Não sei exatamente como começar a narrar essa história, mas eu sei que ele não seria capaz de fazê-lo, até porque ele não pode. Meu nome é , sou escritora e ele? Bom, ele é , mas conhecido pelos amigos como . Eu o conheci por acaso, ele estava no jornal onde trabalho fazendo uma coluna semanal, até hoje eu não sei exatamente o que ele estava fazendo lá, mas sei que estava perdido, e eu o ajudei. Depois disso nos tornamos amigos, sempre que ele saía do trabalho, íamos tomar um café, ou sentar em algum lugar para conversar. Na época, eu tinha acabado de me mudar para Londres e não tinha muitos amigos, apenas aqueles que foram o motivo para eu me mudar para a tão sonhada Londres. Pode não parecer, mas tinha uma vida tão complicada quanto a minha, essa era a parte com que mais nos identificávamos, sempre entendíamos um ao outro, já que, passamos por situações tão parecidas. O primeiro problema dele era a ex-namorada Kate que, segundo ele, o amava perdidamente.
FlashBack – on.
- Alô? – atendi meu telefone. – , eu consegui, eu disse tudo a ela, e acho que funcionou, vamos voltar! - falou animado. – Que bom, , espero que agora você a faça feliz, e vê se não faz burrada, ok? – falei ainda com a voz sonolenta. – Te acordei, bocó? - perguntou. – Não, panaca, eu tava só tirando um cochilo – respondi em meio a um bocejo. – Se você diz... Olha, eu vou desligar, ela tá voltando – disse se despedindo.
FlashBack – of
Foi bom ver o meu amigo feliz, mas confesso que naquela época eu não pude deixar de ficar incomodada com o retorno desse namoro. Depois que eles voltaram, e eu nos afastamos um pouco, não muito, ele estava cuidando da namorada, mas eu sabia que ele não estava feliz, e não só pelo olhar dele, como pelo jeito de falar. Ele estava triste, abatido. Resolvi não tocar no assunto, se fosse algum assunto com Kate, era melhor não me meter - como diz aquele ditado ‘Em briga de marido e mulher não se mete a colher’. Só que eu não agüentei seguir esse ditado por muito tempo e prometi ao que provaria que a namorada querida dele não prestava.
FlashBack – on.
- Penny, me diz quem é aquela garota ali? – apontei para um casal aos beijos. – É a Kate, namorada do . Ué, mas o não está em Bolton? – perguntou confusa. – Anta! Aquela é a Kate, mas o cara não é o ! É o namorado da amiga do de Bolton, a Isabella – falei. – E como você sabe? – perguntou. – me apresentou eles outro dia, o garoto mora aqui e a Isabella tava planejando a mudança para cá – respondi, tirando meu celular do bolso. – , o que você vai fazer? – perguntou espantada. – Vou tirar foto para mostrar para ele depois - respondi tirando fotos que nem uma desesperada. – Não faz isso, – pediu. – Desculpa, Pen, mas eu prometi que provaria que ela não prestava, e chance como essa não aparece duas vezes – falei.
FlashBack – of
Depois dele ver as fotos, eles terminaram. estava perdido e ele não precisava nem me dizer porque eu mesma podia perceber isso. Ficávamos cada dia mais próximos, e eu fui me apaixonando por ele, devagar, a partir de cada gesto perfeito, cada palavra carinhosa. Podem até achar que eu fui uma puta separando ele da namorada, mas até então eu não sabia que esse sentimento estava dentro de mim. Um dia, estávamos brincando na piscina da casa de praia dos pais dele, tínhamos ido lá pra o aniversário da Sra. , que era muito simpática por sinal. E foi lá que tudo aconteceu...
FlashBack – on.
- ! Para de frescura e entra logo – disse nadando até o garoto sentado a borda. – Não, ! Essa água tá gelada – reclamou. – Você é chato às vezes, mas nem por isso eu vou desistir – disse puxando as pernas dele para baixo, fazendo com que o corpo dele escorregasse pelo azulejo da piscina. – Olha o que você fez, garota! – reclamou sério. – Sabia que você fica bem melhor molhado? – disse jogando água em seu rosto. – Para com isso, menina! – disse sério, segurando meu braço com força. Foi quando percebi o quão nossos corpos estavam grudados e nossos rostos próximos. Minha respiração estava falha, e meu coração acelerou quando senti as mãos dele envolverem a minha cintura. Nossos olhares estavam em sintonia, eu podia ver o desejo brilhar nos olhos dele, mordi meu lábio pensando no que aconteceria, foi quando senti os lábios dele tocarem o meu como se pedissem permissão, que, óbvio, foi concedida. Era um beijo calmo, cheio de desejo e paixão, eu não conseguia sentir mais nada, nem a água gelada da piscina, nem o vento forte que soprava no lugar, só conseguia sentir eu e ele, apenas eu e ele.
FlashBack – of.
Depois daquele beijo, tudo ficou um pouco confuso para mim, eu sabia que ele não me amava como eu o amava, mas sabia que tinha capacidade de conquistá-lo. Fizemos um trato de que iríamos bem devagar com as coisas, que iríamos seguir o nosso tempo para que não houvesse nenhum arrependimento da parte de nenhum de nós. Durante algumas semanas eu o vi pouco já que ele vivia em constante ponte Bolton-Londres ajudando Bella na sua mudança para a cidade. Eu sentia saudade, mas eu entendia. Em uma noite, eu recebi uma mensagem no meu celular dizendo ‘Chego em casa da 8 horas, esteja lá, xx’. Fiquei tão alegre com a notícia de que o meu menino estava de volta. Me arrumei correndo e segui para a casa dele. Sentei-me a soleira da porta e esperei, as horas pareciam não passar e a espera se tornava cruciante, até que o carro preto de apontou no final da rua. Meu coração sentiu um alívio muito grande quando o abracei, é como se eu pudesse ter a certeza de que agora o meu menino estava realmente ali comigo, mas nem tudo que é bom dura para sempre.
FlashBack – on.
Entramos na casa de aos beijos. Quem visse poderia jurar que íamos nos fundir um com outro a qualquer momento. – Calma, bocó! - disse rindo, cortando o beijo. – Adoro quando você corta o clima – disse fazendo bico. – Desculpa, mas eu tenho que ouvir a minha caixa postal, fiquei quase três semanas fora – disse indo em direção a sala, sendo seguido por mim. – Tá tudo bem. – Concordei.
, meu amor, eu preciso de você, me perdoa pelas merdas que eu fiz. Eu não queria te magoar, eu só fiz aquilo para atingir a Bella, não agüentava a aproximação de vocês, por favor, bombomzinho, me perdoa. Você sabe que eu não vivo sem você, não é mesmo? Lembra quando nos conhecemos, a sua irmã sempre dando força para a gente ver que não era amizade o que sentíamos, que era amor? Então, vai jogar nossa história fora? Preciso de você, amor...
Aquilo me matou por dentro, não podia conter as lágrimas nos meus olhos, ela ainda existia na vida dele e eu não podia fazer nada contra isso. Encarei o olhar vazio de sobre mim e saí correndo daquele lugar, corri como se a minha vida dependesse de cada passo que eu dava. Pude ouvir gritando meu nome, mas não dei ouvidos, continuei meu caminho, sem nem ao menos olhar para trás. Meus pés me levaram a um parque que havia perto da casa dele. Por ser noite, não havia pessoas no lugar, sentei-me em um dos muitos bancos vazios, me entregando finalmente ao choro que havia segurado por todo o trajeto. – ! Não chora, por favor – senti me abraçar contra o seu corpo, me pegando um pouco de surpresa já que eu não o ouvi chegar. – Não dá, ela ainda está na sua vida, sempre estará! – disse entre soluços. – Calma, pequena, eu te prometo que ela vai sair das nossas vidas – disse limpando as lágrimas do meu rosto. – Eu queria fazer isso num momento mais romântico, mas, , você quer namorar comigo? – perguntou me encarando. – É claro que eu quero, meu amor! É tudo o que eu mais quero – sorri. – , posso te pedir uma coisa? – perguntou. – Claro, o que quer pedir? – sorri. – Escreve a nossa história? – pediu. – Escrevo, mas só se você me ajudar – respondi. – Prometo tentar – disse me beijando em seguida.
FlashBack – of.
Eu acreditei que depois que eu e ele começássemos a namorar, os problemas acabariam e eu poderia finalmente fazê-lo feliz, como eu sempre desejei fazer. Mas querem mesmo saber? Felicidade de pessoas como eu é apenas ilusão, acreditem. Na nossa primeira semana de namoro, estava agindo muito estranho, segundo ele havia brigado feio com a amiga Bella e estava arrasado. Eu me senti mal por não poder ajudar, pensei em falar com a Bella, mas como não tínhamos intimidade, achei melhor não me meter. No meio daquela mesma semana, eu recebi a notícia de que meu amigo Bem havia sofrido um acidente e estava em coma, fiquei arrasada porque ele estava na Alemanha e eu não iria poder visitá-lo. Esperei chegar para buscar nele um pouco de conforto, mas não foi isso que aconteceu...
FlashBack – on.
- ? – perguntei à sombra que se encontrava na entrada da sala. - O que aconteceu? – perguntei assustada com o seu estado. – Bella... Acho que ela nunca vai me perdoar pelo o que eu fiz com ela, eu não posso perdê-la, ela é muito importante para mim! – disse em tom de desespero. – Me conta, amor, o que foi que você fez? – perguntei preocupada com seu estado. – Eu brinquei com os sentimentos dela, eu fui um péssimo amigo, eu fiz piada com uma coisa que ela sentia – disse. – Mas o que exatamente você fez? – perguntei. Não obtendo resposta, decidi então deixar para lá. – Aconteceu uma coisa hoje... – comecei a falar tentando quebrar o silêncio que havia se instalado no lugar. – , depois você me conta, tá? Eu tô muito preocupado com a Bella agora... – disse me interrompendo. – Então vai lá cuidar da sua Bella e me esquece, – disse explodindo de raiva. – Não... ! Espera! – disse me seguindo.
FlashBack – of.
Brigamos feio naquele dia. Não eram ciúmes da Bella, eu só queria um pouco de atenção do meu namorado para contar os meus problemas, mas ele não estava disposto a me dar isso, então eu fui embora. Uns três dias depois, nós nos acertamos, pediu desculpa pelo modo em que agiu, e eu pedi desculpas por ter agido como uma egoísta. Achei que depois daquilo tudo ficaria bem, nós nos amávamos e eu precisava dele tanto quanto ele precisava de mim. Apesar dos pesares, eu e éramos muito felizes juntos, nos completávamos e nos entendíamos, conseguíamos rir mesmo nos momentos difíceis, era fato que apesar de todo os problemas, juntos nada poderia nos abalar, nada mesmo. Durante duas semanas, nós ficamos bem, eu senti que as coisas estavam entrando nos eixos e que a partir dali tudo realmente ficaria bem. Doce ilusão...
FlashBack – on.
- , eu queria te falar uma coisa que eu devia ter falado antes, mas você ia ficar pior, só que eu não aguento esconder isso de você! - Prestei atenção em cada palavra que ele dizia, pelo visto a coisa era séria, por isso preferi esperar ele terminar de falar. - Você vai ficar puta comigo, me odiar, e vai ser bem difícil de você me perdoar, mas eu não aguento esconder isso de você, e eu só quero que você saiba que eu vou falar porque eu realmente te amo demais para esconder isso – ele respirou fundo, continuando seu discurso - Antes de tudo, desculpa. Eu vejo isso tudo que nós estamos passando, eu vejo que eu amo você, que eu tô bem vivendo do seu lado, que é isso que eu quero, mas eu não sei esconder as coisas porque não é certo! – respirou fundo. – , fala logo, você está me assustando – falei. – A Bella não quer mais falar comigo, muito menos me ver pintado de ouro – falou. – E por que isso? – perguntei. - Porque eu estou namorando, e não é com ela – falou, me encarando. – Seja mais direto, – falei com uma expressão séria no rosto. – Eu também estava com ela, , eu estava saindo com a Bella ao mesmo tempo que com você, é isso, por isso eu ia tanto a Bolton, por isso! E quando nós começamos a namorar, eu fui terminar com ela e a Bella pirou comigo, e com toda a razão – falou sem me encarar. Segurei as lágimas, meu coração estava partido, eu não sabia o que fazer, estava perdida. – Não venha me dizer que me ama, seu desgraçado, você não sabe o que é amar! – disse com ódio no meu tom de voz. – Eu não queria te magoar, mas eu tinha que te falar... - disse tentando me abraçar. – Não encosta em mim! Some da minha vida! – disse empurrando-o.
FlashBack – of.
Depois daquilo, nós terminamos. Segundo a irmã dele, estava apaixonado pelas duas e não sabia com qual queria ficar. Meu coração estava na boca, por mais que eu o amasse, não podia aceitar uma traição do tipo, por mais que naquela época nós não namorássemos, ele estava comigo, podia, pelo menos, ter me respeitado. Depois de muito conversar com Penny e a irmã de , eu decidi ir conversar com o próprio.
FlashBack – on.
- Posso falar com você? – perguntei, parada na porta da casa de . – Você ainda quer falar comigo? – respondeu com um olhar triste. – Sim, eu quero – disse adentrando a casa. - Sabe, ... – comecei. - Mentiras machucam, por mais cedo que elas sejam descobertas, machucam e você me machucou, de novo, mas isso não vem ao caso agora, até porque eu não quero dizer de novo o quanto eu tô magoada e decepcionada com você, porque eu acho que você já sabe muito bem isso. Eu quero, na verdade, falar de outras coisas, eu quero falar de palavras e sentimentos – respirei fundo antes de continuar. - Quando eu te conheci, eu não pretendia me apaixonar por você, eu tinha jurado para mim mesma que eu nunca mais iria me envolver com cara nenhum, porque, no fim, eu saio machucada. Só que, um certo dia, você entrou na minha vida e um tempo depois eu me envolvi com você, mas de certa forma eu não criei muita esperanças, para mim você era só meu melhor amigo inglês e pronto, mas não foi assim que as coisas aconteceram. Você me tirou da minha 'bolha', eu tinha criado uma barreira contra sentimentos, você quebrou totalmente essa barreira e me fez sentir viva de novo – encarei-o. - O tempo foi passando e o sentimento foi crescendo e se tornando forte sem nem eu mesma perceber, então aconteceu o nosso primeiro beijo. Tinha muito sentimento envolvido e muitas pessoas também, mas você foi homem e preferiu esperar para não machucar ninguém, esperou a hora certa para tomar as suas decisões, e eu fiquei muito orgulhosa de você – enxuguei do meu rosto uma lágrima que teimava em cair. - A maneira adulta que você se portava me conquistava mais ainda, seu jeito de cuidar de mim, de estar comigo, tiravam qualquer medo que eu podia ter em relação ao amor e, aí, eu me permiti amar você. Foi um erro? Você vai me dizer – mordi meu lábio, o encarando nos olhos. - Eu me entreguei a um sentimento sem volta, eu posso ficar com o mundo inteiro, mas eu ainda vou continuar amando você. Eu sei que eu posso estar sendo a garota mais burra do mundo, burra porque você sabe que pode pisar em mim, que pode me machucar e me humilhar, mas que essa porra de coração vai continuar te amando cada vez mais. Masoquismo? Talvez. – Respirei fundo tentando controlar a tremedeira das minhas pernas, eu estava mais nervosa do que imaginava. - Sei que não adianta pedir, sempre vai ter algo que vai me deixar chateada, magoada, triste e amoada, é inevitável. Acho que tudo o que tinha para acontecer, aconteceu, você foi imaturo por ficar com as duas e não querer perder as duas, mas a gente não pode mandar no coração, mas isso também não é justificativa para o que você fez – apertei minhas mãos com força, eu precisava ter coragem para dizer. - Estou chateada, sim, mas a raiva que eu tinha passou. Mas nem por isso eu vou te julgar porque um dia eu posso estar no seu lugar. Então é isso, acho que não adianta eu te tirar da minha vida porque eu sinceramente não quero isso, você é um ótimo amigo e eu gosto muito de você, não vou dizer que já não te amo mais porque eu amo sim, só prefiro deixar isso para lá, você tem suas próprias batalhas a travar e escolhas a fazer e eu não vou dar palpite e nem fazer nada a meu favor – me aproximei dele, dando-lhe um beijo estalado na bochecha. – Pode sempre contar comigo, como amiga – sorri. – Me desculpe por te fazer chorar, – disse quebrando o silencio entre nós. – Tudo bem, eu te desculpo.
FlashBack – of.
Nós continuamos nos falando, agora apenas como amigos. Tudo o que aconteceu entre mim e tinha me feito feliz e, ao mesmo tempo, me machucado muito, isso eu não posso negar, mas por mais que eu tentasse, não conseguia seguir em frente. Mas eu não sei dele. Eu o amava demais, isso estava estampado na minha cara e por mais que eu falasse para todos que iria esquecê-lo, eu sabia que estava mentindo, para mim mesma e para todos a minha volta.
FlashBack – on.
- , será que você pode vir comigo? – perguntou . – Aonde vamos? – perguntei. - Quero te mostrar uma coisa... só uma – disse. – Tudo bem - concordei. Caminhamos até um lugar um pouco afastado da Starbucks onde o encontrei. Chegamos ao carro de , estacionado perto do parque que eu costumava ir parar pensar. – Quero olhar as estrelas com você – disse me ajudando a subir no teto do seu carro. – Isso aqui é lindo, , lindo mesmo – falei maravilhada com a imagem que eu tinha do céu. – Eu não estou ficando com ninguém.. – falou simplesmente. – Mas um dia você vai ficar, mas não tem que me dar satisfação sobre isso – falei depois de pensar por alguns segundos. - Vou sim te dar satisfação, sabe por quê? – perguntou se apoiando em um dos braços para me olhar. – Porque eu não vou ficar procurando uma pessoa em outra – disse. – E quem você está procurando? – perguntei. – Você! – respondeu, me puxando para um beijo intenso.
FlashBack – of.
Confesso que depois daquilo eu fiquei muito perdida, eu não sabia se acreditava nele ou se continuava com o pé atrás. Os dias tornavam essa dúvida cada vez mais cruciante, eu não tinha a quem recorrer, ninguém podia me ajudar, a não ser eu mesma e ele. Eu tinha dúvidas, e depois de alguns dias... eu resolvi que as tiraria a limpo. Como estava viajando a trabalho, peguei o endereço dele com sua irmã e lhe escrevi uma carta com muitas perguntas que estavam consumindo o meu ser. Dois dias depois, quando eu voltava do trabalho, recebi a resposta que tanto queria. A verdade lida naquela carta me matava por dentro: ‘Eu não amo só a você’, ‘Eu também amo a Bella, ainda’, todas essas respostas estavam acabando comigo e com ele também. Eu tinha pouco tempo para tomar uma decisão, eu tinha que pensar no que era melhor para mim e para ele. Nunca pensei que fazer uma escolha que iria definir a sua vida para sempre fosse ser tão complicada, eu sabia que a nossa história não precisava chegar ao ponto que chegou, mas agora era tarde demais para se tentar mudar o passado. Então depois de muito pensar, eu tomei a minha decisão.
FlashBack – on.
- , eu tomei uma decisão – disse entrando em sua casa sem nem ao menos pedir permissão. Ele havia chegado de viagem na noite anterior e eu não podia esperar mais do que uma noite para falar com ele. – Pode falar então – falou com um tom preocupado. - Eu decidi que vou tirar o meu time de campo. Eu quero que você fique com a Bella e seja feliz ao lado dela, ou pelo menos tente. A partir de agora eu quero só a sua amizade, quero ser sua melhor amiga e só. Por favor, colabore comigo, porque não vai ser fácil, e você sabe disso. Mas depois de muito pensar eu vi que esse é o melhor caminho. Tudo o que eu quero é te ver feliz, seja ao meu lado ou não, então se você estiver feliz, eu vou estar – despejei as palavras em cima dele, sem me preocupar com a sua reação, eu já sabia qual seria. – O que você disse era tudo o que eu temia ouvir quando eu escrevi a sua carta – respondeu com a voz ríspida. – Você desistiu! – falou elevando o tom de sua voz. – Eu não desisti, eu só fiz o que era melhor para nós – respondi, me mantendo firme. - QUE PORRA, PENSA EM VOCÊ! O QUE É MELHOR PARA VOCÊ?! – se alterou. - O melhor pra mim é ver o homem que eu amo feliz, independente de qualquer coisa, porque essa dúvida sempre vai te perseguir e isso tá acabando com você – respondi, mantendo meu tom de voz baixo. – Que droga isso! – disse me encarando. - NÃO ERA PRA SER ASSIM, PORRA! – gritou, fazendo meu ouvidos doerem um pouco. - Olha em volta, você e eu não temos escolha, porque você não é capaz de ser fiel a mim! Você não é capaz de amar somente a mim, não consegue! – falei. – Agora me diz, como eu vou desistir? – perguntou, me encarando. - Pedindo a Bella em namoro, dormindo e convivendo com ela todos os dias, aprendendo a me esquecer a cada dia, deixando de lado tudo o que vivemos e construindo ao lado dela a felicidade que um dia eu sonhei construir com você, é assim que você vai desistir – respondi, encarando-o. - Você sabe que vai acabar sucumbindo se continuar com essa dúvida e eu não vou te deixar definhar por isso! – falei baixo. - Exatamente, para que porra você quer salvar minha vida? – perguntou, com raiva. - Eu tenho que salvar sua vida, é minha obrigação, é o que eu escolhi para mim e ninguém vai mudar isso – respondi, aquilo estava ficando cada vez mais difícil. - Foi você quem se meteu nesse buraco e eu sou a corda que vai te tirar dele – disse, demonstrando firmeza em minha voz. - Por que tá fazendo isso com a gente? – perguntou, com a voz triste. - Porque eu não tenho escolha, eu tô usando a última opção que eu tenho. Não posso lutar por você, porque quanto mais eu te quero, mais você a deseja, então se eu sair, você vai ficar livre para querer apenas ela – falei, tentando esconder as minhas lágrimas. - Então é isso? O que é para ser nosso ninguém tira, não é? Mas você tá me entregando de bandeja... – disse encarando meus olhos. - Desculpe, mas é – mordi meu lábio, procurando as palavras certas. – Estou fazendo isso para o nosso melhor, ela ama você, pelo menos eu acho que ama, vai te fazer feliz porque você a ama também – disse, indo em direção a saída de sua casa. – Amo, mas também amo você! – disse segurando meu braço. - Mas vai aprender a não me amar mais – falei engolindo o choro. - Não vou deixar você enterrar isto! – falou me obrigando a olhar para ele. – Eu tenho que ir, se cuida, meu menino – disse, beijando sua testa. – Eu não sou seu menino, ! Eu sou seu homem! – falou. – Desculpe, mas você não pode ser meu homem, não mais – falei com um tom triste na voz. – Eu nunca vou deixar você esquecer o que vivemos, ! Eu nunca vou deixar! – disse, socando a parede. – Eu sei.. – disse saindo da casa.
FlashBack – of.
Nunca pensei que fazer aquilo fosse tão difícil, mas era necessário, e ele sabia disso, pelo menos eu rezava pra que soubesse.
Última chamada para o vôo 198 para Barcelona.
Era hora de ir, ficar longe de Londres iria me fazer bem. Desliguei meu notebook onde comecei a escrever a nossa história, como havia dito que faria quando ele me pediu em namoro. Agora eu tinha que seguir em frente e não podia voltar atrás na minha decisão.
Epílogo:
E ela partiu, ela sabia que tinha que deixá-lo ir, não podia vê-lo morrer, ela o amava demais para isso e, por mais que ele a tentasse impedir, ela foi. Essa é a história sem fim, um livro aberto sem a última página e é assim que vai ser, até que o tempo resolva trazer com ele, a parte desse conto que nos falta. Fim
- , eu não me canso de ler esse seu livro, sabia? É tão romântico – disse Estela, minha amiga da Espanha. – Que bom que você gostou! – sorri. – E você pretende voltar a Londres para buscar a continuação dessa história? – perguntou Consuelo, minha empregada (que se tornou uma mãe para mim), surgindo na porta do meu quarto. – Não acho que seja eu que deva escrever a continuação dessa história, mas só o tempo poderá me dizer – falei, olhando para uma foto minha e de . Semper Fidelis (= Sempre Fiel) era o que estava escrito atrás dela. Se for para um dia meu caminho e o de se cruzarem, acontecerá. Deixo tudo na mão do destino, porque agora só ele e apenas ele pode dizer o final dessa história.
FIM
N/A.: Segunda fic finalizada, fiquei muito orgulhosa de mim porque eu quase nunca consigo terminar uma fic em um dia (: Então, essa fic é baseada em um fato real, a maioria diálogos do Flashback realmente aconteceram e foram exatamente com aquelas palavras, essa é a história que eu jurei escrever e agora está ai. Espero que gostem ;*
N/B.: Qualquer erro presente na fic, mande um email para missmorgon@gmail.com relatando-o, ok? xx