A Frase Certa



Abri os olhos e senti uma fraca claridade vindo da janela tapada pelas cortinas. Apesar de fraca, fechei meus olhos rapidamente, já que sentia uma dor aguda na cabeça. Não lembro de nada sobre a noite passada. A única coisa que lembro foi que eu e os caras saímos para comemorar o sucesso da turnê, mas eu realmente não lembro como cheguei em casa. Ainda sem abrir os olhos, passei meu braço esquerdo pela cama, sentindo o lado de vazio. Ao encostar a mão no travesseiro, senti um papel. Segurei-o em mãos até criar coragem para abrir os olhos e enfrentar toda aquela claridade. A caligrafia delicada de me fez sorrir, ainda que de forma preguiçosa.


“Danny, eu sei que você deve estar com uma dor de cabeça terrível, por isso deixei uma aspirina ao seu lado. O café está pronto. Fui ao supermercado e não demoro. Não esqueça que vamos almoçar com e .

Te amo,
."



Ao olhar para o criado-mudo, vi uma aspirina e um copo de água. Me sentei devagar e tomei. Passei os olhos pelo quarto e notei que minha mala não estava jogada no canto, como de costume quando chego de viagem. desfez minha mala? Ela nunca fez isso! E o quarto estava em perfeita ordem. Estranho. Peguei uma camiseta branca no armário, fui ao banheiro, fiz o que precisava ser feito e resolvi descer para tomar café. Ao entrar na cozinha, encontrei meu filho, David, comendo seu cereal.

- Hey, Dave. - eu disse, querendo parecer o mais normal possível.
- E aí, pai, pelo jeito a comemoração foi insana, né? – ele disse, com um sorriso divertido.
- Por que diz isso? - juntei as sobrancelhas e enruguei a testa. Ele riu – Dave, o que aconteceu ontem?
- Bem, Senhor Jones, você chegou às 5 da madrugada, completamente bêbado, vomitou no tapete persa da sala, quebrou a mesa de centro de vidro, urinou na cristaleira... Enfim, você foi fazendo estragos até chegar no quarto.
Abri a boca, um pouco chocado.
- Tem certeza de que eu fiz isso tudo? – perguntei, sem querer acreditar, tinha quase certeza que Dave estava brincando comigo. Ele apenas me olhou divertido e confirmou com a cabeça.
- Mas então... Sua mãe vai me matar! Ela ama aquele tapete persa e... Espera! – parei subitamente, pensando nos fatos – Se eu fiz isso tudo, por que ela deixou aspirinas para minha ressaca? E por que ela desfez minha mala? Ou o bilhete todo amoroso? Não estou entendendo... – olhei para ele de forma questionadora e ele riu.
- Bem, mamãe teve que te arrastar até a cama. Então ela começou a tirar a sua calça para você poder deitar e você gritou “NÃO FAÇA ISSO, MOÇA, POR FAVOR! EU SOU CASADO E AMO MUITO A MINHA ESPOSA!”.

FIM

n/a:
Para Bia, que há 3 anos está na minha vida. Obrigada por isso.

comments powered by Disqus


Nota da Beta: Qualquer erro nessa fanfic é meu, então me avise por email ou mesmo no twitter. Obrigada. Xx.