Believe or Not
por Patrícia J.


Capítulo 36

"Pensei que você havia prometido nunca mais me deixar, você não está cumprindo sua promessa."
null leu a mensagem e rapidamente passou a mão pelo rosto para enxugar uma lágrima que havia escorrido e fechou o flip do celular.
- Tá pronta, amiga? - null colocou a cabeça pra dentro do quarto de null e viu a amiga se assustar e levantar a cabeça. - Você estava.. chorando? - E ela entrou dentro do quarto.
- Nã-ão.. - null desconversou, balançando a cabeça. - Eu só quase enfiei o lápis no meu olho. - E ela sorriu fraco. - Vamos?
- Vamos sim, o null já está super impaciente, você sabe como é mulher de TPM. - null brincou e null riu dela, enquanto saíam do quarto.
- Finalmente. - null levantou os braços, vendo as garotas aparecerem na sala.
- Bem vindo ao clube, amigo. - Oliver disse, vendo null confirmar.
- Você vai, Jess? - null perguntou e o amigo negou.
- Ir ao shopping com vocês? É suicídio, eu não agüento. - Oliver afirmou. - Boa sorte, null.
- Valeu, mate. - null fez um "high five" com Oliver. - Eu vou precisar.
- Ok, até mais Oliver. - null e null disseram juntas e mandaram beijinhos para o garoto, enquanto null ia atrás delas e fechava a porta.

null bufou pela quinta vez. Estava na casa de null e eles haviam passado a tarde inteira assistindo filmes de ação daqueles bem sangrentos e que o garoto adorava. Não estava agüentando mais, mas null parecia nem perceber o quando ela estava entediada. Passou os olhos pela casa de null, até parar em uma pequena bolsinha preta em cima de uma estante.
- null, aquela bolsa é da null. - null disse, franzindo a testa e indo até a estante. null finalmente pareceu acordar e sentiu sua garganta ficar seca.
- Err, faz algum tempo que tá aqui, ela.. hmm.. deve ter esquecido algum dia que veio. - null falou tudo muito rápido, impressionando-se por inventar uma desculpa tão rápida. null havia esquecido a bolsa no dia que havia dormido lá e null simplesmente não conseguia ignorar aquilo, sempre que olhava pra bolsa, lembrava ainda mais dela.
null abriu a bolsa e viu que havia algumas maquiagens e cartões de crédito. - null, por que você não me avisou? Está cheia de coisas dela aqui.
- A Anna tava limpando e guardou, pensou que fosse sua. - null voltou seus olhos pra TV, tentando mostrar indiferença.
Olhou da bolsa para null. null queria tentar uma coisa, queria ter certeza sobre seus sentimentos por null, precisava saber se ainda o amava e se queria prosseguir com a sua vida do jeito que estava. Andou vagarosamente até o garoto, colocando sua mão sobre o ombro dele e em seguida, sentando-se no seu colo.
null se assustou e olhou para null com a testa franzida, enquanto ela passava a mão pelos seus cabelos. - null, o que.. - Mas null colocou o dedo sobre a boca do garoto, impedindo ele de falar.
- Acho que eu e você concordamos que esse filme já perdeu a graça. - null sussurrou, fazendo uma voz sexy.
- Mas.. - null tentou.
- Shh.. - null fez, sorrindo e se inclinando até que sua boca ficasse a milímetros da de null. - Eu.. sinto sua falta. - E dizendo isso, o beijou. O beijo havia começado devagar, mas à medida que null puxava os cabelos de null, ele era obrigado a aumentar a intensidade. Fazia muito tempo que eles não se beijavam assim e null sentiu uma sensação estranha. Era como se ele estivesse beijando sua irmã ou uma amiga muito próxima. Não havia mais o desejo ou a vontade de nunca mais desgrudar. null não causava mais nada nele, apenas alguns arrepios, coisa que qualquer mulher causaria em um homem. Mas seu coração não batia forte e sua cabeça não estava trabalhando rápido, ele estava apenas.. beijando.
A garota, por outro lado, ainda sentia alguma coisa batendo forte em seu peito. Sabia que tudo que ela sentia por null desde que o conheceu não podia sumir assim tão fácil. Não sabia se queria agradecer por isso ou não. O que ela havia passado com null era uma coisa nova, um sentimento novo. Ela sentiu seu coração bater extremamente acelerado aquela noite, suas pernas bambearem, seu corpo tomar choques elétricos, coisa que há muito tempo ela não sentia. Apenas não sabia qual sentimento era maior e com certeza havia ficado mais confusa.
- E elas me fizeram experimentar umas duzentas calças.. - null ia dizendo, enquanto, comnull, invadia a casa de null. - Hey, vão se pegar no quarto! - null e null se separaram rapidamente e os dois tinham as bocas vermelhas e roupas amassadas.
- Já ouviu falar em privacidade, null? - null perguntou, jogando uma almofada nele.
null levantou-se do colo de null e ficou parada, visivelmente corada. Levantou devagar a cabeça e encarou null. Ele a encarava de volta, com uma expressão firme e ela pode ver as veias em sua têmpora saltar.
- Sua sala é pública, meu amigo. - null jogou de volta a almofada nele. - Hmm.. Desculpa, null. - Ele franziu a testa, vendo que a garota havia ficado quieta.
- Err.. Não tem problema, não, null. - null deu um sorrisinho. - Então, vocês não vieram aqui só pra cortar o clima, né? O que houve?
null andou até eles, que agora dividiam um dos sofás e se jogou no outro. - Nop, nós não viemos só assistir vocês darem uns pegas..
- Vai ficar parado aí, null? - null perguntou, vendo null parecer acordar ao ouvir a voz dela.
- Ahn? É.. não. - E null andou até o sofá onde null estava e sentou-se.
- Depois eu falo que esse menino é louco e vocês discordam. - null disse, balançando a cabeça e null jogou uma almofada na cabeça de null, que jogou de volta.
- Hey! - null pegou a almofada que null havia tacado de novo. - Menos, tá? - E os dois fizeram bico.
- Então, como eu estava dizendo.. - null começou, tentando parecer sério. - Caras, faz uma semana que Star Girl está entre os primeiros nas paradas e nós nem comemoramos..
- Pra quem quebrou 3 costelas, você tá muito saidinho, hein, null? - null brincou e null mandou dedo pra ele.
- É pelo null, o cara tá um caco e a gente precisa fazer alguma coisa sobre isso. - null falou, levantando os ombros. - Ele não quer fazer nada, então a gente resolveu arrastar ele.
- Mas a null.. - null começou, mas null balançou a cabeça.
- Não adianta, ele não quer falar com ela. - null afirmou. - Então, hoje à noite no Blue Post, vai ter uma bandinha legal.
- Nós levaremos o null. - null falou, levantando-se com null. - E a null topou ir. - null parou de brincar com os dedos e olhou para null, havia sentido sua respiração falhar ao ouvir o nome dela.
- Ótimo então, nós vamos. - null disse e deu um sorriso. - Né, null?
- Ah.. é, vamos sim. - null balançou a cabeça freneticamente em afirmativa.
- Até mais, continuem o que vocês estavam fazendo. - null gritou, enquanto ele e null saíam.
- Então, aonde nós estávamos? - null colocou as mãos dos dois lados do rosto de null e o virou para ela.
- Desculpe, null, mas eu preciso tomar um banho e eles quebraram totalmente o clima. - null disse, rolando os olhos e se levantando.
- Ok, eu vou pra casa então. - Levantou-se também. - Você passa lá depois? - E null balançou a cabeça, afirmando. null deu um selinho nele e saiu da casa.
null encheu o peito de ar e soltou. Estava feliz, finalmente poderia ver null de novo, mas tinha null, era como se ele tivesse que protegê-la, mas quem na verdade estava fazendo mal à ela, era ele próprio. null estava certa, isso estava tomando grandes proporções e ele odiava como tudo tinha que ser. Balançou a cabeça e se dirigiu para o banheiro, lá ele esfriaria a cabeça.

- Fique pronta. - null disse ao telefone com null.
- null, eu já entendi. -null respondeu, saindo do banho enrolada em uma toalha.
- Eu vou passar aí às 9, então fique pronta. - null disse mais uma vez, rindo depois.
- Se você disser isso mais uma vez, eu vou te socar. - null também riu e null gritou histericamente "fique pronta" e null desligou na cara dele, ainda rindo.
Passou a toalha pelo cabelo, vendo esse escorrer pelo seu rosto em seguida. Abriu o guarda-roupa e sentou-se na cama, examinando as pilhas e mais pilhas de roupas que ela tinha ali. Pegou uma bata prata frente única e balonê, uma calça jeans escura e bem justa, uma bota preta e uma casaco preto, null não estava com a mínima paciência para se enfeitar muito. Secou o cabelo rapidamente e tentou, sem muito sucesso, fazer com a chapinha algumas ondas em seu cabelo.
- Oliver Hatcher, o que você está fazendo ainda assim? - null gritou, ao chegar na sala e notar que o amigo estava de shorts e assistindo tv. - Anda, levanta essa bunda daí e vai se trocar, o null vai passar aqui em meia hora.
- E-eu acho que não vou. - Oliver afirmou, levantando vagarosamente a cabeça para olhar para null. - Você sabe que eu estou gostando da Natalie e ter que vê-la com o null não é nada.. - Ele suspirou. - É, eu não vou mesmo.
- Jess.. - null começou, indo se sentar ao lado dele. - Eu te entendo, na verdade eu te entendo muito bem, mas eu acho que nós deveríamos ir sim, por mais ruim que seja. - Ela disse, mas pra si mesma do que para o amigo. - E afinal é bem melhor do que ficar em casa comendo Pringles até morrer e assistindo o canal de propagandas. - E eles riram juntos.
- Ok, você me convenceu. - Oliver pulou do sofá.
- Dois minutos, hein? E não demora! - null gritou pra ele, enquanto Oliver corria pro banheiro gritando de volta "também te amo!"
Quarenta minutos depois estavam null (dirigindo) e nullnos bancos da frente, null, Oliver e null (ainda resmungando) nos bancos detrás do carro. Os garotos conversavam e faziam piadas para tentar animar null. null apenas balançava a cabeça, rindo baixinho. Ligou o rádio e deu um gritinho.
- Eu amo essa música! - E indireitou-se no banco, batucando na perna o ritmo da música. - "And baby don't follow their lead, cause you'll never know just how the story ends or how the story goes.. And you.. are.. so.. confused! And baby it's just like you to say anything else!"
- Desde quando você gosta de Cartel, null? - null franziu a testa, enquanto a encarava cantando. - Sempre pensei que seu ídolo fosse o Nick Carter. - E ele gargalhou de seu próprio trocadilho.
- HA-HA, muito engraçadinho! - null mostrou a língua pra ele. - Isso é influência de vocês E a música deles é muito boa. - Ela disse, sem parar de se mexer. Na verdade era null que simplesmente não havia parado de falar o quanto a música deles era boa e que null tinha que ouvir e agora as músicas deles sempre lembravam ele. - "Oh, i'm here to say that you're the star you wanna be.." Vai, null, sua vez! - E null fingiu passar um microfone invisível pra ele. null balançou a cabeça, rindo.
- Just open up.. - null começou, olhando pra ela e null o incentivou a continuar. - and look inside and you will see, yeah!"
-"Someday you'll sing it out loud.. - Os dois cantaram juntos. null fingia que tinha um microfone e balançava a cabeça freneticamente. null se remexia um pouco no banco e batucava em sua perna. - One day this will make you proud.. Whoa oh, "I know..." - Eles olharam um pra cara do outro e depois gargalharam. - Whoa oh.."
- Ei, Simon Cowell diz que vocês são horríveis. - null brincou e null mandou um dedo pra ele.
- Finalmente algum senso de humor, null! - null virou-se para trás, piscando pra ele.
- Tá me xavecando? - null entrou da brincadeira, fazendo uma cara de desacreditado.
- Ah não, só agora que você percebeu? - null disse, rindo depois.
- null, ela tá me xavecando! - null cutucou o amigo, fazendo uma cara de assustado e null mandou beijo pra ele.
- Cara, se eu fosse você investia. - null tentava segurar o riso. - O que você acha, Oliver?
- Com certeza. - Oliver afirmou, balançando a cabeça.
- Hey, hey! - null chamou a atenção deles. - Parem com as gracinhas, nós chegamos.
- Você não consegue negar que sente ciúmes dela, meu amigo. - null disse, colocando uma mão no ombro de null, quando eles já estavam fora do carro.
- Eu não estou com ciúmes da null. - null afirmou, vendo null abraçada a null e Oliver, enquanto eles iam na direção do pub.
- Aham e meu nome é James Bond. - null rolou os olhos.
null olhou pra baixo e depois encarou o amigo de novo. - É.. tão óbvio assim?
- Escrito na sua testa. - null respondeu e null suspirou. Sabia que ainda sentia uma coisa bem forte por null, mas não desconfiava que era tão visível assim. Ela terminou com ele porque disse que gostava de outro, afinal, a onde esse “outro” estava agora?

Capítulo 37

- A onde estão a null e o null, afinal? – null perguntou, enquanto eles esperavam na fila pra entrar.
- Do jeito que eu e o null encontramos eles hoje, é bem provável que eles nem venham. – null brincou. null tentou disfarçar com um sorriso, mas null nem ao menos fez isso.
- Eu nem sei por que eu vim, estava bem em casa. – null disse, bufando.
- É claro, null, você e as Tartarugas Ninjas. – null falou, rolando os olhos e null deu um tapa na cabeça dele.
- Falando neles. – Oliver falou e eles se viraram vendo null e null chegarem.
- Vocês deviam ter demorando mais um pouco. – null disse irônico e levou um pedala de null.
- Amiga, faz anos que eu não te vejo! – null exclamou, abraçando null.
- Então, estava com saudades. – null falou, dando um sorriso para a amiga. Até que seus olhos finalmente encontraram os de null, que conversava com null, mas olhava pra ela. Seu coração quase furou seu peito, de tão incrivelmente rápido que bateu. Pareceu que eles se olharam por várias e várias horas, mas não passou dois segundos e Oliver chamou a atenção de null.
- Jess, eu pareço uma menininha apaixonada. – null disse baixo, escondendo seu rosto nas mãos.
- Por que você não vai e conversa com ele? – Oliver tentou, olhando de canto de olho pra ela.
- É claro.. “null, me da licença que eu vou conversar com seu namorado, ok”? – null cochichou, revirando os olhos e Oliver riu dela.
- Vamos entrar. – E ele pegou no braço dela.
O lugar estava razoavelmente cheio, com certeza dali algumas horas estaria completamente lotado. Eles encontraram algumas mesas vazias num lugar ao lado de um palco e se sentaram.
- Eu vou pegar bebida, alguém quer? – null ofereceu e null, null e null levantaram as mãos.
- Vou te ajudar, cara. – Oliver disse e se juntou a null, indo na direção do bar.
Sentaram null, null com null ao lado de null e null.
- Então, o que você andou fazendo por toda essa semana e não podia me encontrar, null? – null brincou, fingindo estar brava.
- Meu trabalho está uma loucura, milhões de projetos para serem entregues, estou quase pirando. – null respondeu, suspirando. – Me desculpa? – Ela fez beicinho. – O que você queria me dizer, hein?
- Não era nada.. – null abanou o ar, lembrando-se que queria conversar sobre null. - Se você aceitar tomar um café comigo amanhã está tudo resolvido.
- É claro. – null sorriu fraco. – Hmm.. null? – E o garoto a encarou. – Você não disse que estava doido pra dançar? – Ela perguntou, apontando a cabeça para onde as pessoas dançavam.
- Eu não.. – null começou, mas null articulou as palavras “por favor, null”. – vejo a hora. – E ele sorriu amarelo, levantando-se.
- Nós também vamos, certo, null? – null pediu, segurando a mão dele.
- Hmm.. – null olhou para null de novo, sentindo aquelas borboletas fazerem festa em seu estômago. – Ok.
- Você vem, null? – null perguntou, pondo a mão no ombro dele.
- Vou ficar por aqui. – null afirmou, fazendo um joinha.
null puxou null até o meio da pista e null e null ficaram um pouco atrás. Ela começou a dançar a música animada que tocava e null apenas balançava um pouco no ritmo.
- A null.. – null começou e null olhou pra ela. - sente a sua falta, null.
null balançou a cabeça. – Não adianta, ela não vai querer me ouvir.
- Você sabe que nunca vai dar certo se você não mudar. – null afirmou, ainda dançando.
- Ela não merece um cara como eu, eu sou um idiota. – E ele deu um sorriso fraco, vendo null rir.
- Você não é idiota, null e você ama a null, só precisa que ela saiba disso. – null disse, pondo a mão no ombro dele.
- Você tem razão. – E null puxou null, esmagando a garota num abraço e bagunçando o cabelo dela, fazendo os dois rirem. – E quanto ao null, o que você vai fazer? Por que ficar olhando pros lados procurando por ele, não vai adiantar em nada.
null congelou e arregalou os olhos. – E-eu não sei do que você está falando, null. – E voltou a dançar.
- O null me contou. – null falou. – E o cara está realmente apaixonado por você, em 4 anos, eu nunca vi ele assim. – E ele balançou a cabeça. – É uma grande confusão que vocês se meteram, mas pelo que ele me disse tudo isso vale a pena.
null queria gritar. null estava falando a verdade. null estava falando a verdade. Todas suas inseguranças pareciam ter sumido, era como se ela precisasse ouvir aquilo. Mas tudo isso a fez lembrar que havia ignorado null por uma semana e que eles NUNCA conseguiam acabar bem, que ela não fazia idéia como tudo aquilo iria dar certo.
- null? – null estalou os dedos perto dos olhos dela.
- Ahn? – null levantou o rosto, acordando. – null, eu.. vou ao banheiro, não precisa me esperar. – E saiu, andando muito rápido pelas pessoas, sem perceber que havia passado correndo por null e null e fazendo o garoto se perguntar por que ela havia corrido assim.
Havia uma área externa dentro do pub e null encontrou alguns bancos onde pode sentar-se. Enterrou seu rosto nas mãos e depois passou pelos seus cabelos. null olhou pra cima e viu null andando até ela.
- Acho que a noite está sendo tão boa pra mim quanto pra você. – null brincou, sentando-se ao lado dela.
- Hey, null. – null disse, olhando pra ele.
- Alguma coisa errada? – null perguntou, franzindo a testa.
- Na verdade, tudo. – null respondeu, soltando um suspiro. – Mas graças a Deus você não tem nada a ver com isso.
- Hmm.. Ok, eu vou fingir que entendi. – null fez uma careta e eles riram juntos. – Eu sinto sua falta, sabia?
- null, você sabe que pode me procurar sempre que quiser conversar. – null disse, pondo a mão em cima das mãos dele, que estavam juntas.
- Eu não estou falando desse jeito. – null falou, abaixando a cabeça.
- null, eu.. – null começou e ele levantou a cabeça. Ela pode ver que seus olhos brilhavam de esperança. Doía seu coração vê-lo assim. – Eu realmente acho que você merece alguém muito melhor que eu, você é tudo que qualquer garota pode querer!
- Não adianta nada se a garota que eu realmente quero, não me quer! – null exclamou, um pouco irritado. – Eu pensei que nós pudéssemos ser apenas amigos, mas não dá.. Eu.. ainda não te esqueci.
- Então acho melhor eu ficar longe.. – null disse, levantando-se. Odiava mortalmente a si mesma naquela hora, mas sabia que pelo menos aquilo ela estava fazendo certo. – Você precisa de um tempo pra parar e ver que a garota certa pra você, está aí bem do seu lado. – E ela mais uma vez correu pra longe dali.
null bufou e jogou sua cabeça pra trás. – Eu não sei o que eu faço.
- Ei, garoto estranho que fala sozinho, posso sentar aqui? – null ouviu alguém dizer e abriu os olhos, vendo uma garota entrar em foco. Seu estômago deu uma cambalhota. Aquela era a garota com quem ele sonhou por todo tempo que ficou em coma, ele tinha certeza. O rosto, o cabelo, até o vestido ele tinha certeza ter sonhado. – Ok, entendi, você só fala sozinho, é isso? – Ela riu, mas ele continuava com os olhos grudados nela. – Tudo bem, eu não me sento se..
- Não, espera! – null pediu e a garota franziu a testa. – Pode sentar.
- Ok, você é realmente estranho. – Ela brincou, dando um sorriso. – null. – E ela estendeu a mão.
- null. – Ele apertou a mão dela. – Desculpe por.. agir estranho. – E ela deu um risinho.
- Tudo bem, você não parece tão estranho agora. – null disse e null soltou um suspiro de alívio, fazendo ela rir de novo. – Acho que a banda vai começar, você não vai querer entrar?
- Ná, prefiro ficar aqui contigo. – null sorriu e null corou.
- Ok.. Então null, você já pulou de bungee jumping? – Ela perguntou e os dois engataram em uma conversa sobre esportes radicais.

- Eu quero ficar aqui o resto da noite. – null disse, sentando-se ao lado de Oliver na mesa e cruzando os braços.
- Tem certeza? – Oliver perguntou e viu a garota balançar a cabeça pra cima e pra baixo. – Tudo bem, pequena, mas.. hmm.. acho que você deve falar com o null.
- Oliver, eu não posso.. É bem melhor do jeito que está. – null afirmou, mais pra si mesma do que para o amigo.
- Então ele vai continuar olhando pra você. – Oliver falou, apontando para o bar. null virou-se para ver null, null e null sentados no bar, cada um com um copo de alguma bebida na mão. null olhava fixamente para null, sem mover se quer um cílios. No momento em que seus olhares se encontraram, null desceu do banco e andou até a mesa, tropeçando um pouco em seus próprios pés.
- null.. – null disse, quando estava de frente para a garota. null olhou para os lados, nervosa.
- null.. – null quase sussurrou, olhando pra cima e amaldiçoando-se logo depois, já que ele estava extremamente perto.
- Eu te disse que não ia suportar, você precisa voltar pra mim. – null exclamou, parecendo irritado. Dava pra perceber como ele tinha um alto índice de álcool correndo pelas suas veias.
- null, nós nunca vamos dar certo juntos se não resolvermos tudo, você não vê? – null queria de uma vez por todas, puxa-lo para um abraço e dizer que tudo iria ficar bem.
null suspirou fundo. – Eu odeio ter que ficar perto de você sem poder fazer nada, nem ao menos te olhar, eu... – Ele olhou para baixo e respirou mais uma vez. – Eu preciso de você.
null queria chorar, por que ele fazia isso com ela?
null apareceu ao lado de null e null sentiu seu coração saltar pela boca. – Vocês não estão brigando, certo? – Ela perguntou, olhando para os dois.
- Não, por incrível que pareça, o null estava sendo bem civilizado me contando sobre a vida dos macacos. – null respondeu, tentando sorrir e fazer uma cara de “seu namorado está bêbado e é louco” para null.
- Nunca pensei que um dia fosse ver isso. – null deu um largo sorriso.
- Obrigado pela parte que me toca. – null fez um joinha. – Vamos pra lá, babe?
null deu um beijo na bochecha dele e o puxou pra longe dali. null apenas suspirou, ao mesmo tempo que queria dizer a null que nunca iria abandona-lo, queria também sumir para que null e null ficassem juntos como deveria ser se ela nunca tivesse aparecido.

Oliver, null, null e null estavam em pé, de frente para o palco que agora havia virado um karaokê e muitas pessoas assistiam. Eles zombavam de um cover horrível de Johnny Cash que um cara havia acabado de fazer.
- Nós vamos receber agora.. – Um homem que parecia comandar o karaokê disse ao microfone. – null null.
- O quê? – Os quatro disseram juntos e depois null, null e caíram na gargalhada.
- Ele não vai fazer isso. – null falou, ainda rindo e eles viram null subir no palco.
- Ele vai, meu amigo. – null afirmou, balançando a cabeça sem acreditar.
Algumas garotas gritaram ao vê-lo parar diante o microfone e levantar a mão (que não segurava uma bebida) numa forma de aceno.
- Olá para todos.. – null disse ao microfone e algumas pessoas aplaudiram e gritaram. – Eu provavelmente vou me arrepender disso amanhã, porque meus amigos vão fazer questão de me zoar, mas vamos lá.. – E lhe entregaram um violão.
null apareceu ao lado dos quatro, com uma cara de incrédula. – Meu noivo é doido. – Ela disse, sorrindo. null abaixou a cabeça.
- “It's only been a day, but it's like I can't go on, I just wanna say I never meant to do you wrong! - null começou, seguido por uma melodia bonita que ele tocava no violão. - And I remember you told me baby: something's gotta give, if I can't be the one to hold you baby, I don't think I could live”
Era nítido que null não tirava os olhos de null, bem ali em baixo. A música era pra ela.
- Não acredito que ele está cantando uma música nova. – null bateu em sua própria testa.
- Não seja chato, null, a música é linda. – null afirmou, batendo palmas. null bufou, por que ela estava sendo assim com ele?
- “Now I'm so sick of being lonely, this is killing me so slowly.. – As pessoas batiam palmas no ritmo da música e estavam gostando. - Don't pretend that you don't know me, ‘cause that's the worst thing you could do! Now I'm singing such a sad song, these things never seem to last long, something that I never planned, no, help me baby, I'm so sick of being lonely..”
null olhava para null ali em cima e sua cabeça trabalhava tão rápido quanto seu coração batia. Tudo que ela sentia era que havia apenas ela e ele naquele lugar, tudo se resumia aos dois.
- “Your stuff's in my house, so many things I can't ignore, your clothes still on the couch, yeah, your photo's on my freezer door! And I remember you told me baby: something's gotta give, if I can't be the one to hold you baby, I don't think I could live..”
null cantou mais uma vez o refrão e finalizou a música sobre muitas palmas. – Obrigado, eu queria dedicar essa música à pessoa mais incrível que eu já conheci, à minha menina, o meu sol depois de vários dias de chuva..
- null, faz alguma coisa! – null sussurrou entre dentes para null. Ela sabia que null sabia que a música era sobre ela, null estava bêbado demais e com certeza faria besteira.
Quando null estava quase dizendo o nome de null e null estava ali ansiosa, null assoviou e puxou outra salva de palmas, gritando para que null saísse logo dali.
- Você é pirado, null. – null gritou, enquanto null ria.
- Vamos pra casa, sweety, você não está bem. – null disse, quando null apareceu perto deles.
- Eu estou bem. – null afirmou e olhou com o canto de olho para null, que passou a mão pelo braço, abaixando a cabeça.
- A onde está o null? – Ela perguntou, tentando disfarçar.
- Ele se vira, vamos embora. – null disse e todos concordaram em ir.


Capítulo 38

null deu mais uma gargalhada e null riu baixinho.
- É sério. – Ela afirmou, mas não conteve o riso novamente.
Os dois caminhavam pela rua, pois null havia insistido em levar null até sua casa quando ela dissera que iria a pé, pois não era longe do pub.
- Tudo bem, eu acredito em você. – null disse assoviando e levou um tapa de null.
- Você é um chato.
- Sou? – null fez beicinho.
- Só um pouquinho. – E null fez um gesto com os dedos.
- Você já sentiu como se conhecesse uma pessoa há anos? – null perguntou, andando de frente pra ela.
- Eu.. – null fingiu pensar. – não sei, por quê?
- Porque parece que eu te conheço, não sei da onde e nem de quando, mas eu tenho esse pressentimento. – null disse, dando de ombros e null parou de andar. Será que ele sabia?
- Acho que não, eu sou original, babe! – null falou, dando um peteleco no nariz dele.
- Tudo bem, você não entenderia mesmo e me acharia um lunático. – null chutou algumas pedrinhas, agora ficando ao lado dela de novo.
- Eu já te acho um lunático.. – null falou rindo e null mostrou a língua pra ela. – Teste-me.
- Não, outro dia eu te conto. – null disse, abanando o ar.
null parou de andar mais uma vez, eles estavam em frente à uma casa.
– Isso quer dizer que nós vamos nos ver de novo?
null mordeu o lábio inferior.
– Você vai me esquecer, deve ter vários carinhas no seu pé.
null riu.
– Não seja bobo. – E abriu sua bolsinha, tirando um batom de lá. – Me dá sua mão. – E null estendeu a mão pra ela. null anotou alguma coisa na mão dele. – Até mais, anãozinho. – E beijou de leve a bochecha dele, mas logo entrando dentro de casa.
null olhou para sua mão escrito o telefone dela e passou a outra mão pela bochecha que null havia acabado de beijar, sorrindo em seguida.

- “Because I'm bad, I'm bad, come on, bad, bad-really, really bad, you know I'm bad, I'm bad, you know it..” - null praticamente gritava, enquanto entrava dentro de casa, totalmente bêbado.
- Shh, null, quer acordar os vizinhos? – null falava baixinho, fechando a porta atrás de si.
- “And the whole world has to answer right now, just to tell you once again..null andou até null e a puxou pela cintura. - Who's bad?”
Ela gargalhou, já que também havia ingerido algumas quantidades generosas de álcool. – Hmm.. Você quer terminar o que nós começamos mais cedo?
null mordeu o lábio, não estava pensando muito bem, chegava a se sentir tonto. Viu null segurar seu rosto, aproximar seus lábios e começar a beijá-lo intensamente.
O rosto de null não saía da cabeça de null, enquanto null a conduzia até o sofá, mas ela apenas o beijava ainda mais, como se quisesse apagar null de lá.
null estava agindo por total impulso, como se tivessem o ligado no automático e o próprio não tinha nenhuma consciência do que estava fazendo. Deitou null sobre o sofá, se postando por cima dela, enquanto sentia a garota desabotoar sua camisa. Foi aí que um flash de sobriedade o tomou, fazendo com que null parasse de beijá-la.
- null, eu.. – null começou ofegante, suspirando e olhando pro lado.
- O que aconteceu, null? – null perguntou, puxando o rosto dele pra si.
- Eu não posso. – null cuspiu as palavras, estava com tudo entalado na garganta e precisava contar pra ela.
- Não pode? Por quê? É alguma coisa comigo? – null perguntou, baixinho.
- Não, é só que.. – null começou, mas null o cortou.
- Está tudo bem.. – Ela segurou dos dois lados do rosto dele. - Eu sei que pode fazer algum tempo que não fazemos isso e que estamos bêbados, mas null, eu realmente sinto sua falta. – E o beijou, dando uma mordidinha no lábio inferior do garoto.
null deu um suspiro e arrancou sua camisa, jogando-a em qualquer canto. null sorriu satisfeita, apesar de sua cabeça estar confusa e seu coração estar repleto de sentimentos. Ela chamou null com o dedo e o garoto riu com o canto da boca, inclinando-se para beijá-la novamente, enquanto ela tirava sua blusa.

Eram mais de 10 horas e devia fazer quase uma hora que null rolava na cama. Na verdade, não tinha conseguido dormir bem a noite inteira. null não desgrudava de seus pensamentos, mais precisamente a imagem dele cantando pra ela na noite anterior. Sentia falta dele, odiava admitir que sentia. Continuava repetindo pra si mesma que precisava fazer alguma coisa sobre tudo aquilo e ignorar null não era a solução, de jeito nenhum.
null sentou-se na cama e apoiou os cotovelos nos joelhos, passando a mão pelos cabelos e fazendo um coque frouxo. Olhou para o lado e viu seu celular sobre a mesinha de cabeceira, então esticou-se para pega-lo e discar o número do celular de null.

O sol entrava pela veneziana, fazendo null abrir os olhos. Remexeu-se na cama e sentiu alguém do seu lado, passou a mão pelo rosto, tentando se lembrar o que havia acontecido na noite anterior, mas desistindo quando sua cabeça começara a latejar forte. Abriu mais os olhos e percebeu que quem estava ali era null. Levantou-se rapidamente, mas tentando não acorda-la, procurando novamente se lembrar o que havia acontecido. Eles haviam ido pra casa dele e começaram..
- Ai não. – null resmungou, batendo em sua própria testa. Não devia parecer errado ele acordar ao lado de sua noiva, mas na situação em que se encontrava, aquilo parecia ser completamente horrível.
De repente seu celular começou a tocar e vibrar em algum lugar do quarto, até ele se lembrar que havia deixado no banheiro e correr até lá antes que null acordasse.
- Alô. – Ele disse ao telefone, um pouco ofegante por ter praticamente voado até o banheiro.
- null. – null quase sussurrou e null abriu um largo sorriso.
- Você não sabe como é bom ouvir sua voz. – Ele falou e null já pode sentir seu coração começar a bater acelerado e suas bochechas esquentarem.
- Como você está? – null perguntou, bem devagar.
null encostou-se na bancada da pia e respirou fundo. – Com saudades.. Você está acabando comigo me ignorando assim.
null fechou os olhos. Por que eles simplesmente não podiam marcar de se encontrar e tudo ficaria bem? As coisas eram tão injustas. - Eu sinto muito, null.. Eu.. Tudo vai ficar bem.
- Como? Quando? Eu não agüento mais esperar, null. – null exclamou, observando null ainda dormir. Seu coração deu uma pontada. null era sua vida, mas não podia ferir null. Nunca!
- Eu não sei! – null também exclamou. – Só não dá mais pra levar as coisas escondidas, null, nós não somos crianças! – Ela suspirou e passou a mão pelo rosto. – Eu estive pensando, nós podemos contar juntos pra null, eu sei que vai ser a pior coisa que eu vou fazer, mas ela precisa saber.
- Eu acho melhor não. – null disse e desligou, vendo null se mexer na cama. null escorregou o celular vagarosamente e o encarou. O que estava acontecendo?
- Bom dia. – null disse, quando null chegou perto dela. Ele deu um sorriso fraco. – Algum problema, babe?
- Não eu.. – null tinha a cabeça longe dali. – Não é nada.
- Ok. – Ela sentou-se e beijou a bochecha dele. – Quer ir até o Starbucks tomar café?
- Na verdade, eu preciso resolver algumas coisas com o CD.. – null falou, levantando-se e vestindo uma calça jeans qualquer. – Mas posso te deixar lá.
- Eu posso ajudar? – null perguntou, apesar de saber que as coisas que ele iria resolver eram com as músicas e isso ela quase nunca se intrometia.
- Dessa vez não. – null afirmou, vestindo uma camiseta.
- Tudo bem meu homem ocupado, eu ligo pra null. – null disse, levantando-se da cama.
null congelou, será que null contaria a null sobre a noite anterior? Não queria magoar a garota, mas o que ele podia fazer? Aquilo realmente estava ficando fora de controle e se ele não fizesse alguma coisa, aquilo iria acabar muito mal.

- Jess, vou sair. – null gritou da porta e Oliver apareceu na sala.
- A onde você vai, Robin? – Ele perguntou, vendo que ela tinha olheiras nos olhos.
- Não sei, eu.. – null respirou fundo. – Eu realmente não sei, Batman.
- Você vai ficar bem? – Oliver perguntou novamente, passando a mão pelo ombro dela.
- Eu espero que sim. – null afirmou, tentando dar um sorriso fraco.
- Então me espera, eu vou sair também. – Oliver disse, correndo pro quarto.
- Com a Natalie? – null perguntou, seguindo ele.
- Não, com o null. – Oliver revirou os olhos, vestindo uma camisa. – É claro que é com a Natalie.
Patrícia mostrou a língua pra ele. – E como vocês estão?
- Normal, ela nem desconfia que eu gosto dela e eu continuo no papel do amigo. – Oliver deu de ombros, calçando o sapato. – É bem melhor assim, não quero me meter numa confusão igual você.
- Sorte sua. – null fez um joinha.

- Você tem certeza que não quer ficar, null? – null perguntou à null, enquanto eles estavam estacionados em frente à Starbucks.
- Tenho, nós precisamos de uma última música pra terminar o CD e eu preciso ver se consigo alguma coisa. – null afirmou e null sorriu, aceitando.
- Até mais. – null deu um beijo rápido nele e saiu do carro.
null respirou fundo e acelerou o carro.

Fazia exatamente uma hora que null estava numa mesa ao lado da janela e completamente sozinha. null não atendia o celular e isso a estava deixando irritada, por quanto tempo mais elas ficariam afastadas?
Ouviu o sininho da porta tocar e instintivamente virou-se naquela direção, vendo a figura de null aparecer ali. Seu coração começou a pular, como sempre fazia quando null estava em um recinto e teve quase certeza que as pessoas ali puderam ouvi-lo também.
- null! – Ela gritou e viu ele virar-se e começar a andar até ela. Por que diabos havia feito aquilo? No mínimo ele devia estar furioso com ela, tudo que ele sabia era que ela tinha um sentimento muito forte por ele e mais nada, ela havia parado de falar com ele desde então.
- Oi. – Ele disse, um pouco seco.
- Quer se sentar? – null ofereceu, tentando um sorriso.
- Não sei se eu quero. – null deu de ombros, ainda com aquele tom seco.
null abaixou a cabeça, null estava realmente bravo com ela e ele tinha motivos pra isso.
- Você está furioso comigo. – null disse em tom de afirmação e não de pergunta.
- Eu tenho motivos pra isso. – null também afirmou, finalmente se sentando de frente pra ela.
- Eu sei que tem. – null agora brincava com os dedos, não queria que ele ficasse assim com ela, não mesmo.
- Que bom que você não pensou que podia me beijar, dizer tudo aquilo, despertar um sentimento que eu já tinha esquecido pra depois se afastar e pensar que estava tudo bem. – null disse, olhando pro lado.
- Eu sinto muito, null! – null exclamou, rapidamente. – Eu realmente sinto! Tudo que eu disse era verdade, eu não me arrependo de nada, pelo contrário.. – Ela deu um suspiro e agora tentava falar mais devagar. null ainda encarava a rua, sem olhar pra ela. – Eu só preciso de um tempo pra me decidir, colocar as coisas no lugar e.. Droga null, você pode pelo menos olhar pra mim?
- Eu vou esperar. – null disse e pela primeira vez ele olhou fundo nos olhos da garota. null sorriu com o canto da boca, adorava o olhar dele.
- null, eu não.. – Mas null a calou, colocando seus lábios sobre os dela. Agora sim null tinha certeza absoluta que o coração dela batia para que todos ouvissem.
null se afastou vagarosamente. – Eu não me importo, eu já esperei desde o dia que te conheci, mais algum tempo não é nada. – E ele deu um sorriso largo. null não hesitou em sorrir involuntariamente com ele. Piscou pra ele e levantou-se, desaparecendo pela porta.
null olhou as horas, precisava fazer uma coisa e não podia esperar mais, mesmo que tudo não desse certo no final, ele sabia que Natalie merecia alguém bem melhor que ele, alguém que estava mais perto do que ela imaginava.

Capítulo 39

null o carro ao lado da casa abandonada, já sentindo a brisa vinda do mar. Pegou seu violão e saiu do carro, olhando na direção da praia e percebendo alguém sentado ali.
Conforme ele andava, ele podia ver quem era. Um sorriso formou-se no seu rosto. Era null. Ela estava linda naquela paisagem, usando um vestido azul clarinho, mesmo que o vento gelado de novembro brincasse com seus cabelos. null tirou o violão da case e se aproximou mais ainda da garota, se postando atrás dela. Oasis – Songbird.
- “Talking to the songbird yesterday, flew me to a past not far away..”null começou a cantar e tocar, fazendo null virar-se rapidamente pra ele. Ele tinha um sorriso lindo no rosto enquanto cantava. – “She's a little pilot in my mind, singing songs of love to pass the time.”
null levantou-se e ficou de frente para null. – null..
- “Gonna write a song so she can see, give her all the love she gives to me..”null continuou. A música era linda. Ele estava lindo. null não conseguia conter o sorriso, seus olhos brilhavam. Como havia sentido falta dele, não tinha nem forças pra pensar em outra coisa a não ser que amava aquele garoto. - “Talk of better days that have yet to come, never felt this love from anyone!”
null tirou uma mão das cordas e passou pela bochecha de null, enquanto ela fechava os olhos. Eles estavam muito próximos, tudo o que os separava era o violão de null. – “She’s not anyone, she’s not anyone, she’s not anyone..” Canta comigo! – Ele pediu.
null sorriu balançando a cabeça negativamente, null mostrou a língua pra ela.
- “A man can never dream these kinds of things..null começou novamente e null o seguiu, cantando também. - Especially when she came and spread her wings, whispered in my ear the things i'd like, then she flew away into the night..”
null continuou tocando e deixou que apenas null cantasse. – “Gonna write a song so she can see, give her all the love she gives to me..null tocou o nariz de null e ele riu. - Talk of better days that have yet to come, never felt this love from anyone!”
- “She’s not anyone!” – null praticamente falou e null sorriu com o canto da boca.
- Acho que eu precisava disso. – null afirmou, enquanto null colocava o violão de lado. – Afinal, nós somos melhores que o Liam e o Noel. – E eles riram. (N/A: Acho que provavelmente todo mundo sabe, mas Liam e Noel são integrantes do Oasis :D)
- Desde que eu seja o Liam. – null disse, levantando os ombros.
- Não, null, eu sou o Liam. – null pôs as mãos na cintura.
- Tem certeza? – null olhou dela e apontou a cabeça para o mar.
- Te-enho. – null disse meio devagar, vendo null fazer uma cara de que estava prestes a começar a correr atrás dela. – null, o Noel também é legal, vamos lá.. – Ela dizia, mas null começava a andar na direção dela. null soltou um gritinho e começou a correr. null deu um tempo para que ela se afastasse, até começar a correr também.
Minutos depois, null já carregava null, que batia freneticamente em suas costas, enquanto ele andava até o mar.
- null, por favooooooor, a água deve estar congelando! – null choramingava.
- Eu acho que está bem calor. – null disse, com aquele sorriso no rosto. Colocou os pés na água e uma ondinha molhou até a canela dele. – Uhhh
- Você não vai fazer isso, né? Você pode ser o Liam, eu não ligo juro, só não me.. AHHHH! – E outra onda passou por eles, dessa vez molhando as costas de null. Ela não tinha nem percebido, mas null já tinha água até quase sua cintura.
- Pronta? – null perguntou, finalmente parando.
- Por que você é tão mal? – null também perguntou, fazendo beicinho.
- Porque você merece, por ter me deixado por todos esses dias. – null respondeu, meio amargurado por ter que se lembrar disso.
- E quem disse que eu voltei? – null arqueou uma sobrancelha.
- Eu. – E null deu mais um sorriso encantador antes de afundar com null em seus braços.
Ela se desvencilhou dele e os dois emergiram, com null atirando água em null, até eles começarem uma guerrinha de água entre gargalhadas.
De repente, null afundou e null franziu a testa, olhando pra todos os lados e procurando por ele. Quando ela havia começado a ficar preocupada, null emergiu atrás dela e a segurou pela cintura.
- Não faz mais isso! – null disse, em tom de repreensão, porém bem baixinho.
null não disse nada, apenas deu um beijo no pescoço dela. null fechou os olhos ao sentir aquilo, como havia sentido falta do toque dele.
- Odeio ser tão vulnerável a você. – Ela murmurou, suspirando e tentando se desvencilhar dele.
- Odeia mesmo? – null perguntou. null não podia ver seu rosto, mas sabia que ela estava um pouco magoado.
null finalmente se virou pra ele, null olhava pra baixo e brincava com os dedos. - É claro que eu não odeio, muito pelo contrário. – Ela esticou uma mão e tocou a bochecha do garoto. - Eu amo cada sorriso torto que você dá e me faz perder totalmente a noção das coisas. Eu amo quando você simplesmente me beija de surpresa e o meu cérebro perde completamente a oxigenação. – Eles riram juntos e null se sentiu uma menina apaixonada se declarando para o cara mais popular da escola. - Eu apenas não estou acostumada a tudo isso, afinal eu AINDA não estou pronta a me entregar à tudo isso.
null encarava os olhos da garota tão próximos aos seus, analisava cada um deles. Ele trocaria QUALQUER coisa pra poder ficar com ela pro resto da vida, tinha se esquecido como a presença dela era essencial pra ele e agora, mais do que nunca, se sentia um completo lixo por ter sido um bêbado miserável e ao invés de parar de machucar sua melhor amiga e contar tudo pra ela, havia dormido com ela. Como ele podia ser mais estúpido que isso?
Então, null puxou null pela cintura, precisava dela, precisava de sua garota para poder reconfortá-lo. Mas quando seus rostos estavam a poucos milímetros, null virou o rosto e tentou novamente se desvencilhar dele, obtendo sucesso dessa vez.
- Você só pode estar brincando! – null falou, vendo null começar a andar até a margem.
- Não, null, é sério. – null afirmou, virando-se pra ele e depois voltando a andar.
- O que você vai fazer? Greve de mim? – null perguntou, começando a andar atrás dela.
- Chame do que você quiser, eu só não posso continuar com isso do jeito que está! – null exclamou e finalmente parou, deixando null a poucos centímetros de suas costas. – Eu te amo, null, mas eu já suportei isso por muito tempo, eu não consigo mais. – E voltou a andar, finalmente alcançando a margem e saindo da água.
- Então é isso? – null perguntou, abrindo os braços e andando até a garota. – Vai tudo acabar da mesma forma? Com a mesma discussão? E você simplesmente vai me ignorar de novo?
- Não, dessa vez vai ser diferente. – null levantou sua cabeça e encarou null nos olhos. – Eu disse que ia contar para null e é isso que eu vou fazer, você pode vir se quiser.
- Não! – null exclamou, impedindo. – Se alguém tem que fazer isso, esse alguém sou eu.. – Ele respirou fundo. – A culpa disso tudo é minha.
- Por favor, null, não tome a culpa inteira pra você. – null pediu. – Além do mais, quantas vezes eu já ouvi essa promessa? E quantas dessas vezes você realmente cumpriu o que disse? Desculpe, null. – E ela abaixou a cabeça.
- Você tem que confiar em mim! – null disse, pondo dois dedos no queixo dela e levantou devagar o rosto da menina pra cima.
- Eu confio, null, confio muito! – null falou, balançando a cabeça. – Mas.. – E null a interrompeu.
- Então deixa comigo. – Ele disse, colocando as mãos nos bolsos e fazendo uma cara irresistível.
null balançou a cabeça pra cima e pra baixo, numa afirmativa e null abriu um sorriso.
- Vem, eu vou te levar pra casa. – E ele puxou a garota pra si, vendo que ela estava inteira arrepiada e eles começaram a andar até o carro.

- null, você tem que conhecê-la, ela é incrível e esteve esse tempo todo vagando nos meus sonhos.. – null contava e fazia gestos frenéticos, enquanto andava com o amigo pelo supermercado. Mas null parecia estar completamente distante dali. – null? null? Acorda, cara! – null deu um tapa na cabeça do amigo, antes que ele batesse com o carrinho na prateleira de salgadinhos.
- Ei, idiota, isso doeu! – null reclamou, passando a mão pela cabeça.
- Que bom, pelo menos desse jeito você acorda. – null disse irritado. – Faz meia hora que eu estou falando com você, mas parece que tu foi abduzido.
- Eu não.. – null balançou a cabeça, mas quando olhou pra frente novamente, encontrou null parada e segurando algumas latinhas de refrigerante. Eles não haviam se visto desde o dia em que brigaram e null, assim como null, teve certeza de sentir choques por todo seu corpo.
- Acho melhor deixar vocês conversarem, eu vou dar uma olhada nas revistas de.. err.. esportes radicais. – null disse, apontando pra trás e sumindo em seguida.
- Oi, null. – null falou, assim que teve certeza que sua voz sairia.
- Hey. – null levantou a cabeça, numa forma de aceno. – Como você está?
- Ótima, tudo certo. – null afirmou, mordendo um pouco o lábio. – E você?
- Tranqüilo. – null levantou os ombros.
- Que bom, eu.. err.. fico feliz por você. – null disse, dando um pequeno sorriso e vendo null dar outro em agradecimento.
O silêncio predominou por alguns segundos, enquanto null olhava pras mãos e null a encarava.
- Eu.. – Os dois levantaram a cabeça e disseram juntos.
- Não, pode falar. – Disseram juntos mais uma vez.
- Ok, eu.. – Mais uma vez.
- Acho melhor você falar. – null disse, dando um risinho nervoso.
- Err, isso que.. quer dizer.. eu não.. – null gaguejava, enquanto passava uma mão pelos cabelos. Havia passado e repassado cada palavra que diria a null milhares de vezes em sua cabeça, mas agora, com ela ali parada na frente dele, nenhuma das palavras parecia vir a sua mente.
- Fala, null. – null disse, balançando a cabeça em confusão.
- Foi bom conversar com você. – null falou incrivelmente rápido.
- Mas.. – null começou, mas null a interrompeu.
- Até mais. – Ele disse e virou-se para sair dali. null franziu a testa e virou-se também.
Quando null já estava há uma distancia significativa, virou sua cabeça e encontrou null também com a cabeça virada e o encarando. Mas ela logo virou-se para frente e andou rápido por entre as pessoas.
- Droga. – null deu um soco no carrinho.

- Mas eu quero uma música pra mim, null. – null dizia, enquanto entrava com null em seu apartamento.
- Você já não acha que tem músicas demais dedicadas a você nesse CD? E Star Girl? – null perguntou e null mandou língua pra ele.
- Quero uma com o meu nome, eu nunca tive uma música com o meu nome. – null disse, fazendo beicinho.
- É porque null é um nome estranho. – null brincou e null deu um tapa no braço dele, indo se sentar emburrada em sua poltrona. – Eu estava brincando. – null disse, sentando ao lado dela e pondo uma mecha do cabelo da garota, que caia sobre seus olhos, atrás da orelha. – Mas você concorda comigo que não seria nada fácil explicar aos caras porque eu nomeei uma música de null, não é?
- Então, pelo menos me deixa ajudar a compor? – null pediu, tentando imitar as carinhas irresistíveis de null. – E você pode nomear com o meu alter-ego.
null deu uma gargalhada. – Você tem um alter-ego?
- Tenho! – null exclamou, como se isso fosse completamente normal. – E se chama Little Joanna.
- Little Joanna? – null riu mais uma vez.
- É como minha mãe costumava me chamar quando eu era pequena e me contava histórias sobre as aventuras da Little Joanna.. – null ia dizendo, enquanto lembrava. – Quer parar de rir? Foi minha infância!
- Ok, ok, você pode ajudar. – null disse, limpando algumas lágrimas de riso.
null abriu um largo sorriso e jogou seus braços em volta do pescoço de null. – Obrigada, null. – Ela disse, animada. O perfume natural adocicado da garota invadiu as narinas de null e ele teve que se controlar, pois sua vontade era de não solta-la nunca mais.


Capítulo 40

null dirigia seu carro numa velocidade incrível, teve sorte de não pegar nenhum tipo de congestionamento, tudo que ele queria era chegar ao seu destino o mais rápido que podia.
Passou praticamente voando pela porta do prédio e subiu as escadas sem esperar o elevador. Não podia esperar nem mais um minuto. Por todo o percurso até o prédio de Natalie, as coisas começaram a fazer sentido pra ele e o gelo que Natalie estava dando nele ficou claro, ela sabia. Não bateu na porta, pois sabia que eram raras as vezes que Natalie a trancava quando estava lá. Ao por o pé dentro do apartamento, notou Oliver fazendo cócegas em Natalie, enquanto ela gargalhava e jogava pipocas nele. null pigarreou e eles olharam sincronizadamente pra ele, se afastando um metro um do outro quando perceberam ele ali.
- null! – Natalie exclamou, levantando-se e indo na direção dele. – Você não ligou dizendo que vinha, eu..
- Nós podemos conversar? – null pediu, com uma feição séria.
- Eu estava indo mesmo. – Oliver levantou-se e colocou as mãos nos bolsos. – Até mais, Natalie.. Falou, null. – Ele acenou e saiu pela porta que null havia deixado aberta.
- Eu acho que sei o que você quer conversar. – Natalie disse, olhando qualquer ponto no chão.
- Eu imaginei que soubesse. – null afirmou, escolhendo as palavras que ia dizer. – Natalie, eu não acho mais certo nós continuarmos juntos, eu.. – Ele passou a mão pelos cabelos. – Eu amo a null e isso não é uma coisa nova, eu pensei que estando com uma garota tão incrível como você eu pudesse esquecê-la, mas eu estava errado.
- Você.. – Ela parou para respirar fundo. – está certo. – E ela abriu um sorriso. – Obrigada por cada tarde assistindo De Volta Para o Futuro e cada noite que você tocou e cantou pra mim.
- Ei, e quem disse que nós não podemos continuar fazendo isso? – null indagou, dando um empurrãozinho no ombro dela com a mão e ela riu. – E aí, quando sai o casamento?
- Do que você está falando? – Natalie balançou a cabeça, não entendendo.
null riu. – Você e o Oliver, amizade colorida, casamento.. – null disse, como se estivesse explicando alguma coisa a uma criança.
- Eu e o Oliver? Pff.. Não tem.. – Mas Natalie viu o olhar que null lançou pra ela do tipo “não precisa mais tentar fingir, eu já sei tudo.” – Ele nem ao menos gosta de mim, null. – Natalie levantou os ombros.
- Ok e o null não usa samba-canção dos ursinhos carinhosos. – null disse irônico e Natalie riu. – Ele não consegue desgrudar os olhos de você nem por um minuto desde o dia que te conheceu.
- E por que ele não me disse nada? – Natalie deu de ombros.
- Porque ele provavelmente acha que você é apaixonada por mim, o que não é difícil de acreditar. – null respondeu convencido e Natalie deu um tapa no ombro dele.
- Quer ficar? Nós podemos pedir comida chinesa ou alguma coisa assim.. – Natalie ofereceu.
- Já que você insiste e mencionou a palavrinha mágica que começa com “co” e termina com “mida”, eu fico. – null disse, se jogando no sofá.

- “Coconut cream and coffee coloured thighs”? – null perguntou, fazendo careta. Fazia quase uma hora que ele e null haviam começado a compor a música e pouca coisa tinha saído. null tinha um teclado em casa, que ela sabia tocar muito bem por sinal e null a acompanhava com o violão. – O que diabos é isso?
- Ah null, ficou legal e rimou com “eyes”. – null afirmou, dando língua pra ele. – Vamos, mais uma vez. – E começou a tocar a melodia que eles haviam feito no teclado.
- “Little Joanna has got big blue eyes, coconut cream and coffe coloured thighs..null cantou, seguindo null, mas parou um minuto pra pensar. – I could die lying in her arms..” – Ele inventou e null sorriu, achando legal.
- “Where castels are made of sand..”null cantou, lembrando-se das histórias que sua mãe contava. null largou o violão e puxou o braço de null que tocava, segurando na altura de seus ombros e pondo a outra mão na cintura dela, como se eles fossem valsar, enquanto alguma música saía do teclado e null ria.
- “We start to dance, but only the music is bleeding..”null cantou, fazendo uma voz grossa de cantor de ópera e fazendo null rir ainda mais. – When crickets replace the band..” – E fez ela girar algumas vezes.
- Grilos? – null fez uma cara confusa.
- É, você disse sobre os grilos na história. – null afirmou, levantando seus ombros.
- Ok, vamos fazer uma pausa. – null disse, se desvencilhando dele antes que aquela aproximação ficasse pior. – Vamos pedir comida?
- Agora você ta falando minha língua! – null exclamou animado. – Pede pizza? Pede? Pede? Pede? – Ele pediu com os olhos brilhando.
- Tá bom. – null cedeu, dando um empurrãozinho no ombro dele. Não era a maior fã de pizza do mundo.
- De calabresa. – null disse, indo se sentar no sofá.
- E ainda quer escolher o sabor? null, eu sou vegetariana, você sabe disso! – null exclamou, com as mãos na cintura.
- Ah nem vem, aquele dia você comeu almôndega. – null afirmou, levantando as sobrancelhas como se a desafiasse.
- É, mas só porque eu não queria ser estraga prazeres. – null falou e viu null parar e pensar.
- Meio a meio?
- A sua sorte é que eu sou boazinha. – null disse e pegou o telefone, vendo null mandar um beijo no ar pra ela.

Uma hora mais tarde os dois se encontravam encolhidos debaixo de edredons e assistindo a um filme de suspense (que havia gerado uma discussão na locadora, já que null queria uma ficção cientifica e null queria terror, pra depois entrarem no acordo com um de suspense) e duas caixas de pizzas jogadas em cima da mesinha de centro. null tinha os dois olhos fixos na televisão, mas null não prestava muita atenção, pois fazia carinho na mão da garota entrelaçada com a dele.
A chuva fazia um barulho enorme enquanto batia contra o vidro da janela, e era só o que se ouvia ali, sem contar com a TV e a respiração dos dois.
Eu vou entrar ali, me esperem aqui fora.” Um garoto do filme disse aos amigos e abriu a porta.
Um trovão assustador invadiu a sala e depois todas as luzes se apagaram. null gritou.
- Ei, ei, calma. – null disse, procurando pela garota que havia levantado do sofá. – null, a onde você está? – Ele tentou tateá-la, cegamente.
- Ai, null, esse é meu pé. – null podia ouvir a voz de null e percebeu que ela estava encostada na parede e encolhida.
- Você está bem? – null perguntou, preocupado.
- Eu só não.. gosto muito de tempestades como essa e.. muito menos escuro. – null disse numa voz baixinha e fraca.
null agachou-se ao lado dela e a envolveu em seus braços.
- Está tudo bem, eu estou aqui com você. – null sussurrou, enquanto passava a mão pelos cabelos dela. – Eu vou estar sempre aqui, até que você me mande embora.
O coração da garota que havia começado a bater rápido por causa do susto, agora estava calmo e tranqüilo, a voz de null, seu toque, suas palavras, tudo a confortava.
Eles ficaram assim por alguns segundos, até que a tempestade amenizasse, mas ainda com o prédio totalmente sem luz.
- Você tem alguma lanterna ou vela? – null perguntou e null puxou a gaveta da mesinha de centro, tirando uma lanterna de lá e a acendendo, iluminando seu rosto.
Bem devagar, null levantou-se com a garota e a conduziu até o sofá, fazendo com que null deitasse e ele deitasse de frente pra ela.
- null, você pode ficar com a lanterna iluminando seu rosto? – null pediu, agora sentindo que já estava mais calma.
- É claro, fofa. – null pegou a lanterna da mão dela e segurou em frente seu rosto. – Nós não devíamos ter alugado aquele filme.
- Definitivamente não. – null afirmou e eles riram baixinho.
- Você está melhor? – null perguntou, passando a mão pela bochecha dela.
- Com você aqui, sim. – null respondeu, sorrindo com o canto da boca.
null a puxou pra mais perto dele, colocando-a bem próxima de seu peito e debaixo de seu pescoço. Começou a sussurrar alguma coisa que null entendeu como uma música.
- “She will always be my sun kissed trampoline, she goes up and down in my heart turn into jelly beans..”null cantou, bem baixinho uma letra que de repente veio à sua cabeça.
null respirou fundo o perfume que ele exalava e tudo que ela sentia é que poderia ficar daquele jeito pra sempre, com null ali, tão perto dela, a acalmando com a voz que ela tanto amava.
- “And i'm starting to believe that danger is never near..”null continuou inventando, pensando em null, pensando nos dois e em tudo que eles estavam passando.
Naquele momento, null soube que poderia não ser amanhã ou daqui um mês, mas que eles ficariam juntos, o destino dos dois estava traçado e tudo que havia acontecido com os dois até eles chegarem ali, naquele minuto, iria valer a pena.
- “When Joanna is here..”null sentiu null beijar sua testa e logo o sono tomou conta dela.

null abriu os olhos de repente e demorou um pouco para se lembrar onde estava. Sentiu a respiração calma de null bater contra seu pescoço e não pode deixar de sorrir. Com muito cuidado para que ela não acordasse, levantou-se e acendeu um abajur do lado do sofá. A luz tinha voltado. Pegou a garota nos braços e bem devagar a levou até o quarto, colocando-a em cima da cama e puxando o edredom para cobri-la, vendo a garota aninhar-se ali. Respirou fundo, sentiu várias coisas passarem por sua cabeça ao mesmo tempo, null sempre o fazia ficar daquele jeito, mas não se importava, ele gostava.
Andou até a porta do quarto e deu uma última olhada na sua garota e saiu.
- E aí, cara? – null cumprimentou Oliver, vendo ele abrir a porta.
Oliver fez uma cara confusa, até onde ele sabia null queria ficar bem longe de null, então porque ele estava na sala dela mesmo?
- Não me leve a mal, null, mas o que você está fazendo aqui? – Oliver perguntou, tentando não parecer mal educado, ele ainda tinha vontade de socar null.
- Vendo filmes, comendo pizza e compondo músicas. – null respondeu simplesmente, mas vendo que Oliver ainda tinha as sobrancelhas erguidas. – Olha, Oliver, eu sei que você não gosta muito de mim e que você acha que eu estou enganando a null, mas eu gosto realmente dela, sem ela eu com certeza seria o mesmo idiota de um tempo atrás, ela é pra mim tudo que eu precisei por esse tempo todo, então eu não vou abandoná-la e muito menos enganá-la, eu vou ficar até que ela não me queira mais. – E dizendo isso, null abriu a porta e saiu do apartamento.

- Alguém poderia, por favor, banir as segundas feiras do calendário? – null dizia pra si mesma, enquanto colocava alguns papeis dentro de sua maleta e saía do seu trabalho.
Olhou pra frente e avistou null, do outro lado da rua, encostado em seu carro e olhando para os lados. null franziu a testa, aquilo a lembrou muito de quando os dois namoravam. Ela havia dito que iria ficar longe, mas ele provavelmente havia ido até lá para conversar com ela e não seria nada educado se ela simplesmente fugisse.
- Hey, null. – null cumprimentou, quando atravessou a rua.
- Hey, estava esperando por você. – null foi até ela e deu um beijo em sua bochecha.
- Então, a que eu devo o ar da sua graça? – null perguntou, sorrindo.
- Você disse que eu poderia te procurar quando precisasse.. – null começou e null afirmou com a cabeça. – Então, eu queria pedir uma ajuda.
- Claro, null, é só falar. – null disse, colocando uma mão no ombro dele. null fez sinal para que eles entrassem no carro e null abriu a porta do passageiro.
null olhava pra frente, com medo de dizer alguma coisa e null olhava pra ele, esperando.
- Bom, eu conheci uma garota no sábado.. – null começou e null logo o interrompeu.
- Sério, null? Ai que ótimo, eu sabia.. eu sabia que você ia encontrar alguém especial! Mas e aí, ela é legal? Vocês conversaram? Você pegou o telefone dela? E..
- Você deve respirar um pouco. – null disse rindo dela, enquanto Patrícia rolava os olhos pra ele. – Lembra da garota que ficou nos meus sonhos enquanto eu estava em coma? E-eu acho que é ela.
- Ta falando sério? – null perguntou, arregalando os olhos.
- Quase certeza, ela tem o mesmo rosto, o mesmo jeito.. Mas eu não sei, você acha que eu devo ligar pra ela? Ou eu vou parecer um maníaco desesperado? – null perguntou, mordendo o lábio, inseguro. null deu um sorriso, nunca pensou que algum dia fosse ver aquele null, romântico e que parecia fazer tudo na hora certa, inseguro sobre uma garota.
- Eu tenho certeza que você deve ligar pra ela, eu só não sei o que você ainda está esperando. – null disse, sorridente e null respirou aliviado.
- Valeu, null. – null esticou os braços e a puxou para um abraço. Não é que ele havia esquecido completamente o que sentia por null, ele apenas iria superar aquilo.

Capítulo 41

A semana parecia ter passado tranqüilamente. null e null haviam finalmente terminado a última música que faltava para eles entregarem o CD, bem em tempo (tudo que faltava era alguns toques finais e Motion In The Ocean finalmente sairia). Os dois pareciam amigos do colegial, passavam as tardes juntos, assistindo filmes, comendo, “brincando” na praia, etc.. null finalmente estava aceitando a condição de “greve” de null e também finalmente decidido ir até null e contar toda a verdade, ele não podia deixar que ela continuasse enganada daquele jeito e muito menos que null sofresse mais um pouco por causa de toda sua burrice.

- Natalie.. – Oliver abriu a porta (que ela sempre deixava aberta) da casa da garota sem bater e colocando a cabeça pra dentro. – Eu trouxe alguns filmes e.. – Ele não conseguiu terminar, pois tudo que sentiu foi uma mão o puxando pra dentro e logo as duas mãos de Natalie segurando seu rosto, enquanto ela colava seus lábios aos dele. Oliver levou suas mãos à cintura dela, mas Natalie partiu o beijo.
- Desculpe, Oliver.. – Ela começou, olhando pra baixo e pondo suas mãos nos bolsos detrás de sua jeans. – Eu vou entender se você quiser gritar comigo e me chamar de maluca.. – E ela deu um sorrisinho inseguro. – Mas eu precisava fazer isso, só pra saber se é verdade o que eu ando sentindo.
Oliver riu, passando a mão pelos cabelos.
– E é verdade?
Natalie pegou a mão dele e colocou sobre seu peito, sentindo seu coração bater ainda mais acelerado.
– Parece que sim. – Ela olhou pra cima, encarando os olhos do garoto e vendo seus rostos a poucos centímetros um do outro.
- Algum problema se eu não gritar e te chamar de maluca, e ao invés disso continuar o que nós estávamos fazendo antes? – Oliver perguntou e Natalie riu, colocando suas mãos envolta do pescoço dele.
- Problema algum.

- Eu mal posso esperar pra esse CD sair. – null dizia animada. Ela, null e null estavam sentadas em um coffee shop qualquer, conversando e comendo brownies, pois null estava com “desejo”. – Já que eles não param de falar em como vai ser o melhor CD da carreira deles.
- Eu estou animada por eles. – null afirmou, mordendo o que era seu quinto brownie.
null riu. – Eu não conhecia essa sua fascinação por bolinhos de chocolate, amiga.
- Eu tenho sorte de estar conseguindo comer, faz alguns dias que eu ando sentindo muito enjôo. – null disse, suspirando e colocando mais brownie na boca.
- É, eu também senti um enjôo estranho ontem, mas deve ser todo o almoço que o null fez. – null falou, balançando a mão.
- É, esse é o preço que pagamos por sermos mulheres. – null disse, tomando um gole de café.
- Com certeza, amiga. – null balançou a cabeça afirmativamente. – Bom, eu preciso encontrar os garotos, eles vão gravar o programa do Paul O’Grady hoje e eu preciso estar lá. – Ela disse, levantando-se. – Beijo pra vocês.
null e null acenaram, vendo a amiga sair do coffee shop.
- Você tem certeza que esses enjôos são normais, amiga? – null perguntou baixinho pra null.
- É claro que sim e.. por que está sussurrando? – null riu da amiga.
- Estou falando sério, faz quanto tempo que você não fica menstruada? – null perguntou mais uma vez, não se dando por vencida.
- null, eu não estou grávida! – null exclamou, incrédula. – Eu.. não tive ninguém depois do null.
- null, responde! – null pediu, a olhando brava.
- Ok, minha menstruação está atrasada. – null respondeu, cedendo.
- null! – null exclamou e levantou-se rapidamente, puxando a amiga pela mão. – Temos que ir numa farmácia agora.

- null, eu não vou comprar um teste de gravidez, porque eu NÃO ESTOU GRÁVIDA! – null praticamente gritou, vendo a amiga com alguns testes na mão e os examinando.
- Não custa nada tentar, null! – null disse e null rolou os olhos, sabendo que não adiantaria discutir. – Então, qual você acha melhor? – E mostrou três tipos de testes.
- Tanto faz, os três vão dar o mesmo resultado: negativo. – null afirmou e foi até a parte de esmaltes.
- Bom, vou levar os três. – null levantou os ombros, passando por null e a pegando pelo braço para que elas fossem até o caixa.
Meia hora mais tarde, elas estavam no apartamento de null e essa empurrava uma null de braços cruzados até o banheiro de seu quarto.
- Então, é só fazer xixi nesse copinho e depois me chama. – null colocou um copinho sobre a pia e fechou a amiga dentro do banheiro.
- Argh, null, você ainda me paga! – null gritou de dentro do banheiro.
null estava realmente preocupada com a amiga, era impossível criar um bebê do jeito que null e null estavam. Sabia que o único motivo para que null não quisesse admitir que poderia estar grávida era por causa de null, como ele reagiria com a notícia? Se bem conhecia null, ela poderia querer criar o bebê sozinha e nunca contar para null. Mas sabia também que um bebê talvez poderia ser a melhor coisa que aconteceria para que os dois finalmente ficassem juntos de novo.
- Pronto. – null gritou do banheiro e null foi até lá, abrindo a porta e entrando.
- Bom.. – null pegou a “vareta” com uma mão e a caixinha do teste com a outra. – mergulha isso aqui.. – E colocou a “vareta” no copinho. – E é só esperar. – Sentou-se no vaso e viu null cruzar os braços.
Passaram-se três minutos de puro silêncio, a não ser pelo batuque que null fazia na pia, visivelmente impaciente.
- Eu não vou agüentar ficar aqui, quando estiver pronto você me chama! – Ela exclamou e saiu do banheiro. Pegou o controle e ligou a TV, se jogando na cama e passando canal até parar no que estava passando o Paul O’Grady. Viu que os garotos haviam acabado de fazer uma apresentação e se dirigiam até as poltronas. null balançou a cabeça ao ver null e ia trocar o canal, quando..
É uma honra ter vocês aqui de novo, com um.. quadragésimo quinto single em primeiro lugar?” Paul O’Grady brincou e os garotos riram.
É bom estar aqui de novonull afirmou. “Mas antes, o null queria dizer algumas palavras..
Todos olharam para null e ele acenou, enquanto Paul fazia um sinal para que ele prosseguisse.
Eu não sei muito bem como começar isso.. Na verdade, eu não sei nem se ela está assistindo..null começou, mexendo com os dedos, enquanto a câmera dava um close em seu rosto. “E se ela não estiver, eu vou apenas parecer mais idiota, só que agora em rede nacional..” Houve algumas risadas e null sorriu balançando a cabeça e olhando pra baixo. “Por muito tempo eu tive uma garota ao meu lado, uma garota muito mais especial do que eu já imaginei..” Ele parou um instante para respirar fundo. “Mas eu fui um completo idiota, até que simplesmente a deixei sair pela porta.. E foi só aí que eu percebi o quanto eu sentia falta dos seus waffles, dos seus ataques de ciúmes e principalmente do modo como ela me olhava, fazendo com que eu me sentisse bem, por mais que tudo parecesse errado..null deu outro sorrisinho, como se lembrasse e levantou a cabeça, olhando para câmera. “Nada mais faz sentindo sem você, null, eu sei que você merece um cara que te diga a todo segundo o quanto você é especial, mas eu ainda precisava dizer isso..” Ele parou mais uma vez.
- null, null.. – null gritava, vindo do banheiro. Mas parou quando viu a amiga estática, olhando firme para TV.
Me desculpa, eu te amo.null disse bem devagar e depois tudo que se ouviu foi uma salva de palmas.
null desligou a TV, várias lágrimas escorriam pelo seu rosto e ela olhou para null, como se pedisse para que a amiga falasse o resultado.
- Parabéns, amiga, você vai ser mãe! – null exclamou, sentindo uma lágrima também correr pelo seu rosto, enquanto a amiga respirava fundo, e mais lágrimas caíam no rosto dela e elas se abraçavam.

- Cara, se a null não te perdoar depois dessa, eu não sei mais.. – null dizia, enquanto eles saíam do estúdio. – Até o null chorou.
- Ei, eu não chorei coisa nenhuma. – null repreendeu null, mandando um dedo pra ele. – Mas que foi muito legal você fazer isso, null, ah isso foi. – E deu tapinhas amigáveis no ombro do amigo, enquanto null concordava.
- Eu não sei, caras, eu estou com um pressentimento estranho sobre a null.. – null disse. Estava encucado com aquilo desde o dia anterior.
- Ih null, coisa da sua cabeça, a null está ótima. – null afirmou, abrindo a porta da van deles. – Tudo que você tem que fazer agora é ir vê-la.
- É, hmm.. Vocês tem razão. – null levantou os ombros e também entrou na van.

- O que você vai fazer a respeito disso, null? – null perguntou, sentada com a amiga em sua cama.
null deu um gole em sua água com açúcar. – Eu não sei.. Tudo que eu sei é que preciso contar ao null, independente do que ele queira fazer.
- Você ta certa. – null balançou a cabeça num sim. – Eu acho que agora vocês vão finalmente se acertar.
- Tudo aquilo que o null disse no programa fica rondando a minha cabeça e depois.. Eu não sei, ele já disse aquilo antes. – null suspirou, levantando os ombros.
- Mas amiga, agora é completamente diferente.. O null é outra pessoa, ele te ama muito e está disposto a tudo pra te ver feliz.. – null colocou a mão sobre o ombro da menina. Aquilo que ela mesma estava dizendo soava estranhamente familiar, talvez porque se ela trocasse o nome de null pelo de null, ela entendesse tudo. – E tudo foi dito em rede nacional.. – Ela sorriu. – Quer declaração mais linda?
null encarou null, como se aquilo estivesse processando em sua cabeça ou ela apenas estivesse tentando entender porque null estava dizendo tudo aquilo.
- null, tem alguma coisa que você quer me contar? – null arqueou a sobrancelha.
null engoliu em seco. – Não, eu.. não tem nada. – Ela sorriu, nervosa.
- Então, eu já vou.. – null disse, levantando-se. – Obrigada por tudo, amiga. – Despediu-se de null e antes que ela pudesse dizer alguma coisa, null já estava passando pela porta do quarto.

- Fala, ser! – null atendeu o telefone sorrindo. Havia acabado de sair do banho e constatado que havia nada mais, nada menos que 13 ligações não atendidas de null.
- Finalmente! – null exclamou, tinha a respiração ofegante.
- Calma, null, a onde você está? – null perguntou, continuava rindo.
- Correndo. – null respondeu, finalmente parando pra respirar. – Quero te fazer uma surpresa.
- Que tipo de surpresa, null? – null perguntou, erguendo a sobrancelha. Não era a maior fã de surpresas do mundo e uma surpresa vinda de null a assustava.
- Ei, você vai gostar.. hmm.. eu espero! – null afirmou. – Bom, você gosta de vídeo-game?
- Vídeo-game? Por que você está me perguntando isso? – null estava totalmente confusa.
- Responde a pergunta, null. – null gargalhou com o desespero dela.
- Gosto, eu e o Jesse jogávamos antigamente.. Ele trouxe o dele pra cá, mas o que.. – Mas null a interrompeu.
- Ótimo. – E desligou o celular.
null tirou o aparelho do ouvido e o encarou. Agora sim ela não estava entendendo mais nada.

Por que estavam demorando TANTO pra atender? null estava a ponto de levar mais uma vez seu dedo a campainha quando a porta foi aberta.
Um homem, na verdade um cara que poderia ter a mesma idade que ele, se não fosse pelos quase 2m de altura. null olhou pra cima e viu que não havia nenhum sorriso amigável no rosto do cara.
- Eu.. err.. A null está? – null gaguejou, estava prestes a sair correndo dali.
- Quem é, Spencer? – null ouviu a voz de null e logo ela estava ao lado do cara. – null! – Ela disse surpresa.
- Hey. – null levantou a mão, numa forma de aceno.
- Tudo bem, Spencer, null é meu amigo. – null afirmou, olhando para o garoto. Ele deu uma última olhada em null e entrou.
null respirou, aliviado.
- Me desculpe meu irmão, null, ele é.. você sabe, um irmão. – null falou, revirando os olhos.
- Ir-mão? – null fez uma cara confusa.
- É, o que você pensou que ele fosse? – null perguntou, rindo.
- Seu irmão, claro, pff.. quem mais poderia ser? – null desconversou, sorrindo nervoso.
null riu. – Que surpresa! O que você faz aqui?
- Eu pensei muitas vezes em te ligar, mas como está uma noite linda e ótima para pular de pára-quedas.. – Mas antes que null pudesse terminar, null já tinha os olhos arregalados.
- Pular de pára-quedas? Vo-cê tem certeza, null? – null gaguejou um pouco.
- Claro, li numa revista que é ainda mais radical se for à noite. – null afirmou, levantando os ombros, porém sério.
null continuou estática, estava pronta para dizer que tinha que cuidar de um priminho ou fazer trabalho da faculdade, quando null começou a gargalhar.
- Cara, você.. HAHAHA... PRECISAVA ter visto.. HAHAHA.. a sua cara. – Ele gargalhava enquanto limpava suas lágrimas de riso.
null olhou pra baixo. – O quê? Então quer dizer que você não vai me levar pra pular de pára-quedas à noite? Por todo esse tempo foi tudo o que eu sempre quis e você faz brincadeira disso?
A vez de arregalar os olhos sem entender nada foi de null. – null, eu..
E null começou a rir. – VOCÊ precisava ver sua cara agora. – E ela riu mais um pouco. null adorava a risada dela.
- Não faz isso nunca mais. – null disse, sem graça e null sorriu. – Bom, mesmo assim a noite continua linda e eu quero te levar em um lugar.. Será que seu irmão não vai querer me matar?
- Ele nem precisa saber. – null fechou a porta atrás de si, pegando na mão estendida de null e seguindo até o carro dele.


Capítulo 42

Oliver, por que você simplesmente não pode levar uma chave e.. – null ia dizendo ao abrir a porta, mas o que ela não esperava era dar de cara com uma caixa escrito “Guitar Hero”.
null abaixou a caixa e tinha um sorriso grande no rosto. – Surpresa!
Patrícia abriu a boca, sem emitir som algum. Havia esquecido completamente de null, afinal estava usando uma camiseta extremamente velha com o símbolo de Hogwarts e um shorts muito curto e azul escuro.
- Agora é a hora que você diz: “Nossa null, obrigado, você é demais!” – null disse, sem graça.
null sorriu. Quem mais apareceria em sua porta com um vídeo-game a não ser null?
- null, eu.. adorei! – null exclamou, dando espaço pra ele que entrasse e null respirou aliviado.
- Belas pernas. – null assoviou, quando passou por ela.
null deu um tapa nas costas dele e null fez careta pra ela.
- Eu.. vou ficar mais apresentável. – null falou, indo na direção de seu quarto, mas null a segurou.
- Você está linda assim. – Ele sussurrou ao pé do ouvido dela e depositou um beijo em sua bochecha, fazendo null se amaldiçoar por corar tanto.
- O vídeo-game ta ali. – null mudou rapidamente de assunto, apontando para a TV.
Logo os dois estavam sentados, desempacotando tudo que tinha dentro da caixa e instalando no vídeo-game.
- Isso vai ser completamente injusto, você é músico! – null disse, pegando a guitarra e colocando em seu pescoço.
- Mas não quer dizer que você não possa ser boa. – null afirmou, escolhendo um bonequinho pra ela.

- Eu desisto. – null afirmou, tirando a guitarra do pescoço após ter ouvido as pessoas do jogo a vaiarem. Havia algum tempo que null tinha parado de jogar, esperando que ela o alcançasse.
- Você desiste? – null perguntou do chão, rindo.
- Eu desisto. – null repetiu, indo sentar-se ao lado dele. – Eu nunca vou chegar nem perto no dedo do pé do Slash e não quero mais tentar.
null gargalhou, vendo ela cruzar os braços e fazer beicinho.
- Hey, tive uma idéia. – null exclamou, levantando-se rapidamente.
- null, suas idéias me assustam. – null disse, olhando pra cima.
- Você vai gostar. – null sorriu abertamente, o que fez null não hesitar em pegar a mão estendida dele. - Hmm.. só um minuto. - Ele fez um sinal com a mão e correu até o quarto de null, fazendo a garota franzir a testa.
Pouco tempo depois, null voltou com saco de dormir, travesseiros, um rádio e seu violão nas costas. - Eu sabia que você tinha um desses. - Ele disse, levantando o saco de dormir.
- null, nós vamos.. acampar? - null perguntou, olhando pra ele.
Ele não disse nada, passou por ela, entregou um travesseiro e pegou em sua mão, indo até a janela e esticando a perna pra fora, tentando alcançar a escada que ficava ao lado da janela. Deu um pequeno impulso e conseguiu postar-se na escada.
- Vem. - null estendeu a mão para null. A menina olhou para baixo e sentiu uma tontura.
- Eu não vou conseguir, eu sou o desastre em pessoa, null, tenho tipo 80% de chances de cair. - null disse, nervosa.
- Então você vai ter que apostar os outros 20% em mim. - null afirmou. null encarou seus olhos e, após dar um suspiro, estendeu sua mão, segurando firme na de null. Fechou os olhos e deu um impulso. Quando abriu novamente, null a segurava pela cintura, com seus corpos totalmente grudados.
null colocou uma mão no rosto de null, a trazendo mais pra perto de si. O coração da menina batia descontroladamente, era como se toda a vontade de ter null pra ela estivesse explodindo dentro dela.
null estava quase se rendendo, não conseguia ser forte. Fechou os olhos, mas o que sentiu foi os lábios de null em seu pescoço.
- Você não é a única que pode se fazer de difícil. – null sussurrou no ouvido de null e virou-se, começando a subir a escada. null amaldiçoou a si mesma, dando um tapa na própria testa antes de subir atrás de null.
null não fazia idéia de como null havia descoberto que seu prédio tinha um terraço, mas não podia negar que era um lugar tranquilo e agradável.
- null, você andou invadindo meu prédio? - null perguntou, franzindo a testa. null deu uma gargalhada e tocou o nariz dela, negando com a cabeça.
- Engraçadinha. - null disse irônico. - Então.. - Ele disse estendendo o saco de dormir, jogando os travesseiros por cima e sentando-se com seu violão. - O que vai ser? Beatles ou Rod Stewart?

- "It's not a silly little moment, it's not the storm before the calm.." - null fingia tocar alguma coisa no violão, enquanto cantava.
- John Mayer não, por favor. - null disse, tampando os ouvidos.
- Por que não? - null perguntou, fazendo beicinho. - Ah, null vamos lá, tenho certeza que você gosta de John e não quer admitir.
- Eu não, o cara é um galinha pô. - null afirmou, balançando a cabeça. (N/A: Deixando claro que eu AMO o John (L))
- Falou o santinho. - null brincou, sentia falta de irritá-lo às vezes.
- Eu posso não ser santo, mas que galinha eu não sou mais, eu não sou mesmo. - null afirmou novamente e null mordeu o lábio, pensativa e encarando-o.
null andou até o rádio e apertou play, uma música lenta e calma começou a soar. null agachou-se em frente null e estendeu a mão para ela. null encarou fundo os olhos dele e sem pensar colocou sua mão sobre a mão estendida de null.
"I've been twisting and turning, in a space that's too small,
i've been drawing the line and watching it fall, you've been closing me in, closing the space in my heart
watching us fading and watching it all fall apart.."


null continuou com os olhos firmes em null, enquanto entrelaçava suas mãos no pescoço dele. Sua respiração estava falha, mas isso ela já estava começando a se acostumar. Sentiu null depositar suas mãos ao redor da cintura dela, fazendo com que ela chegasse ainda mais perto.
"Well, i can't explain why it's not enough, cause i gave it all to you
and if you leave me now, oh just leave me now, its the better thing to do.."


- O que eu disse é verdade, eu não quero mais nenhuma garota, você é a única pra mim. - null falou baixo, enquanto balançava null de um lado para o outro. - Você não precisa ficar pensando sobre isso. - Ele afirmou, passando mão pela bochecha da garota.
null franziu os lábios e olhou pra baixo. - Não, null, eu não sou a única.. você tem a null e esse é o único motivo para nós não estarmos juntos até hoje.
null olhou para o lado e respirou fundo. - Você pode pelo menos uma vez não falar nisso?
"It's time to surrender, it's been to long pretending
there's no use in trying, when the pieces don't fit anymore, pieces don't fit here anymore.."


- Não, eu não posso. - null exclamou. - Porque eu não posso mais levar as coisas como estão, null, e você sabe disso! Eu não sei mais o que fazer, às vezes eu paro e me pergunto: "Será que tudo isso vale a pena? Será mesmo que nós devemos tentar ficar juntos?" - Ela se soltou dele.
- null, eu te amo, você me ama, nós temos que ficar juntos! - null disse tão rápido e tão nervoso que null não teve certeza se tinha entendido o que ela havia falado. - Eu preciso de você.. Eu.. - Ele olhou para os lados, não conseguindo se controlar. - não estaria aqui se não valesse a pena, porra.
null arregalou os olhos com o nervosismo dele, chegou até a ficar com um pouco de medo.
"Well, you pulled me under, i had to give in
such a beautiful myth, that’s breaking my skin, well, i'll hide all the bruises
i'll hide all the damage that's done, but i show how i'm feeling until all the feeling has gone.."


Uma lágrima escorreu dos olhos de null, enquanto ela encarava null. Andou até ele e colocou seus lábios sobre os dele, apertando os olhos enquanto mais lágrimas escorriam.
Afastou-se rapidamente, balançando a cabeça e comprimindo os lábios. - Desculpe por fugir de novo, mas eu quero te pedir um favor, null, eu quero que você pare e pense se tem certeza que é isso que você quer, sem nenhuma pressão minha ou de ninguém.. - null se afastou mais um pouco dele. - Por favor, ouça seu coração. - E tocou o peito dele delicadamente, antes de sair correndo para entrar na pequena casinha que havia ali. Encostou suas costas na porta e escorregou, enquanto chorava. Havia finalmente feito a coisa que mais temia: deixar null escolher. Ela apenas queria o melhor pra ele e sabia que só ele mesmo poderia escolher isso. O amava tanto a ponto de preferir vê-lo com null ou qualquer outra pessoa, contanto que ele estivesse feliz.
"Ooh don't missunderstand, how i feel, cause i've tried, yes i've tried
but still i don't know why, no i don't know why
i don't know why.."

null apoiou as duas mãos na porta. - Me desculpe, null, me desculpe por ser um idiota e não perceber o quanto mal isso está fazendo a você, por ter medo do que possa acontecer, por às vezes parecer que eu não importo, quando na verdade tudo que eu quero é você do meu lado! Eu não preciso de tempo pra pensar, é só olhar pra você e depois olhar pra mim mesmo, ver o que você fez comigo pra ter certeza de que a partir do momento que você me quiser, eu vou estar aqui e dessa vez eu nunca falei tão sério na minha vida. - A voz de null foi morrendo com as últimas palavras. Ele retirou suas mãos da porta e começou a andar, vendo que null não abriria a porta. Na verdade havia ouvido seu coração sim e ele dizia que a primeira coisa que ele deveria fazer era contar toda a verdade para null, independente se null abrisse aquela porta ou não. Estava na hora e ele não ia mais ser covarde, null nunca mereceu ele e era como se ele tivesse um pressentimento, mas tinha alguém que merecia null.
O som de maçaneta girando o acordou e quando virou-se, tudo que viu foi null correr na direção dele antes de abraçá-lo e beijá-lo como ele havia sentido tanta falta.

null encarava a televisão desligada de sua casa, tinha um telefone nas mãos e fazia quarenta minutos que ela havia checado o terceiro teste de gravidez que fizera no dia, mostrando sempre as duas linhas que indicavam positivo.
De repente sua porta foi freneticamente esmurrada, fazendo com que ela levantasse rapidamente para abrir e encontrar null encostado no batente e respirando ofegante.
- null.. - null disse depressa e passou por ela, entrando na casa. - Eu sei que você pediu pra não te procurar mais, mas eu não consigo, eu sou um nada sem você, minha vida não tem sentido nenhum.. - Ele andava de um lado para o outro, gesticulando e falando rápido. null apenas o observava. - Eu penso em você o tempo todo e.. a verdade é que eu não suportaria ver você com outro cara.. - null finalmente virou-se pra ela, passando a mão pelos cabelos e encarando null. - null, por favor, fala alguma coisa..
- null, eu estou grávida. - null cuspiu as palavras sem nem pensar muito.
null parou de respirar e andou até ela. - V-você o quê?
null olhou pra baixo. - É isso mesmo, eu estou grávida.. Você vai ser pai. - null repetiu, dessa vez um pouco mais devagar. Sentia as lágrimas se acumulando em seus olhos.
null abriu a boca, mas nenhum som saía dela. Milhões de coisas passavam pela sua cabeça ao mesmo tempo, a informação não estava totalmente digerida.
- Eu já esperava esse tipo de reação. - null afirmou, saindo de perto dele.
- Ei, espera.. - null pediu, pegando null pelo braço. - Eu só não.. consigo.. acreditar! Isso tudo é totalmente inesperado.. um filho.. Como?
- Você quer mesmo que eu explique? - null puxou seu braço e abaixou a cabeça. Segundos depois, sentiu dois dedos levantarem delicadamente seu queixo e encontrou o rosto de null bem próximo do seu.
- null, eu posso não ser a pessoa que você escolheria para ser o pai do seu filho no momento, mas você querendo ou não eu vou apoiar.. - null afirmou. - Eu já fiz muita burrada com você, então me deixa tentar consertar te ajudando a cuidar desse filho? - Ele encarou bem fundo os olhos dela. Há essa altura as lágrimas já corriam pelo rosto de null. - Eu sei que não foi planejado por você e nem por mim, mas você é a mulher da minha vida e.. Eu não escolheria outra pessoa para ser mãe do meu filho.

Capítulo 43

- null, você pode por favor me dizer pra onde está me seqüestrando pra eu poder pelo menos tentar escapar? - null perguntou, encarando null. Ele gargalhou.
- Por que você não espera pra ver? - null também perguntou.
- Odeio quando me respondem com uma pergunta. - null cruzou os braços. - Olha, null, eu tenho o número da polícia, então se você está pensando em me seqüestrar eu posso muito bem mandar te prender e..
- Chegamos. - null disse, estacionando o carro. Pegou um lenço e antes que null pudesse dizer alguma coisa, vendou seus olhos.
- null null, quando eu conseguir tirar isso você é um homem morto. - null gritou, tentando se livrar da venda.
- Nem tente, amorzinho, eu fui escoteiro. - null afirmou, abrindo a porta pra ela e estendendo a mão.
Tuanny bufou e pegou na mão dele, vendo que não tinha escolha alguma, sendo então guiada por null para algum lugar que ela desconhecia.
Eles finalmente pararam e null foi atrás de null, tirando a venda dos olhos dela e revelando para a garota todo o Rio Tâmisa e logo atrás a London Eye e o Big Ben igualmente iluminados.
null arregalou os olhos e virou-se para olhar para null, que sorria.
- Então, está com fome? - Ele perguntou, levantando uma cesta de pique-nique.
- O que.. - null gaguejou. - A onde nós estamos?
- Isso é um campus, tenho um amigo que estuda nessa universidade e ele me deixou entrar com a carteirinha dele. - null disse, sem muito entusiasmo e tirando as coisas de dentro da cesta.
- Quer dizer que nós invadimos uma universidade? - null arregalou mais ainda os olhos.
- Não seja tão dramática, null. - null disse, sorrindo. - Eu sei que você gostou, só não quer admitir.
- Odeio quando você tem razão. - null sentou-se ao lado dele.
- Você odeia muitas coisas. - null disse, oferecendo um copo com refrigerante pra ela.
- Ah, null, cala a boca e me passa um desses hamburgers. - null pediu, mostrando a língua pra ele.

Um barulho em algum lugar lá fora acordou null. A garota abriu os olhos devagar, sem noção de onde estava e puxou o lençol até o pescoço quando percebeu que suas roupas não estavam em seu corpo. O lugar em que estava era o antigo quartinho do porteiro no terraço e enquanto percebia isso, o que havia acontecido noite passada rondava sua cabeça. Esticou o braço, mas não encontrou nenhum vestígio de null. Sentou-se na cama e passou a mão pelos cabelos, percebendo um bilhete a onde null deveria estar.
"null,
Eu não queria que você acordasse por minha causa, você estava tão linda dormindo, parecendo tão calma e inofensiva. Ok, agora posso sentir você me socando por causa disso, desculpa. Enfim, eu precisei ir embora mais cedo, mas eu quero que você saiba que ontem foi incrível, você até pode não acreditar, mas são esses momentos com você que me levam a continuar persistindo, mesmo que você enjoe de mim, acho que você vai ter que me agüentar por um bom tempo. E é por isso que eu vou fazer a coisa certa agora, eu não vou mais te procurar toda essa semana e eu te aconselho fazer a mesma coisa, porque a próxima vez que nos encontrarmos, eu prometo que é pra ficarmos juntos, de verdade.
Eu te amo
xx null."

null respirou fundo, várias coisas martelavam sua cabeça. Não sabia o que pensar, não sabia o que fazer, apenas esperava que tudo desse certo, que nada de ruim acontecesse para null ou null. Por mais culpa que ainda sentia esmagando seu peito, por mais ódio que sentia de si mesma, ela ainda esperava isso.

- A null está grávida. – null repetiu o que null acabar de dizer, arregalando seus olhos.
- Mas como isso aconteceu, cara? – null perguntou, colocando a mão no ombro de null.
- Bom, a null acha que foi no dia em que eu e ela.. – null ia falar, mas null o cortou.
- Ok, null, nós não queremos saber tudo, quer dizer, vocês não se preveniram?
- É claro, mas vocês sabem.. nós fomos os 1%. – null afirmou, levantando os ombros.
- E vocês vão voltar? – null perguntou. Desde a fala de null, que null tinha os olhos fixos no chão, como se pensasse em alguma coisa.
- Ela não me disse ainda, mas de qualquer jeito eu quero participar da criação desse filho, ele não pode viver sem um pai. – null disse, com convicção e indo até seu instrumento.
- Acredite ou não, cara, você está fazendo a coisa certa. – null falou, balançando a cabeça. – Não é, null?
- Terra chamando null null. – null passou a mão em frente o rosto de null, fazendo ele finalmente acordar.
- É, o null tem razão. – null também afirmou e indo até seu instrumento. null olhou pros outros dois e girou o dedo perto do ouvido, enquanto franzia a sobrancelha e os outros davam de ombros.

- null, eu vim o mais rápido que eu pude.. - null dizia, enquanto null abria a porta.
- Obrigada, amiga. - null abraçou null e depois deu espaço para que ela entrasse.
- Ok Jess e hmm.. se cuida. - null disse ao telefone. - Não esquece do Simba, beijos. - E desligou.
- Honey. - null foi até null e cumprimentou alegre, puxando ela para se sentar ao seu lado no sofá. - null, você está me preocupando.
null olhou para null e suspirou antes de começar a relatar a null desde que fizera o teste até quando fechou a porta depois de null sair na noite anterior.
- null, eu nem.. acredito! - null exclamou. Algumas coisas começaram a passar por sua cabeça enquanto null contava. - O null.. ele..
- Aham. - null afirmou. - Eu esperava que ele fosse enlouquecer, sair correndo pela porta, mas que fosse me pedir pra que eu deixasse ele participar da vida do nosso filho?
- Eu sempre soube, null, o null pode ser meio desligado e crianção, mas ele tem um coração de ouro. - null disse, colocando uma mão no ombro da amiga e null balançou a cabeça, concordando.
- Você vai dar outra chance a ele? - null perguntou e null encarou o chão.
- Com o tempo, acho que eu vou decidir isso. - null afirmou, olhando as amigas.

Os dias se passavam. Depois de muito implorar null finalmente concordou em ir morar com null, já que ele insistia que ela não podia ficar sozinha e sua casa era grande o suficiente para os dois. null havia contado tudo sobre null para null e a partir desse dia null não conseguiu mais sossegar. A amiga havia pedido algum conselho, mas null não sabia o que dizer, afinal null havia admitido que sentia uma coisa muito forte por null, mas que tudo que null significava pra ela não havia se apagado. A única coisa que null conseguiu dizer, foi para null decidir aquilo que realmente a fazia feliz. Não era uma egoísta a ponto de esperar que null ficasse com null, mas que ela sabia, desde que havia os conhecido, que eles tinham algo maior que amizade, isso ela sabia.
Os garotos estavam super empolgados com o lançamento do CD no final de semana, nem acreditavam que conseguiram fazer um CD tão bom como aquele e finalmente estava terminado e seus fãs poderiam ouvir.
- Eu nem acredito que você e a Natalie estão finalmente juntos! - null dizia a Oliver após se jogar em seu sofá. Tinha trabalhado feito uma louca a manhã inteira e para sua grande felicidade, seu chefe havia dispensado ela e todos os outros projetistas, alegando ter uma reunião importantíssima com algumas empresas de marketing.
- Nós não estamos juntos, tipo namorados. - Oliver se jogou no colo dela, levantando os ombros.
- Que seja, Jess, eu ainda fico feliz por você. - null afirmou, tirando o cabelo dele que caía sobre seus olhos.
- E como anda você e o rockstar? - Oliver perguntou, olhando pra cima.
null suspirou. - Eu não faço idéia! - Ela exclamou, rindo insegura. - O null disse que não ia me procurar essa semana e pelo que entendi, vai conversar com a null.
Oliver a olhou, esperando que ela mostrasse desespero. - E o que você acha?
- Bom, eu espero que isso acabe de uma vez por todas.
- Falando desse jeito, não parece que você quer ficar com o null. - Oliver voltou a encarar seus sapatos.
- É a coisa que eu mais quero no mundo, Jess, eu acho que não poderia viver mais sem ele.. - null disse, pensando. - Mas ao mesmo tempo, eu quero ele e null felizes, independente de como eu vá terminar no final.
- Olha.. - Oliver levantou-se do colo dela. - Vocês dois enfrentaram muita coisa pra ficarem juntos, se tudo isso não for o suficiente, eu não sei o que vai ser. - E levantou-se do sofá, deixando a garota com cara de paisagem, apenas pensando no que ele havia dito.

- Isso está muito bom! - null disse, enquanto mastigava. - A onde você aprendeu a fazer torta, null?
- Com Gordon Ramsay. - null sorriu, convencido e colocando um pedaço na boca.
- Então.. - null disse, balançando os pés.
- Então.. - null repetiu, a olhando.
- A gravadora vai fazer uma festa pra vocês no sábado.. - null inventou qualquer assunto. Nunca havia se sentido tão desconfortável na presença de null assim antes, era como se alguma coisa a cutucasse dizendo o que ela devia fazer.
- Sério? Não duvidava que os caras iriam querer encher a cara pra comemorar o CD. - null afirmou, também visivelmente incomodado.
- null, você gosta mesmo de mim? - null perguntou tão rápido que as palavras quase se embolaram.
As bochechas de null ficaram um vermelho vivo e ele disfarçou. - É claro que eu gosto, eu.. já te disse isso.
- E você me disse que gostou de mim desde o dia em que nós nos conhecemos.. - null agora falava devagar, fazendo gestos. - Então por que você não me chamou pra sair?
- Bom.. - null começou, relembrando.

- Caras, vocês viram a garota que está lá fora pra fazer a entrevista pra manager? - null perguntou, adentrando a sala deles no prédio da gravadora.
- Ela é bonita? - null perguntou, jogando um amendoim pra cima e pegando com a boca depois.
- Nossa. - null sorriu com o canto da boca.
- Ei, null, você devia dar uma chance pros amigos de vez em quando. - null disse, pegando um amendoim de null e jogando em null. A verdade era que ele já havia visto a garota e as borboletas fazendo festa em seu estômago não o enganavam.
- É, null, parece que o null está interessado. - null falou, rindo.
- Hey, null, se você gostou dela.. - null dizia, enquanto passava a mão pelo ombro de null. - vai em frente, cara.. Te dou força.
- Valeu, mate. - null levantou a mão e fez um "high five" com null.


- Só que um mês depois que você tinha entrado pro nosso time, eu.. er.. ouvi sem querer você falando no celular com alguém que estava simplesmente apaixonada pelo null e..

- null, a null gosta de você. - null disse, com uma feição séria.
- Sério? - null arregalou os olhos, levantando-se do sofá.
- Eu ouvi ela falando no celular de como você é super fofo, lindo, bom músico e bla bla bla.. - null falou, fazendo uma vozinha de mulher.
null sorriu. - Mas, você gostava dela null e..
- Eu sei, mas não importa.. eu.. você devia chamar ela pra sair. - null desconversou.
- Se tudo bem pra você, talvez eu chame mesmo. - null afirmou, voltando a deitar no sofá.


- E o resto da história você conhece. - null falou, olhando pro chão.
- Eu.. - null não tinha o que dizer. - Eu nem imaginava, null.
- Pois é. - null deu um sorrisinho sem graça.
Percebendo isso, null mudou de assunto novamente. - A torta estava muito boa, mas eu preciso ir fazer uma coisa. - Ela disse, levantando-se ao mesmo tempo que null. Ele abriu a porta pra ela e null já estava no meio do jardim quando voltou e deu um pequeno selinho no garoto, antes de sair correndo em direção ao seu carro.


Capítulo 44

Aquela caixa já havia sido posta e tirada da prateleira no mínimo umas 5 vezes, sem contar com o tempo que ela também havia sido encarada. null passava os olhos pela caixa de novo, mas as palavras ali já estavam decoradas, a garota apenas pensava. Fazia algum tempo que null estava sentindo alguns enjôos e ânsias fora do comum e depois que null havia tido o mesmo tipo de enjôo e descoberto que estava grávida, ela começara a ficar com certo receio. Tinha certeza que se estivesse grávida aquele filho seria o resultado da noite em que ela e null chegaram bêbados na casa do garoto. Não era pra parecer desesperador se ela tivesse certeza dos seus sentimentos para com o seu.. futuro marido?
null pegou a caixa de uma vez e passou no caixa para pagar. Dirigiu até seu apartamento, enquanto pensava em ligar para null. Decidiu por fazer isso sozinha e quando viu as linhas que indicavam que o resultado era positivo, teve certeza que mesmo amando null de uma maneira que nem ela sabia explicar direito, ela e null teriam que se casar e isso deveria ser o mais rápido possível, antes que sua barriga começasse a aparecer.

Era sábado e as filas contornavam a esquina de fora da HMV. À essa hora, os meninos já tinham dores nas mãos de tanto assinar CDs, mas ainda assim continuavam com os mesmos sorrisos no rosto, satisfeitos com seu trabalho sendo reconhecido.
Numa pequena pausa que eles tiveram para almoço, null foi até o banheiro e digitou uma mensagem:
"E aí, o que vai fazer essa noite, gatinha? Quer ir na festa da gravadora?
xx null"


null viu seu celular vibrar em cima da mesinha de cabeceira e largou o controle remoto, indo ver o que era. Leu a mensagem e riu baixinho, mas antes que pudesse responder qualquer coisa, outra mensagem chegou:
"Saudades.."


Agora ela estava sorrindo, enquanto imaginava null pensando nas mensagens que iria mandar. Percebeu que fazia exatamente uma semana desde que eles haviam se visto pela última vez, será que isso significava que null havia ou iria falar com null? Bom, isso a assustava.. muito.

- Não vai ser estranho? - Oliver perguntou, enquanto dobrava a manga de sua camisa. - Eu e a Natalie chegarmos.. hmm.. juntos?
- É claro que não, Jess. - null afirmou, calçando a sandália. - O null e ela terminaram e você disse que ele desconfiava desde o começo que vocês se gostavam.
- É.. hmm.. você tá certa. - Oliver levantou os ombros e saiu do quarto da garota.
- A null vai passar aqui em meia hora. - null gritou, enquanto levantava-se e olhava no espelho o seu vestido azul marinho frente única e pegava seu sobretudo creme.

Enquanto isso, no seu apartamento, null apoiava o rosto nas mãos, completamente agoniada. Precisava contar à null e mais difícil ainda, precisava contar à null. Não achava que conseguiria magoar null, teria que estar disposta a perder qualquer vínculo de amizade que tivera um dia com ele, para o bem dos dois. Por fim, decidiu que não ia tornar aquela gravidez como se fosse algo ruim, estava feliz e iria ficar feliz, não via a hora de contar para null, é isso que ela pensava enquanto saía de casa e dirigia até o apartamento de null.
- Olá. - null cumprimentou sorridente null, enquanto entrava no carro.
- Amiga! - null sorriu e null pode ver algumas olheiras concentradas nos olhos da amiga.
- Você está bem, amiga? - null perguntou, preocupada.
- Estou. - null continuou sorrindo. - Só um pouco cansada.
- Fala, null. - Oliver disse lá de trás e ela acenou pra ele, acelerando em seguida para a casa de null, para pegar null.

A casa de eventos estava bastante movimentava para uma festa fechada. Vários carros chegando e alguns paparazzi apenas esperando as pessoas saírem deles. Os meninos tiveram que chegar mais cedo para darem algumas entrevistas e coisas do tipo.
- Está cheio. - null afirmou, enquanto saía do carro e olhava em volta. Oliver se afastou para ligar para Natalie.
- Como os meninos são orgulhinhos. - null disse, sorrindo.
- Amiga, você tem certeza que está bem? - null perguntou, chegando ao lado das duas.
- É claro, eu estou grávida, mas não estou morta. - null falou, balançando a cabeça. - Vamos?
- O Oliver não vem? - null perguntou para null.
- Vai esperar a Natalie. - E piscou para null como se dissesse "depois te conto tudo".
As três entraram em seguida, parando na porta e passando os olhos pelo salão a procura de algum sinal dos garotos e logo os encontrando num canto perto do palco, conversando com algumas pessoas.
- Hey, McFly! - As três disseram juntas, quando chegaram perto deles.
Alguns minutos se foram para que as garotas pudessem abraçá-los e parabenizá-los pelo novo CD.
- Não vejo a hora de tocar a música nova. - null disse animado.
- É a melhor música que já compomos. - null afirmou.
- E que horas vai ser isso? - null perguntou. Era difícil ficar ali, null tinha os olhos pregados nela e se ela pudesse cavar um poço para se esconder, ela o faria. Ou simplesmente puxaria null pra longe dali.
- Daqui uma meia hora. - null disse, após olhar no relógio.
- Bom, eu quero dar uma volta. - null falou, olhando para o salão cheio.
- Eu vou com você. - null não estava perguntando. Colocou a mão em volta da cintura de null e a guiou pelas pessoas. Com certeza ele estava mudado, estava fazendo de tudo pra que ele e null dessem certo, talvez a responsabilidade de ter um filho sempre fora a solução.
- null, eu também quero dar uma volta. - null pediu, pegando na mão do garoto.
null desviou o olhar de null e a encarou, balançando a cabeça afirmativamente e saindo com a namorada dali.
- Minha bebida acabou.. - null começou, mas foi interrompido por null.
- Cara, achei que você nunca ia chamar. - Disse, fazendo null rir enquanto os seguia até o bar.

- null.. - null entrou na frente dela, quando eles já estavam numa parte onde a concentração de pessoas era menor.
- Fala, babe. - null disse, parando de andar e tirando um cabelo dos olhos de null.
- Eu preciso te falar uma coisa e eu ainda não tenho certeza se esse é o melhor lugar, mas eu não posso esperar mais. - null afirmou. Não conseguia olhar firme nos olhos dela, não conseguia nem encarar o rosto confuso da garota.
- Na verdade, eu também preciso te dizer uma coisa. - null olhou o chão e depois voltou a encarar null.
- Eu.. você primeiro. - Aquilo era bom, ele podia ganhar mais tempo pra repassar tudo que ele precisava dizer a null.
- Não sei como dizer isso, então eu vou dizer de uma vez, ok? - null mordeu o lábio e respirou fundo. - Eu estou grávida.
O chão debaixo dos pés de null simplesmente sumiu, seus olhos não podiam arregalar mais e ele começara a suar frio. Nada, nenhuma palavra vinha a sua cabeça agora, era como se tudo tivesse ficado preto.
- Você.. tem certeza disso? - null meio que gaguejou. - Quer dizer, como isso aconteceu.. nós..
- Lembra na sua casa quando nós estávamos bêbados e..
- Ah, sei.
- null, por favor, diz alguma coisa.. sei lá, que está explodindo de felicidade ou que não consegue acreditar.. - null pediu, com olhos suplicantes.
- Eu não consigo acreditar. - null afirmou. Era como se um milhão de coisas passassem pela sua cabeça ao mesmo tempo. O que ia fazer? Não podia simplesmente dizer que queria terminar, não naquela situação. E muito menos poderia dizer que.. era difícil mas não, não estava explodindo de felicidade naquele momento. - O que nós vamos fazer?
- Ora, vamos nos casar e ter o nosso filho. - null disse. Por que ele estava agindo daquela maneira? - Eu estava pensando em adiantar o casamento, antes que a barriga comece a crescer.
- Certo. - null limitou-se a uma palavra. - Tudo bem. - E forçou um sorriso.
- O que você queria me dizer? - null perguntou, levantando a sobrancelha.
- Hmm.. Que talvez.. err.. adiantar o casamento fosse uma boa idéia. - null disse a primeira coisa que veio a sua cabeça.
- Bom, vamos voltar pra lá, já já vocês tem que subir ao palco. - null disse, entrelaçando sua mão com a dele.

- Hey. - null disse, ao chegar com null no bar ao lado de null, null e null que riam de alguma coisa que null acabara de falar.
- Faaaaaala casal. - null levantou sua bebida.
- Cara, como null é fraco.. já está bêbado. - null disse, dando um tapa na cabeça do amigo.
- Cala boca, null. - null deu outro tapa na cabeça de null e eles começaram uma lutinha de brincadeira.
- Bom, eu vou ao banheiro. - null falou sorrindo, enquanto descia do banco e pegava seu copo.
- E eu tenho que fazer um social ali. - null disse, dando um beijo no topo da cabeça de null e saindo em seguida de null.
null cutucou null, enquanto passava rápido por ela e a garota soube que devia segui-lo.
Quando deu por si, null estava sozinha com null num jardim bonito que ficava na parte de trás da casa de eventos. null parou de andar e passou as mãos pelos braços, havia esquecido seu sobretudo lá dentro. null continuou andando de um lado para o outro, parecendo muito nervoso.
null foi surpreendida por null, que no minuto seguinte havia segurado sua cintura com uma mão e com a outra seu rosto, de olhos fechados e colando suas testas, com a respiração descompassada.
A banda que tocava alguma coisa no palco agora havia acabado de mudar seu repertório de músicas agitadas para uma um pouco mais lenta e ela podia ser ouvida do jardim. Era incrível como músicas sempre se adequavam ao momento. (N/A: Digo por experiência própria ._. e escutem essa música enquanto lêem, vale a pena.) Thousand Foot Krutch - Breath You In.
"Taking hold, breaking in, the pressures on, need to circulate, mesmerized and taken in, moving slow, so it reasonates
It's time to rest, not to sleep away, my thoughts alone try to complicate
I'll do my best, to seek you out and be myself not impersonate.."


- null.. - null sussurrou. - O que.. você está fazendo?
- null, eu sou um idiota. - null também disse baixo e ainda com os olhos fechados. - Me diz que eu sou um completo idiota.
- Você falou com a null? - null perguntou, como se já soubesse a resposta. null negou com a cabeça. - null, chega ok? Eu vou lá agora e..
- Eu.. - null pensava milhares de jeitos de dizer aquilo a null, mas nenhum era bom o suficiente. - A null está grávida.
"I've tried so hard to not walk away and when things don't go my way I'll still carry on and on just the same.."


null deu três passos pra trás e null não tentou impedi-la. Ela não conseguia entender, aquilo só podia ser um sonho ou talvez uma piada de muito mal gosto de null e era melhor ele desmentir antes que ela ficasse muito brava.
- Eu sei o que você está pensando.. - null tentou chegar mais perto dela, mas null se afastou. - Como isso aconteceu ou porque, e não dá pra mentir.. Eu dormi com a null naquele dia que eu estava bêbado depois do pub..
"I've always been strong, but can't make this happen
'Cause i need to breathe, i wanna breathe you in.."


As lágrimas nos olhos de null escorreram como nunca, lavando seu rosto. null sentiu uma dor forte no peito vendo null daquele jeito, havia prometido a ela e a si mesmo que nunca mais a faria sofrer e agora era como se cada lágrima dela o perfurasse.
- Eu fui um idiota, não na verdade, eu fui coisa bem pior que isso e eu te dou todo direito de querer dar um soco na minha cara agora, mas está feito e a null vai ter um filho meu.. - null tentou mais uma vez chegar perto de null, mas dessa vez ela não recuou, não tinha forças pra isso. A mão do garoto tremia de nervoso.
"The fear of becoming, i'm so tired of running
'Cause i need to breathe, i wanna breathe you in, i wanna breathe you in.."


- Mas você tem que acreditar que isso não muda nada, null, eu te amo muito mais do que eu já amei alguma pessoa e com certeza que eu vou amar, pra falar a verdade você me mostrou o que é isso e é por isso que eu quero fugir.. Nós podemos pegar o barco do seu pai, algumas malas e sair viajando por aí.. - null fazia gestos, tentando explicar pra ela.
Os olhos de null se arregalaram de incredualidade. - Você.. tem noção do que está dizendo, null? Você quer fugir e deixar a null sozinha E grávida? Deixar seus amigos na mão? A banda? Isso é inacreditável, eu não pensei que você pudesse chegar a esse ponto! - null gesticulava e finalmente conseguiu respirar fundo.
- null.. - null tentou. Sua barriga dava cambalhotas e pontadas de nervoso misturado com agonia e tristeza.
- Não, null, agora ficou claro pra mim.. - null respirou fundo mais uma vez e olhou null tão firme nos olhos, que pensou que eles pudessem saltar de seu rosto. - Eu não posso mais me intrometer nessa família que vai se formar, você precisa casar e dar todo o apoio que a null precisa e eu.. vou embora. - Deu as costas para null e começou a andar, vendo suas lágrimas molharem seu colo e vestido.
"Took awhile to see all the love that's around me
Through the highs and lows there's a truth that i've known..


null não precisava perguntar pra onde ela ia, null não iria para seu apartamento, iria embora definitivamente. Agora aquelas cambalhotas poderiam se tornar lágrimas e ele sentiu que poderia chorar ali mesmo, enquanto percebia que estava vendo o amor de sua vida ir embora.
..And it's YOU."


Capítulo 45

- null! - A garota ouviu a voz de null ecoar em sua cabeça e parou imediatamente de andar para procurar de onde vinha a voz.
- Hey, null. - null finalmente viu null entrar em foco bem na sua frente e acompanhado por um garota muito bonita.
- Você estava.. chorando? - null perguntou preocupado.
- Não, eu só vou ficar resfriada. - null afirmou, esfregando os olhos. - Quem é a sua amiga?
- Essa é a null. - null fez alguns gestos para que null se lembrasse da garota que ele havia mencionado.
- Bom, prazer null.. eu sou a null. - null sorriu para a garota que retribuiu.
- O null fala muito bem de você. - null afirmou, pela primeira vez ela estava sem graça.
- Ah que bom que o null está fazendo bem o meu filme pras pessoas. - null disse e null mandou língua pra ela, fazendo as duas rirem.
- O papo está muito bom, garotas, mas o papai aqui precisa dar um show lá em cima. Até mais. - null disse, dando um beijo estalado na bochecha das duas e correndo para o backstage.
- Você quer ir lá pra frente? - null ofereceu.
null parou pra pensar, estava decidida sobre ir pra casa e começar a fazer suas malas, mas o resto da banda não tinha nada a ver com tudo que havia acontecido e seria uma desfeita enorme sair sem pelo menos ver o show.
- Tudo bem. - null balançou a cabeça afirmativamente e seguiu null.
Em frente ao palco, mais no canto direito, as duas encontraram null, null, Oliver e Natalie. null apresentou null para todos e postou-se ao lado esquerdo de Oliver.
- Você pode me levar pra casa depois do show? - null pediu ao amigo, sussurrando.
- Por quê? Quer dizer.. o que houve, pequena? - Oliver perguntou, visivelmente preocupado.
null suspirou. - Eu te conto depois.
Os garotos subiram ao palco e várias pessoas aplaudiram, assoviaram e gritaram. Eles tinham sorriso enormes nos rostos, a não ser por null.
- Olá, pessoal. - null disse ao microfone, cumprimentando todos. - Bom, primeiro gostaríamos de agradecer a nossa gravadora por ainda acreditar em nós e nos dar essa festa e a todo mundo que comprou o nosso CD, vocês são demais!
- Essa é uma música nova do nosso CD e se chama Transylvania. - null foi até o microfone anunciando, antes dos primeiros acordes de Transylvania começarem a ser tocados.
"Anne Boleyn she kept a tin, which all her hopes and dreams were in,
she plans to run away with him forever, (never to be seen again).."


- Cara, vocês foram.. incríveis. - null foi a primeira a falar quando viu os garotos finalmente virem ao encontro deles.
- Err.. bondade sua, null. - null falou, sem graça.
- Mas poxa, ela tá certa. - null continuou. - null, olha o seu cabelo.. - E foi até o garoto.
Ninguém parecia perceber, mas a tensão entre null e null era tão grande que a qualquer hora poderia explodir. A respiração dos dois parecia estar presa, e diferente de null, null tinha os olhos em cima dela a todo minuto.
- Bom, eu e a null vamos embora. - Oliver se pronunciou. - Você vem, Natalie?
- Já? Mas a festa vai começar agora! - null exclamou, fazendo uma dancinha.
null riu. - Depois dessa, eu até ficaria se não fosse esse resfriado.. Mas vocês estavam ótimos, meninos. - E eles abriram sorrisos sem graça.
- Você leva eles, null? Eu vou dormir na casa dos meus pais, que é do outro lado da cidade. - null pediu, olhando para o noivo.
- Não, null, não precisa.. nós vamos de táxi. - null balançou a mão, em negação.
- Não, eu trouxe vocês e eu não posso deixar vocês irem assim, você leva, não é baby? - null insistiu.
- Aposto que o null não vai querer e.. - null começou, mas foi interrompida por null. À essa altura o resto já estava dançando na pista ali perto.
- Tudo bem, null, sem problemas. - null afirmou e apontou com a cabeça pra fora do lugar, dando um beijo rápido em null e indo naquela direção.
Oliver despediu-se de Natalie, que iria embora com null, null e null, que passariam pelo apartamento dela. null acenou para null e os outros e seguiu null.

O silêncio estava pesado dentro do carro. null, do banco do passageiro, apenas olhava firme para frente e null fazia o mesmo. Alguns poucos minutos depois, eles já estavam parados na frente do apartamento de null. Oliver deu um tapinha no ombro de null e agradeceu, descendo rapidamente do carro. null abriu a porta e colocou um pé pra fora, mas null segurou forte seu braço.
- Não faz isso comigo, por favor. - Os olhos de null perfuravam a garota tão intensamente, que a olhavam como se suplicassem pela vida.
- Eu.. - null não tinha forças, sentia que iria desmoronar ali mesmo. - Se você gosta mesmo de mim, null, você vai fazer o que é certo, é tudo que eu te peço.. Não torne as coisas mais difíceis do que elas já estão.
null olhou cada parte dele, desde a ponta do fio do cabelo até o sapato, queria guardá-lo na sua memória pra sempre. Mas não conseguiu ficar mais nenhum minuto ali, a dor em seu coração ardia como se estivesse queimando.
- Tudo que nós passamos, tudo que eu já te disse.. como você pode simplesmente acabar com tudo? - null perguntou num tom de voz alto e irritado.
- Eu amei cada segundo que eu passei com você, null.. - null suspirou, precisava sair dali urgente. A dor era quase impossível de aguentar e agora ela se misturava com raiva, a raiva por null não largá-la para ser feliz do jeito que devia ser. - Mas isso iria acontecer um dia ou outro, eu só estou.. antecipando o sofrimento.
null abriu a boca pra falar, mas foi interrompido por null. - Eu te odeio, null. - Agora aquilo explodia no peito da garota. Havia acabado de dizer a maior mentira do mundo. - Isso vai acabar assim, do jeito que começou. - Ela deu as costas para null pela segunda vez naquela noite, após ele ter soltado seu braço, sem mais forças para segurá-lo.

A porta da casa de null bateu com força pela ação das costas de null. null tinha uma mão impedindo que a garota se movesse e a outra segurando fortemente em sua cintura. Eles se beijavam como se fizessem isso há muito tempo, cada movimento sincronizado e perfeito. null não conseguia tirar a mão dos cabelos macios de null, bagunçando-os completamente. null distribuía beijos por todo pescoço da garota e null apenas sentia seu corpo inteiro arrepiar.
Os dois não estavam bêbados, já que null afirmara não ser a maior apreciadora de bebidas do mundo e devido à isso fizera null mais dançar do que beber o resto da noite. Com certeza estavam fazendo aquilo porque queriam.
- null.. - null gemeu, de olhos fechados, antes que null voltasse a beijá-la nos lábios novamente.
null não ouviu ou fingiu que não ouviu, indo direto para a orelha da menina e beijando o lóbulo dela.
- null, por favor.. - null desceu suas mãos para os ombros dele, como se tivesse força para pará-lo.
null parou de beijá-la e deixou seus rostos a menos de dois centímetros, enquanto ele encarava os olhos grandes e bonitos da garota.
- Olha.. - null olhava para baixo. - Eu não consigo mais esconder isso.
null enrugou a testa. - Do que você está falando?
null passou a mão pelo cabelo dele. - Na verdade, eu sou uma grande fã sua e dos meninos e faz algum tempo que eu ando "seguindo" você.. - Ela fez aspas e deu um suspiro. - E foi em um desses dias que eu encontrei você desacordado dentro daquele carro e chamei a ambulância, fui com você até o hospital e pedi pra que eles ligassem pro null.
null tirou o braço da porta e da cintura dela. - Por que você está me contando isso agora?
- Porque eu não quero que o que está prestes a acontecer entre nós comece com uma mentira. - null descolou suas costas da porta e deu alguns passos. - Me desculpa, null, por fingir que não fazia idéia quem você ou a sua banda eram e por não te contar sobre o acidente.. Eu pensei que você ia achar que eu era mais uma fã louca e desesperada.
- null, espera.. - null pediu, quando viu ela andar até a porta e por a mão na maçaneta. null olhou para ele e abriu a porta, saindo rapidamente de lá.

- null, sai daí, pelo amor de Deus. - Oliver batia na porta do quarto da garota. Já se passavam das quatro da tarde daquele domingo e ela não havia posto o pé pra fora do quarto. - Eu trouxe chocolate e a sexta temporada de Friends!
Alguns passos foram ouvidos de dentro do quarto e a porta foi destrancada. Oliver assustou-se com o estado da amiga, já havia visto null de muitos jeitos, mas agora ela vestia um moletom enorme que cobria seus shorts, tinha o rosto vermelho e inchado, profundas olheiras, o cabelo bagunçado, a maquiagem borrada e uma cara de quem estava doente.
- Eu sabia que você não ia resistir. - Oliver disse, sorrindo e levantando o chocolate e a caixa de DVDs.
- Jess, eu vou embora. - null afirmou, tinha uma voz rouca e baixa. - Eu decidi, vou trabalhar essa semana e me demitir na sexta pra poder voltar pra Cardiff no sábado.
- Você o quê? - Oliver segurou null pelos ombros e a levou até sua cama, colocando-a sentada.
- É isso que você ouviu, eu não posso mais ficar aqui. - null olhou para os pés e brincou com os dedos.
- Quando você estiver preparada pra me contar porque quer fazer essa loucura, pequena, é só dizer. - Oliver passou a mão pela cabeça dela.
- Obrigada, Donald. - null abraçou o amigo.
- De nada, Mickey. - Deu um beijo na cabeça da menina e a deixou ali.
null foi até seu closet e abriu uma caixa, tirando de lá um envelope ainda fechado que havia chegado há alguns dias e o remetente dizia: Lawn Tennis Federation. Apesar de não ter aberto, já sabia o que dizia e era hora de aceitar aquilo.

null estava saindo da garagem de seu apartamento e tendo como destino a casa de null, precisava contar seu dilema para a amiga e principalmente conversar com alguém. Abaixou-se para apertar o botão do rádio e quando voltou, viu a figura de null em frente seu carro. Colocou a cabeça pra fora.
- null.. hmm.. O que exatamente você está fazendo aí?
null não respondeu, apenas andou até a porta do carro de null, abrindo-a e fazendo um gesto para que a garota pulasse para o banco passageiro para que ele assumisse a direção.
Ele começou a dirigir sem dar uma palavra com null, enquanto essa o olhava com a testa franzida.
- Você pode me dizer o que significa isso ou você surtou de vez? - null perguntou, dando uma risada insegura.
null olhou para null, respirando fundo e estacionando o carro no fim de uma rua onde havia um parquinho. Desceu do carro e começou a andar até o parquinho, com as mãos enterradas no bolso das jeans. null o seguiu, apertando seu casaco contra o corpo quando um vento de fim de tarde passou por ela.
A garota acomodou-se em um balanço antigo e ficou olhando null encarar o nada, esperando que ele falasse de uma vez o que queria.
- Eu.. - null pigarreou e chutou a grama do chão. - não sei como falar isso.
- É só dizer, null, eu não vou me aborrecer. - null disse, balançando e levantando os ombros.
- Você está grávida? - null disse aquelas três palavras antes que não tivesse mais coragem.
null o encarou e depois voltou seu olhar para o chão, mordendo o lábio. - Como você sabe?
- Então você está? - null perguntou novamente, nervoso.
- Como você sabe disso, null? - null repetiu a pergunta.
- Eu ouvi o null falando com o null no telefone. - null falou, chutando mais um vez a grama, mas agora com mais força.
- null, eu.. - null levantou-se, mas foi interrompida pelo null.
- Eu sou um idiota, não é? Acreditando que você podia, sei lá, estar gostando realmente de mim.. mas na verdade você só estava planejando sua vida perfeita com o null. - null disse com os dentes cerrados. null nunca o havia visto daquele jeito, null sempre fora difícil de perder a paciência, mas agora ele a assustava.
- null, eu gosto de você! Eu gosto tanto que eu nem sei explicar direito. - null fez gestos exagerados. - Mas eu estou grávida, e agora é tudo mais complicado. - Ela passou a mão pelo rosto. - Eu não queria que as coisas ficassem desse jeito, mas eu e o null decidimos ter esse filho juntos depois que nos casarmos.
Aquilo provavelmente caiu como uma bomba sobre null, a pequena esperança que ele ainda tinha havia sido completamente esmagada.
- É, eu sou um idiota e a única pessoa que parece não se encaixar nessa história. - null virou-se e caminhou até fora dali, continuando por aquela rua.
null abaixou a cabeça e sentiu seu coração ficar pequenininho, a sua maior vontade era correr atrás de null, abraçá-lo e sentir aquela sensação boa que sentia só com ele, mas sabia que aquilo não era mais possível.

Capítulo 46

- "She speaks.. oh speak again bright angel.." - null repetia junto com o filme e bufou em seguida. Oliver saiu da cozinha com uma bandeja nas mãos. - Romeo é um completo idiota hipócrita, num dia está caindo de amores pela Rosalinda e no outro se casando com a Julieta. - E bufou novamente.
- Falando sozinha, pequena? - Oliver riu colocando a bandeja na mesinha, onde tinha um prato com uma massa e suco de uva. - Cara, é melhor você comer, senão eu vou ter que bancar o irmão dedo duro e ligar pra sua mãe. - Ele mandou, pegando o controle e desligando a TV.
- Hey. - null protestou. - Eu estava assistindo.
- É sério, null, eu não quero ser o chato, mas você não pode ficar assim pra sempre.. - Oliver foi até ela e jogou-se sobre o sofá. - Eu ainda quero socar o null e essa poderia ser uma ótima oportunidade.. - Ele fechou o punho e null deu um risinho. - Só que pelo que eu entendi, você tomou essa decisão porque é o certo a se fazer, mas cara, eu odeio ver você assim. - E a abraçou pelos ombros.
- Você está certo. - null afirmou, encarando seus dedos e voltando a olhar para o amigo.
- Estou? - Oliver levantou uma sobrancelha.
null riu baixinho e balançou a cabeça afirmando. - Eu decidi por isso e eu.. - Ela engoliu em seco. - vou arcar com as conseqüências continuando minha vida.
- Essa é a irmãzinha que eu conheço! - Oliver exclamou, bagunçando os cabelos dela e ouvindo protestos da garota. - Agora, ou você come por bem ou por mal.

- E aí vem a nova mamãe. - null disse, vendo null chegar na sala da gravadora, a onde eles esperavam alguns produtores para começarem a decidir as coisas da turnê.
null corou e não pode deixar de perceber null, que havia bufado baixo e desviado o olhar dela. - Bom, já que o null contou pra todo mundo mesmo, não tem mais o que eu falar.
null foi até null e null e elas a abraçaram, parabenizando-a. null a abraçou rapidamente, para não fazer desfeita. null não tinha totalmente culpa, mas ele estava chateado.
- Cara, nem acredito que nossos filhões vão nascer quase na mesma época. - null bateu no ombro de null. - Ei, quem disse que vão ser filhões? Podem ser meninas. - null afirmou, sentando-se ao lado de null. - Por falar nisso, eu e a null vamos hoje fazer o exame no médico.
- Quer que eu vá com você? - null ofereceu e null negou com a cabeça.
- Nós vamos fazer isso sozinhas. - null sorriu, tirando o cabelo dos olhos de null e vendo os produtores entrarem na sala.

- Você tem certeza que não quer que eu encontre vocês? Eu estou saindo do trabalho e posso acompanhar vocês. - null dizia ao telefone com null, enquanto entrava no elevador de seu trabalho, após ter tido a reunião com seu chefe e dito sobre sua demissão na sexta.
- Não, amiga, tudo bem.. Vai demorar, não quero te incomodar! Te ligo assim que sair. - null disse e elas desligaram.
- Vamos? - null perguntou e null confirmou, enquanto elas entravam no consultório.

null caminhava pelo campus da faculdade, enquanto decorava algumas coisas para a prova do dia seguinte. Sem perceber, seus pés já a haviam guiado até o estacionamento e quando levantou a cabeça à procura de sua moto, tudo que viu foi null encostado em seu carro e algumas garotas ao redor dele, enquanto ele dava autógrafos. null olhou para null e sorriu com o canto da boca, levantando os ombros como se dissesse "a culpa não é minha".
O garoto pediu licença para as meninas ao redor dele e foi ao encontro de null, com um sorriso meigo no rosto.
- null.. hmm.. - null balançou a cabeça, confusa. - O que você está fazendo aqui?
- Encontrando algumas fãs, dando alguns autógrafos, coisas de rockstar sabe? - null brincou e null o olhou com cara de reprovação. - Eu decidi vir aqui depois de você não retornar nenhuma das minhas ligações e encarar de novo seu irmão, que me disse que você estaria na faculdade.
- O Spencer te falou mesmo aonde eu estava? - null arregalou os olhos. Seu irmão havia amedrontado cada um de seus "possíveis" namorados, não que ela já tivesse muitos, porque não tivera.
- É, eu disse algumas coisas pra ele e fui bem convincente, acho que ele pode até gostar de mim. - null afirmou, sorrindo pra ela.
- E o que exatamente você disse que foi tão convincente? - null perguntou franzindo a testa, ainda sem acreditar.
- Eu disse.. - null deu alguns passos para ficar mais próximo ainda de null. - Que você foi literalmente a garota dos meus sonhos por um tempo, que quando eu pensei que não pudesse encontrar ninguém, você apareceu, sei lá, desse seu jeito.. - null passou a mão pela bochecha dela, que sorriu sem graça. - E que você não precisava se sentir culpada por não me contar sobre o acidente, eu sabia desde o início e principalmente que se você não aceitar ficar comigo, eu ainda posso acabar em outro acidente.
- Bate na boca, null. - null exclamou.
- Tá, isso foi só pra descontrair. - null colocou a mão na cintura da garota, por baixo da camisa pólo que ela usava. - Mas, então o que.. - Mas null não conseguiu terminar, pois null já tinha colocado uma de suas mãos na nuca dele, fazendo com que seus lábios selassem em um beijo cheio de vontade e fazendo as fãs que ainda esperavam por null ficarem de boca aberta.
null partiu o beijo e sorriu sem graça. null abriu a boca para dizer alguma coisa, mas ela o interrompeu de novo, colocando o dedo em sua boca. - Primeiro, que história é essa de que você já sabia desde o início?
- Cara.. - null passou uma mão pelos cabelos. - Longa história.
- Bom, eu tenho tempo. - null afirmou, começando a andar e fazendo com que null a seguisse.

- null, cara, alguém já te disse que você está horrível? - null perguntou, sentando-se em frente ao amigo com um copo grande de refrigerante.
null parou de abrir os pacotinhos de sal e olhou para null. - Muito obrigado, null, agora você me ajudou.
- Você sabe do que eu estou falando.. - null esticou-se para dar um tapa na cabeça de null, que tinha voltado a brincar com o sal. - Você ainda não conseguiu esquecê-la?
- É facil falar, mas só de pensar que eu nunca mais vou poder ver a null, chegar perto, abraçar ela.. Cara, eu não sei o que eu faço. - null apertou tão forte o pacotinho de sal, que explodiu em sua mão.
null olhou para o amigo sem saber o que dizer, já que estaria mentindo se soubesse realmente o que null estava passando. - Você já pensou em.. hmm.. contar tudo pra null e ajudar com o filho, mas ficar com a null?
- A null me daria um murro na cara se eu abandonasse a null, ela é muito cabeça dura. - null afirmou, dando um suspiro. - Mas agora está feito, eu e a null vamos nos casar e a null vai embora, como se nada entre nós dois tivesse acontecido.
Aquelas palavras queimaram dentro do peito de null.. "Como se nada tivesse acontecido", uma mentira enorme, já que pra ele aquilo nunca poderia ser verdade.

O celular de null começou a vibrar e a garota acordou assustada, encontrando o aparelho debaixo de suas costas. - Alô? - Ela atendeu com os olhos um pouco fechados, enquanto com a outra mão tirava os papéis de cima de si e percebia que havia adormecido com a mesma roupa do dia anterior.
- Amiga? - null ouviu a voz nervosa de null do outro lado da linha.
- Hey. - null passou a mão pelos cabelos. - Tudo bem, amiga?
- Mais ou menos, eu.. hmm.. - null comeu alguma coisa. - vou buscar meu teste.
- Sério? E você quer que eu vá com você? Acho que dá tempo antes do trabalho.. - null dizia, checando o relógio em seu pulso.
- Obrigada, amiga, mas não precisa.. Eu só liguei porque tô meio nervosa. - null disse e deu outra mordida no que estava comendo.
- Nervosa? Mas você fez o teste de farmácia, o do médico é uma confirmação. - null afirmou, tentando acalmá-la.
- Eu não sei, acordei meio encucada com esse teste. - null disse, ainda nervosa. - Bom, depois de lá eu vou dar uma ultima olhada no buffet do casamento.. E ah, eu não te disse, nós adiantamos o casamento do mês que vem para sábado agora!
null sentiu sua mão tremer e por pouco não viu o celular escorregar de suas mãos. Não era pra ser totalmente surpresa, ela sabia que depois que null descobrira que estava grávida, ela e null iam ficar juntos, sem ela e sem null.. Mas tudo que null queria era que quando os dois subissem ao altar, ela já estivesse fora de Londres.
- Jura? Qu-ue ótimo, null! - null tentou seu melhor para não gaguejar e não obtendo muito sucesso.
- Pois é. - null falou, animada. - Daí depois você poderia me encontrar e ver o seu vestido de madrinha.
- Claro, eu vou ver se consigo. - null ainda disse nervosa, não ousaria dizer que não poderia ir ao casamento naquela hora.
- Ok, até mais então, beijos. - E elas desligaram.
null passou suas duas mãos pelo rosto e deixou seu corpo cair pra trás na cama novamente, enquanto pensava como diria a null que não poderia ser sua madrinha e ainda que muito menos poderia ir ao seu casamento.

- Bom, aqui está seu teste. - O médico disse a null, retirando um papel de um envelope grande e examinando-o.
null balançava os pés freneticamente e mordia o lábio, enquanto via o médico fazer algumas expressões com o rosto. - E então? - Ela perguntou rapidamente, quando ele finalmente parou de ler, balançando a cabeça e parecendo que sentia pena.
- O teste deu negativo. - O médico afirmou e null arregalou os olhos, levando a mão ao peito.
- Mas não é possível, eu fiz o teste de farmácia e.. - null dizia, desesperada.
- Eu sei, mas você fez bem no começo e esses testes têm chances de erro.. Você pode dar uma olhada se quiser. - Ele entregou o envelope para null, mas a garota estava tão assustada que não conseguia se mover. - Eu sinto muito, senhorita null.. Mas vocês podem tentar de novo, você é jovem e tem tempo.
null respirou fundo, afirmou com a cabeça, pegou o envelope da mão do médico e levantou-se da cadeira, saindo do consultório.
Quando já estava fora do prédio, seu olhos estavam marejados e teve vontade de pisar naquele envelope de tanta raiva e tristeza que estava sentindo. Como iria dizer à null que na verdade não estava realmente grávida? Ela não podia, sentia que depois dessa "gravidez" sua relação com null havia fortalecido um pouco, que null parecia se importar mais..
- Talvez.. - null disse pra si mesmo, pensando alto. Talvez não precisasse contar, pelo menos até o casamento quando eles estivessem finalmente felizes e nem aquilo poderia deixar null aborrecido.

- Ai que bom que você veio, amiga.. - null puxou null para um abraço, assim que a garota colocou os pés no atelier. - Vem, seu vestido está bem ali e..
- null.. - null disse, enquanto continuava parada. null franziu a testa e virou-se novamente para a amiga. - Eu não vou poder ir ao seu casamento.
A amiga arregalou um pouco os olhos, pensamento que aquilo só poderia ser uma brincadeira. - Como assim, null? - null por pouco não aumentou seu tom de voz.
- Eu sinto muito, amiga, eu realmente sinto.. - null segurou em uma das mãos de null, que ainda tinha seu rosto franzido. - Eu fui convidada pela Confederação de Tênis da Inglaterra para ter um treinador, patrocínios e tudo que eu quisesse pra voltar a jogar, mas isso eu só posso fazer em Gales.
null abaixou a cabeça e pareceu digerir aquela informação por um minuto. - Quer dizer que você vai embora? Vai voltar pro País de Gales? - Perguntou numa voz baixa e chorosa.
null balançou a cabeça afirmativamente. - No sábado, eu tenho alguns testes no mesmo dia.
null encarou o chão novamente e depois abraçou null fortemente. - Tudo que eu quero é que você seja feliz, amiga, não importa a onde seja.
null a abraçou mais forte ainda. - Eu vou ser e eu sei que você também vai, bem lá no fundo o null pode ser um cara legal e tudo que eu quero é que vocês fiquem bem.
null soltou-se de null, achando que só podia estar tendo alucinações ao ouvir a amiga dizer aquilo, mas deu um sorriso, enquanto algumas lágrimas caíam de seus olhos e null retribuiu também vendo seus olhos despejarem algumas lágrimas. - Obrigada.. por tudo.
- Eu é que agradeço, null, sem a sua amizade eu não seria nada hoje. - null afirmou e null abriu mais seu sorriso. - Mas isso não quer dizer que eu estou indo pra guerra, logo que eu puder eu venho ver vocês, já que eu vou estar morrendo de saudades e vocês também vão poder me visitar quando quiserem.
- Com certeza, amiga, eu não vou aguentar muito tempo longe de você. - null falou e null fez um "awn" e a puxou para outro abraço.
- Bom, eu ainda quero ver a reforma do seu vestido. - null disse e null deu um gritinho, a puxando rapidamente para dentro de uma sala.
O coração de null tinha um buraco grande e fundo, mas que agora era como se tivessem o cobrido com o sentimento de que pelo menos havia feito a coisa certa.

Capítulo 47

- Cara, eu não consigo acreditar. - null chutou uma pedrinha que voou e caiu no lago ali perto. - Você não pode ir, null.
- Mas null.. - null abaixou-se para soltar a coleira de Simba e vê-lo correr por toda aquela extensão de grama do St. James.
- Não, não tem essa de "mas null".. - null tentou imitar a voz de null, fazendo a garota rir. - Eu vou sentir muito a sua falta.
- Você está me deixando pior, já é ruim o suficiente ir, sem me despedir direito dos garotos e você ainda fica me pedindo pra ficar.. - null dizia, enquanto olhava pra baixo, visivelmente triste. Odiava despedidas, preferia apenas ficar com as pessoas de quem gostava sem saber que no outro dia não ia mais vê-las e era por esse motivo, que havia escolhido contar apenas para null e null.
null finalmente havia percebido o quanto estava sendo dificil para null ter que ir embora. - Desculpa, eu.. sei lá.. vai ser dificil sem você aqui.
- Vai ser dificil sem vocês lá também. - null afirmou, levantando a cabeça e olhando para null.
- Mas convenhamos, o País de Gales não é do outro lado do mundo, né? - null disse, tentando animá-la. - Nós vamos lá toda turnê e.. olha, agora não precisaremos mais de hotel! - Ele exclamou, fazendo null dar uma gargalhada.
- Ai, null, obrigada. - null disse, ainda sorrindo.
- De nada.. mas pelo quê? - null levantou uma sobrancelha e null riu.
- Sei lá, por ser assim, por estar me fazendo rir agora, por ser meu amigo.. por muitas coisas. - null afirmou e null deu um sorriso fofo com o canto da boca.
- Pode acreditar, não é nenhum esforço. - null a puxou pelos ombros, abraçando a garota de lado. - Você é demais, sabia?
- Não, eu não sabia. - null falou, brincando com ele.
- Então fique sabendo. - null disse e avistou um carvalho, correndo para sentar sobre ele.
- E por que eu sou demais? - null perguntou, sentando como índio ao lado dele.
- Porque depois de tudo que aconteceu, nós ainda estamos aqui e isso, não sei direito, mas significa pra mim. - null deu um soquinho de leve no ombro dela.
- Significa muito pra mim também. - null disse, dando um soquinho também no braço de null e fazendo com que ele a olhasse fingindo estar bravo e atacá-la com cosquinhas.

O vestido verde bateu contra a porta do quarto. null estava com raiva, aquele vestido emanava o cheiro de null como se fosse o cheiro mais forte que existia. As lágrimas concentraram-se nos olhos da garota, mas null foi mais forte e as segurou, havia prometido a si mesma que enquanto estivesse naquela cidade não derramaria mais nenhuma lágrima, nem por null e nem por ninguém. Passou a mão debaixo dos olhos e tirou aquelas lágrimas que quase caíram, logo começando a dobrar mais algumas roupas e colocando-as em uma mala gigantesca preta.
null ouviu uma batida na porta e depois de dizer um "entra" bem fraco, viu Oliver passar pela porta.
- Hey, pequena. - Oliver disse, olhando estranho para o vestido jogado perto da porta.
- Hey. - null olhou pra ele, dando um pequeno sorriso e voltando para o seu trabalho de dobrar suas roupas.
- Você está bem? - Oliver perguntou, sentando-se ao lado da mala.
- Aham. - null fungou. - Por quê?
- Sei lá, você.. err.. esquece. - Oliver levantou os ombros e olhou pro chão. - Obrigado, pequena, pelo apartamento.
- Ai Jess, não foi nada.. Eu só passei do meu nome para o seu nome, não é comprado nem nada. - null disse, colocando uma mão no ombro dele e vendo o amigo ainda sorrir em agradecimento.
- O null ligou. - Oliver começou a tentar dobrar uma blusa que estava por ali de qualquer jeito. - E disse que é pra gente ir na casa dele hoje, comer alguma coisa, assistir filme.. Só pra você ficar mais um tempo com o pessoal.
- Awn, que fofo ele. - null falou, ainda prestando atenção no que estava fazendo. Estava se obrigando a não pensar que dali dois dias estaria entrando em um trem e deixando tudo pra trás.
- Pequena, cara.. você está estranha. - Oliver disse, olhando pra ela e desistindo de dobrar as roupas.
- Eu só estou tentando ser forte, Oliver, mas tudo parece querer conspirar contra mim! - null exclamou, jogando as roupas na mala. Era como se estivesse esperando pra colocar tudo pra fora e aquela parecia ser uma boa hora. - Eu não estou pronta, eu pensei que quando estivesse tudo certo, eu me sentiria bem.. Mas eu não estou, Jess, deixar Londres, deixar você, deixar os melhores amigos que eu já tive, deixar.. - null suspirou, sua garganta não a permitia dizer o nome de null. - E-ele, está.. me machucando.
- null, você não tem que ir! - Oliver levantou-se e a segurou pelos ombros. - Você não precisa ver o.. - Oliver ia dizer "null", mas pensou melhor. - Aquele cara o tempo todo e..
- Não, Jess, essa foi uma decisão que eu tomei e que eu vou seguir em frente com ela, nada vai me fazer voltar a trás.. Nem essa coisa dentro do meu peito. - null afirmou, como se aquela fosse a maior afirmação de sua vida e ninguém pudesse contrariá-la. Oliver entendeu isso e a soltou. - Eu vou tomar um banho e depois nós vamos pro null, tá? - Ela disse, tentando um sorriso, como se explicasse pra alguma criança.
Oliver afirmou com a cabeça, passou a mão de leve pelas costas da amiga e deixou o quarto.

A campainha da casa de null tocou e interrompeu as risadas, mas logo fazendo com que todos voltassem a conversar enquanto null apenas se levantava e ia até a porta.
- Demorou, hein? - null disse, vendo null entrar na casa e tirar seu casaco grosso.
- Eu estava ATÉ agora trancada com a minha mãe naquele salão. - null falou, irritada, mas logo abriu seu sorriso meigo de sempre e deu um beijo na bochecha de null, não esquecendo de apertar-las em seguida, como tinha mania de fazer.
- Finalmente! - null exclamou, vendo null aproximar-se das pessoas ali na sala, todas sentadas no chão e com copos de bebidas nas mãos. null vinha logo atrás, massageando sua bochecha.
- Desculpe, pessoal, a culpa é toda minha mesmo. - null disse e sentou-se ao lado de null, que a abraçou forte e sorriu.
- Onde está aquele bunda-mole do null? - null perguntou, mas já sabendo a resposta. E ainda percebendo null começar a mexer sua bebida, como se aquilo fosse muito mais interessante do que a conversa. Já que null sabia que null sabia o verdadeiro motivo de null não estar ali e isso visivelmente a machucava.
- Inventou mil desculpas e hmm.. mandou vocês para aquele lugar, porque sabia que iriam encher o saco dele. - null disse, sorrindo sem graça e vendo a sala explodir em risadas, já que não era costumeiro dela dizer uma coisa daquelas.
- null, você tem certeza que deu o endereço certo pro cara da comida chinesa? - null perguntou, quando null finalmente sentou-se ao lado dela e a puxou pela cintura.
- É, null, faz bem mais de uma hora que você ligou. - null afirmou e sua barriga fez um barulho. - Err, viram? - E eles riram, fazendo null ficar ainda mais sem graça.
Ficaram ali mais alguns minutos conversando e relembrando alguns fatos engraçados que haviam acontecido naquele ano, talvez fosse pelo final do ano chegando ou talvez fosse apenas para que null pudesse reforçá-los pra sempre em sua memória.

- Amiga, eu vou ao banheiro. - null avisou null, enquanto levantava-se e deixava seus amigos comendo nas suas respectivas caixinhas de comida chinesa. null apenas assentiu e começou uma conversa animada com null sobre o casamento. Após constatar que o banheiro de visitas estava ocupado, andou até a última porta do corredor, onde ficava o quarto de null. Fazia um bom tempo que null não ia ali e percebeu que um dos milhares de posteres das bandas preferidas de null havia dado lugar a um mural de cortiça.
Lá estava pregado, com algum tipo de alfinete, várias fotos da Polaroid de null. null encontrou uma sua e de null jogados na grama do Hyde Park, em que ela segurava o rosto de null e dava um beijo em sua bochecha. Não segurou uma risada, ao lembrar exatamente daquele dia.
Ao olhar a foto ao lado, seu coração deu uma forte fisgada. Nela estava null abraçado com ela no chão da mesma sala que estava há alguns minutos atrás, com null e Natalie ao lado direito deles e null e null do esquerdo, logo depois null e null. Podia jurar que null tinha um de seus olhos null sobre ela, bem fixo. null lembrou de ter dado um tapa no rosto dele aquele dia.
Seu estômago deu uma cambalhota e null colocou a mão sobre o peito, correndo para o banheiro e segurando mais uma vez as lágrimas, ainda com aquela imagem de null sorrindo com o canto da boca na foto. O sorriso que era dela, que só ela se derretia inteira.
Jogou água fria em seu rosto e olhou seu reflexo molhado no espelho, sentindo seu coração ainda acelerado. Não sabia porque aquela foto havia causado esse efeito sobre ela, talvez porque dali em diante null iria se tornar apenas uma memória, como aquela foto e aos poucos poderia sumir. Mas ela não queria que ele sumisse, não queria apagar o sorriso dele de sua memória ou seus olhos null e principalmente tudo que haviam passado.
null enxugou seu rosto na toalha e saiu do banheiro, disposta a roubar aquela foto pra si, pois sabia que null não se importaria, era uma lembrança afinal, e null havia percebido que precisava daquelas lembranças, mesmo que às vezes lembrar delas a machucasse um pouco.
Quando estava despregando o alfinete na foto, escutou uma voz atrás de si.
- null? - null perguntou, com meio corpo pra dentro do quarto.
null fincou o alfinete de volta na mural e virou-se para null, sem graça. - Ei, null.. hmm.. o que você está fazendo aqui?
- Bom, eu estava no banheiro, já que aquele frango xadrez não me caiu muito bem, então vi a luz do quarto acesa e resolvi ver quem estava aqui. - null explicou rapidamente. null podia jurar que ele estava realmente meio verde. - E você, o que está fazendo aqui?
- Eu? Não.. na-ada.. eu só.. - null gaguejou, sem conseguir encontrar nada que fizesse sentido em sua mente.
- O idiota também sente sua falta. - null afirmou, observando as olheiras e cara de doente de null, identica as que null havia adquirido nos últimos dias.
null fez uma cara de confusa. - Qu-uem? - Gaguejou mais uma vez.
null olhou para a cara dela com uma expressão de "você sabe muito bem de quem eu estou falando" e null mordeu o lábio.
- Ele não é o mesmo, se desconcentra na hora de tocar as músicas, não quer mais zoar os outros caras, fica desligado, concorda com tudo que a null fala e tem a mesma placa gigantesca colada na testa dizendo o quanto gosta de você e sente sua falta, que você também tem. - null disse, com as mãos nos bolsos da calça. - Eu achei que você gostaria de saber que não é só você que está sofrendo com tudo isso.
- Eu sei que não sou só eu, null. - null falou, encarando outro ponto qualquer naquele quarto. - Mas pelo menos tudo está dando certo.
- Não tenho tanta certeza disso. - null afirmou. - Eu vou voltar pra lá, vamos?
null fez que sim com a cabeça e null foi em direção a porta. Quando já estavam no corredor, null voltou e puxou a foto do mural, guardando no bolso de trás de sua calça, enquanto pensava sobre o que null havia falado.

- Cara, Batman é épico! - null dizia a null, enquanto todos já se dirigiam para a porta.
- Batman? Homem-Aranha, man, Homem-Aranha. - null afirmava. - Falou, null. - Deu um tapa na cabeça do amigo e null mandou um dedo do meio, fazendo null mandar um beijo em resposta.
null passou por null e deu um tapinha nas costas do amigo e Oliver fez o mesmo, enquanto null e null beijavam dos dois lados da bochecha dele, fazendo null ficar vermelho e elas rirem, também saindo pela porta.
- Faça o topeira do null te levar direitinho. - null disse a null, sorrindo em seguida.
- Pode deixar. - null também sorriu. - Qualquer coisa, eu sei kung fu. - E aproximou-se null, beijando-o por alguns segundos, mas logo acenando e indo embora.
null tinha as mãos juntas e deu um pequeno sorrisinho. - Acho que isso é um adeus.
- Adeus? Dude, isso parece que nunca mais vamos nos ver.. - null disse, balançando a mão. - Prefiro um: "Até mais".
null riu e afirmou com a cabeça. - Até mais, null.
- Até mais, null. - null disse, com um pequeno sorriso no canto da boca.
Num movimento rápido, null jogou seus braços ao redor do pescoço dele e o abraçou o mais forte que conseguiu, quase o esmagando. null a abraçou de volta, sendo inundado pelo perfume dos cabelos da menina.
Não souberam quanto tempo haviam ficado abraçados, pois só quando Oliver gritou null que o táxi já havia chegado, que ela finalmente desgrudou-se de null, dizendo um "tchau" bem baixinho. null colocou as mãos nos bolsos da bermuda e viu a garota se afastar, acenando e entrando no táxi. Iria sentir falta daquela garota e não tinha nem palavras pra dizer o quanto.

Capítulo 48

- null, você vai poder encontrar a gente? - null perguntou ao telefone com null. - Calem a boca. - null gritou e a gritaria ao fundo dimimuiu.
- Sei lá, a null vai me matar depois. - null afirmou, passando pela sala e ligando a TV.
- Não é como você fosse chegar bêbado no casamento amanhã. - null falou, revirando os olhos e o celular foi tomado de suas mãos.
- É, cara, se você estiver muito ruim, a gente te leva pra casa. - null tentou, como se aquilo fosse algum tipo de consolo.
- Hmm.. - null fez e respirou, bufando no final. - Aonde é?
- Esse é o null que eu conheço! - null, que havia tomado o telefone da mão de null, exclamou, dando o endereço para null. - null, você pode trazer meu carro?
- Cara, por quê? - null perguntou, calçando os tênis.
- É melhor, man, acredite. - Foi a vez de null dizer, depois de ter tomado o celular da mão de null.
- Tá, tá. - null cedeu e desligou o telefone, abrindo a porta de casa e indo em direção a casa null.

- Oooooooi. - null disse, após ter entrado no apartamento de null e encontrado a amiga debruçada em cima de alguns papéis.
- Amiga! - null exclamou, sorrindo para null e a vendo sentar-se na sua frente. - Acredita que tem gente confirmando presença HOJE?
null não disse nada, apenas continuou segurando um grande embrulho na sua frente e sorrindo um pouco para null. - Amiga?
null levantou a cabeça e viu o embrulho, abrindo a boca e soltando um gritinho. - Cara, você não fez isso, né?
- É claro que sim, é o seu casamento oras. - null afirmou e levantou-se, entregando o presente. - Abre.
null rasgou o embrulho e encontrou uma caixa cheia de fotos coladas e algumas frases escritas com a caligrafia bonita de null. Tirou um caderno de lá, que quando abriu, descobriu ser um scrapbook e na primeira página havia uma foto grande das duas abraçadas e embaixo estava escrito: "I'll be there for you, when the rain starts to pour, i'll be there for you like i've been there before and i'll be there for you, 'cause you're there for me too." (Eu estarei lá pra você, quando a chuva começar a cair, eu estarei lá pra você como eu sempre estive e eu estarei lá pra você, porque você estará lá pra mim também)

null dirigia calmo, sem pressa alguma de chegar no pub a onde os amigos estavam. Parou no sinal e abaixou-se para ligar o rádio, deixando qualquer música da Rádio 1 tocar. Goodbye - Michelle Branch
"And i said..
(E eu disse..)
Goodbye to you, goodbye to everything i thought i knew
(Adeus pra você, adeus para tudo que eu pensei que soubesse)
You were the one i loved, the one thing that i tried to hold on to.."
(Era você quem eu amava, a única coisa a qual eu tentei me segurar..)

Mas apertou rapidamente para mudar pro CD, sem paciência alguma para aquela música e principalmente pra aquela letra. null tinha alguns gostos estranhos pra música, então null já esperava que começasse a tocar por exemplo a trilha sonora de Jurassic Park. Carly - Promise Of Redemption
"So now i'll say goodbye, i'm hoping and wishing this will be the last time
(Então agora eu vou dizer adeus, eu estou esperando e desejando que essa seja a última vez)
It's funny how something like this puts your life in perspective
(É engraçado como uma coisa como essa põe sua vida em perspectiva)
And then you tell me that losing a friend isn't so easy
(E aí você me diz que perder uma amiga não é fácil)
Well i figured it out.. the hard way.."
(Bom, eu percebi.. do jeito difícil..)

- Cara, só podem estar de brincadeira comigo. - null bufou, mudando de música sem olhar pro rádio. Away We Go - Promise Of Redemption
"Holding on to broken hearts
(Segurando-se em corações partidos)
Memories are what's left of us.."
(Memórias são o que restam de nós..)

- E-eu nem sei o que falar. - null falou, levando a mão a sua boca. - Obrigada, null.
- De nada. - null sorriu. - Tem mais coisa. - E ela apontou para dentro da caixa.
null tirou de dentro da caixa um avental verde clarinho (sua cor preferida) que estava escrito em branco: "I'm the boss in this house" (Eu sou a chefe nessa casa) e o desenho de uma menininha sorrindo com um chapéu de cozinheira na cabeça. null sabia que null adorava cozinhar, mas não sabia que a amiga ia adorar tanto o presente.
- Eu amei! - null exclamou, amarrando o avental em sua cintura. - Você é a melhor. - E abraçou null forte. - Vem, eu vou estreiar meu avental na cozinha. - Ela disse, puxando null para a cozinha.

De mal humor e já irritado, null passou de música uma última vez. Aquelas músicas o estavam fazendo pensar e pensar sobre null, seu casamento, sua vida, era uma coisa que ele estava forçando-se a não fazer. How Fast - Promise Of Redemption
"How fast can you have your bags packed? I'm ready to blow this town!
(Quão rápido você pode fazer suas malas? Eu estou pronto pra explodir essa cidade!)
Cause this feeling is getting too hard to explain, when it seems like months that you and i have been away
(Esse sentimento está ficando difícil de explicar, quando parece meses que eu e você estamos longe)
From each other's arms it's only been days and i,
(Dos braços um do outro são só alguns dias e eu,)
I count down seconds till these play rites will save me, from a feeling i feel that has certainly made me.."
(Eu conto os segundos até que esse ritual me salve, de um sentimento que eu sinto e certamente me faz..)

Sem perceber e contra sua vontade, null sentiu uma coisa molhada percorrer seu rosto. Uma lágrima carregada de toda raiva, toda tristeza, toda saudade e todo sentimento que ele havia reprimido dentro de si. A última vez que havia chorado em sua vida fora na morte de sua avó quando ele tinha 16 anos e agora estava ali, ouvindo uma música idiota que o estava fazendo chorar e principalmente lembrar da pessoa que ele menos queria lembrar naquela hora. "Too upset to describe, how when i close my eyes, you're sitting right beside me on this bed here tonight
(Muito triste para descrever, como quando eu fecho meus olhos, você está sentada bem ao meu lado nessa cama hoje a noite)
You know Iid have to say to you, how fast can you have your bags packed?
(Você sabe que eu devo te dizer, o quão rápido você pode fazer suas malas?)
I'm ready to blow this town, friendships are less important, i'm going to feel let down
(Eu estou pronto pra explodir essa cidade, amizades são menos importantes, isso está me deixando pra baixo)
'Cause one thing, between road signs and street lights, when I shut my eyes to the world outside
(Uma coisa, entre placas e luzes da estrada, quando eu fecho meus olhos para o mundo lá fora)
It's just another thought of you and i.."
(É apenas um pensamento sobre você e eu..)

Quando deu por si, null estava chorando de verdade, feito um criancinha que perdeu seu brinquedo. E tudo que pensava era o porquê de tudo aquilo, por que tinha que ser assim, por que null havia sido tomada de sua vida e ele estava sendo obrigado a seguir em frente, quando tudo que ele queria era apenas ela. Ela e seu sorriso envergonhado, ela e seu cheiro natural adocicado, ela e sua pele macia e frágil, ela era tudo que ele precisava e era por isso que aquelas lágrimas ridículas ainda escorriam por sua bochecha e embaçavam sua visão, porque ela já não estava ali e não havia nada que ele pudesse fazer a respeito.
"I'm so mad that i never got to say goodbye and i all can do is sit here and wonder why you were taken from my life
(Eu estou tão bravo por não ter a chance de dizer adeus e tudo que eu posso fazer é sentar aqui e me perguntar porque você foi tirada da minha vida)
And as i count down seconds till i see you again, i've got our memories in my head
(E eu conto os segundos até eu te ver de novo, eu tenho nossas memórias na minha cabeça)
And i just can't seem to understand (so now i'll understand) how when i look into your eyes
(E eu não consigo entender (e agora eu irei entender) como quando eu olho nos seus olhos)
I could always realize that you and i could have been together for all times, you know Iid have to say to you..
(Eu poderia imaginar eu e você juntos por muito tempo, você sabe que eu devo te dizer..)

Estacionou em frente um lugar que tinha um letreiro rosa escrito "Ice, ice, baby - Strip Girls" e balançou a cabeça, como não poderia ter pensado que seus amigos iriam fazer aquilo com ele?
Porém, antes de sair null esfregou com força seu rosto para secá-lo, enquanto pensava que havia uma coisa que ele podia fazer a respeito. Não que iria trazer null de volta, mas que ele tinha necessidade de fazer. Contar a null tudo, como havia prometido a null desde o começo. Ele precisava fazer aquilo e tirar o peso que ainda carregava sobre suas costas, para poder então finalmente subir àquele altar.
- Lá vem o noivo. - Matt, um amigo dos garotos cantarolou, ao ver null entrar pela porta meio confuso, com as mãos nos bolsos.
- E aí, caras. - null disse, olhando uma garota descer e subir por uma barra de metal. - Onde estão aqueles filhos da mãe?
- Faaaaaaala, null. - null deu um tapa forte nas costas de null e ele percebeu o quanto o amigo já tinha bebido.
- Idiota, você disse que era só um bar! - null revidou com tapa na cabeça de null, que ficou meio tonto.
- Mas é um bar, null. - null apareceu com uma bebida estranha nas mãos. - É sua despedida de solteiro, cara, aproveita.
- Se a null descobrir, a culpa é toda de vocês, seus merdas. - null afirmou, rindo e vendo que não podia vencê-los e aceitando uma Heineken de null.

null girou a chave da maçaneta da porta de seu apartamento, abrindo-o. Deixou suas coisas sobre a mesa da sala e lembrou-se que Oliver havia ido com Natalie ao cinema ou alguma coisa assim. Simba veio correndo ao seu encontro e ela abaixou-se, suspendendo-o.
- Está pronto pra ir amanhã, meu bebê? - Ela perguntou, tocando o focinho dele, que a olhava de boca aberta. Simba latiu. - Eu não estou. - Afirmou, suspirando e colocando-o de volta no chão, que correu para sua caminha no canto da sala de TV e aninhou-se ali.
A garota tomou uma ducha rápida e colocou um pijama quente, se encolhendo sobre os cobertores e pegando seu celular para acessar as mensagens de voz. Apertou o botão do meio e colocou no ouvido, puxando as cobertas até o pescoço e deixando as lágrimas correrem enquanto escutava a mensagem de voz de null repetidas vezes até que pegasse no sono.
"Hey linda, aqui é o null.. hmm.. o que vai fazer hoje? Te amo."
"Hey linda, aqui é o null.. hmm.. o que vai fazer hoje? Te amo."
"Hey linda, aqui é o null.. hmm.. o que vai fazer hoje? Te amo."
"Hey linda, aqui é o null.. hmm.. o que vai fazer hoje? Te amo."



Capítulo 49
1ª Parte

Um nó. null não era a melhor pessoa com gravatas, mas seu nó havia ficado bonitinho naquela gravata vinho. Olhou sua imagem no espelho, com seu terno Armani e cabelos cuidadosamente penteados por sua mãe, mais cedo. Estava incrivelmente bonito, pena que fosse só por fora, já que por dentro ele estava horrível e em pedaços.
Deu um suspiro longo e viu, pelo espelho, null entrar pela porta de seu quarto, com um terno também preto, porém gravata cinza assim como o resto dos padrinhos (lê-se: o resto dos garotos.)

Bum. Foi o barulho que fez quando null, com alguma dificuldade, havia posto sua mala no chão. Colocou uma outra mala verde de mão ao lado e foi até seu closet atrás de sua frasqueira. Uma coisa bem ao fundo da prateleira brilhava e ela apressou-se para pegar sua caixinha de jóias com medo de que pudesse realmente esquecê-la. Abriu-a e lá estavam todos seus brincos, colares e pulseiras reluzindo. Tirou a parte de cima da caixinha e no compartimento debaixo estava a foto que havia roubado de null e junto a ela uma folha com bonequinhos de palito desenhados e sua cabeça e de Danny coladas com as palavras FOREVER e ALWAYS em letras maiúsculas. Que ironia. Aquilo era uma coisa que null havia feito quando eles ainda se "odiavam", só para irritá-la. null provavelmente estava agora em seu terno Armani e dando um nó em sua gravata, quase pronto para subir ao altar.

- Ei, cara. - null disse, dando um tapa no ombro de null e ficando ao lado dele no espelho. - Tu tá hot, hein?
- Cala a boca, null e larga de ser gay. - null deu um tapa na cabeça de null que apenas riu. Eles estavam com essa mania de se estapear o tempo inteiro.
- Só não revido porque sua mãe penteou seu cabelo. - null disse, colocando a mão pra não rir. - Mas, cara, eu não vim falar sobre isso.
null olhou confuso pra ele e levantou os ombros como se dissesse "do que você está falando, seu louco?"
- Eu.. - null pigarreou. - liguei os fatos e entendi tudo.
- Cara, você andou vendo documentários do Einstein de novo? - null perguntou, franzindo a testa. null sempre ficava estranho quando assistia documentários no History Channel.
- Não finge que você não sabe do que eu to falando, null. - null afirmou. - Sobre você e a null.
A garganta de null secou. Como ele havia descoberto? null não poderia ter contado, ele confiava no amigo.. Então quer dizer que estava tão óbvio assim?
- Do que você está falando? - null levantou os ombros e saindo de perto de null para calçar os sapatos de couro.
- Eu sou esperto.. - null disse, sorrindo como uma criança. - Vocês dois não brigam mais, a mudança repentina da null, a cara de enterro de vocês dois e pode não parecer, dude, mas eu te conheço bem e há 4 anos e você mudou.

- Pronto. - null juntou todas suas coisas num canto e deu uma última olhada por seu quarto. Sua cama de casal, seu closet, sua escrivaninha, seu móvel com TV e a janela coberta por uma persiana igualmente da cor creme como resto do quarto. Iria sentir falta daquilo que havia sido seu cantinho por todo aquele ano.
Suspirou e deixou seus ombros caírem pra trás, logo abrindo a porta e se arrastando com suas malas até a sala onde estavam Simba, Oliver e Natalie.
Quando null chegou, percebeu antes de entrar completamente na sala, que Oliver estava sentado, de cabeça baixa e Natalie o abraçava, com se estivesse consolando-o.
- Acho que peguei tudo. - null disse, entrando finalmente na sala e vendo os dois se levantarem rapidamente. Oliver vestia um terno com uma gravata azul marinho e estava muito bonito e Natalie um vestido de cetim frente única rosa escuro. null havia ido pessoalmente entregar o convite à menina, após ter pedido desculpas por sua implicância sem motivos (bom, não totalmente sem motivos).
- Você não quer mesmo que a gente te leve até King's Cross, pequena? - Oliver perguntou, pela décima oitava vez.
- É, null, nós podemos ir com você. - Natalie falou, entrelaçando sua mão com a de Oliver.
- Muito obrigada gente, mas não precisa mesmo. - null sorriu. - E além do mais, vocês vão perder o casamento.
null andou até Oliver e deu um sorrisinho com o canto da boca. Oliver colocou as duas mãos ao lado da cabeça de null e a trouxe pra bem perto dele, colando suas testas. - Por favor, null, se cuida.
null balançou a cabeça afirmativamente. - Pode deixar. - E Oliver a soltou, dando um beijo no topo de sua cabeça e vendo a garota o abraçar por alguns segundos.
Natalie a abraçou forte, dizendo que sentiria falta dela e que ela havia sido uma ótima amiga.
- Bom, então eu já vou. - null disse, pegando suas malas na mão de novo. - Até mais e venham me visitar assim que der. Oliver abraçou Natalie enquanto olhava null andar até a porta e Simba se chacoalhar atrás dela, vendo os dois sumirem por ali.

null continuou fitando null, que estava de cabeça baixa e ainda fingindo amarrar os sapatos. null apoiou suas mãos nos joelhos e levantou-se, bufando. - Pena que agora está tudo acabado.. Ela foi embora, null, pra sempre e não quer me ver nem se eu estivesse prestes a morrer amarrado aos trilhos do trem!
null arregalou os olhos como se tivesse visto um extraterrestre. - Eu, sei lá.. não acredito.. vocês dois e.. é muito estranho!
null balançou a cabeça afirmativamente e deixou seus ombros caírem. - Eu amo ela. - E um sorriso formou-se no canto de sua boca.
null começou a gargalhar. - null.. - Mais gargalhadas. - você tem que ir atrás dela..
- Por que está rindo feito um idiota? - null perguntou, franzindo as sobrancelhas.
- Eu estou feliz por você, mesmo que sei lá.. está prestes a se casar não com a pessoa que você ama, mas por ter conseguido isso, é muito legal. - null afirmou, com uma cara compreensiva. - Eu posso estar parecendo uma menininha de 8ª série mimada agora, mas você tem que me dizer como isso aconteceu.
null suspirou. - Bom.. - Era bom contar para null agora, pois teria que fazer isso mais tarde e assim estaria um pouco mais aliviado.

Duas horas e trinta minutos. null olhou o relógio pregado atrás do balcão da Starbucks e deu mais uma mordida em seu croissant. O casamento seria dali uma hora e meia e justamente a mesma hora que seu trem sairia. Olhou para Simba amarrado a um poste do lado de fora e pensou em ir logo para King's Cross, antes que todo aquele clima de Londres continuasse machucando-a. Pagou e dirigiu-se para fora do lugar, pegando Simba e fazendo com que ele entrasse naquela casinha gigantesca e fechando-o lá dentro, para depois fazer sinal para um táxi que passava na mesma hora.
Com ajuda do taxista colocou todas suas coisas lá dentro e ao sentar no banco, encostou sua cabeça no vidro, colocou os fones no ouvido e viu Londres ficando cada vez mais para trás. Aloha From Hell - Walk Away

"I can not do what i have done, i can not say what i have said
Can’t take it back, it’s a little late now, i didn’t mean to hurt you baby, in any way.."


- Caras.. - null colocou metade de seu corpo pra dentro do quarto de null. - está na hora. - E saiu.
null e null levantaram-se ao mesmo tempo. null deu tapinhas amigáveis no ombro de null e o garoto suspirou como se dissesse "vamos lá".
null e null estavam sentados no sofá da casa de null, assistindo algum desenho na televisão. Estavam muito bonitos (muito mais que o normal), o que um terno, uma gravata e os cabelos penteados não faziam àqueles garotos.
Levantaram-se ao verem null e null descerem rapidamente pela escada e null girou as chaves de seu carro no dedo, dando um sorriso sem mostrar os dentes para null.
- Eu duvidei do null e do null, mas você tá hot mesmo, null. - null disse, puxando o amigo pelo pescoço e esmagando-o.
null disse alguma coisa, que saiu abafada por sua cara estar prensada contra o terno de null.
- null, você tá estragando o cabelo que a mãe do null arrumou, cara. - null disse e fazendo como null, se segurando pra não rir.
null soltou null e ele passou a mão por seu cabelo e ajeitou seu terno. - Vocês são umas bichas. - Ele repetiu o que havia dito quando estava sendo amassado por null.
- Pelo menos somos bichas orgulhosas de você, man. - null afirmou e viu os outros dois concordarem. null não era egoísta e a cada dia esperava superar tudo o mais rápido possível, null não tinha culpa e ele sabia disso.
- Vamos, antes que a null chegue primeiro que você. - null falou e os quatro deixaram a casa, rumando para a igreja.

null viu seus pés atingirem a entrada de King's Cross e levantou sua cabeça, vendo aquela imensidão de pessoas andarem apressadas, o barulho de trens saindo e o falatório alto.
Colocou suas malas em um carrinho junto com a casinha de Simba, que havia adquirido uma cara não muito boa desde que havia sido trancado ali dentro. null empurrou o carrinho e olhou o relógio gigantesco pregado bem em cima. Marcava 3:05 e seus pensamentos voltaram para null. Ele deveria estar na igreja agora, mas o que passava pela sua cabeça? O que ele estava sentindo? Daria tudo pra saber. Olhou seu bilhete e sua plataforma era a 4. Avistou um banco bem em frente sua plataforma e decidiu que iria esperar ali. Sentou-se e mais uma vez colocou os fones no ouvido.

"All i wanna do is walk away, cause i don't wanna lie to you
Something in your eyes says "please don't go", but i just wanna walk away
‘Cause if i stay i'm gonna end up hurting you and i don't wanna break your heart, baby.."


As pessoas chegavam aos poucos. Lá de trás, null podia ver seus pais e os pais de null sentados na primeira fileira e null, null, null, null e null, na parte debaixo do altar rindo de alguma coisa que null havia acabado de dizer.
null viu Natalie e Oliver passarem pela porta e pensou em ir até lá dar um oi ou simplesmente questioná-los até que eles falassem nem que fosse uma coisinha sobre null. Mas não ia fazer isso, ia ser doloroso demais pra ele.
Tirou as mãos do bolso e deu o que era o oitavo suspiro daquele dia. Olhou em seu relógio e marcava 3:15. Bom, iria atrás de null agora.
Entrou por uma porta a onde saiam e entravam várias mulheres, que tentaram impedi-lo de passar, mas null não estava ligando e apenas as ignorou.
- null, você não pode entrar aí, a null não está pronta e você não deve vê-la. - Uma prima de null disse, colocando a mão na frente dele.
- Eu vou entrar, Susan e estou pouco me lixando para estas superstições idiotas.. Eu preciso falar com a minha noiva. - null falou sério e ela revirou os olhos, tirando a mão da frente dele.
null bateu na porta e ouviu null dizer lá de dentro "pode entrar, Suzi" e abriu a porta entrando.
null estava sentada em uma penteadeira e arrumava seu cabelo. Já vestia o seu vestido, o mesmo que null trouxera de Nova York, porém totalmente reformado do modo como ela queria. Seus cabelos estavam todos arrumados em um coque no alto da cabeça, preso com um arranjo e alguns fios cacheados caíam em seu rosto. Ela viu null entrar pelo espelho e assustou-se, virando-se para ele.
- null.. o que.. o que você está fazendo aqui? - null gaguejou, desesperada. - Você está estragando tudo, nós não podemos nos ver antes do casamento e..
- null.. - null a interrompeu, falando calmo e sereno e fez com que ela se calasse. null continuou o olhando e ele respirou fundo. - Eu preciso te dizer uma coisa que deveria ter dito há muito tempo.
null levantou-se e tinha sua face contorcida, sem entender muito bem a onde null queria chegar. null apontou para um sofá encostado na parede e null sentou-se, fazendo com que ele sentasse logo em seguida.
- Bom, o que você quer me dizer, null? - null perguntou, fazendo um gesto para que ele continuasse.
- Eu não sei nem como começar isso.. - null disse, passando a mão pelos seus cabelos cuidadosamente penteados. - Eu só sinto que preciso dizer.
- null, você está me deixando preocupada. - null o encarou, com a testa franzida.
null respirou fundo e tomou toda a coragem que ele havia reunido e abriu sua boca - Lembra há uns meses atrás quando você trouxe a null até aquele pub e nos apresentou ela?
- Lembro e vocês brigaram feito cão e gato logo de primeira. - null disse e null afirmou com a cabeça.
- Só que na verdade eu só briguei com ela aquele dia, porque não queria admitir que havia gostado dela. - null desabafou e null arqueou as sobrancelhas.
- Por que não?
- Porque eu achei que ela me odiasse e porque ela era tudo que eu odiava, mas diferente do que eu havia pensado, eu não a odiava de verdade. - null afirmou e null sentiu que não deveria interromper mais. - É confuso, mas eu achei que fosse o melhor continuar fingindo.

Três e meia. Era impressão ou as horas simplesmente estavam se arrastando? null estava entedida e jurava que havia até tirado um cochilo. Mudou sua posição no banco e deixou seus pensamentos vagarem, indo parar no começo de tudo. Passando pelo pub onde conhecera null e os garotos, em como queria odiá-lo por causa de null, mas não conseguia e indo parar em Nova York, mas precisamente aquela noite.

"It doesn't matter what i'll say, it doesn't matter what i'll do
Can't make it right, even though i want to
I'm not gonna say that we're okay, i don't wanna lie.."


- E então nós fomos para Nova York.. - null continuou e null passava os olhos por ele, como se o analizasse ou tentasse descobrir alguma coisa. Aquilo o estava deixando cada vez mais nervoso. - E estava sendo o inferno ficar perto dela até que.. - E ele se calou.
- Até que.. - null fez novamente o gesto para que ele continuasse.
- Nós fomos até um bar de jazz e ficamos muito bêbados, até aí estava tudo bem.. Mas o null ligou e a null saiu correndo e chorando e eu tive que ir atrás.. Ela estava horrível e até me abraçou.. - null lembrava. null percebeu os olhos null dele adquirirem um novo brilho, uma coisa que ela nunca havia visto em null. - Mas aí nós começamos a brigar de novo, ela me provocou até o limite e eu estava louco.. Quando percebi eu havia a prensado na parede e a beijado.
Os olhos de null arregalaram-se e null sentiu seu estômago revirar de nervoso e suas mãos suarem descontroladamente. - Mas não durou muito, ela me empurrou, me deu um tapa e me xingou, dizendo que nós não podíamos nunca ter feito aquilo.
- null.. - null sentiu as palavras saírem de sua boca sem que ela percebesse.
- E a partir desse dia tudo mudou.. Era como se meu mundo tivesse virado de ponta cabeça, como se eu tivesse a chance de começar tudo de novo, de ter uma vida nova.. Era isso que eu sentia. - O brilho voltou para os olhos dele e null não sabia com o que mais estava abismada.


Capítulo 50
2ª parte:

- Eu fui atrás dela várias vezes, eu fui até Cardiff e foi só lá que eu descobri que ela também gostava de mim e que eu estava apaixonado... patético, eu sei. - null deu um sorriso com o canto da boca e null podia jurar que havia alguma coisa molhada concentrada nos olhos dele. - Tudo que eu preciso que você saiba null, é que a null foi muito difícil e falava de você o tempo todo, como tudo era tão errado... Ela sofreu muito por tudo isso e se eu pudesse voltar no tempo, faria tudo diferente... teria te contado desde o começo, mas eu era imaturo e não entendia direito.
- Eu... - null começou, mas null a interrompeu.
- A null gosta de você de verdade e não teria feito nada disso se pudesse evitar... - null disse extremamente firme, como se fosse a mais pura verdade. - Ela não teve culpa, eu fui o grande culpado nessa história toda, eu que fiz vocês duas sofrerem... Eu sou um idiota de merda e tenho consciência disso! E agora ela foi embora por nós dois, acreditando que era o melhor a fazer, mas null... - null pegou nas duas mãos delicadas da menina. - Eu amo a null e a cada dia que passa sem ela aqui é como se sei lá... um pedaço de mim fosse arrancado. - O brilho agora era extremamente visível. - Era isso que eu precisava dizer, mas não se preocupe porque eu ainda quero me casar com você e criar o nosso filho.
null encarou os olhos dele e engoliu em seco, sabendo o que deveria dizer. - null... - Ela começou e olhou para as mãos dos dois unidas. - Eu não sei direito como explicar, mas eu tenho certeza que qualquer outra no meu lugar já teria te dado um tapa quando você começou... - E os dois riram. - Só que uma coisa me chamou a atenção... Durante todo o tempo que você falou da null era como se você fosse outra pessoa, sei lá, com um brilho enorme nos olhos e isso eu nunca vi em você! É claro que eu estou muito chateada por vocês não terem me contado isso logo, mas o estranho de tudo é que isso não parece uma traição.. - null fez uma pausa e respirou fundo. - Eu estou feliz por você, por essa pessoa que você se tornou e porque eu conheço a null e é a cara dela se preocupar comigo, mesmo sendo apaixonada por você e eu sei que ela se preocupou.. E principalmente porque eu totalmente me imagino fazendo a mesma coisa no lugar dela. - Afirmou, se lembrando de null.
null ligeiramente abriu um sorriso e queria beliscar-se para ver se tudo aquilo que null havia dito era realmente verdade. Mas ele sabia que era, porque null era assim e ele devia ter esperado uma atitude dessas vindo dela desde o começo. - Obrigado.. eu.. sei lá cara.. obrigado. - null falou, sem saber muito o que dizer. - Bom, acho melhor eu voltar pra lá e ir esperar no altar. - Ele levantou-se e apontou pra trás.
- null... - null o chamou e ele virou-se novamente. - Tem uma coisa que eu também preciso te dizer.
- Pode falar, babe. - null disse e a encarou sério.
- Eu não estou grávida. - null afirmou e null arregalou os olhos. - Eu fiz o teste no médico e deu negativo, eu ia te contar logo depois do casamento.. Eu não sei o que deu em mim, eu pensei que você fosse não sei, me abandonar..
- Pára, pára.. - null pediu, vendo que ela havia ficado nervosa. - Tá tudo bem.. Na verdade eu tô até mais aliviado, não acho que eu estou realmente preparado pra trocar uma fralda. - E os dois riram.
- E então agora você pode ir atrás dela. - null afirmou e deu um sorriso.
- O que.. - null começou, mas null sorriu, o interrompendo.
- Depois de tudo isso você acha MESMO que eu iria me casar com você? Cara, vocês dois tem que ficar juntos. - null afirmou e null não conseguia acreditar que estava ouvindo realmente aquilo. - Eu gosto muito de você, null, mas eu não posso mais ser o motivo pelo qual vocês ainda não ficaram juntos.
null abriu a boca uma vez, mas não saiu nada. Deu um sorriso grande. - null, tem alguém de quem você gosta muito mais e eu sei disso. - afirmou e null franziu a testa. - Alguém que você realmente merece.
null sorriu e se jogou nos braços dele, enquanto null a abraçava forte e sussurrava coisas fofas que um irmão mais velho diz a irmãzinha.
- Vai, vai logo.. o trem dela já deve estar saindo! - null disse, soltando-se de null e o empurrando para fora daquela sala.
null virou-se para olhá-la e null tinha um sorriso fraco nos lábios. Voltou e deu um beijo na testa dela, sussurrando um "obrigado", para logo voltar a correr.
Viu null ao fim do corredor por onde corria e o puxou pelo braço para que ele entrasse ali.
- null, eu preciso das chaves do seu carro. - null disse tão rápido e nervoso, que as palavras saíram emboladas.
- null, do que você está falando? Faltam 15 minutos pro seu casamento! - null deu um tapa na cabeça dele, como se o garoto tivesse algum distúrbio.
- Confia em mim, cara. E me empresta as chaves. - null pediu novamente e null o olhou ainda confuso, mas tirou as chaves do bolso do terno.
- Espero que você saiba o que está fazendo. - null falou, vendo null voltar a correr.
- Eu nunca tive tanta certeza. - null gritou e sumiu por uma porta que levava aos fundos da igreja.

"I should've told you long ago what was going on
I should've told you that me feelings were not that strong.."


null suspirou com sua última lembrança, sua voz firme pronunciando as palavras que dariam origem a uma grande mentira: "eu te odeio, null", e depois a mão de null soltar vagarosamente seu braço e sem conseguir ficar para encará-lo a última vez.
Queria que aquela lembrança ficasse ali com todas as outras coisas de Londres, mas era fraca demais para desgrudar-se da pessoa que havia feito essas lembranças as melhores de sua vida, a pessoa que ela amava com todas suas forças e a pessoa que nesse exato momento deveria estar no altar esperando outra pessoa que não era ela.
Levantou-se da cadeira e dirigiu-se até uma lojinha do lado do banco aonde sentava, era uma viagem razoavelmente longa até Cardiff e queria ter alguma coisa em mente para afastar todos aqueles pensamentos sobre essa pessoa.

null enfiou com certa força a chave no carro e o ligou, arrancado dali o mais rápido que pode. Ele tinha menos de 15 minutos para chegar até King's Cross e impedir que null entrasse naquele trem e já suava só de pensar, mas por ela.. ele faria isso.
Ao atingir o centro de Londres encontrou um engarrafamento e dos grandes. Havia alguma parada em homenagem a alguma coisa estúpida impedindo o trânsito. null bufou de impaciência e percebeu que não tinha tempo para aquilo. Estacionou o carro de null em frente a um McDonalds já conhecido por ele e viu um garoto estacionar uma scooter bem na sua frente. Teve uma idéia brilhante.
- Ei, ei.. - null chamou o garoto que tirava o capacete. - Você pode me emprestar sua moto?
O garoto franziu a testa com uma cara de "você é louco ou está fingindo?".
- Por favor, cara, eu cometi o maior erro da minha vida e a garota que eu amo está entrando num trem de volta pra cidade dela em 10 minutos e eu preciso pará-la antes que seja tarde demais. - null tagarelou e percebeu que o menino havia feito uma cara de compreensão.
- Vai lá, cara, eu terminei com a minha garota ontem e se eu posso te ajudar então.. - E ele jogou as chaves para null.
- Esse carro aqui é meu, fica com chaves e se eu não conseguir te devolver a moto, você pode ficar com ele. - null afirmou, não fazia idéia do que estava dizendo e sabia que null poderia matá-lo se apenas escutasse ele falando uma coisa daquelas. - Mas eu prometo que em uma hora eu venho te devolver. (N/A: Só na Inglaterra mesmo pra confiar nas pessoas assim HAUAHAUAHA brinks gente :D)
- Vai lá. - O garoto fez um gesto e null fez um joinha, subindo na moto e colocando o capacete, logo disparando por entre os carros o mais rápido que conseguiu.

"All i wanna do is walk away, cause i don't wanna lie to you
Something in your eyes says "please don't go", but i just wanna walk away
‘Cause if i stay i'm gonna end up hurting you and i don't wanna break your heart, baby.."


null saiu de dentro da loja com duas revistas nas mãos e um copo de café. Olhou o grande relógio novamente e faltava apenas 5 minutos, percebendo que o trem já estava parado na plataforma 4 e algumas pessoas já embarcavam. Deu um longo suspiro, dirigindo-se até suas malas.

null tinha sua cabeça a mil por hora enquanto via só vultos de carros passarem ao seu lado, fazendo-o quase avançar no sinal vermelho. "Ela tem que estar lá." null pensava, ele sabia que se ela estivesse então significaria que alguma força fizera com que os dois mais do que nunca ficassem juntos. Mas se ela não estivesse, então ele se conformaria e saberia que tudo fora tarde demais.

"I lived a lie because we failed, i'll say goodbye because i, because i care
I wish i knew what i'm supposed to do, i wish that i could be there for you to please the pain.."


null empurrou seu carrinho até um homem com um uniforme azul e um chapéu, que checou seu bilhete e deu passagem para que ela entrasse. Colocou suas malas pra dentro do trem e subiu o degrau, mas sem antes dar uma última olhada naquele lugar e finalmente parar seu olhar na porta gigantesca. Uma coisa estranha a ocorreu, que talvez null pudesse aparecer naquela porta a qualquer momento. Que tolice, pensou e riu com seu próprio pensamento. null estava se casando agora e seu amor por ele a permitia que, pelo menos em partes, ela aceitasse aquilo. Voltou sua atenção para suas malas, empurrando-as e carregando a pesada casinha de Simba até sua cadeira, sentando-se nela e encostando a cabeça no vidro. null sentiu aquela coisa molhada a que estava tão acostumada percorrer sua bochecha, mas ela não ligava, o que importava era que null finalmente estava no caminho certo.

"All i wanna do is walk away, cause i don't wanna lie to you
Something in your eyes says "please don't go", but i just wanna walk away
‘Cause if i stay i'm gonna end up hurting you and i don't wanna break your heart, baby.."


A última pessoa deixava a igreja, pelo menos foi o que null pensou. Agora estava bem o suficiente para finalmente sair dali. Não que estivesse realmente triste, mas aquele era seu dia e tudo havia ido por água abaixo. Pegou seu vestido nas mãos e andou na direção que levava até a porta da igreja.
- null. - A garota ouviu aquela voz que soou como uma canção de ninar para seus ouvidos. Virou-se rapidamente na direção da voz e encontrou a pessoa que queria encontrar. null estava encostado, com as mãos nos bolsos da calça social e desgrudou suas costas da parede, caminhando até a garota.
null ficou parada em frente a porta aberta da igreja, da onde dava pra ver o céu começando a adquirir um tom alaranjado. null se postou em frente a menina e null subiu seu olhar até encarar os olhos dele. null já não estava mais com sua gravata e muito menos seu terno, seus cabelos estavam bagunçados, mas para ela, ele estava perfeito.
- Esperei pra ver se está tudo bem com você. - null disse, levantando os ombros e logo deixando-os cair novamente.
- Hmm.. está sim. - null respondeu, olhando para o lado.
- Que bom.
- É.
- null.. - null o chamou e ele voltou sua atenção pra ela. - Você só ficou aqui pra se certificar que eu estava bem?
- Na verdade.. - Ele pigarreou. - não.
null sorriu como se dissesse "eu sabia" e cruzou os braços, esperando alguma ação da parte de null.
- Eu queria pedir desculpas.. - null abaixou a cabeça. - Por ter sido um idiota egoísta que não se importou com seus sentimentos.
- null.. - null disse mais uma vez, colocando a mão no rosto dele e fazendo com que ele levantasse a cabeça para encará-la. - Você não tem que pedir desculpas, sendo que a única egoísta aqui fui eu.
- Tá legal, nós dois fomos. - null afirmou e null sorriu de leve. Os dois continuaram se encarando profundamente e em silêncio.
- Bom, o que você acha de.. - null quebrou aquele contato, começando a dirigir-se novamente para fora da igreja. Porém, null segurou sua mão.
- Tem mais uma coisa. - Ele suspirou e olhou pra ela. null voltou a sua posição inicial e null abriu a boca, tomando alguma coragem que não tinha. - O null me disse algumas coisas ontem, algumas coisas que realmente me fizeram pensar e eu cheguei a conclusão de que não posso e nem quero mais viver sem você, então eu vou entender perfeitamente se você não quiser aceitar depois de tudo que aconteceu, mas sempre dizem que não custa nada tentar, então.. - null apalpou seu bolso e tirou de lá uma caixinha de plástico vermelha e null arregalou os olhos e abriu a boca ao mesmo tempo. null sorriu e se agachou, apoiando-se em um joelho e estendendo a caixinha aberta aonde havia dois anéis também de plástico, um com uma florzinha rosa e outro com uma tartaruga. - null null, você aceitar se casar comigo?
null fechou e abriu a boca várias vezes, sem conseguir encontrar palavras boas ou que pelo menos fizessem sentido. null pigarreou, sem graça pela falta de resposta dela.
- Os caras me deixaram aqui e não tem nenhuma joalheria aqui perto, apenas um fliperama, aonde eu consegui isso. - Disse, ficando ainda mais sem graça.
- null, eu.. - null puxou a mão dele, fazendo com que ele se levantasse. - eu aceito. - E foi para abraçá-lo e beijá-lo, mas a mão do garoto a impediu.
- Então, por que esperar? Estamos numa igreja, você está linda e temos um padre bem ali. - E apontou para frente da igreja, logo estendendo a mão para ela. null sorriu e afirmou com a cabeça, segurando na mão do garoto e correndo até a frente da igreja.
Depois de conversarem com o padre e ele aceitar fazer a cerimônia, eles estavam no altar e escutavam atentamente o que o padre dizia. null continuava segurando a mão de null e não conseguia tirar seus olhos dele. Sempre sonhara com aquele dia, o dia do seu casamento e em seus sonhos a igreja estaria cheia, seu vestido seria lindo e estaria sorrindo feito uma boba. Mas lá estava ela agora, numa igreja vazia, vestindo uma calça jeans, camiseta e all star brancos, porém estava sorrindo feito uma boba, porque para compensar tudo ela tinha o homem de sua vida ali ao seu lado e segurando em sua mão, como se dissesse que nunca mais iria soltá-la.
- null null, aceita null null como sua legítima esposa? - O padre perguntou e null sorriu, dando uma última olhada em null antes de dizer.
- Aceito.
- null null, aceita null null como seu legítimo esposo?
- Aceito. - null respondeu e viu null abrir novamente a caixinha e tirou o anel de flor, passando sutilmente pelo dedo delicado de null. Ela fez o mesmo com o anel de tartaruga, vendo os olhos de null se iluminarem.
- Eu os declaro marido e mulher. - O padre afirmou e eles sorriram mais uma vez um para o outro, antes de null colocar uma mão ao lado do rosto de null, trazendo-a para si e selando seus lábios, num beijo calmo e cheio de amor.

(N/A: As cenas do McGuy e a anterior acontecem simultâneamente, só pra constar :D)
null simplesmente jogou a scooter ao lado de um poste e colocou o capacete em cima. Disparou na direção da entrada de King's Cross e olhando para o relógio ao lado do painel a onde mostrava os trens que estavam saindo. Marcava 4:01 e o trem com destino a Cardiff vinha procedido pela palavra "deixando a estação". Correu até a plataforma de onde o trem estava saindo e foi diminuindo seus passos, quando viu o barulhento trem bem ao longe. Não chegara a tempo de impedir que aquele trem estúpido levasse o amor de sua vida para sempre e isso estava chocando contra seu peito, aonde encontrava um coração acelerado e ao mesmo tempo partido.
"Ela foi embora" e aquelas três palavras formavam a verdade que ecoava em sua cabeça, ele não tinha chegado a tempo e agora era tarde demais.

"I don't wanna break your heart.."


Epílogo.

10 meses depois.

- Está tudo bem, cara, vocês vêem pro batizado e isso que importa. - null dizia ao telefone com null. - Aproveitem esses últimos dias na Grécia, dude.. Ok, tá null, desliga esse telefone logo seu idiota. - E null tirou o celular do ouvido, desligando e enfiando no bolso.
- A null e o null vêem? - null perguntou.
- Yep, estava começando a sentir falta daquele peste. - null disse e se aproximou de null, que segurava seu bebê nos braços, num raro momento em que ele não estava chorando.
Fazia apenas 2 meses que o McFly havia voltado de sua turnê para promover o último CD e da viagem à Austrália, aonde eles já gravavam o próximo CD, justamente para o nascimento de Alice e desde então null e null não faziam outra coisa além de cuidar e mimar aquele pedacinho de gente enrolado em um cobertor cor-de-rosa.
null e null estavam namorando firmes e fortes e no momento se encontravam na Grécia de "férias" e mais felizes impossível.
null e null haviam passado duas semanas na América do Sul como lua-de-mel, passando por lugares como Uruguai, Argentina e Brasil e haviam comprado uma casa mais no fim da rua, um pouco menor do que a antiga de null, porém mais aconchegante e livre de intrusos (lê-se: o resto dos meninos).
E null, bom, ele...
- Finalmente, o que estava fazendo naquele banheiro? - null perguntou, vendo null descer as escadas. - Ok, não responda.
- Eu estava tomando um banho, cortaram a água lá de casa. - null afirmou, sem muita emoção.
- E por que você não pagou, null? - null perguntou, vendo ele sentar-se ao lado dela e começar a brincar com a mãozinha de Alice.
- Eu.. hm.. esqueci. - null disse, levantando os ombros. null e null se encararam preocupados e null levantou os ombros, como se dissesse que já tinha feito tudo que estava ao seu alcance.
Desde que havia deixado a estação de King's Cross 10 meses atrás, null null não era a mesma pessoa. Ele era como um robô com uma bateria interminável, não conseguia se divertir de verdade, não falava muito, não se concentrava, não ria e mesmo que fingisse, seus amigos sabiam que ele estava fingindo. Passava a maioria do tempo na casa dos garotos, bebia bastante e saía com várias garotas, mas nada que passasse de uma noite. Nada que fosse chegar pelo menos perto do que acontecera entre ele e null.
- null, você pode ir comprar umas fraldas? - null pediu, piscando para ele e tentando passar a mensagem "eu vou conversar com o null e ele vai ter que me escutar".
- Ah, claro. - null disse e pegou as chaves de seu carro, saindo de casa.
Alice sorria para null, enquanto segurava seu dedo indicador e ele fazia algumas caretas. - Ela gosta de você. - null afirmou e null pareceu voltar a realidade.
- É, em pensar que eu quase fui pai, até que eu daria conta do trabalho. - null disse e null deu um tapa nele, fazendo-o rir. - To brincando.
- null.. - null falou e ele ergueu as sobrancelhas. - Eu falei com a null.. - Mas antes que ela pudesse continuar, null a cortou.
- Por favor, null, eu não quero falar sobre isso. - null falou, sério.
- Você não precisa falar, é só me escutar. - null disse, como se fosse a mãe ou a irmã mais velha dele. - Eu falei com a null por telefone e a chamei para ser madrinha da Alice, mas ela inventou mil e uma desculpas para não vir e eu sei que é por causa de você, ela acha que você está ótimo e que nem ao menos lembra mais que ela existe e convenhamos null, você está longe de estar ótimo e muito menos a esqueceu.. - null dizia, encarando-o e ele apenas olhava pra frente, como se aquilo estivesse entrando em seu cérebro. - Eu queria te pedir uma coisa que é o único jeito da null voltar para Londres, o único jeito de vocês dois resolverem a bagunça que se meteram e poderem ser felizes de novo e dessa vez, juntos. - Ela parou, esperando alguma palavra de null.
null a olhou, como se esperasse que ela dissesse o que queria pedir e null entendeu o recado.
- Eu queria que você fosse até Cardiff atrás dela. - null falou séria, fazendo aquilo parecer quase uma ordem.
null levantou-se, balançando a cabeça não acreditando naquilo. - null, isso é insano e.. e..
- E? - null levantou as sobrancelhas. - Encare os fatos, null, você não tem motivos para não aceitar.
null balançou a cabeça mais uma vez e abriu a porta da casa, saindo sem dizer mais nada.

- Força nesse braço, null, como você espera que a bola atinja o outro lado? - Enrique gritou com todo seu sotaque inglês-espanhol.
- Enrique, você está me fazendo treinar feito uma louca, eu estou cansada. - null resmungou, chutando a areia vermelha da quadra.
- Você tem seu primeiro torneio importante esse final de semana e batendo desse jeito, desculpe querida, mas você não vai vencer. - Ele afirmou e jogou uma garrafa de água e uma toalha pra ela. - Vamos parar por hoje. - Avisou e deixou a garota sozinha na quadra.
null bufou e se jogou sentada no chão, com a toalha em seu rosto. Desde que voltara para Cardiff nada parecia ser igual. Não tinha Oliver há poucos metros de sua casa, na verdade não tinha ninguém pra ligar quando quisesse conversar, todos ali pareciam estranhos pra ela. Tudo que fazia resumia-se em treinos longos de tênis. A maioria de suas noites passava em claro e depois de alguns meses, nem chorar mais ela conseguia. null havia ido visitá-la nos primeiros meses e null ficou surpresa com toda a reviravolta que havia acontecido, desculpando-se com a amiga um bilhão de vezes até que null a convencesse que estava tudo bem. Porém, null não teve coragem de falar sobre como null havia ficado depois de tudo, já que null estava convencida de que ele com certeza estava melhor sem ela e que ela não esperava vê-lo vir atrás dela. Resumindo, sua vida estava longe de ser considerada feliz, mas ela havia escolhido aquilo e sabia das conseqüências.

Era sábado de manhã. null colocava algumas roupas em uma pequena mala e puxou o zíper. Não sabia ao certo porque estava fazendo aquilo, mas era como se uma força maior o estivesse obrigando e indicando o caminho certo, talvez aquilo fosse só sua consciência. Olhou seu celular e viu que havia duas mensagens, uma de null dizendo: "Cara, eu sei que isso é difícil, mas você simplesmente deve fazer a coisa certa e eu e os caras nos preocupamos contigo, seu merda, então dá um jeito de melhorar sua vida e se pra isso você precisar correr até Cardiff agora, então vai logo. xx" e a outra de null: "Escuta o null, null e isso é uma fala do null também xx".
Iria fazer o que todos estavam pedindo, mas não prometia que iria voltar com um sorriso enorme no rosto e a mão de null entrelaçada a sua.
Quando chegou até King's Cross, quase teve vontade de voltar, todo aquele clima o fazia lembrar de alguns meses atrás e como havia saído dali quase um vegetal e como ainda se sentia assim. Mas null respirou fundo, não sabia se reencontrar null o faria bem ou não, mas ele precisava tentar.
Entrou no trem e a viagem passou quase num piscar de olhos, já que passou o tempo inteiro retirando lembranças antigas, muito bem enterradas, que havia passado com a garota e na maioria das vezes se sentia feliz ao lembrar delas. Pegou o primeiro táxi que viu e indicou o endereço da casa de null. Bom, e se ela não estivesse morando mais lá? E se ela estivesse casada e feliz com um jogador de tênis metido, morando numa bela casa?
"Larga de ser idiota, é da null que estamos falando." null pensou, um pouco alto. Podia ter passado 10 meses, mas null nunca esqueceria cada detalhe dela e só poderia ser louco de pensar na garota casada.
null puxou seus cabelos pra frente, numa tentativa de arrumá-los e apertou a campainha.
- Pois não? - Um senhor de terno atendeu a porta.
- Eu gostaria de falar com a null. - null disse, pigarreando sem graça.
- Quem está aí, Harold? - null pode ouvir a voz familiar de Nora, mãe de null. - null, mas que surpresa, querido.
- Olá, senhora null. - null sorriu. - Eu estava procurando a null.
- null, eu.. hmm.. não sei.. - Nora gesticulava, tentando encontrar um jeito para dizer que não era uma boa ideia.
- A senhora deve saber o que aconteceu e eu realmente queria ter a chance de conversar com ela. - null disse e olhou pra baixo, voltando seu olhar para a mulher novamente. - Eu não estou convencido que está tudo acabado ainda. - E aquelas palavras simplesmente foram cuspidas de sua boca, sem pensar muito.
- Bom, ela tem um torneio de tênis mais tarde e deve estar treinando agora. - Nora disse e deu um sorriso pra ele, como se passasse confiança. - Você deveria ir até o club.
- Obrigada, senhora null. - null disse e sorriu com o canto da boca.
- Nora, querido, por favor. - Ela afirmou, dando um leve tapinha no ombro dele.
- Nora. - null repetiu e acenou, começando a correr pela rua.
null corria como se sua vida dependesse disso, via os vultos de carros e pessoas passando por ele e provavelmente o encarando torto. Mas seu destino não era o club de tênis e sim a baía de Cardiff. Não sabia o que era, mas tinha quase certeza que null estava lá, era como se algo o avisasse, algum pressentimento. Passou o Roath Park quase voando e quando finalmente deu por si estava no pier que levava até a praia. Foi diminuindo seus passos e percebeu que além das pessoas que cuidavam dos barcos, não havia mais ninguém na praia. Será que mais uma vez seria só ele e seu desapontamento? Ele e sua esperança esmagada com um rolo compressor?
Abaixou a cabeça e começou a andar pela praia, sem um pingo de entusiasmo e jogou-se no chão, colocando sua cabeça nas mãos e respirando fundo. Quando null abriu seus olhos novamente, viu a sua frente dois pés calçados em tênis brancos. Afastou-se e começou a levantar-se, subindo seu olhar por duas pernas extremamente bonitas, que logo foram cobertas por uma saia azul claro, que vinha prosseguida de uma regata azul marinho (assim: roupa), até chegar nos ombros cobertos por cabelos levemente esvoaçantes e para logo dar lugar àquele rosto que ele sentira tanta falta, mas que continuava vivo em sua memória exatamente como estava ali na sua frente.
- Oi. - null soprou, quase inaudível.
- Oi. - null respondeu, levando sua mão esquerda até seus cabelos. - Sua.. hmm.. mãe disse que você tinha um torneio hoje e estaria no club.
null olhou pra baixo e voltou o olhar pra ele. - Então, por que você está aqui?
- Porque é assim que deve ser, não é? Praias, nós sempre acabamos nelas. - null afirmou, ainda mexendo em seus cabelos.
- null..
- null.. - Os dois disseram ao mesmo tempo e sorriram logo em seguida.
- Eu sei que a preferência é sempre das damas, mas eu preciso dizer isso.. - E null deu um passo pra frente, ficando mais perto dela. - Nós poderíamos continuar nesse gelo todo e eu simplesmente te convenceria a ir para Londres ser madrinha da Alice, mas.. - E null sentiu que de algum jeito ele havia ficado ainda mais perto. - Nós dois sabemos que não é só isso e eu só percebi no momento que pus os olhos em você de novo, é como se meu sangue voltasse a correr nas minhas veias, eu pensei que viver sem você seria fácil, seria melhor para nós dois, mas passa longe disso.. - E null ficou a poucos centímetros dela e tocou seu ombro. - null, você é a minha luz, a força que eu preciso para agüentar qualquer coisa e mesmo depois de todo esse tempo eu me sinto exatamente como me sentia antes, eu ainda sinto que você é e sempre vai ser a única pessoa que eu amei.
Por incrível que pareça, null não tinha lágrimas nos olhos, mesmo com seu coração passando dos 100 batimentos. Não tinha palavras, não tinha expressões, não sabia o que fazer.
null colocou a mão no outro ombro dela. - Eu só precisava que você soubesse disso. - E retirou suas mãos dos ombros dela, dando alguns passos pra trás.
No maior impulso que pode dar, null deu um passo pra frente e levou suas mãos ao pescoço de null, abraçando-o. E era exatamente o que ela devia fazer, não poderia deixá-lo ir novamente, tudo que queria era tê-lo daquele jeito, ouvindo seu coração bater no ritmo do dele, sua pele quente e macia, seus corpos colados e a certeza de que ele não iria embora.
null sentiu null envolvê-la com um braço pela cintura e o outro levar até o pescoço da garota, fechando os olhos e deixando ser levado por aquele momento que ele tanto esperou.
Poderiam ter passado minutos, horas, dias e até meses que os dois não iriam perceber. Ficariam abraçados pela eternidade se pudessem, apenas sentindo a presença um do outro e a certeza de estarem juntos. Mas null afastou-se ligeiramente, ainda mantendo seus rostos e corpos praticamente juntos, mas o suficiente para que encarasse null nos olhos.
- Obrigada. - null afirmou, olhando fundo nos olhos dele. Viu as sobrancelhas do garoto erguerem, em confusão e sorriu. - Obrigada por vir atrás de mim, obrigada por ser você e fazer com que eu te ame, obrigada por dizer as coisas certas e que eu precisava ouvir e finalmente obrigada por isso.. - E ela apontou para os dois e seus corpos unidos no abraço. - É totalmente inexplicável.
- Não precisa explicar. - null afirmou e aquele sorriso maravilhoso brincou no canto dos seus lábios. Não precisava explicar, os dois sabiam E sentiam, ninguém mais precisava saber além deles.
Com uma simples troca de olhares e sem precisar explicar ou dizer alguma coisa, eles sabiam o que vinha em seguida. null tirou a mão que envolvia o pescoço da garota e escorregou até seu rosto, segurando-o delicadamente. Os olhos dos dois fecharam-se ao mesmo tempo e como se aquilo fosse sincronizado, seus rostos se aproximaram para que finalmente seus lábios se tocassem.
Se antes os batimentos cardíacos de null passavam dos 100, agora ela poderia ter quase um infarto. Sentiu seu coração ir até a garganta, ao passo que null passou a língua por seus lábios e ela finalmente deu passagem para que aquele beijo começasse. E começou devagar, calmo, como se eles precisassem se conhecer ainda e aumentou gradativamente sua velocidade, no momento que null puxou null pela cintura ainda mais pra perto. Mas mesmo assim eles não tinham pressa, tudo que queriam era um ao outro e aquele momento, em que só eles existiam no mundo e viviam para sempre presos ali. Era maravilhoso o sentimento que explodia no coração deles, o sentimento de que poderiam ficar juntos, que um era o que o outro precisava, não a metade da laranja ou a tampa da panela, mas a força, a luz, o porto seguro, a razão para continuar vivendo.

O céu londrino não amanhecera azul, o que já era de se esperar. Era uma manhã de sábado nublada, com um sol encoberto e ventava. As ondas da praia ali estavam um pouco agitadas, mas era um som gostoso de ouvir, porém nada que acalmasse null.
- Cara, suas mãos estão tremendo e não é por causa desse vento. - null afirmou, arrumando seu cabelo pelo que devia ser a quinta vez.
null não respondeu em seguida, olhou para suas mãos e elas estavam realmente tremendo e suavam. Mas ele sorriu, achando graça em seu nervosismo. - É. - E voltou a sorrir, prestando atenção na casa abandonada lá atrás.
null revirou os olhos e desistiu de alguma possibilidade de papo com null, começando a conversar com null. Os primeiros acordes do piano começaram a ser tocados (Sentimentos - A Bela e A Fera) e null e Oliver cutucaram null e null para que eles prestassem atenção. null tinha seus olhos fixados no começo daquele tapete vinho.
null e null apareceram lado a lado, com sorrisos enormes e vestidos iguais segurando um pequeno buquê de rosas brancas e cor-de-rosa claro, iguais as que separavam as cadeiras do corredor. As duas chegaram até o altar e piscaram para os garotos, rindo um pouco de null que ainda parecia estar em algum tipo de transe e postaram-se no lado oposto à eles, a esquerda do juiz de paz, junto com null e Natalie.
null arrumou seu vestido e respirou fundo, fechando os olhos e deixou seus ombros caírem. Seu coração estava em sua boca e pulsava como um louco. Viu seus pés tocarem o tapete vinho e levantou a cabeça, olhando para frente e vendo todas as pessoas ali levantarem-se bem na hora que sua parte favorita da música que havia escolhido começou a soar. Seu pai estendeu o braço para ela, com um sorriso satisfeito no rosto e ela balançou a cabeça, sorrindo com canto da boca. Deu seus primeiros passos e avistou a pessoa que precisava naquela hora para lhe dar forças. No momento que colocou seus olhos em null e ele tinha um enorme sorriso e olhos brilhantes, seu coração acelerou mais ainda, mas dessa vez não era de nervoso e sim felicidade. Um sorriso involuntário surgiu em seu rosto e sua vontade foi quase de correr até o altar, mas já que seria maluquice, apenas continuou sorrindo para as pessoas até que seu pai beijou sua testa e entregou sua mão a null.
Uma troca de olhar bastou para que os olhos dos dois brilhassem ainda mais, transparecendo felicidade. null sorriu para null, com o canto dos seus lábios e ela retribuiu, sem nenhum esforço, vendo null entrelaçar seus dedos aos dela e trazê-la para o seu lado.
A música terminou e todos sentaram-se novamente para que a cerimônia começasse. O juiz de paz começou seu discurso e null olhava fixamente para ele, prestando atenção em cada palavra, enquanto null não conseguia tirar seus olhos dela e muito menos o sorriso de seu rosto. Não conseguia pensar em outra coisa, apenas que dali alguns segundos null seria sua para sempre.
null levantou uma pequena almofada de onde null retirou uma aliança, ficando de frente para null e segurando sua mão delicada entre seus dedos.
- Eu, null null.. - O juiz de paz começou por ele.
- Eu, null null.. - null repetiu e começou a passar a aliança pelo dedo de null, olhando fixamente nos olhos dela e vendo-os se encherem de lágrimas. - aceito null null não só como minha esposa, mas como minha companheira, meu amor, meu porto-seguro, para amá-la enquanto eu viver e estar ao lado dela, segurando sua mão e olhando em seus olhos para sempre, respeitá-la em todos os sentidos e se depender de mim nem a morte irá nos separar mais. - E terminou de passar a aliança, vendo sua garota com as bochechas rosadas e lavadas por lágrimas.
- Eu, null null.. - null repetiu junto com o juiz, também começando a passar a aliança pelo dedo de null. - aceito null null para ser a pessoa em que eu irei segurar a mão e olhar nos olhos, que será o motivo de cada dia feliz da minha vida, que irei amar com cada parte de mim e que serei eternamente grata por estar para sempre ao meu lado. - E null deu um pequeno sorriso, enquanto null passou seu dedo polegar pela bochecha dela, sorrindo também.
O juiz de paz assentiu para os dois, declarando-os marido e mulher. null deu um passo para frente e colocou os cabelos da garota para trás, segurando seu rosto, enquanto null se apoiava no ombro dele para que seus lábios pudessem se tocar carinhosamente e apaixonadamente.
null os afastou sutilmente e null pode ver seu rosto divertido e vitorioso, talvez até presunçoso e convencido. Mas não adiantava, ele nunca perderia esse jeito dele e ela devia admitir, se não fosse por ESSE jeito null null de ser, bom, ela nunca teria se apaixonado.
Os dois viraram-se para frente e logo encontraram os braços estendidos dos amigos e família. null olhou para baixo e viu que null segurava firme em sua mão, e não evitou um sorriso, pensando na palavra seu marido relacionado com o nome de null.

- O que você está pensando? - null perguntou, vendo null segurar sua mão e brincar com a aliança. Depois do casamento, seus amigos e famílias insistiram em fazer uma pequena comemoração na casa de null, já que desde o começo nenhum dos dois quisera uma coisa muito grande. No momento os dois se encontravam no quintal da casa, num raro momento que eles finalmente puderam ficar a sós.
null levantou a cabeça e a olhou, dando um risinho. - Em como eu queria que essas pessoas finalmente fossem embora, pra gente..
- null! - null impediu que ele terminasse.
- O quê? - null a olhou com a cara de cachorrinho. - Cara, você está muito linda nesse vestido, eu só quero ficar com a minha mulher. - E ele começou a beijar o pescoço dela, fazendo null rir.
- Faaaaaaala pombinhos.. Ei, arrumem um quarto poxa. - null enfiou-se no meio dos dois, fazendo com que eles se assustassem e pulassem pra trás.
- Dude, tu é um idiota mesmo, né. - null empurrou a cabeça de null, que mandou dedo pra ele e sentou-se na outra espreguiçadeira.
null virou-se e viu null e null de mãos dadas vindo na direção deles, null, null e null mas atrás e Oliver e Natalie.
Logo todos estavam sentados nas espreguiçadeiras, em volta de null e null. - É hoje que nós não ficamos sozinhos. - null disse para null.
- null, não pense que é por que você está casado que vai se livrar da gente. - null falou.
- É, cara, experiência própria. - null também disse, puxando null para sentar-se em seu colo.
- Pára, nós não queremos nos livrar de vocês. - null afirmou, dando um sorriso. - Vocês são os melhores amigos que alguém poderia querer.
Todos fizeram "awn" e null apertou uma bochecha dela.
- Nós que estamos felizes por você estar de volta, null, isso aqui não era nada sem você. - null disse e viu eles balançarem a cabeça.
- Principalmente esse traste que agora você chama de marido. - null disse e null mandou língua pra ele.
null olhou ao seu redor. Viu null cochichar alguma coisa no ouvido de null, fazendo-a rir. Viu null arrumar a camisa de null, que há essa altura já estava toda amarrotada, enquanto ele a olhava fazer isso. Viu null e null entretidos em uma conversa sobre lagartos gigantes. Viu Natalie brincando com os cabelos de Oliver, enquanto ele beijava sua bochecha. E finalmente viu a pessoa ao seu lado, segurando sua mão e prestando atenção em cada movimento seu. null ainda tinha os mesmos olhos brilhantes de mais cedo e neles ela finalmente tinha encontrado sua paz. Depois de tantas coisas, tudo estava perfeito e ela tinha um pressentimento que aquilo duraria, desde que tivesse todas aquelas pessoas sempre com ela. Sem perceber um sorriso formou-se em seu rosto.
- Que foi? - null perguntou baixinho, para que só ela ouvisse.
null beijou a bochecha dele e ficou a poucos centímetros de seu nariz. - Acho que todos conseguem seu "felizes para sempre" e o meu é com certeza mais do que eu mereço.
- Acredite ou não, null, estarmos juntos e ter todos esses pestes ao nosso lado é um ótimo "felizes para sempre" e você merece cada parte dele. - null afirmou e sorriu com o canto dos lábios. null também sorriu e o abraçou. Ficar em seus braços sempre seria a melhor sensação do mundo, era a certeza de que tudo ali estava certo e que isso não era um fim, mas um ótimo começo para todas aquelas dez pessoas "felizes para sempre" ali.


Fim.



Mensagem da Autora:
*Suspiro* Ai. Terminar ao som da música da bela e a fera, não deu muito certo. Ainda é difícil pra mim acreditar que eu finalmente consegui chegar ao final de Believe Or Not, é díficil pra mim colocar em palavras tudo que eu queria dizer aqui, mas bom.. vamos lá.
É o tão esperado (será?) fim dessa fic e eu espero muito que tenha agradado à todas vocês, antes de ser publicada no FFADD, Believe Or Not era apenas mais uma fic pra mim, mais uma que eu escrevia sem saber se um dia eu ia terminar, sem saber se um dia alguém iria ler. Mas depois de todo esse longo percurso até aqui e todas as coisas maravilhosas que eu recebi de vocês, Believe Or Not parou de ser uma fic pra mim e passou a ser uma fic pra vocês, que passam horas lendo esse monte de coisa que sai dessa minha cabeça meio louca, que pedem por atualização, que falam as coisas super fofas sobre a fic e ainda conseguem me deixar com os olhos brilhantes e um sorriso no rosto a cada comentário. E esse fim eu queria dedicar à muitas pessoas, mas antes de tudo, esse fim é pra vocês, que depois de três anos (isso, faz exatamente 3 anos que eu escrevo essa fic :D hihih) ficaram aqui comigo até a última palavra ser escrita. Obrigada pessoal, vocês não sabem a importância que essa fic teve na minha vida, não foi mais uma qualquer.. com ela eu descobri muitas coisas, descobri que eu pertenço à isso, que o que eu gosto de fazer mesmo é escrever e não é a toa que final de ano tá aí e a faculdade de cinema que me espere, principalmente a parte de roteiro, por que depois de Believe, se ser roteirista não for certo pra mim, eu não sei mais HAUAHA :D Cara, vocês me ajudaram muito, todo o apoio foi muito importante e palavras não seriam o suficiente para agradecer, de verdade.
Queria agradecer à todas as pessoas que me ajudaram com a fic, as meninas que por meio de Believe viraram essenciais pra mim! Pat¹, que sempre me ajudou quando eu impacava e me dava as melhores idéias e ainda escreveu a coisa mais linda que é EL :'D. Tuanny, quem diria que um comentário seu aqui e uma mensagem no myspace iriam virar essa amizade, hein? Um mês depois estou eu batendo na porta da sua casa pra passar um final de semana, ai saudades :'). Lívia, meu amorzinho que sempre me ouvia lendo parte de Believe pra depois falar: "Pat, tá liiiiiindo, amei amei amei" mesmo quando ela dormia enquanto eu lia. May, que é minha jones preferida e eu AMO ter altos surtos jones com ela. Marcella, que apesar de tudo vai ser pra sempre a fletcher da minha vida :D. Queria agradecer à todas as minhas betas, cara, desculpe o trabalho que eu dei pra vocês, é impossível agradecer o suficiente, vocês foram demais :D Obrigada Van, por betar Believe até aqui :) Obrigada todas as fofas que lêem Believe à eras tipo a Cah, as que me adicionaram no orkut, no msn, no myspace, gente vocês são muito foda (ops, ah mais são mesmo!) serião, eu repito: não tenho palavras pra agradecer!
Bom, queria MUITO agradecer à minha musa inspiradora (cara isso foi gay, hein?) J.K. Rowling, se não fosse por você ter criado o Ron e a Mione, tia Jô, Believe Or Not com certeza NUNCA teria existido.
E por fim, mas nunca menos importante, queria agradecer à eles.. é, àqueles quatro rapazes que enchem nossos corações de alegria por serem as melhores pessoas do mundo *-* principalmente se não fosse por Tom, Harry, Dougie e Danny e por eles formarem essa banda chamada McFLY, eu nunca estaria aqui hoje escrevendo essa nota. Eles com certeza nunca vão ler isso, mas que fique registrado: Obrigada meus lindos, por existirem, por serem vocês, por fazerem essa música foda que vocês fazem, por virem ao Brasil e por nos fazerem felizes e nos darem a oportunidade de escrever fics sobre vocês, a onde nós podemos fugir para esse mundo que é só nosso :D E contra a minha vontade, eu preciso agradecer à um deles em especial: Daniel Alan David Jones, é rato, se não fosse por você a minha inspiração maior, se não fosse pelo tanto que eu odeio te amar e essa minha brincadeira de fingir que te odeio, quando na verdade você é minha vidinha, né? de novo, nada disso aqui existiria. Obrigada, Danny, você é meu muso (pronto, admiti mesmo.) AHAUAH :]
Caramba, isso aqui ficou enorme! É, realmente eu me empolgo. Mas então eu vou ficando por aqui, ando pensando seriamente em mais pra frente escrever uma segunda parte de Believe como shortfic, só pra matar as saudades que eu sei que vão ser muitas pra mim. E algumas pessoas me perguntaram se eu tenho outras fics no site ou se já to escrevendo outras, bom, no site eu só tenho essa mesmo, mas já estou escrevendo uma (eu sou uma viciada, meus dedos tremem se eu fico muito tempo sem escrever, é sério) e eu não sei ainda quando eu vou conseguir mandar ela pro site, porque como eu disse a vida de último semestre de uma pessoa no terceiro ano é MUY DIFICIL, tenho um vestiba dia 27 agora na anhembi, então :/ torçam pra que eu passe, que se eu passar com certeza uma fic que tem a ver com a religião judaica (aham, é isso mesmo que vocês leram!) tá chegando aí :) (nossa, que coisa mais nerd isso i.i) É isso, pessoal, não se esqueçam de todo mundo deixar sua opnião sobre o final, seja elogio, crítica, puxão de orelha, qualquer coisa, eu quero muito saber o que vocês acharam *-* como eu disse, é muito importante :D Amo vocês, pessoal, obrigada por tudo. Beijão.
xx Patrícia.
"Everybody knows the end, when the curtain hits the floor and everybody knows the end, don't wanna get there wishing that you given more? It's not over, till it's over, so how do we begin? When everybody knows the end.."

(Se quiserem falar comigo, jogar um papinho fora, criticar, elogiar, é só mandar um email, adicionar no orkut, no myspace ou no MSN, ok tchurma?)
Ah e se quiserem me seguir no twitter, é só ir hein: @_patsi ;)




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