Beware The Clown






estava em um lugar conhecido para ela. Pelo menos a menina achava. Era o jardim de inverno de sua casa. Havia as mesmas samambaias que a sua mãe adorava, mas algo estava estranho. A garota mirou o horizonte, o que já era esquisito já que jardins de inverno são pequenos e fechados, mas havia um horizonte – um escuro e de dar arrepios. Uma névoa branca alcançou os seus pés. Ela apertou os olhos para enxergar melhor e viu um corpo se aproximando. Então um par de olhos azuis cruzou com os seus. O rapaz sorriu.
- Por favor – ele pediu sedutor, fitando a mão de .
A garota olhou para onde ele olhava. Havia uma estaca em sua mão. Ela a ergueu, fitando aquele pedaço de madeira e depois Damon, o vampiro malvado, mas tão sedutor de Vampire Diaries, uma de suas séries favoritas. Ele arregalou os olhos, diminuindo o sorriso.
- Eu... – começou a dizer, contudo a sua voz estava rouca. – Eu não vou matar você.
Damon riu.
- Eu sei. Só quero que me beije.
arregalou os olhos, mas, antes que dissesse alguma coisa, escutou alguém chamar o seu nome.
- ? – ela perguntou por seu namorado. Era ele quem havia chamado. Era a voz dele. Ela tinha certeza.
Virou-se para trás para procurar por .
- Olá, – alguém disse em tom brincalhão.
Ela ergueu os olhos em direção à voz e não pôde acreditar no que viu. Dean Winchester, seu personagem preferido de Supernatural? Não, não podia ser!
- O que faz aqui? – ela perguntou.
Mas antes que Dean respondesse, a voz de soou novamente. Pelo menos ela rezou para que fosse dessa vez.

- ? - perguntou para a namorada que acabara de acordar e se levantar da cama com rapidez.
- Ai, graças a Deus é você! – desabafou ela, puxando o rapaz para um abraço forte.
riu.
- Claro que sou eu. Quem mais poderia?
pensou em responder, porém decidiu deixar quieto. Era melhor parar de assistir a seriados até madrugada.
- O que você está fazendo aqui às...? – ela olhou o relógio do pulso de . – Seis e meia? Por que me acordou tão cedo? Não tenho aula hoje e... – ela passou as mãos pelo cabelo. – Estou horrível!
- Você não está horrível... E já a vi acordando várias vezes! – ele riu.
- , olhe isso. O meu cabelo parece uma vassoura de palha!
- , como você é boba! Para mim, está parecendo uma Barbie.
- , primeiro, para eu parecer uma Barbie, tenho que ser loira. E eu não sou. Tenho que ser magricela e toda plastificada. Você não me disse o que está fazendo aqui a essa hora.
riu mais uma vez.
- Desculpe-me. Tive que passar aqui rapidinho antes do trabalho para falar com você.
- Hum... Será que dá tempo de me trocar antes?
Ele revirou os olhos.
- Vá logo.

- Então... O que você quer me dizer? – perguntou ao namorado, sentando-se à mesa para tomar café da manhã. Já estava acordada e não pretendia voltar a dormir.
- Bom, amanhã é dia das crianças e feriado...
A garota encarou o namorado significativamente. Ambos não gostavam desse dia e eles já estavam juntos há bastante tempo (cinco anos, exatamente) para entenderem o porquê. Ela não gostava de falar sobre isso, por ter um trauma de infância e sofrer muito com isso. Já ele, sempre dizia que dia das crianças sempre fora a data em que o seu pai esbanjava impessoalidade com os filhos, comprando presentes extremamente caros, mas sem sequer dar o que eles mais queriam: amor.
- Eu sei – respondeu ao comentário silencioso da namorada. – Esse dia não nos agrada em nada, mas estou disposto a fazer isso mudar.
- Não sei, ...
- ! – ele pôs a sua mão sobre a dela. – Vamos tentar fazer uma coisa diferente, ao invés de ficarmos trancados em casa, assistindo a filmes e comendo chocolate para nos esquecermos de tudo. Vamos finalmente ter um dia das crianças.
- Não somos mais criança – disse firme.
- Não seja difícil, . Planejei uma coisa bacana – ele sorriu.
forçou um sorriso.
- ‘Ta. O que é?
- Vamos passar o dia no Hopi Hari amanhã. Que tal? – ele tirou do bolso um par de ingressos e os colocou sobre a mesa.
- Você cheirou, né, ? Amanhã é feriado e, ainda mais no dia das crianças, aquele parque vai estar lotado!
- Vamos enfrentar essa! Não precisamos ir a todos os brinquedos. Vamos comprar algodão doce, pirulito e nos divertir feito crianças!
- Esqueça – a garota deixou a xícara na pia e voltou a se sentar de frente para .
- Por favor – ele implorou. – Só estou tentando mudar o nosso conceito do dia das crianças. Por favor.
- ‘Ta. Mas se alguma coisa der errado, não diga que não avisei.
Ele fez uma careta.
- Não diga isso. Chega de ser pessimista. Sei do seu trauma, porém a sua vida mudou muito. Não tem mais o que temer. Ok?
puxou o queixo da namorada para frente, depositando um beijo em seus lábios.
- Vá logo ou vai chegar atrasado – disse de olhos fechados.
Então soltou o seu queixo e deixou o cômodo. Quando ele abriu o portão da frente, deu de cara com . Era amigo de infância de , o que, para ele, seria um motivo e tanto ter ciúmes. Na verdade, qualquer homem que se aproximasse de era motivo.
- O que você está fazendo aqui? – perguntou .
- Eu que pergunto. Você não está atrasado para o trabalho?
- Sou o chefe, seu babaca!
- Ei! Pegue leve, ! Só vim visitar a para conversar com ela. Somos só amigos! Relaxe!
bufou.
- Não confio em você.
revirou os olhos.
- Você não confia em homem nenhum a não ser você – e adentrou pelo portão, deixando um soltando fumaça.
- O que você está fazendo aqui a essa hora? – perguntou ao melhor amigo.
- Bom dia para você também!
sorriu, desculpando-se.
- Esqueci-me de que hoje não tinha aula. Na verdade, tinha me esquecido do feriado de amanhã – começou . – Enfim, acordei, caminhei até o ponto onde encontro com o Luis e nada de ele aparecer. Liguei para o mesmo e cá estou.
- Hum... Só você mesmo para se esquecer de um feriado! – pegou o seu notebook, colocou-o sobre a mesa de centro e conectou o seu Ipod nele.
observou os seus movimentos, mas não prestava atenção. Estava apenas tomando coragem.
- Sabe de uma coisa que não me esqueci? – perguntou ele.
Antes de responder a pergunta, ela riu do que seu namorado escrevera no Twitter: “Puta falta de sacanagem. Um monte de gente aproveitando o feriado prolongado e eu tendo que trabalhar!”. Sem levantar os olhos da tela do computador, ela apenas murmurou:
- Hum?
- Da proposta que fiz a você.
finalmente ergueu os olhos da tela, fixando o seu olhar nos olhos de .
- Você sabe a minha resposta.
se sentou no chão ao lado da amiga.
- Por favor, . Preciso de você.
- , desculpe-me. Não vou transar com você porque só quer saber se você é bom ou não nisso! Arranje qualquer puta por aí, mas não me venha pedir isso de novo! Tenho um namorado e, mesmo que não tivesse, seu pedido é um absurdo! E agora me lembrei do porquê eu estava brava com você!
- Mas, ! Quero muito transar com a ,s só que tenho medo de que ela não goste. Sou virgem e você é a única que seria sincera comigo. Por favor!
colocou as suas mãos sobre os ouvidos.
- Não, não, não e não! Isso é um absurdo, !
- Não é! Já vi vários casos de melhores amigos que transam para um testar ao outro.
- Este não é o nosso caso. Agora vá embora!
se levantou e caminhou até a cozinha com o seu amigo atrás. Apertou o botão que abria o portão e começou a empurrar até a sala e dali até o quintal em direção à saída.
- Vá. Saia daqui antes que eu conte tudo para o e ele o faça em pedaços!
- Como se eu tivesse medo dele! – debochou .
o olhou furiosa e acertou vários tapas em seu peito, empurrando-o para fora de sua casa.
- Não, não. Desculpe, vai – pedia . – Juro que não falo mais sobre isso! Vamos assistir a um filme como fazemos sempre.
Ela respirou fundo, tentando se acalmar.
- ‘Ta. Mas se tocar no assunto novamente, ponho você fora daqui nem que seja a paneladas na cabeça.

entregou a um pote com pipoca e o saleiro.
- Experimente e veja se está bom de sal.
pôs uma pipoca na boca.
- Hum... Está ótima – ele devolveu o saleiro e ela o guardou junto com os outros temperos estranhos de sua mãe, todos em sacos sem marcas presos com prendedor de roupa.
- Que filmes temos aqui? – perguntou, mexendo nos DVDs da estante da TV.
- Já assisti a todos, mas a essa hora deve estar passando Two And A Half Man na Warner.
a olhou de soslaio.
- Você e a sua obsessão por seriados.
- E qual é o problema?
- Nenhum. Melhor do que a obsessão do seu namorado por Harry Potter. É patético.
- Meu namorado tem nome. É . E... É, preciso devolver o “Pedra Filosofal” que ele me emprestou.
- Você por acaso leu? – inquiriu, mudando os canais da TV.
- Não.
Os dois riram.
olhou a sua unha.
- Hum – murmurou. – Isso aqui está precisando de um esmalte urgente. Já volto – ela foi até o seu banheiro e pegou a sua bolsinha de esmaltes, levando até a sala. – Qual eu passo? – perguntou, mostrando dois vidrinhos. Um escrito Impala que era de uma cor azul, ou roxa. Não dava para ter certeza. E outro escrito Colorama. Era um preto cintilante.
- O preto – respondeu, dando de ombros.

- Alô? – atendeu ao celular.
- ainda está aí? perguntou firme.
- Oi, amor. Tudo bem. E você?
- Ele ainda está aí. Não está?
bufou.
- Sim, ele ainda está aqui. Estamos assistindo à TV juntos como nos velhos tempos.
- Tempos em que você não tinha um namorado.
- Daqui a pouco, ele vai embora. Relaxe, amor. Amanhã não vamos passar o dia juntos? Não vai ser perfeito? Então! Relaxe!
- Mais tarde vou passar aí. Beijo.
- Beijo. Não se esqueça de que eu amo você. ‘Ta? – ela desligou o celular e suspirou. Como ele podia ser tão ciumento?
- É um ciúme descontrolado e doentio, né? – disse como se lesse os pensamentos da garota.
- Mas ultimamente ele tem razão em ter ciúmes de você.
O garoto rolou os olhos.
- Isso é você quem acha. Um sexo entre amigos sem paixão não é traição. É só... Uma experiência.
maneou a cabeça negativamente, olhando para cima.
- Por que estou insistindo nisso? – ela perguntou mais para si mesma do que para o amigo. – Acho que não dá para sermos mais amigos, . Isso que você vem me pedindo, ou melhor,implorando, é um absurdo.
- Isso é uma bobagem! É só uma bobagem, mas tudo bem, se você não quer. Tem cinco anos de experiência em sexo com seu namorado e está feliz da vida com isso. Ótimo para você! Azar o meu de ter dezenove anos e estar virgem.
- Não fale assim. Eu me importo com você. Posso lhe dar força e coragem para que você vá até a e transe com ela. Posso lhe dar dica de seduções e tudo mais, mas não me peça para transar com você.
sacudiu a cabeça e fechou os olhos por dois segundos.
- Quer saber? Eu é que não quero mais ser seu amigo. Fui! – e deixou a casa.
sabia que aquilo não ia dar certo. O amigo já não cumpria o seu papel corretamente. Ele adorava colocar fogo na relação dela com , falar mal dele e o provocar. Depois veio com essa história de querer transar com ela. Foi a última gota. Só suportou por tanto tempo porque gostava realmente dele. Eram amigos desde crianças.
Sua mãe chegou a casa e viu a sua filha deprimida.
- O que foi, ? Problemas com ?
- Não. .
Sua mãe rolou os olhos. Nunca gostara do menino mesmo. Tinha um mau pressentimento em relação a ele.

- Você é louco, . Sabia disso? – perguntou ao namorado que fingira ter ido embora, pedindo que o seu irmão levasse o carro, mas na verdade entrou no quarto de sem que os seus pais o vissem.
- Sou louco de amor por você, – ele se curvou e beijou o pescoço da namorada, fazendo-a rir.
- Xi... – ele fez, colocando o dedo na boca dela. – Quer que os seus pais descubram?
- Então me beije logo!
E ele beijou, sentindo o gosto de chiclete de melancia que mastigava. Isso foi uma boa sensação. Sua mão percorreu o corpo dela. Do joelho, subiu à coxa, onde ele a deixou por mais tempo, massageando o local. Subiu mais um pouco, passando pelo quadril, a barriga, fazendo os pêlos da garota se arrepiarem de cócegas. Chegou até o seio, o qual apertou, arrancando um gemido baixo de que segurou a risada em seguida. Uma risada de nervosismo, com medo de que os seus pais escutassem alguma coisa. sorriu durante o beijo.
- Mais um pouco e estamos ferrados – ele disse, ainda de olhos fechados e com a boca grudada à de .
- Não me importo – ela inverteu as posições, ficando sobre . – Se meu pai me matar, vou morrer feliz.
a beijou com mais intensidade, puxando a blusa dela para cima.

Pela manhã, enrolou a sua mãe para que pudesse sair sem ser visto, mas logo ele voltou pronto para ir ao Hopi Hari.
- Você não vai com isso. Vai? – perguntou, apontando para o cachecol da Sonserina que usava.
- Vou aproveitar que amanheceu friozinho.
- Não está frio a ponto de você usar um cachecol.
- Mas esse é especial. Gosto de usá-lo até num calor de quarenta graus.
- , olhe para mim – pediu , apontando para os seus olhos. – Você tem probleminha.
Ele riu.
- É verdade! E, aliás – ela andou até sua escrivaninha e pegou o livro “Harry Potter e a Pedra Filosofal”. – Tome – entregou-lhe o livro.
olhou desapontado para a namorada.
- Você não vai ler, né?
- Não.
Os dois riram e ele a puxou para um último beijo antes de saírem de viagem para o Hopi Hari.

Apesar do feriado, a estrada estava tranqüila. Um sinal muito bom. O parque também estava vazio, mas ainda fechado. As pessoas ainda chegariam. Pelo menos eles achavam assim.
Foram um dos primeiros a entrar e correram para a montanha-russa do escuro. Ou melhor, correu até lá e arrastou .
- Não gosto de montanha-russa. Ainda mais no escuro! – ela reclamava.
- Mas essa é legal e tranqüila. Você vai ver – ele a abraçou, beijando a sua testa.
Logo, chegou a vez deles e puxou a namorada pela mão, levando-a até um carrinho disponível.
- Nossa, . Sua mão está suada – reparou ele quando a mão de escapou da sua.
- É. Estou nervosa e com medo.
riu.
- Quanta paranóia! Essa montanha-russa é tranqüila. Nem parece uma. Aposto que você vai adorar!
- É... Tomara! – apertou o ferro que os protegia com força.
- Relaxe – lhe deu um beijo logo abaixo sua orelha e sorriu para ela, transmitindo tranqüilidade.
Durante todo o percurso, ficou de olhos fechados e segurando com firmeza o ferro de proteção, mesmo sentindo que o brinquedo não era muito radical.
Os dois deixaram o carrinho e caminharam pelo caminho que dava para uma loja.
- Não disse que era tranqüilo? – perguntou, apertando a mão de .
- Disse – ela sorriu. – ?
- Hã? – olhou para confuso. – O quê...? Ah! – sua expressão ficou séria e o seu corpo, rígido, ao fitar vestido de palhaço. Apesar da maquiagem, dava para ver o seu grande inimigo na porta da loja, animando as crianças.
o puxou para frente, fazendo-o andar em direção a .
- O que você está fazendo aqui? – ela perguntou, assustando o amigo ou ex-amigo.
- Ah, olhe o casal vinte aí! – ele sorriu irônico.
- Vamos, . Não vamos deixar que esse aí estrague o nosso dia!
O sorriso de se desmanchou e os seus olhos semicerrados fitaram e caminharem.
- Você me dá um pirulito? – um garotinho pediu a ele, tirando-o de sua espécie de transe.
- Para onde você quer ir agora? – questionou , passando o braço sobre os ombros da namorada.
- Não sei. Talvez o carrossel?
a abraçou e sussurrou em seu ouvido:
- Já sei aonde levá-la.
- Ah, é? – sorriu sapeca.
- Uhum – ele ergueu uma sobrancelha. – Um barquinho bem tranqüilo, com musiquinhas infantis. Bem no clima.
- “Barquinho bem tranqüilo”? Amei a proposta!

A fila não demorou muito, já que iam várias pessoas por vez. Isso não impediu que eles trocassem alguns beijos, o que atraía olhares curiosos de crianças e reprovadores de pais. Mas eles apenas se divertiam com isso. Afinal, era esse o propósito: um dia das crianças diferente e divertido.
E o passeio do barco não foi muito diferente. Eles riram das músicas, dos bonequinhos e das pessoas que reclamavam por eles não pararem de se beijar. Podia ser mais perfeito que aquilo?

- Hum... Que bom que você não desistiu de me trazer! – disse enquanto lambia o seu novo pirulito.
- Minhas idéias são sempre ótimas, né?
- Por isso que eu amo você! – ela o beijou, ambos sentindo o gosto doce da boca de cada um.
Eles se sentaram em uma mesa e pegou a mão de .
- Ei! – exclamou ele, olhando para a mão dela. – Cadê a sua aliança?
puxou a mão rapidamente, olhando para o seu dedo anelar, verificando ali apenas a marquinha de sol deixada pela sua aliança de compromisso.
- Ai, não... – ela suspirou. – Acho que deve ter caído do meu dedo em alguma hora. Tenho certeza de que, quando cheguei aqui, ainda estava no meu dedo! – começou a se desesperar, passando a mão pelo cabelo.
- Calma. Tudo bem. A gente compra outra. Estava pensando mesmo em renovar as nossas alianças.
- Não. Quero essa aliança de volta. Ela significa muito para mim! Representa um momento importante na minha vida, quando voltei a ser feliz de novo. Isso é um mau sinal.
- – ele apertou a mão da garota. – Sei que ela significava muito para você... Para mim também. Eu sei, mas a gente não tem como achar se você a perdeu aqui...
- Não, . Você não entende. Se você me ama de verdade, vai me ajudar a procurá-la.
- É impossível, ! Esse parque é enorme e alguém já deve ter achado!
- Mas acho que sei onde perdi... Na montanha-russa do escuro. Só pode ser. Lembra-se de que a minha mão estava suada? E apertei aquele ferro com tanta força... Ela deve ter escorregado.
- E como a gente vai procurar lá?
- Não sei, mas a gente precisa encontrá-la.

- Impossível. A gente não pode parar o brinquedo para procurar um anel – dizia o monitor da montanha-russa do escuro.
- Não é um simples anel. É uma aliança que tem muito significado para mim! Por favor, moço! – implorou .
- Faça o seguinte: o parque hoje fecha às oito. Passe aqui nesse horário e vamos procurar a sua aliança.
E foi o que eles fizeram. Estavam lá no horário marcado.
- Tem certeza de que você vai entrar? – perguntou a .
- Tenho – respondeu ela decidida.
- Tome. Uma lanterna para cada um – um dos homens que ajudariam na busca disse, entregando-lhes os objetos. – Temos luz lá dentro, mas não é claro o suficiente para procurar um anel. É melhor nos dividirmos e quem achar grita. Ok?
- Ok – e disseram juntos.
sabia que aquela busca seria praticamente impossível, mas não custava tentar. Aquela aliança tinha um significado importante para ela. A menina ainda sofria com a morte dos seus verdadeiros pais. Quando ela era muito pobre e vivia mendigando pela rua, confundiram os seus pais com bandidos e os mataram na sua frente, justo no dia das crianças. apareceu em sua vida quando ela ainda se acostumava com sua família adotiva e ele fez tudo parecer mais fácil.
Então as luzes se apagaram totalmente, assustando-a. Restava apenas a luz de sua lanterna que focou algo terrível: um palhaço. Ele sorriu para ela, mas tinha algo em sua mão... Uma faca.
- O quê...? – se interrompeu, pois viu algo pior. Era o seu namorado inconsciente e enforcado pelo seu próprio cachecol.
- Achei que essa seria uma grande chance de eliminar aquilo que estava no meu caminho até você durante cinco anos.
- Não! – implorou , caindo de joelhos. – Não faça isso, ! Eu imploro!
- Eu implorei e você não me ouviu. Tarde demais! – então ele enfiou a faca no peito de .
gritou, deixando as lágrimas caírem. Então um filme passou em sua cabeça.

Flashback.

Ela estava sozinha no intervalo da aula, comendo o seu lanche, ainda tentando se acostumar com sua nova vida, quando ele chegou e se sentou ao seu lado no banco de madeira.
- Por que você está sempre sozinha? – perguntou.
se encolheu.
- Qual é o seu problema? Tenho todo o tempo do mundo para ouvir você. Só quero ajudar.
Ela ergueu os olhos até o seu rosto e se encantou com a sua beleza. Ele sorriu.
- – apresentou-se ela.
- Bonito nome. Sou o . Prazer.
Os dois sorriram.

Fim do flashback.

A partir daquele dia, a sua vida finalmente começou a mudar. Ela finalmente tinha alguém que a entendesse para conversar. Já conhecia . Ele era da sua sala, mas com esse era diferente. Não era como se ela confiasse nele.
A luz acendeu novamente e alguns funcionários entraram correndo e viram o que acabara de acontecer.
- Eu o matei! – gritou e dois homens o seguraram. Ele riu. Estava completamente louco.
- Levem o garoto daqui e chamem a polícia. O outro está morto – um dos homens ordenou e olhou piedosamente para .
- Meu namorado... – ela disse inconsolada.
- Sinto muito. Vamos sair daqui – o homem a pegou pelo braço.
- Não! – ela gritou, soltando-se dele. Correu até o corpo do namorado, segurou a faca com força e a puxou. estava realmente morto.
Ela chorou e todos à sua volta estavam paralisados, até ela enfiar a faca no próprio peito, rezando para que acertasse. Não podia agüentar mais uma morte.
Todos correram até ela e tiraram a faca de seu peito o mais rápido possível. Levaram-na ao hospital, mas já era tarde demais. Ela não agüentou e morreu no caminho.
Não era bem esse o dia das crianças que planejara, mas pelo menos agora os dois têm a eternidade juntos, sem um palhaço para atrapalhar.


Fim



Nota da autora: Oooie! Primeira fic que escrevo para um challenge, hahaha. Sim, essa fiction é de um challenge interno entre as betas que não foi ao ar. xD
Ficou meio bobinha a história, mas tive vontade de publicar.
Obrigada, Ana, por betar para mim. ;P
- Lilá





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