Prólogo
‘Se cuida, tá bem?’ Falei antes de sentir os lábios dele em minha testa.
‘Você também, e cuida da nossa pequena’. Assenti sentindo sua carícia em minha barriga de oito meses.
‘Vou cuidar e ela vai cuidar de mim’. Soltei um suspiro e vi seu rosto se aproximando do meu e selando nossos lábios levemente. Nos separamos ao ouvir uma buzina.
‘Vai lá, eu te amo’. Sorri de lado.
‘Eu também, e a também’.
Capítulo 1
Acordei no domingo de manhã com uma forte dor nas costas e várias pontadas na barriga, havia muito suor escorrendo pelo meu rosto. Sentei na cama e tateei a mesma a procura do meu celular e quando o encontrei apertei a discagem rápida colocando no viva-voz. ‘Alô?’ Ouvi a voz dele.
‘, vai nascer agora. Cadê você?’ falei com a voz arfada, soltando baixos ruídos de dor. ‘Ai meu Deus, o avião atrasou, a gente tá saindo da França’. Ele soltou um grito nervoso, sendo perguntado sobre, por quem estava perto dele. ‘Meu pai está aí em Londres, vou pedir para ele te levar, agüenta, minha linda’.
‘Ah, tá bem’. Falei em um meio grito e suspirei, soltando meu corpo na cama, e abraçando minha barriga.
entrou correndo em meu quarto junto de , vestindo somente pijamas, e me pegaram no colo descendo as escadas rapidamente. Fui colocada no banco de trás do carro, com comigo e segurando minha cabeça, pedindo para eu respirar sempre. E enquanto me levavam para o hospital, ligou para ele.
Assim que estacionou o carro na ala de emergência do hotel, dois médicos me tiraram do carro e me colocaram em uma maca, empurrando-a por entre as portas brancas. entrou comigo e segurou minha mão o tempo inteiro, enquanto pedia para eu forçar, junto das duas enfermeiras que estavam lá.
Após alguns minutos, com o suor escorrendo pela minha testa e grudando minhas costas na maca, pude ouvir um choro alto e fino de bebê, abri os olhos lentamente e pude ver uma pequena criatura suja de sangue espernear nas mãos do médico. Depois de um tempo, ela foi entregue nas mãos da enfermeira, que a enrolou em uma toalha branca e a entregou para mim. Segurei-a em meus braços delicadamente e suspirei, sentindo algumas lágrimas descerem pelo meu rosto.
‘Parabéns, querida. Belo trabalho’. Abri um sorriso para e ela pediu uma rápida licença, indo para a porta. Dei um pequeno beijo em e ouvi seu choro diminuir.
‘Vou lavá-la, está bem?’ Afirmei para a enfermeira e senti-a pegar e ir para um canto onde estava uma mesa com uma bacia. voltou com os olhos vermelhos.
‘O que houve, ?’ Perguntei olhando em seus olhos.
‘Péssima idéia perguntar isso agora’. Ela passou as mãos em seu rosto e deu um sorriso de lado.
‘Me conta, . É algo com os meninos, não?’ Mordi meu lábio inferior, suspirando fortemente.
‘Houve um pequeno acidente no pouso... ’ Ela suspirou. ‘Várias pessoas se machucaram, algumas morreram, eles estão vindo para cá’. Senti um aperto no coração e a vi sair do consultório me deixando lá com o som de minha filha, que chorava devido ao banho.
Eu fui transferida para um quarto junto de após seu banho, me colocaram numa maca no meio do quarto e ela em um berço ao meu lado. A enfermeira pegou no colo e pediu para eu abrir os primeiros dois botões da roupa e deitou ela em meu colo, seus lábios encostaram-se em meu seio, e ela foi abocanhando o mesmo delicadamente soltando alguns ruídos com a boca, até que começou a sugar o líquido. Passei a mão em seus cabelos e pude notar seus olhos quando ela os abriu, , iguais os de . Eu não tinha notícias dele, eles já haviam chego ao hospital, mas ninguém se atrevia a entrar em meu quarto e me dar alguma notícia. Passei minhas mãos nas costas de , e após ela mamar a vi abrir seus lábios, bocejando.
‘Melhor colocar ela para dormir um pouco’. A enfermeira pegou no colo e a apoiou em seu ombro, ela deu leves batidinhas em suas costas e a fez arrotar baixinho. Ela foi colocada no berço ao lado da minha cama e a vi fechar os olhos, encostando seus lábios uns nos outros até começar a suspirar, dormindo. Fechei meus olhos, bocejando igual e senti meu corpo relaxar.
Abri meus olhos e passei a mão que estava presa ao soro sobre meu rosto, e me virei em direção a e vi fazer caras e bocas para sua sobrinha. Notei seu corpo e vi que tinha um curativo em sua testa e outro que ia de seu pescoço até seu peitoral.
‘Você está bem’. Falei com a voz baixa e vi sua atenção vir para mim
‘Você acordou... Parabéns, mamãe’. Ele andou em minha direção e sentou na beirada da cama e deu um beijo em minha bochecha.
‘Bela hora para tudo acontecer, não?!’ Fechei meus olhos fortemente e suspirei abrindo-os novamente ‘Me conte como todos estão, não agüento essa agonia’.
‘Eu e Fletch saímos quase ilesos, eu só tive esses arranhões e Fletch quebrou o dedo indicador’. Ele segurou minha mão fortemente ‘Algo caiu na cabeça do Tommy e estão obrigando-o a ficar em observação por um tempo’.
‘, eu me importo com os outros, mas quero saber do , por favor’. Pude ouvir seu suspiro forte.
‘Sei que não gosta que te enrolem, então eu vou simplesmente dizer. Provavelmente ficou cego, ele está na cirurgia ainda’. Foi como se um choque tivesse sido dado em meu corpo e várias lágrimas começaram a escorrer pelo meu rosto.
‘Como isso pode acontecer com ele? Ele não conhece a ’. Minha voz ficou alta e limpava minhas lágrimas várias vezes.
‘Respira, , confia em mim. Tudo vai ficar bem’. Suspirei, apertando em meus braços, sentindo ele me abraçar fortemente.
‘O que aconteceu com e ?’ Perguntei após conseguir me acalmar. Uma enfermeira havia entrado para cuidar de que acabou chorando devido a meu choro alto e alguns gritos.
‘ está em cirurgia, fraturou um osso da coxa’. Ele suspirou. ‘Sinto em lhe dar outra má notícia. Mas está em coma’. Mordi meu lábio inferior fortemente, tentando inutilmente segurar minhas lágrimas. era quase um irmão para mim, crescemos na mesma cidade, ele me apresentou ao , ele me levou ao altar, ele que me acolheu quando sempre precisei, ele é meu melhor amigo.
‘Me deixa sozinha, ? Não deveria ter perguntado’. Soltei a mão de , que ainda apertava a minha, e fechei os olhos fortemente, virando meu corpo para o lado.
Quando abri os olhos de novo, senti que meu corpo estava pesado, devido ao longo cochilo que eu havia tirado. O quarto estava mais cheio dessa vez. , e a família de estavam lá. estava com sua neta nos braços enquanto acariciava sua cabeça lentamente. Quando minha sogra me viu de olhos abertos, ela entregou para e andou até minha cama, se sentando na beirada da mesma.
‘Ele está bem, querida’. Apertei meus olhos.
‘Bem?’ Perguntei, sentindo a dor em minha voz.
‘Está cego, mas está com saúde. Está vivo, está louco para te ver. Só está com medo por causa da , mas eu falei com a enfermeira, tem chance de cirurgias. Como você diz: tenha fé’. Ela beijou minha testa e estendeu um pequeno embrulho com uma fita azul em cima.
Peguei o embrulho e puxei a fita, tirando um pequeno dinossauro de pelúcia rosa de dentro. Sorri para .
‘Obrigada, mesmo’. Ri baixo, olhando o pequeno bicinho em minhas mãos.
‘Quando estiver pronta, quer te ver’.
Os enfermeiros me levaram até a UTI e me obrigaram a ir em uma cadeira de rodas, me colocaram em frente a porta de .
‘Quarto 218’. Empurrei a porta, ouvindo um pequeno chiado vindo da mesma. A luz no quarto era fraca, estava deitado na maca e seus olhos estavam cobertos por um curativo branco em cada olho.
‘Quem é?’ Ouvi sua voz e soltei um suspiro, empurrando a cadeira de rodas até a maca onde ele estava.
‘Sou eu, amor. ’. Falei baixo e estendi a mão à de , apertando-a fortemente.
‘Meu amor?’ Concordei com a cabeça, vendo um sorriso de alargar em seu rosto. Sua outra mão veio até minha cabeça e afagou meus cabelos levemente.
‘Por que está mais baixa?’ ouvi sua risada baixa.
‘Porque me obrigaram a vir de cadeira de rodas, dizem que eu estou emocionalmente abalada e fraca’.
‘Com certeza está. Desculpe-me, amor’. Suspirei e ignorei-o.
‘Como você está?’ Soltei a pergunta e pude ver o seu peito subir e descer rapidamente.
‘Estou bem, amor. São só os olhos. Tenho alguns ralados nas costas, e estou com um pouco de medo’. Ele apertou minha mão mais forte.
‘Por quê?’ Entrelacei meus dedos nos dele.
‘Nossa pequena. Eu não vou poder te ajudar a cuidar dela, brincar com ela, ensiná-la a jogar futebol, entre outras coisas’.
‘, não fala assim’. Passei minhas mãos por seus braços, vendo os pelos se arrepiarem. ‘Sua mãe falou com o médico, se você for paciente, vai voltar a enxergar, antes de a fazer um ano. E sobre cuidar ela, sua visão não afeta em nada’.
‘Mas eu não posso te ver mais’. Fiquei de pé, apoiando os pés no chão e inclinei meu rosto, tocando seus lábios com os meus levemente, seus lábios acompanharam os meus lentamente até que eu nos separei.
‘Mas pode me sentir’. Sorri.
‘Você ainda me ama?’ Afastei meu rosto do dele, sentando novamente na cadeira de rodas.
‘Que tipo de pergunta é essa? Claro que eu te amo, não mudou nada, , eu vou te amar sempre, foi isso que eu te prometi quando nos casamos, não foi? “Na saúde e na doença”. E a vai te amar de qualquer jeito, meu querido’.
‘Eu também te amo, para sempre’. Abri um largo sorriso. Apertando sua mão com as minhas de novo.
‘Senhora, estão te chamando lá no seu quarto, e acho que precisa descansar’. A enfermeira que estava cuidando do caso de apareceu na porta.
‘Eu estou indo’. Voltei à atenção para . ‘Amanhã eu já saio, e venho ficar aqui contigo’.
‘Ele saí amanha também, poderão ir os três para casa’. Vi um sorriso abrir nos lábios de .
‘E os garotos, como eles estão?’ Ele perguntou segurando minha mão fortemente.
‘ e Fletch estão ótimos, Tommy em observação, estava numa cirurgia e em coma’.
‘O ?’ Ouvi um suspiro dele. ‘Como você está?’
‘Melhor que ele. Vamos ter calma, e fé’.
‘Vamos, , saí daí. Eu cuido dele’.
‘?’ Ouvi a voz de .
‘Isso aí. Depois eu que sou a menininha, não?’ entrou e eu fui empurrada de volta até a ala da maternidade.
Entrei em meu quarto e estava sentada no sofá com minha filha no colo e o rosto inchado devido ao choro, com certeza. Saí da cadeira de rodas e andei até ela.
‘Tudo bem?’ Falei significativamente.
‘Normal, e ?’ Ela repetiu a pergunta.
‘Bem, está com ele’. Falei e peguei do colo de .
‘Os pais de estão com ele também, a irmã dele está inconsolável’.
‘E o , alguém sabe?’ Dei uma olhada no quarto, vendo além de , meus sogros e a mãe de no quarto. A enfermeira veio em minha direção e colocou em meu colo novamente, fazendo-a mordiscar meu peito novamente e começar a mamar. Dei um beijo na cabeça dela e segurei sua mãozinha que estava com a pulseirinha do hospital nesse braço, acariciei-o levemente.
Vê-la mamando assim me lembrou de quando eu queria ser mãe, e agora estava tudo realizado.
‘ e a família estão lá com ele’. falou e eu assenti com a cabeça.
‘Mas ele está bem?’ Perguntei depositando minha mão nas costas da .
‘Com dores, mas bem, foi uma cirurgia bem dolorosa’. A mãe de falou dando um sorriso de lado para mim.
‘Foi um desastre para todos nós, mas todos ficarão bem’. O pai de falou se levantando. ‘ vai acordar, vai ficar bem e vai voltar a enxergar para ver minha neta. Como a diz tudo vai ficar bem. Tenham fé’. Ergui meu rosto fitando-o e o vi sorrir de lado. ‘Mas sem perder as esperanças’.
Capítulo 2
Acordei no dia seguinte me sentindo mais leve; com os desastres que aconteceram, eu pensei que todos iriam desanimar, e fazer um simples funeral, mas não, foi como se com o nascimento da tivesse amenizado tudo. Ontem à noite, encheu tanto o saco da enfermeira, que praticamente fugiu com ele do quarto e o trouxe aqui. Sua perna esquerda inteira estava engessada e em seu rosto havia vários curativos e ele disse que sua coxa doía. Os pais de foram vê-lo mais uma vez, foi ver e a família de veio me ver.
Assim que eu acordei, a enfermeira que estava em meu quarto – a mesma do parto – veio colocar uma bandeja com meu café da manhã. Olhei na bandeja e vi uma torrada de pão integral, com queijo cremoso, um suco de laranja e um Danone sobre o mesmo. Peguei a torrada e a mordi, começando um papo sobre que dormia calmamente.
‘Notei essa noite que sua filha não chora, quando eu fui dar mamadeira para ela, demorei para notar que ela estava com os olhos abertos, ela simplesmente não chorou’. Sorri para ela e engoli o pedaço de torrada que estava em minha boca.
‘Será que com a família que eu tenho eu vou ter uma filha quieta?’. Virei meu rosto e fiquei olhando minha pequena. ‘Desculpa, mas qual seu nome?’
‘Jessy’.
‘Prazer, Jessy’. Falei estendendo minha mão para ela e ela apertou a mesma. ‘Não sei se é da sua área, mas você sabe algo sobre o caso do , do , ou até do Tommy?’ Perguntei pegando o pote de Danone.
‘Eles ligaram todos os enfermeiros desses casos em você, para você ficar a par de tudo’. Confirmei com a cabeça pedindo que ela continuasse. ‘Tommy insiste que não tem nada e já sai hoje, em breve pode aparecer aqui’.
‘Sempre teimoso’. Falei soltando uma risada.
‘O eu não tenho certeza de nada, é coma, um estado crítico, então não podemos dar esperanças para alguém, sendo que não sabemos a situação dele’. Dei uma leve entortada na boca.
‘E o ?’ Perguntei dando o último gole no suco.
‘Para alguém que perdeu a vista ele está muito bem. Vai ter algumas dores nessa primeira semana, mas após tirar o curativo depois dessa semana, ele raramente sentirá a dor. E em seis meses, dependendo se o caso dele for profundo ou não, ele pode tentar a primeira cirurgia’ Vi a enfermeira tirar a bandeja de minha frente e joguei os pés para o lado, me levantando da maca.
‘E dá certo da primeira vez?’ Me sentei no sofá onde estavam vários presentes e cartões e os juntei em uma caixa que estava ao lado, especificamente para isso.
‘Às vezes, mas em alguns casos a pessoa começa a ver vultos e alguns acham isso mais... ’. Interrompi a enfermeira.
‘Torturante’. Falei respirando fundo e pegando um macacão rosa que tinha um cartão pendurado no mesmo e o dobrei, colocando-o junto à caixa. ‘Existe tempo mínimo entre uma cirurgia e outra?’
‘Dois meses’. Assenti.
‘Aprendi a ter fé, precisa confiar que vai dar tudo certo, que aí dá’. Falei com um sorriso de lado no rosto.
Ouvi a porta bater e uma cabeça branca entrar.
‘Olá.’ Tommy apareceu com Agatha, sua esposa.
‘Tommy, que surpresa’. Falei andando até ele e o abracei fortemente. ‘Nenhum arranhão e ainda tem que ficar em observação?’ Ele riu junto e retribuiu o abraço, me tirando levemente do chão.
‘Frescura de médico, eu estou ótimo’. Ele me soltou e fui até Agatha, abraçando-a fortemente.
‘Parabéns, mamãe’. Ela estendeu uma caixinha embrulhada num papel de ursinho. ‘Espero que sirva, se ficar grande, ela usa quando crescer’. Rasguei o papel e encontrei uma pequena caixa de All Star, o abri vendo um pequeno par de tênis rosa com branco.
‘Ah, obrigada, Agatha’. Coloquei junto dos outros presentes, e vi Tommy perto do berço.
‘Ela não chora, Flávia?’ Virei meu rosto para Tommy. ‘Está com os olhos abertos aqui’. Ri andando até o berço.
Segurei pelas costas, apoiando sua cabeça e a coloquei em meu colo, vendo-a sorrir para mim com cara de sono. A ajeitei em meu colo e a aconcheguei em meus peito, abraçando-a levemente, sentindo seus pés tocarem minhas mãos delicadamente.
‘Ela é tão linda’. Ouvi Agatha falar e dei um sorriso para ela.
Eu às vezes olhava para Agatha e me lembrava de como ela não tinha chance de ter tido um filho. Eles estão juntos desde os quinze anos. E ela, mesmo amando crianças, nunca se lamentava. Ela era enfermeira também, mas depois de um tempo ela saiu do trabalho. Ela trabalhou muito na ala de Oncologia infantil, no hospital público de Londres.
‘Com licença, senhora’. O obstetra entrou no quarto, encostando a porta em seguida. ‘Pronta para ter alta? já teve a dele e está vindo para cá’. Abri um largo sorriso concordando com a cabeça. ‘Vamos olhar sua filha, dar um banho nela e em breve poderão ir’.
‘Obrigada’. Falei baixo.
Quando eu terminei de me trocar, saí do banheiro, ouvindo o choro de enquanto ela tomava banho, peguei todos os presentes dela e ajeitei na caixa que Agatha segurava, ouvi um barulho na porta e uma enfermeira entrou... Com ao lado dela.
‘!’ Falei correndo até ele e o abraçando fortemente, levei minhas mãos até seu rosto e senti seus braços me apertarem pela cintura.
‘Esse resmungo todo é a ?‘ Sorri pressionando meus lábios nos dele rapidamente.
‘Sim, vem cá. Ela acabou de tomar banho’. Falei puxando ele até onde a enfermeira terminava de colocar um macacão em e deixei na frente dela, segurei a mão esquerda de , sentindo-o apertar a mesma fortemente. Nervoso. ‘Não fique com medo’. Falei dando um beijo em sua bochecha.
Sua mão escorregou pela maca até encostar na lateral de , e passar os dedos pela sua barriga levemente, ouvindo-a dar um pequeno resmungo, o vi abrir um largo sorriso.
’s POV
Minhas mãos deslizaram pelo tecido da roupa de minha filha e subi lentamente pela barriga, ouvindo seu resmungo baixo. Meus lábios se alargaram, fazendo minha boca se entreabrir e eu começar a respirar fortemente, algumas lágrimas molharam meus olhos, mas não caíram devido ao curativo. Subi as mãos, tocando seu pescoço e ouvindo uma risada e subi diretamente para a cabeça, para não acertar os olhos.
‘Qual a cor dos cabelos dela?’ Perguntei para que estava ao meu lado.
‘, iguais aos meus’. Senti a cabeça de encostar em meu braço.
‘E os olhos?’ Suspirei baixo.
‘, iguais aos seus’. Ouvi o suspiro dela e beijei sua cabeça.
Senti uma mãozinha segurar meu dedo e ouvi outro resmungo, fazendo rir ao meu lado.
‘Que foi?’ Perguntei sem entender.
‘Ela está tentando colocar seu dedo na boca’. Abri um sorriso, seguido de uma gargalhada rápida.
‘Minha menina’.
’s POV off
Logo que se afastou, o médico ouviu o coração de e fez todo os básicos exames em crianças. Quando ele nos deu alta, saímos acompanhados de Agatha e Tommy, que nos levaram para casa. Ao entrar, sentamos em nossa sala e conversamos um pouco, sobre o assunto do momento: . Mas não demorou muito e eles foram embora, deixando nós três a sós.
Capítulo 3
Logo após Tommy e Agatha irem embora, dormiu em meus braços, então levei-a para o quarto ao lado; deitei-a no berço, vendo-a se ajeitar na superfície macia. Lembrei do dinossauro que havia dado e peguei-o dentro da caixa que estava no sofá, colocando-o ao seu lado, entre seus braços e saí do quarto, mantendo a porta aberta.
Entrei no quarto, e estava tirando sua roupa em pé ao lado da cama. Quando ele puxou sua blusa cinza para cima, pude ver um grande curativo cobrindo praticamente toda a extensão de suas costas.
‘Vai tomar banho?’ Perguntei me aproximando da cama e subindo na mesma.
‘Vou sim, to me sentindo meio sujo.’ Engatinhei pela cama e o fiz até chegar a e parar ajoelhada atrás dele.
‘Deixa eu tirar esse curativo então.’ Passei a mão pela lateral de seu corpo e toquei suas costas, sentindo o esparadrapo embaixo de meus dedos; comecei a puxar levemente, vendo as costas de se arquearam levemente, e quando puxei totalmente o curativo vi seus ombros relaxarem. ‘Amor.’ Ouvi ele resmungar, e passei meus braços pelo seu corpo, encostando meu queixo em seu ombro. ‘Você tá bem mesmo? Ou só está atuando por mim?’ Ele suspirou fortemente e virou seu rosto para o lado.
‘Você me conhece melhor que ninguém, não?’ Ele tateou o ar e virou o corpo, sentando na ponta da cama, e puxando meu corpo junto ao dele. ‘A gente acabou, . McFLY não existe mais, em coma, quase impossibilitado de usar uma dar pernas e eu cego. Duvido que queira continuar sozinho. Esse acidente prejudicou muita gente.
‘Pelo menos vocês estão vivos.’ Segurei suas mãos fortemente.
‘Você é a que mais está sofrendo com isso, eu sei. Eu não posso ver nossa própria filha, a enfermeira me disse que você chorou a noite, eu não gosto de te ver sofrer.’ A voz dele aumentou de tom.
‘Já falamos sobre isso, . Para!’ Levantei da cama separando nossas mãos. ‘Se preocupe com a saúde. Tenha fé, parece que nesse tempo todo que estamos juntos, você não aprendeu que eu só tenho fé, em qualquer coisa.’ Respirei fundo. ‘Você vai ficar bem, vai acordar, vai melhorar. Eu sei disso.’
‘Como você sabe disso?’ Ele faltou alto, colocando as mãos no rosto em seguida.
‘Do mesmo jeito que sua mãe sabe, que a mãe do sabe e que a do sabe que eles vão melhorar.’ Falei no mesmo tom que ele. ‘ está dando um grande apoio para vocês. E sobre a , eu já falei: você vai cuidar dela, vai ser um ótimo pai, só tem que ter um pouco mais de confiança em si mesmo.’ Senti algumas lágrimas rolarem pelo meu rosto. ‘Só não esqueça que eu te amo.’ O vi levantar e passar as mãos pelo ar, me procurando.
‘Nunca vou esquecer.’ Ouvi sua voz atrás de mim e virei meu corpo passando meus braços pelo seu pescoço e o abraçando fortemente.
Antes de entrar no banho, perguntei se ele conseguiria descer sozinho, ele deu uma risada e disse que conseguiria... Tudo bem, então. Desci as escadas e fui até a cozinha, coloquei um pouco de macarrão para cozinhar, enquanto eu esperava peguei na minha bolsa as receitas médicas.
‘, consulta uma semana após a saída do hospital, e após isso somente pingar colírio, e para os machucados nas costas, passar duas vezes ao dia a pomada indicada abaixo... Tudo o óbvio.’ Dobrei o papel e coloquei de lado, pegando a de . ‘Remédio para o umbigo, pomada para assaduras, sabonete para o corpo... Alimento, aqui. Leite materno até os seis meses, podendo variar com água, suco e chá. Papinha, após esses meses.’ Dobrei a mesma, colocando junto da de e voltei para o fogão.
Fiz um molho vermelho rápido e juntei na panela, servindo os pratos e arrumando a mesa com copos e pratos. Fiz um chá de camomila para e já que não descia e não chorava, decidi subir.
Cheguei à sala e estava descendo as escadas com as mãos agarradas no corrimão como se sua vida dependesse disso.
‘E ele conseguiu!’ Falei com um tom de brincadeira. O vi pisar no último degrau e coloquei as mãos em sua barriga descoberta parando ele.
‘Eu moro nessa casa a três anos, . Posso andar de olhos fechados.’ Soltei uma risada nasalada. ‘Mas eu ainda quero aquela varetinha.’ Vi ele mexer a mão como se tivesse uma na mão.
‘Se eu não me engano, o nome daquilo é guia.’ O vi fazer uma careta, e encostei meus lábios em sua bochecha por alguns segundos dando uma mordida fraca em seguida.
‘Sua feia.’ O vi rir. ‘Tá pronta a comida?’ Confirmei com a boca.
‘Tá sim. Consegue chegar sozinho lá?’ O vi afirmar com a cabeça. ‘Vou pegar a .’
‘Consigo.’ Vi sua careta novamente. E ele se virou, andando lentamente até a cozinha, com as mãos na parede. Dei uma rápida olhada para ele, antes de subir correndo.
Entrei no quarto de e me aproximei do berço, minha filha estava com os olhos fechados e a mão esquerda na boca, com o rosto vermelho. Passei o dedo em sua testa, vendo-a franzir e abrir os olhos lentamente, encarei aqueles olhos por um tempo.
‘Oi, minha linda! Com calor?’ Ela bocejou enquanto tirava a mão na boca e ficou me olhando com os olhos abertos, até cansar e piscá-los, bocejando outra vez. ‘Deixa eu colocar uma roupa mais fresca em você.’
Peguei minha filha nos braços e juntando ela contra o meu peito, andei até o trocador. A deitei no mesmo e comecei a desabotoar a blusa que ela estava usando, a tirei, jogando no pequeno cesto de roupa suja que havia do lado e passei a mão em sua barriga, ouvindo sua risada.
‘Melhor?’ Sua mão foi novamente para a boca e ela ficou me encarando como se tentasse me entender. ‘Sabe que você foi muito querida, não sabe? Aconteceu um problema, quando você nasceu, e espero que até você crescer isso seja só uma história para você, não uma realidade.’
Peguei-a no colo novamente, e juntei-a ao meu peito, descendo as escadas com ela, e entrando na cozinha, vendo devorar sua comida com a boca toda suja.
‘Existe um artefato que chamasse guardanapo, sabia?’ Ele riu, erguendo o pedaço de papel em sua mão esquerda. ‘Bom.’
‘A está contigo?’ Concordei com a boca e andei até a bancada, pegando o chá dela, e colocando em sua boca lentamente. A vi morder o bico da mamadeira antes de começar a sugar o líquido.
Enquanto bebia o chá, terminava de comer e eu vou confessar, por mais que eu diga aquelas coisas de tudo estar bem para , nada muda o fato que eu estava com medo. Quando terminou de comer, eu coloquei em seus braços para eu comer, toda hora que eu olhava, podia ver tremendo levemente, mas seu sorriso era largo, e ele cantava algumas músicas para ela.
Ele iria tentar.
Capítulo 4
Acordei uma semana depois, com um barulho alto, e abri os olhos rapidamente, me sentando na cama. Olhei em direção ao banheiro e vi com a mão na cabeça, próximo ao box.
‘Devo saber o que aconteceu?’ Ele sorriu, tirando a mão da cabeça quando eu perguntei.
‘Bati a cabeça, pensei que estava aberto.’ Levantei da cama e andei até ele, dando um beijo em sua bochecha, e abri a porta do box para ele. Enquanto ele tomava banho, eu fui me arrumar, já que íamos para o hospital para ele tirar o curativo e ver os resultados do acidente.
Quando terminei de me arrumar, fui até o quarto de , trocá-la para que fosse junto. Assim que terminei de dar banho em , entrou no quarto pronto já, e na mesma hora a campainha tocou.
‘Eu vou.’ Ele falou.
‘Não, eu vou, e você troca ela.’ Coloquei a pomada em uma mão e a fralda em outra e saí correndo do quarto, passando no meu quarto rapidamente e pegando os sapatos que eu tinha deixado separado. Desci as escadas, abrindo a porta e dando de cara com meus sogros.
‘Bom dia, querida!’ beijou minha bochecha. ‘Dia corrido, não?’
‘ está trocando a .’ abriu os olhos, preocupada, e subiu o mais rápido que conseguiu.
‘Ensinou a ele?’ entrou logo atrás.
‘Tentei.’ Ri baixo, e coloquei meus sapatos, que antes estavam em minha mão, e subi junto de meu sogro.
Entrei no quarto e vi indicando o que fazer com a fralda; olhei nos olhos de , que fazia careta quando achava que estava fazendo algo errado.
‘Agora puxe as fivelas e prenda na frente dela’. fez exatamente o que ela disse e passou a ponta do indicador na barriga de ; ela esticou as pernas devagar.
‘, troca ela, por favor? Eu tenho que...’ Parei a frase no meio do caminho, indicando , e segurei as mãos dele, o puxando para fora do quarto. Andei até o fim do corredor, me encostando na porta de nosso quarto.
‘Eu to com medo.’ Ouvi sua voz e senti suas mãos que antes tocavam minha barriga, descerem para a lateral da minha cintura.
‘Eu também estou.’ Admiti, abaixando a cabeça. ‘Só te peço uma coisa, não perca as esperanças, qualquer que for a resposta do médico.’ Abracei-o fortemente, sentindo suas mãos forçarem em minhas costas e apertarem meu corpo junto ao dele.
‘Como você sempre diz, vai dar tudo certo.’ O ouvi repetir minhas palavras próximas ao meu ouvido.
‘E você confia em mim?’ Perguntei baixo.
‘Confio, sempre. Você sabe o que é melhor para mim.’ Senti seu beijo na dobra do meu pescoço e ombro, e fechei os olhos.
Entramos todos no carro de , e eu fui na frente com ele, e foram junto de atrás. dormiu na cadeirinha logo que a colocamos lá, e quando chegamos, ela foi para o colo de .
Entramos no hospital e fomos para a sala de espera; logo uma das enfermeiras que cuidou de nós na semana passada apareceu, nos chamando.
entrou na frente e se sentou na maca, nos sentamos nas cadeiras disponíveis. Um médico mais velho entrou nos cumprimentando e se sentou na frente de .
‘Como você está, garoto?’ Ele perguntou e eu virei o rosto vendo minha filha dormindo no colo do pai de .
‘Bem, até.’ riu levemente.
‘Eu tirarei seu curativo e farei alguns rápidos testes para saber a profundidade da lesão, permite?’ O médico perguntou pegando um pouco de algodão e soro.
‘Sim, vamos lá.’ suspirou, relaxando os ombros.
‘E não abra os olhos, até eu pedir.’ assentiu.
’s POV
Senti algo gelado e macio passando pela minha testa e descolando o tampão de meus olhos. O mesmo objeto gelado passou sobre meu nariz e puxou o tampão descolando-o completamente. Franzi as pálpebras ao sentir o gelado tocar meus olhos na área lacrimal e algo escorrendo por minha bochecha.
‘Vamos abrir devagar, está bem?’ Assenti com a cabeça. ‘Pode abrir.’
Forcei minhas pálpebras para cima e senti-as descolarem como se estivessem com cola. Assim que as senti abertas, eu senti um pouco de claridade e fechei os olhos novamente.
‘Com calma, .’ Suspirei e abri meus olhos novamente e a claridade ainda estava lá e incomodava meus olhos, podia sentir meus olhos piscando várias vezes.
Uma sombra cobriu meus olhos e eu vi o formato de algo preto conhecido, ergui minha mão rapidamente e segurei a coisa que se movimentava, sentindo uma mão, toquei os dedos levemente.
‘Você viu?’ Arrepiei, ouvindo a voz do médico. ‘, você viu?’
‘Foi como se eu visse o contorno preto, mas só isso, nada mais.’ Soltei a mão, suspirando alto.
‘Avisa se doer.’ Uma pequena luz passou pelos meus olhos, os forçando a fechar. ‘Incomoda?’
‘Um pouco.’ Falei baixo, senti algo gelado encostar-se em meus olhos, me fazendo piscar novamente.
‘A lesão não é tão feia, e pelo que notei você consegue ver pequenos vultos e se incomoda facilmente com luz, aconselho usar óculos quando for sair de casa.’ Senti dois tapas em meus ombros. ‘Você vai voltar a enxergar, garotão. Em breve.’ ’s POV off
Assim que abriu seus olhos uma segunda vez, um sorriso largo se abriu em meus lábios, tirando o fraco vermelho na parte branca de seus olhos, suas íris continuavam , intactas. Fiquei mais afastada, enquanto o médico examinava, ao lado de , enquanto estava ao lado do médico.
Eu comecei a chorar baixo quando rapidamente pegou a mão do médico. Passei a mão em meus olhos e coloquei a mão na boca, para não fazer barulho.
‘Você vai voltar a enxergar, garotão. Em breve.’ Isso fez meu choro ficar mais alto e meu sogro passar o braço livre em meus ombros, juntando meu corpo ao seu ombro. O médico se afastou fazendo com que abraçasse fortemente.
se afastou de mim, indo até o médico e entregou para , para que eu pudesse me aproximar de .
‘?’ perguntou enquanto eu andava em sua direção.
‘É.’ Falei com a voz meio rouca e passei meus braços pelo seu pescoço e ele ergueu as mãos tocando minha cintura. ‘Eu falei que tudo ia dar certo, não falei?’ Encarei seus olhos, vendo-os se movimentarem lentamente para os lados.
‘Falou.’ aproximou levemente seu rosto do meu, e eu fiz o mesmo, tocando meus lábios nos dele, por curtos segundos.
‘Bem, crianças. Podemos ir para casa?’ Virei o rosto vendo vir segurando , que estava olhando para mim. Andei até , pegando minha filha no colo, que se ajeitou no mesmo.
‘Eu gostaria de ver antes.’ Falei sentindo a mão de em minhas costas. ‘Não o vimos ainda.’
Capítulo 5
Enquanto eu e andávamos até a UTI, e foram comprar algo para almoçarmos e alguns remédios que o médico havia pedido para o .
A enfermeira nos indicou uma porta com uma prancheta, na qual li na ficha o nome de . havia ganhado uma guia do médico e estava no começo do corredor com o mesmo, tentando chegar até nós sem bater em nada. Girei a maçaneta e abri a porta.
Se eu achava que e estavam mal, retiro o que disse. estava deitado em uma maca no meio do quarto, com um tubo na boca que lhe dava ar. Seu corpo estava sem blusa devido ao grande curativo que cobria seu tórax e parte do seu braço esquerdo, que estava engessado. Seu rosto estava com pequenos arranhões, quase que podendo passar despercebidos.
‘’. Virei meu rosto e a mãe de estava lá junto de Carrie que dormia apoiada na maca segurando a mão dele. A mãe de veio em minha direção e eu a abracei fortemente, tomando cuidado com que estava em meus braços. ‘Deixa eu pegá-la?’ Assenti com a cabeça, sentindo ir para seus braços e ajeitá-la em seu colo. Coloquei o pano de sobre a mesma e me sentei em uma cadeira vazia. ‘Cadê o ?’ Ela perguntou, balançando lentamente para os lados.
‘O médico deu uma guia para ele, está se divertindo no corredor’. Falei baixo.
‘E aí, alguma novidade?’ Ela perguntou me olhando.
‘O médico disse que a lesão não foi tão profunda e que ele vai voltar a enxergar’. Ouvi um suspiro vindo dela. ‘E você?’
‘Ah, graças a Deus, que bom!’ Ela abriu um largo sorriso. ‘Bem... Quero que converse com a quando puder’. Franzi a testa. ‘Ela está grávida’. Senti meus olhos se arregalarem.
Soltei meu corpo no sofá e respirei fundo vendo entrar no quarto. Após mil perguntas se ele estava bem, contamos sobre para ele.
‘É uma péssima hora, mas eu fico feliz. Já estava na hora disso acontecer’. ajeitou em seu colo e apoiou-a em seu ombro. ‘Um amiguinho, né, minha linda?’ Ele sussurrou, me fazendo rir.
‘Tomara que meu sobrinho seja tão fofo quanto essa linda aqui’. Carrie, que havia acordado, estava ao lado de segurando uma das mãozinhas de e fazendo algumas caretas para ela.
‘Vai ser’. Debbie falou após um suspiro.
‘De quanto tempo ela está?’ Perguntei, tirando a atenção de minha filha por um tempo.
‘Cinco semanas’.
‘Antes de a barriga aparecer, vai estar ao lado dela já’. Sorri em direção a , soltando um suspiro em seguida.
‘Como você é tão confiante, hein?’ falou enquanto passava , que bocejava e resmungava sem parar, cuidadosamente para Carrie.
‘Oin, sua linda’. Carrie ria com , enquanto minha pequena tentava puxar seu cabelo.
‘Se não tivermos, quem terá por nós?’ A mãe de disse. Aproximei-me da maca de , coloquei minha mão levemente sobre sua cabeça, com grossas lágrimas me cegando, e fechei os olhos fortemente, sentindo minha respiração acelerar.
‘Por que você, hein?!’ Falei baixo, abrindo os olhos novamente e encontrando o corpo de do mesmo jeito de antes.
‘Ei, não fica assim. Tenha fé, lembra?’ Ouvi a voz de atrás de mim, um pouco distante.
‘É, eu sei, mas ele...’ Minha frase foi interrompida pelo abraço que a mãe de me deu, me apertando fortemente em seus braços.
‘Calma, calma...’ Ela disse baixo próximo ao meu ouvido e suspirei alto, apertando meus braços em seu corpo novamente. ‘Senta aqui.’ Me afastei da maca junto dela, sentei em um pequeno sofá branco encostado a parede, virando o rosto no ombro de e olhando seu corpo na maca.
‘Olha só quem eu encontrei aqui’. entrou no quarto, empurrando a cadeira de rodas e esbarrando sua perna esticada na porta.
‘?!’ falou com seu ar duvidoso.
‘ boy, seus olhos ainda estão nesses lindos ’. se juntou à roda, parando ao meu lado e beijando minha bochecha. riu com o comentário. ‘E essa coisa gostosa aí?’ Olhei para que dormia no colo de Carrie.
‘E ela dormiu de novo. Vou ter que acordá-la daqui a pouco para amamentá-la. Acordei hoje às cinco da manhã para isso’. Entrelacei meus dedos nos de .
‘E como está boy?’ foi de costas até , passando a mão em seu rosto pálido.
‘Na mesma’. Carrie falou, seguido de um suspiro.
‘Gente, faz uma semana já, alguém tá sabendo de paparazzi, essas coisas? Eu os vejo, mas não recebi mais nenhuma revista nem jornal falando sobre.’ Falei, erguendo minha cabeça do ombro de .
‘Fletch proibiu qualquer tipo de matéria sobre nós em revista e jornais por agora, principalmente de sua filha, já que ela é muito pequena. Ele disse que saiu duas matérias sobre a gente super mal-educadas’. falou meio alheio.
‘Claro, McFLY praticamente acabou’. falou com um suspiro forte.
‘Por pouco tempo, . Vocês voltarão na formação original, e logo’. Carrie falou sorrindo para nós.
Assim que ligou em meu celular, eu me despedi da família de e de e saí do consultório com em meu colo e ao meu lado.
‘, para de me cutucar com essa vareta?’ Falei, ouvindo-o gargalhar.
‘É uma guia’. Revirei os olhos, virando meu rosto para ele.
‘Vamos logo, seu bobo’. Segurei sua mão, puxando-o para andar mais rápido.
Enquanto andávamos pelo corredor do hospital, eu notei o sorriso nos lábios de . Ele parecia mais feliz com a notícia do médico.
‘Eu vou poder ver nossa filha... Logo’. Abri um largo sorriso. ‘Não tão logo, por causa do tempo que eu vou ter que esperar, ainda assim eu vou vê-la’. Ri baixo.
‘Vamos viver esses meses, amor. Temos alguns passos para dar ainda’. Falei o olhando.
‘Eu sei, mas estou feliz com a notícia’. Sorri de lado, beijando sua bochecha.
‘Eu também’. Falei baixo.
Capítulo 6
Acordei com uma pequena cócega na altura de meus seios. Quando abri os olhos, vi dormindo, virado para mim, enquanto estava deitada de bruços, batendo as mãozinhas nos travesseiros enquanto seus pés batiam em mim. Ela usava um macacãozinho rosa, devido ao frio que começara em novembro. Abri um sorriso ao vê-la se virar para mim, virei meu corpo, pegando-a, agora que estava mais gordinha, e a sentei em minha barriga, segurando suas costas e sua barriga para ela não cair.
‘Três meses já, hein, minha gorda?’ Falei, vendo-a rir enquanto seus pés batiam em minha barriga. Vi ela abrir a boca e dar um gritinho, fazendo-me rir.
‘Eu vou ficar surdo’. Ouvi falar enquanto ele virava seu corpo, ficando de barriga para cima. ‘Ela acordou feliz, foi?’ Virei o corpo, vendo o peito de subir e descer rapidamente.
‘Mais feliz que alguém, por acaso. Para de ser rabugento, ela faz três meses hoje’. Levantei meu corpo, segurando em meu colo, abaixei meu pijama e aproximei de meus seios, deitando-a em meu colo, e quando ela encostou a boca, começou a sugar. Sua mão tocou meu seio, apoiando-o, e seus olhos brilharam para mim.
‘Desculpa’. O ouvi falar baixo.
‘Não se atreva a falar da noite passada agora’. Levantei da cama, começando a andar com levemente pelo quarto.
‘E você quer falar quando disso?’ O ouvi resmungar atrás de mim.
‘Quando você se acalmar, talvez’. Falei, caminhando até a cama e colocando meus chinelos.
‘Então, vai demorar’. O ouvi falar e bufei.
‘Então, foda-se’. Falei, saindo do quarto.
’s POV
Deitei novamente na cama e suspirei, lembrando-me da noite passada.
Eu e havíamos jantado juntos e estávamos no sofá da sala, conversando e namorando um pouco, já que estava dormindo, e acabamos nos empolgando, mas eu acabei sendo um idiota e a parando devido à... Bem, você sabe. E por eu ser um tapado, logo após isso, não pudemos nem conversar, chorou e subiu batendo os pés. Quando eu voltei para o nosso quarto, após um tempo tentando subir as escadas, eu senti no meio da cama e ouvi, até eu dormir, a respiração forte de , como quando ela fazia quando queria esconder o choro.
Soltei um suspiro e levantei da cama, calçando meus sapatos e pegando a guia. Desci as escadas tropeçando nos degraus várias vezes e passei pela porta da cozinha.
‘? Liga para o ? Quero falar com ele’. Falei rapidamente.
‘Ok, vai se trocando, então’. Ela falou com a voz seca.
’s POV off
chegou fazendo barulho, logo desceu arrumado e ambos saíram, falando que iriam demorar. Decidi ligar para .
Ela havia dito que estava no hospital, havia feito ultra-som e agora estava com . Peguei , dei-lhe um banho, ouvindo-a chorar por causa do frio e, quando a tirei da água, coloquei um macacãozinho de frio e uma touca em sua cabeça. Enrolei-a em uma manta branca e a deixei dormir em minha cama enquanto eu colocava uma roupa mais quente.
Saí de casa sentindo pequenos flocos de neves cair. Entrei rapidamente no carro, ajeitando na cadeirinha do banco de trás e entrei no mesmo, ligando-o e indo até o hospital.
Entrei no quarto de e logo virou para mim, andei até ela, abraçando-a fortemente e olhei para ela, vendo algumas lágrimas se formarem em seus olhos.
‘Como vocês estão?’ Perguntei, abaixando o rosto e vendo sua barriga de quatro meses passar quase despercebida pela sua blusa justa.
‘Estamos bem’. Ela abriu um sorriso de lado. ‘É um menino’.
‘Vai ganhar um amiguinho, viu, linda?’ Beijei a bochecha de , que estava com a mão na boca.
‘Parabéns, querida’. Passei a mão em seu rosto. ‘Era tudo que o queria, não?’
‘É, ele sempre dizia que queria um menino para seguir a carreira dele. Posso?’ Ela apontou para e eu estendi a ela, vendo pegá-la e apoiá-la em seu ombro. ‘Olha!’ Ela tirou uma caixinha do bolso do casaco e me entregou. Abri, vendo um anel com um pequeno diamante. ‘Acharam no bolso dele’.
‘Ele ia te pedir em casamento. Ele finalmente estava pronto’. Fechei a caixinha, vendo o veludo meio sujo.
‘O diamante ainda é mais discreto que o da mamãe, mas...’
‘Sua boba’. Falei, fazendo-a rir. ‘Acho que suas dúvidas sobre ele te amar ou não, foram tiradas’.
deu uma risada e foi se sentar com em seu colo e eu me aproximei de . Os médicos haviam tirado o curativo que cobria seu tórax e já tinha tirado o gesso de seu braço. Ele agora estava com a roupa azul do hospital, seu rosto estava limpo novamente, somente com o tubo cobrindo sua boca e nariz. Segurei sua mão, sentei na cadeira ao seu lado e, quando olhei para aquele rosto sereno, lembrei do meu casamento, o qual ele me acompanhou. Até eu entrar na igreja, ele perguntou se eu queria fugir, pois achava que não era bom para mim.
Flashback
Assim que o carro preto parou em frente à longa escadaria da igreja de Veneza, eu vi os dois seguranças fecharem a porta da igreja e descer as escadas correndo. Ele abriu a porta do carro e me deu a mão para que eu saísse do mesmo. Senti o flash dos paparazzi e dos meus fotógrafos me cegarem e subi alguns degraus, de braço dado com .
‘Tem certeza que não quer desistir?’ Virei meu rosto para , quase tropeçando em um degrau.
‘! Endoidou, foi?’ Falei, parando atrás da daminha mais alta, que era , que estava de mãos dadas com seu namorado.
‘Pensa bem, dá para desistir ainda’. Revirei os olhos, ficando de frente para a longa fila. ‘Ele é um idiota. Quer que um idiota seja pai dos seus filhos?’
‘Você também é e a está contigo’. Ouvi rir na nossa frente.
‘Ela tá certa’. Vi se virar, falando.
‘Eu o amo, . Nunca vou desistir dele’. Falei, abrindo um largo sorriso, virando meu rosto para a multidão, que era barrada pelas grades, e vi meu câmera próximo a nós, filmando-me.
‘Você que sabe, né?’ falou enquanto abaixava e ajeitava o véu em meu rosto e dava um beijo em minha testa. ‘Se cuida, pequena’. Ele me deu o braço e nos ajeitamos, vendo a fila começar a andar e um longo espaço ficar entre nós e . ‘Vamos lá’.
Flashback Off
Abri os olhos, encarando em minha frente e suspirei, soltando a mão dele e me levantando da cadeira, virando-me para .
‘Eu tenho que ir’. Estendi as mãos, vendo olhar para mim e a peguei, ajeitando-a em meu colo.
‘Mas já?’ se levantou também.
‘Prometi a que nunca desistiria de e parece que estou começando a fazê-lo’. Suspirei, vendo fechar os olhos e abrir a boca, bocejando.
‘Qualquer coisa, me liga, tá?’ falou, abraçando-me e dando um beijo em .
‘Qualquer coisa, você me liga’. Falei, frisando, enquanto saía do quarto com em meu colo.
Capítulo 7
Entrei em casa e me vi sozinha, não havia chegado. Subi as escadas e coloquei no berço, esperando que ela dormisse e, quando ela o fez, fui para meu quarto tomar banho.
Durante o banho, enquanto sentia a água quente em meu corpo, pensei em minha vida.
Nasci em Harrow, Inglaterra, minha mãe morreu no parto e meu pai nunca fez questão em falar dela. Conheci aos doze anos e acabei virando amiga dele, mas, um ano depois, ele e sua família se mudaram para Londres, devido ao contrato. Continuei em Harrow até passar na faculdade, fui para Londres, bem nesse ano, meu pai descobriu um câncer que o tirou de mim em três meses.
Mudei completamente para Londres e quando tinha vinte e um anos, no meu ano de formatura, me achou na faculdade, já que ela já tinha idade para frequentar uma. Encontrei novamente e ele me fez da turma dele, até que conheci , namoramos por um ano e meio e, quando eu tinha vinte e três anos, eu disse “Sim” a ele, tinha vinte e sete e parecia decidido com a idéia. E estava.
Quando descobri que estava grávida, foi mais uma alegria para nós, enquanto isso, enrolando . Em algumas semanas, faríamos três anos de casado, estava na casa dos trinta e um e eu com vinte e seis. Sempre ouvi pessoas dizerem para eu fazer minha carreira primeiro, depois a família, mas a gente não planeja quando o amor da sua vida te chama para dar uma volta e, ao passar na frente da Tiffany’s, ele entra e pede as alianças, fazendo o vendedor ver cifrões quando ele pede para ver os diamantes. Enfim, ele me pediu em casamento na Tiffany’s, com três vendedores, dois seguranças e uma senhora como testemunhas. Não foi nada planejado, nem falávamos de casamento, mas simplesmente aconteceu.
Nos casamos em Verona – meu sonho –, a cidade de Romeu e Julieta, igreja totalmente lotada, meu vestido um Vera Wang, cor chantilly, sapatos de boneca brancos, cabelos longos, levemente ondulados, somente com uma fivela de flor prendendo a frente de meus cabelos para trás e com o véu jogado no rosto, usava um Armani, casaco e gravata pretos, e sapatos Oxford grafite nos pés.
A festa foi no salão do Four Seasons, onde estávamos hospedados. Após o brinde, o corte de bolo e a valsa – que eu não sabia que ele dançava tão bem –, subimos para a suíte presidencial, que foi onde eu tive a conclusão daquela noite maravilhosa.
Dois anos depois, em janeiro, descobri que estava grávida de um mês. Em agosto, como sabem, nasceu, junto com o acidente dos meninos. E chegamos à história que nos encontramos agora.
Saí do banho com os cabelos enrolados em uma toalha e meu corpo enrolado em outra. Tomei um susto quando entrei no quarto e dei de cara com os olhos de encarando o nada.
“Não. Faça. Mais. Isso.” Falei pausadamente, caminhando até o armário e abrindo o mesmo, à procura de uma roupa.
“Vem aqui comigo... Do jeito que está.” Vi um sorriso malicioso se formar em seu rosto e andei até a cama, sentando ao seu lado e esticando as pernas no colchão.
Seu corpo se virou para o meu e ele esticou a mão, tocando meu ombro. Deslizou pelo meu pescoço até encostar-se à toalha que estava em meus cabelos e puxou-a, fazendo os fios molhados bateram fortemente em minhas costas. Suas mãos continuaram a deslizar pelo meu corpo, descendo até a lateral do meu corpo e passando os dedos pelos meus seios, até sentir a toalha soltar de meu corpo e cair em minhas costas.
passou suas pernas pelas minhas, ficando entre elas, e segurou meu pescoço. Fui deixando meu corpo cair levemente para trás, até encostar sobre a toalha molhada em minhas costas, e ajeitou seu corpo sobre o meu. Fechei os olhos, ouvindo o barulho de algo sendo jogado, senti seu peitoral se encostar no meu e seus lábios se encaixarem nos meus.
Enquanto seus lábios se mexiam levemente sobre os meus, suas mãos não paravam de subir e descer sobre minhas pernas, até voltarem para meus seios.
“Não abra os olhos.” O ouvi sussurrar e concordei com a boca.
Desci minhas mãos pelo seu peitoral, sentindo-o se contrair sobre meus dedos e toquei o cós de sua calça, abrindo o zíper da mesma e puxando-a para baixo, junto de sua cueca.
Sentia meu corpo arrepiado e eu estava extasiada, era como nossa primeira vez, mas sem a surpresa. O primeiro toque, o melhor momento da minha vida.
Quando fechei os olhos, sentindo me abraçar por trás, suspirei.
“Eu te amo, !” Senti meu corpo relaxar e apertei sua mão.
“Eu também te amo, . Para sempre” Fechei os olhos, sentindo meu corpo relaxar e ouvi o choro de .
Capítulo 8
Coloquei a mamadeira com suco na boca de e virei meu corpo para , que estava jogado na poltrona do quarto dela com somente um short cobrindo seu corpo.
"Quem te fez mudar de ideia?" Falei, encarando o rosto de minha filha, que terminava com a mamadeira rapidamente.
"Uma vez, me disse que uma certa mulher nunca ia desistir de mim, ele deu uns motivos muito bons e eu não quero que ela desista de mim também." Abri um pequeno sorriso, suspirando.
" te fez ouvir as gravações particulares do nosso casamento." Falei rindo, lembrando de quantos vídeos, fora os oficiais, tinham com tantas conversas e declarações.
"Exatamente, e eu ainda me lembro de um soando como um porco." Ele parou por um momento, levando a cabeça para cima."Ou será que era você?" Revirei os olhos.
"Muito engraçado." Apoiei meu corpo no braço da poltrona e senti o braço de envolver minha cintura.
" está com um problema." falou em um tanto baixo, meio avoado.
"O que houve agora? A gente já tem problemas suficientes, não acha?" Tirei a mamadeira da boca de e a coloquei em cima do trocador.
"Você se lembra da Alexa?" Concordei com a boca."Sabe que ela morreu também, né?" Concordei novamente com a boca. "A irmã mais nova dela apareceu na casa do faz umas duas semanas... Com um filho de cinco anos... Do ." Arregalei os olhos, apertando mais minha filha em meus braços.
"O quê?" Se não fosse pela minha filha, eu teria gritado.
"Pois é, concordou em fazer o teste de DNA, mas palavras dele: “Ele é a minha cara quando eu tinha a idade dele, não tem por que duvidar. Ainda mais com a história que eu e Alexa tivemos.” Pois é, mais um para família." Ajeitei em meu ombro, batendo levemente em suas costas.
"Ok, ok, depois você liga para ele para ver se ele precisa de ajuda... Mas ei, eles não terminaram há mais de seis anos?" Franzi a testa, ouvindo um curto arroto de minha filha e rindo baixinho junto de .
"Bem, um dia eles se encontraram em uma festa que todos estavam e, bem, você conhece o , né? Negar sexo não é com ele.
"Agora tem outra criança na família." Respirei fundo e andei até o berço, ajeitando no mesmo."Te contei que o filho da e do é um menino?
"Eba! Um mini mala." Soltei uma risada e o puxei pela mão, fazendo-o se levantar, e saindo do quarto de .
"Voltando ao do , qual é o nome?
"Carter, está muito preocupado, você sabe que ele é outra criança, né?
"Verdade, mas eu acho que o vai se dar bem, ele adora crianças, se dá bem com elas e tudo mais. O que eu não entendo é por que não contaram antes." Suspirei e empurrei a porta de meu quarto, indo sentar na beirada da cama.
"A irmã dela disse que ela queria cuidar sozinha, ser boa, estava conseguindo, até o acidente de carro, e a irmã dela não concordava com esse segredo e como a responsabilidade ficou com ela, ela decidiu contar ao , ainda mais porque ela só trabalha, e dar a guarda a ele.
"Pelo menos, ele está sendo responsável." Falei, puxando a mão de até que ele se sentasse ao meu lado.
"Ele amadureceu nesse tempo, foi vendo que eu amadureci, formando uma família, sendo feliz e acho que ele quer isso também.
"Você é feliz?" Virei meu rosto para ele, sorrindo e apertando meus braços em volta do seu pescoço.
"Com certeza." Seu rosto se aproximou do meu, seus lábios tocaram os meus e me senti em meu sonho novamente.
"Como você está?" Abracei fortemente assim que ele apareceu na porta de casa na hora do almoço, alguns dias depois.
"Ironicamente, bem. Muito bem." Sorri para ele e abaixei meu rosto para a cabecinha loira que estava de mãos dadas a ele, para ficar na sua altura.
"Oi, moço, sou a , amiga do seu pai." Ele abriu um pequeno sorriso.
"Oi, meu nome é Carter, tenho cinco anos." Ele mostrou com as mãozinhas abertas e dei-lhe um beijo em sua bochecha.
"É um prazer te conhecer, querido." Endireitei meu corpo novamente.
"Ele é uma graça, ." Falei para o mesmo."Entrem."
"Puxou o pai." soltou uma gargalhada, dando espaço para eles entrarem.
O almoço foi ótimo, as certezas de foram confirmadas e o teste de DNA havia dado positivo. Vi que estava muito feliz com isso, brincava com o filho toda hora e o Carter era um menino muito educado, que ficou ‘brincando’ com , que não o estranhou. me contou a história toda e detalhada sobre o caso e me pediu ajuda para ajeitar a casa dele, para fazer mais um quarto. E foi assim que eu resolvi que os problemas iriam se resolver aos poucos.
Capítulo 9
", dá para você sair do telefone? mandou uma mensagem falando que a pediu em casamento, eu preciso saber dos detalhes." Gritei da cozinha, pegando a panela de risoto e colocando na mesa, desviando de , que engatinhava no chão, sim, ela já engatinhava.
"Sério?" Ele gritou de volta, mas nem esperou minha resposta, já estava prestando atenção em seu telefonema de novo.
Virei meu rosto para a janela que estava aberta e vi que o tempo já estava esquentando, estávamos em março, estava com quase sete meses, já engatinhava e seus cabelos estavam começando a crescer, loirinhos.
Assim que peguei , apareceu pela porta da cozinha, tateando as paredes com sua guia.
"Amor, notícias!" Ele parou na porta.
" vai casar, eu sei, milagre, não?" Falei rindo alto e ajeitando na cadeirinha.
"Também não acredito, mas não é isso." Ele riu e andei até a bancada, pegando a sopa de e aproximando novamente da cadeirinha dela. "Marcaram a cirurgia." ele falou mais alto.
"Ai, meu Deus, amor. Sério?" Coloquei o pratinho de na mesa e corri até ele o abraçando. "Para quando?"
"Daqui a dez dias." Vi o sorrisão em seu rosto.
"Você está preparado?" perguntei, segurando seu rosto entre minhas mãos.
"Sempre, amor. Quero ver você e a logo." ele me abraçou, aproximando seu rosto de minha bochecha. "E fiquei sabendo que seus seios aumentaram."
"!" Falei alto, dando um tapa rápido em seu braço. "Eu tirei mil fotos, gravei mil vídeos, ainda gravei até o parto e você se preocupa com isso?"
"Você sabe que eu estou brincando."
’s POV
Faltavam três dias para a cirurgia e era de madrugada, quando o telefone tocou no meio da noite, senti se mexer ao meu lado e ouvi o choro de , quem era o infeliz?
"Eu vou." Falei, levantando-me e pegando a guia.
"Alô?" Ouvi falar com a voz sonolenta e saí do quarto, tateando as paredes.
Cheguei no berço de e acariciei seu rosto lentamente. Fechei minhas mãos em torno de seu corpo e a peguei, juntando-a em meu corpo e balançando-a devagar, ouvindo o choro cessar aos poucos. Ouvi os passos rápidos de .
"." ouvi sua voz.
"Quem era?" Perguntei.
" acordou, meu amor. Ele acordou." Ouvi a voz fraca de e notei que ela chorava.
’s POV off
Vou ser sincera, eu sempre pensei que iria ser o último a se recuperar, mas fico imaginando a cara dele ao ver o barrigão de oito meses de . Minha felicidade estaria completa em três dias.
Fomos os últimos a chegar ao hospital, é claro. Mas fui seguindo rapidamente o corredor com em meus braços e tateando os corredores, segurando meus ombros.
Parei em frente ao seu quarto, vendo várias pessoas conhecidas e suspirei ao ver com os olhos abertos, sorrindo para mim.
"!" Entreguei rapidamente para Debbie e dei alguns passos rápidos até seu corpo estar envolvido em meus braços.
"Ai, !" Senti meu rosto ficando molhado rapidamente e senti seus braços apertarem meu corpo também.
Todo mundo ficou nos olhando, pois todos sabiam a ligação especial que eu tinha com , principalmente devido ao fato de termos crescido juntos. Afastei-me dele aos poucos, após muito tempo, e encarei seu rosto, acariciando-o de leve, principalmente a parte das cicatrizes.
"Como você está?" Perguntei e o vi afirmar, beijando sua bochecha.
"Ai!" Ouvi e virei o rosto para trás vendo entrar no quarto com a mão no nariz.
"Mira errada?" Falei, vendo-o entrar mais devagar no quarto. Vi a irmã de segurar a mão dele e aproximar da maca.
"Só mais três dias." falou bufando, fazendo rir. "Fala, seu gay!" Ele gritou para . "Como tem coragem de deixar a Gio engordar tanto? Você não tem vergonha na cara, não?" se aproximou dele, afastando-se após alguns segundos.
"Acho que preciso saber de muita coisa." falou, fazendo todos rirem.
Todos se sentaram no chão, exceto os pais de , que eram mais velhos, e combinamos de cada um falar o que havia acontecido nos últimos meses. Deixei segurar e me sentei ao lado de , encostando-me na parede.
"Vamos começar pela grávida." falou um tanto alto que o normal, fazendo fechar sua boca.
"A gente ainda está em um Hospital, sabia?" Ele falou, batendo a mão na cabeça do mesmo.
"Ok, ok. Deixa eu falar." riu sozinha. "Eu estou grávida de oito meses e me pediu em casamento agora, logo após sua rápida recuperação."
"Só eu acho que tava na hora disso acontecer?" Carrie, irmã de , falou como se fosse óbvio e todos assoviaram para e .
"." somente mexeu as mãozinhas de e eu concordei com ele, rindo para minha filha.
"Exato, eu tive uma filha, bem no dia do acidente de vocês, e hoje faz exatamente sete meses. Como minha filha."
"Viva a pequena." Carter falou todo feliz no colo da mãe de e todos olharam para ele, fazendo pequenos sons de fofura.
"Pequena, gostei." falou, pensativo.
"Ela é linda, ." falou e eu sorri.
"Obrigada." falei e bati no joelho de , indicando a vez dele.
"Eu estou cego há sete meses e nunca vi minha filha, serve?" falou em tom de brincadeira. "Não, agora é sério. A cirurgia é em três dias e quero todos vocês lá para eu ver, se der certo, é claro. E torçam por mim."
"Isso, todo mundo torça por ele, porque ele tá aprendendo a se virar sem a visão e pode fazer qualquer coisa com a gente." falou meio baixo, fazendo mostrar a língua para ele.
"Sua vez, pai!" Carter falou, ficando vermelho logo em seguida por todos fazerem um sinal de fofura novamente para ele, fazendo-o esconder o rosto.
"Eu descobri que tenho um filho da minha antiga namorada e ele já tem cinco anos." Ele estendeu a mão para Carter, que saiu do colo de sua avó e foi para o colo de ." Carter.
"E é um bom pai?" perguntou, olhando para Carter.
"É sim." Carter sorriu.
" boy, sua vez." falou.
"Eu ferrei um osso da coxa esquerda e fiquei três meses com gesso e também tive que encarar uma cirurgia que, pelo amor de Deus, nunca doeu tanto na minha vida fraturar uma parte do corpo." ele falou rindo e segurou a mão de . "Vai, amor, conta a eles."
" me pediu em casamento também." começou a bater palmas, mas viu que ficou sozinho.
"Nós já sabíamos." As mulheres falaram junto e rimos juntas também.
"E eu posso... Só posso, estar grávida." a abraçou forte, dando um curto beijo em sua bochecha.
"Vai, Carter, você também vai falar." falou para o pequeno.
"Eu achei meu pai." ele falou com a voz baixa.
"E são idênticos." falou. "Maldita genéti..."
"Não termina." Ele apontou para , sério.
"E você, ?" Todos viraram para o bebê no colo de .
"Dormiu." A mãe de falou rindo.
"Quem quer pizza?" Fletch falou, entrando no quarto com Tommy e Julian atrás dele com várias caixas de pizza e refrigerantes.
Trouxeram umas vinte caixas de pizza, vários refrigerantes. Ficamos conversando e brincando até que a enfermeira notou que tinha gente demais para uma visita e nos expulsou de lá. Já era de manhã.
Capítulo 10
Ouvi o despertador tocar e ergui o braço, tateando a cabeceira e apertando o botão, ouvindo-o silenciar. Virei meu corpo para o lado de e passei a mão em sua barriga, dando um beijo em seus lábios, pude vê-lo sorrir.
"Vamos, tá pronto?" Ergui meu corpo, me sentando na cama e vendo-o fazer o mesmo.
"Agora estou com medo" Sua mão tateou a cama até encontrar a minha, ele segurou fortemente" E se não der certo?
"Você vai ter paciência, chegou até agora, não desista" Sorri para ele, imaginando se ele sabia que eu estava sorrindo "Vai se arrumar, eu vou trocar a ."
"Tá bem" Ele jogou as pernas para o lado e se levantou pegando a guia na mesinha e notei nessa hora que suas costas já haviam sarado, deixando uma cicatriz clara, somente. O acompanhei com os olhos vendo-o entrar no banheiro e se despir, entrando no banho. Foi aí, que eu me levantei.
Entrei no quarto de , andei até seu berço e abri a pequena corinha que fechava em volta do berço, vendo-a dormir. Sete meses já haviam se passado e ela estava crescida, passei a mão em seu rosto e peguei a chupeta caída ao lado de seu pequeno travesseiro, vendo-a abrir seus olhos devagar, passando os lábios um no outro.
"Bom dia" Falei pegando-a em meu colo, vendo-a se acomodar em meu peito "Pode dormir, não."
Andei com ela até o trocador e tirei sua roupa e fralda, limpei-a e troquei, colocando um macacãozinho rosa e branco e calçando seus sapatinhos. Peguei-a no colo e desci até a cozinha com ela, peguei sua mamadeira e coloquei um pouco de suco de morango na mesma e coloquei em sua boca, vendo-a sugar o líquido rapidamente.
Assim que a mamadeira esvaziou, eu coloquei dentro da pia e subi com , entrando no quarto, vendo terminar de amarrar os tênis.
"Pronto?" Ele concordou com a boca "Segura a , então." Andei até ele e coloquei o bebê em seu colo devagar, vendo-o segurar ela e apoiar em seu ombro.
Corri até o banheiro e tomei um banho rápido, jogando um jeans e uma camiseta no corpo e calçando um salto preto junto. Fiz uma maquiagem rápida, amarrei meus cabelos em um rabo de cavalo, e eu e descemos.
Ajeitei na cadeirinha, enquanto entrava no lado do passageiro. Fui ao lado do motorista e liguei o carro, dirigindo em direção à clínica.
Ao chegarmos, os pais de estavam na sala de espera, ao nos verem, vieram até nós. segurou no colo e sentou ao lado de no sofá. Eu me ajeitei ao lado de no sofá e segurei sua mão fortemente, após alguns minutos o médico e a enfermeira que nos atenderam no dia do acidente, vieram até nós.
"Bom dia, como estão?" Afirmei com a cabeça rapidamente" Senhor , está pronto?" suspirou.
"Sim, pronto."
"Venha, vamos te preparar" A enfermeira falou.
"Posso... Falar com ele por dois segundos?" Perguntei.
"Fala amor..." falou, se virando na minha direção.
"Eu não vou entrar, . Você sabe que eu não sou forte para isso" Senti minha boca tremer "Conversei com sua mãe, ela vai entrar contigo" me abraçou fortemente, notando que eu já chorava. "Eu vou ficar aqui com seu pai e a , não esquece que eu te amo, e em breve vamos nos ver" Colei meus lábios nos dele por alguns segundos, afastando em seguida.
"Eu também te amo, muito. E sim, nos veremos em breve" Vi seu sorriso e beijei seus olhos.
"Se cuida" Acenei com a cabeça para a enfermeira que veio até nós.
e andaram de mãos dadas até passarem pelas portas brancas e eu me suspirei, me afundando no sofá.
"Tem certeza que não aguenta isso?" se levantou e veio até o sofá em que eu estava e se sentou.
"Ele está com medo, quando estamos com medo, corremos para nossa mãe" Virei para ele "Ele precisa da agora, não de mim."
Eu estava com os olhos fixos no jornal que estava na mesma página a mais de trinta minutos, quando a mesma enfermeira que entrou com o anunciou:
"A cirurgia acabou de começar. Todos os exames estão normais, e ele está mais calmo" Agradeci, me afundando novamente no sofá.
"Quanto tempo de cirurgia?" Ouvi a voz de ao meu lado.
"Varia de uma a duas horas e meia" Acenamos, e a enfermeira se retirou.
"Quer café?" Neguei com a cabeça.
"Prefiro dormir a ficar acordada" Sorrio de lado para ele.
"Fica com sua pequena então, vou lá pegar para mim" Segurei em meus braços e a abracei fortemente, vendo-a se aconchegar em meus braços. Escorreguei meu corpo no sofá, ficando levemente deitada no mesmo, e antes de fechar os olhos, vi o horário 10h20min.
"Ei, acorda" Ouvi um sussurro e abri os olhos, encontrando abaixado ao meu lado "Bom dia" Suspirei, me sentando direito e dando um espaço para ele se sentar ao meu lado.
"Cadê a ? E o ?" Virei meu rosto, vendo conversando com , que acenou ao me ver.
"Carter está cantando para ela" Ele apontou para o sofá do lado oposto, Carter e estavam sentados no outro sofá, Carter segurava suas mãozinhas, cantando baixinho.
"Você viu o quão grande ela já está?" confirmou "Queria que o nunca tivesse ficado cego, ele perdeu tanta coisa" suspirou.
"Ele vai se recuperar, vai sim, " Sorri de lado.
"Oi, gente" se aproximou, beijando minha bochecha "Como está?"
"Eu que pergunto, quem recebeu alta, praticamente agora, foi você, não eu" Ele riu baixo.
"Estou bem, só meio magro" Ri e dei um tapa em seu ombro.
"E a ? "
"Foi para casa tomar um banho, mais tarde ela aparece aqui e marcamos a cesárea para daqui duas semanas."
"Ah! Meus parabéns!"
O tempo em si estava passando devagar, mas logo que os caras da banda, as namoradas e mães estavam lá.
", tudo bem?" se aproximou de mim e depositou um beijo em minha testa.
"Tudo e você?" Ele confirmou com a cabeça "E a , cadê?"
"Foi visitar a mãe dela... Contar a novidade."
"Ah tá..." Falei baixo, quando me deu um estalo "Ei, você vai ser pai, parabéns, querido!" Ele riu, e me levantei para abraça-lo.
"Pois é, as suspeitas foram verdadeiras."
"Oi, querida." A mãe de apareceu atrás de mim, me apertando.
Os minutos e horas passaram e, no final, todos se acalmaram, ficando naquele silêncio chato de novo. Vi a enfermeira sair pelas portas e andar até nós.
"A cirurgia terminou, duração uma hora e trinta e sete minutos, não deu nada de errado" Suspirei, sentindo um grande peso sair de minhas costas "Ele está sendo transferido para o quarto e só estamos esperando a anestesia passar para vermos o resultado" Quando a enfermeira saiu, eu peguei minha filha, tirando-a dos braços de .
"Vou dar uma volta com ela" Vi que todos me olharam "É rápido, eu juro" Andei com até as postas de vidro e me encostei-me à parede com ela.
Olhei para os olhos de que se mexiam a cada pessoa que passava por nós.
"Me escuta, minha linda" A vi virar para mim, mesmo não entendendo "Em breve, vamos ver o papai, e eu quero que você saiba que mesmo se não tiver dado certo, o papai te ama, ele sempre te amou, ele só não brincou muito contigo, por medo de te machucar, mas ele te ama, você foi muito querida por nós dois e eu espero que quando você crescer, você entenda isso, a gente te ama demais, está bem?" Beijei sua barriga, ouvindo sua risada de cócegas e a abracei fortemente, sentindo sua mão tocar meu rosto.
Seus olhos brilharam para mim, e eu sabia, que ela lembraria daquela mensagem, mesmo não entendendo nada no momento.
Capítulo 11 – Narrado por ele.
Acordei sentindo minha cabeça doer e suspirei, sem poder abrir os olhos, devido a um tampão que cobria meus olhos.
"Senhor ? Está acordado?" Ouvi uma voz me chamar.
"Sim, estou" Senti que o quarto em que eu estava, estava gelado, e um fino lençol cobria minhas pernas.
"Filho, eu to aqui" senti uma mão apertando a minha com força.
"Oi, mãe!" Apertei sua mão de volta.
"Vou chamar o médico, sente alguma dor?" A enfermeira perguntou.
"Só dor de cabeça" Minha mãe soltou minha mãe e outras duas seguraram.
"Sente-se, por favor. E vire as pernas para o lado, mas devagar, para não ficar zonzo" Joguei minhas pernas para o lado e me levantei, lentamente, jogando o lençol para o lado "Já volto."
Soltei um suspiro e notei que não lembrava nada da cirurgia, entrei com minha mãe, me colocaram uma roupa, ou um vestido se preferir, tiraram seu sangue, após um tempo vieram com o resultado, dizendo que estava tudo bem e que poderiam realizar a cirurgia, o anestesista chegou e eu apaguei.
Acordei no mesmo lugar que antes, se não fosse a dor de cabeça eu pensaria que nada tinha acontecido.
"Senhor , tudo bem?" O médico apareceu no quarto.
"Sim, tudo bem" Ouvi o barulho de algo ser arrastado e algo afundar ao meu lado.
"Vamos para a hora da verdade?" Confirmei com a cabeça, quando na verdade, eu estava negando.
"Quer que eu chame a ?" Minha mãe perguntou.
"Prefiro que ela venha só depois, caso... " Minha mãe apertou meu ombro, me entendendo.
"Sim, então vamos lá. Você vai sentir algo molhado nos olhos, é normal, ok? "
O gelado veio de novo na minha testa e o tapão foi sendo descolado, dessa vez não doeu, pois estava colado a pouco tempo, assim que ele tirou por completo, eu apertei a mão de minha mãe.
"Abaixamos o da luz para não machucar seus olhos."
"Tudo bem" Falei e senti algo ser passado no canto dos meus olhos.
"Abra devagar, agora" Assenti, sentindo minhas pálpebras descolando aos poucos dos meus cílios e irem se abrindo lentamente, assim que terminei de abrir os olhos, fechei novamente, piscando meus olhos, e a cada vez que eu abria podia ver o local embaçado.
"Está... Embaçado
"Graças a Deus" O médico suspirou, apertando fortemente minha mão e senti que a tensão havia sumido "Daqui a pouco o embaçamento passa, é o gel que a gente passa, feche os olhos para eu pingar o colírio."
Fiz o que ele pediu e senti duas gostas geladas em cada olho e abri meus olhos notando uma senhora meio embaçada em minha frente.
"Mãe!" Falei sentindo seus braços em volta do meu corpo. Apertei seu corpo contra o meu, e notei que ela estava chorando.
"Que saudades de sentir você me olhar assim, parece que é uma criança de novo" Minha mãe se afastou, segurando meu rosto, beijando minha testa.
"Avise a esposa e o pai do senhor , por favor" O médico falou se aproximando de mim novamente e eu sorri ao ouvir o “esposa” "Prazer, doutor Foremam."
"Prazer, " Falei rindo e ele ergueu um espelho em frente a meu rosto.
Por mais egocêntrico que pareça, eu estava com saudades do meu rosto, soltei uma risada ao ver a barba mal feita, alguns cortes de gilete em meu rosto, meu queixo, meu nariz, meus olhos... , minha mente foi direto em minha filha, imaginei no que havia me dito sobre ela, sua aparência: Seu rosto igual o de , exceto pelos olhos, que eram iguais os meus. também disse que estava mais gordinha e seus dois dentinhos já haviam nascido, imagino olhar para ela pela primeira vez, a última vez em que eu a vi, ela era uma imagem no ultrassom, agora é uma imagem real, minha filha, minha menina, que estaria em meus braços, brincando comigo em breve.
E meu amor, minha esposa, chorava todas as noites, mas sempre estava ao meu lado, disposta a me ajudar, a me amar, até nas horas em que eu não me amava. Ela definitivamente era a pessoa que é o amor da minha vida, a pessoa que vou amar sempre. Os cabelos , olhos , alta, ficando da minha altura de salto, corpo na medida. Como eu sentia saudades de ficar vendo-a de calcinha e sutiã, escolhendo as roupas que ela iria usar, fosse para ficar em casa, passear, trabalhar. Não lembro se comentei, mas fez faculdade de arquitetura, mas atualmente é modelo fotográfica, quando quer trabalhar.
"Obrigado" Disse para o médico que abaixou o espelho, dando leves tapas em minhas costas.
"Com licença!" Desviei meus olhos de e que tentavam fazer falar e olhei para a enfermeira, fazia quase duas horas de sua última aparição. "A cirurgia foi um sucesso, o senhor voltou a enxergar e, em breve, poderão vê-lo... Ou ele ver vocês." Senti meus olhos embaçarem e lágrimas escorrem pelo meu rosto, sentindo meu sogro me abraçar fortemente.
"Está tudo bem agora!" Ele sussurrou para mim.
Eu podia sentir a tensão se esvaindo aos poucos, e o respiro de alívio de todos na sala.
Quando eu parei em frente ao quarto 17A e vi a prancheta com o nome de nela, eu apertei minha filha em meu colo, olhando para ela por alguns segundos. Ela estava com a mão na boca e olhando para os lados, como fazia sempre.
Ajeitei-a de modo em que ficasse sentada em meu braço direito e meu braço esquerdo segurava a barriga dela na frente. abriu a porta e pude ver deitado na cama, abrir os olhos rapidamente e vi um largo sorriso abrir em seu rosto, automaticamente, sorri junto, só saí do rápido transe quando esticou os braços na direção do pai e mexeu as pernas em meu colo.
’s POV
Ouvi o barulho da porta ser aberta e abri meus olhos rapidamente, meu pai, minha esposa e minha filha.
Ela estava nos braços de , usando um vestidinho rosa escuro e uma blusa de manga comprida quase bege por baixo e nos pequenos pés um par de sandálias rosa claro.
Senti algumas lágrimas escorrem pelo meu rosto quando minha pequena riu e esticou seus bracinhos para mim. entrou antes que meu pai e minha esposa andou até a maca, parando ao lado da mesma.
"Oi!" Falei, e ela, sem responder, aproximou seu rosto do meu, toquei meus lábios nos dela e senti seus lábios se transformarem em um sorriso.
", conheça sua filha!" Estiquei meu braço, vendo fazer o mesmo para mim.
Segurei por debaixo dos braços e a deitei em meu peitoral, sentindo-a se aconchegar em meu peito, vi-a entreabrir a boca várias vezes e suspirar antes de fechar os olhos. se aproximou da cama e se sentou na beirada e encostou seu rosto em meu ombro, encostei minha mão em sua perna. Não queria soltá-las nunca mais.
"Feliz, meu amor?" Sorri para ela, confirmando e ri baixo.
"Demais." Virei meu rosto, beijando-a delicadamente.
"Dá licença para eu ver meu filho?" Meu pai falou, saindo de perto de minha mãe.
"Pai!" deu licença para meu pai entrar no espaço que antes ela estava e o abracei de lado, deixando a outra mão sempre apoiada em minha filha, para ela não cair do meu colo. ’s POV Off
Eu podia ver o sorriso de enquanto ele conversava com os garotos e com os caras da gravadora. Eu estava sentada em um canto do quarto com a irmã de e a mãe, querendo saber sobre o que o médio havia dito sobre a recuperação de .
Enquanto isso, ele segurava em seu colo e dava um pouco de água para ela, sorrindo a cada gesto que ela fazia. Ele estava feliz.
Capítulo 13
“Hoje faz um ano, exatamente um ano do acidente do McFLY, após isso, as únicas sequelas que restaram foram pequenas cicatrizes que vemos nos corpos dos quatro integrantes da banda. No meio desse rebuliço todo, descobriu que tem um filho, teve um filho, está esperando um e , bem, conheceu a princesa desse grupo de homens, já que o filho de também vai ser um menino.
Hoje também é o casamento de , depois de mais de uma década juntos, finalmente ele irá se acorrentar, felicidades ao casal!
Ironicamente, e se casarão hoje também, mas na parte da noite, ao contrário de seu amigo, que é na parte da manhã.
Ambas as noivas entrarão na igreja com um vestido da mais nova estilista , que também é madrinha de ambos os casamentos, juntamente de seu marido, .
O casamento de ambos acontecerá em Londres, na casa dos pais de cada noivo; jornalistas e fotógrafos não terão acesso a nada desse casamento, devido ao exagero na privacidade e por ser em um local residencial.
Agora falaremos de filhos, de filha, para ser mais exato. completa um ano hoje, depois de seus primeiros meses conturbados, ela simplesmente virou um ícone da fofura e sempre aparece rindo e brincando nas fotos.
Turnê, sim, esse é um assunto que temos também! McFLY começará sua turnê pelo Reino Unido no fim de novembro, com seus novos trabalhos. Bem vindo de volta, garotos, e muito sucesso!”" Eliza Pelybaker, Matéria de capa do Local Journal.
"Obrigado." falou fechando o jornal e o depositando de volta a cama.
"Acabou? Agora fecha meu vestido." O vi se levantar e fiquei de costas para ele, sentindo somente seu dedo tocar minhas costas e puxar o zíper para cima. "Obrigada."
Me virei de frente para ele e segurei as duas pontas da gravata que estavam jogadas sem seu pescoço e dei um laço rápido.
"Adorei você de gravata borboleta." Falei rindo baixo. "Termina de se arrumar que vou pegar nossa filha." Falei e saí do quarto, segurando a barra do meu vestido grafite. Entrei no quarto de e a vi sentada no tapete felpudo branco.
"Mamá!" Ela disse ao me ver e esticou o dinossauro, que a mãe de tinha dado para ela, em minha direção.
"Vamos, minha linda?" Andei até ela e me agachei, pegando-a no colo e a ajeitando seu vestido lilás. Peguei o bicho de pelúcia e entreguei a ela, vendo-a abraçar fortemente.
"Minhas princesas!" falou parando na porta do quarto, enquanto abotoava o paletó.
"Bubá!" falou, rindo em seguida.
"Sua linda!" falou com uma voz fina e boba e a tirou de meu colo, saindo do quarto e descendo as escadas "Vou colocar ela no carro, te espero lá."
"Ok!" Desci atrás dele e parei na grande mesa que havia agora na sala, segurei a bolsa de em um braço e peguei minha bolsa de mão com a outra mão.
Chegamos à casa da mãe do e eu imaginei se precisava de mim.
"Você vê o , eu vejo a ." Peguei do colo de e subimos as escadas juntos.
entrou na porta logo a frente da escada e eu fui com até a suíte. Abri a porta e encontrei de costas para a porta, se olhando no espelho. Seu vestido era de meia manga, com a gola alta e somente um círculo aberto em suas costas.
Ela se virou assim que viu meu reflexo no espelho.
O vestido era branco champanhe, aonde a parte do tórax era totalmente lisa com a saia aberta para trás com várias flores feita com uma renda fina e o mesmo pano subia pelo seus ombros, formando um bolero costurado ao vestido.
"Modéstia à parte, você está linda!" e a mãe de que estavam lá riram junto com ela. "Hoje eu tenho um dia cheio, madames." Ri baixo.
", eu não consigo ajeitar o véu.
"Fácil, cadê aquela fivela que eu mandei junto?" Ela estendeu o prendedor com alguns dentes. Estendi para que a sentou em seu colo.
Peguei o véu e apoiei na parte de cima de seu coque. Prendi a fivela jogando o véu inteiro para trás, abrindo-o em suas costas.
"Pronto!" Falei virando de frente para ela e ajeitando sua franja "Agora é só esperar."
Andei até a mesa que havia algumas garrafas de champanhe e despejei um pouco do líquido em uma taça, entregando a .
"Vai te acalmar." Sorri. "Cadê o Marty?" Perguntei, me referindo ao filho dela.
"Com os meninos, e o Carter também." Assenti, virando para .
"Só o Dylan está entre as mulheres." Rimos, olhando para grande barriga de . "Tudo certo com ele?"
"Sim, está meio agitado ultimamente, mas nada que comprometa algo." falou e pude ver acariciando levemente a barriga de sobre o vestido vermelho.
Ouvi a porta abrir e vi a mãe de com seu neto no colo.
"Vamos? Seu noivo está te esperando!" Virei para , sorrindo para ela.
"Seu pai está no corredor, dê cinco minutos e desça. entra com e Carter com as alianças. Eu estou descendo... Vamos, filha!" pulou em meu colo e eu acariciei levemente Marty, que estava dormindo no colo de sua vó, e cumprimentei e o pai de , que brincaram rapidamente com . Eu e a senhora Fletcher descemos rapidamente.
Encontrei na porta entre a sala e o quintal e notei a decoração. Uma fileira de cada lado com menos de 40 cadeiras em cada lado com algumas flores e um altar à frente e ao lado direito, na parte coberta, as mesas para festa – adoro quintais grandes. Olhei para frente e vi .
"Segura nossa filha, quero falar com o ..." Entreguei para que a aconchegou em seu colo, ela estava começando a piscar os olhos.
Atravessei o meio entre as duas fileiras e abracei meu amigo fortemente, que passou seus braços em volta do meu corpo.
"Finalmente, não?!" Falei e ouvi um riso dele, que se afastou de mim. "Não dei a chance dela desistir, cuida dela, ok?! Porque eu sei que ela vai cuidar de você. E seja feliz!" Encostei minha bochecha na sua, dando um quase beijo.
"Vou ser, já sou, na verdade." Sorri e me afastei do altar rapidamente, me sentando na primeira fileira entre e , agora estava sentada no colo de .
"Oi, !" O abracei rápido "Carter está pronto?"
"Nervoso até falar chega, você o conhece, é tímido demais.
"Parece até o pai." A mãe de passou por nós e sentou ao lado do filho, sorrindo para todos nós.
Senhora Fletcher passou por nós e parou ao lado do filho e o beijou carinhosamente, ele fechou os olhos e abriu em seguida, sorrindo.
"A gente não planeja mesmo a vida, né?" falou, notando para onde eu olhava e encostou sua cabeça na minha, dando um beijo rápido na mesma.
"Eu sempre te disse isso." Virei meu rosto para ele. "Olha aonde a vida nos trouxe, olha a idade que e estão se casando, sempre queria casar antes de ter filhos e nós casamos super cedo..." Dei um selinho rápido em seus lábios, sorrindo.
"Pá!" Ouvi e ri com , nos separando.
"Ela fica com ciúmes." falou e eu revirei os olhos.
"Senhores, vamos ficar de pé?" Ouvi o mestre de cerimônia e me levantei, vendo fazer o mesmo com em seu colo.
Vi Carter passar por mim usando um terninho preto, igual de todos os homens, até Marty, e esticar a almofada com as alianças para e . Cada um pegou o objeto dourado e fizeram seus votos com o tom de voz baixo e abaixei meus olhos, notando minha aliança de ouro branco com um pequeno diamante sobre ela.
"Por que não quis trocar minha aliança?" Sussurrei e o vi olhar para mim.
"Você ama ouro branco e, sinceramente, eu queria que fosse algo permanente. Não quero que nada do que estamos vivendo mude, eu amo você!" Sorri e senti meu rosto esquentar.
"Eu também, meu amor.
"Eu vos declaro: marido e mulher! Pode beijar a noiva." Virei meu rosto a tempo de ver dar um pequeno beijo nos lábios de .
Capítulo 14
- Não , eu tenho que ir. Tenho que tomar banho, me arrumar, dar banho e trocar a e o precisa dormir um pouco. – Falei segurando minha filha nos braços. – Ele bebeu demais, igual ao . – Falei a última parte baixo.
- Já vai, ? – Vi vindo em nossa direção.
- São cinco horas, tem outro casamento as oito e só tem eu aqui praticamente. – Mandei um beijo para ele, rindo. – A gente se vê daqui a pouco, cuida da , hein?!
- Ai meus pés! Vou ficar descalça até a noite. – falei entrando em casa e tirando meus saltos na porta, atrás vinha carregando que dormia.
- Você esteve linda hoje! – me deu um beijo e subiu as escadas ao meu lado.
- Obrigada... Eu sei! – Ri com ele, que revirou os olhos. – Mas é que isso cansa, cansa ficar bonita.
- E amanhã tem a festa da ainda.
- Quanta festa, Deus! – Falei rindo – Vai tomar banho e pode dormir, eu te acordo quando estiver próximo de se arrumar. – O vi colocar na cama de solteiro que havia no quarto dela. – Vou dar banho nela e assim que você sair, eu entro para o banho.
Andei com até o nosso quarto e puxei rapidamente o vestido para cima, sentindo os olhos dele sobre mim, joguei uma camisola por cima do meu corpo e virei para encará-lo.
- Banho. Agora. Vai! – Falei pausadamente, jogando meu chinelo em cima dele.
Andei até o outro banheiro e enchi um pouco a banheira de , deixando a água amornar e fui ao quarto de minha filha vendo-a dormir com o rosto virado para a parede, sentei na beirada da cama.
- Amor, acorda! – Passei a mão em sua cabeça e dei um beijo em seu rosto, vendo-a abrir os olhos lentamente. – Vamos para o banho?
Desliguei a luz do quarto de ao vê-la dormir e fui para o meu quarto, encontrando dormindo de bruços e roncando. Andei até o armário e tirei meu vestido dourado e terno azul escuro de e pendurei-os no puxador do armário. Entrei no banho e deixei a água morna cair fortemente no meu corpo, para tentar desacelerar um pouco.
Saí do banho enrolada em uma toalha e outra que prendia meus cabelos. Fui para o quarto e vesti um conjunto de lingerie preta e voltei para o banheiro, fechei a porta e tirei a toalha do cabelo. Quando liguei o secador, tentei fazer uma escova o mais rápido possível, por causa do barulho e quanto terminei, passei o baby liss nas pontas, deixando-as levemente encaracoladas. Passei uma maquiagem escura nos olhos, e deixei os lábios em um tom nude. Ao sair do banheiro, notei que já eram sete horas, eu tinha que estar no casamento as sete e meia, para arrumar o vestido de .
Andei até a beirada da cama e passei a mãos nos cabelos de , era fácil acordá-lo de um cochilo, mas de um sono profundo...
- Está na hora? – Senti-o abraçar minha cintura e ficar virado de frente para mim, se sentando lentamente.
- Estamos meio atrasados, na verdade. – Dei um beijo em seus lábios e me levantei pegando meu vestido e colocando-o sobre meu corpo. O ajeitei e Harry puxou o zíper para cima. Ajeitei meus cabelos com spray para cabelo e os joguei para trás.
- Linda! – falou com um sorriso no rosto – Você arruma a ?
- Sim, te encontro lá embaixo em dez minutos.
- Entrei na casa da mãe de e deixei com e nas escadas encontrei descendo.
- Está tudo certo, pode ir se sentar que daqui a pouco ela já desce. O já desceu. – Suspirei aliviada e puxei pela mão, indo até o quintal.
A decoração estava diferente da de . O altar estava em frente e as mesas estavam arrumadas em um meio círculo, onde os convidados estavam se ajeitando. Encontrei sentada em uma das mesas da frente e fui até ela.
- , que bom! – Ela me abraçou e apontou para o lado. – Olha! – estava em pé, segurando as mãos de e dando alguns passos devagar. A cada passo que ela dava, seus pés eram iguais de um homem que andava na lua e quando o pé encostava no chão, seus joelhos dobravam, como se fosse uma gelatina e ela ria com isso.
- Oh meu Deus! – Senti meus olhos lacrimejarem – Andei até eles, e parei na frente de . me viu e começou a tentar dar passos mais rápidos, o que era muito fofo, até que chegou a mim. A peguei no colo e a enchi de beijos, fazendo-a gargalhar. Ela, com aquele vestidinho roxo já era fofo, ainda mais andando. Ela escondeu seu rosto na dobra do meu pescoço, ficando envergonhada.
- Eu vi isso mesmo? – apareceu atrás de mim e eu confirmei com a cabeça, rindo e apertando minha filha em meus braços.
O momento durou pouco, pois veio nos avisar que já ia começar.
caminhou lentamente até , que tinha um sorriso imenso no rosto, seu vestido era de um branco gelo, as mangas compridas rendadas e os seios bem marcados, um cinto prata, antes de sua barriga um pano caía liso até o chão, e atrás uma pequena cauda em suas costas. Seu cabelo estava liso com um véu jogado para trás, preso em uma pequena tiara de strass.
O casamento até que foi rápido, ou era eu que estava me acostumando com a rapidez que as coisas estavam acontecendo. Após o casamento, teve a festa, comida, a valsa, as brincadeiras, as crianças sentadas juntas como se fossem adultos, os homens reunidos e eu estava sentada junto com as mulheres.
- Só falta o agora. – falei e bebi um gole de champanhe.
- Acho que demora ainda. – falou enquanto dava mamadeira ao loirinho em seus braços.
- Será? Você sabe como ele é, quando ele se apaixonar, vai acontecer rápido demais – Falei entortando a boca.
- Quando ele vai se apaixonar? – me perguntou?
- Boa pergunta! – Falei rindo.
- Outra festa amanhã, hein? - rapidamente mudou de assunto.
- Nem me fale. Deveria ter feito semana passada, eu estou quebrada e meus pés cheios de bolhas.
- É madame, para você ver. – apareceu e parou entre a minha cadeira e a de .
- Eu preciso de uma boa noite de sono. – Falei rindo. – Vocês vão para Lua de Mel hoje ainda?
- Não, amanhã à noite, só! – Tom pegou Marty em seus braços e o apoiou em seu peito. – Precisamos dormir.
- Vamos amor? já dormiu! – apareceu ao lado de com em seus braços.
- Que horas são?
- Quase quatro. – respondeu.
- Está na hora mesmo. Tchau gente, até amanhã! – Falei me despedindo rapidamente de todos, e demorando um pouco mais nos noivos.
Quando eu cheguei em casa, deitei meu corpo na cama e senti todo o corpo relaxar e pude fechar os olhos. Após alguns segundos, senti o colchão afundar ao meu lado e os braços de me apertar, sorri e logo já estava dormindo!
Capítulo 15
Suspirei alto e subi as escadas, andei pelo corredor e abri a porta no fim do mesmo rapidamente!
- , dá para descer logo? Seus convidados estão te esperando e seus amigos também!
- Já to indo, mãe! To decidindo que sapato colocar. – a vi sentada na cama usando um vestido tomara que caia rosa e os cabelos soltos nos ombros, caindo até abaixo de seus seios.
- Você não ia colocar o all star preto? Ignora o que seu pai diz, se você gosta, coloca. Eu acho que fica bonito. – Falei enquanto ia até a escrivaninha e pegava a caixa do sapato e entregava para ela.
- Só você para saber do que eu gosto! – Ela vestiu os tênis rapidamente e se levantou da cama me dando um forte abraço.
- Eu sei! Agora desce, vai! – Falei batendo a mão em sua bunda e a vendo descer correndo as escadas, pulando alguns degraus. Saí de seu quarto, puxando a porta do mesmo e fiz o mesmo caminho que ela.
decidiu que sua festa de 16 anos seria só a família e no quintal de nossa própria casa. A decoração era rosa com prata, traje esporte fino, um pequeno buffet, futebol de sabão e pula-pula. Na grama, tinha algumas mesas espalhadas com um arranjo de flor em cada uma e na música: A família é claro.
Passei pela porta do quintal e andei até , que estava com os garotos arrumando os instrumentos.
- Tudo certo aí?! – Perguntei apoiando minha mão nas costas de .
- Certinho! já desceu? – Confirmei com a cabeça.
- Já, ela está com Carter! – Apontei na direção do futebol de sabão, onde e Carter se abraçavam e cochichavam coisas em seus ouvidos.
- Aff! – fez uma careta. – , eu vou matar seu filho!
- Você ainda não se acostumou? Eles estão namorando faz dois meses – falou me fazendo gargalhar.
- Ele tem razão! – Falei, dando tapinhas em suas costas.
- Quero saber quem é o pai daquele infeliz ali! – entrou na brincadeira!
- Cadê a...? – Interrompi .
- O Dylan está com a Joanna e o Jeremy no pula-pula, satisfeito? – Abri um sorriso irônico.
- Sua chata! – Ri com seu comentário!
Como pode ter notado, a família cresceu mais nesses quinze anos: Eu e temos três filhos, de dezesseis anos, Edith de doze e Jimmy de 3 anos. tem Dylan que está com quinze anos agora e Jeremy de nove. seguiu o mesmo caminho de , tem Marty de quinze anos recém-feitos, Joanna de treze e a futura Holly que vai nascer em três meses. Já , tinha Carter de vinte e um anos e há oito anos havia se casado com Marissa, uma italiana, três anos mais nova que ele, e tiveram Becky de seis anos. está muito feliz.
E dentro dessa grande família, ocorreu alguns casos de amor: e Carter, Dylan corria atrás de Joanna, Marty de Edith, mas se vai virar um relacionamento, já é outra coisa. Os três casais estavam no futebol de sabão e Becky e Jimmy no pula-pula, sendo cuidados por Jeremy.
- Eu falei para o que vou ficar, eles e o Fletch que tenham um pouco de responsabilidade. – falou antes de beber seu vinho.
- Isso é verdade, mas nossos maridos? Responsabilidade não é lá o forte deles. – Falei revirando os olhos.
- Verdade! – Marissa falou rindo junto.
- Mãe! – Ouvi Jimmy gritar atrás de mim e vir correndo em minha direção – Eles vão começar! – O vi correr de volta em direção ao palco.
Eu, as mulheres, as mães e avós, nos ajeitamos na frente do palco e vi subir, pegando o microfone.
- Boa tarde, crianças! – Edith apareceu do meu lado e eu passei meu braço por seus ombros, ajeitando seus cabelos curtos – Hoje temos a estreia de turnê Far From Never... – Todos bateram palmas e alguns até assoviaram. - Mas vai começar de um jeito diferente das outras... Em família! – Pude ver piscar os olhos, como se estivesse emocionado e ouvi Edith gargalhar alto ao meu lado. – Com vocês, a banda com as pessoas mais malas que a gente já conheceu. – Vi uma baqueta voar e bater na cabeça de – Ei, não to mentindo. – Ele gritou! – Com vocês... Light Us Up. – Ele falou desanimado, descendo do palco.
subiu ao palco junto de Carter, Marty e Dylan e tomou seu microfone das mãos de . Carter foi para a bateria, Marty pegou o baixo e Dylan a guitarra e se ajeitaram no palco.
- Essa é para você! – falou, piscando em minha direção.
Qual a sensação da banda da sua filha e de seus sobrinhos decidirem seguir a carreira dos pais, porque os pais queriam aproveitar a vida e a família, ao invés dos shows?
Um dia em um desses jantares em família, os quatro se uniram e se sentaram a mesa da gravadora e fizeram um acordo entre eles. Após algumas reuniões, o contrato foi concluído e o McFLY, de banda, se transformou em empresários, mas com Fletch no comando. Amanhã, começaria a turnê deles pelo Reino Unido, começando por Dublin. Eles iriam de avião até lá e de lá fariam o caminho de ônibus, como os garotos faziam. Iriam somente os quatro pais e os quatro filhos, imagina a preocupação das mães e avós. Mas não tinha como, eu fiquei preocupada até o último show de , após o acidente, vou ficar preocupada até o último show de .
- Tchau vô, até amanhã! – Jimmy falou sendo colocado no chão por .
- Tchau vô, tchau vó! – Edith acenou do sofá, mandando um beijo para eles.
- Tchau, até amanhã! – falou se despedindo dos seus pais e acenei aos ver saindo de casa.
Assim que os pais de foram embora, os últimos convidados, ele se jogou no sofá.
- , vai fazer sua mala! – Dei um selinho rápido nele e o vi abrir um sorriso para mim, mas ainda não levantando do sofá. – Edith, vê se sua irmã já arrumou a dela e Jimmy, para o banho, agora! Já subo para te ajudar! – Falei o vendo correr rapidamente para cima!
- , JÁ FEZ SUAS MALAS? – Edith gritou, dando um susto em mim e em .
- Se fosse assim, eu mesmo perguntava né?!- Falei batendo com o pano em minha mão nela que continuou parada, mas se levantou.
- Eu vejo com ela! – falou subindo atrás de Jimmy.
- Você também Edith, banho, vai! Sujou tudo meu sofá com espuma. – Peguei o controle remoto e desliguei a TV.
- Ah mãe! – A ouvi bufar e subiu as escadas atrás de .
Saí do banho, encontrando terminando de fechar sua mochila e a colocando no chão. Andei até o armário e coloquei uma calcinha e um pijama por cima.
- Você vai ficar bem? – Ouvi a voz de e seus braços passaram pela minha barriga.
- Eu sempre fico, não fico? – Falei baixo, virando meu corpo de frente para ele.
- Fica, mas dessa vez estou levando a mais velha comigo. – Ergui minha mão, passando sobre os cabelos dele e o vi fechar os olhos.
- Confio em você. – Dei um selinho em seus lábios. – Só que fica de olho nela e com o Carter, por favor. Quero pensar que ela é virgem até se casar e se ela engravidar, essa imagem acaba! – Ouvi rir baixo.
- Já combinamos, cada pai dorme com seus filho e tirando isso, a gente vai passar a maior parte do tempo com eles, não se preocupa, tá bem? – Confirmei com a cabeça e senti os lábios de sobre os meus e passei meus braços em seu pescoço, juntando meu corpo ao dele. – Afinal, se o Carter enfiar o pintinho dele em algum lugar, ele o perde! – Nessa não tive como não gargalhar!
- Mãe! – Ouvi a porta se abrir fortemente e bater contra a parede. – Opa, desculpa! – falou ao nos ver.
- Fala! – Senti me soltando e entrar no banheiro.
- A gente tá indo dormir, Jimmy tá te chamando, e a Edith tá enrolando no banho – falou e se retirou do quarto rapidamente, vi seu rosto vermelho.
- Eles ainda não aprenderam a bater. – Falei e pude ouvir a risada de .
- Se não aprenderam em 15 anos, não aprendem mais!
Capítulo 16
- Promete que vai se cuidar? – Falei baixo no ouvido de enquanto eu a abraçava forte.
- Por que você fala isso ao invés de “Se comporte”? Como todos os pais normais falariam? – Ela soltou do meu abraço e me encarou.
- Porque é uma turnê, não uma viagem escolar e eu sei o que tem nessas turnês, a loucura que é, bebidas, festas... Sexo! – Falei a vendo ficar vermelha – Não se esquece que eu já fui em várias. Por isso eu falo para você se cuidar, isso abrange tudo! – A vi sorrir e dei um beijo em sua testa. – E se divirta, só falo isso!
- Obrigada, mãe! – Senti ela me abraçar fortemente e ir até o carro, andei até a porta encontrando parado na mesma.
- Eu te amo, não esquece! – Ouvi a voz de e juntei meus lábios nos dele!
- Eu também te amo, eternamente! – Falei sorrindo e vi ir até o carro e entrar do lado do passageiro.
- Vai esquentando o forno, levo eles, pego a e volto. – falou indo para o carro junto deles.
- Tchau pai, tchau mana! – Jimmy gritava pulando na calçada, enquanto Edith acenava do meio do jardim! – Arrasem!
Vi o carro se afastar e sumir da minha vista, suspirei.
- Vamos, mãe! Tem seus filhos favoritos aí ainda. – Edith falou rindo. – Vem Jimmy. – ele veio correndo e pulou no colo de Edith e ambos entraram em casa.
- Vem, mãe! – Ouvi a voz de Jimmy e dei um sorriso. Entrei em casa e fechei a porta.
Epílogo
“Ontem foi visto no aeroporto de Londres a nova geração de McFLY; Light Us Up começou seu primeiro show lotado em Dublin que foi um sucesso. Com canções próprias e genética de seus pais, eles mostraram que podem sim, desbancar seus próprios pais como os queridinhos da Inglaterra. Damos boas vindas à nova geração e agradecemos à antiga pelo legado que foi deixado!” – Marc Taylor, Jornal da VH1.
“Você pode fazer o que quiser, mas se não tiver fé nem esperança, você não verá seus sonhos se realizarem. Eu vi a vida sendo cruel duas vezes comigo. Uma vez com meu pai e outra no acidente de , porém eu tive fé e hoje liberto minha filha para o mesmo caminho que tirou a visão de . Mas liberto sem medo, pois sei que todo momento da vida tem seu lado cego, e com amor e sem desistir podemos superar todos os obstáculos e persistir.” – , dona da White Design, entrevista à GQ Magazine.
“Não posso depender de algo que não tenho, agora tenho tudo e me sinto mais feliz que nunca.” – , baterista do McFLY.
Fim
Nota da Autora (07/08/2013): Finalmente entregue! Eu tenho que dizer que honestamente já havia esquecido dessa fanfic prometia que ia postar, e levava o caderno que continha a história inteira de um lado pro outor, sempre dizendo que ia digitar e tudo mais e nunca fazia. Ontem eu finalmente digitei e já entreguei a beta! Queria agradecer as pessoas que me encontraram no twitter e me incentivaram a postar para vocês, as outras pessoas que leem, gostam e comentam e a minha beta que fez todo o trabalho do script para mim.
É esse o fim, eu espero que vocês tenham gostado, e prometo tentar escrever novas histórias e postar para vocês. Até mais, beijos!
Twitter: @flavscoelho
Nota da Beta: Brotos, caso tenha algum erro de português/script/html, não usem a caixa de comentários, entrem em contato comigo pelo twitter ou por e-mail.