Como alguém consegue suportar a dor de ver a pessoa que ama nos braços de outro? (Outra, na minha situação). Eu não suportei. Eu enlouqueci, mais ainda depois que descobri que ela esperava um filho do homem que eu mais amava e já amei na vida.
O amor da minha vida? Matthew Charles Sanders ou M. Shadows, como preferir. Ele mesmo, o frontman do Avenged Sevenfold. O conheci em uma turnê que fiz com a banda.
Aqueles olhos verdes me encantaram logo de primeira. Mas era um amor proibido, pois ele, casado com Valary Dibenedetto, nunca teria olhos para mim. E foi o que aconteceu por um bom tempo. Encontrávamos-nos sempre por causa dos shows, nos divertíamos juntos e sempre trocávamos olhares, mas nada mais que isso. O que era uma pena...
Mas em uma bela noite isso mudou, estava em um bar com minha banda, trocávamos ideias e estávamos totalmente bêbados. Matthew chegou com os outros meninos da banda dele.
E estava sozinho, digo, sem Valary. Essa era minha chance... Ele se sentou a meu lado e começamos a conversa, sempre trocando muitos olhares. Como eu estava com as pernas cruzadas e de saia curta, ele não tirava os olhos das minhas pernas. Aquele olhar de quem precisava delas, e eu percebendo isso, sempre passava uma mão sobre elas. Às vezes, até dava umas leves arranhadas nelas, deixando umas poucas marcas.
Vodca vai, vodca vem, não demorou muito e Matthew também estava bêbado, o que era ótimo para meu beneficio.
Não sei, mas quando estava perto dele, não tinha outro homem. Não poderia dizer a você o que ele tinha. Mas... Eu o queria pelo menos por uma noite!
E foi o que aconteceu. Bebi o resto de minha vodca em um gole e me levantei, recebendo olhares de Matthew arqueando de leve uma das sobrancelhas.
- Já vai? – ele perguntou curioso.
- Vou sim, estou um pouco cansada do show de hoje.
- Que pena. – Fez uma cara triste. – No show de hoje você estava incrivelmente linda – ele soltou as palavras meio sem graça.
- Obrigada – sorri um tanto quanto exagerado por causa da Vodca e soltei um ‘você pode me acompanhar até o meu quarto se quiser’. Soltei outro sorriso e dei uma das minhas mãos pra ele que a pegou sem pensar muito.
Subimos até o quarto e em um silêncio que me incomodava bastante. Chegando lá, me encostei à porta olhando para ele que estava na minha frente.
Essa era minha chance e talvez não teria outra dessas. Pensei um pouco e resolvi arriscar umas palavras em um tom um tanto quanto baixo.
- Você poderia entrar. – Mordi o lábio inferior o olhando.
- Acho que não devo... – Me olhou como se esperasse outro incentivo.
Não pensei duas vezes. Ainda encostada na porta, o puxei por um de seus braços tatuados, fazendo com que ele chegasse mais perto de mim. Estávamos bem próximos, ele me olhava com desejo e era muito desejo. Podia ver nos olhos verdes dele que agora estavam bem próximo dos meus . Cheguei ainda mais próxima a ele e sussurrei em seu ouvido bem devagar.
- Eu acho que você deve. Estou vendo que você quer isso. – O olhei, esperando alguma ação e soltando também seu braço. Apenas o olhando.
Ele ainda me olhava daquele jeito, sem nenhuma ação, sem nenhuma palavra dita. Aquilo estava simplesmente me matando. Mas a ação que eu tanto esperava dele veio logo. Ele chegou mais perto, fazendo nós dois colarmos um no outro. Éramos um só. Ele segurou em meu cabelo e disse:
- Por que está fazendo isso comigo? Eu não posso e você sabe o porquê. – Pude sentir seu hálito quente e com um cheiro de menta. Já que ele estava com a boca bem próxima a minha, faltava pouco para um beijo ali.
Fechei os olhos mordiscando o lábio inferior e disse:
- É, eu sei, mas eu não posso pensar apenas nos outros, tenho que pensar em mim também. Já pensei muito nos outros e sempre me dei mal. O que eu quero agora é um beijo seu - disse o final em um sussurro bem baixinho. Ele me olhou e não pude pensar em mais nada. Segurou em meus cabelos longos e me beijou, fazendo com que eu sentisse aquele gosto de menta que eu queria faz muito tempo. Logo nosso beijo se tornou forte e percebemos que ainda estávamos no corredor. Ele quebrou o beijo só para eu abrir a porta e entrarmos.
Naquela noite, Matthew me fez sentir uma mulher que nunca nenhum homem fez sentir antes. Vodca, esse o efeito que ela causa em nós às vezes. Se fosse você, eu tomava cuidado!
Aquela noite não foi a única para minha felicidade. Eu e Matthew nos víamos sempre, mesmo depois de nossa turnê juntos. Eu, agora, era amante dele, então, nos víamos sempre. Só Syn sabia de nós dois, já que nós três éramos muito amigos. Quando nos encontrávamos, Matthew muita das vezes falou que iria sair com Syn pra Valary. Syn me disse muitas vezes que eu que deveria ser a esposa de Matthew, e eu sempre ria do que ele falava pra mim. Mas depois de um tempo esse era meu desejo. As coisas foram ficando sérias, eu Matthew agora nos gostávamos mesmo. Não era apenas sexo. E o que estava mais me incomodando era saber que Valary o tinha muito mais tempo que eu. Ela dormia ao lado dele toda noite, a atenção dele era só dela na maioria das vezes. E isso foi me destruindo aos poucos, ainda mais depois de algumas horas, depois de uma briga que a gente teve. Lembro bem as palavras que ele me disse sem antes mesmo me dar um beijo que ele sempre dava.
Flashback On
Tínhamos combinado de nos encontrar hoje, já que eu estava na cidade e fazia uns três meses que não nos víamos. Estava difícil com minha agenda sempre lotada e a dele também, e ainda se não bastasse isso, tinha sempre a distância nos incomodando. Nos falávamos por internet e Matthew sempre me ligava, mas ultimamente não. Há uns dois meses ele não me ligava, não nos falávamos por lugar nenhum e eu estava morrendo de saudades. Assim que cheguei na cidade, liguei para Syn.
- Oi, Syn! Porra, que saudades suas!
- Oi, ! Nossa, que saudades mesmo, hein? Anda sumida e esqueceu os amigos. Como está?
- Ah, Syn, você sabe. Minha agenda não deixa, mas vamos marcar alguma coisa agora que estou na cidade.
- Claro que sim, !
- Então, está combinado. Syn... E o Matthew? Já tem um bom tempo não falo com ele, você sabe de algo? - perguntei bastante receosa.
- Poxa, ... É que... - Syn estava enrolando, meio que pensando algo.
- Syn?
- , eu queria te falar, mas acho melhor o Matthew te contar isso...
- Mas o que é? Você está me deixando preocupada – falei, lascando uma das unhas com o dente.
- , faz o seguinte: vou fala pro Matthew ir no hotel que você está, assim vocês dois conversam melhor. O que acha?
- Ok. Por favor, te agradeço se você fizer esse favor por mim.
- Claro, ! Você sabe que pode sempre contar comigo. Sempre! - ele diz isso como se quisesse me confortar por algo que descobriria mais tarde por Matthew. Desligamos e eu fui tomar um banho para esperar Matthew. Estava tão ansiosa, estava morrendo de saudades e só de pensar que o veria de novo, acabei esquecendo o que Syn tinha me falado.
Tomei meu banho e me arrumei. Coloquei um vestido longo preto com uma rasterinha e uma leve maquiagem, deixando meus cabelos longos soltos. Já estava na sala com uma garrafa de vinho aberta, bebendo um pouco em uma taça, quando bateram na porta. Fui abrir toda feliz, já que sabia quem era.
- Matthew! - Fui e dei um abraço que ele não retribui. Tentei um beijo e ele fez o mesmo.
- , precisamos conversar – disse entrando e me dando uma leve empurrada.
- Como assim, Matthew? Você não me liga há dois meses, não me responde. Tive que ligar pro Syn pra saber notícias suas e ainda você tá me tratando estranho desse jeito? – disse. Entrei em seguida dele, fechando a porta. Parei no meio da sala ainda segurando a taça.
- Desculpa - disse baixo com a cabeça abaixada e as mãos no bolso da calça - Valary está grávida! - continuou quase em um sussurro.
- O quê? - disse com olhos cheios de lágrimas depois de te escutado a palavra ‘grávida’.
- Valary está grávida... - ele volto a repetir.
- Desculpa, ! - disse ainda com a cabeça baixa. Pude notar que ele estava com lágrimas nos olhos. Eu não conseguia nem pensa mais depois do que escutei. Minha reação? Estava tão mole que deixei a taça de vinho cair, o que causou um barulho alto, fazendo-o olhar pra mim.
- ISSO NÃO PODE TÁ ACONTECENDO COMIGO! - gritei muito alto, olhando em volta de mim, meio atordoada. Coloquei as mãos sobre o rosto e as lágrimas de meus olhos, enfim, puderam cair. Dei as costas pra ele, abri a porta rapidamente e sai correndo. Pude escutar apenas um: ‘, VOLTA AQUI..’
Sai correndo pelo corredor do hotel, procurando o elevador que demorou um pouco para eu achar. Entrei nele, apertei o botão e, logo em seguida, vi Matthew se aproximando, mas a porta do elevador se fechou rápido. Dentro dele pude apenas me agachar e colocar meus braços entre minhas pernas, me abraçando. Demorou um pouco, já que estava no último andar. A porta se abriu e eu sai bastante perturbada depois das palavras ditas pelo homem que eu mais amava na vida. Estava a pé, sem carro, sem celular, sem bolsa, apenas eu e as últimas palavras ditas por Matthew. Encostei-me em uma parede qualquer em uma rua qualquer, me deslizando por ela. Ainda chorando, fiquei ali pensando. Eram as únicas coisas que eu fazia. O tempo passou e estava começando a escurecer, levantei-me com a pouca força que ainda tinha e comecei a caminhar de volta pro hotel já que, com certeza, Matthew não estaria mais ali. Dentro do meu quarto pude apenas ver um bilhete que dizia que era pra eu ligar pra ele e as várias mensagens no celular e ligações. Não estava conseguindo mais pensar, só estava pensando no fato de que Matthew não ficaria mais comigo, já que agora Valary estava grávida. Um filho... Ele sempre teve vontade de ter um. Às vezes, eu pensava que um dia ele poderia largá-la, nos casaríamos e teríamos o filho que ele tanto queria. Sonhos, apenas sonhos, que agora foram destruídos juntos comigo.
Flashback OFF
Agora, a única certeza que eu tinha era que isso tudo foi um erro. Coloquei uma das minhas mãos sobre minha cabeça que estava pegando fogo, doendo muito. Fui até o banheiro procurar um remédio e achei vários. Até alguns antidepressivos dentro do armário. Fiquei um tempo os olhando. Peguei alguns e estava segurando na mão, fui até a banheira e a liguei. Queria tomar um banho. Voltei pra cozinha, peguei o copo com água na pia e me virei, vendo a garrafa de vinho ali ainda. Joguei a água fora e caminhei até ela, enchendo o copo até o meio e bebendo os cincos remédios que tinha “escolhido”: um pra dor e os outros quatros pra depressão. Quem sabe eles não conseguiriam arrancar essa dor de mim. Joguei-me no chão depois da imagem de Matthew me falando aquilo, olhei para o lado e vi os cacos da taça que deixei cair ali. Peguei um caco grande, pensando que essa dor não seria maior do que ficar sem meu grande amor. Essa não era mais eu. Estava ali, olhando os pulsos e essa parecia que era minha única saída...
Estiquei um dos braços e não pensei duas vezes. Essa seria a minha saída. Fiz três cortes bem longos no pulso. Foi bem rápido e não senti dor, sendo que a única coisa que doía ali era meu coração. Rapidamente, estiquei o outro e fiz três cortes do mesmo comprimento. Sangue jorrava pelos meus dois pulsos. Meu vestido estava todo cheio de sangue. O tirei junto com minhas roupas íntimas e fui caminhado bem lentamente para o banheiro. Estava ficando sonolenta, não sabia se era por causa dos remédios ou por causa daquele sangue que fazia o mesmo caminho que o meu. Entrei na banheira, que já estava cheia e transbordando, deixando o chão molhado, fazendo com que eu quase escorregasse. Deitei ali e agora a água tão cristalina já não era mais, dando espaço para uma água vermelha que era puro sangue. Fechei meus olhos e água me cobriu por inteiro. Tentava lembrar dos meus melhores momentos ao lado de Matthew e como ele me fez feliz em tão pouco tempo. Já não estava conseguindo mais fica acordada, sentia meus olhos pesados e minha respiração bem fraca. Pude ver uma luz se aproximando de mim. Fui me sentindo mais leve quanto mais a luz se aproximava...
Senti alguém me puxando de volta, me tirando daquela luz que era tão bonita. Eu tentava voltar até ela, mas não estava conseguindo. Pude apenas sentir um puxão ainda mais forte sobre meu corpo, que já estava mole, e apenas escutar alguém falando desesperando entre choro e soluços.
-! ! Por favor, eu te amo!
Se algum erro for encontrado, nada de comunicar ao site ou aqui na caixa de comentários. Me mande um email, que tentarei resolver o mais rápido possível. E não esqueça de fazer a autora feliz deixando um comentário. email ou
Twitter