Autora do Mês - Fevereiro
Leitora do Mês - Fevereiro
Fanfic Obsession: Como você se sentiu quando descobriu que ganhou a votação de Autora do Mês do FFOBS?
AUTORA: Foi uma alegria em doses homeopáticas. Primeiro eu vi que A Beautiful Nightmare estava novamente em primeiro lugar no topfictions da semana, depois
vi que meu nome surgiu para votação de fic do mês e foi para segunda etapa. E por fim, a etapa final para autora do mês que quase empatou
nos últimos minutos. Estava na estação do metrô quando minha amiga me mandou uma mensagem pelo inbox surtando porque a votação tinha acabado
e eu tinha sido vencedora. Hahahah foi incrível, me senti realizando um sonho que não sabia que tinha. Significou muito para mim ver leitoras
tão engajadas nas votações.
FFOBS: Quando você começou a escrever? Lembra como foi sua primeira história?
A: Eu sempre gostei de escrever! Antes mesmo de conhecer o mundo das fanfics eu já tinha o sonho de publicar um livro,
embora não soubesse nada sobre um possível enredo. Eu comecei a escrever minha primeira fanfic quando eu tinha 13 anos de idade, lá em 2007.
Não me lembro mais como era o nome, mas era em parceria com uma amiga de escola e todos os McGUYS eram fixos. Lembro que envolvia férias, música, pegação e todo aquele clima colegial que tava bombando na época nas fics do McFLY... Mas nunca chegamos a publicar, ficou em folhas de fichário escritas durante aulas de matemática da minha oitava série. Minha primeira história publicada se chamava Nunca É Tarde e até pouco tempo atrás estava aqui no FFOBS, mas deve ter sido retirada por falta de atualização... não sei. Contava a história de uma menina que era apaixonada pelo vizinho e melhor amigo do irmão mais velho, mas em segredo. Com a morte do irmão mais novo, sua família resolveu mudar de casa e movida pela coragem, ela se declarou para o vizinho antes de ir embora. A história começava no ponto em que recebeu a notícia de que três anos depois voltaria a morar na casa antiga e iria dar de cara com o boy que ela se declarou, hahahaha. Não tenho pretensão alguma de voltar a escrevê-la, mas até que não era ruim. Isso foi lá para 2008, eu tinha 14 anos. Depois disso veio Mysterious and Addictive, que comecei a postar em 2009, abandonei até 2016, voltei e
não pretendo parar tão cedo.
FFOBS: O que você procura passar para os seus leitores?
A: Além de proporcionar diversão, umas lágrimas e uns risos, quero passar que mesmo na ficção podemos ter verdade. Não escrevo sobre personagens perfeitos, escrevo sobre erros, acertos,
amadurecimento e crescimento pessoal. Todos meus protagonistas têm defeitos, qualidades e caráter em formação. Busco deixar sempre um questionamento
por trás de cada decisão e cada rumo dos personagens, quero que minhas leitoras sejam incentivadas a problematizar relacionamentos e situações,
além de buscar compreender diferentes pontos de vista de uma mesma história. Sempre existe algo muito maior a ser revelado.
FFOBS: Como você lida com críticas negativas e cobranças?
A: Devo confessar que até hoje não me deparei com nenhuma crítica escancaradamente negativa a mim ou minhas histórias. Mas já vi gente dizendo que minha história X não prendeu a atenção ou personagem Y desagradou, mas nada muito ofensivo e normal, né? Cada um tem um gosto. Tem gente que gosta, tem gente que não. O importante é ter respeito e até agora não precisei lidar diretamente com pessoas desrespeitosas. Quanto as críticas a personagens ou enredos, eu acho que lido muito bem até. Filtro aquilo que deve ser filtrado e trabalho em cima disso. Mas não mudo o rumo da história ou algo que estava na minha cabeça só para agradar alguém. Tem que me agradar primeiro. Quanto a cobranças, eu fico bem chateada quando vem de alguém que não dá as caras para comentar nas histórias, participar das coisas que proponho no grupo ou para indicar. Mas não digo nada, normalmente respondo com gentileza ou ignoro. Já as leitoras que são fiéis ou apoiam (e eu garanto que sei quem são!) eu adoro quando cobram porque significa que estão com saudade da história e isso me motiva a atualizar cada vez mais rápido. Espero sempre conseguir.
FFOBS: A maioria das fics se passa fora do Brasil, por que você acha que isso acontece?
A: Quando eu voltei a escrever me senti uma idosa parada no tempo com tanta inovação. Na época que eu era leitora fervorosa de fanfics (de 2007 até 2010) as histórias mais famosas eram de bandas, cantores, atores... e por isso eram ambientadas no mesmo lugar origem deles. Mas com o tempo isso foi mudando e é legal perceber isso. Mas acredito que as fics sejam majoriatiamente ambientadas em outro país porque isso mexe muito com o imaginário das leitoras, essa questão de que você pode, por algumas horas, fantasiar que é uma outra pessoa andando pela neve em londres, de coque frouxo e tomando seu capuccino da starbucks para de repente dar de cara com um boy mara que muda sua vida. A gente zoa muito com isso, mas essa possibilidade de mergulhar em outro universo totalmente diferente daquele que está inserido é bem bacana. Por exemplo, é uma curiosidade a meu respeito: eu dou preferência a fanfics que sejam ambientadas em outros países porque quero divagar o máximo possível da minha realidade. E acho que é justamente essa a magia que somente fanfics interativas permitem. Acho que é algo residual da velha guarda, mas é bacana escrever com o Brasil também.
FFOBS: Quando você inicia uma nova fanfic, já sabe como ela terminará ou é um processo contínuo?
A: Eu sei exatamente como começa e tenho pelo menos uma ideia de como termina. Mas acho que o final é sempre passível a alterações,
desde que meu plot principal permaneça o mesmo. Preciso entender qual a essência da história. Decidido isso, o resto é pura construção.
FFOBS: Se você fosse convidada a escrever uma série de TV, um filme e um livro, mas só pudesse escolher um, qual seria? Por quê?
A: Com toda certeza livro. Talvez até uma saga, quem sabe. Livros proporcionam um universo muito maior e dá uma liberdade de não apenas
idealizar aquilo que se quer, como também serve de inspiração para possíveis séries, filmes e etc hahahaha
FFOBS: Você tem algum autor ou história que considera uma inspiração pra você? Pode citar?
A: Eu estou passando por um momento delicado na minha vida em relação a isso. Sempre amei, admirei e exaltei a J.K Rowling,
autora da saga Harry Potter. Acho a J.K inteligentíssima, uma mulher forte, determinada e exemplo de persistência em meio ao caos.
Mas ultimamente estou bem decepcionada com as atitudes dela e isso infelizmente me deixa muito desgostosa. Admiro muito o J.R.R Tolkien e acho que
a gente deveria agradecer por viver no mesmo universo que ele viveu, já que se não fosse ele grandes sagas como Harry Potter, Percy Jackson e até Game of Thrones
não existiriam ou não seriam a mesma coisa, já que toda essa galera contemporânea é grande fã e se inspira bastante nos trabalhos dele.
O cara era simplesmente foda! Mas sim, acho que é importante citar minha deusa Jane Austin, já que ela foi uma mulher cheia de convicções e coragem para a época dela,
fora que Orgulho e Preconceito serve de base para maioria das histórias de amor e ódio que temos hoje, né? Rainha!
FFOBS: Se você tivesse oportunidade, hoje mesmo, de transformar uma história sua em livro, qual seria? Por quê?
A: Sem nem pensar duas vezes, sem sombra de dúvidas: A Beautiful Nightmare. Não apenas transformaria, como também é um sonho
que espero que seja realizado. Simplesmente porque é uma história que eu amo além da conta, amo a ideia que tive, amo desenvolve-la e não consigo explicar,
só sentir. É muito meu bebê.
FFOBS: E se não fosse uma fanfic já existente? Se fosse uma história totalmente original, que sinopse ela teria?
A: ABN não pode ser considerada como uma fanfic, visto que é totalmente original, com personagens tirados da minha cabeça e um enredo único.
Mas precisava começar por algum lugar e postar como fic me anima porque além de ter a possibilidade de ler com os personagens originais, permite também que as
leitoras se sintam na história. Então vale deixar a sinopse dela aqui? Se sim, lá vai: "Aos 28 anos ele havia conquistado o que ninguém na sua idade havia conseguido:
Se tornar o vice presidente da Whistler’s Company. Prestes a se tornar o grande nome da empresa, ele havia deixado toda a rebeldia e irreverência para trás,
bem como os sonhos da juventude, ao se tornar um visionário homem de negócios, escravo do próprio trabalho. Com o corpo jovem e a mente idosa,
achou que não podia mudar seus ideais conservadores e antiquados quando uma jovem feminista, revolucionária e respondona apareceu inesperadamente em sua vida,
provando que não só sua rotina como suas concepções e sonhos estavam prestes a virar de cabeça para baixo".
FFOBS: Alguma cena ou história é baseada em algum fato da vida real, algo que você ou alguém que conhece vivenciou?
A: Mixtape: Shout Out To My Ex foi escrita totalmente com o meu coração. O que é engraçado,
porque é baseada na música de Little Mix, mas se encaixa perfeitamente com tudo que eu vivenciei no término do meu namoro que durou quase quatro anos.
Intercalei entre trechos da música e minha própria experiência. A primeira cena, por exemplo, foi todinha meu término de namoro. Foi bem doloroso,
mas escrever sobre isso me deixou tão leve que poderia voar. Espero ter passado uma mensagem bacana para as leitoras através dessa história que eu escrevi
em apenas vinte e quatro horas.
FFOBS: De onde você tira inspiração para as características, manias e personalidade de suas personagens?
A: Não sei dizer, as coisas vão simplesmente surgindo em minha cabeça. Penso num plot principal e as características dos personagens
que se encaixam nisso simplesmente vão surgindo. As vezes tenho como inspiração algo que vi num filme, algo que queria ter visto diferente em uma história...
mas geralmente eles simplesmente surgem mesmo, não sei explicar.
FFOBS: Qual foi o lugar mais estranho que você já teve um vislumbre de cena/momento para a sua história?
A: Eu tive toda a ideia de A Beautiful Nightmare ao acordar de um sonho. É algo até engraçado e apropriado,
visto que a história é bem baseada nessas coisas de sonhos e pesadelos e surgiu prontinha na minha cabeça. Assisti uns dois filmes com a
temática para me inspirar e pronto, surgiu completa. Isso aconteceu em 2010 e de lá pra cá ficou congelada na minha cabeça esperando o momento de ser desenvolvida.
Agora está sendo.
FFOBS: Quais são os seus próximos projetos?
A: Pretendo, se assim Deus quiser, finalizar Mysterious and Addictive ainda esse ano. Se não no FFOBS, pelo menos no papel,
porque assim a frequência de atualizações aumenta e eu não preciso me preocupar com bloqueios criativos. Estou começando uma história nova que foi
recentemente postada no FFOBS e se chama Zonas de Peligro. A história é ambientada em Porto Rico e tem uma vibe meio dirty dancing só que com reggaeton e
amor proibido. Acho que vale a pena dar uma chance! É também minha primeira "long" restrita, vamos ver no que vai dar hahaha
FFOBS: A entrevista vai terminando por aqui, caso queira deixar algum recado final, fique à vontade!
A: Gostaria de agradecer a todas as pessoas que votaram em mim, não só para esse prêmio, como também para toda coisa que surge meu nome ou minhas histórias.
Tem sido um prazer e privilégio dividir minha escrita com vocês e através disso conhecer tanta gente bacana e inspiradora. Um salve especial para minhas mamis,
misteriosas, raposinhas: não seria nada sem vocês, lindas leitoras que embarcam em todas minhas aventuras! É isso!
Espero que tenham gostado e que quem não me conhece tome como incentivo essa entrevista para ler minhas histórias hahahaha Besitos molhadinhos da Pri.