Escrita por: Kah Chaves e Rê Oliveira
Betada por: Lila Zardetto




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Capítulo 1 - "And here we go again..."


Mais uma manhã em que acordava com o despertador tocando. Levantou-se rapidamente e o desligou. Espreguiçando-se, foi até a cama de e puxou levemente o pé da amiga. Ela apenas mudou de posição e continuou a dormir.
- , amiga, acorda. Tá na hora da aula.
- Mentira sua. Mais cinco minutos, ... E aí vai ser a hora da aula.
- Mentira nada... - A amiga riu enquanto puxava toda a coberta da outra e ia em direção às janelas.
- Nem ouse abrir... - já era tarde, havia aberto as janelas do quarto e a claridade fazia apertar os olhos.
Desceram para tomar o café da manhã no refeitório. teimava em sair para tomar um tradicional café brasileiro, enquanto a queria ficar lá e comer "algo à moda inglesa". Quando estavam prestes a começar uma pequena discussão a respeito disso, o celular de tocou.
- Oi, ! – atendeu, sorrindo.
- Bom dia, . Então, estão no refeitório ou saíram para tomar café-da-manhã?
- Eu quero café brasileiro, mas a idiota da não quer sair daqui.
- A tá com preguiça de sair... Quer ir comigo até a cidade, atrás de um bom café?
- Ótimo! Manda ela descer e fazer companhia para a chata da . Te encontro na saída.
- OK! – desligou o telefone e se virou para a amiga esparramada na cama. - , acabei de falar com a . A vai ficar lá no refeitório comendo. Não quer fazer companhia para ela?
- Aí eu vou ter que andar até lá...
- Pelo amor de Deus, ! Você vai ter que se levantar daqui a pouco e ir para a aula! Tenho que te lembrar de que o nosso campus é o mais distante dos dormitórios?
- Tá, tá, tá...
A já estava impaciente na saída, quando chegou. Estavam prestes a sair, quando apareceu do nada.
- Esperem... Para onde eu tenho que ir mesmo? - chegou ofegante até as amigas.
- Encontrar a no refeitório, . - falou enquanto revirava os olhos. Depois de um rápido bom dia à outra amiga, tornou a entrar no prédio-dormitório.
- Refeitório, refeitório. - ia repetindo enquanto percorria os corredores em direção ao refeitório. Assim que entrou no amplo espaço que servia para os estudantes se alimentarem, tentou achar a amiga. Olhou atentamente cada canto do refeitório. Nem na fila para pegar comida ou na fila para pagar. Já estava com medo de ter se desencontrado dela, quando levantou a cabeça da mesa em frente à ela. A amiga estava com uma incrível cara de sono. O que não era estranho, tratando-se de . Ela sempre estava com cara de sono.
- Bom dia, ! - disse sorridente, sentando-se à frente dela.
- Bom dia. Posso dormir agora?
deu um pequeno sorriso. Levantou-se novamente e estendeu a mão.
- Me passa o dinheiro que eu compro sua comida para você. Enquanto isso, você pode dar um cochilo.
- Você é um anjo na minha vida, . - disse, pegando a carteira na bolsa e passando-a para a amiga.
"O que mesmo que a come? Eu me esqueci de perguntar... Bom, ela está dormindo mesmo..." pensava enquanto caminhava até a fila para pegar comida.

Enquanto isso, nas ruas outonais de Londres.
- , você fez a gente se perder... De novo. – começou a refazer mentalmente o caminho de volta para a faculdade.
- A gente não se perdeu... Sei que tem um restaurante brasileiro aqui nessa rua. – resmungava enquanto procurava pelo restaurante/pub que tinha ido na semana anterior.
- , daqui a pouco eu vou estar super atrasada para a minha aula. E a primeira aula é com aquele professor chato, então pára no primeiro restaurante aberto que você encontrar e vamos comer.
- Calma, ! Não precisa se estressar só por causa de uma aulinha à toa.
- . É a aula com o meu professor mais chato... E como eu disse para a agora à pouco... O campus de Jornalismo é o mais distante! Você não se preocupa porque o campus de Fisioterapia é logo ao lado do dormitório...
- Olha ali o restaurante brasileiro que eu disse!
- Ótimo! Peça dois cafés para viagem. Te espero aqui no carro.
- Você tem que aprender a curtir mais a vida, . – disse, saindo do carro e indo até o interior do restaurante.
Voltou alguns minutos depois, em suas mãos o tão desejado café brasileiro. mal deixou se ajeitar no banco, já foi mandando a amiga correr de volta para a universidade.

Tom se levantou cedo. Arrumou-se para poder assistir às aulas, pegou os materiais e, o único sinal de vida que seu amigo Harry, com quem dividia o quarto, deu, foi olhar para ele, bocejar e voltar a dormir. Thomas sorriu. O amigo tinha essa folga. O campus dele era logo ao lado.
No caminho até o refeitório, encontrou com o amigo Dougie.
- Dia, Poynter. O que foi que aconteceu com você para madrugar desse jeito?
- Nada. Só não tava com vontade de ficar na cama.
- Quem é você e o que fez com Dougie Poynter?
- Haha. Não teve graça.
- Mas fala aí, cara. O que foi que você fez ontem? Sumiu.
- Passei na seleção de monitoria. Ontem foi o primeiro dia.
- Quantos pontos extras você tá ganhando com isso?
- Uns bons, viu, cara? Porque os calouros de engenharia desse ano parecem que não sabem nada de cálculo.
Conversando, os dois alcançaram o refeitório daquele prédio. Apressaram-se até a fila que começava a encher e se serviram. Já tinham pagado e estavam em uma mesa comendo, quando Harry e Danny apareceram juntos. Danny chateado e Harry bravo.
- O que você fez com o Judd para ele chegar até aqui com essa cara de cu, Danny? - Dougie perguntou, mordendo um pedaço de seu pão.
- Eu acordei e vi que você não tava na sua cama, Dougiezinho...
- Pára com essa coisa de veado...
- Então, eu desesperei. Você sempre demora um século para acordar... Aí eu fui atrás do Harry.
- Ele me acordou falando que marcianos haviam te raptado durante a noite. – disse Harry, ainda nervoso, pegando alguns bacons do prato de Tom e comendo. – Marcianos!
- Danny, eu já te disse que os aliens só abduzem alguém que está em um milharal. – Dougie dizia, sacudindo o garfo na frente do amigo.

- , por que parece que você está com mais sono que o normal?
- Ai, , é aquele professor chato de Sistemas Estruturais. Ele passou um conteúdo no começo da semana, que a gente teve que estudar para uma prova que vamos fazer HOJE! Na primeira aula!
- Ixi, amiga! Então, trate de ficar acordada. Porque parece que você vai dormir em cima do seu prato.
- Eu posso lidar com o sono. Você vai ver. – Terminou de mastigar e foi se levantando. – Vamos? Vou te acompanhar até a maior parte do seu caminho para você não se perder.
- Eu não me perdi ontem! O prédio que mudou de lugar!
- Claro... O prédio de Jornalismo, Publicidade e Propaganda e Direito INTEIRO deu um salto e ficou do outro lado do campus.
- Foi sim! Você acredita em mim, né?
- Vamos deixar isso quieto, . Tenho uma prova agora e estou morrendo de medo.
As duas foram caminhando até a parte mais distante do campus, onde se encontravam os prédios que elas pegavam aulas.

- Então, vou indo nessa, que eu não tenho mais horário vago na sexta. – Dougie disse, levantando-se. - O professor de cálculo é professor, também, no curso de Arquitetura e me falou para ir à sala dele agora. Só espero que não seja nada que envolva aqueles metidinhos.
- Cara, não sei do que você reclama. – começou Danny. - As alunas de Arquitetura são as mais...
- Irritantes.
- Eu ia dizer gostosas. Já deu uma olhada nas minhas colegas de Administração?
- Vamos concordar, Dougie. – completou Tom. – No nosso prédio não tem quase nenhuma menina que faz Engenharia ou Ciências Aeronáuticas ou as outras Engenharias, ou Química, Física ou Matemática... Só sobra para a gente apreciar as de Arquitetura.
Dougie deu um sorriso safado.
- Elas podem ser metidas, mas vocês têm razão. Elas são gostosas.
- Vamos, Dougie. Não quero atrasar para a minha aula. – Tom levantou, pegando os materiais. – Vejo vocês no almoço, gays.
- Então, viadinho, vou indo também, porque tenho treino de rúgbi no primeiro horário. – Judd falou enquanto se levantava e terminava de beber seu suco.
- Ah não, cara, como eu vou chegar à minhas aulas? Hein, dude? Você foi o último da mesa, tem que me levar até lá... – Danny começou a dar seu costumeiro “piti” do café-da-manhã.
- Danny... – Harry falou enquanto revirava os olhos. – Isso era no seu primeiro semestre, agora você já sabe se virar sozinho. – Harry falou e saiu, deixando Danny sozinho a mesa.

Minutos depois...
-Prédio de Administração... Onde fica mesmo? Ah! Por aqui... – Danny entrou na primeira saída que encontrou e seguiu em frente. – Sempre em frente, esse é o meu lema, porque eu sou o super Danny Jones... Não preciso desses caras, sei me guiar sozinho.
Então, ele passou por uma plaquinha que informava: Saúde.
Prédio de Saúde? Como eu vim parar aqui? Ah... Eu me perdi novamente. OK. Para isso existem os celulares, Jones... Vamos ligar pra alguém vir nos buscar! Não... Eles vão me zoar novamente. Vou provar que consigo me virar sozinho. Ok... Só retornar de onde viemos, que foi... Opa... De qual lado eu vim?
Danny olhou em volta e percebeu um grupo de garotas, que andavam apressadas, e decidiu pedir informação.
Certo, Jones, use o seu sorriso sedutor, elas se amarram nisso.
- Com licença, eu acho... – sorriso bobo. – Que me perdi, onde é a saída daqui mesmo?
- Para qual prédio você quer ir, lindinho? – Uma das meninas falou como se estivesse se dirigindo a uma criança perdida. “Eu não sou uma criança!” Danny pensou, inconformado.
- Prédio de Administração.
A outra garota respondeu com o mesmo tom de voz.
- É só você voltar direto por aquela porta, daí você volta para a praça, a terceira entrada saindo daqui, é a sua. – As meninas sorriram e deram as costas ao Jones, ele esboçou um obrigado e voltou correndo pelo corredor que elas indicaram.

- Tchau, , boa aula. – Despediu-se , quando elas alcançaram a praça que ficava no meio do campus. – E lembre-se de que se o meu professor falar merda, a culpa é toda sua.
- Tá, tá... – deu as costas para a amiga e foi correndo em direção à entrada de seu prédio.
Esbarrou em um garoto que ia saindo correndo.
- Hey! – ele reclamou do chão, onde ele caíra. – Pronto! Agora me perdi. Você vai ter que me levar até o prédio de Administração agora!
se levantou e pegou suas coisas. Olhou para o cara em quem esbarrara e quase riu, lembrando-se de .
- O prédio de Administração é aquele. – ela apontou. – É só contar... Um, dois, três. O um é o de Arquitetura, o dois é Jornalismo e o três é Administração.
- Ah tá! E o quatro é Relações Internacionais?
- Isso!
- Valeu! – ele disse, dando as costas e saindo correndo.
- Hey! Garoto!
Ele virou-se para ela.
- Seus materiais. Ainda estão no chão.
- Ah é... – catou os materiais e foi correndo até o prédio onde, entre diversos cursos, ficava o dele.
deu a volta e entrou no bloco de Fisioterapia.

No almoço...
- Meninas, eu esbarrei em um cara hoje que é a versão masculina da ... Hahaha. – se jogou em uma das cadeiras da mesa, onde as amigas já estavam sentadas. – Acredita que o menino estava perdido no prédio da Saúde e tinha que ir para o de Administração?
- Haha. Pior foi eu, que tive que levar a até o prédio dela, senão ela estaria perdida. – falou com a boca cheia.
- Esse cara não deve ter amigos... Sorte sua que nós existimos, . – falou, dando um leve tapa na testa da amiga, que já olhava com uma cara brava para as amigas.
- Vocês podiam parar de falar de mim como se eu não estivesse aqui. E, além do mais, eu não me perco à toa e nem sou desastrada a esse ponto... E... E... E... – ela começou a gaguejar enquanto as amigas estavam tendo crises de riso. – Suas bobas! – começou a rir com as amigas.
- Então, , como foi a prova? – lembrou-se .
- Um saco. Muito difícil. Se tirar 4, estou no lucro.
- E quanto valia? – perguntou .
- 10. – deu de ombros, como se não se importasse muito.
- Aiaiaiaiai, ! Já não vai começar com essa de não se importar com as notas! – começou com o sermão. Das quatro amigas, era a mais preocupada com as notas. – Você sabe que pode acabar se ferrando. Quer ter que fazer um monte de trabalho no final do ano para que não reprove?
- ! Tá tudo no esquema! – disse , com um sorriso no rosto.
- Que esquema?
- Ah! – lembrou-se . – O professor dela vive passando trabalhos não obrigatórios para a turma e, quem os faz completos, ganha uma nota adicional.
- Isso mesmo! – confirmou a garota, dando um aceno com a cabeça como se dissesse “Eu estou certa!”
- Isso vai dar merda, . Escuta o que eu estou falando...
- Você é muito negativa, . – retrucou .
- Realista. É diferente.
se limitou a estender a língua para a amiga.
- ALIIII! – Exclamou , de repente.
- Ai. O que foi? – reclamou , que tinha recebido um tapa na cabeça quando a amiga gritou.
- A sua versão masculina. Bem ali. – ela apontou discretamente.
Todas viraram o rosto ao mesmo tempo.
- Tadinho. Ele não deve mesmo ter amigos. Ele está tão sozinho! – comentou .
- Eu nunca o vi por aqui. Mas também, nesse dormitório deve ter um trilhão de alunos. – disse exageradamente.
Então, viram quando um cara loiro apareceu e saiu puxando o amigo em direção à saída.
- Tá explicado porque nunca o vimos por aqui. – Disse . e concordaram.
- Por quê? – perguntou .
- Porque esse não é o refeitório do dormitório dele, . Ele deve ser de outro prédio e entrou no errado. – explicou muito calmamente.
O rosto de se abriu numa expressão de compreensão.

Enquanto isso, arrastando o Danny...
- Hey, Danny, incrível a sua capacidade para se perder, hein? – Dougie começou a rir do amigo enquanto saía do refeitório em que estavam e se dirigia ao deles.
- Eu não estava perdido. – Danny tentou, em vão, defender-se.
- Ah é! Esqueci que você faz essas coisas de propósito. – Dougie revirava os olhos e ria do amigo, que fazia uma cara enfezada.
- Opa! – Harry chegou dando um pulo nas costas de Danny, que se esborrachou no chão. – Se perdeu de novo, Danny boy?
- Eu já disse que não me perdi! – Danny aparentava estar ficando irritado com os amigos, mas no fundo queria rir, eles tinham razão.
- Ele foi parar no refeitório ao lado. Pelo menos, não tive que andar muito pra encontrá-lo.
- Uai, o Tom perdeu a paciência de vez com o Danny, então. Geralmente, é ele quem sempre vai buscar o Jones. – Harry falou, ajudando Danny a recuperar o material caído no chão... O amigo ainda estava atrapalhado.
- O Tom está estressado com um trabalho que precisa entregar. Sem paciência para o Danny hoje.
Logo que chegaram ao refeitório, foram até a mesa deles.
- Hey, Tom, adivinha? – Harry se sentou à mesa, rindo.
- O Danny foi parar fora da faculdade? – Tom levantou a cabeça dos papéis espalhados na mesa do almoço e esboçou um sorriso.
- Não. No refeitório ao lado, estava lá com cara de tonto, procurando nossa mesa. – Dougie falou rindo.
- Essa é a melhor parte do almoço, quando vocês agem como se eu não estivesse por perto... – Danny se jogou em uma cadeira, deixando cair todo o material no chão novamente. – Eu conheci uma garota hoje... – ele começou a falar, mas foi interrompido pelos amigos.
- Uau... Ele conheceu uma garota. – Tom começou, sendo irônico.
- Você se certificou que era mesmo uma garota? – Harry falou rindo.
- É, Danny, podia ser um cara... Se você só olhou para o cabelo, então... – Danny o interrompeu.
- Era uma menina! Ela me mostrou onde era o meu prédio.
- Ah! Então, você se perdeu no café da manhã também? – Tom falou rindo e foi acompanhado pelos outros amigos.
- Eu não me perdi, eu só entrei no lugar errado.
- Clássico. – Harry falou, mastigando um pedaço de carne sem a menor cerimônia.

- Eu estou com um tempo livre no primeiro horário, quem vai me fazer companhia? – olhou para as amigas com um olhar digno de Gato de Botas do Shrek.
- Sem chance! Tenho uma aula que não dá para faltar. – disse e olhou para . Antes que a amiga abrisse a boca, concluiu. – Nem pense nisso, , você não vai matar aula.
- , por favor? – apelou para .
- Xiii, , eu preciso terminar uma maquete, amiga. Se você quiser, pode me ajudar. – a amiga sugeriu. Pensou melhor, lembrando-se do quanto era desastrada com trabalhos manuais, e disse rapidamente. – Melhor não, eu preciso de nota boa nesse trabalho...
- Hey! O que você quer dizer com isso? – reclamou, com falsa indignação.
- Eu não quis dizer nada, amiga. Apenas me lembrei daquela maquete que você quis me ajudar a fazer e... - fez uma pausa. Respirou fundo como se estivesse segurando lágrimas. - Eu tirei 7.
- O que é uma nota muito boa, tá?
- EU SÓ TIRO 10 NAS MINHAS MAQUETES!
- Amiga, olha o drama! Por favor! Eu estou sem nada para fazer!
- Vá estudar.
- Não quero! É chato! - falou com voz manhosa.
fitou a amiga. Respirou fundo, sabendo que ia se arrepender mais tarde.
- Tá bom! Você pode me ajudar a terminar a maquete. - começou a fazer uma dancinha da vitória, estranha, em sua cadeira. - DESDE QUE... - continuou a falar. - Você me ajude a medir o campo de rúgbi.
- Ah, não. Para quê?
- O trabalho é fazer uma maquete nova da universidade, para ficar no prédio da reitoria. Quem fizer a melhor maquete, ganhará uma big nota, pontos extras, um pequeno bônus e a maquete vai substituir a que tá lá. Que é bem velha.
- Então, não é obrigatório?
- Hey! Eu preciso de nota, tá? Quanto mais nota eu ganhar no começo do ano, mais tranquila eu vou estar no final.
- , se você se aplicasse do começo ao fim, não apenas no começo ou apenas no fim, você formaria com uma das melhores notas da sua turma e com honras.
- Não, ... Esse papo chato de novo não! - fez uma careta de descrença.
- Tá bom, . Você quem sabe. Vamos, ...
- E a sobremesa? Temos meia hora antes de ir.
- Eu quero chegar cedo. Quero ver se falo com o professor antes da aula.
- Tá bom. - levantou e pegou o material.
- Tchau, meninas, boa aula!
- Tchau. - despediram-se as duas ao mesmo tempo.
- Vamos também, então, ?
- Vamos.

- E aí, Dougie, o que aquele professor queria? - perguntou Tom, sem levantar o rosto de seus papéis.
Dougie fechou a cara na hora.
- Eu disse que era algo relacionado àqueles chatos da Arquitetura.
- E era...?
- Puff... Parece que tem uma garota que tá indo realmente mal em cálculo estrutural, aí eu vou ter que dar monitoria para ela.
- E quem é ela? - perguntou Harry.
- Nem sei. A turma dela tava entrando para fazer uma prova na hora que eu saí de lá. Pode ser que eu tenha cruzado com ela. Além do mais, ele nem tinha falado para ela ainda. Ele disse que ia esperar o resultado da prova dela.
- Pensamento positivo... Ela pode ser gostosa.
- Danny... Você só pensa se a garota é gostosa ou não. - Harry comentou, segurando o riso.
- Não é verdade! Se bem que a garota que me ajudou hoje mais cedo era bem gostosa.
- Tá vendo? - Harry começou a se levantar. - Vou indo, galera. Tenho aula chata agora.
- Falou, cara. - Os três falaram ao mesmo tempo.
- Hey. Mais tarde rola um ensaio?
- Claro! - Danny confirmou. - Lá no prédio de música?
- Danny... - lembrou Dougie. - O prédio de música é o seu prédio.
- Ah é!

- Hey, , olha que legal... – disse, correndo pelo campo.
- Ow, doidinha! Volte aqui. Você me mata de vergonha. – a amiga disse, rindo da outra, que voltava correndo em sua direção.
- Temos que medir isso aqui tudo? – disse, abrindo os braços e girando.
- É... Pare de fazer isso. – a amiga ria.
- Olhe, eu sou a . – ela disse, fingindo um falso tropeço no ar e se jogando no chão.
- Vou contar isso para ela, pode deixar.
- Não... Ela vai me bater.
- , você pratica Artes Marciais e a é lerda, do que você tem medo?
- Ela é forte... E eu sou só um bebê. Hunf! – fez uma expressão de medo, totalmente falsa.
- Ok, vamos começar a medir logo.
- O que eu faço? – cogitou a hipótese de deixar a amiga ajudá-la a medir, depois pensou no quanto as medidas eram importantes e achou melhor dar uma tarefa mais fácil para a amiga.
- Você só anota o que disser, ok? Se não ouvir direito, pergunte. Anote EXATAMENTE o que eu disser.
- Certo. Eu sou um gênio. – a pegou o bloco de notas e seguiu atrás da amiga, que já começava as medições.

"Ok. Cálculo Estrutural, eu adoro matemática, vamos lá, o que temos para o papai aqui hoje?" Dougie pensava enquanto conferia a lista que o professor estava distribuindo para os alunos.
- Então, pessoal, confiram a lista que dei pra vocês. Ela é basicamente sobre o que eu passei na aula passada. Preciso que vocês calculem o peso da estrutura e a considerem na hora de escolher qual, dentre os materiais sugeridos, é o ideal. Quero ela pronta até o final da aula. Valendo nota. – O Senhor Carter disse, sentando-se e ignorando algumas caras desesperadas.
Algum tempo depois, Dougie entregava seu exercício pronto ao professor e foi dispensado da aula.

Danny, para variar, estava viajando lindamente na aula, até que ouviu a palavra “Trabalho” dita pelo professor.
- Hey, Sam. O que tá acontecendo?
O colega riu, sabendo o quão desatento Danny era.
- Vamos nos separar em grupos de 5. Seremos uma empresa. E teremos que criar uma estratégia funcional para que a empresa sobreviva ao mercado.
- Ah tá. Vamos eu, você, o John...
- A Camille e o Nick.
A garota, Camille, escreveu o nome de todos numa folha e entregou ao professor, que logo voltou a explicar como seria o trabalho e em quais direções eles teriam mais sucesso, caso seguissem aquele caminho.

- Veremos o quanto vocês se lembram das primeiras aulas de Teoria do Vôo. Hoje o tema é helicóptero. Autogiro?
Tom levantou a mão rapidamente.
- Senhor Fletcher.
- O rotor gira livre sobre um eixo. E um grupo moto-propulsor gera a tração necessária para provocar a translação do aparelho. Esta translação provoca a rotação do rotor, que por sua vez, assegura a sustentação. Não realiza vôo verticalmente nem parado.
- Ótimo! E o Girodino?
Katherine levantou a mão.
- Senhorita Summers.
- O rotor é acionado por um motor e só assegura a sustentação. A tração para criar o deslocamento à frente é obtido por um grupo de moto-propulsor. Ao contrário do autogiro, é possível realizar vôo vertical.
- Correto!
Ela deu um sorriso de convencimento e se virou para Tom.
- Então, Tom. O que acha de irmos a um pub hoje?
- Tenho ensaio hoje, Katherine. E você sabe que não vai acontecer mais nada entre a gente.
A garota rolou os olhos em desdém.
- Tommy, esqueça aquilo. Já faz tempo!
- Foi ano passado e nós namorávamos. Agora, se não se importa, quero ouvir o que o professor está falando.
Ela cruzou os braços, bufando, e tornou a prestar atenção à aula.

- Professor, eu tive uma pequena dúvida. A Liga das Nações, o décimo quarto ponto de Wilson, foi então uma precursora da ONU?
- Exatamente, senhor Judd. Mas fracassou, uma vez que o congresso estava cético enquanto Wilson discursava sobre uma paz perpétua. O que faz um país se desenvolver, meus queridos, é a guerra. Após a Primeira Guerra Mundial, nosso país estava quebrado, França também estava, Alemanha... Estados Unidos aprendeu com isso que eles se desenvolvem quando há guerra. Com isso, como o Congresso podia aceitar uma Liga das Nações e a paz perpétua de Wilson, quando eles desejavam que o país fosse a maior potência do mundo?
- Por isso que o Congresso se recusou a ratificar o Tratado de Versalhes, que criou a Liga das Nações baseado nesses quatorze pontos? - tornou a perguntar Harry.
- Não se sabe por que o Congresso se recusou, mas foi justamente por causa da recusa que os Estados Unidos não fizeram parte da Liga das Nações, que, com a 2ª Guerra Mundial, foi dissolvida em 46, por não conseguir manter a paz mundial, que era a sua função.
Harry anotava atentamente cada palavra dita pelo professor. Tinha que manter boas notas para continuar fazendo parte do time de rúgbi e tinha que continuar no time de rúgbi para ter a bolsa integral. Simples, fácil.

Mais uma aluna se levantou e entregou a folha para o professor. começava a desesperar. O professor queria que eles fizessem uma dissertação sobre “A Produção Jornalística e os Sistemas Econômicos e Políticos”. Ela estava realmente se desesperando. A cada minuto, a sala ficava mais vazia.
escrevia despreocupadamente, a folha quase inteiramente preenchida. Viu a amiga desesperada ao seu lado. Assinou a folha e, antes de se levantar, cochichou para ela:
- Não fica tão tensa! Se acalma que vai fluir que é uma beleza.
fez uma careta para , mas resolveu seguir o conselho da amiga. Respirou fundo e começou a relaxar. A mão passou a deslizar mais rapidamente pela folha. Enquanto isso, se sentava no chão do corredor, do lado de fora da porta, esperando a amiga.

- ... Posso colar esses palitinhos aqui? – estava com a mão cheia de palitos e um tubo de cola, olhando sorridente para a amiga.
- , quantas vezes eu preciso te dizer que não vou precisar desses palitos? – já começava a demonstrar impaciência, não sabia de onde a amiga tirava tanta bobagem nessas horas.
- Mas vai ficar mais bonito. Olha! Assim vai parecer Hogwarts. – a amiga fez uma torre de palitinhos, não resistiu e riu.
- Certinho, depois eu deixo você brincar com isso. – sorriu enquanto tomava os palitos e cola das mãos da .
- Hey, não fala como a mamãe. – estava tentando pegar de volta as coisas, mas como era maior, segurou tudo bem no alto e, por mais que tentasse , não a alcançava.
- , o que você está fazendo com a tampinha? – entrou, seguida por , no quarto das amigas.
- , ela não quer me dar meus brinquedos! – fez um biquinho e todas começaram a rir.
- Seus brinquedos? Isso é o meu trabalho. – falou, sorrindo.
- Tá, tá, você nem me deixa ser feliz. – olhou com olhinhos pidões para a .
- , pergunte para a quem ela estava imitando hoje.
- Ah, , você prometeu que não ia contar.
- Hahaha... Do jeito que eu a conheço, posso apostar que ela estava imitando a . – se manifestou.
- Me imitando? – perguntou, indignada.
- É mentira, ! Intriga da oposição! Tudo para você não me ajudar a pegar meus “brinquedos”. – falou, cruzando os braços e fazendo bico. As amigas não aguentaram, todas começaram a rir.
- O que você tem, , para estar com essa cara? – perguntou.
- Nada, só um texto que eu fiz que ainda acho que poderia ter feito melhor.
- Relaxe um pouco. – falou, jogando-se na cama de . – Você se preocupa demais.
- É, e ainda se preocupa à toa. Você é mais estudiosa do que todas nós juntas. Bom, eu vou indo, tenho reumatologia agora. – levantou, guardando as coisas de , que ela tinha começado a espalhar.
- Obrigada, Senhor, obrigada! – sussurrava baixinho.
- , mande-a parar. – sorriu e pegou sua mochila. – Fui, meninas. Hoje à noite, jantar brasileiro? Por favor?
- Vou pensar no seu caso, hoje pela manhã você perdeu a gente. – comentou, sorrindo.
- Hey, eu não sou a ! Ela que se perde. Eu sempre sei para onde estou indo. – retrucou já do corredor, dando tchau às amigas.
- Me tire dessa... Eu nunca me perco, só vou pelo caminho errado. – revidou, mas a amiga já estava longe.

- E aí, caras, como foi a aula? – perguntou Tom, chegando até onde os amigos estavam, no corredor.
- Tranquilo. – respondeu Dougie, sentado no chão, com a cabeça encostada na parede e olhos fechados.
Danny e Harry, que jogavam um jogo de baralho qualquer no chão, apenas confirmaram com a cabeça, concentrados no jogo.
- E só estavam me esperando?
- Não. Parece que tá tendo uma aula no estúdio que ficam nossos instrumentos. – Harry respondeu.
- Ah tá. – Tom se encostou à parede e lentamente deslizou até o chão.
Dougie abriu os olhos e olhou para o amigo.
- Você parece cansado.
- Katherine.
- Foi atrás de você de novo? – perguntou Danny, jogando uma carta no monte e fazendo uma cara de vitória.
- De novo. – suspirou cansado. – Será que ela não cansa?
- Você ainda gosta dela.
- Não, Dougie, eu não gosto.
- Tá, tá, tá... Mas eu acho que sim.
- Cala a boca. – Tom retrucou, cansado, olhando para a porta que se abria e um grupo de alunos saía.
- Ganhei! – Harry descartou a última carta e fez uma dança da vitória, enquanto Danny tentava entender como uma carta, que minutos antes estava em sua mão, ajudara Harry a ganhar.

À noite...
- Vamos comer fora hoje, guys? – Harry saiu animado do ensaio, ensaiaram por muito tempo e estavam mortos de fome.
- Comida mexicana, eu quero comida mexicana. – Danny disse, sendo empurrado pelo Tom.
- Comida de verdade, à moda inglesa. – Harry resmungou.
- Comida, gente! De qualquer tipo. Estou morto de fome. – Dougie reclamou. Ficava mal-humorado quando estava com fome.
- Então, vamos para um restaurante qualquer. A gente entra no carro e o primeiro restaurante que a gente encontrar, a gente desce. – sugeriu Tom.
- Fechou, então. Daqui a meia hora no estacionamento? – Harry perguntou, flexionando os músculos do braço.
- Tá! – disseram Dougie e Danny ao mesmo tempo.
- Danny, quer apostar que eu chego no quarto primeiro que você? – disse Dougie, já correndo na frente do amigo.
- Hey! Você saiu primeiro... Não vale! – reclamou Danny, correndo para a direita.
Tom e Harry, que estavam logo atrás dele, chamaram-no, confusos.
- Que foi? – Danny se virou, nervoso.
- O dormitório é para lá! – eles apontaram para frente deles mesmos que, no caso de Danny, era à esquerda dele.
- Eu tava pegando um atalho.
- Sei...
- Espera aí, Dougie! – gritou Danny, agora correndo na direção certa.
- Ah! Lá vão nossos meninos. – disse Tom, jogando um braço ao redor dos ombros de Harry.
- Eles crescem tão rápido! – concordou o moreno, antes de se afastar de Tom e dar um tapa na nuca dele. – Tá doido, mané? Me tira dessas gayzices de vocês.
- Harry, meu amor, me espera! – Tom gritou, correndo atrás do amigo, que fugia dele.
Meia hora depois, eles se encontraram no estacionamento, em frente ao carro de Tom.
- Vambora, cambada. – Disse Tom, sentando no banco do motorista.
E eles entraram no carro, fazendo o máximo de bagunça possível.

- Então, coma um prato com arroz com piqui, feijão e um bife. – sugeriu .
- , se eu quiser comer isso, volto para o Brasil e como lá. – disse , sem levantar os olhos do cardápio. – E devo lembrar que eu sou alérgica à piqui?
- E feijoada? – foi a vez de falar.
- Porco. – retrucou , ainda procurando algo que ela comesse no cardápio.
- Ai, , deixa de ser fresca. Escolhe qualquer coisa e pede logo! Falta só o seu pedido. – reclamou, impaciente.
- Chata. – falou, mostrando a língua. Virou-se para o garçom que aguardava, com um sorriso, achando graça da conversa das meninas. – Um prato de macarronada com molho e almôndegas.
- Isso é um prato italiano... – tentou .
- E daí? Tem macarrão no cardápio... E também tem almôndegas... É só unir os dois.
- Tudo bem, senhoritas. E para beber? – o garçom perguntou, recolhendo os cardápios.
- Refrigerante. – Disse . – Para as quatro! – olhou severamente para e , que já combinavam pedir alguma bebida alcoólica muito louca que as duas adoravam.
- Mas, ! – disseram juntas. – É sexta, sexta! Party, party. Fun fun fun fun. – completou , fazendo as amigas rirem.
- Não quero saber. – respodeu , recuperando-se das risadas. – Você tem uma maquete para terminar esse final de semana... Não quero ficar ajudando ninguém a se curar de uma ressaca. E você tem que estudar, . Tem prova segunda.
- Boba! – retrucaram as amigas ao mesmo tempo.
- AH! – gritou , de repente. – Vocês não sabem o que essa poia da me fez passar hoje.
- O que foi? – perguntaram e ao mesmo tempo.
- ... Deixa quieto!
- Você tinha prometido que não ia contar para a que eu a imitei ... Agora eu conto isso.
bufou, cruzando os braços e tomando um gole de seu refrigerante, que o garçom acabara de trazer.
- Então, estávamos nós, felizes, alegres e saltitantes...
- Você estava “feliz, alegre e saltitante”, eu estava normal. – cortou .
- Fazendo as medições do estádio de rúgbi...
- Eu fazia as medidas, você apenas anotava.
- Quando já tínhamos medido metade...
- Eu tinha medido metade do primeiro lance da arquibancada do setor A. O que é uma pequena parte.
- Vai ficar me cortando o tempo todo?
- Só quando você passar informações erradas.
- , fica quieta, deixa a contar. – disse , querendo saber o que tinha acontecido.
- Então, como eu dizia... Estávamos medindo, quando o treinador do time de rúgbi chegou, perguntando o que estávamos fazendo. A respondeu que ela tava medindo para a maquete lá que ela tem que fazer. E sabem o que o treinador disse?
- O quê? – perguntou , recebendo alegre o seu prato que acabava de chegar.
- Que no prédio da reitoria tinha uma planta com todas as medidas, de todo o campus. Que era só ela ir lá e fazer uma requisição, que eles davam uma cópia para ela. Então, a gente correu lá, pegou cópias da planta e a me fez ir com ela até uma papelaria cara da cidade, para comprar um monte de papel estranho que custou uma fortuna!
- Não sei do que você tá reclamando, não foi você quem pagou.
- Você é uma besta. – falou .
- E você é uma... Chata!
- Idiota.
- Baixinha!
- Não vale apelar para a minha altura!
- Mas você é baixinha! Não posso fazer nada.
- Boba, boba, boba!
- Crianças, não briguem. Vocês estão constrangendo a mamãe. – Disse , passando a mão na cabeça das duas amigas.
As duas sorriram para ela, angelicais. Receberam de , em seguida, um cascudo na cabeça, cada uma.
- Hey! – reclamaram, massageando a cabeça.
- Isso é para aprenderem a não me fazer passar vergonha no restaurante.
- Lei Maria da Penha nela, . – clamou .
- . Essa lei só vale no Brasil. – lembrou a morena.
- Ah, droga! Injusto.

- Pronto! O primeiro restaurante que a gente achou! – disse Tom, desligando o carro e descendo dele.
- E por que você deu uma volta gigante ao invés de vir pelo caminho normal, Tom? – questionou Harry, fechando a porta depois de sair.
- Porque eu já to cansado dos restaurantes daquela avenida lá.
- E... – disse Dougie, saindo e pulando nas costas de Danny.
- Provavelmente, a Katherine não virá me procurar por aqui. – disse vencido.
- SABIA! – gritou Danny. Então, recebeu olhares incrédulos dos amigos. – Não... Na verdade, eu não sabia.
- Deixa de ser tapado, cavalinho, e vamos logo para o restaurante.
Danny foi andando com Dougie nas costas até a entrada do estabelecimento.
- Hey, Tom! Que tipo de comida servem aqui? – perguntou Danny, antes de abrir a porta.
- Comida brasileira! Muito bom! – ele respondeu com um sorriso, fazendo um carinho no estômago, ansioso para se alimentar.

Capítulo betado por Isabela H.


Capítulo 2 - "Life is a bitch and so are you."


- , não sei por que você insiste em nos fazer estudar, sabe? É CHATO DEMAIS! – reclamava , vendo a amiga comer seu feijão verde com creme de leite, queijo coalho, creme de nata e maionese acompanhado de camarão.
mastigava calmamente sua comida, que consistia em arroz e ovo, escutando a conversa das amigas. Quando então, engasgou com um grão de arroz.
- ? – perguntou dando pequenos tapas nas costas das amigas. – , MEU BEM! NÃO VÁ PARA A LUZ!
Terminando de tossir, olhou para a amiga.
- Não precisava deixar um roxo nas minhas costas.
- Você tava morrendo!
- Tava não.

Os meninos se encaminhavam para a mesa deles quando passaram para uma mesa com algumas meninas. Uma delas começou a se engasgar do nada.
- Olha, Danny! – Tom deu uma cutucada no amigo. – Aquela morena ali parece a sua versão feminina!
Danny olhou para ela atentamente.
- Mas ela não parece comigo. O cabelo dela é castanho claro e é lisinho. E ela tem... você sabe... – fez gestos na frente do peito, sinalizando seios.
- Eu não estou falando disso, anta ambulante. – Tom falou dando um tapa na nuca do amigo, enquanto puxava a cadeira e se sentava. – Quero dizer que ela parece ser tão lerda quanto você.
- Hey! O tapa doeu. – reclamou, massageando a nuca. – E eu não sou lerdo!
- É sim! – os amigos concordaram, dando risadas.
- Ok. Já estamos aqui. – Harry falou, recebendo um dos cardápios que o garçom lhes trouxe. – O que eu vou comer, hein Tom? Como vamos saber o que pedir, dude?
- Comida. – Danny respondeu genialmente – Lógico, né Harry? Dart. Depois eu que sou o lerdo.
- Hey tapado, o Harry quer saber que tipo de comida nós vamos pedir. Lerdo – Tom revirou os olhos enquanto ria.
- Vou querer isso aqui ó. Fei-jo-a-da! – Dougie leu pausadamente para o garçom, que riu.
- Se me permite uma opinião, senhor, não é o melhor prato para o jantar.
- Por quê? – Dougie o olhou, intrigado.
- Porque é muito pesado, melhor para a hora do almoço.
- Tom, o que você pedir eu quero. Desisto desse cardápio. – Harry falou jogando o cardápio na mesa.
- Deixa de besteira, Harry. - Dougie falou, se divertindo. - Vamos na sorte. Moço, o número que a gente falar corresponde ao pedido.
- Vocês têm certeza?
- Claro! Vamos viver perigosamente.
- Tudo bem...
- 20 para mim, 16 para o Tom, 51 para o Danny e 34 para o Harry.
Minutos depois e pedidos feitos, os garotos receberam suas bebidas, caipirinha à moda da casa.
Danny estava bebendo sua caipirinha feliz, ouvindo uma piada que Dougie contava, quando viu uma morena se levantando da mesa acompanhada por uma garota de cabelos castanhos e com um lindo dourado nas pontas. Elas estavam rindo enquanto conversavam com as amigas, ainda de pé. Ele ficou encarado a morena por alguns segundos, até que a mesma olhou pra ele, sorriu e acenou. Ela ainda cochichou algo com a amiga e âmbas soriram enquanto olhavam dele, para a mesa em que estavam.
- Hey dudes! Olhem! Foi essa menina que esbarrou em mim hoje de manhã. – Danny falou apontando para a mais baixinha das duas.
- Uau! Gostosas! – Harry disse olhando na direção das meninas.
- Mentira que o lerdinho aí, esbarrou nessa garota? – Tom falou dando uma checada geral nas meninas.
- E querem apostar que o idiota nem se apresentou? – Dougie disse, olhando fixamente para a garota com mechas californianas no cabelo.
- Não. Mas eu posso fazer isso agora. - ele começou a falar enquanto se levantava.
- Deixa de ser tapado, Jones... – começou Dougie.
- Você nunca vai atrás de alguém num restaurante. – completou Harry.
- Por quê?
- Porque as pessoas estão aqui para comer, não para serem... - começou Harry.
- ...comidas. - completou Dougie, com um sorriso safado.
Harry rolou os olhos antes de dar um tapa na cabeça do amigo.
- Não. Não para serem perturbadas por um tapado sem senso nenhum de direção.
Tom começou a rir do nada.
- O que foi? - perguntou Dougie, ainda emburrado com Harry.
- É que eu estou imaginando o Danny com a versão feminina dele... Pobres criancinhas lerdinhas...
Os outros dois amigos riram.
- Que criancinhas lerdinhas?
- Os filhos de vocês dois!
- Mas eu não tenho filho.
- Dart Daniel, usa a imaginação.
- Aaaaah tááá!!! - Danny disse, em compreensão, um minuto depois.
- Aqui está senhores, - disse o garçom chegando. - Empadão Goiano, Virado à Paulista, Moqueca Capixaba e Bobó de Camarão. - Colocou os pratos de Dougie, Tom, Danny e Harry.
Os quatro olharam interrogativamente para seus pratos.
- A gente pediu isso mesmo? - perguntou Tom.
- Exato, senhor.
- E isso aqui é uma banana?
- Uma banana. - tornou a confirmar o garçom.
- Banana. Eu não posso comer isso.
- Desculpe, senhor, algum problema com a banana?
- Ele odeia bananas. - disse Dougie, dando uma garfada no seu empadão. - Hey! Isso aqui é bom!
Harry deu uma garfada no próprio prato.
- Hey! Você tem razão! - falou, surpreso.
Tom olhava os pratos dos outros clientes do restaurante, quando viu um que reconheceu de longe.
- Por que o dela tem macarronada e almôndegas e no meu não. – reclamou, apontando.
- Bom, senhor, porque elas são brasileiras, e conhecem os pratos e seus ingredientes. - tentou responder, educadamente, o garçom. - Então ela pediu algo que ela sabia que gostava. Mas é só uma banana frita. Se o senhor desejar, eu posso levar o seu prato e retornar com outro sem banana.
- É Tom! É só uma banana frita. - Danny falou, comendo um pouco de sua comida. - Se você ignorar a banana, vai ver como a comida aqui é boa.
- E onde eu vou deixar essa... coisa? - ele replicou, fazendo uma careta de nojo para a banana.
- Se me permite... - o garçom retirou o prato e saiu em direção à cozinha.
- Da próxima vez que formos a um restaurante que tenha pratos que nós não conhecemos, vamos perguntar antes do que é feito. - Tom avisou, ainda emburrado.
- Aqui o seu prato, senhor. - o garçom retornou com o prato sem a banana.
- Obrigado.
- Desejam mais alguma coisa?
- Mais um pouco de caipirinha, por favor. - disseram Danny e Dougie ao mesmo tempo.
- Em um segundo. Bom apetite.
- Nossa! Essa comida é boa! - Tom comentou maravilhado.
- Eu disse! - afirmaram os outros três.

- WOW, AMIGA! Então aqueles são os amigos gatos, gostosos e tesudos do -Homem? - perguntou, encarando pelo espelho do banheiro.
- -Homem? A versão masculina da ? - começou a rir. - Você inventa cada coisa, amiga! E pelo que parecem, são sim.
- Gatos, gostosos e tesudos.
- Gatos, gostosos e tesudos... - concordou sonhadoramente.
- Ele te reconheceu. - comentou . - Mas você não se apresentou para ele mais cedo por quê mesmo?
rolou os olhos.
- Eu estava correndo para a aula... e ele estava perdido para a dele...
- Hum... nenhuma possibilidade de, sei lá, encontrar com ele de novo? Ou, sei lá, ir lá conversar com ele...
- ... ir conhecer um cara num restaurante?
- Tááá... Mas sei lá...gostei daquele loirinho.
- Haviam dois na mesa.
- Ah é?
- É... Um que só deu uma olhada na nossa mesa e outro que te secou.
- Sério? Ele tava me secando? Eu pensei que ele tava olhando, sei lá, para você ou para as ou ...
- Acredite em mim... Ele tava te secando.
- OMG. , vá até lá AGORA e conversa com o -Homem.
- Não. Lero, lero, lero. - saiu do banheiro assobiando.
- , VOLTA AQUI! - gritou antes de sair correndo atrás da amiga.
- Opa! – esbarrou no garçom que estava passando trazendo uma bandeja com algumas comidas. – Owww... Me desculpe, me desculpe. – ela começou a falar enquanto ajudava o rapaz a se levantar.
- Não se preocupe senhorita, está tudo bem. – O garçom disse, terminando de levantar e com um gesto chamando alguém que elas não viram quem. – Mais atenção da próxima vez mocinha. – ele sorriu para ela e ela se virou para a amiga que estava tendo uma crise de riso.
- Se isso vier na conta, você vai pagar tudo. A culpa é toda sua! – ela disse com uma voz emburrada se encaminhando para mesa delas, passando pela mesa do -Homem que tentou chamar sua atenção, mas ela estava brava demais para notar. Sua amiga vinha logo atrás, ainda rindo muito.
- Ow, tem certeza que a versão do Danny é que está na mesa? Vocês viram o que a baixinha ali fez? – Dougie perguntou rindo.
- Claro que é a que está na mesa, acho que a baixinha estava correndo da amiga. Viu como a ela apareceu rindo? – Tom comentou.
- Ela nem me viu chamando. – Danny falou com uma voz decepcionada.
- Claro, né? Ela tinha acabado de esbarrar no cara, e a amiga ainda estava zoando com a cara dela, o que você achou? Que ela fosse passar aqui feliz e saltitante e olhando pra nossa mesa? E além do mais, ela nem deve se lembrar de você direito. Por que uma garota como ela lembraria de um lerdinho que nem você? – Harry falou olhando para as costas da menina, que estava sentada à sua mesa já sorrindo com as amigas.
- Ow, não fale assim com nosso Danny. – Tom falou com uma voz totalmente gay enquanto apertava a coxa do Harry como se fossem um casal, os outros amigos riram, o Harry fez “o olhar” para ele, o olhar que diz: “corre” e o Tom se afastou imediatamente rindo.

- Gente, eu to magoada com a ... não falem dela para mim até eu estar melhor! – anunciou , terminando de comer seu jantar.
- Por quê? – perguntou , olhando para a amiga.
Ela apenas balançou a cabeça.
- Por quê? - repetiu a pergunta.
- Porque ela não quer ir lá conversar com o -Homem e apresentar a gente para os amigos gatinhos dele.
- . Você quer quietar o facho? Que eu me lembre, você acabou de terminar com o seu namorado.
- Humpf. Por isso mesmo. Tá na hora de experimentar novos ares... Principalmente se esses ares possuem olhos azuis e cabelos loiros e...
- Fica quieta, ! – riu , dando um tapa na cabeça da amiga.
- Eu já disse hoje como vocês estão me constrangendo? Vocês vivem fazendo bagunça em público.
- Fica quieta, ! – e deram um tapa na cabeça de .
- Aaaah! Eu quero também... vamos lá... – empolgou-se . – 1, 2, 3... Fica quieta, !
Só que as outras 3 amigas se entreolharam e assim que ela terminou a contagem regressiva, disseram juntas:
- Fica quieta, !
- Hey! Chuva de tapa não vale! Querem matar meus neurônios?
- Que neurônios, ?
- Os que vivem aqui na minha cabecinha.
- Você não tem nenhum! – disse , rindo.
- Vocês são malvadas comigo! – ela reclamou, terminando de comer.
- Cuidado para não engasgar, . – riu , fazendo as amigas rirem.
- Vocês que vão engasgar, rindo enquanto comem.
- Eu já terminei! – dise , repousando os talheres em cima da mesa.
- Eu também. – sorriu, depois de engolir a última almôndega.
Todas ficaram encarando , enquanto ela comia mais um pouco de arroz.
- Que foi? Eu não terminei e não adianta ficarem me encarando com essa cara de palerma.
- Anda logo, . – reclamou .
- Uai! Você não estava de mal dela?
- Estava. Passado. Mas vou ficar de novo se ela continuar demorando para acabar de comer.
- , não se deve apressar alguém na hora da refeição e...
- Moço! Ei, moço! – ignorava a amiga e acenava para o garçom.
- Não me diga que ela está chamando o garçom. – perguntou .
- Ai meu Deus. Racha a minha cara de vergonha. – respondeu , apoiando o rosto no braço, que estava dobrado em cima da mesa.
- Quer ajuda, ? Tá chamando o garçom é? Heeey! – começou a balançar o braço junto com .
O garçom chegou até a mesa delas.
- Pois não?
- A conta, por favor? – pediu com um enorme sorriso.
- Em um segundo.
- ! – gritaram e ao mesmo tempo.
- Amigas, olha o barraco! Tá todo mundo olhando para cá.
- Por que será, né? – perguntou sarcasticamente.
- Porque vocês ficam gritando meu nome.
- Claro! Não é por causa da louca que ficou gritando pelo garçom. – continuou .
- Que louca? – Perguntou .
- VOCÊS DUAS! – e tornaram a gritar.
Logo o garçom voltou com a conta, onde estavam sendo cobrados os pratos e copos que quebrou ao esbarrar no garçom. As meninas, logicamente, obrigaram a pagar, o que teria feito a menina reclamar por horas, se não fosse a colocação bem feita de de que ela iria desmontar o que já tinha montado de sua maquete caso ela não pagasse.

Dougie já havia terminado de comer e esperava pacientemente que os amigos também terminassem seus pratos.
- Gostei da comida daqui. É gostosa. – comentou, porque odiava quando eles comiam em silêncio. Eles em silêncio significava problemas...
- É. Até que seria ótima... se não tivesse bananas.
- Tom! Até quando vai continuar com isso? – perguntou Harry, finalmente terminando de comer.
- Até, Judd, que entre com uma cláusula no Contrato de Amizade dizendo explicitamente que, em um restaurante, não iremos fazer o pedido até que saibamos que ingredientes contêm no prato.
- Tudo bem, Tom. – disse Danny, rolando os olhos. – Quando o assunto é banana você fica tão...
Mas como Tom ficava, eles nunca vieram a saber, pois a voz de Danny foi abafada por pequenos gritos vindos de uma mesa próxima.
Era a garota que Dougie reparara mais cedo, chamando o garçom de uma forma nada discreta.
Que menina doida!” pensou, rindo internamente ao ver que duas de suas amigas abaixavam a cabeça envergonhadas enquanto a outra a ajudava a chamar pelo garçom. Mas seus pensamentos foram interrompidos por Danny, fazendo uma estranha dança em sua frente.
- Que isso, Danny?
- Minha dança da vitória. Terminei de comer... isso significa que hoje o Tom paga a conta.
- Ah não! – reclamou o loiro, abaixando a cabeça e fitando o que restava de comida em seu prato. – Isso não é justo!
- De acordo com o Contrato de Amizade, o que não é justo é você reclamar. Está escrito lá: quando sairmos para jantar fora, o último a terminar de comer, paga a conta.
- Regra estúpida!
- Que você quem criou. - comentou Harry, fazendo um discreto sinal com a mão, chamando o garçom. – Fez isso quando percebeu que a gente ficava horas na pizzaria só esperando o Dougie terminar de comer.
O garçom parou ao lado de Harry.
- Sim?
- Ele – apontou para Tom. – quer a conta, porque ele vai pagar hoje.
- Em um minuto.
- Sabe o que vocês deveriam fazer? – comentou Tom, minutos mais tarde, já entrando no carro e dando partida. – Deveriam aprender a consumir menos comida. A conta foi altíssima.
- O que posso fazer? A caipirinha é uma delícia, né Danny?
- Isso mesmo, Doug. – confirmou Danny, batendo a mão na mão do amigo.
- E a comida não fica atrás. – completou Harry, se recostando no banco e fechando os olhos brevemente.
- É mesmo. Muito boa. Só um pouco diferente.
- Tem bananas. – disse Tom, como se isso encerrasse o assunto.
- Continua sendo boa. – replicou Danny, também fechando os olhos.

A semana que se seguiu correu tranquilamente, fez sua prova na segunda e como sempre, virou a noite de domingo estudando.
- Sabe, , você com essa coisa de ficar estudando madrugada adentro na véspera da prova... Isso faz mal. Você tem que descansar se não vai se ferrar mais para frente.
- Ah não, ! Não começa com isso logo cedo. Tenho prova daqui a pouco. Não preciso de sermão.
- Você tá quase dormindo em cima da sua comida, . Presta mais atenção! Você, que estuda na área da saúde, deveria ficar mais preocupada com a sua própria.
apenas rolou os olhos e ignorou a amiga.
Mais tarde, naquela semana, fez questão de mostrar a nota para . Não foi a melhor nota da sala, devemos concordar, mas foi uma das maiores.
Mesmo assim, fez todas estudarem em grupo. Tentaram argumentar que elas não pegavam nenhuma matéria juntas, mesmo assim ela criou um horário de estudo para elas. e , porém, sempre davam um jeito de faltar. (O que, devemos concordar, deixava completamente magoada).
seguiu o cronograma de estudos direito, pois a maratona de provas delas ia começar na semana seguinte. Ela estudava cada dia para uma matéria, deixando sem saber como se sentir, se orgulhosa da amiga estar estudando, ou brava por ela só estar fazendo isso na véspera das provas.
tirou uma nota baixíssima na sua prova e o professor sugeriu - leia-se: intimidou - que ela comparecesse à aula de monitoria, o que ela, particularmente, achou um saco. Já não bastava para encher a paciência dela, agora ia ter um nerd de engenharia no pé dela também. A única coisa que salvava o seu humor era o fato de que a sua maquete estava ficando excelente, se não fosse em miniatura, seria a própria faculdade.
, como recompensa por seus estudos, recebeu um trabalho extra: uma matéria para o jornal mensal da faculdade. Só os melhores conseguiam uma coluna lá, e não ia deixar essa oportunidade passar. O tema escolhido pelo professor foi uma matéria sobre o curso de Ciências Aeronáuticas.

Harry estava treinando cada vez com mais afinco. A temporada de jogos iria começar em duas semanas e ele teria uma semana de provas na semana seguinte. Estava ficando cada vez mais difícil conciliar o horário dos estudos com o dos treinos e a cada dia que passava, ele era visto estudando até tarde na sala de estudos e por vezes era encontrado dormindo em cima dos livros, na manhã seguinte.
Já Tom não tinha nenhuma prova à vista, mas nem por isso ficava sem fazer nada. Estava sempre junto de Harry na sala de estudos, ou então estudando na biblioteca de seu bloco. Raros eram os momentos de descontração, onde era visto sentado em baixo de alguma árvore, escrevendo coisas aleatórias em seu caderno.
Danny perdeu-se algumas vezes durante a semana. Uma - ou duas vezes - Dougie - ou Harry - tiveram uma surpresa ao encontrar o amigo em sua sala de aula. Claro que o fato de não possuir absolutamente NENHUM senso de direção não significava que ele fosse burro. Ele passou um longo tempo estudando e fazendo o trabalho que o grupo dele iria ter que apresentar ao fim da semana. Claro que os colegas dele preferiram ir até onde ele estava, ao invés de marcarem de encontrá-lo em algum lugar.
Com Dougie, a semana passou mais calma que a dos amigos. Como ele dava aula de monitoria, então ele recebia merecidos pontos extras. Apesar do jeito moleque e brincalhão, Dougie era inteligente. Afinal, quem mais responderia uma lista de cálculo estrutural corretamente em menos de 40 minutos, enquanto o resto da classe se descabela tentando resolver? Claro que, ao final da semana, Dougie tornou a ser chamado até a sala do professor de cálculo, e se encaminhou até lá já imaginando o que seria.
- Sim, professor Carter?
- Dougie. Lembra-se que eu te chamei semana passada?
- Sim, senhor.
- Então. A aluna em questão tirou a menor nota da turma. De novo. Então eu gostaria de te falar que a partir de segunda, ela irá pegar monitoria com você. Eu irei falar para ela te procurar e assim combinar o horário que ambos podem...
- Por que não pode ser junto com os alunos de Engenharia? - Dougie deixou escapar a pergunta.
- Porque a matéria é diferente da que você os ajuda a resolver.
- E por que um aluno de arquitetura que seja bom em cálculo estrutural não pode dar monitoria para ela?
- Porque, Dougie, e se você repetir isso para alguém terá problemas, você é um dos melhores alunos que eu já tive. É melhor para ela que seja você do que um aluno que nem tentou conseguir monitoria. E lembre-se que você irá ganhar mais pontos extras.
Dougie rolou os olhos, mas aceitou que era inevitável. E ainda fora elogiado por um dos professores mais fodas da faculdade.
- Agora, senhor Poynter, se puder dar licença, tenho uma aula que irá começar agora.
Dougie saiu da sala, e do lado de fora cruzou com os mesmos alunos - ou deveria dizer alunas e dois alunos - com quem cruzara na semana anterior. Uma das garotas lhe era levemente familiar. Franziu o cenho tentando se lembrar onde a vira, mas nada veio à memória. Deu de ombros e se encaminhou para a biblioteca, pensando em dar uma revisada na matéria até a aula seguinte.

O fim de semana correu tranquilo, não houve ensaios da banda e as meninas não saíram. Ainda estavam todos concentrados em suas próprias coisas.
Na segunda feira acordou a amiga de um modo um tanto quanto peculiar. só teria aula a tarde e virou a noite arrumando sua maquete, o que normalmente mantinha longe dela quando elas não tinham aula no mesmo período.
- , acorda, acorda, acorda. ... ACORDE! – disse pulando na cama da amiga.
- O quê? Quem morreu? Você esta bem? As meninas estão bem? OMG... Tá pegando fogo em algum lugar? – começou a se levantar totalmente desesperada e muito grogue da cama.
- Ah não, eu só quero te contar uma coisa antes de sair. – disse sentando ao pé da cama de .
- Ok, você quer morrer? Ou você bebeu? – Parou um instante pensativa.
- O que foi? – não estava gostando da cara da amiga.
- Estou pensando em uma forma bem dolorosa para matar você. – disse séria.
- Nããããão, amiga! É sério! Eu só te acordei para você ficar preparada para sua monitoria.
- Como assim para minha monitoria? Eu não vou em porra de monitoria nenhuma, você me deixou com uma puta dor de cabeça me acordando desse jeito. – brigou com a amiga.
- Maaas ... – tentou esboçar um pedido de desculpa, mas sabia que estava errada. Por alguns instantes havia se esquecido do problema da com o sono.
- Diga logo o que você quer e depois vá para sua aula.
- Ok, ok... Só que o amigo da -Homem é quem vai ser seu monitor. Ele veio aqui logo cedo e deixou isso. – entregou um papel para a amiga e saiu em seguida, um pedido de desculpas baixo veio de trás da porta depois que ela a fechou. nem sequer olhou para o papel, virou para o lado e tentou voltar a dormir.
revirou várias vezes na cama, tentando dormir novamente, mas o sono não vinha.
- Espera aí! - ela disse meia hora depois. - QUAL amigo da -Homem? - levantou-se de uma vez. - Droga. Agora que eu não consigo dormir mesmo.
Levantou-se e foi tomar um banho quente. Se tivesse o devido cuidado, não teria uma dor de cabeça mais tarde. Alguns - muitos - minutos depois, ela saiu enrolada na toalha e viu um papel no chão, perto de sua cama. Lembrava-se vagamente de lhe entregando um papel, falando algo sobre monitoria. Teria que pedir desculpas decentemente para a amiga mais tarde, apesar de ser fato consumado que não se deve acordá-la quando ela faz virada. Algo relacionado com dor de cabeça intensa, humor instável e coisas assim...
Pegou aquele papel e o abriu.
"Monitoria. Sala de estudo E no 3º andar, prédio de Engenharia. 9:30. Não se atrase. D. Poynter."
Então ele lhe deixou um bilhete com o horário de monitoria e... Enquanto colocava o papel no criado mudo, viu o relógio. Era 9:30. Estava atrasada. E seu professor iria arrancar o couro dela caso ela não fosse.
Correu até o guarda-roupa e colocou uma roupa qualquer. Pegou a mochila e foi correndo para o prédio de Tecnologia e Construção, fazendo um coque no cabelo, durante o percurso.

e estavam em sua sala de aula quando viram com uma cara de cachorro sem dono na porta, fazendo sinal para as amigas. segurou o braço de , indicando para que a amiga ficasse na sala. Pediu licença ao professor e foi ver o que a amiga queria.
- O que aconteceu, dude?
- Acho que eu deixei a com enxaqueca. – disse, parecendo infeliz.
- Relaxe, você sabe como ela é quando alguém a acorda.
- Mas ela ficou brava, e gritou comigo. E eu só queria dar o recado que o amigo do seu gêmeo deixou.
- Meu gêmeo? – a olhou interrogativa.
- É, o lerdo que eu ajudei na semana retrasada. – disse, sorrindo ao ver a cara de indignação da amiga, quando ela disse “lerdo”.
- Hey... eu não sou lerda.
- Ahaaam.. vamos enumerar as suas trapalhadas e... – foi interrompida pela amiga.
- E nada. Enfim, não se preocupe com a . Se bem conheço, ela vai te pedir desculpas, mesmo você estando errada. E você esta atrasada para a sua aula. Se a souber que você veio aqui pra falar isso, mata nós duas...
- Maass... maaas...
- E depois eu que sou a lerda... – rolou os olhos.
- Ok. Vou correr, porque se eu me atrasar mais, eu vou acabar tendo que ficar na clinica-escola o dia inteiro.
saiu em disparada pelo corredor rezando pra que nenhum professor a pegasse correndo. Uma das regras da universidade era não correr nos corredores. Mas ela estava atrasada... Entrou no seu pavilhão e chegou faltando dois minutos para um dia inteiro na clinica, digamos assim.
- Esta atrasada, senhorita . – o professor Victor a olhou, sorrindo.
- Mais dois minutos e você me teria aqui o dia inteirinho, que sorte a minha, não? – Ela riu para o professor enquanto vestia seu jaleco.
- Então turma, já que todos finalmente chegaram, eu tenho uma missão para alguns de vocês. Preciso que façam uma avaliação músculo-esquelética dos atletas da faculdade. Se dividam em grupos. As modalidades serão sorteadas, caso não entrem em um acordo.
foi a escolhida do seu grupo para sortear a modalidade. Eles queriam vôlei, então ela estava repetindo o seu mantra de vôlei. "Vôlei...Vôlei...Vôlei...Vôlei..." Quando puxou um papel onde estava escrito “rúgbi”.
"Droga!" ela pensou.
- Ok, quem quer trocar? – Marialla começou a fazer o “mercado negro”, como eles chamavam quando o professor fazia esse tipo de coisa.
- Aqui! – levantou a mão.
- , não troca, e nem adianta você vir me dizer que em vôlei tem mais lesões. – uma de suas colegas de trabalho tentou argumentar.
- Atletas de vôlei são mais flexíveis para estudos clínicos, os de Rúgbi se acham demais. - respondeu colega.
- , isso não tem a ver com ser flexível, tem a ver com os de Rúgbi se machucarem muito mais e termos mais campo para pesquisa.
- Ok, eu tenho vôlei, você tem o quê? – ela ouviu um colega da turma falando com a garota ao lado de sua mesa.
- Eu tenho rúgbi. – disse passando a frente da colega e pegando o papel que o amigo segurava.
- Desculpa, Ana, chegou primeiro.
- Desculpa, Ana, eu sou tarada por vôlei. – disse com um sorriso sarcástico para Ana.

finalizou seu ensaio e se virou, falando baixinho com a amiga.
- ? ? – sussurrou.
estava feliz escrevendo seu ensaio e sorrindo. rolou os olhos e chamou novamente.
- ?
- O QUE É? – deu um grito inesperado e assustado, como se alguém estivesse atrás dela.
- Xiiii.. – se apressou em dizer entre as risadas. O professor pigarreou levantando os olhos da sua leitura para procurar de onde vinha o burburinho na sala. As meninas se endireitaram rapidamente tentando disfarçar com sucesso.
- O que foi? – disse em um sussurro quase inaudível.
- O que a queria? – pensou um momento sobre dizer ou não, e decidiu deixar pra lá.
- Nada, bobagem. Ela e ... enfim... – disse mudando de assunto. – Vamos ao cinema hoje? Vamos hein? – começou a falar super empolgada, encontrando o olhar do professor e abaixando a cabeça imediatamente.
- Senhorita ? – se endireitou na cadeira, pensou um momento e antes que falasse alguma besteira, interrompeu.
- Já terminamos o ensaio que o senhor pediu, estamos liberadas? – pôde ouvir o respiro aliviado da amiga atrás dela.
- Ah, já? Então me entreguem e podem sair.
e se encaminharam para a biblioteca da faculdade, precisava pesquisar sobre o tema do seu artigo no jornal antes de entrevistar um veterano de C. A.

corria pelo corredor do bloco de Ciências Exatas, já eram 9:40 e ela estava ficando cada vez mais nervosa. Aonde era mesmo a sala? Olhou novamente no bilhete e parou em frente a uma placa onde dizia 3º andar – Engenharia.
- Pelo menos eu estou no lugar certo, obrigada Senhor por eu não ser a , obrigada, obrigada. – Olhou para o fundo do corredor e viu a sala de estudos. Correu em direção à sala. Abriu a porta e viu um garoto com a cabeça deitada sobre uma mesa.
- Er... oi.
- Está atrasada. – ele falou, levantando a cabeça e olhando para ela.
Puta.Que.Pariu! Que olhos são esses?
- Foi mal... eu dormi um pouquinho demais.
- Imaginei. Pelo menos recebeu o recado. Mas saiba que da próxima vez eu não vou aceitar atrasos.
- Hum... ok. – ela se aproximou cautelosamente e deixou seu material em cima da mesa. – Eu sou a , a propósito. .
- Dougie Poynter, seu monitor.
- Certo. Prazer.
Ele apenas concordou com a cabeça. se batia mentalmente. Ela, obviamente, tinha o deixado nervoso. E ele era o amigo gato do -Homem. O loiro amigo gato do -Homem que, segundo fontes seguras que atendem pelo nome de , a tinha secado.
- Eu acho que eu... devo... hum... – mordeu a parte de dentro da boca. – desculpas... pelo o meu atraso.
Dougie olhou para ela com uma sobrancelha levantada.
- Você achou isso difícil? – ele perguntou, e podia jurar que ele tava escondendo um sorriso.
- O quê?
- Pedir desculpas.
- Por quê?
- Você falou como se estivesse sendo torturada.
- Eu não peço desculpas. Nunca.
- Hum. Então, vamos começar? Com essa conversa fiada agora estamos atrasados 20 minutos.
sentou-se, calada, ao lado dele enquanto Dougie abria o livro dela e ia até a página indicada pelo professor para que ele começasse o monitoramento.

Danny saiu do carro de Sam animado. Adorava fazer pesquisa de campo. E aquele supermercado era uma boa influencia. Era o maior da região e começou como um pequeno mercado de esquina. Se eles queriam uma influência de uma empresa que não só sobreviveu ao mercado como também cresceu e expandiu, ali estava um ótimo exemplar.
- Danny, - repetia Camille pela milésima vez. – não se afaste da gente, olhe por onde anda, e por favor, mantenha o celular ligado.
- Tá booooom. – ele retrucou entediado.
Assim que entraram na loja, foram atrás do gerente, com quem tinham marcado um horário. O grupo andava olhando para trás, para ter certeza que Daniel ainda estava ali.
- Onde está o Danny? - Nick perguntou ao notar que Jones não estava mais atrás deles.
- Ah não!
Danny Jones era um grande fã de Bruce Springsteen. Todos sabiam disso. E enquanto seguia os amigos, viu, entre um corredor e outro, uma prateleira cheia com o DVD London Calling: Live in Hyde Park. E ele ainda não tinha esse DVD. Correu até a prateleira e pegou um. Ele iria comprar agora mesmo!
- Onde fica o caixa mesmo? – olhou para os dois lados e resolveu seguir pela direita. Comemorou quando viu algumas filas e moças atrás de caixas registradoras. Ele acertara o caminho! Uma placa informava que ao lado direito ficava a fila rápida para pessoas com menos de 10 itens. Foi até lá. Rapidamente pagou e já ia saindo do supermercado com o seu novo DVD em uma sacola, quando se lembrou que viera ali para fazer um trabalho.
- Ué! Onde está todo mundo? É só eu virar as costas um segundo que todo mundo some.
Danny tornou a entrar na loja, colocando a mão no bolso atrás do celular.
AAAAAAAAAH! Ele tava descarregado! Deixei no quarto!!” Ok. Não tinha como ligar para nenhum dos seus amigos...
- Vai na raça, Danny. – ele foi andando no supermercado, olhando em cada corredor, gritando pelos nomes dos amigos.
Mas não houve resposta.
- Daniel Jones, seu amigo John o aguarda na gerência. Atenção, Daniel Jones. John o aguarda na gerência.
- Olha! Uma voz misteriosa! Uma voz misteriosa que tá chamando por uma pessoa que tem o meu nome e um amigo com o mesmo nome que o meu. Epa! Como essa voz misteriosa me conhece e sabe que eu tenho um amigo chamado John? E se for uma armadilha para me seqüestrar e me levar para... para... MADAGASCAR! Espera aí... Se eu for seqüestrado e abandonado em Madagascar, então eu irei aparecer no filme e o Tom vai me ver e vai me resgatar!
Então, cantando “I Like to Move it”, Danny foi andando em busca do local onde ficava a gerência. Foi preciso perguntar 7 vezes, se perder 9 e, incrivelmente, perceber 3 vezes que estava fora do supermercado, para que uma atendente se apiedasse dele e o levasse, pela mão, até a gerência.
- Achei vocês! – ele disse depois de agradecer pela ajuda da garota.
- Você achou ou te trouxeram até aqui? – perguntou Sam.
- Dá na mesma. Então... vamos começar?
Os amigos riram um pouco antes de sentarem em frente à mesa onde estava o gerente.

Tom estava ficando realmente irritado com a matéria. Não que ele não soubesse o conteúdo, mas ele não conseguia se concentrar, não conseguia prestar atenção nas palavras. O seu estudo definitivamente não estava progredindo, tudo por culpa de Katherine. Respirando fundo, Tom colocou a cabeça em cima dos livros e ficou pensando. Tivera uma relação longa com Katherine, até descobrir a traição. Foi quando terminou tudo. Mas ela não queria o fim, vivia correndo atrás dele, tentando seduzi-lo. E ele ainda gostava dela, não podia negar. Ainda com a cabeça abaixada, ouviu passos atrás de si, e um perfume que ele reconheceria em qualquer lugar.
- O que foi Katherine? – ele perguntou antes mesmo que ela pudesse falar algo.
- T-T-Tom... – ela chamou gaguejando, com uma voz chorosa.
Ele se virou abruptamente, preocupado. Katherine não costumava chorar. Não em público.
- O que foi?
- Eu-u pre-preciso d-da su-sua aju-da-da.
- O que foi Katherine? – tornou a perguntar. – Respire fundo. Se acalme e conte o que aconteceu.
Ela estava tremendo. Tom se levantou rapidamente e jogou os materiais de qualquer jeito dentro da mochila. Jogou-a nas costas e abraçou a garota.
- Vem, eu te acompanho até o seu dormitório.
Katherine concordou e repousou a cabeça no ombro dele.
Ao chegarem ao quarto dela, Tom a colocou sentada na cama e sentou-se ao seu lado.
- Está mais calma?
Ela apenas concordou.
- Quer me contar o que aconteceu?
Uma negação com a cabeça foi a resposta.
- Ok. Eu estou aqui. Não precisa mais chorar.

De acordo com as informações do professor, ela poderia encontrar aquele tal aluno tão bom naquele prédio. subiu até o andar onde era a biblioteca, foi até a bibliotecária e chamou a atenção dela.
- Por favor, você sabe se Thomas Fletcher está aqui? Fui informada que talvez ele estivesse.
- Ah querida. Eu não sei. O vi aqui mais cedo, mas parece que ele não está na cadeira habitual dele. – ela apontou para uma mesa. – Mas aqueles são colegas dele. Você poderia perguntar para algum deles.
- Obrigada.
- Por nada, querida.
foi até a mesa onde um grupo de garotos estudava, concentrados.
- Er... desculpe interromper.
Seis cabeças levantaram-se confusas de seus livros e fitaram a pequena loira parada ali ao lado deles.
- Pois não? – um deles perguntou a encarando confuso.
- Vocês conhecem Thomas Fletcher?
- O Tom? Sim.
- Sabem onde eu posso encontrá-lo?
- Olha, eu o vi saindo naquela direção... – o que estava ao lado dela apontou, esbarrando a mão sem querer na dela, e fazendo-a derrubar o celular. – Opa! Foi mal.
se abaixou e pegou o celular. Viu embaixo da mesa um livro. O pegou e levantou-se rapidamente, ainda ouvindo o que aqueles meninos falavam.
- É, mas ele estava com Katherine, não é?
- Quer dizer que eles voltaram?
- Não sei. Acho que não. Ela não parecia legal. Ele deve ter ido levá-la até o dormitório dela.
O mesmo que havia mostrado a direção para se virou para ela e disse:
- No prédio 5 dos dormitórios, segundo andar. O Tom deve estar lá, provavelmente na sala comum, conversando com a ex dele. Katherine Summers.
- Obrigada! – ela deu meia volta e assim que saiu da biblioteca percebeu que ainda estava segurando o livro que tinha encontrado. Abriu o livro e olhou o nome na capa. Iria devolver o livro para a bibliotecária, mas o nome que estava lá era justamente do menino que procurava: Tom Fletcher.
Então ela ia ter que encontrar ele de qualquer jeito, tinha que devolver o livro dele.
Foi andando rapidamente até o dormitório da menina, esperando ansiosamente que encontrasse logo esse Tom Fletcher e pudesse fazer logo a matéria que tinha que entregar para o professor.
Subiu as escadas rapidamente e foi até a sala comum. Não viu nenhum casal ali, só algumas meninas sentadas nos sofás assistindo televisão ou conversando. Foi até uma delas que lia um livro e, odiando-se por ter que fazer isso, lhe chamou a atenção.
- Desculpa. Você conhece Katherine Summers?
- Ah sim. Quarto 207. Acho que a vi indo para lá mais cedo.
- Obrigada!
Foi andando feliz até lá. Poderia perguntar para ela se ela sabia onde encontrar o Thomas. E até mesmo pedir para que ela devolvesse o livro para ele.
Ao chegar ao quarto 207 viu a porta quase inteiramente aberta, e dentro do quarto, em cima da cama, um casal estava se agarrando. Ficou em choque. Não por um casal de namorados estarem...namorando, mas por estarem fazendo isso com a porta do quarto aberta.
Sabia quem era aquele garoto. Era um dos amigos gatos do -Homem. O que ela achara o mais incrivelmente bonito de todos, apesar de não comentar isso para nenhuma das amigas.
Deu meia-volta e tratou de sair rapidamente daquele lugar. Estava muito corada. Não queria ser pega olhando um casal quase se agarrando. Poderia falar com Tom depois. Agora ele estava muito ocupado.

Tom afastou-se abruptamente.
- Katherine. Não! Eu já falei. Não existe mais “nós”.
- Mas Tommy.
- Esquece essa coisa de Tommy. Acabou! Não adianta ficar me perseguindo.
Katherine começou a chorar novamente.
- Não, Katherine. Não vou cair nessa de novo. Por favor. Só não faça isso de novo.
- Mas Tom...
Ele se levantou e deixou o quarto sem nem mesmo ouvir o que ela tinha a falar.
Desceu as escadas calmamente e saiu do prédio. Mal prestava atenção nas pessoas com quem esbarrava. Passou por um grupo de pessoas. Estava cansado de Katherine e da atitude dela.
Olhou para o relógio de pulso e percebeu que Harry deveria estar no treino de rúgbi.
Foi apressadamente até o estádio e sentou na arquibancada enquanto via Harry treinando.

Harry olhou de relance para a arquibancada assim que fez mais um ponto. Tom estava ali com uma cara de poucos amigos. Revirou os olhos. Ali tinha coisa, e atendia pelo nome de Katherine.
Foi pensando assim que voltou a jogar, e não estava com a cabeça completamente no treino. Correu até o jogador que estava com a posse da bola e acabou sendo interceptado por Anthony. Rapidamente tentou reverter a posição em que se encontrava. Levantou-se rapidamente e tentou bloquear o avanço do outro jogador, mas uma dor lancinante em seu ombro o fez hesitar na hora que conseguiu a posse da bola. Fez um passe rápido para o colega mais próximo e evitou contatos diretos com os outros jogadores, ficando mais como base. Não que tivesse algum problema com dor, mas não queria estar machucado antes da primeira partida.
Assim que o treinador apitou o fim do treino, Judd começou a se encaminhar até onde Tom o aguardava.
- Judd?
- Sim, treinador?
- Venha até aqui.
Harry deu de ombros e foi até ele.
- O que foi aquilo?
- Aquilo, senhor?
- Você hesitou. Por quê?
- Não, senhor...
- Espero que esteja tudo ok com seus músculos. Se eu desconfiar que haja algo errado, você vai ficar sem jogar o próximo jogo. E colocarei o senhor McLaggen no seu lugar.
Harry olhou para Anthony, que parecia realmente satisfeito consigo mesmo.
- Sim, senhor.
- Agora, chuveiro, Suma da minha frente antes que eu chegue à conclusão que é melhor colocar o McLaggen agora.
Apressadamente Judd pegou suas coisas e foi para o vestiário. Minutos mais tarde voltou limpo e com a mochila nas costas. Sentou-se ao lado de Tom e perguntou.
- O que aconteceu?
O loiro rapidamente resumiu a história, com uma expressão emburrada enquanto Harry apenas o encarava.
- Você sabe, né Tom, que por enquanto não há nada a ser feito. Ela vai continuar seu pé até que ela encontre outra pessoa para ficar no pé...
- Mas por que eu? Por que não outra pessoa qualquer?
- Porque você é o Tom. Você é legal e todo mundo quer ser seu amigo. Agora, pare com esse ataque emo, pegue seus materiais e vá para o quarto descansar um pouco.
Tom se levantou e começou a andar até perceber que o amigo não o acompanhava.
- Você não vem?
- Não. Tenho que ir à minha biblioteca estudar um pouco.
- Você quem sabe, dude.
Ele apenas acenou para o amigo que ia saindo, até que se viu sozinho na arquibancada. Levou a mão que estava erguida até o ombro e fez uma pequena massagem. Estava doendo um pouco alem do normal, mas não o suficiente para fazê-lo reclamar com alguém. Aquelas partidas eram importantes demais para ter que se afastar por causa de um ombro doendo!
Chegou a rir da hipótese. Sabia, como desportista, que qualquer dor muscular, o melhor a ser feito era buscar um médico. Levantou-se e voltou a andar pelo campus. Mas sabia também que se apenas se deitasse e descansasse, no dia seguinte estaria melhor.
Parou no meio da praça, olhando para o edifício de saúde, que ficava a frente do hospital-escola. Será que deveria ir lá, só para uma rápida consulta? Será que o treinador ia ficar sabendo? Antes que mudasse de ideia, retomou seu caminho até o prédio de sua área para pegar o livro que precisava.
- Besteira... – disse para si mesmo, enquanto fazia o registro do livro com a bibliotecária. – Não preciso de ninguém para me dizer que amanhã o meu ombro está melhor. Isso. Vamos lá. Tenho coisas mais importantes para fazer.
E voltou para o seu dormitório onde encontrou Tom capotado na cama, como se da forma como ele chegou, ele tivesse se jogado ali, a não ser pelo incrível número de livros espalhados pelo chão, folhas de conteúdos antigos soltos por todo o quarto. Harry deu de ombros, e, seguindo a ideia do amigo, se jogou na cama e dormiu quase instantaneamente.


Capítulo 3 - "Starships were meant to fly"


levantou-se preguiçosamente. já havia saído para a aula. Espreguiçou-se e colocou os pés para fora da cama. O frio que sentiu na sola dos pés deveria ser um presságio de que aquele dia não seria um dos melhores. Bocejando, foi tomar um banho quente e se arrumar para a monitoria com o Poynter. Ele podia ser lindo, mas era incrivelmente nerd e exigente. E pontual! Não podia se esquecer disso. E queria que todos fossem tão pontuais quanto ele - ou pelo menos era isso o que ela acreditava, já que só ela tinha monitoria na turma dela.
Foi enquanto lavava o cabelo que teve a segunda dica de que aquele não seria um dia comum. A vertigem que sentiu fez com que ela sentisse necessidade de sentar-se no chão, com medo de desmaiar, cair e bater a cabeça. Só nesse momento tomou consciência da dor de cabeça que sentia. Mas conhecia a si mesma, sabia que nada faria aquela dor de cabeça sumir. Só se deitasse e dormisse novamente, o que estava fora de cogitação.
Respirou fundo e saiu do banho. Enxugou-se temerosa e trocou de roupa. Ficou tranquila ao perceber que parara de tremer. Pegou o material e foi para a monitoria meia hora mais cedo do que o horário normal.
Quando entrou na sala de estudos de sempre, viu Dougie parado do outro lado, olhando pela janela. Ele deu um suspiro exasperado enquanto bagunçava levemente o cabelo.
- Bom dia. – ela disse fracamente, encaminhando-se até a mesa e deixando os materiais ali em cima.
Ele se virou surpreso.
- Uau! Conseguiu chegar cedo hoje!
- É... Eu caí da cama. – ela respondeu, sentando-se e, por um segundo, apoiando a cabeça em seus livros.
- Hey! Se era para dormir aqui, por que não ficou dormindo na sua cama? – ele comentou brincalhão.
- Pode deixar. Já acordei. Então, o que temos para hoje? – levantou o rosto e tentou dar um sorriso.
Dougie a analisou e deu de ombros.
- Cálculo estrutural de estruturas em aço.
- Delícia. – ela disse ironicamente, apoiando a cabeça na mão e olhando o tampo da mesa.
Poynter deu uma pequena risada antes de começar a ensinar.

Daniel Jones conseguiu chegar a tempo em sua aula de Economia Britânica Contemporânea - tanto que os colegas e o professor se surpreenderam ao vê-lo entrando na sala.
- Ow, quem te trouxe hoje, Danny? – seu colega de sala, Richard, perguntou rindo.
Danny soltou uma boa gargalhada antes de responder:
- Uma hora ou outra eu ia ter que aprender o caminho certo, pessoal!
Todos da sala riram enquanto o professor, pigarreando para chamar a atenção dos alunos, iniciava a aula.
Algum tempo depois, terminando sua aula, Daniel se encaminhou até o estúdio onde ensaiava com os amigos. Queria praticar um pouco com sua guitarra. Não avisou aos rapazes aonde ia, o que, com certeza, deixaria-os preocupados, mas não se importou muito com isso no momento.
Estava saindo do estúdio, ao fim de um bom tempo tocando, quando esbarrou em uma menina aparentemente confusa, como se estivesse perdida. Lembrou-se vagamente de já tê-la visto em algum lugar. Rapidamente, eliminou esse pensamento. Provavelmente a tinha visto pelo campus.
- Ow me... Me des... Desculpe! – ela gaguejou, ficando totalmente corada ao se abaixar para pegar seu material.
- Não tem problema, eu estava distraído. – Danny se abaixou para ajudá-la, rindo consigo mesmo. Aquilo era o tipo de coisa que ele faria. – A propósito, sou o Daniel Jones, Danny! – Ele falou, entregando um dos livros para a menina, que sorriu de volta para ele.
- ou só ! – Apertaram as mãos.
Daniel ajudou a se levantar e, como iam na mesma direção, saíram juntos.
- O que você está fazendo por aqui? – ele perguntou quando o silêncio começou a incomodar.
- Ah! – Ele percebeu que ela ficou meio surpresa com a pergunta e um pouco envergonhada. – É que... Bem, eu me perdi. – Ela sorriu tímida.
Danny soltou uma de suas contagiantes gargalhadas, o que deixou ainda mais corada, e respondeu:
- Sabe, , não tem motivo para você ficar corada desse jeito. – Preciso dizer que isso a deixou mais vermelha ainda? – Eu me perco o tempo inteiro. – Ele sorriu, de um jeito mais ameno para ela, um sorriso de conforto.
- Normalmente isso não acontece. As minhas amigas vão me buscar e a sempre está comigo. Mas hoje ela teve que ir fazer alguma coisa do jornal e eu fiquei sozinha. – se lamentou, mas sorriu de volta para o Danny.
- Me diga aonde é que você quer ir que eu te levo.
Agora foi a vez de gargalhar. Acabara de lembrar que “conhecia” aquele garoto. Foi o que a amiga, , esbarrou no prédio de saúde uma vez, o “-Homem”, como elas brincavam.
- Você, por acaso, não me disse há pouco que também se perde com frequência? – ela falou entre a risada.
- Verdade. – Daniel riu com ela. – O melhor que temos a fazer é ir para um lugar onde nossos amigos possam nos encontrar. – Ambos tiveram outra crise de riso enquanto se encaminhavam para o pátio da faculdade.

tinha acabado de sair do prédio de Jornalismo. Recebeu uma mensagem de pedindo para que ela buscasse a , mas a amiga já não se encontrava lá. Foi até o refeitório do seu dormitório e nada. Começou a procurar por todos os lugares: nada de a amiga aparecer. Estava começando a ficar preocupada.
Putz, eu perdi a ! OMG, como eu fui perder a ? Eu me atrasei apenas dez minutos! Por que aquela cabeçuda não fica quietinha esperando a gente vir buscá-la em um lugar? E se ela tiver saído da faculdade por engano e estiver perdida? Tá tão frio lá fora. Ok, se concentra, ! Se você fosse a , para onde iria?
correu até as quadras, ainda não tinha procurado por lá. Enquanto corria pelas inúmeras quadras vazias da faculdade, passou por uma onde estava tendo um treino de rúgbi. Parou para analisar as arquibancadas, tentando ver se , por acaso, estava por lá. Nada! Quando já estava voltando, decidida a procurar a amiga nos arredores da faculdade, observou um garoto que, pelo que ela notou, conhecendo bem a fisiologia da dor, estava escondendo um ombro dolorido e discutindo com alguém que havia acabado de esbarrar nele. Por um momento, seu curso falou mais alto e ela sentiu vontade de ir lá checar para ver se estava tudo bem. Se não fosse nada grave, ela podia resolver o problema do cara ali mesmo, mas se lembrou de a tempo. Deixou o que viu para lá. Todos sabem que, quando um atleta se machuca na faculdade, ele corre para o hospital-escola. Voltou correndo em direção à saída da faculdade.

Thomas estava saindo do seu quarto um pouco contrariado. Já passara da hora de alguém chegar avisando que o Danny estava perdido, de novo. Mas, pelo que se lembrava, Dougie estava dando monitoria para a tal estudante de Arquitetura e o Judd estava no treino de rúgbi. Consultou sua caderneta de bolso: “Dias de procurar o Danny” – sim, o Tom é muito perfeccionista com seus horários – hoje era dia do Harry. Supôs, então, que ele tivesse encontrado e levado o amigo para o treino com ele. Ainda estava se recuperando do incidente com a Katherine. “Por Deus, quando aquela menina vai me deixar em paz?” pensou consigo mesmo. Caminhou lentamente até chegar ao refeitório do dormitório. Procurou pelos amigos: nada. Ainda deviam estar ocupados com suas próprias coisas. Precisava urgentemente conversar com alguém - ou talvez só ficar sozinho um pouco. “Sozinho não dá”, concluiu.
Avistou um grupo de amigos fazendo uma rodinha de música no pátio e foi de encontro a eles.
- Tom... – uma das meninas disse sorrindo. – Finalmente alguém que sabe cantar de verdade para salvar o dia!
- Hey, pessoal! – Disse, cumprimentando a todos ao mesmo instante e bagunçando os cabelos da Silvia, que o havia elogiado há poucos segundos.
- Tom, toca “Help!”, por favor, por favor! – uma das meninas do grupo pediu e as outras se juntaram ao coro.
- Mas essa música é boa quando o Danny está junto. – disse Celso.
- Verdade! A propósito, por onde anda ele, Tom? – outra menina perguntou.
- Boa pergunta. Eu espero que esteja com o Harry. – Tom respondeu rindo.

Tom pegou o violão do seu amigo e começou a tocar a música que pediram. Era tão bom cantar e tocar... Por alguns minutos, podia se esquecer de tudo que o incomodava e relaxar um pouco. Foi assim que passou o tempo livre, sorrindo e cantando com alguns amigos. Até que ele viu o Harry chegando com o Dougie.
- Hey, guys, demoraram hoje! – Tom comentou sorrindo.
- É, hoje o treino foi mais puxado. Mal tive tempo para respirar. – Harry comentou, lembrando-se do seu ombro, que, até agora, não parara de doer.
- Eu estava com a , a aluna de Arquitetura. Nossa, como é difícil para a garota entender as coisas! – Dougie falou rindo.
- Você só fala isso porque sabe tudo de exatas. – Harry deu um empurrão nele.
- Chato! Aposto como a menina tá se esforçando! – Tom comentou rindo.
- Tom, por falar em meninas... – Simon comentou. – Teve uma na biblioteca te procurando.
- Quando? – Tom
- Ah, foi logo depois que você saiu com a Katherine. Eu disse a ela onde te encontrar.
Tom e Harry trocaram olhares significativos, quando Dougie falou:
- Hum, tem alguma coisa estranha! – comentou olhando ao redor e, de repente, os três gritaram juntos:
- CADÊ O DANNY?
- Você ficou de procurá-lo hoje. – Tom apontou direto para o Harry.
- Não tinha como! Eu estava no rúgbi! Pedi para o Dougie ir procurar.
- Eu esqueci completamente. – Dougie falou, fazendo uma cara de culpado.
- Puta que pariu! Do jeito que o Danny é, deve estar lá fora, no frio, sem encontrar o caminho de volta. – Tom disse.
- Vamos procurá-lo! – Harry falou.
Tom saiu acompanhado dos amigos que acabaram de chegar e da turma que estava com ele. - todos procurando Danny pelo campus.

Harry foi prático. Organizou os grupos de busca e se separaram pelo campus. Quem encontrasse o Danny primeiro, ligava informando aos outros e o levava para o dormitório. “Daniel Jones é o único cara que consegue se perder dessa maneira. Precisa de um dormitório inteiro para achá-lo.”, Harry pensou sorrindo e um pouco preocupado. Provavelmente, o Danny estava por aí com o celular desligado. Sim, eles já haviam tentado ligar para ele e só dava caixa postal. Judd começou olhando pelo prédio de Administração, depois passou pelas quadras de Esporte, até que decidiu pegar o carro para ir procurá-lo fora das dependências da faculdade. Quando estava saindo para a garagem comum a todos os dormitórios, viu uma menina com uma cara preocupada e mexendo em alguma coisa - parecia um celular. Logo depois, ela se encaminhou para dentro do prédio novamente.

estava na biblioteca lendo o livro que achou do Thomas. Não estava entendendo muita coisa, mas estava se divertindo pensando no tipo de pessoa que estudaria aquilo, quando recebeu um torpedo da sua amiga, :
sumiu. Não a acho em canto algum da faculdade. Estou saindo de carro para procurá-la pelos arredores da faculdade assim que eu encontrar a .
discou o número da quase que imediatamente após ler a mensagem - caixa postal. Foi até os lugares que a amiga possivelmente poderia estar e onde sabia que a não teria procurado: nada. Encaminhou a mensagem de para , a fim de deixar a amiga a par da situação - além do fato de que ninguém era louco o bastante para deixar a dirigindo por aí sozinha.

Dougie estava procurando pelo Danny no seu lado da faculdade, quando viu sua aluna de monitoria correndo apressada, vindo em sua direção.
- Hey, tá perdida por aqui?
- Não, estou indo encontrar uma amiga minha. Por quê?
- Nada... É que você tava correndo. Conhece a regra sobre não correr nos corredores? – Dougie tentou tirar uma com a cara dela.
- Estou sem tempo para piadinhas, Poynter. Minha amiga sumiu e a outra vai pegar o carro. Não posso deixar a dirigir e....
sentiu-se tonta e perdeu os sentidos por alguns segundos. Antes de cair, Dougie a segurou nos braços.
- ? ? Você está bem? – Dougie começou a falar desesperado, esquecendo-se momentaneamente do amigo perdido.
- Eu estou bem, preciso ir. Tenho que encontrar a . – falou, tentando se soltar dos braços do Dougie, ainda muito tonta.
- Nem pensar! Iremos já para o hospital-escola. – Dougie a pegou no colo e se encaminhou ao hospital da faculdade.

- Me solte agora mesmo, Dougie Poynter! – ouvia a sua amiga, , gritando com o monitor dela. Ela estava meio distante, no corredor que dava para o estacionamento dos alunos, mais viu quando o rapaz a pegou à força no colo.
- Hey! – ela gritou, já correndo em direção aos dois. – Solte agora mesmo a minha amiga! – disse imperiosamente e com uma cara que faria qualquer um temer pela sua própria vida, mas Dougie apenas a ignorou e saiu em direção contrária, entrando no próximo corredor que seguia direto para a enfermaria. não pensou duas vezes. Deu graças a Deus pelo tempo que passava correndo e se impulsionou mais rápido para frente, praguejando sobre como tudo podia dar errado sempre que ela tinha que fazer alguma coisa.

Harry ainda estava na garagem, com a porta do carro aberta, sem saber se entrava ou se voltava para a faculdade para ver o que estava acontecendo. Pôde ouvir nitidamente uma menina mandando o Dougie soltá-la e outra menina, a mesma que estava saindo da garagem, gritando para que ele soltasse a outra garota e depois praguejando. Deliberou por alguns segundos e decidiu que Dougie estava correndo risco de vida, já que ele escutou a raiva na voz da garota, o que obviamente seu amigo não fizera. Correu na direção que ouviu a voz sumir.

batia de todas as formas que conseguia no Dougie, que simplesmente ignorava os tapas e puxões que ela dava para se soltar dos braços dele. Alcançou a enfermaria rapidamente. O que ele não esperava era que ele precisaria mais da enfermaria do que a sua aluna. Quando ele finalmente a colocou no chão, , que vinha logo atrás, não pensou duas vezes e lhe aplicou um soco no nariz, quebrando-o e o fazendo praguejar. Quando ela ia aplicar um mata-leão nele, Harry chegou a tempo de segurá-la longe do amigo.
- Quem você pensa que é? – cuspiu as palavras para Harry, tentando a todo custo se soltar dele e voltar a bater em Dougie, que agora era socorrido por uma que estava branca - branca demais, a amiga notou.
- Sorte a sua eu ser mais forte que ela, Dougie, ou você estaria morto. – Harry falou para o amigo, sem fazer esforço algum para conter e ignorando parcialmente a fúria dela.
- Essa louca quebrou meu nariz! – ele falou, procurando uma enfermeira.
- Eu louca? Você pegou minha amiga à força! – ainda estava irada.
- Sua louca, eu a estava trazendo para cá porque ela quase desmaiou! – Ao falar isso, não conseguiu mais resistir à inconsciência e desmaiou. Só não caiu com tudo no chão porque estava sentada ao lado de Dougie e ele, mais uma vez, segurou-a a tempo, mesmo com o nariz sangrando. Foi demais para a , que se soltou de Harry, pegou Dougie pelo colarinho e praticamente rosnou as palavras para ele:
- O que você fez com a minha amiga? Responda antes que eu acabe com você!
Harry, dessa vez mais calmo, se interpôs entre os dois e disse tranquilamente.
- Acho que houve um mal entendido aqui. Por que primeiro não tratamos da sua amiga desmaiada e do meu amigo com o nariz quebrado e depois colocamos tudo em pratos limpos? E você pode até matar o Dougie, se ele tiver feito alguma coisa para a sua amiga.
parou um pouco. Lembrou vagamente que tinham problemas um pouco mais complicados. Como se já não bastasse a sumida, agora a estava desmaiada. Correu para dentro da enfermaria, fazendo um sinal para que Harry a seguisse, trazendo no colo. Dougie veio logo atrás. Agradeceu mentalmente por ser da área de saúde e ter noção de primeiros socorros. Agora, com a calma que só o trabalho poderia lhe dar, entregou uma gaze para Dougie estancar parcialmente o sangue, pediu a Harry que colocasse a amiga em uma maca e chamou uma das enfermeiras que sempre ficava de plantão - e que, aparentemente havia dormindo, e perdera parte de toda a confusão. A enfermeira correu até primeiro. Olhou para a , indicando que ela cuidasse do Dougie enquanto bipava alguém. foi até Dougie e fez uma manobra que, oficialmente, não poderia, verificando rapidamente se ela havia fraturado um osso do rapaz. Colocou-o no lugar, ouvindo-o praguejar de dor. Harry observava tudo: a agilidade dela, o jeito com que ela falava com o Dougie agora, como se fosse outra pessoa, concentrada, preocupada. Ficou maravilhado por um instante, mas depois lembrou que era tudo culpa dela e sentiu certa raiva da moça.
Quando ela terminou o curativo do Dougie, a enfermeira já havia reanimado , que olhou para amiga com orgulho e depois com uma desculpa. Explicou rapidamente o que havia acontecido e, então, se sentiu culpada.
- Então me desculpe, Poynter. É que meu protocolo é bater primeiro, perguntar depois. Achei que você tivesse feito alguma coisa com ela.
- Tudo bem, eu provavelmente faria o mesmo. Agora que a raiva passou, eu entendo você. – Dougie deu um meio sorriso e depois fez uma careta de dor com o movimento. – Você bate como um menino! – Ambos riram.
Harry não estava tão satisfeito. A garota fez com que eles perdessem totalmente o foco e isso significava que o Danny ainda poderia estar em apuros fora das dependências da faculdade.
- Você não tem mesmo noção, né, garota? – Harry perguntou.
- Do que você está falando? Vocês atrapalharam a gente! – começou falando.
Dougie sentiu o cheiro de discussão e interrompeu o Harry antes que ele os atrasasse ainda mais.
- É que o nosso amigo esta perdido por aí. – Dougie começou falando, mas foi interrompido por Harry.
- E agora estamos mais longe de encontrá-lo, porque você – ele deu ênfase à última palavra, encarando a baixinha que parecia super inofensiva agora. – Nos atrapalhou.
- Peraí, vocês também estão procurando alguém? – fez a pergunta, meio grogue, por causa do cheiro forte do remédio que a enfermeira injetou em sua veia - o único a que a garota não tinha alergia -, sem contar que ela não gosta de enfermarias ou coisas do gênero.
- É, o Danny. – Dougie respondeu.
- Nos também estamos procurando a ! Ela se perdeu mais uma vez! – comentou com uma expressão preocupada.
- Eu me atrasei dez minutos e pronto: ela tinha sumido! – comentou, rolando os olhos.
- No nosso caso, eu me esqueci de ir buscá-lo. – Dougie falou, negando com a cabeça.
- Mas será possível? Então precisamos sair daqui logo! – Harry se pronunciou, agora já sem se importar com a . O foco se voltando para Danny e, como não era insensível, para a amiga das meninas.
Foi quando o médico chegou, a fim de examinar o Dougie e a . Ambos se levantaram como se nada tivesse acontecido. Deram desculpas esfarrapadas e nada convincentes, mas, diante do que o médico via, estava tudo sob controle. e a enfermeira deram conta do serviço. Ele não tinha mais nada a fazer a não ser liberá-los. Saíram todos para a garagem. Iriam fazer as buscas pelos arredores da faculdade. Agora, em casais, já que poderiam cobrir um caminho maior e precisavam um do outro para identificar os amigos perdidos, estavam todos disposto a cooperar.

tratou de ligar para algumas amigas e avisar sobre a . Agora todos estavam fazendo buscas pela faculdade.
- Lembrem-se: é a ! Ela pode estar em qualquer lugar - vale checar tudo! – disse quando se encontrou com outras colegas, pouco antes de saírem em busca de .

Tom já não sabia mais onde procurar pelo amigo. Como nenhum dos outros dois amigos deu sinal, deduziu que eles também não o tinham encontrado. Estava conferindo quarto a quarto do seu dormitório quando encontrou Katherine.
- O que você está fazendo aqui? – Tom perguntou ríspido. Como se não fosse o suficiente o Danny estar perdido, teria que lidar com a Katherine agora.
- Soube que o Danny está perdido. Resolvi ajudar a procurar. – ela falou com uma falsa inocência perceptível na voz.
- Katherine, eu não tenho tempo para brincadeiras.
- O Danny sempre se perde. Acalme-se, ele vai saber voltar. – falou, indo em direção a ele.
- Katherine, nem pense nisso! Que tipo de pessoa é você? Primeiro: um dos meus melhores amigos está perdido por aí, o que não aconteceria se ele soubesse voltar sozinho para os nossos dormitórios. Segundo: já acabou entre nós. Não vamos ter essa conversa novamente, acabou! De uma vez por todas, garota, me deixa em paz!
- Tommy, você sabe que ainda me ama. – Ela estava se aproximando cada vez mais.
Tom não sabia mais o que fazer. Precisava de uma saída urgente. Foi quando a porta do dormitório se abriu e uma garota apareceu.
- Thomas? – falou. Estava prestes a entrar no prédio do dormitório para procurar por lá, quando, poucos minutos antes, percebeu que o rapaz que estava procurando estava tendo uma discussão com a garota que ela achou que era a namorada dele, mas, obviamente, percebeu que não era.
- Ah! Oi, amor! – Tom aproveitou a deixa e rezou mentalmente para que a menina estranha não o ignorasse ou falasse algo pior.
- Vim trazer seu livro e aproveitei para procurar a . – falou meio sem jeito, mas não discordou. O rapaz estava em apuros e ela queria ajudá-lo.
- Obrigado! Eu estou procurando o Danny; vamos procurar juntos! – Tom falou, indo em direção à menina e pegando o livro que ela trouxera, guardando-o. Ambos se viraram para Katherine, esperando que ela falasse alguma coisa.
Katherine, que agora estava vermelha de raiva e a única coisa que pensava era em destruir a garota que acabara de entrar no dormitório, respondeu com uma voz seca e sarcástica:
- Você me trocou por ela?
- Ele não te “trocou”, queridinha. Ele apenas subiu o nível. – , que não era boba nem nada, respondeu mais do que à altura. A outra menina passou irritada, esbarrando nela ao sair e batendo a porta com força.
- Muito obrigado! – Tom falou aliviado, soltando todo o ar que ficou preso em seus pulmões nesse curto espaço de tempo. – Por um minuto, eu pensei que você me acharia um louco. Mil desculpas por ter te metido nessa! – ele começou a se desculpar agitado, mal respirando para falar.
- Não tem problemas. Eu, por um acaso, ouvi a conversa. Desculpe-me por isso. – falou meio envergonhada, abaixando a cabeça.
- Graças a Deus você ouviu! – Tom sorriu. – A propósito, eu sou o Thomas. – Seu sorriso aumentou, enquanto ia até ela e estendia a mão.
- E eu sou a ! - Ela sorriu para ele, aceitando de bom grado o aperto de mãos.
- Então, você está mesmo procurando uma amiga perdida? – perguntou curioso.
- Estou sim, uma outra amiga se atrasou na hora de ir buscá-la e agora estamos dando busca por toda a faculdade. – sorriu. – E você? Está mesmo procurando o seu amigo ou foi só para tirar aquela garota do seu pé?
- Ah, eu estou procurando ele, sim. Ele se perde com frequência e hoje se esqueceram de buscá-lo depois da aula. – ele falou sorrindo, percebendo que eles tinham amigos muito parecidos.
- Então vamos procurar juntos! – Ela disse meio envergonhada, meio sorridente.
- Vamos! – Ele, por um impulso, pegou a mão dela e saíram do dormitório de mãos dadas.

estava desconfortável no Siena preto. O rapaz ao seu lado não parava de resmungar baixinho e lhe dirigir olhares irritados.
- Ok, eu já pedi desculpas ao seu amigo! Qual é o seu problema agora? – não aguentava mais o clima estranho do carro.
- Por sua culpa, nós atrasamos as buscas. Você não tem noção de como o Danny é; ele pode estar mais longe agora. E você percebe o clima dessa noite? E se começar a nevar? Se acontecer alguma coisa a ele, será tudo culpa sua. – o rapaz desabafou tudo o que estava em seus pensamentos.
- Hey! Você parou para pensar que quem nos atrasou foi o seu amigo? Se ele tivesse soltado a minha amiga quando ela pediu, nada disso teria acontecido! – retrucou, muito irritada por sinal. – E tem mais: não é só o seu amigo que está perdido, nossa amiga também está. Você acha que eu colocaria a vida dela em risco se eu realmente não estivesse achando que o seu amigo. – e ela frisou bem as duas últimas palavras. – Estava fazendo algo contra a vontade da minha amiga? – Ela terminou a frase com uma voz cansada, Harry percebeu.
- Ok! Ok! - Ele disse meio constrangido agora. Estava tão preocupado com Danny e se sentindo tão culpado por ter transferido a responsabilidade para Dougie, que não pensou que a garota podia estar com tanto medo ou até mais do que ele. Afinal, o Danny era homem, saberia ao menos se virar. Já a , pelo pouco que tinha ouvido falar, poderia estar totalmente desprotegida por aí.
- Vamos tentar só não falar mais do que aconteceu. – disse e voltou a sua atenção para a rua. Afinal, era para isso que estavam ali, para procurar os amigos perdidos.
- Certo! – Harry agora, além de tudo com o que já estava preocupado, também estava preocupado com os sentimentos da garota e se perguntava se tinha ido longe demais.

Dougie ligou o ar do carro a fim de deixar mais confortável. Ela ainda estava visivelmente pálida e isso o deixava preocupado.
- O que aconteceu com você? – Dougie perguntou enquanto olhava atentamente a rua, procurando qualquer sinal do amigo ou da menina perdida.
- O dia não começou muito bem hoje. – respondeu em um tom baixo, com jeito de quem precisava urgentemente de, pelo menos, um tempo mínimo de sono.
- Pergunto-me se eu não deveria levar você de volta para faculdade. – Dougie comentou e esperou pela resposta da garota.
- Não posso voltar sem procurar pela . Ela é nossa pequena, devíamos estar por perto sempre, sabemos como ela é! Não me sentiria bem no quarto enquanto ela está perdida por aí, me sinto melhor a procurando. – respondeu com um tom de voz ainda muito baixo, o que fazia o rapaz redobrar a atenção e o cuidado que já estava tendo com ela.
- Por que você desmaiou hoje? Está doente? – Dougie perguntou preocupado.
- Bom, eu tenho enxaqueca. Às vezes, a dor é tão forte que a reação natural do meu corpo é me desligar. – respondeu como se a resposta já estivesse no automático. Dougie se perguntava como uma menina poderia ser tão peculiar e tão altruísta a ponto de pôr sua própria saúde em segundo plano por causa da amiga. - Isso é perigoso. Você poderia ter se machucado sério se caísse nas duas vezes em que desmaiou.
- Sorte a minha você estar por perto! – Ela esboçou o primeiro sorriso da noite dirigido ao rapaz, que sentiu algo semelhante a borboletas no estômago. – e, sim, eu sei que isso é meio gay de se dizer.
- Eu posso não estar por perto todas as vezes. Você precisa se cuidar. – ele falou um pouco sério.
- Normalmente, eu consigo prever essas coisas, só que hoje eu estava com a cabeça longe. Meu corpo já havia me dado sinais claros do que estava por vir durante o dia, mas a preocupação com a eliminou tudo.
- Entendo.
E, por alguns segundos, o carro ficou em completo silêncio.
- É tão ruim saber que eles estão aí fora no frio. Sei lá o que pode acontecer. – Dougie pensou em voz alta.
- Tomara que os encontremos logo. Parece que vai começar a nevar a qualquer minuto. – expressou em voz alta o mesmo que Dougie sentia.

- Danny, a gente não estava indo para a praça?
- Olha, , não é minha culpa se você saiu correndo atrás daqueles pombos.
- Eu já disse! Eu estava espantando eles! Não sabia que eles querem dominar o mundo?
- Você disse... Dez vezes.
- Só estou lembrando! Afinal, onde nós estamos?
Jones olhou em volta, tentando se situar. Só sabia uma coisa: não fazia a mínima ideia de onde estava.
- Não sei.
A garota deu uma gargalhada e sentou em um banco próximo.
- O que você está fazendo? – ele perguntou apressadamente.
- Sentando. Estamos perdidos e sem celular. Uma hora ou outra nossos amigos vão sair nos procurando.
- , olha para cima! Vai começar a nevar daqui a pouco!
- Sério? Adoro fazer anjos de neve... Mas isso não vai ser bom. Nossas roupas não são muito quentes.
- Então temos que procurar algum lugar quente ao invés de ficarmos aqui, sentados, num banco no frio, esperando nossos amigos, que já devem estar loucos de preocupação.
Ele ajudou a se levantar e foram juntos até um pub. Assim que escolheram um lugar, Danny pediu dois chocolates quentes.
- Já que vamos ter que esperar, que tal conversarmos?
- Já estávamos conversando, Daniel.
- Eu sei que estávamos, , mas eu quero conversar para saber mais sobre você.
- Por exemplo?
- Ok. Eu sei que você tem três amigas: , e , certo?
- Certo.
- Como se conheceram?
- A e a estudavam juntas e eu e a somos amigas desde sempre. A tinha uma amiga em comum com a , que as apresentou, e logo viramos um quarteto.
- Mas vocês não são daqui.
- Não. Somos brasileiras. Na verdade, a é a brasileira com visto de brasileira. Eu vim com cidadania portuguesa, a como francesa e a como italiana.
- Todas tem um pé na Europa... – ele comentou rindo.
- A que ainda não descobriu seu “pé” aqui. A aposta está correndo.
- Eu aposto na Espanha!
Os dois riram um pouco mais, pois, em sua empolgação, Danny quase derrubou chocolate quente na garçonete.
- E por que...
- Não! – cortou. – Minha vez.
- Tudo bem...
- Como você, Dougie, Tom e Harry se conheceram?
- Desde que nos entendemos por gente. Éramos vizinhos e crescemos juntos.
- E continuam juntos, mesmo cada um fazendo uma coisa diferente, sendo tão diferentes?
- Claro! Somos melhores amigos! E apesar de termos profissões diferentes, almejamos a mesma carreira.
Antes que continuasse fazendo perguntas, o sininho do pub tocou quando a porta foi aberta por um casal que brigava.
- Você não entende, Harold, que a não pode comer chocolate? – reclamava .
- E você não entende, , que meu nome não é Harold, assim como o do Dougie não é Douglas?
- Acontece, Harold, que as mães de vocês têm probleminhas, porque colocaram apelidos no lugar de nomes nos filhos.
- Cala a boca e me deixa comprar o maldito chocolate! Você a viu quando o Dougie parou o carro ao nosso lado, ela estava pálida!
- Criatura! A não pode comer chocolate durante uma crise de enxaqueca! Só vai piorar!
- Então, o que melhora?
- Nós temos que achar a e o Danny, porque assim a vai aceitar ir para a cama e descansar.
- Então vamos procurar! Onde eles podem estar?
- Se eu soubesse, já a teria pegado pela orelha e a arrastado de volta para casa. Mas eu não vejo nenhuma, você vê?
Harry olhou à sua volta automaticamente.
- Na verdade, vejo o Danny. E creio que aquela é a .
Na hora em que se virou, se escondeu atrás de Danny, que estava ao seu lado na poltrona.
- . . E. Daniel. Jones...
- Como ela sabe o meu nome? – Danny cochichou para .
- Nunca duvide da . Apenas fique com medo quando a deixar brava.
- Vocês dois somem e me fazem procurá-los durante uma nevasca com a tendo uma crise de enxaqueca! Podem já sair deste pub e entrar no carro antes que as ruas sejam inter...
foi interrompida pelo rádio:
- E finalmente avisamos que todas as ruas estão interditadas para a segurança da população. Caso você esteja em seu carro, procure um lugar próximo para ficar até o fim da neve e quando todas as ruas estiverem desimpedidas.
- Acho que vou chamar Dougie e . – Harry avisou enquanto se virava assassinamente para Danny e .
- CORRE! – gritou antes de empurrar Danny em direção à e sair correndo.

Capítulo betado por Andressa Galli




Capítulo 4 - "Don't it make you feel bad when you're trying to find you way home. You don't know which way to go?""


Danny tropeçou com o empurrão que recebeu nas costas, e caiu em cima de , que deu um grito alto.
- SAI DE CIMA DE MIM AGORA MESMO! EU TENHO QUE ALCANÇAR A !
O garoto se levantou, tropeçando nos próprios pés e caindo para trás. se levantou com agilidade e começou a correr atrás de , que corria em círculos pelo pub.
- VOLTA AQUI, !
- NÃO, VOCÊ VAI ME MATAR E DEPOIS ME ESQUARTEJAR E ESPALHAR OS PEDAÇOS DO MEU CORPO LINDO PELOS QUATRO CANTOS DO MUNDO!!
- ! VEM AQUI!
- EU PENSEI QUE VOCÊ ESTIVESSE PREOCUPADA COMIGO!! – ela gritou, passando por Danny e pulando por cima dele. Ele teve o bom senso de se afastar, pois segundos depois passou onde ele estava, sem nem se importar com a presença dele.
- ESTOU PREOCUPADA COM VOCÊ E ESTOU PREOCUPADA COM A PASSANDO MAL NAQUELA PORCARIA DE CARRO!
Jones olhou para a entrada do pub quando ouviu a sineta anunciando que alguém havia entrado. Eram Harry, Dougie e mais uma garota, que se apoiava no nanico. Aquela devia ser a . Viu a garota cochichando alguma coisa para Dougie, que acenou com a cabeça antes de dar um grito:
- HEY! E !
As duas pararam de gritar e correr e olharam para o garoto. Ele fez sinal, indicando .
- Agora que vocês pararam de gritar... – ela disse baixo. – Será que podemos avisar a que a está viva e bem... E, por favor, será que eu posso deitar em alguma poltrona e curtir um pouco de silêncio?
, a mais preocupada quando alguma amiga estava doente, pois como ela sempre dizia, “eu sou da área da saúde, acho que eu sei o que tô falando que você precisa”, logo correu para o lado da amiga e a ajudou a chegar até uma cadeira.
- Eu ligo para o Tom. – Avisou Harry para Dougie, que apenas concordou com a cabeça e foi até Danny, ainda sentado no chão.
correu para o lado da amiga:
- Obrigada! Você salvou a minha vida... E você me encontrou!
- Harry te encontrou, . – retrucou . – E eu só salvei a sua vida até a hora que pudermos voltar para a faculdade... E até eu estar melhor. Depois disso, ninguém te salva.
quase conseguiu discar o número da , mas o celular tocou antes que ela sequer desbloqueasse o teclado. Foi audível o grito de alívio e a bronca que seguiu-se quando a identificou a voz da no celular.
- Quantas vezes vamos ter que falar para você ficar esperando quando alguém for te buscar? O que você fez com seu celular dessa vez? Você quer deixar todo mundo em pânico? Sabia que a está aí fora no meio de toda essa nevasca com enxaqueca te procurando?
Assim que parou de falar, deu as últimas notícias e se desculpou com a amiga. Como não teria jeito, sentou-se ao lado das amigas disposta a esperar a nevasca acabar.
- Ok, eu preciso me deitar. – sussurrou para , já que estava com a cabeça encostada no ombro da amiga. Dougie prontamente procurou identificar uma mesa mais reservada no pub onde tivesse um sofá que a pudesse deitar. Achou-a no fundo, nem esperou sequer levantar, já foi pegando a no colo e indo em direção a mesa.
- Hey! – falou meio indignada, mas se lembrando de que aquele era o jeito Dougie de ser, já tinha o visto fazer isso mais cedo com a amiga, que, dessa vez, não reclamou. – Você realmente precisa parar de fazer isso. – ela sorriu para o rapaz, seguindo-o junto com os outros amigos.
- É, eu corro sérios riscos de sair com um nariz quebrado. – e os dois riram, acompanhados por , que agora usava como travesseiro. Harry chegou em seguida, tinha se afastado e ido até o bar se desculpar pelo tumulto das meninas, principalmente da , e pedir bebidas quentes para eles.
Deu-se início a uma conversa baixa, onde Dougie relatou cheio de piadas o que havia acontecido para ele estar com o rosto meio inchado e segurando uma gaze no nariz.

- Argh. - reclamou , ao desligar o celular. - Isso é tão típico da . Sair quando deveria ficar parada quieta em um lugar!
- Calma, . Eles estão bem, estão juntos.
- Numa nevasca! A irresponsável da deixa de buscar a irresponsável da que não fica no lugar, e a irresponsável da sai por aí com enxaqueca, se esquecendo de como ela fica se não contorna a crise.
- Irrelevante, mas por que ela não toma remédio?
- Ah, Tom. Porque ela tem alergia a quase todos os remédios. Ela tem alergia a um composto químico que tem em quase todos os remédios. E tem mais isso! Aquela menina tem alergia a quase tudo! E se acontecer alguma coisa com ela? Ela comer alguma coisa que não pode? Eles não vão poder levar ela para o hospital com essa nevasca!
- ! - chamou Tom, sentando-se no sofá da área comum aos alunos. - Vem cá e sente-se. Tente manter a calma.
- Calma... Você fala isso porque não tem dois amigos quase morrendo lá fora!
- Dois? Achei que era só a passando mal.
- Aposto que a está perseguindo a para dar uns tapas nela. E acredite, ninguém quer ver a brava. Tom, nós TEMOS que ir lá!
- ! Você deu uma olhada lá fora? Está nevando! Sabe o que é neve? É quando está frio demais para chover, e as gotas de chuva se condensam, transformando em flocos de neve. A neve cai... E quanto mais forte a neve cai, mais difícil fica de sair de casa. Com essa nevasca, nós temos que esperar aquelas máquinas para limpar o caminho de neve. E elas só começam a trabalhar quando a nevasca diminuir.
sentou-se frustrada. Mexeu no cabelo tantas vezes que Tom estava começando a se sentir incomodado. Por fim ela soltou um suspiro alto.
- Tá bom, o que fazemos enquanto esperamos a merda da nevasca acabar?
- Não faço a mínima ideia. - ele falou, olhando em volta, vendo os amigos que estavam buscando Danny, e para os quais tinha ligado alguns minutos atrás para avisar que ele fora encontrado, voltarem para o dormitório. Alguns se dirigiram até Tom, com um sorriso no rosto.
- Quer dizer que encontraram o perdido?
- Sim, Craig, valeu pela ajuda. - viu que o amigo olhava interessado para , que estava de cabeça baixa, fitando o chão.
- Tô tão cansada, Tom. - ela exclamou, sem nem perceber que tinha outras pessoas perto. Deitou a cabeça no ombro dele, de olhos fechados.
Craig arregalou os olhos e deu uma risada maliciosa. se assustou com o som, abrindo os olhos e encarando o amigo de Tom.
- Desculpa. Sou Craig. - ele se apresentou, ainda com traços de um sorriso no rosto.
- . - ela disse, confusa. Sua confusão aumentou quando Tom colocou o braço na cintura dela e deu um sorriso para Craig.
- Ela é minha namorada. - antes que ela pudesse falar algo, ela sentiu um apertão na cintura e viu que ali perto estava Katherine. Rolou os olhos. Teria que bancar a namorada de novo.
- Uau Tom, você estava guardando ela só pra você? – Um amigo que estava a uma curta distância do pequeno trio falou em voz alta na sala.
- Caio! – Valeria exclamou – Isso é lá jeito de falar? – a menina parecia irritada. e Tom riram.
- Preciso guardar as melhores coisas só pra mim. – Tom respondeu rindo para .
Algumas das pessoas que transitavam pelo dormitório e alguns dos amigos de Tom, começaram a olhar de Tom, para Katherine, que havia acabado de se levantar e seguir em direção do casal sentado no sofá.
- Então é isso? Você vai mesmo me trocar por isso? – Katherine fez uma cara de nojo enquanto apontava veementemente para .
- Garota. – falou com a voz cortante. – Tivemos um dia cheio, terrível, nossos amigos sumiram, e agora que foram encontrados estão presos em uma nevasca lá fora, e eu realmente não estou com paciência para crianças hoje, então, se você não quiser acabar se machucando “acidentalmente”, fica quietinha.
Tom se levantou no mesmo instante em que acabara de dizer isso, e se posicionou protetoramente na frente dela, afinal, ele metera-a nessa confusão.
- Katherine, eu não te troquei, quantas vezes vou ter que repetir isso para você? Acabou entre nós. E da próxima vez que você cogitar a hipótese de dirigir a palavra a mim ou a , não se queixe das consequências dos seus atos. – Tom terminou de falar e virou-se para – Vamos sair daqui. – pegou a garota pela mão e começou a se retirar do local.
- Thomas, não pense que vai ficar por isso mesmo, ok? Ninguém dá as costas para mim, ninguém, ouviu? Você... – Mas nem Tom, nem ouviram o final da frase, porque foi abafada pela voz grossa de Craig.
- Dá um tempo Katherine, e vê se cala essa boca. – dando as costas para a garota em seguida. O dormitório inteiro observou o desenrolar da cena quietos.
O mais novo “casal” saiu do dormitório de Tom e foram em uma caminhada rápida até a sala em comum do dormitório da .

- E nós não estávamos tão perdidos assim! - exclamou Danny. - Eu e a nos encontramos na saída do estúdio. Aí o que a gente pensou: Vamos para um lugar público e que todos possam nos encontrar! Mas quando estávamos chegando na praça da universidade, a parou de andar e ficou fitando um bando de pombos que estavam ali perto. Do nada ela começou a correr atrás deles.
- Eu já disse que estava... - ela tentou falar.
- Eu sei! - cortou Danny com um sorriso. - Mas me deixe contar do meu ponto de vista.
- Mas o seu ponto de vista não explica o que estava acontecendo!
- Explica se você me deixar falar.
- Então fala! - ela disse emburrada, bebendo um gole de seu chocolate quente.
- Então eu fiquei pensando algo do tipo: ela não cresceu! - continuou Danny. - Aí eu corri atrás dela. E quando eu perguntei o que ela estava fazendo, sabem o que ela respondeu?
abriu a boca para falar, mas foi cortada por Danny.
- Você não vale, você sabe a resposta.
- Hum. Ela se lembrou de quando era criança. - tentou Harry. Jones negou com a cabeça.
- Ela tem nojo. Por isso espantou as aves? - foi a vez de Dougie. Mais uma negativa como resposta.
- Ela virou para mim e falou: "Danny, temos que espantar as aves! Elas estão analisando o inimigo para que quando elas forem dominar o mundo, saibam tudo para nos subjulgar."
negava com a cabeça, um sorriso em seu rosto, enquanto os garotos da mesa explodiam em risada e escondia o rosto nas mãos.
- E foi assim que saímos da faculdade. estava tão preocupada em espantar os pombos e eu estava correndo atrás dela para que ela não se perdesse...
- ... Que os dois acabaram perdidos. - disse, de olhos fechados, do seu lugar com a cabeça no travesseiro/pernas de .
- Isso é tudo culpa sua, ! - exclamou, acariciando a cabeça da sua amiga, em seu colo.
- Minha nada!
- Sua sim. Quem foi que surgiu com essa teoria de que os pombos vão dominar o mundo, no primeiro ano do ensino médio?
- Mas é uma teoria plausível! - falou de uma vez, se levantando e encarando todos. - Os pombos VÃO tentar dominar o mundo! Eles se multiplicam cada vez mais e eles possuem uma ÓTIMA mira!
- Isso tenho que concordar. - comentou Danny.
- E sabem quem pode nos defender? - ela perguntou fazendo um suspense, apesar de estar fazendo careta para a luz que batia em seus olhos.
- Quem? - os meninos perguntaram ao mesmo tempo, enquanto concordava com a cabeça e apenas rolava os olhos.
- As GIRAFAS!
- Girafas?
- Girafas! Elas possuem pescoços longos para poderem ficar de olho nos pombos. E aqueles chifres que elas possuem, na verdade são antenas para que elas possam se comunicar com OUTRAS girafas.
A risada na mesa foi geral. estava acostumada a ouvir aquela teoria, mas sempre dava risadas. e trocaram um olhar triste, então voltou a se deitar no colo de e a fechar os olhos.
- Ok. Então temos uma teoria de maluca que duas pessoas acreditam. - disse Harry. - Alguém tem mais alguma? - ele perguntou olhando para Dougie.
- O que foi? - questionou o garoto.
- Nada! Só estou me lembrando de quando o Jones me acordou porque achava que você tinha sido abduzido.
- Eu não tenho uma teoria maluca! Todos sabem que ficar em plantações de milho durante a noite é sinônimo de abdução!
- Marcianos nos pegam para tentar fazer coisas impróprias com os nossos lindos corpinhos! - confirmou Danny.
- E você ainda colocou isso na cabeça do Danny... - Harry comentou, abaixando a cabeça em descrença.
- Acho que é problema de pessoas lerdas. - disse , pensativa. - Acreditam em qualquer coisa que pessoas pervertidas dizem.
- Eu não sou pervertido! - reclamou Dougie, enquanto , ainda de olhos fechados, corava.
- É sim! - exclamaram Danny e Harry ao mesmo tempo.
- Okay. - ele abaixou a cabeça, chateado.
- Ainda bem que eu sou centrada e não deixo ninguém me enganar com teorias malucas. - falou , se recostando no espaldar do sofá com um sorriso superior.
- Falou a foda. - Harry exclamou, rolando os olhos.
- Vamos mudar de assunto! - batia palmas e falava alegre, para impedir que eles voltassem a brigar.
- Ai, ! - reclamou a voz de , vindo do colo de .
- Você ainda não dormiu? - perguntou a amiga.
- Não consigo, já que vocês não calam a boca.
- Vem, . Tem um outro sofá ali longe. - Chamou Dougie, a ajudando a levantar.
Ela foi em silêncio, ainda de olhos fechados, se deixando guiar.
O dono do pub havia autorizado que os clientes se acomodassem da melhor forma possível no local, já que não havia como eles saírem por um tempo. Como estava praticamente apenas os 6 ali, tirando um ou outro cliente, eles podiam fazer a bagunça que quisessem que não iriam incomodar ninguém.
- Ok! Como eu dizia: novo assunto. Comidas estranhas que vocês comem.
- Brócolis puro. - falou Danny.
- Eca! Quem gosta de brócolis? - perguntou .
- O Danny. - riu Harry. - Sua vez .
- Hum. Eu gosto de tomate puro.
- Isso não é estranho.
- Mas eu quero que seja estranho, então vai ser estranho. Harry?
- Pimentão puro.
- Isso é estranho. - riu .
- Então vai lá, duvido que você não come coisa estranha...
- Por quê?
- Você é estranha. Sua comida também deve ser.
- Affe... - rolou os olhos. - Eu não como coisas estranhas...
- Come sim, . Aquele seu mel é estranho.
- Mel? - perguntaram os meninos ao mesmo tempo.
- É. - concordou . - Ela come mel com farinha.
- ECA! ISSO é estranho.
deu a língua para eles e bebeu mais um pouco da bebida que estava em frente à ela.
- Pior ex. - falou Harry, ouvindo um gemido de desconforto de .
- Kendra. Sem mais. - Disse Danny, negando com a cabeça.
Harry concordou com a cabeça.
- Hum. John.- falou , olhando para um ponto acima da cabeça da . - E traidores não devem ser lembrados.
Danny ergueu seu copo, como se concordasse.
- Lindsay. - Harry deu de ombros.
- Harry, você não namorou com ela.
- Mas ela é a pior ex.
- De novo, ela não é sua ex. Você não tem uma pior ex.
- . - Harry falou, ignorando Danny.
- Pietro. - falou com uma careta.
- Ok, nem traidores OU egocêntricos panacas devem ser lembrados.
- E a ? - Perguntou Harry, olhando a garota deitada no colo de Dougie, que acariciava a cabeça dela enquanto ele próprio estava com a cabeça encostada no sofá e estava de olhos fechados. - Algum namorado legal?
- Namorado legal? Tipo Marcus, Arthur, Gabriel, Gustavo, Luiz... E aqui o James? Só traste. Aquela lá tem dedo podre para namorados. - comentou .
- Concordo. - Riu .
- Coitada! - comentou Danny, segurando um sorriso.
- Um brinde ao dedo podre da e aos ex traidores e egocêntricos panacas! - disse Harry, erguendo seu copo. - Que eles deixem de existir.
Todos ergueram seus copos e continuaram a conversar.
Pouco tempo depois falou que estava cansada demais e foi até outro lugar, onde pudesse se deitar. logo a seguiu, e depois Danny e finalmente Harry.

Amanhecia quando acordou assustada. Olhou em volta e constatou que estava no colo de Dougie, que dormia todo torto encostado no sofá, mas que estava caindo por não ter nenhum apoio. Se lembrou que estava em um pub com as amigas e os amigos de Dougie, já que começara uma nevasca. E tivera uma crise de enxaqueca. Deu um sorriso ao se lembrar de Dougie cuidando dela na noite anterior. Corou um pouco, não queria levantar mas sabia que estava na hora de acordar e chamar todos para que fossem embora. Já devia estar na hora de irem, as ruas já deviam estar desinterditadas e o caminho para a faculdade, livre.
Sentou-se e espreguiçou-se.
- Dougie! Hora de acordar. - ela disse, mexendo ele levemente.
Ele apenas olhou para ela e deu um sorriso. Nem parecia que havia acabado de acordar.
Levantaram e procuraram os amigos, chamando-os.
levantou em um pulo, gritando que não queria que os ratos atacassem sua casa. Foram precisos 5 minutos para acalmá-la e mais 10 para acordarem Danny.
Foram até o balcão e pediram informações. A moça falou que eles já podiam ir embora caso quisessem. Agradeceram, pagaram pelo que consumiram e finalmente saíram do estabelecimento.
- Droga, ainda está frio! - reclamou , se abraçando.
- Calma... É só até chegarmos aos nosso carros. - disse Harry, pegando a chave de seu carro e o destravando.
Dougie fez o mesmo, entrando logo em seguida. entrou no carro dele, e foi atrás. correu para entrar logo no carro de Harry e deitar no banco de trás para que continuasse dormindo, enquanto Danny entrou no banco da frente.
Poynter seguia o carro de Judd até a faculdade enquanto conversava com as meninas.

Assim que pararam no estacionamento da faculdade, viram andando de um lado para o outro, sendo amparada por Tom, que tentava, em vão, acalmá-la. Ao ver as amigas saindo dos carros, a loira correu até elas, dando tapas em , brigando por ter simplesmente sumido da faculdade durante uma nevasca.
- Mas a culpa não é minha!! - defendeu-se a garota, se protegendo, mais uma vez, atrás de Danny. E, obviamente, usou o próprio garoto como bode expiatório. - Foi ele! Ele me garantiu que sabia andar pela faculdade.
- Daniel Jones! - falou, seus tapas voltando-se para ele. - Como você fala isso para ela, sabendo que é tão lerdo quanto?
- Como você sabe disso?? - Danny colocava as mãos na frente do rosto, tentando evitar tapas na cara.
- Eu sei de TUDO. A culpa é sua, Danny.
- Não é! A quem quis sair correndo atrás de pombos para espantá-los evitando a dominação mundial.
deu um gemido ao ouvir isso. Sabia que ia sobrar para ela.
Não deu outra. virou-se para a amiga, os olhos exalavam raiva e sua boca estava fechada em desgosto.
- Quantas vezes eu te disse para NÃO colocar esse tipo de ideia na cabeça dela? Claro que ela ia acreditar! - Enquanto ela falava, cada momento em que ela parava para respirar, ela dava um forte beliscão na amiga.
- Hey! Mas a gente não teria demorado tanto para encontrar eles se o Dougie não tivesse me arrastado até o ambulatório.
- Dougie! - a raiva de se voltou para ele.
- Por que a raiva? Eu estava tentando ajudar a !
- Não importa... A pediu ajuda? Não! Então não se metia e não atrapalhava!
- Aiiiiii! - ele reclamava a cada tapa que recebia. - Mas a gente só demorou no ambulatório porque a deu um soco no meu nariz!
- Mas como você tem a capacidade de fazer isso, sabendo que estávamos preocupados com a ? - o novo alvo, , fechava os olhos, tentando se livrar dos doloridos tapas e beliscões da amiga.
- Pelo menos eu não tentei dar chocolate quente para a , diferente do Harry!
- VOCÊ QUERIA O QUÊ? - o olhar de para Harry era de completo ódio. - VOCÊ QUERIA MATAR ELA DE DOR? IA NOS MATAR MAIS AINDA DE PREOCUPAÇÃO!
Harry aceitou, calado, os primeiros tapas, mas quando um mais dolorido atingiu seu ombro, ele suspirou, segurou os pulsos de e falou calmamente.
- Se não fosse a minha ideia de entrar naquela lanchonete para comprar o maldito chocolate, não teríamos encontrado e Danny.
Isso fez com que finalmente ficasse quieta. Olhou para as três amigas, ainda emburrada, e para os quatro garotos. Então deu um suspiro derrotado.
- Vão descansar, vocês, que parecem nem se aguentar em pé por mais um segundo. - falou, puxando Tom pela mão e se afastando dos amigos, que os olharam, estranhando a intimidade deles.

Enquanto se encaminhavam para seus dormitórios, os agora amigos debatiam sobre a louca da .
- Como essa garota sai espancando todo mundo desse jeito? – Harry pergunta indignado.
- Essa é a quando está irritada, acostume-se com isso ou desista de ser amigo dela. – deu de ombros.
- Eu não quero ser amigo dela, ela é malvada. – Daniel falou massageando o braço que recebeu mais tapas.
- O ponto é: desde quando NOSSA é amiga do Tom de VOCÊS. – perguntou, olhando para eles.
- Verdade, desde quando eles são tão amiguinhos assim? – Dougie confirmou, estreitando os olhos.
e Danny também estavam com aquela coisa esquisita de intimidade no ar, mas aparentemente os outros não perceberam nada.
- Ei Harry, vi você alongando seu braço. pegou mesmo pesado com você hein? – comentou, dando uma olhada no braço dele.
- Ah, nada que eu não possa suportar, é só que... – Harry deixou a frase morrer, quase contava sobre o seu ombro.
- Só que? – curiosa se adiantou esperando que ele continuasse a falar.
- Nada, só fui pego despreparado.
- Ah sim. Eu pensei que você era do tipo fraquinho que não aguentava nadinha. – pontuou seu pensamento.
- Como se você não estivesse morrendo de medo da . – riu da amiga.
- Quem tá morrendo de medo daquela menina sou eu, isso sim. – Danny completou.
- Eu que não quero cruzar com ela nessa situação de novo. – Dougie falou, todo medroso.
- Bom, nós te deixamos aqui, não precisam mais da nossa proteção. – Danny falou rindo para a , ao chegarem em frente ao dormitório das meninas. – E vê se não se perde novamente, , não quero sair pra te procurar de novo, tá muito frio lá fora.
O resto do grupo rolou os olhos.
- Como se você fosse de grande ajuda, né Danny? – Harry deu um empurrão no amigo. – Na próxima colocamos uma pulseira em você, igual fazemos com crianças.
- Hey... – como sempre, demorou para entender o que o Danny queria dizer, mas antes de manifestar sua raiva, foi interrompida por .
- Boa ideia, Harry, vamos adotar essa também, não é, ?
- Ok, adotamos tudo. Agora, eu preciso mesmo deitar na minha cama. – comentou, já que ainda não se recuperara da enxaqueca do dia anterior.
- Verdade , vou te levar para o quarto. Tchau rapazes, até mais. , fica aqui do meu ladinho agora, vou deixar você no seu quarto assim que dormir. – falou, pegando pela mão e tratando-a como uma criança de dois anos.
Depois de beijinhos de despedidas e muitos tchaus e “vê se não se perde”, as meninas entraram em seu dormitório e os meninos seguiram até o deles. instalou na cama, fechou todas as cortinas e quando o quarto estava totalmente escuro puxou pela mão e saiu do dormitório, enquanto já estava entrando no mundo dos sonhos.
Levou até seu próprio quarto. Por sorte não estava lá, o que levantava novamente a questão de e Tom íntimos, mas deixou passar essa, estava tão cansada da noite anterior que só pensava em dormir.
- , coloque seu celular pra carregar, não saia do dormitório sem chamar uma de nós, por favor, e que essa seja a última vez que você sai com estranhos, ok?
- Mas , eu não estava com estranhos, tava com o Danny, dãrt.
- Que era um completo estranho, até minutos antes de vocês se apresentarem.
- Vocês também saíram com estranhos. – tentou argumentar.
- Foi questão de necessidade. – respondeu, já estava ficando irritada, depois de toda a adrenalina, seu corpo agora implorava por longas horas de sono apropriado.
- Obrigada amiga, sabia que vocês iam dar um jeito de nos encontrar. – sorriu pra amiga.
- É claro que daríamos, sua mãe nos mataria se perdêssemos você de vista. E não deixaríamos você lá fora sozinha. – respondeu com menos irritação e muito mais aliviada, agora que estavam todos seguros dentro da universidade.
deixou no quarto, voltou para seu próprio, entrou com cuidado para não acordar a , Tomou um banho quente e desmaiou na sua cama.

Dougie e Harry guiavam Danny para o dormitório. Conversavam sobre qualquer coisa, sem reparar de fato no que falavam. Até que Harry deu um sorriso e comentou:
- Como será que o Tom ficou tão próximo da amiga das meninas em algumas horas?
- Não sei dude, isso só perguntando para ele para saber. - retrucou Dougie, voltando alguns passos e tornando a puxar Danny, que parara para prestar atenção na televisão da sala de descanso.
- O que significa que vamos ter que esperar ele surgir. - Harry coçou a cabeça fazendo uma careta. - Acho que vou dormir um pouco e aproveitar a tarde para estudar.
- Sabe Harry, existem coisas mas produtivas para se fazer nos sábados de tarde. - Poynter comentou enquanto abria a porta do seu quarto e empurrava Danny para dentro.
- Quando se tem prova na semana seguinte, o sábado vira dia de estudar. Mais tarde a gente se fala, dude. - Harry se despediu, entrando no próprio quarto.

continuava puxando Tom pela mão até chegar em um lugar afastado do pátio, onde se sentaram em um dos bancos.
- Não cheguei a te perguntar... Mas COMO você estava com o meu livro? - finalmente Tom perguntou.
- Eu estava te procurando na biblioteca e um dos seus amigos deixou meu celular cair no chão... Quando me abaixei para pegar, encontrei o seu livro caído... Só percebi que tava carregando ele quando estava do lado de fora da biblioteca. - se justificou, dando de ombros.
- E por que você estava me procurando? Meus amigos comentaram comigo mesmo isso.
- Ah! É que eu tenho que fazer uma matéria sobre o seu curso para o jornal da faculdade... E diretor do seu curso me indicou você.
- Me indicou porque eu sou foda. - o garoto disse, estufando o peito.
Ela riu da besteira dele. Então ela fez uma careta ao ver Katherine ao longe.
- Ele também indicou Katherine Summers... E eu tenho a leve impressão de que ela não vai ser tão acessível quanto meu suposto namorado.
Tom corou quando a ouviu falar.
- Quanto a isso, , desculpa mesmo. Mas eu estava desesperado para me livrar dela.
- Tranquilo quanto a isso. Mas você está me devendo um favor enorme, gigantesco, absurdamente grande.
- E eu ajudar na matéria não cobre o favor?
- Nem um décimo.
- Valeu! - ele disse ironicamente. - Onde eu fui me meter. Com uma pseudo namorada abusada. - e então começou a rir, sendo logo acompanhado por ela.
- E se quiser começar pagando sua dívida com diamantes, eu não acho ruim. - ela comentou, vendo a cara de susto dele, a fazendo rir mais alto ainda.
- Enfim! Você se incomoda em fingir ser minha namorada? Por que se quiser eu falo que você terminou comigo porque eu fui um incrível canalha e...
- Tom! Já disse... Tranquilo. É só quando estivermos perto dos seus amigos e da Summers mesmo, então nem dá tanto problema assim. E se de repente eu ficar interessada em algum cara, a gente 'termina' e pronto.
- Sério mesmo?
- Sério, Tom. - ficaram em silêncio por um tempo, até falar subitamente. - Só temos um probleminha.
- Qual?
- Seus melhores amigos e minhas melhores amigas não sabem disso... E pode acabar dando problema.
Concordaram que tinham que ir atrás dos amigos e colocá-los por dentro da novidade antes que desse mais problema.
foi para o seu dormitório, além da confusão que Tom a metera, ela ainda precisava conferir se estava tudo bem mesmo. Encontrou dormindo, e pelo que conhecia de e de , as duas provavelmente estariam fazendo o mesmo.Sentou-se a mesa e pegou alguns apontamentos que já possuía. Iria começar a fazer a tal matéria enquanto tinha tempo. Se não, pelo o que conhecia de , logo isso não seria possível. Vai que a amiga decidia explorar os arredores da cidade? Estariam todos perdidos. Pelo menos, agora tinha mais 3 pares de olhos para ajudar a procurar a amiga, ficaria mais fácil... Se ela não sumir com o Danny. sorriu para a tela em branco do notebook. Sabia que não iria se concentrar facilmente. E afinal, tirar um cochilo não soava tão mal assim...


Capítulo 5 - "And I ain't seen the sunshine since I don't know when, I'm stuck in Folsom prison""



Exclusivamente neste capítulo, há uma personagem fixa com o nome de Marina. É uma pequena homenagem nossa para uma amiga que é GD, Poynter como a Kah e por isso não costuma ter participação nas nossas fics. Te amamos, Mari! <3

Harry se levantou, espreguiçando-se, e notou Tom sentado à escrivaninha do quarto, estudando.
- Dia, mate. – cumprimentou Tom ao ver que o amigo havia acordado.
- Quantas horas? – perguntou Harry ao se dirigir ao banheiro.
Tom olhou para o relógio e, quando viu o amigo colocando a cabeça para fora do banheiro, escova de dentes na boca, esperando a resposta, disse:
- Quase meio-dia.
- Já? Droga, não esperava dormir tanto.
- Você estava cansado... – comentou Tom, tentando voltar a estudar. – Passar a noite na lanchonete não deve ter sido relaxante.
- Como você sabia que estava na lanchonete?
- A contou para a por celular, que me contou.
- Hum... ... – Harry já havia saído do banheiro e estava sentado calçando os tênis, quando ouviram uma batida na porta e ela ser aberta por Danny.
- Olá, meus pimpolhos! – ele disse com um imenso sorriso, fazendo os amigos rirem. Entrou sem cerimônias e jogou-se na cama de Tom. – Estou com fome. Onde vamos almoçar?
- Você eu não sei. Vou comer no refeitório e depois vou para a biblioteca estudar. – falou Harry, levantando-se com a mochila nas costas.
- E eu vou comer no refeitório e vou voltar para cá para estudar. – completou Tom, olhando para seu caderno e percebendo que enquanto os amigos estivessem ali, não estudaria.
- Mas eu estou com fome! Vocês não podem me deixar comer sozinho.
- Danny, você por acaso não tem que estudar também? – perguntou Harry, erguendo uma sobrancelha.
- Tenho... mas isso não nos impede de comer fora do campus!
Antes que os amigos pudessem falar mais alguma coisa, a porta foi aberta abruptamente por Dougie, que entrou meio desesperado.
- Alguém viu o Danny? Ele su... – ao vê-lo espalhado na cama de Tom, ficou vermelho. – PORRA, DANIEL, NÃO SAIA SEM AVISAR! QUER ME MATAR DO CORAÇÃO?
Os outros três riram do desespero dele.
- Acho que o Dougie ficou meio sensível depois do seu sumiço ontem, Danny. – comentou Tom.
- Voltando a falar em ontem... – comentou Harry. – Antes que o Danny chegasse você estava falando da ...
- Ui... o Tomzinho estava falando da ...
- Não estava! Só comentei que sabia que vocês estavam em uma lanchonete porque a contou para a .
- E a contou para você. – completou Harry. – A pergunta, Tom...
- ...É por que ela contou para você? – continuou Dougie. – Aliás, por que vocês...
- ...Saíram de mãos dadas hoje cedo? – finalizou Danny.
- Ela contou para mim porque... Oras, porque ela estava me ajudando a procurar o Danny e eu a estava ajudando a procurar a .
- E as mãos dadas?
Tom ficou subitamente vermelho.
- Aqui não é lugar de conversar sobre isso. – olhou para a porta aberta, por onde ora ou outra passava um aluno.
- Ótimo! Estou com fome. Saímos do campus para almoçar e você conta a história. – decretou Dougie.
- Desde quando o nanico manda na gente? – perguntou Harry com um sorriso.
- Desde quando eu sou o mais gostoso dos quatro.
- Eu concordo com o Dougie. – disse Danny. Os outros o olharam surpresos.
- Você concorda que o Dougie é o mais gostoso? – perguntou Tom pausadamente.
- Não! – ele negou, franzindo o cenho. – Eu concordo em almoçar fora do campus. Estou morrendo de fome!
- Mas eu tenho que estudar! – falou Harry, pensando nas provas que começariam na segunda.
- Harry... o Tom não vai explicar essa história no campus. Se sairmos para almoçar em um restaurante onde estarão pessoas que não tem problema entreouvir a história, qualquer que seja, ele irá contar.
Tom olhou para o amigo, como se suplicasse para que ele não concordasse com a ideia. Não surtiu muito efeito, porque o outro deu um sorriso malicioso e disse:
- Tudo bem, vamos a um restaurante.

- acorda, acorda, acorda, acorda. – pulou na cama da com um travesseiro nas mãos, batendo na amiga enquanto gritava ao mesmo tempo.
- Calma, o que aconteceu? – deu um salto da cama, descabelada e desesperada.
- Nada, só sou eu te acordando. – deu um sorriso sapeca para a amiga.
- Você tá maluca? Primeiro me faz perder um noite de sono e agora isso?
- Mas eu estou com fome e você disse que eu não podia ir sozinha nem para o quarto da . – falou se sentando, fazendo bico e batendo os dedinhos, rolou os olhos.
- Ligue para alguém vir te buscar, eu vou voltar a dormir. – falou, deitando-se novamente.
- Mas eu já liguei, elas não me atendem.
- Ok, , ok!
se levantou, arrumou o cabelo de qualquer jeito em um coque mal feito, trocou-se e saiu com , que não parava de falar de como tinha sido divertida a noite anterior.
Entraram com cuidado no quarto das amigas, pois sabiam que qualquer que fosse as intenções delas, e odiavam ser acordadas.
- , nós temos que ir com calma, porque você sabe como são as meninas.
- Sim, sim, eu sei. – disse com um sorriso antes de pular em cima da cama de gritando. – BOM DIA, FLOR DO DIA! LEVANTA QUE O SOL JÁ RAIOU E O GALO JÁ CANTOU!
- ! SAIA DE CIMA DE MIM AGORA! – gritou, acordando assustada e levantando-se, tentando empurrar a amiga no chão, enquanto , na entrada do quarto, olhava com raiva para a amiga.
não disse nada, apenas acordou assustada e olhou desnorteada ao redor até entender o que estava acontecendo.
- Não.Me.Diz.Que.Você.Veio.Nos.Acordar..
- Mas, ... Eu estou com fominha. E eu não posso ir sozinha a lugar nenhum! Por isso eu vim, com toda a prestatividade do meu ser, convidar vocês para irem tomar café da manhã comigo!
- “Prestatividade” existe? – perguntou , mas foi cortada por .
- Café da manhã? Está quase na hora do almoço!
- Não importa! Hora de comer, é hora de comer. Não importa qual tipo de comida nós iremos ingerir. – disse , finalmente se levantando do chão para onde havia conseguido empurrá-la quando acordou.
- Eu não estou com taaaaanta fome assim. – disse , tornando a deitar-se, mas sua barriga pensava diferente, já que fez um sonoro barulho que fez as amigas rirem.
- E o pior é que eu acho que também estou ouvindo a minha barriga. – disse com um sorriso.
- Ok, ok. Nós vamos comer então e... – mas o que quer que fosse dizer, fora cortada pelo som do celular. Ela pegou o aparelho no bolso traseiro da calça e corou antes de se virar e sair do quarto. As amigas ainda puderam ouvir antes que ela fechasse a porta: – Oi, Tom!
- Oi, Tom?! – as amigas disseram em conjunto antes de correrem até a porta e começarem a ouvir o que conversava com o garoto no corredor.

- Então, nós vamos almoçar onde? – perguntou Harry, que acompanhara Danny e Dougie até o quarto deles para que eles pegassem suas carteiras.
- Sei lá. – disse Dougie com a cabeça debaixo da cama, não encontrando a carteira. – Algum lugar longe do campus, onde é mais difícil encontrar alguém conhecido.
- Restaurante Brasileiro de novo? – perguntou Danny com um sorriso.
- Eu estou mais num humor para um restaurante italiano. – Harry comentou, dando de ombros.
Dougie se levantou.
- Acho que está no quarto de vocês, Harry. – ele falou, antes de atravessar o corredor e abrir a porta cuidadosamente. Tom pedira um pouco de silêncio para que finalizasse pelo menos o estudo daquele capítulo antes de irem almoçar.
- Tudo bem com você? – Tom falava ao celular, parecendo realmente um tomate ambulante. – Não te acordei, né? Porque os meninos estavam dormindo até agora, então imagino que as meninas também, e você também. Você estava bem cansada e...
- Com quem você está falando, Tom? – Dougie perguntou, antes de tomar o celular do amigo, que com o susto não segurou o aparelho com muita força. – Alô... Oi.... ?
Dougie abriu um sorriso malicioso quando reconheceu a voz da menina.
- Então você e o Tommylindo já estão ligando um para o outro para saberem como estão? Mas é um casal realmente adorável, vocês dois!

estava realmente envergonhada. Andava de um lado para o outro no corredor e tentava ignorar as besteiras que Dougie falava.
- Deixe de besteiras, Dougie. Eu posso, por favor, falar com o Tom, dono do celular?
- QUÊ?! – gritou do quarto, abrindo a porta de uma vez e saindo de lá afobada, com um sorriso no rosto, nem se importando de estar no corredor dos dormitórios de pijamas. – É o Dougie? Deixa eu falar com ele! – disse, tomando o celular da amiga.
- O Danny tá lá? Manda um ‘Oi’ para ele e fala para tomar cuidado com os pombos se resolver sair do dormitório hoje. – falou, saindo do quarto acompanhada de .
- Oi, Dougie! Como você está?... Sim, já melhorei.... E o seu nariz? Como está seu rosto? Você tá parecendo um figurante de The Walking Dead? Porque eu sempre quis conhecer um zumbi de The Walking Dead, a maquiagem deles é muito foda! Apesar de eu não gostar de The Walking Dead nem um pouco... Tá... desculpa, eu falo mais devagar...Hey! Espera! TOM! Eu estava falando com o Dougie! Tá, eu passo para ela... Mas antes me diz se o Dougie tá muito roxo. Eu tenho que saber até que ponto eu posso provocar a antes de ficar com a cara como a dele... Tá bom! – afastou o celular do rosto e estendeu para a amiga loira. – Tom quer falar com você.
- Obrigada! – disse meio ácida, pegando o aparelho. – Então, Tom. Voltei.
- Nós temos um pequeno problema com amigos que gostam de pegar nossos celulares. – ele disse com um sorriso. Ao longe, pôde ouvir a voz do Dougie: “O Tom tá falando com a zinha dele.” Ouviu um suspiro. – E se você ouviu o Dougie, só ignore.
- Tudo bem, eu tenho uma espécime bem semelhante aqui, entendo o que você passa.
Os dois riram juntos.
- Então, , os meninos querem entender o que está acontecendo. Aí eu pensei: por que não almoçamos todos juntos e nós contamos do nosso acordo?
- Parece uma boa ideia para mim. Onde?
- Num restaurante italiano que tem na Church Road com a Main Street. Sabe mais ou menos?
- Sim. Que horas?
- Em 30 minutos?
- Ok. Marcado então. Até daqui a pouco.
Ao desligar o telefone, deu de cara com as amigas a olhando com sorrisos maliciosos em seus rostos.
- O quê?
- Então você tem um encontro com o Tom. – comentou .
- Não. Nós temos um almoço com os meninos em 30 minutos. – disse com um sorriso, vendo correr desesperada para o quarto falando algo sobre ter que “Estar linda e maravilhosa para que o Dougie não olhasse ninguém além dela”, enquanto andava calmamente e fechava a porta do quarto falando que achava desnecessário aquele desespero.
Como tanto , quanto já estavam arrumadas para sair antes mesmo de terem ido acordar as amigas, elas ficaram esperando no corredor.
- Que história é essa da e do Dougie?
- Ah! Ele estava cuidando dela ontem, por causa da enxaqueca. Eu estava desconfiada de um clima entre os dois. Acho que acabei de comprovar. – comentou, dando um sorriso e fechando os olhos, enquanto esperava sentada no chão.
- Comprovamos pelo menos um interesse dela por ele. – disse com um sorriso, acompanhando o da amiga.
- Vai ser um almoço interessante. – finalizou .
e saíram 15 minutos depois, prontas. obrigou a vestir muitas roupas por causa do frio, detestava o fato de congelar no frio e de sempre ficar gripada, mas adorava o frio, então sempre pegava um resfriado por causa de falta de agasalho.

30 minutos depois, Harry, Danny, Dougie e Tom entraram no restaurante, , como de costume, logo começou a chamar a atenção deles de um jeito um tanto quanto peculiar.
- TOMZINHO DA ZINHA, ESTAMOS AQUI...!! – gritava enquanto agitava os braços no ar, o que fez a abaixar a cabeça com o rosto completamente vermelho, o Tom ficar visivelmente constrangido e parecendo um pimentão, e os outros cinco amigos explodirem em gargalhadas.
- , cala a boca. – sussurrou, ainda de cabeça baixa. – Eles já nos viram aqui, aliás, todo o restaurante já nos viu.
- Mas é o seu Tomzinho. – falou com ironia.
- É, o Tomzinho da . – Dougie riu, sentando-se ao lado de .
- Como vai o nariz? – perguntou, olhando diretamente para o hematoma feio que estava no rosto do rapaz. – Por que você retirou os curativos, criatura?
- Não estava conseguindo respirar com aquilo.
- Muito inteligente da parte dele, né? Um gênio em exatas, mas quando se trata de qualquer outro assunto, é uma ameba. – Harry comentou.
- Nossa, isso está feio mesmo. – analisou o rosto do rapaz.
- Eu aguento. Sou forte. – Dougie terminou a fala com uma careta.
- E nada disso teria acontecido se você – Harry apontou para . – não tivesse uma amiga psicopata.
- Vamos comer o quê? – Danny mudou de assunto antes que respondesse ao Harry.
- Psicopata? Tipo, você está mesmo me chamando de psicopata? – falou ríspida.
- E do que a gente chama esses malucos que saem batendo nos outros sem motivo? – Harry falou ironicamente.
- Sem motivo? Eu vi um cara carregando minha amiga no colo contra a vontade dela. Seu amigo, sim, que é um psicopata, Judd, não eu. Que tipo de pessoa sai carregando outra contra a vontade?
- Ok, vocês dois, já chega, foi tudo um mal entendido, já passou, parem com isso. – cortou a Harry antes que ele piorasse a situação.
- Isso é amor, você já viu como eles sempre brigam quando estão juntos? – Dougie falou rindo, levou um chute por baixo da mesa de .
- Amor? Nos seus sonhos... fala sério, mal conheço esse babaca.
- Babaca? Pelo menos eu não sou psicopata.
levantou, seguida de perto por Harry, que disse:
- Pensa que vai fazer o quê? Me bater? Já viu o seu tamanho?
- Sou boa o suficiente pra derrubar um moleque com uma lesão no ombro.
- Lesão? Que lesão? Não tenho nenhuma lesão no ombro. – Harry respondeu meio constrangido.
- Imagino o que seu técnico deve pensar sobre isso.
- Não tem nada para ele pensar, porque não existe nenhuma lesão.
- Claro que não tem nada aí, imagino que você seja sensível assim sempre.
Todos na mesa estavam em silêncio. Harry saiu do restaurante. Tom foi atrás.

- Harry? Harry espera. – Tom falou, saindo do restaurante. – Calma, cara, não precisa ficar nervoso desse jeito.
- Você ouviu o tom de ameaça dela? Como se ela fosse alguém importante.
- Você começou, cara, vamos voltar lá pra dentro. A e eu realmente temos algo para contar para vocês.
- Eu só falei a verdade, parece uma psicopata mesmo.
- E pelo visto ela também só falou a verdade, né? O que aconteceu com seu ombro?
- Nada, dude, nada. Que saco!
- Mas se você estiver com um problema, você sabe que pode contar com a gente, né? Poxa, somos seus amigos.
- Não tenho problema nenhum, já disse.
- Ok, vou acreditar em você. Vamos voltar que eu estou congelando aqui fora. E eu preciso mesmo falar com todos vocês.
- Vou voltar só por causa desse ‘relacionamento’ esquisito seu e da , mas não me peça pra falar com aquela garota.
- Tá, cara. Tente relaxar um pouco.
Os dois voltaram e, ao que parecia, estava levando uma bronca da , que interrompeu o que falava quando eles chegaram.
- Vamos logo com isso. – Harry falou enquanto se sentava e apontava para e Thomas. – Vocês dois têm algo a nos contar.
- Mas ainda nem fizemos o pedido. – cortou Danny.
- E eu estou com fome! – completou Dougie.
- Muita fome. – disseram e juntas.
- Por Deus! Peçam logo alguma coisa que dê para todo mundo para que a gente possa ter essa conversa! – exasperou-se .
- Depende. Essa conversa vai causar indigestão? É melhor tê-la antes ou depois de comer? – perguntou . – Por que, sabe, eu não quero ter a imagem de vocês dois se agarrando.
- e Thomas... sentados em uma árvore... B-E-I-J-A-N-D-O. – cantarolou Danny olhando o cardápio. Todos olharam para ele. – O que foi? É uma música legal!
- Acho que você inventou o ritmo, Danny. – riu Tom.
Os amigos gargalharam, enquanto Harry pedia spaghetti para todos, com as panelas de molho vindo à parte.
- Pronto. Agora que só temos que esperar pela comida, o que vocês acham de nos contar o que está acontecendo?
- Bom, ontem, enquanto eu estava procurando pela , eu resolvi procurar em todos os dormitórios da faculdade. Foi quando eu estava entrando no prédio do dormitório dos meninos, que eu ouvi o Tom discutindo com a Katherine. Eu sabia que ele era o Tom por causa do livro dele que eu tinha encontrado e por causa daquela matéria sobre o curso dele que eu tenho que fazer, lembram? – perguntou para as amigas, que apenas concordaram. – Então... quando eu estava na porta, o Tom estava dando mais um fora na Katherine...
- Espera. Quem é Katherine? – perguntou , confusa.
- A ex traíra do Tom. – respondeu Harry, simplesmente, esquecendo-se de sua promessa de não dirigir a palavra a ela.
- Continuando... – cortou , ao notar a tensão entre os dois.
- Continuando... Então eu entrei no dormitório para salvá-lo. Entrei apenas para que ele pudesse sair de perto dela e assim ela saísse... Mas o Tom teve outra ideia. Quando eu entrei, chamando o nome dele... ele... deu a entender para a Katherine que nós somos namorados.
- Uuuuuh. – e Dougie exclamaram juntos, com sorrisos maliciosos no rosto. rolou os olhos enquanto Tom suspirava antes de continuar a história.
- Enfim. Então quando vocês nos avisaram que encontraram os dois manés - apontou para e Daniel. –, nós ficamos sentados na área comum dos alunos, quando a Katherine apareceu de novo.
- E novamente eu tive que bancar a namorada. Então depois que nós encontramos vocês, fomos conversar um pouco e combinamos que... – olhou atentamente para o rosto de Dougie. – Dougie, seu nariz está sangrando.
- Quê? – ele perguntou, colocando uma mão no rosto para logo em seguida vê-la suja de sangue. – Ai, meu Deus, meu nariz está sangrando!
- E se for uma hemorragia? Temos que te levar para um hospital, Dougie! – se desesperou, levantando-se.
- Eu sabia que isso ia acontecer! – reclamou , levantando-se e pegando guardanapos de papel em cima da mesa. – Vem aqui, Dougie, vamos até o banheiro. – ela disse enquanto limpava o nariz dele e o ajudava a se levantar. – Vocês podem continuar a história quando voltarmos.
- Calma que eu vou junto! – levantou-se, afobada.
- Fica calma, . Senta aí que eu vou cuidar bem dele para você.
sentou-se, corada, sob a risada de seus amigos.
- Eu não sei o que ela quis dizer com isso.
- Claro que não. – disse Tom maliciosamente.
Viram a comida chegar e serviram seus pratos silenciosamente.
- Para resumir... – perguntou Danny. – Vocês são namorados fake? Só na frente dos nossos amigos e colegas que vocês estão namorando?
- Isso, Danny.
- Ok. Só espero que isso não traga tanta confusão como costuma trazer nos filmes.
deu de ombros.
- Não vai dar confusão, estamos tranquilos quanto a isso, né, Tom?
- Exatamente. Somos apenas amigos.
- Se vocês dizem. – Harry encerrou a conversa enquanto retornava com Dougie, que tinha um pedaço de papel higiênico saindo das narinas. – Eca, dude, isso é nojento.
- Foi o que deu para fazer por esta pessoa que arrancou o curativo. – disse simplesmente. – O que perdemos? – ela perguntou enquanto se servia.
- O Danny entendeu que o meu relacionamento com o Tom é falso.
- Imagino que se o Danny é a -Homem, isso é um grande feito para ele. – ela disse com um sorriso.
- É sim! – disse Tom rindo. – Estamos tão orgulhosos do nosso menino!
- Hey! – reclamaram Daniel e ao notarem que os amigos estavam zoando com eles.
- Dudes, ela me levou pro banheiro FEMININO, feminino, caras, acreditam?! E ainda tentou enfiar um daqueles negócios que ela usam, é... – Dougie foi cortado por , que falou rindo.
- Um OB, ué, ia ser melhor do que esses papéis aí que você me fez colocar. E fica com a cabeça levantada, Dougie. – falou, servindo-se de macarrão.
- Mas como eu vou comer assim?
- Pede para a pra te dar comidinha na boca. – falou rindo da cara que a amiga fez pra ela.
- É, , dá comidinha na boquinha do Dougie. – Danny falou rindo.
- Hey, lembrem que o foco é a E TOM.
- Verdade, deixem os dois em paz. – falou.
- Mas, , eu estou com fominha.
- Dougie, fique assim por pelo menos 5 minutos, depois você pode comer.
- Ok. – Dougie deu um suspiro triste.
Por um minuto todos ficaram em silêncio enquanto comiam e ouviam os resmungos de Dougie. Assim que liberou que ele pudesse comer, ele serviu-se com uma felicidade que parecia a de uma criança.
A conversa na mesa foi amena. E rapidamente estavam pedindo a conta, que ficou por conta de Dougie. Os meninos tiveram que explicar para as meninas a regra do contrato de amizade deles.
- Eu ainda quero ver esse contrato. – disse entre risos, enquanto Dougie reclamava enquanto pagava a conta.
Saíram fazendo barulho e rindo. Despediram-se ao entrarem em seus carros e voltaram para a universidade.
A tarde passou tranquila para todos. Harry estudava para suas provas que logo iriam começar e Tom estudava... porque era o Tom e não largava os livros. Danny estava reunido com alguns colegas de turma fazendo um trabalho em grupo, enquanto Dougie fazia um trabalho de cálculo.
Para as meninas não foi muito diferente. estava corrigindo algumas alterações que tinham que ser feitas em seu projeto e preparando-se para uma orientação que teria no início da semana. estava pesquisando sobre a matéria que teria que fazer para o jornal da faculdade. estava editando algumas fotos que precisava levar em sua aula de fotografia enquanto estava com seu grupo estudando sobre as lesões de vôlei para começar a montar a avaliação músculo-esquelética dos atletas.
Lentamente, a noite foi chegando, e com ela, os alunos retornavam para seus dormitórios. Alguns se preparando para sair, outros para ficarem de bobeira em seus quartos. Não era diferente para as quatro amigas. estava jogada em sua cama, cansada, quando saiu do banheiro com um roupão e uma toalha na cabeça.
- Vai sair?
- Vamos.
- Vamos quem?
- Você e eu, .
- E por que você e eu vamos sair?
suspirou antes de sentar-se em sua cama e olhar para a amiga.
- Porque eu quero me distrair.
- , você tem que ser mais clara.
- Distrair-me do Dougie.
- Certo. Por quê?
- Porque não é para ser.
- ! O que aconteceu?! Você estava toda boba com ele.
- Exato! Eu estava toda boba com ele. E eu não sou assim! Quero sair, quero me distrair.
- Você tem certeza disso, ? Quero dizer, vocês são encantadores juntos...
- ! Eu não disse que vou sair para ficar com alguém. Eu disse que quero sair para distrair... e desde quando você fala “encantadores”?
- Desde que eu achei que poderia te irritar se eu falasse assim. E eu duvido que você vá conseguir ficar com alguém mesmo.
- Por quê?? Eu sou gostosa!
- Você, quando está interessada em alguém, não fica com outro cara. E não vá negar, você está interessada no Dougie.
- Cala a boca, , e vá se arrumar.
se levantou rindo e foi para o banheiro tomar um banho.

Quando as meninas saiam para a boate, encontraram na sala do dormitório assistindo a um filme com algumas amigas. Apenas comentaram que estavam saindo e se dirigiram para o estacionamento da faculdade. as alcançou a tempo.
- Meninas? – disse ofegante. – Esperem, aonde vão?
- Boate, Egg London, vai com a gente? – respondeu.
- E vocês vão de carro?
- Lógico, né, . – falou, rolando os olhos.
- E vocês pretendem beber?
- Ow, eu mudo de continente e é como se minha mãe ainda estivesse aqui. – falou irritada, deu um leve aperto no ombro da amiga, que tinha tendências a se estressar fácil.
- Vamos, , lembra o que aconteceu da última vez que pegamos um táxi?
- Não significa que todos os taxitas do mundo vão tentar atacar vocês duas.
- Melhor prevenir, né? – falou sarcasticamente. – E relaxe, temos a motorista da rodada, que no caso, sou eu. Não vou beber muito.
- Vocês que sabem, de qualquer modo, curtam por lá. – se despediu das amigas, que rapidamente entraram no estacionamento.
Estavam dentro do carro e o manobrava para fora da Universidade quando comentou:
- Você vai mesmo ser a motorista da rodada?
- Uai, não é você que está cheia de “Mimimi, eu gosto do Dougie, mimimi eu não quero gostar dele”, isso é falta de álcool no sangue. – riu da cara da amiga.
- Eu não fico de mimimi, quem fica de mimimi é você.
ainda tentou irritar conversando com ela com voz de bebê, mas foi ignorada quando a amiga ligou o som.
Uma hora e quinze minutos depois, estacionava o carro na York Way.
- Bem vinda à 24 horas de diversão. – falou rindo.
- Falou a pessoa que não queria vir para Londres. – riu. – E não vamos ficar aqui 24 horas, colocaria a MI6 atrás da gente.
As meninas compraram as entradas na portaria e foram para a diversão.
- Finalmente, dude, uma noite de folga. – falou seguindo para o bar e pedindo duas margueritas ao barman.
- Nem me fala, depois de toda aquela tensão com a e o Danny desaparecidos, é tudo o que merecemos, uma noite de folga.
Começou a tocar uma música e ficou animada.
- Vamos para a pista que a noite é minha. – saiu segurando seu copo e indo para a pista dançar. riu no bar.
estava dançando empolgada quando alguém ao seu lado a chamou.
- Hey, ? É você mesma, flor? – Marina, uma amiga das antigas da menina, estava lá.
- Mari? OMG você está aqui. Quando chegou? Não acredito! A vai adorar te ver, ela está logo ali no bar, olha. – apontou para no bar, só que... bem, a menina não estava mais lá.
- Uai, cadê? – Marina perguntou, procurando com os olhos.
- Vem comigo.
descobriu conversando com uns amigos de curso a uma curta distância do bar.
- ... Olha quem está aqui. – falou, colocando Marina no meio das duas.
- MARI? Não acredito, quando você chegou? Por que não ligou para nós? – falou empolgada, pedindo licença para o seu grupo de amigos, saindo conversando animada com e Marina.
- Eu cheguei faz um mês, vim fazer um intercâmbio. Um ano em Londres. – Marina riu. – Foi muita correria, basicamente. Com as aulas e a mudança, hoje é a minha primeira noite de folga em dias.
- Bem vinda ao time. – sorriu para a amiga.
- Você precisa ir nos visitar no campus, você vai adorar. – falou empolgada.
As meninas ficaram boa parte da noite juntas, e lá pelas 3 da manhã, chamou uma que já estava meio “alta”. Despediram-se de Marina com promessas de se encontrarem logo. Saíram da boate e foram em direção ao carro.
- Ainda bem que você quase não bebeu hoje, não estou em condições de dirigir. – falou com , que por sua vez riu.
- O que seria de você sem mim?
- Hey, essa fala é minha. – riu.
A viagem de volta para casa foi silenciosa, dormiu nos primeiros 20 minutos de estrada, deixando sozinha com seus pensamentos, que insistiam em relembrar as suas brigas com o jovem jogador de rúgbi.
Pouco mais de 40 minutos depois, acordou enquanto estacionava o carro no estacionamento da universidade. Ao saírem ouviram a voz da vinda do corredor. Deram de cara com ela e a , que estava visivelmente preocupada, enquanto tentava explicar algo para .

Dougie estava deitado em sua cama, olhando para cima enquanto Danny jogava qualquer coisa no PSP.
- O que foi, Dougie? - perguntou Danny sem desgrudar os olhos do seu jogo.
- Estou entediado.
- Vai dormir.
- Não estou cansado para dormir, e tenho a sensação que meu nariz vai explodir se eu me virar ou algo assim.
Danny deu uma risadinha.
- A te acertou em cheio, hein? - deu uma risada ao pensar numa frase que complementaria o que havia dito. - E a te pegou de jeito.
- A não me pegou de jeito! - reclamou indignado. - Ela é... interessante.
- E você está completamente de quatro por ela.
- Não estou de quatro por ela! Eu a acho...
- Gostosa.
- Danny!
- Ok, entendi. Você quer se distrair. Vamos jogar golfe.
- São mais de 20 horas. O campo do clube de golfe está fechado a essa hora. E de qualquer forma, nem nos aceitariam lá!
- Quem disse que o campo precisa estar aberto para que possamos jogar?
Dougie deu um sorriso malicioso ao perceber o que o amigo estava sugerindo.
- Vamos chamar os caras. - Dougie disse, levantando-se.
Foi preciso um pouco de trabalho, mas conseguiram convencer Tom e Harry a acompanharem eles nessa... aventura.
Saíram rapidamente e foram até o clube de golfe que ficava na cidade vizinha.
Estavam parados dentro do carro, olhando para o enorme campo escuro à distância.
- Ok, Danny, a ideia foi sua. Como vamos entrar?
Danny deu um sorriso antes de sair do carro e correr até os muros do campo.
- Sabe? - comentou Tom. - Eu realmente não esperava que ele fosse levar essa ideia a sério.
- Que mal pode haver em invadir um campo de golfe de madrugada? Além do mais... tem um tempinho que eu não jogo golfe. - retrucou Harry.
- Que mal pode haver?! - a voz de Tom saiu esganiçada. - Nós podemos ser presos!!
- Viva a vida perigosamente, Fletcher! – riu Dougie, abrindo a porta do carro e correndo atrás de Danny, sendo logo seguido por Harry. Tom foi o último a sair, reclamando diversas vezes que teriam um grande problema pela frente.

Ouviu um som irritante que abruptamente a tirou do sono. Tateando com a mão pelo criado mudo, encontrou seu celular vibrando e tocando bem alto. Olhou para o visor: Tom Fletcher. Seu sono foi rapidamente esquecido. Como Tom ousava acabar com seu sono de beleza? Ah! Mas ele ia ouvir umas poucas e boas.
- Alô?! – atendeu com um rosnado.
- ! Que bom que você atendeu! Eu só tenho 3 minutos e não sabia para quem ligar.
- Fale logo, Fletcher, porque você me acordou e poucas pessoas sobrevivem a isso para contar história.
- Bom... precisamos da sua ajuda.
Finalmente o cérebro de registrou o tom de voz preocupado e cauteloso que ele usava.
- O que vocês aprontaram? – ela finalmente se sentou na cama, acendendo o abajur, certificando-se de que ainda dormia.
- Bem... é que...
- “É que...” O QUÊ?! Se trancaram do lado de fora do dormitório? Mataram alguém e precisam de ajuda para esconder o corpo? O Danny sumiu? – nessa hora havia colocado o telefone no viva-voz enquanto procurava pelas suas roupas no guarda-roupas. Assustou-se com a voz feminina que abafou a voz de Tom.
- Danny sumiu! – acordou esbaforida. – Precisamos procurá-lo agora mesmo!
se levantou e, andando pelo quarto, pegou seu par de botas que usara no dia anterior, calçando-as por cima de suas meias de lã do Perry, o Ornitorrinco, e das calças do pijama do Tio Patinhas. Rapidamente colocou seu sobretudo caramelo, forrado de lã, e se apressou em proteger seu pescoço com o cachecol púrpura e a cabeça com a touca roxa.
encarou a amiga boquiaberta enquanto ela se encaminhava até a porta.
- , volte aqui e espere o Tom contar o que aconteceu. – chamou, puxando a amiga pela gola do sobretudo, fazendo-a se sentar na cama enquanto encaravam o celular. – O que aconteceu, Tom?
- Bem... – ele começou a dizer. Ao fundo ouviram uma voz falar: “Só mais um minuto.” assim como um som metálico e repetitivo. – Nós meio que estamos presos.
- Presos? O.Que.Vocês.Fizeram?
Ao longe ouviram a voz de Danny “Me tirem daqui! Não foi minha culpa! Eles me forçaram!
- Tom! Não me diga que você realmente mataram alguém!?
- Quê? Não! Nós apenas... – sua voz foi abafada por um grito, seguido de um lamento, de Daniel.
Minha vida não tem mais sentido!
- Tom! – cortou o que quer que fosse falar. – O Danny está chorando?
- Está. Por quê, ?
- Estamos indo. – ela decretou.
Tom não pôde dizer mais nada. O policial olhava para ele com a mão estendida, querendo o celular de volta. Tom colocou seu celular na mão do oficial e o viu caminhar até a escrivaninha, onde colocou o aparelho na primeira gaveta, junto com os celulares de seus amigos.


Capítulo 6 - "Well I woke up Sunday morning with no way to hold my head, that didn't hurt"


percebeu que a chamada fora encerrada e ela não sabia o motivo dos meninos estarem presos.
- “Estamos indo”? – perguntou enquanto via pegar mais um cachecol e enrolar ao redor do pescoço. – Como “Estamos indo”, ?
- Temos que ajudá-los!
- Eu sei! Mas como pretende ajudá-los se não sabemos o motivo da prisão?
- O Danny estava chorando! – ela disse como se isso encerrasse a questão, pegando sua carteira e conferindo a quantidade de dinheiro que possuía.

Enquanto esperavam, Tom olhava para os amigos. Dougie estava deitado no catre, batendo com as mãos na cabeça repetitivamente; Harry se recostava contra a parede, ao lado das barras que faziam a grade; Danny estava em pé, em frente às grades, uma mão ao redor de uma barra enquanto a outra segurava a alça de uma caneca de alumínio que ele usava para fazer o som desagradável que preenchia o recinto nos últimos 30 minutos, ao movimentar a mão de um lado para o outro.
- Não é minha culpa!
- DANNY! – exasperou-se Harry, fazendo a cela ficar milagrosamente em silêncio. – Fique quieto um segundo! Aliás, nós só estamos aqui por sua culpa!
- Minha?!
- Claro! – Continuou Harry. – Foi sua ideia a de invadirmos o campo de golfe... E onde você arrumou essa caneca?
- Tava largada por aí. Achei que fazer como nos filmes ia fazer o guarda me liberar mais cedo.
- Danny, Danny, o que eu faço com você?
- Estamos aqui por sua causa, Jones! – Reclamou Dougie, se levantando.
- Você quem estava em uma crise existencial com tédio e sem vontade de dormir.
Tom ficou quieto, observando os amigos brigando. A frase “Eu avisei!” estava flutuando em sua cabeça, querendo sair...

- Então, o que aconteceu? – perguntou mais uma vez enquanto assistia abraçar e repetir o quão boa amiga ela era. Elas mal haviam chegado e, aparentemente, já estavam saindo.
- Os meninos foram presos. Estamos indo resolver o problema.
- Presos? Por que? E por que a está com essa... Roupa? E você não tirou a sua máscara facial?
- Eu falo que os meninos foram presos e você foca na roupa da ? E como assim... OMG, EU NÃO TIREI A MINHA MÁSCARA!
- Depois eu que perco o foco.
- , você é uma amiga tão legal! Vou te transformar em um chaveiro e carregar para todo canto.
- , sua bêbada, cala a boca!
- Shiu, ! Não grita comigo que meu papai briga com você! Ele é bravo e faz pow-pow-pow.
- Pow-pow-pow?! Como assim?
- Pow-pow-pow. Ele é policial. Ele atira! – explicou da forma mais óbvia possível.
- ! Foco! – exaltou-se , pegando um lenço de papel na bolsa e limpando o rosto. – Os meninos estão na cadeia. Sabe o que é cadeia?
- Sei! Papai prende pessoas lá.
- Então! – rolou os olhos. A bêbada era tão infantil. – Só que eles não prenderam pessoas. Eles foram presos por outras pessoas.
- Que triste! Quem tá preso?
- Ai, ! O Tom, o Harry, o Danny e o Dougie!
E então a sobriedade voltou para .
- O Dougie tá preso? Vamos logo com isso! – e então ela deu meia volta e foi até o carro.
- Essa aí com o Dougie parece com a quando o assunto é o Danny. – Disse , sendo seguida pelas amigas.
- Não comenta isso perto dela, que aí ela volta a beber. Ela não quer assumir que essas aulas de monitoria com o Dougie fizeram com que ela começasse a se interessar por ele.
Entraram no carro e logo foram para a delegacia, que atendia a cidade e as cidades dos arredores. Obviamente seria ali que os meninos estariam. Chegaram e logo foram encaminhadas para a área de liberação. Pagaram a fiança de mil libras e ficaram esperando eles saírem.
- Os namorados de vocês estão com sorte. – disse a policial que preenchia as folhas. – Eles apenas invadiram e jogaram golfe à noite no campo. Não foi nada grave, não tinha mais ninguém no local e não danificaram nada.
- Sorte, claro. Espera só voltarmos para o campus. – Comentou .
Logo os rapazes foram liberados, com diversas recomendações dos oficiais e pedidos para que o Danny nunca mais fosse preso.
- Por que ele não pode mais ser preso? – perguntou para um dos policiais.
- Meus ouvidos não aguentariam mais o barulho que ele fez na cela.
Os meninos logo puxaram as garotas para fora da delegacia. Tom aguardava no lado de fora os policiais trazerem o seu carro de volta do estacionamento, cujo acesso era restrito.
- Então? O que vocês fizeram? – perguntou , olhando para os outros três e parando o olhar em Dougie.
Ele a olhou de cima a baixo, e ao notar o vestido curto que ela usava, franziu o cenho, contrariado.
- Com certeza não estávamos em uma balada e nem fizemos coisas inapropriadas para menores de idade.
rolou os olhos e fechou a cara.
- Eu não estava fazendo nada inapropriado, e principalmente, não sou menor de idade.
- Você podia não estar fazendo coisas inapropriadas, mas com essa roupa, não duvido que os homens estivessem tendo pensamentos inapropriados.
- Ah! O casal quer parar? Quero saber o que aconteceu! – Reclamou , de onde estava sentada.
- E eu quero saber por que a está vestida assim. – Perguntou Harry olhando para o pijama de Tio Patinhas, o cachecol púrpura, o gorro roxo e o sobretudo caramelo.
- E eu tenho ainda um par de meias do Perry. – ela exclamou com um sorriso.
- Perry, o Ornitorrinco? – perguntou Danny com um sorriso.
- Perry, o Ornitorrinco! O Agente P.
- Eu queria ter um ornitorrinco só para dar o nome de Perry.
- Eu também!
- Acho que isso sobra para você contar a história, Judd.
E ele contou como Danny e Dougie tiveram a incrível ideia de jogarem golfe no Country Clube. E como um dos seguranças ouviu o barulho das tacadas e chamou a polícia. E finalizou com a cena da cela.
- Sério? E você foi jogar golfe com esse ombro? – perguntou , olhando criticamente para ele.
Antes que eles pudessem começar a discutir, o carro de Tom chegou e ele se apressou em chamar os amigos para que fossem embora. Dougie se levantou do canto onde estava sentado, o mais distante de que encontrou; Harry fez uma careta para e Danny teve que encerrar sua conversa com , na qual eles discutiam nomes de animais agentes secretos. Logo as garotas já estavam em seu próprio carro e os seguiam no trajeto de volta para o campus da faculdade.

- Mais uma vez, obrigado meninas. - Tom agradecia enquanto saíam de seus respectivos carros.
- Não se preocupem, vocês fariam o mesmo. - riu para Tom.
- Você esta me devendo mil libras, Judd… - falou só para irritar o garoto.
- … - Harry falou ignorando a – De manhã eu vou sacar o dinheiro que você pagou na fiança, obrigado. - Na verdade foi a quem pagou. - falou, deu um sorriso sarcástico enquanto Harry a encarava, irritado.
- Cuide do seu ombro. - Ela falou enquanto saía da garagem se dirigindo ao seu dormitório, o dia já estava quase amanhecendo e ela estava cansada, ainda não se recuperara direito da noite em que saíram para procurar e Danny.
Os outros amigos entraram no corredor principal, com já fora de vista.
- Sua amiga consegue ser irritante quase o tempo inteiro. - Harry reclamou com .
- É o jeito dela, você acostuma.
- Vocês estavam aonde? - entrou na conversa, se dirigindo a .
- Fomos naquela boate em Londres. Vocês não vão acreditar em quem encontramos... - começou a falar, mais foi interrompida por Doug.
- Provavelmente um tarado tentando tirar essa blusa que você chama de vestido.
Foi a vez de virar para o Harry e dizer:
- Seu amigo consegue ser irritante quando quer.
Harry deu um sorriso malicioso e respondeu:
- É o jeito dele dizer que está afim de você.
e Dougie ficaram automaticamente em silêncio, constrangidos.
estava quieta e pensativa, enquanto Danny a analisava distraído, pensando que aquele era o grupo mais improvável de amigos, e como todos acabaram se dando bem de algum jeito. Afinal de contas, quem mais se importaria com eles ao ponto de ir até a delegacia naquela hora da madrugada? O fato estranho, entretanto, era Tom ter ligado especificamente para , quando poderia ligar para qualquer outra pessoa.
Enquanto isso, e Tom andavam de mãos dadas um pouco atrás do grupo. Sem perceber, já estavam se acostumando a ficarem assim.
- , desculpa ter incomodado vocês, eu sabia que ia dar merda, mas na hora, eu só pensei em te ligar e pedir ajuda.
- Não se preocupe, está tudo bem.
- Você estava brava quando atendeu ao celular. Qual é o caso de vocês? Todas tem esse mau humor característico quando são acordadas ou só você e a ? - O loiro perguntou rindo.
- A é a pior, porque tudo pode virar enxaqueca. E você percebeu como as coisas ficam. Logo depois vem a , ela tem o péssimo habito de virar noites estudando, e por isso dorme todo o tempo livre e odeia ser acordada. Por último sou eu, detesto ser acordada porque meu tempo é cronometrado e organizado, então, se me acordam fora de hora, eu não tenho tempo para colocar o sono em dia.
- E a ?
- A pode dormir quando, como e onde quiser. Ela é inocente demais para entender que não pode fazer isso. - Eles riram.
A essa altura já estavam na entrada do dormitório das meninas.
- Ei , valeu por tirar a gente dessa. - Harry agradeceu, se despediu rapidamente das meninas e apertou um pouco o passo. o deixara pensativo com relação a seu ombro.
Dougie nem sequer se despediu de , resmungou um boa noite e saiu puxando Danny, que mal teve tempo para se despedir de e do resto das meninas. Tom despediu-se adequadamente, pedindo desculpas pelo comportamento dos rapazes e prometendo que teria uma conversa com eles.
As meninas não se importaram muito, todos estavam casados demais e se encaminharam para os seus respectivos quartos.

entrou no quarto que dividia com a amiga e a encontrou ouvindo música com os fones, de olhos fechados. Sabia que ela não queria conversar, estava visivelmente incomodada. Então ela foi tomar um banho, voltou e se sentou na cama, deu um suspiro audível, ao que abriu os olhos e se virou para ela.
- Você gastou aquilo tudo em álcool para encontrar o Poynter no final da noite. Como se sente?
- Nâo sei se estou feliz pelo que Harry disse, ou se fico mais preocupada ainda.
- Harry? O que ele disse?
- “Esse é o jeito dele dizer que gosta de você”.
- Isso é bom, não é?
- Talvez sim, ou não, não sei.
- Você tem que parar de se preocupar e deixar as coisas acontecerem. Relaxe um pouco.
- Vou tentar. Por falar em relaxar, você tem que parar de perturbar o Harry, sério, ele fica tipo, puto da vida. Você tinha que ver a cara dele depois que você saiu.
- Não sei o que aquele garoto tem, eu não consigo me controlar. O pior é que ele tem mesmo algum problema no ombro, se ele não se tratar, pode perder a toda a temporada. Mas tudo bem, eu não vou mais dirigir a palavra.
- Hey, não fica assim toda irritadinha, eu não sei nem por que você se mete nisso, deixa o cara.
- Ok, agora você vai defender o seu amiguinho? - perguntou irônica.
- Me erra. Isso é sintoma de amor, sabia? - riu sarcástica para amiga.
- É, muito amor. Você esqueceu o que penso sobre o amor? - arqueou uma sobrancelha para a amiga, que riu de volta para ela. resolveu não discutir aquilo de novo, era muito cabeça dura. Deram boa noite, apagaram as luzes e entraram num sono profundo. No mesmo tipo de sono, já estavam , , e os rapazes, exceto o Harry, que não conseguia dormir graças a uma latente dor e queimação em seu ombro, já estava ficando difícil ignorar aquilo.

Harry acordou assustado, tinha demorado a dormir e teve uma noite cheia de sonhos estranhos, onde o seu ombro era sempre o ‘pivô’ de alguma situação dolorosa. O pior foi o último sonho, era o último jogo da temporada e ele fizera o time perder porque não aguentou lançar a bola por conta do seu ombro. Estava suado e desorientado. Respirou fundo e olhou ao redor, estava em seu quarto, sozinho, Tom já havia saído para a biblioteca, provavelmente. Tomou um banho e saiu rapidamente, decidido a ir até a enfermaria e, finalmente, dar uma olhada em seu ombro, que queimava e doía com uma intensidade maior, agora que estava acordado.

acordou primeiro que a colega de quarto, que ainda estava com os fones de ouvido e dormia um sono tranquilo. Levantou-se silenciosamente, trocou de roupa, escovou os dentes e saiu para um passeio pelo bosque da propriedade carregando uma pequena manta nos braços. Sempre gostara do contato com a natureza e do ar puro, e de algum jeito, ela se sentia mais perto de casa quando estava naquele lugar. seguia a trilha de costume e parou em uma clareira, forrou o chão com a manta e se deitou, olhando para o céu. Estava confusa e sentia uma necessidade enorme de estar o mais longe possível de Dougie. Não queria que aquilo acabasse como sempre. As amigas sempre brincaram que ela tinha um dedo podre no quesito ‘rapazes’ e estava tudo indo tão bem ultimamente, e era tão divertido, e tudo poderia ir por água a baixo se ela não tirasse Doug da cabeça.

Tom chegou à biblioteca do seu prédio pouco animado, era domingo e tudo o que ele queria era dormir mais, mas precisava estudar. Ao passar pela porta, deu de cara com a Katherine, que deu um sorriso malicioso para ele e fez menção de se levantar. Ele realmente não estava com saco para aquela garota logo cedo, e antes que ela conseguisse chegar até ele, Thomas deu meia volta e saiu da biblioteca. Porém, antes que chegasse ao fim do corredor, pôde ouvir a voz de Katherine:
Está com medo de ficar perto de mim, Tommy?
Tom a ignorou e continuou seu caminho. Acabou saindo das dependências de seu prédio e resolveu dar uma volta pelo campus, pra tirar a imagem da Katherine de sua cabeça. Caminhou até chegar ao pequeno bosque. Sabia que por ali tinha uma fonte de água e ele sempre gostava de ver a água brotando da terra. Aquilo o deixava extasiado, ver como a natureza tinha uma perfeita simetria e como as coisas fluiam facilmente... Isso o fazia pensar que as coisas não eram tão complicadas como pareciam. Caminhou um bom tempo, e enquanto passava pelas árvores em uma trilha não habitual, um caminho que ele mesmo fez para o lago e, consequentemente, a pequena fonte, ele avistou de longe o que parecia ser alguém caído no chão. Voltou-se para direção e seu coração deu um salto quando ele identificou uma das amigas de , , caída no chão de olhos fechados. Correu para chegar até o local o mais rápido possível, já com o celular em mãos para ligar para o hospital, quando percebeu a manta, e...? Expressões faciais? De olhos fechados? Ele parou abruptamente e recomeçou uma caminhada mais tranquila até a garota.
- ? O que faz aqui tão cedo e deitada?
tomou um susto quando viu o rapaz tão próximo, estava concentrada em seus pensamentos e não viu o garoto chegando.
- O que você faz aqui? Esse é meu lugar secreto. - ela disse dando um sorriso pra ele. - E você não pode sair por aí dando sustos nas pessoas. - Ela falou se sentando.
- Hey, você que não pode. Eu te vi de longe e achei que estava desmaiada. O que faz aqui tão cedo?
- Caraminholas na cabeça, senhor Thomas, e você?
- Estou tentando esquecer algumas coisas. - ele falou se sentando ao lado da garota.
- Se for algo em que posso ajudar, estamos aí. - deu um sorriso acolhedor.
Tom sorriu para a menina.
- É complicado. – ele disse.
- Nada na vida é complicado, nós que temos uma mania ridícula de complicar tudo. Pelo menos eu tenho. – falou, fazendo uma careta para ela mesma e abaixando a cabeça.
- O que você tem? Estava fazendo umas caras engraçadas quando eu cheguei, como se estivesse conversando com alguém. – ele olhou pra ela intrigado.
- E eu estava! Estava tendo uma DR comigo mesma aqui dentro. - ela apontou pra sua cabeça.
Eles riram.
- Sério, me conta. Assim eu te ajudo e depois você me ajuda. – ela disse, dando um sorriso para o rapaz.
- Ficaríamos aqui o dia todo.
- Acho que temos tempo.
- As pessoas começariam a se preocupar com o nosso sumiço.
- A sabe onde me encontrar quando estou assim. Se ficar preocupada ela me acha.
- E quanto a mim?
- Os seus amigos sabem que você não é o Danny. - Ambos riram.
- Ok, mas depois não vá dizer que eu não avisei, é uma história longa e chata.
- Eu aguento, manda.
E então o Tom contou sobre seu relacionamento com a Katherine, como se conheceram e como ele se apaixonou por ela, e sobre a traição. Que foi o motivo pelo rompimento.
- O problema é que ela ainda mexe comigo, sabe? Eu não sei mais o que fazer. - Soltou um suspiro cansado.
- Uai, se você ainda gosta dela, deveria dar uma segunda chance.
- Não . Não é que eu goste dela, não tanto assim... E está fora de questão uma segunda chance! Na primeira oportunidade ela aprontaria de novo. Eu não confio mais. Eu só queria que ela me deixasse em paz, sabe? Ela meio que atrapalha, fica me seguindo e fazendo aquele drama, a viu.
- Por isso você pediu à aquele favor, né?
- É, mas parece que está piorando. Eu estou com um mau pressentimento, e isso me deixa preocupado com a . Porque eu não sei o que aquela garota pode aprontar. Não consigo raciocinar direito.
- Não se preocupe com a , ela pode parecer meiga, mas ela sabe se defender muito bem. E outra, se alguém mexer com ela, vai mexer comigo, com a e com a também.
- Tá vendo? Agora estou mais preocupado ainda, meti todo mundo em uma briga que é só minha.
- Hey, se acalme, ela vai parar de te encher! Ela vai perturbar um pouco ainda, mas vai ver que você e a estão “felizes juntos” e vai parar de te importunar.
Tom ficou em silêncio, pensando no que a garota havia acabado de dizer, e decidiu que iria tentar acreditar nisso. Deu um sorriso antes de se virar para ela.
- Agora conta, o que fez você ficar aqui deitada tendo DR’s consigo mesma? - Tom incentivou a garota.
- Você tem que prometer que não vai contar a ninguém, a ninguém mesmo.
- Prometo.
- Não, prometer só por prometer não vale, dê a sua palavra.
- Meu Deus, você é o que? Agente especial da máfia russa e está aqui pra cumprir uma missão secreta que vai acabar com o sistema de governo atual e tudo vai virar uma ditadura militar?
- Quê? Claro que não, né Tom… - Ela riu balançando a cabeça para o rapaz, que também deu uma risada.
- Então desembucha logo mulher, tá ficando frio aqui. - Tom falou esfregando as mãos nos próprios braços.
- Ok, ok... Mas que isso não saia daqui.
- Pode confiar.
- Eu conheci um cara, e bem, eu nunca fui muito boa com isso, agora não sei o que fazer. É isso.
Tom olhou incrédulo para a garota e em seguida disse:
- É isso? Eu venho aqui, abro meu coração para você e você não me fala mais que uma frase? Eu não aceito, pode me contar essa história direitinho. - Tom falou sorrindo pra ela.
Depois disso, contou a Tom todos os seus pensamentos conflitantes com relação a Dougie. O que Fo,i de certo modo, uma surpresa, não tão surpresa assim já que ele havia percebido o modo como eles andavam estranhos quando ficavam próximos nos dois últimos dias. Também contou o modo como sempre escolhia o cara errado e sempre ficava magoada no final, tendo que lidar com toda essa confusão sozinha, apesar de ter sempre o apoio das amigas, às vezes era complicado. E por fim contou sobre o porre que tomou pra tirar o Dougie da cabeça, o que fez o Tom rir, já que ela acabou tendo que encontrar o rapaz logo em seguida.
- Hey, você não pode rir, já basta a . - Ela deu um tapa de leve no ombro dele. - Agora eu só não quero me envolver e depois ter que ficar choramingando pelos cantos e me escondendo pela faculdade pra não dar de cara com ele, entende?
- Ei, não precisa ficar preocupada desse jeito. O Dougie não é esse tipo de cara. Tente relaxar um pouco, ok? Deixe as coisas fluírem.
- Foi basicamente isso que a me disse hoje de madrugada. - Ela deu um sorriso sem graça pra ele.
- Eu sei que não ajuda muito, mas não há nada que você possa fazer. E sair para beber também não vai adiantar, afinal, ele é seu monitor, você vai ter que vê-lo todos os dias até o fim do semestre. O que você precisa, , é aprender a canalizar isso, entende?
- Você sabe dar conselhos, mas quando o assunto é você…
- Eu sou uma ameba, eu sei. - Ambos riram. - Mas é sério, o Dougie nunca faria nada para magoar uma garota, não por vontade própria. Eu sei do que estou falando, o conheço desde sempre. E eu acho que ele está afim de você também, então fique tranquila, que no momento certo vocês vão acabar se ajeitando. - Tom deu um sorriso sincero para a menina.
- Bom, agora que já “confessamos” nossos pecados, vamos voltar pra dentro da faculdade antes que a gente congele aqui. - falou se levantando e esfregando as mãos uma na outra.
- Vamos. - Tom também se levantou e pegou a manta que a menina forrara no chão, entregando nas mãos dela, e seguiram para a faculdade em uma conversa tranquila, sobre música. Tom contou a ela sobre a banda e convidou ela e as amigas para irem a um ensaio, num dia qualquer.

foi acordada abruptamente, ouvindo fortes batidas em sua porta. Levantou um pouco lerda e com muito sono, abriu a porta e deu de cara com Dougie com um monte de papel higiênico no nariz e uma cara horrível de dor.
- O que aconteceu? Entra, vem cá. - Ela chamou o rapaz pra entrar apontando a cama dela para que ele se sentasse.
- Esta doendo, tirar eu sei que você tirou, mas tem certeza que você colocou isso no lugar direito? Eu acordei e a cama estava toda cheia de sangue. - Dougie falou com a voz fanha e abafada.
- Tenho sim, acalme-se, vou pegar uns curativos no banheiro, espere um minuto. - falou se encaminhando para o banheiro e voltando logo em seguida.
- Ai, ai, ai... - Dougie repetia enquanto a morena fazia um novo curativo em seu nariz.
- Vou te levar para o H.E., precisamos fazer um curativo melhor, e dessa vez, por favor, não tire seu curativo até que um médico diga que está liberado, certo?
- Tá bom, mas é que eu não consigo respirar com aquilo.
- E com o nariz doendo você consegue?
- Também não, mas eu pensei que ia conseguir, eu sou forte. - ele falou fazendo uma careta de dor quando a menina colocou o ultimo esparadrapo pra segurar o curativo. – Assim, não que eu queira saber, mas a não divide o quarto com você? – ele perguntou, olhando ao redor.
- Divide sim, por quê? - perguntou enquanto saía com o Dougie do quarto depois de trocar de roupa rapidamente dentro do banheiro.
- E cadê?
- Cadê o que? - perguntou, tentando disfarçar o sorriso.
- Sua amiga. Não que eu me importe muito. - Ele deu de ombros tentando parecer despreocupado.
- Sei, você não se importa, né? Mas eu sinto lhe informar que não sei, só acordei agora quando você chegou, e como você viu, ela não estava. - riu para o rapaz que fez uma careta, ela estava em dúvida se era por causa da dor ou do fato de não ter encontrado a amiga dela.

Harry não aguentava mais aquela dor agonizante. estava certa... Ele estava lesionado. Tinha que tratar, mas não queria correr o risco de ser substituído e, consequentemente, perder o lugar no time. Então só tinha uma alternativa: Pedir ajuda à .
Com esse pensamento, se encaminhou para o hospital-escola, na esperança de que assim, encontrasse a garota. E a encontrou. Refazendo o curativo de Dougie. Quantas vezes ele tinha que trocar aquele negócio?
- Hey! – saudou Dougie.
- Hey, mate.
- Você está bem? – perguntou o amigo.
- Estou! Estou ótimo!
- Então o que está fazendo aqui?
- Er... Nada. Só estava passando e decidi conhecer o local.
- Mas Harry... Você já veio aqui antes...
- No ambulatório... Mas sei lá. Meus colegas de time reclamam tanto do Centro de Reabilitação que eu estou com vontade de conhecer.
- Você não pode ir lá, sabe?
- Eu sei, Dougie. Por isso queria saber se a... ... Não poderia me mostrar...
A garota não esboçou nenhuma reação. Finalizou o curativo, deu um sorriso para Dougie, que a olhava assombrado, esperando que ela se descontrolasse, e se virou para Harry.
- E posso saber de onde surgiu esse repentino interesse?
- Nada de mais. Só estou querendo saber como é. E como são os procedimentos que vocês usam para... Sei lá, curar uma lesão no ombro, talvez.
- Dougie, é só você cuidar do seu nariz que logo melhora, e, por favor, não remova o curativo antes que eu ou outro médico autorize. – deu meia-volta e falou por cima do ombro. – Venha, Judd. Venha conhecer o Centro de Reabilitação.
E Harry a seguiu até um consultório de atendimento.
- Muito bem. O que você quer?
- Você estava certa, meu ombro está lesionado. Você poderia me ajudar?
- Seu time tem um fisioterapeuta. Para que você está procurando a minha ajuda?
- A temporada de jogos está perto de começar. O fisioterapeuta vai me deixar de molho por uns dois jogos... E até eu recuperar a forma, já deveremos estar nas oitavas de final. Então meu reserva vai ficar no meu lugar nos principais jogos. Posso perder a minha posição e a minha bolsa de estudos.
- Nossa! Você é fatalista! Não é isso o que vai acontecer.
- Sim. É. Eu sei que é.
- Tá legal. E o que você quer que eu faça?
- Eu quero muitoasuaajuda.
- Desculpa, não entendi.
- Eu quero muito a sua ajuda.
- Ah! Não vai ser tão fácil assim.
- Por que não?
- Porque você é material de estudo da minha turma.
- Oi?
- Cada grupo da minha turma vai analisar um time da faculdade e outra turma vai pegar a análise de cada atleta do time e tratar o aluno. Os times foram sorteados umas semanas atrás.
- Por favor, diz que pegou rúgbi.
- Eu peguei...
- Isso!
- Mas troquei por vôlei.
- Droga!
- Calma. Nem tudo está perdido. É só você não se deixar ser pego pelas análises dos meus colegas. Eu vou tentar fazer o estudo aplicado com o seu time. Então aguente até quarta-feira. É quando o grupo vai encontrar vocês. Sexta eles entregam os resultados. Aí eu tento pegar o seu time na continuação do trabalho.
- Obrigado , de verdade.
- Não me agradeça, Harry. Porque se você for pego na quarta, vai ser encaminhado para o fisioterapeuta do time.


Continua...



Nota da Autora Rê: Meninas mil perdões, a culpa é toda minha por demorar tanto pra sair esse cap, ele tava praticamente pronto, só faltava finalizar mesmo, mas eu andei com muita coisa pra fazer na clínica nova e passei bastante tempo ocupada. Mas voltei, voltamos. Vamos tentar conciliar tudo pra escrevermos mais rápido. Agradeço muito a compreensão de vocês e espero que tenham uma deliciosa leitura. Beijos e não se esqueçam de comentar e deixar suas sugestões.
Rê Oliveira
@renattinha_os|Rê Tumblr

Nota da Autora Kah: A pessoa é assim... Compra uma clínica e esquece que tem leitoras aguardando atualização... Faça-me o favor, dona Renata Judd Podolski...Enfim. Espero que tenham gostado desse capítulo... Eu esperava um pouco mais dele... mas podem ter certeza que agora as coisas começam a andar.
Como sempre, não se esqueçam de comentar...
Vejo vocês no próximo capítulo!
Kah Chaves
@misty__ynyn|Kah Tumblr|Kah Ask

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