Esse era o pior dia para . Como se a vida não fosse ruim o suficiente para ela desde que havia se mudado para Londres, agora havia acontecido isso para fazer a menina ter certeza que o azar havia cruzado seu caminho e resolvido pegar uma carona nela.
”O que aconteceu?” vocês devem estar pensando. Bom, o que aconteceu foi que o cachorro que havia adotado no dia que chegara em Londres teve que ser sacrificado.
Agora a menina estava sentada na calçada a umas três lojas do veterinário chorando tudo que não havia chorado em toda a sua vida. Afinal, Joe era seu único amigo naquela cidade cinza e fria.
não se lembrava mais quanto tempo havia ficado sentada no mesmo lugar chorando, mas se lembrava perfeitamente dos cinco carros que quase a encharcaram com água da poça do canto da rua. O cheiro da cafeteria localizada atrás da menina estava cada vez mais tentador. tinha certeza que era uma Starbucks.
Um parou do lado esquerdo da menina fazendo a mesma imediatamente se lembrar de Joe, ele era igualzinho a esse do seu lado, fato que a fez voltar a soluçar, ato que já havia conseguido parar de fazer.
- Algum problema?
olhou pra cima e encontrou um garoto, ao menos aparentava ser um garoto, a olhando com pena completamente visível em seus olhos . A menina tentou respondê-lo, porém tudo que saiu de sua boca foi um gemido de dor.
- Você tá machucada? – Perguntou o menino preocupado. apenas negou com um balanço fraco de cabeça. – Por que tá chorando?
-O...O... JOOOOOOOOOOOOOE! – Foi tudo que conseguiu verbalizar antes de começar a chorar compulsivamente com as mãos no peito.
O que estava ao seu lado pensou duas vezes antes de sentar-se ao lado da menina, mas acabou o fazendo mesmo assim.
- Joe era o seu namorado? – bufou e negou com a cabeça, sem capacidade de emitir algum som que não fossem gemidos de dor.
- Seu irmão? – A menina negou novamente. – Seu pai? – Mais um gesto de negação pôde ser visto. – Amigo? – Dessa vez o obteve um gesto de afirmação.
- O que aconteceu com ele? Pergunta idiota , algo bom é que não pode ter sido, né?- riu levemente com essa pequena discussão do garoto ao seu lado. - Você riu! – Disse sorrindo e apontando o dedo indicador para a bochecha da menina, ato que a fez rir levemente mais uma vez. – Ahá! De novo! Eu sou bom, dude!
Dessa vez a risada de foi um pouco mais alta. O choro já não era mais tão constante e a menina resolveu tentar falar algo concreto.
- O Joe era... O Joe era o... Era o meu... O meu... Meu cachorro... – percebeu a dificuldade da menina em falar essa simples frase e imediatamente compreendeu o porque de todo aquele sofrimento.
- O que aconteceu com ele?
- Ele... Ele... SE FOOOOOOI. – Mais uma crise de choro ia ser iniciada, porém foi interrompida por .
- Ei, ei, ei, não chora. Por favor.
- Vou tentar...
- Me diz, como ele era?
- Igualzinho ao seu...
- Igual ?
- É ? Desculpe...
- Tudo bem... Mas, o que aconteceu com o Joe?
- Ele... Ele... Teve que ser sacrificado... Estava com um tumor no intestino...
- Eu...Sinto muito. Mesmo.
- Tudo bem... Só que ele era meu único amigo, entende?
- Na verdade, não. – fez cara de incompreensão. – Não entendo como uma menina simpática como você parece ser não tem nenhum amigo.
- Ninguém quer ser amigo da garota nova.
- Isso não é verdade.
- É, na minha realidade é.
- Então você se apegou ao Joe para afastar esse vazio que as pessoas deixaram?
- Mais ou menos isso...
- Mas e os seus pais?
- Ficaram em Glasgow... Vim sozinha pra estudar...
- Ah sim...
O silêncio pairou sobre os dois por alguns minutos e estava prestes a voltar a chorar quando foi surpreendida por , que se recusava a deixar a menina chorar novamente.
- Quer tomar um café? – Disse o apontando para a Starbucks atrás dos dois. – Eu não aceito um não como resposta. O que custa? - Ela estava a ponto de dar infinitas razões para ele e a principal era que estava sofrendo, quando ele não a deixou continuar. – Vamos, vai. A gente faz assim, você toma um café comigo e eu prometo que te faço esquecer que o Joe se foi durante esse tempo. Se eu conseguir, você automaticamente aceita jantar comigo sexta à noite. Se eu falhar, bom, nesse caso, você pode gritar o quanto quiser comigo e nunca mais olhar na minha cara. Feito?
- Mas... Eu nem sei seu nome...
- , prazer. E você se chama...?
- , prazer. – Disse a menina apertando a mão que havia lhe estendido.
- Então , aceita minha proposta?
- Aceito , não tenho mais nada a perder mesmo.
riu e se levantou, ajudando a fazer o mesmo. Os dois entraram na Starbucks e fizeram seus pedidos. Seguiram para uma mesa próxima a janela e engataram em uma conversa que ambos nunca pensaram que teriam em suas vidas.
Quando perceberam que estava escurecendo e que deveriam voltar para suas devidas casas, a tristeza os dominou por um momento, porém logo foi embora. insistiu em pagar tudo alegando ter sido ele quem convidou e não teve outra escolha a não ser aceitar.
- Então, tive sucesso? – Perguntou quando já estavam do lado de fora.
- Devo dizer que sim. E também devo dizer, obrigada mesmo.
- Então, te pego as oito sexta?
- É um bom horário.
Se despediram e cada um seguiu para um lado da rua. seguiu para o lado esquerdo enquanto seguiu para o direito. Ambos com um sorriso no rosto. Sorriso que não imaginava que veria tão cedo em seu rosto, e o devia inteiramente a . O garoto que sem mais nem menos havia parado ao seu lado quando ela mais precisava de um ombro amigo e ele não tinha a menor obrigação de consolá-la.
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Epílogo:
Natal definitivamente não era a data comemorativa preferida de . E não era pela neve e pelo frio consequente da mesma, como vocês devem estar pensando. Somente a data não lhe agradava e era isso.
Porém, esse natal tinha um pressentimento de que seria melhor do que os outros. Talvez porque finalmente havia feito amigos, ou talvez somente pelo fato de ter dito para a menina que seria especial.
tocou a campainha da casa do exatamente na hora marcada por ambos. havia desistido de passar o feriado com a família por causa de , não queria deixar a menina sozinha já que a mesma não iria passar com a própria família.
- Sua pontualidade me surpreende. – Disse dando espaço para a menina entrar em sua casa.
- Obrigada, faço o meu melhor. – Disse retirando o casaco e o colocando junto com um de que se localizava na poltrona da sala.
- Nem é modesta... – Resmungou o enquanto fechava a porta.
A noite passou com muitas piadinhas e sarcasmos de ambas as partes e a ceia, preparada por , estava deliciosa de acordo com .
No momento, os dois se localizaram sentados no sofá da sala do rapaz bebendo uma taça de vinho enquanto paparicavam .
- Eu tenho algo pra você. – Informou à menina colocando as duas taças, agora vazias na mesa de centro.
- O que é? – Perguntou curiosa vendo o amigo levantar e ir até a cozinha, local onde a menina não pôde entrar a noite inteira.
- Eu te apresento... – Disse voltando da cozinha com algo entre os braços. – JOE II. – Disse ao entregar um filhotinho de labrador aos braços de .
- É... É... Igualzinho ao Joe. – Disse com lágrimas nos olhos. – Ele é lindo! Obrigada .
- Ei, ei... Não vai chorar, né? – Disse o observando colocar cuidadosamente Joe II no chão.
- Não. Obrigada, muito obrigada. Ele é perfeito! – Disse a garota abraçando pelo pescoço.
- Se eu soubesse que você ia ficar tão feliz assim tinha comprado ele antes. – Brincou , abraçando a menina pela cintura.
- Nah, assim me fez começar a gostar do natal. Nem sei como te agradecer. – Após dizer isso, chegou o rosto mais perto do de e lhe deu um selinho rápido, ficando vermelha imediatamente. – Desculpe...
- Ei, não precisa se desculpar... Foi o presente que eu queria.
sorriu e novamente seus lábios se encontraram, dessa vez começando um beijo apaixonado que ambos esperavam há muito tempo, quem sabe até mesmo desde o momento em que se conheceram, naquele fatídico dia em que a vida de ambos mudou, principalmente a de .
FIM!
N.a: A fic é bem curtinha mesmo. E bem triste a maior parte. Mas ei, é um drama, não? (y)
Não, essa fic não saiu do nada enquanto eu olhava pela janela. Mas sim enquanto eu olhava para o meu cachorro e me passou aquele pensamento ‘e quando ele morrer? Como eu vou ficar?’, quem tem cachorro, principalmente idoso, vai me entender. Então eu resolvi transformar meus pensamentos tristes em uma fic, é.
Obrigada mesmo a todas que leram essa micro-shortfic.
Obrigada a Carol F. por ter betado. :)
Obs: Meu nome não é Taylor, na verdade é Natália, mas como eu sei que é um nome comum, infelizmente, então resolvi postar minhas fics como Taylor Poynter pra ficar mais fácil quem ler identificar que sou eu, mesmo que seja pra me botar na lista negra de autoras, tenho medo de entrar nessa lista de alguém, é. Resumindo, podem me chamar de Natália[e seus derivados] ou Taylor, não me importo. :)
Quem quiser ler outra fic minha:
Best Present – McFly finalizadas
N/B: AAAAAAH, eu não quero nem pensar como vai ser quando minhas cachorras morrerem D: Okay, prefiro nem pensar nisso haha. E eu adoooooorei a fic, Tay *-* (olha a intimidade.). Well, qualquer erro, email me LOL Carol.