Havia uma tristeza que me dominava. Ela parecia não se contentar com o meu coração pesaroso e apertado, queria também todo o oxigênio que era absorvido por minhas células e queria todos os meus pensamentos, voltando-os o tempo todo para aquele cara que eu tanto amava e tanto me fazia sofrer.
Eu estava andando pelo supermercado atrás de qualquer coisa para me distrair de qualquer forma. Que não fosse internet, já que esta era um meio para eu acessar os milhões de sites oficiais ou não que falavam de sua banda. Nem revistas, eu poderia encontrá-lo em alguma capa ou então em uma notinha sobre o ‘solteiro da vez’.
Parecia que nada ia me salvar dessa vez. Eu não conseguia me imaginar rindo nem mesmo daquelas primeiras entrevistas dele com Tom, Dougie e Harry, seus companheiros de banda, quando eles ainda eram adolescentes felizes em seu início de carreira inacreditavelmente bem-sucedido.
Mas então eu avistei uma ‘Oficina do Chocolate’ e me permiti sorrir, lembrando de minha amiga totalmente chocólatra. Você sempre podia comprá-la com um pouco de chocolate, desde que ela não estivesse em uma de suas crises de insatisfação com seu corpo. E, ainda assim, ela não conseguia não se render se visse bonitos morangos fresquinhos mergulhados em um pouco de calda quente.
Comprei um pouco de chocolate – não era a maior fã dele, mas a lembrança de me dava prazer ao comer um pouco –, sentei-me em uma mesa e olhei vagamente para a televisão à venda, sem querer focalizando a imagem. Era o McFLY, e eu estava começando a achar que era perseguição.
Eu me lembrava daquela entrevista. Antes de namorada do Danny, ou depois – não importava –, eu era uma grande fã da banda. Eu assistia a todas as entrevistas, folheava todas as revistas em que eles apareciam e em geral sabia o que eles estavam postando no MySpace.
Nessa entrevista, eu lembrava bem, eles falavam sobre namoradas. Por um momento, parecia que eu tinha viajado no tempo e escutado de novo, pela primeira vez, as palavras de Danny. Em geral eu as enxergo como minhas amigas, elas não gostam muito disso. Não que essa fosse a idealização do meu príncipe encantado quando eu estava no auge da minha adolescência, mas eu tinha aprendido que amar uma pessoa é muito mais do que querer todo o coração dela para si. É amá-la com todos os seus defeitos, aprender a amar os defeitos também, e conhecê-la acima de tudo. E, mesmo conhecendo-a, amá-la com todo o ser da sua existência. E era isso que eu sentia por Danny, mesmo depois de tudo. Ou melhor, só depois de tudo eu me dava conta disso. Nossos pequenos encontros depois da fatídica separação nada queriam dizer, em nenhum momento fora ele quem me procurara; mas alguma coisa dentro de mim insistia para que eu tivesse esperança.
– Danny! Danny, por favor – eu implorava pela revista em suas mãos, que continha uma entrevista sobre o último single deles. Apesar de ser namorada dele, sempre tinha algo que eles se esqueciam de me contar ou que eu não conseguia captar nas entrelinhas.
Foi aí que eu vi, pelo seu sorriso, que ele escondia a revista simplesmente pelo prazer de me contrariar. Ele estaria nervoso se houvesse algo que ele realmente não quisesse que eu soubesse, e já teria rasgado a revista ou jogado pela janela mais próxima. E, se eu realmente o conhecia tão bem, minha boa memória ia ser minha melhor aliada.
– Ah, tá, entendi – coloquei o máximo de mágoa que conseguia no tom de minha voz. – Você não quer me contar algo. Lá vem você com seus segredos de novo.
Logo o seu sorriso se contorceu em uma careta. Eu o lembrei de como ele havia escondido de mim por tanto tempo sua escolha sobre a banda, e de como isso tinha me magoado intensamente logo que descobri e fomos obrigados a uma despedida. Eu sabia que ele mesmo odiava segredos, dizia que distanciava os relacionamentos, e, no entanto, cometera aquele deslize comigo. Eu era, acima de tudo, sua amiga, e queria sempre saber se o seu sorriso e sua habilidade de deixar os outros felizes estavam em sintonia com seu próprio estado de espírito ou não, e ele – com aquela única exceção – não me negava esse conhecimento.
Seu braço, esticado acima de sua cabeça em um lugar totalmente inalcançável para mim, vacilou por um momento. Sim, eu sabia, ele não queria segredos. Ele não queria me magoar, de fato. Ele me amava, apesar de dificilmente admitir isso em voz alta. Mas sempre que eu me pegava ouvindo seus batimentos cardíacos enquanto estava deitada sobre ele – e eu os sentia descompassados, irregulares, incertos –, tinha certeza que não era só por algo que tinha acabado de acontecer.
– Que droga – ele me cedeu a revista, a qual eu peguei com um sorriso de satisfação no rosto – você conseguiu me vencer de novo.
Mas, ao ter a revista em mãos novamente, eu sabia que nem precisaria chegar até a entrevista para me satisfazer. A imagem de Danny ali na capa, ofuscando a presença dos outros três, era o suficiente para me deixar ludibriada.
– O que você quer de mim dessa vez? – eu disse cansada para um Danny que me seguia pelas ruas de Bolton. Ele estava tentando me convencer de que merecia mais uma vez minha confiança, quando ele fosse ficar mais tempo do que o normal em Londres, já que uma gravadora tinha aceitado assinar contrato com ele e Tom.
– Sua compreensão – ele falou quase em um sussurro e eu soltei uma risada sarcástica, parando de andar.
– Claro, e do que mais você precisa? De uma babá, que o limpe toda vez que você se sujar? Ou, quem sabe, de uma interesseira, que se contente em dormir com um cara famoso, mesmo sabendo que muitas o fazem com esse mesmo cara? Me poupe, Danny, vá arranjar uma puta que te satisfaça por hoje – eu bufei, quase recomeçando a andar, se não fosse por ele segurando o meu braço.
– – ele chamou e eu estremeci. Eu quase tinha me esquecido de como meu nome soava doce em seu timbre de voz, diferentemente de quando minha mãe o chamava. E isso quase me fez esquecer que aquela súplica implícita no seu tom de voz tinha a ver com o absurdo que ele estava me pedindo.
– Daniel – eu me virei para ele, pedindo com o olhar uma piedade que eu sabia que ele não teria. Nesse momento ele seria egoísta, ele me queria ao seu lado a qualquer preço.
– , olha... – ele passou a mão livre pelo cabelo nervosamente. Eu não queria saber o que ele tinha a dizer, eu sabia que iria me render na primeira brecha que ele encontrasse na minha máscara de frieza e rancor, o que não era nada complicado para ele.
– Não, Daniel, eu não quero saber. Olha... – passei minha mão livre pelo meu rosto, tentando inutilmente impedir as lágrimas que molhavam minhas bochechas sem a minha permissão. – Depois que você for famoso, e rico, e tiver todas as mulheres que quiser... Quando se lembrar de mim... Se se lembrar de mim... Me procura, tá? – eu engoli em seco e finalmente consegui soltar meu braço magro de sua mão grande, que quase o envolvia completamente. Comecei a andar rápido, quase correr, mesmo certa de que ele não me seguia mais. Eu não sabia se ele me procuraria dali alguns anos, não fazia idéia do quanto eu o havia machucado, mas eu tinha pleno conhecimento da grande ferida que jorrava dor dentro de mim e das lágrimas que faziam com que eu sentisse aquele vento mais cortante que o normal nas minhas bochechas.
Mas é claro que me tornei a maior fã de McFLY. Ajudei todos os singles a se tornarem number one ou só entrarem para o top10, e os ajudei a entrar para o Guinness Book com seu primeiro álbum. É, eu tinha todos os CDs possíveis deles, todas as revistas em que eles tinham algum destaque maior que uma nota e os calendários oficiais e não-oficiais. Era a única forma que eu tinha – e ainda bem que eu a tinha – de estar junto dele, de saber como andavam as coisas; eu podia superar a dor que isso trazia se eu soubesse que ele estava bem.
Entrei naquela casa de shows pequena demais para abrigar o tanto de fãs que queria estar ali para assistir a mais um show deles. Mas eu agradecia por eles terem tido a brilhante idéia de fazer a Up, Close and Personal Tour, só assim para eu ir a um show do grande McFLY, o motivo pelo qual meu namorado – melhor amigo, irmão de consideração ou o que fosse – tinha me abandonado anos atrás.
Ao meu lado, gritou qualquer coisa sobre irmos até a grade. Como se não bastasse a casa de shows daquele tamanho, ela queria estar na grade – sim, essa era , que só não era mais fã que eu por tê-los conhecido através de mim. Começamos a andar contra a multidão, dar cotoveladas, pisar nos pés e receber muitos empurrões e xingamentos em resposta. Eu agradecia o jantar reforçado que havia ingerido na casa do primo da , onde eu estava hospedada por uma noite para ver o show.
Quanto mais me aproximava da grade e via a excitação de minha amiga, eu ficava mais nervosa e minha mão suava mais, escorregando um pouco da dela. Eu estava ansiosa para, depois de tanto tempo, ver de novo Danny pessoalmente, ao vivo e a cores fora da televisão. Eu sabia que dificilmente ele me veria, apesar de sua fama de olhar bem para os fãs; e mesmo se me visse, qual era a possibilidade de ele me reconhecer? Eu não tinha ficado famosa em todo esse tempo, eu era só uma universitária de Cambridge dividindo um quarto do alojamento com uma menina que acabou por se tornar minha melhor amiga.
Chegamos perto da grade, e passar mais para frente parecia impossível. Mas não se contentava, ela disse que queria enxergá-los sem nenhuma barreira, mesmo depois de eu dizer para ela que o palco era alto e que ali não teríamos praticamente nenhuma barreira. Ela teria se conformado, se não fosse o praticamente da minha frase.
Antes de ela conseguir o que queria, o show de abertura começou e tivemos que nos contentar com a quase-grade. Achei que passou rapidamente, mesmo reclamando da demora o tempo todo do meu lado – para provar como o tempo é relativo. Mas eu não ligava para nada, eu só queria que Danny entrasse e comprovasse que toda a minha expectativa valia à pena; que ele estava tão bonito quanto aquelas fotos pareciam mostrar e não era photoshop; e que sua voz tinha, sim, como sempre, o poder que tinha sobre mim.
A cada pausa entre as músicas, Danny passava o olho pela multidão, parecendo gravar cada rosto, cada sorriso, cada olhar brilhante que havia ali. Eu ansiava pelo momento em que ele olharia para mais perto do palco, para as pessoas sendo esmagadas perto da grade – queria que ele me olhasse, visse meu sorriso e o retribuísse, queria que ele me reconhecesse. Para a minha surpresa, esse momento realmente aconteceu.
O palco ficou escuro durante um tempo, até que Tom foi iluminado tocando piano e começando Bubble Wrap, a balada dramática do último álbum. A platéia se agitou, cantando junto, e na segunda estrofe Danny foi iluminado também, cantando magnificamente enquanto tocava violão. Ele estava olhando para um lugar bem perto de mim, eu pude notar, e sorri imensamente. Quando fiz isso, ele pareceu sorrir também, enquanto cantava; mas eu não pude enxergar muito bem, talvez por estar cansada de tantos empurrões e pela falta de glicose em meu sangue, ou então por estar inebriada pelo som de sua voz entrando em minha cabeça e coração de uma forma inexplicável.
Depois que o show acabou, foi a hora das perguntas. desistira de tentar ter alguma conversa histérica comigo sobre como o show tinha sido ótimo como sempre. De qualquer forma, eu não podia dizer o mesmo, era o primeiro show que eu ia – abominava lugares grandes e tão lotados de gente. E, mesmo assim, não era nisso que eu estava pensando. Eu estava pensando naquele meio sorriso entre os without da segunda estrofe de Bubble Wrap e me perguntando se ele era mesmo para mim, se era nos meus olhos que ele estava olhando e se tinha alguma chance de ele ter me reconhecido entre aqueles milhares de olhares e sorrisos e fãs histéricos que gritavam a música a plenos pulmões.
– Tem alguma coisa de errado – não era uma pergunta. Ele me olhava com aqueles olhos azuis e profundos, não desviando um segundo – mas não como um desafio, mais como se estivesse tentando decifrar os meus .
– Não vai me contar? – ele insistiu, finalmente desviando o olhar quando eu neguei com a cabeça.
– Não é não, não vou te contar, é não, não tem nada de errado – eu desviei o olhar para fora da janela enquanto falava. Não conseguiria encará-lo para falar isso, mas mesmo sem me virar sabia que ele tinha parado a meio caminho do corredor do avião para me escutar. – Eu só tava lembrando como foi ruim ficar tanto tempo sem você.
Eu me lembrava da cena no supermercado, do quanto eu sofri e do quanto tinha sido boa para mim. Eu sentia falta da minha amiga, desde a faculdade nós não nos falávamos mais... Apesar disso, ela tinha sido a melhor amiga que eu jamais tive, mesmo não sabendo de nada sobre mim e Danny – na verdade, ela parecia saber no inconsciente. De certa forma, era graças a ela e seu fanatismo por McFLY que eu havia algumas vezes encontrado Danny, visto o seu sorriso e amenizado minhas feridas.
– Mas isso já faz tanto tempo, – ele acariciou meu cabelo e uma lágrima escapou de meus olhos. Eu adorava como ele nunca me chamava pelo apelido, qualquer que fosse este, ele dizia que gostava do meu nome... e nunca parecia que ele estava falando sério. Era sempre doce, mesmo no calor de uma briga ou outra coisa.
– É, eu sei. Mas às vezes, em momentos como esse, eu fico imaginando como vai ser passar de novo tanto tempo sem você – eu dei um longo suspiro.
– Mas você tá indo comigo agora – uma pequena ruga se formou entre suas sobrancelhas, sinal de sua preocupação e confusão. Às vezes eu me assustava com o tanto que eu conhecia de Danny.
– É, mas eu não vou ficar o tempo todo aqui. Uma hora suas férias vão acabar, e as minhas também – novo suspiro. Eu sabia que Danny encarava seu trabalho, na maioria das vezes, também como parte do lazer; mas as coisas seriam bem diferentes agora, eles não tinham a gravadora, era mais trabalho, mais responsabilidade. Sabia que eles dariam conta, às vezes até me assustava o quanto eles tinham crescido, nós tínhamos crescido, mas eu tremia com o grande ponto de interrogação que era o futuro.
– Eu estou contigo pra tudo, você sabe disso – ele me abraçou meio sem jeito por estarmos sentados e, quando afrouxou um pouco, me permiti encarar de novo os seus olhos, por saber que iria sentir falta disso.
– Eu também estou com você – sorri e ele se soltou do abraço.
Voltei a encarar aquela imensidão azul fora da janela, sem saber se era oceano ou parte do céu. Era azul, azul como o olhar de Danny, o olhar que eu já sentia falta quando estava voltando sozinha da Austrália para a minha realidade em Londres.
– ? – Danny mantinha em mim um olhar ansioso, quase duvidoso, enquanto me arrastava para dentro da BBC Radio 1. Ela tinha uns contatos e conseguira esse grande favor para mim – nas palavras dela –, mas é claro que ela não tinha idéia de que eu realmente conhecia Danny. Eu nunca havia contado para ela, e ela não tinha contato com minha família. Ainda bem, era o que eu sempre pensava.
– E , certo? Tudo bem com vocês? – Tom disfarçou, chegando e apertando nossas mãos. Bom saber que ele se lembrava da minha história com Danny que ele mesmo havia destruído. – Nós somos o Mc–
– Nós sabemos – deu o seu melhor sorriso para Tom, mostrando o máximo de dentes que sua boca permitia. Eu me desliguei dela, não queria mais saber de nada. Aliás, queria saber de tudo, de tudo sobre Danny parado ali, na minha frente, com aquela confusão no olhar. Será que ele tinha dúvidas sobre mim, ou será que não conseguia acreditar em seus próprios olhos? Eu sentia ambos por ele, não conseguia pensar em nenhuma ação racional que me fizesse parecer menos idiota do que naquele momento, ali, imóvel e incrédula por estar frente a frente com ele depois de tanto tempo.
E então ele quebrou o gelo, me dando o seu melhor sorriso, aquele sorriso que eu amava chamar de meu quando éramos mais novos. Mas é claro que, depois de todo esse tempo, muitas outras já tiveram esse sorriso, mas quem disse que eu ligava? Eu só queria saber daquele momento, onde aquele olhar que ele me lançava me trazia muitas lembranças, antigas e recentes, intensas ou nem tanto, mas todas, todas boas. Até mesmo aquela, no show, onde ele – ali eu tinha certeza – sorria para mim. As ruins ficaram em algum lugar perdidas no passado, eu já nem me lembrava de como meu coração tinha se partido – aqueles sorriso e olhar eram o suficiente para me curar, mesmo que momentaneamente.
– Danny! – eu gritei e corri para abraçá-lo, sentindo-o me tirar do chão enquanto me girava. Era tão bom sentir o seu perfume de novo e seus braços, agora fortes, envolvendo minha cintura, que eu queria estar ali para sempre.
Mas eu podia sentir nos olhando de longe, com receio de sair da área de embarque, o que eu tinha acabado de fazer. Eu peguei um avião de Cambridge para Londres para acompanhá-la, e então era nossa despedida: tínhamos terminado a faculdade e ela iria retornar para Vancouver, de onde viera.
Voltei para abraçá-la, ouvindo-a forçar o sotaque canadense que tinha perdido durante os anos na Inglaterra. Me abraçou tão apertado que eu pensei que pudéssemos quebrar, até que me afastei e vi sua maquiagem sendo borrada por lágrimas silenciosas. Assisti minha melhor amiga se afastar de frente para mim, e depois virar de costas procurando por seu portão de embarque; eu podia sentir lágrimas brotando em meus olhos. Apesar disso, eu não conseguia ficar totalmente infeliz, sabendo que agora poderia ir para Londres e morar com Danny, ou pelo menos estar mais perto dele todos os dias.
Virei-me de frente para ele, tentando esquecer a imagem de minha amiga chorando pela primeira vez tão abertamente. Com sucesso: ele estava com as mãos nos bolsos da calça, olhando para o chão timidamente – provavelmente pela cena que acabara de presenciar – e parecia simplesmente deslumbrante. Eu sorri o máximo que o momento permitia, e quando ele finalmente olhou para mim, ainda com receio, ele sorriu também. Então eu soube, soube que nós sempre superaríamos tudo, soube que estava a salvo com ele e que meu amor era mesmo incondicional, como havia me dado conta durante aquele nostálgico momento no supermercado que marcara para sempre a minha vida.
– – eu ouvi alguém me chamar. Minha visão embaçou, o mundo parecia girar mais rápido enquanto eu estava parada, e ainda bem que eu estava apoiada, eu poderia cair como um bêbado a qualquer momento. Aquela voz, aquele tom doce, aquela intensidade... Eu duvidava de meus próprios sentidos. Será que eu havia adormecido encostada na coluna do supermercado, perto dos televisores?
Focalizei a imagem e demorei alguns segundos para perceber que não, que eu ainda estava ali assistindo aquela entrevista – mas era impossível, como ele estava no supermercado? Ele estava nas televisões, ele ia chamar, no mínimo, mais atenção que o normal.
– , não está me ouvindo? – ele tocou o meu ombro e eu pude ter certeza que era ele.
– Danny – eu disse quase num suspiro, enquanto me jogava em um abraço. Se era sonho ou não, eu saberia depois, eu queria viver o momento mesmo que fosse ilusório.
Ele me abraçou de volta, e sentir aqueles braços ao redor de mim era melhor sensação desde que eu soube que tinha sido admitida em Cambridge. Não, era melhor que isso. Era como se o mundo tivesse parado de girar para nos ver juntos, eu me sentia reconfortada, protegida, quase podia acreditar que ele nunca mais ia me abandonar de novo. Eu podia ouvir o seu coração batendo forte e sem ritmo em seu peito, podia sentir sua respiração absorvendo o cheiro do meu cabelo – era a forma que eu o ouvia dizer que me ama, à sua maneira.
N/A: Hey \o E aí, o que acharam? Espero que tenham gostado, e que não tenha ficado tão confuso... Mas essa é a idéia mesmo HAHAHA. Depois de ler umas três vezes você começa a encaixar os fatos e perceber a ordem. :P Foi escrita em dois dias... Eu queria que fosse maior, mas ah, até que gostei do resultado. ^^"
L, foi com todo o carinho, espero que goste! E espero que tenha me colocado na melhor amiga :P HAHAHHA -zoeei. Mas eu realmente me esforcei para o final feliz, ok? HAHAH. Feliz aniversário, tudo de bom pra você <3 E não esquece que eu te amo.