Como Um Conto de Fadas


Escrita por: Laura_fp
Betada por: Marii-Marii




Entrei no computador com um único intuito: criar um fake. Sabe, todo mundo tem, menos eu, e eu posso até criar uma grande amizade, mesmo que eu não acredite muito em sentimentos a distância.

Pois é, eu achava que ia ganhar uma grande amizade no mundo fake, mas eu ganhei um namorado fake. O nome dele era , o garoto mais lindo, mais perfeito, mais romântico, mais 'tudão' da minha vida. Eu matava e morria por ele. Parece que tudo o que eu acreditava antes, que eu iria namorar um garoto da minha escola ou pelo menos da minha cidade, não estava mais na minha cabeça. Essas eram idéias muito, muito antigas.
Nos apaixonamos em off, fora do fake mesmo. No começo eu não aceitava, dizia pra ele que já passaria, que não ia dar certo. Mas não adiantou, eu me apaixonei por ele como nunca havia me apaixonado antes. Nós ficávamos horas nos falando, no MSN e orkut... brigavamos DEMAIS, já que eu sou MUITO ciumenta, e ele também era. Começamos a conversar também por mensagens no celular, até o dia que ele me ligou, foram os 15 minutos mais perfeitos da minha vida. A voz dele era de menininho, mas para mim era a mais perfeita! Nossas conversas por telefone começaram a ser rotineiras, chegamos ao ponto de nos falarmos mais de 8 horas por dia no telefone. A gente brigava, se declarava, nós até falávamos sacanagem. Para mim, ele era a pessoa mais importante do mundo, eu faria qualquer coisa para estar com ele. Planejamos uma vida toda ao lado um do outro, falávamos do nosso futuro juntos, que teríamos 4 filhos, um monte de animaizinhos. Dude, era tudo tão perfeito!
Dia 27 de setembro, ele me pediu em namoro, e eu fiquei meio sem saber o que fazer. Não achava que nada a distância daria certo, mas acabei aceitando pelas palavras dele, as mais doces, mais sinceras, mais lindas que já ouvi. Ele disse: "Eu quero você, eu te amo. Pode ser que a gente nunca esteja junto mesmo, mas pelo menos eu tentei, porque eu sei que é você quem eu quero. Você é tudo pra mim, ." Essas e muitas coisas lindas, mas nosso namoro não durou uma semana. Distância não rola, mas terminamos e tudo continuou na mesma: as ligações diárias, tudo perfeito. Chorávamos ao telefone, nos declarando, dizendo o quanto precisávamos um do outro.
Eu deixava mais do que na minha cara o quanto o amava. TODOS sabiam, até meus pais. Ele havia prometido pra mim que, em julho desse ano, viria para cá, e eu estava esperando por ele. Esse tempo em que falávamos por telefone, ele estava passando as férias na casa da avó dele e, quando voltou pra sua casa, nosso contato não era tão constante, ainda mais que eu estava sem internet. Passamos um tempo muito mau, cheio de brigas, eu chorava dia e noite, querendo-o. Não estavamos numa época muito boa: ciúmes, brigas, tanta coisa nos afastando. Mesmo assim eu acreditava nele, a pessoa que eu mais confiava no mundo todo, meu porto seguro, minha vida, meu .
Mesmo com tantas brigas, eu acreditava no nosso amor. Não podia um sentimento tão forte acabar assim. Não podia ter enfrentado tanta coisa para, no final, acabar assim... Eu não conseguia imaginar minha vida sem ele. Ele chegou a me mandar cartas, junto de um presente: um coração de pelúcia, muito fofo, com seu perfume. Eu abraçava e o sentia tão perto de mim. Jamais desejei uma pessoa como eu o desejava, jamais quis beijar alguém como eu queria sentir o beijo dele, jamais amei dessa forma.
Um dia, uma mulher ligou na minha casa, perguntando se conhecia alguém de , onde ele morava. Ela dizia que a conta de telefone da casa dela vinha muito alta, era por causa das ligações dele pra mim. Ele me pedia pra nunca contar nada pra mãe dele, não sei direito o porquê, mas esse dia, o dia em que essa mulher ligou, foi meu pai que atendeu. E ele contou sobre um tal de que sempre me ligava, e a mulher disse que não conhecia nenhum . Eu fiquei meio desconfiada, liguei pra ele e perguntei; ele inventou uma historia cabulosa, mas nem liguei. Os dias foram passando, meu amor por ele aumentando, mesmo com brigas: tudo tão perfeito. Um dia cheguei do colégio e o telefone tocou. Era da cidade dele, e era o pai dele, pedindo pra falar com meu pai. Achei aquilo muito louco... mas tá, né. Esse dia nem falei com ele, sei lá, tava tão triste, tão desanimada... Até de noite, estava no MSN esperando ele entrar, e nada. Deitei na minha cama, esperando a plaquinha dele subir, e nada. Minha mãe entrou no meu quarto com a conta de telefone na mão, dizendo que precisava conversar muito sério comigo, na certa seria sobre as ligações que tinha feito pra ele. Ela chamou meu pai também, e os dois se sentaram pra conversar comigo.
Meu pai perguntou se eu havia ligado pra ele, eu confirmei. Pedi desculpas, disse que foram poucas vezes. Ele disse que não ia brigar comigo, só me contou que desde aquela primeira ligação daquela mulher, ele vem falando com os pais dele. Ele disse: "Filha, eu sei que você tem um romancezinho com esse garoto, contei pra esses senhores que eu tava conversando, mas eles diziam que não conheciam NENHUM ..." Nesse momento eu já comecei a chorar. Eles foram me explicando, até chegar direto ao ponto: "Eles disseram que só tem uma filha, uma tal de . Pediram o número de celular pra qual você ligava, e caiu no celular da filha deles. , esse não existe, era uma menina se passando por ele."
Essas palavras acabaram comigo, tenho esse como o pior dia da minha vida. Eu chorava desesperada, não queria acreditar. Pedi pra ficar sozinha, liguei pra "ele". Quando atendeu, eu disse: "?! e "ele": "Seu pai já te contou? Desculpa pela brincadeira." Não consegui nem responder, desliguei. Chorava, soluçava, mal conseguia respirar. Crueldade, não vejo de outra forma.
Desde lá, tem sido a pior fase da minha vida. Quando desliguei o telefone, peguei todas as coisas que "ele" havia me mandado, rasguei, estraçalhei, tudo jogado no chão do meu quarto. Eu, deitava, no meio disso, no chão, chorando. Minha mãe entrou, me pegou no colo, e chorava comigo, tentando me consolar. Meu pai também chorou, vendo minha tristeza.
Não ia mais pro colégio, não comia. Minha mãe me levou no pscicólogo. e eu fui melhorando, retomando minha vida, ainda com uma dor sem fim. Até o dia em que passei mal. Fui pro hospital, fiquei internada e tive que fazer uma cirurgia de emergência. Fiquei de cama durante dias, só com isso tudo na cabeça, depois que já estava me recuperando... e o tormento começou de novo, agora sem fim.
Eu não consigo aceitar, e faz mais ou menos 3 meses que isso veio à tona. Quando eu olho pra trás, vejo que tudo estava tão óbvio, como eu não pude ver antes?! Passo o dia todo trancada em casa, sem ter nada pra fazer. O colegio já abandonei, quase não saio. Não tenho alegria no que faço, choro... choro muito, é só o que eu sei fazer. E essa dor não some. Eu falava que não conseguia nem me imaginar sem ele, sabia que sofreria demais. Mas não imaginava que seria tanto, eu olho pra trás e não me conformo que tudo era mentira, que meu não existe. Não dá pra acreditar. Agora o que eu faço com todo esse amor? Mal cabe dentro de mim, às vezes penso que seria melhor eu nem ter sabido dessa história; seria enganada sim, mais ia me esquecer dele... E, depois, ter essa história como a mais linda da minha vida, e agora, toda vez que olho pra trás, vejo como o pior momento já vivido por mim. É como se alguém que você ama muito tivesse morrido, é essa dor... Mas quando eu lembro dessa pessoa, vejo que é tudo mentira, que é falso, e aí me dou conta que ele nem sequer existiu. Como pode meu não existir?! Às vezes me pego imaginando meu futuro com ele, e às vezes penso: é só um pesadelo, vai passar. Mas não passa, não acaba nunca. E só o que eu queria era poder abraçá-lo uma vez e dizer, olhando em seus olhos, o quanto eu o amo. Mas isso é impossível. Eu perdi meu para sempre, para sempre...

Fim.




Nota da autora: É a minha primeira fanfic, que foi inspirada na história de uma amiga, fiz sem falas, porque acho que ficou melhor com a história :D espero que tenham gostado, comentem coisas boas ou críticas, que eu vou ficar feliz do mesmo jeito, chuchus *-*




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