Nada se compara ao desejo do ser humano. Eu, um cara com mais de vinte anos, que já teve vários relacionamentos e vários casos, nunca vi uma coisa parecida com aquela garota. Isso porque ela tinha dezessete anos, uma criança. E eu, esse marmanjo. Nunca me imaginei assim, louco de desejo como eu estava por aquela garotinha, minha vizinha. E ela? Crueldade em pessoa. Ela gostava de provocar e foi ela quem começou isso tudo. Não venha me chamar de pedófilo, porque eu tinha namorada, uma carreira bem sucedida e não precisava de mais nada. E quando eu digo nada, é nada mesmo. Mas... depois dos quinze não é mais pedofilia.
Capítulo I
Eu tinha acabado de chegar em casa, era uma sexta-feira. Eu morava em uma rua estreita, de casas grandes. Tinha uma casa de cada lado e era infinitamente longa. Na casa do lado direito, uma família brasileira tinha acabado de se mudar, aliás, não era bem uma família, porque era uma menina morena de cabelos e olhos , que deveria ter dezessete anos e que tinha um corpo maravilhoso, que morava com os pais. Mas eu não precisava daquilo, tinha minha namorada, e ela era razoavelmente boa de cama e fazia tudo que eu queria. Eles já moravam naquela casa fazia uns três dias. Minha janela dava exatamente para janela do quarto dela, era um quarto grande, tinha uma cama de frente para janela e o quarto era decorado no estilo típico adolescente, só que ao invés de rosa, era tudo verde e azul. Meu quarto estava escuro, eu sempre ficava uma hora no meu quarto, sozinho. Coisa de homem, não pergunte muito. Eu abri a janela e fiquei lá fumando meu cigarro. Olhei para janela da frente e vi aquela figura linda aparecer, fiquei observando-a, ela se sentou na cama e bufou, eu dei risada sozinho, observando aquela menina. Ela parecia saber que eu estava lá. Ela levantou e puxou sua blusa pra cima, mostrando seu sutiã de renda preto. Me excitei. Ainda bem que a porta estava trancada. Ela deitou na cama e fechou os olhos, ela tava de saia.
- Caralho... - eu falei sozinho, observando aquela figura extremamente excitante e gostosa.
Ela abriu as pernas, mostrando estar sem calcinha, e olhou diretamente pra mim. Eu me assustei e abaixei com tudo.
- Merda, merda, merda. - eu fui levantando devagar e a vi encostada na janela, olhando pra mim com a melhor cara de sacana que eu já vi.
- Se divertindo, vizinho ? - ela perguntou, ainda sem blusa, me olhando. Eu começei a gaguejar. Ela sorriu de lado e ficou me encarando.
- . - ela disse. Eu respondi com um "ahn". - Meu nome é .
Eu fiquei a olhando, então ela não estava puta porque eu tava olhando pra ela?
- , mas pode me chamar de . - eu a observei.
Ela sentou na janela e puxou a saia um pouco mais pra cima, ainda me olhando.
- É, eu... Eu... - continuei olhando. - Eu não deveria olhar... Quer dizer... Eu...
- Se não quiser, não olha. - ela falou simplesmente, deixando as pernas mais abertas e terminando de puxar a saia. Eu olhei para o orgão dela e o desejo surgiu em mim.
Eu olhei aquilo e fiquei... Deus, eu fiquei louco!
- Quantos anos você tem mesmo? - Eu disse sem tirar os olhos.
- Dezessete. - ela disse, descendo a mão devagar pelos seios.
Eu ri nervoso e pedi licença. Eu deixei a cortina cair na frente da janela e respirei fundo. Eu estava duro. E ela me deixava de uma forma que eu nunca fiquei. Quando voltei para janela, ela não tava mais lá, e a janela estava fechada.
Depois daquele dia, eu nunca mais fui o mesmo. A minha namorada satisfazia meu desejo sexual, mas eu já queria mais, queria muito mais. Aquela menina era perigosa, via-se claramente em seus olhos, e aquele perigo era tentador.
Passaram duas semanas e eu não encontrava mais aquela menina da janela. Não que eu estivesse com vontade de encontrar, mas era estranho, eu queria vê-la de novo, queria sentir a sua audácia, sentir como ela era errada. E nada fazia minha opinião ser contrária.
Cheguei em casa numa quinta-feira, estava cansado e o tempo estava chuvoso. Fui até meu quarto e nem me importei de olhar pela janela, estava chovendo mesmo. Tranquei a porta e acendi um cigarro. Andei pelo quarto impaciente e olhei de relance pela janela, a luz do quarto dela estava acesa. Abri um pouco a cortina e vi aquela figura que estava me atormentando durante essas duas semanas, ela usava apenas uma blusa branca que deixava transparecer seus seios.
Ela estava ajoelhada na cama de frente para a janela, sem calcinha, sem nada. Apenas de blusa, e estava se masturbando. Eu olhei pra mão dela e observei o movimento circular que ela fazia em cima do clitóris dela. Ela abria a boca um pouco e fechava mostrando o prazer que sentia, ela abriu os olhos e olhou para mim. Eu fiquei estático, mas ela continuou me olhando e se masturbando. Eu continuei olhando, ela me olhou e mordeu a boca em sinal que queria dividir aquele prazer comigo. Eu estava louco de excitação. Então, tirei minhas calças juntamente com a boxer e segurei meu membro. Começei a me masturbar, o desejo parecia vir com mais facilidade vendo aquela cena do outro lado da janela. Nós dois ficamos nos masturbando e ela me excitava cada vez mais. Por mais que eu não escutasse, eu pude perceber que ela gemia, e eu automaticamente gemia junto. Percebi que fomos chegando ao orgasmo juntos, fechei meus olhos fortemente e ela abriu a boca, soltando um gemido de satisfação. Ela parou, ofegante, olhou nos meus olhos e sorriu safada.
Eu sorri de volta, sabendo que eu estava entrando em um jogo completamente proibido e errado, mas ela era demais. Eu sentia um desejo inexplicável por ela.
Capítulo II
Sábado normal como qualquer outro, eu estava de bermuda na varanda tomando sol, e a única coisa que eu queria naquele momento era um piscina ou uma praia. Infelizmente, somente na casa do lado tinha piscina, e quando eu digo casa do lado, vocês sabem à qual eu me refiro.
Minha namorada estava na cozinha, fazendo alguma coisa que eu não teria muita coragem de comer, já que ela não sabia cozinhar. Escutei a campainha tocar e fui atender, podia ser qualquer amigo meu aparecendo para me encher, mas quando eu abri a porta, senti cada músculo meu enrijecer. Ela tava lá, parada de biquíni na minha porta. Eu fiquei a encarando e ela sorriu de lado.
- Sr. , minha mãe pediu pra eu convidar vocês para um churrasco que vai ter lá na minha casa. - ela disse toda sexy pra mim e eu quase babei.
- Oi, eu sou a namorada do . - apareceu ao meu lado, estendendo a mão pra .
- Prazer, senhorita . - ela disse meigamente.
- Então, amor, vamos ? - perguntou .
Eu acordei do meu transe. Eu nunca tinha a visto assim, tão perto, e ela era realmente muito linda.
- Er... Er... Sim. - eu disse com medo de dizer não.
Pra quê eu fui dizer sim? Era uma tortura! Os pais dela eram extremamente gente boa e simples, e tinham uma filha como aquela. Deus! Onde eu tinha me metido?
- pegue uma cerveja pro Sr. . - Disse o pai dela.
- , por favor. - eu disse sorrindo.
Ela voltou e se agaixou, colocando cerveja dentro do copo pra mim. Eu pude ver perfeitamente o volume dos seus seios. Deus, que tortura.
A estava virando quase irmã da mãe de , até trocaram telefones.
- Amor, eu e vamos comprar mais cerveja. - Disse a mãe de , se levantando.
- Você vai ficar bem, né, ?- perguntou , eu concordei com a cabeça.
Fazia meia hora que havia sumido e o papo sobre futebol estava me desanimando bastante. O pai dela era gente boa e tal, mas eu precisava vê-la.
- Onde é o banheiro ? - eu perguntei na intenção de me distrair de .
Ele me indicou o lugar do banheiro e eu subi calmamente tentando despistar. Andei mais um pouco e vi a porta de um quarto entreaberto.
Abri a porta e não tinha ninguém, me dei conta que aquele era o quarto que atormentava meus dias de paz. Andei mais um pouco, observando alguns detalhes, quando escutei a porta se fechar. Olhei para trás e ela estava lá, encostada na porta, olhando pros pés e sorrindo safadamente. Eu engoli em seco, ela levantou os olhos pra mim e eu senti toda malícia dela como se fosse mais que feromônio o que estava se passando. Ela se aproximou de mim devagar, ficando à centímetros do meu rosto.
- Eu não acho isso uma boa idéia, .- Eu disse, suando frio. Ela não disse nada, apenas foi abaixando e me olhando nos olhos. Eu senti meu coração disparar loucamente, eu sabia o que ela ia fazer e eu não conseguia mover um músculo. Ela abriu meu zíper e desabotou minha bermuda, não abaixou nem nada, apenas pegou meu membro, que estava mais que duro e encostou a boca de uma maneira tão simples, mas que me fez arrepiar e soltar um gemido baixo ao senti-la. Ela começou a chupá-lo por inteiro, eu me encostei no armário que tinha atrás e segurei a cabeça dela, puxando-lhe os cabelos. Ela sabia exatamente o que estava fazendo e eu diria que ela tem prática, muita prática. Ela segurou com as duas mãos e começou a bater junto. Eu pirei e comecei a gemer baixo. Eu estava ficando louco, meu sangue estava pulsando de uma forma desesperada com aquela garota me chupando. Deus! Senti que ia gozar, queria tirar da boca dela pra não gozar dentro, mas ela segurou minha perna com força e chupou com mais intensidade, e então eu senti um prazer conhecido, eu havia gozado. Ela lambeu meu membro e isso só me excitou mais. Subiu devagar, limpou o canto da boca e me encarou. Eu a encarei de volta, ofegante.
- O que é você, garota? - eu perguntei com os olhos baixos mostrando o quanto eu desejava aquela corpo, aqueles olhos, aquela boca.
Ela sorriu de lado e saiu andando devagar, mostrando para mim aquela bunda deliciosa. Deus do céu. Eu não aguentei e a puxei pelo braço. A encostei na porta e a beijei com vontade. Ela aumentou a intensidade do beijo, mas separou rapidamente.
- Guarda um pouco desse ânimo para depois, . - Ela disse passando a língua no meu lábio e então saiu do quarto, me deixando atordoado.
Capítulo III
Segunda-feira. Mais um dia normal, diriamos. Não, na realidade nenhum dia é normal quando você acorda com o pau duro. É eu sei, tá foda. Mas eu logo digo que, a já não me satisfaz. E isso é, vamos dizer, pertubador. Desliguei o despertador já esfregando os olhos, eu tava cansado, eu tinha ido dormir pensando no que tinha acontecido naquele churrasco, mas fazer o quê, ela tinha controle sobre tudo que se relacionava a mim.
- Amor ? - escutei resmungar. Eram seis da manhã, ela podia continuar dormindo.
- Volta a dormir . - eu disse seco, mas ela não percebeu.
Levantei e fui fazer um café. Tomei rapidamente, subindo pra tomar banho e colocar uma roupa, eu tinha que ir trabalhar, afinal eu que sustento essa casa mesmo. E ah, a também.
Eu já estava pronto, desci pegando as chaves do carro e abri a porta sentindo aquela brisa gelada que eu costumava sentir diariamente. Entrei no carro e parti. Minha mente tava confusa, talvez desejo poder falar mais do que amor ou paixão, não sei. Talvez eu esteja delirando, é. E talvez nem seja ela ali andando com aquela saia curta do uniforme. O QUÊ? ELA TÁ ALI? Ai Deus.
Eu observei ela, com a saia minúscula do uniforme, deixando a mostra suas coxas, a camiseta social amarrada, deixando aparecer sua barriga e usava maria chiquinha. Ela tava ouvindo um Ipod, e estava muito gostosa, isso sim. Andei devagar ao seu lado e abri o vidro, ela me olhou de relance e parou de andar, entrando no carro sem mais nem menos, isso porque eu nem convidei.
- Não acha que essa roupa tá muito imprópria pra ir à escola, dona ? - eu perguntei olhando pra frente com a mão no volante.
- Não acha que você deveria falar menos e prestar mais atenção ? - ela disse também olhando pra frente.
- O que você quer dizer com isso ? - eu perguntei arqueando uma sobrancelha.
Ela sorriu com malícia e deixou o corpo virado pra mim, colocou um dos pés em cima do banco e abriu a perna deixando claro que estava sem calcinha.
- Você...tá... sem ca-calcinha. - eu falei engolindo em seco voltando o olhar pra frente de novo.
Ela respondeu com um simples " uhum" continuei dirigindo e coloquei uma mão na perna que estava balançando freneticamente. Ela olhou pra minha mão e pegou nela devagar, eu virei o rosto pra ela imediatamente e fiquei observando sua mão que trazia a minha pra mais perto dela, e aos poucos eu vi onde ela queria colocar minha mão. Eu não hesitei, apenas a vi fechar o olho quando minha mão tocou seu orgão, eu abri a boca sentindo que o tesão não passaria rápido e estacionei o carro, só com uma mão no volante, num beco qualquer já no centro da cidade. Tirei meu cinto sem tirar a mão de onde estava e inclinei meu corpo pra ela, abrindo mais as suas pernas e aprofundei a mão fazendo ela soltar um suspiro e jogar a cabeça pra trás. Eu fazia movimentos circulares que nem eu havia observado ela fazer outro dia, a cara de prazer que ela fazia me dava tesão, e eu tinha que sentir aquele corpo junto ao meu, mas isso era impossível no momento. Inclinei mais, abaixando a cabeça e levantando mais a saia, ela por sua vez encostou na porta do carro e apoiou no banco deixando uma perna em cima do meu ombro e a outra em cima do volante. Eu passei a ponta da língua devagar por cima do clitóris dela e ela soltou um gemido que me deixou arrepiado. Senti sua mão agarrar meus cabelos e eu aprofundei a língua inteira nela fazendo-a soltar um gemido mais intenso.
- Vai , você faz melhor que isso. - eu escutei ela falar entre gemidos.
Eu segurei forte em sua coxa, e passei a língua em movimentos rápido pelo clitóris todo, e ela gemia e gemia cada vez mais alto. Eu dava chupadinhas que eu sabia que a deixava louca de prazer, e por fim eu fiquei a chupando por um tempo mais longo até ouvir ela soltar um gemido estendido, e puxar meu cabelo levando minha cabeça pra cima. Ela estava ofegante e com um sorriso extremamente safado no rosto. Eu sorri devolta, dessa vez sem malícia, apenas sabendo que ela havia tido um orgasmo e havia gostado bastante.
- Eu amo... sexo oral. - ela disse suspirando. Eu dei risada, e cheguei com a boca perto do pescoço dela e a beijei rindo.
- E você pratica tão bem...- foi a vez dela rir.
- Eu sei, e eu to atrasada pra escola . - ela disse me empurrando e abaixando a perna.
Eu sorri mostrando em meus olhos o quanto ela era malvada, ela apenas voltou a posição normal e olhou pra frente arrumando sua maria chiquinha.
- Você não presta . - eu falei rindo dando partida no carro.
Capítulo IV
Tá, nem preciso falar que depois naquele dia, eu passei algumas horas no banheiro, né? Pois é, eu a deixei na porta de sua escola, era muito folgada, percebia isso claramente no olhar dela, que tirou uma calcinha da bolsa e colocou ali mesmo, na frente de todas as pessoas da escola. Claramente algumas não gostaram e outras sim, mas quem gostou mais daquilo fui eu, garanto.
Beleza, eu já estava me irritando ultimamente com a , porque sabe, ela consegue ser muito chata às vezes. Ela disse que acha que eu ando muito distante ultimamente. Eu não concordo, mesmo porque eu saio do trabalho e vou direto pra casa, lógico que eu fico algum tempo no meu quarto sozinho, mas eu não ando distante.
Eu falei isso pros caras do trabalho sabe, eles são meus melhores amigos, e a primeira coisa que me perguntaram era se eu tinha outra, obviamente eu respondi que não, afinal eu não tenho outra. Não que eu considere a outra, nunca transamos.
Bom, cheguei em casa cansado pra variar e a veio toda putinha pra cima de mim.
- , você esqueceu de ligar de novo hoje! - Ela disse irritada.
- Sério? - Eu falei sentando na poltrona e tirando os sapatos. - Esqueci.
- É esqueceu mesmo, esqueceu que era pra você me levar no jantar na casa da minha amiga! - Ela me olhava com pressa.
- Tá, eu te levo.
- Não, agora eu já chamei um táxi e to saindo, deixei comida pra você na geladeira e não sei se volto hoje. - Ela disse tudo rapidamente e saiu mandando beijinhos pro ar.
Ótimo, era tudo o que eu precisava, a casa sozinha pra mim, sorri sozinho tirando meu palitó, e indo em direção ao quarto. Fui jogando a roupa pelo caminho, eu iria tomar um banho, assistir uma partida de futebol, que eu realmente queria saber afinal se o Chelsea tava ganhando ou perdendo, mas que seja, fiz o que tinha que fazer, coloquei minha samba canção preta e olhei pela janela pra ver algum vestígio de . Nada, infelizmente.
Uma chuva forte começava do lado de fora e os raios iluminavam a parte escura da minha casa gigante, devo admitir que às vezes eu sinto muito, muuito medo mesmo, mas fazer o que? É o meu lar. Cheguei na cozinha a abri a geladeira pegando um vinho que tinha lá. Tá, podem dizer o que for sobre vinho ter que se tomar quente e blá blá blá, mas vinho quente não entrava na minha garganta.
Coloquei na taça e fui andando no escuro até o pé da escada quando escutei alguem bater na porta, se fosse a se arrependendo de ter ido e cortado meu momento homem, juro que eu mataria ela. Abri a porta tomando um pequeno gole e encarei aquela figura molhada com os cabelos caindo no rosto e um sorrisinho maroto que meu deu arrepios. Ela levantou o olhar pra mim enquanto eu deixava minha boca entreaberta e a encarava.
- Meus pais não tão em casa. - Ela disse baixo se aproximando, e fechando a porta atrás de si. Fiquei quieto sem reação, era como se ela mandasse em mim e eu só pudesse falar com a permissão dela. levantou o olhar me encarando e me beijou segurando minha nuca e me empurrando pra trás. Deixei meu braço pender para baixo e senti o copo em minhas mãos ficando mais leve e o vinho caindo no chão branco. A envolvi com uma mão na cintura dela e a beijei numa intensidade maior, ela tava com a roupa molhada e grudada no corpo, deixando a mostra que ela era bem gostosa mesmo. Ela afastou nossas bocas e ficou me encarando, deu uma risada safada e subiu as escadas de costas devagar, tirando a calcinha por baixo da saia, e jogando em mim, eu segurei a calcinha no ar e sorri de lado seguindo ela. Deixei a taça em cima da bancada da sala e subi as escadas escutando as risadas dela.
Eu entrei no quarto e ela tava lá deitada na beirada da cama, com a blusa social rosa clara aberta, molhada e de saia. Eu me aproximei observando os seios dela que estavam visíveis, ela abaixou minha samba canção devagar e abriu as pernas passando a unha na minha barriga. A esse ponto eu já estava pulsando de excitação. Encostei as pernas na cama e segurei suas pernas ao lado do meu corpo e de um impulso, enfiei tudo nela, ela soltou um gemido baixo de prazer seguido de um sorriso extremamente malicioso e, na minha opinião, excitante. Vi ela apoiar a mão na cama e deixar a cabeça pender pra trás, soltando um breve gemido enquando eu investia devagar.
Sorri sozinho, me sentindo superior por um momento mas ela voltou a cabeça e me olhou com desejo cerrando os dentes.
- Você faz melhor que isso . - Ela disse desafiadora soltando suspiros.
Eu dei um tranco forte fazendo ela soltar um gemido alto. me puxou pra cama, me fazendo ficar por cima dela, eu metia com força e ela gemia com prazer.
- Vai , mais forte. - Eu já estava investindo com força e ela queria mais, fora ela que pediu por isso.
Eu segurei em suas mãos e levei-as na altura de sua cabeça, apertei as mãos com força e num movimento rápido em dei um impulso mais forçado e ela soltou um gritinho de prazer me deixando extremamente arrepiado. Ela arranhava minhas costas e gemia no meu ouvido enquanto eu apertava fortemente sua cintura sem dó nenhuma. Ela me olhou nos olhos e eu senti que ela estava pra ter um orgasmo, desci a mão até o clitóris dela e o massageei de acordo com meus movimentos. Ela apertou os olhos soltando um gemido extenso e eu comecei a gemer, coisa que eu não fazia mas ela me deixava louco, meu membro pulsava dentro dela e eu estava me segurando pra não gozar. Foi inútil, eu gozei e continuei até ela gozar também. Não demorou muito para que isso acontecesse, ela me olhou ofegante, e não disse uma palavra. mal me beijou e essa era minha maior vontade no momento.
- Eu quero te beijar. - Eu pronunciei com receio, mas ela sorriu e encostou nossos lábios, para então começarmos de novo aquele momento de prazer de alguns segundos atrás.
Capítulo V
Acordei com a claridade batendo no meu olho, acho que eu esqueci de fechar a janela. Abri os olhos lentamente e olhei em volta me encontrando completamente sozinho. Abaixei o olhar e os flashes da noite passada foram invadindo minha mente aos poucos, e um sorriso foi surgindo em meus lábios. Olhei o chão do quarto e vi que as roupas dela ainda estavam lá, franzi o cenho.
- Achou que eu estivesse te abandonado ? - Escutei a voz dela vindo da porta do quarto.
Ela estava usando minha blusa e sua calcinha e estava apoiada no batente da porta. Eu levantei e coloquei minha samba canção de ontem.
- Não, eu não tenho mais medo de menininhas me abandonando. - a desafiei.
- Hum, bom saber. - ela foi se aproximando. - Porque quando essa hora chegar, eu não quero ninguem chorando.
Ela se aproximou de mim e selou meus lábios em um beijo confortante. Eu continuei com os meus lábios encostados nos dela mas sem mexer um músculo. Abri os olhos lentamente e encarei seus olhos.
- Só me faz um favor ? - Ela pediu sentando na cama. Virei o tronco encarando-a; ela olhava diretamente pra mim. - Não se apaixone.
Aquilo foi a coisa mais estranha que aconteceu comigo, porque ela falou com tanta segurança, tanta convicção. E é como se eu soubesse, tivesse certeza de que eu não iria me apaixonar, e aquela certeza dela, me frustrou.
- E o que te faz pensar que eu vou ? Não é porque você é bonitinha, ou gostosinha, que eu vou cair aos prantos por você. - É reviravolta de humor, sou extremamente bipolar. Mas eu percebi o quão idiota eu fui quando ela ficou quieta com o mesmo sorrisinho de antes e levantou sem dizer nada.
Ela pegou suas roupas devagar sem fazer nenhum comentário e eu fiquei ali parado na maior parte do tempo com cara de tacho.
Ela tirou a minha blusa mostrando os seios dela e me encarou sem nenhum desdém, com a mesma feição de antes.
- É melhor você limpar o chão da sala, porque você derrubou vinho ontem à noite. - Ela disse abrindo a janela do meu quarto e descendo pelo lado dela, apenas de calcinha. Eu inclinei na beirada da janela e a vi entrar pelas portas do fundo de sua casa. fez tudo calmamente, como se nem tivesse escutado o que eu tinha pra falar.
Fechei meus olhos e logo em seguida desci pra limpar o vinho do chão. Eu não conseguia entender exatamente porque eu fiquei frustrado, talvez porque eu quisesse me apaixonar por ela, mas não pudesse. À pedidos, agora eu só queria saber porque.
Uma semana passou e eu não tinha visto , nem no caminho pra escola, nem no quarto que havia ficado da mesma forma a semana inteira. Percebia-se claramente que ela não tinha passado a semana lá, talvez aquilo seria bom pra colocar minha cabeça de volta no lugar, eu tinha a , tinha os meus amigos, meu trabalho, não precisava de uma pirralha pra melhorar. Eu tinha tudo. Eu era feliz. Era?
Eu estava acendendo um cigarro, indo e direção a janela como sempre, pra ver se ela estava lá e a vaga imagem da cama intocada me trazia um breve vazio. Mas não foi isso que eu vi dessa vez, ela estava lá deitada. Na realidade, dormindo tão serena, que eu comecei a vê-la com outra imagem.
Fiquei observando quando a mãe dela entrou no quarto e deixou uma cápsula e um copo d'agua ao lado de sua cama. Fiquei observando enquanto aos poucos abrir os olhos, e olhar diretamente pra parede. Ela parecia diferente, mas ao mesmo tempo aquela imagem de sapeca e safada dela não havia ido embora. pegou a cápsula em mãos e sem tomar água engoliu-a. Sentou na cama, passando as mãos no rosto e olhou pra mim na janela. Eu sorri fraco a observando. E ela levantou se aproximando a janela, apoiou as mãos no batente e ficou me olhando.
- Oi. - ela disse simplesmente.
- Oi - eu respondi arrependido. - , desculpa pela semana passada, eu fui um idiota. - Eu disse de cabeça baixa.
- Hum, é, você foi. - Ela disse cerrando os olhos com o sol de fim de tarde que batia em seus olhos. - Mas tudo bem, é melhor a gente parar por aqui, eu já estraguei minha vida uma vez, não quero estragar de novo. - Ela foi se afastando da janela e eu senti o remorso subir pelas minhas costelas. Abri mais a janela e num salto um tanto quanto suicida e mortal eu pulei pra dentro do quarto de fazendo o maior estrondo e sentindo uma dor subir na minha cabeça pela força da queda.
- AI MEU DEUS ! VOCÊ É LOUCO ? - Ela disse abaixando enquanto eu gemia de dor.
- Eu... não... ai minha cabeça... - Eu resmungava levantando enquanto ela fazia cara de espantada com a minha ação. - Eu não entendi o que você quis dizer com isso. - Ergui a mão a minha cabeça e comecei a massagea-la devagar, resmungando de dor.
- O quê ? , você pulou da sua janela pra saber o que eu quis dizer ? - Ela perguntava de testa franzida.
Eu balancei a cabeça positivamente e ela abriu a boca inconformada.
- , olha, volta pra sua casa, se te verem aqui dentro vai sobrar pra você. - Ela disse como seu eu fosse uma criança de dois anos.
- Não, não vou sair até você me explicar. - Eu disse sentando na cama e olhando fixamente pra ela.
Ela me olhou por uns segundos e bufou virando os olhos.
- , eu tenho uns problemas, eu não estou aqui por coincidência eu fui obrigada a me mudar pra cá. - Ela disse cruzando os braços e virando a cara.
- Mas porque ? Fala . - Eu tava começando a perder a paciência.
Ela andou devagar e sentou-se ao meu lado olhando pra baixo.
- Eu era amante...- Ela me olhou. - , não me ache uma maníaca por sexo ou coisa do tipo... Eu era amante de um cara... lá onde eu morava e isso criou grandes problemas para minha família.
Vamos aqui pensar com os meus botões, Ah, essa gíria meu pai me dizia, mas continuando, ela era amante de outro cara, ela gosta de ser amante ? Ou talvez ela ame as pessoas erradas, ou melhor casadas ou comprometidas, como eu.
- , você escutou o que eu disse ou simplesmente pifou algum neurônio aí dentro ? - Ela dizia impaciente. - Olha, eu vou te fazer uma proposta.- Opa, hora de acordar. - Você quer que eu seja sua amante, sendo menor de idade, completamente promíscua ? - Ela disse voltando àquela imagem da primeira vez que eu a conheci. Na realidade eu não sabia muito o que dizer, era uma proposta que simplesmente não dava pra dizer não.
- Eu aceito. Mas quais são as condições? - Eu juro que reagi por impulso.
Ela sorriu de lado e devagar ela colocou uma perna de um lado do meu corpo e logo em seguida a outra do outro lado. Eu levantei a cabeça encarando seus olhos maliciosas e seu sorriso maldoso.
- Primeiro, você não pode se apaixonar. Segundo, não contar pra nenhum coleguinha seu de trabalho que você come a sua vizinha de dezessete anos. E terceiro, nunca mais fazer comentários mal educados comigo.
Aquelas eram as condições ? Há, eu topo. Sem mais nem menos, eu deslizei minhas mãos pelas coxas dela até sua bunda e apertei com relativa força que a fez morder fortemente o lábio.
Deu pra perceber que aquilo era um sim.
Capítulo VI
O sol começava a entrar dentro do meu quarto e a única coisa que eu conseguia pensar era em que corpo estaria do meu lado.
Eu desejava que fosse o que eu estava imaginando, então deslizei minha mão lentamente pelas costas quase nua do corpo até a bunda. Ok, algo estava relativamente estranho porque essa bunda era menor.
- , eu não vou transar com você de manhã já disse que isso me da rugas. - Eu escutei a voz de ecoar pelo quarto e abri os olhos voltando a minha posição original e bufando.
Certo, continuou dormindo e eu levantei colocando uma bermuda qualquer e pegando suco de laranja da geladeira. Tomei do gargalo mesmo, quem liga. Fui andando lentamente com o suco na mão até o quintal, e sentei no chão pensando em mil coisas ao mesmo tempo. Trabalho, dívidas que não eram nenhumas, os meus amigos, minha família, a ... e a que eu mais pensava, a . Virei a cabeça pro lado e vi a cerca do quintal dela, fácil fácil de pular, mas tem os pais dela e a tá no quarto.
Levantei sentindo o sol da manhã batendo na minha barriga e me fazendo cerrar os olhos e subi pra tomar um banho e me arrumar pra poder trabalhar. Certo, hoje teria gravação então, nada que me comprometesse, eu poderia chegar atrasado se quisesse. Liguei o chuveiro no morno e entrei debaixo da água enchendo minha mente de coisas, nesses momentos eu sinto que sou um ser humano normal, já que eu tenho problemas, e o maior deles agora, era que eu não tirava da cabeça. Ela era minha amante, e de certa forma eu estava feliz por isso, mas ao mesmo tempo eu sabia que ela poderia ser de qualquer um.
Fechei os olhos lembrando do cheiro da pele dela e senti alguem entrar no chuveiro junto comigo. Permaneci de olhos fechados e as mãos dela foram deslizando pelo meu peitoral e eu me excitei pensando em .
- Nossa , não sabia que eu te deixava assim. - Escutei a voz de no meu ouvido de uma forma sensual, mas pro momento pareceu ridículo. Abri os olhos virando e encarando-a.
- Que foi, parece que você achou que fosse outra pessoa. - ela disse irônica.
É, mal sabe ela.
Sai do banho deixando ela lá fazendo o que tinha que fazer. Com a toalha enrolada na cintura, eu acendi um cigarro e fiquei parado no meu quarto o observando, olhei pra janela e rapidamente me dirigi até ela.
Sorri sozinho vendo ela sentada na janela com o uniforme da escola, ela levantou o olhar pra mim e sorriu safada.
- Achei que nunca fosse aparecer.
- Eu tava resolvendo uns problemas. - Sorri pra ela e ela olhou o relógio. - Precisa de carona ? - Eu perguntei, ela não me olhou, sorriu sozinha e comentou ainda sorrindo.
- Acho que sua carona vai me atrasar. - Ela pulou pro quarto e antes de fechar a janela mordeu o lábio inferior. - Daqui a meia hora, eu vou estar no beco da esquina de baixo, não se atrase. - E ela bateu a janela fechando as cortinas logo em seguida. Me vesti o mais rápido que pude já que logo sairia do banho e iria me atrasar. Fui até a porta do banheiro e anunciei que estava indo, nem esperei ela protestar ou dizer qualquer outra coisa. Entrei no meu carro e dirigi lentamente sabendo que ela não havia chegado ainda. Estacionei no beco e esperei dentro do carro. Ela mexia comigo, mexia de uma forma que talvez ninguem mais conseguia mexer. Eu estava perdido em pensamentos quando eu vi ela bater na janela do carro. Destravei as portas, mas ela não entrou, abriu a porta do motorista onde eu estava e me puxou pra fora.
- O que tá fazendo ? - Eu perguntei não entendendo nada.
Ela sorriu de lado e começou a entrar mais no beco segurando minha mão. Não hesitei e acompanhei ela sem dizer nada. Ela empurrou uma porta meio surrada que tinha ali e quando entramos, pude perceber que era uma oficina na parte de trás. Ela largou minha mão e foi andando um pouco mais parando logo a frente, eu parei no momento que ela havia largado minha mão e a encarei, ela ficava realmente muito sexy com aquele uniforme. virou pra mim e eu pude perceber a malícia do seu olhar.
- Porque me trouxe aqui ? - Eu perguntei já sabendo a resposta, mas eu poderia me divertir um pouco.
- Vamos brincar um pouco, . - Ela disse dando dois passos a frente.
- Brincar ? Huuum... de que ? - Eu perguntei colocando as mãos no bolso.
Ela pegou uma corda que tinha em cima da bancada grande de ferro e e se aproximou mais de mim.
- É que eu sou uma menina muito....- Ela dizia olhando pro chão. - Má. - Ela levantou o olhar pra mim e sorriu safada.
Se aproximou de mim, e colocou a corda em volta do emu pescoço.
- Você tem que me dar uma lição . - Ela dizia susurrando enquanto eu sentia seu hálito bater em meus lábios.
Ela realmente era safada e apesar de tudo, suas fantasias sexuais me deixavam mais excitado que o normal, então, eu entrei na brincadeira.
A virei de costas com brutalidade, pegando a corda de suas mãos e amarrando com força. Passei minha boca pelo seu pescoço sentindo a fechar os olhos enquando os pelos da sua nuca se arrepiavam.
- Então tá, eu vou. - Eu apertei sua cintura com força, e encostei sua bunda na minha ereção. Ela soltou um gemido de aprovação e eu sorri mordendo seu pescoço. Caminhei com ela até a bancada de ferro e a virei pra mim novamente. sorria marotamente e eu selei nossos lábios em um beijo malicioso. Ela parou de me beijar e passou a língua no meu lábio, mordendo eles logo em seguida. Segurei suas coxas e a levantei colocando-a sentada em cima da bancada. Ela inclinou pra trás, se apoiando nas mãos amarradas e eu observei seu colo, os bicos de seu seios estava enrijecidos e a blusa social branca deixava transparecer facilmente. Comecei a abrir sua blusa, deixando a mostra seus seios e passei as mãos levemente por volta deles fazendo me encarar, ela queria assistir então? Comecei a beijar seu pescoço e descer os beijos até chegar aos seus seios, passando a língua de leve sobre o bico. Ela soltou um suspiro e inclinou a cabeça pra trás, começei a mordiscar de leve o peito dela e deitou o corpo fazendo com que eu parasse de beijar o peito dela. Tirei sua calcinha e levantei sua saia, ela me olhou e eu tirei meu membro já duro pra fora da calça. Começei a massagear os seios dela enquando passava a cabeça do meu membro na entrada dela a provocando.
Ela franziu a testa se sentindo torturada e começou a tentar sair das cordas. Sorri sozinho e a penetrei fazendo-a soltar um gemido e virar a cabeça pro lado, mordendo fortemente o lábio logo em seguida. Fiquei parado esperando por alguma reação enquanto meu membro pulsava de excitação. Ela virou a cabeça lentamente pra mim com os olhos baixos e me encarou safada. Aquela foi minha deixa, dei mais um impulso a penetrando e ela soltou um suspiro ainda olhando nos meus olhos, e novamente já estava penetando-a devagar fazendo-a soltar gemidos baixos e torturantes. segurei em sua cintura com uma mão trazendo seu corpo pra mais próximo do meu, e penetrando com mais força. Deslizei minhas mãos por sua barriga e desamarrei suas mãos, ela olhava diretamente em meus olhos, sua mão subiu até minha nuca enquanto se movimentava junto comigo com sua boca entreaberta. Selei nossos lábios ainda a penetrando com mais força, ela gemia entre o beijo e eu sorri de lado vendo-a apertar meu braço cor força.
- Puta que pariu, vai mais forte, . - Ela disse entre dentes. Eu não disse nada, segurei nas suas coxas enquanto a vi deitar o corpo na bancada. Comecei a meter com mais força e vi seu corpo mexer de acordo com meus movimentos, estiquei a mão até seu peito massageando-o, gemeu e levantou novamente. Apertei suas coxas com força enquanto ela me entorpecia com seu olhar de prazer, comecei a gemer quando ela movimentou seu corpo de acordo com o meu e sorriu com malícia.
- , ah.... - eu tentei falar, mas só mordi meu lábio e continuei a meter. Ela abriu a boca, mas logo sorriu.
- Cala a boca e me come.- Ela disse e eu a peguei no colo a encostando numa parede cheia de livros. Ao lado tinha uma escada, ela apoiou uma mão na escada e um pé na estante de livros eu cotinuei metendo nela já sentindo meus músculos pulsando. Ela gemia, pegou minha mão colocando dois dedos na boca e chupando eles, desceu minha mão devagar do seu pescoço até sua barriga deixando um rastro claro de saliva em sua pele, chegou ao seu clítoris e me fez masturbá-la. Fiz sua vontade e ela apertou a escada com mais força abrindo a boca e gemendo.
Mordi sua mandíbula sentindo que ia gozar, segurei e sussurrei em seu ouvido.
- Gostosa... - Ela sorriu e eu senti ela gozar fechando os olhos. Comigo não foi diferente, segurei forte sua mão em cima da escada e a outra que apoiada na parede de livros, e escondi meu rosto no seu cabelo levemente bagunçado. Ficamos em silêncio ofegantes por muito tempo, apenas escutando a respiração um do outro. Eu conseguia escutar as batidas do coração de . Senti ela me abraçar pelo pescoço e eu amarrei minhas mãos em sua cintura sentindo o calor de nossas peles. É, eu sei, bem piegas, mas as vezes eu posso ser romântico. Comecei a sentir o cansaço tomar conta de mim, e ela não parecia estar diferente. desceu tocando os pés no chão e eu a peguei no colo.
- Tá fazendo o que, ? - Ela disse me olhando e sorrindo de lado.
- Eu vou te levar pra comer alguma coisa, deitar em uma cama comigo do seu lado, e conversar sobre um monte de besteiras que eu to a fim de conversar. - Ela começou a rir e ficou me olhando por um momento, e encarei de volta lhe dando um selinho carinhoso.
- Vai esquecer minha calcinha. - Ela começou a rir, colquei a no chão pegando a calcinha e colocando no meu bolso.
- Isso fica comigo.
Andamos até o carro e o sol começava a invadir aquele beco.
- Então, pra onde vamos ? - Ela perguntou abrindo a porta do carro.
Eu parei por um momento e encarei ela.
- Temos exatamente..- Eu olhei meu relógio de pulso.- Oito horas pra fazer o que quisermos.
- O que quisermos ? - Ela perguntou. - Hum , se prepare porque eu vou querer...tudo.
Capítulo VII
Ela me encantava, muito mais do que eu pensei que encantasse. Ela era inteligente, linda, não tinha nem um pequeno rastro de futilidade e me encantava, como eu dissera antes, mas eu sempre me esquecia do fator ”não se apaixone” que ela havia imposto e aquilo me incomodava. Eu dirigia calmamente sorrindo quando ela começava a falar. Tudo que ela me contava me fascinava, e eu fiquei absorto em pensamentos sobre isso.
Ela ficou muda por um minuto, seus pés estavam em cima da frente do carro e a janela estava aberta deixando o vento entrar a tona e seus cabelos voarem pra trás. Ela tinha os olhos fechados e os braços esticados pra cima segurando a cabeça do banco do carro. O sol refletia na pele dela e esquentava. Imaginei-me beijando cada parte daquela coxa.
- , nós não estamos mais em Londres, estamos? – Ela perguntou abrindo os olhos e fitando a paisagem reta.
- Estamos, mas não estamos na cidade. – Eu continuei dirigindo e ela me fitou abaixando as pernas.
- O que você está planejando? Eu achei que eu pudesse escolher o que iríamos fazer... Hm. – Ela disse dando um sorrisinho safado.
- Você poderá, mas no lugar que EU decidir. – Fiz uma curva pegando uma estrada de terra e ela deitou a cabeça no banco e me olhou, perdida em pensamentos. Senti os olhos dela em mim, mas não queria olhar, não queria que ela tirasse os olhos de mim. Diminui a velocidade quando vi que estávamos chegando ao lugar desejado. E fui surpreendido por um ato que eu nunca pensei que ela cometeria. Ela simplesmente se aproximou de mim e me deu um beijo, não foi qualquer beijo foi um beijo diferente sem malícia, sem segundas intenções, apenas com uma vontade de beijar, de sentir os lábios um do outro. Separamos nossas bocas e abri o olho devagar, vendo ela ainda de olhos fechados. O carro estava parado na entrada da fazenda e o painel marcava ponto morto. Notei que ela não abria o olho, e aproximei minha boca de sua orelha sussurrando.
- Abra os olhos, chegamos.
Ela abriu devagar e olhou para meu rosto desnorteada, depois virou o rosto para frente vendo o enorme campo com uma fazenda ao fundo, seus olhos sorriram junto com seus lábios e ela me olhou.
- Eu imaginei que você estivesse tramando alguma coisa, mas não pensei que fosse algo assim. – Ela levantou do banco dela e sentou no meu colo de frente olhando nos meus olhos.
Fiquei fitando-a, às vezes eu achava que a menina que me levava à loucura fosse outra e essa que estava no meu colo era o que faltava para completá-la.
- , me ajude a entender uma coisa? – Eu disse em um tom de voz suave passando as mãos de leve em seu rosto enquanto ela brincava com meus cabelos. – Você é linda, inteligente, você tem personalidade e é extremamente perfeita, porque não tem namorado? – Aquilo a pegou de surpresa, mas minha curiosidade falava mais alta, então não retirei a pergunta.
- Hm, , você é lindo, inteligente, gostoso... - Ela sorriu passando a mão no meu peitoral. -... Você é inteiramente perfeito, e tem namorada, porque ainda me quer?
- Eu perguntei primeiro. – Eu disse infantil, rindo logo em seguida.
- Talvez porque eu não queira namorar meninos idiotas da escola ou da minha idade, eles não são pra mim, e eu não sou apaixonada por meninos assim. – Ela disse um pouco retraída, distante por um momento. – Sua vez.
Eu sorri dando um selinho nela e apertando sua cintura.
- Bom, primeiro que eu não sou perfeito... – eu sorri. – e porque, bom, talvez eu não queira namorar mulheres idiotas como a e viver minha vida monótona, talvez não seja por ela que eu queria viver e sim por outra pessoa, mas isso ainda está em processo de pensamento. – Eu disse um pouco depressa.
Ela ficou muda, olhando minha blusa.
- Você a ama? – Ela perguntou de repente.
- Eu... Não sei. – Eu respondi pensativo. Não estava mentindo, tinha horas que eu realmente não sabia. – Depende muito, às vezes eu sinto que a amo, e outras vezes eu quero que ela suma.
ficou muda, talvez não fosse certo ter aquela conversa, ela parecia pensar demais e aquilo me assustava.
- Vamos entrar? – Eu perguntei tirando-a de seus pensamentos.
- Vamos. – Ela concordou e saiu do carro pelo lado do motorista sorrindo e me esperando. – Não vai me carregar até a fazenda? – Ela riu debochada.
- Olha pra mim. Não teria problema algum. – Eu sorri pegando a no colo.
- Me coloca no chão , isso é ridículo. – Ela sorria.
- Não.
- , eu falei pra me... – Eu comecei a correr com ela nos meus braços e ela começou a gritar se debatendo e rindo.
Parei por um instante e coloquei-a no chão.
- Idiota! – ela resmungava.
Entramos na casa da fazenda e eu senti que morreria de fome se não comêssemos, comecei a abrir os armários.
- , de quem é essa fazenda? – Ela perguntou deitando na rede que tinha na sala.
- Minha oras. – Eu respondi abrindo a geladeira e pegando um suco que tinha lá.
- Sua, hmmm, você é rico. – Ela disse com indiferença na voz.
- Não sou rico, é herança do meu pai isso aqui, nunca gostei de vacas nem de porcos nem galinhas... Eu gosto da natureza sabe, das montanhas e do campo. – Eu disse pegando dois copos e dois pratos. levantou e me olhou, senti ela se mexer atrás de mim.
- , olha pra trás. – segurei as frutas na mão e virei, estava apenas de calcinha e sutiã sentada em cima da pia da cozinha e me olhando com um olhar indecifrável. Derrubei algumas laranjas sem querer e engoli em seco, ela adorava me provocar.
Ela desceu da bancada e andou devagar até onde eu estava, não me movi apenas fiquei lá com o suco na mão e duas laranjas na outra. Ela chegou bem perto e beijou meus lábios em um selinho malicioso.
- Eu posso escolher o que eu quero fazer agora? – Ela perguntou baixo. Não respondi.
Fiquei quieto completamente sob seu controle. Ela tirou o suco e as laranjas de minha mão e beijou meu pescoço me fazendo fechar os olhos automaticamente. Abaixou devagar e desabotoou minha calça tirando-a sem mais nem menos. Eu sabia exatamente o que ela iria fazer e uma sensação de deja-vu passou por mim. Como visto, passou a mão por cima de meu membro e o massageou devagar fazendo a cara mais pornográfica que eu já vira. Arrepiei com seu toque e comecei a sentir a excitação me invadir aos poucos, ela arranhou minha barriga um pouco acima de minha cueca e eu contraí sentindo meu membro ereto. segurou na barra e puxou para baixo me deixando nu da cintura pra baixo, levantou novamente e me olhou nos olhos. Eu fiquei confuso, ela sorriu divertida e me empurrou até a pia do lado da geladeira. Encostei as duas mãos na pia de mármore cinza e encarei-a, ela virou de costas e encostou a bunda na minha ereção, é ela queria me provocar. Encostei uma mão em sua cintura enquanto ela esfregava a bunda de leve em mim me fazendo ter choques de tesão. Ela virou-se para mim e fez não com a cabeça. Franzi o cenho não entendendo nada, mas ao mesmo tempo entorpecido pelo momento excitante. Ela voltou a abaixar e tomou meu membro em mãos me fazendo estremecer com o toque de suas mãos quentes, como se fosse um brinquedo de diversão ela começou a passar a língua por todo ele e eu inclinei a cabeça pra trás com os olhos rasos e a boca entreaberta. Voltei a cabeça pra frente encarando-a e vendo ela colocar ele na boca devagar chupando-o todo, soltei um gemido e apertei forte a bancada. Aquilo era tortura e não provocação, ela parou e levantou me encarando, sorriu de lado e colocou um pé em cima da bancada ao lado de minha mão, encostou nossos corpos e mordeu meu lábio puxando-o.
- Você é muito fraquinho . – Ela sorriu e eu segurei-a pela cintura, puxei a calcinha dela pro lado e ela sorriu, enfiei dois dedos nela e ela abriu a boca sorrindo e com o nariz encostado no meu, soltava leves gemidos, mas o sorriso continuava lá em seu olhar e no canto de seus lábios.
- Seus dedos não me intimidam... – ela disse gemendo.
- Ah, não? – Eu perguntei sorrindo. – E isso?
Enfiei meu membro todo nela de uma vez fazendo-a soltar um gemido alto, coloquei uma mão de cada lado de sua cintura e fitei-a. Ela estava ainda com o mesmo sorriso e uma cara totalmente contagiante. Comecei a penetrá-la devagar e ela tentou me beijar, já que estava soltando suspiros leves ficou apenas com a língua encostada na minha e eu mantinha os olhos abertos pra assistir seu prazer. Continuei metendo nela, na mesma velocidade sem alterar nada, apenas os movimentos com a mão em sua cintura que apertava com um pouco de força devido o prazer que eu começava a sentir. Fechei a boca soltando um gemido baixo, e apertou o lado do meu corpo. Eu estava torturando-a, aquilo era bom, ela iria enlouquecer a qualquer momento e aí seria a hora perfeita.
Ela franziu a testa e abriu a boca soltando o ar. Empurrou seu corpo pra frente me fazendo penetrá-la com força. Abriu os olhos e me encarou.
- Eu que mando nessa porra aqui hoje. – Ela disse em um sussurro intimidante e autoritário.
Gostei daquilo, gostei muito, ela saiu de perto de mim ajeitando sua calcinha e entrou em um dos quartos que tinha lá, tirei minha blusa e segui-a logo em seguida entrei no quarto e puxei-a pela mão antes que pudesse deitar na cama ou fazer qualquer outra coisa encostei nossos corpos e a beijei com vontade, com toda vontade e excitação que eu tava. Ela tirou seu próprio sutiã e eu abaixei sua calcinha, virei seu corpo e segurando em seu cabelo inclinei o corpo dela sobre a cama fazendo-a ficar de quatro, ela queria vontade, ela teria.
Comecei a penetrá-la com força e vontade apertando sua cintura e segurando em seu cabelo.
Ela soltou um gemido e segurou forte nos lençóis. Eu começava a ofegar e a gemer junto com ela investindo cada vez mais, puxei a cabeça dela pra trás e ela sorria safada. Inclinei meu corpo sobre o dela sem parar de me movimentar e sussurrei em seu ouvido.
- Você errou, sou eu que mando nessa porra hoje. – o gemido dela foi ficando mais agudo e eu mordi o lóbulo de sua orelha. – eu sei que você gosta, então goza, eu deixo. – Eu falava ofegante e safado em seu ouvido e continuava a meter nela. apertou forte a cama e segurou o gemido alto que ela iria soltar gozando. Eu ia parar, mas ela me repreendeu deitando de frente e abrindo as pernas olhando meu membro ereto. Ela segurava na cabeceira da cama e mordendo o lábio inferior, e me olhava, penetrei-a novamente e ela me estimulou com as caras e bocas que fazia. Senti meu corpo formigar com o orgasmo, não parei, por impulso continuei a meter, sentindo que ela começava a se contorcer novamente. Eu havia tido um orgasmo, o mais intenso da minha vida, ela também teria. Sem gemer, ela fechou o olho e largou a cabeceira me puxando pela nuca e me beijando de forma violenta, sem parar retribui o beijo e ela contraiu inteira comigo dentro dela e apertou minha nuca com força dando um suspiro agudo em meu ouvido. Ficamos ali, ofegantes e suados, sem nos mexer novamente deixando o silêncio tomar conta do local. Movi minha cabeça encostando nossas testas e ainda de olhos fechados continuei a respirar ofegante.
- Isso foi... – Ela começou a falar com a voz um pouco rouca. – eu... Meu corpo está dormente. – Ela abriu os olhos devagar e me encarou. Não mudei a expressão. Continuei fitando-a.
- , eu tenho que te falar uma coisa. – Ela disse suave tocando meu rosto, continuei em cima dela sentindo seu corpo, eu ainda estava dentro dela.
- Fale, fale o que você quiser pra mim, faça o que quiser comigo, eu sou inteiramente seu. – Eu disse aos sussurros com a boca encostada em seus lábios fitando-os.
- É inteiramente meu? Pra sempre? – Ela perguntou de olhos fechados.
- Pra sempre. – Eu fitei seu rosto confuso
- Então , eu to me apaixonando por você. – Eu vi seus olhos baixos encarando sua barriga.
Eu queria gritar, queria sair pulando, eu parecia uma criança que acabara de ganhar um pirulito grande. Um pobre ganhando na loteria ou até mesmo um cara idiota totalmente apaixonado por uma garota que o retribui. Garota. Garota. Não mulher. Garota.
Fiquei mudo encarando-a e não segurei o sorriso que começava a brotar em meus lábios. Beijei-a com carinho e deixei todos os problemas longe. Ela sorriu de leve, mas o sorriso sumiu logo em seguida.
- Você promete uma coisa pra mim? – Ela perguntou me fitando.
- Claro, tudo, tudo que quiser. – Eu estava bobo.
- Independente do que você descobrir sobre mim daqui pra frente, você vai continuar a dar esse sorriso bobo pra mim quando eu lhe disser essas coisas? – Aquilo me confundiu. Mas ela parecia ter preocupação na voz.
- O que quer dizer com isso? – Eu perguntei aflito.
- Um dia você vai saber, não quero que seja agora. – Ela voltou a sorrir e me beijou, não hesitei independente do que fosse teria que ser depois porque eu iria aproveitar esse momento que eu tinha com ela. , minha .
Capítulo VIII
Voltamos para a cidade estava no fim da tarde, o sol se punha no horizonte e algo parecia incomodar . Ela estava inquieta, preocupada, poderia dizer que estava até, desconfortável. Encostei uma de minhas mãos na minha coxa e encarei o caminho olhando de esguelha vez ou outra para . Ela balançava a perna sem parar e mordia o lábio inferior, ouvi-a soltar um suspiro impaciente e eu tomei coragem.
- , o que foi? – Eu perguntei um pouco agressivo.
Ela rapidamente virou o rosto pra mim sustentando meu olhar. Seus olhos estavam confusos, arrependidos e ao mesmo tempo agressivos como o tom de minha voz.
- Eu estou... Hm. – Ela disse sofisticada e carregava um tom de ignorância na voz. – Pensando.
Imediatamente franzi a testa tentando entender essa mudança repentina de humor dela. Uma hora ela era a mulher dos meus sonhos e outra hora ela parecia muito como alguém que eu nunca vi na vida.
- Que é que você tem? – Eu perguntei parando o carro e olhando pra que mantinha a mesma feição de rebelde safada que eu vi na primeira vez que a conheci.
- Nada , estou apenas pensando. – Ela disse sem emoção.
- Eu queria te entender, uma hora você está como Pamela Anderson no meu colo fazendo coisas maravilhosas, e outra hora me lembra muito a . – Eu disse um pouco irritado sem pensar.
Ela olhou pra mim com a testa levemente fincada e virou o corpo de braços cruzados.
- Não está satisfeito? Procure uma puta! – Ela disse aumentando o tom de voz.
- E você é o que? – Eu disse provocativo, franziu os lábios e em um flash sua mão acertou em cheio minha bochecha que queimou de dor pelo tapa. Seus olhos estavam furiosos e eu me mantive imóvel encarando o volante do carro. em movimentos rápidos e agressivos tirou seu cinto e abriu a porta do carro pegando sua mochila e batendo ela com força. Ainda faltava um pouco pra chegar a Londres e andando ela nunca chegaria.
Virei o rosto e encarei a figura da menina de uniforme escolar andando na estrada cheio de terra aos lados, respirei fundo me arrependendo do que disse e liguei o carro andando bem devagar e acompanhando que andava do lado.
- Olha, desculpa... – Eu disse encostando a cabeça no banco e olhando pra ela. Ela não respondeu. – , você não vai voltar andando, daqui à uma hora vai escurecer e vai ficar frio, ainda falta bastante até a cidade pra você ir andando. – Ela continuou andando até que parou e eu parei o carro olhando pra ela. – Desculpa, vamos conversar.
Eu estava arrependido, mas ao mesmo tempo não era o único errado, mudança repentina de humor devia ser proibida e deviam dar medicações pra gente assim. Ela olhou pra mim e sorria sarcástica.
- O que te faz pensar que eu vou andando? – Ela disse e eu não entendi.
andou pra frente do carro e parou olhando a estrada, alguns carros passavam e ela viu uma picape um pouco longe. Eu olhei pelo retrovisor e vi o carro.
- , não seja idiota, é perigoso, entre no carro. – Eu disse vendo-a ficar parada e começar acenar para o carro ao longe. – , entra no carro! – Eu me alterei e ela olhou pra mim desafiadora enquanto via o carro diminuir a velocidade.
- Desculpa senhor, mas seu tempo acabou se quiser mais, terá que pagar. – Ela disse em uma voz fina fazendo pose de prostituta.
- Larga de ser infantil. – Eu disse revirando os olhos vendo o carro parar e se aproximar da janela sorridente e apontando pra mim depois voltando o olhar pra frente.
- , entra no carro! – Eu falei mais alto vendo-a abrir a porta e colocar um pé pra dentro e olhar pra mim, seus olhos estavam vermelhos e seu peito subia e descia descompensado, sua pele tinha absorvido um tom branco, quase pálido e ela abriu a bolsa as pressas entrando no carro e fechando a porta. A picape deu partida e eu chutei o carro com raiva. Apertei o volante e tentei compreender o que havia acontecido com ela. Liguei o carro e segui a picape. Uma hora e meia depois já estávamos na cidade e estava escuro a picape parou em uma rua escura e eu vi descer e fechar a porta sorrindo e agradecendo ao motorista do carro. Claro quem não iria resistir a um sorriso daquele, ela voltou o olhar pro meu carro e bufou, já não estava mais com os olhos vermelhos e sua pele não estava branca. Ela rolou os olhos e continuou andando na rua, ela conhecia muito bem aquela cidade, então poderia ir andando para casa deduzi, mas eu não iria permitir. Estacionei o carro e desci indo atrás dela.
- . – Eu chamei e ela apertou o passo.
Eu estava relativamente perto dela, mas ela ainda não parava, eu não estava a seu alcance. Eu conseguia escutar sua respiração acelerada, só não sabia se era por culpa da velocidade. – ! – Eu chamei novamente esticando o braço e segurando em seu pulso enquanto empurrava-a na vitrine de uma das lojas fechadas daquela rua, ela olhou nos meus olhos, seus olhos estavam cerrados e vermelhos sua pele branca e o leve toque úmido de sua pele. Arregalei os olhos preocupados e ela deslizou dentre meus braços e eu tive que segurá-la.
- , o que foi, o que ta acontecendo?! – Ela começava a tossir sem parar e sua respiração ficava cada vez mais forte e falha. – fala alguma coisa! – Eu gritei e ela tentou abrir a bolsa fraca. Segui sua mão com o olhar e desesperado abri o bolso pequeno da bolsa vendo um potezinho laranja sem rótulo com alguns comprimidos dentro e abri um pouco trêmulo.
- Quantos, quantos!? – Eu perguntei sentindo minha voz quase falhando. Ela abriu a boca tentando falar.
- Do... Do- Ela começou a tossir e colocou a mão na frente da boca, tossia sem parar e eu vi sua mão absorver um líquido vermelho escuro, eu franzi a testa pegando sua mão e vendo o sangue nela, o canto da boca de estava manchado de sangue e ela sustentava meu olhar, olhei pra ela e ela olhava diretamente pra mim, seu olhar pedindo desculpas. Ela olhou para o pote de remédio e eu tirei duas pílulas entregando para ela. Minha garganta se fechou como se tivesse um bolo de papel tampando meu único meio de ar e meus olhos arderam. colocou os dois comprimidos brancos na boca e engoliu fechando os olhos e ficando em silêncio. E só consegui escutar sua respiração enquanto eu encarava seu rosto ainda pálido completamente confuso. Ela estava... Doente? Era aquilo? Era aquilo que ela tinha mencionado na fazenda? Ela estava doente, era meio óbvio. Mas, será que era mortal, será que não tinha cura? Minha cabeça começou a latejar enquanto meus olhos mantinham uma grande ponta de preocupação olhando a respiração dela voltar ao normal e ficar quase inaudível, ela tinha ficado muda, completamente muda, não vi seu peito me mexer e ela não se moveu, fiquei desconcertado, peguei seu rosto em mãos e dei leves tapinhas.
- , acorda! – Eu disse alerto e assustado prendendo todo o ar que eu conseguia. Ela abriu os olhos devagar e me olhou, soltei o ar pegando-a no colo e levantando, peguei sua mochila e levei-a até o carro, deitei-a no banco do passageiro e corri para o banco do motorista. Ela não estava adormecida estava apenas um pouco dopada. Fechei a porta e peguei o celular discando o número de . Ela atendeu de prontidão.
- Alô? – Ela disse.
- ? – Eu perguntei sabendo que era ela.
- Oi amor, 'tá chegando já? – Ela perguntou surpresa.
- Ahm... Não, eu só to ligando porque eu não vou poder dormir em casa hoje. – Eu disse e virou o rosto pra mim com os olhos um pouco maiores e eu olhei pra ela.
- O quê? Mas por quê? – Ela perguntou ao telefone.
- Ahm, eu vou pra casa do , preciso resolver um problema com a produtora. – Eu disse tentando não gaguejar.
Ela voltou o olhar para a janela e ficou fitando o escuro do começo da cidade de Londres.
- Ah, poxa amor... – Ela ia dizer, mas eu interrompi.
- Eu tenho que ir . – Eu alertei.
- Tudo bem... Eu te amo. – Ela disse e eu senti meu peito pular em remorso.
- É... Eu também. – Eu tentei fingir sinceridade desligando o telefone logo em seguida. Olhei para e ela olhou pra mim, ficamos em silêncio, nenhum dos dois tinha coragem de dizer algo e eu ainda estava preocupado já que sua cor não voltava ao normal e seus olhos continuavam vermelhos. Desviei o olhar de e olhei para frente.
- Temos que te levar ao médico. – Eu disse sussurrando, um trovão ecoou pela noite e pingos leves começaram a atingir o vidro. – Eu tenho um amigo... A irmã dele é médica. – Eu voltei o olhar pra ela que olhava fixamente pra mim, sem se manifestar de qualquer forma. – Vou cuidar de você essa noite, vai ficar tudo bem. – Eu disse com dor na voz sentindo minha garganta arder.
abriu a boca e sussurrou palavras dolorosas.
- Me desculpe... Não queria te causar problemas, eu não queria , não queria te envolver. – Olhei pra ela com o rosto retorcido em dor e aproximei meu rosto do dela.
- Eu vou te prometer uma coisa... – Eu disse encostando nossas testas quanto acariciava seu rosto. – Quando você fizer dezoito anos, eu vou largar tudo, vou largar todos e vou pegar você e te levar pra longe pra ficarmos juntos, entendeu? – Eu disse soltando todo o meu sentimento naquelas palavras. Os olhos de se encheram de água e ela deixou as lágrimas caírem.
- , eu pedi pra você não se apaixonar por mim... – Ela colocou sua mão em meu rosto, e eu coloquei minha mão sobre a dela ainda olhando em seus olhos avermelhados e molhados.
- Eu sou teimoso, e também, você não obedeceu às próprias ordens. – Eu disse baixo.
fechou os olhos e me beijou me beijou com força e sinceridade.
- Eu te fiz uma promessa, agora me prometa uma coisa também. – Eu disse e ela limpou as lágrimas assentidas. – Prometa-me, por favor, prometa-me que você vai esperar comigo, não demora muito, é só ate você fazer dezoito. – Eu dizia com esperança na voz, eu estava perdidamente apaixonado por ela, e sabia que aquilo se fosse descoberto traria conseqüências. Mas não adiantava, se fosse pra brigar contra os gritos eu saberia dizer que meu coração gritava muito mais alto que minha consciência.
- Eu prometo. – Ela disse por fim sua respiração fraca e baixa.
Tomei o volante novamente, estava fraca e eu precisava saber o que ela tinha, talvez não hoje, nem amanhã, mas alguma hora, eu ia saber e eu iria resolver isso. Virei a chave na ignição e comecei a dirigir em direção a casa de , meu amigo do trabalho, com ele e mais dois amigos antigos nós tínhamos uma produtora, era uma produtora de vinhetas para rádio e lucrávamos muito com aquele trabalho. Ele morava sozinho e eu preferia contar a ele primeiro a contar a qualquer um dos outros.
- ... – disse em uma voz alerta olhando pra mim. Virei o rosto pra ela e vi sua respiração descompassada voltar e ela começar a tossir novamente sem parar. Eu acelerei o carro rezando para que quando estivéssemos próximo a casa de não estivesse trânsito. tinha tomado mais dois comprimidos, mas aquilo parecia não estar adiantando, ela soltou um gemido de dor e eu comecei a ver o sangue invadir suas mãos. Estacionei o carro em frente à casa de e sai do banco me molhando por culpa da chuva e indo em direção ao banco do lado, ajudei-a a sair de lá e ela desmaiou caindo sem consciência, seu rosto pálido e agora molhada estava inconsciente e aquilo me assustou. Peguei-a no colo e abri a porta da casa e sem ao menos tocar campainha ou fazer qualquer outra coisa. Vi levantar do sofá levando um susto e olhar pra mim de olhos arregalados olhando para em meu colo desmaiada.
- O que ta acontecendo!? – Ele perguntou sem entender nada.
- , eu preciso de ajuda, chame sua irmã, ela não está bem. – Eu tinha urgência e preocupação na voz.
Ele não hesitou, pegou o telefone sem fio na mão e discou o telefone da irmã olhando ainda de olhos arregalados para que eu colocava deitada no sofá. Ele pediu para que sua irmã viesse para sua casa com urgência e desligou o telefone me olhando.
Fui até o banheiro pegando um pano e molhando-o com água morna, voltei para a sala e passei na testa de .
correu até seu quarto e pegou cobertores e um travesseiro, ele não fez perguntas, apenas ajudou.
Depois de dez minutos a irmã de estava lá, contei tudo a ela e ela examinou . Disse que precisava de um remédio imediatamente e eu me manifestei para ir comprar.
- Não, deixa que eu vou. – disse pegando as chaves de seu carro. – O remédio e uma seringa, certo. – Ele disse e saiu às pressas.
Eu olhei para desmaiada e minha preocupação não amenizava, ela não acordava.
Olhei para a irmã de e ela me acalmou.
- Calma, , ela vai ficar bem.
Eu levantei e acendi um cigarro.
- O que ela tem? – Minha voz saiu baixa.
A irmã de respirou fundo e olhou para inconsciente no sofá.
-Não sei, mas não é boa coisa, ela vai precisar de forças pra sobreviver a isso. – Ela disse quase com certeza – Ela é tão jovem. – Dor, dor, dor. Medo, medo, medo. Sim eu estava com os dois, medo e dor, os dois misturados em uma só sensação era como levar uma mordida de uma cobra venenosa e sentir enquanto o veneno vai invadindo seu corpo queimando e dilatando suas veias.
A irmã de ainda olhava para e eu segurei o nó na minha garganta.
chegou quase que correndo e entregou as coisas para sua irmã, que rapidamente pegou as seringa, tirou do plástico enfiou a agulha dentro do pequeno pote que continha um líquido transparente e puxou.
- aperte o braço dela um pouco acima do cotovelo com força. – Ela disse e eu fiz apertando com força, fiquei com medo de machucá-la, mas meu medo de perdê-la era maior. Ela alinhou a agulha em uma das veias visíveis de e injetou o líquido. Tirou a agulha e prensou o buraco com o dedo.
- Pronto, agora espere até amanhecer e me ligue. – Ela disse levantando e pegando seu casaco.
- Certo. – Eu assenti soltando o braço de levantando e agradecendo a ela, ela teria que ir embora então despedi-me vendo-a fazer muitas perguntas com o olhar. Parei e agachei em frente à , devo ter ficado uns dez minutos só olhando pra ela e pensando: E agora? Afinal, eu estava apaixonado por uma menina de dezessete anos de idade que estava muito doente e eu não tinha a mínima idéia do que fazer. Eu poderia colocá-la em um tratamento médico bom, mas a única pessoa que poderia me ajudar com isso era . Poderíamos fugir eu e , e encontrarmos um jeito. Minha mente mergulhava em piscinas de opções que não traziam solução alguma. Acordei quando escutei a voz de .
- Quem é ela? – Ele perguntou me entregando um copo de café e sentando-se ao meu lado, agora vinha a onde de perguntas que eu teria que responder sinceramente.
- Ela é minha vizinha . – Eu disse voltando o olhar pra frente.
- Porque parece tão preocupado com ela? – Ele perguntou mesmo eu achando que ele já sabia a resposta eu disse do mesmo jeito.
- Porque eu a amo. – Eu admiti.
- Você é um idiota, . – Ele disse com irritação na voz. – Olha no que se meteu! A menina tem o quê? Quinze? E você a ama? – Ele me dava um sermão. – Você perdeu a cabeça. – Ele perguntou se afastando e bufando.
Fiquei quieto, de certa forma ele não estava errado, não sei por que fui me meter pra início de conversa, mas como eu dissera antes, essa batalha, minha consciência não ganhava, nessa batalha por mais que me puxassem para fora a força eu iria arrumar um jeito de entrar, porque seria isso que minha vida iria pedir pra mim.
- , você lembra quando você era apaixonado pela Lily Teps no colegial? – Eu perguntei me perdendo em pensamentos.
- Eu tinha o quê? Dezessete? Não é a mesma coisa... A gente não sabia o que era amor. – disse com o olhar um pouco perdido.
- Sabiam sim, e eu lembro que uma semana atrás você me disse uma coisa que ficou na minha mente. – Eu disse olhando nos olhos dele. – Você a encontrou no Starbucks e comentou comigo que, foi como se tudo que sentisse no colegial tivesse voltado, como se o amor que você tinha sentido por ela tivesse lá e mais forte do que nunca. – franziu a testa lembrando-se. – Você disse que sentiu uma coisa que nunca sentiu antes, e não podia controlar.
Eu abaixei meu olhar para .
- É isso que eu estou sentindo, e eu simplesmente não consigo controlar.
Eu não sabia se ela se sentia da mesma forma. Eu iria ajudá-la a passar por isso e ai ficaríamos juntos quando desse o tempo certo. A menina que habitava a janela da casa da frente agora me parecia uma menina que habitava meus olhos, minha mente e meu coração. Ela parecia tão frágil comparada à primeira vez em que a vi, ela parecia agora, tão vulnerável, tão quebrável, e eu sentia que precisava cuidar dela, sentia que se não fizesse algo, nunca mais a veria na vida. Aquilo doía. Não conseguia imaginar mais, minha vida... Sem . Era como se, caso ela sumisse mais da metade e minha vida fosse excluída. Eu não conseguiria viver com isso, não agora e nem nunca. Eu iria dar um jeito, estava prometendo a mim mesmo.
foi dormir depois de uma longa conversa que tivemos. Quando deu meia noite ele estava bocejando e seus olhos estavam cansados, então eu disse a ele que poderia ir deitar que não era necessário se preocupar comigo. E ele foi. Eu não estava com sono, nem o mínimo de sono, talvez o nervosismo e a preocupação fossem os culpados. Levantei e fui até o banheiro, olhei meu reflexo no espelho e não me reconheci. Vi vazio o lugar que antes era ocupado por um cara que tinha metas e atingia todas, um cara que tinha dinheiro, uma noiva, em termos, uma casa grande, tudo que quisesse, amigos legais, ia para festas legais, vivia a vida sem medo do amanhã, porque ele tinha certeza de que o amanhã era sempre da mesma forma que o hoje. Não esse hoje, então, o ontem.
Ainda fitando o reflexo confuso e pensativo eu cheguei a uma conclusão. Esse cara, esse... Estranho que eu era não era feliz. A vida era uma coisa monótona, nunca ter surpresas, nunca ter aventuras, nunca chegar em casa, olhar para a mulher que está lá pra te receber todo dia e pensar “Porra, eu amo essa mulher” porque seria tudo, de forma verdadeira e sincera, mentira. Eu sou um homem, claro, supro minhas necessidades como homem, sexo, sexo e sexo. É sempre bom. Mas e o desejo, aquela coisa que te faz apertar firme em algo e dizer dentro de sua mente. “Eu to ficando louco”. E a sensação de que seu corpo está queimando só pelo fato de sentir a intensidade que tinha no olhar seu e da mulher a sua frente. E a sensação de querer lutar, morrer, fazer de tudo, até mesmo o impossível para ficar ao lado dela, sentindo, não apenas o sexo, mas sim, o beijo, o toque, as palavras, mesmo não ditas, porém sentidas naquele único olhar intenso. nunca poderia me dar aquilo. Por mais que ela tentasse, se esforçasse. Tinha uma coisa que a impedia de conseguir ser a minha necessidade, minha única virtude, minha agora... Única razão. Ela simplesmente não era a .
Abri a torneira e lavei meu rosto tentando esconder atrás da água pura, as olheiras da preocupação e daquela misturinha torturante de medo com dor. Voltei à sala escura e parei de pé em frente à , tinha coisas que eu não entendia. Como pode? Queria que alguém chegasse e explicasse e se eu não tivesse entendido me perguntasse: “Quer que eu desenhe?”. Porque eu iria dizer que sim e que seria um grande favor. Como é que eu podia amar tanto uma garota? Era possível ter essa fissura esse vício repentino e doentio? Bom, aparentemente sim. Sentei na beirada do sofá respirando fundo e passando a mão no rosto. Eu estava começando a ficar cansado, mas eu iria ficar acordado. Pra que dormir? Vai que eu acordo no dia seguinte e descubro que a perdi. Não iria correr esse risco. Ouvi se mexer então virei o rosto para encará-la. Sua pálpebra tremeu e eu me aproximei vendo-a abrir os olhos devagar.
- Ei linda. – Eu disse em uma voz baixa e confortante.
Ela olhou pra mim e sorriu fraco.
- Oi. – Ela disse com a voz falha.
- Como está se sentindo? – Eu perguntei preocupado. Sua pele já tinha voltado a sua cor original e sua respiração estava estável.
- Já estive pior. – Ela sorriu um pouco mais, mas depois colocou a mão em meu rosto e franziu a testa. – Que horas são? – Ela perguntou ainda me olhando sem aumentar o tom de voz.
Olhei o relógio do celular que estava em cima da mesa de centro e respirei fundo.
- Uma e meia da manhã. – Eu disse voltando o olhar pra ela.
Ela ficou muda, encarando minhas feições que deviam estar aparentemente cansadas. E depois se mexeu encolhendo-se no canto do sofá deixando um espaço vazio.
- Deita aqui. – Ela tossiu de leve.
Fiquei parado encarando o espaço que ela havia deixado. E me movi deitando naquele espaço puxando o edredom branco que havia colocado em cima do corpo de . Ficamos nos encarando. Quando dizem que um olhar fala mais que mil palavras eles não mentem. O olhar de dizia tudo ao mesmo tempo pedia desculpas, se condenava, tinha confusão e preocupação e mais um monte de coisa indecifrável.
- ... – Ela ia dizer, mas eu coloquei o dedo na boca dela.
- Não precisa dizer nada. – Eu falei baixo encarando seus lábios. – Ao menos não agora. –Eu estava curioso para saber o que ela tinha pra dizer, mas depois de vê-la desmaiada e quase sem vida, muita coisa mudou. Colei meus lábios nos dela e beijei-os devagar e suavemente. Ela acompanhou, passei meu medo pelo beijo. Franzi a testa sentindo meu peito arder. Ela estava ali, ela era minha, mas o tanto que eu gostava fazia meu peito doer, como se amanhã talvez, ela não seria mais minha. Ela acrescentou um pouco de desespero ao beijo e sua perna subiu para minha cintura. Estávamos deitados de lado. Sua saia caiu para cima enquanto eu colocava a mão em sua coxa. Não estávamos exatamente com tesão. Queríamos apenas sentir o corpo um do outro, algo como uma precaução.
Ainda em movimentos calmos, lentos e suaves eu abri minha calça, ela deslizou a mão lentamente do meu rosto até minha cueca passando ela por cima de meu membro razoavelmente ereto. Soltei um gemido abafado baixo com nossas bocas coladas, sem partir o beijo apaixonante que compartilhávamos. Ela tirou meu membro de dentro da cueca e subiu as mãos para minha nuca. A mesma mão que acariciava sua coxa agora segurava na barra de sua calcinha. Deslizei-a para baixo devagar enquanto minha mão acariciava sua pele e retirei a peça. Paramos e nos encaramos.
- ? – Ela disse me olhando significativamente ainda com a voz baixa.
- ? – Eu incentivei com a voz um pouco trêmula. Encarávamos-nos, nossos olhares transmitindo uma intensidade desconhecida, não tinha perversão, nem pornografia, não fazíamos pelo sexo, mas pelo que realmente importava...
- Eu te amo. –... Pelo amor.
Ainda olhando em seus olhos penetrei-a devagar vendo-a abrir um pouco a boca quando cheguei ao final. Devagar e carinhosamente eu continuei me movimentando, pele em pele, dessa vez para sentir um ao outro. Ela mantinha o olhar em mim e eu nela, as respirações se alterando aos poucos, prensava os lábios segurando os gemidos baixos que ela desejava soltar, e um assistia ao prazer do outro. entrelaçou os dedos no cabelo da minha nuca e apertou em um punho fechado, encostou sua boca na minha e sussurrou em cada investida que eu dava.
- Eu te amo, eu te amo... – Ela fechou os olhos por um momento franzindo a testa e apertando mais o punho que segurava meu cabelo, mas depois os abriu novamente com sua respiração acelerada. Eu sorri de lado ouvindo-a repetir seguidas vezes as três palavras que eu sempre sonhei em escutar e sentir o mesmo na minha vida. Suspirei entre dentes e mordi o lábio inferior sentindo prazer. Segurei forte na coxa de e ela me olhou com os olhos não agüentando mais, eu devolvi o olhar e ela atingiu o ápice soltando todo o ar que tinha em seus pulmões, continuei investindo levemente e senti meu corpo ficar mais leve. Nossos narizes estavam encostados enquanto segurava meu ombro com a perna em cima de mim, ela ainda me fitando com toda confusão que alguém poderia sentir.
- Eu também... – Foi apenas isso que eu consegui responder, o fôlego me faltava, a coragem de quebrar o momento me faltava. Ela me amava, eu a amava, não tinham mais dúvidas. colocou sua calcinha novamente enquanto eu fechava meu zíper e depois o botão, puxei-a pela nuca e ela se aconchegou em meu peito. Adormecemos ali, juntos, esquecendo por um momento qualquer coisa que não fosse o nosso sentimento, e amanhã seria um novo dia, amanhã eu teria novas metas, novos sonhos e uma nova realidade.
Capítulo IX
Eu fui no médico saber mais sobre a doença de , era algo que tinha cura, mas o tratamento exigia muito no paciente, não consegui entender direito. Logo depois eu fui pra casa, foi passar uma semana na casa dos pais, e eu teria a casa só para mim. Quer dizer, pra mim e pra . Liguei para e pedi a semana de folga, aproveitaríamos a semana pra ver o que ela tinha.
Eram seis horas da noite, a campainha tocou. Eu estava mexendo em alguns CDs, larguei eles perto da televisão e fui atender.
- Olá Mon Cher. – disse sorrindo e se aproximando de mim.
- J’taime meu amor. – Eu disse puxando-a pela cintura e encostando nossos narizes, sorrindo divertido. Ela fechou a porta atrás de si e me beijou suavemente. Fechei os olhos e sorri no beijo quebrando ele logo em seguida.
- Você 'tá cheirando a morango. – disse me abraçando pelo pescoço e erguendo o corpo. Ela deu uma risada sapeca e eu peguei-a no colo segurando em sua coxa enquanto ela entrelaçava a perna por trás de mim.
- É porque eu tava comendo morango. – Eu respondi andando ao lado dela até a sala.
- E não guardou pra mim? – fez cara de passada. Fiz que não com a cabeça e ela fez cara de emburrada. Comecei a rir, vontade de morder aquele bico. Coloquei-a sentada no sofá e ela tirou os sapatos enquanto eu voltava ao meu lugar original.
- O que está fazendo? – Ela perguntou dobrando os joelhos e encostando a cabeça neles. Peguei um CD velho na mão e sorri ao lembrar-me dos bons tempos.
- Vendo uns CDs antigos, eu já tive uma banda sabia? – Eu disse sorrindo mostrando a capa do CD da minha antiga banda, na realidade nós não tivemos uma boa repercussão já que um dos membros foi mal na escola e a mãe dele não permitiu que ele continuasse na banda. Patético, agora somos donos de uma das maiores gravadores de vinhetas do país.
sorriu e pegou o CD na mão alargando o sorriso mais ainda.
- Cara, você era muito lindo. – Ela disse ainda observando a foto.
- 'Tá dizendo que sou feio agora? – Perguntei ofendido, ela abaixou o CD e revirou os olhos, colocou o CD de lado e veio ao meu encontro.
- Hm, eu gosto de como você é agora. – Ela disse sentando no meu colo de frente. Eu estava com as pernas esticadas encostado no encosto do sofá, coloquei as duas mãos na cintura dela e deixei a cabeça pender pra trás, encostando no sofá. Ela era muito linda, algo extraordinário, eu não poderia deixar nada acontecer a ela.
- Amanhã vamos ao médico, tudo bem? – Eu disse baixo, sentindo agora suas mãos que mexiam no meu cabelo.
Ela assentiu e encostou seu corpo no meu me abraçando. Fechei os olhos sentindo seu corpo quente e subi a mão pro seu cabelo fazendo um carinho gostoso. Ela deixou a boca encostada no meu pescoço e respirou fundo. Entrelacei meus braços em volta de sua cintura, ela me olhou e trocamos um olhar sincero. Algo em meu peito apertava.
- Ei, o que foi? – Eu perguntei baixo, vendo olhar tristonha pra baixo.
- Não quero estragar sua vida, . – Ela disse baixo. – Eu sei que não sou boa pra você. – Franzi a testa e segurei em seu queixo levantando seus olhos na altura dos meus.
- Nunca, nunca diga isso entendeu? – Eu disse um pouco bravo. – Eu te amo, você é boa pra mim sim, nada vai mudar isso, entendeu? – Ela assentiu com a cabeça e encostou nossas testas, fechando os olhos sussurrando.
- Larga ela, largue tudo, seja meu que eu sou sua. – Eu fechei os olhos e beijei-a. Seus lábios eram tão macios e tão viciantes que era quase impossível me largar deles. O beijo era calmo e apaixonado, e eu alisava de leve a lateral de seu corpo.
Um raio caiu perto da casa apagando a luz e fazendo um trovão quase ensurdecedor. deu um pulo no meu colo e eu comecei a rir. Estávamos no escuro.
- Ah que ótimo, estamos sem luz. – Ela disse reclamando.
Ela saiu de cima de mim e tentou acender a luz da sala.
- Calma que eu vou pegar umas velas. – Levantei e caminhei até gaveta da cozinha. Estava realmente muito escuro e uma chuva forte começava do lado de fora. Peguei o saco de velas lá de dentro e peguei um isqueiro no meu bolso acendendo uma. Voltei pra sala e vi encolhida no sofá, ela sorriu ao me ver e eu coloquei a vela em cima da mesa de centro.
- Menino esperto. – Ela disse divertida.
Acendi mais uma três e coloquei em volta da sala, ela adquiriu uma cor amarelada e estava um pouco escuro ainda, mas claro o suficiente pra nos vermos. deitou no sofá e me deitei ao seu lado. O sofá era largo o suficiente para que pudéssemos nos acomodar sem nos espremer. A casa estava toda fechada e em silêncio, até que o calor começou a tomar conta de nós. Estava uma noite abafada por isso a chuva, mas o bafo ainda não tinha ido embora e eu não tinha aquecedor, olha que legal. tirou o casaco e as meias. Eu estava olhando pra ela, observando sua impaciência quando ela sorriu de lado de uma forma maldosa.
- Que foi? – Eu perguntei curioso.
Ela levantou o olhar pra mim e alargou o sorriso.
- Tive uma idéia. – Ela riu e levantou do sofá me pegando pela mão. Andamos até a porta do quintal e ela abriu.
- o que está fazendo? – Perguntei com uma sobrancelha erguida.
- Vou me refrescar oras. – Ela disse divertida e saiu correndo pra chuva soltando um gritinho histérico. Eu sorri bobo e mordi o lábio inferior colocando as mãos no bolso enquanto me encostava ao batente. Ela abriu os braços ficando encharcada e começou a rir olhando pra mim.
- Vem seu sem graça! – Ela disse mais alto, neguei com a cabeça e ela correu até mim, estava toda molhada com a roupa grudada, Jesus ela era muito gostosa, fala sério. Ela me puxou drasticamente pra baixo da chuva e eu parei sentindo as gostas mornas caírem em mim. Legal, minha roupa ficaria encharcada. Ela estava rindo, parecendo uma criança que ganhou um pirulito.
- , desfrute da natureza comigo. – Ela disse rodando com a cabeça inclinada pra trás e os olhos fechados. Eu peguei em sua mão e puxei seu corpo pro meu.
- Senhorita Grammont, além de desfrutarmos da natureza iremos desfrutar de um belo resfriado. – Eu disse olhando-a nos olhos enquanto ela sorria pra mim.
- Hm, eu não ligo, você não liga, estamos juntos, não ligamos. – Ela disse boba. Sorri inconscientemente, segurei em sua cintura e em sua mão.
- Já dançou na chuva? – Eu perguntei.
- Não, e você? – perguntou rindo e segurando em meu ombro.
- Também não. – Eu comecei a rir. Eu estava todo encharcado, literalmente. Minha bermuda já pesava eu e começamos a dança na chuva até ela começar a sentir frio. Ela entrou e tirou a blusa e logo em seguida sua calça jeans. Ergui as sobrancelhas sorrindo de lado.
- Vou levar você pra dançar na chuva outras vezes. - eu disse tirando minha blusa ensopada logo em seguida e colocando junto com as de no canto da sala. Ela sorriu e tirou o sutiã igualmente encharcado e a calcinha, balancei a cabeça negativamente e vi enquanto ela deitada no sofá espalhando os cabelos molhados por lá. Dei de ombro e tirei toda minha roupa como ela. Ela tinha os olhos fechados e sua respiração era calma. Deitei ao seu lado e observei enquanto as velas deixavam sua pele levemente dourada. Me apoiei no braço e beijei seu ombro de olhos fechados, a pele dela era macia, cantei sussurrando com a boca colada em sua pele, enquanto descia pra sua barriga uma música do muse chamada Feeling Good.
- Birds flying high, you know how I feel. – Ela se mexeu um pouco deixando seus pelos erriçados. Alisei a lateral do seu corpo que ia secando aos poucos e continuei sussurrando a música subindo entre seus seios. – Sun in the Sky, you know how I feel. – Passei a boca pelo seu pescoço e desci novamente por sua barriga dando um beijo de leve enquanto passava os lábios lentamente por lá e cantava. – We’ve been drifting on buy, you know how I feel. - Ela sorriu de lado, e eu alisei sua barriga com a mão, ainda com a boca colada por lá e fui subindo devagar cantando. – I’ts a new dawn, It’s a new Day, it’s a new life, for me. – Cheguei em seus lábios sussurrando e mordi seu lábios inferior de leve puxando. – And I’m feeling good. –Conclui a música olhando em seus olhos, ela continuou me fitando de forma significativa e encostou nossos lábios, as luzes das velas deixam nossos rostos de uma cor dourada hipnotizante, eu ainda estava de olhos abertos enquanto ela mantinha nossos lábios encostados com os olhos fechados. pegou minha mão e delicadamente colocou em cima de seu peito. No momento não entendi, mas depois eu pude sentir seu coração batendo rápido em seu peito como se pedisse pra sair. Sorri ainda com nossas bocas encostadas e ela abriu os olhos sem mudar a expressão, parecia confusa e isso acabou me deixando tão confuso quanto. Ela passou a mão livre delicadamente pelo contorno do meu rosto enquanto eu mantinha meu olhar no seu, eram tantas coisas que eu queria viver com ela, tantas coisas que eu queria fazer, vê-la sorrir, vê-la feliz. deixou a mão do lado e me fitou novamente.
- Você é um enigma. – Eu disse baixo com os lábios encostados aos seus.
Ela prensou um lábios no outro ainda me fitando e sorriu sem responder.
- Eu queria te decifrar. – Eu disse rindo baixo e passando a boca delicadamente pelo seu queixo. Ela respirou fundo e fechou os olhos, subi o rosto novamente e parei encostando a boca na dela, dando um selinho lento e suave. Ela não retribuiu, ficou parada e sorri sozinho, levantando devagar sem olhar pra trás e indo em direção as roupas, pegando-as. Coloquei-as na área de serviço e voltei pra sala parando ao observar . Às vezes devíamos prestar atenção ao que está em nossa frente, ela estava ali ainda de olhos fechados, estava nua e dourada como um prêmio. Meu prêmio. Seu corpo perfeitamente emoldurado como se fosse desenhada pelas mãos de um artista, seus seios perfeitamente arredondados deixando claro a beleza de uma mulher. Sua barriga lisa, suas coxas, tudo. Perfeição existe, e ela mora bem na casa do lado, só que no caso ela está aqui, no meu sofá, nua, esperando por mim.
Aproximei-me dela sentando e observando seu corpo. Puta merda, ela era muito gostosa. suspirou e abriu os olhos me olhando.
- 'Tá fazendo o que? – Ela perguntou deixando um sorrisinho escapar.
- Observando. – Eu disse sorrindo logo em seguida.
- Observando o que? – perguntou mesmo sabendo a resposta, abaixei a cabeça passando o nariz no dela enquanto ela dava um sorrisinho.
- Eu tô observando o que é meu. – Eu disse passando a mão pelos seus cabelos, agora quase secos.
Ela deu uma risada fofa e me deu um selinho.
- Como sabe que é seu? Eu nunca disse que era. – deu de ombros, mas eu sabia que ela tava brincando.
Peguei sua mão e balancei a cabeça negativamente.
- Você não disse... – Coloquei sua mão em cima do próprio coração. – Me mostrou.
Ela ficou quieta e seu coração bateu mais rápido eu pude sentir, o meu não foi diferente.
- , como você conseguiu? – Ela perguntou baixo.
Franzi a testa sem entender mas ela logo explicou. – Como conseguiu fazer com que eu me apaixonasse perdidamente por você? – Ela sorriu passando a mão no meu rosto, fiquei até sem graça.
- Te faço a mesma pergunta. – coloquei as mãos embaixo do seu corpo e erguendo-a no meu colo.
Ela sentou e me abraçou pelo pescoço, enterrando a cabeça entre meu pescoço e meu ombro. Eu podia sentir sua respiração bater lentamente no meu pescoço.
- Eu te amo. - Soltei do nada, eu estava com isso em minha mente, não pude deixar de dizer. Seus cabelos estavam espalhados nas costas nuas e eu passei a mão por lá deixando-a arrepiada. Ela olhou pra mim e balançou a cabeça encolhendo o pescoço. Eu dei uma risada e ela sorriu. Ficamos em silêncio nos encarando novamente.
- Quando existe um silêncio confortante entre um casal, é porque eles nasceram um pro outro. – Eu disse olhando-a nos olhos. Ela aproximou o rosto do meu e colou nossos lábios, passando a língua no meu. Abri-o um pouco e encostei nossas línguas iniciando um beijo calmo e delicado. Ela subiu uma mão devagar e colocou-a na minha nuca, sem aumentar a intensidade do beijo. Eu acariciei sua cintura com o dedão, terminou o beijo com um selinho e continuou com a boca encostada na minha.
- First thing I say, you know how I feel. - Eu dei um sorrisinho olhando pra sua boca e ela continuou. – We’ve been running free, you know how I feel. – Ela fechou os olhos passando a mão no meu rosto e eu fechei eles também. – Blosome in the days, you know how I feel. - Ela sorriu de lado. – It’s a new dawn, It’s a knew Day, it’s a new life, for me. – Ela abriu os olhos e eu também, nos encaramos e ela concluiu. – And I’m feeling good.
Ainda estávamos deitados no sofá, agora com cobertas, já que o frio insistiu em aparecer. A luz ainda não havia voltado e conversávamos sobre qualquer besteira, quando alguém bateu na porta. arregalou os olhos e eu também, ela levantou rapidamente indo em direção a área de serviço, já vestindo sua calcinha e eu peguei minha boxer molhada caminhando até a porta.
- Ahn, quem é? – Eu perguntei meio desesperado.
já vestia sua blusa branca molhada sem o sutiã.
- Sou eu cara, o . – Escutamos a voz do do lado de fora, respirei fundo e logo parou de se apressar olhando pra mim e colocando o resto da roupa.
Caminhei lentamente até a porta de entrada e abri-a dando espaço para que ele entrasse.
- Cara, qual é a da demora? Eu trouxe cervejas geladas e baralho. – Ele sorriu de lado.
apareceu atrás com a roupa molhada um pouco sem graça e olhou pra mim. olhou pra trás vendo-a e ficou mudo olhando pra mim logo em seguida.
- Foi mal. – Ele disse caminhando em direção a porta.
- Não! – Eu e chamamos ao mesmo tempo enquanto ele virava com as cervejas na mão e o baralho na outra.
- Não estávamos fazendo nada. – Eu disse sincero e ele olhou pra . Ela assentiu e ele fechou a porta em silêncio olhando para nós dois.
- , ahn, você a conhece, mas não foi diretamente apresentado, essa é . – Eu disse indicando-a com a mão, sua blusa estava molhada e um pouco transparente e ela estava muito sem graça. não pode evitar olhar em direção aos seios de e ela olhou pra baixo ficando com muita vergonha e tampando os peitos logo em seguida. Aquilo por um momento foi estranho, mas depois, eu comecei a rir.
- Desculpe-me. – Disse colocando a mão nos olhos e fazendo gargalhar.
- Ahn, legal, só não olha pros peitos da minha garota, tá? – Eu disse um pouco incomodado, caminhamos até sala e foi em direção ao quarto pegando uma blusa minha.
- , desculpa sério, mas ela é... - Ele ia terminar, mas eu não deixe.
- Eu sei . – Eu comecei a rir, desceu com uma blusa gigante e seca e os cabelos presos.
Ela sentou-se à mesa junto a mim e e eu entreguei-lhe uma cerveja, ela pegou e sorriu pra mim, estiquei a cabeça dando-lhe um selinho e começou a falar.
- Isso ai é realmente sério. – Ele disse tomando um gole da cerveja. – Se você conhecesse o de antigamente.
Olhamos pra ele e franziu a testa, eu revirei os olhos prevendo o que vinha pela frente. Ele sempre fazia isso quando eu começava a sair com alguém.
- Quando o tinha quinze anos de idade ele pegava todas as meninas da nossa sala, ele chegou a pegar todas. – disse rindo e olhando pra que olhou pra mim e começou a rir. – Depois no segundo ele pegou uma professora e metade da sala.
- Uma professora?! – perguntou espantada. – ! – Ela começou a rir.
- Ela era gostosa e me dava bola, eu não ia deixar passar. – Eu disse me defendendo tomando mais um gole de cerveja e rindo. Realmente Professora McKenzie era que era. Mas olhando ao meu lado eu pude perceber que nenhuma delas chegariam aos pés de .
- Ele tinha um apelido na escola. – disse lembrando da época, ele sorriu e eu balancei a cabeça negativamente.
- Qual? – Ela perguntou incentivando e eu tampei o rosto com uma mão.
- Serial Camer. – Ele disse e começou a rir, deu o olhar mais pervertido que eu já tinha visto em toda minha vida que me deu até calafrios. Depois começou a rir com .
- Depois no terceiro começamos a banda, e não tivemos muito tempo pra nos dedicar a pegação escolar, mas pegávamos muitas fãs. – disse dando de ombros.
- E em uma delas apareceu a . – Eu disse, pensando logo depois que era uma coisa não muito legal pra se citar.
- É, no começo ela era doida por ele, não largava do pé, depois ela foi maneirando. – Disse dando o último gole de sua cerveja. – decidiu dar um chance e aí eles estão juntos até agora. – Ele disse aquilo como se fosse algo bom.
Ficamos em silêncio, olhava pra baixo como se tentasse compreender o porquê de eu trair .
- É, vamos mudar de assunto. – Disse abrindo a caixinha do baralho. voltou o olhar pra cima e eu pude ver que ela mal tocou em sua cerveja. Eu poderia entender aquilo de forma errada, mas preferi deixar cada coisa em seu tempo.
Começamos a jogar Poker, não era muito boa, mas ela estava dando bastante risada.
- Desisto! – Ela disse jogando as cartas em cima da mesa. – Não entendo nada disso. – Ela mal tinha olhado suas cartas. Ela tinha dado All In, e tinha apostado, ela não entendia muito de Poker já que as cartas que ela havia tirado davam um perfeito Roal Flush.
- , você ganhou. – Eu disse franzindo a testa e olhando das cartas para . Ele mantinha a boca aberta e olhava inconformado para o jogo. Eu comecei a rir enquanto olhava feliz para o jogo. Ela levantou as mãos soltando um gritinho vitorioso e pegou todo o dinheiro que estava em cima da mesa.
- Ganhei , você perdeu pra uma ga-ro-ta. – Ela disse e olhou mal humorado pra ela.
- Eu preferia ela quando estava tímida. – Disse, mas logo depois começou a rir.
- Certo, eu cansei de poker. – Eu disse um pouco entediado. Levantei e as luzes da casa acenderam. Demos graças a deus e olhou o horário e anunciou que tinha que ir embora. Nos despedimos e fechou a porta enquanto eu voltava para a sala e pegava as latinhas de cerveja e jogava no lixo.
Ela parou na parede da cozinha e me olhou enquanto eu estava jogando as latinhas fora. Virei e encarei seu rosto confuso.
- O que foi? – Perguntei preocupado, enquanto me aproximava. Coloquei a mão em seu rosto e ela abaixou a cabeça. – Ei, linda, fala comigo. – Eu pedi e ela começou a falar.
- , porque ainda está com ela? – perguntou e me lembrei do assunto mais cedo. Eu não sabia exatamente responder por que estava com ela. Eu poderia muito bem terminar com ela e seguir minha vida de solteiro, mas algo me impedia.
- É complicado . – Eu disse encostando nossas testas. Ela respirou fundo e olhou pra mim.
- Não quero mais ser a outra entende? – Ela disse e por mais que aquilo soasse como um “Quero ser a única” e me deixasse feliz, de certa forma era como um “Termina com ela, e fique comigo”. Eu não poderia fazer isso com tanta facilidade.
- , você tem que esperar, 'tá bem? – Eu disse e ela virou as costas andando devagar até o sofá. Fiquei parado observando-a. Ela sentou no sofá e prensou os lábios pensativa.
- Você ao menos a ama? – perguntou, tinha uma resposta obvia pr'aquilo. E ela já deveria saber. Aproximei-me e agachei em sua frente.
- Não, não a amo, eu amo você. – Eu disse sorrindo e ela sorriu fraco de volta.
- , eu te amo, mas não quero amar alguém que está com outra. – Ela voltou a dizer.
- , por favor, não vamos discutir isso agora está bem? Amanhã vamos ao médico ver o que você tem, ver o tratamento, ver exatamente o que temos que fazer, e depois eu tenho que falar com , ela trabalha no melhor hospital aqui de Londres, então discutimos isso depois está bem? – Eu perguntei e ela assentiu.
- To com sono. – Ela disse e respirou fundo olhando pra mim e piscando com os olhos pesados.
Sorri e peguei-a no colo, indo em direção a escada.
- Você adora me pegar no colo não é? Acho que tenho pernas e consigo andar, . – Ela disse fazendo peso com o corpo enquanto eu ria e levava-a pra cima.
Abri a porta do quarto empurrando com o pé e deitei-a na cama cobrindo-a logo em seguida.
- Vai me deixar dormir sozinha? Vou ter um caso com os fantasmas do seu quarto. – Ela disse divertida.
- Pô, , você não cansa não? – Eu perguntei rindo e deitando do outro lado.
- Só canso quando você disser chega, meu anjo. – Ela disse se aconchegando em meu peito.
Senti o perfume de seus cabelos me intoxicando e respirei fundo, sorrindo.
- Eu nunca vou cansar meu amor. – Eu disse e adormecemos ali, nos preparando para mais um dia amanhã. Tive um pesadelo com indo embora, não pela doença e sim, por ela mesma. Acordei de madrugada imaginando porque ela iria possivelmente embora. Olhei para a menina linda e serena ao meu lado e continuei pensando. O que será que fiz?
Capítulo X
Acordei vendo minha menina dormindo serena ao meu lado, era uma pena ter que acordá-la. Passei as mãos devagar por seus cabelos e ela respirou fundo, desci a mão delicadamente para seu rosto e soltou um resmungo. Sorri sozinho.
- Acorda. – Eu disse baixo, fazendo-a abrir os olhos devagar e olhar em minha direção. Sorri, observando seus olhos e ela mantinha a mesma feição. – Temos que ir ao médico hoje, lembra? – Eu disse ainda baixo. Ela fechou os olhos novamente.
- Me pega no colo, me dá banho, me veste, me dá comida e me leva? – Ela disse tudo devagar e pausadamente, me fazendo rir. Levantei devagar e ela fez o mesmo.
- Vem, vamos tomar banho. – Eu saí da cama e ela fez o mesmo, apesar da lerdeza. tirou a roupa e jogou-as no chão, observei seus traços e curvas, sinceramente, eu precisava me controlar. Ela deu um sorrisinho de lado, danada, fazia de propósito. Tirei minha roupa e caminhei até o chuveiro ligando-o no morno, mais pra quente do que morno.
Ela entrou no box logo em seguida. Ficou de frente pra mim, com um sorriso nos lábios que eu conhecia muito bem. A água morna batia nas minhas costas e o vapor subia pelo box, embaçando os vidros.
Estiquei uma mão e segurei em sua cintura puxando-a pra mim, grudou o corpo seco, que aos poucos ia ficando molhado, em mim e roçei meus lábios em sua boca. Seus olhos estavam abertos, ela me empurrou um pouco mais, fazendo a água cair bem em cima de nós. mordeu meu lábio inferior e puxou olhando pra mim. Assim que soltou meu lábio, segurei com as duas mãos em sua cintura e apertei com força, encaixando minha boca a dela e a beijando com desejo. Deslizei as mãos espalmadas com certa força para cima e para baixo em suas costas, voltando para a cintura e puxando-a pra mim. Ela retribuía ao beijo levantando as mãos, com uma delas, agarrou meus cabelos molhados e puxava-os com força, e ao mesmo tempo com delicadeza, e com a outra arranhava meu abdômen me causando dores, mas eram dores boas. Beijávamos-nos com vontade e desejo, era algo repentino, aparecia do nada.
Deslizei a mão para a bunda dela, apertando com força e ela levantou a perna até a altura da minha cintura, fazendo-me segurar sua coxa enquanto eu beijava-a com voracidade. Virei meu corpo e encostei-a na parede do Box sentindo seu corpo se arrepiar devido à parede gelada. não separou o beijo, nossos corpos molhados e quentes agora se esfregavam um ao outro e meu membro pulsava de excitação, ela separou nossas bocas, descendo a mão delicadamente pelo meu abdômen e observando o trajeto, parou perto do umbigo agora me olhando, sua intimidade estava encostada ao meu corpo e aquilo me deixava mais excitado. Ela arranhou minha barriga um pouco abaixo do umbigo e desceu devagar envolvendo meu membro com as mãos.
Assim que senti o contato entre sua mão e o meu membro, meu corpo se arrepiou. o segurou firme na mão e começou a me masturbar lentamente, aproximou o corpo do meu sem parar e colocou a boca no meu pescoço dando leves chupadas e mordidas, subiu a boca para a minha orelha e mordeu lentamente o glóbulo, enquanto eu fechava os olhos. Soltei um gemido de prazer sentindo sua ágil mão me masturbando, ela começou a sussurrar gemidos no meu ouvido, uma coisa que me deixava doido, mordi o próprio lábio deixando minha testa encostada a dela. Franzi-a lentamente soltando mais um gemido, apertei com força sua cintura e abri os olhos olhando o rosto dela cheio de malícia e desejo. Afastei sua mão e segurei-a com força, peguei em sua outra mão e coloquei na altura de sua cabeça encostada na parede.
Eu prensava seu corpo com força, até escutá-la soltar um gemido de desespero. Penetrei-a fazendo-a abrir a boca e fechar os olhos, ela manteve a boca aberta e eu olhei pra ela.
- Você... – eu comecei a sussurrar com a boca perto da dela, segurei firme em seus braços e mordi seu lábio inferior puxando e soltando. - ... me deixa louco. – eu terminei a frase vendo-a soltar todo ar. Comecei a penetrá-la devagar, um sustentava o olhar do outro, abria e fechava a boca tentando colar na minha, mas estávamos concentrados em outra coisa para poder nos beijar. Era totalmente louco como eu sentia prazer, meu corpo dava pequenos choques. começou a gemer baixo, soltei suas mãos e ela deixou-as cair ao lado do seu corpo, segurei sua cintura sentindo-a se movimentar comigo conforme eu a penetrava, ela levantou as mãos apoiando-se em meu ombro e com a outra segurando meu pescoço. Deixamos nossos narizes encostados e de olhos fechados, enquanto eu a penetrava com mais força e ela reprimia seus gemidos.
Aquilo estava me incomodando, dei um tranco forte, fazendo-a soltar um gemido agudo e alto e sorri sozinho. deixou a boca entreaberta com um sorriso safado, eu comecei a dar tranco atrás de tranco enquanto ela gemia alto e deslizei uma mão para seu busto. Apalpei um de seus seios, apertando-o logo em seguida. Comecei a massagear o seio e ela gemia de prazer, meus cabelos da nuca começavam a se eriçar enquanto eu sentia meu membro dar pequenos impulsos dentro dela. encostou a cabeça na parede fria do box e o vapor subia entre nossos corpos, ela mordeu o lábio inferior com força e eu franzi a testa soltando um breve gemido. Assim que apertei sua cintura, comecei a penetrá-la com tamanha força e tamanha vontade que ela abriu os olhos puxando minha cabeça para perto dela e escondeu seu rosto no meu ombro, com a boca encostada nele e gemendo a cada vez que nossos corpos colidiam.
Começou dos meus pés, o formigamento subiu até atingir meu membro e me fazer sentir aquele prazer conhecido. Prendi a respiração gozando dentro dela e soltando um gemido baixo e arrastado. Continuei estocando, visto que ela não havia gozado, fiz força e senti-a estremecer e contrair por dentro. segurou com força no meu ombro e no meu pescoço e seus lábios contraíram no meu ombro. Paramos e ficamos em silêncio, escutando o chuveiro e a respiração acelerada um do outro. Ficamos como estátuas, eu de olhos fechados escondendo meu rosto entre seu cabelo, ela com a boca encostada no meu ombro e uma perna na altura de minha cintura, colados um no outro. Aos poucos e delicadamente, fui me mexendo, coloquei sua perna no chão e ela desencostou do meu ombro ainda com os olhos fechados. Ficou em pé encostada ainda na parede, de olhos fechados e cabelos molhados, sua respiração voltava ao normal aos poucos, eu observei seu rosto e sem dizer nada, aproximei-me dela dando um selinho carinhoso e delicado em seus lábios.
abriu os olhos lentamente e eu pude ver que ela estava cansada, eu também estava, ela me abraçou novamente com os braços em volta do meu pescoço e o queixo encostado no meu ombro. Acho que a consulta de hoje teria de ser cancelada, levei-a para baixo d'água e peguei o sabão, passando-o por suas costas mesmo com ela me abraçando, passei por seu pescoço e desci lentamente. Acho que ela poderia dormir em meu ombro a qualquer instante. Abaixei com ela grudada no meu pescoço e peguei suas pernas segurando-a no colo, desliguei o chuveiro e andei molhado em direção ao quarto. Estávamos pingando, mas aquilo não era problema, peguei a toalha em cima da pequena cadeira que tinha ali e coloquei na cama sentando-a em cima. sentou largando meu pescoço aos poucos, ainda mantendo os olhos fechados. Comecei a enxugá-la sem muitas exigências. Assim que me dei por terminado, peguei-a no colo novamente e deitei-a delicadamente na cama, seus cabelos molhados se espalharam pelo travesseiro e seu corpo nu um pouco molhado me dava arrepios, é como se ela viesse diretamente de um filme. Enxuguei-me rapidamente e deitei ao seu lado cobrindo nossos corpos com o grosso edredom, já que lá fora fazia frio. Assim que me ajeitei, se aproximou de mim esticando a mão sobre meu peitoral e deitando a cabeça delicadamente, levantei o braço e abracei-a pela cintura. Beijei sua testa e bem baixinho, aos sussurros eu comecei a cantar. Ela poderia estar dormindo, mas eu não ligava se estivesse.
- There is only one thing... - Eu passava a mão carinhosamente por seus cabelos e seu rosto. - ...to do, three words for you... – Beijei seus lábios e ela me abraçou mais forte. – I Love you. Meloso não? Sim, muito. Mas essa era a minha vida. Quer dizer a nossa, minha e de . E de certa forma, era a que eu queria viver de agora em diante. Dormimos mais algumas horas, aquele sono gostoso e sem preocupações, até a campainha tocar e alguém sem paciência ficar insistindo e batendo na porta sem parar. Abri os olhos e , antes mesmo que eu levantasse da cama, correu para o banheiro e pegou suas roupas, esperando que eu descesse igualmente correndo.
- Quem é?! – Eu perguntei preocupado e com o coração batendo rápido.
- Como quem é? , abre esta porta eu preciso ir ao banheiro! – Aquela voz gritou. saiu correndo para o quintal apenas de calcinha e blusa e por mais que fosse uma cena cômica eu estava aflito.
- Vou abrir, espere! – Eu gritei de volta, rapidamente fechou a porta da sacada e eu abri a porta para .
Ela nem me cumprimentou e saiu correndo para o banheiro de hóspedes. Fechei a porta e respirei fundo tentando agir normalmente. saiu do banheiro e sorriu ao me ver.
- Olá meu amor. – Ela se aproximou de mim e beijou meus lábios, retribui mesmo sem vontade e separei nossas bocas. – , você estava dormindo? – Ela perguntou se afastando e indo em direção a mala que havia jogado. Começou a tirar algumas roupas emboladas e eu encostei na parede da cozinha.
- Estava, tirei a semana de folga. – Eu disse bagunçando meus cabelos. – Você voltou mais cedo.
- É, voltei. Não estava mais agüentando meus pais. – Ela disse pousando as roupas em seu colo e me olhando. – Eu preciso lavar essas roupas, estão fedendo a charuto e gato. – Ela disse, levantando. Na hora lembrei de duas peças de roupa de que ainda estavam ali. Corri para a frente dela.
- Não, deixe que eu lavo, você deve estar cansada da viagem. – Eu tentei fazer o tom mais convincente que eu tinha, ela sorriu me achando fofo e me deu um selinho.
- Obrigada amor. – Ela me deu as roupas e andou em direção ao sofá. Coloquei as roupas dela dentro do cesto e peguei as roupas de escondendo-as.
- , porque o sofá está úmido? – Ela perguntou apalpando o sofá e franzindo a testa.
- Ahn, eu... Eu derrubei ontem um pouco de cerveja, veio e ficamos conversando e acabei derrubando um pouco. – Eu era um gênio.
- Mas, você derrubou cerveja no sofá inteiro? – Ela parou me olhando, fiquei sem saber o que responder e ela percebeu. – , o que você está escondendo? – Ela levantou e veio em minha direção de braços cruzados.
- Nada. – Eu disse simplesmente. parou perto de mim e ficou quieta analisando o meu rosto.
- Quem esteve aqui? – Ela perguntou e eu tremi. Pisquei algumas vezes e respondi novamente.
- Ninguém, eu estava sozinho. – Eu tentei parecer convincente.
Ela inclinou a cabeça para o lado.
- Você não disse que veio aqui? – Ela perguntou agora cerrando os olhos.
Ri nervoso e andei em direção a cozinha abrindo a geladeira.
- Sim, , mas só estava eu e ele. – Eu disse pegando uma das cervejas que sobrou e abri.
Ela ficou em silêncio, pude sentir os olhos dela nas minhas costas, mas não virei.
- Você está mentindo, alguém esteve aqui. – Sua voz saiu mais baixa, virei o corpo olhando para seu rosto amargurado e um nó apertou meu peito. Não respondi e o silêncio respondeu por mim.
- Meu deus, alguém realmente esteve aqui. – Ela colocou a mão na testa e abaixou os olhos, sua respiração começou a ficar ofegante, coloquei minha cerveja na bancada da pia me aproximei dela.
- ... – Eu chamei e ela me interrompeu dando um passo pra trás.
- Quem é? – Ela perguntou olhando o chão.
- , eu não estou te tra...
- Cale a boca! – Ela gritou, ok aquilo estava passando dos limites. – Não ouse mentir pra mim , você esteve ausente, você esteve diferente. – Ela começou a falar enquanto algumas lágrimas caíam de seus olhos. – Você não é mais o mesmo, eu estou perdendo o meu . – Ela disse agora baixo. – olhou por cima do meu ombro em direção a cesta de roupa. Rapidamente entendi o que ela quis fazer, ela correu um pouco e começou a jogar várias roupas pra cima, viu que não havia nada. Olhou em volta e vasculhou a máquina de lavar e eu comecei a suar frio.
começou a jogar os produtos de limpeza no chão e quando derrubou a caixa de sabão em pó, que esparramou no chão, deixou cair todo aquele pó azul e ficou muda observando onde antes estava a caixa. Fiquei parado, estático, a observando. Sabia que ela havia achado rapidamente e pensei em uma desculpa pra dar, mas veio a mim, porque eu ainda estava com ela mesmo? Porque eu não a largava e ficava solteiro tendo a minha menina? Ela esticou a mão lentamente e pegou o sutiã branco em mãos. Ficou olhando sem dizer nada, as lágrimas escorriam por sua bochecha, eu pensei e cheguei à conclusão. Eu ainda estou com ela por medo de me deixar, mas ela me deixaria? Franzi a testa ainda olhando para , ela deixou as mãos caírem ao lado do corpo ainda segurando o sutiã e virou a cabeça na minha direção, seu olhar me deu arrepio. Me deu medo. Ela se aproximou de mim lentamente, e eu fiquei inquieto.
- Quem é? - Ela perguntou novamente, mas desta vez com a voz trêmula e carregada de ódio.
Fiquei mudo, não poderia responder, o ódio passou por seus olhos e sua mão acertou minha bochecha em cheio, fazendo queimar. Fechei os olhos e permaneci com a cabeça levemente virada. Ela largou o sutiã no chão e andou em direção a sua mala, continuei parado, apenas escutando ela até escutar a porta bater. Virei as costas olhando em volta e respirei fundo, em passos pequenos e lentos eu subi as escadas e entrei em meu quarto, empurrei a cortina da janela e apaguei a luz, deixando o quarto escuro. Eu não queria falar com ninguém, peguei meu maço de cigarro e acendi um sentando na cama e olhando para um ponto qualquer do meu quarto, me sentindo como nunca havia me sentido antes, inseguro.
Meu coração batia lentamente acompanhando minha respiração, amor é algo engraçado, não é? Eu tenho apenas dezessete anos de idade e tive a sorte de encontrar alguém pra dizer que amo, eu só fico triste por ser um tempo curto. era perfeito pra mim, ele era tudo que eu sempre quis. Carinhoso, maduro, romântico, e muito mais. Sentei na minha cama pensando, eu não queria machucar meu amor, mas eu lembro perfeitamente as palavras do Cícero, meu amigo médico. “Viva sua vida agora , tente não trazer ninguém pra dentro dela, é sofrimento demais perder quem amamos.” E eu desobedeci ao seu pedido. Mas quem disse que escolhemos. Eu ainda tinha mais algum tempo de vida, não tinha? O diagnóstico dizia que eu ainda tinha ao menos um ano. Um ano passa voando. Eu arrumei uma família, já que nenhuma queria uma menina que tinha uma doença em fase terminal. Eu me mudei para um lugar legal, comecei a estudar, fiz tudo que eu quis e que eu devia, a única coisa que eu não podia ter feito, eu fiz, e foi me apaixonar. Eu ainda pedi para que ele não se apaixonasse por mim, se somente eu estivesse amando, seria menos doloroso, mas não, ele desobedeceu tanto quanto eu. Ah meu . O cara que eu amo, o cara que eu queria poder passar o resto de minha vida. Não posso deixar que ele sofra, não posso deixar ele criando falsas esperanças. Meu sentimento é verdadeiro, mas minha vida é curta demais para encaixar dor e amor ao mesmo tempo. Ao menos, ele já sabia da doença, o enrolar hoje de manhã foi uma ótima ideia, não queria ir ao médico. Continuei ali sentada até começar a ficar enjoada, coloquei a mão sobre a barriga e a náusea voltou, coloquei a outra mão sobre a boca e saí correndo para o banheiro caindo de joelhos no chão e enterrando a cara na privada. Vomitei sentindo aquela sensação desconfortável pousar sobre mim, porque estava vomitando? Aquilo não era normal, talvez fosse por culpa da doença, tuberculose em fase terminal, nem fazendo tratamento teria chances, descobrir tão tarde era um deslize. Novamente meu abdômen foi forçado e eu vomitei. De repente tudo começou a fazer sentido, minha menstruação estava atrasada, eu havia tomado a pílula do dia seguinte, mas aparentemente ela não fez efeito. Deus criou a vida para ser cruel conosco? Ele me daria um filho sabendo que eu morreria, ele seria capaz de fazer aquilo comigo? Eu não podia contar a , eu iria criar aquela criança sozinha e depois daria pra adoção. Mas, eu queria que a criança tivesse a mesma vida que eu? Ela não teria, ela iria ser feliz, eu sei. Eu precisava me planejar, precisava ir embora, voltar quem sabe pra Essex e encontrar Cícero, ele poderia me ajudar. O amor é algo dolorido e maldoso, iria sofrer. Continuei ali começando a pensar no que faria com , ele não poderia sofrer, nunca.
Capítulo XI
Eu não conseguia dizer se era minha cabeça que estava explodindo ou era realmente alguém batendo insistentemente na porta do meu quarto. Só sei que talvez eu tenha fumado muitos cigarros e que a nicotina não estava me fazendo bem. Levantei vendo meu quarto todo escuro e de brinde, me lembrei o porquê do momento “ depressão”. A pessoa que batia sem parar na porta do meu quarto devia estar desesperada, o que novamente me traz de brinde a lembrança. Cambaleei um pouco com os olhos baixos, eu realmente não me lembro de ter tirado a roupa e deitado. Cheguei à porta e parei. Espere como entraram na minha casa? Ou era querendo me perdoar, querendo me zoar, ou . A ultima opção me fazia ter vontade de abrir a porta e assim que abri vi a figura de minha pequena, tão diferente e tão branca. Fazia-me ter a impressão de que ela estava mal. Ela tinha o punho fechado na altura da cabeça, como se iria bater na porta, mas assim que viu a porta abrir me olhou. Seus olhos estáticos, assustados e preocupados.
Sorri fraco pra ela dando espaço pra ela entrar, ela hesitou e eu estranhei. Ela andou lentamente e parou antes de chegar à cama. Fechei a porta e virei observando suas costas. Aquele casaco grande, que devia ser do seu pai de cor cinza, a calça jeans que ela pouco usava e o all star branco. Seus cabelos soltos caídos nos ombros. Ela estava arrumada. Algo estava errado.
- ... – Eu chamei, permaneci parado perto da porta e ela viro o corpo. Suas feições estavam duras, e seus olhos trincados, como se ela segurasse um choro. Segurasse alguma coisa. Dei um passo em sua direção e ela recuou. Parei de andar e franzi a testa.
- , ta tudo bem? – Eu perguntei estranhando sua atitude. Ela ficou muda olhou para o chão depois levantou os olhos pra mim novamente com as feições mais duras do que antes.
- Precisamos conversar. – Ela disse com uma voz que eu nunca havia escutado antes. Uma voz que me fez tremer, que me fez temer. Permaneci de testa franzida e aproximei-me dela.
- “Precisamos conversar”, isso me lembra no colegial quando eu levava um fora. – Eu ri nervoso sabendo que apesar da graça, aquilo não teria graça. A realidade é que eu me sentia exatamente como quando eu estava no colegial. Fraco, pequeno, insignificante e acabado. E não foi a toa. Assim que tentei segurar a mão de ela tirou rapidamente. Fiquei sério der repente. Agora sim eu estava preocupado.
- , o que foi? – Eu perguntei e ela sentou na cama passando a mão nervosamente pelo cabelo. Sentei ao seu lado olhando-a.
- Eu estou indo embora. - Ela disse deixando a voz falhar um pouco, levantou e ficou parada na minha frente. Franzi a testa levantando e olhando em sua direção.
- Indo embora? Por quê? – Eu perguntei tentando enxergar seu rosto, mas a escuridão não permitia. Ela respirou fundo e engoliu em seco.
- Eu cansei daqui. – Ela disse dura.
- Cansou? você está louca? – Eu disse passando a mão lentamente em seu rosto e rindo nervoso, ela estava gelada, e afastou o rosto rapidamente.
- Não , não estou, olha não dá pra ficar aqui. – Ela disse um pouco impaciente, caminhando em direção a porta. Minha ficha caiu, ela realmente estava indo embora, como em meu sonho. Meu coração foi na boca e eu comecei a ofegar.
- Você não pode fazer isso. – Eu disse baixo. Ela não olhou pra mim, manteve o olhar fixo no chão. – , porque esta fazendo isso? – Eu perguntei me aproximando dela.
- Eu já falei, cansei. Eu vou embora. – Ela disse abrindo a porta e dando um passo pra fora.
- Não! – Eu disse segurando seu braço e encostando-a na ao batente da porta. Encostei minha testa a dela e fechei os olhos, ela fechou os olhos e eu pude perceber sua respiração um pouco ofegante. – Eu te amo. – Eu falei e ela me empurrou andou em direção a escada e parou, ficou de costas um tempo e depois olhou novamente para mim. Eu estava encostado na parede, acabado. Minhas feições deviam mostrar meu desespero.
- Cansei de você . – Ela disse fechando os olhos e olhando diretamente nos meus. Comecei a sentir frio, muito frio. Ela foi se afastando lentamente de mim de costas, ela abriu a boca, mas nada saiu, logo depois ela olhou pro chão e olhou novamente pra mim. – Acabou.
Ela desceu as escadas lentamente. Fiquei parado observando enquanto ela descia. Espere aquilo não fazia sentido. Desci rapidamente indo atrás dela.
Segurei em seu braço fazendo-a parar no último degrau, ela olhou pra mim de olhos arregalados e ela estava ainda mais pálida.
- Tem alguma coisa errada. – Tinha um pouco de desespero em minha voz. - Tem alguma coisa errada que você não quer me contar.
- , não tem nada errado. – Ela disse soltando de mim e andando.
- Tem sim! – Eu gritei e ela colocou as duas mãos na altura da cabeça puxando levemente os cabelos e soltando. Virou pra mim e me olhou.
- Quer saber a coisa errada?! – Ela perguntou se aproximando de mim.- Você é a coisa errada! Você e esse seu amor idiota! – Ela apontava e respirava fudo. - Você é tão tolo sabia?! – Ela foi jogando aquilo pra cima de mim e eu fui engolindo. – Eu falei dês do começo! Não era pra se apaixonar! Imbecil, você não escuta? – Ela começou a ficar furiosa, de uma forma que eu nunca a vi ficar antes.
- Mas... – Eu tentei dizer.
- Mas nada ! Mas porra nenhuma! Acabou caramba! – Ela gritou. – A-ca-bou, entendeu? – E Ela virou as costas abrindo a porta e batendo-a com foca logo depois de sair. Eu permaneci ali estático olhando a porta por onde ela havia saído e sem me dar conta. Escorreguei pela escada sentando. Eu me sentia bêbado talvez bêbado de decepção, eu não pude controlar quando senti minhas bochechas molhadas e os soluços saindo de minha garganta. Eu realmente era um imbecil. Eu queria morrer, queria cessar essa nova dor que havia surgido dentro de mim. Uma dor incontrolável que rasgava e quebrava meu coração como se fosse algo de brincar. Porque se apaixonar? Porque amar, se gastar, temer pela pessoa, se depois ela vem e brinca com você e decide acabar com a diversão. Eu era aquilo, diversão. Para todos, eu era um idiota, imbecil, como ela disse. Eu era tudo aquilo e ao mesmo tempo um nada.
O mundo da voltas e quem diria que apenas uma pessoa poderia destruir uma vida quase perfeita? Quem diria que em apenas um dia tudo que você poderia ter, iria ralo abaixo. Por culpa de uma pessoa. Por culpa de um sentimento. Algo que eu nunca mais quero sentir, algo que faz com que eu queira me matar. Algo que me faz, já sentir como se eu estivesse morto. Talvez eu estivesse, e estava no inferno sem me dar conta. Na realidade eu não sei de absolutamente nada, só que eu queria não acordar amanhã, e dormir como estou dormindo agora, morrendo.
Saí correndo daquela casa não agüentando mais segurar o choro, meu nariz ardia, minha garganta latejava e meus olhos doíam. Não consegui andar direito. Caí depois de dar alguns passos ralando meu joelho e chorando, um choro alto e doloroso. Afinal, não era apenas ele quem estava sofrendo. Aumentei o choro em pensar que ele estava sofrendo. Meu , agora não era mais meu. Respirei fundo com dificuldade e levantei, caminhei até minha casa e entrei, mais uma vez meus pais não estavam em, como eu havia pedido. Subi as escadas indo em direção ao meu quarto e não pude continuar o trajeto, assim que bati os olhos na janela algo apertou meu coração com tamanha força que me fez soltar um grito de dor. Lembrar de tudo, de todos os dias, de vê-lo ali esperando por mim quase desistir me fez de tudo e viver o que resta de mim ao lado dele. Mas ele não merece mais sofrimento.
Novamente me senti enjoada. Respirei fundo segurando o enjoou e peguei a pequena mochila que eu havia feito com roupas e coisas necessárias. Minha respiração estava pesada e meu peito doía, tudo estava ficando embaçado, e uma dor de cabeça insuportável. Continuei caminhando, eu tinha que chegar a porta, eu havia combinado com o taxista exatamente esse horário, se eu chegasse até a porta, daria tempo de entrar e ir embora. Caminhei com muita dificuldade e a tosse forte e incontrolável começou sem forças pra segurar a tosse eu continuei tossindo e esbarrando nas coisas da sala, cheguei a porta e abri avistando o taxi, respirei fundo sentido o gosto de sangue e caminhei até o taxi abrindo e sem dizer nada ele seguiu. Abri a bolsa com rapidez e tirei duas milagrosas pílulas que eu sabia que não curavam, mas ajudavam um pouco. O taxi seguiu para a estação de trem e minha respiração e estado foi voltando ao normal, mas as lágrimas ainda rolavam com naturalidade por minhas bochechas. Peguei meu celular na mão e disquei um número buscando ajuda. E a ajuda... Não era pra mim.
No sonho eu estava dentro de um quarto, esse quarto me trazia calma, ele tinha uma cor azul bebê tranqüilizante. Apesar de estar tudo embaçado eu ainda conseguia ver algumas coisas, eu caminhei pra perto da porta e um objeto retangular grudado nela me chamou a atenção, era uma placa, com algo escrito, não conseguia ler, estava difícil demais para enxergar. Quanto mais eu me aproximava mais escuro e embaçado a imagem ia ficando, e escuro e mais escuro e a tranqüilidade ia embora e logo eu comecei a escutar sons e sentir dores. Na cabeça, nas costas... E no coração.
- Dude... – Alguém chamou. – Dude... Acorda aí cara. – Ele pediu com a voz baixa. Ele estava agachado ao meu lado e mantinha uma feição de piedade. Ótimo era só o que eu precisava, alguém pra sentir pena de mim, e logo . Aos poucos fui abrindo mais os olhos, mas não me mexi. Olhei em direção a porta e fiquei com os olhos grudado lá.
- O que está fazendo aqui? – Eu perguntei com a voz baixa, quase em um sussurro. Ele respirou fundo e sentou ao meu lado olhando pra mim.
- me ligou, disse que você estava precisando de mim. – Ele disse e eu senti dor ao escutar seu nome, franzi a testa fechando os olhos tentando me recuperar da dor e comecei a sentir nojo. Nojo de mim, dela e toda a tolice que eu cheguei a sentir por ela. Soltei uma risada de nervosismo e raiva.
- Te disse o motivo também? – Eu perguntei quase que rudemente.
respirou fundo novamente e olhou em direção a porta, ele ficou em silêncio depois começou a falar.
- Existem muitas coisas que não conseguimos explicar, muitas coisas sem sentido, que parecem muito erradas. – Ele começou a dizer. – Eu sei que ela me disse que você não estaria bem, e eu sei que ela também não estava.
Ele disse tudo e depois me olhou. Ela era louca, não é possível. Porque ela ficaria mal? Porque se daria ao trabalho de ligar pra se não me amava, não dava a mínima pra mim.
- Ela fez tudo isso pra parecer vítima, ela é uma mentirosa , uma mentirosa e uma vadia. – Eu disse com desgosto. Ela era uma mentirosa agora aos meus olhos, ela mentiu todo esse tempo, dizendo que me amava, me iludiu, alimentou um sentimento que antes eu achei que nunca existiu, mas que agora eu percebi que só serve pra acabar com a vida das pessoas.
- Ela não mentiu, ela te ama. – disse sério me olhando. Eu só não ria da cara dele porque ele era meu amigo e porque minha cabeça e costas doíam muito.
- Tolo, até você caiu na lábia dela. – Eu disse me mexendo tentando levantar.
- não precisava dizer que te amava , os olhos falavam por ela. – Ele disse agora impaciente.
- Ah é? – Eu finalmente levantei esticando os braços e rindo debochado. – Não se iluda. – Eu caminhei até a cozinha abrindo o armário e pegando uma garrafa fechada de gim. Álcool é o melhor amigo do homem. Abri a garrafa, caminhando de boxers até o sofá de um jeito desengonçado e me joguei, ligando a TV e assistindo um desenho qualquer que passava. se aproximou de mim com as mãos no bolso e ficou me observando.
- Quem diria, está bebendo por um fora. – Ele tentou fazer graça.
- Que fora nada, ela só era boa de cama. – Eu disse tentando parecer forte. Mas me conhecia demais para tentar mentir.
- E você acha que engana quem, ? Só a si mesmo. – Ele disse sentando ao meu lado. – Porque de dez palavras que você falava pra mim, doze eram . – Ele disse pegando a garrafa e dando um gole.
Fechei os olhos novamente ao escutar o nome dela.
- Não fala mais o nome dela está bem? – Eu pedi sério. – Não quero nunca mais saber dessa garota. - Eu arranquei a garrafa de suas mãos e dei um grande e demorado gole. Era pra ficar bêbado? Claro, porque não? Porque não ir até a casa de uma pessoa e dizer palavras que ela nunca pensou que escutaria? Porque não iludir alguém e quando ela estiver perdida e jogada a você, você não pega seu coração e esmaga feito um carro passando por cima de algo. Por quê? Eu me faço a mesma pergunta... Eu só quero saber por quê. Ou talvez eu não queira.
Acordei desconfortável, dormir na casa de quem eu não falava há muito tempo era estranho. Ainda mais quando você tinha que levantar a madrugada toda para vomitar e não saber quem pode encontrar no caminho.
Eu já estava decidida, iria arrumar um emprego, arrumar um lugarzinho e viver até o fim da gestação, se fosse possível. Claro que eu pensei em mil coisas, como talvez abortar, ou até mesmo o imprudente, se é que me entendem. Caminhei até o banheiro e assim que vi minha cara me assustei. Chorar não me faz bem, depressão também não me faz bem. Duas bolas roxas contornavam meus olhos e eu não queria nem pensar novamente no motivo delas. Trazia-me ânsia e dor... Muita dor. A verdade é que eu não estava realmente certa do que tinha feito, poderia ser um erro fugir de quem realmente se importa comigo. Mas esse pra mim era o grande problema, ele se importava demais, e saber que eu não estaria aqui iria deixá-lo desesperado. E se ela quisesse fazer algo idiota? Ou pior, e se ele decidisse me largar. Eu ficaria mil vezes pior. Por quê? Porque eu o amo mais que tudo, eu que estou esperando um filho dele, eu que iria viver o resto inútil de vida que tenho sofrendo e desejando morrer o mais cedo possível, ele ainda tem uma vida inteira pela frente pra conhecer outros amores. Eu posso até estar sendo injusta ao esconder um filho dele, mas porque vou acabar com a vida dele desta forma? perderia o amor da vida dele e de brinde ganharia uma criança? Não está certo. Ele não merece tanta confusão, tanta coisa errada. Não é pra esta vida, esta é a minha vida. E eu não quero ninguém vivendo na merda como eu vivi.
Meus pais biológicos morreram em um acidente de carro e sem parentes, sem nada eu virei órfã e fui para o centro. Eu sempre fui auto-suficiente, nunca quis ninguém e nunca precisei de ninguém. As famílias vinham e me adotavam, mas eu sempre voltava. Quando eu tinha dez anos de idade no orfanato, achava o máximo essa de ser diferente, até começar a me sentir mal e tossir, tossir sem parar. Ser diferente naquele tempo nunca me pareceu algo tão injusto. Eu não contava pra ninguém das minhas crises, dos desmaios e das tosses. Eu nunca contava. Até fazer quinze anos de idade e me acharem desmaiada dentro do banheiro. Depois daquilo, família nenhuma queria mais me adotar, e eu havia feito promessas. Promessas do pouco tempo de vida, de aproveitar, de viver. A bondade das pessoas atingiu o limite quando com dezesseis me adotaram. Certo, não eram meus pais biológicos, mas eu os via como meus pais. E já era tarde demais para tratar da doença. Conheci Cícero aqui em Essex e viramos amigos já que ele era médico. Fugi de um romance e fui morar em Londres. E agora cá estou eu, quase que acabada, se não já acabada. Fiquei ainda um tempo me olhando no espelho até Cícero entrar no banheiro.
- Bom dia. – Ele disse baixo. Sorri fraco e ele passou a mão em minha cabeça. – Você está mal. – Ele comentou. Não estava mais do que correto, eu estava mal. – Depois desça pra tomar café, quero te apresentar a minha mulher. – Ele disse já descendo. Concordei com a cabeça e passei uma água no rosto. Ok, era a hora da dose de “Minha vida é perfeita, sinta inveja”. Eu não sentia, mas não é proibido desejar que sua vida seja perfeita, mesmo sabendo que a minha nunca seria.
Duas semanas haviam se passado e eu não saía da merda. Eu vou explicar pra vocês, o que no caso seria merda: Eu acordo, desço, pego uma fatia de pão, uma cerveja, vou para o sofá e sento a bunda nele o dia inteiro tomando cerveja. Quase não como nada, subo, deito na cama, tento dormir o que é quase impossível, fico acordado até quase cinco horas da manhã, durmo, acordo de tarde... E é assim. Não preciso dizer por que né? Não estou trabalhando ultimamente, não estou atendendo telefonemas. Não estou ligado ao mundo, eu estou vivendo minha vida fechada dentro de uma caixa que chamam de casa. E nessas de pegar uma cerveja e sentar a bunda no sofá eu escuto vozes. não veio mais aqui depois da última vez que... Ela... Pediu. Doía pensar nela, doía lembrar seu cheiro, doía ver aquele sutiã branco jogado no chão da minha cozinha. Eu deixava minha janela agora fechada, não tinha coragem de olhar porque eu sabia que o quarto dela estaria vazio. Eu me lembraria que tudo não passou de uma mentira.
As vozes vinham da porta da frente, eu já tinha uma ideia de quem era.
- Caramba, isso aqui 'tá um lixo. – Escutei um deles falar.
- Olha, um sutiã! – Eu escutei o outro.
- Porque os dois não calam a boca e vão pra sala hã? – Finalmente ordenou.
, e . Meus melhores amigos, e que no momento não iriam ajudar em nada. Continuei sentado com a cerveja recém aberta na mão e com a televisão ligada em um desenho qualquer, sim desenho. Não que eu prestasse atenção, era bom pra me distrair.
- . – Escutei me chamar, nem me dei ao trabalho de virar parar ter certeza que ele me olhava com cara de pena. Ele se aproximou de mim enquanto ia até as cortinas e abriu todas, deixando aquela luz forte invadir a minha sala. Cerrei os olhos enquanto entrava logo depois me olhando. Os três se alinharam na minha frente, e eu dei mais um gole olhando na direção deles.
- Vão ficar me olhando com cara de idiotas, ou vão dizer porque vieram me atazanar? – Eu perguntei tomando mais um gole da cerveja. A verdade era que, depois do dia que eu dormi na escada eu não me permiti chorar, derramar uma lágrima por ela, ou por tudo que aconteceu. Sim, eu era orgulhoso, muito na verdade, mas eu nunca chorei por nenhuma garota em toda minha vida, e agora que eu sou um homem, maduro, com a vida feita, uma pirralha aparece e me enfraquece por inteiro? Não iria dar o braço a torcer.
- Viemos te tirar do fundo do poço. – Disse .
Respirei fundo pousando minha cerveja em cima do sofá.
- Ah... – Olhei pra baixo levantando a boca da lata na altura da minha. – Não... Obrigado. – Eu disse antes de tomar mais um gole. Os meninos suspiraram.
- , você não pode ficar assim pra sempre, já passou duas semanas. – Disse sério.
- É, e sem contar que você precisa trabalhar, ou você acha que vão esquecer de mandar as contas de luz e o resto pra você? – Disse , não falei nada fiquei mudo. – E também... Sentimos falta do nosso melhor amigo. – Ele disse meio pra baixo. Tudo bem, eu até admitia que estava agindo de forma errada, mas eu não sentia vontade de viver mais, pra que também? Pra depois descobrir que talvez tudo era uma mentira, novamente? Não, obrigado.
Não olhei para os meninos, na realidade fiquei mudo esperando eles desistirem. bufou e saiu andando.
- Pelo menos um já desistiu. – Eu disse terminando minha cerveja, amassando e jogando no mesmo lugar que as outras. Os dois ainda ficaram me olhando e eu dei um pulo quando senti algo gelado me cobrir, abri a boca sentindo a água que me molhava inteiro e quando olhei pra trás segurava um balde verde de água na mão.
- Se não vai por bem... Vai por mal. – Ele disse colocando o balde no chão e me pegando pelo pulso, eu bem que queria resistir, mas só me dei conta de que tava bêbado quando comecei a andar. me “jogou” pra dentro do banheiro de hóspedes e ligou o chuveiro no gelado me colocando em baixo dele. Resmunguei assim que senti aquela água congelando me molhar. A quanto tempo eu não tomava um banho decente mesmo? olhou sério e bravo pra mim e disse.
- Vou te trancar nesse banheiro e você vai tomar um banho, se vestir e começar a viver! – Ele disse sério, eu odiava quando ele decidia dar um de certo pra cima de mim, porque eu sempre ficava pensando. – Larga de ser patético, larga de ser um miserável. – Ele começava a abaixar o tom de voz. – Não é porque uma mulher te deu um fora que você vai esquecer da sua vida, existem pessoas que te amam, existem pessoas que querem seu bem... – Agora eu estava literalmente ensopado minha boxer estava pesada e minha blusa branca, suja, colada no meu abdômen. – Mas do que adianta ? Do que adianta querer ajudar se você não quer ser ajudado? Você precisa parar de agir como uma criança birrenta que perdeu o pirulito e começar a agir como um adulto que tem uma vida inteira pela frente. – Ele disse cutucando meu peito. – Faça algo, antes que você perca as únicas pessoas que você ainda tem. – Ele terminou de falar ainda me olhando, os meninos já estavam na porta observando, não agüentei eu senti meus olhos doerem e minha garganta fechar, comecei a chorar, me puxou pelo ombro e me abraçou, enquanto e assistiam com pena. Chorei tudo que as duas semanas engolindo o choro me permitia e ainda me abraça. Nessas horas você vê quem é seu amigo. sempre esteve aqui, e ele era meu amigo de verdade.
Afastamos-nos enquanto eu respirava fundo e soluçava.
- Agora tome um banho e saia daqui digno de . – Ele disse me dando força, e foi o que fiz. Fiquei ainda um tempo pensando. Ele estava certo, não adiantava eu ficar pensando que eu ia ficar na merda pra sempre. Talvez eu sinta dor, mas uma hora passa... Não passa? Eu só espero. Tirei a roupa molhada e joguei-as no canto do chuveiro. Tomei um banho decente e demorado, permitindo-me pensar nela um pouco, e descobri que pensar nela doía menos do que fingir que ela não existia. Era mais fácil aceitar o fato de que tudo tem um fim, mesmo que esse fim fosse o mais doloroso possível. Saí do banho e encontrei minha casa limpa, terminava de jogar algumas latinhas no lixo e jogava a poeira pela porta. estava sentado me esperando. Saí ainda com os olhos inchados e olhei pra eles.
- Pronto. – Eu abri os braços mostrando que estava vestido.
- Agora você vai vir com a gente até o estúdio e vamos trabalhar um pouco. – Disse me olhando, assim como e . Concordei com a cabeça e peguei minha carteira e meu maço de cigarro de cima da bancada. Saímos os quatro juntos estávamos em frente a minha casa, eu parei olhei para a casa ao lado e olhei para .
- Se vocês não se importarem, eu queria fazer algo antes. Eu olhava pra casa, virei e olhei para , ele respirou fundo e deu de ombros. Os outros também.
- Espere que eu já volto. – Eu disse caminhando em direção a casa ao lado, a casa que era dela.
Toquei a campainha e sua mãe atendeu. Seus olhos estavam igualmente inchados como os meus. Mas ela não pareceu perceber.
- Ora , entre. – Ela tentou sorrir. Entrei sorrindo também. Seu marido não estava em casa, ela colocou um café pra mim e começamos a conversar, ela acabou contando da fuga de , e quando escutei seu nome fechei os olhos impulsivamente. Estava bom saber dos motivos que ela acreditava ser, mas algo me prendeu a atenção.
- sempre foi auto-suficiente. – Ela tomou o último gole de seu café. – Digo, nós a adotamos por causa disso.
- Adotamos? – Eu perguntei quase que engasgando.
Ela me olhou em dúvida e depois sorriu.
- Sim, é adotada, a adotamos quando tinha quinze, ela sofria e ainda sofre de tuberculose, e como nunca contou a ninguém a doença chegou à fase terminal. – Arrependi-me de ter me interessado pelo assunto. Fase terminal, ela sabia e não me contou. Ela sabia e me poupou. Porque faria isso? – sempre foi muito forte, ela tinha suas crises, mas depois vivia de cabeça levantada. Quando morávamos em Essex, ela chegou a começar a gostar de um carinha, mas depois, antes mesmo deles poderem sentir algo um pelo outro ela pediu pra vir à Londres, disse que se não fizéssemos isso, seria doloroso demais para ela. – Ela deixou uma lágrima cair de seu olho. – Fizemos e cá estamos, mas ela fugiu novamente, agora... Do que eu não sei. – Eu sentia vontade de chorar, eu queria acreditar, mas também eu não queria acreditar. Tudo me deixava confuso demais. Pedi licença e subi dizendo que ia ao banheiro, assim que cheguei ao andar de cima, entrei em seu quarto. Seu cheiro me invadiu de uma forma assustadora, que quase me dopou. Sentei em sua cama macia e fechei os olhos, era como se ela ainda estivesse ali. Sentei-me novamente e fiquei observando tudo em volta. Parei o olho no banheiro de seu quarto, era como se algo lá dentro estivesse me chamando. Levantei e caminhei em direção ao banheiro. Entrei e olhei em volta. O banheiro igualmente arrumado. Tinha duas peças de roupa suas jogadas no canto, devia ser um pijama e eu sorri lembrando de como ela nunca estava nem aí pra vida. Olhei mais uma vez em volta e bati o olho de relance no lixo do banheiro. Eu vi um objeto retangular, jogado ali, caminhei na direção do lixo e abaixei pegando o objeto em mãos. Eu sabia muito bem o que era, só não conseguia colocar em minha cabeça o que aquilo fazia ali. Olhei os três tracinhos rosas do teste de gravidez. E tudo começou a fazer sentido e a dor de cabeça ia voltando e voltando e eu fugi do mundo, fugi de tudo. Só acordei quando eu vi alguém entrar no quarto e parar na porta do banheiro olhando de olhos arregalados do teste de gravidez pra mim. Olhei pra ele e sem pensar duas vezes desci correndo as escadas, saí correndo em direção ao lado de fora sem nem me despedir da mãe de . E caminhei em direção a minha casa vendo e olhando confusos pra mim.
- ! – chamou. – , espere!
Eu entrei em casa e apenas estiquei a mão para pegar a chave do meu carro.
me alcançou ofegante e me olhou confuso.
- Onde vai? – Ele perguntou de testa franzida e com um tom alarmante na voz.
Fechei a porta da casa e tranquei, coisa que eu não fazia. Tirei a chave da porta e coloquei no meu bolso olhando para ele.
- Vou à Essex.
Capítulo XII
Eu estava deprimida, duas semanas haviam se passado, eu arrumei um emprego em um café aqui em Essex e com o pouco dinheiro que eu gastava, sobrava um pouco pra guardar e esperar pra achar um lugarzinho pequeno. Cícero era realmente um bom amigo, e sua mulher Emilia era um amor de pessoa. Eu já estava grávida há três meses. Eu estava feliz por isso. Acho que quando você percebe que existe um pequeno ser humano dentro de você tudo fica um pouco mais colorido, agora o que assustava era o fato de eu estar há um mês longe de .
Eu não podia tomar mais os remédios que eu tinha, então eu evitava ao máximo passar por qualquer tipo de estresse. Eu pensava em todo dia, chorava de saudades, de mágoa de mim mesma, mas Cícero dizia que iria passar, mesmo eu sabendo que não iria. Cícero disse que eu poderia ficar o tempo que for, mas logo eu faria dezoito anos de idade e teria idade suficiente para alugar meu espaço, não queria comprometer a privacidade dele e de sua mulher.
Eu estava na sacada do quarto de hóspedes que dava para um lindo jardim da casa de Cícero, como eu tenho feito nos últimos dias, sentada na rede e pensando, com a mão por cima da barriga e acariciando-a, quase como se eu pudesse acariciar meu pequeno que estava dentro dela. Eu estava curiosa pra saber se era menina ou menino, mas eu também queria deixar para o final, não queria planejar coisa alguma, eu só precisava planejar o agora.
- ? – Escutei alguém chamar, eu olhei em direção a porta da sacada e vi Emilia. - Está fazendo o quê? – Ela perguntou sorrindo.
Sorri fraco pra ela, respirando fundo e me ajeitei na rede para que ela pudesse sentar também. Ela sentou e me olhou.
- Estou pensando. – Eu respondi um pouco longe.
- Você faz bastante isso, não faz? – Ela disse dando uma gargalhada. Emilia era nova, devia ter vinte anos de idade, ela era extremamente bonita, de um jeito tão simples e tão perfeito que me dava vontade de tê-la como irmã, às vezes até ser ela.
- Faço... – Eu ri um pouco. – Eu penso muito porque, quando você tem problemas, ou você aprende a viver com eles, ou simplesmente foge. – falei, voltando o olhar para o horizonte.
- Mas no seu caso, você conviveu com eles? – Ela perguntou em dúvida. Eu parei um momento e percebi o quanto eu era fraca, covarde e como eu sempre fugia. Olhei para ela novamente e observei bem seus olhos antes de começar a falar.
- Sabe, quando nada está certo em nossas vidas, temos a mania de encarar tudo como um problema, como algo ruim... – eu comecei a falar. – Emilia, eu sempre me achei forte, independente, mas a verdade é que eu sempre fujo, eu sempre me escondo... Não sou uma pessoa forte, e muito menos independente. – Eu disse e ela sorriu em compreensão.
- , Cícero sempre me falou de você como “A” garota, sempre me falou de você como a pessoa mais cabeça erguida que ele já viu, e se quer saber eu concordo com ele. – Ela disse e eu franzi a testa. – Você é forte sim, se não fosse teria desistido de tudo, teria tomado algo e se matado, ou estaria na rua bebendo e fazendo coisa pior... Mas não, , você está aqui, está trabalhando, procurando um lugar pra sozinha criar uma criança e tudo isso com apenas dezessete anos de idade. – Ela segurou minha mão. - Você é forte sim, e independente, talvez você só não dependa de outras pessoas porque elas te enfraquecem não de uma forma ruim, mas de uma forma que te faça esquecer o porquê de ter começado tudo.
Meus olhos se perderam na realidade bruta que ela me dizia, eu senti meus olhos marejarem, abracei-a com força e funguei.
- Obrigada, Emi. – respirei fundo e ela me abraçou também, acariciando meus cabelos. Eu poderia não estar feliz, mas minha vida ainda continuava.
Emi saiu do quarto me deixando sozinha e uma curiosidade de saber porque havia parado de me ligar subiu à minha cabeça. Peguei meu celular em mãos e disquei o número de .
- ? – Ele atendeu.
- Oi . – Eu cumprimentei, enxugando algumas lágrimas que insistiam em cair.
- Como está? Como está meu sobrinho? – Ele perguntou feliz.
- Sobrinho? – Eu perguntei confusa. Espera, ele estava falando do meu bebê. – Como sabe que estou grávida?
Ele ficou mudo um tempo e depois respondeu, ele me contou que já estava sabendo de tudo, já sabia o porque de eu tê-lo deixado, já sabia que ia ser pai e que estava me procurando. Sem ter noção alguma, eu comecei a chorar, mas um choro de felicidade e desgasto. Desliguei o telefone e deitei-me na cama chorando baixo com o celular do meu lado, de repente a luz acendeu e ele começou a vibrar, meu coração parou de bater.
Eu devia estar procurando há um bom tempo, não estava cansado, na realidade eu estava elétrico. Ela me deixou por medo de me machucar, de me assustar. Ela ainda me ama. Aquilo me trazia uma felicidade tão grande que meu peito pulava de um jeito estranho, eu estava ansioso, eu tinha que ir atrás dela, tinha que achá-la de alguma forma. Tudo bem que Essex não era pequena e que seria difícil, mas nada na vida é fácil e mesmo com tantas dificuldades eu queria meu amor de volta, eu queria a minha pequena comigo, minha pequena que estava grávida.
Aquilo só me deixava pensando, eu ia ser pai. Há, que coisa. Vi a placa do bairro que eu havia freqüentado no último um mês e continuei dirigindo, parei o carro no farol da cidade e pensei no quanto eu estava preocupado em não achá-la, eu não havia ligado mais depois da última vez que tentei à três semanas atrás. não atenderia, mas e se ela não estivesse em Essex, e se estivesse ainda em Londres? Algo me dizia que ainda estava aqui e eu tinha quase certeza.
Peguei meu celular e estacionei o carro em frente a um café. Desci e sem olhar pra frente ou para os lados, sentei em uma mesa perto da porta e liguei para seu celular. Chamou, chamou, chamou e nada. Respirei fundo e uma garçonete veio me atender. Pedi um café e um bolinho, como sempre. Continuei ligando, algo me dizia que ela via o celular tocar, só não queria atender. Liguei mais uma vez, alguém atendeu e ficou mudo logo em seguida. Também fiquei mudo, dava para escutar sua respiração e eu estava estático, com frio e meu coração palpitava. Eu estava sem reação, sem saber o que falar e com uma grande vontade de chorar.
- ...? – Eu chamei com a voz rouca, baixa e falha e então a escutei soltar o ar. – E-eu sei... Eu sei de tudo. – gaguejei.
- Me perdoe... – Escutei sua voz e meu coração apertou, ela estava chorando e seu choro era baixo e doloroso. Minha vontade era de gritar, minha respiração estava trêmula e ofegante.
- Eu não tenho medo, eu só quero ficar ao seu lado, só quero estar contigo e ajudar enquanto você está com um filho nosso dentro de você. – Eu sentia minha voz falhar e sair em sussurros, não parou de chorar, fechei os olhos escutando sua respiração ofegante, porém falha. – Me diga aonde está? – Eu pedi sentindo meus olhos arderem.
- E-eu e-estou em E-Essex. - Ela disse tentando segurar o choro, eu sabia que ela estaria aqui, sabia que a encontraria.
- Eu também. – Eu disse sorrindo fraco. – Me diga onde está e eu vou até aí. – Eu disse já levantando.
- Não... – Sua voz saiu mais calma. – Me encontre no parque do centro em frente ao lago, daqui a quinze minutos, tem um pequeno banco quebrado, é o único. – sussurrou e eu imaginei que ela estivesse sorrindo. Sorri e concordei desligando o telefone. A garçonete se aproximou de mim com o pedido e eu sorri sem graça.
- Tem como levar pra viagem? – Eu pedi, ela me olhou confusa e depois assentiu, um cara que vinha aqui todo dia e fazia a mesma coisa de repente mudar sua rotina era algo confuso. Esperei um pouco e ela veio com o pedido dentro de um saco, agradeci e paguei. Saí do café, andando em direção ao carro. Entrei e meu telefone começou a tocar, era .
- Alô. - Atendi sorridente.
- ? Cara, 'tá tudo bem? – Ele me perguntou preocupado.
- , eu a encontrei – falei quase sussurrando. – Vou me encontrar com ela daqui a dez minutos. – Eu sorria abertamente.
- Eu disse cara, ela te ama. – disse pra mim. – E ah, dude... Seu filho está ótimo. – Ele disse e eu franzi a testa.
- Como sabe? – Eu perguntei franzindo a testa.
- Ela me ligou, pra saber por que você estava ligando pra ela. – Ele disse tudo normalmente. Minha ficha caiu, havia lhe dado coragem para atender ao telefone.
- Obrigado cara, de verdade.
Desligamos o telefone e eu dirigi indo em direção ao parque do centro que agora eu conhecia. Cheguei e estacionei o carro entrando no parque quase correndo. Eu não estava atrasado, apenas ansioso. Queria ver minha menina, queria abraçá-la e beijá-la. Avistei o banco quebrado, mas não havia ninguém ali, o céu começava a escurecer e eu fui me aproximando. De longe eu pude ver a figura de uma menina com os cabelos soltos, usava um casaco grande e andava na minha direção.
Parei de andar e a encarei, ela me viu também e parou como se fosse um choque me ver. Respirei fundo escutando meu coração quase explodindo e minha respiração que estava alta. Ficamos nos olhando por um tempo, saía vapor de nossas bocas conforme o tempo ia esfriando. Não agüentei mais, comecei a correr em sua direção e ela fez o mesmo correndo em minha direção, o céu já havia tomado a cor escura e a única coisa iluminando aquele parque era a lua, que estava cheia e linda. Alcançamos-nos e eu abracei-a com força enquanto ela pulava em mim, nossos lábios se colidiram e nós nos beijamos com paixão, saudades e dor, tudo ao mesmo tempo. Dos meus olhos - lágrimas teimosas de emoção, felicidade e dor, por ter achado que nunca mais a veria - desciam por minhas bochechas, as lágrimas dela se misturavam com as minhas e começávamos a ficar ofegantes.
Coloquei-a no chão e aos poucos diminuímos a intensidade do beijo, deixando-o calmo e significativo. Separei nossas bocas e encostei nossas testas de olhos fechados, coloquei uma mão em seu rosto e com a outra mão eu segurava seu corpo colado ao meu. Ela respirava igualmente ofegante a mim deixando um soluço escapar de seus lábios.
- me perdoa... – Ela dizia chorando passando a mão delicadamente pelo meu rosto. – Por favor, me perdoa, me perdoa, eu tinha que dizer aquilo, eu não podia deixar você sofrer por minha causa me perdoa, por favor, me perdoa. – pedia sem segurar o choro. Eu funguei passando o dedão por sua bochecha e acalmando nossas respirações.
- Eu te amo. – eu falei baixo abrindo os olhos e encarando-a eu precisava escutar aquelas palavras vindo de sua boca, precisava ver e ouvir de qualquer forma. Ela abriu os olhos que estavam molhados e vermelhos e um arrepio passou pelo meu corpo ao me dar conta de que ela realmente estava em meus braços, aquilo não era mais um sonho idiota que eu tinha.
- Eu te amo, eu te amo mais que tudo . – Ela disse me olhando nos olhos com a voz carregada de culpa. – Eu nunca deixei de te amar, nunca! – Ela passava a mão no meu rosto, nossas testas ainda estavam juntas. – Tudo que eu disse era mentira, você sabe, não sabe ? Diz que sabe! – pediu um pouco desesperada. Beijei seus lábios de uma forma carinhosa tentando acalmá-la, passei a mão em seu rosto e sorri passando o nariz no seu.
- Eu sei , eu sei. – Eu disse abraçando-a com força. Ela retribuiu ao abraço e voltamos a colar nossas testas, enxuguei meu rosto com uma mão enquanto ela ainda chorava silenciosamente. Passei a mão lentamente por sua barriga sorrindo. E ela passou os lábios nos meus me dando um selinho demorado. Por mais que eu sempre soubesse, aquele momento eu conclui que era com que eu queria passar o resto da minha vida, era com ela que eu queria criar uma criança, era ela que eu queria olhar todo dia e dizer “Eu te amo” não da boca pra fora, mas com real, verdadeira e profunda intenção.
- Casa comigo? – Eu perguntei abrindo os olhos e olhando-a. Ela riu entre o choro e beijou meus lábios. – To falando sério, casa comigo? – Eu sorri com os olhos, abriu os seus afastando a cabeça da minha lentamente e me olhou. – Casa comigo. – Eu falei e desta vez não foi uma pergunta. Ela permaneceu séria, mas seus olhos sorriam.
fechou os olhos colocando uma mão em meu rosto e passando o nariz delicadamente pelo meu.
- , eu te amo. – Ela disse baixo em um sussurro. – E a coisa que eu mais quero é me casar com você. – terminou de dizer abrindo os olhos e me encarando. – Sim, eu quero me casar com você.
Sorri abertamente e peguei-a no colo girando-a e beijando seus lábios.
Eu estava em Essex, eu estava noivo, eu ia ser pai e eu estava com a mulher que eu mais amava em todo o mundo.
Já devia fazer uma hora que estávamos ali, estávamos deitados na grama do parque, estava deitada no meu peito passando os dedos levemente no meu peitoral por cima da minha blusa e do casaco. Eu fazia um cafuné lentamente em sua cabeça observando as estrelas. pousou a mão no meu peito e se aconchegou mais ao meu lado fechando os olhos e respirando fundo.
- How wonderful life is, now you’re in the world. – Ela cantou sussurrando, abaixei a cabeça lentamente observando-a e ela abriu os olhos me olhando, eu beijei seus lábios mais uma vez e ela sorriu.
- , está ficando tarde. – disse sem se mexer. – Temos que ir.
- Ir onde? – perguntei baixo, beijando o topo de sua cabeça.
- Pra casa. – Ela disse como se fosse óbvio, sem se mexer. Fiquei mudo, onde seria casa? Ela me olhou e sorriu. – Casa do Cícero, meu médico e amigo. – Ela disse levantando.
Não gostei muito de saber que estava dormindo na casa de outro cara, mas quando nós chegamos lá, eu vi que ele era casado e que sua mulher morava com ele.
- Cícero? – chamou enquanto entrava de mãos dadas comigo.
- Cozinha. – Uma voz feminina gritou. andou sorrindo segurando minha mão calmamente e entrou na cozinha, dois pares de olhos me olharam curiosos.
- Cí, Emi, este é meu... – ia dizer.
- Seu noivo. – Eu disse orgulhoso desta frase, os dois arregalaram os olhos e olharam para .
- ? “O” ? – A mulher perguntou. assentiu com a cabeça e riu da cara dos dois. – Noivos? – Ela perguntou novamente e eu abracei por trás encostando o queixo em seu ombro. A cara de espanto dos dois sumiu e sorrisos felizes tomaram conta.
- Temos que comemorar! – Disse Cícero.
não podia beber e eu não queria ver cerveja nem aqui nem na China, então todos tomamos sucos de abacaxi com hortelã feito por Emilia e ficamos conversando na sala. estava sorridente e entusiasmada e sempre que podia virava o rosto e me beijava delicadamente.
Ela levantou anunciando que ia ao banheiro e Emilia foi levar os copos a cozinha. Cícero me olhou e sorriu.
- Obrigado. – Ele agradeceu e eu sorri em confusão. – Nestas duas semanas eu não vi sorrir verdadeiramente nem se quer uma vez e agora sabemos que você a faz feliz. – Ele disse sincero e eu sorri em agradecimento.
- A verdade é que ela me faz feliz. – Eu disse olhando pra ele.
- ? – me chamou do topo da escada. – Vem, vamos dormir. – Ela completou e eu dei boa noite para ele e para sua mulher que voltava da cozinha.
- Boa noite gente. – disse pegando na minha mão. Andamos até o quarto e entramos, era um quarto simples, com uma cama de casal e uma varandinha, um banheiro e um armário. Nada muito exigente. abriu o armário e tirou uma camisa grande e branca com algumas coisas escritas, eu sentei na cama a observando. Ela se aproximou de mim e estendeu.
- É sua, pode usar. – Ela disse me entregando a camisa, eu peguei-a em mãos e lembrei quando ela desceu as escadas com ela quando estava em casa. Tirei minha camisa e olhei para ela enquanto ia até o armário novamente e tirava uma camisola de seda preta. tirou o casaco grande mostrando seu sutiã de lingerie roxo e logo em seguida a calça.
Como eu senti falta daquele corpo, fiquei observando-a tirar o sutiã de costas pra mim e o jogar no chão, seu cabelo espalhava nas costas e eu levantei caminhando até ela, que permaneceu de costas pra mim ainda segurando a camisola. Segurei sua cintura e encostei seu corpo no meu, afastei o cabelo de sue ombro e distribui leves beijos por lá, deslizei a outra mão lentamente para sua barriga e acariciei lentamente fazendo um caminho por entre seus seios. Ela se arrepiou e eu sorri passando os lábios por seu ombro.
Virei seu corpo e ela foi girando lentamente, me olhando nos olhos. Deixei minha boca entreaberta sem para de encará-la, deslizei uma mão para sua nuca segurando em seus cabelos e puxando seu corpo pela cintura. Eu fitava seu lábio de forma sedenta, como eu sentia falta do desejo que sentia por ela. Puxei sua cabeça pra trás segurando em seu cabelo e colei meus lábios em seu pescoço, distribuindo levemente beijos e mordidas naquela região. suspirou e voltou a olhar para frente, me encarando com desejo. Se ela soubesse os efeitos que esses olhares surtiam em mim.
Puxei-a comigo até a cama e senti minhas pernas encostarem nela, sentei e fui engatinhando em cima da cama enquanto engatinhava de quatro pra cima de mim. Deitei na cama observando seus seios descobertos e comecei a me excitar, beijou meu peitoral lentamente, alisando-o e eu virei na cama deitando por cima dela, entre suas pernas. Passei a boca pelo seu busto e ela suspirou baixo, eu sentia falta do seu gosto. Apalpei um de seus seios enquanto eu beijava outro com calma e paciência. gemeu, arranhando lentamente meus braços, porém fortemente ao mesmo tempo. Suspirei entre dentes, me arrepiando, e voltei na altura de sua cabeça com a boca entreaberta. Pude ver todo o desejo correr em seus olhos.
Sentei cruzando as pernas na cama enquanto ela sentava, suas pernas estavam entre as minhas, beijou toda minha barriga se apoiando no braço e tirou meu cinto. Puxei os cabelos de sua nuca lentamente, mordendo o lábio inferior, ela desabotoou minha calça e abaixou o zíper fazendo-a cair na altura dos joelhos, ela empurrou o resto da calça com os pés e deitei sobre ela novamente, beijando-a. Nossos beijos continham malícia, porém mais do que isso, continha paixão, saudades, amor. Pressionei meu quadril nela fazendo-a sentir minha ereção e ela empurrou seu quadril contra o meu. Deitamos direito na cama, minha boxer apertada estava realmente me incomodando. Passei as mãos pela lateral do corpo de e apertei sua cintura com força, beijando seu busto, desci um pouco mais a mão passando o dedo no cós de sua calcinha roxa e colocando a mão por dentro dela, fechou os olhos ao sentir-me tocar sua intimidade. Comecei a massagear o seu clitóris delicadamente sem desgrudar meus lábios de seu busto, eu dava beijos e passava os lábios por lá.
- Ah ... – Escutei-a gemer meu nome e aquilo me arrepiou. Continuei provocando-a enquanto ela soltava gemidinhos baixos de satisfação. Ela abriu um pouco a boca e puxou bastante o ar. Tirei minha mão de lá puxando sua calcinha para baixo e jogando-a no chão junto com a outra peça de roupa íntima. protestou com um gemido ao tirar minha mão de lá, mas logo minha boxer estava no chão junto com o resto das roupas. abriu os olhos e eu olhei pra ela. Lentamente e olhando em seus olhos eu a penetrei, vendo-a soltar todo o ar que havia sugado em um suspiro. Com o olhar significativo que ela me deu eu continuei, lentamente e com cuidado porque eu tinha medo de machucar o nem feto ainda. Apesar da lentidão o amor falava mais alto, passou a mão por meu rosto e fechou os olhos mordendo a boca e abrindo-os logo em seguida.
- Eu te amo. – Ela sussurrou, antes de beijar meus lábios e soltar gemidos baixos entre o beijo, continuei penetrando-a soltando o ar a toda hora de meus lábios, ela me deixava louco apenas com o olhar. Continuamos sentindo o corpo um do outro e as respirações começarem a ficar ofegantes. prensou seus lábios com mais força contra o meu e soltou gemidos seguidos baixos contraindo e tendo um orgasmo. Eu continuei penetrando-a já que ela arranhava minhas costas sem parar, fechei os olhos com força e prensei um lábio no outro abrindo a boca logo em seguida, soltando um breve gemido e gozando. Diminuí lentamente o que eu estava fazendo até parar por completo e deitei por cima de , ela beijou meu ombro e acariciou minhas costas com as duas mãos, lentamente me mexi deitando ao seu lado e virou o corpo, deitando no meu peito e distribuindo beijos ali. Senti meus olhos fraquejarem e um cansaço tomou conta mim, caiu em um sono gostoso e eu antes de dormir beijei seus lábios adormecidos.
- Boa noite, minha noiva. – E pude ter uma boa noite de sono ao lado do amor da minha vida.
Capítulo XIII
Eu estava tonta, minha cabeça girava, e eu tinha certeza que não era culpa do sol. Eu estava assim fazia tempo, desde do começo da gestação, mas eu não podia dizer à . Ele não podia saber de nada.
estacionou o carro dentro da garagem de casa e saímos do carro.
- Amor ainda tem cerveja aí em casa? – Ele me perguntou e eu não respondi. A droga da tontura continuava a me atazanar. Ele deve ter me chamado mais uma duas vezes, mas eu não respondi até sentir suas mãos em meu ombro. Mirei os olhos nele, que mantinha um tom preocupado na voz.
- 'Tá tudo bem? – Ele perguntou me olhando nos olhos e eu evitei seu olhar. Não, na realidade não estava tudo bem, eu devia avisá-lo? Deveria contar o que eu estava sentindo? Será que seria ruim para o bebê? Ele saberia ou não se eu contasse? – Está tudo bem amor, eu só estou com sono. – Menti, mania chata, eu podia dizer a verdade a ele, eu podia dizer a ele que eu nunca deixei de sentir as tonturas.
- Então, tem cerveja aí ainda? Os caras querem vir aqui amanhã, disseram que o estúdio ganhou um lucro bem grande fora do país, vamos abrir sedes, sabia? Isso é magnífico. – disse entrando pela porta que dava acesso à cozinha, sorrindo, enquanto abri alguns botões de sua blusa por causa do sol.
- Ahn, acho que não, você deve ter acabado com tudo outro dia, eu não tomo cerveja nesta casa, né? – Eu disse um pouco devagar. abriu a geladeira e ficou olhando para ela com uma cara fofa, um bico e os olhos sedentos por cerveja.
- Vou ter que comprar depois. - Ele disse sem tirar os olhos da geladeira. Parei na porta da cozinha e fiquei observando-o. Eu sabia que meu olhar falava mais que mil palavras, eu sabia que se ele reparasse nele, sentiria que tinha algo errado. Fiquei observando o homem que eu amava mais que tudo no mundo, o homem que eu prometia solenemente amar pra sempre e que eu não vivia sem. Senti uma dor apertar meu coração, porque eu estava sendo tão fraca? Taõ sensível? Essa não era eu, porque agora. Eu sentia que era como um aviso.
- . – Chamei tentando disfarçar a minha voz trêmula e falha.
Ele apenas olhou pra mim.
– Eu quero casar. – Eu disse sorrindo fraco sentindo meus lábios tremerem junto com as minhas pernas.
Ele sorriu e se aproximou de mim, me dando um selinho.
- Nós vamos casar, e nosso casamento será perfeito. – Ele disse fofo me abraçando pela cintura e olhando minha barriga. Quando ele fazia isso, eu ficava tão besta.
- Não... – Eu fechei os olhos e abri-os novamente olhando nos olhos dele. – Eu quero casar agora, neste instante.
O sorriso de se transformou em uma linha reta e confusa, ele me olhava nos olhos e sabia que eu não estava mentindo nem brincando.
- Eu achei que você quisesse flores, vestido, convidados, música e essas coisas. Achei que quisesse cerimônia e tudo mais. – Ele disse sem entender. Sorri, deixando algumas lágrimas bobas cair, ele realmente era o homem perfeito. – Ei, porque está chorando? – Ele perguntou secando minhas lágrimas que dessa vez não eram de tristeza e sim de felicidade. Eu estava feliz, e eu poderia repetir quantas vezes precisasse, mas neste momento eu me sentia sensível, precisava dele.
- Eu não preciso de tudo isso, eu só preciso de você, case comigo agora, neste momento. – Eu sorria abertamente, ainda chorando. Ele ignorou o fato de eu estar chorando e um sorriso empolgado e feliz surgiu em seus lábios. correu escada acima e eu olhei por onde ele tinha indo completamente confusa, apenas entendi quando ele voltou com a caixinha de anéis na mão. me pegou no colo, e me levou pro carro novamente ele deu partida no carro e seguimos em direção ao cartório, não tínhamos testemunha e nem queríamos que ninguém soubesse. Não demorou muito e estávamos no cartório. Pegamos a primeira pessoa que vimos lá para ser nossa testemunha e esperamos.
- e . – Chamou a juíza. Ela era alta de cabelos negros, e sua pele era branca, devia ter uns cinqüenta anos de idade e algo nela me agradava. – Olha, mas que casal bonito. - Ela disse sorrindo, olhou pra mim e me deu um selinho.
-É minha futura mulher. – disse orgulhoso para a juíza.
Ela não enrolou, pediu pra que lêssemos nossos votos. leu seus votos com o sorriso que eu amava, e eu li meus votos sem tirar os meus olhos dos seus. Trocamos alianças e nos beijamos, saímos de lá sorrindo e voltamos pro carro, entrou no banco do motorista sem ligar o carro, ele sorria. Ele olhou pra mim.
- Minha mulher. – Ele disse com a voz baixa, porém sincera, o que me deixou arrepiada.
- Meu marido. – Eu disse sem sorrir, porém carregado de sentimento. Ficamos nos olhando, eu estava assustada e feliz ao mesmo tempo, mantinha um olhar diferente sobre mim, eu não soube identificar. Mas não era ruim, me trazia conforto, me trazia harmonia, me trazia paz.
- Eu te amo. – Dissemos juntos, nos olhando nos olhos. E nos amávamos de verdade, eu sentia.
deu partida no carro e ficamos em silêncio o caminho de volta todo, entramos em casa e assim que passei pela porta, me puxou pela mão me beijando com sentimento. Agarrei sua nuca retribuindo ao beijo, e fomos andando em direção ao sofá sem separar o beijo. me deitou delicadamente e se apoiou nos braços, separando nossas bocas e me olhando nos olhos. Eu sentei, aproximando meu rosto do dele, encostei nossas testas enquanto eu puxava devagar sua blusa pra cima. começou a desabotoar minha suéter sem pressa e tirou-a. Passei a mão delicadamente por seu abdômen e ele puxou a blusinha fina que eu usava por baixo.
Sem tirar os olhos um do outro, tirei meu sutiã. observou meus seios com desejo no olhar. Como eu me sentia desejada quando estava com ele, mas era um desejo proibido, ainda era proibido não a meus olhos, não aos olhos de quem importa, mas aos olhos do mundo, da natureza, da justiça.
encostou os lábios no meu busto dando leves beijos por lá, puxou minha calça, passando os dedos delicadamente pela minha pele. Beijei seus lábios sem malícia, sem pressa, era um beijo bem lento, cheio de culpa, uma culpa que eu não sabia de onde vinha, cheio de medo. tirou sua própria calça e puxou minha calcinha, observando meu corpo. Eu não me sentia mal com a barriga e nem feia, não atrapalhava em nada para falar a verdade. Puxei a cueca de pra baixo e ela se juntou ao resto de nossas roupas, deitei-me novamente trazendo junto comigo, o olhando nos olhos.
- Promete pra mim uma coisa? – Eu pedi, ele apenas balançou a cabeça positivamente. – Nunca, nunca desista de nós três. – Eu pedi com a voz trêmula. Ele ficou me olhando e beijou meus lábios com dor. Uma dor que eu conhecia, uma dor eu senti a seis meses atrás quando me afastei dele, quando eu me dei conta de que ele estava sofrendo.
me penetrou devagar e eu fechei os olhos sentindo o choque de sua pele em contato com a minha. Ele me penetrou novamente deixando a boca entreaberta. Eu queria senti-lo enquanto eu pudesse, eu queria me sentir dele e só dele. Saber que ele era só meu e que seria para sempre.
manteve a velocidade e intensidade das investidas, gemidos baixos -que mais pareciam suspiros- saíam de mim, e o prazer que o amor podia proporcionar, invadia meu corpo como uma onda de calor com choques elétricos, arrepiando cada pelo existente em meu corpo. Abri os olhos, vendo me encarar com sua cara de prazer que me deixava doida e um flashback do primeiro dia em que nos conhecemos veio em mente. Eu era ingênua, eu queria aproveitar, realmente não estava em meus planos me apaixonar por ele, mas algo como um imã me atraiu, um anjo talvez tenha me guiado, me dito que eu só seria feliz de verdade se ficasse ao lado dele. Mas ser feliz não basta, tem que existir amor. E o amor que eu sentia por era como a necessidade que o peixe tinha da água. Sem eu sabia que poderia morrer, não se cuidaria, não seria feliz e morreria de tristeza, ou de saúde, de mágoa de mim. Morrer, nunca tive medo de morrer. Mas será que sentimos saudades quando estamos mortos? Será que ainda sentimos? Essas perguntas me fazem temer a morte. Senti uma lágrima escorregar por minha bochecha enquanto dividíamos aquele prazer, apertei os lábios e senti meu corpo estremecer. Fechei os olhos deixando a boca levemente entreaberta e senti aquela sensação prazerosa me invadir.
continuou investindo e logo ele chegou ao seu orgasmo. Ele continuou apoiado nos braços enquanto respirava com dificuldade. Ficamos nos olhando nos olhos e muita coisa foi dita. Desculpas, agradecimento e o mais importante, eu te amo.
Eu estava confuso, talvez.
Confuso não, mas aflito. Feliz, confuso e preocupado.
Eu estava casado e ia ser pai, mas eu sentia que algo ainda estava errado.
me parecia feliz, mas incomodada. Olhei pra ele deitada no meu peito e não disse nada. Eu sentia que tinha algo errado, só não sabia o quê. Ela estava assim há um tempo, desde que aquele cara do mercado a tratou mal, se aquilo estivesse deixando minha pequena incomodada eu resolveria.
- Se for menino, vamos dar o nome de Raphael? – Ela pediu fazendo um desenho no meu peito. Não respondi, o nome era legal, era um nome que eu daria a um filho meu.
- Se for menina pode ser Anne, o que acha? – Ela me olhou sorrindo. Sorri de volta, eu não tinha ideia que nome eu daria ao meu filho, ou filha se fosse mulher, eu daria o nome de . Certo que seria clichê, mas seria lindo.
Eu não sabia o sexo do bebê e nem tinha palpite, eu só sabia que o importante era nascer saudável, e era só, o resto viria sozinho. levantou colocando sua calcinha, minha blusa que não passou na barriga e subiu as escadas devagar como fazia ultimamente sem falar nada. Respirei fundo, aquilo estava me deixando atônito e se tivesse que me dizer algo e não quisesse? Algo como “O filho não é seu e você me sustentou até agora de otário”. Esse era uma coisa idiota, porém possível, espera eu acabei de casar com ela porque estava tendo esses pensamento? Levantei do sofá e vesti minha cueca e minha calça, subi as escadas e quando cheguei à porta do quarto, vi rezando. Ela nunca rezava, porque estaria rezando agora?
- Por favor, que tudo fique bem. Eu sou feliz, eu estou ao lado do homem que eu amo, apesar das coisas ruins, por favor, que fique tudo bem. - franzi a testa. Quais seriam as coisas ruins que poderiam acontecer? Sua doença não se manifestava, não tínhamos problemas com dinheiro, ela só podia estar falando do cara do mercado, algo subiu em mim, algo que não me permitiu pensar antes de agir, entrei pegando uma blusa, eu iria resolver esse problema logo. Iria tirar satisfação com aquele cara.
abriu os olhos assustada e me olhou, estranhando minha atitude. Eu saí apressado, desci as escadas correndo e ouvi me chamar. Não parei nem olhei pra trás, eu sabia que era perigoso ela descer as escadas correndo, mas eu não iria parar.
- ! , aonde vai?! – Ela gritou da escada, desceu rapidamente e me seguiu assim que eu abri a porta. Ela correu para o sofá e pegou sua calça, vestindo-a e indo atrás de mim.
- ! – gritou. Ela não podia correr por causa do bebê, mas eu sabia que devia ter feito algo sobre isso há tempos, ela estava agindo dessa forma por causa do modo que o imbecil a tratou no outro dia, agora ele iria ter que explicar para o marido dela. Continuei andando na rua e avistei o mercado. Entrei e procurei pelo atendente com o piercing que ela havia me dito, procurei nas alas e o achei em uma dando em cima de uma das clientes.
- Ei você! – Eu chamei um pouco bravo, ele me olhou se ajeitando e olhou para os meus pés descalços.
- Pois não, o senhor não devia estar calçado? – Ele perguntou rindo. Eu entendi agora, ele era debochado. Franzi o cenho, cerrando os punhos em pensar que ele chamou de puta.
- E você não deveria arrumar um dentista? – Eu perguntei simplesmente, ele não entendeu.
- O que tem de errado com meus dentes, eles estão bem. –Ele disse com indiferença, dando de ombros e olhando a moça que estava logo atrás assustada. Sim, você devia estar assustada, moça, porque esse babaca vai levar uma surra.
Dei um murro bem dado na boca dele e a mulher gritou, ele cambaleou pra trás colocando a mão na boca.
- Agora precisa. – Eu disse entre dentes.
- Ei cara, o que foi?! – Ele perguntou dando alguns passos pra trás.
- O que foi é que à uma semana , você chamou minha mulher de puta e agora eu vim aqui mostrar o quanto ela é puta, seu desgraçado. – Eu disse empurrando-o contra uma parede cheia de garrafas de vidro, ele caiu no chão e começou a rir.
- Ah, então você é o marido dela, bem que Lauren me falou que tu era um corno. - Aquilo me deixou furioso, chutei sua barriga e ele começou a tossir. Da sua boca saía sangue, chutei novamente e ele gemeu de dor. Peguei-o pelo cabelo e arrastei-o um pouco jogando-o no chão. Acertei sua cara novamente com um soco e de repente eu lembrei de algo importante, minha mulher.
- ! – Escutei ela dar um grito, olhei pra trás e tinha uma mão na boca cheia de sangue e a outra na barriga. Arregalei os olhos sentindo o desespero tomar conta de mim.
- !
Eu sabia o que ele estava fazendo, só não estava acreditando, porque diabos ele queria fazer isso agora? Porque agora? Depois de quase uma semana, eu tava tendo dificuldades pra respirar e a cada vez que eu gritava o nome de eu ficava fraca, meus olhos começaram a arder e eu segurei a tosse.
- ! – Eu chamei novamente vendo-o entrar no mercado, tentei andar um pouco, mas minha barriga doeu fortemente, coloquei a mão nela e continuei andando me sentindo mal, muito mal. Eu ouvi alguém gritar e minha tosse começar, andei mais um pouco parando em frente ao mercado onde eu consegui ver tudo, o cara estava no chão rindo e continua um olhar que eu não conhecia.
– ... – Eu chamei baixo demais para ele escutar. Eu vi ele batendo fortemente no menino que havia me insultado e aquilo estava me deixando mal. Não, eu precisava chamá-lo mais uma vez... Mas essa tosse...
– ! – Eu gritei, era dor, era falta de ar, e tudo ficou escuro, eu só escutei...
- !
Corri até ela e assim que me aproximei ela caiu em meus braços, segurei seu rosto.
- , não! Acorda, linda. – Eu pedi desesperado. – Ela abriu olhos um pouco e me olhou, começou a tossir e sangue saía de sua boca, porque ela estava tendo isso agora? Porque agora? Não, não podia estar acontecendo nada disso.
Eu não sabia se a levava pra cara ou para o hospital, mas minha dúvida foi tirada assim que percebi que a bolsa havia estourado, mas faltavam três semanas ainda. Chamei um táxi que passava na rua e entrei com no colo.
- Para o hospital mais próximo! – Eu gritei, olhei pra ofegante, o que estava acontecendo era culpa minha. Era tudo culpa minha! Fechei os olhos me doendo de preocupação, quando começou a gritar. Ela estava entrando em trabalho de parto. O taxista pisou no acelerador, e gritava de dor no meu colo. Aquilo me deixou desesperado.
- Calma amor, vai ficar tudo bem. – Eu disse passando a mão e tirando os cabelos de sua testa levemente suada.
- , 'tá doendo... – Ela disse fraca.
- Eu sei, já estamos chegando, prometo. – Eu disse sentindo vontade de chorar.
- ! – Ela gritou novamente e me apertou com força.
Capítulo XIV
Ver ser levada de mim naquele corredor me deixou assustado: ela estava branca, com sangue nas mãos e com a bolsa estourada. As enfermeiras não deixaram eu entrar junto com ela, peguei o telefone e liguei para , sentei no corredor e esperei, eu não escutava nada, não via nada eu estava só rezando pra que de lá as duas pessoas mais importantes da minha vida saíssem bem, avistei no final do corredor, ele veio correndo e minha direção.
- Como estão as coisas? – Ele perguntou ofegando.
- Eu não sei, não me deixaram entrar, mas eu quero entrar. – eu disse bravo.
A mesma enfermeira que me atendeu veio abriu a porta com a máscara e me chamou com a mão. Olhei pra e ele me encorajou a entrar. Levantei e entrei. Ela me deu o avental, as luvas, a touca e a máscara. Apenas observei deitada na maca esperneando, aquilo me deixou aflito, me aproximei dela e segurei sua mão, sua pele continuava branca e ela respirava fundo, suava frio e tossia, o canto da sua boca contendo sangue. Ela tinha que ficar bem.
- Senhora , agora empurre está bem? – O médico pediu fechou os olhos e fez força soltando um grito e chorando. Meus olhos encheram de lágrimas, mas eu respirei fundo e me mantive estável. Tudo ficaria bem, tinha que ficar.
- Mais uma vez senhora. – O médico pediu, começou a tossir fortemente, e o sangue espalhou pelas costas da mão que ela havia posto em frente à boca, a enfermeira se aproximou e limpou a boca. Eles não iriam ajudar? segurou minha mão e apertou com força fazendo força junto e gritando entredentes. Ela me olhou respirando pesado.
- , eu te...te amo... – Ela disse me olhando. – Nã... Não quebra sua-a promessa. – Ela disse respirando fortemente enquanto eu observava seus olhos vermelhos. Eu sabia o que estava acontecendo, respirou fundo e empurrou mais um vez com força, e eu escutei o choro do bebê.
Rapidamente as enfermeiras limparam o bebê e me mostraram, lágrimas bobas caíam do meu rosto. Era menino, era um menino, meu menino, nosso menino. Olhei pra e ela sorria emocionada, a enfermeira colocou o bebê no colo dela e ela observou-o, começou a chorar silenciosamente, eu abaixei ao seu lado e sorri, ela me olhou com um olhar diferente, um que eu não interpretei, mas eu sabia que era diferente e beijou meus lábios. Eu senti gosto de sangue e assim que separamos nossas bocas, começou a tossir, a enfermeira pegou o bebê de seu colo, e os médicos começaram a dar atenção a . Ela tossia sem parar.
- Senhorita, está me ouvindo? – O médico perguntou e continuou a tossir, ela parou de tossir aos poucos, e apertou minha mão. – Senhorita?
Fiquei observando os médicos e vi parar de tossir e ficar imóvel.
- Não, ela não está se mexendo. – Eu comentei com o médico sabendo que seria ignorado. De repente escutamos o aparelho apitar.
- Não..Não... – Os médicos começaram a se mexer rapidamente eles pegaram o reanimador. Arregalei os olhos. – Não... – Eu dizia baixo.
Eles começaram a tentar reanimar mas o apito continuava a soar no meu ouvido, olhei para o aparelho e eu vi a linha verde passando pela tela.
- Não... Não! Não! NÃO! ! NÃO! – Eu comecei a gritar, afastei os médicos que já haviam desistido de tentar reanimá-la, agarrei no avental que ela vestia e coloquei a outra mão no seu rosto.
- Não! acorda! EU SEI QUE VOCÊ PODE! – Eu chorava e gritava, ela não podia estar... Morta.
Abaixei e beijei seus lábios chorando desesperadamente, encostei meu rosto em seu peito chorando e apertando com força o avental que ela vestia. O coração que eu antes escutava eu não escutei mais, a pele que antes era quente, estava fria. Os soluços saíam da minha boca, ela se foi, ela... Ela se foi. Não!
Eu chorava alto em bom som, um dos médicos encostou a mão no meu braço, mas eu não me mexi, meu mundo... tinha acabado. Fechei os olhos fortemente.
- Eu sei... Que... Que você pode, ... – Eu disse com a voz abafada pelo avental que ela vestia. Levantei a cabeça e olhei pro rosto desacordado de , olhei em volta tudo em mim doía, dei passos pra trás observando e caí no chão sentado, fui me empurrando pra trás, até encostar-me a uma parede, eles cobriram com um pano e eu agarrei forte na minha calça chorando, o chão do hospital que era gelado havia perdido temperatura, eu tinha vontade de gritar, minha garganta havia se fechado e eu sentia meu coração latejar, duas enfermeiras se aproximaram de mim e eu levantei empurrando a porta e cambaleando enquanto andava, eu precisava achar a maternidade. tentou falar comigo, mas eu chorava demais pra prestar atenção nele.
Continuei andando até ver uma porta, me encostei a parede respirando fundo e tentando me recompor, não consegui desabei no chão. A pessoa que eu amava estava morta, por quê? Por quê? Ela não merecia. ! Por quê? Levantei e empurrei a porta vendo um corredor branco com várias portas, caminhei sentindo minha cabeça doer até a primeira e vi uma placa nela, “”. Abri a porta e assim que entrei reconheci o quarto, mas eu nunca estive aqui antes. Olhei em volta franzindo a testa e virei pra porta olhando a placa novamente, saí pela porta e eu vi , ele se aproximou de mim e me abraçou forte.
- Vai ficar tudo bem cara, vai ficar tudo bem. – Ele disse me confortando. A sensação de deja-vu me atingiu e eu vi chorando encostado a parede, ele me olhou e se recusou a me encarar. O corredor era todo branco, continuei olhando em volta, olhei pra frente e eu a vi.
- ... – Eu chamei sentindo minhas pernas fraquejarem. Caminhei até ela e a abracei com força, ela estava sorrindo pra mim.
- Meu . – Ela disse, o desespero, toda a coisas insuportáveis que eu estava sentindo anteriormente sumiram. Eu continuava a chorar segurei seu rosto em minha mão. – , eu te amo, não esquece disso está bem? – Ela disse sorrindo e chorando junto comigo. – Cuide do nosso filho. – Ela disse me beijando logo em seguida. Eu não estava entendendo porque dela estar falando daquele jeito ela estava na minha frente, ela estava comigo.
Ela olhou pra trás e um casal apareceu, olhei pros dois e não reconheci, mas eles lembravam muito . Ela olhou pra baixo e depois pra mim novamente.
- Eu te amo tanto, . – Ela disse com a voz trêmula. – Eu te amo... – Ela começou a se afastar.
- ... – Eu chamei uma vez sentindo minha voz fraca. – , volta. – Eu pedi novamente fechando os olhos e vendo-a desaparecer. Olhei pra trás e e me olhavam, olhei pra frente novamente e vi chegar correndo, virei às costas olhando em direção ao quarto que eu estava antes, caminhei lentamente até ele, sendo observado pelos meus três melhores amigos e entrei vendo a janela trazer uma luz clara para dentro, vi um berço encostado no canto do quarto e senti as lágrimas saírem de meus olhos sem parar. Era o sonho, o sonho que eu andava tendo. Me aproximei do berço e eu vi meu filho, ele tinha os olhos fechados, e estava imóvel, sorri entre o choro e peguei-o no colo. Fechei os olhos.
- Eu vou te amar por ela, para sempre. – Eu disse aos sussurros.
Onde estivesse agora, onde ela poderia estar no futuro, só precisava saber que eu a amava mais que tudo, que eu a amava acima de mim e que ela era a coisa mais importante na minha vida. Eu nunca desistiria dela, nunca desistiria de nós.
O amor não é apenas um sentimento, é uma doença que não tem cura, nem modificação. Ela nos traz benefícios e problemas, é algo que temos que aprender a conviver mesmo que nos machuque pelo resto da eternidade, amar não é um verbo, é uma vida.
Onde você estiver... Eu te amo.
FIM
N/a: Ah eu vou chorar. Gente acabou, over, fim, the end. E eu sei que vocês devem estar querendo me matar mas eu vou falar a mesma coisa que eu falei pra minha amiga, não fazia sentido ela continuar viva, gente uma doença em fase terminal não tem volta, nunca tem. E apesar de ter acabado assim eu quero que vocês percebam que essa história tem significado tem importância, amor não é uma coisa que dizemos assim da boca pra fora, o amor não se modifica, e nunca vai embora. Ele continua ali pra sempre, e NUNCA vai embora. Quando você amar alguém, perceberá que ela é a pessoa que você ama de verdade. Não me pergunte como. Eu sei que a fic é trágica, mas gente, eu chorei escrevendo. Eu tinha pensando em colocar o último capítulo com uma música, mas sei lá, perdi a vontade.
Ok agora eu queria agradecer aqui:
Primeiramente a Van minha beta que me ajudou muito a arrumar essa fic, sem ela nada seria impossível. Queria agradecer as autoras de Give Me Novacaine, que foram elas quem me indicaram a beta. A Vee autora de Biology que tem sido uma fofa comigo e que me inspirou a escrever quando mandou o comentário lindo maravilhoso na minha fic. As minhas amigas Paula e Bruna que diziam quando tinha uma parte escrota e outra picante. A TODAS as leitoras porque cara, se vocês soubessem como é ler os comentários ficar orgulhosa de si mesma por uma coisa assim. Gente é um sentimento muito bom, e eu posso não ter mil comentários ou coisa do tipo, mas gente, eu amo todas vocês, leitoras velhas, novas, as que lêem só de vez em quando. Sabe, sem vocês eu não teria empenho pra escrever a fic. Desejo Proibido começou com um fato verídico. Eu comecei a ter um caso com um vizinho meu, nada tão explícito ou picante quando a fic, mas ele era bem mais velho e eu bem mais nova e ele era casado, depois que eu decidi não me apaixonar por ele e proibi-o de fazer o mesmo eu comecei a escrever a fic. E não, não tenho tuberculose em fase terminal.
Eu me baseei em dois filmes, Moulin Rouge e Um Amor Pra Recordar, mas isso que acho que vocês já sabiam. No começo era pra ela ter leucemia, mas depois uma leitora foi lá e postou que já sabia e eu tive que mudar tudo. É, eu sei que vocês querem me matar agora, eu sei que tão putas e vão me xingar de todos os nomes possíveis, principalmente a Camila. KKK ok parei. Mas gente entenda que não tinha outro desfecho sem ser este, um milagre de deus iria acontecer e ela viveria, claro, claro, aquela menina cometia mais pecados que a Britney Spears. Rumpf.
Vou postar mais uma restrita se vocês claro, aceitarem e eu prometo que ninguém irá morrer no final. Vai ser segredo e quando saí, eu espero que vocês tenham a bondade de ainda ler minhas fics D: cry* Vou finalizar mais um ainda hoje gente fala sério, Armadas e Perigosas, vou deixar Our Secrets em Hiatus porque não tenho tempo pra ela e eu vou limpar o rosto porque to chorando. Não sei mais o que dizer, a não ser, obrigada a todas pela atenção, paciência, elogios, críticas e etc. Nunca deixem de fazer o que devem e deixem de amar.
Deixem seus comentários finais. E eu amo vocês.
Indico: Hertfordshire
All She Dreams
She Cares III
Forbidden
Have I Found You.
What Have I Done.
Theater
Sex on Fire.
Bom dia senhor, o que vai pedir?
Under Sheets of Egyptian Cotton
Under Sheets of Egyptian Cotton 2
A Garota da porta vermelha.
Give Me Novacaine.
Insanity
Incubus
Waiting On Na Angel.
Marry me?
Disturbia
Sábado à Noite I, II, III.
Provocations.
Uncle Harold (Todos)
Should I Be Shoked?
Addicted
Charlie’s Life
Peter Pan
Dance Inside
Merchan: Armadas e Perigosas.
E-mail: mazinha_natureza@hotmail.com
Orkut: Arduini J.