1 ano atrás
- Parabéns, meu amor, aqui está seu presente! – Disse minha mãe, que estava com um enorme sorriso no rosto enquanto estendia em minha direção uma sacola de papel rosa com um laço verde abacate amarrado em sua fina alça. Arranquei rapidamente de sua mão e fui logo abrindo, tinha uma camiseta roxa com um envelope branco por cima, encarei minha mãe confusa e tirei primeiro a camisa. Fechei e abri a boca milhões de vezes sem ao menos pronunciar nada.
- Mãe... Mãe... Mãe... - Repeti diversas vezes, hipnotizada enquanto lia e relia o nome estampado na camisa, o nome que fez meu coração disparar, o nome que deixa qualquer pedaço de pano mais precioso que a pedra mais preciosa, isso mesmo “Choose Thomas”. O nome da minha felicidade, o anjo baterista mais loiro, desastrado e sinistro, minha visão ficou embaçada das lágrimas que já escorriam por meu rosto.
- Você pedia tanto que resolvi te dar de presente. E não tem só apenas isso, abra o envelope! – Disse ela, sorrindo de uma forma encorajadora. Confirmei com um gesto de cabeça, secando algumas lágrimas com as costas das mãos, peguei o envelope e o encarei com o coração acelerado. Seria um kit camarim? Ingresso para ir num show dos meninos? Vale para gastar no site da Restart Shop? Ai meu Deus, ai meu Deus!
- Você tem noção? É o meu segundo maior sonho! – Disse surpresa ao ler o que havia dentro do envelope, era uma folha escrita “Você irá para Orlando na semana que completará 15 anos”, joguei tudo na cama e corri até ela, dando um abraço tão apertado que nos fez dar alguns passos para trás na hora do leve desequilíbrio.
- Obrigada, obrigada, obrigada... – Repetia enquanto enchia sua bochecha de beijos estalados, minha mãe sorria largamente por estar feliz.
Será um dos meus sonhos realizados, Orlando que me aguarde.
Agora...
- Mãe, que horas são? – Perguntei impaciente e ansiosa enquanto batia o pé incontrolavelmente no chão, estava no aeroporto aguardando o horário para embarcar e finalmente chegar em Orlando.
- É a milésima vez em cerca de 5 minutos que me pergunta a hora, sossega a bunda! – Disse ela estressada enquanto voltava a tagarelar com sua amiga Amanda, e eram sempre os mesmo assuntos; trabalho, cabelo e dinheiro. Suspirei irritada enquanto pegava meu celular, entrei no meu Twitter Fã para o Thomas, minha home estava cheia de spam para o Pedrinho. Tentei a sorte de ser respondida por ele, mas, como sempre, não leu minha reply e eu suspirei chateada ao ver que o Thomas novamente não havia dado sinal de vida.
- O vôo 789 com destino a Orlando na Flórida irá decolar em poucos minutos, por favor, se dirijam a plataforma 569! – Disse a voz feminina no alto falante do aeroporto, levantei-me com o coração a mil e um frio na barriga, seria agora a hora de me divertir dias antes de completar 15 anos.
- Meu bebê está crescendo! – Disse minha mãe, chorando enquanto me abraçava bem aperto. Segurei o riso, retribuindo o abraço, e me soltei com um pouco de dificuldade.
- O vôo 789 com destino a Orlando na Flórida irá decolar em poucos minutos, por favor, se dirijam a plataforma 569! – Repetiu pela segunda vez a voz no alto falante. Desesperei-me, dando dois beijos na bochecha de Amanda enquanto minha mãe ainda secava suas lágrimas.
- Cuidado com esses americanos, obedeça a sua guia, não beba, não fume, não aceite nada de ninguém e muito cuidado com os boys, me ligue todo dia! – Disse ela, abrindo os braços para tentar me dar outro abraço, dei alguns passos para trás, evitando, senão perderia o vôo.
- O vôo 789 com destino a Orlando na Flórida irá decolar em 5 minutos, por favor, se dirijam a plataforma 569! – Falou pela terceira vez, peguei minha bolsinha de lado e dei outro beijo em sua bochecha, ela se aproximou novamente tentando me abraçar.
- Pode deixar, mãe, agora preciso ir! Te amo! – Disse, mandando beijo no ar. Saí em disparada pelo aeroporto, correndo como se fosse o fim do mundo, desviei das pessoas com suas enormes malas, de carrinhos no meio do caminho e finalmente avistei a plataforma. Dei meus documentos e entrei no avião, estava com apenas minha poltrona vazia que avistei logo. Na pressa de me sentar, esbarrei na comissária de bordo que estava dando naquele exato momento um copo enorme de refrigerante para alguém que não consegui ver o rosto.
- Ai meu Deus, me desculpe, senhor! – Disse a comissária com as duas mãos na boca, assustada enquanto encarava o possível atingido, todos os passageiros prestavam atenção na cena, dei passos lentos em direção à minha poltrona.
- Bem feito, te avisei que era melhor esperar o avião decolar, seu loiro idiota! – Disse alguém zoando com a cara da pessoa atingida pelo bendito refrigerante que a comissária empurrara por mim acidentalmente.
- Não foi culpa dele, a culpa é daquela mal educada ali! – Disse uma voz feminina meio fanha. Congelei quando faltavam apenas dois míseros passos para encostar meu bumbum na macia poltrona e relaxar até o fim da viagem.
- Ei, garota mal educada, vá pedir desculpas a pobre moça e o rapaz! – Disse uma senhora bem velha que aparentava passar dos 60 anos e era justamente quem iria viajar ao meu lado, fiz careta e me virei em direção à comissária de bordo que continuava no mesmo lugar onde havia acontecido o pequeno acidente do meu momento desastrada, só pude ver que o passageiro usava uma camisa branca e que tristemente estava manchada de coca-cola.
- É, desculpa aí. Não foi minha intenção, sou muito desastrada e tchau! – Disse rapidamente sem respirar, sorri forçadamente e me virei, pedindo a senhora que me deixasse sentar, finalmente respirei fundo ao sentir o meu corpo encostar-se na macia poltrona. Finalmente o avião decolou, algumas pessoas conversavam animadamente e a senhora do meu lado só dormia. Eu estava totalmente entediada e com fome, não tive coragem de pedir nem um copo de água, porque a cada passada da aeromoça por mim era uma encarada.
Fazia cerca de 10 horas de viagem, ainda faltavam 5 horas e estava quase enlouquecendo ali, todas as luzes estavam apagadas menos a minha, estava sem sono algum por causa da minha ansiedade e minha barriga roncava loucamente. Retorci-me na poltrona para que pudesse enxergar a bendita comissária e conseguir comida.
- Comida aqui, comida! – Disse num tom baixo para que não acordasse os passageiros, a comissária fingiu que não me ouviu e continuou a tomar seu café, meu olho deu uma leve tremida por causa da raiva misturada com a fome. Todo mundo que se ferrasse, eu iria comer nem que fosse o braço de alguém ali.
- COMIDA AQUI, SUA SURDA! – Gritei rapidamente, fazendo com que a comissária ficasse vermelha de raiva, a maioria dos passageiros haviam acordado e eu ouvi vários xingamentos, fiz sinal feio para todo mundo, só a senhora que ainda dormia ao meu lado não acordou, a comissária veio e me trouxe uma bandeja com hambúrguer e batata frita.
- Obrigada! – Disse, sorrindo debochada enquanto pegava a bandeja de suas mãos, a comissária saiu bufando. Comi tudo e fiz sinal para que recolhessem, faltavam poucas horas para desembarcar em Orlando, a senhora finalmente acordou e ficou assistindo um filme romântico que passava, eu resolvi tentar dormir, fechei meus olhos e adormeci.
- Ei, acorde! – Disse uma voz que parecia bem distante, abri meus olhos e a visão estava meio turva. Bocejei e arregalei os olhos de susto ao ver a bendita comissária me encarando com seu rosto bem próximo de mim.
- Já aterrissamos? – Perguntei enquanto esfregava meu punho em um dos meus olhos que coçava, bocejei novamente e passei uma de minhas mãos por meu cabelo que estava meio bagunçado, a comissária se afastou, fazendo um sinal de positivo com a cabeça. Levantei, sorrindo levemente ao passar por ela, desci do avião e fui pegar minhas malas, precisava localizar minha guia que passaria os 7 dias ao meu lado nessa viagem, avistei uma mulher com seus cabelos loiros na altura dos ombros, usava uma camisa azul claro com uma estampa do Mickey e segurava uma folha branca escrita “ ”. Aproximei-me dela, sorrindo levemente.<>
- Oi, sou a ! – Disse sorrindo levemente, a mulher fez uma cara de confusa e voltou sua atenção para área de desembarque, suspirei irritada ao passar por minha cabeça que ela não falava português, teria que improvisar.
- Hi, hello, oi am ! – Disse, misturando português com inglês, a mulher me encarou confusa enquanto arqueava uma de suas sobrancelhas, suspirei irritada ao perceber que ela não havia entendido. Como foi mesmo que a professora ensinou? Nunca fui boa nas provas de inglês, justamente quando preciso não lembro.
- Hello, where am ! – Disse enquanto apontava para mim mesma, a mulher sorriu de uma forma engraçada, parecendo ainda um pouco confusa.
- What? – Pareceu perguntar a mulher, ainda segurando a bendita plaquinha, deu vontade de mandá-la ir tomar naquele lugar em inglês, porque pelo menos isso eu sei. Respirei fundo, tentando não perder a paciência.
- Essa sou eu! – Disse, apontando para a placa e depois para mim mesma. A mulher começou a rir descontroladamente, deixando a placa cair no chão, encarei-a confusa com sua reação.
- Ai meu Deus! – Disse a mulher em meio às risadas descontroladas, senti a raiva me consumir ao perceber que havia dito em português e muito bem pronunciado.
- Eu tenho cara de palhaça? – Perguntei, encarando-a enquanto colocava minhas mãos na cintura e batia um dos meus pés fortemente no chão. Faltavam poucos segundos para me jogar com tudo em cima dela e arrancar essa cabeleira loira dela.
- Desculpa, só queria me divertir um pouco. As coisas por aqui andam um tédio! – Disse ela, sorrindo levemente enquanto pegava a placa a rasgava, jogava dentro do lixo e pegava uma de minhas malas, deixando que carregasse outra.
- Justamente comigo, nossa, que lindo. Deu muita sorte que resolvi ser paciente, senão teria arrancado um braço seu! – Disse, sorrindo ironicamente enquanto pegava minha mala. A mulher me encarou um pouco assustada, mas logo sorriu levemente. Segui-a pelo aeroporto, chegamos ao estacionamento, paramos ao lado de um jipe, ela pegou minhas malas, colocando-as na parte de trás, entrei no banco do carona e logo ela deu a partida.
Estava fazendo muito calor, era mais quente do que no Brasil e minha vontade era arrancar minhas roupas ali mesmo e andar do jeito que vim ao mundo, mas como não queria ir parar na cadeia, resolvi continuar sentindo muito calor. O asfalto parecia estar tão quente que se jogasse um ovo fritaria na mesma hora, o vento que balançava meus cabelos era quente e começava a me bater uma irritação por isso.
- Engraçadinha, qual seu nome? – Perguntei, sorrindo levemente, encarando-a por alguns segundos. Desviei o olhar para algumas casas enormes que ficavam na beira da pista.
- I am ! – Disse a mulher sorrindo enquanto prestava atenção na pista. Passei minha língua por meus lábios secos, o sol forte estava acabando comigo, com certeza voltaria ao Brasil vermelha feito um camarão ao molho de tomate.
- Ok , tem quantos anos? – Perguntei, encarando-a. Seus cabelos estavam alvoroçados por causa do vento. Ela virou um pouco seu rosto para me encarar por alguns segundos e voltou sua atenção para a estrada, sorrindo levemente.
- Virou interrogatório, é? – Perguntou, ainda com o sorrisinho no rosto, revirei os olhos e me acomodei melhor em seu banco. O sol forte atrapalhava um pouco minha visão, fazendo-me forçar os olhos. Finalmente avistei o hotel que ficaria, sua entrada era enorme e amarela com uma placa em azul “Best Western Plus Orlando Gateway”, não era tão luxuoso assim porque senão seria muito caro, mas era bem bonito.
Coloquei minhas malas em cima da cama, meu quarto era não muito grande e não muito pequeno, as paredes eram de um tom pastel e haviam duas camas de casal com cobertas vermelhas forradas e dois travesseiros bem fofos em cada cama. Um criado mudo um pouco mais claro que a parede separava um pequeno espaço entre as camas. De frente tinha uma cômoda da mesma cor de que o criado mudo, com uma enorme TV de plasma.
- Descanse bastante porque amanhã iremos começar pelo SEA World, e não se esqueça de por um biquíni e também tênis, às nove da manhã venho te chamar! – Disse sorrindo. Confirmei com um gesto de cabeça e logo ela fechou a porta. Respirei fundo, jogando-me de costas na cama, vendo a preguiça me dominar. O quarto estava geladinho e nem parecia que estava fazendo um calor danado lá fora.
Na manhã seguinte...
Saí do quarto, dando de cara com , que havia acabado de sair do elevador. Estava tão ansiosa para começar a me divertir que acabei sendo pontual. Ela apertou novamente o botão do elevador e cruzou seus braços.
- Pontual, gosto de gente assim! – Disse ela, sorrindo levemente. Confirmei com um gesto de cabeça, estava totalmente impaciente, queria me divertir e aproveitar esses sete dias. Finalmente o elevador chegou e entramos rapidamente, admirei minha imagem no espelho e minha cara um pouco inchada por ter acabado de acordar revelavam a ansiedade presente nos meus olhos.
- Eu e o guia resolvemos unir você e o pessoal dele, porque sozinho não tem graça. Tem algum problema? – Perguntou ela, que me observava pelo espelho, parei de me observar e me virei em sua direção.
- Sem problemas, aonde iremos encontrar eles? – Perguntei bocejando, finalmente o elevador parou no térreo e abriu sua porta, saímos e caminhamos pelo hall que estava pouco movimentado, paramos na entrada do hotel.
- Iremos encontrá-los no SEA! – Disse ela enquanto seguia em direção ao seu jipe, entramos nele e logo demos a partida. Depois de uns 20 minutos, chegamos ao SEA e já estava bem movimentado, estacionou e seguimos a pé até lá dentro. Logo na entrada, havia banheiros, telefones públicos e algumas pessoas tirando fotos de cada detalhe, se movendo e dando altas risadas, além do barulho de muitos animais.
- Temos que ir esperá-los no Shamu Stadium, vem! – Disse ela, segurando levemente um de meus braços, caminhamos tranquilamente enquanto eu observava cada detalhe, passamos pelo Cypress Bakery que é uma loja de recordações, lembraria de passar lá quando fossemos embora. Passamos pelo Seafire Inn Restaurant, que ainda estava fechado por ser de manhã, passamos pelo Atlantis Bayside Stadium, que eu não fazia idéia do que poderia ser, e finalmente chegamos à entrada do Shamu Stadium que é onde acontece o show das orcas. Sentei-me num banco que havia ali enquanto esperávamos o tal .
Estava bem quente, mas nada tão exagerado. Passavam vários jovens e diversas famílias, levantei-me e dei alguns passos, aproximando-me de , que esperava totalmente paciente seu amigo. Continuei observando as pessoas que passavam por nós até que meu coração se acelerou, avistei um homem moreno, alto com cabelo levemente molhado, usando uma camisa num tom de cinza e uma bermuda branca, estava usando óculos escuros. Arregalei meus olhos ao ver um homem loiro ao seu lado com uma camisa gola V branca, bermuda verde e também óculos escuro, logo atrás vinha outro homem moreno, usando uma camisa de mangas compridas branca com detalhes em azul, com uma bermuda preta e também de óculos escuros. E por último um homem branco com seu cabelo meio lambido, usando uma camisa com a estampa de um gato “diferente”, com uma bermuda jeans e óculos escuros. Seria mentira demais, eu estava tendo alucinações? Eles foram se aproximando, acompanhados de um homem que usava a mesma camisa que . Estava totalmente congelada ao ver o homem cumprimentar e os quatros caras me encarando, estava me segurando para não fazer um escândalo ali. Meus meninos menos de 15 metros de mim, ao vivo e a cores, respirando o mesmo ar, pegando o mesmo sol na cabeça.
- , tá tudo ok? – Perguntou . Não respondi, estava congelada sem reação alguma. Sua voz parecia distante e meus olhos só focavam o rosto do Thomas que também me encarava com um sorriso no rosto.
- Hello, ! – Disse Thomas, sorrindo ainda mais enquanto passava uma de suas mãos por seu cabelo loiro bagunçado, minha visão ficou turva e logo a escuridão me dominou.
- Tadinha da girl, desmaiou com a feiúra do Thomas! – Disse uma voz que reconheci ser do Pe Lanza. Enruguei meu nariz ao sentir um cheiro forte entrar por minhas narinas, queimando tudo por dentro, abri meus olhos e visualizei o rosto de que aparentava estar preocupada.
- Nossa, tive um sonho muito estranho! – Disse, com a voz um pouco rouca enquanto passava uma de minhas mãos por meu rosto. Visualizei o quarto branco onde estava deitada numa maca e assim que fui encarar a porta, arregalei os olhos e prendi a respiração.
- Thomas? Pe Lu? Koba? Pe Lanza? – Perguntei rapidamente, os quatro sorriram meio sem graça e respirei fundo, minha visão novamente ficou turva e a escuridão mais uma vez conseguiu me dominar. Senti novamente o cheiro forte e enruguei meu nariz, minhas narinas pegavam fogo, abri rapidamente os olhos e me sentei um pouco tonta na maca, dessa vez não iria desmaiar.
- Thomas, cuidado, senão ela vai desmaiar de novo com a sua feiúra! – Disse a voz que reconheci ser do Pe Lanza, respirei fundo e encarei o rosto da , um pouco confusa.
- Cala boca, seu grilo! – Disse Thomas num tom meio irritado, ouvi um estalo e quando olhei havia um Thomas esfregando a nuca com uma de suas mãos enquanto o Lanza sorria convencido.
- Vai ver só, vou te afogar no tanque do Shamu! – Resmungou Thomas, ainda esfregando o local do tapa que havia levado.
- Se não calarem a boca, eu que vou afogar vocês! – Disse Koba, encarando os dois seriamente, mas logo sorriu e se virou em minha direção, aproximou-se de mim, junto com Pedro Lucas, parecendo preocupado.
- Angel, is everything okay? – Perguntou Pedro Lucas, dando seu sorriso mais lindo, encarei confusa por não saber responder em inglês e principalmente por eles ainda não terem se tocado que era brasileira.
- Não é por nada não, mas vocês ainda não se tocaram que a é brasileira? – Disse ela, sorrindo levemente enquanto pegava um copo d’água, estendeu em minha direção e peguei, bebendo tudo numa golada só.
- Está melhor, gatinha? – Perguntou , amigo da . Observei seu rosto melhor e era uma coisa bonitinha, pego fácil -ou não- branquinho dos olhos claros, cabelo liso com um franjinha.
- Estou sim, foi só a surpresa mesmo! – Disse, sorrindo sem graça. Levantei-me da maca e fiquei ao lado da , me segurando para não correr até o Thomas e abraçá-lo até não poder mais.
- Preferem se molhar agora ou depois? – Perguntou com um sorriso brincalhão lindo nos lábios. Mordi meus lábios pensativa se deveria dizer ou não que era fã dos meninos, era melhor dizer logo e acabar com essa agonia.
- Meninos, eu sou muito fã de vocês! – Disse rapidamente sem ao menos respirar, senti minha visão ficar embaçada por causa das lágrimas que queriam fugir dos meus olhos. Só agora havia caído realmente a minha ficha: Estava perto dos meus ídolos. E o melhor, em meio ao meu presente de aniversário! Pedi uma coisa e se duas se realizaram.
- Viu grilo, ela não desmaiou por causa da minha feiúra e sim porque é nossa fã! – Disse Thomas, sorrindo feito criança quando ganha um brinquedo novo, fazendo todo mundo rir. Thomas veio em minha direção com os braços abertos, abraçamo-nos bem apertado e senti seu perfume, o calor do seu corpo e o tamanho de carinho que, ao sentir seus braços, fez minhas lágrimas escorrerem pelo meu rosto. Era o dia mais feliz da minha vida e que ficaria pra sempre na minha memória.
- Viu, o Shamu é muito foda! – Disse Thomas empolgado enquanto caminhávamos em direção ao Penguin Encounter, estava andando ao lado do Koba que estava com um de seus braços em volta dos meus ombros. e andavam um pouco mais a frente nos guiando e os meninos atrás de nós dois.
Entramos no Penguin Encounter e era a coisa mais linda; tinha um vidro enorme separando nossa área da área dos pingüins, podíamos observá-los na parte do solo e também a subaquática que alguns estavam mergulhando. Tinha um homem na parte de cima jogando bastante neve enquanto os pingüins faziam uns sons estranhos.
- Que fofos, dá vontade de levar para casa! – Disse, apoiando minhas mãos no vidro enquanto observava com atenção os pingüins que mergulhavam, dando vários rodopios no fundo. Estava totalmente encantada.
- Ah lá! Igual o Help Fiter! – Disse Thomas sorrindo enquanto apontava para um pingüim mais gordinho, que andava de um lado para o outro, começamos a rir quando percebemos o que o inteligente havia acabado de dizer.
- É Happy Feet, sua anta! – Disse Pedro Lucas, dando uma risada descontrolada, parecendo que ia cair duro no chão a qualquer momento. Começamos a rir com aquela cena, encarei o Lucas ao meu lado que observava os pingüins sem ao menos piscar.
- Querem tocar os pingüins? – Perguntou um pouco mais afastada de nós enquanto observava os pingüins de braços cruzados, encarei-a sorridente e confirmei com um gesto de cabeça. fez um sinal para que seguíssemos ela e , fomos até uma portinha e lá um homem distribuiu casacões para nós e botas de borrachas. Vesti e me senti um monstro, daquele jeito seria mais fácil o pingüim fugir de mim. Assim que entramos na área dos pinguins, percebemos o verdadeiro motivo dos casacos; era um frio do caramba e os sons dos pinguins ecoavam lá dentro. Caminhei meio atrapalha por causa da bota que afundava na neve e me aproximei de um pequeno pinguim que havia ali, agarrei-o e me sentei na pedra que havia ali. Ele era uma fofura e escorregadio, seu pelo pinicava as mãos, mas não deixava de ser uma fofura.
- Dança Help, dança! – Disse Thomas de frente para o mesmo pingüim de antes, o pobre do bichinho parecia mais estar com medo dele.
- Sai, sai, sai! – Disse Pe Lanza, correndo de um pinguim que o seguia pra todo lado, caímos na risada e observamos Lucas todo fofo segurando um pingüim. Ele deu o Iphone para o Pedro tirar uma foto, os dois riam diversas vezes, tudo estava bem divertido.
- Estou com tanta fome que vou pedir aquele tubarão para o almoço! – Disse Pedro Lucas, apontando para o enorme tubarão que nadava em sua área próxima a nossa mesa, estávamos almoçando no Seafire Inn Restaurant. Estava me sentindo incomodada naquele lugar, principalmente por haver vários tubarões nadando, mas tenho que admitir, os peixes e tartarugas que nadavam era lindos e engraçadinhos.
- Depois do almoço, iremos nadar com os golfinhos, que é mais tranquilo! – Disse enquanto lia seu cardápio, os meninos fizeram caretas e eu ri da situação.
- Tranquilidade? Queremos adrenalina! – Disse Pe Lanza, fazendo uma cara de machão,estilo Rambo, e conseguiu nos fazer rir ainda mais. suspirou entediada enquanto começava a contar umas histórias para os meninos que não me interessavam muito. Apontei o nome no meu cardápio e o garçom foi buscar, comi a mesma coisa que Pedro Lucas: Nuggets e batata frita, super saudável.
- Vamos levá-los no Manta, quero ver quem vai desistir! – Disse de boca cheia, sorrindo provocadoramente em direção de Pe Lanza. Comemos feito uns esfomeados, estávamos desde cedo sem comer nada e o calor danado que estava fazendo não ajudava.
- Esse é o Manta? – Perguntei, sentindo o medo me consumir. Era uma montanha russa bem diferente aonde íamos de bruços feito o Manta, que no Brasil chamamos de raias, e era bem alto. Nas partes que desciam próximos ao chão era cheio de água e todo mundo acabava molhado e molhando o pessoal que observava, as pessoas gritavam abeça. Pedro Lucas estava observando tudo com uma cara de medo, enquanto os meninos, junto com , estavam agitados, doidos pra ser a vez deles. Até mesmo a estava empolgada. Aproximei-me de Pedro Lucas e segurei levemente em seu braço, compartilhando a expressão de medo.
- Pedro, você vai no Manta? – Perguntei, já imaginando que sua resposta seria não, encarei-o e ele fez um gesto negativo com sua cabeça.
- Vocês vêm? – Perguntou sorridente enquanto os meninos iam entrando na fila, fiz que negativo com a cabeça, ela deu de ombros e foi pra fila. Finalmente chegou à vez deles e eles gritaram muito, era tão engraçada a cena...
Depois tive que me despedir dos meninos, pois tinham algumas divulgações para fazer e só nos veríamos novamente no dia seguinte. Resolvi voltar para o hotel, o dia tinha sido de altas emoções e estava me sentindo um copo de vidro em trilhões de pedaços.
Passei o dia no Busch Gardens onde havia várias montanhas russas, os meninos não haviam ido e muito menos o , mas conseguimos no divertir apenas eu e a . Estávamos bem próximas e já estava me sentindo triste por saber que faltavam apenas três dias para ir embora, sendo que o último dia seria meu aniversário.
Andei pela área de lojas diversas vezes, encantada e atenta aos preços. Não poderia esbanjar, mas estava procurando alguns presentes para os meninos, a e, claro, para minha mãe que me mataria se não levasse algumas recordações para ela.
Infelizmente, hoje já era o meu último dia naquele paraíso de diversão e calmaria, também era o dia do meu aniversário. Minha mãe havia me mandando vários sms desejando parabéns e dizendo que estava com saudades, que era pra aproveitar meu último dia e estava chateada. Lembrei que não conseguira entregar o presente dos meninos; fazia dois dias que não nos víamos. Tinha esperanças de poder me despedir e abraçá-los, principalmente meu choose. Coloquei minha camisa Choose Thomas que ganhei no meu aniversário do ano passado, saí do quarto pontualmente como todos os dias desde que cheguei ali. estava parada sorrindo com as mãos para trás, encarei-a em dúvida se ela sabia que era meu aniversário, assim que estendeu as mãos e eu vi uma caixinha prata, pensei logo “Ah,claro que sabe!”.
Abri a caixa e fiquei sorridente ao ver que era um chapéu das orelhas do Mickey. Coloquei e logo abracei a , senti um aperto no peito, tínhamos nos tornado tão amigas e agora iria ter que ir embora, como vai ser com essa distância toda? Ela me estendeu outra caixinha da mesma cor, encarei-a em duvida, mas a peguei. Assim que abri, vi que tinha um cartão branco e um colar dourado com um pingente do Mickey. Li o cartão: “Gatinha, para de fingir ser cega e fica logo comigo. Ps: Parabéns, princesa. beijos do ” não agüentei e comecei a rir sem parar. A me encarou em dúvida, mas logo pegou o papel e leu, depois caiu na risada também. Coloquei o cordão que era uma fofura e guardei o presente da no quarto. Ela disse que o dia seria nadar com os golfinhos e na parte da noite o me levaria para sair.
Suspirei, encarando a minha mala. Não fazia ideia do que usar, estava chateada em saber que não encontraria os meninos nesse último dia e justamente no dia do meu aniversário. Queria apenas abraçar o Thomas pela última vez, dizer apenas um “eu te amo”. Vesti–me rapidamente, saí do quarto com a barriga revirando de ansiedade, sorri levemente ao ver o todo lindo encostado na parede do corredor com suas mãos no bolso, sorrindo lindamente em minha direção.
- Cheguei adiantado demais, então resolvi esperar que saísse do quarto! – Disse ele ainda com um sorriso no rosto, aproximou-se de mim, deu um leve beijo em minha bochecha e se afastou um pouco, eu não sabia o que dizer.
- Onde estamos indo? – Perguntei enquanto caminhávamos tranquilamente de mãos entrelaçadas pela cidade. As calçadas estavam pouco movimentadas e a noite quente com o céu estrelado anunciava que em poucas horas haveria uma despedida.
- É uma surpresa! – Disse ele com um tom de mistério, arqueei minhas sobrancelhas e sorri em seguida, encarando o chão.
- Então, você faz surpresa para todas as aniversariantes? – Perguntei ainda encarando o chão, ele soltou minha mão e suspirou, depois deu uma leve risada, encarei-o confusa com sua reação.
- Só faço “surpresa” por quem vale à pena, e posso dizer que você é a única! – Disse ele, fazendo as aspas no ar, meu estômago revirou com suas palavras e pela primeira vez me senti importante para um garoto. Paramos na frente de um bar, não era nada do que eu estava acostumada a ver no Brasil. Seu letreiro em inglês piscava, sua enorme porta de madeira estava fechada e os vidros escuros escondiam o que havia lá dentro. encarou-me com um sorriso enorme no rosto, segurou minha mão e saiu me puxando para dentro do bar que estava totalmente um “breu”.
- SURPRISE! – Gritaram em coro, fazendo com que as luzes se acendessem repentinamente, fiquei boquiaberta ao ver as pessoas que me encaravam, os meninos estavam ao lado do bolo com chapeuzinhos de aniversário da Minnie, segurando balões coloridos juntamente com a que, sorridente, segurava sua câmera enquanto tirava várias fotos. Meus olhos se encheram de lágrimas e encarei , dando um leve soco em seu ombro. Ele fingiu cara de dor mais logo riu e saiu correndo em direção à e pegou a câmera de sua mão, reparei que havia um pequeno palco montado ali e os instrumentos que reconheci ser dos meninos estavam nos seus devidos lugares.
- Temos um presente para você, ! – Disse Thomas, sorrindo lindamente enquanto pegava suas baquetas e se posicionava na bateria. Os meninos sorridentes se posicionaram em seus devidos lugares e logo começaram a tocar a minha música, “Nosso Verão” a música da Restart que me trazia boas lembranças. Meus olhos se encheram de lágrimas e a saudade daquelas férias já preenchiam meu coração, e , um de cada lado, me abraçaram pela cintura enquanto ficávamos de frente para o palco, assim que acabou a música, Thomas desceu do pequeno palco e me envolveu num abraço que não tinha cara de despedida, e sim de que em breve haveriam muitos outros como aquele.
- Obrigada por tornar essa semana inesquecível! Eu te amo! – Disse, ainda envolvendo-o em um abraço apertado. Deitei minha cabeça em seu ombro e fechei meus olhos, não havia percebido, mas estávamos dançando lentamente num embalo de uma melodia lenta que o próprio Lucas estava tocando. Suspirei ao saber que em poucas horas estaria de volta a minha realidade, deixando de viver um sonho realizado.
O mês de setembro havia deixado saudades, fiz amigos incríveis e pude ter a chance de abraçar o responsável pelo meu coração acelerado ao ouvir as batidas de sua bateria. Aprendi que os sonhos não se realizam somente porque queremos e sim quando é a hora certa. O famoso “chegou sua vez”, que para alguns pode ser o mais breve possível e para outros pode demorar um tempo. Mas a grande verdade é que não importa o tempo que for demorar, irá acontecer, basta ter paciência e acreditar.
THE END!
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