Olhava pela janela com um copo de brande na mão a neve cair silenciosa lá fora. A luz fraca dos postes iluminava alguns pontos da rua branca completamente deserta. A calmaria daquela cena tão bucólica e banal o encantava. Sua respiração embaçou um pouco o vidro da janela, o que o impediu de ver se aproximar e o abraçar pela cintura. Sorriu com a surpresa do toque sutil dela. Virou-se, segurando o rosto da jovem com a mão livre. As maçãs do rosto estavam levemente coradas e o olhar com um tênue ar vago devido ao vinho que tomaram no jantar.
Beijou os lábios rosados e tão suaves da moça, que levantou um pouco o rosto por causa da diferença de altura entre eles. Ela pode sentir o vestígio de álcool na respiração dele, não se importou. Ao partir o beijo, se olharam e sorriram um para o outro. acariciou as bochechas dela com o polegar, passando sutilmente pelos lábios, sentindo a maciez dos mesmos. fechou os olhos e suspirou, afastando-se devagar.
- Obrigada pelo jantar. – manteve os olhos fechados e o sorriso bobo no rosto. – Estava maravilhoso.
bebeu o resto do brande de um gole só e colocou o copo vazio no parapeito da janela. Envolveu seu rosto com as duas mãos, ela olhou para baixo mordendo o lábio inferior e ele a beijou novamente.
- Que bom que gostou. Eu me esforcei bastante para que tudo ficasse perfeito para minha garota perfeita. – acariciou-lhe as bochechas ternamente.
Segurou a mão dela e a girou, arrancando uma risada sincera. Abraçando-a por trás, colocou as mãos em sua cintura e beijou-lhe o pescoço. A respiração de ficou irregular e ela se afastou. Um sorriso inocente e indeciso brincava em seu rosto. segurou sua mão, tentando puxá-la de volta para ele. O olhar convidativo.
- Foi uma noite muito agradável, .
- Uma noite que não precisa acabar agora. – respondeu amavelmente.
Puxou-a e voltou a beijar seu pescoço com suavidade, sem afobação, apenas uma carícia. Subiu os beijos até quase chegar a sua boca, mas virou o rosto, resistindo. Suas feições ficaram sérias.
- Sim, , precisa. Olhe só a hora. – ele olhou o relógio e deu de ombros. Ela riu. – Minha mãe deve estar ficando preocupada.
a virou de frente para ele pela cintura e segurando uma de suas mãos começou a dançar com ela, mesmo sem música. ria enquanto rodopiavam no meio da sala. a trouxe de volta para si, abraçando-a pela cintura, ainda dançando. Beijou-lhe a bochecha e sussurrou em seu ouvido. O hálito quente dele contra a pele gelada de sua orelha fez com que a mulher se arrepiasse.
- Por que a pressa? Está tão frio lá fora. – apertou mais o corpo dela contra o seu. – Prometo que eu te aqueço se ficar. – mordeu-lhe delicadamente o lóbulo da orelha.
Girou-a mais uma vez e ao invés de voltar para ele quando este a puxou, ela se sentou no sofá cor de creme e o encarou, rindo. O vestido subiu um pouco, deixando um de seus joelhos à mostra. Ele se sentou ao lado dela sorrindo, segurou-lhe as mãos.
- Suas mãos estão um gelo. Não posso deixar que saia nesse estado, irá congelar lá fora. – beijou-as e puxou mais para perto, deixando-a de frente para a ampla janela da sala. – Veja como está nevando, não conseguirá um táxi agora. – abraçou-lhe. – Fique.
Ela mordeu de leve a parte interna do lábio inferior. Ele tinha razão. Ninguém era doido de sair com esse tempo. Virou-se para ele, olhando-o nos olhos por um tempo.
- Talvez eu fique mais um drinque. – falou indecisa. – Só para me aquecer um pouco.
sorriu. Achava esse lampejo de inocência remanescente nela simplesmente adorável. Levantou-se e estendeu uma mão a ela, que segurou e levantou também. - Escolha uma música enquanto eu sirvo.
andou vagarosa até o toca discos. Ajoelhou-se na frente do pequeno armário embaixo do aparelho, tirou alguns discos e escolheu um. Guardou os outros e fechou o armário novamente. Colocou o disco e quando ele começou a girar sob a agulha uma música suave preencheu o ambiente. Sentou-se sobre os calcanhares e fechou os olhos, aproveitando a melodia.
- ! – chamou, tirando-a de seu transe.
Ele segurava dois copos pela metade com um líquido cobre. sorriu, sentando-se no chão com as pernas ao lado do corpo, a postura ereta. Deu batidinhas no chão, chamando-o para fazer o mesmo. olhou para suas roupas tão alinhadas que se amarrotariam. Fora que o assoalho, mesmo coberto pelo grosso tapete branco de pelos, não era o assento mais confortável do recinto. Então ele olhou para ela, a face tão delicada que a fazia parecer uma boneca de porcelana com sedosos cachos formando uma moldura ao redor de seu rosto e caindo sobre os ombros. O sorriso infantil dela contrastado com o olhar convidativo quase sensual. Ela realmente era linda e, o melhor, logo seria dele para sempre. Ignorou o fato de estar tão elegantemente arrumado e sentou-se ao lado dela. agradeceu com um sorriso, pegando um dos copos da mão de .
- Depois que terminar de beber eu irei para casa. Mesmo que andando. – falou, mirando-o nos olhos.
- Enlouqueceu, ? A neve deve estar chegando aos seus joelhos! – pego de surpresa, se sobressaltou. Acalmou-se e falou num tom mais afável. – Como seu noivo, não posso permitir tal loucura.
- É só você me emprestar um casaco. – ela deu de ombros. Bebericou a bebida e ato contínuo sorriu para ele de forma doce.
- Por que tanta vontade de ir embora? – encarava o líquido cobre ainda intocado dentro do copo. – Não aprecia minha companhia? – olhou nos olhos dela com tristeza.
o fitou por um momento antes de colocar o copo vazio ao seu lado e levar a mão que não lhe servia de apoio ao rosto dele carinhosamente.
- Aprecio os pequenos momentos que temos juntos mais do que qualquer coisa nesse mundo, meu caro. Mas infelizmente não posso ficar a noite inteira aqui. Imagine o que os vizinhos iriam falar?
- Que eu não quis que minha amada noiva pegasse uma pneumonia e morresse, talvez? – ele segurou a mão dela e beijou a palma com ternura. riu.
- Muita coisa ficaria implícita se eu passasse a noite aqui, e você sabe bem disso. – ela ainda o olhava daquela forma doce que o derretia por dentro.
- Deixe que eles falem o que quiserem, meu amor. – ele colocou o copo no chão e se aproximou mais dela, colando seus rostos. Envolveu o rosto de nas mãos, ela o segurou pelos pulsos. Os dois mantinham os olhos fechados. – Quem vai se casar com você sou eu e não me importo.
- Mas meus pais sim. – suspirou. – E eu também. A resposta é não, . Não quero que pensem que sou uma qualquer. – apertou mais os pulsos dele.
- , eu jamais permitiria que dissessem algo assim de você. Olhe para mim. – levantou o rosto dela para que seus olhos se encontrassem. – Jamais! E está tão frio lá fora.
- Eu sei... Mas a minha tia tem uma mente terrível. – riu. – Com certeza encherá a cabeça de meus pais sobre o que pode ter acontecido aqui comigo passando a noite com você e, e... – começou a gesticular com as mãos e falar rápido demais fitando o chão com o olhar longe.
Rindo, segurou as mãos dela, tentando acalmá-la. se calou e o encarou com o semblante preocupado. O amava tanto. Não queria que ele mudasse de ideia quanto a se casar, não suportaria. Sua consciência gritava para que saísse de lá o mais rápido possível, antes que fizesse algo condenável. Mas agora ele estava tão perto, a afagar-lhe os cabelos macios desde sua testa, delineando o contorno de sua orelha, o toque quente. Docilmente alisou-lhe a tez de porcelana. mordeu a parte interna do lábio inferior, porém o soltou quando o amado passou o dedo por ele. Abriu a boca para dizer algo, mas ele a impediu falando antes.
- O que eles poderiam fazer? – questionou, divertido. – Me obrigar a casar mais cedo? Que terrível! – sorriu com o canto da boca. – Não vejo a hora de começar o resto de minha vida ao seu lado, quanto antes melhor. – confessou, ainda acariciando o rosto e lábios da moça a sua frente. – Seus lábios parecem especialmente convidativos e deliciosos hoje.
- ! – corou. – Eu não posso ficar, de verdade. – ele se aproximou, apoiando a mão ao lado dela. – Meu irmão deve estar me esperando... – ele a calou com um beijo demorado e apaixonado. – Na porta. – terminou, suspirante, ao partirem o beijo.
- Eu estava certo. – riu e as maçãs de mais uma vez adotaram um tom mais avermelhado. Beijou-a novamente.
apoiou a mão no peitoral dele, queria afastá-lo, era o certo a se fazer, mas não tinha forças para fazê-lo. Ao invés disso, entregou-se mais. A outra mão a entrelaçar-se nos cabelos dele, despenteando-os. mantinha a sua respeitosamente no meio das costas da mulher, um dando apoio ao outro, caso se movessem cairiam. Ao ver de , uma boa relação era assim, um dependia do outro. Um apoiava o outro. E não podia reclamar de nesse aspecto. Ou em qualquer outro. A verdade é que a amava mais do que tudo. Não esperava que isso acontecesse tão rápido, ficar assim tão cegamente apaixonado por aqueles olhos brilhantes que conseguiam mesclar de maneira única e intrigante inocência e ardor. Parecia clichê, julgava impossível até conhecê-la, mas cada vez que ela sorria seu coração palpitava. Se ela chorava, sentia essa vontade súbita e irrefreável de abraçá-la e protegê-la da tristeza e mágoa. a desejava de formas que antes não imaginava existir. Era um sentimento que transcendia a vontade carnal. Não queria apenas sexo com ela, queria unir-lhes a alma, tornar-se um. E acima de tudo queria ela, sua presença, sentir o perfume adocicado e o calor de seu corpo ao deitar-se e ao acordar. Para sempre.
Reunindo todo o bom senso que conseguiu em sua mente atordoada pelo beijo de , a profusão de sentimentos e sensações que ele despertava, afastou-se. Tinham os lábios vermelhos e corações acelerados. O rosto de em uma expressão confusa, buscando uma explicação. Teria feito algo errado? A aborrecera de alguma forma? Os olhos dela ficaram marejados e o homem sentiu uma angustia crescer nele.
- Eu devo dizer não, ! – soltou, num suspiro cansado. Ele ia se afastar, não queria ser a causa da dor dela, porém segurou-lhe a mão impedindo que o fizesse. – Mas quero tanto dizer sim. – franziu o cenho. Sem coragem de encará-lo, fitava sua mão enquanto brincava com os dedos dele.
Aplicando certa tensão, prendeu os dedos finos entre os seus tão grandes em comparação, fazendo com que ela parasse.
- Qual é o problema então? – ela fitava suas mãos unidas, os lábios contraídos. – Olhe para mim e me diga o que lhe incomoda, minha querida. Logo começaremos uma vida juntos, tem que se sentir segura para me contar as coisas, precisa confiar em mim, . – ela finalmente sustentou seu olhar, ainda que indecisa. – Do que tem medo?
Abriu a boca várias vezes, mas nada saia. Engoliu em seco. a acariciar-lhe os dedos, incentivando-a. Do que tinha medo? De tudo! Temia confessar-lhe suas inseguranças e parecer boba aos olhos deles, e que isso o afastasse. Assustava-a a ideia do que os pais dela fariam, e se o forçassem a adiantar o casamento e ele entrasse em pânico? E o pior, e se ele cedesse à opinião alheia e não a achasse digna dele mais? Não queria perdê-lo. Tantas possibilidades e pensamentos lhe passaram que chegou a conclusão de que seria melhor generalizar seus temores e falar de uma vez.
- De que deixe de me amar e não queira mais se casar. – sentiu-se ridícula ao dizer em voz alta e encolheu-se.
Para sua surpresa, não riu. Manteve-se sério. Quando finalmente permitiu-se mirá-lo, o olhar paciente e compreensivo dele só a fez encolher-se mais. Pensava ter estragado tudo. Porém ele só fez se aproximar e abraçar-lhe fortemente. retribuiu, inspirando o perfume dele como se fosse a última vez que o faria. Ele afagava as costas de sua doce noiva quando sussurrou-lhe ao ouvido com ternura.
- Não pense mais isso, . Eu seria incapaz de não te amar. Mesmo que eu quisesse. – ela o apertou com mais força. – Você lançou um encanto sobre mim que nada seria capaz de quebrá-lo. Eu serei seu para sempre, meu amor. – depositou um beijo no topo da cabeça dela e se levantou, estendendo mão para ajudar a fazer o mesmo. – Agora ligue para seus pais e avise que ficará aqui por causa da nevasca, eles não precisam se preocupar. Eu vou reacender a lareira.
Com o objeto de ferro que ficava próximo à grande construção de tijolos creme que era a lareira da sala, atiçou o fogo mexendo na lenha. Colocou a tela protetora do mesmo metal escuro no lugar e esticou o corpo. Ficou aproveitando o bem vindo calor por alguns minutos antes de se virar na direção de . Os cachos largos brilhavam sob a luz amarelada da sala, fazendo com que todo o resto desaparecesse aos olhos de . Pôs as mãos nos bolsos da calça e observou-lhe o corpo esguio desde os pés, passando pelos joelhos cobertos pelo vestido pêssego, a cintura delineada pelo cinto fino branco até chegar ao seu rosto. Como que sentindo o olhar dele sobre si, a moça virou e lançou-lhe um sorriso tímido enquanto falava ao telefone. Demorou-se nas feições suaves de , a boca rosada mexia-se rapidamente ao falar, mas as maçãs estavam coradas e o olhar levemente perdido. Não conteve o riso baixo. A amava de todo o coração, mas era fraca para bebida. Um pouco de vinho durante o jantar e uma dose de brande e já ficara um pouco mais aérea. Saiu da sala, direcionando-se à cozinha.
desligou o telefone e olhou em volta, buscando pelo noivo sem sucesso. Soltou um suspiro pesado e andou até a lareira a passos lentos. Sentou-se de lado, afundando a mão de apoio no tapete felpudo e fechou os olhos, inspirando o ar aquecido e deixando o calor esquentar-lhe os ossos. A voz de Frank Sinatra preenchia o ambiente acompanhada de uma melodia suave.
Demorara um pouco para convencer o pai de que não havia motivos para temer por sua honra, nada aconteceria entre ela e durante a noite, ela dissera. Mas não tinha certeza se cumpriria o que foi dito. Toda vez que o homem com que se casaria se aproximava e ela sentia o calor de seu corpo próximo ao dela, ou seu perfume amadeirado adentrava-lhe as narinas, não podia evitar que seu coração se acelerasse e um arrepio lhe percorresse a espinha de uma forma gostosa. E ele era sempre tão doce com ela...
sentou-se atrás dela, encaixando seus corpos e reagiu à proximidade da forma habitual e corou, imaginando se ele percebera. Não se atreveu a abrir os olhos até ele falar algo.
- Tome, querida. – estendeu um copo longo a sua frente.
- O que é? – perguntou, fazendo uma careta de dúvida.
- Apenas água. – riu. – Beba, vai fazer com que se sinta menos tonta.
A mulher obedeceu e bebeu todo o conteúdo gelado num fôlego só, evitando dar espaço a conversa. O coração pulsava tão forte que podia sentir até em seus ouvidos. a abraçou pela cintura, colocando o rosto no espaço entre o pescoço e ombro dela, que estremeceu de forma sutil. Ele percebeu.
- Com frio ainda? – perguntou preocupado. – Talvez esteja ficando doente.
- Não, não. Estou bem. Só cansada mesmo. – colocou o copo vazio no chão a sua frente e aninhou-se nos braços do noivo, que estreitou a já ínfima distância entre eles.
- O que seu pai disse a respeito de dormir aqui?
- Reclamou um pouco, mas eu garanti que nada aconteceria. – sorriu e ele retribuiu. – Minha irmã que não deve acreditar muito.
- E por que tal desconfiança? – afastou-se repentinamente e fitou-lhe os olhos. - Ela não acha possível que um homem e uma mulher, jovens como nós, sejam capazes de passar a noite na mesma casa, sozinhos, e não cederem aos desejos luxuriosos. – deu de ombros.
- E o que ela acha? Que vou fazer com que se deite, - gentilmente a direcionou ao encontro do tapete macio. não ofereceu resistência, mas seu coração estava aos saltos desesperado em seu peito. E repetia em movimentos tudo o que falava, – para então deitar-me sobre você beijando-lhe as bochechas, o pescoço, enquanto minha mão vagarosamente sobe pela sua perna até chegar às suas coxas por baixo das saias e acaricia a pele nua em volta da cinta liga e a solto. – arfou ao sentir as meias menos firmes. sorriu e continuou. – Apertar a carne com volúpia e depois descer lentamente as finas meias enquanto vou junto descendo com meus beijos pelo seu colo, barriga, subo um pouco o vestido para desferir um na parte interna da coxa, o que lhe arrepiará um pouco. – riu ao ver que estava certo. A respiração da jovem era irregular e ela mordia o lábio inferior. – Vou tirar-lhe os sapatos e as meias e te trarei para o meu colo, afastarei seus cabelos para voltar a beijar seu delicado pescoço enquanto desabotôo a parte de trás do seu vestido. Botão... Por... Botão... Me afastarei para deslizá-lo por seus ombros e colocarei um dedo por baixo das alças de seu lindo sutiã de renda branc,o alisando a sua pele fina antes de permitir que essas também caiam por seus ombros nus...
fazia tudo com devotada atenção, apreciando cada fração de segundo de seus precisos movimentos. As mãos quentes dele contra a pele de a fazia arder por dentro. Incapaz de se conter, segurou os cabelos do homem por trás e o beijou com ferocidade e ardor. Para sua surpresa, ele partiu o beijou com um sorriso nos lábios e se afastou, a tirando de seu colo.
- Mas não farei nada disso. – falou, cobrindo os ombros da moça e abotoando seu vestido. – O que farei é acomodar-lhe em minha confortável cama lá em cima para que durma, e apenas durma, durante esta noite.
Estava atônita. Repassou os últimos minutos em sua cabeça tentando descobrir o que fizera de errado. Talvez a tivesse achado atirada e agora não mais a desejava. Entristeceu-se e percebeu.
- E sabe por que farei isso?
- Sim. – respondeu cabisbaixa.
levantou seu rosto segurando seu queixo com apenas uma mão e beijou-lhe os lábios com carinho para tranqüilizá-la.
- Porque te respeito e amo, . Demais. Teremos todo o tempo do mundo para fazer mais do que dormir quando formos casados. – Ela sorriu corando e a pegou no colo, levantando-se e encaminhando-se para a escada. – Mas enquanto não formos, não tem escolha.
Após acomodá-la embaixo das cobertas e certificar-se de que a lareira do quarto ficaria acesa a mantendo aquecida pelo resto da noite, deu-lhe um beijo na testa e dirigiu-se para a porta.
- ! – ela chamou e o homem se virou após apagar as luzes. – Por que não... – hesitou, mas ocorreu-lhe que mesmo com a fraca iluminação ele não seria capaz de vê-la corar. – Por que não me quis? Eu fiz algo errado?
- , não. – aproximou-se ajoelhando na frente dela. – Não é que eu não a queira, porque quero sim e muito. – acariciou-lhe a face com ternura. – Mas jamais faria algo que pudesse tirá-la de mim. Já disse que meu amor é só seu e eternamente.
Ela sorriu e jogou os braços ao redor dele, abraçando-o aliviada.
- Então dormiria aqui comigo?
- ...
- Só dormir. Está tão frio lá fora, querido. Só quero que me aqueça durante a noite.
Tinha um brilho inocente nos olhos. E sorria daquela forma que impedia de negar lhe qualquer coisa. Ele assentiu e escorregou para baixo das cobertas, aninhando o corpo dela contra o seu, abraçando-a. Já estava quase caindo no sono quando ela o chamou, sussurrando seu nome baixinho.
- ?
- Sim, meu amor? – respondeu sonolento.
- Obrigada. – apertou mais os braços dele ao seu redor e adormeceu.

Olhava pela janela com as mãos sobre o ventre a neve cair silenciosa lá fora. A luz fraca dos postes iluminava alguns pontos da rua branca completamente deserta da mesma forma que no ano anterior. Estava sentada numa ampla e confortável poltrona com um cobertor vermelho sobre as pernas, na lareira o fogo crepitava e a lenha estalava. Fechou os olhos, acariciando a barriga crescida da gravidez de sete meses. A lembrança daquela noite exatamente um ano antes lhe aqueceu o peito.
- Seu chá, meu amor. – a despertou. Entregou a xícara a e sentou-se a sua frente. – No que estava pensando?
- Na primeira vez que dormimos juntos. – bebericou seu chá e ele sorriu de um jeito travesso. – Só dormimos, . Foi um verdadeiro cavalheiro naquela noite. Claro, depois de me deixar louca. – riram juntos.
- Foi preciso muita força de vontade, acredite, mas não arriscaria te perder. Seu pai me mataria! – riu.
sorriu fraco, encarando o conteúdo pela metade na xícara em sua mão. Relembrar aquela noite a fez perceber como tudo havia mudado em apenas um ano. continuava tão carinhoso quanto antes, mas já não a beijava com a mesma paixão de antes.
- , você mentiria para mim? – ergueu os olhos para ele, sedentos por uma resposta sincera.
- O quê? – assustou-se com a pergunta repentina. – Claro que não, . Por que o faria?
- Então por que não me procura mais? – ele abriu a boca para responder e direcionou o olhar para a barriga de . – Eu sei que estou grávida agora! Estou falando de antes. Não consigo me lembrar quando foi a última vez que me beijou tão apaixonadamente como naquela noite. – voltou a fitar o chá e uma lágrima escorreu por seu rosto.
levantou-se, tirou a xícara de suas mãos e colocou-a no parapeito da janela. Levantou o rosto da esposa e secou-lhe as lágrimas com o polegar. Depositou em seus lábios um beijo terno.
- Eu te amo tanto quanto no dia em que pude te ter em meus braços pela primeira vez, mais até! Se não consegue se lembrar, é porque tem essa cabecinha de vento que tudo esquece. – ela riu. – Mas se o problema for esse, faço questão de lembrar-lhe todo dia, com beijos, carinhos, abraços, o que for! O quão apaixonado sou por você. Porque sou, jamais duvide disso novamente.
- Não duvidarei. Mas agora você poderia me lembrar com uma massagem nós pés. – ela disse sorrindo.
tirou as meias de lã que a própria esposa fez e deslizou os dedos pela sola do pé dela, fazendo cócegas, o que arrancou risadas de . Quando essa ficou sem fôlego, ele parou e começou a pressionar com delicadeza massageando. E, olhando em seu rosto sorrindo, disse:
- Te amo, . Ontem, hoje e sempre.

N/A: Eu de novo hehe Espero que tenham gostado, Baby It’s Cold Outside é um dos meus bebes, mesmo sendo toda mais romântica e açucarada. Mas vou ser sincera, essa é uma fic-protesto pro especial. Porque protesto? Simplesmente porque tudo tem girado em torno de sexo agora e muitas autoras esquecem a essência da estória. E muitas meninas só querem ler e só consideram boas fics restritas que é uma pornografia só sem enredo sólido e eventos coerentes. Não estou falando de ninguém especificamente, mas todas nós já lemos algo assim um dia. Também não estou dizendo que as minhas são o modelo de perfeição a se seguir. Essa é apenas minha opinião quanto à pornografia que está rolando indiscriminadamente por ai. Repetindo: só vale para estórias sem conteúdo ou base solida que é só sexo, sexo e sexo sem fim. Bom, é isso, espero que tenham entendido o que eu quis dizer e não me persigam com tochas pela vila e reencenem a inquisição espanhola comigo como herege. Bjs, bjs.

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Nota da Beta: Qualquer erro nessa fanfic é meu, então me avise por email ou mesmo no twitter.