Não estávamos nos falando há cerca de três semanas. Eu sei que pisei feio na bola, já tentei diversas vezes me reconciliar com ela, mas de nada adiantava. À noite, era dividir a cama com uma estranha; não sentia mais o calor do corpo dela encostado ao meu, não sentia sua perna transpassada possessivamente por meu quadril, nem sua cabeça sobre o meu peito.
Aquele estava sendo o pior mês da minha vida, não apenas pela restrição do médico de não poder falar, por causa das minhas cordas vocais inflamadas, mas por não poder sentir a mesma sensação que eu sinto perto dela: a de estar em casa.
- John, está na hora do seu remédio. – Ela segurava uma bandeja com um copo de água e uma cartela de remédio.
- Amor... – sussurrei, tentando começar uma conversa.
- Não fale, você sabe que não pode. – Ela me cortou. – Estou saindo com as meninas, a Sherlee conseguiu uma promoção na empresa dela e vamos comemorar. – ela deixou a bandeja sobre a mesa de centro. – Não sei que horas volto, você sabe como me encontrar. - beijou rapidamente meus lábios e saiu.
Fiquei encarando a televisão sem realmente prestar atenção no que passava, nos últimos dias nossa relação de companheiros de quarto melhorou um pouco, agora ela me dava beijos rápidos, ou se aquilo eu posso chamar de beijo... Ela simplesmente encostava os lábios nos meus por cerca de um segundo e depois se retirava, sem qualquer tipo de emoção ou carinho.
Aquilo já estava me consumindo e sei muito bem que a ela também.
A situação já estava insuportável, eu tinha que fazer alguma coisa para melhorá-la. Levantei do sofá e fui até o quarto, peguei meu celular e mandei mensagem para alguns amigos. Adam e Joe estavam disponíveis para me ajudar e comecei a passar o meu plano para eles.
Adam foi o primeiro a chegar com o que eu tinha pedido, reclamou um pouco, porque teve que ir até Jersey comprar o item que eu pedi, mas como eu tinha prometido ingressos e credenciais para o backstage para o próximo desfile da Victoria Secrets, ele se conteve e logo parou.
Joe estava com pressa, então deixou o que eu pedi no elevador e foi embora depois que eu mandei uma mensagem dizendo que já estava com as coisas. Apesar de falar que não tinha hora para voltar, eu sabia que ela estaria em casa antes das duas, porque era a hora do meu último remédio.
Eu não precisava que ela me lembrasse de tomar a medicação, mas ela fazia mesmo assim. Ela dizia para as amigas que estava apenas retribuindo o favor, já que na vez que ela teve que operar o apêndice, eu adiei o início da minha turnê para ficar com ela e apenas quando ela estava cem por cento recuperada, eu comecei a marcar a data dos shows da turnê. Mas ambos sabíamos que era porque ela queria que eu melhorasse logo, ela podia estar com raiva de mim, mas não tinha deixado de me amar.
Como eu previ, ela chegou em casa por volta da uma da manhã. Cheirava a perfume e a fritura, certamente a comemoração foi em um T.G.I. Friday’s, e como sempre fazia quando chegava de um desses lugares, foi para o banho. Por estar brigada comigo, ela não usava mais o banheiro de nossa suíte, tomava banho na suíte de hóspedes.
Ela entrou no banheiro com o pijama em mãos e trancou a porta. Entrei no quarto e sentei na cama. Enquanto ouvia o barulho do chuveiro ligado, minha mente trabalhava a mil por hora. Eu imaginava a nossa conversa e ensaiava tudo o que eu diria.
Todo esse exercício mental levou cerca de vinte e cinco minutos, que foi o tempo dela terminar o banho e se vestir. Ela abriu a porta do banheiro e me encarou de onde estava. As únicas coisas que eu podia ouvir naquele quarto era o barulho que a água fazia ao escorrer pelo ralo e meu coração batendo. Minha pulsação estava tão forte que parecia que eu estava com o ouvido em meu próprio peito, e o ouvia bater em um ritmo acelerado.
Cerca de quinze segundos de contato visual, que mais pareciam quinze décadas, ela soltou um suspiro cansado e caminhou até uma penteadeira que havia ali. Sentou-se de frente para o espelho e começou a escovar os cabelos.
Uma. Duas. Três... Quarenta e sete. Depois de quarenta e sete malditas escovadas, ela soltou a escova sobre a penteadeira e me fitou através do espelho. Senti que aquele momento era o certo para começar a despejar tudo o que eu tinha em mente, havia ensaiado durante os últimos minutos. Não, durante as últimas semanas.
- John, eu estou cansada. – ela virou para mim e se levantou – Será que podemos ir para a cama?
- Não... – minha voz saiu falhada, tossi para dar uma limpada na garganta. – Não. – falei mais firme.
- John, por favor, não comece...
- Não. Temos que acabar logo com isso, porque isso está acabando comigo pouco a pouco. – dei um passo em direção a ela, por sorte, ela não recuou, apenas ficou me encarando. – Viver com você está sendo um inferno nesses últimos dias. – ela arregalou os olhos e pude perceber que eles estavam umedecendo rapidamente. – Poder te ver, sentir seu cheiro, ouvir sua voz e não poder te tocar está acabando comigo... e eu sei que com você também. – ela olhou para cima e piscou rapidamente – Não chore.
- Não estou chorando, minha vista está irritada. – disse orgulhosa.
- Se você não está chorando, - me ajoelhei – então eu não estou ajoelhado na sua frente, pedindo de todo o meu coração que você me perdoe. - de joelhos, me aproximei dela. – Sei que você chora todos os dias pela manhã no chuveiro, ouço suas preces para Deus que eu fique curado logo. Sinto você mexer em meus cabelos quando finjo dormir. – ela olhou para o chão envergonhada.
- Eu sei que pisei na bola. Sei que eu deveria ter enviado os papéis para a empresa quando você me pediu e não ter mentido depois quando percebi que ainda estava com eles na minha pasta. Sei que você foi penalizada no seu trabalho por isso e eu realmente sinto muito por isso. – senti minha garganta ficar seca e começar a incomodar um pouco. – Sei que não mereço o seu perdão. Se fosse eu, eu não me perdoaria. – sussurrei para não forçar tanto minhas cordas vocais – Mas você é muito melhor que eu. – peguei sua mão direita e dei um pequeno beijo na palma. – Por favor, vamos passar uma borracha no que aconteceu e seguir em frente.
Segurei seus quadris com minhas mãos e a aproximei mais ainda de mim, encostei meu queixo em sua barriga. A olhava nos olhos, naquele momento, já não tentava esconder todo o meu sofrimento como fazia antes, sei que ela poderia ler tudo o que se passava em minha mente através dos meus olhos. Uma lágrima escorreu pelo meu olho esquerdo e ela a limpou antes que chegasse em minha bochecha. Alisou meus cabelos e fechei os olhos por alguns segundos para apreciar o carinho.
escorregou para baixo e também se ajoelhou na minha frente. Ela apoiou a mão esquerda em meu peito e com a direita puxou minha cabeça em direção a dela, colocou nossas testas e ficou me olhando nos olhos. Não era preciso palavras naquele momento, nos comunicávamos pelo olhar. Tudo o que queríamos falar um para o outro estava em nossos olhos. Ela soltou um suspiro aliviado e roçou levemente seu nariz no meu. Umedeceu os lábios e tomou os meus nos delas num beijo gostávamos de chamar “beijo da verdade”: nesse tipo de beijo que tínhamos era possível sentir toda a verdade do momento... e nele ambos sentimos amor, culpa, desejo... paz.
Apertei minhas mãos em seus quadris e a abracei fortemente, ela passou seus braços em meu pescoço e também me apertou fortemente. Passei minha língua suavemente por seus lábios, pedindo permissão para aprofundar o beijo. Ela entreabriu os lábios e eu dei boas vindas ao sabor de menta da pasta de dentes e o melhor gosto de todos: o dela.
Deslizei minhas mãos por aquele corpo tão perfeito, tão... meu. Levantei a camisa de seu pijama até a altura de seus seios e dediquei toda a minha atenção para seu colo, ela terminou de tirar a camisa e a jogou no chão. Segurei seus seios e brinquei com os mamilos: ora sugava-os, ora apertava-os com meus polegares e indicadores. Ela segurou minha nuca e puxou minha cabeça para cima, iniciamos novamente um beijo, dessa vez mais acelerado... Mais carnal. começou a desabotoar os botões do meu pijama, mas ficou impaciente demais, agarrou os dois lados da seda e puxou para o lado, fazendo os botões voarem pelo quarto.
- Eu gostava dele. – sussurrei, divertido, em seu ouvido enquanto ela distribuía beijos por meu pescoço e ia descendo.
Ela apenas riu e comentou “Mas eu não”. Puxou-me em direção ao chão, nos rodou e ficou por cima. Ela desceu por meu peito e parou na altura dos mamilos, sugou um enquanto deslizava os shorts e minha boxer por minhas pernas, conforme abaixava minhas peças de roupa, descia seus beijos. Parou na altura do meu membro, pegou com a mão direita e o guiou até a sua boca. Prendi minha respiração, estava tenso com a expectativa. Senti seus lábios quentes na glande de meu membro e soltei um pequeno ofego.
Ela fazia movimentos lentos, mas ritmados. Apoiei meu tronco nos meus cotovelos e a olhei trabalhar em mim, constantemente me policiava para não terminar apenas ali, eu queria mais. Ela merecia mais.
Não a deixei que ficasse me agradando com sua boca, estava ansioso demais para prová-la em meus lábios, sentir seu gosto descer por minha garganta.
Coloquei minha mão em sua nuca, puxei-a em direção ao meu rosto e ao mesmo tempo rodei-nos sobre o tapete macio sob nós.
Suguei rapidamente seu lábio inferior e fui descendo minha boca por seu corpo. Mais tarde, teríamos bastante tempo para que eu voltasse a explorar cada pedaço de seu corpo, redescobrir lugares já tão conhecidos por mim. Circundei seu umbigo com minha língua enquanto retirava a roupa íntima dela. Beijei o osso do quadril esquerdo e senti o cheiro de maçã verde do sabonete íntimo que ela usava. Como eu sonhei tanto com esse cheiro.
Umedeci novamente meus lábios e depositei um beijo em sua parte íntima, a ouvi ofegar levemente. Levantei suas pernas e apoiei em meus ombros, como habitual, ela cruzou as pernas em minhas costas e me puxou de encontro ao seu centro. A essa altura, ela já estava molhada e seu corpo gritava por alívio.
Abaixei minha cabeça e passei a adorar o corpo dela. Seus pequenos gemidos, suspiros e ofegos eram como música para meus ouvidos. Vez ou outra ela sussurrava meu nome, como se fosse uma prece. Ela empurrava seus quadris contra minha boca, procurava mais contato. Pus minha mão direita sobre seu estômago e forcei para baixo, impedindo que ela se movimentasse; Com a mão esquerda segurei a coxa direita dela, puxando-a mais ainda contra meu rosto.
Aumentei a velocidade de meus movimentos, sob minha mão direita, senti os músculos de seu abdômen contraírem e ela gemeu meu nome ao chegar ao orgasmo. Fechei meus olhos e dei boa vinda ao gosto dela: pura ambrósia. Continuei até que ela chegasse ao clímax pela segunda vez, senti-a começar a ficar mole e meio sonolenta. Rapidamente levantei e coloquei-a sentada em meu colo.
Conforme seu centro quente ia abraçando meu membro em sua descida, eu brinquei novamente com seus mamilos. Ela puxou meus cabelos e seus lábios encontraram os meus no meio do caminho. Ela controlava os movimentos, íamos devagar, sem pressa. Tomávamos o nosso tempo. Sussurros apaixonados e juras de amor de ambas as partes eram ditos nesse momento. Tínhamos todo o tempo do mundo para nos reconciliar, queríamos prolongar aquele momento mais e mais.
Chegamos ao clímax juntos e ficamos abraçados até que nossas respirações se normalizassem. A peguei no colo e levei para o nosso quarto. Lá, o Armand de Brignac estava no gelo, as velas acesas, os chocolates preferidos dela no criado-mudo e a cama coberta de rosas azuis.
- Por que azuis? – perguntou quando a coloquei no chão e fui apagar as velas.
- Porque significam verdadeiro amor eterno, que é raro... forte. – peguei a única flor inteira que estava no meio da cama. – Como o nosso. – a entreguei.
- Onde quer chegar com essa conversa? – riu enquanto cheirava a rosa.
- Dessa vez, quero chegar na cama. – tomei mais uma vez seus lábios no meu.
Depois de dias, finalmente, eu estava em casa de novo.
FIM
Nota da Autora: Olá, meninas! Espero que tenham gostado da fic. Foi muito difícil escrever, porque eu nunca tinha feito uma coisa com sexo que fosse fofinha... muito menos tinha escrito com o John Perfeito Mayer.
Quero agradecer à Abby por ter aceito betar essa coisa que eu chamo de fic. Muito obrigada mesmo. <3
Quero agradecer também à você, , por ter lido. Fico aguardando o seu comentário aqui embaixo!
Nota da Beta: Confesso que nunca fui muito fã do John Mayer (nem um pouco, na verdade verdadeira), mas depois dessa, acho que tenho alguma afinidade. HAHAHA
Mas então, meninas, se tiverem gostado da fic como eu, comentem na caixinha aqui embaixo. É rápido, indolor e de graça. Fará uma autora muito feliz! :D