Escrita por: Rob Poynter
Betada por: Benny Francis





"OS HOMENS NÃO SÃO OS ÚNICOS COM AMORES ESCONDIDOS, É QUE AS MULHERES DISFARÇAM BEM MELHOR O PROIBIDO"



"Quatro anos de relacionamento sério jogados no lixo" - eu pensava enquanto arrumava minhas malas. Era difícil admitir que eu estava certa, mas o meu relacionamento com James não era mais o mesmo há tempos. Ele estava frio e distante havia mais de seis meses. Eu não podia ter feito o que eu fiz, não era algo politicamente correto pra mim. Eu sempre fora a certinha do meu grupo de amigas, a santinha da família. Ninguém esperaria que eu fosse capaz de trair alguém. Não foi fácil me convencer a 'pular a cerca', mas eu não me arrependo. Como já disse, meu casamento era de fachada havia anos, e como eu disse também, James não era mais o mesmo, ele se afastava de mim quando eu tentava me aproximar. Isso acaba com a auto estima de qualquer uma. Não que a minha fosse lá muito alta, mas ela estava acabada. Até que eu conheci . Ai, o meu . Ele era cavalheiro, doce, presente, carinhoso e me amava. Entre uma auto estima menor que uma ameba e uma auto estima elevada, óbvio que eu ficava com a segunda. Pronto, eu havia terminado de arrumar minhas malas e agora não tinha o que fazer. Fiquei observando o guarda-roupa e comecei a reparar o quão vazio ele ficava sem as minhas roupas. Antes brigávamos por espaço naquela mobília, e agora não fazia o menor sentido para mim, ele que o ocupasse todo, eu não ligava mais.

O relógio marcava 20:45 p.m quando sai do banho. James ainda não havia chegado do trabalho e eu estava apenas aproveitando meus últimos momentos no que por muitos anos eu chamei de lar. Coloquei minhas melhores roupas novas, jeans escuro, uma regata azul e salto alto. Fiquei me olhando no espelho e percebi que eu estava mais bonita. Reparei no meu corpo; eu tinha seios ótimos, pernas lindas e uma expressão apaixonada, como na adolescência. Olha o que não faz uma auto estima elevada, se eu fosse me descrever antes de conhecer o , eu diria apenas "gorda", "velha" e "chata".
Além de falar da minha barriga, cabelos opacos e pele medonha. Fui tirada de meus pensamentos quando escutei o barulho de chaves na porta. James havia chegado. Respirei fundo e dei uma última olhada no espelho. Eu estava apreensiva e esperava a pior reação dele.

- ? - ouvi-o me chamar. Respirei fundo mais uma vez e caminhei até a sala. Fui pega, totalmente desprevenida, com uma caixa de chocolates e um buque de flores. Engoli em seco e não consegui esconder o choque. - São para você. - ele falou me entregando as flores.
- Ob-obrigada. - gaguejei nervosamente. O silêncio era constrangedor. Nós havíamos nos tornado estranhos conhecidos durante anos. Eu precisava quebrar o gelo.
- Eu preciso te dizer uma coisa! - falamos ao mesmo tempo. Ele sorriu me deixando mais tensa ainda. O pessimismo havia tomado conta de mim e eu só pensava que não conseguiria dizer uma palavra.
- Pode falar. Primeiro as damas. - disse ele numa piscadela.
- Começa você, é bom ouvir sua voz depois de tanto tempo. - falei sorrindo gentilmente. Eu gostava de ouvi-lo falar. Sua voz era sexy e masculina. Quando começamos a sair, quatro anos atrás, a voz dele havia atraído totalmente minha atenção. Ele riu com a minha fala e pigarreou.
- Eu não sei por onde começar. - disse ele meio sem jeito, passando a mão pelos cabelos.
- Pelo começo ia ser ótimo. – falei, tentando incentivá-lo.
- Eu vou embora. - falou ele sério.
- Como assim embora? - perguntei confusa. - Eu... , eu amo outra pessoa. - disse abaixando a cabeça; ele não era capaz de me encarar. Senti lágrimas brotando no canto dos olhos e sem que eu pudesse controlá-las, elas já rolavam pelo meu rosto como se fosse uma cachoeira.
- Por quê? - perguntei entre um soluço e outra crise de choro.
- Porque eu me apaixonei. - disse ele calmamente, ainda sem me encarar. Fui até o quarto e peguei as malas de viagem dele, joguei todas as roupas que estavam dentro do guarda-roupa, deixando-o completamente vazio. Eu ainda chorava, mas porque diabos eu ainda chorava? Eu havia feito a mesma coisa que ele. Havia me apaixonado por outro. E se não fosse pelo meu ato de pedir que ele começasse a falar eu estaria no lugar dele. Antes de voltar para a sala, lavei meu rosto com água gelada, deixando que os pensamentos fluíssem e que eu pudesse me manter calma. Voltei para a sala onde ele segurava um copo de whisky. Seus olhos estavam arregalados e sua expressão era parecida com uma careta de dor. Sentei-me na poltrona ao lado de onde ele estava. Ele me olhou com a mesma expressão vazia de antes. - Acho que você queria me dizer alguma coisa. - falou com voz fraca. Minha respiração ficou mais irregular. Balancei a cabeça de forma afirmativa e ele me encorajou a começar a falar.
- Desculpe pelo meu descontrole minutos atrás, entenda que foi um baque para mim. - falei pausando e respirando mais uma vez profundamente. Eu estava tensa. - Eu tenho outro, também. - falei desabafando. - Alguém que me escuta, me entende e sabe o que é amar. Sabe o que é me amar. – falei, me sentindo mais confiante a medida que invadia meus pensamentos. Ele me olhava mais confuso ainda. - Eu também te traí. - falei sem rodeios. Ele abriu a boca várias vezes, mas não conseguia dizer nada. Fui até o nosso quarto e peguei as malas pretas dele. - Aqui estão as suas malas, não há mais nada que te prenda a mim. – falei, colocando-as perto da porta.
- Por quê? - perguntou ele com voz fraca. - Eu... Eu não sei se tenho o direito de perguntar, sabendo o que eu fiz. - disse ele, sem expressão nenhuma novamente.
- Porque eu me apaixonei por outro. - falei abrindo um sorriso. - Porque os homens acham que eles são os únicos com amores escondidos? - perguntei gargalhando. - É que nós mulheres sabemos esconder melhor o proibido. - falei rindo. - E não me olhe com essa cara, você fez a mesma coisa comigo. - falei levantando e indo pro quarto mais uma vez. Apareci depois de uns minutos carregando minhas próprias malas. - Alguém espera por mim. - falei abrindo a porta da rua. - Não se preocupe meu bem, eu sou culpada também. - falei fechando a porta atrás de mim. Estava me sentindo mais leve, mais aliviada, mais feliz. Abri a bolsa à procura das chaves do carro, mas lembrei que havia deixado o carro no mecânico para arrumar alguma coisa. Fui até a portaria com as malas.
- Boa noite, Sra. Thompson. - cumprimentou Joe, o porteiro.
- Boa noite, Joe. - cumprimentei-o de volta.
- Vocês vão viajar, Sra. Thompson? - perguntou ele, enquanto eu pedia um táxi.
- Não, por quê? - perguntei sorrindo. - Um táxi de Tower Bridge para Notting Hill, por favor.
- Seu marido acabou de pegar um táxi e ele estava cheio de malas também. - falou ele, dando um sorriso.
- Ah sim, ele estará fora do país por um tempo. Viagem de trabalho. - falei tentando amenizar as coisas. - Enquanto eu estou indo passar um tempo fora também, quem sabe conhecer outros lugares? - falei rindo.
- Está certa, Sra. Thompson. - falou me encorajando. Ouvi o táxi buzinando e me despedi de Joe com um "Até breve". Passei o endereço de ao taxista e não aguentando mais de animação em finalmente ser livre para ele, peguei o celular. De tão nervosa que estava, não conseguia digitar os números dele.
- O senhor se importa se fizermos uma pequena parada na Starbucks? Eu preciso levar algumas coisas. - falei sorrindo. Ele parou na primeira loja vazia que achou. - Eu não demoro. O senhor gostaria de um café também? - perguntei tentando ser simpática. A loja estava cheia de casais ocupando os acentos estofados. - Eu quero um Caramel Macchiato grande, um Café Mocha grande e um Café Latte grande, por favor. – falei, enquanto olhava alguns Muffins. - Quero também quinze Muffins, dez com gotas de chocolate e cinco de Blueberry. - queria sair de lá o mais rápido possível.
- Obrigada. - o táxi iria ficar uma pequena fortuna, mas café é sempre café. - Olha moço eu trouxe pro senhor um Café Latte, porque não sabia o que o senhor gostava. - falei colocando o copo de café no porta-copos do taxi e colocando alguns muffins no banco do passageiro. Ele agradeceu e seguimos em silêncio. Não estávamos muito longe agora. Meu coração estava disparado demais e o café havia me deixado ainda mais animada. - É nessa casa. - falei apontando para uma das casas. - Obrigada. - falei pegando as malas e descendo.

Bati na porta algumas vezes, eu não consegui me controlar. Estava parecendo uma adolescente completamente insana. veio me atender de boxer xadrez. Estava frio na rua, mas o aquecedor estava ligado, por isso os poucos trajes dele. Ele abriu um sorriso lindo quando me viu, e eu não consegui não retribuí-lo.

- Deus, está um frio aqui fora. - disse ele pegando minhas malas e colocando na sala, fechando a porta logo em seguida. - Agora está melhor. - disse jovial. Ele me fazia rir.
- Eu trouxe um café para você. – falei, mostrando o copo que eu segurava. Ele sorriu mais uma vez. Quer dizer, não conseguíamos nos manter sérios estando um perto do outro.
- Sabe o que seria melhor do que o café? - perguntou ele, numa careta. Balancei a cabeça negando.
- Um beijo de boas vindas! - falou me abraçando pela cintura e colando nossos corpos. Mordisquei o lábio inferior tentando não rir. Nossos narizes se encontraram e nos rendemos ao beijo. Calmo e Intenso. Como se dependêssemos dele para sobreviver, ou algo assim. Passamos a noite me 'instalando'. O que significa isso? Digamos que passamos a noite entre desarrumar malas, ser zoada por umas peças de roupas e beijos calientes. Quando finalmente nos deitamos, já passava das quatro da manhã. Eu não me sentia cansada, podia passar a madrugada olhando para . Ele me acalmava e acendia em mim os instintos mais primitivos. O quarto estava quente demais, não só pelo aquecedor, mas o calor que passava de um corpo ao outro me deixou com muito calor.
- Eu preciso tomar banho, estou com muito calor. – falei, levantando-me da cama. Entrei no chuveiro e deixei a água morna cair sobre meu corpo.
- Sabe o que seria melhor do que um banho sozinha? - perguntou ele, entrando no banheiro.
- Não. - falei já sabendo a resposta.
- Um banho duplo para comemorarmos a sua vinda para cá. Agora você é toda minha. - falou safadamente.

Nossa noite começou no banho e andou a casa inteira, praticamente. Definitivamente eu parecia uma adolescente de dezessete anos e não uma mulher de vinte e cinco. Eu estava exausta quando nos deitamos novamente, depois de toda a atividade sexual presente naquela madrugada, e acabando nos primeiros raios da manhã. Eu estava deitada com a cabeça apoiada em seu peito nu, e ele fazia carinho em meus cabelos, enrolando-os no dedo.

- Bem vinda ao seu novo lar, meu amor. – falou, me dando um beijo no topo da cabeça.
- Eu já me sinto completamente em casa. - falei rindo.

Agora esse era a minha casa com , o nosso "Lar Doce Lar".

Dois anos depois...


Em mais um dia tranquilo no parque num passeio em família, encontrei James com a esposa e uma filha. Foi constrangedor e embaraçoso.

- ! - disse ele, sorrindo quando me viu.
- Como vai, James? – perguntei, cumprimentando-o com um aperto de mão.
- Muito bem! E você? - perguntou ele, ainda sorrindo.
- Ótima! - falei sorrindo.
- , essa é Stella. - disse apontando para a mulher. - E essa gracinha aqui é a Olívia. - apontou para a menina ruiva de olhos verdes. Ela era realmente linda e bem parecida com a mãe, principalmente pelos cabelos cor de fogo.
- Muito prazer. - cumprimentei Stella. - Olá Liv, como você é linda. - falei sorrindo e fazendo um carinho em sua pequena mãozinha. vinha em nossa direção e trazia Jo em seu colo. - Amor, esses são James, Stella e Olívia. - falei apresentando-os.
- Muito prazer. - disse , passando Joanna para meu colo.
- James, essa é minha família. , meu marido e Joanna nossa filha. - disse tirando a mãozinha de Jo de sua boca. - Diga oi para a Liv, Jo. - falei rindo.
- , precisamos ir. - disse James se despedindo. - Foi muito bom te rever, fico feliz que esteja bem e que família linda você tem. Joanna tem o cabelo do pai, os olhos de ambos. - riu baixinh.o - Mas o sorriso é definitivamente seu. – disse, saindo com uma furiosa Stella de cara amarrada ao seu lado.
- Foi bom te rever. – falei, enquanto me abraçava de lado pela cintura.
- Não sente mais nada? - perguntou ele, brincando com nossa filha.
- Não, nada mais. - falei rindo.
- Isso é muito bom! - falou me dando um selinho.

Eu não sentia mais nada por James, era apenas um carinho e uma gratidão, pois se não fosse por ele eu não teria conhecido o meu amor proibido.
FIM




Nota da autora: Olá pessoas! Faz tanto tempo que não apareço por aqui que não lembro mais como fazer uma nota decente. Pois é, para quem me conhece (mas não se lembra de mim, rs) eu sou aquela autora estabanada que escrevia Rainha do Baile e que nunca mais mandei a atualização da fanfic. E pra quem ainda não me conhece (não se assustem, essa é finalizada). Meu nome é Roberta, mas como quase ninguém me chama de Roberta, eis o apelido "Rob", mas se você se lembrar do Pattinson ao ler meu nome, me chame de Rô, ou do que quiser.
Eu poderia agradecer milhares de pessoas, mas não vou fazer isso porque a minha nota está maior que a fanfic já. Mas quero agradecer uma pessoa em especial, que é a minha beta/bff Benny (amorosa, por favor faça uma N/B, ok?). Porque né, eu mandei a fic do jeito que eu escrevi e ela pacientemente colocou o HTML pra mim, além de corrigir meus erros (grosseiros) de português que eu deixei passar. Eu te amo meu anjo.
Enfim, espero que gostem! E eu prometo que não fico tanto tempo longe, dois anos é muita coisa né?! Beijos. Até breve!


N/B: Eu só ia por um breve aviso, mas fui entimada a fazer uma N/B decente. Eu gostei da fic, é simples e pequena, mas é algo real, que poderia acontecer com qualquer um. Sabe que sou suspeita pra falar sobre tudo que você escrever, né amorosa? Estou esperando a sua (MINHA) fic restrita com o John, por favor, trate de apressá-la! E bem vinda de volta ao FFOBS!



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