Anjo Meu.
Fic by: Juu. | Beta: Lilá



1. Como tudo começou...


ouvia uma música qualquer no seu MP4, tinha mania de colocar música pra tocar e ficar sonhando acordada ou relembrando coisas. Estava no parque, era perto de sua casa, que agora seria sua antiga casa. Pensava em como nunca viveu uma vida comum, já que sua mãe engravidou na adolescência, aos 16 anos, e não se casou com seu pai. Moravam em cidades distantes, fazendo com que a menina só visse o pai nos finais de semana e feriados. Sua mãe e ela moravam numa cidadezinha de interior chamada Hereford. Já seu pai vivia na capital, Londres. não gostava muito de viajar para ver o pai, mas essa era a única forma de vê-lo e, sendo pequena demais, não possuía opinião válida. Mas isso mudou quando seu pai se casou e ela conheceu . Sorriu, lembrando desse detalhe, começou a passar um filme em sua cabeça de quando conhecera ...


Flashback on*

tinha 5 anos, estava indo visitar seu pai em Londres, era Natal e fazia muito frio. A menina queria brincar, mas seus pais estavam discutindo na sala, pediu permissão para brincar sozinha e foi para o quintal, que estava revestido por neve. Pegou um pouco na mão e começou a tentar fazer um boneco, não conseguia, suas mãos eram muito pequenas e não fazia idéia de como fazer, já que o pai sempre fazia e a menina só colocava o nariz de cenoura e o cachecol do pai. Resolveu arriscar e tentar sozinha.
Depois de certo tempo, olhou para seu boneco fracassado (que na verdade parecia mais com um monte de neve amassada), colocou suas mãozinhas no rosto e começou a chorar. De repente sentiu uma mão em seu ombro e uma voz fofa e preocupada lhe perguntou:
- Você ‘tá bem? – a menina calmamente tirou a mão do rosto e olhou para a pessoa que lhe dirigia a voz. Deparou-se com um garotinho, todo agasalhado e vermelhinho por causa do frio. Ela tirou a cara de choro e o olhou estranho.
- Não posso falar com estranhos. - E juntou as sobrancelhas, fazendo cara de brava.
- Minha mãe também não me deixa falar com estranhos, mas tudo bem, eu não sou um estranho, sou filho da Rebecca. – e abriu o sorriso mais lindo e fofo possível.
- Rebecca? Quem é Rebecca?
- Minha mãe, ué. Nós moramos nessa casa. – e apontou para a casa do pai de .
- Não, quem mora ai é meu papai.
- Você é a filha do tio Kevin?
A menina o olhou estranho, como assim tio Kevin? Antes que pudesse responder seu pai apareceu na porta, de mãos dadas com uma ruiva bonita e sua mãe ao lado.
- Olha amor, eles já fizeram amizade. – Disse a ruiva, soltando um ‘oooun’ no final.
O Pai sorriu e falou alto:
- Crianças, quando vocês terminarem de brincar, entrem. E filha, quero que conheça uma pessoa. – e ele olhou para a ruiva antes de entrar, ainda de mãos dadas, e sua mãe os seguiu, fechando a porta atrás de si.
olhou para o garotinho sem entender.
- Minha mãe falou que agora eu tenho um novo Tio e que você é minha nova quase irmã.
o olhou assustada, mas sorriu, não entendia muita coisa. Não entendia que seu pai estava casado com uma mulher mais velha que também tinha um filho. Seus pais tinham agora 21 anos e a ruiva, Rebecca, 28. O pai do menino havia falecido quando ele nascera e sua mãe sempre namorou vários homens, isso era comum para ele.

As crianças entraram e Kevin apresentou Rebecca à . A menina não gostou muito, ela roubava toda a atenção e queria o pai só pra ela.
Depois de comer, Kevin, Rebecca e Sarah, mãe de , ficaram conversando na sala. A menina saiu pela porta pra voltar a fazer seu boneco e o garoto a seguiu.
Ela parou em frente ao monte de neve, com cara de decepcionada. E o menino refez a pergunta.
- Você ‘ta bem?
A menina o olhou com um sorriso no rosto, estava triste por não ter o pai só para ela, mas havia ganhado um irmão, podia ser divertido.
- Eu ‘to bem sim. É só esse boneco bobo que não quer parecer um boneco. – fez um bico gigante, arrancando um sorriso de canto do menino, e chutou o monte de neve.
- Ué, mas quem te disse que isso não parece um boneco de neve? Para falar a verdade, esse é o boneco mais lindo que já vi! – ela o olhou sem expressão – é sério! Eu acho que todos os bonecos deviam ser assim! – ele abriu o maior sorriso de conforto, passando-lhe confiança. A menina sorriu tímida agradecendo–o.
- ‘brigado. – Os dois sorriram juntos, e o menino perguntou:
- Qual o seu nome? tio Kevin não me disse.
- , e o seu?
- , mas pode me chamar de . – Sorriu
- Quantos anos você tem, ?
- Eu tenho 6 anos, e você?
- Eu tenho 5, mas vou fazer 6 anos mês que vem! – disse, toda animada. Eles mal sabiam, mas acabara de começar a mais linda história de amor, amizade e companheirismo já existente.

flashback off*



2. Ser forte é preciso.


parou de pensar e desligou seu MP4, ouviu seu pai lhe chamando para entrar no carro, iria se mudar para Londres junto a ele, e uma lágrima caiu em seu rosto ao lembrar o motivo da mudança...


Flashback on*

voltava da escola acompanhada de sua amiga Sabrina, estava feliz, completaria 16 anos naquele mesmo dia, já possuía carta para dirigir e seu melhor amigo/quase irmão, , quem só via quando visitava o pai, viria para Hereford comemorar o aniversário da menina e passar o fim de semana.
Chegando à fachada de sua casa, despediu-se de Sabrina e entrou. Percebeu um silêncio estranho e gritou pela mãe, que não a respondeu. Gritou mais vezes e nada acontecia, subiu as escadas e deparou-se com sua mãe caída no chão, os seus braços estavam jogados no carpete, seus olhos revirados e quando olhou mais atentamente, percebeu que havia sangue no local. Logo ao seu lado tinha uma escada que alcançava o teto e bexigas cheias de ar, certamente estava enfeitando a casa para a festa de . Entrou em estado de choque, começou a chacoalhá-la, mas ela nem dava sinal de consciência. Ligou o mais rápido possível para a emergência e usou o pouco do que sabia sobre primeiro socorros e conseguiu ao menos estancar o sangue, que corria de sua cabeça em grande quantidade. A ambulância chegou e a levou ao hospital. foi dirigindo atrás.

A menina estava na sala de espera, nervosa e ansiosa. Esperava notícias da mãe, a aparição do pai, de Rebecca e de . Só se acalmou um pouco quando viu entrar pela porta, ele não disse uma palavra, apenas a abraçou o mais firme possível. Logo atrás, veio seu pai e sua madrasta, que também a abraçaram e depois foram preencher uns formulários exigidos pelo hospital.

A Garota estava péssima, seu olhar era triste e vago, não conseguia deixar de derramar uma lágrima, isso deixava cada vez mais triste e angustiado. Nada o magoava mais do que ver sofrendo.
- Calma, minha pequena, tudo vai dar certo. – ele tentava consolá-la.
- Mas... e se... não deeeeeer? – Gaguejava tentando falar enquanto chorava.
Não deu tempo do menino responder, o médico entrou na sala logo em seguida perguntou:
- Sr. Kevin?
O pai de logo respondeu, estava tão aflito quanto a filha. Mesmo não sendo marido, ele possuía um grande carinho por ela. Afinal ela era a Mãe de sua única filha. Quem tinha um pouco de ciúmes era Rebecca, mas ela acabará compreendendo. Não tinha muita moral com seu Marido, já que o traíra algumas vezes e ele sempre a perdoara. Isso fazia com que não gostasse dela e até tinha um pouco de raiva disso.
- Aqui... – disse Kevin apreensivo.
- Bom, a Sra. sofreu uma bela queda, fraturou o crânio e quebrou a clavícula. Ela está desacordada, mas seu estado é estável e terá que ficar internada.
- DESACORDADA? – começou a chorar, não sabia como lidaria com isso. a abraçava e afagava seus cabelos, estava chorando também.
- Por quanto tempo, Dr.? – perguntou o menino tentando manter a voz e parecer forte para dar firmeza à menina.
- Não sabemos ao certo, não temos previsão para quando ela irá acordar. – disse o médico triste, ouviu seu nome sendo chamado no corredor - com licença – afastou-se.
Todos estavam em choque, até Rebecca, não sabiam o que fazer.

Os três se abraçavam, enquanto Rebecca foi pegar um capuccino, até que o pai teve uma idéia. Correu atrás do médico, deixando os dois abraçados e chorando, e perguntou ao homem de branco:
- Doutor, ela pode ser transferida para um hospital em Londres? – ansioso e apreensivo, sabendo que a situação era complicada.
- Na verdade, eu iria te supor essa idéia, já que em Londres ela terá mais chances de melhorar. – disse o médico rápido demais, colocando o estetoscópio no pescoço.
O pai assentiu com a cabeça percebendo a pressa do médico.
Voltou para a sala de espera e preferiu não contar nada para sua filha ainda, disse para levá-la para casa, para descansar, já seria uma grande guerra contar à Rebecca, e estava cansada, era seu aniversário e uma tragédia acabara de acontecer. O pai ficou no hospital vendo os detalhes da transferência e internação, agüentando o chilique de Rebecca e defendendo Sarah dos palavrões e ameaças que a ruiva fazia a mãe de . Enquanto isso, pegou o carro de e levou a menina até em casa.

Durante toda a trajetória, não se ouviu um barulhinho se quer, os dois estavam tristes demais para falar alguma coisa. Quando chegaram na fachada da casa de , desceu do carro, abriu a porta para ela, que saiu para abrir a porta de casa. Ao entrar, viu toda aquela decoração de festa e não agüentou, sentou no chão e começou a chorar. entrara pela porta e a viu no chão, correu para perto da garota e a carregou no colo, grudando-a em seu peito. Ela o agarrou com todas as suas forças, chorando até não poder mais, se sentia culpada, afinal sua mãe se machucou decorando a sua festa.

Depois de certo tempo, resolveu sentar no sofá, com a menina ainda em seus braços, a ajeitou mais confortavelmente em seu colo e afagou seus cabelos, ela já cansara de chorar, o estoque de lágrimas já estava esgotado, seus olhos doíam e pegou no sono. não podia estar mais triste. Ver ela assim, sua pequena estava arrasada, depositou um beijo demorado em sua testa e deixou-a no sofá. Foi até a cozinha e depois de dez minutos voltou, fazendo um super barulho com a porta para que a menina acordasse.
Ela abriu os olhos com dificuldade e deparou-se com o , ele estava com uma cara feliz, e ela não entendera, até olhar em sua mão e ver um bolinho muffin com uma velinha enfiada por cima. Sorriu fraco, só ele mesmo para fazer isso. cantou o parabéns mais lindo que a garota já ouvira.
- Obrigado – murmurou .
- Não precisa agradecer, minha linda – depositando outro beijo em sua testa.

Terminaram de comer o muffin e disse:
- Vamos, eu vou te colocar na cama, você precisa dormir. – A menina afirmou com a cabeça, fazendo o menino levantar com ela nos braços e carregá-la até seu quarto, no segundo andar da casa. Colocou a menina na cama depositando outro beijo demorado em sua testa.
- Vou sair do quarto pra você se trocar.
- Nãaao – ela gritou – não me deixe aqui sozinha. Senta na cama e fica de costas – o Garoto a olhou com certo medo – por favoooor. – Sua cara de cachorra sem dono o ganhou, ela não queria ficar sozinha, faria lembrar de sua mãe. Ele então se sentou na beira da cama, de costas para a garota. pegou seu pijama e foi tirando a calça jeans, estava sentado de olhos fechados, não sabia o que acontecia dentro dele, de uns tempos pra cá ele estava sentindo uma coisa diferente ao pensar na garota. E agora ela estava seminua logo atrás dele. Ele estava ficando louco, se concentrou para omitir e acabar com essas sensações. Calafrios rolavam por todo o seu corpo, quando o tocou no ombro, virou-se e deparou com sua pequena vestida com uma blusinha de alça e uma calcinha combinando. Devia ser normal ver aquela cena, afinal sempre que a garota ia para Londres ela dormia só de calcinha e blusinha, e ele de boxers, era uma coisa natural entre quase irmãos/melhores amigos. Mas não, ele não entendia, o sangue subira pela sua cabeça, ficou sem fala, ‘droga de hormônios‘ pensou o garoto. deu um sorriso e estranhou:
- Não vai tirar a calça? – tirando o menino do transe.
- Hãaa? – ele assustou, fazendo-a rir fraco.
- Pra dormir... sua jeans é larga, mas deve incomodar, ‘né?
Ele, sem dizer nada, levantou-se, tirou a calça, depois o tênis e partiu pra camiseta. observava tudo e pensou ‘Nossa, ele é perfeito’, amaldiçoando a si mesma por ter esse pensamento, afinal ele era seu melhor amigo/quase irmão, ela sabia tudo sobre ele, sobre as garotas que ele pegava, não queria se envolver, não podia se envolver. Imagina o que seu pai diria?
tinha um físico de dar inveja a muitos por aí, seu abdômem era malhado o bastante para fazer se perder em pensamentos. se aproximou da cama, deixando-a nervosa, mas de um jeito bom. Bom, mas não proibido.
- Vamos dormir pequena, você deve estar exausta. – puxou a menina pela mão, tirou o edredom de cima da cama. Ela se ajeitou e ele a cobriu.
Depositou um beijo em sua testa e foi a caminho a cama improvisada pela . Ficava do outro lado do quarto. Apagou a luz e deitou.
estava inquieta, não conseguia dormir, eram muitos pensamentos passando dentro de sua cabeça. Começou a pensar em sua mãe, virou-se de costas para a cama do menino e chorou em silêncio, não queria atrapalhar o sono do garoto, a viagem tinha sido cansativa.
ouviu as fungadas e nem perguntou, levantou-se da cama, ergueu o edredom da menina e a abraçou por trás
- Não faz assim, tudo vai dar certo, minha menina. – cobriu os corpos seminus e começou a beijar a nuca de .
- , desculpa, eu devia deixar você descansar.
- E você acha que eu conseguiria descansar com você desse jeito?
- Desculpa – disse envergonhada, virando de frente para o garoto.
Ele depositou um beijinho em seu nariz. Agora eles estavam de frente um para o outro, suas pernas se entrelaçavam e se aconchegou no peito do menino.
Sem nem pensar, começou a sussurrar no pé do ouvido dela:
- Vou secar qualquer lágrima que ousar cair, vou desviar todo mal do seu pensamento, estar contigo a todo o momento sem que você me veja, farei tudo que você deseja...
Ela sorriu abafado, olhou para ele e roçou os narizes. Não queria estar em nenhum outro lugar, lá ela se sentia protegida, como se nada pudesse a atingir.
- O que eu fiz pra merecer um irmão tão bom?
Ele sorriu fraco, tirando o cabelo da menina do rosto, isso a fez estremecer.
- O que você fez eu não sei. Mas eu devo ter feito muita coisa boa numa vida passada para poder te ter aqui. – depositou outro beijo, agora em sua testa – dorme meu amor, eu to aqui pra te proteger.
Ela se encolheu em seu peito novamente e em segundos adormeceu. Ele percebeu e logo dormiu também. Ficando abraçados durante a noite toda.

Ao amanhecer, seu pai já havia voltado e lhe deu a noticia de que sua mãe teria que ir para Londres com ele. Ela ficou passada, como assim? Sua mãe a deixaria e iria se tratar em Londres?
pulou de felicidade, por dentro é claro.
- LONDRES? COMO ASSIM PAI? E EU? – a garota entrou em surto.
- Você vem com a gente – disse , como se fosse óbvio.
- IR COM VOCÊS? NÃO DÁÁÁ! Eu tenho a escola, a aula de música, minhas amigas e amigos... O Lenon. – Lenon era o garoto que gostava desde da sétima série. Ele nunca dera atenção pra ela, até agora. estava bem mais bonita do que há três anos atrás. Tirou o aparelho, aposentou os prendedores de cabelo, agora só o usava solto e começara a ir de saia e salto para o colégio, estava realmente muuuuito gata, e Lenon estava afim dela também.
- O LENON? – se exaltou – COMO ASSIM? Você não pode pensar nele nessas horas! Você já contou quantas vezes ele a fez chorar? – ele bufou.
- Pára, , eu gosto dele e ele também gosta de mim.
- Aaah claro, ele te ama! – fez a cara mais irônica do mundo.
- Para de falar dele assim, e vai se preocupar com a Stephanni vaai! – Stephanni era uma das peguet’s – ou você prefere a Luana? – outra peguete – ou então que tal a Marina? – mais uma peguete.
e estavam com sangue nos olhos, morrendo de raiva um do outro. Eles sempre brigavam por isso. Ele alegava achá-la bobinha demais e ela dizia que ele era cachorro demais. Mas na verdade o ciúme rolava solto. Ele não achava que algum menino na face da terra fosse bom o bastante para , e ela queria degolar cada piriguete que ficava.
- Pode parar, vocês dois! – o Kevin gritou. – Já está decidido.
- Maas.. Paaaaaai! Onde eu vou dormir? No quarto fedido e nojento do ? – fez a pior cara do mundo.
- Não se esqueça que já foi seu quarto também… - disse o menino se defendendo.
- Assim será, até nós nos mudarmos – Rebecca então se pronunciou e fez uma cara pior que a da menina.
- O QUÊ? – foi a vez de se assustar e fazer cara feia – Mas mãe, não vai dar! – ele olhou assustado para Kevin, talvez ele tivesse outra solução – Kevin… - suplicou.
- Sem reclamações, já disse, esta decidido.
Pronto! Nem mais uma palavra. Isso iria mesmo acontecer. E eles teriam que agüentar.

Flashback off* (n/a: aposto que nem lembrava mais que era um Flashback! Haushauha)


Sua mãe já estava em Londres fazia umas quatro semanas. Seu estado era bem melhor, mas ainda tinha que se recuperar de muita coisa. Kevin não deixava Sarah fazer nada sozinha, ele estava sempre ao seu lado, isso irritava cada vez mais Rebecca.
Era a vez de despedir-se da sua vida em Hereford, estava decidida que não ficaria triste por isso, era pelo bem de sua mãe e ela recomeçaria sua vida em Londres. Não seria tão difícil, estaria com ela.



3. Tudo diferente…


Sem nem mesmo perceber, já estava em Londres, passou a viagem de três horas e meia, imersa em seus pensamentos.
Seu pai parou o carro em frente a casa, a qual era muito bem conhecida por , sorriu ao olhar para o quintal da frente, estava ali, no local onde ela e se conheceram.
A casa era grande, branca com detalhes em azul escuro. Possuía um gramado na frente, flores ao lado do caminho pra porta de entrada e cercas nas laterais, para dividir dos quintais vizinhos.
Ao entrar havia um pequeno Hall, onde colocavam os casacos. À esquerda tinha a sala de estar, à direita a de jantar. Na frente uma escada que dava ao andar das 3 suítes, na qual uma era um estúdio de música com isolamento acústico. Ao lado da escada, um corredor que dava acesso ao lavabo e, no seu final, à cozinha.
entrou na casa, estava silenciosa, estranhou e olhou para o pai.
- saiu com os meninos da banda, e Rebecca está numa viagem de negócios. – bufou, odiava quando ela viajava.
riu levemente e ficou um tanto triste por não ter esperado ela chegar, mas era sábado a tarde, não poderia querer que estivesse em casa só para recebê-la.
Pegou suas coisas e subiu as escadas. Entrou no quarto de e suspirou ao ver a bagunça. Teria um longo trabalho pela frente. Passou a tarde toda arrumando o quarto do menino. Quando terminou, pegou a cama extra de baixo da de Danny, e a arrumou no outro canto do quarto, se fosse pra dormir no mesmo lugar, que fosse o mais longe possível, assim poderia garantir que se controlaria. Foi até o closet do garoto, que estava pior que o quarto de tão bagunçado. Sempre se perguntou para que um garoto teria um armário tão grande e riu, afinal isso lhe seria útil agora. Arrumou suas roupas junto com as do garoto e deitou em sua cama para ouvir musica e tentar relaxar.

Já estava adormecida quando sentiu alguém a chacoalhando. Abriu os olhos e viu que era . Ele a levantou num movimento rápido e a abraçou fortemente, deixando-a sem ar.
- … você está… me matando! – Falou com dificuldade.
- Aain, amor, desculpa – disse envergonhado – estava com saudade.
Quando percebeu não estavam a sós no quarto, tinham quatro garotos que a olhavam com um sorriso no rosto, ela olhou para , visivelmente confusa.
- , esses são: , , e Math.
- Prazer – ela disse envergonhada.
- O prazer é meu – disseram em uníssono, fazendo-a corar.
- Bom, vocês três eu sei que tocam, mas e você? – a menina olhou em direção de Math, que abriu um sorriso.
- Campainha – ninguém riu da piada, só . Sem graça, o garoto continuou - eu sou o empresário da banda – disse todo orgulhoso.
- É, um empresário de merda – balbuciou.
- Heeey, não é assim também, eu já arrumei dois shows para vocês naquele baile do galpão!
- É, na noite da terceira idade! – o lembrou.
- Caalma, gente, eu tô tentando arrumar uma apresentação lá no Pub da avenida – disse, tentando se defender.
- É, e agora vocês têm a mim, eu vou ajudar Math com isso – a menina disse, piscando para Math que corou, os dois embalaram uma conversa animada sobre coisas alheias, enquanto os outros meninos conversavam. Menos , ele observava de canto de olho o casal conversando animadamente, fazendo-o sentir o sangue subir e dizer.
- Vamos ensaiar agora, vai, vamos! – saiu para o estúdio, batendo o pé. Ninguém entendeu a reação, e o seguiu.
- Nossa! O que deu nele? – Math perguntou, vendo o menino entrar um tanto quanto bravo no estúdio e a garota o seguir.
- Toma cuidado, a é a pedra preciosa dele... – lhe disse baixinho para que a menina não o ouvisse.
Math deu os ombros e olhou em direção a menina, ela era demais! Saiu do seu transe e foi atrás dos três meninos que pararam na porta ao perceberem que a conversa estava séria lá dentro.
- Vamos deixar eles conversarem... – disse, indo com os meninos para o andar de baixo.

- O que deu em você, ? – perguntou ao entrar no estúdio.
- Nada – disse seco.
- Como nada? Você do nada disse que iam ensaiar e saiu todo bravo... É porque eu arrumei seu quarto? Me descu...
- Eu não tô bravo – disse, mas sua voz lhe traiu, denunciando seu estado de espírito.
- Heey, pode parar com isso agora mesmo! Eu não sabia que você ficaria assim só por que eu arrumei seu quarto bagunçado e fedido! Eu volto lá e desarrumo...
- Pára de ser besta, , não é por isso que to assim! Eu gostei do quarto... – ele disse cabisbaixo.
- Me conta o que esta acontecendo, grandão – a menina disse num tom dengoso.
O menino apenas a olhou e tirou a cara triste, lhe dando um sorriso de canto.
- Desculpe, pequena, são coisas da minha cabeça... – e lhe deu um beijo na testa.
- Qual o problema?
- O problema? O problema é qu.. – engasgou. O que ele estava fazendo? Segurou-se ao máximo para não se exaltar. Odiava mentir para , mas o que ele faria? Diria: “o problema é que eu acho que estou me apaixonando por você?” Bem capaz, ele seria condenado pelo resto de sua vida... – Eu não sei qual é o problema... – disse docemente, acariciando com a ponta do polegar, as bochechas de .
- Certo... – Disse a menina desconfiada – vou chamar os meninos, eles devem ter se assustado com o meu tom de voz...

Os seis já estavam no estúdio, ficaram o resto do sábado tocando e fazendo gracinhas para a menina rir. contara do ocorrido e de como ela estava triste, e eles não pouparam esforços para ver a garota sorrir.
Enquanto tocavam, Math e assistiam sentados no sofá. O garoto era divertido e muito engraçado. Os dois estavam se dando bem, percebeu que a química rolava solta por lá, mas achou isso até melhor, quem sabe assim ele a esquecera de vez.

Depois de uma piada hiper hilária que contou, estava exausta.
- Aain, pára, não agüento mais rir! – disse ofegante.
- JÁ SEEEEI! – falou , assustando todo mundo – Vamos ver um filme!
- Mas já é quase meia noite, vocês não precisam ir para casa? – a menina falou, estranhando a idéia.
- O não te disse? Vamos dormir aqui hoje – Math disse, sorrindo.
Ela olhou condenando o garoto por não ter lhe contado.
- Desculpa, pequena, esqueci de falar.
- Tudo bem… Mas Papai não vai achar ruim?
- Seu pai vai ficar no Hospital com Sarah, ele tem feito muito isso ultimamente, o que tem estressado minha mãe… Mas Sarah precisa de Kevin, eu dou razão a ele.
- Que bobagem, sua mãe é gostosa demais pra se preocupar com isso... - deixou escapar a palavra ‘gostosa’, todos riram da cara do menino de quem falou demais e ficou bravo...
- Você chamou minha mãe do que? - Correu atrás dele pela casa inteira falando para ele retirar o que tinha dito! Foi no mínimo engraçado, o que arrancou mais risadas da menina. Tinha como ficar deprimida junto deles?

Depois da brincadeira de ‘Tom e Jerry’, todos foram para a sala ver o filme. e se jogaram no sofá grande, no pequeno, e se sentou entre e Math, no chão. Assistiram ‘American Pie – o casamento’ pela milésima vez, comendo pipoca e tomando cerveja.

Já era tarde, assistia ‘Os três patetas’ e quando se deu conta e estavam esparramados um em cima do outro no sofá, babava na almofada e dormia com a cabeça em seu colo. Eles beberam demais, só a menina tinha noção do quanto era beber para não cair. Olhou para sua esquerda e Math ainda estava acordado.
- Não está com sono? – a menina perguntou baixinho e dengosa, como se ela estivesse prestes a dormir.
- Um pouquinho, a bebida tá me deixando tonto, mas eu não consigo deixar de ver Moe, Curly e Larry fazendo merda... – e deu uma risada gostosa, fazendo-a soltar um sorriso de canto de boca.
- É... Três patetas é Mara! – a menina disse baixo, mas animada.
- Não tão Mara quanto você... – Math disse em seu ouvido, fazendo-a estremecer e soltar uma risadinha. – Eu sei, eu fico brega quando misturo bebida com sono... – a menina riu ainda mais, tentando se controlar.
Ele a olhou no fundo dos olhos, fazendo-a parar de rir e deixando-a tonta com tal intensidade. Aproximou-se. Ficaram tão próximos que dava pra sentir a respiração um do outro, os lábios se roçaram, até que se mexeu no colo de , se ajeitando e voltando a dormir. Ele mal sabia, mas acabara de estragar o clima da forma que sempre desejara. E nem poderia ficar brava com ele, afinal estava bêbado e inconsciente.
Os dois se afastaram e o silêncio constrangedor foi cortado pela menina.
- Eu tô com sono, mas... – olhou para baixo, condenando por não deixá-la se acomodar.
- Pode encostar a cabeça no meu ombro se quiser... – disse Math, meio indiferente, porém desejando que acontecesse – assim, você fica mais confortável.
Sem dizer nada, a menina se acomodou, deitando de lado a cabeça. Sentiu o perfume de Math se misturando com o de Danny, e ficou confusa, tentando escolher qual deles era o melhor, e adormeceu com a cruel dúvida ainda em sua cabeça...


4. É ciúme de irmão?


abriu os olhos, sentiu o cheiro da roupa de e sorriu ao perceber que ainda estava deitado em suas pernas. Sentia-se bem ali, inspirou mais, queria gravar seu aroma. Olhou para cima e esperava ver com a cabeça encostada no sofá e de boca aberta, babando em tudo. O que o deixaria bobo como sempre, mas ao invés disso, viu a menina encostada no ombro de Math e ele com a cabeça por cima da dela. Levantou um pouco tonto e esfregou os olhos para ter certeza do que vira. Saiu andando para a cozinha meio atordoado, repetia em sua cabeça ‘isso é só ciúme de irmão’.
Encontrou um bilhete dos meninos na cozinha que dizia:

, nós tivemos que sair às pressas, a descobriu que eu dormi aí e ficou brava! Os meninos foram pra casa deles e eu nem acordei você... sei como fica de mau humor!
Deixei e Math dormindo também, eles formam um casal bonito, pega leve com ele dude, não fará mal algum se eles se catarem um pouquinho ;)
Vamos ensaiar aí mais tarde :D

Beijundas, delícia! “


ficou com sangue nos olhos, como assim se catarem? Não gostou da idéia, sua pequena nas mãos de outro? Sabia que deveria se controlar, ele tinha que se controlar! Respirou fundo e foi preparar uma tigela de cereal.

Math abriu os olhos, sentiu uma dor no pescoço, devia ser a posição que dormiu, mas logo que viu ao seu lado nem ligou. O Telefone tocou e a menina despertou com o barulho, levantou a cabeça com a mão no pescoço, sentindo a mesma dor que o menino e ele riu.
- Foi a posição em que dormimos. – ambos sorriram meio bobos.
correu até a sala, bravo.
- Isso, fica de gracinha um com outro e esquece que o telefone tá tocando!
e Math o olharam assustados e o menino indiferentemente atendeu ao telefone e só disse aham’s e tá bom’s, desligando o mesmo e voltando à cozinha.
- Alguém deve ter o acordado, ele fica de mau humor – comentou, tentando achar uma explicação para tal comportamento.

- Quem era? – a menina perguntou ao entrar pela porta da cozinha junto a Math.
- Seu pai – respondeu, dando uma olhada de canto de olho para os dois – disse que terá que ficar no hospital mais uns quatro dias, pelo menos até minha mãe voltar de viagem...
- Aaah, tá.
- Gente, eu vou pra casa, prometi levar minha irmãzinha no parque. – Math disse, provocando um ‘oooun’ de fofura em , fazendo revirar os olhos. O garoto despediu-se de com um beijo na bochecha tão bem dado, que a fez corar e bateu com a mão de , que correspondeu sem ânimo.

colocou a mão no pescoço enquanto abria a geladeira, sentindo a dor novamente.
- É isso que dá dormir toda desajeitada no ombro de alguém – falou olhando para sua tigela quase vazia de cereal.
- Eu odeio quando te acordam! Você fica um chato, dá vontade de te matar – resmungou.
- É... não acordei de bom humor mesmo...
- , vai tomar uma maracujina, vaaai!
- Há Há Há! – respondeu com sua risada irônica, a risada que ela mais odiava na vida.
- Parou agora, ! Fala o que tá acontecendo!
- É tudo culpa sua, ! Tudo!
- Tudo o que? O que tá acontecendo? Não é culpa minha se você tá de ressaca, tá bom?! - Eu não tô de ressaca! - Então por que você ta bravo comigo? Qual o seu problema? Eu to passando por uma puta dor pela minha mãe estar onde está e como está, e você fica aí, me dando patadas e fazendo eu me sentir mal sem motivo aparente! – atropelou as palavras, nervosa e sentindo os olhos lacrimejarem.
- , eu... eu... – não sabia o que falar, seu ciúme besta havia feito sua menina chorar, estava se sentindo um carrasco. – Desculpa, eu só...
- Deixa, , não precisa explicar os seus problemas... – disse , meio chorosa e decepcionada - tenho certeza que devem ser bem piores que os meus - deu as costas em direção às escadas.
- É que eu não sei qual é o problema, pequena... – mentiu de novo – Eu não sei mesmo... eu não quero te magoar! - Ela apenas o olhou e continuou a andar. Ele a puxou pelo braço, virando-a para si – Não chora, por favor... Eu não sei porque eu tô agindo desse jeito, e nunca fiz isso... eu... - a menina o interrompeu.
- Chega, eu disse que não precisa se explicar. Eu não quero mais brigar com você – se soltou dos braços do garoto e subiu as escadas.
- Não vai tomar café? – ouviu gritar lá de baixo.
- Você me tirou a fome – respondeu, entrando no quando de , que agora era seu quarto, deitando-se na cama e chorando.
Não compreendia o que estava acontecendo ali. Ela estava atordoada! Primeiro vinha o problema da mãe. Depois a confusão que criara em seu coração. Sentia-se bem perto de , aquilo parecia pré-destinado, mas era errado, não era? Seu meio irmão, seu melhor amigo! Aí vem Math que mexe com ela também. Mas ela sabe que só sente o que sente por ele, para tentar fugir do seu verdadeiro e proibido amor.
Acabou-se em chorar, acreditava que se chorasse sem que ninguém perceber, toda a mágoa iria embora. Adormeceu...


5. Declaração um tanto direta.


Havia se passado algumas horas e a menina ainda dormia.
ficou preocupado, ela ainda não comera. Preparou seu lanche preferido, pão de forma com patê de atum e suco de caju, colou numa bandeja e ao lado um potinho de sorvete de morango, o qual ele odiara só de sentir o cheiro, mas era o preferido de , quem sabe assim ela o desculparia. Levou escada à cima. Ao abrir a porta do quarto, viu sua menina deitada, o edredom preferido de , o do Piu-Piu, a cobria delicadamente. Sua respiração estava inconstante e seu rosto vermelho.
Sentiu uma pontada no peito, a culpa era dele. Colocou a bandeja em cima da mesinha e sentou-se na beira da cama. Ficou admirando a forma como a cama mexia a cada ciclo de respiração, o jeito como a menina balbuciava coisas e soltou um sorriso de canto de boca ao perceber que ela dormia de boca aberta. Qualquer um podia achar estranho, ou até mesmo nojento, mas ele a amava ainda mais quando a via desse jeito. Perdido em tal inocência, ela despertou.
- Oi – foi o que ele conseguiu dizer. Ela não respondeu, então continuou – trouxe um lanche pra você já que não comeu nada. - também não obteve resposta, ela apenas o olhava sem expressão – fala alguma coisa, !
- Me deixa sozinha, ... – e se virou, deitando de costas para o menino.
- Ok. A comida está na mesinha e eu estarei no estúdio se precisar de mim... - fechou a porta com força.
Ela se irritou, não compreendia por que os meninos não entendiam que quando alguma menina o manda embora, É PRA ELE FICAR! Ficar e pedir desculpas! Ficar e se explicar...
- ! –
reuniu todas as suas forças e gritou. Menos de meio segundo o garoto correu da porta do estúdio a porta do quarto, assustado.
- O que foi? O que aconteceu? Quem te machucou?
- VOCÊ ME MACHUCOU!
- Mas , eu...
- EU NADA! VAI EMBORA!
- Mas foi você que me chamou!
- E AGORA EU QUERO QUE VOCÊ VÁ EMBORA!
O garoto saiu ainda mais assustado. Ele a magoou tanto assim por estar com um segredo escondido? Não conseguia deixar de pensar em como mulheres são complicadas...

estava mal. Mal pela mãe, mal por ter deixado Hereford e pior por te brigado com , odiava isso. Sabia que estava exagerando, que não a tinha machucado tanto, mas estava de mal com o mundo, descontando sua fúria no menino.
Levantou-se manhosa e viu a bandeja com seu lanche preferido e sorriu. Sentindo-se triste logo após, ao ver o potinho de sorvete de morango, não acreditou, ele ODIAVA sorvete de morango. A garota lembrou que uma vez jurou jamais comprar esse sorvete alegando passar mal só de olhar. Sentiu-se ainda pior por ter sido tão dura com seu irmão, o problema dele podia ser sério também e ela estava sendo egoísta, tão egoísta quando ele. Mas ao menos ele tentara confortá-la. Mas por que diabos ele tinha que ser tão fofo quando fazia algo de errado?
Comeu, estava faminta.
Precisava fazer as pazes com ele, não estava nem um pouco bem...
Entrou no estúdio, mexia em uma partitura e estava concentrado. O fitou por uns segundos. O olhar penetrante do menino na folha a arrepiou, percebeu que ele estava fazendo algo importante e decidiu deixá-lo sozinho, mas quando foi sair fez um barulho que o chamou a atenção.
- Oi, pequena... – disse ele com um pouco de cautela, mas docemente.
- , eu... – ela lutava para abandonar seu orgulho, mesmo sendo difícil, era a única pessoa que conseguia fazê-la se rebaixar – eu não consigo ficar brigada com você – acabou falando cabisbaixa – me desculpa por ter jogado tudo pra cima de você, eu estava...
O garoto se levantou e foi em sua direção, abraçando-a sem deixá-la terminar o que estava dizendo.
Ela não se conteve e começou a chorar em seus braços, precisa daquilo, não agüentava, estava triste.
- Shiii, minha linda, logo logo isso vai passar... – depositou um beijo no topo da cabeça da menina.
Ficaram abraçados um bom tempo, a menina até parara de chorar, mas eles continuaram ali, apenas se sentindo, fazendo bem um para o outro. E se controlando, para que nada fugisse dos limites.

Depois de certo tempo, a campainha tocou, e logo em seguida já estavam todos os meninos no estúdio, arrumando e afinando os instrumentos.
sentiu falta de um.
- Cadê o Math? – perguntou;
se controlou para não olhar feio e chatear a menina, continuando a afinar o instrumento.
- Ele teve que cuidar da irmãzinha – disse indiferente
- Aaaaah, é, ele falou... – falou um pouco mais triste do que devia, mas ninguém notou nada, apenas , que respirou fundo.

Estavam tocando músicas alheias, de diversas bandas e se divertia. quis inovar, havia feito umas mudanças na letra de umas de suas músicas preferidas. percebeu que era a mesma folha que a pouco tempo atrás o menino mexera. Ouviu dizer que ele cantaria e tocaria.
As notas de Counting Crows - Accidentally in Love começaram a ser tocadas bem mais lentas do que o original, mas logo reconhecera a música, fora a trilha sonora de uns de suas animações prediletas, Shrek. Não pensara que a musica pudesse ficar ainda mais linda com apenas violão e, principalmente, com a voz de .

So she said what's the problem baby - Então ela disse qual é o problema baby
What's the problem I don't know - Qual é o problema? Eu não sei
Well maybe I'm in love (love) - Bem, talvez eu esteja apaixonado (apaixonado)
Think about it every time - Penso nisso todo tempo
I think about it - Eu penso nisso
Can't stop thinking 'bout it - Não consigo parar de pensar nisso

How much longer will it take to cure this - Quanto tempo mais levará para curar isto?
Just to cure it cause I can't ignore it if I’s'- Apenas pra curar isso, pois eu não consigo ignorar isso se for
love (love)- Amor (amor)
Makes me wanna turn around and face me but I don't know nothing 'bout love- Mas eu não sei nada sobre amor


cantava e olhava para a garota que prestava toda a atenção na forma como o menino mexia a boca, dedilhava as cordas (nem sabia que ele tocava violão tão bem assim) e a forma como ele a olhava. Estava hipnotizada. Percebera certa coincidência na letra com a briga que tivera com ele horas atrás, mas achou bobagem, era coisa de sua cabeça, não podia ser para ela a música, podia? Ele não estira apaixonado, estaria?

Come on, Come on - Venha, venha
Move a little closer - Venha para mais perto
Come on, Come on - Venha, venha
I want to hear you whisper - Eu quero escutar você sussurrar
Come on, Come on - Venha venha
Settle down inside my Love - Acomode-se dentro do meu amor

Well baby I surrender - Bem, baby, eu me rendo
To the strawberry ice cream- Ao sorvete de morango
Never ever end of all this love - Nunca termine todo este amor
Well I didn't mean to do I t- Bem, eu não pretendia fazer isso
But there's no escaping your Love - Mas não há escapatoria para seu amor

We're accidentally in love - Acidentalmente apaixonados
Accidentally in love - Acidentalmente apaixonado


A versão de de ‘Accidentally in Love’ acabara, e os meninos estavam admirados com a nova versão. Mas parecia que e estavam em outro planeta. Entreolhavam-se sem quase piscar.
tinha certeza que era para ela essa música, mas não podia estar acontecendo isso, era algo proibido demais! Não era um fora-da-lei comum, era basicamente pedir que seu pai a matasse.
Resolveu ignorar.
Por mais que sustentasse o olhar penetrante da garota, ele estava receoso, não sabia se tinha ido longe demais. Resolveu quebrar o silêncio, olhando para os meninos que já o olhavam.
- Eu resolvi cortar algumas partes, e acalmar a melodia, assim quem sabe nós podemos tocar pra finalizar ou começar algum show, sei lá, é uma música boa.
- É uma música linda. – se pronunciou antes que qualquer menino pudesse concordar.
Todos da banda começaram a conversar sobre a música e estava com medo de ter passado dos limites com a canção, mas pareceu que a menina nem percebeu nada, tratou-lhe normalmente.

Já era tarde, e acompanhou os meninos até a porta enquanto ficou no andar de cima se condenando por ter cantado a canção agora, não poderia assumir que estava apaixonado por , isso não era certo, ela é sua irmã, tinha que acabar com essa paixãozinha!
se despediu.
- Até mais, meus lindos – dando um beijo na bochecha de cada um.
a segurou durante o beijo e sussurrou em seu ouvido.
- Cuida bem dele, ele parece meio tristonho, perdido em pensamentos...
- Pode deixar, – ela o abraçou e eles foram embora.
A amizade entre eles estava crescendo rapidamente, era fácil pra ela se enturmar num bando de meninos, afinal sempre vivera colada a e todos da banda eram bem parecidos com seu irmão.

No andar de cima, o garoto pensava em como faria para se controlar, já era noite, o que o lembrava de dormir, que o lembrava de pijama e ele sabia que não agüentaria ver a menina com aquela falta de roupa bem do seu lado. entrou no quarto e ele pegou um travesseiro.
- Vou dormir no quarto dos nossos pais enquanto ele está vago, assim você terá mais privacidade e pode dormir na minha cama, é bem mais confortável – deu-lhe um beijo na testa – boa noite, bebê.
Ela não entendeu muito bem, mas resolveu dar a ele um tempo sozinho. Lembrou-se do que disse a uns minutos atrás, talvez fosse isso que precisasse, tempo.

Ela já estava com seu pijama, uma calcinha com estrelas e uma blusinha combinando. Não conseguia dormir, pensava no por que havia ido dormir no outro quarto, será que teria algo a ver com a música? Estava com medo, e se fosse lá e ele dissesse que a canção era pra ela? E se ele dissesse que era pra outra menina? As duas opções pareciam péssimas para a garota.
Levantou-se, resolveu ignorar seus pensamentos egoístas. precisava dela! Foi em direção à suíte máster, que estava com a porta entreaberta.
Antes de entrar deu uma espiada, lá estava ele, tirando a camiseta, depois a calça, ficando só de boxers e meias. Isso fez a garota sentir um arrepio gostoso que foi da sua nuca até o dedinho do pé. O porte físico do garoto a deixava louca. deu um risinho, achava tão brega o modo como o garoto dormia de meia e cueca, que chegava a achar a coisa mais meiga e fofa, do mundo. Pensou em desistir de entrar, era maluquice, e se ela perdesse o controle e o beijasse? Decidiu não tocar no assunto da música. Deixaria pra lá, ele não dissera nada mesmo.
Entre pensamentos e incertezas, sua dependência por falara mais alto, não conseguia dormir na mesma casa que ele sem estar com ele ao lado, já se acostumara a isso. Afinal, faziam mais de dez anos que isso a deixava feliz.
Esperou a luz se apagar e o garoto se deitar, então entrou silenciosamente no quarto. Chegou perto da cama e foi se acomodando de frente para o menino, de baixo do cobertor. levou um susto, seu coração estava muito acelerado, o que ela fazia lá?
- Não to conseguindo dormir, grandão. Posso ficar aqui?
Ele estava nervoso, por um segundo chegou a pensar que ela sabia que a música era dedicada a ela e que estava lá para resolver tudo. Parecia que fazia de propósito, mas ele sabia que não, afinal isso era normal, eles sempre dormiam juntos, mas agora isso começara a incomodá-lo.
- Mas é cla... claro, pequena. – se amaldiçoou mentalmente por ter gaguejado, mas a menina nem se importou.
- Obrigado – deu um beijo na ponta do nariz do garoto, que se segurou para não beijá-la ali mesmo.
Estava decidido, não passaria dos limites de novo e arriscaria toda a relação, como fez essa tarde.
Ela se acomodou em seu peito nu, dando-lhe outro beijo ali – obrigado por estar sempre comigo, eu te amo, irmão.
- Eu também te amo, irmã. Boa noite – e deu-lhe um beijo demorado no topo de sua cabeça, tentando depositar ali todo o amor proibido e desejado. Nenhum deles viu, mas uma lágrima solitária rolou dos olhos de cada um, doía ter de esconder e afogar a paixão. Ambos sentiam, ambos queriam, estavam próximos de conseguir, mas uma grade barreira moral os impediam. Duas simples palavras rolavam em suas cabeças... “irmão e irmã”.
Passaram a noite daquele jeitinho, ela deitada no peito dele, e ele a abraçando pela cintura. Não queriam nada mais, só que aquele momento se congelasse e não mudasse jamais.


6. Precisa-se de autocontrole.


chegou em casa, colocou as chaves do carro em cima da mesinha e gritou, procurando por . Tentou encontrá-la na sala, na cozinha, no quintal do fundo, mas nada. Então subiu as escadas, ela poderia estar dormindo.
Primeiro procurou pelos quartos, e nada encontrou. Só restou o estúdio, mas o que ela estaria fazendo ali?
Ao abrir a porta se assustou, lá estava ela, sentada num banquinho alto, de pernas cruzadas, apenas de lingerie preta, tocando violão. O SEU VIOLÃO! Perdeu completamente o fôlego. As curvas de eram tão intensas e ao mesmo tempo tão delicadas. A forma como dedilhava o instrumento era excitante para o garoto! Começou a ficar tonto.
A garota o percebeu ali e se levantou, deixando o violão de lado. Começou a andar lentamente em direção a , e o garoto permanecia estático. Ela estava sexy e fabulosamente demais! Sim, a sua garotinha inocente era seu desejo sexual mais profundo! Aquilo estava o deixado realmente excitado. Ela então chegou mais perto, e a cada passo que dava, o garoto sentia um formigar passando por suas veias. Fechou os olhos e ao abrir ela estava em sua frente, tão perto que seu aroma tomou conta de tudo. Ficou então na ponta dos pés e sussurrou:
- Que bom que você chegou. Senti sua falta. – o garoto se arrepiou com o tom de voz da menina.
Ela começou a morder sua orelha, fazendo-o se arrepiar ainda mais. De lá traçou um caminho de beijos por sua bochecha até a boca, parou ali, encostou sua testa na dele e novamente sussurrou.
- Eu te amo.
O menino sentiu aquelas três palavrinhas entrarem nele e percorrer todo o seu corpo até chegar a seu coração, que acelerou impulsivamente.
Ele aproximou suas bocas, roçando lábio a lábio, faltava um milésimo de segundo para o beijo, sentia aquela energia rolando por todo seu corpo, o desejo reprimido transbordava, a vontade de tê-la era tanta, e a hora havia chegado...


“Ahh, não” pensou o garoto. abriu os olhos, acordado pela risada gostosa de . Estava suado, arrepiado, assustado e com certo volume entre as penas, se é que você me entende. Sua respiração era intensa, ele então tentou se controlar. Olhou em direção ao pé da cama, e deparou-se com , sentada feito criança. Estava comendo alguma coisa e assistindo pica-pau. Riu um pouco com a cena. Era irônico. Em sua cabeça ela era a pessoa mais sexy do mundo, e ao olhá-la assim, parecia uma menininha frágil, precisando de proteção.
Ao vê-la dessa forma sua respiração, seus batimentos e sua natureza masculina foram voltando ao normal.
A menina riu de novo, um pouco alto, e virou-se para o garoto.
- Aiiin, desculpa , minha risada te acordou, né?
- Sim, mas já faz um tempinho...
- Como assim um tempinho? Você ficou fazendo o que aí deitado?
- Eu precisava meio que descansar, sabe?
- Descansar? Você dormiu a noite toda!
- Tá, eu assumo, fiquei te olhando uma hora... tem passa-tempo melhor que esse?
- Sabia que eu era irresistível – ela fez uma de convencida e ele mostrou a língua, ajoelhou-se na cama e depositou um beijo em sua bochecha.
- Bom dia, minha menina.
- Bom dia, meu fedido. – ele olhou pra ela com uma cara ofendida, e percebeu que estava todo suado e vermelho. – Você teve pesadelo hoje, ? Você parece meio assustado... – ele ficou meio nervoso com a inocência da pergunta e sentou ao lado dela.
- Muito pelo contrário, eu tive o quase melhor sonho de todos...
- Por que quase?
- Você me acordou na melhor parte...
- Desculpa, é que eu não me agüento com o pica-pau!
- Tudo bem, talvez tenha sido melhor assim, talvez nem em sonho seja pra acontecer...
Ela o olhou sem entender.
- Você sabe que sempre vou te amar, não é pequena? Não importa o que aconteça.
- Sei sim. – a menina sorriu meigamente – AGORA VAI TOMAR BANHO QUE VOCÊ VAI SE ATRASAR PRO COLÉGIO!
Ele levantou com o susto, e arregalou os olhos.
ria sem parar da cara que fizera, rolando de lá pra cá na cama. Ela tinha efeito de boboze às vezes...
- Aaaaah, é assim então? Você me assusta e depois ri da minha cara? Você é uma criança, !
- Eu sou uma criança, é? – a menina começou a fazer gestos de coceguinhas com as mãos, e se afastou, correndo em direção contrária pelo quarto.
- Nãão, , não vale! Cócega, NÃO!
Ela o alcançou.
- Vai, quem é a criança agora? Fala! Quem é o bebezinho que não consegue parar de rir, hein?!
- PÁRAAAAA! POR FAVOOOOOR! – o garoto estava vermelho de tanto rir – TO FICANDO SEM AR!
estava tão fraco por causa das risadas que ao tentar se esquivar caiu no chão e sentou em suas pernas sem deixá-lo levantar. Continuando as cócegas.
- Páraaaa! Eu imploro! – a garota deu-lhe uma pequena trégua, continuando em suas pernas. Ele ainda não tinha forças para levantá-la, sua respiração era ofegante.
Aos olhos de quem está de fora, aquilo estava provocante, ambos estavam seminus, ele só de boxer e ela com aquela falta de pijama que o deixava louco. O clima poderia estar pesado, mas não, eles brincavam como nos tempos de criança, mas agora o arrepio fazia parte do pacote.
- Então fala! Quem é a menina mais linda, sexy, gostosa e maravilhosa desse mundo? – fez pose.
- Minha mãe – respondeu, sabendo do ciúme existente.
- SUA MÃE, É? – ela ia começar a fazer cócegas novamente. Até que o garoto, num movimento rápido, inverteu os papéis. Agora estava no chão, e sentado em suas pernas, segurando-a pelas mãos.
- Você é muito mais que isso, . Muito mais. – o garoto a olhou intensamente, deu um beijo em sua testa e se levantou, entrando no banheiro.
A menina ficou estirada no chão, estava exausta, já estava ficando com saudade de brincar assim com . No começo estranhou a atitude do menino, parecia que acabara de ver o bicho-papão, estava assustado demais. Mas ignorou quando ouviu a sua risada predileta, conseqüência de suas cócegas.
No banheiro, deixava rolar a água do chuveiro por todo o seu corpo. Estava imóvel, tentando tirar todos os pensamentos da cabeça. O que tinha sido aquele sonho? Como ele poderia ver sua menina tão inocente, naquela outra forma? Permaneceu imerso em pensamentos, decidido ignorar seu sonho e se convencer que seu sentimento por era fraternal! Aquele sonho não poderia se tornar realidade. Ouviu um barulho na porta.
- Heeey, sai logo que você vai se atrasar!
Saiu do banheiro só de toalha. assistia televisão, sentada de perna de índio na cama.
- Aii, , desculpa, não sabia que você ainda estava aqui!
- Tudo bem, grandão, suas roupas estão ali. – apontando pra uma pilha de roupas organizadas.
- Como minhas roupas vieram parar aqui?
- Enquanto você tomava banho, o pica-pau entrou em intervalo, aí fiquei sem fazer nada e tomei a liberdade de trazê-las aqui!
- Obrigado... – agradeceu desconfiado, enquanto passava a mão no cabelo molhado.
- De nada, chuchuzinho da mamãe!
- O que você tá querendo em troca, ?
- Hahaha, nada ué, não posso te fazer um favor?
- Claro, claro.. – o menino entrou no banheiro, e segundos depois saiu, pronto pra ir pra escola. É incrível como eles se arrumam rápido!
deu um beijo na testa da menina, que comia cereal enquanto assistia TV – Até mais tarde... - caminhou escada abaixo parando ao ouvir falar.
-, eu quero ir com você.
- Sabia que aí tinha coisa – falou baixinho, como se fosse pra si mesmo - Verei quando a sua transferência estará pronta, , agora vai se trocar que tá um pouco frio aqui. – o frio foi mera desculpa, ele que não podia mais vê-la daquele modo.


7. Nova paixão.


Juliana passou a manhã tentando dormir. Rolou de um lado para o outro da cama, não conseguia parar de pensar nas coincidências da música que cantara noite passada. Seria apenas coincidência? Ou seria algum tipo de sinal? Por algum motivo a segunda possibilidade a deixou arrepiada, com borboletas no estômago. Estava com medo. Pensou em assumir esse amor de vez, afinal parecia que, depois da música, ele também sentia algo a mais. Mas não dependia apenas de amor correspondido ou não. Decidiu então investigar um pouco mais isso, e não esconder esse sentimento de si mesma. Tinha esperanças de que tudo isso daria certo.

Perto do horário de chegada de , ela se levantou um pouco mais animada com sua decisão.
Quando o garoto voltou, não estava sozinho, os meninos estavam junto dele e planejavam fazer uma reuniãozinha! A verdade era que não queria ficar sozinho com a menina depois do sonho que tivera. Aquilo ficou em sua cabeça a manhã inteira, então resolveu chamar os meninos assim, distração era o que não faltaria.
- Oooi, ! – os meninos cumprimentaram-na em uníssono.
- Oi, pequena – disse mais fofo e recebendo um beijinho da bochecha.
Logo atrás veio Math.
- ! – e a abraçou. virou a cara e entrou em casa. Fingindo para si mesmo que nada estava o perturbando, que iria deixar isso acontecer.
A menina retribuiu o abraço sem dizer nada e voltou a olhar para os meninos, já dentro de casa.
- Vamos fazer um surubão aqui hoje! – disse se esfregando em .
- Sai pra lá, cara! – e começou a correr atrás do outro menino, fazendo os demais rirem sem parar.

- Mas, , eu tenho que chamar a , ela vai ficar brava...
- Aaah, eu não sei não, ela vai trazer a Aman... – parou, pois percebeu que iria dizer merda. sem perceber, pediu.
- Deixa, ! Eu quero ver se essa é tão linda quanto merece!
tinha uma namorada e ela ficava irada quando os meninos faziam essas reuniõezinhas. Na cabeça dela teria, além dos cinco e bebidas, mulheres de monte. O ciúme era compreensível, era um cara bonito.
- Relaxa, , ela é linda, linda - fez cara de apaixonado ( ’s face = *-*)
- Oooooun – deixou escapar, olhando com cara de pidona para .
- Ok, ok! Chama as meninas... – cedeu ao pedido da garota, fazendo o namorado de correr para o telefone.
- Nem vem, ninguém é mais linda que a disse meio que pensando alto demais.
- Vocês mentem demais, até parece que existe alguma menina mais bonita que a – Math afirmou com toda a cara de pau que faltava em . Mas o menino não deixou barato.
- Você tem toda a razão! – completou – não existe ninguém mais bonita que a minha irmã.
, completamente roxa de vergonha e percebendo a fúria nos olhos de , fingiu (em vão) não perceber, olhando para e perguntando:
- Então... Você também tem namorada?
- Hãa, é... Bem, ela não é beeem a minha namorada, sabe?
Os meninos gargalharam.
- Ela nem te olha direito! E você nem fala com ela! – disse entre risadas. Já controlado da raiva de minutos passados – vocês se odiavam, lembra? E só porque ela tá gata agora você tá ‘todo todo’ pra cima dela!
- MENTIRAAAAA! Por que eu olho pra ela e ela fala comigo, tá? – deu o dedo para os meninos – e só eu posso falar que ela é gata – (¬¬’ = ’s face)
- Calma, , um dia vocês ainda vão namorar. Conheço uma história assim – disse, dando a entender que isso ocorria com ela.
- Então você namora, ? – Matthew perguntou um pouco mais interessado do que queria parecer.
- Não – respondeu pela garota.
- Namorava... – disse olhando feio para – mas tive que me mudar pra cá, não deu pra continuar junto.
- A vá, , aquilo não era um namoro de verdade! Ele nem gostava de você – estava ficando bravo, esse assunto nunca lhe agradou.
- Cala a boca, , só porque você não consegue um relacionamento de verdade, não quer dizer que ninguém consiga – Juliana sempre ficava furiosa! Não achava certo falar isso.
- Não consigo por que não quero!
- Não consegue por que você não presta! – a menina sentiu seus olhos lacrimejarem, não conseguia brigar com o garoto sem chorar, aquelas lágrimas eram de raiva e de tristeza.
Os dois ficaram se encarando e os meninos os olhavam. Até que chegou ao local.
- PRONTO! Elas estão vindo! – ao perceber a tensão no ar ficou confuso – O que aconteceu?
- Nada! – bufou e subiu as escadas. fez menção se segui-la e ela disse curta e grossa – Nem pense nisso!
- Argh, menina mimada! – o garoto bufou sem que ela escutasse.
Os meninos foram pra sala se sentar e Matthew parou no meio do caminho.
- Desculpa, não sabia que se eu puxasse esse assunto de namorado daria essa briga toda. – Math estava preocupado com a expressão na cara do amigo.
- Relaxa, dude, ela que não sabe se dar valor. – respondeu ainda com raiva.
- Como assim?
- Ahhh, esse cara aí, um tal de Lenon, um desgraçado. Perdi a conta de quantas vezes ele fez a chorar. Se eu pudesse eu acabava com a raça dele! – podia-se ver a raiva em seus olhos.
- , você já contou quantas vezes, ou quantas meninas você também já fez chorar?
- A não é uma menina qualquer, Matthew. Eu não admito que a magoem deste jeito. – isso estava servindo para desabafar e avisar ao amigo os riscos que ele estava correndo por se interessar por sua meia irmã – Ela também fica falando que eu não posso ter opinião nenhuma só porque eu pego qualquer uma e as faço chorar. Mas quem melhor que eu pra ter essa opinião, afinal a não se parece com essas menininhas nem há cem anos luz de distância. é uma garota especial, eu não vou me contentar com qualquer um cuidando dela.
- É. Você tem toda a razão. – Math concordou, com certo brilho nos olhos, mas triste, temendo que seu amigo o considera-se ‘um qualquer’.
- Hey, cara, vocês se gostam, né? – acabou perguntando, precisava saber, precisava esquecê-la.
- Ela, eu não sei, mas não tem como não gostar dela, não é? - Matthew o olhou meio hesitante.
estava prestes a descer as escadas quando os viu conversando, sentou e espiou, prestando atenção na conversa.
- Se for pra ela ficar com alguém, que esse alguém seja você.
A menina enrugou a testa, essa ‘ela’ era ELA?
- Dude, você tá falando sério? Não me leve a mal, mas eu sempre achei que vocês tivessem alguma coisa, sei lá... Ela só é sua meia irmã de consideração, é possível que role algo.
- Não, não mesmo. O que existe entre nós é pura irmandade. Jamais passará disso.
Essa última frase entrou nos ouvidos da garota e esmagou instantaneamente seu coração. Os garotos foram pra sala, e subiu as escadas correndo. Deitou-se na cama, chorava muito. Bem agora que ela tinha decidido dar uma chance a esse sentimento inútil, ele dissera isso? Estava mal, mas não podia deixar vê-la desse modo, tinha que seguir. Sabia que seria melhor assim, sempre soube que esse sentimento fora irônico e talvez estivesse confundindo as coisas. Decidiu pensar na possibilidade de Matthew, quem sabe ele realmente valesse à pena.

Na sala, os meninos conversavam. e Math estavam preocupados com a menina.
- Vai lá ver ela, Math, tenta conversar, quem sabe ela te ouve.
- ‘Tá certo, cara.
Subiu as escadas e bateu na porta.
- , é o Math, posso entrar?
- Entra...
A menina estava sentada na cama, com o rosto ainda vermelho. Ele se sentou ao lado dela.
- Heey, não fica assim... – o garoto a olhou com cara de dor, como se sentisse a dor dela. Matthew era um cara muito sensível. – O só ficou bravo com aquele tal de Lenon por que ele tem ciúmes, é normal, .
- Como você sabe o nome dele? – A menina já até havia esquecido a briga que rolou.
- Ahhh... me contou umas coisas lá... Me desculpa, eu só queria saber um pouco mais sobre essa historia.
- Ah, tudo bem. – a menina o olhou desconfiada – Mas por que você se interessou tanto numa historinha boba?
- Hãaa, é... – sem perceber ela deixou escapar um sorrisinho no canto do rosto. Math estava morrendo de vergonha, e as bochechas vermelhas realçavam ainda mais seus olhos cor de mar. Estava ainda mais lindo.
- Desculpa, não queria te colocar na berlinda.
- Você quer mesmo saber o porquê eu fiquei tão interessado?
- Claro.
- E que assim... Eu sabia que não ficaria tão bravo assim se não fosse algo sério, e sem querer me intrometer na sua vida, não acho que você devesse ficar com alguém que já te fez sofrer tanto. – o menino acabou de falar e estava preocupado, a menina o olhava com o rosto sem expressão.
- Eu sei, Math, mas é difícil.
- Eu sei que é difícil, . Você gosta tanto assim desse tal de Lenon? – o olhou admirada, ele estava realmente preocupado e interessado em sua vida amorosa.
- Não, já superei. De verdade. Mas é difícil seguir em frente quando se tem um irmão que não aprova nada nem ninguém! – ela sabia o que estava fazendo, sabia que o aprovara.
- Hãaa, eu não diria que ele não aprova ninguém. – a menina gritava por dentro, ela precisava disso, quem sabe assim fosse só passado.
- Sério? Não consigo pensar em ninguém que ele aprove. – olhou sugestiva para o garoto.
- Eu consigo. – Math se aproximou da menina, parando meio preocupado a centímetros de seus lábios. Ela não tinha mais dúvidas, e terminou com a distância que existia entre sua boca e a de Math.
O beijo começou calmo, hesitante. Ele então colou uma mão nas costas da garota e a outra em seus cabelos. Ela o agarrou pelo pescoço, intensificando o beijo. Caíram em cima da cama, aquilo estava bom.
Ficaram se beijando durante um tempo. Nada se passava na cabeça da menina. Já Math estava morrendo de medo que os pegassem ali. Por mais que o confiasse seu bem mais precioso, sabia que não ficaria nem um pouco contente se os encontrasse assim.

- Vou ver como eles estão. – se levantou.
- Ow, deixa eles conversarem, dude – sabia que estava acontecendo alguma coisa, não sabia o que, mas sabia que não era algo que pudesse ver. Math não demoraria tanto assim só conversando, o pior era que também sabia disso.
- Eles estão demorando muito, vai saber se aconteceu alguma coisa séria. Vou lá ver. – ele então subiu as escadas, parando em frente da porta do quarto, pensou em não abrir e voltar lá pra baixo, não queria realmente ver aquilo, mas seu instinto ciumento falou mais alto e quando foi colocar a mão na maçaneta a porta se abriu.
- Hey, . – Math apareceu na sua frente, sua cara era serena e assustada ao mesmo tempo.
- Anda, Math! – parecia apressada.
- Se se mexer, quem sabe eu consiga...
- Vaaaamos, , eu quero beber!
- Ih, mal! Só vim ver se estava tudo bem. – disse meio inquieto.
- Se você não deixar a gente descer e eu beber, não vai estar tudo bem.
- Caaalma. To descendo já... – então foi à frente, descendo as escadas.
parou Math logo atrás.
- Hey, se importa se ninguém ficar sabendo sobre o que rolou no quarto? Pra não criar mais confusão.
- Tudo bem, . Mas... Não é mancada eu esconder isso do meu melhor amigo?
- Deixa que do cuido eu!
- Ta certo.
Eles desceram as escadas, se juntando com o grupo que bebia sem parar. O olhar de era desconfiado e fez questão de não encará-lo.


8. Meu irmão é um canalha.


A campainha tocou e foi abrir a porta…
- Aaaaaaaamor! – gritou ao ver , começou a agarrá-la na porta mesmo, sabe como é, né? Paixonite aguda de adolescente, ai, ai...
As outras meninas entraram estranhando a garota nova… será que não havia lhes contado?
- Meninas, essa é a , minha meia irmã – disse, num tom lisonjeio.
- Oooi, ! – a abraçou, como se já a conhecesse. – Sou a , mas pode me chamar de , fala muito de você!
O menino ficou vermelho ao receber um olhar surpreso de .
- Prazer, eu sou a , mas pode me chamar de – a outra menina se apresentou.
- O Prazer é todo meu. Você é realmente tão bonita quanto falaram! – disse e olhou para , que corou. Falando brava em seguida. - E muito mais bonita que eu! Math seu mentiroso, descarado! – fazendo rir – , não ri não, você é cúmplice dele, tá? – era incrível como conseguia esconder seu estado de espírito.
Todos deram risada e olhou envergonhada para , que estava vermelho feito um pimentão. Formavam um belo casal.
é loira, tem olhos verdes, estatura média e parecia ser muito inteligente. Já tem cabelos castanhos escuros, lisos, é baixinha e meiga. é alta, castanha escura, com cabelos ondulados e só usa all-star.
e chegaram à sala, acompanhados por uma quarta garota, seu nome é Amanda e nem fez questão de se apresentar, com sua jeans skinny e cabelos loiros claros, já chegou agarrando e lhe tascando um beijo. O menino se sentiu um tanto desconfortável. Por um minuto pensara que ela não tivesse vindo. Foi tentando afastar a garota, que tentava lhe beijar sem piedade.
levou um susto com aquilo, o que fez Math se aproximar dela e sussurrar.
- Calma, a gente se acostuma com isso... – ela o olhou sem entender, não sabia o que pensar, por que não havia lhe contado que estava com alguém? Ele sempre a contara de todas as peguete’s. Olhou para com uma cara de perdida e ele baixou a cabeça, falando num tom um tanto desanimado.
- , essa é a Amanda. Man, essa é a .
Amanda? MAN? Hãa? O que é isso?’ pensou a garota. ‘ como eu não sei de nada disso? Como ele não me contou?’ Estava em estado de choque, todos perceberam isso, inclusive Matthew, que se aproveitou da situação, abraçando pela cintura, dando-a suporte para não cair ali mesmo.
- ? Eu ouvi vocês comentando dela... Nem me lembro o que ela é... – Amanda disse indiferente, com um ar superior, como se a menina não estivesse ali.
- Claro! Você só se importa consigo mesma... – balbuciou Math, olhando para logo em seguida, que se sentiu segura ali. Nem o olhar matador de sobre a mão em sua cintura podia assustá-la.
- Aiii, amor, ficou com ciuminho, é? Vem cá que eu vou te dar um beijinho – saiu dos braços de e puxou Math para si, fazendo arregalar ainda mais os olhos. Como assim, ‘amor’?
Math saiu do abraço de urso da menina quase sem fôlego. A verdade é que Amanda não é muito agradável, como se pode perceber. não gosta realmente dela, ela só é gostosa, ao ponto de vista dos garotos, e completamente aberta, se é que você me entende...
se irritou. Ela estava tomando posse dos seus interesses, e ainda tirando uma com a sua cara! Olhou pra ela com uma cara qualquer.
- Pois saiba que ninguém nunca nem comentou de você querida... – saiu, com um olhar mortal em direção ao , levando as garrafas de cervejas vazias para a cozinha.
- Aaah, ela é a empregada, é baby? – Amanda disse, voltando aos braços de e beijando o pescoço do garoto.
- Vou atrás dela – Math disse, se direcionando a cozinha.
olhou feio para a menina, soltando-se e parou Math no meio do caminho à cozinha.
- Deixa que eu vou, eu a conheço melhor. – disse ao amigo, que assentiu com a cabeça.
a seguiu, sabia que quando bebia, ficava sensível demais, ela não era de se estressar assim por qualquer bobagem, mas sabia que errara em não contar sobre Amanda.

- Heeey... – disse com uma voz despreocupada, passiva, após entrar na cozinha e se deparar com uma raivosa lavando as garrafas vazias. Ela o olhou e voltou ao que estava fazendo. O garoto aproximou-se e a abraçou por trás, fazendo-a estremecer involuntariamente. Não sabia o que fazer, então largou as garrafas e se soltou do menino, sentando-se no banco que ficava na bancada atrás dele. Ele se virou e foi agredido pela voz machucada e tristonha de .
- Por que você não me contou dela? O que aconteceu com a... a... a outra lá? Não estão mais juntos? E ela é o que do Math? Que história era aquela de amor? Até ele ela vai querer agora?
se aproximou um pouco ferido pelas ultimas perguntas. Quer dizer que estava querendo o Math também? Estava com ciúmes dele? Controlou-se, prometeu a si mesmo que deixaria os dois ficarem juntos se quisessem.
- A Stephanni, a outra era a Stephanni.
- Essa mesmo...
- Eu ainda estou com ela, sim – disse envergonhado pela cara feia que fez – Não me olha assim, eu só estou fazendo isso pelo Math, ok? Amanda não é muito popular, nem querida, e ela se sente triste por isso. Então Math me pediu para ficar um tempo com ela, pra ver se a prima se animava e tal... Afinal ela só está visitando a família aqui em Londres, daqui a pouco ela vai embora, tudo volta ao normal e ela fica feliz por ter pegado um gostosão como eu!
- Prima? Eles são primos? – ficou surpreendentemente feliz, o que surpreendeu também, fazendo o menino responder a pergunta em silêncio, de cabeça baixa – Bom – controlou a felicidade ao perceber que isso incomodava o irmão – É fofo da parte de Math, mas você é patético ! Quantas vezes eu vou ter que te dizer que as meninas têm sentimentos! E se ela se apaixonar por você? Ou se uma delas descobrir?
- Relaxa, , elas jamais se encontrarão! E eu já disse, a Amanda vai embora...
A garota bufou, descendo do banco e abrindo a geladeira, precisava beber! Ele se aproximou da menina rápido demais e ela se assustou.
- Aposto que está com ciuminho... – disse ao pé do ouvido da garota. Mas por que ele fazia isso mesmo? Só os deixavam cada vez mais loucos.
Ela diminuiu a pouca distância que havia entre eles e sussurrou.
- Você é meu irmão mais velho, tenho que cuidar de você – dando-lhe um beijo estralado na ponta do nariz. Ele se arrepiou inteiro, não queria mais sair dali. Depois de um tempo com as pontas dos narizes grudadas, perguntou num tom receoso.
- O que está acontecendo entre você e o Math, ? – ela se afastou com a pergunta.
- Acho que agora é você que está com ciuminho... – disse com uma risada sapeca, querendo escapar da pergunta. Ele a olhou e em segundos acabou com qualquer distancia entre seus corpos, sussurrando.
- Você é minha irmãzinha, não posso permitir que outra pessoa te toque... – disse sério. Mas o que havia acontecido com a promessa de deixar ela e seu amigo juntos? O que ele estava fazendo ali, a menos de cinco milímetros da boca dela! Parecia que a bebida já estava fazendo efeito. Mas como ele era fraco!
não sabia o que fazer, ou dizer. Não conseguia se mexer. estava agora, dizendo que só ele podia tocá-la, e eles estavam muito, mas muuuuito, absurdamente, próximos.
abaixou a cabeça, não podia fazer isso, seu teor alcoólico não estava tão alto assim.
- Vamos pra sala, grandão. – pegou na mão de , que ainda tentava entender o que acabara de quase acontecer. sabia que ao beber, não tinha controle de seus atos.

Chegaram à sala de mãos dadas, até Amanda chegar perto, se colocando entre os dois.
- Me desculpe, queridinha – Amanda dizia como se a garota tivesse 5 anos – Não sabia que o meu amor tinha uma irmã.
apenas a olhou, com cara de poucos amigos.

Minutos depois de que todos já estavam devidamente apresentados, encontravam-se ajeitados numa roda, bebendo e conversando.
O clima estava meio tenso no começo, mas não demorou pra que a bebida começasse a fazer efeito e se enturmasse. As meninas eram legais e pareciam não gostar de Amanda tanto quando ela. A prima de Math não parava de se roçar em , o que deixara puta da vida. Mas se controlava, afinal isso não tinha nexo.
Sem pensar duas vezes, olhou sugestiva para Math, como se o convidasse para algo, e se levantou.
- Vou pegar mais cerveja… - e sorriu para o menino. ‘só muito álcool para agüentar essa loira de farmácia agarrando meu irmão!’ pensou, rindo internamente.
- Eu vou ao banheiro – Math disse, entendendo o olhar da menina.
nem percebeu o ocorrido, estava quase se comendo com Amanda no sofá, ignorando qualquer presença ali. E não pudera escolher melhor hora para sair do lugar, junto ao Math, sem que ele percebesse.

Chegaram à cozinha, abriu a geladeira e pegou um engradado de cerveja, quando virou Math estava parado, encarando-a.
- Você está bem? – perguntou o menino simpaticamente e sinceramente preocupado. Ela não negou o sorriso, estava precisando daquilo. – Você estava com uma cara estranha na sala, meio perturbada. – disse inocentemente.
A menina soltou uma gargalhada gostosa, que o fez rir.
- Você sempre preocupado comigo, né? – o garoto corou - Estou bem, sim.
- É a minha prima, não é? – Math bufou triste – Eu tento ajudá-la, mas ela não se ajuda! Acho que meti numa roubada! Coitado... Ele sempre me ajuda! – o menino estava entrando em nervoso.
- Hey, calma! – disse se aproximando mais dele, que estremeceu. – Não fica se preocupando tanto com ele. já é grandinho, ele sabe o que faz!
- É! Você tem razão! – disse com um sorriso enorme – Mas se ela por um acaso mexer com você, fala comigo, tá? Que eu acabo com ela! – imitando golpes de judô, fazendo-a rir.
- Pode deixar, Math! – sorriu e o abraçou. Gostava dele, era bom estar ali.
Ele então olhou profundamente em seus olhos, por algum motivo ela estremeceu.
- Você é linda demais, sabia?
corou e num piscar de olhos sentiu os lábios de Matthew nos seus. Era uma sensação boa, fazia esquecer-se de tudo.
Ambos se encararam, havia sentimento ali, mesmo que não tão forte, mas havia. Aproximaram-se novamente e levaram um susto ao ouvirem alguém na porta.
- Heeey, onde esta o wisk? – , apoiado em Amanda, apareceu distraído no batente da porta. Lavando um susto também.
- Ihhh, amor, parece que teremos mais um casal. – Amanda fez questão de zombar.
A menina estava roxa de vergonha e Matthew segurou as pontas.
- Estão aqui, Dude – disse – nós estávamos levando pra lá, já.
- Beleza, vamo lá então. – falou naturalmente, como se não estivesse prestes a flagrar os dois ali.
Matthew e foram à frente e ela sussurrou rapidamente, de um modo que só pudesse ouvir.
- Ciúminhooo...
Ele se controlou, não podia fazer nada.


9. Bom senso numa hora “errada”.


- Aêeee, Wisk! – comemorou, quando abriu as garrafas. Sim, garrafas, no plural!
Todos riram e Math teve uma idéia.
- Que tal brincarmos de ‘eu nunca’?
- Adoooooooooooooorei! – todas as meninas presentes disseram, e , visivelmente descoordenada por causa do álcool, começou a contar.
- Eu, , , , Math, Amanda... São seis! Ta faltando quatro e... – Ela fez uma cara sapeca quando entendeu o que estava ocorrendo. estava com , e , certamente, com . Parece que o teor alcoólico não estava elevado só para ela...
- Bom, vamos brincar só a gente mesmo... – deu a idéia – deixa eles se divertirem um pouco, sei que amanhã as meninas vão se arrepender...
Todos riram e sentaram numa roda.

Lá estavam os seis, no meio da sala, cada um com um copo na mão. estava sentado do lado direito da namorada, e a sua direita estava Amanda. Em seguida vinha , depois e por fim Math, que fechava a roda de encontro com .
- Eu começo! – disse feliz! – Eu nunc...
- Peeera, peeeera! – exclamou Amanda.
- O que foi agora, Man? – disse impaciente.
- Eu não sei como se brinca – disse se sentindo uma idiota quando os meninos, inclusive , começaram a zombar dela.
- Parem com isso! – gritou, e todos a olharam surpresos, não esperavam que alguém defendesse Amanda, muito menos que esse alguém fosse – Ao invés de zoarem, que tal explicarem o jogo! – continuaram a olhá-la sem entender – Aaaain, ta bom! Eu te explico Man!
Man? Como assim? Ninguém soube dizer de onde veio tanta amizade entre as duas, ficou muuuuito surpreso! E Math ficou orgulhoso de , afinal ela o estava ajudando com a prima.
- Então, a brincadeira é assim: cada um tem um copo cheio de bebida, e alguém fala uma situação que nunca tenha feito tipo “eu nunca dei cambalhota” – enquanto explicava e Math a olhavam com cara de admiração, como poderia ser tão maravilhosa? - E todos que já tiverem feito, no caso, dado cambalhota, têm que virar o copo!
Amanda entendeu rápido! E começaram a jogar.
- Certo, lá vou eu de novo! – disse com um sorriso – Eu nunca traí a minha namorada! – e olhou para .
- Nem pense em beber isso! – ela ordenou e ele largou o copo no chão, recebendo um longo beijo em seguida.
Quando foram ver, foi o único que bebeu, fazendo Amanda ficar de cara feia e dar uma risadinha.
- A vaaaai, quem nunca traiu a namorada? – perguntou claramente embriagado, como todos estavam afinal.
- Só você faz isso, seu canalha! – acusou .
- Você é que não sabe, mas Lenon era meu parceiro de canalhice... – disse visivelmente tonto e sem saber o que dizia.
estava pronta para retrucar raivosamente, quando Math colocou uma de suas mãos em seu ombro e sussurrou.
- Calma, , você sabe que é só por que ele se importa com você. Não fique magoada.
Ela o olhou carinhosamente, como podia ser tão fofo?
- Minha vez – Amanda disse – Eu nunca beijei o – e, logo após bebeu, esperando que bebesse e explicasse tal intimidade entre os dois. Mas não foi o que aconteceu, bebeu!
- Aiiiiin! Que historia é essa, amor? – fez cara de nojo! E Matthew não conseguia parar de rir!
- Aaaah, foi uma vez que nós estávamos na praia, e apostamos umas coisas lá, eu e perdemos e tivemos que nos beijar! MAIS FOI SÓ UM CELINHO, JURO! E nós nem estávamos juntos ainda, meu amor!
- Olha, , se eu não achasse o gostoso! Eu jamais te perdoaria!
- O que, amor? GOSTOSO?
- Nem venha, , não fui eu que o beijei!
Todos riam descontroladamente! ria mais por causa da risada envergonhada de , como ela gostava daquilo!
- Certo! Certo! Chega de palhaçada – exclamou – Minha vez! Hãa.. Eu nunca... – Ficou pensativo, estava meio tonto e não sabia se dava ouvidos a razão ou a bebida. Escolheu então a segunda opção. - Eu nunca me apaixonei por você .
Todos, sem exceção, ficaram mudos. sentiu os olhos lacrimejando. Ela já sabia que ele não a amara deste modo, por que estava prestes a chorar de novo? E por que raios ele tinha que falar isso claramente?
Math levou o copo à boca, fazendo arregalar os olhos e Amanda soltar uma risadinha sínica. Mas estava intacto, não tirava os olhos da garota. Ela o olhou surpresa e visivelmente confusa pela tal afirmação, não estava entendendo nada, mas logo aquilo virou uma negação quando , seu quase irmão melhor amigo, também levou o copo à boca. A menina então entrou em parafuso. Ele não podia falar isso agora, ela estava com Math, estava decidida! Mas afinal por que ele tem que sempre tentar mudar seus planos? Desta vez ele não conseguiria, isso estava indo longe demais! Afinal ele estava bêbado, não sabia o que estava falando.
- Amor, você não entendeu a brincadeira... – Amanda dizia nervosa – É só pra beber quando você já tiver sentido ou feito o que disseram...
- Eu sei muito bem como se brinca – Disse secamente, sem tirar os olhos de .
não saía do lugar, estava sentada no meio de dois meninos que acabaram de se declarar a ela. Um deles é seu meio-irmão que há horas atrás tinha confiado ela a Matthew e o outro era Matthew, que estava a conquistando com o tempo, seu atual ficante fofo. Não deu tempo de falar nada, Amanda começou a espernear e bater em , não se conformava com aquilo.
- ELA NEM É TÃO BONITA, ELA É GORDA! ELA É PÉSSIMA! E AINDA POR CIMA É SUA IRMÃ!!! VOCÊ NÃO TEM VERGONHA DISSO, NÃO? – Amanda gritava a plenos pulmões. Enquanto somente a olhava e Math tentava lhe acalmar.
- COMO VOCÊ PODE ME PEDIR CALMA, PRIMO? O MEU NAMORADO ACABOU DE ME FALAR QUE TRAI SUAS NAMORADAS E QUE É APAIXONADO PELA IRMÃ DELE! E EU? COMO FICO? Eu me apaixonei por você ...
- Fica calma, Man! Que saco viu... Desculpa dude... – Math tentava controlar a situação.
Estava tudo fora do lugar, ninguém falava nada com nada, era uma gritaria só, até que chegou a vez de gritar.
- CALA A BOCA TODO MUNDO! – todos a olharam paralisados – Fique calma, Amanda, está bêbado, não sabe o que diz...
- Posso não saber o que digo, mas sei o que sinto – se defendeu.
- , não piore as coisas... Amanhã tudo vai ter voltado ao normal, você nem vai se lembrar disso aqui!
- Posso não lembrar, mas eu vou continuar sentindo... – insistia - o que vai acontecer com esse sentimento só você pode decidir.
- Deixe-o guardado aí dentro e só o dê para quem também sentir o mesmo por você - ela disse tão rapidamente que duvidou que tivesse saído de sua boca. Eram palavras fortes e cortaram-na por tamanha mágoa.
Ele não sabia que palavras pudessem doer tanto. Seu coração estava completamente esmagado, e tudo que conseguiu fazer foi concordar silenciosamente. O que ele não sabia era que ela estava ainda pior. Se não pior, igual a ele. Ambos tão machucados.
não sabia o que fazer, estava junto ao Math, gostava dele, por mais que amasse , sabia que era proibido.
Ele precisava sair dali.
- Me desculpe, Amanda... Vamos que eu te levo até sua casa. É pertinho, dá para ir a pé, nós temos muito que conversar.
- ‘Ta bom... – Amanda bufou enquanto saía pela porta com a sua frente.
e já haviam saído da sala, não agüentaram a gritaria da menina e preferiram imitar os outros dois casais no andar de cima. Restando na sala somente e Matthew. Ele a olhou preocupado, estava sentada encarando o copo à sua frente.
- Eu nunca me apaixonei por – a menina disse tão baixo que o garoto não escutou. Depois levou o copo à boca, desmentindo o que acabara de dizer a si.
Math não entendeu, e sem pensar, se agachou ao lado dela e a abraçou, sussurrando em seu ouvido.
- Eu nunca vou deixar você sozinha – e logo depois chutou o copo ao seu lado, fazendo-o se afastar deles, significando que aquilo que ele dissera, era verdade.
Conheciam-se há pouco tempo, mas a sintonia entre eles era grande, era especial. O garoto se sentia no dever de protegê-la. Gostava dela e sabia que ela também. Talvez não com tanta intensidade como ao , mas gostava.

deixou Amanda em casa e pegou o caminha mais longo de volta. Precisava pensar o porquê de tudo aquilo. Por que foi tão estúpido e disse tudo para ? Agora tudo ficaria diferente, ele não a teria mais ao lado como antes. Ela não o amava da forma que ele queria. O menino nem foi capaz de terminar com Amanda, ele era um fraco! Estava despedaçado, tudo o que precisava era do abraço de , mas duvidava que ela o fizesse. Parou em frente a sua casa e sentou na escada. Ficou lá, tonto e com dor de cabeça, precisava dormir, mas não queria entrar em casa e encontrar acordada. Começou a chorar silenciosamente, xingando a bebida, a brincadeira e a si mesmo. A dor era inevitável.

Depois de um tempo abraçados, e Math se entreolharam. Fazia cerca de dez minutos que saíra pela porta, e não conseguia parar de chorar, Matthew estava desesperado, não sabia o que fazer.
A menina pensava no por que fizera aquilo. Como ele podia fazer isso com ela? E chorava ainda mais. Deu uma tranqüilizada quando lembrou que ele estava bêbado, o que fazia com que dissesse besteira e no dia seguinte não se lembrasse de nada. Pena que ela lembraria.
Então teve a brilhante idéia de beber muito também, quem sabe assim tudo isso passaria? O garoto ao seu lado não conseguia controlá-la, estava ficando louco.
Ambos se assustaram quando os três casais do andar de cima, desceram as escadas, cautelosos. As meninas correram para abraçar , e os meninos foram conversar com Math.

Estavam sentados na sala, todos olhavam a menina com o rosto vermelho, que não dissera nada até agora, o que preocupava a todos.
- Eu estou bem, gente – começou a dizer meio embaralhada com o teor alcoólico – É melhor vocês irem para casa, amanhã tem aula...
- Não, não irei te deixar sozinha nesse estado – Math disse quase de imediato.
- Eu prefiro ficar sozinha.
O menino tentava convencê-la a deixá-lo ficar, mas ela não queria. Levantou-se e os outros também levantaram, silenciosamente. Apenas Matthew falava sem parar, tentando, em vão, convencê-la. abriu a porta e deparou-se com um de costas para ela. O menino se virou, deixando a mostra sua cara amassada. A da menina não era melhor do que a dele. se virou novamente, fitando o vácuo. Os seis saíram rumo à rua, sem emitir um som se quer, apenas olhando preocupados para a escada onde o amigo estava sentado. E Matthew resistira.
- Não quer que eu fique mesmo? – Math disse novamente, fazendo abaixar a cabeça.
- Não, não precisa, de verdade. Obrigada. – o garoto depositou um beijo na testa de , sem que percebesse.
Os sete amigos saíram pela rua. Deixando um silêncio ali.
sentou-se ao lado de . Sem dizer nada, o abraçou, fazendo-o se encolher em seu colo e chorar feito um bebê. não se agüentou, chorou ainda mais. Era incrível o que a bebida podia fazer com eles, já não sabiam mais por que estavam chorando. Seus olhos doíam.
- Por que você tem que ser tão perfeita comigo? Por que você não me trata mal?
- Porque eu te amo. E você sabe disso... – ela disse, voltando a chorar.
- Não foi o que me disse há um tempo atrás.
- , por favor, não faz isso comigo – disse , suplicante.
Ele se levantou muito rápido, agredindo a menina com sua voz machucada.
- Não faz você isso comigo! Não é justo! – ele soltou um grunhido de raiva e se direcionou a rua, andando em direção ao carro. A menina levantou-se e foi atrás dele para se defender.
- Mas é claro que não é justo! – disse – Nada nessa vida é justo!
O menino ignorou, indo abrir a porta do carro. foi mais rápida e se pôs entre ele e o carro.
- Você não vai dirigir nesse estado!
- Sai da minha frente, .
- Pára de ser trouxa, ! Você está bêbado! Não vai encostar a mão neste carro!
Ele a olhou no fundo dos olhos e puderam perceber o tamanho da mágoa existente em ambos os corações. Desfez o contato visual raivosamente e começou a caminhar pela calçada, visivelmente perdido. A garota o seguiu novamente. Caminharam metade da calçada do vizinho.
- Chega, ! Pára de ser idiota! Vamos pra casa, você está mal!
Ele se virou de novo muito rápido. Ela se preparava para mais uma agressão de sua voz. Mas o garoto se esquivou da menina e correu feito fugitivo para o carro, agora abrindo a porta do mesmo e sentando no banco do motorista. se pôs na frente do carro.
- Nem pense em ligar esse carro! – a menina berrava no meio da rua – Eu estou falando sério, !
não fez absolutamente nada, se lembrou que estava sem as chaves e se condenava por deixar o carro aberto e sempre se esquecer de pegar a chave em cima da mesinha. Ele ligou o rádio, ignorando a estação que tocara, não queria ouvir dizendo nada e apoiou a testa no volante, derrotado.
A menina não sabia o que fazer. O garoto estava de cabeça baixa ouvindo uma estação que ele nem gostava, era o fim do poço! Mas podia ser um truque, quando ela fosse entrar no carro ele daria partida e sairia rua a fora. Nunca se sabia o que esperar de um bêbado.
Quando não viu mais sinal de que ele ainda estava consciente, se preocupou e rapidamente saiu da frente do carro e abriu a porta do passageiro, sentando-se no banco. virou um pouco a cabeça, olhando-a com cara de peixe morto. Estavam sem palavras. Até que começou as notas de ‘Shine’, da banda Plain White T’s, uma das prediletas de .
- Você devia prestar mais atenção nessa letra... – sussurrou de um modo arrogante que atingiu a garota de forma brusca, ela já sabia toda a letra, era viciada em PWT e acabara gostando também.
Foi a vez de ficar brava, na verdade furiosa!
- Quer saber ! PODE DIRIGIR! SE MATA! EU NÃO LIGO! – Era uma mistura de fúria de mágoa e realidade. Saiu do carro batendo a porta, deu a volta no mesmo e foi em direção a casa. também saiu e se pôs de pé, cantando, quase gritando, junto com a música.
- Você sabe que me machuca ver os sentimentos que você esconde. Esconde dentro dessa garrafa vazia. Eu queria que você visse o quanto especial você é. Eu queria que você visse o quanto à vida vale à pena. Você não teria que esconder seus problemas!
não o deixou continuar, virou-se chorando aos prantos.
- Chega, , me deixa em paz! Na faz isso comigo!
- Você sabe que é tudo verdade! Fugir não vai adiantar em nada!
- Eu não consigo fugir disso! – a garota desabou no chão, chorando.
correu a seu encontro, ajoelhou-se e a abraçou. E junto com a musica, sem cantarolar, apenas disse num tom doce e aconchegante.
- Você diz que está procurando pela felicidade, mas quando ela chega você foge dela. Você diz para você mesmo que não merece. Não muito mais que eu possa fazer. Você vai continuar fugindo?
Ela levantou a cabeça, tudo girava.
- Isso não é justo, . Não mesmo – ela falava derrotada.
- Eu sei que não, pequena, mas é verdade, você sabe! – ele já estava bravo de novo.
- Não, não pode acontecer isso! – a menina então se levantou e correu, subindo as escadas da varanda com intuito de entrar na casa. Foi a vez de ser rápido, se pôs entre ela e a porta. A menina não o olhava, e ele não tirava os olhos dela.
- Não vou deixar você fugir desta vez – disse firme e confiante – Pode e vai acontecer!
Quando fez menção de levantar o rosto e olhá-lo, foi surpreendida por lábios quentes e mãos firmes em sua cintura. A garota estava estática, surpresa. Nada se passava na cabeça deles, foi um impulso. As mãos de seguravam como se ela jamais pudesse sair dali, as de estavam espalmadas no peito do menino. Ele a beijava, ela dizia a si mesma que não estava certo, que ele estava bêbado, que ela estava com Math, mas também não o impedira de beijá-la. Foi escorregando suas mãos do peito para o pescoço, o agarrando fortemente com a mesma intensidade. Ele a abraçou pela cintura, como um abraço de urso, uma forma tão protetora e intensa. Desfez todo o contato da menina com o chão, carregando-a para dentro de casa. Ela estava num estado nostálgico, se não fosse maluquice, poderia jurar que estava flutuando. Ele a apertava com desejo e cuidado.
Quando perceberam, estavam subindo as escadas. Ela entrelaçou as pernas na cintura do garoto, que colou as mãos ali para carregá-la escada a cima. O beijo não parou um segundo se quer, não poderiam se dar ao luxo de pensar, estragaria tudo. Ambos sabiam o quão proibido era e a bebida os deixava sem o autocontrole. Chegaram à porta do quarto, ele, pela primeira vez desde que o beijo começara, desgrudou seus lábios, inseguro do que pudesse vir depois.
- , eu não...
- Cala a boca, – a menina o calou, continuando o beijo. A sensação era boa demais, era diferente! Beijar Math ou beijar qualquer outro menino era bom, ela gostava, mas beijar era fora do comum, fora do normal, era de outro mundo! A energia que os ligava era uma coisa inexplicável, mágica.
não queria pensar demais, estava tão bêbada quanto ele. Sabia que eles se amavam e que ninguém precisava saber desta historia toda.
Ele a conduziu quarto adentro. Às cegas, procurou a cama.
- Aiii! – gemeu abafado pelo beijo ao bater as canelas na quina da cama. Ele descolou seus rostos e a garota ria meigamente de sua dor.
Sem dizer nada, a deitou delicadamente, e logo após deitou-se por cima dela, entrelaçando suas pernas e apoiando o cotovelo direito no colchão. Não tinham pressa alguma, se olhavam, podiam ler o tamanho do amor que existia dentro de seus olhos. Se não fosse a tontura da bebida podiam jurar que o mundo estava paralisado, que na terra só existia os dois e nada mais. Ele analisava cada centímetro dela, ela admirava tudo nele. Puxou-o para mais um beijo longo. Agora sim estava intenso, o puxava pela camisa, ele pressionava seus lábios com tamanha força que chegavam a latejar. A garota começou tirando a camisa do menino, que em um segundo já estava no chão. Tirou, com a ajuda de , sua blusa, e logo depois seu short’s. Desabotoou a calça dele, enquanto ele a beijava no pescoço. Ambos estavam de roupa de baixo, a intensidade dos beijos só aumentava e eles estavam ficando loucos. O autocontrole era algo que não existia mais. A química era tão forte e o ardor era tanto, que se apertavam um contra o outro cada vez mais, como se tentassem quebrar as leis da física, com intuito de colocar dois corpos no mesmo lugar, transformar dois seres em um só.
Estava tudo tão quente e o momento era tão oportuno que colocou as mãos no elástico das boxers de e fez menção de tirá-las. Aquilo era certo para ela. Mesmo bêbada sabia que era o homem de sua vida. Mas uma coisa inesperada aconteceu, ele, num salto rápido e ágil, se colocou de pé em frente à cama. Aquilo não fazia o menor sentido.
“Não posso fazer isso, é a que está aqui! Não é nenhuma das minhas quaisquer, é ELA, minha preciosidade” – pensava – “ela está bêbada e eu me aproveitando dela!”
o olhou, confusa. Sua cabeça girava, nunca tinha ficado deste jeito. Não sabia se era pela emoção do momento ou pelos tantos litros de álcool. Levantou-se e ficou de pé na frente do garoto. Quanto mais ela se aproximava, mais ele se afastava. Não entendia o motivo daquilo! Ele a amava, certo? Por que fugira assim? Parecia um gatinho assustado.
a olhou, sua expressão era confusa e o deixava ainda mais excitado. Seus pensamentos estavam em conflito. Tinha a razão e o respeito por sua menina, e por outro lado, mais abaixo, entre suas pernas para ser mais exata, seu amiguinho estava morrendo de desejo.
“Mas que merda de hora pro meu bom senso aparecer!” o garoto se martirizou.
Ela era tão maravilhosa! E sua vontade tão grande...


10. Perda de memória recente, sei...


A garota se aproximava cada vez mais, e ele já estava sem escapatória. Seus corpos já estavam colados novamente. Com os polegares, acariciou as bochechas de , de uma forma carinhosa e apreciadora. Os olhares eram intensos. Mas ele percebeu algo estranho.
A tontura a estava deixando louca, tudo girava, não entendia nada. A vertigem foi tomando conta de seu organismo, nem as mãos de conseguiam manter sua cabeça sem girar.
- Tá tudo bem, ? Você está ficando VERDE! – entrou em desespero, o que estava acontecendo?
Sem responder nada a menina se desfez dos braços do garoto e correu para o banheiro, se debruçando no vaso e vomitando. correu atrás dela. sentiu a mão fria do garoto em sua testa (devia estar fria pelo tamanho susto que tomara), com a outra segurou seu cabelo num rabo de cavalo enquanto ela golfava todo o álcool, ou parte dele, para fora.
Depois de certo tempo ela caiu ao lado, derrotada pelo cansaço. jamais a vira deste modo, ela sempre sabia quando parar de beber para não dar PT. Ele, mesmo tonto e embriagado, a levantou. Lavou seu rosto e sua boca. Carregou-a no colo, e a deitou na cama. Parando de pé ao lado, para observá-la.
- Nem pense em me deixar aqui sozinha, .
- Eu não vou a lugar algum, pequena.
Ele deu a volta na cama, sem desgrudar os olhos dos dela. Deitou-se de frente para .
- Minha cabeça tá me matando. Desculpa por acabar com todo o clima, juro que eu não estava fugindo dessa vez.
- Esquece isso, , nós sabemos que isso não está certo. Tenta dormir.
- Não dá! Tá doendo demais.
levantou sem dizer nada e voltou segundos depois com uma bacia de água gelada e um paninho.
- Pronto minha linda, agora você vai conseguir dormir.
Ele colocou a compressa de água na testa da menina.
- Obrigada, grandão, não sei o que faria sem você. – ela sorriu já de olhos fechados.
- Não, , não dorme assim, não vou saber se você está bem!
A menina não deu sinal. Ele estava preocupado demais. Pegou a garota com jeito para não acordá-la e a deitou em seu peito, assim poderia ter um controle maior de tudo.
- ... – A menina chamou arrastado após algum tempo.
- Fala! – Ele atendeu no mesmo instante, preocupado.
- Sabe aquela musica que você compôs junto com um dos meninos?
- , a gente compôs varias...
- Aquela que é sobre mim... – Ele gelou por um instante, havia tantas. Mas logo se lembrou da música preferida que fizera para ela.
- “I’ve got you”?
- Canta pra mim?
Sem nem mesmo responder, o menino começou a cantarolar.

The world would be a lonely place - O mundo seria um lugar solitário
Without the one that puts a smile on your face - Sem aquela que põe um sorriso em seu rosto
So hold me 'til the sun burns out - Então me abrace até o sol se apagar
I won't be lonely when I'm down - Eu não vou estar sozinho quando estiver para baixo

'Cause I've got you - Porque eu tenho você
To make me feel stronger - Para me fazer me sentir mais forte
when the days are rough - Quando os dias são duros
And an hour seems much longer - E uma hora parece muito mais longa

Ela podia não estar muito bem, mas só de ouvir a voz de a felicidade invadia sua alma. Tentava se controlar para não dormir.
- Essa música tem tudo a ver com a gente. – Ela balbuciou aos sussurros, e ele continuou.

I never doubted you at all - Eu nunca duvidei de você de forma alguma
The stars collide, will you stand by and watch them fall? [by and watch them fall] - As estrelas colidem quando você está presente e as assiste cair
So hold me 'til the sky is clear - Então me abrace até o céu ficar limpo
And whisper words of love right into my ear - E sussurre palavras de amor bem no meu ouvido

'Cause I've got you - Porque eu tenho você
To make me feel stronger - Para me fazer me sentir mais forte
When the days are rough - Quando os dias são duros
And an hour seems much longer - E uma hora parece muito mais longa
Yeah when I got you - E eu tenho você
Oh to make me feel better - Para me fazer me sentir melhor
When the nights are long they'll be easier together - Quando as noites são longas elas serão mais fáceis juntos

cantava da mesma forma como sempre fizera, com paixão. Todas suas letras foram destinadas a , não importa a razão, se para fazê-la rir ou se sentir querida, sempre pensava nela na hora de compor.

Looking in your eyes - Olhando em seus olhos
Hopping they won't cry - Esperando que eles não chorem
And even if you do - E mesmo se você chorar
I'll be in bed so close to you - Eu vou estar na cama bem perto de você
Hold you through the night - Para te abraçar pela noite
And you'll be unaware - E você vai estar inconsciente
That if you need me I'll be there - E se precisar de mim, eu estarei lá

Yeah I've got you - Eu tenho você
Oh to make me feel stronger - Para me fazer me sentir mais forte
When the days are rough - Quando os dias são duros
And an hour seems much longer - E uma hora parece muito mais longa
Yeah when I got you - E eu tenho você
To make me feel better - Para me fazer me sentir melhor
When the nights are long they'll be easier together - Quando as noites são longas elas serão mais fáceis juntos

Oooh and I've got you - E eu tenho você


Ele sussurrou a ultima frase, verificando se a menina havia dormido. Ignorou todas as pontadas que insistiam em latejar em sua cabeça e passou a noite em claro, fazendo compressa na menina e a ouvindo gemer e se contorcer enquanto dormia. Cuidaria dela, não a deixaria sofrer.

Já passava das sete da manhã, dormiu cerca de uma hora, quando dera uma trégua nos gemidos. Estava acordado, fazendo cafuné na menina. Suas olheiras estavam tão profundas quanto as de um cadáver. Passar a noite quase em claro o fez lembrar e relembrar do ocorrido com . Sentia-se um tanto triste com o ocorrido da brincadeira do ‘eu nunca’, algo relacionado à Amanda e Stephanni o incomodava, mas não por elas, pela . Por um segundo ficou com certo medo, porém lembrou-se que estavam de roupa de baixo, mas nada havia acontecido. Era muito estranho, ele jamais se lembrara de absolutamente nada quando embriagado e agora o filme da noite passada passava em sua cabeça, várias e várias vezes.
sentiu o clarão cortando sua retina. A dor na cabeça e o estômago embrulhado faziam parte da ressaca, já ouvira falar disso. Mas ela estava reconfortada, se sentia bem. Em um segundo, flashes da noite passada a relembraram de tudo! E ela arfou derrotada. Então a bebida não a ajudou a esquecer, mas não podia tocar no assunto, por mais que estivesse feliz de fato com partes do fim da noite, poderia assustar o menino, uma vez que nunca se lembrara de nada. Abriu os olhos e só então percebeu que o travesseiro quente era o peito nu de . Virou a cabeça em direção à dele. - Oooi – disse, com a voz arrastada pela dor na cabeça.
- Bom dia.
Ela se assustou com a cara de morto/vivo do garoto.
- Você está péssimo! – colocou a mão na cabeça – E eu também – encostou novamente nele e resolveu testá-lo – O que aconteceu ontem à noite? POR QUE ESTAMOS PELADOS?
- Hey, hey, Calma! Nada aconteceu! E estamos de roupa de baixo! – fez uma cara séria, fazendo-a rir - Você não se lembra, ?
- Não, não consigo me lembrar de nada – Mentiu descaradamente sentando ao lado dele na cama – Acho que bebi demais.
- Ãaah... Não se lembra de nadinha mesmo?
- Bom, lembro de gritarias e de beber descontroladamente, mais nada. E você? Lembra de alguma coisa? Depois de tudo isso... Aqui em cima...
Ele a olhou desconfiado com tais perguntas.
- Não me lembro de nada. Absolutamente nada depois das bebidas. – o olhar deles era de decepção. Ambos se lembravam, mas nenhum teve coragem de falar. – Você está melhor? Vomitou demais... – tentou mudar de assunto, e percebeu que falou além do que devia.
- Ah, to melhor. Vomi... Hey, - ela desconfiou – Como você sabe que eu vomitei se você não se lembra de nada?
- Ãah, ué. Olha sua cara. Você está péssima e não se lembra de nada, você deve ter dado PT.
- Calma aí, também não precisa me ofender! – riu da desculpa que dera e da cara de ofendida da garota.
- Mesmo assim é a menina mais linda desse mundo! – a menina corou – Eu fiquei cuidando de você, bebê, assumo que dormi um pouquinho, mas não podia te deixar sozinha assim...
- Você é realmente meu anjo. – eles trocaram sorrisos ternos e ele desconfiou.
- Mas vem cá, como você sabe que vomitou?
Ela o olhou com cara de poucos amigos, pensando numa desculpa, e depois de alguns segundos disse como se fosse óbvio.
- Eu estou com uma puta dor de cabeça, meu estômago está revirado e, por mais com fome que eu esteja não conseguiria comer nada. É claaaaaro que eu vomitei, né?
Os dois se olhavam, ambos repassando cada momento da noite anterior. Ele se martirizando por quase desonrar sua pequena. E ela se matando por ter estragado todo o clima entre eles.
- Você, hãa... Se lembra que horas o pessoal foi embora? – tentava disfarçar sua falsa perda de memória – eles costumam ficar até de manhã...
- Não sei. A última coisa de que me lembro com exatidão foi o Harry querendo brincar de “eu nunca”. – o coração de acelerou. Será que ela só lembraria a parte ruim da noite? Ficou preocupado.
- Nossa, nem disso eu lembro...
- É, não me lembro da brincadeira também, só sei que houve gritarias e todo o resto se apagou.
- Será que alguém brigou?
- Não sei, ...
Eles entendiam que tinha algo de estranho nos olhares que trocavam. De certa forma sabiam que ambos lembravam, mas ninguém se pronunciou, permaneceram imersos em pensamentos. Sem cortar o contato visual. Pensavam, sem saberem, nas mesmas coisas, nos mesmos momentos, na emoção e excitação da noite anterior. Desejavam profundamente que o outro se pronunciasse dizendo que lembrava, que sabia tudo, que também amava.
Depois de longas lembranças, foi o primeiro a falar.
- Não vou conseguir ir à escola hoje, minha cabeça está girando.
- Tudo bem, fica aqui comigo, também estou morrendo!
então se deitou de costas para e fechou os olhos, cobrindo-se com o cobertor. O menino a olhou, era incrível como alguém podia ser tão sexy e delicada simultaneamente. Aconchegou-se atrás dela, abraçando-a e a acolhendo, como se precisasse de proteção.
- Durma bem, anjo meu. – e depositou um longo beijo em sua cabeça.
não respondeu, já estava sonhando. Mas antes de pegar no sono pensou: “Se não se lembra, ele não sente realmente. Melhor esquecer essa noite. Posso me magoar, mas jamais agüentaria magoar Math e, principalmente, .”
, antes de dormir também pensou: “Se eu lembro é por que eu realmente sinto, e por golpe do destino, ela esqueceu. E se esqueceu, quem sou eu para fazê-la relembrar?”
Dormiram. Ambos finalmente ‘concordando’ com algo. Eles iriam esquecer a noite passada e seguiriam em frente. Seria melhor, não sei para quem, mais seria melhor.


11. Parece mais o triângulo das bermudas, do que um triângulo amoroso.


Matthew estava inquieto. Passou as três primeiras aulas esperando que chegasse, e nada.
- Poxa, caras, já estamos no intervalo e nada dele aparecer... – reclamou, preocupado.
- Caaaalma, dude. Ele deve ter perdido o horário, só isso. – tentou explicar.
- Ou ela deve ter o matado! – disse imitando um monstro falso.
- Fica quieta, amor! – tampou a boca da namorada.
Eles estavam sentados na mesa de pedra, a qual era redonda e possuía bancos, também de pedra, por toda a redondeza. Math estava de pé, e estavam comendo sentados, e estava sentado na mesa com os pés no banco, tentando acalmar os nervos do amigo.
- Ooooi! – chegou dando um beijo tímido em .
Todos olharam e perceberam que e estavam de mãos dadas, parecia que o amor estava no ar!

- Cadê meu amorzinho, meninos? – Stephanie surgiu do nada, com seu jeito arrogante e mimado, perguntando por . Ela não era muito bem vinda pelas meninas, uma vez que as desprezava.
- Não veio hoje – Matthew foi o único que respondeu, a olhando com indiferença.
- Aaaaaah, ‘tá bom, então... – saiu rebolando com duas meninas à tira colo.
Ninguém nunca entendera o péssimo gosto para garotas de .

- Bom, gente, estou preocupada. Não sei vocês, mas acho que pode ter acontecido alguma coisa com eles.
- GRAÇAS A DEUS! Aíí, , valeu por concordar comigo! To preocupado há tempos e ninguém me dá ouvidos.
- Calma, Math, também não é pra tanto. Acho que isso é mais ciúmes do que preocupação...
O garoto ficou vermelho com tal acusação, e sentou-se, derrotado. O restante sentou à mesa.
- Já seeei! Vamos ao shopping! Assim você pode se distrair! – disse completamente animada, uma vez que shopping era seu passa-tempo preferido!
- Claro! Seis casais e um castiçal! Meu sonho de vida! – Math zombava do convite.
Ninguém disse nada. Mas ele tinha um plano.
- Vão vocês, eu vou pra casa, preciso mesmo estudar para passar de ano.
- Não, dude, nós não vamos te deixar mal assim, a gente te ajuda a estudar – insistiu, mas ele resistiu.
- Não, caras, sério, podem ir.

As aulas já haviam acabado. Matthew esperou os amigos seguirem até o shopping e então colocou seu plano em ação, iria até a casa de ver o que estava acontecendo. Sabia que era intromissão demais, mas estava bravo, afinal seu amigo tinha lhe dito que confiara a ele, e logo depois se declarou a ela? Precisava resolver isso, pois, de certo modo, estava junto com ele.

Não demorou muito, a casa era perto da escola.
Girou a maçaneta da porta principal e estava aberta. Adentrou a casa. O silêncio chegava a ser assustador, não ouvia nada, resolveu então subir as escadas. Com o maior cuidado, para não fazer barulho, abriu a porta do quarto. E lá estava , deitada de lado, com carinha de anjo e , abraçado com ela.
Se perguntassem, não saberia explicar o que estava sentindo naquele momento. Era uma mistura de dor e ódio, de raiva e angústia. O que ela fazia ali? Numa noite eles se beijam e na outra ela dorme com o cara que se declarou pra ela?

abriu os olhos e deparou-se com um Matthew assustado na porta. Ele, ao reparar que a menina havia despertado, saiu de seu transe e desapareceu.
, sem pensar duas vezes, se desfez rapidamente dos braços de e se enrolou num cobertor, indo atrás de Math.
O Encontrou prestes a abrir a porta de entrada.
- Hey, Math, espera!
Ele fez questão de não ouvi-la e saiu porta a fora. Ela o seguiu, parando na varanda de entrada.
- Por favor, voooolta!
Matthew olhou para trás, estava magoado, mas gostava dela. Resolveu dar-lhe a chance de se explicar.
- Matthew, o que você está fazendo aqui?
- não apareceu na aula, vim ver se estava tudo bem. Fiquei preocupado.
- Ele está bem, só passou a noite mal.
- Não estava só preocupado com ele. – disse se aproximando um pouco da garota com uma voz um pouco machucada, perguntou: – Tá tudo bem? – seu rosto era uma mistura de preocupação por ela e pela situação dos dois.
- Estou bem. Muito fofo de sua parte se preocupar.
- Eu disse que não a deixaria sozinha. – Math levantou seu rosto, empurrando seu queixo com o polegar.
- Obrigada. – ela o olhou realmente grata. – Vamos entrar. To enrolada num cobertor!
- não vai ficar bravo?
- E por que ficaria? – a menina não entendeu.
Antes que pudessem continuar a conversa, apareceu SÓ DE BOXERS, para a felicidade de Math, na porta atrás de .
- Para de bixisse e entra logo, cara!
- Não discuta com um cara de cueca! – tentou fazer uma brincadeira, mas só os dois riram, Math apenas entrou na casa.
- Mano, o que você tá fazendo aqui tão cedo?
- Já é tarde, cara!
- Ele veio ver se estávamos bem, já que, segundo ele, ouve uma briguinha ontem e eles foram embora, como você não foi ao colégio... – se interrompeu, dando ênfase para que parecesse que tudo tivera saído da boca de Math.
- Aaah, não me lembro de nada disso... – mentiu, novamente! – Hey, menina, VAI SE TROCAR! Você está enrolada num cobertor!
correu como o papa-léguas, sabia que nada deixava tão bravo quanto ela pouco vestida na frente dos outros.

ficou sozinho com Math e não entendeu a tensão no ar, até que Matthew perguntou.
- Vocês estão juntos, cara? – sua pergunta embolava um pouco de mágoa e incerteza.
- Quem? Eu e a ? – ficou um tanto confuso.
- É, e não me venha com essa de desentendido.
- De novo com essa, dude?
- Mas... É que... Quer dizer... Vocês dormiram juntos, né?
- Sim.
Math abriu os olhos com tamanha notícia.
- NÃO, CARA! NÃO DESSE JEITO! – se exaltou, aflito com a forma de pensar do amigo – Ela passou mal, e eu cuidei dela. Só isso.
- E por que as roupas de baixo?
- Hã, não, é que... é meu pijama, sabe?
- Hey, não tenho nada a ver com isso. Vocês são grandinhos, eu só queria entender...
- Vocês estão juntos, não é Math?
- Eu achava que sim, mas s...
- Pode parar por aí, cara, você sabe! Aquilo que eu te falei sobre confiar ela a você é verdade.
- Aah, e a parte de você ser apaixonado por ela, é mentira?
se esqueceu de como Math tinha uma boa memória, mesmo bêbado ou não, ele sempre se lembrava. Resolveu mentir para o amigo, igual fizera com , pelo bem de todos.
- Que história é essa? Quem te falou isso?
- Que ódio, como você não se lembra? Foi o maior drama – Matthew começou a ficar bravo – Nunca mais quero vê-la chorar daquele jeito. – disse baixinho, como se para si mesmo – Não tem como você esquecer, ! Eu vi a forma como você falava, olhava e o peso que cada lágrima tinha sobre você. Principalmente quando a lágrima era da .
- Tá certo, eu assumo, eu me lembro desta parte.
- Então quer dizer que você mentiu pra mim? TEM ALGUMA COISA ENTRE VOCÊS? Eu preciso saber, não posso continuar com isso se for assim...
- Não, pode ficar de boa. Você sabe como eu fico bêbado, não falo nada com nada! E outra, ela gosta de você, você gosta dela. Formam o casal perfeito! Tudo que eu tenho a dizer é boa sorte! Ela não se lembra de nada de ontem à noite, pode ficar tranqüilo...
- Não, , você tá louco se acha que eu vou te furar os olhos deste jeito, cara! Eu gosto dela, sim, muito, mas não...
- Cala a boca, Matthew, você é o único que pode fazê-la feliz agora! Não tem jeito. Eu só preciso que você cure as feridas que eu causei. Eu quero vê-la feliz, não me importa se for com um tapado feito você! – ele brincou – se ela está gostando também, eu aprovo e dou meu apoio.
- Dude, eu... você...
- Não pense mais na gente. Só pense em fazê-la feliz. Porque se ela está, eu também estarei...
- Eu também...
Os meninos se abraçaram, com um gesto de confiança e apoio.

ouviu uma gritaria no andar de baixo e se arrumou rapidamente, descendo as escadas.
- Tudo bem aqui?
Eles pararam de se abraçar e a olharam. Estava simples, mas bonita. Parecia que ia sair.
- Aonde você vai? – parecia confuso.
- Visitar a minha mãe.
- Mas Kevin disse que não podemos ir lá, ela não pode receber visitas.
- Eu preciso vê-la, !
- Mas, , não dá!
- ... – insistiu e ele cedeu.
- Tudo bem, vamos dar um jeito. Math, se quiser vir junto com a gente...
- Não, cara, isso é muito familiar, não ach...
- Vem sim, por favor! – fez uma cara de pidona, e ganhou de novo.
- Certo, eu vou junto – a menina sorriu verdadeiramente e deu uma bronca em .
- Vai já se trocar! Vai traumatizar Math!
- Vou nada, ele tem as mesmas coisas que eu – revidou, mostrando a língua – talvez um pouco menor – ele parou e ficou analisando o amigo que estava prestes a responder, mas foi mais rápida.
- Você não terá o que ele tem se fizer eu me atrasar muito, VAI SE TROCAR!
O menino correu escada à cima, rindo da raiva de mentira da menina.

Estavam se encarando na sala, ela não sabia o que falar, tinha noção de que o que Matthew vira fora traumatizante e confuso.
- Math – se aproximou – Você está bem? Me parece um pouco perturbado. – “é obvio que está perturbado, encontrou a menina que o beijou noite passada dormindo com o cara que se declarou a ela” pensou.
- To bem – sorriu um pouco de canto. “como ele pode ser tão fofo assim? quis gritar. Aproximou-se e acariciou a bochecha do menino.
- Hey, eu sei que o que você viu foi um pouco estranho... mas para mim e é algo normal, sempre que estamos perto um do outro, dormimos na mesma cama, e ele estava cuidando de mim! Passei mal...
O menino apenas a olhava, com um olhar sereno e um sorriso escondido.
- Me diz o que está te incomodando, Matthew, por favor!
- disse que você não se lembra de nada da noite passada, é verdade?
- Bom... Não me lembro de algumas coisas. – Agora ela havia entendido, o garoto estava preocupado que ela não se lembrasse do que eles tinham feito.
- Do que você se lembra exatamente?
- Eu não me lembro de mais nada depois que quis brincar de “eu nunca” – ela pegou o rosto de Matthew com as duas mãos e falou, firme e forte – Sim, eu me lembro do que aconteceu ontem com a gente. – percebeu que as rugas de preocupação passaram e ele já estava reconfortado. Mas uma dúvida surgira.
- E como você sabe que o pessoal foi embora depois da “briga”?
- Math, eeu... É que eu tenho uns flashes disso ee... – ela se embananou toda e isso a entregou.
- Você se lembra do que te falou, né?
- Não diga a ele que eu me lembro! POR FAVOR! Pois ele não se lembra de nada, assim é melhor, sabe? Todo mundo fica bem. Não posso perturbá-lo com essa bobagem. – ela disse rápido, atropelando as palavras.
Matthew ficou em dúvida. Contava ou não a que se lembrava do ocorrido? Ela estava sofrendo...
- , o ... – Pensou um pouco – Não saberá de nada. Pode ficar tranqüila. – a abraçou.
Não podia contar a verdade, viu a dor nos olhos de quando lhe pediu para não contar, não podia vê-la chorando de novo.

- Matthew, isso está errado, né? Está muito errado...
- O quê? Mentir pro ?
- Não... bom, também. Mas não é isso...
- O que é então?
- É que você é tão bom comigo e eu acho que não lhe retribuo o quanto você merece.
- , do que você está falando?
- Deve ser difícil pra você encarar a idéia de que eu moro e, tecnicamente, durmo com o menino que inconscientemente se declarou pra mim.
- Hey, , não se preocupe. Eu não ligo com o que possa fazer, nós dois temos um laço de confiança. – nesse momento perdeu o ar, Math morreria se soubesse o que realmente aconteceu na noite passada – Eu, na verdade, só me preocupo como você se sente em relação a isso...
- O que você quer dizer com ‘como você se sente em relação a isso’? – estava ficando brava.
- Oras, você sente alguma coisa por ele também?
- Matthew! Você ficou louco? Mas que pergunta impertinente! – estava se irritando.
- Impertinente nada! – legal, agora estavam tendo a primeira briga de casal – É, na verdade, BEM pertinente! Eu não posso ficar entre você dois, ! Você sabe disso, então me diz agora!
- Não, isso é besteira! PURA BESTEIRA! Nós estamos brigando por uma coisa banal, Matthew! nem se lembra disso!
- Faria alguma diferença se ele se lembrasse? – ele resolveu testá-la.
- Math!
- Me responde, !
ficou paralisada, teria que mentir de novo!

não se lembrava mesmo, então não tinha nada a perder, não é? O que ela não sabia é que perderia muita coisa...
- Mas é claro que não! Não faria diferença alguma! – a menina se aproximou dele e o olhou nos olhos – Eu estou com você agora. Minha relação com é restritamente fraternal e não se preocupe, eu vou amenizar o contato desnecessário, nós não temos mais 10 anos, né?
- Isso quer dizer que você vai parar de dormir com ele de roupa de baixo?
ficou encabulada e Math sorriu, a abraçando. - Eu falo sério, ! - riu e eles se beijaram.

Essa relação seria difícil para muita gente.
Matthew teria que esconder de que se lembrava do que tinha dito.
esconderia de Math e que o sentimento por era recíproco.
E , esse sofreria bastante. Teria que arcar com a idéia de que não o queria da mesma forma, que Math a teria nos braços e que ela ficaria o mais distante possível dele, isso o mataria.


12. Visita inesperada.


A caminho do hospital, percebera a sintonia que Math e tinham, mas podia apostar a sua vida que não era nem metade da que ele e sua irmã dividiam. Sabia que nenhuma sintonia poderia superar a dos dois.

dirigia o carro, estava no passageiro e Math no banco de trás. O Terceiro não falava uma só coisa que prestasse, fazendo os outros dois rirem.

Chegaram ao hospital, os meninos foram andando, e ficou pra trás.
- O que foi, pequena? – perguntou, estranhando a reação.
- Tô com medo.
Matthew e se olharam e foram juntos em direção a menina. Pegaram-na um em cada mão, dando-lhe apoio e confiança.
- Obrigado, meninos, não sei o que seria de mim sem vocês. – Deu um beijo em cada bochecha e ambos coraram, parece que nunca se acostumariam com isso.

Ao entrar no hospital foram recepcionados por uma senhora muito gentil.
- Em que posso ajudá-los?
- Viemos visitar minha mãe.
- Nome, por favor.
- Sarah .
- Ahh, então você é ! – A recepcionista surpreendeu-se - Mas Sr. Kevin fora muito modesto, você é muito mais bonita e meiga do que ele costuma falar.
A menina corou instantaneamente, não sabia que seu pai falava dela assim.
- Hãa, deixe-me ver, qual dos dois é – ela olhou atentamente para os garotos atrás, tentando especular qual se parecia mais com as descrições – Deve ser você! – e apontou para , que abriu um sorriso envergonhado. – Acertei, não é? Afinal você não se parece nada com o que o Sr. Kevin descreveu – agora direcionando a palavra a Math - seu olho é maravilhosamente verde mar, tenho certeza que ele se gabaria disso!
Pronto, os três estavam envergonhados com tal encenação. Todos na sala de espera os olhavam e a senhora só faltava apertar suas bochechas.
- Hãa, meu pai est... – A menina nem conseguiu terminar de falar. Seu pai logo apareceu e a abraçou muito apertado.
- FILHAAAAA, QUE ÓTIMO TE VER!
- Papai, você está... me... matando! – ele a soltou rápido.
- Desculpa. Estava com saudade! – Olhou para os meninos – , meu garoto, quanto tempo. – abraçou o enteado, dando-lhe um cascudo de brincadeira, eles tinham uma relação de pai e filho. – Math, até você veio, rapaz? Tudo bom? – abraçaram- se, Matthew era como parte da família.
- Pois é, tudo bem, sim.
- Eu fiz eles virem comigo, pai! Eu sei que ninguém pode ver a mamãe e blá blá blá. Mas eu tô com saudade! MUITA saudade.
- , eu não posso fazer nada! Ela está num local restrito. Só me deixam vê-la porque sou médico.
A menina estava triste demais.
- Certo, vou ver o que posso fazer. – o pai não conseguia ver sua menina assim, foi falar com a recepcionista.
- Meninos, eu quero minha mãe. O que eu faço se eu não puder vê-la?
- Calma, , nós daremos um jeito.
Passaram-se uns minutos e Kevin retornou, desapontado.
- Desculpa meu amor, não consegui, não deixam que visitas entrem naquela área. – falou cabisbaixo.
- Mas ela está bem, não está? Eu posso vê-la se ela permitir.
- Minha filha, ela permite, ela quer te ver tanto quanto você quer, mas o hospital é muito rigoroso com tais regras.
A menina sentou-se, derrotada. Sua cara era agora de uma criancinha que acabara de deixar cair seu sorvete no chão, estava mal.
- Vou ter que cuidar de uma coisa, eu já volto. – Kevin saiu da sala de espera e sumiu no corredor branco.

estava cabisbaixa e , observando o movimento do hospital, teve uma idéia.
- Math, vem aqui. – levantou-se e arrastou o amigo para o canto, sussurrando – Vamos fazer assim, tá vendo ali – apontou para um armário.
- Já entendi TUDO! – Matthew era rápido para entender trambiques do melhor amigo.
- Hey, o que vocês estão cochichando?
A menina não obteve resposta, foi arrastada para dentro de um armário num piscar de olhos.
- Mas que diabos vocês estão fazendo? – disse brava.
- Nosso gênio aqui teve uma idéia – Math dizia – Nós nos vestimos de médico, você de paciente, te colocamos em cima desta maca e vualá, você vê sua mãe e fica feliz, como queremos que você fique. Acertei, ?
- Na mosca!
- Vocês só esqueceram um detalhe... NINGUÉM VAI ENGOLIR ESSA!
- Relaxa, , teremos cobertura, a senhora gostou dos olhos verde mar de Math – provocou o amigo com beijinho.
- É isso aí, se ela prometer ficar quietinha eu dou uns pega nela depois.
o olhou sem expressão, ignorando o último comentário.
- Mas se formos pegos, meu pai ficará encrencado.
- Heey, ninguém vai nos pegar. Você quer ver sua mãe, certo? – ela balançou a cabeça afirmando – Nós não podemos mais te ver assim, triste, vamos te levar para vê-la. – Nunca se viu tão determinado e Math tão animado.

Em questão de minutos estavam prontos e saíram do armário. A cena estava um tanto cômica. A menina debaixo dos lençóis ria com a mão na boca para abafar o barulho.
- Shiiiiiiu, , vão nos descobrir. – sussurrou perto do seu ouvido.
- Desculpa.
Quando estavam prestes a passar pela porta do grande corredor branco, a senhora recepcionista os parou.
- Aonde é que vocês pensam que vão?
- Hãa, nós... – não sabia o que falar, embaralhou-se todo.
- Estamos com uma paciente grave, precisamos levá-la à cirurgia rapidamente. – Matthew falava numa entonação grave, como se fosse muito profissional.
- Não conseguirão entrar lá deste modo, Doutores – a senhora simpática lhes deu dois crachás falsos e sorriu – À direita, quarto andar, sala 09. Que ninguém suspeite, meu trabalho está por um fio.
- Obrigada. – ouviu-se um sussurro abafado pelo lençol.
- Não tem de que, querida.
Os três infratores seguiram pelo corredor branco, viraram à direita e entraram no elevador.
- Eu disse que a mulher estava gamada em você, foi só dar uma de doutor e ela foi falando.
- Pára, ! – disse ainda de baixo do lençol. – Só porque Math tem os olhos mais cativantes que existem, não precisa ficar enchendo o saco.
O Menino corou, olhando para o pano branco.
- Aaaah, mas que bobagem, , ele sempre me zoa, desde pequeno. Já me acostumei.
- Mas eu fico com ciúmes. – certamente JAMAIS teria dito isso se uma camada de lençol não estivesse cobrindo seu rosto. Um: para não verem sua cara roxa de vergonha. Dois: para não ter que ver a de , roxa de raiva.
Matthew ficou sem palavras. abaixou a cabeça, não conseguia lidar com isso. Mas foi se preparando mentalmente, as coisas só piorariam, afinal eles estavam juntos.
- Eu também tô com ciúmes, Math! – fez uma voz de piranha, fazendo o menino rir e a garota tirar sua mão de dentro do lençol e mostrar o dedo.

O andar se aproximava e eles se posicionaram. A porta do elevador se abriu, e eles se depararam com um Kevin vermelho, ao celular. Parecia muito nervoso. Não fez nem menção ou questão de olhá-los, simplesmente esperou saírem com a maca do elevador e fechou a porta.
Math e se olharam, o que fariam? Será que acontecera algo com Sarah? jamais se recuperaria. Não queriam vê-la mal de novo.
- Vou até o quarto verificar, fica escondido aqui com ela – sussurrou ao amigo, empurrando a maca para um canto escondido e saindo a procura da sala 09.
descobriu a cara, encontrando um Math que parecia a admirar mesmo por cima dos lençóis. Ela o olhou, sentindo as mesmas sensações da noite passada quando o beijara. Ele era incrivelmente bonito. Moreno, alto, olhos verdes, malhado. Era fácil ficar afim dele. Percebeu que o estava constrangendo, suas bochechas então ficaram vermelhas junto com as dele.
- Desculpa.
- Para de ser boba, .
Ela sorriu sincera e perguntou:
- O que está acontecendo? Cadê ? – Math ficou pensativo e por fim respondeu.
- Foi ver se achava o quarto e se está tudo bem, para não corrermos o risco de sermos pegos, sabe como é...
- Sei sim. E sua querida recepcionista ser pega, né? Coitadinha. – ambos deram risada.
A garota estranhou.
- Eu senti o cheiro do meu pai no elevador. Tô ficando louca?
- Não. Deve ser por que ele está passando muito tempo aqui, é só isso. E outra: você está com saudade dele...
Era incrível! Ele não media esforços para vê-la bem. Isso a confundia, em muitos aspectos Math era igual a , a semelhança mexia com ela. Mas a garota não conseguia esquecer os extremos da diferença da sensação dos lábios de cada um. Por melhor que fosse beijar Matthew, a boca de estava tatuada na sua e a sensação era inexplicável.
- Math, você acha que sabe que estamos juntos?
- Eu acho que ele tem uma leve impressão. – hesitou um pouco, mas falou. – Sabe quando a gente se beijou pela primeira vez? – ela assentiu, sentindo seu rosto arder. – Eu jamais teria feito isso se ele não estivesse de acordo. Não faria isso com meu melhor amigo. Pode ficar tranqüila, , eu já falei com ele. – a menina se viu caindo de um penhasco, e quando chegou ao final, só seu coração foi dilacerado. Já sabia que preferia Math com ela a ele mesmo, mas doía cada vez mais ouvir isso. Optou por sorrir vagarosamente e não dizer nada. Recebendo um beijo terno e carinhoso de Math.

já havia verificado tudo, no quarto, Sarah parecia entediada, era a hora perfeita para uma surpresa. O caminho estava livre. Foi então chamar os dois, estava calmo e animado, seu plano estava dando certo, ficaria feliz.

De volta ao corredor principal deparou-se com a cena que mais temia desde sempre. Sua menina nos braços de outro, e esse outro era seu melhor amigo. O mundo então pareceu girar, rodopiar cada vez mais rápido. Tudo parecia estar desabando. Não pensava que a sensação fosse ser desta maneira, era uma mistura de dor e raiva, culpa e ódio. Afinal fora ele que armara tudo, mesmo sabendo que sofreria, preferia vê-la feliz. Aquele beijo podia ser terno e fofo para o casal, mas achou repugnante. Cabisbaixo, aproximou-se.
- Hãa, gente. – ambos, incrivelmente vermelhos, olharam para . – Eu... É... O caminho está livre. Vamos. – ninguém disse mais nada.
se martirizava de baixo do lençol por ter feito ver isso, mas se tranqüilizou quando se lembrou do que Math dissera: os dois só estavam juntos por que seu irmão queria. Ele ajudou afinal, não poderia ser contra. “Mas que droga” pensou a menina “ele bem que poderia ter feito um escandalozinho, ou ao menos se mostrado interessado, ou abalado pelo beijo”.

se controlava, não olhou uma vez se quer os olhos do melhor amigo, não podia transparecer seu estado de espírito, não era justo.

Toc, Toc.
- Entra. – Disse Sarah, desanimada. – Mas o que está havendo aqui? Quem est...
- Buuuuuuh! – saiu de baixo do lençol, assustando até os meninos.
Sarah começou a chorar de emoção.
- Você está maluca? O que faz aqui? – a menina desceu da maca e foi abraçar a mãe, que ignorou a dor que estava sentindo pelo aperto de saudade.
- A gente violou a segurança, precisava te ver, tia Sarah. – explicou também indo abraçá-la, mas com menos força, ciente de que deveria estar dolorida.
- Vocês são muito malandros, só poderiam ser meus filhos mesmo! – Sarah também considerava como seu filho, o que complicava ainda mais tudo aquilo. – Mas quem é este rapaz quietinho aí?
- Hãa, meu nome é Matthew Connowell, sou amigo de infância de . Vim ajudar, prazer. – Deu um sorriso amarelo.
- O prazer é meu de finalmente conhecer algum amigo de , ele nunca levou nenhum de vocês lá pra Hereford, acho que era por ciúmes da irmã. – Falou a última frase como se fosse um segredo, sabia que irritava .
- Que ciúme o que! – se defendeu – É apenas proteção, tá?
- Tanto faz, ! – se impôs, querendo acabar com aquele assunto antes que sua mãe soubesse da verdade sobre Math.

As duas começaram a conversar e puxou o amigo para um sofá do canto do quarto, conversando baixinho.
- Math, o que você acha que devemos fazer? A gente pergunta o que aconteceu com Kevin?
- Sei lá, cara. A mãe de parece bem, talvez não seja nada.
- Alguma coisa era, ele nunca agiu deste modo por nada. Estava muito bravo. – os dois assentiram, concordando em perguntar. – Hãa, desculpa atrapalhar a falação de vocês duas – brincou – Mas Sarah, o que aconteceu com Kevin? Nós o vimos no elevador e ele nem nos percebeu, estava ao celular completamente bravo.
Antes de conseguir explicar, se exaltou.
- O QUE? Vocês viram meu pai no elevador? VOCÊ MENTIU PARA MIM, MATTHEW!
- Não, , não é isso.. É que... – ele ficou nervoso, não conseguia se explicar.
- Nós nos preocupamos com você, continuou a embolação do amigo – Pensamos que sua mãe poderia estar mal, não queríamos te chocar desta maneira, então fui investigar.
- Que bobagem, estou bem – Sarah falou. – Mas não sei se sua mãe está, .
- MINHA MÃE? O que ela tem? – exclamou visivelmente preocupado e surpreso.
- Não sei ao certo, mas Kevin ficou assim depois de ligar para ela. Parece que descobriu algo sobre a viagem não ser de verdade, não sei bem.
- Ai, meu deus, o que minha mãe ta aprontando agora?
- Não deve ser nada, gente, meu pai estaria REALMENTE bravo se fosse alguma coisa assim. – tentava tranqüilizar o assunto.
- E ele estava! Você tinha que ver a cara dele – dizia inquieto.
- Teria visto se vocês tivessem me mostrado!
- Chega, vocês! – Sarah bronqueou – Seja o que for, Kevin e Rebecca resolverão! Agora é melhor vocês irem, daqui a pouco a enfermeira vem aqui e vai pegar vocês!
- Não quero sair, mamãe! – agarrou em Sarah feito uma criancinha.
- Ai, minha filha, tá doendo. – reclamou baixinho, para não ferir os sentimentos da filha.
- Desculpa.
- Vamos, . – a pegou pelo braço e ela se deitou na maca.
- Tchau, mãe! – a menina acenou antes de se cobrir com o lençol, e os meninos repetiram o gesto com a mão.
- Tchau, filhinha, tchau, meninos... – a mãe sorriu e brincou – Vocês ficam realmente bonitos vestidos de médicos! – dando uma piscadela no final.
- É o cabelo de e os olhos verde mar de Math, mãe! – brincou também. – A roupa apenas os realça.
Os meninos riram e saíram discretamente pelo corredor.

Desceram pelo elevador e entraram no armário novamente.
- Ufa! Essa roupa sua muito! – Math disse aliviado, tirando o uniforme verde.
- Esses lençóis também! – concordou.
- Bom, gente, nossa missão está cumprida! – disse orgulhoso. – Agora vamos devolver os crachás e sair daqui antes que alguém suspeite de algo.
Devolveram os crachás, agradecendo imensamente a mulher e entraram no carro, rumando para a casa.

- Já é tarde, vou para casa. – Matthew ia dizendo ao chegarem à casa de e .
- Já vai, é? – perecia triste.
- Preciso, amanhã tem aula. E você, , nem pense em faltar de novo. Ta perdendo muita matéria e aquela Stephanni vem encher meu saco!
- Mas se ele for eu vou ficar sozinha – a menina interrompeu.
- Vou te levar amanhã ao colégio, , a diretora liberou – se pronunciou pela primeira vez – Agora vamos deixar Math ir embora e vamos dormir, tô com um pouco de dor de cabeça ainda.
- OOOOOOOOBA! – exclamou
- Meu deus! Nunca vi ninguém feliz por ir para escola – Matthew falou abismado.
- Tô entediada! – explicou – e eu não posso perder mais nenhum dia do segundo ano, depois eu repito e já era!
- Você tá no segundo, ? – Math fez uma cara preocupada.
- Sim, por quê?
- Boa sorte, é a mesma classe que a namoradinha de .
Pronto, ferrou! Stephanni na classe de ? Agora a menina entendera o porquê não queria que ela fosse à escola. Isso iria dar o que falar!
- Vai embora, seu trouxa! Vai dormir! – disse bravo.
- Desculpa, cara. – Matthew cumprimentou o amigo e deu um beijinho tímido em , fazendo virar a cara simultaneamente. Isso seria pior do que pensavam.

entrou na casa e se sentou no sofá, parecia triste. se preocupou.
- O que foi, chuchu?
- Tô preocupado com a minha mãe.
- Relaxa, meu pai foi atrás dela, nada vai dar errado, ela vai ficar bem. Lembra de quando nós éramos pequenos e eles brigavam?
- Lembro... Eu sempre te ligava e você me acalmava.
- Sim! E teve aquela vez que eu estava aqui e eles estavam discutindo, lembra também?
- Claro. Foi a primeira vez que minha mãe traiu seu pai e nós descobrimos.
- Sim, e depois tudo deu certo. Como vai dar agora!
- Sabe, , eu tenho dó do Kevin. Nunca pensei que alguém pudesse agüentar tanto a minha mãe como ele agüenta.
- Ai, , não fala assim...
- É serio, eu até me lembro de quando eu era bem pequeno – o menino fez uma cara ainda mais triste com as lembranças – a cada três meses nós nos mudávamos de casa e eu tinha um novo ‘pai’ e novos ‘irmãos’, isso foi traumatizante, sabe? Mas eles eram maus, e minha mãe nunca se contentava, até que conheceu Kevin e ele fez bem para nós. Pode ser maldade ou até desumano, mas foi a primeira vez que eu não me lamentei por ter perdido o meu pai, mas sim por ter ganhado outro! E você foi a parte que me fez feliz, a razão pela qual eu não me sinto triste quando lembro do meu pai de verdade, sei que a morte dele te trouxe a mim.
- Ai, , pensar assim é assustador!
- Não, você sabe que você e seu pai são uma bênção na minha vida, e deveriam ser na da minha mãe também, mas parece que ela não percebe, e eu acho que ela voltou a não se contentar.
- Como assim, ? O que você está insinuando? Você acha que... Espera ai! – ela fez uma cara abismada – Você acha que Rebecca está...
- Sim, traindo Kevin – o garoto terminou a frase.
- Não, ela só deve ter voltado de viagem antes e meu pai não entendeu certo por que estava no hospital e coisa assim...
- Voltou antes? Então onde estão as coisas dela? Você vê alguma ruiva aqui em casa? Pára de ser tão ingênua, !
- Calma, , eu só estou tentando amenizar as coisas.
- Desculpa, pequena, eu só não sei o que fazer com minha mãe.
- Heey... – se sentou ao seu lado afagando sua nuca – tudo vai dar certo! - Espero que sim.
- VAMOS VER TV! – ele sempre se assustava com os picos repentinos de adrenalina da menina, mas era divertido.
acabou adormecendo com a cabeça no colo de , ela ficou com dó de acordá-lo e o deixou lá, indo dormir no andar de cima. Sentiu-se um pouco mal, pois pela primeira vez dormiram em quartos diferentes em quanto estavam na mesma casa. Prometera a Math que suavizaria o contato desnecessário com . As coisas estavam mudando e teriam que aceitar isso.

13. Anjos enciumados.


- Aii – exclamou o menino –, que merda!
se assustou com o barulho da TV e caiu do sofá. Levantando meio tonto, desligou-a e subiu as escadas, se perguntando onde estava. Ao abrir a porta de seu quarto lá estava ela, dormindo, tranqüilamente. Parecia que não precisava mais dele. Sentiu um aperto do lado esquerdo do peito, sua menina já conseguia dormir sozinha. Saiu triste de lá e foi dormir na suíte máster, assim era melhor.

- – ouviu alguém sussurrando – ... – parecia até um fantasma, chegava a ser relaxante! - ACORDA CAÇAMBA!
O menino caiu de novo, dessa vez da cama.
- Aaaah não, de novo não. Assim vou ficar roxo – olhou para cima e deu de cara com , já toda arrumada e sorria da forma como ele dissera ‘roxo’.
- Bom dia, meu docinho. Dá para você levantar e se arrumar? Vamos chegar atrasados!
- Calma, , ainda tem quinze minutos para tocar o sinal – disse , se levantando, bocejando e coçando a cabeça.
- E você acha que quinze minutos é muito? – perguntou indignada.
- Claro que é. Não preciso de três horas para me arrumar pro colégio. – disse se referindo a menina e passando por ela com ar de bravo, entrando no banheiro.
percebera o que sua atitude da noite passada resultou no irmão e ficou triste por saber que teria que ser assim.

Em cerca de três minutos, já estava pronto e gritava no andar de baixo.
- Vaaamos, , não era você que estava com pressa?
- Pronto! Tô pronta!
Saíram de casa e foram a pé, a escola era pertinho.

A entrada do colégio tinha um grande portão branco que dava passagem entre muros bem altos. Quando se ultrapassava podia ver o gramado frontal e o prédio. Atrás tinha o pátio onde havia uma única e enorme árvore bem no centro, e no final do terreno umas um pouco menores, mas mais bonitas. As mesas ficavam espalhadas por todo o espaço e a cantina tinha acesso para lá, igual ao ginásio.

- Amooooooooooooooor! – uma morena castanha, de olhos azuis, busto avantajado e bumbum empinado agarrou .
olhou incrédula.
- Eu vou ter que me acostumar com isso. – disse a si mesma, avistando as meninas um pouco mais a frente. Sem olhar de novo para a troca de saliva. Foi ao encontro delas.
- Oi, gente – falou simpática.
- Oi, – elas responderam e continuou.
- Matthew está atrás de você, amiga, nunca o vi dessa forma. Ele vai pir...
Não conseguiu terminar, já que Math a interrompeu chegando de surpresa e dando um beijinho em .
As meninas não ligaram, uma vez que seus namorados chegaram junto com o menino.

O sinal tocou e eles entraram. Cada um de mãos dadas com seu devido par.
Antes de atravessar a porta principal, olhou para trás a procura de e Matthew a entendeu.
- Ele some às vezes antes das aulas, relaxa. Você ficará surpresa o quanto muda no colégio.
- É, da para perceber...
- Não fica assim, nós sabemos como ele é. E no final ele é o nosso de sempre.
- É, você tem razão – a menina se conformou com tal notícia, e acompanhou os amigos para dentro do colégio.

O corredor estava cheio e a menina estava ficando tonta, em Hereford era tudo um pouco menos lotado. Sua mão direita, que estava dada com a mão esquerda de Math, parecia ser fuzilada por todas as garotas ali presentes. Até as acompanhadas, isso a fez se sentir um pouco mal.
- Ali fica a sala da diretora – Math começou, fazendo-a sair de seu transe – passa lá antes da aula para ver a senha do seu armário. A sua sala é aquela ali – apontou para o fim do corredor – A professora te dará a grade de aulas e se você quiser depois eu te ajudo a procurar as salas.
- Muitíssimo obrigada, Math! Você está sendo o salvador da pátria. Estaria perdida sem você – depositou um beijinho envergonhado nele e percebeu que todas as garotas a olhavam feio e falavam coisas sobre ela como: “quem ela pensa que é?” ou “Math era meu! Essa baranga não vai tirá-lo de mim”. Estava se sentindo cada vez pior. Por que não gostavam dela? Nem a conheciam. Matthew pareceu nem notar.
- Minha sala fica no andar de cima. Quer que eu te deixe na sala da diretora? “Ah, claro. E ser aniquilada por todas as meninas do colégio.” Pensou .
- Não, não Math. Não precisa, eu já sei chegar lá. Obrigada.
- Tudo bem, então... – deu outro beijo em , esse um pouco mais intenso, fazendo os olhares queimarem sobre a garota.
Subiram os meninos e as meninas. Menos , ela era um ano mais nova, assim como .
- Hey, , estamos na mesma classe, não é?
- Estamos sim, . Ainda bem que tem alguém conhecido. Estava ficando louca já. Essas meninas parecem não gostar muito de mim.
riu da amiga e explicou o motivo.
- Mas é claro que elas não vão gostar de você, . Você é nova, o que já as fazem querer distância, esse povinho preconceituoso – pensou alto a última parte – e ainda por cima você estava de mãos dadas e beijando Math – disse incrédula.
- E daí? – perguntou, se sentindo cada vez menor com tantos olharem em sua direção.
- E daí, ? Como e daí? Matthew é um dos caras mais desejados pelas garotas do colégio. Para dizer a verdade, os cinco são! Malditas cachorras – pensou alto de novo - mas os McFly’s já estão um pouquinho rodados, o que afasta as barangas, porém Math não aceita qualquer uma, todas o querem pois nenhuma pode ter.
- Ai, mas...
- Amiga você não sabe o que tem em mãos.
- É, , eu tenho medo disso.
- Relaxa, , deixa acontecer. A nossa sala é aqui. Você tem que ir à diretoria, quer companhia?
- Claro! Aí você aproveita e perde a aul...
- Já para dentro, Srta. – a professora de literatura inglesa interrompeu a garota. Que fez cara de ‘eu tentei te ajudar’ e saiu em direção à secretaria.

Ficou lá pouquíssimo tempo, mas foi o suficiente para sua simpatia contagiar a todos, ela já fora convidada pela treinadora, para o teste de Líder de torcida, e pela bibliotecária, para o clube do livro.
Estava feliz. Mas sua alegria não durou muito. Ao sair da secretaria foi atrás do seu armário para arrumar as coisas, estava um pouco perdida, subiu e desceu as escadas. Não fazia idéia de onde estava. Ligou para , quem sabe ele aparecera, mas ele não a atendia.
Tentando se encontrar decidiu descer todas as escadas e ir para sua classe no térreo, depois alguém a ajudava a procurar seu armário. Ao terminar de descê-las, deparou-se com sua cena menos predileta, se pegando com a tal da morena bonita no corredor, seus dentes trincaram, teve vontade de chorar e de gritar. Mas ela nada fez, esperou um pouco mais, mas parecia que não acabaria tão cedo. Não podia ficar ali e nem passar por eles, resolveu subir as escadas novamente e parar no corredor de cima, sem saber para onde ir. Bateu na cabeça quando lembrou que subiria as escadas para a sala de aula, não acreditava que a professora sempre engolira que ele chegava tão atrasado. Quando se virou procurando uma saída surpreendeu , que passou da pose de ‘gostosão’ para o ‘senhor preocupado’.
- ! – espantou-se – O que você está fazendo aqui?
- Hoje é meu primeiro dia, não se lembra?
- Mas é claro! Eu não quis dizer isso, eu quis...
- Eu sei muito bem o que você quis dizer – interrompeu-o curta e direta – Mas não se preocupe, já estou saindo do seu andar, não quero espantar suas garotas.
- Pára de ser besta – riu, pensando ser piadinha.
- Pára de rir sozinho, você parece um idiota.
- Hey, calma, , eu só fiquei surpreso em te ver aqui em cima.
Ela o olhou com desprezo.
- O que aconteceu agora? Por que você está me olhando assim?
- Você REALMENTE não sabe o que fez?
- Adoraria que você me explicasse, .
- Faz assim, por que você não pede para sua namorada de bunda grande te explicar? – seu tom de voz já estava fora de controle.
- Ow, respeito, ela tem nome!
- Respeito é mão nos peitos e eu aposto que você nem sabe o nome dela! – ela estava ficando realmente brava e magoada.
- , não deixe o seu ciúme besta baixar o seu nível.
- Isso não é ciúme! É bem pior, idiota!
- Por que está falando assim comigo, eu não te fiz nada!
- VOCÊ NÃO FEZ MESMO! – agora estava sentindo os olhos lacrimejarem e controlou seu tom para que não os escutassem – Não fez absolutamente nada, nem lembrou que hoje era MEU PRIMEIRO DIA numa escola nova, de uma cidade nova. E você sabia o quão importante era, o quanto eu estava animada! – arfou e ele a olhava confuso, tentando entender suas palavras atropeladas – Aqui é muito cheio sabia? E muito confuso. Depois que saí da secretaria fui procurar meu armário e me perdi, não sabia onde estava! Esse lugar é imenso! Tentei te ligar, mas adivinha? Você não me atendeu e quando eu decido ir para o único lugar que conheço, adivinha de novo? Você estava se agarrando lá. E foi aí que eu entendi onde você estava. Onde você preferiu estar ao invés de me ajudar! – já estava chorando, se sentia traída, decepcionada por alguém que pensara que jamais faria isso.
- Matthew não te ajudou? Eu pedi isso a ele! Nem para isso ele serve. – bufou o garoto.
- Ele foi maravilhoso. Mas você não entende, não é? A única pessoa que eu esperava que me ajudasse e me acompanhasse hoje era você! Era tudo que eu esperava, mas você achou mais conveniente pedir para Math ficar no seu lugar enquanto se agarrava com uma qualquer – fungou – Quantas lágrimas a mais terei que derramar pra você perceber que não tem como alguém te substituir? Isso chega a ser ridículo!
O silêncio tomou conta do ar.
- , o Math...
- Quer saber, . – interrompeu – Matthew fez um ótimo trabalho. Me salvou. Ele foi meu anjo.
A última frase saiu engasgada, ela não queria dizer isso, sabia o quanto atingiria seu irmão em cheio, mas acabou dizendo. O menino sentiu o chão desmoronar. Tentou dizer alguma coisa, mas sua voz não saiu. Estava paralisado. A menina passou por ele e fez menção de descer as escadas, mas ele se pronunciou antes, fazendo-a virar.
- Isso não é justo! – disse, também com a voz embaraçada por causa do choro – como eu poderia imaginar isso? Como eu saberia que você preferiria que eu fizesse isso?
- Você devia saber disso, devia sentir isso!
- Eu nunca quis que ele tomasse o meu lugar, , mas foi você que o colocou neste posto! Você o escolheu não escolheu? Ele é seu namorado agora, é o dever dele fazer essas coisas, não é?
- É, você tem razão. – disse séria, sem forças para continuar a brigar.
- Nunca pensei que ninguém fosse capaz de tomar meu lugar – ele falou cabisbaixo, como se para si mesmo, sem forças também.
- Lembre-se que não fui só eu que o coloquei no posto de MEU namorado – sua voz tinha um tom de acusação.
- Eu sei – ele revidou triste demais, ainda cabisbaixo.
Ambos começaram a chorar, estavam um pouco mais próximos agora.

Matthew sabia que se não fosse avisar ele se atrasaria e perderia o tempo para fazer a atividade que valia ponto. Se não fosse por ele certamente o garoto faltaria em todas as primeiras aulas só para se pegar com Stephanni, ele sempre perdera a noção do tempo e Matthew o avisava sempre que possível.

- Professora, posso ir no banheiro?
- Ir AO banheiro pode, Matthew! – ele sorriu fofo pelo erro e saiu.
Ao dobrar o corredor encontrou o que não esperava, lá estava , mas a menina a sua frente não era Stephanni, era . Observou um pouco, se aproximando. acabara de dizer algo com a cabeça baixa e ambos pareciam muito tristes. Ele não queria se intrometer, mas a insegurança era enorme!
o avistou chegando e levantou a cabeça, fazendo se virar.
- Tá tudo bem, gente? – perguntou Math, um pouco hesitante e confuso.
- Com certeza, é por isso que a gente está chorando, idiota. – disse grosso.
- Hã, desculpa atrapalhar – Math não entendera tal agressão.
- O que você tá fazendo fora da classe? Não basta roubar meu posto quer tomar conta da nossa briga também? – estava bravo, muito bravo!
- Você bebeu, ? O que você tem?
- Tenho raiva de intrometidos – podia-se ver o sangue nos olhos dele e estava sem reação.
- Para sua informação, seu trouxa, eu vim aqui para te avisar que a hora de comer a Stephanni tinha acabado e que você iria se ferrar se não voltasse agora para a sala.
ia responder, mas se colocou na frente.
- Você sabia que estava com Stephanni? – ela estava indignada.
- Sim – respondeu inocente e a menina ficou brava também.
- Ain, mais que ódio! Por que vocês dois tem de esconder as coisas de mim? Qual o problema de vocês?
- Nós queremos te proteger, só isso! – Math se defendeu e falou em seguida.
- Fale por si só, você é o anjo dela, e ela não precisa de dois pelo jeito... – fitou a garota magoadamente e saiu em direção à sala.
- , eu não sei o que fazer, eu nem sei o que está acontecendo...
- Relaxa, Math, não se pode fazer nada agora, não se preocupe com ele, ele é um idiota – desceu as escadas rumo a sua classe e Matthew ficou parado tentando entender o porquê de tanto drama e acusação. A verdade é que nem eles sabiam o porquê de tudo isso, mas estavam magoados. Ela se sentia abandonada e ele se sentia traído. As coisas estavam realmente mudando.

terminou de descer as escadas e bateu na porta de sua sala, pedindo permissão para entrar. se preocupou, a menina estava um pouco vermelha ainda, mas ninguém mais pareceu reparar.
- Classe, essa é Srta. , ela foi transferida de Hereford e ficará conosco de agora em diante. Pode se sentar com a Srta. Stephanni, já que ambas se atrasaram. – estremeceu, por que logo ela?
- Mas professora – Stephanni protestava –, eu posso fazer com outra pessoa, sem problema algum.
revirou os olhos e se sentou ao lado da garota.
- Fica quieta – a professora bronqueou – façam o que está pedindo na lousa e me entreguem no final desta aula, só faltam 25 minutos. – ela era má, mas gostou dela, pelo menos desagradou à pessoa desagradável ao seu lado.

Fizeram a tarefa em silêncio, individual, contra o pedido da professora.
Na troca de aulas, Stephanni foi com sua turma e se juntou com , que estava conversando com uma menina.
- , essa é a Marie. Marie, . – elas se cumprimentaram, sorrindo – Hey, amiga, por que você estava mal? – perguntou, era incrível seu poder de percepção.
- Ai, , nem quero falar nisso, eu briguei com o e o Matthew entrou no meio e sei lá, foi muita coisa ao mesmo tempo. Em um momento eu estava brava, depois ele ficou bravo e aí nós dois ficamos bravos com Math, coitado.
- Ai, querida, não fica assim – Marie afagou os cabelos de gentilmente – Você está pegando o cara mais delícia e lindo do colégio, você devia estar feliz!
As meninas riram do modo que Marie falava, e já estava um pouco mais animada.
- Pois é... Mas é tudo culpa do e daquela vaca – olhou incrivelmente matadora na direção de Stephanni, que zoava alguém da primeira carteira.
- Pera aí! – Marie exclamou – você pega o também? Que poder todo é esse? Me empresta um pouco do seu mel!
- MARIE! – chamou sua atenção – Pelo amor de deus, essa é a , a menina que eu te falei ontem! Irmã de , peguete de Math. Lembra?
- Uuuuuuuuuuh, desculpa. Sou meio atrapalhada.
- Imagina – acabou dizendo, rindo da situação.

Estavam sentadas numa mesa, era hora da saída. não vira no intervalo tampouco nas trocas de aulas.
- Ai, to com fome – resmungou, sentando-se ao lado de .
Do outro lado da mesa se encontrava e , que não se desgrudavam nunca, e , conversando no celular.
- Sabe que eu também, . – concordou.
e chegaram logo após e a mesa já estava cheia. Conversavam animadamente e estava incomodada com a ausência de e Math.
- HEEEEEY, GENTEEEEEEEEEE! – ouviu-se alguém gritando e todos olharam Matthew correndo muito! - VOCÊS NÃO VÃO ACREDITAR! – parou com as mãos nos joelhos e ofegante – eu... conse...gui...
- Calma, Math! – pediu – fala devagar que não dá pra ouvir!
- É que assim, eu liguei lá para uma mulher, que me passou outro número que aí eu liguei e ele me disse pra peg...
- Chega! – se estressou – fala logo!
- Não, não. Tá faltando o ! – Math contestou.
- Ele tá comendo a Stephanni – brincou e olhou para Math, confusa.
- Mas ele tem que ouvir isso! Sério!
- Vamos atrás dele então... – e se levantaram e foram procurá-lo.
Os outros conversavam em suas devidas duplas e se aproximou de Matthew, o qual também não conversara desde a discussão na escada.
- Math, eu queria me desculpar, eu estava brava lá na escada e...
- Relaxa, , eu é que não deveria ter me intrometido entre vocês dois. Desculpa.
Ela o olhou com os olhinhos brilhando, mesmo sendo a vítima ele se desculpou!
- Tem certeza que você quer contar alguma coisa para , hoje?
- Tenho certeza que ele vai ficar feliz, não importa o motivo daquela agressão toda sobre mim.
- A culpa foi toda minha, Math, me desculpa. – e lhe deu um beijo fazendo-o sorrir e brincar.
- Você pode se sentir culpada mais vezes, eu não me incomodaria.
Eles riram e depois se sentaram esperando pelo casal e .

Ao longe avistaram e , junto com e mais alguém. sabia que era Stephanni, mas não quis verificar, parou de olhar.
- Pronto, Matthew, já o trouxe aqui, está com uma parasita grudada, mas está aqui – falou, atingindo Stephanni. Eles nem faziam esforço para se gostarem, ela era rabugenta e eles não gostavam dela.
- Sem ofensas, . – reclamou.
- OK, OK. Eu vou falar então. – Math se pronunciou.
- FALAAAAAA! – todos disseram.
- Vocês vão tocar numa festa nessa sexta – disse indiferente.
- O QUÊ? – todos, menos Stephanni, perguntaram.
Começou a chover perguntas sobre Math e a animação foi inevitável. A namoradinha de se irritou.
- Ai, mas que saco! Para que tanta gritaria? É só um showzinho – ela bufou.
- E tem mais – Math continuou, fingindo que não ouviu o comentário - EU CONSEGUI O PUB NO SÁBADO!
- NÃÃÃO! – todos se surpreenderam, inclusive Stephanni.
- Agora sim! Vai ficar famoso, , amorzinho! – a menina se animou.
- Ahhh, agora você está interessada? – agrediu Stephanni.
- Não, eu ainda acho que vocês estão dando muita importância!
Fora a vez de se irritar.
- Se está incomodada se retire. Não fará falta a ninguém, pode ter certeza!
- O que você está fazendo aqui? Você não é a menina nova?
- Sim. E a pergunta é: o que VOCÊ está fazendo aqui? Esse é um momento especial para a banda e você está estragando.
- Eu tô aqui com o meu namorado, sua tonta. E pode parar de falar desse jeito que nem a minha mãe fala assim comigo – a essa altura todos já haviam parado de falar do show e assistiam à discussão.
- Tô vendo que terei que ensinar bons modos para sua mãe também.
- Vai se ferrar! Pelo menos a minha mãe não fica rodando a bolsa na RED LIGHT DISTRICT. (n/a: Red Light District é uma famosa rua de prostitutas perto de Londres)
- Ahh, sua vadia! – pulou em cima da menina que caiu no chão. Elas começaram a se bater e puxar os cabelos uma das outras. Os meninos foram apartar a briga enquanto as meninas apoiavam .
- VACA! PIRANHA! VAGABUNDA! – gritava. Enquanto Matthew a segurava pela cintura, de frente para ela.
- CAIPIRA! INTROMETIDA! MORA NO CHIQUEIRO, MORA? – Stephanni falava enquanto a segurava. Os meninos seguravam suas namoradas.
a soltou.
- Ela é minha irmã, Stephanni – disse bravo e seco.
- Você nunca me contou que tinha uma irmã! – revidou brava.
se soltou de Math e foi na direção de .
- Você também não contou de mim para ela? – perguntou incrédula.
Agora as duas estavam contra . Stephanni saiu batendo o pé e olhou para ele magoada e furiosa. Ele também estava magoado com ela.
Ao invés de se explicar com , puxou Math de canto e pediu.
- Leva a para casa? Preciso resolver tudo aqui. – correu atrás de Stephanni, deixando ali uma machucada e raivosa.


14. Uma canalhice misteriosa.


- Você vai ficar bem, ? – Math insistia em perguntar. Estavam na varanda da casa dela.
- Pode ficar tranqüilo, Math, eu vou ficar bem. Vai cuidar da sua irmãzinha.
- Um milhão de desculpas, eu prometi pra minha mãe. Me liga qualquer coisa, tá? – ele a deu o número do celular e um beijo. Andando pela rua logo em seguida.
Ao ver Math sumindo com a distância, entrou na casa.
Reparou que tinha algo diferente e sentiu um cheiro conhecido no ar.
- PAAI! Tá tudo bem? – perguntou a ele, que estava segurando umas coisas.
- Tô de saída filha, depois eu explico tudo a você e ao ! Eu te amo – deu um beijo em sua testa e saiu de casa.
A menina estranhou, ele nunca falava assim. Se fosse num dia normal ele diria “a você e ao seu irmão” e não “”.
Ela subiu as escadas correndo, adentrou ao quarto e se deitou na cama. Estava tudo fora do lugar. Ficou ali fitando o teto até pegar no sono.

chegou em casa e viu que estava silenciosa. Subiu as escadas à procura de que ainda dormia. Sentou-se no chão ao lado da cabeceira da cama e a observou dormir. Sua expressão era serena e delicada. Passaram-se alguns trinta minutos, ele se levantou e se pôs sentado no almofadado abaixo da janela, que dava para o jardim da frente. Mais alguns trinta minutos e uma voz lhe assustou.
- Por que não contou a ela também? Por que você esconde que eu existo? – contestou de pé ao seu lado, observando o jardim.
- Por que você é especial demais – respondeu, tirando os olhos do jardim para olhá-la.
- Isso não faz sentido, .
- , elas não suportariam... – ele se sentou de frente pra garota, fazendo-a olhá-lo – Não agüentariam saber que eu faço tudo por você. Que as deixo de lado por sua causa e não por qualquer outra desculpa que dou. Eu vivo por você, pequena...
A menina não mudou sua expressão vazia e difícil de se ler. Apenas escapou do menino e se apoiou na outra janela que não tinha o almofadado, era uma janela comum. Ficou fitando o quintal. Ele se levantou e foi para a mesma janela, acompanhando a menina.
- Você lembra, ? Aquele dia de natal... Foi bem ali. – e ela apontou para fora.
- É. Foi bem ali que eu vi a menininha mais bem agasalhada e vermelha, chorando por causa de um boneco de neve fracassado!
- E você ainda me disse que era o melhor boneco que você já viu.
Ambos riram com a lembrança.
- Tudo era bem menos complicado, ... – disse triste.
- Vem, vou te mostrar uma coisa que ninguém nunca viu.
Ele pegou a mão de e a guiou para se sentar na cama. Ela foi. Ele entrou no armário e bisbilhotou em um monte coisa. Até que tirou uma caixa velha. Chegou perto e se sentou no chão. desceu de lá e se sentou junto dele, ficaram apoiados com as costas na cama.
abriu a caixa e revelou muitas coisas antigas. Mas eram coisas que se lembrava. - A bola de gude que você pegou de mim – se surpreendeu.
- Que eu ganhei de você! Justa e honestamente!
Ela ia revidar até que viu algo que lhe chamou a atenção. Ela olhou admirada e falou quase sem voz.
- A flor do meu primeiro baile.
- Essa mesmo...
- Nós devíamos ter uns 12, 13 anos, não é?

*flashback* on
- Oi, . – A menina olhou para trás surpresa com a saudação, nem conseguiu responder – Tá tudo bem?
- Hã, claro, Lennon. Oi. – o menino riu com sua graça.
era bonita, mas não era considerada uma das meninas mais bonitas pelo fato de ser excluída e tímida.
Estava encostada no seu armário do colégio e o menino na sua frente.
- Então, sabe o baile de sexta à noite? – ele perguntou, cheio de segundas intenções. Lennon era o Cara mais popular e gato da sétima série. Por que estaria falando com ela?
- Sei... – ela respondeu tímida e inocentemente.
- Você vai comigo, né? – o convite foi presunçoso, mas ela era apaixonada por ele fazia uns belos dois anos.
- Cla...claaro que sim. Quer dizer, por que não? – disse atrapalhada, mas logo se lembrou de que viria só para levá-la – Na verdade, Lennon, meu meio irmão vai vir me levar e...
- E você vai preferir ir com o seu irmão a ir comigo? - perguntou incrédulo.
- Não. – revidou de imediato, não podia perder a chance, o baile seria daqui a um dia, teria que arranjar um jeito de dispensar ...
- O.K. Me espera amanhã que eu te pego as 17h30, certo?
- Certo.
Ele foi embora e ela saiu flutuando para casa, nem acreditava que isso estava acontecendo! Mas também estava com medo, pois teria que dar um jeito de não magoar .

Chegou em casa e o telefone tocou.
- Alô?
- ?
- Hãa, oi, ! Queria falar com você mesmo!
- Ahh, tá, fala você primeiro...
- É que assim... Sabe o baile de amanhã?
- Sei.
- Sabe o... – ela se interrompeu, não podia falar que trocaria Lennon por ele!
- O quê, ?
- Não, nada. É que eu não vou mais... Vou dormir na casa de uma amiga vai ser mais divertido!
- Maas... eu...
- Desculpa, , sério! – ela estava se corroendo de dó! – mas será chato e você pode vir só no sábado para cá, aí a gente aproveita.
- Hã, se você prefere assim, tudo bem para mim...
- Então, tá! O que você queria falar mesmo?
- Não, é que eu ia falar que eu iria me atrasar mesmo, ainda bem que você não quer ir mais...
- Ahhh, que bom então...
- É...
- Até sábado, chuchu!
- Até, minha linda.
Desligaram o telefone.

- E aí, , o vestido é rosa, não é? – Kevin, pai de , perguntou ao enteado.
A verdade era que havia ligado para a menina, pois queria saber a cor do vestido, assim poderia comprar a flor com a devida cor combinando.
- Não sei, Kevin, ela disse que não quer ir mais...
- Como assim?
- Falou que será mais divertido se for dormir na casa da amiga.
- Estranho, ela sempre esperou por esses bailes...
- Pois é, mas nunca esperou que o irmão bundão a levasse...
- É, você tem razão!
- Heeey!
Os dois saíram se batendo feito crianças, se entendiam perfeitamente.

- ! – Sarah gritava o nome de sua filha.
- Fala, mãe!
- Que horas chegará amanhã?
- Então mãe... É que... – não quis contar o ocorrido, então inventou – ele vai me pegar aqui na porta de casa e já vamos direto, pois chegará atrasado e tal...
- De mala e tudo?
- Vai trazer pouca coisa... Qualquer coisa eu coloco na escada e você pega mais tarde.
- Vocês só inventam, viu... Bom, aqui está seu vestido – e lhe entregou.
O vestido era cinza cor de gelo, batia um pouco a cima do joelho. Tomara-que-caia com uma única alça que envolvia o pescoço, era perfeito.

A grande noite havia chegado, estava simplesmente maravilhosa! Parecia uma princesa moderna. Vestia seu primeiro salto agulha e era difícil de se equilibrar.
Sentou-se na varanda de entrada esperando Lennon passar para pegá-la.
Já tinha se passado das 18h e nada. 18h15 e nada... Estava ficando impaciente. Até que seu celular tocou.
- Alô?
- Oi, , é a Sabrina. Onde você está?
- Estou esperando o Lennon me pegar aqui em casa.
- Amiga, fiquei sabendo que ele voltou com a namorada e acabei de vê-lo com ela no canto do salão.
- O-o-o-o quê? Como assim?
- Ele tá te enganando, !
- Não pode ser!
- Mas é! Larga de besteira e vem pra cá dançar com a gente!
não respondeu, simplesmente desligou o telefone, subiu as escadas chorando e se trancou no quarto.
Sarah preocupou-se e antes que pudesse ir vê-la o telefone tocou.
- Pois não?
- Oi, Tia Sarah! É o , tudo bem?
- Oi, querido, tudo sim. Mas cadê você?
- Tô em casa, oras...
- Você não iria levar a para o baile hoje?
- Ela não te contou que não ia mais? Vai dormir na casa da Sabrina, acho...
- Não, você deve ter entendido errado! Ela está toda pronta esperando a mais de uma hora e agora está no quarto chorando!
- O QUÊ? Mas por que ela está chorando? O que aconteceu? Quem fez isso com ela?
- Não sei, meu filho, mas estou preocupada.
- Calma, Tia, deixa ela lá, estou indo prá ai! Devo demorar umas duas horas e pouco o trem deve estar vazio hoje! Mas eu chego!
- Mas...
Não deu tempo de falar nada, o garoto desligou o telefone.

- Quem era, ?
- Eu vou agora pra Hereford! – subiu as escadas e pegou suas coisas.
- Hey, hey, mocinho, como assim? – a mãe dele perguntou.
- Eu preciso fazer isso, mãe. precisa de mim!
- Mas que história é essa?
- O que tem a minha filha? – Kevin se intrometeu na conversa.
- Ela está precisando de mim! EU TENHO QUE IR PARA LÁ!
- Não, mas já tá tarde – Rebecca dizia – é perigoso! E ela disse que não precisava de você hoje!
- Mãe! CHEGA! Ela precisa de mim e não vou deixá-la sozinha!
- Você está ficando muito rebelde, menino! Me ajuda, Kevin! – ela pedia – O que eu faço com ele?
- Vem, , te dou uma carona até a estação do trem. – Kevin disse, pegando as coisas do menino e colocando no carro.
Ambos saíram ouvindo o som da gritaria de Rebecca.
- Desculpa, Tio, eu sei que você vai ter de ouvir um monte da minha mãe.
- Tudo bem, parceiro, a nossa menina precisa de você... Sarah me ligou agora pouco, parece que houve uma grande confusão.
- E que confusão! E agora ela está chorando e eu nem sei o motivo! Ela não me atende ao telefone!
- Calma, filho, a sua irmã ficará bem...
- É...

Kevin deixou na estação e se foi. entrou no trem o mais rápido possível e foi tentando descobrir o motivo disso tudo.
“Por que ela me disse que não iria mais e estava toda pronta me esperando? Nossa! Ela deve estar linda! Maravilhosa! Espero que goste da flor. Espera, ela está magoada, será que entendi tudo errado e estraguei tudo?”, ele estava se martirizando, como se a culpa fosse dele. Estão teve uma grande idéia. Entrou no banheiro e só saiu de lá quando estava vestido de acordo. Um smoking clássico e glamoroso. Estava realmente bonito.

O maquinista então anunciou a parada de Hereford e ele desceu, pegando um ônibus para casa de . A viagem total demorou duas horas e pouco. Estava com sorte, pois costumava durar mais, porém o trem estava vazio e não parou em quase nenhuma estação.

Toc toc
- Oi, meu querido! – Sarah abraçou o quase enteado, gostava muito dele.
- Oi, tia!
- Que bom que você está aqui! está lá em cima ainda e não quer sair do quarto, já me xingou inúmeras vezes hoje! Dá um jeito? Sei que só você consegue.
- Tudo bem, Sarah, eu vou lá.
Subiu as escadas e já sabia aonde ir, se sentia em casa.
Toc toc. O menino bateu.
- MÃE! EU JÁ DISSE! EU NÃO QUERO NADA!
- Sou eu, ...
A menina levantou da cama, toda borrada de maquiagem e o vestido amassado para conferir quem era.
- ?
- Eu. Abre, por favor...
- Como eu sei que é você mesmo?
- Poxa, pequena, é claro que sou eu.
- Prova.
- Quando eu tenho pesadelo você me faz cafuné e quando você quer cafuné você faz carinho no meu pescoço.
- Ah, oi, ... HEY, O QUE VOCÊ ESTA FAZENDO AQUI?
- Vim te socorrer...
- Não, , vai embora! SÉRIO!
- Hey, calma, meu amor. Abre essa porta, vamos conversar! Eu sei que você está precisando. Me fala, o que aconteceu?
- Não! Eu não quero que você saiba! Eu sou a pior pessoa do mundo! MAIS TRAÍRA E MAIS BURRA, IDIOTA!
- Eu sei, e mesmo assim eu ainda te amo! Abre, vai – fez uma voz dengosa e ela não resistiu, abriu a porta e olhou para o menino, que estava com uma cara curiosa, ela então começou a chorar ainda mais e o agarrou, depositando seu rosto no peito dele, que a abraçou.
- Calma, calma, vai ficar tudo bem. Shii...
A garota soluçava e a levou para dentro do quarto. Sentou-se na cama e esperou ela se acalmar.
- Pronto, , agora me fala o que aconteceu, por que você está aqui e não na casa da sua amiga?
- Não, grandão, não posso te contar...
- Como assim? Desde quando escondemos algo um do outro?
- Desde quando eu sou uma mentirosa idiota!
- Hey, eu sei que você mentiu para mim, O.K.? Mas eu não ligo, quero saber a razão.
- Você vai ficar bravo – ela o olhou com uma cara de dó extrema.
- Não importa, você sabe que deve falar...
- Como você pode ser tão maduro, ?
- É tudo por você...
Ela sorriu e prosseguiu contando.
- Eu menti pra você mesmo. Eu estava louca para ir ao baile! Você sabe...
- Claro! Você fala disso para mim desde os 7 anos de idade.
- É... E eu estava feliz em ir com você, mas...
- Mas?
- Lennon me convidou – ela terminou de falar e serrou um pouco os olhos esperando uma gritaria que não chegou.
- Ele te chamou?
- Aham...
- Eu tinha razão quando disse que você não queria ir com seu irmão... – falou, triste e bem baixo, mudando de assunto rapidamente - E por que você está aqui no quarto chorado e não no baile com o cara?
- Bom, ele me deu um cano, fiquei esperando ele umas 10 horas lá fora – ele sabia que devia ser uma ou duad horas, ou até 15 minutos, ela sempre exagerava – E quando eu fui ficar sabendo, ele estava na festa com a ex-namorada, e me deixou ali, plantada, no dia mais importante para mim....
Ele podia ver a mágoa em seus olhos e ela podia ver a fúria nos dele.
- EU DISSE QUE ELE ERA UM VIADO FILHO DA PUTA! Vou quebrar esse cara em dois!
Ela se surpreendeu, ele estava bravo com ele, e não por ela ter o trocado!
- Você não está bravo por que eu te dispensei por causa do Lennon? Nem vai me dar seu típico sermão do “eu te avisei”?
- Não, minha linda, hoje a noite é sua. Levanta, vou te levar ao baile.
- , você só pode estar brincado! Eu estou horrível! – e só agora ela foi perceber que ele estava de smoking e maravilhosamente lindo!
- Você nunca está horrível! E eu tenho uma coisa pra te deixar ainda mais maravilhosa!
Ele tirou do bolso uma caixa transparente e lá se encontrava uma flor de punho, uma das flores mais lindas que já vira.
- Ela é esplêndida!
- Seu pai tentou me convencer de comprar algo que combinasse com rosa, ele cismou que seu vestido era cor-de-rosa, mas eu sabia que não podia ser algo assim... Quando eu vi a flor prateada, alguma coisa dentro de mim disse que era essa que você mais gostaria.
- Essa ‘alguma coisa’ acertou em cheio! – seus olhinhos brilhavam e ele colocou a flor em seu punho. – , eu não sei o que dizer, eu fui uma trouxa! Desculpa...
- Desculpas aceitas, minha princesa – depositou um beijo em sua testa – agora vamos que o baile vai acabar...
- Certo!
Desceram as escadas e foram a pé para a escola. O clima estava agradável e ambos estavam felizes.

Na hora de entrar no ginásio, paralisou.
- Hey, o que foi, ?
- Não quero ver essas pessoas rindo de mim por causa do Lennon.
- Ninguém vai rir de você, e se rir eu quebro a cara deles!
Ela sorriu, mas não saiu do lugar. se pôs a sua frente e olhou em seus olhos.
- Não ligue para mais ninguém, não haverá mais ninguém. Será só eu e você, você e eu. – estendeu a mão e ela agarrou – Nossa! Como você está alta, é difícil te chamar de pequena assim...
- Hahaha, é esse salto maldito. Me segura antes que eu caia.
Ambos riram, foram em direção ao ginásio e entraram.
A decoração estava maravilhosa, os casais dançavam uma musica qualquer e animada no meio da quadra e em volta tinha várias mesas.
- Vem, vamos dançar. – a puxou para o meio da quadra.
- Eu não tive a oportunidade de dizer que você está simplesmente LINDO neste smoking! - ele corou – Hey, , obrigada por tudo. Você é realmente meu anjo...
- Não tem que agradecer, anjo meu, eu estou aqui para isso.
A música acabou. Começando uma bem calminha após.
- Me concede o prazer desta dança, madame?
- Mas é claro, ilustre cavalheiro.
Uma das mãos ele colocou na cintura da menina e com a outra ele agarrou a mão direita de , trazendo-a para bem perto do corpo. A mão livre da garota foi parar nas costas do menino e a dança começou.
Dançavam livres e estranhamente bem. Ela deveria estar nervosa com sua primeira dança, mas não, nem mesmo o salto agulha poderia assustá-la, ela estava nos braços de , nada a assustava ali.
No meio da dança ele envolveu os dois braços na cintura de e ela em seu pescoço. O contato visual era algo eletrizante e eles não estavam entendendo muito sobre esse sentimento. Era algo novo. Inusitado. Sem nem mesmo pensar seus rostos se aproximaram hesitantes. Suas respirações pesavam e podia-se ouvir os batimentos acelerados. Um beijo tímido e fofo aconteceu. Quem parou para olhar percebeu que era coisa de novela, nada assim aconteceria na vida real, até que, do nada, o alarme de incêndio foi ativado. Todos do ginásio saíram correndo, mas eles ficaram ali, parados, dançando de baixo do esguicho de água que caía sobre eles. O mundo era só deles, e ninguém mais existia...
*flashback* off
- Foi ali que eu realmente vi que você jamais me deixaria na mão, .
- E jamais deixarei mesmo...
Eles trocaram sorrisos. Ela começou a rir com a lembrança.
- Nós quase matamos minha mãe do coração quando ela descobriu que o alarme foi ativado e nós estávamos lá ainda...
- É! Mas ela ficou bem quando disseram que foi falso. Aquele maldito Lennon estragou o baile de todos!
- Menos o meu! Foi a melhor noite de todas... – ele sorriu, envergonhado – Sabia que aquele foi o meu primeiro beijo, ? – ele a olhou ternamente.
- Você sabia que foi o meu também?
- O QUÊ? Pára de mentir para mim! – ela exclamou, indignada.
- Estou falando sério, !
- Você está me enganando! E nem foi um BEIJO, BEIJO...
- Eu jamais te enganaria, e não desmereça aquele beijo, foi o melhor de todos... – eles se olharam, o ar estava pesado. – Por que a gente não continuou juntos? Quer dizer... é.... – ele estava quase se matando por ter falado isso, não estava bêbado para por a culpa na bebida.
Ao contrário do que ele imaginou, ela respondeu naturalmente. Um pouco triste.
- Ahhh, sei lá. Depois do fim de semana do baile você foi embora e tudo ficou diferente. Ou melhor, ficou igual ao que era antes do baile, mas com um novo detalhe que eu ainda odeio!
- Que detalhe?
- Você virou um canalha. – O olhou séria.
- Ah, , não é bem assim... É que... Eu... Sabe como é, né?
- Deixa, , não precisa se explicar...
- Eu quero me explicar, mas não dá... É complicado...
- Tudo bem, Grandão, mesmo você sendo um canalha, eu te amo.
Ele deu um sorrisinho meigo e a menina mudou o assunto quando avistou uma coisa desconhecia dentro da caixa.
- O que é isso? – perguntou com um pedaço de papel velho na mão.
- Espera que eu já volto – se levantou e rapidamente voltou com o violão, se sentando com o mesmo no colo.
- É a minha primeira composição... – respondeu à pergunta.
- Sério? E é tão ruim assim que você nunca mostrou pra mim?
- Eu nunca mostrei para ninguém! E não é ruim! É a melhor.
- Me deixa ver?
Ele assentiu e começou a tocar. (Teddy Geiger - I found an angel)


“Snow blankets the night - Neve cobre a noite,
And echoes back a time when we knew - e ecoa um tempo atrás quando nós soubemos
That innocence was right and loves tô be expected - que inocência era certa, e ama estar esperando.
We're falling off the edge - Nós estamos caindo do precipício,
Age loses fate - idade perde o destino,
But then I met you, girl - mas então, eu encontrei você, garota.

Christmas morning came - Veio a manhã de natal,
I found an angel - eu encontrei um anjo
In your eyes, your eyes - nos seus olhos, nos seus olhos.

Open up my heart - Abra meu coração
And let the spirit sink into my skin - e deixe o espírito afogar na minha pele,
Tô finally be alive - para finalmente ser vivo
And live for what matters - e viver para que os problemas
Surrounded by love and - se cerquem de amor.
I couldn't feel the joy - Não pude sentir alegria
But then came you my girl - mas, então, veio você, minha garota.

Christmas morning came - Veio a manhã de natal,
I found an angel - eu encontrei um anjo
In your eyes, your eyes - nos seus olhos, nos seus olhos.”




- A musica é linda, ela é...
- Maravilhosa, eu sei – a interrompeu.
- Quantos anos você tinha quando escreveu?
- Uns 13 anos... Mais ou menos.
- Mas... Como você se inspirou, quer dizer, do nada?
- Escrevi logo depois do baile... Do seu baile.
- Por que você nunca mostrou pra ninguém?
- Sei lá, eu fiquei meio hesitante, já que a música é pra você.
- É pra mim?
- Mas é claro! Não reparou nas semelhanças?
- É... Mas eu sempre acho que... – a menina ficou pensativa – Mas por que você nunca me mostrou essa música? É a única que você fez para mim, não é?
Ele a olhou no fundo dos olhos.
- Todas as minhas composições, sem exceção, são feitas pensando em você, . Todas!
- Até aquela do ‘traveco’?
- Hahaha, sim! Foi pensando naquela história que você me contou, lembra?
- Lembro, sim...
Ela o olhou admirada, sem saber o que falar. Então ela não estava ficando louca, eram todas para ela, mesmo. Encostou-se na cama, pensativa e ele ficou a observando. A vontade de beijá-la era inevitável, mas agora ele estava sóbrio, não teria desculpas.
“Ela me mata se eu fizer isso” – pensou.
- O que aconteceu com você e a peituda, digo, Stephanni?
- Terminei com ela...
- Sério? Mas por quê? Ela é tão legal!
- Hahaha, sua besta! Hahaha, ninguém agride a minha pequena assim! Quem sabe só eu... haha.
Ambos ficaram zombando de Stephanni e um do outro até que parou de sorrir e brincar.
- Que foi, ?
- Mas... Se a canção é para mim, e você escreveu depois do baile, por que você virou um canalha?
- Hã, eu não... Não acho que seja uma boa idéia, , eu não posso... Não devo... Não me pergunta isso, por favor... – ele estava sofrendo, dava para ver, ela estava curiosa e, de certa forma, magoada.
- Um dia você me conta?
- Eu conto. Um dia...


15. Posto de meio irmão, ameaçado.


Já era tarde e eles ainda conversavam. Sempre faziam isso depois de uma grande briga. Relembravam histórias feito dois velhos e contavam novidades e fofocas, como duas velhas.
- Sexta é o grande dia, não é?
- Sim! Nem acredito que o seu namoradinho conseguiu uma apresentação no pub e na festa! E tudo no mesmo final de semana! – ela mostrou a língua com o adjetivo que dera a Math, “namoradinho”?
- Seu trouxa! - Riu. - Mas calma, não precisa ficar preocupado!
- Mas eu não estou...
- Ahh, te conheço bem. Aquela multidão desconhecida te analisando de cabo a rabo. Imagina se você erra? Meu Deus!
- Mas eu não estou nervoso...
- Como não? O futuro da banda depende desta noite!
- Certo, agora estou nervoso!
- Relaxa, , você sabe que vai bem, você sempre vai quando você toca com os meninos.
- É, mas ninguém assiste!
- Eu sempre assisto! – ela exclamou com a palavra ‘ninguém’.
- Mas você é você, !
- Então imagine que sou só eu assistindo! Certeza que não vai dar errado – o menino sorriu com a proposta.
- Amanhã vamos ensaiar o dia inteiro, combinar as músicas e tal... Será divertido, você vai assistir certo?
- SIM! – sempre se animava com isso.

Passava das onze horas e o sono começou a bater.
- Grandão, acho que vou dormir... Tô com muito sono...
- Tudo bem, pequena. – ele depositou um beijo na testa da menina e se levantou, ajudando ela a se levantar em seguida.
deitou na cama, estava saindo do quarto e ela o chamou.
- ? – ele se virou.
- Diz, ...
- Quando eu cheguei meu pai estava aqui...
- Como assim? – se assustou com a notícia e se aproximou mais da menina, se sentando na cama onde ela estava.
- Eu cheguei em casa e ele estava de saída, disse que depois explicava tudo para mim e para o ‘’. Ele te chamou de ...
- Mas eu não fiz NADA! EU JURO!
- Eu sei! Ele estava com coisas dele e da sua mãe. Como se fossem passar um tempo fora ou algo assim...
Escutaram um estrondo forte no andar de baixo que os distraiu do assunto.
- O que foi isso, ?
- Sei lá...
- Tô com medo – disse assustada.
se levantou e pediu:
- Pega aquele taco de baseball e fica atrás de mim, não sai de trás de mim, ouviu?
- Tá.
Os dois saíram do quarto como se fossem fugitivos da madrugada. com o taco levantado e logo atrás dele. Desceram as escadas e viram que o barulho vinha da cozinha, mas parecia que o ladrão queria quebrar tudo e não roubar tudo.
- Vou entrar lá, .
- Não, !
- Aaaaaaaaaaaah – o menino levantou o taco e saiu rumo à cozinha, gritando. foi atrás, morrendo de medo.
- Hey, menino, que negócio é esse?
- Mãe? – deu de cara com sua mãe e Kevin. Estavam brigando feio, muito feio, como nunca brigaram antes – O que está acontecendo aqui?
- Pai? – a menina chegou logo depois, surpresa – Vocês quase nos mataram do coração! O que está acontecendo?
- É, Kevin, o que está acontecendo? – repetiu a pergunta não respondida.
- Meninos... – o pai de estava sofrendo, podia se ver em seus olhos – Perguntem a Rebecca, ela pode responder...
- Não, Kevin, não me faça fazer isso! – Rebecca estava desesperada.
- Você vai ter que dizer a eles, teve a coragem de fazer, AGORA ASSUME!
Os dois já estavam brigando paralelamente de novo, até interromper.
- CHEGA! – todos o olharam – Mãe, que besteira você fez agora?
Rebecca estava chorando. Era tão covarde que não conseguia falar.
- Tudo bem, Bec, eu conto para eles. Pode ir embora. – Kevin era tão bom e fofo, que ainda se importava com ela.
Rebecca se aproximou do filho e o abraçou.
- Eu te amo, desculpa por te fazer mal sempre!
- Mãe, mas... – ele estava sem palavras – Não tem importância, eu também te amo.
Ela pegou suas coisas e saiu pela porta. estava chorando aos prantos e sem entender nada. o abraçou e suplicou.
- Nos conte, papai, o que aconteceu com vocês?
- Assim, meus filhos – Kevin ainda insistia em chamar de filho – Todo esse tempo em que eu fiquei no hospital com Sarah, Rebecca não estava viajando.
- NÃO ESTAVA? – se surpreendeu.
- Bom, ela estava, mas não a trabalho...
- Eu sabia! Não te disse, , odeio ter razão! – falou raivosamente.
- Quando eu descobrir quem é eu vou acabar com a cara deste canalha filha da puta! – disse entre dentes.
- Vocês fiquem quietos! – Kevin bronqueou – Isso é entre eu e Rebecca. Bem que eu percebi que ela não estava com tanto ciúme de mim no hospital com sua mãe, .
- Ai, papai, sinto muito!
- Eu também sinto. Muito mesmo. Às vezes da vontade de internar a minha mãe. Ela não aprende! Ela não consegue ser feliz! Pelo menos você foi o que mais fez bem a ela...
- O pior é que ela deu a desculpa de que eu e Sarah estávamos juntos! OLHA QUE ABSURDO! Que ela não podia ser passada para trás e coisa assim...
- Minha mãe é muito insegura, Kevin – explicou.
- Muito mesmo!
- E agora, pai, o que vocês vão fazer?
- Não sabemos... Por hora eu continuarei a acompanhar Sarah no hospital. Rebecca irá viajar DE VERDADE a trabalho, quando ela voltar nós decidimos...
- Mas papai... É...
Ela não sabia o que falar. estava estático, envergonhado de dizer alguma coisa se quer.
- Meninos, não se preocupem. Nós somos adultos e cuidaremos disso. Agora preciso ir, odeio deixar sua mãe sozinha no hospital e eu preciso contar um monte de coisas para ela...
- Hey, calma aí, pai! Como você está em relação a tudo isso?
- Hã, eu sei lá... Não quero pensar nisso, sua mãe precisa de mim! – Deu um beijo em sua filha. – Eu te amo. – E se direcionou ao , que estava de cabeça baixa. – Não fique assim, você sabe que ela sempre se sai bem... Eu te amo, filho...
começou a chorar e abraçou Kevin.
- Eu também te amo, Pai.
Ambos ficaram ali e abraçou os dois. Não passou nem um minuto e Kevin foi-se embora.

estava pensativo e dava para ver o autocontrole segurando sua fúria.
- Vamos, , vou te pôr na cama de novo – falou secamente.
Ela deu a mão para o menino e eles subiram as escadas sem falar nada. Ele ainda sério e ela triste.
Ao sentar na cama, a deu um beijo na testa e ela o segurou pelo braço.
- Fica pelo menos até eu dormir? Por favor?
- Claro.
Ela deitou com o cobertor a cobrindo e ele se sentou na cama, encostando-se na parede, por cima do cobertor. Observava-a enquanto fechava os olhos. Não passou nem dois minutos, ela começou a soluçar de chorar e ele se assustou com tal reação. Passando de pensativo e bravo para preocupado. Ligou o abajur e exclamou.
- Mas o que está acontecendo?
- Nada... – ela soluçava no travesseiro. Deitada em posição fetal de costas para o menino. então apoiou os braços um de cada lado de seu corpo e falou, carinhosamente.
- Não precisa se preocupar com seu pai, ele ficará bem, você sabe...
- Não é com ele que eu estou preocupada... – respondeu com dificuldade, virando para cima e o encarando.
- Com a minha mãe? Iiiih, linda, pior! Ela sim ficará bem, sempre ficou!
- Não é com ela também! – estava quase brava.
- É com quem então? Não estou entendendo!
- É com você!
- COMIGO? – perguntou incrédulo.
- É!
- Mas... Eu to bem, meu amor... Não fica assim! Eu... Vou ficar bem.
- Não é você! – interrompeu, sentando na cama, já brava, e fazendo ir para trás, assustado, sentando-se na sua frente. – Somos Nós!
- O que tem Nós? – ele perguntou a altura.
- Como assim o que tem? E se eles se separarem? Como fica? Nós sempre nos vimos por causa deles! Estamos aqui por causa do casamento deles...
- , eu ainda não to entendendo, eu não... – foi então que a ficha caiu e fora a vez dele de ficar bem bravo. Levantou-se da cama, abismado, com um tom de voz alterado – COMO VOCÊ OUSA PENSAR UMA COISA DESSAS? ISSO É UM ABSURDO! VOCÊ É LOUCA? O QUE...? – ele percebeu que a estava assustando e resolveu guardar sua raiva para si, soltou um pequeno grito de ‘ARGH’, levou as mãos à cabeça e se sentou nas almofadas da janela, de costas para o quarto.
ficou apreensiva, não sabia ao certo o que fazer.
Esperou um tempo para ele esfriar a cabeça e se levantou, chegou perto de , meio hesitante.
- Não fique bravo comigo, é que eu tenho medo de te perder...
- , nunca mais repita isso. Jamais repita a possibilidade de nós não estarmos juntos, ouviu? – ele respondeu, sem olhá-la.
- Desculpa, eu...
- Tudo bem, meu amor – ele então se virou para ela, ainda sentado e ela o abraçou – Só não pense mais nisso, por que isso não é uma possibilidade, certo? Ninguém pode nos separar. Nós seremos irmãos para sempre, e eu sempre precisarei de você, sempre te protegerei.
- Certo.
Ele se levantou e eles ficaram abraçados durante muito tempo, a sintonia deles dispensava palavras.


16. Para quê serve a prima do namorado mesmo?


Quinta-feira foi um dia tranqüilo. Bom, talvez nem tanto. Ninguém fora ao colégio a fim de se preparar para os ensaios da festa e da apresentação no Pub, nem as meninas, todas ajudaram com o que foi preciso.

Estavam no estúdio da casa de .
- BOM DIA, MEUS GATINHOS! – entrou pela porta gritando – Trouxemos comida e derivados, será um dia longo!
- Obrigado meu amor! – largou o que estava fazendo e foi em direção à namorada. Todos fizeram o mesmo, porém, com o número errado de casais, Matthew, e ficaram meio incomodados. Enquanto os outros seis faziam coisas de casais, coisas bem idiotas para quem não está apaixonado, a tensão entre os três restantes só aumentava até que pediu.
- Posso tocar bateria?
Todos a olharam incrédulos.
- Então é mesmo verdade? – Math perguntou – você realmente toca?
- Sim, você ainda duvidava disso, não é?
- Hã, é que... – Matthew não sabia o que falar, envergonhado por ter duvidado da menina.
- Hahaha, relaxa! Ninguém nunca leva muita fé nisso... – sorriu fofa e deu um beijinho em Math, afinal ainda estavam juntos.
- Então, é... – começou falando, tentando atrapalhar os dois, aquilo REALMENTE o incomodava – Vai tocar logo que nós já vamos ensaiar!
- Ai, calma aí bravinho... – retrucou e estava prestes a explodir. Parece que não conseguem ficar nem um dia sem brigar.
pegou as baquetas em cima do amplificador e começou a tocar. Todos pararam e a observaram, era incrivelmente verdade. se empolgou e pegou seu violão. Ambos começaram a tocar juntos e parecia que a sintonia era ainda maior que a normal. Tinham uma conexão do além, e a música parecia o portal para esse lugar onde só eles existiam. Tudo isso seria muito lindo se Math também não tivesse percebido tal vínculo, isso o fez pensar.

Depois de tal showzinho entre irmãos, os quatro meninos da banda começaram o ensaio.
Passaram-se duas horas e , e não agüentaram, foram dormir nos quartos, restando na ‘platéia’ apenas e Math que agora tinha o sofá só para eles. O menino então se aproximou dela e colocou seu braço direito a sua volta, ficando um coladinho com outro e fazendo revirar os olhos.

Eles passaram literalmente o dia todo tocando, fizeram algumas pausas para comer e fazer suas necessidades básicas, mas passaram a maioria do tempo tocando e harmonizando a banda. A cada término de música Math e vibravam juntos, ambos eram igualmente fãs da banda e conheciam todas as músicas.

Já se passava das onze da noite e as três meninas dorminhocas já haviam ido para suas devidas casas.
- É isso ai, gente, o repertório está pronto – ia dizendo para os meninos - Nós iremos tocar só duas músicas que não são nossas, o resto vamos mandar a ver nas mais conhecidas pela galera e aí depois nós decidimos as mais aceitas pelo público pra tocarmos no Pub, tá certo?
- CERTO, RAPAZ! – gritou e bateu na mão de .
- Shiii, , vai acordar a ! – Math bronqueou.
não agüentou e acabou dormindo no sofá, basicamente no colo de Matthew, o que estava tentando ignorar.
- Cara, você realmente acha que ela vai acordar com um gritinho meu? Ela tá parecendo uma pedra e nem acordou com as músicas...
- Ela parece um anjo – disse quase hipnotizado e saindo do seu transe ao perceber seu comentário – é, quer dizer, ela tem um sono profundo mesmo... – tentou arrumar sem graça.
Matthew percebeu o olhar do menino sobre ‘sua’ garota, aquilo não lhe agradava.
- Bem profundo meeeeesmo! – disse ao cutucá-la.
- Hey, dude, SAI! – Math tentava esquivar do menino.
- Math, me da a minha irmã que eu vou levá-la para o quarto... – falou já quase a pegando.
- Não, pode deixar... – Math se levantou com a menina no colo prestes a carregá-la, mas insistiu.
- Eu levo, Matthew – disse com sangue nos olhos e tentando arrancar de seu colo.
- Sai, , qual o seu problema? – Matthew estava bravo, queria pôr sua namorada na cama, é tão ruim assim?
- O meu problema, qual o seu? – não se agüentava de tão furioso, queria pôr sua irmã na cama, e daí?
No meio dessa briguinha de mulherzinha entre quem vai colocá-la na cama Matthew perdeu o apoio e deixou cair no chão.
- AAAI! Mas o que está acontecendo aqui? Por que eu caí? O quê? – a menina olhou em volta e percebeu os dois meninos vermelhos e bravos.
- Tudo culpa do Matthew, ele não te segurou direito.
- Seguraria se uma besta saísse do meu caminho.
- hey, hey, hey, não to nem aí pra essas discussõezinhas, vocês parecem duas menininhas brigando, tenham dó! Cresçam um pouco!
Os dois a olharam assustados, ela ainda estava no chão e ambos estenderam a mão para ajudá-la.
- Eu não quero a ajuda de vocês! Sei me levantar e sei e me pôr na cama! Boa noite para vocês! – se levantou e olhou feio. Deu um beijo nos outros três meninos e saiu ainda olhando feio para e Math.
- É, ela sempre fica furiosa quando a acordam. A parte boa é que ela nunca se lembra de nada! – disse – Mas sabe, Math, ela tem razão, nós parecemos duas crianças... Eu...
- Não esquenta, dude, nós realmente nunca paramos de brigar! – Matthew disse, sorrindo e abraçando o amigo.
- Iiiiiih, esse triângulo vai dar o que falar – disse, fazendo graça para e que escutaram.
- DUAS CRIANÇAS MESMO! – gritou antes de bater a porta do seu quarto. Não tinha o porquê achar isso estranho, sempre fizera assim, se ela não acordar realmente ela vira outra pessoa e depois não se lembra de nada, como se fosse uma espécie de sonambulismo.
Os meninos gargalharam do estado da menina e revisaram o dia seguinte.

- Certo, Banda – Math começou a falar – Como empresário de vocês – ajeitou a grava de mentira com cara de metido – Tenho que dizer que irão ARRASAR AMANHÃ!
- É ISSO AÍÍ! – todos se animaram.
- Pois bem, amanhã depois do colégio nós vamos vir pra cá arrumar os instrumentos e já montar lá na casa do James, onde vai ser a festa! Beleza?
- A festa vai ser na casa do James? – perguntou incrédulo.
- Cara, você precisa parar com essa rincha com James! Não faz mais sentido! – se pronunciou.
- Tá certo! – bufou.
- Mas agora vamos dormir que eu estou quebrado e amanhã não tenho forças... – dizia, todo molenga.
- Não querem ficar aqui, dudes? – propôs.
- E encarar uma de matar? Boa sorte! – brincou.

Todos foram embora e , um pouco ansioso, sem sono, ficou do lado da cama de , a observando. Já sentia saudade de dormir na mesma cama. Da forma como ela o apertava quando tinha um pesadelo ou da delicadeza em que ela encostava seus pés gelados no corpo quente dele.

Como sempre ele se perdeu em pensamentos e ela despertou.
- Não vai dormir, gatinho? – a menina perguntou, gemendo ao longo que se espreguiçava na cama.
- Hãa, hey. Desculpa, eu te acordei, né?
- Não esquenta. Não tá conseguindo dormir?
- Devo estar um pouco ansioso...
- Ow! – ela se sentou na cama e ele se sentou mais para dentro, ficando frente a frente um do outro – Você sabe que é o melhor músico que eu já conheci! Não precisa ter medo!
- , quantos músicos você já conheceu? – perguntou descrente.
- Hahaha! Ah poxa, tava tentando ser legal! – ela fez uma cara boba e ele riu.
- Você vai estar lá, né?
- Não perderia isso por nada! – ela disse e convidou – Hey, não quer dormir aqui comigo hoje? Quem sabe você relaxa um pouco...
- Seu namoradinho não iria gostar...
- Quem disse que ele vai saber disso? Eu já estava com ele quando a gen... – ela parou, pois percebeu o que estava falando depois. Era péssima com mentiras, se soubesse que ela se lembrava da noite em que eles ficaram, já era! Ele a acharia completamente louca e quem sabe até tarada!
- Quando a gente o que, ?
- Não, eu... Você quer dormir ou não quer? – ela disse brava, tentando desviar o assusto.
- Hã, sim...
Ela então foi para o lado e ele ia se deitar quando ela chamou sua atenção.
- Vai dormir assim? Você PRECISA DE UM BANHO!
- Ahhh, , você só pode estar brincado!
- Claro que não! Você precisa tomar seu banhinho, colocar seu pijama e aíí sim você se deita aqui! Vai, por favor! Faz tempo que você não me ajuda a pegar no sono! – fez uma cara de dó e ele caiu certinho.
- Tá, tá bom... Mas fica acordada!
- Ebaaaa! Tá bom, eu espero!

entrou no chuveiro e ficou sentada na cama esperando. Nesse meio tempo ela se tocou que fazia um tempo em que não bisbilhotava nas coisas de . Quando chegou, arrumou o quarto do menino, mas nem prestou muita atenção aos detalhes. Levantou-se da cama e foi futricando aqui e ali até que achou uma foto que ela possuía ótimas lembranças: Ela e , esquiando a cerca de um ano. Foi uma ótima viagem, eles dois quase não brigaram.
Olhou mais, porém o campo já era explorado, até que avistou uma coisa que nunca mexera: as duas gavetas dos criados-mudos. É uma ala proibida para irmãs que não querem saber segredos sórdidos de seus irmãos. Mas neste caso, quando se tem um melhor amigo quase meio irmão, relevam-se as regras.
Ela nunca teve coragem de mexer desde a vez em que a fez jurar que não mexeria, ele devia ter uns 14 anos, a menina não entendeu nada, mas sabia que era pro seu próprio bem. Agora um pouco mais entendida do assunto, resolveu bisbilhotar. Foi em direção a cômoda do lado direito, meio hesitante, mas abriu. Ficou surpresa quando encontrou muitas, mas muitas partituras de várias canções. Uma mais linda que a outra, admirou-se. Porém sabia que a missão não tinha acabado, havia o outro criado-mudo. Pensou: “bom, eu acho que eu posso me controlar e parar aqui, com a visão do sendo um cara fofo ou coisa parecida...”, mas sua curiosidade a traiu. Colocou as partituras em cima da cama e partiu para a outra gaveta. Demorou um pouco e quando colocou a mão na maçaneta a porta do banheiro se abriu e ela recuou rapidamente.
- Pronto, princesa, cheirozinho do jeito que você gosta! – ele a olhou e ela parecia meio surpresa – Tudo bem, ? – foi então que se aproximando ele percebeu as partituras na cama.
- Tudo, é que eu tava vendo essas partituras e...
Ele parecia preocupado e ela assustada.
- E...?
- Escolhe uma e canta pra eu dormir? – a menina pediu, desviando rapidamente do assunto.
- Hã, tá.
deitou-se na cama e escolheu uma musica, colocando as demais de volta na gaveta. O menino deitou ao lado dela e ela se aconchegou em seu peito, que para variar estava nu e quente.
Antes de começar, perguntou meio intrigado:
- É... Pequena, você não mexeu na outra gaveta, mexeu?
- Não, grandão.
- Hã, não mexa lá, o.k.? – ele parecia inquieto, não queria deixá-la curiosa, sabia que assim ela abriria com certeza.
- Tudo bem... E você, não conte nada pra Math, o.k.?
- Não se preocupe – estava se sentindo mal por seu amigo, mas era a , aquilo não podia ser tão errado.
começou a fazer carinho no pescoço de e ele já sabia que isso era sinal de cafuné. Começou a carícia ao mesmo tempo em que cantava.

(Nickelback - Never Gonna be Alone)

Time, is going by - O tempo está passando
So much faster than I - Muito mais rápido do que eu
And I'm starting to regret not spending all of it with you - E eu estou começando a me arrepender de não passá-lo com você
Now I'm wondering why - Agora eu estou imaginando por que
I've kept this bottled inside - deixei isso preso dentro de mim
So I'm starting to regret not telling all of it to you - Então, estou começando a me arrepender de não ter dito tudo para você
So if I haven't yet I've gotta let you know - Então, se eu ainda não o fiz, tenho que deixar você saber

You're never gonna be alone - Você nunca vai estar sozinha
From this moment on - de agora em diante
If you ever feel like letting go - Mesmo que você pense em desistir
I won't let you fall - Não vou deixá-la cair
You're never gonna be alone - Você nunca vai estar sozinha
I'll hold you 'till the hurt is gone - Vou te segurar até a dor passar

And now as long as I can - E agora enquanto eu puder
I'm holding on with both hands - Estarei te segurando com ambas as mãos
Cause forever I believe that there's nothing I could need but you - Pois sempre acreditei que não há nada que eu precise a não ser você
So if I haven't yet, - Então, se eu ainda não o fiz,
I've gotta let you know - tenho que deixar você saber
You're never gonna be alone - Você nunca vai estar sozinha
From this moment on - de agora em diante
If you ever feel like letting go - Mesmo que você pense em desistir
I won't let you fall - Não vou deixá-la cair
When all I hope is gone - Quando toda a esperança tiver desaparecida
I know that you can carry on - Eu sei que você pode continuar
We're gonna see the world on - Vamos ver o mundo sozinhos
I'll hold you till the hurt is gone - Vou te segurar até a dor passar

Ooooh!
You've gotta live every single day - Você tem que viver cada dia
Like it's the only one - como se fosse apenas um...


pensou que já havia pegado no sono e, como estava cansado parou a música e o cafuné para dormir. Mas ainda estava acordada.
- Hey, por que você parou?
- Você ainda não dormiu, ?
- Não – ela fez uma cara culpada.
- Eu estou muito cansado, minha linda.
- Ahh, tudo bem. É que eu queria saber o resto da música...
- Por que dessa vez você não canta para eu dormir? – propôs.
A menina balançou a cabeça afirmativamente e se desencostou do peito de . Agora ele deitou em sua barriga fazendo carinho em seu pescoço.
- Tá certo – concordou em fazer cafuné, continuando com a canção.

What if tomorrow never comes? - Mas se o amanhã nunca chegar?
Don't let it slip away,could be our only one - Não o deixe escapulir, poderia ser o nosso único dia
You know it's only just begun - Você sabe que apenas começou
Every single day, may be our only one - Cada dia, pode ser nosso único
What if tomorrow never comes? - E se amanhã nunca chegar?
Tomorrow never comes - Amanhã nunca chegar

Time, is going by - tempo está passando
So much faster than I - muito mais rápido do que eu
And I'm starting to regret not telling all of this to you - Estou começando a me arrepender de não ter dito tudo para você

You're never gonna be alone - Você nunca vai estar sozinha
From this moment on - de agora em diante
If you ever feel like letting go - Mesmo que você pense em desistir
I won't let you fall - Não vou deixá-la cair
When all I hope is gone - Quando toda a esperança se for
I know that you can carry on - Eu sei que você pode continuar
We're gonna take the world on - Vamos ver o mundo sozinhos
I'll hold you till the hurt is gone - Vou te segurar até a dor passar

I'm gonna be there all of the way - Eu estarei lá para tudo
I won't be missing one more day - Não vou desperdiçar mais nenhum dia
I’m gonna be there all of the way - Eu estarei lá para tudo
I won't be missing one more day - Não vou desperdiçar mais nenhum dia

já estava dormindo e acabara de perder o sono, por que todas as letras que gostava ou compunha tinha haver com os dois? Todas essas coincidências, ou achava ela ser coincidência, a estavam deixando louca.

Passou grande parte da noite enrolando os dedos nos cabelos de , admirando o quão belo ele era, de tão fofo, reprimia a vontade de mordê-lo. O sono começou a bater e ela com a maior delicadeza foi escorregando até estar deitada na cama, o menino ainda estava com a cabeça sobre sua barriga, ela tentava se ajeitar sem acordá-lo mas foi em vão quando espirrou e o menino despertou rapidamente, ainda sonolento deitou-se ao lado da menina, nem fez menção de abrir os olhos, deitou de lado na direção de e ela se ajeitou na direção dele. Dormia feito um anjo e ela lutava com suas pálpebras para que pudesse ver mais aquele rostinho. Quando percebeu que o sono a venceria, se aproximou ainda mais de sentindo seu corpo quente e deu-lhe um selinho, sussurrando.
- Eu sempre vou te amar.
Era uma cena triste, quase desesperadora. Mas o amor era inexplicável. Dormiram daquele jeito, como se fossem apenas um só.

acordou com a claridade do seu quarto. Estranhou, mas não abriu os olhos, sentiu uma segunda respiração em ritmo com a sua. Quando criou coragem, despertou-se por completo, encontrando uma dormindo feito uma boneca. Bom, isso aos olhos dele, por que na verdade ela estava toda despenteada, com a maquiagem borrada e um hálito não muito agradável. Ele sorriu com o modo que a menina se mexia. Ela era tentadora, tentou acordá-la, mas estava dormindo profundo ainda. Ficou a admirando e depois de um tempo olhou para o relógio e viu que iriam se atrasar, mas nem ligou muito, ele simplesmente se debruçou sobre e lhe deu um Selinho, sussurrando.
- Eu te amarei para sempre.
Se levantou e entrou no banheiro.

Não se passou nem dois segundos e acordou, se sentindo espetacularmente bem. Como de costume, ainda de olhos fechados, foi em direção ao banheiro. Ao abrir a porta, que estava destrancada, estava quase se despindo para tomar seu banho quando resolveu abrir seus olhos e se deparau com uma BELA visão embaraçosa: estava sem sua boxer testando a temperatura da água do chuveiro. Ela olhou paralisada para ele e, quando ele a percebeu ali, ficou completamente vermelho sem saber onde se esconder. então deu um grito e tampou os olhos. A menina queria sair de lá mais estava tão tonta que não achava o caminho.
- Hãã... , eu...
- Não fala nada, ! Só me diz a direção da porta.
- Segue em frente...
- Certo!
A garota saiu do banheiro completamente atordoada, fechando a porta atrás de si e parando encostada à mesma. A visão de totalmente nu não parava de rodar em sua cabeça. Ele estava BEM diferente do que ela lembrava, afinal não tomavam banho juntos desde que ela começou a ter seios. O que a mais perturbou foi que ela gostou do que viu, isso soava um pouco promíscuo pro seu gosto, mas ela não podia negar, tinha tesão por ele. Sentou-se na cama e ligou a TV, nada melhor do que assistir desenho para acalmar seus hormônios.

passou o tempo todo no chuveiro pensado no trauma que poderia ter causado a sua irmã. Ao sair do banho se vestiu, já que não podia sair de toalha como sempre faz, devido ao ocorrido, e se deparou com sua menina vendo desenho, sorriu com a cena, mas ainda estava morrendo de vergonha.
- , sobre o que aconteceu... eu não queria que... é...
- , não esquenta, eu não vi nada – falou colocando as mãos para cima como se fosse inocente.
- Desculpa, pequena, eu não imaginei que você fosse acordar tão cedo...
A menina riu, se levantou com suas roupas nas mãos e falou normalmente.
- Vou tomar o meu banho agora, prepara alguma coisa par eu comer? – fez uma cara pidona.
- Preparo...
A menina comemorou e foi direto ao banheiro, sem direito a beijo de bom dia nem nada, um contato físico agora poderia desencadear uma bomba nuclear de hormônios.

Depois de tomarem seus cafés, que foi coisa rápida, foram para o colégio.
Tinha começado como um dia comum, os dois encontraram o pessoal na porta do colégio, só estava faltando o Math, o que era entranho, pois nunca se atrasava.
- Cadê o Matthew? – perguntou, fazendo se lembrar de que seu suposto namorado não estava lá.
- Verdade, onde ele está? – Ela perguntou, agora curiosa.
- Bom, não sei onde ele estava, mas agora ele está vindo na nossa direção com uma loira aguada... – disse, apontando na direção do menino. ficou abismada, como assim com uma loira? E ainda mais abismada, quase perplexa, quando percebeu que a loira era Amanda, prima de Math, suposta namorada de . O sangue subiu a sua cabeça, mas o que ela fazia ali?
- Oi, linda – Matthew beijou e ela retribuiu, tentando disfarçar sua ira. Ele percebeu e sussurrou ainda abraçado com ela.
- É o ultimo dia dela aqui, da um desconto? - ele a olhou com aqueles olhos verde mar e carinha de dó, e ela aceitou.
pareceu ainda mais surpreso.
- Hã, Man, oi, o que faz aqui? Você não ia embora hoje? – ele perguntou sem perceber seu tom um pouco decepcionado.
- Nossa, que modo de me dizer que você não quer que eu vá!
- Não, não é isso, é que... – ficou sem graça.
- Relaxa, baby, eu só vou embora de noite, vou ficar o dia todo com você... – ela nem o deixou responder, tascou logo um beijo bem impróprio, do jeito que ela sempre faz, deixando todos desconfortáveis e sem fôlego.
- Por que ela veio para o colégio, Matthew? - sussurrou para o namorado.
- Ela vai passar o dia com a gente – respondeu normalmente, sabia que a prima não ouviria mesmo.
- Será um dia beeeeeem longo! – ela reclamou.
- Seja boazinha... – Math pediu.
Todos os casais entraram, Amanda não desgrudava de e todo o colégio olhava, Stephanni quase teve um infarto, ele com outra, já?

A primeira aula de e era de biologia, e QUE aula, o professor era o mais gato e gostoso de todo o colégio.
- Você sabe que eu sou ciumento, né? Tô de olho! – disse num tom bravo/brincalhão para a namorada, que o agarrou e sussurrou.
- Você sabe que é o cara mais gostoso desse mundo, e que eu não o trocaria nem por um milhão de professores como aquele, certo, ?
- Ahhhh, minha linda! – ambos começaram a se agarrar e Math e estavam constrangidos, não conseguiam ser um casal apaixonado assim, talvez por que não estivessem apaixonados?
- Hã, vou pra aula Math, eu...
- Hã, tá – eles se beijaram e um segundo depois levaram um baita susto.
- AAAAAHHHH – Amanda gritou – eu SABIA! Vocês estão juntos! EU SABIA! Aiiin, amor, que lindo! Eu não te falei, ? Eu disse...
- É, Man, você falou... – disse desanimado – Agora vamos cada um pra sua sala? Pra que sala você vai, Amanda?
- Não sei, eu sou do segundo ano...
- O QUÊ? – exclamou – Acho melhor você dizer terceiro ano!
Matthew a trouxe de canto.
- Você disse que seria boazinha, – Math fez cara de coitado.
- É, mas você não me disse que teria que ficar com ela na minha classe! Já me basta a Stephanni! – ela lembrou – Hey, você se esqueceu da Stephanni, ela vai querer acabar com a sua prima – eles brigavam em ‘particular’.
- Eu esperava que você a defende-se...
- MATTHEW!
- Vaaaaai, minha linda, por mim! Você sabe como a família é importante, não posso vê-la machucada, ela é minha prima.
- Mas por que ela não pode ficar com vocês?
- Eu prometi a seu irmão que isso não aconteceria, ele me disse que não agüentaria e que acabaria com tudo, ela ficaria arrasada!
- Vocês dois já sabiam que ela ficaria na minha classe e não me disseram nada?!
- É só um dia, , vai, ela vai embora de noite...
- Ahn, é... Que ódio, Math! Por que você tem que ser tão fofo! – reclamou – Eu faço isso, vai...
- Oun, valeu! – ele a beijou com vontade e ela retribuiu, ouvindo uma tossida de , incomodado.
- Certo! – falou, se recompondo – Vamos, Amanda, te levarei para a sala, eu e estamos na mesma que você. Vamos logo para entrarmos despercebidas, assim o amor da vida do não será paquerada pelo nosso professor – adorava fazer piadinhas e provocações...
- Olha só sua garota, Matthew! Ela tá sendo má! – falou com voz ofendida, e todos riram.
As meninas foram para a sala e o resto subiu as escadas.

As três primeiras aulas foram uma várzea, o que foi difícil para , já que Stephanni tentava deixar Amanda mal, sempre.
Além de defender a menina ainda tinha que garantir que ela não descobrisse de e Stephanni. Para isso ela convocou Marie, sua amiga de turma, para distrair Amanda e falar que todas tinham inveja e queriam estar com , assim diriam qualquer coisa, até que são namoradas, e ex-namoradas, dele. Isso foi fácil, até o intervalo.

- Onde será que está, ? – Amanda perguntou e se fez de desentendida.
- Hã, não faço idéia – ela tinha acabado de ver o menino conversando de um modo garanhão com umas meninas do terceiro ano, por sorte Marie também reparou e levou Amanda para procurar em outro lugar.
- Vai lá falar com ele se você quiser, mas ele nunca fica conosco nos recreios, – disse enquanto passava por ela, levando junto. – nós vamos com o pessoal, vai lá depois...
- Tá.

estava brava, nem se dava o luxo de ser um menino normal na sua frente, parecia que era entrar no colégio que se transformava.
Tinha realmente achado que ele melhorara depois da última briga no colégio.

estava de pé na frente de uma menina e apoiava a mão esquerda na árvore que se encontrava atrás da garota.
Ela se aproximou para interromper a conversa, mas antes, se escondeu atrás da árvore para ouvir o que eles conversavam.
- A sim, eu vou tocar hoje na festa – dizia.
- Que pena, não vai ter tempo para mim... – a ruiva com voz de puta dizia ao mesmo tempo em que enrolava os dedos nos cabelos.
- Dependendo do que for acontecer eu posso arranjar o tempo que você quiser – ele falou todo sedutor, fazendo ficar com náuseas.
- Ah, meu querido, só vou precisar de um tempinho, sou boa no que faço... – ela deu uma risadinha e saiu em direção a umas meninas que a chamavam, ficou olhando para a bunda da garota e falou para si mesmo.
- Hoje eu me dou bem, aaah moleque!
Quando se virou de volta para árvore deu de cara com uma indignada.
- ! O que você estava fazendo aqui, minha fofa?
- Tô te procurando por que sua querida ‘namoradinha’ TÁ ME DEIXANDO LOUCA!
- Cadê ela? – perguntou desanimado.
- Tive que despistá-la, né? Imagina se ela te vê aqui? Ela está me dando muito trabalho! Vê se coopera, ! Já bastam os comes que a sua querida Stephanni esta dando nela, ela é obrigada a ver você aqui com outra menina? Math só pediu um dia de colaboração e você não está ajudando, nem um pouco!
- Hey, calma aí, ela é prima do seu namorado, é você que tem de cooperar, ela já me cansou, não ligo se ela ficará mal...
- E prima do seu melhor amigo! Que coisa, ! O que acontece com você no colégio, hein? Você fica bom demais para os seus amigos? Vai se ferrar! Mas é claro que você não liga se ela ficar mal, você não liga pra mais nada! Para ser sincera eu também não me importaria em vê-la mal, porém o Math ficaria mal por isso, e eu não quero vê-lo mal, você quer?
- , eu tô de saco cheio, a prima dele é louca!
- Eu sei! Mas ela é um ser humano! Tem sentimentos! QUANTAS vezes eu terei que te dizer isso, meu Deus! Pessoas não são bonequinhos, ! Eu não ligo, elas são tudo um bando de vacas! Mas mesmo assim tem sentimentos. E se você não quiser cooperar pela Amanda, coopera pelo Matthew, poxa, não era ele seu melhor amigo? Aquele que te pediu UM DIA de ajuda com a prima, hein?
- Você está sendo injusta, !
- E você está sendo um sem coração!
A menina saiu brava em direção ao pessoal e se abraçou com Math, enterrando seu rosto no peito do menino, sentia que choraria a qualquer momento, era sempre assim, brigar com a deixava mal.
- Hey, não faz assim, minha linda – Matthew tentava acalmar .
Ela estava furiosa, mas o que a assustava era que sua fúria não vinha só do fato dele não cooperar com Math, e sim do fato de imaginar ele dormindo com aquela vaca ruiva, isso sim era irritante. Mas não tinha como, qualquer homem é cachorro, não importa o quão fofo e bom ele seja com você, com outra menina ele não será assim, no caso dela, achava que só possuía sentimentos...

O resto do dia na escola foi até que calmo, parece que entendeu o recado e deu mais atenção para Amanda. A hora da saída foi tensa, Amanda começou a chorar.
- Buaaaaa, ! Eu tenho que voltar pra casa!
Ele não sabia o que falar, então a abraçou.
- Obrigada por tudo, , mesmo! Você foi muito importante para mim! Você me respeitou e me tratou com sinceridade. Eu te amo.
Neste momento ele olhou para , que o olhava com cara de ‘tá vendo, ela também tem sentimentos’.
- Man, eu nem sei o que dizer... Eu acho que fui muito injusto na verdade. Você merecia alguém melhor...
- Mas que bobagem, baby, claro que não, você é perfeito!
- Estou longe de ser! Eu estava com você por que sabia que iria embora logo – Math tentou interromper, mas o segurou – Esse tempo todo eu estava com você e cobiçava outras mulheres, isso é desonroso e cruel. Peço desculpas, e digo mais, você é uma menina incrível e merece alguém que goste de você da mesma forma, nunca mais deixe alguém de enganar assim, tá?
Amanda estava perplexa, todos esperavam algum tipo de chilique, como de costume, mas ela nada fez, apenas o abraçou forte, dizendo tchau para todos e agradecendo o primo por tudo, depois foi andando rua abaixo até a casa de Matthew, onde se prepararia para ir embora.
- Interessante – foi a primeira a se pronunciar –, nosso virou um homem de verdade e nossa querida princesa do gelo, uma dama – todos riram e ela falou séria: - Estou orgulhosa de você, grandão – abraçando , que se sentiu melhor do que devia.


17. Plano provocação.


Aquela tarde seria trabalhosa, os meninos foram à casa de James, onde ocorreria a festa, para arrumar toda a aparelhagem. As meninas se reuniram na casa de , precisavam estar lindas de morrer!
- Que tal esse? – dizia, mostrando um vestido curto e preto – Não né? Muito oferecida! E esse? PIOR! Nem sei por que comprei...
- Hey, fica calma! Pra que tanto desespero, é só uma festa, né? – dizia desentendida.
- , você sabe o que acontece nessas festas? – perguntou retoricamente. – É onde nós temos o maior índice de hímen rompido!
A menina se assustou e elas gargalharam!
- Você vai perder a virgindade hoje, ? – perguntou morrendo de vergonha e abismada ao mesmo tempo.
- Meninas! Vocês assustaram a ! – bronqueou – Não sei, , talvez. É, quem sabe? Eu me sinto preparada! é... É o homem da minha vida, eu quero, eu... Tô preparada!
- Nossa! Você deve confiar muito nele! – estava admirada agora, podia ver o brilho nos olhos da amiga.
- Você nunca sentiu isso, ? Aquela coisa de saber que ele é o certo! Confiar tanto nele que lhe entregaria a vida. Amar tanto uma pessoa que até seus defeitos a deixam boba? – falava com voz de apaixonada, fazendo todas no quarto suspirarem e travar. A primeira pessoa que lhe veio em mente foi , seu amor. A segunda foi , seu melhor amigo. E a terceira foi , seu irmão. Entrou em choque.
- Sabe, eu acho que para dar certo assim, você tem que sentir os três amores – dizia, toda fofa – Um: amor de amigo, por que vocês tem que ser amigos, certo? Dois: amor fraterno, afinal precisamos pensar no futuro, né? Talvez nós casemos com eles! Três: amor de verdade, o tesão, sabe? Ninguém vive sem isso!
paralisou de vez! Estava em choque, confirmando tudo que sempre negou a si mesma sobre o que ela sentia por .
- É, concordo com vocês. Mas não foi assim com James! – falou.
- James? Você FEZ com JAMES? – se assustou com o verbo no passado.
- É, nós namoramos um tempo e numa noite, no calor do momento, nós... Você sabe, dormimos juntos... Por que você acha que está todo preocupado pela festa ser na casa do James? Hahaha, aquele bobo. E o pior é que não teve nada demais, sabe? Nós não estávamos realmente preparados... – parou de se lamentar e, um pouco envergonhada, perguntou – você ainda é virgem, ?
- Hã, sim – ela respondeu vermelha.
- Nós também – disse, apontando para ela e – Bom, talvez não mais amanhã, né?
- Cala a boca! Minha mãe pode ouvir! – a menina bronqueou roxa de vergonha.
Todas gargalharam e falou com urgência.
- Não, não, nem se preocupe em ser a última, , eu serei! Gosto do sim! Mas ainda não estou preparada, minha hora não chegou, sabe?
- Uh, sim... – estava em choque, mas não pela conversa, achava legal elas confiarem isso a ela, mas sim por causa de .
- , nós te deixamos desconfortável, né? – dizia – Desculpa, vamos mudar de assunto!
- Ah, não é isso, respondeu, se sentia bem ali e precisava desabafar com alguém, não dava mais! – A falou tudo aquilo do amor, da confiança e a dos três tipos de amor e eu sinto isso. Tudo isso está dentro de mim.
- Hã, como assim, ? Você não está querendo dormir com Math, está? – ficou indignada – te mata!
- Não, não é Math. Quer dizer, eu gosto dele sim, mas...
- NÃO PODE SER! – gritou – NÓS VAMOS PERDER A APOSTA?
- ! – as duas gritaram e não entendeu.
- Que aposta?
- É que assim, lembra segunda, quando teve a festa na sua casa? – tentava explicar.
- Sim.
- Nós estávamos bêbadas, e nossos namorados também, aí não falávamos coisa com coisa, e acabamos apostando que você e Math não durariam muito... Desculpa, amiga, foram os meninos que começaram, nós tentamos te defender...
- Ahh, meninas, obrigada, mas eu não sei até onde eles estão certos, sabe? Eu gosto muito de Math, confio nele, afinal ele é todo fofo e cavalheiro, mas o amor da minha vida é outra pessoa... – ela dizia, um pouco triste.
- É o falou sem pensar, fazendo a olhar incrédula – É... Desculpa, mas eu sempre achei que a química entre vocês fosse forte demais para se jogar fora como apenas amigos.
- Amigos não! Irmãos! - respondeu ríspida.
- Desculpa – disse, se sentindo mal por ter dito aquilo.
- Não, amiga, tudo bem, de certa forma você tem razão. Ele é sim o amor da minha vida, mas eu não posso pensar assim, eu tenho que tirar isso de dentro de mim, me acostumar a viver sem isso! Ele é maravilhoso comigo, mas seus sentimentos, suas proteções, são apenas de irmão, sabe? Ele não se importa que Math esteja comigo, pois sabe que ele não me fará mal, agora se ele me amasse com o amor ‘tesão’ como você disse, , ele não deixaria ninguém ficar comigo, certo? Teria ciúmes de namorado, não de irmão. É isso que me mata, é saber que eu achei a minha alma gêmea e não poder alcançá-la. É vê-lo falar de outras meninas com quem ele dorme e não poder fazer nada. Isso me mata, meninas... – começou a chorar, nunca fizera isso na frente de pessoas, pelo menos não quando elas sabiam que o motivo era seu melhor amigo quase irmão.
- , isso vai se acertar, eu sei. Você verá – depois de um tempo disse e se animou.
- É, tomara!
- TIVE UMA IDÉIA GENIAL! – falou aos berros.
- Qual? – se animou.
- Assim, ... Você vai com este vestido – levantou o seu vestido preto, muito provocante.
- O quê? Não! Olha o comprimento e o tamanho deste decote, o mundo vai me olhar! – dizia, abismada.
- Essa é a intenção! – continuou – Vamos dar motivos para ter um ciúme de verdade! Eu sei que tem alguma coisa nele também, , e você precisa soltar isso! Provocação é a palavra!
- É... Posso fazer isso... – disse e todas riram maleficamente.

Já estavam vestidas.
- Meninas, já está tarde, melhor eu voltar pra casa e terminar de me arrumar, preciso pegar meu salto preto... – falou, dando um beijo de tchau em cada uma e agradecendo – Obrigado pelo vestido, ! – ele era preto, num comprimento que não aprovaria e um decote que faria qualquer um babar, ela estava linda. Igual as amigas.
- Imagina, ! Coloque nosso plano em ação, hein?
- Claro! Deixa comigo!
passou o caminho de volta para casa pensando em como seu visual mataria , e riu, queria se vingar dele, afinal dormiria com a ruiva vaca naquela noite!

Chegou em casa e foi para seu quarto, separou seu salto preto predileto e entrou no banheiro para se maquiar. Já estava na máscara de cílios quando se assustou com um barulho vindo do quarto, olhou pela fresta da porta e era . Vestia um jeans com uma camisa preta aberta no colarinho, estava literalmente sexy. Ela iria avisar que estava lá até que ele se sentou na cama e abriu à gaveta da cômoda esquerda, ela tinha que saber o que se escondia lá. Ficou atenta e ele tirou uns três pacotinhos verdes, um grudado no outro. No mesmo instante em que ela leu ‘Durex’, deixou cair sua mascara de cílios no chão, e se assustou.
- Quem está ai? , é você?
A menina se preparou com um plano e saiu do banheiro, maravilhosamente linda, e ele entrou num estado nostálgico.
- ... Você está maravilhosa! – falou se levantando e tentando esconder os preservativos.
- Obrigada, você também – ela disse com ar de quem está aprontando alguma. Foi direto ao ponto – O que é isso que está escondido de mim, ?
- Hã... São coisas que eu não quero que você tenha.
- Eu também quero um – ela falou, como se fosse a coisa mais natural do mundo pedir para o melhor amigo irmão uma camisinha.
- Você nem sabe o que eu tenho aqui, como você quer um?
- São preservativos, e eu quero um, ou dois... Sabe como é...
não sabia que poderia ficar tão bravo assim.
- , para que você iria querer preservativos?
- Ué, pelo mesmo motivo que você...
- NÃO, VOCÊ NÃO QUER PELO MESMO MOTIVO QUE EU! – ele já estava ficando sem controle.
- Mas por que não? – ela continuou provocando, seu plano acabara de entrar em ação – Tenho 16 anos, namoro um cara legal... Qual o problema?
- TODO O PROBLEMA! VOCÊ ESTÁ LOUCA? VOCÊ NÃO PODE TRANSAR COM MATTHEW! EU TE PROÍBO!
- HÁ, DESDE QUANDO VOCÊ MANDA EM MIM! – ela se controlou e voltou ao seu plano de provocação – Do mesmo modo que você vai dormir com aquela ruiva hoje, eu posso dormir com Matthew ou com qualquer outro...
- GAROTA, VOCÊ TÁ PERDENDO O JUÍZO! EU NÃO VOU TE DAR AS CAMISINHAS, VOCÊ NÃO VAI DORMIR COM NINGUÉM HOJE! MUITO MENOS COM O MEU MELHOR AMIGO! Vou te trancar aqui em casa!
- Se você não me dá, EU PEGO! – a menina então foi rápida, pegando alguns pacotes na gaveta e saindo correndo pelo quarto.
estava irado. Correu atrás da menina até a encurralar no canto, entre duas paredes, e falar bravo e ofegante.
- Me devolve isso, , AGORA!
- Ué, você prefere que eu faça sem camisinha? Eu faço...
- Eu prefiro que você não faça absolutamente NADA!
- E por que você pode e eu não? Hein, ?
Ele tinha raiva e desespero nos olhos, não sabia o que responder, mas não podia deixá-la fazer isso.
- ME FALA, POR QUE VOCÊ PODE? – ela gritou na cara dele e ele respirou fundo, mordendo o lábio inferior, bravo.
- Vamos fazer assim, , você me promete que não vai dormir com ninguém hoje e eu também não durmo com ninguém...
- Há Há Há, então o único jeito de você não dormir com a vaca ruiva é por chantagem? Você realmente não entende, não é mesmo? Vai, , me fala o que você está sentindo! É ciuminho de irmão, né? – eles se encaravam e estava incrédulo com o jeito de sua irmã – O.K. Eu não quero mais as suas camisinhas, não vou precisar delas! – as jogou nele e entrou no banheiro para terminar de se maquiar.

ficou parado no mesmo lugar olhando para o chão onde os preservativos se encontravam, mas o que tinha dado em sua menina? Pegou e os tacou pela janela, tamanha raiva que estava sentindo. Ele a mandou nunca olhar aquela gaveta! A culpa era dele de ter voltado pra casa pra pegar, por que não comprou na farmácia? Estava puto!

Enquanto terminava de se arrumar tentava entender o que passava em seu coração. É ciúme de irmã! Ela tentava dizer, mas não conseguia mais se enganar depois da conversa que tivera com as meninas, era e mais ninguém, ninguém mais. Respirou fundo, estava na cara que ele não faria nada com ela, se bêbado e sem memória ele não conseguiu, imagina normal? Estava brava por querer ser aquela ruiva, por querer tê-lo de corpo e alma, e não poder.

Saiu do banheiro, estava sentado na cama com cara de pai preocupado. Ninguém disse nada, ela se sentou no outro lado da cama e colocou seu sapato, ele a seguiu com os olhos, subindo em cima da cama e se sentando na diagonal da menina.
- Por favor, pequena, não faça isso... – suplicou , apoiando a cabeça em seu ombro e inalando seu perfume hipnotizador.
- Não se preocupe, não farei – respondeu seca – Vamos! Irá se atrasar...
Levantou-se e o menino fez o mesmo, tentando inibir a vontade de colocar alguma coisa para cobrir a menina, ‘ela está com um pedaço de pano e não um vestido’ pensou irritado.
- , é pedir demais pra você tentar ser um pouco menos bonita? Que droga! – ele desceu a escada, bravo, e ela ficou pensativa. Essa frase tinha várias maneias de ser interpretada, será que ele ficou bravo por que seria difícil manter os meninos longe dela, ou por que seria difícil se manter longe dela? Caiu na real quando buzinou, descendo as escadas e entrando no carro.


A casa de James já estava lotada, tinha gente por toda a parte, no quintal, nos carros, na varanda... E o que não faltava era bebida.
e entraram e foram direto para o espaço na sala, onde se encontravam os instrumentos.
ficou com os meninos e com as meninas, estava tudo bem até Math se aproximar da garota.
- Meu! Deus! Do! Céu! Você está maravilhosamente linda e... – Matthew perdeu as palavras e ficou sem graça.
- Hey, para... Obrigada.
- Eu sabia que você era linda, mas nossa! Que droga!
- Que foi?
- Não tem um menino que não te olha – Matthew falou num tom brincalhão.
- É, mas só um pode me ter pertinho assim – ela tinha levado seu plano de sedução a sério mesmo.
Eles conversavam bem pertinho e não tirava os olhos dos dois, podia-se ver a preocupação e raiva nos olhos do menino, não podia deixar que seu pior pesadelo (alguém desonrar sua menina) acontecesse, principalmente se esse alguém fosse seu melhor amigo.

Os McFly’s estavam prontos para começar a tocar. Toda a festa estava parada para aquilo, eles estavam nervosos.
Começaram e a festa toda pulava e gritava ao ritmo, não conseguia tirar os olhos de e Math. Aquilo estava incomodando.
Depois de algumas músicas, estavam todos cansados e resolveu fazer uma surpresa.
- Pessoal, agora a banda vai descansar, mas eu ficarei aqui. Vou tocar uma musica para minha pequena, para que ela saiba que não importa quantas vezes briguemos, eu nunca a deixarei...
As notas de ‘Making a Memory’ da banda Plain White T’s, começaram a ser tocadas e as reconheceu rapidamente. Deixou Matthew com os meninos e ficou prestando atenção na música dedicada a ela.


Plain White T's - Making a Memory (Fazendo história)

Friday night's such a beautiful night - Sexta a noite, que linda noite
Where you going? - Onde você vai?
I didn't mean to blow it - Eu não queria estragar isso
You're upset and I don't know what I said - Você está perturbada e eu não sei o que eu disse
But I'm sorry – Mas desculpe-me
Don't you give up on me - Você não quer nada de mim?

Take off your jacket - Tire seu casaco
Don't walk out that door - Não saia por aquela porta

You and me - Eu e você
We should be - Nós deviamos
Making a memory whenever we're together, yeah - Fazer uma história sempre que estivermos juntos, yeah
Look at me - Olha pra mim
Can't you see - Você não vê?
We were meant to be - Nós deviamos estar
Making a memory - Fazendo uma história

Don't pretend you're not smiling again - Não finja que não está sorrindo de novo
Let's just leave it - Esqueça isto
You know I didn't mean it - Você sabe que eu não tinha a intenção
Don't know why we put up such a fight - Não sei porque nós brigamos
Over nothing - Por nada
When we could still be something - Quando podíamos estar fazendo outra coisa

estava parada na frente do palco improvisado, cantava e podia-se ver a paixão em seus olhos, estava hipnotizada, desejando que tudo aquilo não fosse um sonho, e Math estava se sentindo mal por aquilo, sabia que estava no meio de um verdadeiro amor.

Take off your jacket - Tire seu casaco
Don't walk out that door - Não saia da porta
There's no need to leave anymore - Não precisamos mais deixar isto

You and me - Eu e você
We should be - Nós deviamos
Making a memory whenever we're together, yeah - Fazer uma história sempre que estivermos juntos, yeah
Look at me - Olha pra mim
Can't you see - Você não vê?
We were meant to be - Nós deviamos estar
Making a memory - Fazendo uma história

Can't do this myself - Não posso fazer isto sozinho
No, I need some help - Não, preciso de ajuda
Wanted some help - Quero alguma ajuda

Friday night's such a beautiful night- Sexta a noite, a mais linda noite
Now you're staying - Agora você está aqui

You and me - Eu e você
We should be - Nós devíamos
Making a memory whenever we're together, yeah - Fazer uma história sempre que estivermos juntos, yeah
Look at me - Olha pra mim
Can't you see - Você não vê?
We were meant to be - Nós deviamos estar
Making a memory - Fazendo uma história

Friday night's such a beautiful night (making a memory) - Sexta a noite, a mais linda noite (fazendo história)
Now you're saying (Making a memory) - Agora estamos falando (fazendo história)
Don't know why we put up such a fight (making a memory) - Não sei porque brigamos (fazendo história)
Over nothing (Making a memory) - Por nada (fazendo história)


- Pequena, eu não faço idéia por que nós dois brigamos a cada dez minutos, não sei por que eu sou sempre um idiota! Na verdade eu não sei de nada! Só sei que a única certeza que eu tenho, é você! Só você.
Todos os casais estavam achando tudo isso lindo. Podiam jurar que estava bêbado, mas não, ele estava bem, estava sendo sincero desta vez. deixou algumas lágrimas escaparem de seus olhos, aquilo a feria de alguma forma. Não foi capaz de fazer nada, apenas saiu de lá e tentou tirar tudo isso de sua cabeça.
não conseguiu sair do palco atrás de , logo depois já começou o assédio das meninas sobre ele querendo mais músicas, e a banda voltou a tocar. Não importa o que estava fazendo, sempre mantinha o olho em , precisava vigiá-la, não podia perdê-la.

Estavam tocando a musica ‘Broccoli’ quando se distraiu completamente, perdendo de vista sua menina, entrou em desespero quando não conseguiu mais ver Matthew também, sabia muito bem o que eles queriam fazer esta noite, estava nervoso. Quando a musica terminou cochichou com .
- Cara, preciso sair daqui! Vamos parar?
- Parar? Não, temos muitas músicas ainda, dude. Que que foi? Quer ir ao banheiro?
- Não! sumiu e Matthew também, preciso ver onde eles estão!
- Relaxa, cara! Foram beber alguma coisa... Hey, não estraga tudo, dude! Você não confia no Math? Não confia na ?
- Ela me pediu uma...
não conseguiu terminar de falar, todos queriam mais música e não os deixavam em paz.
- Cara, esquece, vamos tocar! desviou o assunto.
Não podia mais fazer nada, apenas ficar de boa. Antes de se posicionar para mais uma música, puxou de canto e pediu.
- , você viu a ?
- Ela deve estar com Math, relaxa...
- Você poderia ver se ela está bem, por favor?
- Mas...
- Por mim – fez uma carinha irresistível e ela foi. Assim ele conseguiria tocar tranqüilamente, bom, menos nervoso.

estava encostada em uma parede, percebeu que em toda a festa não tirou os olhos dela e Matthew não a deixava nem um minuto, estava nervosa e incomodada.
- , vamos lá pra cima? – Math pediu, sussurrando em seu ouvindo. gelou, ele queria ir lá pra cima pra fazer o que ela estava pensando?
- Hã... Math...
- Hey, vamos? - estava na cara que ele havia bebido, também não estava muito sóbria e estava machucada, pois sabia que iria dormir com aquela ruiva vadia. Precisava se vingar dele. Aproveitou que estava distraído com sua música predileta, ‘Broccoli’, e aceitou o convite.
- Vamos, Math.
Foram rápidos, subiram as escadas e procuraram um quarto vazio. Pra sorte deles aquela casa tinha muitos cômodos e o quarto de hóspedes estava disponível. Matthew abriu a porta para , que adentrou ao quarto, fechando a porta atrás de si.
- , eu... – não conseguiu falar, o atacou com um beijo urgente, o tirando da porta e indo em direção a cama.
Ela não podia analisar demais a situação, “se for pra acontecer, que seja rápido”, pensou. Por mais que os dois estivessem numa sintonia, em sua cabeça ela não conseguia tirar a idéia de que isso era estranho e que ela não estava afim. “Math é lindo, legal, gostoso, fofo, simpático, amoroso, o que mais eu posso querer?” foi o pensamento final para que ela decidisse fazer isso. O deitou na cama, sem parar o beijo para não deixá-lo falar nada. O grau de intensidade começou a aumentar e desocupou os lábios de Math para beijar seu pescoço, fazendo menção de tirar sua blusa.


18. Falta de comunicação.


- Hey, hey , calma! Isso não está certo.
Ela o olhou sem entender.
- Achei que homem não negasse sexo.
- Haha, não é bem assim, , – Matthew se sentou na cama e a menina saiu de cima dele, sentando-se na sua frente – eu quero isso, Deus sabe que eu quero, meu amiguinho aqui sabe que nós queremos, mas você não quer, ...
- Mas é claro que eu quero, Matthew! Não estaria aqui se eu não quisesse!
- , minha linda, você não precisa fazer isso. Eu sei que você ainda é virgem e que essa noite deveria ser especial para você.
- Oras, e está sendo, é um belo quarto de hóspedes, você escolheu bem... – ela fez uma cara engraçada e ele riu.
- Não, você entende melhor do que eu que o ‘especial’ não depende de onde, ou quando, e sim de quem.
- Mas... Pra que você me trouxe aqui pra cima então? – ela perguntou, derrotada.
- Para conversar com você...
- Conversar?
- É... Decepcionada?
- Um pouco... Mas sobre o que?
- Sobre o quanto você ama ...
- MATTHEW! Que absurdo! Até você!
- Hahaha, não precisa ter segredos comigo, . Por mais que eu goste de você, te ache maravilhosa e tudo mais, eu sei quando uma menina está apaixonada, – ela ficou calada e ele continuou – ainda mais quando ela está por outro, ao invés de estar por mim. Os olhos dela brilham ao olhar sua paixão, a sintonia entre os dois parece divina e, se repararmos bem, dá para perceber quando ela reprime o desejo de estar ao lado dele. Você faz isso, , com , e nem adianta dizer que é amor de irmão por que você sabe que não é...
- Eu... Não sei o que dizer, nunca conversei com ninguém sobre isso... Essa tarde eu falei com as meninas, na verdade, mas você é o melhor amigo dele, é o meu ‘namorado’ e... é...
- Hey, não esquenta. Eu realmente não sei por que você estava tentando me agarrar aqui em cima ao invés de simplesmente me deixar falar, mas não se engane mais, siga o caminho que seu coração mandar.
- Não dá, Math! O.K.? Ele não me vê como uma mulher, ele nem se quer é apaixonado por mim da forma que eu sou por ele! ELE VAI DORMIR COM UMA RUIVA BRANQUELA HOJE! – ela estava começando a se exaltar.
- Shiii, calma, minha linda. – Ele a abraçou por um instante e depois confessou: – Tenho que te falar o que eu vim te falar aqui em cima.
- Fala...
- Lembra na segunda? Quando teve aquela ‘reuniãozinha’ na sua casa? – ela fez que ‘sim’ com a cabeça e ele prosseguiu – então, o se lembra de tudo, igual a você. Ele se lembra que se declarou a você, mas não disse nada, pois pensava que te assustaria.
- O QUÊ? De TUDO mesmo?
- Sim, de tudo!
Ela paralisou, e ele, apreensivo, começou a explicar.
- Eu sabia que os dois se lembravam, mas eu não conseguia falar nada, os dois me pediram para não falar com medo de machucar o outro... Me desculpa...
- Não Math, não é culpa sua. Não esquenta.
Ela o abraçou forte, estavam ambos inquietos.

Estava na parte do solo de e cutucou , sussurrando.
- Já sei onde eles estão, mas você não pode ficar bravo... – tudo fazia parte do plano.
- Fala logo onde!
- Aquelas pessoas viram os dois subindo as escadas para os quartos do segundo andar.
- O QUÊ?

queria sair de lá naquele momento, sussurrou para .
- Tenho que sair daqui, cara!
- De novo não, ...
- Sério! me pediu uma camisinha hoje e agora está no quarto com o desgraçado do Matthew!

Não deu tempo de ninguém fazer nada, largou tudo no chão e pulou do palquinho improvisado, empurrando as pessoas furiosamente.
- Mas o que você falou pra ele ? – perguntou a namorada, bravo.
- Contei que Math e estão em um dos quartos lá em cima... Fiz besteira, amor?
- O QUÊ? – os três meninos se indignaram.
- Claro que sim, ! – respondeu e colocou a mão na testa.
- Era uma vez Matthew Connowell, visto pela última vez sendo mutilado por ... – disse e todos ficaram preocupados.

estava uma fúria, seus olhos exalavam tamanha raiva que as pessoas abriam caminho para ele passar. Subiu a escada três degraus por vez e parou no corredor. Ele possuía muitas portas e sem nem pensar foi abrindo. A primeira tinha dois casais e ele se certificou de que não fossem os dois. Na segunda, rolava meio que uma super suruba, onde não conseguiu identificar ninguém. Nas outras três, uma era um banheiro e as outras estavam ocupadas com diversos afazeres. Restou uma única porta, paralisou à sua frente, com medo do que podia encontrar.

e Matthew conversavam, estava indo tudo bem, Math ajudaria a perder esse medo de amar , e a convenceria de que ela e eram almas gêmeas.
Matthew acabara de dizer algo reconfortante e ela o abraçou por um bom tempo.
De repente ambos levaram o maior susto, a porta se abriu com toda força. Eles se viraram para a mesma e lá se encontrava um com sangue nos olhos, como se quisesse arrancar a cabeça de alguém.
- , não é o que... – tentou dizer, mas ele a interrompeu.
- Não é o que parece? E o que está parecendo, hein? Vamos ver, – ele começou a dizer, nervoso e sínico – Eu encontro minha linda irmã, abraçando o meu melhor amigo, NUMA CAMA, logo após que ela me pediu UMA CAMISINHA! O QUE VOCÊ QUER QUE EU PENSE? – ele perdeu o total controle e gritava muito alto – VOCÊ ESTÁ MUITO ENCRENCADO, MATTHEW, VOCÊ NÃO FAZ IDÉIA! – foi na direção do menino que se levantou na defensiva, se colocou na frente.
- Você não irá fazer nada com ele. Certo? Se teve alguém que me respeitou aqui dentro deste quarto, esse alguém foi ele!
- Eu vou acabar com a sua raça! – disse, entre dentes, para Math e falou mais alto.
- CHEGA, ! – os dois se assustaram e ela aproveitou – Math, por favor, vai embora...
- Eu não vou te deixar aqui com o neste estado.
- O quê? Você está insinuando que eu farei mal a ela? Tá perdendo a noção do perigo, é?
- Não, cara, é só que... – não deu tempo de Math terminar, se esquivou de e deu um soco no meio da cara do melhor amigo.
O menino estava no chão e empurrou para longe.
- FICA LONGE, , LONGE! – ela gritou como se falasse com um cachorro.
Depois de tanto grito e escândalo, metade da festa já estava na porta querendo ver o que estava acontecendo.
- Vem, Math, – dizia, conduzindo o menino para a porta do quarto onde os meninos estavam – , você o ajuda a colocar gelo no nariz?
- Claro...
- Acho que posso fazer isso sozinho, minha linda. – Math falou. Estava com o nariz ensangüentado, por culpa dela e mesmo assim conseguia ser fofo, ele não existia...
- O.K. Cuidado – a menina falou, depois deu um beijo na bochecha de Math, ouvindo as meninas sussurrarem para ela.
- Boa sorte. - E fechou a porta atrás de si.

estava andando de um lado para o outro do quarto, com as mãos na cabeça e respirando fundo.
- , nós tínhamos um acordo! Eu não dormiria com a ruiva e você não dormiria com ninguém!
- ...
- E Como é que você fica completamente sozinha num quarto com alguém do sexo oposto? Você tem idéia do que ele poderia ter feito com você se eu não tivesse chegado? E eu confiando você a ele, eu devia ter imaginado... A partir de hoje você não vai sair com mais nenhum menino! – ele dizia as palavras atropelando cada significado.
- CHEGA, , CHEGA! Sabe o que teria acontecido se você não tivesse chegado? Math continuaria a conversar comigo! A me convencer de que não se pode fazer sexo por vingança, está certo? Não tem ninguém nesse mundo que você pode confiar mais do que no Matthew.
- , pode parar de tentar defendê-lo, O.K.?
- Eu não to defendendo, estou falando sério.
- Espera, você está me dizendo que ele não tentou fazer nada com você?
- Muito pelo contrário...
- Hã – se acalmou um pouco – Mas que história é essa que fazer sexo por vingança? De quem você esta querendo se vingar? Pelo amor de Deus!
- De quem, ? De quem? Você é realmente um idiota!
Enquanto eles brigavam, ambos andavam pelo quarto, bravos e indignados.
- Tenta adivinhar, meu querido, tenta! PATÉTICO!
- ! Isso não faz sentido algum! Você está assim só por causa da Ruiva?
- SÓ?
- Então é por quem? Eu já dormi com muitas meninas, não faz sentido fazer chilique por essa, ainda mais quando eu fiz aquele trato, que por sinal só eu ia cumprir.
Ela parou e se aproximou dele, ficaram cara a cara um com outro.
- , olha nos meus olhos e me diz que você não se lembra da noite de segunda.
- O quê? O que isso tem a ver?
- Diz!
- , me explica o que está acontecendo! Não tô entendo nada! Há dois segundos eu queria matar meu melhor amigo por querer te desonrar, há um segundo você queria matar todas as minhas transas sem motivo concreto e agora você quer saber se eu me lembro de segunda à noite?
Ela ficou séria e ele ficou também.
- , isso está me deixando louca, eu...
- O que está te deixando louca? – ele a interrompeu.
- Essa sua cara de desentendido, de inocente e perdido. Isso está me matando! – ela estava explodindo – quer saber, isso nunca vai dar certo mesmo, não é? Nunca...
- Isso o que?
- ARGH! Chega, eu vou ver como Math está – abriu a porta do quarto e desceu as escadas, foi atrás dela.
- , PÁRA!
- Eu não consigo te ouvir, a música está muito alta!
A menina procurava Matthew, mas tinha muita gente e não conseguia vê-lo. estava logo atrás dela, e ela estava ficando cada vez mais brava. Saiu da casa e parou no gramado da frente, se virando e dando de cara com um desentendido.
- O que você quis dizer com ‘isso nunca vai da certo’? O que nunca vai dar certo?
- Não importa, , por que nunca vai dar certo! Nunca! – ela estava atordoada, se condenando por quase acreditar que amá-lo não é errado.
- Não, não é assim, .
- Tenha uma boa noite com a ruiva, .
- Então agora você quer que eu durma com ela?
- Na verdade, é o meu último pedido para você.
Ela o olhou nos olhos e saiu, dando a volta por ele em direção a uma bicicleta. Ele só percebeu quando se virou, mas era tarde demais.
- Aonde você vai, ?
Ela não respondeu, ficou muda. Simplesmente subiu na bicicleta e começou a pedalar.
- Volta aqui! Eu juro que tentei me controlar! – O menino corria tentando alcançá-la, enquanto a garota fugia em sua bicicleta. Por mais que tentasse, não conseguiria, e desistiu, sussurrando num tom inaudível aos ouvidos da menina: eu te amo.
não sabia o que fazer, estava atordoada, ele era seu melhor amigo, seu irmão! Não podia fazer isso, não sabia como lidar com isso.
estava estático no meio da rua, quando sentiu uma mão em seu ombro, era .
- Hey, , não se preocupe, eu vou atrás dela com o meu carro e a levo pra dormir na minha casa. Você terá a casa para você.
- , o que deu nela?
- Eu não sei, , ela deve ter bebido demais, mas não se preocupe eu cuidarei dela. Agora vai lá para dentro.
entrou depois que saiu com o carro. A menina fora atrás de se perguntando se o plano da sedução tinha dado certo ou se tinha sido uma tragédia como estava parecendo.

Ao entrar na casa a música era de CD. estava com , com , arrumava as coisas, já que estava sem sua namorada, e uma menina cuidava do nariz de Math.
Tudo que queria saber era beber, beber até cair. Esquecer tudo! Mesmo sabendo que quando se tratava de ele nunca se esquecia, entrou na cozinha e pegou uma garrafa.
- Pára, , você sabe muito bem que não pode beber hoje! Amanhã tem show! – Matthew tentou tirar a garrafa de sua mão, mas ele estava muito bravo.
- Sai de perto de mim ou eu arrebento de novo a sua cara!
Não deu tempo de detê-lo ele saiu pela festa.
Bebeu muito. De uma forma tão descontrolada que já não conseguia saber quem era quem.

estava se agarrando com alguém e só depois de certo tempo percebeu que era a mesma ruiva daquela manhã.
- Hey, vamos pra minha casa. Está vazia... – nem se preocupou em perguntar, visivelmente embriagado.
- Claro.
Ela era realmente rápida!
As preliminares já começaram no carro. quase provocou inúmeros acidentes enquanto tentava chegar à sua casa.
Tudo foi tão rápido que quando foi se dar conta já estavam subindo as escadas. Cada beijo, cada toque e cada carícia eram superficiais e envolvia mágoa. sabia que tudo era somente para tentar se satisfizer. Extravasar a vontade de ter por inteiro. Mas aquilo tudo foi forçado, ele tinha certeza disso.
Entraram no quarto e a ruiva logo o jogou na cama, parando de beijá-lo por um instante. não conseguia pensar, nem ao menos ver outro rosto a não ser o de , viu que a única forma de esbaldar seu desejo oculto, era fantasiando-a e esquecendo que cada detalhe daquele quarto lembrava a menina.
A ruiva começou a tirar o vestígio de sua roupa. Ele estava com tanta raiva de si mesmo que assumiu o controle da situação extravasando literalmente toda a fúria na menina, que, aparentemente, gostou.
Foi de certa forma gratificante, mas ele ainda estava se sentindo machucado. Depois de tudo, resolveu dormir, simplesmente ignorando a ruiva deitada no lugar de , quem sabe a dor passaria...


19. Chega de desencontros!


- Obrigada por tudo, , não sei o que faria sem você! – agradecia a amiga pela hospedagem repentina da noite anterior.
- Imagina, amiga, sempre que precisar! Agora, lembre-se, dá um tempo a ele, você sabe que sente o mesmo, porém também sente os mesmos medos que você.
- É, , você tem toda razão. Preciso conversar e não brigar.
- Isso! Agora vai por que eu acho que seu queridinho bebeu demais ontem à noite e está precisando de socorros.
- Certo! Até de noite no pub, !
- Até, !
A menina saiu com o carro e se direcionou para a casa. Entrou e sentiu um cheiro estranho, nada familiar. Não conseguia decifrá-lo. Lembrou então do que tinha dito sobre ter bebido demais e foi verificá-lo no andar de cima.
Ao abrir a porta de seu quarto lá se encontrava ele, deitado na cama, todo esparramado, se aproximou.
- Pobrezinho, vai acordar com uma dor de matar! – falou para si mesma enquanto passava a mão na testa suada de .
Nesse instante ele despertou um pouco assustado por ver a menina.
- ! O que você faz aqui? – olhou rapidamente para sua esquerda e ficou ainda mais confuso. Onde estava a ruiva? “Tomara que tenha indo embora” desejou.
- Eu não podia te deixar sozinho de ressaca. Eu fui muito dura com você ontem, nã... – não conseguiu terminar de falar, foi interrompida pela descarga do banheiro.
olhou assustado e preocupado. Então ela não havia ido embora.
se afastou do garoto, perguntado com delicadeza.
- Quem está no banheiro, ?
O garoto se levantou enrolado no lençol falando com urgência.
- Eu te amo, ignore o que acontecer daqui a dois segundos.
Não precisou de dois segundos, a ruiva saiu do banheiro naquele mesmo instante, vestida com a camisa de . Parecia confusa também.
- Ah, claro, a ruiva... – falou como se fosse óbvio demais para ela não ter pensado nisso.
- Quem é você, menina, o que faz aqui? – a garota perguntou a , visivelmente perturbada.
- Ela é a . E essa é, bom, eu não me lembro do seu nome... – estava ainda mais perturbado que qualquer uma naquele quarto.
- É por que eu não lhe disse. Eu sou Marta e eu já estou de saída...
- Não, não saia por minha causa. Vou assistir televisão na sala, eu sou apenas a irmãzinha mais nova, que diferença eu posso fazer? – quando acabou de falar olhou sentado na cama e o olhar dos dois foi o mais torturante possível. Ela então saiu pela porta e ele colocou a mão na cara, se martirizando por ser tão idiota.

Demorou no máximo cinco minutos para que ouvisse a ruiva descer as escadas e sair pela porta da frente. veio logo atrás. o olhou e disse, sínica.
- Nem se despediu da irmãzinha, bela namorada.
bufou e foi buscar uma aspirina na cozinha, tudo estava tão confuso e sua mente o lembrava de cada vez mais sobre o que dissera noite passada. Mas ainda não entendia o porquê de tudo aquilo.
Ao voltar para sala deu de cara com de pé e com a conhecida cara de revoltada. E logo foi atacado pela sua voz machucada.
- Você nem ao menos tem a capacidade de me apresentar como sua irmã. Nem isso, . E você ainda quer que eu acredite que é só pra elas não ficarem com ciúmes. Afinal de contas, por que diabos você virou um canalha mesmo? HEIN? POR QUÊ? – as lágrimas já começaram a cair e estava se segurando para não falar tudo que estava preso dentro de si – Você nem sabia o nome da menina e transou com ela! Você acha isso normal, ? Normal seria você ter ficado como você era antes! Certo? Eu te odeio como um canalha! – seu tom de voz era mais machucado do que bravo.
- E que diferença faz se eu transei ou não com ela? Você não quer dormir com Matthew, hein? Não é ele que você quer?
- Deixa de ser trouxa, . Eu e Math terminamos ontem.
- Mas por quê? Eu pensei que...
- Você pensou errado, , como sempre! – estava impaciente.
- Não pensei errado coisa nenhuma! Você que deu a entender isso, minha filha! O.K.? Você chega para mim, me pede uma camisinha, entra no quarto com o seu namoradinho e depois vem me dizer que eu que pensei errado? Se eu pensei errado, então o que tudo isso significa? E aquela história de sexo por vingança?
- VINGANÇA DE VOCÊ! – finalmente falou e se sentou derrotada.
- De mim? – parecia surpreso.
- Claro!
se aproximou e se sentou ao lado da menina. A briga deu uma acalmada.
- Mas, , eu disse que não dormiria com a ruiva...
- Não, , não tem muito a ver com a Ruiva especificamente... É que eu achei que se eu fizesse isso, você pudesse ter outro tipo de ciúmes por mim e sei lá, por ventura, parasse de ser um canalha! – o nível da conversa começou a baixar de novo – Mas não! – voltou ao seu tom de voz magoado – Você simplesmente continua a ser um canalha! Por quê? Só deus sabe! Me responde o porquê disso que eu te deixo em paz, eu juro! Você nunca devia ter virado um canalha, nós estaríamos juntos agora se não fosse por isso!
- Chega, , você quer saber o por quê? – se levantou do sofá e, vermelho de raiva, começou a explicar – Eu virei um canalha por sua causa!
Foi a vez de ficar confusa.
- Por minha causa?
- Sim! Depois daquele maldito final de semana do baile, quando eu voltei pra casa, você era tudo que eu queria! TUDO! Aquele beijo não saía da minha cabeça! Mas não era algo que poderia acontecer, , não é algo normal! Mesmo se eu não tivesse virado isso, nós não estaríamos juntos, você sabe! Nossos pais nos condenariam e sei lá o que aconteceria! Eu tinha apenas 13 anos, o que você esperava que eu fizesse?
estava estática, apenas ouvindo, não esperava que finalmente tivesse a coragem de falar coisas assim.
- Seus olhos, a sua boca, seu cheiro, tudo me deixava louco! Nenhuma menina possuía esse poder sobre mim! Foi então que eu descobri que eu estava me apaixonando pela minha meia irmã! E nenhuma outra menina poderia me satisfazer, não me importava com mais ninguém, só com você, ! Por que você acha que eu não ligo em magoar as outras meninas? Eu não consigo sentir nada por elas! Nada! Elas só são uma distração para os meus pensamentos em você! Para os meus hormônios! A verdade é essa, eu virei um canalha pelo simples fato de sentir que se não for para ficar com você, eu não vou ficar com mais ninguém.
A essa altura já estava sem ar, com pressão baixa e tontura. Era muita informação e ela não estava preparada para isso.
- Não acredito que te contei essas coisas – se condenou e o silêncio de o assustou.
saiu pela porta da frente, deixando na sala uma estaticamente sentada no sofá.

Passou-se cinco minutos até que pudesse entender toda aquela informação. Correu porta a fora, mas era tarde, o carro de não estava na entrada. Tentou ligar para seu celular, mas ele o deixara em casa.
Entrou em desespero, precisava falar com ele! Dizer que aquilo não era bobagem, era real! Que o amor deles era completo!
Pensou alguns segundos e resolveu ligar para Math, talvez ele soubesse onde estava.
- Alô? Matthew?
- Oi, , que voz é essa? O que foi?
- É o !
- O que aconteceu?
contou tudo para Math e até o garoto ficou surpreso!
- Fica calma, , eu sei onde ele pode estar!
- Onde? Me fala!
- Calma. Eu vou atrás dele e você fica aí na sua casa! Quando eu tiver notícias, eu aviso!
- Mas Math...
Não conseguiu reivindicar seus direitos e o garoto desligou.

dirigiu até chegar à represa da cidade vizinha. Era um lugar silencioso e vazio, ótimo para por as idéias no lugar.
Ele e Matthew costumavam ir até lá para se esconder quando faziam alguma besteira ou coisa de moleque.
Ele estava perturbado. Não conseguia esquecer a cara de pasma que ela fizera. Não disse absolutamente nada! Ele sabia que não devia ter falado aquilo, tinha a assustado.
Enquanto olhava a represa uma mão lhe pegou pelo ombro, era Math.
- Sabia que estaria aqui!
- Math? Só você pra conseguir me encontrar – Matthew se sentou ao lado do amigo – Ah, você ainda deve estar bravo comigo por causa de ontem, né? Cara, foi mal!
- Não foi nada, dude, você só entendeu as coisas errado.
- É! EU SEMPRE FAÇO ISSO! Argh!
- Calma, ...
- Calma? Eu acabei de contar tudo que eu sinto pela minha melhor amiga e achei que era o que ela sentia também, mas adivinha? ELA NÃO DISSE NADA! Ficou estática no sofá! Por que eu sempre entendo errado? E eu nem posso pôr a culpa na bebida, pois eu estou de ressaca!
- , pela primeira vez você entendeu as coisas certas!
- Do que você está falando, Matthew?
- Ela lembra, cara, ela se lembra do que aconteceu na segunda a noite, de tudo...
- DE TUDO?
- De tudo...
- MERDA! É por isso que ontem ela queria saber se eu lembrava...
- Eu contei pra ela que sim...
- VOCÊ O QUE?
- , eu me cansei! Os dois foram feitos um para o outro, VOCÊS NÃO PERCEBEM? Cada detalhe de cada um se encaixa perfeitamente, vocês são almas gêmeas, cara!
- Mas... Por que ela fugiu ontem à noite? Por que ela não disse nada hoje de manhã? Será que ela está brava por causa da ruiva?
- Bom, certamente ela está furiosa por causa da ruiva. Mas a verdade é que ela tem medo, ela acha isso errado... Nós conversamos muito ontem enquanto você achava que estávamos fazendo outra coisa, haha, e ela está completamente perdida, ela sente o mesmo que você sente por ela, mas nenhum dos dois sabia disso! Essa informação estava me matando! O que falta em vocês é um diálogo decente sobre isso, eu preciso que vocês se entendam, vocês precisam se entender.
- Math, não pode ser! Se ela sentisse o mesmo ela não teria ficado parada no sofá enquanto eu me declarava.
- Você é que não devia ter fugido pela porta!
- Mas como você sabe de tudo isso?
- , , , ACORDA! Ela me ligou quando você saiu. Estava desesperada atrás de você! Ela me contou tudo que você disse e isso a pegou de surpresa, até me pegou de surpresa! Há um minuto você estava na cama com a ruiva e depois você fala tudo que sente há mais de três anos por ela? A entrou em parafuso! Ela recebeu a certeza clara de tudo que ela sempre quis! Não é uma justificativa ótima para ficar estática?
- Cara, falar aquilo também me pegou de surpresa. Mas é que eu estava tão cansado e...
- Você não errou em falar, apenas volta lá e esclarece tudo com ela, se não ela vai ter um troço!
- Certo, Math! Valeu por tudo, cara! Você é o melhor!
- Não precisa agradecer... Apenas acalme a que ela está louca! E vê se resolve isso antes do show no pub, quero meu astro bem!
- Haha, pode deixar!
Eles se abraçaram feito irmãos e cada um entrou no seu carro, rumando para suas casas.


20- Não era para estar tudo resolvido?


estacionou o carro com urgência na frente da casa. Entrou correndo pela porta ignorando tudo a sua volta.
- ! – ele gritou ao pisar na sala e quase caiu ao ver Rebecca – Mãe? O que você faz aqui? – a mulher se virou e deu para ver seu rosto sereno e sem expressão.
Ao olhar mais atento pela sala percebeu que Kevin estava sentado no sofá lendo alguma coisa e ao lado um homem de terno segurava uma caneta. estava emburrada, de braços cruzados e seu rosto iluminou-se ao ver .
- Graças a deus, ! – ela saiu de lá e abraçou o irmão.
- Hey, , o que foi? Alguém pode me explicar?!
- Nós vamos embora, ! – disse antes de esconder a cara no peito dele e chorar.
a abraçou mais apertado e ficou bravo, querendo explicações.
- O que isso quer dizer, mãe?! Kevin?
- Nós estamos nos divorciando, filho.
- O QUÊ? Mas por quê? Qual a razão?
- Você sabe a razão filho!
- Não! – o menino soltou e se aproximou mais de sua mãe – Isso não está certo! Vocês sempre se resolvem! Kevin! – olhou para o padrasto desesperado.
O pai de se levantou e se aproximou do menino.
- , meu querido, nós tentamos, mas diante as circunstâncias o divórcio é melhor. – Kevin tentou explicar.
- Circunstâncias? Quais?
- Filho, – foi a vez da mãe se pronunciar – eu traí Kevin, vocês já sabem, e não me orgulho disso. Nem um pouco. Mas não para por aí...
- O que mais você fez, mãe?
- Ela não fez nada, , – disse visivelmente magoada – é que... Os médicos acham que minha mãe vai ter uma melhora se voltar para Hereford.
- O quê? Mas vocês estão aqui há pouquíssimo tempo! E outra, e daí? Não quer dizer que vocês não vão voltar, quer? – o menino se assustou.
- É exatamente isso, , – Kevin respondeu – ela poderia ficar aqui em Londres, mas ela prefere lá. Então, com o divórcio, eu e nos mudaremos com ela.
- O QUÊ? E Vocês não vão vir me visitar? Você não volta, ?
- É muito complicado, , não dificulte mais as coisas!
- Como assim? E tudo aquilo que eu te falei? Como fica? Espera! – ele se sentou no lugar do homem de terno, que a essa altura já havia ido embora – Eu vou poder visitar vocês, como eu sempre fiz, não vou? E se nós fôssemos para Hereford, mãe? Que tal?
- Não vai ser possível, meu amor.
- Mãe, onde vamos morar?
- Então, meu filho, meu novo namorado é brasileiro e...
- O QUÊ? Você realmente espera que eu vá para o Brasil? – ele se levantou novamente. – Não, isso tudo é uma loucura!
então saiu escada a cima, revoltado, e foi atrás, deixando o ex-casal preocupado na sala.

entrou no quarto ofegante. Não sabia onde colocar as mãos. Estava nervoso, inquieto e bravo.
- ? – entrou no quarto hesitante.
- Não deixe isso acontecer, por favor! Não precisa ser assim! Nós podemos dar um jeito!
- Um jeito, ? Eu to voltando para casa e você vai se mudar para outro continente! Nossos pais se separaram e nós não possuímos mais um vínculo para eles!
- Não tô nem aí pra eles, ! A única coisa que importa é você, eu! Nós dois juntos! Você por um acaso ouviu tudo que eu te disse hoje?
- Sim! Ouvi... – eles se aproximaram mais e ela, envergonhada, disse – Me desculpe, eu entrei em parafuso por tudo que você disse, era tudo que eu sempre quis ouvir e eu estava brava e... A verdade é que eu...
- Sente o mesmo por mim. – completou sua frase fazendo a garota olhar para ele.
- , tá tudo muito estranho, parece que o universo conspira contra nós!
- ... – ele deu uma pausa debochada e continuou - Que se dane o universo!
juntou seus corpos pegando o rosto de com uma mão e com a outra apoiou suas costas. Puxando-a para mais perto.
respirou fundo, mal podia acreditar naquilo, podia jurar que era um sonho. Ao sentir o toque de em seu rosto fechou os olhos e sorriu, era um toque leve e ao mesmo tempo urgente. Sem nem pensar ficou nas pontas dos pés e seus lábios se juntaram. Uma espécie de energia passou pelos lábios selados e percorreu por todo o corpo, dando um tipo de choque. Era algo inexplicável, de outro mundo.
Os dois então cortaram o beijo e se olharam.
- Você também sentiu? – perguntou.
- Senti! – respondeu animada e jogou os braços pelo pescoço de , que a agarrou pela cintura e, antes de recomeçar o beijo, falou:
- Parece que o universo ficou bravinho...
Ela riu engraçado e ele voltou a beijá-la.
Eles só esqueceram um detalhe: o universo não era o único contra tudo isso, seus pais estavam no andar de baixo e resolveram subir.
- AHÁ! Então é por isso que vocês ficaram tão chateados! – Rebecca gritou quando os viu no quarto. Os dois se desgrudaram imediatamente e Kevin chegou atrás.
- O que está acontecendo? – o pai perguntou e eles ficaram parados. Rebecca ia se pronunciar, mas falou primeiro.
- Mãe! Eu explico! – ela viu a cara de urgência do filho e parou – É que, Kevin, nós não podemos nos separar! Eu e nós somos como...
- Almas gêmeas, papai – completou.
Kevin pareceu entender a parte superficial do assunto.
- Eu sei, e a culpa é minha por criar vocês dois como irmãos. Vamos, , precisamos falar com sua mãe sobre tudo isso...
- Mas, Kevin, por favor, não a tire de mim, – implorava ao ex-padrasto – depois eu a levo pro hospital! Nós precisamos conversar...
- , não faça assim... – falou olhando para o menino – Nós nos vemos no pub essa noite, O.K.?
- Mas, , e aquele assunto? – perguntou desesperado.
- Tchau, , até mais tarde. – ela deu-lhe um beijo demorado na bochecha e ele ficou sem reação, olhando-a sair com o pai pela porta do quarto.

se sentou na cama e, com as mãos na cara, começou a chorar. Rebecca o abraçou.
Foram longos minutos de lágrimas até que a mãe conseguiu acalmar .
- O que foi aquilo que eu vi, meu filho? Vocês estavam...
- Nós estávamos nos beijando mãe.
- Mas, vocês dois foram criados juntos, como dois irmão, isso é...
- Um absurdo, eu sei... Mas é exatamente por esse julgamento que nós não estamos juntos!
- Mas vocês estavam se beijando, eu vi!
- Sim, e foi nosso primeiro beijo de verdade! Mas eu não estou entendendo, ela não disse mais nada, simplesmente se foi... Não me faça perdê-la agora que eu a tenho, mamãe. – as lágrimas recomeçaram e ela o abraçou novamente, balançando-o como se fosse um bebê.
- Eu nunca te vi assim por nenhuma menina. Na verdade eu sempre achei que você jamais pudesse se apaixonar. Sempre me culpei por isso. Você sempre tratou as garotas com indiferença e...
- é diferente. É a única diferente. Você tem razão, eu nunca me importei com qualquer outra menina por que nenhuma consegue mexer comigo da forma que consegue.
- Shi, calma, meu amor. Nós vamos dar um jeito – Rebecca estava tão desesperada quanto . Jamais, em toda sua vida, viu seu filho chorar assim, era desesperador. Precisava resolver. – Filho, faça o que você quiser.
- O que eu quiser? Como assim, mãe?
- Por mais que eu e Kevin estejamos brigados e eu vá para o Brasil, eu não vou te impedir de ficar com e nem vou te obrigar a vir comigo para outro país. Você pode ficar...
- Você está falando sério?
- Sim! A maior dor para uma mãe, mesmo desnaturada como eu, é ver seu filho sofrendo, não importa o motivo, . Não dá, isso acaba comigo. Você já está grandinho, pode se virar sozinho. Tem a sua banda, vai fazer faculdade. Posso te mandar dinheiro. Nós vamos resolver!
- Mas e a ? Não faz sentido eu ficar se ela não ficar também... O que eu faço?
- Lute, meu filho. Quem melhor do que você para saber o que a faz ficar?
- É... Mas ela está tão determinada a ir...
- Claro! Ela acha que você não ficará aqui! Filho... Quando nós demos a noticia da separação e da mudança a ela, antes de você chegar, tadinha... Nunca a vi daquele jeito! Dei até água com açúcar para . Ela está tão triste quanto você...
- Ai, que saco, mãe! – começou a se revoltar sem achar uma solução.
- Filho, ela não vai no pub te ver tocar hoje?
- Sim...
- Pois bem! É a sua chance de convencê-la. Ou de pelo menos dizer que vai ficar aqui e ver o que ela resolve fazer...
- Você está certa! Hoje no pub vou ter que dar um jeito! – ele finalmente sorriu e Rebecca o abraçou feliz por ele ter parado de chorar.


Estavam todos no Pub Math, , , e . As meninas chegariam um pouco mais tarde.
estava mais tenso do que nunca. Não conseguiu comer nada o dia todo, seu estômago estava completamente virado e a ansiedade era descomunal. Era tudo ou nada, precisa convencer de ficar.

Já se passava das sete e meia da noite quando as meninas chegaram. ficou atento, mas não viu nem sinal de , parece que , , e Marie estavam sozinhas.
- Ela vem mais tarde, . – lhe falou quando percebeu sua desmotivação ao não ver .
Ele então assentiu e logo depois arregalou os olhos. Todos estavam de casal. Até Math. Ele estava com Marie, amiga de .
- Mas... Quando isso aconteceu? – perguntou apontando o dedo para os dois.
- Bom, – Marie falou primeiro – foi embora antes da festa por causa de e eu fiquei cuidando do machucado que você fez nele. Ai... Sabe, né? Rolou.
- Você é rápido, meu amigo...
- Aprendi com o mestre... – Math respondeu se referindo a e deu uma piscadela.
riu de leve, mas a tristeza era clara em seu rosto e a esperança estava diminuindo. Ele não contara nada a ninguém, mas todos já haviam reparado em seu sofrimento.
- Hey, , – começou falando – nós te conhecemos muito bem para saber que você não está bem. Nos conte, o que há?
- Eu não quero incomodar vocês, hoje é o nosso grande dia, já basta um triste.
- Mas se você estiver triste, todos nós estaremos – completou.
então começou a contar toda a história. O único que sabia daquilo era Math, mas ele começou a estranhar o final da mesma.
- Como assim Hereford e Brasil? – Matthew perguntou abismado – Isso não fazia parte da historia hoje de manhã!
- É que minha mãe e o pai de vão se separar. Os médicos querem mandar a mãe de de volta para Hereford e minha mãe vai morar com o novo cara.
- Bom... Pelo menos vocês não são mais irmãos... – tentou animar um pouco, mas não deu certo.
- E como fica aqui? A banda? O último ano, cara? Você e a ? – perguntou rápido, quase sussurrando a última frase.
- Então, minha mãe me deixou ficar e morar aqui...
- YEEEE! – eles comemoraram, mas ainda estava triste.
- O problema, gente, é que eu ainda preciso convencer a de que ela precisa ficar comigo! Eu sei que ela tem a mãe, tem tudo lá em Hereford, que ainda vai demorar a ser maior de idade... Mas eu não posso perdê-la, não agora que eu sei que ela pode ser só minha.
- Nossa, , mas é meio difícil, né? – tentou defender a amiga, mas não podia magoar o amigo.
- Eu sei, , mas o que vocês querem que eu faça? Eu estou disposto a tudo, eu até me mudaria para Hereford com eles... – sua última proposta foi desanimada, a banda não podia se separar agora que estava indo bem.
- Você fala sério, ? – Math perguntou – Você não pode nos deixar agora!
- Cara, eu sei de tudo isso! Por que você acha que eu estou assim?
- O que você pretende fazer para ela ficar aqui? – perguntou tentando diminuir a tensão.
- Quando ela chegar eu cantarei uma canção. É de uma das bandas preferidas dela e eu espero que isso amoleça o coração. Eu não sei mais o que fazer...
Todos sentiam aquela dor, as possibilidades eram tristes. Mas não puderam continuar com a conversa, já eram oito horas e o Pub estava cheio, precisavam começar a apresentação.
- Boa sorte, meninooos! – disse, animada, dando um beijinho em cada integrante. As meninas repetiram o gesto da amiga.
Math cumprimentou todos e abraçou mais demoradamente .
- Cara, não sei se consigo sem ela na platéia – estava suando frio.
- Ela vai chegar, não perderia isso por nada, lembra?
- Sim, você tem razão!
Todos saíram de trás das cortinas e se sentaram numa mesa perto do palquinho.

A platéia estava animada, a maioria já conhecia o trabalho dos meninos, o que fez com que a ansiedade do público só aumentasse.
- É isso aí, caras. Vamos arrasar! – todos os quatro se abraçaram e entraram no palco.
As luzes os impediam de enxergar qualquer coisa abaixo do palco, isso deixava ainda mais nervoso. Mentalizou então que estava ali, que só ela estava ali. Assim conseguiu criar coragem e falar:
- Boa noite, gente, – algumas meninas gritaram e ele continuou – nós somos os McFly’s e viemos animar a noite.
A primeira música começou a ser tocada e mesmo quem não conhecia já estava adorando.

não sabia se a tinha visto, mas ela não conseguia tirar os olhos dele. Estava ainda mais lindo que na festa da noite passada. Dava pra sentir a emoção enquanto ele tocava. Nesse instante ela perdeu toda aquela tristeza que percorria o seu corpo e ganhou um sorriso que mal cabia em seu rosto.
Foi fácil achar as meninas e Math, era a mesa que mais gritava.
- Finalmente você chegou, estava tendo um infarto. – abraçou a amiga.
- Eu não sei se ele me viu...
- Calma, , ele vai te ver...
- Mas é que...
- Nós já sabemos da história, amiga. – e entraram na conversa – Vocês precisam conversar, né?
- Vocês não têm idéia do quanto!
Ficaram quietas para continuar vendo o show. Eles estavam esplêndidos e o orgulho que cada uma sentia era enorme.

- Bom, galera, nossa apresentação está quase acabando. – se pronunciou de novo e um grande ‘ahhhhh’ surgiu das bocas das pessoas – É, eu sei, é triste! Hahaha! Bom... Eu teria cantado isso antes, mas eu estava esperando alguém chegar. Mesmo que ela não esteja aqui, eu cantarei, quem sabe ela pode me escutar, não é?
Toda a platéia ficou em silêncio. O palco agora era só de e seus sentimentos. O que ele não sabia era que estava ali, estava ouvindo tudo.
- O nome da musica é “Come Back to Me” do “Plain White T’s”. A intenção certa é fazê-la ficar! Ficar comigo, voltar para mim... Pequena, é para você.


“Everything you say or do - Tudo que você diz ou faz
I am always there for you - Eu estou sempre do seu lado
Whether you're laughing or you're screaming - Mesmo quando você estiver rindo ou chorando
No one else could take your place - Ninguém vai tomar o seu lugar
I will always see your face - Eu vou sempre ver seu rosto
When I'm awake and when I'm dreaming - Quando acordado e quando estou sonhando

Cause I believe there's a place for you and me in this crazy world - Pois eu acredito que existe um lugar pra você e eu neste mundo louco

If you come running back to me - Se você voltar correndo pra mim
I'll be here waiting - eu estarei esperando
Cause I still believe in a love worth saving - Porque eu ainda acredito que o amor salva
If you could see the sad look on my face - Se você pudesse ver a tristeza em meu rosto
You'd be in your car headed back to my place - Você iria pegar seu carro e voltar pra cá
Come back to me - Volte pra mim
I'll be here waiting - eu estarei esperando
Cause I'm on my knees and my love's not fading - Pois eu estou de joelhos e meu amor não esta desaparecendo
If you could see the sad look on my face - Se você pudesse ver a tristeza em meu rosto
You'd be in your car headed back to my place - Você iria pegar seu carro e voltar pra cá

I can't stand to watch you go - Não suporto ver você partir
Cause in my head deep down I know - Pois minha mente entra em depressão
I don't wanna live without you - Eu não quero viver sem você
I love the way we stay up late - Eu amo quando ficamos acordados até mais tarde
The way you laugh at your mistakes - O jeito que você ri dos seus erros
I love everything about you - Eu amo tudo sobre você

Cause I believe there's a place for you and me in this crazy world - Pois eu acredito que existe um lugar pra você e eu neste mundo louco

If you come running back to me - Se você voltar correndo pra mim
I'll be here waiting - eu estarei esperando
Cause I still believe in a love worth saving - Porque eu ainda acredito que o amor salva
If you could see the sad look on my face - Se você pudesse ver a tristeza em meu rosto
You'd be in your car headed back to my place - Você iria pegar seu carro e voltar pra cá
Come back to me - Volte pra mim
I'll be here waiting - eu estarei esperando
Cause I'm on my knees and my love's not fading - Pois eu estou de joelhos e meu amor não esta desaparecendo
If you could see the sad look on my face - Se você pudesse ver a tristeza em meu rosto
You'd be in your car headed back to my place - Você iria pegar seu carro e voltar pra cá”



precisava mostrar para que ela estava ouvindo, que não era em vão.
Se levantou da mesa onde estava e se pôs de pé, bem na frente do microfone de . Podia-se ver a mudança em ao ver , nunca se sentiu tão feliz, seu rosto se iluminou e a música ficou ainda mais bonita.


“No, don't wanna let you go - Não,não quero deixá-la ir
Girl, you belong in my heart, in my arms, in my bed - Garota, você mora em meu coração, nos meus braços, na minha cama
Girl, quit messing with my head - Garota, pare de brincar comigo
Say that you're coming back to stay right here with me - Diga que vai voltar pra ficar comigo

If you come running back to me - Se você voltar correndo pra mim
I'll be here waiting - eu estarei esperando
Cause I still believe in a love worth saving - Porque eu ainda acredito que o amor salva
If you could see the sad look on my face - Se você pudesse ver a tristeza em meu rosto
You'd be in your car headed back to my place - Você iria pegar seu carro e voltar pra cá
Come back to me - Volte pra mim
I'll be here waiting - eu estarei esperando
Cause I'm on my knees and my love's not fading - Pois eu estou de joelhos e meu amor não esta desaparecendo
If you could see the sad look on my face - Se você pudesse ver a tristeza em meu rosto
You'd be in your car headed back to my place - Você iria pegar seu carro e voltar pra cá

Come back to me - Volte pra mim
I still believe - Eu ainda acredito
If you could see the sad look on my face - Se você pudesse ver a tristeza em meu rosto
You'd be in your car headed back to my place - Você iria pegar seu carro e voltar pra cá
Come back to me - Volte pra mim
I'm on my knees - Estou de joelhos
If you could see the sad look on my face - Se você pudesse ver a tristeza em meu rosto
You'd be in your car headed back to my place - Você iria pegar seu carro e voltar pra cá”



- , existe mesmo um lugar nesse mundo para nós dois. Fica, fica comigo!
não se pronunciou, seus olhos estavam cheios de lágrimas e ela abaixou a cabeça, saindo correndo de lá.
não pensou duas vezes. Pulou do palquinho e correu atrás dela.



21. Tudo um pouco incerto.


- Não, , eu não vou deixar você fugir disso! Você não pode desistir assim de nós! – dizia a menina, estavam do lado de fora do Pub, discutindo na calçada.
- O que você quis dizer com ficar com você? – perguntou séria.
- Para você ficar aqui em Londres comigo, oras! – respondeu histérico.
- , do você está falando? Você não pode me pedir para ficar se você também vai embora!
- Eu não vou mais...
- Não vai mais? Como assim, ?
- , minha mãe vai se mudar, mas ela disse que eu posso ficar aqui. Eu tenho a banda que ta começando a dar certo, tenho o ultimo ano do colégio e...
- E...?
- E eu preciso ter você... aqui... comigo.
Ele se aproximou mais da menina, que estava visivelmente abalada.
- Mas eu vou para Hereford. Nós...
- Não, você não vai! Você vai ficar!
- , para de ser irracional! Como é que isso iria dar certo?
- Nós nos amamos, , isso não basta? – o olhar sonhador dele estava visivelmente em contraste com a visão realista dela.
- Você realmente acha que meu pai vai me deixar morar com você em Londres? Sozinhos?
- Manda ele ficar também! Convence a sua mãe! Sei lá! Dá um jeito, ! Lute por nós!
- E depois o quê, ? – ela tentava fazer a ficha dele cair - Vamos morar nós quatro numa casa com jardim e viver felizes para sempre? Você só esqueceu uma coisa! Para os nossos pais nós somos irmãos e irmãos não podem se amar do modo como nós nos amamos.
- Então nós contamos para eles, minha mãe já sabe...
- Contar? – já estava andando de um lado para o outro – Isso só iria piorar as coisas. Meus pais já estão decididos, eles vão se mudar para Hereford. Pra ser sincera eu nunca estive tão feliz! Eu gosto muito da sua mãe como madrasta, mas depois do divórcio e ao ver meus pais assim tão perto um do outro, eu tenho esperança de que eles voltem a ficar juntos, sabe? – ela se acalmou um pouco e manteve contato visual com o menino – Se nós contarmos, , corremos o risco do meu pai não me deixar nem te visitar! Você sabe, ele vai achar isso uma loucura e vai nos condenar! – ela voltou a chorar e ele a abraçou.
- Então eu vou com vocês para Hereford.
- Que diferença vai fazer, ? – ela se soltou de seus braços e o olhou – Só será ainda mais difícil. Para e pensa, nós vamos morar juntos, viver como irmãos e querer mais do que isso. É tortura, eu não posso viver assim!
- Ah, então tá! Você está me dizendo que nós não poderemos ficar juntos? Que tipo de vida é essa? Eu não vou aguentar acordar de manhã e saber que nós dois queremos, nós dois sentimos, mas não estamos juntos. Isso sim é tortura, ! Eu preciso de você agora, preciso como eu nunca precisei. Juro, nunca achei que fosse possível, mas a cada dia eu te amo mais. Quando eu acho que o amor está no limite, ele vai lá e aumenta.
- Pára, , não faz assim. Isso só vai dificultar mais ainda as coisas.
Eles se olharam sem dizer nada.
- Vamos fugir então, ! Pra bem longe! Onde nada disso exista, só exista nós dois...
Essa, sem dúvida, era a pior briga que já tiveram. Não foi bem uma briga, mas os dois saíram bem machucados.
Eles estavam visivelmente aborrecidos com tudo.
- Você está doido, . – disse revoltada.
- Sim. Esse é o seu efeito sobre mim...
- Não dá mais, , isso tá me matando!
- Eu não entendo. Se você já veio decidida a ir embora, o que você veio fazer aqui então? Me fala! Por que você não foi embora? Eu não posso me despedir nessas circunstâncias! Não dá!
- Eu vim por que não podia perder a sua apresentação...
- Mas você só chegou no final... – disse como isso fizesse diferença.
- Não. Eu vi tudo e estavam maravilhosos! Eu estou muito orgulhosa e vocês não podem parar agora!
- Mas por você eu pararia...
- Mas não vai! Chega, ! Nós não podemos fazer isso! Não tá dando, eu não agüento!
Eles pararam de falar e se olharam por um longo momento. Até se pronunciar.
- Eu passei a noite toda chorando por causa do que aconteceu ontem. – ele a olhou como se pedisse desculpas – Passei a manhã aflita por causa do que você disse hoje. E estou quase morrendo de angústia por causa de tudo isso. Sabe, , eu pensei muito! Eu ainda achava que você ia para o Brasil, o que facilitaria, pois nós dois teríamos vidas novas...
- Tá me dizendo que eu devo ir para lá?
- Não, não é isso... É que eu fiquei imaginando como seria a nossa vida. Um sem o outro, MESMO! Tem coisas que nós não podemos mudar!
- Eu sei! Mas não vou admitir isso, me revolta! Profundamente!
Um abraço apertado surgiu em meio a grande confusão e pediu ainda abraçada com .
- Vamos pra casa, grandão?
a soltou e eles deram as mãos, rumando até o carro.
O menino nem fazia idéia do que acontecia no pub, nem estava lembrado mais disso, apenas entrou no carro e dirigiu silenciosamente até sua casa, precisava que tudo isso se resolvesse e que aquele sentimento vazio fosse embora.

- Vamos ficar aqui fora um pouco? – pediu quando eles saíram do carro e caminhavam para a casa.
A noite estava refrescante e possuía uma lua que conseguia iluminar parte da escuridão. Eles então se sentaram no gramado da frente, no local onde se conheceram.
se apoiou em e ele passou o braço em volta da menina.
- Eu podia passar a eternidade com você aqui, pequena.
A garota não respondeu. Apenas o abraçou mais.
Depois de um longo tempo ela se desfez dos braços do menino e sentou de pernas cruzadas, se virando de frente para ele.
Eles se olharam e o beijou. Sem se importar se seu pai iria sair pela porta da frente ou se algum vizinho estava espionando, apenas o beijou. Um beijo rápido e, ao mesmo tempo, cheio de paixão.
Ele não se controlou, voltou a beijá-la com mais intensidade até que ela estivesse deitada na grama e ele por cima dela. Uma mão acariciava o cabelo da menina e a outra apoiava o seu peso.
Quando o beijo parou, ele continuou naquela posição, olhou-a nos olhos, desviando uma mecha de cabelo que atrapalhava, e disse.
- Eu sei que não há o que eu diga que vá fazer você mudar de idéia. Eu só te peço que não se esqueça disso, não vou agüentar te perder assim, de novo...
- , nem que eu quisesse isso seria possível. Nós ainda vamos ficar juntos, de verdade. Às vezes é preciso esperar a poeira abaixar. – ela se levantou, levando o menino junto, e eles se sentaram na grama. - Nós sabemos, nós sentimos, só precisamos encontrar nosso tempo...
- Isso me revolta, . Só de imaginar que terei que esperar mais do que eu já esperei!
- Sim... Mas um dia nós vamos conseguir...
- Você precisa vir me visitar todas as vezes que surgirem as oportunidades! E eu vou te visitar também... E... Pode dar certo! Vai dar certo! O que você acha?
- Dar certo? Você quer mesmo ficar junto, quer dizer, você aqui e eu lá? – ela se assustou com tal possibilidade.
- Mas é claro. Não faça isso comigo, , você não pode! Se eu não posso te ter toda hora, que seja apenas quando nós nos virmos. Sem contar que tem a internet e telefone. Nós não estaremos tão longe assim. Nós vivemos nossas vidas inteiras viajando para ver um ao outro, certo?
- Sim, mas com uma pequena diferença. Eu não podia contestar quando você ficava com as outras meninas, e esse assédio só irá piorar agora que a banda está fazendo sucesso. Eu sei o quanto você é canalha e...
- Eu já te falei! – segurou o rosto de com as duas mãos e repetiu o que já tinha dito – Eu só virei um canalha por que eu sabia que se eu não pudesse te ter, eu não iria querer nenhuma outra de verdade. – soltou seu rosto, acariciando suas bochechas e pegando em suas mãos - Mas agora, com a gente junto, as coisas mudam radicalmente! Eu não vou ligar para nenhuma menina, , da mesma forma que eu nunca liguei! Eu vou repetir e espero que essa sua cabeça dura entenda: Só você importa, eu não estou nem aí para qualquer outra menina.
- , isso é muito mais complexo. Nós não estaremos juntos de fato e eu não posso fazer com que você deixe de se divertir, e vice versa.
- Mas, ...
- ... – ela suplicou.
- É, eu sei que você tem razão. Mas eu não queria que tivesse!
- Como que vai ser, ?
- Terrível! – ambos riram de canto e ele continuou – vamos ver o que acontece, meu amor... Eu só queria poder pensar em você como minha, só minha.
Ela suspirou e sentiu seu rosto arder de vergonha.
segurou seu queixo e lhe deu um beijinho meigo.
- Não importa o que o destino nos apronte. Nosso amor será sempre mais forte, eu juro. Eu ainda acho que deveríamos fazer um pacto, afinal eu não vou conseguir ficar com mais ninguém agora...
- Tá bom, ... – respondeu descrente.
- Falo sério, !
- Pois não deveria! Você sabe muito bem que promessas só servem para serem quebradas...
- Nesse caso não...
. - Não sei não, ...
- Hey, você confia em mim? – o menino chegou bem pertinho dela e ela estremeceu.
- Mas é claro.
- Ponto! Nosso pacto está selado!
- ... – ela disse arrastando a voz, como se duvidasse dele.
- Não comece! Você disse que confia em mim...
- Em você! Não nos seus hormônios!
- Hahaha. Mas o meu amor por você supera até os hormônios! Já os seus...
- HEY! Meus hormônios são bem comportados, tá bom?
- Ah, são?
- São!
Ele se aproximou mais ainda e, bem devagar, um beijo natural se formou ali, entre risinhos e arrepios ele parou.
- Viu? Não são nem um pouco controlados...
- Hahaha, Besta! – ficou um momento calada e falou - Ok.
- Ok o quê, ?
- O nosso acordo está selado!
- Então... eu sou seu e você é minha?
- Sim!
- Só minha?
Ela deu uma risadinha e fez que sim com a cabeça, ele iria recomeçar o beijo, mas um barulho veio da porta da frente.
- Meninos, – a voz grossa de Kevin cortou todo o clima – vocês já chegaram? Entrem! Precisamos conversar!
Eles se entreolharam pensando no quase flagra.
apertou seus lábios na testa de antes de se levantarem e caminharem, de mãos dadas, até a sala de estar.
- O que é, pai? – perguntou, desanimada.
- Bom, , sua mãe me disse que você vai ficar aqui em Londres, certo?
- Sim. Vou ficar...
- O.K. Então. Eu vou deixar essa casa para você.
- O quê? Deixar a casa pra mim?
- , meu querido, você é um filho para mim, você sabe! Eu te criei! Essa casa também pertence a você! Sem contar que nós precisaremos de um lugar para ficar quando viermos te visitar, não é?
abraçou o antigo padrasto e eterno pai.
- Valeu, Pai – ele disse emocionado fazendo Kevin o abraçar mais forte.
- Quer dizer que nós vamos poder vir te visitar?
largou Kevin e se dirigiu a .
- Sim!
Deram um abraço apertado e a girou no ar.

- A noite está linda, não está?
olhava pela janela do quarto a forma como a noite de outono se transformava em noite de inverno. a surpreendeu quando adentrou ao quarto.
- Sim, , está linda.
Ele se aproximou mais da menina e a abraçou por trás, apoiando sua cabeça no ombro da mesma.
- Sabe, eu adoro quando as noites se transformam de uma estação para outra.
- Eu também, , principalmente quando está virando inverno. A neve é mágica e sempre me faz lembrar de você. Ainda te ensino a fazer um boneco de neve!
- Não me zoa, !
Os dois deram risada e ficaram parados um tempo.
ainda a abraçava e embalava seus corpos de um lado para o outro. se desencostou um pouco dele, de modo que conseguisse olhá-lo de lado, e disse.
- Eu sempre vou te amar, meu anjo.
Ele a beijou com todo o sentimento possível e, ainda de olhos fechados, falou.
- Eu vou te amar para sempre, anjo meu.
Foram para a outra janela, a qual tinha o espaço para sentar. Ele se sentou e ela se deitou apoiando a cabeça sobre o colo do menino.
- Hey, ?
- Diz...
- Nosso pacto vai dar certo, não vai? – o menino perguntou apreensivo, como se fosse sua ultima esperança.
- Eu espero – respondeu suave e verdadeira.
Dormiram assim, a noite estava maravilhosa e a história inacabada.

Fim.

Epílogo.

Querido, ,

Já faz tempo, não? Dois anos passam voando e isso muda muita coisa. Desculpe não ter escrito antes ou ter retornado as inúmeras músicas e ligações. Dizem que apenas o tempo pode curar grandes feridas e eu vivi essa experiência.
Você deve ter percebido que te escrevo de Napoli, Itália. Sim, depois de toda aquela confusão, eu precisei de um lugar meu, só meu e de Matthew. Bom, mas você deve saber, você me escrevia...
Como vão as coisas ai? Eu vi no jornal o sucesso que vocês e os meninos estão fazendo... Eu disse que vocês iriam conseguir! Tem até coluna sobre a vida pessoal, quem diria que a e o se casariam e e sumiriam do mapa mesmo? Confesso que evito ver esse tipo de reportagem, de certa maneira machuca. Como está Marie? Espero que esteja bem. Você deve estar se perguntando o porquê disso, mas é que precisamos conversar. O tempo pode até curar as feridas, mas os grandes segredos permanecem. Penso todo o dia na nossa última conversa, na forma como você me tratou. Nas vezes em que me ligava e eu não dizia nada, e tento não ver os vídeos, mas é meio difícil.
Foi tudo muito confuso e (agora eu admito) injusto para nós dois. Mas não dava para fazer qualquer outra coisa, dava? Você se lembra de como nós nos tratamos? Não éramos nós. Você estava muito magoado, mas eu também estava. Quem diria que tudo acabaria assim...
Cresci muito mais em dois anos com Math, do que em toda a minha vida. Talvez você nem me reconheça, mas eu ainda respondo por anjo meu. Espero resposta, pois te devo respostas.

Um beijo, com muito amor.
.

P.S.: finalmente fiz um vídeo para você.



Colbie caillat - I never told you.


N/A: Bom, já estava na hora da autora dar as caras, não é? hahaha. Acredito que todo final de Fic merece uma N/a! :D Sei que esse final vai causar certa revolta, pois é, eles não ficam efetivamente juntos! :s Mas não me matem! Tive que colocar um pouco de realidade, fala sério! hahaaha. Todo final é um pouco incerto, e o epílogo da o gostinho da continuação...
Sabe... Anjo Meu é uma história bem importante para mim, sem contar que foi a minha primeira Fic postada, ela meche comigo, possui fragmentos de fatos reais e isso faz com que eu entre na história. Eu espero de verdade que vocês tenham gostado! (:
Quero agradecer a minha amiga Jacque por me inspirar com o McFly, uma vez que não sou fã deles, mas tenho que admitir que são bem inspiradores!(: Agradeço também a Marie por ter me emprestado seu apelido, a Lilá por ter aguentado todos os meus erros e bobagens, e claro, as minhas leitoras, que sem vocês eu jamais teria o pique para escrever! Um grande beijo, e realmente obrigada por lerem as minhas besteiras ;)

N/B: Aah, que lindo! Parabéns pela fic, xará! Coisa mais fofa!
Encontrou algum erro nessa fic? Contatem-me por e-mail ou twitter que eu corrigirei o mais breve possível.
XX
-Lilá

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