://www.polyvore.com/my_fairytale_story/set?id=149882059.
correu até que seus pulmões doessem, e só parou quando avistou o parque de Green Wizard. A primeira pessoa que o garoto visualizou foi , que andava nervosa para todos os lados, como se procurasse alguém. O bruxo decidiu que ela seria a primeira a saber de sua terrível descoberta. - , ...Aqui.- Ele disse, e viu a expressão na garota suavizar quando o focou. - , ainda bem que eu te achei. Preciso te contar uma coisa. – A princesa estava decidida que o bruxo deveria saber da verdade, afinal essa altura, era quase impossível que a história se modificasse. - Espera , também tenho que te falar algo sério, que com certeza é mais importante. – O garoto alertou, e a princesa se encolheu. Provavelmente já tinha descoberto, e ela estava atrasada para avisá-lo. - Diga...- a garota sussurrou. - , você não vai acreditar. está trabalhando com os malums, ela revelou todos os nossos esconderijos. Precisamos alertar o Alan, para que ele tente improvisar alguma coisa, temos que avisar aos moradores para que eles se abriguem no castelo e possamos recriar os esconderijos. Você deve saber que, se não ganharmos a competição, todos os bonums deixarão de existir. – A princesa engoliu em seco quando suas suspeitas se confirmaram. já sabia da traição, mas ela precisava dizer que tudo ficaria bem para tranquilizá-lo, talvez isso aliviasse a culpa que estava sentindo. - eu.....eu, não sei bem como te dizer isso, mas eu sabia da traição de . Por favor, não fique bravo comigo. Eu ia te contar, mas você sumiu. – falou tristemente, olhando para baixo. A menina não queria encarar a expressão de . - O que você disse?- o garoto perguntou tentando conter a voz, para não gritar com a princesa. - Não vou repetir, mas nem tudo está perdido . Não te contei antes porque a história poderia mudar. E, com certeza, você não gostaria que a história se modificasse– a princesa se explicou. - Me conte agora o que vai acontecer! – segurou pelos ombros e encarou os olhos da menina. Ela podia observar na íris do bruxo, toda a raiva que ele estava sentindo dela. - Eu não sei se é uma boa ideia.... Você só precisa saber que tudo ficará be… - ME DIGA AGORA! – se exaltou, o que chamou a atenção de todos no baile. Os olhos de se encheram de lágrimas, mas ela reuniu forças pra dizer: - Você...você- Ela vacilou, mas quando encarou a expressão tenebrosa do garoto, resolveu continuar- salvará todos do reino, e será coroado rei. Não foi isso que você sempre quis? Atenção? Agora, você terá. – o bruxo se surpreendeu com a resposta da garota, e ficou calado durante um tempo, enquanto todos os moradores daquele lado da cidade os observavam. Depois de refletir sobre o que havia acabado de dizer, ele respondeu cruelmente. - Eu não acredito no que você diz, . Você não passa de uma mentirosa assim como a , e eu espero sinceramente não te ver nunca mais. Não ouse entrar no castelo para ter proteção, fique aqui e morra sozinha, ou implore a misericórdia dos malums. – falou com a expressão vazia, já dando as costas para a garota. Todos do reino olhavam a cena, chocados, e , quando constatou isso, saiu do parque chorando. O garoto não correu atrás dela, pelo contrário, ele pediu que os moradores escutassem tudo o que ele havia descoberto, e depois convocou que todos entrassem de volta no castelo, para resolver o que aconteceria dali em diante.
Alan trabalhou muito, e todos os sete irmãos da família ajudaram a combater a desordem que a traição de havia ocasionado. Os bruxos prepararam um encantamento que transferia todos os esconderijos e passagens secretas para outros locais do castelo. Agora que os moradores do reino Bonum estavam aliviados, ficou preocupado com , e perguntou onde a garota se encontrava para . A verdade é que o bruxo da água estava extremamente arrependido de ter dito aquelas coisas para a menina, pela qual ele sentia tanta afeição. Mesmo quando estavam refazendo as plantas dos esconderijos, Alan havia comentado que nunca faria o que fez por mal, e agora estava sofrendo de um terrível remorso. Ele não queria dizer que não sabia o paradeiro da princesa para . Provavelmente o garoto iria procurá-la, achá-la e não teria nem chances de se desculpar. Quando visse, e já seriam um casal. O bruxo mais novo não sabia o que fazer, e quando se decidiu por contar a verdade ao mais velho, um dos moradores da vila interrompeu a conversa. - Desculpe a intromissão, vossa Majestade, mas tenho notícias importantíssimas – reconheceu o homem como sendo Sr.Sulliver, um dos mais velhos duendes da cidade. - Diga, por favor, Sr.Sulliver. – O príncipe da cidade pediu. - Bem majestade, eu estava tomando conta da entrada do castelo, quando percebi um estranho movimento. Encantei meus olhos com um pouco de sorte e consegui ver melhor. Os Malums já estão quase em nosso castelo, e temos menos de 10 minutos até que eles cheguem a nosso território. – O duende falou preocupado, Ao escutar a péssima notícia, correu para juntar todos os membros do reino Bonum, e certificar que cada um deles se escondesse o mais rápido possível. prosseguiu com a conversa. - Mas como isso é possível? Nós ainda temos tempo, ainda faltam duas horas para as seis, horário em que a batalha deveria começar. – o bruxo falou. - Eu não sei majestade, mas você conhece os malums. Eles não seguem regras e sempre querem ter a vantagem. Até hoje nós corremos risco de vida nessa batalha, enquanto os malums, não sofrem nem um arranhão. – O duende queixou-se. - Você sabe que nós, bonums, não acreditamos que a morte é a melhor solução para nossa rixa com eles. - então, lembrou-se de como havia tratado . Suas ações tinham sido completamente adversas aos princípios dos bonums.- Não podemos matá-los! Os tempos de guerra foram terríveis para nosso povo, e como sempre ganhamos a batalha, nunca pensávamos que, um dia, correríamos verdadeiramente um risco. Mas isso está prestes a mudar. Os malums quebraram as regras e agora temos que nos proteger o mais rápido possível. Não há mais tempo de unir um exército para atacá-los, vamos continuar com a tradicional batalha do equinócio. Venha Sr.Sulliver, vamos nos juntar com os outros moradores do reino. – , junto com o duende, encontrou o restante dos bonums, que já haviam sido alertados do ataque surpresa do reino do mal. O príncipe da cidade, então, ordenou que todos se posicionassem em seus esconderijos, e confirmou que todos os moradores estavam presentes. Quando fez isso, sentiu uma pontada no coração. O garoto lembrou-se que estava sozinha lá fora, e jamais teria chances, contra os Malums. O reino do mal estava próximo, corria risco de vida, e ele precisava salvá-la de qualquer maneira, enquanto ainda tinha tempo. O menino saiu correndo do castelo, e procurou por todos os cantos da cidade. Quando viu os malums atravessando a fronteira e estava prestes a desistir, escutou um choro fraco saindo de trás de uma das casas da vila. Não podia ser de nenhum dos moradores de Green Wizard, então o garoto suspeitou que fossem de . Foi até lá e mirou a figura da princesa se desfalecendo em lágrimas. - , pare de chorar, você tem que vir comigo agora. – pediu, já segurando os pulsos da garota, e fazendo de tudo para que ela ficasse de pé. - Não, eu não quero. Você pediu para eu ir embora. Vou ficar aqui. – disse convencida. O bruxo, vendo que a princesa estava magoada com ele, e não sairia de lá tão cedo, não pensou muito antes de levantá-la no colo, e colocá-la nos ombros. Depois disso, foi andando o mais rápido que conseguia, de volta para o castelo. nem precisou perguntar por que raios tinha ido buscá-la. Quando os dois estavam quase chegando ao castelo, os malums se encontravam a apenas 20 metros de distância deles. Os guerreiros do mal os avistaram, e por isso, apressaram o passo. , então, foi obrigado a colocar a princesa no chão, ou eles jamais sairiam vivos. Ao chegar ao castelo, o bruxo retirou uma vela e a acendeu com um feitiço. Explicou para , que com ela, a princesa poderia enxergar as passagens secretas que só eram visíveis, e com muita dificuldade, aos olhos dos seres mágicos. já havia escolhido seu esconderijo, e planejava que fosse com ele. Mas, se a princesa se recusasse, ela ainda teria a vela. - Nós não temos muito tempo, você vem comigo? – Ele perguntou, desejando com todas as forças que ela dissesse sim. - Bem, acho que não tenho uma escolha melhor. Ainda quero voltar viva para Liechtenstein. – A princesa respondeu amarga. então a puxou pela mão e correu com ela pelas escadas, até chegar ao topo da torre do castelo.
O lugar que ele havia escolhido para se esconder era submerso na ponta triangular do palácio, onde a bandeira de Green Wizard, e do reino Bonum se localizava. acreditava que aquele era um local seguro, pois era espaçoso, e um dos últimos cômodos no qual os malums chegariam. Mas o mais intrigante daquele lugar, era que, para chegar até ele, era necessário rodar um dos quadros do último andar. Aquele espaço nunca tinha sido utilizado em batalhas, pois era um projeto novo de Alan, que só tinha comentado com irmão sobre o local, então seria muito difícil que tivesse conhecimento dele. Dentro do ambiente havia diversas estantes, que guardavam livros antigos, e um baú camuflado do lado direito da parede de madeira. A garota resolveu se esconder atrás de uma das prateleiras, e ele se posicionou dentro da antiguidade, também feita com os caules de árvores. Como estava em um local fechado, precisou abençoar seus olhos com um pouco de pó de duende, assim ele poderia ver através da madeira que o envolvia, mas de maneira nenhuma, um Malum o avistaria pelo lado de fora do baú. O garoto também, não se esqueceu de colocar seu relógio no pulso, que indicava quanto tempo ainda restava para o fim da batalha. Essa, diferente das outras, teria duração de 14 horas, pois os malums haviam quebrado uma das regras. Mas, de forma alguma eles poderiam ficar no castelo por mais tempo que isso. Apenas durante o equinócio, era permitido que os habitantes do reino do mal pudessem adentrar o castelo, mas, após este período de 24 horas, se eles permanecessem, morreriam certamente por causa da barreira mágica lançada sobre o palácio. verificou que seu mapeador estava funcionando bem. Este era um instrumento que possibilitava ver quantas pessoas ainda restavam na competição, e onde elas estavam escondidas. Infelizmente não era possível ver os malums através deles, mas já era de grande ajuda. E claro que o garoto não se esqueceu de entregar um mapeador a antes de se esconder, afinal, ela também precisaria controlar como estava o andamento da batalha. As horas foram passando, e com o tempo, vários Bonums foram desaparecendo do mapeador. O primeiro, observou, foi um bruxo que deveria ter seus 5 anos de idade, chamado Mike. Era um dos moradores da vila, e o príncipe não o conhecia muito bem, mas aos poucos, nomes familiares sumiam da tela. O primeiro foi de seu irmão Remy, depois Stephan, e por último, veio Alan. O garoto já devia estar acostumado com a ideia de que pelo menos alguns de seus irmãos morreriam na batalha, mas ele ainda se sentia estranho, como se uma parte dele estivesse indo embora junto com os membros de sua família. Quando faltavam 15 minutos para o fim da competição, checou o mapeador, só restavam três pessoas. Uma delas era Catarina, a mãe de , e as outras, obviamente, eram ele e . O garoto ficou extremamente feliz que Alan não se esqueceu de inserir a princesa no mapeador, pois se isso acontecesse, ela poderia não ser considerada uma competidora, logo, se fosse morta, nenhum encantamento a traria de volta a vida. O bruxo da água se questionava como deveria ter sido para Catarina descobrir que a filha era uma traidora. Certamente ela estava desolada, era muita sorte que a senhora ainda estivesse viva, depois de todo o stress emocional que havia passado. Ele não entendia como havia sido capaz de algo assim. Ela sempre teve tudo que desejou, era a rainha dos bonums, nada podia ser mais importante que isso. O que será que a havia feito mudar tão bruscamente de ideia, e ir para o lado obscuro? Isso o intrigava demais. Quando a batalha terminasse, e com sorte, os bonums vencessem, daria um jeito de perguntar pessoalmente a porque ela havia dado às costas a seu povo. Ninguém jamais esperou uma atitude assim da amada rainha da cidade. O bruxo conferiu o mapeador novamente. Faltavam 10 minutos para o fim da batalha. Seu coração gelou quando constatou que Catarina não se encontrava mais no visor do equipamento, agora só restavam e ele, e isso o assustou profundamente. pensava que algo estava muito estranho. Quando ela leu o livro “Far away”, que contava a história de Green Wizard, não se lembrava dos Malums terem feito um ataque surpresa, e isso a incomodou, pois certamente significava que a história havia sido mudada. Talvez o final ainda fosse o mesmo, talvez não, esse sentimento de dúvida se apoderou dela de uma forma que ela mal viu o tempo passar. Quando observou o monitor, notou que muitas pessoas já haviam desaparecido. A princesa ficou nervosa, não saberia o que fazer se no final restassem somente ela e .
O bruxo observou novamente o mapeador e verificou que faltavam apenas cinco minutos para o fim da batalha. Ele suspirou aliviado. Provavelmente os malums não conseguiriam os achar. Mas se precipitou ao pensar assim, pois no segundo seguinte ele avistou uma moça de cabelos pretos adentrando o local. sabia muito bem quem ela era. vasculhava o ambiente sem fazer muito barulho, para não alertar quem estivesse naquele aposento. Ela não tinha certeza de quantas pessoas faltavam para o fim da competição, mas sabia que eram poucas, e suspeitava que seria o próximo a se juntar aos bonums já mortos. O garoto desviou seus olhos de para observar . Naquela posição, ele só conseguia enxergar o perfil da menina, mas via o quanto ela estava amedrontada. Percebeu que sua esposa chegava cada vez mais perto da princesa, e era questão de segundos para que descobrisse o esconderijo de e a matasse sem hesitar. sentiu o coração bater depressa. Ele era incapaz de ver uma das pessoas pela qual ele mais se afeiçoou no mundo, sendo morta bem à frente de seus olhos. Lembrou-se do que a princesa disse, venceria a batalha e seria coroado o novo rei. Seu sonho seria realizado, pois ser glorificado era o tudo que o bruxo sempre quis. Mas agora, sabendo que estava prestes a morrer, ele não tinha certeza se isso era realmente o que ele queria. A princesa, pela qual ele nutria um forte sentimento, não pertencia àquele mundo. Mesmo que Alan a tivesse incluído no feitiço que ressuscitaria os bonums, não havia como ter cem por cento de certeza que ela, de fato, voltaria à vida. não precisava pensar para saber que seu maior desejo não era mais o poder e a glória, mas sim o amor. O sentimento puro e bom que havia trazido a sua vida de forma rápida e impensada. O garoto sabia que a amava, e confiava que ela seria capaz de salvar todo reino dos bonums, com um pouco de ajuda. não precisou de incentivos. Quando percebeu a proximidade de e , rapidamente se moveu dentro do baú, aquilo deveria chamar atenção de sua esposa. Ele estava certo, apesar do som da movimentação do bruxo ter sido muito superficial, era experiente, e tinha certeza que alguém estava dentro da antiguidade de madeira. A mulher foi se aproximando, e tratou de abrir o baú com agilidade. Sorriu maliciosamente quando avistou a figura de dentro da caixa. - Eu sabia que você jamais estaria à minha altura. Você é fraco. Não sei como eu tive coragem de me casar com você. – disse ríspida. a encarou com raiva, e pensou que já sabia exatamente como ajudar a ganhar tempo. - Bem, eu acho que não. Quando você venceu a competição eu lembro perfeitamente que os malums jogavam limpo. Será que você conseguiria salvar o reino com menos duas horas de vantagem? – Ele a desafiou. ficou impaciente. Checou o relógio e viu que faltavam apenas dois minutos para o fim da batalha. - Eu não tenho tempo para suas bobagens , mas, por favor, não me venha com esse papo de eu sou bom para mim. Você sabe muito bem que sempre viveu sob minha sombra, e agora, nem viver você poderá mais. Eu te matarei, ganharei a competição, e serei a nova rainha dos malums. – se glorificou. suspirou aliviado. Sua esposa não fazia ideia de que não estava morta. - Sinceramente , eu não entendo como uma pessoa tão boa e respeitada como você, se transformou nisso. Como você pôde virar às costas para seu tão amado povo? – o garoto perguntou intrigado para saber a resposta, e buscando conseguir mais tempo para a princesa. - Você está cometendo um terrível erro, . – a alertou. - Eu não quero ouvir o que você tem a dizer, já chegou a sua hora. – , sem nenhum indicio de pena ou carinho, tocou, com seus dedos cheios de veneno, a boca do rapaz, que fechou os olhos instantaneamente e parou de sentir o ar adentrar seus pulmões. não acreditava no que seus ouvidos escutavam. A princesa, quando percebeu o barulho que havia feito para propositalmente desviar a atenção de de si mesma, ficou em estado de choque. Ela sabia que o garoto tinha feito o que fez para salvá-la, e estava perplexa que ele tivesse deixado a vida de todos os bonums, em suas mãos. Quando ela parou de ouvir a voz do bruxo, olhou para o visor do mapeador e constatou que não estava mais ali. Agora ela era a única sobrevivente. estava sozinha, assim como quando perdeu a consciência na casa de sua avó, e mais uma vez, não havia ninguém para ajudá-la.
Quando a princesa abriu seus olhos, ela não estava mais em seu esconderijo no castelo de Green Wizard, mais sim em um local estranho. Espere aí, ela reconhecia sim aquele lugar, era o seu quarto no palácio. A garota coçou os olhos e imaginou como havia parado ali, provavelmente o bruxo da água a tinha trazido. Será que tinha ressuscitado? Ela esperava com todas as forças que sim, só ela, e claro eu, sabíamos o quanto tinha se desesperado ao notar que o garoto havia se sacrificado por ela. A menina levantou-se da cama confortável e foi fazer sua higiene pessoal. Quando voltou, viu algo que a deixou extremamente feliz. - Não posso acreditar! Você está vivo! – A garota saiu correndo e pulou nos braços de , que a esperava em sua cama. - Claro que estou. E graças a você. – Ele sorriu. - Com certeza não. Eu posso ter sido a última a ficar, mas você é o verdadeiro herói. Você me salvou aquele dia no rio, e me salvou durante a batalha. Eu estou viva porque você se sacrificou por mim. Muito obrigada mesmo . – disse, e abraçou o tão amado amigo. Eles nunca estiveram tão próximos assim. O coração da princesa batia acelerado, e o bruxo sentia um frio estranho na barriga. Ele não sabia quanto tempo ainda tinha com , então resolveu agir. sabia exatamente o que queria, segurou o queixo da menina para cima e olhou no fundo de seus olhos procurando qualquer sinal de relutância, mas não encontrou, afinal, a princesa queria aquilo tanto quanto ele. De vagar, o menino aproximou os lábios da boca de , e quando eles finalmente se encontraram, foi como se o mundo tivesse parado. já tinha beijado antes, mas nunca pensou que a sensação pudesse ser tão diferente do que era com . Sentia faíscas eletrizantes percorrerem seu corpo e aquietarem seu coração. Já a princesa, era completamente inexperiente, mas ninguém melhor do que o garoto que lhe fazia suspirar, para ensiná-la o que fazer. Ele segurou a cintura dela, e colou seus corpos para que ficassem ainda mais perto um do outro. repousou as mãos ao redor do pescoço do rapaz, e passou a acariciar o local com carinho e cuidado. O beijo foi se aprofundando de forma intensa, e somente quando não tinham mais fôlego, os dois se afastaram. ainda encarava a menina sorrindo, enquanto retribuía o olhar com as bochechas coradas. - Acho melhor nós irmos até o pátio do castelo agora. Os bonums estão esperando para conhecer a nova rainha.
No momento em que os dois chegaram ao pátio do palácio, todos os bonums ficaram de pé, e aplaudiram a entrada do casal. conduziu até o que parecia ser um palco. Lá, o pai do bruxo esperava-os segurando uma tiara feita de flores, que em seu centro possuía uma pequena pedra brilhante. - É com enorme honra que coroamos a nova rainha da nossa cidade, , a princesa de Liechtenstein. Estamos muito agradecidos por você ter nos salvado dos malums, principalmente este ano em que a batalha foi realizada em condições completamente diferentes. Pelo poder investido em mim, declaro essa garota, a mais nova majestade de Green Wizard.- Todos aplaudiram com vigor. assistia à cena muito feliz por sua menina, mas ela não estava contente ainda, precisava fazer algo antes. - Muito obrigada pessoal. Mas eu quero dizer que se não fosse por eu jamais teria ganhado. Foi ele que atrasou , e possibilitou que ela não tivesse tempo de me encontrar. Se alguém tem de ser coroado líder do reino, merece ser essa pessoa. – chamou o garoto ao palco, e pediu para que ele fosse declarado o rei de Green Wizard em seu lugar. O pai do bruxo realizou a cerimônia novamente, e ela entregou a tiara de flores para o rapaz. - Por favor, , fique com ela. – Ele apontou para o adereço de cabelo. - Imagina , é sua, você merece. – a menina retrucou. - Tudo bem , esta tiara é feminina mesmo, nós a fizemos enquanto você dormia. Quero que você fique com ela, para se lembrar sempre de mim. Você pode não ser a rainha de Green Wizard, mas com certeza é a rainha do meu coração. Eu te amo, por favor, aceite. – Ele disse, já encaixando o lindo acessório na cabeça da garota. não conseguiu responder nada. A declaração a havia pego de surpresa. A princesa sorriu e selou seus lábios nos do bruxo, esperando que por hora, aquilo fosse o suficiente para agradecer todo o carinho e amor que ele tinha para com ela.
Depois da cerimônia, deu sua primeira ordem como rei. Pediu que todos deixassem suas obrigações e afazeres e fossem comemorar com ele, seus irmãos e no parque de Green Wizard. Os habitantes do reino estavam todos muito felizes, e festejavam com muita alegria. Mas, a princesa de Liechtenstein, por algum motivo, não estava se sentindo bem. estava com uma dor de cabeça terrível, e por isso, se afastou do pessoal da festa, para se sentar um pouco e descansar. Ela achava que o incômodo que estava sentindo vinha da tiara de flores, então a retirou da cabeça. sentiu um alivio instantâneo, mas quando foi colocar o adereço de cabelo em seu colo, algo chamou sua atenção. A pedrinha que antes era transparente e decorativa estava refletindo a imagem do quarto de sua mãe, na casa de sua avó. não precisava que ninguém dissesse o que aquilo significava. Ela entendia muito bem que havia chego sua hora. Como a menina já imaginava, não estava se sentindo feliz por saber que deveria retornar a sua terra natal, mas sim triste, pois teria que deixar e a vida que ela sempre sonhou para trás. Mesmo querendo ficar, tinha seu pai, ela tinha um dever com seu povo, e devia deixar que fosse livre para cumprir o seu destino sozinho também. Com esse pensamento, a garota caminhou até o bruxo. Infelizmente, era hora de se despedir.
O primeiro a quem ela disse adeus foi Alan, depois Edward, Remy, e assim foi seguindo até que já estivesse se despedido de todos os moradores do castelo. observava a cena, completamente ferido. Ele não conseguia acreditar que tão brevemente a menina havia conquistado seu coração, ela já iria levá-lo embora para Liechtenstein. O bruxo mal pôde aproveitar as sensações de estar apaixonado. Mas entendia que, deixá-la partir era algo que precisava fazer. se despediu brevemente dos moradores da vila, e deu atenção especial a querida Mirella De Vil, que havia emprestado aquele lindíssimo vestido para usar no baile. A estilista insistiu para que a princesa levasse-o com ela para Liechtenstein, mas não saberia como explicar a existência daquela nova peça de roupa em seu armário, então, no fim das contas, ela estava partindo apenas com o vestido florido com o qual tinha vindo, a rosa que a autorizou a colher, e a tiara de flores. Como colecionava as lindas jóias do jardim, caso sua avó ou Liz perguntassem da onde havia vindo àquelas coisas, ela podia inventar que as achou no parque de Liechtenstein, e depois montou uma tirara com as flores colhidas. Faltava apenas uma pessoa a quem tinha que dar adeus, e essa seria definitivamente a mais difícil. A garota se aproximou de , que a encarava de coração partido. - Sabe , Green Wizard é simplesmente um mundo ideal, um mundo que eu nunca vi. E agora eu posso ver e lhe dizer que estou em mundo novo com você, e isso foi uma das coisas mais importantes que poderia ter acontecido na minha vida. Você, em apenas dois dias, fez com que ela valesse mais a pena do jamais valeria em Liechtenstein. Meu coração dói em imaginar que eu terei que te deixar. De alguma forma, tudo o que eu queria, era poder ficar, mas isso não depende de mim. Não posso ser egoísta e pensar apenas no que eu quero, tenho que pensar no que será melhor para todos. Apesar de eu te amar, sim agora eu sei que te amo, também sinto isso pelo meu pai, e meu povo, e não posso simplesmente os abandonar. Espero que você entenda minha decisão. – A princesa disse com os olhos marejados. Seu coração apertava de uma maneira inexplicável. Ela mal podia imaginar como estava se sentindo. - Eu entendo , de verdade. Mas saiba que, um amor igual ao que eu sinto por você, jamais será esquecido assim tão rapidamente. Você partirá, mas eu te prometo que de alguma forma, nós ainda vamos nos reencontrar. – O bruxo disse confiante. Ele sentia que, por algum motivo não era hora de dizer adeus a . O amor dos dois estava apenas no começo, não era o momento de apagar a chama que havia acabado de nascer entre o casal. - Espero de todo o coração que um dia nós possamos nos encontrar novamente. – falou e depositou um beijo nos lábios do rapaz que tanto amava. Secou as lágrimas com o pano do vestido, e segurou a pedra que refletia a figura da casa de sua avó em Liechtenstein. - “Ich will nach Hause” Por favor, me leve pra casa.- Depois disso, a princesa caiu em sono profundo. Quando acordou, não era mais a cidade mágica que estava ao seu redor, mas sim o antigo quarto de sua falecida mãe. A rosa azul e a tirara não estavam mais em suas mãos. não sabia dizer se havia sonhado com a estranha história do livro, ou se realmente havia vivenciado aquele enredo encantado. A segunda possibilidade parecia completamente inviável. Resolveu então acreditar que aquilo tudo não havia passado de uma ilusão fantasiosa de sua cabeça. Levantou-se e viu que tudo continuava normal a sua volta. Retirou o livro do colo, e o folheou. Mas algo chamou sua atenção, havia alguma coisa de diferente. Ela conhecia aquela história muito bem e sabia que estrutura do livro tinha mudado. Quando abriu a última página, só teve tempo para visualizar uma frase: “E foi assim que encontrou o verdadeiro amor”. Não era a foto de que ilustrava a página, mas sim, de uma garota de lindos cabelos ruivos. Depois disso, a porta do quarto começou a bater. fechou o livro rapidamente, e encontrou sua avó do outro lado do cômodo. - Vamos querida, o chá está pronto.
Coloque para tocar:https://www.youtube.com/watch?v=ZemMpJmV6aA (Kiss the Girl- Ashley Tisdale)
Passaram-se anos, meses e dias. Agora a princesa de Liechtenstein já estava com recém completados 21 anos de idade, e faltava apenas um mês para sua coroação. Graças a Deus, seu pai estava bem de saúde, já , nem tanto, uma vez que ainda possuía sua grave doença. Mas, mesmo que suas crises epilépticas continuassem, a princesa já tinha muito mais liberdade, pois finalmente havia tomado coragem para enfrentar seu pai e exigir aquilo que ela deveria ter por direito. Claro que a garota tinha suas limitações, ela sempre deveria sair acompanhada por Elizabeth. Entretanto, sua situação já tinha melhorado muito, e ela só tinha que agradecer a estranha experiência que viveu em Green Wizard. nunca teve certeza se aquilo foi fruto de sua imaginação. Mas para ela, havia sido real, inclusive seu amor por , e era nisso que ela acreditava. Jamais esqueceria o que aprendeu na cidade mágica, e como aquilo a ajudou a crescer como pessoa. No dia de hoje, a menina estava caminhando pelo parque da cidade de Liechtenstein. Existia um lindo lago ali perto, que era cercado por um muro, no qual a princesa sempre gostava de se sentar. foi até lá, e ficou em pé na parede de concreto. Ela gostava de sentir o vento bater em seus cabelos, e abrir os braços, como se realmente fosse levantar vôo. A princesa era um espírito livre naquele momento, e nada nem ninguém poderia prendê-la no chão. De repente, por um descuido, perdeu o equilíbrio, e jogou seu corpo para frente, em cima do rio. A menina caiu na água fria e gelada do lago, que era consideravelmente fundo. Ela nunca realmente apreendeu a nadar, e por isso, não estava conseguindo subir a superfície. Quando seus pulmões já começavam a encher de água, uma mão agarrou o corpo de , e a levantou agilmente para fora do lago. - Cof, cof. – A menina tossiu e focalizou a figura à sua frente. Seus olhos se arregalaram de uma forma, que ela pensou que fosse assustar o garoto que havia acabado de salvá-la. - Está tudo bem com você? – O menino sorriu lindamente. - Loren...? Como isso é possível? – O rapaz era exatamente igual ao bruxo de Green Wizard, podia estar atordoada, mas ela sabia que era ele, só podia ser. - Uau! Como você sabe meu nome? Hahahahaha! Desculpe, eu acabei de chegar aqui no principado. Eu moro na Alemanha e ainda não conhecia esta região. Quando estava observando o horizonte, percebi uma movimentação estranha na água, e corri para te ajudar, mas não sei quem você é. – Ele disse. Curioso para saber da onde aquela garota misteriosa o conhecia. -Você me disse um dia que nós nos reencontraríamos, e aqui está você, somente você, a mesma visão, aquela do sonho que eu sonhei. Não posso acreditar! – olhou a garota, confuso, não sabia do que ela estava falando. Talvez a moça fosse louca, ou tivesse batido fortemente a cabeça, ele não sabia dizer. Mas algo no olhar dela revelava que ele a conhecia de algum lugar também, talvez de um sonho, como a princesa mesma havia dito. sabia que não era normal uma completa estranha saber quem ele era, mas aquela menina, de alguma forma, não parecia desconhecida. - Seu nome é , não é? – o rapaz não sabia explicar da onde aquilo tinha vindo, mas sua boca já havia soltado as palavras. - Então você se lembra de mim? – perguntou perplexa, ela mal sabia o que dizer. - Eu acho que sim. Venha , levante-se, acho que nós temos muito que conversar. – foi o que ele disse, antes de começarem a caminhar pelo parque juntos. Quando o amor é puro e verdadeiro, não importa as barreiras que tentem impedir o sentimento de se concretizar, ele sempre acha uma forma de unir aquelas duas pessoas que nasceram para ficarem juntas. Foi isso que aconteceu com e , que depois de um tempo, começaram a namorar, e hoje têm uma família muito feliz. Às vezes não são necessárias fadas madrinhas para que seus sonhos se realizem. e me mostraram isso. Mas não pensem que eu me sinto inútil, eu tive que abrir os olhos dessa princesa. Se não fosse por mim, ela jamais teria aberto o coração a novas experiências. Este casal, apesar de terem enfrentado muitas dificuldades, conseguiram viver seu final feliz. Será que você conseguirá? Não se esqueça, estou sempre às ordens para realizar o seu pedido.
Ass: Wishmaker.
FIM
Nota da autora:Se você está lendo isso, é porque eu provavelmente ganhei o challenge, porém, como isso é meio impossível, acho que provavelmente estou escrevendo essa nota da autora apenas pra equipe do ffobs. Mas isso não importa, ainda preciso dividir a minha felicidade de terminar essa história com alguém. Não acredito que a finalizei. Meus deuses, alguém me belisca. Foram 50 páginas escritas em menos de um mês. Tenho que dizer que eu perdi quase todas as minhas noites de sono com essa fic, porque eu estudo o dia inteiro. Mas no final, valeu a pena, eu me diverti muito escrevendo. Essa foi minha primeira história, na verdade eu não sei se foi essa ou Fools Gold, porque FG foi a primeira que eu escrevi, e essa a primeira que eu finalizei. Mas consideremos que essa seja a primeira, espero que ela não esteja tão ruim, eu tentei colocar o máximo de dedicação possível para criar uma história bacana. Quero agradecer aqui, a todas as meninas dos grupos de fics no whats que me apoiaram e me incentivaram a colocar esse conto no papel. Ele originalmente era um sonho muito louco que eu havia tido, mas graças a elas, eu me animei de transformar o enredo nessa short para o challenge do ffobs. Amo vocês meus amores. (não vou citar nomes porque tenho medo de esquecer alguém, mas vocês estão no meu core, suas lindas) Também quero agradecer ao meu irmão, que emprestou o nome dele para ser o do PP da história. O nome do personagem principal é por causa dele. A PP se chama , pois a princesa de Liechtenstein tem esse nome na vida real. E os outros personagens também têm uma história atrás do nome deles. O nome Alan veio de Aladdin, o nome Remy veio do ratinho de Ratatouille que gosta de cozinhar, e o nome Mirella de Vil veio da conhecida Cruella. O (segundo PP) e a (a esposa do PP), são os únicos que não tem um nome significativo, são apenas nomes dos quais eu gosto. Talvez a se chame porque em todas as histórias elas são boazinhas, e na minha, eu quis fugir um pouco do padrão. HAHAHAHAHA O Google e o youtube também serão agradecidos por mim, com certeza. O youtube porque eu escutei muitas músicas de filmes da Disney para me inspirar, e o Google, pois eu tive que pesquisar bastante para escrever uma fic que se passasse em Liechtenstein. Por último, obrigada carnaval por existir e ter me dado dias de folga, sem você eu jamais teria terminado essa história. Acho que é isso pessoal, obrigada por lerem a fic! Espero que a gente se encontre novamente em outras histórias minhas.