Autora do Mês - Janeiro
Leitora do Mês - Janeiro
Fanfic Obsession: Como você se sentiu quando descobriu que ganhou a votação de Autora do Mês do FFOBS?
AUTORA: Foi dessas surpresas bem gostosas! Depois de Betting Her, que finalizou muitos anos atrás, eu não tinha investido em uma nova história e levado a público. Friendzone veio depois de um longo período de silêncio, e embora a gente sempre espera que nossos escritos alcancem uma quantidade legal de público, eu não contava que ela fosse ter o reconhecimento que tem tido. E, além disso, eu nunca tinha sido Autora do Mês, então é um retorno muito significativo pra mim. Fiquei muito feliz.
FFOBS: Quando você começou a escrever? Lembra como foi sua primeira história?
A: Eu comecei a escrever entre 2005 e 2006 em comunidades do Orkut voltadas para "webnovelas" do RBD. Minha primeira história chamava "O Destino Nos Uniu" (hahahahahahah) e era um romance entre a Dulce Maria e o Christopher Uckermann, alternando relatos entre o ponto de vista dos dois. Tenho contato com algumas leitoras daquela época até hoje, então acho que foi um bom começo.
FFOBS: O que você procura passar para os seus leitores?
A: Todo tipo de coisa. Alguma coisa. Qualquer coisa. Acho que o propósito é sempre fazer sentir, fazer mover, atravessar de algum jeito. Eu gosto de pensar que alcancei alguém, e que essa pessoa se identificou com algum personagem ou algum aspecto da história, é muito gostoso ver isso acontecer mesmo quando a leitura é algo tão subjetivo.
FFOBS: Como você lida com críticas negativas e cobranças?
A: Todo retorno é bem vindo a sua própria maneira. Procuro avaliar as críticas negativas e conversar com as leitoras sempre que possível, algumas vezes a escrita vai se desenrolando e algumas questões surgem de maneira quase irrefletida, então sempre que alguém aponta qualquer coisa que considera inadequado eu releio para poder fazer minhas próprias considerações. Sobre as cobranças, acho que tenho um contato bem tranquilo com minhas leitoras, costumamos lidar bem com a espera de ambos os lados.
FFOBS: A maioria das fics se passam fora do Brasil, por que você acha que isso acontece?
A: Penso que isso acontece principalmente porque as fanfics desde o princípio são escritas com personagens que, em sua grande maioria, são ídolos internacionais, e com o tempo isso veio se enraizando e se tornando quase um hábito. Eu mesma tenho grande dificuldade em escrever histórias em um cenário Brasileiro, embora eu ache a proposta muito interessante.
FFOBS: Quando você inicia uma nova fanfic, já sabe como ela terminará ou é um processo contínuo?
A: As duas coisas. Eu sempre começo uma história com pelo menos alguns aspectos do fim já estabelecidos, mas não necessariamente um capítulo final já planejado. Ainda existe sempre a possibilidade (maior do que eu gostaria) de mudar de ideia. A história às vezes segue por caminhos inesperados e nós vamos só acompanhando e tentando remanejar tudo.
FFOBS: Se você fosse convidada a escrever uma série de TV, um filme e um livro, mas só pudesse escolher um, qual seria? Por quê?
A: Pela experiência de escrita, talvez um livro fosse minha escolha confortável, mas escrever um filme seria bem legal, levando em consideração todos os cenários que eu vou construindo na minha cabeça e que às vezes é tão difícil descrever. Eu poderia até escolher uma trilha sonora e ela tocaria de verdade nas cenas, hahahaha.
FFOBS: Você tem algum autor ou história que considera uma inspiração pra você? Pode citar?
A: Que difícil! Eu tenho alguns autores que em algum momento acabei tomando como referência de escrita. Mas tem sempre o Alejandro Zambra para meus momentos de bloqueio criativo. É engraçado, minha escrita não tem nada de parecida com a dele (obviamente, eu sou só o chiclete grudado na sola do sapato dele, e nem deve ser o sapato favorito), mas tenho uma relação de "socorro" com o Zambra. Releio algumas páginas de "Formas de Voltar Para Casa" e os caminhos já começam a clarear.
FFOBS: Se você tivesse oportunidade, hoje mesmo, de transformar uma história sua em livro, qual seria? Por quê?
A: Provavelmente Friendzone. Ela marcou um bom período de escrita, de retomada e investimento. Ela é bem significativa pra mim.
FFOBS: E se não fosse uma fanfic já existente? Se fosse uma história totalmente original, que sinopse ela teria?
A: A sinopse provavelmente contaria sobre essa moça, que é quase como um truque de mágica personalizado. Uma hora você vê, agora você não vê mais. Você não sabe os segredos que ela guarda, e talvez nunca chegue a descobrir.
FFOBS: Alguma cena ou história é baseada em algum fato da vida real, algo que você ou alguém que conhece vivenciou?
A: Sempre. Não com todas as palavras, nem todos os cenários. Nunca tão fiel à realidade. Mas nunca tão distante dela também.
FFOBS: De onde você tira inspiração para as características, manias e personalidade de suas personagens?
A: De tudo e todos. Eu nunca tomo uma única pessoa como inspiração, é mais como ir colecionando ações e comportamentos e pequenas características da personalidade, ou físicas. Acho que isso faz deles um pouco mais únicos, e um pouco mais reais também.
FFOBS: Qual foi o lugar mais estranho que você já teve um vislumbre de cena/momento para a sua história?
A: Dentro do meu carro, dirigindo e escutando Lisztomania. A cena não envolvia carros ou direção. Só Lisztomania.
FFOBS: Quais são os seus próximos projetos?
A: Fui convidada há pouco tempo para contribuir para um projeto e então por hora estou investindo na escrita do meu primeiro livro físico. Materialização de sonhos, literalmente, hahaha.
FFOBS: A entrevista vai terminando por aqui, caso queira deixar algum recado final, fique à vontade!
A: Gostaria de agradecer imensamente as minhas leitoras, as que vem me acompanhando e apoiando há anos e as que estão chegando agora, através de Friendzone. Fico muito feliz de saber que minhas histórias trouxeram tanta gente linda para perto de mim, esse carinho e apoio inarredável é o que faz todo o processo de escrita e publicação valer muito a pena.
Agradeço também à equipe do FFOBS pelo espaço de sempre.
Um grande beijo.