Prólogo

entrou correndo no banheiro. Sua respiração estava ofegante e o cheiro forte de seu corpo estava cada vez mais evidente. O coração acelerado, a pulsação a mil. O sangue circulava pelo corpo com tanta força e rapidez que ela sentiu uma vertigem.

Capítulo Único

Flashback Mode 1 On

frequentava a casa dos há quase duas semanas. Tinha chego de viagem naquele mês e tratou logo de procurar , seu amigo de infância.

Flash Back Mode 2 On

Os dois se conheceram na escola e suas famílias se tornaram amigas, em decorrência dos finais de semana fazendo tarefas e das visitas constantes de um para o outro.
tinha um carinho gigantesco por , pois não tinha um irmão e aquela era a relação mais próxima de irmandade a qual chegava. Já para , era como se fosse a pessoa mais confiável do mundo e, por isso, não poderia se separar do amigo jamais.
Havia três anos que tinha casado com . Os dois se conheceram em um trabalho de verão, se apaixonaram e nunca mais pretenderam se separar. Naquela época, morava na Ásia, onde foi estudar ciência da computação, depois voltou para o casamento do amigo, passou com o casal uma semana, antes do casamento e esteve como padrinho na cerimônia.
era alto, cabelo até o ombro, castanho escuro, com estilo de cineastas, barba mal feita, rosto expressivo, olhos negros, arrematadores e fortes. Fortes e sensuais. Era um homem com estilo, geralmente sério, mas com um humor inigualável, quando entre amigos.
Era observador e inteligente, costumava viajar muito e gostava de arte, diferentemente da maior parte dos caras que trabalhavam com ele. Talvez por isso, sentia a necessidade de estar de volta, ficar ao lado de seu amigo, de sua família. Não havia lugar melhor do que sua casa.
Se bem que, depois do casamento, devia ter mudado, ter se adaptado a uma família, a sua mulher. Será que era uma boa esposa ou daquelas chatas e intimidadoras? gostava dela, o pouco contato que teve, de uma semana, serviu para dar alguma risada, fazer um primeiro indício de amizade, mas nada além de formalidades. não tinha o costume de se dar bem com as pessoas logo de cara.

estava feliz com o retorno de seu amigo, ainda mais quando soube que ele estaria em sua casa nos finais de semana, para se divertirem como antigamente.
Na verdade, tinha agora, o que deixava as coisas ainda melhores, pois a companhia dela o mantinha inquieto, de tanta felicidade. No início do casamento, mal podia dormir à noite, tamanha a necessidade de estar com sua mulher, observando-a, sentindo-a. Ele gastava as horas de sono conservando a imagem dela, nua, em seus olhos. Era perfeita, a luz de sua imaginação erótica. Ele a amava, como jamais havia amado nenhuma mulher e a desejava, como jamais desejaria outra.

tinha um estilo de vida diferente, gostava da desorganização-organizada, mas seu marido preferia as coisas no lugar, então ela se esforçava para manter tudo bagunçadamente arrumado e ele para desorganizar-se um pouco mais. Mas agora, com o melhor amigo de chegando de viagem, teria de deixar o lugar com um rostinho mais amigável, ao menos era o que pensava que mulheres casadas faziam ao receberem visitas importantes, ainda mais quando a visita era muito respeitada e querida por seu amado marido.
Como trabalhava em uma revendedora de automóveis importados, como gerente, mal tinha tempo para si mesma, quanto menos para a casa e as obrigações do lar, mas resolveu dar o seu jeito e se dividir em quinhentas, naquelas semanas de boas vindas. Precisava respirar um pouco e se deu ao luxo de frequentar a academia, almoçar com o marido e dar ares de vida a sua casa.

- Amor, você acha que eu exagerei nas flores?
- Estão lindas, minha princesa.
deu um beijo em sua esposa, entrando em casa, deixando seus documentos em cima da mesa e tirando os sapatos. Era advogado e uma das coisas que mais odiava era usar sapatos, por isso o ritual de entrar e tirá-los, deixando-os próximos ao sofá.
- Ah, amor, colabora, né?! - disse, se aproximando do marido que estava tirando as meias, sentado no sofá. - Eu estou organizando a casa, hoje não é dia de bagunça. - ela passou a mão em sua cabeça e sorriu. Em um gesto rápido, segurou a cintura de sua mulher, ergueu a blusa que ela usava, na altura da barriga, e começou a beijar aquela região, com pequenas mordidelas. Ele sabia que aquele era o ponto fraco de , pois conhecia cada pedaço de sua mulher, já havia explorado tudo. Era como se as faíscas se ativassem no corpo dela ao sentir a boca macia saboreando seu corpo, com leves pontadas de desejo. No exato momento em que foi pega, soltou um gemido e agarrou nos cabelos do marido, puxando-os levemente, fechando os olhos e inclinado a cabeça para trás, em um típico sinal de prazer. tinha lindos olhos azuis, era frágil em seu tom de pele, branquinho, de bochechas coradas, com os cabelos loiros em um corte moderno e agradavelmente sério. Escondia por trás da imagem de advogado um humor escandaloso e gestos de paixão que deixavam sua mulher louca de desejo. tinha um longo cabelo castanho, que caía nos ombros em ondas perfeitas, cintilando o brilho. Seus olhos eram castanhos claros, intensos, e sua boca era agressivamente sedutora. - Amor... - ela puxava o cabelo mais forte, conforme sua pulsação acelerava. Seu corpo vibrando e o coração quase podia ser ouvido por ela mesma, tamanho o tesão que sentia com o toque da boca macia e suave de seu marido. Ele provocava e já se sentia tão quente quanto ela. Estava excitado em vê-la tão bonita, cuidando de seu lar, arrumando as flores. Ela era perfeita.
gostava de sexo rápido, porque sofria menos. Simples assim. Gostava tanto de sexo que o tardar a alucinava, ela preferia os movimentos mais suntuosos e delicados de seu marido, mas isso a enlouquecia tanto que os gemidos e gritos podiam ser ouvidos pelos vizinhos há quilômetros de distância, por isso evitava. Das três noites de sexo obrigatórios na semana, ao menos uma era assim.
Nas relações lentas, ela parecia derreter e se entregar de corpo e alma, perdia o controle, por isso fazia questão do sexo agressivo, carnal. Mas seu marido não lhe dava escolha, seduzindo-a, como ela adorava. Ele simplesmente a dominava e fazia perder o chão. Por isso ela o amava tanto, por isso o desejava com a alma.
percebeu o que fazia com a mulher e resolveu não perder mais tempo, subiu suas mãos até os seios de , acariciando os mamilos acesos. Ela estava derretendo, ele sentia o prazer subir em meio a suas pernas.
Ela levantou a cabeça do marido, beijando sua boca suavemente, conforme ele aumentava a velocidade, ela o forçava a ir devagar. Se ele queria brincar, brincariam. Esqueceu-se completamente da casa e das flores.
Na sala, os sapatos jogados, assim como a calcinha dela nas escadas e o terno dele no sofá. Estavam nus na imensa cama de casal e se amavam suavemente, com juras de amor eterno. Eram um só, e sentiam isso.
fazia questão de ser romântico, todas as semanas aprontava uma com a mulher. Se não eram todos os dias de paparicação, ao menos todas as semanas. Gostavam de fazer amor ao amanhecer, adoravam estar juntos.
A campainha tocou. imaginou que fosse o entregador de pizzas na porta, no caso, a entregadora de pizzas, que era amiga do casal e entregava ao menos uma big (meio portuguesa, meio mexicana), todas as semanas. Eles haviam pedido para aquela noite, logo depois do sexo, porque sabiam que não teria a menor vontade de cozinhar com o corpo tão leve.
No momento em que ouviram a campainha, conversavam na cama. , recostada ao travesseiro, meio sentada, e com o corpo sob o dela, a cabeça perto do seio, com o qual ele brincava, beijando e acariciando. Não gostava de apagar a chama que eles tinham e a provocava sempre.
Acostumada com a garota na bicicleta, magra e de olhos grandes, disse para o marido que pegaria a pizza. Deu um beijo em , vestiu o hobby cor de vinho, de sua camisola, sob o corpo repleto de curvas, apenas para tapá-lo despretensiosamente, e saiu em disparada pelas escadas, desviando as roupas no chão e rindo da bagunça que ela e o marido fizeram, quando ela tentava organizar a casa mais cedo.
Com o humor mais encantador do mundo, abriu a porta de ímpeto, e sorrindo falou:
- Andy, hoje vocês foram muito... - após abrir a porta, notou que o homem de aparência forte, meio barbado, magro, de olhos negros, que consumia seu corpo no roupão, não era Andy, a entregadora de pizzas -... Rápidos. - meio sem graça, a mulher não conseguiu desviar os olhos dos de , parado em sua frente com um sorriso de canto.
- Olá, . - se os olhos deixaram o corpo de estático, o sorriso dele foi desesperador. Ela se pegou observando a boca do moreno alto e sedutor, sem perceber que, no caso dele, os olhos estavam em seus seios, quase expostos pelo roupão afrouxado.
- . - ela disse, espantada, e logo se recuperou - Ora, , que bom tê-lo aqui! Vamos, entre! - ela recuperou os sentidos rapidamente, pensando que seria ótimo para o marido ver o amigo. Estava feliz pela visita. Assim que ele passou pela porta, ela saltou e lhe deu um abraço. - Fico tão feliz em revê-lo, !
Ela se afastou o suficiente para vê-lo melhor e percebeu que o hobby, antes frouxo, agora estava semi-aberto. Com rapidez e nervosismo, fechou a roupa. a observava sem dizer uma só palavra. A mulher estava com o cheiro de sexo, misturado a uma fragrância suave de perfume de bebê. A pele que o abraçou, ele pode sentir, era macia e os olhos confusos, que o miravam agora, eram atordoantes de tão belos.
- É bom revê-la também, querida. - aquele olhar estava muito penetrante para que se desvinculasse, mas ela teria de se recuperar do incidente com o roupão. Gritou pelo marido, com tom de entusiasmo, saindo mais uma vez do transe.
- ! , amor! - ouviu-o gritando "O que foi, ?", e chamou o homem, anunciando a chegada do amigo.

tinha um olhar observador e fazia isso naquele instante. Observava o local em que estava. O sofá com o terno, os sapatos no chão, as flores do campo sob a mesa de entrada, que tinham um aroma suave e, ao mesmo tempo, forte. Como o da mulher que o abraçara instantes atrás, com o corpo semi nu. Ela tinha o ar de uma princesa, misturado ao de uma guerreira. O corpo era suave, ao menos os braços que ele havia sentido e os seios que roçaram seu peito, no abraço. Ele estava excitado em pensar que a mulher em sua frente, de cabelos desgrenhados, presos de qualquer forma, estava nua por baixo daquele fino tecido cor de vinho. Um sexo lento, pensou ele. Ela devia estar fazendo um sexo gostoso e lento.
Antes que percebesse, estava abraçando e o cumprimentando. Aquela volta ao seu país, as suas origens, seria mais difícil do que ele havia imaginado.

Flashback Mode 2 Off

frequentava a casa dos há quase duas semanas. Tinha chego de viagem naquele mês e tratou logo de procurar , seu amigo de infância, mas encontrou mais do que um amigo de infância. Encontrou um homem responsável no trabalho, carinhoso com a esposa e presente no lar.
se sentia terrivelmente atraído por . Ela o deixava quase louco e, o pior, não era intencionalmente. Ele percebia que tudo o que fazia estava em função do marido e dela mesma, reservando a simpatia para lidar com pessoas como ele, um amigo de seu marido. Mesmo assim, era muito difícil não ficar encantado e desejar os carinhos que ela fazia, tão explicitamente no marido.
É claro que aquela relação era natural, afinal de contas, estava em sua casa, entre amigos. Não havia mal em usar um short jeans e uma baby look branca em casa, mesmo que seu corpo fosse delgado e rígido, que seus seios fossem redondos e altos, que sua bunda fosse a visão do paraíso e que seu perfume, naturalmente suave, exalasse por todo o espaço quando ela estava lá.
Ele entendia porque era tão apaixonado. era uma mulher completamente feminina. Vaidosa, mas não a ponto de trocar o rosto lavado e o cabelo mal preso por horas de chapinha e make up. Ela era natural e isso deixava cada vez mais alucinado.
, por sua vez, continuava tão companheiro e amigo quanto antes. Eles almoçavam todos os dias juntos, pois trabalhavam no mesmo prédio. Havia sido, justamente, quem tinha dito para voltar e procurar o contato que tinha no departamento de produção de jogos. Até a casa em que morava era indicação de seu melhor amigo. Eles eram como irmãos.
Em casa, fumava um Marlboro de filtro amarelo e olhava pela janela, seu jardim e sua fonte. A água jorrava das mãos de uma deusa egípcia, que ele não reconhecia, mas que percebia ser uma deusa bonita e forte, com o corpo perfeito, como o das deusas gregas. Lembrava de , no almoço do domingo, estava fabulosa em um avental preto, preparando a lasanha do churrasco. Ela sorria colocando as camadas de queijo e cantarolava enquanto pegava uma e outra tigela, alcançando para os demais convidados que ajudavam na preparação. Será que ela não percebia seu encanto?
O que mais atormentava eram os olhos. Os olhos de quase não se cruzavam aos seus, ele percebia que ela estava sempre evitando olhá-lo fixamente e entendia o motivo. Quando os dois pares de olhos se cruzavam, ele sentia um tremor irreconhecível em seu corpo, como se ela o invadisse. Sentia vontade de agarrá-la e rasgar sua roupa. Não seria gentil, não, não seria nada gentil. Ele queria a carne, mas isso seria o maior de todos os pecados.
- Não cobiçar a mulher do próximo. - pensou ele, rindo e praguejando. Não acreditava em religiões, mas acreditava em respeito. Não faria nada além de observar ou deixaria, até mesmo, de desejá-la com os olhos, por respeito ao amigo?

estava a ponto de ter um colapso. Já era frustrante ter de evitar os olhares de , que eram naturais, mas que fincavam espadas em sua alma, quanto mais ter de passar tanto tempo com ele. A partir daquela semana, a casa que ele havia comprado passaria por uma reforma e, adivinha só, ofereceu o quarto de hóspedes.
Não sabia o que seria pior, realmente não fazia ideia do que seria pior: ela ter de vê-lo todos os dias ou ter de passar o dia todo com ele, agora que pedira as férias.
- Eu sou uma imbecil! Quando pensei em pedir as férias para esse período, não sabia que o melhor amigo do meu marido voltaria para seu país e se hospedaria aqui. - ela falava enquanto trocava de roupa. Logo chegaria e, com ele, . Ela precisava fazer algum lanche e continuar evitando o contato visual, além e principalmente, o carnal.

Na noite anterior, convidou e outros amigos para jogarem poker. É claro que ficaria com as mulheres deles e jogaria papo para o ar, falando de moda e arte. Mas foi no momento mais casual e despreocupado, quando ela tirava uma jarra de água da geladeira para fazer suco, que sentiu a mão forte tocando seu braço.
- Precisa de ajuda?
quase deixou a jarra cair. Ele estava do seu lado, próximo. Muito próximo, próximo demais. Tanto que o cheiro dele, aquele que ela tentava evitar pensar, estava inebriando o seu cérebro, deixando-a meio tonta e grogue, tamanha a personalidade que exalava com ele.
percebeu que o corpo da mulher estremeceu ao toque e não evitou uma pontada de desejo, que estava em sua barriga e também no nó de sua garganta. Após se recomporem do toque, estavam obcecados nos olhos um do outro, embora os de tivessem descido e reparado no corpo masculino - momento seguido de um morder de lábio, que representava desejo. Foi algo espontâneo, mas ela logo se arrependeu.
Quando voltou os olhos para novamente, percebeu que estavam implacáveis. Ele a desejava, ela percebeu, e ela não sentia menos que ele. Olhava a calça jeans e a camisa de banda, o cabelo e a barba, o corpo e a força, ela queria sentir, mas não podia, relutaria o máximo contra aquilo.
estava excitado, mais uma vez ela conseguia tirá-lo do sério. Estava linda com os cabelos em trança, jogados no ombro, um vestido que ia até os joelhos, descalça (como seu marido). Havia um decote em seu vestido, que era singelo e deveria não chamar tanto a atenção, mas naqueles seios seria impossível não chamar. A porta da geladeira continuava aberta e os dois ali, paralisados.
- Não, não preciso. - ela se recuperou, balançou a cabeça e saiu dali, se aproximando da bancada em que preparava comida. - Obrigada. - ela abriu um sorriso de educação e voltou a desviar os olhos. Mas ele insistiu, mesmo não querendo, insistiu.
Aproximando-se dela, pegou da mão de o saquinho de suco que erguia, para abrir e despejar na jarra, apenas para tocá-la novamente.
- Deixa que eu preparo, você trabalha de mais. - ele sorriu e a encarou, ela soltou o saquinho e se distanciou, observou-o preparar o suco. A casa estava com várias pessoas, mas os dois estavam sozinhos na cozinha. O centro das atenções era , que contava piadas e oferecia cerveja.
- Você tem bastante jeito em preparar as coisas, ainda que pareça um homem... - ela deixou o pensamento escapar e logo se arrependeu novamente.
- Um homem, o que? - ele se interessou e a encarou de novo. Os olhos eram quentes, mas o corpo de estava ainda mais quente com aquilo. Ela precisava fugir, precisava sair dali, precisava de uma válvula de escape para apagar o fogo de seu corpo. O suco.
Aproximou-se da jarra, que já tinha a bebida pronta, encheu um dos copos que estavam na bancada e bebeu com muita pressa e nervosismo, ao lado dele. Depois se concentrou e respondeu-o, ele observava o nervosismo dela e gostava de deixá-la assim. Lembrou do dia em que ela abriu a porta usando o hobby e aproximou a mão de seu cabelo, sem conseguir evitar tocá-la. A trança a deixava com um ar absolutamente doméstico e casual.
- É que você... - ele tocava o cabelo dela e os arrepios estavam muito fortes agora, mal conseguia elaborar a frase para respondê-lo. - É que você...
- É que eu...? - ele falou devagar, olhando-a se desmanchar e aproximando devagar, passo a passo, o corpo do dela do seu.
- É um... Um homem forte e... - quando pensou no que ia dizer, quebrou o clima afastando-se e pegando a jarra, a caminho da sala. - E meu marido não tem muita prática com essas coisas, então me impressionei. - ela abriu um sorriso falso e saiu com pressa. Na mesma noite, avisou para que ficaria com eles por uma semana.

Era torturante demais. acordava completamente encantado com o cheirinho de café novo pela casa, as flores, a bagunça na sala e a cama dos amigos desarrumada, com a porta do quarto aberta. Ele tinha de passar pela frente para descer as escadas. Não conseguiu evitar a curiosidade e entrou no quarto. A camisola de estava na cama, ela já devia ter tomado banho e se penteado de manhã, disse que sairia depois do café, pretendia visitar e almoçar com uma amiga, voltaria às 5pm, para malhar em seus equipamentos e depois compraria um lanche para eles.
devia estar trabalhando, pois tinha cliente marcado para logo cedo, em uma cidade vizinha, teve de pegar a estrada, então comeria na rua. devia estar sozinha na cozinha, preparando o café, só para os dois.
Só de pensar nisso, enquanto segurava com força a camisola com o cheiro excitante, virava os olhos de prazer. Ela estava, finalmente, sozinha com ele.
Na cozinha, enquanto os pães estavam na torradeira, sentia seu corpo dar leves choques. Era o dia da semana em que ela e costumavam fazer amor de manhã, algo habitual desde o casamento, mas hoje não teria sua dose de prazer e ficaria, provavelmente, mais dois dias sem nada, afinal, seu marido teria trabalho extra naquele mês. Não aguentaria esperar tanto, fariam em meio aos papéis de análises dele mesmo, ela estava pronta para isso. Naquela noite, ela mal podia esperar, estaria com seu amor, com seu marido, seu homem.
Estranhamente, o corpo dela estava habituado ao prazer de seu marido e ela sentia muita falta, mais falta do que o normal. Ao menos era o que tentava convencer-se que queria e não ao homem que dormia no quarto ao lado do seu. Seria bom sair e conversar com uma amiga, ficar em casa lhe renderia uma insatisfação tremenda, principalmente porque estaria lá depois do almoço, todas as tardes. Logo ele acordaria, tomaria o café e iria para o trabalho.
pensou que enfartaria de tanto desejo, no momento em que sentiu a mão tocando o seu braço, em um abraço por trás, e a barba roçando de leve em seu rosto em um beijo de bom dia. A voz que falou aquelas simples palavras, "bom dia", em seu ouvido não precisou ser sussurrada para fazer com que, de imediato, ela sentisse o coração saltar. Ele era forte. Ela o desejava.
- O cheirinho do café está delicioso. - o corpo dele estava próximo, e ele se inclinava ao lado do ombro dela para ver os pães que ainda iriam para a torradeira. - E esse sanduíche está com uma cara ótima. Posso comê-los frios?
Ela engoliu a saliva, e se virou, dando de frente com o corpo dele, roçando, despretensiosamente, os seios no braço dele. Estava vestida para sair, com um salto que deixava as panturrilhas erguidas e um vestido soltinho de verão, em um tom dourado.
- Pode. - a voz que saiu foi um sussurro. Ele não aguentou o tormento e segurou o corpo de , puxando-a para si, ao mesmo tempo em que, em um movimento veloz, recostou os corpos na parede ao lado da bancada. Os azulejos gelados nas costas de e a proximidade do corpo de fizeram-na soltar um gemido de pavor e tesão.
As mãos de tentaram afastar o corpo de , os olhos estavam assustados, ele queria vê-la exatamente assim, sem saída.
- Quero você. - ao ouvir aquelas palavras, com as forças que tinham, ficou mais tensa, pode sentir o cheiro de e o membro enrijecido que estava bem recostado ao corpo dela. - Quero você. - ele repetiu no ouvido dela, segurando-a com força e rugindo em seu ouvido, enquanto distribuía beijos no pescoço e nuca da mulher excitante.
Os olhos de atormentados, virando de prazer. As mãos que tentavam separá-los, agora arranhavam as costas de . Os pães cheiravam a fumaça do lado dos dois, enquanto se apressava em passar a mão pelo corpo da mulher e ela abria as calças dele.
De repente o telefone tocou. Um medo invadiu a mente de , que parou imediatamente o que fazia, espantada consigo mesma, repleta de tesão e completamente molhada.
também parou, olhou para ela e depois virou a cabeça para os pães queimando. Segurou-a firmemente, de novo, e lhe deu um beijo roubado, quente e rápido.
- Continuamos depois.
se sentiu como se tivesse sido deixada nua e desprotegida, quando saiu pela porta da frente, levando o carro. Ele provavelmente comeria na rua e iria trabalhar, todo desarrumado, ou passaria em sua casa e pegaria uma roupa qualquer para ir ao serviço. Mas não permaneceria naquela casa com a sede que estava. Precisava se controlar ou acabaria com aquela mulher. Destruiria seu corpo em um sexo pleno e fatal. Ele não a desejava como as outras, ele desejava seu corpo como um animal feroz, faminto. Queria consumi-la, acabar com ela, mostrar sua força e sentir todo o prazer em ouvi-la gritando e fazendo o que fazia com . Duas noites atrás ele não se conteve e espiou pela fresta da porta o casal que se amava de maneira tão peculiar e a mulher que dominava o homem, tão ameaçadora. Ele não resistiu em assistir a tudo tocando seu corpo com desejo.
queria sentir aquele prazer que via em , queria sentir na cama, com a boca tão macia quanto ele imaginava, pousando em seu membro, duro. Bem duro.
Ele estava ficando louco com aquilo. Não poderia fazer tudo o que desejava com aquela mulher, era a mulher de seu melhor amigo. Uma loucura, uma alucinação.

Flashback Mode 1 Off

Hoje

entrou correndo no banheiro. Sua respiração estava ofegante e o cheiro forte de seu corpo estava cada vez mais evidente. O coração acelerado, a pulsação a mil. O sangue circulava pelo corpo com tanta força e rapidez que ela sentiu uma vertigem.
Estava completamente desamparada. Depois do dia das torradas, resolveu fugir a todo custo de , mas estava ficando pior a cada dia. Ele a enlouquecia, mesmo perto de lhe dava indiretas. Mesmo as noites com seu marido não eram a mesma coisa. Ela pensava no outro enquanto estava com . Pensava em o tempo todo, no banho, não resistia em se deliciar, tocando seu sexo, pensando em . O desejava, queria sentir a força dele, dentro dela, o mais rápido possível.
Naquele dia, ele mentiu que iria trabalhar o dia todo, o que fez ficar em casa depois do almoço, pois não costumava ter coragem para tanto quando ele estava por lá. entrou de mancinho, escondido, pela porta dos fundos. Ela estava lá, a visão que ele jamais imaginaria.
No quarto dele, mexia em suas coisas, com várias peças de roupa espalhadas, cheirava a camisa que ele usava para dormir. Ela estava excitada, ele percebia. Ouvia uma música tranquila e usava apenas uma calcinha. Uma calcinha de renda, preta, fio dental.

Ele fez um barulho na porta, para assustá-la propositalmente, ela estremeceu e ele adorou. corou na mesma hora, com os pelos do corpo eriçados. Uma gata surpreendida com água fria. Seus cabelos caíam pelas costas, desciam nos ombros e nos seios, completamente a mostra.
não evitou tê-la ali como uma presa, olhou com olhos selvagens, fez menção de tirar o cinto para arrancar as calças, mas ela estava em pânico e correu para o banheiro do quarto, se trancando.

entrou correndo no banheiro. Sua respiração estava ofegante e o cheiro forte de seu corpo estava cada vez mais evidente. O coração acelerado, a pulsação a mil. O sangue circulava pelo corpo com tanta força e rapidez que ela sentiu uma vertigem.
Era prazer, puro prazer.
Quanto tempo mais ela fugiria do que era inevitável? Agora ele a havia visto, seria inevitável. Ele foi delicado, bateu na porta devagar, já estava nu.
- , abra a porta meu anjo. - enquanto falava, imaginava como ela estaria lá dentro e o que faria com ela.
- Não posso, , não podemos fazer isso. - ela dizia isso mais calma, acariciando seu corpo, recostada a porta. Ele ouviu um gemido e estremeceu de prazer. Bateu um pouco mais forte, dessa vez.
- Abra a porta, .
Ela abriu. Estava em uma enrascada, mas abriu.
Como uma boiada que vê a porteira aberta, entrou devastando aquela mulher. Segurou-a com força enquanto ela começava a arranhar suas costas. A calcinha foi rasgada, com rapidez e fúria. Era paixão, pura paixão. Ela gemia, ele também. Arrastou a mulher para a cama de seu quarto e jogou o corpo dela, arremessando-a na cama e subindo, logo em seguida. Aproveitava o corpo com muito domínio.
As palavras sujas vinham na boca e na mente dele, ela delirava, adorando e pedindo mais. Gemia e estremecia com um prazer incontrolável, Não demorou muito, chegaram ao ápice.
Ela queria rapidez, queria ação, queria domínio, mas o surpreenderia, depois de tê-lo cavalgando nela, resolveu usar sua boca. O corpo dele ficou completamente marcado e mordido, arranhado e com vergões. Não se importaria.
O prazer de veio quando ele estremeceu, com a mão dela acariciando, sem dó nem piedade, o membro rígido dele.
Ele queria mais, queria tudo, deixou-se dominar e a dominaria também. Quando ela sentou e fez os movimentos mais delirantes que poderia, os dois não resistiram.
Sexo selvagem.

voltou para casa na noite seguinte. Nunca mais procurou e a relação dos dois era tranquila, embora as sensações voltassem constantemente. ficou muito feliz ao saber que seria pai, dois meses depois da inesquecível noite com sua mulher. ficou ainda mais feliz, ao saber que seria o padrinho.
Amigos, amigos. Mulheres à parte.


Fim!


Nota da Autora: Uma palavra: tenso.
Hahaha Às vezes me pergunto de onde vem isso, mel dels. Loucura essa minha mente pervertida, mas ok. Essa estava guardada e eu nem lembrava.
Indica?
Segue? @SecretsFic

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