Escrita por: Teesh
Betada por: Gabriella




CAPÍTULOS: [Prólogo] [1] [2] [3] [4] [5] [6] [7]



Null


(nota da beta: não é erro no script, é número zero em alemão.)

Os carros passavam, as pessoas corriam, o mundo girava e eu estava lá parado. Olhando tudo. Não vendo nada.
Aquelas pessoas não significavam nada pra mim, não eram nada, ninguém era. Menos ela, claro. Ela sempre foi tudo. Tudo o que eu amava, que eu desejava, que eu queria. Corrigindo, ela É tudo que eu amo, que eu desejo, que eu ainda quero só pra mim. E agora ela deve estar entrando em um avião, indo pro outro lado do mundo, provavelmente nunca mais voltando. E eu nunca mais vou vê-la. Nunca mais vou beijá-la. Nunca mais vou tocá-la. Nunca mais vou tê-la para mim.
Mas eu estou aqui, pateticamente sentado em um banco em frente à avenida mais movimentada da cidade. As pessoas continuam suas vidinhas como se nada importante estivesse acontecendo, mas o meu mundo estava destruído, e agora ele havia parado. Eu não ouvia nada, eu não tinha voz pra falar, não distinguia os vultos que por mim passavam. Mas sentia a brisa gelada bagunçando meus cabelos e cortando minha pele. Eu não podia deixá-la ir assim. Eu ficara tão deprimido que mal me despedira dela. Liguei para seu celular, mas estava desligado. Droga! Peguei o primeiro táxi que passou, pedindo ao motorista que dirigisse o mais rápido possível para o aeroporto.
Na longa viagem que durou mais do que deveria, eu tive flashes de toda a nossa vida juntos.
E lembrei de quando a conheci.

Eins


- Olha, , aquela é a sua priminha. – Eu tinha uns 5 anos e ela também. Minha mãe me apontou uma linda garota de olhos e cabelos que sorria timidamente para mim. Minha mãe me explicou que ela tinha chegado do Brasil, que morava lá porque meu tio, que só agora eu conhecia pessoalmente, casara com uma brasileira.
Estendi minha mão pra ela, chamando-a para brincar, ela sorriu novamente e foi impossível não sorrir junto. Ela ainda estava aprendendo inglês, então nós brincávamos de coisas mais simples como Lego, esconde-esconde e pega-pega com nossos outros primos.
Desde o segundo que a vira, ela me encantara.

Nós passamos anos sem nos dar bem. Eu era louco por ela e passava o dia implicando. Puxava seu cabelo, beliscava-lhe, estragava as brincadeiras e todas essas coisas idiotas que meninos idiotas fazem quando gostam de alguém. Mas isso fez ela me odiar, e não nos falamos muito por alguns anos. Até que quando estávamos com uns 14 anos, fomos estudar na mesma sala. Ela era a garota nova e linda e todos comentavam sobre ela.
Tive que aguentar os dois primeiros meses de aula com todos os meus amigos falando de como a era linda, simpática, inteligente e até gostosa, e ela tinha só 14 anos! Ouvi-os falando que tentariam ficar com ela, nem ao menos se importando com o fato de ser minha prima.
Nesse mesmo ano, eu tive várias notas baixas em química, enquanto era a melhor da sala. Minha mãe teve a brilhante ideia de falar com meus tios e eles convenceram a ir à minha casa duas vezes por semana pra estudar comigo e tentar me fazer aprender alguma coisa.
Já estávamos no terceiro mês de aulas particulares e eu não conseguia desgrudar meus olhos dela. Seus lábios se moviam, mas eu nada escutava. Sua mão desenhava fórmulas que eu não fazia ideia de onde tinham surgido. É, eu não prestava muita atenção às minhas aulas. Um dia resolvi que seria mais interessante estudarmos em minha cama. E depois dessa, posso me considerar um gênio, sério mesmo.
Lá estávamos com os cadernos e livros abertos em cima da cama, ela tentando explicar a matéria e eu bolando meu plano maquiavélico de jogar tudo no chão e mostrá-la como eu me sentia em relação a ela. Minha mãe trouxe uns biscoitos, e achamos melhor parar as aulas do dia. comeria os biscoitos, arrumaria sua mochila e voltaria pra casa.
Comíamos lentamente, conversando sobre qualquer besteira. Os cookies acabaram e com eles acabou também meu tempo com ela. já se virava para sair da cama quando eu a segurei pelo braço.
- ... – Ela me olhou e minha voz morreu. Eu não tinha nada pra falar mesmo. Mas nos encaramos por longos segundos. Fui me aproximando lenta e cuidadosamente, para não a assustar. Ela não recuou. Nossos rostos estavam agora separados por menos de um palmo. Ela sabia o que iria acontecer, e como não se afastara, entendi aquilo com um sinal verde.
Encostei nossos narizes. Ela fechou os olhos e sua respiração falhou. Eu sorri com o efeito que eu nem sabia que tinha sobre ela. Encostei nossos lábios em um selinho demorado, até ela abrir a boca o suficiente para dar passagem à minha língua. E aquele foi nosso primeiro beijo. Calmo, sem nenhuma pressa, maravilhoso. Nossas línguas se moviam em sintonia, nossas respirações se misturavam e eu quase podia ouvir nossos corações batendo no mesmo ritmo. Aquele beijo pareceu durar a eternidade, mas acabou rápido demais pra mim.
Ela me olhou assustada por alguns segundos, logo se virando e saindo do quarto com sua bolsa pendendo do ombro direito.

Zwei


Ela evitou me olhar por toda a manhã seguinte na escola, mas no intervalo eu praticamente a obriguei a falar comigo.
- Não, ! Você é meu primo!
- Vai dizer que você não gostou? Eu sei que você gostou, ! Você gosta de mim, pra quê ficar negando?! – Ela sabia que eu estava certo, ficou apenas me encarando, abrindo e fechando a boca várias vezes, sem saber o que dizer. Respirei fundo.
- Olha nos meus olhos, diz que você não gostou que eu não faço mais!
Ela não conseguiu. Peguei-a pela mão e levei-a para o pátio da escola, em um dos cantos do pátio havia uma velha árvore de tronco bem grosso. Escondemo-nos atrás dela e lá demos nosso segundo beijo. Eu notava que ela estava nervosa. Sentia seus dedos trêmulos enroscarem-se em meus cabelos enquanto eu a segurava firmemente pela cintura. Passamos uns bons minutos daquele jeito, às vezes falando coisas idiotas e rindo, até a irritante sirene anunciar o fim do intervalo. Não nos importamos em voltar abraçados para a sala. Parecíamos apenas primos muito carinhosos um com o outro, o que não deixava de ser verdade.

Passamos mais de um ano ficando escondidos. Em festas de amigos ou família, na minha casa ou na dela, no cinema, onde tivéssemos oportunidade.
E as coisas foram esquentando. Os beijos ficaram muito mais intensos, as ‘mãos bobas’ foram surgindo e as peças de roupa desaparecendo aos poucos. Quando começamos a deitar em camas foram-se os sapatos e meias. No inverno, apesar de muito frio, os casacos iam pro chão. No verão a minha blusa fazia companhia aos sapatos. Mas era isso. Ela era tão tímida, tão linda e tão tímida!
Ela me parava sempre que fazia menção de tirar alguma parte de sua roupa, aquilo me irritava profundamente, eu estava ficando impaciente, sempre tendo que me aliviar sozinho quando ela saía. Eu ficava muito frustrado com tudo isso, mas escondia o máximo que podia. Eu gostava muito dela e nutria um enorme respeito por minha priminha, e apesar de querer apressá-la, eu não o faria. Já me falaram muitas besteiras de como a primeira vez costuma ser especial para as mulheres. Bullshit. Mas eu nunca a forçaria a nada.
Mas não é porque não a forçaria que não daria dicas (nada) sutis do que eu tanto queria. Estava chegando o aniversário de 16 anos dela, e eu lhe daria o melhor presente.

Drei


Para comemorar o aniversário, nós viajaríamos. passaria o fim de semana em uma casa que seus pais alugaram no campo, mas eles não estariam lá. Seria só , eu, e os amigos dela. Então vocês podem imaginar como a putaria rolaria solta.
No fim de semana antes da viagem, os pais de fizeram um jantar em sua casa pra comemorar com a família. No sofá havia vários presentes, provavelmente perfumes e jóias caras. O meu presente estava em uma caixa totalmente envolta em laços, para evitar olhares curiosos. E em cima da caixa um bilhete: “Só abra quando estiver sozinha”.
Foi um jantar tranquilo e não arriscamos nenhuma aproximação maior que a minha mão em seu joelho por baixo da toalha de mesa.
Amaldiçoei-me por não ter visto sua cara ao abrir meu presente. Dei-lhe a lingerie mais linda e sexy que achei na loja, toda rendada em preto e vermelho. Sua cara de surpresa deve ter sido impagável!
E a semana passou normalmente. Ela convidou quase toda a escola pra festa na sexta à noite, mas apenas umas 10 pessoas ficariam o fim de semana todo.
A essa altura só os amigos mais próximos sabiam do nosso ‘caso’, mas, claro, nada falavam. E teríamos que ter muito cuidado na festa pra mais ninguém desconfiar.
Não, isso não me incomodava. Por mim eu gritaria ao mundo como estou feliz de estar com essa menina, mas eu não tinha certeza de como ela se sentia. Ela queria manter escondido. Não sabia como me incomodava ouvir outros homens falando dela em minha frente. Não sabia como me irritava vê-los olhar desejosos para ela. Mas o que mais me irritava era não poder beijá-la em público, mostrar que ela era minha.
Mas, finalmente, sexta chegou. Antes de a aula acabar, um papel cuidadosamente dobrado foi parar em minha mesa.

“Vou usar seu presente esta noite.
xx

Que bom que ela entendeu o recado.
Depois da aula fui pra casa comer e terminar de arrumar minha mochila pro fim de semana, que prometia ser o melhor da minha vida.
Umas duas horas da tarde fui pra sua casa. De lá seus pais nos levaram pra tal casa de campo. Já estava toda decorada pra festa, a mesa do DJ montada, painéis com fotos dela sozinha, com os amigos, e várias comigo cobriam as paredes, assim como tecidos nas cores verde, azul e roxo. Eram as cores da festa, as cores que ela mais gostava uma combinação estranha que acabou dando certo.
Fomos, claro, os primeiros a chegar com minha mochila e umas três malas dela. Pelo amor de Deus. Ela ia passar três dias, pra quê tanta coisa?! Escolhemos nossos quartos, estrategicamente no fim do corredor do terceiro andar, com a minha porta de frente pra porta dela.
Fui logo tratando de conhecer a casa pra não me perder. Era enorme. 8 suítes. Dois lavabos. 4 andares. No segundo e terceiro ficavam os quartos, o quarto andar era uma sala de jogos com sinuca, pinball, ping-pong e uma jacuzzi.
No primeiro andar tinha a cozinha, sala de jantar e estar. E a área externa era gigantesca. Além de uma varanda quase do tamanho da própria casa, o resto do terreno era todo gramado e bem cuidado, com plantinhas, florzinhas e frescurinhas assim. Era bem bonito. E ainda tinha uma piscina enorme. Morreríamos nesse fim de semana.
Quando acabei de explorar a casa já eram umas 6:30, então resolvi voltar pro meu quarto e começar a me arrumar pra festa, que começaria às 8:30. Tomei um bom banho, separei minha roupa, sequei os cabelos, e ainda não eram sete horas. Deitei na cama e passei um bom tempo assistindo a um canal qualquer. Mais ouvi do vi os amigos de que ficariam para o fim de semana chegando com suas malas e mochilas, estava trancada no quarto desde a hora que chegamos, e era constante o entra e sai de algumas pessoas, provavelmente cabeleireiros e maquiadores.
Oito horas. Seria uma noite especial e eu precisava caprichar. Vesti minha melhor boxer azul-marinho, jeans escuros e uma camisa social clara com um blazer por cima. Calcei as meias e tênis limpos. 8:20. Passei meu melhor perfume e desci para a varanda, encontrando lá meus amigos e os de . O DJ já tocava algumas músicas não tão agitadas, bem começo de festa mesmo. Nove e meia, algumas meninas já tinham ficado alegrinhas com alguns copos de vodka, eu ainda estava no meu primeiro de whisky. Foi a hora que ela desceu pra festa.
O cerimonial começou, passou um vídeo de fotos, músicas e frases que marcaram a vida dela. E eu não pensei que a gente tivesse tanta foto junto, sério.
Ela estava deslumbrante. Inacreditavelmente linda. Linda não, maravilhosa. Perfeita. E eu totalmente gay me perdendo nas palavras para descrevê-la.
Ela usava um vestido tomara-que-caia –que ia cair dali a algumas horas- roxo claro, com detalhes em um azul escuro. Era curto. Até demais. Ia até o meio de sua coxa, mas não parecia vulgar nela. Ela parecia uma princesa, isso sim. E eu aqui todo bobo parado, quase babando e com olhos brilhando. Que merda de homem sou eu?! Ajeitei-me. O cerimonial não era longo. O vídeo passava enquanto ela descia as escadas para a varanda, ao chegar ao último degrau, recebeu um buquê de flores de um menino que arrancou suspiros de várias das meninas ali presentes. Não o conhecia, não nego que senti ciúmes ao vê-lo beijar sua mão, depois sua bochecha, e puxá-la para uma dança lenta, fazendo minha menina corar.
Quando dançava ela se parecia, mais uma vez, como uma princesa, os convidados filmavam e tiravam fotos e eu continuava babando no meu canto. A música acabou e ela ganhou mais um beijo do Prince Charming, que entrou na casa. Ela pensava que já tinha acabado e que o DJ ia começar a tocar, mas começou uma daquelas musiquinhas lentas, com letras bonitas e que dão vontade de morrer. Fechei os olhos pra ninguém notar o quão entediado eu estava. Umas dez amiguinhas dela fizeram fila em frente à e começaram a falar o quanto ela era especial, linda, simpática, inteligente, -adicionei um 'gostosa' mentalmente- e uma ótima amiga, falaram do quanto a amavam, o quanto a consideravam como amiga e que iam sempre estar ali pra ela. Essas coisas bem cheias de frescurinhas que acontecem nas festas de debutante. E todas morreram de chorar, soluçava de tão emocionada, até que finalmente acabaram, todas se abraçaram, ainda chorando, e se retiraram pra ir ao banheiro ajeitar a maquiagem. Eu? Eu fiquei lá tomando no cu até o DJ colocar música pro pessoal dançar. Deus, demorou uma eternidade pra voltar, algumas convidadas atiradas dançavam para mim e eu lutava para controlar meus instintos, se me visse dando bola para alguém, adeus noite de sexo selvagem. Não que eu quisesse ficar com mais alguém, mas não tinha realmente escolha.
E ela finalmente voltou. E trocou de vestido, conseguindo ficar mais perfeita ainda. Voltou com outro vestido tomara-que-caia, agora um pouco mais longo, indo até pouco acima do joelho. Esse era verde, também claro, mas a saia era armada e mudava de cor, indo do verde claro no torso até um escuro na barra. Posso parecer um completo idiota e totalmente gay com tantas descrições, mas eu não conseguia não prestar atenção em cada detalhe, desde as cores do vestido até a sandália prateada que ela calçava. Ela era simplesmente perfeita.
Aí sim nós nos divertimos. Eu dancei com ela por um bom tempo, tentando ser brincalhão pra não chamar muita atenção. Até que eu realmente cansei e fui me sentar.
Algo que sempre me perguntei, como essas meninas não cansam de dançar?
E lá estava eu sentado, bebendo lentamente meu terceiro copo de whisky e olhando dançar. Começou então a tocar uma batida diferente das que a gente costuma ouvir por aqui, vi pulando toda animadinha ao começar a música. Eu não entendia a letra, não era inglês. Mas a cantava com uma fluência perfeita, então supus que fosse uma música brasileira.
Aposto que as meninas daqui não sabem dançar isso. E acertei. Toda a atenção da festa se voltou novamente pra minha menina, que chamava as amigas para acompanhá-la nos passos.
se movimentava sensualmente, rebolando como eu nunca vi alguém rebolar antes. Ela sempre passava as férias no Brasil, contava-me das festas que ia lá, mas eu não sabia era desse jeito! Em determinados tipos de batida, ela descia até o chão e ...
WOW WOW WOW. Aqui não é assim não, rapaz! Uma dança sensual nas festas daqui se resumem a meninas esfregando peitos e bundas umas nas outras ou em outros meninos. Mas ir até o chão como ela acabou de fazer? Nunca. Eu me levantei e fui até mais perto dela. Não podia perder um detalhe dessa dança.
A música mudou e eu já ia amaldiçoar o DJ, mas a batida, apesar de ser diferente, era do mesmo estilo. E ela cantava, e subia, e descia, e rebolava, e me deixava louco. Até que ela começou a dançar olhando diretamente pra mim. E rebolava até o chão sem desgrudar os olhos dos meus. A essa altura todas as outras garotas já estavam a imitando, e, apesar de não ver, eu podia sentir e imaginar que os meninos daquela festa estavam tão loucos quanto eu.
Eu já não aguentava mais tanta provocação, e pensei que não podia ficar pior, até que ela me lançou o sorriso mais malicioso que eu já vi e ficou de costas pra mim, descendo mais uma vez até o chão. Dessa vez bem lentamente, fazendo questão de requebrar e rebolar bem devagar pra mim, pra eu ver como a bunda dela era gostosa. Como ela era gostosa. E eu me rendi. Era impossível não ficar excitado agora. Subi para meu quarto, para evitar constrangimentos. Perdi a conta dos minutos que passei deitado em minha cama, com minhas mãos esfregando e puxando freneticamente meus cabelos, tentando me acalmar. Então ouvi três batidas e a porta do meu quarto se abrindo.
- A pediu pra te chamar. Vão cortar o bolo e ela quer você lá. – Umas das amigas dela que sabia do nosso casinho sorriu meigamente pra mim. Sorri de volta e me levantei, cruzando a casa até a varanda conversando com a menina sobre a festa. Ela estava mais pra lá do que pra cá, notei isso principalmente quando ela quase caiu descendo as escadas e foi difícil segurar a risada, mas chegamos lá. Fiquei ao lado de enquanto todos cantávamos parabéns. E recebi o primeiro pedaço do bolo com o sorriso mais lindo que ela podia dar.
Comemos do bolo, comemos besteiras, jantamos, sobremesa, besteiras, bebemos e dançamos.
Já eram três horas da manhã quando a equipe de fotografia e filmagem foi embora. Às cinco e meia o DJ se despediu e já era de manhã. O sol já estava nascendo e iluminando o belo gramado, que já não estava mais tão belo assim.
Parei de contar quando cheguei aos cinquenta. Mais de cinquenta pessoas desacordadas deitadas naquela grama. Mais de cinquenta pessoas e centenas de copos, latas, pratos, sapatos, bolsas, balões, e o que mais você imaginar. E posso jurar que vi mais de um casal transando atrás de moitas ou debaixo de mesas, escadas, o que oferecesse mais “conforto”. Vi também pelo menos dez meninas dormindo em volta a poças de vômito, algumas estavam seminuas.
Mas muitas outras pessoas ainda conversavam alto, e riam, e dançavam mesmo sem música. É, acho que a festa tinha sido realmente boa.
Então eu voltei a encontrar , em uma roda de amigos, parecendo bem bêbada agora. Ótimo, isso é oficialmente um adeus à noite de sexo. Até porque nem está mais de noite. Tanta preparação pra nada!
Ela ria de alguma besteira que alguém tinha falado. Ela não parecia bem, então a mandei dar boa noite pra todo mundo para que ela pudesse ir dormir. Despedimo-nos, passei um de seus braços por meu pescoço e segurei-a pela cintura, subindo os degraus da escada lentamente para não cairmos. Até que no final da escada ela parou de rir e botou mais força nas próprias pernas. Pensei que ela ia cair, por isso a segurei mais firmemente.
- Sabe, você é um fofo todo preocupado assim comigo, mas eu não to bêbada!
E porra, ela realmente não estava.
- Tá se passando por que então?
- Precisava que você me notasse e me tirasse dali sem eu parecer rude. E com que outra desculpa você ia entrar no meu quarto numa hora dessas se a gente cruzasse com alguém?
E eu pensava que eu era inteligente. Eu apenas ri baixinho, enquanto ela ainda se passava de bêbada, até chegarmos ao seu quarto.
- Desculpa, e eu sei que não é mais sexta e nem tá de noite, né? Mas eu espero que você não tenha esquecido o meu bilhete na aula.
- Não, não esqueci. Pensei que você tivesse esquecido, afinal, não dá pra usar com esse vestido, né?
- Não, não dá. - Ela sorriu, olhando para o chão. - Por isso não usei. Você espera vinte minutos enquanto eu tomo um banho rápido?
E eu ia falar o quê? “Não, vou ali embaixo pra pegar uma das suas amigas já que você não quis dar pra mim.” Não, né? Então eu afirmei com a cabeça e me sentei em sua cama, enquanto ela entrava no banheiro, fechando a porta.
Foram os vinte minutos mais longos da minha vida. Ouvi o chuveiro abrir e fechar algumas vezes. Eu não conseguia parar de imaginá-la tomando banho e fiquei excitado com a ideia. Preciso aprender a me controlar. Tirei os sapatos e as meias, ligando a TV e deitando de bruços para assisti-la e ao mesmo tempo esconder o volume em minha calça.
Até que o chuveiro pareceu ser desligado de uma vez. Olhei para porta, esperando-a sair, mas demorou um pouco até que isso acontecesse.
Agora eu retiro tudo o que eu falei sobre ela estar perfeita nos vestidos da festa.
Perfeita ela estava agora. Usando a lingerie que eu lhe dera, meias finas pretas, uma liga vermelha na perna direita, sapatos de salto preto e um fino e transparente roupão também preto por cima.
Agora sim eu podia morrer. Era a melhor visão da minha vida. E eu a vi abrindo um sorriso extremamente tímido, o que me fez sorrir em resposta. Pus-me de pé e andei até ela, abraçando-a pela cintura e depositando pequenos beijos perto de sua orelha. Senti sua respiração falhar e meu sorriso ficou ainda maior.
Dava pra notar que ela estava nervosa. Seus dedos tremiam levemente ao abrir os botões da minha camisa. Quando ela finalmente a tirou, eu a larguei, indo até a janela e tapando a maior parte da claridade com a cortina, esperando que ficasse mais confortável assim. Deixei apenas uma pequena brecha pra não ficarmos na escuridão total. Ou talvez porque queria poder ver o corpo que eu desejava há tanto tempo.
Voltei para perto dela, deslizando o fino roupão por seus ombros, até ele cair aos seus pés. Menos um, agora só faltam 4 peças de roupa pra ela ser total e completamente minha.
Beijei-a calmamente, e fui empurrando-a até suas pernas se chocarem com a cama, fazendo ela sentar-se na mesma. Interrompi o beijo por alguns segundos em que tirava seus sapatos, mas não desgrudei os meus olhos dos seus. Agora faltam 3.
Voltei a beijá-la ao mesmo tempo em que a deitava na cama, ficando por cima dela. Apoiava-me pelo cotovelo enquanto minha outra mão tentava tocar cada centímetro de pele descoberta de , enquanto suas mãos puxavam de leve meus cabelos, tentando intensificar o beijo. Então eu parei de beijá-la para me dedicar ao resto do seu corpo. Afinal, ela me provocou a madrugada inteira, e um pouco mais quando resolveu usar essa lingerie, seria mais do que justo provocá-la também.
Minha boca desceu para seu pescoço, chupando-o e mordendo-o. suspirava a cada mordida mais forte, e eu estava amando tudo aquilo. Minha mão desceu pras suas coxas, apertando-as, e meus beijos para seu colo, arranhando com os dentes a pele da minha menina. Mas não tirei seu sutiã, não era a hora. Não agora. E os beijos e mordidas desceram por sua barriga, pulei sua virilha e minha boca foi direto para a parte interna de suas coxas, que eu mordia e lambia de leve, vendo que a deixava completamente arrepiada. E lá eu parei, ficando de joelhos entre suas pernas. Primeiro tirei a liga e a joguei em algum lugar perto da porta. Depois tirei suas meias, uma de cada vez, bem lentamente. Quando as duas já se encontravam no chão, voltei minhas mãos para suas coxas, apertando-as com força, sem me importar se ficariam roxas depois. Meu plano de só provocá-la foi por água a baixo quando eu a ouvi me chamar baixinho. Eu ia fazer daquela noite, ou melhor, daquela manhã, a melhor da vida dela.
Curvei meu corpo, encostando meus lábios em sua coxa, e guiei minhas mãos até a barra fina de sua calcinha, abaixando-a à medida que meus lábios subiam em direção a sua virilha. Sua calcinha foi pro chão quase no mesmo momento que minha língua se encontrou com sua intimidade já úmida. E ela tremeu. Literalmente tremeu, sua respiração ficou completamente descompassada. E esse foi meu estímulo.
Comecei lentamente e admito que não sabia muito bem o que fazer. Hora de por em prática os ensinamentos de filmes. Concentrei-me em seu clitóris, pois aprendi que se você não sabe o que fazer, é bom não arriscar, então fui direto para o lugar que eu sabia que ela ia gostar. Pouco tempo e eu ouvia seus gemidos baixos. Baixos até demais. Guiei um dedo até sua intimidade, penetrando-a vagarosamente a fim de que ela se acostumasse, em troca recebi deliciosos puxões no cabelo e a intensidade de seus gemidos aumentando. Dois dedos. Não que eu esteja me gabando, mas eu precisava acostumá-la, até porque meu pênis ocuparia um espaço maior que meus dedos e eu não queria machucá-la. Mas continuei com o mesmo ritmo, bem devagar. Até que seus gemidos ficaram bem mais altos e eu já não aguentava mais. Levantei-me, já tirando eu mesmo minha calça e cueca. Subi meus beijos por sua barriga enquanto sofria tentando tirar seu sutiã. Ela me ajudou e aquela última peça de roupa foi ao chão. Beijei seus seios, mordisquei, lambi, chupei cada um dos seios enquanto massageava o outro. E agora nem ela devia aguentar mais toda aquela tortura. Minha boca encontrou seus lábios, beijei-a com uma urgência que ela retribuiu na mesma intensidade. Ela estava pronta pra mim.
Olhei-a nos olhos e vi-a sorrir. Então a penetrei, de verdade desta vez, bem devagar. Vi em seus olhos que doeu e me senti um monstro por isso. Então parei, mas não sai de dentro dela porque ela me impediu. Ela pôs as mãos em minha bunda, forçando meu corpo contra o dela. Esperei-a se acostumar e só quando ela relaxou os braços me atrevi a me mexer. Comecei um lento movimento de vai-e-vem. Ela fechou os olhos, mordendo os lábios com força, e eu não conseguia desviar meu olhar do rosto dela. Cada expressão sua de prazer me levava às alturas e eu aumentava a intensidade da penetração. Até que ela começou a gemer mais alto, e mais alto, e chamava por meu nome. E enquanto ela gemia meu nome, todo e qualquer traço de racionalidade fugia da minha cabeça. Movimentava-me sobre ela o mais forte e rápido que conseguia, e seus gemidos eram agora quase gritos. Os meus também.
Meu ápice estava chegando, eu já não sabia se conseguiria me segurar. Prolonguei-me ao máximo até sentir ela se contrair toda por baixo de mim, e chegamos juntos ao orgasmo. Ainda dentro dela, voltei a beijá-la docemente, sem malícia, sem segundas intenções. Ambos estávamos exaustos. Parti o beijo para olhá-la, e ela mantinha um sorriso enorme que me fez mais feliz do que eu já estava. Finalmente sai de cima dela, levantei-me e a cara que ela fez pensando que eu já ia embora foi hilária. Simplesmente sorri, pegando minha cueca e sua calcinha. Vesti a cueca enquanto ela vestia a calcinha e pegava minha camisa. E ela ficou perfeita daquele jeito. Cada vez mais perfeita.
Voltamos para a cama. Deite-me de barriga pra cima e apoiou sua cabeça em meu peito. Fiquei brincando com seus cabelos até adormecermos.
Não devo ter dormido muito tempo, quando acordei minha pequena ainda estava num sono pesado, não me atrevi a sair do seu lado, então apenas apertei um pouco o abraço e fiquei observando-a. Quando ela acordou, apenas me olhou e sorriu, logo depois saiu correndo para o banheiro, fazendo-me rir. Voltou com os cabelos presos em um coque frouxo e deitou-se ao meu lado. Trocamos carinhos e beijos por um tempo, até que eu tive que ir ao meu quarto trocar de roupa e descer para almoçar.
Tomei um banho, vesti uma bermuda e uma camiseta branca, calcei as chinelas e desci. As pessoas que estavam desmaiadas por lá mais cedo já tinham sumido, ou estavam em casa ou num hospital, e eu realmente não estava interessado.
Descobri quem eram as tais pessoas que ficariam na casa o fim de semana. Uma menina chamada Allie com o namorado, Noah, um amigo gay da , Brian, e um casal de amigas lésbicas que eu conhecia só de vista.
Nós já estávamos comendo e nada da . Bom, nada até agora. Ela desceu as escadas vestindo um short jeans extremamente curto, uma blusinha branca com outra xadrez azul por cima e chinelas também azuis. Eu quase me engasguei. Ela estava linda, como sempre, e super sexy com o pedaço de pano que essas meninas teimam em chamar de short. Nós comemos a comida, fomos à piscina, jogamos milhares de coisas, brincamos, bebemos. Mas as noites eram sempre iguais. Nós comíamos a comida e depois eu comia a . E era assim de manhã também, e de tarde. E a qualquer hora que desse.
Achei isso incrível. Depois da primeira vez, ela queria fazer o tempo todo. O tempo todo. Era ótimo.
E o fim de semana passou, assim como tantos outros. E nossa relação era mais que perfeita, não esfriava, não ficava monótona e nós não brigávamos, a não ser pra ver quem ficava com o controle remoto da TV ou qual cd ia tocar da próxima vez.
Mas claro, nenhuma relação é perfeita, e a nossa também teve seus momentos baixos.

Vier


No ano seguinte, sua mãe estranhou uma menina tão linda como ela não ter um namorado. E lá foi minha não-tão-linda tia apresentar zilhões de filhos das amigas pra . Eu fiquei com muitos ciúmes por causa dessa história, e nós resolvemos terminar. Não tinha muito o que acabar, não era nada realmente oficial, mas acabamos. E uma semana depois do término da nossa “relação”, ela estava ficando com um riquinho fresco chamado Gabriel.
Eu não o suportava. E passei a odiá-lo com todas as minhas forças quando eles começaram a namorar. Ele era um cara legal, simpático, inteligente, todas falavam que ele era bonito, e, odeio admitir, até parecia comigo. Alto, cabelos de comprimento médio e , olhos .
Mas eu definitivamente não gostava dele. Porra, ele comia a minha prima! E o pior, ele tava comendo a prima que eu costumava comer! Sempre que nos encontrávamos eu tinha vontade de dar um soco nele. Bem no meio das pernas. Pra ele nunca mais chegar perto da minha menina com aquilo.
teve esse namoradinho, mas eu não fiquei pra trás. Eu era bem infantil e fiquei muito puto por ela já estar com outro, então eu estive com várias. Parecia aquelas criancinhas mimadas que ficam fazendo birra quando não ganham o que querem, e se continuam sem ganhar, botam em ação a vingança mais ridícula possível. Mas quem eu estou tentando enganar? Eu estava exatamente assim. Se ela ia esfregar o novo namorado metido a perfeito na minha cara, eu ia mostrá-la todas as meninas que estavam substituindo-a na minha cama. E eu fiz isso, de várias formas diferentes.
Nós ainda éramos amigos, ainda passávamos os dias na casa um do outro jogando videogame, vendo TV ou qualquer outra coisa. Então, quando ela ia jogar videogame na minha casa, eu sempre levava uma menina nova, então ela chegava ao meu quarto com os jogos e encontrava a menina nua na minha cama e o bonitão aqui saindo do banho. Às vezes eu a deixava me pegar no ato. Não vou negar, eu amava a cara de ódio que ela fazia ao bater a porta do quarto, e adorava vê-la passar o resto do dia fingindo que nada tinha acontecido.
Ela ficava louca e eu adorava isso. Sua mãe chegava no dia seguinte dizendo que por alguma razão ela chegara ao quarto, botara uma música alta, e saira horas depois com os olhos inchados e mais um porta-retrato quebrado, provavelmente algum com uma foto nossa. Sua mãe achava que era uma briga com Gabriel, e não ousava perguntar a filha qual era o problema.
Deus, como eu era idiota!
Não que eu gostasse de fazê-la sofrer. Não gosto. Eu só gostava de vê-la sofrer por mim. Eu gostava de saber que ela ainda se importava. Que ela ainda gostava de mim. Que ela tinha ciúmes e se sentia mal por eu estar com outras meninas.
Mas aquilo durou mais tempo do que eu esperava. Seu namoro com Gabriel durou uns 10 meses. Até que ela acabou, alegando que se sentia sufocada, confusa, e precisava parar pra pensar.
Que mentira, eu sabia que ela me queria de novo, por isso não estava mais com ele. Ela era certinha demais pra traí-lo.
Dito e feito. Duas semanas que ela terminou o namoro com o babaquinha e nós já estávamos novamente em minha cama, matando as saudades.

Fünf



Foi perto do seu aniversário de 18 anos que eu propus que nos assumíssemos.
- , isso é tão errado! Nossos pais vão nos matar!
- Errado, ? Parece errado quando você está na minha cama? Gemendo meu nome? - Sou um mestre em golpes baixos – Porque pra mim, é a coisa mais certa do mundo! Eu te quero e você me quer, não importa se somos parentes ou não! Amor é mais forte que laços de sangue!
- O que você falou? – Um pequeno sorriso brotou em seus lábios, e só então eu me dei conta da merda que eu tinha falado.
- Pra mim é mais do que certo!
- Não, depois disso, na parte que você fala que é amor. – Ela notou. – Você me ama, ?! – O sorriso era cada vez maior. E eu sorria junto, era impossível não fazê-lo! - E... eu não. – Gaguejar, esse é um ótimo meio pra disfarçar uma mentira, muito bem, ! – É. Eu te amo. – Falei de uma vez, soltando um suspiro no final e fechei os olhos sem esperar uma resposta. Eu tinha feito merda grande, falei o que não devia e realmente sentia, agora ela ia se assustar e eu ia levar um belo chute na bunda e voltar pras raparigas de bar.
- Eu também te amo. – Eu senti seus lábios se juntarem aos meus. Seus dedos puxando minha camiseta em sua direção, e então, sua língua dançando com a minha.
Eu realmente a amava. A única menina que já amei me amava de volta, o que mais eu poderia querer?
E foi no jantar de 18 anos dela que nós nos assumimos. Foi, provavelmente, um dos momentos mais tensos que já tive que viver.
Estavam todos sentados à mesa, comendo felizes, conversando, rindo. Até que o jantar acabou, e enquanto a sobremesa não chegava, ficou de pé, olhando significativamente para mim. Levantei-me e postei-me ao seu lado, segurando sua mão.
A mesa se calou e todos olharam para nós. Sua mão suava frio e eu estava com medo que ela não tivesse coragem de terminar.
- Eu tenho uma coisa importante a falar...
- Você não está grávida, está? – Seu pai logo falou, parecendo realmente muito preocupado.
- Não, pai! – Ela mesma se assustou com a pergunta e soltou uma risada nervosa – Não! É outra coisa...
- Nós estamos namorando – Falei de uma vez. me olhou assustada.
- Vocês o quê?! – Minha mãe falou muito alto, levantando-se da cadeira. Apertei a mão de mais firmemente, passando-a uma segurança que eu mesmo não tinha.
- É, nós estamos namorando. Eu amo o e acho que ele também me ama! Foi muito confuso no início, mas eu sei que é isso que queremos! – Ela despejou todas as palavras de uma vez, gaguejando, se atrapalhando e falando muito rápido.
A sobremesa chegou e todos pegaram seus pratos. Ficou, então, aquele clima estranho, a tensão no ar, todos comendo para não ter que falar nada. Eu mal conseguia sentir o gosto do tal brigadeiro de tão nervoso que eu estava.
Então, nossa adorável avó salvou nossas vidas.
- Se é isso que eles querem, e eles estão bem assim, deixem as crianças serem felizes! Não é como se nós pudéssemos impedir qualquer coisa agora. – Ela deu de ombros, voltando a comer a sobremesa, e depois eu pude notar um pequeno sorriso em seus lábios e tenho certeza que a vi piscando em nossa direção.
sorriu aliviada. Afinal, se nossa avó não vê problema nisso, quem são nossos pais para discordar? Bom, pelo menos é assim que a nossa família funciona, se minha avó diz algo, ninguém tem moral pra contrariar.
Terminamos de comer, a família ainda ficou lá um bom tempo conversando e nós fomos para a varanda namorar. Quando todos já estavam indo embora, finalmente pude dar-lhe um selinho em público. Foi estranho e tímido, mas bom, libertador. Fui pra casa com uma sensação maravilhosa.
No dia seguinte, soube que meus tios tiveram uma longa conversa com , mas que no final ficou tudo bem, eles entenderam, aceitaram e já davam graças a Deus por ser apenas um namorado novo, não um filho, mas eu podia imaginar meu tio se amaldiçoando por todas as vezes que nos deixou a sós. Aqui em casa foi parecido. Minha mãe me deu uns gritos, saiu chorando desesperada e eu ainda não entendi o motivo disso. Meu pai também gritou comigo, mas quando minha mãe foi para seu quarto ele se calou imediatamente, prendeu o riso e me deu um tapinha nas costas, me parabenizando. Só depois saberia que meu pai, e meu tio, pai da e seu irmão, já tiveram casinhos com primas.
A única diferença era que o meu ‘caso’ com a não era só um caso. Nós realmente nos gostávamos, realmente nos amávamos.

Sechs


Sechs

Depois de três anos namorando assumidamente e sério, nós resolvemos morar juntos.
Ambos já trabalhávamos e nossa família era bem rica, dinheiro não seria problema. Compramos um apartamento pequeno. Não precisávamos de tanto espaço, e o dinheiro não gasto seria muito bem aproveitado depois. mobiliou o apartamento, deixando-o a nossa cara. Dois sofás pretos na sala de estar, uma pequena mesa redonda de mármore branco na sala de jantar com quatro cadeiras simples, uma cozinha americana muito bem equipada. O apartamento, apesar de pequeno, tinha três quartos. Um virou uma sala com TV, videogames, computador. O outro ficou como um quarto de visitas, e a suíte principal tinha uma cama king-size com os melhores lençóis, criados-mudos de madeira clara, uma TV de frente à cama e uma poltrona preta perto da porta. Os banheiros pareciam gigantescos. deixou tudo bonito e organizado, e nós nos mudamos, coincidentemente, no dia do nosso aniversário de três anos e seis meses de namoro. Comemoramos com um jantar romântico já no próprio apartamento.
A primeira noite lá foi memorável.
Estávamos alegrinhos depois de tanto vinho, colocou uma música instrumental e lenta na televisão da sala e começou a dançar. Ela se balançava lenta e sensualmente, de olhos fechados, com os cabelos soltos e já bagunçados. Ela abriu os olhos e sorriu maliciosamente para mim. Só então eu notei que ela estava puxando sua blusa fina para cima. Tirou-a e jogou-a em um dos sofás. Acho que eu estava babando um pouco agora. Deixei-a dançar por mais alguns minutos, e quando ela ameaçou tirar a saia eu não me segurei.
Puxei-a pela cintura, beijando-a com desejo, que ela retribuiu na mesma intensidade. Pouco tempo depois já estávamos sem ar. Não que eu precisasse de ar agora. Não, eu precisava da . Fomos andando aos tropeços pelo estreito corredor. Lá caiu sua saia. Na porta do quarto ficou minha camisa. No pé da cama, minhas calças foram ao chão.
Deitei-a na cama. Seu corpo implorava pelo meu toque. Notava isso a cada arrepio, cada suspiro, cada contração dos seus músculos. E seu lingerie roxo pedia para sair daquele corpo. Quem sou eu pra negar um pedido tão desesperado?
Minhas mãos correram por suas costas, procurando o fecho de seu sutiã. É incrível como eu nunca consigo tirar de primeira, tenho que usar a desculpa que ela me deixa nervoso. Dessa vez não foi diferente, após alguns segundos lutando sem achar onde eu abriria aquela maldita peça de roupa, ouvi rindo, parei para olhá-la e saber por que ela estava rindo de mim. Mais um sorriso malicioso, ela escorregou os dedos por entre os seios, mostrando que a abertura do sutiã era na frente. Finalmente tirei aquele incômodo obstáculo, logo me deliciando em seus seios. Mordia, chupava, lambia e voltava a morder, e tenho certeza que ela estaria muito roxa naquela área no dia seguinte, mas seria apenas um dos muitos lugares roxos que ela teria na pele quando nós terminássemos.
Desci beijos por sua barriga e ao chegar perto de sua virilha senti minha menina estremecer. Eu amava ver, ouvir e sentir como ela ficava excitada comigo. Por cima da calcinha rendada eu distribui beijos e mordidas. entrelaçou seus dedos em meu cabelo, puxando com força, mas sem tirar minha cabeça do lugar.
Ri com sua urgência. Mas eu também estava começando a ficar com um pouco de pressa.
Tirei-lhe a calcinha. soltou o ar pesadamente quando minha língua encontrou a sua entrada. Aquele foi provavelmente o melhor oral que já fiz nela. Movia minha língua lentamente, deixando-a louca. Meus dedos passeavam por seu corpo, apertando sempre que achava uma de suas deliciosas curvas. Mordendo, chupando e movendo minha língua mais rapidamente, não demorou muito para minha menina começar a gemer bem mais alto. Mais algum tempo e ela gritava meu nome. Então todo seu corpo começou a se contorcer de prazer e ela gozou.
Subi por seu corpo, tocando-a agora com a ponta dos dedos. Estava tirando a cueca quando ela tirou minha mão de perto dela e me empurrou para o lado. Em fração de segundos ela estava por cima de mim. Jogou minha cueca para longe. Sentou em minhas pernas, mas sem fazer muita pressão. Ela passava a mão em meu rosto carinhosamente enquanto estudava meu corpo. Eu tive que morder os lábios para não fazer sons estranhos. Suas unhas arranhavam meu pescoço com força, mas era bom. Ela desceu as mãos, arranhando-me, até a base do meu pênis. Começou a me masturbar lentamente, movimentando seu polegar sobre minha glande com movimentos circulares. Ela afastou-se um pouco para trás, antes que eu pudesse processar essa informação e abrir meus olhos para olhá-la, ela colocou a cabeça do meu pênis na boca. Chupava-me deliciosamente. Sua língua se movimentava ao meu redor ora rápida, ora lenta, provocando-me mais a cada segundo. Sugava meu pênis com força, e isso era quase o paraíso. Não deixei aquela situação ir muito longe. Puxei-a pelos cabelos, afastando-a de mim e guiando-a para meu lado.
Já fazia um bom tempo que ela tomava pílula, então não me preocupei nem um pouco em procurar uma camisinha. Estava me ajeitando para ficar por cima dela novamente quando ela me surpreendeu mais uma vez e virou-se. Precisei de alguns segundos para entender que ela não estava mostrando que queria parar. Nesse espaço de tempo que eu precisei para entender e pensar para agir, ela ficou de quatro.
Sorri, sentindo meu autocontrole ir embora. Pus-me de joelhos, segurei-lhe pela cintura e coloquei todo meu pênis dentro dela.
O som que saiu de seus lábios foi indescritível. E a cada suspiro eu aumentava a velocidade de penetração. Após um tempo, o barulho de nossos corpos se chocando misturado aos meus gemidos e aos gritos da estava ficando assustador. Então eu senti o maior prazer possível e gozei dentro dela, sendo acompanhado por alguns segundos depois. O grito dela ao chegar ao orgasmo era o melhor som do universo.
Deitamo-nos, exaustos, um ao lado do outro. Fiquei olhando para o teto apenas por alguns segundos, até conseguir voltar a respirar de uma forma relativamente normal. Então puxei , deitando sua cabeça em meu peito. Ela abraçou-me e eu enrolei meus dedos em seu cabelo, acariciando-lhe ternamente. Dormimos assim.

Sieben


Moramos naquele apartamento por três anos. Lá, nós construímos uma família.
Nada de crianças, nem teríamos uma tão cedo, mas tínhamos uma família bem grande. Eu, , um Pug chamado Majin Boo, Kuririn foi o nome que ela resolveu colocar no nosso Chowchow. era apaixonada por cachorros. Como eu preferia gatos, nós também tínhamos a Zelda, uma gata Norueguês da Floresta laranja.
Ontem a tarde ela recebeu a notícia que sua avó materna estava doente. Ela ia voltar ao Brasil.
- Câncer – Ela disse quando a perguntei. Ela limpava as lágrimas enquanto procurava roupas para jogar na mala.
- E por que você tá arrumando as malas? Você vai pra lá agora?! – Eu perguntei de onde estava, parado na soleira da porta com a gata ronronando aos meus pés.
- Não, vou amanhã de manhã, já comprei a passagem.
- E volta quando? – Peguei a gata no colo, puxando sua pele de leve.
- Não sei. Não sei se volto. – Ela parou por poucos segundos, fechando a mala e indo ao banheiro.
- Como é? Não sabe SE volta?! – Eu comecei a gritar. – Você ia me dizer isso se eu não tivesse perguntado, ? Você ia me avisar que tava me largando?
- Eu não estou te largando, , você pode vir também se quiser. – Ela deu de ombros e isso me irritou mais ainda.
- Você sabe que eu não posso.
- Eu já falei com a Allie, ela tem a chave do apartamento e vai cuidar das crianças enquanto eu estiver longe. – Crianças, era assim que nos referíamos a Majin Boo, Kuririn e Zelda.
- E eu, ? Quem vai cuidar de mim? – Deixei Zelda no chão e caminhei até onde estava minha menina, abraçando-a. – Não vai. Não agora, por favor!
- Você já é bem grandinho, , e sua mãe vai continuar aqui, não é? Eu não tenho escolha, , e eu quero ir.
Sou egoísta e ridiculamente dependente de . Eu não conseguia imaginar minha vida sem ela. Num ataque de egoísmo eu briguei com ela, dizendo que ela não se importava com o que eu queria, com o que eu sentia, com o que eu precisava. Fui idiota. Ela começou a chorar e gritou comigo também. Eu saí de casa, passei em um bar, afoguei minhas mágoas em whisky e quando voltei ela já dormia, com o rosto inchado. Deitei no sofá e apaguei.
Acordei completamente desnorteado, fui ao quarto e ela não estava mais lá. Fui à cozinha pegar água. Na porta da geladeira tinha um bilhete.
“Provavelmente já estarei longe quando você ler isso, afinal, você deve ter ido dormir bem tarde.
Allie chega às 5 pra ficar com as crianças, então tire suas coisas do quarto de hóspedes.
Eu não queria sair desse jeito, mas você não me deu escolhas, não é mesmo?
O número é o mesmo, liga!
Eu te amo, .

E cá estou eu, jogando uma nota qualquer pro motorista, sem esperar troco e descendo do táxi. Correndo entre todas essas pessoas e procurando a minha . A televisão do aeroporto mostrava só um voo indo para o Brasil.
Mostrava também que já estava decolando.
Então era isso. Ela já tinha partido. Ela tinha ido embora e me deixou aqui, sozinho, chorando num aeroporto.
- ! – Ouvi uma voz conhecida chamar meu nome, então me virei com uma ponta de esperança.


FIM



Nota da Autora: E... essa é parte que vocês me odeiam pro resto da vida por ter escrito o fim de uma fanfic sem final <3
Na real, eu não sei que final dar pra ela, porque eu nunca quis que acabasse de verdade. Estou satisfeita com isso, porque é um fim, mas dá margem pra eu continuar, se quiser! Legal, né? hahaha
Eu cheguei a começar a segunda parte, mas não sei o que houve, nem em qual momento da vida isso aconteceu, mas eu perdi o arquivo, quase choro.
Agora é com vocês. Tô implorando pra se jogarem nos comentários, dizendo se gostaram, se detestaram, se estão satisfeitas ou se querem que eu tente continuar. Digam também o final que vocês querem pra essa parte! Eu sei o que eu quero, tanto que já tinha o comecinho escrito, mas quero saber se bate com a vontade de vocês! hahaha
Então, é isso. Obrigada a quem leu, duplo obrigada a quem comentou!
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