Autora: Lari Gomes
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Capítulos 15 em diante: Amy Moore



Prólogo.

Dean e Sam dormiam em um quarto de motel qualquer, cada um em uma cama de solteiro. O celular começou a tocar insistente em cima do criado mudo. Sam resmungou chamando Dean, mas esse nem se moveu, então ele pegou o celular e com uma voz sonolenta o atendeu.
- Alô.
- Sammy, é você? - a voz rouca inconfundível perguntou.
- Pai? Pai. Tudo bem? - Sam perguntou, sentando-se na cama ansioso, chocado, feliz.
- Tudo bem, filho.
- Procuramos você por toda parte. Não sabemos onde está, se está bem. - disse Sam, olhando pro Dean acordando.
- Sammy, eu estou bem. E você e o Dean, estão bem?
- Pai, estamos bem. Onde você está? - Sam perguntou aflito e Dean se sentou rapidamente na cama ao ouvir a palavra "Pai".
- Eu não posso dizer.
- O quê? Por que não? - perguntou indignado.
- É nosso pai? - perguntou Dean curioso.
- Eu sei que é difícil de entender, você vai ter que confiar em mim.
- Tá caçando não é? A coisa que matou a mamãe.
- É, Sam.
- Sabe onde ele está?
- Sei, já estou quase chegando nele.
- Então podemos ajudar...
- Não podem, não podem se envolver. - John interrompeu o filho mais novo.
- Por que não? - Sam perguntou meio nervoso.
- Me passa o telefone. - disse Dean.
- Sam, por isso liguei, você e seu irmão tem que parar de me procurar. Eu quero que você anote uns nomes.
- Nomes? Que nomes? Pai, conversa comigo, fala o que tá acontecendo.
- Não temos tempo pra isso. Estou dando uma ordem, vocês param de me procurar e fazem o trabalho. Estão me entendendo?
Assim que Sam abriu a boca para responder ao seu pai, Dean tomou o celular de sua mão. - Pai, onde está? - Dean ouviu o que seu pai tinha a dizer e olhou para Sam - Sim, senhor. - pegou uma caneta e um papel - Já peguei a caneta, quais são os nomes?


I - Espantalho


- Os nomes que o papai disse não de casais? - Sam perguntou enquanto dirigia, prestando atenção na estrada.
- Três casais diferentes, os três sumiram. - disse Dean enquanto analisava um mapa.
- Todos são de cidades e estados diferentes?
- Isso aí. Washington, Nova York, Colorado, cada casal viajava pelo país e nunca chegava ao destino.
- O país é grande, eles podem ter sumido em qualquer lugar, Dean.
- É, mas todos eles passaram pelo mesmo lugar de Indiana. Sempre na segunda semana de abril, um ano após o outro. - Dean disse, levantando a sobrancelha.
- Essa é a segunda semana de abril?
- É.
- Então papai nos mandou pra Indiana para caçar aquela coisa antes que outro casal suma?
- Isso aí. - Dean disse, concentrado no mapa e nos nomes. - Já pensou conseguir sacar um padrão desses? Todos os óbitos que o papai pesquisou. O cara é um mestre.
Sam começou a parar o carro no encostamento, fazendo Dean tirar a atenção dos mapas.
- O que foi?
- Não vamos pra Indiana. - disse ele, tirando as mãos do volante.
- Não? - O irmão mais velho perguntou confuso.
- Não. Vamos pra Califórnia. O papai ligou de lá. Código de área de Sacramento.
- Oh, Sam.
- Dean, um demônio matou a mamãe e a Jess e o papai tá chegando perto. A gente tem que estar lá pra ajudar.
- Nosso pai não quer nossa ajuda.
- Eu não tô nem aí.
- Ele nos deu uma ordem. - Dean disse, já se irritando com a teimosia do irmão.
- Eu não estou nem aí, não temos que fazer tudo que ele manda.
- Sam, nosso pai quer que a gente trabalhe pra salvar vidas, é importante.
- Tá legal, eu entendo, eu entendo, mas to falando de uma semana, pra ter respostas. E ter vingança.
- Tá legal, eu sei o que você sente... - Dean começou a falar com calma, mas foi interrompido.
- Sabe? Quantos anos tinha quando a mamãe morreu? Quatro? A Jess morreu a seis meses. Como pode querer saber o que eu sinto? - Sam disse, levantando um pouco o tom de voz.
- Papai disse que é perigoso, se ele disse pra ficar longe, ficamos longe.
- Eu não consigo entender essa fé cega que você tem no papai. Você nem questiona o que ele diz.
- É porque eu sou um bom filho. - disse Dean, levantando o tom de voz.
Sam simplesmente saiu do carro, fechando a porta com força, Dean saiu logo em seguida e viu Sam pegando suas coisas no porta malas.
- Você é muito egoísta, sabia? Só faz o que quer. Não ta nem aí para os outros. - Dean disse, aproximando-se do irmão.
- É o que acha mesmo? - Sam perguntou, ajeitando a mochila nas costas e encarando o irmão mais velho.
- É isso.
- Então o egoísta aqui está indo pra Califórnia. - disse Sam, pegando as suas malas, e saiu andando na direção oposta a que dirigia anteriormente.
- Tá falando sério?
- Tô.
- Vai ficar sozinho no meio da noite, eu vou me mandar e largar você aí. - Dean ia aumentando o tom de voz conforme Sam se afastava.
- É isso mesmo que eu quero. - Sam disse, parando e se virando para o irmão.
Dean ficou um tempo a olhar para o irmão mais novo, mas fechou o porta malas e entrou no carro seguindo seu destino. Sam respirou fundo e voltou a andar pela escura estrada.

~~

Dean chegou na cidade, parando o carro perto de uma calçada qualquer, pegou o celular e procurou na agenda o número de Sam. Ficou olhando para celular, pensando se ligava ou não para Sam, mas desistiu e acabou fechando-o e saindo do carro. Seu orgulho estava sendo mais forte que a preocupação. Ele andou até um homem que estava sentado em um banco na frente do "Scotty's Cafe".
- Você deve ser o Scotty. - Dean disse sorridente.
- Sou. - O homem respondeu mal humorado.
- Oi, eu sou o John Bonham.
- Não é o baterista do Led Zeppelin?
- Bom, um fã do rock clássico.
- No que posso ajudar? - Quero saber se você viu essas pessoas. - Dean perguntou, entregando dois folhetos de desaparecidos no nome do Holly e Vince Parker.
Scotty analisou as fotos.
- Não. Quem são?
- São meus amigos, eles sumiram a quase um ano. Eles passaram por aqui...
- Desculpe. Não passam muitos estranhos por aqui.
Uma mulher apareceu na porta.
- Uma garota apareceu perguntando sobre eles ontem.
- Sabe onde posso encontrá-la? É que as vezes é minha amiga também.
- Não, ela saiu dizendo que iria ver se alguém os tinham visto, desculpe.
- Tudo bem. - Disse Dean, pegando os folhetos dos desaparecidos.
Ele andou pela cidade até avistar posto de gasolina. Um homem e uma mulher estavam atrás do balcão e Dean se aproximou com os folhetos em mãos.
- Oi, é eu queria saber se já viram esses jovens. Eles sumiram a um ano, vocês conseguem lembrar se eles não pararam para abastecer aqui?
O Homem e a Mulher sorriram simpáticos e analisaram as fotos.
- Não, Não me lembro. Disse que eram seus amigos? - O homem perguntou.
- Isso.
- O cara tem um tatuagem? - perguntou uma garota loira que estava entrando no local.
- Tem sim. - Dean respondeu, mostrando as fotos pra ela.
- Lembra deles? recém casados? - ela perguntou para o homem.
- É você tem razão. - disse o homem pensando melhor - Pararam para abastecer, ficaram uns 10 minutos.
- Lembra de mais alguma coisa?
- Eu ensinei como pegar a inter estadual e depois eles foram embora.
- Pode me indicar a mesmo direção? - Dean perguntou.
- Claro.

Dean estava dirigindo na mesma estrada que Vince Parker dirigia a um ano atrás quando o medidor de ondas eletromagnéticas começou a fazer o tão conhecido barulho. Havia algo que errado naquele lugar. Dean parou o carro e olhou o medidor, ele estava no máximo. Dean desceu do carro e começou a andar pelo velho Pomar. Não demorou muito e avistou um espantalho, ele andou até ficar de frente com este.
- Coisinha feia, hein.
Dean continuou olhando o espantalho, pegou uma escada ali perto e subiu para ver a coisa mais de perto, algo em seus braço direito o intrigava. Ele pegou o folheto de desaparecido de Vince Parker, olhou para a foto e viu a tatuagem do cara, o espantalho estava com a mesma tatuagem.
- Interessante, não?
Dean se segurou na escada para não sair e olhou para trás. Uma garota de cabelos negros e pele clara o olhava, ela era linda, estava vestida em uma calça Jeans, tênis e uma regata branca.
- Eu diria feio. - ele disse, descendo as escadas.
- Não estou falando do espantalho em si. Falo da tatuagem. - ela respirou fundo, olhando pro espantalho. - você não mora aqui, né?
- Nem você. - Dean disse, colocando as mãos nos bolsos das calças.
- Como sabe? - ela perguntou, erguendo a sobrancelha.
- Se morasse saberia que não moro aqui.

- É. - Ela sorriu e deu de ombros - Sou . - disse, estendendo a mão em comprimento.
- Sou Brian Jones.
- Guitarrista do Rolling Stones. - ela disse sorrindo - Acho que não.
- Ok. - ele sorriu - Sou Dean.
- Martin?
- Não, só Dean.
- Ah! Ok, só Dean.
- Então, se não mora aqui, o que faz aqui? - Pelo o visto o mesmo que você. - ela apontou para os folhetos dos Parker's.
- Ah! Você é a garota que estava procurando por eles também.
- Sim. - ela disse, olhando para o espantalho. - Era amigo do Vince?
- Sim, estudamos juntos no colegial.
- Legal, eu era amiga da Holly, mas já tinha conhecido o Vince.
- Holly era um garota legal.
- Era. - ela respirou fundo - Bom, acho que já vou, não encontrei nada por aqui.
- É, eu também não. Só vou dar uma passada na cidade.
- Eu também, tenho que abastecer o carro e talvez comer algo.
- Então vamos juntos. - Dean disse, saindo andando na frente.
- Vamos. - a garota o seguiu, ainda olhando para o espantalho.
- Pomar bonito, não?
- Bem cuidado. - ela sorriu, olhando para frente. - Aquele é o seu carro?
Ele sorriu dando de ombros, todo convencido.
- É um Chevy...
- Impala 67, que lindo.
- Gosta de carros Clássicos?
Ela sorriu, apontando para um carro preto com duas listras brancas em cima, que estava estacionado um pouco mais a frente no encostamento da estrada.
- Claro, acho que meu carro diz isso por mim.
- NOSSA, um camaro ss 69. Que maneiro.
- É. - ela sorriu dando de ombros.

Dean parou seu impala e parou seu camaro preto. Ele desceu do carro e olhou para o camaro enquanto a garota descia.
- Ainda não acredito que você curte carros clássicos.
- Claro que curto, eu simplesmente amo o meu camaro. E me apaixonei pelo seu impala.
Ele sorriu para ela e olhou para o lado.
- Oi, Emily. - Dean disse assim que viu a garota loira se aproximar.
- Ainda procurando pelo seus amigos? - ela perguntou.
- É. - ele sorriu - Emily essa é a , amiga da Holly.
- Prazer. - as duas apertaram a mão em comprimento.
- Prazer. - sorriu - você é daqui mesmo? - ela perguntou, encostando-se no impala.
- Vim pra cá com treze anos, meus pais morreram em um acidente e passei a morar com meus tios.
- Eles são gente boa. - Dean comentou.
- Só tem gente boa por aqui.
- Então é o vilarejo perfeito? - Dean perguntou.
- É, é isolado, mas eu gosto.
- Percebi. - disse baixinho, mas os dois a ouviram. - Digo, aqui é realmente perfeito, calmo, um bom lugar pra se morar.
- É, aqui. Todo mundo é abençoado.
Dean e respiraram fundo, ficando em silêncio por uma fração de segundo.
- Você já foi ao pomar? Viu aquele espantalho? - Dean voltou com as perguntas.
- Aham, ele me dá medo. - Emily respondeu.
- Não só em você. - disse, passando as mãos pelos braços.
- E de quem é? - olhou para Dean ao ver o interesse dele no espantalho.
- Não sei, sempre esteve lá.
- Sinistro. - comentou - O carro é do seus tios? - foi a vez dela de perguntar apontando pra camionete vermelha.
- É, de um cliente. Deu problema.
- Por acaso não é de um casal? - Dean perguntou em seguida.
- É sim.
Dean e se entre olharam com a mesma expressão. As próximas vítimas estavam na cidade.
- Obrigada, Emily. , precisamos conversar. - ele disse, puxando a garota morena pelo braço pra longe da garota loira.
- Você não é amiga da Holly. - ele sussurrou para que ninguém ouvisse.
- E nem você do Vince. - ela também sussurrou - Qual seu sobrenome?
- Winchester e o seu?
o olhou surpresa.
- . Como chegou aqui?
- Meu pai me mandou até aqui. E você?
- Contei pro seu pai que vinha até aqui. - ela respirou fundo - Não acredito que o John ainda acha que não sou capaz de caçar sozinha.
- Como assim? - Dean perguntou sem entender. - Conhece meu pai?
- Conheço, mas é uma longa história, vamos dizer que seu pai era amigo dos meus pais que também eram caçadores, só que eles morreram e agora seu pai se acha responsável por mim e por isso está mandando você de babá. - ela disse, cruzando os braços - em falar nisso, cadê o mais novo?
- Ele decidiu ir atrás do papai. - Dean respirou fundo.
- Entendi. - disse, olhando pela janela do Scotty's Cafe - casal a vista, Dean.
Dean olhou para o mesmo lugar que ela.
- Acho que são eles.
- Também acho. - disse, andando em direção ao Scotty's Cafe. Os dois entraram no Scotty's Cafe de mãos dadas.
- Oi, Scotty. - Disse Dean ao velho senhor. - eu quero um café preto. E você, ?
- Um pedaço dessa torta de maçã. - ela disse, apontando para a torta em cima da mesa do casal.
Dean se sentou e olhou para , eles não tinham um plano, tinham que improvisar.
- Tudo bem? - Dean perguntou ao casal.
- Tudo. - os dois responderam em uníssono.
- Estão de passagem?
- Estamos viajando. - a mulher respondeu sorrindo.
- É, nós também. - sorriu para a mulher.
- Acho que eles querem comer em paz. - Disse Scotty ao se aproximar da mesa, colocando a fatia de torta de e cima da mesma.
- Só estamos batendo um papinho. - Dean disse, reencostando-se na cadeira - E cadê o cafezinho que pedi? - ele se virou para o casal. - O que estão fazendo na cidade?
- Paramos para abastecer e o cara do posto salvou nossas vidas. - disse a mulher.
- É, o óleo de freio estava vazando e a gente nem percebeu. Ele vai dar um jeitinho. - disse o homem sorrindo.
- Gente boa. - disse .
- É. - o homem concordou.
- E quando é que fica pronto? - olhou para Dean o repreendendo, estava fazendo perguntas demais, ele a ignorou.
- Fim da tarde.
- Tanto tempo? Pra arrumar um freio?
- É.
- Eu entendo de mecânica posso arrumar pra vocês rapidinho e não vou cobrar nada.
- Muito obrigada, mas eu prefiro um mecânico. - disse a mulher desconfiada.
- É que essas estradas são muito perigosas a noite, vocês podem estar correndo perigo.
- Sabe, nós queremos comer. - o homem disse já irritado.
chutou Dean por debaixo da mesa, ele estava estragando tudo. A porta do Scotty's Cafe se abriu e o xerife da cidade entrou.
- Obrigado por vir, xerife. - disse Scotty, andando até o policial.
O xerife andou até a mesa de Dean e logo depois de Scotty sussurrar algo em seu ouvido.
- Quero falar com vocês.
- Qual é! Estamos tendo um dia difícil. - disse Dean.
- E não quer que piore.
- Não. - disse antes que Dean estragasse tudo de vez.
Os dois se levantaram e seguiram o Xerife até a saída do Scotty's Cafe.
- Vão sair da cidade agora.
- Mas...
- Mas nada, mocinha. Vão sair da cidade ou serão pressos.
respirou fundo e olhou furiosa para Dean.
- Claro. - disse por fim indo em direção ao seu carro.
Dean e entraram cada um em seu carro e foram seguidos pelo xerife até a saída da cidade. Os dois pararam seus carros em um encostamento de uma estrada perto de Burkitsville, saiu de dentro do carro impaciente.
- O que foi? - Dean perguntou, saindo de seu carro também.
- Você foi burro demais em fazer todas aquelas perguntas. Assustou eles e conseguiu que nos expulsassem da cidade.
- E você ajudou muito ficando calada.
- Eu estava pensando em um plano. - ela aumentou o tom de voz irritada.
- Eu estava colocando o plano em pratica. - Dean disse, cruzando os braços, também irritado.
- Grande plano. - ela disse bufando.
- Grande rapidez em raciocinar. - Dean disse baixinho.
- Quer saber, vou dar um jeito nisso sozinha. - Dizendo isso, a garota entrou no seu camaro e foi embora.
- Ótimo, Dean, sozinho mais uma vez. - ele falava sozinho ao ver o carro dela sumir do seu campo de vista.

xx

Já era noite e o casal que Dean e haviam conversado no Cafe estavam andando pelo pomar.
- Não acredito que o carro quebrou, acabamos de concertar. - disse a mulher, segurando-se no braço do marido.
- Eu sei. - ela disse meio irritado.
Os dois continuaram andando até ouvirem um barulho no meio das folhagens. Logo o espantalho apareceu na frente deles e ambos sairam correndo desesperados quando deram de cara com um Dean com uma arma em mãos.
- Voltem pro carro.
Dean começou a atirar no espantalho e a correr junto com o casal para fora do pomar, quando passaram pela entrada do local, a coisa sumiu.
- O que era aquilo? - o homem perguntou aflito.
- Nem queira saber. - disse atrás deles, cruzando os braços.
Dean sorriu olhando pra garota.
- Achei que ia resolver isso sozinha.
- Deixei você entrar em ação um pouco. - ela sorriu de volta – Ok, confesso que exagerei.
- Confesso que meu plano foi ruim. - Dean deu de ombros.
- Tá desculpado.
- Tá desculpada. - ela disse, bagunçando o cabelo dela. - Vamos dar um fora daqui?
- Todos concordaram. Claro.

~~

- Um espantalho?
- É, aqui é uma cidadezinha legal, Burkitsville, Indiana.
- E o casal não morreu? - Sam perguntou do outro lado da linha.
- Não. Eu sei me virar sem você, sabia?
- Alguma coisa está dando vida a ele. Um espirito...
- Não é mais que um espirito, Sam. É um Deus, um Deus pagão.
- Por que acha isso?
- O ciclo anual da matansa. O fato das vitimas serem sempre um homem e uma mulher rito de fertilidade. Você deveria ver o pessoal daqui, o jeito que trataram o casal, dando comida como se fossem Perus de natal.
- A última refeição para as vitimas do sacrificio.
- É, parece um ritual para agradar um Deus pagão.
- Primeiro um Deus possui um espantalho...
- O espantalho recebe o sacrifício e garante mais um ano de colheita boa e sem doenças.
- Você sabe que Deus é esse?
- Não, ainda não.
- Quando descobrir o que é vai saber como matar.
- Eu sei, alguém já está fazendo isso pra mim. Sabe como é que é, né? Já que não tenho mais o meu fiel escudeiro pra fazer pesquisa, então...
- Meu irmão, se acha que precisa de ajuda é só pedir.
- Eu não acho nada... Na verdade, eu quero que você saiba... não pense que...
- Tá, me desculpe também.
- Sam, você tá certo. Tem que correr atrás e viver sua própria vida.
- Isso é sério?
- Você sempre sabe o que quer e corre atrás, você sempre infrentou o papai. Eu queria... eu... Admiro isso em você. Me orgulho de você.
- Eu nem sei o que dizer.
- Só diz que vai se cuidar.
- Eu vou.
- Me liga quando achar o papai.
- Tudo bem. Tchau, Dean.
Dean desligou o celular e olhou para a mesa onde estava sentada com o notebook aperto, mas olhando para ele e não pro aparelho.
- Que foi? - ele perguntou, sentando-se na cama.
- Você se preocupa bastante com o seu irmão. Isso é legal.
- Valeu. - ele disse sorrindo. - O que achou.
- Os imigrantes de Burkitsville são do norte da europa, eles tem vários Deuses pagãos, mas... Aqui, olhe isso.
Dean se levantou da cama, foi para trás da cadeira da garota para ler melhor e se inclinou. - Os Vanir's eram deuses nordicos de proteção e prosperidade. Eles protegiam os assentamentos. Algumas villas erguiam ervinges do Vanir nos campos, outras praticavam sacrificios humanos, um homem e uma mulher.
- Esse Vanir é energia que brota da árvore sagrada.
- E se queimarmos a árvore?
- Aqui não diz nada sobre isso, Dean. - ela disse, levantando a cabeça pra olhá-lo. - Podemos tentar. - ele disse, olhando para ela.
Eles estavam perto, perto demais.
- Não sei.
Dean ficou parado olhando pra ela, o "podemos tentar" dele e o "não sei" dela não eram mais sobre o deus pagão. Ela tinha um cheiro bom que transmitia paz pra ele mesmo naquele caos. Ele se aproximou dela devagar, inclinando mais o corpo, e quando já podia sentir sua respiração bem perto, alguém bateu a porta. deu um pulo da cadeira e Dean se afastou rapidamente indo em direção à porta.
Ele abriu a porta, mas antes que pudesse dizer algo, levou uma pancada na cabeça, caindo desacordado no chão. O Xerife olhou então para , apontando-lhe uma arma. - Você decide se vai por bem ou por mal.

~~

- Droga Dean, vão matar a gente. - disse, tentando se soltar da corda que a prendia em uma das árvores onde os dois estavam presos.
Ambos tentavam se soltar em vão.
- Vão nos sacrificar. - ele deu de ombros - Tem mais classe, eu acho.
- Mas que droga.
- Só espero que a torta de maçã valha a pena.
- Só espero que pare de brincar. - ela disse, começando a se irritar - Qual o plano?
- Tô pensando.
Os dois ficaram em silêncio por um longo período.
- Não tem um plano, não é?
- Eu estou pensando. - ele olhou para ela - Você deveria pensar também.
- Não sou tão rápida como você, lembra?
- Engraçadinha. - ela disse com sarcasmo - Pode ver ele?
- Não dá pra ver daqui.
- Droga, o que vam...
- Ai meu Deus. Ai meu Deus. - sussurrou assustada vendo algo se mover em direção a eles, talvez fosse o fim.
- O que foi? - Dean perguntou aflito, tentando se soltar.
- Dean!
Sam apareceu vindo da direção que olhava. Fazendo o Irmão respirar fundo ao vê-lo.
- Eu retiro tudo o que eu disse. Que bom ver você. - Dean disse enquanto Sam tentava desamarrá-lo - Como chegou até aqui?
- Ham, eu... Eu roubei um carro.
- Ah, garoto. - Dean soltou uma gargalhada - Fica de olho no espantalho, ele revive de repente. - Que espantalho? - perguntou Sam olhando ao redor.
Dean terminou de se soltar e os dois olharam para onde o espantalho deveria estar. Ficaram surpresos ao verem que não havia nada, ele já havia acordado.
- Eu preciso de uma ajuda aqui, sabia? - disse, tentando se soltar.
- Desculpa. - Dean se aproximou da garota, soltando-a. Ela se levantou com a ajuda dele.
- VAMOS, GENTE! - Sam gritou ao ver o espantalho de aproximar ao longe.
Os três saíram correndo o mais rápido que podiam.
- QUAL O PLANO? - gritou, ainda correndo.
- Tem um galão de gasolina perto da saída do pomar junto com uma arma, eu e o Dean vamos até lá e você distrai ele.
- O QUÊ? - Dean e perguntaram em uníssono.
- Único jeito. - Sam disse olhando para trás e viu que o espantalho não estava mais lá, então os três pararam de correr - Consegue correr muito rápido?
- Ok. - Disse , respirando fundo. - Eu consigo sim.
- Ta louco, Sam, se algo acontecer com essa garota estamos ferrados.
- Confiem em mim. - Sam se virou, correndo para a entrada do pomar.
Dean olhou para por um tempo e foi atrás do irmão. Ela estava sozinha agora. respirou fundo mais uma fez e ficou parada esperando algum barulho, uma coisa daquele tamanho não conseguiria chegar tão perto dela sem fazer barulho.
Dean e Sam corriam em direção a entrada do pomar. Dean pegou o galão de gasolina e Sam entregou a caixinha de fósforo pra ele, pegando a arma logo em seguida.
- Cuidado, Dean.
- Você também, agora vai logo.
Cada um foi para um lado, Sam corria o mais rápido que podia para encontrar , Sam ouviu um grito da garota e tentou correr mais rápido ainda. Quando a encontrou, a garota corria em sua direção, mas tropeçou em algo. O espantalho era mais rápido do que Sam imaginava. Ele atirou na coisa, tentando retardar os passos dele enquanto se levantava. Quando ela se levantou, os dois começaram a correr para fora dali, Sam atirava as vezes no espantalho para atrasá-lo, então os dois respiraram mais aliviados quando pisaram fora do pomar.
- Cadê o Dean? - perguntou, olhando em volta.
- Droga, ele ainda está lá. - disse Sam aflito olhando para o pomar. - Eu vou lá.
- NÃO, tá maluco? Dean vai consegui se virar. - ela disse, mas para se convencer do que convencer a Sam.
Dean apareceu correndo pelo pomar até se aproximar dos dois, Sam e abriram um sorriso ao vê-lo bem.
- Cara, foi moleza.
- Ah! foi. - disse cansada. - na próxima você vai ser a isca. Aí vamos ver se é "moleza".
Sam sorriu da cara de cansada de .
- Desculpa, próxima vez você não será a isca.
- Bom mesmo. - ela disse, dando um leve soco no ombro dele.

II - Rota 666


olhou para a fachada do motel, era noite e ela não acreditava que estava ali, andou em direção ao quarto número quinze. Respirou fundo, pensando se era a coisa certa a se fazer, ela estava preocupada, não estava? Então tinha que fazer, mas não queria, sabia muito bem que isso só a ligaria mais a eles. Mas talvez fosse tarde, afinal, se você se preocupa com alguém é porque você já está ligado a essa pessoa, já se apegou a ela. Ela colocou a mala no chão e levantou a mão pronta para bater na porta, mas antes que pudesse fazê-la, esta foi aberta. Uma mulher de cabelos loiros, pele clara e olhos castanhos apareceu, deixando a porta aberta, dentro do quarto Dean estava de pé olhando para as duas, parecia surpreso com a presença de .
- Oi. - ela disse, dando um meio sorriso para a garota loira e ajeitando sua mochila nas costas.
- Oi. - a loira sorriu de volta pra ela e se virou para Dean - a gente se vê.
- Claro. - Dean disse em um tom baixo, quase inaudível.
A mulher loira saiu logo em seguida, deixando a porta aberta e e Dean a se olharem.
- Oi. - ela foi a primeira a quebrar o silêncio - É... Acho que está tudo bem com você, então já vou.
Ela se virou para ir embora, mas antes que percebesse Dean já estava a segurando pelo braço.
- Não vai.
- Preciso ir, só vim ver se estava tudo bem com você, Dean - ela se soltou das mãos dele - e vejo que está muito bem.
- Não é nada do que está pensando, vamos entrar?
respirou fundo.
- Não, tenho que ir.
Ela se virou para ir embora, mas mais uma vez Dean a pegou pelo braço e desta vez a puxou pra dentro do quarto, pegando sua mala no chão e fechando a porta em seguida.
- Posso falar? - ele perguntou, jogando a mala dela em cima da cama.
- Fala - ela cruzou os braços e começou a bater o pé - mas fala rápido.
- Tá nervosinha? - Dean perguntou abrindo um sorriso - ciúmes da Laila?
- HAM? Claro que não, Winchester. - respondeu, sentando-se na cama e tirando a mochila das costas. - só achei que estava mal e quando chego aqui... Vejo que está bem, então não tenho mais o que fazer aqui.
Ela deu de ombros, Dean andou até a cama e se sentou ao lado dela.
- Tava preocupada comigo? - Claro, recebi um recado do Sam dizendo que você teria no máximo um mês de vida.
- É, mais ou menos isso, mas fui curado.
- Curado?
- Longa história, depois te conto. - ele disse, coçando a cabeça.
- Ok.
A porta se abriu e Sam entrou rapidamente.
- Dean, acho que podemos chegar à Pensilvânia antes que pensávamos... - Sam parou de falar assim que percebeu a presença da garota. – !
- Oi, Sam. - ela disse, levantando-se e dando um abraço apertado em Sam - quase me matou de preocupação.
- É, desculpe pelo recado desesperado.
O celular de Dean começou a tocar e ele se distanciou para atender.
- Ta tudo bem com ele? - sussurrou para Sam.
- Está, não tem noção das coisas que aconteceram aqui.
- Imagino. - ela disse, olhando para Dean.
- Sabia que viria - Sam disse, dando um sorriso maroto.
- Não. Pare de pensar essas coisas, eu só me preocupo porque são meus amigos. - Sei...
Dean se aproximou, colocando as mãos no bolso.
- Não vamos pra Pensilvânia.
- Como é? - Sam perguntou sem entender.
- Acabei de falar com uma velha amiga, o pai dela foi morto ontem à noite e ela acha que pode ser um dos nossos.
- Como pode ter certeza disso? - perguntou, encostando-se a cabeça no braço de Sam.
- Acredite, ela não ligaria, nunca, se não precisasse mesmo da nossa ajuda. - Dean disse, pegando as malas enquanto e Sam se entreolhavam - e aí, vão ou não? - dizendo isso, o irmão mais velho saiu do quarto.
- Vai com a gente? - Sam perguntou, pegando suas malas.
respirou fundo.
- Não sei, Sam...
- Vamos, vai ser legal - ele fez uma cara irresistível de pena.
- OK, OK. Gato de bota. - ela disse rindo e pegando sua mochila e sua mala - Vamos!

~~

- Onde deixou seu carro? - Sam perguntou, virando-se um pouco para o banco de trás.
- Na casa de um velho amigo - ela respondeu, ainda olhando para o celular - ele está arrumando algumas coisas pra mim.
- Hum.
Sam se virou para frente e ficou pensativo por alguns segundos.
- Dean... O que velha amiga quer dizer? - Sam perguntou com um meio sorriso no rosto.
- Amiga que não é nova. - Dean respondeu, sem tirar os olhos da estrada, com uma expressão séria.
parou de jogar no seu celular e começou a prestar atenção na conversa.
- Tá, legal - Sam deu uma pausa, cruzando os braços - o nome dela é Cassie, né? Você nunca falou dela.
- Nunca?
- Não.
- A gente saía.
- Então quer dizer que já namorou alguém por mais de uma noite? - perguntou, colocando a cabeça entre os bancos da frente com cara de surpresa.
- Será que eu 'to falando grego? Nosso pai e eu fizemos um trabalho em Atalhense, Ohio, ela tava na faculdade e a gente namorou um tempo.
- É - ela disse, encostando-se novamente do banco de trás – Olha, é triste a morte do pai dela, mas parece um acidente de carro comum, eu não vejo nenhuma relação com o que fazemos. - Aliás - Sam disse, descruzando os braços e de virando para o irmão - como ela sabe o que fazemos?
Dean ficou em silêncio olhando para estrada, sentindo-se constrangido.
- Você contou? - Sam perguntou indignado - contou pra ela o segredo. A primeira regra da família: Fazemos o que fazemos e não falamos sobre isso. Eu passei um ano e meio mentindo pra Jéssica e você sai com uma garota lá de Ohio e conta todos os nossos segredos pra ela.
- Eita - sussurrou no banco de trás.
- DEAN - Sam gritou quando seu irmão não o respondeu.
- É o que parece. - Dean respondeu frio.
Sam respirou fundo para falar algo.
- AI MEU DEUS, MORRI. - gritou do banco de trás e em seguida colocou a cabeça novamente entre os bancos da frente - Sam, sua vez.
Sam pegou o celular das mãos de e todos ficaram em silêncio, só uma música no fundo e o barulho do jogo eram ouvidos.

~~

Dean desceu do carro e andou até a porta de uma casa. Sam e desceram logo em seguida e o seguiram até a varanda. Não de morou muito para que uma garota de pele morena e cabelos cacheados aparecesse pela frecha da porta.
- Dean - ela disse, parecendo aliviada.
- Oi Cassie. - ele disse, encarando-a, e o silêncio tomou conta por alguns segundos, ele pigarreou a garanta e apontou para Sam - Esse aqui é meu irmão, Sam.
- Oi - Cassie disse baixinho.
- E essa é a perguntou curiosa.
- Ele jurou que viu um caminhão preto que o seguia.
- Um caminhão? E quem é o motorista? - foi a vez de Sam perguntar.
- Ele não falou do motorista, só do caminhão. Ele disse que ia e vinha. E no acidente, o carro ficou amassado como se tivesse batido em uma coisa bem grande.
- Tem certeza que o carro não estava amassado antes? - perguntou com dúvida.
- Ele era vendedor de carros, sempre dirigia um novo, não tinha nenhum arranhão. Choveu muito naquela noite, tinha lama por todo lado. Tinha uma trilha clara de pneus enlameados do pai indo direto à beira, até ele cair. - ela diss,e abaixando a cabeça e segurando o choro. - Só uma trilha, a dele.
- E o primeiro que morreu - Dean disse, arrumando-se no sofá - era amigo do seu pai?
- O melhor amigo dele, eles trabalhavam juntos. A mesma coisa, amassado sem trilha. A polícia disse a mesma coisa sobre o pai, que ele tinha perdido o controle do carro.
- Sabe de algum motivo pro seu pai e o amigo dele serem alvos? - perguntou, encostando-se no braço de Sam.
- Não.
- E foi esse caminhão fantasma que tirou eles da estrada? - Sam perguntou em seguida.
- Quando você fala desse jeito eu... - ela respirou fundo – olha, eu sou meio cética com essa coisa de fantasma ou seja lá o que isso for.
Dean deu uma risada sarcástica.
- Cética? Se eu me lembro, você me chamou de maluco.
- Naquela época.
- Hum.
- Agora eu não consigo explicar o que aconteceu. Então eu te chamei. - ela deu um meio sorriso. A porta foi aberta e todos se calaram, olhando na direção da mesma.
- Mãe? Onde você foi? - Cassie perguntou, levantando-se e indo em direção à senhora que entrava na casa aflita.
- Eu, eu. Não sabia que estava com visitas.
Os três se levantaram do sofá rapidamente.
- Mãe, esse é o Dean, um... Um amigo da faculdade, esse é o irmão dele, Sam, e aquela é a , amiga deles.
- Oi... É, desculpem... Eu não quero atrapalhar.
A senhora se virou para subir as escadas e se retirar da sala.
- Senhora Robson. - Dean chamou educadamente e ela se virou para olha-lo. - nossos pêsames... Será que... Poderíamos falar com a senhora um minuto?
- Eu não estou muito bem agora - ela disse, retirando-se do local rapidamente.
- É – disse depois de um segundos de silêncio - acho que está na hora de irmos.
- É - Cassie confirmou sem jeito.


~~

Dean e Sam estavam se arrumando na frente do espelho quando saiu do banheiro arrumando o vestido, os dois estavam conversando sobre Cassie. Não que não gostasse da garota, mas aquele papo sobre Cassie e Dean estava ficando chato.
- O que eu achei interessante é que vocês dois não se encaram ao mesmo tempo. Você olha quando ela não está olhando e ela faz o mesmo - Sam disse, olhando para o irmão. Dean não respondeu nada, só o encarou - foi só uma observação interessante. Eu digo, observadoramente falando.
- Acho que nós temos assuntos mais urgentes. - disse Dean sério.
- É. - entrou no meio dos dois - como arrumar essa gravata.
Dean ficou parado enquanto apertava a gravata.
- Ai se eu atingia ferida...
Dean tirou rapidamente as mãos de de perto dele fazendo ela se assustar.
- Vamos logo.
Ele saiu do quarto nervoso e olhou para Sam, repreendendo-o.
- Sam.
- Desculpa. - ele disse sorrindo.
- Vai logo.
Sam deu um beijo no rosto dela e saiu do quarto, aproveitou para pesquisar um pouco enquanto os meninos iam atrás de algo mais.
Umas duas horas depois, Dean e Sam entraram no quarto. Dean se jogou em uma das camas e Sam simplesmente se sentou na beirada dessa.
- O que descobriram? - perguntou, levantando-se da cadeira e tirando os óculos.
- Nada demais. - disse Sam, tirando a gravata - e você?
- Estive pensando... Sabe o holandês voador?
- Sei, um navio fantasma com o espirito maligno do capitão como parte dele - disse Dean, arrumando-se na cama - acho que pensou o mesmo que eu.
- É - ela disse dando de ombros - acho que sim.
- Do que estão falando? - Sam perguntou sem entender.
- E se estamos lidando com a mesma coisa? - Dean disse, sentando-se na cama - Um caminhão fantasma, a extensão de algum fantasma maldito.
- Todas as vítimas eram homens negros - disse Sam.
- Acho que é mais do que isso. - disse pensativa, andando de um lado para o outro do quarto - todas as vítimas estavam ligadas a família da Cassie.
- Ok, que tal você Dean verificar isso. Vai falar com ela.
- É, eu vou.
- Aproveita e fala daquela outra coisa. - Sam disse, virando-se para Dean.
- Que outra coisa? - Dean perguntou sem entender.
- Aquela história mal resolvida. Dean, o que tem entre vocês?
respirou fundo e se sentou na cadeira em frente ao notebook.
- A gente tava mais envolvido do que eu contei.
- Ah! Sei - o irmão mais novo disse sorrindo.
- Ok, bem mais. Eu contei o segredo do nosso trabalho. Eu não devia.
- Olha, irmão, todo mundo precisa se abrir com alguém algum dia.
- Mas eu não. Eu fui idiota de me expor e agora deu nisso.
Sam apenas sorriu.
- Quer parar com isso - disse Dean aflito - fica me olhando assim.
- Amava ela.
- Qual é. - Dean se levantou e começou a andar em direção ao banheiro.
- Você estava apaixonado e dispensou a garota?
Dean parou de frente com a porta do banheiro, mas não disse nada.
- Acho que foi o contrário, Sam.
comentou, olhando para Dean. Ele não disse nada, só entrou no banheiro. e Sam ficaram a olhar a porta.

~~

O celular tocava insistente e enrolou uma toalha do corpo e saiu o mais rapidamente do banheiro para atender, deixando pegadas molhadas pelo caminho.
- Alô? - ? É o John.
- John! - a garota disse, feliz e aliviada - tudo bem?
- tudo sim, e por ai?
- Tudo bem. Recebeu meu recado?
- Sim. Ele está mesmo bem? Não preciso ir pra ai?
- Não, ele está bem. - ela disse, deitando-se na cama - Bem até demais.
- Por que “até demais”?
- Nada. Esquece, só não se preocupe, estamos todos bem.
- Que bom. Fico mais tranqüilo.
- O que descobriu do demônio?
- Estou perto, , mas não vamos falar sobre isso.
- ? - Dean perguntou, entrando no quarto.
- Tenho que desligar. - ela disse, levantando-se da cama e arrumando a toalha no corpo.
- Ok, se cuida.
- Você também. - ela desligou o celular e respirou fundo, olhando pra Dean. - Achei que iria demorar, tipo... A noite toda.
- Por quê? - Dean perguntou, fechando a porta e se encostando na mesma.
- Sabe, resolvendo aquele assunto pendente entre você e a Cassie.
- Achou que eu ia passar a noite com ela?
- Uhum - ela confirmou, pegando sua mala e procurando algo para vestir.
- Achou que iria deixar você aqui sozinha com Sam?
- Ham? - se virou sem entender - está achando que eu queria ficar a sós com Sam?
- Por que não? - ele deu de ombros - parece nervosa porque eu voltei.
- Não é nada disso, ok?
- Então o que é? - ele perguntou, cruzando os braços - me fala.
- É só que... Desde que chegamos aqui, o único assunto de vocês dois é a Cassie. Eu só tô cansada disso.
- Por quê?
- Só estou cansada - ela respirou fundo, virando-se para continuar a procurar sua roupa na mala. - de tudo.
Dean a olhou dos pés a cabeça, ela tinha algo que o atraia tanto e ele nem sabia explicar o porquê daquilo, ele tentava evitar tanto, mas começava a ficar difícil, ele se aproximou dela.
- Eu e a Cassie conversamos, resolvemos que não tem futuro pra nós... Teve um beijo, mais nada. - DEAN! - ela gritou se virando pra ele - Você não me deve explicações e eu não tô com ciúmes de você com ela, ok? Eu só acho que eu não deveria ter vindo.
- Por quê?
- Porque eu deveria estar atrás da coisa que matou meus pais, mas seu pai não me deixa fazer isso, ele acha que sou indefesa demais pra matar um demônio sozinha.
Dean deu uma risada sarcástica.
- Então você está aqui por que meu pai mandou?
- Mais ou menos isso - ela disse, cruzando os braços.
- Hum, e eu pensando que era porque tinha ficado preocupada comigo.
- Por isso também - ela sussurrou, abaixando a cabeça - preocupada mais do que deveria.
Dean se aproximou um pouco mais da garota, colocando uma das mãos em seu rosto, ela tinha um rosto macio, um cheiro bom.
Sam simplesmente abriu a porta com algumas sacolas em mãos.
- Cheguei, .
Dean e se afastaram rapidamente.
- Eu vou me vestir - ela disse, entrando no banheiro.
- Chegou cedo - Sam disse com um sorriso maroto no rosto.
- Cala a boca, Sammy.
- Falando sério agora, vi várias viaturas passando aqui perto, acho que teve outra morte.
- Droga!

~~

estava andando de um lado para o outro do quarto sem entender o que se passava.
- Essa coisa saiu dos padrões matando o prefeito, ele é branco, diferente das outras vítimas, todas negras.
- Eu sei, tô procurando algo. - Dean disse, fazendo pesquisas no notebook.
- O que achou? - perguntou, sentando-se em uma cadeira ao lado de Dean.
- Estou querendo achar ligação entre os crimes dos anos sessenta e os de agora, mas no jornal não tem muita coisa.
- Parece que eles não deram muito importância as mortes.
Sam entrou no quarto e se sentou na cama com alguns papéis em mãos.
- Escutem, os registros do tribunal dizem que o prefeito e a senhora compraram um terreno abandonado e que anteriormente pertencia à família Dorian por 150 anos.
- Dorian? - Dean repetiu.
- É.
- Dean - disse pensativa
- Dorian é aquela família que a Cassie disse que era dona do jornal e de quase tudo por aqui.
- Saquei.
Dean fez uma pesquisa no notebook por Dorian nos arquivos do jornal local.
- Interessante.
- O quê? - Sam perguntou, aproximando-se dos dois.
- Sairus Dorian sumiu em abril de sessenta e três... Caso investigado, mas sem solução. Bem na época que ocorreu aquela série de crimes aqui.
- Eu achei uma papelada sobre a casa dos Dorian, deveria estar péssima quando o prefeito a comprou.
- Como assim?
- A primeira coisa que ele fez foi derrubar.
- Tem a data?
Sam passou os olhos pelo documento, procurando - Dia três, mês passado.
Dean fez uma nova pesquisa - O prefeito Toddy derrubou a casa dos Dorian no dia três, a primeira morte foi no dia seguinte.
se levantou da cadeira e voltou a andar de um lado pro outro do quarto.
- Ótimo, descobrimos quem é o maldito fantasma, mas não sabemos o que aconteceu, onde está o corpo, porque matou essas pessoas...
O celular de Dean começou a tocar e ele correu para atender.
- Alô... Oi Cassie... Cassie, calma! Cassie, se acalma já estamos indo.

~~

- Vocês deveriam dar uns tiros naquilo - Cassie disse, tomando um copo de água.
- Viu quem dirigia o caminhão? - Dean perguntou, colocando um dos braços ao redor dela.
- Parecia não ter ninguém, foi tudo tão rápido. Ai ele sumiu... Por que não nos matou?
- A coisa que controla o caminhão quer te assustar antes - Sam disse e depois se virou na direção da mãe de Cassie que estava sentada em uma poltrona ao seu lado. - Senhora Robson... A Cassie disse que o seu marido viu o caminhão antes de morrer.
Todos esperaram que ela respondesse, mas seu olhar estava perdido.
- Mãe?
- Martin estava muito estressado, não dá pra levar a sério o que ele via.
- Depois dessa noite podemos acreditar que ele viu um caminhão... Depois do que houve hoje, a senhora e a Cassie estão marcadas. Entendeu? - Dean perguntou, alterando a voz - Sua filha pode morrer. Então, se sabe de alguma coisa é uma ótima hora pra nos contar.
- Dean - e Cassie disseram quase ao mesmo tempo.
- Sim - disse a senhora Robson, passando a mão no rosto de nervosismo - sim, ele disse que viu um caminhão.
- E... - disse em um tom calmo - ele sabia de quem era?
- Ele achava que sim.
- E de quem era? - Sam perguntou no mesmo tom calmo que .
- Sairus... Um homem chamado Sairus.
- Esse Sairus?
Dean perguntou, mostrando uma cópia da matéria de jornal, mas a senhora nem olhou para o papel.
- Sairus Dorian, morreu a mais de quarenta anos.
Dean, e Sam se entre olharam.
- Como sabe que ele morreu? - Sam perguntou, olhando-a.
- No jornal diz que ele sumiu. - completou , mas a senhora permaneceu em silêncio. - Como sabe que ele morreu? - Dean perguntou alterado novamente.
- Éramos jovens.. Eu saía com Sairus e também saía com Martin em segredo... Casais inter-raciais não eram bem vistos... Quando eu terminei com Sairus e ele descobriu do Martin, ele mudou. O ódio dele era assustador.
- A série de crimes - comentou Christie.
- Corriam boatos, pessoas de cor sumindo em um tipo de caminhão... Ninguém fazia nada. Martin e eu íamos nos casar na igreja perto daqui, mas na última hora decidimos fugir juntos pra não chamar a atenção.
- E Sairus? - Dean perguntou mais calmo.
- No dia marcado para o casamento, foi o dia... Em que botaram fogo na igreja - as lágrimas começaram a escorrer pelo rosto da senhora - tinha um coral de crianças ensaiando lá dentro... Todas morreram.
- Os ataques... - Sam pegou um copo d'água e entregou a ela - pararam depois que isso aconteceu?
- Não - ela disse depois de tomar um gole - houve um, mais um... Uma noite aquele caminhão veio buscar o Martin... O Sairus bateu nele, foi uma coisa horrível... Mas o Martin conseguiu se levantar e ele começou a bater no Sairus e continuou batendo, batendo, batendo até ele... - a mulher parou de falar sem conter o choro.
- Por que não chamou a polícia? - Dean perguntou sério.
- Isso foi a quarenta anos... - ela disse meio irritada - ele chamou os amigos Cleiton e Jimmy e eles colocaram o corpo do Sairus no caminhão e o afundaram no pântano no fim das terras dele e os três guardaram esse segredo por todos esses anos.
- E agora os três se foram. - comentou Sam.
- Senhora Robson... - a chamou, arrumando-se no sofá - E o prefeito Toddy? Ele disse que entre todo mundo, a senhora sabia que ele não era racista. Por quê?
- Ele era um bom homem... Ele era um jovem oficial na época, ele investigou o desaparecimento do Sairus e quando descobriu o que aconteceu ele... Ele não fez nada. Porque ele sabia o que o Sairus tinha feito.
- Por que não me contou? - Cassie perguntou entre lágrimas.
- Eu só queria protege-los e agora... Não tem mais ninguém pra eu proteger.
- Tem sim senhora. - disse Dean, olhando para Cassie.

~~

se sentou no capô do Impala enquanto olhava Dean dirigir um trator puxando o caminhão do fundo do pântano e Sam servindo de guia.
- Mais... mais... mais pra frete um pouco... Tá legal, para.
Dean desligou o trator e desceu do mesmo andando em direção ao caminhão.
- Ainda gosta dela.
- Vamos nos concentrar? - Dean disse, abrindo a porta do caminhão.
bufou e desceu do capô do carro, indo em direção ao porta malas.
- Vamos acabar com essa coisa. - ela disse, pegando sal, gasolina e a lanterna.
Dean e Sam pegaram o corpo e colocaram em cima de um monte de madeiras. jogou a Gasolina e o Sal no corpo e Dean tacou fogo. Os três se afastaram um pouco e ficaram olhando. - Isso vai resolver? - Sam perguntou baixinho.
Os três ouviram um barulho de motor e olharam para frente, o caminhão estava lá parado, acelerando.
- Eu acho que não. - Dean disse, olhando pro mesmo.
- Como queimar o corpo não fez efeito na coisa? - perguntou indignada.
- Claro que fez, a coisa ta furiosa agora. - Dean disse ainda parado.
- Mas o fantasma do Sairus morreu, né? - foi a vez de Sam perguntar.
- Não a parte que ficou no caminhão. - Dean disse, afastando-se e indo em direção ao Impala. - Aonde você vai? - perguntou, aproximando-se dele.
- Dar uma volta.
- Tá maluco.
- Alguém tem que tirar essa coisa dai, queimem a lata velha. - Dean disse entrando no carro.
- Como vamos fazer isso? - Sam perguntou, olhando o irmão dar partida no carro.
- Boa pergunta. - disse ao ver o caminhão ir atrás de Dean.

- Eu tenho um plano, pegue o mapa.
pegou o celular e ligou para Cassie enquanto Sam começava a procurar pelo mapa.
- Achei. - Sam disse com o mapa em mãos.
pegou o mapa e começou a procurar pelo endereço que Cassie lhe passava.
- Ok, obrigada.
desligou o telefonema de Cassie e começou a ligar para Dean.
- Dean? Tudo bem?
- Tem um caminhão assassino atrás de mim e você vem me perguntar se está tudo bem?
- Ok, desculpa.
- , pergunta onde exatamente ele está.
- Ok... Dean, onde você está exatamente? - perguntou, colocando a ligação no viva voz e entregando o celular a Sam.
- Decatur, à 5 quilômetros da estrada.
- Está indo pro leste? - Sam perguntou, olhando no mapa.
- É - Dean disse aflito.
- Vire à direita. - Sam gritou ainda olhando o mapa.
- Pronto.
- Já virou?
- Você precisa ser mais rápido, ele está quase do meu lado.
- Ok, está vendo uma estrada à esquerda?
- TÔ.
- Vire nela.
Dean olhou indignado para a estrada um pouco à frente e para o caminhão do seu lado esquerdo que com certeza iria atrapalhar sua manobra. - Ok - Dean freou o carro, fazendo o caminhão seguir em frente dando tempo para ele virar na curva da estrada. - E agora?
- Você deve andar sete décimos e parar - falou, pegando o celular das mãos de Sam.
- PARAR?
- É Dean, sete décimos exatos. - ela disse olhando o mapa.
Dean olhou para o painel do carro, olhando a quilometragem, foi contando até chegar aos 7 décimos. Quando chegou, Dean deu a volta no carro e parou. Logo o caminhão reapareceu na outra ponta da estrada.
- Você ainda ta ai? - perguntou baixinho.
- Tô.
- O que está acontecendo? - Sam perguntou ao lado de .
- Ele tá me encarando, o que faço?
- Continua ai. - disse olhando para Sam.
- Atrai ele. - disse Sam.
Dean acelerou um pouco o carro, sem sair do lugar. Logo o caminhão reagiu, aproximando-se ferozmente do Impala. Dean colocou o celular no banco do passageiro e fechou os olhos, agarrando-se ao volante. O caminhão chegou perto do carro, mas virou algum tipo de fumaça branca e sumiu no ar. Dean abriu os olhos e procurou pela coisa, mas não viu nada.
- Dean? - perguntou preocupada – Dean, tá ai?
Dean pegou o celular do banco.
- Pra onde ele foi?
- Você está onde era a igreja.
- Que igreja? - Dean perguntou sem entender.
- Aquela que o Sairus queimou e matou as crianças. - Sam falou aliviado.
- Não sobrou muita coisa.
- Chão de Igreja é solo sagrado esteja, a igreja lá ou não. - disse sorridente. - Quando espíritos cruzam solos sagrados, eles às vezes são destruídos. Aí eu pensamos que talvez fosse o fim dele.
- Talvez? TALVEZ? - Dean gritou indignado - e se estivessem errados?
e Sam se entre olharam.
- Eu não pensei nisso - Sam disse, coçando a cabeça.
- Nem eu. - disse , franzindo a testa.

~~

deitou no banco de trás do carro e Sam ligou o som baixinho enquanto ambos esperavam Dean que estava do lado de fora do carro conversando com Cassie.
- Em três, dois, um... - Sam disse, sorrindo dentro do carro.
- O que foi? Os pombinhos se beijaram? - perguntou olhando pra o teto do carro.
- Ela deu um selinho nele, só.
- Hum.
- Ciúmes? - Sam falou sorrindo com malícia.
- Claro que não - disse, sentando-se no banco - e você... Para de bancar o cupido dele... Ou escolha outra vítima para flechar que não tenha o nome de .
Sam começou a dar risada.
- Acho que gosta dele.
- Acho que se enganou.
- Acho que não.
- Acho que vou te mandar ir se foder.
- Acho que me ama.
- Acho que é o contrário. - disse sorrindo.
Dean entrou no carro e olhou para os dois. - Para onde vamos?
Acho que não temos destino - Sam falou, olhando para .
- Acho que deveríamos ir para Las Vegas. - ela disse, levantando as mãos.
- Acho melhor a Disney.
- Acho que você é muito criança.
- E eu tenho certeza de que vocês não tiveram infância. - disse Dean sorridente, dando partida no carro enquanto Sam e davam risada.

III - Familia Bender



ligou o rádio do carro e sintonizou em uma estação enquanto esperava os irmãos Winchester. Estava tocando o final da música Even Flow do Pearl Jam, ela começou a bater no painel do carro como se estivesse tocando bateria. sorriu quando a musica acabou e logo em seguida começou a tocar Boys Don't Cry do The Cure. Ela continuou a batucar no painel e desta vez cantava junto uma das suas musicas preferidas.
- 'Cause boys don't cry. - Dean cantarolou, abrindo a porta do carro.
- Boys don't cry. - Sam cantou, já sentado no banco de trás do carro.
sorriu, abaixando o volume do som.
- Como foi?
- O garoto disse que ouviu um barulho estranho, que algo puxou o senhor Jenkis pra baixo do carro e que depois foi embora.
- Que a coisa fazia um grunhido estridente. - Sam completou.
- O menino era legal. - comentou Dean.
- Legal, vamos pesquisar algo sobre isso. - disse, arrumando-se no banco do carro.
- Eu vi um barzinho aqui perto. - disse Dean com um sorriso no rosto.

~~


Sam e estavam sentados em uma das mesas do Kugel's Kec, enquanto Dean bebia uma cerveja e jogava dardos.
- A policia não descarta a possibilidade de um crime. Pelos relatos, havia sinais de luta. - Sam disse com um pequeno papel em mão e tomou um gole da sua cerveja.
- De repente eles têm razão. Pode ser um sequestro, vai ver não é um dos nossos.
- É pode ser, mas... - Sam parou de falar, dando a palavra a .
- Exceto por isso. - abriu o Diário de John, colocando-o em cima da mesa, e apontou para uma das páginas. - John marcou a área, local de caçada de um espectro agressor.
- O que faria isso? - Dean perguntou, tomando um gole de sua cerveja.
- Papai ouviu um folclore local sobre uma figura sombria que sai a noite, pega pessoas e depois some. E não é só isso. - completou . - Este condado parece ser o que tem mais gente sumida por sequestro do estado.
- Estranho. - Dean disse, colocando a cerveja em cima da mesa e jogando um dardo. - Espectros agressores não pegam pessoas na cama? O Jenkis estava no estacionamento.
- Na verdade, tem de todos os tipos. - Sam disse olhando para o diário.
- Existem espectros brincalhões que pegam a pessoa em qualquer lugar e a qualquer hora.
- Eu também não sei se esse é um dos nossos. - Sam disse pensativo.
- Nem eu. - deu de ombros.
- É, então continuamos a investigar amanhã. - Dean disse, continuando a jogar.
- Eu vi um hotel quando estávamos vindo pra cá. - comentou, levantando-se.
- Ei, ei, calma aí. E a saideira?
- É melhor acordarmos cedo, Dean - disse Sam, também se levantando.
- Vocês sabem mesmo se divertir, nerds de meia idade.
Sam deu de ombros e sorriu.
- Ok, eu vou ao banheiro, encontro vocês lá fora. - disse Dean, saindo do campo de vista dos dois.
- Eu vou pagar a conta. - Sam disse, indo em direção ao balcão.
- Ok.
pegou sua jaqueta, o diário e alguns papéis e saiu de dentro do bar. Ela passou por dois homens que iam em direção ao bar, depois que eles entraram o estacionamento ficou vazio. ouviu um barulho estranho e parou de andar, franzindo a testa e olhando para os lados. Colocou a jaqueta no corpo e pegou uma mini lanterna no bolso da mesma, olhando ao redor. Ela olhou para o carro ao seu lado, colocou o diário e os outros papéis em cima do capô do carro e foi se abaixando devagar, tentando manter sua respiração calma. Quando conseguiu olhar de baixo do carro levou um susto ao ver um gato também tomar um susto e sair correndo. se levantou dando risada do ocorrido, pegou as coisas e foi em direção ao Impala, com certeza não contaria aquilo a Sam, muito menos a Dean.

Sam saiu do bar andando pelo estacionamento deserto de pessoas, franziu a testa achando tudo muito calmo, mas continuou a andar até o Impala. Quando se aproximou do mesmo, viu as anotações dele e de e o diário de seu pai em cima do carro. Sam pegou as coisas e olhou dentro do carro pela janela. não estava lá. Ele começou a olhar em volta, mas não havia nada, nem ninguém. Dean saiu do bar sorridente e Sam correu na direção dele.
- Dean, a sumiu.
- Como assim sumiu?
Sam mostrou as coisas que ele e ela usaram para pesquisa.
- Isso estava em cima do carro.
- Você não estava com ela aqui fora?
- Não, estava pagando a conta, a balconista puxou assunto e eu demorei pra sair um pouco.
- Droga, Sam. - Dean disse, andando pelo estacionamento.
Sam olhou para os lados e viu uma câmera no alto de um dos postes, aquilo poderia ajudar.

~~


- O que posso fazer por vocês Oficiais Jones e Benson?
- Trabalhamos com desaparecidos. - Dean disse, pegando o "seu distintivo" de volta.
- Não sabia que a policia estadual estava no caso Jenkis. - a mulher ruiva disse, franzindo a testa.
> - Não, é que minha namorada... - Sam abriu um pequeno sorriso ao ver a cara de ciúmes de Dean. - Estamos em um bar na beira da estrada e ela sumiu.
- Ela tem problemas com bebida?
- ? Não.
- Minha prima não bebeu. - disse Dean com ar de preocupação. - Ela foi levada.
- Qual o nome?
- .
A policial se sentou em frente ao computador e pesquisou pelo nome.
- Ela não aparece em nenhum relatório recente.
- Eu tenho uma pista. - Sam falou olhando para o computador. - Tinha uma câmera de vigilância na rodovia.
- Sei... A de controle de tráfego?
- Isso. - Dean disse rapidamente. - Será que a câmera não filmou o que a levou?
- Ou quem? - Sam corrigiu, dando uma cotovelada em Dean sem que a policial visse.
- Eu tenho acesso à câmera do trafego no departamento de obras, mas, enquanto isso, vamos seguir as normas. Por que não preenchem esse formulário de pessoas desaparecidas? - a policial disse, entregando a Sam uma prancheta com o formulário. - E me esperem ali.
- Olha, oficial... - Dean disse meio sem jeito. - Ela é da família. Poderia nos deixar resolver esse caso?
- Desculpe, não posso.
- Então me diz uma coisa. Seu município tem alta taxa de pessoas sumidas. Alguma apareceu? - a policial ficou calada. - A é minha... Nossa responsabilidade... E ela vai aparecer, isso é uma promessa.

- Jones. Benson. Olhem isso. - a policial disse, aproximando-se dos irmãos, que estavam sentados em um banco numa pracinha em frente ao departamento de obras. - Essas fotos foram tiradas na hora em que sumiu. As câmeras do tráfego tiram fotos a cada três segundos, faz parte do programa de alerta.
Dean foi passando as imagens.
- Não é bem isso que procurávamos.
- Espere, veja a próxima. - Dean passou a folha e a policial apontou para imagem. - Foi tirada logo que a saiu do bar. Olhem a traseira daquela coisa grande, caberia alguém sem problemas ali dentro. E agora olhem a placa. - ela disse, passando para a última imagem.
- A placa parece nova. - Sam comentou.
- Mas deve ser roubada. - completou Dean.
- O motorista daquele balde de ferrugem deve está envolvido. A próxima câmera de trafego fica a 80 quilômetros e a caminhonete não passou por ela. - a policial disse, olhando para os dois.
- Podemos ficar com isso? - Dean perguntou, olhando para as imagens.
- Podem. - a policial respirou fundo. - Vou deixar o caso nas mãos de vocês, mas qualquer coisa me chamem e me mantenham informada.
Dean e Sam confirmaram com a cabeça e a policial entrou na delegacia.
Dean continuou a olhar as imagens enquanto Sam olhava para uma perua passando na rua.
- Dean, não parece algum tipo de grunhido estridente?
- É. - Dean disse olhando para a perua. - Muito estranho.
- A policial disse que a próxima câmera de tráfego fica a 80 quilômetros e a caminhonete não passou por ela. - disse Sam enquanto pegava um mapa.
- Então ela parou em algum lugar por perto... Mas não tem estrada. - Dean disse olhando o mapa.
- Muitas das propriedades têm estradas particulares. - Sam comentou.

~~ estava sentada pensativa em um lugar que parecia mais um grande celeiro com jaulas. Ela estava em uma das jaulas, já fazia algumas horas que estava acordada e conversando com Jenkis. A coisa, ou melhor, as pessoas que o pegaram, também a pegaram. Ela olhou para o prato de comida à sua frente e ficou pensando como sairia dali e rezando para que Dean e Sam a encontrassem.
De repente as portas das jaulas e do porão se abriram, Jenkis se levantou, empurrou a porta da sua jaula e começou a sorrir.
- Deve ter sido um curto ou algo do tipo. - ele disse, andando em direção à porta de saída.
- Acho que não. - disse, levantando-se e olhando para o homem. - Isso está muito fácil.
- O quê? Não quer sair daqui? - ele disse aflito.
- Quero, mas está fácil demais.
- Dane-se, eu vou embora daqui.
Dizendo isso, o homem saiu correndo desesperado pela porta.
- JENKIS!
se sentou novamente na jaula e ficou olhando para a porta, depois de alguns minutos o grito do homem pôde ser ouvido por ela. Estava fácil demais para ser verdade.

~~


Dean parou o carro então ele e Sam desceram.
- Esse é o primeiro retorno que eu vejo. - Dean disse olhando a estrada.
- Eu vou até a casa buscar informações e você anda pelo terreno procurando algo suspeito. - Sam disse a Dean e o irmão mais velho concordou.
Sam foi andando em direção à casa, aquele lugar era estranho e sinistro. Sam respirou fundo, aproximando-se do porta e batendo. Não demorou muito uma garotinha loira apareceu à porta.
- Oi, tudo bem? - Sam perguntou enquanto a garota se aproximava.
- E você? Quem é? - ela perguntou, passando a mão na jaqueta de Sam.
- Eu sou Sam, sou policial. - Sam disse, dando um passo para trás e segurando a mão da garota.
- Qual seu nome?
- Missy.
- Missy, um nome bonito. - ele disse olhando a casa. - Sua mãe está?
- Ela morreu.
- Sinto muito... E seu pai está?
- Não.
- Ok. - ele disse, pegando uma foto no bolso. – Viu essa garota?
A garota ficou olhando a foto por alguns segundos e quando olhou para Sam sua expressão era assustadora.
- Isso vai doer.
Antes que Sam pudesse dizer algo, foi atingido na cabeça por um velho com uma pá. Sam caiu desmaiado no chão.
- Chame seus irmãos. - o velho disse olhando para a garota.
- Sim, papai. - ela disse e saiu atrás dos seus irmãos.

- Sam? Sam? - sussurrava de dentro da sua jaula.
- Hum. - Sam fez um barulho, acordando e colocando a mão na cabeça. - Minha cabeça tá doendo.
- A pancada deve ter sido forte. - ela disse, dando um meio sorriso. - Cadê o Dean?
- Está em algum lugar lá fora.
- Graças a Deus. - ela disse o olhando.
A porta então se abriu os dois ficaram em silêncio, não dava para ver quem havia chegado. Os dois prenderam um pouco a respiração, por costume. Os passos foram se aproximando, até ver o rosto de Dean.
- ! - ele disse, aproximando-se das grades e a olhando preocupado. - Está ferida?
- Não. - ela respondeu, sorrindo ao ver a preocupação do rapaz.
- Que bom te ver. - ele disse, segurando as mãos dela por entre a grade.
- Eu digo o mesmo...
- Ei, eu também estou aqui. - Sam disse sorrindo.
Dean olhou para o irmão.
- Caramba, Sam. - Dean começou a procurar uma maneira de abrir as jaulas. - Isso vai dar trabalho.
- Tem algum tipo de controle, ali perto da porta. - disse, levantando-se do chão.
- Viram eles?
- Vimos. Dean, são só humanos. - Sam disse, levantando-se também.
- E pegaram vocês? Estão ficando enferrujados. - Dean se aproximou de um painel de controle. - O que eles querem?
- Não sei. - disse pensativa. - Eles soltaram os Jenkis, mas parecia uma armadilha. Isso não faz nenhum sentido para mim.
- Esse é o ponto. - Dean disse olhando o painel. - Os nossos colegas de sempre têm regras, têm padrões, mas as pessoas... são doidas.
- Viu mais alguma coisa lá fora? - Sam perguntou.
- Tem uma dúzia de carros velhos lá fora. Placas de toda a parte, quando pegam alguém, levam o carro... - Dean olhou em volta. - Essa coisa tem chave, não tem?
- Não sei.
- Tudo bem, vou procurar, aí tiro vocês daqui e vamos embora.
- Dean! - Sam o chamou e ele se virou para olhar o irmão. - Toma cuidado, tá?

Dean começou a procurar algo no porão da casa. Procurou por toda parte, mas não encontrou nenhuma chave, só fotos de homens com algumas vítimas. Pareciam caçadores tirando fotos com sua caça.
- Demônios até entendo, mas pessoas é maluquice.
Dean entrou na casa, era um lugar sujo e parecia abandonado a não ser por uma música que tocava em alguma vitrola. Dean foi andando lentamente sem fazer barulho, parou ao ver uma estante cheia de coisas, começou a procurar pelas chaves, mas ouviu um barulho atrás de si. Ele se virou rapidamente, pronto para atacar, mas quando viu a garota com cara de assustada simplesmente fez sinal para que ela fizesse silêncio e se aproximou devagar.
- Tudo bem, eu não vou machucar você. - ele sussurrou.
- Eu sei. - ela disse, jogando uma adaga e prendendo Dean pela roupa na parede. - PAPAI, PAPAI!
Dean tentou se soltar, mas logo dois homens apareceram, um deles o segurou por trás e o outro se aproximou correndo para bater nele, mas Dean deu um chute para afastá-lo. Logo o outro irmão empurrou Dean conta a parede e depois o jogou no outro canto da sala. Dean se levantou enquanto o homem se reaproximava, deu dois socos nele e então quando o outro irmão veio para cima dele, Dean o jogou contra a parede.
- Vou acabar com você primeiro. - Dean disse apontando para o maior. - E depois com você. - ele disse apontando para o outro.
Assim que Dean ia dar um primeiro passo, foi atingido por uma frigideira pelo velho pai da família, caindo desmaiado no chão.

Dean acordou e estava amarrado a uma cadeira. O velho, a menina e os dois homens estavam à sua frente, olhando-o.
- Vamos caçar. - um dos homens disse.
- Ele é um lutador, deve ser muito bom de caça. - o outro completou.
Todos os quatro sorriram.
- Tão de brincadeira? Vocês são malucos e caçam pessoas. - Dean disse indignado.
- Você já matou alguém? - o velho perguntou olhando Dean.
- O quê? Depende do que está falando.
- Eu cacei a minha vida inteira, igual ao meu pai, ao meu avô e ao pai dele. - disse o velho com um sorriso no rosto. - Eu cacei veado e urso, eu até peguei um puma uma vez. Mas a melhor caçada é humana. - o velho falava com prazer. - Ah! Não tem nada igual. A vida deles em suas mãos, o medo nos olhos deles um pouco antes de apagarem faz você se sentir muito vivo.
- Você é doente, coroa. - disse Dean com desprezo.
- Você dá uma arma pra eles, deixa eles fugirem, dá uma chance de lutar. É nossa tradição passada de pai pra filho. - o velho disse olhando para a menina. - Claro! Que um ou dois por ano, nada que faça a lei cair em cima de nós. Não somos relaxados.
- Não se subestimem, são bem relaxados.
- Aí aparece uma policial. - ele disse, aproximando-se de Dean. - Você é um tira?
- Se eu disser, você promete não me transformar em um cinzeiro?
Assim que Dean terminou a frase um dos homens deu um soco nele.
- Eu só não deixo meus rapazes pegarem você aqui e agora porque eu quero saber uma coisa e você vai me contar... Tem outros tiras vindo atrás de você?
- Por que não me morde... Não, não, melhor, não morde, Você pode gostar.
- Quer brincar? Então vamos brincar. - o velho olhou para os filhos. - Parece que vamos ter uma caçada e você escolhe o animal. - ele disse olhando para Dean. - A moça ou o rapaz?
- Calma. - Dean disse com um olhar aflito. - Não tem ninguém atrás de mim, somos só nós.
- Se você não escolher, eu escolho - ele disse, dando um soco em Dean.
- O CARA, PEGA O CARA. - Dean gritou.
O velho tirou a chave que estava pendurada no pescoço e entregou ao filho mais baixo.
- Aqui, mas não tire o cara da jaula, atire nele.
- O QUÊ? - Dean o olhava aflito. - Você disse que era uma caçada. Que iria dar uma chance a ele.
- E... Depois que acabar com o rapaz, mate a vadia também. Temos que limpar essa bagunça antes que mais policiais cheguem.
O homem sorriu, pegou uma arma e saiu da casa.

Dean ouviu um tiro e entrou em pânico.
- Se ferir meu irmão e a eu juro que mato você, eu mato todo mundo. TODO MUNDO.
- LYN... LYN! - o velho gritou, mas não obteve resposta. – Jerry, você vem comigo. Missy, fique de olho nele.
O velho e o outro homem pegaram uma arma e saíram da casa. A menina pegou uma adaga e se aproximou de Dean com um olhar perverso.

~~


O velho e seu filho entraram no celeiro e não encontraram ninguém a não ser Lyn, preso desacordado em uma das jaulas. Os dois saíram andando pelo resto do local. O velho subiu as escadas, olhando na parte de cima, e Jerry permaneceu em baixo. Ele ouviu um barulho de porta se abrindo e andou em direção ao barulho, parando em frente a uma porta de armário. Jerry deu três tiros e abriu a porta, mas não havia nada lá dentro. Assim que se virou, , que estava pendurada em algumas madeiras em cima de sua cabeça, se soltou, caindo sobre as costas do homem. O homem conseguiu segurar pelo pescoço e jogá-la ao chão, ele apontou a arma para ela, mas Sam apareceu na porta, o homem mirou nele e Sam abaixou, fazendo a bala pegar no velho, que estava bem atrás dele. Sam aproveitou para tomar a arma das mãos de Jerry, e começou a bater nele com a arma.
se levantou e abraçou Sam.
- Vamos enjaular esses caras.
Sam deu risada, abraçando a amiga.
- Vamos.
pegou a arma e apontou para o velho enquanto Sam arrastava Jerry desacordado para dentro da jaula.
- Por que faz isso? - perguntou ao velho.
- Por diversão. - ele disse sorrindo. - Por pura diversão e prazer.
não acreditava no que estava ouvindo, como humanos poderiam fazer isso com humanos? Era cruel e doentio. Ela respirou fundo e deu uma pancada na cabeça do velho com a arma, fazendo-o desmaiar. Sam se aproximou e ela o ajudou a colocá-lo em uma das jaulas com um dos filhos.
Sam fechou a porta, foi até o painel e as trancou.
- Vamos. - Sam disse, puxando-a para fora dali.
Os dois se aproximaram da casa e ao entrar viram a menina passando a faca pelo rosto de Dean sem cortar.
- Menina maldita. - sussurrou, pegando uma frigideira. - Vai ver, só.
se aproximou da menina e bateu com a frigideira na cabeça dela. Dean sorriu ao ver a garota desacordada no chão. Sam pegou a adaga e cortou as cordas que amarravam Dean e os três se abraçaram.
- Agora vamos, que isso está ficando muito gay. - Dean disse, soltando-se do abraço, pegando o corpo da menina no chão e andando até um armário. - Você vai ficar aí, coisinha do demônio.
e Sam sorriram. Depois que Dean arrumou um jeito de trancar os armários, Sam fez uma ligação anônima para a polícia, dizendo sobre os carros e falando sobre os corpos. e Dean entraram no carro enquanto esperavam Sam.
- Nunca mais faça isso. - Dean disse olhando para ela.
- Isso o quê? - perguntou sem entender.
- Sumir assim.
Ela sorriu.
- Ficou preocupado?
- Só estou dizendo que se sumir de novo não vou atrás de você.
- Aham. - ela disse se aproximando dele. - Eu sei que não.
- Não vou, não.
- Ok, Dean. - ela disse, dando um beijo no rosto nele. - De qualquer jeito, obrigada.
- De nada. - Dean disse, segurando a mão dela.
- Pronto, gente, é melhor irmos embora rápido, daqui a pouco a policia está aqui. - disse Sam, aparecendo na janela do carro.
Dean soltou rapidamente a mão de e ela ligou o rádio e passou para o banco de trás.
- Acho que preciso de um banho. - disse olhando duas roupas.
- Só acha? - Sam perguntou sorrindo.
- Eu tenho certeza. - completou Dean.
- Ah! Nem vem, vocês também estão sujos, ok? - ela disse, cruzando os braços.
- Não tanto quanto você. - Sam disse se virando para ela.
- É. - disse Dean sorrindo. - Mais de 24 horas sem tomar banho.
- Vão se foder vocês dois.
Os dois irmãos começaram a rir. Dean deu partida no carro. Os três caíram na estrada novamente ao som de Before I Forget, do Slipknot.


IV - Sombra

Sam estava lendo o jornal local. Na primeira página havia a foto de uma garota assassinada com o título "Continua a caçada ao assassino" e sub título "Duas mortes e menos de dois meses."
- Chegamos. - disse, olhando para o endereço.
Dean parou o carro resmungando.
- Que saber? Papai e eu mandávamos muito bem sem essas roupas idiotas. Me sinto um bobão me vestindo para o teatro da escola. - Dean abriu um sorriso de canto - Qual foi mesmo aquela peça de teatro que você fez, Sammy?
- Nossa cidade.
- É, tava lindo, uma gracinha. - Dean disse, zombando do irmão e descendo do carro. Sam revirou os olhos e saiu do carro também, deu risada dos dois e pegou o jornal para ler pela décima vez.
Dean pegou as coisas no porta-malas do carro e saiu andando em direção ao apartamento junto com Sam.
- Palhaçada.
- Vai continuar com isso?
- Só acho que essas roupas custaram um dinheiro suado...
- De quem? - Sam perguntou, dando risada.
- Nosso. - disse Dean como se fosse obvio - acha que fraudar cartão de crédito é fácil?
Sam sorriu, aproximando-se de uma senhora que estava parada na porta do prédio.
- Senhora Morgan?
- Sim. - a senhora de idade olhou Sam e Dean dos pés a cabeça.
- Somos os técnicos do alarme de segurança. Ligamos de manhã para a senhora. - Dean disse, estendendo a mão em comprimento.
- Ah! Sim, sim. - ela disse, cumprimentando os dois - Vou acompanha-los até o apartamento. - A senhora entrou no prédio e começou a subir as escadas.
- Obrigado por nos deixar dar uma olhada. - Sam disse gentil.
- Tudo bem. Os policiai. s já liberaram aqui - ela disse, abrindo a porta. Os três entraram no apartamento e Dean fechou a porta, olhando a fechadura.
- Foi aqui - ela disse, mostrando a sala – olha, me desculpa, mas seus alarmes são tão uteis quanto seios em homens.
- É por isso que estamos aqui - Dean disse, olhando para o sangue no chão - para ver o que deu errado e evitar que aconteça de novo.
- Foi a senhora que achou o corpo? - Sam perguntou.
- Sim.
- Logo depois que aconteceu?
- Não. Alguns dias depois... Me ligaram do trabalho dela porque ela não aparecia por lá, eu bati na porta dela... Foi quando senti o cheiro.
- Janelas abertas, algum sinal de arrombamento? - Dean disse, abrindo a janela e dando uma olhada lá fora.
- Não. Janelas fechadas, tudo fechado, tivemos que cortar a corrente pra entrar aqui.
- O alarme tava ligado?
- Como eu disse. Uma porcaria o serviço de vocês.
- Viu alguma coisa derrubada? Quebrada? Algum sinal de luta?
- Tudo em perfeitas condições... - a senhora olhou para o sangue no chão - menos a Meredith.
- Em que condições estava a Meredith?
- Ela estava em toda a parte, em pedaços. O cara que matou ela deve ser algum maluco. Sabe... Se eu não soubesse que se tratava de alguém, eu diria que foi um animal selvagem.
Dean olhou para Sam com aquele ar de "é um dos nossos".
Senhora - disse Sam, olhando ao redor - se importa de olharmos melhor o local? - Vão em frente. Divirtam-se. - Ela disse, retirando-se do apartamento. Dean pegou o seu medidor de ondas eletromagnéticas.
- Então o assassino entra e sai do apartamento, sem armas, sem digitais, nem nada.
- Foi o que a disse, na hora que ela me mostrou o artigo tive tanta certeza quanto ela que era um dos nossos.
- Concordo com você - Dean disse, olhando o medidor e vendo que as luzes estavam no máximo. - Falou com a polícia?
- Er.. É eu falei com a Amy, uma... Charmosa agente da lei. – Dean, disse dando um sorriso maroto.
- É? E o que descobriu? - Sam perguntou, pegando o celular e ligando pra .
- Que é de sagitário, que ela adora tequila e... Ela tem uma tatuagenzinha bem na...
- DEAN!
- Não é a - disse, atendendo o celular do outro lado da linha.
- Desculpa, . Espera um minutinho - Sam colocou o celular no viva-voz em cima da mesa.
- Estava falando sobre o caso, Dean. - Sam disse indignado.
- Ah! Nada que a gente não saiba, menos uma coisa que eles não disseram aos jornais.
- O quê? - perguntou curiosa do outro lado da linha.
- O coração da Meredith sumiu.
- O coração? - Sam perguntou intrigado.
- O coração? - perguntou também.
- É, o coração. - Dean confirmou, andando com o medidor em mãos.
- O que acha que fez isso com ela? - Sam perguntou, aproximando-se do irmão.
- Bem... A senhora Morgan disse que parecia que tinha sido atacada por um animal selvagem. Talvez fosse um lobisomem.
- Não, nada de lobisomem - disse - fase errada da lua.
- E depois, se fosse uma criatura, teria deixado um rastro - completou Sam - provavelmente é um espírito.
- Sam, tenta conseguir uma fita isolante - Dean disse, olhando atentamente o sangue no chão.
Sam foi até a caixa de ferramentas procurar.
- O que foi, Dean? - perguntou sem entender do outro lado da linha.
- Acho que achei algo.
- Tá aqui. - Sam disse, entregando a fita a Dean.
Dean pegou a fita e foi ligando os pontos de sangue que foi se formando em um símbolo.
- Já viu esse símbolo antes? - ele perguntou se levantando.
- Nunca.
- É, nem eu.

~~

entrou no bar, olhando em volta, e avistou Sam sentado em uma mesa bebendo cerveja.
- Sam! - ela disse, andando em direção a ele. - Oi, achei vocês.
Sam olhou da cabeça aos pés e para as outras pessoas que estavam no bar, que também a olhavam como se fossem come-la com os olhos. estava vestindo um short Jeans e uma camiseta branca um pouco decotada.
- Não se usa esse tipo de roupa para vim a um bar - ele disse dando risada.
- Eu nem ia vim aqui, ok? - ela disse, ficando vermelha - só vim porque não consegui falar com nenhum dos dois pelo celular.
- Não se preocupa, tá linda. - ele disse, tomando um gole de cerveja em seguida.
- Obrigada... Eu acho. - ela disse, sorrindo pra ele.
- OH, OH, OH. Podem parar de olhar pra ela desse jeito - Dean disse, aproximando-se e colocando o braço ao redor do pescoço de - que roupa é essa?
- Toda vez que eu colocar um short vocês vão ficar olhando assim pra mim? - disse indignada.
- Vocês? - Dean perguntou, olhando pra Sam. - Você também?
- Não, Dean. Só disse que isso não é roupa pra se usar em um bar desse porque chama atenção.
- Nisso eu concordo - Dean disse, puxando uma cadeira e se sentando - falei com a garçonete.
- E ai, descobriu algo? - perguntou, também se sentando.
- Além do telefone dela? - completou Sam.
- Ei, eu sou profissional e fico ofendido por você pensar assim. - Dean disse, fazendo cara de ofendido.
- Se fosse só ele que pensasse assim - disse baixinho.
- Eu ouvi - Dean disse, virando-se para a garota - mas tá aqui - ele levantou um papel com o número da garota.
- Se incomoda de pensar um pouco com a cabeça de cima? - Sam perguntou, abrindo o diário do seu pai.
- Não tem nada pra descobrir, Meredith trabalhava aqui, servia mesas, todos gostavam dela, todos disseram que era normal, nunca disse ou fez nada estranho até morrer, então... E os símbolos?
- Não achei nada no diário do papai, nem nos livros habituais, nada igual.
- Eu procurei por toda a internet e nada também. - disse, dando de ombros.
- Acho que vamos ter que ir mais fundo, mais livros. - Sam disse, olhando as pessoas em volta. - Não teve uma vítima antes da Meredith? - Dean perguntou.
- Teve, o nome era Ben Swatson - Sam disse, mostrando um recorte de jornal a Dean.
- Foi mutilado no mês passado dentro da própria casa. - comentou .
- Do mesmo jeito que Meredith, portas trancadas e alarme ligado.
- Alguma ligação entre os dois? - Dean perguntou, olhando a reportagem.
- Nada, estilos de vida diferentes, nenhum amigo em comum, nada. - Sam disse bufando.
- Recapitulando... A única coisa que conseguimos até agora foi o número da moça do bar. - Dean disse, abrindo um sorriso.
Sam ficou olhando para algo do outro lado do bar. Sem dizer nada se levantou e começou a ir em direção à uma mulher loira, sentada perto do balcão. e Dean se olharam sem entender e se levantaram, indo atrás de Sam.
Sam se aproximou da garota loira e colocou a mão no ombro dela. Q Quando ela se virou, Sam ficou surpreso.
- Meg?
- Sam, é você! - ela disse, levantando-se da cadeira e dando um abraço nele. - Ai, meu Deus, o que faz aqui?
- Só estou passeando, visitando amigos...
- E... Cadê eles?
- Eles não estão comigo agora, mas... E você, Meg? Eu achei que ia pra Califórnia.
- Ah! Eu fui... Mas a coisa não deu certo então eu vim morar um tempo aqui.
- Você é de Chicago?
- Não. Handouver, Massachucets - ela disse, abrindo um sorriso - Nossa Sam, quais eram as chances da gente se esbarrar?
- É, eu sei. Achei que não fosse mais ver você.
- Eu tô feliz porque achou errado.
Dean se aproximou e pigarreou a garganta.
- Tá ruim da garganta? - ela perguntou, olhando para Dean.
- Meg, desculpa... Esse é meu irmão, Dean.
- Então esse é o Dean?
- É, e aquela... - Sam apontou para um pouco mais trás - é a nossa amiga.
acenou para a garota, mas não se aproximou, a loira acenou de volta.
- Então... - Dean disse, abrindo um sorriso maroto - já ouviu falar de mim?
- Ah! É. Muito. - ela disse, ficando com uma expressão séria - você trata seu irmão como bagagem. Por que não deixa ele fazer o que ele quer? Para de arrastá-lo de um canto pro outro.
- Meg - Sam disse dando risada - já está tudo bem.
Os três ficaram em um silêncio desagradável.
- Er... Vou ali com a - Dean saiu de perto dos dois e foi se aproximando de - Eu, hein.
- O que foi? - perguntou, tomando um gole de tequila.
- Garota marrenta - ele disse dando de ombros - Tequila?
- É. - sorriu - eu gosto.
- Sei - Dean disse, olhando feio para um cara que estava olhando para - porque veio vestida assim?
- Olha, eu estava em casa e precisava falar com você e com o Sam, mas nenhum dos dois me atendia, o jeito foi eu vir atrás. E para de implicar com a minha roupa. - ela disse, tomando outro gole da bebida e olhando as pessoas ao redor.
- Não gosto que te olhem assim. - Dean disse, respirando fundo.
- Assim como?
- Como se fosse um pedaço de carne. - Dean disse impaciente.
- Assim como você estava olhando pra aquela garçonete? - ela disse, dando um sorriso sarcástico.
- Não compara...
- Não estou comparando nada - ela disse, levantando-se do banco - vou esperar vocês no carro.
saiu do bar enquanto todos os homens olhavam pra ela.

~~

- Quem é ela? - Dean perguntou, encostado no carro.
- Não sei, só a vi uma vez... E encontrar com ela assim... Sei lá, é estranho. - disse Sam intrigado.
- Destino - disse sorrindo.
- Não - Sam disse sorrindo junto.
- Aquele lance que ela disse... Que eu trato você como bagagem. Andou falando de mim com a garota? - Dean perguntou sério.
- Olha, não foi por mal, Dean. Foi quando tivemos aquela briga feia e eu estava no ponto de ônibus em Indiana. Não foi nada demais.
- Se for verdade o que ela falou... Eu prendo você sem a sua vontade? - Dean perguntou um pouco alterado.
- Não, claro que não - Sam disse, olhando para o irmão - acho que tem alguma coisa estranha aqui, Dean.
- Ah! Não me diga... Ela não tava afim de mim. - Dean disse indignado.
- EI, EI, EI. Nem todas as mulheres são afim de você, ok? - disse, finalmente saindo do silêncio.
- Não, gente é sério - Sam disse, andando de um lado pro outro - estou falando do nosso tipo de estranho.
- Por que acha isso? - perguntou, cruzando os braços e encostando no carro ao lado de Dean.
- Eu encontrei a Meg a semanas, literalmente no meio do nada, agora eu esbarro com ela em um bar em Chicago, no mesmo bar onde tinha uma garçonete morta por algo sobrenatural. Não acham estranho?
- Sei lá, acontece. Pode ser só coincidência. - Dean disse, olhando pra estrada.
- Eu sei que acontece, mas não com a gente. Eu posso estar errado, mas tem algo nessa garota que eu não consigo pegar. - Aposto que você queria. - disse Dean sorrindo - talvez ela não seja suspeita, talvez você esteja a fim dela, talvez você pense demais com a cabeça de cima.
deu risada junto com Dean, Sam simplesmente ignorou.
- , faz um favor? Vê se tem alguma Meg Master em Handouver, Massachucets. E vê se acha alguma coisa sobre o símbolo da casa de Meredith.
- Cismou mesmo com a garota. E você, vai fazer o que? - perguntou .
- Vou vigiar a Meg.
Dean soltou uma gargalhada - Tá bom.
- Eu só quero saber, Dean. Melhor prevenir do que remediar.
- Nisso eu concordo - disse, desencostando-se do carro.
- Qual é , ele só que ficar a sós com a loirinha.
- Dean, cala a boca - Sam disse, já não aguentando mais as brincadeiras do irmão.
- É, vamos Dean - disse, empurrando Dean para ele entrar no carro, e depois se virou para Sam - eu vou ver o que eu consigo achar. Toma cuidado.
- Pode deixar - Sam disse, dando um beijo na testa dela e entrando de volta no bar. entrou no carro e Dean estava olhando pra ela.
- O que acha? - ele perguntou.
- Acho que confio na intuição do Sam, essa garota é suspeita.

~~

estava na frente do computador fazendo o que Sam havia pedido, enquanto Dean estava no banheiro terminando de se vestir depois do banho. Ela se levantou e procurou o seu celular nas suas coisas. Dean saiu do banheiro só de cueca box e ela começou a ficar nervosa, estava sozinha com ele e o jeito que ele a olhava no momento não era um olhar comum, ela sentia o olhar dele sobre sua pele, aquilo estava lhe dando um calor incomum. Vários homens já haviam olhado ela desse jeito, mas com ele era diferente, tudo era mais intenso.
- Está procurando o que? - Dean disse, aproximando-se.
- Já achei, meu celular - ela disse, já com o aparelho em mãos, e deu um passo pra trás - Dean, por que não vest... Veste uma blusa, hein?
- Tá calor - ele disse com um sorriso maroto no rosto ao notar o nervosismo da garota.
- Mas nem por isso eu estou andando de calcinha e sutiã...
- Se quiser, sinta-se à vontade, não vou me incomodar nem um pouco - ele disse, dando de ombros e se sentando na cama.
respirou fundo, pensando em gritar com ele, mas pensou pela segunda vez e percebeu que era isso que ele queria, que ela perdesse o controle.
- Só veste uma blusa, tá? - ela disse, sentando-se na frente do computador e começando a discar o número de Sam.
Dean pegou uma blusa, vestiu e voltou a se sentar em uma das camas.
- Alô - Sam disse do outro lado da linha.
- Oi, Sam. - disse, colocando o celular no viva voz. - Oi, .
- E ai, Sam - Dean disse, aproximando de - está de tocaia na frente da casa dela?
- Não. - Sam disse do outro lado da linha e Dean e se entre olharam em silêncio sem acreditar na palavra dele. - É sim.
- Que jeito estranho de mostrar seu afeto - Dean disse, abrindo um sorriso. segurou o riso.
- Descobriram alguma coisa ou não? - Sam perguntou já um pouco irritado.
- Sinto muito, Sam. - falou, olhando para o notebook – mas não tem uma Meg master na lista de handouver, até achei a foto dela no quadrante.
- Por que você não vai a casa dela e convida ela para ouvir poesia ou seja lá qual for a cantada - disse Dean.
- E quanto ao símbolo? Teve sorte? - Sam perguntou, ignorando o irmão.
- Tive - disse, pegando o diário de John - ao que parece é soroartico, é um símbolo muito antigo, do tipo dois mil anos antes de cristo. É um código pra dáeva.
- O que é dáeva? - Sam perguntou sem entender.
b - Tradução: é demônio das sombras. Demônios soroartigos, que são selvagens, animalescos.
- Ótimo trabalho, .
- Obrigada - ela disse sorrindo.
- Ei, eu ajudei também. - Dean disse indignado.
- Ah! Claro. - disse Christie sarcástica - ajudou tomando banho e andando pelo quarto só de cueca box.
- Como é que é? - perguntou Sam do outro lado da linha - ele fez o que?
- É isso mesmo que você ouviu. - disse, cruzando os braços e olhando pra Dean.
- Dean, combinamos que íamos fazer o possível para não desrespeitar a .
- Eu não desrespeitei ninguém, eu só estava com calor.
- Ok, ok. Não faça mais isso.
- É. - disse sorrindo - não faça mais isso.
- Tá bom - Dean disse, revirando os olhos - Conta o resto pra ele.
- Então, esses demônios tem que ser invocados, Sam.
- O que? Então tem alguém controlando eles?
- É isso ai. - Chris confirmou.
- E é bem arriscado também - Dean comentou - Os danadinhos costumam morder em busca de alimento, mordem os braços e os torços.
- E qual a aparência que eles tem?
- Ninguém sabe, ninguém vê um deles há milênios. - disse, fechando o diário do John.
- Sabe como é Sam, invocar um demônio antigo assim só alguém que conhece o assunto. - completou Dean.
- Acho que temos um especialista na cidade. - comentou .<>br - Sam, por que você não faz um strip particular pra garota, hein?
- Morde aqui. - Sam disse bufando.
- Morde ela, mas vê se não deixa mascar não, hein...
olhou para o celular e Sam havia desligado.
- Desligou - ela disse, levantando-se da cadeira.
- Sammy, está ficando muito rebelde. - Dean disse, deitando-se na cama.
- Deixa ele em paz. - disse, procurando algo pra vestir na sua mala.
- Só quero que ele se divirta um pouco, .
- Acho que o seu tipo de diversão não é a mesma que o dele - sorriu, pegando suas roupas e indo pro banho.

Dean estava em pé dando uma olhada em alguns papéis quando saiu do banheiro já vestida em um short e uma camiseta do Led Zeppelin com as mangas dobradas até o ombro. A camiseta era grande e cobria quase totalmente o short, o cabelo preto que ia até mais ou menos a cintura estava totalmente molhado. Ele a olhava e se perguntava porquê se sentia tão diferente quanto a ela. Por que se preocupava tanto com ela? Por que queria tanto ela por perto?
- Estou faminta - disse, aproximando-se dele para ver o que ele tanto olhava. - Eu também - Dean disse, colocando as folhas em cima da cômoda e a puxando pela cintura de repente.<>br prendeu a respiração, estava tão perto dele. O que ele estava fazendo?
Dean sorriu, olhando-a ali tão perto dele, e em seguida lhe deu um beijo calmo e demorado, enquanto acariciava o rosto dela. Ela envolveu os braços ao redor do pescoço dele, fazendo carinho em sua nuca. Os dois permaneceram assim se beijando, se acariciando por alguns minutos, até sessar o beijo.
- O que foi isso? - ela perguntou com a voz rouca, ainda próxima a boca dele.
- Desejo. - Dean respondeu também com a voz rouca.
Ela respirou fundo e sorriu, então os dois ouviram algo na porta. se afastou e foi correndo até o banheiro. Dean apenas pegou o diário de volta e fingiu que estava lendo. Sam abriu a porta e olhou para Dean.
- Cara, eu preciso falar com você - os dois disseram em uníssono.
saiu do banheiro depois de ter levado o rosto que antes estava super vermelho.
- O que aconteceu?

- Então a pequena Meg está evocando as dáevas? - perguntou, sentando-se na cama.
- Parece que ela estava usando um altar negro pra controlar aquilo.
- Hum - Dean disse, olhando para Sam - então você está afim da garota do mal?
Sam bufou e deu um tapa no ombro de Dean.
- Deixa seu irmão em paz.
- Ok, qual era o lance das taças mesmo? - Dean perguntou intrigado.
- Meg estava falando com ela do jeito que as bruxas fazem com bolas de cristal e tripas de animais. Ela estava se comunicando com alguém.
- Com os daevas?
- Não, como a disse, eles são selvagens. Esse que ela estava falando é diferente. Alguém que dá ordens a ela, alguém que vai aparecer no armazém.
Os três ficaram em silêncio por alguns segundos. Então Dean pegou os papéis de novo e se sentou na cama ao lado de .
- Que droga. - Dean disse, olhando os papéis.
- O que foi? - perguntou, tentando ver o que tinha nos papéis.
- Era o que eu ia contar pra vocês, só estava esperando o Sam chegar. - ele respirou fundo - Quando chegamos no hotel, pedi um favor a Amy, aquela minha.. - ele pigarreou a garganta - AMIGA da polícia.
- E? - Sam perguntou, sentando-se na outra cama.
- O registro das duas vítimas, a gente deixou passar uma coisa - Dean disse, entregando os papéis à . - A primeira vítima era um homem idoso, ele passou a vida em Chicago mas não nasceu aqui, ele era de outro lugar.
- Lawrence, Kansas. - disse, olhando para o primeiro papel e entregando a Sam.
- E Meredith, a segunda vítima, ela era adotada. Adivinha de onde ela era?
- Lawrence, Kansas - repetiu, entregando outro papel a Sam, q ue olhou os papéis.
- Que droga.
- É. - confirmou.
- Lawrence foi onde o demônio matou a mamãe. Foi onde tudo começou. Será que a Meg tem algo a ver com o Demônio?
- Há uma clara possibilidade - comentou.
- Mas o que eu não entendo é, qual é a importância de Lawrence? E onde é que entra os Daevas?
- Não faço idéia - Dean disse pensativo - que tal a gente destruir o altar, pegar a Meg e ter uma bela conversinha com ela?
- Não, não podemos - disse, virando-se para Dean - ela iria desconfiar.
- Temos que vigiar o armazém e então vemos quem ou o que vai encontrar com ela. - acrescentou Sam.
- Vou te dizer uma coisa, não devemos agir sozinhos - Dean disse em um tom sério. Sam e Dean se entreolharam e depois olharam para .
- O que? - ela perguntou, percebendo o olhar dos garotos sobre ela.
- Sabe... Como encontrar o papai? - Sam perguntou primeiro.
- Não.
- Não mente pra gente, - disse Dean com um olhar severo.
- Não estou mentido. Eu não sei.
- ...
- Ok, ele me liga sempre que deixo um recado pra ele – ela disse, respirando fundo - mas também não faço ideia de onde ele está.
- Ótimo - Dean disse, pegando o celular dela - liga pra ele.
- Mas...
- , por favor. - Sam pediu, fazendo aquela cara de dar pena que não resistia.
- Ok, gato de botas. Eu ligo - ela disse, pegando o celular das mãos de Dean. Discou o número e esperou chamar até cair na caixa postal. - John, é a . Eu e os meninos descobrimos algo sobre o demônio que matou a Marrie, o armazém fica no 1435 da rua Hiwir, se puder vim pra Chicago o mais rápido possível, seria bom ter você para ajudar.
desligou a ligação e olhou para os meninos.
- É... Grande noite.
Dean e Sam se entre olharam.
- Já pensou se tudo isso acabar hoje? - perguntou Sam, com um certo brilho nos olhos de alegria.
- Não se precipite, Sammy - Dean disse, levantando-se da cama.
- Mas pensa só, se for o demônio que matou a mamãe, se matarmos, ele tudo isso acaba. A caçada acaba. - Sam disse sorrindo - Eu voltaria pra faculdade, teria uma vida normal de novo - Sam olhou para - e você?
- Eu quero ir atrás do demônio que matou meus pais e quando acabar com ele eu vou viajar pelo mundo - disse, abrindo um sorriso enorme - Inglaterra, Itália, Paris, México... E principalmente o Brasil.
- Hum, legal. - Dean disse, pegando uma mala cheia de armas.
- E você Dean, o que vai fazer quando isso acabar? - Sam perguntou, pegando alguns livros.
- Isso nunca vai acabar, Sam. Nunca. Sempre vai ter coisas para caçar. - Dean disse, olhando as armas.
- Mas não tem nada que você queira muito?
- TEM - Dean gritou - eu não quero que vocês se mandem quando acaba.
Dean parou e olhou para e depois para Sam por alguns segundos.
- Dean, qual é o seu problema? - Sam perguntou, aproximando-se do irmão.
- Por que acha que eu arrasto você? - ele disse, olhando para Sam – por que acha que fui pegar você em Stanford?
- Porque o papai desapareceu. Porque você quer achar o que matou a mamãe. - Sam respondeu mesmo sem entender o porquê das perguntas.
- E você? Quando você sumiu depois da caçada em Indiana ficamos tentando te encontrar e quando voltou, eu comecei a fazer de tudo para que não fosse embora de novo. Por que acha que eu fiz isso?
- Porque quer que eu ajude a acabar com a coisa que matou a mãe de vocês - disse, olhando-o também sem entender.
- É, também. Mas tem muito mais. - Dean respirou fundo - Eu, vocês e o papai. Quero nós, quero todos juntos, quero uma família de novo.
- Dean - Sam disse, colocando a mão no ombro do irmão - nós somos uma família. Eu faço tudo por você, só que as coisas nunca vão voltar a ser como eram antes.
- Poderiam - Dean disse tristonho.
- Eu não quero que sejam - Sam disse, respirando fundo e olhando para o irmão - eu não quero essa vida pra sempre. E quando isso acabar... Você vai ter que me deixar seguir meu caminho.
Dean não disse nada, só tirou a mão de Sam do seu ombro e se sentou ao lado de . Sam suspirou e saiu do quarto dizendo que ia pegar algumas coisas no carro e os dois permaneceram em silêncio.
- Você também quer que eu deixe você seguir seu caminho? - Dean perguntou, quebrando o silêncio.
- Á duas semanas atrás, antes da família Bender, eu diria que sim... Mas depois que eu vi o quanto se preocupa comigo... E depois do que aconteceu hoje, antes do Sam chegar, eu acho que não quero.
Dean olhou para a garota e deu um sorriso de canto e segurou a mão dela.
- Gosto muito de você, pequena.
- Eu também, Dean.

~~

Sam, Dean e Christie foram entrando no armazém com cuidado para não fazer barulho, cada um com uma mochila cheia de armas e outras coisas nas costas. Meg estava dizendo algumas coisas em outra língua que não conseguiram identificar. Cada um se escondeu em um canto do armazém. - Ora, ora, ora. Brincar de se esconder é muito feio - Meg disse, ainda de costas para onde os três haviam se escondido.
- As coisas não saíram como planejamos - Dean sussurrou.
- Por que não saem dai? - ela disse se virando.
Os três se entreolharam e foram se levantando de vagar, cada um com uma arma apontada para Meg.
- Sam, eu vou ter que te dizer, isso não vai ser legal pro nosso relacionamento. - Meg disse sorrindo.
- É, eu to sabendo - Sam disse, ainda apontando a arma pra ela.
- E ai. - Dean disse - Cadê seu amiguinho daeva?
- Está por ai... E essa arma não vai servi pra nada. - ela disse sorrindo.
- Não se preocupa - disse - as armas não são pro demônio.
- Quem é? Quem vem aqui? Quem você está esperando, Meg? - perguntou Sam, olhando em volta.
- Vocês - ela disse, tirando o sorriso do rosto.
De repente uma sombra apareceu na parede e bateu em Sam que caiu no chão, a sombra estranha então atacou Dean, jogando-o contra a parede e também fez que caiu desacordada no chão.
foi acordando aos poucos e olhou ao redor, ela estava amarrada em uma das colunas do armazém. Sam e Dean estavam amarrados em outras duas colunas. Dean olhou para acordada e pareceu mais aliviado.
- Tudo bem?
sentiu o gosto de sangue na boca que com certeza cortou quando a coisa bateu com força em seu rosto. A sua cabeça também doía pela bancada que levou ao cair no chão.
- Eu pareço bem? - disse, cuspindo sangue - Acho que não.
- Desculpa. - Dean disse e se virou para Sam que acabava de acordar. - Hei, Sam. Não leva pro lado pessoal, mas essa nova namorada sua, é uma vadia.
- É - Sam disse, sentindo o sangue escorrer pelo o seu rosto que o Daeva arranhou - foi tudo uma armadilha. Encontrar com você no bar, seguir você até aqui. Ouvir o que tem a dizer. Foi tudo uma armadilha.
- E quanto as vítimas de Lawrence? - perguntou tentando se soltar.
- Não tinha nada, era só pra atrair vocês.
- Você matou duas pessoas por nada? - Sam disse nervoso.
- Gato, eu já matei muitas mais por muito menos.
- Você armou pra gente, mas por que não matou a gente ainda? - Dean perguntou intrigado.
franziu a teste pensativa enquanto Meg abria um sorriso. - Diz você , o porquê... Por que o Sammy e o Dean são bem burrinhos. Você que é a mais esperta do trio. Por que não matei vocês?
- A armadilha não é pra gente - disse, olhando para Meg - É pro John.
- Exato - Meg disse, aproximando-se de e passando a mão na cabeça dela - essa garota é esperta, gosto dela.
- Oh, loirinha. O papai não está aqui. Ele não cairia em algo assim, ele é muito bom.
- É eu sei, ele é muito bom, tenho que admitir – ela disse, afastando-se de e se aproximando de Dean. - Só que... - ela disse, agachando-se na frente dele - ele tem um ponto fraco, ou melhor... Três, contando com a pequena Einstein. Ele simplesmente baixa a bola quando o assunto é vocês. Eu sei que ele está na cidade e que vai tentar salvar vocês, então os Daevas vão matar vocês devagar e com muita sujeira.
- É preciso muito mais que uma sombra pra acabar com ele.
- Os daevas então aqui, são invisíveis, as sombras são as únicas partes que vocês veem.
- Por que está fazendo isso, Meg - Sam perguntou sem entender - que tipo de trato foi esse que você fez? E com quem?
- Eu faço isso pelas mesmas razões que vocês fazem, lealdade, amor... - ela disse, olhando para Dean - como o amor que tem por mamãe - olhou para - papai - e para Sam - e Jess.
- Vai pro inferno - Sam disse, olhando-a com ódio.
- Gatinho, eu já estou lá - ela disse, aproximando-se da orelha dele, e começou a sussurrar - Sam, você não tem que ser mal, nós dois sabemos muito bem o que você sente por mim. - Ela ficou de frente com ele. - Eu sei, eu vi você olhando pra mim quando eu troquei de roupa. Você ficou excitado?
e Dean se entre olharam e voltaram a olhar Meg se aproximando cada vez mais de Sam.
- Assim vocês dois vão acabar na cama - comentou Dean.
- Eu não liguei, eu gostei de você me espiando... Sam, a gente ainda pode se divertir - ela começou a beijar o pescoço dele.
- Quer se diverti? Fica à vontade. Eu estou meio amarrado agora.
Meg sorriu e começou a beijar o pescoço de Sam, subindo aos poucos até ouvir um barulho. Ela parou e se virou para Dean, aproximando-se e pegando uma faquinha das mãos dele e jogando longe, depois voltou sua atenção a Sam.
- Então só queria me distrair enquanto seu irmão se soltava? - ela perguntou, sentando-se no colo de Sam.
- Não, não. É que eu também tenho uma faca escondida.
Sam segurou a garota pelos ombros e deu uma cabeçada nela. conseguiu se soltar ao mesmo tempo e correu para perto do altar, derrubando tudo no chão. Logo as sombras das daevas apareceram e puxaram Meg até a janela, jogando-a de lá. foi até a janela pra olhar enquanto Sam soltava Dean.
- É, acho que os Daevas não gostam de ordens - disse, olhando o corpo de Meg.
- É, acho que não - Sam disse, aproximando-se da janela junto com Dean.
- Ai, Sam - Dean disse, colocando as mãos no ombro do irmão - quando quiser transar, arruma uma garota menos doidinha.
e Dean deram risada e saíram andando em direção à saída. Sam continuou olhando pela janela o corpo de Meg.

~~

- Droga! - disse, passando a mão na boca e andando pelo corredor do hotel - aquela coisa cortou minha boca.
- Já viu meu rosto como tá? - disse Sam logo atrás da garota.
- Tá horrível - ela riu.
Dean se aproximou da porta e pegou a chave para abri-la.
- Parem de reclamar. - ela disse, abrindo a porta.
- Não estou reclamando, só...
- Ei - foi interrompida por Dean, que viu alguém próximo a janela.
Sam foi o último a entrar no quarto e acendeu a luz, revelando o homem na janela. John se virou devagar e sorriu para os três.
- Pai? - Dean disse, olhando sem reação os olhos de cabelos grisalhos que os olhavam com um sorriso no rosto.
- Oi filhos - ela olhou para - e filha.
abriu um sorriso enorme, adorava quando ele a chamava assim, gostava de ter a sensação de ter uma figura paterna novamente. Ela foi a primeira a ter uma reação, aproximando-se de John e dando um forte abraço nele. O segundo a se aproximar foi Dean, também abraçando fortemente o pai, e por último Sam se aproximou, mas não o abraçou. - Oi, Sam.
- Oi, pai - Sam disse, colocando sua mochila no chão.
- Pai, era uma cilada, eu não sabia - disse Dean envergonhado - Desculpa.
- Tudo bem - ele disse, olhando para - eu achei que poderia ser.
- Desculpa, eu não ia ligar, mas os rapazes pediram.
- Tudo bem, .
- Você estava lá? - Dean perguntou.
- Sim, cheguei a tempo de ver a garota mergulhar. Ela era do mal, não é mesmo?
- Sim, senhor - os três disseram juntos.
- É, eu não estou surpreso. Ele já tentou acabar comigo antes. - ele olhou novamente para .
- Foi ele, não foi? - perguntou com um olhar triste.
- Foi. Seus pais estavam me ajudando. Sua mãe morreu na hora, seu pai ainda foi pro hospital com vida, mas...
- Eu sei o resto da história - ela disse com os olhos cheios de lágrimas - Por isso não quer que eu vá atrás dele?
- É, ele é mais perigoso que qualquer outro demônio que eu já tenha conhecido. Ele sabe que vou matá-lo. Não apenas exorciza-lo e mandar de volta pro inferno. Matar mesmo.
- Como? - Dean perguntou intrigado.
- Pode deixar comigo - John disse sorrindo.
- Deixa a gente ir com você. Podemos ajudar. - Sam disse quase implorando.
- Não, Sam. Ainda não. Tentem entender. Esse demônio é um maldito de dar medo, não quero vocês no meio do tiroteio.
- Pai, não precisa se preocupar.
- Claro que preciso. Eu sou seu pai. - ele disse tristonho - Sammy, da última vez que nos vimos tivemos uma briga feia, não é?
- Eu lembro - Sam disse, respirando fundo.
- É bom te ver de novo - John disse com os olhos cheios de lágrimas - faz muito tempo, né?
- Tempo demais - disse Sam com os olhos cheios de lágrimas também.
John e Sam ficaram se olhando por alguns segundos e depois deram um abraço caloroso. Quando se afastou, John tinha lágrimas escorrendo pelo rosto. também chorou vendo aquela cena, apesar de não ser da família de verdade. Naquele momento se sentia como parte dela, parte da família Winchester.
De repente, John foi jogado conta o armário, Sam, e Dean foram jogados contra a parede logo em seguida. As sombras voltaram para perto do John e logo ferimentos e sangue começaram a aparecer no corpo do caçador enquanto ele gritava de dor. Dean e Sam também apanhavam de uma sombra. olhou em volta aflita, pensando em como ajudar todos, até que teve um ideia.
- Fechem os olhos. Todos.
Christie acendeu algo parecido com fogos de artifício, que iluminou completamente o quarto com uma luz branca e forte.
- Pai - Dean gritou de um lado da sala.
- Aqui - John gritou do outro lado.
Sam pegou uma das mochilas e foi ajudar Dean a carregar John. pegou as outras duas e abriu a porta para sair do quarto.
- Por aqui - ela gritou.
Sam e Dean foram em direção à saída, carregando John. Os quatro saíram correndo em direção ao carro.
- Precisamos sair logo daqui, quando aquela coisa apagar, eles vão voltar. - Sam disse, jogando as coisas no carro.
- Calma - disse, parando ao lado de John - John, não pode vim com a gente.
- O que? Como assim? - Sam e Dean gritaram.
- , tem certeza? - John perguntou a garota.
- Tenho - ela disse, olhando para os irmão que não conseguiam entender. - Temos que ficar juntos, pegar a estrada e sair daqui. - Sam disse impaciente.
- Sam, calma. - gritou.
- É - Dean disse, olhando e John - a gente quase morreu agora, eles não vão parar.
- Vão usar vocês pra chegar nele. A Meg tinha razão, ele é vulnerável perto de vocês. - disse, olhando para John. - de nós três - Dean corrigiu a garota - ele é mais forte sem a gente por perto.
- Pai? Não. Depois de tudo, depois de todo o tempo que procuramos pelo senhor. - Sam disse, colocando a mão no ombro do pai. - Por favor, eu quero fazer parte dessa luta.
- Sam, a luta mal começou e nós todos somos parte dela. Você tem que confiar em mim, filho... Você precisa me deixar ir.
Sam ficou olhando para John com os olhos cheios de lágrimas, ele não queria isso, não queria deixar o pai ir embora, ele queria participar daquilo, da morte da coisa que matou sua mãe e Jess, mas ele deu um tapa no ombro do pai e tirou a mão do mesmo. John olhou para os três em despedida e foi em direção ao seu carro. Olhou novamente para os três.
- Cuidem-se filhos. - dizendo isso, entrou no carro e deu partida.
- Vamos! - disse para os dois irmãos.
Os três entraram no carro e ficaram olhando o carro de John desaparecer na estrada. Dean ligou o rádio e deu partida no carro. Lá estavam eles pegando a estrada mais uma vez sem rumo ao som de Sweet Dreams na versão de Marilyn Manson.

V - Casa do Inferno



Dean dirigia o Impala pela rodovia 35 enquanto ouvia AC/DC, Sam estava dormindo calmamente no bando do passageiro e fazia o mesmo no banco de trás do carro. Dean olhou para ambos dormindo e decidiu aprontar um pouco, ele pegou uma colher de plástico e colocou na boca de Sam, tomando cuidado para não acordar o irmão. Em seguida Dean pegou o celular e tirou um foto da sua fançanha, ele deu um sorriso maroto e aumentou o som do rádio no máximo. acordou assustada assim como Sam que acordou tirando a colher da boca desesperado, enquanto Dean cantava e batucava o volante do carro com um sorriso idiota estampado no rosto.
- DEAN, SEU CRETINO. - disse, esfregando os olhos.
- HAHA, muito engraçado - Sam disse em um tom irônico, abaixando o volume do rádio.
- Desculpa - Dean disse sorridente - O leste do Texas não é muito interessante, preciso me divertir.
- Cara, não somos mais crianças, Dean. - disse Sam revoltado - não comece aquilo de novo.
- Aquilo o que? - perguntou curiosa.
- Trotes, . - Sam respondeu.
- Vocês ficavam dando trote um no outro quando eram pequenos? - Dean e Sam confirmaram com a cabeça. - por isso eu nunca quis ter irmãos.
- E nem queira, ter um irmão igual o Dean, ninguém merece. Nós sempre acabávamos exagerando.
- Qual é, Sammy? Tem medo de que eu coloque creme depilatório no seu shampoo de novo? - Dean perguntou desafiador.
- Nossa - comentou sorrindo.
- Ok, foi você quem começou. - Sam disse, encarando o irmão.
- Pode vim com tudo, carequinha. - Dean disse, sorrindo maroto.
- Era só o que me faltava - disse, revirando os olhos - vão crescer.
- Quer entrar na brincadeira também, ? - Dean perguntou olhando para a garota pelo retrovisor.
- Não, essa eu dispenso. Eu prefiro só rir da cara de vocês dois - ela disse, cruzando os braços e olhando a estrada em volta. - afinal, onde estamos?
- À poucas horas de Richardson. - disse Dean, prestando mais atenção na estrada agora - Podem me explicar de novo?
- Ok - disse, pegando alguns papéis, enquanto, Sam pegava mais alguns - A cerca de dois meses, alguns garotos foram explorar uma casa mal assombrada...
- Assombrada pelo quê? - Dean perguntou, interrompendo-a.
- Como eu ia dizendo - ela disse, olhando séria para Dean pelo retrovisor - mal assombrada por um fantasma preconceituoso. A lenda diz que ele ataca garotas e as enforca em colunas. Os garotos encontraram uma garota enforcada lá.
- Alguém identificou o corpo? - continuou, perguntando o mais velho.
- Isso que é o melhor. - Sam disse, tirando sua atenção dos papéis e olhando pra Dean - Quando a policia chegou lá, o corpo tinha sumido e acham que os garotos estavam só brincando.
- Talvez tenham razão. - Dean disse, dando de ombros sem tirar a atenção da estrada.
- Talvez. - concordou .
- Talvez, mas li os depoimentos de alguns dos garotos. Pareciam sinceros. - Sam disse pensativo.
- Onde achou os depoimentos dos garotos? - Dean perguntou curioso.
- Sabia que passaríamos pelo Texas, então procurei websites sobre fenômenos locais e encontrei um.
- Como se chama? - Dean perguntou, sorrindo ao ouvir a palavra "website".
Sam e Christie se entre olharam e ambos começaram a rir, falando juntos:
- Hellhoundslair.com
Dean bufou.
- Deve ser baseado no porão da casa da mãe dele.
- Provavelmente. - Chris disse sorrindo
- É. - Sam concordou também sorrindo.
- A maioria desses websites não sabem o que é um fantasma.
- Eu sei, mas deixamos o papai ir embora...- Sam disse dando de ombros e olhando para - Aliás, isso foi um erro. Agora não sabemos onde ele está - fez uma careta e Sam se virou para frente - enquanto isso, precisamos caçar algo. Vale a pena checar.
- É. - disse , colocando a mão no ombro de Sam - vamos entreter o garoto, Dean.
- Está bem. Onde estão os garotos? - Dean perguntou derrotado.
- No único lugar para onde garotos nesse tipo de cidade vão. - Sam disse sorrindo.

Garoto 1: Foi a coisa mais assustadora que eu já vi. Eu juro.
Garoto 2: Logo que entramos eu olhei para as paredes e eram negras.
Garoto 1: Vermelhas.
Garota: Acho que era sangue.
Garoto 1: Com símbolos estranhos.
Garoto 2: Cruzes estrelas.
Garoto 1: Pentágonos
Garoto 2: Pentecostais.
Garota: Não sei, fechei os olhos.
Garoto 1: Só sei que não importa o que digam.
Garota: A coitada.
Garoto 2: Tinha o cabelo preto.
Garoto 1: Loira.
Garota: Ruiva, pendurada ali.
Garoto 2: Chutando.
Garoto 1: Sem se mover.
Garota: Ela era real.
Garoto 1: Cem por cento.
Garoto 2: E era gostosa, para um cadáver.

- Certo - Dean disse, respirando fundo.
Sam ergueu a sobrancelha e olhou para como quem pergunta "e agora?", ela deu um sorriso e se virou para os garotos.
- Como descobriram sobre esse lugar?
- Craig. - todos os três responderam juntos.

~~

Dean parou o Impala na frente da loja de discos. desceu rapidamente do carro antes que os meninos.
- Deixem isso comigo.
- Por quê? - Dean e Sam perguntaram ao mesmo tempo.
- Porque se eu não fazer nada agora, depois o papel de "isca" sobra pra mim.
Dean e Sam se entreolharam e deram risada.
- Ok. - falaram juntos novamente.
abriu um sorriso e saiu em direção à loja. Não demorou muito e a garota já estava de volta, ela abriu a porta e se sentou no banco do passageiro, já que Sam havia passado para o banco de trás.
- E ai? - Dean perguntou assim que ela fechou a porta.
- Ele disse a mesma coisa que os garotos, só que com mais convicção, acho que ele é o menos chocado, sei lá, pareceu estar falando a verdade.
- Ele disse como soube da casa? - Sam perguntou, colocando a cabeça entre os bancos da frente do carro.
- Disse que a prima dele contou, mas não sabe onde ela ouviu. E disse que não quer nem chegar perto da casa.
- Entendo. - Sam disse pensativo.
- Não o culpo, não estou com a mínima vontade de entrar lá. - disse baixinho.
- Por quê? - perguntou Dean sorrindo.
- Por que ele só mata garotas e eu sou uma garota. - disse, revirando os olhos - não quero ser isca de novo, quero ser a caçadora. - ela disse cruzando os braços.
- Ok, Você espera no carro. - Sam disse sorrindo.

- Não culpo o garoto e nem a - Sam disse andando em direção a casa.
- É - Dean concordou andando do lado do irmão - Não é uma casa muito atraente. - Dean disse, olhando a velha casa.
Dean pegou o detector de ondas eletromagnéticas do bolso da jaqueta e apontou para a casa enquanto Sam tentava ver algo dentro da casa pelas janelas, e depois se aproximou de Dean.
- Detectou algo?
- Sim - Dean respondeu respirando fundo - mas o detector não funciona.
- Por quê?
- O poste ainda tem eletricidade - disse Dean, apontando para o poste do lado da casa - está atrapalhando a leitura.
- Faz sentido. - Sam deu de ombros.
- É, vamos. Dean disse, entrando na casa.

A casa era velha, as paredes caindo ao pedaço. Tinha alguns símbolos desenhados nelas em tinta preta e outros em tinta vermelha.
- Parece que o velho Murdock gosta de pintar sinais. - Dean disse, olhando as paredes.
- E muito depois do seu tempo. - observou Sam - A cruz invertida é usada por satanistas há séculos, mas o Selo de Enxofre surgiu em São Francisco nos anos 60 - Sam completou, tirando fotos dos sinais com o celular.
- É por isso que você nunca transa - Dean disse, olhando outro símbolo na parede.
Sam o olhou, mas decidiu ignorar o comentário do irmão.
- E esse aqui? - Dean apontou para o sinal a sua frente. - Já o viu antes?
- Não. - Sam disse, aproximando-se e tirando foto da figura.
- Eu já vi - Dean disse ainda olhando intrigado - em algum lugar.
Sam se aproximou da parede e passou a mão no simbolo.
- É tinta e parece fresca.
- Não sei não, Sam. Detesto concordar com qualquer tipo de autoridade - Dean disse, olhando em volta - mas os policiais talvez estejam certos dessa vez.
- É, talvez. - Sam disse pensativo e ambos ouviram um barulho vindo de outro comodo da casa.
Dean e Sam andaram por um pequeno corredor até a uma porta, cada um de um lado dela. Os dois se olharam e abriram a porta juntos, deparando-se com dois rapazes com lanterna e câmera em mãos.
- Ah! Corta. São só humanos. - O mais baixo deles disse.
- O que estão fazendo aqui? - o mais alto que usava óculos perguntou.
- O que vocês estão fazendo aqui? - Dean perguntou indignado.
- Esse é o nosso lugar, somos profissionais. - o de óculos disse.
- Que tipo de profissionais? - Dean perguntou sem entender.
- Investigadores paranormais. - ele respondeu como se fosse óbvio, pegando dois cartões e entregando aos irmãos Winchester.
- Devem estar de brincadeira. - Dean disse debochado.
- Ed Zeddmore e Harry Spangler. - Sam disse lendo o cartão.
- É. - Harry o mais baixou confirmou.
- Hellhoundslair.com? O website é seu? - Sam perguntou surpreso.
- É. - Ed confirmou convencido.
- Sim - Dean disse andando pelo comodo - somos seus fãs.
entrou no comodo correndo e parou quando viu Sam e Dean e dois rapazes desconhecidos.
- Ela também é nossa fã? - Harry perguntou.
- Ham? - fez careta sem entender nada.
- É gostosa. - Ed comentou.
- Hei, hei, hei - Dean disse se aproximando dos dois - mais respeito.
- Quem são? - perguntou em um sussurro para Sam e ele lhe entregou o cartão que Harry e Ed haviam entregado a ele antes - Ah! - ela disse, olhando eles dos pés a cabeça depois de ler.
- Enfim, nós sabemos quem vocês são. - Ed disse todo convencido de si.
Dean parou de avaliar a casa para olhar os dois.
- É mesmo? - perguntou Sam
- É. - Ed falou - São amadores.
- E uma gostosa. - Harry comentou baixinho, Dean e Christie o olharam de forma ameaçadora.
- Procurando fantasmas e emoção. - continuou Ed.
- Então se não se importam... Estamos conduzindo uma investigação cientifica.
- É? - Dean perguntou, abrindo os armários - E o que descobriram?
- Harry, quer explicar o que é EMF?
- EMF? - Sam perguntou curioso, olhando para Harry.
- É o campo eletromagnético - Ele disse, erguendo a cabeça convencido e pegando um aparelho detector um pouco diferente do de Dean e Sam - Entidades podem causar flutuações de energia que podem se analisadas por um medidor, como esse aparelho aqui.
olhou para Dean e se segurou para não rir enquanto ele revirava os olhos.
- Oh! Está dois ponto oito MG.
- Dois pontos? - perguntou, levantando a sobrancelha.
- É. - confirmou Ed e Dean deu um assobio.
- Está bem quente. - Sam disse fazendo careta.
- Vocês... Já viram algum fantasma? - perguntou, franzindo a testa em dúvida.
- Uma vez. - Ed disse, olhando para e colocando emoção em suas palavras - estávamos investigando uma casa velha e vimos um vaso cair da mesa.
- Sozinho. - completou Harry.
- Não chegamos a ver na verdade, mas ouvimos. Algo assim... - ele disse, dando uma pausa - Muda a vida de uma pessoa. - Ed sussurrou a ultima parte.
- É. - disse, olhando pra o lado sem saber o que falar.
- Entendi - Dean disse colocando a mão no ombro dela e de Sam. - Vamos embora. Eles precisam trabalhar.
- É. - disse Sam saindo do comodo. Dean e saíram logo atrás deles.

~~

Sam esperava por Dean e encostado no Impala. Os dois se aproximaram.
- E ai? - Dean perguntou, encostando no carro ao lado de Sam e ficava de frente pra eles.
- Bem... - Sam disse, abrindo um livro que estava em suas mãos - Não achei nenhum Mordechai, mas achei um Martin Murdock que morou na casa nos anos 30. Ele tinha filhos, mas eram dois meninos e não há registros de que ele tenha matado alguém.
- Os garotos não deram uma descrição exata da garota, mas fomos na delegacia e não desapareceu nenhuma garota. - Dean deu de ombros.
- Parece que ela não existe. - disse, finalizando com um suspiro.
- Olha. - Dean disse, desencostando-se do carro. Nós investigamos, não deu em nada.
Aqueles garotos podem ter inventado tudo.
- Tudo bem. - Sam disse respirando fundo.
- Vamos procurar um bar. - Dean disse dando a volta no carro - Beber algumas cervejas e deixar a lenda em paz.
Dean entrou no carro e se aproximou do Impala para fazer o mesmo, mas Sam a deteve segurando-a pelo braço, fazendo sinal para ela não entrar. A garota ficou sem entender, mas não entrou. Dean ligou o carro e levou um susto quando o rádio ligou junto no volume máximo em uma música no ritmo de lambada. Sam e começaram a rir fora do carro, entrando quando Dean desligou o rádio. Sam molhou a ponta do dedo com a língua, fez o sinal de um e apontou para si próprio.
- É só o que sabe fazer? - Dean franziu a testa nervoso. Sam apenas confirmou com a cabeça - É fraco e infantil.

~~

Dean e Sam estavam tomando café em uma lanchonete da cidade. entrou no local às pressas e se sentou ao lado de Dean.
- Houve uma morte na casa. - ela disse sussurrando - Uma garota foi enforcada lá ontem à noite. A polícia disse que foi suicídio, mas eu duvido. Pelo jeito a garota tinha tudo para se dar bem na vida. Não tem sentido ela se suicidar na casa onde aparentemente tem um fantasma que mata garotas enforcadas. O que acham?
- Eu acho que deixamos algum detalhe escapar. - Dean disse pensativo.
- Os símbolos na casa - disse pensativa - Quando entrei na casa para ir atrás de vocês, não reparei em nenhum. Vocês conheciam todos?
- Não. - Sam disse, pegando o celular e mostrando as imagens a garota.
- A cruz invertida e o Selo de Enxofre, os outros dois eu nunca vi, mas o Selo é de um época depois do Mordechai, ele é dos anos 60. - ela disse, olhando as imagens.
- Você deve ser outra que não transa. - Dean comentou sorrindo.
- COMO É QUE É? - perguntou, olhando-o indignada. - Fique sabendo que minha vida sexual sempre foi ativa.
- Ah! É? Qual foi a última vez? - Dean perguntou, olhando para a garota do seu lado desafiador.

- Fo-... Foi à um mês. - disse, condenando-se por ter gaguejado.
- Vamos mesmo falar sobre isso? - Sam perguntou incomodado.
- Shiu, Sam. - Dean mantia um contato visual com - Sabe, . Engraçado que à um mês você já estava viajando com a gente e eu não me lembro de ver você saindo com ninguém. A não ser que você tenha um caso com o Sam, o que eu acho bem difícil. Você está mentindo.
- Eu não... Não é da sua conta, Winchester. - ela disse, levantando um pouco a voz e as pessoas ao redor olharam para eles.
- Calma, calma. Eu estava brincando. - ele disse com as mãos na frente do corpo. - Péssima brincadeira - e Sam disseram juntos.
- Não falo mais nada, vocês são dois nerds idosos, sem humor e sem vida sexual.
respirou fundo, pensando em como Dean conseguia ser tão irritante.
- Enfim... - Sam disse, olhando para o irmão - Precisamos entrar na casa.
- Ótimo - disse, cruzando os braços - estou a fim de matar algo hoje - ela disse, olhando para Dean provocativa.
- Me mate - Dean disse olhando e sorrindo com malicia pra ela sussurrando em seguida no seu ouvido - mas que seja de prazer.
- Idiota. - ela revirando os olhos.
- Vai dizer que não quer? - Dean a olhava desafiador.
- Matar você? Claro que quero, mas é com um tiro bem no meio da sua cabeça. - ela disse raivosa.
Dean deu risada.
- Parem com isso. - Sam disse tomando um gole de refrigerante - Precisamos pensar em Mordechai.
- Ótimo, vamos voltar na casa e ver o que tem lá. - Christie disse.
- Mas você não vai. - Dean disse franzindo a testa.
- O quê? Como assim? - perguntou sem entender.
- Ele tem razão. Melhor não ir, . As vítimas são mulheres e nós nem sabemos o que tem lá. - Sam disse, concordando com o irmão.
- Mas...
- Mas nada, você não vai e pronto final. - Dean disse, cruzando os braços.
- Mas que merda. - ela disse baixinho.

~~

estava deitada na cama pensando em tudo que aconteceu desde que conheceu Dean e Sam. A sintonia boa com Sam, a atração por Dean, as semelhanças com Sam, o beijo no Dean. O quanto se apegou aos dois, o quanto gostava deles, da amizade com Sam e até mesmo das brigas idiotas com o Dean. Isso a lembrou do que Dean havia dito mais cedo sobre sua vida sexual, se ele soubesse que ela só teve um homem na sua vida toda e que a última vez que esteve com ele faz mais de dois anos...
A porta se abriu e um Dean frustrado e um Sam preocupado entraram no quarto.
- O que aconteceu? - perguntou, sentando-se na cama.
- Aconteceu que o filho da puta é imune a balas de sal. - Dean disse, jogando-se na cama e colocando a cabeça no colo de .
- E ainda por cima tentou nos matar. - Sam disse, sentando-se na outra cama.
- Saiu dos padrões dele? E dos outros fantasmas? Como isso é possível? - ela perguntou enquanto passava as mãos no cabelo de Dean.
- Não sei. - Dean disse, pegando um papel e uma caneta e desenhando um dos símbolos que havia visto na casa - Eu já vi esse simbolo antes. Isso está me irritando, esse caso está me irritando.
- Calma, Dean. - Christie disse, olhando o desenho.
- É que a lenda diz que Mordechai ataca só garotas... Isso explica o Sam, mas e eu?
- Muito engraçado. - Sam disse sem sorrir pensativo - A lenda diz que ele se matou enforcado, mas viu os pulsos? Estavam cortados. - Sam fez silêncio por um segundo - E o machado? Fantasmas são sempre disciplinados, seguem sempre um padrão - Sam pegou o notebook e começou a procurar por algo.
- Mas esse gosta de mudar. - comentou Christie.
- Exatamente. - Sam disse - Eu sei que a história diz que... - Sam parou de falar, olhando para a tela do notebook.
- O que foi? - perguntou, tirando a cabeça de Dean do seu colo e se sentando ao lado de Sam.
- Alguém acrescentou algo ao Hellhoundslair.com. Olha só - ele disse, entregando o notebook para .
- "Dizem que Mordechai Murdock era satanista e que cortou as vítimas com um machado antes de cortar os pulsos. Agora está preso na casa pra sempre.
- Eu não sei, mas acho que sei onde tudo começou. - Dean disse, levantando-se rapidamente da cama - eu já volto.

Dean abriu a porta sorridente e olhou em volta e não viu ninguém, só o barulho do chuveiro ligado.
- CHEGUEI.
- Dean. - Sam gritou do banheiro - Onde foi?
- Sabe, eu não lembrava o que o símbolo significava - Dean disse, pegando um saquinho e abrindo, em seguida jogando na cueca de Sam que estava em cima da cama. - Até me lembrar que não significa nada. É só o emblema do Blue Öyster Cult. Fui até Craig e descobri que ele inventou toda a lenda junto com a prima dele, desenhando símbolos e colocando coisas estranhas na casa. - ele finalizou guardando o saquinho no bolso.
- Mas se é tudo mentira, como Mordechai apareceu? - Sam perguntou, saindo do banheiro só de toalha.
- Não sei. Essa é a parte que você e descobrem. - Ele disse dando de ombros - Em falar na pequena, cadê ela?
- Foi na biblioteca, vê se encontra algo... Olha ela aí. - Sam disse assim que abriu a porta entrando no quarto.
- O que tem eu... - ela sorriu e olhou para Sam só de toalha - Uau.
Sam deu um meio sorriso e Dean a olhou com ódio.
- Er... Acho melhor eu sair. - ela disse, ainda olhando os músculos de Sam.
- É, vamos lá pra fora pro Sam se vestir. - Dean disse, empurrando pra fora do quarto e fechando a porta atrás de si. - O que foi isso?
- Desculpa, mas não sabia que o Sam escondia tudo aquilo. - disse, dando risada divertida.
- Tá falando sério? - Dean perguntou nervoso.
- Hei, calma. - ela disse, colocando as mãos nos ombros dele - Fiz isso só pra ver sua reação. E me parece que ficou com ciúmes.
- Não estou com ciúmes.
- Então o quê? - ela perguntou, colocando as mãos na cintura.
- Você não deve ficar olhando meu irmão desse jeito. - Dean disse ainda alterado.
- Por que não? - disse com um tom calmo.
- Porque estamos juntos. - ele disse como se fosse óbvio.
- Estamos? - ela perguntou erguendo a sobrancelha.
- Estamos. - Ele disse, cruzando os braços e franzindo a sobrancelha.
sorriu e desfez a cruzada de braços dele, abraçando-o.
- Se você diz.
- Admita que era isso que você queria ouvir. - ele disse, abrindo um sorrindo ao senti-la ali, nos braços dele.
- É, talvez. - ela disse, dando um selinho nele.
- Mas gostou de ouvir? - ele perguntou, olhando-a com uma intensidade que nunca tinha visto igual.
- Gostei. - ela respondeu em um sussurro e Dean a abraçou mais forte desta vez.
- Estou pronto. - Sam disse, saindo do quarto e vendo os dois abraçados - Tô interrompendo algo? - ele perguntou erguendo a sobrancelha com malícia nos olhos e no sorriso.
- Sempre. - Dean disse soltando .
- Claro que não, Sam. - disse dando um tapa no braço de Dean - Não ligue para o seu irmão.
- Já acostumei, . - Sam disse dando de ombros e os três riram juntos.

Dean e conversavam animadamente sobre algo enquanto Sam estava calado, mas inquieto em sua cadeira.
- Então... - disse, abrindo o notebook - Eu descobri algo. Acho que o Moderchai é uma tulpa.
- Tulpa? - Dean perguntou sem entender.
- É. - ela confirmou - É um ser libertino. Houve um incidente no Tibete em 1915. Um grupo de monges visualizou um golem, meditaram com tanta força que eles o trouxeram à vida. - Do nada? - Dean perguntou duvidoso.
- E dai? Eram vinte monges.
- Imagine então o que dez mil internautas podem fazer. - Sam disse, concluindo os pensamentos de .
- Esperem, estão querendo dizer que ao acreditarmos no Moderchai ele se torna real? - Dean perguntou incrédulo.
- Não sei, talvez. - Sam disse, mexendo-se na cadeira.
- Muita gente acredita em papei Noel. Por que não arrumo mulher no natal? - Dean disse sorrindo sem acreditar que Moderchai existisse só porque pessoas acreditavam que ele existia.
- Porque você é ruim. - Sam respondeu.
- E por causa disso. - disse, mostrando um dos símbolos na parede da casa - É um selo libetano na parede da casa. Craig disse que copiaram de um livro, aposto que nem deviam saber o que significava. O selo é usado a séculos, concentra pensamentos como uma lupa. As pessoas do Hellhoundslair olharam o simbolo e pensaram em Mordechai. Não sei ao certo, mas acho que pode ser o bastante pra criar uma tulpa. - disse, dando de ombros.
- Isso explicaria porque ele muda. - Observou Dean.
- Certo. A lenda muda, as pessoas mudam os pensamentos e o próprio Mordechai muda. - Sam disse, ainda se remexendo na cadeira.
- Então, tiramos o selo da parede e do Website. - Dean disse dando de ombros.
- Não é tão simples assim. -Sam comentou.
- Depois que o tulpa é criado, ele tem vida própria. - olhou para Sam, que não parava quieto na cadeira - Sam, tá tudo bem?
- Tá, . - ele disse, fazendo careta.
- Tive uma idéia. - Dean disse, levantando-se.
- Aonde vamos? - perguntou, fazendo o mesmo e guardando as coisas.
- Quero achar uma loja de fotocópias.
- Acho que sou alérgico ao sabonete. - Sam disse, levantando-se e se mexendo inquieto. Dean deu uma gargalhada e revirou os olhos.
- Ele usou pó de mico, Sam.
- Ele não fez isso, fez? - Sam perguntou incrédulo.
Dean deu outra gargalhada e saiu em direção à saída enquanto continuava a olhar para Sam tentando segurar o riso.
- Você é um completo imbecil. - Sam gritou.

~~

desceu do impala e saiu andando em direção ao trailer. Ela bateu na porta e esperou Harry e Ed aparecer, os dois olharam para ela surpresos.
- Oi. - ela sorriu gentilmente - Precisamos conversar.
- Claro. - Ed disse, arrumando a roupa e olhando para - No que podemos ajudar? - Sabe... - ela fez uma carinha de triste e um biquinho - Aqueles dois me tratam muito mal e eu estou cansada deles. - ela respirou fundo - Eu sou casada com o Dean, o loiro, e ele só sabe me maltratar e me trair. Quero me vingar dele e daquele irmão estúpido dele.
- E você quer nossa ajuda? - Harry perguntou sem entender.
- Er... Na verdade, não. - ela disse abrindo um sorriso - A verdade é que eles descobriram algo muito interessante sobre o Mordechai.
- O quê? - Harry perguntou curioso.
- Só vou falar se prometerem que vão colocar no site, quero ver a cara daqueles dois ao ver que vocês sabem também.
- Claro. - Ed disse sorridente - Mas só se for muito interessante mesmo.
- É.
- O que é? - ele perguntou.
- Mordechai não cortou os pulsos, ele se matou com um tiro. - ela entregou um papel nas mãos de Ed. - Esse é o atestado de óbito dele.
- UHUL! - os dois dizeram em unisono.
- É, eu sei. Sou demais.
- Além de gostosa. - Ed disse sorrindo.
o olhou raivosa, mas respirou fundo e abriu um sorriso.
- Agora tenho que ir antes que Dean sinta minha falta, mas vão fazer o que eu pedi?
- Claro. - Harry disse olhando o papel.
- Obrigada. - ela disse, afastando-se, e os dois rapazes entraram correndo no trailer.
entrou no impala indo ao encontro de Sam e Dean.

Dean e Sam estavam sentados em uma das mesas do bar bebendo cerveja.
- E ai? - Sam perguntou com um sorriso maroto.
- E ai o que? - Dean perguntou, tirando sua atenção de algo que lia no jornal.
- Você e a ...
- O que tem eu e ela? - Dean se fez de desentendido.
- O que tá rolando? - Sam ergueu a sobrancelha sorridente.
- Nada. - Dean deu de ombros e voltou a olhar o jornal.
- Sei... Acho que sente algo por ela.
- Você não tem que achar nada. - Dean disse, olhando para entrando no bar. - Falando no Diabo.
- Eu ouvi. - disse, sentando-se ao lado de Dean e dando um tapa na cabeça dele - Fiz o que pediram, passei as informações, agora é só esperar.
- E o meu carro? - Dean perguntou olhando para a garota.
- Calma, tá bem e inteiro, do mesmo jeito que saiu daqui. - ela disse, entregando a chave a Dean.
Dean pegou a chave e se virou para o outro lado, puxando a corda de um bonequinho que estava na parede, e começou a dar risada. Sam puxou a corda de novo, fazendo o boneco parar de rir.
- Se puxar mais uma vez eu te mato.
Dean abriu um sorriso e puxou a corda de novo, Sam puxou logo em seguida. - Qual é, Sammy? Você precisa rir um pouco mais. Você é tenso demais. - Dean disse ainda sorrindo.
Sam não falou nada, só tomou um gole da sua cerveja, ignorando o irmão.
- Já colocaram no site, agora é esperar a noite e acabar com o infeliz.
- E aí vamos embora. - disse sorridente.
Sam, Dean e pegaram cada um sua garrafa de cerveja, brindando e tomando um gole em seguida. Depois colocaram suas garrafas de volta na mesa, menos Dean, que sentiu sua mão totalmente grudada na garrafa. Sam começou a rir e apenas revirou os olhos.
- Você fez isso? - Dean perguntou indignado.
- Eu fiz. - Sam disse sorrindo e mostrando o frasquinho de cola, em seguida ele puxou a corda do bonequinho que dava risada.
não se agüentou e começou a rir junto com Sam, enquanto Dean tentava se livrar da garrafa.

~~

Os três caçadores entraram na casa com arma e lanterna em mãos. Os três foram andando em alerta até a cozinha, pararam de frente à porta que levava ao porão da casa.
- Acham que o Mordechai está em casa? - Dean perguntou encarando a porta.
- Não sei. - Sam respondeu baixinho.
- Nem eu. - uma voz conhecida falou baixinho logo atrás deles.
virou rapidamente, apontando a arma para Ed e Harry.
- O que fazem aqui? - ela perguntou nervosa.
- Queremos um contrato com o cinema. - Ed disse, dando de ombros.
Um barulho de machado sendo afiado começou a sair do porão e todos se viraram para a porta.
- Droga. - disse Ed enquanto o barulho continuava - Vocês querem abrir a porta pra nós?
- Não. - respondeu, olhando para a porta - E cala a boca.
- Uma gostosa com uma arma, melhor obedecer. - Harry disse baixinho.
- Se não pararem de me chamar de gostosa, gasto as armas que guardei pro Mordechai em vocês. - Ela disse, virando um pouco a cabeça pra trás.
- E eu ajudo. - Dean disse nervoso.
Sam riu e a porta do porão se abriu de repente e os três começaram a atirar em Mordechai, que continuava a se aproximar, mas quando chegou a alguns centímetros deles o fantasma sumiu. Dean fez sinal para que se separassem. Sam foi em direção ao porão, seguiu Dean até a sala, deixando Harry e Ed sozinhos. Não demorou muito e o grito de Harry ecoou pela casa e todos correram de volta para a cozinha.
- Não colocaram o que eu contei pra vocês sobre o Mordechai ter medo de armas de fogo no site? - perguntou olhando para Harry e Ed.
- É, claro. - Ed disse ajudando Harry a se levantar.
- Mas o servidor caiu. - Harry completou - Não ficou muito tempo na internet.
- Então as armas não funcionam? - Dean perguntou com raiva
- Não. - Sam respondeu, encostando-se em uma das paredes.
- Ótimo. - Dean disse sarcástico - Nerds, alguma idéia?
- Não. - Sam disse abaixando a arma.
- Vamos embora. - Harry disse, puxando Ed pela camisa e indo pra sala.
, Dean e Sam se entre olharam e ouviram o grito dos dois novamente.
- Sam, vai ajudar os dois. - disse, pegando um galão de gasolina - Dean, me ajuda aqui.
Sam saiu correndo em direção à sala e Dean a ajudou a jogar gasolina no chão da cozinha.
- O que vamos fazer? - Dean perguntou, olhando o chão cheio de gasolina.
- Queimar tudo. - disse, pegando uma caixa de fósforo.
Dean ouviu a voz de Sam pedindo por ajuda e foi ajudar o irmão, deixando o trabalho sujo para . Ela acendeu o fósforo e jogou no chão, que pegou fogo imediatamente. correu para a sala onde encontrou Dean e Sam. Os três saíram correndo da casa e viram Mordechai parado na porta, enquanto a casa pegava fogo. suspirou ao ver Mordechai sumir.
- Parece que acabou.
- Vocês queimaram a casa. Isso não mata ele. - Sam disse, olhando pro fogo.
- Mas se não há casa pra ele assombrar, ele não pode mais existir, a não ser que a história mude de novo. - respondeu, andando para longe daquela maldita casa.
- E se ele mudar novamente e ele sair da casa? - Sam perguntou, seguindo-a.
- Aí, voltamos aqui e acabamos com o infeliz. - Dean disse, andando logo atrás de Sam.
- Relaxa Sam. Acabou. - disse sorrindo e continuando a andar até o Impala.
- Tomara. - Sam disse por fim.
Os três entraram no impala, iam cair na estrada novamente.

VI - Sangue do Morto


Dean, Sam e estavam em uma restaurante de comida caseira. e Sam pesquisavam por algo no notebook e Dean estava lendo o jornal, mas o deixou de lado e olhou para e Sam.
- Eu não achei nenhuma pista em Nebraska. E vocês?
não tirou sua atenção do notebook e deu uma cotovelada em Sam, que olhou para Dean.
- Estávamos procurando em Wyoming, Colorado e Dakota do Sul.
- Uma mulher caiu três mil metros de um avião e sobreviveu - completou.
- É sensacionalismo, não algo sobrenatural. - Dean disse, dando de ombros, e os outros dois riram.
- É. - Sam disse, olhando para o notebook.
- Ei, podemos viajar para o leste. Que tal Nova York? No norte do estado? - Dean disse sorridente.
- Eu não sei, talvez algum dia, mas antes temos muito trabalho a fazer. - disse Sam sorrindo. - Você tem razão. O que mais acharam?
- Em Manning, no Colorado, alguém chamado Daniel Elkins foi morto e despedaçado em casa.
- Elkins? Conheço esse nome. - Dean disse pensativo.
- Eu não lembro. - Sam disse olhando o irmão.
- Eu sim, já vi em algum lugar. - disse também pensativa.
- Enfim - Sam disse, voltando ao assunto - a polícia não sabe o que pensar. Acharam que tinha sido um urso, mas agora descobriram sinais de roubo...
- DEAN! - gritou ao se lembrar de onde conhecia o nome - O diário do seu pai.
Dean sorriu pegando o diário dentro da mochila, procurando por algo, e Sam fez uma cara de confuso, não estava entendendo nada.
- Aqui. - Dean disse depois de olhar algumas paginas - Dê uma olhada nisso aqui - ele disse, entregando o diário a Sam.
Sam deu uma olhada no diário. Em uma das páginas o nome D. Elkins estava escrito e um número de celular também.
- Acham que é o mesmo Elkins?
- O código de área é do Colorado. - comentou, olhando para o diário.
- Vamos investigar. - Dean guardando as coisas.

~~

Os três entraram na casa de Daniel cada uma com uma lanterna e uma arma em mãos.
- Parece que a empregada não apareceu. - comentou , olhando em volta ao entrar na casa.
- Estou vendo sal perto da porta. - Sam disse alto do lado de fora da casa.
- Sal para se proteger contra demônios ou sal que caiu da pipoca? - Dean perguntou enquanto mexia em alguns livros.
- Forma uma círculo. - Sam disse entrando na casa.
- Acha que Elkins era do nosso time? - Dean perguntou ainda mexendo em livros e outras coisas que se encontravam em cima da mesa.
- Com certeza. - disse logo atrás deles - Olha o que eu achei. - ela disse, colocando algo parecido com o diário de John em cima da mesa.
- Parece bastante com o diário do papai. - Sam disse se aproximando.
- É... só que esse começa nos anos sessenta. - Dean comentou depois de ler a data na primeira página.
- Depois lemos isso. - disse, pegando o diário e colocando em baixo do braço - está tão escuro aqui.
- Se quiser seguro a sua mão. - Dean disse, tirando sarro.
- Não estou com medo, idiota. - disse, dando um soco de leve no ombro dele - Só estou comentando que está escuro demais.
- Não comecem. - Sam disse, apontando a lanterna no rosto dos dois - Vamos ao que interessa, parece que Daniel não teve um só atacante, seja o que for, não estava sozinho - ele disse, apontando a lanterna para o teto de vidro quebrado em cima de suas cabeças. - E ele resistiu bastante. - disse, olhando a bagunça.
- É. - Dean concordou.
Os três continuaram a anda e olhar o comodo. Dean viu algo no chão e se agachou.
- Achou algo? - Sam perguntou se aproximando.
- Não sei, tem alguns arranhões no chão. - Dean disse ainda olhando o chão.
- Acha que ele entrou em convulsão?
- Sim, talvez. - Dean deu de ombros.
- Ou... - disse, aproximando-se com um papel e uma lápis em mãos.
A garota se agachou, colocou o papel em cima dos arranhões no chão e começou a passar o lápis por cima delicadamente. - Talvez seja uma mensagem.
- Exatamente como papai faz. - Dean disse, pegando o papel do chão, dando uma olhada rápida e entregando a Sam. - Reconhece?
- Três letras e seis números. É a combinação e a locação de uma caixa de correio. - comentou Sam.
- Ele enviou uma mensagem - disse, levantando-se.
- Exatamente como papai faz. - Comentou Dean se levantando.

~~

Dean, e Sam foram até o correio e abriram a caixa com a combinação, achando apenas uma carta, depois que entraram no carro Sam começou a falar.
- "J.W." O que acham? Pode ser para John Winchester?
- Não sei... - Dean disse pensativo.
- Elkins era amigo do pai de vocês. É claro que é pra ele. - disse, cruzando os braços no banco de trás.
- Como sabe? - Dean perguntou, olhando-a pelo retrovisor.
- Está mais que na cara, amorzinho.
- Será que devemos abrir? - Sam perguntou olhando pra carta.
Os três caçadores levaram um susto ao ouvir batidas repentinas da porta do carro, mas o alívio se foi tão rápido quando chegou dado lugar a surpresa. John Winchester abriu um sorriso enorme e em seguida abriu a porta do carro, sentando-se ao lado de .
- Pai? - Dean perguntou surpreso.
- John, o que faz aqui? - perguntou preocupada.
- Está bem? - Sam perguntou, virando-se para o banco de trás.
- Sim, estou. - ele disse sorrindo e se virando para olhar Christie - Eu li a notícia sobre Daniel, vim o mais rápido que pude. Vi vocês na casa dele.
- Por que não entrou, pai? - Sam perguntou sem entender.
- Você sabe o porque. Queria ter certeza que não foram seguidos por alguém ou alguma coisa. Fizeram um bom trabalho cobrindo os rastros.
- Bem, nós aprendemos com um mestre. - Dean disse sorrindo.
- Espere. Você veio até aqui para ver esse Elkins? - Sam perguntou confuso.
- Sim, ele era uma grande homem. Ele me ensinou muito sobre caça.
- Mas você nunca o mencionou para nós - Dean comentou.
- É, tivemos... Nós tivemos uma briga. Eu não o via à anos. - John olhou para a carta nas mãos de Dean - Quero dar uma olhada nisso.
Dean entregou a carta ao pai. John não perdeu tempo e a abriu rapidamente e começo a ler. - "Se estiver lendo essa carta, é porque estou morto." Filho da puta.
- O que foi? - Dean perguntou curioso.
- Estava com ele o tempo todo.
- O quê? - foi a vez de Sam perguntar.
- Quando revistavam a casa viram alguma arma? Uma antiguidade. Um revolver Colt. Viu, ? - ele perguntou, virando-se para a garota.
- Não. - ela disse pensativa.
- Eu achei um estojo vazio. - disse Dean.
- Então, eles estão com ele.
- Os assassinos do Elkins? - perguntou Dean.
- É, precisamos rastreá-los. - John disse saindo do carro.
- Espere, você vai vir com a gente? - Sam perguntou antes do pai se afastar do carro.
- Se o Elkins falou a verdade, precisamos achar o revolver. - John disse, encostando-se na janela do carro.
- O revolver? Por quê? - Sam perguntou sem entender.
- Porque é importante.
- Pai, não sabemos quem foram os assassinos. - disse Dean.
- Foram as criaturas que o Daniel caçava. Vampiros.
- Vampiros? Achei que eles não existiam. - Dean disse, franzindo a testa.
- Achei que estivessem extintos. - disse, colocando a cabeça entre os bancos da frente.
Sam e Dean a olharam surpresos. Como assim ela sabia sobre vampiros e eles não? - Você nunca os mencionou, pai. - Sam disse como se perguntasse o porquê.
- Como disse a , achei que estivessem extintos. Achei que Elkins e os outros tivessem acabado com eles.
sorriu e começou a falar convencida.
- A maior parte das lendas é bobagem. O crucifixo não os repele, o sol não os mata, nem uma estaca no coração.
- Mas a sede de sangue é verdade. - disse John de forma séria - precisam de sangue humano para viver. Eles já foram pessoas, então só os reconhecemos tarde demais.

~~

"Unidade 22, vou confirmar. Quilômetro 41, carro abandonado. Quer investigar?" "Entendido. Possível sequestro. É melhor chamar a perícia."
John se levantou rapidamente ao terminar de ouvir a conversa no rádio da polícia, ele pegou sua jaqueta e se aproximou das duas camas que haviam no quarto.
- Dean, Sam, . Vamos. - ele disse, batendo no pé de cada um dele conforme ia dizendo os nomes. - Ouvi uma chamada da polícia. - ele disse assim que Sam abriu os olhos.
Sam estava deitado em uma das camas de solteiro sozinho, enquanto Dean e dormiam abraçados na outra cama de solteiro.
- O que houve? - Sam perguntou se levantando.
- Um casal achou um corpo na rua e pediu ajuda. Quando a polícia chegou, tinham sumido. Foram os vampiros. - John disse andando até a porta.
- Como sabe? - Sam perguntou seguindo o pai.
- Só me sigam. Ele disse, saindo do quarto com Sam logo atrás dele
. Dean se levantou da cama e se sentou na mesmo enquanto calçava seu tênis.
- Belo jeito de acordar. - disse, levantando-se e coçando os olhos.
- Para de reclamar, pequena. Quando voltarmos... - Dean disse, aproximando-se e a abraçando pela cintura - dormimos de novo, bem abraçados - ele disse sorrindo com malicia - ou pegamos um quarto separado e...
- Depois pensamos nisso. Temos que ir atrás dos vampiros. - disse, dando um selinho em Dean, que se soltou do abraço e saiu do quarto.
- Vampiros. Acho engraçado cada vez que ouço isso. - Dean disse, pegando sua jaqueta e indo atrás dos demais.

~~

- Não sei porque não podemos ir com ele. - Sam disse baixinho.
- Não diga que já vai começar. - disse Dean revirando os olhos.
- Começar o quê? - Sam perguntou erguendo a sobrancelha.
deu uma risadinha e Dean ignorou o irmão e se virou para o pai que se aproximava.
- O que descobriu? - Dean perguntou assim que seu pai chegou perto.
- Foram eles. Estão indo para o Oeste. Vamos contornar a barreira. - John disse, colocando as mãos no bolso da jaqueta.
- Como posso ter certeza? - Sam perguntou desafiador.
- Sam! - Dean o repreendeu.
- Que foi? Quero saber se estamos indo na direção certa. - Sam disse dando de ombros.
- Estamos! - disse John apenas.
- Como sabe? - Sam perguntou ainda desafiador.
- Encontrei isso. - John tirou algo do bolso e entregou a , que até então estava calada e sentada no capô do impala.
- Dente de vampiro. - disse, olhando o que John a entregara e mostrando para Sam e Dean em seguida.
- Presas? - Dean perguntou.
- Não são presas, são dentes que surgem no ataque. - ela disse sorrindo.
- Mais alguma pergunta? - John perguntou, olhando sério para Sam. Esse permaneceu calado assim como os outros dois - Está bem. Vamos sair daqui. O sol está se pondo. - John disse, indo em direção ao seu carro - Dean, por que não repara os arranhões antes que enferrujem? Não teria te dado o carro se soubesse que ia arruiná-lo. - finalizou John, entrando em seu carro.
Dean fez uma cara de chateado por ter levado uma pequena "bronca". o olhou e sentiu vontade de abraça-lo e dizer "hei, não ligue, você sabe que seu pai é assim mesmo", mas simplesmente pousou a mão no ombro dele por uns segundos e se dirigiu ao carro de John. Sam deu um sorriso amarelo, olhando para o irmão, e ambos entraram no carro.
- John... - disse, tirando sua atenção da estrada e a colocando no caçador ao seu lado - O Colt que estamos indo atrás é o mesmo que estou pensando?
- Qual você está pensando? - Ele perguntou sem tirar a atenção da estrada.
- Mata qualquer coisa. - ela disse, olhando as árvores passando rapidamente do lado de fora.
- Você é esperta igual sua mãe. - ele deu um sorriso - Consegue entender tudo, saber de tudo.
- É, papai sempre disse isso. - ela sorriu e deu de ombros.
- Ele não mentiu - John sorriu.
O silêncio tomou conta por alguns segundos.
- Por que não conta as coisas à Sam e Dean? Me sinto mal toda vez que percebo que sei mais que eles sobre você e esse demônio.
- Porque é melhor assim, . - ele falou em um tom autoritário e permaneceu calada. - Desculpa.
- Ok. - ela disse, dando um sorriso amarelo.
- Ligue para o Dean e fala para virar na próxima saída.
- Ok - pegou o celular e discou o número de Dean - Oi, Dean. - ela disse sorrindo - Seu pai disse para virar na próxima saída... Ok, tchau.
John ficou olhando para a garota e sorrindo.
- O que foi? - ela perguntou sem graça.
- Você... e Dean. - ele disse, voltando a olhar a estrada e vendo Sam aumentando a velocidade do impala, passando na frente dele e parando o carro - O que diabos Sam está fazendo?
Sam desceu do carro irritado e John também desceu de seu carro.
- Sam! O que diabos foi aquilo? - John gritou se aproximando do filho.
- Precisamos conversar. - Sam disse encarando o pai.
- Sobre o quê? - John perguntou, erguendo a sobrancelha.
Sobre tudo. Aonde vamos? Por que é importante? - Sam disse de um jeito exigente.
- Conversamos depois de matar os vampiros. - Dean disse, aproximando-se dos dois.
- Agora não temos tempo. - John disse, olhando para Sam.
- Da última vez que o vimos era perigoso ficarmos juntos. Agora quer nossa ajuda. - Sam disse quase gritando - Algo está acontecendo. Queremos saber o quê.
- Volte para o carro. - John disse autoritário.
- Não. - Sam disse no mesmo tom.
- Falei para voltar para o carro. - John disse, dando um passo à frente.
- Foi. E eu disse que não. - Sam disse sem sair do lugar.
- Pronto. Sam, você disse o que queria. - Dean disse, olhando para o irmão e o pai se encarando.
- É. - disse finalmente se manifestando - Conversamos depois.
- Sam, vamos. - Dean disse, puxando o irmão de volta para o carro.
- Por isso eu saí de casa. - Sam disse baixinho enquanto voltava para o carro.
- O que você disse? - John perguntou, aproximando-se novamente. - Você ouviu. - ele disse, virando-se para o pai e aumentando o tom de voz.
- Sim, você saiu de casa. Eu e seu irmão precisávamos de você e você foi embora. - John disse quase gritando e cutucando o peito de Sam.
- Parem com isso. - gritou.
- Foi você quem disse "nunca mais volte" e foi você quem bateu a porta. - Sam esbravejou - Ficou com raiva porque não podia mais me controlar.
John segurou Sam pela camisa. Dean e entraram no meio, tentando fazer John soltar Sam.
- Pare com isso, já chega. - Dean disse olhando para Sam.
- Você também. - disse olhando para John.
Sam e John entraram cada um em seu carro. Dean e se olharam.
- Que ótimo. - Dean disse, revirando os olhos.
- Relaxa. - ela disse, colocando a mão em seu ombro - Vamos.
entrou no carro de John novamente e Dean voltou para o impala.

~~

Os quatro observavam um celeiro, um homem abriu a porta enquanto o outro chegava de caro e entrava no celeiro.
- Filhos da puta. Eles não tem medo do sol? - Dean perguntou ao ver os dois vampiros normalmente no sol.
- A luz do sol só machuca a pele deles, não mata. - disse sorrindo.
- A única forma de matá-los é cortando a cabeça deles. - completou John.
- Eles dormem o dia todo. - comentou .
- O que não quer dizer que não acordam. - John finalizou sorrindo para a garota.
- Então, entrar lá não é a melhor opção. - comentou Sam.
- Na verdade - John disse se levantando - esse é o plano.
Os três seguiram John até o carro e começaram a pegar suas armas.
- Pai, trouxe um facão, se precisar. - Dean disse com o facão em mãos.
John tirou um facão enorme do seu porta malas e olhou para Dean.
- Tenho o que preciso. Obrigado.
Dean deu de ombros e pegou o facão das mãos dele.
- Gostei. - ela disse sorridente.
- Mas você não vai. - Dean disse autoritário.
- Vai me deixar fora de tudo agora? - ela disse, olhando-o irritada.
- Só acho que não é seguro. - Dean disse franzindo a testa.
- Eu sou caçadora, Dean. Nada o que faço na minha vida é seguro.
- Mas...
- Dean, a sabe o que está fazendo. Não é a primeira vez que ela caça vampiros. - John disse, aproximando-se dos dois.
- É. - Christie disse colocando as mãos na cintura.
- Então... Vocês querem saber sobre a Colt. - John disse, olhando para os filhos.
- Sim, senhor. - os dois falaram em uníssono.
- É só uma história. É uma lenda. Pelo menos é o que eu pensava, nunca acreditei nela até ler a carta de Daniel.
- E eu acho que ainda não acredito. - comentou.
- Você sabe? - Dean perguntou surpreso.
- Sei. - ela disse se encostando no carro. - Em 1835, quando o cometa Halley passou na mesma noite em que aqueles homens morreram no Álamo, dizem que Samuel Colt criou uma arma. Uma arma especial. - disse, olhando para John - Ele a criou para um caçador, assim como nós, só que ele andava a cavalo ao invés de Impala. - ela disse sorrindo e respirando fundo - A história conta que ele fez 13 balas. O caçador usou a arma meia dúzia de vezes antes de desaparecer levando o revolver.
- Até que Daniel pôs as mãos nele. - John comentou.
- Dizem que o revolver mata qualquer coisa. - disse por fim.
- Qualquer coisa. Como algo sobrenatural? - Dean perguntou pensativo.
- Como o demônio? - perguntou Sam.
- Sim, o demônio. - John confirmou - Desde que encontrei o rastro dele estou procurando alguma forma de destruir aquele demônio.
- Encontrar o revolver talvez seja a solução. - comentou .

~~

John, Sam, e Dean entraram no celeiro pela janela. John foi atrás do revolver, enquanto os outros três soltavam as pessoas presas no local. Dean e se aproximaram de um tipo de cela cheia de pessoas. Dean olhou o cadeado e decidiu que era melhor quebrar as dobradiças da porta da cela. Ele pegou um pé de cabra e quebrou uma das dobradiças. olhou em volta para ver se algum vampiro tinha acordado, mas não, ela viu Sam tentando soltar uma garota que estava amarrada em uma das colunas.
- Sam, não. - sussurrou.
Sam olhou para a amiga, mas voltou a olhar para a garota amarrada que agora acordava.
- Shiu! Eu vim te ajudar. - ele sussurrou para a garota.
- NÃO - ela gritou com uma voz monstruosa.
Sam se levantou rapidamente com o facão em mãos, olhando os vampiros acordar a sua frente.
- Eu disse que não era para soltá-la. - disse , puxando Sam.
- Corram. - a voz de John veio do fundo do celeiro.
Os três saíram correndo o mais rápido possível do celeiro sem olhar para trás. foi a primeira a parar de correr quando viram que estavam em uma distância grade do local.
- Pai? - Dean gritou quando não viu sinal de John - Pai?
John apareceu correndo um pouco distante e Sam e Dean se prepararam para correr novamente.
- Eles não vão nos seguir agora. Vão esperar até a noite. - John disse ofegante chamando a tenção dos filhos.
- Um vampiro nunca esquece do seu cheiro. - comentou por fim.
- O que vamos fazer? - perguntou Dean.
- Procurar uma funerária. - John disse sorrindo.
Sam e Dean se entreolharam sem entender e Christie deu risada junto com John.

- Prontinho. - disse, entrando no Impala com um pote cheio de sangue.
- Uau! - Dean disse olhando para o pote - Pra que é isso mesmo?
- Sangue de morto é como veneno para os vampiros - disse sorridente - Adoro caçar vampiros.
- E eu nem sabia que eles existiam, assim como não sabia do Colt, assim como não sabia que você sabia de tudo e não me contou nada.
- Desculpa, Dean. - ela disse suspirando - Mas não sabia se podia, se deveria. Achei melhor seu pai decidir quando iria contar.
- Entendo. - Dean disse a olhando - Eu faria o mesmo.
- Eu sei. - sussurrou, aproximando-se do rosto dele - Sabe, Dean... Eu admiro você, por tudo que você é, por tudo que você faz, por ser tão idiota. - os dois abriram um sorriso - Quero dizer que... Não sei o que seria do John e do Sam se não fosse você. Posso arriscar dizer que os dois se matariam. Você é o elo forte dessa família. E eu admiro muito isso.
Dean sorriu acariciando o rosto dela.
- Obrigado por me dizer isso. - Dean disse selando seus lábios.
- De nada. - disse sorrindo ao sessar o beijo. - Vamos?
- Vamos. - Dean ligou o carro e deu partida.

~~

Dean estava fingindo arrumar o carro quando uma mulher se aproximou, junto com um homem.
- O carro está com prolemas? - ela perguntou sorridente - Posso te dar uma carona até a minha casa.
- Não. - Dean disse fazendo careta - Não sou chegado a necrofilia.
- Uh! - ela disse, dando um tapa em Dean que caiu ao chão. A vampira se abaixou e, apertando as bochechas de Dean com uma mão, foi levantando ele do chão.
- Não costumo ser desinibido até o segundo encontro, mas..
- Nós podemos nos divertir. - ela disse, o interrompendo - Gosto de fazer novos amigos.
A vampira puxou Dean pra perto de si e o beijou, o beijo demorou alguns segundos até que ela o afastá-lo.
- Desculpa, mas já tenho alguém e ela não vai gostar nada disso. - Dean disse em um sussurro.
Uma flecha atingiu o vampiro que estava um pouco atrás da mulher e logo em seguida atingiu ela, que soltou Dean.
- Droga. - ela sorriu enquanto via , John e Sam se aproximar - Quase não doeu.
- Espere um minuto, vadia. - disse sorrindo e ficando ao lado de Dean, que passou o braço ao redor do ombro dela - A flecha estava molhada de sangue de morto.
- É como veneno pra você, não é? - Dean perguntou também sorrindo.
Em fração de segundos a vampira caiu desmaiada no chão.
- Pode levá-la, eu cuido desse aqui. - John disse, aproximando-se do vampiro.
Sam e Dean pegaram a vampira e os acompanhou. John pegou o facão e respirou fundo, em um golpe só cortou a cabeça do vampiro a sua frente.

~~

- Joga isso no fogo. Açafrão, repolho e trílio. - John disse, entregando um saquinho com os ingredientes a Dean - Vai ajudar a disfarçar o nosso cheiro e o dela até chegar a hora.
- Coisinha fedorenta, hein! - Dean comentou, pegando o saquinho.
- Essa é a idéia. - John disse sorrindo - Se colocarem o pó nas roupas talvez não sejam detectados.
- Tem certeza que virão atrás dela? - Sam perguntou duvidoso.
- Vampiros tem uma coisa fofa. - disse sorrindo. - Eles se casam pra sempre, ela vale mais que qualquer coisa pra ele.
- Mas o efeito do veneno no sangue vai passar logo. - John comentou - Vocês precisam ser rápidos.
- Meia hora vai bastar. - Dean disse, aproximando-se dos outros três.
- Depois saiam daqui rápido.
- Mas... - Sam começou a dizer mas foi interrompido.
- John, não pode matar todos eles. - disse pensativa.
- Concordo. - Dean disse cruzando os braços.
- Estarei com ela e com o Colt. - John disse em um tom calmo.
- Depois vamos nos encontrar, certo?
John não respondeu nada, apenas olhou para o chão. Sam ficou irritado novamente com o pai.
- Você vai sumir de novo, não é? Ainda quer caçar aquele demônio sozinho? Eu não consigo entender você. Não pode nos tratar assim. - Sam disse revoltado.
- Assim como? - John perguntou olhando pra o filho.
- Como crianças.
- Vocês são meus filhos, quero que fiquem a salvo. - John disse, olhando para seus dois filhos. Quando olhou para , ela estava prestes a dizer algo. - Você principalmente.
- Pai. - Dean disse em um tom calmo - Com todo o respeito, mas isso é bobagem.
- Como é? - John perguntou surpreso. - Sabe o que nós três caçamos. Você nos enviou em expedições de caça. Não pode estar tão preocupado. - o loiro disse em um tom firme.
- Não é a mesma coisa.
- Então o que é? Por que vamos ficar de fora da grande luta? - Dean despejou as palavras.
- Esse demônio é um filho da puta cruel. Não posso caçar e me preocupar com vocês.
- Não pode ser descuidado?
- Olha... Acho que não vou sair vivo deste encontro. - John respirou fundo - A morte da mãe de vocês... Quase me matou. Não posso ver meus filhos morrerem. Não farei isso.
- E se você morrer? - perguntou quase num sussurro e John não respondeu nada.
- Sabe, estive pensando. Eu... Sammy tem razão. Deveríamos agir juntos. - disse Dean e Sam confirmou com a cabeça. - Somos mais fortes em família e você sabe disso.
John ficou olhando os três por alguns segundos.
- Estamos perdendo tempo. Façam o trabalho de vocês e saiam daqui. - ele apontou ara - Especialmente você. Isso é uma ordem.
John se afastou e os três ficaram ali parados olhando ele se afastar sem saber o que dizer uns aos outros.

observava de longe o que acontecia na estrada à sua frente enquanto se escondia entre as folhagens. John estava conversando com os vampiros. Dean e Sam se aproximaram dela também, escondendo-se entre as folhagens.
- Tudo bem? - Dean perguntou um pouco ofegante.
- Tudo. - ela disse sorrindo pra ele - E lá? Deu tudo certo?
- Deu, soltamos todas as vítimas. - Sam respondeu.
Os três voltaram a atenção para a cena a sua frente. Kate estava amarrada e sendo segurada por John. O vampiro, Luther, o líder, colocou a arma no chão e se afastou enquanto John se aproximava da mesma ainda com Kate pressa próxima ao corpo. John pegou a Colt, mas Kate se soltou e deu um soco forte nele, jogando-o contra o carro e o fazendo cair ao chão.
- Droga! - disse, pegando o arco e flecha e desparando contra dois vampiros.
Dean e Sam correram para ajudar o pai. Dean cortou ferozmente a cabeça de um deles. Kate se aproximou de Sam e começou a bater nele, entregando-a a Luther em seguida. Dean se aproximou com o facão em mãos.
- Não. - Luther disse, dando uma chave de braço no pescoço de Sam - Vou quebrar o pescoço dele. Abaixa o facão.
Dean hesitou por alguns segundos, mas levantou as mãos e soltou o facão no chão.
- Gente como vocês... Por que não nos deixam em paz? - Luther perguntou com ódio no olhar. - Também temos o direito de viver.
- Eu não concordo. - John disse atrás do vampiro.
Luther se virou e John apontou a Colt em sua direção, disparando logo em seguida. A bala penetrou a cabeça de Luther, fazendo a pele em volta do local perfurado ficar preta. Luther soltou Sam enquanto caia morto no chão.
- LUTHER! - Kate gritou ao ver seu par caído ao chão, em seguida olhou com ódio para John e deu um passo à frente, sendo impedida a continuar por outra vampira.
- Kate. Não.
Andaram até o seu carro e saíram do local. saiu de trás das folhagens.
- Desculpem. Eu não tinha mais flechas e estava sem o meu facão.
John simplesmente sorriu para a garota. Estava tudo bem.

~~

Sam, Dean e arrumavam suas coisas para saírem dali.
- Crianças. - John chamou ao entrar no quarto.
- Sim, senhor. os três disseram em uníssono.
- Vocês ignoraram a minha ordem.
- Sim, senhor. - Sam disse, abaixando a cabeça.
- E salvamos sua vida. - Dean comentou.
- Mais um pouco e adeus John Winchester. - disse fazendo careta.
Sam estava surpreso olhando os dois ao seu lado que estavam encarando John.
- Vocês tem razão. - John disse baixinho.
- Temos? - Dean perguntou surpreso com a reação de seu pai.
- Isso me dá muito medo, vocês três são tudo o que tenho... Mas somos mais fortes agindo em família. Então... Vamos caçar aquele desgraçado. Juntos.
- Sim, senhor. - Os três disseram novamente em unissono, abrindo um sorriso enorme. Agora seriam os quatro, lutando contra tudo, contra o mundo, contra o maldito demônio.

VII - A Armadilha do Diabo
Pov's

O quarto estava repleto de papéis com coordenadas, histórias e padrões. John estava sentado em uma mesa e Sam estava de pé encostado na parede. Dean estava do meu lado com a mão na minha perna, fazendo um carinho com o dedo polegar, coloquei minha mão sobre a dele e ele sorriu de canto ainda olhando atento para o pai, mas também atento a cada movimento meu.
- Isso é tudo que eu sei, tudo o que descobri. - John disse, passando as mãos pelos cabelos grisalhos.
Na verdade, eu não estava prestando atenção no que diziam, estava pensando em tudo que passamos até aqui e em tudo que iria acontecer, como seria nossas vidas depois que o demônio morresse.
- Nós passamos nossa vida procurando esse demônio, nenhum vestígio, nada. - John continuava a falar e as palavras pareciam distantes - Até que no ano passado, pela primeira vez, eu achei uma trilha.
- Foi quando o senhor se mandou. - Dean falou, tirando-me do transe.
- É - John confirmou - O demônio saiu da toca, ou da hibernação.
- E... - eu comecei a falar, tentando esquecer essas coisas de passado e futuro - Como é a trilha que achou?
- Começou no Arizona, depois New Jersey, Califórnia, casas incendiadas. Ele vai atrás das famílias, como veio atrás da nossa.
- Família com bebês - Sam perguntou e me parecia estar cansado ou algo assim.
- É - John confirmou - Na noite em que o bebê faz seis meses.
- Eu tinha seis meses naquela noite? - Sam perguntou confuso.
- Exatamente. - John disse, olhando para Sam - Exato, seis meses.
- Deixa eu ver se eu entendi, o demônio quer pegar essas crianças por alguma razão? Como ele quis me pegar? - Sam fez aquela cara de dar pena que só ele sabia fazer - Então as mortes da mamãe e da Jess foram por minha causa?
- Nós não sabemos - Dean disse de uma forma firme.
- É mesmo? Eu acho que está muito claro, Dean - Sam disse, alterando-se.
- Pela última vez, o que aconteceu com elas não é culpa sua - Dean disse, levantando-se da cama e aumentando o tom de voz.
- É, você tem razão. Não é minha culpa mas é meu problema - Sam falou no mesmo tom.
- Não é seu problema - Dean gritou - É nosso problema.
- Tudo bem - John gritou e depois voltou ao seu tom normal de voz - Chega.
Dean e Sam se entre olharam, com certeza percebendo que estavam brigando por besteira.
- E... Por que ele faz isso? O que ele quer? - eu perguntei, quebrando o meu silêncio ainda sentada no meu canto.
- Eu queria ter mais respostas, eu queria mesmo. Mas nunca cheguei em tempo de salvar... - John ficou em silêncio e respirou fundo.
- E... Como vamos fazer para encontrá-lo antes que ataque? - Dean perguntou com um tom de voz mais calmo, passando as mãos pelos cabelos.
- Existem sinais. Eu levei um tempo para perceber um padrão, mas um pouco antes dos incêndios os sinais apareceram na área. Mortes no gado, flutuações de temperatura, tempestades elétricas... - John olhou para os papéis à sua frente - Então eu fui confirmar e...
- As mesmas coisas aconteceram em Lawrence. - eu completei, olhando para o chão.
- Uma semana antes de Marry morrer. - confirmou John. Eu conseguia ver a dor dele estampada no rosto toda vez que o assunto era Marry. - E em Palo Alto antes da Jéssica.
Eu olhei para Sam, ele estava tentando ser forte, mas eu via a dor dele também.
- E os sinais, eles estão recomeçando. - John voltou a falar.
- Onde? - Sam perguntou com uma voz triste.
- Em Salvation, no Iowa.

Nos já estávamos na estrada, eu no carro do John com o próprio e Dean e Sam no Impala. O celular de John começou a tocar e eu atendi, era Caleb, então entreguei o celular para o John. Não demorou muito e ele desligou. Pelos comentários e pela cara de John, não era uma notícia muito boa, ele parecia estar mais que abalado com seja lá qual era a notícia ruim.
- John, tá tudo bem? - eu perguntei enquanto abaixava o volume do rádio.
- Não, . - ele disse, já parando o carro da entrada de uma trilha.
John desceu o carro e eu fiz o mesmo, pude ver o Dean parando o carro logo atrás da gente, não estava entendendo, que notícia poderia ser tão ruim?
- Droga! - ele gritou.
- O que foi? - Dean perguntou, descendo do impala.
- Miserável. - disse John batendo na lateral o carro.
- O que foi? - Dean perguntou novamente, aproximando-se do seu pai.
- Acabei de falar com o Caleb.
- Ele está bem? - Dean perguntou olhando de John pra mim. Como se eu soubesse de algo. - Ele está bem?
- Ele está bem. Jim Murphy morreu. - Jon disse respirando fundo.
Nos três olhamos surpresos para John.
- O pastor Jim? - Sam perguntou, olhando incrédulo para John, que não disse nada só confirmou com a cabeça. - Como?
- Garganta cortada, sangrou até a morte. - Nós nos entreolhamos. - Caleb disse que acharam trasos de enxofre na cada do Jim.
- Um demônio. - eu disse, encostando-me no carro.
- O demônio? - Dean perguntou com raiva na voz.
- Eu não sei, ele pode ter se descuidado, sem querer deixou escapar. O demônio pode saber que estamos perto.
- O que quer fazer? - perguntou Dean.
- A partir de agora cada segundo conta. Há dois hospitais e um centro de saúde no condado. Vamos nos separar para cobrir mais terreno. Eu quero os registros, quero uma lista com cada bebê que faz seis meses na próxima semana.
- Pai, deve ter uma dúzia deles. - Sam disse olhando para John.
- Uma dúzia é pouco. - eu acrescentei também, olhando para John. - Como vamos saber qual é o certo?
- Vamos checar todos.
- Mas... - Sam começou mas foi interrompido.
- Tem uma idéia melhor? - John perguntou, encarando Sam.
- Não, senhor. - ele respondeu.
Então John olhou para mim, mas desta vez nem eu tinha o que dizer, não estava conseguindo pensar em nada.
- Não, senhor. - eu disse, olhando para John.
Nós quatro nos olhamos novamente e percebemos que estava na hora de começarmos a voltar para os carros. Quando dei um passo em direção ao carro de John, Dean me puxou pelo braço, deixando sua boca próxima ao meu ouvido.
- Melhor vim com a gente. Ele precisa de um tempo sozinho. - Dean sussurrou e eu concordei balançando a cabeça e entrando no impala.
John ficou parado do lado do carro e Dean ficou olhando ele.
- Pai? - Dean o chamou, ele hesitou um pouco em virar, mas o fez.
- É. É o Jim. - ele disse, olhando para Dean. - É que... Eu não posso... Isso vai acabar. Agora. Vou acabar com isso, custe o que custar.
Então John entrou em seu carro, e os meninos no Impala.


Nós nos dividimos, John pra um lado, Sam para o outro e eu e Dean juntos, só para minha raiva. Eu e Dean entramos no hospital, Dean deu uma olhada em volta e começou a olhar para uma recepcionista - ou seja lá o que for aquela maldita - ele se aproximou do balcão e eu fiquei olhando um pouco distante. Ela tinha pela clara, cabelos pretos ondulados e olhos verdes. Ela era bonita, eu tinha que admitir.
- Oi, posso fazer alguma coisa por você? - ela perguntou com um sorriso simpático no rosto.
- Er... Eu... Acho que pode sim. - Dean disse, olhando pra ela.
Isso de alguma forma mexeu comigo, ele estava flertando com a garota na minha frente? A tal garota sorriu abertamente pra ele. Ok. Ele estava mesmo flertando com ela.
- Eu estou à trabalho - Ele disse, mostrando o distintivo falso e dando de ombros.
Eu saí dali, não queria ver isso. Saí andando pelo corredor do hospital. Acho que às vezes Dean esquecia da minha existência, pelo menos era o que eu queria acreditar. Era mais fácil pensar assim do que simplesmente pensar que ele é um galinha sem coração. Eu sorri sozinha com o meu pensamento bobo e um médico alto dos cabelos pretos e olhos azuis se aproximou de mim.
- Posso ajudar? - ele perguntou de forma educada e gentil, talvez tivesse me achando louca.
- Oh, não. Er... - eu peguei meu distintivo falso e mostrei pra ele. - Trabalho. Estou resolvendo algumas coisas com o meu parceiro. - disse, apontando para Dean.
- Ah! Tudo bem. É que você parecia meio perdida. - Ele disse sorrindo.
- Sempre pareço, talvez esteja perdida mesmo. - eu sorri e respirei fundo - Você é médico aqui?
Ele sorriu, e que sorriso bonito ele tinha. Droga! Eu estava flertando com o médico para esquecer que o Dean estava flertando com uma recepcionista qualquer. Droga!
- Sou... sou o dr. Green. Jeffrey Green.
- Sou Victória Collins. - eu disse, apertando a mão dele em comprimento.
- Pronto, vamos ver os documentos. - Dean disse ao se aproximar de nós dois.
- Dean, esse é o doutor Green - eu disse, olhando para o médico.
- Me chame de Jeffrey. - ele disse sorrindo.
- Jeffrey... - eu me corrigi - E esse é o meu parceiro, Luke Tuner.
- Oi. - o médico cumprimentou Dean com um aperto de mão.
- Oi. - Dean disse de forma fria.
- Bem... Eu tenho que ir, então... Senhorita Collins...
- Me chame de Victória - eu disse, interrompendo-o. Estava flertando com o cara na frente de Dean? Sou retardada, só pode.
- Victória - ele se corrigiu com um sorriso. - Nos vemos por ai. - dizendo isso ele saiu andando pelo corredor do hospital. É claro que nunca mais o veria.
Dean ficou olhando para mim, como se estivesse me analisando.
- O que foi? - eu perguntei, dirigindo-me à recepção novamente sem olhar pra ele.
- Nada - ele disse, franzindo a testa - só achei interessante a forma que olhava pra ele.
- Não vem com essa. - eu disse, ainda andando e em seguida parando de frente para a recepcionista metida a gostosona. - Eu sou Victória, parceira do Luke.
- Oi, sou Kristen, tô vendo que já estava se enturmando. - ela disse me olhando.
- É, Jeffrey parece ser simpático.
- Ele é. - ela disse, passando a mão nos cabelos - E também é muito cobiçado.
- Ele não parece ser do tipo que fica flertando com qualquer uma. - eu disse sorrindo e olhando para Kristen.
- E não é.
- Foi o que pensei. Então... Onde estão os documentos? - eu disse de forma profissional.
É claro que Dean deveria estar me fuzilando, mas estava de costas pra ele de forma que não poderia ver, mas enfim, foi ele que começou.
Kristen nos levou até uma sala mais reservada e foi nos mostrando os arquivos que precisávamos. Vez ou outra ela se aproximava mais de Dean, o tocando no ombro, perguntando se ele tinha alguma dúvida, etc. Claro que meu sangue fervia, mas continuava agindo de forma profissional, Dean não parecia dar muita atenção pra ela, ficava me olhando de forma raivosa, talvez ainda estivesse com raiva por causa da indireta, mas ele mereceu. Meu celular começou a tocar e eu pedi licença, saindo da sala. Olhei no visor e era Sam.
- Fala, Sam.
- Oi, )... Tá tudo bem?
- Tá... - eu disse, olhando para o corredor do hospital - O que foi?
- Eu... Eu tive uma visão. De uma mulher morrendo... Pelo demônio.
Eu já havia visto Sam tendo uma das suas visões, mas ainda era estranho pra mim.
- Nossa... E como foi?
- Nada boa. - ouvi a respiração dele por alguns segundos - Mas eu já tenho uma idéia de onde pode ser a casa que procuramos.
- Onde?
- Perto de uma linha de trem. Eu olhei no mapa e achei uma rua, vou pra lá.
- Ok, que rua?
- Grace Avenue, não é longe de onde estou.
- Ok, no motel daqui a alguns minutos.
- Tá.
Eu desliguei o telefone e estava rezando para que fosse mesmo a família que procurávamos. Entrei na sala, Kristen e Dean estavam olhando os papéis. Ok, confesso que estava esperando o pior, talvez Dean não fosse tão canalha assim. Os dois começaram a olhar pra mim.
- D.. Luke... O policial Sam me ligou e disse que talvez a família que procuramos more na Grace Avenue. - eu disse ainda da porta.
Dean começou a olhar os endereços que havia anotado em uma caderneta, quando terminou apontou para um em especial.
- Achamos, mas... Como Sam sabia? - ele me olhava sem entender.
- Longa história. Precisamos ir... - eu olhei para Kristen - A gente se vê, obrigada pela ajuda.
E saí da sala enquanto Dean se despedia dela. Andei até o Impala e esperei Dean.
- O que foi aquilo? - ele perguntou raivoso.
- Aquilo o quê?
- Aquela maldita indireta? E aquele doutor? - ele cruzou os braços olhando pra mim.
- Nada. - eu disse, entrando no carro, não estava afim de discutir - Vamos, temos que avisar seu pai e esperar o Sam.
Dean sorriu e entrou no carro.
- Ficou com ciumes da Kristen? - ele me perguntou, erguendo a sobrancelha.
- Não. Claro que não. - eu disse sem olhar pra ele.
- Ok, mas saiba que não tem nada a ver, tô contigo. - ele segurou minha mão e isso pareceu sincero.
Ele estava comigo.
- Ok, Dean. Dirige.

~~

- Uma visão? - John perguntou, incrédulo.
Ele estava sentado em uma das duas camas de solteiro que havia no quarto. Dean e eu estávamos sentados na outra e Sam estava sentado em uma cadeira, passando a mão na cabeça, acho que ainda estava com aquela dor que sempre ficava quando tinha alguma visão.
- É - Sam confirmou, ainda passando a mão pela cabeça - Eu vi o demônio queimando uma mulher no teto.
- E você acha que vai acontecer com a mulher que conheceu por quê?
- Porque as coisas acontecem exatamente do jeito que eu vejo.
- Começaram como pesadelos e depois começaram a aparecer com ele acordado - Dean disse se levantando da cama e indo para perto de Sam.
- É - Sam confirmou - Parece que quanto mais perto eu chego do demônio, mais forte as visões ficam.
- Tá e... Quando pretendiam me contar? - John perguntou em um tom bravo.
Dean e Sam ficaram olhando pra John por alguns segundos.
- Olha, não sabíamos o que era. - Dean disse se encostando à parede.
- Olha, quando uma coisa assim acontece com o seu irmão, você pega o telefone e me liga. - John disse autoritário.
Eu respirei fundo, porque sabia o que viria depois. Dean se desencostou da parede e começou a andar em direção ao seu pai.
- Te ligar? - ela disse parando na frente de John - Fala sério. Pai... eu te liguei de Lawrence. Sam ligou quando eu quase morri. É mais fácil ganhar na loteria do que falar com o senhor. - Dean estava quase gritando.
- Tem razão. - John disse respirando fundo - Embora eu não goste nada desse seu novo tom e voz, você está certo.
John olhou pra mim e eu abaixei a cabeça.
- Não sabia o que era, então decidi não contar. - eu disse em um tom baixo.
- Tudo bem.
- É o seguinte... - Sam disse e todos nós olhamos pra ele - com visões ou sem visões, o importante é que o demônio está vindo essa noite... e aquela família vai encarar o mesmo inferno que passamos.
- Não, eles não vão. Ninguém vai. Nunca mais. - John desse olhando para o filho mais novo.
Meu celular começou a tocar e eu atendi depois de olhar "desconhecido" no visor.
- Alô.
- ? - uma voz feminina familiar vinha do outro lado da linha.
- Quem é?
- Pensa bem, pequena Einstein, tenho certeza de que vai lembrar.
Meu coração acelerou e minha respiração também. Como era possível?
- Meg? Mas você caiu da Janela! Como...
- Tenho certeza de que você achará uma explicação.
Sam se aproximou e tomou o celular da minha mão, colocando o celular no viva voz.
- Meg? A ultima vez que eu te vi você caiu da janela.
- É, graças a vocês.. aquilo feriu meus sentimentos.
- Só seus sentimentos? - Sam perguntou indignado. - Você caiu do sétimo andar.
- Quero falar com seu pai.
- O meu pai... - Sam ficou olhando para John - não sei onde ele está.
- Sam, está na hora dos adultos conversarem. Eu quero falar com ele agora.
John se aproximou da mesa, pegando uma cadeira e se sentando.
- Aqui é o John.
- Oi, John... eu sou Meg - ela dizia em um tom feliz. - Sou amiga do seus filhos. E também sou aquela que viu o Jim se engasgar com o próprio sangue.
Olhei para os meninos. Então foi Meg que matou o pastor Jim. Todos nós permanecemos em silêncio.
- Você continua aí, John?
- Estou aqui - John disse passando a mão no rosto.
- Enfim... aquilo foi ontem, hoje eu estou em Lincoln visitando um outro velho amigo seu. Ele quer dizer oi.
Nos quatro aguardamos um pouco e logo uma voz masculina conhecida veio do outro lado da linha.
- John, não importa o que eles façam, não dê...
- Caleb? Caleb? - John respirou fundo – Olha, ele não tem nada a ver com isso... Deixe-o em paz.
- Sabemos que tem o Colt.
Nós quatro nos entre olhamos.
- Eu não sei do que está falando.
- É? Ok. Então escute...
Logo a voz da vadia foi substituída por barulhos estranhos como... como o de alguém com a garganta cortada. Eu tampei minha boca com as mãos e Dean se aproximou de mim, colocando as mãos no meu ombro como se estivesse me confortando.
- Caleb? - John chamou, mas não obteve resposta.
- Ouviu? Era o som do seu amigo morrendo. Vamos tentar de novo... Sabemos que está com a arma, as noticias voam. No que nos diz respeito, você declarou a guerra e a guerra é assim mesmo, com muitas mortes.
- Eu vou matar você. Você sabe disso.
- Ah, John. Cuidado com a pressão... Vamos fazer o seguinte, nós vamos continuar o que estamos fazendo, seus amigos, qualquer um que ajudou você, que abrigou você, todos que você amou vão morrer, a não ser que você nos dê a arma.
John olhou pra mim e é claro que tanto ele quanto eu e até mesmo os meninos sabíamos que eu estaria nessa lista negra.
- Estou esperando, John, é bom responder antes do sinal.
- Está bem.
- Desculpe, eu não ouvi direito.
- Eu disse que está bem, eu levo o Colt.
Sam olhou John com indignação.
- Tem um armazém aqui em Lincoln, vou te encontrar lá.
- Vou demorar um dia de carro pra chegar lá.
- Esteja lá à meia noite de hoje.
- É impossível, não dá pra chegar a tempo, não dá pra levar uma arma no avião.
- Ah! Então seus amigos morrem. - a voz dela veio acompanhada de uma risada. - Se resolver vir, venha sozinho.
Meg desligou o telefonema e nos quatros nos olhamos. O que ela era? Como poderia ter sobrevivido?
- Meg é um demônio. - eu disse assim que caiu minha ficha.
- Ou ela é, ou está possuída por um. Não faz diferença. - John disse se levantando da cadeira.
- O que faremos? - Dean perguntou.
- Eu vou pra Lincoln.
- O quê? - Sam perguntou olhando para ele.
- Parece que eu não tenho escolha, se eu não for... muita gente morre, nossos amigos morrem.
- Pai, o demônio vai aparecer essa noite. Ele vai pegar a Mônica e a família, a arma é tudo o que temos, não pode entregá-la. - disse Sam aflito.
- Quem disse que vou entregá-la? Além de nós e aqueles vampiros, ninguém viu a arma, ninguém sabe como ela é.
- Está pensando em comprar outra em uma loja de penhores? - Dean perguntou, tentando entender.
- No antiquário.
- Vai dar uma arma falsa pra Meg e acha que ela não vai perceber? - o tom de Dean ficava cada vez mais irritado.
- Se for parecida, ela não vai perceber a diferença.
- Por quanto tempo? O que vai acontecer quando ela perceber? - Dean disse quase gritando.
- Isso é burrice - eu disse, me levantando e tocando no ombro de Dean, para acalma-lo - você sabe.
- Eu só preciso de algumas horas, só isso. - John disse abaixando a cabeça.
- Você quer dizer que é pra nós... - Sam respirou fundo - Quer que fiquemos aqui? Pra matar o demônio, sozinhos.
- Não, Sam... Só não quero perder mais pessoas que amamos. Eu quero que você, Sam, volte para a faculdade. Quero que Dean tenha um lar. Quero que tenha uma família... - John virou de costa pra nós e seu tom de voz saiu mais abalado, quase num choro - Eu quero Mary viva... Só quero que tudo isso acabe.
Nós quadro nos entre olhamos, na verdade era o que todos queríamos.

- Dean esta chegando. - Eu disse ao ver o impala se aproximar.
Eu, Sam e John estávamos em uma estrada esperando por ele. O carro de John estava parado bem atrás de nós com o porta-malas aberto, cheio de armas. Dean parou o carro na nossa frente e desceu do mesmo, vindo à nossa direção.
- Conseguiu? - John lhe perguntou.
Dean tirou um embrulho do bolso de dentro da jaqueta e entregou ao pai.
- Sabe que é uma cilada, não sabe? Por isso Meg quer que vá sozinho. - Dean perguntou, olhando John desembrulhar o revolver falso.
- Eu posso cuidar dela. Estou levando todo o arsenal - John disse apontando para o porta-mala do seu carro. - Água benta...
- Pai. - Dean o chamou colocando as mãos nos bolsos. - Me promete uma coisa?
- O quê? - Joh perguntou, olhando para o filho mais velho.
- Se a parada esquentar, sai fora... não se deixe matar. Não nos serve morto.
John respirou fundo.
- Vale pra vocês também... Escutem aqui... - ele tirou o verdadeiro Colt do bolso - Eles fizeram balas especiais para esse Colt e só sobraram quatro. Sem elas a arma é inútil. Façam cada tiro valer.
- Sim, senhor. - disse Sam.
- Há muito tempo eu espero essa briga, a hora chegou e eu não vou estar nela com vocês... É a briga de vocês agora. Acabem com isso. Terminem o que eu comecei, entenderam?
- Sim, senhor. - Dessa vez nos três falamos em uníssono.
John entregou o verdadeiro Colt a Dean, que guardou no bolso de sua jaqueta.
- A gente se vê em breve, pai. - Sam disse, colocando a mão no ombro do mesmo.
- A gente se vê depois. - John disse, dando um tapa no ombro de Sam. Ele fechou o porta-malas e entrou no seu carro, dando partida logo em seguida. Eu, Sam e Dean ficamos olhando o carro se afastar.

~~

Eu estava sentada no banco de trás do Impala com meus fones de ouvido, estava ouvindo Duality do Slipknot. Dean estava no banco de motorista e Sam no de passageiro. Eles conversam sobre algo. Na verdade, não estava interessada saber, mas abaixei o volume da música.
- Podemos dizer que é uma vazamento de gás, aí podemos tirá-los da casa por algumas horas. - ouvi a Sam dizer.
Bobo, isso não funcionaria.
- E quantas vezes isso funcionou com a gente? - Dean perguntou olhando pra Sam.
- Também podemos dizer a verdade. - Sam deu de ombros.
Isso também não funcionaria, Sammy.
Os dois se entre olharam e sorriram.
- Não. - disseram em uníssono.
- Já sei, mas o que vai acontecer com essa gente? - Sam perguntou, já sério.
- Sam, temos um lance, você sabe disso... esperamos o demônio aparecer e o pegamos com o Colt.
- Como será que está o papai? - disse Sam pensativo.
- Eu me sentiria melhor se déssemos uma força pra ele. - Dean disse, respirando fundo em seguida.
Eu também, mas John sabe se virar.
- E eu se ele desse uma força pra gente.
Sam estava falando que nós três somos incapazes de caçar um demônio ou é impressão minha? Se bem que em certa parte eu também estaria melhor se John estivesse aqui. Dean apenas deu de ombros e voltou a olhar para a casa de Mônica. Sam ficou calado por alguns segundos e então respirou fundo.
- É estranho.
- O quê? - Dean perguntou voltando a olhar para o irmão.
- Depois de tantos anos, finalmente estamos aqui. Não parece real.
- Temos que ficar frios e fazer nosso trabalho.
Ok, Dean estava tão inseguro quanto eu e Sam, mas não admitiria isso.
- É, mas isso aqui não é como sempre.
- Pois é.
- Dean... Eu... Quero te agradecer. - Sam olhou para Dean de forma significativa.
- Por quê?
- Por tudo... Você sempre me deu forças. Quando eu não contava com ninguém mais, podia contar com você. E agora... - Sam suspirou - Eu não sei... Me deu vontade de falar, caso a gente...
- Opa, opa. Pode parar. - Dean disse se irritando.
- O que foi? - Sam perguntou sem entender.
- Não vem com essa de que "se acontecer alguma coisa com você"... Não quero essa conversa fiada. Ninguém vai morrer, nem nós, nem aquela família. Ninguém. Só o demônio. Aquele desgraçado não vai passar dessa noite. Você me entendeu?
Sam confirmou com a cabeça e Dean olhou pra mim pelo retrovisor. Eu dei um sorriso fraco e ele retribuiu. O clima estava estranho entre a gente desde a flertada dele com a recepcionista e a minha flertada com o médico, mas isso não era hora para ficarmos chateados um com o outro. Eu amava Dean, não exatamente como namorado ou algo do tipo, porque antes de qualquer coisa ele era minha família, assim como Sam, e se fosse para morrer essa noite, não queria morrer sem falar com ele, sem sorrir pra ele, sem o sorriso dele.
O rádio começou a dar interferência. Eu tirei o fone e nós três começamos a olhar em volta. O vento ficou mais forte e as luzes da rua começaram a piscar.
- Vamos! - Sam disse, saindo do carro.
Eu e Dean saímos logo em seguida, correndo em direção à casa de Mônica. Dean começou a tentar abrir a porta com alguns pedaços de arrame. Quando conseguiu abrir, Sam foi o primeiro a entrar, eu fui a segunda e Dean entrou por último, cada um com uma arma em mãos. Estávamos chegando perto da escada e um homem com um taco de beisebol tentou acertar Dean com um golpe, mas acertou o abajur, enquanto gritava "Saiam da minha casa". Dean desviou do golpe, tomou o taco das mãos de homem, o puxou pelo braço, o jogando contra a parede e o imobilizando.
- Por favor, senhor - Eu disse, tentando acalmá-lo.
- Cala a boca e escuta - Dean disse ainda o segurando. - Estamos aqui para ajudar.
- Charle? Está tudo bem aí embaixo? - a voz de Mônica, veio do segundo andar.
- MÔNICA, PEGUE O BEBÊ... - Charle gritou.
- NÃO ENTRE NO QUARTO - Sam gritou, subindo as escadas.
- NÃO, FIQUE LONGE DELA. - Charle gritou, se soltando de Dean.
Ele emburrou Dean, que deu alguns passos para trás, soltando o taco, mas se preparava para segurar Charle novamente. Charle foi para cima de Dean e eu peguei o taco do chão, pronta para bater na cabeça de Charle.
- NÃO - Dean gritou segurando Charle - VAI ATRÁS DO SAM.
Então eu corri escada acima, quando cheguei, Sam havia acabado de atirar no demônio, que sumiu como poeira. Sam segurou Mônica para que ela não chegasse perto da sua bebê.
- Tira ela daqui. - eu disse, pegando a criança.
Assim que tirei bebê do berço ele começou a pegar fogo. Sam saiu correndo e segurando Mônica, que gritava por sua filha, e eu correndo logo atrás, segurando a bebê. Saímos da casa e o fogo só se espalhava com mais rapidez. Dean estava do lado de fora, segurando Charle.
- FIQUE LONGE DA MINHA FAMILIA. - ele gritou assim que me viu com a bebê e Sam com Mônica.
- Não, Charle. Eles ajudam a gente. - Mônica disse olhando pra mim e Sam.
Eu sorri e entreguei a bebê pra ela. Dean soltou Charle, que abraçou sua esposa e sua filha.
- Obrigada! - Mônica sussurrou agradecida.
Dean colocou a mão no meu ombro e nós viramos, junto com Sam para olhar a casa em chamas.
- Ele ainda está lá. - Sam disse andando em direção à casa após ver a silhueta de um homem em meio a chamas.
- SAM, NÃO. - Dean gritou, saindo de perto de mim e o segurando.
- ELE AINDA ESTÁ LÁ. - Sam gritou tentando se soltar.
- ESTÁ TUDO EM CHAMAS.
- EU NÃO LIGO.
- EU LIGO - Dean gritou o soltando e ficando parado na frente de Sam.
Sam ficou olhando para Dean e para as chamas. Eu me aproximei e coloquei minhas mãos no ombro de Sam.
- Chega, Sam. Vamos embora.
Sam hesitou um pouco, mas começou a andar em direção ao carro. Eu e Dean nos entreolhamos e começamos a segui-lo. Eu dei uma ultima olhada para Mônica e sua família e entrei no carro. Hora de ir atrás do John.



Sam estava sentado em uma cadeira, com a cabeça baixa sem dizer nada desde que voltamos pro motel. Eu estava sentada em uma das camas olhando Dean que andava de um lado para o outro no quarto, já era a terceira vez que ligava no celular de John e nada dele atender.
- Atende, pai. Pega a droga do telefone.
Dean esperou mais um pouco e desligou o celular, olhou pra mim e eu simplesmente não resisti, me levantei e andei até ele. Passei a mão pelo seu rosto e dei um sorriso fraco, ele fez o mesmo e colocou sua mão em cima da minha.
- Tem coisa errada. Tá acontecendo alguma coisa.
- Se você tivesse me deixado entrar lá, eu teria acabado com isso. - Sam disse com um tom de voz baixo e raivoso.
- Sam - Dean disse, tirando minha mão do seu rosto e olhando para o irmão. - Você ia acabar era com a sua vida.
Sam olhou para Dean com ódio nos olhos. Um ódio que eu nunca tinha visto nos olhos dele.
- Você não pode saber.
- Qual é, cara? Você está querendo se sacrificar? É isso? - Dean perguntou, aumentando o tom de voz e se aproximando de Sam.
- É, você está certo. Eu quero - Sam disse, se levantando.
- Mas não vai acontecer. Não comigo por perto. - Dean disse, dando as costa a Sam e andando em minha direção.
- Do que você está falando, Dean? Nós caçamos esse demônio a vida inteira. Era a única coisa que nos importava. - Sam disse, aumentando o tom de voz.
- Sam, eu quero dar um fim nele. Eu juro. Mas não vale a pena morrer por isso.
- Como é? - Sam perguntou incrédulo.
- É, sério. Se caçar esse demônio vai fazer você morrer, então não quero encontrar o maldito.
- O maldito matou a Jess... O maldito matou a mamãe. - Sam disse com a voz alterada, quase num choro.
- Uma vez você falou: "Não importa o que façamos, elas se foram e nunca mais vão voltar" - disse Dean num tom mais calmo, encarando Sam.
Sam avançou em Dean, o jogando contra a parede com força, e eu entrei em desespero.
- NUNCA MAIS DIGA ISSO DE NOVO. Não depois do que passamos. - Sam disse, olhando seu irmão com aquele ódio que estava me assustando.
- SAM! - eu gritei, tentando segurar um dos braços dele para que ele soltasse Dean.
- Sam, me escuta. - Dean disse num sussurro. - Nós quatro... Somos tudo que nós temos... É só o que eu tenho. - Sam foi soltando Dean aos poucos - E às vezes eu acho que não seguro a onda. Sem você, e Papai.
Sam começou a chorar e se afastou de Dean.
- Papai. - Sam disse, passando as mãos pelos cabelos - Ele já deia ter ligado. Tenta outra vez.
Dean discou o número do celular de seu pai e colocou no viva voz, depois de chamar umas quatro vezes o celular foi atendido, mas não foi por John.
- Dessa vez vocês pisaram na bola, meninos. - a voz já conhecida de Meg disse ao atender.
- Onde é que ele tá? - Dean perguntou aflito.
- Nunca mais vão ver o pai de vocês.
Meg desligou o celular. E nós três nos olhamos sem saber o que dizer.
- Pegaram John - eu disse num sussurro, quebrando o maldito silêncio.
- Tá bem. - Dean sussurrou, passando as mãos pelos cabelos, tentando manter a calma.
Dean pegou o Colt em cima do criado mudo, colocando por dentro do cós da calça e começou a pegar nossas malas.
- O que vai fazer? - Sam perguntou confuso.
- Temos que ir. - ele colocava a jaqueta.
- Por quê?
- Porque o demônio sabe que estamos em Salvation, sabe que temos o Colt, ele pegou nosso pai e agora vem atrás de nós.
- Tudo bem. Ainda temos três balas. Deixe-o vir.
- Não estamos preparados, Sammy. Não estamos prontos, valentão. Não sabemos quantos são e não servimos pra nada mortos... Nós vamos agora.
Dean pegou uma mala, me entregou outra e saiu, me puxando porta a fora.
- Calma, Dean. - eu disse assim que ele soltou meu braço para abrir o porta-malas.
- Não posso ter calma, tenho que tirar você e Sam daqui. - ele colocava as malas dentro do porta-malas.
- Nós já vamos sair. Relaxa. - Eu ia voltar para o quarto porque minha mochila ainda estava lá dentro, mas Dean me segurou com as duas mãos pelo meus ombros, me olhando nos olhos.
- , precisamos sair daqui agora. Não vou perde você e nem o Sam. Não quero perde mais ninguém, está me entendendo? Vamos embora.
Eu fiquei olhando pra ele enquanto ele dizia essas palavras, só havia desespero e preocupação nos olhos dele.
- Ok, eu só vou pegar a minha mochila e nós vamos dar um fora daqui, Dean. - eu disse e ele me soltou.
Precisávamos sair dali antes que Dean perdesse o controle. Entrei no quarto novamente e peguei minha mochila, Sam estava com uma cara péssima, é claro que não estava concordando com aquilo.
- Vamos, Sam.
Ele não disse nada, só terminou de arrumar suas malas e as pegou, saindo do quarto. Eu o segui, fechando a porta. Levei a chave até Dean, que encerrava nossa estadia no motel. Quando terminou, Dean entrou quase como um jato no carro. Eu e Sam entramos com mais calma.
Dean estava dirigindo rápido e eu sinceramente não tinha ideia pra onde ele estava nos levando.
- Nós podemos com eles. - Sam disse, quebrando o silêncio.
- Precisamos de um plano. Devem estar mantendo nosso pai vivo, temos que saber onde. Vão querer trocá-lo pela arma. - Dean disse prestando atenção na estrada.
- Dean - eu disse num sussurro - se fosse verdade... por que a Meg não falou de troca?
- O papai... - Sam respirou fundo - ele já deve estar...
- Não - Dean disse interrompendo Sam.
- Eu quero acreditar tanto quanto você, mas se ele estiver morto? Mais um motivo para matarmos o demônio. Nós ainda temos o Colt, então vamos terminar o serviço.
- Que serviço, Sam? - Dean perguntou irritado.
- Dean, eu estou tentando fazer o que ele queria. Ele queria que a gente acabasse com isso... - Sam disse olhando para o irmão.
- Para de falar como se ele já estivesse morto. Olha, para tudo até a gente trazer ele de volta, tá me entendendo? PARA TUDO. - Dean gritou a última parte enquanto Sam abaixava a cabeça.
Eu nem preciso dizer o quanto odeio quando eles brigam, eu não posso me meter, é coisa de família. Coisa deles. Mas me doía ver duas pessoas que amo tanto brigando.
- E como vamos achá-lo? - Sam perguntou olhando a paisagem.
- Nós vamos para Lincoln, vamos começar pelo armazém onde ele foi pego.
- Dean, acha mesmo que eles vão deixar trilha? - Eu perguntei o olhando pelo retrovisor.
- Tem razão. Precisamos de ajuda. - Ele disse acelerando o carro.

Eu havia dormido no banco de trás do carro. O dia estava amanhecendo, deveria ser umas seis e meia da manhã, me sentei e olhei a placa da entrada. Ferro velho Salvation.
- Ai, meu Deus. - eu disse tampando a boca com as mãos, enquanto Dean estacionava o carro.
- O que foi? - Sam perguntou se virando pra mim.
Um homem de uns cinquenta e poucos anos, com boné, barba e cabelos castanhos com alguns fios brancos, abriu a porta e pareceu surpreso quando viu o Impala. Dean e Sam desceram do carro, então o homem olhou para os dois, ainda surpreso, e abriu um sorriso. Quando eu saí do carro e ele me viu, pareceu surpreso de novo e confuso, muito confuso, e eu sorri, correndo na direção dele.
- Bobby! - eu disse o abraçando carinhosamente.
- ? - ele perguntou num tom de surpresa me soltando do abraço - O que faz com Dean e Sam?
- Longa história... Mas fique sabendo que é culpa do John. - eu disse sorrindo e olhando em volta. - Cadê meu bebê?
Bobby sorriu.
- Ele está nos fundos, bem guardado. - ele olhou para Dean e Sam. - Quanto tempo.
- É. - Dean disse abraçando Bobby.
Sam fez o mesmo em seguida.
- Entrem, venham. - Bobby disse entrando na "casinha" do ferro velho. Nós três o seguimos para dentro da humilde casa.
- Vou pegar algo pra vocês. - ele disse saindo da sala.
- De onde conhece Bobby? - Sam pergunto curioso.
- Pelos meus pais. Bobby era muito amigo deles. Foi por ele que seu pai conheceu os meus pais.
- Entendo. - Sam disse me abraçando. - Que bom.
- É. - eu disse olhando em direção a uma prateleira com vários livros. - Vem aqui.
Puxei Sam até a prateleira e começamos a olhar alguns livros.
Bobby voltou para a sala com dois copos de água. Bem, eu acho que era água. Ele entregou um copo pra Dean e ficou com um.
- O que é isso? Água benta? - Dean perguntou olhando para o copo.
- Essa é. - Bobby tomou um gole do seu copo e o entregou a Dean. - E esse é Whisky.
Dean tomou um gole do copo de Whisky.
- Precisamos de ajuda. - Dean disse de cabeça baixa. - Nosso pai precisa de ajuda.
- O que aconteceu com John? - Bobby perguntou preocupado.
- O demônio dos olhos amarelos. - Eu disse me aproximando dele, junto com Sam.
- Sabia que John se meteria em confusão por causa desse maldito demônio. - Bobby disse olhando os livros na prateleira, pegando um em especial.
- Aqui! Eu tenho um plano.
- Contávamos com isso. - disse Dean.

Eu abriu a porta dos fundos saindo da casa, olhando tudo a minha volta, logo vi o que procurava, corri até o meu Camaro SS 69 e o "abracei".
- Bebê. - eu disse com voz de criança. - Mamãe está de volta.
Fiquei olhando cada detalhe do carro, ele estava novinho em folha.
- Desculpa, bebê. Mamãe não ia te abandonar por tanto tempo. Eu ia voltar, mas os Winchester precisavam de mim, não dava para vir te buscar antes disso. - eu disse, alisando o capô do meu lindo carro.
Abri a porta e sentei no banco do motorista, ou melhor, da motorista. Comecei a alisar o painel do carro.
- Que saudades de você, bebê.
Dean se aproximou, dando risada.
- Louca.
- Olha quem fala. Acha que nunca vi você falando com o seu Impala? - eu disse, sorrindo e saindo do carro. - Se eu sou louca, você também é.
- É, tanto faz. - ele disse, dando de ombros. - Precisamos conversar.
Eu andei até a frente do carro e me sentei no capô.
- Vai terminar comigo – perguntei, fazendo bico.
Dean deu risada e se aproximou de mim.
- Está tão animada com seu carro... mas é uma coisa séria.
As feições dele mudaram, ele estava sério e parecia procurar uma forma de me contar algo.
- O que foi Dean? – perguntei, já preocupada.
- Eu estava pensando... E acho que é melhor você ficar aqui com Bobby. É mais seguro... pra você.
Desci do capô do meu carro encarando Dean, ele estava fazendo aquilo de novo, tentando me proteger do meu próprio trabalho. Como se eu não fosse uma caçadora há anos, mas dessa vez era diferente, eu fazia questão de ir, aquele demônio havia matado meus pais. Não era igual no caso do Tulpa. Respirei fundo, tentando me acalmar antes de responder.
- Mas eu quero participar disso, Dean. Essa coisa acabou com a minha família.
- Eu sei - ele disse, pesando a mão no meu rosto e suspirando. - Sinto muito... mas você não vai.
Preciso dizer o quanto fiquei indignada e puta de raiva? Tirei a mão dele do meu rosto e comecei a andar em direção à casa.
- . Espera! - ouvi Dean dizer logo atrás de mim, mas continuei andando.
Entrei na casa batendo os pés de raiva, Bobby e Sam ficaram olhando pra mim. Peguei o copo de Whisky que estava na mão de Bobby e tomei em um só gole.
- . - Dean disse ao entrar na casa.
Eu saí, batendo os pés novamente, me dirigi a um corredor que dava acesso a três portas, a primeira era uma pequena cozinha, a segunda era um banheiro e a terceira era um quarto. Eu abri a segunda porta, e antes que pudesse entrar, Dean me puxou pelo braço, me colocou em seu ombro e me carregou para a terceira porta. O quarto.
- Me solta. - Eu disse me debatendo, tentando descer.
- Fica quieta - ele disse, me colocando no chão assim que chegamos no quarto
Dean se virou e trancou a porta.
- O que pensa que está fazendo? - eu perguntei em voz alta, estava quase gritando, eu estava histérica.
- Se acalma, vamos conversar. - ele disse guardando a chave no bolso.
- Não vamos conversar enquanto você achar que pode mandar em mim.
- Não acho isso, só estou tentando fazer o melhor pra você. - ele disse em um tom mais alto que o normal.
Ok, eu que estava sendo tratada como criança e ele que ficar nervoso. Eu mereço.
- Você não sabe o que é melhor pra mim. - Eu disse indo em direção à porta, ia chutá-la, socá-la até quebrar ou sei lá. Dean me puxou pelo braço para perto de si antes de eu pudesse chegar até a maldita porta.
- Para de agir assim. - ele disse quase num sussurro.
- Para você de me tratar assim. - eu disse entredentes, podia sentir todos os músculos do meu corpo rígidos.
Então Dean me puxou e selou nossos lábios. Eu tentava me soltar, mas ele me segurava com força. Se em um momento eu estava com raiva, ela já havia passado. Ele soltou meus braços e começou a subir a mão pela extensão das minhas costas até chegar a minha nuca. Meu ponto fraco. A língua dele pedia passagem por entre meus lábios e eu dei, enquanto ele acariciava minha nuca e me fazia derreter mais a cada segundo. Dean praticamente me jogou contra a parede e continuou a me beijar, ele apertou minha cintura com uma das mãos e a outra ele alisava minha barriga por debaixo da blusa. Ele tirou sua jaqueta, enquanto eu desabotoava sua camiseta, eu estava irritada e impaciente, ele também. Dean puxou sua camiseta, arrancado os botões restantes, eu sorri com aquilo. Parecia loucura, mas eu estava gostando. Onde foi parar a minha raiva? Boa pergunta, eu não sei. Acho que se transformou em tesão.
Dean tirou a sua camiseta e em seguida a camisa, deixando exposto seu "tanquinho", então ele voltou a colocar as mãos em mim, tirando minha jaqueta e em seguida minha blusa. Eu pressionei meu corpo contra o dele e ele deu uma leve mordida no meu pescoço e começou a se dedicar a abrir minha calça.
Eu estava mesmo prestes a fazer sexo com Dean? Eu só podia estar doida... Mas eu estava mesmo. Eu sentia uma sensação estranha, como se estivesse bebido muito. Como se eu estivesse drogada. Não que eu soubesse como é estar drogada, mas eu imaginava que era mais ou menos do jeito que eu me sentia no momento, mas era bom. Eu me dediquei a abrir a calça de Dean, o que não foi muito difícil. Dean e eu terminamos de tirar nossas calças, agora estávamos só de roupas intimas, eu estava tão ofegante como alguém que tivesse acabado de correr uma maratona. Aquele quarto estava quente demais ou era só nós dois?
Enquanto eu viajava em pensamentos, ele terminava de nos despir.
Dean olhou pra mim com uma intensidade sem tamanho, ele havia parado com tudo, estava só perto de mim, me olhando.
- Você quer mesmo isso? - ele perguntou enquanto encostava nossas testas.
Eu respirei fundo. Eu queria, mas não tinha certeza. Ou tinha? Eu deveria estar com raiva dele, mas não estava. Tinha algo diferente comigo, me deixando confusa e pensativa demais.
- Quero - eu disse ao abrir os olhos.
Ele me pegou no colo, me levando até a cama, me deitou e logo estava em cima de mim, em mim com movimentos rápidos. Eu arranhava suas costas, todos os pensamentos que antes dominavam a minha mente cessaram, porque não havia no que pensar, nada era melhor do que estar ali.

Quando terminamos eu sentia meu corpo tão cansado e me sentia tão sonolenta. Dean se deitou do meu lado, me abraçando por trás.
- Não sei se foi só eu que senti, mas... foi a melhor coisa que já me aconteceu.
Eu sorri com mais sono a cada segundo, tentava me manter acordada, mas era quase impossível.
- Comigo também - eu sussurrei de forma lenta antes de apagar.


Abri os olhos e vi que ainda estava no quarto, me virei e Dean não estava lá, eu estava vestida e as roupas dele não estavam espelhadas pelo chão. Aquilo não pode ter sido apenas um sonho.
Ouvi alguns latidos do cachorro do Bobby, que logo cessaram, e então o barulho de uma porta sendo quebrada. Algo estava errado. Mais barulho de coisas se quebrando e ao fundo uma voz feminina. Me levantei, estava um pouco tonta, mas mesmo assim me aproximei da porta para ouvir.
- Fala sério, cara. Vocês acharam mesmo que eu não acharia vocês. - ouvir uma voz feminina já conhecida dizer ao longe.
Meg.
- Na verdade, contávamos com isso. - ouvi Dean dizer.
Como assim? Eu olhei em volta do quarto e vi sal na janela e na porta também. Droga! Droga! Ele não fez isso. Segurei na maçaneta da porta e tentei abri-la. Tentativa foi em vão. Ouvi alguns gritos raivosos do Dean e continuei tentando abrir a porta. Estava trancada, eu comecei a chutar e dar socos, além de estar fraca a porta era mais forte do que eu pensei. Droga!
Ouvi alguém se aproximar.
- Quem está ai? Dean? Sam? - eu perguntei, me encostando na porta.
- É o Bobby. - ouvi a voz rouca dele dizer.
- Bobby. Estou trancada aqui, não sei o que aconteceu. Me ajuda.
Não ouvi nada em resposta. É como se ele estivesse pensando o que responderia. Então o ouvi falar bem baixo:
- Não posso.
E os passos dele foram pra longe. Eu fiquei desesperada. O que estava acontecendo? Por que Dean havia me trancado? E porque Bobby não podia me tirar dali? Bobby também estava nessa... O Whisky. Aquela sensação, Bobby estava nisso desde o começo, eles haviam me drogado ou algo do tipo.
- Dean? Sam? Bobby? Me tirem daqui... Por favor. - disse batendo na porta novamente.
Ainda ouvia os gritos de Dean. Ele gritava com Meg, para ela lhe dar informações. Cretino.
Me aproximei da janela que ficava um pouco a cima da cama e esperei o momento certo. Alguns minutos depois e ouvi Meg gritar. Esse era o momento. Comecei a dar vários chutes na janela até conseguir quebrá-la, os gritos de Meg abafaria minha façanha. Olhei pra fora da janela, ela dava acesso aos fundos da casa, dava para ver o meu Camaro. Eu esperei e não demorou muito ouvi passos perto da porta.
- ? - ouvi a voz de Sam.
- Sam! - corri até a porta - Sam, me tira daqui.
Eu tinha que fingir que ainda estava pressa, odeio mentir, mas eles me obrigaram.
- Dean, não me sinto bem fazendo isso. - Sam disse em um tom triste.
- É pro bem dela - Ouvi Dean dizer.
Cretino. Desgraçado. Infeliz.
- DEAN WINCHESTER, QUANDO SAIR DAQUI EU VOU MATAR VOCÊ.
- Eu sei... Desculpa, mas você não pode ir... Voltamos para te buscar depois.
- O CARAMBA. - eu gritei, me afastando da porta.
- Tchau. - ouvi Dean dizer e os passos dele foram pra longe.
- , desculpa... Eu não queria, mas... - ele respirou fundo. - Tchau.
Os passos de Sam também se afastaram. Esperei mais um pouco e corri pra janela, pulando para o lado de fora. Corri até meu carro e procurei a chave reserva, já que a outra estava em algum lugar da casa de Bobby. Ouvi o motor do Impala roncar e se distanciar. Eles estavam indo embora. Liguei o Camaro e dei partida. Eu estava com raiva e iria entrar nessa briga com Dean, ele querendo ou não.
Não fazia nem dez minutos que eu havia saído da casa de Bobby e meu celular começou a tocar, eu pensei em não atender, porque era Bobby, porque eu estava brava, mas atendi.
- Oi.
- , por favor. Volta.
- Não, Bobby. Cansei de ser tratada como criança por você, Dean, Sam e John. - eu disse entredentes.
- Desculpa, mas eu acho que não deveria se meter nisso, a briga é entre o Demônio e a família Winchester...
- Não, Bobby. Eu também estou nessa briga. Aquele demônio filho da puta também acabou com a minha família. - Bobby ficou em silêncio. - Olha, você sabe que eu posso ajuda-los... Por favor... diz pra onde eles foram.
- Não pos...
- Que droga! Claro que pode, Bobby.
Ouvi ele respirar fundo.
- Um prédio em Jacksoncity, Missouri, perto do rio. E... Sunrise.
- O que isso significa? - eu perguntei sem entender.
- Eu não sei. Foi a ultima coisa que Meg disse antes de morrer.
- Ok, vou tentar descobrir o que é...
- ?
- O quê?
- Tome cuidado.
- Vou tomar, obrigada. - eu disse desligando o celular.


Em Jacksoncity, Missouri. Não demorei muito para encontrar o carro de Dean e Sam. Estacionei o Camaro logo atrás do Impala. Desci do carro e comecei a pegar minhas coisas, mas vi algo desenhado no porta-malas do Impala. Uma armadilha do diabo, demônios não passam através ou dentro dela, fazendo o porta-malas virar um cofre intocável pelos demônios, mas não intocável por mim. Fui até meu carro e peguei dois pedaços de arrame, voltei para o porta-malas e tentei abrir. Só havia uma coisa muito valiosa que Dean e Sam iria querer proteger dos demônios. O Colt. Eu o peguei e o guardei no cós da minha calça. Fechei o porta-malas do Impala e tranquei as portas do Camaro. Apartamentos Sunrise, aí vou eu.

Quando cheguei nos apartamentos Sunrise, o local estava cercado de bombeiros. Decidi entrar pelos fundos, os meninos já deveriam estar lá dentro. Dei a volta no prédio e pude ver Sam, Dean e John terminando de descer as escadas de emergência. Sam veio andando na frente enquanto Dean carregava John, eles estavam vindo na minha direção, mas ainda não tinham me visto. Assim que Sam me viu, parou de andar, surpreso, e foi atacado por um homem. Ele jogou Sam no chão e começou a socá-lo cada vez mais forte, Sam tentou revidar, mas o homem era mais forte que ele. Dean deixou John na calçada e correu para ajudar Sam, dando um chute no rosto do homem, mas não adiantou. O homem olhou para Dean o lançando para longe com o poder da mente. Era um demônio. Ele voltou sua atenção para Sam o socando novamente. Eu não pensei duas vezes, corri um pouco e saquei a Colt, ele estava quase matando Sam a pancadas. Apertei o gatilho e o tiro acertou em cheio na cabeça, fazendo o homem cair morto ao chão.
Dean ficou olhando pra mim, e eu corri para ajudar Sam a se levantar.
- Vem, Sam. Se levanta.
Dean foi ajudar John e nos quatros fomos em direção ao carro.

Nós quatro saímos de Jacksoncity sem rumo nenhum, acabamos encontrando uma casa abandonada onde decidimos ficar por alguma horas. Eu e Sam colocamos sal nas janelas e portas da casa toda. Dean estava cuidando de John. Quando entrei na sala, Sam estava colocando sal na última janela.
- Havia uma pessoa inocente naquele corpo. - eu disse me sentando em uma cadeira.
- Mas era a minha vida ou a de um homem desconhecido. - Sam disse se virando para me olhar. - Obrigado.
Eu tentei sorri, mas foi em vão, devo ter ficado com uma careta engraçada em vez de sorrir.
- Mas eu optei sem hesitar pela sua vida, Sam. Isso não é bom. Que dizer, pelo menos você pode se gabar e dizer por aí que sou capaz de matar por você.
Ok. Não teve graça, mas ele sorriu e eu gostei disso.
- Que bom que conseguiu fugir, não sei o que seria de mim. Desculpa.
- Tudo bem, Sam. Já passou.
Eu me levantei e andei até ele lhe dando um abraço. Ele podia ser um menino mau e ir nas ideias do irmão dele em me prender em um quarto, mas Sam era uma ótima pessoa.
Dean se aproximou e Sam me soltou do abraço.
- Como ele está?
- Ele só precisa descansar um pouco... E você? - Dean perguntou ao se sentar na cadeira que eu estava sentada antes.
- Sobrevivendo - Sam respondeu em um tom baixo. - Você acha que nos seguiram até aqui?
- Eu acho que não, mas a gente não podia achar um lugar pior para se esconder. - Dean disse olhando para o chão.
- Er... Eu vou ver como papai está. - Sam disse, saindo do cômodo, e eu o odiei por isso.
Dean respirou fundo e olhou pra mim.
- ... Olha... Você salvou a vida do Sam.
Eu dei um sorriso de canto.
- Ficou feliz por que eu vim, né?
- Eu estou tentando me desculpar e agradecer. - Dean disse me olhando com cara de cão arrependido.
- Não foi nada. - eu disse, cruzando os braços.
Eu não estava mais brava com ele e isso que me dava raiva. Estava com raiva de mim por não conseguir ficar com raiva dele por muito tempo e não dele por dormir comigo, me trancar em um quarto e me deixar pra trás. Que tipo de garota idiota eu me tornei?
- Eu matei alguém - eu disse num sussurro - E usei uma bala do Colt.
- Você não teve escolha. - Dean disse, se levantando e se aproximando de mim.
- Eu sei, mas... nunca tinha matado ninguém. Digo... ninguém humano. - eu disse, tirando o Colt do bolso da minha jaqueta e entregando a Dean. - Eu estou confusa e com medo. John ficará tão bravo e decepcionado...
- Não fiquei. - John disse ao entrar no cômodo.
- Não? - eu e Dean perguntamos em uníssono.
- Não, por que ficaria?
- Por que usei o Colt. Usei uma bala que era para matar o demônio. - Eu disse o olhando sem entender.
- Bravo? Eu estou orgulhoso - John disse me olhando com um sorriso doce nos lábios. - Você está cuidando da nossa família como se fosse sua. Igual a Dean. - Ele disse olhando para o filho mais velho.
Eu sorri agradecida pelas palavras dele, apesar de que aquele não parecia o John que eu conheço falando. De repente as luzes começaram a piscar e o vento ficou mais forte lá fora. John correu até uma das janelas. Eu e Dean fomos atrás dele.
- Ele nos achou, está aqui. - John disse olhando pra fora da casa.
- O demônio? - Sam perguntou curioso entrando no cômodo às pressas.
- É... Sam, linhas de sal em cada porta e em cada janela.
- Nós já colocamos. - disse Sam.
- Vá verificar vocês dois. - Ele disse olhando para Sam e pra mim.
Eu saí da sala e fui pra cozinha que era ao lado, olhei na janela e na porta que havia lá.
Ouvi John pedir o Colt a Dean e ouvi Dean contar sobre a tentativa em vão de Sam em matar o demônio, então raciocinei, tinha sido duas balas desperdiçadas. Uma tudo bem, mas duas? John ficaria furioso. Aquele não era John.
Eu corri de volta a sala e Dean estava prestes a entregar o Colt a John.
- DEAN, NÃO ENTREGA O COLT. - Eu gritei a primeira frase, mas voltei ao tom normal na segunda. - Esse não é o John.
- Do que você esta falando? - John perguntou, se fazendo de desentendido.
Dean começou a dar passos pra trás, ele estava percebendo.
- Ele ficaria furioso. - Dean disse chegando perto de mim. - Porque gastou uma bala. Porque Sam errou uma bala. Porque só sobraram duas. Não ficaria orgulhoso, acabaria com a gente. - Dean engatilhou a arma e apontou para John. - Você não é meu pai.
- O que deu em vocês? - John perguntou, se irritando.
- Quem é você? - eu perguntei ao lado de Dean.
- ? Dean? O que esta acontecendo? - Sam perguntou, entrando no cômodo em entender.
- Ele não é nosso pai. - Dean disse, ainda apontando a arma para John.
- Como sabe?
- Ele está diferente desde que o salvamos. Ele está possuído.
- Sam, não acredite neles. - John disse aflito.
Sam olhou para nós dois e para John repetidas vezes e se aproximou de mim e de Dean.
- Ótimo. - John disse com tristeza nos olhos - Se vocês têm tenta certeza assim, então atirem.
Eu não sabia o que falar ou o que fazer. Dean também não. John abaixou a cabeça e Dean foi abaixando a arma. De repente um sorriso sínico apareceu nos lábios de John.
- Foi o que eu pensei - Ele disse erguendo a cabeça, seus olhos estavam amarelos. E algo poderoso jogou a mim, Sam e Dean contra a parede. O Colt caiu no chão e John se aproximou, o apanhando.
- Essa coisa tem sido um pé no saco. - John disse, sorrindo.
- É você, não é? - Sam perguntou entredentes - Estamos atrás de você há muito tempo.
- Ora, encontraram.
- E a água benta? - Sam perguntou confuso.
- Você acha que aquela coisa faz efeito em uma força como eu? - John perguntou, abrindo mais um sorriso, e Sam se contorceu de dor.
- EU VOU MATAR VOCÊ.
- Oh, seria um bom truque. - ele disse pensativo - De fato... aqui está - ele colocou a arma em cima da mesa. - Faça a arma flutuar até você. Médium.
Sam não fez nada. Não disse nada.
- Que divertido. Eu poderia ter matado vocês umas cem vezes hoje, mas... Valeu a pena esperar. - John andava de um lado para o outro. - Seu pai está aqui comigo, ele vai sentir o sangue de vocês.
- Eu juro por Deus - Dean disse tentando se soltar da força invisível que o prendia contra a parede - que se não deixar ele eu...
- Você o quê? - John disse olhando para Dean. - O que você e Deus irão fazer? O que me diz respeito. Isso é justiça. - ele se aproximou de Dean. - Sabe aquele exorcismo? Aquela era a minha filha. - ele olhou para mim - O cara no beco? Era o meu garoto. Entende?
- Mentira. - eu disse num sussurro.
- O quê? - ele perguntou raivoso. - Só vocês podem ter família? Vocês acabaram com a minha. Como iam se sentir se eu acabasse com a sua? - ele se aproximou de mim, meus olhos estavam cheios de lágrimas - Ah! É claro. Eu já acabei.
- Eu quero saber o porquê. Por que fez aquilo? - Sam perguntou entredentes, raivoso.
- Porque matei Mary e Jess? Porque elas atrapalhavam - John dessa vez se aproximou de Sam.
- Atrapalhavam o quê?
- Meus planos para você, Sammy. Você e todas as crianças como você.
- Escuta. - Dean disse de repente - Acaba logo com isso, porque eu estou cheio desse monólogo.
- Legal, mas tudo faz parte do seu jeito de agir, Dean. Disfarçar a dor. Negar a verdade. - Ele disse, parando em frente a Dean. - Você luta e luta por essa família, mas a verdade é que eles não precisam de você. Não como você precisa deles. Sammy é o filho favorito do John, mesmo quando brigam, ele o ama como nunca amou você. , apesar de não ter nenhum grau de parentesco com você, John a ama muito e se orgulha da inteligência dela, que é maior que a sua.
Dean deu um sorriso sarcástico.
- Você tem orgulho dos seus filhos, não tem? Ah! Eu esqueci, acabamos com eles.
John foi se afastando de Dean e o sorriso no seu rosto foi desaparecendo aos poucos.
Dean começou a gritar de dor e eu tentava me soltar, quando o sangue começou a aparecer eu entrei em desespero. Sam gritava o nome de Dean e também tentava se soltar.
- NÃO DEIXA ELE ME MATAR - Dean gritou - PAI, POR FAVOR.
John fechou os olhos por alguns segundos, quando abriu o amarelo havia sumido.
- Pare. Pare já com isso. - John disse baixinho.
Eu, Dean e Sam fomos ao chão. Sam correu até a mesa e pegou a arma, apontando para John. Eu corri até Dean, ele estava todo ensanguentado e fraco.
- Se me matar, você mata o papai - O demônio disse, voltando ao controle do corpo de John.
- Eu sei disso. - Sam disse, dando um tiro na perna de John em seguida.
John caiu no chão e Sam correu até nós dois.
- Dean? Droga! Você perdeu muito sangue. - ele disse olhando o estrago que o demônio havia feito.
- Cadê o papai? - Dean se forçou a dizer.
- Ele tá bem ali - Sam disse, olhando para trás de si.
- Vai lá olhar. - ele disse com uma voz fraca e rouca.
Sam se levantou e andou até John.
- Sam, ele está em mim. Eu posso sentir. Atira bem no coração, filho. ATIRA. - disse John, fazendo força para prender o demônio em seu corpo e Sam engatilhou a arma.
- SAM, NÃO FAZ ISSO. - Eu gritei.
- Atira, não vou aguentar por muito tempo.
- Sam, não. - Dean se forçava a dizer.
- Acaba logo com isso.
Sam olhou para o pai e abaixou a arma. John começou a gritar e do seu corpo saiu uma grande fumaça preta que depois sumiu pelo chão. O demônio se foi.

Ajudei Sam a colocar Dean e John no Impala, então Sam foi dirigindo o mesmo e eu o meu Camaro, indo em direção ao hospital mais próximo.
- Calma. Já vamos chegar. - eu disse a mim mesma, tentando me manter calma. - Vamos nos sair bem dessa, eu, Dean, John e Sam. Vamos ficar bem e vamos atrás daquele maldito demônio. Vamos acabar com isso. Vamos ficar bem e juntos...
Eu parei de falar assim que vi a batida bem na minha frente, um caminhão acertou em cheio o Impala onde estavam os Winchester. Eu apertei o freio e desci do Camaro, desesperada.
- DEAN? SAM? JOHN? - eu gritei, me aproximando do Impala. Droga. Não iria ficar tudo bem.

VIII - Hora da minha morte

Dean Pov's

Eu acordei e me leventei saindo do quarto branco, quando cheguei ao corredor olhei em volta definitivamente estava em um hospital.
- Sam? Pai? ? - eu gritei, mas não obtive resposta de nenhum deles - tem alguém ai?
Nada de novo. Fui andando pelo corredor até encontrar um lance de escada, olhei para o andar abaixo e vi um balcão com uma enfermeira, não pensei duas vezes e comecei a descer para falar com ela.
- Enfermeira. Oi... Olha, eu sofri um acidente de carro com meu papai e meu irmão. Uma garota estava na estrada com a gente, só que em outro carro. Eu preciso encontrá-los.
Eu fiquei esperando ela me atender e me responder algo ou pelo menos me olhar, mas ela não fez nada. Era como se eu não estivesse ali.
- Moça? - eu disse, estalando os dedos na sua frente, mas ela continuava a mexer em papéis sem notar minha prensença.
Eu olhei em volta e ninguém parecia me ver, subi as escadas com pressa e andei até o quarto de onde eu havia saído. No caminho ninguém olhava para mim, quando cheguei na porta do quarto vi meu corpo deitado na cama, entubado e conectado aos aparelho do hospital. Isso não era nada bom.
Sam entrou no quarto e me deu um alivio ver que ele estava bem, apesar do olho inchado e de alguns cortes no rosto.
- Sam, que bom que está bem, cara.
- Ah, não. - Sam disse, olhando meu corpo.
- Diz que você pode me ouvir. - é claro que ele não estava me ouvindo, e nem me vendo também, mas não custava tentar. - Como está o papai? E a ? Qual é, Sammy? Você é vidente. Tenha alguma visão, qualquer coisa assim. - Ele está bem? - perguntou ao aparecer na porta. Ela olhava para o meu corpo deitado na cama e seus olhos estavam cheios de lágrimas, ela estava bem fisicamente, mas não emocionalmente.
- , você está bem. - eu disse, aproximando-mee do rosto dela.
Ela estava mais que preocupada.
- O médico disse que ele não está nada bem, ele sofreu ferimentos graves, perda de sangue e contusões no figado e no rim, mas que o que mais preocupa os médicos é o trauma na cabeça. Há sinais de edema cerebral. Ele disse que a unica coisa que pode fazer é avaliar melhor quando ele acordar. Se acordar. - Sam disse a ela, ainda olhando meu corpo.
- Não, Sam, não era pra dizer isso. - eu disse, olhando para ela. - eu estou acordado, traga um sacerdote para jogar um mojo em mim. Eu vou ficar bem.
levou uma das mãos a boca e começou a chorar e eu me senti mal por não poder abraçá-la e dizer que era mentira e que eu iria ficar bem. Sam se aproximou da minha menina e a abraçou. Senti tanta inveja dele. também o abraçou e continuou chorando, Sam passava uma das mãos pelos cabelos dela, tentando acalma-lá.
- Ai, Sam. - ela disse choramingando. - Eu já estou cansada disso.
- Ele vai ficar bem. - Sam disse, ainda acariciando os seus cabelos. - Olha pra mim.
Sam afastou um pouco ela de si para poder olhá-la nos olhos, ele secou as lágrimas que escorriam pelo rosto dela.
- Eu vou dar um jeito. Eu vou atrás de um sacerdote para jogar um mojo nele, eu vou dar um jeito. Ele vai ficar bem, ok? - ele disse, segurando-a pelos ombros. confirmou com a cabeça e Sam beijou a testa dela e voltou a abraçá-la.
Sei que Sam é meu irmão e eu o amo, mas não estava gostando de ver aquilo, era a minha garota, minha chorando e ele consolando. Era para eu estar lá abraçando-a, era para eu dizer que ia ficar tudo bem daqui pra frente.
- Seu pai acordou - o médico disse, entrando no quarto - Pode ir vê-lo se quiser.
- Graças a Deus. - eu disse, agradeçendo por papai estar bem.
e Sam se soltaram do abraço. Sam saiu do quarto na frente junto com o médico e Chris segurou a mão do meu corpo e apertou um pouco.
- Dean. - ela sussurrou.
Aquilo me doeu, porque estava doendo nela.
Chris soltou minha mão e saiu do quarto, eu a segui até o quarto do meu pai.
Quando chegamos no quarto, papai estava entregando um cartão a Sam.
- Toma aqui, meu plano de saúde.
- "Elroy McGillicuddy?" - Sam perguntou, lendo o nome no cartão.
- E os dois filhos queridos. - papai disse, dando um leve sorriso, Sam fez o mesmo. - E ai... O que o doutor disse sobre o Dean?
- Nada. - disse, encostando-se na parede do quarto.
- Olha, se os médicos não fazem nada, nós temos que fazer. - Sam disse, dando de ombros - Acho que eu vou atrás de um sacerdote para jogar um mojo nele.
- Nós vamos procurar, - papai disse, olhando para Sam. - mas não sei se vamos encontrar.
- Por que não? - Sam perguntou sem entender. - Eu já achei uma vez.
- Sam, aquele foi um em um milhão.
- Então nós vamos ficar aqui sem fazer nada? - Sam perguntou, aumentando um pouco o tom de voz.
- Não, eu disse que vamos procurar. - papai disse no mesmo tom que ele. - eu vou procurar por todo o lugar... Onde está o Colt?
se remexeu em seu canto, ela sabia, assim como eu, que eles iam começar uma briga, era sempre assim, ela sempre ficava quieta observando, sem se meter nos assuntos em familia, familia da qual ela já pertecia.
- O seu filho está morrendo e você se preocupa com o Colt? - Sam perguntou, olhando com repulsa para papai.
- Estamos caçando esse demônio. Ele pode estar atrás de nós, a arma é a nossa unica cartada. Sam olhou para Chris e ela respirou fundo.
- Está no porta-malas do impala, o carro foi rebocado para um deposito. - Chris disse, cruzando os braços.
- É bom esvaziar antes que algum vagabundo bisbilhote.
- Eu já chamei o Bobby. Ele chega em uma hora. - Sam disse, olhando no relógio. - Vai rebocar o impala até a casa dele.
- Vão lá encontrar o Bobby. Pegue o Colt e traga pra mim. Cuidado com a segurança do hospital.
- Já sei o que vou fazer. - Sam disse, levantando-se da cadeira e andando em direção à porta.
- Hey - papai chamou e Sammy se virou para ele. - Eu fiz uma lista de coisas. Peça para Bobby pegar para mim.
- Acácia? Óleo de Abramelin? - Sam perguntou enquanto lia a lista. - Isso serve pra quê?
se desencostou da parede olhando com uma cara assustada para papai. Ele viu, mas ignorou o olhar dela.
- Proteção.
Sam se virou e se aproximou mais da porta, parando novamente e se virando para papai.
- Pai? O demônio disse que tem planos pra mim e pra crianças como eu. Sabe o que ele quis dizer? - Sam perguntou curioso.
- Não, não sei.
Sam respirou fundo e se virou para .
- Você vai?
- Não, vou ficar com Dean e seu pai. - ela disse, olhando para o papai.
Sam saiu do quarto e Chris continuou olhando para papai. Pelo jeito não era só eu que achava que papai estava escondendo algo.
- Por que eu acho que aquela lista não é para proteção? E por que eu acho que você sabe algo sobre Sam e as outras crianças?
- Não sei. - papai disse, olhando para o nada.
- Não vai me dizer, né? - disse, cruzando os braços novamente. Ela estava nervosa.
- Não. - papai disse suspirando.
- Típico. - ela disse, saindo do quarto à passos firmes.
Eu a segui até o meu quarto, se sentou do lado do meu corpo e segurou minha mão.
- Você não tem idéia do quanto preciso de você aqui. - ela disse baixinho.
Eu sorri. Era bom ouvir aquilo dela, mas não queria que fosse dessa maneira.
Ouvi um barulho e saí do quarto, vi algo rápido e estranho passando por mim no corredor do hospital. Olhei para dentro do quarto e ela continuava do mesmo jeito.
- Aposto que não viu isso. - eu disse, seguindo para a direção que o vulto foi.
Saí andando pelos corredores do hospital olhando de relance de porta em porta. Quando estava chegando no final do corredor algo passou atrás de mim, eu me virei e vi algo entrar em um quarto, eu segui até o quarto.
Quando cheguei na porta vi uma mulher caída ao chão sufocando.
- Olhei para o corredor e havia alguns médicos e enfermeiros.
- AJUDEM, PRECISO DE AJUDA AQUI. - eu gritei para alguém ajudar, mas ninguém ouviu.
- Eu estou sem ar - ela disse com dificuldade.
Eu me aproximei, mas não tinha como ajudar-la. Então ela parou de se mexer. Estava morta.

~~

Eu voltei pro meu quarto correndo, teria que arrumar um jeito de avisar , papai e Sam. continuava sentada do lado do meu corpo, eu tentei tocá-la, gritei, mas nada deu certo, então fui pro quarto do papai, tentei fazer o mesmo e nada. Passou algumas horas e Sam chegou no quarto do papai.
- Sammy, diga que está me ouvindo, cara. - eu disse, seguindo-o até a janela. - Tem uma coisa aqui no hospital! Você tem que me trazer de volta pra gente caçar.
Sam continuou calado olhando pela janela.
- SAM. - eu gritei, mas ele continuou lá, não estava me ouvindo.
- Você está quieto. - Papai disse, olhando para Sam.
Sam virou para papai com uma fúria nos olhos. Ele jogou a mochila que estava nas mãos em cima da cama onde papai estava deitado.
- Pensou que eu não ia descobrir? - ele perguntou com ódio.
- Do que está falando? - papai perguntou com calma.
- O lance do Bobby. Não serve para afastar o demônio. Serve para conjurá-lo. - Sam disse quase gritando. - Você planeja trazer o demônio aqui, pra mostrar pra ele o quanto você é macho?
- Eu tenho um plano, Sam. - papai disse ainda calmo.
- É EXATAMENTE O QUE EU ESTOU FALANDO - Sam começou a gritar - O DEAN ESTÁ MORRENDO E VOCÊ SÓ PENSA NO SEU PLANO? VOCÊ ESTÁ MAIS A FIM DE MATAR O DEMÔNIO DO QUE SALVAR O SEU PRÓPRIO FILHO!
- Sam, para com isso. - eu disse enquanto Sam gritava indignado.
- Não me diga do que estou a fim. - papai disse, perdendo a calma e aumentando o seu tom de voz. - Eu faço isso pelo Dean.
- COMO? Como a vingança pode ajudá-lo? Você só está pensando em si mesmo. É A MESMA OBSESSÃO EGOISTA.
- Qual é, parem com isso. - eu disse, passando a mão pelo meus cabelos de nervoso.
- Engraçado que eu pensei que fosse sua obsessão. E esse demônio matou a sua mãe, matou sua namorada. Você me pediu para tomar parte na caça. Se você tivesse matado aquela coisa quando teve chance, nada disso teria acontecido! - Papai disse quase gritando.
- Ele tinha possuido você, pai. Se não eu o teria matado.
- É, E SEU IRMÃO ESTARIA ACORDADO AGORA. - Papai gritou.
- CALEM A BOCA OS DOIS. - eu gritei, perdendo o controle, não aguentava mais aquela briga. Onde estava quando se precisava dela?
- Vai pro inferno. - Sam disse com ódio.
- Sabe de uma coisa? Eu não deveria ter levado você junto. Eu sabia que era um erro.
- EU MANDEI CALAR A BOCA. - Eu gritei com raiva e bati em um copo que estava em cima de uma mesinha, o copo caiu no chão.
Sam e papai pararam de brigar e ficaram olhando para o copo quebrado.
- Eu não acredito que eu fiz isso. - eu disse, olhando para os dois.
Então comecei a ouvir aquele barulho estranho novamente, e uma dor começou a tomar conta do meu peito. Ouvi a voz de uma enfermeira, o choro de .
Alguns enfermeiros passaram correndo na frente da porta de onde estávamos.
- Tem algo acontecendo lá - Papai disse a Sam - Vai.
Sam saiu correndo e eu fui atrás dele, quando chegamos no meu quarto haviam vários enfermeiros e um médico em volta do meu corpo. Eu estava sem pulso e eles estavam usando desfibrilador no meu corpo".
estava chorando e um enfermeiro estava segurando ela, até Sam aparecer e segurar ela no lugar do enfermeiro.
Então, quando olhei para o meu corpo novamente havia algo flutuando em cima dele.
- Droga! Fique longe de mim. - Eu disse, aproximando-me da coisa. - Cai fora.
A coisa continuava a se aproximar mais e mais do meu corpo.
- JÁ DISSE: CAI FORA. - eu gritei, segurando na coisa para não encostar no meu corpo, então fui jogado contra a parede e a coisa saiu do quarto. Tentei segui-la, mas quando cheguei no corredor ela havia sumido. Olhei em volta e nada, então voltei para o meu quarto.
Sam ainda segurava pelos os ombros, ela estava mais calma e ele também, só olhando o meu corpo.
- Tudo bem, gente. Eu não vou a lugar nenhum. Vou pegar essa coisa antes que me pegue. - Eu disse, olhando para os dois. - É algum tipo de espírito, mas eu vou pegá-lo. E se eu pegar... Eu o mato.

~~

Eu voltei a andar pelos corredore do hospital para ver se encontrava aquela maldita coisa de novo, até ouvir uma voz.
- Vocês estão me vendo? Por que não olham pra mim?
Era um voz feminina, vindo do outro andar.
- O que é isso agora? - eu disse, andando em direção às escadas.
Quando cheguei nas escadas, havia uma moça de pele clara e cabelos curtos olhando para as pessoas e gritando com elas, mas ninguém a escutava, ela estava subindo as escadas quando eu gritei.
- Você pode me ver? - eu perguntei e ela se virou na minha direção.
- Posso. - ela disse, parecendo um pouco assustada. - Eu desci até a metada da escada, onde ela estava.
- Olha, só... fica calma. Qual o seu nome?
- Tessa. - ela respondeu.
- Oi, Tessa. Eu sou o Dean. - eu disse, dando um sorriso amarelo.
- O que está acontecendo comigo? - ele perguntou preocupada. Eu tô... eu estou morta?
- Eu não sei, isso depende. - eu disse, olhando em volta. - Onde você acordou?
Tessa desceu as escadas e eu fui atrás dela, seguindo-a pelo corredor até um quarto. Tessa ficou parada do lado de fora olhando para o quarto e parecia mais confusa ainda. Eu parei do lado dela e olhei para o mesmo quarto. O corpo de Tessa estava deitado na cama e uma mulher estava segurando sua mão, sentada em uma cadeira do lado da cama de Tessa.
- Eu não entendo - ela disse quase num sussurro. - Eu só vim tirar o apêndice.
- Eu odeio dar más notocias, mas... Parece que houve complicações. - eu disse, ainda olhando o corpo dela.
- É só um sonho. - ela disse dando um sorriso amarelo, tentando se convencer. - Só isso. Um estranho... E incrivelmente vivido, sonho.
- Tessa... - eu respirei fundo e ela olhou pra mim - não é um sonho.
- E o que mais pode ser? - ela perguntou confusa.
- Já ouviu falar em experiências extra-corpóreas?
Ela fez que não com a cabeça.
- Você é um cara ligado em New Age?
Eu bufei.
- Estou mexendo com cristais e ouvindo Yanni? - ela ficou pensando um pouco no que eu disse - A ideia é muito antiga e tem diferentes nomes: bilocação, aparições de crise, transportes... Pode estar acontecendo com a gente. Nós somos... Espíritos de... Pessoas à beira da morte.
- E nós vamos morrer? - ela perguntou, olhando para o seu corpo novamente.
- Não. Nós vamos resistir. - Tessa voltou a olhar para mim. - Nossos corpos podem melhorar. Podemos voltar lá e acordar.
Ela confirmou com a cabeça e voltou a olhar para o seu corpo.

~~

- Eu estou surpresso. - eu disse, andando lado a lado com Tessa pelos corredores do hospital.
- Com o quê?
- Com você. A maioria das pessoas teria virado geléia, mas você está levando numa boa. Até mais que eu. - eu disse e Tessa parou de andar se virando para mim.
- Não me entenda errado. Eu fiquei apavorada no começo, mas... Agora não sei. Acho que me conformei.
Eu a olhei não acreditando no que ouvia.
- Não se importa de morrer?
- Não. - ela disse sorrindo fraco - Não é bem isso. Eu só acho que vai ser o que tiver que ser. Está fora do meu controle. - ela disse, dando de ombro. - É o destino.
- Bobagem. - eu disse, indignado com as palavras dela - Você sempre tem uma escolha. Pode virar pro lado e morrer ou pode lutar contra.
Comecei a ver alguns enfermeiros correndo. - Espera aqui. - disse a Tessa antes de correr atrás dos enfermeiros. Quando cheguei no quarto, havia uma criança sem batimentos, morrendo, e aquela coisa estava flutuando em cima do corpo da menina, eu me aproximei para tirar aquilo de perto dela igual tinha feito com meu corpo, mas quando me aproximei, a coisa sumiu.
- Acabou. - médico disse, desligando as maquinas.
- Hora da morte, 23h11. - a enfermeira disse, olhando no relógio.
- Pelo menos ela parou de sofrer. - a outra enfermeira falou.
Droga!

~~

Quanto voltei pro meu quarto, estava no telefone.
- Eu não posso ficar sem fazer nada... Estamos falando da vida do Dean. - ela disse desesperada - Chad, por favor.
- Chad? Quem é Chad? - eu perguntei, aproximando-me dela.
- Tá bom, obrigada. - ela disse, desligando o celular e olhando para o meu corpo. - Vou arrumar um jeito de te ajudar.
Sam entrou no quarto com um pacote em mão e sorriu para . - Eu acho que Dean está por perto, então... Se estiver, quero tentar algo. Só não quero que riam de mim. Nem você e nem ele. - Sam disse, tirando o que havia dentro do pacote. - achei um jeito de conversar com ele.
- Tabuleiro místico? - perguntou de boca aberta - Sério?
- Você só pode estar me gozando. - eu disse, olhando Sam se sentar no chão e colocar o tabuleiro no chão.
- Dean? Dean, você está nesse quarto? - Sam perguntou, olhando para o tabuleiro.
ficou olhando para Sam, pensando na possibilidade dele estar ficando maluco, pelo menos é o que eu pensaria.
Eu me sentei na frente do tabuleiro.
- Cara, que coisa mais sem graça. Isso não vai funcionar. - Eu disse, colocando a mão em cima da peça do tabuleiro. Tentei me concentrar em mover a peça e eu realmente consegui movê-la até o "Sim" escrito no tabuleiro. - Caramba.
Sam começou a rir e se aproximou mais que surpresa.
- Que bom saber de você, cara. Não é a mesma coisa sem você, Dean. - Sam disse, olhando para o tabuleiro.
- Eu sei. - eu disse sorrindo também.
Voltei a me consentrar a mover a peça do tabuleiro.
- C. A. Ç. A. Caça? Vai caçar? Está caçando? - Sam perguntou, então movi a peça novamente até o "Sim".
- Dean? É no hospital que está caçando? Você sabe o que é? - Sam perguntou, curioso e preocupado.
- Uma pergunta de cada vez, cara. - eu disse, olhando para o tabuleiro.
- Sam, faz uma pergunta por vez. - disse quase num sussurro, sentando-se ao lado de Sam.
- Ok, o que é? - Sam perguntou e confirmou com a cabeça.
- Ele não está matando gente, só está levando... - eu disse, movendo a peça, criando o nome - quando chega a hora.
- Ceifeiro. - Sam disse pensativo.
- Dean... - respirou fundo antes de perguntar, sua voz estava baixa - ele está atrás de você?
Eu engoli em seco, sabia que aquilo a faria ficar em pânico, mas não podia mentir, não quando preciso deles para me livrar do maldito ceifeiro, então movi a peça até o "Sim".
- Ai meu Deus. - disse, com os olhos enchendo de lágrimas - Se for morte natural, não tem como impedir.
- É, - eu disse pensativo - não dá pra matar a morte.
- Cara, agora você... - Sam começou a dizer.
- Está ferrado. - completou num sussurro.
Os dois ficaram em silêncio por alguns segundos.
- Não, não, não, não, não. Tem que haver um jeito - Sam disse, levantando-se. - O papai deve saber o que fazer.
Sam saiu do quarto, ficou olhando para o tabuleiro pensativa e eu fiquei olhando pra ela. Ela estava tentando não chorar, não queria mostrar pra mim a sua preocupação, mas eu estava vendo e só queria estar ali para dizer que ia ficar tudo bem.
Ela se levantou e ficou olhando para meu corpo na cama novamente.

~~

- O papai não estava no quarto. - Sam voltou.
- Onde ele foi? - eu perguntei, mas não obtive resposta. Claro! Sam não podia me ouvir.
- Mas eu peguei o diário. Deve ter alguma coisa aqui. - Sam disse, sentando-se na beirada da minha cama.
se levantou da cadeira onde estava sentada e andou até Sam enquando ele folheava o diário a procura de algo.
- Obrigado por não desistirem de mim. - eu disse, olhando para os dois e em seguida para o meu corpo.
- Ceifeiros. - disse, apontando para uma página da diário.
Nós três ficamos lendo em silêncio até que eu li algo que me era util.
- Filho da puta. - eu disse e saí correndo do quarto.
Corri pelo hospital até chegar no quarto de Tessa. O quarto estava escuro e não havia mais ninguém além dela, que estava sentada na cama à minha espera.
- Oi, Dean.
- A gente lê tanta coisa interessante. - Eu disse, aproximando-me dela - Por exemplo, você sabia que ceifeiros alteram a percepção humana? - eu dei um sorriso sinico - Eu não sabia... Os ceifeiros podem se transformar no que eles quiserem. Tipo... Uma garota bonita. - eu estava com ódio. - Você é mais bonita do que o último ceifeiro que eu vi.
- Eu estava imaginando quando iria perceber - ela disse olhando pro chão.
- Eu já devia saber - eu disse, andando de um lado para o outro do quarto - Aquele papo de aceitar o destino era forçado demais para uma garota quase morta. Mas, a mãe e o corpo, ainda estou tentando entender aquilo.
- É minha caixa de areia. - ela disse, olhando pra mim - eu faço você ver o que eu quero.
- O que é? Você fica excitada, é? Brincando comigo? - eu disse raivoso.
- Você não me deu nenhuma escolha. - ela disse, dando um sorriso amarelo - Viu minha forma real e me esnobou. Feriu os sentimentos da garota. - ela disse dando de ombros. - era o único jeito de fazer você falar comigo.
- Tá legal - eu disse, abrindo os braços. - estou aqui, o que tem pra falar?
- Que não deve temer a morte - ela disse, levantando-se da cama e colocando sua mão em meu rosto - A sua hora chegou, Dean. Você só está tentando evitar.
Eu me afastei dela e andei até a janela, olhando para o lado de fora do hospital. Não podia ser a minha hora, não agora. E papai? Sam? E a ?
- Olha, eu sei que já ouviu isso antes, mas... Tem que abrir uma exceção. Eu preciso de mais tempo. - eu me virei para Tessa - É sério. Minha familia está em perigo. Nós estamos no meio de uma guerra. Eles precisam de mim.
- A luta acabou. - ela disse lamentando.
- Não, não acabou.
- Acabou para você. - ela disse, colocando as mãos no meu ombro. - Dean, você não é o primeiro soldado que eu colhi no campo. Todos dizem o mesmo: "Eu não posso ir. A vitória depende de mim." Mas estão errados. A batalha continua sem eles.
- O meu irmão vai morrer sem mim - eu disse desesperado.
- Talvez ele morra - ela disse, dando de ombros. - Talvez não morra. Não há nada que possa fazer.
Eu tirei as mãos dela do meu ombro e fui para o outro lado do quarto pensativo. Não podia ser o fim.
- É uma morte honrosa. A morte de um guerreiro. - ela disse, virando-se para me olhar.
- Eu dispenso as 72 virgens. Eu não gosto das recatadas mesmo. - eu disse, olhando para ela - Eu só preciso ficar aqui.
- Que senso de humor - ela disse sorrindo - Você é uma graça. Não me admira que ela goste tanto de você... Ela vai ficar bem, a vida vai continuar pra ela também.
- Não existe morte honrosa. O meu corpo vai apodrecer e ela e minha familia vão morrer. - eu parei e pensei - Não. Eu não vou com você. Não importa o que faça.
- Como disse... Tem sempre uma escolha - ela disse, aproximando-se de mim - Eu não posso forçar você, mas... Não vai voltar para o seu corpo. Isso é um fato. Se quiser, pode ficar, mas vai ficar aqui muitos anos, sem corpo, com medo. Com o passar das décadas vai ficar louco. Talvez até violento.
- Como é que é? - eu perguntei confuso, ela estava mesmo dizendo isso?
- Dean... Como acha que os espíritos maus nascem? Eles não querem ir e não podem ficar. Você vai ficar assim. Igual a coisa que você caça.
Não, eu não quero ficar igual aquelas coisas, não quero matar, não quero ficar aqui, não assim. Eu me sentei na cama e Tessa sentou do meu lado. - É hora de deixar a dor pra trás. - ela disse baixinho, acariciando a minha nuca.
- E ir pra onde? - eu perguntei, fitando o chão.
- Desculpa. Eu não posso revelar o segredo... Hora da verdade. Não pode mudar de idéia depois... Então... o que vai ser?
Mil coisas passavam na minha cabeça. Sam, meu pai e . Como ficariam? Não podia deixá-los, mas tinha que deixar. Virei-me para Tessa, pronto para responder a pergunta dela, mas a luzes começaram a piscar. Eu e Tessa nos levantamos da cama olhando em volta.
- Por que está fazendo isso? - eu perguntei, olhando assustado para Tessa, mas ela olhava da mesma forma para mim.
- Eu não fiz nada. - ela disse, virando-se, e então começou a gritar. - NÃO PODE FAZER ISSO. VAI EMBORA!
- O que está acontecendo? - eu perguntei sem entender enquanto Tessa gritava. Ela de repente se virou para mim seu olhos estavam amarelos.
- Hoje é seu dia de sorte, rapaz. - Ela disse ao encostar a mão na minha testa. E eu apaguei.

~~

Eu acordei no meu corpo com uma dor enorme.
- Dean? - Ouvi me chamar, levantando-se da sua cadeira.
- SOCORRO. AJUDEM AQUI. - Sam gritou assim que me viu acordando.
O médico não demorou muito, me examinou, tirou todos os aparelhos que estavam conectados em mim, ele parecia surpreso. Então se virou para e Sam.
- Eu não consigo explicar. O edema sumiu. As contusões internas curadas. Sinais vitais normais. Você deve ter um bom anjo da guarda. - O médico disse, anotando tudo em papéis.
- Obrigado, doutor. - eu disse, olhando para ele e ele sorriu saindo do quarto. - Sabem o que aconteceu?
- Parece que havia um ceifeiro atrás de você. - Sam disse, olhando para mim surpreso.
- Como eu me livrei? - eu perguntei confuso.
- Eu não sei. Você não consegue se lembrar?
- Não. - eu disse, olhando ara , que estava escostada na parede me olhando. - Só sinto um vazio no estômago. Tem alguma coisa errada.
Ouvimos algumas batidas do batende da porta e quando olhamos para lá, papai estava parado sorrindo para a gente.
- Como se sente, cara? - ele perguntou.
- Bem, eu acho. - eu respondi, dando de ombros - pelo menos estou vivo.
- É só o que importa. - papai disse sorrindo.
- Onde esteve a noite toda? - Sam perguntou em um tom autoritário.
- Eu tinha algumas coisas para resolver.
- Nossa, que especifico. - Sam disse de forma ironica.
- Qual é, Sammy. - eu disse olhando para meu irmão.
- Foi atrás do demônio, não é?
- Não.
- Por que eu não acredito nisso? - Sam disse quase gritando.
- Chega. - disse, desencostando-se da parede e olhando para os dois. - Parem de brigar. Metade do tempo eu não sei porquê vocês brigam. Às vezes nem tem motivo. Vocês dois são mais parecidos do que pensam. E eu já estou tão cansada de ver você, Sam, batendo cabeça com seu pai. Assim como estou cansada do John nos tratar como crianças que não sabem de nada. - ela respirou fundo, passando as mãos pelos cabelos - Só... Parem.
- Olha, Sam... Eu cometi muitos erros. - papai disse quase num sussurro - mas eu fiz o melhor que eu pude. A tem razão. Chega de briga, está bem?
- Tudo bem. - Sam disse olhando para papai.
- Sammy e Chris, vocês podem pegar um café pra mim e algo para o Dean comer?
- Tá, pegamos. - Sam disse, saindo do quarto primeiro. Papai e sairam no quarto mas ficaram na frente da porta conversando baixinho sobre algo que não dava para eu ouvir, no final da conversa parecia segurar o choro e papai beijou sua testa, ela se virou e saiu andando pelo corredor, papai voltou a entrar no quarto.
- O que foi? - eu perguntei, olhando para ele, havia algo estranho.
- Sabe, quando você era criança... Eu cheguei de uma caçada e depois do que eu vi eu fiquei arrasado. E você chegou perto, pôs a mão no meu ombro, olhou nos meus olhos e você disse: " Está tudo bem, pai." - os olhos dele começaram a se encher de lágrimas e ele se segurava para não deixá-las cair. - Dean... Me desculpe.
- Pelo o quê? - eu perguntei preocupado sem entender.
- Você não tinha que dizer isso pra mim, eu que tinha que dizer isso para você. - ela disse dando um sorrisoforçado - Sabe... Eu pus muito peso em seus ombros. Foz você crescer cedo demais. Você cuidou do Sam e cuidou de mim e agora está cuidando da também. E você não reclamou. Você não reclamou nenhuma vez. Eu só quero que saiba que... Eu tenho muito orgulho de você.
- É você mesmo falando? - eu perguntei confuso.
- Sou, filho.
- Por que está falando assim? - eu perguntei em um tom baixo.
Papai se aproximou de mim e colocou a mão no meu ombro.
- Eu quero que você cuido do Sammy, está bem? E que cuide da louca da , não a deixe sozinha, está b
em?
- Eu sempre cuido deles, pai. Você está me assustando. - Não precisa ficar assustado. - Ele disse sorrindo pra mim, Ele então se abaixou e sussurrou coisas no meu ouvido e eu ouvi com atenção, quando terminou e nem sabia o que falar, meu pai olhou para mim e tentou sorrir. Em seguida saiu do quarto, deixando-me a pensar no que ele havia falado.

~~

- SOCORRO - ouvi a voz de Sam vindo de outro quarto. - SOCORRO.
O que estava acontecendo? Eu tentei me levantar e logo ) apareceu na porta.
- O que aconteceu? - eu perguntei aflito.
- Seu pai. - ela disse, andando até mim, ajudando-me a se levantar da cama. - Vamos.
Sam apareceu quando estávamos chegando na porta e me segurou do outro lado e vamos até um quarto. Chegamos lá e papai estava desacordado e deitado em uma cama cercada de enfermeiras e médicos.
Uma enfermeira se aproximou da gente.
- Não podem ficar aqui.
- Vamos ficar. É o nosso pai. - eu disse quase gritando. A enfermeira se afastou da gente e foi ajudar a trazer meu pai de volta.
- Vamos, pai. - eu disse, vendo que ele não estava respirando.
- Ainda sem pulso - uma enfermeira disse.
- É isso pessoal. Acabou - o médico disse em seguida. - Hora da morte: 10h41.

IX - Sem ela

Dean, Sam e estavam olhando o corpo de John sendo cremado. secou as lágrimas que escorriam pelo seu rosto e Sam colocou a mão em seu ombro. Estavam todos em silêncio há muito tempo. Na verdade, não tinha muito o que se dizer.
- Dean... - Sam chamou o irmão, quebrando o silêncio. - Antes... Antes de... Ele disse alguma coisa para você... Sobre qualquer coisa?
- Não - disse Dean, respirando fundo sem olhar para o irmão. - Nada.
fcou olhando para Dean, Sam poderia até acreditar naquelas palavras, mas ela não. Dean estava escondendo algo.

~~


Uma semana depois.

Dean estava em baixo do carro tentando arrumar o estrago que a maldita batida havia causado ao impala. se aproximou do carro olhando Dean trabalhar.
- Como vai o concerto do carro? - Ela peguntou, passando a mão em cima do capô amassado do carro.
- Lento. - Dean respondeu.
- Quer ajuda? - ela perguntou, franzindo a testa.
Dean derrubou algo em baixo do carro e deu risada.
- Você debaixo de um capô? Tá de brincadeira. Essa eu passo.
- Quer qualquer outra coisa? - ela perguntou, olhando em volta.
Dean saiu de baixo do capô e olhou para ela.
- Pode parar, . - ele disse, levantando-se e andando até uma mesa cheia de peças do carro.
- Parar com o quê? - ela perguntou sem entender.
- De perguntar se eu preciso de alguma coisa. Eu estou bem. Eu estou legal. Estou bem. É sério. Eu juro. - ele disse, mexendo nas peças.
respirou fundo e se aproximou dele.
- Dean... É que... Estamos com Bobby à mais de uma semana e... Você não falou no seu pai nenhuma vez.
- É, você está certa. - Dean disse, virando-se para a garota. - Vem cá. Vou encostar a cabeça no seu ombro. A gente chora, se abraça e até dança juntinho. - ele disse, sorrindo com ironia.
- Não me trate como criança, Dean. O John morreu. O Colt sumiu e é muito provável que aquele demônio tenha algo a ver com isso. E você age como se não fosse nada. - ela disse indignada.
- Quer que e faça o quê? - ele perguntou, levantando os braços.
- Fala alguma coisa! DROGA! Diz alguma coisa! Não está com raiva? Não quer vingança? - ela olhava pra ela com raiva - só o que você faz é ficar o dia todo em baixo da droga desse carro.
Dean deu de ombros.
- Vingança, é?
- É - ela disse aflita.
- Parece bom. Tem alguma pista de onde o demônio esteja? Aí podemos matar ele... Ah! Pera aí. O Colt sumiu, mas é claro que a garota super inteligente já pensou em outro jeito de matar o demônio. Eu não tenho nada, . Nada. A única coisa que posso fazer é consertar o carro.
respirou fundo e se virou, dando quatro passos em direção à casa antes de Dean perguntar.
- Onde você vai?
- Fazer alguma coisa, já que você não faz nada... E ficar bem longe de você - ela disse, virando-se para ele. - Porque eu já estou cansada disso. Odeio esse novo Dean Winchester.
Chrstie se virou e foi em direção a casa. Se manteria longe dele, bem longe dele.

~~


Duas semana depois.

- Eu achei uma coisa. - Sam disse, aproximando-se de Dean - Um dos telefones antigos do papai. Demorou, mas descobri o código da secretária. Escuta. - Sam disse, entragando o celular a Dean. Dean pegou o celular e levou ao ouvido.
"John, é a Ellen. De novo. Não seja teimoso. Você sabe que eu posso ajudar. Me ligue."
- Essa mensagem tem quatro meses. - Sam disse assim que Dean terminou de ouvir.
- Papai guardou essa mensagem por quatro meses?
- É
- Quem é Ellen? Tem alguma coisa no diário? - Dean perguntou curioso.
- Não, mas eu rastreei o número e consegui o endereço.
- Pergunta para o Bobby se ele empresta um carro. - Dean disse, dando de ombros.

~~


Dean desceu da van e fechou a porta com raiva.
- Que coisa horrivel, esse carro é humilhante. Cada carro, um pior que o outro. - Dean disse, olhando para o bar a sua frente. Bar Harvelle.
- Era o único carro disponível do Bobby. Se a estivesse aqui... - Sam começou a falar, mas parou assim que viu o olhar mortal do seu irmão. - Esquece.
- Ótimo. Já esqueci. - Dean disse, andando em direção ao bar.
- Olá? Tem alguém aí? - Sam perguntou do lado de fora do bar.
Dean conseguiu abrir a porta e os dois entraram no bar.
O bar era modesto, eles olharam em volta e viram alguém deitado em cima da mesa de sinuca.
- Olha só. Acho que não é a Ellen. - Sam disse sorrindo.
- É. Acho que não.
Sam saiu em direção aos fundos do bar e Dean continuou olhando em volta. Dean sentiu o cano de uma arma encostar nas suas costas e fechou os olhos.
- Meu Deus, que isso seja um rifle.
Ele ouviu a arma ser angatilhada e uma voz feminina.
- Não. Eu só estou feliz em vê-lo. - Dean se movimentou um pouco - Parado.
- Parado. Entendi. - Dean respirou fundo - Mas você deveria saber de uma coisa, moça. Quando se aponta um rifle para alguém, é melhor que não seja nas costas. Porque, se não, fica muito fácil fazer... Isso.
Dean disse, virando-se e tomando o rifle das mãos de uma garota loira. A garota deu um soco em Dean e pegou o rifle de volta.
- Sam, dá uma ajudinha aqui. - Dean gritou, colocando a mão no nariz.
- Desculpa, Dean. Agora não dá. Eu estou um pouco ocupado. - Sam disse, saindo dos fundo do bar com uma mulher atrás dele apontando um revólver para ele.
- Sam? Dean? - ela perguntou, parecendo reconhecer eles - Winchester?
- É. - os dois responderam em unissono.
- Filho da puta. - a mulher xingou pensativa.
- Conhece esses caras? - A garota loira perguntou sem entender.
- Sim. São os filhos de John Winchester. - ela disse, abaixando a arma e dando risada. - Oi, sou Ellen. Está é a minha filha, Jo. - ela disse, apontando para a garota loira.
- Oi - a garota disse, abaixando o rifle.
- Não vai me bater de novo, vai? - Dean perguntou ainda com a mão no nariz.
- Não. - a garota disse sorrindo.
Ellen foi para atrás do balcão, pegou um pouco de gelo e enrolou em um pano, entregando a Dean.
- Toma.
- Obrigado. - Dean disse, pegando o pano com gelo e tirando a jaqueta. - Você ligou para o nosso pai. Disse que podia ajudar. Ajudar com o quê? - ele perguntou, levando o pano ao nariz.
- Com... O demônio, é claro. - ela disse, cruzando os braços. - Seu pai estava chegando perto.
- Será que eu perdi algum artigo do Caçador de Demônios? - Dean perguntou confuso - Quem é você? Como sabe dessas coisas?
- Eu dirijo um saloon, mas os caçadores aparecem de vez em quando. - Ellen disse, olhando para Jo. - Inclusive seu pai, há muitos anos. John fazia parte da familia.
- Ah é? E por que ele nunca falou de você?
- Pergunta pra ele.
Dean e Sam ficaram calados por um tempo.
- Diz você, por que precisamos da sua ajuda? - Dean disse de forma ignorante.
- Olha, não estou pedindo nenhum favor. Se não quer minha ajuda, legal. Não deixa a porta bater no seu traseiro quando sair. Mas John não os mandaria se... - Ellen ficou olhando para os dois por alguns segundos e então percebeu o que estava acontecendo - John não os mandou.
Sam e Dean ficaram olhando para o chão. Não sabiam o que falar, ou melhor, como falar.
- Ele está bem, nao está?
- Não. - Sam disse com os olhos cheios de lágrimas. - Não está. Foi o demônio, nós achamos. Pegou o papai antes de ser apanhado, eu acho.
- Eu sinto muitíssimo - Ellen disse, olhando para Dean.
- Tudo bem. A gente tá bem.
- Sério, eu sei como era ligado ao seu pai.
- Sério, está tudo bem. - Dean disse em um tom grosso.
- Se puderem ajudar, nós vamos precisar de toda ajuda possível. - Sam disse, olhando para as duas.
- Nós, não. Mas o Ash pode.
- Quem é Ash? - Sam perguntou confuso.
- ASH? - Jo chamou.
O cara que estava em cima da mesa de sinuca se levantou assustado.
- Opa! O que foi? - ele perguntou, olhando para os quatro - Hora de fechar?
Sam olhou para Jo sem acreditar.
- Esse é o Ash?
- Aham - ela confirmou sorrindo - ele é um gênio.

~~


Dean e Sam mostraram todas as pequisas de John a Ash e ele disse que resolveria a parada em 51 horas.
Ash se levantou para ir ao seu quarto.
- Ash? - Dean o chamou e Ash se virou para olha-lo - Seu cabelo é maneiro.
- Negócios na frente... - Ash começou a dizer.
-... E prazer atrás. - uma outra voz masculina disse ao entrar no bar.
- Isso aí, cara. - Ash disse sorrindo para o homem alto de cabelos pretos e olhos catanhos que chegou.
- Preciso falar contigo. - O homem disse, andando até Ash e entrando em um quarto junto com ele.
- Esse cara... Quem é? - Sam perguntou curioso.
- Chad. - Jo disse saindo de trás do balcão.
- Ele me lembra alguém. - Dean disse, enquanto olhava para bunda da garota.
Sam ficou olhando para algumas pastas na prateleira.
- Ellen, o que é aquilo? - Sam disse, apontando em direção às pastas.
- É um receptor da polícia para ficar sabendo das coisas. - ela respondeu, olhando para o receptor que estava do lado da pasta.
Dean se levantou e foi até Jo.
- Não, não. A pasta. - Sam disse.
- Ah, eu... Eu ia dar isso aqui para uma amiga minha, mas... Parece que ela não vem, então pode dar uma olhada se quiser. - ela disse, entregando a pasta para Sam.
- E ai, como foi que sua mãe se envolveu? - Dean perguntou, sentando-se na mesa em frente a Jo. - Meu pai era um caçador, mas ele morreu. - Ela disse, abaixando a cabeça.
- Ah, sinto muito. - Dean disse, olhando para ela.
- Foi há muito tempo. Eu era criança. Triste é o que houve com o seu pai. - Ela disse, limpando a mesa.
- É... Bom, acho que tenho 51 horas para passar... Quem sabe, hoje a noite, a gente.... - Dean ficou um pouco pensativo. - Quer saber? Esquece.
- O quê? - Jo perguntou curiosa.
- Nada. Só... Lugar errado, hora errada. - "e garota errada" Dean concluiu em pensamento.
- Pensei que ia me passar uma cantada barata. Os caçadores que entram por essa porta acham que vão conseguir me levar pra cama com uma pizza, umas cervejas e o lado A do Led Zeppelin IV.
- Que bando de cafajestes. - Dean disse, franzindo a testa.
- Não você - ela disse, olhando pra ele.
- Acho que não. - Dean disse sorrindo.
- Ellen me diz que achou alguma coisa... - uma voz feminina disse, entrando no bar.
Dean e Sam se viraram rapidamente para a entrada, aquela voz era mais que conhecida por eles.
- Droga! - disse parada da porta do bar.
- ? - Sam se levantou rapidamente e abraçou a garota de cabelos pretos. - Não acredito.
- Nem eu. - Ela disse sorrindo e abraçando Sam - O que fazem aqui?
- Ellen é amiga do nosso pai e está nos ajudando a encontrar o demônio. - Sam disse, apontando para Ellen - e você, o que faz aqui?
- Eu... Er... Vim pegar a pasta, aquela pasta. - ela disse, apontando para a pasta que Sam estava olhando.
- Legal, eu achei interessante, nós podemos te ajudar no caso. - Sam disse entusiasmado.
olhou para Dean e Jo, que olhavam na sua direção.
- Oi, Dean. Oi, pirralha. - disse e se dirigiu ao balcão.
- Conhece ela? - Dean e Jo se perguntaram ao mesmo tempo.
- A familia dela é amiga da minha familia. Nós crescemos "juntas" - Jo fez o sinal de aspas com as mãos ao falar juntas. - Nunca nos demos muito bem. E vocês? - ela perguntou, sentando-se na mesa junto com Dean.
- A familia dela é amiga da nossa familia também. - Dean ficou olhando para . Fazia duas semanas que ele não tinha notícias daquela ingrata. - Licença, Jo.
Ele se levantou e andou até o balcão.
- O que faz aqui? - ele perguntou a .
- Não é da sua conta - ela disse, fechando a pasta.
- , por favor. - Sam fez uma cara de pidão e ela deu risada.
- Que ódio de você, garoto, sempre consegue o que quer de mim com essa cara. - ela disse, dando de ombros. - Mas eu não vou junto. Deixo o caso com vocês.
- Está me evitando? - Dean perguntou, erguendo uma das sobrancelhas.
- Estou. - ela disse sorrindo e se virando para Ellen. - Tem uma caneta?
- Tenho - Ellen disse, entregando uma caneta a garota. - Aqui.
- Obrigada - pegou a caneta e anotou um número de celular em umas das folhas que havia na pasta. - Esse é o meu novo número, se precisar de ajuda com alguma coisa me liga.
- Ok. - disse Sam.
O tal Chad saiu do quarto de Ash e andou até .
- Vamos? - ele perguntou pra ela.
- Vamos. - ela disse, levatando-se e olhando para Sam. - Pode ligar, qualquer coisa eu vou até vocês, sério.
- Tudo bem, Obrigado. - Sam disse sorrindo.
- Tchau Ellen, Tchau Sam, Tchau pirralha, Tchau Dean. - dizendo isso, saiu do bar.
- Tchau, gente. - Chad disse saindo logo em seguida.
Dean e Sam se entre olharam sem entender. Quem era aquele cara?

~~<

Pov's


Não acredito que em um pais tão grande, com tantos lugares para se estar, Dean e Sam tinham que estar logo no bar Harvelle. Não que eu não sinta falta deles ou não queira saber se eles estão bem, mas estava tentando me manter afastada, tentando esquecer Dean e Sam e voltar a minha vida. Onde tudo era eu, minha familia e a caça. Tudo bem que a única pessoa que me sobrou desta foi Chad.
- Parece que Sam e Dean estão tentando achar o demônio. - Chad disse, abaixando um pouco o volume do som do carro.
- É, parece que Dean resolveu tirar o traseiro dele debaixo do escapamento daquele maldito carro. - eu disse, ainda prestando atenção na estrada.
- Eles gostam de você.
- E? - Eu perguntei como quem não está nem aí para esse fato.
- Elem sentem a sua falta. Os dois. Principalmente Dean, mas ele não vai admitir isso.
- Não quero que admita. - eu respirei fundo - Maninho, vamos mudar de assunto.
Chad sorriu, voltando a aumentar o volume do som. Melhor assim. Não ouvir a voz de Chad me fazia bem.

~~


Se passaram quase dois dias desde que havia visto Sam e Dean no bar. Eu estava tomando banho quando meu celular começou a tocar.
- CHAD, ATENDE PRA MIM. - Eu gritei enquanto desligava o chuveiro e pegava uma toalha.
Abri a porta do banheiro e Chad estava na porta sorrindo pra mim.
- Winchesters.
Eu revirei os olhos e peguei o celular da mão dele, entrando novamente no banheiro e fechando a porta.
- Alô.
- , é o Sam.
- Oi Sam. - eu disse, olhando-me no espelho. - O que houve?
- A coisa que estamos caçando...
- O palhaço?
- É. Ele não é um espirito. Nós atiramos nele com bala de sal... E a bala bateu em algo sólido. Eu e Dean estávamos pensando que pode ser algum tipo de criatura que fica invisível. E ele come carne humana.
- Uma criatura que fica invisível e come carne humana... Espera, Sam. - eu saí de dentro do banheiro, entrando no quarto, e procurei em no criado mudo o que eu precisava. Um diário igual ao de John Winchester, mas não era o de John. - Tá aqui. Rakshasa. - Eu disse, lendo o que havia escrito sobre essa criatura. - É uma raça antiga de criaturas hindus. Aparecem em forma humana e também se alimentam de carne humana. Podem ficar invisíveis, mas não podem entrar em uma casa sem serem convidadas.
- Por isso se vestem de palhaços. - Sam concluiu do outro lado da linha.
- Exatamente.
- Por que não comem a criança? - Ouvi a voz de Dean perguntar.
Ok, eu estava no viva-voz pelo jeito.
- Porque não têm muita carne.
- O que mais sabe? - Dean perguntou novamente.
- Que vivem na imundice. Eles dormem em cama de insetos mortos.
- Nojento - Sam comentou.
- É - eu disse sorrindo - Eles se alimentam poucas vezes a cada 20 ou 30 anos. Acho que devem ter metabolismo lento.
- Faz sentindo - os dois disseram em unissono.
- Tem algo que pode matá-lo? - Sam perguntou.

- Faca de latão puro.
Chad se aproximou de mim e começou a sorrir, ele estava tirando uma com a minha cara.
- Sai daqui, Chad. - Eu disse, saindo de perto dele e voltando a entrar no banheiro.
- Só uma perguntinha... Quem é esse Chad? - Sam perguntou curioso.
- Ninguém, Sam. Tchau. - eu disse, desligando o celular.
Quanto menos informações sobre minha vida, menos ligação eles teriam comigo.

Pov's off.

Dean e Sam estavam sentados no balcão do bar Harvelle. Jo estava sentada em um banco ao lado de Dean. Ellen se aproximou com duas cervejas em mãos.
- Fizeram um ótimo trabalho. Seu pai ficaria orgulho. - ela disse, entregando uma cerveja para cada um dos garotos.
- Obrigado. - Sam disse, pegando a cerveja.
Jo se apoiou no balcão e ficou olhando para Sam. Sam sorriu para a garota até entender o que ela queria. Ela queria conversar a sós com Dean.
- Ah! Eu tenho que... Tenho que... Eu tenho que ir... Lá fora. Agora. - Sam disse, saindo rapidamente de perto dos dois.
Dean tomou um gole de cerveja, vendo o irmão se afastar.
- Então? - Jo disse.
- Então? - Dean repetiu.
- Eu vou ver você de novo? - Ela perguntou olhando para Dean.
- Você gostaria? - Dean peguntou sorrindo.
- Eu não iria odiar - ela disse, sorrindo também.
- Para ser honesto - Dean disse olhando para a sua cerveja - Antes eu pularia em cima de você rapidinho sem pensar, mas, ultimamente... Tudo mudou.
- Lugar errado, hora errada? - ela perguntou sorrindo.
- É - Dean disse sorrindo também.
- Tudo bem. Eu entendo.
Ash saiu do seu quarto com uma papelada em mãos.
- Onde é que vocês estavam? Eu estive esperando vocês.
- Nós estavamos ocupados com o trabalho, Ash - Sam respondeu perto da mesa de sinuca. - Palhaços.
- Palhaços? - Ash perguntou, fazendo careta.
- Tem alguma coisa pra nós? - Dean perguntou, aproximando-se de Ash. - Tenho.
Ash entrou no seu quarto novamente e voltou com algo estranho que parecia um notebook.
- Achou o demônio?
- Não está em parte alguma. O maluco está escondido. Eu não estou econtrando ele, mas se o bandido levantar a cabeça, eu vou saber. Digo... Eu estou no rastro dele como um cão farejador.
- Como assim? - Sam perguntou confuso.
- Olha só. - Ash disse, mostrando o aparelho estranho - Assim que algum sinal ou presságio aparecer em qualquer lugar do mundo, meu alarme dispara. Como um alerta de incêndio.
- Hum, sei. - Dean disse, aproximando-se do aparelho, e Ash o ficou encarando, então Dean recuou.
- Ash, onde você aprendeu essas coisas? - Sam perguntou surpreso.
- MIT, antes de ser expulso por brigar. - ele disse dando de ombros.
- MIT?
- É uma escola em Boston.
- Está bem. - Dean disse, levantando-se. - Você liga se souber de alguma coisa?
- Si, si compadre. - Ash disse sorrindo.
Dean tomou o último gole da sua cerveja, colocando-a em cima da mesa e indo em direção à saida do bar, sendo seguido por Sam.
- Ouçam. Se quiserem ficar, eu tenho camas lá nos fundos. - Ellen disse assim que eles chegaram à porta do bar.
- Não, obrigado. - Dean disse sorrindo - Eu tenho que terminar uma coisa.
Tudo bem. - ela disse sorrindo devolta.

~~

Dean estava arrumando o carro e Sam se aproximou dele.
- Tinha razão. - Sam disse, olhando para o irmão.
- Sobre o quê? - Dean perguntou, continuando a fazer seu trabalho.
- Sobre eu e o papai. - Sam disse respirando fundo. - Eu me arrependo de puxar uma briga da última vez que o vi e por ter passado a maior parte da vida com raiva dele. Pelo o que sei, ele morreu pensando que eu o odiava.
Dean engoliu em seco olhando para o irmão e prestando atenção à cada palavra dele.
- Você tem razão. O que eu estou fazendo agora é muito pouco - Sam disse com os olhos cheios de lágrimas. - E muito tarde. Eu sinto falta dele... E me sinto muto culpado. Eu não estou nada bem. Nada bem. E você também não. - Sam respirou fundo. - também não. Porque ela também faz parte dessa familia... Eu só acho que deveriamos estar passando por isso juntos. Isso é tudo que eu sei... Vou deixar você voltar ao trabalho.
Sam saiu andando em direção à casa de Bobby, e Dean ficou parado pensando em tudo aquilo que Sam havia falado.
Seu irmão estava certo. Nada estava bem. Ele não estava bem, Sam não estava bem. ... não estava nada bem.
Dean se virou e pegou um pé de cabra. Ele estava acabado, com raiva, sofrendo, e queria colocar aquilo pra fora de alguma maneira. Dean segurou o pé de cabra com força e bateu no vidro do Impala, que se quebrou em milhões de pedaços. Ele continuou a bater na lataria do Impala repetidas vezes, até um pouco da sua raiva passar.
Dean deixou o pé de cabra cair no chão e ficou pensando. Ele precisava mudar isso.

Pov's

Sinceramente? Acho que os Winchesters não seria nada sem mim. Ok, estou exagerando, mas Sam me ligava sempre para perguntar sobre coisas que eles estavam caçando, sobre pessoas que eles conheciam, sobre como eu estava. Sam está se tornando o meu Winchester preferido... Ok, vou parar de tentar me enganar.
Chad entrou em casa e se jogou no sofá ao meu lado.
- Você está perdendo os seus Winchesters. - Ele disse, deitando-se no meu colo.
- Ham? - eu perguntei sem entender - Do que você está falando?
- Na verdade, você está perdendo apenas um deles. Sam ainda é todo seu, mas o Dean...
Eu respirei fundo.
- O que tem o Dean?
- Está de paquera com a Jo. Eu estava lá no bar Harvelle e estava mais que na cara que aqueles dois estava se paquerando.
- Que bom pra eles. - eu disse, revirando os olhos.
- Olha... Eu sei que você se importa, se não não teria me ligado para tentar salvar o Dean.
- Cala a boca, Chad. - eu disse, empurrando-o do meu colo e fazendo ele cair ao chão.
- Eu só digo a verdade - Ele disse, sorrindo no chão.
- Chad, se concentra em descobrir o que precisamos, ok? Foco. - Eu disse, olhando séria para ele.
Chad se levantou do chão e se sentou ao meu lado.
- Ok, parece que o Sam teve uma visão. Eles estão procurando por crianças iguais...
- Iguais ao Sam. - eu completei, levantando-me do sofá.
- É. - ele disse cabisbaixo.
- Não faz essa cara, Chad. - eu disse, olhando pra ele. - Só continua a descobrir mais coisas, ok?
Ele fez que sim com a cabeça e eu subi as escadas.

X - Sem Saida

Dean e Sam chegaram no Bar Harvelle e do lado de fora ouviram os gritos de Jo e Ellen.
- Brigas de gatas - Dean disse, dando risada antes de abrir a porta do bar e entrar no mesmo.
- Não pode me prender aqui! - Jo disse em um tom alto.
- Ah! Não aposte nisso. - Ellen disse andando até o balcão.
- O que você vai fazer? Vai me acorrentar no porão? - Jo perguntou, colocando as mãos na cintura.
- Quer saber? Você já teve ideias piores que essa. E se não quer ficar, não fique! Volte para escola!
- Eu não me encaixo lá. Eu sou a pirada da coleção de facas.
- E acabar morta em uma estrada empoirada se encaixa? - Ellen perguntou indignada. Jo não respondeu nada, ficou olhando para Sam e Dean. Ellen se virou e viu os dois rapazes. - Rapazes, péssima hora.
Dean e Sam confirmaram com a cabeça.
- Sim, senhora. - Sam disse.
- É. Não bebemos antes das 10h mesmo. - Dean disse, dando de ombros.
- Esperem. Eu quero saber o que eles pensam. - Jo disse, andando até os rapazes.
- Não me importa o que eles pensam. - Ellen disse olhando para Jo.
Um casal com duas crianças entraram no bar.
- Já, estão abertos? - Homem perguntou.
- Não - disse Jo.
- Já - disse Ellen.
- Tudo bem. - o homem disse assustando - nós comemos mais à frente.
O homem e sua família sairam do bar e Jo e Ellen se entre olharam. O telefone começou a tocar e Ellen foi atender bufando de raiva. Jo se virou para os dois com uma pasta cheia de arquivos em mãos.
- Há trê semanas uma garota sumiu do apartamento na filadélfia.
Dean ficou olhando para Jo estendendo a pasta como se ela estivesse louca.
- Pegue. A pasta não morde.
- Não. Mas sua mãe morde. - Dean disse, olhando para Ellen.
Jo ficou séria e continuou a estender a pasta. Dean tomou-a das mãos dela e a garota voltou a falar.
- E essa moça não foi a primeira. Nos últimos 80 anos seis mulheres sumiram. - ela disse, olhando para os dois - Todas do mesmo edifício, todas jovens louras. Em cada década ou duas. A polícia não achou o padrão. Ou nís lidamos com um serial killer muito idoso ou...
- Quem organizou tudo isso? Ash? - Dean perguntou, olhando os arquivos na pasta.
- Não. Fui eu. - ela disse como se fosse óbvio.
- Tenho que admitir - Sam disse olhando para os arquivos - Já pegamos a estrada por muito menos.
- Se gostam tanto do caso, fiquem com ele. - Ellen disse, aproximando-se.
- Não, mãe. - Jo disse.
- Joanna Beth, essa família já perdeu demais. - Ellen disse, colocando as mãos na cintura. - Eu não vou perder você. Eu não vou.

~~


Dean e Sam abriram a porta do apartamento e começaram a procurar por algo.
- Eu me sinto mal, pegando o caso da Jo. - Sam disse olhando em volta.
- Ora, ela fez um bom dossiê, mas você consegue imaginar ela trabalhando nisso? - Dean perguntou, fazendo careta - Às vezes não consigo imaginar nem a ... - Dean parou de falar e repirou fundo. Estava tentando evitar pensar naquela garota. - Pegou alguma coisa? Sam apontou o seu detector de ondas eletromagnéticas para uma das paredes e o barulho fico mais intenso.
- O que é isso? - Sam perguntou, olhando para uma das tomadas da paredes.
Havia um tipo de gosma preta na tomada. Dean escostou a mão na coisa preta para analisar melhor.
- É ectoplasma. - Dean disse - Sam, acho que já sei o que temos aqui... É o caso do homem Marshmallow.
Sam balançou a cabeça negativamente.
- Dean, só encontrei um caso desse duas vezes. Pra fazer uma coisa assim, tem que ser um espirito muito irado.
- Tá bom, então.. Vamos achar o canalha antes que ele pegue mais moças.
Os dois sairam do apartamento e foram andar pelos corredores, eles ouviram vozes e se esconderam.
- É, eu gostei, minha amiga disse que eu tinha que vir aqui para ver. - uma voz feminina conhecida dizia.
Dean olhou para Sam com uma cara assustada e eles pararam de se esconder, dando de cara com Jo e o corretor.
- O que você está fazendo aqui? - Dean perguntou à garota, que correu e o abraçou.
- Amor, você chegou. - Jo se virou para o corretor - Esse é o meu namorado, Dean. E o amigo dele, Sam.
- Muito prazer. - o corretor disse, apertando a mão de Sam e Dean em comprimento - Bela garota que você tem.
- Pois é - Dean disse, dando um aperto em Jo - Ela é um avião.
- Então, já olhou o apartamento? - Jo perguntou, olhando para os dois. - O que está para alugar.
- Pois é... Eu adorei. Muito amplo. - Dean disse sem jeito.
- Como você entrou? - o corretor perguntou.
- Estava aberto.
- Fala, Ed. Quando foi que a última inquilina saiu? - Jo disse de forma doce.
- À cerca de um mês. Saiu correndo. Não pagou o aluguel. - ele disse, olhando para Sam e Dean.
- Bom... Ela perdeu e nós ganhamos. Porque, se o Dino gosta, é o que basta pra mim. - ela disse sorrindo.
- Que graça. - Dean disse, dando outro apertão nela.
- Ficamos com ele. - Jo disse dando um bolo de dinheiro a Ed.
- Ok. Tudo bem. - Ed disse, guardando o dinheiro.

~~


- Cara ou coroa pelo sofá? - Jo perguntou a Dean.
- Sua mãe pelo menos sabe que você está aqui? - Dean perguntou raivoso.
- Eu disse a ela que estava indo para Vegas.
- E acha mesmo que ela acreditou? - Dean perguntou indignado.
- Eu não sou idiota. Mandei Ash fazer uma trilha de cartões pelos cassinos. - ela disse convencida.
- Você não deveria mentir para a sua mãe e também não deveria estar aqui. - Dean disse, carregando uma arma.
- É, mas eu estou. Então segura a onda e aguenta.
- Afinal, de onde você tirou tanta grana? - Sam perguntou curioso.
- Eu trabalho no bar. - ela disse como se fosse óbvio.
- Caçadores não dão gorjetas - Dean disse.
- E também não são bons no pôquer. - Ela disse, dando de ombros.
Dean ouviu seu celular tocando, levantou-se e tirou o mesmo do bolso.
- Alô.
- Ela está com vocês? - Ellen perguntou do outro lado da linha.
- Oi, Ellen - Dean disse, olhando desafiador para Jo.
- Ela disse que ia para Vegas. Não acreditei nem um segundo.
- Não conta pra ela! - Jo disse baixinho.
- Eu vou contar. - Dean disse no mesmo tom.
- Eu vou te matar - ela disse.
- Você nem deveria estar aqui.
- Dean? - Ellen chamou do outro lado da linha.
- Não está aqui não. - ele disse.
- Tem certeza?
- Tenho, absoluta.
- Por favor, se ela aparecer, traga ela de volta direto pra casa, entendeu?
- Com certeza.
- Ok, Obrigada.
Dean desligou o celular e Jo abriu um sorriso enorme. Então os três ouviram algumas batidas na porta. Dean olhou para Sam e Jo e foi abrir a porta. Quando abriu, deu de cara com .
- Pode me emprestar uma xícara de açucar? - ele disse sorrindo irônica.
- O que você está fazendo aqui? - Dean perguntou, olhando-a confuso.
- Estou atrás de uma loira fugitiva. - disse, entrando no apartamente e olhando para Jo. - Achou mesmo que enganaria a sua mãe?
Jo ficou séria.
- Você não vai contar pra ela, vai?
revirou os olhos e cruzou os braços.
- Isso não é nenhum tipo de brincadeira. Isso é coisa séria, Jo. - a morena respirou fundo - Mas eu te entendo, você só está cansada de ser tratada como uma garotinha indefesa. - ela disse, olhando para Dean - Não vou contar, mas assim que terminarmos, vou te levar pra casa nem que seja amarrada.
- Ok. - Jo disse abrindo um sorriso.
- Você vai ficar? - Dean perguntou olhando para .
- Aham, como nos velhos tempos. - ela disse sorrindo - Não tão velhos assim.
Sam riu junto com ela.
- Bom ter você de volta, pequena Einstein. - Sam disse, dando um sorriso fraco.
- Não me chame assim. Isso me lembra a Meg. - disse sorrindo. - O que temos até agora?
Jo se sentou na mesa onde estava a planta do prédio.
- Bom... O prédio é de 1924. Primeiro foi um armazém e logo depois foi convertido em apartamento.
- E o que era antes de 1924? - Dean perguntou, andando de um lado para o outro da sala.
- Nada. Terreno baldio. - a loira disse, dando de ombros.
- A hipótese mais provável é que alguém teve uma morte sangrenta no prédio. Agora, voltou para infernizar. - Sam disse, olhando alguns papéis.
- Eu já olhei os últimos oitenta anos, nenhuma morte violenta. A não ser o faxineiro que escorregou.
- Você olhou os relatórios policiais e os registros de óbitos? - perguntou, olhando Dean andar de um lado para o outro.
- Obituários, registros mortuários e mais sete fontes. - Jo disse olhando para - Eu sei o que eu faço.
- Beleza, então... Deve ser outra coisa. Talvez um objeto amaldiçoado que trouxe o espírito. - Sam disse, fazendo cara de cansado.
- Nós temos que investigar o prédio todo, de cima a baixo, não é? - Jo perguntou, fazendo careta.
- É. - Dean disse, aproximando-se de . - Eu e você olhamos os andares de cima. Sam e Jo os andares de baixo.
- Vamos mais depressa se nos separarmos - Jo disse, levantando-se e indo na direção dos dois.
Dean se virou para a garota loira, encarando-a.
- Isso não é negociável.
- Eu topo trocar de dupla. - disse, dando de ombros.
- Não vamos trocar de dupla. - Dean disse, voltando a olhar para . - Vem comigo!
revirou os olhos e seguiu Dean para fora do apartamento, fazendo Sam sorri.
- Sam... O que há com esses dois? - Jo perguntou curiosa.
Sam sorriu e deu de ombros.
- Não sei, Jo. Vai ter que perguntar para eles.
- Quando ela apareceu no bar outro dia, Dean disse que ela era apenas uma amiga da família de vocês, mas pelo jeito é mais que isso. - disse Jo, tentando fazer Sam falar.
- Ela é da nossa familia, Jo. já passou muita coisa com a gente, ela caçava conosco, só que há uns dois meses atrás ela e Dean acabaram tendo uma briga.
- Entendi. - Jo disse pensativa.
- Quer um conselho? Não se mete no meio daqueles dois, só vai te dar dor de cabeça. Eles ficam bem, depois brigam. Só Ignora, deixa eles se matarem sozinhos.
Jo deu um sorriso fraco e concordou com a cabeça.
- Agora anda com esse tal de Chad. - Sam disse frazindo a testa. - Quem é ele? - nunca falou do Chad para vocês? - Jo perguntou confusa. - Estranho.
- Não. Nunca falou. Por que isso é estranho?
- Ah! Deve ser porque ele é apenas o irmão dela. Só. - Jo disse dando de ombros, cínica.
- Como? tem irmão? - Sam perguntou surpreso.
- Aham, ele tem mais ou menos a sua idade. - a garota disse, pegando uma lanterna. - Agora, só não entendo uma coisa.
- O quê?
- Por que ela não falou sobre ele pra vocês? - perguntou Jo pensativa.
- Boa pergunta. - disse Sam, também pensativo.
- Enfim - Jo disse, respirando fundo - vamos à caça aos fantasmas.

- Não sei porquê não veio com a Jo. - disse, quebrando o silêncio, andando pelos corredores com uma lantena na mão.
- Não sei porque deveria. - Dean disse, dando de ombros.
- Ed, o corretor, me contou sobre o namoro de vocês. Não seria nada legal ele te ver andando por aí no escuro com outra garota que não seja sua namorada.
- É. - Dean disse, parando de andar e a segurando pelo braço - E não seria nada legal seu namorado Chad aparecer por aqui e nos ver juntos.
- Você... Você acha que Chad é meu namorado? - perguntou indignada. - Chad é meu irmão.
- Você tem irmão? - ele perguntou confuso.
- É, Dean. Eu tenho um irmão. - ela disse, soltando-se das mãos dele. - E nunca falei dele porque não era necessário.
- Parece que não sabemos muita coisa sobre você. - Dean disse raivoso.
- Olha aqui, Dean. Quem deveria estar com raiva de você sou eu, por você agir igual um idiota. Eu já disse que odeio esse novo Dean Winchester? Não? Então fique sabendo que eu odeio. - disse, voltando a andar pelo corredor.
- Você foi embora. - ele disse, aproximando-se dela novamente.
- Porque eu já estava cansada de te ver guardando tudo para si. - ela disse, virando-se e andando na direção dele - Como se nada tivesse acontecido, e descontando sua raiva em mim e em Sam toda vez que nós tentávamos conversar com você. Estava cansada de Sam se sentindo culpado e tentando agir como John gostaria que ele agisse, sendo que a vida inteira ele fez o contrário. Vocês simplesmente não eram mais o Sam e o Dean que eu amava.
- Mas você ter ido embora não ajudou em nada.
- Eu sei, mas se eu ficasse também não ajudaria. - ela disse, encostando-se na parede. - E já estava na hora de voltar pra casa.
- Sabe... Eu só me senti pior quando você foi, só me senti mais vazio. - Dean disse, engolindo em seco e se aproximando da garota. - Eu não sei porquê, mas... - Dean deu um sorriso fraco - É como se você fosse uma parte importante.
- Da sua vida? - perguntou, olhando nos olhos dele.
- De mim. - Dean disse, aproximando-se mais dela.
- Dean... Não é hora e nem lugar. - disse, afastando-se e voltando a andar pelo corredor.
Dean suspirou e voltou a segui a garota em silêncio. De repente, ele sentiu um cheiro forte conhecido, mas não lembrava da onde.
- , tá sentindo esse cheiro? - Dean perguntou, franzindo a testa.
- Tô, mas... Não sei dizer do que é. - ela respondeu pensativa.

~~


Dean acordou no sofá com barulho de sirenes, ele coçou os olhos e olhou em volta. Jo estava sentada na mesa e sorriu para ele assim que o viu acordar.
- Bom dia, princesa. - ela disse sorrindo.
- Cadê o Sam e a ? - ele perguntou, ainda sonolento.
- Eles foram pegar café. - ela disse, brincando com uma faca e olhando alguns arquivos.
Dean se sentou no sofá olhando pra ela e passando as mãos nas costas.
- Ai, minhas costas. - ele se levantou e sorriu para Jo. - E ai, vocês duas dormiram bem na cama macia?
- Eu não. Fiquei repassando algumas coisas. - ela disse, olhando a planta do edifício. Dean ficou a olhando brincar com a faca por alguns segundos. Ele pegou sua mochila e a vasculhou à procura de algo. Pegou um facão e estendeu para Jo.
- Toma.
- Pra que isso? - ela perguntou sem entender, pegando o facão.
- É melhor do que esse espeto de porco que você fica rodando aí.
Jo olhou para a sua faquinha e estendeu para Dean pegar, ele pegou a mesma confuso e leu o que havia escrito no cabo da faca.
- William Anthony Harvellen- Jo disse ao mesmo tempo que ele lia.
- Desculpa. Foi erro meu. - Dean disse, respirando fundo, entregando a faca de volta a Jo e pegando o facão de volta.
Dean guardou o facão e Jo abaixou a cabeça.
- O que você... O que você lembra do seu pai? - ela perguntou, erguendo a cabeça e olhando para Dean - Sabe... Qual a primeira coisa que vêm na cabeça?
Dean balançou a cabeça negativamente enquanto arrumava suas coisas.
- Vai. Me conta. - Jo insistiu, abrindo um sorriso fraco.
Dean suspirou e se sentou em uma das cadeiras, apoiando os braços em cima da mesa.
- Eu tinha seis ou sete anos quando... Ele me levou para atirar pela primeira vez. Sabe garrafas na cerca? Esse tipo de coisa? Então... Eu acertei todas. E ele me deu um sorriso assim... - Dean abriu um sorriso fraco ao se lembrar da cena - Eu não sei.
Jo sorriu olhando pra ele.
- Ele ficou orgulhoso.
Dean deu outro sorriso fraco, olhando para Jo.
- E o seu pai?
- Eu era muito pequena quando meu ai morreu, mas... Eu lembro dele voltando pra casa da caçada. Ele entrava pela porta como... Tipo como Steve McQueen, sabe? - Jo disse, abrindo um sorriso - E ele me pegava no colo. Eu sentia o cheiro de couro do casaco dele e minha mãe que ficava de mau humor, mas no minuto que ele saía voltava a rir de novo. E nós éramos uma familia.
Dean e Jo permaneceram calados por alguns segundos, refletindo sobre o que foi dito.
- Quer saber por que eu quero esse trabalho? Por ele. - ela dissem, dando de ombros - É meu jeito de sentir ele perto. Agora me diz, o que tem de errado nisso?
- Nada. - disse Deam simplesmente.
Os dois ficaram se olhando sem dizer nada.
- Sabe... - Jo disse pensativa - Aquela sua frase, "lugar errado, hora errada?"
- Sei - Dean disse, frazindo a testa sem entender - o que tem ela?
- Acho que está incompleta - Jo disse abaixando a cabeça. - O certo seria "Lugar errado, hora errada e garota errada".
- Porque você...
- Eu percebi o jeito que olha pra ela.
- É um olhar normal - Dean disse, levantando-se e fugindo do assunto.
- Não, não é. É um olhar de admiração, adoração... Paixão.
Dean ficou calado olhando para o chão, no fundo ele sabia que era verdade.
- Mas tudo bem. Eu entendo. - Jo disse, dando um sorriso fraco.
A porta foi aberta e Sam entrou.
- Cadê o café? E a ? - Dean perguntou, franzindo a testa.
- Está cheio de polícia lá fora. Outra garota sumiu. - Sam disse, olhando para os dois. - foi ver se descobre alguma coisa.

- Theresa Ellis, Apartamento 2-F. - disse, entrando no apartamento - O namorado disse que ela sumiu de madrugada.
- E o apartamento? - Dean perguntou.
- No apartamento tem rachaduras no reboco, na parede e no teto. Tinha ectoplasma também. - ela repondeu, sentando-se em uma das cadeiras.
- Com isso e o com o tufo de cabelo que eu e Jo achamos na noite passada, eu diria que o maldito sai pela parede. - Sam concluiu.
- Mas quem é ele? A história do edifício não diz nada. - Jo disse bufando.
- Acho que estamos olhando no lugar errado - disse, pegando uma fotografia do terreno baldio em cima da mesa. - Olhem isso. O prédio ao lado. As janelas tem grades.
- Estamos perto de um prisão? - Dean perguntou.
- É. Acho que sim. - disse, abrindo um sorriso - Jo, liga para o Ash.

- Ok, falei com o Ash. Prisão Moyamensing, erguida em 1835. Derrubada em 1963. Ash disse que eles costumavam enforcar condenados no terreno baldio ao lado.
- Então precisamos da lista de todos que foram executados aqui - disse, olhando para Jo.
- Ash já está fazendo e mandando. - Jo disse sorrindo.
- Tô gostando de ver. - disse sorrindo também.
Sam pegou o seu notebook e deu para Jo abrir o seu e-mail.
- Está aqui - ela disse, mostrando a lista e entregando o notebook a Sam.
- Cento e Cinquanta e sete nomes? - Sam perguntou, olhando a lista.
- Temos que diminuir. - Dean disse dando de ombros - Ou vamos ter que desenterrar um bando de corpos.
Sam foi passando a lista, olhando de relance os nomes, e parou em um em especial. "Herman Webster Mudgett".
- Herman Webster Mudgett - Sam disse ao ler - Esse não era o nome de...
- H. H. Holmes - completou, abrindo o seu notebook.
- Só podem estar brincando - Dean disse, olhando a lista.
abriu a página de pesquisa e começou a procurar por artigos sobre a morte de Holmes.
- Aqui. Holmes foi executado em Moyamensing. Sete de maio de 1896.
- H. H. Holmes em pessoa? - Sam disse sorrindo - Qual a chance disso acontecer?
- Quem é esse cara? - Jo perguntou, olhando as fotos junto com Sam no notebook dele.
- O termo assassino múltiplo foi inventado para descrever Holmes. Ele foi o primeiro serial killer da américa antes mesmo de se saber o que era um serial killer. - disse sorridente.
- É. Ele confessou 27 homicidios, mas dizem que no total podem passar de 100. - Sam disse, ainda olhando as fotos.
- As suas vítimas preferidas? Loiras, pequenas e bonitas. - Dean disse, olhando para Jo - Ele usava clorofórmio nelas. O cheio que senti no corredor ontem à noite.
- A polícia encontrou retos humanos na casa dele, fragmentos de ossos e cachos de cabelos louro ensanguentados. - Sam disse, mostrando as fotos para Jo.
- Poxa, você sabe mesmo escolher. - Dean disse, olhando algumas reportagens e arquivos junto com no notebook dela.
- É só achar os ossos, salgar e queimar, não é? - Jo perguntou confusa.
- Não vai ser facil assim. O corpo foi enterrado na cidade debaixo de toneladas de concreto. - disse, dando de ombros.
- Como? Por quê? - Jo perguntou mais confusa ainda.
- Holmes não queria que ninguém multilasse o seu cadáver, porque era o que ele costumava fazer. - Dean disse sorrindo.
- Sabem de uma coisa? Vamos ter um problema maior. - Sam disse, pesquisando algo.
- Tá de brincadeira, né? - Jo perguntou indignada.
- Holmes tinha um prédio de apartamentos em Chicago. Foi chamado de o Castelo do Crime. - Sam disse mostrando as fotos na internet - O lugar todo era uma fabrica de morte, tinha portas de armadilha, jatos de ácido, poços de lodo. Ele fez câmeras secretas dentro das paredes. Prendia as vítimas e as mantia vivas por dias. Umas ele sufucava, outras deixava morrer de fome. - disse Sam, sorrindo a ver a careta que Jo estava fazendo.
- Então Theresa pode estar viva. Ela pode estar dentro das paredes. - Jo concluiu.
- Precisamos de ferramentas para derrubar paredes grossas o bastante para esconder uma moça. - Dean disse levantando - Vamos.

Já era noite e Dean e ficaram juntos novamente, desta vez com os andares de baixo, enquanto Sam e Jo ficaram com os de cima. Eles quebraram uma parte da parede, lá havia um espaço estreito por onde eles entraram e começaram a andar em busca de algo. Depois de alguns minutos procurando, ligou para Sam para saber se haviam encontrado algo.
- Ok Sam, liga pra gente assim que olhar a parede sudeste. - disse ao celular.
- Fala para ele ficar de olho na lorinha. - disse Dean sem parar de andar.
- Dean disse para olhar a pirralha. Ok. Até mais. - desligou o telefone. - Eles já olharam quase todo o último andar. Não achou nada também.
Dean parou de andar, olhando o caminho à sua frente, era estreito demais para eles.
- O que foi? - perguntou sem entender o porquê dele parar.
- É muito estreito, não dá pra eu passar. - ele disse, olhando para ela - Nem pra você.
- Droga! E se estiver pra ela? - disse nervosa.
- Vamos tem que arrumar outro jeito. - ele disse pensativo. - Vamos voltar e tentar quebrar do lado de fora. Não sei.
- Ótimo. - ela disse, já começando a voltar.
- Hei - Dean disse a segurando pelo braço. - Eu vou na frente.
- Qual é Dean, ele só ataca as loiras. - disse bufando.
- Mesmo assim - ele disse, tentando passar para o outro lado.
O corredor que havia ali dentro das paredes era muito estreito e Dean e se espremeram para que Dean passasse para o outro lado, mas ele parou de frente com ela. Os dois ficaram se olhando por alguns segundos e se aproximaram, quando seus labios estavam próximos, ambos ouviram um grito ao longe.
- Jo. - os dois disseram em unissono.
Dean passou para o outro lado, indo às pressas para a saida dali. o acompanhou com a mesma presa. Os dois sairam do corredor de dentro das paredes e correram para o andar de cima, dando de cara com Sam.
- O que aconteceu? - perguntou ofegante.
- Ele pegou a Jo. - Sam disse, passando a mão pelos cabelos.
- Mas como? - Dean perguntou confuso.
- O lugar era muito estreito, só a Jo passava lá, então não fui com ela. Deixei ela ir sozinha. - Sam disse com cara de cão sem dono. - Achei que ela ficaria bem.
- Droga! - disse, andando em direção ao apartamento.
- Calma! Nós vamos encontrá-la. - Dean disse, andando atrás dela.
- Onde? - Sam perguntou desesperado.
- Lá dentro - Dean disse com calma, ele era a único que não estava preste a arrancar os cabelos.
- Estivemos lá dentro a noite toda e nenhuma das garotas estava lá. Ela também não vai estar. - disse revoltada, abrindo a porta do apartamento.
- Gente, temos que manter a calma e pensar. - Dean disse, entrando atrás de Sam e fechando a porta atrás de si.
- Podemos estar enganados sobre Holmes - Sam disse, andando até a mesa e olhando os papéis sobre a mesma.
- Melhor pensarmos depressa. - Dean disse, também olhando os papéis.
Dean ouviu o seu celular tocando e atendeu.
- Alô.
- Vocês mentiram pra mim, ela está aí.
- Ellen. - Dean disse olhando para , colocando a ligação no viva-voz e colocando o celular em cima da mesa.
- Ash me contou tudo. O cara é um gênio, mas encolhe como roupa barata. Agora me deixa falar com a minha filha.
- Olha... Ela vai ter que ligar depois. Ela está cuidando de coisas femininas. - Dean disse, fazendo careta.
- Me deixa falar com a .
respirou fundo e se sentou em uma das cadeiras.
- Fala, Ellen.
- Cadê a minha filha, ?
Os três se entreolharam e mordeu os labios nervosa.
- CADÊ ELA? - Ellen gritou do outro lado da linha.
- Nós vamos levar ela de volta.
- De volta? De volta da onde?
- O espírito que estamos caçando a pegou. - Dean disse com calma.
- Ai meu Deus.
- Ela vai ficar bem. Eu prometo. - Dean disse, sentando-se também.
- Você promete? Não é a primeira vez que ouço isso de um Winchester.
- Como é? - Dean sussurrou, olhando para Sam e sem entender.
- Se alguma coisa acontecer com ela...
- Não vai. Ellen, eu não vou deixar. Eu sinto muito. - disse, lamentando-se.
- Vou pegar o primeiro vôo. Eu chego aí em poucas horas. - A mulher disse, desligando.
- Droga! - disse, batendo na mesa e se levantando.
- Calma, . Não podiamos fazer nada. - Dean disse, levantando-se e colocando a mão no ombro dela.
- Sam, diz que achou alguma coisa. - disse, colocando sua mão em cima da mão de Dean.
- Talvez. - Sam disse, olhando pensativo para uma planta do castelo de Holmes. - No projeto do castelo do crime, as câmeras de tortura são dentro das paredes. Mas tem uma que ainda não olhamos. Fica dentro do porão.
- Esse prédio não tem porão - disse Dean.
- Pois é, não tem, mas eu achei uma coisa embaixo do alicerce. Parece um sistema de esgoto, não é usado há mais de...
- Vamos - disse, saindo do apartamento antes que Sam pudesse terminar de falar. Dean e Sam se entreolharam e seguiram a garota.

Os três procuraram por uma entrada no esgoto e acharam uma perto de um terreno baldio. Dean e Sam abriram a tampa juntos. foi a primeira a pegar uma arma, uma lanterna e descer as escadas que davam acesso ao esgoto sendo seguida por Dean e Sam. O lugar era um tipo de dulto escuro e estreito, ela entrou no mesmo e começou a se arrastar junto com Sam e Dean. Depois de alguns minutos se arrastando pelos dultos, deu de cara com uma grade, através desta pôde ver o fantasma de Holmes. Sem pensar duas vezes, atirou no infeliz, que sumiu no ar.
- Jo? - gritou, tentando abrir a grade.
- Estou aqui. - a voz da garota saiu desesperada.
conseguiu abrir a grade, desceu do dulto e andou até Jo. Ela estava presa em um tipo de caixão de ferro que ficava dentro da parede. A porta era na lateral com uma pequena brecha por onde Jo olhava.
Dean procurava por algo que pudesse abrir a porta daquilo e Sam foi acalmar Theresa que estava presa do outro lado daquele lugar.
- Calma, vamos te tirar daí. - disse, olhando para Jo pela brecha.
- Tudo bem. - Jo disse, quase chorando.
Dean se aproximou de Sam, entregando um pé de cabra para ele, e foi até .
- Sai de perto. - ele disse, aproximando-se com um pé de cabra e abrindo a porta.
- Você tá bem? - perguntou, ajudando Jo.
- Já estive melhor. - Ela disse, saindo e ficando de pé. - Vamos sair daqui antes que ele volte.
- Na verdade, você não pode sair daqui ainda. - Dean disse, frazindo a testa.
- Como assim? - Jo e perguntaram em unissono.
- Lembra quando eu disse que ser isca era um mau plano? - Dean perguntou para Jo. - Agora é o unico que nós temos.
- Como é? - perguntou, olhando para Dean indignada. - Não, não, não. Não vamos fazer isso.
- Temos que fazer.
- E se acontecer alguma coisa?
- Não vai.
- Ellen, vai nos matar.
- Tudo bem, eu posso fazer isso. - Jo disse, respirando fundo.
- Jo. - disse, aproximando-se dela - Você não precisa.
- Eu quero. Sério, . - Jo disse, dando um sorriso fraco. - Vocês não vão deixar nada de ruim acontecer comigo.
mordeu o labio em duvida, mas acabou concordando.

Jo tremia de medo sentada no chão à espera de Holmes. Dean, Sam, Chritie e Theresa esperavam escondidos no dulto. Holmes apareceu e se aproximou de Jo devagar.
- Agora! - Dean gritou assim que Holmes ficou exatamente onde ele queria.
atirou em uma corda que estava um pouco acima da cabeça de Jo, fazendo cair sal em volta dela e de Holmes e formando um círculo. Dean abriu a grade do dulto e ajudou Jo a entrar sem danificar o circulo de sal em volta de Holmes, que entrou em desespero e começou a gritar.
- Grite o quanto quiser, maldito, mas não tem jeito de você passar pelo sal - Jo disse raivosa.
Os cinco sairam de lá enquanto ouviam os gritos desesperados de Holmes.

- E ai? O trabalho é tão glamouroso quanto você pensava? - Sam perguntou a Jo, olhando para a entrada do esgoto no terreno baldio.
- Tirando o terror que faz a gente urinar, é. - ela disse sorrindo e Sam e sorriram junto com ela.
- Você se acostuma - disse, colocando a mão nos ombros de Jo.
- É, o importante é que a Theresa vai ter uma vida inteira por nossa causa. - ela disse olhando para - Vale a pena, né?
- É. Vale sim. - disse, dando um sorriso fraco.
- Mas... Se alguém achar o esgoto lá embaixo? Ou se a chuva levar o sal embora? - Jo perguntou preocupada.
- Boas perguntas. Por isso esperamos aqui. - disse Sam sorrindo.
- Por quê? - Jo e perguntaram em unissono sem entender.
Os três ouviram o apito de um caminhão dando ré e se viraram para olhar. Dean estava dirigindo o caminhão.
- Por isso. - Sam disse sorrindo junto com as meninas.
Dean estacionou o caminhão próximo à entrada do esgoto, desligou o motor e desceu do caminhão.
- Você roubou um caminhão de cimento? - Jo perguntou olhando pra Dean sem acreditar no que via.
- Eu devolvo. - Dean disse, dando de ombros e sorrindo.
- Isso é sexy. - disse baixinho, sendo escutada apenas por Dean, que deu um sorriso maroto olhando para ela e ativou a alavanca para despejar o cimento na entrada do esgoto.
- Acho que isso vai fazer ele ficar lá até o inferno congelar.
Os quatro ficaram olhando o cimento tampar a entrada. Dean tinha razão.

Os quatro voltaram para pegar suas coisas no edifício e encontraram Ellen à espera. Ela abraçou Jo e não disse nada a nenhum dos quatro. Na volta pra casa, Ellen, Jo e foram no camaro e Dean e Sam no Impala.
Ao chegar no Harvelle, Ellen entrou puxando Jo pelo braço. Dean, Sam e estraram logo atrás delas.
- Ellen. - chamou e a mulher, que se virou para olhá-la - A culpa foi minha, você me mandou lá para trazê-la de volta, mas eu não fiz o que me pediu e menti pra você quando me ligou perguntando se eu havia encontrado ela. Me desculpa.
Ellen não disse nada, só ficou olhando para com um olhar triste.
- Olha, a Jo trabalhou bem. O pai dela teria orgulho. - disse Dean.
- Não ouse falar assim. Você não. - ela se virou para Jo. - Preciso falar com a minha filha. A sós.
Dean, e Sam se entreolharam e sairam do bar.
- Ellen está uma fera. - Dean disse, andando até o Impala.
- E com razão. - desse, sentando no capô do camaro.
- Não acho que seja tão grave assim, Jo está bem. Não é isso que importa? - Sam perguntou, encostando-se no Impala ao lado de Dean.
- A situação é mais complicada do que vocês imaginam. - disse, respirando fundo. - Mas não sou eu que deve contar isso para vocês.
- Você e sua mania de guardar bem o segredo dos outros. - Dean disse bufando.
- Eu sou um túmulo. - disse, sorrindo junto com os dois.
- Deu pra perceber - os dois irmãos disseram em uníssono.
Jo saiu do bar batendo a porta com raiva e assim que viu os três desviou o caminho, indo para o outro lado. Dean se desencostou do seu carro e seguiu a garota loira.
- Foi ruim assim? - ele perguntou, aproximando-se.
- Agora não. - ela disse sem olhar pra ele.
- O que houve? - Dean perguntou com calma. Jo continuou a andar e ele a puxou pelo braço, fazendo-a se virar para olhá-lo - Fala comigo.
- SAI DE PERTO DE MIM. - Jo gritou de repente.
- Desculpa. Tchau. - Dean disse, virando-se para ir embora.
- Dean. - Jo o chamou e ele se virou, parando de andar, e ela começou a andar até ele. - O meu pai teve um parceiro na última caçada. Geralmente ele caçava sozinho. Esse cara também, mas... Meu pai achou que podia confiar nele. - ela mordeu os labios - E se enganou. O cara pisou na bola e meu pai morreu.
- O que isso tem a ver com...
- Foi o seu pai, Dean. - Jo disse o interrompendo.
- O quê? - Dean perguntou sem entender.
- Por que acha que John nunca mais voltou? Nunca falou sobre nós? - ela respirou fundo - Foi porque não conseguia mais olhar nos olhos da minha mãe. Só por isso.
- Jo...
- Só vai embora daqui. Por favor, vai embora. - ela disse, virando-se e saindo de perto dele. se aproximou de Dean e colocou a mão em seu ombro.
- Vamos! Vocês vão ficar lá em casa, vamos dar um tempo pra ela.
Dean concordou com a cabeça e eles foram em direção ao seus carros.

XI - O Blues da Encruzilhada



estava terminando de fazer o café quando Chad entrou na cozinha.
- Cheguei. - ele disse, aproximando-se da irmã e dando um beijo em seu rosto - Sentiu minha falta?
- Não. - ela disse sorrindo. - Como foi a viagem?
- Maneira. Só curtição. Sabe como é a faculdade, né? - ele disse, puxando uma cadeira da mesa e se sentando.
- Eu sei. - disse enquanto fritava os ovos - Bons tempos.
- Você poderia voltar. - Chad disse, olhando pra ela.
- Não, já conversamos sobre isso. - disse, respirando fundo. - Estou bem assim.
- , tá falando com que... - Dean parou de falar assim que chegou na cozinha e viu Chad. - Er... Oi.
- Oi - Chad disse, levantando-se e apertando a mão de Dean em comprimento - sou Chad, irmão da . - ele disse sorrindo.
- Eu sou o Dean... sou...
- Eu sei. - Chad disse, dando risada - Deveria ter suspeitado que havia alguém aqui. nunca faz café da manhã.
- Vá à merda, Chad. - disse, revirando os olhos e se virando para o irmão. - Vai tomar banho que você ganha mais.
- Também te amo, nanica. - Chad disse, dando um beijo na bochecha dela e saindo da cozinha.
- Irmãos mais novos são um pé no saco. - disse sorrindo junto com Dean - Dormiu bem?
- Dormi. - Dean disse, dando de ombros - Você cozinha?
- Cozinho. - ela disse andando até a geladeira. - Eu tive uma criação normal, Dean. Meus pais não caçavam juntos. Quando papai ia caçar, mamãe ficava aqui e vice-versa, até eu e Chad termos idade o suficiente para nos cuidarmos sozinhos. Isso aconteceu por volta dos meus 14 anos.
pegou uma jarra de suco e colocou em cima da mesa.
- Então você e Chad tiveram uma infancia normal?
- Chad tem uma vida normal até hoje, ele não caça, exceto quando eu preciso de ajuda. Eu que... Eu comecei a caçar quando Chad completou 14 anos, eu tinha 16, ia em uma caçada ou outra com meus pais. - deu um sorriso fraco. - Mas parei quando entrei na faculdade e... Voltei quando meus pais morreram.
- Eu sinto muito. - Dean disse, olhando para a garota.
- Não. Tudo bem. - ela disse dando de ombros - Eu já aprendi que não devo ficar lembrando da morte deles, sabe... Das coisas ruins. Eles não eram perfeitos, eu sei, mas... Gosto de lembrar das coisas boas.
- Mas isso não acaba com a dor. - Dean disse, olhando pro chão.
- Eu sei, mas me conforta, sabe... Me faz bem lembrar deles sorrindo pra mim. Não sei. - disse, aproximando-se de Dean e erguendo a cabeça dele com uma das mãos. - Você deveria tentar.
Dean respirou fundo e abraçou a garota sem falar nada, apenas queria ficar ali, abraçando ela, porque, por algum motivo, ele se sentia um pouco melhor com isso.
- Desculpa. - ele disse de repente, afastando a garota para olhá-la.
- Por quê? - perguntou sem entender.
- Por ter mudado, por ter agido igual a um completo...
- Idiota? - concluiu, abrindo um sorriso - Tudo bem, Dean.
Dean abriu um sorriso também. Dean se aproximou de selando seus labios. Lugar certo, hora certa e garota certa. correspondeu ao beijo de Dean sem pensar duas vezes, porque ela queria aquilo, estava com saudades de tê-lo assim. Quando cessaram o beijo, ambos estavam ofegantes. Dean passou a mão no rosto de , olhando-a. sorriu, dando um selinho em Dean e se afastando. Ela colocou um prato com panquecas e um prato com ovos e bacon em cima da mesa.
- Seu irmão tá aqui? - Sam perguntou, entrando na cozinha.
- Sim. - disse, terminando de colocar as coisas sobre a mesa - Estava em uma viagem com os colegas da faculdade.
- Faculdade? - Sam disse, dando um sorriso fraco. - Bons tempos.
- Eu sou o único que nunca foi pra faculdade por aqui? Que ótimo. - Dean disse, sentando-se à mesa.
e Sam se entre olharam sorrindo.
- Enfim... Eu achei uma coisa. - Sam disse, colocando um jornal em cima da mesa.
- "Arquiteto Sean Boyden despenca para a morte do telhado de um condomínio que ele projetou" - disse lendo o jornal.
- Constrói um prédio e pula do alto dele. Que classe. - Dean disse, enchendo um copo de suco e tomando um gole.
- Dois dias antes ele chamou o controle de animais - Sam disse, sentando-se também a mesa. - Ele disse ter visto um cão negro feroz e selvagem.
- Pelo o que diz aqui no jornal, as autoridades não o acharam e ninguém viu o tal cão. A polícia não consegue entender como um cão selvagem passa pelo porteiro, pega o elevador e começa a destruir as paredes de um apartamento de luxo. - disse, ainda olhando o jornal.
- Depois cessaram as ligações, ele não foi mais trabalhar. Dois dias depois ele pulou. - Sam disse, olhando alguns papéis.
- Acha que foi um cão negro mesmo? - Dean perguntou, comendo um pedaço de panqueca em seguida.
- É, pode ser.
- Qual é o folclore? - perguntou, sentando-se na mesa também.
- É tudo muito vago. Existem espectros de cães negros no mundo inteiro. Uns dizem que são espíritos de animais, outros dizem que são presságios de morte. Seja o que for, eles são grandes e malignos.
- É. Aposto que podem arrancar sua perna. - Dean disse sorrindo e olhando um dos desenhos que estava no meio dos papéis de Sam. - Olha esse.
Sam ficou olhando sério para o irmão.
- Qual é? Eles podem. - Dean disse, comendo outro pedaço de panqueca.
- Ok - disse, levantando-se e pegando os papéis da mão de Sam e Dean. - Chega de trabalho e vamos comer.
Chad apareceu na cozinha novamente e se sentou à mesa.
- Hum, parece que está bom. - ele disse sorrindo.
- Não parece, está, querido. - disse, voltando a se sentar a mesa. - Agora vamos comer, depois caimos na estrada.
Dean e Sam concordaram.

~~

Dean, Sam e chegaram na cidade onde Sean morava e se dividiram. Dean foi até o controle de animais da cidade, enquanto Sam e foram falar com o sócio de Sean. Depois de algumas horas os três se encontraram em um motel na cidade.
- E ai, o que descobriram? - Dean perguntou, tirando o terno.
- Que o cara foi sócio do Sean por quase dez anos. Que a vida de Sean era ótima e que ele era um gênio, então não tinha motivo para se matar. - disse, soltando o cabelo que estava amarrado em coque.
- Mas parece que o cara nem sempre foi assim, que virou um grande arquiteto da noite para o dia. - Sam disse, tirando o sapato.
- E você? - perguntou, sentando-se.
- O nome da secretária é Carly. Vinte e três anos, curte caiaques e são de verdade - Dean disse, dando um sorriso maroto.
se levantou e deu um soco no ombro dele.
- Idiota.
- Calma, eu estou brincando, não sei se são de verdade, não cheguei a pegar. - Dean disse sorrindo e levando outro soco de no braço.
- Dean, você lembrou de perguntar se ela viu algum cão negro recentemente? - Sam perguntou, rolando os olhos.
- Dezenove ligações sobre tudo negro, grande e com cara de cão, e... - Dean disse, entregando uma lista e um bilhete a Sam - Eu não sei o que é isso não.
Sam começou a rir.
- O endereço da Carly no MySpace.
- MySpace? Que droga é essa? - Dean perguntou sem entender e Sam e caíram na risada. - É sério. - Dean abriu um sorriso maroto - É algum tipo de site pornô?
- Você é desconectado com o mundo. - disse, pegando o papel com o endereço do MySpace da Carly e rasgando.
- Ei. - Dean disse, olhando indignado para .
- O que foi? - Ela perguntou, colocando as mãos na cintura e olhando pra ele.
- Nada. - Dean disse, dando de ombros ao ver a cara de poucos amigos de .
- Ótimo. - ela disse pegando a lista. - Podem vestir o terno de novo, vamos nos dividir e visitar essas pessoas.

~~

- E ai, descobriram algo? - perguntou, entrando no quarto e se jogando na cama. - Porque eu só encontrei gente reclamando dos cachorros do vizinho.
- Eu também. - Sam disse cabisbaixo.
- Dra. Sylvia Pearlman. - Dean disse, sentando-se na cama. - Por volta dos quarenta e dois anos, cirurgiã-chefe no hospital que trabalha. Sucesso repentino a dez anos, ela está fugindo, a empregada não sabe para onde ela foi, mas parece que achei algo em comum entre a Pearlman e o Boyden. Eles frequentaram o mesmo lugar a dez anos. Lloyd's bar.
- Vou tomar um banho e aí nós vamos. - disse, levantando-se e indo ao banheiro. - Se precisar de ajuda é só chamar. - Dean disse sorrindo e Sam o olhou repreendendo-o. - O quê?
- Nada. - Sam disse rolando os olhos e se deitando na cama.

~~

Dean e pararam seus carros proximo ao Lloyd's bar. Os três desceram dos carros e começaram a andar em direção ao bar.
- Espera aí. - disse, parando bem no meio do encruzamento de ruas que havia próximo ao bar - Estranho.
- O quê? - Sam perguntou olhando para a garota.
- Acha que alguém plantou isso? - Ela perguntou, aproximando-se de uma das esquina do encruzamento.
- No meio das ervas daninhas? - Sam perguntou, seguindo a garota e olhando as plantas.
- São... Como é o nome mesmo? - Dean perguntou ao se aproximar.
- Milefólio. - disse frazindo a testa.
- Não são usados para rituais?
- São usados para conjurar. - disse olhando em volta de si. - Devia saber.
- Duas pessoas com sucesso repentino há dez anos, na mesmo época que andavam aqui pelo Lloyd's.
- Parece que encontramos uma encruzilhada. O que acha? - Sam perguntou olhando para o centro da mesma.
- Vamos descobrir. - Dean foi até o Impala pegar uma pá.
e Sam andaram até o centro da encruzilhada.
- Aqui? - ela perguntou, olhando em volta para ver se estava no lugar certo.
- Aqui. - Sam confirmou.
Dean se aproximou com a pá e começou a cavar onde Sam e indicaram, até achar algo duro.
- Acho que eu achei. - ele disse, agachando-se e cavando o restante com a mão.
Sam e também se agacharam.
Dean tirou uma caixinha de metal do burraco e a abriu. pegou um frasco com pó de dentro da caixinha e Sam um pequeno osso.
- Eu aposto que isso é pó de cemitério. - disse olhando o frasco.
- E ossos de gato preto - Sam disse, colocando o osso de volta na caixinha.
- Trabalho de feitiço. Isso é coisa de vodu do sul. - Dean concluiu.
- Usada para chamar o demônio. - Sam disse, levantando-se.
- Não só pra chamar. Encruzilhada é lugar de pacto. - disse, levantando-se também. - Essa pessoas fizeram pacto com a galerinha do mal.
- É, a coisa está ficando boa. - Dean disse.
- É, as pessoas não estão vendo cães negros, e sim cães do inferno. - disse suspirando - Pitbulls da galerinha do mal.
- E seja qual for o demônio, ele voltou para cobrar - disse Sam.
- De uma coisa eu sei... - Dean disse, olhando para o bar - Seja pra onde for que a Doutora tenha fugido, não vai conseguir correr o bastante.
- Então é igual a lenda de Robert Johnson? - Sam perguntou pensativo - Digo... Vender sua alma ao diabo na encruzilhada?
- É. Só que não é uma lenda. Vocês conhecem a música. - disse, andando até o Impala e se encostando no mesmo.
Sam fez cara de confuso e Dean sorriu olhando para o irmão.
- Nunca ouviu as músicas de Robert Johnson? - Dean pergunrou andando até .
Sam andou até os dois e fez que não com a cabeça.
- Poxa, há referencias ocultas em todas as letras, "Cross Road Blues", "Me and the Devil Blues" e "Hell Hound on my trail".
Sam deu de ombros, ele nunca tinha ouvido nenhuma dessas músicas.
- A história diz que ele morreu engasgado com o próprio sangue. Ele estava alucinado, falando de grandes cães do mal. - disse Dean.
- E agora está acontecendo de novo? - Sam perguntou e Dean e confirmaram com a cabeça - Temos que descobrir se mais alguém fez pacto.
- Ótimo! Vamos limpar a bagunça dos outros. Eles não são nada imaculados. - Dean disse indignado. - Ninguém pôs uma arma na cabeça deles para forçá-los a fazer pactos.
- E dai? Vamos deixar eles morrerem? - perguntou incrédula.
- Se alguém se joga do Niágara num barril você pula para salvar?
- Dean. - Sam o repreendeu.
Dean abaixou a cabeça e respirou fundo.
- Tudo bem. Tá. Em um ritual assim, você tem que pôr a sua foto no meio. - Dean tirou uma pequena foto da caixinha. - Então, esse cara conjurou o diabo. Vamos ver se alguém lá dentro o conhece. Se ainda estiver vivo.
Dean saiu andando em direção ao bar e e Sam se entre olharam. Dean não estava nada bem com esse caso.

~~

- O que achou? - perguntou, deitando-se na cama.
- Eu falei com o Ash e ele me deu um nome. Único nome que estava dentro dos padrões. - A voz de Chad disse do outro lado da linha.
Dean e Sam entraram no quarto e ficaram olhando para .
- Ok, então se cuida. - disse, mudando de assunto. - Em dois dias estou em casa.
- Eles chegaram?
- Aham. - Ela disse sorrindo para Dean e Sam. - A gente se fala depois.
- Ok. Tchau.
. - E ai? - perguntou, desligando o celular e vendo Sam e Dean se sentarem na outra cama.
- George Darrow. não perguntei a idade, fez o pacto e pediu talento. Continua pobre e maluco. O cara quer morrer. - Dean disse, dando de ombros.
- É. Foi ele que chamou o demônio pra começar, mas parece que o desgraçado continuou por lá depois que Darrow fez o pacto. Então foi convencendo mais pessoas a fazer pactos. - disse Sam.
- Evan Hudson é o próximo a ser cobrado. - disse Dean.
pegou seu notebook em cima do criado mudo e começou a pesquisar algo sobre o cara.

Os três desceram do Impala e andaram até a porta da casa de Hudson. Sam bateu na porta e os três esperaram alguém atender. Um homem abriu a porta e olhou para os três.
- Evan Hudson? - perguntou, olhando pra ele.
- Sim.
- Você esteve em um bar chamado Lloyd's? Há uns dez anos, mais ou menos? - Dean perguntou e Hudson desesperado fechou a porta na cara dos três.
- Qual é cara, não somos demônios. - Dean disse batendo na porta.
se virou para Dean, cruzando os braços.
- Tem mais alguma ideia brilhante?
Dean deu de ombros e chutou a porta com força, que abriu na mesma hora, querando a fechadura. Ele deu um sorriso convencido para e ela ficou olhando para ele incrédula.
- Vamos. - Sam disse, puxando-a pelo braço.
Os três subiram as escadas atrás de Hudson e à outra porta que Evan havia entrado. Dean se preparou para chutar, mas entrou na sua frente.
- Vai com calma aí. - ela disse olhando pra ele.
Sam virou a massaneta e abriu a porta, olhando pra Dean como quem diz "está vendo?". Os três entraram no escritório.
- Evan? - o chamou e ele apareceu de trás de uma das estantes apavorado.
- Por favor. Não me matem. - Evan disse com as mãos para cima.
- Não vamos matar você. Só viemos ajudar. - disse, aproximando-se também com as mãos pra cima.
- Sabemos sobre o seu pacto genial. - Dean disse olhando em volta.
- O quê? Como? - ele perguntou, abaixando as mãos.
- Não importa. O que importa é que vamos acabar com isso. - Sam disse olhando para Evan.
- Como vou saber que não mentem?
- Não vai saber. Você não tem outra opção, amigo. - Dean disse, dando um sorriso sínico.
- Podem impedi-lo? - Evan perguntou, começando a andar pelo escritório.
- Eu não sei, mas vamos tentar. - disse olhando para ele.
Evan colocou as duas mãos na cabeça aflito.
- Eu não quero morrer.
- Claro que não quer. - Dean disse bufando. - Não agora.
- Dean. - Sam virou para ele o repreendendo. - Para.
- O que foi que você pediu? Nunca precisar de viagra? Ganhar no boliche? O quê?
- Minha mulher - Evan disse cabisbaixo.
Dean deu uma risada sarcastica.
- Saquei. Pra ganhar a garota vale até a viagem ao inferno.
- Dean. Já chega. - disse, dando um tapa no ombro dele.
- Não. - Evan disse, aproximando-se dos três. - É isso. Eu fiz um pacto. Ninguém me obrigou. Aquela mulher, ou seja lá o que for, estava no bar. Ela disse que eu teria qualquer coisa que quisesse. Primeiro achei que era doida... Mas eu estava... - Evan respirou fundo, virando de costas para os três - Estava desesperado.
- Desesperado? - Sam perguntou confuso.
- Julie estava morrendo.
- Fez isso pra salva-la? - Dean perguntou franzindo a testa.
- Ela estava com câncer. Eles pararam o tratamento, iam interná-la e ficavam falando "ela tem poucos dias." Então eu fiz o pacto. - Evan disse, virando-se para olhar os três novamente. - E faria de novo. Eu morreria por ela no ato.
Dean engoliu em seco, olhando para Evan.
- Nunca pensou nela em tudo isso?
- Eu fiz por ela. - disse Evan.
- Tem certeza? - Dean perguntou, aproximando-se de Evan - Eu acho que fez por si mesmo. Pra não tem que viver sem ela, mas adivinha? Ela vai ter que viver sem você agora. - Dean respirou fundo - E se ela soubesse o quanto custou? Que custou a sua alma? O que acha que ela ia sentir?
ficou olhando para Dean, ela sabia muito bem o que se passava na cabeça dele naquele momento. John Winchester. Parece que ela não era a única a suspeitar sobre a forma da morte de John e o melhoramente repentino de Dean.
- Tá certo, já chega. - ela disse, puxando Dean para fora do escritório.
- Senta aí. - Sam disse olhando para Evan. - Vamos resolver tudo.

Dean andou pelo corredor da casa e parou encostando na parede.
- Tá tudo bem? - perguntou olhando pra ele.
- Por que não estaria? - Dean perguntou olhando para a garota. - Eu tive uma ideia. Você e Sam ficam aqui, cercam Evan com o pó de vodu e mantem o cão do inferno longe dele o quanto poderem.
- E você? - perguntou, frazindo a testa.
- Eu vou pra encruzilhada conjurar o demônio.
- Conjurar? Ficou maluco? - perguntou indignada.
- Um pouquinho. - Dean disse, aproximando-se de e colocando suas mãos no ombro dela. - Mas posso prendê-lo. Posso exorcizá-lo e ganhar tempo para pensar em algo mais permanente.
- Tá, mas por quanto tempo? - ela perguntou aflita.
- Eu não sei, um pouco. Não é fácil pra esses malditos voltarem do inferno para a luz do sol.
- Não. Nem pensar. - disse, balançando a cabeça negativamente.
- Qual é? A não ser que você tenha um idéia melhor. - Dean disse dando de ombros.
- Dean, pode esquecer. - disse revoltada. - Eu não vou deixar você conjurar demônio nenhum.
- Por que não?
- Porque eu sei o que você está pensando. - Ela disse, soltando-se das mãos dele.
- Ta falando de quê? - Dean perguntou sem entender.
- Você está no limite desde que fomos naquela encruzilhada e eu sei muito bem o porquê.
- Nós não temos tempo pra isso. - Dean disse, andando em direção as escadas.
- O John - disse, correndo e parando na frente dele. - Você acha que o John fez um pacto. Droga! Eu pensei nisso, sei que você pensou e aposto que até o Sam pensou o mesmo.
Dean engoliu em seco e balançou a cabeça positivamente.
- Eu acho que combina. Eu estou vivo e o papai morto. O demônio dos olhos amarelo está envolvido. E se ele fez? E se ele fez o maldito pacto? - Dean disse abrindo os braços - Minha vida pela alma dele. Faz sentido.
respirou fundo, não sabia o que dizer.
- Acho que eu o ouvi do lado de fora. - Evan disse.
- Não o deixe morrer. - Dean disse, dando um beijo na testa de e passando por ela em direção as escadas.
- Dean? - Ela chamou.
- Vai. - Dean disse, descendo as escadas.
- Droga! - Chrstie xingou, voltando para o escritório de Evan.

~~

Dean pegou a caixinha de metal e colocou sua foto, enterrando-a no meio da encruzilhada. Levantou-se e ficou esperando pelo demônio.
- Então. O que um homem como você faz por aqui? - Uma mulher perguntou logo atrás de Dean. - Você me chamou?
Dean a olhou dos pés a cabeça.
- Chamei. - ele disse sorrindo - Que bom que funcionou.
- É a primeira vez?
- Pode-se dizer que sim - Dean disse dando de ombros.
- Ah! Para com isso. Não se venda tão barato. Sei tudo sobre você, Dean Winchester. - A garota disse, mostrando seus olhos vermelhos.
- Ah! Você sabe quem eu sou, é?
- Ouço suas notícias. - ela disse sorrindo com os olhos voltando a cor normal.
- Ora, não faça suspence. - Dean disse se aproximando dela. - O que foi que você ouviu?
- Bem, eu soube que você era bonitão e até que dá pro gasto. - A garota disse, aproximando-se mais dele. - O que posso fazer por você, Dean?
- Acho que podemos ir até o meu carro. - ele disse olhando para o Impala. - Um pouco de privacidade.
- Pra mim está ótimo. - ela disse, andando em direção ao carro.
- Pensei que podiamos fazer um pacto - Dean disse, andando lado a lado com a garota.
- É o que eu faço. - ela disse dando de ombros.
- Eu quero Evan Hudson liberado do contrato. - disse Dean olhando pra ela.
- Lamento, querido. Isso não é negociavel.
- Eu faço valer a pena. - Dean disse sorrindo de canto.
- É mesmo? E vai me oferecer o quê? - Ela perguntou, parando de andar.
- Eu. - ele fez o mesmo.
- Ora, ora, ora. Quer sacrificar a sua vida pela de outra pessoa? - ela perguntou sorrindo. - Tal pai, tal filho.
Dean engoliu em seco a olhando, tentando controlar a raiva que crescia dentro de si.
- Você sabia do pacto do seu pai, não sabia? - Ela perguntou, aproximando-se dele. - A vida dele pela sua. - Dean permaneceu calado e ela deu de ombros. - Não fui eu que fiz aquele pacto, mas como eu queria.
Dean ficou sério e respirou fundo, abrindo a porta do carro pra que ela entrasse.
- Damas primeiro. - Ele disse, pegando na mão dela.
- Tão cavalheiro. - Ela disse, preparando-se para entrar no carro, mas viu que havia algo desenhado em baixo do mesmo. - Uma cilada? Só pode estar brincando. - ela disse, fechando a porta do carro com raiva. - Eu deveria deixar você em pedacinhos.
- Você pode tentar. - Dean disse erguendo a sobrancelha e se afastando da garota.
- Não. Acho que não, Dean. Eu não vou acabar com o seu sofrimento - ela disse dando um sorriso sínico.
- Ah! é? Por que não?
- Porque seu sofrimento é o objetivo. É tão divertido te olhar sabendo como o seu pai morreu por você, como ele vendeu a própria alma. - Ela disse, aproximando-se conforme Dean se afastava. - Isso deve doer. - ela disse fazendo bico. Enquanto isso Dean se encostou em um dos paus que segurava uma caixa d'água. - Ele é tudo que você pensa. Você acorda e seu primeiro pensamento é: " Eu não posso continuar." Você é um poço de dor. Você o amava tanto e foi tudo culpa sua. - Ela deu outro sorriso sarcástico bem perto de Dean. - Você vacilou, Dean. Eu poderia ter te dado o que você precisa.
- E o que eu preciso?
- O seu pai. Eu podia trazer ele de volta. - Ela disse dando de ombros. - Perdeu. Até mais, Dean. Espero que tenho uma vida longa.
A garota se virou para ir embora. Dean foi pra debaixo da caixa d'água pensativo.
- Pera aí. - Dean disse e a garota parou de andar.
Ela se virou e Dean estava com uma cara péssima, pensativo e triste.
- Olha, sua sorte é que eu gosto de filhotes perdidos e carinhas tristes. - Ela se aproximando dele sem entrar de baixo da caixa d'água. - Eu não vou deixar você assim. Além do que, você não me chamou para negociar por Evan. Não mesmo - ela disse sorrindo.
- Pode trazê-lo de volta? - Dean perguntou suspirando. - Meu pai?
- Claro que posso. Do jeitinho que ele era. Seu pai teria uma vida longa, como deveria ser. É uma promessa.
- E quanto a mim? - Ele perguntou curioso.
- Eu posso te dar dez anos. Dez longos e bons anos com ele. É o tempo de uma vida. A família pode ficar junta de novo. John, Dean, Sammy e . Você pode casar e ter filhos. John veria seus netos, todos os Winchester juntos.
Dean estava pensativo.
- Olha aqui... - ela disse, entrando embaixo da caixa d'água para se aproximar de Dean - Seu pai deveria estar vivo e você deveria estar morto. Assim as coisas se acertam e você ganha dez anos de acrécimo.
Dean saiu de baixo da caixa e se virou para ela.
- Acha que pode... Dar de brinde um faqueiro? - ele disse sorrindo sínico.
- Olha... Esse seu mecanismo de defesa cafageste... - a mulher parou de falar e olhou para cima, em cima da sua cabeça, no fundo da caixa d'água, havia desenhado uma chave de salomão. - Dean. - ela disse lentamente, voltando a olhar pra ele.
- Agora você caiu na armadilha. - Ele disse sussurrando. - Isso vai doer.
- Me deixa sair agora. - ele disse séria.
- Claro. Só vamos fazer um pequeno pacto antes. Você recolhe o cão do inferno e deixa o Evan ir. - Dean disse, andando em volta da armadilha - Depois, eu deixo você ir.
- Eu não posso romper um contrato.
- Quando diz "não posso" quer dizer "não quero" ? - Dean ergueu a sobrancelha - Última chance. Evan e a mulher vivos até a velhice.
A garota pemaneceu calada, Dean deu de ombros.
- Um, Dois...
- Vamos conversar.
- Tudo bem. Três. - Dean disse, pegando o diário de seu pai.
- O que está fazendo? - ela perguntou aflita.
- Você vai fazer uma viagenzinha. Direto pro sul. - Dean disse pegando o terço.
- Esqueça o Evan. Pense no seu pai. - Ela disse olhando para Dean.
Ele sorriu e começou a ler o exorcismo. Dean continuou a ler por alguns segundos até ela começar a se contorcer.
- ESPERA! - Ela gritou, Dean parou de ler e se aproximou dela. - Tudo bem. Evan e a mulher vivos até a velhice e você me deixa ir.
- Tudo bem.
A garota puxou Dean e o beijou por alguns segundos, depois o afastou.
- Pra que isso? - Dean perguntou sem entender.
- Pra selar o pacto.
- Eu gosto de ser avisado antes de ser violado pela língua do demônio. E te mataria se estivesse aqui. - Dean disse sorrindo.
- Não importa. Evan Hudson está livre. Ele e a mulher terão vida longa.
- Como sei que não está mentindo?
- Minha palavra é o que vale.
- É mesmo? - Dean perguntou duvidoso.
- Vale quando eu faço um pacto. São as regras. Já tem o que quer. Agora me deixa ir.
Dean deu alguns passos para trás e segurou o terço com força.
- Vai me trair? Engraçado como eu sou a de confiança. - ela disse dando uma risada sarcástica. Dean deu de ombros - Olha só... Você me trai, me manda pro inferno, mas cedo ou tarde eu volto. E a primeira coisa que vou fazer é provar o sangue de Evan Hudson.
Dean sorriu, guardando o terço e o diário. Subiu em uma madeira e rompeu a chave de salomão. A garota saiu debaixo da caixa e se virou para Dean.
- E eu digo mais... Você não teria feito se soubesse.
- Soubesse o quê? - perguntou Dean.
- Onde seu pai está. Devia ter feito o pacto. As pessoas falam de inferno, mas é só uma palavra. Não chega nem perto de descrever como é lá.
- Ela essa boca, vadia.
- Se pudesse ver o seu pobre pai, ouvir os sons que ele faz porque nem tem como ele gritar.
- Que tal eu mandar você pra lá? - Dean perrguntou, aproximando-se raivoso da garota.
A garota começou a gritar um uma fumaça preta saiu pela sua boa, em seguida ela caiu ao chão. O demônio se foi.
- Como... Vim parar aqui? - ela perguntou assustada.
Tinha acabado.

~~

estacionou seu carro na garagem e Dean fez o mesmo. Os três desceram do carro, entraram na casa e ouviram os gemidos de dor de Chad vindo da cozinha. correu para ajudar o irmão e Dean e Sam foram atrás. Chad estava ajoelhado no chão com as mãos na cabeça. se ajoelhou na frente dele o segurando pelos ombros.
- Chad? Chad? - ela chamava ele e ele continuava a gemer de dor.
Dean e Sam ficaram olhando para aquilo sem saber o que fazer, mas aquela cena era familiar a eles. Chad parou de gemer, abrindo os olhos e olhando para ofegante.
- Eu tive outra visão.
- Como? - Sam e Dean perguntaram em unissono.
respirou fundo, olhando para Dean e Sam.
- O que você viu? - ela perguntou ao irmão.
- Dean pegando uma arma e entrando em uma sala. Onde havia um cara amarrado a cadeira. O cara estava desesperado e começava a gritar para Dean não o matar. Ele falava algo como "Eu juro que não está em mim". Outro cara falava que ele poderia estar dizendo a verdade e Dean falava "não é mais ele, não mais" e apontava a arma para o garoto e ele continuava a gritar "não está em mim, não está em mim" tinha uma doutora e ela dizia não saber se algo estava nele ou não. Então Dean dizia "Eu não tenho escolha" e atirava. - Chad concluiu, olhando para Dean.
Dean e Sam se entre olharam assustados sem entender.
- Ele é um médium? - Sam perguntou, aproximando-se de Chad - Igual a mim?
respirou fundo e confirmou com a cabeça com os olhos cheios de lágrimas.

XII - Croatoan

Dean e Sam estavam sentados em um sofá, enquanto e Chad estavam sentados no outro. acariciava os cabelos de Chad enquanto ele falava.
- Começou há um ano e alguns meses. Dores de cabeça forte e pesadelos. E um dia eu percebi que o que eu via... acontecia. - Chad respirou fundo.
se virou para Sam e Dean.
- Sabe... nossos pais que morreram caçando com John?
Dean e Sam confirmaram com a cabeça.
- Eles não são nossos pais biológicos, eles são nossos tios. Nossa mãe biológica morreu igual a Marry e nosso pai morreu tentando salvá-la. Então nossos tios cuidaram da gente e deram um jeito de forjar a nossa morte, como se tivéssemos morrido no incêndio. Chad foi registrado como filho biológico dos meus tios e eu como uma órfã adotada.
- Mamãe, Julie era um gênio. - Chad disse dando um sorriso fraco.
- Nossos pais biológicos também caçavam. - continuou. - Nós somos de uma família que caça há centena de anos. Nosso Tatara avô não é ninguém mais, ninguém menos do que Samuel Colt. - ela deu um sorriso fraco - Foi assim que minha família conheceu o seu pai, ele descobriu que somos descendentes do Colt e nos procurou para saber do revolver, mas ninguém sabia o que tinha acontecido com o Colt, ele havia sumido há anos.
- Quando começaram as visões, nossos pais adotivos contaram a John que, assim como seu filho mais novo, quando eu fiz seis meses houve um incêndio em nossa casa. Então os três saíram para caçar, semanas depois eu tive uma visão do demônio matando meus pais, só que foi em cima da hora, não deu tempo de avisar. - Chad disse olhando para .
- Então eu decidi voltar a caçar. Ir atrás daquele demônio. Ele acabou com a minha família duas vezes. Enquanto não encontrava o demônio eu caçava outras coisas. John não queria que eu ficasse caçando por ai sozinha, por isso em um dos meus casos ele mandou vocês irem até lá.
- O espantalho. - Dean disse pensativo.
- Isso. Depois do espantalho eu voltei pra casa, Chad falou que precisava de mim. E eu vim, mas voltei a viajar com você depois que Sam ligou dizendo que Dean estava morrendo. Então eu sempre ligava para saber de Chad.
Sam ficou olhando para Chad.
- Você tem algo mais além das visões e dores de cabeça?
Chad abriu um sorriso e foi até a cozinha.
- Você devia ter nos contado. - Dean disse olhando decepcionado para .
- Eu sei, mas... eu tive medo. - ela disse respirando fundo.
Chad voltou a sala com uma faca e panos em mãos e se sentou no sofá.
- Isso vai surpreender até mesmo vocês. - Chad disse pegando a faca e a fincando em seu braço, se cortando.
Dean e Sam se levantaram do sofá e ficaram olhando para Chad. Chad sangrava e fazia cara de dor, mas pegou a faca ensanguentada e colocou em cima da mesa de centro da sala e pegou os panos colocando em cima do corte.
- Você é louco? - Sam perguntou para Chad ainda assustado.
- Não. - respondeu se levantando do sofá. - Ele parece ter muito mais fatores de coagulação no sangue. Fazendo com que tenha uma cicatrização mais rápida. O que em mim ou em vocês demoraria dias para cicatrizar totalmente, nele demora segundos.
Chad tirou um o pano de cima do seu corte e não havia mais nada além de uma cicatriz, o corte havia sumido
- Isso é demais. É tipo X-man. - Dean disse abrindo um sorriso.
Chad começou a rir junto com Dean.
- É o que eu vivo falando pra .
- Isso não tem graça. - disse irritada - Isso não é uma coisa legal, isso não é normal, não é nenhum tipo de mutação ou intervenção divina. Que droga!
se virou e subiu as escadas rapidamente.
- Eu falo com ela. - Dean disse indo atrás da garota.
Ele olhou de porta em porta no corredor e encontrou em seu quarto. Ela olhava para o lado de fora da janela, estava pensativa, irritada, com medo.
- Você está bem? - Dean perguntou entrando no quarto e fechando a porta.
- Pareço estar? - ela perguntou se virando para ele. - Meu irmão faz parte de algum plano demoníaco e você espera que eu esteja bem?
- Hei, eu estou na mesma que você lembra? - Dean disse olhando para . - Meu irmão também está nessa. Droga! Eu também estou com medo, . Eu estou cansado, com medo, confuso e simplesmente não posso falar disso com o Sammy. Eu tenho que me fazer de durão.
Os olhos de se encheram de lágrimas e ela se aproximou de Dean o abraçando.
- Eu te entendo. - Dean disse passando a mão pelos cabelos dela. - Mas vai ficar tudo bem, nós vamos dar um jeito de mantê-los bem.
respirou fundo e se afastou de Dean secando as lágrimas que já haviam rolando pelo seu rosto, Dean levou sua mão até o rosto dela a acariciando, ela olhou para ele e lhe deu um sorriso fraco se aproximando dele em seguida, desta vez selando seus lábios em um beijo. O beijo começou lento e cheio de paixão, mas começou a ficar rápido e cheio de necessidade. guiou Dean até a cama o jogando na mesma com um empurrão, enquanto voltava a beijá-lo, também começava a subir sua camisa. Dean ajudou a tirar a mesma e começou a abrir os botões da camiseta de e ela abriu um sorriso começando a beijar o pescoço de dele. Ambos ouviram algumas batidas na porta, mas ignoraram, ela já estava abrindo a calça dele e as batidas na porta continuaram. conseguiu abrir o zíper da calça de Dean, então ele a segurou pelos ombros e a virou na cama ficando por cima dela e então mais batidas.
- O quê? - perguntou tentando deixar seu tom de voz normal e não ofegante enquanto Dean continuava a beijar seu pescoço e abrir sua calça.
- Descobrimos a cidade onde vai acontecer a visão de Chad, precisamos ir. - Sam disse do outro lado da porta.
Dean parou o que estava fazendo e olhou para a porta indignado.
- Tem que ser agora? - Dean perguntou um pouco frustrado.
- Sim. - respondeu Sam.
Dean saiu de cima de jogando seu corpo ao lado dela e respirando fundo. Sammy tinha que estragar as coisas.
sorriu olhando pra ele e lhe dando um beijo na bochecha, se levantando em seguida.
- Vamos! - ela disse vestindo sua camiseta e fechando o zíper da sua calça. - Isso fica pra depois.
- Fazer o quê? - Dean disse se levantando também. - Trabalho sempre atrapalha prazer. Droga!
deu risada das reclamação de Dean e saiu do quarto sendo seguida pelo mesmo.


~~


se arrumou no banco do passageiro, olhando a estrada.
- Eu já disse o quanto eu odeio deixar o meu bebê fora disso?
- Já. - Dean, Sam e Chad disseram em uníssono.
bufou cruzando os braços e os outros três riram.
- Ok, vou parar de falar do meu camaro. Então, onde vamos?
- Rivergrove, Oregon. - Chad disse olhando o mapa.
- Tem duas cidades chamadas Rivergrove no país, como tem certeza que de é a de Oregon? - perguntou se virando para trás.
- Havia uma imagem. Crater Lake.
- Ok. O que mais? - Dean perguntou olhando Chad pelo retrovisor.
- Eu vi um quarto escuro, algumas pessoas e um cara amarrado a uma cadeira.
- E eu detonei o cara?
- Sim. Você achava que havia algo dentro dele. - Chad disse pensativo.
- O que é um demônio? Ele estava possuído?
- Eu não sei.
- Bem, todas as visões esquisitas do Sam têm a ver com o demônio de olhos amarelos, o seu caso deve funcionar do mesmo jeito... Então não havia qualquer fumaça preta? Não tentamos exorcizá-lo?
- Não. Nada, você só detonou o cara, é isso.
- Bem, eu tenho certeza que eu tinha uma boa razão.
- Assim espero. - Sam sussurrou, mas todos o ouviram.
- O que quer dizer com isso? - Dean perguntou indignado, mas não obteve resposta do irmão. - Eu não iria matar um homem inocente. - Sam levantou a sobrancelha e permaneceu calado e Dean bateu no volante. - Eu não ia.
- Eu nunca disse que você ia. - Sam disse olhando para o irmão.
- Tá. - Dean disse olhando para a estrada.
- Tá. Olha... Nós não sabemos o que é, mas seja lá o que for, o cara na cadeira faz parte. Então vamos achá-lo e ver do que se trata.
- Ok.
- Ok.
-Ok. - e Chad disseram por último em uníssono.


~~

Ao chegar na cidade e passar por um outdoor do lago Crater, eles pararam em frente de uma loja de madeira. Um pouco mais a frente havia um homem mais velho, negro, que estava arrumando sua vara de pesca, ele vestia uma camisa de manga curta azul com um colete marrom de múltiplos bulsos.
- Ele estava lá. - Chad disse olhando o homem.
- Sam, fica no carro, Chad, vem comigo. - Dean disse abrindo a porta do carro.
- Mas por quê? - Sam perguntou sem entender.
- Faz o que eu te pedi.
Sam cruzou os braços e Chad saiu do caro junto com Dean e em seguida andaram até o homem, enquanto e Sam esperavam no carro.
- Bom dia. - Dean disse ao homem.
- Bom dia. Posso ajudá-los?
- Sim, Billy Gibbons, Frank Beard. Agentes federais. - Dean disse, então ele e Chad mostraram os distintivos.
- Do que se trata? - O homem perguntou parando o que estava fazendo.
- Procuramos um cara.
- Um bem jovem... Uns vinte anos, com uma cicatriz fina na raiz do cabelo. - disse Chad.
- Ah. O que ele fez? - O homem perguntou preocupado.
- Bom, nada. Na verdade procuramos outra pessoa, mas achamos que esse jovem pode ajudar. - Chad respondeu abrindo um sorriso.
- É. Ele não está com problemas, ainda não. - Dean disse dando de ombros. O homem não disse nada, ficou olhando para os dois. Então Dean viu uma tatuagem no homem e sorriu. - Eu acho que sabe quem ele é. Não é sargento... Meu pai serviu na marinha. Ele era cabo.
- Qual companhia? - O homem abriu um sorriso de lado
- Eco-21 - Dean respondeu sorrindo.
- Então... Você pode nos ajudar? - Chad perguntou.
O homem hesitou um pouco.
- Ok, Duane Tanner tem uma cicatriz assim. Mas eu o conheço. Bom garoto, não se mete em confusão.
- Ah, com certeza. É... Sabe onde ele mora? - foi a vez de Dean perguntar.
- Com a família na estrada de Aspen.
- Obrigado. - Dean disse dando um leve tapa no ombro de Chad para segui-lo.
- Obrigado. - Chad disse seguindo Dean até o outro lado da rua.
e Sam desceram do carro e foram andando até os dois, Sam esbarrou em um poste e pro mesmo de relance, mas para assim que vê uma única palavra escupida na madeira. Croatoan.
- Hei, olhem isso. - Sam diz chamando a atenção dos outros e apontando para a palavra, os outros três que foram olhar.
- Croatoan? - Dean perguntou ao ler.
- É - confirmou Sam.
Dean olhou para Sam, sem entender.
- Roanoke? - perguntou olhando para Sam. - A colônia perdida.
- É. Lembra Dean? - Sam perguntou para o irmão. - Você prestava atenção nas aulas de história?
- Claro. O tiro que correu o mundo. Decretos virando leis.
- Isso não é da aula, isso é Schoolhouse Rock. - Sam disse cruzando os braços.
- Tanto faz. - Dean disse dando de ombros.
- Roanoke foi uma das primeiras colônias inglesas na América. No fim do século XVI. - disse encostando a mão no ombro de Dean.
- Oh sim, eu me lembro disso. A única coisa que eles deixaram para
trás foi uma única palavra esculpido em uma árvore. Croatoan. - Dean disse pensativo.
- Isso - disse sorrindo pra ele. - Há muitas teorias, ataque indígena, doenças... Mas na verdade, ninguém sabe o que aconteceu. Eles todos se foram, sumiram de um dia para o outro.
- Vocês acham que é isso que está acontecendo aqui? - Chad perguntou olhando a palavra. - Porque eu só sei que aquela visão que eu tive não era boa coisa. O que vocês acham que faria isso?
- Bom. É como eu disse. As visões do Sam tem sempre algo a ver com o demônio dos olhos amarelos. Então as suas provavelmente são também. - Dean disse olhando para Chad.
- Vamos pedir ajuda. - Sam disse em seguida.
- Se esqueceu que a já está aqui. - Dean disse olhando para o irmão.
- Então ligamos para o Bobby ou a Ellen.
- Ok. - Dean disse pegando seu celular e em seguida franzindo a testa. - está sem sinal.
Sam, e Chad fizeram o mesmo, balançando a cabeça negativamente em seguida.
- Também. - os três disseram em uníssono.
Dean viu um telefone publico e foi até o mesmo tirando do gancho e o levando até o ouvido.
- Nada, a linha já era. - ele disse colocando o telefone no lugar.
- Sabe... se eu fosse massacrar a cidade, esse seria o meu primeiro passo. - disse olhando em volta.


Dean estacionou o impala ao lado de uma arvore no meio do nada, Dean e desceram enquanto Sam e Chad esperaram no carro. Os dois andaram até a única casa que havia por ali. e Dean chegaram a porta, nela havia uma placa pequena placa escrita: "Nascido para pescar, forçado a trabalhar". bateu na porta, e um adolescente com cabelo escuro e espetado abriu.
- Oi?
- Oi. - Dean disse mostrando o distintivo - Procuramos Duane Tanner, ele mora aqui, certo?
- Sim, ele é meu irmão. - O menino disse olhando para .
- Podemos falar com ele? - perguntou.
- Oh, ele não está aqui agora.
- Você sabe onde ele está? - Dean perguntou sorrindo.
- Sim, ele foi em uma viagem de pesca no lago Roslyn.
- Seus pais estão em casa? - perguntou com um sorriso.
- Sim, estão lá dentro.
- Jake? Quem está ai? - Uma voz masculina veio de dentro da casa.
Jake sorriu para os dois e logo apareceu um senhor a porta ao lado de Jake.
- Agentes federais, queríamos falar com seu filho Duane. - Dean disse mostrando e distintivo para o senhor Tanner.
- Ele não fez nada errado, fez? - o homem perguntou com preocupação
- Não, não, não, não. Queríamos fazer umas perguntas de rotina, só isso.
- Quando ele volta da viagem? - perguntou ao senhor.
- Er... Eu não sei ao certo.
- Será que a sua esposa sabe? - perguntou sorrindo.
- Pode ser. Eu não sei. Ela não está aqui agora. - Ele disse olhando para dentro da casa e em seguida olhando para Dean e a sua frente.
- Mas seu filho disse que ela estava. - Dean disse olhando para o garoto.
- Ham? Disse? - ele perguntou parecendo distraído e abrindo um sorriso em seguida.
- Ela foi à mercenária. - o homem disse ao colocar a mão no ombro do filho.
- Quando Duane voltar tem algum numero onde encontrar vocês?
- Não, não. Nós voltamos mais tarde. - Dean disse abrindo um sorriso e se virando para ir embora.
o seguiu e se virou para ver se os Tanner, já haviam entrado.
- Aquilo não foi meio sinistro? - Dean disse ao se virar para a garota.
- Pode crer. - ela disse olhando para o impala ao longe.
Dean saiu na frente indo em direção aos fundos da casa e foi atrás. Os dois pararam próximo a janela e olharam para ver o que acontecia dentro da casa. O senhor Tanner estava com uma faca em mãos e fez um corte primeiro na mulher que estava amarrada a uma cadeira e em seguida no filho que estendeu o braço por livre e espontânea vontade. Dean e prepararam as armas para entrar. Jake deixou algumas gotas do seu sangue cair sobre o corte de sua mãe. Foi quando Dean chutou a porta a abrindo. Senhor Tanner foi para cima dos dois com a faca em mãos, enquanto Jake pulou pela janela. deu o primeiro tiro em Tanner, em seguida Dean deu mais dois. Ambos correram até a janela, mas era tarde demais, o garoto havia fugido.

~~

Dean estacionou o carro na frente do hospital. Sam ajudou a senhora Tanner entrar no mesmo, enquanto Chad e os seguiram, Dean foi pegar o corpo do senhor Tanner no porta malas.
- Olá? - Sam gritou ao entrar no hospital. - Olá? Precisamos de um médico.
Uma enfermeira loira apareceu correndo.
- Senhora Tanner? O que houve?
- Ela foi atacada. - Sam disse olhando para a senhora.
- Doutora Lee?
Uma médica também loira aproximou correndo para ver o que houve.
- Vem comigo. - Dra. Lee a chamou.
Sam, , Chad e a enfermeira entram em um quarto junto com a senhora Tanner.
- Hei. - Dean entrou no local com sr. Tanner sobre os ombros chamando a atenção da médica.
- Esse é?
- O senhor Tanner.
- Ele foi atacado também? - a médica perguntou olhando o homem ensanguentado sobre os ombros de Dean.
- Na verdade ele é o agressor e acabou levando um tiro.
- Tiro? - Dra. Lee perguntou assustada.
- É.
- E quem são vocês?
- Somos agentes federais. Eu iria mostrar o distintivo, mas... - Ela disse olhando pra cima.
- Ah, desculpe, pode coloca-lo ali. - A médica disse apontando para uma sala.


Bervely estava sentada enquanto a doutora Lee estava parada em frente a ela, tratando a ferida no ombro esquerdo.
- Espere, você disse que Jake ajudou? Seu filho, Jake? - a médica perguntou surpresa.
- Sim, ele me bateu e me amarrou. - ela respondeu entre lagrimas.
- Eu não acredito nisso. - Pam, a enfermeira disse do outro lado da sala.
- Beverly... você tem alguma ideia de por que eles iriam agir dessa forma? Qualquer história de dependência química? - Lee perguntou.
- Não, claro que não. Eu não sei por quê. Em um minuto eram só meu marido e meu filho. E no outro, o diabo estava neles.
- Chega ai. - Dean disse para os outros três.
Dean saiu da sala sendo seguido por Sam, Chad e .
- Esses caras piraram de repente. - Dean disse pensativo.
- O que acham? Demônios? Possessão em massa? - Sam perguntou.
- Se isso é possessão podem haver mais. - disse Chad.
E só Deus sabe quantas. Pode até ser uma convenção maligna. - concluiu Dean.
- Que bom. - Sam disse passando as mãos pelos cabelos.
- Só tem um jeito de arrasar a cidade. Você começa de dentro. - Dean disse olhando para o irmão.
- Ah, não sei não. - disse pensativa fazendo todos olhar pra ela. - Não havia fumaça no Tanner ou nenhum outro sinal. E Jake apesar de louco, me parecia bem humano. Alguma coisa os deixou assim.
Doutora Lee saiu do laboratório entrando na sala onde os quatro estavam.
- Como ela está? - Chad perguntou.
- Muito mal. O que aconteceu lá? - a médica perguntou olhando para os quatro.
- Não sabemos. - respondeu Dean
- É? Pois vocês acabam de matar o meu vizinho.
- Não tivemos escolha. - Dean disse a olhando.
- Talvez não. Precisamos do xerife e de um legista.
- As linhas estão mudas. - disse Sam.
- Eu sei, eu tentei. Vocês tem rádio no carro, né?
- É, nó temos, mas não funciona como todo o resto. - disse bufando.
- Eu não entendo o que está acontecendo.
- Qual é a distância para a próxima cidade? - Dean perguntou.
- É cerca de 60 quilômetros até SideWinder.
- Tudo bem, eu vou lá, ver se consigo encontrar alguma ajuda. - Dean deu um tapa no ombro de Sam e em seguida no de Chad. - Nossos parceiros vão ficar aqui. Pra manter vocês a salvo.
Dean se virou puxando pelo braço.
- A salvo de quê?
- Depois falamos sobre isso. - disse abrindo um sorriso fraco.
Sam e Chad olharam para a doutora dando um sorriso fraco.

e Dean entraram no carro. Dean ligou o carro e o som, mas deixou baixinho e ele deu partida no carro.
- Não estou gostando dessa história. - disse olhando pra fora do carro, olhando a paisagem. - Porque aqueles dois estavam agindo iguais selvagens?
- Eu não sei.
- O pior é isso, não saber do que se trata. - Ela disse passando as mãos no cabelo. - Não estou mesmo gostando disso.
- Eu também não. - Dean disse olhando um carro parado um pouco mais a frente. - Olha aquilo.
Dean parou o impala e desceu do mesmo, olhando em volta para ver se havia alguém por perto. pegou sua arma e também desceu fazendo o mesmo. Os dois andaram até o carro, as janelas das laterais estavam quebradas, os bancos ensanguentados, no vidro frontal havia um buraco na frente do assento do motorista, parecia furo de bala. Dean e se entre olharam com as sobrancelhas franzidas. O que diabos estava acontecendo? Dean se agachou e pegou no chão uma faca cheia de sangue e mostrou a , aquilo estava ficando cada vez mais estranho.
- Isso está ficando cada vez melhor. - Dean disse jogando a faca no chão e voltando para o impala sendo seguido por .
- Pois é.

Dean continuou a dirigir até chegar a uma ponte que estava bloqueada por alguns moradores locais que estava com armas e os carros parados bloqueando totalmente a passagem, entre eles estava Jake Tanner. Dean parrou o carro um pouco distante dos moradores, olhou para franzindo a testa sem entender. Dean e pulam levando um susto ao ouvirem algo bater no teto do carro. Um homem apareceu na janela olhando para os Dois. Dean sorriu.
- Oi.
- Desculpe, estrada fechada. - O homem disse sorrindo.
- É, deu para ver. O que houve? - Dean perguntou olhando para o homem.
- Quarentena.
- Quarentena? - perguntou sem entender. - Por quê?
- Eu não sei. - ele disse dando de ombros. - Tem alguma coisa lá. - Ele disse olhando para a estrada que levava a outra cidade.
- Ah! Quem disse isso? - Dean perguntou olhando para os moradores na frente.
- O Xerife.
- Ele está aqui? - perguntou.
- Não. Ele ligou. - O homem disse sorrindo. - Por que não dessem do carro para conversarmos?
- Olha, não sei se percebeu, mas somos um casal. Não curtimos trio, ménage e essas coisas. - Dean disse rindo nervosamente.
- Eu agradeceria se saísse do carro só por um minuto. - O homem disse sério.
Dean olhou para frente colocando as mãos no volante.
- Aposto que agradeceria. - Dean sussurrou e começou a dar ré do carro.
O homem segurou Dean pela cola da camisa e começou a ser arrastado. Os homens que estavam na barreira começaram a atirar. pegou uma amar e atirou na cabeça do homem o fazendo soltar Dean, que conseguiu virar o carro para voltar a cidade.
- Mas que droga foi aquela? - disse olhando para trás. - As pessoas dessa cidades são doentes.
- Doente é pouco. - Dean disse olhando para .
- Dean, olha. - apontou para a estrada a frente e Dean freou o carro.
- EU QUERO VER AS SUAS MÃOS.- Um homem com um rifle disse.
- Filho da...
- SAIAM DO CARRO.
Dean e levantaram as mãos.
- É o cara de hoje mais cedo. - sussurrou e Dean confirmou com a cabeça.
- SAIAM DO CARRO.
- Calma grandão. - Dean disse abrindo a porta e saindo do carro, logo em seguida apontando sua arma para o homem. fez o mesmo.
- ABAIXA A ARMA. - Dean gritou.
- ABAIXA VOCÊ.
- LARGA ISSO.
- VOCÊ É UM DELES?
- NÃO E VOCÊ?
- NÃO E ELA?
- NÃO TAMBÉM.
- PODE ESTÁ MENTINDO!
- VOCÊ TAMBÉM!
- Tudo bem, tudo bem. Calma gente. Vamos fazer isso durante o dia todo? Vamos de vagar, vamos apenas ter calma antes de matar uns aos outros. - disse abaixando a arma.
O homem relaxou um pouco, assim como Dean.
- O que está havendo com todo mundo?
- Eu não sei. - disse Dean.
- O meu vizinho. . . Sr. Rogers, ele...
- Você tem um vizinho chamado Sr. Rogers? - Dean perguntou franzindo a testa.
- Não mais, ele me atacou com um machado, eu o derrubei. E ele não é o único. Está acontecendo com todos.
- Nós estamos indo pra casa da doutora, ainda tem gente sobrando.
- Nem pensar. Eu vou sair daqui.
- Não dá, eles bloquearam a ponte. Vamos nessa.
- Não. Eu não acredito em você.
- Ok, fica ai, é contigo. - Dean disse entrando no carro e fez o mesmo.
O homem hesitou, mas depois mudou de ideia pegando uma arma e mantendo apontada para . Ele entra no carro se sentando no banco de trás do carro, a garota também pegou uma arma e mantinha apontada para o homem.
- Vamos! - ela disse e Dean deu partida no carro.

~~

Dean, e Mark, desceram do carro e entraram no hospital.
- Sam, abre a porta. - Dean gritou e esperou.
Sam apareceu rapidamente, abrindo a porta para que os três entrasse.
- Acharam um telefone? - Sam perguntou.
- Bloqueio na estrada. - disse olhando para Sam.
- Er.. Precisamos conversar. A doutora está lá dentro. - Dean disse olhando para Mark.
- Tudo bem. - Mark disse se retirando.
Chad de aproximou dos outros três e abraçou a irmã.
- A coisa está ficando feia.
- O que está havendo? - Sam perguntou olhando para fora da cidade.
- Não sei. - Dean disse passando as mãos pelo cabelo. - eu me sinto como Chuck Heston em A ultima esperança da terra, o Mark é a única pessoa sã que conseguimos encontrar. O que estamos lidando, vocês sabe?
- A doutora acha que é um vírus. - Chad disse olhando para .
- Está legal. E o que vocês acham? - Dean perguntou, olhando para Chad e Sam.
Os dois se entre olharam e deram de ombros.
- Que ela está certa. - os dois disseram em uníssono.
- Eu acho que os infectados tentam infectar outros no contato direto de sangue. - Sam disse dando uma leve risada.
- E tem mais. - Chad disse chamando a atenção de todos para ele. - O vírus deixa vestígios de enxofre no sangue.
- Um vírus demoníaco? - Dean perguntou indignado.
- É. Parece mais uma zona biológica demoníaca. - Sam disse fazendo careta.
- Pelo menos isso explica as minhas visões. - disse Chad suspirando.
- Uma praga bíblica. - Dean disse dando risada.
- Você não tem ideia do quanto está certo. - Sam disse olhando pela janela. - eu andei olhando o diário do papai, achei uma coisa sobre a colônia Roanoke.
- E?
- Papai sempre teve uma teoria sobre Croatoan. Ele achava que era o nome de um demônio, também conhecido como Deva ou Reesha. Um demônio de praga e pestilência.
- Poxa, isso é mesmo incrível. - disse sorrindo.
- Mas por que aqui? E agora? - Dean perguntou franzindo a testa.
- Eu não faço ideia.
- Não sabemos como essa praga irá se espalhar, precisamos sair daqui e avisar as pessoas. - disse Chad.
- ELES PEGARAM UM. AQUI. - Mark gritou de dentro do consultório.
- Como assim? - Dean perguntou indo em direção a voz de Mark.
- A mulher. Senhora Tanner está infectada. - Sam disse assim que todos se aproximaram de Mark.
- Nós temos que resolver isso, não podemos deixa-la aqui. - Mark disse carregando o rifle - Os meus vizinhos eram fortes. Quanto mais esperamos, mais ela fica forte.
Dean pegou sua arma a destravando e entrando no consultório.
- Vão matar a Senhora Tanner? - Pam perguntou apavorada.
- Doutora, poderia haver algum tratamento? Algum tipo de cura para isso? - Sam perguntou se aproximando do médica.
- Pode curá-la? - perguntou Dean.
- Pelo amor de Deus, eu não sei nem o que isso é. - a medica disse aflita.
- Eu te disse, é apenas uma questão de tempo antes que ela ataque. - Mark disse se aproximando da porta onde Beverly estava trancada.
- Basta deixá-la lá dentro, você não pode matá-la como um animal! - disse Pam.
- Sam. - Dean o chamou fazendo sinal para que ele se aproximasse da porta.
Dean, Sam e Mark se aproximaram da porta da despensa, onde Beverly estava presa. Dean e Mark mantiveram suas armas a postos, enquanto Sam abriou cuidadosamente a porta, e Dean e Mark assumiram posições ofensivas. Quando entraram Beverly estava sentanda ao chão, abraçando as pernas.
- Mark, o que você está fazendo? - Beverly perguntou com os olhos cheios de lágrimas. - Mark, são deles! Me trancaram aqui, eles tentaram me matar! Eles estão infectados, não eu! Por favor, Mark! Você me conhece a vida toda! Por favor!
Mark continuava com a arma apontada para ela, mas não conseguia atirar.
- Tem certeza que ela é um deles? - Dean pergunta virando um pouco a cabeça para olhar Sam
Sam acenou que "sim" com a cabeça, enquanto olhava pra Beverly com pena.
- Tenho.
Mark deu alguns passos para trás abaixando a arma quase chorando, Dean avança e dispara três vezes contra Beverly.
Mark olhava para fora pela janela, observando as pessoas do lado de fora com cautela. Atrás dele, Sam estava olhando uma faca de caça e verificando a lâmina da mesma. Dean carregava a sua arma, enquanto estava sentada e abraçada a Chad. Todos ouviram um grito de Pam vindo de dentro do laboratório e correm para ver o que havia acontecido.
- Oh Deus! Tem alguma coisa em mim? Eu estou bem? - ele perguntava apavorada.
- Você está limpa, você está bem. - a doutora se aproximou a acalmando.
- Por que estamos ficando aqui? Por favor, vamos embora. - ela disse passando as mãos pelos cabelos desesperada.
- Não, não podemos, porque essas coisas estão em toda parte. - disse Dean saindo do laboratório.
- Ela está certa de uma coisa. Não podemos ficar aqui. Temos que sair daqui, chegar ao Roadhouse? Em algum lugar. Avisar as pessoas, para saberem o que está vindo. - Sam disse seguindo o irmão.
- Concordo. A noite dos mortos vivos não acabar muito bem. - Dean disse se virando para o irmão sorrindo.
- Bem, eu não tenho certeza de que temos uma escolha. - Mark disse se aproximando dos dois junto com e Chad. - As pessoas daqui são muito boas com rifles - mesmo com tudo o que temos, nós somos alvos fáceis. A não ser que vocês tenham alguns explosivos...
ficou pensativa olhando para uma prateleira de suprimentos médicos e tendo uma ideia.
- Não temos, mas podemos fazer. - ela disse dando risada e pegando na prateleira uma garrafa de Cloreto de Potássio fazendo todos sorrirem para ela.
- Minha garota. - Dean disse se aproximando dela e lhe dando um selinho.
- NOSSA, garota - Chad o corrigiu se aproximando dos dois.
De repente alguém começou a bater freneticamente na porta da frente. Todos os cinco correram para a porta.
- Me Deixe entrar, me deixe entrar! Por favor! - um garoto gritava do lado de fora.
- É Duane Tanner! - Mark diz abrindo a porta deixando o garoto entrar.
- Graças a Deus. - Duane disse entrando com uma mochila nas costa e mancando.
-Duane você está bem? - Mark perguntou andado em direção ao laboratório junto com Duane.
Dean observa o garoto e se vira para Chad.
- Esse é o cara que eu... - Dean faz o gesto com a mão no pescoço como se estivesse cortando a própria cabeça.
- Ele mesmo. - Chad disse fazendo careta.
- Quem está aqui? - Duane perguntou.
Dean de aproximou de Duane o pegando pelo braço.
- Clama ai mocinho. Doutora! Dê uma olhada no Duane. Ok?
- Ok, venham. - ele disse entrando no consultório e sendo seguida por todos. - Pam?
- Que é você? - Duane perguntou olhando para Dean.
- Não importa quem eu sou. - Dean respondeu o olhando raivoso.
- Duane. Onde você esteve? - Mark perguntou se encostando na parede.
- Em uma viagem de pesca por Roslyn. Voltei esta tarde. Eu... Vi Roger McGill sendo arrastado para fora de sua casa por pessoas que conhecemos! Começaram a corta-lo com facas! Eu corri, fiquei escondido no mato. Alguém viu minha mãe e meu pai?
- Meio estranho. Não? - Dean perguntou se virando para .
A médica parou olhando para a perna do rapaz e se agachou para ver melhor.
- Ele está sangrando. - ela disse olhando o corte na perna de Duane.
Todos automaticamente se afastaram, menos Dean, e Sam.
- O que houve com você? - Dean perguntou olhando o garoto desconfiado.
- Eu estava correndo e tropecei. - Duane disse dando de ombros.
Dean se virou olhando para Mark.
- Tem corda ali. Amarra ele.
- QUE ISSO? - Duane perguntou se levantando e Dean apontou a arma engatilhada para ele.
- SENTA AI.
levou um susto ao lado de Dean e olhou para Sam espantada. Sam simplesmente abaixou a cabeça sem dizer nada.
- Desculpe Duane, ele está certo. Temos que ter cuidado. - Mark disse saindo da sala a procura de corda.
- Cuidado com o que?
- Eles sangraram em você? - Dean perguntou ainda apontando a arma para o garoto.
- Não, não. - Duane disse aflito.
- Lee, tem algum exame que nos dê certeza? - perguntou olhando para Duane.
- Eu olhei o exame da Bervely de trás para frente...
- DA MINHA MÃE? - Duane perguntou interrompendo a doutora, mais aflito e agitado.
- Foi preciso três horas para o vírus encubar, o enxofre não apareceu no sangue antes disso.
- Então não em jeito de saber. Não antes dele surtar. - Chad disse suspirando e passando as mãos pelos cabelos.
olhou para o irmão e em seguida para os Winchester.
- Precisamos conversar.
Dean ficou relutante em abaixar a arma, mas o fez assim que Mark se aproximou de Duane com a corda. Os quatros saíram do laboratório e entraram em outra sala.
- É a minha visão, tá acontecendo. - Chad disse com exaustão se sentando em uma cadeira.
- Foi o que eu pensei. - Dean disse suspirando.
- Dean, ainda não pode mata-lo. Não sabemos se foi infectado. Ainda não. - Sam disse olhando para o irmão.
- Acho que sabemos muito bem. O cara aparece no meio do nada, com um corte na perna e a família toda foi infectada. - Dean disse com desprezo.
- Tudo bem, então vamos deixá-lo amarrado e esperar. - disse cruzando os braços.
- Pra quê? Pra ele dá uma de Hulk e infectar mais alguém? Não, obrigado. Não dá pra arriscar. - Dean foi em direção a porta mas Sam entrou em sua frente. - Olha aqui, eu não gosto disso, mas o trabalho é duro e vocês sabem.
- É lógico que isso é trabalho duro, nós temos que lutar contra isso, é esse o objetivo. - Sam disse franzindo a testa.
- Ok, e o que ganhamos com isso?
- Consciência limpa, só pra começar. - disse logo atrás de Dean.
Dean se virou para olhá-la e sorriu irônico voltando a andar em direção a porta, desta vez foi que correu e entrou na sua frente.
- Qual é o seu problema, Dean?
- Como é? - ele perguntou sem entender.
- Você pode matar um homem inocente e não está nem ai? Quem é você afinal? Porque você não é o Dean eu conheci. Você está agindo igual as coisas que caçamos, tão frio e sanguinário que chega a dar medo.
Dean respirou fundo e tentou passar por para sair, mas ela entrou novamente na sua frente, ele a segurou pelos ombros e a tirou da sua frente com um empurrão, saindo da sala e trancando a porta.
- Dean. - Sam correu até a porta tentando abri-la. - Dean, abre essa porta agora.
Chad se levantou e foi até a irmã que olhava para a porta sem nenhuma expressão.
- ? ? Você está bem? - Chad perguntou segurando a irmã pelos ombros.
Ela não disse nada apenas balançou a cabeça negativamente e ele a abraçou com força.
Sam saiu de perto da porta e foi até a amiga a abraçando também. Os três ficaram assim enquanto esperavam ouvir o som dos tiros que Dean daria em Duane. Os gritos de Duane começaram a ser ouvidos e fechou os olhos sendo abraçada mais forte pelos dois. Mais alguns minutos e nada foi ouvido. A porta foi aberta e Dean entrou xingando baixinho.
- Dean, eu não ouvi o tiro... - Sam disse soltando e se aproximando do irmão. - Você...
- Eu não fiz. - Dean disse descarregando a arma.
Dean se aproximou do balcão para preparar as bombas. Os outros três fizeram o mesmo.

Horas depois Doutora Lee se aproximou dizendo que Duane já não tinha mais a possibilidade de estar infectado, já que as três horas já haviam passado. Sam deu permissão para soltá-lo
- Sabe que eu vou perguntar o porquê. - Sam disse de repente.
- Eu sei. - disse Dean sem tirar atenção do que estava fazendo.
- Então por quê? Por que não o matou?
- Precisamos de álcool. - Dean disse depois de alguns segundos em silêncio, ignorando a pergunta do irmão.
Sam suspirou e se levantou entrando na dispensa. e Chad não diziam nada desde Dean decidiu não matar Duane. estava de certa forma com raiva e magoada por Dean a ter tirado de seu caminho daquela forma. Chad decepcionado pelo mesmo motivo. Os três ouviram alguns barulhos de luta vindo da dispensa e correram para ver do que se tratava, tentou abrir a porta, mas a mesma estava trancada. Dean a puxou para trás de si e chutou a porta, vendo Sam caído ao chão e Pam em cima dele, não pensou duas vezes e deu três tiros em Pam. Se aproximou estendendo a mão para ajudar o irmão a se levantar, mas foi impedido por Mark.
- Ela sangrou nele... Ele pegou o vírus.
Dean engoliu em seco sem saber o que fazer, empurrou ele e Mark e se aproximou de Sam o ajudando a se levantar. Chad se aproximou e ajudou a irmã. Os dois levaram Sam até o laboratório sendo seguidos por Dean e Mark.

- Doutora, olha a ferida dele. - Dean disse andando de um lado para o outro no laboratório. A doutora não deu nenhum passo, ficou olhando para Sam, sem saber o que fazer. - DOUTORA.
Ela levou um susto com o grito de Dean e se aproximou de Sam.
- Por que ela tem que examina-lo? Você viu o que aconteceu. - disse Mark a Dean.
- O sangue dela entrou em sua ferida? - A médica perguntou a Sam.
- Qual é? Claro que entrou. - Mark disse impaciente.
- Não temos certeza. - Dean esbravejou.
- Não podemos arriscar. - Duane disse se aproximando.
- Você sabe o que temos que fazer. - disse Mark cruzando os braços.
- Ninguém vai atirar no meu irmão. - Dean disse ameaçador.
- Ele não será seu irmão por muito tempo. - disse Duane. - Você mesmo disse.
- Ninguém aqui, atira em ninguém. - disse se aproximando de Sam.
- Ele ia atirar em mim. - disse Duane indignado olhando para Dean.
- SE NÃO CALAR ESSA BOCA AINDA VOU.
- Gente... Eles tem razão. Eu fui infectado, me dá uma arma que eu mesmo resolvo. - Sam disse cabisbaixo.
- Esquece. - Dean e disseram em uníssono.
- Eu não vou virar um daqueles monstros.
- Ainda temos tempo. - disse colocando a mão no ombro de Sam.
- Tempo pra quê? - Mark perguntou impaciente. - Eu entendo que é seu irmão e eu sinto muito. Mas vou ter que resolver isso. - Mark pegou sua arma, Dean e pegaram a deles aprontando para ele.
- Só vou falar uma vez, se fizer um movimento contra meu irmão. Nós o matamos antes mesmo de bater no chão. Entendeu? - Dean esbravejou ameaçador. - SERÁ QUE EU ESTOU SENDO CLARO?
- DEAN. - Sam o gritou o repreendendo.
- Então, o que vamos fazer? - Mark perguntou desafiador.
Dean abaixou a cabeça e pegou a chave do carro entregando a Chad.
- Vão dar o fora daqui. Vão pegar o meu carro, as armas e os explosivos. Terão poder de fogo para acabar com qualquer coisa.
- E você? - Chad perguntou o olhando enquanto ele abaixava a cabeça.
- Dean, não. Não mesmo. Não vou deixar vocês dois aqui para morrer. - disse abaixando a arma desesperada.
- , você merece algo melhor que isso. - Dean disse cabisbaixo.
- Não, não. - disse se aproximando de Dean. - Se você fica eu também fico.
Dean deu um sorriso fraco olhando para a sua garota e beijou a testa dela.
- Chad. - ele disse apenas.
Chad se aproximou e começou a puxar contra a sua vontade para fora do laboratório. A garota gritava com os olhos cheios de lágrimas, estava deixando ali o seu Dean e o seu Sam. Não era justo que a vida tirasse mais pessoa que ela amava, não era justo perder eles assim. Dean abaixou a cabeça se segurando para não deixar as lagrimas rolarem, enquanto via Chad leva-la. Mark, Duane e Doutora Lee saíram logo em seguida trancando Sam e Dean no laboratório. Dean respirou fundo tentando controlar seus sentimentos.
- Dean, para com isso... Sai logo daqui. - Sam disse com os olhos cheios de lágrimas.
- Nem pensar.
- Deixa a minha arma e vai. - Sam implorou.
- Pela ultima vez, Sam. Não. - Dean disse se sentando em frente ao irmão.
Sam socou a marca com raiva e as lágrimas começaram a escorrer pelo seu rosto.
- Foi a coisa mais idiota que você já vez.
- Eu não sei, não.
- Dean, eu estou doente. Acabou pra mim, mas isso não significa que tem que acabar para você também. A , olha o que está fazendo com ela. Olha o que está fazendo com você. Você ainda pode continuar.
- E quem disse que eu quero?
- O que? - Sam perguntou sem entender.
Dean respirou fundo e olhou para o chão.
- Eu estou cansado, Sammy. Cansado desse trabalho, dessa vida, desse peso no meu ombro, eu estou muito cansado. - Dean disse suspirando.
- Então você vai deitar e esperar a morte? Dean, eu sei que o que aconteceu com o papai...
- Errado... Não é o lance do papai. Em partes talvez seja, mas..
- Então tem haver com o que? - Sam perguntou aflito e Dean suspirou. Ambos ouviram um barulho do lado de fora e Dean se levantou com duas armas em mãos. Chad apareceu abrindo a porta.
- Precisam ver isso. - ele disse olhando para os dois.
Dean e Sam seguiram Chad até a saída do hospital, olhando a rua deserta. Mark, Duane e Doutora Lee olhavam em volta. estava encostada no impala quieta, olhando para o chão.
- Não há ninguém em lugar nenhum. - disse Chad apontando para um poste escrito "Croatoan". - Sumiu todo mundo.


ficou olhando as ruas desertas da cidade enquanto os demais haviam entrado esperando completar as horas e verificar se Sam estava realmente contaminado. Ela suspirou tentando processar todas as informações desse estranho caso e tentando achar algo que explicasse tudo que aconteceu. Ouviu passos se aproximando de si, mas nem precisou virar para saber quem era, ela já conhecia até o jeito de andar dele. Dean suspirou parando ao lado dela e colocou as mãos no bolso sem jeito.
- Desculpa. - Dean disse olhando pro chão. - Desculpa, por aquilo, eu só...
- Queria me proteger. - disse cruzando os braços. - Eu sei.
- Mas não vai me desculpar. - ele disse e ela permaneceu em silêncio. - ...
- Sabe o que me irrita mais? É que você diz que quer fazer as coisas para me proteger, para meu bem, mas não me pergunta se é isso que eu quero. - ela disse soltando os braços e se virando para ele. - E droga! Isso me magoa, porque é egoísmo seu.
- Egoísmo? - Dean disse a olhando incrédulo. - eu faço de tudo para te manter bem e viva e você me diz que é egoísmo?
- É, é egoísmo, sim. Porque eu fico bem e você fica tranquilo e quanto a mim? Você já tentou se colocar no meu lugar? Eu te vejo eu perigo sempre, mas nem por isso tento agir contra a sua vontade, Dean. Nem por isso te drogo e te tranco em algum lugar ou faço isso que você e Chad me fizeram hoje. - ela disse com lágrimas nos olhos.
- Eu só...
- Não quero que você se desculpe, mas que pense um pouco em mim, em como me senti hoje. Só... Se coloca em meu lugar um pouco e entenda que também é difícil pra mim.
Chad, Sam e os outros saíram do hospital e enjugou as lágrimas que haviam escapado rapidamente.
- O exame do Sam deu negativo. Cinco horas depois e nada de enxofre no sangue dele. - Chad disse se aproximando e abraçando a irmã.
- Mas aconteceu uma coisa. O enxofre no sangue do Tanners também sumiu. - disse Sam preocupado.
- Doutora nos vamos embora, devia vir com a gente. - disse Duane colocando seus pertences no carro de Mark.
- Eu vou ficar, mas fale com a policia da cidade vizinha, peça para que venham até aqui, vou lhes contar o que aconteceu, se é que vão acreditar em mim. - ele disse sorrindo.
Os dois confirmaram e entraram no carro seguindo o caminho deles.
- E ele? - Dean perguntou apontando para Sam.
- Ele vai ficar bem. Sem sinais de infecção. - ela disse sorrindo e entrando na Clinica novamente.
Dean, Chad e se viraram para Sam.
- Ai, não olhem para mim. Eu não sei de nada.
- Eu ainda vou perde o sono contigo. - Dean disse dando a volta no carro. - Por que aqui? Por que agora? Pra onde todos foram? Eles não podem ter derretido.
- E porque eu sou imune? - Sam perguntou pensativo.
- É, essa é uma boa pergunta. - Dean disse apontando para o irmão. - Você está começando a achar que foi o único que escapou.
Dean abriu a porta do carro e entrou no mesmo. e Chad entraram logo em seguida no banco de trás. Sam olhou em volta antes de entrar também. Então Dean ligou o carro para voltarem para casa.
A volta pra casa foi tranquila e silenciosa, dormiu a viagem toda no colo de Chad. Ao chegarem em casa Chad levou para o quarto, enquanto Dean e Sam permaneceram no quintal da casa, olhando a rua.
- E ai? - Sam perguntou sorrindo. - Vai me dizer do que estava falando ontem a noite?
- Como assim? - Dean perguntou olhando para o irmão.
- Você falou que estava cansado do trabalho. E não só por causa do papai.
- Ah, esquece. - Dean disse balançando a cabeça negativamente.
- Não, não dá.
- Cara, eu achei que a gente ia morrer, não pode me pegar assim. - Dean disse dando risada.
- Não, não, não. Você não vai me enrolar, pode ir falando. - Sam disse cruzando os braços a espera do irmão.
- E se eu não quiser? - Dean perguntou sorrindo também cruzando os braços.
- Então eu vou ficar te perturbando, te perguntando até você dizer. - ele deu de ombros.
Dean suspirou derrotado e voltou a olhar para rua.
- Eu sei lá, cara. Eu só acho que a gente podia ir pro Grand Canyon. - ele disse dando de ombros.
- O que? - Sam perguntou dando risada do irmão sem entender.
- Ficamos na estrada de um lado para o outro. E você sabia que eu ainda não conheço o Grand canyon? Vamos, pra Las Vegas, ou Hollywood.
- O que você fala não faz sentido.
- Acho que a gente tem que dar um tempo de tudo isso. Sabe, ficar um bom tempo morando aqui, conhecer lugares, ter uma vida normal. Porque ficar com toda a responsabilidade? Porque não podemos viver um pouco?
- Porque está falando isso? É por causa da e isso que tem entre vocês?
- Não. - Dean coçou a cabeça pensativo.
- Não, Dean. Você é meu irmão, o que quer que esteja carregando, deixa eu ajudar um pouco. - Sam disse colocando a mão no ombro do irmão.
- Eu não posso, eu prometi. - Dean disse olhando para o chão.
- A quem?
- Ao papai.
Sam franziu a testa sem entender mais nada.
- Dean, do que esta falando?
- Pouco antes dele morrer, ele me disse uma coisa. Contou uma coisa sobre você.
- O que? - Sam perguntou chocado. - O que ele disse a você?
- Ele disse para eu olhar você, cuidar de você.
- Dean, ele já disse isso um milhão de vezes.
- Não, desta vez foi diferente. Ele disse eu tinha... que salvar você.
- Me salvar de que? - Sam perguntou aflito.
- Ele só disse que eu tinha que salvar você e que nada mais importava. E se eu não pudesse... Eu...
- Você o que, Dean?
- Tinha que matar você. - Dean disse num sussurro e Sam o olhou incrédulo. - ele... ele disse que eu tinha que matar você, Sammy.
- Me matar? O que ele quis dizer com isso?
- Eu não sei. - sussurrou Dean, novamente.
- Ele devia ter alguma razão para dizer isso, não é? Ele sabia dos planos do demônio pra mim? Será que eu vou pro lado negro? Pro lado do mal? - Sam perguntou se alterando. - O que mais ele disse, Dean?
- Só isso, eu juro.
- COMO VOCÊ PODE DEIXAR DE ME CONTAR?
- Porque era nosso, pai. Ele me implorou.
- Que se dane. Assume sua responsabilidade sozinho, você não tinha o direito de esconder isso de mim. - Sam esbravejava.
- E você acha que eu queria isso? - Dean perguntou se aproximando do irmão. - Eu preferia que ele nunca tivesse me dito isso. Que eu não tivesse que conviver com isso infernizando a minha cabeça.
Dean e Sam permaneceram em silêncio por alguns segundos.
- Temos que descobrir o que está acontecendo. O que ele quis dizer com isso.
- Temos? - Dean perguntou erguendo a sobrancelha. - Olha, eu pensei bem, acho melhor desacelerar. Dar um tempo. É mais seguro e assim a gente gerente...
- O que? - Sam perguntou olhando para o irmão com raiva. - Que eu não vou me tornar do mal? Que não vou virar um assassino?
- Não é nada disso. - Dean disse com calma.
- Se não tomar cuidado vai ter que me detonar um dia, Dean.
- NÃO É NADA DISSO. DROGA! ESSA COISA ESTÁ SAINDO DO CONTROLE. ENTENDE? VOCÊ É IMUNE A UM VIRUS DO DEMÔNIO. E EU NÃO ESTOU ENTENDENDO MAIS NADA. -Sam se distanciou do irmão e ficou a olhar a rua. - Eu sei que você está irritado comigo. Tudo bem, eu mereço... Mas vamos dar um tempo até a gente saber o que fazer, está legal?
- Esquece. - Sam disse sem olhar o irmão.
- Por favor, cara. Só me dá um tempo, um tempo para pensar. Estou implorando, por favor, faz isso?
- Ok. - Sam disse se virando e entrando na casa.
Dean ficou a olhar a rua e pensar em o que faria daqui para frente.



XIII - A estrada até aqui.

Chad Pov's

Os últimos meses aconteceram tantas coisas que nem eu sei como conseguimos enfrentar tudo aquilo. Sam desapareceu de casa dois dias depois do caso de Rivergrove, um caçador maluco cismou em ir atrás dele para mata-lo dizendo que ele um dia se transformaria em um monstro, mas e Dean conseguiram encontra-lo e deram um jeito de sair dessa. Houve um caso em Cornwall, Connecticut, em um hotel em que uma espirito estava matando as pessoas porque não gostaria que o hotel fosse vendido e foi nesse caso que Sam ficou bêbado demais e com uma grande ressaca no dia seguinte. Em Milwaukee, Wisconsin os meninos foram resolver sozinhos um caso com um metamorfo, mas os planos deles foram um pouco danificados por Ron Reznick um cara malucão que só queria ajudar, mas acabou fazendo merda e deixando a policia na cola de Dean e Sam. Outro caso foi o do espirito de um padre que se achava o justiceiro e aparecia para as pessoas dizendo ser um anjo do senhor e as fazia matar em nome de Deus. Algum tempo depois Sam sumiu novamente e nós ficamos iguais loucos atrás dele, até ele nos ligar aflito, acabamos descobrindo que ele estava possuido por um demônio chamado Meg, que disse ser uma velha conhecida deles. Houve também uma mulher que era um lobisomem com quem Sam teve um caso, mas no final ele teve que mata-la, teve um caso no estúdio de Hollywood que em que no roteiro havia um ritual de invocação em latim, graças a um roteirista maluco. E agora estamos aqui. Dean e Sam presos e eu me passando por advogado deles, a sorte eles é que eu terminei a minha faculdade há uns dois meses.
Eu parei em frente a porta e respirei fundo girando a maçaneta e entrando na sala. Dean estava sentado e os dois policiais em pé, os três se viraram e eu olhei para Dean como se não o conhecesse colocando o meu lado ator para fora.
- Dean Winchester?
- Em pessoa. - Ele disse me olhando e franzindo a testa.
- Quem é você? - um dos agentes me perguntou, me olhando dos pés a cabeça.
- Chad , defensor publico. Eu fui designado para ser seu advogado. - Eu disse me aproximando e apertando a mão de Dean. Ele sorriu apertando minha mão um pouco mais forte do que deveria. Eu deveria matar ele e o irmão por me colocarem nessa e deveria matar a minha irmã por me convencer. Caramba, eu só quero ter uma vida normal, mas com esses três por perto, normalidade não é uma palavra que entra em questão. - Você é o Henriksen? - perguntei olhando para o policial alto e de pele negra que estava me fuzilando com os olhos.
- Sou, e ainda não terminamos.
- Sinto dizer que já terminaram. Eu preciso conversar com os meus clientes em particular.
Dean olhou para Henriksen e ergueu a sobrancelha sorrindo.
Henriksen e seu parceiros saíram mais que putos da vida da sala, então Dean olhou para mim.
- Fala cunhado! - ele disse sorrindo abertamente para mim e eu sorri me sentando na frente dele. Dean era um cara legal.
- Doido.
Logo um guarda trouxe Sam até a sala. Ele se sentou em uma das cadeiras e eu sorri para ele.
- Vocês tem noção de que se alguém descobrir isso vamos todos para a cadeia?
- Temos. - Sam disse olhando para Dean como quem fala "Não é, DEAN?"
- Um amigo do papai pediu nossa ajuda. Temos que ajudar. - disse Dean.
- Ainda acho que esse plano é maluquice. - eu suspirei e abri uma pasta cheia de arquivos - De qualquer forma a audiência será na segunda-feira.
- Então, vamos para prisão municipal de Green River? - Dean perguntou sorrindo.
- Vão.
- Por quanto tempo conseguem adiar a extradição? - perguntou Sam me olhando.
- Uma semana. Talvez menos.
- Ferrou. - disse Dean suspirando.
- É. - Sam concordou.
- Eu falei que era má ideia. - eu disse bufando.
- Eu concordo. Essa é com certeza a coisa mais idiota que fizemos. E olha que nós temos um longo histórico de atitudes idiotas.
- Calma, vai da tudo certo. Ainda estamos dentro do plano.
- Então Henriksen aparecer fazia parte do plano? - eu perguntei olhando sério para Dean.
- O cara é mais rápido do que pensei. - Dean disse dando de ombros.
- Ótimo. - eu disse bufando novamente. - Eu vou ver se conseguimos dar mais tempo a vocês. Enquanto isso se cuidem e tentem não se meter em problemas lá dentro, ok?
- Ok. - os dois responderam em unissono e eu sai da sala a passos largos.
A verdade é que essa história de ser preso para caçar um fantasma dentro da prisão não me agrada nem um pouco. É uma completa maluquice, o pior era que estava aflita e com o coração na mão em casa.

Não fazia nem 24 horas que Dean e Sam estavam presos que Sam me ligou dizendo que Dean havia se metido em briga. E que descobriu que o nosso fantasma suspeito, não havia morrido de enfarte como achávamos e sim de pancadas. O que me deixou minha irmã mais preocupada foi que as vitimas morrem de "infarto", se o suspeito não morreu assim, porque mataria as vitimas assim? E o pior é que eles tinham um plano, uma plano idiota ainda por cima. Dean brigaria de novo para distrair os guardas e Sam daria um jeito de tacar fogo nos restos mortais do nosso espirito suspeito. Eles definitivamente são loucos. Deacon me ligou no dia seguinte me passando o nome da nova suspeita, uma enfermeira de sobrenome Glockner que viveu nos anos 70. pesquisou sobre ela e eu enviei aos garotos entregando uma carta a Deacon que estava ajudando os meninos, afinal foi a pedido dele que esses dois fizeram a burrada de meter nessa maldita prisão. Horas depois foi ajudar na fulga deles da prisão e a acabar com os restos mortais do espirito maligno da enfermeira louca. É claro que Henriksen veio até mim para saber se eu tinha algo haver com a fulga dos Winchester, mas eu disse que não, contei mentiras e mais mentiras e ele caiu.
Quando cheguei em casa Dean e Sam já estavam lá junto com minha queridíssima irmã que só sabe me meter em encrenca.
sorriu e se aproximou de mim me abraçando.
- Obrigado por fazer isso por mim. - ela disse simplesmente.
Eu a abracei o mais forte que pude e sorri, porque na verdade não havia feito só por ela, já fazia mais de seis meses que os irmãos Winchester estavam morando com a gente. Eu já estava os considerando da família, apesar deles só fazerem coisas idiotas e serem idiotas.
- Hei, eles são nossa família agora. - eu disse e vi Dean e Sam sorrirem pra mim. - E a gente faz essas coisas pela família. Até ser preso.
Todos rimos e logo estávamos indo jantar a mesa, uma deliciosa comida caseira preparada por , como se fossemos a família mais normal do mundo.


XIV - Apenas um sonho.

Dean Pov's

Estava chovendo e eu estava dirigindo meu impala com placa nova para policia não me localizar depois do que aconteceu em Green River, no meu rádio tocava Thunder Struck do ACDC e eu batucava no volante quando o meu celular começou a tocar. Abaixei o volume do rádio e atendi.
- Fala. - eu disse prestando atenção na estrada, nas propriedades ao redor e na ligação. Sou um homem mil e uma utilidades.
- Tem um carro da policia lá fora. - disse do outro lado da linha.
- Então atrás de nós? - perguntei achando meio improvável.
- Eu não sei.
- Mas trocamos as placas, os cartões de crédito e afinal eles procuram por dois homens e não dois homens e uma linda mulher. - eu disse sorrindo.
- Idiota. - eu a ouvi dizer e em seguida o som da linda risada dela. - eles já foram, alarme falso.
- Viu? Fica tranquila.
- Ser cumplice de procurados da policia não é fácil. - disse e aposto que se estive perto de mim estaria cruzando os braços e me olhando como se eu fosse o culpado.
- Qual é? Você se amarra no perigo que eu sei. - disse com certa malicia na voz.
- Você que pensa, querido.
- Achou alguma coisa? - Sam perguntou de repente.
Eu deveria estar no viva-voz agora.
- Está brincando? Vocês me fizeram rodar 130km² de propriedade.
- Foi onde as vitimas desapareceram.
- Até agora não tenho nada, não. E vocês?
- De um coisa eu tenho certeza, estamos caçando um gênio. - disse .
- Um gênio? - eu perguntei sorrindo - Vocês acham que eles podem conceder desejos?
- Eu não sei, eles são poderosos. - disse Sam.
- Mas bem diferente da Barbara Eden em Jeannie é um gênio. Os gênios se alimentam de pessoas a séculos.
- A Barbara Eden era linda, né? Mais que a atriz da feiticeira. - Eu disse me lembrando das lindas atrizes e sorrindo.
- DEAN. - gritou do outro lado da linha.
- Ele não presta atenção no que estamos falando. - Sam comentou.
- Claro que presto, estou ouvindo. Onde é que eles se escondem?
- Geralmente em ruinas, quanto maiores melhores. É melhor para se esconder.
- Eu vi um lugar agora a pouco. Vou dar uma olhadinha.
- Espera, vem buscar a gente. - disse .
- Eu sei que não é nada, só quero dar uma olhada. - antes de desligar o celular ouvi reclamando algo como "eu deveria ter vindo com o meu bebê". Ela estava falando do carro dela, claro.
Fiz o retorno e procurei novamente pelo lugar que havia visto momentos antes, onde o gênio poderia estar escondido. Desliguei o carro e sai indo em direção a entrada de um enorme Galpão. Peguei minha lanterna e minha faca, e comecei a andar pelo local. Ouvi algo perto de mim e parei de andar, quando me virei para surpreender seja lá o que fosse, não havia nada. Então continuei a andar por um corredor sombrio quando fui jogado fortemente contra a parede e o gênio segurou minha mão com força me fazendo soltar a faca, então suas mãos ficaram azuis com alguma coisa mística igual aos seus olhos, ele aproximou as mãos até a minha cabeça me fazendo apagar em seguida.

xx

Eu acordei assustado e olhei para TV que passava um filme de terror dos anos 50, eu acho. Eu olhei em volta e não estava no galpão com o gênio, estava em uma casa que nunca havia visto na vida. Me levantei da cama e procurei por uma roupa qualquer e sai do quarto olhando a casa tentando não fazer barulho, não sabia se havia alguém na casa, era melhor não ariscar acordar alguém. Simplesmente fui para a sala e liguei para Sam.
- Dean? - ele atendeu.
- Sam. - sussurrei baixinho.
- O que aconteceu?
- Sei lá, eu nem sei onde eu estou. - eu disse olhando em volta.
- O que? O que houve?
- O Jim, ele me atacou. - disse andando de um lado para o outro na sala.
- O Gim? Você estava bebendo Gim?
- Não, doido. O Jim, a criatura medonha. Esqueceu? Ele pôs a mão em mim e eu acordei em uma casa estanha que nunca vi na vida. A está com você, não está?
- Dean, você bebeu? Isso é conversa de bêbado. não está aqui comigo, por que estaria? Ela é sua esposa.
- Cara, ta me zuando? - eu perguntei sem acreditar no que meu irmão estava falando. Ele só podia estar tirando uma com a minha cara.
- Olha, está muito tarde, ok? Vai dormi um pouquinho. Te vejo de manhã. - Sam disse desligando o telefone na minha cara.
Filho da mãe. Eu guardei meu celular no bolso e vi algumas cartas sobre a mesa, as peguei e comecei a ler para quem fui endereçadas.
- Colt. Lawrence, Kansas. - olhei para o outra carta - Dean Winchester. Lawrence, Kansas. - e mais outra. - Dean Winchester. Lawrence, Kansas.
Lembrei de quando disse que Sammuel Colt era seu ancestral e que seus tios haviam feito de tudo para eles não serem localizados. Devem ter mudado o sobrenome dela, sendo o original era Colt. Colt.
Olhei em volta e vi algumas fotos sobre uma estante. Me aproximei e vi fotos da junto comigo e de uma foto minha de quando era pequeno. Então vi uma em especial, me aproximei incrédulo e olhei a foto. Nela estávamos, eu, papai, Sam e... mamãe. Deixei o porta retrato cair no chão e sai as presas pegando meu carro e dirigindo para o meu antigo endereço. Respirei fundo descendo do carro e andando até a porta bati com força na mesma e apertei a campainha umas três vezes totalmente desesperado. A luz da varanda acedeu e então a porta foi aberta. Marry apareceu com uma feição sonolenta me olhando sem entender o que estava acontecendo.
- Dean?
- Mamãe. - eu disse surpreso, assustado e incrédulo.
- O que está fazendo aqui? Veio buscar o Luke? - ela perguntou preocupada. - Você está bem?
- Eu não sei. - eu disse em um sussurro.
- Não quer entrar? - ela perguntou me puxando com delicadeza pelo braço para dentro da casa.
Eu entrei e ela fechou a porta me olhando ainda preocupada.
- Lucas está dormindo, achei que o pegaria pela manhã. - ela disse se virando para mim como se perguntasse o porquê de eu estar lá.
A verdade é que não estava prestando atenção no que ela dizia.
- É.. - eu fechei os olhos e quando voltei a abrir ela ainda estava lá, não era ilusão. - Me responde uma coisa? Quando eu era pequeno. O que me dizia sempre que me colocava na cama?
- Eu não estou entendem...
- Responde a pergunta. - eu disse de uma forma um pouco rude e ela sorriu docemente para mim.
- Eu dizia que os anjos olhavam por você.
Ela acertou, era exatamente isso. Eu sorri me aproximando dela e a abraçando com força, ela passou as mãos pelas minhas costas e falou em uma voz preocupada.
- Querido, você está me assustando. Me diz o que está acontecendo.
Eu a soltei do abraço e olhei para o rosto preocupado de minha mãe.
- Você acha que desejos.. Podem... - Parei de falar admirando o rosto dela.
- O que? - perguntou ela aflita.
- Nada. Esquece. - Eu disse a abraçando novamente. A emoção estava tomando conta de mim e eu mal podia acreditar que minha mãe estava viva. - Só estou contente, muito contente em te ver. - Eu disse a soltando do abraço novamente. - Você está linda.
- O que? - Ela sorriu ainda sem entender o que estava acontecendo.
Eu me afastei dela e fui olhar algumas fotos que estavam sobre uma estante.
- Quando eu era pequeno houve algum incêndio aqui? - eu perguntei vendo as fotos da nossa família de quando eu e Sam ainda éramos pequenos. Fotos da minha formatura, da formatura de Sam, do papai vestido com um uniforme de Softball.
- Papai jogava Softball? - eu perguntei e vi minha mãe me olhar franzindo a testa - O time do papai... eu acho curioso.
- Sei pai adorava aquele time. - disse ela, e eu pude ver a dor em seus olhos.
- Ele morreu? - eu perguntei sem pensar e ela me olhou com preocupação. - Digo... O dia em que ele morreu.
- Morreu de derrame, morreu dormindo. Você sabe disso. - ela disse.
- Que ótimo... que ele teve um morte tranquila. - eu disse a olhando. Melhor do que a alternativa com certeza.
- Andou bebendo. - ela disse cruzando os braços desapontada.
- Não, eu não bebi. Mãe... eu...
- Eu irei ligar para a , para ela vim te buscar. - ela disse já pegando o telefone eu me aproximei e a impedi que o fizesse.
- Não, eu quero ficar aqui.
- Por quê?
- Porque eu senti falta de casa. Pode ir dormi eu fico aqui. - eu disse me sentando no sofá e ela se aproximou passando a mão em meu rosto.
- Quer subir e dormi com Lucas? - ela perguntou me olhando com ternura.
- Com... Com Lucas?
- É... Seu filho vai gostar de saber que está aqui. - ela disse segurando minha mão.
Eu me levantei e fui guiado por ela até meu antigo quarto. Quando Marry acendeu a luz pude ver o quarto. As paredes estavam em um tom claro de azul com alguns quadro de fotos na parede de mim e minha família junto com um menino que parecia comigo quando criança.
O mesmo garoto das fotos estava deitado na cama dormindo tranquilamente agarrado a um ursinho. Era a minha imagem de quando era pequeno.
- Lucas. - sussurrei e minha mãe sorriu para mim.
- Vai lá se deita com ele.
Eu não disse nada apenas olhei para ela assustado sem saber muito bem o que fazer. Mamãe me puxou delicadamente até perto da cama e se inclinou um pouco na direção do garoto.
- Luke? Luke? - ela o chamou com doçura e ele abriu os olhos sonolento e cansado sem entender o que acontecia. - Seu pai veio dormir com você.
Lucas me olhou e sorriu dando espaço para mim em sua cama. Sorri para ele e me sentei na beirada da cama.
- Dorme um pouco... - Marry disse beijando a minha testa. - Eu te amo.
- Eu também. - eu disse sorrindo para ela, tirando o sapato e me deitando ao lado de Lucas. Mamãe pagou a luz e fechou a porta.
Agora estava tudo confuso. Afinal o que tinha acontecido? Papai teve uma morte natural, mamãe estava viva e eu estava casado com e tinha um filho com ela. E Sam... nem sabia onde Sam estava, mas parecia estar bem. Tudo estava bem.
Lucas colocou uma das mãos sobre meu rosto com ternura e eu adormeci segundos depois.

xx

Acordei e logo vi Lucas ainda dormindo tranquilamente com seu rosto angelical. Tirei sua mão sobre meu rosto, me levantei e sai do quarto. Tudo com cuidado para não acordá-lo. Andei pelo corredor até chegar as escadas não acreditando que aquilo estava mesmo acontecendo. Olhei ao meu redor e estava mesmo na minha antiga casa. Peguei o celular e disquei o numero do Sam, mas a chamada caiu na caixa postal. Desliguei o celular e sai desesperado porta a fora. Eu queria entender o que estava acontecendo e iria descobrir nem que fosse a ultima coisa que eu fizesse na vida. Cheguei a faculdade e procurei por um professor que pudesse me ajudar com isso. Falei com um dos professores sobre os Jim's, mas não descobri nada demais, nada que explicasse o porque de um Jim conceder um desejo ou alterar a realidade. Sai da faculdade e fui até meu impala olhando o porta malas, não havia armas, nem fundo falso, nada.
- Quem diria em neném? Somos civis. - eu disse ao meu querido carro, enquanto fechava o porta malas.
Olhei e volta e vi uma garota de cabelos castanhos, pele clara e vestido branco parada do outro lado da rua me olhando. Comecei a andar em direção a ela e ela não se movia nem nada. Um carro freou quase em cima de mim tirando minha atenção para a garota do outro lado da rua, quando voltei a olhar para onde ela estava anteriormente não havia nada, só pessoas andando, mas ninguém parecido com ela. Ela havia simplesmente sumido. Respirei fundo e voltei ao meu carro, o melhor a se fazer era ir pra casa.
Quando cheguei na minha antiga casa, ou melhor casa da minha mãe. Ela fez um café da manhã para mim. Quando dei a primeira mordida sorri sentindo o gosto agradável da comida, a melhor que eu já havia comido. Comida de mãe é sempre a melhor.
- Esse é o melhor Sanduiche que eu já comi.
- Obrigada. - mamãe gritou da cozinha.
- Eu tentei falar com o Sam mais cedo. E onde é que ele está? - perguntei de boca cheia.
- Ele já vai chegar. - ela disse aparecendo na porta da sala de jantar.
- Que bom, quero vê-lo. - eu disse dando outra mordida.
Minha mãe de aproximou se sentando em uma cadeira ao meu lado e passando a mão em meu rosto.
- Querido, não me leve a mal. Foi bom vir até aqui de repente, mas não deveria estar no trabalho? - ela perguntou franzindo a testa.
- Trabalho? - perguntei sem entender.
- No corpo de bombeiros... - ela disse erguendo as sobrancelhas.
- Ah, é. No corpo de bombeiros, né? Sou bombeiro. - eu disse sorrindo e olhando pra ela que confirmou com a cabeça. - Então... mas eu, eu, eu... tô de folga.
Mordi mais uma pedaço de sanduiche e olhei para a janela, logo notei a grama alta no quintal e fui até a janela para olhar melhor.
- Nossa. A grama está precisando de uma aparada.
- Você quer aparar a grama? - Marry me perguntou com uma voz doce.
- Eu adoraria aparar a grama. - eu disse sorrindo.
- Então divirta-se. Até parece que nunca aparou a grama. - disse ela e eu sorri mais ainda porque nunca tinha feito isso mesmo.
Depois que terminei de comer peguei o cortador de grama e me diverti no quintal de casa, quando terminei de cortar a grama peguei uma cerveja e comecei a tomar sentado na escada da frente da casa. A porta atrás de mim foi aberta e Lucas apareceu me dando um beijo no rosto e se sentando ao meu lado.
- Bom dia, pai. - ele disse me olhando animado e agarrando seu ursinho. - não vai trabalhar hoje?
Eu ainda não estava acostumado com a ideia de ter um filho que aparentava ter por volta dos quatro anos, mas não poderia falar para o garoto a verdade, não é? Teria que tentar ser um bom pai, então sorri para ele.
- Não. Algum plano do que fazer hoje?
- Hoje é aniversário da vovó, vamos comer fora. - ele disse sorrindo.
- Hoje é aniversário da vovó? - eu perguntei a ele confuso e ele me olhou fazendo careta.
- Esqueceu de comprar o presente dela, não é?
- Não, não. Eu... Comprei um presentão pra ela. - eu disse tomando um gole de cerveja.
- Posso ver? - ele perguntou curioso.
- Mais tarde. - eu disse observando um carrão parar em frente a casa.
- TIO SAM. - Lucas gritou saindo do meu lado e correndo até Sam e Jess que saiam do carro. Me levantei e fui atrás do garoto.
Lucas abraçou as pernas de Jess e ela sorriu se abaixando para abraça-lo, depois ele foi abraçar Sam. Abracei Jessica com toda a minha força, mal dava para acreditar que ela estava viva também.
- Também é um prazer te ver, Dean. - ela disse enquanto eu apertava mais ela. - eu estou sem ar.
A soltei e me virei para Sam que estava com Lucas no colo.
- E ai Sam.. Olha só, você e a Jessica... Brincadeira, hein? - eu disse sorrindo e olhando para ele que sorria também. - De onde vocês vieram?
- Bom... A gente acabou de chegar da Califórnia.
- Califórnia! Stanford, né? Está fazendo direito.
- Não tem jeito, né? Já está bebendo no aniversário da mamãe. - Sam disse olhando para a garrafa de cerveja em minhas mãos decepcionado.
- Não, ele só tomou alguns goles. - Lucas disse me olhando e sorrindo. - Papai estava aparando a grama da vovó.
- Ótimo.- Sam disse sorrindo para Lucas e o colocando no chão.
Meu celular começou a tocar, o peguei do bolso e atendi.
- Dean? Dean, você está bem? - perguntou com uma voz preocupada do outro lado da linha.
- Tô, calma. - eu disse sorrindo ao ouvir a voz dela.
- Ainda bem. Você não foi trabalhar e não estava em casa achei que tinha acontecido algo.
- Relaxa. Estou bem. Estou na casa da mamãe.
- Ótimo. Vem com o Lucas para casa? Preciso dar um banho nele e o arrumar para o jantar.
- Tudo bem, já estou indo.
- Estou esperando por vocês. - ela disse com ternura.
- Era a mamãe? - Lucas perguntou se aproximando de mim.
- É, sim. Vamos para casa. - Eu disse o pegando no colo e olhando para Sam e Jessica. - Nos vemos mais tarde.
Eu me virei e fui em direção ao carro colocando Lucas no banco de trás e o prendendo com o sinto de segurança. Em seguida sentei no banco do motorista e dirigi até "minha" casa. Tirei Lucas de dentro do carro e entrei junto com ele em casa.
estava sentada no sofá assistindo TV. Luke correu até ela e se jogou em cima de sua mãe sorrindo. também sorria e aquela parecia ser uma das melhores cenas que já vi na vida. olhou para mim sorrindo, então andei até o sofá se sentando ao seu lado.
- Oi. - eu disse sorrindo.
Não sabia o que dizer para essa , não sabia se era igual a minha . Quer dizer por fora é a mesma, mas e por dentro?
- Oi, Dean. - ela disse me dando um beijo e me olhando. - Sua mãe me disse que você foi pra lá noite passada. O que houve?
- Estava com saudades de casa.- eu disse dando de ombros.
- Se faz sempre de durão, mas na verdade é um coração mole. Tão Dean. - ela disse sorrindo e me dando outro beijo. Lucas olhou para nós dois sorrindo.
- Papai estava aparando a grama da vovó. - Lucas disse apertando seu ursinho de pelúcia. - Parecia que nunca tinha feito isso na vida.
- Seu pai é uma criança igual você. Eu tenho dois filhos ao invés de um filho e um marido. - disse dando fazendo cosquinha em Luke que ria sem para.
- MÃE, PARA! - Luke dizia quase sem ar de tanto rir, então parou olhando para o menino que estava com o rosto todo vermelho.
- Papai me ajude a se vingar. - disse Luke soltando seu brinquedo e eu sorri concordando com ele.
se levantou e correu. Peguei Luke no colo e corri atrás dela, quando chegamos no quarto empurrei em cima da cama e eu e Luke começamos a fazer cosquinhas nela até ela não aguentar mais de tanto rir. Brincamos a tarde toda com nosso filho, como uma família de verdade.

Perto o horário do jatar a campainha tocou e eu fui correndo atender enquanto terminava de arrumar Luke. Abri a porta e dei de cara com um Chad sorridente.
- Chad! - eu disse entusiasmado o abraçando fortemente. - Cara como você está?
Chad sorriu quando o soltei do abraço dando espaço para que ele entrasse.
- Eu estou bem. - ele disse entrando em casa. - E vocês como estão?
- Acredito que melhor impossível.
Luke veio correndo como uma bala do quarto e se jogando nos braços de Chad.
- Tio, que saudade. - ele disse de uma forma meiga.
Chad o abraçou forte e sorriu para o sobrinho.
- O tio demora a aparecer, mas quando aparece trás presente para compensar. - Chad disse enquanto Luke se agitava em seu colo.
- Chad! - disse entrando na sala e sorrindo para o irmão. - Chegou em boa hora.
- Eu sempre chego em boas horas. - Chad disse sorrindo e se aproximando da irmão lhe dando um abraço.
- Estamos indo comemorar o aniversário da vovó. - Luke disse levantando as mãos animado e todos rimos.

xx


- A mamãe. - Sam disse erguendo sua taça de vinho.
E todos na mesa erguemos as taças brindando a mamãe. Jess estava sentada ao lado direito de Sam, ao lado esquerdo dele estava Chad e mais a esquerda estava Luke em uma cadeira para crianças que era mais alta que as demais. estava entre mim e Luke e mamãe entre mim e Jessica. Meu irmão beijou Jessica e eu sorri ao ver o quanto tudo estava bem e o quanto Sam estava feliz.
- Você esta parecendo um pai coruja olhando para o Sam. - disse baixinho perto do meu ouvido e eu sorri.
- Eu sei. Gosto de ver ele feliz ao lado dela.- eu disse olhando para a minha linda esposa.
- Que bom. - ela disse sorrindo. - Que tal comermos um X-burguer quando chegarmos em casa?
- Ótima ideia. - eu sussurrei admirando ela. Era a mesma só que não era uma caçadora talentosa, era apenas uma mãe e esposa perfeita. - Você é simplesmente perfeita.
Ela sorriu e se aproximou de mim me dando um beijo.
- Eu e Jess temos outra surpresa para o aniversário da mamãe. - Sam disse sorrindo de orelha a orelha, fazendo todos olhar para ele. - Você quer contar para eles?
- É a sua família. - Jessica disse dando de ombros.
- Contar o que? - Mamãe perguntou curiosa.
Sam segurou a mão de Jessica e a levantou mostrando o anel de noivado que estava no dedo da garota. Todos da mesa sorrimos menos Luke que pareceu não entender o que acontecia.
se levantou e o abraçou forte dava para ver que mesmo não tendo se conhecido em circunstâncias diferentes de "outra vida" eles tinham uma ligação. Me levantei e esperei para falar com meu irmão assim que mamãe o soltasse. pegou Luke no colo começou a conversar animadamente com Jessica e Chad.
- Meus parabéns, Sam. É muito bom te ver feliz. - disse apertando a mão dele.
Ele me olhou como se estivesse surpreso com o que eu havia dito e eu apenas sorri. Até ver a mesma garota que havia visto assim que sai da faculdade parada em um canto do restaurante. Tirei Sam da minha frente e comecei a andar até a garota a passos rápidos tentando desviar das pessoas que passavam a minha frente, mas quando cheguei perto não havia nada. Fiquei olhando incrédulo por alguns segundos, então virei para minha família, que me olhavam assustados.


xx

- Eu terei um priminho. - Luke disse em um tom lento e sonolento enquanto entravamos na casa da mamãe sorrindo e conversando. Sam me puxou um pouco para sala e me olhou preocupado.
- Dean, o que foi aquilo no restaurante?
- Eu só pensei ter visto alguém, mas não é nada. - eu sorri para Sam pensar que não era nada mesmo.
- Olha, eu adorei meu aniversário. Obrigada. - ela disse nos mandando beijo. - boa noite.
- Boa noite. - nós cinco e o pequenino dissemos em unissono.
Luke estava morrendo de sono e já jogado no sofá só olhando para nós cinco.
- É... Estou exausto. Você já quer ir dormi? - Sam perguntou a Jess que confirmou com a cabeça.
- Oh, calma. Não são nem nove horas. O que acha de sairmos para beber? Luke fica dormindo aqui. - eu disse animado, me olhou como quem diz para deixar pra lá, mas eu queria comemorar com o meu irmão a vida nova que estávamos tendo.
- Deixa pra próxima. - Sam disse sorrindo.
- Qual é cara? Olha a gente. Cada um está com sua linda mulher. Menos Chad que é um encalhado, mas vamos celebrar. - eu disse dando um tapa no ombro dele.
Os quatro ficaram parados olhando para mim por alguns segundos até Sam se manifestar.
- Gente, nos dá um segundo? Tenho que falar com meu irmão.
- Claro. - disse Jess e Chad disseram em unissono.
- Tudo bem.- disse se virando para Luke que estava quase dormindo no sofá. - vem filho.
Luke se levantou e andou até que o pegou no colo acariciando sua cabeça, então os quatro saíram da sala, deixando eu e Sam sozinhos.
- Vem cá. - Sam disse andando para o outro lado da sala.
- O que foi? - perguntei assim que ele parou de andar e se virou para mim.
- O que deu em você? - ele me perguntou com seriedade colocando as mãos no bolso da calça social.
- Como assim? - perguntei sem entender.
- Você está bancando o bom rapaz cheio de amor para dar.
- Eu só estou feliz por você, Sammy. - eu disse sorrindo e batendo de leve em seu ombro.
- Ah, tem isso também. Desde quando você me chama de Sammy? - ele perguntou se afastando e fazendo uma careta ao franzir a testa. - Dean, qual é? A gente só se fala nos feriados.
- É mesmo? - perguntei e ele concordou. - É, claro. Você é meu irmão.
- Você é meu irmão?
- É - confirmei sorrindo.
- Pois é, foi isso que disse quando roubou o meu cartão eletrônico. Ou quando não foi à minha formatura. Ou quando ficou com a Rachel Nave.
- Quem? - eu perguntei sem entender.
- Ah, era meu par no baile. Na festa de formatura.
- Isso parece ser típico. Mas desculpa, cara. - eu disse me aproximando dele e ele deu dois passos para trás.
- Não, tudo bem. Não faz mal. Eu não estou aqui pedindo para você mudar, mas é que... Eu acho que nós não temos nenhuma afinidade. - Sam me olhou por alguns segundos e eu fiquei sem o que dizer. - Boa noite.
Ele passou por mim para ir dormi, mas o segurei pelo braço.
- Espera. Nós temos. Temos, sim. - eu disse sorrindo igual bobo.
- Ah, é? Qual? Qual?
- Caça.
- Caça? Eu nunca cacei em toda a minha vida, Dean. - Sam me olhava como se eu estivesse louco.
- Pois, é. Você deveria experimentar. Tenho certeza de que seria um bom caçador. - eu disse tentando contornar o assunto.
Ele confirmou com a cabeça e deu alguns passos e voltou a se virar para mim.
- Dorme um pouco. - Sam disse saindo da sala.
O que eu senti foi um aperto no peito. Eu estava errado, não estava tudo bem.
logo entrou na sala com Luke adormecido em seu colo e Chad ao seu lado e nós fomos para casa. Ela colocou Lucas em sua cama enquanto eu tomava um banho e tentava esquecer da relação difícil entre mim e Sam. Depois que sai do banheiro foi ela que entrou no banho enquanto eu assistia TV e Chad ia se deitar.
se aproximou de mim com uma cerveja em mãos e se sentou ao meu lado.
- Minha preferida. Parece que me conhece muito bem. - eu disse tomando um gole da cerveja.
- Parece que sim. Afinal estamos a cinco anos juntos. - ela disse sorrindo e passando uma de suas mãos pelo meu rosto. - Lembro como se fosse hoje nós nos conhecendo na festa de formatura dos nossos irmãos que estudavam juntos. Você ficou com a Rachel Nave aquele dia. Ela era o par do seu irmão não era?
- É... Era. - eu disse torcendo a boca nem um pouco orgulhoso da minha façanha que eu nem ao menos lembrava. sorriu.
- Foi tudo muito rápido entre a gente, mas não me arrependo de nada. Estou aqui com você e com Luke. Não tem nada que seja melhor que isso.
Eu suspirei sorrindo junto com ela e lhe dando um beijo em seguida.
- Eu te amo. - sussurrei com meus lábios ainda colados aos dela e ela abriu um sorriso enorme.
- Eu também te amo.
Ouvir aquilo me deixou feliz de uma maneira que nem sei como explicar. Era a primeira vez que a ouvia dizer isso para mim.
- Sabe... - ela disse afastando o rosto do meu. - vai ficar tudo bem. Você e Sam. - ela disse sorrindo fraco.
- Nós não somos amigos. Isso me perturba. - eu disse suspirando.
- Vocês não passam muito tempo juntos. É só isso. - ela disse dando de ombros. - Vocês só não se conhecem bem... E caia entre nós, ele está perdendo um grande irmão. - ela disse sorrindo e eu sorri de volta.
- Eu posso me entender com Sam. Me redimir com ele, com todo mundo.
sorry friend a testa.
- Ok.
- Eu sei que não vai fazer o menor sentido, mas eu sinto que ganhei uma segunda chance. E não vou desperdiça-la.
ergueu a sobrancelha e riu mais ainda.
- Tem razão. Não faz sentido.
Eu me aproximei e a beijei.
- Nenhuma outra garota seria certa pra mim. - eu disse num sussurro.
- Diga algo que eu não saiba. - ela disse também num sussurro.
Me aproximei dela a beijando e puxando pra mais perto de mim. suspirou quando beijei seu pescoço e comecei a deita-la no sofá.
- Dean, não. Não posso. - ela disse me empurrando e saindo do sofá em direção ao quarto. - tenho que ir trabalhar.
- Trabalhar agora? - eu perguntei olhando para ela sem acreditar, não conseguíamos ficar em paz nem casados?
- Esqueceu que mudei o turno para passar mais tempo com o Luke? - ela disse de dentro do quarto.
Eu me levantei curioso e fui até lá para ver. estava pegando um jaleco e roupas brancas.
- Você é médica? Você não largou a faculdade. - eu disse sorrindo me sentindo orgulhoso dela.
Ela se virou para mim sorrindo.
- E porque largaria? Isso é tudo que eu sempre quis fazer. - ela disse dando de ombros.
- É que... Muita gente acaba desistindo. Sabe como é? - eu disse tomando um gole da minha cerveja.
- Entendi. - ela disse sorrindo e se trocando. - Você pode ficar com Luke? Se quiser o levo pra casa da sua mãe. Ou falo para o Chad ficar de olho nele.
- Não, tudo bem. Eu cuido do pirralho.
Depois que saiu continuei a assistir TV. Coloquei as pernas sobre a mesa de centro e tomei um gole da minha cerveja, em seguida comecei a mudar de canal.
- "Hoje é o aniversário da queda do voou 424 Flight Britannia. Os habitantes de indianapolis acenderam velas em memória aos cento e oito passageiros."
Olhei para a TV incrédulo, vendo imagens do avião e das homenagens as vitimas.
- Não, não. Eu impedi aquela queda. - eu disse me levantando e procurando por um notebook.
Me sentei a meda abrindo o notebook e comecei a procurar matérias sobre a queda do avião. Então comecei a procurar por todos os outros casos que eu, Sam, e papai havíamos resolvido até ali. Só encontrei noticias de mortes e mais mortes, como se não houvéssemos impedido nada. Vi um vulto passar em direção ao quarto e fui até lá não havia nada no quarto até eu ouvir algo no guarda roupa. Quando o abri haviam corpos pendurados no mesmo. Quando olhei para trás vi aquela maldita garota novamente que desapereceu diante dos meus olhos.
A primeira coisa que me veio a cabeça foi visitar ele. E foi isso que eu fiz. Cheguei no cemitério minutos depois e parei em frente a lápide de meu pai.
- Todos eles... Todos que você salvou, todos que salvou, todos que Sam e eu salvamos... Estão mortos. Tem uma mulher que me assombra e eu não sei porque, ou qual é a conexão. Parece que minha antiga vida está vindo atrás de mim e ela não quer me deixar ser feliz... Sei o que sua parte que não jogava Softball diria... Diria: "Vá caçar o Jim, se ele te trouxe até aqui, ele pode te levar de volta. Sua felicidade versus todas aquelas vidas. Essa é fácil de resolver." Mas por que? Porque minha função é salvar todo mundo? Porque eu preciso ser um tipo de heroi? - comecei a me irritar com a ideia de ter que escolher entre a felicidade da minha família e a vida de outras pessoas. - E QUANTO A NÓS? A MAMÃE NÃO DEVERIA VIVER? E O SAM NÃO DEVERIA SE CASAR? E CHRISTIE? E... E Luke? Por que temos que sacrificar tudo? - As lágrimas começaram a escorrer pelo meu rosto e ouvi o barulho da tempestade que estava por vir. Respirei fundo e sequei as lágrimas indo em direção a saída do cemitério. Eu sabia o que tinha que fazer, mas não queria fazer. Eu sabia o que era certo, mas queria o errado. E por que a minha felicidade tinha que ser o errado? Muitas pessoas sonham em um dia poder salvar o mundo. Ser algum tipo de super heroi, mas eu não. Eu só queria ser normal, ter uma vida normal. Ser o cara que trabalha o dia todo e a noite chega e abraça a sua família com carinho, mas o mundo não queria que fosse assim.
Cheguei na casa da mamãe, entrei e comecei a procurar por uma faca de prata. Então ouvi alguém se aproximar por trás de mim tentando me dar um golpe, eu desviei e levei o agressor ao chão. Sam me olhou assustado sem entender o que estava acontecendo.
- Isso foi muito fácil. Estou sem graça por você. - eu disse sorrindo da cara do meu irmão.
- Dean? O que você está fazendo aqui? - Sam perguntou enquanto eu o levantava.
- Estava procurando uma cerveja. - eu disse dando de ombros.
- No armário da porcelana. - perguntou Sam duvidoso acendendo a luz e olhando para onde eu estava mexendo. - A prataria da mamãe?
- Sam...
- Você invadiu a nossa casa para roubar a prataria da mamãe? - Sam disse se aproximando de mim incrédulo.
- Eu sei o que parece, mas eu não tive escolha. - dei de ombros.
- É mesmo? Porque? O que é tão importante que justifique roubar da sua mãe?
- Quer saber a verdade?
- É... Eu quero sim.
Eu respirei fundo e sorri.
- Eu devo uma grana a alguém. - dei de ombros novamente. - Um agiota. Tenho que dar essa grana para ele hoje se não o bicho pega pra mim.
- Eu não acredito que você é meu irmão. - Sam disse fechando os olhos e passando uma das mãos pelos cabelos.
- Sam... Eu lamento, lamento que a gente não se entenda. Eu queria poder ficar aqui e me redimir, mas preciso fazer isso. Pessoas dependem disso. - eu disse me virando e pegando uma faca de prata.
- Que história é essa, Dean? - Sam perguntou me olhando preocupado.
- Nada. Diz pra mamãe que eu a amo, pra e Luke. - eu disse dando um sorriso fraco me lembrando do garoto.
Me virei e fui em direção a porta, saindo sem olhar pra trás.
Liguei o impala e fiquei alguns segundos pensando na minha vida de agora e na de antes até ouvir alguém abrir a porto do passageiro.
- Desce do carro. - eu disse a Sam.
- Eu vou com você. - Sam disse de modo teimoso.
- Você vai atrapalhar meu lado. - eu disse me irritando.
- Azar o seu.
- É perigoso, você pode se machucar.
- Você também, Dean.
- SAMMY!
- Seja lá qual for a estupidez que vai fazer, não vai fazer sozinho e ponto final.
- Não entendo... Porque está fazendo isso?
- Porque você ainda é meu irmão. - ele disse suspirando.
- Vadia. - eu disse sorrindo.
- Porque me chamou de vadia? - Sam perguntou sem entender.
- Deveria me chamar de idiota. - eu disse me lembrando das vezes que eu e Sam ficávamos nos xingando.
- O que?
- Esquece. - eu disse dando partida no carro.
Sam ficou quieto por um bom tempo até começar a me questionar sobre tudo.
- O que tem no saco?
- Nada. - eu disse dando de ombros.
- Nada?
- É, nada. - eu disse prestando atenção na estrada.
- Tudo bem. - Sam disse pegando o saco que estava entre os bancos e o abrindo.
- Não vai querer fazer isso. - eu o avisei sorrindo.
Sam deu de ombros e continuou a abrir o pacote e tirou um pote de dentro o ficou olhando por alguns segundos incrédulo do que via.
- Mas o que é isso?
- É sangue.
- É, eu sei que é sangue, Dean. Mas o que você está fazendo com isso?
Eu o olhei por um instante e meu irmão parecia assustado.
- Você não vai querer saber.
- Não não. Eu quero saber, sim. Eu quero saber.
- Eu acho que você vai descobrir mesmo. - eu disse dando de ombros. - Eu preciso de uma faca de prata com sangue de carneiro.
- E... Precisa de uma faca com sangue por que...
- Porque há uma criatura. O Gênio, tenho que caça-lo.
- Tudo bem, é... - Sam disse se arrumando no banco. - Pare o carro.
- Eu sei.. parece loucura...
- Ok, só... pare o carro.
- Mas é a verdade, Sammy. - Eu disse olhando para ele com sinceridade. - Há criaturas na escuridão. E são maus, são seres... São um pesadelo. Muita gente precisa ser salva. se não salvarmos, ninguém salva.
- Eu quero te ajudar, quero mesmo te ajudar, mas você está tendo um surto psicótico. Então... - Sam pegou seu celular do bolso detrás da calça e começou a discar alguns números. Eu abri a janela calmamente e tomei o celular das mãos dele o jogando fora.
- O que você esta fazendo? Era o meu celular. - ele disse indignado.
- Não vou para o sanatório, Sammy. Temos serviço
- OLHA AQUI. Eu só estou fazendo isso pelo seu bem, só não quero que você se machuque. - ele disse aumentando o tom de voz.
- Que me proteger?
- Quero.
- Isso é hilário. - eu disse sorrindo da cara dele. - Só fica ai quetinho e tenta não causar nossa morte.
Aumentei o som do carro em seguida enquanto Sam continuava incrédulo.
Algumas horas depois chegamos ao galpão onde o Jim havia me atacado. Parei o impala e olhei para Sam que dormia tranquilamente no banco do passageiro. Peguei minha lanterna, a liguei e apontei para o rosto de Sam que acordou assustado.
- Onde estamos? - ele perguntou olhando em volta.
- Não estamos mais no Kansas. - eu sorri abrindo o porta do carro. - Illinois.
- Acha mesmo que tem alguma coisa lá dentro? - Sam me perguntou olhando para o grande galpão.
- Eu sei que tem.
Entrei no galpão com minha lanterna em mãos e Sam me seguiu. O lugar estava do mesmo jeito que havia visto antes do Jim me atacar. Escuro e assustador.
- Olha... A deve estar preocupada. E o Luke? Você o deixou sozinho?
- Claro que não. Luke está com o Chad.
- Tanto faz, vamos embora daqui. - Sam disse baixinho. Eu parei de andar assim que ouvi um barulho e Sam parou logo atrás de mim. - Mas que gemido é esse?
- Fica trás de mim, mas de boca fechada.
Eu o olhei rapidamente e segui os gemidos pelo corredor, depois por uma escada, levando a um local pequeno e abafado que lembrava um porão. A garota que me assombrava estava pendurada pelos braços e com uma bolsa de sangue ligada a ela. Estava fraca e pálida, quase morta.
- É ela. - eu disse baixinho fazendo com que Sam saísse do seu silêncio também.
- Dean, o que está havendo? - Sam perguntou olhando assustado para a garota.
Eu levei minha mão a sua boca para que se cala-se e o puxei para longe da garota nos escondendo.
O Jim apareceu no local se aproximando da garota que acordava assustada.
- Cadê o meu pai? - Ela perguntou olhado aflita para o Jim. - Cadê ele?
- Durma, durma. - foi tudo o que o Gênio disse enquanto tocava o rosto pálido da morena.
Ela fechou os olhos em questões de segundos, adormecendo. Ele se aproximou da bolsa de sangue e tomou um pouco do sangue dela e então subiu as escadas sumindo do nosso campo de vista.
- Isso é real? Eu estou louco? - Sam perguntou aflito e ofegante.
- Ela não sabia onde estava. Achou que estivesse com o pai. - eu disse não dando atenção a Sam e me aproximando da garota. - E se for isso que o Jim faz? Ele não concede desejos apenas faz pensar que sim.
- Dean, me escuta. Aquela criatura pode voltar, está bem? - Sam disse de uma forma desesperada me puxando pela blusa.
Eu vi virei e olhei para o outro canto da sala. Algo me parecia muito familiar, dei alguns passos naquela direção e mirei por alguns minutos a lâmpada. Fleches vieram a minha mente. Nesses eu estava amarrado como a garota e inconciente. Exatamente na mesma situação que ela.
Eu senti meu coração acelerar só de pensar que eu estava na mesma que ela. Era apenas um sonho.
- Dean, por favor. Vamos embora. - Sam disse aflito atrás de mim.
- E se eu for igual a ela? E se eu estiver aqui amarrado em algum lugar? E se isso tudo for coisa da minha cabeça? - eu me virei para a garota novamente. - Talvez ele nos dê algum tipo de ácido sobrenatural e se alimente de nós.
- Não Dean, isso não faz o menor sentido. - Sam disse me olhando como se eu estivesse louco.
- E se ela aparecia para mim por isso? - me perguntei olhando para a garota frágil a minha frente. - Ela não é um espirito. Cada vez eu vejo mais lampejos da realidade. Eu posso estar amarrado aqui em algum lugar, catatônico, absorvente tudo. Eu só não consigo me libertar.
- Olha, você tinha razão. Eu me enganei, você não está louco. - Sam se aproximou me segurando pelos braços e me sacudindo. - Mas nós temos que sair daqui agora.
Eu me soltei dos braços dele com um empurrão e ele me olhou assustado e confuso.
- Acho que você não é real.
Sam se aproximou e mim e tocou nos meus braços com força.
- Você sente isso? Sente? Eu sou real isso não é nenhuma viagem, Dean. - ele disse quase desesperado. - E aquela criatura é real. Ela vai descer e matar a gente e verdade. Vamos embora daqui.
- Só tem um jeito de descobrir. - eu disse tirando a minha faca do bolso e Sam se afastou de mim com as mãos levantadas.
- Oh! O que você vai fazer?
- Uma antiga história diz que se estiver para morrer em um sonho... você acorda.
- Não, não, não. Isso é loucura.
- Talvez. - eu disse dando de ombros.
- Você vai se matar. - Sam fez menção de que iria se aproximar, mas voltou a se afastar quando levantei a faca.
- Eu vou acordar. Vai ser um dos dois.
- Isso não é um sonho. Eu estou aqui com você, agora. E você está prestes a cometer suicídio. - Sam disse tentando me acalmar.
- Não, eu tenho certeza. - eu disse dando de ombros novamente. - Não, não é certeza absoluta. Quase certeza.
Posicionei a faca para atingir meu estômago.
- ESPERA! - Sam gritou me fazendo parar. Então Marry apareceu de um canto escuro. Assim como , Chad, Jessica e... Lucas.
- Porque continuou insistindo? - Sam perguntou tristonho. - Porque não aceitou as coisas como estavam? Estava feliz.
Eu suspirei e Marry parrou na minha frente e passou suas mãos macias pelo meu rosto.
- Largue a faca querido.
- Você não é real. - sussurrei segurando a emoção. - Nada disso é.
- Mas não importa. Isso é melhor do que tudo que já teve.
- O que?
- É tudo que você quer. Olhe! Somos uma família de novo. - ela disse com um sorriso doce nos lábios. - Vamos para casa.
- Eu vou morrer. O jim vai sugar toda a minha excência em dois dias.
- Mas aqui conosco vai parecer anos. Uma vida inteira. Eu prometo. Sem dor ou medo. Só amor, conforto e segurança. - ela acariciou meu rosto mais uma vez. - Dean, fique conosco. Descanse um pouco.
- Você não terá mais que se preocupar com Sam. Você poderia vê-lo ter uma vida plena. - Jess disse com um sorriso e se aproximando do Sam.
- Assim como eu, ele terá um destino brilhante como advogado. - Chad disse com um sorriso. - tendo a vida normal que nós dois sempre sonhamos.
Marry se afastou de mim e se aproximou junto com Lucas. me deu um beijo cheio de amor e ternura e quando se afastou Luke se agarrou em minhas pernas em um abraço.
- Nós iriamos ficar bem. Toda a nossa família que poderia crescer. Eu te amo. Então... por que não deixar o lado heroico de lado? - perguntou com dor.
- Poderíamos ficar juntos por uma vida toda. Então por que não nos quer papai? - Luke perguntou com os olhos cheios de lágrimas.
- Porque devemos salvar todo mundo? - Sam perguntou parando ao lado de . - Já não fizemos muito?
- Dean, eu te imploro. Me dá a faca. - pediu me estendendo a mão.
Olhei para o rosto de cada um deles e uma lágrima correu pelo meu rosto. Eu queria poder ficar, mas não era real. Nada ali era real. Me afastei alguns passo e Luke deu um passo na minha direção. O rosto dele estava molhado pelas lágrimas que haviam escorrido, eu podia ver a dor do garoto.
- Me desculpe. - eu disse em um sussurro e gravei a faca no meu abdômen com força.
- DEAN! - ouvi a voz de Sam e gritar meu nome em um tom aflito.
- Dean? Dean? - me chamava e quando abri os olhos ela suspirou de alivio. - Sam, solta ele. - ela disse olhando para as amarras em minhas mãos e pousando suas mãos sobre meu rosto. - Calma, vamos te tirar daqui.
- Oi . - eu disse com uma voz rouca e fraca. - nada melhor do que nosso lar.
- Graças a Deus. Achamos que tínhamos te perdido. - ela disse tirando a agulha que estava no meu pescoço me sugando sangue.
- Vocês quase perderam. - eu disse tentando sorrir.
Sam se aproximou com a faca e começou a cortar a corda.
- Ainda bem que você está vivo, teimoso.
Algo surgiu da escuridão e se aproximou de Sam.
- Sam! - eu gritei e ele se virou rápido antes que o Jim pudesse o atacar de forma fatal.
pegou sua faca e tentou cortar um pouco mais as cordas enquanto Sam lutava contra o Jim. Ela parou de cortar assim que viu que Sam estava com problemas e correu para salvá-lo e eu fiz força para que a corda quebrasse.
O Jim estava próximo de fazer Sam dormir quando cravou sem dó sua faca no coração do gênio pelas costas e eu respirei aliviado quando o corpo caiu ao chão. sorriu para Sam e colocou as mãos na cintura.
- Você está me devendo uma.
Sam e eu rimos dela, então me lembrei da garota. Me aproximei do corpo dela que aparentava estar sem vida e coloquei a mão sobre seu pescoço para contestar, mas sentir a sua artéria pulsar.
- Ainda está viva! , me dá uma faca.
correu e se apressou em cortar as cordas, enquanto Sam tirava a agulha do pescoço dela e eu a segurava para não cair quando estivesse livre. Quando conseguiu cortar, eu a segurei.
- Está tudo bem, eu te peguei. Te peguei.

xx

Peguei uma foto de quando era garoto na minha carteira, mas não via como se fosse eu e sim... Luke. O pequeno Winchester. se aproximou e se sentou ao meu lado colocando a mão sobre meu ombro com carinho.
- Você está bem?
- Estou, eu só... Era tudo tão... não sei. - eu disse em um sussurro.
Sam se aproximou se sentando na cama ao lado.
- Era tão perfeito assim? - ele perguntou também num sussurro e eu dei um sorriso fraco.
- Vocês precisavam ver... Mamãe viva. Sam era um advogado mauricinho. - eu disse sorrindo e sendo acompanhado pelos dois - era uma linda médica - eu passei a mão sobre a minha foto - Luke... Vocês iriam amar o Luke.
olhou para a foto e sorriu docemente.
- Sua foto? Ele se parecia com você quando pequeno?
- Sim, ele parecia comigo, mas tinha toda a sua doçura... não vejo mais essa foto como minha. - eu disse suspirando e fez o mesmo em seguida. - Nós éramos felizes e normais. Apesar do Sam ser um chato.
Nós três rimos baixinho.
- Mas nenhuma fantasia poderia ser perfeita, né? - Sam disse pensativo.
- Mas não era... foi só um desejo. Desejei que nossas mães estivessem vivas. Assim nenhum de nós seriamos caçadores. Vocês sabem...
- É, eu sei. - Sam disse baixinho.
- Mas eu acho isso bom. Que bom que você conseguiu voltar, Dean. A maioria não teria tido força, teria ficado.
- É, sorte minha. - eu disse pensativo e me levantando da cama em seguida. - Mas eu vou te contar. Nós dois éramos casados. E você Sammy estava noivo da Jessica. Mamãe teria mais netos além do Luke. Chad estava mais que bem...
- É cara, mas não era real. - Sam disse me olhando.
- Eu sei, mas eu queria ficar. - eu disse fechando os olhos por alguns segundos. - Eu queria tanto ficar... Depois que o papai se foi eu fico pensando em tudo que sacrificamos pelo nosso trabalho. Nós perdemos muito. Nós nos sacrificamos tanto.
- Dean, tem muita gente viva graças a você. Vale a pena. - disse Sam.
- Não é justo e é muito doloroso, mas vale a pena. - completou se aproximando de mim com calma e delicadeza.
Ela me abraçou com força e carinho. Sam se levantou e se aproximou formando um abraço em trio. A verdade era que eu sabia que valia a pena, pois apesar de ser doloroso havia momentos bons e únicos entre nós três. E quando Marry me disse "Isso é melhor do que tudo que já teve." ela estava errada.


XV - Demônios a solta. (Parte 1)

Dean POV's

Parei o Impala na frente de um café e peguei minha carteira, entregando alguns dólares a Sammy.
- Ei, não se esquece de mandar caprichar na cebola dessa vez, hein?
- Maninho... - Sam disse, pegando o dinheiro das minhas mãos. - Sou eu que tenho que ficar ao seu lado aturando seu bafo de cebola.
Sam abriu a porta e desceu do carro.
- Hei, vê se eles têm torta lá - eu disse e Sam rolou os olhos, fechando a porta e indo em direção ao café. - EU QUERO TORTA. - Gritei, sorrindo e aumentando o rádio em seguida. - Eu adoro torta.
Suspirei e comecei a cantar com a música enquanto olhava para a janela do café, vendo Sam conversar com um dos funcionários.

On a distant highway, yeah
(Em uma estrada distante, sim)
I've got to keep on chasing a dream
(tenho de continuar a perseguir um sonho)
I've got to be on my way
(tenho que estar no meu caminho)
Wish there was something...
(gostaria que houvesse algo...)


De repente o rádio começou a dar um tipo de interferência. Bati nele, - com cuidado para não quebrar - mas continuava a falhar até parar totalmente. Olhei em volta do carro e não havia nada por perto. Olhei para a janela do café e aparentemente não havia ninguém lá dentro, nem mesmo Sam. Abri a porta do carro rapidamente e corri até o café. Quando abri a porta, dei de cara com um homem morto sobre a mesa. Peguei minha arma e comecei a andar pelo local.
- Sam?
No café tocava uma música suave e eu continuei a andar até atrás do balcão. Os corpos dos funcionários estavam no chão, gargantas cortadas. Corri e abri a porta dos fundos.
- Sam? - chamei, mas não havia nada e nem ninguém lá. Senti algo em uma de minha mão, olhei para ela e estava suja de algo que estava na porta. - Enxofre.
Saí correndo para a entrada do café. Onde poderia estar Sam? Onde estava o meu irmão?
- Sam? - eu gritei me aproximando do carro. - Sammy? Sam?
Mas não havia resposta. Não havia ninguém por perto para responder.


xx


POV's

Desci as escadas rapidamente e me deparei com Chad assistindo televisão, jogado no sofá. Aproximei-me sorrindo e comecei a mexer em seus cabelos.
- Está tarde, não vai subir e dormi? – perguntei, olhando-o e ele apenas sorriu, sonolento.
- A preguiça tomou conta dos meus braços e pernas. Não posso subir. Não os controlo mais.
- E se... - eu disse me sentando ao seu lado lentamente. - Eu te encher de cócegas?
- Não, nem pense nisso. Sabe que odeio cócegas! - ele disse, se levantando rapidamente do sofá.
Eu ri e me levantei, indo em direção a cozinha.
- Vai dormir.
Ouvi Chad desligar a TV e subir as escadas enquanto eu abria a geladeira e pegava um copo de água. Terminando, subi as escadas lentamente e decidi dar uma olhada em Chad antes de dormi. Abri a porta do seu quarto vagarosamente para não fazer barulho e me deparei com sua cama intacta.
Não havia nada, nem ninguém.
- Chad? - o chamei baixinho.
Um cheiro forte veio as minhas narinas e eu me aproximei da janela rapidamente olhando para o lado de fora. Então vi na janela algo que me parecia familiar, assim como o cheiro forte.
- Enxofre. - Me afastei da janela e olhei o quarto todo ao meu redor.
- CHAD?
Mas ninguém me respondeu, só ouvi o barulho do meu celular tocando. Corri até o meu quarto procurando o celular. Quando o achei vi o numero de Dean na tela.
- Dean!
- , o Sam sumiu.
- O Chad também. - eu disse com um aperto no coração. Algo ruim estava acontecendo. Algo muito ruim.


xx


Sam POV's


Acordei, me deparando com o céu nublado sobre mim. Estava deitado no chão, isso não era difícil de se perceber. Levantei-me vagarosamente do chão e olhei o lugar ao meu redor. A meu ver eu parecia estar em algum tipo de cidade abandonada.
Comecei a andar pela tal cidade atento para qualquer coisa que acontecesse ao meu redor. Aproximei-me de um beco que havia entre duas casas, então ouvi um barulho. Agachei, peguei um pedaço de madeira no chão e me preparei para atacar seja lá quem fosse ou o que fosse que sairia dali.
Um homem de rosto familiar levantou as mãos rapidamente para se proteger.
- NÃO.
Abaixei a madeira franzindo a testa sem entender o que ele fazia ali.
- Andy?
Andy levantou a cabeça para me olhar e sorriu ao ver quem eu era.
- Sam? Que bom que é você. - ele disse, aliviado e olhou ao nosso redor. - O que faz aqui?
- Não sei. - eu disse sorrindo.
- O que eu estou fazendo aqui? - Andy perguntou, aflito.
- Não sei.
- Onde estamos?
- Andy, acalme-se. - eu disse o olhando passar as mãos pelos cabelos com nervosismo.
- Não consigo me acalmar. Acordei nas terras doidas da fronteira.
- Qual a última coisa que se lembra?
- Pra ser sincero, minha quarta baforada no narguilé de maconha. - ele disse fechando os olhos e eu dei risada. - Foi estranho. De repente, tinha um cheiro forte de...
- De enxofre?
- Como sabe disso? - Andy perguntou me olhando confuso.
- Dean.
- Seu irmão está aqui?
- Enxofre.
- Não sei onde ele está. Não sei se ele... - eu disse olhando a nossa volta.
- Ah!
- SOCORRO! - ouvi alguém gritar em algum lugar não muito longe de onde estávamos.
Eu e Andy andamos até a voz. Era algum tipo de banheiro e a porta estava trancada com um cadeado.
- Tá tudo bem, estou aqui. Vamos tirá-la daí, beleza? Espera aí. - Eu disse procurando algo para quebrar o cadeado. - Certo, um segundo.
Peguei uma grande pedra no chão e comecei a bater com força no cadeado até ele arrebentar. Tirei e abri a porta, uma mulher de cabelos castanhos me olhou surpresa e assustada.
- Ava?
- Ai, meu Deus! Sam! - ela disse, chorando e me abraçando fortemente.
- Suponho que já se conhecem. - Andy disse coçando a cabeça.
- Como você... Quero dizer, como... - ela não conseguia terminar a frase de tanto nervosismo.
- Ava, esteve aqui esse tempo todo? - perguntei a olhando sem entender. Ava havia sumido havia meses.
- Esse tempo todo? Acabei de acordar aqui faz meia hora. - ela disse me olhando confusa.
- Você sumiu há 5 meses. Meu irmão e eu a estamos procurando em toda a parte.
- Isso é impossível, porque vi você dois dias atrás.
- Não, viu não. Sinto muito.
Ela ficou me analisando por alguns segundos para ver se eu estava fazendo algum tipo de brincadeira.
- Mas isso não faz sentido. Não é... Ah meu Deus! Meu noivo, Brady. Se estou desaparecida por tanto tempo, ele deve estar desesperado!
- É. - eu disse apenas. Não queria contar que seu noivo estava morto.
- Quem é ele?
- Sou Andy, também desesperado. - Andy disse sorrindo para ela.
- Beleza. - disse Ava, parecendo tentar manter a calma - O que está havendo?
- Bem, eu... Na verdade, ainda não sei, mas sei de uma coisa. Sei o que nós três temos em comum. - eu disse olhando ao nosso redor e vi alguém que não me era estranho ao longe. - Ou melhor, nós quatro temos em comum.
- SAM! - Chad gritou assim que notou a minha presença, correndo até nós. Era de se esperar que ele também estivesse ali. Isso já parecia ser uma reunião entre paranormais ou algo do tipo.
- Chad! – eu disse quando ele se aproximou e me deu um abraço rápido.
- Cara, que sorte te encontrar. - ele olhou para Ava e Andy. - Sorte encontrar todos vocês, achei que estava sozinho nessa cidade estranha.
- Não chamaria isso de sorte - disse Ava, passando as mãos pelos cabelos. - Nem sabemos onde estamos.
- Antes perdido com alguém do que sozinho - disse Andy, dando de ombros.
- Isso ai, Andy - eu disse, sorrindo. - Chad, qual a última coisa que lembra?
- Estava dormindo no sofá e fui acordado por , que me mandou para o quarto. Quando cheguei lá, senti cheiro de enxofre e apaguei.
- Entendi - eu disse, pensativo. Que diabos estavam acontecendo, afinal?
- Olá? Alguém por aí? - Uma voz masculina veio ao longe.
- Talvez mais que quatro. - Chad e Andy disseram em uníssono.
- Esperem. - Olhei para os três e comecei a ir em direção a voz e eles me seguiram.
Vi um homem negro e uma garota loira vindo em nossa direção.
- Olá?
- Ei! - eu disse, me aproximando dele lentamente. - Ei, estão bem?
- Acho que sim - disse o homem, nos olhando com desconfiança.
- Sou o Sam.
- Sou Jake - ele disse.
- Lily - disse a loira, cruzando os braços.
- Tem mais gente com vocês? – perguntei, olhando ao redor deles para ver se não havia mais ninguém.
- Não - disse Jake, olhando para Lily.
- Como viemos parar aqui? - perguntou a loira, confusa. - Um minuto atrás, eu estava em San Diego.
- Se isso a faz se sentir melhor, fui dormir ontem à noite no Afeganistão - disse Jake, bufando.
- Vou chutar. Vocês dois têm vinte e três anos? – perguntei, suspirando em seguida quando se entre olharam, desconfiados, e nenhum deles respondeu. - Todos temos vinte e três, e todos temos habilidades.
- O quê? - Lily perguntou, ainda mais confusa.
- Começou há cerca de um ano. Descobriu que pode fazer coisas que nunca pensou serem possíveis - eu disse, tentando incentivá-los, mas não deu em nada. - Tenho visões. Vejo coisas antes de acontecerem.
- É, eu também - disse Ava, dando de ombros.
- Eu também e posso me curar mais rápido que um piscar de olhos - disse Chad, com um enorme sorriso nos lábios.
- Posso colocar pensamentos na cabeça dos outros. Obrigá-las a fazer coisas. - disse Andy, se animando e se aproximando dos outros dois. - Mas não se preocupem. Acho que não funciona com vocês. Mas, saca só, estive praticando, treinando meu cérebro, tipo meditação. E agora não transmito apenas pensamentos, mas também imagens, qualquer coisa que me der na telha. Faço as pessoas verem. - Ele começou a rir. - Houve um cara. Completo safado. Usei isto nele. Pornografia gay o dia todo. Deviam ter visto a expressão dele.
Eu e Chad rimos do que Andy estava falando.
- Então se falar: "seu Rei mandou passar a carteira" eles entregam numa boa? - Lily perguntou, indignada. - Você têm visões? Que ótimo. E você se cura de qualquer coisa mais rápido do que se pode imaginar? Perfeito. Eu mataria por algo assim.
- Lily, preste atenção, está tudo bem - eu disse, tentando acalmá-la.
- Tem, sim. Eu toco nas pessoas, e o coração delas para - Lily disse, revoltada. - Mal saio de casa. Minha vida não melhorou exatamente. Então vão se danar. Só quero ir pra casa.
- E nós não? - Ava perguntou, se irritando com a forma que ela falou.
- Não fale comigo assim!
- Ei, pessoal, qual é! - eu disse, parando entre as duas. - Querendo ou não, estamos todos aqui e temos que enfrentar isso.
- Quem nos trouxe aqui? - Jake perguntou, tentando entender os fatos.
- A questão não é "quem." E sim o "o que".
- Como assim?
- É um... - eu disse olhando para todos eles sem saber se era certo contar ou não.
- É um demônio - disse Chad, colocando as mãos no bolso da calça.

xx

Dean POV's

Eu e estávamos parados na beira da estrada quando uma caminhonete velha se aproximou, parando próximo ao encostamento. Bobby desceu da caminhonete com vários papéis.
- Pronto. Todos os sinais demoníacos e presságios do último mês. - Bobby disse, colocando um mapa e outros papéis sobre o capo do carro.
- Está brincando? Tem nada aqui. - eu disse, olhando para os mapas e os restos das folhas.
- Exatamente.
- Vamos lá, tem que haver algo. - disse, se manifestando e se aproximando de nós dois. - E as coisas normais de baixo escalão? Exorcismos, esse tipo de coisa?
- É o que estou dizendo. Não tem nada. Está completamente quieto.
- Mas, Bobby tem que haver alguma coisa. Sam e Chad foram levados para algum lugar por demônios. Tem que haver pelo menos uma droga de presságio - disse , ficando irritada com toda aquela situação.
- Como vamos procurar o Sam? Fechamos os olhos e apontamos? – perguntei, olhando para Bobby que apenas deu de ombros, sem saber o que falar.
O celular de tocou e ela olhou para ver de quem se tratava, atendeu e colocou no viva-voz em seguida.
- Ash, o que você tem? - ela perguntou, colocando o celular sobre o capô do carro.
- Escute, “nadica” de nada sobre o Chad e o Sam.
- Que isso, Ash. Tem que nos dar alguma coisa - ela disse, passando as mãos pelos cabelos. Minha garota estava ficando aflita. - Estamos olhando para um palheiro de 4828 km aqui.
- Escute, . Achei algo.
- O quê? - perguntou ela, esperançosa.
- Não posso falar por essa linha, pequena .
- Puta que pariu, não tenho tempo pra isso, Ash.
- Ache um tempo, beleza? Por que isso... Isso não apenas vai quase definitivamente ajudá-la a achar seu irmão e seu cunhadinho. Isso é... É enorme. - ele sussurrou a última parte. - Então, venha pra cá agora.
Ash desligou o telefone e bufou, evidentemente irritada com Ash e todo o resto do mundo.
- Calma! - eu disse.
- Você não entende. Eu preciso achar o Chad - ela disse, passando as mãos pelos cabelos.
- Hei, eu entendo, também preciso achar o meu irmão. Mas mantenha a calma. - Ela não disse nada, só ficou parada, pensativa. Sua cabeça deveria estar um caos. - Acho que temos que ir para o RoadHouse - eu disse, suspirando e entrou em seu carro sem ao menos olhar para mim e Bobby. - Vamos - eu disse a Bobby, que entrou no seu carro, enquanto nos apressava acelerando o seu Camaro. Entrei no Impala e dei partida, seguindo pela estrada até o RoadHouse.

xx

Sam POV's

- Então, somos soldados numa guerra demoníaca para causar o apocalipse? - Andy perguntou, sem acreditar.
- Quando expresso assim... - Chad disse, dando de ombros. - É, basicamente isso.
- E fomos escolhidos?
- Sim – confirmei, olhando para Andy, que parecia processar a informação.
- Por que nós?
- Não sei ao certo, só sei...
- Sam. Desculpe. Paranormais e entortar colheres são uma coisa, mas demônios? – disse Ava, cruzando os braços e me olhando, duvidosa.
- Sei que parece loucura - eu disse com calma, tentando me explicar.
- Só parece uma ova - disse Jake, cruzando os braços, descrente.
- Não tô nem aí com o que pensa - disse Chad olhando para Jake com irritação.
- Se estamos aqui juntos, significa que está começando e temos que... - eu tentei explicar, mas fui interrompido.
- A única coisa que tenho que fazer é ficar longe dos lelé da cuca. Já ouvi o bastante. Fico melhor sozinho - ele disse, se virando para sair de perto de nós. - Pra sua informação, vocês também.
- Jake, espere - eu disse, enquanto Chad bufava, cruzando os braços. - Jake!
- Deixe-o; se não quer acreditar, tudo bem. Não temos que provar nada a ninguém - disse Chad, irritado com Jake.
- Chad, temos que ficar juntos, é mais seguro.. Vamos atrás do Jake.
Fui na frente, pela direção que Jake havia seguido e os demais me acompanharam.
- Sai pra lá! - ouvi Jake gritar em uma das casas e corri para ver o que acontecia. Uma garotinha se aproximava dele rapidamente com suas garras afiadas. Peguei o primeiro pedaço de ferro que encontrei e tentei atacá-la. Ela apenas sumiu.
- Para sua informação... Aquilo era um demônio - disse Chad, cruzando os braços e olhando de modo desafiador para Jake.
- E aquela coisa... Não tenho certeza, mas acho que era um Acheri - eu disse, olhando ao nosso redor para ver se o demônio aparecia novamente.
- É um demônio que se disfarça de menininha. - Chad concluiu a minha explicação.
- Isso ainda não explica onde estamos - eu disse, olhando para Chad, que deu de ombros. Olhei para todos que estavam na sala. Andy parecia o mais apavorado.
- Andy, está comigo ou não?
- Dê-me um minuto. Ainda digerindo a parte de “os demônios são reais" - ele disse, me fazendo rir.
Eu e os outros saímos da sala e começamos a caminhar pela cidade com cautela, até Chad parar bruscamente, olhando para um sino pendurado no alto, quase que no centro da cidade.
- Já vi esse sino. Acho que sei onde estamos agora. Cold Oak, Dakota do Sul - ele disse, olhando a cidade ao redor.
- A cidade que é tão assombrada que todos os moradores fugiram? – perguntei, olhando para o sino e Chad confirmou com a cabeça.
- Jóia. Bom saber que estamos num lugar tão histórico. - Andy disse de forma irônica.
- Por que diabos aquele demônio nos pôs aqui? - Chad perguntou, franzindo a testa tentando entender o que estava acontecendo.
- Estou me perguntando a mesma coisa - eu disse, tentando arrumar uma saída.
-Quer saber? Não importa. A única coisa sensata a fazer é dar no pé daqui do faroeste - disse Lily, olhando para as árvores um pouco mais a frente.
- Espere, Lily. A única saída é passar por quilômetros de floresta - Chad disse, alertando-a.
- Melhor do que ficar com os demônios.
- Lily, não sabemos ainda o que está havendo. Nem ao menos sabemos quantos deles estão por aí! - disse ele, tentando acalmá-la.
- É, ele está certo. Nós deveríamos... - comecei, mas ela me interrompeu rápida e bruscamente.
- Não diga "nós". Não sou parte desse "nós". Não tenho nada a ver com nenhum de vocês.
- Certo, olha. Eu sei... - Chad tentou dizer, mas foi interrompido da mesma forma que eu.
- Você não sabe de nada! Eu... toquei na minha namorada sem querer - ela disse, com lágrimas nos olhos.
- Sinto muito - todos dissemos em uníssono.
- Deixa pra lá. Sinto como se estivesse num pesadelo, que piora cada vez mais - disse Lily, abraçando a si mesma.
- Perdi pessoas, também - eu disse, olhando-a com delicadeza e calma. - Tenho um irmão por aí agora. Até onde sei, ele pode estar morto. Chad está na mesma que eu, a irmã dele também pode estar morta, e esses dois são a única família que temos. Ninguém aqui está bem, mas estou dizendo, a melhor maneira de sair dessa é ficarmos juntos.
- Certo - disse ela, respirando fundo, mais calma.
- Vamos procurar ferro, prata, sal. Qualquer tipo de arma - disse Chad, se afastando juntos com os outros.
- Sal é uma arma? - Andy perguntou, duvidoso.
- É um Admirável Mundo Novo - disse Chad, dando tapinhas nas costas de Andy.
- Tomara que haja comida nesse novo mundo, porque estou morrendo de fome - disse Andy, passando as mãos sobre a barriga, fazendo eu e Chad rirmos. Parecia que apenas nós três estávamos lidando com a situação com um pouco de bom humor.

Dean POV's.

parou o carro e desceu as pressas. Eu fiz o mesmo assim que vi o motivo para ela parecer tão desesperada. Não havia mais bar, apenas os destroços do que fora RoadHouse estavam no lugar.
- Mas que diabos...? – perguntei, andando em direção aos destroços, seguindo .
- Meu Deus - disse Bobby bem atrás de mim, com certeza estava tão chocado quanto eu.
- Viu a Ellen? - ele perguntou, olhando para as cinzas no chão.
- Não - eu disse, observando de perto destroços.
- Nem sinal do Ash, também - disse , se aproximando de mim, enquanto eu me agachava para ver mais de perto o braço de um cadáver.
- Ah, o Ash, que droga! - eu disse, me levantando e olhando para .
Por seu rosto começaram a escorrer as lágrimas. As esperanças da minha garota haviam acabado, assim como as minhas.

xx

Sam POV's

Entrei em uma casa para procurar algo para nossa proteção e foi quando vi Ava com as mãos na cabeça, como se estivesse sentindo muito dor, ou tendo uma visão. Aproximei-me rapidamente dela com preocupação.
- Você está bem?
- Sim, eu só estou... - ela disse, parecendo assustada. - Não sei. Um pouco tonta.
- Tem certeza que não é algum tipo...
- De visão esquisita? - ela perguntou com ironia. - Não, está mais para "eu mataria por um sanduíche". Não como desde... Bem, vai saber. - Ela deu de ombros.
- Não, é...
- Não se preocupe, estou bem, tirando tudo que está acontecendo - disse Ava, cabisbaixa. E eu passei as mãos pelas costas dela, mostrando que estava ali caso ela precisasse de algum apoio.
- Gente, achei algo. - Andy, Chad e Jake entraram juntos na sala. - Sal - disse Andy, se aproximando da gente e mostrando os sacos.
- Isso é ótimo, Andy. Agora podemos... - eu disse, parando para analisar. - Cadê a Lily?
- Não sei. Não a vejo há um tempo - disse Chad, também só parando para pensar agora. - Lily?
- Lily?
- Lily?
Todos nós saímos da casa gritando o nome dela para ver se ela aparecia, mas nada dela.
- Ai, meu Deus! - disse Ava colocando uma das mãos sobre a boca e depois apontando para um ponto alto. Lily estava pendurada por uma corda a estrutura de um redemoinho.
- Certo! Isso é oficialmente... - Andy começou a dizer, mas foi interrompido pela histérica da Ava.
- Sam, ela está morta! Morta! Você disse que fomos escolhidos por uma razão. Isso não é ser escolhido. É ser... morto - disse ela, aflita.
- Temos que sair daqui - disse Jake, olhando para o corpo de Lily.
- Apoio essa sugestão. - Andy disse levantando uma das mãos.
- Não sei se isso é opção. - Chad disse se virando para olhar o corpo de Lily. - Lily estava tentando sair.
- É, o demônio não vai nos deixar sair tão facilmente. Temos que nos equipar para o próximo ataque - eu disse, olhando para meus colegas.
- Equiparmo-nos? - Ava perguntou, sem entender.
- É.
- Bem, não sou um soldado. Não posso fazer isso! - ela disse, olhando para nós como se isso fosse loucura.
- Olha, se quer ficar viva, terá que fazer - disse Chad, de forma autoritária e ela apenas se calou. Chad estava meio esquentadinho com a situação, mas eu falaria a mesma coisa para Ava.
- Vamos - eu disse a ela, que entrou de volta na casa.
- Vou tirá-la de lá - disse Jake, indo em direção a estrutura do redemoinho.
- Estava pensando no quanto o Dean e a seriam úteis agora - eu disse e Chad sorriu.
- Daria um braço por um telefone funcionando - ele disse e eu sorri.
- Talvez não precise de um - disse Andy, olhando para nós dois. - Quero dizer, nunca tentei a longa distância. Mas... Tem algo do Dean ou da com você? Algo que eles tenham tocado?
- Eu não tenho nada - disse Chad, olhando os pulsos e suspirando.
- Tenho um recibo. Serve? - perguntei a Andy e ele sorriu, animado.
- Sim. - Andy pegou o recibo e olhou para a assinatura - D. Hasselhoff?
- Sim, essa é a assinatura do Dean - eu disse, olhando para Chad, que sorriu junto comigo. - É difícil de explicar.
- Certo - disse Andy, sorrindo também.

xx

Dean POV's

Voltamos para perto dos carros e se acalmou um pouco mais. Bobby colocou um dos mapas sobre o capô do carro como se desse para descobrir em qual lugar Sam e Chad estavam.
- O que diabos Ash sabia? - perguntou, encostando-se ao carro. - Não temos como saber onde Ellen está, e se está viva. Não temos pista do que Ash ia nos dizer... Como vamos achar nossos irmãos agora?
- Nós os acharemos - eu disse, colocando uma das mãos sobre o ombro dela e a puxando para um abraço. Eu também estava em pânico, mas por fora precisava manter a calma por .
De repente, senti uma forte dor de cabeça e me apoiei no ombro de .
- Dean? - chamou, preocupada.
- Não! - eu disse sacudindo a cabeça e a dor foi embora.
- O que foi isso? - ela perguntou, confusa e Bobby se aproximou da gente, também preocupado comigo.
- Não sei - eu disse, tentando entender o motivo da maldita dor repentina.
- Dor de cabeça? - Bobby perguntou, curioso. - Têm muitas dores de cabeça como essa?
- Não. Deve ser o estresse - eu disse, olhando para que ainda parecia preocupada e sem reação. - Poderia jurar que vi algo.
- Como assim? Tipo uma visão? Como as que Sam tem? - Bobby perguntou, me olhando com confusão e curiosidade.
- O quê? Não - eu disse, indignado com que ele estava pensando.
- Só estou supondo - ele disse, dando de ombros.
- Qual é? Não sou sensitivo - eu disse, o olhando com irritação, então a dor voltou. - Ah, Deus!
- Dean? - voltou a reagir tentando me segurar, enquanto a dor forte me fazia perder o equilíbrio. - Dean?
A dor continuou enquanto imagens começaram a aparecer em minha mente. Um sino antigo e... Sam, e em seguida... Chad.
- Está consciente? - Bobby perguntou, me dando leves tapas no rosto.
- Acho que sim - eu disse, tentando ficar de pé, enquanto Bobby e me ajudavam. - Vi o Sam e o Chad. Eu os vi.
- Isso foi uma visão - disse , me olhando, assustada com o que acabara de acontecer.
- Sim. Não sei como, mas foi uma, sim - eu disse com a mão na cabeça.
- Nossa! - disse Bobby, me olhando.
- Foi tão divertido quanto levar um chute no saco - eu disse, sacudindo a cabeça para a dor desaparecer de vez.
- O que mais viu? - perguntou, olhando-me com atenção.
- Tinha um sino.
- Que tipo? - Bobby perguntou dessa vez.
- Um grande sino com um tipo de gravura. Sei lá.
- Gravura?
- Sim - eu disse olhando para ele.
- Era uma árvore... Tipo um carvalho? - perguntou, parecendo ter uma ideia.
- Sim, exatamente – disse, sem entender como ela sabia.
- Sei onde eles estão - ela disse, correndo para o seu Camaro. E lá fomos nós, seguindo a apressada pelas estradas.

Chad POV's

Sam estava sentando em uma cadeira no canto da sala. Aproximei-me e sentei ao seu lado. Ele deu um sorriso fraco; estava tentando ser forte, assim como eu.
- Fico pensando se Dean e estão bem - disse Sam, suspirando em seguida. Ele estava preocupado, nossos irmãos eram a única família dele... e minha também.
- Também fico pensando nisso - eu disse, imaginando o sorriso doce de minha irmã. - Espero que não tenha acontecido o pior.
- Eu também - disse Sam, pensativo. - Estava me lembrando de Dean e de como ele vivia me dizendo como vai cuidar de mim, que tudo vai ficar bem, como tenho dito a todos aqui.
- Sei como é - eu disse, olhando para o chão, pois fazia o mesmo comigo. - Qual é o problema?
- Não sei se acredito desta vez. A grandiosidade do que está por vir... É maior do que tudo que alguém já tenha visto. Vai ficar feio, e não sei se...
- Se vamos sobreviver?
- É. - ele confirmou, suspirando em seguida.
- Meu horóscopo disse que eu nem devia ter saído da cama - eu disse e Sam riu do meu comentário. - Deveria ter obedecido.
- Mas o que mais me pergunto é: "por que nós?"
- Somente sorte, eu acho. Sem azar não existiria sorte - eu disse, o fazendo rir novamente.
- Diz isso para quem tem azar. Vai acabar sendo morto. - Sam disse, rindo e me fazendo rir.

xx

Sam POV's

- Como vai, Sam? - ouvi alguém dizer e abri os olhos vagarosamente. A imagem do demônio dos olhos amarelos apareceu diante de meus olhos.
- Estou sonhando?
- O que acha de darmos uma volta? - ele me perguntou, com um sorriso irritante nos lábios - Está muito quieto, Sam. Não está bravo comigo, né?
- Vou fazê-lo em pedaços, eu juro - eu disse, me levantando da cadeira, raivoso e ele deu risada.
- Quando acordar, tigrão, pode vir com tudo - ele disse, abrindo os braços.
- Onde está meu irmão? – perguntei, o olhando com o mais puro ódio.
- Não deveria se preocupar com o Dean, e sim com você - ele ,disse dando de ombros.
- Ora, vai me matar? – perguntei. Desafiador.
- Estou tentando ajudá-lo. Por isso estamos conversando. É por você que eu estou torcendo - ele disse, andando para fora da casa e eu o segui. - Apesar de também gostar do pequeno Colt.
- Como assim? – perguntei, sem entender mais nada.
- Bem vindo, ao desfile da Miss América. - Ele deu risada e se virou para me olhar - Por que acha que está aqui? É uma competição. Somente um de vocês conseguirá sair daqui com vida.
- Achei que deveríamos ser...
- Soldados numa guerra que se aproxima? É verdade. Vocês são. Mas tem um, porém eu não preciso de soldados. Preciso de soldado. Apenas um - ele disse, sorrindo.
- Por quê?
- Não podia dar com a língua nos dentes, né, Sam? Tinha que deixar todos acharem que tinham uma chance de lutar. Mas o que eu preciso... é de um líder - ele disse, dando de ombros.
- Para liderar quem?
- Já tenho meu exército. Ou terei, em breve.
- Seu filho da puta - eu disse, me aproximando dele e ele riu.
- Honestamente, estou surpreso que não tenha adivinhado. Por que acha que tantas crianças já viraram purpurina? Max Miller e o irmão do Andy... Como era o nome dele? - ele perguntou, tentando se lembrar, mas desistiu segundos depois. - Eles não eram fortes o suficiente. Estou procurando o melhor e mais iluminado da sua geração.
- Minha geração? - perguntei surpreso e horrorizado.
- Bem, há outras gerações, mas vamos apenas nos preocupar com a sua. É por isso que estou aqui, Sam. Quero lhe dar o caminho de entrada. Você é durão, esperto, bem treinado, graças ao seu pai. Sam, você é meu favorito - ele disse, colocando suas mãos sobre meus ombros.
- Você arruinou minha vida - eu disse, raivoso. - Matou todos que eu amo.
- É o custo de uma negociação, eu temo. Quero dizer, a doce Jessica... Ela precisava morrer. Você estava destinado a se casar com aquela coisinha loira. Tornar-se um advogado fiscal com dois filhos, uma barriga de cerveja, e uma pequena mansão no subúrbio. Eu precisava de você afiado, na estrada, afiando suas habilidades, seus dons - ele disse, com animação.
- E minha mãe?
- Foi falta de sorte - ele disse, dando de ombros.
- Falta de sorte? – repeti, com ainda mais raiva ainda daquele maldito demônio.
- Ela atravessou nosso caminho. Lugar errado, hora errada.
- O que quer dizer? - perguntei confuso.
- Não tinha nada a ver com ela, e sim com você. Sempre se tratou de você - ele disse, me olhando como se eu fosse um tipo de coisa valiosa.
- O quê?
- Bem... Beleza, pegou-me com disposição caridosa - ele disse, dando de ombros e sorrindo. - Vou lhe amostrar.
De repente, estávamos dentro de um quarto de bebê.
- Familiar? Deveria - ele disse, me olhando. E então entendi. Aquele era o meu antigo quarto e o bebê que estava no berço era eu.
- Relaxe, Sam. É só uma reconstituição instantânea em alta definição. Aproveite o show.
Então Mary apareceu na porta do quarto vestida em um pijama branco com seus cabelos loiros.
- John - ela disse, olhando o homem próximo ao meu berço.
- Mãe - eu disse, mas ela continuou como se não me visse.
- Ele está com fome? - ela perguntou, mas como não obteve resposta. Mesmo assim, saiu. - Certo.
- Espere, mãe - eu disse, a olhando andar pelo corredor e descer as escadas. - Mãe!
- O que acabei de lhe falar, Sam? Ela não pode ouvi-lo. Isso não é real. - O demônio dos olhos amarelos disse e eu voltei para o quarto a tempo de ver a sua projeção de anos atrás fazendo um corte no braço e derramando sangue sobre a minha boca.
- O que diabos está fazendo comigo? - perguntei olhando para ele sem entender que porcaria era aquela.
- Melhor do que leitinho de mamãe - ele disse, dando de ombros e sorrindo.
- Isso significa que tenho sangue de demônio em mim? – perguntei, horrorizado com aquela maldita cena. - Responda-me!
Ele não disse nada, ficou apenas esperando a cena rolar.
- É você - disse Mary aparecendo de repente na porta do quarto.
- Ela o reconheceu - eu disse, olhando-a, assustado.
- Não! - Mary gritou e a imagem do quarto desapareceu diante dos meus olhos.
- Não acho que queira ver o resto disso - disse o demônio com um sorriso nos lábios.
- Sam, acorda. - Ouvi a voz de Chad me chamando, acabando com o meu sonho. - Ava sumiu.
- Fico com o celeiro e o hotel - eu disse, me levantando da cadeira e balançando a cabeça para acordar de vez. - Você fica com as casas.
- Beleza.
- Nos encontraremos aqui em dez minutos, certo? - eu disse e ele concordou.
Minutos depois ouvi o grito de Ava vindo da casa onde estávamos ficando. Corri o mais rápido que pude até a casa. Quando cheguei, dei de cara com Ava desesperada e com o corpo de Andy ensanguentado no chão.
- Sam, acabei de achá-lo assim! - ela disse, chorando.
- O que houve? – perguntei, olhando para o corpo de Andy.
Não sei.
- Como aquela coisa entrou? – perguntei, olhando ao nosso redor. - Onde você estava?
- Só fui pegar um pouco d'água do poço. Só fiquei fora dois minutos.
- Não deveria ter ido lá fora. Ava, temos que ficar aqui - eu disse, nervoso, andando até a janela. Então vi uma falha na linha de sal.
- Quem fez aquilo? – perguntei, olhando para Ava, desconfiado.
- Não sei. Talvez Andy... - ela disse, dando de ombros e eu a interrompi.
- Andy não faria aquilo. Ava, aquela linha não estava rompida quando saí - eu disse e ela apenas continuou calada. - Ava.
- O quê? Não acha que...
- Vou lhe dizer o que acho. Cinco meses - eu disse, sorrindo de forma sarcástica. - Você é a única que não sabe onde foi parar todo esse tempo. E aquela dor de cabeça que teve... Foi logo quando o demônio pegou Lily. ,
- O que está tentando insinuar? - ela perguntou me olhando como se eu estivesse louco, mas estava na cara que o louco não era eu.
- O que houve com você?
- Nada! - ela disse, me olhando, ainda fingindo, mas parou quando percebeu que eu não cairia mais. - Tinha enrolando você direitinho, né?
- É - eu disse, com ódio dela e de todo o seu fingimento.
- Tenho estado aqui um bom tempo, e não sozinha. Vive aparecendo gente. Jovens, como nós. Grupos de três ou quatro por vez.
- Você os matou? Todos eles? – perguntei, indignado com o que estava ouvindo.
- Sou a campeã invicta dos pesos pesados.
- Ah, meu Deus.
- Acho que Deus não tem muito a ver com isso, Sam - ela disse, sorrindo.
- Como pôde? – perguntei, sem acreditar que uma pessoa poderia matar a sangue frio.
- Não tive escolha. Era eu ou eles. Depois de um tempinho, foi fácil. Foi até meio divertido. Simplesmente parei de resistir.
- Resistir ao quê? - perguntei confuso, ela parecia uma louca falando daquele modo.
- Sam, acabei de achá-lo assim! - ela disse, chorando.
- O que houve? – perguntei, olhando para o corpo de Andy.
Não sei.
- Como aquela coisa entrou? – perguntei, olhando ao nosso redor. - Onde você estava?
- Só fui pegar um pouco d'água do poço. Só fiquei fora dois minutos.
- Não deveria ter ido lá fora. Ava, temos que ficar aqui - eu disse, nervoso, andando até a janela. Então vi uma falha na linha de sal.
- Quem fez aquilo? – perguntei, olhando para Ava, desconfiado.
- Não sei. Talvez Andy... - ela disse, dando de ombros e eu a interrompi.
- Andy não faria aquilo. Ava, aquela linha não estava rompida quando saí - eu disse e ela apenas continuou calada. - Ava.
- O quê? Não acha que...
- Vou lhe dizer o que acho. Cinco meses - eu disse, sorrindo de forma sarcástica. - Você é a única que não sabe onde foi parar todo esse tempo. E aquela dor de cabeça que teve... Foi logo quando o demônio pegou Lily. ,
- O que está tentando insinuar? - ela perguntou me olhando como se eu estivesse louco, mas estava na cara que o louco não era eu.
- O que houve com você?
- Nada! - ela disse, me olhando, ainda fingindo, mas parou quando percebeu que eu não cairia mais. - Tinha enrolando você direitinho, né?
- É - eu disse, com ódio dela e de todo o seu fingimento.
- Tenho estado aqui um bom tempo, e não sozinha. Vive aparecendo gente. Jovens, como nós. Grupos de três ou quatro por vez.
- Você os matou? Todos eles? – perguntei, indignado com o que estava ouvindo.
- Sou a campeã invicta dos pesos pesados.
- Ah, meu Deus.
- Acho que Deus não tem muito a ver com isso, Sam - ela disse, sorrindo.
- Como pôde? – perguntei, sem acreditar que uma pessoa poderia matar a sangue frio.
- Não tive escolha. Era eu ou eles. Depois de um tempinho, foi fácil. Foi até meio divertido. Simplesmente parei de resistir.
- Resistir ao quê? - perguntei confuso, ela parecia uma louca falando daquele modo.
- Sam, acabei de achá-lo assim! - ela disse, chorando.
- O que houve? – perguntei, olhando para o corpo de Andy.
Não sei.
- Como aquela coisa entrou? – perguntei, olhando ao nosso redor. - Onde você estava?
- Só fui pegar um pouco d'água do poço. Só fiquei fora dois minutos.
- Não deveria ter ido lá fora. Ava, temos que ficar aqui - eu disse, nervoso, andando até a janela. Então vi uma falha na linha de sal.
- Quem fez aquilo? – perguntei, olhando para Ava, desconfiado.
- Não sei. Talvez Andy... - ela disse, dando de ombros e eu a interrompi.
- Andy não faria aquilo. Ava, aquela linha não estava rompida quando saí - eu disse e ela apenas continuou calada. - Ava.
- O quê? Não acha que...
- Vou lhe dizer o que acho. Cinco meses - eu disse, sorrindo de forma sarcástica. - Você é a única que não sabe onde foi parar todo esse tempo. E aquela dor de cabeça que teve... Foi logo quando o demônio pegou Lily. ,
- O que está tentando insinuar? - ela perguntou me olhando como se eu estivesse louco, mas estava na cara que o louco não era eu.
- O que houve com você?
- Nada! - ela disse, me olhando, ainda fingindo, mas parou quando percebeu que eu não cairia mais. - Tinha enrolando você direitinho, né?
- É - eu disse, com ódio dela e de todo o seu fingimento.
- Tenho estado aqui um bom tempo, e não sozinha. Vive aparecendo gente. Jovens, como nós. Grupos de três ou quatro por vez.
- Você os matou? Todos eles? – perguntei, indignado com o que estava ouvindo.
- Sou a campeã invicta dos pesos pesados.
- Ah, meu Deus.
- Acho que Deus não tem muito a ver com isso, Sam - ela disse, sorrindo.
- Como pôde? – perguntei, sem acreditar que uma pessoa poderia matar a sangue frio.
- Não tive escolha. Era eu ou eles. Depois de um tempinho, foi fácil. Foi até meio divertido. Simplesmente parei de resistir.
- Resistir ao quê? - perguntei confuso, ela parecia uma louca falando daquele modo.
- Ao que somos, Sam - ela disse, como se fosse óbvio. - Se parasse de esquentar tanto, e se abrisse, não faz ideia do que pode fazer. A curva de aprendizagem é tão rápida. Os comutadores que abrem no cérebro são espantosos! Não acredito que comecei apenas tendo sonhos. - ela disse de forma fascinada. - Sabe o que posso fazer agora?
- Controla demônios - eu disse a olhando com desprezo, aquela não era mais a Ava que conheci a meses atrás.
- Você é rápido no gatilho. - ela disse, sorrindo e colocando as mãos na cabeça. - Sinto muito, Sam, mas... Acabou.
Jake se aproximou por trás e quebrou o pescoço de Ava com as próprias mãos e eu o olhei, aliviado.

xx

POV's

Parei o carro e olhei ao nosso redor, não tinha como ir de carro até a maldita cidade, isso era fato. Logo quando eu precisava chegar o mais rápido possível, antes que fosse tarde para Chad e Sam.
- Parece que o resto do caminho é a pé - Dean disse, se aproximando de mim com sua arma em mão.
- Tudo bem. Vamos - eu disse, andando na frente. Daria um jeito de salvar os dois.

Sam POV's

- Acho que podemos conseguir sair daqui agora - eu disse, olhando para o corpo de Ava e Andy.
- Mas e o demônio Acheri? - Jake perguntou, me olhando, confuso.
- Não. Ava o estava invocando, controlando - eu disse, saindo casa. - Não deverá voltar agora que ela está morta. Temos que ir. Encontrar o Chad e sair daqui.
- "Nós" não, Sam. - Jake disse me fazendo virar para olhá-lo. - Só um de nós vai sair daqui. Sinto muito.
- O quê? – perguntei, sem entender do que ele estava falando.
- Eu tive uma visão... Aquele Demônio de Olhos Amarelos ou sei lá o que era, falou comigo. Disse-me como era.
- Não, Jake. Não dê ouvidos a ele - eu disse, agora entendendo do que ele estava falando.
- Sam, ele não vai nos deixar sair. Somente um. Agora, se não cooperarmos, ele vai matar nós dois. Gosto de você, cara. Gosto mesmo, mas faça as contas. O que adianta se nós dois morrermos? - ele perguntou olhando para mim. - Eu posso sair daqui, chego perto do demônio, e depois mato o sacana.
- Não, venha comigo. Podemos matá-lo juntos - eu disse, tentando convencer ele de começar uma briga.
- Como vou saber que não vai me passar a perna? - ele perguntou, duvidoso.
- Não vou.
- Não sei disso.
- Certo, olha... - eu disse colocando a faca que estava em minhas mãos no chão e levantando as mãos para mostrar que não pretendia fazer nada contra ele. - Só venha comigo, Jake. Vamos achar o Chad e sair daqui. Não faça isso. Não entre no jogo dele.
- Certo. - ele disse se aproximando de mim ao poucos e me dando um soco forte que me fez parar longe.

xx

Dean POV's

- Sam! - eu gritei assim que encontramos a cidade abandonada.
- Chad? - gritou ao meu lado, ela parecia estar mais calma agora que estávamos mais perto de encontrá-los.
- Sam! - eu disse, vendo-o andar em nossa direção ao longe. Meu irmão parecia aliviado em nos ver, assim como eu estava ao vê-lo.
- Dean - disse ele, com um sorriso nos lábios, mancando em nossa direção. Algo tinha acontecido com ele. E ainda estava acontecendo. Vi um homem se aproximar rapidamente de Sam com uma faca em mãos.
- Sam, cuidado! - eu tentei avisar, mas já era tarde demais. O homem apunhalou Sam pelas costas.
- Não! - eu gritei, correndo em direção ao meu irmão.
- Sam! - gritou, correndo logo atrás de mim.
Me ajoelhei e agarrei o corpo de Sam antes desse cair ao chão.
- Sam. Venha cá. Deixe-me olhar pra você - eu disse, olhando para o rosto dele, mas ele não abria os olhos. - Ei, olhe pra mim. Não é tão ruim assim, beleza? Sammy?
- Sam! - sussurrou entre o choro ao meu lado, mas ainda não estava acabado. Não, não estava.
- Ei, escuta-me. Vamos remendar isso, está bem? Vai ficar novinho em folha - eu disse, voltando a abraçar o meu irmão caçula. - Vou cuidar de você. Está seguro. Esse é meu dever, né? Cuidar do meu irmãozinho pé no saco. Sam?
Mas não havia resposta. Sam não respondia, ele nem respirava mais.
- Sammy! Não, não, não!
- Ah, Deus! - ouvi Bobby dizer ao meu lado, mas não via mais nada, só sentia as lágrimas escorem e dor. Muita dor.

xx

POV's

Me levantei do chão, chorando por Sam e olhei para Bobby. Ainda havia Chad e eu precisava encontrá-lo a qualquer custo. Meu irmãozinho deveria estar por aí em algum lugar, escondido. Não sabia.
- Bobby, viu o Chad? – perguntei, secando as lágrimas de meu rosto.
Bobby hesitou por um momento, suspirou e ficou olhando para o chão.
- Vi - ele disse, em uma voz fraca e quase inaudível.
- Bobby, cadê ele? Por favor, diga que ele está bem - eu disse, olhando a expressão de Bobby que apenas balançou a cabeça negativamente.
Chegamos tarde demais. Chad também estava morto.


XVI - Demônios a solta. (Parte 2)

Bobby’s POV

Entrei no quarto de motel e senti a tristeza me receber a porta. Sobre a mesa, resto de comida, ou melhor, comida completamente intocada. Dean estava em um canto, sentado próximo a uma cama onde estava o corpo de seu irmão. O mais velho dos Winchesters estava arruinado.
- Dean? - o chamei, mas ele nem se quer se virou para me olhar. Continuou lá, parado, olhando o corpo de seu irmão como se o mesmo fosse se levantar a qualquer momento. - Trouxe torta.
- Não, valeu. Estou bem. - ele disse em um tom de voz baixo e fraco.
- Deveria comer algo. - tentei novamente.
- Já falei que eu estou bem. - ele disse em um tom mais alto.
Suspirei, desistindo de fazê-lo comer. Talvez tivesse sorte com a outra.
estava ainda pior que Dean. Sentada ao lado do corpo de Chad, ela segurava forte a mão do irmão. O garoto que matara Sam, provavelmente, o matara também. Métodos diferentes, mas fatais. Sam com uma facada e Chad com o pescoço quebrado.
- , deveria comer um pouco.
- Não, obrigada. - ela disse, também sem olhar para mim.
- Mas, ...
- Não estou com fome, Bobby. - ela dizia enquanto deitava sua cabeça sobre o peito do irmão.
Eu entendia a sua dor, mas já era hora de se despedir.
- Dean... ... Odeio, e muito, tocar nesse assunto. Mas não acham que é hora de enterrarmos os dois?
- Não. - os dois responderam em uníssono.
- Poderíamos, talvez...
- O quê? Cremar os cadáveres? - Dean perguntou, finalmente me olhando. Nos seus olhos só havia dor e mais nada. - Ainda não.
- Quero que venham comigo.
- Não vou a lugar algum. - ainda estava com a cabeça sobre o corpo de Chad.
- Dean. . Por favor.
- Não tá a fim de me dar um descanso? - Dean perguntou, voltando a olhar para Sam.
- Só acho que não deveria ficar sozinho, apenas isso.
- A está aqui.
- Mas é como se não estivesse. Vocês dois se isolaram com essa dor! E tenho que admitir, a ajuda dos dois seria uma boa. Algo grande está por vir...
- Como o quê? O fim do mundo? - perguntou, com ironia.
- Então, que acabe! - Dean retrucou, raivoso.
- Bobby, se não percebeu, o nosso mundo já acabou. - lamentou, com uma voz fraca.
- Não falou isso sério. – eu olhei para ambos, incrédulo.
- Não acha que já contribuímos o bastante? Não acha que já pagamos o bastante? Para mim, chega. De tudo isso. – Dean esbravejou.
- Não diga isso, vocês ainda têm um ao outro. - eu tentei pela última vez fazer com que ambos mudassem de mentalidade. Os dois estavam juntos, não? Um gostava do outro, não?
- Sabe o que é bom pra você? Dar meia volta e se mandar daqui. - Dean dizia, gritando e me olhando com muita revolta. - Vai!
- Foi mal. - eu disse, indo em direção a porta e Dean pareceu se acalmar.
- Desculpe. Mas, por favor, vá de uma vez.
- Sabem onde estarei. - eu me despedi, lançando um último olhar para o casal e saí pela porta. Iria voltar para casa e rezar para que os dois voltassem a sua própria razão e aceitassem, de uma vez por todas, o fato de que seus irmãos estavam mortos.

xx

Dean’s POV

Sam continuava ali, deitado, não importa quanto tempo eu esperasse, não importa quanto tempo eu ficasse ali. Ele não voltaria. E bem lá no fundo eu já sabia disso, porém não queria aceitar.
- Sabe, quando éramos pequenos... - ouvi dizer em um tom baixo, em particular para o seu irmão. - Você não tinha mais que oito anos... Estava frequentando a escola e arrumaram briga com você. Uma semana depois eu estava na porta da sua escola para bater no menino que havia te ameaçado. Sempre tentei protegê-lo, mesmo sendo apenas dois anos mais velha. Sabe... Mantê-lo em segurança e fazer com que tivesse uma vida normal era a minha prioridade. E, a maior parte da minha vida, me dediquei a isso. Era sempre minha responsabilidade. Até mesmo quando voltei a caçar, foi por você. Para descobrir algo que pudesse impedir isso. É como se eu tivesse um dever e não consegui cumprir. Sinto muito por isso. - a ouvi soluçar - Como devo viver com isso? O que eu devo fazer, Chad? Deus! O que devo fazer?
Ouvir aquele desabafo só fez doer mais ainda meu peito. Meu irmão estava morto, Chad estava morto e consequentemente eu e também estávamos mortos.
Eu olhei para Sam e as lágrimas começaram e escorrer. Só queria o pequeno Sammy de volta. Queria Chad de volta. Queria de volta. Queria a minha vida de volta. E a mesma pergunta que estava se fazendo repetidas vezes invadiu a minha mente: "O que devo fazer? O que devo fazer? O que devo fazer?" E então, como um lampejo, a ideia surgiu em minha mente, perigosa, mortal, mas era a última esperança. A última coisa que poderia ser feita para mudar o presente e o futuro.
Levantei-me e sai porta afora. Corri, como se fosse uma bala pela floresta, e dirigi o Impala como nunca havia feito antes.
Parei o carro próximo a uma encruzilhada e peguei uma das inúmeras identidades falsas que havia no porta-malas do carro. Peguei qualquer uma e saí do veículo, indo para o meio da encruzilhada. Estava decidido a fazer o possível para ver Sam respirando novamente.
Cavei e logo encontrei uma caixinha de metal. Substituí a foto que antes estava ali pela minha. Era hora de fazer uma troca. Esperei uns segundos, que mais pareciam horas.
- Qual é, anda logo! - eu gritei, olhando a minha volta. - Mostre a cara, sua vadia!
- Calma docinho. Vai acordar os vizinhos. - ouvi uma voz feminina atrás de mim.
Virei-me e percebi que uma morena de cabelos longos e ondulados, trajando um vestido preto se aproximava com um sorriso nos lábios.
- Dean, é tão, mas tão bom vê-lo. - ela disse prazerosa. - Olha só pra você. Toda família morta. Sozinho no mundo. Já que a , no estado em que está, não acho que valha como companhia.
Senti meu sangue ferver enquanto ela se aproximava mais de mim.
- É tão meigo. Com licença, vai ter que me dar um momentinho. Às vezes é gostoso desfrutar do mundo ao redor.
- Deveria te mandar direto pro Inferno.
- Ah, você deveria. Mas não vai. E sei o motivo. - ela sorriu.
- Sabe?
- Sei. Você está seguindo os passos do papai. Quer fazer um pacto. O pequeno Sammy de volta dos mortos. E vou adivinhar: está oferecendo sua própria alma?
- Há centenas de outros demônios que adorariam se apossar dela. E é toda sua. Basta trazer o Sam e o Chad de volta. Dê-me dez anos. E, então, pode vir me buscar.
- Você só pode estar de brincadeira comigo!
- Bom, é o mesmo pacto que fez com os outros.
- Mas você não é qualquer um, docinho. - ela disse, passando as mãos sobre meu peito e sussurrando no meu ouvido. - Por que eu ia querer lhe dar seja o que for? - Se afastou de mim e começou a andar para longe - Fique com sua alma imunda, ela está encardida demais mesmo.
- Nove anos.
- Não.
- Oito.
- Continue dando lances e eu direi não.
- Tudo bem, cinco anos e meu pacto vence. – ela parou para me olhar e nada disse. Aquela vadia só pode estar tramando alguma. - Essa é a minha última oferta! Cinco anos ou nada feito.
- Nada feito.
- Ok.
- Ok. - ela repetiu e se afastou novamente. - É bom enterrar rapidamente o Sam e o Chad, antes que comecem a feder.
- Espera!
- É uma queima de estoque, tudo deve ser vendido. - ela disse dando de ombros.
- O que tenho que fazer?
- Primeiro: pare de se rastejar. Homens carentes são tão broxantes. - ela dizia enquanto se aproximava novamente. - Nem deveria estar fazendo isso. Posso entrar numa tremenda fria. Mas o que posso dizer? Tenho um ponto fraco por você, Dean. Você é como um cachorrinho. É muito gostoso brincar com você. Vou fazer.
- Vai trazê-los de volta?
- Sim. E por eu ser tão santa, vou lhe dar seis meses. Apenas seis meses para você ter tempo o suficiente de ver seu irmão de volta a vida e se despedir dele e da coisinha descendente do Colt. Mas vou lhe dar um conselho. Se tentar sair dessa na trapaça ou fugindo como verme, o pacto não terá mais validade. O Sam e o Chad cairão duros, feito pedras, voltando a ser carne podre. E então, o que me diz? É melhor que o pacto do seu pai. - ela sorriu, satisfeita, como se assinasse sua ida para o céu por fazer uma boa ação.

xx

Voltei para casa e pude ver Sam, em pé, observando seu reflexo no espelho. Percebeu minha presença e sorriu.
- Dean!
- Sammy! Graças a Deus! - Me aproximei e lhe dei um abraço apertado. Ele grunhiu de dor, alertando-me sobre seu ferimento.
- Perdão. – Afastei-me, ajudando-o a se sentar na cama. - Só estou feliz de vê-lo firme e forte, só isso.
- Tudo bem. - Sam suspirou e me olhou com curiosidade. – Dean, o que aconteceu comigo?
- Do que se lembra? – perguntei, como se nada tivesse acontecido.
- Eu vi você, o Bobby e a . Senti uma dor aguda e meu corpo esquentou. E então, eu te vi correndo na minha direção. Isso é tudo.
- Aquele garoto o apunhalou pelas costas. Você perdeu muito sangue.
- Mas, Dean, nem a pau você poderia ajeitar um ferimento daquele. - Sam me olhava com dúvida.
- Não, Bobby e conseguiram. – eu respondi, tentando contorná-lo.
- Dean? - ouvi a voz de Chad e me virei para olhá-lo. Ela acabara de acordar e me olhava confuso. - O que faz aqui?
- Chad! - Me levantei e o abracei. – Você acordou! Isso é muito bom!
- Deixa de ser gay. Me solta.
Eu ri e o soltei do abraço.
- Chad. - Sam o cumprimentou. - Bom saber que Jake não conseguiu fazer nada com você.
- O que não entendo é o por quê. O que aconteceu? - ele perguntou, colocando a mão na cabeça. Com certeza essa estava doendo por conta da pancada que havia levado.
Eu apenas respirei fundo. Aqueles dois iriam me encher de perguntas.
- Do que você se lembra? – perguntei.
- De Jake me pedindo desculpas por ter que ficar contra mim. - ele fechou os olhos, lembrando-se da dor. - Lembro que tentei fazê-lo mudar de ideia e procurar Sammy, mas foi em vão. Ele me bateu com força na cabeça e eu desmaiei. Depois disso não lembro de nada.
- Quem era aquele cara, afinal?
- O nome dele é Jake. Você o pegou? - Sam perguntou-me esperançoso.
- Não, ele sumiu na floresta. – finalmente alguma verdade estava saindo da minha boca.
- Temos que achá-lo, Dean!
- E juro que vou rasgar aquele filho da puta no meio!
- Vamos mandar o desgraçado para o inferno! - Chad disse, no mesmo tom.
- Vão com calma. Acabaram de acordar. Vamos pegar algo pra comer.
- Vamos. - Chad disse, se animando com a ideia já que estava morto de fome.
- Querem comer algo?
- Claro! Estou faminto também. - Sam sorriu.
- Eu digo o mesmo. - disse Chad, passando a mão na barriga.
Dei uma risada fraca. Era bom ter a minha família de volta. A única coisa que me perturbava era o paradeiro de . Ela não estava quando cheguei e alguma coisa me dizia que isso não era bom. Afinal, onde estava a minha garota?

xx

’s POV


Não sei se era algo que iria funcionar, mas eu poderia tentar.
Coloquei a caixinha prata de volta no seu lugar e esperei, olhando em minha volta. Nada. Apenas o silêncio. Continuei esperando no centro da encruzilhada.
- ? - ouvi a voz de uma mulher me chamar e me virei para olhá-la. - Olha só que visita agradável. Como vai seu irmão? - ela perguntou se aproximando de mim. Fechei as mãos com força, sentindo a raiva tomar conta de mim e ela sorriu. - Ok, o que veio fazer aqui?
- Vim fazer tricô. – respondi. - Não é meio óbvio?
Ela deu de ombros.
- Só achei que já soubesse que recebi uma grande oferta pelo motivo que te fez vir até aqui.
- Como assim?
- Oh! Parece que ele não lhe contou! - ela deu uma risada, surpresa com algo. - Bem... Há algumas horas, Dean me fez uma visita e uma oferta irrecusável! Claro que sua alma está valendo mais que a dele, pois todos adorariam um dos Colt no inferno. O que seria meio engraçado.
Eu senti meu coração apertar e não conseguia acreditar na informação que estava recebendo naquele momento.
- Ele não faria isso. – disse para mim mesma e a ouvi gargalhar.
- Não conhece o seu namoradinho muito bem. Dean, basicamente, trocou a alma dele pela do irmãozinho caçula e do cunhadinho. Você sabe, ele sempre faz aquela pose de durão, mas é tão sentimental quanto uma garotinha!
Eu suspirei, tentando absorver a informação. Sam e Chad estavam vivos e isso me fazia sentir um enorme alívio. Porém, Dean havia feito um pacto para que isso acontecesse! Respirei com calma, mas essa novidade era pesada demais. Ele iria para o inferno e isso não me agradava.
Senti meu coração apertado e minha respiração ficou falha por uns segundos. Enquanto aquele maldito demônio via toda a minha dor e sentia prazer com isso.
- Quanto tempo? – perguntei, passando as mãos pelos cabelos para tentar manter a calma. De jeito nenhum eu entraria em pânico na frente daquela vadia.
- Acho que essa parte deve ser revelada pelo próprio Dean. - ela respondeu e se afastou ligeiramente, enquanto virava a cabeça para me lançar um último olhar. - Aliás, agora entendo o porquê de toda essa angústia quanto à morte de Dean. Será difícil encontrar alguém tão corajoso, sedutor, envolvente e que beije tão bem. Sabe, depois do nosso beijo, fiquei imaginando como ele deve ser bom de cama e o quanto deve ser difícil pra você perder tudo isso!
Ergui os olhos e, furiosa, dei passos longos e pesados na direção dela. Iria matá-la de alguma forma. Mesmo sem armas ou exorcismo, iria mandá-la para o inferno!
A mulher começou a gritar quando eu já estava bem próxima dela, o que me fez recuar. Uma fumaça preta saiu pela sua boca e seu corpo caiu de joelhos. Quando recuperou a própria consciência, me olhou, aflita.
- Eu... Eu não... Eu não queria dizer nada daquilo. - ela disse assustada, com os olhos marejados.
- Eu sei – murmurei, me ajoelhando também e a acompanhando em um choro que parecia vir do fundo de minha cansada alma.

xx

Dean’s POV

- E foi aí que vocês apareceram. - Sam disse, terminando de contar tudo o que havia ocorrido desde que sumira do café.
- Isso é terrível. - eu indaguei.
- Pobre Andy. - Chad disse, mordendo um pedaço de pizza. - Tinha gostado dele.
- É, mas o demônio disse que só queria que um de nós saísse vivo.
- Ele te falou isso? – perguntei.
- Falou. Ele apareceu num sonho.
- E você, Chad? - me virei para o irmão de rapidamente.
- Ele falou o mesmo para mim. – O menino respondeu com boca cheia soltando uma risada de Sam.
- E mais o quê? - precisava recolher o máximo possível de informações.
- Não. Foi só isso. - Sam respondeu, balançando a cabeça negativamente.
- Nada mais. - Chad também concluiu.
- Eu não entendo, Dean. – Sam dizia, franzindo o cenho. - Se o demônio só queria um, por que eu e Chad ficamos vivos?
- Bem... - eu tentei pensar em algo como resposta, mas sem sucesso, enquanto ambos me encaravam.
- Deixaram Sam pra morrer. - disse, aparecendo na porta e encostando-se no batente da mesma. - E quanto ao Chad... Acho que Jake foi atrás de uma arma para matá-lo de uma vez. Ele sabia que a pancada não resolveria e apenas o deixaria desacordado. Era um covarde, já que não teve a coragem de matar o Chad a pauladas. No entanto, ao tempo que procurava alguma arma, acabou por encontrar o Sam. E então decidiu matá-lo também. Porém chegamos antes que Jake alcançasse Chad e, já convencido e satisfeito com a suposta morte de Sam, fugiu e não terminou seu trabalho sujo.
Sorri aliviado ao ver que ela estava bem e que dera uma resposta convincente aos meninos. Ninguém melhor para responder perguntas difíceis ou esconder algo de alguém como a descendente do Colt.
Chad levantou-se, sorridente, assim que a irmã terminou sua explicação e a abraçou ternamente. o abraçou com a mesma intensidade. Soltaram-se e ela lhe deu um doce sorriso. me fitou e percebi um ar de tristeza. Estava claro que sabia do pacto, ao invés disso, teria se surpreendido ao ver Sam e Chad vivos. Mas existem dúvidas. Como ela ficou sabendo tão depressa? Onde estava quando retornei?
- Agora que o demônio tem o Jake, o que vai fazer com ele? - ela perguntou e voltou encostar-se na batente da porta.
- Não sei. - Chad respondeu.
- Mas seja o que for, temos que detê-lo. - Sam concluiu e o amigo concordou.
- Opa, vocês precisam se acalmar. Sammy precisa descansar!
- Temos tempo. - também se pronunciou.
- Nada disso. - Sam retrucou.
- Sam, os oceanos não estão fervendo e nem rãs estão caindo do céu. Tem que se recuperar. – argumentei, aflito com a ideia do meu irmão querer salvar o mundo naquelas condições.
- Ligou pra Roadhouse? Eles sabem de algo? - Sam perguntou apressadamente. Era muita pergunta ao mesmo tempo e ele não estava a fim de desperdiçar um segundo sequer.
- Sim. - respondi cabisbaixo, lembrando-me do Roadhouse transformado em cinzas.
- Dean, o que houve? - Sam perguntou, percebendo algo errado.
- Roadhouse foi queimada com Ash e Ellen, provavelmente outros caçadores também. - respondeu por mim.
- Demônios? - Chad perguntou, chocado.
- Achamos que sim. – respondi.
- O Ash descobriu algo. - concluiu.
- O quê?
- Bobby está vendo se consegue decifrar.
- Então vamos! Bobby está a algumas horas daqui. – Sam dizia, levantando-se.
- Dá pra você parar e pensar um pouco? Caramba, Sam! - eu me irritei e o puxei pelo braço, fazendo-o se sentar na cadeira. - Você quase morreu! O que eu teria feito quanto a isso? Cuide-se de vez em quando!
Sam olhou para , que concordou com a cabeça, e depois olhou para Chad, que sorriu e deu de ombros. Por último, me olhou e abriu um fraco sorriso.
- Sinto muito, mas eu não posso.

xx

’s POV

Dean estacionou o Impala na frente da casa de Bobby e eu parei meu Camaro logo ao lado. Os irmãos descerem do veículo com sorrisos estampados nos rostos. Com certeza haviam conversado sobre alguma besteira na viagem.
Sam deu leves batidas na porta e esperou ser atendido. A porta foi aberta e surgiu um Bobby de olhos arregalados, espantado ao ver Sam e Chad vivos.
- Ei, Bobby! - Sam cumprimentou e o abraçou.
- Sam! É bom te ver firme e forte.
- Obrigado por cuidar dos meus ferimentos. – Sam agradeceu. Bobby lançou um olhar duvidoso para Dean. Isso teria de ser explicado mais tarde. O barbudo voltou sua atenção para o Winchester mais novo e estampou um sorriso forçado.
- Não há de quê. E Chad, que bom que também acordou.
- Bom mesmo. - Chad sorriu e Bobby olhou para mim para mim dessa vez, incrédulo.
Eles entraram e eu fiquei logo atrás.
- Bom, agora que eles estão melhores, voltamos ao jogo. Então, o que você sabe? - Dean perguntava, entrando por último e fechando a porta.
- Descobri uma coisa. Mas não sei o que diabos significa.
- O que é? – perguntei, olhando para Bobby se mover até uma mesa com vários papeis.
- Presságios demoníacos. Mortes de gado, tempestades de raio... Apareceram do nada. - ele disse procurando algo entre a papelada. - Aqui.
Bobby pegou um mapa com vários lugares marcados. Provavelmente onde haviam ocorrido os presságios.
- Tudo por aqui. Mas, por incrível que possa parecer, apenas um único lugar não foi afetado. Wyoming do Sul.
- Wyoming? – perguntei. Aquele nome parecia familiar.
- Sim. Aquela área está completamente limpa, imaculada! É quase como se... - Bobby parou de falar e nos olhou.
- O quê? - Dean perguntou impaciente.
- Se os demônios tivessem cercando. – ele completou, coçando a cabeça, tentando entender aquele quebra-cabeça.
- Mas você não sabe o motivo? - perguntei olhando o mapa. Droga! Aquele lugar era familiar, mas de onde?
- Não. E já estou com a vista doendo. - Bobby disse, dando de ombros. - Sam e Chad poderiam dar uma olhada nisso? Talvez vocês percebam algo que eu não consegui ver.
- Sim, claro. - Os dois disseram em uníssono e sorriram.
- Vamos, Dean e . Tenho mais alguns livros no caminhão. Ajudem-me a colocá-los para dentro. - Bobby pediu gentilmente e saiu daquele cômodo seguido por Dean. Eu quase permaneci, pois já sabia o motivo dele nos chamar em particular. Era o nosso fim! Bobby iria nos matar.
Saí da casa e Dean estava apenas alguns passos à minha frente, enquanto Bobby permanecia calado. Depois de chegarmos a certa distância da velha casa, vi Bobby virar seu corpo e segurar Dean fortemente pelos ombros, gritando:
- Seu estúpido do cacete! O que você fez? - ele sacudia Dean, mas esse não dizia nada.
Eu me aproximei dos dois e notei a fúria que vinha do olhar de Bobby.
- O que vocês fizeram?
- Nada. - eu respondi em um tom baixo e ele não pareceu me ouvir.
- Fizeram o pacto! Cada um pelo próprio irmão, não foi?
- Não, Bobby!
- Quanto tempo lhe deram? - ele perguntou a Dean, o sacudindo com força.
- Bobby. - Dean tentou falar, mas era impedido.
- Quanto tempo? - ele gritou com autoridade.
- Seis meses. – Dean respondeu com a voz fraca.
Levei minhas mãos à boca, chocada com o que acabara de ouvir. Dean possuía seis meses de vida. Senti-me ingênua quando acreditei que o demônio não tiraria vantagem do sofrimento dele.
- Mas que droga, Dean! - Bobby disse, o soltando, com os olhos marejados. – Enquanto a você? Quanto tempo lhe deram?
- Não fiz o pacto. - eu respondi e ele voltou a olhar para Dean, entendendo que apenas ele havia feito tudo e por isso o demônio o dera tão pouco tempo.
- E é por isso que temos que achar esse maldito dos olhos amarelos. É por isso que vou matá-lo pessoalmente. Eu não tenho nada a perder.
Eu queria matar Dean Winchester por falar dessa forma e por agir assim.
- Poderia estrangulá-lo! - Bobby disse, raivoso, como se lesse a minha mente.
- E me mandar pra lá antes da hora? - perguntou Dean, com ironia.
- Qual é o problema com vocês, Winchesters? Você, seu pai, ambos se coçando para ir pra cova!
Eu fiquei em silêncio, apenas observando, tentando acreditar naquilo tudo. Por um lado, eu entendia Dean, mas até onde iríamos para nos sacrificarmos por nossos irmãos?
Seis meses.
- Essa é a questão. Meu pai me trouxe de volta, Bobby. Não era pra eu estar aqui! Pelo menos, algo bom pode sair disso, sabe? É como se a minha vida pudesse significar algo. - ele disse, com a voz embargada. A minha única vontade era de matá-lo. Decapitá-lo!
- O quê? E não significava antes? - eu perguntei, o olhando com angústia - Tem uma opinião tão baixa assim de si mesmo? Quer dizer que sua vida não significava nada mesmo você ainda tendo eu, Sam e Chad?
Dean não me respondeu. Aproximei-me e, com raiva, o segurei pela jaqueta com as duas mãos.
- Sabia que ainda estava abalado pela morte do seu pai. Mas dizer que sua vida não tinha mais significado depois da morte dele é demais! É o mesmo que dizer que eu e Sam não significamos nada!
- Claro que significam! Olha o que fiz pelo meu irmão, !
Soltei-o e senti as lágrimas escorrendo pelo meu rosto.
- Entendi. Eu sou a parte insignificante.
- Não, não é isso. Você é importante, . Mas você mesma disse que seu mundo havia acabado quando Chad morreu.
- Acontece, Winchester, - eu disse estridente - que o Chad é meu mundo, mas você se tornou todo o resto!
Percebi seus olhos lacrimejados. Eu havia tocado seu coração.
- Como ele vai se sentir quando descobrir que você vai pro Inferno? Como se sentiu quando soube que seu pai foi por você? - Bobby perguntou.
- Não podem contar pra ele. Espanquem-me, façam o que quiserem, mas não contem ao Sam ou Chad sobre isso!
Eu suspirei, virando de costas para Dean, já havia chorado na encruzilhada, não choraria novamente.
Um barulho veio entre o meio dos carros velhos. Eu, Dean e Bobby rapidamente nos escondemos. Poderia ser algum demônio tentando encontrar Sam. Ou só Deus sabe mais o quê.
Alguns segundos se passaram até a coisa aparecer. Foi assim que Dean avançou, segurando uma mulher pelos ombros.
- Ellen? - perguntei assim que prestei atenção na tal mulher.
- Ellen! – Dizia Dean, abraçando-a.
Eu abracei Ellen por cima de Dean e Bobby fez o mesmo comigo. Ela parecia abalada, afinal, seu bar havia virado cinzas e alguns de seus amigos também.

xx

Dean’s POV

- Bobby, isso é mesmo necessário? - Ellen perguntou, olhando para o velho barbudo com desgosto.
- Só um pouco de água benta não vai machucar. – Ele a respondeu com seriedade. Ela aceitou e bebeu a água de forma desafiadora. Lembrando-me de uma versão mais velha de .
- Uísque agora, se não se importar.
- Ellen, o que aconteceu? Como escapou? - eu perguntei, curioso. Os demônios que haviam feito aquilo não deixariam ninguém sair ileso.
- Não era pra ter escapado. Na verdade, eu deveria estar lá com todos. - ela disse se lamentando e dando um fraco sorriso. Era sorrir ironicamente ou chorar, e alguém durona como Ellen sempre escolhia a primeira opção. - Mas ficamos sem Pretzels. Justo isso. Foi a sorte dos tolos. Foi nessa hora que Ash ligou, cheio de pânico na voz. Ele me pediu para olhar no cofre. E aí a ligação foi cortada. Quando eu voltei, as chamas estavam nas alturas! Sai por apenas quinze minutos.
- Sinto muito, Ellen. - disse, consolando-a.
- Muitas pessoas boas morreram lá. E fiquei viva.
- Você mencionou um cofre. – perguntei, de repente, e me repreendeu com o olhar.
- Um cofre escondido no porão.
- Os demônios pegaram o que tinha nele?
- Não. - ela respondeu, pegando um mapa e colocando sobre a mesa.
- Wyoming. - disse, lendo e tentando se lembrar de algo.
- O que significa isso? - Sam perguntou, olhando o mapa que em que haviam cinco lugares marcados ao redor de Wyoming. Assim, finalmente se lembrara do que queria.
- Não acredito!
Ela correu porta afora, enquanto eu e os outros nos entreolhávamos, imaginando se ela estava pirando de vez. Minutos depois, voltou com um sorriso enorme estampado no rosto.
- O que foi? Conseguiu algo? – perguntei, me levantando e indo em direção a ela.
- Muito mais que isso! - ela respondeu, me dando um selinho em minha boca e colocando um diário parecido com o do meu pai sobre a mesa. Porém, aquele parecia ser mais velho e era bem mais grosso, ou seja, deveria conter o dobro de informações que o meu.
Ellen nos olhou e depois fitou Bobby com dúvida. Acho que ela ainda não sabia sobre nosso relacionamento ou seja lá o que eu e temos. Bobby soltou uma risada pela reação da amiga.
- Cada lugar marcado é uma Igreja abandonada de fronteira. Todas de meados do século XIX. E todas construídas pelo meu tataravô. - ela começou a explicar, sorrindo orgulhosa, mas eu ainda não entendia o porquê.
- Seu tataravô... Samuel Colt? O matador de demônios e fabricante de armas?
- Sim, e tem mais. - ela acrescentou, batendo palmas de animação e pegando uma caneta para desenhar algo no mapa. - Ele construiu linhas de trem privadas conectando uma igreja a outra. E, por acaso, ficaram dispostas assim. - terminou de desenhar o ligamento das linhas entre as Igrejas e acabou-se por formar um grande pentagrama no mapa.
- Diga-me que não é o que estou pensando! - eu disse, surpreso, olhando para ela.
- Uma armadilha para demônios. - Sam dizia, impressionado, também olhando para .
- Exatamente! Uma armadilha para demônios de 160 km²!
- Isso é brilhante! Linhas de aço intransponíveis para os demônios. Nunca ouvi falar em algo tão massivo. - Bobby dizia, bastante surpreso com a inteligência de Colt. Na verdade, todos nós estávamos impressionados.
- Quando chegamos aqui e o Bobby falou sobre Wyoming, eu sabia que conhecia esse nome de algum lugar e que também havia algo importante lá, apenas não conseguia lembrar sobre o quê. Mas agora me lembrei sobre as criações de Colt. Sabia que havia anotado sobre isso em alguma parte no diário da minha família.
- Mas depois de todos esses anos, as linhas ainda funcionam? - Chad finalmente se pronunciou.
- Definitivamente. – ela respondeu.
- Como você sabe? - ele rebateu.
- Todos aqueles presságios que o Bobby descobriu. Os demônios devem estar cercando, mas não conseguem entrar! – ela respondia, empinando o nariz, convencida com sua habilidade de pensar em tudo, mais rápido que todo mundo.
- Estão tentando. - Ellen disse pensativa.
- Mas por quê? O que tem lá dentro? - Chad perguntou, olhando para o mapa.
- Era isso que eu estava procurando. Só tem um velho cemitério de caubóis bem no meio. – ela suspirou. A minha garota não parava de pensar por um minuto, tentando desvendar aquilo de qualquer jeito.
- O que tem de tão importante nesse cemitério? Ou será que o Colt tentava proteger algo? – indaguei.
- Bom, a não ser que... - começou a falar, mas parou, coçando a cabeça com uma expressão pensativa.
- A não ser o quê? - perguntei para que ela concluísse o pensamento em voz alta.
- E se Colt não estivesse tentando manter os demônios fora e sim algo lá dentro?
- Um pensamento confortante. - Chad disse, cruzando os braços.
- Você acha?
balançou a cabeça positivamente.
- Eles conseguem entrar? - Sam perguntou, olhando para Bobby.
- Nossa pequena teve de quem puxar tanta inteligência. – o barbudo dizia, olhando para a menina com um terno sorriso. - Essas coisas são tão poderosas que precisaria de uma bomba nuclear para destruir. Nem pensar que um demônio de sangue puro conseguiria passar.
- Não. - Sam retrucou, levantando-se da cadeira rapidamente. – Eu sei de alguém que conseguiria.
- Jake. - Chad murmurou com raiva.

xx

passava as mãos pelos os cabelos, enquanto ela lia calmamente. Todo o resto se preparava para a batalha contra Jake e eu apenas a observava.
- ? - eu a chamei em um tom baixo, me aproximando vagarosamente. Ela me recebeu com um olhar de ternura, como se toda aquela raiva de antes houvesse sumido.
- Dean? - ela perguntou no mesmo tom, enquanto eu puxava uma cadeira e me sentava ao seu lado.
- Queria te pedir desculpas pelo... - apontei para Sam e Chad com a cabeça e ela abriu a boca para me dizer algo, mas coloquei meu dedo indicador sobre seus lábios, impedindo-a. - Queria que me ouvisse primeiro. Desculpe por sempre fazer as coisas do meu jeito, eu sempre acabo magoando você, mas juro que não era a minha intenção. Eu apenas queria a nossa vida de volta, mesmo que por pouco tempo. Nós quatro juntos, como uma verdadeira família.
suspirou e colocou uma de suas mãos sobre a minha, beijando-a e acariciando-a.
- Dean, eu fiquei irritada no começo, mas na verdade pretendia fazer o mesmo. - ela deu um sorriso fraco. - mas quando cheguei lá, me contaram que era tarde demais. Fiquei irritada porque, mais uma vez, as coisas seriam do seu modo, mas agora isso não importa. Só quero arrumar um jeito de te livrar disso.
Eu puxei seu corpo com delicadeza para mais perto e, quando nossos lábios se tocaram, foi quase como entrar em êxtase. Uma sensação que só ela me fazia sentir. Nesse momento tudo parecia bem, tudo parecia certo.
- Será que se usarmos o quarto do Bobby novamente ele irá se importar? – perguntei me lembrando da nossa primeira vez juntos.
- Acho que ele nos mataria. - ela disse sorrindo. - Uma vez já foi demais.
Eu bufei, sorrindo em seguida junto com ela. Minha garota pelo resto da vida... Ou pelo resto de seis meses.

xx

’s POV


Ficamos escondidos, esperando Jake aparecer. Percebi Dean sorrindo para mim de seu esconderijo. Depois de uma longa conversa que tivemos antes de chegar ao cemitério, finalmente estava tudo bem entre nós.
Após alguns minutos, vimos Jake aparecer, passando pelos velhos túmulos até a grande porta que havia no meio do local. Nós seis saímos de nossa posição e apontamos as armas para Jake, que ainda estava de costas para nós.
- Como vai, Jake? - Sam perguntou, olhando-o com desprezo.
Jake olhou para cada um de nós, analisando um por um.
- Espera aí... Você estava morto. Eu te matei. - ele disse um tanto confuso para Sam.
- Ah, é? - Sam dizia, zombando do rapaz. - Da próxima vez, faça direito!
- E fiz. - Jake retrucou, olhando para Sam da cabeça aos pés, imaginando aquilo era possível. - Um corte enorme na sua espinha dorsal. Você não deveria estar vivo!
- Mas está. Parece que você não conseguiu terminar com nenhum de nós. – Agora era Chad quem estava revoltado.
- Você também não pode estar vivo, eu te matei! - Jake dizia, irritado com a situação.
- Uma pancada não me faz, ao menos, cócegas.
- Eu quebrei seu pescoço para ter certeza de que morreria, já que se o ferisse com algo, talvez você se cicatrizasse e não morresse. Era para ambos estarem a sete palmos nesse momento!
Sam e Chad se entreolharam confusos, enquanto Dean respirava fundo. Ele sabia que os dois descobririam a verdade.
- Certo. Muita calma nessa hora, filho. - Dean se intrometeu, tentando acabar com o assunto da morte de Chad e Sam.
- E se eu não quiser? - Jake perguntou, olhando para Dean com um sorriso irritante nos lábios.
- Espere e verá. - Sam esbravejou.
- Ficou durão de repente, é? - Jake perguntou irônico. - O que vai fazer, me matar?
- É uma ideia. - Chad concluiu o pensamento de Sam.
- Tiveram a chance. Uma pena que não conseguiram fazer isso!
- Não vou cometer o mesmo erro duas vezes. - Sam destravou sua arma.
- Do que está rindo, filho da puta? - eu perguntei, com um ódio incontrolável.
- Ei, senhora. - Jake chamou, olhando para Ellen e seus olhos mudaram de cor rapidamente. - Faça-me um favor. Aponte essa arma pra sua cabeça.
Ellen parecia não conseguir controlar seus movimentos e obedeceu Jake, apontando a sua arma para a própria cabeça.
- Aquela Eva estava certa. - Jake continuou, agora com os olhos de volta a cor normal. - Quando você se entrega, há vários tipos de truques Jedi para aprender.
- Deixe-a em paz! - Chad gritou, vendo Ellen aflita.
- Atire nele. - Ellen ordenou.
- Você estará enxugando sangue antes mesmo da bala me acertar. - Jake disse a Sam. - Todo mundo abaixando as armas. - ele mandou, olhando para todos nós, menos para Ellen. - Exceto você, querida.
Observei Dean e ele foi o primeiro a abaixar, depois Bobby, Chad e eu. Sam hesitou por um momento, mas decidiu abaixar quando percebeu que Jake mataria Ellen sem dó.
- Ok.
- Obrigado. – Jake agradeceu.
Tudo aconteceu muito rápido após isso.
Jake correu para a porta, encaixando a Colt em um buraco no centro da mesma. Dean e Bobby tentaram tirar a arma das mãos de Ellen antes que ela se matasse. Sam pegou sua arma e atirou em Jake, seguido por Chad. Ao redor do local onde Jake punha a Colt estava girando.
- Por favor, não. - Jake pediu caído ao chão. - Por favor.
Se não odiasse Jake diria que senti pena, pois por um momento tive a impressão de ver a mais pura crueldade nos olhos de Sam e Chad. Ao todo, pelas minhas contas, foram cinco disparos, três de Sam e dois de Chad.
O local ao redor parou de rodar formando um pentagrama e Dean pegou a Colt.
- Ah, não. - Eu disse olhando para porta. Agora sabia do que se tratava.
- , o que foi? - Dean indagou.
- É o Inferno! - eu respondi enquanto ouvia fortes batidas contra a porta. - Se protejam, agora!
Alertei e todos correram, cada um se escondendo atrás de lápides. Um forte estrondo pôde ser ouvido e a porta se abriu. Olhei por cima da lápide em que havia me protegido e notei centenas de fumaças pretas voando para fora do portão. Os demônios estavam fugindo do próprio Inferno.
- O que diabos aconteceu? - Dean perguntou, não tão longe de mim.
- É o portão do Diabo! Uma porta pro inferno! - eu gritei, me levantando. – Nós temos que fechar aquele portão, Dean!
Corremos todos para perto da porta e pusemos todas as nossas forças contra ela. Mas Dean não estava conosco. Varri o local com os olhos e o vi caído no chão, com o demônio dos olhos amarelos se aproximando dele.
- Dean! – gritei, soltando a porta e correndo em direção a ele.
O demônio me olhou, soltando um sorriso vitorioso e me jogou contra uma árvore. Foi então que senti um enorme peso contra o meu corpo. Era tarde demais, eu já estava presa.
- Cuido de você daqui a pouco.
Vi Sam se aproximar e o demônio também o prendeu. Ele tentou se soltar, sem sucesso. Era inútil escapar.
- Estou orgulhoso! Sabia que tinha isso no seu sangue. Descanse, Sammy. - ele sorriu e voltou a Dean. - Então, Dean... Tenho que lhe agradecer! Demônios não podem ressuscitar pessoas a menos que um pacto seja feito. Ah, eu sei, a burocracia lhe deixará maluco. Mas graças a você, seu irmãozinho está de volta. Não estava contando com isso, mas estou contente. De qualquer forma, gostava mais dele do que do Jake. Diga-me. Já ouviu a expressão, "Se um acordo parecer muito bom para ser verdade, então provavelmente é"?
- Chama aquilo de bom acordo? - Dean perguntou, indignado.
- Sem dúvida, é melhor do que do seu pai! E nunca se perguntou por quê? Estou surpreso com você. Acabou de ver o que seu irmão fez com Jake, não é? Foi realmente espetacular! Tem certeza que aquele que o trouxe de volta foi o 100% inocente Sammy? Justo você deveria saber que o que está morto, deve permanecer morto. De qualquer forma, valeu muito a pena. Sabia que te mantinha vivo por alguma razão. Até agora. E não teria conseguido sem o seu patético desejo de autodestruição de se sacrificar pela família!
O demônio se afastou de Dean, se posicionando com a Colt em mãos, pronto para atirar. No entanto, algo inacreditável aconteceu. John Winchester apareceu e agarrou o corpo do demônio, o impedindo de atirar. Ambos caíram no chão e iniciaram uma luta corporal, como se John estivesse realmente vivo. O demônio perdeu a Colt e Dean aproveitou para pegá-la. Quando a luta cessou e o demônio se levantou para atacar John, Dean deu um tiro, acertando em cheio. O demônio caiu novamente, agora estava morto.
Olhei em direção a Bobby, Ellen e Chad e vi que conseguiram fechar o portão. Aproximaram-se, surpresos ao ver o lendário Winchester. John pousou a mão no ombro do seu filho mais velho. As lágrimas rolavam tanto no rosto de Dean quanto nos de John. Sam apenas acenou com a cabeça para o pai, que sorriu em resposta. Então ele olhou para mim e eu senti vontade de abraçá-lo. Como sentia saudades do teimoso John Winchester! Ele voltou a olhar para Dean e começou a recuar. E foi desaparecendo aos poucos no ar.
Eu corri para abraçar Dean. Ele me recebeu com um doce beijo na testa. O demônio dos olhos amarelos havia finalmente pagado por tudo que havia feito à minha família e a dele.
Soltei-o do abraço e nós todos nos aproximamos do corpo que o demônio habitava.
- Tira da lista de afazeres. - Dean disse sorrindo para Sam.
- Você conseguiu! - Sam comemorou.
- Não consegui sozinho.
- Acha mesmo que o papai subiu do Inferno? - Sam perguntou, olhando para a grande porta.
- Estava aberta. Se existe alguém teimoso o bastante para subir, esse seria ele. - Dean respondeu.
- Onde acha que ele está agora?
- Não sei.
- Não acredito, Dean. Nossa vida foi preparada pra esse momento, mas agora eu... Meio que não sei o que dizer.
- Eu sei. - ele se inclinou para mais perto do corpo. - Isso foi pela nossa mãe, pelo nosso pai e pelos pais de e Chad, seu filho da puta!

xx

Dean’s POV

Toda a nossa vida foi perseguir e matar esse maldito demônio e agora tudo estava encerrado.
Estávamos saindo do cemitério e Chad e foram para o Camaro, enquanto eu e Sam fomos para o Impala. Eu estava tirando as chaves do bolso quando ele apoiou as mãos por cima do carro.
- Quando Jake me viu, foi como se tivesse visto um fantasma. - eu pigarreei de propósito, tentando fazê-lo não tocar mais nesse assunto, mas insistiu. - Você o ouviu, Dean. Ele disse que me matou!
- Fico feliz que Jake estava errado. – argumentei enquanto me encostava-se ao carro. Por mim, essa resposta bastaria, mas conhecendo Sam, isso não seria o suficiente.
- Eu não acho que ele estava, Dean. O que aconteceu depois que fui esfaqueado? - ele perguntou, me olhando seriamente.
- Eu já lhe disse.
- Não a história toda.
- Sam, acabamos de matar o Demônio. Podemos comemorar por um minuto? - perguntei para o meu irmãozinho cabeça dura.
- Eu morri?
- Ah, vai começar! - eu reclamei, levantando os braços como protesto. Ele não iria desistir.
- Vendeu sua alma por mim, como o papai fez por você?
- Qual é! Não! – respondi, tentando parecer o mais convincente possível.
- Diga-me a verdade, Dean!
- Sam... - parei de falar, soltando um breve sorriso de nervosismo.
- Quanto tempo você tem? - ele perguntou com uma voz embargada.
- Seis meses. – respondi murmurando.
- Você não deveria ter feito isso. - Sam perguntou, me olhando com tristeza e raiva ao mesmo tempo. - Como você pôde fazer isso?
- Não fique bravo comigo. Eu tinha que fazer isso! Tive que tomar conta de você. Esse é o meu trabalho!
- E qual é o meu trabalho, Dean?
- O quê?
- Você salvou a minha vida repetida vezes. Quero dizer, você sacrifica tudo para mim. Você não acha que eu faria o mesmo por você? - ele me olhou, suspirando em seguida - É meu irmão mais velho. Não há nada que eu não faria por você. E não importa o que for preciso, eu vou lhe tirar disso! Acho que tenho que salvar o seu traseiro para variar.
- É. - eu disse, sorrindo para ele.
- E enquanto ao Chad? A também fez um pacto?
- Não. Fui só eu. Pelos dois. - eu disse, observando sorrindo para o irmão mais novo. - Não a deixaria fazer esse tipo de coisa. Eu não tive muita escolha, era a minha alma ou a dela para salvar vocês. E sabia que uma hora ela teria a mesma ideia que eu. Sorte que fui mais rápido dessa vez – voltei meu olhar para Sam. – senão seria ela quem estaria na fila de espera para virar churrasquinho.
Sam suspirou, entendendo que eu havia feito isso por todos nós.
- Bem... O demônio dos olhos amarelos pode estar morto, mas muitos mais saíram por aquele portão. - Ellen disse, se aproximando de nós.
- Quantos vocês acham que escaparam? - perguntei olhando para se aproximando junto com Chad e Bobby.
- Uns cem ou talvez duzentos. – ela respondeu, fazendo uma careta.
- É um exército. – Sam argumentou, olhando para Chad.
- Como ele disse que faria. – completou Chad.
- Espero pra cacete que estejam preparados! - Bobby se aproximou com as mãos nos bolsos. - Porque uma guerra acabou de começar.
- Bem, então temos muito trabalho a fazer. - eu disse, sorrindo para que sorriu de volta.
Tentaria fazer com que esses últimos seis meses fossem os melhores de minha vida! Claro que com muita caça e cerveja. Já que a morte estava chegando, nada melhor que curtir a vida.


XVII - Os Sete Magníficos

Uma semana depois.

POV's

Eu estava sentada em minha cama com o notebook no colo. Já fazia uma semana que procurava por algo que acabasse com minha angústia, mas parecia ser impossível. Devia existir um jeito de salvar Dean.
Passei as mãos pelos cabelos, totalmente impaciente. Nada. Passaram-se duas semanas e não descobrimos absolutamente nada sobre como livrar Dean do pacto, sem que Sam e Chad morressem.
Dean abriu a porta vagarosamente e colocou apenas sua cabeça pela abertura. Ele sorriu gentilmente e eu fechei o notebook para olhá-lo.
- Estou atrapalhando? - Ele perguntou um tanto meigo e eu sorri.
- Nunca!
Dean entrou no quarto e fechou a porta atrás de si. Ele estava apenas de camisa e uma cueca boxer. Eu gargalhei assim que ele piscou para mim e fez algum tipo de dança "sexy" enquanto andava até à cama.
Coloquei o notebook sobre o criado mudo antes de Dean pular na cama ao meu lado.
- Eu vim para lhe usar. - Ele disse, dando risada da minha expressão de indignação.
- Não é assim, querido. Eu sou difícil! - Eu respondi. Observei o modo como ele sorria e algumas rugas se formavam no canto de seus olhos - Eu vou sentir sua falta.
Dean parou de rir, me olhando com ternura. Eu ainda não aceitava o fato que em poucos meses não o veria sorrindo para mim daquela maneira. Que não o teria me abraçando e me beijando. Que não o teria me irritando como ele havia feito nos últimos tempos.
Ele me puxou para mais perto, me fazendo deitar ao seu lado e me abraçando. Apoiei minha cabeça em seu peito, enquanto ele acariciava meus cabelos.
- Eu também... Mas, , me promete que não vai ficar chorando minha morte por dias a fio e que também não vai deixar o Sam fazer isso.
Eu me arrumei na cama, levantando a cabeça para olhá-lo. Uma coisa difícil de cumprir. Como não chorar por um homem como ele?
- Não é tão fácil assim, Dean.
- Eu sei. Mas pelo menos tenta. Tudo bem?
- Ok. – respondi, voltando a aconchegar minha cabeça em seu peito.
Dean me apertou contra seu corpo e suspirou pensativo. Eu fiz o mesmo. Então ele me empurrou para o lado e subiu em cima de mim com um sorriso maroto nos lábios.
- Dean! – eu soltei uma risada, completamente corada.
- . - ele dizia enquanto me dava vários selinhos.
Coloquei os braços ao redor do seu pescoço e ele se acomodou em cima de mim, ainda me olhando.
- Eu te amo. - ele disse em um único sussurro.
Respirei fundo, sem tirar meus olhos dele. Não acreditava no que tinha acabado de ouvir. Era mesmo Dean Winchester me dizendo aquilo?
Ele sorriu ao perceber minha expressão de espanto e começou a beijar meu pescoço, subindo até meu ouvido, enquanto eu continuava sem reação.
- Foi isso mesmo que ouviu. Eu te amo, !
- Eu também amo você! – respondi, com lágrimas escorrendo pelo meu rosto. Eu mal pude perceber em qual exato momento comecei a chorar.
Dean passeou seu dedo indicador pelo meu rosto, secando todas as possíveis lágrimas que ousassem escapar.
- Ei! O esperado era te fazer feliz!
- Mas eu estou feliz, Dean.
Por mais que essas meras palavras me trouxessem a felicidade, não era justo de ele pronunciá-las apenas agora. Não era justo eu saber disso poucos meses antes de sua morte. Não era justo eu amar tanto alguém que já estava com o destino traçado.
Dean se aproximou dos meus lábios, me dando um beijo doce e calmo. Desceu as mãos pelo meu corpo até minhas coxas e as apertou de leve. Eu passei as mãos pelas suas costas enquanto erguia sua camisa. Terminamos de nos despir e voltamos a nos beijar. Após um tempo, não consegui determinar o meu corpo do dele. Era tarde demais, havíamos nos transformados em um só.

xx

POV's Off

Sam está sentado no sofá com um livro em mãos. O celular começou a tocar ao seu lado e ele atendeu rapidamente.
- Alô?
- Ei, Sam. - a voz de Bobby surgiu do outro lado.
- Fala, Bobby.- Sam disse, sorrindo.
- O que está fazendo?
- O mesmo de sempre...
- Está enfurnado naquele livro de novo? - Bobby perguntou como se estivesse vendo a imagem de Sam na sua frente - Se quiser livrar o Dean desse pacto com o demônio, não vai encontrar a solução em livro algum.
- Então me diga onde achar.
- Garoto, gostaria de saber. - ele suspirou. - Enfim, cadê o seu irmão?
- No quarto com a , eu acho.
- Esses dois... - Bobby dizia, soltando algumas risadas. - Estão dando certo mesmo.
- Pois é. - Sam disse, vendo Chad entrando em casa e sorrindo para ele.
- Bom, é melhor arrumarem as malas. Acho que encontrei algo.
- Ok.
Sam desligou o celular, colocando o livro de lado e se levantando do sofá.
Hora de caçar.
Subiu as escadas e bateu na porta do quarto de . Os dois só podiam estar lá, afinal aquele lugar se transformou no único cômodo da casa para eles. E já faz sete dias.
- O que foi? – Sam pode ouvir o grito do irmão.
- Hora de trabalhar. Chega de lua de mel pra vocês!
- Estamos descendo! – dizia, soltando uma risada. – Ah! Dean! Sai de cima de mim!
Sam rolou os olhos e acabou voltando para o andar de baixo, onde viu Chad aparecer na sala com uma vasilha de cereal.
- Vão caçar? - ele perguntou, se sentando no sofá junto com o Winchester.
- Sim. Parece que o Bobby achou alguma coisa.
- E o pacto do Dean?
- Não achamos nada. - Sam respondeu, suspirando. – Não há nada útil.
Chad pousou uma das mãos sobre o ombro de Sam, confortando-o.
- Se eu soubesse um pouco mais sobre caça, eu juro que lhe ajudaria. Mas apenas a entende disso. Acho que vocês dois deveriam se unir para salvar seu irmão.
- Bom, o primeiro passo para salvá-lo seria se o próprio Dean deixasse sair daquele quarto! – Sam sorriu. – A sua irmã virou uma máquina de sexo para ele.
- Ah! Que merda, Winchester! Eu agradeceria se não soubesse desse detalhe! – Chad bufou, levantando-se do sofá, deixando Sam gargalhando sozinho.

xx

- O que o Bobby conseguiu? - perguntou, descendo as escadas, seguida por Dean.
- Pouca coisa. - Sam respondeu. – Uma colheita arruinada e um enxame de cigarras em Lincoln, Nebraska.
- Podem ser presságios de demônios. - concluiu ela.
- Ou uma colheita ruim e problemas com insetos. - finalizou Dean.
- Mas é nossa única pista. - argumentou Sam, pegando suas coisas.
- Alguma morte estranha? - Dean perguntou.
- Não. Nenhuma, por enquanto.
- Estranho. Na noite em que o portão foi aberto, muitos demônios escaparam. Já sabem para quantas cidades?
- Dezessete.
- Oh, dezessete. Bom, deveria ser o apocalipse. Porém já se passaram sete dias e nada de sobrenatural aconteceu. O que eles estão aguardando? – indagou Dean.
- Não faço ideia. - Sam respondeu pensativo com a pergunta do irmão.
- Isso está me deixando louco! Se fosse uma guerra, por mim já teria começado!
- Tome cuidado com o que deseja. - retrucou , sorrindo e dando tapinhas nas costas dele. - E dessa vez, vamos de Camaro!
- O quê? E o meu bebê?
- Fica em casa, oras.
- Nem pensar! Não o deixo em casa por nada nesse mundo!

xx

Sam POV's

Nós fomos para Lincoln em Nebraska e nos encontramos com Bobby em uma velha casa de fazenda.
Após várias tentativas batendo na porta sem resposta alguma, decidimos entrar.
Ao invadirmos a casa, nos deparamos com uma família inteira morta no sofá da sala. Então iniciamos uma profunda busca pelo terreno, sem sucesso. Nenhum indício de demônios ou algo extraordinário.
Ficamos sabendo de mais uma morte. Uma jovem foi assassinada assim que saía de uma loja. E novamente investigamos e novamente não encontramos nada.
Nos encontramos com Tamara e Isaac, um casal de amigos do Bobby. Insistimos para que se juntasse a nós, mas ambos resolveram que era melhor caçar sozinhos. O que não deu muito certo.
Soubemos que Isaac acabou sendo pego por uns demônios. E não era qualquer demônio. Os sete pecados capitais: Gula, Avareza, Preguiça, Luxúria, Ira, Inveja e Orgulho; todos os sete estavam encarnados.
Conseguimos salvar Tamara, no entanto não tivemos a mesma sorte com Isaac. Capturamos um dos sete e todos os outros seis nos perseguiram. Em meio a luta, uma misteriosa mulher surgiu com uma poderosa faca para nos salvar. Uma faca que consegue matar demônios. Eu não acreditava em algo assim até chegar esse dia. E bem, ela já havia matado mais dois.
Terminamos por exorcizar o resto dos pecados, porém aquela dúvida pairou no ar.
Os sete pecados capitais escaparam do inferno. E isso parecia uma coisa impossível. E olha que já vimos muita coisa pela estrada. Enfim, o que mais teremos de enfrentar e que também conseguiu escapar quando aquele portão foi aberto?


XVIII - As crianças são legais!

’s POV

Sam estava sentado no sofá, conversando com Bobby pelo celular enquanto pesquisava algo em seu notebook. Eu apenas observava a janela para ver se Dean iria chegar.
- Sam! Ele está chegando! - eu o alertei assim que avistei Dean descendo do Impala.
- Como assim não irá funcionar, Bobby? – ele falava ao celular, me olhando. - É um ritual para expelir demônios. - ele fez uma pausa para ouvir a explicação de Bobby. - Talvez a tradução esteja errada! Olha, podemos deixar o Dean fritar no inferno enquanto nós... Tem que ter algo...
Dean abriu a porta e eu corri o mais rápido que pude para longe da janela, enquanto Sam fechava o notebook e se despedia de Bobby.
- Tenho que desligar. Esquece. - Sam desligava a ligação enquanto Dean chegava na sala e o olhava com desconfiança. O mais novo apenas sorriu.
- Quem era?
- Eu estava pedindo uma pizza.
- Ah! Fala sério? Por que me mandaram ir comprar carne para fazer o jantar?
- É que eu estou com vontade de comer pizza! - eu respondi.
- Você não está...
- O quê? Não! Claro que não! – já desconfiei o que se passava em sua mente. Apavorei-me só com a ideia de que ele descobrisse algo.
- Que bom! - ele disse aliviado.
- Eu e estávamos vendo um caso em Cícero, Indiana. - Sam dizia, se levantando e andando até mim.
- Sim! Parece que um homem sofreu um acidente em casa com uma serra elétrica e outro caiu tentando trocar a lâmpada!
- Acidentes domésticos? - Dean perguntou, franzindo o cenho.
- É. - Sam respondeu.
- Três acidentes domésticos no mesmo residencial. Meio suspeito, não acha? – perguntei.
- Nesse caso... - Dean disse, dando de ombros e andando em direção à cozinha com algumas sacolas nas mãos.
Lancei um breve sorriso para Sam e ele me abraçou ligeiramente, me dando um beijo no topo da cabeça.
- Vamos conseguir resolver isso, pequena.
- Eu sei que sim, gigante.

xx

Dean’s POV

Chegamos em Cícero, Indiana e procuramos um hotel para ficar. Pedimos dois quartos e logo fomos trabalhar. ligou para uma imobiliária para marcar uma breve visita em uma das casas do residencial e ficou previsto para o começo da tarde daquele dia. Depois de muita insistência, acabamos por deixar Sam sozinho no quarto. Ele queria ficar e pesquisar. Então eu me vi obrigado a ir junto com e nos passarmos por um casal.
A verdade era que eu adoraria ir, mas em outra situação. Acontece que Lisa Braeden, uma professora de yoga que conheci há alguns anos mora nesse residencial. E bem, eu não queria encontrá-la. Ainda mais com por perto. Não que eu fosse traí-la, mas a relação entre Lisa e eu não era muito inocente. Se é que dá pra entender o que quero dizer.
Contra a minha vontade, fomos para o residencial um pouco mais cedo do que o marcado com a mulher da imobiliária. inventou uma desculpa de que queria dar uma olhada pelo terreno antes de falar com a tal moça.
Após alguns minutos andando, percebi uma figura notável ao longe. Mulher, cerca de trinta anos, morena, corpo em forma e vinha em nossa direção. Eu dei um sorriso assim que ela se aproximou de nós. parecia não entender o porquê da mulher nos olhar surpresa daquela forma.
- Dean?
- Lisa! Como vai?
- Bem! Nossa! Quanto tempo faz desde a última vez que nos vimos?
- Uns oito ou nove anos. - Eu respondi sem graça. – Louco, não é?
- É. - ela sorriu. - Então, o que faz por aqui?
- Oh, eu estava vendo uma das casas. Eu e minha... - eu olhei para e ela me lançou um olhar maldoso. – esposa!
- Ah! - ela se virou para . - Sou Lisa Braeden, uma velha amiga do seu marido.
- Prazer, sou Colt! – elas se cumprimentaram.
- Colt? Como as armas? - Lisa perguntou curiosa.
- É, sou a herdeira.
- Uau! Legal! Bem, já que vão ser meus vizinhos, está rolando uma festa lá em casa e se quiserem ir... Mas se não quiserem, tudo bem.
- Não, obriga...
- Adoro festas! - me interrompeu.
- Então, vamos!
Lisa na frente, nos guiando. Andei lentamente até tomarmos uma distância consideravelmente segura dela.
- Desde quando você gosta de festas? – perguntei, quase sussurrando para .
- Desde quando ela é só uma velha amiga sua? – ela respondeu no mesmo tom que eu. Oh! Ela estava com ciúmes!
- Você está com ciúmes? – indaguei, erguendo uma sobrancelha e ela sorriu irônica.
- Claro que não, Dean Winchester! – ela finalizou e seguiu na frente, atrás de Lisa.
Sim, definitivamente eram ciúmes! E sim, eu estava completamente ferrado se ela descobrisse o quanto amigo eu sou de Lisa.

xx

’s POV

Entramos na casa de Lisa e Dean logo perguntou onde ficava o banheiro. Ele saiu e nós duas fomos para os fundos de sua casa, que estava completamente decorada com esses temas para festa infantil.
- De quem é a festa? - eu perguntei gentilmente.
- Ben. Meu filho!
- Oh! Você tem um filho! – por algum motivo aquilo me deixou aliviada.
E foi então que um menino de, aproximadamente, oito anos surgiu. Ele estava com uma jaqueta preta e calça jeans. Era a hora dos presentes e sua animação era contagiante.
- É aquele! – Lisa me indicou.
- AC/DC detona! - O garoto gritou comemorando, assim que rasgava o papel de um dos presentes que acabara de receber.
Respirei fundo. Só podia ser coisa da minha cabeça!
- Você, seu marido e o seu filho gostam do condomínio?
- Ah! – parece que a minha pergunta a deixou incomodada e ela sorriu, sem graça, escondendo as mãos nos bolsos da calça. - Eu não sou casada. Sou mãe solteira.
- Ah! Desculpa! – retribui o sorriso, também sem jeito. Há quanto tempo o Dean disse que não a via mesmo?
- Quantos anos ele tem? – continuei com o meu mini-questionário enquanto observava o pequeno Ben.
- Oito. - ela respondeu. – Bom, fique à vontade!
Lisa acabou me indicando uma cadeira próxima a duas mulheres. Eu me sentei e fiquei raciocinando.
Dean nunca havia me contado sobre essa Lisa, nem quando chegamos à cidade e muito menos quando falei do residencial. Bem... Se ele era um velho amigo dela, com certeza saberia onde ela estava morando, certo?
Ela ainda estava na porta, observando o filho brincar e logo Dean apareceu ao lado dela, varrendo o local com os olhos.
- De quem é a festa? – Eu pude ouvir a sua pergunta.
- Ben. Meu filho. - ela respondeu da mesma forma de quando estava falando comigo. Vi o seu dedo indicador apontando para o menino e dizendo: - Aquele.
- Você tem... - ele começou, mas foi interrompido.
- Tenho! - ela respondeu, colocando uma das mãos no ombro de Dean e pedindo licença. Ele sorriu ternamente e Lisa se distanciou.
Ele finalmente me avistou e tentou se aproximar da mesa. Por conta do enorme lugar e muitas crianças juntas, Dean mal conseguia andar. Percebi seu rosto corado. Estava envergonhado. Se sentindo um completo peixe fora d’água.
- Você ouviu a Lisa chamá-lo pelo nome de Dean? - uma mulher loira que estava a poucos metros de distância a minha frente iniciou uma conversa com sua amiga ruiva, que estava ao lado. Eu não sou fofoqueira, mas apenas em pronunciarem aquele nome, já se tornava um assunto para mim.
- Sim! - a ruiva respondeu, olhando para Dean enquanto se servia na mesa do grande bolo de aniversário. - Por quê?
- Você não sabe sobre ele? - a loira perguntou com um sorriso malicioso estampado em seus lábios. - O Dean melhor-noite-da-minha-vida!
- Não me diga! - a ruiva ficou chocada.
- Oh, meu Deus! Eles tinham uma relação louca! Quase ilegal! – ela dizia enquanto Dean se aproximava.
- Oi! - ambas o cumprimentaram em uníssono.
- Olá. - ele as cumprimentou bastante desconfortável com o modo de que elas o olhavam. Ele sorriu nervoso, me avistando novamente e fazendo um sinal com as mãos para que eu o seguisse. Levantei-me, lançando um olhar mortal para aquelas duas, que não entenderam absolutamente nada.
- E aí? - ouvi Dean cumprimentando alguém e me aproximei para checar quem era. Ben estava encostado no portão ao seu lado, ambos devorando um pedaço de bolo.
- E aí? – O menino repetiu.
- Então quer dizer que é o seu aniversário?
- Sim.
- É uma festa legal. - Dean dizia tentando puxar assunto com aquele garoto. Apenas eu fiz as contas e percebi a total semelhança entre os dois?
- Cara, esse doce é uma maldição de tão gostoso! E este pula-pula? É épico!
- Sim. É bastante impressionante.
Eu deveria estar mais branca que uma parede cor de gelo. Aquilo era assustador. Digo, aquele pirralho era o próprio Dean em miniatura!
- E você sabe quem mais acha essa festa incrível? Garotas! Elas adoram!
No mesmo segundo, uma menina passou por nós e Ben faltou quebrar o pescoço de tanto se virar para dar uma breve “checada” nela. Aquele garoto só tinha oito anos e era tão parecido com Dean que parecia armação.
Desliguei-me um pouco dos meus pensamentos quando percebi Ben me fitando dos pés a cabeça, sorrindo.
- Quem é você? – perguntou.
- Uma colega do moço ao seu lado.
- Você é bonita!
- Obrigada, Ben!
- De nada. - ele disse e saiu, correndo para o pula-pula. – Meninas, lá vou eu!
Eu e Dean nos entreolhamos e praticamente corremos dali. Ele parou na cozinha para se despedir de Lisa e eu apenas os observei pela porta.
- Eu conversei com o Ben. Garoto legal.
- Sim. - Lisa dizia com um sorriso aberto. Acho que isso se denominava mãe coruja.
- Eu não pude deixar de notar que ele está fazendo oito anos. E sabe... Quando eu e você... Digo, nós...
- Você quer me perguntar se ele é seu?
- Não! Não, claro que não. - ele respondeu sorrindo, mas refletindo por uns segundos. – Ele não é... É?
- O quê? Não!
- Eu acho melhor... - eu interrompi, mas não tive a coragem de permanecer naquele lugar. Era muita informação para apenas um dia.
Dean realmente teve algo com Lisa, que tem um filho de oito anos, o mesmo tempo desde a última vez que se encontraram. E o pai daquele menino só poderia ser o Dean, mesmo Lisa negando. Estava óbvio!
Dei passos largos e pesados até a saída do residencial e deixei-os a sós. Possuíam muitos assuntos a tratar, afinal de contas.
Senti uma mão agarrar o meu braço.
- Eu não sabia sobre o Ben! - Era Dean. Ele estava tão assustado quanto eu.
- Mas sabia sobre Lisa! Foi por isso que não gostou de ideia de virmos até aqui. Sabia que havia uma grande possibilidade de reencontrá-la!
- E porque eu também previa que você ficaria nesse estado. – ele dizia enquanto eu soltava meu braço das mãos dele.
- É, Dean! Só que eu preferia saber disso através de você ao invés de ser obrigada a ouvir do seu lance quase ilegal com ela. E não vamos nos esquecer da melhor noite da vida da Lisa!
- Quem te falou sobre isso? – Dean perguntou incrédulo.
- Ninguém. Eu ouvi uma conversa.
- Já pensou na possibilidade de não estarem falando de mim?
- Mas era lógico que estavam fofocando sobre você! Qual Dean a mais a Lisa transou com exceção de você? - eu esbravejei. Virei o corpo e continuei o meu caminho, ignorando a presença dele.
Eu sei que estava sendo um tanto ridícula por ter ciúmes de algo que aconteceu há anos, mas era algo impossível de controlar!
- Ei! Relaxa! - Dean disse tentando me acalmar. Deu uns rápidos passos e entrou na minha frente. - O importante é o aqui e o agora. Eu estou com você e não com ela! Estou só com você e mais ninguém. , eu nunca fiz isso por uma garota. Tirando a Cassey. De qualquer maneira, eu nunca confessei os meus verdadeiros sentimentos pra alguém, apenas você!
Cruzei os braços demonstrando rejeição em relação a toda aquela maldita situação.
- Mas ela disse que você foi a melhor noite da vida dela! – indaguei.
Dean sorriu ternamente, descruzando meus braços delicadamente e me abraçando.
- Dane-se. Todos os dias eu tenho as melhores noites da minha vida com você.
- Ok, eu já entendi...
- Você é muito manhosa! - ele debochou, me apertando contra seu corpo.
- Você é insuportável!
- Um insuportável por quem você morre de ciúmes. – ele formou um sorriso maroto nos lábios.
- Nem pensar! – eu soltei uma risada e ele distribuiu uns beijos nos meu pescoço. – Dean, aqui não!

xx

Sam’s POV

e Dean foram olhar o residencial, enquanto eu pesquisava algo para acabar com o pacto de Dean. Eu fui surpreendido com a visita da mesma mulher misteriosa com quem nós nos deparamos no caso dos sete pecados capitais. Como ela me localizou?
Ela me alertou para investigar o que havia ocorrido com os antigos amigos da minha mãe. No entanto, antes que eu pudesse ter alguma resposta, recebi uma ligação de Dean pedindo ajuda. Trajei meu terno e a mulher foi embora misteriosamente.
Após alguns dias, a encarregada de pesquisar foi , que não estava com muito bom humor nos últimos dias devido a uma preocupante aproximação entre Dean e um menino chamado Ben, filho de uma das mulheres com quem ele dormiu.
Acabamos por descobrir que as crianças do residencial estavam sendo trocadas por Changelings, criaturas que assumem o lugar dos filhos de uma família para se alimentarem da mãe.
Em meio a muita investigação, o esconderijo onde as crianças ficavam presas foi descoberto e matamos a Changeling Mãe, entregando todos os meninos e meninas sãs e salvos às famílias.
Finalmente Dean se despediu de Ben e Lisa, deixando com o coração mais aliviado e seu humor voltando ao normal. Para o nosso próprio bem.
Voltamos para casa e encontramos Chad com uma garota que disse ser sua namorada. O garoto já estava estudando, trabalhando e construindo seu próprio futuro. E isso me deixava com uma ponta de inveja. Se a minha vida não fosse essa loucura, provavelmente já estaria casado. Mas isso está fora de cogitação. Essa vida normal não me pertence. Portanto já me acostumei com a ideia.
No entanto mais uma preocupação tirava as minhas noites de sono. Um mês e nenhuma solução encontrada para o caso do Dean. A não ser a mulher misteriosa que revelou saber de uma resposta para isso e que eu descobri ser um demônio!


XIX - Dia Ruim Em Black Rock.

’s POV
Terminei de me vestir depois do banho quente e comecei a pentear o cabelo. Do andar de baixo ouvi Dean e Sam discutindo por algo que não sei exatamente o que era, mas tinha a ver com demônios. Quando terminei, desci as escadas para tentar resolver as coisas.
- Por que estão discutindo? - eu perguntei assim que terminei de descer o último degrau.
- Por causa do demônio, é por isso - disse Dean, cruzando os braços e olhando feio para Sam.
- Mas que demônio? - perguntei, me virando para Sam.
- O demônio de quem o Sam virou amiguinho - disse Dean.
- Eu não virei amiguinho de ninguém, Dean - disse Sam, raivoso.
- Ei, do que vocês estão falando? - perguntei, olhando para os dois sem entender nada.
- A garota misteriosa de Lincoln é um demônio - disse Sam, suspirando em seguida.
- O quê? - perguntei, olhando para Sam, incrédula.
- Quando soube que Ruby era um demônio, deveria ter jogado água benta. - Dean disse. - Não ficar jogando conversa fora...
- Eu não estava jogando conversa fora. - Sam disse, revoltado.
- Então por que não a devolveu ao inferno?
- Porque ela disse que pode nos ajudar. - Sam disse, se jogando no sofá, já cansado de discutir.
- Como? - eu e Dean perguntamos em uníssono, sem acreditar no que estávamos ouvindo.
Sam suspirou e fechou os olhos, mas não nos respondeu.
- Sam, sério. Como ela poderia nos ajudar? - eu perguntei.
- Ela me disse que poderia ajudar o Dean, ok? - ele disse, nos olhando. Dean olhava para ele, incrédulo, enquanto eu fiquei pensativa. Ela poderia mesmo? - Ajudar com o pacto da encruzilhada.
Foi então que Dean explodiu.
- Que há de errado com você, hein? Ela mentiu, você sabe muito bem disso. Ela sabe que sua fraqueza sou eu. - Dean parou de falar e respirou fundo, olhando para Sam. - O que mais ela disse?
Sam permaneceu em silêncio, parecendo pensar se contava a Dean tudo o que havia conversado com Ruby. Mas mesmo se ele decidisse não contar a Dean, eu o obrigaria a me contar, mesmo que tivesse que bater nele para conseguir isso.
- Sam? - Dean insistiu.
- Nada - Sam disse, se levantando do sofá. - Nada, OK?! Olha, eu não sou um idiota, Dean. Não estou falando para confiar nela, e sim usá-la. Estamos em guerra, não é? E nós não sabemos nada sobre o inimigo, não sabemos onde eles estão, não sabemos o que eles estão fazendo. Quero dizer, não sabemos o que eles querem. Agora esta Ruby sabe mais do que nós nunca vamos saber sozinhos. É um risco, eu sei disso, mas temos que levá-la e usá-la.
- Você está bem, certo? Quero dizer, que você está se sentindo bem? - Dean perguntou de repente, olhando para Sam.
- Estou ótimo! Por que sempre me pergunta isso? - Sam perguntou, sem entender porque a mudança de assunto repentina.
Um celular começou a tocar e eu procurei o meu no bolso da calça, mas não era. Dean e Sam fizeram o mesmo e nada. Eu e Dean nos entre olhamos e corremos para uma das gavetas da estante. Lá estava o celular de John tocando.
Entreguei a Dean enquanto explicava a Sam.
- É o celular do pai de vocês. Sempre deixamos por perto para o caso de algum velho conhecido ligar - eu disse, dando de ombros e observando Dean.
- Alô? Sim, aqui é Edgar Cayce... Não, não, não chamar a polícia, eu vou lidar com isso sozinho. Obrigado. Você pode... trancar o local de volta para mim? Ótimo. Eu, Não estou com minha agenda em mãos. - Dean fez um gesto, pedindo rapidamente por papel e caneta. Eu peguei um bloco próximo ao telefone fixo e entreguei a ele junto com uma caneta. - Você tem o endereço para que eu possa... - Dean começou a anotar o endereço que foi passado - Certo, muito obrigado.
Dean terminou a chamada, enquanto eu e Sam o olhávamos, curiosos.
- Papai já disse que guardava um container em um armazém para vocês?
- Quê? - Sam perguntou, dando a entender que não sabia nada do assunto.
- Perto de Buffalo? - Dean perguntou, olhando para mim e eu sorri, me lembrando de algo.
- Ele me disse sobre isso uma fez, mas não me pergunte, eu não sei o que tem por lá.
Dean rolou os olhos. Era evidente que eu sabia mais sobre John do que os próprios filhos.
- E por que não contou pra gente?
- Porque eu não me lembrava disso até agora - eu disse, cruzando os braços.
- Pois bem, - disse Dean. - alguém invadiu o lugar.
Eu e Sam nos entre olhamos nos perguntado secretamente quem havia feito isso e porquê.
- E dessa vez, vamos em meu carro. - Dean acrescentou, sorrindo assim que lhe mostrei a língua.

Nós estávamos no elevador, descendo para o armazém.
- Gente... - disse Dean de repente.
- O quê? - Sam perguntou, olhando para o irmão.
- O papai. Ele e seus segredos. - Dean disse, olhando para mim como se fosse uma indireta. - Passamos tanto tempo com ele e parece que mal o conhecemos.
- Bem, estamos prestes a descobrir algo - disse Sam, me olhando também.
- Qual é? Já disse que não sei o tem aí. Ele só comentou o armazém uma vez, nem sei como consegui me lembrar dele - eu disse, cruzando os braços enquanto a porta do elevador se abria.
Saímos do elevador encontrando o container. Dean destrancou o cadeado e abriu a porta. Cada um de nós pegou sua lanterna e entramos no local. No chão empoeirado do local, havia um símbolo desenhado em vermelho e havia várias pegadas de sangue.
- Proibido para demônios. - Eu sorri para os garotos.
- Sangue - disse Dean, analisando as pegadas.
- Veja isso - eu diss,e mostrando um arame que estava ligado a uma arma de fogo escondida em um crânio de uma animal.
- Quem invadiu, ficou marcado - Dean disse, sorrindo. - Velho papai.
- Tem duas trilhas de pegadas, parece que foi um trabalho de dois homens - eu disse, olhando o caminho pra onde as pegadas iam.
- Nosso amigão, mesmo tendo levado um tiro, continuou caminhando.
- Qual é a moral daqui? Papai trabalhava aqui ou algo assim? - Sam perguntou, me olhando como se eu tivesse a respostas.
- Ele comentou que guardava coisas aqui, mas não disse exatamente o quê - eu disse, olhando em volta. - Pelo jeito, ele guardava de tudo.
Sam e Dean fizeram o mesmo que eu. Dean apontou sua lanterna para um crânio e balançou a cabeça negativamente. Sam olhou sobre uma mesa, enquanto Dean se aproximou de uma prateleira pegando um troféu e tirando a poeira.
- 1995 - ele disse, sorrindo e olhando para Sam que se aproximou dele.
- Não brinca! É meu troféu do campeonato de futebol. Não acredito que ele guardou isso. - Sam disse, pegando o troféu das mãos de Dean.
- É... Isso era a única coisa de menino que você fazia - disse Dean, se virando. - Olha! Minha primeira cano-curto. Eu mesmo fiz. Sexta série.
Dean sorriu apontando a arma para mim, que rolei os olhos e sorri de volta.
Sam foi para o fundo do local, enquanto eu e Dean o seguimos por uma porta. Passamos as lanternas pela sala.
- Droga! Veja só, ele tinha minas terrestres e eles não levaram. - Dean fez um pausa. - Nem as armas.
- Eu acho que eles sabiam o que estavam procurando - comentei, olhando a nossa volta e vendo algumas caixas com símbolos inscritos em uma prateleira longe. - Ei, olhem isso - eu disse, me aproximando da prateleira com a lanterna. - Vejam estes símbolos; isso é magia de amarração. São caixas de coisas amaldiçoadas.
- Servem para manter o mal trancado, como o negócio da Pandora? - Dean perguntou, também olhando os símbolos.
- Isso. São feitas para guardar o poder dos objetos amaldiçoados - eu disse, sorrindo. John era mesmo demais.
- O diário do papai mencionava muito mesmo, coisas perigosas, itens enfeitiçados ou sobrenaturais... - Sam comentou. - Ele nunca falou aonde foram parar.
- Aqui deve ser o despejo de lixo tóxico dele - disse Dean, dando de ombros.
- É... e uma caixa está faltando - eu disse, sorrindo para os dois. - Acho que descobrimos o que nossos amigos pegaram.
- Vai ver não abriram - disse Dean, dando de ombros.
- De qualquer forma, precisamos encontrá-los. Tinha uma câmera de segurança lá fora. Vamos ver se encontramos algo - eu disse, saindo da sala e sendo seguida pelos dois.

xx

Dean parou o Impala ao lado de outro carro. Coloquei a cabeça para fora da janela e analisei a placa dele. Sorri, me virando para Dean no banco do motorista.
- É deles. Coonecticut. Últimos dígitos, 880.
- Eles deveriam ter tapado a placa antes de estacionarem na frente das câmeras... - disse Dean, rolando os olhos com a burrice dos ladrões.
Eu e Sam sorrimos e descendo do carro. Informamo-nos na portaria e subimos a escada até o apartamento. Dean e Sam pararam de frente a porta, tentando ouvir algo estranho antes de invadir.
Alguns segundos depois Dean fez sinal para o seguirmos. Ele chutou a porta, que cedeu facilmente.
- Parados! Ninguém se mexe! - disse Dean, apontando a arma para um dos homens e Sam para o outro.
- O que é isso? - Um dos caras perguntou, dando um passo a frente.
- Pare! - eu disse, apontando minha arma para ele.
- Certo, nos entregue a caixa. Por favor, diga que não... - Dean começou a dizer, mas não terminou, pois Sam o interrompeu.
- Eles abriram - disse Sam, olhando para a caixinha sobre o sofá.
- Você abriu?! - Dean perguntou, empurrando um dos homens contra a parede com força.
- Vocês são policiais? - o cara perguntou, nos olhando, aflito. - São policiais?!
Dean sorriu sem humor e apertou o homem contra a parede.
- O que tinha na caixa?
O homem misterioso olhou para uma mesa de centro e todos nós seguimos o seu olhar. Sobre ela havia um pé de coelho. Eu olhei para Dean e Sam.
- Era aquilo? Era, não era? O que é aquilo? - Dean perguntou.
- É um pé de coelho - eu disse, fazendo Dean se virar para me olhar, confuso.
Então tudo aconteceu muito rápido e de uma forma estranha. O homem que Dean segurava aproveitou a distração de Dean para bater na arma em mão suas mãos. A arma caiu ao chão, disparando. A bala ricocheteou de um radiador à arma de Sam, fazendo-a cair ao chão. A bala então ricocheteou de novo e quebrou uma lâmpada. Sam e o outro homem disputaram para ver quem chegaria primeiro até a arma. Então o homem empurrou Sam contra Dean, que caiu sobre a mesa de centro, lançando o pé de coelho no ar. Eu não sabia se interferia ou apenas olhava, encostada a porta, um tanto quanto assustada.
Um dos homens se aproximou de Sam, derrubando-o no chão, e subindo sobre ele, dando socos. O outro homem correu para pegar a arma de Dean, mas vê a de Sam mais perto. Dean se levantou e tentou impedi-lo, mas ele deu um soco em Dean, derrubando-o novamente. O outro estava tentando estrangular Sam. Virei minha arma e bati na cabeça do homem, fazendo-o soltar Sam, que agarrou na mesma hora o pé de coelho e se levantou.
- Peguei - ele disse, comemorativo.
O homem que brigava com Dean pegou a arma do mesmo e apontou para Sam.
- Pegou nada.
Então o homem tentou atirar, mas a arma de Dean falhou, dando tempo de Dean derrubá-lo. A estante caiu em cima do outro homem, fazendo a arma deste parar nas mãos de Sam. Dean se aproximou do irmão com um olhar assustado. Provavelmente não sabia sobre o poder do pé de coelho.
- Caramba! Haja sorte. Isso é mesmo um pé de coelho? - Dean perguntou, olhando sem acreditar.
- Acho que sim. - Sam disse, dando de ombros.
- Na verdade, é exatamente isso - eu disse, olhando preocupada para Sam. - Vamos sair daqui.
Fui porta a fora e os garotos me seguiram. Descemos a escada em silêncio até chegar ao carro.
- O que está rolando? - Dean perguntou, curioso.
- Simples: Sam está com uma puta sorte por causa do pé de coelho. - eu disse entrando no carro enquanto Dean e Sam faziam o mesmo. - Ele pode jogar na mega sena que irá ganhar com certeza.
Sam e Dean se entreolharam, sorrindo. Aquilo estava animando-os? Com certeza eles não sabiam nada sobre esse amuleto. Mais uma coisa que John nunca contou.
- Isso me parece muito bom - Dean disse, quase pulando de alegria enquanto dirigia.
- Não, estamos com um problema sério. Esse pé de coelho não é um item da loja de um real. É um hoodoo verdadeiro - eu disse, me virando para olhá-los. - Coisa do mundo antigo. Feito por uma macumbeira de Baton Rouge há cem anos.
- É um baita amuleto da sorte. - Sam disse, sorrindo. - A gente quase morreu, , mas você viu... Foi pura sorte.
- Por enquanto, Sam. Não é amuleto da sorte. É uma maldição. Ela o fez para matar pessoas - eu disse, tentando colocar na cabeça dos dois o perigo que aquilo representava. - Se é o dono, terá uma enorme sorte de derrotar o próprio Lúcifer. Mas... Se perdê-lo, essa sorte se inverte tanto que você estará morto em uma semana.
- Bem, então eu não vou perdê-lo - disse Sam, dando de ombros, e eu senti vontade de bater nele para ver se ele entendia.
- Sam, todos o perdem - eu disse, aflita e só então os dois pareceram entender.
- E como quebramos a maldição? - Dean perguntou, parando o carro em frente a um restaurante.
- Não sei se é possível - eu disse. - Vou olhar o diário dos Colt's e fazer umas ligações. Especialmente para Bobby, ele deve saber de alguma coisa, ou ter algo em seus livros.
- E eu? - Sam perguntou.
- Você segura bem esse pé de coelho e não abusa da sorte - eu disse, descendo do carro.
Tínhamos que salvar o traseiro de Sam.

Dean’s POV
Eu e Sam entramos no restaurante enquanto ficou no carro fazendo algumas ligações e procurando algo no diário da família dela.
- Sam, não se preocupe, pois vai encontrar uma maneira de quebrar a maldição. Ela é muito boa no que faz - eu disse, sorrindo com um pouco de malícia e Sam rolou os olhos e bufou, me fazendo rir. - Até lá, sugiro que a gente vá para Las Vegas para darmos uma de Rain Man. Você pode ser ele.
Sam fez uma careta de desanimado.
- Ficaremos quietos até o Bobby ligar. - Sam se virou para o proprietário do lugar e sorriu. - Mesa para dois, por favor.
O dono do lugar abriu um sorriso enorme.
- PARABÉNS! - ele gritou e um alarme começou a disparar
- Como é? - Perguntei, sem entender o que estava acontecendo.
- Você é o milionésimo cliente da família de restaurantes Biggerson's! - ele disse, animado enquanto as pessoas se aproximavam e tiravam foto e cantavam um musiquinha estranha.
Balões e confetes caiam do teto e eu me animei, aquele pé de coelho estava saindo melhor do que pensei. Sam parecia envergonhado enquanto as pessoas se aproximavam e nos davam os parabéns. Depois que tudo acabou, fomos para nossa mesa. Sam já foi abrindo o seu laptop e eu pedindo uma tigela de sorvete.
- está certa. A lenda é bem antiga. Hoodoo puro. - Sam disse, lendo algo em seu laptop. - O pé não pode ser de qualquer coelho, deve fazer isso num cemitério, sob uma lua cheia numa sexta-feira treze.
- De agora em diante, só iremos à cidades com Biggerson's - eu disse, sorrindo com a boca cheia de sorvete, mas senti uma dor forte de cabeça graças ao meu exagero de sorvete.
Sam deu risada enquanto uma garçonete se aproximou da mesa com mais café.
- Posso encher os copos? - ela perguntou para Sam de um jeito um tanto sexy.
- Sim, claro. - Sam disse, enquanto ela começava a encher o copo. - Obrigado.
A garçonete derramou café em Sam e ele quase deu um pulo da cadeira, mas não se levantou.
- Oh, eu... - ela disse, mas Sam a interrompeu.
- Não se preocupe. - Sam disse, pegando alguns guardanapos, mas a garçonete se apressou.
- Está tudo bem. Eu faço isso. - ela disse, pegando os guardanapos da mão dele.
Ela se apressou em limpar a calça de Sam que ela havia molhado.
- Desculpe por isso.
- Está tudo bem. - Sam disse a olhando secar sua calça de uma forma sedutora. Ela estava flertando com Sam. Esse pé de coelho era mesmo bom. Sam me olhou, sorrindo, enquanto ela terminava de limpá-lo.
abriu a porta do restaurante e procurou por nós. Sam levantou as mãos e ela começou a andar em nossa direção. A garçonete terminou de limpá-lo e se afastou olhando por cima dos ombros com um sorriso nos lábios. Eu e Sam nos inclinamos para vê-la melhor. Sabe, as curvas e tal.
- Cara, se era para você ter sorte... - eu comecei a falar, mas Sam sorriu.
- Cale a boca.
se aproximou e olhou para a garçonete com a testa franzida.
- Que foi? - perguntei, a olhando.
- Nada, só achei que a conhecia de algum lugar - ela disse, dando de ombros e olhando para Sam. - Bobby ficou de me ligar em breve.
- Ótimo! - Sam disse, tentando pegar sua xícara de café, mas derramou tudo sobre a mesa e sobre seu corpo. Sam levantou em um pulo. Ele foi se virar e bateu no garçom com uma bandeja cheia de coisas que caiu tudo sobre o Sam. Eu e olhamos, chocados.
- Desculpe! - Sam disse, se virando para o garçom.
- Como isso aconteceu? - perguntou, olhando aflita para Sam.
Ela procurou o pé de coelho no bolso do casaco, mas pela sua expressão o bolso aparece vazio.
- Filha da puta - eu e dissemos em uníssono.

’s POV
Nós três saímos correndo de dentro do restaurante, mas Sam caiu no chão alguns passos a frente.
- Nossa, você é uma droga. - Dean disse, enquanto ajudava Sam a se levantar. - Agora a sorte dele virou azar?
Eu olhei para as pernas de Sam que estavam com as calças rasgadas na altura dos joelhos e estes sangrando.
- É, parece que sim - eu disse, passando a mão pelos cabelos, aflita.
- Devo perguntar o quão ruim? - Dean também estava aflito com essa situação.
Eu balancei a cabeça negativamente. Precisávamos achar um lugar seguro para Sam.

xx

Dean parou o carro em frente a um mote qualquer e nós três descemos do carro.
- Mas quem era aquela filha da puta? - Dean perguntou, revoltado.
- Eu acho que sei - eu disse.
- Como assim? - Sam perguntou me olhando.
- Eu sabia que conhecia aquela garçonete de algum lugar. Aquela vadia é ninguém mais ninguém menos que Bela Talbot - eu disse, rolando os olhos e dando alguns passos em direção ao porta malas do carro e Dean me seguiu. - Cruzei com ela uma ou duas vezes.
- Bem, ela sabia sobre o pé de coelho. É uma caçadora? - Dean me perguntou olhando para o porta-malas.
- Muito longe disso. Mas ela se vira na área, sabe sobre essas coisas. Ela estava fora do país. Da última vez, estava no Oriente Médio ou algo assim - eu disse, pegando o diário dos Colt e o de John.
- Parece que ela está de volta - Dean disse, dando de ombros.
- Percebi. O que significa um azar intenso para nós - eu disse bufando.
- Que ótimo - Dean disse, irritado.
- Mas eu sei como encontrá-la - eu disse, fechando o porta-malas. - Enquanto isso, cuidamos do seu irmão.
Saímos de trás do carro e Sam nos olhou, completamente desanimado.
- O quê? - Dean perguntou o olhando sem entender.
- Eu perdi meu sapato - ele disse, num sussurro triste.
Eu e Dean olhamos para o pé descalço de Sam, apenas com a meia. Eu comecei a sorrir, mas Dean soltou um suspiro irritado ao meu lado e Sam abaixou a cabeç,a ainda triste pela perda. Levaríamos umas duas horas para chegar lá.

xx

Eu entrei no quarto do motel e sorri, olhando para Dean e Sam conversando no quarto.
- Bela vive em Queens.
- Então vamos! - Sam disse, já se levantando da cama.
- Você fica aqui. Não quero que seu azar nos mate - Dean disse, olhando sério para o irmão.
- O que devo fazer, Dean? - Sam perguntou, aflito.
- Nada. Vem aqui - Dean disse, puxando uma cadeira e fazendo Sam se sentar nela. - Sente-se aqui e não se mova. Não ligue e nem desligue a luz. Nem mesmo coce o nariz.
Dean me puxou pelo braço porta a fora, enquanto Sam nos olhava sair.

Dean iria entrar primeiro e desligar o alarme de Bela. Dean entrou na frente e eu esperei cerca de vinte minutos, era o tempo suficiente para Dean ter entrado e desligado tudo. Então comecei a entrar Dean estava na porta e sorriu para mim, peguei minha arma pronta para quando Bela aparecesse. Ele se apressou em achar o pé de coelho. O encontrou dentro de um gato siamês de porcelana e sorriu, mostrando para mim. Eu fiz um sinal de "OK" e ele sorriu. Bela entrou na sala com sua arma em mãos apontada para ele, mas ela não tinha me visto.
- Saiu sem a gorjeta - eu disse, aprontado a arma para ela.
- Dean e - ela disse, sorrindo. - Que prazer.
- É, Bela - eu disse, sorrindo. Aproximei-me dela e tirei a arma de suas mãos. - Da próxima, roube alguém que não tenha o sobrenome Colt ou Winchester - eu disse, me aproximando dela e batendo com força em sua cabeça com a minha arma. Dean me olhou, surpreso e eu sorri. - Eu estava devendo essa a ela.
Dean sorriu para mim balançando a cabeça.

xx

Chegamos ao motel e logo vimos uma movimentação estranha no quarto onde havíamos deixado Sam. Dean e eu andamos em direção à entrada do quarto e nos preparamos para atacar. Dean abriu a porta rapidamente e deu de cara com um homem apontando uma arma para Sam, que estava sentado na mesma cadeira que havíamos deixado só que amarrado e sangrando.
- Isto é destino.
Dean engatilhou sua arma, apontando para o homem que estava prestes a matar Sam.
- Não! Não é destino. É apenas um pé de coelho - Dean disse, sorrindo e olhando o homem. E eu também apontei minha arma para o outro homem que estava no quarto.
- Abaixa a arma, filho, ou estará raspando cérebro da parede - ele disse, com um sorriso irritante nos lábios.
- Ah, isso aqui? - Dean disse, olhando para sua arma.
- É, isso aí - ele disse, sorrindo.
- Okay - Dean disse, se abaixando e colocando a arma sobre uma cômoda e pegando uma caneta sobre a mesma. Mas o que diabos Dean estava fazendo? - Mas tem uma coisa sobre mim que você não sabe.
- Sim? O que seria isso? - o homem perguntou, o olhando de forma desinteressada.
- É o meu dia de sorte. - Dean disse, sorrindo e jogando a caneta na direção do homem que se alojou no cano da arma dele, eu e Sam olhamos tudo, impressionados.
- Minha nossa! Viram esse arremesso? - ele perguntou, sorrindo e olhando para mim.
O outro homem se aproximou e eu atirei em sua perna antes que ele chegasse perto de Dean. Enquanto o outro homem tentava tirar a caneta do cano da arma.
- Eu sou incrível. - Dean disse sorrindo e pegando um controle.
Dean jogou o controle remoto da TV em direção ao homem que apontava a arma para Sam. O controle bateu em sua cabeça e ele caiu nocauteado ao chão.
- Eu sou o Batman - disse Dean, com um sorriso nos lábios e piscando para mim.
- É. Você é o Batman. - eu e Sam dissemos em uníssono.

xx

Nós pegamos o pé de coelho e fizemos o ritual para destruí-lo. Dean suspirou antes de jogar o pé de coelho na brasa e eu sorri, o abraçando.
- Podíamos tentar a sorte em Vegas - ele disse, suspirando novamente.
- Ah! Para com isso - eu disse, sorrindo.
- Muito obrigada. - Bela disse atrás de nós. - Tô sem um milhão e meio de dólares e com um furioso comprador psicótico bastante poderoso atrás de mim.
- Eu não me sinto péssima por isso. Sam? - eu disse franzindo a testa e olhando para Sam.
- Não. Nem ao menos um pouquinho. - Sam disse, sorrindo e dando de ombros.
- Dean? - eu perguntei e ele sorriu.
- Na verdade, me sinto muito bem.
- Hmm... Talvez da próxima vez eu acabe com vocês.
Dean sorriu me abraçando e fazendo bico.
- Oh! Não vá embora com raiva. Apenas vá embora.
- Tenha uma boa noite, meninos - ela disse olhando para mim. - E .
Bela saiu batendo os pés de raiva e nos fazendo rir.
- É, parece que voltamos ao normal. Sem sorte e sem azar - eu disse sorrindo e sentindo Dean beijar o meu rosto.
- Por mim está bom assim.
- Por mim também - disse Sam, sorrindo.


XX - Últimos dias.

Os dias pareciam passar mais rápido e o fato de que Dean estaria a caminho do inferno em menos de duas semanas me desesperava. O pior era que não havíamos conseguido nada para ajudá-lo. Na verdade, ele não queria ajuda. Os cães do inferno viriam e não tínhamos nada. Bela havia nos roubado a Colt e entregado a Lilith, um demônio que além de ter o contrato do pacto do Dean ainda queria a morte de Sam. Os últimos dias tinham sido perturbadores.
- Um milhão pelos seus pensamentos - disse Dean, encostado ao batente da porta. Eu tentei sorrir, mas aposto que fiz um tipo de careta. Dean franziu a testa e se aproximou, se sentando ao meu lado na cama. - Tá tudo bem?
Suspirei, pensativa. Sabia que se tocasse no assunto, brigaríamos, mas não poderia mentir e dizer que estava tudo bem. Não estava tudo bem.
- Eu tentei, Dean - eu disse, olhando para as minhas mãos.
- Fazer o quê? - ele perguntou com calma passando as mãos pelas minhas costas como se eu fosse uma criança precisando de cosolo.
- Salvar você do inferno, de virar uma das coisas que caçamos. - Olhei para ele, que havia parado de movimentar a mão em minhas costas. - Percebi que nem Sam, nem Bobby e nem Ruby podem te salvar. Na verdade, ninguém pode.
Dean engoliu em seco e suspirou.
- É o que venho tentando te falar.
- Não foi isso que quis dizer - eu disse, olhando indignada para ele. - Ninguém pode te salvar porque não quer ser salvo. Como você não se importa com você mesmo?
- ... - Dean começou a falar, mas o interrompi.
- Qual é o seu problema? – perguntei, me levantando e o corpo tremendo. – Sam, Bobby e eu estamos quase nos matando para te salvar e você sabe, mas finge que não está vendo nada. Se não se importa com você mesmo, pelo menos se importe pelas pessoas que te amam.
Eu parei de falar e fiquei olhando para Dean.
- Andei pensando... - ele disse abaixando a cabeça - Eu... não quero morrer. Não quero ir pro inferno, ... Mas não posso impedir, não posso quebrar o pacto.
Sentei-me novamente ao seu lado, me sentindo mais calma com essa revelação. Pelo menos ele estava admitindo que não queria o fim, o que já era um passo.
- Tudo bem. - eu disse, pegando sua mão e o fazendo me olhar. - Acharemos um jeito de te salvar.
- A verdade é que eu estou assustado, - ele disse, me olhando e eu realmente pude ver o medo em seus olhos, pela primeira vez. - Apenas eu posso me tirar dessa.
- E eu - eu disse, abrindo um sorriso fraco e Dean fez o mesmo.
Ele suspirou e me abraçou com força.
- Eu te amo!
- Eu também te amo, Dean. Sempre... não importa o que aconteça. - eu disse sentindo as lágrimas escorrerem.
Dean se afastou para me olhar e ele também estava chorando. Ele segurou meu rosto e me beijou. Esse era o meu Dean e eu iria salvá-lo de qualquer forma. Suas mãos cotornaram meu rosto com ternura. Enquanto eu secava suas lágrimas, ele fechava os olhos, sentindo meu toque em seu rosto. Quando abriu os olhos, eles haviam mudado de cor, com alguns tons azuis e verdes, uma mistura mística, única. Dean deslizou as mãos até meus ombros e me puxou para um beijo. Seus lábios macios e seu halito fresco me tomaram por inteira. E só de pensar que poderia nunca mais sentir aquele beijo e todas as sensações que o toque dele me fazia sentir, meu peito começava a doer. Talvez meu coração estivesse sangrando por saber que o perderia e isso era pior que a morte. Quando você diz que é capaz de morrer por alguém que ama as pessoas que nunca amaram de verdade dizem coisas como: "isso é bobagem, pois existia vida antes da pessoa amada aparecer, então porque não existiria quando essa se fosse?" Pois bem. Quando se conhece uma pessoa como Dean Winchester é inevitável não se apaixonar e aos poucos ele se funde a sua vida de uma forma que você começa a achar que sua vida era sem graça, que não era nada. Pois ele era tudo, ele é tudo. É como se fosse viciada em algo e não conseguisse sair desse vicio, até mesmo porque você não quer se livrar disso.
Passei as mãos pelas costas de Dean e puxei uma camisa para cima. Ele me ajudou a tirá-la, revelando seu corpo bem definido. Olhei para ele, passando as mãos por seu corpo, nunca mais sentiria aquele corpo próximo ao meu, nunca mais sentiria seus abraços e sua temperatura. Eu suspirei e Dean se aproximou novamente, me beijando com calma e ternura. Era como se ele estivesse fazendo o mesmo que eu. Tentando absorver o máximo de detalhes possíveis de tudo, de cada momento. Principalmente de momentos como esse.
Ele me ajudou a tirar minha blusa e a calça jeans, se deitando ao meu lado em seguida. Ele ficou me observando por alguns segundos, ou melhor, minutos. Dean era o homem perfeito, com traços perfeitos, um sorriso perfeito, uma boca perfeita, os olhos verdes nem se fala. Eu continuava a pedir aos céus que acontecesse algum tipo de milagre, que não me tirasse uma das melhores coisas que já tive.
Dean se movimentou para cima de mim e segurou meu rosto entre suas mãos.
- Promete que não irá se esquecer de mim e de tudo que passamos juntos?
Eu sorri, pois era algo absurdo para se prometer. Como eu esqueceria? Era impossível.
- Prometo que tudo ficará gravado em minha memória para sempre.
Ele suspirou e voltou a me beijar, como se nunca mais fosse fazer isso, como se fosse o último beijo. Logo o resto das roupas estavam no chão. Eu poderia morrer assim, sentindo o prazer em ter Dean Winchester.


~~ Capítulos 21 em diante




Nota da Beta: Saiba se recebi atualização dessa fic e quando ela será enviada através de meu Tumblr. Erros? Avise por email ou Facebook. Contato com a autora? Através de email ou Twitter. Obrigada. Xx, Amy Moore.




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