Believe or Not
por Patrícia J.


Capítulo 36

"Pensei que você havia prometido nunca mais me deixar, você não está cumprindo sua promessa."
leu a mensagem e rapidamente passou a mão pelo rosto para enxugar uma lágrima que havia escorrido e fechou o flip do celular.
- Tá pronta, amiga? - colocou a cabeça pra dentro do quarto de e viu a amiga se assustar e levantar a cabeça. - Você estava.. chorando? - E ela entrou dentro do quarto.
- Nã-ão.. - desconversou, balançando a cabeça. - Eu só quase enfiei o lápis no meu olho. - E ela sorriu fraco. - Vamos?
- Vamos sim, o já está super impaciente, você sabe como é mulher de TPM. - brincou e riu dela, enquanto saíam do quarto.
- Finalmente. - levantou os braços, vendo as garotas aparecerem na sala.
- Bem vindo ao clube, amigo. - Oliver disse, vendo confirmar.
- Você vai, Jess? - perguntou e o amigo negou.
- Ir ao shopping com vocês? É suicídio, eu não agüento. - Oliver afirmou. - Boa sorte, .
- Valeu, mate. - fez um "high five" com Oliver. - Eu vou precisar.
- Ok, até mais Oliver. - e disseram juntas e mandaram beijinhos para o garoto, enquanto ia atrás delas e fechava a porta.

bufou pela quinta vez. Estava na casa de e eles haviam passado a tarde inteira assistindo filmes de ação daqueles bem sangrentos e que o garoto adorava. Não estava agüentando mais, mas parecia nem perceber o quando ela estava entediada. Passou os olhos pela casa de , até parar em uma pequena bolsinha preta em cima de uma estante.
- , aquela bolsa é da . - disse, franzindo a testa e indo até a estante. finalmente pareceu acordar e sentiu sua garganta ficar seca.
- Err, faz algum tempo que tá aqui, ela.. hmm.. deve ter esquecido algum dia que veio. - falou tudo muito rápido, impressionando-se por inventar uma desculpa tão rápida. havia esquecido a bolsa no dia que havia dormido lá e simplesmente não conseguia ignorar aquilo, sempre que olhava pra bolsa, lembrava ainda mais dela.
abriu a bolsa e viu que havia algumas maquiagens e cartões de crédito. - , por que você não me avisou? Está cheia de coisas dela aqui.
- A Anna tava limpando e guardou, pensou que fosse sua. - voltou seus olhos pra TV, tentando mostrar indiferença.
Olhou da bolsa para . queria tentar uma coisa, queria ter certeza sobre seus sentimentos por , precisava saber se ainda o amava e se queria prosseguir com a sua vida do jeito que estava. Andou vagarosamente até o garoto, colocando sua mão sobre o ombro dele e em seguida, sentando-se no seu colo.
se assustou e olhou para com a testa franzida, enquanto ela passava a mão pelos seus cabelos. - , o que.. - Mas colocou o dedo sobre a boca do garoto, impedindo ele de falar.
- Acho que eu e você concordamos que esse filme já perdeu a graça. - sussurrou, fazendo uma voz sexy.
- Mas.. - tentou.
- Shh.. - fez, sorrindo e se inclinando até que sua boca ficasse a milímetros da de . - Eu.. sinto sua falta. - E dizendo isso, o beijou. O beijo havia começado devagar, mas à medida que puxava os cabelos de , ele era obrigado a aumentar a intensidade. Fazia muito tempo que eles não se beijavam assim e sentiu uma sensação estranha. Era como se ele estivesse beijando sua irmã ou uma amiga muito próxima. Não havia mais o desejo ou a vontade de nunca mais desgrudar. não causava mais nada nele, apenas alguns arrepios, coisa que qualquer mulher causaria em um homem. Mas seu coração não batia forte e sua cabeça não estava trabalhando rápido, ele estava apenas.. beijando.
A garota, por outro lado, ainda sentia alguma coisa batendo forte em seu peito. Sabia que tudo que ela sentia por desde que o conheceu não podia sumir assim tão fácil. Não sabia se queria agradecer por isso ou não. O que ela havia passado com era uma coisa nova, um sentimento novo. Ela sentiu seu coração bater extremamente acelerado aquela noite, suas pernas bambearem, seu corpo tomar choques elétricos, coisa que há muito tempo ela não sentia. Apenas não sabia qual sentimento era maior e com certeza havia ficado mais confusa.
- E elas me fizeram experimentar umas duzentas calças.. - ia dizendo, enquanto, com, invadia a casa de . - Hey, vão se pegar no quarto! - e se separaram rapidamente e os dois tinham as bocas vermelhas e roupas amassadas.
- Já ouviu falar em privacidade, ? - perguntou, jogando uma almofada nele.
levantou-se do colo de e ficou parada, visivelmente corada. Levantou devagar a cabeça e encarou . Ele a encarava de volta, com uma expressão firme e ela pode ver as veias em sua têmpora saltar.
- Sua sala é pública, meu amigo. - jogou de volta a almofada nele. - Hmm.. Desculpa, . - Ele franziu a testa, vendo que a garota havia ficado quieta.
- Err.. Não tem problema, não, . - deu um sorrisinho. - Então, vocês não vieram aqui só pra cortar o clima, né? O que houve?
andou até eles, que agora dividiam um dos sofás e se jogou no outro. - Nop, nós não viemos só assistir vocês darem uns pegas..
- Vai ficar parado aí, ? - perguntou, vendo parecer acordar ao ouvir a voz dela.
- Ahn? É.. não. - E andou até o sofá onde estava e sentou-se.
- Depois eu falo que esse menino é louco e vocês discordam. - disse, balançando a cabeça e jogou uma almofada na cabeça de , que jogou de volta.
- Hey! - pegou a almofada que havia tacado de novo. - Menos, tá? - E os dois fizeram bico.
- Então, como eu estava dizendo.. - começou, tentando parecer sério. - Caras, faz uma semana que Star Girl está entre os primeiros nas paradas e nós nem comemoramos..
- Pra quem quebrou 3 costelas, você tá muito saidinho, hein, ? - brincou e mandou dedo pra ele.
- É pelo , o cara tá um caco e a gente precisa fazer alguma coisa sobre isso. - falou, levantando os ombros. - Ele não quer fazer nada, então a gente resolveu arrastar ele.
- Mas a .. - começou, mas balançou a cabeça.
- Não adianta, ele não quer falar com ela. - afirmou. - Então, hoje à noite no Blue Post, vai ter uma bandinha legal.
- Nós levaremos o . - falou, levantando-se com . - E a topou ir. - parou de brincar com os dedos e olhou para , havia sentido sua respiração falhar ao ouvir o nome dela.
- Ótimo então, nós vamos. - disse e deu um sorriso. - Né, ?
- Ah.. é, vamos sim. - balançou a cabeça freneticamente em afirmativa.
- Até mais, continuem o que vocês estavam fazendo. - gritou, enquanto ele e saíam.
- Então, aonde nós estávamos? - colocou as mãos dos dois lados do rosto de e o virou para ela.
- Desculpe, , mas eu preciso tomar um banho e eles quebraram totalmente o clima. - disse, rolando os olhos e se levantando.
- Ok, eu vou pra casa então. - Levantou-se também. - Você passa lá depois? - E balançou a cabeça, afirmando. deu um selinho nele e saiu da casa.
encheu o peito de ar e soltou. Estava feliz, finalmente poderia ver de novo, mas tinha , era como se ele tivesse que protegê-la, mas quem na verdade estava fazendo mal à ela, era ele próprio. estava certa, isso estava tomando grandes proporções e ele odiava como tudo tinha que ser. Balançou a cabeça e se dirigiu para o banheiro, lá ele esfriaria a cabeça.

- Fique pronta. - disse ao telefone com .
- , eu já entendi. - respondeu, saindo do banho enrolada em uma toalha.
- Eu vou passar aí às 9, então fique pronta. - disse mais uma vez, rindo depois.
- Se você disser isso mais uma vez, eu vou te socar. - também riu e gritou histericamente "fique pronta" e desligou na cara dele, ainda rindo.
Passou a toalha pelo cabelo, vendo esse escorrer pelo seu rosto em seguida. Abriu o guarda-roupa e sentou-se na cama, examinando as pilhas e mais pilhas de roupas que ela tinha ali. Pegou uma bata prata frente única e balonê, uma calça jeans escura e bem justa, uma bota preta e uma casaco preto, não estava com a mínima paciência para se enfeitar muito. Secou o cabelo rapidamente e tentou, sem muito sucesso, fazer com a chapinha algumas ondas em seu cabelo.
- Oliver Hatcher, o que você está fazendo ainda assim? - gritou, ao chegar na sala e notar que o amigo estava de shorts e assistindo tv. - Anda, levanta essa bunda daí e vai se trocar, o vai passar aqui em meia hora.
- E-eu acho que não vou. - Oliver afirmou, levantando vagarosamente a cabeça para olhar para . - Você sabe que eu estou gostando da Natalie e ter que vê-la com o não é nada.. - Ele suspirou. - É, eu não vou mesmo.
- Jess.. - começou, indo se sentar ao lado dele. - Eu te entendo, na verdade eu te entendo muito bem, mas eu acho que nós deveríamos ir sim, por mais ruim que seja. - Ela disse, mas pra si mesma do que para o amigo. - E afinal é bem melhor do que ficar em casa comendo Pringles até morrer e assistindo o canal de propagandas. - E eles riram juntos.
- Ok, você me convenceu. - Oliver pulou do sofá.
- Dois minutos, hein? E não demora! - gritou pra ele, enquanto Oliver corria pro banheiro gritando de volta "também te amo!"
Quarenta minutos depois estavam (dirigindo) e nos bancos da frente, , Oliver e (ainda resmungando) nos bancos detrás do carro. Os garotos conversavam e faziam piadas para tentar animar . apenas balançava a cabeça, rindo baixinho. Ligou o rádio e deu um gritinho.
- Eu amo essa música! - E indireitou-se no banco, batucando na perna o ritmo da música. - "And baby don't follow their lead, cause you'll never know just how the story ends or how the story goes.. And you.. are.. so.. confused! And baby it's just like you to say anything else!"
- Desde quando você gosta de Cartel, ? - franziu a testa, enquanto a encarava cantando. - Sempre pensei que seu ídolo fosse o Nick Carter. - E ele gargalhou de seu próprio trocadilho.
- HA-HA, muito engraçadinho! - mostrou a língua pra ele. - Isso é influência de vocês E a música deles é muito boa. - Ela disse, sem parar de se mexer. Na verdade era que simplesmente não havia parado de falar o quanto a música deles era boa e que tinha que ouvir e agora as músicas deles sempre lembravam ele. - "Oh, i'm here to say that you're the star you wanna be.." Vai, , sua vez! - E fingiu passar um microfone invisível pra ele. balançou a cabeça, rindo.
- Just open up.. - começou, olhando pra ela e o incentivou a continuar. - and look inside and you will see, yeah!"
-"Someday you'll sing it out loud.. - Os dois cantaram juntos. fingia que tinha um microfone e balançava a cabeça freneticamente. se remexia um pouco no banco e batucava em sua perna. - One day this will make you proud.. Whoa oh, "I know..." - Eles olharam um pra cara do outro e depois gargalharam. - Whoa oh.."
- Ei, Simon Cowell diz que vocês são horríveis. - brincou e mandou um dedo pra ele.
- Finalmente algum senso de humor, ! - virou-se para trás, piscando pra ele.
- Tá me xavecando? - entrou da brincadeira, fazendo uma cara de desacreditado.
- Ah não, só agora que você percebeu? - disse, rindo depois.
- , ela tá me xavecando! - cutucou o amigo, fazendo uma cara de assustado e mandou beijo pra ele.
- Cara, se eu fosse você investia. - tentava segurar o riso. - O que você acha, Oliver?
- Com certeza. - Oliver afirmou, balançando a cabeça.
- Hey, hey! - chamou a atenção deles. - Parem com as gracinhas, nós chegamos.
- Você não consegue negar que sente ciúmes dela, meu amigo. - disse, colocando uma mão no ombro de , quando eles já estavam fora do carro.
- Eu não estou com ciúmes da . - afirmou, vendo abraçada a e Oliver, enquanto eles iam na direção do pub.
- Aham e meu nome é James Bond. - rolou os olhos.
olhou pra baixo e depois encarou o amigo de novo. - É.. tão óbvio assim?
- Escrito na sua testa. - respondeu e suspirou. Sabia que ainda sentia uma coisa bem forte por , mas não desconfiava que era tão visível assim. Ela terminou com ele porque disse que gostava de outro, afinal, a onde esse “outro” estava agora?

Capítulo 37

- A onde estão a e o , afinal? – perguntou, enquanto eles esperavam na fila pra entrar.
- Do jeito que eu e o encontramos eles hoje, é bem provável que eles nem venham. – brincou. tentou disfarçar com um sorriso, mas nem ao menos fez isso.
- Eu nem sei por que eu vim, estava bem em casa. – disse, bufando.
- É claro, , você e as Tartarugas Ninjas. – falou, rolando os olhos e deu um tapa na cabeça dele.
- Falando neles. – Oliver falou e eles se viraram vendo e chegarem.
- Vocês deviam ter demorando mais um pouco. – disse irônico e levou um pedala de .
- Amiga, faz anos que eu não te vejo! – exclamou, abraçando .
- Então, estava com saudades. – falou, dando um sorriso para a amiga. Até que seus olhos finalmente encontraram os de , que conversava com , mas olhava pra ela. Seu coração quase furou seu peito, de tão incrivelmente rápido que bateu. Pareceu que eles se olharam por várias e várias horas, mas não passou dois segundos e Oliver chamou a atenção de .
- Jess, eu pareço uma menininha apaixonada. – disse baixo, escondendo seu rosto nas mãos.
- Por que você não vai e conversa com ele? – Oliver tentou, olhando de canto de olho pra ela.
- É claro.. “, me da licença que eu vou conversar com seu namorado, ok”? – cochichou, revirando os olhos e Oliver riu dela.
- Vamos entrar. – E ele pegou no braço dela.
O lugar estava razoavelmente cheio, com certeza dali algumas horas estaria completamente lotado. Eles encontraram algumas mesas vazias num lugar ao lado de um palco e se sentaram.
- Eu vou pegar bebida, alguém quer? – ofereceu e , e levantaram as mãos.
- Vou te ajudar, cara. – Oliver disse e se juntou a , indo na direção do bar.
Sentaram , com ao lado de e .
- Então, o que você andou fazendo por toda essa semana e não podia me encontrar, ? – brincou, fingindo estar brava.
- Meu trabalho está uma loucura, milhões de projetos para serem entregues, estou quase pirando. – respondeu, suspirando. – Me desculpa? – Ela fez beicinho. – O que você queria me dizer, hein?
- Não era nada.. – abanou o ar, lembrando-se que queria conversar sobre . - Se você aceitar tomar um café comigo amanhã está tudo resolvido.
- É claro. – sorriu fraco. – Hmm.. ? – E o garoto a encarou. – Você não disse que estava doido pra dançar? – Ela perguntou, apontando a cabeça para onde as pessoas dançavam.
- Eu não.. – começou, mas articulou as palavras “por favor, ”. – vejo a hora. – E ele sorriu amarelo, levantando-se.
- Nós também vamos, certo, ? – pediu, segurando a mão dele.
- Hmm.. – olhou para de novo, sentindo aquelas borboletas fazerem festa em seu estômago. – Ok.
- Você vem, ? – perguntou, pondo a mão no ombro dele.
- Vou ficar por aqui. – afirmou, fazendo um joinha.
puxou até o meio da pista e e ficaram um pouco atrás. Ela começou a dançar a música animada que tocava e apenas balançava um pouco no ritmo.
- A .. – começou e olhou pra ela. - sente a sua falta, .
balançou a cabeça. – Não adianta, ela não vai querer me ouvir.
- Você sabe que nunca vai dar certo se você não mudar. – afirmou, ainda dançando.
- Ela não merece um cara como eu, eu sou um idiota. – E ele deu um sorriso fraco, vendo rir.
- Você não é idiota, e você ama a , só precisa que ela saiba disso. – disse, pondo a mão no ombro dele.
- Você tem razão. – E puxou , esmagando a garota num abraço e bagunçando o cabelo dela, fazendo os dois rirem. – E quanto ao , o que você vai fazer? Por que ficar olhando pros lados procurando por ele, não vai adiantar em nada.
congelou e arregalou os olhos. – E-eu não sei do que você está falando, . – E voltou a dançar.
- O me contou. – falou. – E o cara está realmente apaixonado por você, em 4 anos, eu nunca vi ele assim. – E ele balançou a cabeça. – É uma grande confusão que vocês se meteram, mas pelo que ele me disse tudo isso vale a pena.
queria gritar. estava falando a verdade. estava falando a verdade. Todas suas inseguranças pareciam ter sumido, era como se ela precisasse ouvir aquilo. Mas tudo isso a fez lembrar que havia ignorado por uma semana e que eles NUNCA conseguiam acabar bem, que ela não fazia idéia como tudo aquilo iria dar certo.
- ? – estalou os dedos perto dos olhos dela.
- Ahn? – levantou o rosto, acordando. – , eu.. vou ao banheiro, não precisa me esperar. – E saiu, andando muito rápido pelas pessoas, sem perceber que havia passado correndo por e e fazendo o garoto se perguntar por que ela havia corrido assim.
Havia uma área externa dentro do pub e encontrou alguns bancos onde pode sentar-se. Enterrou seu rosto nas mãos e depois passou pelos seus cabelos. olhou pra cima e viu andando até ela.
- Acho que a noite está sendo tão boa pra mim quanto pra você. – brincou, sentando-se ao lado dela.
- Hey, . – disse, olhando pra ele.
- Alguma coisa errada? – perguntou, franzindo a testa.
- Na verdade, tudo. – respondeu, soltando um suspiro. – Mas graças a Deus você não tem nada a ver com isso.
- Hmm.. Ok, eu vou fingir que entendi. – fez uma careta e eles riram juntos. – Eu sinto sua falta, sabia?
- , você sabe que pode me procurar sempre que quiser conversar. – disse, pondo a mão em cima das mãos dele, que estavam juntas.
- Eu não estou falando desse jeito. – falou, abaixando a cabeça.
- , eu.. – começou e ele levantou a cabeça. Ela pode ver que seus olhos brilhavam de esperança. Doía seu coração vê-lo assim. – Eu realmente acho que você merece alguém muito melhor que eu, você é tudo que qualquer garota pode querer!
- Não adianta nada se a garota que eu realmente quero, não me quer! – exclamou, um pouco irritado. – Eu pensei que nós pudéssemos ser apenas amigos, mas não dá.. Eu.. ainda não te esqueci.
- Então acho melhor eu ficar longe.. – disse, levantando-se. Odiava mortalmente a si mesma naquela hora, mas sabia que pelo menos aquilo ela estava fazendo certo. – Você precisa de um tempo pra parar e ver que a garota certa pra você, está aí bem do seu lado. – E ela mais uma vez correu pra longe dali.
bufou e jogou sua cabeça pra trás. – Eu não sei o que eu faço.
- Ei, garoto estranho que fala sozinho, posso sentar aqui? – ouviu alguém dizer e abriu os olhos, vendo uma garota entrar em foco. Seu estômago deu uma cambalhota. Aquela era a garota com quem ele sonhou por todo tempo que ficou em coma, ele tinha certeza. O rosto, o cabelo, até o vestido ele tinha certeza ter sonhado. – Ok, entendi, você só fala sozinho, é isso? – Ela riu, mas ele continuava com os olhos grudados nela. – Tudo bem, eu não me sento se..
- Não, espera! – pediu e a garota franziu a testa. – Pode sentar.
- Ok, você é realmente estranho. – Ela brincou, dando um sorriso. – . – E ela estendeu a mão.
- . – Ele apertou a mão dela. – Desculpe por.. agir estranho. – E ela deu um risinho.
- Tudo bem, você não parece tão estranho agora. – disse e soltou um suspiro de alívio, fazendo ela rir de novo. – Acho que a banda vai começar, você não vai querer entrar?
- Ná, prefiro ficar aqui contigo. – sorriu e corou.
- Ok.. Então , você já pulou de bungee jumping? – Ela perguntou e os dois engataram em uma conversa sobre esportes radicais.

- Eu quero ficar aqui o resto da noite. – disse, sentando-se ao lado de Oliver na mesa e cruzando os braços.
- Tem certeza? – Oliver perguntou e viu a garota balançar a cabeça pra cima e pra baixo. – Tudo bem, pequena, mas.. hmm.. acho que você deve falar com o .
- Oliver, eu não posso.. É bem melhor do jeito que está. – afirmou, mais pra si mesma do que para o amigo.
- Então ele vai continuar olhando pra você. – Oliver falou, apontando para o bar. virou-se para ver , e sentados no bar, cada um com um copo de alguma bebida na mão. olhava fixamente para , sem mover se quer um cílios. No momento em que seus olhares se encontraram, desceu do banco e andou até a mesa, tropeçando um pouco em seus próprios pés.
- .. – disse, quando estava de frente para a garota. olhou para os lados, nervosa.
- .. – quase sussurrou, olhando pra cima e amaldiçoando-se logo depois, já que ele estava extremamente perto.
- Eu te disse que não ia suportar, você precisa voltar pra mim. – exclamou, parecendo irritado. Dava pra perceber como ele tinha um alto índice de álcool correndo pelas suas veias.
- , nós nunca vamos dar certo juntos se não resolvermos tudo, você não vê? – queria de uma vez por todas, puxa-lo para um abraço e dizer que tudo iria ficar bem.
suspirou fundo. – Eu odeio ter que ficar perto de você sem poder fazer nada, nem ao menos te olhar, eu... – Ele olhou para baixo e respirou mais uma vez. – Eu preciso de você.
queria chorar, por que ele fazia isso com ela?
apareceu ao lado de e sentiu seu coração saltar pela boca. – Vocês não estão brigando, certo? – Ela perguntou, olhando para os dois.
- Não, por incrível que pareça, o estava sendo bem civilizado me contando sobre a vida dos macacos. – respondeu, tentando sorrir e fazer uma cara de “seu namorado está bêbado e é louco” para .
- Nunca pensei que um dia fosse ver isso. – deu um largo sorriso.
- Obrigado pela parte que me toca. – fez um joinha. – Vamos pra lá, babe?
deu um beijo na bochecha dele e o puxou pra longe dali. apenas suspirou, ao mesmo tempo que queria dizer a que nunca iria abandona-lo, queria também sumir para que e ficassem juntos como deveria ser se ela nunca tivesse aparecido.

Oliver, , e estavam em pé, de frente para o palco que agora havia virado um karaokê e muitas pessoas assistiam. Eles zombavam de um cover horrível de Johnny Cash que um cara havia acabado de fazer.
- Nós vamos receber agora.. – Um homem que parecia comandar o karaokê disse ao microfone. – .
- O quê? – Os quatro disseram juntos e depois , e caíram na gargalhada.
- Ele não vai fazer isso. – falou, ainda rindo e eles viram subir no palco.
- Ele vai, meu amigo. – afirmou, balançando a cabeça sem acreditar.
Algumas garotas gritaram ao vê-lo parar diante o microfone e levantar a mão (que não segurava uma bebida) numa forma de aceno.
- Olá para todos.. – disse ao microfone e algumas pessoas aplaudiram e gritaram. – Eu provavelmente vou me arrepender disso amanhã, porque meus amigos vão fazer questão de me zoar, mas vamos lá.. – E lhe entregaram um violão.
apareceu ao lado dos quatro, com uma cara de incrédula. – Meu noivo é doido. – Ela disse, sorrindo. abaixou a cabeça.
- “It's only been a day, but it's like I can't go on, I just wanna say I never meant to do you wrong! - começou, seguido por uma melodia bonita que ele tocava no violão. - And I remember you told me baby: something's gotta give, if I can't be the one to hold you baby, I don't think I could live”
Era nítido que não tirava os olhos de , bem ali em baixo. A música era pra ela.
- Não acredito que ele está cantando uma música nova. – bateu em sua própria testa.
- Não seja chato, , a música é linda. – afirmou, batendo palmas. bufou, por que ela estava sendo assim com ele?
- “Now I'm so sick of being lonely, this is killing me so slowly.. – As pessoas batiam palmas no ritmo da música e estavam gostando. - Don't pretend that you don't know me, ‘cause that's the worst thing you could do! Now I'm singing such a sad song, these things never seem to last long, something that I never planned, no, help me baby, I'm so sick of being lonely..”
olhava para ali em cima e sua cabeça trabalhava tão rápido quanto seu coração batia. Tudo que ela sentia era que havia apenas ela e ele naquele lugar, tudo se resumia aos dois.
- “Your stuff's in my house, so many things I can't ignore, your clothes still on the couch, yeah, your photo's on my freezer door! And I remember you told me baby: something's gotta give, if I can't be the one to hold you baby, I don't think I could live..”
cantou mais uma vez o refrão e finalizou a música sobre muitas palmas. – Obrigado, eu queria dedicar essa música à pessoa mais incrível que eu já conheci, à minha menina, o meu sol depois de vários dias de chuva..
- , faz alguma coisa! – sussurrou entre dentes para . Ela sabia que sabia que a música era sobre ela, estava bêbado demais e com certeza faria besteira.
Quando estava quase dizendo o nome de e estava ali ansiosa, assoviou e puxou outra salva de palmas, gritando para que saísse logo dali.
- Você é pirado, . – gritou, enquanto ria.
- Vamos pra casa, sweety, você não está bem. – disse, quando apareceu perto deles.
- Eu estou bem. – afirmou e olhou com o canto de olho para , que passou a mão pelo braço, abaixando a cabeça.
- A onde está o ? – Ela perguntou, tentando disfarçar.
- Ele se vira, vamos embora. – disse e todos concordaram em ir.


Capítulo 38

deu mais uma gargalhada e riu baixinho.
- É sério. – Ela afirmou, mas não conteve o riso novamente.
Os dois caminhavam pela rua, pois havia insistido em levar até sua casa quando ela dissera que iria a pé, pois não era longe do pub.
- Tudo bem, eu acredito em você. – disse assoviando e levou um tapa de .
- Você é um chato.
- Sou? – fez beicinho.
- Só um pouquinho. – E fez um gesto com os dedos.
- Você já sentiu como se conhecesse uma pessoa há anos? – perguntou, andando de frente pra ela.
- Eu.. – fingiu pensar. – não sei, por quê?
- Porque parece que eu te conheço, não sei da onde e nem de quando, mas eu tenho esse pressentimento. – disse, dando de ombros e parou de andar. Será que ele sabia?
- Acho que não, eu sou original, babe! – falou, dando um peteleco no nariz dele.
- Tudo bem, você não entenderia mesmo e me acharia um lunático. – chutou algumas pedrinhas, agora ficando ao lado dela de novo.
- Eu já te acho um lunático.. – falou rindo e mostrou a língua pra ela. – Teste-me.
- Não, outro dia eu te conto. – disse, abanando o ar.
parou de andar mais uma vez, eles estavam em frente à uma casa.
– Isso quer dizer que nós vamos nos ver de novo?
mordeu o lábio inferior.
– Você vai me esquecer, deve ter vários carinhas no seu pé.
riu.
– Não seja bobo. – E abriu sua bolsinha, tirando um batom de lá. – Me dá sua mão. – E estendeu a mão pra ela. anotou alguma coisa na mão dele. – Até mais, anãozinho. – E beijou de leve a bochecha dele, mas logo entrando dentro de casa.
olhou para sua mão escrito o telefone dela e passou a outra mão pela bochecha que havia acabado de beijar, sorrindo em seguida.

- “Because I'm bad, I'm bad, come on, bad, bad-really, really bad, you know I'm bad, I'm bad, you know it..” - praticamente gritava, enquanto entrava dentro de casa, totalmente bêbado.
- Shh, , quer acordar os vizinhos? – falava baixinho, fechando a porta atrás de si.
- “And the whole world has to answer right now, just to tell you once again.. andou até e a puxou pela cintura. - Who's bad?”
Ela gargalhou, já que também havia ingerido algumas quantidades generosas de álcool. – Hmm.. Você quer terminar o que nós começamos mais cedo?
mordeu o lábio, não estava pensando muito bem, chegava a se sentir tonto. Viu segurar seu rosto, aproximar seus lábios e começar a beijá-lo intensamente.
O rosto de não saía da cabeça de , enquanto a conduzia até o sofá, mas ela apenas o beijava ainda mais, como se quisesse apagar de lá.
estava agindo por total impulso, como se tivessem o ligado no automático e o próprio não tinha nenhuma consciência do que estava fazendo. Deitou sobre o sofá, se postando por cima dela, enquanto sentia a garota desabotoar sua camisa. Foi aí que um flash de sobriedade o tomou, fazendo com que parasse de beijá-la.
- , eu.. – começou ofegante, suspirando e olhando pro lado.
- O que aconteceu, ? – perguntou, puxando o rosto dele pra si.
- Eu não posso. – cuspiu as palavras, estava com tudo entalado na garganta e precisava contar pra ela.
- Não pode? Por quê? É alguma coisa comigo? – perguntou, baixinho.
- Não, é só que.. – começou, mas o cortou.
- Está tudo bem.. – Ela segurou dos dois lados do rosto dele. - Eu sei que pode fazer algum tempo que não fazemos isso e que estamos bêbados, mas , eu realmente sinto sua falta. – E o beijou, dando uma mordidinha no lábio inferior do garoto.
deu um suspiro e arrancou sua camisa, jogando-a em qualquer canto. sorriu satisfeita, apesar de sua cabeça estar confusa e seu coração estar repleto de sentimentos. Ela chamou com o dedo e o garoto riu com o canto da boca, inclinando-se para beijá-la novamente, enquanto ela tirava sua blusa.

Eram mais de 10 horas e devia fazer quase uma hora que rolava na cama. Na verdade, não tinha conseguido dormir bem a noite inteira. não desgrudava de seus pensamentos, mais precisamente a imagem dele cantando pra ela na noite anterior. Sentia falta dele, odiava admitir que sentia. Continuava repetindo pra si mesma que precisava fazer alguma coisa sobre tudo aquilo e ignorar não era a solução, de jeito nenhum.
sentou-se na cama e apoiou os cotovelos nos joelhos, passando a mão pelos cabelos e fazendo um coque frouxo. Olhou para o lado e viu seu celular sobre a mesinha de cabeceira, então esticou-se para pega-lo e discar o número do celular de .

O sol entrava pela veneziana, fazendo abrir os olhos. Remexeu-se na cama e sentiu alguém do seu lado, passou a mão pelo rosto, tentando se lembrar o que havia acontecido na noite anterior, mas desistindo quando sua cabeça começara a latejar forte. Abriu mais os olhos e percebeu que quem estava ali era . Levantou-se rapidamente, mas tentando não acorda-la, procurando novamente se lembrar o que havia acontecido. Eles haviam ido pra casa dele e começaram..
- Ai não. – resmungou, batendo em sua própria testa. Não devia parecer errado ele acordar ao lado de sua noiva, mas na situação em que se encontrava, aquilo parecia ser completamente horrível.
De repente seu celular começou a tocar e vibrar em algum lugar do quarto, até ele se lembrar que havia deixado no banheiro e correr até lá antes que acordasse.
- Alô. – Ele disse ao telefone, um pouco ofegante por ter praticamente voado até o banheiro.
- . – quase sussurrou e abriu um largo sorriso.
- Você não sabe como é bom ouvir sua voz. – Ele falou e já pode sentir seu coração começar a bater acelerado e suas bochechas esquentarem.
- Como você está? – perguntou, bem devagar.
encostou-se na bancada da pia e respirou fundo. – Com saudades.. Você está acabando comigo me ignorando assim.
fechou os olhos. Por que eles simplesmente não podiam marcar de se encontrar e tudo ficaria bem? As coisas eram tão injustas. - Eu sinto muito, .. Eu.. Tudo vai ficar bem.
- Como? Quando? Eu não agüento mais esperar, . – exclamou, observando ainda dormir. Seu coração deu uma pontada. era sua vida, mas não podia ferir . Nunca!
- Eu não sei! – também exclamou. – Só não dá mais pra levar as coisas escondidas, , nós não somos crianças! – Ela suspirou e passou a mão pelo rosto. – Eu estive pensando, nós podemos contar juntos pra , eu sei que vai ser a pior coisa que eu vou fazer, mas ela precisa saber.
- Eu acho melhor não. – disse e desligou, vendo se mexer na cama. escorregou o celular vagarosamente e o encarou. O que estava acontecendo?
- Bom dia. – disse, quando chegou perto dela. Ele deu um sorriso fraco. – Algum problema, babe?
- Não eu.. – tinha a cabeça longe dali. – Não é nada.
- Ok. – Ela sentou-se e beijou a bochecha dele. – Quer ir até o Starbucks tomar café?
- Na verdade, eu preciso resolver algumas coisas com o CD.. – falou, levantando-se e vestindo uma calça jeans qualquer. – Mas posso te deixar lá.
- Eu posso ajudar? – perguntou, apesar de saber que as coisas que ele iria resolver eram com as músicas e isso ela quase nunca se intrometia.
- Dessa vez não. – afirmou, vestindo uma camiseta.
- Tudo bem meu homem ocupado, eu ligo pra . – disse, levantando-se da cama.
congelou, será que contaria a sobre a noite anterior? Não queria magoar a garota, mas o que ele podia fazer? Aquilo realmente estava ficando fora de controle e se ele não fizesse alguma coisa, aquilo iria acabar muito mal.

- Jess, vou sair. – gritou da porta e Oliver apareceu na sala.
- A onde você vai, Robin? – Ele perguntou, vendo que ela tinha olheiras nos olhos.
- Não sei, eu.. – respirou fundo. – Eu realmente não sei, Batman.
- Você vai ficar bem? – Oliver perguntou novamente, passando a mão pelo ombro dela.
- Eu espero que sim. – afirmou, tentando dar um sorriso fraco.
- Então me espera, eu vou sair também. – Oliver disse, correndo pro quarto.
- Com a Natalie? – perguntou, seguindo ele.
- Não, com o . – Oliver revirou os olhos, vestindo uma camisa. – É claro que é com a Natalie.
Patrícia mostrou a língua pra ele. – E como vocês estão?
- Normal, ela nem desconfia que eu gosto dela e eu continuo no papel do amigo. – Oliver deu de ombros, calçando o sapato. – É bem melhor assim, não quero me meter numa confusão igual você.
- Sorte sua. – fez um joinha.

- Você tem certeza que não quer ficar, ? – perguntou à , enquanto eles estavam estacionados em frente à Starbucks.
- Tenho, nós precisamos de uma última música pra terminar o CD e eu preciso ver se consigo alguma coisa. – afirmou e sorriu, aceitando.
- Até mais. – deu um beijo rápido nele e saiu do carro.
respirou fundo e acelerou o carro.

Fazia exatamente uma hora que estava numa mesa ao lado da janela e completamente sozinha. não atendia o celular e isso a estava deixando irritada, por quanto tempo mais elas ficariam afastadas?
Ouviu o sininho da porta tocar e instintivamente virou-se naquela direção, vendo a figura de aparecer ali. Seu coração começou a pular, como sempre fazia quando estava em um recinto e teve quase certeza que as pessoas ali puderam ouvi-lo também.
- ! – Ela gritou e viu ele virar-se e começar a andar até ela. Por que diabos havia feito aquilo? No mínimo ele devia estar furioso com ela, tudo que ele sabia era que ela tinha um sentimento muito forte por ele e mais nada, ela havia parado de falar com ele desde então.
- Oi. – Ele disse, um pouco seco.
- Quer se sentar? – ofereceu, tentando um sorriso.
- Não sei se eu quero. – deu de ombros, ainda com aquele tom seco.
abaixou a cabeça, estava realmente bravo com ela e ele tinha motivos pra isso.
- Você está furioso comigo. – disse em tom de afirmação e não de pergunta.
- Eu tenho motivos pra isso. – também afirmou, finalmente se sentando de frente pra ela.
- Eu sei que tem. – agora brincava com os dedos, não queria que ele ficasse assim com ela, não mesmo.
- Que bom que você não pensou que podia me beijar, dizer tudo aquilo, despertar um sentimento que eu já tinha esquecido pra depois se afastar e pensar que estava tudo bem. – disse, olhando pro lado.
- Eu sinto muito, ! – exclamou, rapidamente. – Eu realmente sinto! Tudo que eu disse era verdade, eu não me arrependo de nada, pelo contrário.. – Ela deu um suspiro e agora tentava falar mais devagar. ainda encarava a rua, sem olhar pra ela. – Eu só preciso de um tempo pra me decidir, colocar as coisas no lugar e.. Droga , você pode pelo menos olhar pra mim?
- Eu vou esperar. – disse e pela primeira vez ele olhou fundo nos olhos da garota. sorriu com o canto da boca, adorava o olhar dele.
- , eu não.. – Mas a calou, colocando seus lábios sobre os dela. Agora sim tinha certeza absoluta que o coração dela batia para que todos ouvissem.
se afastou vagarosamente. – Eu não me importo, eu já esperei desde o dia que te conheci, mais algum tempo não é nada. – E ele deu um sorriso largo. não hesitou em sorrir involuntariamente com ele. Piscou pra ele e levantou-se, desaparecendo pela porta.
olhou as horas, precisava fazer uma coisa e não podia esperar mais, mesmo que tudo não desse certo no final, ele sabia que Natalie merecia alguém bem melhor que ele, alguém que estava mais perto do que ela imaginava.

Capítulo 39

o carro ao lado da casa abandonada, já sentindo a brisa vinda do mar. Pegou seu violão e saiu do carro, olhando na direção da praia e percebendo alguém sentado ali.
Conforme ele andava, ele podia ver quem era. Um sorriso formou-se no seu rosto. Era . Ela estava linda naquela paisagem, usando um vestido azul clarinho, mesmo que o vento gelado de novembro brincasse com seus cabelos. tirou o violão da case e se aproximou mais ainda da garota, se postando atrás dela. Oasis – Songbird.
- “Talking to the songbird yesterday, flew me to a past not far away..” começou a cantar e tocar, fazendo virar-se rapidamente pra ele. Ele tinha um sorriso lindo no rosto enquanto cantava. – “She's a little pilot in my mind, singing songs of love to pass the time.”
levantou-se e ficou de frente para . – ..
- “Gonna write a song so she can see, give her all the love she gives to me..” continuou. A música era linda. Ele estava lindo. não conseguia conter o sorriso, seus olhos brilhavam. Como havia sentido falta dele, não tinha nem forças pra pensar em outra coisa a não ser que amava aquele garoto. - “Talk of better days that have yet to come, never felt this love from anyone!”
tirou uma mão das cordas e passou pela bochecha de , enquanto ela fechava os olhos. Eles estavam muito próximos, tudo o que os separava era o violão de . – “She’s not anyone, she’s not anyone, she’s not anyone..” Canta comigo! – Ele pediu.
sorriu balançando a cabeça negativamente, mostrou a língua pra ela.
- “A man can never dream these kinds of things.. começou novamente e o seguiu, cantando também. - Especially when she came and spread her wings, whispered in my ear the things i'd like, then she flew away into the night..”
continuou tocando e deixou que apenas cantasse. – “Gonna write a song so she can see, give her all the love she gives to me.. tocou o nariz de e ele riu. - Talk of better days that have yet to come, never felt this love from anyone!”
- “She’s not anyone!” – praticamente falou e sorriu com o canto da boca.
- Acho que eu precisava disso. – afirmou, enquanto colocava o violão de lado. – Afinal, nós somos melhores que o Liam e o Noel. – E eles riram. (N/A: Acho que provavelmente todo mundo sabe, mas Liam e Noel são integrantes do Oasis :D)
- Desde que eu seja o Liam. – disse, levantando os ombros.
- Não, , eu sou o Liam. – pôs as mãos na cintura.
- Tem certeza? – olhou dela e apontou a cabeça para o mar.
- Te-enho. – disse meio devagar, vendo fazer uma cara de que estava prestes a começar a correr atrás dela. – , o Noel também é legal, vamos lá.. – Ela dizia, mas começava a andar na direção dela. soltou um gritinho e começou a correr. deu um tempo para que ela se afastasse, até começar a correr também.
Minutos depois, já carregava , que batia freneticamente em suas costas, enquanto ele andava até o mar.
- , por favooooooor, a água deve estar congelando! – choramingava.
- Eu acho que está bem calor. – disse, com aquele sorriso no rosto. Colocou os pés na água e uma ondinha molhou até a canela dele. – Uhhh
- Você não vai fazer isso, né? Você pode ser o Liam, eu não ligo juro, só não me.. AHHHH! – E outra onda passou por eles, dessa vez molhando as costas de . Ela não tinha nem percebido, mas já tinha água até quase sua cintura.
- Pronta? – perguntou, finalmente parando.
- Por que você é tão mal? – também perguntou, fazendo beicinho.
- Porque você merece, por ter me deixado por todos esses dias. – respondeu, meio amargurado por ter que se lembrar disso.
- E quem disse que eu voltei? – arqueou uma sobrancelha.
- Eu. – E deu mais um sorriso encantador antes de afundar com em seus braços.
Ela se desvencilhou dele e os dois emergiram, com atirando água em , até eles começarem uma guerrinha de água entre gargalhadas.
De repente, afundou e franziu a testa, olhando pra todos os lados e procurando por ele. Quando ela havia começado a ficar preocupada, emergiu atrás dela e a segurou pela cintura.
- Não faz mais isso! – disse, em tom de repreensão, porém bem baixinho.
não disse nada, apenas deu um beijo no pescoço dela. fechou os olhos ao sentir aquilo, como havia sentido falta do toque dele.
- Odeio ser tão vulnerável a você. – Ela murmurou, suspirando e tentando se desvencilhar dele.
- Odeia mesmo? – perguntou. não podia ver seu rosto, mas sabia que ela estava um pouco magoado.
finalmente se virou pra ele, olhava pra baixo e brincava com os dedos. - É claro que eu não odeio, muito pelo contrário. – Ela esticou uma mão e tocou a bochecha do garoto. - Eu amo cada sorriso torto que você dá e me faz perder totalmente a noção das coisas. Eu amo quando você simplesmente me beija de surpresa e o meu cérebro perde completamente a oxigenação. – Eles riram juntos e se sentiu uma menina apaixonada se declarando para o cara mais popular da escola. - Eu apenas não estou acostumada a tudo isso, afinal eu AINDA não estou pronta a me entregar à tudo isso.
encarava os olhos da garota tão próximos aos seus, analisava cada um deles. Ele trocaria QUALQUER coisa pra poder ficar com ela pro resto da vida, tinha se esquecido como a presença dela era essencial pra ele e agora, mais do que nunca, se sentia um completo lixo por ter sido um bêbado miserável e ao invés de parar de machucar sua melhor amiga e contar tudo pra ela, havia dormido com ela. Como ele podia ser mais estúpido que isso?
Então, puxou pela cintura, precisava dela, precisava de sua garota para poder reconfortá-lo. Mas quando seus rostos estavam a poucos milímetros, virou o rosto e tentou novamente se desvencilhar dele, obtendo sucesso dessa vez.
- Você só pode estar brincando! – falou, vendo começar a andar até a margem.
- Não, , é sério. – afirmou, virando-se pra ele e depois voltando a andar.
- O que você vai fazer? Greve de mim? – perguntou, começando a andar atrás dela.
- Chame do que você quiser, eu só não posso continuar com isso do jeito que está! – exclamou e finalmente parou, deixando a poucos centímetros de suas costas. – Eu te amo, , mas eu já suportei isso por muito tempo, eu não consigo mais. – E voltou a andar, finalmente alcançando a margem e saindo da água.
- Então é isso? – perguntou, abrindo os braços e andando até a garota. – Vai tudo acabar da mesma forma? Com a mesma discussão? E você simplesmente vai me ignorar de novo?
- Não, dessa vez vai ser diferente. – levantou sua cabeça e encarou nos olhos. – Eu disse que ia contar para e é isso que eu vou fazer, você pode vir se quiser.
- Não! – exclamou, impedindo. – Se alguém tem que fazer isso, esse alguém sou eu.. – Ele respirou fundo. – A culpa disso tudo é minha.
- Por favor, , não tome a culpa inteira pra você. – pediu. – Além do mais, quantas vezes eu já ouvi essa promessa? E quantas dessas vezes você realmente cumpriu o que disse? Desculpe, . – E ela abaixou a cabeça.
- Você tem que confiar em mim! – disse, pondo dois dedos no queixo dela e levantou devagar o rosto da menina pra cima.
- Eu confio, , confio muito! – falou, balançando a cabeça. – Mas.. – E a interrompeu.
- Então deixa comigo. – Ele disse, colocando as mãos nos bolsos e fazendo uma cara irresistível.
balançou a cabeça pra cima e pra baixo, numa afirmativa e abriu um sorriso.
- Vem, eu vou te levar pra casa. – E ele puxou a garota pra si, vendo que ela estava inteira arrepiada e eles começaram a andar até o carro.

- , você tem que conhecê-la, ela é incrível e esteve esse tempo todo vagando nos meus sonhos.. – contava e fazia gestos frenéticos, enquanto andava com o amigo pelo supermercado. Mas parecia estar completamente distante dali. – ? ? Acorda, cara! – deu um tapa na cabeça do amigo, antes que ele batesse com o carrinho na prateleira de salgadinhos.
- Ei, idiota, isso doeu! – reclamou, passando a mão pela cabeça.
- Que bom, pelo menos desse jeito você acorda. – disse irritado. – Faz meia hora que eu estou falando com você, mas parece que tu foi abduzido.
- Eu não.. – balançou a cabeça, mas quando olhou pra frente novamente, encontrou parada e segurando algumas latinhas de refrigerante. Eles não haviam se visto desde o dia em que brigaram e , assim como , teve certeza de sentir choques por todo seu corpo.
- Acho melhor deixar vocês conversarem, eu vou dar uma olhada nas revistas de.. err.. esportes radicais. – disse, apontando pra trás e sumindo em seguida.
- Oi, . – falou, assim que teve certeza que sua voz sairia.
- Hey. – levantou a cabeça, numa forma de aceno. – Como você está?
- Ótima, tudo certo. – afirmou, mordendo um pouco o lábio. – E você?
- Tranqüilo. – levantou os ombros.
- Que bom, eu.. err.. fico feliz por você. – disse, dando um pequeno sorriso e vendo dar outro em agradecimento.
O silêncio predominou por alguns segundos, enquanto olhava pras mãos e a encarava.
- Eu.. – Os dois levantaram a cabeça e disseram juntos.
- Não, pode falar. – Disseram juntos mais uma vez.
- Ok, eu.. – Mais uma vez.
- Acho melhor você falar. – disse, dando um risinho nervoso.
- Err, isso que.. quer dizer.. eu não.. – gaguejava, enquanto passava uma mão pelos cabelos. Havia passado e repassado cada palavra que diria a milhares de vezes em sua cabeça, mas agora, com ela ali parada na frente dele, nenhuma das palavras parecia vir a sua mente.
- Fala, . – disse, balançando a cabeça em confusão.
- Foi bom conversar com você. – falou incrivelmente rápido.
- Mas.. – começou, mas a interrompeu.
- Até mais. – Ele disse e virou-se para sair dali. franziu a testa e virou-se também.
Quando já estava há uma distancia significativa, virou sua cabeça e encontrou também com a cabeça virada e o encarando. Mas ela logo virou-se para frente e andou rápido por entre as pessoas.
- Droga. – deu um soco no carrinho.

- Mas eu quero uma música pra mim, . – dizia, enquanto entrava com em seu apartamento.
- Você já não acha que tem músicas demais dedicadas a você nesse CD? E Star Girl? – perguntou e mandou língua pra ele.
- Quero uma com o meu nome, eu nunca tive uma música com o meu nome. – disse, fazendo beicinho.
- É porque é um nome estranho. – brincou e deu um tapa no braço dele, indo se sentar emburrada em sua poltrona. – Eu estava brincando. – disse, sentando ao lado dela e pondo uma mecha do cabelo da garota, que caia sobre seus olhos, atrás da orelha. – Mas você concorda comigo que não seria nada fácil explicar aos caras porque eu nomeei uma música de , não é?
- Então, pelo menos me deixa ajudar a compor? – pediu, tentando imitar as carinhas irresistíveis de . – E você pode nomear com o meu alter-ego.
deu uma gargalhada. – Você tem um alter-ego?
- Tenho! – exclamou, como se isso fosse completamente normal. – E se chama Little Joanna.
- Little Joanna? – riu mais uma vez.
- É como minha mãe costumava me chamar quando eu era pequena e me contava histórias sobre as aventuras da Little Joanna.. – ia dizendo, enquanto lembrava. – Quer parar de rir? Foi minha infância!
- Ok, ok, você pode ajudar. – disse, limpando algumas lágrimas de riso.
abriu um largo sorriso e jogou seus braços em volta do pescoço de . – Obrigada, . – Ela disse, animada. O perfume natural adocicado da garota invadiu as narinas de e ele teve que se controlar, pois sua vontade era de não solta-la nunca mais.


Capítulo 40

dirigia seu carro numa velocidade incrível, teve sorte de não pegar nenhum tipo de congestionamento, tudo que ele queria era chegar ao seu destino o mais rápido que podia.
Passou praticamente voando pela porta do prédio e subiu as escadas sem esperar o elevador. Não podia esperar nem mais um minuto. Por todo o percurso até o prédio de Natalie, as coisas começaram a fazer sentido pra ele e o gelo que Natalie estava dando nele ficou claro, ela sabia. Não bateu na porta, pois sabia que eram raras as vezes que Natalie a trancava quando estava lá. Ao por o pé dentro do apartamento, notou Oliver fazendo cócegas em Natalie, enquanto ela gargalhava e jogava pipocas nele. pigarreou e eles olharam sincronizadamente pra ele, se afastando um metro um do outro quando perceberam ele ali.
- ! – Natalie exclamou, levantando-se e indo na direção dele. – Você não ligou dizendo que vinha, eu..
- Nós podemos conversar? – pediu, com uma feição séria.
- Eu estava indo mesmo. – Oliver levantou-se e colocou as mãos nos bolsos. – Até mais, Natalie.. Falou, . – Ele acenou e saiu pela porta que havia deixado aberta.
- Eu acho que sei o que você quer conversar. – Natalie disse, olhando qualquer ponto no chão.
- Eu imaginei que soubesse. – afirmou, escolhendo as palavras que ia dizer. – Natalie, eu não acho mais certo nós continuarmos juntos, eu.. – Ele passou a mão pelos cabelos. – Eu amo a e isso não é uma coisa nova, eu pensei que estando com uma garota tão incrível como você eu pudesse esquecê-la, mas eu estava errado.
- Você.. – Ela parou para respirar fundo. – está certo. – E ela abriu um sorriso. – Obrigada por cada tarde assistindo De Volta Para o Futuro e cada noite que você tocou e cantou pra mim.
- Ei, e quem disse que nós não podemos continuar fazendo isso? – indagou, dando um empurrãozinho no ombro dela com a mão e ela riu. – E aí, quando sai o casamento?
- Do que você está falando? – Natalie balançou a cabeça, não entendendo.
riu. – Você e o Oliver, amizade colorida, casamento.. – disse, como se estivesse explicando alguma coisa a uma criança.
- Eu e o Oliver? Pff.. Não tem.. – Mas Natalie viu o olhar que lançou pra ela do tipo “não precisa mais tentar fingir, eu já sei tudo.” – Ele nem ao menos gosta de mim, . – Natalie levantou os ombros.
- Ok e o não usa samba-canção dos ursinhos carinhosos. – disse irônico e Natalie riu. – Ele não consegue desgrudar os olhos de você nem por um minuto desde o dia que te conheceu.
- E por que ele não me disse nada? – Natalie deu de ombros.
- Porque ele provavelmente acha que você é apaixonada por mim, o que não é difícil de acreditar. – respondeu convencido e Natalie deu um tapa no ombro dele.
- Quer ficar? Nós podemos pedir comida chinesa ou alguma coisa assim.. – Natalie ofereceu.
- Já que você insiste e mencionou a palavrinha mágica que começa com “co” e termina com “mida”, eu fico. – disse, se jogando no sofá.

- “Coconut cream and coffee coloured thighs”? – perguntou, fazendo careta. Fazia quase uma hora que ele e haviam começado a compor a música e pouca coisa tinha saído. tinha um teclado em casa, que ela sabia tocar muito bem por sinal e a acompanhava com o violão. – O que diabos é isso?
- Ah , ficou legal e rimou com “eyes”. – afirmou, dando língua pra ele. – Vamos, mais uma vez. – E começou a tocar a melodia que eles haviam feito no teclado.
- “Little Joanna has got big blue eyes, coconut cream and coffe coloured thighs.. cantou, seguindo , mas parou um minuto pra pensar. – I could die lying in her arms..” – Ele inventou e sorriu, achando legal.
- “Where castels are made of sand..” cantou, lembrando-se das histórias que sua mãe contava. largou o violão e puxou o braço de que tocava, segurando na altura de seus ombros e pondo a outra mão na cintura dela, como se eles fossem valsar, enquanto alguma música saía do teclado e ria.
- “We start to dance, but only the music is bleeding..” cantou, fazendo uma voz grossa de cantor de ópera e fazendo rir ainda mais. – When crickets replace the band..” – E fez ela girar algumas vezes.
- Grilos? – fez uma cara confusa.
- É, você disse sobre os grilos na história. – afirmou, levantando seus ombros.
- Ok, vamos fazer uma pausa. – disse, se desvencilhando dele antes que aquela aproximação ficasse pior. – Vamos pedir comida?
- Agora você ta falando minha língua! – exclamou animado. – Pede pizza? Pede? Pede? Pede? – Ele pediu com os olhos brilhando.
- Tá bom. – cedeu, dando um empurrãozinho no ombro dele. Não era a maior fã de pizza do mundo.
- De calabresa. – disse, indo se sentar no sofá.
- E ainda quer escolher o sabor? , eu sou vegetariana, você sabe disso! – exclamou, com as mãos na cintura.
- Ah nem vem, aquele dia você comeu almôndega. – afirmou, levantando as sobrancelhas como se a desafiasse.
- É, mas só porque eu não queria ser estraga prazeres. – falou e viu parar e pensar.
- Meio a meio?
- A sua sorte é que eu sou boazinha. – disse e pegou o telefone, vendo mandar um beijo no ar pra ela.

Uma hora mais tarde os dois se encontravam encolhidos debaixo de edredons e assistindo a um filme de suspense (que havia gerado uma discussão na locadora, já que queria uma ficção cientifica e queria terror, pra depois entrarem no acordo com um de suspense) e duas caixas de pizzas jogadas em cima da mesinha de centro. tinha os dois olhos fixos na televisão, mas não prestava muita atenção, pois fazia carinho na mão da garota entrelaçada com a dele.
A chuva fazia um barulho enorme enquanto batia contra o vidro da janela, e era só o que se ouvia ali, sem contar com a TV e a respiração dos dois.
Eu vou entrar ali, me esperem aqui fora.” Um garoto do filme disse aos amigos e abriu a porta.
Um trovão assustador invadiu a sala e depois todas as luzes se apagaram. gritou.
- Ei, ei, calma. – disse, procurando pela garota que havia levantado do sofá. – , a onde você está? – Ele tentou tateá-la, cegamente.
- Ai, , esse é meu pé. – podia ouvir a voz de e percebeu que ela estava encostada na parede e encolhida.
- Você está bem? – perguntou, preocupado.
- Eu só não.. gosto muito de tempestades como essa e.. muito menos escuro. – disse numa voz baixinha e fraca.
agachou-se ao lado dela e a envolveu em seus braços.
- Está tudo bem, eu estou aqui com você. – sussurrou, enquanto passava a mão pelos cabelos dela. – Eu vou estar sempre aqui, até que você me mande embora.
O coração da garota que havia começado a bater rápido por causa do susto, agora estava calmo e tranqüilo, a voz de , seu toque, suas palavras, tudo a confortava.
Eles ficaram assim por alguns segundos, até que a tempestade amenizasse, mas ainda com o prédio totalmente sem luz.
- Você tem alguma lanterna ou vela? – perguntou e puxou a gaveta da mesinha de centro, tirando uma lanterna de lá e a acendendo, iluminando seu rosto.
Bem devagar, levantou-se com a garota e a conduziu até o sofá, fazendo com que deitasse e ele deitasse de frente pra ela.
- , você pode ficar com a lanterna iluminando seu rosto? – pediu, agora sentindo que já estava mais calma.
- É claro, fofa. – pegou a lanterna da mão dela e segurou em frente seu rosto. – Nós não devíamos ter alugado aquele filme.
- Definitivamente não. – afirmou e eles riram baixinho.
- Você está melhor? – perguntou, passando a mão pela bochecha dela.
- Com você aqui, sim. – respondeu, sorrindo com o canto da boca.
a puxou pra mais perto dele, colocando-a bem próxima de seu peito e debaixo de seu pescoço. Começou a sussurrar alguma coisa que entendeu como uma música.
- “She will always be my sun kissed trampoline, she goes up and down in my heart turn into jelly beans..” cantou, bem baixinho uma letra que de repente veio à sua cabeça.
respirou fundo o perfume que ele exalava e tudo que ela sentia é que poderia ficar daquele jeito pra sempre, com ali, tão perto dela, a acalmando com a voz que ela tanto amava.
- “And i'm starting to believe that danger is never near..” continuou inventando, pensando em , pensando nos dois e em tudo que eles estavam passando.
Naquele momento, soube que poderia não ser amanhã ou daqui um mês, mas que eles ficariam juntos, o destino dos dois estava traçado e tudo que havia acontecido com os dois até eles chegarem ali, naquele minuto, iria valer a pena.
- “When Joanna is here..” sentiu beijar sua testa e logo o sono tomou conta dela.

abriu os olhos de repente e demorou um pouco para se lembrar onde estava. Sentiu a respiração calma de bater contra seu pescoço e não pode deixar de sorrir. Com muito cuidado para que ela não acordasse, levantou-se e acendeu um abajur do lado do sofá. A luz tinha voltado. Pegou a garota nos braços e bem devagar a levou até o quarto, colocando-a em cima da cama e puxando o edredom para cobri-la, vendo a garota aninhar-se ali. Respirou fundo, sentiu várias coisas passarem por sua cabeça ao mesmo tempo, sempre o fazia ficar daquele jeito, mas não se importava, ele gostava.
Andou até a porta do quarto e deu uma última olhada na sua garota e saiu.
- E aí, cara? – cumprimentou Oliver, vendo ele abrir a porta.
Oliver fez uma cara confusa, até onde ele sabia queria ficar bem longe de , então porque ele estava na sala dela mesmo?
- Não me leve a mal, , mas o que você está fazendo aqui? – Oliver perguntou, tentando não parecer mal educado, ele ainda tinha vontade de socar .
- Vendo filmes, comendo pizza e compondo músicas. – respondeu simplesmente, mas vendo que Oliver ainda tinha as sobrancelhas erguidas. – Olha, Oliver, eu sei que você não gosta muito de mim e que você acha que eu estou enganando a , mas eu gosto realmente dela, sem ela eu com certeza seria o mesmo idiota de um tempo atrás, ela é pra mim tudo que eu precisei por esse tempo todo, então eu não vou abandoná-la e muito menos enganá-la, eu vou ficar até que ela não me queira mais. – E dizendo isso, abriu a porta e saiu do apartamento.

- Alguém poderia, por favor, banir as segundas feiras do calendário? – dizia pra si mesma, enquanto colocava alguns papeis dentro de sua maleta e saía do seu trabalho.
Olhou pra frente e avistou , do outro lado da rua, encostado em seu carro e olhando para os lados. franziu a testa, aquilo a lembrou muito de quando os dois namoravam. Ela havia dito que iria ficar longe, mas ele provavelmente havia ido até lá para conversar com ela e não seria nada educado se ela simplesmente fugisse.
- Hey, . – cumprimentou, quando atravessou a rua.
- Hey, estava esperando por você. – foi até ela e deu um beijo em sua bochecha.
- Então, a que eu devo o ar da sua graça? – perguntou, sorrindo.
- Você disse que eu poderia te procurar quando precisasse.. – começou e afirmou com a cabeça. – Então, eu queria pedir uma ajuda.
- Claro, , é só falar. – disse, colocando uma mão no ombro dele. fez sinal para que eles entrassem no carro e abriu a porta do passageiro.
olhava pra frente, com medo de dizer alguma coisa e olhava pra ele, esperando.
- Bom, eu conheci uma garota no sábado.. – começou e logo o interrompeu.
- Sério, ? Ai que ótimo, eu sabia.. eu sabia que você ia encontrar alguém especial! Mas e aí, ela é legal? Vocês conversaram? Você pegou o telefone dela? E..
- Você deve respirar um pouco. – disse rindo dela, enquanto Patrícia rolava os olhos pra ele. – Lembra da garota que ficou nos meus sonhos enquanto eu estava em coma? E-eu acho que é ela.
- Ta falando sério? – perguntou, arregalando os olhos.
- Quase certeza, ela tem o mesmo rosto, o mesmo jeito.. Mas eu não sei, você acha que eu devo ligar pra ela? Ou eu vou parecer um maníaco desesperado? – perguntou, mordendo o lábio, inseguro. deu um sorriso, nunca pensou que algum dia fosse ver aquele , romântico e que parecia fazer tudo na hora certa, inseguro sobre uma garota.
- Eu tenho certeza que você deve ligar pra ela, eu só não sei o que você ainda está esperando. – disse, sorridente e respirou aliviado.
- Valeu, . – esticou os braços e a puxou para um abraço. Não é que ele havia esquecido completamente o que sentia por , ele apenas iria superar aquilo.

Capítulo 41

A semana parecia ter passado tranqüilamente. e haviam finalmente terminado a última música que faltava para eles entregarem o CD, bem em tempo (tudo que faltava era alguns toques finais e Motion In The Ocean finalmente sairia). Os dois pareciam amigos do colegial, passavam as tardes juntos, assistindo filmes, comendo, “brincando” na praia, etc.. finalmente estava aceitando a condição de “greve” de e também finalmente decidido ir até e contar toda a verdade, ele não podia deixar que ela continuasse enganada daquele jeito e muito menos que sofresse mais um pouco por causa de toda sua burrice.

- Natalie.. – Oliver abriu a porta (que ela sempre deixava aberta) da casa da garota sem bater e colocando a cabeça pra dentro. – Eu trouxe alguns filmes e.. – Ele não conseguiu terminar, pois tudo que sentiu foi uma mão o puxando pra dentro e logo as duas mãos de Natalie segurando seu rosto, enquanto ela colava seus lábios aos dele. Oliver levou suas mãos à cintura dela, mas Natalie partiu o beijo.
- Desculpe, Oliver.. – Ela começou, olhando pra baixo e pondo suas mãos nos bolsos detrás de sua jeans. – Eu vou entender se você quiser gritar comigo e me chamar de maluca.. – E ela deu um sorrisinho inseguro. – Mas eu precisava fazer isso, só pra saber se é verdade o que eu ando sentindo.
Oliver riu, passando a mão pelos cabelos.
– E é verdade?
Natalie pegou a mão dele e colocou sobre seu peito, sentindo seu coração bater ainda mais acelerado.
– Parece que sim. – Ela olhou pra cima, encarando os olhos do garoto e vendo seus rostos a poucos centímetros um do outro.
- Algum problema se eu não gritar e te chamar de maluca, e ao invés disso continuar o que nós estávamos fazendo antes? – Oliver perguntou e Natalie riu, colocando suas mãos envolta do pescoço dele.
- Problema algum.

- Eu mal posso esperar pra esse CD sair. – dizia animada. Ela, e estavam sentadas em um coffee shop qualquer, conversando e comendo brownies, pois estava com “desejo”. – Já que eles não param de falar em como vai ser o melhor CD da carreira deles.
- Eu estou animada por eles. – afirmou, mordendo o que era seu quinto brownie.
riu. – Eu não conhecia essa sua fascinação por bolinhos de chocolate, amiga.
- Eu tenho sorte de estar conseguindo comer, faz alguns dias que eu ando sentindo muito enjôo. – disse, suspirando e colocando mais brownie na boca.
- É, eu também senti um enjôo estranho ontem, mas deve ser todo o almoço que o fez. – falou, balançando a mão.
- É, esse é o preço que pagamos por sermos mulheres. – disse, tomando um gole de café.
- Com certeza, amiga. – balançou a cabeça afirmativamente. – Bom, eu preciso encontrar os garotos, eles vão gravar o programa do Paul O’Grady hoje e eu preciso estar lá. – Ela disse, levantando-se. – Beijo pra vocês.
e acenaram, vendo a amiga sair do coffee shop.
- Você tem certeza que esses enjôos são normais, amiga? – perguntou baixinho pra .
- É claro que sim e.. por que está sussurrando? – riu da amiga.
- Estou falando sério, faz quanto tempo que você não fica menstruada? – perguntou mais uma vez, não se dando por vencida.
- , eu não estou grávida! – exclamou, incrédula. – Eu.. não tive ninguém depois do .
- , responde! – pediu, a olhando brava.
- Ok, minha menstruação está atrasada. – respondeu, cedendo.
- ! – exclamou e levantou-se rapidamente, puxando a amiga pela mão. – Temos que ir numa farmácia agora.

- , eu não vou comprar um teste de gravidez, porque eu NÃO ESTOU GRÁVIDA! – praticamente gritou, vendo a amiga com alguns testes na mão e os examinando.
- Não custa nada tentar, ! – disse e rolou os olhos, sabendo que não adiantaria discutir. – Então, qual você acha melhor? – E mostrou três tipos de testes.
- Tanto faz, os três vão dar o mesmo resultado: negativo. – afirmou e foi até a parte de esmaltes.
- Bom, vou levar os três. – levantou os ombros, passando por e a pegando pelo braço para que elas fossem até o caixa.
Meia hora mais tarde, elas estavam no apartamento de e essa empurrava uma de braços cruzados até o banheiro de seu quarto.
- Então, é só fazer xixi nesse copinho e depois me chama. – colocou um copinho sobre a pia e fechou a amiga dentro do banheiro.
- Argh, , você ainda me paga! – gritou de dentro do banheiro.
estava realmente preocupada com a amiga, era impossível criar um bebê do jeito que e estavam. Sabia que o único motivo para que não quisesse admitir que poderia estar grávida era por causa de , como ele reagiria com a notícia? Se bem conhecia , ela poderia querer criar o bebê sozinha e nunca contar para . Mas sabia também que um bebê talvez poderia ser a melhor coisa que aconteceria para que os dois finalmente ficassem juntos de novo.
- Pronto. – gritou do banheiro e foi até lá, abrindo a porta e entrando.
- Bom.. – pegou a “vareta” com uma mão e a caixinha do teste com a outra. – mergulha isso aqui.. – E colocou a “vareta” no copinho. – E é só esperar. – Sentou-se no vaso e viu cruzar os braços.
Passaram-se três minutos de puro silêncio, a não ser pelo batuque que fazia na pia, visivelmente impaciente.
- Eu não vou agüentar ficar aqui, quando estiver pronto você me chama! – Ela exclamou e saiu do banheiro. Pegou o controle e ligou a TV, se jogando na cama e passando canal até parar no que estava passando o Paul O’Grady. Viu que os garotos haviam acabado de fazer uma apresentação e se dirigiam até as poltronas. balançou a cabeça ao ver e ia trocar o canal, quando..
É uma honra ter vocês aqui de novo, com um.. quadragésimo quinto single em primeiro lugar?” Paul O’Grady brincou e os garotos riram.
É bom estar aqui de novo afirmou. “Mas antes, o queria dizer algumas palavras..
Todos olharam para e ele acenou, enquanto Paul fazia um sinal para que ele prosseguisse.
Eu não sei muito bem como começar isso.. Na verdade, eu não sei nem se ela está assistindo.. começou, mexendo com os dedos, enquanto a câmera dava um close em seu rosto. “E se ela não estiver, eu vou apenas parecer mais idiota, só que agora em rede nacional..” Houve algumas risadas e sorriu balançando a cabeça e olhando pra baixo. “Por muito tempo eu tive uma garota ao meu lado, uma garota muito mais especial do que eu já imaginei..” Ele parou um instante para respirar fundo. “Mas eu fui um completo idiota, até que simplesmente a deixei sair pela porta.. E foi só aí que eu percebi o quanto eu sentia falta dos seus waffles, dos seus ataques de ciúmes e principalmente do modo como ela me olhava, fazendo com que eu me sentisse bem, por mais que tudo parecesse errado.. deu outro sorrisinho, como se lembrasse e levantou a cabeça, olhando para câmera. “Nada mais faz sentindo sem você, , eu sei que você merece um cara que te diga a todo segundo o quanto você é especial, mas eu ainda precisava dizer isso..” Ele parou mais uma vez.
- , .. – gritava, vindo do banheiro. Mas parou quando viu a amiga estática, olhando firme para TV.
Me desculpa, eu te amo. disse bem devagar e depois tudo que se ouviu foi uma salva de palmas.
desligou a TV, várias lágrimas escorriam pelo seu rosto e ela olhou para , como se pedisse para que a amiga falasse o resultado.
- Parabéns, amiga, você vai ser mãe! – exclamou, sentindo uma lágrima também correr pelo seu rosto, enquanto a amiga respirava fundo, e mais lágrimas caíam no rosto dela e elas se abraçavam.

- Cara, se a não te perdoar depois dessa, eu não sei mais.. – dizia, enquanto eles saíam do estúdio. – Até o chorou.
- Ei, eu não chorei coisa nenhuma. – repreendeu , mandando um dedo pra ele. – Mas que foi muito legal você fazer isso, , ah isso foi. – E deu tapinhas amigáveis no ombro do amigo, enquanto concordava.
- Eu não sei, caras, eu estou com um pressentimento estranho sobre a .. – disse. Estava encucado com aquilo desde o dia anterior.
- Ih , coisa da sua cabeça, a está ótima. – afirmou, abrindo a porta da van deles. – Tudo que você tem que fazer agora é ir vê-la.
- É, hmm.. Vocês tem razão. – levantou os ombros e também entrou na van.

- O que você vai fazer a respeito disso, ? – perguntou, sentada com a amiga em sua cama.
deu um gole em sua água com açúcar. – Eu não sei.. Tudo que eu sei é que preciso contar ao , independente do que ele queira fazer.
- Você ta certa. – balançou a cabeça num sim. – Eu acho que agora vocês vão finalmente se acertar.
- Tudo aquilo que o disse no programa fica rondando a minha cabeça e depois.. Eu não sei, ele já disse aquilo antes. – suspirou, levantando os ombros.
- Mas amiga, agora é completamente diferente.. O é outra pessoa, ele te ama muito e está disposto a tudo pra te ver feliz.. – colocou a mão sobre o ombro da menina. Aquilo que ela mesma estava dizendo soava estranhamente familiar, talvez porque se ela trocasse o nome de pelo de , ela entendesse tudo. – E tudo foi dito em rede nacional.. – Ela sorriu. – Quer declaração mais linda?
encarou , como se aquilo estivesse processando em sua cabeça ou ela apenas estivesse tentando entender porque estava dizendo tudo aquilo.
- , tem alguma coisa que você quer me contar? – arqueou a sobrancelha.
engoliu em seco. – Não, eu.. não tem nada. – Ela sorriu, nervosa.
- Então, eu já vou.. – disse, levantando-se. – Obrigada por tudo, amiga. – Despediu-se de e antes que ela pudesse dizer alguma coisa, já estava passando pela porta do quarto.

- Fala, ser! – atendeu o telefone sorrindo. Havia acabado de sair do banho e constatado que havia nada mais, nada menos que 13 ligações não atendidas de .
- Finalmente! – exclamou, tinha a respiração ofegante.
- Calma, , a onde você está? – perguntou, continuava rindo.
- Correndo. – respondeu, finalmente parando pra respirar. – Quero te fazer uma surpresa.
- Que tipo de surpresa, ? – perguntou, erguendo a sobrancelha. Não era a maior fã de surpresas do mundo e uma surpresa vinda de a assustava.
- Ei, você vai gostar.. hmm.. eu espero! – afirmou. – Bom, você gosta de vídeo-game?
- Vídeo-game? Por que você está me perguntando isso? – estava totalmente confusa.
- Responde a pergunta, . – gargalhou com o desespero dela.
- Gosto, eu e o Jesse jogávamos antigamente.. Ele trouxe o dele pra cá, mas o que.. – Mas a interrompeu.
- Ótimo. – E desligou o celular.
tirou o aparelho do ouvido e o encarou. Agora sim ela não estava entendendo mais nada.

Por que estavam demorando TANTO pra atender? estava a ponto de levar mais uma vez seu dedo a campainha quando a porta foi aberta.
Um homem, na verdade um cara que poderia ter a mesma idade que ele, se não fosse pelos quase 2m de altura. olhou pra cima e viu que não havia nenhum sorriso amigável no rosto do cara.
- Eu.. err.. A está? – gaguejou, estava prestes a sair correndo dali.
- Quem é, Spencer? – ouviu a voz de e logo ela estava ao lado do cara. – ! – Ela disse surpresa.
- Hey. – levantou a mão, numa forma de aceno.
- Tudo bem, Spencer, é meu amigo. – afirmou, olhando para o garoto. Ele deu uma última olhada em e entrou.
respirou, aliviado.
- Me desculpe meu irmão, , ele é.. você sabe, um irmão. – falou, revirando os olhos.
- Ir-mão? – fez uma cara confusa.
- É, o que você pensou que ele fosse? – perguntou, rindo.
- Seu irmão, claro, pff.. quem mais poderia ser? – desconversou, sorrindo nervoso.
riu. – Que surpresa! O que você faz aqui?
- Eu pensei muitas vezes em te ligar, mas como está uma noite linda e ótima para pular de pára-quedas.. – Mas antes que pudesse terminar, já tinha os olhos arregalados.
- Pular de pára-quedas? Vo-cê tem certeza, ? – gaguejou um pouco.
- Claro, li numa revista que é ainda mais radical se for à noite. – afirmou, levantando os ombros, porém sério.
continuou estática, estava pronta para dizer que tinha que cuidar de um priminho ou fazer trabalho da faculdade, quando começou a gargalhar.
- Cara, você.. HAHAHA... PRECISAVA ter visto.. HAHAHA.. a sua cara. – Ele gargalhava enquanto limpava suas lágrimas de riso.
olhou pra baixo. – O quê? Então quer dizer que você não vai me levar pra pular de pára-quedas à noite? Por todo esse tempo foi tudo o que eu sempre quis e você faz brincadeira disso?
A vez de arregalar os olhos sem entender nada foi de . – , eu..
E começou a rir. – VOCÊ precisava ver sua cara agora. – E ela riu mais um pouco. adorava a risada dela.
- Não faz isso nunca mais. – disse, sem graça e sorriu. – Bom, mesmo assim a noite continua linda e eu quero te levar em um lugar.. Será que seu irmão não vai querer me matar?
- Ele nem precisa saber. – fechou a porta atrás de si, pegando na mão estendida de e seguindo até o carro dele.


Capítulo 42

Oliver, por que você simplesmente não pode levar uma chave e.. – ia dizendo ao abrir a porta, mas o que ela não esperava era dar de cara com uma caixa escrito “Guitar Hero”.
abaixou a caixa e tinha um sorriso grande no rosto. – Surpresa!
Patrícia abriu a boca, sem emitir som algum. Havia esquecido completamente de , afinal estava usando uma camiseta extremamente velha com o símbolo de Hogwarts e um shorts muito curto e azul escuro.
- Agora é a hora que você diz: “Nossa , obrigado, você é demais!” – disse, sem graça.
sorriu. Quem mais apareceria em sua porta com um vídeo-game a não ser ?
- , eu.. adorei! – exclamou, dando espaço pra ele que entrasse e respirou aliviado.
- Belas pernas. – assoviou, quando passou por ela.
deu um tapa nas costas dele e fez careta pra ela.
- Eu.. vou ficar mais apresentável. – falou, indo na direção de seu quarto, mas a segurou.
- Você está linda assim. – Ele sussurrou ao pé do ouvido dela e depositou um beijo em sua bochecha, fazendo se amaldiçoar por corar tanto.
- O vídeo-game ta ali. – mudou rapidamente de assunto, apontando para a TV.
Logo os dois estavam sentados, desempacotando tudo que tinha dentro da caixa e instalando no vídeo-game.
- Isso vai ser completamente injusto, você é músico! – disse, pegando a guitarra e colocando em seu pescoço.
- Mas não quer dizer que você não possa ser boa. – afirmou, escolhendo um bonequinho pra ela.

- Eu desisto. – afirmou, tirando a guitarra do pescoço após ter ouvido as pessoas do jogo a vaiarem. Havia algum tempo que tinha parado de jogar, esperando que ela o alcançasse.
- Você desiste? – perguntou do chão, rindo.
- Eu desisto. – repetiu, indo sentar-se ao lado dele. – Eu nunca vou chegar nem perto no dedo do pé do Slash e não quero mais tentar.
gargalhou, vendo ela cruzar os braços e fazer beicinho.
- Hey, tive uma idéia. – exclamou, levantando-se rapidamente.
- , suas idéias me assustam. – disse, olhando pra cima.
- Você vai gostar. – sorriu abertamente, o que fez não hesitar em pegar a mão estendida dele. - Hmm.. só um minuto. - Ele fez um sinal com a mão e correu até o quarto de , fazendo a garota franzir a testa.
Pouco tempo depois, voltou com saco de dormir, travesseiros, um rádio e seu violão nas costas. - Eu sabia que você tinha um desses. - Ele disse, levantando o saco de dormir.
- , nós vamos.. acampar? - perguntou, olhando pra ele.
Ele não disse nada, passou por ela, entregou um travesseiro e pegou em sua mão, indo até a janela e esticando a perna pra fora, tentando alcançar a escada que ficava ao lado da janela. Deu um pequeno impulso e conseguiu postar-se na escada.
- Vem. - estendeu a mão para . A menina olhou para baixo e sentiu uma tontura.
- Eu não vou conseguir, eu sou o desastre em pessoa, , tenho tipo 80% de chances de cair. - disse, nervosa.
- Então você vai ter que apostar os outros 20% em mim. - afirmou. encarou seus olhos e, após dar um suspiro, estendeu sua mão, segurando firme na de . Fechou os olhos e deu um impulso. Quando abriu novamente, a segurava pela cintura, com seus corpos totalmente grudados.
colocou uma mão no rosto de , a trazendo mais pra perto de si. O coração da menina batia descontroladamente, era como se toda a vontade de ter pra ela estivesse explodindo dentro dela.
estava quase se rendendo, não conseguia ser forte. Fechou os olhos, mas o que sentiu foi os lábios de em seu pescoço.
- Você não é a única que pode se fazer de difícil. – sussurrou no ouvido de e virou-se, começando a subir a escada. amaldiçoou a si mesma, dando um tapa na própria testa antes de subir atrás de .
não fazia idéia de como havia descoberto que seu prédio tinha um terraço, mas não podia negar que era um lugar tranquilo e agradável.
- , você andou invadindo meu prédio? - perguntou, franzindo a testa. deu uma gargalhada e tocou o nariz dela, negando com a cabeça.
- Engraçadinha. - disse irônico. - Então.. - Ele disse estendendo o saco de dormir, jogando os travesseiros por cima e sentando-se com seu violão. - O que vai ser? Beatles ou Rod Stewart?

- "It's not a silly little moment, it's not the storm before the calm.." - fingia tocar alguma coisa no violão, enquanto cantava.
- John Mayer não, por favor. - disse, tampando os ouvidos.
- Por que não? - perguntou, fazendo beicinho. - Ah, vamos lá, tenho certeza que você gosta de John e não quer admitir.
- Eu não, o cara é um galinha pô. - afirmou, balançando a cabeça. (N/A: Deixando claro que eu AMO o John (L))
- Falou o santinho. - brincou, sentia falta de irritá-lo às vezes.
- Eu posso não ser santo, mas que galinha eu não sou mais, eu não sou mesmo. - afirmou novamente e mordeu o lábio, pensativa e encarando-o.
andou até o rádio e apertou play, uma música lenta e calma começou a soar. agachou-se em frente e estendeu a mão para ela. encarou fundo os olhos dele e sem pensar colocou sua mão sobre a mão estendida de .
"I've been twisting and turning, in a space that's too small,
i've been drawing the line and watching it fall, you've been closing me in, closing the space in my heart
watching us fading and watching it all fall apart.."


continuou com os olhos firmes em , enquanto entrelaçava suas mãos no pescoço dele. Sua respiração estava falha, mas isso ela já estava começando a se acostumar. Sentiu depositar suas mãos ao redor da cintura dela, fazendo com que ela chegasse ainda mais perto.
"Well, i can't explain why it's not enough, cause i gave it all to you
and if you leave me now, oh just leave me now, its the better thing to do.."


- O que eu disse é verdade, eu não quero mais nenhuma garota, você é a única pra mim. - falou baixo, enquanto balançava de um lado para o outro. - Você não precisa ficar pensando sobre isso. - Ele afirmou, passando mão pela bochecha da garota.
franziu os lábios e olhou pra baixo. - Não, , eu não sou a única.. você tem a e esse é o único motivo para nós não estarmos juntos até hoje.
olhou para o lado e respirou fundo. - Você pode pelo menos uma vez não falar nisso?
"It's time to surrender, it's been to long pretending
there's no use in trying, when the pieces don't fit anymore, pieces don't fit here anymore.."


- Não, eu não posso. - exclamou. - Porque eu não posso mais levar as coisas como estão, , e você sabe disso! Eu não sei mais o que fazer, às vezes eu paro e me pergunto: "Será que tudo isso vale a pena? Será mesmo que nós devemos tentar ficar juntos?" - Ela se soltou dele.
- , eu te amo, você me ama, nós temos que ficar juntos! - disse tão rápido e tão nervoso que não teve certeza se tinha entendido o que ela havia falado. - Eu preciso de você.. Eu.. - Ele olhou para os lados, não conseguindo se controlar. - não estaria aqui se não valesse a pena, porra.
arregalou os olhos com o nervosismo dele, chegou até a ficar com um pouco de medo.
"Well, you pulled me under, i had to give in
such a beautiful myth, that’s breaking my skin, well, i'll hide all the bruises
i'll hide all the damage that's done, but i show how i'm feeling until all the feeling has gone.."


Uma lágrima escorreu dos olhos de , enquanto ela encarava . Andou até ele e colocou seus lábios sobre os dele, apertando os olhos enquanto mais lágrimas escorriam.
Afastou-se rapidamente, balançando a cabeça e comprimindo os lábios. - Desculpe por fugir de novo, mas eu quero te pedir um favor, , eu quero que você pare e pense se tem certeza que é isso que você quer, sem nenhuma pressão minha ou de ninguém.. - se afastou mais um pouco dele. - Por favor, ouça seu coração. - E tocou o peito dele delicadamente, antes de sair correndo para entrar na pequena casinha que havia ali. Encostou suas costas na porta e escorregou, enquanto chorava. Havia finalmente feito a coisa que mais temia: deixar escolher. Ela apenas queria o melhor pra ele e sabia que só ele mesmo poderia escolher isso. O amava tanto a ponto de preferir vê-lo com ou qualquer outra pessoa, contanto que ele estivesse feliz.
"Ooh don't missunderstand, how i feel, cause i've tried, yes i've tried
but still i don't know why, no i don't know why
i don't know why.."

apoiou as duas mãos na porta. - Me desculpe, , me desculpe por ser um idiota e não perceber o quanto mal isso está fazendo a você, por ter medo do que possa acontecer, por às vezes parecer que eu não importo, quando na verdade tudo que eu quero é você do meu lado! Eu não preciso de tempo pra pensar, é só olhar pra você e depois olhar pra mim mesmo, ver o que você fez comigo pra ter certeza de que a partir do momento que você me quiser, eu vou estar aqui e dessa vez eu nunca falei tão sério na minha vida. - A voz de foi morrendo com as últimas palavras. Ele retirou suas mãos da porta e começou a andar, vendo que não abriria a porta. Na verdade havia ouvido seu coração sim e ele dizia que a primeira coisa que ele deveria fazer era contar toda a verdade para , independente se abrisse aquela porta ou não. Estava na hora e ele não ia mais ser covarde, nunca mereceu ele e era como se ele tivesse um pressentimento, mas tinha alguém que merecia .
O som de maçaneta girando o acordou e quando virou-se, tudo que viu foi correr na direção dele antes de abraçá-lo e beijá-lo como ele havia sentido tanta falta.

encarava a televisão desligada de sua casa, tinha um telefone nas mãos e fazia quarenta minutos que ela havia checado o terceiro teste de gravidez que fizera no dia, mostrando sempre as duas linhas que indicavam positivo.
De repente sua porta foi freneticamente esmurrada, fazendo com que ela levantasse rapidamente para abrir e encontrar encostado no batente e respirando ofegante.
- .. - disse depressa e passou por ela, entrando na casa. - Eu sei que você pediu pra não te procurar mais, mas eu não consigo, eu sou um nada sem você, minha vida não tem sentido nenhum.. - Ele andava de um lado para o outro, gesticulando e falando rápido. apenas o observava. - Eu penso em você o tempo todo e.. a verdade é que eu não suportaria ver você com outro cara.. - finalmente virou-se pra ela, passando a mão pelos cabelos e encarando . - , por favor, fala alguma coisa..
- , eu estou grávida. - cuspiu as palavras sem nem pensar muito.
parou de respirar e andou até ela. - V-você o quê?
olhou pra baixo. - É isso mesmo, eu estou grávida.. Você vai ser pai. - repetiu, dessa vez um pouco mais devagar. Sentia as lágrimas se acumulando em seus olhos.
abriu a boca, mas nenhum som saía dela. Milhões de coisas passavam pela sua cabeça ao mesmo tempo, a informação não estava totalmente digerida.
- Eu já esperava esse tipo de reação. - afirmou, saindo de perto dele.
- Ei, espera.. - pediu, pegando pelo braço. - Eu só não.. consigo.. acreditar! Isso tudo é totalmente inesperado.. um filho.. Como?
- Você quer mesmo que eu explique? - puxou seu braço e abaixou a cabeça. Segundos depois, sentiu dois dedos levantarem delicadamente seu queixo e encontrou o rosto de bem próximo do seu.
- , eu posso não ser a pessoa que você escolheria para ser o pai do seu filho no momento, mas você querendo ou não eu vou apoiar.. - afirmou. - Eu já fiz muita burrada com você, então me deixa tentar consertar te ajudando a cuidar desse filho? - Ele encarou bem fundo os olhos dela. Há essa altura as lágrimas já corriam pelo rosto de . - Eu sei que não foi planejado por você e nem por mim, mas você é a mulher da minha vida e.. Eu não escolheria outra pessoa para ser mãe do meu filho.

Capítulo 43

- , você pode por favor me dizer pra onde está me seqüestrando pra eu poder pelo menos tentar escapar? - perguntou, encarando . Ele gargalhou.
- Por que você não espera pra ver? - também perguntou.
- Odeio quando me respondem com uma pergunta. - cruzou os braços. - Olha, , eu tenho o número da polícia, então se você está pensando em me seqüestrar eu posso muito bem mandar te prender e..
- Chegamos. - disse, estacionando o carro. Pegou um lenço e antes que pudesse dizer alguma coisa, vendou seus olhos.
- , quando eu conseguir tirar isso você é um homem morto. - gritou, tentando se livrar da venda.
- Nem tente, amorzinho, eu fui escoteiro. - afirmou, abrindo a porta pra ela e estendendo a mão.
Tuanny bufou e pegou na mão dele, vendo que não tinha escolha alguma, sendo então guiada por para algum lugar que ela desconhecia.
Eles finalmente pararam e foi atrás de , tirando a venda dos olhos dela e revelando para a garota todo o Rio Tâmisa e logo atrás a London Eye e o Big Ben igualmente iluminados.
arregalou os olhos e virou-se para olhar para , que sorria.
- Então, está com fome? - Ele perguntou, levantando uma cesta de pique-nique.
- O que.. - gaguejou. - A onde nós estamos?
- Isso é um campus, tenho um amigo que estuda nessa universidade e ele me deixou entrar com a carteirinha dele. - disse, sem muito entusiasmo e tirando as coisas de dentro da cesta.
- Quer dizer que nós invadimos uma universidade? - arregalou mais ainda os olhos.
- Não seja tão dramática, . - disse, sorrindo. - Eu sei que você gostou, só não quer admitir.
- Odeio quando você tem razão. - sentou-se ao lado dele.
- Você odeia muitas coisas. - disse, oferecendo um copo com refrigerante pra ela.
- Ah, , cala a boca e me passa um desses hamburgers. - pediu, mostrando a língua pra ele.

Um barulho em algum lugar lá fora acordou . A garota abriu os olhos devagar, sem noção de onde estava e puxou o lençol até o pescoço quando percebeu que suas roupas não estavam em seu corpo. O lugar em que estava era o antigo quartinho do porteiro no terraço e enquanto percebia isso, o que havia acontecido noite passada rondava sua cabeça. Esticou o braço, mas não encontrou nenhum vestígio de . Sentou-se na cama e passou a mão pelos cabelos, percebendo um bilhete a onde deveria estar.
",
Eu não queria que você acordasse por minha causa, você estava tão linda dormindo, parecendo tão calma e inofensiva. Ok, agora posso sentir você me socando por causa disso, desculpa. Enfim, eu precisei ir embora mais cedo, mas eu quero que você saiba que ontem foi incrível, você até pode não acreditar, mas são esses momentos com você que me levam a continuar persistindo, mesmo que você enjoe de mim, acho que você vai ter que me agüentar por um bom tempo. E é por isso que eu vou fazer a coisa certa agora, eu não vou mais te procurar toda essa semana e eu te aconselho fazer a mesma coisa, porque a próxima vez que nos encontrarmos, eu prometo que é pra ficarmos juntos, de verdade.
Eu te amo
xx ."

respirou fundo, várias coisas martelavam sua cabeça. Não sabia o que pensar, não sabia o que fazer, apenas esperava que tudo desse certo, que nada de ruim acontecesse para ou . Por mais culpa que ainda sentia esmagando seu peito, por mais ódio que sentia de si mesma, ela ainda esperava isso.

- A está grávida. – repetiu o que acabar de dizer, arregalando seus olhos.
- Mas como isso aconteceu, cara? – perguntou, colocando a mão no ombro de .
- Bom, a acha que foi no dia em que eu e ela.. – ia falar, mas o cortou.
- Ok, , nós não queremos saber tudo, quer dizer, vocês não se preveniram?
- É claro, mas vocês sabem.. nós fomos os 1%. – afirmou, levantando os ombros.
- E vocês vão voltar? – perguntou. Desde a fala de , que tinha os olhos fixos no chão, como se pensasse em alguma coisa.
- Ela não me disse ainda, mas de qualquer jeito eu quero participar da criação desse filho, ele não pode viver sem um pai. – disse, com convicção e indo até seu instrumento.
- Acredite ou não, cara, você está fazendo a coisa certa. – falou, balançando a cabeça. – Não é, ?
- Terra chamando . – passou a mão em frente o rosto de , fazendo ele finalmente acordar.
- É, o tem razão. – também afirmou e indo até seu instrumento. olhou pros outros dois e girou o dedo perto do ouvido, enquanto franzia a sobrancelha e os outros davam de ombros.

- , eu vim o mais rápido que eu pude.. - dizia, enquanto abria a porta.
- Obrigada, amiga. - abraçou e depois deu espaço para que ela entrasse.
- Ok Jess e hmm.. se cuida. - disse ao telefone. - Não esquece do Simba, beijos. - E desligou.
- Honey. - foi até e cumprimentou alegre, puxando ela para se sentar ao seu lado no sofá. - , você está me preocupando.
olhou para e suspirou antes de começar a relatar a desde que fizera o teste até quando fechou a porta depois de sair na noite anterior.
- , eu nem.. acredito! - exclamou. Algumas coisas começaram a passar por sua cabeça enquanto contava. - O .. ele..
- Aham. - afirmou. - Eu esperava que ele fosse enlouquecer, sair correndo pela porta, mas que fosse me pedir pra que eu deixasse ele participar da vida do nosso filho?
- Eu sempre soube, , o pode ser meio desligado e crianção, mas ele tem um coração de ouro. - disse, colocando uma mão no ombro da amiga e balançou a cabeça, concordando.
- Você vai dar outra chance a ele? - perguntou e encarou o chão.
- Com o tempo, acho que eu vou decidir isso. - afirmou, olhando as amigas.

Os dias se passavam. Depois de muito implorar finalmente concordou em ir morar com , já que ele insistia que ela não podia ficar sozinha e sua casa era grande o suficiente para os dois. havia contado tudo sobre para e a partir desse dia não conseguiu mais sossegar. A amiga havia pedido algum conselho, mas não sabia o que dizer, afinal havia admitido que sentia uma coisa muito forte por , mas que tudo que significava pra ela não havia se apagado. A única coisa que conseguiu dizer, foi para decidir aquilo que realmente a fazia feliz. Não era uma egoísta a ponto de esperar que ficasse com , mas que ela sabia, desde que havia os conhecido, que eles tinham algo maior que amizade, isso ela sabia.
Os garotos estavam super empolgados com o lançamento do CD no final de semana, nem acreditavam que conseguiram fazer um CD tão bom como aquele e finalmente estava terminado e seus fãs poderiam ouvir.
- Eu nem acredito que você e a Natalie estão finalmente juntos! - dizia a Oliver após se jogar em seu sofá. Tinha trabalhado feito uma louca a manhã inteira e para sua grande felicidade, seu chefe havia dispensado ela e todos os outros projetistas, alegando ter uma reunião importantíssima com algumas empresas de marketing.
- Nós não estamos juntos, tipo namorados. - Oliver se jogou no colo dela, levantando os ombros.
- Que seja, Jess, eu ainda fico feliz por você. - afirmou, tirando o cabelo dele que caía sobre seus olhos.
- E como anda você e o rockstar? - Oliver perguntou, olhando pra cima.
suspirou. - Eu não faço idéia! - Ela exclamou, rindo insegura. - O disse que não ia me procurar essa semana e pelo que entendi, vai conversar com a .
Oliver a olhou, esperando que ela mostrasse desespero. - E o que você acha?
- Bom, eu espero que isso acabe de uma vez por todas.
- Falando desse jeito, não parece que você quer ficar com o . - Oliver voltou a encarar seus sapatos.
- É a coisa que eu mais quero no mundo, Jess, eu acho que não poderia viver mais sem ele.. - disse, pensando. - Mas ao mesmo tempo, eu quero ele e felizes, independente de como eu vá terminar no final.
- Olha.. - Oliver levantou-se do colo dela. - Vocês dois enfrentaram muita coisa pra ficarem juntos, se tudo isso não for o suficiente, eu não sei o que vai ser. - E levantou-se do sofá, deixando a garota com cara de paisagem, apenas pensando no que ele havia dito.

- Isso está muito bom! - disse, enquanto mastigava. - A onde você aprendeu a fazer torta, ?
- Com Gordon Ramsay. - sorriu, convencido e colocando um pedaço na boca.
- Então.. - disse, balançando os pés.
- Então.. - repetiu, a olhando.
- A gravadora vai fazer uma festa pra vocês no sábado.. - inventou qualquer assunto. Nunca havia se sentido tão desconfortável na presença de assim antes, era como se alguma coisa a cutucasse dizendo o que ela devia fazer.
- Sério? Não duvidava que os caras iriam querer encher a cara pra comemorar o CD. - afirmou, também visivelmente incomodado.
- , você gosta mesmo de mim? - perguntou tão rápido que as palavras quase se embolaram.
As bochechas de ficaram um vermelho vivo e ele disfarçou. - É claro que eu gosto, eu.. já te disse isso.
- E você me disse que gostou de mim desde o dia em que nós nos conhecemos.. - agora falava devagar, fazendo gestos. - Então por que você não me chamou pra sair?
- Bom.. - começou, relembrando.

- Caras, vocês viram a garota que está lá fora pra fazer a entrevista pra manager? - perguntou, adentrando a sala deles no prédio da gravadora.
- Ela é bonita? - perguntou, jogando um amendoim pra cima e pegando com a boca depois.
- Nossa. - sorriu com o canto da boca.
- Ei, , você devia dar uma chance pros amigos de vez em quando. - disse, pegando um amendoim de e jogando em . A verdade era que ele já havia visto a garota e as borboletas fazendo festa em seu estômago não o enganavam.
- É, , parece que o está interessado. - falou, rindo.
- Hey, , se você gostou dela.. - dizia, enquanto passava a mão pelo ombro de . - vai em frente, cara.. Te dou força.
- Valeu, mate. - levantou a mão e fez um "high five" com .


- Só que um mês depois que você tinha entrado pro nosso time, eu.. er.. ouvi sem querer você falando no celular com alguém que estava simplesmente apaixonada pelo e..

- , a gosta de você. - disse, com uma feição séria.
- Sério? - arregalou os olhos, levantando-se do sofá.
- Eu ouvi ela falando no celular de como você é super fofo, lindo, bom músico e bla bla bla.. - falou, fazendo uma vozinha de mulher.
sorriu. - Mas, você gostava dela e..
- Eu sei, mas não importa.. eu.. você devia chamar ela pra sair. - desconversou.
- Se tudo bem pra você, talvez eu chame mesmo. - afirmou, voltando a deitar no sofá.


- E o resto da história você conhece. - falou, olhando pro chão.
- Eu.. - não tinha o que dizer. - Eu nem imaginava, .
- Pois é. - deu um sorrisinho sem graça.
Percebendo isso, mudou de assunto novamente. - A torta estava muito boa, mas eu preciso ir fazer uma coisa. - Ela disse, levantando-se ao mesmo tempo que . Ele abriu a porta pra ela e já estava no meio do jardim quando voltou e deu um pequeno selinho no garoto, antes de sair correndo em direção ao seu carro.


Capítulo 44

Aquela caixa já havia sido posta e tirada da prateleira no mínimo umas 5 vezes, sem contar com o tempo que ela também havia sido encarada. passava os olhos pela caixa de novo, mas as palavras ali já estavam decoradas, a garota apenas pensava. Fazia algum tempo que estava sentindo alguns enjôos e ânsias fora do comum e depois que havia tido o mesmo tipo de enjôo e descoberto que estava grávida, ela começara a ficar com certo receio. Tinha certeza que se estivesse grávida aquele filho seria o resultado da noite em que ela e chegaram bêbados na casa do garoto. Não era pra parecer desesperador se ela tivesse certeza dos seus sentimentos para com o seu.. futuro marido?
pegou a caixa de uma vez e passou no caixa para pagar. Dirigiu até seu apartamento, enquanto pensava em ligar para . Decidiu por fazer isso sozinha e quando viu as linhas que indicavam que o resultado era positivo, teve certeza que mesmo amando de uma maneira que nem ela sabia explicar direito, ela e teriam que se casar e isso deveria ser o mais rápido possível, antes que sua barriga começasse a aparecer.

Era sábado e as filas contornavam a esquina de fora da HMV. À essa hora, os meninos já tinham dores nas mãos de tanto assinar CDs, mas ainda assim continuavam com os mesmos sorrisos no rosto, satisfeitos com seu trabalho sendo reconhecido.
Numa pequena pausa que eles tiveram para almoço, foi até o banheiro e digitou uma mensagem:
"E aí, o que vai fazer essa noite, gatinha? Quer ir na festa da gravadora?
xx "


viu seu celular vibrar em cima da mesinha de cabeceira e largou o controle remoto, indo ver o que era. Leu a mensagem e riu baixinho, mas antes que pudesse responder qualquer coisa, outra mensagem chegou:
"Saudades.."


Agora ela estava sorrindo, enquanto imaginava pensando nas mensagens que iria mandar. Percebeu que fazia exatamente uma semana desde que eles haviam se visto pela última vez, será que isso significava que havia ou iria falar com ? Bom, isso a assustava.. muito.

- Não vai ser estranho? - Oliver perguntou, enquanto dobrava a manga de sua camisa. - Eu e a Natalie chegarmos.. hmm.. juntos?
- É claro que não, Jess. - afirmou, calçando a sandália. - O e ela terminaram e você disse que ele desconfiava desde o começo que vocês se gostavam.
- É.. hmm.. você tá certa. - Oliver levantou os ombros e saiu do quarto da garota.
- A vai passar aqui em meia hora. - gritou, enquanto levantava-se e olhava no espelho o seu vestido azul marinho frente única e pegava seu sobretudo creme.

Enquanto isso, no seu apartamento, apoiava o rosto nas mãos, completamente agoniada. Precisava contar à e mais difícil ainda, precisava contar à . Não achava que conseguiria magoar , teria que estar disposta a perder qualquer vínculo de amizade que tivera um dia com ele, para o bem dos dois. Por fim, decidiu que não ia tornar aquela gravidez como se fosse algo ruim, estava feliz e iria ficar feliz, não via a hora de contar para , é isso que ela pensava enquanto saía de casa e dirigia até o apartamento de .
- Olá. - cumprimentou sorridente , enquanto entrava no carro.
- Amiga! - sorriu e pode ver algumas olheiras concentradas nos olhos da amiga.
- Você está bem, amiga? - perguntou, preocupada.
- Estou. - continuou sorrindo. - Só um pouco cansada.
- Fala, . - Oliver disse lá de trás e ela acenou pra ele, acelerando em seguida para a casa de , para pegar .

A casa de eventos estava bastante movimentava para uma festa fechada. Vários carros chegando e alguns paparazzi apenas esperando as pessoas saírem deles. Os meninos tiveram que chegar mais cedo para darem algumas entrevistas e coisas do tipo.
- Está cheio. - afirmou, enquanto saía do carro e olhava em volta. Oliver se afastou para ligar para Natalie.
- Como os meninos são orgulhinhos. - disse, sorrindo.
- Amiga, você tem certeza que está bem? - perguntou, chegando ao lado das duas.
- É claro, eu estou grávida, mas não estou morta. - falou, balançando a cabeça. - Vamos?
- O Oliver não vem? - perguntou para .
- Vai esperar a Natalie. - E piscou para como se dissesse "depois te conto tudo".
As três entraram em seguida, parando na porta e passando os olhos pelo salão a procura de algum sinal dos garotos e logo os encontrando num canto perto do palco, conversando com algumas pessoas.
- Hey, McFly! - As três disseram juntas, quando chegaram perto deles.
Alguns minutos se foram para que as garotas pudessem abraçá-los e parabenizá-los pelo novo CD.
- Não vejo a hora de tocar a música nova. - disse animado.
- É a melhor música que já compomos. - afirmou.
- E que horas vai ser isso? - perguntou. Era difícil ficar ali, tinha os olhos pregados nela e se ela pudesse cavar um poço para se esconder, ela o faria. Ou simplesmente puxaria pra longe dali.
- Daqui uma meia hora. - disse, após olhar no relógio.
- Bom, eu quero dar uma volta. - falou, olhando para o salão cheio.
- Eu vou com você. - não estava perguntando. Colocou a mão em volta da cintura de e a guiou pelas pessoas. Com certeza ele estava mudado, estava fazendo de tudo pra que ele e dessem certo, talvez a responsabilidade de ter um filho sempre fora a solução.
- , eu também quero dar uma volta. - pediu, pegando na mão do garoto.
desviou o olhar de e a encarou, balançando a cabeça afirmativamente e saindo com a namorada dali.
- Minha bebida acabou.. - começou, mas foi interrompido por .
- Cara, achei que você nunca ia chamar. - Disse, fazendo rir enquanto os seguia até o bar.

- .. - entrou na frente dela, quando eles já estavam numa parte onde a concentração de pessoas era menor.
- Fala, babe. - disse, parando de andar e tirando um cabelo dos olhos de .
- Eu preciso te falar uma coisa e eu ainda não tenho certeza se esse é o melhor lugar, mas eu não posso esperar mais. - afirmou. Não conseguia olhar firme nos olhos dela, não conseguia nem encarar o rosto confuso da garota.
- Na verdade, eu também preciso te dizer uma coisa. - olhou o chão e depois voltou a encarar .
- Eu.. você primeiro. - Aquilo era bom, ele podia ganhar mais tempo pra repassar tudo que ele precisava dizer a .
- Não sei como dizer isso, então eu vou dizer de uma vez, ok? - mordeu o lábio e respirou fundo. - Eu estou grávida.
O chão debaixo dos pés de simplesmente sumiu, seus olhos não podiam arregalar mais e ele começara a suar frio. Nada, nenhuma palavra vinha a sua cabeça agora, era como se tudo tivesse ficado preto.
- Você.. tem certeza disso? - meio que gaguejou. - Quer dizer, como isso aconteceu.. nós..
- Lembra na sua casa quando nós estávamos bêbados e..
- Ah, sei.
- , por favor, diz alguma coisa.. sei lá, que está explodindo de felicidade ou que não consegue acreditar.. - pediu, com olhos suplicantes.
- Eu não consigo acreditar. - afirmou. Era como se um milhão de coisas passassem pela sua cabeça ao mesmo tempo. O que ia fazer? Não podia simplesmente dizer que queria terminar, não naquela situação. E muito menos poderia dizer que.. era difícil mas não, não estava explodindo de felicidade naquele momento. - O que nós vamos fazer?
- Ora, vamos nos casar e ter o nosso filho. - disse. Por que ele estava agindo daquela maneira? - Eu estava pensando em adiantar o casamento, antes que a barriga comece a crescer.
- Certo. - limitou-se a uma palavra. - Tudo bem. - E forçou um sorriso.
- O que você queria me dizer? - perguntou, levantando a sobrancelha.
- Hmm.. Que talvez.. err.. adiantar o casamento fosse uma boa idéia. - disse a primeira coisa que veio a sua cabeça.
- Bom, vamos voltar pra lá, já já vocês tem que subir ao palco. - disse, entrelaçando sua mão com a dele.

- Hey. - disse, ao chegar com no bar ao lado de , e que riam de alguma coisa que acabara de falar.
- Faaaaaala casal. - levantou sua bebida.
- Cara, como é fraco.. já está bêbado. - disse, dando um tapa na cabeça do amigo.
- Cala boca, . - deu outro tapa na cabeça de e eles começaram uma lutinha de brincadeira.
- Bom, eu vou ao banheiro. - falou sorrindo, enquanto descia do banco e pegava seu copo.
- E eu tenho que fazer um social ali. - disse, dando um beijo no topo da cabeça de e saindo em seguida de .
cutucou , enquanto passava rápido por ela e a garota soube que devia segui-lo.
Quando deu por si, estava sozinha com num jardim bonito que ficava na parte de trás da casa de eventos. parou de andar e passou as mãos pelos braços, havia esquecido seu sobretudo lá dentro. continuou andando de um lado para o outro, parecendo muito nervoso.
foi surpreendida por , que no minuto seguinte havia segurado sua cintura com uma mão e com a outra seu rosto, de olhos fechados e colando suas testas, com a respiração descompassada.
A banda que tocava alguma coisa no palco agora havia acabado de mudar seu repertório de músicas agitadas para uma um pouco mais lenta e ela podia ser ouvida do jardim. Era incrível como músicas sempre se adequavam ao momento. (N/A: Digo por experiência própria ._. e escutem essa música enquanto lêem, vale a pena.) Thousand Foot Krutch - Breath You In.
"Taking hold, breaking in, the pressures on, need to circulate, mesmerized and taken in, moving slow, so it reasonates
It's time to rest, not to sleep away, my thoughts alone try to complicate
I'll do my best, to seek you out and be myself not impersonate.."


- .. - sussurrou. - O que.. você está fazendo?
- , eu sou um idiota. - também disse baixo e ainda com os olhos fechados. - Me diz que eu sou um completo idiota.
- Você falou com a ? - perguntou, como se já soubesse a resposta. negou com a cabeça. - , chega ok? Eu vou lá agora e..
- Eu.. - pensava milhares de jeitos de dizer aquilo a , mas nenhum era bom o suficiente. - A está grávida.
"I've tried so hard to not walk away and when things don't go my way I'll still carry on and on just the same.."


deu três passos pra trás e não tentou impedi-la. Ela não conseguia entender, aquilo só podia ser um sonho ou talvez uma piada de muito mal gosto de e era melhor ele desmentir antes que ela ficasse muito brava.
- Eu sei o que você está pensando.. - tentou chegar mais perto dela, mas se afastou. - Como isso aconteceu ou porque, e não dá pra mentir.. Eu dormi com a naquele dia que eu estava bêbado depois do pub..
"I've always been strong, but can't make this happen
'Cause i need to breathe, i wanna breathe you in.."


As lágrimas nos olhos de escorreram como nunca, lavando seu rosto. sentiu uma dor forte no peito vendo daquele jeito, havia prometido a ela e a si mesmo que nunca mais a faria sofrer e agora era como se cada lágrima dela o perfurasse.
- Eu fui um idiota, não na verdade, eu fui coisa bem pior que isso e eu te dou todo direito de querer dar um soco na minha cara agora, mas está feito e a vai ter um filho meu.. - tentou mais uma vez chegar perto de , mas dessa vez ela não recuou, não tinha forças pra isso. A mão do garoto tremia de nervoso.
"The fear of becoming, i'm so tired of running
'Cause i need to breathe, i wanna breathe you in, i wanna breathe you in.."


- Mas você tem que acreditar que isso não muda nada, , eu te amo muito mais do que eu já amei alguma pessoa e com certeza que eu vou amar, pra falar a verdade você me mostrou o que é isso e é por isso que eu quero fugir.. Nós podemos pegar o barco do seu pai, algumas malas e sair viajando por aí.. - fazia gestos, tentando explicar pra ela.
Os olhos de se arregalaram de incredualidade. - Você.. tem noção do que está dizendo, ? Você quer fugir e deixar a sozinha E grávida? Deixar seus amigos na mão? A banda? Isso é inacreditável, eu não pensei que você pudesse chegar a esse ponto! - gesticulava e finalmente conseguiu respirar fundo.
- .. - tentou. Sua barriga dava cambalhotas e pontadas de nervoso misturado com agonia e tristeza.
- Não, , agora ficou claro pra mim.. - respirou fundo mais uma vez e olhou tão firme nos olhos, que pensou que eles pudessem saltar de seu rosto. - Eu não posso mais me intrometer nessa família que vai se formar, você precisa casar e dar todo o apoio que a precisa e eu.. vou embora. - Deu as costas para e começou a andar, vendo suas lágrimas molharem seu colo e vestido.
"Took awhile to see all the love that's around me
Through the highs and lows there's a truth that i've known..


não precisava perguntar pra onde ela ia, não iria para seu apartamento, iria embora definitivamente. Agora aquelas cambalhotas poderiam se tornar lágrimas e ele sentiu que poderia chorar ali mesmo, enquanto percebia que estava vendo o amor de sua vida ir embora.
..And it's YOU."


Capítulo 45

- ! - A garota ouviu a voz de ecoar em sua cabeça e parou imediatamente de andar para procurar de onde vinha a voz.
- Hey, . - finalmente viu entrar em foco bem na sua frente e acompanhado por um garota muito bonita.
- Você estava.. chorando? - perguntou preocupado.
- Não, eu só vou ficar resfriada. - afirmou, esfregando os olhos. - Quem é a sua amiga?
- Essa é a . - fez alguns gestos para que se lembrasse da garota que ele havia mencionado.
- Bom, prazer .. eu sou a . - sorriu para a garota que retribuiu.
- O fala muito bem de você. - afirmou, pela primeira vez ela estava sem graça.
- Ah que bom que o está fazendo bem o meu filme pras pessoas. - disse e mandou língua pra ela, fazendo as duas rirem.
- O papo está muito bom, garotas, mas o papai aqui precisa dar um show lá em cima. Até mais. - disse, dando um beijo estalado na bochecha das duas e correndo para o backstage.
- Você quer ir lá pra frente? - ofereceu.
parou pra pensar, estava decidida sobre ir pra casa e começar a fazer suas malas, mas o resto da banda não tinha nada a ver com tudo que havia acontecido e seria uma desfeita enorme sair sem pelo menos ver o show.
- Tudo bem. - balançou a cabeça afirmativamente e seguiu .
Em frente ao palco, mais no canto direito, as duas encontraram , , Oliver e Natalie. apresentou para todos e postou-se ao lado esquerdo de Oliver.
- Você pode me levar pra casa depois do show? - pediu ao amigo, sussurrando.
- Por quê? Quer dizer.. o que houve, pequena? - Oliver perguntou, visivelmente preocupado.
suspirou. - Eu te conto depois.
Os garotos subiram ao palco e várias pessoas aplaudiram, assoviaram e gritaram. Eles tinham sorriso enormes nos rostos, a não ser por .
- Olá, pessoal. - disse ao microfone, cumprimentando todos. - Bom, primeiro gostaríamos de agradecer a nossa gravadora por ainda acreditar em nós e nos dar essa festa e a todo mundo que comprou o nosso CD, vocês são demais!
- Essa é uma música nova do nosso CD e se chama Transylvania. - foi até o microfone anunciando, antes dos primeiros acordes de Transylvania começarem a ser tocados.
"Anne Boleyn she kept a tin, which all her hopes and dreams were in,
she plans to run away with him forever, (never to be seen again).."


- Cara, vocês foram.. incríveis. - foi a primeira a falar quando viu os garotos finalmente virem ao encontro deles.
- Err.. bondade sua, . - falou, sem graça.
- Mas poxa, ela tá certa. - continuou. - , olha o seu cabelo.. - E foi até o garoto.
Ninguém parecia perceber, mas a tensão entre e era tão grande que a qualquer hora poderia explodir. A respiração dos dois parecia estar presa, e diferente de , tinha os olhos em cima dela a todo minuto.
- Bom, eu e a vamos embora. - Oliver se pronunciou. - Você vem, Natalie?
- Já? Mas a festa vai começar agora! - exclamou, fazendo uma dancinha.
riu. - Depois dessa, eu até ficaria se não fosse esse resfriado.. Mas vocês estavam ótimos, meninos. - E eles abriram sorrisos sem graça.
- Você leva eles, ? Eu vou dormir na casa dos meus pais, que é do outro lado da cidade. - pediu, olhando para o noivo.
- Não, , não precisa.. nós vamos de táxi. - balançou a mão, em negação.
- Não, eu trouxe vocês e eu não posso deixar vocês irem assim, você leva, não é baby? - insistiu.
- Aposto que o não vai querer e.. - começou, mas foi interrompida por . À essa altura o resto já estava dançando na pista ali perto.
- Tudo bem, , sem problemas. - afirmou e apontou com a cabeça pra fora do lugar, dando um beijo rápido em e indo naquela direção.
Oliver despediu-se de Natalie, que iria embora com , e , que passariam pelo apartamento dela. acenou para e os outros e seguiu .

O silêncio estava pesado dentro do carro. , do banco do passageiro, apenas olhava firme para frente e fazia o mesmo. Alguns poucos minutos depois, eles já estavam parados na frente do apartamento de . Oliver deu um tapinha no ombro de e agradeceu, descendo rapidamente do carro. abriu a porta e colocou um pé pra fora, mas segurou forte seu braço.
- Não faz isso comigo, por favor. - Os olhos de perfuravam a garota tão intensamente, que a olhavam como se suplicassem pela vida.
- Eu.. - não tinha forças, sentia que iria desmoronar ali mesmo. - Se você gosta mesmo de mim, , você vai fazer o que é certo, é tudo que eu te peço.. Não torne as coisas mais difíceis do que elas já estão.
olhou cada parte dele, desde a ponta do fio do cabelo até o sapato, queria guardá-lo na sua memória pra sempre. Mas não conseguiu ficar mais nenhum minuto ali, a dor em seu coração ardia como se estivesse queimando.
- Tudo que nós passamos, tudo que eu já te disse.. como você pode simplesmente acabar com tudo? - perguntou num tom de voz alto e irritado.
- Eu amei cada segundo que eu passei com você, .. - suspirou, precisava sair dali urgente. A dor era quase impossível de aguentar e agora ela se misturava com raiva, a raiva por não largá-la para ser feliz do jeito que devia ser. - Mas isso iria acontecer um dia ou outro, eu só estou.. antecipando o sofrimento.
abriu a boca pra falar, mas foi interrompido por . - Eu te odeio, . - Agora aquilo explodia no peito da garota. Havia acabado de dizer a maior mentira do mundo. - Isso vai acabar assim, do jeito que começou. - Ela deu as costas para pela segunda vez naquela noite, após ele ter soltado seu braço, sem mais forças para segurá-lo.

A porta da casa de bateu com força pela ação das costas de . tinha uma mão impedindo que a garota se movesse e a outra segurando fortemente em sua cintura. Eles se beijavam como se fizessem isso há muito tempo, cada movimento sincronizado e perfeito. não conseguia tirar a mão dos cabelos macios de , bagunçando-os completamente. distribuía beijos por todo pescoço da garota e apenas sentia seu corpo inteiro arrepiar.
Os dois não estavam bêbados, já que afirmara não ser a maior apreciadora de bebidas do mundo e devido à isso fizera mais dançar do que beber o resto da noite. Com certeza estavam fazendo aquilo porque queriam.
- .. - gemeu, de olhos fechados, antes que voltasse a beijá-la nos lábios novamente.
não ouviu ou fingiu que não ouviu, indo direto para a orelha da menina e beijando o lóbulo dela.
- , por favor.. - desceu suas mãos para os ombros dele, como se tivesse força para pará-lo.
parou de beijá-la e deixou seus rostos a menos de dois centímetros, enquanto ele encarava os olhos grandes e bonitos da garota.
- Olha.. - olhava para baixo. - Eu não consigo mais esconder isso.
enrugou a testa. - Do que você está falando?
passou a mão pelo cabelo dele. - Na verdade, eu sou uma grande fã sua e dos meninos e faz algum tempo que eu ando "seguindo" você.. - Ela fez aspas e deu um suspiro. - E foi em um desses dias que eu encontrei você desacordado dentro daquele carro e chamei a ambulância, fui com você até o hospital e pedi pra que eles ligassem pro .
tirou o braço da porta e da cintura dela. - Por que você está me contando isso agora?
- Porque eu não quero que o que está prestes a acontecer entre nós comece com uma mentira. - descolou suas costas da porta e deu alguns passos. - Me desculpa, , por fingir que não fazia idéia quem você ou a sua banda eram e por não te contar sobre o acidente.. Eu pensei que você ia achar que eu era mais uma fã louca e desesperada.
- , espera.. - pediu, quando viu ela andar até a porta e por a mão na maçaneta. olhou para ele e abriu a porta, saindo rapidamente de lá.

- , sai daí, pelo amor de Deus. - Oliver batia na porta do quarto da garota. Já se passavam das quatro da tarde daquele domingo e ela não havia posto o pé pra fora do quarto. - Eu trouxe chocolate e a sexta temporada de Friends!
Alguns passos foram ouvidos de dentro do quarto e a porta foi destrancada. Oliver assustou-se com o estado da amiga, já havia visto de muitos jeitos, mas agora ela vestia um moletom enorme que cobria seus shorts, tinha o rosto vermelho e inchado, profundas olheiras, o cabelo bagunçado, a maquiagem borrada e uma cara de quem estava doente.
- Eu sabia que você não ia resistir. - Oliver disse, sorrindo e levantando o chocolate e a caixa de DVDs.
- Jess, eu vou embora. - afirmou, tinha uma voz rouca e baixa. - Eu decidi, vou trabalhar essa semana e me demitir na sexta pra poder voltar pra Cardiff no sábado.
- Você o quê? - Oliver segurou pelos ombros e a levou até sua cama, colocando-a sentada.
- É isso que você ouviu, eu não posso mais ficar aqui. - olhou para os pés e brincou com os dedos.
- Quando você estiver preparada pra me contar porque quer fazer essa loucura, pequena, é só dizer. - Oliver passou a mão pela cabeça dela.
- Obrigada, Donald. - abraçou o amigo.
- De nada, Mickey. - Deu um beijo na cabeça da menina e a deixou ali.
foi até seu closet e abriu uma caixa, tirando de lá um envelope ainda fechado que havia chegado há alguns dias e o remetente dizia: Lawn Tennis Federation. Apesar de não ter aberto, já sabia o que dizia e era hora de aceitar aquilo.

estava saindo da garagem de seu apartamento e tendo como destino a casa de , precisava contar seu dilema para a amiga e principalmente conversar com alguém. Abaixou-se para apertar o botão do rádio e quando voltou, viu a figura de em frente seu carro. Colocou a cabeça pra fora.
- .. hmm.. O que exatamente você está fazendo aí?
não respondeu, apenas andou até a porta do carro de , abrindo-a e fazendo um gesto para que a garota pulasse para o banco passageiro para que ele assumisse a direção.
Ele começou a dirigir sem dar uma palavra com , enquanto essa o olhava com a testa franzida.
- Você pode me dizer o que significa isso ou você surtou de vez? - perguntou, dando uma risada insegura.
olhou para , respirando fundo e estacionando o carro no fim de uma rua onde havia um parquinho. Desceu do carro e começou a andar até o parquinho, com as mãos enterradas no bolso das jeans. o seguiu, apertando seu casaco contra o corpo quando um vento de fim de tarde passou por ela.
A garota acomodou-se em um balanço antigo e ficou olhando encarar o nada, esperando que ele falasse de uma vez o que queria.
- Eu.. - pigarreou e chutou a grama do chão. - não sei como falar isso.
- É só dizer, , eu não vou me aborrecer. - disse, balançando e levantando os ombros.
- Você está grávida? - disse aquelas três palavras antes que não tivesse mais coragem.
o encarou e depois voltou seu olhar para o chão, mordendo o lábio. - Como você sabe?
- Então você está? - perguntou novamente, nervoso.
- Como você sabe disso, ? - repetiu a pergunta.
- Eu ouvi o falando com o no telefone. - falou, chutando mais um vez a grama, mas agora com mais força.
- , eu.. - levantou-se, mas foi interrompida pelo .
- Eu sou um idiota, não é? Acreditando que você podia, sei lá, estar gostando realmente de mim.. mas na verdade você só estava planejando sua vida perfeita com o . - disse com os dentes cerrados. nunca o havia visto daquele jeito, sempre fora difícil de perder a paciência, mas agora ele a assustava.
- , eu gosto de você! Eu gosto tanto que eu nem sei explicar direito. - fez gestos exagerados. - Mas eu estou grávida, e agora é tudo mais complicado. - Ela passou a mão pelo rosto. - Eu não queria que as coisas ficassem desse jeito, mas eu e o decidimos ter esse filho juntos depois que nos casarmos.
Aquilo provavelmente caiu como uma bomba sobre , a pequena esperança que ele ainda tinha havia sido completamente esmagada.
- É, eu sou um idiota e a única pessoa que parece não se encaixar nessa história. - virou-se e caminhou até fora dali, continuando por aquela rua.
abaixou a cabeça e sentiu seu coração ficar pequenininho, a sua maior vontade era correr atrás de , abraçá-lo e sentir aquela sensação boa que sentia só com ele, mas sabia que aquilo não era mais possível.

Capítulo 46

- "She speaks.. oh speak again bright angel.." - repetia junto com o filme e bufou em seguida. Oliver saiu da cozinha com uma bandeja nas mãos. - Romeo é um completo idiota hipócrita, num dia está caindo de amores pela Rosalinda e no outro se casando com a Julieta. - E bufou novamente.
- Falando sozinha, pequena? - Oliver riu colocando a bandeja na mesinha, onde tinha um prato com uma massa e suco de uva. - Cara, é melhor você comer, senão eu vou ter que bancar o irmão dedo duro e ligar pra sua mãe. - Ele mandou, pegando o controle e desligando a TV.
- Hey. - protestou. - Eu estava assistindo.
- É sério, , eu não quero ser o chato, mas você não pode ficar assim pra sempre.. - Oliver foi até ela e jogou-se sobre o sofá. - Eu ainda quero socar o e essa poderia ser uma ótima oportunidade.. - Ele fechou o punho e deu um risinho. - Só que pelo que eu entendi, você tomou essa decisão porque é o certo a se fazer, mas cara, eu odeio ver você assim. - E a abraçou pelos ombros.
- Você está certo. - afirmou, encarando seus dedos e voltando a olhar para o amigo.
- Estou? - Oliver levantou uma sobrancelha.
riu baixinho e balançou a cabeça afirmando. - Eu decidi por isso e eu.. - Ela engoliu em seco. - vou arcar com as conseqüências continuando minha vida.
- Essa é a irmãzinha que eu conheço! - Oliver exclamou, bagunçando os cabelos dela e ouvindo protestos da garota. - Agora, ou você come por bem ou por mal.

- E aí vem a nova mamãe. - disse, vendo chegar na sala da gravadora, a onde eles esperavam alguns produtores para começarem a decidir as coisas da turnê.
corou e não pode deixar de perceber , que havia bufado baixo e desviado o olhar dela. - Bom, já que o contou pra todo mundo mesmo, não tem mais o que eu falar.
foi até e e elas a abraçaram, parabenizando-a. a abraçou rapidamente, para não fazer desfeita. não tinha totalmente culpa, mas ele estava chateado.
- Cara, nem acredito que nossos filhões vão nascer quase na mesma época. - bateu no ombro de . - Ei, quem disse que vão ser filhões? Podem ser meninas. - afirmou, sentando-se ao lado de . - Por falar nisso, eu e a vamos hoje fazer o exame no médico.
- Quer que eu vá com você? - ofereceu e negou com a cabeça.
- Nós vamos fazer isso sozinhas. - sorriu, tirando o cabelo dos olhos de e vendo os produtores entrarem na sala.

- Você tem certeza que não quer que eu encontre vocês? Eu estou saindo do trabalho e posso acompanhar vocês. - dizia ao telefone com , enquanto entrava no elevador de seu trabalho, após ter tido a reunião com seu chefe e dito sobre sua demissão na sexta.
- Não, amiga, tudo bem.. Vai demorar, não quero te incomodar! Te ligo assim que sair. - disse e elas desligaram.
- Vamos? - perguntou e confirmou, enquanto elas entravam no consultório.

caminhava pelo campus da faculdade, enquanto decorava algumas coisas para a prova do dia seguinte. Sem perceber, seus pés já a haviam guiado até o estacionamento e quando levantou a cabeça à procura de sua moto, tudo que viu foi encostado em seu carro e algumas garotas ao redor dele, enquanto ele dava autógrafos. olhou para e sorriu com o canto da boca, levantando os ombros como se dissesse "a culpa não é minha".
O garoto pediu licença para as meninas ao redor dele e foi ao encontro de , com um sorriso meigo no rosto.
- .. hmm.. - balançou a cabeça, confusa. - O que você está fazendo aqui?
- Encontrando algumas fãs, dando alguns autógrafos, coisas de rockstar sabe? - brincou e o olhou com cara de reprovação. - Eu decidi vir aqui depois de você não retornar nenhuma das minhas ligações e encarar de novo seu irmão, que me disse que você estaria na faculdade.
- O Spencer te falou mesmo aonde eu estava? - arregalou os olhos. Seu irmão havia amedrontado cada um de seus "possíveis" namorados, não que ela já tivesse muitos, porque não tivera.
- É, eu disse algumas coisas pra ele e fui bem convincente, acho que ele pode até gostar de mim. - afirmou, sorrindo pra ela.
- E o que exatamente você disse que foi tão convincente? - perguntou franzindo a testa, ainda sem acreditar.
- Eu disse.. - deu alguns passos para ficar mais próximo ainda de . - Que você foi literalmente a garota dos meus sonhos por um tempo, que quando eu pensei que não pudesse encontrar ninguém, você apareceu, sei lá, desse seu jeito.. - passou a mão pela bochecha dela, que sorriu sem graça. - E que você não precisava se sentir culpada por não me contar sobre o acidente, eu sabia desde o início e principalmente que se você não aceitar ficar comigo, eu ainda posso acabar em outro acidente.
- Bate na boca, . - exclamou.
- Tá, isso foi só pra descontrair. - colocou a mão na cintura da garota, por baixo da camisa pólo que ela usava. - Mas, então o que.. - Mas não conseguiu terminar, pois já tinha colocado uma de suas mãos na nuca dele, fazendo com que seus lábios selassem em um beijo cheio de vontade e fazendo as fãs que ainda esperavam por ficarem de boca aberta.
partiu o beijo e sorriu sem graça. abriu a boca para dizer alguma coisa, mas ela o interrompeu de novo, colocando o dedo em sua boca. - Primeiro, que história é essa de que você já sabia desde o início?
- Cara.. - passou uma mão pelos cabelos. - Longa história.
- Bom, eu tenho tempo. - afirmou, começando a andar e fazendo com que a seguisse.

- , cara, alguém já te disse que você está horrível? - perguntou, sentando-se em frente ao amigo com um copo grande de refrigerante.
parou de abrir os pacotinhos de sal e olhou para . - Muito obrigado, , agora você me ajudou.
- Você sabe do que eu estou falando.. - esticou-se para dar um tapa na cabeça de , que tinha voltado a brincar com o sal. - Você ainda não conseguiu esquecê-la?
- É facil falar, mas só de pensar que eu nunca mais vou poder ver a , chegar perto, abraçar ela.. Cara, eu não sei o que eu faço. - apertou tão forte o pacotinho de sal, que explodiu em sua mão.
olhou para o amigo sem saber o que dizer, já que estaria mentindo se soubesse realmente o que estava passando. - Você já pensou em.. hmm.. contar tudo pra e ajudar com o filho, mas ficar com a ?
- A me daria um murro na cara se eu abandonasse a , ela é muito cabeça dura. - afirmou, dando um suspiro. - Mas agora está feito, eu e a vamos nos casar e a vai embora, como se nada entre nós dois tivesse acontecido.
Aquelas palavras queimaram dentro do peito de .. "Como se nada tivesse acontecido", uma mentira enorme, já que pra ele aquilo nunca poderia ser verdade.

O celular de começou a vibrar e a garota acordou assustada, encontrando o aparelho debaixo de suas costas. - Alô? - Ela atendeu com os olhos um pouco fechados, enquanto com a outra mão tirava os papéis de cima de si e percebia que havia adormecido com a mesma roupa do dia anterior.
- Amiga? - ouviu a voz nervosa de do outro lado da linha.
- Hey. - passou a mão pelos cabelos. - Tudo bem, amiga?
- Mais ou menos, eu.. hmm.. - comeu alguma coisa. - vou buscar meu teste.
- Sério? E você quer que eu vá com você? Acho que dá tempo antes do trabalho.. - dizia, checando o relógio em seu pulso.
- Obrigada, amiga, mas não precisa.. Eu só liguei porque tô meio nervosa. - disse e deu outra mordida no que estava comendo.
- Nervosa? Mas você fez o teste de farmácia, o do médico é uma confirmação. - afirmou, tentando acalmá-la.
- Eu não sei, acordei meio encucada com esse teste. - disse, ainda nervosa. - Bom, depois de lá eu vou dar uma ultima olhada no buffet do casamento.. E ah, eu não te disse, nós adiantamos o casamento do mês que vem para sábado agora!
sentiu sua mão tremer e por pouco não viu o celular escorregar de suas mãos. Não era pra ser totalmente surpresa, ela sabia que depois que descobrira que estava grávida, ela e iam ficar juntos, sem ela e sem .. Mas tudo que queria era que quando os dois subissem ao altar, ela já estivesse fora de Londres.
- Jura? Qu-ue ótimo, ! - tentou seu melhor para não gaguejar e não obtendo muito sucesso.
- Pois é. - falou, animada. - Daí depois você poderia me encontrar e ver o seu vestido de madrinha.
- Claro, eu vou ver se consigo. - ainda disse nervosa, não ousaria dizer que não poderia ir ao casamento naquela hora.
- Ok, até mais então, beijos. - E elas desligaram.
passou suas duas mãos pelo rosto e deixou seu corpo cair pra trás na cama novamente, enquanto pensava como diria a que não poderia ser sua madrinha e ainda que muito menos poderia ir ao seu casamento.

- Bom, aqui está seu teste. - O médico disse a , retirando um papel de um envelope grande e examinando-o.
balançava os pés freneticamente e mordia o lábio, enquanto via o médico fazer algumas expressões com o rosto. - E então? - Ela perguntou rapidamente, quando ele finalmente parou de ler, balançando a cabeça e parecendo que sentia pena.
- O teste deu negativo. - O médico afirmou e arregalou os olhos, levando a mão ao peito.
- Mas não é possível, eu fiz o teste de farmácia e.. - dizia, desesperada.
- Eu sei, mas você fez bem no começo e esses testes têm chances de erro.. Você pode dar uma olhada se quiser. - Ele entregou o envelope para , mas a garota estava tão assustada que não conseguia se mover. - Eu sinto muito, senhorita .. Mas vocês podem tentar de novo, você é jovem e tem tempo.
respirou fundo, afirmou com a cabeça, pegou o envelope da mão do médico e levantou-se da cadeira, saindo do consultório.
Quando já estava fora do prédio, seu olhos estavam marejados e teve vontade de pisar naquele envelope de tanta raiva e tristeza que estava sentindo. Como iria dizer à que na verdade não estava realmente grávida? Ela não podia, sentia que depois dessa "gravidez" sua relação com havia fortalecido um pouco, que parecia se importar mais..
- Talvez.. - disse pra si mesmo, pensando alto. Talvez não precisasse contar, pelo menos até o casamento quando eles estivessem finalmente felizes e nem aquilo poderia deixar aborrecido.

- Ai que bom que você veio, amiga.. - puxou para um abraço, assim que a garota colocou os pés no atelier. - Vem, seu vestido está bem ali e..
- .. - disse, enquanto continuava parada. franziu a testa e virou-se novamente para a amiga. - Eu não vou poder ir ao seu casamento.
A amiga arregalou um pouco os olhos, pensamento que aquilo só poderia ser uma brincadeira. - Como assim, ? - por pouco não aumentou seu tom de voz.
- Eu sinto muito, amiga, eu realmente sinto.. - segurou em uma das mãos de , que ainda tinha seu rosto franzido. - Eu fui convidada pela Confederação de Tênis da Inglaterra para ter um treinador, patrocínios e tudo que eu quisesse pra voltar a jogar, mas isso eu só posso fazer em Gales.
abaixou a cabeça e pareceu digerir aquela informação por um minuto. - Quer dizer que você vai embora? Vai voltar pro País de Gales? - Perguntou numa voz baixa e chorosa.
balançou a cabeça afirmativamente. - No sábado, eu tenho alguns testes no mesmo dia.
encarou o chão novamente e depois abraçou fortemente. - Tudo que eu quero é que você seja feliz, amiga, não importa a onde seja.
a abraçou mais forte ainda. - Eu vou ser e eu sei que você também vai, bem lá no fundo o pode ser um cara legal e tudo que eu quero é que vocês fiquem bem.
soltou-se de , achando que só podia estar tendo alucinações ao ouvir a amiga dizer aquilo, mas deu um sorriso, enquanto algumas lágrimas caíam de seus olhos e retribuiu também vendo seus olhos despejarem algumas lágrimas. - Obrigada.. por tudo.
- Eu é que agradeço, , sem a sua amizade eu não seria nada hoje. - afirmou e abriu mais seu sorriso. - Mas isso não quer dizer que eu estou indo pra guerra, logo que eu puder eu venho ver vocês, já que eu vou estar morrendo de saudades e vocês também vão poder me visitar quando quiserem.
- Com certeza, amiga, eu não vou aguentar muito tempo longe de você. - falou e fez um "awn" e a puxou para outro abraço.
- Bom, eu ainda quero ver a reforma do seu vestido. - disse e deu um gritinho, a puxando rapidamente para dentro de uma sala.
O coração de tinha um buraco grande e fundo, mas que agora era como se tivessem o cobrido com o sentimento de que pelo menos havia feito a coisa certa.

Capítulo 47

- Cara, eu não consigo acreditar. - chutou uma pedrinha que voou e caiu no lago ali perto. - Você não pode ir, .
- Mas .. - abaixou-se para soltar a coleira de Simba e vê-lo correr por toda aquela extensão de grama do St. James.
- Não, não tem essa de "mas ".. - tentou imitar a voz de , fazendo a garota rir. - Eu vou sentir muito a sua falta.
- Você está me deixando pior, já é ruim o suficiente ir, sem me despedir direito dos garotos e você ainda fica me pedindo pra ficar.. - dizia, enquanto olhava pra baixo, visivelmente triste. Odiava despedidas, preferia apenas ficar com as pessoas de quem gostava sem saber que no outro dia não ia mais vê-las e era por esse motivo, que havia escolhido contar apenas para e .
finalmente havia percebido o quanto estava sendo dificil para ter que ir embora. - Desculpa, eu.. sei lá.. vai ser dificil sem você aqui.
- Vai ser dificil sem vocês lá também. - afirmou, levantando a cabeça e olhando para .
- Mas convenhamos, o País de Gales não é do outro lado do mundo, né? - disse, tentando animá-la. - Nós vamos lá toda turnê e.. olha, agora não precisaremos mais de hotel! - Ele exclamou, fazendo dar uma gargalhada.
- Ai, , obrigada. - disse, ainda sorrindo.
- De nada.. mas pelo quê? - levantou uma sobrancelha e riu.
- Sei lá, por ser assim, por estar me fazendo rir agora, por ser meu amigo.. por muitas coisas. - afirmou e deu um sorriso fofo com o canto da boca.
- Pode acreditar, não é nenhum esforço. - a puxou pelos ombros, abraçando a garota de lado. - Você é demais, sabia?
- Não, eu não sabia. - falou, brincando com ele.
- Então fique sabendo. - disse e avistou um carvalho, correndo para sentar sobre ele.
- E por que eu sou demais? - perguntou, sentando como índio ao lado dele.
- Porque depois de tudo que aconteceu, nós ainda estamos aqui e isso, não sei direito, mas significa pra mim. - deu um soquinho de leve no ombro dela.
- Significa muito pra mim também. - disse, dando um soquinho também no braço de e fazendo com que ele a olhasse fingindo estar bravo e atacá-la com cosquinhas.

O vestido verde bateu contra a porta do quarto. estava com raiva, aquele vestido emanava o cheiro de como se fosse o cheiro mais forte que existia. As lágrimas concentraram-se nos olhos da garota, mas foi mais forte e as segurou, havia prometido a si mesma que enquanto estivesse naquela cidade não derramaria mais nenhuma lágrima, nem por e nem por ninguém. Passou a mão debaixo dos olhos e tirou aquelas lágrimas que quase caíram, logo começando a dobrar mais algumas roupas e colocando-as em uma mala gigantesca preta.
ouviu uma batida na porta e depois de dizer um "entra" bem fraco, viu Oliver passar pela porta.
- Hey, pequena. - Oliver disse, olhando estranho para o vestido jogado perto da porta.
- Hey. - olhou pra ele, dando um pequeno sorriso e voltando para o seu trabalho de dobrar suas roupas.
- Você está bem? - Oliver perguntou, sentando-se ao lado da mala.
- Aham. - fungou. - Por quê?
- Sei lá, você.. err.. esquece. - Oliver levantou os ombros e olhou pro chão. - Obrigado, pequena, pelo apartamento.
- Ai Jess, não foi nada.. Eu só passei do meu nome para o seu nome, não é comprado nem nada. - disse, colocando uma mão no ombro dele e vendo o amigo ainda sorrir em agradecimento.
- O ligou. - Oliver começou a tentar dobrar uma blusa que estava por ali de qualquer jeito. - E disse que é pra gente ir na casa dele hoje, comer alguma coisa, assistir filme.. Só pra você ficar mais um tempo com o pessoal.
- Awn, que fofo ele. - falou, ainda prestando atenção no que estava fazendo. Estava se obrigando a não pensar que dali dois dias estaria entrando em um trem e deixando tudo pra trás.
- Pequena, cara.. você está estranha. - Oliver disse, olhando pra ela e desistindo de dobrar as roupas.
- Eu só estou tentando ser forte, Oliver, mas tudo parece querer conspirar contra mim! - exclamou, jogando as roupas na mala. Era como se estivesse esperando pra colocar tudo pra fora e aquela parecia ser uma boa hora. - Eu não estou pronta, eu pensei que quando estivesse tudo certo, eu me sentiria bem.. Mas eu não estou, Jess, deixar Londres, deixar você, deixar os melhores amigos que eu já tive, deixar.. - suspirou, sua garganta não a permitia dizer o nome de . - E-ele, está.. me machucando.
- , você não tem que ir! - Oliver levantou-se e a segurou pelos ombros. - Você não precisa ver o.. - Oliver ia dizer "", mas pensou melhor. - Aquele cara o tempo todo e..
- Não, Jess, essa foi uma decisão que eu tomei e que eu vou seguir em frente com ela, nada vai me fazer voltar a trás.. Nem essa coisa dentro do meu peito. - afirmou, como se aquela fosse a maior afirmação de sua vida e ninguém pudesse contrariá-la. Oliver entendeu isso e a soltou. - Eu vou tomar um banho e depois nós vamos pro , tá? - Ela disse, tentando um sorriso, como se explicasse pra alguma criança.
Oliver afirmou com a cabeça, passou a mão de leve pelas costas da amiga e deixou o quarto.

A campainha da casa de tocou e interrompeu as risadas, mas logo fazendo com que todos voltassem a conversar enquanto apenas se levantava e ia até a porta.
- Demorou, hein? - disse, vendo entrar na casa e tirar seu casaco grosso.
- Eu estava ATÉ agora trancada com a minha mãe naquele salão. - falou, irritada, mas logo abriu seu sorriso meigo de sempre e deu um beijo na bochecha de , não esquecendo de apertar-las em seguida, como tinha mania de fazer.
- Finalmente! - exclamou, vendo aproximar-se das pessoas ali na sala, todas sentadas no chão e com copos de bebidas nas mãos. vinha logo atrás, massageando sua bochecha.
- Desculpe, pessoal, a culpa é toda minha mesmo. - disse e sentou-se ao lado de , que a abraçou forte e sorriu.
- Onde está aquele bunda-mole do ? - perguntou, mas já sabendo a resposta. E ainda percebendo começar a mexer sua bebida, como se aquilo fosse muito mais interessante do que a conversa. Já que sabia que sabia o verdadeiro motivo de não estar ali e isso visivelmente a machucava.
- Inventou mil desculpas e hmm.. mandou vocês para aquele lugar, porque sabia que iriam encher o saco dele. - disse, sorrindo sem graça e vendo a sala explodir em risadas, já que não era costumeiro dela dizer uma coisa daquelas.
- , você tem certeza que deu o endereço certo pro cara da comida chinesa? - perguntou, quando finalmente sentou-se ao lado dela e a puxou pela cintura.
- É, , faz bem mais de uma hora que você ligou. - afirmou e sua barriga fez um barulho. - Err, viram? - E eles riram, fazendo ficar ainda mais sem graça.
Ficaram ali mais alguns minutos conversando e relembrando alguns fatos engraçados que haviam acontecido naquele ano, talvez fosse pelo final do ano chegando ou talvez fosse apenas para que pudesse reforçá-los pra sempre em sua memória.

- Amiga, eu vou ao banheiro. - avisou , enquanto levantava-se e deixava seus amigos comendo nas suas respectivas caixinhas de comida chinesa. apenas assentiu e começou uma conversa animada com sobre o casamento. Após constatar que o banheiro de visitas estava ocupado, andou até a última porta do corredor, onde ficava o quarto de . Fazia um bom tempo que não ia ali e percebeu que um dos milhares de posteres das bandas preferidas de havia dado lugar a um mural de cortiça.
Lá estava pregado, com algum tipo de alfinete, várias fotos da Polaroid de . encontrou uma sua e de jogados na grama do Hyde Park, em que ela segurava o rosto de e dava um beijo em sua bochecha. Não segurou uma risada, ao lembrar exatamente daquele dia.
Ao olhar a foto ao lado, seu coração deu uma forte fisgada. Nela estava abraçado com ela no chão da mesma sala que estava há alguns minutos atrás, com e Natalie ao lado direito deles e e do esquerdo, logo depois e . Podia jurar que tinha um de seus olhos sobre ela, bem fixo. lembrou de ter dado um tapa no rosto dele aquele dia.
Seu estômago deu uma cambalhota e colocou a mão sobre o peito, correndo para o banheiro e segurando mais uma vez as lágrimas, ainda com aquela imagem de sorrindo com o canto da boca na foto. O sorriso que era dela, que só ela se derretia inteira.
Jogou água fria em seu rosto e olhou seu reflexo molhado no espelho, sentindo seu coração ainda acelerado. Não sabia porque aquela foto havia causado esse efeito sobre ela, talvez porque dali em diante iria se tornar apenas uma memória, como aquela foto e aos poucos poderia sumir. Mas ela não queria que ele sumisse, não queria apagar o sorriso dele de sua memória ou seus olhos e principalmente tudo que haviam passado.
enxugou seu rosto na toalha e saiu do banheiro, disposta a roubar aquela foto pra si, pois sabia que não se importaria, era uma lembrança afinal, e havia percebido que precisava daquelas lembranças, mesmo que às vezes lembrar delas a machucasse um pouco.
Quando estava despregando o alfinete na foto, escutou uma voz atrás de si.
- ? - perguntou, com meio corpo pra dentro do quarto.
fincou o alfinete de volta na mural e virou-se para , sem graça. - Ei, .. hmm.. o que você está fazendo aqui?
- Bom, eu estava no banheiro, já que aquele frango xadrez não me caiu muito bem, então vi a luz do quarto acesa e resolvi ver quem estava aqui. - explicou rapidamente. podia jurar que ele estava realmente meio verde. - E você, o que está fazendo aqui?
- Eu? Não.. na-ada.. eu só.. - gaguejou, sem conseguir encontrar nada que fizesse sentido em sua mente.
- O idiota também sente sua falta. - afirmou, observando as olheiras e cara de doente de , identica as que havia adquirido nos últimos dias.
fez uma cara de confusa. - Qu-uem? - Gaguejou mais uma vez.
olhou para a cara dela com uma expressão de "você sabe muito bem de quem eu estou falando" e mordeu o lábio.
- Ele não é o mesmo, se desconcentra na hora de tocar as músicas, não quer mais zoar os outros caras, fica desligado, concorda com tudo que a fala e tem a mesma placa gigantesca colada na testa dizendo o quanto gosta de você e sente sua falta, que você também tem. - disse, com as mãos nos bolsos da calça. - Eu achei que você gostaria de saber que não é só você que está sofrendo com tudo isso.
- Eu sei que não sou só eu, . - falou, encarando outro ponto qualquer naquele quarto. - Mas pelo menos tudo está dando certo.
- Não tenho tanta certeza disso. - afirmou. - Eu vou voltar pra lá, vamos?
fez que sim com a cabeça e foi em direção a porta. Quando já estavam no corredor, voltou e puxou a foto do mural, guardando no bolso de trás de sua calça, enquanto pensava sobre o que havia falado.

- Cara, Batman é épico! - dizia a , enquanto todos já se dirigiam para a porta.
- Batman? Homem-Aranha, man, Homem-Aranha. - afirmava. - Falou, . - Deu um tapa na cabeça do amigo e mandou um dedo do meio, fazendo mandar um beijo em resposta.
passou por e deu um tapinha nas costas do amigo e Oliver fez o mesmo, enquanto e beijavam dos dois lados da bochecha dele, fazendo ficar vermelho e elas rirem, também saindo pela porta.
- Faça o topeira do te levar direitinho. - disse a , sorrindo em seguida.
- Pode deixar. - também sorriu. - Qualquer coisa, eu sei kung fu. - E aproximou-se , beijando-o por alguns segundos, mas logo acenando e indo embora.
tinha as mãos juntas e deu um pequeno sorrisinho. - Acho que isso é um adeus.
- Adeus? Dude, isso parece que nunca mais vamos nos ver.. - disse, balançando a mão. - Prefiro um: "Até mais".
riu e afirmou com a cabeça. - Até mais, .
- Até mais, . - disse, com um pequeno sorriso no canto da boca.
Num movimento rápido, jogou seus braços ao redor do pescoço dele e o abraçou o mais forte que conseguiu, quase o esmagando. a abraçou de volta, sendo inundado pelo perfume dos cabelos da menina.
Não souberam quanto tempo haviam ficado abraçados, pois só quando Oliver gritou que o táxi já havia chegado, que ela finalmente desgrudou-se de , dizendo um "tchau" bem baixinho. colocou as mãos nos bolsos da bermuda e viu a garota se afastar, acenando e entrando no táxi. Iria sentir falta daquela garota e não tinha nem palavras pra dizer o quanto.

Capítulo 48

- , você vai poder encontrar a gente? - perguntou ao telefone com . - Calem a boca. - gritou e a gritaria ao fundo dimimuiu.
- Sei lá, a vai me matar depois. - afirmou, passando pela sala e ligando a TV.
- Não é como você fosse chegar bêbado no casamento amanhã. - falou, revirando os olhos e o celular foi tomado de suas mãos.
- É, cara, se você estiver muito ruim, a gente te leva pra casa. - tentou, como se aquilo fosse algum tipo de consolo.
- Hmm.. - fez e respirou, bufando no final. - Aonde é?
- Esse é o que eu conheço! - , que havia tomado o telefone da mão de , exclamou, dando o endereço para . - , você pode trazer meu carro?
- Cara, por quê? - perguntou, calçando os tênis.
- É melhor, man, acredite. - Foi a vez de dizer, depois de ter tomado o celular da mão de .
- Tá, tá. - cedeu e desligou o telefone, abrindo a porta de casa e indo em direção a casa .

- Oooooooi. - disse, após ter entrado no apartamento de e encontrado a amiga debruçada em cima de alguns papéis.
- Amiga! - exclamou, sorrindo para e a vendo sentar-se na sua frente. - Acredita que tem gente confirmando presença HOJE?
não disse nada, apenas continuou segurando um grande embrulho na sua frente e sorrindo um pouco para . - Amiga?
levantou a cabeça e viu o embrulho, abrindo a boca e soltando um gritinho. - Cara, você não fez isso, né?
- É claro que sim, é o seu casamento oras. - afirmou e levantou-se, entregando o presente. - Abre.
rasgou o embrulho e encontrou uma caixa cheia de fotos coladas e algumas frases escritas com a caligrafia bonita de . Tirou um caderno de lá, que quando abriu, descobriu ser um scrapbook e na primeira página havia uma foto grande das duas abraçadas e embaixo estava escrito: "I'll be there for you, when the rain starts to pour, i'll be there for you like i've been there before and i'll be there for you, 'cause you're there for me too." (Eu estarei lá pra você, quando a chuva começar a cair, eu estarei lá pra você como eu sempre estive e eu estarei lá pra você, porque você estará lá pra mim também)

dirigia calmo, sem pressa alguma de chegar no pub a onde os amigos estavam. Parou no sinal e abaixou-se para ligar o rádio, deixando qualquer música da Rádio 1 tocar. Goodbye - Michelle Branch
"And i said..
(E eu disse..)
Goodbye to you, goodbye to everything i thought i knew
(Adeus pra você, adeus para tudo que eu pensei que soubesse)
You were the one i loved, the one thing that i tried to hold on to.."
(Era você quem eu amava, a única coisa a qual eu tentei me segurar..)

Mas apertou rapidamente para mudar pro CD, sem paciência alguma para aquela música e principalmente pra aquela letra. tinha alguns gostos estranhos pra música, então já esperava que começasse a tocar por exemplo a trilha sonora de Jurassic Park. Carly - Promise Of Redemption
"So now i'll say goodbye, i'm hoping and wishing this will be the last time
(Então agora eu vou dizer adeus, eu estou esperando e desejando que essa seja a última vez)
It's funny how something like this puts your life in perspective
(É engraçado como uma coisa como essa põe sua vida em perspectiva)
And then you tell me that losing a friend isn't so easy
(E aí você me diz que perder uma amiga não é fácil)
Well i figured it out.. the hard way.."
(Bom, eu percebi.. do jeito difícil..)

- Cara, só podem estar de brincadeira comigo. - bufou, mudando de música sem olhar pro rádio. Away We Go - Promise Of Redemption
"Holding on to broken hearts
(Segurando-se em corações partidos)
Memories are what's left of us.."
(Memórias são o que restam de nós..)

- E-eu nem sei o que falar. - falou, levando a mão a sua boca. - Obrigada, .
- De nada. - sorriu. - Tem mais coisa. - E ela apontou para dentro da caixa.
tirou de dentro da caixa um avental verde clarinho (sua cor preferida) que estava escrito em branco: "I'm the boss in this house" (Eu sou a chefe nessa casa) e o desenho de uma menininha sorrindo com um chapéu de cozinheira na cabeça. sabia que adorava cozinhar, mas não sabia que a amiga ia adorar tanto o presente.
- Eu amei! - exclamou, amarrando o avental em sua cintura. - Você é a melhor. - E abraçou forte. - Vem, eu vou estreiar meu avental na cozinha. - Ela disse, puxando para a cozinha.

De mal humor e já irritado, passou de música uma última vez. Aquelas músicas o estavam fazendo pensar e pensar sobre , seu casamento, sua vida, era uma coisa que ele estava forçando-se a não fazer. How Fast - Promise Of Redemption
"How fast can you have your bags packed? I'm ready to blow this town!
(Quão rápido você pode fazer suas malas? Eu estou pronto pra explodir essa cidade!)
Cause this feeling is getting too hard to explain, when it seems like months that you and i have been away
(Esse sentimento está ficando difícil de explicar, quando parece meses que eu e você estamos longe)
From each other's arms it's only been days and i,
(Dos braços um do outro são só alguns dias e eu,)
I count down seconds till these play rites will save me, from a feeling i feel that has certainly made me.."
(Eu conto os segundos até que esse ritual me salve, de um sentimento que eu sinto e certamente me faz..)

Sem perceber e contra sua vontade, sentiu uma coisa molhada percorrer seu rosto. Uma lágrima carregada de toda raiva, toda tristeza, toda saudade e todo sentimento que ele havia reprimido dentro de si. A última vez que havia chorado em sua vida fora na morte de sua avó quando ele tinha 16 anos e agora estava ali, ouvindo uma música idiota que o estava fazendo chorar e principalmente lembrar da pessoa que ele menos queria lembrar naquela hora. "Too upset to describe, how when i close my eyes, you're sitting right beside me on this bed here tonight
(Muito triste para descrever, como quando eu fecho meus olhos, você está sentada bem ao meu lado nessa cama hoje a noite)
You know Iid have to say to you, how fast can you have your bags packed?
(Você sabe que eu devo te dizer, o quão rápido você pode fazer suas malas?)
I'm ready to blow this town, friendships are less important, i'm going to feel let down
(Eu estou pronto pra explodir essa cidade, amizades são menos importantes, isso está me deixando pra baixo)
'Cause one thing, between road signs and street lights, when I shut my eyes to the world outside
(Uma coisa, entre placas e luzes da estrada, quando eu fecho meus olhos para o mundo lá fora)
It's just another thought of you and i.."
(É apenas um pensamento sobre você e eu..)

Quando deu por si, estava chorando de verdade, feito um criancinha que perdeu seu brinquedo. E tudo que pensava era o porquê de tudo aquilo, por que tinha que ser assim, por que havia sido tomada de sua vida e ele estava sendo obrigado a seguir em frente, quando tudo que ele queria era apenas ela. Ela e seu sorriso envergonhado, ela e seu cheiro natural adocicado, ela e sua pele macia e frágil, ela era tudo que ele precisava e era por isso que aquelas lágrimas ridículas ainda escorriam por sua bochecha e embaçavam sua visão, porque ela já não estava ali e não havia nada que ele pudesse fazer a respeito.
"I'm so mad that i never got to say goodbye and i all can do is sit here and wonder why you were taken from my life
(Eu estou tão bravo por não ter a chance de dizer adeus e tudo que eu posso fazer é sentar aqui e me perguntar porque você foi tirada da minha vida)
And as i count down seconds till i see you again, i've got our memories in my head
(E eu conto os segundos até eu te ver de novo, eu tenho nossas memórias na minha cabeça)
And i just can't seem to understand (so now i'll understand) how when i look into your eyes
(E eu não consigo entender (e agora eu irei entender) como quando eu olho nos seus olhos)
I could always realize that you and i could have been together for all times, you know Iid have to say to you..
(Eu poderia imaginar eu e você juntos por muito tempo, você sabe que eu devo te dizer..)

Estacionou em frente um lugar que tinha um letreiro rosa escrito "Ice, ice, baby - Strip Girls" e balançou a cabeça, como não poderia ter pensado que seus amigos iriam fazer aquilo com ele?
Porém, antes de sair esfregou com força seu rosto para secá-lo, enquanto pensava que havia uma coisa que ele podia fazer a respeito. Não que iria trazer de volta, mas que ele tinha necessidade de fazer. Contar a tudo, como havia prometido a desde o começo. Ele precisava fazer aquilo e tirar o peso que ainda carregava sobre suas costas, para poder então finalmente subir àquele altar.
- Lá vem o noivo. - Matt, um amigo dos garotos cantarolou, ao ver entrar pela porta meio confuso, com as mãos nos bolsos.
- E aí, caras. - disse, olhando uma garota descer e subir por uma barra de metal. - Onde estão aqueles filhos da mãe?
- Faaaaaaala, . - deu um tapa forte nas costas de e ele percebeu o quanto o amigo já tinha bebido.
- Idiota, você disse que era só um bar! - revidou com tapa na cabeça de , que ficou meio tonto.
- Mas é um bar, . - apareceu com uma bebida estranha nas mãos. - É sua despedida de solteiro, cara, aproveita.
- Se a descobrir, a culpa é toda de vocês, seus merdas. - afirmou, rindo e vendo que não podia vencê-los e aceitando uma Heineken de .

girou a chave da maçaneta da porta de seu apartamento, abrindo-o. Deixou suas coisas sobre a mesa da sala e lembrou-se que Oliver havia ido com Natalie ao cinema ou alguma coisa assim. Simba veio correndo ao seu encontro e ela abaixou-se, suspendendo-o.
- Está pronto pra ir amanhã, meu bebê? - Ela perguntou, tocando o focinho dele, que a olhava de boca aberta. Simba latiu. - Eu não estou. - Afirmou, suspirando e colocando-o de volta no chão, que correu para sua caminha no canto da sala de TV e aninhou-se ali.
A garota tomou uma ducha rápida e colocou um pijama quente, se encolhendo sobre os cobertores e pegando seu celular para acessar as mensagens de voz. Apertou o botão do meio e colocou no ouvido, puxando as cobertas até o pescoço e deixando as lágrimas correrem enquanto escutava a mensagem de voz de repetidas vezes até que pegasse no sono.
"Hey linda, aqui é o .. hmm.. o que vai fazer hoje? Te amo."
"Hey linda, aqui é o .. hmm.. o que vai fazer hoje? Te amo."
"Hey linda, aqui é o .. hmm.. o que vai fazer hoje? Te amo."
"Hey linda, aqui é o .. hmm.. o que vai fazer hoje? Te amo."



Capítulo 49
1ª Parte

Um nó. não era a melhor pessoa com gravatas, mas seu nó havia ficado bonitinho naquela gravata vinho. Olhou sua imagem no espelho, com seu terno Armani e cabelos cuidadosamente penteados por sua mãe, mais cedo. Estava incrivelmente bonito, pena que fosse só por fora, já que por dentro ele estava horrível e em pedaços.
Deu um suspiro longo e viu, pelo espelho, entrar pela porta de seu quarto, com um terno também preto, porém gravata cinza assim como o resto dos padrinhos (lê-se: o resto dos garotos.)

Bum. Foi o barulho que fez quando , com alguma dificuldade, havia posto sua mala no chão. Colocou uma outra mala verde de mão ao lado e foi até seu closet atrás de sua frasqueira. Uma coisa bem ao fundo da prateleira brilhava e ela apressou-se para pegar sua caixinha de jóias com medo de que pudesse realmente esquecê-la. Abriu-a e lá estavam todos seus brincos, colares e pulseiras reluzindo. Tirou a parte de cima da caixinha e no compartimento debaixo estava a foto que havia roubado de e junto a ela uma folha com bonequinhos de palito desenhados e sua cabeça e de Danny coladas com as palavras FOREVER e ALWAYS em letras maiúsculas. Que ironia. Aquilo era uma coisa que havia feito quando eles ainda se "odiavam", só para irritá-la. provavelmente estava agora em seu terno Armani e dando um nó em sua gravata, quase pronto para subir ao altar.

- Ei, cara. - disse, dando um tapa no ombro de e ficando ao lado dele no espelho. - Tu tá hot, hein?
- Cala a boca, e larga de ser gay. - deu um tapa na cabeça de que apenas riu. Eles estavam com essa mania de se estapear o tempo inteiro.
- Só não revido porque sua mãe penteou seu cabelo. - disse, colocando a mão pra não rir. - Mas, cara, eu não vim falar sobre isso.
olhou confuso pra ele e levantou os ombros como se dissesse "do que você está falando, seu louco?"
- Eu.. - pigarreou. - liguei os fatos e entendi tudo.
- Cara, você andou vendo documentários do Einstein de novo? - perguntou, franzindo a testa. sempre ficava estranho quando assistia documentários no History Channel.
- Não finge que você não sabe do que eu to falando, . - afirmou. - Sobre você e a .
A garganta de secou. Como ele havia descoberto? não poderia ter contado, ele confiava no amigo.. Então quer dizer que estava tão óbvio assim?
- Do que você está falando? - levantou os ombros e saindo de perto de para calçar os sapatos de couro.
- Eu sou esperto.. - disse, sorrindo como uma criança. - Vocês dois não brigam mais, a mudança repentina da , a cara de enterro de vocês dois e pode não parecer, dude, mas eu te conheço bem e há 4 anos e você mudou.

- Pronto. - juntou todas suas coisas num canto e deu uma última olhada por seu quarto. Sua cama de casal, seu closet, sua escrivaninha, seu móvel com TV e a janela coberta por uma persiana igualmente da cor creme como resto do quarto. Iria sentir falta daquilo que havia sido seu cantinho por todo aquele ano.
Suspirou e deixou seus ombros caírem pra trás, logo abrindo a porta e se arrastando com suas malas até a sala onde estavam Simba, Oliver e Natalie.
Quando chegou, percebeu antes de entrar completamente na sala, que Oliver estava sentado, de cabeça baixa e Natalie o abraçava, com se estivesse consolando-o.
- Acho que peguei tudo. - disse, entrando finalmente na sala e vendo os dois se levantarem rapidamente. Oliver vestia um terno com uma gravata azul marinho e estava muito bonito e Natalie um vestido de cetim frente única rosa escuro. havia ido pessoalmente entregar o convite à menina, após ter pedido desculpas por sua implicância sem motivos (bom, não totalmente sem motivos).
- Você não quer mesmo que a gente te leve até King's Cross, pequena? - Oliver perguntou, pela décima oitava vez.
- É, , nós podemos ir com você. - Natalie falou, entrelaçando sua mão com a de Oliver.
- Muito obrigada gente, mas não precisa mesmo. - sorriu. - E além do mais, vocês vão perder o casamento.
andou até Oliver e deu um sorrisinho com o canto da boca. Oliver colocou as duas mãos ao lado da cabeça de e a trouxe pra bem perto dele, colando suas testas. - Por favor, , se cuida.
balançou a cabeça afirmativamente. - Pode deixar. - E Oliver a soltou, dando um beijo no topo de sua cabeça e vendo a garota o abraçar por alguns segundos.
Natalie a abraçou forte, dizendo que sentiria falta dela e que ela havia sido uma ótima amiga.
- Bom, então eu já vou. - disse, pegando suas malas na mão de novo. - Até mais e venham me visitar assim que der. Oliver abraçou Natalie enquanto olhava andar até a porta e Simba se chacoalhar atrás dela, vendo os dois sumirem por ali.

continuou fitando , que estava de cabeça baixa e ainda fingindo amarrar os sapatos. apoiou suas mãos nos joelhos e levantou-se, bufando. - Pena que agora está tudo acabado.. Ela foi embora, , pra sempre e não quer me ver nem se eu estivesse prestes a morrer amarrado aos trilhos do trem!
arregalou os olhos como se tivesse visto um extraterrestre. - Eu, sei lá.. não acredito.. vocês dois e.. é muito estranho!
balançou a cabeça afirmativamente e deixou seus ombros caírem. - Eu amo ela. - E um sorriso formou-se no canto de sua boca.
começou a gargalhar. - .. - Mais gargalhadas. - você tem que ir atrás dela..
- Por que está rindo feito um idiota? - perguntou, franzindo as sobrancelhas.
- Eu estou feliz por você, mesmo que sei lá.. está prestes a se casar não com a pessoa que você ama, mas por ter conseguido isso, é muito legal. - afirmou, com uma cara compreensiva. - Eu posso estar parecendo uma menininha de 8ª série mimada agora, mas você tem que me dizer como isso aconteceu.
suspirou. - Bom.. - Era bom contar para agora, pois teria que fazer isso mais tarde e assim estaria um pouco mais aliviado.

Duas horas e trinta minutos. olhou o relógio pregado atrás do balcão da Starbucks e deu mais uma mordida em seu croissant. O casamento seria dali uma hora e meia e justamente a mesma hora que seu trem sairia. Olhou para Simba amarrado a um poste do lado de fora e pensou em ir logo para King's Cross, antes que todo aquele clima de Londres continuasse machucando-a. Pagou e dirigiu-se para fora do lugar, pegando Simba e fazendo com que ele entrasse naquela casinha gigantesca e fechando-o lá dentro, para depois fazer sinal para um táxi que passava na mesma hora.
Com ajuda do taxista colocou todas suas coisas lá dentro e ao sentar no banco, encostou sua cabeça no vidro, colocou os fones no ouvido e viu Londres ficando cada vez mais para trás. Aloha From Hell - Walk Away

"I can not do what i have done, i can not say what i have said
Can’t take it back, it’s a little late now, i didn’t mean to hurt you baby, in any way.."


- Caras.. - colocou metade de seu corpo pra dentro do quarto de . - está na hora. - E saiu.
e levantaram-se ao mesmo tempo. deu tapinhas amigáveis no ombro de e o garoto suspirou como se dissesse "vamos lá".
e estavam sentados no sofá da casa de , assistindo algum desenho na televisão. Estavam muito bonitos (muito mais que o normal), o que um terno, uma gravata e os cabelos penteados não faziam àqueles garotos.
Levantaram-se ao verem e descerem rapidamente pela escada e girou as chaves de seu carro no dedo, dando um sorriso sem mostrar os dentes para .
- Eu duvidei do e do , mas você tá hot mesmo, . - disse, puxando o amigo pelo pescoço e esmagando-o.
disse alguma coisa, que saiu abafada por sua cara estar prensada contra o terno de .
- , você tá estragando o cabelo que a mãe do arrumou, cara. - disse e fazendo como , se segurando pra não rir.
soltou e ele passou a mão por seu cabelo e ajeitou seu terno. - Vocês são umas bichas. - Ele repetiu o que havia dito quando estava sendo amassado por .
- Pelo menos somos bichas orgulhosas de você, man. - afirmou e viu os outros dois concordarem. não era egoísta e a cada dia esperava superar tudo o mais rápido possível, não tinha culpa e ele sabia disso.
- Vamos, antes que a chegue primeiro que você. - falou e os quatro deixaram a casa, rumando para a igreja.

viu seus pés atingirem a entrada de King's Cross e levantou sua cabeça, vendo aquela imensidão de pessoas andarem apressadas, o barulho de trens saindo e o falatório alto.
Colocou suas malas em um carrinho junto com a casinha de Simba, que havia adquirido uma cara não muito boa desde que havia sido trancado ali dentro. empurrou o carrinho e olhou o relógio gigantesco pregado bem em cima. Marcava 3:05 e seus pensamentos voltaram para . Ele deveria estar na igreja agora, mas o que passava pela sua cabeça? O que ele estava sentindo? Daria tudo pra saber. Olhou seu bilhete e sua plataforma era a 4. Avistou um banco bem em frente sua plataforma e decidiu que iria esperar ali. Sentou-se e mais uma vez colocou os fones no ouvido.

"All i wanna do is walk away, cause i don't wanna lie to you
Something in your eyes says "please don't go", but i just wanna walk away
‘Cause if i stay i'm gonna end up hurting you and i don't wanna break your heart, baby.."


As pessoas chegavam aos poucos. Lá de trás, podia ver seus pais e os pais de sentados na primeira fileira e , , , e , na parte debaixo do altar rindo de alguma coisa que havia acabado de dizer.
viu Natalie e Oliver passarem pela porta e pensou em ir até lá dar um oi ou simplesmente questioná-los até que eles falassem nem que fosse uma coisinha sobre . Mas não ia fazer isso, ia ser doloroso demais pra ele.
Tirou as mãos do bolso e deu o que era o oitavo suspiro daquele dia. Olhou em seu relógio e marcava 3:15. Bom, iria atrás de agora.
Entrou por uma porta a onde saiam e entravam várias mulheres, que tentaram impedi-lo de passar, mas não estava ligando e apenas as ignorou.
- , você não pode entrar aí, a não está pronta e você não deve vê-la. - Uma prima de disse, colocando a mão na frente dele.
- Eu vou entrar, Susan e estou pouco me lixando para estas superstições idiotas.. Eu preciso falar com a minha noiva. - falou sério e ela revirou os olhos, tirando a mão da frente dele.
bateu na porta e ouviu dizer lá de dentro "pode entrar, Suzi" e abriu a porta entrando.
estava sentada em uma penteadeira e arrumava seu cabelo. Já vestia o seu vestido, o mesmo que trouxera de Nova York, porém totalmente reformado do modo como ela queria. Seus cabelos estavam todos arrumados em um coque no alto da cabeça, preso com um arranjo e alguns fios cacheados caíam em seu rosto. Ela viu entrar pelo espelho e assustou-se, virando-se para ele.
- .. o que.. o que você está fazendo aqui? - gaguejou, desesperada. - Você está estragando tudo, nós não podemos nos ver antes do casamento e..
- .. - a interrompeu, falando calmo e sereno e fez com que ela se calasse. continuou o olhando e ele respirou fundo. - Eu preciso te dizer uma coisa que deveria ter dito há muito tempo.
levantou-se e tinha sua face contorcida, sem entender muito bem a onde queria chegar. apontou para um sofá encostado na parede e sentou-se, fazendo com que ele sentasse logo em seguida.
- Bom, o que você quer me dizer, ? - perguntou, fazendo um gesto para que ele continuasse.
- Eu não sei nem como começar isso.. - disse, passando a mão pelos seus cabelos cuidadosamente penteados. - Eu só sinto que preciso dizer.
- , você está me deixando preocupada. - o encarou, com a testa franzida.
respirou fundo e tomou toda a coragem que ele havia reunido e abriu sua boca - Lembra há uns meses atrás quando você trouxe a até aquele pub e nos apresentou ela?
- Lembro e vocês brigaram feito cão e gato logo de primeira. - disse e afirmou com a cabeça.
- Só que na verdade eu só briguei com ela aquele dia, porque não queria admitir que havia gostado dela. - desabafou e arqueou as sobrancelhas.
- Por que não?
- Porque eu achei que ela me odiasse e porque ela era tudo que eu odiava, mas diferente do que eu havia pensado, eu não a odiava de verdade. - afirmou e sentiu que não deveria interromper mais. - É confuso, mas eu achei que fosse o melhor continuar fingindo.

Três e meia. Era impressão ou as horas simplesmente estavam se arrastando? estava entedida e jurava que havia até tirado um cochilo. Mudou sua posição no banco e deixou seus pensamentos vagarem, indo parar no começo de tudo. Passando pelo pub onde conhecera e os garotos, em como queria odiá-lo por causa de , mas não conseguia e indo parar em Nova York, mas precisamente aquela noite.

"It doesn't matter what i'll say, it doesn't matter what i'll do
Can't make it right, even though i want to
I'm not gonna say that we're okay, i don't wanna lie.."


- E então nós fomos para Nova York.. - continuou e passava os olhos por ele, como se o analizasse ou tentasse descobrir alguma coisa. Aquilo o estava deixando cada vez mais nervoso. - E estava sendo o inferno ficar perto dela até que.. - E ele se calou.
- Até que.. - fez novamente o gesto para que ele continuasse.
- Nós fomos até um bar de jazz e ficamos muito bêbados, até aí estava tudo bem.. Mas o ligou e a saiu correndo e chorando e eu tive que ir atrás.. Ela estava horrível e até me abraçou.. - lembrava. percebeu os olhos dele adquirirem um novo brilho, uma coisa que ela nunca havia visto em . - Mas aí nós começamos a brigar de novo, ela me provocou até o limite e eu estava louco.. Quando percebi eu havia a prensado na parede e a beijado.
Os olhos de arregalaram-se e sentiu seu estômago revirar de nervoso e suas mãos suarem descontroladamente. - Mas não durou muito, ela me empurrou, me deu um tapa e me xingou, dizendo que nós não podíamos nunca ter feito aquilo.
- .. - sentiu as palavras saírem de sua boca sem que ela percebesse.
- E a partir desse dia tudo mudou.. Era como se meu mundo tivesse virado de ponta cabeça, como se eu tivesse a chance de começar tudo de novo, de ter uma vida nova.. Era isso que eu sentia. - O brilho voltou para os olhos dele e não sabia com o que mais estava abismada.


Capítulo 50
2ª parte:

- Eu fui atrás dela várias vezes, eu fui até Cardiff e foi só lá que eu descobri que ela também gostava de mim e que eu estava apaixonado... patético, eu sei. - deu um sorriso com o canto da boca e podia jurar que havia alguma coisa molhada concentrada nos olhos dele. - Tudo que eu preciso que você saiba , é que a foi muito difícil e falava de você o tempo todo, como tudo era tão errado... Ela sofreu muito por tudo isso e se eu pudesse voltar no tempo, faria tudo diferente... teria te contado desde o começo, mas eu era imaturo e não entendia direito.
- Eu... - começou, mas a interrompeu.
- A gosta de você de verdade e não teria feito nada disso se pudesse evitar... - disse extremamente firme, como se fosse a mais pura verdade. - Ela não teve culpa, eu fui o grande culpado nessa história toda, eu que fiz vocês duas sofrerem... Eu sou um idiota de merda e tenho consciência disso! E agora ela foi embora por nós dois, acreditando que era o melhor a fazer, mas ... - pegou nas duas mãos delicadas da menina. - Eu amo a e a cada dia que passa sem ela aqui é como se sei lá... um pedaço de mim fosse arrancado. - O brilho agora era extremamente visível. - Era isso que eu precisava dizer, mas não se preocupe porque eu ainda quero me casar com você e criar o nosso filho.
encarou os olhos dele e engoliu em seco, sabendo o que deveria dizer. - ... - Ela começou e olhou para as mãos dos dois unidas. - Eu não sei direito como explicar, mas eu tenho certeza que qualquer outra no meu lugar já teria te dado um tapa quando você começou... - E os dois riram. - Só que uma coisa me chamou a atenção... Durante todo o tempo que você falou da era como se você fosse outra pessoa, sei lá, com um brilho enorme nos olhos e isso eu nunca vi em você! É claro que eu estou muito chateada por vocês não terem me contado isso logo, mas o estranho de tudo é que isso não parece uma traição.. - fez uma pausa e respirou fundo. - Eu estou feliz por você, por essa pessoa que você se tornou e porque eu conheço a e é a cara dela se preocupar comigo, mesmo sendo apaixonada por você e eu sei que ela se preocupou.. E principalmente porque eu totalmente me imagino fazendo a mesma coisa no lugar dela. - Afirmou, se lembrando de .
ligeiramente abriu um sorriso e queria beliscar-se para ver se tudo aquilo que havia dito era realmente verdade. Mas ele sabia que era, porque era assim e ele devia ter esperado uma atitude dessas vindo dela desde o começo. - Obrigado.. eu.. sei lá cara.. obrigado. - falou, sem saber muito o que dizer. - Bom, acho melhor eu voltar pra lá e ir esperar no altar. - Ele levantou-se e apontou pra trás.
- ... - o chamou e ele virou-se novamente. - Tem uma coisa que eu também preciso te dizer.
- Pode falar, babe. - disse e a encarou sério.
- Eu não estou grávida. - afirmou e arregalou os olhos. - Eu fiz o teste no médico e deu negativo, eu ia te contar logo depois do casamento.. Eu não sei o que deu em mim, eu pensei que você fosse não sei, me abandonar..
- Pára, pára.. - pediu, vendo que ela havia ficado nervosa. - Tá tudo bem.. Na verdade eu tô até mais aliviado, não acho que eu estou realmente preparado pra trocar uma fralda. - E os dois riram.
- E então agora você pode ir atrás dela. - afirmou e deu um sorriso.
- O que.. - começou, mas sorriu, o interrompendo.
- Depois de tudo isso você acha MESMO que eu iria me casar com você? Cara, vocês dois tem que ficar juntos. - afirmou e não conseguia acreditar que estava ouvindo realmente aquilo. - Eu gosto muito de você, , mas eu não posso mais ser o motivo pelo qual vocês ainda não ficaram juntos.
abriu a boca uma vez, mas não saiu nada. Deu um sorriso grande. - , tem alguém de quem você gosta muito mais e eu sei disso. - afirmou e franziu a testa. - Alguém que você realmente merece.
sorriu e se jogou nos braços dele, enquanto a abraçava forte e sussurrava coisas fofas que um irmão mais velho diz a irmãzinha.
- Vai, vai logo.. o trem dela já deve estar saindo! - disse, soltando-se de e o empurrando para fora daquela sala.
virou-se para olhá-la e tinha um sorriso fraco nos lábios. Voltou e deu um beijo na testa dela, sussurrando um "obrigado", para logo voltar a correr.
Viu ao fim do corredor por onde corria e o puxou pelo braço para que ele entrasse ali.
- , eu preciso das chaves do seu carro. - disse tão rápido e nervoso, que as palavras saíram emboladas.
- , do que você está falando? Faltam 15 minutos pro seu casamento! - deu um tapa na cabeça dele, como se o garoto tivesse algum distúrbio.
- Confia em mim, cara. E me empresta as chaves. - pediu novamente e o olhou ainda confuso, mas tirou as chaves do bolso do terno.
- Espero que você saiba o que está fazendo. - falou, vendo voltar a correr.
- Eu nunca tive tanta certeza. - gritou e sumiu por uma porta que levava aos fundos da igreja.

"I should've told you long ago what was going on
I should've told you that me feelings were not that strong.."


suspirou com sua última lembrança, sua voz firme pronunciando as palavras que dariam origem a uma grande mentira: "eu te odeio, ", e depois a mão de soltar vagarosamente seu braço e sem conseguir ficar para encará-lo a última vez.
Queria que aquela lembrança ficasse ali com todas as outras coisas de Londres, mas era fraca demais para desgrudar-se da pessoa que havia feito essas lembranças as melhores de sua vida, a pessoa que ela amava com todas suas forças e a pessoa que nesse exato momento deveria estar no altar esperando outra pessoa que não era ela.
Levantou-se da cadeira e dirigiu-se até uma lojinha do lado do banco aonde sentava, era uma viagem razoavelmente longa até Cardiff e queria ter alguma coisa em mente para afastar todos aqueles pensamentos sobre essa pessoa.

enfiou com certa força a chave no carro e o ligou, arrancado dali o mais rápido que pode. Ele tinha menos de 15 minutos para chegar até King's Cross e impedir que entrasse naquele trem e já suava só de pensar, mas por ela.. ele faria isso.
Ao atingir o centro de Londres encontrou um engarrafamento e dos grandes. Havia alguma parada em homenagem a alguma coisa estúpida impedindo o trânsito. bufou de impaciência e percebeu que não tinha tempo para aquilo. Estacionou o carro de em frente a um McDonalds já conhecido por ele e viu um garoto estacionar uma scooter bem na sua frente. Teve uma idéia brilhante.
- Ei, ei.. - chamou o garoto que tirava o capacete. - Você pode me emprestar sua moto?
O garoto franziu a testa com uma cara de "você é louco ou está fingindo?".
- Por favor, cara, eu cometi o maior erro da minha vida e a garota que eu amo está entrando num trem de volta pra cidade dela em 10 minutos e eu preciso pará-la antes que seja tarde demais. - tagarelou e percebeu que o menino havia feito uma cara de compreensão.
- Vai lá, cara, eu terminei com a minha garota ontem e se eu posso te ajudar então.. - E ele jogou as chaves para .
- Esse carro aqui é meu, fica com chaves e se eu não conseguir te devolver a moto, você pode ficar com ele. - afirmou, não fazia idéia do que estava dizendo e sabia que poderia matá-lo se apenas escutasse ele falando uma coisa daquelas. - Mas eu prometo que em uma hora eu venho te devolver. (N/A: Só na Inglaterra mesmo pra confiar nas pessoas assim HAUAHAUAHA brinks gente :D)
- Vai lá. - O garoto fez um gesto e fez um joinha, subindo na moto e colocando o capacete, logo disparando por entre os carros o mais rápido que conseguiu.

"All i wanna do is walk away, cause i don't wanna lie to you
Something in your eyes says "please don't go", but i just wanna walk away
‘Cause if i stay i'm gonna end up hurting you and i don't wanna break your heart, baby.."


saiu de dentro da loja com duas revistas nas mãos e um copo de café. Olhou o grande relógio novamente e faltava apenas 5 minutos, percebendo que o trem já estava parado na plataforma 4 e algumas pessoas já embarcavam. Deu um longo suspiro, dirigindo-se até suas malas.

tinha sua cabeça a mil por hora enquanto via só vultos de carros passarem ao seu lado, fazendo-o quase avançar no sinal vermelho. "Ela tem que estar lá." pensava, ele sabia que se ela estivesse então significaria que alguma força fizera com que os dois mais do que nunca ficassem juntos. Mas se ela não estivesse, então ele se conformaria e saberia que tudo fora tarde demais.

"I lived a lie because we failed, i'll say goodbye because i, because i care
I wish i knew what i'm supposed to do, i wish that i could be there for you to please the pain.."


empurrou seu carrinho até um homem com um uniforme azul e um chapéu, que checou seu bilhete e deu passagem para que ela entrasse. Colocou suas malas pra dentro do trem e subiu o degrau, mas sem antes dar uma última olhada naquele lugar e finalmente parar seu olhar na porta gigantesca. Uma coisa estranha a ocorreu, que talvez pudesse aparecer naquela porta a qualquer momento. Que tolice, pensou e riu com seu próprio pensamento. estava se casando agora e seu amor por ele a permitia que, pelo menos em partes, ela aceitasse aquilo. Voltou sua atenção para suas malas, empurrando-as e carregando a pesada casinha de Simba até sua cadeira, sentando-se nela e encostando a cabeça no vidro. sentiu aquela coisa molhada a que estava tão acostumada percorrer sua bochecha, mas ela não ligava, o que importava era que finalmente estava no caminho certo.

"All i wanna do is walk away, cause i don't wanna lie to you
Something in your eyes says "please don't go", but i just wanna walk away
‘Cause if i stay i'm gonna end up hurting you and i don't wanna break your heart, baby.."


A última pessoa deixava a igreja, pelo menos foi o que pensou. Agora estava bem o suficiente para finalmente sair dali. Não que estivesse realmente triste, mas aquele era seu dia e tudo havia ido por água abaixo. Pegou seu vestido nas mãos e andou na direção que levava até a porta da igreja.
- . - A garota ouviu aquela voz que soou como uma canção de ninar para seus ouvidos. Virou-se rapidamente na direção da voz e encontrou a pessoa que queria encontrar. estava encostado, com as mãos nos bolsos da calça social e desgrudou suas costas da parede, caminhando até a garota.
ficou parada em frente a porta aberta da igreja, da onde dava pra ver o céu começando a adquirir um tom alaranjado. se postou em frente a menina e subiu seu olhar até encarar os olhos dele. já não estava mais com sua gravata e muito menos seu terno, seus cabelos estavam bagunçados, mas para ela, ele estava perfeito.
- Esperei pra ver se está tudo bem com você. - disse, levantando os ombros e logo deixando-os cair novamente.
- Hmm.. está sim. - respondeu, olhando para o lado.
- Que bom.
- É.
- .. - o chamou e ele voltou sua atenção pra ela. - Você só ficou aqui pra se certificar que eu estava bem?
- Na verdade.. - Ele pigarreou. - não.
sorriu como se dissesse "eu sabia" e cruzou os braços, esperando alguma ação da parte de .
- Eu queria pedir desculpas.. - abaixou a cabeça. - Por ter sido um idiota egoísta que não se importou com seus sentimentos.
- .. - disse mais uma vez, colocando a mão no rosto dele e fazendo com que ele levantasse a cabeça para encará-la. - Você não tem que pedir desculpas, sendo que a única egoísta aqui fui eu.
- Tá legal, nós dois fomos. - afirmou e sorriu de leve. Os dois continuaram se encarando profundamente e em silêncio.
- Bom, o que você acha de.. - quebrou aquele contato, começando a dirigir-se novamente para fora da igreja. Porém, segurou sua mão.
- Tem mais uma coisa. - Ele suspirou e olhou pra ela. voltou a sua posição inicial e abriu a boca, tomando alguma coragem que não tinha. - O me disse algumas coisas ontem, algumas coisas que realmente me fizeram pensar e eu cheguei a conclusão de que não posso e nem quero mais viver sem você, então eu vou entender perfeitamente se você não quiser aceitar depois de tudo que aconteceu, mas sempre dizem que não custa nada tentar, então.. - apalpou seu bolso e tirou de lá uma caixinha de plástico vermelha e arregalou os olhos e abriu a boca ao mesmo tempo. sorriu e se agachou, apoiando-se em um joelho e estendendo a caixinha aberta aonde havia dois anéis também de plástico, um com uma florzinha rosa e outro com uma tartaruga. - , você aceitar se casar comigo?
fechou e abriu a boca várias vezes, sem conseguir encontrar palavras boas ou que pelo menos fizessem sentido. pigarreou, sem graça pela falta de resposta dela.
- Os caras me deixaram aqui e não tem nenhuma joalheria aqui perto, apenas um fliperama, aonde eu consegui isso. - Disse, ficando ainda mais sem graça.
- , eu.. - puxou a mão dele, fazendo com que ele se levantasse. - eu aceito. - E foi para abraçá-lo e beijá-lo, mas a mão do garoto a impediu.
- Então, por que esperar? Estamos numa igreja, você está linda e temos um padre bem ali. - E apontou para frente da igreja, logo estendendo a mão para ela. sorriu e afirmou com a cabeça, segurando na mão do garoto e correndo até a frente da igreja.
Depois de conversarem com o padre e ele aceitar fazer a cerimônia, eles estavam no altar e escutavam atentamente o que o padre dizia. continuava segurando a mão de e não conseguia tirar seus olhos dele. Sempre sonhara com aquele dia, o dia do seu casamento e em seus sonhos a igreja estaria cheia, seu vestido seria lindo e estaria sorrindo feito uma boba. Mas lá estava ela agora, numa igreja vazia, vestindo uma calça jeans, camiseta e all star brancos, porém estava sorrindo feito uma boba, porque para compensar tudo ela tinha o homem de sua vida ali ao seu lado e segurando em sua mão, como se dissesse que nunca mais iria soltá-la.
- , aceita como sua legítima esposa? - O padre perguntou e sorriu, dando uma última olhada em antes de dizer.
- Aceito.
- , aceita como seu legítimo esposo?
- Aceito. - respondeu e viu abrir novamente a caixinha e tirou o anel de flor, passando sutilmente pelo dedo delicado de . Ela fez o mesmo com o anel de tartaruga, vendo os olhos de se iluminarem.
- Eu os declaro marido e mulher. - O padre afirmou e eles sorriram mais uma vez um para o outro, antes de colocar uma mão ao lado do rosto de , trazendo-a para si e selando seus lábios, num beijo calmo e cheio de amor.

(N/A: As cenas do McGuy e a anterior acontecem simultâneamente, só pra constar :D)
simplesmente jogou a scooter ao lado de um poste e colocou o capacete em cima. Disparou na direção da entrada de King's Cross e olhando para o relógio ao lado do painel a onde mostrava os trens que estavam saindo. Marcava 4:01 e o trem com destino a Cardiff vinha procedido pela palavra "deixando a estação". Correu até a plataforma de onde o trem estava saindo e foi diminuindo seus passos, quando viu o barulhento trem bem ao longe. Não chegara a tempo de impedir que aquele trem estúpido levasse o amor de sua vida para sempre e isso estava chocando contra seu peito, aonde encontrava um coração acelerado e ao mesmo tempo partido.
"Ela foi embora" e aquelas três palavras formavam a verdade que ecoava em sua cabeça, ele não tinha chegado a tempo e agora era tarde demais.

"I don't wanna break your heart.."


Epílogo.

10 meses depois.

- Está tudo bem, cara, vocês vêem pro batizado e isso que importa. - dizia ao telefone com . - Aproveitem esses últimos dias na Grécia, dude.. Ok, tá , desliga esse telefone logo seu idiota. - E tirou o celular do ouvido, desligando e enfiando no bolso.
- A e o vêem? - perguntou.
- Yep, estava começando a sentir falta daquele peste. - disse e se aproximou de , que segurava seu bebê nos braços, num raro momento em que ele não estava chorando.
Fazia apenas 2 meses que o McFly havia voltado de sua turnê para promover o último CD e da viagem à Austrália, aonde eles já gravavam o próximo CD, justamente para o nascimento de Alice e desde então e não faziam outra coisa além de cuidar e mimar aquele pedacinho de gente enrolado em um cobertor cor-de-rosa.
e estavam namorando firmes e fortes e no momento se encontravam na Grécia de "férias" e mais felizes impossível.
e haviam passado duas semanas na América do Sul como lua-de-mel, passando por lugares como Uruguai, Argentina e Brasil e haviam comprado uma casa mais no fim da rua, um pouco menor do que a antiga de , porém mais aconchegante e livre de intrusos (lê-se: o resto dos meninos).
E , bom, ele...
- Finalmente, o que estava fazendo naquele banheiro? - perguntou, vendo descer as escadas. - Ok, não responda.
- Eu estava tomando um banho, cortaram a água lá de casa. - afirmou, sem muita emoção.
- E por que você não pagou, ? - perguntou, vendo ele sentar-se ao lado dela e começar a brincar com a mãozinha de Alice.
- Eu.. hm.. esqueci. - disse, levantando os ombros. e se encararam preocupados e levantou os ombros, como se dissesse que já tinha feito tudo que estava ao seu alcance.
Desde que havia deixado a estação de King's Cross 10 meses atrás, não era a mesma pessoa. Ele era como um robô com uma bateria interminável, não conseguia se divertir de verdade, não falava muito, não se concentrava, não ria e mesmo que fingisse, seus amigos sabiam que ele estava fingindo. Passava a maioria do tempo na casa dos garotos, bebia bastante e saía com várias garotas, mas nada que passasse de uma noite. Nada que fosse chegar pelo menos perto do que acontecera entre ele e .
- , você pode ir comprar umas fraldas? - pediu, piscando para ele e tentando passar a mensagem "eu vou conversar com o e ele vai ter que me escutar".
- Ah, claro. - disse e pegou as chaves de seu carro, saindo de casa.
Alice sorria para , enquanto segurava seu dedo indicador e ele fazia algumas caretas. - Ela gosta de você. - afirmou e pareceu voltar a realidade.
- É, em pensar que eu quase fui pai, até que eu daria conta do trabalho. - disse e deu um tapa nele, fazendo-o rir. - To brincando.
- .. - falou e ele ergueu as sobrancelhas. - Eu falei com a .. - Mas antes que ela pudesse continuar, a cortou.
- Por favor, , eu não quero falar sobre isso. - falou, sério.
- Você não precisa falar, é só me escutar. - disse, como se fosse a mãe ou a irmã mais velha dele. - Eu falei com a por telefone e a chamei para ser madrinha da Alice, mas ela inventou mil e uma desculpas para não vir e eu sei que é por causa de você, ela acha que você está ótimo e que nem ao menos lembra mais que ela existe e convenhamos , você está longe de estar ótimo e muito menos a esqueceu.. - dizia, encarando-o e ele apenas olhava pra frente, como se aquilo estivesse entrando em seu cérebro. - Eu queria te pedir uma coisa que é o único jeito da voltar para Londres, o único jeito de vocês dois resolverem a bagunça que se meteram e poderem ser felizes de novo e dessa vez, juntos. - Ela parou, esperando alguma palavra de .
a olhou, como se esperasse que ela dissesse o que queria pedir e entendeu o recado.
- Eu queria que você fosse até Cardiff atrás dela. - falou séria, fazendo aquilo parecer quase uma ordem.
levantou-se, balançando a cabeça não acreditando naquilo. - , isso é insano e.. e..
- E? - levantou as sobrancelhas. - Encare os fatos, , você não tem motivos para não aceitar.
balançou a cabeça mais uma vez e abriu a porta da casa, saindo sem dizer mais nada.

- Força nesse braço, , como você espera que a bola atinja o outro lado? - Enrique gritou com todo seu sotaque inglês-espanhol.
- Enrique, você está me fazendo treinar feito uma louca, eu estou cansada. - resmungou, chutando a areia vermelha da quadra.
- Você tem seu primeiro torneio importante esse final de semana e batendo desse jeito, desculpe querida, mas você não vai vencer. - Ele afirmou e jogou uma garrafa de água e uma toalha pra ela. - Vamos parar por hoje. - Avisou e deixou a garota sozinha na quadra.
bufou e se jogou sentada no chão, com a toalha em seu rosto. Desde que voltara para Cardiff nada parecia ser igual. Não tinha Oliver há poucos metros de sua casa, na verdade não tinha ninguém pra ligar quando quisesse conversar, todos ali pareciam estranhos pra ela. Tudo que fazia resumia-se em treinos longos de tênis. A maioria de suas noites passava em claro e depois de alguns meses, nem chorar mais ela conseguia. havia ido visitá-la nos primeiros meses e ficou surpresa com toda a reviravolta que havia acontecido, desculpando-se com a amiga um bilhão de vezes até que a convencesse que estava tudo bem. Porém, não teve coragem de falar sobre como havia ficado depois de tudo, já que estava convencida de que ele com certeza estava melhor sem ela e que ela não esperava vê-lo vir atrás dela. Resumindo, sua vida estava longe de ser considerada feliz, mas ela havia escolhido aquilo e sabia das conseqüências.

Era sábado de manhã. colocava algumas roupas em uma pequena mala e puxou o zíper. Não sabia ao certo porque estava fazendo aquilo, mas era como se uma força maior o estivesse obrigando e indicando o caminho certo, talvez aquilo fosse só sua consciência. Olhou seu celular e viu que havia duas mensagens, uma de dizendo: "Cara, eu sei que isso é difícil, mas você simplesmente deve fazer a coisa certa e eu e os caras nos preocupamos contigo, seu merda, então dá um jeito de melhorar sua vida e se pra isso você precisar correr até Cardiff agora, então vai logo. xx" e a outra de : "Escuta o , e isso é uma fala do também xx".
Iria fazer o que todos estavam pedindo, mas não prometia que iria voltar com um sorriso enorme no rosto e a mão de entrelaçada a sua.
Quando chegou até King's Cross, quase teve vontade de voltar, todo aquele clima o fazia lembrar de alguns meses atrás e como havia saído dali quase um vegetal e como ainda se sentia assim. Mas respirou fundo, não sabia se reencontrar o faria bem ou não, mas ele precisava tentar.
Entrou no trem e a viagem passou quase num piscar de olhos, já que passou o tempo inteiro retirando lembranças antigas, muito bem enterradas, que havia passado com a garota e na maioria das vezes se sentia feliz ao lembrar delas. Pegou o primeiro táxi que viu e indicou o endereço da casa de . Bom, e se ela não estivesse morando mais lá? E se ela estivesse casada e feliz com um jogador de tênis metido, morando numa bela casa?
"Larga de ser idiota, é da que estamos falando." pensou, um pouco alto. Podia ter passado 10 meses, mas nunca esqueceria cada detalhe dela e só poderia ser louco de pensar na garota casada.
puxou seus cabelos pra frente, numa tentativa de arrumá-los e apertou a campainha.
- Pois não? - Um senhor de terno atendeu a porta.
- Eu gostaria de falar com a . - disse, pigarreando sem graça.
- Quem está aí, Harold? - pode ouvir a voz familiar de Nora, mãe de . - , mas que surpresa, querido.
- Olá, senhora . - sorriu. - Eu estava procurando a .
- , eu.. hmm.. não sei.. - Nora gesticulava, tentando encontrar um jeito para dizer que não era uma boa ideia.
- A senhora deve saber o que aconteceu e eu realmente queria ter a chance de conversar com ela. - disse e olhou pra baixo, voltando seu olhar para a mulher novamente. - Eu não estou convencido que está tudo acabado ainda. - E aquelas palavras simplesmente foram cuspidas de sua boca, sem pensar muito.
- Bom, ela tem um torneio de tênis mais tarde e deve estar treinando agora. - Nora disse e deu um sorriso pra ele, como se passasse confiança. - Você deveria ir até o club.
- Obrigada, senhora . - disse e sorriu com o canto da boca.
- Nora, querido, por favor. - Ela afirmou, dando um leve tapinha no ombro dele.
- Nora. - repetiu e acenou, começando a correr pela rua.
corria como se sua vida dependesse disso, via os vultos de carros e pessoas passando por ele e provavelmente o encarando torto. Mas seu destino não era o club de tênis e sim a baía de Cardiff. Não sabia o que era, mas tinha quase certeza que estava lá, era como se algo o avisasse, algum pressentimento. Passou o Roath Park quase voando e quando finalmente deu por si estava no pier que levava até a praia. Foi diminuindo seus passos e percebeu que além das pessoas que cuidavam dos barcos, não havia mais ninguém na praia. Será que mais uma vez seria só ele e seu desapontamento? Ele e sua esperança esmagada com um rolo compressor?
Abaixou a cabeça e começou a andar pela praia, sem um pingo de entusiasmo e jogou-se no chão, colocando sua cabeça nas mãos e respirando fundo. Quando abriu seus olhos novamente, viu a sua frente dois pés calçados em tênis brancos. Afastou-se e começou a levantar-se, subindo seu olhar por duas pernas extremamente bonitas, que logo foram cobertas por uma saia azul claro, que vinha prosseguida de uma regata azul marinho (assim: roupa), até chegar nos ombros cobertos por cabelos levemente esvoaçantes e para logo dar lugar àquele rosto que ele sentira tanta falta, mas que continuava vivo em sua memória exatamente como estava ali na sua frente.
- Oi. - soprou, quase inaudível.
- Oi. - respondeu, levando sua mão esquerda até seus cabelos. - Sua.. hmm.. mãe disse que você tinha um torneio hoje e estaria no club.
olhou pra baixo e voltou o olhar pra ele. - Então, por que você está aqui?
- Porque é assim que deve ser, não é? Praias, nós sempre acabamos nelas. - afirmou, ainda mexendo em seus cabelos.
- ..
- .. - Os dois disseram ao mesmo tempo e sorriram logo em seguida.
- Eu sei que a preferência é sempre das damas, mas eu preciso dizer isso.. - E deu um passo pra frente, ficando mais perto dela. - Nós poderíamos continuar nesse gelo todo e eu simplesmente te convenceria a ir para Londres ser madrinha da Alice, mas.. - E sentiu que de algum jeito ele havia ficado ainda mais perto. - Nós dois sabemos que não é só isso e eu só percebi no momento que pus os olhos em você de novo, é como se meu sangue voltasse a correr nas minhas veias, eu pensei que viver sem você seria fácil, seria melhor para nós dois, mas passa longe disso.. - E ficou a poucos centímetros dela e tocou seu ombro. - , você é a minha luz, a força que eu preciso para agüentar qualquer coisa e mesmo depois de todo esse tempo eu me sinto exatamente como me sentia antes, eu ainda sinto que você é e sempre vai ser a única pessoa que eu amei.
Por incrível que pareça, não tinha lágrimas nos olhos, mesmo com seu coração passando dos 100 batimentos. Não tinha palavras, não tinha expressões, não sabia o que fazer.
colocou a mão no outro ombro dela. - Eu só precisava que você soubesse disso. - E retirou suas mãos dos ombros dela, dando alguns passos pra trás.
No maior impulso que pode dar, deu um passo pra frente e levou suas mãos ao pescoço de , abraçando-o. E era exatamente o que ela devia fazer, não poderia deixá-lo ir novamente, tudo que queria era tê-lo daquele jeito, ouvindo seu coração bater no ritmo do dele, sua pele quente e macia, seus corpos colados e a certeza de que ele não iria embora.
sentiu envolvê-la com um braço pela cintura e o outro levar até o pescoço da garota, fechando os olhos e deixando ser levado por aquele momento que ele tanto esperou.
Poderiam ter passado minutos, horas, dias e até meses que os dois não iriam perceber. Ficariam abraçados pela eternidade se pudessem, apenas sentindo a presença um do outro e a certeza de estarem juntos. Mas afastou-se ligeiramente, ainda mantendo seus rostos e corpos praticamente juntos, mas o suficiente para que encarasse nos olhos.
- Obrigada. - afirmou, olhando fundo nos olhos dele. Viu as sobrancelhas do garoto erguerem, em confusão e sorriu. - Obrigada por vir atrás de mim, obrigada por ser você e fazer com que eu te ame, obrigada por dizer as coisas certas e que eu precisava ouvir e finalmente obrigada por isso.. - E ela apontou para os dois e seus corpos unidos no abraço. - É totalmente inexplicável.
- Não precisa explicar. - afirmou e aquele sorriso maravilhoso brincou no canto dos seus lábios. Não precisava explicar, os dois sabiam E sentiam, ninguém mais precisava saber além deles.
Com uma simples troca de olhares e sem precisar explicar ou dizer alguma coisa, eles sabiam o que vinha em seguida. tirou a mão que envolvia o pescoço da garota e escorregou até seu rosto, segurando-o delicadamente. Os olhos dos dois fecharam-se ao mesmo tempo e como se aquilo fosse sincronizado, seus rostos se aproximaram para que finalmente seus lábios se tocassem.
Se antes os batimentos cardíacos de passavam dos 100, agora ela poderia ter quase um infarto. Sentiu seu coração ir até a garganta, ao passo que passou a língua por seus lábios e ela finalmente deu passagem para que aquele beijo começasse. E começou devagar, calmo, como se eles precisassem se conhecer ainda e aumentou gradativamente sua velocidade, no momento que puxou pela cintura ainda mais pra perto. Mas mesmo assim eles não tinham pressa, tudo que queriam era um ao outro e aquele momento, em que só eles existiam no mundo e viviam para sempre presos ali. Era maravilhoso o sentimento que explodia no coração deles, o sentimento de que poderiam ficar juntos, que um era o que o outro precisava, não a metade da laranja ou a tampa da panela, mas a força, a luz, o porto seguro, a razão para continuar vivendo.

O céu londrino não amanhecera azul, o que já era de se esperar. Era uma manhã de sábado nublada, com um sol encoberto e ventava. As ondas da praia ali estavam um pouco agitadas, mas era um som gostoso de ouvir, porém nada que acalmasse .
- Cara, suas mãos estão tremendo e não é por causa desse vento. - afirmou, arrumando seu cabelo pelo que devia ser a quinta vez.
não respondeu em seguida, olhou para suas mãos e elas estavam realmente tremendo e suavam. Mas ele sorriu, achando graça em seu nervosismo. - É. - E voltou a sorrir, prestando atenção na casa abandonada lá atrás.
revirou os olhos e desistiu de alguma possibilidade de papo com , começando a conversar com . Os primeiros acordes do piano começaram a ser tocados (Sentimentos - A Bela e A Fera) e e Oliver cutucaram e para que eles prestassem atenção. tinha seus olhos fixados no começo daquele tapete vinho.
e apareceram lado a lado, com sorrisos enormes e vestidos iguais segurando um pequeno buquê de rosas brancas e cor-de-rosa claro, iguais as que separavam as cadeiras do corredor. As duas chegaram até o altar e piscaram para os garotos, rindo um pouco de que ainda parecia estar em algum tipo de transe e postaram-se no lado oposto à eles, a esquerda do juiz de paz, junto com e Natalie.
arrumou seu vestido e respirou fundo, fechando os olhos e deixou seus ombros caírem. Seu coração estava em sua boca e pulsava como um louco. Viu seus pés tocarem o tapete vinho e levantou a cabeça, olhando para frente e vendo todas as pessoas ali levantarem-se bem na hora que sua parte favorita da música que havia escolhido começou a soar. Seu pai estendeu o braço para ela, com um sorriso satisfeito no rosto e ela balançou a cabeça, sorrindo com canto da boca. Deu seus primeiros passos e avistou a pessoa que precisava naquela hora para lhe dar forças. No momento que colocou seus olhos em e ele tinha um enorme sorriso e olhos brilhantes, seu coração acelerou mais ainda, mas dessa vez não era de nervoso e sim felicidade. Um sorriso involuntário surgiu em seu rosto e sua vontade foi quase de correr até o altar, mas já que seria maluquice, apenas continuou sorrindo para as pessoas até que seu pai beijou sua testa e entregou sua mão a .
Uma troca de olhar bastou para que os olhos dos dois brilhassem ainda mais, transparecendo felicidade. sorriu para , com o canto dos seus lábios e ela retribuiu, sem nenhum esforço, vendo entrelaçar seus dedos aos dela e trazê-la para o seu lado.
A música terminou e todos sentaram-se novamente para que a cerimônia começasse. O juiz de paz começou seu discurso e olhava fixamente para ele, prestando atenção em cada palavra, enquanto não conseguia tirar seus olhos dela e muito menos o sorriso de seu rosto. Não conseguia pensar em outra coisa, apenas que dali alguns segundos seria sua para sempre.
levantou uma pequena almofada de onde retirou uma aliança, ficando de frente para e segurando sua mão delicada entre seus dedos.
- Eu, .. - O juiz de paz começou por ele.
- Eu, .. - repetiu e começou a passar a aliança pelo dedo de , olhando fixamente nos olhos dela e vendo-os se encherem de lágrimas. - aceito não só como minha esposa, mas como minha companheira, meu amor, meu porto-seguro, para amá-la enquanto eu viver e estar ao lado dela, segurando sua mão e olhando em seus olhos para sempre, respeitá-la em todos os sentidos e se depender de mim nem a morte irá nos separar mais. - E terminou de passar a aliança, vendo sua garota com as bochechas rosadas e lavadas por lágrimas.
- Eu, .. - repetiu junto com o juiz, também começando a passar a aliança pelo dedo de . - aceito para ser a pessoa em que eu irei segurar a mão e olhar nos olhos, que será o motivo de cada dia feliz da minha vida, que irei amar com cada parte de mim e que serei eternamente grata por estar para sempre ao meu lado. - E deu um pequeno sorriso, enquanto passou seu dedo polegar pela bochecha dela, sorrindo também.
O juiz de paz assentiu para os dois, declarando-os marido e mulher. deu um passo para frente e colocou os cabelos da garota para trás, segurando seu rosto, enquanto se apoiava no ombro dele para que seus lábios pudessem se tocar carinhosamente e apaixonadamente.
os afastou sutilmente e pode ver seu rosto divertido e vitorioso, talvez até presunçoso e convencido. Mas não adiantava, ele nunca perderia esse jeito dele e ela devia admitir, se não fosse por ESSE jeito de ser, bom, ela nunca teria se apaixonado.
Os dois viraram-se para frente e logo encontraram os braços estendidos dos amigos e família. olhou para baixo e viu que segurava firme em sua mão, e não evitou um sorriso, pensando na palavra seu marido relacionado com o nome de .

- O que você está pensando? - perguntou, vendo segurar sua mão e brincar com a aliança. Depois do casamento, seus amigos e famílias insistiram em fazer uma pequena comemoração na casa de , já que desde o começo nenhum dos dois quisera uma coisa muito grande. No momento os dois se encontravam no quintal da casa, num raro momento que eles finalmente puderam ficar a sós.
levantou a cabeça e a olhou, dando um risinho. - Em como eu queria que essas pessoas finalmente fossem embora, pra gente..
- ! - impediu que ele terminasse.
- O quê? - a olhou com a cara de cachorrinho. - Cara, você está muito linda nesse vestido, eu só quero ficar com a minha mulher. - E ele começou a beijar o pescoço dela, fazendo rir.
- Faaaaaaala pombinhos.. Ei, arrumem um quarto poxa. - enfiou-se no meio dos dois, fazendo com que eles se assustassem e pulassem pra trás.
- Dude, tu é um idiota mesmo, né. - empurrou a cabeça de , que mandou dedo pra ele e sentou-se na outra espreguiçadeira.
virou-se e viu e de mãos dadas vindo na direção deles, , e mas atrás e Oliver e Natalie.
Logo todos estavam sentados nas espreguiçadeiras, em volta de e . - É hoje que nós não ficamos sozinhos. - disse para .
- , não pense que é por que você está casado que vai se livrar da gente. - falou.
- É, cara, experiência própria. - também disse, puxando para sentar-se em seu colo.
- Pára, nós não queremos nos livrar de vocês. - afirmou, dando um sorriso. - Vocês são os melhores amigos que alguém poderia querer.
Todos fizeram "awn" e apertou uma bochecha dela.
- Nós que estamos felizes por você estar de volta, , isso aqui não era nada sem você. - disse e viu eles balançarem a cabeça.
- Principalmente esse traste que agora você chama de marido. - disse e mandou língua pra ele.
olhou ao seu redor. Viu cochichar alguma coisa no ouvido de , fazendo-a rir. Viu arrumar a camisa de , que há essa altura já estava toda amarrotada, enquanto ele a olhava fazer isso. Viu e entretidos em uma conversa sobre lagartos gigantes. Viu Natalie brincando com os cabelos de Oliver, enquanto ele beijava sua bochecha. E finalmente viu a pessoa ao seu lado, segurando sua mão e prestando atenção em cada movimento seu. ainda tinha os mesmos olhos brilhantes de mais cedo e neles ela finalmente tinha encontrado sua paz. Depois de tantas coisas, tudo estava perfeito e ela tinha um pressentimento que aquilo duraria, desde que tivesse todas aquelas pessoas sempre com ela. Sem perceber um sorriso formou-se em seu rosto.
- Que foi? - perguntou baixinho, para que só ela ouvisse.
beijou a bochecha dele e ficou a poucos centímetros de seu nariz. - Acho que todos conseguem seu "felizes para sempre" e o meu é com certeza mais do que eu mereço.
- Acredite ou não, , estarmos juntos e ter todos esses pestes ao nosso lado é um ótimo "felizes para sempre" e você merece cada parte dele. - afirmou e sorriu com o canto dos lábios. também sorriu e o abraçou. Ficar em seus braços sempre seria a melhor sensação do mundo, era a certeza de que tudo ali estava certo e que isso não era um fim, mas um ótimo começo para todas aquelas dez pessoas "felizes para sempre" ali.


Fim.



Mensagem da Autora:
*Suspiro* Ai. Terminar ao som da música da bela e a fera, não deu muito certo. Ainda é difícil pra mim acreditar que eu finalmente consegui chegar ao final de Believe Or Not, é díficil pra mim colocar em palavras tudo que eu queria dizer aqui, mas bom.. vamos lá.
É o tão esperado (será?) fim dessa fic e eu espero muito que tenha agradado à todas vocês, antes de ser publicada no FFADD, Believe Or Not era apenas mais uma fic pra mim, mais uma que eu escrevia sem saber se um dia eu ia terminar, sem saber se um dia alguém iria ler. Mas depois de todo esse longo percurso até aqui e todas as coisas maravilhosas que eu recebi de vocês, Believe Or Not parou de ser uma fic pra mim e passou a ser uma fic pra vocês, que passam horas lendo esse monte de coisa que sai dessa minha cabeça meio louca, que pedem por atualização, que falam as coisas super fofas sobre a fic e ainda conseguem me deixar com os olhos brilhantes e um sorriso no rosto a cada comentário. E esse fim eu queria dedicar à muitas pessoas, mas antes de tudo, esse fim é pra vocês, que depois de três anos (isso, faz exatamente 3 anos que eu escrevo essa fic :D hihih) ficaram aqui comigo até a última palavra ser escrita. Obrigada pessoal, vocês não sabem a importância que essa fic teve na minha vida, não foi mais uma qualquer.. com ela eu descobri muitas coisas, descobri que eu pertenço à isso, que o que eu gosto de fazer mesmo é escrever e não é a toa que final de ano tá aí e a faculdade de cinema que me espere, principalmente a parte de roteiro, por que depois de Believe, se ser roteirista não for certo pra mim, eu não sei mais HAUAHA :D Cara, vocês me ajudaram muito, todo o apoio foi muito importante e palavras não seriam o suficiente para agradecer, de verdade.
Queria agradecer à todas as pessoas que me ajudaram com a fic, as meninas que por meio de Believe viraram essenciais pra mim! Pat¹, que sempre me ajudou quando eu impacava e me dava as melhores idéias e ainda escreveu a coisa mais linda que é EL :'D. Tuanny, quem diria que um comentário seu aqui e uma mensagem no myspace iriam virar essa amizade, hein? Um mês depois estou eu batendo na porta da sua casa pra passar um final de semana, ai saudades :'). Lívia, meu amorzinho que sempre me ouvia lendo parte de Believe pra depois falar: "Pat, tá liiiiiindo, amei amei amei" mesmo quando ela dormia enquanto eu lia. May, que é minha jones preferida e eu AMO ter altos surtos jones com ela. Marcella, que apesar de tudo vai ser pra sempre a fletcher da minha vida :D. Queria agradecer à todas as minhas betas, cara, desculpe o trabalho que eu dei pra vocês, é impossível agradecer o suficiente, vocês foram demais :D Obrigada Van, por betar Believe até aqui :) Obrigada todas as fofas que lêem Believe à eras tipo a Cah, as que me adicionaram no orkut, no msn, no myspace, gente vocês são muito foda (ops, ah mais são mesmo!) serião, eu repito: não tenho palavras pra agradecer!
Bom, queria MUITO agradecer à minha musa inspiradora (cara isso foi gay, hein?) J.K. Rowling, se não fosse por você ter criado o Ron e a Mione, tia Jô, Believe Or Not com certeza NUNCA teria existido.
E por fim, mas nunca menos importante, queria agradecer à eles.. é, àqueles quatro rapazes que enchem nossos corações de alegria por serem as melhores pessoas do mundo *-* principalmente se não fosse por Tom, Harry, Dougie e Danny e por eles formarem essa banda chamada McFLY, eu nunca estaria aqui hoje escrevendo essa nota. Eles com certeza nunca vão ler isso, mas que fique registrado: Obrigada meus lindos, por existirem, por serem vocês, por fazerem essa música foda que vocês fazem, por virem ao Brasil e por nos fazerem felizes e nos darem a oportunidade de escrever fics sobre vocês, a onde nós podemos fugir para esse mundo que é só nosso :D E contra a minha vontade, eu preciso agradecer à um deles em especial: Daniel Alan David Jones, é rato, se não fosse por você a minha inspiração maior, se não fosse pelo tanto que eu odeio te amar e essa minha brincadeira de fingir que te odeio, quando na verdade você é minha vidinha, né? de novo, nada disso aqui existiria. Obrigada, Danny, você é meu muso (pronto, admiti mesmo.) AHAUAH :]
Caramba, isso aqui ficou enorme! É, realmente eu me empolgo. Mas então eu vou ficando por aqui, ando pensando seriamente em mais pra frente escrever uma segunda parte de Believe como shortfic, só pra matar as saudades que eu sei que vão ser muitas pra mim. E algumas pessoas me perguntaram se eu tenho outras fics no site ou se já to escrevendo outras, bom, no site eu só tenho essa mesmo, mas já estou escrevendo uma (eu sou uma viciada, meus dedos tremem se eu fico muito tempo sem escrever, é sério) e eu não sei ainda quando eu vou conseguir mandar ela pro site, porque como eu disse a vida de último semestre de uma pessoa no terceiro ano é MUY DIFICIL, tenho um vestiba dia 27 agora na anhembi, então :/ torçam pra que eu passe, que se eu passar com certeza uma fic que tem a ver com a religião judaica (aham, é isso mesmo que vocês leram!) tá chegando aí :) (nossa, que coisa mais nerd isso i.i) É isso, pessoal, não se esqueçam de todo mundo deixar sua opnião sobre o final, seja elogio, crítica, puxão de orelha, qualquer coisa, eu quero muito saber o que vocês acharam *-* como eu disse, é muito importante :D Amo vocês, pessoal, obrigada por tudo. Beijão.
xx Patrícia.
"Everybody knows the end, when the curtain hits the floor and everybody knows the end, don't wanna get there wishing that you given more? It's not over, till it's over, so how do we begin? When everybody knows the end.."

(Se quiserem falar comigo, jogar um papinho fora, criticar, elogiar, é só mandar um email, adicionar no orkut, no myspace ou no MSN, ok tchurma?)
Ah e se quiserem me seguir no twitter, é só ir hein: @_patsi ;)




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