Best Friends
By: Jessica Fernandes
Beta Reader: Abby



Sábado, final de tarde. O sol se escondia no meio de algumas nuvens, mas mesmo assim era possível saber que ele estava ali. Havia calor, não um calor quente, agonizante, mas um calor gostoso.
Como sempre, eles estavam jogando no meio da sala de estar, garrafas de coca-cola, copos e chocolates estavam espalhados pelo tapete, os olhos vidrados na televisão e os dedos pressionando fortemente os botões do controle.
- Por que você pausou? – reclamou a garota assim que ele parou o jogo.
- Meu celular está tocando. – ele disse, largando o controle e procurando o celular no bolso. – Alô?
- Vai logo. – ela sussurrou.
A garota tentou concentrar sua atenção na barrinha de chocolate que pegara, porém, ao ouvir pronunciar o nome de Rachel, apenas se concentrou na conversa. Disfarçando, claro.

“Ah, Rachel, não sei”.
“Acho que dá sim.”
“Umas oito horas então.”
“Passo.”
“Eu te ligo.”
“Beijo.”
“Tchau”

A curiosidade dentro de era gigante, mas ela se conteve e não abriu a boca. Esperava que o garoto o fizesse e contasse o que falara com a outra.
- Era Rachel. – ele disse como se ela não tivesse percebido.
- Ah, era? – claro que ela fingiu.
- Vai ter uma festa hoje. – ele procurou o controle do Xbox.
- De quem? – ela pouco ligava pra festa, estava interessada em saber se ia ou não.
- Da prima da Rachel, ela me chamou. – ela não queria parecer se importar, mas seu instinto foi mais forte e ela logo perguntou:
- Você vai?
- Não sei, acho que sim.
- Ah. – não mostrou expressão alguma, apenas olhou para a televisão, indicando que queria continuar o jogo.
Alguns minutos se passaram e finalmente o jogo acabou.
- Game Over, . – gritou – Ganhei!
- Eu deixei você ganhar. – ele disse com desdém.
- Ah, nem vem com essas, você sempre perde e fala a mesma coisa.
- É que eu tenho dó de você e sempre deixo você ganhar. – ele falou, sério.
- Admite, . – a garota se levantou e ficou em cima do sofá. observou. – Eu sou a melhor! – gritou, erguendo os braços, comemorando a vitória.
- Ah é? – ele a encarou. – Então você sempre ganha, né?
conhecia aquele olhar, com certeza em seguida ele faria alguma coisa. Ela não errou: no momento seguinte a garota já estava jogada no sofá e apertava sua barriga, fazendo-a rir descontroladamente.
- Páaaara. – ela implorava. – Por favor, pára. Pára.
- Quem é o melhor? – ele provocou, ainda fazendo cócegas na menina. – Não vai falar? Não vou parar.
- P-pára. – ela já estava sem ar. – Você. É você.
- Quem é? – ele parou um pouco, mas logo voltou a torturá-la.
- Você, . – ela gritou, ainda rindo.
- E quem é o mais lindo? – ele parou e continuou.
- Você.
- Gostoso?
- Você?
- Perfeito?
- Chega, . – ela tentava se soltar. – Você é tudo. Admito.
Por fim, o garoto parou, e aos poucos foi voltando ao seu estado normal.
- Isso não vale. – reclamou.
- Claro que vale. – ele riu, encarando-a.
- Você usa a força, e isso é jogo sujo. – ele riu novamente.
- Você está toda descabelada. – tentou ajeitar o cabelo dela.
- Você também. – ela apontou pro cabelo dele.
- Mas eu fico lindo assim. – ele falou convencido.
- Está querendo dizer que eu estou feia? – a menina arqueou a sobrancelha.
- Claro que não. Você é linda de qualquer jeito.
- Sei. – ela fez voz afetada. – Aposto que a Rachel é bem mais bonita.
- Está com ciúmes, ? – foi a vez de ele arquear a sobrancelha.
- Lógico que não. – ela corou.
- Tá com ciúmes, tá com ciúmes.
- Vai à merda, . – a garota tentou se levantar, mas antes que pudesse completar a ação, a puxou, fazendo-a cair sentada em seu colo.
- Você sabe que é a número um, né? – ele sorriu.
- Não sei não. – ela falou emburrada.
- Tudo bem, eu te digo agora, então. – ele levantou o rosto dela, fazendo-a encará-lo. – Você é número um na minha vida, você vem antes de qualquer outra garota; é minha linda, minha companheira, minha melhor amiga. Eu nunca vou te trocar por nenhuma outra, nem por namorada, ficante, rolo. Nenhuma, você sempre será a primeira na minha vida.
- Promete? – ela pediu.
- Prometo! – ele beijou as mãos dela, que sorriu.
Cada vez mais ele mostrava a ela o quanto seria dela eternamente, talvez não do jeito que ela quisesse, mas de alguma forma, sempre estaria ao lado dela.
Eles ficaram algum tempo em silêncio, apenas admirando o tempo. A casa aos poucos ia ficando escura, anunciando a chegada da noite.

- Você gosta da Rachel? – quebrou o silêncio.
- Não sei. – ele respondeu. – Quer dizer, gosto.
- Gosta como?
- Gosto da pessoa dela e gosto de ficar perto dela.
- Você a ama?
- Não. – ele respondeu antes mesmo dela terminar a pergunta. – Eu gosto dela como pessoa, como amiga. Só isso, nada além disso.
- Você gosta de alguém?
- De muitas pessoas.
- Você ama alguém?
- Por que você quer saber? – ele questionou.
- Você ama alguém, ? – a garota insistiu na pergunta.
- Talvez. – ele pensou.
- Talvez? – ela queria saber mais.
- Eu não sei. Na verdade, eu nunca senti o que eu sinto por essa pessoa por ninguém, acho que também nunca amei ninguém, então não sei distinguir o que realmente é. – explicou.
- Entendo. Mas o que você sente, então?
- É estranho, eu me sinto meio gay falando essas coisas, mas é muito forte, é uma vontade de tê-la só pra mim o tempo todo, todos os dias, de abraçá-la, de protegê-la. Quando eu a vejo é como se todas as outras coisas parassem de existir, nada mais importa quando eu estou do lado dela, ela é a razão de todas as minhas alegrias, é o motivo dos meus sorrisos, é a personagem principal dos meus sonhos.
- Gay. – a garota riu. – Você já disse isso pra ela? – via o sorriso no rosto do amigo e percebeu que sim, ele amava a tal garota; porém, seu coração parou de sorrir, pois se estivesse apaixonado, provavelmente ela perderia o posto de primeira e única na vida dele. Ela sabia que ele tinha prometido que não, mas ela sabe que ninguém manda no coração, e nenhuma garota gostaria de dividir o namorado com a melhor amiga dele. Pelo menos ela não gostaria. Na verdade, ela não gostaria de dividir nem o melhor amigo com ninguém.
- Já disse o quanto ela era importante pra mim, mas nunca deixei que percebesse de qual forma ela era importante.
- E por que você não deixa que ela perceba? – a garota já estava aflita, mas desde que se apaixonou pelo melhor amigo deixou bem claro pra si mesma que jamais interferiria na vida dele, se ele se apaixonasse por alguma garota iria se a primeira a apoiar mesmo, que isso a matasse por dentro.
- Porque eu acho que não a mereço.
- Como não, ? – ela ficou surpresa, pois ele era o tipo de garoto que qualquer menina sonharia em ter como namorado; ela achava o contrário, que não existia menina que merecesse ele.
- Ela é boa demais pra mim, . – ele começou a falar. – Ela é doce, engraçada, linda. É a garota mais inteligente que eu conheço. Ela é a mais bem humorada, tá sempre rindo, sempre ajudando alguém. Ela é perfeita.
Ela se lembrou que sempre dizia coisas assim pra ela, mas sabia que era porque eram amigos. Nesse momento desejou ser a garota que tanto venerava. - Nenhuma garota nunca vai ser boa demais pra você, , você é o cara que todas sonham em ter como namorado, você é perfeito. Você é tudo isso que falou dessa menina e mais um pouco; é lindo, educado, divertido, inteligente, doce, gentil. Você tem todas as qualidades de um príncipe encantado, , com certeza essa é a garota mais sortuda do mundo.
- Você acha mesmo que eu sou tudo isso? – ele perguntou, sentando de frente pra ela e a encarando.
- Acho! Se eu fosse essa menina não pensaria duas vezes e namoraria com você. – a garota teve certeza de que corou nesse instante, pois as palavras saíram como se estivessem sido vomitadas, ela não teve controle de nada do que falava, só estava falando a verdade.
- Mesmo? – ele queria ter certeza do que ela falava para não cometer nenhum erro.
- Mesmo. – ela o encarou. – Eu acho que você deveria ligar pra ela e dizer que a ama.
- Você tem razão, é isso o que eu vou fazer. – pegou o celular que estava caído no chão e discou o número que já sabia de cor: o da casa de . Em questão de segundos ouvia-se o telefone da casa da garota tocando. Ela se levantou e disse um ‘já venho’ baixo enquanto saía do sofá e procurava o telefone. Por fim, o encontrou na cozinha.
- Alô? – ela disse ao atender.
- Eu te amo, quer namorar comigo?

FIM!!!



Nota:

Oi, minhas leitoras lindas! Tá, eu sei que ainda não deve ter nenhuma leitora, mas de qualquer forma eu sei que todas as que eu tiver serão lindas, hahah.
Essa não é a primeira fanfic que eu escrevo, na verdade é a primeira shortfic, mas fanfic eu tenho várias por aí que eu nunca termino.
Além de ser a primeira short, é a primeira que eu mando pro site também. Eu tive a ideia de escrever essa short depois de um post que eu vi no Tumblr... Espero que vocês tenham gostado, eu escrevi em 22 minutos e quase morri do coração quando caiu a energia, achei que eu tinha perdido ela. Logo menos mando minha fanfic pra cá, é de uma história real, meio Cinderela que aconteceu comigo, hahah.

Um beijo, meninas!

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