Conhece o Ouija? Pois agora vai conhecer, o que pode acontecer se com ele você mecher? Em uma tarde comum, seu mundo vira de cabeça para baixo quando suas melhores amigas resolvem jogar o bendito jogo, como isso vai acabar? Ou melhor, será que o jogo vai terminar?
“Quem vem ver? Me diz você, o que vai acontecer? Hey! Vem cá! Vem jogar! Nós só queremos é brincar!”
Eu estava andando no corredor, somente se podia ouvir o barulho das minhas botas: _ ? Dylan?! – Gritei, sem obter resposta, continuei a andar, foi quando eu os vi, foi quando eu tive certeza de que nunca mais sairia daquele lugar. Nunca.
Três Horas Antes:
_! Anda logo! – Gritou , meu namorado, do andar debaixo da minha casa, me apressei em terminar de fechar as botas e desci as escadas: _ Tô aqui! Eu hein? – Dei um selinho nele, estávamos indo por hospital ver a Lori, minha melhor amiga, ela sofreu um acidente de carro e acabou fraturando o joelho, por isso está internada – Ficou tão preocupado em me apressar que nem notou que o Dyl não desceu ainda, Dylan! – Gritei, Dylan é meu irmão mais velho que, vejam que coincidência, namora a Lori! _ Estou aqui! Vamos? ... _ ! – Exclamou Lori assim que eu entrei no quarto, abrindo os braços pra que eu fosse abraça-la: _ Oi Dylan! Como você está amor! – Disse Dyl, enciumado por ela ter me dado atenção e nem olhado na cara dele: _ Oi amor, oi . – Disse ela rindo – Vocês não cruzaram com a Amy e o Eric no corredor? Eles disseram que iam buscar alguma coisa no carro e ainda não voltaram. _ O Eric está aqui? – Perguntou bufando irritado, eu sei que a historia é complicada mais eu vou tentar explicar, Eric é meu ex namorado, na verdade o meu primeiro namorado, sabe como é, o primeiro beijo, o primeiro tudo... E até hoje não superou isso, mesmo que hoje Eric namore com a Amy, que é minha outra melhor amiga: _ Iih, nem começa , não quero discussão. – Disse Dylan, indo até a Lori e bagunçando o cabelo dela: _ Oi gente! – Disse Amy entrando no quarto, se eu disser que ela é um anjo vocês acreditam? É serio! Amy é loirinha, tem os olhos azuis mais lindos que eu já vi e é um doce, tem fala mansa e voz suave... É justamente a amiga que a gente precisa em um momento como esse que Lori está passando: _ Oi loirinha! – Disse , dando um beijo na testa dela, eles sempre foram bons amigos, mesmo depois de todas as escolhas “erradas” de Amy, lê-se Eric. _ E ai gente bonita! – Disse Eric, entrando, sorri pra ele, é estranho dizer que além de tudo Eric é meu melhor amigo desde os seis anos? Eu sei, eu sei, namorar o melhor amigo é estranho, e é justamente por isso que não demos certo, porém a amizade continua! Ele veio até mim e me deu um beijo estralado na bochecha, quando ele se afastou pra ir falar com o Dylan, me abraçou de uma forma que eu julguei possessiva: _ Bem menos. – Falei, mas não liguei muito, já estava acostumada e, alias, se eu estivesse no lugar dele também não gostaria muito da situação... _ Está ansiosa pra saber qual é a surpresa? – Perguntou Amy, parecendo empolgada: _ A essa altura até eu estou, o que é? – Perguntei, Amy fez suspense e olhou pro Eric: _ Tcharam! – Exclamou ele tirando um tabuleiro de Ouija de uma sacola que eu nem notei estar com ele: _ Ah, não acredito! – Já mencionei que Lori adora essas coisas? Uma vez tivemos que impedi-la a força de ir até o museu dos Warren tocar na Annabelle, sério! Lori adora coisas que envolvam espíritos, na verdade ela gosta do lado cientifico disso, já mencionei que ela adora ciência e tecnologia? _ Pois é, no caminho daqui passamos em uma loja e estava na vitrine, a gente sabia que você ia amar. – Disse Eric, entregando o tabuleiro a ela e levando um estralado beijo na bochecha: _ Vamos jogar? – Perguntou, tirando o tabuleiro da caixa e tentando equilibrá-lo na perna engessada: _ Nem pensar! Você sabe que eu acredito nessas coisas. – Falei, sentindo um arrepio passar pelo meu corpo, me abraçou mais forte: _ Não compramos com essa intenção Lori, eu não vou dizer que acredito em espíritos mas acredito em más vibrações, pensamos que você ia querer isso pra uma coleção ou sei lá, não pra usar. – Disse Amy, vindo para perto de mim: _ Vou ter que concordar com a minha irmã, não é uma boa ideia amor. – Disse Dyl, tentando tomar o tabuleiro da mão da namorada, sem sucesso: _ Medrosos! Eu vou jogar sozinha então! – Disse, pegando o triangulo e olhando pela lente dele enquanto fazia uma careta engraçada: _ Não faz isso, sério Lori, não se joga Ouija sozinho. – Disse : _ Gente, isso é mentira! Sabemos que algum engraçadinho sempre mexe o dedo, é sempre palhaçada pra assustar os outros jogadores! – Disse ela: _ Sério, eu não vou jogar, o pessoal tem razão. – Disse Eric dando de ombros: _ Alguém vai jogar comigo ou vou ter que jogar sozinha? Vocês sabem que eu vou jogar não sabem? Podem ter certeza que eu jogo, se ninguém jogar comigo, eu jogo sozinha. – Disse convicta, soltei um suspiro e um gemido, eu sabia que ela estava falando sério: _ Certo, melhor com a gente que sozinha né? – Falei, olhando pros outros, vi quando Amy engoliu em seco, os meninos se olharam, ninguém quer jogar isso: _ Se consola vocês, seus medrosos, podemos jogar certinho de acordo com as regras, assim nenhuma ‘entidade do mal’ escapa do tabuleiro, topam? – Eric deu de ombros e foi até a cama da Lori, Amy o seguiu e eu ia fazer o mesmo até me segurar: _ Não vamos fazer parte disso. – Disse: _ Eu não posso impedir a Lori de fazer, ela é a criatura mais teimosa que já pisou na terra, mas eu posso impedir que minha irmã faça isso. – Disse Dyl, assim como eu ele acredita nessas coisas, afinal, seria maluco se não acreditasse: _ Eric. – Chamei, ele é como um irmão pra mim, não posso deixar que ele se meta nisso – Por favor gente, é serio! – Exclamei, Eric se levantou: _ Vamos tomar um café certo? Você fica com ela amor? – Perguntou ele a Amy, ela assentiu – Por favor, não joguem até voltarmos certo? – Lori revirou os olhos e Amy assentiu, nós já estávamos saindo do quarto quando ouvimos a voz da Amy: _ Amor? – Chamou ela, paramos e Eric se virou pra ela – Traz um cappuccino pra mim ok? – Disse sorrindo, Eric assentiu e mandou um beijo pra ela, então nós fomos pra cafeteria do hospital: _ Eu não posso deixar minha namorada jogar aquela... Coisa. – Disse Dyl, fazendo uns gestos estranhos com as mãos, Eric me olhou daquele jeito que fazia o coração de todas as admiradoras dele derreterem, ele tem olhos verdes, e são extremamente lindos, ele me olhou como se pedisse desculpas por ter comprado o tabuleiro: _ Tinha que ser você pra comprar aquela droga não é? – Disse , provocando, revirei os olhos: _ Amor, esquece isso, agora é descobrir como evitar que ela jogue. – Falei, o abraçando e lhe dando um selinho pra que se acalmasse: _ Já sei! Podemos simplesmente pegar e correr, com a perna engessada ela não vai vir atrás da gente! – Disse Eric, dei risada, ele pode ser bem bobo quando quer: _ Nada haver, você é lesado ou o que? – Perguntou , também rindo, Eric riu também, posso considerar isso o começo da amizade entre dois dos três homens mais importantes da minha vida: _ Temos que dar um jeito. – Disse o terceiro, meu irmão: _ Que tal voltarmos? Do jeito que a Lori é vai acabar convencendo a Amy a jogar antes de chegarmos. – Eric assentiu e pegou o cappuccino que Amy tinha pedido, e então voltamos pro quarto, o que vimos ali sinceramente me fez entrar em desespero, Amy estava se contorcendo no chão enquanto soltava espuma pela boca enquanto Lori estava olhando atônita, obviamente sem saber o que fazer e sem poder se levantar, ela olhou pra nós e seu rosto estava coberto de lágrimas: _ Ajuda ela... – Sussurrou, os meninos, em especial o Eric, correram para ajudar a Amy, enquanto eu fui tentar acalmar a Lori, assim que cheguei perto da cama dela, eu vi o tabuleiro caído no chão ao lado da cama, coloquei a mão na boca e me virei pros meninos, assustada: _ Meninos! Elas jogaram! – Todos pararam o que estavam fazendo e me olharam, que droga! ... _ Eric Sanders? – O médico chamou, ele se levantou na hora, todos nós, com exceção de Dyl, que estava no quarto da Lori tentando acalma-la, estávamos na sala de espera do pronto socorro, esperando noticias da Amy, que tinha sido levada pelos médicos: _ Como ela está? – Perguntei, minha voz estava estranha de tanto chorar, o médico nos olhou com piedade e Eric apertou minha mão, ah merda... _ Sinto muito. – Disse, senti que ia desabar: _ Ela... Ela... – Sussurrou Eric, sem conseguir terminar a frase: _ Ela teve uma parada cardíaca devido a uma crise nervosa, ela já tinha um problema cardíaco congênito e não conseguimos estabilizá-lo, fizemos o que podíamos, mas infelizmente ela não resistiu. – Eric se jogou na cadeira, olhando fixamente algum ponto na parede branca, eu coloquei as duas mãos na boca, horrorizada e incapaz de acreditar que aquela fosse a verdade, eu sabia que Amy tinha algum problema cardíaco, já tinha vindo com ela como acompanhante em alguns exames, mas nunca pensei que ela pudesse morrer por isso, rapidamente vários momentos da minha vida na onde Amy estava presente passaram pela minha cabeça, como nos conhecemos, como nos damos bem desde o primeiro minuto... Ela não está mais aqui, ela se foi. Me joguei na cadeira ao lado do Eric, lágrimas silenciosas escorriam pelo rosto dele enquanto ele permanecia imóvel, também estava mal, mais um momento com Amy me passou pela cabeça, ela e são amigos de infância, pra resumir, o pai do é o melhor amigo de infância do pai da Amy, foi ela que me apresentou pra ele, foi ela que juntou nós dois... Nós três estávamos desolados, o médico falou algo sobre chamar os pais dela, mas depois percebeu que esse não era o momento e nos deixou em paz: _ Temos que dar a noticia a Lori e o Dyl. – Foi a primeira coisa que Eric disse, depois de vários minutos de silencio, a voz dele estava embargada, olhei pra ele e ele pra mim, não deu outra, começamos a chorar outra vez, eu tentei me levantar e só então percebi o quanto minhas pernas estavam moles, e Eric me seguraram e então demos um abraço em grupo, chorando, Amy não podia ter morrido... Não podia! ... Depois de nos recompor um pouco fomos pro quarto da Lori, afinal ela precisa saber, assim que entramos ela nos olhou, os olhos estavam vermelhos e inchados, sinal de que ela estava chorando desde que saímos daqui, Dylan estava segurando a mão dela, assim que ele olhou pra mim soube o que tinha acontecido, ele veio até mim e me abraçou forte e eu me deixei chorar, eu perdi minha melhor amiga, não é algo muito fácil: _ Ela morreu não morreu? – Disse Lori com a voz baixa, me separei de Dylan e a olhei, ela escondeu o rosto entre as mãos – A culpa é minha! Eu a obriguei a jogar! Eu... Eu... – Corri até ela e a abracei: _ Hey! A culpa não é sua... – Falei com a voz embargada enquanto alisava os cabelos dela: _ Eric? – Ela chamou, se separando um pouco de mim, me virei pra olha-lo e me arrependi de tê-lo feito, ele estava péssimo, definitivamente pior do que qualquer um ali, eu sei o quanto ele a amava, ele me dizia isso o tempo todo, se pra mim já é como se tivesse levado uma parte do meu coração, para ele com certeza é como se o tivessem arrancado do peito – Me perdoa? – Ela pediu, ele não disse nada, apenas andou até o lado da cama onde o tabuleiro ainda estava caído, o pegou e saiu do quarto, olhei pros meninos, preocupada com o que ele pudesse fazer: _ Fiquem com ela. – Pedi e saí do quarto atrás do Eric, passei um tempo tentando descobrir pra onde ele tinha ido até vê-lo sentado no estacionamento, já tinha anoitecido e estava frio, esfreguei os braços na tentativa de aquece-los, ao chegar mais perto vi que ele estava sentado abraçando as pernas na ponta da calçada, o tabuleiro estava na frente dele e ele o olhava fixamente enquanto as lagrimas escorriam pelo rosto, me sentei ao lado dele: _ Hey. – Chamei, ele nem olhou pra mim, eu deitei minha cabeça no ombro dele e fiquei quieta, esperando que ele estivesse pronto para falar: _ Acha que tem mesmo haver com isso? – Disse ele, apontando pro tabuleiro com a cabeça: _ Eu não sei, talvez sim. – Ele riu, a risada mais triste que já escutei: _ Irônico não? Eu comprei a causa da morte da minha namorada, o que você acha que ela viu pra ter um crise como aquela? _ Eu não sei Eric, só sei que eu não quero ver também. – Ele se virou e deu um beijo na minha testa, se levantando em seguida e indo pra estrada atrás do hospital, me levantei e o segui, vi quando ele tirou um isqueiro do bolso – Você quer queimá-lo? – Perguntei, chegando por trás dele: _ E por que não? Não quero mais olhar pra isso. – Disse, dando de ombros, ele colocou fogo no tabuleiro e o jogou no mato, em seguida veio até mim e me abraçou de lado, então voltamos ao hospital, assim que colocamos o pé dentro do mesmo as luzes se apagaram, algumas pessoas gritaram, inclusive eu: _ Por favor! Sem pânico! Tivemos uma queda de energia, não se preocupem, nós temos geradores, pedimos que os quem aguarda atendimento fiquei aqui e quem está visitando algum paciente venha comigo. – Disse uma enfermeira, nós e mais duas moças fomos até ela – Quem está visitando quem? – Perguntou ela: _ Nós somos irmãs, estamos como acompanhantes da nossa mãe, Mary Johnson. – Disse uma das garotas – Ela fez cirurgia de retirada de apêndice. _ Certo, ela está na ala de recuperação não é? – As duas assentiram – Peço que fiquem no quarto com ela sim? Os geradores não funcionam no hospital inteiro, então não passear por aí nos ajuda muito. – As garotas assentiram e saíram – E vocês? _ Viemos visitar nossa amiga, Lorelai Marshall. – Falei: _ Certo, se não me engano a moça do acidente certo? – Assenti – Estão sozinhos? – Neguei com a cabeça: _ Meu namorado e meu irmão estão no quarto com ela. _ Certo, nós vamos avisar os pais dela, podemos pedir que continuem com ela até ele chegar? – Assentimos – Certo, os pacientes que precisam estar conectados a aparelhos daquele corredor estão sendo transferidos para o andar de cima por conta da queda de luz, portanto não se assustem com o corredor vazio e por favor fiquem no quarto ok? – Assentimos outra vez e voltamos pro quarto, ao chegar lá veio e me deu um abraço: _ E então? – Perguntou: _ Queimamos o tabuleiro. – Respondeu Eric: _ Ele vai voltar. – Disse Lori, roubando nossa atenção: _ Voltar? – Perguntei, ela estava olhando fixamente pra frente e sequer piscava, como se estivesse em transe: _ Não terminamos o jogo, precisamos termina-lo. – Disse ela, Dyl me olhou assustado e foi até ela: _ Amor, acho melhor você dormir um pouco não é? O dia foi agitado. – Disse, empurrando os ombros dela de leve pra que se deitasse: _ Ele vai voltar. – Disse e continuou repetindo até pegar no sono, quando ela dormiu nós saímos do quarto, sem querer acordá-la: _ Ela disse alguma coisa sobre... Como... Aconteceu? – Perguntei, Eric fungou e eu vi que ele estava prestes a chorar de novo, então peguei a mão dele e a apertei, lhe passando segurança: _ Ela ficou repetindo algo sobre morte, morrer, quem é o próximo, sei lá, um monte de loucuras, me arrepio só de lembrar. – Disse: _ Precisamos terminar o jogo. – Disse Eric, o olhamos sem entender – Ela disse que elas não terminaram, a gente precisa terminar. _ Ficou maluco?! – Praticamente gritou : _ Ele está certo. – Falei, de cabeça baixa: _ Nunca ouvi uma besteira maior que essa. – Disse ele, negando com a cabeça enquanto voltava pro quarto – Meu Deus! – Gritou ele, voltamos pra dentro e o que encontramos nos deixou de boca aberta, Lori estava sentada, com o tabuleiro do maldito jogo no colo e as duas mãos no triângulo, como se estivesse jogando: _ O que você está fazendo?! – Gritei, indo até ela pegar o tabuleiro, quando me aproximei vi que o rosto dela estava cheio de lagrimas e os olhos vidrados no tabuleiro – Lori? – Chamei baixinho, passando a mão na frente do rosto dela: _ Acho que ela tá em choque. – Disse , me tirando de perto dela: _ Como... Como foi que... – Balbuciou Eric, apontando pro tabuleiro na minha mão – A gente o queimou! Como... – Ele começou a andar pra trás, até bater na parede, ele se apoio na mesma, como se estivesse prestes a desmaiar: _ Eric? – Chamou Dyl, tentando ajuda-lo a ficar de pé: _ Eu tô bem! Só temos que nos livrar do maldito tabuleiro! – Disse, se livrando de Dyl e respirando fundo: _ Antes temos que chamar alguém, a Lori não tá legal. – Falei, apontando pra ela que ainda estava sentada olhando pra frente: _ Eu vou ficar com ela. – Disse Dyl se sentando do lado dela: _ Vamos. – Disse , me puxando pela mão livre corredor a fora: _ Onde está todo mundo? – Perguntou confuso: _ Uma enfermeira nos avisou que iam mudar todo mundo pro andar de cima. – Explicou Eric, que eu nem tinha notado que nos seguiu: _ Precisamos achar alguém. – Disse , me puxando pela mão, nós rodamos o corredor atrás de ajuda, não que de fato tenhamos conseguido, estava tudo vazio – Recepção? – Perguntou e nós assentimos, quando estávamos no fim do corredor ouvimos um barulho vindo de um dos quartos: _ Oi? – Falei, dando um passo na direção do mesmo, me colocou atrás dele e seguiu na minha frente na direção do quarto, Eric veio atrás de nós: _ Oi? Nossa amiga precisa de ajuda, tem alguém aí? – Perguntou , empurrando a porta do quarto – Oi? – Chamou ele, mas o quarto estava escuro e vazio, soltei um suspiro frustrado e nos viramos pra voltar pro corredor, e pra nossa surpresa a porta bateu na nossa cara – Merda! – Gritou , me soltando e tentando abrir a porta com a ajuda do Eric, eu larguei o tabuleiro no chão e fui ajuda-los: _ Trancada. – Constatou Eric, desistindo de tentar abrir a maldita porta: _ Droga! – Gritou , chutando a porta: _ Gente... – Chamou Eric, quando me virei prendi a respiração, o tabuleiro, que eu tinha acabado de jogar no chão de qualquer jeito, estava lá, com o triângulo no centro prontinho pra ser jogado – Mas que diabos...? – Disse ele, chegando perto do mesmo, o segurei pelo braço: _ Fica longe dessa coisa! – Falei, o puxando de volta pra perto de mim e do : _ Recapitulando, vocês disseram que queimaram e como se fosse mágica ele apareceu na mão da Lori e agora essa? Por que você comprou essa droga mesmo? – Perguntou ao Eric, que encarava o tabuleiro como se fosse o próprio diabo, e de fato talvez fosse: _ Eu não sabia... Eu não queria... – Tentou responder ele, nervoso: _ Não importa, nós só vamos sair daqui se jogarmos não é? Então que seja. – Falei, indo em direção ao tabuleiro até que me puxou pelo braço – Solta. – Ordenei, olhando duramente pra ele: _ Você tá maluca amor? Por favor! Eu só quero sair vivo disso! – Disse, meio desesperado: _ Eu também! – Falei, puxando meu braço da mão dele com força e me sentando de frente pro tabuleiro – Andem! – Chamei, impaciente, os dois se sentaram, do meu lado e Eric na minha frente: _ Tem certeza ? – Perguntou Eric, eu assenti: _ Temos que jogar, a Lori disse que não terminaram não é? Que seja, então vamos terminar por elas. – Falei, colocando a mão no tabuleiro, suspirou e colocou também, Eric em seguida – Antes as regras básicas, por favor, aconteça o que acontecer por favor não tirem a mão do tabuleiro, e não perguntem sobre morte, nunca, certo? – Os dois assentiram, pigarreei e comecei o jogo – Tem alguém aqui? – Perguntei e quase tive um infarto quando o triângulo se mexeu para o sim – Por que nos prendeu aqui? – Perguntei novamente, o triângulo voltou a se mexer – P-A-R-Q-U-E – Falei em voz alta as letras que o triângulo ia mostrando – Parque? – Perguntei – Como assim parque? – Então uma memória da minha infância me veio como um flash, oh meu Deus!
Flash back on:
Nós tínhamos dez anos, estávamos brincando de bonecas na beira do lago que tinha no parque perto da minha casa: _ A sua parece uma palhaça! – Disse Lori, rindo exageradamente da minha boneca, que na minha opinião se parecia com uma top model super moderna: _ Não liga pra ela, tá linda. – Disse Amy sorrindo, fofa como sempre, dei de ombros e voltei a pentear os cabelos da minha boneca, então nós ouvimos um barulho alto de algo caindo na água e, quando olhamos, vimos que uma menininha mais ou menos da nossa idade tinha caído nele: _ Mãe! Socorro! – Ela gritou batendo os braços desesperada, eu, Lori e Amy nos olhamos – Eu não quero morrer! – Gritou a garota, e a situação foi o suficiente pra que eu começasse a ter o que eu mais odiava na vida: _ Lori! Vai chamar o tio Dylan! Ela tá tendo um ataque de asma! – Gritou Amy quando eu comecei a tentar puxar o ar como uma maluca: _ Mas... – Disse Lori, vendo a menina batendo os braços na água: _ Vai! – Gritou Amy, abanando as mãozinhas no meu rosto tentando me ajudar, Lori saiu correndo – Fica aqui que eu vou chamar a mãe da menina tá? – Disse, se levantando mas eu a segurei pela mão, eu também estava com medo de morrer e não queria ficar sozinha: _ Fi... Fica... Eu... Eu vou... Mo... Morrer... – Consegui dizer com a voz rouca, ela olhou de mim pra garota aflita, tentando escolher entre a amiga e a desconhecida: _ Não morre amiga! – Disse ela, chorando e me abraçando, nessa hora alguém pulou no lago atrás da menina e a tirou de lá, ela não estava se mexendo, não vi muito depois disso, só meu irmão chegando correndo e me pegando no colo: _ Meu deus! – Disse ele, chacoalhando meu remédio antes de apertá-lo na minha boca: _ Eu não quero que ela morra tio! – Disse Amy, chorando loucamente: _ Não morre ! – Gritou Lori, também chorando e abraçando a Amy, minha respiração foi normalizando, aquela era a pior crise que eu já tinha visto na vida, quando eu consegui me sentar Dylan olhou pras meninas: _ O que tá acontecendo ali? _ Não! Minha filha não! – Ouvimos uma voz de mulher: _ A menininha morreu! – Disse Amy, abraçando Lori mais forte e chorando ainda mais, minha nossa...
Flash back off:
_ Não! Nós não tivemos culpa! Éramos crianças! – Gritei, colocando minha mão livre sobre a boca e começando a chorar: _ Do que você está falando ? – Perguntou Eric, me olhando confuso, não tive tempo de responder pois meu corpo voou de encontro a parede, as luzes do quarto, que até então estavam apagadas começaram a piscar, agora tudo estava uma zona, junto comigo os meninos e os objetos do quarto foram atirados pros lados, tudo menos o maldito tabuleiro que continuava no centro do quarto, intacto, me levantei, sentindo uma dor do lado esquerdo do corpo, que tinha batido contra a parede, e fui na direção do que estava gemendo no canto do quarto: _ Amor? – Falei, chegando mais perto, ele abriu os olhos e eu suspirei aliviada, ajudando ele a se sentar – Eric? – Perguntei: _ Eu estou bem, quebrado, mas vivo. – Disse ele, engatinhando até nós, dei um pequeno sorriso e voltei minha atenção pro _ Amor, você está bem? – Perguntei, o ajudando a se levantar: _ Acho que bati a cabeça, mas eu estou bem, e você? Se machucou? – Disse me inspecionando pra ver se tinha me machucado, eu assenti: _ Do que você estava falando antes disso Lori? – Perguntou Eric, segurando o braço direito, que julgo eu tinha machucado com o baque na parede: _ Eu explico depois, precisamos voltar pro quarto da Lori. – Falei, puxando os dois pelas mãos, tenho medo de que algo aconteça com ela também, já basta a Amy! _ Droga! – Gritou Eric ao abrir a porta do quarto dela e então correu, eu e o seguimos e encontramos a cama da Lori vazia e meu irmão desmaiado no chão ao lado da mesma: _ Dylan! – Gritei, correndo até ele, coloquei a cabeça dele no meu colo, tentando acordá-lo – Dyl! Por favor! – Gritei, sacudindo ele até que ele gemeu alguma coisa, eu suspirei aliviada, ele abriu os olhos e então se levantou num pulo: _ Lori! – Gritou, tentando se levantar, mas ele ainda estava meio tonto e caiu sentado no chão, Então pude perceber que a testa dele estava sangrando: _ Dyl, o que aconteceu? – Perguntei me ajoelhando de frente pra ele, ele me olhou nos olhos e parecia muito, muito assustado: _ Ela levantou! Eu tentei impedir mas ela me bateu com aquilo na cabeça, não era ela, o olhar estava estranho... É a ultima coisa que me lembro... – Disse ele, fechando os olhos com força, como se estivesse com dor, eu me sentei sobre as pernas, pasma demais pra me mover: _ ? – me chamou, ajoelhando do meu lado: _ É culpa minha... – Falei, olhando pra parede enquanto as lágrimas escorriam pelo meu rosto: _ Culpa sua? Como assim? – Perguntou Eric, se ajoelhando do meu outro lado: _ O parque, a garota do parque... – Falei, vi quando Dyl arregalou os olhos: _ A garota do parque? Como assim? – Perguntou, pegando a minha mão, olhei pra ele e então ele entendeu na hora, ele tinha quinze anos na época, com certeza se lembrava até melhor que eu – , me escuta, aquilo não foi sua culpa, tira essa baboseira da cabeça, me entendeu bem? – Disse ele, me olhando diretamente nos olhos: _ Foi sim Dyl! Se eu não tivesse segurado a Amy talvez... Talvez a garota estivesse viva! E o tabuleiro disse parque! Ele e soletrou parque! – Gritei, ele engoliu em seco: _ Do que diabos vocês estão falando?! – Perguntou me perguntou, olhando de mim pro Dyl, vi quando Eric prendeu a respiração, eu tinha contado a ele, ele sabe do que eu estou falando: _ Você tem certeza ? – Perguntou Eric, virando meu rosto pra ele, eu assenti: _ Ela só estava esperando a chance. – Concluiu Dyl: _ A chance do que?! – Perguntou , desesperado por ser o único sem saber de nada: _ De se vingar. – Falei, ele me segurou pelos ombros e me virou pra ele: _ Amor, do que você está falando? Por favor, explica pra mim! – Disse, tentando manter a calma, eu vi nos olhos dele o quanto ele queria me chacoalhar até que eu dissesse: _ Quando elas eram crianças, uma garota se afogou no lago na frente delas, e elas não ajudaram porque teve uma crise de asma. – Explicou Dyl, olhou dele pra mim, parecendo não acreditar: _ Isso é ridículo! Como assim?! Essa... Menina não tem por que querer se vingar de você , você não podia ajudar, você teve uma crise de asma! Se você não fosse socorrida poderia ter morrido! – Disse ele, apertando minhas mãos, eu neguei com a cabeça: _ Lori foi chamar o Dyl, mas Amy poderia ter ajudado se eu não a tivesse segurado comigo, eu só estava com medo! – Falei, ainda chorando, ele me abraçou: _ Vamos dar um jeito. – Disse ele, decidido: _ Você também não... – Disse Eric, quando me soltei de e olhei pra ele vi que ele estava chorando – Eu não posso perder você e a Amy, eu não vou aguentar ! – Disse ele: _ Ninguém vai perder ninguém. – Disse , mas a voz dele não demonstrava tanta certeza: _ Ninguém vai tirar minha irmã de mim! – Gritou Dylan, eu pulei nos braços dele, e Eric se juntaram a nós e logo estávamos em um abraço coletivo, até que ouvimos um grito da Lori, me afastei deles: _ Eu vou atrás dela. – Falei, me levantando, Dyl segurou pelo pulso: _ Você não vai sozinha, ficou maluca? – Disse, o olhei brava: _ Nenhum de vocês tem haver com isso, é só comigo, a Amy está morta por minha culpa, e eu não vou deixar a Lori morrer também. – Falei, puxando meu braço, eu me virei e estava saindo do quarto, mas ele me segurou de novo: _ Isso não é culpa de ninguém, eu não vou deixar você arriscar a sua vida, sou seu irmão mais velho, eu devia proteger você. – Disse ele: _ E me protegeu, você é o melhor irmão do mundo e sabe disso, mas agora eu preciso resolver isso sozinha, promete pra mim que não vai atrás de mim quando eu sair. – Falei pegando a mão dele e a apertando na minha: _ Mas ... – Ele começou, mas eu o interrompi: _ E vocês dois também, prometam. – Falei, olhando firmemente pros outros dois que ainda estavam sentados, me olhando como se eu estivesse de camisa de força – Prometam! Vocês me devem isso! – Falei, batendo o pé com força no chão como eu sempre faço quando estou de birra, Dyl deu uma risada fraca: _ Eu prometo... – Disse Eric, bem baixinho me olhando nos olhos, sorri pra ele em agradecimento: _ Me promete que vai voltar? – Disse , com os olhos brilhando pelas lágrimas, ele nunca foi muito de chorar e hoje eu o vi chorar mais do que em todo o nosso tempo juntos, três anos: _ Eu prometo. – Falei, ele se levantou e veio até mim, me dando um beijo na testa: _ Então eu prometo que fico. – Disse, colando a testa na minha – Eu te amo. – Sussurrou, eu sorri: _ Eu também. – Falei, sorrindo, então me virei pro Dyl, que ainda segurava minha mão, ele parecia desolado, parecia não acreditar que Eric e tivessem concordado – Dyl, promete. _ Isso é loucura! Não posso te deixar fazer isso! Se acontecer algo com você eu nunca vou me perdoar! – Disse, me olhando desesperado, sorri pra ele, por mais incrível que pareça eu estava tranquila: _ Eu vou encher seu saco por muito tempo ainda, acredite. – Falei, ele sorriu de lado – Promete? – Ele assentiu, deu um beijo na bochecha dele e me virei, saindo do quarto, o corredor estava escuro, mesmo com algumas luzes piscando, parecia um cenário de filme de terror, o que me fez arrepiar – Lori? – Falei, dando passos cautelosos na direção de onde tínhamos ouvido o grito, mas lá só havia silêncio, nada além disso – Lori! Por favor amiga, você também não... – Falei, sentindo meus olhos se encherem de lágrimas pela milésima vez hoje, eu não posso perder minhas duas melhores amigas no mesmo dia, não dá! Continuei andando e dei um pequeno pulo de susto quando uma porta bateu do outro lado do corredor, da onde eu tinha vindo, então mudei minha direção e segui pra lá. Eu estava andando no corredor, somente se podia ouvir o barulho das minhas botas: _ ? Dylan?! – Gritei, sem obter resposta, continuei a andar, foi quando eu os vi, foi quando eu tive certeza de que nunca mais sairia daquele lugar. Nunca. Lori e o maldito tabuleiro, eu já nem achava estranho ele aparecer em lugares diferentes, o que me assustou mesmo foi a Lori, o rosto dela estava coberto de lágrimas, mas não eram lágrimas comuns, eram lágrimas de sangue! Ela estava sentada no chão, sem o gesso, o que me deixou mais assustada ainda, como assim?! As mãos no maldito triângulo, no centro do maldito tabuleiro, quando me viu ela virou um pouquinho a cabeça pro lado e sorriu, Lori sempre foi meio irônica, fazia parte da personalidade dela mas, aquele sorriso ultrapassava a ironia, era um sorriso... Sádico. E então ela se levantou, o barulho que ela fez, dos ossos da perna quebrada estralando, me fizeram arrepiar da cabeça aos pés: _ Lori? – Chamei, minha voz quase não saiu, ela não disse nada, apenas continuou com o mesmo sorriso e começou a caminhar na minha direção, ela estava mancando e o mesmo estralo ainda podia ser ouvido, coloquei uma mão sobre a boca, como sempre faço quando fico horrorizada – Lori? Lori por favor! Diz alguma coisa! – Falei já começando a chorar, quando eu vi que ela não ia me responder, simplesmente por que aquela não era a Lori, eu me virei e comecei a correr, uma risada foi ouvida, eu tenho certeza que foi ela quem deu mas... Não era a risada da minha amiga, definitivamente não, entrei no primeiro quarto que estava com a porta aberta e a tranquei, me virando de costas pra mesma e apoiando meu peso, pra que aquela... Sei lá o que não entrasse, quando foquei minha visão no chão comecei a chorar ainda mais, o tabuleiro estava lá de novo, no centro do quarto e pronto pra ser jogado – O que você quer de mim?! – Gritei – Anda! O que você quer! – Gritei, o triângulo começou a se mexer e eu prendi a respiração – J-O-G-U-E, é isso?! Você quer que eu jogue! – Gritei, o triângulo se mexeu até o sim, por bem maldita, se você quer que eu jogue eu jogo! Marchei até o tabuleiro e me sentei diante dele, colocando minhas mãos sobre o triângulo, nesse momento a porta se abriu com um estrondo, batendo na parede, Lori entrou, ainda mancando e com o bendito barulho, ela caminhou e se sentou diante de mim, colocando as mãos do triângulo, então ela piscou e olhou pra mim: _ ? – Perguntou sem entender, parecia ter acabado de acordar de um transe, e de fato tinha, ela olhou em volta, sem entender nada – O que... _ Por favor, só joga. – Falei com as lágrimas ainda escorrendo, ela olhou pro tabuleiro e ofegou, em seguida me olhou e assentiu devagar com a cabeça – O que você quer? – Perguntei, tentando manter minha voz firme – Q-U-E-R-O-Q-U-E-V-O-C-E-S-S-I-N-T-A-M-C-O-M-O-E. – Soletrei, repetindo o que o tabuleiro indicava: _ Co... Como assim? – Lori me perguntou: _ É a menina do parque. – Falei, ela prendeu a respiração e arregalou os olhos: _ Ela nos quer morta não é? – Perguntou ela com a voz embargada, o triângulo se mexeu até o sim, Lori desatou a chorar – Por que? O que fizemos a você? – Perguntou, eu tentei segurar o meu próprio choro: _ M-E-M-A-T-A-R-A-M. – Soletrei – Nós não matamos você! Eu matei! – Gritei, fechando os olhos: _ Foi um acidente! – Disse Lori desesperada: _ A Amy... Ela podia ter ajudado mas eu não deixei! Eu queria que ela ficasse comigo! – Falei, Lori tirou uma das mãos do triângulo e segurou a minha: _ Não. Foi. Culpa. Sua. – Disse, pausadamente – E nem de ninguém, ela se afogou ! – Disse pra mim, e então olhou em volta – Nós não podíamos te ajudar! Foi um acidente! – Gritou, o tabuleiro tremeu, como se quisesse que voltássemos nossa atenção pra ele, e foi o que fizemos – E-U-V-O-U-M-O-S-T-R-A-R-C-O-M-O-E. – Soletrou Lori, nos olhamos aflitas e então a pequena pia que tinha no canto do quarto se abriu – O que?! Você vai nos afogar em um quarto de hospital?! Isso é impossível!– Gritou Lori, se desesperando: _ N-A-O-T-E-N-H-A-M-M-E-D-O – O tabuleiro soletrou rapidamente – N-A-O-V-O-U-D-E-I-X-A-R. – E no mesmo momento a pia se fechou: _ A-Amy? – Gaguejou Lori: _ E-U-N-A-O-V-O-U-D-E-I-X-A-R. – Repetiu, e tudo ficou quieto: _ V-O-C-E-S-M-E-M-A-T-A-R-A-M – O tabuleiro mostrou outra vez: _ D-E-I-X-E-E-L-A-S-E-M-P-A-Z – Olhei para a Lori, que estava tremendo: _ Desculpe! A culpa é minha! Amy me perdoa! Você só está morta por minha culpa, perdão! – Gritei, tirando as mãos do tabuleiro e as colocando no meu rosto, senti um arrepio bom passando pelo meu corpo, não do tipo que vem com o medo, mas aquele que vem quando alguém que você ama te toca – Amy? – Perguntei, o tabuleiro voltou a “falar”: _ Amy? Por favor, não deixe ela nos matar... – Sussurrou Lori, ainda com a mão no tabuleiro, mas em seguida os olhos dela reviraram, e quando voltaram ao lugar, estavam negros: _ Lori? – Perguntei, mas o mesmo maldito sorriso estava lá de novo – Não... – Sussurrei, soluçando devido o choro, eu comecei a rastejar pra trás, tentando me afastar dela: _ Quem vem ver? Me diz você, o que vai acontecer? Hey! Vem cá! Vem Jogar! Nós só queremos é brincar! – Ela cantou, com uma voz doce, eu comecei a chorar mais ainda, eu estou morta, está na hora de encarar isso: _ Perdão... Perdão... – Comecei a sussurrar repetidamente quando senti minhas costas encostarem na parede: _ Perdão? Você tem ideia de como é morrer afogada? – Disse, sem tirar o sorriso do rosto: _ Eu estava com medo! – Falei, sem conseguir aumentar o tom de voz: _ Eu também! – Gritou, ficando de pé e fazendo e andando até mim, e eu comecei a ter o que eu jurei que nunca mais teria, um maldito ataque de asma, não tenho um a uns dois anos, por isso não ando mais com bombinha, péssima hora pra estar sem ela, comecei a ofegar em busca de ar e Lori, ou seja lá quem for, continuou andando em minha direção, fechei os olhos e tentei me acalmar, eu não vou morrer por causa de um maldito ataque de asma, não mesmo! Foi então que eu senti uma sensação muito boa e, quando eu abri os olhos Amy estava diante de mim, de pé a minha frente, ela ainda estava com a mesma roupa de hoje cedo, mas parecia brilhar, continuei olhando sem acreditar – Amy? – Chamei, incrédula, ela sorriu pra mim e começou a andar em direção a Lori: _ Alguém já causou problemas demais. – Disse, parando de frente pra Lori, que ainda estava com o maldito sorriso: _ Olha se não é o anjo da guarda! – Disse, com uma voz doce, Amy riu: _ Anjo não é bem a palavra, mas da guarda sim, nunca vou deixar você machuca-las! – Disse, e com um gesto da mão dela Lori caiu no chão, ela resmungou um pouco e deu um pequeno pulo ao olhar pra frente: _ Amy? – Sussurrou, assim como eu sem acreditar, mas não tivemos tempo para incredulidade, uma sombra se ergueu do chão, de trás da Lori, enquanto Amy brilhava, aquela... Coisa era escura e assustadora, como aquelas sombras de filmes de terror: _ Deixe elas em paz, nunca vou deixar que você encoste nelas. – Disse, andando até a sombra e a tocando com a palma da mão, um brilho estranho saiu dela e, incrível, a sombra desapareceu – Preciso que saiam daqui e, por favor, nunca mais se deixem vulneráveis, uma abertura é tudo de que ela precisa pra machucar vocês. – Disse, se virando pra nós, eu aos poucos fui parando de ofegar, minha respiração normalizando: _ Amy? – Ouvi a voz de Eric, me virei e o vi parado na porta, junto com e Dylan, eles olhavam para Amy como se ela fosse um fantasma e bem... Ela era: _ Eric! – Ela exclamou, começou a andar como se quisesse correr e abraça-lo, mas parou no meio do cominho: _ Como... Onde... – Começou a dizer , Amy sorriu: _ Preciso ir. – Disse ela: _ Não me deixa. – Sussurrou Eric: _ Estou melhor aqui, não se preocupem comigo e, Eric, eu nunca vou deixa-lo, nenhum de vocês, eu os amo, muito. – Disse, e então ela começou a brilhar ainda mais até sumir, e nós cinco ficamos lá, sem acreditar no que tínhamos visto.... ... _ Obrigado amiga, só... Obrigado. – Falei, colocando as flores no tumulo da Amy e me levantando, fazia um mês hoje, um mês desde o maldito dia, senti braços atrás de mim e um beijo no meu pescoço, – Sinto tanta falta dela. – Falei, senti ele sorrindo contra a pele do meu pescoço: _ Ela está melhor agora, você a ouviu, e lembra, ela disse que nunca vai nos deixar. – Disse: _ Eu sei. – Falei, então olhei pro Eric, ele estava de pé na frente do túmulo, me soltei de e lhe dei um beijo na bochecha antes de seguir até Eric, ao sentir minha presença ao seu lado ele me abraçou de lado: _ Eu queria que ela estivesse aqui. – Disse, soltando um suspiro, sorri pra ele: _ Ela está bem aqui. – Falei, colocando a mão sobre o peito dele: _ É... Gente, eu sei que isso tudo é super lindo sabe, eu também sinto falta dela e tal mas... Tá ficando difícil ficar de pé aqui. – Disse Lori, que estava um pouco mais afastada, ela estava se apoiando na muleta e no ombro do Dyl, mas parecia prestes a se desiquilibrar e cai: _ É melhor a gente ir, ela vai arrancar meu ombro com esse peso todo! – Disse Dyl, fazendo uma careta, Lori tirou a mão do ombro dele pra lhe dar um soco, mas desistiu antes de acertar, quando começou a desiquilibrar, eu dei risada deles: _ Vamos. – Falei, Dyl e ajudaram Lori a voltar pro carro, quando já estávamos no portão do cemitério eu me virei pra ele, com Eric ainda do meu lado – Obrigado Amy, devemos nossa vida a você. – Eu nunca vou cansar de agradecer, só espero que ela possa ouvir... _ Nós te amamos meu anjo. – Disse Eric, sorri pra ele e o abracei de lado, seguindo pro carro, nunca vou esquecer do dia em que eu fui salva por um anjo, minha melhor amiga.
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