Believe or Not
por Patrícia J.


Capítulo 1

Tinha acabado de chegar ao aeroporto de Londres e não sabia pra onde ir, estava completamente perdida. levava com dificuldade suas malas até o balcão de informações, que não serviu de nada, pois não tinha idéia do que a mulher de voz nasal do balcão dizia para ela fazer. Onde havia se metido? Arrastou as malas até uma cadeira mais próxima para respirar e esperar que seu anjo da guarda desse uma luz. Não que fosse seu anjo da guarda, mas as preces de foram ouvidas quando uma garota que devia ter a mesma idade que ela, perguntou:
- Você viu um cara de cabelo , olhos , por aqui?
- Não, não vi. - disse simplesmente.
- Eu mato o ! Era pra ele estar aqui agora. - A menina falou brava, enquanto se sentava ao lado de . - Acho que vou esperar.
apenas concordou com a cabeça. Ia pegar seu celular para ligar para sua mãe, nunca conseguia fazer nada sozinha e com certeza tinha sido um erro resolver de um dia para o outro ir morar em Londres, mas a menina abriu a boca novamente:
- Eu sou e você? - A garota virou-se para .
- Hmm.. - largou o celular. - . - Tentou sorrir amigavelmente.
- Tá esperando alguém também? - continuou perguntando, parecia bem simpática pelo tom de voz.
- Não, na verdade eu estou meio perdida, acabei de chegar de Cardiff e.. - começou.
- Cardiff? No País de Gales? - a interrompeu. - Dizem que é lindo! - Exclamou, juntando as mãos e sorrindo.
- É sim. - afirmou, devolvendo o sorriso.
- Então veio passar férias? - perguntou novamente.
- Não, vim morar aqui, ter um pouco de independência e procurar um emprego. - contou. - O único problema é que não conheço nada aqui e nem sei por onde começar a procurar um apartamento.
- Você está precisando de um apartamento? - a encarou. - Uns amigos meus colocaram pra vender um agora que se mudaram, acho você vai gostar.
E dizendo isso, pegou algumas malas de , esquecendo completamente que tinha vindo buscar o amigo e foi levá-la até o apartamento que tinha dito.
O apartamento realmente era ótimo, do tamanho ideal e comprando alguns móveis ficaria perfeito. aceitou o apartamento e agradeceu muito a por ajudá-la, mas ainda não satisfeita se ofereceu para levar a uma loja de móveis no dia seguinte.

- , eu preciso te apresentar alguns amigos. - dizia a amiga que tomava seu café da manhã no seu primeiro mês de cidadã londrina.
- Eu não tenho tempo, preciso procurar emprego. - falou de boca cheia, limpando o leite que escorreu e fazendo rir.
- Olha, nós vamos a um pub hoje a noite.. você podia ir. - pediu.
- Quem exatamente são esses seus amigos, não são loucos não né? - fingiu uma cara de espanto.
- Claro que não.. Bom, eu te disse que sou empresária de uma banda né? Eles são essa banda. - falou receosa sobre o que poderia pensar.
- Então você manda neles? - perguntou indo levar as louças para a pia.
- Mais ou menos, eles nem sempre me obedecem.. Mas então, você vai ou não? - levantou e foi até ela ajudar a lavar a louça.
- Só se você me ajudar a procurar emprego hoje, sei que está de folga. - entregou um copo pra ela.
- Fechado, terminando aqui, a gente sai e você vai voltar com um emprego. - foi levantar os braços e deixou o copo cair no chão e se espatifar. - Desculpa. - Sorriu amarelo, enquanto ria dela.
E bom, não estava errada, já que realmente voltou pra casa com um emprego. Não sabia mais como agradecer a menina, tinha ajudado a encontrar aquele apartamento, comprar todos os móveis e agora com o emprego. tinha se tornado uma ótima amiga em poucas semanas.
- Chega de agradecer, , já disse que não foi nada. - interrompeu a outra.
- Gerente de projetos daquela empresa, é demais pra mim. - Os olhos de brilhavam enquanto ela sentava no seu sofá.
- Tudo graças a sua faculdade, seus intercâmbios, eu só dei um empurrãozinho. - empurrou para o lado sentando junto dela. - Bom e eu vou indo, as nove passo aqui, ok?
tinha esquecido completamente que ia sair com e apenas concordou com a cabeça. Quando viu fechar a porta que a mensagem de que já eram quase 8 horas processou na sua cabeça e ela levantou pra tomar banho e arrumar.
Depois de um banho relaxante, saiu da suíte e foi direto para o closet, onde escolheu um vestido cinza curto, pegou o escarpan e um casaco azul marinho.
Estava com fome e resolveu fazer um miojo rápido, enquanto esperava . Nove e pouquinho estava interfonando no seu apartamento e , enfiando a ultima colherada de miojo na boca, escovou os dentes e desceu.
- Humm, arrasou. - disse sorrindo, quando abriu a porta do passageiro.
- Quem? - fingiu-se de desentendida.
- Ai . - riu e ligou o carro, saindo.
As duas foram ouvindo música e conversando alguma coisa até chegar ao pub, que tinha um nome diferente e tentava ler o que estava escrito no letreiro.
- É português. - comentou. - O dono desse pub é do Brasil.
- Ahnn. - fez uma cara de "entendi", entrando com no bar.
- Ali estão eles. - apontou para uma mesa no canto esquerdo do pub. - Vamos. - E puxou a mão de .
- Hey McFly! - chegou saudando eles, que levantaram os copos rindo. - Bom, preciso apresentar alguém. - E puxou , que estava atrás dela. - , esses são os pestes de quem eu cuido.
- Hey. - Eles disseram em coro e deu um tchauzinho tímido.
- .. - apontou para o que estava mais próximo delas. – .. – Apontou para o garoto ao lado do tal . – E . – Finalizou com o último que havia sobrado. – 1.. 2.. Ei, tá faltando alguém! – pôs as mãos na cintura.
- A noivinha do seu namorado não chegou. – disse.
- Namorado? – perguntou, cochichando com , enquanto iam sentar.
- É, eu não quis te contar antes porque queria que você visse ele primeiro. – também falou baixo. – Você vai gostar dele. – Afirmou.
Minutos depois o tal namorado da chegou, cumprimentou os amigos e depois deu um beijo na namorada.
- , essa é a . – apontou para a amiga ao seu lado.
Os dois se olharam por um segundo. sempre sabia quando tinha que ser legal com a pessoa e confraternizar com ela, assim como foi com , e quando não tinha e alguma vozinha em sua consciência dizia que ela não deveria confraternizar-se com .
- Mais garotas pra mandarem na gente? – finalmente disse alguma coisa, depois de encarar a menina.
- Seja educado, . – ralhou com ele.
- O que eu disse? Você manda muito em mim, os homens que deviam fazer isso. – se encostou mais na cadeira.
- E o que faz você pensar assim? – dirigiu a palavra para ele pela primeira vez. Tinha desprezo por homens machistas.
- É a lei da natureza, o homem veio primeiro e a mulher deve obedecer o que ele diz. – tinha um olhar desafiador que encarava .
- E pense na vida sem a mulher, o homem sobreviveria? Homens não servem nem pra dar nó em gravata sem ajuda de uma mulher. – concluiu.
- Parem com isso. – pediu, olhando os dois sem entender.
- Viu, a concorda comigo. – sorriu convencido para .
- Ela não disse que concordava com você, nenhuma mulher gosta de ser escrava do homem. – disse.
- Ei, . – a chamou. – Você vai gostar de conhecer o Marcos, dono desse pub. – Ele falou levantando.
agradeceu em pensamento, tinha salvado tudo. concordou, dando um pequeno sorriso e seguiu .
- Não precisava tratar ela assim, man. – deu um tapa na cabeça de .
- Eu não fiz nada, foi ela quem começou. – cruzou os braços.
- “Eu não fiz nada, foi ela quem começou.” – imitou uma vozinha de criança e cruzou os braços como , fazendo todos, menos , na mesa rirem.
- , cadê a ? – perguntou.
- Foi viajar pra casa dos pais e não quis que eu fosse com ela. – contou.
- Ela ficou com medo dos pais dela a deserdarem depois que vissem o . – falou baixinho, brincando.
- Não foi isso não. – tapou a boca de . – Ela só não queria que eu já conhecesse os pais dela, não tem nem um mês que a gente tá junto.
- Eu já conheço os pais da . – disse com aquele tom convencido de sempre. – E por falar nisso, eu e seu pai precisamos marcar outra partida de golf.
- Não conte com isso, amor, meu pai reclamou até, que você não entendia a ESSÊNCIA do golf. – falou, olhando de canto de olho para que ficara sem graça, enquanto os outros riam.
- Eu tenho uma tia no Brasil. – contava a , quando voltavam para a mesa.
- Você não é inglesa, não é? – perguntou olhando , que se sentava.
- Não, sou do País de Gales. – Respondeu com uma certa frieza.
- Ahh, conheço seu tipo.. – disse apontando pra ela. – Filhinha de papai que resolveu vir pra Londres para tentar viver sozinha.
- Desculpe, mas eu não tenho tipo. – falou brava, apesar de que era realmente bem mimada quando morava com os pais. – E o porque eu saí do País de Gales não é da sua conta.
- , pára de ser idiota. – elevou um pouco o tom de voz.
- Não é culpa dele, esse encontro que não está dando certo.. Eu vou ao banheiro. – falou tristemente e saiu, logo sendo seguida por .
- Desculpa, .. – começara, quando as duas entraram no banheiro. – Só que eu simplesmente não suporto pessoas como seu namorado. - Ela disse sincera.
- Tudo bem, não sei porque, mas ele está sendo realmente idiota hoje. – tentou um sorriso.

Capítulo 2

E os dias se seguiram. estava bem atarefada com os projetos que tinha que entregar no novo trabalho. Agradeceu quando acordou no sábado de manhã, não tinha trabalho e poderia descansar. Era isso que ia fazer, alugar uns três filmes e ficar em casa deitada assistindo. Mas seus planos mudaram quando a campainha tocou antes do almoço.
- ? – abriu e fechou os olhos algumas vezes para ver se era mesmo o garoto que se encontrava ali.
- Oi. – disse amigável.
- Como você descobriu onde eu morava? – continuava empoleirada na maçaneta, estranhando tudo.
- Nós morávamos aqui, o McFly inteiro sabe, mas resolvemos comprar casas separadas. – comentou. – Bom, tá afim de um churrasco com McFly ao vivo na casa do ?
A garota lembrou quando levara ela até o apartamento e dissera que era de alguns amigos, então eram deles.
- Na casa do ? – torceu a boca ao dizer o nome dele. – Duvido que ele me queira lá, depois daquele dia.
- Nah, bobeira. – pôs uma mão no ombro dela. – O é assim mesmo.. Vamos? – Ele fez uma cara de súplica.
lembrou-se que estava conversando com na porta, e nem tinha ao menos convidado ele para entrar.
- Ai desculpa , nem te convidei pra entrar. – disse se afastando para entrar.
- Sinto falta daqui, era até bom quando nós morávamos juntos. – falou pensando alto e sorriu em concordância. – Você vai ou não? – sorriu.
- Tudo bem, preciso me trocar.. Hmm, senta aí e fica a vontade que eu já volto. – correu para seu quarto.
Alguns minutos depois, ela apareceu na sala pronta e eles puderam ir para a casa de .
Na rua da casa de , ia mostrando a sua casa, a de e a de e contava que preferiram morar na mesma rua assim quando quisessem perturbar algum deles era só tocar a campainha, ou não.
havia saído do carro e andava em direção a porta, mas disse que iam entrar pelos fundos.
- Já começaram a festa sem mim? – fingiu-se afetado, quando viu na churrasqueira e escolhendo cds.
- Se você chama o que o está fazendo de começar um churrasco, sim nós começamos. – brincou, indo na direção deles.
- Hey, . – cumprimentou com a faca que estava em sua mão.
acenou de volta, rindo de , já que ele parecia bem confuso.
- Onde estão o e a ? – perguntou a , depois que ele cumprimentou os dois.
- No quarto. – respondeu malicioso.
- Quê? – e exclamaram juntos.
- Ê, to brincando. – fez eles o olharem em repreensão. – Foram comprar algumas bebidas, o não tem nada em casa, vive a base de salgadinho e água. - Vamos escolher alguns CD's.
- Então vamos ser só nós? – perguntou a , já que havia se juntado a .
- Só? Que outra garota teria o prazer de ter um churrasco com o McFly? Sinta-se honrada. – fez uma voz convencida e rolou os olhos.
- Vai ser uma oportunidade única. – Ela disse.
- E o que vai ser? – perguntou se abaixando e olhando os cds empilhados.
- Hmm.. – abaixou-se ao lado dele. – Mas só tem Beatles aqui!
- Sabe como o é, sempre nutriu uma paixão secreta pelo John Lenon e.. – abaixou o tom de voz. – Na gaveta de cuecas dele ele guarda uma foto do John.
riu de , ele sempre arranjava um jeito de fazer uma piada.
- Village People? – arregalou os olhos apontando para o cd.
- Ele é anormal, que tal lembrarmos de sua música preferida. – E pegou o cd do Village People e colocou Macho Man para tocar.
Como se fosse previsto, no momento que a música começou a tocar e entraram pelo portão, cheios de sacolas.
- Não morre tão cedo, . – gritou para ele, que deu as sacolas para colocar no freezer.
- Por que? – Ele perguntou levantando uma sobrancelha.
- queria lembrar você sobre sua musica preferida. – apontou para o rádio e fixou seu olhar nela. Tinha concordado com de deixá-la vir e tentar ser amigável.
- “Every man wants to be a macho, macho maaaan..." começou a cantar, levantando os braços como se estivesse carregando pesos.
- É bem a sua cara. – disse rindo. – “Macho, macho man, i got to be a macho maannn..." – Começou a cantar zoando .
- Ham, muito engraçado. – fingiu uma risada. – Depois se a vier brigar comigo a culpa é sua. – Apontou para .
- Eii, eu estava brincando. – gritou, enquanto ia se afastando.
- Meu passatempo favorito. – Disse .
- O que? – não entendera.
- Irritar o . – Riu. – Vamos escolher um cd bom agora. – E puseram Rolling Stones, depois de uns minutos procurando.
- Vou falar com a . – avisou , apontando para a casa e ele simplesmente assentiu.
Ela entrou na casa de pela cozinha e lá estavam ele e se beijando bem apaixonadamente. preferiu não interromper, então pensou em ir até a geladeira e pegar um pouco d’água, mas quando abriu a geladeira eles se separaram assustados.
- Eu não queria atrapalhar. – disse levantando as mãos.
- Não atrapalhou. – sorriu indo ao seu encontro. viu bufar com raiva.
- Claro que não. – Disse sarcástico.
- ! – ralhou.
- O quê? – virou-se para ela. – Não adianta, meu santo não bate com o dela. – Apontou.
- É, parece que sim. – falou o olhando fixamente.
- Não briguem.. – pediu. – Aposto que isso é só.. só uma besteira e logo vocês vão se entender.
- Desculpa, . – realmente sentia muito. – Mas eu não suporto pessoas como ele, arrogantes, machistas, metidos a engraçados..
- Pra não falar de você, não é? – parecia irritado. – Mimada, metida a sabe tudo, intrometida..
- Você poderia ser ao menos gentil. – aumentou o tom de voz. – Mas não, no dia que nos conhecemos já veio com aquele papo de “mais menina pra mandar na gente?”, é ridículo.
abriu a boca uma vez apontando diretamente pro rosto de , mas não conseguiu dizer nada.
- Tudo bem. – disse afastando . – Se vocês não se entendem, ótimo, só não discutam e cuidem cada um de sua vida.
lançou um ultimo olhar de raiva para e depois saiu.
- Não adianta. – murmurou sentando ao lado de na espreguiçadeira. – Eu não suporto o .. Eu sei que conheço ele a pouco tempo, mas no momento que bati os olhos nele vi o quão insuportável ele é.
- Calma, . – pôs a mão na perna dela estendida. – Você não precisa gostar do .
- Mas e a ? Ela não agüenta que nós brigamos. – estava confusa.
- A gente agüenta suas brigas com ele, o bem que merece. – falou amigável.
- Eu acho que já vou. – se levantou. - Tchau .
- Mas já? A carne nem saiu ainda! – exclamou impressionado.
- E vai sair pra hoje? – perguntou rindo e levantando-se também. – Não vai , ainda nem tocamos.
Ela sentia uma grande vontade de escutar o tal McFly e então resolveu ficar um pouco.
- Só se começarem agora. – sentou-se novamente junto a na mesma espreguiçadeira.
- Certo, pega o violão. – gritou e logo apareceu com o violão e sentou. desistiu do churrasco e foi até eles.
- Hey, I’m looking up for my star girl.. começou com a música que ele e tinham composto juntos. - I guess I'm stuck in this mad world, the things that I wanna say, but you’re a million miles away. acompanhava no violão. - And I was afraid when you kissed me, on your intergalactical frisbee, I wonder why, I wonder why, you never asked me to stay..
- Ooooooh. fizera.
- So wouldn't you like to come with me.. voltara a cantar e agora segurava na mão de como se cantasse para ela. - Go surfin the sun as it starts to riseeee.. Whooooa, your gravity’s making me dizzy.. Girl, I gotta tell ya I feel much better, make a little love in the moonlight.. terminou o refrão.
- Quem compôs isso? – perguntou rindo.
- Se estiver bom, fui eu. – levantou a mão. – Se estiver ruim foi o .
- Hey, there's nothing on Earth that could save us, when I fell in love with uranus... recomeçara e também. - I dont wanna give you away, cause it makes no sense at all.. E a gente parou aí.
- Por quê? – quis saber.
- Porque as idéias acabaram. – Disse .
- Houston, we gotta problem. – apareceu no quintal.
- Boa, . – disse e começou a tocar e cantar. - Houston, we gotta problem, ground control couldn’t stop them, I wonder why, I wonder why you never asked me to stay... E refrão de novo.
- Eu to falando sério. – revirou os olhos. – Show particular amanhã.
- Mas eles nos deram umas férias, cara. – reclamou.
- Parece que vai ser em uma boate, não sei, liga pra eles . – apontou pra trás. levantou rápido e entrou dentro da casa.
- Agora eu já vou mesmo. – levantou-se, sem olhar pra .
- Não. – gritou e os três olharam pra ele. – Quer dizer.. Você não precisa ir só por causa daquilo. – Continuou sem graça.
- Aquilo.. – foi dizendo, enquanto chegava mais perto de . – Foi um insulto.
- Insulto? Você.. - Apontou pra ela. - Começou a me chamar de arrogante primeiro. – defendeu-se.
- Eu posso até ter te chamado de arrogante primeiro, mas você me chamou de intrometida, não se fala isso pra uma garota. – virou-se de costas e cruzou os braços.
- Tá bom, , olha.. – entrou na frente dela. – A gente não se deu muito bem e não vai se dar, mas vamos tentar um pacto. – E estendeu a mão pra ela. olhou da mão estendida para os olhos de , que com certeza não transmitiam nenhuma verdade naquele tal pacto, então apenas olhou furiosamente pra ele e disse:
- Vou falar com a . – E começou a andar, esbarrando de propósito na mão estendida de .
- Eu tentei. – Ele levantou os ombros olhando para e que, rolavam os olhos.

Capítulo 3

Estava andando pela rua sem muito rumo. Era domingo e não tinha muito o que fazer, então entrou em uma loja de animais para dar uma olhada. Foi direto para os cachorros, sempre quisera ter um, mas seus pais nunca deixaram. Havia um único filhote de labrador empoleirado na grade esperando ansiosamente alguém vir comprá-lo.
achou ele lindo e não demorou a pegá-lo no colo e fazer carinho, mas foi advertida pelo dono da loja que não era permitido pegar os animais. O homem tinha uma voz arrastada e uma cara muito ruim, não parecia gostar muito de animais. Então, disse que ia levar o labrador e comprou tudo que precisava, casinha, ração, coleira..
- Vou te chamar de Simba. – Ela disse enquanto acariciava o focinho do cachorro e ia para casa. – Rei Leão sempre foi o melhor clássico Disney.
Passou horas divertidas com o novo cãozinho a tarde. Ensinara ele a fazer xixi no jornal da área de serviço e a onde ia ficar a tigela com comida e água. Quando fez pipoca para assistir seus filmes de desenho que não abria mão, ele enfiou a cara na pipoca e comeu boa parte, se engasgando com algumas.
Mais a noite o telefone tocou e uma bem alegre gritou um:
- Hellôôôô
- ? – franziu a testa.
- Se apronta, vamos para o show particular do McFly hoje. – Ela falava muito alegre.
- Pára Simba. – gritou brava com ele que arranhava o sofá.
- Quem é Simba? – estranhou.
- Meu cachorrinho, comprei pra me fazer companhia. – respondeu.
- Ham.. mas então, vamos? Vamos , por favor, até o disse que é pra você ir. – falou rindo e ouviu um “eu não disse nada” ao fundo.
- Eu vou ver se posso deixar o Simba com a vizinha do lado e eu vou, a onde é? – indagou.
- Sabe aquele pub que nós fomos? É na esquina da outra rua, não tem como errar.. – informou. – As 9:30, ok?
- Ok, tchau. – E desligou o telefone e foi se trocar.
Olhou para seu armário e estava pronta para pegar uma blusa e uma saia qualquer, mas pensou melhor e lembrou que era um show particular provavelmente só pessoas realmente importantes estariam lá e ela achava que devia tentar arrasar, pelo menos dessa vez. Então ao invés de pegar a saia, virou-se para um vestido, um vestido vermelho e muito bonito que podia jurar que quase nunca usara. Era frente única, franzindo no busto até amarrar em cima e depois a saia longa e com uma abertura de lado. Olhou no espelho para pentear os cabelos e quase não se reconheceu, até Simba que brincava com uma meia parou para olhá-la estranhando.
- Bom, vamos lá. – Disse ajeitando o vestido do lado e pegando uma pequena bolsinha.

- Eu vou no banheiro. – disse aos meninos que estavam parados na pista de dança tomando alguma coisa. – Se a chegar, diga que eu já volto.
- Eu não entendo. – balançou a cabeça. – O que tanto mulheres fazem no banheiro, é tudo “eu vou no banheiro”, “não sei o que banheiro”.
- Não tente entender as mulheres amigo. – pôs a mão eu seu ombro.
- Veja a Beyoncé. – comentou quando acabara de começar Check On It. – Ela é bem gostosa, mas de boca fechada.
- Coitada, . – olhou impressionado e depois bebeu sua bebida, mas cuspiu tudo no chão.
- O que.. – começou olhando pra eles, mas viu que todos olhavam na direção da entrada perplexos. Virou-se lentamente e ficou tão perplexo quanto cada um ali.
“Ohh boy you looking like you like what you see, won't you come over and check up on it, i'm gone let you work up on it...
acabara de chegar e parecia que entrava em câmera lenta, os cabelos voando e os olhos refletindo a luz que iluminava o ambiente. Os garotos estavam em transe, tinha seus olhos fixados em cada movimento da garota, mesmo tendo namorada não conseguia disfarçar, estava babando sua bebida ainda e por incrível que pareça estava num transe tão profundo que parecia que só existia no mundo.
- Oi. – Ela cumprimentou eles que ainda não tinham noção de nada. Percebendo o estado deles, estalou os dedos tentando acordá-los. – Garotos?
foi o primeiro a acordar e perceber onde estava.
- O-o-i, . – Falou meio gaguejando.
- Cadê a ? – Perguntou.
- No-o banheiro. – apontou.
- Ok. – Ela disse ainda estranhando todo aquele comportamento deles.
- Incrível. – exclamou finalmente quando perdeu de vista. – Eu juro, nunca vi alguém tão linda em toda minha vida!
- Concordo. – ainda tinha os olhos arregalados.
- Ei, e a , ? – tentou desviar todos pensamentos sobre que tinha em sua cabeça.
- Ah, não vem não . – levantou o dedo. – Eu podia estar em um transe, mas você estava petrificado e você também tem namorada. – Lembrou.
- Eu? – riu, riu alto. – Eu petrificado por causa da ? Por favor, . Ela não tem nada demais, só colocou um vestido novo, ela é bem sem sal pra mim.
- Sem sal? – arregalou os olhos. – Pra mim é pimenta demais.
- Calma , a é muita areia pro seu caminhãozinho agüentar. – que estava olhando para porta do banheiro feminino fazia alguns minutos se pronunciou.
- Ótimo, vamos ver então. – deu um tapa no ombro de .

- O que aconteceu com eles? – perguntou vendo lavar as mãos, depois de finalmente achar o banheiro.
- Nada. – falou erguendo os ombros sem olhar ainda para .
- Estranho. – comentou simplesmente.
- AMIGA! – correu em sua direção. – Você está linda. – Fez dar uma voltinha. – To me sentindo o patinho feio perto de você. se olhou no espelho, estava realmente.. diferente.
- Só estou diferente. – Falou sem muito entusiasmo.
- Se no seu dicionário linda, maravilhosa significa diferente você está super diferente. – sorria feliz. – Preciso ver o que os homens acham disso. – E puxou para fora do banheiro.
Não tinha uma pessoa naquela boate que não olhasse para , principalmente os homens e até os que estavam acompanhados pelas namoradas.
- , você sempre foi linda mas hoje.. – parou de puxá-la para falar. – Está maravilhosa, se eu não tivesse namorado eu ia pegar uma pouco do seu mel.
Ela apenas sorriu, estava se sentindo sem graça com todos aqueles elogios. Só havia se maquiado um pouco mais, colocado um vestido mais atraente e deixado seus cabelos soltos ao invés de presos como na maioria das vezes ficavam.
- Então, quando começa o show? – chegou perto dos meninos e abraçou .
- Daqui meia a hora. – respondeu beijando o topo da cabeça de que era menor que ele.
- Não tem nenhuma fã histérica aqui não né? – soltou ele.
- Não, foram só alguns convidados da gravadora. – respondeu por .
- Eu acho que vou pegar alguma coisa pra beber. – disse numa voz meio baixa.
- Eu vou com você. – se apressou. – Não posso deixar uma dama andar por aí assim.
- Que cavalheiro. – sorriu, mas se assustou quando pegou em sua mão. e disseram que iam conversar com algumas pessoas ali, ou qualquer coisa que e entenderam como uma desculpa para não ficarem de vela.
- O não presta. – revirou os olhos. – Foi só ela por uma roupa nova e ele fica todo caidinho.
- Ele não é assim , você sabe. – o olhou em repreensão. – Mas eu percebi que ele tava de olho na desde o dia que eu apresentei ela pra vocês. Ai, eles formariam um belo casal né? – Olhou agora sorrindo para .
- Claro, o palhaço e a metida-a-sabe-tudo, casal 20. – disse com muito sarcasmo.

- O que você quer beber? – soltou a mão de quando chegaram até o balcão.
- Água. – Respondeu simplesmente.
- Água? Vamos lá, você não está falando sério. – sorriu para ela. Tinha um sorriso tão meigo.
- Eu não bebo cerveja, vodka essas coisas. – comentou explicando. – Rude demais pra mim.
- Hmm.. nem champagne? – a encarou.
- Champagne tudo bem. – concordou.
- Uma garrafa de champagne. – pediu ao garçom. – E dois copos.. vamos brindar. – Virou-se para .
- Brindar o que? – riu.
- A vida, oras. – falou pegando os copos, a garrafa e servindo.
- Você não é normal, . – pegou o copo e bebeu um pouco.
- Claro que não, qual seria a graça de ser um simples mortal? – levantou os ombros. – Vamos, pega o copo e vamos dançar.
- Danç..- Mas já havia puxado para a pista.
já começara a dançar La Bamba bem animado.
Para bailar la Bamba
Para bailar la Bamba
Se necesita una poca de gracia
Una poca de gracia
- “Para mi y para ti ahi arriba ahi arribaaa...
fazia gestos para dançar também. Então ela cedeu e deu uma mão para que segurou e pôs a outra na cintura dela e eles começaram a dançar uma coisa bem esquisita.
Por ti sere
Por ti sere
Yo no soy Marinero
Yo no soy Marinero
Soy Capitan soy Capitan

Os dois giravam e depois se juntavam numa valsa esquisita que mexia os pés em ritimo de anos sessenta.
- , você vai me deixar tonta. – disse ofegante dançando grudada com ele.
- Mas essa é a graça. – virou o rosto e seu nariz tocou no de . Pararam de dançar e se encararam profundamente. O coração de batia acelerado, ela não sabia o que era então simplesmente virou o rosto fingindo procurar os outros.
- Onde será que estão os outros? – Perguntou, mas depois percebeu que sua mão ainda estava no ombro de e a dele em sua cintura.
- Não sei. – Ele a olhou confuso, vendo-a ficar a meio metro dele.
- Acho que já está na hora de vocês irem né? – passou a mão pelo braço, visivelmente tímida. – Eu vou procurar a , vai indo lá. – E saiu andando bem rápido em direção a outra parte da boate.
se sentiu derrotado e foi arrastando o pé até o palco.

Quando já estavam todos nos seus postos e a platéia atenta a eles, foi a frente e disse:
- Essa música vai para uma pessoa especial.
“The world would be a lonely place..." Eles começaram e então piscou para logo ali em baixo. Ela estava com os olhos marejados. ficou feliz por ela, por mais idiota que fosse e a não merecesse ele, ela estava realmente feliz.

Capítulo 4

Segunda-feira nunca era o melhor dia, principalmente se tinha chegado em casa por volta das duas da manhã e ter que levantar as sete pra entrar no trabalho as oito.
Na hora que se viu livre daqueles trabalhos em sua mesa anotou mentalmente ao sair do trabalho que deveria entrar em uma auto-escola.
Mas ao sair com todas aquelas pastas debaixo do braço e papéis esvoaçantes, viu a figura de parada do outro lado da rua olhando em volta.
Com dificuldade, ela foi tentando driblar as pastas que caíam e atravessou a rua, não queria ser inconveniente mas poderia lhe dar uma carona.
- . - o chamou, e ele virou o rosto pra ela.
- Hey. - Ele disse e viu sorrir meigamente. - Deixa eu te ajudar. - E pegou algumas pastas e papéis.
- Obrigada. - agradeceu pondo uma mecha de cabelo atrás da orelha. (Tinha resolvido parar de usar cabelo preso.) - O que você está fazendo aqui na porta do meu trabalho?
- Você trabalha aqui? - Ele fingiu uma indignação.
- Não colou, . - riu.
- Tá, eu queria te ver e a disse que você estava no trabalho. - falou mais lentamente.
- E porque você queria me ver? - colocou uma mão na cintura.
- Não posso querer te ver não? Nossa, eu vou embora então. - E saiu fazendo careta pra ela.
- Espera . - correu até ele. - Eu não posso deixar você ir, eu não vou agüentar ir até em casa.
- Que estorção, eu jurando que você ia falar ", não vá eu preciso de você!" - Ele fez uma voz afeminada. - Entra logo.
E sorriu para ele entre pulinhos, deu um pequeno abraço no garoto e andou até o carro dele.
- Aonde você está morando? - perguntou quando eles já estavam andando.
- Na ex-casa dos McFly, conhece? - brincou.
- McFly? Não é aquela banda de garotos que tocam trompete, pandeiro e triângulo? - entrou na brincadeira.
- Como você sabia? - virou o corpo pra ele levando as mãos a boca. - Achava que eles só eram conhecidos na Ucrânia.
balançou a cabeça, tentando conter o riso para fingir que aquilo não tinha tido graça, mas não conseguiu e ainda com rindo histericamente perto dele era impossível.
- Você tá morando na nossa antiga casa? Naquela espelunca? - a encarou.
- Hey, é bem bonitinho do meu jeito. - replicou. - Quando fui deixar o Simba na vizinha, ela disparou a me falar de vocês. Ai, de como eram bonitinhos, meio barulhentos, mas umas graciiiiiiiinhas. - E apertou as bochechas de .
- Ninguém merece aquela velha caduca. - rolou os olhos.
- Ela é bem boazinha, me chamou pra conhecer os 12 gatos dela. - contou.
- E chegamos. - falou depois de alguns minutos.
- Tomara que o Simba não tenha feito xixi em tudo. - falou pra si. - Tchau. - E deu um beijo na bochecha de antes de sair. Ele passou a mão onde ela tinha beijado e sorriu abobado.
- O que estou fazendo? Porque fico tão idiota perto dela? - pensou alto e tirou a mão da bochecha, dando partida.
entrou em casa e encontrou um Simba dormindo profundamente dentro de sua casinha e não havia nenhum sinal de bagunça e nem cheiro de xixi pela casa a não ser pelo jornalzinho dele.

A semana foi se prolongando. não havia falado com desde domingo, porque estava realmente atarefada e provavelmente também, tendo que cuidar dos garotos.
Acordou no sábado e como de costume olhou o relógio de cabeceira que marcava 10:15, então rapidamente levantou e foi tomar seu café. pegou uma xícara de café e foi andando pela casa até chegar na varanda que dava para uma vista linda de Londres no verão.
Mas quando olhou pra baixo e viu encostado em seu carro com uma flor na mão e olhando pros lados.
- ! - gritou. - O que você está fazendo aqui a essa hora?
- Essa hora? Já é quase de noite. - Brincou. - Desce.
o olhou confusa e viu que prestava atenção em suas vestes. Bateu a mão na testa, estava só de short curto e uma blusa de alcinha, praticamente sem roupa no meio da varanda falando com .
- Hmm.. você não quer subir? - indagou.
- Não, vai lá trocar e eu te espero. - sorriu. Ela fez um sinal para ele esperar e então correu para o quarto.
Desceu já vestida com uma roupa básica e viu sorrir pra ela.
- Não me lembro de ter te contratado como meu segurança. - disse levando as mãos ao olhos pelo sol forte.
- É, mas mesmo assim eu gosto de te ver. - falou e estendeu a rosa pra ela.
- Juro que quando te conheci não te achei nada dos românticos. - aceitou a flor.
- E eu não sou, no máximo pago o jantar pra garota, você que me faz querer ser mais romântico. - comentou meio envergonhado. - Então, pronta para passar um dia com o aqui? - Continuou logo.
- Bom eu tenho uma pilha de trabalho me esperando lá dentro. - apontou pra cima e fingiu pensar. - Acho que aceito seu convite.
- Só pra não fazer seu trabalho? - fingiu espanto.
- Não né. - riu e andou até a porta do passageiro.

Eles já estavam andando pelas ruas de Londres mas estavam quietos, resolveu quebrar o silêncio.
- Posso ligar? - Perguntou apontando pro rádio e viu concordar com a cabeça
A rádio que estava tocava músicas estranhas, então ela passou e passou e passou mas não achou nada de bom, então apertou para mudar pro cd.
- Hillary Duff? - se espantou quando Hillary Duff começou a tocar.
- Qual o problema? - olhou pra ela. - Ela até canta direitinho.
- Ah claro, eu canto melhor que ela no meu chuveiro. - cruzou os braços. - Pra onde a gente tá indo?
- Tomar café, você não tomou um café decente. - disse e virou a esquina parando em um café.
Abriu a porta para entrar e ela agradeceu sorrindo.
- O que você quer? - perguntou baixando o cardápio quando já estavam sentados de frente.
- Hmm.. Um misto quente com achocolatado e uma rosquinha. - falou depois de escolher.
- Acho que vou querer o mesmo. - E chamou a garçonete perto deles fazendo o pedido.
- Você não deveria estar gravando, tocando ou alguma coisa assim? - colocou os cotovelos na mesa descansando.
- Não, a e a gravadora nos deram uma folga.. Acho que a que pediu as férias pra poder ficar mais com o . - disse.
- Mas ela já é manager de vocês, fica o tempo todo com ele. - levantou os ombros.
- É, mas ficar com ele trabalhando não é a mesma coisa que ficar com ele a sós. - lembrou.
- Como eles começaram a namorar, a nunca me disse. - resolveu continuar com o assunto.
- Ahh, logo que a aceitou o trabalho de manager ela sempre tinha maior apego com o , sempre mais preocupada com ele e essas coisas. - foi contando. - Mas o nunca que percebia o quanto ela gostava dele, foi o que teve que abrir os olhos dele e dizer pra ele convidar ela pra sair.
- Claro, faz bem o tipo dele mesmo. - revirou os olhos.
- O é bem idiota com as mulheres, tem essa coisa machista e é bem metido. - falou. - Mas no fundo é uma boa pessoa.
bateu palmas. - E aí está nosso café.
Os dois comeram e conversaram "entre cada mordida" depois pagaram e saíram.
- E agora? - perguntou entrando no carro.
- Sugiro pegar seu cachorro e irmos dar uma volta no parque. - afirmou.
- O Simba vai adorar. - sorriu.
Depois de passarem na casa de e pegarem o cachorrinho, foram até o Green Park que era lindo no verão. Tinha um grande lago e patos nadavam nele, grandes árvores e uma grama verdinha.
- Vendo esse parque até me dá saudades de Cardiff. - comentou com enquanto andavam pelo parque. - Eu costumava ir sempre a um parque perto de casa com meu ex namorado.
- E você sente falta do parque e de casa ou do seu ex-namorado? - quis saber.
- De casa, do parque, da minha família. - respondeu. - E não sinto nem um pouco de saudades dele, já esqueci e foi passado.
- Olha Maggie, amor juvenil. - e ouviram uma senhora cochichar para a outra sentadas num banco perto deles.
- Que casalzinho mais adorável. - A outra senhora disse também. e riram, então o garoto passou a mão pelos ombros de .
- O que você está fazendo? - perguntou sussurrando.
- Não vamos desapontar as velhinhas, elas não sabem o que é namorar a muito tempo. - brincou e riu balançando a cabeça.
- Ei, Simba. - se abaixou e pegou um graveto. - Vai pegar. - E tacou.
Simba soltou da coleira e saiu correndo atrás do graveto. deu um tapa em .
- O que eu fiz? - Ele disse incrédulo.
- Ele é pequeno ainda , não pode sair correndo sozinho. - E correu atrás do cachorro.
- Nossa! Que drama. - murmurou e correu seguindo .
pegou o cachorrinho no colo e começou a falar com ele quando chegou.
- Vamos almoçar? - ofereceu apoiando as mãos nos joelhos para respirar.
- Mas a gente acabou de tomar café. - lembrou.
- É nada, já são quase 1 hora. - falou checando o relógio.
- Tá, vamos deixar o Simba em casa e vamos almoçar. - afirmou pondo o cachorro no chão novamente.
Então foram almoçar no shopping bem no centro de Londres e dar uma volta por lá. Depois de almoçar, estavam andando pelo shopping quando a música tema de Star Wars começou a tocar.
- Ai, meu celular. - disse pegando o celular na bolsa.
- A musiquinha do seu celular é o tema de Star Wars? - perguntou estranhando e viu confirmar com a cabeça.
- Alô?
- Amiga, é a tudo bom? - ouviu a voz de no celular.
- Tudo e aí? - perguntou sorridente.
- Também, o que tá fazendo? - continuou.
- Passeando no shopping com o . - respondeu.
- Com o ? Nossa então deixa eu parar de ser estraga prazeres. - brincou.
- Que estraga prazeres, o que você quer?
- Só queria saber como você tá, mas to vendo que tá muito bem. - brincou novamente.
- É eu estou ótima, e aposto que você também com essas férias pra ficar com seu namorado. - disse.
- Claro, amiga. - falou. - Então tchau, porque eu to sentindo cheiro de queimado e provavelmente o deve ter queimado as pipocas, beijo.
- Beijo. - E desligou.
- Star Wars? - continuava incrédulo.
- É, o meu preferido é o império contra-ataca e o seu? - encarou ele.
- Meninas nunca gostam de Star Wars. - falou.
- Não vai dar uma de , . - levantou a mão. - Eu gosto de provavelmente todos filmes de ficçã..
- ! - Os dois pararam ao ouvir uma voz ao lado deles chamando a garota. se virou e arregalou os olhos, porque ele estava ali?
- Hmm.. Oi, Gary. - suspirou fundo e falou.
- Nossa quanto tempo.. - O tal Gary começou a falar. - E quem é esse? Seu namorado?
- Não, não é meu namorado.. É o , esse é o Gary meu ex-namorado de Cardiff. - E os dois apertaram as mãos. - O que você está fazendo em Londres?
- Passando as férias de verão, sabe. - Gary contou. - E.. eu estou noivo.
- Ah é? Que bom pra você. - tentou um sorriso. - Quando vai ser o casamento?
- Logo, vai ser em Cardiff.. Se você quiser ir é só me ligar. - via que Gary tinha um sorriso muito irônico no rosto.
- Tudo bem, foi bom te ver.. Até mais. - disse e acenou.
- Que cara idiota, posso bater nele? - perguntou depois de se afastarem de Gary.
Andaram, passearam até a noite cair. Resolveram então dar uma volta no centro para encerrar o dia.
- Você tem sido um ótimo amigo, . - falou encarando ele enquanto sorria. sem entender muito apenas sorriu também. - É sério, tudo isso.. - E fez um sinal como se abrangesse tudo. - É tão especial.
- Você merece. - Foi a única coisa que conseguiu dizer. - Quer ir embora? Aposto como está cansada.
- Ah é, vamos. - E andou um pouco, mas depois se virou e deu um abraço apertado em . - Vamos.

Capítulo 5

Já haviam passado semanas bem sufocadas de trabalho pra todo mundo, e o ultimo domingo de julho que finalmente conseguiu encontrar .
- ONTEM? – praticamente abriu seus pulmões de tanto gritar.
- É, me pediu em casamento ontem. – respondeu toda feliz.
- Mas , você tem..
- 22 anos e qual o problema? – disse rápido enquanto andava rápido também e ao seu lado estava muito nervosa.
- Por favor alienígenas devolvam a verdadeira e peguem esse clone que vocês deixaram. – fez voz de súplica enquanto erguia as mãos para o céu. – Você não pode se casar com ele.
- Porque não? Eu sei que você tem todo esse problema com o desde o dia que conheceu ele, mas eu não posso fazer nada amiga, sinto muito. – olhou pra ela com cara de quem pedia desculpas e depois virou-se continuando a andar.
- Você está com ele a o quê? Um mês?.. Tem certeza de que ele te ama? – pegou qualquer argumento.
- Claro que ele me ama, e eu amo ele também. – afirmou.
- Como você pode amar ele? Ele é estranho, grosso, insensível.. – disparou a insultar o menino. – Ah , sabia que ia te achar aqui. – disse segurando a mão do garoto quando entraram em uma cafeteria que pegaram o costume de ir.
- Eu sou tão previsível assim? – perguntou estranhando.
- Não é isso, você já sabe da última? A vai se casar com o idiota do , diz pra ela que ela está fazendo a maior bobeira da vida dela? - continuou segurando a mão dele enquanto o encarava.
- Bom.. O pode ser um anormal, mas é meu amigo e a também é, se meus dois amigos vão se casar está bom pra mim. – falou.
- Muito obrigada. – disse ironicamente, enquanto anotava mentalmente que queria matar .
Antes de responder, o celular de tocou uma música muito estranha.
- Atende isso pelo bem dos meus tímpanos. – pediu.
- Oi amor. – atendeu com um sorriso largo e fingiu vomitar. – Aqui no Express, quer vir pra cá? – E começou a fazer gestos exagerados de negação. - To esperando então, beijo. - E desligou.
- Porquê? - fez um olhar cansado para que não sabia o que dizer. Não conseguia gostar de , logo quando o viu sentiu que ele não era uma pessoa que se deva confraternizar e logo concluiu que estava certa quando conheceu ele um pouco melhor, sempre querendo se fazer de engraçadinho, era insensível, grosso, ignorante e mais cinqüenta outras coisas.. Não entendia como podia gostar dele, e agora se casar.
Completamente mergulhada em seus pensamentos retrospectivos e não prestando atenção em nada de que e conversavam, foi o tempo para que chegasse.
levantou a cabeça dando um beijo no garoto.
- Onde você estava?
- No estúdio, compondo algumas coisas. - respondeu sentando-se na cadeira do lado de . - E por falar, você precisa ir lá amanhã .
estava ignorando completamente a presença de ali, típica coisa dele e a garota não estava nem ligando.
- Pra que? - franziu a testa.
- Não gostaram de algumas coisas em uma música. - disse e se encostou no ombro dele. virou-se para à sua frente que brincava com o açúcar.
- E aí filhinha de papai, a te contou? - a encarou e depois recebeu um tapa de .
- Infelizmente. - deu um risinho irônico. - E ela sabe que eu sou totalmente contra.
- Vai ter que dizer isso quando o padre perguntar. - jogou açúcar nela.
- pára com isso! - falou brava com ele.
- O que? Eu não estou fazendo nada! - Disse em tom cínico. Ai homens nunca fazem nada, incrível!
- E quando vai ser o noivado? - perguntou agora sorrindo.
- A gente ainda não discutiu isso né sweety? - olhou pra ele.
- Daqui duas semanas, . - pensou um pouco e depois concluiu.
- Ótimo. - sorriu animada e beijou ele.
- Então, vocês deviam fazer lá em casa. - comentou. olhou incrédula para ela e soltou uma gargalhada.
- Quando foi que você virou a boa samaritana? - ironizou.
- Eu estou fazendo isso pela minha amiga, é o que ela quer? Tudo bem, eu compreendo. - afirmou. sentiu uma felicidade que a fez sair da cadeira e abraçar a amiga.
- Que bom que você parou com essa besteira, . - até gritou.
- Lembre-se, estou fazendo isso por você. - Deu ênfase na palavra você mirando o olhar em .
- Para os vagabundos que ficam, to indo. - se pronunciou levantando da cadeira.
- E eu vou com você, preciso pegar o Simba no veterinário. - acompanhou .
- Você ama tanto aquele saco de pulgas, seu namorado não é? - zombou entrando na frente de .
- Podia até ser, porque ele é bem melhor que você. - apontou pra ele. - Agora saia da minha frente. - Ela empurrou para o lado, que levantou os braços num sinal de "uh, pode passar"

chegou em casa, estressada. Primeiro o casamento de , depois e pra melhorar tinham colocado um xampu em Simba que tinha dado alergia.
- Simba vem comer, pelo menos você esquece a coceira. - o chamou indo até a área e virando um pouco de ração na tigela. Ele correu até lá e lambeu a mão dela depois voltou sua cara para a comida.
Deixou ele descansar e foi tomar um banho pra depois continuar seu projeto. Não ia ter cabeça para escrever nada, mas no dia seguinte era segunda-feira e ela precisava entregar aquilo.
Estava praticamente dormindo em cima daquela papelada quando seu celular tocou, olhou no relógio pregado e já passava da meia noite. Quem estaria ligando a essa hora? Mas descobriu logo que olhou pro visor escrito ""
- Sabe que horas são? - atendeu o telefone.
- Sei, mas eu estou nervosa amiga. - disse e parecia que estava comendo alguma coisa.
- O que você está comendo? - franziu a testa.
- Chocolate, sempre me acalma. - respondeu ainda mastigando o chocolate.
- Então, porque está nervosa? - deitou a cabeça na mesa visivelmente cansada.
- Hmm.. - murmurou, continuava mastigando.
- Fala logo que eu não sou a Oprah. - falou alto.
- Tá bem.. É, meu casamento. - desabafou.
- O que tem ele?
- Eu estou nervosa, e se der alguma coisa errada? E se eu achar que realmente amo o mas depois que a gente for morar junto e virar uma família tudo vai ser diferente? E meus pais? Eu nem dei a notícia pra eles. - E deu mais uma mordida no chocolate falando tudo embolado e rápido.
- A única coisa errada nisso tudo é você não ter miolos nessa sua cabecinha e querer se casar com o .. ele não é homem pra se casar e já nem é pra namorar, arrogante do jeito que é, eu não suportaria. - falou brava.
- Você não conhece o , não sabe o como ele é legal. - disse com uma voz mansinha.
- Eu posso até não conhecer ele direito, mas sei como são homens como ele.. Eu tive um namorado igual a ele, o Gary.. Achava que podia ser metido a engraçadinho com todo mundo que estava tudo bem, era arrogante e grosso até comigo.. E desse tipo de pessoa eu quero distância agora, prometi a mim mesma que não ia me apaixonar por ninguém até ter certeza do que eu queria. - foi contando a .
- Mas eu sou apaixonada pelo , desde quando bati os olhos nele. - continuou com aquela vozinha de pena.
- Será que é mesmo? Você pode achar que é apaixonada por ele, que tudo é lindo e na verdade você está cega pelas falsidades dele.
- Ai , não sei.. Acho que vou numa cartomante. - falou e riu depois com .
- Ótima solução. - disse sarcástica. - Bom, eu não quero ser responsável por nenhuma escolha sua amiga, eu só estou tentando te ajudar como você vem feito desde que eu cheguei em Londres.
- Owwwnn.. obrigada, só de ser minha amiga já é a melhor ajuda. - disse e parecia estar sorrindo. - Eu acho que vou deitar, sempre penso melhor quando estou deitada.
- Ok, até mais então. - se despediu.
- Até, beijo. - E desligou.

O telefone tocou e podia jurar que não era nem sete horas da manhã ainda. Tateou até a escrivaninha onde ficava o telefone e atendeu. Assustou ao ouvir a voz de seu chefe, mas se acalmou quando ele disse rápido que ela não precisaria ir ao trabalho hoje porque ele teria uma reunião muito importante e estava dispensando todos os funcionários. Desligou e voltou a dormir tranqüilamente sabendo que não tinha trabalho naquela dia.
dormiu até as 10 e não conseguiu mais ficar na cama, então levantou e foi tomar café. Enquanto tomava uma xícara de café e lia o jornal teve uma idéia, uma ótima idéia por sinal. Iria esperar até depois do almoço para executar sua idéia.
A hora havia chegado, pegou um táxi e lembrou bem onde era a rua. O táxi estacionou e ela desceu, tocou a campainha e esperou.
- O que é dessa ve.. - visivelmente bravo foi abrindo a porta quando deu de cara com com os braços cruzados e um sorriso no canto da boca. - ?
- É, posso entrar? - perguntou levantando uma sobrancelha.
- A não está aqui. - disse.
- Eu não vim falar com a , vim falar com você. - E apontou pra ele. - Então, posso entrar?
abriu mais a porta dando espaço para ela entrar. Coçou a cabeça, não estava entendendo nada. entrou olhando tudo, era uma casa muito bonita e até estava bem arrumada pra caras como o , provavelmente pagava uma empregada.
- O que quer? - ficou de frente para .
- Qual é a sua hein? - olhou profundamente pra ele. Iria encurralar ele, fazer ele confessar porque do nada havia pedido em casamento porque tinha certeza que amor não era.
- Como assim? - franziu a testa.
- Não se faça de cínico, porque pediu a em casamento? - continuou imóvel, encarando fundo nos olhos.. aquele olhar dela o deixava confuso.
- Porque é isso que as pessoas fazem quando elas se gostam. - falou como se isso fosse a coisa mais óbvia do mundo e só não entendia. Mas a garota riu sarcástica.
- Deve ter sido o que disse pra você fazer isso. - continuou sarcástica.
- O que tem o a ver com isso?
- Não foi ele que teve que abrir seus olhos pra ver o quanto a era atenciosa com você? Porque você só olha para seu próprio umbigo! - deu ênfase em "umbigo".
- Isso não tem nada a ver.. - passou as mãos no cabelo. - Eu.. eu gosto da . - Disse por fim.
- Não do jeito que ela gosta de você! - aumentou o tom de voz.
- Afinal o que você tem a ver com isso? - começou andar em volta da cadeira da sala. Não conseguia ficar olhando para os olhos dela.
- O que eu tenho a ver com isso? A é minha amiga, me ajudou o tempo todo.. - ia dizendo mais interrompeu.
- Claro, você é filhinha-de-papai não sabe fazer nada sozinha. - Teve que inventar qualquer coisa para atingi-la
- Sou mesmo, e é graças a eu ser filhinha-de-papai que eu encontrei a , e não quero que ela sofra por sua causa. - apontou na cara dele.
- Olha, porque você não PÁRA de se meter? - parou de andar e ficou a menos de quinze centímetros de . Ela estava ofegante, ele podia ouvir o coração dela acelerado. - Não.. não consegue cuidar da sua própria vida? Deve ser por isso que não arranja namorado. - inventou qualquer coisa novamente.
- Eu não sou como você que quer se aproveitar dos outros, que engana as pessoas com falsidades para elas acharem que você está apaixonado por elas assim como elas estão por você. - gritou. - Eu to perdendo meu tempo aqui, você não tem concerto.. Espero que a enxergue isso a tempo. - E bateu a porta da casa dele.

Capítulo 6

havia pedido para reservar o final de semana para ir com ela e até a casa dos seus pais e poder dar a notícia, porque estava nervosa com o que eles iriam pensar e poderia dar uma força.
E assim a semana passou até chegar o sábado. estava no carro dele levando as duas até a casa dos pais de , que era bem afastada do centro da cidade onde tudo parecia ser mais calmo e tranqüilo. pensou que os pais de eram um casal de velhinhos do tipo anti-tecnologia.
- Ai amiga, eu estou nervosa. - pegou na mão de enquanto tocava a campinha.
- Ei, quem tem que acalmar a minha namorada sou eu. - disse puxando para si e apenas rolou os olhos.
- ? - A mãe de apareceu na porta. Era bem arrumada e tão bonita quanto a filha, e não tinha nada de velha. - Filha, você não dos disse que viria.
- É, mãe.. - puxou para trás dela. - Viemos fazer uma visita surpresa. - E sorriu amarelo.
- Claro, entrem. - A mãe abriu a porta para dar espaço. - E olá, .
- Oi, senhora . - cumprimentou meio nervoso.
- O que é isso de senhora, é Elizabeth.. - Ela não parecia ter notado a presença de ali ainda. - E quem é você?
- Eu.. - ia dizer quando interrompeu.
- Ah mãe, essa é a . - E puxou pra perto de si que cumprimentou sua mãe. - Ela é de Cardiff acredita?
- Uma galesa? Que prazer. - Elizabeth disse segurando pelos ombros. - nunca me falou de você.
- É porque nos conhecemos a um mês mais ou menos. - contou. - E ela me ajudou muito a me adaptar.
- É meu orgulho essa menina. - E ela puxou para si.
- Onde está o papai? - perguntou indo se sentar com .
- Ah ele está lá em cima vendo um torneio de golf, vou chamá-lo. - Ela fez sinal de que eles esperassem e subiu as escadas.
- Nem pense em falar nada de golf com o papai. - disse beijando na bochecha.
- Depois eu falo que você manda muito em mim e você diz que não, seu pai me adora. - falou se espreguiçando e pondo os pés em cima da mesinha. viu aquela cena e balançou a cabeça olhando .
- Tira o pé daí. - bateu no pé de quando sua mãe voltava e agora seu pai junto. - Papai. - Ela foi ao encontro do pai para abraçá-lo.
- E o que traz vocês aqui para interromperem meu campeonato de golf? - O pai de brincou.
- Robert! - Elizabeth ralhou com o marido.
- Eu estou só brincando querida, vamos digam. - E ele fez força para se sentar.
- Porque acha que a gente veio aqui só pra dizer alguma coisa, papai? - perguntou.
- Porque você só vem aqui quando quer nos dizer alguma coisa. - O pai respondeu.
- Ok, eu digo . - se pronunciou. - Como vai senhor ? E as partidas de golf? Precisamos marcar mais algumas.
- Desculpe meu rapaz, mas você não tem o talento que o golf pede. - Robert respondeu negando com a cabeça e abafou uma risadinha que só percebeu e olhou pra ela com uma cara de "que engraçadinha"
- , não complica as coisas. - deu um empurrãozinho nele. - É o seguinte.. Mãe, pai, eu e o vamos nos casar.
- O quê? - O pai de exclamou.
- Que ótimo querida. - A mãe dela tentou amenizar. - Mas vocês são tão novos.. Tem tanto pra viver.
- Mas a gente se ama mãe. - abraçou .
- Se é isso que você quer, por nós está tudo bem.. não é Robert? - Elizabeth deu um cutucão no marido.
- Desde que vocês entendam que vida de casado é totalmente diferente da vida de namorado. - Robert disse.
- Nós sabemos, senhor e sabemos também que se depender de mim nada vai mudar em relação a nós dois. - afirmou e murmurou um "ah com certeza" que só ele ouviu, porque estava prestando atenção nela mais do que em todo mundo.
- E o noivado? Vai ser logo? Porque o casamento tem que ser no mínimo no final do ano. - Elizabeth disse.
- O noivado nós já combinamos que vai ser lá em casa. - se pronunciou pela primeira vez.
- Que ótimo, . - A mãe de falou. - Então que comecem os preparativos.
- E eu vou voltar para minha partida de golf. - Robert falou e se virou para subir as escadas.
- Vamos tomar um lanche? - Elizabeth ofereceu. - Eu acabei de fazer biscoitos.
Na volta, deixou em casa e ela resolveu que ia descansar porque estava dormindo pouco nos últimos dias.
Foi acordar com seu telefone tocando e praticamente 8 horas da noite.
- Alô? – Ela atendeu com voz embargada.
- , é o .. Você precisa vir pra cá agora! – Ele falou muito rápido.
- Mas porque, ? Eu.. eu acabei de acordar. – bocejou.
- Não importa porque, só preciso que você venha pra minha casa imediatamente. – continuou falando rápido o que fez se desesperar. O que tinha acontecido com ele, afinal?
- Tá bom, eu já estou indo então. – E desligou o telefone indo correndo colocar a primeira roupa que havia visto na frente: uma blusa branca três quartos e saia preta.
Chamou um táxi e pediu que ele fosse bem rápido até a rua onde morava. Desceu do carro apressada e tocou a campainha. Esperou.. Dois minutos haviam se passado e nada, então tocou mais uma vez mais forte e nada, tocou a última vez e então pôs a mão na maçaneta e girou, a porta estava aberta. Quando abriu estava tudo escuro.
- eu vim o mais rápido que.. – começou mas notou o quão escuro a casa estava. – ?
viu duas velas serem acesas junto com uma luz fraca da sala de jantar deixando o ambiente totalmente romântico e quando desviou o olhar das velas viu a figura de de avental terminando de acender as velas.
- . – disse sem saber o que pensar. Ele não existia. – Você me preocupou, sabia?
- Sabia que você ia se preocupar comigo. – respondeu convencido. – Senta. – E entrou para a cozinha.
olhou tudo, havia uma rosa num vasinho no centro da mesa e duas velas entre a flor. Dois pratos colocados um de frente para o outro e seus talheres e uma garrafa de vinho. Escolheu um lugar e sentou.
- Que cheiro bom. – Comentou para . Nisso ele veio trazendo macarronada.
- Vo a lá. – colocou a travessa na mesa e tirou o avental. Estava lindo com uma camisa rosa claro e calça jeans.
- Você que fez? – perguntou olhando dentro da travessa.
- Se estiver bom foi, se não eu posso ter encomendado. – falou se sentando em frente a ela.
- E pra que o avental? – franziu a testa.
- Pra ser mais convincente. – respondeu óbvio e pegou as taças de vinho servindo.
- Eu ainda não entendi a onde você quis chegar com tudo isso. - disse pegando o copo.
- Eu resolvi fazer um jantar e te chamar, mas queria que fosse surpresa. - Contou.
- Ai , você não existe sabia? - falou rindo. - Mas pra falar a verdade isso tá parecendo mais um jantar romântico, só tá faltando a sua cama cheia de flores.
- Não, não tá faltando. - falou como se fosse a coisa mais normal do mundo e viu arregalar os olhos.
- Tá falando sério? - perguntou enquanto servia os pratos.
- Se quiser ir lá ver. - respondeu rindo e entregou o prato pra ela. - Vê se eu já posso casar.
enrolou o macarrão no garfo e provou, não podia negar que estava muito bom.
- Foi você que fez mesmo? - Perguntou tomando um gole de vinho.
- Tive uma ajuda da minha mãe, liguei pra ela e ela me disse como fazer. - revelou.
- Fala pra sua mãe me dar a receita. - disse comendo mais um pouco. Eles jantaram, beberam vinho e conversaram por um bom tempo até que resolveram se levantar da mesa.
- E o que tem de sobremesa? - perguntou encarando .
- Sobre..mesa? - pareceu nervoso.
- Você não fez nenhuma sobremesa? - pôs as mãos na cintura e fez um cara de indignação.
- Nem lembrei. - bateu a mão na testa.
- Tem leite condensado, manteiga e chocolate em pó aí? - perguntou indo para a cozinha.
- Deve ter aí na dispensa. - apontou pra uma porta no fundo da cozinha e voltou com uma lata de leite condensado, manteiga e chocolate em pó. - O que você vai fazer?
- Brigadeiro de panela, receita brasileira. - respondeu pegando uma panela num armário. - Agora sai da cozinha, não dá pra fazer nada com alguém te olhando. - E empurrou para a sala. levantou os ombros quando ela saiu e foi até o rádio que ficava na sala e procurou um cd do Beatles ali. Colocou um e foi mudando até I Need You começar a tocar.
"You don't realize how much I need you, love you all the time, never leave you.. Please come on back to me, I'm lonely as can be, I need you..."
- Nada como Beatles. - gritou da cozinha e foi até lá.
- "Said you had a thing or two to tell me, how was I to know you would, upset me.." - cantou ao lado de .
- "I didn't realize as I looked in your eyes, you told me." - também cantou olhando . - Vem, vou te ensinar a fazer o melhor brigadeiro de panela. - E empurrou na sua frente. - Segura a colher.. - Pegou na mão de fazendo ele segurar na colher. - E mexe.. , é pra mexer. - Ela ralhou. Mas pensava em outra coisa, em como ela tinha um cheiro bom e o quanto a respiração dela estava compassada e nervosa.
- Ah.. - começou a mexer.
- Mexe só um pouco e depois deixa cozinhar. - falou lavando as mãos.
Depois do brigadeiro pronto, cada um pegou uma colher de sopa e encheu de brigadeiro para comer na sala.
- O gostoso de comer brigadeiro é na colher. - comentou sentando no sofá e vendo sentar ao seu lado com o rosto virado para o outro lado. - ? Tá ruim? E recebeu um dedada de chocolate no nariz.
- Péra, péra.. mas um aqui. - passou o dedo em uma bochecha dela, com tentando afastar a mão dele. - E outra aqui. - E passou na outra bochecha.
- você me paga! - pegou um pouco de chocolate e com muito esforço, por segurar sua mão, passou na testa dele.
- Quase que você suja meu cabelo. - falou bravo passando a mão no cabelo.
- Ui, meu cabelo tá sujo. - brincou rindo e avançou pra cima dela com o dedo coberto de chocolate. na tentativa de se desvencilhar de caiu do sofá e caiu junto em cima dela. pôs as duas mãos, uma de cada lado da garota, encurralando-a.
- Agora você não escapa. - disse sorrindo.
- , sai. - deu um empurrãozinho no peito dele, mas não se moveu. Ele abaixou seu rosto devagar até seu nariz tocar no de . Ela olhava fixo nos olhos dele e não tinha certeza se entregava-se ao momento ou se simplesmente virava o rosto. Respirou fundo e fechou os olhos levantando a cabeça um pouco e encostando seus lábios nos de que também, pego de surpresa, fechou os olhos involuntariamente. nem fizeram movimento algum, apenas prolongaram o beijo. Mas de repente pareceu acordar, abriu os olhos e o rosto de se transformou no de e começou a ver rindo dela enquanto ela chorava e dizia que amava ele. Afinal o que estava fazendo ali? Não tinha certeza do que queria, tinha prometido a si mesmo que não ia mais se machucar e agora estava ali beijando na casa dele.
- .. - empurrou ele com mais e força e se assustou e levantou. tratou de levantar o mais rápido possivel e pegar sua bolsa na mesa.
- Mas.. o que.. - murmurou algumas coisas. - .
- Não, .. não é certo. - correu até a porta e segurou a maçaneta.
- O que não é certo? Eu gosto de você, porque não seria certo? - E correu até ela.
- Nós somos só amigos, e eu quero que seja assim. - falou e virou-se de novo para a porta.
- Mas porque? - segurou no braço dela.
- Porque eu não quero ser mais que uma amiga pra você, . - se soltou do braço dele e girou a maçaneta. - É só isso que eu posso oferecer agora. - E saiu da casa. saiu atrás dela. já havia saído correndo. Ela olhou pra trás a tempo de ver passar a mão nos cabelos e depois enxugou uma lágrima que caía.
- "Acredite ou não, todo mundo tem coisas a esconder... - cantava baixinho uma música que sua mãe cantava pra ela. - Acredite ou não, todo mundo guarda a maioria das coisas em seu interior.. acredite ou não, todo mundo acredita em algo lá em cima. - Viu a estação de metrô e entrou ainda cantando. - Acredite ou não, todo mundo precisa se sentir amado, sentir-se amado..."

Capítulo 7

- Mãe? - disse ao telefone abraçando as pernas, quando já tinha chegado em casa.
- , filha.. O que aconteceu pra você ligar a essa hora? - A mãe de se assustou, provavelmente estava na cama.
- Eu quero ir embora. - afirmou enxugando uma lágrima. - Pra Cardiff.
- Mas filha, você já tem tudo aí.. como vai largar tudo que você conseguiu e voltar?
- Eu não consegui nada, eu nunca consigo nada sozinha mãe. - falou já brava.
- O que aconteceu? - A mãe perguntou preocupada.
- Primeiro o Gary me aparece em Londres dizendo que vai se casar, você sabia disso? - disse alto.
- Sabia, a mãe dele me contou.. Mas você me disse que tinha esquecido ele.
- Eu esqueci! - gritou novamente. - Mas pra que ele faz o favor de aparecer na minha frente? Todo cínico mostrando o anel de noivado. - Fungou.
- Querida, não liga pra isso..
- Eu não estou ligando mãe.. Depois a única amiga que eu tenho aqui vai se casar com um cara pior que o Gary, ela não enxerga!
- Você não pode se meter na vida dos outros, , se ela acha que é bom pra ela..
- Até a senhora? Eu não me meto na vida dos outros. - cruzou os braços. - E terceiro.. aiii mãe!
- O que vem em terceiro? - Ela perguntou anciosa.
- Um garoto que a me apresentou, ele.. ele é gentil, é romântico e até cozinha.. - riu ainda chorando.
- E o que você está esperando pra casar com ele? - A mãe dela brincou fazendo rir novamente.
- Eu não posso mãe, eu não quero me machucar de novo.. o Gary também era assim no começo, só que o ..
- o nome dele? Olha faz o que seu coração mandar, não vai voltar pra Cardiff por causa disso.. A hora que você achar que deve se apaixonar de novo vai e segue seu coração.. Só não deixa o esperando muito.
- É, obrigada mãe.. Eu precisa ouvir isso. - fungou de novo. - To morrendo de saudades.
- Todo mundo aqui está, sei pai então.. quer ir de qualquer jeito te visitar aí, logo que tiver tempo. - Ela sorriu.
- Ele está dormindo? Toda vez que ligo nunca consigo falar com ele.
- Está no vigésimo sono, amanhã é domingo e provavelmente ele vai ficar o dia em casa.. você pode ligar, ia alegrar o dia dele.
- Eu ligo, beijo mãe.
- Se cuida, beijo.

- Campainha infernal. - colocou o travesseiro em cima da cabeça ignorando a campainha que tocava descontroladamente, mas viu que a pessoa não ia desistir tão facil. - Aiiiii, já vou.
E abriu a porta dando de cara com de biquini e canga, e sem camisas e de shorts. Esfregou os olhos.
- Não tem piscina no prédio. - disse olhando pra eles confusa.
- A gente sabe. - entrou na frente de . - Viemos te pegar pra nadar na casa do .
- Nadar?
- É, , anda.. - empurrou ela. - Vou te ajudar a escolher o biquini.. E vocês dois comportem-se sentados aí. - ordenou.
- O vai? - perguntou sentando na cama e vendo abrir suas gavetas.
- Huuuuum, tô sentindo o amor no ar. - falou pegando um biquini. - Esse, toma.
- Não, é feio. - tacou o biquini de novo pra . - Ele deve estar bravo comigo. - encarou o chão.
- Porque? O que aconteceu que eu não to sabendo? - pôs as mãos na cintura.
- Ele fez um jantar e me chamou pra ir na casa dele, então nós.. nós..
- Vocês? - incentivou.
- Nos beijamos. - desabafou e viu arregalar os olhos. - Mas não foi um beijo, foi um selinho prolongado.
- Ah que que isso, você com o na casa dele e fica dando selinho? - saiu do lado de . - Coloca esse biquini logo.
- Eu não quero me apaixonar agora, .. Eu já sofri demais por causa do Gary e não quero sofrer de novo. - disse entrando dentro do banheiro.
- E quem disse que você vai sofrer? Sua pessimista. - gritou.
- Eu não posso, o é um ótimo amigo e é assim que vai ser. - falou saindo do banheiro já de biquini. - Ai, preciso entrar em uma academia.
- É claro que precisa. - disse sarcástica e foi entregando roupa pra ela, que vestiu. As duas voltaram pra sala. - Campeonato inglês de novo? - entrou na frente da TV dos garotos. - Vocês já sabem quem vai ganhar mesmo.
- Mas a gente não cansa. - afirmou. - E vai falar que você não assiste com a gente pra ver o David Beckham?
- É claro, o que mais interessa? - deu de ombros. - Eu sei que ele vai largar a Vitória um dia e vir pra mim.
- Não fale isso amiga, você é comprometida.. já eu.. - brincou saindo de casa com e os garotos.
- Enquanto o David Beckham não vem que tal o ? - estendeu o braço para .
- Depois dessa oferta, nem que o David Beckham apareça só de cueca na minha frente eu aceito ele. - falou sarcástica.
- Engraçadinha. - rolou os olhos vendo rir.
dirigiu até a casa de , com ao seu lado e as meninas atrás.

- Fala. - encarou que estava com ele no quintal esperando os outros.
- Falar o quê? - não entendeu e entrou dentro da casa de .
- O que aconteceu, porque você não tá assim por nada. - foi atrás de que tomava água.
- É, realmente eu to assim por nada, AH a não ser pelo fato que a me odeia e eu não sei o motivo. - respondeu tudo muito rápido e muito irônico.
- E você vai querer entender ela? - perguntou. - O que você fez pra ela?
- Esse é o problema, não fiz nada.. - parou. - demais. - Completou.
- Então você fez alguma coisa. - apontou pra ele.
- Não, não fiz.. A única coisa que eu fiz foi tentar mostrar que gostava dela, mas ela começou a falar que a gente só poderia ser amigos e nada mais. - resumiu.
ficou olhando por um momento para . Então ele estava gostando dela? Como ele conseguia? era no minimo insuportável demais, metida demais para se gostar. Mas alguma coisa dentro dele se manifestava, ele só não sabia o que era.
- Então finge que você não gosta. - deu de ombros se virando pra abrir a geladeira. - Mulheres são assim, quando elas tem o cara comendo na mão, elas não querem e quando não tem, elas correm atrás.
- Isso não é verdade. - balançou a cabeça.
- É claro que é! - afirmou rapidamente. - Finja que nada aconteceu, não dê gelo, não fique bravo, só continue como se nada tivesse acontecido.. Aí caro ela vai perceber que você não gosta realmente dela porque não está tentando mais nada e vai correr pra você.
- , isso é vida real.. não um seriado! - lembrou.
- Eu sei disso, a vida real é assim.. Faz o que eu to te dizendo. - falou e saiu, ouvindo o barulho de pessoas chegando.
foi a primeira a entrar na casa e já estava pronta para correr e abraçar , mas viu um vulto entrar na sua frente e logo em seguida pular em cima de que chegava perto deles.
- , sai de cima de mim.. Você está sem camisa. - gritava.
- Nada como um montinho logo de manhã. - falou saindo de cima de .
- Muito obrigada , por cortar meu barato. - disse chegando perto deles e dando um beijo em .
já ia direito para o cooler que estava perto da churrasqueira e pegava um pouco de gelo e esfregava em si mesmo.
- Tá quente aqui não? - Perguntou olhando os amigos que tinham uma cara de "o que você está fazendo ?"
estava parada olhando pros lados, certificando-se que não estava ali. Ia suspirar aliviada quando escutou uma voz conhecida atrás de si.
- Hey. - falou e quando ela se virou ele acenou. congelou. O que ia fazer agora? Não tinha coragem de olhar pra ele, não tão fundo quanto ele olhava pra ela.
- Oi. - disse sem muita certeza que sua voz iria sair. - , eu..
chegou mais perto dela e pegou em sua mão acariciando. não sabia o que fazer, não queria estragar a amizade, não queria ficar com ainda..
E de repente um jato de água foi lançado em seu rosto, molhando sua blusa e seu cabelo.
- Guarda isso, . - gritou com o garoto que acabara de jogar água em com uma arminha d'água.
- E aí, ? Refrescou? - falou pra ela que sacudia sua blusa. olhou para ele que ria sem parar. Andou até lá pisando forte, pegou bruscamente a arminha da mão dele e jogou um jato de água no rosto de .
- Agora está bem mais refrescante. - Ela disse tacando a arminha em com força.
- O que.. Ai você me paga garota. - gritou enquanto levantava uma sobrancelha. De repente a única coisa que viu foi as mãos de pegarem suas pernas e a erguerem, enquanto mandava ele soltar e e riam.
- Me solta seu idiota.. O que você está fazendo? - batia nas costas de que levava ela em direção a piscina.
- Isso. - E tacou dentro da piscina de roupa e tudo.
- Você tem problema mental? - gritou quando emergiu.
- Prefiro ter problema mental do que ser tão metida como você. - falou.
- Tá bom, .. desculpa por aquilo. - disse olhando pra ele com uma cara de que realmente sentia muito.
- Porque você está me pedindo desculpas? Foi eu quem começou tudo. - levantou os ombros e depois percebeu que tinha acabado de admitir que tinha começado tudo. Tinha admitido alguma coisa pela primeira vez na vida, já era uma vitória para .
- Ah esquece, ok? - Ela estendeu a mão para ele apertar. Devagar foi chegando a mão dele perto da de e quando segurou, ela o puxou pra dentro da piscina. , e correram pra borda da piscina a tempo de segurar .
- Você.. me.. paga. - dizia enquanto era segurado por e .
- Você é muito vulnerável. - disse e subiu a escadinha pra fora da piscina. chegou com duas toalhas.
- Vocês dois. - apontou para e que se enxugavam. - Tem problemas mentais.
- O único problema aqui.. - falou. - É ela.
- É claro, você nunca faz nada. - disse irônica fazendo movimentos exagerados.
- Tirem essas roupas molhadas. - interviu.
Enquanto e pulavam na piscina e e conversavam, puxou .
- Eu te falei pra fingir que nada aconteceu, mas nããão, você fica todo meloso. - deu um tapa no ombro de .
- Era incenação, man! - exclamou. - Não precisava ter tacado água na menina.
- Então vai lá e fala pra ela. - mandou. Espera, porquê estava ajudando ? Porque estava ajudando a conquistar ? Devia estar ficando maluco.
- Sobrei. - disse rindo quando chegou perto de , e ela olhou feio para que foi abraçar .
- Como você conseguiu ter esse poder sobre o ? - inventou qualquer assunto e o olhou estranhando.
- , eu acho melhor..
- A gente pular na piscina? De acordo. - terminou por ela.
- Mas...
- .. - chegou perto dela que encarou ele. - Você não disse que só pode me oferecer amizade? Então, é isso que nós vamos continuar ser.
- A gente não devia ter feito aquilo.. - olhou o chão.
- Pára de se preocupar. - pôs a mão no ombro nu dela. - Amigos, certo?
- Amigos. - sorriu apertando a mão de .
Parecia que tinha tirado um peso de cima de suas costas, tinha entendido ela, tinha entendido que ela não queria agora e estava só tentando fingir que nada tinha acontecido! Além de tudo, era compreensivel.

- Parem de ficar torrando no sol. - gritou umas horas depois de dentro da piscina. levantou o óculos e se apoiou nos braços.
- Londres quase nunca faz sol desses, você quer que eu não me bronzeie?
Os garotos olharam para que fez uma cara de "é verdade" e as duas deitaram de novo.
olhou pros outros e eles balançaram a cabeça como se tivessem entendido o que ele estava pensando. Saíram de fininho da piscina e foram até as garotas.
- No três. - falou. - Um.. dois... TRÊS.
pegou a espreguiçadeira de junto com e e fizeram a mesma coisa com a de . As duas acordaram num susto e começaram a protestar até que foram jogadas dentro da piscina e os meninos pularam junto.
- Eu tinha acabado de passar bronzeador. - choramingou para .
- Ótimo, agora nunca vou poder competir com as mulheres brasileiras.. todas bronzeadas! - cruzou os braços.
- Você é melhor que qualquer uma brasileira. - abraçou ela e beijou sua bochecha.
- É porque você nunca foi pro Brasil. - falou brincando e cerrou os olhos para ele. - Brincadeira, brincadeira.
Enquanto isso cochichava alguma coisa com , estavam planejando alguma coisa.
saiu da piscina e os dois foram atrás.
- Vai , bobinho. - empurrou para frente dele enquanto , rindo, ia do outro lado com uma bola.
- Eu não sou o bobinho. - falou irônico.
- Tem razão, você sempre foi. - disse enquanto fingia tacar a bola pelos lados. foi pra perto dela e tentou pegar a bola. - Hã.. Hã.. - E tacou por cima da cabeça dele para que agarrou.
- Nossa , não conseguiu vencer uma mulher? Que coisa feia pra um MACHO como você. - falou zoando ele.
- Cala a boca garota. - levantou o dedo.
- E quem você pensa que é pra me mandar calar a boca? - chegou perto dele. segurava a bola sem entender nada.
- Eu sou homem. - encarou ela também. sentiu a raiva subir a cabeça.
- Só pelo que você tem.. - chegou bem pertinho de . - ENTRE AS PERNAS! - E deu um chute nas partes íntimas de , que levou as mãos lá morrendo de dor. fez uma cara de vitoriosa enquanto ria de se contorcendo. Ele correu pra dentro de casa para que nem nem os outros vissem que ela tinha acabado de levar um chute lá por uma garota e o pior... TINHA DOÍDO MUITO!

Capítulo 8

- Cara deve ter doído muito. - falou empoleirado no banco do motorista. Estavam os quatro no carro, na porta da casa da esperando as duas se trocarem e eles poderem ir em uma boate.
- O grande não é tão grande assim. - brincou e e riram.
- Quer parar de falar nisso? - virou para que levantou as mãos.
- Não sei como você consegue não gostar da . - falou.
- , você já perdeu. - disse. - O foi mais rápido.
- Esse é meu garoto. - deu um tapa nas costas de . - E como foi?
- E eu achando que a era muita areia pro . - balançou a cabeça.
- A gente não fez nada. - se defendeu e viu a cara de desapontamento de e . - Só nos beijamos rápido.
- É claro, ela tem o nariz empinado demais pra querer qualquer coisa com você. - disse dando de ombros.
- Eu não acho a .. - começou mas a porta do lado dele foi aberta pela própria.
- Ouvi meu nome. - Ela falou entrando atrás e na frente com .
- É, o aqui estava acabando de dizer que é um nome lindo. - falou olhando pra ela meio nervoso por inventar qualquer coisa na hora.
- Ah, obrigada . - sorriu pra ele.
- Vamos então? - olhou para que acelerou e saiu.
tinha dado a idéia de ir em uma boate e logo tinha escolhido em qual iam, mas ninguém conhecia o tal lugar. Então ele apenas dirigiu até lá.
Era uma casa grande e tinha um letreiro luminoso. Parecia normal. Eles desceram do carro e entram. O lugar estava lotado, muita gente dançando, bebendo, conversando e música muito alta.
- Legal né? - comentou olhando pra eles.
- Quando você vem aqui e eu não sei? - olhou desconfiada pra ele.
- Eu só vim aqui uma vez, babe.. com um amigo. - deu de ombros e os outros garotos olharam torto pra ele.
- Bom, eu to morrendo de sede.. o bar me espera. - falou.
- Vamos dançar? - pediu animada segurando as mãos de .
Ele beijou a bochecha dela e concordou com a cabeça, saindo.
- Quer dançar, ? - ofereceu a mão, e depois olhou para tentando conter o riso.
- Quem vê pensa que você é cavalheiro, . - soltou, parecendo com bastante ciúmes.
riu do jeito dele. - Vamos dançar, nós três ok? - E foi atrás deles empurrando-os para onde as pessoas dançavam.
"I'm telling you loosen up my buttons baby, but you keep fronting.. Saying what you going to do to me..."
- Vai , eu sei que você ama essa música. - empurrou ele rindo.
olhou cerrado para e depois virou-se para . Ela estava com a mão na frente da boca provavelmente tentando conter um riso.
-"But I ain't seen nothing..." - cantou fazendo uma voz histérica de mulher e puxou para dançar com ele.
Ela entrou na brincadeira e começou a cantar. - "You say you're a big boy, but I can't agree.. 'cause the love you said you had, ain't been put on me..."
bateu palmas, ela tinha uma voz boa. Então ele e ficaram de frente para ela, a encorajando a continuar cantando.
Ela riu balançando a cabeça e continuou. - "I wonder if I'm just too much for you.. Wonder.. If my kiss don't make you just.. Wonder.." - E rebolou um pouco, fazendo e baterem palmas. Eles começaram a rebolar e dançar como ela, enquanto ainda cantava.
"What I got next for you, what you want to do? Take a chance to recognize that this could be yours.. I can see, just like most guys that your game don't please"
e começaram a cantar com uma voz muito fina e histérica. - "Baby, can't you see? How these clothes are fitting on me!" E rebolaram descendo até o chão, o que faz gargalhar e continuaram. - "And the heat coming from this beat, I'm about to blow, I don't think you know..."
A música continuou tocando, mas eles resolveram ir sentar em umas poltronas que ficavam de frente pra pista.
- Eu.. não.. consigo.. parar de rir. - gaguejou ainda rindo.
-"I'm telling you loosen up my bottons baby!" - cantou pra ela que riu mais um pouco daquela voz que ele fazia.
- Eu vou me juntar ao , rebolar assim me deu sede. - disse e foi em direção ao bar.
- E eu vou no banheiro. - falou meio ofegante. - Minha maquiagem deve tá horrível!
- , eu sei, você sabe, que não tem como você ficar horrível. - olhou sorrindo pra ela.
- É uma necessidade feminina ir ao banheiro. - falou e então saiu para ir ao banheiro.

- ? - , que tinha acabado de deixar conversando com uns amigos que ela tinha encontrado, ouviu uma voz as suas costas e virou.
Era uma garota que devia ter uns 18 anos e usava uma roupa bem vulgar, não para a vista dele é claro.
- Oi. - falou chegando perto dela.
- Não posso acreditar que estou mesmo te vendo.. - Foi até o ouvido dele. - Você é mais gato ainda de perto. - Ela disse num sussurro.
- Ham..
- Eu estava indo mesmo para uma parte mais reservada da boate, você não quer ir? - A garota continuou sussurrando no ouvido dele.
- Não.. Eu.. - não conseguia tirar os olhos do corpo dela. - Eu estou indo encontrar minha namorada. - Disse depois que pareceu acordar.
- Desde quando você tem namorada? - Ela olhou com uma cara de nojo.
- Faz um bom tempo..
- Conta outra, , você é o mais galinha do McFly inteiro. - A menina parou de sussurrar e agora parecia zangada.
- Eu ERA. - Ele concertou.
- Tudo bem.. Depois você conta pra ela que é corna. - E ela o puxou pelo colarinho da camisa...

estava voltando do banheiro olhando pros lados, quando arregalou os olhos vendo beijar e pressionar uma garota contra a parede. Não, era DEMAIS! Ela não agüentaria ver tanta cafagestagem numa pessoa só. Andou pisando firme até lá e parou bem em frente aos dois, então pigarreou.
soltou a garota muito rápido e olhou assustado para , com a boca toda borrada de batom vermelho e a camisa amassada.
- Você deve ser a namorada dele.. - A garota falou rindo. - Agora você não precisa mais contar pra ela que é corna, , ela já sabe!
- Sai daqui. - berrou com ela e a garota olhou com indignação para ele, mas saiu esbarrando no ombro dele de propósito. - , não é nada do que você está pensando. - começou a falar com uma voz de súplica.
- É claro que não é! - falou. - É muito PIOR do que eu pensava que você era capaz de fazer.
- Ela me agarrou, eu juro.. Eu estava voltando para encontrar a ..
- Agora você pensa nela não é? - cruzou os braços. - E quando um não quer dois não brigam, duvido que você não queria aquilo. - E apontou para onde a menina tinha saído.
- Eu não queria! - gritou. - Ela me agarrou! Eu não ia bater na garota pra me soltar.
- Não é a mim que você tem que dar explicações! - também gritou. - É à .
- Eu não posso. - pareceu desesperado. - Ela vai querer terminar tudo, nosso namoro, nosso noivado..
- Que pena né? Devia ter pensado nisso antes de sair agarrando fãs. - saiu andando.
- Você tem que entender que não foi por intenção! - correu atrás dela e segurou seu braço. - O que eu tenho que fazer pra você não contar nada pra ?
- Você já me deu motivos o bastante pra contar tudo pra ela. - puxou seu braço e encarou firme.
olhou para o chão triste.
- Por favor, eu gosto muito da e não pode acabar tudo assim. - Ele disse numa voz muito mansinha e pela primeira vez na vida pareceu enxergar alguma verdade nos olhos de . - Eu não tive intenção, e não quero magoar ela e muito menos deixar ela pensando que eu traí ela com uma fã, elas as odeia!
sentiu um pouco de pena de . Ele estava falando a verdade, até porque ele não era um ogro que machucava todo mundo! E tinha .. podia ver o quanto ela ia ficar mal com isso, não podia deixar ela se magoar por uma besteira que havia feito sem pensar muito.
- Tava procurando você, babe.. - apareceu.
- É eu acabei de achar ele. - falou devagar.
- Cuidando do meu noivo por mim, amiga? - abraçou de lado e sorriu.
- Eu deixei o sozinho na pista de dança, vou encontrar ele.. Agora você vai ter cuidados melhores, . - terminou a frase meio irônica e saiu.
- Acho que a tá gostando do , né? - falou olhando para .
- É deve ser.. - respondeu indiferente. - Vamos, , essa boate já perdeu a graça.

Era domingo e as duas se encontravam no apartamento de discutindo os preparativos para o casamento.
- Eu to uma pilha.. - falava batendo a caneta no papel. Virou-se para que estava sentada na poltrona da sua casa olhando fixo para alguma coisa. - !
A menina pareceu acordar num susto. - Ham?!
- Você ouviu o que eu falei até agora? - ergueu uma sobrancelha encarando a outra desconfiada.
- Ouvi.. quer dizer, até a parte que você falou que ia começar a fazer a lista de coisas do seu casamento. - falou, rezando para que a amiga não ficasse brava.
- Isso foi a meia hora atrás! - exclamou. - Onde você está com a cabeça?
Aonde? No dia anterior, naquela cena! Aquela maldita cena que não saía da sua cabeça e até a fizera perder o sono. E sem contar com a culpa que carregava por não contar para ! Mas ainda acreditava que estava fazendo bem a amiga não contando. Como conseguia ser tão.. tão.. AI!
socou a almofada de raiva.
- O que foi? - perguntou assustada.
- Nada, estava só pensando no... - tentou inventar qualquer coisa. - No monte de trabalho que vou ter amanhã, é, é isso. - Sorriu aliviada.
- Você anda muito estressada com esse trabalho amiga, devia pedir umas férias. - aconselhou.
- É, acho que sim. - confirmou.
- Bom, eu vou comprar meu vestido e o terno do em Nova York. - escreveu no papel. - Você podia ir com a gente.
- Vamos ver, preciso comprar um vestido também. - disse meio distraída.
- Claro, você e o têem que ser os padrinhos mais lindos. - deu de ombros se voltando para o papel, sem perceber o espanto da amiga.
- Eu e o vamos ser os padrinhos? - levantou rápido.
- Ah, eu não tinha te falado! Vão sim, acho que o ia falar com o hoje. - explicou, mas continuava com uma cara de espanto. - Serão você, o , o e o , já que minha irmã não deve dar a mínima para o meu casamento e provavelmente não vai sair da Austrália e vir pra cá. - Ela continuou. - O insistiu pro ser o par do , mesmo ele não querendo se passar por "mulher".. - fez aspas. - Vai ser lindo. - Juntou as mãos e seus olhos brilharam.

Capítulo 9

O noivado tinha sido marcado para o sábado daquela semana. Além disso, os pais de disseram que iam a Londres para visitá-la e mandou convidá-los para o noivado também. Ia ser uma pequena comemoração, tudo no apartamento de . não se continha de tanta felicidade.
Era sexta-feira a tarde e estava arrumando a casa quando a campainha do apartamento tocou. Largou a vassoura encostada na parede e foi até a porta olhar no olho-mágico.
- Minha filha mora aí? - ouviu uma voz grossa de traz da porta e logo reconheceu seu pai.
Destrancou correndo a porta e deu um abraço forte nele.
- Ai, pai. - disse numa voz abafada pelo abraço. - Entra. - Disse se soltando do pai e dando espaço.
- E eu, não ganho abraço? - A mãe de abriu os braços olhando pra ela e pulou abraçando ela também.
- Entra mãe. - puxou a mãe pela mão.
- Olha Nora, ela fez um ótimo trabalho com esse apartamento. - O pai de disse a mãe, olhando a sala de tv/visita/jantar.
- Vem, vou mostrar pra vocês o resto da casa. - chamou os dois para a cozinha.
A mãe de começou a abrir tudo na cozinha e verificar.
- Filha, você não tem nada aqui! Só pratos e talheres. - Ela exclamou. - Nem comida na geladeira tem.
- Mãe, eu peço comida! - rolou os olhos. - Não sei cozinhar! - E eles voltaram para a sala.
- Ali é o banheiro. - apontou. - E tem quatro quartos, dois são suítes.
- Eu vou descer e pegar as malas. - O pai de falou.
- Mãe, vocês podem ficar no meu quarto que é cama de casal e eu fico no quarto de hóspedes. - disse. - Agora preciso terminar de arrumar essa casa, a disse que já vinha trazer as coisas que a mãe dela tinha preparado pro jantar.
E foi assim, passado algum tempo e chegaram trazendo a comida.
- Mãe, pai, essa é a . - apresentou quando chegaram.
- Então você é a famosa . - A mãe de cumprimentou a menina, assim como o pai.
- Famosa eu não sei. - sorriu olhando de canto de olho para .
- E esse é o noivo dela, - apresentou tentando ser o mais simpática possivel.
- Então vamos deixar os homens na sala que a gente tem um pouco de trabalho. - disse empurrando para perto do pai de e indo para a cozinha.

A noite, a comemoração já havia começado e todos já estavam bem animados conversando. Os pais de e os pais de pareciam se conhecer a anos! O jantar ainda não havia sido servido. e estavam sentados conversando com os pais e , e estavam em outro sofá conversando entre si. não parava de ir e vir da cozinha trazendo alguns tira-gostos.
- Filha, vou te ajudar. - A mãe de disse levantando quando a garota passou com uma garrafa de vinho e as duas foram para a cozinha. - Então..
- Então o quê o mãe? - disse tirando uma massa do forno.
- Aquele é o . - A mãe dela apontou para trás.
- É mãe. - parou por um momento e encarou a mãe. - O que você acha? - Perguntou insegura mordendo o lábio.
- O que eu acho? Que na minha época deviam ter garotos mais parecidos com aqueles. - Ela brincou.
- Mãããiiin. - choramingou revirando os olhos.
- Vamos voltar pra lá e eu quero que você me apresente direito. - Sua mãe disse e empurrou ela de volta pra sala.
- Gostei de você . - ouviu seu pai falar. - Ei filha, vem até aqui. - E foi até eles com um sorriso falso.
- Se divertindo? - perguntou olhando seu pai e que agora conversavam sozinhos.
- Muito. - O pai de falou. - Esse garoto é muito esperto. - Ele deu alguns tapinhas no ombro de , tentou sorrir em concordancia.
- Seu pai quer me levar para trabalhar na empresa dele em Cardiff. - contou a como se os dois fossem muito amigos.
- Ham..
- Mas acho que você não ia me querer morando lá não é? - perguntou erguendo a sobrancelha.
- E porque você não ia querer filha? - O pai dela perguntou também estranhando.
- Não.. eu.. eu não disse isso. - gaguejou. - O faz o que ele quiser, eu não tenho nada a ver com a vida dele, não é? - disse querendo mostrar mesmo que ela não tinha nada a ver com o que fazia, se ele beijava outras enquanto estava noivo ou se enganava as pessoas. - Com licença. - E se retirou indo em direção aos garotos e sua mãe sentados em outro sofá.
- Aí está ela. - A mãe de disse puxando a filha pela cintura. - Estávamos justamente falando de você.
- E da sua foto de nenem pelada que toda sua família tem na carteira. - brincou.
- Mãe, eu não acredito que você falou isso! - pôs as mãos no rosto, mas depois olhou para que ria meigamente.
- Você era linda filha. - Ela disse olhando pra cima. - Mas agora você já pode me apresentar o direito, sabe a fala muito de você.
- MÃÃÃÃIIIIIIIIIIN. - cerrou os olhos para a mãe enquanto os garotos riam. - Pára com isso!
- Tudo bem, . - falou. - Eu sou , amigo da . - E os outros garotos fizeram uma cara "aham, amigo, sei"
- Bom , acho melhor deixar a sogra conhecer seu futuro filhinho. - falou brincando e ele e se levantaram.
- Hey! - e gritaram repreendendo os dois que riam. então virou-se para que havia corado ligeiramente.
- Eu adoraria ter você como genro, . - A mãe de comentou.
- Mãe, você não entendeu ainda que nós somos só amigos? - esbravejou um pouco. - Vamos , eu não sei porque minha mãe tá assim hoje. - E ela lançou um último olhar bravo para sua mãe e saiu para a cozinha seguida por .
A menina colocou as mãos na pia e bufou impaciente.
- Você não precisa ficar assim, sua mãe só está tentando ser legal. - tentou consolar.
- Eu preciso sim, . Eu não quero que as pessoas pensem que nós somos namorados! - virou de costas pra ele.
- Nossa, é tão ruim ser considerada minha namorada? O que é? Vergonha? - andou até mais perto dela, ficando a poucos centímetros das costas da garota.
- Não! Isso não tem nada.. - virou para frente sem saber que estava tão próximo. - ..a ver. - Terminou a frase com uma voz baixa.
- Então o que é? - disse quase num sussuro.
- não faz isso.. - também disse num sussuro. Narizes colados, olhos fixos uns nos outros..
- Esse jantar sai ou não? - entrou na cozinha falando e se deparou com os dois. - Ahh..
virou muito rápido para e foi mais rápida ainda em ir até o forno.
- Já tá saindo.. Eu.. eu e o viemos.. pegar as coisas. - disse abaixada e puxando alguma coisa do forno sem olhar para . Não ia conseguir!
não soube dizer o que sentiu, só sabia que era uma coisa estranha parecida com raiva. Mas raiva? Porque raiva? Ele não tinha nada a ver se e estavam prestes a se beijar no meio da cozinha, afinal não era isso que ele queria, ajudar ?
- Eu vou lá avisar todo mundo então. - apontou pra trás e se virou, saindo da cozinha.
- .. - começou, mas a menina levantou rápido com um prato na mão e pôs em cima da mesa, sem olhar para ele. - Você não está..
- Brava? Não! - se virou. - Nós somos amigos, não somos ?
- So-omos. - respondeu sem entender.
- Então, era isso que eu queria saber. - pegou algumas vasilhas com os pratos do jantar e saiu da cozinha.
Todos já estavam sentados à mesa. e no centro, a garota tinha um sorriso enorme nos lábios. Então pigarreou e começou a falar:
- .. - Olhou nos olhos dela e pegou alguma coisa no bolso. - Você aceita se casar comigo? - E abriu uma caixinha vermelha com um anel de brilhantes.
olhou o anel e depois olhou , caiu uma lágrima de um olho, e então olhou todos em volta. Tinham sorrisos estampados nos rostos e uma cara de ansiedade.
- Sim. - disse finalmente segura. pôs o anel em seu dedo e os dois se abraçaram diante de palmas de todos. Se soltaram e uma chuva de "Parabéns" foram ditas a eles.
- Agora podemos comer? - O pai de perguntou e levou uma cotovelada da esposa.
- Podemos pai. - disse com um sorriso.
E eles jantaram, coversando sobre o grande casamento que ia acontecer daqui alguns meses, menos uma pessoa parecia animada com isso. É, ainda não havia engulido por inteiro esse casamento, estava tão feliz, mas até quando a felicidade da amiga ia durar?
- Parabéns. - disse a quando todos já estavam comendo um mousse de chocolate sentados no sofá e os dois estavam ainda na mesa.
- É, os namorados se casando, os amigos virando namorados.. - comentou.
- O que você quer dizer com isso? - ergueu uma sobrancelha.
- Não seja cínica ! - falou. - Você não consegue esconder que está afim do .
- Eu não estou afim do , . - afirmou.
- E eu sou a rainha da Inglaterra. - ironizou. - Por que não assume?! Tem medo de homem?
- Ah tá bom, agora quem é você pra me fazer esclarecer alguma coisa? - indagou. - Eu não sou como você que engana as pessoas.
- Quer parar de falar isso? - disse bravo. - Eu já disse, eu não estaria casando com a se não gostasse dela.
- Ah é claro que você gosta, tanto que fica beijan.. - Então pulou em cima da mesa e tampou a boca de , fazendo um grande barulho e todos olharem pra eles.
- É.. - começou a procurar alguma coisa como desculpa. - Aqui está a colher que você queria. - E estendeu uma colher para .
- Você está bem, ? - perguntou preocupada.
- Estou sim. - se levantou e foi até começando um novo assunto com ela e os pais.

Já passava da meia noite quando todos haviam ido embora. A mãe e o pai de tinham ido dormir, pois a garota havia recusado a ajuda para lavas os pratos (tinha mania com limpeza) já que havia oferecido para ajudar.
- .. - começou enxugando um prato.
- Hã? - murmurou lavando outro prato.
pegou a esponja que a garota havia deixado de lado cheia de espuma.
- Fala, . - E então se virou para o garoto que a sujou de espuma fazendo um bigode e uma barba.
começou a rir da cara da garota.
- O natal chegou mais cedo. - disse dando um peteleco no nariz dela.
- E você vai ver o presente que você vai ganhar. - olhou para com uma cara de "ou corre ou morre".
E correu, saiu disparado pela sala da casa com correndo atrás dele. Entrou no quarto de hóspedes e quando foi fechar a porta segurou.
- Você vai me pagar, . - dizia fazendo força do lado de fora da porta. - Me deixa entraaaaaaar.
- Qual é a senha? - perguntou fazendo força do lado de dentro.
- Não sei! Você acabou de inventar isso. - falou com o rosto grudado na porta.
- Você é nova no clube, vou te falar a senha. - disse e sentiu parar de forçar a porta.
- E qual é? - A garota segurou a esponja na mão pronta para sujar .
- Essa! - E abriu a porta puxando para dentro pelo braço e colando seus lábios inesperadamente. A garota continuou com os olhos abertos muito assustada e soltou dela.
- , eu não consigo mais! Eu estou apaixonado por você e só o que eu preciso é te ter por uns mínimos segundos. - falou segurando as mãos de . - Posso ficar aqui e fingir por um tempo que você é minha?
foi invadida por uma coisa sem explicação, tinha o homem perfeito dizendo que estava apaixonado por ela, mas mesmo assim não parecia completa.
- Você não existe. - disse o olhando com um pequeno sorriso no rosto.
- Existo, e vou te provar o quanto apaixonado por você eu estou. - andou até ela e olhou pra cima nos olhos dele. Assentiu com a cabeça e entendeu. colocou seus braços em volta do pescoço dele e fechou os olhos sentindo a respiração de tocar seu rosto e finalmente os lábios deles se juntarem num beijo de verdade. abraçou enquanto beijava a garota e ela segurou seus cabelos sentindo apertá-la contra si. Ele guiou que estava de costas até a cama de solteiro daquele quarto e a deitou cuidadosamente na cama ainda beijando e fazendo carinhos. subiu um pouco e deitou a cabeça no travesseiro enquanto beijava seu pescoço.
Voltaram a se beijar e se acariciar até que dormiram, deitada em cima do peito de e ele acariciando o cabelo dela.

Capítulo 10

acordou no outro dia com o sol entrando pela janela que eles haviam deixado totalmente aberta. Esfregou os olhos e com dificuldade tentou enchergar alguma coisa, viu que ainda dormia e seus cabelos estavam jogados por cima do peito dele. A respiração dela era calma e sorriu ao vê-la se mexer um pouco sem acordar. Ficou ali acariciando os cabelos da garota e a assistindo dormir profundamente. Não sabia o que ia acontecer quando acordasse, ela era confusa as vezes.. Numa hora estava tudo bem e depois ela estava brigando e querendo esquecer tudo, mas pelo menos ele tinha se declarado e agora tinha certeza dos sentimentos dele e.. e.. não soube mais o que pensar, viu se mexer de novo. Passado algum tempo, resolveu acordá-la, não estava aguentando pra saber o que ela ia dizer afinal. Beijou o pescoço dela e sentiu a garota arrepiar antes de abrir os olhos vagarosamente e se virar para .
- A quanto tempo você está acordado? - Ela perguntou olhando para que estava apoiando a cabeça na mão.
- Alguns minutos, te vendo dormir. - respondeu e ela balançou a cabeça rindo um pouco.
- Não tem graça ver alguém dormir. - disse se encolhendo.
- Tem sim, principalmente se esse alguém é você.. Parece tão inofensiva dormindo. - brincou e levou um tapa no braço da garota. - Ai, doeu!
- Que bom. - afirmou séria.
- Eu.. é.. - começou a gaguejar.
- É o que ? - perguntou sem paciência.
- Como fica? A gente? - foi dizendo as palavras de vagar com medo da reação dela.
- Eu.. eu.. eu ainda não sei , acho que devemos ir com calma. - também disse tudo muito devagar e viu assentir com a cabeça.
- Como você quiser. - E deu um beijo na bochecha da garota e ia se levando quando foi puxado por ela novamente.
- Vamos dormir mais um pouco, tá tão bom. - Ela disse com os olhos já fechados e puxando pra perto dela.
- Ahhh, agora é bom ficar comigo né? - levantou a sobrancelha.
- É, .. Agora deita aqui, cala a boca e vamos dormir. - se acomodou de novo nos braços dele e abraçou ela. Fecharam os olhos e logo estavam dormindo de novo.
Passado algum tempo, a mãe de abriu a porta do quarto com cuidado, talvez a filha ainda estivesse dormindo. Entrou no quarto e viu e dormindo abraçados. Não pode negar que sentiu um alívio ao ver que os dois estavam com roupa, então pigarreou alto. Primeiro abriu os olhos e espreguiçou, depois se mexeu e quando começou a abrir os olhos enxergou o vulto de sua mãe parada. Levantou da cama muito rápido, fazendo se assustar e cair da cama.
- .. - disse deseperada olhando pro garoto no chão. - Mãe.. - Olhou para sua mãe.
- Sra. .. eu.. a gente, não.. - se ajoelhou no chão e começou a guaguejar.
- Mãe. - foi até ela e a segurou nos braços. - Não é nada do que você tá pensando.. Ontem, eu.. quer dizer o , eu não pude deixar ele ir embora tão tarde e.. - olhou para pedindo ajuda.
- E.. a gente ficou conversando e acabamos dormindo aqui. - inventou.
- Eu não disse nada. - A mãe de balançou a cabeça. - O café está na mesa. - E saiu do quarto.
- O que ela quis dizer com isso? - perguntou encarando que apenas levantou os ombros mostrando que não entendera também.
disse a que iria trocar de roupa, enquanto ele ia no banheiro. Chegou em seu quarto e desmontou em sua cama já arrumada. Passou a mão em seu pescoço e arrepiou, sentindo o beijo de ali de novo. Chacoalhou as mãos tentando afastar aquilo de sua cabeça e levantou abrindo seu armário. Pegou uma regata e um shorts, trocou e saiu do quarto.
Entrou na cozinha, seu pai estava lendo um jornal, sua mãe fazendo torradas e bebendo alguma coisa. Puxou uma cadeira e se sentou.
- Torradas, querida? - A mãe de perguntou sorridente.
- Pode ser. - respondeu pegando o leite.
- Então.. - O pai de fechou o jornal. - , é esse o seu nome?
engoliu o que estava bebendo rápido e confirmou com a cabeça. olhou de canto de olho pra ele.
- Quais são suas intenções com a minha filha? - Apoiou os braços na mesa e encarou , que engoliu em seco visivelmente nervoso.
- Pai, o é meu amigo. - falou por também meio nervosa.
- Eu estou brincando. - E empurrou com o cotovelo e o garoto sorriu nervoso. - Então, vão nos mostrar a cidade hoje? Faz anos que não venho pra Londres.
- Claro, papai. - continuava nervosa.
E eles foram, depois do café, até o centro de Londres onde iam passear a pé. O pai e a mãe de iam de mãos dadas olhando tudo, enquanto e iam mais atrás, calados.
- Vai me ignorar mesmo? - quebrou o silêncio finalmente.
- Não estou te ignorando, . - disse simplesmente. O fato era que, ela já não entendia mais o que queria.
- Ah não, esqueci que você aderiu a lei do silêncio. - falou irônico, já estava cheio disso.
- O que quer que eu faça? - parou de andar colocando as mãos na cintura e encarando que parou também.
- Isso. - E segurou pelos ombros colandos seus lábios. Mas empurrou ele.
- Não, .
suspirou e olhou pro lado.
- Você é bem confusa sabia? - Disse ainda sem olhar pra ela.
- Sabia! - afirmou com o tom de voz um pouco mais alto do que o normal.
- Então se decida, porque eu não vou estar aqui a hora que você quiser não. - E virou para o lado oposto a que eles estavam indo.
- , espera! - gritou, mas ele nem se quer virou. Correu até seus pais.
- Onde está o , ? - Sua mãe perguntou.
- Recebeu uma ligação da gravadora e teve que ir correndo pra lá. - respondeu tudo muito rápido e se surpreendeu por ter inventando uma desculpa tão boa e tão rápido.

havia acabado de deixar seus pais no aeroporto, já anoitecendo, quando seu celular tocou.
- Alô? - Disse pondo o cabelo pra trás da orelha.
- Honey, vem pra casa do .. só ta faltando você. - A voz de entrou no ouvido de .
- Acho que não . - disse entrando em um táxi.
- Pra onde a senhorita vai? - Perguntou o taxista e fez sinal para ele esperar.
- Por favooooor. - suplicou, podia ver a cara que ela estava fazendo de cachorro sem dono.
- Você sempre vence, não é? - falou.
- Ótimo, to te esperando. - E desligou.
disse o endereço ao taxista que deu partida.
Foi meio perdida em pensamentos. estaria lá, e provavelmente muito bravo com ela. Também, era uma burra, dizia pra si mesma. O garoto estava apaixonado por ela, o cara perfeito e ela não queria ficar com ele? Porque? Não tinha resposta a esse "porque não queria ficar com ele", não sabia se era medo, insegurança de se apaixonar e quebrar a cara ou se era que era bom demais pra ela.
- Senhorita, chegamos. - O taxista disse já meio impaciente.
- Ahn.. - pareceu acordar. - Desculpa, aqui está. - E tirou algumas libras de sua carteira entregando ao taxista e saiu do carro.
Arrumou os cabelos, puxou o vestido arrumando e tocou a campainha.
- Hey. - cumprimento quando abriu a porta.
- Hey . - deu um beijo em sua bochecha e entrou junto com o garoto.
- Amiiiiiiiiiga. - pulou do sofá e foi até abraçá-la.
sentou ao lado de e que jogavam uma partida de video-game muito entretidos.
- Não liga pra eles, quando começam a jogar isso ninguém pára. - disse a que sorriu sem jeito. - Vem.
E as duas se sentaram na poltrona assistindo eles jogarem.
- ! - Uma garota saiu da cozinha.
- Já vou , só terminar de acabar com o . - disse sem olhar para os lados.
- Coisa que não vai acontecer. - disse com os olhos cerrados na tv. - GOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOL - largou o controle e saiu comemorando.
- Essa é a , namorada do . - apresentou a tal menina.
- Hey, prazer. - disse sorridente. Parecia bem simpática.
- Prazer, . - cumprimentou a garota.
- Acho melhor a gente fazer alguma coisa pra comer. - falou. - Se depender desses aí, ficam até de madrugada.
- Concordo. - falou empurrando as duas para cozinha, ouvindo ainda comemorar.
- O é um inútil. - disse abrindo a geladeira. - Eu acabei de chegar da casa dos meus pais e ele nem pra ficar comigo, o que aquele video-game tem que eu não tenho? - E pôs as mãos nas cinturas, mas riu depois com as outras.
- Homens. - murmurou ainda rindo. - E por falar nisso, aposto como quer saber onde está o .
- Não, não quero. - levantou as mãos.
- O ? Seu affair? - chegou mais perto delas interessada.
- Não.. quer dizer.. não sei. - olhou de canto de olho para .
- Os garotos disseram que ele passou aqui mais cedo, mas disse que não queria falar com ninguém. - contou.
- Ele deve estar me achando uma idiota. - sentou em um banquinho da mesa. - Ele está apaixonado e nós nos beijamos, de verdade e dormimos abraçados ontem. - Ela contou.
- Amiga. - sentou ao lado dela e pôs a mão em seu ombro.
- Mas ontem foi um dia, um dia em que eu queria aquilo.. e hoje é outro dia que eu não sei o que eu quero. - Disse meio confusa. - E ele disse que é pra eu me decidir, porque ele não vai estar aqui a hora que eu quiser. - E colocou as mãos em seu rosto.
ouviu isso de boca aberta, parecia coisa de novela.. não fazia nada lindo assim pra ela.
- É incrivel como são os homens.. - sentou do outro lado de . - Uns ajoelhados aos nossos pés, outros nos trocando por video-games.
- , o não é assim.. Aposto como está com tantas saudades quanto você, só não percebeu ainda. - falou amigável e sorriu aceitando aquilo. - E você, tem que dar um tempo mesmo para seu coração e se o não quiser esperar, ele só vai perder. - puxou fazendo a garota se levantar.
- É. - suspirou. - Vamos ao trabalho, porque não sei vocês mas eu esto morta de fome. - falou agora sorrindo, fazendo as outras sorrirem também.
Elas acharam algumas coisas que deram para fazer sanduíches. Realmente, não tinha nada que prestava em casa, até pasta de amendoin que tinha vencido a uns 2 anos elas encontraram na geladeira dele.
- Larguem isso e venham comer. - colocou a bandeja de sanduíches na mesa da sala. Nenhum dos três se moveu. Ela andou até lá e apertou o botão de "off" do video-game.
- ! - gritou indignado. - Eu tava acabando com o .
- Eu não vou falar de novo! - olhou cerrado pra ele e murmurou alguma coisa como "mulheres" para .
- Metida-a-sabe-tudo, nem vi que você estava aqui. - disse encarando enquanto sentavam pra comer.
- Tudo bem comigo também, . - respondeu a ele, irônica.
- Hey . - acenou falando com a boca cheia de sanduíche e levou um tapa de . - O que? - Ele a olhou indignado.
- Não seja porco, . - tacou um guardanapo pra ele que limpou o molho escorrendo.
- Vocês realmente acharam alguma coisa que presta na cozinha do . - comentou pegando mais um sanduíche.
- Tem bastante coisa que presta lá. - disse meio emburrado.
- Claro, uma pasta de amendoin que está vencida há dois anos, um meio limão estragado.. - foi dizendo enquanto os outros, a não ser , riam.
- Ha-ha-ha. - fingiu uma risada com a boca cheia e levantou uma sobrancelha com cara de vitoriosa.
- E como vão os preparativos, ? - mudou de assunto de repente, provavelmente já sabia do casamento por .
- Ah nem me fala, nem comecei com preparativos. - disse. - Mas semana que vêm nós vamos a Nova York ver meu vestido e o terno do .
- Semana que vem.. Já? - a olhou assustado.
- Eu te disse isso ontem mesmo, . - sentiu-se afetada. não andava prestando muita atenção no que ela falava sobre o casamento ultimamente.
- E é claro que ele não prestou atenção. - murmurou, não sabia porque mas tinha vontade de brigar com .
- E quem é você pra falar no que eu presto ou não atenção? - cerrou os olhos pra ela.
- Vai começar. - murmurou para que não estava entendendo porque eles brigavam toda hora.
- Ninguém precisa ser nenhum vidente pra saber que você não presta atenção em nada a não ser coisas que se referem a você. - falou tudo muito rápido.
- Gente! - gritou. - Não vão começar com isso de novo, por favor! - E lançou um olhar significativo a que se conformou.
De repente só ouviram a porta ser esmurrada freneticamente. levantou e olhou para e que deram de ombros. Foi até lá e abriu a porta.
- ! - segurou que quase caiu de cara no chão.
- E aí, , a festa é aqui? - Ele perguntou com uma voz arrastada, visivelmente bêbado. Estava com os cabelos despenteados e a camisa um pouco desabotoada.
- , você está bêbado. - tentou carregar até o sofá, e e levantaram e foram ajudar.
olhou de canto de olho para que tinha uma cara de espanto. Ele não podia estar assim por causa dela, pensou, iria se culpar a vida toda.
- Eu to bem, eu to bem. - dizia com aquela voz horrível de gente bêbada. - Não precisa ficar me carregando. - E tentou se desvencilhar de , virando. Quando virou viu o olhando espantada e ele abriu os olhos que estavam muito pequenos. - . - Ele disse e tentou andar até lá, mas caiu de cara no sofá. se levantou e foi até ele.
- ! - segurou o rosto dele. - Não acredito que você fez isso!
- Você queria o que? Eu estou apaixonado por você e você não está nem aí pra mim, o jeito é tomar umas. - olhou pra ela com a cara horrível e o cheiro de bebida que sentiu. Ficou chocada ao ouvir aquilo, ele realmente tinha bebido por causa dela.
- Acho melhor levar ele pro teu quarto, . - disse. - E a ir junto.
e puseram os braços de nos ombros e subiram as escadas com cambaleando pros lados. Colocaram ele na cama de e comentaram alguma coisa com , depois fecharam a porta deixando os dois lá.
- Eu não quero deitar. - tentou levantar, mas empurrou ele de volta. - Eu quero mais cerveja, garçom.
- pára com isso. - disse meio irritada se ajoelhando perto dele.
- O que foi? Quem deveria estar bravo aqui sou eu, é você que não me quer. - virou para o outro lado da cama.
- Me escuta. - puxou de volta para si.
- Não, eu quero mais cerveja. - falou irritado.
- É, mas não vai ter! - irritou-se de verdade agora. - Vai é me escutar!
- Então fala logo, fala que me odeia e que não quer me ver nunca mais! - fez gestos exagerados.
- , não diz isso, eu não te odeio.. de jeito nenhum, pelo contrário.. Eu.. eu gosto muito de você. - falou pausadamente e sentiu seus olhos marejados.
- Se gosta de mim, porque não quer ficar comigo? - parecia uma criança indefesa daquele jeito.
- Não é tão simples assim, você sabe. - segurou forte a mão dele.
- Claro que é, você que quer complicar tudo. - olhava fundo nos olhos dela, parecia estar se recuperando.
suspirou profundo e olhou para o lado. De repente sentiu a mão de em seu rosto.
- A gente podia tentar. - Ele disso com uma voz mansinha. o encarou e finalmente a lágrima que estava prestes a cair, escorreu pela sua bochecha.
enxugou com as costas da mão a lágrima e suspirou de novo, seu coração batia rápido e sua cabeça parecia estar a mil por hora.
- É claro, . - Ela disse por fim. - Nós nos gostamos, certo? Qual o problema em ficarmos juntos? - E sorriu para ele e o abraçou apertado.
- Me faz lembrar disso amanhã. - falou abafado pelo abraço e riu.
- Pode ter certeza. - Soltou dele e os dois se encararam antes de se beijarem.

Capítulo 11

havia levado em casa depois que ela deixara dormindo. Não havia contado nada a ninguém quando deixou no quarto de , iria esperar a hora certa. Chegou em casa, deitou em sua cama do jeito que estava e dormiu profundamente.
acordou já de manhã com a campainha do apartamento tocando sem parar, abriu um olho com dificuldade pela claridade que entrava no quarto e escutou a campainha ser tocada novamente. Bufou para si mesma e levantou com a cara amassada, toda manchada de maquiagem e o cabelo bagunçado.
Abriu a porta e deu de cara com um buquê de rosas vermelhas na sua frente. Piscou e viu sair de trás do buquê com um sorriso no rosto.
- ! - escondeu o rosto nas mãos. - Fecha os olhos, eu estou horrível.
- Não, não está. - disse sorrindo de lado e ainda oferecendo o buquê a ela. balançou a cabeça.
- Você tem uma memória boa mesmo bêbado hein? - Ela riu.
- Sinto te decepcionar mais eu não tenho. - falou e o olhou confusa. - O que me contou, ele.. hum.. escutou a nossa conversa atrás da porta.
- Ai aquele intrometido! - cruzou os braços bufando. - Isso é a cara dele.
olhou pra ela e voltou a estender o buquê. segurou e sentiu o perfume doce das rosas.
- Sãos as minhas preferidas. - Disse. - Com você sabe?
olhou pra cima e assobiou. riu e ele voltou a encará-la. Num movimento muito rápido puxou pela cintura e eles ficaram com os narizes colados, se olhando e depois fecharam os olhos e se beijaram. que estava com o buquê na mão esquerda, tateou a mesa da sala e pôs ele em cima. Ele começou a guiá-la para o sofá, mas no meio do percurso pisou em um brinquedinho de Simba que fez ele se desequilibrar e os dois caírem no chão as gargalhadas.
- Que coisa mais romântica. - disse ainda rindo com a mão na barriga. agora estava virado olhando pra ela. - Que foi? - Ela perguntou ainda olhando pro teto.
- "I can't seem to get you off my mind.. - começou a cantar meio que declamando. - That's when I realized, you had me hypnotised"
- Isso foi romântico. - falou encarando ele.
- Eu tinha que ser romântico depois disso. - apontou pra eles caídos no chão. Virou de barriga pra cima e olhou o teto. De repente sentiu os lábios de tocarem os seus e o toque dela em seu rosto. Mas logo ela parou o beijo e se levantou.
- A onde você vai? - perguntou se apoiando nos cotovelos ainda deitado.
- Tomar banho, meu estado é deplorável. - apontou para si. - Hum, se você quiser fazer um café da manhã pra mim seria uma boa.
- Que folgada! - exclamou se levantando.
- É bom começar a me tratar muito bem. - gritou já de seu quarto.

Os dois haviam passado um dia ótimo. Pediram comida japonesa e depois obrigou a assistir Grease, quando ele disse que nunca havia assistido e ela ficou indignada dizendo que quem em sã consciência nunca tinha visto Grease.
Já passavam das 7 horas e havia acabado de "expulsar" de lá, alegando que tinha trabalho no dia seguinte. Então o telefone tocou.
- Parabéns! - reconheceu a voz de assim que pôs o telefone no ouvido.
- , não é o meu aniversário. - disse rolando os olhos.
- Eu sei! O me contou amiga. - falou excitada.
- Claro, depois ele diz que sou eu a intrometida. - estava cheia de .
- Se ele não me contasse, você iria demorar uma eternidade pra contar. - afirmou.
- Iria mesmo! - disse. - Não quero que a Inglaterra inteira saiba que eu estou namorando , até porque eu já estou vendo as fãzinhas dele planejando os piores tipos de morte pra mim. - terminou e as duas riram.
- Normal. - falou. - Quantas vezes eu já não fui xingada no meio da rua por meninas que eu nunca vi na vida? É melhor se acostumar. Bom, não foi só pra isso que te liguei.. Que tal uma noite só das garotas? Eu, você e a pra comemorar o novo casal? - pediu.
- Não posso amiga, tenho que trabalhar amanhã! - explicou.
- É só um pouquinho, prometo que você estará em casa as 11 em ponto! - falou com uma voz de súplica.
- Ai, tá bom, tá bom. - cedeu.
- As 8, ok? - perguntou.
- Ok, beijo.
- Beijo. - E elas desligaram.
correu até seu quarto e abriu o armário. Olhou bem para aquele monte de roupa que tinha empilhadas em cabides e simplesmente não conseguia encontrar uma que a agradasse nesse momento.
- Humm.. - Murmurou passando os cabides. Escutou Simba entrar em seu quarto. - O que eu visto, Simba? - perguntou ao cachorro como se ele fosse responder. Mas não se pode duvidar desse cachorro, ele era mais inteligente do que muita gente e jurava que ele era um cão reencarnado. Ele foi até perto dela e empoleirou no armário puxando uma calça jeans bordada na perna e largou no chão. Depois agarrou uma regata lilás. pegou as roupas do chão.
- Eu nem lembrava que tinha isso! - Ela exclamou sorrindo. - Obrigada. - E passou a mão no topo da cabeça de Simba que latiu.
Foi o tempo de se trocar, arrumar o cabelo, maquiar e escovar os dentes para interfonar. Então, ela desceu.
- Quem é a nova comprometiiiiiiiiiiida? - zoou quando ela entrou no carro.
- Eu, eu, eu. - começou a apontar para si freneticamente o que fez rir.
- Vamos, ainda vou passar na . - disse e acelerou.
Depois de pegarem , elas se dirigiram a um pub bem no centro de Londres e um lugar bem movimentado.
- Ali. - apontou para uma mesa vazia quando elas entraram.
- O não queria me deixar vir. - comentou quando as três estavam se sentando. - Disse que nós íamos a uma boate ver gogoboys. - E elas riram.
- Nós podemos ir ainda. - brincou fazendo uma voz maliciosa que fez elas rirem de novo.
- Que ótimo exemplo vocês são, hein? - brincou também.
- O não fez nenhuma objeção, disse que ia ver futebol na casa de alguns amigos então. - também comentou.
- Ah, eu mandei o ficar lá em casa sossegadinho até que eu voltasse. - contou e elas riram novamente. Um garçom se aproximou delas.
- O que as belas moças vão querer? - O cara parecia o irmão gêmeo do Tom Cruise, o que fez elas darem risinhos.
- Tônica. - As três responderam juntas e ele anotou.
Continuaram a conversar, sobre o casamento de , sobre coisas inúteis e mais um pouco. Até que um outro garçom, esse mais velho, interrompeu.
- Os senhores daquela mesa.. - E ele apontou para uma mesa há uma pequena distância. - Pediram para entregar isso a vocês. Elas deram risinhos novamente e abriram o guardanapo que dizia:
"Acho que estou em um filme de contos de fadas, porque vocês são as princesas mais lindas que já vi."
- Huuuuuuuum. - falou rindo com as outras e olhando de canto de olho para os caras. Eram quatro. Um loiro de olhos verdes e o cabelo arrepiado. Outro com os cabelos pretos e grandes, e os outros dois de cabelos castanhos e sorrisos encantadores.
- Queria ser solteira numa hora dessas. - choramingou e viu as amigas olharem com repreensão pra ela. - O quê? Eu amo o , mas esses caras são os filhos do Brad Pitt, Hugh Grant, Leonardo DeCaprio, Orlando Bloom..
- Calma amiga. - disse. - Eu escrevo.
"Essas princesas já têem príncipes, desculpe." Lívia escreveu e pediu para que um garçom levasse para eles.
De repente, a musiquinha do Star Wars começou a tocar e abriu sua bolsa para atender o celular.
- Alô?
- , onde você está? - Era . Não podia dizer que tinha saído com as amigas sendo que ela mesma havia "expulsado" ele de sua casa por causa do trabalho. - Liguei na sua casa, mas ninguém atendeu.
- Eu estou.. no.. na.. - começou a gaguejar e as garotas entenderam quem era. começou a apontar para si freneticamente e dizer "minha casa". - Estou na casa da . - Ela disse finalmente.
- O que você está fazendo aí? Não disse que tinha trabalho? - parecia irritado.
- Disse, mas é que.. ela me pediu.. pra ajudar a escolher uma coisa do casamento. - inventou e fez positivo com as mãos.
- Tudo bem. - pareceu convencido. - Te vejo amanhã.
- Ok. - E desligou respirando fundo. - Eu não podia dizer a ele que estava aqui. - Explicou às amigas. - Disse que tinha trabalho amanhã e..
- Nós entendemos. - falou. - Afinal, quem nunca mentiu a onde estava pro namorado?
- Omitiu, amiga, omitiu. - corrigiu e elas riram.

Ao decorrer da semana, tudo estava perfeitamente normal. e se falavam sempre que podiam, o que não era todo dia, já que tinha seu trabalho e vivia trancado no estúdio com o resto da banda compondo as músicas para o novo CD.
"Motion In The Ocean?" exclamou surpresa quando, em uma ligação, contou a ela o nome que haviam escolhido para o CD. Mas depois, para acalmá-la, prometeu compor uma música só pra ela, que ficou roxa de vergonha.
Era sexta-feira a tarde e ainda se encontrava no trabalho, quando o telefone de lá tocou.
- Peterson Projetos de Arquitetura, boa tarde. - Ela atendeu.
- Amiga. - reconheceu a voz de , ela parecia estar chorando. - Preciso que você venha pra cá, logo que sair do trabalho.
- , o que.. o que aconteceu? - perguntou assustada.
- Não dá pra dizer agora, só preciso que você venha pra cá. - disse numa voz mansinha.
- Ok, logo que terminar aqui eu vou. - falou, e com um "obrigada" de , elas desligaram.
terminou todo seu trabalho o mais rápido que pôde. Saiu do trabalho pronta para chamar um táxi, mas viu encostado em seu carro, esperando.
- Hey. - Ele disse indo ao seu encontro, mas colocou as mãos em seus ombros e virou o rosto.
- Rápido , eu preciso ir na casa da urgente. - Ela disse se desvencilhando dele e indo até o carro.
- Nossa, eu tive um dia duro de trabalho e é isso que eu recebo? Ordens? - falou irritado e se negou a ir até o carro.
- Ai, desculpa. - foi até ele e o encarou com uma cara que pedia desculpas.
- Hmmm... - fez, fingindo estar pensando e riu dele. Entrelaçou seu braço no pescoço dele e o beijou. Mas logo partiram o beijo, sabendo que tinha que ir até a casa de .

Capítulo 12

foi o mais rápido que pôde, mas o trânsito parecia não estar colaborando. Porque sempre que estamos com pressa os sinais insistem em estar fechados?
- Anda.. - murmurava a cada cinco minutos.
- Calma babe.. - colocou a mão sobre a perna dela. - Tem uma droga de presidente austríaco na cidade.
- E viva a Lei de Murphy. - levantou os braços num sinal de comemoração irônica. Sua paciência estava começando a se alterar.
Dez minutos se passaram e eles finalmente estavam tocando a campainha do apartamento de .
- , me desculpa.. O trânsito.. tava horrível e.. - começou a se desculpar quando viu abrir a porta. A garota estava com uma cara horrível e parecia ter chorado muito. Ela abriu a porta, apenas fazendo um sinal para que os dois entrassem.
estava sentado no sofá passando as mãos belos cabelos, visivelmente preocupado. e também estavam lá e pareciam preocupados também.
- O que aconteceu? - começou a ficar preocupado também com a feição dos amigos e sentou ao lado deles. e apenas balançaram a cabeça.
- É a minha avó.. - começou com uma voz muito baixa e a encarava. - Sofreu uma parada cardíaca e está internada na Irlanda..
- .. - disse sentindo a dor da amiga.
- Ela era uma das melhores coisas que eu tinha, amiga.. Sempre tão bondosa e gostava tanto de mim.. - contou. - Ainda posso me lembrar como se fosse ontem, eu e minha irmã íamos todas férias de verão pra Irlanda visitar ela. Minha irmã nunca ligou muito pros meus avós, mas eu simplesmente adorava eles, principalmente a minha avó.
- Era pra gente estar indo pra Nova York agora. - disse olhando para os pés.
- É, mas eu preciso ir pra Irlanda com os meus pais hoje ainda.. E já está tudo reservado em Nova York, as passagens compradas, o hotel.. Nós não sabemos o que fazer! - olhou para pedindo ajuda. Então ela se levantou ficando de frente para .
- Pode ir para a Irlanda com seus pais, amiga e dar todo o apoio que sua avó precisa.. Eu vou para Nova York no seu lugar. - disse firme. - E prometo escolher o melhor vestido de noiva que eles tiverem, afinal nós temos o mesmo manequim mesmo e.. - nem pôde continuar a falar quando a abraçou forte e começou a agradecer.
- É a idéia perfeita! - Ela dizia chorando de alegria.
- Quer dizer, que nós.. - apontou para ele e . - Vamos para a Nova York juntos?
- Você vê uma saída melhor, gênio? - o encarou.
- Eu vou também. - se pronunciou.
- Ah não vai não. - disse. - O já está indo, precisamos de mais uma cabeça pensante além de mim para terminarmos esse CD no prazo pedido.
- Ah claro, e o não conta não? - olhou para irritado.
- Eu disse, cabeça pensante. - repetiu devagar e levou um tapa de que emburrou.
- Além do mais, é alta temporada .. - disse. - Você nunca vai conseguir uma passagem para hoje em tempo, e nem um quarto no hotel.
- Está decidido! A vai para Irlanda com os pais e fica o tempo que precisar até a vó dela se recuperar e eu e o.. .. vamos para Nova York comprar o vestido e o terno, certo? - olhou para todos que afirmaram com a cabeça, todos menos . - Não está bom para você ?
- Que seja. - E saiu da sala indo para a cozinha.
- Não é sua culpa, acho que ele esperava realmente uma viagem para nós dois. - comentou com .
- Bom, então eu vou pra casa fazer as malas, encontramos no aeroporto daqui uma hora, ok? - olhou para que afirmou. Ela e saíram da casa de .
olhou para os garotos que fizeram um gesto para que ela fosse até a cozinha falar com , e ela foi.
- ..
Ele bebia um pouco de água de frente para a pia, não olhou pra ela, simplesmente disse:
- Era para ser nós dois..
- Eu sei, , mas você tem que entender o meu lado.. Você acha que eu estou feliz de ir para Irlanda ver minha avó numa cama de hospital ao invés de passear em Nova York com você? É claro que não! - pôs uma mão no ombro dele que virou. - Faz esse esforço por mim? Talvez essa viagem seja até boa pra vocês dois, talvez passando mais tempo juntos vocês parem com essa coisa idiota de se odiarem.
- Não , eu vou para Nova York com a , agora não me peça para ser legal com ela. - afirmou.
- Tudo bem, eu não estou te pedindo isso, só estou comentando que.. - Ok, eu entendi. - beijou a testa dela. - Vamos, preciso passar em casa e pegar as malas.

Em uma hora, mais ou menos, vinha arrastando uma mala de carrinho e segurando uma frasqueira e em seu encalço com outra mala de mão. Avistaram os amigos sentados esperando por eles.
- O vôo está marcado pra que horas? - perguntou a quando finalmente os alcançaram.
- 7:30. - disse olhando nas passagens.
- Ótimo, temos 15 minutos. - comentou.
- São três dias, não é como se a gente fosse morar lá! - apontou para as malas de .
- Eu sei, mas são prioridades femininas. - Ela respondeu irritada.
- Desde que eu não tenha que carregar.. - levantou os ombros.
- Não precisa se preocupar. - cerrou os olhos pra ele. - Eu vou comprar uma revista. - Dizendo isso ela foi até a banca mais próxima.
- Eu vou fazer o check-in - disse e saiu em direção o balcão.
- Hey man, você tem certeza que isso vai dar certo? - perguntou para .
- Sinceramente? - olhou pra ele. - Não.. Mas estou fazendo isso pela .
deu tapinhas no ombro do amigo. Sabia que aquela viagem não ia ser facil pra ele. Por mais que gostasse de e a achasse uma pessoa maravilhosa, ela insistia em não gostar de e vice-versa.

- Pronto. - voltou com uma revista de cinema e uma de moda na mão.
"Vôo 325 - Destino: Londres - Nova York. Favor comparecer ao portão de embarque." A voz da mulher ecoou pelo aeroporto.
- Bom, é o vôo de vocês. - disse olhando os dois. pegou suas malas e foi até .
- Fica bem tá? Eu vou tirar fotos dos vestidos e te mandar por mensagem, ok? - falou pondo uma mão no ombro de que fez sim com a cabeça. Virou-se para .
- Me liga quando chegar lá. - Ele disse simplesmente olhando ela com um olhar vago.
- Pode deixar. - E encostou os lábios nos dele.
- Dá pra ir ou vamos ter que perder o vôo? - estalou os dedos perto deles. e se soltaram rapidamente.
- Então, tchau. - disse acenando para e , enquanto se afastava com .
- É ali. - apontou para o portão de embarque.
- Ótimo. - entrou na frente e arrancou um "heey" dele. Andaram por todo free shop, até chegar no túnel que ligava ao avião.
- , você está me esmagando com essas malas. - dizia fazendo manobras para andar dentro do avião com a garota e todas aquelas malas.
- Sinto muito. - Ela disse virando para ele e fazendo uma cara de quem não sentia muito. - É aqui o meu lugar.
- Não, esse é o meu lugar. - tentou entrar na frente dela. - Eu vou ficar na janelinha.
- Ah não vai mesmo. Não tá vendo? Cadeira 37A.. É a minha. - disse esfregando o bilhete na cara dele. - Com licença. - Ela disse a um homem enorme que ocupava a cadeira do meio. - Você pode sentar aí mesmo.
- Ótimo. - sentou na cadeira do outro lado do homem.
- Ótimo. - olhou a ultima vez pra ele e abriu a revista.
- Você não quer se sen.. - O homem que estava no meio começou a falar para .
- Não. - e disseram juntos e o homem fez uma cara de "ok, tudo bem."
Uma hora de vôo havia se passado. continuava a ler sua revista e batucava em sua perna, cantarolando alguma coisa.
- Quer parar com isso? - disse irritada para que começou a batucar e cantarolar mais alto.
- E se eu não quiser? - Ele perguntou desafiante.
- Não tem coisa melhor pra fazer, não? Toma, leia essa revista. - tacou a revista em cima da barriga do homem.
- Bebida senhor? - A aeromoça ofereceu para .
- Energético, por favor. - respondeu e a aeromoça trouxe a latinha.
Tentou puxar o lacre, mas estava realmente fechado. olhou pra ele.
- Quer ajuda?
- Não.
- Me dá isso aqui, , você não sabe nem abrir uma latinha. - puxou a latinha da mão dele, mas ele continuou segurando na altura do rosto do homem que estava no meio deles.
- Não, eu sei abrir.. só está.. bem fechado. - disse puxando para o seu lado e puxando para o dela. De repente a latinha estourou, jorrando energético na cara do homem.
- Vocês tem problema? - Ele disse limpando o rosto. - Vou deixar vocês se matarem. - E saiu da poltrona.
- Viu o que você fez? - jogou a latinha vazia em .
- Eu né? - cruzou os braços. Ia ser uma longa viagem.

"Vamos aterrissar em alguns minutos, por favor, coloquem o cintos." A voz da aeromoça falou. Estava quase amanhecendo. 10 horas de viagem haviam se passado. estava dormindo encostada na janela e.. por incrível que pareça, estava sentado na poltrona do lado dela e deitado em seu ombro, dormindo.
Ela abriu um olho após ouvir o comunicado da aeromoça. Estava com a cabeça doendo, por dormir tanto tempo encostada na janela. Sentiu um peso em seu ombro e virou para ver o que era. Deu de cara com de boca aberta e dormindo profundamente. O que ele estava fazendo ali afinal? Era muito folgado mesmo!
- .. - chamou falando baixo. Ele nem se mexeu. - ! Pára de babar no meu ombro! - Ela então, gritou.
- Hã? Que? Já chegamos? - levantou a cabeça rápido, com a cara amassada e olhou para .
- Já. - Ela respondeu simplesmente.
- O que eu estou fazendo nessa poltrona? - Ele perguntou passando a mão pelos cabelos, finalmente tendo noção de onde estava.
- Eu também gostaria de saber, e porque você estava dormindo em cima do meu ombro. - o encarou.
- Eu não estava dormindo em cima do seu ombro. - se defendeu. - Porque eu ia querer fazer isso?
- Não sei, tente se lembrar o motivo que o fez fazer isso ontem a noite. - disse. - Anda, nós estamos aterrissando.
Então, logo que aterrissaram na belíssima Nova York, eles desceram e pegaram um taxi até o hotel onde tinham reservado.
- Por favor.. - chamou a atenção do recepcionista do hotel, batendo em um sininho. O hotel estava uma bagunça de gente entrando e levando malas pra todo lugar. - Está reservado um quarto no nome de ..
- Desculpe. - O homem disse sem olhar pra ela. - Todos as reservas foram suspendidas. Temos uma conferência da ONU hoje e o hotel está todo reservado para os embaixadores.
- Mas, eu tinha uma reserva. - protestou.
- Isso mesmo, senhorita, você tinha. Agora peço por favor para se retirar, estamos muito ocupados. - O homem pediu educadamente. olhou para com uma cara de "faz alguma coisa".
- Olha, eu sou .. do McFly. - chamou a atenção do homem.
- Hmm.. Nunca ouvi falar. - O homem respondeu já perdendo a paciência.
- Como não? - entrou na frente de . - Eles são a banda mais famosa do Reino Unido.
- É, no Reino Unido, mas nos Estados Unidos eles não são. Agora podem se retirar? - Ele indicou a porta e puxou sua mala bufando.
- Ótimo, o que vamos fazer agora? - entrou na frente dela e a fez parar.
- Se vocês pelo menos fossem conhecidos aqui, mas não, nem pra isso você serve. - disse irritada.
- Eu não tenho culpa se os americanos não sabem apreciar boa música. - falou irritado também.
- Me desculpem. - Um outro homem que parecia bem confuso interrompeu os dois. - Vocês são os embaixadores da Escócia?
olhou para . Estavam pensando a mesma coisa. Então, com um sorriso no rosto respondeu.
- Somos nós mesmos. Ele é o embaixador, eu sou a esposa dele. - entrelaçou seu braço no de .
- Vocês são muito jovens.. Mas tudo bem, me disseram que os embaixadores da Escócia se pareciam com vocês. - O homem tirou uma chave do bolso. - Aqui está a chave da suíte presidencial de vocês.
esperou o homem se afastar para comemorar. Mas a interrompeu.
- Vamos antes que os verdadeiros embaixadores da Escócia apareceram. - empurrou para o primeiro elevador que viu.
Eles abriram a porta do quarto e deram de cara com o melhor quarto de hotel do mundo. Uma cama gigantesca, um banheiro com banheira de hidromassagem, uma cozinha, uma sala de jantar, uma sala de tv e etc..
- QUE LIIIIIIIIINDO! - gritou pulando na big cama. largou suas coisas junto com as dela e ligou a tv da sala.
- Tivemos sorte. - Ele disse tirando a camisa e colocando em uma cadeira. levantou para encará-lo e sentiu suas bochechas ficarem muito quentes. Demorou o olhar no corpo do garoto. Mas depois balançou a cabeça rápido.
- A onde você vai? - perguntou, mas depois percebeu que ele começou a tirar as calças. - Hey, eu ainda estou aqui! Dá pra se vestir?
- Qual o problema? Nunca viu um cara de samba-canção? - virou-se para ela semi-nu. tampou os olhos.
- Eu não sou obrigada a ver isso. Anda, entra nesse banheiro logo. - apontou para o banheiro, ainda tampando os olhos com a outra mão. riu e entrou.

Capítulo 13

Depois de algum tempo, começou a ouvir um barulho, parecia que estava cantando uma coisa assim:
"1,2,3.. Take my hand and come with me, because you look so fine that i really wanna make you mine.." Era ele cantando mesmo, e a voz dele era simplesmente..
- Bonitinha. - disse sem muita emoção, baixinho pra ela mesma. Afinal, ela nunca tinha parado pra pensar nas qualidades dele, já que de acordo com ela, ele só tinha defeitos. Mas a voz dele era realmente bonita, ele sabia cantar afinal!
"I say you look so fine and I really wanna make you mine.." saiu do banheiro, apenas enrolado em um toalha e tentando secar os cabelos, mas ainda cantando
- "Oh, 4, 5, 6 come on and get your kicks, now you don’t.. Que foi? - Ele olhou para ela que o encarava meio sem rumo.
- Nada. - deu de ombros. - Só que você está machucando meus tímpanos. - Mentiu. Porque não conseguia admitir?!
- Desculpa se seus ouvidos não gostam da minha voz, mas esse quarto pertence a nós dois e eu posso cantar se eu quiser. - disse voltando para o banheiro.
- Ótimo, então quer que eu trace uma linha para dividir nossos lados? - levantou e foi até a porta, encostando no batente.
- Não, não precisa. Desde que você pare de ser tão incoveniente. - virou-se para encará-la.
- E você pare de ser tão arrogante. - E ela deu as costas pra ele. bateu a porta.
- Idiota. - falou mais baixinho sentando na cama e cruzando os braços.
Dois minutos depois, saiu do banheiro, já vestido.
- Vou ver se consigo alugar um carro lá em baixo. - disse saindo do quarto.
bufou e entrou no banheiro. O cheiro dele estava empregnado no banheiro todo e parecia uma sauna de tão abafado que estava. Abanou o ar tentando se livrar daquela fumaça e daquele cheiro, mas não podia negar que o cheiro dele era respirável e.. Pera aí "O que eu to fazendo?", falou para si batendo na testa. Tinha que parar de perceber as qualidades de , sua voz não era nem de longe bonita e ele era muito menos cheiroso. Ele era arrogante, chato, metido e tudo de ruim que alguma pessoa podia ser. Entrou no banho, pelo menos lá poderia afastar todos os pensamentos que estavam invadindo sua cabeça no momento.

- Consegui. - disse a quando a garota chegou perto dele, já fora do hotel. - Aquele. - E apontou para um conversível.
- Sério que você pagou por aquilo? - arregalou os olhos.
- É claro, ou você queria que eles pensassem que somos embaixadores da Escócia pobres? - falou indo até o carro e pulando pra dentro. abriu a porta e se sentou educadamente.
- Bom, o meu terno primeiro. - disse ligando o rádio e acelerando o carro.
"I'm looking for attention, not another question, should you stay or should you go?.."
- Ah, por favor , Kelly Clarkson não. - apertou o botão para mudar de estação. - Isso, Robbie Williams.
"And through it all.. She offers me protection and a lot of love and affection.."
- Primeiro. - virou pra ela. - Eu aluguei o carro, ou seja, o carro é meu e eu dou as ordens aqui e segundo, eu quero ouvir Kelly Clarkson. - E apertou o botão para voltar na outra estação.
"I waited here for you, like a kid waiting after scho.." Mas apertou o botão de novo e mudou para a estação do Robbie Williams.
"When I come to call she won't me forsa.." E olhou furioso para ela apertando o botão novamente para voltar para a Kelly Clarkson.
"Just walk aw.." Mas apertou o botão também.
"I'm loving an.." E apertou o botão já irritado.
"Do yo.."
"When I'm.."
- Ótimo, você conseguiu estragar. - voltou a atenção para a frente quando percebeu que o botão começara a falhar.
- Eu? Porque não podíamos simplesmente ouvir Robbie Williams? Não iria estragar se você tivesse deixado Robbie Williams tocar. - respondeu cruzando as pernas e olhando para o lado.
- EU QUERIA OUVIR KELLY CLARKSON, NÃO QUERIA OUVIR ESSA DROGA DE ROBBIE WILLIAMS! - berrou e o olhou com uma cara de "ok, tudo bem" e voltou a olhar para o lado.
O resto do caminho até a rua onde ficavam os melhores ternos da cidade, foi em completo silêncio.
estacionou em frente a uma loja, alguma coisa com "for men" e eles desceram. Uma mulher veio logo atendê-los.
- Posso ajudar? - Perguntou a .
- Nós queríamos ver um terno, para casamento. - disse.
- Casamento de vocês? - A mulher ainda perguntou sorridente. olhou de canto de olho para .
- Não, é o casamento dele e de uma amiga minha. - explicou e a mulher entendeu.
- Nós temos várias opções de cores, qual o senhor preferia? - Ela perguntou a que estava olhando tudo com as mãos nos bolsos.
- Não sei, você pode me mostrar um de cada cor. - Ele respondeu indiferente e a mulher acentiu com a cabeça e foi buscar.
- , seja paciente e educado, por favor. - ralhou com ele.
- O que eu estou fazendo? - a olhou cínico e viu ela rolar os olhos.
- Aqui. - A mulher veio com um terno de cada cor, um cinza claro, um cinza escuro, um branco, um preto, um azul marinho, um marrom..
- Esse é lindo. - pegou o cinza claro e empurrou para que foi experimentar.
Alguns minutos depois e ele ainda estava trancado no provador.
- E aí, deu certo? - perguntou batendo na porta. saiu de lá.
- Horrível. - respondeu com as mãos nos bolsos e se vendo no espelho.
- Ficou ótimo em você. - A vendedora disse e concordou.
- , está perfeito. - também disse.
- Eu não gostei, quero aquele com risca de giz. - apontou para um.
Cinco minutos depois.. Não, ele não tinha gostado do de risca de giz, vamos para o preto.
Dez minutos depois.. Não ele tinha odiado como o preto tinha ficado nele, vamos para o azul marinho.
- , esse está PERFEITO! - exclamou levantando de uma cadeira.
- Não. - pegou um outro e entrou no provador. bufou, sentando-se novamente e jogando a cabeça pra trás da cadeira.
Vinte ternos depois, eles saíram da loja de mãos vazias.
Entraram em mais uma loja. experimentou praticamente a loja INTEIRA e nada de escolher um.
Mais uma loja e.. NADA!
Agora ele ia encontrar o terno certo nessa loja, pelo menos , já cansada e com fome, rezou.
Mas NADA que ele gostasse.
- Ótimo , nós vamos entrar ali na Armani e você VAI TER QUE ESCOLHER UM TERNO LÁ. - gritou com ele apontando para a porta da Armani.
- Armani? Aqui tem Armani? Porque você não me disse isso antes? Eu sempre quis um terno da Armani. - E correu pra lá.
Em cinco minutos tinha escolhido o terno que, de acordo com ele, estava justamente esperando que ele o comprasse.
- E vamos ver o vestido. - falou feliz, estava sorrindo muito com seu terno Armani que nem tinha brigado por conseguir arrumar o rádio e por na estação que ela queria.
Bom, já tinha ido a NY umas três vezes e como uma boa intendedora de lojas e de compras, sabia muito bem que o melhor lugar para comprar vestido de noiva era na Barneys, então eles foram até lá.
correu para loja da Channel, os vestidos de lá podiam ser meio caros, mas eram os mais lindos.
Um homem, com uma fita métrica no pescoço e um andar meio questionável, veio até eles.
- Pois não? - Ele olhou de cima a baixo. A menina percebeu e ficou envergonhada.
- Queríamos ver um vestido, não tão glamuroso e nem tão simples.. No ponto. - disse a ele.
- Temos o que você precisa. - O estilista saiu andando e entrou em uma porta.
- Tem certeza que quer comprar um vestido dele? - sussurou para rindo. Ai, era tão machista!
Ele voltou trazendo um vestido do jeito que tinha descrito. Era branquíssimo e tomara que caia, alguns detalhes deixavam o decote muito bonito. Tinha uns bordados espalhados pelo vestido que ia até o pé. o olhou maravilhada, parecia até que era ela quem ia casar. Pegou o vestido e entrou no provador.
Minutos depois ela estava saindo do provador já com o vestido e os cabelos soltos. Havia ficado perfeito nela.
- E então? - pôs as mãos na cintura encarando que demorou o olhar no corpo dela com aquele vestido. - ? - estalou os dedos pra ele.
- Hã? Ah por favor você.. você.. - gaguejou, tentando procurar um defeito nela, e apontando para o busto da garota. - Você tem pouco peito, não vai dar na .
o olhou indignada. - Obrigada! - Exclamou, com a raiva subindo a cabeça e olhou para o chão. - Porque você não escolhe, então? EU SÓ ESTOU TENTANDO AJUDAR! - E ela entrou correndo no provador novamente.
- Você devia saber, mulheres não gostam que as chamem de sem peito. - O estilista comentou e respondeu mal-educado, o que fez ele sair andando indignado.
saiu do provador sem nem olhar pra trás, saiu da loja, abriu a porta do carro e sentou cruzando as pernas e os braços. correu até ela.
- O que foi? - perguntou sem olhá-lo. - Vá achar uma Pâmela Anderson para experimentar o vestido pra você.
- Ok. - se deu por vencido. - Me.. Me.. - finalmente o encarou. - Me desculpe, eu não deveria ter dito isso pra você daquele jeito e..
- Tudo bem , não precisa ficar aí que nem um idiota tentando se explicar. - , pela primeira vez, sorriu pra ele, que também não conteve o sorriso.
- Anda, eu juro que não falo mais dos seus peitos. - beijou os dedos em cruz. deu um soquinho em seu ombro. - Heyyy! - Mas ela havia saído correndo. foi atrás.
entrou em mais 5 lojas. Gastaram a tarde procurando o vestido, mas não acharam o perfeito. Haviam tirado fotos de muitos para mandar pra e ela poderia escolher. Mesmo prometendo, não tinha economizado em por defeitos. Tá bom, teve alguns que ele soltou um "ficou legal em você" ou "acho que a vai gostar desse" ou ainda "Quando você casar com o , lembre-se de comprar esse vestido."

Por incrível que pareça, quando eles voltaram, nenhum embaixador da Escócia havia vindo reenvidicar o quarto, provavelmente tinham ficado presos nos aeroportos.
Eram 6:30 e estava desmontada na cama, dormindo como uma pedra. comia alguma coisa do frigobar e via uma partida de baskete.
Ouviu um barulho e pensou que tinha acordado. Olhou pra ela e percebeu que a menina tinha apenas trocado de lado, virado para o lado em que ele estava.
Esqueceu do baskete e começou a assistir dormir. Realmente, parecia tão indefesa quando estava dormindo. O colo da garota subia e descia numa respiração calma. Mas alguma coisa na tv, o chamou a atenção. Afinal, o que ele estava fazendo? A última pessoa na face da Terra que ele poderia estar admirando era.. era.. ! "Eu só estava olhando pra ela, nada de mais." Ele disse pra si mesmo, até porque ele era homem e estava sendo obrigado a passar três dias na compania de uma única mulher, era normal ele ter essas hmm.. recaídas.

Capítulo 14

tinha insistido, quando acordara, que eles deviam sair.. Afinal, tinham tido um dia cansativo e mereciam se divertir. A contra gosto, aceitou sair e foi se trocar enquanto disse que ia perguntar alguma coisa na entrada.
A garota olhou pela janela e viu que era uma noite linda, o céu estava estrelado e nada parecia estar quieto em Nova York num sábado a noite. Queria estar a altura de uma noite em NY, então pegou a sacola onde tinha comprado algumas roupas e colocou uma calça bem justa preta e um escarpan da mesma cor e tentou, sem muito sucesso, fechar um vestido curto roxo.
entrou no quarto e ouviu alguns resmungos vindos do banheiro.
- Que aconteceu? - Perguntou à que estava de costas para ele, tentando fechar o zíper emperrado do vestido.
- Essa.. droga.. de.. zíper.. não fecha! - desistiu e segurou o vestido na frente, deixando suas costas nuas a mostra. apenas ficou olhando pra ela. revirou os olhos. - Dá pra me ajudar? - Ela andou de costas até ele.
Ele encarou alguns minutos as costas nuas da garota, e então devagar puxou o zíper pra cima.. fechando o vestido.
- Hmm.. Obrigada. - Ela disse se virando e balançou a cabeça, num sinal de tudo bem.
Eles foram até um bar de jazz. dizia que era um dos melhores lugares para se divertir, também de acordo com o balcão de informações do hotel. Encontraram uma única mesa de frente para um pequeno palco onde um homem tocava jazz no piano.
não estava totalmente confortável ali, aquilo parecia mais um encontro ou alguma coisa do tipo. Tentou por sua melhor cara de "está tudo bem" no rosto e apenas aceitou que estava saindo pra se divertir com o noivo da sua melhor amiga.
- O que você quer? - perguntou sem olhar pra ela.
- Água. - respondeu simplesmente.
- Vamos, , água você bebe no hotel.. o que você quer? - repetiu. levantou uma sobrancelha e revirou os olhos. - Ótimo então. - chamou uma garçonete próxima e pediu uma bebida e a água.
O silêncio reinava na mesa, a não ser pelo barulho dos copos e por batucar com os dedos na mesa.
- Tudo bem, vamos fazer vira-vira. - quebrou o silêncio e o olhou sem entender. pediu alguma coisa para garçonete e logo ela veio com dois copinhos de tequila.
- Eu não vou beber isso. - disse.
- Então, você admite que é fraca? - a olhou, com a sua típica cara de convencido.
- Eu não preciso provar pra você se sou fraca ou não. - cruzou os braços e olhou pro lado.
- Fraca, fraca, fraca. - imitava uma galinha. sentiu a raiva subir a cabeça, era incrivel como ele tinha esse dom.
- Me dá isso aqui. - agarrou o copinho de tequila e sorriu vitorioso.
- Um, dois.. TRÊS! - gritou e virou de uma vez a tequila. deu um golinho e sentiu a bebida descer queimando.. Colocou o copo com um resto da bebida de volta na mesa.
- Isso é horrível. - fazia caretas enquanto pegava sua água.
- Horrível é a derrota, não é? - sorriu.
- Eu não estava.. preparada. - inventou. A verdade é que nunca tinha bebido tequila na vida e essa fora a pior experiência, mas não ia se dar por vencida. - Peça outra.
fez uma cara de "ok, você que manda." e pediu mais dois copos pra garçonete.
- Um, dois, TRÊS! - virou de novo toda a bebida de uma vez. dessa vez também virara, mas terminara primeiro. - Eu sou o rei do vira-vira. - Ele colocou as mãos atrás da cabeça e sorriu.
Alguns vira-viras depois, os dois já estavam bem alegrinhos..
- Anda, vamos dançar. - convidou. gargalhou.
- Não, eu estou de salto. - Disse ainda rindo.
- Tira. - deu de ombros. olhou para o pé, então tirou o escarpan e levantou aceitando a mão de .
O homem ainda tocava jazz no piano, mas agora era um jazz mais rápido. e foram para o meio da pista e começaram a dançar animados. Eles seguravam as mãos e iam mexendo as pernas no rítmo, sem parar de rir. segurou uma mão de e depois ela girou e caiu nos braços dele.
- , não me gira, eu to tonta. - dizia rindo ainda nos braços dele. sorriu quando a música acabou. Ajudou ela a se levantar e uma música de jazz lento começou a tocar. pôs a mão na cintura dela, que pôs a mão em seu ombro, e começaram a dançar devagarzinho. apoiou o queixo no ombro de deixando ele guiá-la.
- "Someday when I'm awfully low, when the world is cold.." - começou a cantar junto com a música no ouvido de , que riu.
- Não sabia que você era fã de Billie Holiday. - disse ainda rindo.
- Tem muitas coisas que você não sabe sobre mim. - falou sussurrando e voltou a cantar de uma maneira histérica. - "Oh, but you're lovely.. with you smile so warm.."
parou de rir imediatamente quando ouviu o que falou. O que exatamente ele queria dizer com "tem muitas coisas que você não sabe sobre mim?". Pensou por um momento em perguntar, mas estava preocupado em cantar e bêbado demais para falar coisa com coisa. Então riu de novo com a horrível imitação da voz da Billie Holiday que acabara de fazer.
- Pára , a Billie Holiday não deve estar gostando nada disso. - dizia rindo e ele continuava cantar.
- "There is nothing for me, but to love you.. - sussurou. - Just the way you look tonight."
Eles voltaram para mesa rindo, enquanto ainda cantava alguns trechos da música.
- Se você não parar de cantar.. - falou sem olhar pra ele, abrindo sua bolsa e pegando o celular para checar que horas eram. Viu algumas chamadas não atendidas de . - O me ligou.
- Liga de volta. - deu de ombros como se fosse óbvio. Quando ia fazer isso, o celular tocou.
Ela ouviu uma barulheira do outro lado da linha, mas ninguém falava.. parecia ser uma boate, pois dava pra ouvir música no fundo.
- .. é você? - tampou o ouvido e falou ao telefone. Mas sem a outra linha falar nada, desligou. Ela ficou olhando para o telefone sem entender.. era o número de , mas porque ele não tinha falado nada e porque aquela barulheira toda?
- O que foi? - perguntou vendo encarar o telefone.
- Ele não falou nada, só fi.. - Mas não terminou de falar quando o telefone tocou de novo. - Alô? - Ela disse numa voz alta, tampando o ouvido de novo.
- ? - Era . sabia que não era aquela a voz normal dele e sim uma que ela reconheceu do dia em que ele chegou bêbado a casa de .
- .. pelo amor de Deus, a onde você está? - gritou ao telefone já preocupada.
- , eu só.. estou te ligando.. pra falar que eu.. que eu.. - gaguejava, parecia estar fora de si.
- Fala . - gritou de novo, mais nervosa que o normal.
- Que eu.. não gosto de você. - completou. - É isso.. é isso que eu.. queria dizer, eu.. eu.. estou com uma garota aqui e.. o nome dela é, é.. qual é seu nome mesmo? - Ele perguntou para alguém do seu lado.
- , você está bêbado e não sabe o que está dizendo. - continuava a gritar.
- Não estou bêbado! - também gritou. - Porque.. todo mundo insiste.. em falar isso? Eu estou.. bem.. e precisava dizer isso.. eu não.. gosto de você, tudo aquilo foi só.. sei lá, uma diversãozinha.. nada do que.. do que.. eu disse era verdade! - Ele falou. Por mais bêbado que uma pessoa estivesse, não falaria uma coisa dessas.. não podia.
- É mentira! - berrou. agora estava preocupado com ela. - Você não sabe o que está dizendo , você não é assim.. eu sei, você nunca falaria isso pra alguém.. eu não acredito nisso! Isso tudo é mentira! - gritava ao telefone, agora chorando.
- Não é mentira.. o que eu disse.. a você era mentira. - tinha uma voz horrível de quem estava muito bêbado, mas ainda assim falava firme. - Eu não.. eu não.. gosto de você.. entenda isso. - E desligou o telefone.
tirou o aparelho devagar do ouvido, processando cada palavra que acabara de dizer. Era mentira, só podia ser! Ele estava bêbado!
- , o que.. - começou e olhou para ele, as lágrimas escorrendo. Jogou o celular dentro da bolsa, pegou o casaco e saiu correndo em direção a porta, saindo do bar. - Hey, espera!
Ela correu muito por uma avenida. Corria sem saber onde estava e só queria um lugar para ficar sozinha. Ouvir aquilo da boca de era horrivel, era o suficiente para fazê-la derramar lágrimas. Avistou uma ponte que ligava a avenida em que estava a uma outra, correu até lá. Apoiou os braços na ponte e colocou o rosto nas mãos, chorando.
Ficou algum tempo ali, até que ouviu uma respiração arfante do seu lado, alguém que tinha corrido muito.
- Você corre, hein? - disse ofegante, se apoiando nos joelhos.
enxugou o rosto, ele não podia ver ela naquele estado, mas continuou olhando pra frente.
- O que aconteceu? Você.. - começou a falar mas foi interrompido por um suspiro de . Se postou ao lado dela e ficou olhando para frente como a garota.
- Não aconteceu nada. - disse simplesmente, sentindo que as lágrimas não conseguiam cessar.
- Como não aconteceu nada? Me fala, as vezes eu posso ajudar, eu..
- , você não pode ajudar. - afirmou, olhando pra ele pela primeira vez. - Não sei nem porque você está se metendo nisso.
pensou em responder, pensou em dizer que estava preocupado.. por mais que odiasse , não desejava mal a ela e não queria ver ela chorando.
- Porque agora é minha vez de ser o intrometido! - falou encarando ela fundo.
- Não, não é. - virou o rosto.
- Pelo menos olha pra mim. - disse agora mais baixo.
- Eu não posso, não consigo. Você está me fazendo sentir pior! - virou o rosto para olhar para ele, dizendo essa última frase.
olhou o rosto da menina lavado por lágrimas. - Me fala!
- Pára de se intrometer na minha vida. - saiu de perto dele, mas foi atrás e segurou seu braço.
- Ótimo, não quer que eu me intrometa? Eu não vou me intrometer! Agora não venha me pedir ajuda depois, guarde essa tristeza toda pra você. - disse rápido.
- Eu não preciso da sua ajuda. - respondeu pra ele e puxou seu braço.
- Ótimo. - falou e virou de costas, pondo as mãos nos bolsos.
- Ótimo. - Ela também falou e ficou de costas para , cruzando os braços.
Alguns microsegundos depois, ouviu voltar a chorar. De repente, sem ele não conseguir nem processar, deu um abraço nele.. um abraço tão apertado que ele conseguiu sentir o coração dela bater acelerado.
- O .. ele.. disse.. que não gosta de mim. - falou devagar abafada pelo abraço e com voz de choro.
arregalou os olhos. - Ele não disse isso.
- Disse, . - soltou-se dele. - Disse com todas as letras.. Ele estava bêbado e podia estar falando da boca pra fora, mas ouvir aquilo doeu muito. - Ela explicou com um olhar triste.
Ele ficou com pena dela, dava pra sentir a tristeza da garota. Ele não podia deixar ela ficar daquele jeito, precisava dizer algumas palavras confortadoras, mas nenhuma vinha a sua mente no momento.
- , acho melhor a gente voltar para o hotel.. Lá você esfria a cabeça, toma um banho..
- Não, eu não quero. - respondeu.
- Porque? - a olhou estranhando.
- Não sei, só sei que quero ficar aqui.. Até tudo isso passar.
- Você não pode ficar no meio de uma ponte, , você..
- Posso sim e é isso que eu vou fazer. - falou sentando e encostando as costas na ponte, abraçando as pernas.
- Tudo bem, então eu vou ter que ficar aqui com você. - agachou e sentou do lado dela.
- Não, você não precisa. - encarou ele.
- Preciso sim. - também encarou-a.
- Porque você está fingindo que se importa comigo? - perguntou franzindo a testa.
pensou e então resolveu que devia mesmo falar tudo.
- Porque, apesar de você achar que eu sou um ridículo sem coração, e eu te achar metida, chata, mandona, que só veio pra arruinar minha vida com a , eu acho que, no fundo, eu ainda gosto um pouquinho de você. Você consegue ser legal com os outros, eu acho, afinal, o não estaria morto de amores por uma pessoa só com defeitos, né?
não sabia se expressar, continuou olhando para com a testa franzida. Até que resolveu, então, responder a altura.
- Ah, falou o gentilzão né? , você fala de mim, mas você é bem pior! Sério, pra falar a verdade, eu acho que a só tá com você por razões libidinosas. - Mentiu. Queria fazer pensar que podia ter outro a qualquer hora!
- É o quê, ? Eu aqui todo sendo bonzinho com você, tentando te ajudar e você vem e começa a falar grego comigo? - se levantou rápido sem parar de falar.
- Eu não tô falando grego, . - também se levantou e começou um briga frontal.
- Ah, é? Então o que é libi-num sei o quê aí que você falou? - levantou a sobrancelha.
- Procura no dicionário, mulinha! - falou fazendo movimentos exagerados.
- Tá me chamando de burro?
- E se tiver? - cruzou os braços.
- Você não perde por esperar, ! - apontou o dedo na cara dela.
- Hum. O que você pode fazer comigo? - levantou uma sobrancelha e deu as costas pra ele, correndo pela ponte.
foi atrás, segurou o ombro da garota e a virou para si.
- Há. Te peguei. - Ele prensou a garota contra a primeira parede que viu.
- Oh, não. Alguém me ajude, me pegou. - Ela falou irônica, fazendo gestos como se pedisse ajuda.
- Eu tô falando sério. Cuidado com o que você fala. Pode ter conseqüências. - Ele estava bem perto do rosto dela.
- Tipo? - cruzou os braços novamente e o encarou.
- Tipo isso. - E ele segurou ela pelos ombros e pressionou a boca dela sobre a sua.
Os olhos dos dois se fecharam involuntariamente. O beijo durou até que empurrou e deu um tapa na cara dele.
- Seu.. seu.. Idiota! Você se aproveitou do momento pra me beijar, é isso? Aproveitou que a não estava aqui e que eu estava triste e bêbada demais pra me importar em beijar o noivo da minha melhor amiga? - gritou. - Eu não sou assim, , eu não faço esse tipo de coisa. Nem nos momentos de maior fraqueza. Não sou...como você! - E ela correu, agora sem tentar impedi-la. Ele ficou parado, repassando o que tinha acabado de acontecer, o que tinha acabado de fazer. Deu um murro na parede onde estava há alguns minutos atrás.

Capítulo 15

desceu do táxi correndo, com as mãos no rosto cobrindo as lágrimas que caíam sem parar. Atraiu alguns olhares de pessoas no hall do hotel, mas não se importou, só queria chegar no quarto e chorar, chorar muito. Com certeza, tinha sido a pior noite da sua vida.
Mas foi parada, pelo mesmo homem que não havia deixado que eles ficassem no hotel.
- Sua garotinha inconveniente. - O homem disse, parecia muito bravo.
- Eu.. eu não quis.. - gaguejou, não sabia o que fazer.
- Ah você quis sim! - O homem falou alto. - Os embaixadores estão ali e querendo seus quartos que foram roubados por vocês! O que meu chefe vai dizer quando descobrir, hein?
- Desculpe, não foi por maldade.. - Mas o homem não deixou terminar.
- Eu devia ligar para a polícia e mandar prender vocês dois! - Ele exclamou e sentiu seu coração parar. - Mas não vou fazer isso, seria pior ainda, mais confusão.. - sentiu seu coração voltar a bater, mais aliviada. - Só quero que vocês tirem suas coisas de lá imediatamente e não apareçam mais aqui! - E ele apontou para o elevador.
subiu correndo até o quarto. Mais essa, onde eles iam ficar?
Começou a arrumar suas coisas, quando a porta foi escancarada por .
- ! - Ele exclamou.
Ela nem olhou para ele, continuou a arrumar suas coisas.
- , o que você está fazendo.. eu..
- NÓS FOMOS EXPULSOS DAQUI! - gritou virando-se para ele. - Agora dá pra calar a boca e arrumar suas coisas?
entendeu, provavelmente os verdadeiros embaixadores da Escócia haviam chegado. Começou a arrumar suas coisas como .
Alguns minutos depois, eles estavam na portaria e colocava suas coisas no carro.
- , por favor, PÁRA DE SER CABEÇA DURA E POE SUAS COISAS DENTRO DESSE CARRO! - gritou para ela.
- Não! - também gritou. - , você acabou com qualquer coisinha que eu podia sentir por você, agora nós não somos nada.. nem conhecidos! Você não entende o que nós fizemos, pra você deve ser normal sair beijando as amigas da , mas eu não sou assim. A foi uma das melhores pessoas que eu conheci, e agora eu traí ela, nós traímos!
- Eu não teria feito nada se você não.. se você não tivesse me provocado! - respondeu. - Eu disse que você devia ter cuidado com as coisas que falava!
- Eu não estava te provocando! Eu estava fora de mim, estava bêbada e triste por causa do e.. - parou ao lembrar dele. O que tinha feito, tinha feito uma coisa horrível com ele também.
- , nós podemos esquecer isso! - disse. - Virar a página, fingir que nada aconteceu! Ninguém precisa ficar sabendo.
- Pra você é fácil, né? Jogar areia em cima de tudo.. e o remorso? Não vai ficar te perseguindo? Porque eu não vou conseguir dormir pensando que eu beijei o noivo da minha melhor amiga e amigo do meu namorado!
respirou, sentia os nervos a flor da pele. - Vamos, coloque suas coisas dentro do carro e vamos procurar um albergue pra dormir essa noite. - E ele entrou dentro do carro.
foi vencida pelo cansaço, precisava de uma cama, não podia ficar na rua até amanhecer. Colocou suas malas nos bancos traseiros e entrou no carro.
dirigiu por bastante tempo, parou em alguns albergues, mas nada de achar um quarto vago. Quando já estavam exaustos, viram um albergue que parecia não ser habitável.. mas era a última esperança deles.
- Oi. - chegou no balcão e chamou a atenção de uma senhora que assistia TV. - Você tem um quarto vago?
A mulher olhou de cima a baixo, com uma cara não muito boa por ele ter interrompido seu programa.
- Temos um único quarto, mas a cama está quebrada e o vaso sanitário está estragado. - Ela respondeu indiferente.
olhou para , que finalmente chegava com suas malas.. Ela deu de ombros, num sinal de "não temos outra opção mesmo" e ele voltou-se para a mulher.
- Ok, nós vamos ficar com ele. - disse e a mulher não se moveu.
- Certo. - Ela falou. - Mas já vou avisando, isso é um albergue e não um motel..
- Ah quanto a isso você pode ficar despreocupada.. - entrou na frente de . - Nós não somos nada, apenas tivemos a infelicidade de ter que ficar três dias juntos.
A mulher também mediu , murmurou alguma coisa inaudível e eles entenderam que era para seguí-la. entrou novamente na frente de e saiu arrastando suas malas, logo ele a seguiu.
O quarto era pior que o hall do albergue. Tinha apenas uma cama de casal, uma porta que dava para um banheiro, cortinas rasgadas na barra, paredes todas descascadas e um cheiro horrível de mofo.
tampou o nariz e entrou no quarto, com atrás dela.
- Ótimo, se já não bastasse tudo que aconteceu hoje ainda vou ter que dormir nessa espelunca. - Ela disse com a voz nasal, jogando suas malas em um canto pra procurar seu pijama.
- Você ainda podia dormir naquela ponte se quisesse. - havia cansado de tentar ser bonzinho com ela. Tinha se desculpado, tinha tido paciência, mas agora se esgotara.. iria tratá-la do mesmo jeito.
- Eu não falei com você. - virou-se para ele, quando entrava no banheiro, e cerrou os olhos para o garoto. Virou-se de novo e entrou no banheiro.
Era nojento, até pegar na maçaneta. Ela despiu suas roupas e colocou o pijama, quando virou-se para a pia..
- AHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH. - berrou, destrancando a porta e correndo para trás de .
- O que aconteceu, histérica? - virou-se para assustada.
- Tem um.. tem um.. - gaguejava apontando para o banheiro. revirou os olhos e foi até o banheiro. Olhou dentro da pia, tinha uma concentração de pêlos pubianos lá dentro.. realmente nojento, mas não era nada pra tanto escândalo. - São só pêlos. - disse saindo do banheiro.
- Não são só pêlos.. são.. ARGH! - abanou o ar.
revirou os olhos novamente, tirou a camisa e calça, ficando apenas de samba-canção. Estava indo em direção a cama quando entrou na frente dele, bloqueando sua passagem.
- Sai da frente, garota, você já me deu dor de cabeça demais e eu quero dormir. - falou tentando passar.
- Se você está pensando que eu vou dormir nessa cama com você, está muitíssimo enganado. - disse ainda bloqueando. - Você dorme no chão.
- Eu não vou dormir no chão, dorme você. - continuava tentando se desvencilhar da garota.
- Há, vai sonhando. - também tentava empurrar .
O garoto respirou fundo olhando pros lados, de repente empurrou com tudo em cima da cama. caiu por cima da garota e segurou seus braços. Um microsegundo depois..
"BUM!"

A cama quebrou por inteira e jogou os dois no chão. Eles ficaram se olhando por um segundo. Só depois, foi lembrar que , o noivo da sua melhor amiga, o cara que ela tinha beijado a uma hora atrás e traído sua melhor amiga estava em cima dela.
- ! - gritou. - SAI DE CIMA DE MIM!
assustado com a reação da garota, levantou-se rápido.
deitou no travesseiro e puxou as cobertas, virando para o lado oposto a que estava.
Ele devagarinho pegou a coberta e deitou na cama.
- Fique, a pelo menos, meio metro de mim! - Ele ouviu a voz de exclamar e balançou a cabeça.
Virou de barriga pra cima e encarou o teto, então involuntariamente começou a pensar em tudo que havia passado aquela noite e as imagens começaram a passar pela sua cabeça como um filme. Primeiro ficar bêbado com e depois dançar abraçados um jazz lento, enquanto ele imitava a Billie Holiday. E, o beijo.. Podia jurar que havia ouvido sinos tocarem. Sentiu, beijando , o que nunca tinha sentido beijando qualquer outra garota, nem mexia com ele daquele jeito.
"O que eu estou fazendo?" murmurou pra si mesmo. O que ele estava fazendo? Se sentindo "mexido" por causa do beijo de ? Como podia? Não era questão de estar noivo de e sim porque ela era a , a garota metida que havia ido pra Londres só pra acabar com a vida dele, a sabe-tudo, a chata, a insuportável da estava mexendo com ele. IS-SO-ERA-IM-POS-SÍ-VEL!

acordou cedo no outro dia, quer dizer, não tinha conseguido nem dormir direito, tinha perdido a conta de quantas vezes acordara de pesadelos com que se transformavam em e finalmente em gritando e chorando. Levantou-se do "chão" e foi meio sonolenta até sua bolsa para verificar que horas eram no celular. Quando pegou o aparelho, havia 19 ligações não atendidas e todas de .
"Pensei que você não gostasse de mim." falou baixo pra si mesma. Ainda eram 8:30, mas não estava com a mínima vontade de voltar a dormir naquela cama ao lado de . Bom, sua opção era descer e procurar uma lanchonete onde ela poderia tomar café. Trocou de roupa e deu uma última olhada em , agora ocupando a cama inteira e babando no travesseiro. Uma idéia muito boa veio de repente a sua mente, faria isso mesmo pra dar uma lição em ?
"Ele merece." Ela pensou, e foi até sua bolsa pegou um bloquinho de papel e escreveu alguma coisa, arrancou o papel e colocou no banquinho ao lado da cama.
Desceu até o hall do albergue e constatou que a senhora rabugenta não estava lá assistindo TV. O dia era ensolarado, e tampou os olhos quando saiu para a claridade, afinal aquele quarto não tinha janelas. Ficou por ali algum tempo apenas observando, esperando que alguem suspeito passase. Finalmente avistou uma garota, tinha quase certeza que ela era quem procurava.
- Hey, hey.. - chamou a menina.
A menina parou, estranhando tudo, mas sorriu.
- Bom, eu sou muito fã de McFly.. você conhece? - puxou assunto com a menina, como se a conhecesse a muito tempo.
- CLARO! - A menina havia se empolgado. - Eu.. eu.. amo eles!
- Ótimo! - entrou na animação da garota. - É porque me disseram que está hospedado nesse albergue, acredita?
A menina olhou o albergue que caía aos pedaços e fez uma cara de desacreditada.
- Nesse albergue? Você.. tem certeza? - Ela perguntou ainda olhando o albergue.
- Absoluta, fontes muito seguras me disseram. - falou. - Eu estou aqui há algum tempo recrutando muitas fãs para que ele realmente nos note.
- Ai, eu tenho um monte de amigas que dariam tudo pra vê-lo. - A garota disse muito animada.
- Então liga pra elas, que eu preciso ir recrutar mais gente. - também disse. - Faça muito barulho, ele provavelmente deve estar dormindo e me disseram que ele adora muito assédio das fãs.
- Jura? Achei que caras tipo odiassem assédio. - A menina estranhou.
- Não, ele adora! - queria conter o riso. - Agora eu preciso ir, chame todas suas amigas. - E correu pra lanchonete.

dormia profundamente e nem que jogassem água ele parecia acordar. Mas uma barulheira fora do albergue parecia insurdecedora e ele finalmente acordou com os gritos de..
- , , , !
Ele se apoiou nos cotovelos e começou a entender o que a gritaria estava dizendo. Estavam chamando-o. Muito intrigado, levantou-se, colocou a primeira roupa que viu em sua mala e foi até o corredor do albergue onde tinha uma janela. Olhou pra baixo e viu uma concentração de meninas que gritavam o nome dele e levantavam pôsteres. De repente uma delas viu na janela e apontou, então elas começaram a gritar com mais força que nunca "Desce, desce, desce". Ele não estava com cabeça para fãs no momento e muito menos fãs escandalosas como aquelas. Voltou para o quarto e notou a ausência de , afinal onde ela estava? Procurou algum bilhete e viu o recado que havia deixado no banquinho.
",
Fui até a lanchonete mais próxima tomar café,
se você quiser me encontrar chama-se Andy's..
mas tome cuidado, tem uma bem parecida chamada Sandy's então não vá confundir.
."

Então pegou um moletom na sua mala, uma touca e óculos escuros, voltou para o corredor e viu uma janela que dava para uma escada de incêndio. "Ótimo", ele disse pra si mesmo e foi até lá. Desceu cautelosamente as escadas e quando passou pela janela da recepção notou que a senhora estava assistindo sua TV. Correu e virou a esquina, percebeu que as fãs tinham entrado dentro do albergue.
- Ahn, por favor. - As fãs entraram dentro do albergue e uma delas disse. - Você viu se passou por aqui?
- Ele acabou de descer pela escada de incêndio. - Respondeu a senhora sem tirar os olhos da TV.
- Ele está ali. - Uma fã gritou, apontando para que começou a correr quando aquela multidão de fãs disparou em sua direção.
"Como é o nome da lanchonete? Andy's? Ou Sandy's? Wendy's? Ai que droga!" correu mais depois de olhar pra trás. Avistou a primeira lanchonete e resolveu que era lá mesmo que ele ia entrar, a lanchonete que consequentemente era o Sandy's.
As fãs se aglomeraram em volta de que procurava por , mas não a via em lugar nenhum. Elas o cutucavam pedindo autógrafos, fotos, beijos, apertos na bunda e tudo que uma fã tinha direito.
- O que está acontecendo aqui? - Um homem baixinho com um bigode de leão marinho apareceu e fez todo mundo calar-se. - Quem é você? O que está fazendo no meu estabelecimento e fazendo tanta bagunça? - Ele não deixou nem responder. - Anda, todos fora daqui!
e as fãs foram literalmente jogados para fora da lanchonete. Para se livrar delas, o único jeito era ceder e dar os autógrafos e tirar as fotos.
Depois de ser cegado por flashs e com a mão doendo de dar tantos autógrafos, retornou ao albergue e foi direto pro quarto, onde se metera afinal?
Abriu a porta do quarto e estava lá arrumando algumas coisas na mala. Ela o encarou.
- É você.
- , eu.. - começou mas se levantou.
- Não tem desculpas , eu fui muito trouxa mesmo. - começara a falar. - Acordei mais cedo, te deixei um bilhete explicando direitinho onde eu estava e fiquei lá te esperando, mas não, você não veio.
- Eu tive um contratempo, eu.. - Mas ela o interrompera de novo.
- Não, tudo bem, eu resolvi trazer aquela droga de café da manhã pra você. - apontara para uma sacola escrito Andy's, mas agora fazia uma voz de choro. - E quando eu chego aqui o que aquela senhora me diz? Que você tinha saído com suas fãszinhas! - cobrira o rosto e fingira chorar.
- Eu..
- Não adianta , porque você não volta e vai dar mais alguns autógrafos? Hein? - levantara o rosto e encenava como se estivesse chorando de verdade. - Aproveite bem o café da manhã. - E pegou a sacola e tacou em , saindo e fechando a porta. Ao sair, deu uma gargalhada.. Ver desnorteado daquele jeito, pra ela, não tinha preço. "Bom, eu seria uma ótima atriz" Ela disse pra si mesma e depois riu.

Capítulo 16

- Eu não vou agüentar por muito tempo. - dizia enquanto levava as mãos até os cabelos. - Ela me irrita!
Pegou o celular, precisava da ajuda de alguém e sabia quem poderia ajudá-lo.
- Sweety. - atendeu do outro lado da linha.
- Hey. - respondeu sem muita animação.
- Que saudades, você está bem? E a ? - perguntou.
- Não , não está nada bem. - E resumiu a história de como eles foram expulsos do hotel, não tinha contado a a parte de que eles tinham fingidos serem embaixadores da Escócia quando ela ligara da ultima vez, e como eles foram parar em um albergue fajuto e como ele não estava mais suportando .
- Mas vocês também, fingirem ser embaixadores da Escócia? Onde vocês estavam com a cabeça? - deu o sermão.
- Babe, eu não estou com cabeça pros seus sermões agora. - disse impaciente.
- Tudo bem, desculpa. - desculpou-se. - Aproveitando que você ligou, eu não gostei de nenhum vestido que vocês me mandaram.
- Nenhumzinho? - perguntou incrédulo, eram pelo menos 20 vestidos diferentes.
- Não. Ah não sei , ainda não é AQUELE vestido. - explicou.
- Ótimo então, eu vou escolher seu vestido. - afirmou.
- O QUÊ?
- Isso mesmo, eu vou escolher o melhor vestido e te fazer uma surpresa! - disse feliz, mas ainda continuou não acreditando.
- você não vai..
- Vou sim e você vai ser a noiva mais linda do mundo. Agora preciso encontrar sua amiga. - revirou os olhos.
- Você está tendo problemas com ela? - perguntou devagar, esperando que não explodisse com ela.
- Problemas? Ela é insuportável, metida, cabeça dura.. Eu não vou agüentar! - gritou.
- Calma honey, é só você ter um pouco de paciência e eu tenho certeza que você vai ver que ela não é insuportável. - falou baixinho.
- Claro, paciência, é paciência.. - repetia isso pra si mesmo.
- ?
- Oi?
- Eu preciso ir, te amo. - E desligou o telefone.
- Agora, onde ela está? - falou enquanto colocava o celular no bolso. Desceu as escadas do albergue e encontrou sentada em um sofá lendo umas revistas. - Vamos!
- Eu não vou a lugar nenhum com você. - respondeu sem tirar os olhos da revista.
- Isso não foi uma pergunta. - puxou pelo braço e a levou para fora do albergue.
- .. você está me machucando. - E ela puxou seu braço. - O que foi? Está de TPM?
- Não enche. A não gostou de nenhum vestido e eu resolvi escolher um pra ela e fazer uma surpresa. - falou muito rápido.
- Você? Escolher o vestido da ? Essa eu quero ver! - entrou dentro do carro rindo.
revirou os olhos e entrou dentro do carro também.
Ele dirigiu de novo até a Barneys, era uma rua enorme e cheia de vitrines com vestidos de noiva.. eles precisavam encontrar o vestido perfeito.
Então praticamente empurrou pra dentro da Versace, tinha visto alguma coisa sobre essa loja e sabia que era chiquérrima.
- Olá. - Uma mulher sorridente veio ao encontro dos dois.
- Oi. - não deixara falar dessa vez. - Eu vou me casar, e estou procurando o vestido de noiva perfeito para minha noiva.. Quero fazer uma surpresa! - explicou e a mulher fez uma cara de compreensão.
- Certo, como seria esse vestido? - A mulher perguntou.
- Eu preciso ver alguns. - disse e puxou pra perto de onde os vestidos ficavam.
- , você não tem senso algum de moda. - disse e apontou pras suas roupas.
- HA-HA-HA. Estou morrendo de rir. - ironizou. - Este. - E puxou um vestido.
- Você sonha que eu vou experimentar isso. - apontou para o vestido que escolhera, era tomara que caia e na frente havia uma pequena sainha com uma espécie de "rabo" atrás. - E com certeza a vai odiar.
- A é minha noiva, eu conheço ela melhor que você. - disse, parecendo uma criança brigando. - É idêntico ao vestido que a.. a.. Vitória Beckham casou. Anda, experimenta.
- Ela é vulgar. - disse referindo-se a Vitória Beckham. - E de qualquer jeito, ela não usou um vestido desses.
- Que seja, você vai experimentar! - empurrou e o vestido pra dentro do provador.
bufou segurando o vestido, estava cansada de ser tratada tão mal por depois de tudo. Pensara que ele tinha ficado arrependido depois que beijou-a, e no mínimo não quisesse mais olhar na cara dela. Mas continuava sendo o mesmo, o mesmo grosseiro e arrogante de antes.
- E aí? - perguntou depois de alguns minutos que estava trancada dentro do provador.
- Eu não vou sair daqui assim, ! - gritou lá de dentro, estava se sentindo praticamente nua com aquele vestido.
- Vai sim ou vou ter que arrombar. - também gritou.
destrancou a porta e saiu de lá bem devagarzinho. O vestido podia até ser considerado bem bonito, mas o bustiê fazia parecer que tinha colocado uns 500 ml de silicone de tão levantado que seus seios estavam, sem contar que praticamente suas pernas inteiras estavam a mostra. Deviam ter usado no máximo 1 metro pra fazer aquele vestido, já que só cobria sua barriga, suas costas, um pouco das pernas com uma sainha rodada e aquele imenso "rabo" atrás.
tinha entrado em uma espécie de transe, não conseguia tirar os olhos das pernas de até que seu olhar foi subindo por todo o corpo dela. Desde quando ela tinha tantas curvas?
corou percebendo o olhar de .
- Ahn? - pareceu acordar. - Está.. bom. Vou levar esse.
- , não. - chegou perto dele e ele sentiu que estava muito quente ali. - A vai odiar, ela não gosta desses bustiês! - disse apontando para seus peitos e amaldiçoou-a por ter feito isso, fazendo ele ter que olhar. - Nem essa saia que mostra praticamente nossas pernas inteiras. - apontou para suas pernas praticamente nuas e olhou de novo. - E esse rabo. - Virou-se de costas mostrando o "rabo" que tinha deixado sua bunda grande.
- Chega! - não ia agüentar. - , nós vamos levar esse vestido, então você já pode tirar. - Ele disse devagar como se falasse com uma criança.
foi até o provador batendo o pé, tirou o vestido incrivelmente rápido e jogou em cima de . Ele pagou pelo vestido, deixando incrédula.. Como um vestido que tinha tão pouco pano podia custar aquela fortuna? Bom, era o dinheiro dele mesmo!
Como os dois não queriam passar nenhum tempo juntos, pediu para que a deixasse no centro pra ela poder fazer umas comprinhas. iria voltar pro albergue ou procurar alguma Starbucks.
Era ótimo fazer compras em NY, provavelmente tinha estourado o limite de seu cartão de crédito, mas ela não se importava, só queria chegar no albergue e experimentar todas de novo, sempre fazia isso quando comprava roupas novas. Pegou um táxi para voltar pro albergue e logo estava dentro do quarto jogando todas as roupas na cama para experimentar. não estava por lá, então pegou um vestido azul marinho, tinha amado aquele. Tirou a camiseta que vestia e jogou de qualquer jeito na mala. Estava apenas de sutiã, preto com umas florzinhas rosa, e quando foi tirar a calça, a porta foi aberta. entrou, mas quando levantou a cabeça viu apenas em trajes íntimos.
- sai daqui! - gritou tentando se esconder. Mas não conseguia sair de lá, sua cabeça trabalhava rápido e ele não conseguia largar da maçaneta. - SAI DESSE QUARTO AGORA. - ainda gritava, enquanto procurava alguma coisa para se cobrir, mas estava tão nervosa que não achava nada.
finalmente conseguiu tirar sua mão da maçaneta, mas não foi para sair do quarto, foi para andar em direção a . Estava agindo por impulso, mas suas emoções falavam mais alto.
- o que você está fazendo? - perguntou desesperada vendo ele se aproximar dela. - Você está me assustan.. - Mas nunca terminou aquela frase, já que tratou de juntar os lábios dela com os dele ao pegá-la pela cintura nua. Ao sentir o toque de em sua pele arrepiou e ela (lê-se: seus hormônios idiotas) finalmente abriu a boca e colocou uma mão na nuca de . Eles se beijaram intensamente, como não tinham feito da outra vez e só se soltaram porque faltou fôlego.
- Eu não sei o que está acontecendo comigo. - disse respirando ofegante. - Todo lugar que eu vou nessa cidade me lembra você, eu sonhei com o beijo de ontem e com dançar abraçado com você e.. e.. Droga, ! - Ele levou as mãos a cabeça.
- , isso é loucura! NÓS NÃO PODEMOS FAZER ISSO! - gritou, finalmente achando uma blusa. - E.. e eu ainda correspondi!
- Não, pára! - também gritou. - Não quero discutir isso! Só não sei o que está acontecendo comigo, não era pra ser assim, eu devia te odiar e não estar pensando em você em qualquer lugar de Nova York que eu vou!
estava confusa, o que ele estava dizendo?
- , isso.. isso não está certo. - Ela gaguejou. - Não é pra ser assim, definitivamente. E-eu não sei porque você está fazendo esse tipo de coisa, e porque eu estou correspondendo, mas isso tem que acabar, eu não vou trair a minha amiga! Nós estamos confusos, estamos passando muito tempo juntos e.. - Ela se tocou que estava segurando a blusa e ainda não tinha vestido, mas tratou de fazer isso!
- Você está certa. Afinal, você é a ! Você é chata, teimosa, e.. - falou isso mais para si mesmo do que para , que revirou os olhos, cansada daquilo. - Opa, não quis dizer isso, eu quis dizer que.. Bem, nós estamos fazendo a coisa errada e isso TEM que acabar! Eu não posso ficar pensando coisas assim de você. Talvez.. talvez a gente precise só.. voltar pra casa. Eu, pra e você, pra se acertar com o . Eu sei que ele gosta de você.
respirou fundo, por mais que detestasse admitir isso estava certo.
- É.. e-eu também acho isso. - Ela passou a mão pelo braço. - Vamos voltar.
- Então eu vou pagar a diária. - apontou pra porta. Eles estavam estranhos, aquilo era muito estranho. Não dava pra entender o que estava realmente acontecendo entre os dois, só sabiam que aquilo devia acabar. estava se amaldiçoando pra sempre, não podia ter feito o que ela fez, não merecia aquilo. Ela queria gritar e contar pra amiga, mas sabia que se contasse, a amiga ia sofrer e nunca iria perdoá-la. Como ela poderia ser tão estúpida a ponto de fazer uma coisa daquelas? Ela não entendia, só sabia que havia alguma coisa, alguma coisa dentro dela que a estava dominando e fazendo com que ela fizesse coisas sem pensar, sem se lembrar de como era a realidade, a realidade em que era o idiota, era o noivo de sua melhor amiga e não um cara que ela devia ficar beijando e pensando e..
- Eu não vou suportar tanta pressão! - levou as mãos ao rosto enquanto sentava-se.
Depois de ficar pensando sobre o que aconteceria quando eles chegassem em Londres, foi chamada para realidade por e eles foram arrumar as malas.
Logo os dois estavam pondo as malas em uma táxi, já que havia devolvido o conversível, e indo até o aeroporto. olhava para de canto de olho, mas quando ela percebia ele fingia que estava olhando apenas a paisagem. , às vezes fazia o mesmo, mas quando ele percebia também fingia que não estava olhando-o.
- O quê? O quê foi, ? - perguntou irritada, cansada dele ficar olhando-a.
- O que eu estou fazendo? - também perguntou, levantando as mãos em forma de defesa.
- Ah nada não. - respondeu dando de ombros e não entendeu. - Cínico. - Ela murmurou.
- Me chamou do quê? - virou-se para encará-la, não que isso seja muito possível já que eles estavam dentro do táxi.
- Cí-ni-co. - repetiu. - Porque você nunca faz nada, não é?
- Cínico? Eu? Você que faz meia hora que está me olhando e quando eu olho pra você, você simplesmente vira a cara! - falou rápido.
- O quê? Ah você deve estar brincando mesmo. - balançava a cabeça enquanto cruzava os braços. É, tudo tinha voltado ao normal.
- É isso aí mesmo, ADMITA! Você gosta de mim e quer me beijar.. de-no-vo! - provocou.
virou-se para ele incrédula, abriu e fechou a boca mas não conseguiu dizer nada.
- Como.. como você tem coragem de dizer isso? Seu.. seu.. idiota! Eu não gosto de você, nem que você se vestisse de Tom Cruise.. e muito menos quero.. beijar você de novo.. eu tenho nojo de você!
- Nós.. nós chegamos! - O taxista, que provavelmente tinha ouvido toda a briga, disse meio assustado.
- Ótimo, porque eu também não gosto de você, , nem que você se vestisse de Katie Holmes! - falou pra garota, enquanto saiam do táxi.
- Então, estamos quites! - olhou pra pela última vez, antes de sair arrastando suas malas.

Capítulo 17

Eles não trocaram mais uma palavra desde que saíram do táxi, a viagem inteira. acreditava que quanto menos falasse ou ficasse perto de era melhor, e por isso pediu para uma senhora que trocasse de lugar com ela no avião. Ela achou graça depois, quando viu que a senhora que havia trocado com ela não parava de puxar assunto com fazendo ele ficar visivelmente irritado.
Dez horas dormindo e tentando assistir Friends na televisãozinha do avião, sem sucesso pois o botão insistia em voltar pro filme Espíritos, eles finalmente pousaram em Londres. saiu apressada, sem esperar por . Pegou todas as suas malas na esteira e quando estava saindo pela porta do desembarque viu correr até ela com e atrás.
- Amiiiiiiiiga! - abraçou .
- Saudades. - disse com a voz abafada pelo abraço de .
- Onde está o ? - ergueu uma sobrancelha, depois de soltar do abraço.
- Deve estar ainda tentando pegar as malas na esteira, da última vez eu tive que pegar as malas dele! - revirou os olhos lembrando como era lerdo e ouviu e rirem do comentário.
- Hey! - acenou pra eles, que vieram e a cumprimentaram. - Err.. eu.. onde..
- Ele não queria que a gente te contasse mas.. - começou e olhou pra .
- Acho que você deveria checar no seu apartamento. - disse e o olhou confusa.
- Do que vocês estão falando? - fez uma cara de confusa pra eles também.
- Desculpe senhora, confidencial. - fingiu fechar sua boca com uma chave.
- Senhora é a mã..
- ! - gritou, finalmente aparecendo no portão de desembarque.
- Sweety! - pulou nos braços de . sentiu seu estômago revirar, era o remorso. - Onde está? Onde ele está?
- Fala ! - e falaram juntos. - Soubemos quem teve que carregar as suas malas, grande cavalheiro! - disse.
- Calem a boca! - disse, mas riu depois da cara dos dois.
- Onde está, ? - pulava inquieta.
- O quê, babe? - escondeu o vestido que segurava atrás das costas.
- O vestido, o que mais poderia ser? - cruzou os braços.
- Eu acho que já vou, preciso mesmo descansar em casa. - falou pegando de novo suas malas.
- Deixa que eu te levo, . - se ofereceu.
- Anda, me mostra! - tentava pegar o pacote com o vestido, mas não deixava.
- Não , obrigada, eu vou de metrô! - agradeceu, acenando e arrastando suas malas.
- , O QUE É ISSO? - Foi a ultima coisa que ouviu, provavelmente havia mostrado o vestido a .

- Olá, Senhorita , tem alguém esperando pela senhorita. - O porteiro, sempre amigável, disse.
- Obrigada, Sr. Hamilton. - sorriu e entrou no prédio. Entrou no elevador e apertou o número 4. Alguns segundos depois, a porta do elevador abriu e estava de frente para sua casa. Ouviu alguns barulhos vindos lá de dentro, girou a maçaneta devagarzinho.
- Simba, você vai estragar tudo, eu já.. - parou de brigar com o cachorro quando escutou o barulho da porta sendo aberta.
arregalou os olhos quando viu sua sala. Estava coberta de flores das mais diversas cores e perfumes, estava linda.. Mas ela não tinha esquecido o que havia feito.
- Hey. - falou sem jeito passando a mão pelos cabelos.
- Isso tudo.. É pra mim? - perguntou sem se mover para entrar dentro de casa.
- Claro.. Pra quem mais poderia ser? - deu de ombros, estava estranhando o comportamento dela.
- Ah tá, porque eu pensei que fosse pra garota daquele dia na boate.. Como era mesmo o nome dela, ? - pôs a mão na cintura, encarando-o.
- Eu não estou entendendo, .. Do que.. do que você está falando? - andou até ela.
- Não se faça de cínico. - desviou dele e entrou dentro de casa, deixando suas malas perto da porta e jogando seu sobretudo no sofá.
- Eu realmente não sei do que você está falando.. Garota da boate? , você sabe muito bem que não existe ninguém além de você! - falou encarando as costas de . Ela riu sarcástica.
- Ok, . Se você não se lembra, eu vou refrescar sua memória. - virou-se para ele. - ", eu não gosto de você! Você foi só uma diversãozinha, tudo que eu disse era mentira!" - imitou a voz de , fazendo gestos. - Eu pensei que você era do tipo que não fazia essas coisas . - Ela virou de costas novamente.
encarou o chão, parecia que finalmente a fixa tinha caído. Andou até ela e encarou suas costas de novo. - , o que quer que eu tenha dito aquele dia era mentira! Eu estava bêbado, completamente bêbado..
- Eu percebi mesmo. - disse, ainda de costas, como se falasse com a parede. Depois fungou, as lágrimas estavam começando a cair.
- Então você deveria entender, droga! - falou irritado. - Nós estávamos no começo do namoro e.. eu estava gostando de você, realmente estava, só que de repente você vai viajar pra agradar a e me deixa aqui! Eu não estava agüentando! - foi interrompido por outro suspiro de , ela estava realmente chorando agora. - Daí esse amigo me disse que eu deveria sair pra me divertir e tentar esquecer que você estava longe. Mas quando eu cheguei na boate, tudo que eu consegui fazer pra me divertir foi beber! E no final, eu fiz essa besteira de te ligar e falar todas essas coisas!
enxugou as lágrimas com as costas das mãos e deu a volta no sofá, sentando e cruzando os braços.
- Você, não vai dizer nada? - a encarou.
olhou pra ele e mais lágrimas escorreram. foi até onde ela estava sentada e sentou-se também, mas virou o rosto. pegou em sua mão.
-"I can't believe I found, the girl who turned my life around.. - cantou, mas continuou sem olhá-lo. - "She suddenly, came onto me, pin me down under the ground.. I could have pushed away, but I didn't know what she'd say..- finalmente cedeu e virou o rosto, pois sabia o resto da música. - "But I'm glad, I'm not the guy who turned her.. down?" - Agora, meio que declamou essa última frase da música.
Eles se encararam por alguns longos segundos, até que resolveu tomar alguma atitude. Fechou os olhos e tentou aproximar suas bocas. , involuntariamente, também fechou os olhos e quando sentiu a boca de encostar na sua, ela pareceu voltar a realidade.
- Não, ! - Ela levantou rápido, deixando ainda meio desnorteado.
Ele passou a mão no rosto, visivelmente confuso e irritado. - O quê, ? - Ele se levantou também. - O quê eu tenho que fazer pra você acreditar que aquilo foi tudo um erro?
virou-se pra ele. - Me deixar sozinha.. um pouco.
olhou pra baixo e balançou a cabeça afirmativamente. Quando já estava na porta, tirou uma rosa vermelha de seu bolso e colocou em cima da mesa da sala.
limpou seu rosto quando escutou o barulho de porta sendo fechada. O que iria fazer afinal? Queria perdoar , sabia que ele não tinha feito aquilo por mal.. Era tudo culpa da bebida e ela realmente havia entendido o porquê dele ter feito tudo aquilo. Mas também não queria dizer a ele que estava tudo bem, queria que ele também se sentisse culpado por ter feito alguma coisa com ela, assim como ela tinha feito com ele. Se acertar com seria mais difícil do que ela pensara, o remorso ainda fazia seu estômago dar voltas. Porque fora tão burra, porque tinha que ter beijado ? Simplesmente não conseguia parar de pensar naquilo, fora a viagem inteira pensando no que tinha acontecido entre os dois. Queria tanto contar a , mas sabia que não poderia e ainda iria machuca-lo. Poderia imaginar falando "Enquanto eu estava sofrendo por você, você estava aos beijos com um dos meus melhores amigos.. que por sinal está NOIVO da SUA melhor amiga!"
bateu a testa com força na parede, fazendo Simba se assustar e ir se entrelaçar em suas pernas.
- O que eu faço, Simba? - olhou pra baixo, ainda com a testa na parede. Estava começando a arder.
Ela retirou rápido a testa da parede quando começou a latejar pra valer. Foi até o espelho mais próximo.
- Ótimo, um roxo enorme! - Ela se amaldiçoou, enquanto esfregava a testa.
Foi até a cozinha, abriu o freezer, pegou um pouco de gelo e um pote de sorvete de morango ainda fechado. Na sua estante de DVD's pegou Doce Novembro, colocou no DVD e sentou-se. Sorvete e seu filme de romance preferido, isso sim iria fazê-la esquecer tudo.

Duas semanas haviam se passado. tinha voltado a trabalhar, prometendo fazer hora extra pelos dias que ela tinha faltado. ligava todo dia pra ela, mas com medo de ter que dar alguma resposta, nunca atendia. Cada vez que falava com , o remorso vinha e fazia com que ela fingisse que estava com algum problema e ter que se afastar da amiga. sempre estranhava, mas ainda não tinha comentado nada.
- Obrigada. - pagou por suas compras. Tinha acabado de sair do trabalho e lembrado que não tinha nem água em sua casa, por isso resolveu passar no mercado mais próximo de sua casa. Tentou se equilibrar com cinco pacotes cheios de compras, que tampavam sua vista.
- Posso ajudá-la? - se assustou ao ouvir uma voz ás suas costas e derrubou as compras no chão.
- Que droga! - Ela xingou vendo suas compras todas espalhadas.
- , me desculpa.. eu não queria.. - foi ajuda-la a recolher as compras.
- Err.. Oi, . - se levantou quando percebeu que era ele.
- Oi. - Ele disse sem graça, também se levantando. - Eu te liguei milhões de vezes, você não quis atender.. Então o jeito foi te encurralar.
- Eu.. Eu não estava pronta.. pra te atender. - respondeu devagar.
- Hmm.. - murmurou. - Quer ajuda? Pra pegar e levar essas coisas?
- Ahn? Ah é, as compras. - e de abaixaram de novo, juntaram todas as compras. insistiu em levar os 3 pacotes mais pesados e ficar só com 2.
- Então.. - começou e olhou pra ele, enquanto eles andavam. - Agora você está pronta pra me.. atender?
desviou o olhar de , olhando pra baixo, mas ainda sentia os olhos dele nela.
- Eu.. eu.. - gaguejou, ainda olhando o chão.
- Você..? - colocou as compras no chão, seus braços tinham começado a doer.
Ela também colocou as compras no chão e encarou . - Senti sua falta. - E abraçou-o.
sorriu e a abraçou também, passando a mão nos cabelos da garota. - Está.. tudo bem, então?
- Está, . Eu fui burra de não aceitar suas desculpas depois de tudo que você já fez por mim. - respondeu abafada pelo abraço, com o rosto no peito de .
- Não, você estava no seu direito de não me perdoar. - disse. - E eu.. também senti sua falta.
soltou-se do abraço e encarou , os dois sorriram. Ela entrelaçou os braços no pescoço de e ele pôs a mão na cintura dela. Aos poucos, eles aproximaram os rostos e depois as bocas. deu um selinho nela e riu dando um selinho nele também, mas puxou pra mais perto de si fazendo com que ela abrisse a boca e eles se beijassem de verdade. levantou , que gritou, interrompendo o beijo e depois riu.
- Quer parar de rir? - encarou-a.
- Desculpa, . - E ela deu um selinho no garoto que a girou e a pôs de volta no chão. Se beijaram mais uma vez, até que foi a vez de partir o beijo.
- Eu estava pensando em pedir algumas pizzas e assistir filme, lá em casa. - Ele comentou, enquanto pegava as compras de novo.
- Ótimo, daí nós podemos chamar a e.. o.. . - entortou a boca ao dizer o nome de . - A e o e o .
- Eu pensei em ser só nós dois. - pareceu chateado.
- Não seja egoísta, . - brincou, tentando fazer com que olhasse pra ela.
- Tá bom, o que eu não faço por você? - se deu por vencido e comemorou. - Mas acho que o vai querer levar uma acompanhante.
- O ? - parou de andar e ficou de frente pra . - O tem alguém?
- É, uma peguete dele! - brincou.
- Peguete? Ah então é disso que você me chamava antes da gente namorar? - sentiu-se ofendida. Agora estava andando de costas, encarando de frente.
- Não, eu.. não.. Você é diferente. - tentou concertar.
- Não vejo nenhuma diferença. - levantou a sobrancelha. - Nota mental: Pontos a menos pro ! - E saiu correndo na frente dele.
- Pontos a menos? Ei, espera aí. - também correu atrás dela.

Capítulo 18

Já eram 7:30 e continuava com as portas do seu guarda-roupa abertas, tentando encontrar alguma coisa pra vestir, sendo que devia estar na casa de , que era longe dali, 8:00 horas.
- O que eu visto? - Era quarta vez que ela se perguntava isso. Sempre era assim, esse era seu dilema.
Alguns minutos depois, finalmente pegou a blusinha verde bordada de alcinha, uma calça jeans bem clara, seu blazer preto e uma sandália da mesma cor.
Colocou comida para Simba, desceu até o hall do prédio e saiu. O táxi já a esperava. Ela realmente precisava aprender a dirigir, não agüentava mais ter que andar de táxi, metrô e ônibus. Em Cardiff, ela sempre tinha Harold que a levava pra qualquer lugar que ela quisesse.
Às 8:15, ela estava tocando a campainha da casa de .
- Hey. - abriu a porta. Continuava a se sentir sem graça perto dela, nunca sabia qual seria a reação da garota.
- Hey. - disse rápido. Pôs um pé dentro da casa e entrelaçou os braços no pescoço de , beijando-o. colocou a mão na cintura dela, ainda um pouco assustado com esse beijo repentino, mas correspondendo.
Eles não sabiam quanto tempo haviam ficado sob a porta se beijando, até que quebrou o beijo. Quando ela finalmente entrou na casa, reparou que , , e os olhavam.
- Uhuuuuuuul. - bateu palmas e adquiriu um vermelho-tomate.
- Grande , tá crescendo. - fingiu limpar uma lágrima.
- Cala boca, . - apareceu atrás de , meio envergonhado também.
- Acho que vocês se acertaram, huh? - cerrou os olhos para , que sentava no chão ao lado de .
olhou pra ele, mas não respondeu nada.
- Bom, agora só falta o . - comentou.
- O deve ter ido pegar a.. Como é mesmo o nome dela, ? - olhou para .
- Hayley.. Katie.. Alguma coisa assim. - respondeu indeciso.
- O que essa garota é dele? - pareceu aborrecida quando disse isso.
- Rolo. - , e disseram juntos.
- O quê? O ? Mas.. - não terminou essa frase, pois o próprio havia aberto a porta.
- Falando de mim? - entrou, puxando uma garota pela mão.
- Estávamos. - murmurou emburrada.
- Hey gente, essa é a Natalie. - puxou a menina pro lado dele, que sorriu tímida.
Todos acenaram pra ela e disseram coisas do tipo "bem vinda, Natalie", todos com exceção de .
, e cochicharam alguma coisa, pareciam garotas.
- Então, , finalmente encontrou alguém. - brincou e deu um tapa no namorado, quando viu que a garota havia ficado envergonhada.
- Como vocês se conheceram, Natalie? - quis saber.
- No Starbucks. - Natalie contou. - Depois do derrubar todo o frapuccino dele na minha blusa. - E os outros riram.
- Ótimo jeito de se conquistar uma garota, ! - fez joinha para , que mandou dedo.
- Mas eu quis ajudar a limpar, ela que não quis. - se defendeu.
- Daí ele disse: E um encontro, você quer? - Natalie contou e as meninas riram, menos . Ela não estava gostando nada daquela menina.
- Nós não vamos pedir as pizzas não? - interrompeu que tinha acabado de abrir a boca pra falar alguma coisa.
- Ahn? Ah é, as pizzas. - levantou-se rápido e foi até o telefone.
- Melhora essa cara, amiga. - cochichou para .
- O que essa garota tá fazendo aqui afinal? - também cochichou.
- Ela é o rolo do . - , que tinha ouvido elas cochicharem, também falou.
- Mas desde que eu conheço o , ele nunca teve nada com ninguém. - disse e encarou suas mãos.
- Do que vocês querem? - gritou.
- Mussarela- respondeu também gritando.
- Mussarela não, lombo canadense. - gritou.
- , eu sou vegetariana. - encarou o garoto, cerrando os olhos. - Não quero pensar que estou comendo o lombo de um pobre animal!
- O animal já tá morto mesmo, qual é a diferença? - a encarou também, cruzando os braços.
- Se pessoas como você parassem de pedir pizzas de lombo canadense, menos animais seriam mortos para satisfazerem suas necessidades carnívoras! - respondeu, irritada.
- Eu aceito comer de mussarela. - Natalie levantou a mão.
- Alguém te perguntou alguma coisa? - levantou uma sobrancelha, encarando a menina.
- Hey, hey, vocês vão se decidir ou não? - Eles ouviram gritar.
- Três pizzas, . Uma de mussarela, uma de lombo canadense e uma de catupiry, certo? - olhou pros outros que deram de ombros, concordando.
- Eu.. eu vou ao banheiro. - disse e se levantou rápido. Tinha percebido a cara de confuso que tinha, depois que ela havia "respondido" a Natalie.
- O que ela tem? - Natalie perguntou, olhando , que deu de ombros.. muito confuso.
- Eu vou atrás dela. - também disse e se levantou.
- Eu vou também. - também se levantou.
- O que aconteceu aqui? - voltou, percebendo a ausência de , e e a cara dos outros.

- , abre a porta. - batia na porta do banheiro, mas não tinha resposta.
- Ela tá aí dentro? - chegou perto de .
- O que você acha? - respondeu irônica.
- Qual é seu problema, hein? - ficou de frente para .
- Ah nenhum, .. - levantou os ombros. - Você é meu problema!
- Fala baixo. - pôs a mão na boca de , chegando bem perto dela.
Eles ficaram se encarando por alguns minutos, até que tirou a mão de de sua boca.
- A minha vontade é de contar tudo pra , doa o que doer!
- Me contar o quê? - abrira a porta.
- Nada, babe. - abanou o ar. - Invenção dela.
olhou para , que engoliu em seco e confirmou com a cabeça.
- O que aconteceu? - ficou de frente para .
- Não sei.. acho que estou com ciúmes de vocês. - respondeu. - Antes eu era a única menina, que cuidava de todos vocês. Agora todos têm namorada.. Ai não sei!
- Você não precisa ficar com ciúmes da gente, você é e sempre será nossa babá. - beijou a testa de , que sorriu fraco.
, não sabia por que, mas achava que não era aquele o verdadeiro motivo de ter estressado com Natalie. Afinal, porque ela nunca tinha feito isso com ela ou com ?
- É, eu vou voltar pra lá. - disse e virou-se para voltar. fez o mesmo, mas foi segurada por .
- É melhor você nem pensar em contar alguma coisa pra . - falou apertando o braço dela.
- Me solta. - puxou seu braço, sem sucesso.
- Então promete. - continuou segurando o braço de .
- .. SOME DA MINHA VIDA! - falou irritada e finalmente tirou seu braço das mãos de .
- Não dá, você sentiria muito a minha falta. - fez cara de convencido.
- Ah claro né, porque afinal eu te amo e quero te beijar de novo. - disse irônica.
- Sério? - A cara de convencido de , aumentou.
- Claro. - fechou os olhos e foi aproximando do rosto de , que fez o mesmo.
Quando os rostos deles estavam a poucos milímetros, deu um tapa na cara de .
- Viu? O quanto eu te amo? - Foi a vez de abrir um sorriso convencido.
ficou com a mão no rosto, vendo voltar pra sala.
- Você quer brincar? Então nós vamos brincar, . - falou sozinho.

- Onde você estava? - pôs a mão em volta da cintura de quando ela sentou no chão de novo, ao lado dele.
- Tendo uma conversinha com o . - sorriu novamente, vendo voltar com um vermelho no rosto.
- O que aconteceu com seu rosto, ? - perguntou apontando pro vermelho em .
- Nada, bati. - inventou, lançando uma olhar para que ria com alguma coisa que tinha falado em seu ouvido.
- Então , o que você tem de filmes? - perguntou. se levantou e mostrou uma prateleira cheia de filmes.
- Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban! - apontou para o primeiro filme da prateleira.
- Isso. - bateu palmas. Simplesmente amava a série, tinha todos os livros e filmes e achava J.K. brilhante!
- Harry Potter? - fingiu vomitar.
- Vamos fazer uma votação! - se pronunciou. - Quem quer ver Harry Potter?
, , e levantaram as mãos.
- Quem não quer?
, e Natalie levantaram as mãos.
- Você decide, . - falou.
- Faz tempo que não assisto Harry Potter.. - fingiu pensar e gritou um "anda, ". - Tô com vocês. - E ele apontou para e , que bateram as mãos comemorando.
- Eu vou buscar as pizzas. - falou balançando a cabeça, quando a campainha tocou.
Algum tempo depois, as caixas de pizzas estavam todas empilhadas e vazias. Todos estavam absortos no filme, Sirius tinha acabado de levar Ron para a casa dos gritos e as meninas gritavam, como se pudessem salvá-lo.
- É só o Sirius! - falava.
- É, mas ele está machucando o Ron. - cruzou os braços.
- Eu amo o Rupert Grint. - disse e ela e suspiraram.
- Ah é? - , que tinha deitada em seu colo, cochichou.
- Ah, , ele é tão fofinho. - sussurrou.
- Mas ele é só um garoto, isso é pedofilia ouviu? - falou bravo.
levantou-se e deu um beijo estalado em , que sorriu.
Já passava da uma da manhã quando todos haviam ido embora, todos com exceção de que ficara pra ajudar com a bagunça. Eles arrumaram a sala e jogaram todo o lixo fora. se jogou no sofá, exausta, enquanto desligava a TV.
- .. - o chamou e o garoto virou-se para ela. Ela sorriu e o chamou pra mais perto, com o dedo indicador. Ele coçou a cabeça e foi andando devagar até o sofá, sentou-se de frente para . Ele a olhou fundo nos olhos, mas desviou o olhar rindo. - Você me deixa sem graça.
- Agora você está sem graça, huh? - a segurou pelo queixo, vendo ela afirmar com a cabeça. - Eu gosto de você, , de verdade.
não hesitou em sorrir e abraçar , abraçar bem apertado. Enquanto ele sentia o perfume dela e alisava seus cabelos, fechava os olhos sentindo o abraço dele.
De repente, ela levantou e deixou confuso. - , dança comigo? - estendeu a mão.
- Dançar? Nós não podemos ligar o som, já são..
- Você pode cantar. - sorriu e continuou com a mão estendida. aceitou e levantou. pôs as mãos dele em sua cintura e colocou as suas nos ombros dele.
- O que você quer que eu cante? - perguntou, enquanto balançava .
- Uma música, que quando você ouve você lembra de mim. - respondeu com a cabeça no ombro dele.
pensou, que música cantaria? Até que se lembrou de uma, uma que realmente o fazia lembrar de .
-"Do not get me wrong I cannot wait for you to come home.. - Por mais que a música fosse meio agitada, tinha dado um jeito de fazê-la ficar calma e bonita. - For now you're not here and I'm not there, it's like we're on our own"
tirou a cabeça do ombro de e virou para encará-lo. beijou uma bochecha dela e voltou a cantar, ainda balançando.
-"To figure it out, consider how to find a place to stand.. - E ele beijou a outra bochecha dela, depois voltando a cantar. - Instead of walking away and instead of nowhere to land.." - E beijou a ponta do nariz dela e riu. Os olhos dele foram parar na boca da garota. - "This is going to break me clean in two.. - Então beijou de leve nos lábios e a cada beijinho ele cantava mais uma parte da música. - This is going to bring me close to you" - E puxou pra mais perto de si, dando outro beijo de leve. Foi até o ouvido da garota, sussurando, e agora sem cantar. - "She is everything I need that I never knew I wanted, she is everything I want that I never knew I needed"
sorriu e voltou a encará-lo, olhando fundo nos olhos dele. Colocou a mão no rosto do garoto e ele beijou a palma da mão dela. Sorriram um pro outro e se beijaram. Se beijaram até que foi empurrando , que estava de costas, pro sofá e sem parar de beijá-la.
Colocou-a devagar no sofá e interrompeu o beijo, pra respirar. sorriu pra ele e o chamou com o dedo indicador. Ele riu e voltou a beijá-la.
estava com a mão na perna da garota e com a mão nas costas dele, enquanto se beijavam intensamente. puxou sua camiseta e a jogou em qualquer lugar da sala e depois ajudou a tirar sua blusa e a garota também jogou em qualquer lugar. Eles pararam de se beijar e ficaram se encarando, mas puxou para outro beijo. Quando a garota sentiu a mão dele na abertura de seu sutiã, ela levou um susto. Lembrou de quando tinha beijado , apenas em trajes íntimos e o cheiro de ficou extremamente igual ao de e ela já não conseguiu mais tirar ele da cabeça.
- Não, - parou de beijá-lo. Tentou levantar-se, mas não deixou.
- Eu pensei que você quisesse.. - Ele disse confuso, encarando-a.
- Eu sei.. Eu também pensei. - desviou o olhar, não conseguia ficar encarando . - Mas não dá, acho que a gente devia ir com mais.. calma.
De repente, o telefone tocou. saiu de cima de e foi atender. Quando voltou, ainda sem camisa, já estava vestida e indo pegar sua bolsa.
- Acho que já vou, . - disse indo em direção a porta.
- Não, você pode dormir aqui.. já tá tarde. - foi atrás dela. - Quer dizer, você dorme no meu quarto e eu aqui na sala.
- Não, eu não quero incomodar. - colocou a bolsa no ombro.
- Você não vai. - segurou a mão dela e sorriu. acabou cedendo, já que já passavam das 2:00 da manhã.
arrumou uma camisa que ele não usava pra ela e uma samba-canção do Mickey.
- E aí, como estou? - deu uma voltinha, quando saiu do banheiro com as roupas de .
- Tenho que admitir, você ficar melhor com essas roupas do que qualquer homem. - fez uma voz gay e riu das poses de . Ela deu um beijo estalado nele e foi para o quarto, enquanto ia para a sala.
deitou a cabeça no travesseiro, pensando em o que quase tinha acontecido. , pra variar, tinha que estragar tudo, tinha que tomar conta dos pensamentos dela. Não podia fazer nada com , pensando em , pensando no beijo de . Como ela odiava ele, como tinha raiva daquele garoto que só tinha entrado na vida dela para perturbá-la.
- Eu te odeio, . - sussurrou pra si mesma. - Muito.

Capítulo 19

-"And teeeell me that we belong together.." - cantava em baixo do chuveiro, enquanto enxaguava os cabelos. Desligou o chuveiro e escutou alguma coisa batendo na janela de seu quarto. Colocou a calcinha, sutiã, um roupão e uma toalha no cabelo e foi até a janela.
Sua janela dava pra uma escada de incêndio e quando pôs a cabeça pra fora viu subindo as escadas e pronto pra tacar outra pedra em sua janela.
- Qual o seu objetivo? Quebrar a minha janela ou o quê? - perguntou, fazendo parar de subir e encará-la.
- Não, era só chamar a sua atenção mesmo. - respondeu e voltou a subir.
- , já são quase 11 horas da noite. - exclamou, vendo se aproximar cada vez mais. - O que você quer?
se apoiou na janela e a encarou. - Falar com você! - notou que ele estava extremamente bonito e bem arrumado. Usava uma camisa branca e por cima um suéter preto, uma calça jeans e um tenis branco.
- Sobre?
- Coisas.
- Que coisas, ?
- Da vida.
- Ai, meu Deus. Se for uma total perda tempo, eu mato você. Entra logo e seja rápido. - deu espaço pra ele, que pulou pra dentro.
- Eu.. - ficou parado em frente ela, tentando escolher as palavras.
- Você..? - fez um gesto com a mão, sinalizando pra ele continuar, mas ficou olhando pra qualquer outro ponto menos ela. - Desembucha, .
- Eu não sei como falar isso, mas.. - começou a se sentir extremamente interessado pelo relógio pregado na parede. - Você até que não é tão mal.
- Ah, é? E esse era O fato que te fez vir aqui e pertubar meu banho? - agora batia o pé.
- É, isso. - confirmou, ainda sem encará-la.
- Ok, pode ir então. Já captei a mensagem. - apontou para a porta do quarto.
respirou fundo e saiu do quarto, com em seu encalço. Abriu a porta do apartamento e viu se encostar no batente enquanto ele ia até o elevador. Quando ele já estava dentro do elevador e via a imagem da garota sumir, ele se lembrou do porquê tinha ido até lá. Pôs a mão e empurrou a porta do elevador, andou até e a puxou para um beijo, levando a garota de costas até dentro do elevador novamente.
- .. - falava no meio do beijo, tentando resistir, numa briga interna consigo mesma.
apertou todos os botões do elevador, que iam até o 10.. sem parar de beijá-la.
Quando já estavam no oitavo andar, finalmente conseguiu afastar e começou a dar soquinhos no peito, não muito forte.
- Você não pode fazer isso. - gritava. A toalha que estava em seu cabelo tinha caído no chão. - , eu não sou um brinquedo que você pode ficar beijando a hora que der vontade!
- Eu não.. - a segurou pelos cotovelos, fazendo ela parar de socá-lo.
- Agora EU vou falar. - apontava o dedo na cara dele, que andou até encostar na parede. - Eu estou com o , e você está NOIVO da ! O que você pensa que está fazendo com isso? NÓS ESTAMOS TRAINDO ELES!
- Eu não..
- É, , você não vai fazer isso nunca mais. Eu não quero que VOCÊ estrague a minha relação com a ou com o . - virou de costas para e passou a mão no rosto, confusa. Tinham parado no décimo andar finalmente. - Eu te odeio, . - Ela disse, encarando a parede oposta a que estava.
Ele não respondeu nada, apenas encarou o chão. apertou o botão de abrir as portas e saiu, deixando lá dentro.
Antes das portas se fecharem, gritou.
- Eu também, me odeio por não conseguir mais te odiar!

- Eu não posso, eu não posso, EU NÃO POSSO! - repetia entrando no seu apartamento de novo. Levou as mãos ao cabelo ainda molhado. - Ele é o noivo da sua melhor amiga, , da menina que te ajudou desde que você chegou em Londres e que confia tanto em você! - Agora ela estava andando de um lado para o outro. - Como eu fui me meter nessa confusão? Como? - Ela olhou pra cima, exausta. - Eu odeio o , odeio, odeio, odeio! Ele não pode fazer isso comigo, não pode! - se jogou no sofá e poucos minutos depois, adormeceu do jeito que estava.

- Hey , pega uma pasta de dentes pra mim. - chamou a atenção de que encarava uma maçã em sua mão. Os quatro estavam no supermercado fazendo as compras de e .
- Ahn? - encarou . e se juntaram a eles trazendo muitos pacotes de salgadinhos.
- Tá dormindo, ? - passou com alguns salgadinhos e deu um tapa na cabeça dele.
- O que você tem, dude? - despejou praticamente todos os Coop Noodles que existiam no supermercado dentro do carrinho.
- Não sei.. É que eu não entendo a . - pegou algumas cervejas. franziu a testa.
- Ah isso não é nenhuma novidade, você não entender alguma coisa. - deu de ombros e virou os olhos. - Tá, o que aconteceu? Vocês ainda não..?
- Não, man! - falou.
- HAHA não consegue nem levar a garota pra cama. - zoou. chutou uma prateleira.
- Eu quase levei tá? - protestou. - Mas de repente ela não quis, disse que nós devíamos ir com mais calma.
- Desse jeito vocês vão casar antes de dormirem juntos. - continuou a zoação. - Não, é brincadeira. Nós gostamos muito da pra deixar você dormir com ela, não é ? - E largou o carrinho, irritado e bufando.
- O que você tem hein, ? - perguntou e os três encararam .
- Nada, só uma coisa que eu tenho que fazer. - inventou. - Vocês podem terminar isso? - E eles afirmaram com a cabeça. - Ok, tchau.
- O quê deu nele? - perguntou pros outros dois que levantaram os ombros, sem saber.
Enquanto isso, foi batendo o pé até o estacionamento do supermercado. Afinal, porque tinha ficado tão estressado? Ele não devia, já que não era ele quem tinha que admitir estar apaixonado por , era ela.. pelo menos em seu plano era ela!
Pulou a porta da Mercedes conversível, já sabendo pra onde ia. Tinha que por o plano em prática, não sabia o porquê de estar fazendo isso, pois estava com seu casamento marcado.. pra quê fazer com que admitisse que gostava dele? Pelo simples fato dela sempre pregar peças nele desse tipo, e agora ela ia pagar! Ele ia sim conseguir que no final ela admitisse que estava afim dele.. e ele? Ia simplesmente dizer que estava com o casamento marcado com a melhor amiga dela e não podia fazer nada. Não que ele não gostasse da e não quisesse casar com ela, ele queria.. Mas de uns tempos pra cá estava ocupando muito os seus pensamentos.
- Pára com isso ! - Ele disse pra si mesmo, enquanto dirigia. - Você não gosta dela, você gosta da e só quer que ela pare de ser orgulhosa e admita que está apaixonada por você!
Estacionou em frente ao prédio e pulou pra fora do conversível. Entrou no prédio, passou pelo porteiro e resolveu perguntar:
- Hm.. O senhor sabe se a está?
- Ela ainda não chegou do trabalho, Sr..? - O porteiro gesticulou.
- . - completou.
- Então Sr. , ela ainda não chegou.. Mas se o Sr. quiser esperar por ela. - O porteiro falou explicando.
- Err.. Ok, obrigado. - fez um joia com as duas mãos e subiu de elevador até o apartamento de , onde a esperou voltar.. O que ele esperava ser logo. - Sete e meia, ela deve chegar logo. - Ele disse checando o relógio e sentando encostado na porta.
Bom, ele estava certo. Alguns minutos depois, apareceu cheia de pastas e bolsas caindo enquanto a porta do elevador abria. se levantou rápido.
- Droga, quanto papel inu.. - catava os papéis, mas parou quando viu um par de tênis. Levantou o olhar até chegar no rosto de . Encarou os olhos dele por alguns segundos e depois deu a volta nele e destrancou a porta do apartamento.
- .. - pegou em seu braço e fez os papéis cairem novamente.
- QUE DROGA, ! - puxou seu braço e abaixou pra recolher os papéis. - ME FAZ UM FAVOR? SOME, DESAPARECE, EVAPORA! - E entrou dentro de casa, fechando a porta na cara dele. Encostou as costas na porta e escorregou até o chão.
- Eu já disse, você não aguentaria. - respondeu do outro lado da porta. - Eu não vou sair daqui enquanto você não me seguir.
- Ótimo, você pode apodrecer aí. - gritou pra ele e se levantou pra tomar um banho.
Uma hora mais tarde, tinha tomado banho, comido um sanduíche e alimentado Simba. Quando estava passando pela porta de entrada, voltando da cozinha, lembrou-se de . Será que ele ainda estava lá?
- Você ainda está aí? - encostou-se de lado na porta.
- Estou. - resmungou.
suspirou e abriu a porta, fazendo quase cair pra trás. - Você não cansa?
- Eu disse que ia ficar aqui até você me seguir. - levantou-se e encarou . A garota vestia um short jeans curtinho, uma regata rosa e um lápis no cabelo.
- Então me diz, o que você quer? - Ela cruzou os braços.
- Que você me siga, já disse. - falou.
- Se eu te seguir, você vai parar de vir aqui e nós vamos voltar a ser simples conhecidos? - franziu a testa, propondo.
- Justo. - respondeu, cruzando os dedos atrás das costas.
- Vou pegar meu casaco. - disse e correu pra dentro de casa, voltando logo com um casaco preto na mão. Casaco e shorts curto? Vai entender!
Ela seguiu até o carro e vendo ele pular a porta, lembranças de Nova York vieram a sua mente. Porquê ele tinha comprado um conversível?
- Não vai entrar? - virou-se para que olhava o carro.
- Ah.. - acordou. - Claro, , que pergunta idiota. - E entrou finalmente no carro.
E ligou o carro. Dirigiu por bastante tempo e quando viu passar Heathrow, estranhou.
- Nós vamos sair de Londres? - Ela encarou .
- Mais ou menos. - respondeu sem tirar os olhos da estrada.
- Já está escurecendo.. - comentou sentindo a brisa bater no seu rosto. (N/A: Lembre-se que na Inglaterra escuresse só as 10 horas)
- Nós estamos chegando. - entrou em uma outra estrada, deixando Londres completamente para trás.
- É estranho. - suspirou. - Conversar civilizadamente com você.
ficou meio sem fala, abriu a boca mas não disse nada. Um hora depois ele estacionou.
- É aqui. - Ele desligou o carro. Estavam estacionados em frente a uma praia deserta. Eles deviam estar perto da primeira cidade litorânea depois de Londres. Atrás deles uma casa abandonada.
- O que nós estamos fazendo aqui? - encolheu os braços, sentindo o vento.
não respondeu, só andou em direção a praia, tirando o tênis antes de por o pé na areia. fez a mesma coisa que ele.
- Eu queria morar nessa casa depois de casar, mas a disse que é horrorosa. - comentou encarando a casa atrás deles, enquanto se juntava a ele.
- É bem bonitinha, com uma reforma.. - também disse levantando os ombros. - Eu moraria aí.
- Eu comprei de uma família mexicana. - falou começando a andar. - Bom.. eu preciso falar com você.
- Já está falando. - brincou e começou a andar de frente pra ele.
- É sério. - rolou os olhos.
- Ah desculpa grande , o que é essa coisa tão séria que você quer falar? Sou toda ouvidos. - continuou andando de costas.
- E se não.. existisse e entre.. - dizia, mas foi interrompido por .
- O que você quer dizer com isso, ? - franziu a testa, parando de andar.
- Você não acha, que nós.. que nós não somos mais os mesmos desde que, nos beijamos? - também havia parado de andar mais a frente de .
estava chocada, do que estava falando? Tinha certeza que ele havia sido possuído, não era o que ela conhecia, o que ela odiava, o que ela xingava e o que ela havia tentado, sem sucesso, tirar de sua cabeça nas últimas semanas.
- Não, , que.. coisa besta de se dizer! - arranjou qualquer coisa pra falar. - Nós não mudamos.
- Ah , por favor, não se faça de cínica. - virou-se finalmente pra ela, irritado.
- O problema, , é que você se acha o melhor! Acha que todo mundo te ama, todos estão sempre beijando seus pés! NOVIDADE: EU NÃO CAÍ NOS SEUS ENCANTOS! - disse tudo apontando na cara de .
- Então diz isso olhando nos meus olhos! - exclamou e chegou tão perto de que sentia a respiração compassada da garota. - Diz que você não me ama!
- Eu.. - começou respirando ofegante, encarando aqueles olhos . - não.. - Porque não conseguia? - Eu não te devo satisfações. - E virou-se, voltando a andar.
sorriu com o canto da boca, ela não conseguia admitir.. ELA NÃO CONSEGUIA ADMITIR QUE NÃO GOSTAVA DELE!
- Eu disse. - puxou o braço de , trazendo a garota para si.
- Pára com isso, . - virava seu rosto. - Você só está complicando as coisas! O que eu tenho que fazer pra te mostrar que nós dois estamos comprometidos e não podemos ficar traindo eles, nós não podemos . Por favor, só volte a me odiar como antes! - Tinha começado a cair uma chuva fina.
- Não me peça isso. - soltou . - Eu já tentei, você não sai da minha cabeça.. Parece praga!
- Eu não queria isso! - fazia gestos. - Isso tudo é culpa minha.
- Se você não fosse tão orgulhosa e admitisse que gosta de mim, tudo ficaria bem! - também falava fazendo gestos.
- Ficaria bem? Tudo ficaria bem, ? Tudo pioraria! - gritou, agora a chuva já encharcava os dois. O celular de tocou e eles viram no visor "". - Viu, ? Esse é o maior motivo pra eu não admitir que gosto de você! - Ela encarou fundo. - Me leva pra casa agora, por favor?
ficou encarando as costas de enquanto a garota se aproximava novamente do carro. Ele tinha falhado, mas como podia? Nenhuma garota NUNCA tinha resistido a uma declaração daquela feita por ele, porque tinha que ser tão certinha?
Ele chutou um pouco de areia, ia pegar um resfriado se continuasse naquela chuva.

Capítulo 20

saiu do carro de sem nem ao menos se despedir, sua cabeça estava girando. Agora já não se importava mais em se molhar, sua roupa já estava pingando mesmo. apenas a observou entrar dentro do prédio, mas logo deu partida e foi embora.
Ela pôs a mão na maçaneta da porta de vidro, mas foi surpreendia por..
- , eu já te disse.. - virou-se, mas percebeu que não era . - ! - Ela o encarou assustada.
- Surpresa em me ver? - cruzou os braços e arqueou as sobrancelhas.
- Não, eu.. só.. pensei.. - gaguejou.
- Eu vim aqui pra te contar que Star Girl vai ser single, antes do CD.. - olhava pra qualquer lugar menos para a garota a sua frente. - Mas acho que o já deve ter te contado, né?
- Não.. - começou, tentando fazer com que ele olhasse pra ela. - Olha , eu não sei porque você está assim..
- Não sabe? - fez um tom sarcástico. - Eu acabei de ver você sair do carro do ! Como você quer que eu esteja?
- Isso mesmo, eu só estava saindo do carro dele! Ele me chamou pra ver uma casa que ele queria comprar. - se amaldiçoou em pensamento por mentir pra .
- Pensei que vocês se odiassem.. - olhou pro lado e suspirou.
- As coisas podem mudar, .. - falou irritada.
- Então você admite que não odeia ele? - virou o rosto pra ela novamente, agora ele estava realmente a encarando como se esperasse a resposta de um pedido de casamento.
- Eu não disse isso! Você está pondo palavras na minha boca, . - agora já estava falando alto.
- Tudo bem.. - levantou os braços. - Eu não vou ficar aqui discutindo. - Tirou alguma coisa do bolso. - Aqui está a demo de Star Girl e a música que eu prometi fazer pra você. - E entregou o CD nas mãos de e foi embora.
A menina encarou a capa do CD, estava escrito:
"Como prometido, espero que goste"
xxx

E havia um desenho de dois bonequinhos de mãos dadas e um coração em cima da cabeça deles. levou as mãos a cabeça, era tudo que ela precisava naquele dia: discutir com . Olhou no relógio e já era quase meia noite.
- Atchim. - espirrou. - Claro, só isso que faltava mesmo.

se recusou totalmente a levantar da cama no dia seguinte, mesmo tendo um monte de trabalho a esperando, estava fora de cogitação sair da cama com a dor de cabeça e garganta que estava.
Se cobriu até o pescoço de cobertas, pôs o tapa-olho e uma bolsa térmica na cabeça, enquanto media sua febre. A campainha soou estridente em sua cabeça.
- Eu não vou levantar, nem que o Bono Vox estiver lá fora! - Ela disse pra si mesma com uma voz rouca.
- Sinto te desapontar amiga, não é o Bono Vox. - já tinha entrado e se encontrava na porta do quarto de .
- Poxa, estou realmente desapontada. - puxou o tapa-olho cobrindo seus olhos. era a última pessoa que ela queria ver, pois seu estômago ia começar a revirar de remorso de novo.
- Ok, , o que aconteceu? - sumiu com seu tom de meiguice de sempre e sentiu o coração ir a boca, não podia ter falado nada, não podia.
- Nada, só estou indisposta e com um gripe filha da mãe. - respondeu ainda sem tirar o tapa-olho.
- Foi o que eu pensei. - O tom de meiguice havia voltado para e suspirou aliviada, bem baixinho. - Então, vou ao mercado aqui do lado.
- Fazer o quê lá? - finalmente tirou o tapa-olho e encarou a amiga.
- Comprar o kit contra gripe e indisposição, claro. - disse como se isso fosse uma coisa que todo mundo faz.
- E o que exatamente é esse kit? - franziu a testa, curiosa.
- Você vai ter que esperar pra ver. - respondeu e no instante seguinte o celular de começou a tocar.
"Whooooooooooo, lives in a pineaple under de sea? SPONGE BOB SQUARE PANTS!"

pegou o celular que estava embaixo de sua costela e olhou no visor: "". Desde quando ela tinha o celular de ? Ah desde que pedira um dia pra que ela ligasse no celular dele, pois o dela estava estragado.
"Absorbant and yellow and poreous is he, SPONGE BOB SQUARE PANTS!"

- Deixa que eu atendo amiga. - puxou o celular da mão de , que não soltou.
- Não, não é ninguém importante. - tentava cobrir o visor enquanto puxava para seu lado.
"His nautical nonsense be something you wish, SPONGE BOB SQUARE PANTS!"

- Mas você precisa atender, como sabe que não é importante? - puxava, no momento tinha mais forças que .
- Eu não quero atender essa pessoa amiga, é uma menina do trabalho que fica me enchendo o saco. - inventou.
"Then drop on the deck and flop like a fish, SPONGE BOB SQUARE PANTS!"

soltou o aparelho e jogou dentro da gaveta de sua mesinha de cabeceira.
- Bom, vou lá então. - sorriu e deixou o quarto, assim como a casa de .
- Foi por pouco. - suspirou aliviada.
"Whooooooooooo, lives in a pineaple under de sea? SPONGE BOB SQUARE PANTS!"

O celular berrou novamente de dentro da gaveta.
- Ai, esse toque é pior que o do Star Wars. - puxou as cobertas sobre sua cabeça. - Eu não vou atender, , morra tentando!
"ASORBANT AND YELLOW AND POREOUS IS HE, SPONGE BOB SQUARE PANTS!"

Aquilo estava gritando dentro da cabeça de , se quisesse irritá-la ele tinha conseguido. Abriu a gaveta e puxou o celular lá de dentro, abrindo o flip.
- O quê você quer, ? Você conseguiu me irritar, conseguiu! Porque se for alguma coisa inútil, o que provavelmente é, você vai..
-"It's only been a day, but it's like i can't go on.. - cantou no telefone. - I just wanna say, i never meant to do you wrong"
- O que significa isso, ? - perguntou, fingindo não achar a letra daquela música linda.
- Eu to aqui no estúdio e te liguei pra saber o que acha da letra dessa música, então, o que acha? - falou como se nada tivesse acontecido no dia anterior e que também eles não se odiassem mortalmente.
- Ok, deixa eu entender, você me ligou no meio da manhã, me irritou e fez minha cabeça doer mais ainda, lembrando que minha cabeça e minha garganta estão doendo por sua culpa também, só pra saber o que eu acho sobre uma música idiota? - podia jurar que suas bochechas estavam pegando fogo.
- É, é isso mesmo. - confirmou. - ? Alô? Ta aí?
- Eu mereço mesmo. - jogou o celular sobre a mesinha.
Algum tempo depois, havia voltado com o tal kit contra gripe e indisposição, jogou tudo sobre a cama de .
- Ok. - disse pegando um DVD. - Quarta e sétima temporada de Friends, as melhores! Hm.. Doritos, chá gelado, aspirina, esmalte..
- Esmalte? - encarou , confusa.
- É pra mim - sorriu amarelo. - Chocolate, chocolate, chocolate e mais chocolate.. - tirava muitas barras de Kit Kat e Hershey's das sacolas.
- ! Era pra eu melhorar, não engordar! - protestou.
- Chocolate ajuda a animar, não sabia? - continuava tirando barras de chocolate. - Bom, eu vou fazer um belo almoço pra nós duas e depois vamos ver Friends e comer chocolate, ok?
- Ok. - se jogou na cama novamente e ligou a TV.
- O que é dessa vez? - perguntou quando parou em uma canal de fofocas. - Paris Hilton dirigindo bêbada de novo? - E saiu do quarto falando como a Paris não toma jeito e blá blá
"E por falar em flagras, nossos paparazzis flagraram uma garota sair do carro de , da banda pop McFly, ontem a noite. Ela não era a atual noiva do Flyer, , a manager da banda.. "

ficou estática ouvindo aquilo, não podia ser! Como tinham tirado aquelas fotos? Como tinham seguido ela e ?
"Nossos contatos nos disseram que a tal garota é a atual namorada de , companheiro de banda de , que apareceu logo que deixou o prédio da garota e pelas fotos parece que e a garota tiveram uma briga feia na porta do prédio, provavelmente ele ficara com ciúmes de sua garota sair do carro do seu amigo de banda, afinal, quem não ficaria? ... Britney Spears saiu apenas.."

- E aí amiga? Alguma fofoca realmente boa? - apareceu no quarto mexendo com uma colher na panela. estava com os olhos arregalados para TV. - ?
- É, não.. tava falando do McFly.. que eles estão fazendo disco novo e essas coisas.. - inventou fazendo gestos frenéticos.
- Ahh, porque você não me chamou? - sentiu-se ofendida. - Se aparecer mais coisas sobre eles, me chama! - E voltou pra cozinha.
estava rezando em pensamento para que não tivesse visto aquilo e rezando também para não repetir e poder ver, mas sabia que era quase impossível.. aquelas fotos já deviam ter vazado na internet e não tinha nada que ela podia fazer!
Depois que as duas almoçaram um yaksoba bem improvisado de , se lembrou que ainda não tinha ouvido o CD que havia lhe dado.
- O é fofo amiga. - comentou depois que contara sobre a música que ele tinha feito pra ela. - O nunca fez uma música pra mim.
- Ahnn.. que isso , aposto que todas músicas que ele compõe é pensando em você! - consolou a amiga que murmurou um "é, pode ser." estranhando muito a amiga falar uma coisa dessas sobre .
colocou o CD pra tocar e a primeira música era Star Girl terminada. Tinha ficado muito boa, e eles realmente levaram a sério quando dissera que eles deviam por o tal "Houston, we gotta a problem".
- É, o levou uma demo pra casa.. ficou muito boa mesmo. - comentava enquanto os últimos versos da música eram tocados. - E agora, música de suspense por favor. - Elas riram.
"Good, good, good, good enough
Good, good, good enough
Good, good, good enough
Good, goooooooooood..

I can't stop, I can't stop loving you.
You're a dreamer and dreaming is what you do,
I won't stop believing that this is the end, there must be another way.
Cause I couldn't handle the thought of you going away, woooh yeahhh

Sorry is not good enough, why are we breaking up?
'Cause I didn't treat you right so please don't go changing
What was I thinking of?
You said you're out of love, baby don't call this off because sorry is not good enough

Don't stop, all those things you do
I'm a believer and that's what gets you through,
I can't fight this feeling that this is the end,
We're in the thick of it, where will this ever end? Woooh, woooh

Sorry is not good enough, why are we breaking up?
'Cause I didn't treat you right so please don't go changing.
What was I thinking of?
You said you're out of love, baby don't call this off because sorry is not good enough.

Oh, you said you'd never leave me be there, the holding please
Sorry is just not good enough for you,
Everybody makes mistakes and that's just what we do.."


- O gosta mesmo de você, amiga. - disse, enquanto apertava o "pause" olhando pra janela. - Aposto como ele compôs quando vocês brigaram e..
- Eu não quis desculpá-lo. - completou. - Bom, a letra e a melodia são lindas.
- São meeeesmo. - empurrou de lado e começou a cantar. -"I can't stop, I can't stop loviiiiiiing you" - E riu do jeito dela. Não sabia mais se estava chateada com o ciúmes de depois de ouvir tudo aquilo, mas tinha , ela odiava admitir que existia em sua vida que estava bagunçado toda sua cabeça e pensamentos. Ela não podia se render aos beijos de , as declarações de .. Tinha que pensar em , tinha que pensar em !

- O que o estressadinho tem? - apontou para que estava mais a frente dele, de e . Tinham acabado de sair do estúdio pra almoçar e desde que chegara não conversava com ninguém e errava as notas o tempo todo.
- As tartarugas vem ou não? - gritou chamando os outros.
- O que você tem, ? Fica gritando com todo mundo e errando as músicas, man! - resolveu tirar a dúvida.
- Nada do interesse de vocês. - respondeu ríspido.
- Hey, a gente só quer ajudar.. - também falou. - Fala alguma coisa, !
- Ahn? - pareceu voltar a Terra. - Ouvi meu nome?
- Ah dude, essa banda tá perdida.. um de TPM e o outro retardado, será que eu sou o único que salva? - ergueu as mãos para o céu.
- se você ainda não percebeu eu ainda est.. Hey, o que é isso? - apontou para uma revista na banca por onde eles passavam.
- Agora deu pra ler revista de fofocas, ? Vamos, eu preciso comer man! - reclamava enquanto voltava pra apressar os amigos.
- Não é a ali? - apontava pra uma pequena foto na revista. - Saindo do carro.. do ? - E e olharam sicronizadamente para .
- Não, eu.. - começou, mas lia em voz alta o título.
- "A garota entre dois Flyers?" .. Como assim?
- Hey, não é nada disso! - exclamou. - , você sabe que não é!
- Não, eu não sei como é ! - replicou cerrando os dentes.
- Não acredito que você vai acreditar numa fofoca dessas! Eu e a ? Isso é a pior coisa que podiam inventar pra ganhar dinheiro. - devolveu irritado.
- É, , isso é só pra ganhar dinheiro! Quantas vezes eu tive que desmentir que durmo com ursinho de pelúcia? - disse.
- Mas você dorme mesmo, pra que mentir ? - brincou. - E não esquece daquela vez que disseram que você tomava banho de pasta de dentes e cheirava menta!
- Ha-ha-ha, Eu sou , o rei da piada. - fez uma voz de retardado. - Pelo menos não sou eu que tenho uma coleção de boxers de ursinhos coloridos! - E os dois foram discutindo a frente de e .
- Eu estou com a , . - disse ao garoto. - E a está com você e nós nos odiamos mortalmente.
- Eu sei, ok? - parecia um pouco mais calmo. - Mas se põe no meu lugar, dude! Se estivesse em todas as revistas que a , sei lá.. poderia ter um caso com o.. ! O que você faria?
- Também ficaria bravo, mas tentaria não ligar, porque sei que quem está com ela sou eu e que ela gosta de mim! - falou (surpreendendo-se por se mostrar tão romântico, coisa que nem de longe ele era.. estava conseguindo mudar sua cabeça) e resmungou alguma coisa parecido como um "acho que você tem razão" e entrou no restaurante em que e já tinham entrado.
- .. e que ela está com você, não comigo! - disse pra si mesmo, mas logo entrando também.

Capítulo 21

não havia demorado, assistiram apenas alguns episódios da quarta temporada de Friends e comeram alguns Kit Kats e ela se desculpou dizendo que precisava ir ao estúdio antes que os meninos fossem embora. , com exceção de Simba, estava sozinha novamente.
- Nós vamos viajar, Simba. - repentinamente levantou do sofá e pegou Simba no colo. - Vamos pra Cardiff, visitar meu pai e minha mãe! Eu tenho algumas horas extras do trabalho e posso tirar esse final de semana! Está decidido, é a hora da filha pródiga visitar sua antiga cidade.
Ela não queria realmente visitar Cardiff, não que fosse muito diferente de Londres, apesar de ser sua cidade natal e tudo. Na verdade, queria ficar longe, longe de , de (por mais que amasse os dois) e principalmente de . Precisava colocar suas idéias no lugar e decidir o que queria! Também não podia negar que estava morrendo de saudades de tudo lá, principalmente de seus pais. Iria pegar o telefone agora para ligar e avisá-los.
Só a idéia de ir para Cardiff já havia feito se sentir bem melhor e poder levantar e arrumar a mala, afinal ela devia pegar o trem as 16:30 do dia seguinte. Já havia avisado seus pais, que ficaram radiantes com a repentina surpresa, ainda mais que era aniversário de seu pai no sábado.

Era mais um dia de estúdio para o McFly, eles deveriam lançar Star Girl como single, o que provavelmente seria nesse final de semana, e logo o novo CD.
- Continuem aí, já volto! - disse para os quatro e o produtor, quando sentiu seu celular vibrar no bolso da calça jeans. - Alô?
- Mônica? Sou eu a Rachel! - disse ao celular.
- Quem? - não entendera.
- . - Ela respondeu rindo e fez um "ahh, fala Rachel" - Não tenho muito tempo, meu trem vai sair daqui alguns minutos.. Só queria te avisar que estou indo pra Cardiff!
- Cardiff? - assustou-se.
- É, vou visitar meus pais. - respondeu, ouviu uma voz ao fundo, alguma coisa parecida com "Com quem você está falando, ?"
- Pára, .
- O está aí? - quis saber.
"Quem é? É a ? É ela, ?"
- Está, fala com ele e boa viagem! - disse e passou o celular para .
- Onde você está? - perguntou, tampando o ouvido.
- King's Cross. - respondeu, mordendo o lábio.
- Fazendo o que em King's Cross? - estranhou.
- Pegando um trem para Cardiff. - disse. - Estou indo visitar meus pais.
- Quer dizer, que você ia fugir assim sem avisar? - se irritou. Porque ela estava indo para Cardiff, afinal? E ainda, sem ao menos ligar pra ele!
- Fugir? Eu não estou fugindo .
- É o que parece.
- O que você queria? "Oi estou indo pra Cardiff no País de Gales, minha cidade natal lembra? Então, volto segunda-feira não precisa colocar um segurança atrás de mim"
- Qual é o seu problema hein?
- Não, , qual é o seu problema! Você está parecendo meu pai.
- Eu só estou tentando ser seu namorado, ok? Você já viu as revistas de fofocas? - certificou que não estava ouvindo, não queria que ela brigasse com ou com . - "A garota entre dois Flyers", " terminou o noivado?" ou " é corno?"
- PÁRA, ! - gritou e percebeu que pessoas olhavam pra ela. - Só me responde uma coisa.. Em quem você acredita, em mim ou nessas revistas idiotas? - Detestava fingir que tudo era mentira. não disse nada por alguns minutos. - Quer saber? Não precisa responder! Quando você descobrir, você me procura ok? Passar bem! - E desligou, as lágrimas teimosas finalmente caíram, mas as enxugou respirando fundo. Olhou no relógio que marcava 15:56, é precisava ir.

Naquele dia já era tarde no estúdio, quase todo mundo já tinha ido embora, só sobravam que terminava de trabalhar nos pôsteres que ficariam na HMV durante o lançamento de Star Girl no dia seguinte e que compunha e tocava algumas coisas.
- Hey , vê se você gosta. - chamou o garoto que correu até ela para olhar a montagem.
- É, não é que existe uma semelhança enorme entre mim e o Brad Pitt nessa foto. - dizia com a mão no queixo, riu dele.
- Ótimo, amanhã eu termino de imprimir. - Ela falou fechando tudo e logo pegando sua bolsa. - Vamos?
- Te deixo em casa. - deu espaço para ela passar pela porta e depois fechou.
- Obrigada, . - sorriu pra ele e entrou no carro.
Não demorou muito e eles já estavam em frente ao prédio de , que por sinal não era longe do estúdio.
- Está entregue. - disse quando estacionou. - Hey autista.. - Ele virou-se para que olhava fixo pra frente.
- Hm.. ? - virou-se para ele também e o garoto balançou a cabeça em sinal de que ela podia continuar. - Você lembra daquele dia, quando o e a estavam em NY e bom..

- Ai , fazia tempo que eu não me divertia assim. - comentava enquanto entrava na casa de . - Sério, comer cachorro-quente, andar na roda-gigante, brincar de esconde-esconde, jogar tiro ao alvo e rolar na grama? Me senti criança de novo. - Ela colocou o urso gigante que tinha ganho pra ela no tiro ao alvo em cima do sofá.
- Meu pai sempre me levou nesse festival e eu continuo indo todo ano, mesmo depois de velho. - contou. - Voltar a ser criança é bom, às vezes. - Ele entrou pra cozinha. - E pra encerrar o dia, uma coisa que não é muito infantil. - gritou.
- Você vai me embebedar, é isso? - tinha corrido pra cozinha também, vendo colocar um pouco de vodca no liquidificador.
- Só se você deixar. - olhou malicioso pra ela, brincando é claro. Colocou algumas frutas e um pouco de suco de laranja e ligou o liquidificador.
- Eu deixo. - entrou na brincadeira. - Só se você fizer um strip pra mim depois. - E olha que eles nem tinham bebido.. ainda.
- Feito. - terminou a batida e pôs em um copo pra e em um outro pra ele.
Algumas batidas-a-lá-- depois..
- Não, não teve graça nenhuma. - cruzou os braços. Eles estavam estirados no chão da sala de .
- Teve sim. - gargalhava com lágrimas nos olhos. - Você simplesmente tropeçou na caixa de som e foi de cara no chão.
- Pára de rir tá? É feio rir da desgraça alheia. - choramingou, o que fez rir ainda mais.
- Aham, então vem me parar. - levantou e correu para cozinha, ainda gargalhando.
levantou logo em seguida, meio cambaleante e correu atrás de . Quando chegou na cozinha, viu que a garota tinha subido as escadas da lavanderia que levavam até o terraço, foi atrás. Já no terraço, ele não viu nem sinal de , olhou em volta procurando a garota.
- BU! - surgiu de detrás da porta que tinha deixado aberta, pulando no garoto e fazendo com que os dois caíssem.
Eles gargalharam, enquanto rolavam e ficavam de barriga pra cima.
- Você devia ter visto sua cara, . - ria, olhando as estrelas.
- Ha-ha-ha. - fingia um riso, mas depois ria de verdade.
- Nós estamos bêbados. - comentou.
- Estamos. - confirmou. - Pelo menos, nós sabemos.
- É.. - concordou. - Hmm.. Sabe, às vezes eu acho que não estou fazendo a coisa certa.
- Que coisa certa? - quis saber, virando-se de frente pra ela.
- Me.. - respirou fundo. - Casar.
- Porque? Quer dizer, não é isso que você quer? - deu de ombros.
- Eu não sei, é esse o problema. - explicou. - Eu amo o , mas eu tenho medo do que vai acontecer daqui pra frente. - Sentou-se.
- Posso dar minha opinião? - perguntou, sentando-se também. - Eu acho que você deve parar e ouvir seu coração.. E se o fizer algum mal pra você, eu acabo com ele. - riu dele. - O álcool deve estar fazendo muito efeito agora mas, se isso ajudar, eu gosto muito de você, .
Os olhos da garota encheram de lágrimas e ela teve uma vontade enorme de abraçar e nunca mais soltar. - Obrigada, , ajuda muito.
Os dois se encararam, tinha um meio sorriso nos lábios. Devagar, os dois fecharam os olhos e inclinaram a cabeça, aproximando os rostos. Quando já sentia levemente o lábio de sobre o dele, que se deu conta do que estava fazendo. "É a , noiva do , minha melhor amiga, minha irmãzinha, como eu posso estar fazendo isso? Burro, burro, burro!". Ele abriu os olhos e se afastou da garota.
- Me desculpa, .. - começou, levantando-se do chão e dando as costas pra ela. Estava lutando contra si mesmo, para não beijá-la de verdade. - Eu confundi as coisas e..
- É, nós confundimos tudo. - levantou-se também. - Acho melhor eu ir, até mais . - E desceu as escadas.


- Hmm.. claro. - respondeu meio sem jeito. - O que tem aquele dia?
- Eu.. - começou e finalmente olhou para . - Eu andei pensando muito no que.. aconteceu e..
- Eu sei. - cortou ela. - Você não precisa ficar se preocupando, a culpa toda foi minha, nunca devia ter insistido pra você beber todas aquelas batidas e depois tentar te beijar. Vamos esquecer isso, ok?
Os olhos de estavam marejados, ela respirou fundo e balançou a cabeça afirmativamente.
- Afinal, você é quase minha mãe/irmã, certo? - perguntou e levou um tapa de . - O quê eu disse?
- Eu não sou sua mãe! - Ela protestou. - Eu..
Mas o celular de começou a tocar e ele retirou do bolso, mostrando no visor "Natalie".
- Atende. - falou. - Obrigada por me trazer aqui, até amanhã. - Ela acenou, já de fora do carro e acenou de volta enquanto atendia o celular e um sorriso formava em seu rosto.

- Onde você tá, ? - falava no telefone com .
- É.. - pensou, olhando pros lados. - Indo almoçar! - Inventou.
- Almoçar, ? São 4:30 da tarde! - disse irritado.
- Eu sei, não tive tempo pra almoçar ainda. - finalmente parou o carro.
- Ok, então almoça e vem pra casa do ou ele vai ter um surto de mulherzinha!
- O que aconteceu?
- Você sabe, ele sempre tem esses surtos pré-lançamento-de-singles.. Se eu ouvir mais alguma coisa dele, nós vamos precisar de um outro membro pra banda, porque eu vou matar o .
- Não faça nada antes que eu chegue aí, , ia dar muito trabalho pra banda explicar a morte do depois. - brincou e riu com .
- Não demora. - pediu.
- Também te amo, amor. - desligou. Ele desceu do carro e entrou no prédio, foi até o porteiro. - Oi.. A está?
- A senhorita não está. - O porteiro respondeu. - Ela foi viajar.
- Viajar? Pra onde?
- Cardiff, País de Gales.. Não posso informar mais nada, desculpe. - E o porteiro entrou numa portinha.
- Preferia o Sr. Hamilton. - murmurou. - Cardiff? O que ela foi fazer LÁ? - Ele parou para pensar.
De repente teve um idéia, uma idéia muito arriscada e que renderia uma série de problemas depois, mas ele estava disposto a correr esse risco.. por , ele estava!

havia sido recebida com muita festa no dia anterior. Festa mesmo, todos seus amigos de escola e faculdade estavam em sua casa (que era gigantesca, só a sala era o tamanho de seu apartamento em Londres de 4 quartos), seus parentes e vizinhos.. parecia que a cidade inteira tinha vindo recebê-la. Ela cumprimentou e abraçou todos, só sentindo falta de uma pessoa, mas provavelmente ele não poderia vir.
Estava conversando com suas duas melhores amigas de lá, Nicole e Victoria, e colocando as novidades em dia, quando sentiu duas mãos cobrirem seus olhos e perguntar "Quem é?". Ela passou as mãos nas mãos da pessoa que cobria seus olhos e percebeu que eram de homem..
- Não acredito! - Tirou as mãos da pessoa dos olhos e virou-se. - Jesse!
- Achou mesmo que eu não viria? - Ele perguntou, sorrindo com o canto da boca e abrindo os braços. A garota jogou os braços em volta do pescoço dele e o abraçou tão forte que parecia que os dois iam se fundir. Jesse era como chamava o garoto desde o primeiro dia que o conhecera (quando ele mudou pra casa ao lado da sua) pois dizia que ele era simplesmente a cópia de Jesse McCartney, (por quem a garota era apaixonada desde sempre e mesmo agora com 20 anos, não deixava de amá-lo) tinha o mesmo cabelinho loiro cortado exatamente igual ao de Jesse, os olhos verdes e a carinha de bebê. Só ela o chamava assim, para oss outros era Oliver.
- Juro que achei que você tinha esquecido de mim. - A menina fez charminho, soltando-se dele. Adorava aquele garoto, o conhecia a uns três anos, mas parecia que era desde o berço. Às vezes se chamavam de "gêmeo", porque juravam que eles eram.. pelo menos interiormente.
- Como eu vou esquecer da metade do meu abacaxi? - Ele disse e arrancou uma gargalhada da menina. - Mesmo você me mandando um ou dois emails de vez em nunca dizendo: "Hey Oliver, estou bem e morrendo de saudades.. espero que aí esteja tudo bem também, te amo meu Jesse" - Jesse imitou a voz da garota. - E poxa obrigado por me por a par das novidades.
- Nós vamos ter o final de semana inteiro pra conversar. - falou sorrindo. - E assistir Star Wars!
- É bom mesmo, Léia. - Jesse afirmou.
- Então dorme aqui hoje, Luke! - pediu segurando as mãos dele.
- Mas você não quer descançar, sei lá?
- Pára de fazer charminho e dorme logo aqui. - Ela ordenou e Jesse levantou as mãos tipo "você que manda".

Capítulo 22

A noite de sexta para sábado tinha sido pequena para o tanto que tinha para contar a Jesse, e vice-versa, ela estava tão ansiosa para contar suas novidades quanto para ouvir as dele. Os dois pegaram tudo que era junkie food na geladeira, o box de DVDs do Star Wars de e passaram a noite em claro, comendo, conversando e assistindo Star Wars. Ela começou contando tudo sobre o suposto quadrado amoroso que estava vivenciando, precisa de alguém como Jesse para desabafar tudo aquilo.
- Então é isso. - terminou suspirando. - Obrigada por meu ouvir Oprah e obrigada a esse público maravilhoso.. - Ela apontou para seus ursinhos da Disney que ficavam em uma prateleira. - que foi tão acolhedor numa hora de dificuldade minha.
Jesse balançou a cabeça, rindo dela.
- Que foi? - empurrou o ombro dele.
- Só podia ser você mesmo pra se meter numa confusão dessas. - Jesse continuou rindo.
- Ôpa, obrigada pela expressão de incentivo. - fez jóinha. - E eu não QUIS entrar nessa confusão, ok? Simplesmente.. aconteceu.
- Aham, aconteceu é? - E Jesse levantou um tapa dela. - Que é?
- Pra você aprender a para de ser irônico. - cruzou os braços.
- Desculpa pequena, mas isso é no mínimo hilário. Você mal conhece o cara e vocês já se odeiam, brigam até morrer e vocês não se suportam.. agora você simplesmente esquece que tem namorado e que o cara está noivo e ficam de beijinho?
- Ei, eu não esqueci nada disso ok? Você acha que é fácil pra mim? Me dói toda vez que eu vejo a ou tenho que mentir pro , eu queria que fosse diferente, mas eu já estou envolvida demais nisso agora. - afirmou e virou o rosto para o lado oposto a Jesse.
- Tudo bem, então me responde uma coisa.. - Jesse começou, mas não virou o rosto para ele novamente. - Você gosta desse ?
encarou o chão, tinha tanta certeza que odiava ele que nunca parara para pensar nisso depois de tudo.
- Eu.. mas é claro que não! - exclamou.
- Isso é o que você sente.. ou o que você quer? - Jesse levantou uma sobrancelha.
- Ora Jess, se você conhecesse o não estaria me perguntando isso! Ele é a pessoa mais desprezível do mundo e isso inclui sua ex-namorada. - começou a rir, mas parou quando viu Jesse de cabeça baixa. - Ah não, não me diz que você..
- É, a Lorraine voltou da Alemanha e.. nós voltamos. - Jesse mordeu o lábio, inseguro.
- É uma pegadinha certo? O que ela fez com você? Lavagem cérebral, só pode! - disse incrédula.
- Ela não é a mesma de dois anos atrás!
- Ok Jess, você sabe o que faz. - entrou debaixo das cobertas, desligando a TV.
- Pelo menos eu admito que gosto dela, diferente de outras pessoas. - Jesse murmurou e logo levou uma almofadada na cara. - Ei!

Seria a festa de aniversário de 50 anos de Frank naquele sábado e seria no grande club de tênis de Cardiff. Uma festa bem tropical, apesar do clima ser de outono. Nora, a mãe de , estava simplesmente louca de tantas coisas que dizia precisar fazer.
- Hey alienígena, se vir minha mãe por aí avise que eu terminei de fazer os arranjos e estou indo passear com o Simba. - disse passando com Simba pela mãe que colocava várias coisas no porta-malas do carro.
Não precisou andar muito e já estava passando por dentro do Roath Park, já que morava no norte da cidade e perto da Cardiff Bay. Dentro do parque, passou na sua cafeteria favorita. Pegou um muffin e um copo de capuccino, dando um alô para a senhora e o senhor Finns. Atravessou o parque inteiro e estava na Cardiff Bay. passou por toda ponte que levava até a praia e onde ficava os barcos. Soltou a coleira de Simba e deixou que ele corresse pela areia, ele tinha crescido tanto desde que ela o comprara.
- Hey Nate! - acenou para o garoto que cuidava do barco de seu pai.
- Hey. - Nate acenou e correu até ela.
- Você cresceu desde a última vez que te vi. - falou bagunçando os cabelos dele. - Aposto que já tem namorada, certo?
- Errado. - Nate se desvencilhou dela.
- Mas as garotinhas devem correr atrás de você! - apontou pra ele.
- Não, na verdade elas correm de mim. - Nate disse abaixando a cabeça e sentando na areia.
- Não acredito, se eu tivesse 15 anos ia querer namorar você. - sorriu, sentando-se ao lado dele.
- Obrigado, - Ele fez um joinha. - Mas, o que veio fazer na cidade?
- Descançar, matar as saudades, você sabe.. mesmo morando em Londres, ainda prefiro minha velha e boa Cardiff. - falou suspirando.
- Aquele cachorro é seu? - Nate apontou para um Simba que corria de um lado para o outro.
- É sim.. SIMBA, VEM CÁ! - gritou e o cachorro foi correndo até ela, lambendo a garota.
- E você? Muitos caras pra mandar ir passear? - Nate quis saber, passando a mão em Simba que estava entre os dois.
- Não, na verdade eu estou namorando.. eu acho. - levantou os ombros.
- Como assim acha? - Nate não entendeu.
- Longa história. - afirmou. - Bom, eu so vim passear um pouco e ficar longe daquela casa louca.. E você, vai hoje no aniversário do meu pai, huh?
- Acho que sim, meus pais vão e eu vou aparecer lá. - Nate respondeu ajudando a se levantar. - ? - Ele chamou a garota que tirava areia de seu vestido. - Você ainda vai estar na cidade amanhã?
- Provavelmente. - respondeu. - Por quê?
- Você poderia voltar e.. eu te levaria pra andar de barco, sabe eu aprendi a pilotar! - Nate disse sem graça.
- Claro, eu ia adorar! - sorriu pra ele e lhe deu um beijo no rosto, despedindo-se.

desceu do trem arrastando uma pequena mala, de repente estava rodiado por fãs histérias tirando fotos e pedindo autógrafos.
- Ótimo, como eu vou achar a casa dela? - disse pra si mesmo, depois de se livrar das fãs.
Pegou um táxi, com a desculpa de que queria fazer um tour pela cidade, apesar de Cardiffser minúscula.
- E esse é o nosso mais famoso parque, chama-se Roath Park. - O taxista disse apontando para a entrada do parque. olhou e viu uma pessoa conhecida sair de lá com um cachorro.
- Siga aquela moça! - apontou para .
- Mas eu não pos..
- Não interessa, apenas siga ela e eu te pago o dobro. - gritou apontando pra frente.
O homem murmurou alguma coisa e seguiu , até sua casa.
- O senhor queria vir na residência de Frank ? Porque não falou antes? - O taxista disse irritado.
- Você conhece ele? - indagou.
- Todos aqui o conhecem, ele construiu metade dessa cidade.. Por falar nisso, hoje é o aniversário dele e terá uma festa no clube de tênis da cidade. deu o dinheiro para o homem e saiu do carro, tinha visto um pequeno hotel perto dali, iria pra lá e depois poria seu plano em ação.

- vamos, estão todos te esperando! - Nora chamava a menina.
- Já desço, mãe. - gritou.
- Vá lá apressar sua amiga, Oliver. - A mãe de pediu ao garoto.
Oliver subiu as escadas correndo e abriu a porta do quarto de sem bater.
- Mãe, eu já..
Oliver assoviou ao ver a garota, ela estava realmente linda.
Usava uma bata vermelha frente única, com algumas flores, que aparecia um pouco de sua barriga, um shorts curto branco e uma sandália da mesma cor. Uma parte do seu cabelo estava preso com uma flor vermelha.
- Ah é você, cadê a Lorraine? - perguntou fazendo uma voz engraçada.
- Vou encontrar com ela lá. - Oliver encostou no batente. - Vamos, seus pais estão impacientes.
terminou de passar rímel, pegou uma bolsinha e foi com Oliver até o andar de baixo.
- Pai, quer tirar isso da cabeça? - ria do pai que tinha um chapéu de pirata na cabeça.
- Você está linda, minha filha. - Ele beijou o topo da cabeça de .
- Obrigada papai. - sorriu.
- Então vamos? Tire isso, Frank. - Nora puxou o chapeu na cabeça dele, arrumando sua camisa.
Eles chegaram no clube e estava tudo enfeitado, parecia que estavam no Caribe.
- A decoração ficou ótima, Nora. - Frank falou olhando tudo.
- Obrigada querido. - Nora abraçou o marido e eles foram falar com os garçons.
- O bar me espera. - Oliver disse animado.
- Você não mudou nada, Jess. - balançou a cabeça vendo o amigo ir até o barman. - E eu vou sentar.

- Ei, qual seu nome? - Uma mulher perguntou a na porta do clube, enquanto dois seguranças o seguravam.
- . - respondeu, sabendo que não estava na lista.
- Desculpe, não está na lista. - A mulher apontou para fora.
- Mas..
- Sem nome na lista, não entra. - Ela repetiu irritada e os seguranças o levararam para fora.
- E agora, ? Como você vai entrar? - Ele disse pra si mesmo, dando a volta no clube.
viu uma porta e uma placa escrito: Entrada para funcionários.
- Você é o Alan? - Um homem o chamou a atenção.
- Eu.. - pensou. - Claro, Alan, sou eu mesmo.
- Vamos, entre. - O homem puxou pelo braço. - Vá se trocar no vestiário. (N/A: Copiado discaradamente de Just My Luck, eu sei, mas eu não pensei em um jeito melhor pro entrar, sorry.)
entrou e viu um armário escrito "Alan", lá dentro tinha sua roupa: um terno, ele apenas continuou com seus tenis brancos e sua calça jeans, pôs a camisa e jogou o blazer por cima.
Viu uma porta entre-aberta e entrou, saindo atrás do dj.
- ! - ouviu alguém gritar. - Você por aqui? - Era o pai de .
- É.. a não disse que eu vinha? - sorriu sem graça.
- Não, ela não falou nada. - A mãe de sorria pra ele. - Venha, vamos comer alguma coisa.
- Onde estão o resto dos seus amigos? E a ? - Frank quis saber.
- Ficaram em Londres. Hm, onde está a ? - perguntou.
- O Oliver deve saber. - Nora disse e puxou o garoto que passava. - Querido, onde está a ?
- Acho que ela foi pra perto das quadras. - Oliver respondeu encarando .
- Porque você não leva o aqui pra encontrá-la? - Frank pôs a mão no ombro de e Oliver afirmou com a cabeça.
- Porque você está aqui? - Oliver perguntou.
- Eu.. te conheço? - franziu a testa.
- Não, mas a me contou e ela não vai ficar nada feliz em te ver aqui. - Oliver afirmou.
- Quem você é? O agente dela? - desafiou.
- Não, o melhor amigo. - Oliver respondeu. - Lá está ela.
respirou fundo e andou até ela, que estava de costas.

Capítulo 23

estava encostada e girava o canudinho de sua bebida, não estava em clima para festas, sentia um peso enorme sobre suas costas. Estava totalmente absorta em seus pensamentos, quando sentiu uma mão tocar seu ombro. Assustou-se e virou para encarar a pessoa.
Quando viu quem era seu queixo caiu e seus olhos arregalaram-se, ao mesmo tempo que seu coração batia aceleradamente.
- .. - começou, não conseguia dizer alguma coisa que fizesse sentido. Porque ele estava ali? PORQUÊ? - O que você está fazendo aqui.. Eu pensei que você.. - Ela falava gesticulando com as mãos e olhando pra baixo. Por incrivel que pudesse parecer ela não estava com vontade de socá-lo ou de xingá-lo, tinha certeza que lá no fundo, bem lá no fundo, seu coração pulava de felicidade. Parecia que ela precisava daquilo para se sentir completa, precisava de ali.
pôs a mão no queixo dela, levantando seu rosto e fazendo com que ela o encarasse. Nesse momento a música Everything do Lifehouse começara a tocar. (N/A: Sugiro escutar essa música enquanto lêem)
- Antes eu achei que tudo não passasse de uma brincadeira, antes eu não entendia porque eu ia te procurar, antes eu achava que eu devia te odiar.. - olhava tão fundo nos olhos dela e não conseguia segurar as lágrimas. - Mas agora, eu descobri que você é tudo que eu preciso e o que eu preciso é ficar do seu lado.. eu mudei, quer dizer.. Você me mudou, por mais que você odeie aquele que você conheceu, aos poucos você conseguiu mudá-lo, porque eu tenho certeza que o antigo nunca estaria aqui, nunca teria deixado de lançar um single só pra poder te encontrar.. - pegou na mão dela. - Deixa eu provar que eu mudei?
- Pára, ! - chorava. - Você não pode falar isso, como você quer que algo aconteça se nós temos uma realidade longe daqui? Uma realidade que involve você, sendo noivo e por sinal da minha MELHOR amiga e eu sendo namorada do SEU melhor amigo.. Nós temos que pensar neles, , nós não..
- Ótimo, . - distanciou-se dela. - Nós temos que pensar neles, claro, mas e você? O que VOCÊ quer?
não tinha resposta, apenas encarava e ele encarava de volta. Os dois com seus corações a ponto de sair pelas suas bocas, suas cabeças trabalhando rápido e suas resposta para todas as perguntas não conseguiam ser dadas.
- Se você sentisse um décimo do que eu sinto, nós não estaríamos tendo essa conversa. - disse e virou-se, decidido a ir embora. encarou o chão e as lágrimas caíram como nunca, depois encarou as costas de que iam se afastando. Então ela correu, correu para alcançá-lo. Segurou seu braço, fazendo com que ele virasse.
- Como eu vou falar pro que o melhor amigo dele não sai da minha cabeça? - sorriu no meio de lágrimas e jogou seus braços em volta do pescoço de e pela primeira vez, o beijando.
abraçou enquanto eles se beijavam, tinham certeza que dessa vez aquele beijo não era forçado, tinha alguma coisa ali. limpava as lágrimas de com as costas da mão, fazendo carinho. alisava os cabelos de . Os dois ouviam sinos tocando dentro de si.
interrompeu o beijo e encostou sua testa na dela.
- Eu não sei porque eu fui tão idiota, porque eu decidi te odiar sendo que eu queria ficar perto de você desde o primeiro dia que te vi.. - disse sussurando. - Eu não suportava ver o com você, mas mesmo assim eu queria lutar com o fato de que eu gostava de você.. Agora eu quero mostrar o que você não conheceu e fazer com que você esqueça o que você conheceu. - desabafou. - Por favor, , fala alguma coisa.
- , eu também não fui fácil, eu estava convencida que eu tinha que te odiar, você era tudo o que eu não suportava. - Ela suspirou e soltou da mão dele, se afastando aos poucos. - Eu acho que você pode ter mudado sim, mas antes que eu me convença totalmente disso, a gente não pode arriscar tudo e ficar junto assim.. Quer dizer, eu preciso de um tempo pra pensar.. - se virou, correndo. encarou o chão, estava sentindo tantas coisas ao mesmo tempo naquela hora. Será que estava gostando realmente dela? Aquelas palavras simplesmente sairam da boca dele, ele não planejava aquilo. Mas vê-la ali e não poder falar tudo que ele queria, seria bem pior.

- Mary-Kate, onde você está aindo? Ele te fez alguma coisa? Aquele idiota. - Jesse parou , que limpava as lágrimas, pronto pra ir bater em .
- Não, Ashley. - disse rindo. - Depois eu te conto, já cantaram o parabéns?
- Não, vão cantar agora.. tava indo te procurar. - Jesse disse apontando pra mesa e seus pais que estavam lá.
- Ok, vamos lá. - abraçou Jesse e o puxou.
Quando estavam cantando o parabéns, viu tentando chegar até mesa, passando pelas pessoas. Ele não parava de encará-la, mas ela desviou o olhar. Precisava pensar, era muita informação, muita coisa nova pra ela aguentar em apenas uma noite.
- Porque você não disse que o viria, querida? - Nora perguntou a , enquanto cortava o bolo, e ela a ajudava.
- Surpresa? - levantou os ombros, encarando a mãe, insegura.
- Você devia ter trazido o , ele ia gostar. - Nora colocou um bolo no prato que segurava. - Querido, o primeiro pedaço. - Ela entregou a Frank.
- E o primeiro pedaço vai para.. - Frank começou. - ..minha filha e minha esposa, eu não seria nem metade do que eu sou se elas não existissem pra mim.
Todos aplaudiram e ele as abraçou, dando um pedaço de bolo para cada.
se afastou das pessoas, iria embora. Quando estava saindo, olhou pra trás e viu sorrir para uma foto junto com o pai. Não segurou um sorriso com o canto da boca e lembrou que estava com a flor vermelha que estava no cabelo de nas mãos, e não tinha nem notado. Tinha o perfume dos cabelos dela. Pera aí, o que estava acontecendo com ele? Pela primeira vez será que podia dizer que estava.. apaixonado? E ainda pela pessoa que ele JURAVA que nunca sentiria se quer uma amizade? Quer dizer, tudo aquilo que ele disse foi dito porque ele estava realmente gostando dela? Poxa, que confusão tinha se metido.

Sua cabeça doía quando acordou no outro dia. tinha tido um sonho engraçado que envolvia vindo até Cardiff e se declarando pra ela.
- Até parece. - disse rindo e coçando os olhos. Pera aí, não tinha sido sonho! realmente tinha ido até Cardiff no dia anterior e TINHA se declarado pra ela. - Não, não.. Isso não é verdade, você anda pensando muito no , PÁRA COM ISSO! - E deu um tapa em sua própria testa, enquanto corria até seu banheiro para lavar o rosto. - MÃE! - desdeu as escadas correndo. - Mãe, o por um acaso foi no aniversário do papai ontem?
- , você está doente? - A mãe dela foi até a garota e pôs a mão em sua testa. - É claro que ele foi querida, e por sinal está lá na sala te esperando.. Sabe, ele não quis que eu te acordasse e resolveu esperar.
- O.. .. está.. aqui? - perguntou gaguejando e sua mãe a olhou confusa. correu até a sala, esquecendo-se completamente que vestia apenas uma regata branca com um desenho da Kiara e do Kovu (Rei Leão 2) e um shorts bem curto amarelo.
- Err.. Hey. - levantou a mão num aceno. - Bela roupa. - Apontou para os trajes de , rindo.
- Eu.. Seu.. Você não.. Argh! - não achava palavras concretas.
- O que foi, perdeu a fala? Eu causo esse efeito nas pessoas. - falou convencido.
- O que está fazendo aqui? - quis saber, chegando mais perto dele.
- Só conhecendo a cidade e você? - disse irônico.
- O que aconteceu com o -eu-mudei de ontem? - perguntou, arqueando as sobrancelhas.
- Ahá, agora você se lembra de ontem. - disse apontando pra ela.
- Eu já te disse, .. Você não.. Você nem me deu tempo pra pensar! - exclamou. - Isso até uns minutos atrás parecia sonho pra mim, nunca que eu imaginaria tudo isso, nunca que eu imaginaria SENTIR isso por você.. É tão novo! - Ela explicava.
- Vamos dar uma volta. - convidou.
- Eu.. O quê? - não entendera.
- Se troca, vamos dar uma volta! - repetiu. o encarou confusa e subiu as escadas correndo.
Minutos depois, voltou já vestida (decentemente) e eles puderam sair.
Os dois andavam lado a lado, mas não trocavam uma palavra. olhava o chão e tinha as mãos nos bolsos.
- Eu vou te ajudar a pensar.. - começou e o olhou confusa. - O que eu tenho que fazer pra te provar que você me mudou?
olhou para os lados, pensando, e depois olhou para . - Primeiro, você poderia começar a não usar as calças no meio da bunda.
- Ah então quer dizer que você fica reparando da minha bunda. - falou enquanto sorria convencido e lhe deu um tapa ardido no braço. - AAAAAI, DOEU!
- Que bom, essa era a intenção. - levantou uma sobrancelha, mais convencida que ele. - Segundo, você poderia ser MENOS metido a engraçado e parar de se achar tanto.
- Vamos entrar. - a olhou, esfregando seu braço. Não tinham nem percebido que haviam parado na porta do clube de tenis.
entrou e acenou pro cara que ficava na porta, foi atrás dela, mas logo tomou sua frente e a guiou até onde eles estavam no dia anterior, perto das quadras.
Ela olhava pro nada e veio por trás dela e pôs uma coisa em seu cabelo.
- Você esqueceu comigo. - Era a flor que estava no cabelo dela no dia anterior. pôs a mão em cima da mão dele, que colocava a flor, e suspirou.
- Quer jogar tenis? - falou, querendo quebrar aquele clima (estraga prazeres!).
- Tá falando com o melhor jogador de tenis.. de video-game. - confessou sem graça. - Mas não é muito diferente, deixo você escolher o campo e suas armas.
- Certo, vamos ver quem ri por último. - pegou uma raquete e escolheu seu lado do campo. - Você começa. - Tacou a bola para sacar.
sacou não muito bem e a bola quase não passou pro outro lado, mas rebateu e nem deu tempo para que rebatesse também.
- Sorte de principiante. - falou, quicando a bolinha.
- É o que dizem. - ainda sorria.
Ele sacou a bola mais forte e mais alto dessa vez, mas não foi o bastante para não conseguir rebater e se jogou no chão para rebater também, mas a bola quicou em seu próprio campo.
- E é 30 a 0 pra mim. - disse, ainda sorridente.
- Onde você aprendeu a jogar tenis? - franziu a testa.
- Eu jogo desde 5 anos, ganhei vários campeonatos aqui e na escola.. Essa costumava ser minha segunda casa quando eu morava aqui. - revelou, deixando boquiaberto. - É, se você soubesse mais sobre mim isso não seria novidade.
- O e a sabem disso? - continuou com a testa franzida.
- Sabem, sempre que vou na casa deles e preciso ver um campeonato eles deixam.. Mas não sabem que desisti de um sonho pra ir viver em Londres. - deu de ombros, batendo a raquete no ar.
- Pensei que você não quisesse ser mais filhinha de papai e ter tudo de mão beijada. - replicou.
- Isso é o que você sempre pensou de mim né, . - falou. - Mas eu ia ter a chance de finalmente ir para um campeonato nacional, envolvendo todos os grandes tenistas iniciantes do Reino Unido e ia ser cediado aqui.
- E você preferiu ir pra Londres ao invês disso? - ficou incrédulo.
- Era uma vida como tenista e continuar vivendo as custas do papai ou ter seu próprio trabalho, casa e dinheiro. - explicou. - A vida não é sempre como a gente quer.
se sentiu um pouco culpado. Sempre tinha xingado a garota de filhinha de papai e coisas do tipo, mas nem imaginava que ela tinha desistido de tudo aquilo só pra poder ter essa independência. Era uma coisa de se admirar.
- Desculpa. - murmurou, bem baixinho.
- O quê? Não te ouvi direito. - franziu o rosto.
- Desculpa. - repetiu num som um pouco mais alto que antes.
- , você poderia falar num som audível a seres humanos? - já se irritara.
- DESCULPA, TÁ? TO ME SENTINDO CULPADO POR SEMPRE TE CHAMAR DE METIDINHA E FILHINHA DE PAPAI SENDO QUE VOCÊ DESISTIU DO QUE VOCÊ QUERIA PRA IR PRA LONDRES, PRONTO FALEI TÁ BOM? ERA ISSO! - desabafou e jogou a raquete pro lado, deixando o campo.
- Pera aí, eu ouvi direito? pedindo desculpas.. PRA MIM? - correra atrás dele. - Onde estão as câmeras? Cadê o Ashton Kutcher?
- Ha-ha, fica fazendo piadinha mesmo.. - falava levantando os ombros. - Eu não me importo.
- , você tá me surpreendendo. - disse compreensiva e ele parou para olhá-la. - Sério, acho que você pode marcar um ponto pra você.

Capítulo 24

perguntou, vendo tirar a sandália e correr pra areia.
- A muralha da China, não é linda? - falou sarcástica, enquanto batia um vento e seus cabelos voavam. Não era um domingo ensolarado.
- Como você é engraçada, né? Olha a minha cara de quem está se contorcendo pra não rir. - apontou para o seu rosto.
- Não seja tão mal-humorado, . - correu até ele e segurou em sua mão, sorrindo. Percebendo o que havia feito, ela soltou a mão dele e passou pelo seu braço, envergonhada, depois correu. sorria por dentro.
Ele correu até ela e a abraçou por trás, mas ele era pesado e fez com que a garota se desequilibrasse e os dois caíssem e rolassem na areia.
- Você.. - cuspia a areia. - bateu.. - Cuspia ainda. - com a cabeça, ?
- Adoro quando você me chama de . - sorriu e foi para beijá-la.
- Pára, . - se levantou incrivelmente rápido e ficou de costas pra ele, olhando o nada. - Não é como se estivéssemos namorando ou coisa parecida.
- Não foi isso que eu ouvi ontem, . - levantou-se também, estava começando a se irritar com ela. - Você é muito certinha, nunca fez uma loucura, sempre fazendo tudo do jeito certo.. "Não , isso não é certo..", "Nós não podemos fazer isso..", como você se diverte?
- Ah obrigada. - virou-se para encará-lo. - Vou entender isso como elogio, vindo de você.. Eu sou assim, porque é o que é certo, você que pensa que pode fazer o que quiser e passar por cima de qualquer coisa que ninguém vai ligar.. E eu já fiz loucuras, só pra você saber. - Ela ergueu as sobrancelhas, como se o desafiasse.
- Ah não, a que eu conheço fazendo alguma loucura? Só acredito vendo, . - imitou a garota, erguendo as sobrancelhas e a desafiando.
pegou a mão de e o puxou pra onde ficavam os barcos.
- Oi . - Nate a cumprimentou. - Veio andar?
- Vim, mas eu vou pilotar. - foi subindo no barco e puxando .
- Mas você não pode, você nem ao menos dirige.. não pode pilotar um barco. - Nate tentava pará-la.
- Posso sim. - afirmou. - Obrigada. - E puxou as chaves do bolso de Nate e o garoto pulou pra fora do barco quando ela acelerou.
O motor fez um rugido e acelerou, deixando a baía.
- Eu disse que você devia fazer uma loucura, não nos matar. - , que havia caído de costas quando acelerou, falou.
- Você pediu, agora arque com as consequências, . - , que dirigia o barco meio sem saber, sorriu.
- Tudo bem, você já me mostrou que pode fazer loucuras.. Agora deixa que eu dirijo. - tirou a garota de lá, sabia que dirigir um barco era parecido com dirigir um carro.
Ele dirigiu até não muito longe, não era lá o melhor piloto de barco e não saberia voltar se fosse muito longe e tinha medo que o combustível acabasse. estava apenas sentada e olhando a baía se afastar.
- Você devia aprender a dirigir. - falou enquanto desligava o barco. - É meio vergonhoso uma garota de 20 anos não saber dirigir.
- Que bom que você se preocupa comigo, . - falou sarcástica. - É tão meigo de sua parte.
apenas balançou a cabeça, rindo. Arrancou a blusa que vestia, subiu no banquinho ao lado de e pulou na água, espirrando na garota.
- Seu.. Você me molhou. - gritou quando emergiu, apontando para si. - E deve estar fazendo uns 18 graus, você quer morrer congelado?
- Não, pode ficar tranquila.. Você não vai se livrar de mim tão facil. - nunca iria perder aquele sorriso convencido, tinha certeza. - Peraí.. - Ele mergulhou. - Cãimbra.. - Ele mergulhou de novo. - Alguém me ajude.. - Mergulhou mais uma vez. - Cãimbra na perna..
se assustou e pulou na água. - , calma, estica a perna.. - Ela falava enquanto tentava fazer com que ele parasse de pular.
emergiu rindo. - Você devia ter visto sua cara de preocupação, .
afundou a cabeça de na água e se apoiou no barco, subindo.
- Se eu morrer de peneumonia, vai ser sua culpa. - Ela tremia, enquanto abraçava a si mesma.
- É, eu realmente vou me sentir culpado. - falou sério, enquanto subia no barco de novo. - Quem mais eu vou encher o saco?
cerrou os olhos pra ele, ela batia o queixo e sua boca estava roxa.
- Toma. - entregou sua camisa pra ela. - Tira essa roupa molhada.
- Não.. você.. está.. me.. oferecendo.. sua.. camisa? Pode sair Ashton.. chega de.. piadinhas.. por hoje.. - falava enquanto batia o queixo.
- Quer aceitar que eu mudei? - continuou estendendo a camisa. - Eu já disse, não posso deixar você morrer de pneumonia, ia perder totalmente a graça.
ainda o olhou receosa e pegou a camisa da mão dele. - Vira pra lá.
- Como se já não tivesse te visto de sutiã. - murmurou, se virando.
- O quê você disse, ? - enrugou a testa.
- Vista bonita daqui, acho que quando eu estiver bem velhinho e o McFly não fizer mais sucesso, vou me mudar pra Cardiff. - mudou de assunto.
se virou pro outro lado e tirou sua blusa ensopada. espiou, já que estava de costas, e seguia cada movimento que a garota fazia. Suspirou. Não podia estar apaixonado, logo por ela. Virou-se rápido quando terminou de colocar a camisa, que era bem grande e a garota não era muito alta então chegava no meio de suas coxas.
O celular de começou a tocar dentro de sua bolsa. Ela finalmente tinha encontrado um toque melhor que os outros.
So wouldn't you like to come with me, go surfing in the sun as it starts to riiiiise..
- STAR GIRL! - gritou e se assustou enquanto pegava o celular. - Eu esqueci completamente.. Eles vão me matar, vão me tirar da banda e nunca mais vão olhar na minha cara.. Será que eu vou acabar naqueles programas "O que aconteceu com aquele membro desconhecido daquela banda?" - Ela andava de lá pra cá
- Ok , quando você terminar de tagarelar coisas sem sentido me avisa. - colocou o celular na bolsa novamente, era sua mãe provavelmente querendo saber onde ela estava.
- O single de Star Girl ia ser lançado ontem. - falou. - Os caras vão me matar, eu não pretendia ficar por aqui! - Ele foi até o volante e deu partida no barco, fazendo se desequilibrar e cair sentada no banquinho.
- Se você não nos matar antes deles. - falou, estava indo realmente rápido.
pulou do barco assim que chegou na baía, com atrás dele.
- .. - parou pondo a mão nos joelhos. - Eu não consigo correr desse jeito até a minha casa.
- Então sobe. - se abaixou, apontando pras suas costas.
- O quê? Você acha que eu vou subir nas suas costas e andar..
- .. - a interrompeu, parecia irritado. - Eu não tenho tempo pros seus charminhos, eu tenho a minha banda pra salvar e preciso dar explicações pros meus amigos, ou você sobe nas minhas costas ou fica aí reclamando como sempre.
o olhou com cara de indignação, não sabia se era pelo modo grosseiro que ele havia falado ou se era que pela primeira vez ela tinha percebido verdade no que havia falado, já que ela sabia que ele se importava com a banda, mas não daquele jeito.. Nunca pensara que um dia poderia demonstrar tanta preocupação com outra coisa a não ser si próprio.
- Vamos. - puxou pela mão até um lugar no pier cheio de bicicletas. - Pega uma. - Falou subindo em uma bicicleta, colocando uma moedinha e pedalando na frente. franziu a testa e fez a mesma coisa que a menina.
Logo os dois estavam na frente da casa de novamente. A garota jogou a bicicleta no jardim e virou-se para .
- Não foi tão ruim quanto eu pensei, . - Ela disse estendendo a mão. - Até mais.
- A onde você pensa que vai? - ergueu as sobrancelhas. - Você vai comigo.
- Não , eu já combinei de dormir na casa da Nicole hoje, eu vou amanhã. - falou fazendo gestos.
- Vocês voltaram? Estava ficando preocupada. - A mãe de havia aparecido na porta. - Querem almoçar?
- Não, obrigado senhora . - falou educado. - A estava acabando de pedir pra voltar para Londres comigo, porque tem uns trabalhos pra terminar.
- Sério, querida? - Nora perguntou e depois arregalou os olhos. - , porque você está toda encharcada? E com a camisa dele?
- Eu.. - começou, mas a interrompeu.
- Nós estávamos nadando na praia, a me levou até lá. - falou. - Vamos, então?
- Vem querida, eu vou te ajudar a arrumar tudo. - Nora pegou na mão de e a puxou para dentro de casa. - Frank está na sala, .

Uma hora mais tarde, se encontrava com os braços cruzados, fones no ouvido e a gaiola de Simba ao seu lado no trem. De frente pra ela estava olhando a paisagem que passava à 300 km/h.
- Ei saco de pulgas. - bateu palmas chamando a atenção de Simba que dormia. - Você só saber dormir? Que chato! - E foi para tentar passar a mão nele, mas Simba rosnou.
- Isso mesmo, Simba, como a mamãe ensinou. - que observava tudo, falou, dando um biscoito de cachorro pra Simba.
- Cachorro idiota. - falou, cruzando os braços. gargalhou.
- Você precisa conquistá-lo, , assim como precisa me conquistar também. - Ela disse sorrindo.
- Nós nunca vamos dar certo juntos, nós somos orgulhosos demais. - continuou emburrado.
- Alguém tem que ceder, quem sabe talvez seja eu. - E dizendo isso, colocou os fones no ouvido novamente e não disse mais uma palavra o resto da viagem.

Capítulo 25

ouvira barulhos vindo da casa vizinha e a voz de , então ligou para os outros e eles foram até a casa do amigo, com um reclamando por eles terem interrompido sua soneca.
- Nunca mais faça isso, nunca mais ouviu bem? - andou pisando firme até a porta, onde ia entrando e quase colou o nariz no amigo.
- Ei dudes, calma. - puxou para um lado.
- Você é um irresponsável , você some sem nem dar sinal de vida, deixa sua noiva completamente desesperada e ainda larga seus amigos na mão? Você não pensou como seria legal quando perguntassem no lançamento "cadê o ?" e nós ficassemos com cara de idiotas? - jogou tudo na cara dele.
- Eu tive que ir até minha cidade, , minha tia quase perdeu o bebê. - sabia que não era totalmente mentira, sua tia estava grávida e tivera um complicação durante o parto, mas ele só ficou sabendo disso quando já estava em Cardiff.
- É , mas custava avisar antes? - se intrometeu. - Você me diz que já estava indo pra casa e nós faz esperar até 5 minutos antes do lançamento!
- Desculpa caras, foi mal mesmo. - falou olhando para a cara de cada um, principalmente a de .
- Ok, mas não é só a nós que você deve desculpas.. Não sei como a CIA não te achou. - disse.
- Nós nunca vimos a daquele jeito, liga pra ela. - falou e balançou a cabeça concordando.
- Pronto? Já deram a bronca na criança? Posso voltar a dormir? - perguntou bocejando e lhe deu um tapa na cabeça.
- Você é outro que devia ligar para sua namorada, vocês ainda estão brigados. - foi dizendo a andando em direção a suas respectivas casas.
- Ela que me ligue, dessa vez foi culpa dela. - reclamou, andando ao lado de .
- Pois é, acho que preciso ligar pra alguém também. - falou, pensando alto. - Vê se não apronta mais, .
- Bom, de volta a vida normal. - pegou sua mala e entrou dentro de casa.

- Jess, você não tá me entendendo.. - falava com o amigo no telefone, andando de um lado para o outro dentro de casa e jogando suas coisas em qualquer lugar.
- Eu to sim.. - Jesse respondeu. - O que te ajudaria se eu fosse passar um tempo em Londres?
- Muito, Oliver. - gritou, já irritada. - Por favor, como nos velhos tempos ok? Eu e você, assistindo clássicos até tarde, fazendo brincadeiras estúpidas e eu tendo alguém pra desabafar e me ajudar quando eu mais preciso.. Eu ainda sinto muito a sua falta, tá bom?
- Sei, tanto que me largou pra ficar com o astro do rock. - Jesse disse sarcástico. - Tudo bem, estou chegando amanhã.. e é bom que você prepare um banquete no almoço.
- Pode deixar gordinho. - falou sorrindo e Jesse desligou com um "vá te catar, gordona".
Ela ainda estava rindo do amigo, quando a campainha tocou. Abriu a porta e..
- Sorry is not good enough.. again?(Desculpas não são o bastante.. de novo?) - falou. respirou fundo e encarou o garoto. Deu espaço para que ele entrasse e andou de costas pra ele até a sala. Virou-se para ele e suspirou.
- , eu quero que você saiba que, independente de tudo, você é um ótimo namorado e um ótimo amigo...
- Esse discurso é mundial, . - fez uma cara de que já sabia o que a garota ia falar e se virou para sair.
- Não, espera! - Ela disse desesperada. Ele precisava ouvir.
- Você vai terminar comigo, pra quê eu vou ficar se eu já sei o final da conversa?
- Porque eu realmente preciso falar, por favor. - Ela olhou pra ele quase implorando e ele encostou na porta com os braços cruzados.
- Fala.
- , eu realmente pensei que a gente poderia dar certo. Eu sei que todo mundo diz isso, mas o problema não é você, sou eu.
- E qual é o problema? Eu não sou bom o suficiente pra você?
- Não! Claro que é! Você é até mais do que eu mereço! Mas... Eu gosto de outra pessoa, quer dizer.. eu acho.. e não é certo continuar com você. Mas , eu juro que você é perfeito, sempre foi. Eu realmente queria amar você..
- Como eu te amo?
- , você não me ama..
- Quem é você pra saber dos meus sentimentos? Você é só uma menininha metida, filhinha de papai. O sempre esteve certo...
- ! - A menina falou chorando. Ele apenas pegou um papel e escreveu. Depois saiu da casa sem falar nada e deixando a menina chorando sozinha, que pegou o papel pra ler.

"This is the last time, I give up this heart of mine, I'm telling you that I'm a broken man who's finally realised You're standing in the moonlight, but you're black on the inside Who do you think you are to cry? This is goodbye"

discou os números, com lágrimas escorrendo muito de seus olhos. Deixou tocar até cair na secretária eletrônica:
"Hey sou eu, o , não posso atender então deixe seu recado após o arroto.. BUUUURP"
- Eu acabei de terminar com o .. - disse fungando. - Achei que você gostaria de saber. - E desligou.

que voltava com a boca cheia de sanduíche de atum, ainda teve tempo de escutar a mensagem sendo gravada na secretária. Não ia atrás dela, sabia que precisava ficar sozinha pra pensar. Ao invés disso, pegou suas chaves do apartamento de .. Não podia adiar mais, precisava dar uma explicação à ela.
Quando colocou as chaves na porta do apartamento de e destrancou, girando a maçaneta, a última coisa que viu foi os cabelos de e a garota jogando os braços em volta de seu pescoço e o abraçando com uma força que ele jamais poderia imaginar que ela tinha.
- , eu fiquei tão preocupada.. - Ela dizia, com a voz abafada pelo abraço. - Porque você fez isso comigo, hein? - Ela se desvencilhou dele.
- Desculpa, .. - começou, encarando o chão. - Minha tia teve uma complicação no parto, minha mãe me ligou muito preocupada..
- Eu não devia te perdoar tão fácil assim, você me fez ficar mais preocupada que o normal.. - dizia, encarando o garoto que brincava com os dedos.
- Eu sei e..
- Mas eu não sei o que seria de mim se tivesse acontecido alguma coisa com o meu noivo. - Ela falou e colocou suas mãos na nuca dele, puxando-o para um beijo.
Só que logo eles foram interrompidos pelo telefone da casa de , tocando. disse para deixar tocar, mas alegou dizendo que talvez poderia ser uma coisa importante.
- ? - parecia nervoso, nem havia esperando ela falar "alô".
- Fala , aconteceu alguma coisa? - franziu a testa e olhou para , que apertou o botão do viva-voz.
- Aconteceu e muito grave. - falou desesperado. - O bateu o carro e tá no hospital.
- O QUÊ? - gritou. - Como assim, ? Onde? Quando? Por quê?
- Eu não sei, só corre pro hospital.. Eu já liguei pra , ela já deve estar lá!
- Você fez bem em avisar ela primeiro. - falou.
- Eles terminaram.. - queria se esbofetar depois disso.
- Terminaram? Quem te disse isso, ? - estranhou.
- Quem tá aí? - perguntou, confuso.
- Ele me mandou uma mensagem, não tem importância, vamos logo! - disse e desligou o telefone, pegou sua bolsa e os dois saíram de casa.
e , e chegaram praticamente juntos e quando a porta do elevador se abriu, eles viram sentada num banco ao lado de uma máquina de refrigerantes, com a cabeça escondida nas mãos.
- ! - a chamou e ela levantou-se rápido, mostrando o rosto lavado de lágrimas.
- Amiga! - correu e abraçou apertado.
- Como ele tá? - perguntou nervoso.
- Muito mal, tá passando por cirurgia agora. - respondeu. - Eu não sei muito bem, eles não me deixaram entrar no quarto e nem falar com o médico.
- O é forte, ele vai superar essa. - disse, tentando consolar a todos.
- Se algo acontecer com ele, eu juro que eu nunca vou me perdoar. - dizia com uma voz chorosa, no ombro de .
- O disse que vocês terminaram, é verdade amiga? - perguntou, segurando as mãos da outra.
- É.. Eu.. - gaguejou e pela primeira vez ali, seus olhos encontraram com os de e os dois não sabiam ao certo o que se passava na cabeça de cada um.
O médico finalmente apareceu e os cinco bombardiaram-no com perguntas ao mesmo tempo.
- Por favor, preciso que vocês tenham calma. - O médico disse com uma voz autoritária e eles se calaram. - O senhor , como a pessoa que o socorreu disse, ultrapassou o sinal vermelho e um outro carro bateu direto no seu lado da porta. - Conforme o médico ia falando, todos ficavam espantados. - O airbag do carro dele amorteceu um pouco o tranco, mas ele sofreu uma grande pancada nas costelas e quebrou algumas.
- Mas como ele está? Ele está bem? - estava tão desesperada quanto os outros.
- Ele teve muitos ferimentos e teve que passar por uma cirurgia nas costelas.. - O médico disse e todos tinham praticamente prendido a respiração.

Capítulo 26

- Mas o senhor é forte, e não foi uma pancada nas costelas que ia derruba-lo. - Ele finalmente, terminou.
- Eu disse, esse é o meu garoto. - limpou uma lágrima e todos suspiraram aliviados.
- Nós podemos vê-lo? - quis saber.
- Ele está desacordado e muito fraco, perdeu muito sangue.. - O médico ia dizendo. - Acho que vocês só poderam vê-lo amanhã de manhã.
- Eu vou ficar aqui. - se pronunciou. - Não vou conseguir ficar tranquila em casa.
- Mas o médico disse que você não pode ficar com ele. - falou, mas a menina ignorou.
- Você pode pegar algumas coisas pra mim, ? - Ela pediu e a amiga afirmou com a cabeça.
- Você quer que algum de nós fique com você, amiga? - ofereceu.
- Só se vocês quiserem, mas podem ir.. O vai ficar bem, eu sei. - Ela falou sorrindo.
- Eu vou ficar.. - levantou a mão. - Também não vou ficar bem sem ter notícias do pequeno .
- Eu também queria muito ficar.. - falou, triste. - Mas eu prometi jantar com a Natalie e os pais dela hoje.
revirou os olhos.
- Tudo bem, .. - parecia mais calma. - Eu e o vamos certificar que vocês não precisem procurar outro membro pra banda. - E eles riram com ela.
- Eu quero ficar então. - falou. - Quanto mais gente torcendo por ele melhor.
- Você não precisa, , o ..
- Eu quero, , o é meu melhor amigo. - afirmou. - Vou comprar café, alguém quer?
se ofereceu pra ir com o amigo, enquanto dizia que iria pegar algumas coisas para os três e logo ela e saíram.

estava sentada entre e , olhando para tudo, menos para . Ela estava confusa, num misto de culpa e estranhamente, conforto, por saber que estava ao seu lado. Mesmo sem olhar para ele, saber que ele estava lá trazia esperança. Sentiu a mão de se aproximando da sua...
- Eu vou ver se eu consigo mais alguma informação. - Ela se levantou e foi até a secretária, uns 5 metros de distância. a acompanhou com o olhar até sentir outro olhar nele, o de .
- Você consegue acreditar que eles terminaram? - Comentou o amigo.
- Não.. - Respondeu desanimado.
- Cara, tem alguma coisa errada com você? - perguntou passando o braço pelos ombros do amigo. Ele sabia que podia confiar em .
- , eu estou apaixonado pela . - Pela primeira vez colocou todas essas palavras numa frase e olhou pro amigo, esperando a reação dele. Os olhos de se arregalaram, exibindo profunda surpresa.
- Mas como? Quando? Vocês se odeiam!
- A gente se odeia do nosso jeito.. - disse sem conseguir segurar um sorriso, mas logo a imagem de numa cama de hospital veio a sua cabeça e ele apoiou os braços nos joelhos e colocou a cabeça entre as mãos - Eu fiz tudo errado e agora o tá no hospital e a me ignora.
- Você tem certeza que você tá apaixonado por ela, ? Não é só porque você acha que não pode tê-la?
- Agora, mais do que nunca, eu tenho certeza do que eu sinto. E até isso acontecer eu podia jurar que ela sentia o mesmo por mim.. Ela faz eu me sentir vivo e essa é a melhor sensação que eu já tive, só ela faz eu me sentir assim, ela é A mulher, você entende? Se não for ela, não sei quem vai ser.
- .. - demonstrava pena ao olhar para ele - E a ? Você pensou nisso, cara?
- Eu não consigo tirar isso da cabeça. Eu simplesmente não consigo falar pra ela , não dá! Eu tenho muito carinho por ela, você sabe.
- Eu sei que não parece dude, mas tudo vai ficar bem e você pode contar comigo pra tudo.
- Obrigado cara, de verdade. - Ele voltou seu olhar para , que voltava com um meio sorriso no rosto.
- Nós podemos vê-lo. - Ela disse.

Os três seguiram uma enfermeira que os levou até um quarto onde eles puderam ver inconsciente, tomando soro e deitado em uma cama. Os olhos de se encheram de lágrima novamente, ela estava tão atordoada com todo aquele sentimento por e agora ter que ver ali, inconsciente e frágil. Amaldiçoou-se por não estar no lugar dele. Correu até a cama e segurou firme nas mãos de , enquanto sussurava baixinho algumas palavras que talvez ele pudesse ouvir.
e ficaram do outro lado da cama, dizendo frases como "a sua carne é dura, , você vai ficar bem, dude." ou "Acorda logo man, ou nós passamos batom e pasta de dentes em você.", só pra descontrair.
Horas depois, já havia deixado algumas coisas pra eles. se encontrava jogado numa poltrona e roncando. estava sentada ao lado de e dormindo em cima da mão dele. Enquanto , sentado em outro banquinho, terminava um música que ele havia composto. No papel estava escrito assim:

"It's only been a day, but it's like I can't go on I just wanna say, I never meant to do you wrong And I know remember you told me baby, something's gotta give If I can't be with you baby the one to hold you baby, I don't think I could stand live.."

Quando já passavam das 3 da manhã, acordou repentinamente de um sonho ruim, que não tinha nem vontade de se lembrar. Olhou para os lados e viu concentrado em um ponto fixo no chão, provavelmente pensando.
- Vai dormir ou vai ficar com essa cara de bobo mesmo? - chamou a atenção dele, se levantando.
- Que cara você quer que eu fique? Eu juro que pensei que meu sentimento era recípocro.. Como eu sou idiota! - foi falando enquanto seguia a menina para fora da sala.
- Você está sendo egoísta, , como sempre foi! O está assim por minha causa! - virou-se bruscamente para ele, apontando pra si.
- Não, eu não estou. - parecia sério naquele momento e podia jurar nunca ter visto ele daquele jeito. - O é meu melhor amigo e eu estou mal por ele também, agora me desculpa se eu tenho que ver você abraçada, chorando por ele e ME ignorando. - Ele falou tudo de costas pra garota, enquanto colocava uma moeda na máquina de salgadinhos.
- Como você pode dizer isso? Eu estou apostando todas as minhas fichas em você, , então é melhor você fazer valer a pena. - puxou o salgadinho que ele tinha pego da mão dele.
- Esse é o seu jeito de dizer que o meu sentimento é recípocro? - não segurou o sorriso.
- Êû egôestiô eddô , emâes îenefêellîzemêentiê ê ûem rôeck estiâr emêtiîdiô ê ârrôegôentiê qûê tiôemôû emêû ecôrâecâô ê emîenhetsâ ecâbiêecâ. - disse tudo muito rápido, também sorrindo.
- O quê? - franziu a testa.
- É galês, você vai ter que descobrir o que significa. - Ela continuou sorrindo.
Os dois se encararam sabendo o que queriam. Queriam poder se abraçar e se beijar, sem ter medo de nada, nem ninguém. E por que não fazer isso? se perguntava. Estava com um peso enorme na consciência, mas tinha o cara por quem ela estava apaixonada na sua frente, sorrindo pra ela e esperando que ela aceitasse aquilo. Era só isso que faltava, engolir seu orgulho e aceitar de uma vez por todas que tinha SIM caído nos encantos de !
- Será que você pode confiar em mim, pelo menos uma vez na sua vida? - estendeu a mão para ela. - Esquecer tudo e pensar que só existe eu e você, aqui e agora.
suspirou e, sorrindo, segurou a mão de . Ele a puxou pelos corredores do hospital, que parecia deserto àquela hora da madrugada. abriu uma porta que dizia "depósito" e puxou para dentro. Estava um pouco escuro e silencioso.
- , nós estamos no depósito do hospital! - lembrou .
- Ah, então é por isso que tem um braço dentro daquele pote. - disse, apontando cegamente.
- UM O QUÊ? - agarrou-se ao pescoço de e juntou seus corpos.
- Eu sei que você não resiste. - encarou , sorrindo.
- Argh.. Eu te odeio, ! - soltou-se dele e empurrou seu ombro.
- Jura? Eu também te odeio. - puxou pra si de novo. - Mas eu descobri que eu te odeio tanto, mais tanto, que até gosto de você.
- , nós temos que ir com calma. - falou, suspirando. Ele tinha um poder INCRÍVEL sobre ela.
- Você não aceitou esquecer tudo? - arqueou a sobrancelha. - Finge que nós fugimos pra Grécia e estamos numa casa grande de frente pro mar.
- Mas nós estamos num depósito de hospital! - falou, rindo.
- Finge, poxa! - mandou. - Se você me beijar, hoje, aqui, eu vou saber que você me deu uma chance.
- Mas isso não pode simplesmente.. acontecer, ! - levantou os ombros e se desvencilhou dele. - Um primeiro beijo não é assim.
- Primeiro beijo? - enrugou a testa.
- É, um primeiro beijo de verdade.. Que, se for isso mesmo, nós dois vamos ouvir os sinos ao mesmo tempo! - explicou.
- Ok. - estendeu sua mão. - Aceita dançar comigo, como aquela vez em NY?
- Dançar? Não acho que esse é o melhor lugar pra dançar, , tá meio apertado aqui. - disse, apontando pra grande quantidade de muletas e cadeiras de rodas que estavam ao redor deles, naquela sala não tão grande.
- Eu vou cantar uma música que eu ouvi hoje e me fez lembrar muito de você e nós dançamos juntos. - insistiu e viu que ele não ia desistir fácil, então aceitou a mão do garoto. colocou suas mãos ao redor da cintura dela, a puxando para si, fazendo com que entrelaçasse seus braços no pescoço dele.
- "You look so beautiful today.. - começou, balançando a garota de um lado para o outro, fazendo com que ela sorrisse. - When you're sitting there it's hard for me to look away.." - não tinha palavras pra descrever como era bom estar ali, sendo abraçada por , ouvindo ele cantando só pra ela e a encarando com aqueles olhos , que pela primeira vez, ela percebeu que eram fascinantes.
- "So I try to find the words that I could say, I know distance doesn't matter, but you feel so far away and I can't lie.." - continuou.
- Essa música te faz lembrar de mim? - perguntou, com um sorriso no canto da boca.
- Muito! - respondeu, suspirando. - "Everytime I leave my heart turns grey and I want to come back home to see your face tonight. cause I just can't take it.."
se acolheu no peito dele e pode escutar o coração dele muito acelerado, nunca pensou que ela podia fazer com que se sentisse nervoso.
- "Another day without you with me, is like a blade that cuts right through me, I can't wait, I can't wait forever! - Ele cantou o refrão e eles podiam concluir que aquela música tinha sido feita exatamente pra eles. - When you call my heart stops beating, when you're gone it won't stop bleeding, but I cant wait, I can't wait forever!"
puxou o queixo de e fez com que a garota encarasse profundamente seus olhos, assim como ele estava fazendo. nunca pensara que podia fazer com que ela se sentisse desse jeito, aquilo podia ser coisa do , se não fosse que estivesse parado ali. E ele continuou cantando, enquanto encarava os olhos da menina. - "You look so beautiful today, it's like everytime I turn around, I see your face.. The thing I miss the most is waking up next you, when I look into your eyes, man, I wish that I could stay!"
Parecia que o tempo havia parado e realmente só existiam os dois, ali e naquele momento. Parecia que eles estavam foragidos na Grécia, numa varanda de frente pro mar. Nada poderia dar errado.
Aos poucos, eles iam cessando a distância que existia entre seus rostos e finalmente eles tiveram o "primeiro beijo". Não tinha como negar, os sinos tocavam alto demais. Eles se separaram e não continham um sorriso. continuou:
- "I know it feels like forever.. I guess that's just the price I've got to pay, but when I come back home to feel your touch makes it better.. Until that day, there's nothing else that I can do and I just can't take it!"
- Você imaginava que a gente estaria desse jeito, aqui, algum dia? - perguntou.
- Do jeito que você era insuportável? Nunca! - falou rindo e levou um tapa de .
- Desculpa, ô legalzinho! Vamos, o pode ter acordado! - segurou firme na mão de .
- O ? Conta outra. - disse rindo, enquanto era puxado por pra fora do depósito.

Capítulo 27

foi o primeiro a acordar no outro dia. Olhou para os lados e viu que dormia segurando a mão de e tinha deitado em seu ombro, dormindo também. Balançou a cabeça para os dois e resolveu acordar o amigo, e poderiam chegar a qualquer momento e não era uma cena fácil de ser explicada.
- ! - chamou, balançando o amigo. Nada de acordar. - , acorda! - Chacoalhou o garoto.
- Não, mamãe, só mais cinco minutinhos.. - resmungou.
- Mamãe? - enrugou a testa! - , EU NÃO SOU SUA MÃE E É BOM VOCÊ ACORDAR LOGO!
- AHN? - pulou. - O que aconteceu, man?
- Esquece. - balançou o ar. - Vamos ver se tem alguma coisa pra comer? - passou a mão em sua barriga e eles a ouviram roncar. - Tô com fome.
- Deu pra ver, dude. - olhou de canto de olho para . - Eu vou acordar a .
- , o que aconteceu entre vocês ontem? - perguntou, inseguro.
- Ela me deu uma chance. - suspirou e sorriu depois.
- Não sei se eu devo dizer que isso é um bom sinal. - levantou os ombros.
- É, é sim! - afirmou. - Só que eu preciso impressionar ela sabe, perto da eu sinto que devo ser um cara legal.. Você devia me ajudar, .
- Eu? Ah man, eu não sei não. - tratou de tirar o corpo fora.
- Você tem namorada, você sabe como impressionar uma garota! A nunca ligou pra essas coisas, então eu não estou acostumado! - contou.
- Tá, vamos tomar café, antes que o bicho que vive aqui dentro morda alguém e eu te dou umas dicas. - piscou, enquanto saía com do quarto.

resmungou alguma coisa e conseguiu abrir seus olhos, que estavam muito pesados. Seu corpo estava todo dolorido, parecia que havia sido esmagado por um rolo compressor. Olhou para o seu lado esquerdo e viu que dormia enquanto segurava sua mão. Mas tinha uma coisa que ele não conseguia parar de pensar: no sonho que tivera enquanto dormia. Ele lembrava de uma garota abrindo a porta de seu carro e depois falando no celular, lembrava de uma ambulância e essa mesma garota ao lado dele, depois tudo ficava escuro e ele estava numa praia, rindo e correndo com a garota que tinha o salvado.
- É claro que não, , o Liverpool vai pras finais.. - falava, enquanto entrava com , e no quarto.
- Oi. - falou, com uma voz rouca.
- , você acordou! - disse surpreso.
- Parece que sim, o que aconteceu comigo? - quis levantar o braço direito, mas percebeu que não conseguia.
- Não faz isso, , foi aonde você machucou. - foi até ele, certificando de que ele não ia mecher mais nada.
- Parece que temos mais uma bela adormecida. - apontou para .
- Bom dia, . - disse, tirando a mão (que injetava soro) dos braços dela e passando em seu cabelo. Sua briga com a menina parecida ter sido há muitos anos atrás, não importava mais.
- Ahn.. O que.. - abriu os olhos, olhando tudo. - ! - Ela levantou para abraçá-lo. - Nunca mais me dê um susto desses, OUVIU BEM?
fez que sim com a cabeça e eles riram.
- Acho melhor deixar os dois se entenderem. - cochichou com os outros, que assentiram.
- Vem, babe. - chamou a atenção de que olhava fixo para os dois, sentindo um borbulhar no estômago.
- Ah.. é. - virou-se e saiu.
- Bom.. Amigos? - levantou os ombros.
- Os melhores. - tinha os olhos marejados quando abraçou . - Obrigada por tudo, , você foi uma das melhores coisas que me aconteceu.
- , você ainda é uma das melhores coisas que aconteceu pra mim, mas eu acho que eu posso superar. - Ele terminou a frase sorrindo.
- Você pode e você VAI, porque você merece uma garota legal, que eu sei que está aí fora, só te esperando.
- É.. acho que sim. - Ele respondeu, pensando na garota do seu sonho.
- AI MEU DEUS! - gritou e levou as mãos na cabeça.
- Ai , eu agradeceria se você não gritasse mais. - pôs a mão na testa.
- Desculpa , mas é que eu acabei de lembrar que eu esqueci completamente do Jesse. - falou tudo muito rápido. - Eu tenho que ir, volto assim que puder. - E ela beijou a testa do garoto.
- Mas quem é Jesse? - enrugou a testa, vendo a garota fechar a porta.

- Err.. Que horas são, por favor? - Jesse perguntou a uma senhora, que respondeu que já passavam da 1 hora da tarde. - Beleza, faz exatamente 1:30 que eu estou esperando..
- JESSE! - gritou, correndo até o amigo. Tinha chegado na estação incrivelmente rápido.
- Eu agradeço pela sua consideração, . - Jesse disse irritado.
- Me desculpa, Jess, o bateu o carro ontem e foi parar no hospital.. Eu estava com ele até agora! - se explicou.
- Eu entendi, o namoradinho primeiro e depois os amigos. - Jesse continuava de cara fechada.
- Eu vou fazer seu prato preferido.. hamburger com batata frita! - disse, com olhos suplicantes.
- Não vem fazer chantagem, não.
- Ah Jess, me desculpa.. - o abraçou. - Por favor?
- E eu tenho outra escolha? - Ele olhou de canto de lado pra amiga.
- Ê, te amo, sabia? - deu um beijo na bochecha dele.
- É, to sabendo. - Jesse falou, mas não conteve um sorriso.
- Vamos, eu estou nojenta. - disse, apontando pras roupas que usava desde o outro dia e eles seguiram para o táxi.

recebeu alta naquela noite, tinha uma parte do corpo toda enfaixada, mas continuava o mesmo piadista de sempre. No outro dia todos decidiram sair para comer e comemorar a volta de .
- Vaaaaaaaaaamos, . - segurava a mão da amiga. - Desde que você voltou de Cardiff, nós nem ao mesmo conversamos direito.
- Mas o Jesse.. - começou, apontando para o amigo sentado na poltrona, mas ele a interrompeu.
- Não me põe no meio, você sabe que eu toparia sair. - Jesse disse, sem tirar os olhos da TV.
- Viu? Você não tem desculpas! - exclamou.
- Ok, ok. - finalmente cedeu e bateu palmas. O verdadeiro motivo para que ela não aceitasse sair era o fato de que teria que ficar num ambiente com e e isso a fazia se sentir muito mal. - Às 8, então?
- Isso.. Eu e o passaremos aqui. - disse, animada. Jesse olhou para com o canto do olho. - Até mais, Oliver, foi bom almoçar com vocês. - Ela falou, enquanto saía do apartamento de e os dois acenavam.
- É pior do que eu pensei. - Jesse disse, balançando a cabeça.
- Eu sei que é, Jess, é pior do que qualquer um podia imaginar.. - sentou-se ao lado do amigo, suspirando. - O que eu estou fazendo é horrível! - E escondeu seu rosto nas mãos.
- Ok. - Jesse puxou a garota para seu colo. - Pode parecer uma coisa que todos iriam dizer, mas vai ficar tudo bem, pequena, eu sei que no final vai dar tudo certo.
- Obrigada, Jess, você não sabe como eu sentia falta disso. - o encarou, sorrindo e o garoto devolveu outro sorriso.

- Então, como estou? - perguntou, aparecendo na porta do quarto de hóspedes. Jesse estava apenas de toalha. - Oliver, vista alguma coisa! - gritou, desaparecendo dali.
- Acho que você não traz muitos homens aqui, né. - Jesse disse, para irritá-la. adentrou o quarto e bateu nele com uma camisa. - Uau, tudo isso é pro rockstar? - Ele perguntou a olhando. vestia uma blusa preta, um jeans skinny escuro, um escarpan roxo e um blazer da mesma cor. Ela cerrou os olhos pro amigo e saiu, batendo pé.
Alguns minutos depois, e Jesse estavam sentados assistindo as semi-finais do Campeonato Inglês, quando o interfone tocou. foi até lá e disse que já ia descer. Jesse deu o braço pra ela, eles desceram o elevador e andaram até o carro de .
- Olá. - disse, cumprimentando e , mas viu que tinha alguém ao seu lado. - Hey, , como está a costela? - Dolorida. - fez uma careta de dor. - E não me deixa dirigir.
- Eu sei que logo você estará pulando por aí. - falou, consolando. - Você não conhece o Jess, quer dizer, Oliver, não é? - Ela perguntou apontando para o amigo. negou. - Bom, Oliver esse é o e , esse é o Oliver. - E os dois apertaram as mãos.
- Já acabaram? Podemos ir? - perguntou, com uma voz irritada e ralhou com ele.
Logo estavam na porta de um grande restaurante japonês de Londres. Viram , Natalie ( cutucou , que revirou os olhos e bufou.), e parados à porta, esperando por eles. Todos se cumprimentaram, apresentou Oliver aos outros quatro (fingiu não fazer questão de apresentá-lo à ) e finalmente entraram. Enquanto os garotos escolhiam a mesa, as meninas disseram que iam ao banheiro.
- , você está bem? - quis saber, tinha percebido a amiga um pouco triste.
- Não. - sentou-se num banquinho. - Eu e o brigamos no dia do lançamento do single e eu simplesmente não estou falando com ele.
- O que aconteceu, amiga? - também perguntou, fazendo uma rodinha com em torno de e deixando Natalie totalmente excluída.
- Não sei, o parece não se importar comigo.. - disse, suspirando. - Esquece do nosso aniversário de namoro, está sempre cansado para sair, só quer ficar jogando videogame ou na casa dos garotos.. Acho que ele não gosta mais de mim.
- , não fala isso, o te adora! - puxou o queixo da menina para cima. - Garotos são assim mesmo, é um mal que eles não conseguem lidar, tenho certeza que ele não faz isso por mal.
- Você deveria conversar sobre isso com ele, dizer como se sente, sem brigas. - continuou por e sorriu largamente, como se dissesse que iria fazer isso e as abraçou apertado.
- Obrigada, vocês são as melhores. - disse abafado pelo abraço.
Natalie olhava tudo, encostada na porta. Queria amigas como elas, não como as que ela tinha, que possuíam apenas um neurônio e esse neurônio pensava apenas em roupas de marca. Suspirou, triste, sabia que e gostavam dela, pelas poucas vezes que estiveram juntas, mas não sabia porque simplesmente não ia com a cara dela, sendo que nunca tinha feito absolutamente nada para a menina.
- Vamos, eu estou morta de fome. - disse, puxando as outras duas. parou quando passou por Natalie.
- Ei, Natalie, está tudo bem com você? Aproveite que estamos dando conselhos de graça. - Ela brincou e Natalie riu.
- Está tudo bem, obrigada. - Natalie mentiu, sorrindo e segui as três pra fora do banheiro.

Capítulo 28

- E vai ter um arco de flores na entrada da igreja.. - contava às garotas sobre os preparativos para o casamento. e Jesse se entreolhavam a cada coisa que a amiga falava e a cada coisa sentia uma pontada no estômago também.
- Olha, meu celular, vocês me dão um minutinho? - fingiu, se afastando da mesa e indo na direção da entrada do restaurante. A verdade é que não estava mais suportando ficar ali, ouvindo falar sobre o casamento e pensar no que iria fazer sobre isso. Iria deixar se iludir até quando? Ou quem estava se iludindo nessa história toda era ela?
viu se afastar e soube que era o momento perfeito para conversar com a garota, disse que ia tomar um ar, pois estava muito calor ali dentro e a seguiu, até fora do restaurante. Ele pigarreou, na tentativa de chamar a atenção de , que estava de costas, e ela se virou no momento que ouviu .
- O que você está fazendo aqui? - arregalou os olhos. - , a está ali dentro, não..
- Você pode me ouvir? - pediu, levantando uma sobrancelha.
- Não, eu não posso te ouvir. - disse, irritada. - Porque tudo que vai sair da sua boca são meras promessas que eu estou começando a acreditar que nunca irão se realizar! não pára de falar sobre o casamento e cada vez eu me sinto mais culpada.. E você? O que está fazendo sobre tudo isso? NADA! Você é e sempre vai ser um irresponsá..
Mas não deixou terminar, pois selou seus lábios. resistiu no começo, mas sabia que não era mais forte do que a coisa que sentia em seu peito e logo suas mãos estavam na nuca do garoto. Após alguns segundos, pareceu voltar a consciência e se separou de .
- E-eu devo estar ficando louca mesmo. - disse, com as mãos na cintura. tinha um sorriso no canto da boca. - , você não pode pensar que sempre que me beijar vai ficar tudo bem, ok? Não é assim que se lida com as coisas!
- Ótimo. - exclamou. - Quando eu estou do seu lado, tudo que eu quero fazer é te beijar, te abraçar, sentir teu perfume e ouvir seu coração bater no ritmo do meu, só que é quase impossível quando você está preocupada demais gritando comigo e se sentindo culpada por tudo!
abriu a boca, mas nada saiu. Estava tendo surpresas demais vindas de , achava aquilo tudo impossível de ser algum dia dito por ele. Sentia que ele não era o mesmo machista que havia conhecido à alguns meses atrás. E isso, mais do que qualquer coisa, a deixava mais apaixonada.
Jogou seus abraços envolta do pescoço do garoto e o apertou muito forte, com se aquilo fosse uma despedida. colocou seus braços ao redor da garota e a apertou também.
- Pode não ser hoje e nem amanhã, mas eu vou dar um jeito nisso tudo. - falou ao pé do ouvido de e segurou a mão dela, como se passasse confiança.
Mas eles tinham que voltar, já era perigoso demais estar ali, tão perto de serem descobertos. Só de pensar assim, a culpa voltava como uma bomba em cima de . A garota foi primeiro, dizendo que era sua mãe contando algumas novidades e alguns minutos depois, apareceu. O resto do jantar correu normalmente, a comida era muito boa e eles puderam se divertir.
- ? – enrugou a testa quando abriu a porta na manhã seguinte e encontrou a garota ali. – O não está aqui.
- Eu sei. – falou, já entrando. – É com você que eu quero falar, . – Virou-se para encará-lo.
- Err.. – passou uma mão pelos cabelos. – Pode falar.
- , e-eu.. Aquilo que quase aconteceu entre a gente.. – fazia gestos exagerados. – Eu tenho me sentido diferente desde então..
- O que você quer dizer com isso? – franziu a testa novamente.
- Eu não sei, acho que eu.. – Mas não era dessa vez que iria saber o aquilo significava, pois não pôde terminar a frase.
- . – pôde identificar a voz sonolenta de Natalie.
Logo a garota apareceu nas escadas, com um roupão.
- ! – Ela exclamou, surpresa. – Quer tomar café com a gente?
- Espera, Natalie, a ia me dizer alguma coisa. – falou.
- Não.. É.. Não é nada importante. – desconversou. – Nos vemos mais tarde no estúdio, . – E deixou a casa.
- Acho que ela não gosta muito de mim. – Natalie desabafou.
- Claro que ela gosta, Natalie, a só é um pouco complicada. – afirmou, abraçando Natalie e a garota fingiu concordar com ele.

- Bom dia, pequena. – Oliver disse, colocando panquecas para .
- Há quanto tempo você está acordado? – perguntou, espreguiçando-se.
- Tempo suficiente para preparar panquecas do Tio Oliver. – Ele respondeu, sentando-se.
- Hm, nhami, nhami. – bateu palmas e sentou de frente para o amigo.
- Então.. – Oliver fez um gesto para que falasse alguma coisa.
- Então o quê? – A menina perguntou de boca cheia.
- Você e o rockstar, ou a saída de vocês ao mesmo tempo ontem foi totalmente coincidência? – Oliver disse, revirando os olhos.
- Ai, mais alguém percebeu? – mordeu o lábio.
- Fique tranqüila, seu segredo está a salvo comigo. – Oliver falou, como se fizesse parte de algum filme.
- Eu não sei, Jess, ao mesmo tempo que eu quero ficar com ele, eu não quero, é tão errado. ­- falou, dando mais uma mordida na panqueca. – Nossa, está muito bom.
- Por que você não conta à ? – Oliver sugeriu e engasgou.
- O QUÊ? TÁ MALUCO? – disse, batendo a mão nas costas. – Ela vai me odiar pro resto da vida e eu não suportaria isso.
- Então, pequena, você tem um grande problema. – Oliver deu de ombros.
- Estava ótimo, Jesse, mas alguém precisa trabalhar aqui. – anunciou e saiu da cozinha.

- , posso falar com você? – apareceu na sala, onde jogava videogame.
- Só um instante, , estou acabando com eles. – disse, sem tirar os olhos da TV.
- , é importante! Eu agradeceria muito se você largasse esse videogame e me escutasse. – falou, áspera.
- Ok. – pausou o jogo. – O que é?
- Viu, , esse é o problema. – começou a andar e parou ao lado dele. – Nó-ós fizemos 6 meses sábado e você nem ao menos lembrou, eu tenho que disputar sua atenção com um videogame idiota toda hora, nós nunca mais saímos só nós dois e eu estou começando a achar que você prefere o a mim. – desabafou. – Nós, garotas, precisamos de atenção às vezes, .
O garoto estava boquiaberto, não tinha nem noção do quanto estava magoada por causa dele. E como ele podia ter esquecido, 6 meses que ele estava com a pessoa mais maravilhosa que ele já havia conhecido e ele não se dava nem o luxo de lembrá-la disso sempre.
- Era isso.. – saiu de perto de , quando viu que ele não ia falar nada. – O hospital está me chamando, não sei se volto pra cá hoje, até mais, . – E fechou a porta.

- Você pode entregar isso ao Richard, por favor? - pediu, entregando alguns papéis à uma moça. - Obrigada. - E se jogou de novo em sua cadeira.
- Ei, e aí? Como vai? Oi, e aí? - escutou uma voz conhecida e levantou-se da cadeira. Era quem ela pensava: , cumprimentando seus colegas de trabalho.
- ?
- Hey, estava te procurando. - disse, aproximando-se dela.
- , se você não percebeu esse não é o melhor lugar pra você vir me encontrar. - falou, olhando pros lados.
- Tudo bem, as pessoas aqui são legais. - disse, entrando no cubículo onde trabalhava e sentando-se em sua cadeira.
- , é sério! - aumentou o tom de voz e se apoiou na mesa.
- Ei, eu só queria te ver. - fez uma cara de coitadinho.
mordeu o lábio, nervosa. - , eu não.. - E a puxou para seu colo e a beijou.
Mas dessa vez foi mais rápida e não se deixou levar, se seu chefe a visse ali com certeza seria demitida. - Tá maluco? Eu posso ser demitida, sabia? - Mas apenas sorriu, com uma cara convencida. - Ai, odeio quando você faz essa cara!
- Tudo bem, eu vou embora. - falou, se levantando. - Mas esteja pronta amanhã a tarde.
- Pronta pra quê? - ergueu a sobrancelha, não entendendo.
- Você vai ver. - E saiu de lá.

Já passava da meia noite. Oliver roncava no sofá, enquanto na TV passava algum filme estranho. dormia em cima de toda sua papelada do trabalho, mas foi acordada pelo som irritante de seu celular.
- Alô? - Ela atendeu, com uma voz sonolenta.
- Amiga? - ouviu a voz de soar em seu ouvido.
- , você sabe que horas são? - resmungou.
- Sei e me desculpe por estar ligando a essa hora. - disse tudo muito rápido. - Eu posso ir aí?
- Agora? - levantou-se da cadeira.
- É, se não for incomodar. - tinha uma voz triste.
- Claro, amiga, pode vir. - mudou sua voz sonolenta para uma amigável.
- Ok, obrigada. - E elas desligaram.
Em 5 minutos a campainha do apartamento de estava tocando. Quando a garota abriu a porta, a abraçou.
- Ai, amiga, eu juro que não sei o que está acontecendo comigo. - dizia enquanto soltava do abraço e entrava no apartamento.
- Você podia tentar se acalmar. - disse, fechando a porta.
- Ok. - respirou fundo. - Eu preciso te contar uma coisa. - E relatou todo o fato que havia acontecido entre ela e , deixando de boca aberta.
- Você.. o ..? - gaguejou.
- Eu sei, é horrível, mas eu não sei o que deu em mim. - disse desesperada. - Eu sempre senti um carinho muito grande pelo , como um irmão mais velho, mas desde que tudo aconteceu, eu simplesmente não consigo vê-lo mais assim.
queria rir de toda essa ironia, enquanto ela estava morrendo de culpa, simplesmente parecia nem ligar mais para .
- Peraí, você acha que está gostando do ? - disse cada sílaba bem devagar.
mordeu o lábio e fechou os olhos, suspirando. - Eu não sei, amiga, eu realmente não sei. O que mais me preocupa é.. e se eu estiver? Como fica o ? Eu não suportaria magoá-lo. E o pior, será que é recípocro?
- Você já tentou conversar com o sobre isso? - tentou.
- Já, mas aquela Natalie.. - fez uma voz engraçada ao pronunciar o nome dela. - sempre interrompe.
- Eu queria poder te dizer alguma coisa que te ajudasse, amiga, mas eu realmente não sei, tudo isso depende de você, só você vai poder decidir. - disse, pondo a mão no ombro da amiga. - Eu só te digo uma coisa: siga seu coração.
- Obrigada. - a abraçou de novo. - Eu não sei o que seria de mim sem você. - sentiu alguma coisa molhada na sua blusa e percebeu que estava chorando.
- Amigas são pra essas coisas. - falou, passando a mão no cabelo da amiga. - Vamos, você vai dormir aqui hoje.
- Mas e seu trabalho.. - começou, saindo do abraço.
- Sem mas, vai ser uma noite das garotas. - E Oliver deu um ronco. - Ok, das garotas e dos roncos do Oliver. - E elas riram.

Capítulo 29

Oliver estava completamente entediado, jogado no sofá e passando todos os 500 canais que tinha na TV, sem achar nada realmente interessante.
- Ok, eu estou em Londres, deve ter alguma coisa melhor pra se fazer do que ficar em casa. – E dizendo isso, desligou a TV e saiu do apartamento de .
Entrou na Starbucks mais próxima e comprou um frapuccino e um croassant. Quando estava saindo, deu uma trombada com alguém, que ele não identificou até se levantar do chão.
- Deixa que eu te ajudo.. – Oliver abaixou-se novamente para ajudar a pessoa com quem ele tinha trombado e pegar suas compras. – Ei, eu te conheço.
- Eu também te conheço. – A garota disse, sorrindo. – Você é o Oliver, não é? Amigo da ?
- E você é a Natalie, do . – Oliver disse, colocando as últimas coisas na sacola e entregando a Natalie.
- Ok, acho que nós já podemos levantar. – Natalie disse, percebendo que eles ainda estava agachados no meio da rua e eles levantaram-se depressa.
- Que cidade pequena. – Oliver falou, com as mãos nos bolsos do casaco.
- Está sozinho? – Natalie perguntou.
- Estou e por sinal, entediado. – Oliver respondeu, levantando os ombros.
- Somos dois, então. – Natalie disse. – Acho que para acabarmos com o nosso tédio devíamos tomar um café.
- De acordo. – Oliver afirmou e eles entraram na Starbucks.
O tempo pareceu voar depois que eles se sentaram e o tédio havia desaparecido totalmente. Natalie e Oliver conversaram de tudo, desde o gosto musical até o melhor sabor de frapuccino.

jogou todas suas coisas em cima da mesa da sala e viu Simba correr ao seu encontro.
- Jess! – Ela gritou e não ouviu resposta. – A onde ele foi, Simba? – franziu a testa, estranhando a saída do amigo.
De repente ouviu alguma coisa bater contra a janela da sala. – Ouviu isso, Simba? – E correu até lá. Quando abriu a janela, encontrou subindo a sua escada de incêndio.
- Qual é o seu problema com a campainha, Homem Aranha? – perguntou, rindo.
- Posso tentar ser romântico? – perguntou, se sentindo ofendido.
- Tudo bem, se você cair, eu vou rir. – avisou e finalmente alcançou o topo da escada, ficando de frente pra ela.
- E aí, está pronta? – perguntou, oferecendo a mão.
- Pronta pra quê, ? – franziu a testa.
- Você vai ter que vir comigo. – disse, sorrindo com o canto da boca.
- Ah é? E se eu não quiser? – ergueu uma sobrancelha.
- Ok, ou você vem por bem ou por mal. – pulou a janela e a pegou no colo.
- , me põe no chãããão AGORAAAA! – gritou e pôs a mão na boca dela.
- Shh! Ou vão achar que alguém está sendo seqüestrado aqui. – E desceu as escadas com a garota no colo, andou até o carro e a colocou sentada. – Pronto.
cruzou os braços fazendo careta, enquanto pulava pra dentro do carro.
Algum tempo depois, percebeu que estava fazendo o mesmo caminho que dava na casa abandonada naquela praia e logo eles estavam estacionando.
- Eu vou te ensinar a dirigir. – disse, saindo do carro.
- Você o quê? – arregalou os olhos. – E-eu acho melhor não, ..
- O quê? Tá com medo? – desafiou, abrindo a porta do lado de .
- É claro que eu não estou com medo, . – afirmou e pulou pro banco do motorista.
- Então ligue o carro. – pediu, virando-se pra ela e o fez. – Pise na embreagem. – também pisou. – Agora engate a primeira e solte bem devagar o pé da embreagem. – E ela colocou a mão na marcha, mas ao invés de engatar a primeira, deu ré e eles começaram a andar pra trás. voou em cima dela e conseguiu que o carro parasse antes que eles batessem em uma árvore.
- Eu sabia.. – falou, batendo a testa no volante. – Eu sou um desastre.
- Não, você não é. – tentou consolá-la, sorrindo. – Foi só a primeira vez, eu vou te ajudar. – E pegou a mão da garota, colocando na chave e ligando o carro novamente, depois pediu pra que ela pisasse no acelerador e soltasse devagar e com a mão ainda em cima da mão de , engatou a primeira e logo a ajudou a passar pra segunda marcha e finalmente fazer com que o carro andasse.
- Nós conseguimos, . – falou animada, com as mãos no volante.
- Não.. Você conseguiu! – sorriu pra ela. – Continue olhando pra frente.
Os dois se divertiram fazendo várias tentativas dando várias voltas e em pequenas curvas. era esperta e tinha progredido muito apenas no primeiro dia de aula.
- Ei, olha. – saiu do carro e correu para o topo de uma pedra, que ficava em cima do mar. - O sol está se pondo.
correu até ela e a abraçou por trás. Ele sentiu a garota encher o peito de ar e soltar, sabia que ela continuava se sentindo culpada por tudo. se soltou para virar e poder ficar de frente pra ele.
- Você não vai parar, né? - disse, pondo um pouco do cabelo dela atrás de sua orelha.
- Parar com o quê? - perguntou, franzindo a testa.
- De ser assim.. Preocupada com tudo e não aproveitar o agora. - respondeu, andando até ficar bem na ponta da pedra. mordeu o lábio e andou devagar até ele.
- Desculpa, eu.. - começou, mas ele não se virou. Chegou mais perto de e encaixou sua cabeça entre o ombro e pescoço dele, dando um beijinho no pescoço do garoto. sorriu com o canto da boca, apesar de que por dentro estava sorrindo largamente, não achou que chegaria a ver o dia em que o "beijasse" por livre e espontânea vontade.
procurou a mão da garota e a segurou fortemente. Virou-se de frente pra ela e os dois encostaram as testas, enquanto se encaravam.
- Que bagunça nós nos metemos. - disse, quase num sussuro.
deu um meio sorriso. - Às vezes eu me pergunto porque nós tivemos que passar por tudo isso.
- Pra podermos ter uma história boa pra contar pros nossos filhos. - falou, apertando mais ainda a mão de .
- Pros nossos filhos, ? - não segurou uma risada.
- É, tem que ser 8 no mínimo. - disse, como se aquilo fosse bem normal de acontecer.
- Só se for 4 comigo e 4 com a , né. - respondeu sarcástica.
- Viu. - soltou-se rapidamente da garota. - É esse o seu problema. - E apontou pra ela. - Você sempre estraga tudo. - Disse e se virou na direção da casa abandonada.
chutou algumas pedrinhas e abaixou a cabeça, odiava ver assim e sabia que algum dia ele não ia mais suportar todo esse pessimismo dela. Correu também para a casa abandonada e abriu a porta velha. Quando fechou atrás de si, viu que ali deveria ser algum tipo de sala, mas não havia sinal de . Andou mais um pouco e encontrou olhando o ultimo raio de sol se por pela janela. apenas postou-se ao lado dele e passou uma mão de leve no rosto do garoto.
- Eu quero mais do que qualquer pessoa que a gente dê certo, , mas você não entende o quanto é triste ouvir a me ligar o tempo todo contando coisas do casamento.. Do casamento entre ela e o cara que eu amo. - disse as últimas palavras bem devagar, como se as sublinhasse. finalmente olhou para ela com os olhos arregalados, como se aquelas palavras nunca pudessem sair da boca da garota.
- Você pode repetir essas últimas palavras? - pediu, ainda com aquela cara assustada. sorriu e deu um pequeno tapa no ombro dele.
- É, , há vários motivos para não se amar uma pessoa e você realmente me mostrou todos eles. - disse e fez uma careta. - Mas há apenas um que é forte o suficiente para fazer você amar essa pessoa mais do que qualquer coisa.. E bom, foi isso que aconteceu comigo.
- E qual é esse motivo? - ficou de frente pra garota.
pegou a mão de , que estava apoiada na janela, e colocou delicadamente sobre seu peito esquerdo e ele pode sentir o quanto o coração da garota estava acelerado. - É somente com você que eu sinto meu coração bater acelerado, minhas pernas cederem e minha respiração parar.. - disse tudo com a cabeça abaixada, mas finalmente levantou para olhar fundo naqueles olhos . - Você é a única pessoa que eu sinto que poderia passar o resto da vida.
- Por que você nunca me disse nada disso antes? - tinha o rosto franzido. Tinha certeza que podia até gostar de ficar com ele, mas aquilo tudo que ela havia dito nunca passara pela cabeça dele.
- Porque eu estava preocupada demais brigando com você. - falou sorrindo.
Bem devagarzinho eles cessaram a distância que havia entre os seus corpos, logo que puxou pela cintura e ela o segurou pela nuca, cessando também a distância mínima entre seus rostos. Foi um beijo que começou devagar e bem suave, como se eles estivessem se beijando pela primeira vez, mas que foi aumentando de intensidade assim que eles se davam conta o quanto eles se gostavam e queriam um ao outro.
colocou contra a parede e aumentou ainda mais a intensidade do beijo, enquanto puxava os cabelos de . Ele parou de beijá-la e começou a fazer uma trilha de beijinhos que ia da boca da garota e passava por todo seu pescoço. sentia um arrepiou que ia da ponta do dedo do pé até a nuca. Mas logo a estava beijando novamente como se não tivesse nem parado. Eles se abraçavam durante o beijo, como se aquilo fosse uma despedida em que eles não saberiam quando se veriam de novo. E de fato era quase isso, no momento que eles entrassem no carro de novo, eles deviam ser apenas duas pessoas que se odiavam.
sentiu aquele arrepio mais forte quando colocou uma de suas mãos dentro da blusa dela, acariciando suas costas. Em resposta, ela tinha uma mão sobre o peito dele e outra segurando sua nuca e passando com as unhas nas costas do garoto.
De repente parou de beijá-la pode notar o quanto a boca do garoto estava vermelha e a respiração dos dois estava compassada.
- Eu estou prestes a não conseguir mais parar. - avisou, ofegando.
- , e-eu não acho que nós devemos fazer isso.. Quer dizer, nã-ão agora. - também disse, gaguejando.
Ele encheu o peito de ar e soltou, como se estivesse se recompondo e deu um longo selinho em antes de se afastar.
- Você quer ir embora? - perguntou, com uma carinha fofa.
- Preferia ficar com você. - respondeu, sorrindo largamente.
- Ok, espera só um minuto. - fez 1 com o dedo e correu pra fora da casa.
passou uma mão pelo braço, depois de sentir um vento gelado. Olhou em volta e viu que ali havia um colchão velho, um armário e uma pequena mesinha.
No minuto seguinte, estava de volta com uma coberta nas mãos e riu dele. estendeu o cobertor sobre o colchão velho e deu algumas palmadinhas, como se chamasse a garota.
- Se você pensa que eu vou deitar nesse colchão velho, , você está muito enganado. - disse, dando lingua pra ele.
- Ah, você não vai é? - perguntou, enquanto chegava mais perto de e a viu balançar a cabeça em negação.
Então ele a pegou no colo e começou a girar a garota, enquanto ela gritava pedindo pra que ele a pusesse no chão.
- É SÉRIO, ME POE NO CHÃÃÃÃO! - gritava e ria em seguida.
- Só se você disser: , você é o melhor e eu sempre te amei. - falou, parando de girar e olhando para a menina em seus braços.
- Nunca! - exclamou e começou a girá-la de novo. - OK, OK! você é o melhor e eu sempre te amei!
- Boa menina. - falou, dando um sorriso com o canto da boca.
- Idiota. - empurrou o peito dele. - Agora é sua vez!
- Minha vez do quê? - franziu a testa.
- De dizer que você não consegue mais viver sem a minha querida presença na sua vida. - falou e tocou levemente o nariz dele.
- , hoje eu simplesmente não consigo mais viver sem você. - disse e encarou a garota, que rapidamente colocou suas mãos dos dois lados do rosto dele e o beijou intensamente.
andou devagar até o colchão e colocou delicadamente em cima, sem parar de beijá-la, deitando de frente pra ela.
- Obrigada. - disse no meio do beijo. - Por tudo. - Ela sorriu e viu sorrir também. Eles ficaram ali, se beijando e se acariciando até pegarem no sono.

Capítulo 30

- Parece que tem alguém fazendo aniversário amanhã, Oliver, só não consigo me lembrar quem é. - disse, enquanto colocava outro pedaço de pizza na boca. Estavam ela, , e Oliver na casa de sentados na frente da TV vendo algum filme de comédia romântica e comendo pizza. passara a ver todos os dias e ele a levava para aprender a dirigir. Ela tinha progredido muito, já não fazia o carro morrer mais, já conseguia passar as marchas e agora eles estavam treinando algumas regras de trânsito. Só que eles simplesmente não podiam sair de dentro daquela casa abandonada, seria muito arriscado se eles fossem vistos juntos, o que deixava profundamente irritada.
- É verdade, , quem será que é? - Oliver também entrou na brincadeira e eles ouviram bufar do outro sofá, que estava dividindo com . Tudo estava ótimo entre os dois, haviam continuado muito bons amigos e havia contado tudo sobre o sonho que ele havia tido várias vezes, enquanto estava em coma, à garota e disse que aquilo podia ser algum tipo de sinal.
- Vocês querem parar com isso? Já é chato o bastante fazer aniversário e vocês ainda ficam fazendo piadinha. - disse, irritada. Ela simplesmente odiava o dia do seu aniversário e nem ela sabia o porque. Mas falava que era porque os outros pareciam obrigados a serem legais com ela e pessoas que nunca lembravam dela, ligavam na maior cara de pau para desejar feliz aniversário, então achava tudo aquilo muito hipócrita.
- Ei, , é legal fazer aniversário. - tentou, levantando os ombros. - E tem todos os presentes e tals. - Ele disse, fazendo uma carinha fofa.
- Eu sei, , mas além de eu estar ficando uma velha com pés de galinha, eu ainda tenho que aguentar parentes e "amigos" falsos me disejando parabéns. - falou e bufou novamente, cruzando os braços.
- Acho que nós devíamos fazer uma festa. - falou, empolgada. - Você só faz 21 anos uma vez na vida, amiga.
- É isso aí, pequena, você vai ser finalmente uma mocinha. - Oliver zoou a amiga e levou uma almofadada.
- Obrigada, , mas eu não quero. - agradeceu, sorrindo de leve.
- Pode ser lá em casa. - ofereceu, animando-se também e ignorando .
- Ei, alguém escutou que eu disse "não, muito obrigada"? - perguntou, mas já era tarde demais e os três já estavam combinando tudo. Ela balançou a cabeça e foi até a cozinha pegar alguma coisa pra beber. Abriu a geladeira e tirou uma jarra de suco de uva, servindo-se um pouco. Ouviu seu celular vibrar em cima da mesa e correu para ver o que era:
"And then I'll swing you girl until you fall asleep, and when you wake up you'll be lying next to me,
We'll go to Hollywood make you a movie star, I want the the world to know how beautiful you are.."
Eu e o Ben sentimos sua falta hoje :(
Espero que esteja bem,
.


sorriu após ler a mensagem, lembrando o tempo que ficou fazendo carinho nela naquele dia, até que ela pegasse no sono. E o quanto tempo eles ficaram conversando e olhando as estrelas no dia seguinte, com o capô do carro levantando e ela falava que tinha muita vontade de visitar Hollywood. E Ben, era o chaveiro de panda que havia dado à ele, depois dele dizer que simplesmente não conseguia encontrar suas chaves e que era pra ele sempre lembrar dela quando olhasse para o chaveiro. Mas só não havia ficado satisfeita com a parte da música que falava "I want the the world to know how beautiful you are", porque sabia que aquilo estava demorando mais que o planejado pra fazer acontecer. Ela queria tanto poder andar por aí de mãos dadas com ele e não ter que sentir sua garganta secar quando mencionava .
Estava decidida, iria conversar com no outro dia e ia dizer que se ele não contasse à , ela mesma ia contar, por mais medo que tivesse de magoar a amiga. Rezava tanto para que entedesse, que ela não havia feito por mal e que ela considerava a amiga como uma irmã, mesmo sabendo que a chances de dizer "Ah tudo bem, , você se apaixonou pelo meu noivo, está tudo bem, vamos tomar um sorvete?" era quase mínima. Só de pensar, se sentia um lixo de amiga por trair tanto a confiança de uma pessoa que só havia feito coisas boas pra ela.
Voltou para a sala e eles haviam parado de comentar sobre o aniversário e agora viam o filme. sentou-se novamente ao lado de , abraçando os joelhos e tentando não pensar no quanto era uma má amiga e prestar atenção no filme.
De repente o celular de tocou e ela atendeu, cochichando algumas coisas e finalmente desligando.
- Hey pessoal, o está vindo me buscar. - avisou e levantou a cabeça ao ouvir o nome de . Novamente sentiu aquele embrulho na barriga que tanto odiava.
- Legal, vou de carona com vocês. - disse, se levantando também. - Hey velhinha, obrigada pela pizza. - E deu um beijo na cabeça de , que lhe deu um tapinha enquanto ria dele.
- Até amanhã, amiga, nós vamos ao shopping! - avisou, indo na direção da porta.
- Mas eu tenho trabalho amanhã, amiga. - disse, tentando se livrar da idéia do aniversário.
- Eu te pego no seu trabalho às 4. - disse e acenando para Oliver, ela e saíram da casa.
correu até a porta de vidro da varanda que dava para rua e viu encostado em seu carro com os braços cruzados. e chegaram em seguida e cumprimentou e deu um beijo rapido em , que entrou no carro. Ver aquela cena não era nada.. nada fácil para , sentiu seu coração ficar miúdinho.
- Você é uma masoquista idiota mesmo, né? - Oliver disse, ficando ao lado da amiga.
- Dói tanto, Jess. - abraçou o amigo, sentindo as lágrimas rolarem pelos seus olhos e Oliver acariciar seus cabelos.
- Eu ainda quebro a cara desse um dia. - Oliver falou, mas não conteve uma risada. - O que é? Você duvida?
- Eu? Duvidar do poderoso Oliver Hatcher? Nunca! - brincou, limpando suas lágrimas. - Ai, Jesse, só você pra me fazer rir mesmo.
- Tudo bem, fica rindo mesmo, quando seu namoradinho aparecer com um olho roxo por aí, não diga que eu não avisei. - Oliver falou, levantando as mãos e riu mais, se jogando no sofá. Oliver deitou no colo dela e eles continuaram a ver o filme, já que nenhum dos dois tinha sono.
- Hmm.. ? Tá acordada? - Oliver perguntou, após um longo tempo de silêncio.
- Aham. - afirmou e olhou pra baixo, sem parar de mexer no cabelo do amigo.
- Sabe a Natalie, do ? - Oliver perguntou e murmurou afirmando.
- O que tem ela?
- Encontrei com ela e nós ficamos conversando. - Oliver comentou, sem tirar os olhos da TV. - Ela é bem legal.
- Oliver! - exclamou, fazendo ele olhar pra cima.
- Que é? - Oliver perguntou assustado.
- Não vai me dizer que você está interessado nela? - perguntou e Oliver levantou-se rapidamente.
- Não, é claro que não, ela está com o . - Oliver disse, passando a mão pelos seus cabelos.
- É o que eu pensei, você está interessado nela. - afirmou, apontando pra ele. - Eu te conheço melhor do que você próprio, você sempre mexe no cabelo quando está mentindo.
- Eu.. Não.. Ah cara. - Oliver gaguejou e depois suspirou. - Ok, eu achei ela muito interessante.. e bonita.. e gente boa.. e ok, eu me interessei por ela, mas não muda o fato de que ela está com o .
- Cara, como se já não houvesse confusões o suficiente. - disse, balançando a cabeça. Oliver não comentou mais nada, apenas voltou a deitar no colo da garota e eles continuaram a assistir o filme.

- Feliz aniversário, bela adormecida! - ouviu uma voz ecoar na sua cabeça que a fez acordar. Abriu os olhos e viu Oliver com uma bandeija de café da manhã bem à sua frente.
- Oliver! - disse assustada, sentando-se. - O que é isso?
- Seu café da manhã de aniversário, oras. - Oliver respondeu, rolando os olhos e colocando a bandeija no colo da garota. Havia torradas, geléia, suco de laranja, cookies, pãezinhos com queijo e torta de maçã. Uma rosa vermelha num vaso estava enfeitando. arregalou os olhos.
- Você fez tudo isso.. sozinho? - Ela perguntou, pegando um pãozinho.
- Yep. - Oliver respondeu. - Fui até a padaria e comprei tudo sozinho. - E fez uma cara de convencido, fazendo rir dele.
- Obrigada. - E ela voou no pescoço dele, o abraçando forte. - Te amo, meu gêmeo.
- Eu também te amo, pequena. - Oliver disse, a abraçando de volta. - E aí, como se sente com 21 anos?
- Um ano mais velha do que quando eu tinha 20. - respondeu, com a boca cheia de pão e tomando um pouco de suco.
- Cara, você é uma chata e a única pessoa no mundo que não gosta de fazer aniversário. - Oliver disse, pegando uma torrada, mas deu um tapa na mão dele.
- Ei, é meu. - Ela o repreendeu.
- Ok, que você engasgue com tudo isso aí. - Oliver falou, mandando língua pra ela e mandou um beijo no ar pra ele.
e Oliver continuaram conversando enquanto ela tomava seu café rapidamente, já que estava um pouco atrasada pro trabalho. Depois que terminou, vestiu uma camisa branca de manga comprida e uma calça preta, prendeu os cabelos num coque, calçou um sapato, deu um beijo em Oliver e voou pra pegar o metrô e ir pro trabalho.

- Ok, o projeto da sua cozinha estará pronto na segunda-feira, obrigada. - desligou o telefone. Passou a mão pelo rosto, estava visivelmente cansada, já que havia tido um dia cheio. Olhou no relógio e marcava 5 para às 4, então seu celular tocou. Era . A amiga já havia ligado desejando os parabéns antes que ela pudesse por o pé no trabalho e dizendo tudo sobre a festa que teria mais tarde na casa de . Os pais de estavam de férias no Chile, então não poderiam vir, seria só alguma coisa para alguns poucos amigos que ela tinha em Londres e o resto seriam convidados da .
- Olá aniversariante, como foi seu dia? - perguntou, com uma voz animada.
- Cansativo. - respondeu, desanimada.
- Ah, pára com isso amiga! - a repreendeu. - Vamos pro shopping, estou passando aí.
- Mas , eu não posso sair assim. - afirmou.
- Peça pro seu chefe, tenho certeza que ele vai deixar.. Estou chegando, ok? Beijos. - E desligou antes que pudesse dizer alguma coisa.
Resolveu que iria tentar falar com seu chefe, ele não era aqueles caras super bravos e chatos, era um senhor muito simpático e que parecia gostar dela. bateu na porta e ele pediu pra que ela entrasse. Ele estava de pé e logo que entrou, ele a abraçou e desejou parabéns. o abraçou de volta, estranhando o porque dele saber que hoje era aniversário dela.
- Sr. Peterson, eu sei que acabei de voltar de um final de semana prolongado, mas eu acabei todos os projetos que eu teria que entregar segunda-feira e eu precisava sair um pouco mais cedo, será que.. - Mas ele a interrompeu.
- Você não deveria nem ter vindo, é seu aniversário, o que você está fazendo aqui ainda trancada nesse escritório? Vai sair. - Sr. Peterson disse, esboçando um sorriso amigável.
- Muito obrigada, Sr. Peterson, eu juro que cumprirei horas extras na semana que vem. - falou, animada e apertando a mão do homem.
- Tudo bem, agora ande logo. - Ele disse e logo estava passando correndo pela porta do escritório de seu chefe e indo encontrar-se com , que já a esperava na frente do prédio.
- Viu? Eu disse que você conseguiria. - falou, encostada em seu carro e sorrindo.
- Eu tenho sorte de ter um chefe tão bozinho. - disse, agradecendo por isso mentalmente.
voou em seu pescoço e a abraçou forte, desejando tudo que se deseja em um aniversário e dizendo milhares de coisas lindas à amiga. escutava aquilo e sentia sua vista embaçar por causa das lágrimas que enchiam seus olhos. Era um misto de emoção e de culpa ao mesmo tempo, de tristeza e alegria.
- Obrigada, amiga. - disse, quando se afastou. - Você sabe que é uma das melhores pessoas pra mim.
- Own, , você merece. - afirmou, sorrindo. - Então vamos? Precisamos estar lindas essa noite. - E as duas finalmente entraram no carro e rumaram para o shopping.

Capítulo 31

- Nenhum dos meninos me ligou ainda. - comentou, enquanto elas andavam pelo shopping olhando algumas lojas.
- Ah amiga, não fique assim, eu puis eles pra fazer todo o trabalho de limpeza e arrumação na casa do , eles provavelmente ainda não tiveram tempo. - explicou, consolando a amiga. - Olha-esse-vestido! Vamos entrar.
experimentou vários tipos de vestidos, blusas e calças naquela loja, e acabou levando uma calça e duas blusas. olhara algumas coisas, mas não gostara de nada. Próxima loja.
Algumas lojas depois, segurava 4 sacolas e segurava mais 4, que também eram de .
- , nós temos hora no salão, nós entramos em umas 50 lojas e você não levou nada. - disse, fazendo gestos.
- Eu simplesmente não consigo gostar de na.. - Mas interrompeu sua fala quando seus olhos bateram em uma vitrine. - Vem, vamos até lá. - E puxou até a loja.
- , eu.. - fazia cara de confusa, enquanto era puxada pela amiga. adentrou rapidamente a loja, como se sua vida dependesse disso.
- Por favor, eu quero experimentar aquele vestido. - Ela apontou para um vestido no manequim e a atendente retirou pra ela, que entrou rapidamente no provador.
sentou-se nos banquinhos que ficavam de frente para o provador e esperou a amiga, que não demorou muito a sair.
- E aí, como estou? - perguntou, colocando as mãos na cintura. Era um vestido num tom de verde escuro muito bonito, tomara que caia e justo até a sua cintura, virando balonê depois, até antes do joelho e havia um pequeno laço no busto.
- Está ma-ra-vi-lho-sa! - exclamou, levantando-se e fazendo a amiga dar uma voltinha.
- Então eu vou levar. - anunciou e quando ia entrar do provador novamente, a puxou.
- Vai ficar melhor ainda com o seu presente. - E entregou uma das sacolas que segurava.
- Mas o que é.. - arregalou os olhos e pegou o pacote nas mãos, começando a abrir.
- Eu comprei enquanto você esperava, vai dar certinho com o vestido. - falou, vendo retirar uma sandália bem fechada preta e com um salto grosso.
- Era a sandália que eu tinha te falad.. Ai amiga! - a abraçou forte. - Obrigada!
- Não é nada. - afirmou. - Vai logo, nós estamos atrasadas.
Depois de sair daquela loja, elas rumaram para o cabelereiro. As duas decidiram que precisavam cortar o cabelo, fazer uma limpeza de pele e as unhas. No final, tinha seus cabelos brilhando naturalmente, com algum repicado que havia feito e cortara um pouquinho mais curto do que era.
Quando estavam saindo do shopping, pararam em uma loja de cosmético e compraram várias maquiagens que estavam precisando, pra depois finalmente irem para casa de .
Chegando lá, as duas encontraram Jesse dormindo espalhado pelo sofá.
- Vagal. - murmurou e riu.
Fizeram alguns sanduíches e comeram rapidamente. entrou no banho e correu para checar seu celular. Havia uma mensagem extremamente fofa de , que a fez sorrir sozinha e algumas ligações perdidas de , mas nenhum sinal de e o pior, nada de . Fechou o celular e suspirou, como se não se importasse, talvez mais tarde ele desse um abraço nela.
Quando entrou em seu quarto, arregalou os olhos. Havia um buquê gigantesco de rosas de todas as cores, uma caixa igualmente grande de chocolates e um ursinho fofo com uma camiseta escrito: McFly Rocks. Viu sua secretária eletrônica piscar e apertou o botão vermelho, ouvindo a voz de .
- "Parabéns pra você, parabéns pra você, parabéns , parabéns pra voc..
- você está estragando tudo! - interrompeu o amigo. - Oi, e ignore o aqui. - E pode-se ouvir um "Ei" ao fundo. - Nós queríamos dizer coisas bem legais pra você, porque nós decidimos que você deve ser um tipo de anjo que apareceu nas nossas vidas..
- Mas o fez o favor de perder o papel que eu passei dias escrevendo! - pôde ouvir a voz de irritado.
- Você já não me bateu o suficiente, ? - perguntou.
- E mesmo com uma costela quebrada ele consegue ganhar de você. - falou rindo. - Desculpe , isso está ficando horrível.
- Não, não está. - disse, com lágrimas nos olhos. Adorava aqueles garotos e por mais que só saíssem besteiras das bocas deles, ela tinha vontade de abraçá-los até esmagar.
- O que nós queríamos dizer é.. - assumiu o telefone. - Você é muito importante pra gente e olha que isso não é pra qualquer um não. - E riu dele.
- E nós queremos que você seja muito feliz. - fez uma vozinha fofa. - E todo aquele blá blá que se deseja num aniversário.
- Você se tornou 5º membro do McFly. - disse. - Sem você, nós não existimos.
- "Melt me with your eyes my star girl rules the sky.." - Os três cantaram ao mesmo tempo, o que fez sorrir largamente.
- Esperamos que você goste do presente. - disse e olhou novamente para sua cama.
- você.." - E a mensagem foi cortada.
- O que que você tá sorrindo que nem uma boba aí? - perguntou, chegando no quarto e vendo a amiga agachada no chão.
- Seus amigos são uns retardados. - disse, limpando as lágrimas.
- Eu disse que eles não se esqueceriam. - afirmou, sorrindo.
olhou pra ela, suspirando e sorrindo, levantou-se do chão, pegou sua toalha e entrou no banheiro.

Algum tempo depois, finalmente se destrancou do quarto e foi até a sala, encontrando (com uma calça preta justa e uma regata de paetê) e Jesse (com calça jeans, blusa preta e blazer cinza escuro) assistindo TV.
- Uau. - Os dois disseram juntos e corou.
- Vamos logo. - Ela falou, mandando língua pra eles.
Apesar de estarem atrasados ( tinha marcados pras 7), ninguém além de , , e se encontravam na casa. Quando entrou na casa de e viu que vários móveis haviam sido arrastados, formando uma pista de dança no meio da sala e os sofás e cadeiras rodeavam. Uma mesa com várias coisas pra comer e uma parte dedicada à um barman.
- Hey aniversariante. - veio ao encontro dos três, com um copo na mão e abraçou .
- Vo-o-cês fizeram tu-udo isso? - gaguejou, encantada.
- É claro, nós damos as melhores festas. - apareceu ao lado dela, sorrindo. - Parabéns, . - A abraçou e beijou sua testa.
- ! - correu e abraçou a menina também, tirando-a do chão.
- Ai gente, muito obrigada! - disse, já se emocionando de novo.
- Ei, você merece. - deu um soquinho no braço dela.
- Parabéns, . - finalmente apareceu, estendendo a mão pra garota. Ela olhou da mão dele para seu rosto e a apertou.
- Obrigada, . - respondeu, não sabia se conseguiria se segurar mais um pouco, precisava abraçá-lo.
- Hey babe, vamos pegar alguma coisa pra beber? - pediu à e entrelaçou sua mão na dele.
- Claro. - afirmou, olhando de canto de olho para e logo seguindo a namorada.
, e cumprimentaram Jesse e logo a campainha tocou e foi atender.
- Onde estão suas mulheres? - perguntou à e .
- A Natalie deve estar chegando a qualquer hora. - deu de ombros, tomando um gole de sua bebida.
- E a não está muito boa comigo, nós não nos vemos desde o começo da semana. - murchou quando tocou no assunto e soube que devia ter conversado com ele. - Mas eu deixei uma mensagem, dizendo pra ela vir. - Ele completou, tentando se animar.
- Ela vai vir, , ou eu vou buscá-la. - disse, sorrindo pra .
- ! - gritou da porta. - Acho que são seus amigos.
- Ok, estou indo, . - E deixou os três conversando alguma coisa pra ir cumprimentar um pessoal do seu trabalho que havia chegado.

Uma hora depois a casa de estava lotada. Uma música legal tocava e muitas pessoas dançavam. não conhecia nem um terço das pessoas que se encontravam ali, mas não podia reclamar, a festa estava boa. Viu e dançando muito próximos um do outro e sentiu uma pontada em seu coração. Suspirou e pegou uma batida de uva da bandeja que passava por ela, virando de uma vez.
- Se embebedar não vai ajudar em nada. - Jesse disse, aparecendo ao lado dela.
- Eu não estou me embebedando, Oliver, é a primeira batida que eu tomo. - falou, brava. - Vem, vamos dançar.
- Dançar? Nem pensar, , você sabe que eu não danço. - Jesse afirmou, cruzando os braços.
- É só se mecher, Jess, vamos. - E ela o puxou até o meio da sala.
"Put on your green lights. we're in the city of wonder
Ain't gonna play nice, watch out, you might just go under
Better think twice, your train of thought will be altered
So if you must faulter be wise..

puxou Jesse pra bem perto de onde e , e Natalie dançavam e começou a dançar também. olhou imediatamente pra ela e encheu seu peito de ar e soltou. Logo os 6 estavam em uma rodinha, as garotas de frente para os garotos. estava um pouco emburrada e logo entendeu quando viu segurar Natalie pela cintura, enquanto ela dançava. Your mind is in disturbia
It's like the darkness is the light, disturbia
Am I scaring you tonight, your mind is in disturbia
Ain't used to what you like, disturbia, disturbia"

tentava dançar normalmente, mas estava ficando cada vez mais impossível. Será que queria que ele revelasse a relação dos dois ali mesmo? Ele não estava suportando vê-la ali, sem poder ao menos dançar mais perto dela ou não ter que fingir que não estava nem aí. Olhou pro lado e percebeu que tinha parado de dançar e apenas a observava. tinha desistido de dançar com ele e agora dançava e ria com . Oliver e Natalie apenas se mexiam devagar enquanto conversavam.
- Babe, vou lá fora um pouco. - gritou no ouvido dele, fazendo acordar. - Você vem?
- Vai lá, , vou ficar aqui. - afirmou, pondo a mão no ombro dela.
- Eu vou. - levantou a mão e seguiu , esquecendo de Natalie, que havia se afastado com Oliver.
observava as pessoas da roda se afastarem e ela ficar finalmente cara a cara com . - Hey. - Ela disse, olhando pra baixo.
- Obrigado por me provocar. - disse sarcástico.
- Eu só estava dançando, . - respondeu, irritada. - Obrigada por me ligar, mandar mensagem, sinal de fogo, sua consideração me impressiona.
- Eu não tive tempo. - falou, firme.
- Ah é? O que você fez o dia todo de tão importante assim? - perguntou, irônica e fazendo gestos exagerados.
- Você vai ver. - respondeu, sorrindo com o canto da boca.
- Ah , não me venha com essas suas surpresinhas. - disse, cruzando os braços e continuou sorrindo, adorava quando ela ficava assim. I'm Happy Just To Dance With You
- "Before this dance is through, i think i'll love you too, i'm so happy when you dance with me.." - foi até o pé do ouvido de e cantou, assim que a música começou.
- , é sério, aqui não. - o repreendeu, deixando seus braços cruzados soltarem-se, devido ao arrepio que a fez sentir.
- "I don't want to kiss or hold your hand, if it's funny, try to understand.. - continuou cantando, com um sorriso torto, ao pé do ouvido de , que suspirava. - there is really nothing else i'd rather do, cause i'm happy just to dance with you" - E finalmente puxou a garota para dançar. - É só uma dança, , vamos lá. - E começou a dançar no rítmo da música.
olhou para os lados, para ver se ou os garotos estavam por perto, mas não havia sinal de nenhum deles, então começou a dançar timidamente perto de .
- "I don't need to hug or hold you tight, i just want to dance with you all night.. - continuou cantando, enquanto puxou pela mão e depois colocou suas mãos na cintura dela. - in this world, there's nothing i would rather do, cause i'm happy just to dance with you." - Colocou as mãos da garota no seu ombro, a trazendo ainda mais pra perto de si e dançando no rítmo rápido da música. não estava mais brava, agora ela ria do modo como fazia com que eles dançassem.

Capítulo 32

- , suas dancinhas são horríveis. - falou rindo do amigo, já no quintal da casa.
- Não são não, você que não consegue me acompanhar. - mostrou a língua pra ela. - Err, meu celular. - fez um gesto para que ela esperasse e se afastou um pouco. murchou, com certeza seria Natalie finalmente sentindo falta de por lá. Não havia conseguido ficar com ele a sós um minuto para tentar conversar, não fazia idéia do que dizer, só sabia que precisava dizer alguma coisa.
- Adivinha! - apareceu novamente, com os olhos brilhando.
- O quê? O quê aconteceu, ? - perguntou frenética.
- Star Girl é número um! - gritou e arregalou os olhos e abriu a boca. Jogou seus braços no ombro de e ele a envolveu num abraço, tirando a garota do chão e a girando.
O que aconteceu em seguida não se sabe se foi por causa do momento ou se eles realmente queriam aquilo, mas quando finalmente colocou no chão novamente, seus rostos estavam a poucos milímetros, seus olhos grudados e suas respirações rápidas. colocou suas mãos dos dois lados do rosto da garota e juntou seus lábios. queria impedir no começo, mas alguma coisa se movendo bem no fundo de seu coração, não deixava e logo ela se viu abrindo a boca, intensificando o beijo.
De longe, Natalie via a cena com seu coração apertado. Gostava bastante de e ter que ver aquilo não era nada fácil.

- Err.. Hey. - Jesse cutucou , chamando a atenção dele e de , que ainda dançavam juntos. - O tá vindo aí.
e pularam um metro de distância, quando avistaram chegando perto deles.
- E aí, buddies! - colocou os braços nos ombros de e , percebia-se que ele já estava bem bêbado. - A chegou.
- Ótimo, vou lá falar com ela. - disse e correu até a porta, deixando e conversando.
- Amiga, que bom que você veio. - falou, sorrindo e a abraçando.
- E você acha que eu ia deixar de te dar os parabéns? - perguntou, também sorrindo.
- Vem, vamos lá pra dentro pegar alguma coisa pra beber. - disse, puxando a amiga pra cozinha.
- Hmm.. Você sabe onde está o ? - perguntou insegura, enquanto via pegar uma batida pra ela e uma água para si.
- Faz um bom tempo que eu não vejo ele, amiga. - respondeu, levantando os ombros. - Vocês estão brigados, né?
- Ele te falou? - quis saber e fez "sim" com a cabeça. - Eu falei tudo pra ele, mas ele simplesmente não disse nada.
- Talvez a ficha dele esteja caindo ainda, .. E quem sabe vocês não se entendem aqui? - consolou a amiga.
- É, talvez. - disse, não muito conformada.

quebrou o beijo e encarou o chão. pareceu tomar consciência do que tinha acabado de acontecer e sentiu sua cabeça trabalhar a mil por hora.
- E-e-eu não sei o que deu em mim, , eu não.. - falou rapidamente, enquanto passava a mão pelos cabelos e encarava de cabeça baixa.
- Não, , não é sua culpa, eu correspondi. - virou-se de costas pra ele, fechando os olhos e sentindo as lágrimas rolarem pelo seu rosto.
- O que nós vamos fazer? Quer dizer, tem o e a.. Natalie. - disse ainda desnorteado, lembrando-se finalmente da garota.
- Eu não sei.. - virou-se novamente para ele e se assustou ao ver que ela chorava. - Eu não sei o que nós vamos fazer, eu só sei que esse beijo significou muito pra mim, é como se eu esperasse por isso, ! Meu coração está muito confuso, cheio de sentimentos, mas um deles eu tenho certeza que é por você. - E saiu, andando rápido. Seu coração batia tão rápido contra seu peito, que chegava a doer. Limpou as lágrimas, enquanto pegava uma garrafa de cerveja de cima de uma bandeja que passava por ela e entrou novamente na casa, sem perceber Natalie por ali.

- Esses dois são patetas mesmo. - disse, rindo e apontando para e que faziam uma dancinha sincronizada e muito esquisita no meio da pista. - O que você está procurando, amiga?
- Ahn? Ah, é a , faz algum tempo que eu não a vejo. - respondeu dando de ombros. - , você quer.. - Mas interrompeu-se, ao notar que olhava para um ponto fixo às suas costas, então virou-se.
estava encostado em uma parede, com uma garrafa de cerveja na mão e conversava com uma garota incrivelmente loira e bonita.
- , não deve ser nada do que você está pensando, ele só.. - Mas não conseguiu terminar, pois já tinha começado a andar firmemente até lá.
- Caham. - Ela pigarreou, chamando a atenção de e da menina.
- ! - disse surpreso, já tinha perdido todas as esperanças de que a namorada fosse vir. - Eu não sabia que você estava aqui.
- É claro que você não sabia. - falou, cerrando os dentes. - Você não vai me apresentar à sua amiga?
- , por favor, não é nada disso, me deixa explicar.. - tentou, já tinha entendido tudo.
- Quem é ela, ? - A garota loira perguntou, franzindo a testa.
bufou, incrédula, como ela tinha a audácia?
- Ela é a minha namorada, Caitlyn. - respondeu.
- Sua namorada?! Bem, parece que eu não tenho sido muito a sua namorada, não é? - estava incrivelmente vermelha.
- Por favor, , me deixa explicar. - pediu. Caitlyn saiu de fininho, sem que eles percebessem.
- Não, , não tem o que explicar, eu vi com os meus próprios olhos! - aumentou muito o tom de voz. - Eu pensei que você tivesse no mínimo um pouco de consideração por mim ainda, mas eu vejo que eu me enganei. - E deu as costas à ele, indo na direção da porta da casa.
- ! - chamou. - , por favor. - Ele implorou, correndo atrás dela. Agora muitas pessoas haviam parado pra olhar o que estava acontecendo.
- Não venha atrás de mim, , nunca mais. - disse, ainda de costas, fazendo com que ele parasse no meio do caminho.
- Amiga, a onde você vai? - parou a garota, antes que ela chegasse a porta.
- Nós discutimos, eu.. eu preciso ir, amiga. - Toda aquela raiva que antes ela sentia transformou-se em uma lágrima solitária, que escorreu pelo rosto dela.
- Tudo bem, eu não vou te impedir. - disse, com um olhar de pena e deixando que a outra saísse.

Passado algum tempo (depois do parabéns, mais precisamente), muitas pessoas estavam totalmente bêbadas. era uma dessas. Estava sentada em um dos sofás, com um copo na mão e ao seu lado, tentando fazê-la parar de beber. também se incluia nesse grupo, havia ficado um caco depois que o tinha deixado. já havia passado do estágio de bêbado. não estava bêbado, apenas um pouco alegre e estranhando muito o comportamento frio de Natalie, principalmente depois que ele havia voltado do quintal.
- Nós precisamos ir. - encontrou-se com , num local bem afastado dos amigos.
- Ir a onde, ? Nossos amigos estão horríveis. - apontou para jogado numa cadeira, enquanto falava sozinho.
- Eu vou levar a lá pra cima e os outros sabem se cuidar sozinhos. - disse, vendo que a festa aos poucos se esvaziava.
- Mas me diz, a onde nós vamos? - pediu, segurando o braço de .
- Comemorar o seu aniversário. - Piscou pra ela e saiu, indo na direção de . - Me espere na cozinha. - Gritou, enquanto se afastava.
Depois de algum custo, conseguiu convencer a se levantar e ir tomar um banho pra dormir. Há essa hora, as pessoas que ainda estavam lá podiam ser contadas.
entrou na cozinha e avistou de costas o esperando, passou por ela e a puxou rapidamente pela mão.
- , é sério, a onde você está me levando dessa vez? - perguntou, enquanto via pular pra dentro de seu carro.
- Se eu contar, vai perder totalmente a graça. - disse, observando sentar-se ao seu lado. - Eu ainda não te disse como você está linda hoje, não é?
corou da ponta do dedo do pé até o fio de cabelo e em seguida balançou a cabeça em negação.
- Você está linda. - E beijou carinhosamente a bochecha dela, acelerando o carro logo em seguida.

Parecia que as estrelas e a lua tinham escolhido o dia certo para ter uma noite perfeita. A lua estava tão cheia e tão perto, que dava a impressão de poder tocá-la e muitas estrelas a rodeavam. dirigia calmamente (uma coisa incomum pra ele), como se quisesse apreciar cada segundo ao lado de . Apertou um botão que ligou o rádio. All The Same - Sick Puppies.
"I don't mind where you come from, as long as you come to me, I don't like illusions, I can't see them clearly.."
- Me diz o que você está pensando nesse exato momento. - pediu e virou-se para olhá-lo.
- Estou pensando em como eu fui idiota.. - respondeu. - de não ter enxergado esse que estava bem lá no fundo de você.
"I don't care no, I wouldn't dare to fix the twist in you, you've shown me eventually what you'll do.."
- E você? - também perguntou, ainda olhando para , vendo que ele absorvia a informação.
"I don't mind, I don't care, as long as you're here.."
- Em como eu sou sortudo de poder estar do seu lado hoje. - respondeu, dando um meio sorriso, finalmente parando no sinal vermelho e encarando . Seus olhos estavam mais brilhantes e penetrantes do que nunca e isso fazia arrepiar-se e sentir seu coração bater forte contra seu peito.
"Go ahead tell me you'll leave again, you'll just come back running, holding your scared heart in hand, it's all the same.."
- Às vezes eu penso que tudo isso é um sonho e amanhã eu vou acordar e você não vai mais estar do meu lado. - cuspiu as palavras antes que não tivesse mais coragem de falar.
"And I'll take you for who you are, if you take me for everything, do it all over again, it's all the same."
passou seus olhos rapidamente pela garota, como se a analizasse para finalmente poder dizer a coisa certa. - Antes, se você me dissesse isso, eu não ia te prometer nada, mas hoje eu tenho certeza que é do seu lado que eu quero ficar. - E tateou a mão de , segurando-a bem firme.
O sinal finalmente abriu e acelerou o carro, sem soltar a mão da garota.
O silêncio reinou ali durante todo o percurso que fazia, a não ser pela música que tocava no carro. Finalmente, estacionou o carro em frente a uma casa que tinha um letreiro luminoso e várias bandeiras de todos os países. Era um lugar bem afastado, porém, parecia bem bonito.
Quando estava se levantando para sair do carro, a puxou de volta e colocou suavemente seus lábios sobre os dela, mas depois fazendo com que virasse um beijo de verdade, ao perceber o quanto havia sentido falta do gosto dela a noite toda.
Alguns poucos segundos depois, ele partiu o beijo. - Você foi a única que enxergou esse que havia em mim. - E saiu do carro.

Capítulo 33

passou por e pegou em sua mão novamente, era a primeira vez que eles podiam ser vistos juntos em algum lugar público. A porta do restaurante se abriu e lá havia um homem de uns 40 anos bem alto e rechonchudo, com um grande bigode preto.
- , meu rapaz, finalmente! - O homem disse saudando , com um grande sorriso no rosto.
- Eu disse que viria, Giuseppe. - também sorriu para o homem e entrou no restaurante, puxando pra dentro.
O restaurante tinha algumas mesas de casais e era um lugar bem bonito, decorado com coisas de todos os países.
- Então é ela a aniversariante? - Giuseppe perguntou e balançou a cabeça afirmando. - Meus parabéns, minha querida.
- Obrigada. - respondeu, sem graça.
- Está tudo pronto? - perguntou.
- Claro, claro, vamos subir. - Giuseppe fez um gesto para dar passagem aos dois.
guiou até a escada e subiu, sem deixar de segurar em sua mão. Havia uma porta de vidro aberta que dava direto para uma varanda grande toda iluminada e decorada com bexigas e uma mesa para dois bem no centro.
estava estática observando tudo aquilo, estava tudo maravilhoso, sem contar com a vista que dava para ver toda a cidade iluminada.
- .. E-eu.. - gaguejou, não tinha o que dizer. Virou-se para e ele tinha um sorriso lindo no rosto. Jogou seus braços em volta do pescoço dele e o abraçou o mais forte que podia. - Obrigada! – Sussurrou.
passou delicadamente uma mão sobre os cabelos de , enquanto a abraçava forte também. - Era isso que eu estive fazendo o dia inteiro, estou desculpado por não ter ligado? - Ele também sussurrava.
- Está, é claro que está. - disse frenéticamente, enquanto estampava um sorriso largo em seu rosto e olhava para . Não sabia porque, mas seu coração estava acelerado e suas pernas meio bambas, sabia que desde sempre causava isso nela, mas agora parecia mais forte do que nunca.
- Vamos sentar? - ofereceu e confirmou com a cabeça. Ele a guiou com uma mão em sua cintura e puxou a cadeira para que ela se sentasse, logo sentando-se em frente.
não conseguia tirar seus olhos de , como se quisesse guardar cada pedacinho dele, temendo que aquele dia fosse o último que ela o veria. Não sabia explicar, mas parecia que tudo aquilo a fazia ter certeza de que era sim o cara que ela amava.
- Que foi? - perguntou, percebendo que ela o olhava.
- Nada. - sorriu.
- Você não é boa com mentiras, . - disse e revirou os olhos.
- Eu não sei, isso tudo que vem acontecendo com a gente parece tão irreal que eu estou tentando guardar cada pedaço seu na minha memória, se um dia eu vier a acordar. - falou, brincando com os dedos em cima da mesa.
- .. - esticou-se e tocou a bochecha dela, fazendo a garota levantar o rosto e encará-lo. - Isso não é um sonho, eu estou aqui do seu lado e eu sinto como se meu coração parasse de bater a cada movimento seu e isso faz com que eu tenha mais certeza o quanto eu gosto de você e se depender de mim, NADA vai mudar isso.
não conseguiu fazer nada, além de sorrir. - Você.. promete?
- Eu prometo. - esticou o braço e segurou a mão de , passando suavemente o polegar sobre a mão garota.
Giuseppe adentrou a varanda, usando um uniforme de cozinheiro e um chapéu. - Meus queridos, vocês já vão querer comer?
- Vamos sim. - afirmou e Giuseppe fez uma reverência, deixando novamente a varanda. - Ele é um pouco excêntrico.
- É divertido. - riu. - Como você descobriu esse restaurante? É lindo!
- Giuseppe é italiano e é casado com a Maria, que é mexicana, eles já viajaram o mundo todo e resolveram abrir um restaurante, aqui tem comida de qualquer lugar. - explicou, fazendo alguns gestos. - Eles são amigos dos meus tios.
- E de qual parte do mundo é a comida que nós vamos comer? - perguntou, curiosa.
- Sem chance, eu não vou contar. - afirmou e mostrou a língua pra ele.
Alguns minutos depois Giuseppe voltou com alguns garçons, trazendo um grande prato de macarronada com molho e almôndegas e um champagne.
- É o melhor macarrão que você vai comer na sua vida. - disse, servindo um pouco de macarrão pra ela. passou o dedo no molho e sujou a ponta do nariz de . – Hey!
- AHÁ! - exclamou, rindo dele. - Tá parecendo um palhacinho.
- É assim, é? - falou, passando o dedo no molho.
- , eu.. por favor, , era só uma brincadeiri.. - Mas já era tarde demais, pois foi rápido e lambuzou toda a bochecha dela. - Argh, satisfeito? - perguntou, mas não conteu uma risada, enquanto via gargalhar.
- Eu limpo. - disse e levantou-se, indo até e dando uma lambida na bochecha dela.
- Ew, ! - fez careta, pegando um guardanapo e limpando-se.
- Você tem um gostinho bom. - disse, apontando pra ela.
- Posso considerar isso como um elogio? - perguntou, rindo.
- Yep, você tem gosto de.. - começou, mas o interrompeu.
- Ok, não vamos falar sobre isso. - disse, constrangida.
- É legal te constranger, suas bochechas ficam vermelhinhas. - falou, fazendo um carinha fofa.
- , você está me constrangendo ainda mais! - exclamou, pondo a mão no rosto.
- Tudo bem, eu juro que não vou mais te constranger. - afirmou, rindo.
- ! - choramingou e ele tampou a boca.
serviu-se um pouco de champagne e colocou para também. Eles brindaram à garota e depois começaram a comer.
- Está muito bom. - disse, pegando um guardanapo e deu um sorriso de "eu te falei".
esticou-se e pegou a última almôndega de , enfiando tudo na boca.
- EI! - exclamou. - É miiiinha, !
- Quer pegar? - abriu a boca, mostrando a almôndega toda mastigada.
- Ew, não! - negou, tampando os olhos e deu uma gargalhada.
De repente, uma senhora baixinha adentrou a varanda trazendo um pequeno bolo com uma velinha em cima.
- . - Maria disse, colocando o bolo em cima da mesa. - Como estava a comida?
- Estava ótima, Maria. - respondeu, dando um sorrisinho fofo.
- E essa deve ser a aniversariante. - E Maria virou-se para . - Mas ela é linda, .
- Obrigada. - sorriu, novamente sem graça. Olhou para e viu que ele tinha um sorriso torto na boca, sabia que ele estava morrendo de vontade de rir da cara dela.
- Você é uma garota de sorte, o é um rapaz e tanto. - Maria falou, dando um leve tapinha no ombro de .
- É exagero seu, Maria. - disse e quem queria rir da cara dele agora era .
- Bom, aqui está o bolo.. Espero que gostem. - Maria sorriu e virou-se para ir embora.
- Eu que fiz. - fez uma cara convencida.
- Jura? - ergueu a sobrancelha, desconfiada.
- Tá.. Não. - revelou. - Mas só porque a Maria não deixou. - E riu dele.
Algum tempo depois alguns homens com instrumentos e vestidos com ponchos e sombreiros entraram e logo começaram a tocar algum tipo de música latina. deu um sorriso e franziu a testa, sem entender. Ele se levantou e foi até a garota, oferecendo sua mão.
- Quer dançar? - perguntou, levantando os ombros.
sorriu e aceitou a mão dele. a guiou até o mais próximo da grade, onde a paisagem de uma Londres iluminada era linda.
"I was patrolling a Pachinko, nude noodle model parlor in the Nefarious zone.."
pegou uma flor que havia crescendo num vaso e deu para , que colocou em seu cabelo. esboçou um sorriso no canto da boca, enquanto a segurava pela cintura e começava a balançá-la no ritmo lento da música. entrelaçou suas mãos no pescoço de e olhou pra cima, encarando profundamente os olhos brilhantes dele.
"Hanging out with insects under ducting, the C.I.A was on the phone, well.. such is life.."
deitou sobre o peito de e pode sentir que o coração dele estava quase desparado. Sorriu, pensava que era só ela.
- Acho que você descobriu. - sussurrou, como se tivesse lido os pensamentos dela.
"Latino caribo, mondo bongo, the flower looks good in your hair.. Latino caribo, mondo bongo, nobody said it was fair, oh.."
- Pensei que era só eu. - também sussurrou e deu uma risada baixinho.
"Latino caribo, mondo bongo, the flower looks good in your hair.. Latino caribo, mondo bongo, nobody said it was fair.."
levantou a cabeça do ombro de e deu um selinho nele, o pegando de surpresa. a olhou sem entender, enquanto sorria e logo dava outro beijinho rápido no garoto.
"Latino caribo, mondo bongo, the flower looks good in your hair.. Latino caribo, mondo bongo, nobody said it was fair.."
- Você está me provocando? – perguntou baixinho e arqueou as sobrancelhas, ainda sorrindo e se afastando dos braços dele. A garota começou a mexer-se no ritmo da música, que agora apenas soava.
abriu lentamente um sorriso no canto da boca, não tinha nem noção do quanto ela mexia com ele.
Num movimento rápido, ele a puxou pela cintura e colocou seus lábios sobre os dela. o abraçou fortemente, como se quisesse tê-lo assim pra sempre. também não hesitou em trazê-la o mais próximo de si que ele pode. O beijo deles era sincronizado, como se eles se completassem. Era difícil de explicar, só estando na mente e coração dos dois era possível entender. partiu o beijo e deu um sorriso largo. Deu pequenos beijinhos no garoto até chegar em sua orelha. Bem baixinho, ela sussurrou uma música ao pé do ouvido dele.
- “We were so different, but opposites attract, so my hope kept growing and that i never look back.. - sorria com a voz dela, era tão doce. - You're one of a kind and no one can change this heart of mine..” parou, sentindo-se envergonhada. – Eu não canto bem.
- Tá me zoando, né? Continua.. por favor? – pediu, fazendo beicinho e riu.
- "And you said we wouldn't make it, but look how far we've come.. For so long my heart was breaking and now we're standing strong..” - passou levemente a mão pelo cabelo do garoto, encarando seus olhos. – "The things you say you make me fall harder each day.. You're a trainwreck, but i wouldn't love you if you changed.”
Um vento gelado passou por eles, assim que os cantores terminaram a música. abraçou-se, então tirou seu blazer e jogou sobre os ombros dela.
- Obrigada. – sorriu fraco.
- Vamos? Ainda tem a segunda parte. – disse, piscando pra ela.
- Será que eu já não tive aniversário o suficiente? perguntou e viu balançar a cabeça negando, logo a puxando pela mão, para que eles saíssem do restaurante.
Alguns segundos depois, dirigia para um lugar totalmente rodeado por mato, estava começando a estranhar.
- Você não está me seqüestrando, não é? – Ela perguntou, olhando para o garoto, com a testa franzida.
- Talvez. – respondeu, sem tirar os olhos do caminho.
Logo eles subiram um pequeno morro e estacionou. Era um mirante, com certeza um dos lugares mais altos da planíce londrina.

Capítulo 34

pulou pra fora do carro e correu para abrir a porta para , que tinha os olhos brilhando, era um lugar lindo.
- Então esse é o esconderijo do Super-homem? – perguntou, indo até bem na frente, pra poder ver a paisagem.
- Yep e já estava passando da hora da Lois Lane conhecê-lo. – disse, passando um braço pela cintura da garota.
- Por que você me trouxe aqui, ? – perguntou, virando-se para olhá-lo.
- Pra isso. – subiu na grade e encheu seu peito, mas o interrompeu.
- O que você vai fazer? Tá maluco? Você vai cair, ! – falou freneticamente, segurando a perna de .
Ele apenas sorriu, como se dissesse “eu não vou cair” e olhou pra frente novamente.
- .. – Ele disse no seu tom novamente, pegando a mão da garota que estava em sua perna. – EU TE AMO! – E gritou com toda força de seus pulmões, fazendo eco. – EU QUERO QUE O MUNDO INTEIRO SAIBA, EU TE AMO COM TODAS AS MINHAS FORÇAS, TE AMO COMO NUNCA AMEI NINGUÉM, TE AMO PRA SEMPRE! – E pulou da grade, ficando de frente para a menina.
- , eu concluí minha tese, você é completamente louco. – disse, levando sua mão até o rosto dele.
- Sou mesmo. – disse, beijando a palma da mão dela. – Louco por você. – E foi para beijá-la, mas colocou o dedo sobre a boca dele. – O que é?
- Posso te perguntar uma coisa?
- Hmm.. Não pode esperar? – perguntou, fazendo careta.
- Não, depois eu vou esquecer. – afirmou e deu-se por vencido. – Você gostava de mim antes? Quando nós nos “odiávamos”? – Ela fez aspas e viu suspirar.
- Você vai me obrigar a dizer, não é? – perguntou.
- Não diga, se não quiser. – emburrou, cruzando os braços e olhando pra baixo.
- Desde o minuto que eu puis os olhos em você. – afirmou, passando a mão na bochecha dela.
levantou o rosto, sorrindo e o puxou para um beijo, pegando novamente de surpresa, ele adorava quando ela fazia isso.
- Desculpe. – disse, partindo o beijo. – Por todas as vezes que eu gritei ou xinguei você, eu era orgulhosa demais pra admitir até pra mim mesma o quanto eu gostava de você.
- Tudo bem. – respondeu, pegando a mão dela. – Não foi diferente comigo.
sorriu. - A onde nós estávamos mesmo?
- Agora eu não quero mais também. - fez birra.
- Tudo bem. - soltou-se dele e foi na direção do carro, abrindo a porta e sentado-se.
a olhou incrédulo, enquanto ela fazia o trajeto, mas correu até o carro. - Você sabe que eu não estava falando sério, né?
- Sei? - franziu a testa. pulou pra dentro do carro.
- Você quer ir embora? - Ele estava realmente levando a brincadeira a sério?
- É, pode ser. - respondeu simplesmente e no minuto seguinte, acelerou o carro.
Em poucos minutos, havia estacionado o carro novamente. estava tão absorta em pensamentos que não fazia idéia onde eles haviam parado, até olhar para o lado e ver a casa de .
- , o que nós estamos fazendo aqui? - perguntou, confusa.
- Está tarde, não posso te deixar ir pra casa há essa hora. - afirmou, saindo do carro em seguida.
- Você está dizendo que eu vou dormir na sua casa? - estremeceu com esse pensamento, mas o seguindo até a porta.
- Eu posso te levar em casa se isso te incomoda tanto. - levantou os ombros, mas com aquele sorriso torto que fazia ceder a qualquer coisa.
- Não. - disse rápido. - E-eu não me incomodo.
abriu um sorriso enorme, entrando na casa. - Legal, daí nós podemos aproveitar para..
- ! - o repreendeu, enquanto entrava atrás dele.
- CONVERSAR! Era isso que eu ia dizer. - falou, sentindo-se afetado e a seguindo até as escadas. - Como você tem a mente poluída.
mandou língua pra ele. - Você dorme na sala. - Disse, entrando no quarto.
- Ah qual é, , nós vamos só.. dormir. - choramingou.
- Eu te conheço, . - jogou um travesseiro e uma coberta nele.
- Ótimo, se o tarado da machadinha vier atrás de você, não venha me pedir socorro. - pegou suas coisas e saiu do quarto.
riu dele, mas logo lembrou que não tinha nenhum pijama ali. - Ei, você espera que eu durma como?
parou no meio do caminho e voltou para o quarto, pegou uma camisa branca qualquer e uma samba canção, entregando à ela.
olhou para as roupas e aceitou, indo até o banheiro para se trocar. se jogou em sua cama, vendo tudo que estava acontecendo desde Cardiff passar como um filme em sua cabeça.
- Cabem mais três pessoas aqui dentro, . - disse ao sair do banheiro e puxando o elástico da samba-canção, que era praticamente coberta pela camisa. levantou-se para olhá-la. - O que foi? - perguntou, vendo que ele a olhava de cima a baixo.
- Você está sexy.
- Certo. - riu, balançando a cabeça.
- Muito sexy, na verdade. - afirmou, chegando mais perto da garota. Tudo bem, precisava fazer alguma coisa, antes que não se controlasse.
A garota deu um beijo rápido em . - Boa noite.
balançou a cabeça, murmurando em resposta e deixou o quarto. puxou a colcha da enorme cama de e jogou um edredom por cima, enfiando-se ali. Tudo naquele quarto cheirava a ele, até a roupa que ela usava. Não demorou a adormecer, já que sentia como se estivesse com ela.

acordou e o sol já passava por entre a veneziana do quarto. Levantou-se, foi ao banheiro e resolveu descer para ver .
- . - Ela chamou o garoto, enquanto descia as escadas.
Mas parou antes que tivesse chego no último degrau. Viu a figura de parado, passando a mão pelos cabelos e ao seu lado estava , com uma feição que jamais havia visto a amiga adquirir, parecia que ela sentia nojo.
- .. - tentou, mas sua voz saiu muito baixa. balançou a cabeça, como se não acreditasse.
- Eu não sei como eu pude confiar em vocês, eu pensei que vocês gostassem de mim, que tivessem no mínimo respeito por mim, mas dá pra ver que vocês estão me traindo na minha cara. - falou, passando os olhos de um para o outro. - É incrível como vocês conseguiram destruir tudo!

- Foi um sonho, foi tudo um sonho. - dizia pra si mesma, após ter acordado repentinamente do pesadelo. Chovia forte lá fora agora e sentia que não poderia dormir de novo. Levantou-se da cama, indo pra fora do quarto e desceu as escadas, tentando não fazer barulho. Parou no seu caminho até a cozinha, ao ver dormindo. Ele estava jogado de barriga pra baixo no sofá e com um edredom enrolado em si. sorriu, balançando a cabeça e indo se agachar perto dele. Poderia ficar horas ali só observando ele dormir. Como as coisas haviam passado rápido. Num minuto ela havia chegado em Londres e olhar para significava querer matá-lo e no minuto seguinte, ela sentia como se sua vida dependesse dele. Era estranho parar e pensar nisso, sabia que sempre havia sentido alguma coisa muito forte por desde a primeira vez que o vira, mas se recusava totalmente a deixar esse sentimento tomar conta dela, principalmente quando tinha no meio disso tudo. Agora, tudo que eles estavam passando era como se fosse fora da realidade.
abriu bem devagar os olhos, como se tivesse sentido a presença de ali. A garota agora olhava pro nada.
- Pensei que você não quisesse dormir comigo. - disse e voltou sua atenção para ele.
- Não.. queria te acordar. - falou sem graça e levantando-se. - Estava indo beber água. - Sorriu e dirigiu-se até a cozinha.
pegou um copo no armário e colocou água, quando virou-se, encontrou encostado na porta da cozinha, com uma cara sonolenta e braços cruzados.
- .. - começou, vendo ele andar até ela.
- Shh.. - Agora seus corpos estavam a poucos milímetros. colocou uma mecha de cabelo que caía sobre os olhos de , atrás de sua orelha. - Você é tudo que eu sempre precisei e agora, mais do que nunca, eu tenho certeza disso. - disse isso bem lentamente, seus olhos eram tão hipnotizantes que teve vontade de nunca mais parar de encará-los. - Você pode me prometer uma coisa? - E balançou a cabeça afirmativamente, sentia que se falasse alguma coisa, sua voz não ia sair. - Me promete que não vai mais me deixar agora que eu te tenho? Por que eu acho que não suportaria. - As palavras de ecoavam na cabeça dela, seus olhos já acumulavam lágrimas.. lágrimas de felicidade. colocou suas mãos na nuca de e o trouxe pra perto de si, selando seus lábios em seguida. a abraçou muito forte, como se sua vida dependesse disso. Era a melhor sensação que os dois poderiam sentir, como se estivessem nas nuvens e tudo que tinham era um ao outro, daquele jeito que estavam. Ela foi empurrando-o para a sala bem devagar, mas logo que a guiava até as escadas. Ele interrompeu o beijo no meio do caminho e colou sua testa na dela, deixando suas bocas a poucos centímetros.
- Eu vou considerar isso como um sim. - sussurrou, quase inaudível.
- Isso é um sim, . - também disse, no mesmo tom de voz. E voltou a beijá-la no minuto seguinte, mas dessa vez a pegou no colo, fazendo a garota gargalhar no meio do beijo. - , me poe no chããããão. - pediu, ainda rindo.
- Você prometeu, agora vai ser difícil se livrar de mim. - E ele deu aquele sorriso no canto da boca, que tanto amava. Ela levantou devagar a cabeça e encostou seus lábios nos dele, sentia que poderia ficar assim pra sempre. Agora bem devagar, caminhou até o quarto, beijando igualmente devagar.
a deitou sobre a cama, se postando sobre a garota. Ele parou de beijá-la e encarou os olhos de .
- Eu não quero fazer nada que você não queira. - sussurrou, um pouco arfante.
- Você não está me obrigando a nada, . - respondeu, novamente hipnotizada pelos olhos dele.
deu aquele sorriso e voltou a beijá-la. Dessa vez o beijo era bem mais profundo, com mais velocidade. As mãos de passeavam pelas pernas da garota e as dela subiam e desciam nas costas dele. puxou sua camiseta e a jogou pelo quarto numa velocidade incrível e logo começou a beijar todo o pescoço de , enquanto ela desabotoava a camisa que usava. arremessou a camisa de longe e voltou a beijá-la, trazendo a garota cada vez mais pra si. deu uma mordida no lábio de , fazendo ele sorrir no meio do beijo e levar suas mãos até o elástico da samba canção dele, que ela usava e a tirando rapidamente. Ele parou por um minuto, as respirações dos dois estavam totalmente descompassadas. olhou de cima a baixo, guardando cada pedacinho da garota que tinha em seus braços. sorriu, mostrando-se envergonhada.
- Você é linda. - disse, numa voz extremamente baixa.
colocou suas mãos dos dois lados do rosto de e levantou sua cabeça, até sua boca ficar ao lado da orelha dele. - E você faz minha vida valer a pena. - Ela disse, citando All About You. deu um largo sorriso, antes de voltar a beijá-la. Suas mãos foram até o feixo do sutiã dela, mas não conseguia abrir. riu e tirou ela mesma seu sutiã. colocou sua mão sobre a de , que segurava o cós da boxer dele e a tirou, enquanto se livrou de sua calcinha. brincava com os cabelos de , encarando e analisando cada parte do rosto dele, extremamente perto do dela. a encarou de volta, passando as costas de sua mão esquerda levemente pela bochecha dela. precisava dizer, aquelas três palavras estavam entaladas em sua garganta e não se importava se ele não fosse responder da forma que ela queria, simplesmente precisava que ele soubesse. Articulou as palavras "Eu te amo", olhando extremamente fundo nos olhos dele e logo o viu dar aquele enorme sorriso e articular "Eu também te amo". Bem devagar, acabou com qualquer distância que havia entre seus corpos. Eles não precisavam de mais nada, tinham um ao outro e tudo estava acontecendo do jeito que eles queriam.

Capítulo 35

abriu vagarosamente os olhos e logo sentiu uma respiração no seu pescoço. Virou-se cuidadosamente para o lado e encontrou dormindo bem perto dela, enquanto um braço dele estava em volta de sua cintura. Notou que ele estava completamente vestido e franziu a testa, estranhando. Então ele já havia acordado.
Passou a mão pelo rosto do garoto, enquanto tinha flashs da noite anterior. Nunca nada parecido com aquilo havia acontecido com ela, nunca alguém havia feito-a se sentir assim. Tão viva. E essa era a melhor sensação do mundo, principalmente se ela podia partilhar isso com .
- Eu vou ficar completamente mal acostumado. - disse baixinho, sem abrir os olhos.
- Não fique. - riu e deu um beijinho nele, fazendo o garoto abrir os olhos. - Hey.
- Hey. - repetiu. - Parece que peguei no sono de novo te vendo dormir.
- A onde você foi tão cedo, ? - brincou, fingindo estar brava.
- Por quê? Acha que eu ia fugir? - sorriu com o canto da boca.
- Provavelmente, afinal desde quando você acorda cedo, ? - riu e ele mandou língua.
- Desde quando você que se cansa muito fácil do que nós fazemos a noite, fofa. - piscou pra ela e sentiu suas bochechas ficarem quentes. sorriu quando viu o quanto ela havia ficado envergonhada, se inclinou para beijá-la, mas tampou a boca.
- Eu ainda não escovei os dentes. - Ela disse, com a voz abafada pela mão.
- Eu não ligo. - beijou levemente o pescoço dela.
- Mas eu ligo, , não é higiênico. - balançou a cabeça e ouviu bufar.
Ele levantou-se da cama. - Estou te esperando lá embaixo. - E piscou novamente pra ela, saindo do quarto.
pulou da cama e procurou pela camisa de , vestindo-a. Foi até o banheiro, escovou os dentes com o dedo, prendeu seu cabelo de qualquer jeito, lavou o rosto e quando voltou pro quarto, percebeu alguma coisa presa por um laço vermelho em cima da mesinha ao lado da cama. Eram duas passagens de avião para Hollywood, Califórnia. Quando tirou o laço, dois ingressos caíram de lá e pode perceber que era para um show do Jesse McCartney. Ok, desde quando sabia que ela gostava de Jesse McCartney? Deu um largo sorriso, não existia.
Mas aos poucos o sorriso desapareceu de seu rosto. Eles não eram namorados, eles não podiam viajar assim e eles não podiam estar juntos. Uma onda de tristeza tomou , parecia que ela tinha acabado de acordar de um sonho maravilhoso e encontrara finalmente a realidade. Como odiava o jeito como as coisas eram, como queria que pelo menos uma vez ela pudesse estar completamente feliz e não ter que sentir aquele peso sobre suas costas. As coisas estavam tomando grandes proporções e ela não podia ficar de braços cruzados, sabia que alguma coisa tinha que ser feita, mesmo que alguém saísse ferido. Desejou que, por e , ela fosse esse alguém.
Desceu as escadas e encontrou de avental e jogando ovos pra cima, mas logo vendo eles se espatifarem no chão.
- Droga! - Ele resmungou e ouviu uma risadinha às costas dele. - Você ri, né? - virou-se, vendo ir até ele e subir no balcão, sentando-se.
- Desculpe, Chefe. - tampou a boca. - Bonito avental. - E riu de novo.
balançou a cabeça, sorrindo com o canto da boca e se aproximou, beijando e a pegando de surpresa. tinha uma de suas mãos no peito de e com a outra ela o trouxe mais pra perto, fazendo ele se encaixar entre as pernas dela.
partiu o beijo e encarou seus olhos. - Vai continuar rindo? - E viu balançar a cabeça em negação, enquanto sorria.
- , os ovos! - afastou-se dele, sentindo um cheiro de queimado.
- Ah, não. - desligou rapidamente o fogão, enquanto via os ovos pretos e descia do balcão.
- Eu termino isso. - disse, rindo e desistiu, indo até a mesa.
Eles ficarem em silêncio enquanto quebrava os ovos e apenas bebia um suco de laranja e a encarava.
- Obrigada pelo presente. - falou, sem se virar. - É muito.. legal da sua parte.
- Que bom.. hmm.. que você gostou. - disse, mordendo o lábio e estranhando a frieza repentina dela.
suspirou. - Eu gostei.
- Hmm.. - fez, tentando descobrir a onde ela queria chegar.
- Você sabe que nós não podemos simplesmente.. ir. - falou bem devagar, suspirando novamente.
- Nós podemos, se nós quisermos. - afirmou, levantando os ombros. virou-se finalmente para ele.
- Não, , nós não podemos! Nós não... - tomou ar. - estamos juntos.
- Estamos, a partir do momento que nós prometemos ficar juntos! - agora falava um pouco mais alto.
- Você sabe que não é tão fácil assim! Isso está tomando grandes proporções, , e nós precisamos fazer alguma coisa.. A não merece isso. - também aumentou o tom de voz e havia largado os ovos.
- E o que você quer que EU faça? - levantou-se abruptamente da cadeira.
- Quero que você cresça e pelo menos UMA vez.. - Agora estava há uma pequena distância de . - Seja responsável e conte tudo pra ela.
passou os olhos pelo rosto da garota várias vezes, abrindo a boca, mas sem emitir som.
- Por que.. você.. não faz isso? - disse entre dentes. - Se você se acha tão madura, por que você não vai e conta pra ela e acaba com tudo, quando nós finalmente estamos bem.. como você sempre faz.
encarou os olhos de pela última vez, sentindo raiva dele pelo que havia acabado de dizer e finalmente correu até o quarto e se livrou da roupa dele, vestindo seu vestido e em seguida desaparecendo pela porta da casa, com lágrimas escorrendo pelo seu rosto. apenas observou e em seguida socou a parede. Por que eles não podiam pelo menos uma vez acabarem bem?

Começou a andar sem saber muito bem para onde ia. As lágrimas não paravam de cair e tinha seus braços apertados contra o próprio corpo, atraindo alguns olhares de pessoas que passavam por ali com seus cachorros. Passou pela casa de e pensou em entrar, mas tudo seria muito difícil de explicar. Sentia uma sensação horrível, como se nada fosse dar certo de novo. Tudo que havia acontecido na noite anterior passava pela sua cabeça o tempo todo. Pela primeira vez ela havia sentido que era certo ficar com e agora ter ele de novo em seus braços parecia quase um crime. não merecia aquilo, nenhuma pessoa merecia aquilo e só de pensar se sentia a pessoa mais horrível do mundo. Teve nojo de si mesma, por ser tão covarde a ponto de fazer tudo que ela estava fazendo com a amiga e não conseguir contar toda a verdade. Teve vontade de sumir, mas sabia que fugir dos problemas nunca era a solução. Tudo que queria agora era seu quarto e seu travesseiro para poder chorar nele.

- Fico impressionado com a sua consideração com as pessoas, . - Oliver disse do sofá, sem olhar para a garota, que passou rapidamente pela porta.
- Jesse, eu.. - começou, parando na sala.
- Não, eu não quero saber os detalhes da sua noite com o . - Oliver a cortou, ainda sem olhar para ela. deu um suspiro e Oliver finalmente virou-se para ela e percebeu que ela tinha a cara inchada de tanto chorar e que ainda vestia as roupas da noite anterior. - O que.. Aconteceu com você, pequena? - Ele levantou-se rapidamente e foi até ela.
se aconchegou do peito dele, enquanto Oliver a abraçou fraternalmente.
- Eu.. não quero falar sobre isso. - fungou e Oliver murmurou um "Tudo bem", conduzindo a garota até seu quarto.

encarava o teto. Era a décima oitava vez que ouvia seu celular tocar e já não olhava mais no visor, pois sabia quem era. Estava com medo, na verdade, estava com muito medo. Olhar nos olhos ou ouvir a voz de era a última coisa que conseguiria fazer. As imagens da noite anterior estavam vivas na sua mente e passavam pelos seus olhos. Ele tinha o cheiro, o gosto.. Tudo era como ela sempre imaginara! Mas tinha acontecido da maneira errada. Nos seus sonhos não havia , não havia Natalie, não havia casamento, era apenas ela e juntos como deveria ser. Não fazia idéia do rumo que sua vida iria tomar, estava completamente confusa. Pensava em , o que será que seria dos dois agora? Ela gostava de . Na verdade ela era apaixonada por ele e podia confirmar isso com cada sílaba, apenas se amaldiçoava por ter descoberto isso tão tarde.
O telefone de sua casa tocou, mas ela não moveu um músculo para atendê-lo, até finalmente cair na secretária eletrônica.
"Olá, aqui é a , provavelmente eu não estou ou estou muito ocupada para atender, deixe seu recado e eu retornarei, beijos."
- .. - Ela pôde ouvir a voz de e levantou-se rapidamente. - Você.. não estava atendendo as minhas ligações e eu acho que os caras ainda não sabem que Star Girl é número um, então nós devíamos contar à eles e eles provavelmente vão querer comemorar e.. Ah cara, a quem eu quero enganar? Você e tudo que você disse ontem não saem da minha cabeça, você despertou um sentimento que há muito tempo eu tinha esquecido e agora eu simplesmente não sei o que fazer! Eu quero te ver, eu quero que tudo se repita, mas eu sei que isso é completamente errado! Eu.. sinto muito pelo que aconteceu, você deve estar morrendo de raiva de mim e há essa altura o já deve saber de tudo e eu estou rezando pra que ele entenda o mal entendido que foi essa coisa toda.. - ouviu um suspiro dele. - Eu só quero que você saiba que.. - Ele parou mais uma vez. - Por mais errado que tudo isso tenha sido, eu preciso te agradecer por me lembrar como é estar apaixonado por você. - E ele finalmente desligou.
sorria em meio às lágrimas que corriam pelo seu rosto. Queria correr e abraçar , dizer que nada daquilo tinha sido um mal entendido e que muito menos ela tinha raiva dele, totalmente pelo contrário, ela o amava.

A semana se arrastou. ia de casa para o trabalho e do trabalho para casa. Inventava mil e uma desculpas para nunca atender ou se encontrar com , não achava que conseguiria encarar a amiga e as forças que ela precisava para contar a verdade, fugiam dela o tempo todo. estava tratando como se nada tivesse acontecido, mas se recusava a trocar muitas palavras com ele. Queria conversar com ele e dizer tudo que sentia, mas sabia que nada poderia acabar bem se ainda houvesse e seu casamento (que se aproximava cada dias mais) entre eles. havia retirado todas suas coisas da casa de no dia seguinte da festa de e ele parecia cada vez mais arrasado. Tentava juntar forças para ir atrás dela, mas no momento estava se sentindo um lixo e sabia que merecia coisa muito melhor que ele, não queria vê-la sofrer de novo. O que ele não sabia era que ela já sofria, tentava parecer bem e com ódio de , mas por dentro seu coração estava em pedaços e sentia mais falta de do que ela jamais imaginou sentir. Oliver e Natalie estavam muito bons amigos, se ligavam ou se encontravam praticamente todos os dias. Natalie ainda guardava a cena que presenciara para si mesma, queria ver o que iria fazer, se iria procurá-la e acabar com tudo, ou simplesmente fingir que nada havia acontecido. estava se sentindo completamente solitário, ficava até tarde no estúdio trabalhando nas últimas músicas do CD, que iria ser lançado em breve. Sentiu que o estava evitando um pouco e meio que agradeceu, queria mostrar para que era maduro e contar tudo para a noiva, mas cada vez que tentava, simplesmente olhava para ela e não conseguia. Ligava todos os dias para , mas ela nunca atendia. Passava horas de fora do prédio dela, apenas observando a janela que dava para o quarto da garota e com esperança que ela descesse. Mas o estava ignorando e ele se sentia horrível por isso, pois sabia que, em parte, a culpa era dele. Era quase impossível descrever a falta que ela estava fazendo pra ele, como sentia que não conseguiria viver se não pudesse tê-la nos braços dele de novo. A única pessoa que aparentava estar bem ali era , já que ele se recuperava do acidente cada dia mais.

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