Carry On


Escrita por: Catiti
Betada por: Paah Souza




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Um.

Introdução.

- Então, falou com o Bobby? - Dean perguntou logo depois de engolir o resto de cerveja que tinha na garrafa em sua mão.
- Falei. - Sam disse enquanto guardava o celular no casaco. - Um demônio. Em Albuquerque.
- Albuquerque? Já moramos lá! - Dean disse, divertido. - Se lembra?
- Não muito... - Sam disse sem ligar muito e entrando no Impala. - Espera, a Sr. Lyle era de lá? (Sra. Lyle foi a professora do Sammy quando ele tinha 8 anos... E ela tentou matar ele, ok?)
- Era. - Dean sorriu. - E eu a matei.
- Que lindo. Doze anos e já matando demônios. - Sam balançou a cabeça, negativamente, enquanto ria.
- Babaca, era a nossa vida. - Dean resmungou e entrou no carro.
- Era? Ainda é. - Sam deu partida no Impala e dirigiu, indo até a rodovia estadual.

- Pronta, ? - perguntou, enquanto guardava sua mochila no banco de trás de seu Cadillac Escalade .
- Sempre. - piscou e colocou sua jaqueta de couro. - Aonde iremos hoje?
- Albuquerque. E nem te conto o que está lá! - disse, mal escondendo sua animação.
- Aquele puto do Chuck? - perguntou e sorriu ao ver sua amiga concordar com a cabeça freneticamente. - Então... A pode estar lá? - Os olhos dela brilharam.
- Pode! - só não deu pulinhos porque estava no carro.
era uma estudante de História em Lawrence. Sim, a mesma Lawrence dos Winchesters, mas isso nunca a importou muito. Ela e sabiam quem eles eram e simplesmente não davam a mínima. Não enquanto estava desaparecida.
era estudante de Engenharia Ambiental e, se sua vida tivesse corrido como deveria, provavelmente estaria trabalhando numa empresa ecológica. Mas... Acabou que aconteceu.
Era dia 31 de outubro. Exatamente dia das bruxas quando sumiu. As duas estavam indo buscar para irem numa festa e quando chegaram na casa dela... Não tinha ninguém. tinha desaparecido. As duas, é claro, ficaram loucas atrás da amiga, até que descobriram a verdade. Ao contrario do que sempre a contou, os pais dela não tinham morrido num acidente de carro, e sim tinham sido mortos por um Demônio, mas conhecido como Chuck. Nesse dia, tudo mudou. Acharam um papel rasgado, que dizia que tinha saído atrás desse Chuck e, sem pensarem duas vezes, as duas trancaram a faculdade e foram atrás da amiga, a ajudar. Mas, até hoje, depois de três anos, não encontraram sua amiga. Mas, mesmo assim, ainda a procuram, combatendo tudo de sobrenatural no meio do caminho.
Agora voltemos para as nossas garotas.
dirigia sua caminhonete enquanto a seguia atrás, em sua Harley XL Iron 883 azul-marinho.
Já dirigiam por 3 horas quando parou num posto, cansada.
- Ah, céus. Eu quero chegar logo! - resmungou enquanto descia de sua moto e tirava seu casaco de couro.
- Eu também! Mas estou cansada, poxa. - bocejou.
- Com sono? - concordou. - Ok, vamos colocar minha bebê na carroceria da sua caminhonete e eu dirijo enquanto você dorme, feito?
- No, way. - riu. - Você não dirige minha bebê.
- Claro que dirijo! Mas, se você insiste... - deu de ombros e entrou na lanchonete, sendo seguida por . - Tá sonolenta assim por causa dos pesadelos?
- É. Não sei como você consegue dormir.
- Simplesmente tomo um calmante. - Ela piscou. - Com uma dose tripla de vodka.
- Ha-ha. Muito engraçado.
- Mas é verdade! - Ela riu e se sentou num banco, perto da janela. - Mas relaxa, vamos matar aquele filho da puta do Chuck e, com isso, tudo vai acabar. Incluindo esses pesadelos malditos.
- Er... Não tenho muita certeza sobre isso.
- Quê?
- Sei lá... Acho que isso - ela disse, representando a vida de caçadoras. - está longe de acabar.
- Bem... Não importa. Estamos juntas. Pro que der e vier. - piscou e riu. É, estariam juntas, e isso que importava.



Dois.

À primeira vista.

e tinham acabado de entrar em Santa fé. Agora, quem dirigia a caminhonete era e ela viu a amiga dormindo. Pensou bem e dirigiu até um motel qualquer.
Ao parar o veiculo, acordou.
- Chegamos?
- Ainda não. Faltam uns 100 quilômetros. Vamos dormir aqui hoje. - disse, descendo a moto da carroceria.
- Por quê?
- Porque estamos cansadas e o Chuck pode esperar. - montou em sua moto e a levou até o lugar de guardá-la.
- E se a sair de lá? Precisamos ir pra Albuquerque!
- Não! Qual vai ser o motivo de brigar com aquele Chuck se estivermos sem forças? Nem pensar. Vamos dormir aqui. E ponto final.
- Você diz isso como se fosse a mais velha.
- Bah! Se sente a idosa sendo só quatro meses mais velha do que eu. Enfim, não importa. Vamos dormir aqui.
- Arg. - resmungou, descendo da caminhonete com sua mochila e indo se registrar no motel. sorriu e foi atrás, prendendo seu casaco na mochila também de couro e rindo. Se registraram e ficaram no quarto 3. Quando iam para o quarto, esbarrou numa mulher loira com os olhos incrivelmente cinzas. E, ao entrarem no mesmo, cada uma pegou seu notebook e ficaram mexendo. escrevendo e vendo vídeos. Ficaram assim até pegarem no sono.

- E aí. Onde estamos? - Dean perguntou, parando o carro num posto.
- Aparentemente... Em Santa Fé. - Sam disse, bocejando. - Quantas horas são?
- Umas seis da tarde. E?
- E o que?
- Faltam quantas milhas até Albuquerque?
- Er... Umas 60, 65.
- Ah. Vai querer dormir aqui?
- Não, Dean! Temos que ir lá matar esse demônio!
- Eu sei... Mas nem ouvimos nada dele.
- Tá. Tá. Dormimos aqui essa noite. Feito?
- Beem melhor, Sammy! - Dean sorriu e foi até um motel, chamado Silver Saddle. Entrou no estacionamento e viu uma caminhonete e uma Harley. - Não ligue, benzinho. Ainda prefiro você. - Ele disse, passando a mão no carro.
- Você realmente está conversando com seu carro? - Sam perguntou, rindo. - Deixa pra lá, não sei nem por que perguntei.
- Babaca. - Dean riu e tirou sua mochila. Os dois foram até a recepção e pediram um quarto.
- Bom dia. Um quarto para o casal? - A mulher da recepção perguntou, sorrindo.
- Ele é o meu irmão. - Dean disse, arrogante.
- Oh. Desculpe-me. - Ela entregou uma chave. - Mas só temos quartos com cama de casal. Desculpe.
- Não, tudo bem. - Sam agradeceu e foi até o quarto. Quarto 2. O abriu e Dean se jogou na cama.
- Eu durmo na cama! - Dean disse.
- No way.
- Claro que sim. Disse primeiro.
- Não vamos discutir isso agora.

- Ai, caralho. - bocejou e viu dormindo. Olhou o relógio e viu que eram oito horas. Foi até e a cutucou.
- O que é?
- Vamos sair?
- Pra onde?
- Algum bar, sei lá.
- Tá, tá. - se levantou e foi ao banheiro, enquanto ia pegar as malas na caminhonete. Depois de trinta minutos, saiu pronta do banheiro, usando um vestido com um salto.
- Gatinha. - riu e entrou no banheiro.
- Palhaça.

- Ah, man! - Dean exclamou. - Cansei de ficar sem fazer nada! - Ele gritou, acordando Sam.
- E?
- Vamos num bar!
- Pra que?
- O que se faz num bar, Sammy?
- Tá, tá. - Sam se levantou e caminhou ate o banheiro. Uma hora depois os dois já estavam chegando no bar, dentro do Impala. Ao estacionar, Dean reconheceu a moto que havia acabado de parar a alguns metros ao seu lado. Foi difícil reconhecer, graças aos pares de pernas que a montava. Uma usava um vestido curto, e a outra uma calça de couro, com uma jaqueta jeans jogada por cima de alguma blusa qualquer. Dean sorriu e desceu do carro, se encostando no mesmo para observar quem seriam as duas mulheres naquela moto. Sam viu o que seu irmão ia fazer e fez o mesmo, se encostando do lado dele. Demorou uns dois segundos e a menina da garupa desceu da moto, tirando o capacete e mostrando longos cabelos lisos e castanhos e seus olhos castanhos contornados por um fino traço de lápis e uma boca vermelha. Logo depois a outra fez o mesmo, tirando o capacete e mostrando um rabo de cavalo alto e preto e uma maquiagem preta pesada ao redor dos olhos e um tom vermelho claro em sua boca. Tirou a chave de sua moto e entrou, as duas com o capacete na mão, dentro do Rouge Cat Bar.
- Eu quero ela.
- Ahn?
- A de jaqueta jeans. Eu quero ela!
- Babaca. - Sam riu, tentando disfarçar. Ele também sentia o mesmo pela menina de vestido.
Viu seu irmão respirar fundo e os dois foram para dentro do bar, imaginando o que poderia acontecer nessa noite.



Três.

Merda, merda, merda!

- Ok, aqui parece ser legal. - comentou e riu. O bar era todo iluminado com luzes azuis e vermelhas, com dançarinas e dançarinos em todo lado. No centro e em duas paredes opostas estava o bar, com o do centro no formato de um circulo e com vários bancos em volta.
caminhava até o bar do meio. Viu um casal indo até um corredor e riu, sabendo o que ia acontecer.
- Uh... Alguém vai se dar bem. - piscou para e apontou com a cabeça para o casal.
- Ah, sua safada! - riu e guiou até um banco.
- O que desejam?- O barman perguntou, sorrindo.
- Você, com gelo e uma azeitona. - piscou, rindo.
- Dois Martinis. - disse, rindo da amiga.
- É pra já. - O barman piscou e se afastou.
- Sua problemática! - riu e rodou seu banco, ficando de costas para o bar.
- Olha quem fala. - riu e viu a amiga balançar a cabeça, negando.

- Cadê? Cadê ela? - Dean a procurava com os olhos, até que achou. - Ahá!
- Já vai lá levar um fora da menina tão cedo assim? - Sam perguntou, rindo.
- Babaca. - Dean resmungou e foi andando até a menina.

- Ei, ei. - rodou de volta, ficando de frente para . - Gatinho se aproximando.
- Olá. - Dean se apoiou na bancada ao lado de e sorriu.
- Hey. - Ela pegou uma azeitona num pote à sua frente e comeu. Dean, ao olhar aquela cena, engoliu em seco. De algum jeito, aquela menina estava o deixando louco. reparou e deu um risinho, pegando sua bebida recém-chegada e saindo de perto dos dois.
- Martini, huh? - Dean se sentou do lado dela. - Muito fraco.
- Fraco? - levantou uma sobrancelha. - Só estou começando. - Ela virou a taça, piscando.
Terminou de beber o Martini e lambeu onde a bebida havia tocado em seus lábios. - Hey, uma dose de vodka.
- Duas. - Dean sorriu. - Sem gelo.
- Sem nada. - Ela mordeu o lábio, sorrindo e concordando.
- Garota...
- Não. . - Ela sorriu.
- Ok, . Você sabe como me deixar louco, sabia?
- Sério? - Ela riu, divertida. - Se for assim... - Ela se levantou e o puxou até a pista de dança.
- Você realmente quer me ver dançar?
- Não sei, quero?
- Não. - Ele se aproximou. - A propósito, sou Dean.
franziu a testa ao ouvir esse nome. De onde o conhecia? Deu de ombros e sorriu. Não importava, agora iria se divertir.
- Bom, Dean, - Ela voltou até a bancada e pegou o copo de vodka, também o virando. - Vamos começar a festa. - Ela sorriu e o deu um selinho. Dean, assustado com a atitude da garota, sorriu. É, essa garota era perfeita.
Bom, perfeita pra ele.

- E ai? - gritou, apoiada na mesa de sinuca. - Quem encara uma partida? - Sam, que estava perto, ouviu e riu. - Tá rindo de que? Cai dentro! - Ela brincou.
- 'Cair dentro'? - Ele perguntou, rindo.
- É! - Ela sorriu e foi até ele. - Medo?
- Ok...
- .
- Ok, . Vamos jogar. - Ele foi até a mesa. - E meu nome é Sam.
- Ok, Sammy...
- Não, Sam.
- Ok, Sammy... - Ela repetiu e ele revirou os olhos. Quando ia falar ela o interrompeu. - Já sei, é Sam! Enfim, aposta quando?
- Cinquenta?
- Quer perder 50 pratas? - Ele concordou com um sorriso. - Ok, vamos jogar, então. - Ela tirou uma nota de cinquenta e a prendeu na alça do vestido. Sam fez o mesmo e a apoiou na mesa, debaixo da sua garrafa de cerveja. sorriu e pegou dois tacos, jogando um para Sam e dando a primeira tacada.


bebia sua quarta dose de vodka, enquanto Dean estava na sua sexta. , bêbada, puxou Dean até a pista de dança e começou a dançar, enquanto ele ficava parado.
- Você está tentando me fazer dançar?
- Se não quer, não dança. - deu de ombros. Começou a mexer o quadril e reconheceu a música que tocava. Era Sweet Dreams.
Se aproximou de Dean e começou a mexer seu corpo no ritmo da música. Dean, hipnotizado, colou os seus corpos e ela começou a mexer a cintura, deixando sua boca a centímetros da de Dean. Ele fitava a boca dela e sentiu as mãos dele na sua cintura. Ela se virou e começou a dançar e Dean automaticamente a encoxou, sem pensar no que fazia. Ela mexia a cintura e ele a alisava, passando sua mão da cintura onde estava até a lateral da suas coxas até que, num movimento só, ele a virou de frente para ele e a beijou. colocou sua mão na nuca dele e ele apertou a cintura dela.
Continuaram se beijando como se o mundo fosse acabar até que parou para respirar. Nesse tempo, Dean avistou a porta que dava para os quartos e a puxou até lá.
Entraram no terceiro quarto e Dean a empurrou até a parede, beijando o pescoço dela enquanto ela puxava seu cabelo. Dean subiu os beijos, passando pela bochecha e chegando na boca, onde se afastou um pouco dela. , aproveitando o espaço, o empurrou até a cama, fazendo-o cair deitado. Sentou-se no colo dele e começou a beijá-lo, descendo os beijos até o abdômen. Chegando lá, ela o olhou e num movimento só rasgou a blusa branca que ele usava por baixo do casaco, deixando a mostra a tatuagem que ele tinha no peito. Quando seus olhos pararam naquela tatuagem, tudo voltou para sua mente num momento só. Era daí que ela conhecia esse nome. Ele era Dean... Dean Winchester. Se levantou num pulo e saiu do quarto, procurando .
- Merda, merda, merda. - resmungou e ficou procurando com os olhos.
Dean, ainda no quarto, olhava pro teto, pensando no que acabara de acontecer. ... Era tudo que ele queria. Olhou para sua blusa e viu o que ela virou. Bufou e se sentou, respirando fundo. Ela realmente tinha o excitado. Esperou alguns minutos e saiu, indignado.

- E aí, Sammy? Como se sente sendo um perdedor, huh? - brincou.
- É Sam! E não tem graça. - Ele pegou o taco dela, o guardando em seguida.
- Claro que tem. Você perdeu. - riu.
- ... Eu deixei você ganhar. - Ele piscou.
- Aham. - o olhou, levantando uma sobrancelha. - E é .
- ! - a gritou.
- Caham. - Ela tossiu.
- Ah, desculpa. - sorriu para Sam, ajeitando seu cabelo. - , hey.
- Sam. - Ele a cumprimentou.
- Prazer. - sorriu e foi até . - ... Temos que ir.
- Por que? - Ela perguntou, fazendo bico e ouvindo Sam rir.
- Eles estão aqui, xuxu.
- Quem?
- Eles. - Ela, discretamente, apontou para a nuca dela.
- Ainda não me lembro.
- Winchesters! - bufou, irritada.
- Oi? - Sam respondeu.
- Merda. - xingou e sorriu amarelo. - Nada, er, tchau, Sammy! - Ela riu fraco e a puxou até a saída, até a moto. Sam as encarava pela janela, vendo as duas saírem rindo.
- Arg! - Dean chegou por trás. - Por pouco!
- Dean! - Sam se virou. - Epa, o que aconteceu? - Sam riu, vendo a blusa dele.
- .
- A fez isso? Calça de couro?
- É. - Ele resmungou. - Estávamos lá...
- Oh! Me poupe dos detalhes.
- Não teve detalhes, Sam. Ela fez isso com a minha blusa e fugiu.
- Ah. - Sam riu. - Ei, acho que elas nos conhecem.
- Que?
- Eu estava jogando sinuca com a ...
- ?
- , vestido e jaqueta de couro. Enfim! Aí a apareceu e disse que os Winchesters estavam aqui. E fugiram.
- Elas nos conhecem! Já dormi com elas!
- Não isso, idiota. Elas são caçadoras.
- Man, faz sentido! Ela fugiu quando viu minha tatuagem!
- Ótimo, o que elas estão fazendo aqui?
- E eu vou saber? - Dean se sentou num sofá e viu uma cerveja fechada, em cima da mesa. - Oh! Uma cerveja!



Quatro.

Away.

e já estavam na estrada. No dia anterior, cada uma dormiu - ou tentou dormir - pensando nos meninos. Elas sabiam que não podiam se envolver com eles, afinal, todos próximos deles acabaram... Morrendo. Mas isso não era o principal. E se ela morresse? Ou ele? E elas simplesmente não podiam morrer antes de achar . estava boba com tudo. Dean... Seus beijos no seu pescoço simplesmente a derreteram, mesmo sem demonstrar no momento. E Sam... Além de jogar bem sinuca, era brincalhão, divertido, tudo que procurava. Ela queria alguém mais calmo, meigo. Não alguém como Dean. Riu com a ironia de cada um ficar com o que a completa. Nesse caso, os opostos não se atraíram.
- , você tá muito avoada.
- Que?
- Não disse? - riu. - Você está muito distraída, amiga.
- Não estou.
- Ah está, sim. - se arrumou no banco e acelerou um pouco. - E ficou assim depois do bar.
- Não estou. - repetiu, bufando.
- O Dean realmente mexeu contigo, huh?
- Né? - soltou, logo corando. - Calada! Não estou distraída por causa do Winchester.
- Então admite que está avoada?
- Cala essa boca e dirige, ! - gritou, histérica. Na verdade, tinha razão.
Apesar de não ter acontecido nada... Ela tinha gostado dele. Do toque dele, do beijo, da atitude. De tudo. Suspirou e ligou o som, reconhecendo a música do seu cd do Green Day.
- Boulevard Of Broken Dreams. - sorriu. - Essa música combina muito com a gente.
- I walk this empty street, On the Boulevard of broken dreams.
- Where the city sleeps, and I'm the only one and I walk alone. - Elas cantaram juntas, caindo na risada depois.
- My shadow's the only ones beside me. - cantou, levantando os braços e rindo.
- Cansei. - sorriu sapeca e desligou o som.
- Vadia.
- Babaca.

- Man, por que ela fugiu?
- C'mom, Dean. Ainda encucado com a ?
- Não.
- Dean...
- Calado! Fique quieto e vamos matar esse demônio de uma vez, falou?
- Por que ficou tão mexido com ela, Dean? Quero dizer... Ela é uma mulher qualquer que você já ficou.
- Uma mulher qualquer que é caçadora, sexy e que dirige uma moto. - Dean disse, rápido. - Ah, cala a boca! Até parece que não gostou da .
- Claro que gostei. Afinal, o único que ganha de mim na sinuca é você. Bem, era você.
- Ela... Ganhou de você?
- Sim.
- Haha! - Dean riu. - Preciso conhecer essas garotas. - Sam riu, balançando a cabeça. - O que? Ah, nem vem! - Sam riu ainda mais. - Até parece que você pensa o contrario que eu.
Com isso, Sam não tinha como discutir.

- Onde aquele idiota está? - perguntou, enquanto descia sua moto da carroceria da caminhonete de . Elas já estavam em Albuquerque, no estacionamento do motel.
- Não sei. Vamos já deixar pronta uma Armadilha do Diabo e vamos investigar. – disse, abrindo um jornal no capô. - Escuta: 'Serial Killer à solta em Albuquerque.'
- Você tá brincando comigo. - Ela riu, irônica. Travou sua moto e se aproximou de . - 'Sete pessoas nos últimos quatro meses'. Todos degolados? Eita. - sorriu. - Pra mim, isso é um jeito de fazer interurbano.
- É, entre dimensões, talvez? - perguntou, fazendo careta. - Ei, você realmente está quase pulando de alegria?
- Sim! - sorriu. - Chuck está aqui!
- Freak. - riu. - O pior é que não tem nenhum suspeito.
- Ótimo. - disse, irônica. - Vamos nos disfarçar de vendedoras de bíblia.
- Que? - perguntou, arcando uma sobrancelha.
- Aí, vamos de porta em porta e dizemos frases com a palavra 'Christo'.
- Oh! Entendi. - sorriu. – Aí, se o Chuck estiver possuindo alguém, vai se contorcer.
- Eu sei. Minhas ideias são boas demais. - piscou.
- Ok, precisamos comprar roupas de santa. - Ela riu. - Por que duvido que irão acreditar em duas mulheres devotas vestidas assim.
- Calúnia. Estou normal com essa roupa.
- Ah, sim. - concordou, irônica. - Super normal com essa blusa decotada e sua calça de couro de sempre. Super santa.
- Ah, me deixa.
- Já deixei. Vou na caminhonete e você na moto.
- Compro comida e trago aqui de volta, fechou? - disse, tirando o capacete do banco de trás da caminhonete.
- Feito. - piscou e entrou na caminhonete. Esperou sair de vista e ligou no seu cd do The Kooks, rumando até o centro.

- Pelo amor de Deus, - riu com a ironia dessa frase, mas logo continuou. - não estejam aqui. - disse, enquanto acelerava num semáforo. Passou por um Impala, mas ignorou. - Carro bonito, mas não é melhor que você. - Fez carinho em sua moto e a deu um tapinha, acelerando ainda mais.
Depois de uma hora e meia já estava no quarto do motel, esperando com as roupas. Tinha trago dois hambúrgueres completos e agora ouvia música em seu Ipod, tocava I Wanna Do Bad Things With You, do Jace Everett. Sorriu, mas logo colocou o travesseiro no seu rosto. Merda, essa música a fazia se lembrar de Dean. Suspirou e aumentou o volume. Estava tão alto que nem conseguia pensar. E era assim que ela queria.

- Nesse motel?
- Tanto faz. - Dean resmungou e procurou pela moto da menina. Soltou um grunido quando não a achou, se encostando em seu Impala e resmungando. Tinha jurado ver a mesma moto na rua, mas logo desistiu dessa possibilidade. Só se sua sorte fosse boa. E pelos anos de experiência, sabia que não era.
- Ok. - Sam desligou o carro e desceu do mesmo, pegando sua mochila. Dean fez o mesmo e foi direto pro quarto, enquanto Sam os registrava. O nome de hoje? Paul e Brandy O'neil.
Dean se jogou na cama de solteiro e fechou os olhos. A primeira coisa que veio em sua mente foi , sorrindo e dançando para ele. Sorriu instantaneamente. O que diabos essa garota tinha feito com ele? Se aquele pequeno momento o deixou assim, imagine o que iria acontecer se eles realmente estivessem... Dormido juntos? Esse pensamento o fazia sorrir ainda mais. Ele precisava daquela garota, e não iria descansar até conseguir.
Sam entrou no quarto e viu Dean sorrindo com os olhos fechados. Era mais que óbvio que o motivo daquilo tudo era . e... . A menina dos cabelos castanhos e uma das melhores na sinuca. Queria conhecer mais dela, mas tanto ele como Dean sabiam que não podiam perder tempo. Tinham que achar a solução, se não... Em dez meses Dean iria para o inferno. E por isso mesmo que se envolvessem... Não daria certo. Suspirou e cutucou Dean.
- Ei.
- O que foi?
- Temos trabalho a fazer.
- Eu sei.

- Caramba! Essa é a sétima casa que vamos. - se apoiou e começou a acender e apagar um isqueiro que tinha achado. - Essa é a última de hoje, falou?
- Tá, Ok. - revirou os olhos. - Vou tocar a campainha, guarda esse isqueiro! - o guardou no bolso de sua saia e suspirou. No momento que seu dedo iria tocar o botão da campainha a porta abriu, mostrando duas silhuetas masculinas.
- ? - Sam perguntou, vestido um smoking.
- Ei, ? O que foi? - perguntou e foi para o lado dela, vendo Sam e Dean na porta.
- ? - Eles perguntaram e o rosto dela ficou amarelo. 'Merda'.
- ? Está louco, filho? Eu sou uma mulher de Deus. - Ela tentou disfarçar. - Olá, senhor. Somos vendedoras de Bíblias e espalhamos a palavra de Christo. - suspirou e o empurrou, se aproximando do dono da casa. - Vendemos bíblias, aceita uma?
- O que? - Dean perguntou.
- Oh, desculpe. - Sam disse e saiu da porta, puxando Dean consigo e parando na calçada.
- Obrigado, mas... Já temos uma bíblia. - O dono da casa disse e fechou a porta. sorriu amarelo e se virou, pisando pesado e indo até os meninos. Fitou Dean com raiva e bufou.
- IDIOTA! - bateu nele.
- Ai! - Ele se virou e segurou a mão dela. - É bom ver você também, . - Disse, irônico.
- Você estragou tudo, damn it! - Ela se soltou dele e bufou.
- O que? Sua venda? - Dean brincou.
- Arg! - grunhiu e o deu um soco em seu braço. Bufou e voltou até , que agora fitava Sam.
- O que diabos estão fazendo aqui? - Ela perguntou.
- Oh! Escolha engraçada de palavras, . - Disse um homem loiro, encostado no Impala.
- Chuck. - grunhiu, fechando suas mãos em um punho. Fazia tanta força que os nós dos seus dedos estavam brancos.
- Como anda a ? - Ele sorriu e saiu do corpo do homem, o deixando desmaiado. Passou uns segundos e se levantou, saindo correndo até uma casa do lado esquerdo.
- ? - Sam perguntou.
- Não é da sua conta. - cuspiu as palavras. - E respondam a .
- Não é da sua conta. - Dean repetiu.
- Vocês atrapalharam tudo! - disse, dando um tapa em Dean a cada palavra pronunciada.
- Para com isso! - Dean segurou os punhos dela e a olhou nos olhos. - O que estão fazendo aqui?
- Tentando pegar o maldito demônio que acabou de fugir! - gritou, tentando se soltar. 'Merda, ele é forte demais.' - Me solta!
- Não, pra você me bater de novo?
- Ok, também estamos atrás desse demônio, . Podemos nos ajudar.
- Pra você, é . E não, trabalhamos sozinhas, obrigada.
- Não sejam cabeças duras. - Dean sorriu.
- Calado. ME SOLTA! - gritou.
- Ok, quieto os três! - Sam gritou. - Por favor, . Vamos trabalhar juntos. É sério.
o fitou, mas acabou cedendo.
- Ok.
- Ok? - perguntou, com a voz fina. - !
- Eles podem nos ajudar a encontrar a , !
- Ok, vamos num restaurante e lá conversamos.
- Tá. - fez careta. - Mas antes vamos ao motel, precisamos trocar de roupa.
- Ok. - Dean sorriu.
- Ok. - assentiu e saiu andando.
- Caham! - tossiu, olhando para as mãos de Dean.
- Ah, desculpa.
- Tudo bem. - disse, seca, e o deu um último soco. - Não, agora está tudo bem. – Sorriu, cínica e saiu andando, indo até sua moto.
- Ai! - Ele gritou. - Merda, ela tem uma mão pesada.
Sam riu e foi até o Impala, com Dean reclamando em seu encalço.

Depois de uma hora, todos se encontravam numa mesa de um pub qualquer. Dessa vez, usava saia e , calça. rodava a faca entre seus dedos, olhando para a janela enquanto Sam e compravam o que iriam comer. Dean não conseguia tirar os olhos da menina. Ela estava sexy demais. Qualquer movimento dela para ele era algo excitante. Suspirou e ouviu uma risada.
- O que?
- Nada. - disse, voltando a sua frieza normal.
- Ei, cadê a legal de ontem?
- Ela ficou em Santa Fé.
Dean suspirou e voltou ao silêncio. Com ela nessa posição ofensiva, nunca iria conseguir se aproximar.
- Aqui. - se sentou do lado de e colocou na frente dela uma porção de batata frita, junto com um copo de refrigerante.
- Obrigada, xuxu. - sorriu e mordiscou a bochecha da amiga, que grunhiu em repulsa.
- Odeio quando você faz isso. - resmungou.
- E com ela você é assim, né?
- Quieto, Dean. - e disseram ao mesmo tempo.
- Enfim, - Sam se sentou na mesa. - quem vai primeiro?
- Elas. - Dean sorriu.
- Er. - suspirou. - É que... Merda. - Ela apoiou a mão na mesa e Dean viu que estava tremendo. Se assustou a ver aquilo. Ela estava vulnerável. - A é a nossa outra melhor amiga, e ela está atrás desse viado do Chuck.
- Chuck?
- O demônio. Ele matou os pais dela. E ela veio se vingar.
- Quando isso aconteceu? - Sam perguntou.
- Há três anos. - disse, olhando um ponto fixo da mesa. Sua mão ainda tremia e Dean, num ato automático, apoiou sua mão sob a dela. Com o toque dele, saiu do transe, olhou pra ele e sorriu docemente.
- E ainda estão a procurando? - Sam perguntou.
- Bom, sim. - disse, tomando um gole do seu suco. - Se o Dean sumisse... Você desistiria de procurar ele algum dia?
- É. Faz sentido. - Sam concordou, rindo.
- E vocês? - disse, voltando ao normal e tirando sua mão debaixo da de Dean. - O que fazem aqui?
- Não é da conta de vocês.
- Arg. - o fitou.
- Estamos procurando uma coisa.
- O que? - perguntou.
- Não sabemos. - Dean disse.
- Nossa, muito útil. - E aquela atitude ofensiva de voltou.
- É sério. - Dean disse. - É que...
- No final do ano, em dez meses, Dean vai pro inferno. - Sam disse, olhando pra mesa.
- O que?
- Longa história.
- Ótimo. - se ajeitou na cadeira. - Temos tempo.
- E muito. - concordou, apoiando as pernas no colo de Dean.
- Ei!
- Shiu, o Sam vai falar.

Sam suspirou e contou a história toda. Desde da sua infância até o acontecimento recente de sua morte, ou quase morte. Até o pacto que Dean fez.
- Cara... - disse, assustada. - Então...
- É. Eu vou embora daqui a dez meses. E não me arrependo de nada. - Dean disse, sério.
- Ah não! - reclamou. - Nem pensar. Esse clima assim pra baixo não rola! - e os meninos riram. - É sério. Vamos para uma boate!
- Boate?
- Sim! Agora. - se levantou e puxou Sam até a caminhonete.
'Vadia'. pensou, sabendo o que ela estava fazendo.
- Então, você vai comigo.
- É. - deu de ombros e se levantou. Dean foi atrás, olhando toda a parte de trás dela, nenhum pouco discretamente.

- Por que me puxou aqui, ?
- É , caramba. E porque eu queria deixar os dois sozinhos. - Ela apontou para e Dean, entrando no Impala.
- Não conta pra ele que eu te contei, viu? - Sam riu. - Mas ele ficou mexido com ela.
- Jura? - perguntou, sorrindo. - Ela tá toda distraída por causa dele. - Ela riu e ligou a caminhonete.
- Carro legal.
- Obrigada. - Ela sorriu e ligou o som, colocando para tocar The Kooks, de novo.

Eu vi esse Impala aqui, hoje mais cedo. - comentou, analisando. - Ele é lindo.
- Não é ele, é ela. - Dean disse, entrando no banco do motorista. - Ou isso. Não escuta ela, viu amor? - Ele disse pro carro.
- Babaca. - riu e se sentou do lado dele.
- Va... Ah, esquece. - Dean deu de ombros e deu partida no carro.
- Por que você saiu correndo quando viu minha tatuagem? - Dean perguntou, depois de um desconfortável momento de silêncio.
- Porque sim. Não me envolvo com caçadores. - disse, batendo o dedo ao som de Highway To Hell.
- Ah. Por que?
- Porque aí, se eu me envolver demais e acabar... Morrendo, ele vai sentir minha falta. – suspirou. - E vice-versa.
Dean permaneceu calado. É. Aí estava o motivo de não se envolver com ela. Dali a dez meses, ele a deixaria sozinha. Merda.
- Droga de vida.
- Hã? - perguntou.
- Nada.
- Fala, Dean.
- Ah, é que... Não. Não vou te contar.
- Caramba, Dean. Agora fala. - Ela se virou pra ele.
- Esquece, .
- Dean Winchester. - disse, num tom de voz autoritário.
- O que?
- Arg, droga. Não vou falar. Acabou o assunto. - Dean aumentou o som.
- DEAN!
- NÃO CONSIGO TE ESCUTAR. A MÚSICA TÁ ALTA. - Dean gritou.
- ARG, IDIOTA.



Cinco.

First Time.

Demorou alguns poucos minutos e todos já estavam sentados numa mesa, dentro do Lótus Nightclub. Os quatro jogavam conversa fora, falando sobre música, filmes, e todos os assuntos que quatro amigos normais conversariam. Até que puxou Sam até uma mesa de sinuca, deixando Dean e sozinhos.
- Bosta.
- O que?
- Você não gosta de dançar. E eu quero dançar. - tirou o casaco de couro, mostrando sua blusa de oncinha. - E a tá com o Sam.
- Dança sozinha. - Dean disse, depois de tomar um gole da sua Vodcka.
- Sabe... - olhou a pista, visualizando um homem moreno. - Até que é uma boa ideia. – Ela sorriu e se levantou. - Deseje-me sorte!
- Arg. - Dean revirou os olhos e começou a analisar as mulheres da boate. Precisava esquecer . E nada melhor do que uma dose de sexo. Olhou uma loira dos olhos acinzentados, uma ruiva até que uma morena chamou sua atenção. Ela era a mais bonita do local, os cabelos pretos e lisos caindo pelos ombros, uma pele morena e um colar que Dean achou inusitado.
Era um símbolo que lembrava o nazista, preto com quarto círculos. Sentia que já tinha visto esse símbolo antes, mas.. Ah, não importa. Precisava se divertir.

Tocava alguma música do Neyo junto com o Pitbull. Aquelas músicas típicas de uma boate. e Sam jogavam sinuca há sete minutos, dessa vez apostando 100 dólares. estava encostada na mesa e viu se levantar, sozinha, até a pista de dança. Sabia como a amiga gostava de dançar e se sentiu tentada a ir dançar com ela. Mas... Não. Primeiro iria ganhar de Sam.
- Sua vez, .
- , caramba. - resmungou e pegou o taco. Jogou e ganhou o jogo.
- Caramba digo eu. Você ganhou de novo.
- Agora me diga alguma novidade. - Ela pegou a nota de 100 dólares. - Ei, vou dançar, falou?
- Tá. - Sam disse, vendo a menina sair de perto e ir até . Olhou a mesa onde estavam e foi até lá, vendo Dean encarar uma mulher. Suspirou e foi pra bancada do bar, pedir uma cerveja.
Afinal, velhos hábitos não mudam.

- Bu! - pegou na cintura de e sussurrou, rindo.
- Caceta, que susto, vei. - disse, irônica.
- Babaca. - riu e começou a dançar. Olhou de rabo de olho para Sam e o viu conversando com uma loira. O mesmo fez , vendo Dean conversando com uma morena.
Bufaram juntas e riram, ao mesmo tempo. Maldita mania das duas. Continuaram dançando e viram Dean saindo junto com a morena, e jurou ver os olhos mudarem de cor. Analisou mais um pouco a mulher e viu o símbolo.
- .
- Fala.
- O Dean. Ele tá saindo com uma mulher.
- E?
- A mulher é uma deusa. Indiana, pelo o que me lembro.
- Caceta. - foi até a mesa e pegou os casacos, indo até Sam e o puxando.
- O que foi?
- Dean. Saiu com uma mulher. Uma deusa.
- Bom pra ele.
- Deusa indiana, Sam! - se exaltou. Pegou o seu celular e pesquisou. – Mais especificamente, a deusa Lakshmi.
- Ok. Vamos. - Sam saiu da boate e não viram mais Dean. - Merda. Ele sumiu.
- Caramba. Vamos procurar. Ele foi no Impala, né? - suspirou. - Vou na minha moto. – entrou na caminhonete e buzinou. - Anda!
- Ok, ok. - e Sam entraram no mesmo, os dois no banco de trás. Dirigiu até o motel e pegou sua moto, saindo pela cidade e o procurando. e Sam foram na caminhonete, juntos.

- Caceta. Cadê você, Dean? - tirou o capacete, olhando para os lados e suspirando. O vestiu e saiu para procurar.

- Por que não estou surpreso do Dean fazer isso? - Sam riu, fazendo a curva para uma estrada meio vazia.
- Que apoio. - balançou a cabeça. - Sempre é ele que é 'sequestrado'?
- Por aí... - Sam levantou um braço, o apoiando nos ombros de .
- É. - soltou um risinho. Já sabia onde isso iria parar. Sacando a intenção dele, tirou sua jaqueta de couro, deixando a mostra seus ombros nus. No momento que caiu seu casaco no banco, Sam sentiu o perfume dela, doce, parecia uma balinha, algo assim. Sorriu e desligou o carro, descendo do mesmo e se apoiando no capô. fez o mesmo, se apoiando do lado dele. Sorriu e olhou pro céu. Qual tinha sido a última vez que tinha sentado e admirado o céu?
Hoje estava limpo e a lua o deixava com uma cor mais clara, um azul quase marinho. Dava para ver as nuvens passeando pelo céu. Piscou e viu uma estrela cadente.
- Faça um pedido. - Sam disse, próximo à orelha dela.
- Já fiz. Só não sei se vai se realizar. - mordeu o lábio, sorrindo.
- Quem sabe eu possa ajudar com isso. - Sam sussurrou, próximo aos lábios dela e a beijou. Um selinho calmo, romântico. Mas aí, mostrou seu desejo. Foi para a frente dele e se encaixou em seu tronco, mordendo o lábio do garoto e passando sua mão no cabelo dele, descendo até a nuca. Sam, mesmo estando um pouco sorriso com a atitude dela, entrou no clima e apertou a sua cintura. Continuaram se beijando, até que estava só de sutiã e calça enquanto Sam usava só sua calça de sempre.
- Precisamos de um lugar mais privado. - disse, ofegante.
- Vem cá. - Sam pegou as roupas que estavam no chão e com a outra mão pegou no braço da menina, a guiando até o banco de trás da caminhonete.
Continuaram se beijando até que usavam somente suas roupas intimas. E em pouco tempo, nem isso estava entre eles, somente o desejo, a luxúria e, mesmo que implícito, o amor.

acordou no motel, graças a outro pesadelo com . Se sentou e sentiu falta da amiga. Olhou pela janela e bufou, a caminhonete não tinha voltado. E já sabia o que tinha acontecido.
- A vaca se deu bem, arg. - exclamou, trocando seu blusão por um short e uma tshirt qualquer. Passou seu perfume e saiu, com sua mochila preta nas costas e foi até uma lanchonete do lado. Se sentou e pediu um café com um misto quente e ligou para . Aquela vaca ia se ver com ela.

- Hmm. - sorriu, sentindo beijos em sua têmpora e descendo até os seus lábios.
- Bom dia. - Sam sorriu, alisando o rosto dela com o nariz.
- Bom dia. - se sentou, olhando para o corpo de Sam. - Caramba, nem procuramos o Dean. - fez uma cara sapeca, fazendo Sam rir.
- Ah, a que cuide dele. - Sam riu. - Ah, er. Toma aqui. - Sam entregou o sutiã e a calcinha que ela usava antes.
- Obrigada. - sorriu, meio corada. Os vestiu e entregou a boxer branca. - Aqui está.
- Obrigado. - Sam repetiu, rindo.
Se vestiram e voltaram para o motel, vendo saindo da lanchonete e indo para sua moto.
- Prepare-se para ouvir a bronca. - riu, descendo da caminhonete e sorrindo para .
- ONDE VOCÊS ESTAVAM? - se exaltou.
- Ocupados. - Sam sorriu e pegou na mão de .
- AH, ENQUANTO O DEAN ESTÁ SUMIDO? ARG. - reclamou e deu um tapa em cada um.
- Quem está sumido? - Dean apareceu, sorrindo.
- SEU IDIOTA. - jogou a mochila no chão e começou a bater em Dean. - Onde você estava? Cacete, eu fiquei te procurando praticamente a noite toda.
- Eu estava cuidando de um serviço. Uma deusa, Indiana.
- Co... Você sabia? - perguntou.
- Sim. - Dean se alongou. - Agora vamos comer?
- ARG! - resmungou e saiu andando pesado, bufando.
- O que aconteceu com ela? - Dean perguntou.
- Só estava preocupada com você. - sorriu. Dean olhou para as mãos dadas dos dois e sorriu maliciosamente. - Ui.
- Idiota. Cale a boca. - Sam resmungou.
- É. Obrigado por confirmar. - Dean sorriu e foi atrás de .



Seis.

The Truth.

- Gay. Idiota. Animal. E eu ainda me preocupei com esse babaca. - resmungou, se sentando na cama do seu quarto.
- Também gosto muito de você, . - Dean entrou no quarto, sorrindo.
- Vá comer outra, que tal? E não volta mais.
- Ciumenta. - Dean riu, se sentando do lado dela. - Mas agora, sem brincadeiras, desculpa aí.
- Pelo que?
- Te deixar preocupado. Eu só vi que ela era uma deusa quando... Enfim. Foi mal.
- Tá, tanto faz.
- Agora... Mudando de assunto, o que sabe sobre os dois?
- Dois?
- Sam e , !
- Ah, nada. Ela não dormiu aqui comigo. Então... Pela lógica, tem coisa no meio. - riu um pouco.
- Sam rápido.
- safada.
- Ou isso. - Dean riu.
- Enfim, precisamos achar o Chuck, caceta. - resmungou, se deitando na cama.
- Calma, .
- Calma nada! Eu quero achar a logo pra acabar com isso!
- Com 'isso'?
- Sair dessa vida. - suspirou. - Voltar pra minha História. Minha vida. Em Lawrence.
- Espera aí. - Dean se levantou. - Você é de Lawrence.
- Sim. Eu e as meninas.
- Man. Coincidencia.
- É. - se sentou. - Quero voltar ao normal.
- ... - Dean suspirou. - É, o Sam já tentou fazer isso. E ele não conseguiu. Quando se entra nessa vida, não tem saída.
- Como assim?
- O Sam ia se formar em Direito quando o nosso pai sumiu. E... Ele já contou isso.
- É verdade. Mas... Arg, vai ser diferente. Eu e a vamos conseguir.
- , não tem volta.
- Arg. Cala a boca. - resmungou.
- Tá . Tá bom. - Dean xingou baixo e saiu do quarto.
olhou pra cima e começou a pensar. É, ela tinha que agir. Se não, Chuck iria embora e seria outro sacrifício para encontrá-lo de novo. Se levantou e pegou sua mochila, colocando um revolver, sal grosso, água benta e um spray de tinta vermelha. Pegou seu crucifixo e seu terço, junto com uma bíblia e as jogou na mochila. Deixou o celular no criado e saiu do quarto, indo direto pra sua moto e indo até uma casa afastada. Pegou o spray e fez um pentagrama no teto, com a ajuda de uma escada. Colocou uma cadeira no meio e a envolveu com uma corrente de ferro. Colocou sal nas janelas e nas portas.
- Pronto. - Vestiu seu casaco jeans e saiu, indo de volta para o motel, mas parando antes em uma capela.

***

- Cadê a ? - Dean perguntou. Estavam os três no quarto, pesquisando sobre Chuck e .
- Aqui. - entrou no quarto. - , preciso de você.
- O que foi? - Ela perguntou, levantando uma sobrancelha ao ver jogar na cama duas sacolas.
- Vamos dizer que tive uma informação boa. Chuck vai estar hoje num bordel daqui perto. Vamos nos disfarçar de prostitutas. - ouviu Dean rir. - Calado.
- Ok, né? - riu, indo tomar banho.
- E não quero nenhuma palavra. - fitou Sam e Dean.
- Por que o mal humor? - Sam perguntou.
- Simplesmente cansei de ficar sentada enquanto Chuck mata pessoas. - disse, vestindo a peruca loira.

***

- Ei, gracinha. - Um homem ruivo chamou.
- O quê? - revirou os olhos, até que reparou que os do homem estavam pretos e, depois, voltaram ao verde normal. ajeitou sua máscara e sorriu, indo em sua direção. - Olá, sweetheart.
- Que tal uma hora? - O homem sorriu.
- Só vou pegar os brinquedos. - piscou e deu um beijo no canto da boca do homem, sentindo nojo por dentro. Saiu de perto e mandou uma mensagem para Sam e Dean, depois avisando e a chamando.
- Pronto? - O homem perguntou, logo depois que chegou.
- Sim. Você ganhou uma noite a três. - sorriu e apontou para . O homem os guiou até um carro preto e sorriu, pegando a chave do homem.
- Amorzinho, você não disse o seu nome.
- É Paul.
- Então, Paul. - sorriu. - Eu vou dirigir, vamos para uma casa da companhia.
- Ótimo. - Paul disse, se fingindo de bêbado. Ele precisava das meninas, mais especificamente do sangue delas. Precisava falar com o chefão de baixo. Chuck/Paul nem tinha ideia que eram as meninas e foi o caminho inteiro alisando e acariciando , até que a mesma lhe deu uma pancada na cabeça, o fazendo desmaiar.
Passaram alguns minutos e eles chegaram à mesma casa onde havia preparado as coisas. Enquanto Sam e Dean levavam o demônio desmaiado até a cadeira e o prendiam com a corrente, e trocavam de roupa. As meninas chegaram e Dean o acordou, jogando água benta no rosto de Paul.
- AAH! - Paul urrou de raiva.
- Olá, Chuck. - sorriu, cínica.
- , você por aqui? - Chuck sorriu. - E a também. Aquelas perucas loiras me enganaram, huh?
- Jura? - perguntou, cínica. - Bem, não importa. Agora me fala onde a está, seu idiota.
- ? Que ?
- Para de brincadeiras, Chuck! - Sam gritou. - E fala onde a está.
- ? Você quis dizer a minha ?
- Sua ? - perguntou.
- É. Por acaso vocês sabem a verdade sobre a sua ? - Chuck piscou, deixando os olhos completamente pretos.
- Cale a boca. - gritou, com raiva.
- Calar a boca? - Chuck riu. - A querida é uma Kitsune. De onde você acha que os pesadelos vêm? Ou o simples fato de ela ter sumido, ou aquela sensação de já ter visto aquela mulher loira de olhos cinza?
- Como você...
- Ela é a minha Kitsune de estimação, .
- É . - Sam disse, ríspido.
- Pra mim é , Sam. - Chuck o fitou. - A conheço faz tempo.
- Vá se foder. - jogou água benta nele.
- Ah, . É assim que eu gosto.
- Seu grande filho da puta, desembucha logo onde a está.
- Alí. - Chuck apontou para o canto do quarto. Uma mulher loira, com os olhos cinza e uma roupa rasgada apareceu. A mesma mulher do motel em Santa Fé e da boate. E aí ela sumiu, voltando exatamente como a de sempre. Ao bater os olhos nela, o coração das meninas parou. Mas, além da aparência, nada era igual à antiga . Era algo mais selvagem, com o olhar como se pudesse matar todos no quarto num piscar de olhos.
- Viu? - Chuck sorriu satisfeito.
Dean começou a ler o ritual de exorcismo e depois tudo aconteceu muito rápido. atacou , a fazendo bater a cabeça na parede e cair desmaiada. Sam correu até ela e a tirou do quarto, a deitando no sofá velho que tinha e voltando para a sala, onde Dean ainda lia o ritual, trancando a porta para que a Kitsune não fosse atacar .
Dean ainda lia o ritual que parecia durar anos e agora, como não estava lá, começou a atacar , que desviava do punhal que a outra segurava em sua mão. deu um chute e caiu em cima de Sam, o fazendo bater a cabeça forte e desmaiar também. e continuaram lutando, mas não conseguia machucar de verdade. Afinal, era a amiga dela - ou melhor, sua irmã nos últimos anos. viu de relance o Demônio sair do corpo do ruivo e empurrar Dean até a janela e o jogar de lá, ficando sozinha com ela.
A luta corpo-a-corpo continuou, mas quando viu que tinha se cansado, deu-lhe uma facada na lateral da coxa direita, a fazendo gemer de dor e cair no chão. Quando ia dar o último golpe, algo a impediu. , que ao cair já estava de olhos fechados, abriu-os e viu a amiga chorando. estava de volta.
- ... - Ela a chamou, chorando. - Desculpa.
- ! - tentou se levantar e arfou de dor. A amiga reparou isso e se sentou do lado, a abraçando.
- Me, me desculpa. Eu já matei tanta gente e... Não consigo controlar, o Chuck... Me controlava, .
- Tudo bem... Shiu... - alisou o cabelo da amiga, ignorando a dor.
- Não! - gritou. - Não está tudo bem! - Ela saiu do abraço. - Eu sou um monstro, . E... E você tem que me matar. Agora.
- Não.
- Você ou eu. - limpou o rosto. - Por favor, só isso que eu te peço.
- Não. Você vai voltar com a gente e vamos achar um jeito de controlar isso. Juntas.
- CARALHO, NÃO! VOCÊ VAI ME MATAR ANTES QUE EU TE MATE, OU MATE A MANU! EU NÃO CONSIGO CONTROLAR, CAT! EU NÃO QUERO MACHUCAR MAIS NINGUÉM!
- Merda. - começou a chorar. Pegou o punhal e o analisou. Ela sabia que era o certo, mas... Era a sua amiga.
- Agora! - a olhou com o mesmo olhar selvagem. A Kitsune estava voltando.
- Eu te amo, .
- ARG! AGORA! - se exaltou e a apunhalou no coração. O corpo sem vida de caiu em seu colo e alisou o cabelo da amiga, chorando ainda mais.
O que acabara de acontecer a fez se esquecer de tudo, inclusive de , que gritava e batia na porta. deitou o corpo de e se levantou com dificuldade, mancando até a porta e a abrindo.
- ? - a abraçou e chorou no seu ombro. viu o corpo e segurou o choro. Agora, ela precisava ser forte. Sentou no sofá no qual estava deitada e foi acordar Sam. Jogou um pouco de água no rosto e o acordou depois de um tempo. Sam sorriu ao ver o rosto de , mas logo se lembrou de tudo, se levantando rápido e indo procurar Dean. Quando ia sair do quarto, viu a Kitsune morta no chão.
chorava no sofá, até que ouviu um resmungo conhecido. Levantou a cabeça e viu Dean, com um corte na cabeça, entrando na sala. , com dificuldade, se levantou e pegou o kit de primeiros socorros, com a outra mão pegando a de Dean, o guiando até o sofá e se sentando do lado dele.
- ?
- Oi. - sorriu fraca e Dean respondeu com um sorriso. se iluminou, mas ouviu um ruído do outro quarto e tudo veio pra sua cabeça. 'Não agora.' Ela pensou e sorriu. - Vem, chega mais perto para eu colocar um curativo nessa sua cabeça dura. - riu.
- Ha-ha, palhaça. - Dean se aproximou e abriu sua bolsinha, pegando álcool, gase e esparadrapo. Limpou o corte, rindo quando Dean fazia uma careta. Terminou e depositou um beijinho, rindo. Se levantou e arfou de dor, caindo sentada no sofá. - O que aconteceu?
- Nada. - se levantou e foi mancando guardar o kit de primeiros socorros. Ia dar o seu terceiro passo quando sentiu um par de braços envolver sua cintura.
- ! Sua perna! - Dean exclamou e a pegou no colo, sentando-a na mesa. - Tire sua calça, vou fazer os pontos.
- Não. Eu faço isso.
- Tira a droga da calça.
- Arg, não. Eu vou fazer isso. E não vai ser agora.
- Então tiro eu. - Dean pegou a tesoura e fez um corte pequeno. Pegou o resto e rasgou com a mão, fazendo uma fenda no lado direito e rasgando até o joelho. - Caramba, isso tá feio.
- Dean!
- Quieta! - Dean pegou o álcool e limpou o machucado, ouvindo um resmungo sair da garganta de . Logo depois fez os pontos e, no meio disso, Sam e já estavam com os dois na sala.
- Pronto? - perguntou, desconfortável.
- Já. E... É melhor você ficar usando vestido por um tempo. - Dean riu.
- Idiota. - tentou se levantar, mas, ao ficar em pé, sua calça caiu. teve uma crise de risos e Sam riu, vermelho de vergonha. Dean sorriu malicioso, vendo a calcinha vermelha que ela usava. Olhou pra Sam e o deu um tapa, advertindo para ele fechar o olho. - Merda. - disse, vermelha.
- Toma. - Dean deu seu casaco para ela. O vestiu e o casaco bateu na metade da sua coxa. Olharam para ela e tiveram outra crise de risos. Continuaram zoando até que sentiram um cheiro ruim. Sam e Dean foram levar o corpo para fora, para queimá-lo. se sentou no sofá com e começaram a conversar.
- , o... O que aconteceu? - perguntou.
- Eu... - voltou a chorar. - Eu a matei, .
- Você tinha que fazer isso, amor. Era ela ou você.
- Não. Ela tinha voltado ao normal. Ela que... - soluçou. - Ela que me pediu para matá-la.
- Shiu. - a abraçou. - Acabou. E agora vamos voltar a nossa vida normal, ok? Você para sua História e eu para minha Engenharia Ambiental.
- Eu te amo. Tá? E... Eu nunca vou ter coragem de te matar.
- Você nunca vai precisar fazer isso. - deu um beijo no topo da cabeça dela. Continuaram abraçadas e os meninos chegaram.
- Tá tudo bem, ?
- Tudo. - Sam sorriu ao ver que ela não o corrigiu.
- Er, ? - Dean a chamou.
- O que? - perguntou, com o rosto enterrado no ombro de .
- Vem cá. - Dean a cutucou, vendo o jeito que Sam olhava .
- Não.
- Cacete, vem cá. - Dean a puxou, levantando e puxando-a até fora da sala.
- Por que você fez isso? - disse, ainda chorando.
- Por que você tá chorando?
- Porque eu matei a minha melhor amiga, cacete! - gritou.
- É... Vem cá. - Dean abriu os braços e o abraçou, se sentindo segura. Qual tinha sido a última vez que se sentiu segura desse jeito? Parecia que Dean se jogaria na frente de uma bala por ela. Mas... Isso era ridículo. Era só um abraço. Mas parecia um colete à prova de balas. Um colete muito bom, que fazia seu coração disparar, sua respiração falhar. Ela se sentia nas nuvens naquele abraço, mas não podia. Ele tinha que ser só mais um. Outro na vida. E vai ser assim. Ela iria fazer assim.



Sete.

Close(r) to you.




Já tinha se passado dois dias desde do acontecimento sobre . Ainda estavam em Albuquerque, com e Dean num quarto e e Sam no outro. estava fria, impenetrável. Somente Dean conseguia trocar palavras com ela - e , mas até com a amiga ela estava diferente. Agora, graças ao 'assassinato' de , ela não se aproximava mais de ninguém, tentava ser insensível. Todos sabem, ser sensível sempre foi uma ameaça para quem é caçador.
se sentou na cama e vestiu sua bota de sempre, dessa vez sem salto. Vestiu seu casaco jeans e pegou sua mochila. Já pronta, quando ia sair, Dean a puxou pela cintura e a empurrou na cama.
- Precisamos ter uma conversa.
- Não. - o fitou e se levantou. - Não estou com saco pra conversar, Dean.
- Ah, mais vai. Ou é comigo, ou com o Sam. - Dean a empurrou na cama, se sentando do lado dela. - E vai por mim, Sam é sentimental demais, gay demais, você vai se estressar.
- Ah é? Traz ele aqui.
- Tô falando sério. Ele vai vir aqui com aquela voz calma, fofa, - Dean disse, com uma voz estranha. - enfim, gay.
- Ok, fala logo. - bufou e deixou de lado a mochila.
- O que está acontecendo com você?
- O que está acontecendo? - repetiu. - Nada.
- ...
- Dean... - Ela repetiu, no mesmo tom que ele havia usado.
- Você tá afastando sua melhor amiga!
- Não estou, não.
- Você não conversa com ela desde o negócio da , ! - Dean se exaltou e os olhos de se encheram de lágrimas. Olhou para Dean e viu que ele realmente se preocupava com ela. Dean viu uma lágrima sair do olho e a abraçou. Bom, pelo menos tentou. o impediu, tentando empurrar ele de volta.
- Me deixa.
- ...
- Sai daqui.
- Não.
- DEAN!
- NÃO!
- Então saio eu! - pegou sua mochila e saiu correndo, indo na direção da sua moto. Chegou na mesma e apoiou sua mochila no banco, procurando as chaves no bolso onde sempre ficava. Continuou procurando e ouviu uma risada já conhecida atrás dela. Se virou e viu Dean, balançando as chaves e sorrindo.
- O que mais vou ter que pegar pra você conversar comigo?
- Ah, seu mãos-leves retardado. - resmungou e passou por ele, esbarrando no ombro e indo pro quarto. Parou na porta e tentou pegar a chave, falhando totalmente e perdendo a mochila para ele.
- Dean!
- Vai conversar ou não?
- Não! - gritou e se trancou no quarto.

- Será que o Dean tá conseguindo lá no quarto?
- Não. - suspirou. - Ela se fechou completamente. Nem a personalidade do Dean a abre de novo.
- E você?
- Já tentei, Sam. Ela quer me afastar. O que aconteceu com a a machucou muito. - se alinhou no tronco de Sam. - Não sei o que pode a trazer de volta.
- Se eu ficar assim, você me traria de volta?
- Sempre. - sorriu e o deu um selinho.
'CAT! ABRE A PORTA! EU... DEIXA EU TE AJUDAR, CARAMBA!'
- Eu vou lá ajudar o Dean, ok?
- Vai lá. - sorriu.

- Eu não vou abrir, Dean!
- Eu ainda estou com as suas coisas!
- E eu com as suas! Que diário é esse?
- Larga!
- ! - Sam a chamou.
- Sai você também, Sam!
- Um... Dois... Três! - ouviu um barulho de chute e a porta abriu de supetão, a assustando.
- Cacete. - resmungou.
- Sai, Sam. - Dean foi até ela e a entregou a mochila.
- Não. Vocês dois.
- Nós dois? Então tá. - Sam disse, desistindo. - Vem, Dean. - Sam o puxou para fora do quarto.
esperou os dois saírem e caiu no choro. As últimas duas pessoas que eram importantes para ela tinham acabado de desistir dela. Se sentou num canto da sala e apoiou a testa no joelho. Mas, por que ela chorava? Afinal, era isso que ela queria. Ficar sozinha, sem ninguém. Nada para ela se preocupar, muito menos se magoar. Continuou chorando até que alguém a abraçou. Sentiu aquele perfume amadeirado e reconheceu quem era. O abraçou de volta e apoiou o rosto no ombro, chorando baixo.
Dean a pegou no colo e fechou a porta, a deitando na cama. A arrumou e se sentou do lado dela, observando a menina chorar ainda.
O que estava acontecendo com ele? Ver assim, frágil, triste, com a aparência de que a qualquer momento iria ter uma crise de choro muito pior do que essa estava criando uma vontade de protegê-la. Uma vontade quase tão forte quando a que ele sentia por Sam. Alisou os cabelos dela e ela o olhou. Parecia que via a sua alma, que lia seus pensamentos. Aqueles olhos pretos continuaram a fitando, até que ela falou alguma coisa.
- Não precisa me proteger. - sussurrou.
Dean arregalou os olhos. Como ela sabia disso?
- Não fala nada. Dorme, eu to aqui.
continuou o fitando e se sentou do lado dele. O abraçou e o puxou até a cama, se deitando e o fazendo se deitar do lado dele. Dean, com todo esse contato, ficou estático, mas se deitou do lado dela. A envolveu pela cintura e ela escondeu o rosto no vão entre o pescoço e o ombro dele. Dean se arrepiou ao sentir a respiração dela no seu pescoço. Passou alguns minutos – cinco, oito - e Dean sussurrou, sem pensar.
- Eu sempre vou proteger você.
Dean não viu, mas, depois de dias sem acontecer, um sorriso espontâneo apareceu nos lábios da garota.



Oito.

See ya.



- Então, tchau. - disse, meio desapontada. Finalmente os quatro iriam se separar, e iriam até Amarillo, Texas, enquanto Dean e Sam iriam procurar algo para salvar Dean do Demônio da encruzilhada.
- Tchau. Er, vai sentir minha falta? - Sam a abraçou.
- Olha só, Sam Winchester com medo de eu me esquecer dele. O que aconteceu? Não é mais o pegador?
- Não, o pegador aqui é o Dean. - Sam riu.
- Se apaixonou, foi? - brincou.
- Quem sabe. - Sam disse, num tom de brincadeira. Mas ele sabia que era verdade, podia não ser amor, mas era algo assim, mais forte que atração.
- Tchau também, Sam. - disse. Ela já estava melhor, mas não normal.
- Tchau, . É, também vou sentir sua falta. - Sam sorriu e a abraçou.
- Tchau, Dean. - o abraçou. - Se cuida. E vê se fica vivo.
- Pode deixar. - Dean riu. - E você, cuida da pra mim.
- Sempre. - piscou.
- É. - saiu do abraço de Sam e fitou Dean.
- Bom, vou pegar o resto das mochilas. - lançou um olhar significativo ao Sam e os dois entraram no quarto do motel.
- Eles nem sabem ser discretos. - riu.
- Quê?
riu. Uma risada gostosa. Dean iria sentir falta dela.
- Nada, bobão. - foi até ele e o abraçou. - Se cuida, tá? E arruma um jeito de acabar com esse trato.
- Por quê? Vai sentir minha falta?
- Vou. - sussurrou - E muita.
Dean se surpreendeu com essa resposta. Tinha certeza que ela iria zoar algo, fazer brincadeira, mas ela falou a verdade.
- É. - Dean a apertou. - Eu também. Se cuida, pequena.
- Er. Dean, - respirou fundo. - Eu... Eu... Eu gosto muito de você. Tá? E, por favor. Dean. Olha pra mim. - pegou no rosto dele e o fez a fitar. - É sério. Você tem que se salvar. Vai se salvar, né?
- ... Se eu me salvar, o Sam morre.
- Por mim. Arruma um jeito. - Uma lágrima escorreu do rosto de .
- Eu... Eu vou arrumar um jeito. - Dean limpou a lágrima que escorreu e abraçou.
- Ok. Estou parecendo uma moça aqui. - riu e limpou o lápis que escorreu.
- É. Mocinha. - Dean riu. - Sam! Vamos?
- Vamos. - Sam apareceu, do lado de .
- Tchau. - o deu um selinho demorado. - Não esquece.
- Tá. Tchau, . - Dean entrou no carro, junto com Sam. abraçou e elas viram o Impala Chevy 67 se afastar.
- Vou sentir falta deles.
- Não sei por que... Mas acho que ainda não acabou, .
- É melhor não ter acabado.

3 meses depois.


e tentavam ser normais de novo. As duas estavam em Lawrence, morando no velho apartamento de antes tudo começar. estudava história, tinha abandonado sua Winchester - Sim, ela comprou uma, só pra se lembrar dele -, mas nunca largaria sua Beretta, nem sua faca de prata, que ficava guardada em sua panturrilha, ou seu pingente de proteção. também tinha seu fuzil, mas era um Remington 750 e estava bem guardado em sua caminhonete. Mas não tirava da sua bolsa sua Ares Light Fire 70, muito menos seus palitos de unha de ferro e de prata. Estavam seguindo a vida, logo depois de Sam e Dean irem embora de Albuquerque, fizeram mais um trabalho e desistiram da vida. Bem, tentaram. Um dia ou outro sempre aparecia algo sobrenatural. Um demônio, um shapeshiffter, ou até mesmo um... Kitsune. Sempre eram os mais difíceis. Mas, mesmo assim, não desistiam de pelo menos se formarem, em Engenharia Ambiental e em História.
Sam e Dean estavam por aí, caçando coisas. Caçaram Vampiros, Fantasmas, Gordon Walker, até mesmo um espírito de criança que matava as pessoas baseando-se nas histórias dos irmãos Grimm. Agora, estavam indo para Lawrence. Algum amigo da 'família', mais especificamente Missouri, havia ligado para eles os alertando sobre algum acidente que ocorreria, envolvendo duas garotas e um vampiro. Claro que foram pra lá, afinal, quais eram as duas garotas que eles conheciam e que também eram de Lawrence?
Dean e Sam estavam em Wichita, Kansas. Faltavam apenas 144.5 milhas até Lawrence, e estavam abastecendo o Impala. Abasteceram o carro e foram num motel deixar as coisas e irem até um bar, beber um pouco.

- Hey, gato. - Uma mulher loira dos olhos castanhos chegou perto de Dean, alisando os ombros dele.
- Oi. - Dean tomou um gole da sua cerveja e continuou encarando Sam.
- Então, quer brincar um pouco?
- Não, obrigado. - Dean bebeu o resto da sua cerveja e bateu a garrafa na mesa, fazendo Sam parar de rir.
- Arg, gay. - A mulher o fitou e saiu, rebolando.
- O... - Sam parou para rir. - O que aconteceu?
- Eu... Cara.
- Desembucha, Dean.
- Acho que me apaixonei.
- O que? - Sam riu. - Ah, agora faz sentido. Já foram cinco que você passou nesses dois meses. Deixa eu adivinhar. - Sam fez uma cara pensativa. - Hm, ?
- Quem mais seria?
- Sabe... - Sam tomou um gole. - Você podia tentar viver esses últimos sete meses com ela. Viver uma vida quase normal.
- Pra ela também se apaixonar e ficar viúva? Não. Nunca. - Dean disse, se lembrando da conversa que teve com ela.
- A gente podia tentar. Eu com a e você com a . Ou pelo menos caçar juntos. Dean, você gosta dela.
- Ah, sim. Aí teríamos filhos no meio disso, e viveríamos felizes para sempre até o meu final. - Dean disse, irônico.
- É sério. Não é só você que sente falta delas. - Sam suspirou e bebeu outro gole. - Até da bipolaridade da .
- Idiota.
Ficaram mais um pouco em silêncio até que Sam riu alto.
- O quê?
- Não acredito que Dean Winchester se apaixonou.
- Oh, shut up, bitch.

- !
- O que?
- Vamos! Já são... Três e meia da tarde e estou atrasada pra aula!
- Eu sei! Espera! - passou seu perfume enquanto ajeitava sua mochila nas costas.
- Pronta? - bufou.
- Sempre. - piscou e saiu da casa. a seguiu e entrou na caminhonete, colocando para tocar seu CD do Panic! At The Disco. Esperou e foram pra universidade, cada uma indo para seu bloco e se separando.

- Quanto tempo até Lawrence? - Sam perguntou.
- Bom, meia hora. - Dean sorriu e pisou o pé no acelerador.

3 horas depois.

- Pronto, Missouri não está em casa. Vamos comer! - Dean sorriu, parando num restaurante.
- Como se você não tivesse comido há pouco tempo. - Sam riu e se sentou. - Ei, você não conhece de algum lugar aquela caminhonete? - Sam viu a mesma Escallade parando na frente do restaurante.
- É. E conheço aquelas pernas. - Dean sorriu e se abaixou um pouco. - Vamos esperar.



Nove.

Back in Black.


- Cansei! Cansei disso! Quero minha Remington de volta! - resmungou, sentada num restaurante do lado da universidade.
- E eu minha Winchester! - riu do duplo sentido da frase.
- Me chamou? - Dean se levantou.
- DEAN? - pulou da cadeira, indo até ele e o abraçando.
- Calma, Dean? Cadê o...
- Sam? - Sam se levantou.
- SAMMMMYYYYY! - saiu do seu banco e foi até ele. - O que estão fazendo aqui?
- Vindo visitar vocês. - Sam sorriu e a deu um selinho. - Liar. - riu, ainda abraçada à Dean. - God, como senti sua falta. - sussurrou no ouvido dele.
- God? - Dean sussurrou.
- Enfim. - riu e mordeu a bochecha dele. - Agora falem. O que estão fazendo aqui?
- Missouri nos chamou para resolver algo envolvendo duas garotas. - Sam se sentou do lado de .
- Calma, duas garotas? - perguntou, se ajeitando no banco e arrumando sua saia.
- É. E um vampiro. - Sam concordou, tomando um gole do seu café.
- Vampiro? - lançou um olhar significativo para .
- Merda. Será que é ele, ? - mordeu o lábio.
- Ele quem? - Sam perguntou.
- Começaram a falar em códigos? - Dean perguntou, com a boca cheia de panqueca.
- Arg, engole depois fala, Dean. - o repreendeu.
- Larga de ser chata, ! - Dean resmungou.
- Engole, Dean!
- Ok! - Sam gritou. - Que vampiro é esse?
- Um aí que cruzamos uma vez. - disse, rodando o canudo do seu suco. - Patrick.
- Patrick?
- Vamos dizer que ele é o único que sobreviveu. - disse. - De tudo que já caçamos.
- E agora quer vingança? - Dean perguntou.
- Provavelmente. - suspirou. - Nunca ficamos livres disso. - olhou Dean abrir a boca. - E NÃO VENHA ME DIZER 'EU TE DISSE', OUVIU?
- Não ia falar nada. - Dean disse, com a boca cheia.
- Ew. - disse. - Como você gosta disso, ?
- QUE? - perguntou, vermelha. 'Cacete, !'
- Calma, o que? - Dean e Sam perguntaram, ao mesmo tempo. Sam com um sorriso divertido e Dean com um sorriso idiota.
- Nada. - olhou pra cima.
- Vaza, Dean. - disse, olhando pra baixo.
- Ahn?
- Sai, quero ir ao banheiro!
- Ah, tá. - Dean tomou um gole da sua cerveja e se levantou. saiu do banco e pegou na mão dele, o puxando. - EI!
- Divirtam-se. - piscou para Sam e puxou Dean até o Impala, levando sua mochila na outra mão.
- Wow, senti falta da . - Sam comentou, vendo ela reclamar algo com Dean e entrar no Impala enquanto se aproximava de .
- Claro que sentiu. - sorriu. - E também sentiu falta da habilidade dela de sumir quando precisa.
- Isso foi o que mais senti. - Sam riu e a beijou. E aí se sentiu na caminhonete de novo. Tudo aquilo que ela achou que havia parado de sentir voltou rápido, quase a deixando tonta. Por pouco ela não pulou em cima dele e, bem, matou as saudades.
- É melhor a gente parar. - comentou, ofegante.
- Tive uma ideia. - Sam deixou uma nota de 50 dólares debaixo do prato de Dean e se levantou, pegando pela mão e a guiando até a caminhonete. Entraram na mesma e foram pro Motel onde Sam estava hospedado.
Era hora de matar as saudades.

- Por que fez isso? - Dean perguntou. - Pra ficar sozinha comigo? - Ele sorriu, convencido.
- Não. - entrou no banco carona e ligou o rádio. - Pra deixar o casal se curtir um pouco, babaca.
- Ah. - Dean entrou no motorista.
- E aí?
- Aí o que?
- Se salvou, Winchester?
- Não.
- Não?
- Não. - Dean disse, impenetrável.
se segurou. Por pouco ela não começou a chorar. Olhou para Dean e o viu fitando um carro que passara. Pegou na mão dele e isso o fez tirar do transe que estava.
- Você me prometeu, se lembra? Você vai se salvar. - sorriu, doce. Dean sorriu também, apertando a mão dela de volta.
- E aí, vamos fazer alguma coisa? - Dean perguntou.
- Bom, - brincou com a mão dele. - eu tenho uma festa de um amigo lá da faculdade. Quer ir?
Dean engoliu seco.
- Amigo?
- Ciúmes?
Ponto para .
- Não. - Dean disse, sério. - Até parece que eu, Dean Winchester, vou me apaixonar por alguém.
suspirou. Ele tinha razão. Dean era e sempre será um galinha.
- É. - soltou a mão dele. - Me leva pra casa, Winchester?
- Por que faria isso, ?
- Pra eu trocar de roupa e ir pra festa, bobão.

- Caramba. - bateu a mão na testa. - Eu tinha uma festa. Com a .
- Ah é. Até parece que eu vou deixar você sair daqui. - Sam a abraçou por baixo das cobertas. riu e Sam beijou a nuca dela.
- Como se você mandasse em mim, né, Winchester?
- Posso não mandar, - Sam a apertou - e você pode ser fortinha, mas não o bastante para sair daqui.
- Ah sim. - riu. - Mas não se preocupe, eu não quero sair daqui. - se ajeitou. 'Nunca'.



Dez.

All I Need.


- Meu Deus, por que mulheres demoram tanto? - Dean resmungou, sentado no sofá da casa.
- Ah, cala a boca, Dean. - saiu do quarto, calçando seu salto preto e arrumando seu vestido.
- Seus sapatos são irônicos, sabia?
- Na verdade sim, mas eu gosto. E são novos. - piscou. - Deixe minhas caveiras em paz, falou?
- Ok, ok. - Dean se levantou. - Pronta?
- Falta só o perfume. - foi até o banheiro e passou seu Black XS. - Agora sim. - foi pra sala. - Como estou? - Wow. - Dean a analisou. - Você fica linda de couro, sabia?
- Yep. - Ela pegou a chave da casa. - Por isso sempre uso. Vamos? - Ela jogou a chave para Dean. - Guarda aí.
- O Sam e a vão? - Ele pegou a chave e guardou no bolso.
- Provavelmente não. - sorriu. - Eles vão estar ocupados, se é que você me entende. - piscou.
- Oh, se entendo.

***

- BEBE, BEBE, BEBE, BEBE, BEBE!
Várias pessoas gritavam. bebia um funil gigante cheio de cerveja, enquanto Dean admirava aquilo. Ela bebeu tudo e sorriu, como se aquilo fosse água, e todos em volta urraram de animação. desviou de uns bêbados e foi até Dean, que segurava um copo de vodka, tentando se mexer ao som de alguma música do LFMAO.
- Gostou do show? - perguntou, sorrindo.
- Então é isso que você faz na sua 'história'? - Dean riu.
- Não, idiota. - comentou e riu. - Oh, vadia do lado. Acho que ela te quer. - disse, escondendo a boca no copo que segurava.
- Er. - Dean riu. - Eu devo ir e me divertir. - Dean disse, sorrindo para a menina. - Afinal, estamos numa festa! - Dean gritou e pegou na cintura da menina. - Vai lá. - 'Idiota.' o xingou no pensamento. Filho da puta, ele simplesmente não mudava. Viu Dean se afastar com ela e jogou o copo cheio no lixo, indo de volta pro Impala e ligando para um taxi. Deu o endereço de onde estava e voltou para casa, trocando sua roupa por seu pijama e indo se deitar. Bom, tentando ir dormir. Ficou a noite toda pensando em Dean e a ruiva de farmácia que provavelmente estava beijando a boca que nesses últimos cinco meses ela tanto queria. O ciúme subiu à sua cabeça e, do nada, ela começou a chorar. Chorar de raiva, chorar por ser uma caçadora e por não ter uma vida normal.
Estava com tanta raiva que não conseguiu ficar sentada. Se levantou e foi até a sala, ficar andando de um lado pro outro com um copo de vodka na mão. Se sentou e ligou a TV, parando num canal de filmes e parando para ver o que passava.
Dean 'se deu bem' essa noite. Saiu da casa da ruiva e foi pra casa de ; afinal, sabia muito bem o que e Sam estariam fazendo. Entrou na casa e viu deitada, dormindo de um jeito desconfortável. Se sentou ao lado e a pegou no colo, levando-a para seu quarto. A deitou na cama e a cobriu, indo até a sala e se sentando no sofá.


- Sam, vamos fazer alguma coisa? - perguntou, se vestindo.
- Por que você está fazendo isso? - Sam reclamou.
- Calma. Quer ficar aí pelado o dia inteiro?
- Bom, não sozinho. - Sam sorriu.
- Saaaaaammy! Vamos fazer alguma coisa!
- Não.
- Sam? - Não. - Sam Winchester!
- ! - Sam se levantou, indo até e a abraçando. - O que vamos fazer? Não há nada pra fazer até o tal Patrick aparecer.
- Mas ficar aqui nesse quarto de motel o dia inteiro... - disse, manhosa.
- É. Ou podemos ir pra sua casa. - Sam beijou o pescoço dela.
- Minha casa? Que também é a da ? Que provavelmente está com o Dean?
- É. Tem razão. - Sam riu e a pegou no colo, a levando de volta para a cama. - Vamos fazer o que? - Vai se vestir e vamos tomar café da manhã!


- Caramba, o que tem de beleza, tem de burrice. - comentou, se levantando e indo até Dean, sentado e dormindo no sofá. - Psiu. Winchester. Ei. - o cutucou, rindo ao ouvir um resmungo. - Dean, acorda. - disse. - Sai, .
- Tá, ok. - reclamou. - Vou fazer o café da manhã.
- Saaaaai.
- Asshole. - resmungou e foi até a cozinha. Fez café e um misto e colocou numa bandeja, deixando em cima da mesa de cabeceira. - Está pronto, bobão.
- ...
- ESTOU PELADA SERVINDO CERVEJA, DEAN! - gritou e Dean ficou em pé num pulo. - Tarado. - riu e pegou uma caneca com café. - Enjoy.
- Isso é golpe baixo, . - Dean limpou o rosto.
- Bom dia. - piscou e ligou a TV. - Caramba, Scooby-Doo. Quanto tempo não vejo isso.
- Você via isso? - Dean perguntou, pegando um misto.
- Sim. Quando era pequena. Eu tive uma infância normal, Dean.
- É verdade. - Dean disse, com a boca cheia.
- E aí, o que ficou fazendo? - perguntou.
- Como assim?
- O que já sabem sobre o pacto. Sobre como burlar o pacto sem acontecer... Aquilo.
- Não há nada para saber do pacto, . Vai ser assim e pronto.
- Como assim 'vai ser assim e pronto'? Vai desistir? Vai - 'Me deixar?' - ir embora?! Simplesmente isso?
- É. Por aí.
- Quer saber, Winchester? - se exaltou. - CANSEI DISSO! DESSA AGONIA DE ESPERAR ATÉ VOCÊ MORRER! - se levantou. - TÁ, EU SEI QUE SE VOCÊ FIZER ALGUMA COISA, O SAM MORRE, MAS VOCÊ TEM QUE AGIR! - começou a chorar. - VOCÊ TEM QUE SE SALVAR, DEAN! E ENQUANTO PODERIA ESTAR PROCURANDO UMA SOLUÇÃO, VOCÊ FICA COMENDO UMA PUTA QUALQUER QUE NÃO FAZ QUESTÃO NENHUMA DE SABER NADA SOBRE VOCÊ. NÃO SE IMPORTA PORRA NENHUMA COM VOCÊ!
- AH, ISSO NÃO É SOBRE O PACTO! É SOBRE SEUS CIÚMES! - Dean se levantou. - SE ESQUECEU? VOCÊ ME DISSE QUE NÃO IRIA SE APAIXONAR! MUITO MENOS POR UM CAÇADOR!
- EU SEI O QUE EU FALEI, CARAMBA! MAS A CULPA É MINHA SE EU ACABEI ME APAIXONANDO? - chorou.
Dean ouviu essas palavras e foi correndo até ela, a dando um selinho e a empurrando até a parede.
Não importava nada. Tudo que foi reprimido nesses últimos meses explodiu no momento em que Dean tocou sua boca na dela. Parecia que o mundo ia acabar, e bem que podia. Eles acabariam bem, um com o outro. Nem o fim do mundo importava. Muito menos Lilith. Na verdade, podia aparecer qualquer coisa, só importava e como ela o fazia sentir. Quando ele imaginou que iria se sentir assim?
Se Dean, o galinha, se sentia assim. Imagine . A menina que, mesmo por trás da aparência durona, era a mais sentimental. Ela se sentia voando. Cada toque, cada carícia a fazia ir ao espaço e voltar. E ela não descolava os seus lábios no de Dean.
Dean a beijava sem se importar com nada. Seu celular começou a tocar - provavelmente era Sam, mas deixou de lado. Na verdade, tirou o celular do bolso dele e apoiou na mesa, enquanto Dean tirava sua jaqueta. Tirou a camisa e a pegou no colo, levando-a até o quarto e fechando a porta com o pé. A deitou na cama e finalmente partiu o beijo. Mas até parece que queria perder tempo. Ela se sentou e voltou a beijá-lo, só se afastando para tirar seu short e a calça que ele usava. Dean se sentou e ela se sentou no colo dele e, agora, a única coisa entre eles era aquela blusa cinza fina que usava para dormir. Dean resmungou algo e num movimento só rasgou a blusa da menina, a fazendo rir. Onde já tinha visto isso?
Dean sorriu ao ouvir a risada da garota e começou a beijar delicadamente o pescoço dela. Agora aquela luxúria tinha ido embora; era só emoção, sentimento. E aí, aconteceu. Ela se sentiu nas nuvens mais uma vez e ele também, os dois voando pelo universo juntos, sendo um só.



Onze.

Another Truth.

Já tinham se passado três meses desde que Dean e ficaram juntos. Hora e outra os meninos viajavam, mas sempre voltavam para a velha Lawrence, afinal, Patrick podia aparecer. E... As meninas estavam lá. Era uma sexta quando e saíram cedo, como sempre, para a faculdade. Sam e Dean estavam terminando um trabalho com algum espírito vingativo. Os quatro tinham combinado de almoçarem juntos numa lanchonete perto, mas já eram onze e meia e as meninas ainda não tinham voltado.
- Aconteceu alguma coisa, Sam.
- Para de ser psicótico, Dean. As duas sabem se cuidar!
- Talvez saibam, talvez não.

- O... O que aconteceu? - acordou numa casa abandonada. Sabia onde era, pois já esteve ali muitas vezes. Era uma das três casas abandonadas onde, como dizia a lenda, seis crianças haviam sido mortas. Mas os espíritos delas já descansavam em paz faz tempo. Ela olhou pros lados e viu uma mesa com um frasco com um líquido branco e uma seringa. E ai ouviu uma risada.
- Patrick?
- Não nos conhecemos, querida. Eu sou... O chefe desse imprestável.
- Ótimo, deve ser ainda mais incompetente.
- Talvez sim, talvez não. - Klaus chegou perto. - Meu nome é Klaus.
- Não preciso saber o seu nome quando for o matar.
- Você está abusadinha demais pra quem está presa. - Ele se sentou do lado dela. - Oh. Sangue O Negativo! Há quanto tempo não sinto esse gosto...
- Me poupe dessas idiotices.
- Idiotices? - Klaus alisou o braço dela e respirou fundo, perto do punho dela.

- Missouri?
- Dean! É tarde demais!
- Hã?
- Ele... Ele a pegou. Pegou as duas!
- e ?
- Sim! Elas... Elas vão morrer, Dean!
Dean desligou o celular e bastou um olhar para Sam para que seu irmão o entendesse. As meninas estavam em perigo.

- Que engraçado, - Klaus começou a falar, andando em volta da menina. - Você... Não me parece assustada. Me parece ansiosa?
- É. Ansiosa para sair daqui.
- Não. Não é pra isso. - Ele se aproximou dela. - Você está... Excitada?
- Há! Que engraçado. Adorei a piada.
- Ah, sim. - Ele tirou o cabelo da menina, que estava entre seu pescoço, e respirou próximo à veia dela. - Sim. Sinto a oxitocina no seu sangue. E os seus pelos da nuca e do braço se eriçaram. Você está gostando!
- Me poupe! - grunhiu.
- Do que? Da verdade? - Klaus alisou o ombro dela. - Sabe... Você é linda. Dean escolheu bem. E você nesse estado está me deixando de bom humor. Seria um desperdício te deixar assim.
- Sabe, gênio da ciência, química e afins, a ocitocina é o hormônio do amor, não do prazer sexual. Então... Se quer uma desculpa para transar comigo, tenta de novo.
- Não vou precisar tentar duas vezes. Vou conseguir de primeira. E você vai gostar, gemer, espernear, me morder. Vai ir tão alto que nem irá se lembrar do seu nome. E vai odiar. Se odiar, só por ter gostado. - Klaus rasgou a manga direita da blusa preta que ela usava. - Tenho certeza que vai. - Ele riu e foi até a mesa, ficando de costas para a menina e voltando com uma seringa na mão.
- Não. Se. Aproxime.
- Calma, . Não vou morder. - Klaus sorriu, mostrando as presas. - Não muito.
Klaus riu e sentiu uma picada no braço. De repente, ela amoleceu. Não chegou a desmaiar, mas não conseguia controlar seu braço. Não estava possuída, só... Incapacitada. Ela parecia paraplégica. Não conseguia mexer nem o pescoço, mas sentia. Sentiu Klaus a soltar da cadeira e a levar até uma cama velha e a deitar na mesma, com um sorriso malicioso no rosto. Começou a alisar a menina, que tentava se mexer, mas estava imóvel. E aí, grunhiu por causa do cansaço de tentar se mexer e viu que conseguia falar. E começou a chorar quando ele tirou a calça dela. Gritou de raiva e levou um tapa no rosto.
- Cala a boca, sua vadia!
- ME SOLTA!
Klaus riu e abriu as pernas da garota, mordiscando do joelho dela até a parte interna da sua coxa. chorava, sem ter o que fazer.
Ele parou de mordê-la e tirou a blusa com o mesmo sorriso malicioso no rosto.
Continuou se divertindo, mordendo-a, dando pequenos chupões pelo corpo dela e, quando ia tirar a calcinha, ouviu um tiro.
- Maldito timing. - Klaus grunhiu.
- Se. Afasta. Dela. - Ele ouviu uma voz rouca, procurou ver de onde vinha, mas não conseguiu achar.
- C'mom, Dean! Junte-se a nós!
Ao ouvir esse nome, o coração da menina disparou. Graças a... Deus? Bom, ultimamente tinha alguns motivos para acreditar nele. Enfim. Ela estava salva.
- Você não vai me querer ter perto de você. - Dean o ameaçou.
- Se você diz... O jeito é fugir! - Klaus atirou no ombro de , que pegou de raspão, e saiu correndo.
gritou e Dean se desesperou. Saiu do seu esconderijo e foi até , a abraçando e pensando uma só coisa: vingança.

Sam dirigia sem rumo, procurando . Aparentemente, Patrick tinha um comparsa que havia sequestrado uma das duas meninas. Não sabia onde ir, mas aí passou perto de três ruínas, reconhecendo o Impala de Dean. Ótimo, ele tinha achado alguma coisa. Estacionou a caminhonete e foi até o salão, onde ouvia um choro baixo. E sabia de quem era esse choro.
Dean abraçava , chorando de raiva e alisando o cabelo da menina, que estava imóvel. Sam pensou o pior. E a mancha de sangue que pairava no colchão não ajudou nada. Voltou correndo pro Impala e pegou um kit de primeiros socorros, sabendo que se realmente tivesse acontecido o que ele imaginava, não seria útil pra nada.
- Dean...
- Sai. Eu faço isso. - Dean disse, limpando o rosto, e Sam suspirou de alívio. Só tinha um arranhão no braço. Um arranhão fundo, mas só um arranhão.
- O que aconteceu com ela?
- Por que você não pergunta pra ela?
- Você tá...
- Acordada? Yep. Imóvel? Também. Puta pra caralho? Preciso responder?
- Ah. E seminua.
- Idiota.
Dean a deitou na cama e se levantou, puxando Sam.
- O que houve?
- O... Filho da puta do Klaus quase... – Dean disse, com a voz alterada por causa de sua raiva. – estuprou a .
Sam se assustou. Que coisa doentia.
- Cadê ele?
- Atirou na e fugiu.
- Vamos pegar ele.
- Eu sei. E quando acontecer, eu que serei o demônio.

acordou, presa a uma cadeira num salão escuro. Somente uma luz iluminava o local, que vinha de uma abajur que pairava ao seu lado. Forçou sua vista, tentando ver algo e aí respirou fundo, sentindo cheiro de sangue e... Hugo Boss?
- Patrick?
- Acordou? – Ele acendeu a luz e viu de relance o corpo de uma ruiva, imóvel no chão. Patrick sorriu e caminhou até , puxando uma cadeira e se sentando à sua frente. – Oi, . Quanto tempo.
- Argh.
- Assim que vai tratar alguém que é quase da familia?
- Ah, me poupe. Ninguém da minha familia usaria Hugo Boss, ele era um nazista.
- Meros detalhes. Mas e aí, como anda a ?
- Melhor do que eu, pode ter certeza.
- E a ?
engoliu em seco.
- O que você quer com ela?
- Eu? Nada. Afinal, ela está morta. Mas... O que realmente me deixa curioso é se ela te contou a verdade, .
- Verdade?
- Oh! – Patrick sorriu. – Então não contou. A realmente morreu com sem contar a história da sua irmã?
- Ir... Irmã?
- Acertou. Você, , é irmã da , que você disse amar.
- Vo... Você tá me dizendo que a é minha irmã?
- Vou ter que desenhar? – Patrick perguntou, exausto. – Já ouviu a expressão aborto? Então. Para quem é normal, e quando digo normal quero dizer quem não é um monstro, o aborto mata o bebe, que ainda é um feto. Mas, para quem é uma Kitsune, vampiros, e etc, os abortos são aqueles que nascem normais. Você é um aborto, . E seu pai te jogou fora, e acabou caindo na casa vizinha de ninguém mais, ninguém menos do que... .
- Hã?
- Pelo o que estou vendo... Você não sabe de nada. – Patrick riu.
- Para de enrolação e diz logo, Patrick.
- A é uma nefilim.
riu alto.

- ?
- O que? – Ela se sentou, sozinha. A droga já tinha passado o efeito há alguns segundos e a menina ainda vestia sua blusa rasgada preta e, agora, estava com sua calça de couro.
- Tá melhor?
- Não temos tempo pra isso. – Ela se levantou. – Temos que achar a !
- Onde ela está?
- Alguma dessas casas.
- Ouviu isso? – Sam perguntou. – Pareceu uma... Risada.
- Veio de onde?
- Lá fora.
- Anda! – disse, rápido e saindo correndo até a porta da casa. ‘Aguenta, .’

- E eu sou o batman.
- Batman não, , aborto de Kitsune. Enfim, - Ele se levantou e começou a caminhar em volta dela. – acredite se quiser. Como acha que ela achou o querido Chuck?
- Investigando. Afinal, é isso que caçadores fazem.
- Ou... Podia correr ao irmão.
- Irmão? A não tem irmãos.
- Não tem irmãos humanos. O nome dele é Castiel, . Você não o conhece ainda.
- Me poupe!
- Ah, não estou aqui para fazer você acreditar na verdade ou para te enganar. – Ele alisou o cabelo dela. – Eu estou aqui pra me vingar. Afinal, vocês mataram minha família.
- Família? Aqueles chupadores de sangue?
- NÃO OUSE FALAR DELES. – Patrick a deu um tapa. – Continuando... Vim te matar e acabar com o que seu pai não teve coragem de fazer. – Ele disse, tirando o cabelo do pescoço dela. Viu as presas e os olhos vermelhos de Patrick e fechou os olhos, como se mandasse uma mensagem telepática à . Quando já tinha perdido as esperanças, ouviu um barulho e abriu os olhos por reflexo, e o que viu a fez sorrir. Viu , com sua roupa rasgada e seu cabelo embaraçado, ao lado de Dean com um facão, e ouviu Patrick rir. – Depois termino com você, . – Ele sorriu e atacou e Dean.
Começaram uma luta, mas nem prestava atenção nisso. Ela queria Sam, queria os braços dele em volta dela, a protegendo. Não que ela precisasse disso, mas depois de descobrir tudo isso... Se sentia tonta. Sentiu uma mão alisar seu rosto e, quando ia gritar, viu Sam do seu lado, sorrindo nervoso enquanto cortava a corda.
- Calma, sou eu.
- Sam... – Ela choramingou. Passou alguns segundos e ele conseguiu a soltar, a pegando no colo e a levando até o Impala. A deitou no carro e, quando ia sair, a menina o puxou pela camisa. – Fica aqui comigo. Por favor.
- Mas... Ok. – Sam se ajeitou do lado dela e ficou fazendo cafuné na menina, que dormiu minutos depois.

- Seu – o deu um soco. – Canalha! Como pode?
- O que? Dizer a verdade que você não teve a coragem de falar nem pro seu Dean? – Patrick sorriu. Mas esse sorriso logo sumiu ao ver que estava encurralado numa parede.
- Morra, desgraçado. – enfiou a faca na garganta dele e cortou sua cabeça, vendo-la rolar. Viu o sangue estancar e se virou para Dean, ofegante.
- Temos que conversar. – Dean disse, sério.
- Não. – disse. – Não sobre isso. A única pessoa que realmente precisa conversar comigo é a .
- Você não vai falar com ela agora.
- Vou, sim. E não é você que vai me impedir.
- Ah, sou. – Dean a segurou pelos punhos.
- Me solta!
- ...
- Não! Se eu contar, – Ela disse, olhando pra cima, tentando impedir as lágrimas de caírem e falhando totalmente. – você vai me odiar pra sempre.
- Não, nunca vou te odiar.
- Dean! – Ela o fitou, meio nervosa e triste. – Você é Dean Winchester. Uma... Lenda, um herói conhecido por todos os caçadores. Um... Mulherengo. Você não me ama. Não a mim. Eu sou... . Uma mulher aos pedaços, orfã, sem irmãos, bom, com uma irmã que agora, provavelmente, me odeia. – Ela chorou e se soltou de Dean. – Desculpa, - Ela se afastou e sussurrou. – Mas minha parte humana não é suficiente pra você. – Ela saiu, na duvida se Dean havia a escutado ou não.

- ? – a chamou, perto do Impala.
- Ela dormiu.
- Ah. – suspirou.
- Tá tudo bem, ?
- Não. – disse, fraca. – Eu... Vou pra casa, ta, Sam?
- Eu te levo.
- Não.
- Vai sair na rua assim? – Ele perguntou, se referindo à roupa rasgada, que deixava a mostra seu sutiã. – O Dean vai reclamar, .
- Não importa. – Ela suspirou. Beijou a testa de e abraçou Sam. – Até mais. – Ela o apertou. – Amo você, Sammy.
- Por que isso parece uma despedida? – Sam perguntou, fazendo rir.
- Bobão. – riu e o deu um beijo na bochecha. – Bye.
Sam sorriu e viu a menina se afastar, e algo acendeu em sua cabeça.
Ela realmente estava se despedindo.



Doze.

Bleeding Love.

chegou em casa, duas horas depois. Tinha socado dois caras, que tentaram tirar vantagem dela e estava cansada, emocionalmente e fisicamente. Entrou no seu quarto e pegou uma das suas mochilas gigantes, jogando duas mudas de roupa, seus punhais de bronze, prata e ferro, uma garrafa com água benta... Enfim, tudo que um caçador precisava para viajar. Deixou sua roupa em cima da cama e foi tomar um banho rápido. Saiu 10 minutos depois, ficando pronta em mais cinco e, logo depois de passar seu perfume de sempre, pegou as chaves da sua Harley e se despediu de um dos lugares que havia sido mais feliz.

- Sam?
- Oi, . – Sam sorriu e ouviu um ‘Hey’ vindo do banheiro.
- Tá tudo bem? Vocês mataram o Patrick?
- Claro.
- E cadê a ?
O rosto de Sam ficou amarelo. Onde ela estava? Ouviu a porta do banheiro do quarto se abrir e viu Dean sair de lá irritado.
- Na sua casa. – Ele respondeu, deixando o ‘eu acho’ implícito.
- Ah. – Ela se sentou. – Eu preciso falar com ela.
- Sobre?
- Nada.
- ... – Dean se sentou do lado dela. – O que aconteceu com você e ela? O que o Patrick falou?
- Nada.
- Tem certeza? A ficou bem transtornada. – Dean falou, assumindo aquela postura profissional que todo caçador assumia ao entrevistar a vitima. Mas ainda era evidente a preocupação e o sentimento por trás de tudo.
- A... A é uma... – Ela não terminou a frase. Não sabia se podia falar a verdade para ele.
- Que?
- Eu... Eu sou meio Kitsune.
respirou fundo e contou tudo, detalhe por detalhe – deixando a parte de Cat de fora - sobre a conversa de Patrick. Dean ficou agoniado, agora tudo fazia sentido.
Se levantou num pulo, sabia o que iria fazer e rezava para não ser verdade.
- Já venho! – Ele gritou e saiu correndo, indo até o Impala.
- O que aconteceu?
- Eu não sei. – Ela respondeu e uma dor de cabeça forte chegou à sua cabeça, a fazendo grunhir.
- ?
- Dor. De cabeça.
- É frequente?
- É, mas agora eu sei o motivo. – Ela suspirou e Sam a abraçou.

Dean subiu as escadas, rápido. Chegou ao terceiro andar e foi até o apartamento 505, onde já tinha ido muitas vezes nesses últimos tempos. Bateu uma, duas, três vezes até que desistiu. ‘Não... Ela não podia ter fugido. Ela está no banho! Isso, no banho’ Ele pensou, agoniado. Fazia sentido o que ele pensara, afinal, o banheiro dela era o mais longe da porta. Se sentou e esperou alguns minutos, que pareceram mais anos e não aguentou mais, arrombou a porta com um chute e foi correndo até o quarto.
O quarto nunca pareceu tão longe. Nesses poucos metros que ficou andando, sentia como se estivesse tendo uma hemorragia interna e o que vazava, ao invés de sangue, era seu amor. Seu amor por que... Deus, nunca tinha dito.
Bom, diria agora, assim que ela saísse do banho.
Se sentou na cama e viu a porta do banheiro fechada, sorrindo instantaneamente e se sentindo um idiota por ter pensado aquilo. Mas a sua dor ainda não passava. Pode chamar de sexto sentido ou premonição... Esperou uns segundos até que a dor, que antes era suportável, parecia que iria o fazer explodir.
Foi caminhando lentamente até o banheiro e abriu a porta, vendo o mesmo vazio. Foi até a cozinha, quarto de e área de serviço e confirmou o que pensava antes. Ela tinha indo embora e sua casa estava vazia.
Tão vazia quanto seu coração.
- Não... – Ele lamentou, se sentindo um idiota. Nunca tinha feito isso, afinal, nunca havia se sentido assim por ninguém. Foi caminhando até o minibar e pegou uma garrafa de vodcka, sentindo toda vez que pisava no chão seus músculos queimarem. Se sentou no sofá e abriu a vodka, tomando um gole e tossindo leve ao sentir a ardência já conhecida na sua garganta, enquanto apoiava a garrafa na mesa de centro. E chorou. Ela... Era a única coisa que ainda o deixava com vontade... Não, não só vontade, e sim com força para lutar. Força para continuar na terra, para ficar ao lado dela, a menina que amava.
E outro pensamento voltou à sua cabeça. Ele nunca tinha dito que a amava. Podia até ter demonstrado, mas nunca disse as três palavras que ela sempre dizia, sem medo algum de se expressar. Ele sentia falta disso, do jeito foda-se-o-mundo dela, mas que dava sua vida para o proteger. Do jeito protetor dela com a , de como ela sabia a hora certa de sair com ele para deixar e Sam aproveitarem e para eles aproveitarem também. Como ela olhava pro céu para impedir as lágrimas caírem, ou quando mordia a boca quando estava nervosa, feliz ou excitada. Queria ver o sorriso dela que aparecia no seu rosto delicado toda vez que ele mostrava seus bíceps, a provocando e seduzindo, ou toda vez que mordiscava a clavicula dela. Queria sentir aquele perfume que ela sempre usava, que impregnava seu cérebro e só o fazia pensar nela. Queria os seus toques, os beijos, o carinho...
Ele queria ela. Queria a sua .

- Onde o Dean foi? – perguntou, depois que sua dor de cabeça havia passado. - Não sei, procurar a , provavelmente.
- Eu tenho que falar com ela.
- Sobre?
- Aquilo. Se ela sabia da verdade dela, e se sabia, por que não me contou.
- Acho que ela sabe. Como ela descobriu o Chuck?
- O Patrick me falou sobre um cara... Anjo, sei lá.
- Qual era o nome dele?
- Castiel.
- Ah. Você já tá melhor? Vamos lá na sua casa ver ela pra acabar com isso.
- Vamos, então.
- Espera. – Sam a puxou para um beijo. – Fiquei preocupado.
- Que meigo. – o beijou. – Eu sei me cuidar.
- Aham.
- Sam!
- Vamos. – Sam riu e a puxou até a metade do quarto.
- Quer saber? A e o Dean podem esperar. – sorriu maliciosa e o puxou de volta pra cama.
- Pra quem estava com dor de cabeça, você se animou rápido demais. – Sam riu.
- Cale a boca e me beija, Winchester!

Dean já não estava mais sentado no sofá. Agora ele socava a parede, com raiva. Ele não acreditava que ela havia o abandonado. E agora, aquela tristeza tinha se tornado raiva. Raiva dele, por não ter se expressado. Raiva dela, por ter fugido e não ter contado a ele e por ter insinuado que não a amava e que não era suficiente pra ele. Sua mão começou a doer, o avisando que era melhor parar antes que quebrasse algum osso e foi cambaleando até o sofá, pegando a garrafa de vodcka e a tomando outro gole.
Estava com sua cabeça pendendo para trás quando ouviu a porta abrir, mas nem ligou. Continuou com os olhos fechados e tomando a bebida que pra ele era a única solução. Mas ai sentiu de novo, aquele perfume, que fazia seu corpo se arrepiar. E ouviu um choro conhecido, que o fez inflar de alegria.
Parecia que seu coração era grande demais para seu corpo.
Se levantou e foi cambaleando até a menina, que pairava na porta. Deixou sua mala cair no chão e correu para os braços do homem, que a apertou como se fosse a partir em dois. reparou o estado que ele estava, mas agora não importava, ela só queria ele. Seus braços, seu beijo. Dean se sentia como se fosse desmaiar. A sua mulher tinha voltado. Não importava o motivo, ela estava de volta, nos braços dele, no lugar que ela nunca deveria ter saído.
Dean fechou a porta e a pegou no colo, levando até o quarto dela. A deitou na cama e tirou sua blusa, tamanha era o calor que seu corpo emanava. Se deitou do lado dela e se ajeitou, ficando meio em cima mas não deixando nem um peso no corpo da mulher. Beijou a testa dela e foi descendo pela têmpora, parando no pescoço e o mordiscando. Agora sim era a oxitocina agindo. Cada toque que um dava no outro, provocando arrepios e aquele sentimento que o mundo podia estar pegando fogo, mas o que importava era o outro. Dean parou de brincar e beijou , mostrando tudo que havia sentido. Raiva, ira, ele estava bruto, mas... não se importou, se vingava nas costas do rapaz que já estavam marcadas com a sua unha, deixando Dean ainda mais excitado. Mas... Dean não queria fazer aquilo. Ele queria a abraçá-la, acariciá-la, e cuidar dela, tê-la em seus braços.
Saiu de cima dela e a ajeitou, a deixando meio deitada no seu peitoral. Ele respirava fundo, mas de repente ficou tenso e reparou.
- O que foi?
- Você fugiu. Por quê?
- Por que eu tinha que pensar. Mas... Não consegui, minha vida está aqui. – ‘Você está aqui.’
- Ah.
- E... Eu não consigo te deixar.
Dean sorriu e a deu um selinho demorado.
- Te amo, .
se assustou, feliz. Sentia seu coração na garganta.
- Que?
- Eu, Dean Winchester, me apaixonei por você. – Ele riu, nervoso. – Quando eu imaginei isso? Quando qualquer um imaginou que um mulherengo como eu ia se apaixonar? Mas enfim, aconteceu. E eu estou louco por você, eu sou louco por você. E... Merda, não sei como me expressar sobre isso. – Ele suspirou. – E quando eu percebi que você tinha fugido, senti meu coração doer. Pela primeira vez, eu percebi como eu precisava me salvar por você. Porque você, agora, junto com o Sam e... Um pouco a , é a minha vida. E quando você fugiu, parecia que ela estava se esvaindo, eu estava sangrando amor, o meu amor por você. Então, , nunca mais faça isso.
o fitou, surpresa. Passou alguns segundos e sorriu. Sorriu como nunca tinha sorrido antes.
- Dean Winchester, seu cabeça dura. Meu cabeça dura. É... Muito bom ouvir isso. E bem, você já sabe. Eu te amo, muito.
Dean sorriu e apertou sua garota, enquanto fechava seus olhos para dormir.
Agora sim, tudo estava bem.



Treze.

It’s All Over.

abriu os olhos, escutando ao longe a voz do Tom Delonge. Riu ao reconhecer a música. Era Violence, e a ironia da música com o que aconteceu na noite passada era imensa.

Like violence you have me forever and after.

- Bom dia. – sussurrou no ouvido de Dean.
- Me deixa dormir, . – Ele resmungou. – Ontem a noite me deixou cansado. – E sorriu.
- Safado. – riu e começou a alisar o cabelo do rapaz. – Por poucos segundos... Eu me esqueci de tudo que aconteceu ontem.
- E falando em ontem... – Dean se sentou. – Temos que conversar.
- Não. – se levantou e caminhou até seu guarda-roupa.
- Por quê? Você tem que me explicar sobre a ‘sua parte não humana’.
- Não aja como se não soubesse. – Ela resmungou, terminando de vestir sua roupa. – Eu não sou besta, Dean. Ela te contou tudo, pois se não tivesse contado, você não teria vindo aqui ontem.
- Por que você é tão esperta?
- Bleh. – resmungou. – To saindo.
- Pra onde?
- Motel. Tenho que falar com a .
- Realmente não vai falar comigo?
- Eu... Eu, - Ela parou na porta. – Não estou pronta pra te perder. – E fechou a porta.
- Desgraça de vida.

- Sam... – o chamou, com a voz grogue.
- Fala.
- Abre a porta.
- Não precisa. – entrou no quarto. – Oi.
- Eu vou comprar café da manhã, ok? – Sam perguntou. assentiu e sorriu depois de receber um selinho de Sam. – Hey, .
- Bye, Sam.
se sentou na cama e fitou .
- Não vai dizer nada?
- Quem tem que dar explicações aqui é você. – comentou, fria.
- Como eu começo? – se sentou numa poltrona.
- Do começo.

Flashback On.


voltava da casa abandonada em Albuquerque. Acabara de arrumar a Devil’s trap, no caso de conseguirem pegar Chuck. Dirigia pela estrada e de repente viu uma capela. Parou sua moto do lado e franziu a testa. Onde tinha visto ela? Continuou pensando por alguns minutos até que a imagem veio. Um sonho que tivera, há muito tempo atrás. Antes de conhecer Dean e Sam, antes de começar tudo isso que estava vivendo. Deu de ombros e montou na sua moto novamente. Voltou a dirigir, mas algo a agoniava. Ela sentia que tinha que voltar naquela capela. Algo como intuição feminina, sexto sentido... Chame como quiser.
Deu a volta e foi até a capela. Desceu da moto e entrou na mesma, rindo fraco ao ver o contraste da sua roupa com a delicadeza que o interior da capela apresentava. Ela se sentia desconfortável. Por que afinal estava fazendo isso? Nunca acreditou nessa bobagem de Deus. Sim, existia Deus. Ou melhor, Deuses. Hindus, gregos, pagãos... Não no sentido cristão da palavra. Aquele ser onipresente e tudo aquilo que fora escrito na bíblia. Era forçado demais.
- Posso ajudar, filha?
- Obrigada, padre. Eu... – Ela escutou um barulho fino ao longe, mas ignorou. – estou só passando. – Ela sorriu e o padre assentiu, voltando à sala que antes estava. continuou caminhando e analisando as esculturas, cada detalhe da capela até que o barulho de antes foi ficando cada vez mais alto.
Ele penetrava sua cabeça e parecia que iria derreter o seu cérebro. Era algo agoniante, irritante. Estava tão alto que os vitrais quebraram com tanta força que ela sentiu pedaços de vidro caírem em cima dela.
Até que parou. E um homem vestido com um sobretudo bege apareceu. Os olhos de um azul profundo, calmo, aparentava estar tão calmo e sereno que se sentiu estranha. Sacou sua arma carregada com balas de prata e de sal e um punhal de ferro puro.
- Quem é você? – Era uma pergunta meio óbvia. Só um fantasma para aparecer assim.
- Castiel.
- Nossa, muito útil.
- Sou um anjo. Mais especificamente, seu irmão.
gargalhou alto.
- Não tenho irmãos.
- , você é meio anjo, mais conhecida como uma Neflim. É filha de Balthazar.
- Espera... Anjos? Você tá falando sério? – riu de novo, nervosa. – DEIXA EU TE CONTAR UMA COISA, TIO, NÃO EXISTEM ANJOS!
- Ah, é?
Castiel suspirou e fitou . A menina acabou se perdendo no azul dos olhos dele, estava tão distraída que não reparou nas duas asas que surgiram atrás dele.
- Se você é um ‘anjo’, por que suas asas são pretas?
- A questão não é essa. Você tem que matar Chuck.
- Jura? – perguntou, irônica. – Não venha de história pra mim, Castiel. E como você sabe sobre ele?!
- Eu sei tudo sobre você. Sabia que iria passar por essa igreja, afinal, eu a fiz sonhar com ela.
- Por que pessoas conseguem fazer isso.
- Não sou uma pessoa, sou um anjo.
- Mentiroso.
Sem dizer nada, Castiel se aproximou e tocou a testa dela. Quando ela abriu os olhos de novo, viu um casal loiro, com uma menina de cabelo preto no colo. E os reconheceu. Claro que sabia quem era. Sua mãe e seu pai.
- Foi quando te deixei na porta deles. – Castiel começou. – Pintaram o cabelo para não deixar você perceber que era... Adotada. Você é filha de Balthazar, . É uma meio-anjo. E é a minha irmã.
- Não acredito.
- Logo vai acreditar. – Castiel disse e num piscar de olhos ela estava de volta na Igreja, com um papel na mão. E Castiel tinha desaparecido.

Flashback Off.



- O que tinha no papel?
- Um endereço, do bar onde achamos Chuck.
- Ah. – suspirou. – Castiel... Patrick falou nele.
- É. E eu não sabia o que fazer.
- Você acredita nisso?
- No começo não acreditei, mas depois... Ele me procurou de novo. E eu vi que era verdade.
- Mas você...
- Nunca fiz nada de especial, eu sei. Pelo o que ele me disse, tem que saber e acreditar na verdade pra conseguir fazer alguma coisa.
- E você consegue?
- Não. Por que não acredito ainda. Só sei que é verdade.
- Como assim? Sabe que é verdade mas não acredita?
- Não sei, . Só sei que é verdade.
- Tá, não importa.
- Realmente, não importa. O que importa é se você vai me desculpar.
- Não sei. Você tinha que ter me contado. Não confia em mim?
- Claro que confio! Mas... Entrei em desespero!
- Você sabia de mim?
- Hã?
- Sabia da , e que ela é minha irmã.
- Era a sua irmã, ela morreu.
- Sim, você a matou. – disse, fria. E sentiu uma pontada no coração. – Só responde a pergunta.
- ...
- !
- Ok, eu sabia. Ele me contou.
- COMO PODÊ? ME ESCONDEU A VERDADE DUAS VEZES, !
- ...
- ISSO FOI O CÚMULO! EU... ME RECUSO A CONTINUAR COM VOCÊ!
- Que?
- Isso mesmo. – Ela se levantou e pegou as chaves da caminhonete. – EU vou virar uma caçadora de vez, abandonar a faculdade e procurar meu ‘pai’. Sem você. – Ela jogou a chaves para . – Pegue a suas coisas.
- Mas você... Você é a minha...
- Não se atreva a falar ‘irmã’. – disse, amargurada. – A era a minha irmã. Não você. Agora, vai embora. De vez.
tentou falar, mas nada saiu de sua boca. Não conseguia formular nada. Nenhuma palavra. Só as palavras de passavam pela sua cabeça repetidamente.
Tudo tinha acabado.



Quatorze.

3 meses e 2 semanas depois.
(n.a: Sim, falta uma semana pro Dean morrer).


Muita coisa havia mudado desde a briga de e .
largara a faculdade. Começou a trabalhar e largou o seu lado ‘caçadora’ de lado. Por quê? Simplesmente se cansou dessa vida que para ela, não era vida de verdade. tinha saudades de , e ser caçadora só a fazia lembrar mais dela.
vivia na estrada. Matava de tudo e uma hora ou outra se encontrava com Sam, e agora estava junto com eles. Sam ligou para ela, pedindo ajuda sobre Dean. Sim, ainda não tinham conseguido salvar Dean e agora que faltava somente UMA semana, os dois entraram em desespero.
Estavam em Columbia, Missouri. Mas especificamente num café qualquer, enquanto Dean e Sam pesquisavam sobre um suicídio.
- Esse caso de zumbi tá muito estranho, Dean...
- Por quê?
- Simplesmente está. Não sei... Só estou com um pressentimento.
- Bom, pode ser aquele médico que retirava as partes do corpo para recolocá-las nele? – apareceu por trás.
- ! – Sam sorriu e se levantou, a abraçando.
- Oi, Sam. Hey Dean.
- Oi. – Dean disse, sorrindo. – Como vai?
- Melhor que você. – Ela disse, triste. – E aí, o que querem?
- Ajuda. – Sam disse, sério. – Falta uma semana e não temos ideia do que fazer. E pra melhorar, tem esse caso estranho.
- Percebi.
- A gente tem que chamar a .
- QUE? – se assustou. – Ah, a .
- Por quê?
- Primeiro: Me despedir. Segundo: Ela é caçadora, vai ajudar.
- Você que ligue, então. – deu de ombros. – Tchau. – se levantou.
- Onde vai?
- Embora.
- Por quê?
- Não fico no mesmo lugar que ela.
- Tá na hora de superar, ! - Dean disse, sério, com o telefone no ouvido.
- Não se atreva.
- Oi, ?

estava sentada na biblioteca que trabalhava. Lia um livro qualquer. Nada de assuntos sobre fantasmas, vampiros, espíritos e tudo aquilo. Na verdade, ela lia um romance. E em quem pensava quando lia? Sim, na pessoa que apareceu no visor do seu celular.
Estava tão distraída que não escutou o celular tocar. Pegou o mesmo e foi para fora, respirando fundo e atendeu.
- Fala, Dean.
- Oi, ?
- Não, Dallai Lama.
- Meu Deus, continua palhaça.
- Diz logo o que você quer?
- Bom, se você não se lembra... Eu vou pro inferno e...
¬- Não durmo há uma semana, isso significa alguma coisa pra você? – disse, automática. Merda, ele não precisava saber disso. – Ignora.
- Quer dizer que ainda se preocupa comigo?
- DEAN!
- Ok, e... Preciso da sua ajuda. Estamos em Columbia, vem cá.
- Me dá um bom motivo pra ajudar.
- Você me ama.
- Não é bom o bastante. – E desligou.
Com o tempo, sua habilidade de mentir ficou cada vez melhor. Se sentou no chão e começou a chorar. Não adiantava nada... Sempre estaria de volta nessa vida. Respirou fundo e fez o que era óbvio que iria fazer: Pediu demissão e foi pra casa, arrumar sua mala.
Ela tinha que ir até Columbia.

- E aí?
- Ela não vem. – Dean disse, se levantando e saindo do café.
- Por que não estou supresa?
- Como assim?
- A mudou, Sam. Eu... Fiz ela mudar. Pra pior. Ela tá insensível. Muito insensível.
- Como sabe?
- Tenho meus métodos. – deu de ombros. – E aí, faltam quantos dias, Dean?
- Uma semana.
- E está perdendo seu tempo caçando um zumbi?
- Por aí. – Sam respondeu. – Espera, a não vem?
- Não. – Dean disse, cansado. – Quantas milhas daqui até Lawrence?
- Não tenho ideia.
- Desgraça de vida.



Quinze.

Fantastic Four, or something like that.



Dean acabara de entrar no hotel. Pairava na porta, com os olhos fechados. Como ele queria no seu lado agora para o ajudar a passar por isso... Mas ela estava longe. Faltava o que... Seis dias? Seria bem melhor pelo menos um dia com ela. Só um.
Sentiu alguém silenciosamente pedir por licença e se afastou, ainda de olhos fechados. Como odiava sua necessidade dela.

tinha acabado de chegar em Columbia. Parou no primeiro motel e desceu do seu novo Camaro 66. Entrou no hotel e a primeira coisa que viu foi a silhueta de Dean na porta e sentiu todo seu corpo formigar. Como sempre, a sorte estava contra ela.
Foi até a recepcionista e respirou fundo.
- Um quarto, por favor.

'Ótimo, agora estou tendo alucinações.' Dean pensou, ao escutar a voz de . Respirou fundo e abriu os olhos, sentindo o ar lhe faltar quando focou a silhueta da mulher em sua frente. Era ela, . Sua .
- Não precisa. - Dean a pegou pela cintura e a beijou rápido, sentindo seu coração inflar.
- ME SOLTA! - Ela se afastou de Dean. - Por que motivo ridículo você fez isso? - Ela perguntou, ainda estática.
- Eu... Não sei.
- Arg. - se virou e pegou a chave. - Tanto faz, não importa. Vou deixar as minhas coisas no meu quarto e já me encontro com vocês dois.
- Dois? Três, na verdade.
'Merda' Ela pensou.
- A tá aqui?
- Oi, . - ouviu aquela voz conhecida dizer e se virou.
- Hey, tchau. - Deu de ombros e foi na direção do corredor, indo até a porta nº 7.
- Eu não avisei? Ela está insensivel. - pegou uma chave na recepção. - Boa sorte.
- Hey! - Sam os chamou, saindo do quarto. - Bobby ligou.
- Ótimo. - Dean revirou os olhos. - Cinco dias e ainda tenho que lidar com problemas. , chama a por favor? Eu e o Sam vamos estar no bar.


- Posso entrar? - perguntou pela porta.
- Tanto faz. - respondeu, sentada na poltrona com um cigarro na mão.
- Começou a fumar? Não acredito, ! Isso faz mal!
- Não me importa. Pare de fingir que você se importa, ok? - levou o cigarro na boca e tragou a fumaça.
- Eu me importo. - se sentou na cama.
- Bom, eu não. - Ela soltou a fumaça na direção contrária a amiga. Ou melhor, ex amiga. - Não sei por que você faz.
- Você é uma porta de tão burra. - foi até a amiga e tirou o cigarro da mão dela. - Você tem asma!
- Quem você pensa que é? - se levantou, provocando. - Não venha me dizer 'amiga' ou 'irmã', você deixou claro que não era isso quando me mandou embora, ouviu? Então, não venha dar uma de protetora. Você perdeu esse direito! - saiu da frente dela e pegou uma caixa de cigarros da Lucky Strike Blue Mint.
ficou sem palavras. Respirou fundo e tossiu levemente ao aspirar a fumaça.
- Tá, não vim aqui pra isso. Dean e Sam estão nos esperando no bar. Você vem?
- Você diz como se eu tivesse alguma escolha. - apagou o cigarro e foi até a mala. - Vou tomar banho. - pegou uma roupa e foi na direção do banheiro.

- E aí, o que o Bobby falou?
- Espera a e a chegarem. - Sam se sentou na cadeira e chamou a garçonete.
- O que vão querer? - Ela perguntou.
- Dois copos com duas doses de whisky com gelo. - Dean pediu.
- Duas cervejas. - Sam assentiu e sorriu ao ver se aproximar.
- Hey, e ai? - Ela se sentou na cadeira do lado de Sam.
- Pedi a sua cerveja.
- Obrigada Sammy. - sorriu.
- Como foi com a ? - Sam perguntou.
- Estranho. Muito, ela... - suspirou. - me odeia.
entrou no bar e caminhou até a mesa, se sentando na cadeira na frente de .
- Pronto, o Quarteto Fantástico está completo de novo. - suspirou e tirou um cigarro da caixa verde que ela tinha.
- Desde quando você fuma? - Sam levantou uma sobrancelha.
- Não enche. - o acendeu e tragou a fumaça. - O que o Bobby disse?
- Bom, ele está procurando a Lilith.
- Muito útil, como mataríamos ela? - respondeu, soltando a fumaça.
- Com o Colt. - tossiu com a fumaça, fazendo Dean e Sam rirem.
- Calma, que? - Ela disse, ainda tossindo. - Colt? O Colt? Vocês tem o Colt?
- Ai está o problema... Uma golpista roubou de nós.
- Voltando ao assunto... - começou, sorrindo ao ver sua cerveja ser colocada em cima da mesa. - E aí, então temos como matar ela?
- Sim. - Sam sorriu. - E o Bobby está procurando ela. E vindo pra cá.
- Quando ele chega? - perguntou, terminando de tomar o que tinha no seu copo.
- Amanhã, no máximo. - Sam suspirou.
- Até lá, que tal uma boa boate?
- Não, obrigada. - apagou o cigarro nos gelos que estavam no copo e se levantou. - Qualquer coisa, estou no meu quarto com meu livro, uma garrafa de whisky e meus cigarros. - Ela sorriu fraco e saiu andando até fora do bar.
- Até mais, não façam nada que eu não faria, ok? - Dean se levantou e sorriu, indo atrás de .


entrou no quarto e bateu a porta. Que merda estava de errado com ela? Ela iria perder tudo, e não fazia nada para mudar isso. Suspirou e acendeu mais um cigarro, resmungando algo quando ouviu alguém bater na porta.
- Que coisa nostálgica, entrar aqui, com você e tudo mais. - Dean suspirou e se sentou na cama.
- Calado. - tragou e soltou a fumaça. - O que você quer?
- Saber o que aconteceu.
- Você sabe, minha melhor amiga me largou. - Ela deu outra tragada. - Não tenho mais ninguém, meu amigo 'anjo', ou melhor, 'irmão' anjo desapareceu completamente e pra melhorar minha vida de merda, eu posso ter uma crise de asma a qualquer momento por causa dessa droga que eu insisto em fumar. - jogou fora o cigarro e começou a limpar as lágrimas com a mão esquerda trêmula.
- Vem cá.
- Não. Se. Aproxime. - deu um passo para trás. - Não. Eu não vou cair nisso de novo. Eu não mereço passar por todo aquele sofrimento dez mil vezes maior depois quando... Você for. - E ela se sentou na cama, caindo em prantos.
- Por que você tá chorando? Vamos achar a Bela. E aí, vou me salvar e talvez... - Um pensamento feliz veio em sua cabeça. Imaginou ele e morando juntos, enfrentando alguns demônios quando aparecessem ao invés de sair pelos estados atrás deles. Uma vida mais próxima do normal, por mais impossível que isso fosse. - Talvez... Eu possa ter uma vida com você, . Tentar chegar perto do que você queria. Uma vida normal.
levantou a cabeça e fitou Dean, com seus olhos inchados e vermelhos. Viu o olhar do homem, ele estava... Indeciso, repensando no que havia falado. Ele... Faria isso por ela?
Não esperou sua mente tentar responder. Se levantou rápido e voou aos braços de Dean, respirando fundo o perfume amadeirado que ele tinha e que ela sentia tanta falta. Dean a envolveu com seus braços e a apertou, como se fosse fundir os dois corpos. Ele sentia tanta falta dela que era surreal. Quase tão surreal com a possibilidade de existir anjos.
E pensando nisso as memorias de três meses atrás voltaram voando. Klaus, quase abusando de sua menina e a noite em que ela desistiu de fugir.
A beijou e pegou a menina no colo, se deitando na cama e dormindo ali mesmo com ela.

- Como você tá, Sam? - perguntou, chegando perto de Sam e tomando um gole de sua cerveja, ainda no bar.
- Tô mais ou menos, né. Com todo o caso do Dean... Tá me consumindo.
- Não estava falando do seu humor, Sammy. - sorriu. - E sim do seu coração.
- Sobre isso... - Quando Sam ia explicar, seu telefone tocou. - Só um minuto.
Sam pegou o celular e viu o nome de relance. Ruby. Suspirou e tomou o resto que faltava em sua cerveja. Realmente, tudo tinha mudado.
- Vou ali atender isso e... Já volto, ok?
- Relaxa, Sam. - riu e chamou o garçom.
- Outra cerveja?
- Pode trazer algo mais forte. - suspirou e exalou o ar devagar. Só tinha resolvido ir ajudá-los por dois motivos. Um: Eles eram seus amigos, ia ajudar. Dois: Sam. Era o seu Sam, sempre seria.
Pelo menos ela pensou isso. E riu quando reparou o quão errada ela estava. O garçom chegou com a dose de whisky e ela a virou de uma vez. Sentiu a ardência em seu esôfago e fez uma careta, não entendia como e Dean gostavam tanto daquilo.
Sam não voltou, então ela só ficou lá pensando em tudo que havia acontecido. Ela conseguiu controlar o seu único poder que veio de sua parte Kitsune. Ela conseguia entrar nos sonhos das pessoas. havia perdido as contas de quantas vezes tentou entrar no sonho de para se desculpar, porém, nunca deu certo. A única possível explicação era Castiel ter bloqueado a mente da irmã, o que era bem provável. Já no de Sam, ela sempre entrava. Ela realmente sentia falta de quando era os quatro contra o mundo.
Riu ao pensar nisso. Se sentia uma adolescente. Se levantou e resolveu voltar para o motel. Mas uma risada chamou sua atenção. Foi na direção da mesma e viu Sam com a tal Ruby. E Ruby tinha os olhos... Pretos.
Num ato instintivo ela pegou sua garrafa de água benta e correu até Sam, jogando-a no rosto da demônia.
- VADIA! ISSO ARDE! - A mulher loira gritou e fitou , com parte do rosto queimada.
- ! Por que fez isso?
- Ela é um demônio, Sam! Como você não simplesmente a matou?
- ... Muitas coisas mudaram nesses três meses.
- Quer saber? Não sou obrigada a ouvir esse papinho dessa filhote de Kitsune. - E Ruby sumiu.
- Vadia... - a xingou. Se virou para Sam e o fitou, incrédula. - Quer dizer que agora você tá de rolo com demônios? - perguntou, piscando rápido.
- ...
- Quem é você? O que você fez com o meu Sam? - perguntou e saiu andando, confusa.
Realmente, tudo tinha mudado. Ela só não sabia que tinha sido para tão pior assim.



Dezesseis.

What happened to my Sam?


'Eu dormi com alguém ontem? E que cheiro é esse? Parece o perfume do...' abriu os olhos. E a primeira coisa que viu foi os olhos verdes de Dean a fitando. Empurrou o rosto dele para o lado e suspirou. E assim, tudo que acontecera do dia anterior voltou. O choro, o abraço de Dean, os beijos... E muito mais. Olhou para seu corpo e riu, o vendo somente coberto pelo lençol e o braço do rapaz. Até se sentia como se tivesse tendo uma recaída. Na verdade, estava. Se sentou e ouviu Dean resmungar, murmurou um 'Fuck off' e foi até o banho.
não conseguiu dormir. Também, depois de descobrir sobre Sam, a sua cabeça parecia que ia explodir. Se alguém a visse assim iria se assustar. A bonita, sempre arrumada e com o seu lindo sorriso foi substituída pela mesma , mas agora com profundos círculos roxos em volta dos olhos, o cabelo totalmente embaraçado e a mesma roupa que usou no dia anterior.
Se passou uma hora e todos já estavam no café perto do motel. Bom, todos menos ella.
- Cadê a víbora?
- ...
- Cale a boca e me responda, Dean.
Quando Dean ia responder, seu celular tocou.
– Um minuto. – E saiu do café.
- Então, cadê, Sam?
- No quarto. – Ele disse, desconfortável.
- Ah. - deu de ombros enquanto lia o cardápio. Ouviu um suspiro pesado e olhou para o rapaz na sua frente. – O que houve? - Ela perguntou. Sam abriu a boca e sua testa se franziu.
- Nada.
- Sam Winchester...
- Ela me viu com a Ruby.
- E quem é Ruby, Sam garanhão?
- A Ruby é... Diferente.
- Não to gostando desse papo, Winchester. Diferente como?
- Ela é um demônio.
Só foi escutar que o cardápio caiu ruidosamente na mesa.
- QUE PORRA É ESSA?
- ... Deixa eu explicar.
- Caralho, Sam! - se levantou. - Não é pra mim que você deve explicações não. É pra . - E saiu, indo até o motel.

- ?
- O que o Sam te contou? - levantou uma sobrancelha, enquanto fitava um ponto na parede vermelha.
- Talvez. - caminhou e se sentou do lado da mulher. - Er... Como você tá?
- Uma merda, eu acho. - piscou. - Não sei muito bem. Tô' estranha.
- Quer algo?
- Sabe quando alguém que você conhece simplesmente muda drasticamente sob seus olhos em questão de segundos? Então... É. Na primeira vez já foi forte o bastante, mas nunca imaginaria que a segunda pessoa que eu mais amava faria isso comigo. Não sei se aguento uma terceira vez.
se sentiu culpada. A dor que antes parecia adormecida voltou como um raio em sua cabeça. Respirou fundo e fez a única coisa que podia fazer: Pedir desculpas.
- Desculpa.
- Já te desculpei faz um bom tempo, . - sorriu fraco. - Porque ele tá com rolo com essa... Vadia?
- Como eu vou saber? - disse, tirando um maço de cigarro do bolso da jaqueta Jeans que usava. - Vamos. Vai tomar um banho. Eu separo uma roupa pra você. E depois você vai comer alguma coisa, feito?
nem respondeu. Simplesmente se levantou e caminhou até o banheiro.

- Onde a foi?
- Eu... Contei pra ela da Ruby.
Dean riu forçado.
- Gostaria de ter visto a surra que ela te deu.
- Er...
- Ela não te bateu? O que há de errado com ela?
- Isso não vem ao caso, Dean. – Sam disse. – Estava lendo aqui. Tenho uma teoria.
- Hit me.
- As incisões do último caso foram costuradas com seda, o que era comum no século XIX. Mas isso fazia com que os pacientes tivessem sérios casos de infecção.
- Continua. – Dean disse, sorrindo para o sanduiche que acabara de chegar.
- Então os médicos tinham que conter as infecções. Um jeito era... Larvas.
- Cara, eu to comendo! – Dean disse com a boca cheia.
- E até que funcionava, porque larvas comem tecidos mortos e deixa os tecidos vivos. E o cara que achamos estava cheio de larvas!
- Porra, eu to comendo, Sam!
- Sorry.
- Então, pera. Uma cirurgia à moda antiga, órgãos roubados... Porque isso é tão familiar?
- Porque você já ouviu isso, nosso pai contava. Dr. Benton...
- Então não é um zumbi? – chegou, se sentando na cadeira. – Pera, eu já ouvi esse nome...
- Era um médico fissurado em alquimia, principalmente em como viver para sempre. Então, num ano aí, o cara some por 20 anos e de repente começa a aparecer gente morta. – Sam respondeu. – Cadê a ?
- Não é da sua conta. Agora continua, nerd.
- Enfim, o cara descobriu como viver pra sempre.
- Mas o nosso pai não arrancou o coração dele?
- Aparentemente, Dean, - roubou uma batata frita do seu sanduiche. – ele arranjou outro.
- Bom, Sam, depois cuidamos disso. – Dean mordeu o sanduiche.
- Por quê?
- Bobby ligou. Ele sabe de alguém que tem uma pista da Bella.
- Quem?
- Um cara chamado Rufus alguma coisa. E pediu para levarmos uma garrafa de Johnny Walker Blue. – Dean comeu o resto do sanduiche. – Então, vamos? – Ele falou, ainda com a boca cheia.
- Como assim, vamos? Temos um caso aqui.
- E?
- E quem te garante que a Bella não vendeu o Colt? Isso soa como algo que ela faria...
- Se ela vender o Colt, eu a mato. – Dean sorriu. – Fácil.
- Matar é divertido. – riu.
- , você pode ser um pouco menos psicopata? – ella apareceu e se sentou no colo da amiga.
- Dean, Temos coisas mais importantes aqui! Estamos caçando algo útil...
- O que? Algo útil como o Frankeinstein?
- Não, a imortalidade. Isso pode ser útil pra você, Dean!
- Dean. O Sam tem razão.
- O QUE? – Dean a olhou incrédulo. – , você também não!
- Só estamos tentando te salvar, idiota!
- Isso não vai funcionar! Se eu trapacear, o Sam morre! Não, não, não! Não vamos fazer isso. Ouviu Sam? Ouviu ? – Ele se levantou. – Agora, você vem ou não?
- Não. – Sam disse, sério. – Vou ficar.
- Pronto, fudeu. – disse.
- Você não vai ficar. Não vou deixar você sozinho andando com um cara que rouba órgãos, Sam.
- Ele não precisa ficar sozinho. – finalmente disse. – Eu fico, e a vai com você.
- É uma... Caham, opção. – Sam disse.
- Tá, feito. – terminou de comer as batatas fritas de Dean e se levantou. – Até mais, . E você, Sam. – apontou para o rapaz. – Aproveita e se explica pra ela. Adios. – pegou na mão de Dean e saiu puxando o rapaz.
- ...
- Nem vem, Winchester. Com essa sua cara de pena e sua testa franzida. Não quero saber o que você está fazendo com aquela puta, e pouco me importa. – se levantou. – Isso é só trabalho, sem mais. – E saiu andando até o motel.
- Ótimo. – Sam suspirou e terminou de tomar seu café.



Dezessete.

Isso não deveria ter acontecido ...


- Acho que é aqui.
- Finalmente! – disse. Passaram as últimas horas viajando de carro no Impala de Dean. – Não sei se aguentaria mais uma hora ouvindo suas fitas antigas.
- Ei, essas músicas são clássicos, ouviu? – Dean saiu do carro.
- Isso não quer dizer que elas sejam boas. – Ela piscou e foi até a casa verde com vermelha. – Esse tal de Rufus mora aqui?
- Aparentemente. Pegou o Whisky?
- Yep. – Ela tirou da bolsa e o guardou em seguida. – Ok, você toca a campainha.
Dean tocou o interfone e bateu na porta metálica 3 vezes.
- O que você quer? – Uma voz rouca saiu pelo interfone.
- Rufus?
- Mesmo se eu for ele, a pergunta continua a mesma. O que?
- Eu sou Dean Winchester, amigo do Bobby Singer.
- E daí?
- Você ligou pra ele hoje de manhã. – Dean disse, olhando para que segurava a risada.
- E daí?
- Falou sobre uma garota britânica que havia entrado em contato.
- Sim, e daí?
- Sabe onde ela está?
- Sim.
- Ótimo. Pode dizer onde encontra-la?
- Não.
- Não? – disse pelo interfone. – Mesmo se eu tiver essa linda garrafa de Johnnie Walker Blue comigo e sem ninguém pra beber? – Ela fez beicinho para a câmera.
Passou-se 10 segundos e um homem negro e sorridente abriu a porta. – Entrem. – Rufus os guiou até a cozinha e os três se sentaram numa mesa. O aspecto da casa beirava a confusão, papéis para todo o lado, livros abertos sobre qualquer local possível, armas pelos cantos... Nada tão extraordinário para uma casa de um caçador. – Sabe, não gosto muito de beber, só se for essa coisinha aqui. – E tomou um gole do Whisky, com um sorriso maroto nos lábios.
- Eu prefiro uma Vodka. Mas enfim, essa Bella esteve aqui, não foi? – o cortou, rápido. A verdade é que ela só queria dar o fora dali o mais rápido possível.
- Sim. – Rufus disse. – Ela queria comprar umas coisas... Que levarão um tempo para eu arrumar.
- Onde ela está agora? – Dean perguntou.
- Er... Posso te perguntar uma coisa antes?
- Claro. – Dean respondeu, logo depois de tomar um gole da bebida.
- Você só tem três semanas de vida, Dean. O que está fazendo indo atrás daquela magricela britânica metida?
- Como você sabe disso? – perguntou, com uma sobrancelha levantada.
- É simples, eu sei das coisas. – E sorriu. – Eu sei de muitas coisas de muitas pessoas. E sei também que nenhuma arminha vai te salvar, Dean.
- O que te faz estar tão certo? – Dean perguntou.
- Porque esse é o trabalho, cara. Mesmo que se salve dessa, sempre terá algo na frente. Aposto que sua garota aí também sabe disso. Para pessoas como nós, nunca existe o final feliz.
- Me poupe desse papo barato, ok? – resmungou.
- ... – Dean a repreendeu. – Você é um poço de felicidade, huh? – Ele se virou para Rufus, que colocava mais um pouco de whisky no copo.
- Não me julgue, você ficará assim se sobreviver.
- Quer saber? Eu não tô com saco pra ouvir esse papo. – bateu o copo na mesa e se levantou. – Quando começarem a falar de coisas que realmente são importantes, me avisa. – E saiu daquele cômodo.
- O que há de errado com a garota?
- Ela acredita que eu vou me salvar. – Dean terminou o que tinha no copo. – E ela meio que... Me ama.
- Ah, isso não deveria ter acontecido.

Sam e estavam calados num carro que o rapaz acabara de roubar. O silêncio deixava evidente a tensão que existia no local e agora analisava a paisagem opaca e sem vida que tinha aquela floresta. Engoliu em seco.
- Tudo bem?
- Continua dirigindo, Sam. – Ela disse, enquanto tirava um mapa do porta-luvas.
- É aqui?
- Aparentemente. – Ela deu de ombros e desceram do carro. A verdade é que preferiria encarar o tal Benton do que passar mais algum segundo naquela situação desconfortável com Sam. E ela sabia que ele pensava a mesma coisa.

- Enfim. E a Bella?
- Hotel Canaan, quarto 39. – Rufus tomou um gole do Blue Label. – Mas cuidado.
- Eu consigo cuidar da Bella.
- Não tenho tanta certeza. Tem coisas que você não sabe sobre ela.
- Ele não tá sozinho, Rufus. – disse.
- Eu chequei as digitais dela.
- E não achou nada. – Dean o completou.
- Yep.
- Então você está no mesmo lugar que a gente.
- Nop. – Rufus sorriu para o copo. – Eu fiz com a orelha dela.
- O que? – perguntou, já de volta a mesa.
- A orelha dela. Orelhas são tão únicas quanto impressões digitais.
- Isso é meio surreal pra mim. – comentou e Rufus continuou a ignorar os comentários dela.
- É claro que não valem nos tribunais aqui, mas na Inglaterra? Sempre fazem isso. Mandei uma filmagem de uma câmera de segurança e consegui 10 páginas de arquivos confidenciais sobre ela.
- Certo. – disse enquanto Rufus se levantava para pegar as folhas.
- Dê uma olhada. – Rufus jogou a pasta na mesa. – A tal Bella Talbot.

- Que merda você está fazendo, Sam? – perguntou, irritada. Já estavam numa cabana abandonada e o cheiro forte de mofo a fazia enjoar. Sam procurava alguma coisa, mexendo em livros e em gavetas e deixando o cheiro cada vez mais forte.
- Só me deixa, .
- Seu babaca. – Ela resmungou e foi adentrou a cabana.
Sam continuou procurando até que um caderno vermelho chamou sua atenção. O guardou e ouviu ella abrir algo.
- O que você achou?
- Um alçapão. – Ela disse, já com o corpo pela metade. – E um cara numa maca! Meu Deus. – Ela desceu as escadas rápido e viu um corpo deitado com uma grande mancha de sangue no peito.
Sam adentrou o local e viu uma mulher deitada. A mulher arfou ao sentir a presença dele.
- Calma! Eu vou te ajudar.
- Sam! Meu deus! – viu a moça. Seu braço estava na carne viva e tinham larvas comendo a pele. Sentiu a bile subir. ‘Que nojo, meu deus.’ – Ouvi passos. Anda! Sam também começou a ouvir os passos, e estava à beira do desespero. Imagine o que poderia acontecer com ele... Com , se Benton entrasse e visse os dois ali. Começou a procurar alguma forma para sair dali e só foi bater o olho em algo como um buraco que o identificou como uma janela. Para a sorte dos três, a madeira já estava podre então foi fácil quebrá-la. Pegou a mulher no colo e esperou ella sair primeiro.
- Que porra foi essa? – Ela gritou, enquanto ajudava Sam a tirar a mulher.
- Anda! – Sam exclamou e os dois foram correndo até o carro.
entrou no carro e fitou Sam, delicadamente, deitar a mulher no banco de trás. Continuou o olhando pelo retrovisor e se sentiu incomodada com a delicadeza com a completa estranha. Suspirou. Será que ele era tão delicado assim com Ruby? Não importava o que acontecesse, ela não saía da sua cabeça e isso não era nada bom.
Estava entretida e perdida em pensamentos quando um barulho perto do seu ouvido a puxou de volta à realidade. Só foi o tempo de virar o rosto que algo pegou sua cabeça e a bateu com toda a força contra o porta-luvas. Onde estava Sam?
Tentou arrancar a mão que prendia seus cabelos, mas Benton era forte demais, e bateu novamente sua cabeça. E quando ia acontecer pela terceira vez ela ouviu o barulho alto de um tiro. ‘Finalmente’, ela pensou.
Logo depois que Sam fechou a porta do banco de trás, algo o puxou para trás e o fez bater a cabeça no chão, e por pouco não desmaiou. Quando voltou a si, viu Benton batendo a cabeça de no porta-luvas e então fez a única coisa que veio à sua cabeça. Atirou uma, duas, três vezes enquanto se levantava e corria para o outro lado.
Entrou no carro e finalmente conseguiu dar a partida, assim fazendo Benton ficar para trás. Ia dirigir o mais rápido possível para longe dali, mas não antes de passar o carro por cima do Doutor.
- Lerdo. – disse, com a mão sob seu mais novo galo.
- Pelo menos eu apareci, não acha?

Apesar de ser uma golpista sem coração, Bella era uma mulher linda. Seus cabelos eram cor de mel e sempre se vestia de um jeito impecável, como uma dama. Também, com a quantidade de dinheiro que possuía, tinha o luxo de gastar com roupas chiques e formais. Acabara de vender um precioso artefato e, por isso, estava com meio milhão de dólares na conta. Se não fosse por outro detalhe... Uma simples cama quente ser a melhor coisa que podia lhe acontecer.
Abriu a porta do quarto 39 do hotel que estava hospedada e só foi fechar a porta que sentiu alguém a jogar na parede. Logo reconheceu quem era.
- Cadê o Colt?
- Está do outro lado do mundo.
- Você tá mentindo. – Ele disse e Bella reparou na mulher dos cabelos pretos que estava deitada em sua cama.
- Dean...
- Sem mais alguma palavra. E não se mexa.
- Eu falei que não tenho!
- E eu vou muito acreditar na sua palavra. – Dean começou a procurar nas gavetas. – , me ajuda.
- ? Quem é essa?
- Ninguém da sua conta. – se levantou e começou a procurar nas gavetas. - Onde está a droga do Colt?
- Muito longe. Se for para o aeroporto agora, vai se encontrar com o comprador. – Ela disse, enquanto ia para a porta sorrateiramente. Estava prestes a colocar a mão na maçaneta quando um tiro a fez parar. A bala atravessou a porta, fazendo um buraco a centímetros da sua cabeça.
- Não se mexa. – Dean disse. o fitou, ele realmente estava irritado.
- Estou falando a verdade, Dean. – Bella falou com o sotaque britânico.
- Ah, é? – disse e ficou de frente para a mulher. – Fácil, então. – E apontou sua Beretta para Bella. - Agora anda com assassinos a sangue-frio, Dean?
- Assassinos tipo você? – Dean perguntou, se sentando na cama. – Não, nunca me imaginaria matando meus pais.
Bella gelou.
- Não sei do que você está falando.
- Claro que sabe. – riu. – Você tinha... 14 anos, não era?
- E seus pais morreram num duvidoso acidente de carro, certo? A polícia achou que fosse uma falha no freio... – Dean começou.
- Porém estava tudo muito queimado para ter certeza. – terminou, se irritando com a cara de deboche que Bella fazia.
- Vocês ensaiaram isso por quanto tempo? – E outro tiro a assustou. Dessa vez, do lado esquerdo da sua cabeça. Novamente a centímetros de acertá-la.
- E, com isso, fazendo a pequena Bella...
- Bella não. Abby. – sorriu.
- Sim, Abby. A pequena Abby herdou milhões com isso, certo?
- Como você sabe disso?
- Não importa.
Bella fitava os dois e sentia o ódio que já sentia pelos Winchester – e aquela tal mulher morena – crescer ainda mais. Porém, nunca iria deixar-se abater. Levou alguns segundos, mas ela logo se recuperou e montou o sorriso seco que sempre fazia. – Eles eram pessoas amáveis. Aí os matei e fiquei rica. Não tenho por que me importar. – Seu sotaque britânico só deixou a coisa mais intensa. Se fosse qualquer outra situação, teria soltado um riso fraco. Mas logo se sentiu mal por isso. Balançou a cabeça e levantou o olhar. ‘O que é aquilo?’. Ela se perguntou, sentia que já tinha visto aquelas folhas em algum lugar. – Assim como não ligo com o que aconteça com você. - Bella logo completou, fitando Dean. Não existia nada no universo para fazer Dean se controlar, talvez , mas ele sabia que ela não dava a mínima para a tal mulher. Dean não era um assassino, mas todos seus instintos diziam para acabar com a raça da tal golpista que vendera a última chance de se salvar. Empurrou a mulher com força contra a parede. – Você me enjoa. – E a soltou. Ouviu fazer algum ruído, e olhou para trás.
Ela realmente já tinha visto aquilo, eram as folhas utilizadas para afastar cães do inferno. sorriu marotamente para Dean que, mesmo sem entender, foi na onda da mulher.
- Igualmente. – Ela disse. Virou-se de costas para Bella e foi para o lado de , vendo-a apontar sua Beretta contra Bella. Decidiu se juntar à e também apontou sua arma a ela.
Quando estava a um segundo de atirar, viu algo cair de cima da porta. Sorriu fraco.
– Você não merece morrer assim tão rápido. – Disse e pegou na mão de , tirando-a daquele lugar.

- Eu achei que você fosse atirar nela. – finalmente disse, logo após de meia hora de silêncio dentro do Impala.
- Eu ia.
- Porque não atirou?
- Não valia a pena. Ela vai morrer de um jeito pior. – Ele respondeu, sombrio e teve calafrios. – Você tá tocando.
- Que? – respondeu, meio aérea.
- Seu celular.
- Ah. – Ela suspirou e atendeu o celular. – Diga.
- Pegaram o Colt?
- O que você acha, Sam?
- Então quer dizer que a Bella...
- Não. Dean não a matou. – engoliu em seco. – Pera, vou passar pro Dean.
Dean pegou o telefone e fitou por meio segundo. A menina pousou a mão na coxa do rapaz e respirou fundo. – Sammy? Eu estou tão ferrado, Sam. – ouviu isso e seu coração apertou. Como seria viver num mundo sem Dean Winchester? Ela, definitivamente, não queria saber. Sentiu as lágrimas vindo e decidiu coçar o olho com a mão que antes estava na coxa do rapaz. Não ia fraquejar agora.
- Não, Dean...
- É sério. – O tom de voz dele era pesado, sereno, porém cortante. só queria sair dali. – A Colt se foi de vez e eu estou ferrado pra valer, Sam.
Do outro lado da linha, Sam franziu a testa e suspirou.
– Talvez não. Eu e achamos a cabana do Benton.
- O que? – Dean se exaltou. – Vocês tão bem? Ele tava lá?
- Estava.
- O matou?
- Não.
- Como assim não, Sam?
- Só me escuta por um segundo. Eu achei o seu livro, e a fórmula está aqui.
- A pra viver pra sempre?
- É.
- Pera, deixa eu adivinhar. – Dean olhou para e sorriu fraco. – Tenho que beber sangue de uma cabeça de um bebê?
- Acredite ou não, não. pegou o telefone de Sam e respondeu. - Oi, Dean. Na verdade, não é magia negra, não tem essa merda de sacrifício e essas coisas. É... Pura ciência, Dean. – Sam pegou o celular de volta. – Uma ciência bem esquisita, mas...
- Dá pra fazer?
- É... Eu acho. Sei que encontramos muitos becos sem saída, mas acho que essa fórmula é a solução. – Sam suspirou e Dean soube que havia um sorriso nos lábios do irmão. – Isso pode te salvar. – Dean fitou , que o olhava interessada. - Para de prestar atenção em mim e olha pra estada. – Ela disse e Dean sorriu. Ele não podia deixa-la pra trás.
- Então... Essa formula...
- Ainda tem coisas que eu não entendo...
- SAM! – Pôde-se escutar o grito de ao fundo.
- Sam? O que foi isso?

Sam deixou o telefone cair e olhou para trás, assustado. estava deitada no chão com uma leve mancha de sangue em sua cabeça. – O que...? – Sentiu um pano no seu nariz e o cheiro forte de Clorofórmio tomou conta de todos os seus sentidos.

- O que aconteceu? – perguntou, assustada. – Esse grito que eu ouvi foi a , Dean?
- Eu... – Ele desligou o celular.
- DEAN!
- Eu sei, ! – E acelerou o carro.
- Se o Benton fizer alguma coisa com a , - Ela começou. – eu separo cada parte dele com minhas unhas, Winchester.


Tudo estava extremamente embaçado, porém após uns segundos a visão de começou a voltar ao normal. Sua cabeça rodava, não lembrava porque, mas lembrava de ver Sam sendo pego por Benton.
- Droga... – Ela pensou. ‘Onde está a vadia da Ruby quando ele tá em perigo?’ Ela pensou. Claro que ela pensou. Ruby não saía da sua cabeça nesses últimos dias, ainda mais agora que estava sozinha com Sam. Sam, onde diabos ele poderia estar? Se levantou e viu o celular do rapaz no chão, e fez a primeira coisa que veio em sua cabeça.
- Dean?
- Sam? ! O que houve?
- O Benton apareceu. – Ela gemeu. – Ai, minha cabeça...
- Cadê o Sam?
- Acho que ele o levou. Onde vocês estão?
- Indo pra cabana. Você... - Houve um chiado por alguns segundos e finalmente a voz estridente de apareceu. – NEM SONHE EM IR, .
- !
- Eu ouvi o seu grito, você não vai. Aposto que estava desmaiada esse tempo todo.
- Não é você quem decide, . Te vejo lá na cabana. – E desligou.

Tentava se soltar pela décima vez, porém o tal Doutor havia o prendido direito. Seus olhos estavam ressecados, graças ao durex que fazia suas pálpebras totalmente separadas. A vontade de piscar era absurda, mas a vontade de sair dali era ainda maior. Sam suspirou e tentou sair mais uma vez, porém uma mão áspera, seca, tocou seu antebraço. – Não acontecerá nada aqui que precise se preocupar... Sammy. - A voz de Benton era ainda mais áspera que sua pele. – As chances de você sair desse... Procedimento vivo são muito altas. – O sorriso se formou no rosto cheio de pontos do Doutor.
Sam olhou para cima e viu o rosto desfigurado do Doutor.
- Como sabe meu nome?
- Ah, eu só sei. – Benton se afastou e voltou segundos depois com algo parecido com uma colher de sorvete. – Você acha que eu sou um tipo de monstro, não? Eu te garanto que nunca fiz nada que eu não precisasse fazer. É que essa coisa de vida eterna custa muito caro.
Sam suava frio. Não parecia ter para onde fugir.



Dezoito.

See you in hell, bitch.


- Droga, porque ela nunca me escuta? – resmungou alto, logo ao ver a Escalade da amiga.
- Como se você escutasse ela, não é ?
- Bite me, bitch. – Ela caminhou até a cabana velha e desgastada.

Sam fitava Benton, completamente assustado. Seus olhos pareciam implorar por alguma hidratação, nem que fosse uma mísera gota d’água, e por isso a vontade de piscar era quase uma tortura. Seus olhos, agora bem avermelhados, procuravam o Doutor.
- Sabe, se algo der errado com meus olhos aqui, tenho que substituí-los. – Delicadamente, Benton alisou a testa do rapaz e o pânico de Sam só aumentou. – E às vezes as coisas ficam danificadas, como quando seu pai cortou meu coração. Agora, aquilo... Aquilo foi muito inconveniente.
Benton pegou a ferramenta estranha e aproximou do rosto de Sam. Mesmo sabendo que era inútil, Sam tentava afastar a cabeça e consequentemente forçava-a para a maca, mas sabia não iria adiantar. A sensação da “colher” entrando no seu olho foi surreal. Não só doía, mas também arranhava seu olho. Levemente, mas arranhava. Sam tentava soltar os braços para afastar Benton e, quando parecia que não teria mais olho, o barulho de três tiros o surpreendeu. Deu graças a Deus mentalmente quando o doutor parou. Não precisava nem olhar para o lado, sabia que era . No momento em que o primeiro tiro soou, sentiu o cheiro do perfume dela.
O timing foi perfeito. Só foi acertar o último tiro que Benton largou a ferramenta e se virou lentamente, olhando para ela com os olhos ruins. – Você pode atirar em mim quantas vezes quiser, garota. – E como resposta atirou mais três vezes, crente que isso faria o monstro parar. Isso foi o seu erro. Num minuto ele já estava à sua frente, jogando-a contra uma estante cheia de vidros. ‘Filho da puta!’ , ela pensou, tentando se levantar e sentindo um caco entrar em sua mão que apoiava no chão. Não que esse novo corte importasse algo, já que Benton se aproximava e ameaçava machucá-la mais uma vez. Porém, quando estava prestes a tocá-la, uma faca atravessou suas costas e saiu no lado esquerdo do seu peitoral.
- Uma faca? Pelas costas? Isso é tão... INJUSTO! – Benton se virou rápido, dando um gancho de direita no rosto de . – Qual parte de imortalidade você não entende? - Ele perguntou para a menina.
- Ah, a parte toda. – O tom irônico de fez sorrir fraco. – Eu achei isso aqui ali em cima e enfiei a faca dentro. – Ela mostrou um vidro com ‘Clorofórmio’ escrito. Benton a fitou, sua feição mudando de raiva para desespero e, quando ia falar alguma coisa, caiu desmaiado no chão.
ajudou a se levantar e sorriu para Dean ao ver o mesmo soltando o irmão. - Sou genial, não? – Dean sorria enquanto libertava Sam.
- Cale a boca, Dean. – resmungou, meio rindo.
- O que faremos com ele? – Sam perguntou. suspirou e foi até o corpo de Benton.
- Alguém me ajuda? – Ela pediu, enquanto puxava um braço do doutor.
- Você é louca, né, ? – caminhou até ela. – Toda machucada assim e ainda quer carregar esse cara. Desse jeito você vai acabar arrancando o braço dele, no máximo. – Ela riu.
- Nossa, você é tão hilária. – riu. – Winchesters! Venham ajudar!
Depois de muito esforço dos quatro, Benton, inconsciente, estava ocupando o lugar de Sam. e conversavam num canto enquanto Dean e Sam esperavam o médico acordar.
- E aí, como você está?
- Apesar da dor de cabeça absurda e do corte da minha mão, tô bem. – respondeu. – Tiveram sorte?
- Não. Aquela vadia da Bella já vendeu o Colt. – suspirou.
- Não fique assim, ...
- Não dá pra não ficar assim...
- Depois falamos disso.

- Acordou? – Dean disse para Benton.
- Por favor...
- Por favor o quê? – Dean respondeu. As duas só observavam de longe. – Você vem matando pobres cretinos há mais de 150 anos e agora tem um pedido? Cale a boca.
- Não... – Ele disse com a voz rouca. – Você não entende. Eu posso te ajudar, sei do que precisa...
- Talvez teremos que te cortar em pedacinhos. – Dean o ignorou. – Esse lance de imortalidade é um pé no saco.
- Eu posso ler a fórmula para vocês. – se sentiu tentada a invadir a cena. E, pelo leve movimento que os ombros de Sam fizeram, soube que ele também. – A imortalidade toda, pra sempre jovem, nunca morrer.
Quando ia chamar o rapaz, Sam foi primeiro.
– Dean. – Ele disse, tenso.
- Sam. – Os dois saíram do quarto e deixaram as duas meninas sozinhas.
- O que?
- Ou é inferno daqui três semanas ou um pâncreas novo daqui a 50 anos.
- Mas não dá pra comprar um pâncreas no mercado. – Dean respondeu, irônico.
- Não é perfeito, mas nos dá mais tempo pra pensar em algo melhor. – Sam pediu. – Pensa na , Dean. Só precisamos de tempo. Pensa bem.
- Não... Não fale da . – Dean suspirou. – Isso... Está me matando.
- Só pensa.
- Não.
- Você não quer viver?
- O que ele é não é viver! É simples!
- Simples?
- Sim! Preto no branco, humano ou não humano. Esse doutor é um maldito monstro. – Ele disse, voltando, e se surpreendeu ao ver puxando para longe. Uma em prantos.
- Mata. Esse. Desgraçado. Dean. – disse e saiu dali.
- Eu prefiro ir para o inferno. – Dean disse e molhou o pano no clorofórmio. Antes do Doutor dizer qualquer coisa, Dean prensou o pano no seu nariz e novamente ele desmaiou.

***

O barulho do salto batendo no chão era o único som que existia naquele corredor. A mulher sabia o que queria, e com suas habilidades, não foi difícil abrir a porta. Sacou sua arma e atirou sem pena nos dois colchões. Dois tiros em cada um. O sorriso vitorioso permaneceu nos seus lábios até ela reparar que faltava algo naquela cena. Algo vermelho, quente, manchando os lençóis brancos.
Foi conferir o que estava acontecendo e se assustou ao ouvir o barulho do ar saindo de duas bonecas infláveis, que estavam no lugar no que deveriam ser os corpos sangrentos de Sam e Dean. Encarou o quarto até que o barulho do telefone a assustou. Engoliu em seco e atendeu.
- Como vai, Bella?
- Você não entende...
- Eis um fato engraçado que você não sabe. Eu senti a sua mão no meu bolso quando furtou o recibo do motel. – Dean riu forçado. - Sei que fez um pacto, Bella.
- Eu preciso de ajuda, Dean...
- Te vejo no inferno.
- Não desliga!
- Por que não?
- Lillith, ela segura seu pacto.
- E por que me disse isso?
- Porque você pode matar a filha da puta.
- Te vejo no inferno, Bella. – Ele repetiu e desligou o celular.



- Então. E agora, o que fazemos? – desceu de sua caminhonete e se apoiou na mesma. Era a última a chegar ao tal motel e ainda não conseguia olhar para Sam.
- Bobby. Chega amanhã, no máximo. – Ele respondeu.
- Cadê a e o Dean?
- No quarto.
- Pelo menos alguém tá se divertindo.
- Oh, não diria isso. – Sam riu fraco. – Eles estão discutindo.

- Eu odeio você, Dean Winchester! Você deixou a última chance de sobrevivência numa merda de geladeira!
- Você podia ter um pouco de fé! Eu vou achar um jeito de sair dessa, .
- Pare de agir como se estivesse sozinho! Eu estou aqui, idiota! A está, o Sam! A gente tá aqui pra te ajudar! Eu voltei pra essa droga de vida pra te ajudar!
- ...Voltou?
- Eu nem te falei, né? – se sentou na cama, tentando se acalmar da discussão que tinham há mais de meia hora. – Eu estava trabalhando quando você me ligou. Numa biblioteca.
- Você? Numa biblioteca?
- É. – Ela riu. – Eu jurei pra mim que não iria voltar. Mas voltei, por você.
Dean se ajoelhou na frente dela e se lembrou de tudo que já haviam passado. Desde a primeira vez que se viram – E a blusa que ela rasgou – até a melhor noite da vida dele. Deus, ele sabia os melhores momentos da vida dele. O primeiro treino, quando seu pai o ensinou a atirar. Ver as estrelas encostado no Impala, junto com Sam e uma cerveja gelada na mão. Ver Lisa também o deixou feliz. Mas nada se comparava à primeira noite com . E ela estava ali, na sua frente. Tinha largado sua desejada vida normal para salvá-lo... Não salvar, tentar. Ele sabia que não precisava ser durão na frente dela.
- ... Eu não quero morrer. – Ele apoiou o rosto no colo dela. – Eu não quero deixar o Sam. Eu não quero te deixar. – E aí as lágrimas saíram. – Nós já perdemos tanta coisa... E eu não quero te deixar.
- A gente vai arranjar um jeito, amor. – disse a palavra livremente. – Nós...
- Não tem um jeito, ... – Ele chorou ainda mais. – A Ruby... Ela me disse. Ela disse que não tem como me salvar.
- Foda-se essa vadia. Ela é um demônio. Eles mentem. Eu não vou deixar você morrer, Dean. Você não vai pro inferno.
A garota disse com tanta certeza que ele se sentiu privilegiado por existir uma mulher como ela na sua vida.
- Vem cá, Dean. – se afastou e deitou-se na cama. Dean se levantou e limpou o rosto, tirando o rastro molhado e deitando-se do lado dela.
- Eu te amo, .
E ai ela sorriu. E ele sorriu. Apesar de todo o inferno que ele iria enfrentar, ele agradeceu por ter a visto sorrir desse jeito pelo menos uma última vez.



Dezenove.

Ain’t no rest for the wicked...


- Faltam 30 horas e estamos na estaca zero.
- A gente sabe, . – comentou. – E sabíamos disso duas horas atrás também.
- Vá à merda. – Ela resmungou e foi até à outra sala, onde Bobby pesquisava algo. – Achou alguma coisa, Bobby?
- Nada ainda. – Ele tirou o boné e coçou a cabeça. – Tá difícil pra caralho.
- Eu sei. – Ela o confortou. – Vou fazer um café, vai querer?
- Sim.
sorriu para Bobby e foi até a cozinha. Desde que chegara, Castiel e todo o assunto que o cercava não saía de sua cabeça. O que antes era dúvida e frustração tornou-se ódio, e por isso se sentia como se pudesse pegar fogo. E foi fazer o café assim, sentindo suas mãos arderem em chamas de raiva. Terminou de colocar a água na panela e foi só pegá-la para colocar no fogão que o líquido começou a ferver. Apesar do susto, por pouco não derrubou tudo nos seus pés.
- Meu Deus...
- Não. – Castiel apareceu e aí ela derrubou a panela na pia.
- Que porra você tá fazendo aqui?
- Você não pode impedir, .
- É bom você não estar falando sobre o que eu acho que está falando, irmão. – Ela falou, rápido.
- Dean precisa ir para o inferno, . Ele é importante para a história.
- Não acredito em você. – Então Castiel tocou sua testa e parecia que ela tinha sido levada para outro lugar. Olhou em volta e viu Sam enterrando Dean. A cena mudou para um demônio salvando a vida de Sam (provavelmente Ruby) e logo depois viu os dois na cama. – Que nojo. – Viu Dean se olhando no espelho e se assustando com marcas nos seus ombros. Viu uma espiral de sangue num chão cinza e logo depois viu um homem relativamente bonito, mas com sua pele queimada em carne viva, e soube na hora quem era. Sentiu um calafrio passar por sua espinha.
- Não fale de mim pra eles. Ainda não é a hora. – Ele tocou a testa dela novamente e eles estavam na cozinha. – Espero que tenha entendido, Irmã. – E foi como se nada tivesse acontecido. A panela ainda fervia na sua mão.
- Maluca! – apareceu na cozinha e, com o auxílio de um pano, tirou a panela das mãos dela. – Podia ter se queimado, animal.
- Nem percebi. – tentava não chorar.
- Doida. – colocou o pote de café.
- Foda-se. – saiu da cozinha e pegou sua mochila em cima da mesa.
- Onde você vai? – Dean a perguntou enquanto seguia os movimentos.
- Não me espera. – Ela pegou as chaves do Camaro e saiu da casa.
Jogou sua mochila no banco e, sabendo que a qualquer momento algum dos quatro podia segui-la, arrancou seu carro e saiu rápido. Já sabia como resolver tudo o que acontecia.

- Achei alguma coisa. – Bobby apareceu no quarto onde Sam, Dean e liam livros velhos. – Cadê a ?
- Não tenho ideia. – Dean resmungou. Fitou Bobby e o rosto do mesmo virou algo bestial, mas por poucos segundos. ‘Merda de agouros da morte’.
- Venham vocês três aqui, achei um feitiço que vai mostrar o lugar exato onde Lillith vai estar. – Os quatro se juntaram na mesa. Bobby começou a falar algo em Latim até que a seta que pairava em cima do mapa apontou exatamente numa cidade. – Ligue para , vamos para New Harmony, Indiana.

dirigia e a conversa com Castiel não saía de sua cabeça, mas agora ela não se importava o bastante para segurar as lágrimas. Estava se sentindo mal, parecia que tinha abandonado os quatro num momento tão crítico como esse, mas ela sabia que eles nunca acreditariam nisso. Dirigiu por mais alguns minutos e agradeceu mentalmente ao encontrar uma encruzilhada. Desceu voando do carro e começou a cavar com as mãos o centro exato onde as quatro pistas se encontravam.
Colocou sua foto na caixa velha e enferrujada que ela achou e só foi fechá-la que o rádio do seu carro ligou, tocando o CD do Arctic Monkeys que estava lá. Pretty Visitors acabou com a solidão existente naquela pista abandonada, e ela revirou os olhos ao perceber a brincadeira sem-graça que o destino acabara de fazer. Quase ao mesmo tempo, uma mulher ruiva apareceu na sua frente. – Caralho. – Ela comentou. A mulher era linda.
- Gostou, ? Escolhi essa só pra você.
- Cale a boca, vadia. Eu só quero fazer um trato.
- Jura? Eu sei disso. Desculpe, não vai rolar. E não faça essa carinha de cachorra sem dono, . Você já sabia disso. Sam já tentou.
- Eu faço qualquer coisa.
- Trocaria de lugar com ele?– Ela levantou uma sobrancelha e os olhos pretos brilhavam.
- Se isso for salvá-lo, sim.
- Não. – Castiel e outros dois anjos apareceram atrás de . Antes que o demônio pudesse fugir, outro anjo apareceu por trás e colocou a mão na cabeça da ruiva. A mulher gritou e seus olhos ficaram brancos, até que o corpo sem vida caiu no chão.
- COMO PÔDE FAZER ISSO, CASTIEL? – correu até o irmão e tentou esmurrá-lo, porém os outros anjos a seguraram. – EU TE ODEIO!
- Eu te disse. Não pode alterar isso. Dean precisa ir para o inferno.
- Eu o amo, Castiel. – chorou. – Você sabe o que é isso? Amor. Eu o amo.
- Ele não sabe. – Uriel, o anjo que exorcizou o demônio, falou. – Não sentimos esse amor igual ao seu, . Essa coisa de macacos.
- Quem é esse idiota? – E só Castiel ficou. – QUE DROGA! Você pode, pelo menos, parar com as alucinações de morte que ele está vendo?
Castiel assentiu e sumiu.
- Irmão idiota.

- Onde aquela doente está? – perguntava pela quinta vez. – Temos que ir pra New Harmony.
- Dean, para de andar. – Sam observava seu irmão ir de um lado para o outro.
- Ela já saiu tem uma hora. Onde ela foi?
- Voltei, Winchester. – se apoiou na porta recém-aberta.
- Onde você estava, inferno? – Ele ficou de frente para ela.
- Por aí. – Ela deu de ombros. – Então, vamos? New Harmony nos espera.
fitou a amiga e viu como ela escondia algo. Elas sempre sabiam. Passou perto dela e sussurrou.
– EU sempre sei quando você esconde algo, .


***

- Sammy, preciso falar com você. – Dean comentou assim que fechou a porta do quarto de motel que eles estavam. – Antes, eu estava... Era só olhar para vocês que eu via um presságio de morte. E era horrível...
- Isso acontece porque você tá perto de morrer, Dean.
- Sim, mas só foi a chegar que parou.
- Parou?
- É. Assim do nada.
- Você acha...
- Acho. Ela fez alguma cosia.
- Então, Dean! – Sam sorriu. – Você está salvo!
- Eu não tenho tanta certeza disso. – Ele passou a mão no rosto. – Se estivesse tudo bem, ela teria falado.
- Então temos que saber o que ela fez.
- E temos que saber disso urgente.

- Quem é? – Sam respondeu a batida na porta.
- Eu. – entrou no quarto. – Preciso falar com o Dean. Às sós, se não se importa.
- Claro. – Sam colocou as mãos nos bolsos e saiu do quarto.
Se sentou na cama e fitou o banheiro, onde saía o barulho do chuveiro ligado. Alguns minutos depois Dean saiu de lá, enrolado na toalha.
- Precisamos conversar. – Ela disse.
- Eu sei. – Ele vestiu uma calça. – O que você fez?
- Nada. – Ela se levantou e ficou de frente para ele. – Eu te amo, Dean Winchester. Te amo tanto... E não sei como posso sentir isso, mas sinto. – Ela alisou o rosto dele.
- Por que você tá falando isso?
- Se lembra quando nos vimos pela primeira vez? – Ela riu. - Aposto que não, mas eu lembro até a música que tocava. – Ela caminhou até a mesa de cabeceira e colocou seu celular em cima, mas não antes de colocar Sweet Dreams para tocar. – Eu te pedi pra dançar e você resmungou dizendo que não sabia fazer isso. – Ela o puxou pela mão até o meio do quarto. Dean fitava o seu rosto até que algo se acendeu em sua cabeça. Ela estava se despedindo. Ela não o tinha salvo. E, para confirmar, o rosto da menina mudou por poucos segundos. ‘Merda.’

Sweet Dreams are made of this
Who am I to disagree
Travel the world and the 7 seas
Everybody is looking for something



o abraçou e começou a se mexer no ritmo da melodia lenta da música. Acariciava a nuca do rapaz enquanto ele sentia o cheiro doce e inebriante que saía dos cabelos dela. Ela o olhou e ele viu a tristeza, o medo e isso quebrou seu coração. A abraçou ainda mais apertado, ao ponto de sentir as batidas do coração dela contra seu peitoral.
- ‘Some of them want to use you, some of them want to get used by you...’
- ... – Ele praticamente implorou por ela, enquanto alisava o seu rosto, e a única resposta que ela deu foi um leve toque dos seus lábios nos dele. Uma lágrima caiu do seu olho e atingiu o rosto do rapaz.
- Me beija, Dean. – Ela sussurrou contra os lábios dele. Dean a fitou por mais alguns segundos e a beijou com todo o carinho que existia no universo. Ao invés de unhá-lo como sempre fazia, ela alisou cada traço de suas costas e braços enquanto o beijava e sentia as mãos dele fazerem o mesmo. separou o beijo e tirou sua blusa, ao mesmo tempo em que a música se animou um pouco. Riu em sua mente, mas o momento era sério demais para isso. Dean tirou seu sutiã e alisou sua cintura, vendo-a arrepiar. Agora ele nem lembrava mais de toda a situação que os rondava. Mas era sempre isso que ocorria quando via assim tão próxima e tão... Dele.
- Promete que nunca vai se esquecer de mim? – Ela sussurrou.
- Nem em mil anos, . – Ele a pegou no colo e a levou para a cama.

Some of them want to abuse you
Some of them want to be abused.


- Ela foi falar com ele? – perguntou ao ver Sam entrar no quarto.
- Foi. – Ele se sentou. – O que ela fez?
- Ela disse que não fez nada. Mas não estou acreditando nisso.
- Você acha que... Ela o salvou?
assentiu e se assustou com a velocidade que ele foi abraça-la. Ela o abraçou de volta, mas sentiu seu estomago se embrulhar, como sempre sentia antes. E aí sentiu uma dor leve, mostrando a saudade que sentia de antes.
– Talvez.
Sam a fitou.
, preciso da sua ajuda. – Ele começou, desconfortável. – Precisamos invocar a Ruby.
- O QUE?
- Não grita. – Sam pediu. – Ela tem uma faca que mata demônios. E pode nos ajudar.
- Por que não vai pedir isso pro seu irmão?
- Ele tem uma opinião bem forte sobre ela.
- Bom, eu também.
- , preciso de você. – Ele pediu, com os olhos grandes. – Se Dean se salvou mesmo, quem está correndo perigo é a .
- Droga, você tem razão. – Ela bufou. – Do que a gente precisa?

fitava o ângulo que as costas de Sam fazia enquanto desenhava algo no chão. Não se sentia confortável com a situação, muito menos em ter que ver a tal loira que roubara seu Sam. – Pronto?
- Pronto. – Ele disse algumas palavras em latim e jogou o fósforo aceso no pote de cerâmica que estava no chão. Parecia não ter funcionado até que a loira apareceu poucos metros a sua frente.
- Sabe, telefones também funcionam. – Só foi Ruby falar que sentiu a bile subir. – Oi, Sam. O que tá rolando?
- Como chegou tão rápido?
- E isso é importante, Sam? – resmungou, sem tirar os olhos da loira.
- Sem água benta dessa vez, filhote de Kitsune?
- Continua falando que vai acabar fazendo uma visita pra casa, demônio.
- Parem, vocês duas. – Sam pediu. – Você sabia que Lilith é a dona do contrato do Dean?
- Sim, sabia. – Ela caminhou para perto de Sam. O rapaz a fitou, indignado.
- Não achou que fosse importante?
- Você não estava pronto.
- Pronto pra quê?
- Se eu dissesse, vocês iriam atrás dela despreparados e ela arrancaria o couro dos seus rostinhos bonitinhos. – Ela olhou pra .
- Bom, estamos prontos agora. – disse, cética.
- E eu quero a sua faca. – Sam continuou.
- Não vou fazer isso. Mas concordo, vocês estão prontos. – Ela voltou a fitar Sam. – Você quer ataca-la com um canivetinho? É um desperdício de uma chance única.
- Então como?
- Eu sei como salvar seu irmão, Sam.
- Não sabe porra nenhuma! – Sam gritou. – Você contou pro Dean que não podia! Mentiu desde o começo!
- É isso o que demônios fazem, Sam.
- O assunto não é com você, .
- Ah é, sim. No momento em que você ficou aí parada, minha melhor amiga salvou o Dean! Então virou assunto meu sim.
- Você acha que a sua lindinha salvou o Dean? Nah, ela não tem esse poder. – Ruby falou. – E Sam, eu nunca menti pra você. Nunca. E sim, eu sei como pode salvar o Dean.
- Como então?
- Você pode. Você e sua coisa psíquica. – Ruby disse e uniu as sobrancelhas.
- Isso sumiu junto com o demônio dos olhos amarelos.
- Não, só está inativo. E...
- Então aqui está você, nossa pequena yoda demoníaca. – Dean, seguido de , apareceu no galpão velho.
- Dean, galante como sempre.
- Eu sabia que você apareceria. – saiu de trás de Sam e foi para o lado de . – Ouviu, Ruby?
- E você não vai ensiná-lo porra nenhuma. Só sob o meu cadáver. – Dean se aproximou da loira.
- Bom, nisso você tem razão.
- O que você vai fazer, vadia - ele a ignorou -, é me dar a faca.
- Ah, não vou, não. Vocês têm essa arma e é burrice não usá-la.
- Isso é um truque! – Dean gritou. – Ela quer que você vire o novo anti-cristo e toda a merda que vem junto!
- Eu quero a Lilith morta.
- Eu não acredito nisso. – Dean deu mais um passo para ela.
- Que saber? Estou cansada de me provar pra você, seu idiota!
Dean a fitou, seu ódio completamente à mostra nos seus olhos. Não ódio só de Ruby (boa parte era), mas também de toda a situação em que ele se encontrava. Agora que faltavam poucas horas para ir ao inferno, ele poderia finalmente fazer o que queria em Ruby e, em poucos segundos, já havia dado um gancho de direita no rosto da loira. Ela ficou surpresa, claro, mas logo seus olhos ficaram negros e toda a “bondade” que ela sentia sumiu num segundo. A loira limpou o sangue da boca e voou em cima de Dean, dando socos no estômago e só foi o mesmo cair no chão que ela se virou para Sam, o chutando e empurrando-o até uma pilastra que havia ali. deu o desejado soco que queria no rosto de Ruby e ela respondeu, jogando contra uma parede. E ela logo caiu desmaiada, até que ficou de frente para a loira.
- Vai me bater também, Kitsune?
- Espere e verá, vadia. – ia partir para cima de Ruby quando Dean deu um soco nas costas da loira. A mesma se virou e, quando ia atacar Dean, pegou uma corda que achara e tentou enforcar Ruby. Conseguiu puxá-la até uma parede e sorriu de leve, satisfeita. Entretanto, Ruby decidiu usar seus poderes, cortou a corda e jogou em uma pilastra, passando a mão no pescoço. Ao contrário de , não desmaiou. Se levantou e arfou de dor, mas sem tirar o sorriso do rosto.
- Você tá rindo de que?
- Perdeu alguma coisa? – riu e mostrou a faca que estava nas suas mãos. Ruby tentou ir atrás dela, mas algo a impediu. Uma armadilha do demônio estava feita no teto.
- Como disse, eu sabia que ia vir, vadia. – riu e guardou a faca no cós da calça.
- Vai me deixar aqui?
- Vamos, Sam. Dean, pega a no colo. – Dean pegou a garota no colo e viu se estava tudo bem. Graças a Deus, estava.
- Você merece morrer, Dean! Merece ir para o inferno! Eu queria estar lá, pra ver os seus ossos queimando, ouvir os seus gritos!
- E eu queria que você calasse a porra da boca! – Dean gritou antes de chegar à porta. – Mas nem sempre temos o que queremos. – E saiu junto com os outros.




Vinte.

... Until we close our eyes for good.


- Mas... É só uma garotinha. – dizia, incrédula com o que via.
A verdade era que ela não tinha muitos motivos para se surpreender, ainda mais tendo a vida que tinha. Como se não bastasse o demônio ‘vestido’ de policial – que Dean, de algum jeito, conseguiu ver que era um demônio –, agora tinha que ver uma menininha com no máximo 11 anos possuída por um monstro desses. Um arrepio subiu por sua espinha, imagine a dor que a menininha estava sentindo ao ter aquilo lutando pelo controle da sua mente.
- Não é uma garotinha, é a Lilith. – Respondeu , os olhos brilhando de fúria. não conseguia nem imaginar o que se passava pela cabeça da amiga, ainda mais estando tão perto de acabar tudo. A dor que sentia era absurda, e nem se atreveu a imaginar como seria se fosse Sam no lugar de Dean. Provavelmente estaria em prantos, não se aguentando em pé. Já parecia estar determinada, como se uma força divina – talvez até fosse mesmo – crescesse dentro de si e desse a ela a habilidade de fazer qualquer coisa.
Bom, quase qualquer coisa. queria libertar Dean, queria acabar com todos os monstros do mundo para poder ser feliz com ele, ela só queria uma paz plena com todas as pessoas que ela amava. Não era demais, era? E se fosse, para ela bastava Dean ser feliz.
O pior era que uma parte dela parecia acreditar que logo depois que ele... Morresse, ele conseguiria ficar em paz. Mas logo nessa parte se lembrava para onde ele iria e usava todas as forças para não sucumbir ao choro. Ainda mais agora, que conseguia ver Lilith de perto.
- O que estamos esperando? – Sam apertou a base da faca e estava prestes a andar quando a mão de Dean o segurou pelo casaco.
- Espere!
- Pelo quê, Dean? – se posicionou na sua frente. – Pra ela matar o resto da família?
- E a gente também, se não tomarmos cuidado. – Ele a fitou, tentando tirar quem era na sua cabeça. Não podia se distrair com ela, não num momento tão crítico como esse. – Olhe, está cheio de demônios de guarda.
- E daí? A gente acaba com eles e entramos escondidos!
- E aí degolamos uma garotinha de 10 anos? Pare com isso, Sam! – o repreendeu.
- Eu sei que é terrível, !
- Ah, você sabe? – Ela respondeu, irônica. – Não podemos fazer isso com ela!
- Isso não se trata apenas de te salvar, Dean! E sim de salvar todo mundo.
- Ele tem razão, vocês dois. – disse, sombria. – Podemos acabar com todos os tratos agora.
- Droga. – Dean suspirou.

Cada um foi cuidar de um problema. teve a genial ideia de benzer a água dos sprinklers, enquanto , Sam e Dean matavam com a faca de Ruby o máximo de demônios que conseguiam. tentava se controlar, mas a cada minuto lançava aquele mesmo olhar apaixonado e nostálgico para Dean, mesmo sem ele ver. Era impossível se concentrar no que estava fazendo enquanto sabia o que iria acontecer. Ela queria não estar lá para ver, mas não ia abandonar o amor de sua vida quando existia uma chance, mesmo mínima, de ele sobreviver.
Tudo corria como o planejado, estava pronta para encontrar os meninos de novo quando algo a jogou na grade e por pouco não quebrou seu braço.
- Eu gostaria da minha faca de volta, vadia. Ou seu pescoço quebrará feito osso de galinha. – Ruby sussurrou no ouvido de , que resmungou algo inaudível. Até que Sam apareceu por trás de Ruby, com a faca a centímetros do seu pescoço.
- Não está com ela, e é melhor você ir com calma. – Sam sussurrou, e Ruby não teve outra escolha a não ser se afastar. - Como você saiu?
- Eu poderia escrever um livro com coisas que você não sabe sobre mim, Sam.
Sam estava prestes a responder até que Dean e apareceram e aproveitou a deixa para voltar a cuidar dos sprinklers. Deu um beijo na bochecha de e voltou para onde devia estar.
- O que é? – Ruby fitava Dean, que a olhava com a cara surpresa.
- É só que... Você é feia pra caralho. – Dean respondeu e, de tão nervosa que estava, teve que segurar uma risada.
- Ótima hora para rir, huh? – Ruby respondeu. – Sam, me dê essa faca de volta antes que vocês se machuquem.
- Você a terá de volta quando tudo isso terminar.
- Já terminou! – Antes que Ruby pudesse continuar, seu rosto se virou com o choque do tapa que acabara de dar. Fitou a morena incrédula, seus olhos ficaram pretos e quando estava prestes a quebrar algum braço ou jogar longe, Sam já estava com a faca próxima a sua barriga. – Eu te dei um jeito de salvar o Dean e você não me deu atenção. Agora é tarde demais. – Ela disse, e até parecia que se importava. – Ele está morto, e não vou deixar você morrer também.
- Tente me impedir e eu te mato, vadia. – Sam respondeu, como se estivesse com a frase na ponta da língua.
- Pode vir com tudo, baby.
- Ei! – chamou a atenção dos três. – Temos companhia.
Não foi nem o tempo de virarem, todos os moradores daquela rua estavam de fora das casas, com os olhos totalmente pretos e fitando os quatro. – Corre! – Dean gritou, mas não só os bonzinhos correram, os demônios começaram a persegui-los e quando estavam na metade do jardim da casa de Lilith, finalmente os sprinklers se ativaram e os gritos dos demônios preencheu o silencio noturno naquela rua. ia atrás dos Winchesters, sem tirar o olho de Ruby, e nem percebeu o que Dean falava para o tal pai da menininha. Ela sentia que tinha algo de errado com aquela mulher – sem ser o óbvio, é claro. Simplesmente não dava para confiar na loira.
Sam entrou no quarto da menininha e se surpreendeu ao vê-la dormindo. Realmente, era só uma garotinha. Como poderia matar um ser tão inocente?
- Faça! – A mãe disse, chorando o mais baixo possível para não acordá-la.
Até que ela acordou e o grito que ela deu foi o suficiente para fazer Sam dar a facada. Porém, Dean segurou sua mão segundos antes. – Não é ela! Não é a garotinha! – Dean disse e guiou a menina e sua mãe até o porão, onde o pai esperava.
Antes, já sentia que tinha algo errado. Agora esse sentimento só aumentou, mas isso não a impediu de admirar Dean levar com todo o cuidado a família até um lugar seguro. Estava alheia ao que Sam e Ruby conversavam, até que algo chamou sua atenção.
- Ok, você venceu. O que eu tenho que fazer?
- O que? – Ruby exclamou e se virou para ouvir a conversa.
- O que eu tenho que fazer para salvar o Dean?
- O que você está fazendo? – Dean puxou Sam pela camisa.
- Só fica calado por um segundo. – Sam ignorou Dean.
- Você teve a sua chance! – Ela gritou, mas sentia um certo sorriso na sua voz.
- Como assim? Ajuda ele!
- Não é algo que você possa ligar e desligar, . – Ruby se virou para Sam. – Leva tempo!
- Tem que ter um jeito! Seja o que for, eu faço!
- Sam! – Novamente, Dean tentou puxá-lo pela camisa e dessa vez teve efeito. Sam, a beira dos nervos, se soltou de Dean.
- NÃO VOU DEIXAR VOCÊ IR PARA O INFERNO, DEAN!
- Dean! É o único jeito!
- Você também, ? – Ele se virou para a mulher.
- Você não pode ir.
- Posso sim! – Ele se voltou ao Sam. – E você vai, sim. Sinto muito, e eu sei que isso tudo é culpa minha. Mas o que você pretende fazer não vai me salvar. Vai te matar.
- O que eu devo fazer?
Dean olhou no fundo dos olhos do irmão e tudo o que os dois viveram juntos se passou num flash. Era impossível negar, Dean sentia orgulho do seu irmão. E como não sentir? Praticamente o criou, já que seu pai sempre estava fora e mesmo sendo meio... Do contra. Sam se tornou um adulto bom. Um adulto melhor do que ele. Alguém que se importava, cuidava e tinha esperança, coisa que Dean já não sentia faz tempo. Sorriu leve, dessa vez de verdade e continuou: – Continue lutando, cuide do meu carro. – Ele sorriu, mesmo com toda a tensão em volta e o choro baixo de . – Sam, se lembre do que eu te ensinei.
E, de repente, a primeira badalada da meia noite soou pela casa.
Dean fitou seu irmão por mais alguns segundos e finalmente se obrigou a olhar para . Ela nem se importava em segurar o choro, e mesmo com a visão embaçada por causa das lágrimas ela pode ver o olhar de Dean. E ele dizia tudo. Ela sabia, e ele sabia que ela sabia.
- Eu sinto muito, Dean. – Ruby disse e os quatro escutaram o rosnado de um Hell Hound. – Eu não desejaria isso para o meu pior inimigo.
- Hell Hound. – Ele a ignorou. – Ali.
Os quatro saíram correndo até a sala de estar, os Hounds os perseguindo. Fecharam a porta da sala e , Ruby e Sam a seguravam enquanto Dean colocava a mistura de ervas para não deixar os malditos entrarem. Até que o barulho de garras arranhando o chão parou, e por meio segundo achou que estava tudo bem. Se apoiou na porta e escorregou até o chão, respirando pesado.
- Me dá a faca, Sam! – Ruby gritou. – Talvez eu possa segurá-los por algum tempo!
- Não, Sam! – Gritou Dean. – Não é a Ruby!
Sam ia dar a facada até que a loira os jogou para longe. Sam a fitava incrédulo, e não conseguia acreditar o que estava acontecendo. A vadia estava ali, na sua frente! Pegou a faca que caíra da mão de Sam e atacou, mas, de algum jeito, Lilith sabia que ia tentar fazer isso. A jogou contra a outra parede, perto de Dean, e graças à pancada, ficou meio desnorteada.
Não conseguia entender o que estava acontecendo. Lilith murmurava coisas e tentava se levantar, falhando totalmente. Precisava ao menos tocar em Dean, mas estava muito tonta para entender o que eles conversavam, imagine para se levantar e chegar à mesa onde ele estava deitado. Parecia que ela dizia que estava bonita, mas nem tentava se concentrar para entender o que era.

andava de um lado pro outro, agoniada. O que estava acontecendo? Ela só queria abraçar e dizer que tudo ia acabar bem... Mas seu instinto feminino dizia que não ia. E nem precisava dizer, foi só ouvir o bip do seu relógio de pulso que sua garganta se fechou. O tempo acabara. A qualquer momento, Dean iria morrer e todo esse esforço teria sido em vão. Não queria nem pensar em , muito menos em Sam. E ai se lembrou de Ruby, a loira demoníaca que estava lá com ele no lugar dela. Ela deveria estar lá.
Sentiu uma vontade absurda de matar alguém, até que um urro de dor foi ouvido. E era impossível não reconhecer de quem era essa voz.

- Pegue, garotos! – Lilith abriu a porta e só era possível escutar o barulho estridente da carne de Dean sendo cortada pelas garras dos Hounds. Dean urrou de dor, parecia que sua perna tinha sido arrancada, mas não, foi um arranhão com força suficiente para o puxar da mesa e cair no chão.
não conseguia olhar, fechou os olhos e se sentou no canto da parede, seu choro alto se misturando com os gritos de Sam e os urros de dor de Dean. Não tinha mais nada a se fazer, e estava inútil o bastante para não conseguir se mexer e tentar atirar nos Hell Hounds que atacavam o amor da sua vida. Seu estômago se embrulhava com o cheiro forte de sangue, e o gosto salgado de suas lágrimas só pioravam a situação. Não podia estar acontecendo, simplesmente não podia. Dean não podia morrer. Seu coração parecia estar sendo puxado do peito com a mesma força que os Hell Hounds arranhavam o peitoral de Dean, parecia que ela sentia a mesma dor que ele. Até que a dor se tornou tão insuportável que caiu desmaiada, suas mãos tentando alcançar Dean e falhando totalmente.
- Não! Pare! – Sam gritava com todas as suas forças e, como , suas lágrimas corriam pelo seu rosto. – NÃO! NÃO! – Era doloroso demais ver seu irmão morrer assim. – Não! – Se virou para Lilith, numa busca inútil de alguma parte boa naquela mulher.
- Sim! – Ela gritou, sorrindo, e de repente foi só luz.
Era uma luz tão forte que por alguns segundos Sam se esqueceu de Dean e do que acontecia, porém, na mesma velocidade que ela surgiu, ela também sumiu. Agora, na sua frente, estava o corpo da loira com os olhos normais. Sam sentiu tanto ódio dentro dele que mesmo que fosse só uma humana qualquer, iria acabar com toda a existência dela. Estava com pronto para atacá-la quando uma fumaça negra e espessa saiu da boca da loira, que caiu a centímetros de Dean. Aí sim tudo voltou como um raio. A dor o consumia por dentro. Seu irmão, que era praticamente tudo na sua vida, pairava sem vida no chão. Cambaleante, se aproximou e abraçou o corpo ensanguentado de Dean, murmurando algumas palavras que eram baixas, mas o suficiente pra escutar. – Dean...
Com as palavras sem sentido que Sam dizia, foi voltando à sua consciência. Torcia para que tudo não tivesse passado de um péssimo pesadelo, mas só foi ver Sam abraçado ao corpo de Dean que o choro veio como uma onda, e de novo ela chorava como nunca havia feito antes. Engatinhou até Sam e apertou a mão de Dean, que estava encharcada de sangue. Sua roupa também já estava toda molhada de sangue. Sam soltou o corpo do irmão e puxou para um abraço. As lágrimas dos dois se misturavam, um consolava o outro, mesmo sabendo que isso nunca seria totalmente superado.
entrou na sala e seu coração se apertou ao ver a situação. Era tanto sangue, e e Sam se abraçando, num casulo de dor. Era horrível de se ver, por isso deixou tudo de lado e foi abraçar seu Sam. O puxou levemente e só foi respirar uma vez que Sam reconheceu o cheiro de e a abraçou de uma vez e com força. Ele precisava dela agora mais do que nunca.
Enquanto Sam e se abraçavam, um choro que antes estava alto se tornou silencioso e pessoal. apoiou a cabeça de Dean no seu colo e começou a alisar seu pescoço. – Tudo vai ficar bem, meu amor. Você vai ver. – Ela murmurava, sem resultado algum. A dor era tanta que ela se sentia dormente, seu choro silencioso só era quebrado com alguns soluços altos. Fitava os olhos verdes sem vida de Dean, enquanto tentava se acalmar. – Eu te prometo, nunca vou te esquecer, meu amor. Nem em mil anos.




Epílogo.

.


É claro que chovia. Até o céu parecia entender o que se passava. Até o céu chorava. E como não chorar, não é?
Éramos poucos, eu, Sam e , Bobby, duas loiras que se chamavam Jo e Elen. É a vida de um caçador, certo? Marcamos muita gente, mas poucas realmente consideram vir ao seu enterro.
Man, eu só queria ir embora. Não aguentava ver o nome dele escrito nessa lápide. Não aguentava mais ouvir Sam chorando, ou me olhando com aquela cara de ‘você está bem?’. Só queria ficar sozinha, eu só queria ele vivo. Não era pedir demais, era?
Mesmo se fosse, eu pediria. Eu imploraria para seja quem for, eu só precisava dele. E por isso gritei, gritei e gritei por Castiel e o filho da puta não teve a decência de dar as caras, nem no enterro, nem depois que ele morreu. Não conseguia parar de fitar o nome dele na lápide. Dean Winchester, o grande amor da minha vida. O homem que conseguiu acabar com o meu coração de gelo, e que me fez a mulher mais feliz do mundo em alguns meses agora estava aí, morto, enterrado e ele nunca mais salvará o dia.
Não pude nem beijá-lo uma última vez, nem acariciá-lo, ou o ouvir dizer que me ama. Mas aquele olhar... Ah, aquele último olhar, ao som das badaladas da pior noite da minha vida, conseguiu dizer tudo. Conseguiu mostrar tudo, eu pude ver o amor dele naquele olhar cheio de dor e medo. Pude ver todas as noites que passamos juntos, tudo.
Caminhei até a lápide e me abaixei, depositando um leve beijo na pedra fria, até que percebi que estava encharcada. Senti me dar a mão e sorri de leve, ou pelo menos tentei, enquanto ela me guiava até o carro. Dei uma última olhada para a sua lápide e sussurrei: - Eu sei, meu amor. – E adormeci, ao som do rádio de .

Carry on my wayward son
there'll be peace when you are done
Lay your weary head to rest
don't you cry no more.


FIM!



Nota da autora:OOIOIOIOI!
ACABOU, GENTE LINDA!
Espero que tenham gostado e que eu não tenha decepcionado ninguém com esse final.
Beijos, beijos, beijos!
Te vejo no grupo do fb!
rawr!


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