Dirty Money

Fanfic finalizada.

Capítulo 1

Senti meus olhos arderem assim que os abri. Meu quarto estava mais claro que o normal. Depois de mais um dia de farra na boate do , meu namorado. Era sempre assim: muita ressaca. Farras e mais farras e nada de emoção. No auge dos meus 22 anos nada mais me surpreendia. Tenho meu dinheiro graças aos meus pais que são divorciados, um namorado lindo, gostoso e que me ama, minha tão sonhada Mercedes vermelha, uma imensa casa com piscina, empregada pra fazer tudo. Minha vida é só curtição, mas precisa de um pouco de emoção. Me arrastei até o banheiro pra tomar um banho. Isso sempre me animava e curava minha ressaca. Me despi e me enfiei debaixo do chuveiro quente. Muito relaxante.
Meu nome é Carter, tenho olhos verdes, cabelos castanhos. Moro em Londres com minha mãe Carly e com meus irmãos Dylan de 14 anos, de 21 e que também tem 22 anos. Na verdade ela só é filha por parte de pai, mas foi criada com a gente desde que sua mãe a deixou, que foi quando tinha apenas dois meses de vida. Mais minha mãe a ama como se fosse sua própria filha. Não se sabe muito sobre ela, pois nossos pais são do tipo que fogem quando se toca no assunto. Minha mãe é uma famosa advogada, e meu pai Pietro tem uma empresa que exporta peças de carros, e também tem uma concessionária, junto com seus amigos, pais de e do , namorado da . Eles costumam dizer que são os três mosqueteiros, amigos inseparáveis e todos esses clichês de amigos. Embora eu sempre soubesse que eles são super amigos, eles pegam as mesmas mulheres, mas eu finjo que não sei disso. e foram criados com a gente praticamente. Desde criança a gente se conhece. Os pais dos meninos são primos, o que fez que a gente se aproximasse. foi estudar em outra cidade onde sua mãe morava. Passou muito tempo fora, voltou um homem de dar inveja, e claro, eu peguei. Quando éramos mais novos era uma loucura. Não tínhamos juízo nenhum. Ele pegava minha irmã , eu pegava o . Só que nunca gostou disso. Ela sempre foi solteira, vez ou outra ela aparecia com alguém em casa, mas logo dispensava. Enfim.

, sai desse banheiro! Você já está aí a mais de 40 minutos! – ouvi a voz abafada de Beth, nossa empregada do outro lado da porta.
– Ah me deixa! Já tô saindo. – eu disse irritada. Odeio que me encham o saco logo de manhã. Abri a porta do banheiro a fuzilando com os olhos. – Não posso tomar banho mais não? – eu disse passando por ela com uma cara irritada.
– Poder pode, mas eu tenho serviço para fazer. Desça logo que o almoço já vai ser servido. – Beth falou enquanto pegava roupas jogadas pelo quarto. – Isso aqui ta uma bagunça hein, mocinha! Onde já se viu. – voltou a dizer. Terminei de vestir minha roupa e desci pro café-almoço.
– Boa tarde! – falei com a voz arrastada. – Me arrumem algo pra dor de cabeça, que eu to morrendo de dor! – eu disse com a mão na testa. , e Dylan já estavam na mesa. E pela cara das meninas, estavam na mesma situação que a minha.
– Se fosse só você! Eu nem me lembro do que eu fiz ontem. – disse tentando rir.
– Só não vou te lembrar, porque tem crianças na mesa. – disse bagunçando o cabelo de Dylan.
– Eu não sou criança mais não, ta? Sou quase adolescente! – ele disse emburrado.
– Own, que gracinha! Nosso irmão não é lindo? – eu disse fazendo graça.
– Claro que eu sou lindo! Puxei ao papai! – ele disse fazendo cara de esperto.
– Ui! Você é a rapa do tacho moleque! – eu falei rindo.

O dia passou sem mais acontecimentos. Depois do almoço, foi levar Dylan no colégio. Mamãe chegou com o namorado dela, Vincent e foi logo pro quarto. Já era à noite isso. Ainda bem! Porque já havíamos perdido as contas de quantas vezes os pegamos nus ou até se comendo no sofá. Depois reclama quando trazemos nossos namorados pra dormir em casa. Tem moral nenhuma pra falar nada. Eu as meninas estávamos na varanda, conversando sobre os meninos. Falando neles, foi o primeiro a chegar. Ficamos conversando até que chegou também.

– E então? Vamos lá pra boate? Eu não posso ficar muito tempo por aqui. – ele disse comigo sentada em seu colo.
– Eu vou, porque eu to a fim de dançar, de beber, e cheirar uma coisa bem forte, se é que vocês me entendem! – disse piscando pra nós.
– É mais fácil pra relaxar né? E quem gosta é o ! – falou rindo. – Eu vou, porque eu vou pegar geral e no fim saio sozinha e tranqüila, sem ninguém no meu pé! – disse com cara de tédio.
– Você ainda vai arrumar um cara que vai te deixar doidinha por ele, ! – falou rindo.
– Vira essa boca pra lá! Eu hein? Só se o cara for foda mesmo. Aí sim! – ela disse. – E eu vou me arrumar. Daqui a 40 minutos estou pronta. – disse saindo.
– Amor, me ajuda a escolher a roupa? – disse com uma carinha nada santa. O que ela estava longe de ser. Não com a cara que fazia para o .
– Com todo prazer! – ele disse sendo puxado por ela.
– E você, hãm? Não vai se arrumar pra ir comigo? Sabe que eu preciso de você lá! – veio me agarrando pela cintura.
– E se eu não quiser ir? Você nunca me deixa fazer o que eu quero, ... Nem mesmo me deixa dançar naquelas plataformas. E sempre me deixa sozinha. – eu disse fazendo birra segurando na gola da sua camisa.
– Você sabe muito bem porque eu não deixo... Eu não quero ser preso por matar alguém! – ele disse me olhando no fundo dos olhos com seus malditos olhos .
– Você me deixa com medo sabia? Mas eu adoro um perigo! – eu falei o beijando.

A Louv era simplesmente “A Boate”. O nome Louv destacava na rua, com seu letreiro vermelho enorme com uma mulher nua balançando as pernas. Era de dois andares, com luzes fortes em todo lugar, dançarinas quase nuas em cima de plataformas, cortina de fumaça, barmans fazendo acrobacias com as garrafas de bebidas. Simplesmente fantástica. Bom mesmo é quando nós vamos lá pros fundos e fazemos uma “festinha” particular. Muito álcool, drogas e sexo. Não que a gente fizesse no mesmo lugar, mas já aconteceram algumas vezes. O já me levou a lugares naquela boate onde eu nem imaginei que existisse. Se ele me levasse a outro eu não me surpreenderia. Mal chegamos, ele foi carregado por seus seguranças. Era sempre assim: a gente chegava, ele me deixava uma meia hora sozinha e depois me recompensava com seu maravilhoso sexo. Todo mundo que freqüentava a boate sabe que eu sou mulher dele, então nem mexiam, mas quando se trata de alguém novato, e que pelo menos tenta alguma gracinha, no mínimo perde a cara. O é do tipo mau, sabe. Ciumento e frio. Já cortou o rosto de um cara com uma garrafa quebrada. A boate era dele mesmo, que se danasse o resto. Adorava deixá-lo com raiva, porque ele descontava tudo em mim quando estávamos sozinhos em casa. Seja na dele ou na minha. Quando as coisas não dão certo pra ele, eu nem mexo.

! Cadê o ? Viu ele por aí? Ele sumiu tem horas! – cheguei perto dele que dançava com quase dando pra ele ali mesmo. Com certeza já tinha usado alguma coisa.
– Eu não o vi depois daquela hora! Deve estar resolvendo alguma coisa por aí! E vê se não apronta, ele pareceu estar nervoso. – ele disse tomando sua cerveja.
... Já usou alguma coisa hoje? Eu to me sentindo quente! – falou se esfregando em .
– Segura sua onda, irmãzinha! O vai dar conta de você mais tarde! E se for o caso... Tem o lugar de sempre! – eu pisquei pra eles e sumi no meio do povo. Droga! Cadê o ? Essa mania de sumir dele. Isso me irritava profundamente.
– Me dá uma bebida bem forte aí! – Cheguei no balcão me escorando por ali mesmo. Eu tinha que pelo menos beber. Tomei uma coisa verde e vermelha que o barman colocou por ali, e senti minha garganta queimar. Por mais que eu já tivesse me acostumado com aquilo, ainda assim me causava aquele efeito de sempre. Vi um cara forte e alto me olhar de longe. Dei as costas para ele e me foquei em outro ponto qualquer. Que ele não viesse até mim!
– Você está sozinha? – ele se sentou ao meu lado.
– Ta vendo mais alguém aqui além de mim? – eu disse o olhando com desprezo.
– Calma, gatinha! Olha só... Você é realmente como os caras disseram... Gostosa, porém metida! – ele disse me medindo.
– Escolha suas palavras pra falar comigo. Eu posso muito bem expulsar você daqui num piscar de olhos, seu babaca! – eu disse o encarando.
– Sabia que eu adoro garotas agressivas? E você me parece ser uma delas! – o cara disse mordendo a boca.
– Seus amigos não te falaram sobre mim não? Eu sou namorada do , dono de tudo isso aqui... Então é melhor você fazer o mesmo caminho de vinda, e voltar pra onde não deveria ter saído! – eu disse com os olhos semicerrados.
– Ah então é você? A famosa Carter? Vejo que é tudo e mais um pouco que falam por aí! – ele não cansa não.
– Então se sabe quem eu sou, deve ter cuidado comigo! Agora... Vai andando antes que o apareça e arranca não só a sua cabeça, como a minha também! – eu disse já me irritando. Que o não aparecesse agora, por favor!
– Eu não tenho medo daquele cara! Vamos arrumar um lugar legal pra gente ficar. – voltou a dizer passando a mão nas minhas pernas. Encontrei os olhos de me encarando do meio da multidão. O máximo que consegui fazer foi tirar a mão dele dali. Agora eu tava ferrada, e o carinha mais ainda.



Capítulo 2

Vi o cara sendo jogado em cima do balcão assim que chegou perto da gente. Eles começaram a se socar ali no meio de todo mundo. e vieram correndo e me puxaram pra salinha da boate onde a gente costuma ficar.

– O QUE VOCÊ FEZ DESSA VEZ, ? – gritou me fazendo tapar os ouvidos.
– Eu não fiz nada! Aquele cara que veio se engraçando pra cima de mim! E o só vê o que não pode. Ai que saco! – eu andava de um lado para o outro nervosa.
– Eu tenho até dó daquele cara! Fiquem aqui eu vou lá fora ver o que está acontecendo. E te prepara, ! – disse em tom de advertência, saindo dali.
– Eu sou uma fudida mesmo! Sempre a mesma coisa. Isso é culpa dele! Ele me deixa sozinha e os caras têm é que chegar mesmo. – eu falei.
– O que houve, gente? Ta uma bagunça lá fora! – entrou correndo na sala. – Aposto que foi por sua causa! – voltou a dizer bebendo da sua bebida.
– Ah me deixa! Eu não fiz nada! – falei irritada. E eu não tinha feito mesmo.
– Ah claro! Você nunca faz nada! É uma santa! – disse rolando os olhos.
– O que eu posso fazer se esses caras gostam de mexer com quem não devem? Todo mundo sabe como o é! Se metem porque querem. – falei me sentando em um dos enormes sofás que estavam ali. – E além do mais, o sempre me deixa sozinha e sai pra resolver “essas coisas” dele. – eu disse fazendo aspas com as mãos.
– Vai saber que coisas são essas né? Ele é um mistério! – disse meio zen. – To saindo fora! Cansei dos caras daqui. Beijos! – falou saindo tropeçando nas pernas.

Eu e ficamos ali por uma meia hora, sentadas. cheirava cocaína em cima de mesa, e eu estava desligada do mundo. Eu não queria imaginar o que os seguranças e ele fizeram com o cara. Coitado! Se ele sabia quem eu era, devia ter ficado onde tava. Mas os homens são estúpidos o suficiente para mexer com mulher dos outros. Vai entender a cabeça deles. Ouvi a porta bater e me assustei. e entraram na sala com os cabelos bagunçados e o rosto vermelho.

– Saiam fora vocês dois! Eu tenho um assunto pra resolver! – ele disse me olhando. Seus olhos tinham um brilho incomum. Eu sabia o que ele faria comigo, mas eu não estava nem um pouco preocupada. puxou pelo braço e saiu da sala.
, eu não fiz nada! Eu juro... Foi ele que... – tentei dizer.
– CALA A BOCA! – disse vindo em minha direção. – Eu devia matar você junto com aquele cara... – ele disse me prendendo na parede. Seus olhos transbordando ódio.
– Vo-você ma-matou ele? – eu arregalei os olhos. Não pensei que ele fosse mesmo capaz disso.
– Não! – ele disse dando uma risada debochada. – Ele só não vai colocar mais as mãos onde não deve. – disse me olhando nos olhos. Ele era tão possessivo! – Você é só minha, de mais ninguém! E eu mato qualquer um que pelo menos tocar em você. E você sabe do que eu sou capaz não sabe? – ele disse me segurando pelo queixo sussurrando em meu ouvido. A voz dele me deu medo naquela hora.
– Você ta me assustando, . Para de falar assim! Você não pode sair batendo em todo mundo que pega em mim... Sendo que o culpado disso tudo é você! – eu disse. Eu sei que no estado mental dele, qualquer palavra que eu dissesse poderia me acontecer alguma coisa. Mas ele jamais me machucaria, ele já tinha deixado bem claro.
– Como é? Eu sou culpado? E porque eu seria culpado? A culpa é sua por dar moral pra qualquer um, sua vadia! – ele falou.
– OLHA COMO FALA COMIGO! – dei um tapa em seu rosto. – BAIXE A VOZ PARA FALAR COMIGO, OK? – falei me afastando dele.
– AU! Até doeu sabia? – ele riu debochado com a mão no local. – Imagina se eu perco minha cabeça e devolvo na mesma moeda? Eu não quero te machucar... – ele falou me fazendo andar para trás. Confesso que ele me dá medo às vezes. Eu só o enfrento pra não ficar por baixo.
– Não! Você não tem coragem de me bater! – eu falei caindo sentada no sofá!
– Claro que não. Eu jamais bateria em você... Só se você pedir! – ele disse se deitando em cima de mim.
– Não, ! Alguém pode entrar aqui. – eu falei o empurrando.
, essa sala é minha! Só entra quem eu quero. E quem eu quero agora é você! Para de fazer doce e tira logo essa roupa. – ele disse.
– Não! – eu falei cruzando os braços. – Você me deixa sozinha pra resolver as coisas de sempre que eu não sei o que é, e quer que eu ainda transe com você depois? Você ta brincando né? – eu voltei a dizer.
– Você ta me rejeitando, ? Quer que eu faça a força? – disse me segurando pelo braço.
! Você tá me machucando! Me solta ou eu vou embora e não volto nunca mais. – eu disse olhando fundo em seus olhos. Eles haviam perdido o brilho de uma hora pra outra.
– ACHA MESMO QUE EU VOU DEIXAR VOCÊ ME ABANDONAR? NUNCA! Você é minha, minha! E vai continuar sendo até eu querer! – ele falou segurando mais forte em meu braço.
– SE VOCÊ NÃO ME SOLTAR AGORA, EU DENUNCIO VOCÊ! EU SEI QUE AQUI É UM PONTO DE DROGAS... POSSO MUITO BEM IR À POLICIA! – falei meio que com medo.
– Se isso aqui for pro fundo... Você também vai! E eu faço questão de ir atrás de você. Eu acabo com a sua vida, vagabunda! – ele falou.
– Me solta, ! Eu quero ir embora. Você não pode me deixar presa aqui pra sempre! – falei puxando meu braço. Tava difícil de me soltar. Também com aqueles braços.
– Se você passar por aquela porta... Não precisa mais voltar! – ele falou.
– Então... Estou indo! Fique aí sozinho. Talvez agora tenha mais tempo pra resolver suas coisas. Idiota! – falei saindo o mais rápido que pude daquela boate.

P.O.V ON

A minha vontade era de ir atrás dela e fazê-la engolir as palavras. A só faz isso, porque sabe que eu jamais faria nada com ela. Depois eu vou atrás dela e resolvo isso. Agora tenho que resolver umas coisas que estão pendentes. Esse negócio dos nossos pais tão cada vez melhor e perigoso. As meninas não devem saber nunca do que se trata. Isso é só uma fachada pra tudo que rola por trás. E ainda ia rolar muito mais dinheiro do que já temos.

P.O.V OFF

Como o consegue ser tão estúpido daquele jeito? Esse jeito dele me irrita. Os únicos amigos homens que eu tenho são o e o Marvin, tatuador deles. Ele é tão ciumento que chega a dar raiva. Eu sou ciumenta também, mas nada demais. Quer dizer... Com um pouco de exagero, mas só um pouco. O é simplesmente o cara mais lindo que eu já vi na vida, não tem como não olhar pra ele. Eu to pensando seriamente em adotar o “estilo ” pra viver. Eu adorava vê-lo batendo em alguém por minha causa. Eu sei que isso é meio doentio. O nosso relacionamento é doentio, mais quem se importa? Pelo menos a gente se ama. E eu faria qualquer coisa que ele me pedisse. Eu até mataria alguém, se fosse o caso, só para vê-lo sorrir.

Quando me dei conta, o sol já entrava no meu quarto. Como nem deu tempo de beber ontem, eu estava sã. E isso era um avanço pra humanidade. Espreguicei-me na cama, olhando pro relógio. Já eram quase 2 da tarde. Eu tava morrendo de fome, mas com certeza o almoço já tinha sido servido.
Cheguei à sala de estar, e assistiam televisão. Que gracinha.

– Caíram da cama, foi? – me jogando no sofá.
– Não. A cama caiu com a gente! – disse rindo.
– Sabe como é né? – falou rindo de lado.
– E então? Como foi lá com o ? – quis saber.
– O é um estúpido! Ele disse que a culpa era minha e falou um tanto de merda. Aí a gente brigou, e ele disse que se eu fosse embora, eu não precisava voltar... Como se isso já não tivesse rolado várias vezes. – falei meio irritada.
– Ele foi até mais legal. Eu achei que ele fosse te agarrar a força, como sempre! – falou dando de ombros.
– E ele me agarrou. Mas eu o dispensei, e ele ficou puto comigo! – eu falei.
– Ah relaxa! Daqui a pouco ele liga ou vem aqui. Aí vocês vão se resolver na cama, e pronto! Caso encerrado. – disse rindo cínica.
– Típica história deles dois. – disse rindo.
– Cala a boca, ! – falei jogando uma almofada na cara dele.



Capítulo 3

Nossa que coisa ridícula! Televisão é uma coisa de louco. Cada programa de TV que dá raiva. Fui até a cozinha comer alguma coisa, antes que eu vomitasse o que eu não tinha no estômago, na televisão.

! SEU CELULAR TÁ TOCANDO! É O ! – gritou da sala.
– DEIXA TOCAR! – eu gritei novamente.
– Parem de gritar vocês duas! Minha cabeça ta explodindo. – mamãe entrou na cozinha com uma cara de cu.
– Curtiu muito ontem? – perguntei levantando a sobrancelha.
– Se você acha que defender gente que não merece é uma curtição! – ela falou ríspida.
– Alguém acordou de mau humor. – disse a provocando.
, pode parar por aí ta? Não começa a implicância! – ela falou.
– Desculpa, mãezinha! – disse em tom debochado saindo da cozinha. – Gente, alguém viu a ? Ela veio dormir em casa? – cheguei à sala.
– Eu estou aqui. – ela falou descendo as escadas. – PUTA MERDA! Não sinto minha garganta. – falou com uma voz meio rouca.
– A noite foi boa, ? Pelo visto foi, né? – falou.
– Se a noite foi boa? – ela riu debochada. – Foi espetacular! Os caras que eu peguei ontem eram os caras! – ela disse rindo se sentando.
– Os caras? – disse com a sobrancelha levantada.
– Ah! Não pensem errado, crianças. Foi um de cada vez! – ela voltou a dizer rindo.
– Sei! – eu falei rindo.

tinha ido pra casa do , tinha ido dormir porque disse que tava um caco. E eu fiquei na sala assistindo ao seriado Friends que passava na NBC. Meu celular tocava desesperadamente em cima da mesinha. Eu sabia que era o , mas eu ia fazer um charme. Acabei atendendo só de raiva que ele não parava de tocar. Respirei fundo, seria fria com ele.

– O que você quer? – falei rápido.
, vem aqui em casa pra gente conversar? Por favor? – ele disse.
– Não, eu não quero! – falei com raiva na voz.
– Para com isso! Eu sei que te falei umas coisas ontem, mas eu tava de cabeça quente, meu amor. Me perdoe! – voltou a dizer. Porque ele tem que ser tão bipolar?
– Não foi você que disse que eu não precisava voltar mais se eu saísse da boate? Agora olha só! Você ta correndo atrás de mim. – eu disse cínica.
– Eu sou um idiota! Você tem razão. Agora, para com isso e vem pra cá ficar comigo? – disse.
– Eu não sei se você merece! – falei rindo.
– Eu mereço! Vou me comportar bem, prometo! – ele disse. Aposto que ele estava rindo.
– Hum... Tudo bem, já estou indo. Te amo! – falei. Impossível não perdoar aquele homem.
– Também te amo. Estou na piscina, ok? – ele falou e eu desliguei.

Estacionei meu carro na frente da casa do . Sua casa era tão luxuosa quanto a minha. Também não fazia nem sentido um ser mais rico que o outro, já que nossos pais são sócios. Fui recebida por uma das empregadas da casa que me levou até os fundos. Cheguei lá e alguns amigos dele estavam com ele na piscina. Suas costas largas e tatuadas me deram uma ótima visão, me causando arrepios.

– Oi! – eu disse com cara de desprezo e cruzei os braços.
– Oi, gata! – disse saindo da piscina e me beijando. Esquivei o rosto um pouco pra trás. – Ainda ta com raiva de mim? – ele disse me olhando intrigado.
– O que você acha? – falei. – Eu achei que eu tivesse vindo pra cá pra gente conversar, . E você ta fazendo uma festinha na piscina? – falei um pouco baixo de modo que só ele ouvisse.
– Não se preocupa não. Eles já estavam de saída! – ele falou rindo.
– Ta bom então. – eu falei indo me sentar em uma cadeira daquelas de tomar sol.
– Será que vocês podem nos dar licença? Temos uma coisa para resolver. – disse aos rapazes. – Mais tarde nos encontramos. – falou e eu levantei levemente a sobrancelha.
– A gente já estava de saída. Até mais! – um deles disse saindo da piscina.

Eles foram embora, me dando um tchauzinho básico. Fiquei com cara de merda enquanto foi levá-los até a porta. Eles eram tão estranhos. voltou e se sentou ao meu lado me molhando toda.

– Olha o que você fez! Me molhou toda, seu idiota! – falei com raiva.
– Desculpa, amor. – ele falou tentando me abraçar e eu me levantei. – Você vai ficar emburrada por quanto tempo, hein? – ele disse ainda sentado.
– Por quanto tempo eu quiser. – falei cruzando os braços. Comecei a morder a boca.
– Você fica linda irritada, sabia? – disse rindo. – Fica mordendo a boca, em sinal de nervosismo... E isso me deixa louco por você! – ele disse vindo em minha direção.
– Não chega perto de mim! É serio. – falei andando pra trás. veio correndo em minha direção e me pegou no colo me colocando sobre a piscina.
– Fala que me desculpa se não eu te jogo com roupa e tudo... – ele ameaçou me jogar.
– NÃO! NÃO ME JOGA! EU FICO COM RAIVA DE VOCÊ SE FIZER ISSO, É SÉRIO, , ME COLOCA NO CHÃO! – comecei a gritar.
– Então fala que me ama e que me perdoa, rápido! – ele fez menção de me jogar na água.
– AAAAHHHH NÃO! – disse ele me balançou de um lado pro outro sobre a piscina. – TA BOM! EU TE PERDOO! – eu falei.
– Agora fala que me ama, se não eu te jogo! – ele falou rindo.
– EU TE AMO AAAAAHHH, ! ME COLOCA NO CHÃO! – disse isso e ele me colocou em terra firme. – Seu idiota! – falei estapeado ele.
– Eu vou jogar você lá dentro! – ele disse me segurando pelos pulsos.
– Ah, seu estúpido, imbecil, idiota! – eu falava e ele ria da minha cara.
– Para com isso! – ele me jogou em suas costas me levando escada a cima. Eu gritava no caminho, e todos os empregados pararam pra ver o que tava acontecendo. Não sei por que, se aquilo era costume.

abriu a porta do quarto sem esforço nenhum. Me jogou na cama, ficando por cima de mim, segurando minhas mãos acima de minha cabeça.

– Me solta, ! – eu tentava me soltar, mas ele era muito forte.
– Eu sei o que você quer, ! Eu sei do que precisa. – ele disse me beijando. No início eu tentei negar, mas não consegui quando senti sua língua pedir passagem. Foi um beijo profundo e quente. O era isso. Ele soltou minhas mãos e eu logo agarrei seus ombros. Suas mãos não sabiam se decidir entre meus seios ou minhas pernas. Eu já me sentia totalmente levada pelos beijos dele. Senti a mão de invadir meu short, me fazendo carinhos na virilha. Paramos de nos beijar por um instante, nos olhando bem fundo. Seus olhos me deixavam entorpecida. Ele voltou a me beijar. me penetrou com dois dedos, me fazendo gemer. Ele gemia por minhas unhas estarem arranhando seus ombros e suas costas. Aquilo estava ótimo. Ele aumentou os movimentos dos seus dedos me fazendo quase gritar. Ele adorava que eu gritasse, mas não eram nem sete da noite, os empregados ainda estavam por ali. Senti meu corpo relaxar totalmente. Me deitei completamente na cama fechando os olhos. Aquela era uma sensação ótima.

– Não atende, ! – eu falei um pouco baixo assim que seu celular começou a gritar.
– Eu preciso! Se for algo importante? – ele disse já atendendo. – Alo? Hãm... Tem que ser agora? Eu to ocupado! Não tudo bem, eu já to indo. – ele disse desligando. – Desculpa, . Eu tenho que sair! Mas eu não vou demorar. Prometo! – disse se levantando.
– Você sempre faz isso! Eu já deveria ter me acostumado a ser trocada por seus negócios! – falei um pouco irritada.
– Eu não estou te trocando por nada! Tente entender pelo menos. – ele dizia enquanto vestia sua roupa. – Daqui a pouco eu volto! – ele disse vestindo a camisa. – Você me espera? – ele disse me dando um selinho.
– O que eu não faço por você? Só não demora! Não prometo que eu vou estar acordada. – falei fazendo manha me deitando na cama.
– Quando eu voltar é bom que esteja acordada! Porque eu to a fim de ouvir muito meu nome hoje... Só que em forma de gemidos! – ele disse se deitando em cima de mim e me dando um beijo quente.



Capítulo 4

POV ON

Eu estava a quase 110 km/h em meu conversível. Há várias coisas que o dinheiro havia me dado, e esse carro era uma delas. Entrei no estacionamento da empresa do meu pai rapidamente. Segui para o elevador já imaginando do que se tratava. Assim que o elevador mostrou o 3º andar, eu saí. Sr. Carter parecia estar uma fera. Meu pai e Tio Vengeance pareciam preocupados. O que houve dessa vez?

– Por que me chamaram com tanta pressa? – entrei na sala rapidamente.
– Sente-se! – Sr. Carter disse.
– Recebemos notícias da briga na boate ontem... E sei o que houve depois! – papai estava calmo demais.
– Ele mereceu! – falei.
– Imagino que foi por causa da minha filha, como sempre! – Sr. Carter disse.
– Foi sim! Mas já foi resolvido. – disse cruzando os braços.
– Não. Não foi resolvido! Você sabia que se deixá-lo vivo, ele pode te denunciar para a polícia, ? – Tio Vengeance disse em pé ao meu lado.
– E agora... É melhor você ir atrás dele e acabar com isso. Antes que ele abra a boca! – papai falou com raiva. Seus cabelos meio grisalhos e seus olhos me deixavam nervoso.
– Então quer dizer que eu vou ter que ir atrás dele? – falei. – Não podem mandar alguém fazer isso por mim não? – agora era o que me faltava.
– Desde quando a nossa família deixa algo pendente? Faça você mesmo o serviço... E eu não quero ouvir mais nada. Agora vai embora antes que eu perca a paciência com você. – ele começou a andar pela sala. – E eu achava que você era esperto como eu, mas vejo que não passa de um calouro. – voltou a dizer.

Droga, droga, droga! Agora eu tinha que acabar com o cara. ainda vai fuder com minha vida. Se sem saber de nada, ela já me ferra. E quando ela souber em que estamos metidos? Ela nunca mais vai olhar pra minha cara. Porra! Eu precisava de ajuda.

, você ta onde cara? – falei assim que ele atendeu.
– To em casa, por quê? Aconteceu alguma coisa? – ele falou.
– Aconteceu tudo cara! O papai soube da briga e agora quer que eu termine o trabalho. Preciso de ajuda! – eu falei.
– Hum... Não vou te deixar não mão... Você ta onde? – disse.
– Faz o seguinte... Me encontra no London Eye. Te espero lá! E traga uma arma. – finalizei desligando.

Porra! Sempre sobrava pra gente. Eu não quero que ninguém mais se envolva nisso. A é muito intrometida. Tenho medo de ela descobrir algo e fuder com tudo. O que ela sabe sobre a boate não é nada comparado ao que eu me meti. A não vai nem se importar, ela já é uma drogada mesmo, pra ela nem vai fazer diferença. Quanto à ela é mais relax. Ela é de boa.
Fiquei esperando o estacionado perto do Rio Tâmisa. Eu sempre ficava ansioso demais nessas paradas. Ouvi alguém bater no vidro do carro. entrou rapidamente. No caminho expliquei a história toda pra ele. Tivemos um grande trabalho pra saber onde o cara tava. No final descobrimos que ele estava hospitalizado. Nada que o dinheiro não consiga pagar. Mexemos nossos pauzinhos e descobrimos qual era. Pra entrar tivemos que subornar o guarda pra deixar a gente passar.
Entramos no quarto, ele dormia. É claro que arma faria barulho, então, tinha que ser do jeito mais fácil mesmo.

– Me passa o travesseiro. – pedi ao .
– Vai matar o cara assim mesmo? – disse rindo.
– Tem outro jeito? Quer que eu dê um tiro nele e chame a atenção de todos? – falei meio irritado. Coloquei o travesseiro na cara dele, fui apertando até que ouvi a máquina apitar. Trabalho feito. Foi mais fácil que eu pensei. Não demorou muito saímos dali. Dez minutos depois, os médicos começaram a correr praquele lado. Entramos correndo dentro do carro rindo que nem dois loucos.

POV OFF

Tédio! Era isso que eu estava. No tédio. Já fazia quase três horas que o havia saído e até agora nada. Me levantei pra ir embora. Ele que se danasse depois. Mal levantei da cama, ele chegou ao quarto com um sorriso no rosto. Seu rosto estava meio vermelho e sua roupa meio amassada. Aí tem!

– Onde você tava, ? – olhei pra ele desconfiada. – Tomara que não seja com outra mulher, porque se não... – comecei a dizer.
– Não é nada disso! Foi só um problema que eu fui resolver na boate. – ele disse se deitando na cama.
– Não sei não... Você ta estranhamente alegre! – falei olhando pra ele esticado sobre a cama.
– Para com essa mania de desconfiar de mim, ! Não confia em mim? – ele disse se sentando ao meu lado e beijando meu ombro. – Vou tomar um banho. – disse se levantando. Ele foi tirando a roupa no caminho. Seus ombros largos me matavam. E suas tatuagens me seduziam de uma maneira. Aquele corpo definido, aqueles braços. Era um conjunto perfeito.
Eu passava os canais da TV do aleatoriamente. Coloquei em um canal qualquer e tava passando um filme policial chamado “O Recruta”. Era até bonzinho. Tava no meio já. E adoro filmes assim, sabia? São tão surreais todas aquelas armas, treinamentos especiais. Simplesmente adoro.

– Nossa que demora, ! Já tava indo embora. – falei me sentando na cama. estava só de boxer branca escolhendo uma roupa pra vestir. Nossa que bunda é essa, gente. Mordi a boca involuntariamente.
– Gostou da minha bunda foi? – ele disse passando a mão.
– E muito. E das suas costas também... Dos seus ombros, das suas tatuagens. De tudo! – falei rindo maliciosamente. – ... Porque não vem pra cá hein? – o chamei com uma mão enquanto passava a outra sobre a cama. Ele se virou para mim com um sorriso torto. Seus olhos brilhavam e meu corpo ardia com aquilo.
– Então você adora meu corpo, né? Eu também adoro o seu! – ele disse curvando seu corpo sobre o meu. Quando estávamos completamente deitados, abri minhas pernas para que ele se encaixasse entre elas. Eu mesma tirei minha blusa sem paciência nenhuma. Ele logo tratou de beijar meus seios por cima do sutiã. Arqueou meu corpo um pouco pra cima o tirando facilmente. Desceu os beijos por minha barriga me causando arrepios. Logo meu short estava longe. Estávamos empatados nas roupas. tirou sua boxer rapidamente, sem me dar nem tempo de pensar. Tirei minha calcinha, ficando totalmente nua. Foi subindo os beijos pela minha barriga até chegar em minha boca.
Eu já podia sentir sua ereção na minha entrada. Eu comecei a gemer baixo entre os beijos. Fechei meus olhos por um instante, senti sua língua em contato com o meu clitóris. Seu ritmo era rápido e me fazia gemer seu nome alto. Ele me penetrou com a língua, fazendo movimentos circulares com o polegar em meu clitóris. Ele me sugava, e eu não conseguia conter os gritos de prazer que aquilo me causava. Minhas pernas começaram a perder as forças. Cheguei ao meu ápice. abriu a gaveta da mesinha pegando o preservativo. Rasgou com a boca colocando rápido em seu pênis já rígido. Ele me penetrou rápido quase me fazendo subir nas paredes, tamanha foi a força que ele usou. Eu gemia alto e arranhava suas costas. Seus movimentos foram ficando mais intensos, me deixando sem ar. Seu beijo era quente e envolvente. Me vi sendo lançada para o lado ficando por cima dele. Arranhei todo seu peitoral enquanto fazia movimentos rápidos sobre ele. segurava em meus quadris, me puxando pra mais perto dele, se isso era possível. foi o primeiro a gozar, mas eu ainda não tinha chegado onde eu queria. Ele me deitou mais uma vez, saindo de dentro de mim. Não demorou muito pra voltar a me penetrar. Minutos depois senti uma coisa subindo por meu corpo. Eu tinha atingido meu orgasmo. saiu de cima de mim, deitando ao meu lado. Meu corpo doía, e pode parecer sado masoquista, mas era uma dor boa. Senti os braços fortes do me envolverem pela cintura, me puxando pra perto dele. Eu podia sentir seu coração batendo rápido assim como o meu.

– Vai me contar porque chegou rindo daquele jeito? – falei olhando pra ele.
– Melhor você não saber... São negócios de homens. – disse acariciando meu rosto me fazendo rir.
– Hum... Tudo bem então, senhor mistério. Mas quando vai deixar de me esconder as coisas, hein? – disse me dando por vencida. Ele não ia contar mesmo. – ... To com fome! – falei com a mão na barriga.
– Eu te cansei, foi? – ele falou fazendo charme.
– Também! Mas eu não como nada desde que você me deixou aqui sozinha. – eu falei fazendo bico. – No mínimo você tem que fazer alguma coisa pra mim, pra compensar! – eu disse rindo da cara que ele fez.
– Ta bom, ta bom! Mas a única coisa que eu sei fazer é sanduíche de queijo e presunto. Vou logo avisando! – disse se levantando e vestindo sua boxer que estava jogada por ali. O imitei procurando minha calcinha. Olhei no visor do celular e marcava 23h47m. Fui até o armário do procurando alguma roupa pra vestir. Acabei pegando uma blusa escrito “FUCK YOU” de todo tamanho em letras vermelhas. Se mamãe me visse vestida naquilo com certeza ia cair dura no chão. Ela odeia que a gente fale palavrão.
– Me leva no colo? – pedi fazendo cara de criança.
– Não faça essa cara pra mim, que eu não aguento! Vem. – ele disse me pegando com facilidade e me tirando do chão. Desceu as escadas comigo no colo, ainda fazendo gracinha comigo. – Pronto! Está entregue! – falou me colocando no chão assim que chegamos à cozinha.
– Anda logo que eu to com fome. – falei com voz mandona.
– E se eu não fizer? – disse levantando a sobrancelha.
– Se não fizer eu como você! – falei rindo do próprio comentário.
– Isso não pegou muito bem não. Seria melhor se eu a tivesse falado. – foi falando enquanto fazia os sanduíches. – Dorme comigo hoje? – ele falou.
– Hum... Não sei. Me deixa pensar... – falei fingindo pensar. – Claro que eu durmo! – falei rindo.
– Achei que ia me deixar sozinho. – falou rindo.
– Essa parte eu deixo pra você, amor! – falei com o queixo apoiado na mão.
– Ai, para de pegar no meu pé! – ele falou. – Eu não faço por mal... É que eu sou... – ele tentou dizer.
– É um cara de negócios e tem coisas pra fazer. Eu já sei disso! – falei rolando os olhos.
– Eu odeio quando você faz isso! – disse parecendo estar irritado.
– Faço o que? – eu disse cínica.
– Esse rolar de olhos irrita, sabia? E sua cara de cínica mais ainda. – voltou a dizer.
– O que quer que eu faça? Eu sempre faço isso! – falei sem mudar a reação. – E além do mais, te irritar é o que eu mais sei fazer. – disse piscando logo em seguida. riu, se sentando à mesa comigo. Comemos nosso lanchinho e voltamos pro quarto. O era um amor de namorado. Tirando as partes que ele era ciumento e quer matar todo mundo por minha causa. Mas eu o amo e ele me ama. Nada melhor que amor correspondido. Com todos os defeitos, eu amo .



Capítulo 5

Duas semanas haviam se passado depois daquela noite. continuava com seus negócios misteriosos e isso tava me preocupando. Suas saídas esquisitas eram cada vez mais frequentes. Eu estava jogada em minha enorme cama pensando nisso e ouvindo música.

? Posso entrar? – apontou a cabeça na porta.
– Entra aí. – falei sem reação nenhuma.
– Érm... Você sabe onde os meninos têm ido ultimamente? O ta estranho. – ela falou se sentando em um pufe.
– Eu não faço a mínima idéia, ! O também ta estranho... Mais que o normal. – disse me sentando.
– O que você acha que é? Eu acho que o ta me traindo! – ela falou triste.
– Será? Eu não sei não. Eles não seriam loucos de traírem a gente. Mas se tiverem eu vou descobrir. – falei decidida.
– O aniversário dele ta chegando... Mas eu mal o vejo pra combinar alguma coisa! – disse dando de ombros.
– Ah! A gente faz do mesmo jeito... Que tal uma festa surpresa? – falei alegre.
– OPA! Ouvi vocês falando sobre festa? – entrou no quarto de repente.
– Não sabe bater não? – falei irritada.
– Bater pra que? A casa também é minha! – ela falou.
– Mais o quarto é meu! – falei apontando pro peito.
– Que bom. Mudou minha vida! – falou se deitando na minha cama.
– Além de mal educada é folgada também. – disse rindo.
– Bom, enfim. E aí? Topa fazer a festinha surpresa? – falei com a sobrancelha levantada.
– Só se eu puder trazer um pó pra gente usar! – ela falou animada.
– Nossa que nome é esse? – falou rindo.
– Pó é um nome chulo que eu ouvi pra se referir à cocaína. – falou dando de ombros. – Mas é um pó mesmo! – voltou a dizer.
– Claro que pode. Tem tempo que eu não uso nada! Nem maconha. – falei rindo.

Liguei pro avisando que eu tava indo pra casa dele. A gente precisava ter uma conversa. Isso tava muito errado. Eu espero que ele não esteja me traindo. Porque eu acabo com a vida dele. O enorme portão da sua casa foi aberto assim que minha buzina soou pela rua. Me avisaram que ele tava dormindo porque tinha chegado tarde da rua. Subi as escadas que nem um furacão. Comecei as esmurrar a porta, mas ninguém saía. Eu já estava perdendo a paciência.

, é melhor abrir essa porta agora, antes que eu a derrube! – falei fazendo uma pausa. – ! ! – gritava dando socos na porta. – ? Você ta me ouvindo? – falei. Tomei um susto com a porta se abrindo.
? O que você quer aqui a essa hora? – abriu a porta com a cara toda amassada. Entrei no quarto sem ser convidada.
– Eu espero que não tenha nenhuma mulher escondida por aqui, ! – falei abrindo os armários. – Porque além de quebrar a cara dela, eu quebro a sua! – falei parando a sua frente.
– Para de ser paranóica, garota! Não tem ninguém aqui. – falou voltando pra cama.
– É bom mesmo, porque se não, dê adeus ao seu querido membro. E é melhor você acordar... Eu não saio daqui enquanto não me contar porque você e o estão tão estranhos ultimamente. – me sentei na cama cruzando os braços.
– Por que isso agora? Você nunca se preocupou com isso! Por que a preocupação? – ele falou.
– Porque eu quero saber! Você não me liga, some quando quer e... Sempre me deixa sozinha. Eu quero saber o motivo disso tudo! O que é? Ta me traindo com alguma das suas dançarinas? – falei contando nos dedos.
! Entenda uma coisa... – falava segurando em meus ombros. – Se eu tivesse te traindo, você já saberia. – falou e eu levantei a sobrancelha. – Sério! Nós namoramos há quase três anos. Se eu tivesse te traindo, você já teria descoberto. – falou rindo.
– Eu não sei não. Então me conta o que está acontecendo. – falei olhando no fundo dos seus olhos. – Por favor, me conta! Eu não quero desconfiar de você. – falei segurando seu rosto entre as mãos.
... Não me peça pra te contar nada, por favor! Eu não quero você metida nos meus assuntos. Não quero que você se machuque! – falava com a voz triste.
– Mas que negócios são esses que eu não posso saber? – falei irritada me levantando. Levei as mãos aos cabelos, os puxando logo em seguida. – Eu vou ficar louca desse jeito! O que é de tão grave que eu não posso saber? – falei parando por um minuto. A não ser que...
... Você não ta envolvido em algum esquema de drogas não, né? Pelo que eu sei você só deixa os caras venderem lá na Louv! , por favor, não me diga que... – fiz uma pausa.
– Não! Claro que não... – ele falou me deixando com mais dúvida. Não tava gostando do seu tom de voz.
– Eu não quero saber disso, ! Se eu descobrir que é isso... EU JURO... Juro que termino tudo com você! E eu não to brincando. – falei apontando o dedo na sua cara.
– Fica despreocupada, meu amor. Não é nada disso, eu juro que não é! – ele falou se levantando e me abraçando. – Eu nunca vou deixar nada acontecer a você... E nem a nenhum dos seus irmãos, eu prometo. – ele disse ainda me abraçando.

Aquela conversa me deixou confusa, assustada e com medo de descobrir o que não queria. Mas eu ia descobrir do que se tratava, ah se eu ia. Ele que não me escondesse nada. E se fosse o que eu tava pensando, eu acabaria com ele. E isso não vai ficar assim. Voltei pra casa, rapidamente. Eu precisava conversar com as meninas. Pra ver outras opiniões. Quando cheguei em casa, Beth me disse que as meninas tinham saído, mas que voltavam logo. Pedi pra ela avisar que eu estava no quarto esperando por elas.
Uma meia hora depois, elas entram no quarto com um monte de sacolas. Ah! Claro. Estavam torrando dinheiro.

– Nossa! Quantas sacolas hein, meninas? – Falei rindo.
– Eu quase trouxe a loja toda dentro da sacola. – falou sorrindo boba.
– Eu nunca comprei tanto na vida... – ela fez uma pausa. Nos olhamos confidentes e desatamos a rir. É claro que aquilo era uma mentira lavada.
– Vocês não existem, gente! – falei balançando a cabeça.
– Mas e aí? O que quer falar com a gente? – falou se sentando na cama sendo imitada por .
– Ah! Claro. Hoje eu fui conversar com o ... Cheguei lá e perguntei por que ele e o tinham sumido esses dias e enfim... Ele não me contou, mas sabe do que eu to suspeitando? – falei baixo as chamando com o dedo para chegarem mais perto. – Tráfico de drogas. – falei.
– O QUE? TRAF... – gritou e eu tapei sua boca.
– Cala a boca, porra! Quer que alguém ouça? É! Isso mesmo que você ouviu. – falei.
– Mas... Não! Eu acho que não. – disse.
– Disso eu não sei. Mas eu tô com medo, gente... E se for mesmo e eles tiverem escondendo? Apesar de que o disse que não é! – falei com olhar suplicante.
– Relaxa, ! Se ele falou que não é, por que duvidar dele? – disse.
– Gente... Pensem comigo. – falei me ajeitando. – Ele deixa aqueles caras venderem drogas lá dentro da boate... O some direto e sempre volta feliz, revoltado, nervoso... E por que mais seria? Com certeza ele ta envolvido em alguma coisa! – falei.
– É! Pode ser... Se bem que eles não seriam tolos a ponto de colocar tudo em risco assim, ! – falou.
– Ela tem razão, . Deixa disso, deve ser outra coisa. – falou dando de ombros.
– Tomara que estejam certas, pois eu não vou perdoar o por isso... Não vou mesmo! – falei com medo de tudo aquilo.



Capítulo 6

Era uma sexta-feria à tarde. Eu andava em círculos pelo quarto. O estava me deixando louca. Mas eu não ficaria sem fazer nada. Eu iria com calma, pois não sabia com o que eu estava me metendo. E eu tenho muito medo do que era. Eu estava inquieta. Não sabia se ficava sentada, se ficava de pé ou se olhava pela janela. Ouvi baterem na porta. Meu coração foi lá na boca e voltou. Quem seria?

– QUEM É? – gritei.
– Sou eu. . – falou do outro lado. – Menina, tenho uma babado pra contar. – ela falou entrando no quarto se sentando na cama.
– Descobriu alguma coisa? – falei a imitando.
– Eu acabei de vir da casa do ... Eu tava mexendo nas coisas dele e achei uma arma e um tablete de alguma coisa que não sei o que é! – ela falou animada.
– Mas só isso? Isso não prova nada! Ele usa também esqueceu? Ai que saco! – falei me levantando. – O que é? – falei quando bateram na porta.
– Seu pai está aí. Ele quer falar com você! – Beth disse.
– Já to indo. O que será que ele quer comigo? – falei e deu de ombros.
– Eu vou lá com você. Só quero dar um beijo nele. – falou me seguindo.

Chegamos à sala, Dylan estava sentado no colo dele. O Dylan era a cópia perfeita do papai. Os cabelos claros e os olhos verdes não negavam. era a cópia mulher deles.

– Olha aí minhas meninas lindas! – papai falou rindo assim que nos viu.
– Oi, pai. – falei dando um beijo em seu rosto.
– Ei, pai. Só vim te dar um beijo! – falou dando um beijo no rosto dele. – Vou voltar pro quarto. – voltou a dizer.
– Tudo bem. Aproveita e leva ele com você. Preciso conversar com a . – papai disse me deixando curiosa. Eles saíram da sala discutindo quem era melhor no mortal kombat.
– Esses meninos! – papai disse balançando a cabeça. – Sente-se, querida. – ele falou e eu obedeci.
– O que quer falar comigo, papai? – falei curiosa.
– Bom... Eu vim falar sobre o . – papai começou. – Ele me contou sobre a recente briga de vocês. – disse se escorando no sofá.
– E por que o falaria da nossa briga com você? – falei desconfiada.
– Porque eu fui o culpado por ela! – ele disse me olhando. O encarei por longos minutos. O que ele quis dizer com aquilo? O que me passou pela cabeça foi que eu poderia estar sendo trocada pelo meu pai e ele veio me contar que está pegando o meu namorado. Eu ri desse pensamento absurdo.
– Co-como assim, papai? Eu não entendi. – e não tinha entendido mesmo.
– É o seguinte... O tem ido até Essex resolver alguns problemas da empresa, ao meu comando. Mas algo deu errado. E então, ele se viu no direito de tentar consertar as coisas... Mas eu não deixei que ele terminasse. Então ele pediu que o fizesse por ele. Foi só isso! Ele não quis te contar por vergonha e porque ele era um fracasso e muitos outros nomes. – ele finalizou fazendo uma pausa. Então era isso?
– Nossa, papai! Eu tô me sentindo a pior namorada do mundo. E eu achando que ele tava me traindo ou algo pior. – falei. – Ele só tava com vergonha de me contar! – continuei sentada digerindo tudo aquilo que papai me disse.
– Bom. Eu já fiz minha parte. Vou indo, porque sou um homem de negócios. – papai disse me fazendo lembrar do .

Dez minutos depois de papai sair, entrei na Mercedes do jeito que eu tava, só com um vestido tomara-que-caia rodadinho e uma havaiana mesmo. Prendi o cabelo, dirigindo o mais rápido que pude pra casa do . Subi as escadas correndo, nem batendo na porta, entrando de uma vez. e conversavam sobre alguma coisa que eu nem prestava atenção.

? Por que ta tão ofegante assim? Ta fugindo de alguém? – me bombardeou de perguntas.
– Eu vim te pedir desculpas, amor. Por ter duvidado de você! O papai me contou o porquê de você ter sumido esses dias. Me desculpe. – falei rapidamente sentada em seu colo com uma perna de cada lado.
– C-aham! Eu acho que eu vou indo. Até mais. Depois me liga, ! – disse saindo do quarto.
– Eu me sinto tão mal por ter duvidado de você... Diz que me perdoa, vai! – falei ofegante.
– Hey, calma! Eu não te culpo por nada, ! Eu deveria ter te contado. Mas eu sou um estúpido. – disse me abraçando. Meu coração batia acelerado contra seu peito.
– Eu me sinto péssima. – falei com a boca na curva do seu pescoço.
– Não se sinta assim. A culpa foi minha! Já disse. Vamos sair pra recompensar você! – ele disse me fazendo olhar em seus olhos.
– Seus olhos não me deixam raciocinar direito. – falei rindo abraçada ao seu pescoço.
– Nem os seus! Malditos olhos verdes! – ele disse encostando nossas testas.
– Malditos olhos . – falei o beijando. Um beijo quente, porém calmo.

A vista do London Eye era incrível e linda. E o Rio Tâmisa ajudava naquela paisagem.

– Aqui é tão lindo! – falei olhando tudo aquilo.
– Eu vejo uma pessoa mais linda ainda. E o melhor de tudo... Essa pessoa me pertence! – falou me fazendo olhar pra ele. E que bela vista.
– Incrível como você fica mais lindo ainda com a luz da lua. – falei me aproximando dele. Estávamos sentados à beira do rio.
– Olha só quem fala. – ele disse me fazendo rir. Encostei minha cabeça em seu ombro, ficando ali calada por uns longos minutos.
... – chamei o vendo fazer um som com a boca. – Promete pra mim que nunca vai me decepcionar e que nunca vai deixar de me amar mesmo quando eu não estiver mais aqui? – falei olhando no fundo dos seus olhos. Ele me fitou por instantes que pra mim duraram uma eternidade.
– Por que diz isso? Eu sempre vou amar você! E essa história de quando eu não estiver mais aqui? – ele me olhou confuso.
– Ah! Você entendeu! Quando eu não tiver mais aqui. Morrido. – falei dando de ombros. Fitei o chão.
– Hey. Que papo é esse? Nós ainda vamos viver muitas coisas juntos! – ele disse segurando meu queixo. Seus lábios tocaram os meus bem calmamente. Minhas mãos foram parar involuntariamente em seus cabelos. me puxou, me fazendo sentar em seu colo com uma perna de cada lado. Aquilo poderia durar para sempre e eu não me importaria.



Capítulo 7

Me vi sentada mais uma vez em um dos sofás da enorme Louv. Como sempre havia sumido. Eu bebia Martini e via as pessoas dançando. Algumas bem doidas sob o efeito de drogas. E disso eu sabia. Já que estava acostumada com tudo aquilo. Não só por mim, mas pelas minhas irmãs e todo mundo que eu convivo todos os dias. veio em minha direção com um homem que eu nunca tinha visto por ali. Era alto, forte e bem bonito. Eu diria até que ele estava me seduzindo naquele momento. Seus olhos eram marcantes e seu jeito de andar fazia com que todas as mulheres da boate olhassem quando ele passava. Ele aparentava ter uns vinte e três anos mais ou menos.

, esse aqui é o , um amigo meu. – disse. – A gente ta indo lá pra dentro... Vamos? – disse com um sorriso torto.
– Muito prazer, . – eu disse me levantando e pegando na sua mão. Ele a puxou para ele dando um beijo de leve. Ui, que sedutor. olhou com uma cara, mas não disse nada.
– Estou encantado. Até que enfim conheci a misteriosa namorada do . A gente só costumava ouvir seu nome, mas nunca tivemos o prazer de conhecê-la. – ele disse rindo simpático. De onde esse cara saiu?
– Bom, vamos indo? – falou segurando firme em minha cintura. Eita, ciúmes.
– Eu preciso achar as meninas. Elas disseram que queriam ir com a gente lá pra dentro. – falei.

Saí procurando-as no meio de toda aquela gente. Tive que perguntar pra alguns conhecidos nossos, já que estava impossível de achá-los sozinha. Acabei achando e se pegando perto dos banheiros e dançava com um cara lá que eu já conhecia de vista.
Já na salinha do , esperávamos as meninas chegarem. e trocavam olhares cúmplices e aquilo estava me deixando agoniada. Pelo menos eu achava que era aquilo mesmo. Os meninos chegaram lá fazendo o maior barulho, me despertando da minha observação.

– Desculpa a pergunta, mas quantos anos você tem, ? – perguntei do nada.
– Eu tenho vinte e sete. Eu sei que aparento ser mais velho! – falou bebendo da sua cerveja.
– Não. Eu pensei que você tivesse uns vinte e três. Não perece ser tão mais velho assim! – disse dando de ombros. apertou minha perna, chamando minha atenção. Olhei pra ele sem saber o que fazer. Ele apenas me deu uma olhada discreta e eu já sabia o porquê daquilo. Ciúmes.
– Aí eu falei pra ele que não ia rolar, porque ele era muito feio e ainda tinha uma barri... – parou de falar assim que olhou pro . Seu sorriso engraçado passou a ser um sorriso, digamos, besta? WHAT THE FUCK? Todo mundo ficou se encarando.
– Como vocês demoraram, meninas! – falei quebrando aquele silêncio que se instalou ali. Por que a gente tinha se calado mesmo?
– É que eu tive que dar um fora em mais um cara. – disse sem jeito.
– Ué! Deu o fora em alguém? Isso é novo para os meus ouvidos. – falou descontraído.
– Ele era muito feio e chato pra sua informação, ok? – ela falou rindo sem jeito.
– Você tá certa. Você é muito bonita pra qualquer um! – disse a deixando com cara de besta. Cutuquei que riu e nós trocamos olhares confidentes. – Prazer... . Mas pra você pode ser . – ele falou me deixando de boca aberta.
– É uma satisfação... Prazer é só na cama! – disse nos fazendo rir. – Brincadeira. Essa é mais velha que minha avó. – voltou a falar rindo.
– Mas mesmo assim, está convidada a ter prazer em minha cama. – disse com um sorriso de lado. Aquilo não ia dar nada que presta.
– Huh... Vejam só que papo legal. Já estamos interagindo. – falou rindo. – Sou , encantada! – ela disse simpática.
– Eu sou o , e eu também vou querer ter o prazer de conhecer sua cama. – ele falou nos fazendo rir.
– Me desculpe, eu gosto é de mulheres. E das que têm coisas pra pegar de preferência. – falou olhando pra . – É um prazer te conhecer, . – disse simpático.

Depois daquele momento apresentações, a parte boa chegou. e saíram por um instante, voltando com algo na mão, que eu logo identifiquei por cigarros de maconha e cocaína.

– Ah! Agora a festa vai ficar boa! – falou rindo.
– Me dá esse negócio logo que eu tô querendo acabar logo com isso e ir pra casa. – falei rindo recebendo a maconha da mão de dando uma longa tragada.
– Tá apressadinha hoje hein, ! Olha que o não dá conta. – falou enquanto ele enrolava a maconha.
– Tá pensando o quê? Eu dou conta sim! Você já viu com quem ta falando? – ele disse abrindo os braços.
– Cuidado hein, ... Drogas e cigarro dão impotência! – falou em tom de zoação.
– Dá nada! Se fosse assim, o meu pinto nem levantava mais. – disse nos fazendo rir.
– Bom, vamos começar logo essa festa. , passa isso pra cá! – disse pegando da mão dele. já fazia uma carreirinha em cima da mesinha de centro e cheirava a cocaína.
– Hey! Vai com calma. É pra todo mundo, gata!– falou rindo, recebendo outro em troca. Logo eles dois já estavam se agarrando sem um pingo de pudor bem na nossa frente. a pegou no colo a levando pra um daqueles mocados que tinha por ali, levando junto bebidas e pacotinhos de cocaína.
– E então... Vão ficar aí desse jeito até que horas? – disse olhando de pra .
– Que jeito? – ela falou rindo.
– É! Que jeito, ? – disse com a sobrancelha levantada.
– Aff, você são tão lentos! – falei tomando o cigarro da mão do . – Por que não vão logo pra casa do e curtem a noite sozinhos? – falei me ajoelhando no chão fazendo uma carreirinha. Puxei aquilo pra dentro e me senti tonta. Comecei a rir do nada, me sentindo meio retardada. Tomei vodka por cima, fazendo uma careta logo em seguida. Há tempos eu não fazia isso. – Isso é muito bom! – falei rindo com a cabeça jogada pra trás.
– Essa é da boa! – disse rindo. – Tá a fim de ir lá fora dançar comigo? – falou olhando pra .
– É claro! – ela falou já se levantando. Os dois saíram me deixando sozinha com o . Me levantei ficando de frente pra ele. Comecei a dançar sensualmente passando a mão pelo corpo. Às vezes descia até o chão, o fazendo seguir meus movimentos com os seus olhos . Ele tomava despreocupado a vodka que eu havia deixado em cima da mesa. se levantou andando em minha direção. Me puxou pra perto dele, com seus braços fortes, quase me fazendo perder o pouco de sanidade que me restava naquele momento. Ele me virou de costas pra ele, tirando meu cabelo do meu pescoço, e depositando beijos por ali. Meu corpo todo respondia aquilo, me fazendo arrepiar. Eu já me sentia quente entre as pernas.
– Você gostou do não foi? – ele começou a me virar devagar me fazendo ficar de frente pra ele. – Vou logo avisando que se você deixar ele chegar perto de você... – ele ia dizendo beijando meu pescoço até chegar me meu ouvido. – Eu mato vocês dois! Ta me ouvindo? Eu vi o modo que olhava pra ele... Mas não se atreva! – ele sussurrou no meu ouvido. depositou as mãos em minha bunda, me levantando pra cima, e eu logo tratei de envolver sua cintura com minhas pernas. Senti o baque forte de minhas costas contra a parede, não me importando com aquilo. começou a me beijar intensamente, me fazendo gemer durante o beijo. Sentia meu corpo sendo pressionado contra a parede pelo seu corpo, e já começava a sentir sua ereção entre minhas pernas. Seus beijos foram descendo por meus seios, cada vez mais. Logo vi minha blusa jogada no chão. foi me levando pro sofá me beijando. Ele me jogou em cima do sofá, tirando a blusa. Mordi a boca, me sentindo totalmente excitada. Eu não sentia meu corpo, nem pensava em nada. Meu juízo havia me abandonado, devido ao efeito da droga.
Ele se deitou em cima de mim, me beijando rápido e com desespero, meus lábios até doíam com aquela pressão, mas quem ligava? Logo eu só estava de lingerie vermelha em cima dele. Comecei a pressionar minha vagina em seu membro já ereto. Desci de cima dele, ajoelhando bem a sua frente. Comecei a abrir sua calça, puxando a boxer preta que ele usava junto. Olhei pra ele que apenas balançou a cabeça em um incentivo. Comecei a lamber seu membro de baixo para cima com movimentos bem lentos. agarrou meus cabelos da nuca me incentivando a aumentar.
– Para de me torturar, ! – sua voz era quase inaudível. Obedecendo aos seus desejos, coloquei toda minha boca, começando a chupá-lo rápido. Suas mãos foram até as minhas me fazendo masturbá-lo. Senti minha cabeça sendo puxada pra cima, sendo beijada logo depois. Arranquei meu sutiã o jogando longe, fazendo o mesmo com a calcinha. Senti os olhos do me olharem de cima a baixo, com um olhar que transbordava luxúria. Me sentei em cima dele, pegando logo um preservativo de dentro do bolso da sua calça. Eu mesma coloquei sentando em cima, sem demoras e fazendo movimentos rápidos.
– Isso, ! Continua assim. – ele dizia segurando em meu quadril. Eu gemia o mais alto que eu podia, já que isso eu não conseguia evitar. Meu corpo simplesmente não me obedecia mais, e eu não conseguia parar de pular em cima dele. Vendo meu desespero, ele se deitou em cima de mim, colocando minhas pernas em seus ombros. Suas investidas me faziam gritar seu nome, eu estava fora de controle. Eu estava tão descontrolada que acabamos caindo no chão. Senti uma dor na boca ao cair, mais aquilo não seria o suficiente pra me fazer parar.
, OH! EU NÃO VOU AGUENTAR, ! CONTINUE... AH! – eu me sentia totalmente dopada naquele momento. Ouvi ele soltar um gemido alto, gozando em seguida. Mas pra mim ainda não tinha acabado. Subi em cima dele, fazendo movimentos mais fortes, se isso ainda era possível. O suor escorria pela minha testa. Senti meu corpo relaxando dos pés à cabeça. Esse tinha sido um dos meus melhores orgasmos em três anos de namoro com ele. Comecei a rir de satisfação em cima dele, caindo sobre seu peito. Eu me sentia totalmente perdida. Nem sabia mais se eu tava bem.
– Você... Se superou... Dessa vez! – disse passando a mão em meu cabelo.
– Nós nos superamos. – falei bem baixinho. Não sei por quanto tempo ficamos jogados no chão. Senti meus olhos pesarem e adormeci ali mesmo, no chão.

Quando eu acordei, já era de manhã. Mas eu não estava em minha cama, definitivamente não. Olhei para o lado e dei de cara com as costas do . Suas tatuagens eram simplesmente lindas. Tentei me levantar, mas arrependi de tê-lo feito. Senti minha cabeça latejar de repente, me fazendo deitar de novo. Meu corpo todo doía. Senti gosto de sangue na boca, me levantei indo até o banheiro pra ver o que era. Fiquei me olhando no espelho, vendo um corte bem no meu lábio inferior. Tentei me lembrar da noite anterior, mas minha cabeça doeu mais ainda. Eu não fazia ideia de como tinha acontecido aquilo. Na verdade eu nem me lembrava do que eu havia feito noite passada. Ouvi me chamar de dentro do quarto.

– Oi. Bom dia!– falei entrando no quarto. – Sabe o que houve com minha boca? Não me lembro de nada. – falei confusa me sentando na cama. Eu estava vestida apenas minha calcinha e uma blusa que era bem maior do que eu.
– Bom dia. Digamos que ontem você estava um pouco descontrolada. Nós transamos na minha sala. Nós acabamos caindo no chão e você bateu a boca no sofá! – ele disse rindo.
– Não ri não! Eu não me lembro do que eu fiz! – falei.
– Quer que eu te lembre como você tava ontem? – ele falou me puxando pra deitar em cima dele. – Você estava selvagem! Acho que vou drogar você mais vezes... Você me fez gozar várias vezes ontem! – falou me fazendo olhar pra ele.
– Engraçadinho! Eu sou muito capaz de te fazer sentir o que sentiu ontem, sem nem mesmo me drogar, você sabe muito bem disso. – falei beijando seu peito nu.
– É eu sei! – ele falou me apertando.
– Nossa... Não me lembro de nada mesmo! – falei confusa.
– Vou tomar banho. – ele disse se levantando. Fiquei na cama tentando no mínimo me recordar de alguma coisa. Só me lembro da gente na sala, do , e de ter dado uns pegas no , mas só isso. Depois daí já não me lembro de nada.

Enquanto tomava banho, fui mexer em suas coisas pra ver se eu achava alguma coisa suspeita. Se o tinha uma arma, por que ele não teria? Fui até o seu guarda– roupas abrindo todas portas e gavetas, não achando nada. Corri pra cômoda, onde ele costumava colocar roupas íntimas. Mexi nas três primeiras gavetas, não encontrava nada. Talvez ele não tivesse mesmo uma arma. Mas mexendo no fundo da quarta gaveta, encontrei algo embrulhado em um pano vermelho. Abri dando de cara com uma nove milímetros. Eu sabia disso porque assisto a muitos seriados policias. Peguei a arma na mão, tirando três balas que tinha lá dentro. Eu ia dar um susto no , só pra brincar um pouquinho.



Capítulo 8

POV ON

Quando saí do banheiro, estava sentada na beirada da cama balançando os pés, com um sorriso sapeca nos lábios. Ela estava aprontando alguma coisa.

– O que foi? – falei desconfiado.
– Nada! Só estou entediada. – ela falou com o mesmo sorriso. Me virei para a cômoda procurando algo pra vestir. – ... – ouvi me chamar. Me virei dando de cara com uma arma apontada bem pra minha testa. Sua expressão era brincalhona e séria ao mesmo tempo.
– Onde você achou isso? – falei olhando praquilo na minha testa.
– Na sua gaveta... Por que nunca me disse que tinha uma arma? – ela falou.
– Porque você não precisava saber disso! Agora abaixa essa arma, antes que você a dispare sem querer! – falei em tom apelativo.
– E se eu não quiser? E se eu fizer você me falar a verdade? O que você esconde de mim, ? – ela falou descendo a arma para o meu peito. Eu engoli em seco.
– Eu não tenho nada a te dizer! Abaixa essa arma! – falei nervoso.
– E se eu atirasse em você, hein? – Não. Ela não faria isso. Ou faria?
– Você não tem coragem... E não sabe como se usa isso! – e se ela soubesse? Esses filmes que ela assiste praticamente ensinam a matar.
– Acha mesmo que eu não tenho coragem? – falou dando um sorriso cínico.
– Se você tem mesmo coragem... Atira em mim! Vamos, quero ver se é capaz disso. – falei segurando em seu braço.
– Foi você quem pediu! – ela falou e eu fechei os olhos automaticamente. Ouvi o estalo do gatilho, mas nada aconteceu. Começou a rir alto dentro do quarto. – Como você é idiota, . Se você não percebeu, a arma está travada... E não tem balas! – ela falou rindo jogando três balas no chão. Ela abaixou a arma ainda rindo.
– Como você sabe disso? – falei em dúvida.
– Porque fui eu quem tirou! Eu só não sei atirar, mas quanto a destravar uma arma e retirar as balas, isso é tão simples! – ela falou em tom gozado. – Devia ter visto a sua cara! Acha mesmo que atiraria em você? Eu não tenho tanta coragem assim! – ela continuou se sentando na cama.
– Por um instante, achei que ia mesmo atirar em mim. – falei rindo.
– Não. Eu te amo muito pra fazer isso com você. – ela falou vindo até mim, agarrando meu pescoço. Levantou os pés para me dar um beijo calmo e lento. – E da próxima vez... Vê se escolhe um lugar melhor pra esconder suas coisas! – falou rindo.

POV OFF

Ei ri tanto da cara do que minha barriga tava doendo. Eu não tenho a mínima idéia de como atirar, só sei o básico que é destravar e tirar as balas. Que eu aprendi vendo em filmes e seriados. Mas a cara dele era impagável. Tão clichê esconder uma arma enrolada em um pano dentro da gaveta. Enfim. Cheguei em casa e fui tomar um banho. Minha cabeça havia parado de doer, não sei como. Deve ter sido a emoção do momento. Eu estava morrendo de vontade de torrar dinheiro, mas não queria ir sozinha. Então eu ia chamar o pra ir comigo, claro. Ele odiava fazer compras comigo, porque eu entrava em um tanto de loja, olhava as coisas e sempre deixava pra comprar em outra. Ele achava isso um saco, mas do mesmo jeito eu ia chamá-lo.

– Oi, ! – ele atendeu.
, preciso de um favorzinho... Vamos ao shopping comigo? – falei com voz manhosa.
– Shopping, ? Você sabe que eu não gosto de sair com você pra shopping! Isso não é minha praia. – ele falou.
– AH, , por favor? Não vamos demorar... Ainda são duas da tarde! – falei quase implorando.
– Não. E além do mais, você sempre pede às coitadas das vendedoras pra pegar as coisas e você nem mesmo quer ver depois! – falou rindo.
– Coitadas nada! É a obrigação delas! Se eu quiser jogar na cara delas eu posso. Eu que estou comprando. – falei com raiva. – E você vai ou não? – falei.
– Ok. Eu passo aí em meia hora pra te pegar. – disse.
– Sabia que podia contar com você. Te amo! – disse feliz desligando.

Meia hora depois, lá estávamos nós no shopping andando de um lado para outro. já segurava milhares de sacolas nas mãos e eu puxava ele pra todos os lados. Eu entrava em uma e não queria nada, ia pra outra e não estava interessante.

, meus pés estão doendo! – reclamou parando.
– Ah, qual é? Eu que estou de salto, não tô reclamando... Ah! A gente tem que entrar na loja de lingeries. – falei o puxando pelo braço.
– Hum... Isso pode ser interessante! – ele falou com um sorriso safado nos lábios.
– Nisso você quer ir né? Seu safado. – falei enquanto andávamos.
– Mas é claro! Sou eu que vou ver depois mesmo. – ele disse rindo.

Já dentro da loja, peguei uma lingerie vermelha, uma branca, uma preta e uma azul clara. Entrei no provador, vestindo todas. Chegando na preta, saí do provador, exibindo a nova cor. que estava sentado em uma cadeira de frente pra mim, mostrou um sorriso enorme, me olhando de cima a baixo.

– E aí? Gostou dessa? – falei dando uma voltinha.
– Oh, se gostei! A melhor depois da vermelha. Pode levar todas! – ele falou, e eu fui andando na direção dele.
– Qual você vai querer que eu use hoje? – falei apoiando as mãos em seus joelhos ficando bem próxima ao seu rosto.
– Por mim, não precisa de nenhuma. Vou ter que tirar depois mesmo! – ele falou passando a mão em meus cabelos. Dei um beijo rápido nele, voltando pro provador.

reclamou as compras inteiras, falando que as sacolas estavam pesadas e encheu o saco. Foi até o carro colocar as compras me deixando sozinha na praça de alimentação. Mas isso já fazia uns vinte minutos. O estacionamento não era tão longe. Peguei minha bolsa e fui ver o que estava acontecendo. Nunca se sabe. Tomei o elevador descendo pro estacionamento. De longe eu reconheci conversando com uma mulher loira. E eu conhecia muito bem aqueles cabelos loiros, não que fossem tingidos, mas a pessoa era insuportável e irritante. Fui andando rapidamente em direção a eles o mais rápido que pude. Peraí? Ela ta próxima demais pro meu gosto. Cabeças vão rolar.

– CAHAM! – cheguei pro trás deles os assustando. – O que está acontecendo aqui? Por que demorou tanto pra voltar? – falei ignorando totalmente aquele ser.
– É que... – tentava explicar com a mão na nuca.
, querida! Ele só estava conversando comigo. – a vagabunda falou.
– Eu ainda não falei com você, Jenny! – disse a olhando de cima a baixo com cara de desprezo. Jenny era sua ex-namorada. – Então, ... Vai demorar muito? Porque eu to a fim de ir embora agora! – falei dando as costas pra ela.
– Não adianta me ignorar, querida! – ela falou.
– Por que não volta pro buraco de onde veio e sai da minha frente? – falei me virando pra ela. Ficamos nos encarando.
, vamos embora! – disse parando no meio de nós duas. – Não vale a pena. – voltou a dizer.
– Agora eu não valho a pena, não é? Há dois anos eu valia muita coisa pra você, se não se lembra! – ela falou.
– Quem vive de passado é museu. Eu sou o presente dele. E você não passou de uma chifruda! Ele traía você comigo, sua biscate! – falei rindo. Ela veio pra cima de mim. Era a mais pura verdade.
– Parem vocês duas! – falou segurando cada uma por um braço.
– Eu sempre soube que você era uma vadia, . Eu não fico nem um pouco surpresa de você me dizer isso! – ela falava enquanto tentava nos manter afastadas.
– É melhor você ir embora, Jenny. E não me procure mais, por favor! – Ele disse. Ela saiu em passos largos bufando.
– Eu nem falo nada. – falei dando as costas para .

Na volta pra casa, ele nem ousava falar comigo. Eu tinha a expressão fechada e os braços cruzados, e em nenhum momento eu olhei pra ele.

– Vai ficar sem falar comigo até quando? – ele começou.
– De onde aquela vagabunda saiu, hein? E por que tava falando com ela? – falei com raiva ainda sem olhar pra ele.
– Ela apareceu do nada, falando que tava com saudades, mas eu não dei bola pra ela. – ele falou olhando de vez em quando pra mim.
– Hum... Ela ainda não aceita eu ter tomado você dela! – falei rindo.
– É! Mas você me fez um grande favor... Ela era mó chata! – ele disse descontraído.
– Vai falar assim de mim pras outras também? – falei arqueando a sobrancelha.
– Quais outras? Nós vamos ficar juntos pra sempre, . – ele disse e eu ri. Ele não era um fofo? Me aproximei dele lhe dando um beijo no rosto.
– Vamos lá pra casa tomar um banho de piscina? – falei me endireitando no banco.
– Só se você for nadar nua! – disse rindo de lado.
– HAHA engraçadinho, vai sonhando! – disse rindo.

e tomavam sol na beira da piscina. Eu usava um biquíni tomara-que-caia colorido em cima e a parte de baixo branca. colocou uma bermuda mesmo dele que estava perdida no meio das minhas roupas. O sol estava uma delícia. Logo fui dar um mergulho, seguida por .

– Vem aqui! – ele disse me segurando pela cintura, me prendendo na borda da piscina.
– Me solta. – falei rindo. – Você não me deixa em paz nenhum minuto! – falei fingindo estar aborrecida.
– OK. Desculpa então. – disse se virando de costas pra mim. Apoiando a cabeça nos braços.
– Own, eu to brincando, amor. – disse beijando suas costas e abraçando seu peito. – Eu adoro suas tatuagens, sabia? Principalmente essa aqui nas suas costas. – eu disse passando a mão sobre a tatuagem.
– Por que não faz uma em você? Você morre de vontade de ter uma! – ele falou dando de ombros. – E outra que eu ia adorar. – voltou a dizer. Sentei na borda da piscina ficando ao seu lado. Logo ele veio encaixar o corpo no meio delas.
– Eu quero muito fazer uma fênix nas costas. O que você acha? – falei o sentindo beijar minha barriga. – Para com isso, . As meninas estão ali do outro lado! – eu disse segurando sua cabeça entre as mãos.
– HEY! NÓS ESTAMOS AQUI, TÁ? – gritou do outro lado.
– É! NADA DE SEXO DENTRO DESSA PISCINA! – gritou me fazendo rir.
– Se vocês parassem de gritar, eu iria agradecer! – falei rindo.

O resto do dia foi sem acontecimentos importantes. foi embora e eu fui tomar um banho, jantei e fui dormir. Não tinha nada de bom pra fazer.



Capítulo 9

O tempo estava passando tão depressa. Já era o aniversário do , e nós íamos preparar uma festinha pra ele. Na verdade não era uma festinha, seria uma festaça. Eu já havia falado ao que era pra fechar a boate, pois seria lá. Estava tudo combinado. estava toda alegre por estar preparando uma festa para ele. Estávamos na sala discutindo sobre a festa.

– Ai, gente! Vai ser tão foda essa festa! – ela falou animada batendo as mãos.
– Poderia ser aqui, mas a megera não quer! – falei me referindo a minha mãe.
– Por que você me odeia tanto, ? – ela apareceu na sala do nada.
– Eu não te odeio, mãe! Só acho que você tira lição de moral de onde não tem. E moral é o que menos tem em você! – falei e as meninas concordaram.
– Você não pode falar assim comigo! Eu sou sua mãe! – ela falou irritada. Eu rolei os olhos milhares de vezes, em sinal de que não ouvia nada.
– Mãe, na boa! Você nem mesmo fica em casa com a gente. E ainda faz o que quer com o Vincent nessa sala. Eu não falo por nós, eu falo pelo Dylan. Eu acho que ele não ia gostar nada de ver sua mãe transando no sofá da sala! – falou. E falou bonito.
– Vocês dizem isso, porque não gostam dele. Vocês sempre foram contra meu namoro com ele por causa do pai de vocês! Mas eu não nem importo. – ela falou.
– E eu menos, pode ter certeza. – falei sem dar importância.
– Vocês ainda vão quebrar a cara com o paizinho querido de vocês! E não vai demorar muito. E aí eu quero ver quem vai estar certa nessa história. – ela falou e saiu de casa.
– Essa mulher é louca! Sempre querendo colocar a gente contra o papai. – falou.
– Ela que não me engana. Minha opinião sobre ela não vai mudar nunca! – falei emburrada.

Eu estava me arrumando pra festa. Vesti um vestido tubinho palha e uma gladiadora vermelha, com uma maquiagem esfumaçada. Eu estava linda, modéstia parte. Os meninos passariam pra buscar a gente. ia comigo e com o . Já que o não deu certeza se ia à festa. Já chegamos chamando a atenção de todos. segurava em minha mão me puxando no meio do povo. era cumprimentado por todos por onde passava.

, isso aqui tá lotado! E tem uns caras ali que estão muito agitados. E se der briga? – falei com medo.
– Não fica preocupada, não! Tem bastante segurança hoje. Qualquer coisa, eles dão um jeito. – ele falou. – E eu também vim preparado. – ele voltou a dizer levantando a blusa. Me assustei na hora.
, por favor. Por que você trouxe isso? – falei com medo. – Eu não to gostando disso! E eu espero que não me deixe sozinha. – falei segurando em sua mão.
– Vem! Vamos beber alguma coisa. – disse me puxando. – Me dá dois copos de conhaque aí, cara. – falou pro barman. Eu não parava de olhar para os lados. – Fica calma, ! Não vai acontecer nada. – ele falou tentando me acalmar.
– Tá. Tudo bem. – falei. – Vamos dançar? – falei depois de beber o conhaque e sentir minha garganta queimar.
– Vamos! Aí a gente aproveita e acha o pessoal. – falou e foi nos guiando no meio de toda aquela gente. De onde havia saído aquela gente mesmo?
– GENTE! ESSA FESTA TÁ MUITO BOA! – disse com uma garrafa de vodka na mão. a abraçou por trás colocando o queixo em seu ombro.
– Cadê a ? O veio? – perguntei meio alto.
– Eu a vi conversando com uns caras ali no canto, mas ela não parecia prestar atenção neles... Falando nela... – disse, vendo-a chegar com um copo na mão perto da gente.
– Nossa! Que cara é essa? O não veio? – falei rindo.
– Eu não to esperando ele. – ela falou bebendo.
– Ah tá! E eu finjo que acredito! – zoou.
– É serio! Eu não ligo pra ele. – ela falou. – Aquele dia a gente só conversou, e ele me levou pra casa. Não teve nada demais! – falou sem expressão.

Já fazia horas que nós dançávamos sem parar. Minhas pernas estavam doendo tanto que eu tive que parar por uns minutos. Começou um empurra-empurra bem no meio da pista de dança. Dois caras começaram a brigar por causa de uma mulher qualquer lá. As pessoas começaram a gritar, e os seguranças logo juntaram para separar. Um deles sacou uma arma. Fazendo com que todos que estavam à volta começassem a gritar e correr.
– DROGA! , vambora! Não fiquem aí paradas. Corram! – disse e eu agarrei em seu braço.
– Não! Não vai, por favor! , eu estou te pedindo! – falei o olhando com medo.
– Não vai acontecer nada, . Só vamos resolver isso! – ouvimos copos se quebrando e os meninos saíram correndo. As pessoas começaram a correr para todos os lados. Alguns caras começaram a se socar. Eu e as meninas corremos para fora, junto com o tumulto que se formou na porta de saída. Ouvi um tiro ecoar pelo lugar me causando medo.
– AH O QUE SERÁ QUE ACONTECEU? – comecei a gritar desesperada. – Eu vou lá! – falei sendo segurada por .
– Tá maluca? Quer morrer, é? Os meninos resolvem isso. – ela falou calma demais.
– Fiquem calmas, gente! Os meninos vão ficar bem. – disse e apareceu do nada ao nosso lado.
– O que está acontecendo lá dentro? – falou chegando perto da gente.
– Nós não sabemos... Uns caras começaram a brigar... E os meninos ficaram lá dentro. – falei tudo embolado.
– Eu vou lá! – ele disse andando rápido.
– Toma cuidado! – falou.

Uns quinze minutos depois a polícia chegou ao local. Não havia mais ninguém ali, apenas a gente. Eles entraram rapidamente no local. Minutos depois, eles saíram trazendo todos algemados. tinha a cabeça abaixada.

, o que houve? – falei chegando perto dele.
– Vocês estão com eles? – o policial perguntou.
– Não. Elas não estão! – disse.
– Então vamos logo! Fechem a boate. – ordenou aos outros policiais.

Antes de entrar no carro disse baixo: “Não se preocupe”. Pude ler seus lábios quando disse isso. Como eu podia não ficar preocupada? Eles haviam sido presos, todos eles. Cheguei em casa, comecei a ligar desesperadamente pro celular dele, mas não atendia. Tentei no do e dava a mesma coisa. Joguei o celular sobre a cama, tirando meu vestido. Comecei a andar pelo quarto impaciente. E agora?

– Eu falei pra ele não ir! Que droga! – me sentei na cama.

Eu não estava com um pingo de sono naquele momento. Já passava das 4 da manhã e o sono não vinha. Me sentei na poltrona que havia ali e fiquei batucando na perna. Aquilo me deixava maluca. Acabei dormindo na poltrona mesmo, toda torcida.

Acordei sentindo todos os meus ossos doerem. Me arrastei até o banheiro pra tomar um banho e ver se aquela dor passava um pouco. Terminando o banho, tentei novamente falar com o . Será que eles haviam dormido na prisão? Seu celular estava fora de área. Olhei no relógio do celular e marcava 15h23m. Já era tarde, mas com certeza ainda estavam lá. Troquei de roupa o mais rápido que eu pude, pegando as chaves do carro e saindo do quarto.

– Teve notícias dos meninos? – encontrei com no corredor.
– Ainda não. Mas não vou ficar aqui parada esperando também. Vou até a casa do . O pai dele deve estar sabendo de alguma coisa. – falei andando.
– Espera! Eu também vou. – ela disse nós seguimos pro carro.

Estacionamos na frente da casa dele, descemos correndo do carro. A empregada disse que ele estava no escritório com o pai dele. Subimos correndo as escadas, indo em direção ao escritório. Mas a conversa me fez travar na metade do caminho.

POV ON

Papai estava uma fera comigo. Eu havia ligado pra ele ir buscar a gente na cadeia. Ele me xingou de todos os nomes possíveis na face dessa terra. Eu sabia no que ia dar tudo aquilo.

– Você ferrou com tudo, seu garoto irresponsável! Sabe quanto tempo eu gastei pra conseguir aquela boate? Hãm? Aposto que não sabe! O prejuízo foi grande, . Você nunca faz as coisas certas. – papai dizia furioso.
– Eu não podia prever que o cara tinha uma arma! E quando a polícia chegou, todo mundo tava armado. – eu tentava me justificar.
– E as drogas? E as drogas? O prejuízo ainda foi maior, porque eu tive que pagar fiança pra você e o sairem de lá. Porte ilegal de armas e drogas dão cadeia. Você sabe disso! Mas você não sabe fazer as coisas direito. Primeiro faz o favor de cortar as mãos de um cara por causa daquela menina que você diz ser sua namorada. Ela ainda vai fuder com tudo isso. Por isso que eu digo que não quero garotas envolvidas em meus negócios! – ele falava e falava.
– Ela já está desconfiada de tudo. Eu que venho despistando. Ela é muito esperta. – eu falei.
– Você sabe que se ela descobrir esse esquema que nós temos, ela vai abrir a boca... E eu não vou pensar duas vezes antes de matá-la! Mas não serei eu que farei isso! – ele disse me olhando significativo.
– O QUE? Acha mesmo que eu teria coragem de matá-la? Nunca! – eu falei o desafiando.
– Pois então trate de fazê-la esquecer disso! Ou ela fica calada ou morre! É minha última palavra. – ele disse se virando de costas. – Agora saia da minha frente. – disse.

Quando abri a porta, e estavam paradas de frente à porta, sem reação nenhuma. estava branca que nem papel, e estava parada olhando pro nada.

? O que faz aqui? – falei indo até ela.
– Não toque em mim! – ela falou me empurrando. – Você mentiu pra mim, ! Mentiu e mente até agora! – Ela falava chorando. Foi então que ela saiu correndo.
– Vai atrás dela! – papai apareceu na porta. Saí correndo escada abaixo, derrubando tudo que eu via pela frente.
, ESPERA! – ela corria em direção ao portão. Consegui alcançá-la a derrubando no chão.
– ME SOLTA! ME SOLTA! VOCÊ É UM MENTIROSO! – ela se debatia contra mim. A imobilizei jogando meu peso em cima dela.
– ME OUVE! DEIXA EU TE EXPLICAR! – tentei dizer.
– SAI DE CIMA DELA, ! – chegou me puxando.
– NÃO SE METE! – disse a empurrando. Ela caiu no chão.
– SEU DESGRAÇADO, MENTIROSO! – ela gritava. Tapei sua boca.
– Para de gritar e me escuta! Só por um minuto. – falei a soltando.
– Eu não quero ouvir nada de você, seu mentiroso. – ela falou me empurrando. – Está tudo acabado entre a gente, tá me ouvindo? ACABOU! – disse se levantando. – Vamos, ! – ela disse andando em direção à saída.
– Não me obrigue a prender vocês aqui! – falei.
– Não tente nada, ! Você sabe do que sou capaz. E me faça um favor... Não me procure mais! – ela falou puxando pela mão indo embora.

POV OFF



Capítulo 10

Eu não acreditava naquilo tudo. Minhas suspeitas se confirmaram agora. Eu apertava o volante com uma raiva descomunal. Minha mão até doía. O velocímetro marcava 140 km/h.

– Vai com calma, ! Você vai acabar batendo esse carro. – dizia segurando no banco.
– Eu ainda não acredito nisso! – falei entredentes.
– Será que o também está envolvido nisso? – falou.
– Com certeza! – falei sem olhar pra ela.

Quando chegamos em casa a primeira coisa que fizemos foi contar pra o que tinha rolado. Ela não estava muito diferente da gente. Sua reação não foi muito diferente da nossa.

– Gente! Como ele conseguiu esconder por tanto tempo, hein? – falou colocando a mão na boca.
– Não sei. Só sei que pra mim acabou! Eu não quero mais continuar com ele. – falei.
– Eu preciso falar com o , gente. Eu preciso acabar com essa dúvida! – falou inquieta.
– Eu tenho certeza que ele também está nisso. Eles somem praticamente juntos. – falei. – O que não apareça por aqui, eu não vou pensar duas vezes antes de chamar a polícia! – falei com a mão fechada.
– A máscara dele caiu. E a face que descobrimos não é das melhores. – disse me deixando ainda mais puta com tudo aquilo.

Eu não sabia o que fazer. Eu não sabia se queria saber de tudo de uma vez ou se deixava isso de lado. Mas como ele conseguiu me esconder tanta coisa em três anos de namoro? Como? Deve ser algo muito bem feito. Eu jamais pensei isso do pai dele. Não com aquele ar de empresário sério. Mas as aparências enganam. Eu não conseguia dormir. Fui até minha gaveta e peguei cinco comprimidos de uma vez, que me fariam dormir. Eu não queria mais pensar sobre aquilo. Só de pensar no fazendo certo tipo de coisas me dava uma agonia. Logo senti meus olhos pesarem, adormecendo logo em seguida.

Meus olhos iam se abrindo aos poucos. Meus olhos doíam, com uma luz branca em minha cara. Na verdade todo o lugar era branco. Ouvi vozes de pessoas conversando ao longe, mas eu sentia que elas estavam perto.

– Olha! Ela acordou. – ouvi a voz do Dylan.
– Minha filha! Que bom que acordou. – papai disse chegando perto de onde eu estava deitada.
– Onde estou? O que houve? – falei meio lenta.
– Você está no hospital querida. Você dormiu por dois dias. Achamos que você tinha morrido quando Beth te achou na cama. – papai falou.
– Eu estranhei você não ter saído do quarto. Aí eu entrei e você parecia dormir um sono pesado. Mas dois dias era estranho demais! – falou.
– O foi lá em casa quatro vezes só nesses dois dias. – falou.
– Ele não devia ter ido de jeito nenhum. – falei virando o rosto para o lado.
– Como se sente, ? – Dylan perguntou segurando minha mão.
– Um pouco tonta, mas vai passar. – falei tentando rir.

O médico disse que eu tinha que ficar ali por dois dias, em observação. Quando mamãe soube que eu tomei aquele tanto de remédio pra dormir, quase me matou de tanto xingar. E ainda papai ajudou. Eu devia era ter morrido assim como o médico disse que teria acontecido se eu não tivesse ido para o hospital. Seria bem melhor. Eu estava sozinha no quarto, pois o povo havia voltado pra casa. Eu não conseguia dormir por causa do remédio que eles haviam me dado. Aquele lugar branco demais fazia minha cabeça doer. Me assustei quando entrou no quarto vestido de enfermeiro.

– O que você tá fazendo aqui? – falei tentando me sentar na cama. Desistindo, pois meus ossos doíam.
– Eu vim roubar você. Você vem comigo. – ele falou chegando perto de mim.
– Não. Eu não vou a lugar nenhum com você! Enfer... – fui tentar gritar e tapou minha boca.
, por favor, não dificulta as coisas pra mim. Coopera! – ele disse olhando nos meus olhos. – Eu vou te explicar tudo, prometo! – ele falou. Tirou um esparadrapo do bolso colocando em minha boca. – Desculpa, mas eu preciso fazer isso! – ele falou. Ele pegou uma injeção aplicando alguma coisa na mangueira do soro. Meus olhos começaram a pesar e eu não vi mais nada.

POV ON

Eu não tive outra escolha a não ser fazer aquilo. Os pais dela iam ficar umas feras, mas eu dava meu jeito. Eu tinha que dar um jeito.

, sou eu, . Por favor, não desliga. – falei assim que ela atendeu.
– O que você quer? – ela falou seca.
– Preciso que você diga aos seus pais que a recebeu alta do hospital e que eu a busquei... Pode fazer isso por mim? – disse e ela ficou calada.
– O QUE VOCÊ FEZ COM ELA, ? CADÊ ELA? – ela começou a gritar.
– Eu a trouxe aqui pra casa, eu preciso falar pra ela sobre tudo isso que vocês descobriram. Pode fazer isso? – falei.
– Não, eu não posso! Eu vou chamar a polícia. Isso é sequestro, ! – disse.
– Ou você ajuda, ou nunca mais vai ver sua irmã! Você que escolhe. – falei nervoso.
– Você não faria nada com ela... Não pode fazer! – ela disse preocupada.
– Você sabe muito bem que eu faço sim. E se você não me ajudar... – falei.
– OK! Eu digo a eles, mas, por favor, não faça nada a ela! – ela disse em tom choroso.
– Então faça o que eu pedi que ela vai voltar pra casa sã e salva! Tchau. – falei desligando na cara dela. Eu sei que isso é doentio demais. Ou eu conto tudo pra ela, ou vou perdê-la pra sempre.

A coloquei na cama e amarrei suas mãos acima de sua cabeça. Troquei o esparadrapo por um pano, e me sentei, esperando-a acordar. Meia hora depois ela acordou meio lenta. Seus olhos se arregalaram assim que ela me viu. Balançou os braços na cama vendo que estava presa.

– Você não vai conseguiu se soltar! – falei me sentando perto dela. Coloquei a mão sobre sua perna e ela ficou se afastando. – Não precisa ficar com medo de mim, ! Sabe que eu não vou te machucar. – falei. Ela ficava me olhando com olhos assustados. Seus grandes olhos verdes me deram pena naquela hora. Mas eu precisava fazer aquilo. – Olha! Eu preciso conversar com você... Mas eu vou ter que te pedir pra não gritar. – falei chegando mais perto dela. – Promete que não vai gritar? – perguntei a vendo balançar a cabeça positivamente. Retirei o pano da boca dela. Ela balançou a cabeça virando pro outro lado.
– Por que está fazendo isso comigo, ? Por quê? – ela falou com os olhos cheios de lágrimas.
– A gente precisa conversar sobre o que você descobriu. – falei.
– Eu não vou dizer nada, eu prometo... Mas me deixa ir embora! Eu esqueço que vocês existem e nunca mais você vai me ver... Mas não me meta nisso, por favor! – ela falou chorando.
– Eu não queria que isso tivesse acontecido, não queria te ver envolvida nessas coisas. Mas acabou dando errado, então me deixa pelo menos te explicar! – eu falei quase implorando.
– Você pode pelo menos me soltar daqui? Eu não vou a lugar nenhum! – ela disse ainda chorando.
– Você vai tentar fugir... Eu te conheço! – falei de pé.
– Não, não vou fugir. Me solta! – ela falou me implorando. Fui até a cama a soltando. Quando ela já estava solta, ela me deu um chute entre as pernas e saiu correndo. Mas nós estávamos em um motel, fora da cidade. Não tinha como ela fugir. abriu a porta do quarto e saiu correndo, enquanto eu me contorcia de dor em cima da cama. Saí tropeçando nas pernas atrás dela pelos corredores. Passei pela recepção perguntando se alguém a tinha visto. O segurança disse que ela havia corrido pra rua. Ela gostava de dificultar as coisas. Entrei rapidamente no carro e saí cantando pneu pela estrada. Logo pude avistá-la correndo pelo acostamento.

, não tem como você fugir! Entra no carro agora! – ordenei.
– Me deixa em paz, ! – ela disse ainda correndo. Desci do carro correndo atrás dela.
– Não me obrigue a machucar você! Entra no carro. – falei a segurando pelo braço. Ela começou a chorar, caindo ajoelhada no chão.
– POR QUE ESTÁ FAZENDO ISSO COMIGO, ? EU SÓ QUERO QUE VOLTE A SER COMO ANTES! – ela chorava no chão.
– Me escuta por um minuto. – abaixei na sua frente. – Eu não vou te machucar. – falei segurando seu rosto entre as mãos.

POV OFF

Aquilo era um pesadelo. Eu estava morrendo de medo do . Mas mesmo assim eu entrei no carro, mesmo não querendo. Alguma coisa lá no fundo me dizia ainda pra confiar nele. Isso estava muito confuso. Voltamos pro motel, todos olhavam pra gente, não sei porque. Entramos no quarto, e ele logo me fez sentar na cama.

– Eu vou te contar tudo resumidamente. Mas fica calada e me ouve. Mas primeiro você vai ligar pra sua mãe e dizer que você está comigo e que está tudo bem. – ele disse me dando o celular.
– Nunca pensei que você fazia o tipo psicopata! – falei arrancando o celular da mão dele. Disquei o número dela, e ela logo atendeu.
, onde você está? Nós estamos preocupados! – ela falou.
– Eu estou com o na casa dele. – falei sentindo o olhar de pesar sobre mim.
– Como você recebe alta do hospital e não recebemos notícias? – ela falou gritando.
– É que o estava lá comigo. Então ele me trouxe pra casa dele, não se preocupe, eu estou bem. – falei vendo o me mandar desligar o telefone. – Mãe, eu vou chegar um pouco tarde em casa, mas não fica preocupada. – falei desligando sem esperar resposta. – Está feliz agora? Idiota! – falei o olhando com raiva jogando o celular em cima da cama.
– Muito. – ele falou em tom debochado.
– Como você fez com a alta? Eu não a havia recebido! – falei irritada.
– Dinheiro faz tudo, meu amor. – ele falou rindo.
– Não me chame de meu amor. Nós não temos mais nada! – falei me levantando.
– Nós ainda seremos namorados até eu dizer que acabou! – ele falou segurando em meu braço.
– Não se iluda, querido! Eu posso acabar com você! – falei o enfrentando.
– Você sabe que se acontecer algo comigo... Você também vai junto. – ele me disse e eu fui arremessada sobre a cama. – Agora senta e escuta! – falou nervoso.
– É bom mesmo que me conte, pois eu quero saber de tudo. Apesar de que eu já ache que eu sei demais! – falei passando a mão onde ele havia apertado.
– Não seja burra! Você não sabe nem da metade. – falou. – De onde você acha que sai o dinheiro que você e suas irmãs torram, hein? Acham que é da empresa dos nossos pais? – ele falava em tom debochado. – Aquilo é dinheiro sujo, de tráfico. Vocês querendo ou não, fazem parte e sempre fizeram. – ele disse me deixando mais chocada com cada palavra.
– Não. Você está mentindo. Eu nunca participei disso! E meu pai jamais faria parte de uma coisa assim! – falei balançando a cabeça.
– Não seja tola. Seu pai e o do também fazem parte disso tudo. E quando eu te disse que ia estudar fora. Eu não fui estudar! Eu fui resolver negócios pros nossos pais. – ele dizia andando pelo quarto.
– Mas você só tinha 17 anos. Era muito novo! – falei chocada.
– Eu sempre fui responsável, você sabe disso! – ele falou se sentando. – Você não pode me deixar sozinho agora, ... Eu preciso de você do meu lado, me apoiando, agora que você sabe de tudo! – disse segurando meu rosto entre as mãos.
– Eu não posso te apoiar nisso. – disse colocando minhas mãos em cima das dele.
– Se você me ama... Continua comigo! Só isso que eu te peço. – falou me olhando com seus olhos .
– Eu te amo. Mas... Eu não sei se posso fazer isso! – falei me levantando e dando as costas para ele.
– O que quer de mim? Eu não posso mais sair disso! Já é tarde demais! – ele falou colocando as mãos em meus ombros. Fechei meus olhos com seu toque.
– Não é tarde demais! Nunca é tarde. – falei sem me virar.
– Se eu sair... Eu morro! Eles vêm atrás de mim. Tem muita gente envolvida. E eles conhecem você e sua família... Eu não posso te proteger longe de mim! – ele falou me virando de frente pra ele.
– Eles me conhecem? Como? – eu disse com os olhos arregalados.
– Eles te vêem na boate comigo. Não tem jeito. Ou você fica e me apóia... Ou saia daqui e enfrente as consequências! – disse me soltando e me dando as costas.
– Eu não tenho mais escolhas? – falei me virando pra ele.
– Não. – ele disse com o olhar perdido.


Capítulo 11

Como já estava à noite acabamos dormindo no motel mesmo. Eu estava totalmente cansada. Meu corpo todo doía. Quando acordei, já estava de pé. Prendi meu cabelo em um coque e fui até o banheiro. Meus olhos tinham umas bolsas enormes de baixo deles. Minha expressão era cansada e eu me sentia feia. Joguei uma água no rosto e voltei por quarto.

– Eu ainda não acredito nisso! – falei me sentando na cama. ficou me olhando por uns segundos, depois passou a mão em meu rosto.
– Eu não me sinto feliz te metendo nisso... Mas eu prometo que nada vai te acontecer. – tirei sua mão do meu rosto.
– Eu só estou topando porque eu não tenho escolha! Mas a gente não está mais junto! Entenda isso! – falei me levantando.
– Nós estamos bem sim. Você está aqui comigo agora! – ele disse se levantando também.
– Não. Eu estou aqui porque você me trouxe, não porque eu quero. E não se sinta no direito de me tocar mais! – falei. – E agora... Será que pode me levar pra casa? Meus pais devem estar preocupados. – disse com os braços cruzados.
– Eu não quero você longe de mim. Eu te amo. – ele falou chegando perto de mim.
– Não. Para aí! Se você me amasse de verdade... Me deixaria viver a minha vida! Eu nem mesmo posso ter amigos, porque você é possessivo demais. E quer controlar minha vida. Isso não é amor. – falei com os olhos meio fechados. – Você não é homem o suficiente para aceitar que eu vou te deixar e me deixar ir embora! Você age como um adolescente impulsivo que quer as coisas do seu jeito. – falei o vendo voar em minha direção me segurando pelos ombros.
– Não me provoque... Eu mostro pra você que eu sou homem de verdade, te fazendo ter espasmos se quiser... Você sabe disso! – falou me encostando na parede.
– Me solta! Não pode me forçar a fazer nada. – falei tentando o empurrar. – Me solta, seu idiota! – eu tentava me soltar, mas não conseguia.
– Eu sei que você quer! Não tente esconder de mim. Posso sentir sua respiração acelerada só por eu estar assim perto de você! Não tente negar. – disse beijando meu pescoço. Eu estava tentando resistir aquilo, mas estava difícil. Foi então que ele me beijou. Um beijo violento e cheio de ódio. E eu não estava pra trás. Eu comecei a morder seus lábios com força, e ele começou a gemer. O empurrei tentando fugir dos braços dele, mas ele era muito mais forte que eu. Ele me agarrou novamente segurando forte em meus cabelos, me beijando novamente. Naquele momento não existia amor entre nós. Apenas raiva. E isso não seria uma coisa boa.
O empurrei contra a parede o beijando. Seus braços fortes me apertavam e eu gemia de dor. Ele arrancou sua blusa a jogando no chão, fazendo o mesmo com a minha. Nossas respirações estavam falhas e estávamos nos machucando naquele momento. me prendeu entre ele e a parede, me fazendo laçar sua cintura com as pernas. Nossos toques eram brutos e violentos. Ele me sentou em cima da mesinha de canto e ele logo tratou de arrancar minha calça levando junto a calcinha. mal tirou a calça, me penetrou sem permissão alguma. Agarrei suas costas gritando cada vez mais. Suas investidas eram violentas e fundas. Achei que ele fosse me quebrar ao meio. Ele me fez ficar de costas para ele me fazendo ficar quase de quatro debruçada sobre a mesinha. Senti uma dor terrível quando ele me penetrou.
– Você... Vai... Me pagar... Por dizer que eu não... Sou homem! – ele dizia aumentando o ritmo e me fazendo segurar na parede.
– Saiba que... Ah... Eu não... Sinto nada. – falei arfando.
– Então porque está gritando? – ele falou. Ele me segurou pela cintura, diminuindo seus movimentos. Ele gemia em meu ouvindo e me deixava com mais vontade ainda.
– Você... Não é de nada, ! – falei o deixando irritado. Ele saiu de dentro de mim, me virando de frente pra ele. Me pegou no colo me levando até a cama. Ele mal me colocou na cama, me penetrou rápido. Eu tive que segurar na grade da cama porque era o único lugar ao meu alcance. Meu corpo doía, mas eu não estava nem aí. Minhas pernas foram parar em seus ombros, e eu o sentia todo dentro de mim. Eu gemia alto sentindo cada investida dele. Aquilo estava selvagem demais. E estava muito perigoso. Ele poderia me machucar mesmo ser querer. Senti que ele não ia demorar a gozar. Ele não podia gozar dentro de mim. Não estávamos protegidos. E aquele era o pior momento para eu engravidar.
, já chega! – falei e ele abaixou minhas pernas, mas não parou.
– Não. Eu vou chegar lá! – ele disse ainda se movimentando.
– Não goze dentro de mim... OH, . Não goza! – falei tentando controlar meus hormônios. Senti meu corpo relaxar assim que senti seu líquido derramar dentro de mim. Nós gozamos juntos. caiu pro lado deitando-se de barriga pra cima.
– Eu falei pra não gozar dentro de mim, seu estúpido! Você nem estava usando camisinha. – falei com mais raiva ainda batendo nele.
– Pára de me bater. Vai dizer que não gostou? – ele disse subindo em cima de mim me segurando pelos pulsos. – Vai! Pode falar que gostou de eu ter te pegado a força! Apesar de que não foi à força, já que você gritou a nossa transa toda. – ele falou rindo.
– Não. Eu não senti nada! E sai de cima de mim! – falei batendo nele.
– E se eu não quiser? – disse segurando meus braços em cima de minha cabeça. – Eu sei que você adorou, porque gozou junto comigo, meu amor. – voltou a dizer a milímetros de minha boca. – E nesse momento você quer que eu te beije! – ele falou.
– Me solta! – comecei a tentar me soltar. Na verdade eu queria que ele me pegasse de novo. Isso eu queria. Mas ele não devia saber disso. Ele começou a beijar meu pescoço, mordendo também. Eu não podia segurar os malditos gemidos que estavam em minha garganta. Eles estavam me entregando. – Eu quero ir embora! – falei com voz chorosa.
– Tudo bem, eu te levo! – Ele disse se levantando e vestindo suas roupas. Fiz a mesma coisa.

Ele estacionou o carro em frente a minha casa. travou as portas e eu olhei incrédula para ele.

– Me deixa sair! – falei irritada.
– Primeiro me escuta... Você não pode dizer nada pra ninguém sobre o que eu te contei. Não se esqueça do nosso trato. E dá um jeito de calar a boca da ! Ela sabe demais. – ele disse me olhando sério. Por um momento, eu havia me esquecido o motivo daquilo tudo.
– Posso sair agora? – cruzei os braços emburrada.
– Não. Até você me dizer que nós estamos bem, e que ainda estamos juntos. – ele disse rindo de lado.
– O que? Espera que tudo esteja bem entre a gente, depois de tudo o que fez comigo? – falei indignada.
– Eu não fiz nada sem você querer! E além do mais... Você não está fazendo nada de difícil, já que nós nos amamos, não é? – ele disse pegando em minha mão.
– Eu não sei se eu ainda te amo! – falei me arrependendo depois.
– Como assim? Não sabe se ainda me ama? Você não pode me deixar agora ! Não pode. – ele soltou-se do cinto e veio me abraçando.
– Não me toque. – o empurrei pelo peito.
– Droga! – ele socou o volante. – Se você não ficar comigo, você corre risco. Por favor, ! Não faz isso comigo! – ele bagunçou os cabelos. Parecia nervoso.
– Eu estou com medo disso tudo, . Não sei como será daqui pra frente! – respirei fundo. – Destrava a porta pra eu sair, por favor! – ele o fez mesmo sem querer. Desci do carro sem olhar para ele e entrei correndo em casa.

– POR QUE DEMOROU TANTO? – mamãe gritou assim que me viu. – EU LIGUEI O DIA TODO PRO SEU CELULAR! – ela falou.
– Eu estava com o . E eu não ouvi tocando! – falei.
– SABE O QUANTO NOS DEIXOU PREOCUPADA? – ela ainda gritava.
– Eu estou aqui, não estou? Que saco! Me deixa em paz! – falei subindo as escadas, vendo mamãe gritar meu nome. Bati na porta do quarto de . Ela abriu, e quando me viu, foi logo me perguntando o que houve.
– E aí? O que houve? – ela começou. Só então percebi que estava ali também. Merda!
– Você contou pra ela? – perguntei.
– Claro! Depois de tudo que nós ouvimos... Nada mais justo ela saber também! – ela disse.
– Ah que droga! Quanto menos gente souber, melhor! – eu disse passando a mão no rosto. – Agora o vai ficar puto. – falei me sentando.
– Ah relaxa! Pra quem eu contaria? – disse deitada na cama.
– O problema é que gente demais sabe disso! E vai sobrar pra mim depois. – falei preocupada.
– Não tem problema... O me contou tudo também! Até falou que nossos pais são os cabeças de tudo. – Ela falou e eu me lembrei do papai. Então era verdade. Ele também estava envolvido.
– E você fala nessa calma? Eu vou até lá esclarecer tudo isso! Se eu vou fazer parte disso, tenho que saber em que estou me metendo. – falei. – Vocês vêm comigo? – falei parando em frente à porta.
– Claro! – elas falaram em uníssono.

E lá estávamos mais uma vez. Mas agora por outro motivo. Nós três passamos pela secretária de papai, sem ao menos falar nada.

– Vocês não podem entrar aí! – ela veio correndo parando na nossa frente.
– Sai da minha frente, ou eu faço você sair! – falei com raiva.
– Eles estão em reunião e pediram pra não interromper. – ela falou de novo.
– A única reunião que vai haver aqui é a do seu velório se não sair da frente dessa porta. – falou.
– O QUE ESTÁ HAVENDO AQUI? – papai saiu da sala.
– Elas querem entrar, mas eu falei que... – ela falou.
– Dá pra calar a boca? – disse.
– Tudo bem. Vamos, entrem! – ele disse nos dando passagem. Olhamos feio para a secretária e entramos na sala. Quando entramos, sentimos cinco olhares pesarem sobre nós. , o pai dele, o pai do , o próprio, e de alguém que eu não imaginava que estaria ali... . me olhou assustada, e eu dei de ombros.
– Ora, ora, ora! As três filhas do chefe. – o pai do disse debochado.
– É muito bom que estejam todos aqui. É bom que falamos tudo de uma vez! – falei irritada.
– O que fazem aqui? – disse vindo em nossa direção.
– Nós viemos falar com nosso pai, mas já que estão todos aqui, eu acho até melhor. – falei cínica. – Não vamos sair daqui até nos contarem todo esse esquema de vocês! – falei cruzando os braços.
– Você contou a elas? – papai perguntou ao .
– Elas ouviram uma conversa minha e do pai, e aí eu acabei contado pra o resto. – ele disse meio sem jeito.
– Eu disse que não queria elas envolvidas nisso! Voltem pra casa meninas, não temos nada pra falar sobre isso! – ele disse se sentando.
– Eu não saio daqui até vocês me contarem tudo. – disse me sentando em um sofá que havia ali.
– Mas que garota estúpida você é! Vocês não fazem ideia do que estão se metendo! – Tio falou se levantando.
– Estúpida é a sua mãe! – falei o enfrentando.
, pare com isso! – disse chegando perto de mim.
– Eu também vou ficar. – disse se sentando também. – Se eu já sei de um pouco... Por que não posso saber de tudo? – ela disse olhado pro .
– Como conseguem ser tão ignorantes assim? Eu já disse que não quero vocês envolvidas nisso. É muito perigoso. – papai disse.
– E de onde acha que tiramos toda essa ignorância? – disse.
– Por que não contam de uma vez? Elas já estão envolvidas de qualquer jeito. – o pai do disse pela primeira vez. Ele era o mais sério dos três.
– Droga! Se não tem outro jeito... – ele respirou pesadamente. – Mas vou logo avisando... Isso não é brincadeira! E se querem mesmo saber, estejam prontas. Porque nunca se sabe o que pode acontecer. O lema do trabalho é matar ou morrer! – franzi a testa quando ele disse essa frase. Mas o quer que aconteça, eu estaria pronta.



Capítulo 12

Vendo que nós não sairíamos dali, papai disse que iria nos contar tudo. Eu não me importava com mais nada. Nada do que ele dissesse iria me surpreender.

– Se querem mesmo saber, eu vou contar... – ele disse se sentando em uma cadeira. – Eu não queria vocês envolvidas nisso tudo. – ele disse.
– Você já disse isso! Agora conte logo. – falou com raiva.
– Suas meninas são muito ignorantes, Carter! – o pai do disse.
– E você é muito chato! Se não gosta da gente, problema é seu! Não faço questão. – falei cruzando os braços.
– Vejo que vamos nos dar muito bem. – ele falou debochado. Fechei a cara pra ele e me olhou feio.
– Então... Já faz cinco anos que temos esse negócio. Há cinco anos começaram a ocorrer alguns problemas na empresa... Como nós mexemos com transporte de peças de carros, em uma viagem acabamos conhecendo um cara que mexia com tráfico de drogas. Ele me ofereceu um trabalho que era transportar suas drogas para outro país. No início eu não queria, pois era perigoso demais... Mas ele me garantiu que valeria a pena depois, que entraria muito dinheiro. E como a empresa estava falindo... Eu aceitei. Mas as coisas pioraram depois. Havia muita gente envolvida e umas coisas deram errado. E... Eu tive que acertar umas contas! E acabei me metendo em mais confusões. Foi aí que o foi embora, para procurar alguns compradores da carga. Achando vários! Foi a melhor coisa que já nos aconteceu. É dinheiro que não acaba nunca! – ele falou.
– Mais é dinheiro sujo, papai! – falei.
– Mas vocês sempre usufruíram desse dinheiro... Vocês estavam envolvidas indiretamente! – ele falou alterado.
– Foi o que eu disse pra ela. – falou sentado em um canto.
– Agora que vocês já sabem, podem ir embora! Não há mais nada pra vocês fazerem aqui. – ele disse nos dando as costas. – Não quero vocês envolvidas nisso, como já disse antes. – voltou a dizer.
– Não, a gente não vai! E é melhor vocês nos aceitarem nesse negócio, ou então... – começou.
– Ou então o que, hein? Vai nos entregar à polícia? – O Tio falou.
– Nada. – ela falou fechando a cara.
– Isso ainda vai dar alguma confusão! – o pai do disse.
– Você só sabe reclamar... Não vamos entrar pra isso porque queremos, e sim porque não tem outro jeito. Então, se achar que não está bom... Pode meter uma bala bem na minha cabeça e isso tudo acaba. – falei me irritando.
– Calma aí, . Não fique tão brava. Ninguém vai fazer nada, apenas ver o que acontece! – papai disse se sentando novamente.
– Se é só isso, então eu vou embora! Essa sala está pequena demais! – falei me levantando.
– Vamos mesmo. – disse se levantando.

Quando já chegávamos no carro veio atrás me gritando, chamando a atenção de todos ali. Fiquei olhando para os lados fingindo que não era comigo. Fala sério!

, espera! Eu preciso falar com você. – ele disse se apoiando nos joelhos.
– Correu muito, ? – disse rindo.
– Engraçadinha. Será que você pode me dar um minuto? – ele disse e eu fiquei pensando por um momento.
– O que você quer? Não posso demorar! – falei.
– Eu te levo em casa depois. – ele disse me estendendo a mão. Pensei por um minuto.
– Podem levar meu carro... Mas sem nenhum arranhão, ok? – falei pegando na mão dele e jogando a chave para .

Minutos depois, andávamos pelos corredores até chegarmos ao elevador. Encarei o por um minuto até ele perceber.

– O que foi? – ele disse rindo.
– Pra onde está me levando? – perguntei desconfiada.
– Lá pra cima. Só quero ficar a sós com você! – ele disse segurando minha mão.
– Hum sei... E por que não falou o que tinha que falar lá em baixo? – perguntei me escorando na parede do elevador.
– Por nada. E para de fazer perguntas. – ele disse assim que a porta de abriu, chegando ao terraço. – Vem! – disse me puxando pela mão.
– Por que me trouxe aqui? Quer me jogar daqui de cima? – falei rindo.
– Claro que não! – ele disse indignado. – Por que eu faria isso? – voltou a dizer.
– Não sei. – falei dando de ombros. – Então... – eu disse me sentando em um banco de cimento que havia por ali.
– Érm... Na verdade eu não tenho nada pra te falar. – ele disse coçando a nuca. Rolei os olhos.
– Hum. Então tá bom. Vamos embora! – falei me levantando.
– Não! Espera. – ele disse parando na minha frente.
– Olha... Me desculpa por tudo isso. – ele começou. Fiquei encarando seu rosto por vários segundos. Seus traços eram de nervosismo.
, pode parar por aí! Não vamos mais falar disso. Agora já estamos envolvidos demais, assim como você disse. – falei segurando seu rosto entre as mãos.
– Eu sei, eu sei. É só que... Eu não quero perder você! – ele me puxou pela cintura.
– Eu já sou bem grandinha e sei me cuidar! – apoiei minhas mãos em seu peito.
– Vamos sair hoje? Só nós dois? – ele riu de lado. Mordi a boca.
– Pra onde vai me levar? – disse baixo.
– Pra qualquer lugar que você quiser! – eu ri.

Eu estava me arrumando para sair com o . Na verdade eu não estava nem perto de estar arrumada. Eu ainda fazia a maquiagem e nem tinha vestido nada ainda.

– Vai demorar muito aí? – ouvi a voz do e corri pra abrir a porta. – Você ainda nem colocou roupa? – ele disse me olhando.
– Ah, , mulher é assim mesmo! Entra aí. – falei me virando.
– Mudança de planos... Vamos ficar lá em casa. – ele falou se sentando em um pufe por ali.
– Mas por quê? Eu tava tão empolgada pra sair! – falei triste.
– Ah, a gente come qualquer coisa lá em casa mesmo. Não tô com paciência pra sair. Eu devia estar na boate agora, mas nem sei se vou poder abri-la de novo! – ele disse bufando.
– Por que não pede o chato do seu pai pra dar um jeito? Ele não é o fodão? – falei me virando pra ele.
– Ele não vai querer fazer nada por mim. Ele fica jogando na minha cara que ele gastou muito dinheiro na fiança e enche o saco. – ele falou rolando os olhos.
– Por que seu pai é tão chato daquele jeito, hein? Ou ele não gosta mesmo de mim? – falei procurando algo pra vestir.
– Ele gosta de você. Mas não tá gostando de você descobrindo coisas demais. Ele disse que você é muito intrometida. – falou rindo.
– E você ri? Você sabe muito bem que quando quero descobrir algo eu vou fundo. E não paro até saber o que é! – falei enquanto pegava um vestido rodadinho verde super fofo. – Ah esse. O que você acha? – falei colocando em frente ao corpo.
– Pra que vai se arrumar assim se vamos ficar em casa? – ele falou sem interesse.
– E desde quando eu não me arrumo pra sair? Até dentro de casa eu fico arrumada. E mesmo se não gostou eu vou usar do mesmo jeito! – falei.
– Eu não disse que não gostei. – ele falou sem tirar os olhos de mim.
– Vira pra lá. – falei.
– O que? Me virar pra que se eu já vi tudo isso e mais um pouco? – disse com um sorriso sacana.
– Tá bom então. – falei deixando a toalha escorregar pelas minhas pernas. Eu estava só de com uma calcinha branca e mais nada, já que o vestido era top. ficava me olhando com os olhos semi fechados e mordia a boca. Dei um sorrisinho vitorioso pra ele terminando de me vestir. – Sobe o zíper pra mim? – falei virando de costas para ele. Senti ele beijando minhas costas e eu senti arrepios subirem por elas, me fazendo sorrir. Ele logo parou e subiu o zíper. Calcei uma sandália qualquer, penteei os cabelos e estava pronta.

Já na casa dele, fomos direto pro quarto. Ele foi até a cozinha e pegou várias garrafas de vinho na geladeira voltando pro quarto. Se abaixou pra pegar algo debaixo da cama e eu fiquei olhando curiosa para aquilo.

– Uma garrafa de conhaque? Debaixo da cama? Pra que esconde isso? – falei com a sobrancelha arqueada.
– Você tá com inveja porque eu tenho uma garrafa de conhaque e você não! – ele disse rindo se sentando ao meu lado.
– HAHA. Você pelo menos trouxe copos? – perguntei.
– Quem precisa de copos quando se tem o próprio gargalo. – ele disse abrindo a garrafa e virando na boca.
– Verdade. – falei tomando dele e virando tomando uma grande dose. Ficamos naquilo até eu sentir minha cabeça meio pesada e eu estava tão suada.
– Ai que calor! Vou tirar esse vestido. – falei tentando puxar o zíper. viu meu desespero e me ajudou, não sem antes dar uma risadinha.
– Eu também vou tirar minha roupa. – ele disse tirando a blusa em um movimento rápido. Se levantou tirando as calças e ficando só de boxer branca.
– Nós combinamos hoje? – falei rindo. – Eu tô meio alegre não acha? – falei.
– Se fosse só você. – ele disse e veio me beijar. Fiquei por cima dele, suas mãos percorriam minhas costas bem devagar. Nós apenas nos beijávamos. Me sentei em cima dele, abrindo uma garrafa de vinho que ele havia trazido. Virei aquilo e senti meu corpo queimar. Não que fosse forte. Mas meu corpo não suporta muito vinho. Bebemos a garrafa todinha. Me deitei completamente em cima do peito do me sentindo completamente tonta.
– Amanhã eu nem sei se consigo levantar da cama! – eu ri alterada.
– Quer fumar? – confirmei com a cabeça.
– Achei que não fosse perguntar. – fiquei de joelhos sobre a cama. foi até a sua gaveta e pegou um pacotinho transparente, onde havia maconha.
– Vem, vamos pra varanda! – o segui e me sentei no chão ao seu lado. Ele preparou o cigarro rapidamente e acendeu.
– Você não tem medo das consequências? – escorei minha cabeça na parede.
– Não. – ele respondeu friamente. – Não tenho medo de morrer, nem de ser preso, se quer saber! – ele tragou, me passando em seguida. – E você? – respirei fundo.
– Medo de ser presa. Não tenho medo de morrer! – dei de ombros. – Acho que não existe coisa pior que viver na prisão! Gosto de ser livre. – puxei a fumaça para dentro.
– Eu gosto do seu jeito sabe? – olhei para ele. – Parece ser boazinha, mas é a maldade em pessoa! – eu ri disso. O empurrei de lado.
– Eu sou má quando eu quero e com quem merece! – passei o cigarro para ele. Eu já me sentia mais leve.
– Então seja má comigo, porque eu mereço! – ele riu de lado. Segundos depois, eu já estava em seu colo o beijando.



Capítulo 13

POV ON

Senti um peso em cima de mim assim que abri meus olhos. Olhei para baixo e vi que era a . Ela dormia um sono pesado, e eu não queria acordá-la. Minha cabeça doía e eu precisava de um remédio pra dor. Meu celular começou a tocar insistentemente em cima do criado-mudo fazendo o maior barulho. Tentei me mexer de um jeito que não a acordasse, deixando que sua cabeça se encostasse ao travesseiro.

– Alô? – falei coçando os olhos.
? Quer fazer o favor de acordar e vir pra cá pra empresa? – ouvi a voz de papai do outro lado.
– Mas o que eu iria fazer aí? – falei.
– Resolver problemas... É só o que temos ultimamente por aqui! – ele disse bravo.
– Eu não posso ir agora. A tá aqui dormindo e... – tentei dizer sendo cortado.
– Esquece essa garota, ! Mulheres só ferram com a nossa vida. Agora venha logo para cá! – ele disse desligando na minha cara.

A tinha razão de chamá-lo de chato. E eu não tava com um pingo de saco pra resolver problema nenhum. Mesmo assim, não é bom contrariar meu pai. Me arrumei correndo pegando a primeira roupa que vi pela frente. Dei um beijo rápido em e saí correndo. Ela ia ficar puta comigo por tê-la deixado, mas depois eu explicava.
Deixei meu carro no estacionamento e peguei o elevador rapidamente. Quando cheguei na recepção, a secretária do papai disse que ele estava com visitas na sala, mas que eu poderia entrar.

– Dá licença? – falei batendo na porta.
– Entre logo. – papai falou ríspido. Aí tem. – Esse é o Dom. Ele veio nos fazer uma proposta. – ele disse e eu o cumprimentei com um aperto de mão. Ele não me parecia mexer com essas coisas, tinha o rosto amigável, mas nunca se sabe.
– Bom. O negócio é o seguinte... Eu e meus comparsas estamos querendo uma equipe pra ajudar em um esquema que estamos planejando. – ele começou. – É coisa grande! Que vai dar muito dinheiro se forem espertos. – ele disse fazendo uma pausa.
– Mas que tipo de negócio? – eu disse desconfiado.
– Um caminhão carregado de armas está vindo da Colômbia, depois de amanhã... Mas temos outros negócios para resolver. Como vocês já têm experiência no ramo, eu achei que pudessem me dar uma forcinha. E aí topam? – ele disse nos olhando.
– E aí, , é com você! – Papai falou.
– O senhor não tá pensando em... – falei duvidoso.
– Isso mesmo. Vocês são seis, ! É uma grande equipe. – ele disse.
– Mas as meninas não têm experiência com isso. – eu falei contrariado.
– Elas se viram! Não disseram que queriam fazer parte? Então... Agora é a hora. – ele falou.
– Tudo bem. A gente topa. – falei não tendo certeza daquilo.
– Beleza então. Eu vou passar o endereço do lugar onde é pra vocês me encontrarem. Eu vou passar todas as coordenadas para vocês. – ele disse.
– Então. Negócio fechado. – papai disse e eles apertaram as mãos.

PORRA! E se elas não toparem eu to ferrado. O papai me mata se elas não toparem. Pelo menos tem os meninos que eu sei que vão topar. Meu celular tocou dentro do meu bolso insistentemente me deixando mais nervoso que eu estava. Olhei no visor e fiz uma cara feia.

– Oi, meu amor. – falei meio com medo.
– Meu amor, nada. Onde você tá? – falou irritada do outro lado.
– Eu tive que sair. Papai me ligou pra resolver uns problemas. – falei.
– Quais probleminhas? Quero saber! – ela disse debochada. Aquilo me irritou.
– Ah não enche! – falei. – Ainda tá em casa? – ela bufou.
– Não, to na minha! – ela pareceu irritada também.
– Ótimo! Se as meninas estiverem por aí, peça para elas me esperarem. Eu vou ligar para o e para o e vou para aí! – disse rapidamente.
– Por que você me parece nervoso? E por que eu sinto que tem alguma coisa errada? – rolei os olhos.
– Apenas faça o que eu te pedi, que logo você vai ficar sabendo! – ri fraco.
– Grosso! – ela disse desligando na minha cara.
– Mas que... Cachorra! – ela me pirraça quando quer e isso me deixa mais nervoso ainda.

POV OFF

Eu odeio essa estupidez do , sabia? Me irrita profundamente! O estava muito estranho. E por que ele disse que ele e os meninos estavam vindo pra cá? Isso tá tudo muito estranho. Agora o que me restava era ir chamar as meninas. Como estava assistindo TV, falei com ela primeiro.

– Os meninos estão vindo pra cá! Parece que aconteceu alguma coisa. – eu disse chegando na sala.
– Quais meninos? – ela disse sem tirar a atenção da TV.
– Deixa de ser burra! Quais garotos viriam aqui por nossa causa? – falei rindo.
– Hum... O Jensen Ackles, O Jared Padalecki e o Johnny Deep? – ela disse fazendo uma cara engraçada.
– Hum... Não. Se bem que eu queria que fossem, mas não são! – falei entrando na brincadeira.
– Enfim, o que eles querem com a gente? – ela perguntou desligando a TV.
– Não faço a mínima. – disse dando de ombros. – Vou lá em cima chamar a . – disse subindo as escadas correndo.

E lá estávamos nós três sentadas no sofá nos olhando que nem três retardadas. Ninguém falava nada. Os meninos não chegavam e eu estava ficando nervosa. Ouvimos um barulho de carro e todas corremos para fora de casa pra ver se eram eles. Saímos nos empurrando que nem três loucas. Já no quintal de casa avistamos os meninos rindo. Fomos correr juntas e acabamos indo pro chão. Começamos a rir sendo seguidas pelos meninos, que em vez de nos ajudarem a levantar ficaram rindo da nossa cara. quase rolou no chão de tanto rir. Aí que rimos mais ainda. Eles vieram nos ajudar a levantar mesmo rindo. Ainda demos uns tapas neles, mas entramos rindo dentro de casa.

– Vamos pro quarto que eu explico vocês. – disse.
– Vou logo avisando que eu não curto orgias não, viu? – disse rindo.
– Muito menos eu. – disse e eu levantei a sobrancelha. – O que foi? Eu não curto mesmo! – ela disse.
– Eu não falei nada. – falei levantando os braços. – Entrem no meu mesmo. – falei e todos me seguiram. Cada um procurou um canto pra se jogar e ficamos esperando eles dizerem alguma coisa.
– Bom... Eu tenho um trabalho pra gente. – ele começou.
– Espera aí... Pra gente? – quase gritou, apontando para o peito.
– É pra gente. Nós seis. – disse.
– Fala logo antes que eu me jogue por essa janela. – falei rindo.
– Você vai chorar quando ouvir isso! – ele disse me olhando com uma cara. – Me deixa falar depois vocês podem xingar o tanto que quiserem... Um cara quer que façamos um serviço pra ele. E vai entrar muito dinheiro. – ele começou e eu já fiquei com medo daquilo. – É um roubo de armas. – ele disse.
– HÃM? ROUBO DE ARMAS? – falei e tapou minha boca. Eu mordi a mão dele o fazendo soltar. Ele só me deu um tapa na cabeça.
– Como ousa me bater? – falei dando outro na cabeça dele.
– Parem, crianças! – disse rindo.
– Gente, por favor, isso é sério. Vamos nos focar! – disse.
– Te pego na esquina! – falei rindo.
– Ok. Continuando... Nós vamos ter que roubar uma carga de armas que tá vindo aqui pra cidade depois de amanhã. O cara me disse onde a gente vai encontrá-lo. É na saída da cidade. – ele falou.
– Mas isso é seguro? Eu nunca roubei nem uma bala. A única coisa que eu já roubei foram roupas das meninas! – falei olhando pros lados despistadamente.
– Por isso andam sumindo tantas roupas minhas. – disse com as mãos na cintura.
– Engraçado né? – eu falei.
– Mas e aí? Topam ou não? Eu não tenho tempo pra esperar. Se não forem, vamos ter que arrumar outras pessoas! – ele falou nervoso.
– Se não temos outra saída! Eu faço por você! – falei mandando um beijo pra ele.
– Já me sinto uma bandida! – riu.
– Se ninguém discorda... Que comece a ação! – nós nos entreolhamos assustados.



Capítulo 14

Nós estávamos tentando um jeito de planejar um esquema pro assalto. Na verdade nem seria um assalto. Como seriam três caras dentro do carro, teríamos que nos transformar em mais seis pessoas para sequestrá-los. E é claro que eles vão estar armados até os dentes, então os meninos já estavam preparando as armas também. Me sinto uma criminosa fazendo isso, mas já que não tem jeito, vou ter que continuar a ser.

– Já sei! – disse e nós olhamos juntos para ele. – As meninas podem fingir que querem carona pra algum lugar. E aí elas vão começar a dar em cima dos caras... Então elas arrumam algum jeito deles se distraírem, fazendo com que eles parem... E então... Pegam alguma coisa e batem na cabeça deles! – ele disse como se fosse o plano mais infalível do mundo.
– Eu gostei até a parte da carona. – disse sério.
– Isso não é horas pra ciúmes, ! – falei.
– Não temos muito tempo pra pensar não! – disse. – Vai ser assim que vai acontecer. – voltou a dizer.
– Se não tem outro jeito, né? – disse dando de ombros.
– Depois que o carro parar, vocês vão ter que dar um jeito de bater neles, o que vocês virem pela frente, é bater com força! – disse. – E então... Uma de vocês vai dar o sinal pra gente, e eu e os meninos vamos até lá pegar os caras... – falou com uma cara estranha.
– Mas o faremos depois? – perguntou.
– Depois que amarrarmos os caras no fundo do caminhão, teremos que levá-lo até o galpão abandonado que o cara me deu o endereço. Entregamos a carga, pegamos o dinheiro e pronto! – ele disse rindo.
– Parece fácil falando. – falei rolando os olhos.
– Não role os olhos assim pra mim. Você sabe o quanto eu odeio! – falou sério. Apenas rolei os olhos mais uma vez, e virei as costas.
– Mas e quanto a polícia? – falei do nada. Nós nos entreolhamos e ficamos calados.
– Eu não tinha pensado nisso! Esse carro deve, sei lá, ser rastreado! – falou rindo sem jeito.
– Fiquem tranquilos. Eu conheço todas as rotas policias, e essa não é uma delas! – disso.
– E como sabe disso? – falou com os braços cruzados.
– Eu tenho mais experiência nisso do que pensam! – disse convencido. rolou os olhos soltando um "convencido" em tom gozado.

Ficamos ali zoando até o anoitecer. Estaria tudo marcado para as duas da tarde, a hora que o caminhão passaria por ali. E que segundo o , estava tranquilo.
Havíamos combinado de ir tomar uma cerveja em algum lugar. Então fomos a um bar mesmo. E lá estávamos nós, rindo que nem um bando de doidos das piadas do . Nós não bebíamos muito porque tínhamos que trabalhar no outro dia. Era tão engraçado pensar nisso como trabalho. Mas eu não tinha outra definição para nomear aquilo que eu havia me metido. Mas se querem saber, eu estava gostando de ser uma pessoa malvada. Não que eu não fosse, mas agora eu me sinto mais ainda.

– Eu tô com sono! – falei só pro ouvir. Ele fumava um cigarro todo descolado.
– Quer que eu te leve embora? – ele disse me olhando.
– Não quero dormir sozinha. – falei fazendo bico.
– Você sabe o que pode acontecer se nós dormimos juntos... E nós temos que acordar bem amanhã! – ele disse passando a mão em meu rosto.
– Eu vou me comportar, prometo! Eu não gosto de dormir sozinha naquela enorme cama. – falei encostando meu queixo em seu ombro.
– O que eu não faço por você? – ele disse se dando por vencido. – Vamos, então. – ele disse se levantando.
– Onde vocês vão? – perguntou.
– Vamos embora. Eu tô com sono! – falei abraçando a cintura do .
– Hum... Sei. Vocês vão dormir ou vão fazer outra coisa? – disse rindo.
– HUM... – todos disseram em uníssono.
– Ah vocês são tão idiotas! Desde quando eu preciso mentir pra ir transar com meu namorado? E eu não devo explicação a vocês! – falei dando de ombros.
– Nossa! Que brava! – falou em tom gozado.
– Vai se fuder! E aproveita e leva a junto. – falei rindo. – E tchau! – falei. me olhou com uma cara. – Vamos logo, antes que eu leve um tiro aqui! – disse puxando pelo braço.

Já no carro nós estávamos calados. Eu olhava pela janela e estava concentrado na rua. Não estava um silêncio constrangedor, mas eu odeio ficar calada.

? – falei me virando pra ele.
– Oi? – ele disse sem tirar a atenção da rua.
– Me ensina a atirar? – falei como se eu tivesse pedindo um doce.
– O quê? Pra que quer aprender a atirar? – ele disse com uma cara estranha.
– Ah! Vai que um dia eu preciso! – disse dando de ombros.
– Não sei não. Apesar de que não é difícil, mas tem que ter cuidado com aquilo. – ele falou compreensivo.
– Então vai me ensinar? – falei esperançosa.
– Hum... Tá bom. Mas deixa pra outro dia. Por agora não dá! – ele disse voltando sua atenção à rua.

Chegando em casa, entramos rapidamente e nos deparamos com uma cena não muito bonita. Mamãe e Vincent se pegavam no sofá. E quando eu digo se pegavam, quer dizer quase se comiam. Passamos por aquela cena que já estávamos acostumados a ver e subimos pro meu quarto. Tirei a roupa que eu estava, colocando uma blusinha frouxa e um shortinho curto. tirou toda a roupa ficando só de boxer. Assim fica difícil, né? Ele se deitou na cama, se cobrindo com o cobertor.

– Não vai se deitar não? – ele disse passando a mão no lugar vago.
– Claro que vou! – falei rindo e me deitando ao seu lado. Me aconcheguei em seu peito e fiquei calada por alguns segundos. – Acha que vai dar tudo certo? Eu to
com um pouco de medo. – falei sem olhar pra ele.
– Claro que vai dar tudo certo! E não vai te acontecer nada, porque eu não vou deixar! – ele disse beijando minha cabeça. Ri sozinha com aquilo.
– Eu vou me acostumar a viver assim. Mas se um dia tudo isso acabar, promete que vai estar comigo e que vamos deixar isso tudo pra trás? – falei olhando pra ele.
– Eu prometo a você! Mas vamos pensar no presente. Nós estamos juntos e é isso que importa. – ele disse e eu sorri pra ele.
– Já imaginou um filhinho nosso? Ou uma filhinha? – falei me virando fazendo com que meu corpo ficasse completamente em cima dele.
– Claro que sim... Um garotão com seus olhos verdes, cabelo castanho como os nossos, e seu nariz. – ele disse apertando meu nariz.
– E eu já imagino ele com os olhos , cabelos castanhos e sua boca. – falei espalmando minhas mãos em seu peito e colocando o queixo ali.
– De qualquer jeito, ele vai ser lindo. – disse me puxando pra me dar um beijo carinhoso. Ele se virou de costas para mim, e eu abracei seu corpo, fazendo uma conchinha. Estava meio difícil de abraçá-lo com aqueles braços, mas ele mesmo fez com que meu braço passasse por cima do seu ombro.

Acordei do mesmo jeito que dormi, mas sem estar abraçada ao . Dei uma longa espreguiçada, me sentindo bem. Minutos depois, acordou. Descemos pra tomar um café bem reforçado. Chegamos na cozinha, , e tomavam café. Trocamos olhares cúmplices e nos assentamos à mesa.

– E aí? Estão preparados? – disse.
– Ah você nem imagina! Da arte de seduzir, eu entendo e muito. – disse rindo.
– Vocês já sabem que vamos ter que usar umas roupinhas mais curtas não é? – falei colocando suco em meu copo.
– Hey! Isso não estava no combinado! – disse alterado.
– Pode parar, ! Vai ficar mais fácil deles pararem! – falei. – Para com esse ciúme tolo. – disse irritada.
– Eu queria saber se você gostaria que eu desse em cima de outra e ficasse pelado com ela. – ele disse e todos na mesa se olharam.
– Se não tivesse jeito, e fizesse parte do plano, eu não me importaria! E isso não vem ao caso. – falei cruzando os braços.
– Ô, casal... Dá pra vocês pararem de discutir a relação? – disse rindo.
– É bom mesmo! Não temos tempo pra discussões. – falou rolando os olhos.
– Eu vou embora! – disse se levantando.
– Tchau. – falei com a cara fechada. – Estúpido! – falei quando ele já havia saído.
– Esse não é um bom momento pra brigarem, ! – falou.
– E você queria que eu fizesse o quê? Ele que sempre começa com essa de ciúmes. – disse tomando meu suco.
– Isso prova o quanto ele gosta de você! – disse me olhando. – É a minha opinião. – ela falou dando de ombros.
– Mas ciúmes demais é chato! Eu nem posso chegar perto de homem nenhum que ele quer matar todo mundo! – falei irritada.
– Melhor ainda. Ele cuida do que é dele! – falou.
– Vão ficar defendendo ele? – disse.
– Só falei o que eu acho... E eu gostaria que um cara tivesse o mesmo cuidado comigo! – disse. – E vamos acabar com esse papo, porque eu já tô cansada de pensar. – ela falou rindo.
– Eu vou pro quarto. – disse saindo.

Quando terminamos o café, já eram quase uma da tarde. Na verdade aquilo foi um almoço né? Corremos para nos arrumar. Os meninos iam passar para nos pegar 14h40m. Eu estava meio nervosa, mas nada podia acontecer. Corremos para a porta de casa para esperá-los. Os meninos vieram nos carros do e do . me olhou de cima a baixo e fechou a cara. Deve ser pelo micro short desfiado e a blusinha pequena que eu usava. As meninas estavam do mesmo jeito. Entramos dentro desses carros e fomos pra estrada onde tudo aconteceria. Na estrada não havia nada. Ficava na saída da cidade. De longe vimos um carro parado no acostamento, com quatro caras escorados nele. Fiquei me perguntando quem seriam eles. parou o carro atrás do deles e nós descemos.

– James! – disse o abraçando. – Há quanto tempo, cara! – falou quando o soltou.
– Verdade. Eu estava sumido, mas estamos aí de novo. – ele disse me olhando de cima a baixo.
– Ah! Essa é a , minha namorada. – ele disse pegando dando ênfase à “namorada".
– Oi. – disse com cara de desprezo.
– Então essa é a famosa . Muito prazer. – ele disse simpático e eu apenas dei um sorrisinho. estacionou o carro dele no acostamento, descendo todos de lá.
– Esses são Mark, Tom e Johnny. – James disse apontando para cada um enquanto eles apenas acenavam com a mão. – Seu pai nos mandou pra dar uma forcinha. – voltou a dizer.
– Ah claro. – ele disse.
– E aí, James? – falou seco quando chegou.
– Fala aí! – James disse sem reação. – Bom, vamos lá né? O caminhão já ta quase passando! – ele disse rápido. – Trouxeram as armas? – ele disse. Os meninos apenas levantaram a barra das blusas e abaixaram de novo. Eu e as meninas trocamos olhares de medo.
– Vamos fazer o seguinte... Quando as meninas entrarem no carro, nós vamos ficar de olho, caso dê algo errado. – disse.
– Beleza! – eles responderam juntos.

Os meninos esconderam os carros atrás dos arbustos e nós fomos para a estrada. Eu estava nervosa, mas não estava com medo. Vimos o caminhão virando a esquina e então começamos a andar acenando com a mão.

– É só fazerem cara de putas meninas! – falei rindo.
– Isso vai ser fácil pra nós. Nós já temos cara de putas! – disse nos fazendo rir.

Assim que o caminhão parou, já fomos jogando os cabelos e fazendo nossa melhor cara de vadias.



Capítulo 15

– Oi meninos! Estamos precisando de uma carona... Será que vocês poderiam nos levar? – falei me pendurando na porta do caminhão.
– Vocês querem ir pra onde, linda? – o carinha com cara de malandro perguntou olhando pros meus peitos.
– Só até a entrada da cidade! É que nosso carro quebrou e deixamos ele em uma oficina. – falei.
– Hum... Sobe aí. – ele disse.
– Vambora, meninas! – disse e nós subimos no caminhão. – Posso me sentar no seu colo? – falei pro cara que quase me comia com os olhos. Me sentei no colo dele me sentindo incomodada.

O clima ali dentro estava pesado. Me senti incomodada com alguma coisa que me machucava. E eu queria muito que não fosse o que eu estava pensando.

– Fica despreocupada, gata! É só uma arma! – ele disse me mostrando. Olhei assustada para as meninas. Estava na hora de colocar o plano em ação.
– Que tal a gente parar pra gente se conhecer melhor? – falei tentando não parecer com medo.
– Desculpa... Mas a gente não pode parar agora! – o que dirigia disse me deixando nervosa.
– Ora, vamos lá! O que tem? É uma parada bem rapidinha! – Jô disse quase passando os peitos na cara do que ela estava sentada no colo. Eles se olharam.
– Acho que não tem problema se pararmos um pouco, não é? – um deles disse.
– É! Mas as meninas vão ter que nos agradar um pouco! – o motorista disse passando a mão em minha perna. Eu ainda tentei fazer uma cara de sacana, mas eu estava com um pouco de medo. Eles pararam o carro e logo começaram a pegar na gente. Eu não estava nem um pingo gostando daquilo. Olhei pra fazendo um sinal com a cabeça, e então ela chamou o cara pra fora. Depois que eles desceram, subiu em cima do cara que ela havia sentado no colo e começou a beijá-lo. Eca, que nojo! Mas tínhamos que fazer acontecer. Comecei a beijar o cara com um pouco de nojo.
– O que você acha de brincarmos um pouco, hãm? – o cara falou pra . Ele abriu o zíper da calça e ela me olhou assustada. Eu falei um "vai logo" só com os lábios e ela se abaixou. Foi então que eu avistei um pedaço de ferro quebrado que estava atrás do banco e em um movimento rápido, meti na cabeça do cara. se assustou, e o cara percebeu o que eu havia feito.
– Vagabunda! – ele disse se soltando de e vindo me agarrar. Ele pulou em cima de mim, e começamos a chutar e bater nele do jeito que podíamos. pegou o pedaço de ferro que estava perto do volante e enfiou nas costas do cara. Ele caiu em cima de mim sangrando, me deixando ser ar com todo aquele peso.
– Corre, ! – minha voz saiu fraca. Foi então que eu havia me lembrado do cara que havia saído com . – Droga! – falei baixo tentando empurrar o cara. Consegui derrubá-lo no chão, passei a mão no pedaço de ferro e saí do caminhão. Dei a volta por trás e fiquei olhando o que estava acontecendo. Avistei correndo ao longe pra dentro do mato. Não vi movimento de nada do lado de fora. Fiquei confusa olhando pra trás. Os meninos estavam muito longe. Sem dar algum sinal entraram no carro e vieram pela estrada.

POV ON

As meninas estavam demorando demais. Eu já estava preocupado. Saí um pouco de trás dos arbustos e vi correndo pra dentro do mato.

– Alguma coisa saiu errado... A correu pra dentro do mato. Vambora! – eu disse abrindo a porta do carro.
– Cara, espera! Se a gente for, podemos colocá-las em perigo! – James disse segurando meu braço.
– O que será que aconteceu com a ? – disse andando de um lado pro outro.
– Olha só! A sua namorada saiu do caminhão e está se escondendo atrás dele. – ele disse e todos olharam. Ela deu a volta no caminhão e ficou parada com algo na mão.
– Eu não vou esperar mais não! Vamos logo. – falei entrando no carro.
– Cadê a ? Eu não a vi em momento algum! – falou.
– Que porra! E se tiver acontecido alguma coisa? – falei já acelerando o carro.

Parecia uma distância tão pequena, mas estava bem longe. Paramos os carros de um jeito qualquer.

– O que houve? – eu falei assim que desci do carro.
– Eu falei pra fugir, por que... Ela ma-matou o cara e eu não sei pra onde ela foi! – disse tremendo. – E eu não sei onde a tá! – sua voz era trêmula.
– Como assim ela o matou? Ele fez alguma coisa a vocês? – perguntei preocupado a segurando pelos braços.
– Não. Ela enfiou esse ferro nele. – ela disse me mostrando o pedaço de ferro ensanguentado.
e Mark vão atrás da e e Tom vão atrás da ! Agora vamos lá ver os caras do caminhão. – ordenei. – Fica aqui. – eu disse a que tremia muito. Nessa hora ouvimos gritos do meio do mato. Os meninos sacaram as armas e foram pra dentro do mato.
, não me deixa aqui sozinha! – disse me abraçando.
– Tudo bem. Vem com a gente. – eu disse a puxando pela mão.

Chegamos ao caminhão, um deles estava caído no chão. James checou se ele estava vivo constatando que ele estava realmente morto. Pegamos o outro cara, abrimos a porta dos fundos e o colocamos amarrado ali. Jogamos o outro de qualquer jeito já que estava morto.

– Eles estão demorando demais! Não acha melhor irmos atrás deles? – Johnny disse.
– Vão vocês! Não posso deixá-la sozinha. – eu falei sentindo que apertava meu braço com certa força.
– Beleza! Vambora, galera! Tá na hora de matar um cara! – James disse puxando a trava da arma. Eles sumiram no meio do mato com muita rapidez.
. O que será que houve? – falou me abraçando.
– Não aconteceu nada, meu amor! Vai ficar tudo bem. – tentei acalmá-la.
– E se ele tiver feito alguma coisa a ela? E se a sumir? O papai vai me matar! – ela disse me olhando começando a chorar. A abracei forte, e ela retribuiu. Ouvimos tiros vindos do meio do mato e nos assustamos. – Ai e agora? O que será que aconteceu? – começou a andar de um lado pro outro. – Mas que merda! Em quê eu fui me meter! – ela agachou-se no chão puxando os cabelos levemente.
– Você está me deixando mais nervoso do que eu estou, ! Para com isso. – eu andava de um lado para outro.

Uns vinte minutos depois eles voltaram. estava toda descabelada e estava agarrada ao . James, Mark e Tom carregavam o cara nos braços. Com certeza estava morto. estava com uma expressão fechada e segurava pelo braço. correu para o lado das meninas, as abraçando.

– Vamos logo entregar essa carga pra acabarmos com isso! – eu falei nervoso. – Coloquem-no nos fundos e vamos logo.
– Menos dois agora. Só temos que apagar o outro. – James disse.
– Deixa que do outro o Dominic toma conta. – ele assentiu.

POV OFF

Ao chegarmos no tal galpão, o tal do Dominic nos esperava do lado de fora com mais dois caras altos e fortes. e ficaram do lado de fora, porque ela estava muito mal por causa do cara. Eu, , e entramos no local sendo seguidos por James, Mark, Tom e Johnny. Havia várias caixas empilhadas por todos os lados. Parecia uma fábrica abandonada.

– A carga está lá fora! É só pegar, nos passar o dinheiro que nós vamos embora! – disse rápido.
– Onde estão os caras? – Dominic perguntou.
– Bom... Dois deles já eram. Um graças a e o outro graças aos outros. – disse.
– Vejo que vocês são bons. Não me enganei ao chamar vocês! – ele disse rindo. – Tragam o outro! – ele ordenou aos dois caras que estavam com eles. – Eu vou ter que acabar com esse também, se não se importam! – voltou a dizer em tom gozado.
– É mesmo preciso? Quero dizer, ele não precisa morrer! – falei sem pensar.
– A gente mata quem abre a boca... E se a gente não matá-lo, ele vai entregar todos nós! Quer saber o que rola depois? – Dominic disse alterado.
– Não precisa dizer! – falei cruzando os braços.
– Ainda bem! – ele disse. – Coloque-o ajoelhado aqui. – ele ordenou aos caras que acabavam de chegar com o outro homem. – Fechem os olhos se não quiserem ver. – ele disse colocando a arma na cabeça do cara, sem ao menos darmos conta. O tiro ecoou dentro do galpão me fazendo tapar os ouvidos. Eu vi o homem caindo ao lado dos pés de Dominic e escondi meu rosto no peito do . fez o mesmo com o . – O que acontece aqui... Morre aqui! Alguém contra? – Dominic disse.
– Não. – todos dissemos juntos.
– Deem um jeito nos corpos! Queimem, joguem no mar, enterrem, façam o que quiserem. Só não quero saber mais deles! – Dito isso, os dois homens que estavam com ele saíram carregando o outro homem nos braços. Como esse cara era frio. – Já ia me esquecendo... A recompensa. – ele disse jogando uma bolsa em cima do . – Quando precisarem de armas, já têm a quem procurar! – ele disse se virando e indo embora.
– Que homem frio gente! – eu falei assim que ele saiu.
– É o tipo de gente que vocês vão mexer! – disse.
– Vamos embora que eu não quero mais ficar aqui! Já vivi e vi coisas demais por hoje. – disse olhando pro sangue derramado no chão.

Lá fora, nos despedimos do James e dos outros e fomos embora dali. Eu estava chocada demais com tudo aquilo. Jamais imaginei que fosse ver dois caras morrerem no mesmo dia. Eu sei que eu vou acabar me acostumando, mas não é muito bonito ver alguém cair morto no chão. Só espero que eu não passe mais por isso.
Eu fui pra casa do tomar um banho, pois minha roupa estava suja de sangue, e minha mãe ia ter um troço quando visse aquilo. Não sei o paradeiro dos outros quatro, porque foram embora juntos. Já de banho tomado, eu estava pensativa sentada na cama. estava acabando de vestir sua roupa, se sentou ao meu lado.

– Por que você está assim? – ele disse.
– É que... Eu ainda to meio chocada com tudo aquilo. – falei sem olhar pra ele.
– Não fica assim! Isso passa. – ele falou me abraçando de lado.
– Vou ter pesadelos à noite! – eu disse abraçada a ele.
– Não vai ter se dormir comigo! – disse me olhando.
– Você me protege? – falei me sentando em seu colo, com uma perna de cada lado.
– Claro! Mas eu tenho que receber algo em troca. – ele disse subindo a mão por meu braço.
– Eu sabia! Ninguém faz mais nada de graça. – eu disse rindo.
– Vamos descer pra comer alguma coisa? – ele disse me dando um selinho.
– Vamos. Eu to morrendo de fome! – falei descendo da cama.

foi até a cozinha e pediu para a empregada fazer um suco e alguns sanduíches. Foi até a raque da sala e voltou com um cigarro na mão. Fomos para a área da piscina e nos deitamos nas cadeiras. Já estava ficando escuro. Ele acendeu o cigarro e ficou olhando pro céu.

– Quando eu ti vi hoje, eu sabia que tinha algo errado. – ele disse assoprando a fumaça.
– Como sabia, se eu estava de longe? – falei ficando de lado olhando pra ele.
– Deu pra ver no seu jeito, e nós não estávamos tão longe! – ele disse se virando pra mim. Peguei o cigarro da sua mão e dei uma longe tragada, soltando a fumaça logo em seguida. – Preciso te ensinar a atirar logo! – disse me olhando. Seus malditos olhos azuis ficaram me encarando por longos minutos.
– É bom mesmo! Eu poderia ter matado eles mais rápido se eu tivesse uma arma! – falei rindo.
– Do jeito que você tava nervosa, você ia acabar matando até suas irmãs. – ele disse e começou a rir.
! – disse rindo. – Como você é malvado! – falei fazendo bico. Fui até ele sentando em cima dele. – Mas eu sou mais que você. – falei passando a mão em seu peito nu.
– Que tal você usar essa malvadeza comigo, hein? – ele disse me puxando para um beijo que começou lento, mas que foi pegando intensidade. Ouvimos um pigarro atrás de nós. Era a empregada falando que o lanche tava pronto. pediu pra que ela colocasse por ali mesmo, e voltou a me beijar. Suas mãos passeavam pelas minhas pernas descobertas. Eu usava apenas uma blusa dele, que pra mim era um vestido. Nos beijávamos com tanta vontade que estava faltando o ar.
– É melhor a gente parar um pouco. – eu falei ofegante. – Não consigo respirar direito. – falei rindo.
– Vem cá que eu te ajudo a respirar melhor! – falou se levantando comigo no colo. Ele me beijava enquanto andávamos. Abriu alguma porta, me colocando sentada em uma superfície dura.
– Uma mesa de sinuca? – falei rindo. – De onde você tirou isso? – disse o olhando.
– Quem se importa? O importante é que ela vai servir pra alguma coisa. – disse me deitando sobre ela, ficando por cima. Ele começou a morder meu pescoço, e eu comecei a gemer. Minhas mãos subiam e desciam em suas costas. enfiou a mão dentro da blusa acariciando um dos meus seios. Logo eu estava apenas de calcinha, e ele ainda estava de bermuda. Ficamos de joelhos sobre a mesa, e eu o ajudei a tirá-la. Começamos a nos beijar de novo, mais rápido ainda, desceu minha calcinha com uma das mãos enquanto nos beijávamos. Ele me deitou novamente sobre a mesa, e veio me beijar. Foi descendo seus beijos pelo pescoço, seios, barriga, virilha. Senti sua língua entrar em contato com minha vagina, me causando arrepios por todo corpo. Sua língua era super ágil, e me fazia gemer. Ele começou a lamber meu clitóris, me fazendo ter tremores.
– Oh, ... Não pare... Agora. Oh! – eu dizia me contorcendo sobre a mesa. Soltei um longo gemido, gozando em seguida. foi subindo pela minha barriga, dando mordidas por ali. Me olhou por um instante e me beijou calorosamente. Seus dedos entraram em mim, sem aviso, me fazendo arquear as costas e morder a boca. Ele estava me deixando doida. – Acaba logo com isso! – falei em seu ouvido.
– Você adora apressar as coisas, não é? – ele disse em meu ouvido. – Fica tranquila que eu vou te dar o que você quer. – ele falava bem devagar, me deixando com mais vontade ainda. Tirou seus dedos de dentro de mim. E se posicionou em minha entrada.
– Eu não estou aguentando mais... Vai logo, ! Me mostra o que você sabe! – falei arranhando seus braços.
– Eu... Vou... Te mostrar... O que eu sei. – ele dizia me penetrando devagar, me torturando. Ele me penetrou de uma vez só me fazendo gritar. Seus movimentos ficaram intensos, me deixando louca. Minhas costas doíam por estar deitada ali, mas eu não estava ligando. Sou do tipo masoquista mesmo. Que se dane! A cada investida dele, era um gemido cada vez mais alto. Subi em cima dele, fazendo os movimentos. Suas mãos foram parar em minha cintura, me conduzindo no que eu fazia. Ele se sentou comigo no colo, me fazendo senti-lo todo dentro de mim. Chegava a doer, tamanha a força que a gente usava. Ele mordia meu pescoço e dava uns chupões de vez em quando. Deixei que meu corpo caísse pra trás, apoiado pelos braços. começou a gemer, e lamber meus seios. Minhas pernas começaram a perder as forças, me senti tonta por alguns segundos. Dei um gemido alto, chegando ao meu segundo orgasmo. Continuei a me mexer em cima dele do jeito que ele gostava. Apoiei meus braços em seus ombros e deixei que ele me jogasse sobre a mesa. levantou um pouco minhas pernas, me penetrando mais fundo. Comecei a gritar seu nome, pois ele estava indo muito rápido. Eu sabia que ele estava prendendo seu orgasmo.
– Pode gozar dentro de mim... Eu não me importo. – falei gemendo. Senti ele diminuir seus movimentos, deixando que seu líquido derramasse dentro de mim. Ele apoiou sua cabeça sobre meu peito, respirando rápido. Nós dois respirávamos pesadamente. Ele caiu pro lado, me abraçando pela cintura.
– Você é muito boa! – ele disse ofegante.
– Para com isso! – falei rindo.


Capítulo 16


Em pleno sábado à noite eu estava sozinha sentada em um bar da cidade, totalmente perdida. Se eu disser que havia, mais uma vez, brigado com o Matt, não seria uma novidade, não é? Mas isso todo mundo já sabe. Eu bebia, olhava as pessoas se divertirem e eu estava ali, parada, apenas tomando uma cerveja. Eu até pensei em ligar para o , mas eu não estava afim. Me levantei indo até o banheiro. Dei uma retocada na maquiagem e saí. Esbarrei em alguém e me virei para pedir desculpas.
? – falei confusa.
. O que faz por aqui? – ele disse sorrindo.
– Só estou tomando uma cerveja. – falei.
– Onde está o ? – ele falou cruzando os braços – Você nunca sai sozinha. – voltou a dizer.
– É bom mudar um pouco a rotina! – disse sem jeito.
– Se você quiser posso te fazer companhia. – ele falou dando um sorriso de fazer qualquer mulher derreter. Ai, por favor, não faz isso!
– Erm... Eu aceito sim. – falei. Andamos por entre as pessoas, totalmente afastados. Eu devia ficar o mais longe que eu pudesse daquele cara. Ele era um perigo.

Já fazia horas que nós conversávamos. O era muito engraçado. Eu estava me divertindo muito. Eu já estava meio tonta e minha cabeça já estava girando.

– Ai, eu não consigo rir mais. Minha barriga está doendo! – falei rindo ainda.
– Nem foi tão engraçado assim. – ele disse rindo da minha cara.
– Está muito bom, mas eu preciso ir embora! – falei rindo.
– Você vai embora assim? Bêbada do jeito que você está? Vai bater no primeiro poste! – disse rindo. – Vamos dar um jeito pra você ir embora! – ele disse ficando de pé e me pegando pela mão. No caminho eu ria alto e ele tapava minha boca. Já no estacionamento, ele me colocou escorada no carro e ficou pensando em algum jeito para eu ir embora.
– Eu posso dirigir, . Eu estou bem! – falei tentando andar e caindo no chão. Comecei a rir e ele veio até mim.
– Tá vendo? Você não está bem. Eu vou ligar para o vir te buscar! – falou pegando o celular.
– Não. Não liga pra ele! – falei tomando o celular de sua mão – Nossa, como você é lindo! – falei do nada, olhando para ele. Nossos rostos estavam próximos demais. Perigo. Respiração ofegante. Ele me levantou do chão e eu fiquei olhando-o. Encostei no carro, abaixando a cabeça. Eu não acredito que eu estava pensando em eu e o nos pegando. Não.
– É melhor eu ligar logo pra ele! – ele falou discando. – Alô? ? Eu encontrei com a em um bar aqui da cidade, ela acabou bebendo demais e não tem como ela ir embora. Você pode dar um jeito de vir buscá-la? – ele disse fazendo uma pausa. – Mas ela não é sua namorada? E por que eu faria isso? – ele falou, me deixando confusa. desligou o celular e ficou minutos calado, sem olhar pra mim.
– O que foi? Ele vai vir ou não? – ele riu sem graça.
– Parece que seu namorado estava um pouco ocupado. – ele disse, sério – Ele falou para eu te levar para minha casa, que ele não viria te buscar! – ele disse.
– E como eu vou embora? – falei irritada – E ele estava ocupado com o quê? – ele estava aprontando.
– Bom. Ele estava em um lugar barulhento. Eu ouvi gritos de mulheres! – ele falou levantando as mãos.
– Ah, claro! Me traindo. Isso me deixa tão animada! – falei cruzando os braços.
– Pode ir para minha casa, se quiser! – ele disse. Não, eu não posso.
– Não sei se é uma boa ideia! – falei sem olhar para ele – Se bem que... É, eu vou sim! – falei animada.
– Tudo bem então. Eu vou avisar a uma pessoa que eu vou deixar meu carro com ele, só um minuto! – ele falou e saiu.

O apartamento dele era muito luxuoso. A sala era muito bem organizada, tinha uma parede vermelha e as outras brancas, e os móveis eram de cor clara.
– Seu apartamento é muito organizado, mesmo você sendo homem! – falei rindo.
– Eu moro com outro cara. – ele disse – E eu sou velho demais pra ser desorganizado. – voltou a dizer rindo.
– Mora com um cara? Ah, você é gay? – falei rindo.
– Gay? Não. Eu sou muito homem se quer saber. – ele falou – Posso te mostrar, se quiser. – ele falou passando por mim e entrando em algum lugar, que logo vi que era a cozinha. Porra, . Não me faça propostas assim.
– Você é sempre tão galanteador para cima das mulheres? – falei indo atrás dele e me encostando na porta.
– Só as que merecem! – ele falou do outro lado da mesa – A mulher tem que ser muito linda para receber um galanteio meu. – ele disse levantando a sobrancelha. Ai, caramba! Para com isso.
– Hum... Interessante! – falei olhando para ele – Onde posso dormir? Eu estou um pouco tonta. – falei ainda mantendo o olhar. Eu não conseguia parar de olhar para ele.
– Pode tomar banho, se quiser! Para melhorar. – disse – Por aqui. – falou me mostrando o caminho – Quando terminar me avisa, que eu mostro onde irá dormir. – ele disse abrindo a porta do banheiro.
Terminei de tomar meu banho, vesti minha roupa e saí do banheiro. Andei pela casa, vendo que ele tinha várias fotos. Vi uma dele vestido uma roupa do CIA. Achei estranho aquilo e peguei o porta retratos na mão. Ele estava ao lado de um homem. Ele estava muito charmoso na foto. Com aquela roupa preta. Nossa, que isso. Eu estou suando? O que está acontecendo comigo?
– Perdeu alguma coisa? – ele disse chegando à sala e me assustando. Quase deixei o porta retratos cair no chão. Olhei para ele e quase parei de respirar. Onde ele tinha arrumado aquele corpo? Ai. Cadê meu ar?
– E-eu só estava olhando. – falei gaguejando, o medindo de cima a baixo.
– Hum... Tudo bem. – ele disse vindo até mim e pegando o porta retratos nas mãos.
– Por que está vestido com essa roupa? – falei tentando não olhar para a barriga dele.
– É uma festa à fantasia. Compramos a roupa e fizemos o escudo da CIA! Esse é o cara que mora comigo. – ele disse colocando o porta-retratos no lugar. Eu desconfiei do tom dele, mas nem disse nada.
– Hum... Onde eu irei dormir? – falei.
– Na minha cama. – ele falou se virando. Não. Eu olhei para ele com a sobrancelha levantada e cruzei os braços. – Pode ficar calma! Eu vou dormir no sofá. – ele disse com um sorriso safado no rosto – Mas eu sei que você quer que eu durma com você! – falou rindo enquanto nós andávamos pelos corredores.
– Seu sonho, querido! Eu gosto de dormir sozinha, se quer saber. – falei rindo entrando no quarto dele.
– Vai dizer que dormir agarrado a alguém de noite não é bom? – ele falou bem perto do meu ouvido. MERDA!
– É bom sim. – falei fechando os olhos.
– Você está percebendo o que está rolando entre a gente? – disse chegando perto de mim. Passou a mão em meus cabelos.
– Por favor. É melhor a gente não fazer isso! – falei tentando ignorar meus hormônios que gritavam.
– Não estamos perdendo nada. – ele falou começando a beijar meu ouvido. – E ninguém vai saber... Só se você contar. – falou me puxando para mais perto. Ele colou nossos lábios e eu logo deixei que sua língua se encontrasse com a minha. Minhas mãos foram até seus cabelos, os puxando. me puxou para cima e eu envolvi sua cintura com minhas pernas. Ele me encostou em uma parede, me beijando intensamente. Seus beijos foram para o meu pescoço e se transformaram em chupões. Minha respiração já estava a mil. Ele foi andando comigo até a cama, me colocando em cima dela e ficando por cima de mim. Ele parou de me beijar apenas para tirar minha blusa. Ele foi descendo os beijos por minha barriga, e eu ficava cada vez com mais tesão. era mais gostoso do que eu pensava. Mas se o ficasse sabendo de uma merda daquelas? OH SHIT! O !
... Não. Para! – falei o empurrando.
– O que foi? Fiz alguma coisa errada? – ele disse ofegante.
– Não. É que... Eu não posso fazer isso! – falei colocando as mãos sobre o rosto.
– Hum... Por causa do ? – ele falou. – Ele está com outras nesse momento e nem lembra que você existe! – voltou a dizer se jogando ao meu lado.
– Se ele ficar sabendo... Pode ferrar não só para mim, como para você. O é muito ciumento e ele já tem um pé atrás com você e com o . – falei.
– Eu não tenho medo dele. Não tenho medo de morrer! – ele disse.
– E quanto a ? – eu disse me sentando na cama.
– A gente já saiu algumas vezes. Eu queria muito ficar com ela, mas ela está dando uma de difícil. Não gosto de mulheres difíceis! – disse.
– E acha que eu seria fácil? – falei me irritando.
– Não. Eu não disse isso! – ele falou.
– Olha, ... Eu não vou dizer que eu não queria, mas tente entender que eu tenho medo de ficar com você e depois o descobrir! – eu disse.
– Tudo bem. Talvez você esteja certa. Bom, eu vou deixar você dormir. – ele disse se levantando da cama. – Tenha uma boa noite! – ele disse saindo do quarto. Eu estava com sérios problemas. Por que eu dispensei ele? Não seria o primeiro que eu pegaria namorando com o . Mas é muito próximo de . Isso poderia acarretar sérios problemas no futuro. Só tenho que dizer que o é tudo e mais um pouco do que eu pensei.
Cheguei em casa já eram umas dez horas da manhã. Eu havia dormido demais. Encontrei um bilhete de dizendo que havia saído. Pediu pra que eu jogasse a chave debaixo da porta e que ele havia feito café da manhã. Achei engraçado aquilo. Procurei pelas meninas, as achando na piscina.
– Onde você dormiu? – falou de dentro da piscina.
– Hum... Na casa do . Onde mais seria? – falei dando de ombros. me olhou com uma cara de desconfiada.
– Tem certeza? O estava com o ontem à noite. – ela disse me deixando sem fala. Eu gelei na hora. O que eu diria? Que se dane.
– É. Eu não dormi na casa dele! – disse.
– E por que mentiu? – falou saindo de dentro da piscina.
– Por nada! E eu não devo explicação a vocês! – falei me virando.
– Todo mundo sabe que você dormiu na casa do . – aquilo me fez parar no lugar que eu estava.
Droga!
– Eu não dormi na casa do ! De onde tiraram isso? – falei. Se fosse para mentir, que fosse bem feito. – Eu nem vi o ontem! Eu saí sozinha. – falei.
– O próprio deduziu que você tivesse dormido lá, já que não voltou para casa. – falou.
– Ah, querem saber... Dormi mesmo! – eu falei e abriu a boca. – Mas a gente não fez nada! – eu falei cruzando os braços.
– Tem certeza? E o que é isso no seu pescoço? – ela falou cínica. Levei a mão ao pescoço. Mas que merda!
– É... – falei e saí correndo para o meu quarto. Tranquei a porta e me joguei na cama. Agora que o sabia que eu havia dormido na casa dele, algo não muito bom ia rolar. E eu não queria estar perto para ver.
Tomei um banho e fui me sentar na janela do meu quarto. Eu estava nervosa com tudo aquilo. Eu sabia o quanto estava a fim dele, mas mesmo assim, eu ainda fiquei com o . Ah, que se dane! A gente nunca ligou para isso. E por que eu me importaria agora? Fui até o espelho do meu banheiro e olhei meu pescoço. E como estava feio. Passei um corretivo e pó em cima, mas não resolveu muito. Procurei meu celular dentro da bolsa, mas não estava achando. Foi então que eu me lembrei. Ele deve ter ficado na casa do .
– Mas que droga! – falei desesperada.

POV ON

Então ela foi mesmo. Eu sabia que ela iria. Já que, desde o primeiro momento que ela o viu, ficou cheia de risinhos para cima dele. Mas isso não vai ficar assim. Coloquei meu número no privado e disquei o número dela. Chamou por vários minutos, até que uma voz de homem atendeu. Desliguei o telefone quase o esmagando. Peguei as chaves do carro e saí correndo.
Estacionei o carro no meio fio e desci rapidamente. estava sentada na janela. Quando me viu, entrou correndo no quarto. Dei um risinho maldoso e apertei o interfone. Passei pela sala igual a um foguete. Bati na porta do quarto dela, mas ninguém abriu.
, eu sei que você está aí! Eu já te vi. – falei – Não vai mesmo abrir a porta para o seu amorzinho aqui? – falei sarcástico, batendo na porta. Fui até lá em baixo e procurei umas das meninas, as achei na piscina.
– Vocês têm uma cópia da chave do quarto da ? – perguntei sem demoras.
– Não. Mas a Beth deve ter! – disse – Descobriu alguma coisa? – ela disse sarcástica.
– Acabei de confirmar, mas quero ouvir da boca dela! – falei.
– Se souber de algo, me conte! Vou adorar saber. – disse rindo de lado.
Essas meninas faziam de tudo para destruir a vida umas das outras. Principalmente , era a mais vingativa. Elas são assim desde a adolescência. Fazer o quê, não é? Fui até Beth e pedi a cópia da chave. Na hora ela me entregou. Foi só dizer que eu queria fazer uma surpresa para que Beth me deu as chaves. Entrei em seu quarto, ela estava sentada sobre a cama, roendo as unhas.
– Como conseguiu as chaves? – ela disse me olhando assustada.
– Por que o susto? Alguma coisa aconteceu? – falei sarcástico, trancando a porta do quarto. Ela se levantou, tentando fugir de mim. – Acha mesmo que vai fugir de mim? – falei a segurando pelos braços.
, me solta! – ela disse me olhando com medo.
– Não até você me contar por que foi dormir na casa do ! – falei a jogando em cima da cama.
– Eu não vou te contar nada, seu idiota! – ela disse se levantando.
– Ah, mas vai! Você vai, por que se você não contar, eu vou atrás dele e ele vai me contar tudinho que rolou entre vocês! – eu falei nervoso. Falei e vi uma bola roxa em seu pescoço. – O que é isso? – falei segurando seu pescoço com uma das mãos.
– Não foi nada. – ela disse empurrando minha mão.
– Vocês transaram, não foi? – eu falei indo para cima dela.
– Não. Não houve nada entre a gente! – ela falou se encolhendo.
– E que marca é essa? Como você conseguiu ela? Hãm? Acha que me engana? – eu falava balançado ela pelos braços. – Eu devia te esganar, ! Mas eu não tenho coragem o suficiente para colocar minhas mãos em você! – falei a segurando pelo queixo – Mas eu posso fazê-lo pagar por ter mexido com a minha garota, não acha? – falei rindo sarcástico.
– Ele não teve culpa! – ela disse – A culpa foi sua por não ter ido me buscar! Você queria que ele me deixasse dirigir bêbada? – falou.
– Ah, claro! A culpa é minha! Eu estava ocupado e não tinha como te buscar. – falei gesticulando.
– É, você estava ocupado comendo outras por aí! – ela disse me empurrando.
– O quê? Quem disse isso? Eu não estava com nenhuma mulher ontem e... – falei fazendo uma pausa – Filho da puta! – falei. O deve ter falado alguma coisa para ela – O que ele te disse? – perguntei a ela, que estava o mais longe que podia.
– Que ouviu vozes de mulher ao fundo e que estava barulho demais. – ela falou – Mas você também não deve falar nada porque também está errado. – disse.
– Eu não estava com mulher nenhuma. Não diretamente! O papai conseguiu reabrir a boate e eu tive que ir para lá e, como a gente estava brigado, eu nem te contei! – falei. se sentou na cama, ficando calada.
– Eu não queria ficar brigando com você assim, mas isso é inevitável! Mas se você está duvidando de mim, eu não posso fazer nada! – ela disse me olhando triste.
– O que houve entre você dois? – falei.
– Nada além de amassos, tá? Não passou disso, porque eu me lembrei de você! Eu não tive coragem! – disse alterada, colocando a mão na cama.
– Hum... Então vocês deram uns amassos? – falei levantando a sobrancelha – Que tipo de amassos? Com direito a tudo? – perguntei.
– Não. , para de me perguntar. Eu já falei que não houve mais nada, droga! – ela falou se levantando.
– Eu vou deixar uma coisa bem clara para você... – falei a prendendo na parede. Sua pupila estava dilatada e sua boca entreaberta – Você não vai ser de mais ninguém, enquanto for minha! – falei a prensando mais contra a parede – Seu corpo pertence apenas a mim, a mais ninguém! E eu mato qualquer um que tentar possui-la em meu lugar. – falei dando mordidas em sua boca.
– Você se acha dono de mim, mas não é! – ela falou me olhando no fundo dos olhos. – E eu não tenho medo de você, ! Não adianta me ameaçar! – falou me fazendo ficar mais irritado ainda.
– Pois tente me trair mais uma vez e eu vou mostrar a você o quanto você me pertence. – falei a jogando em cima da cama – Eu posso não tocar em você de um jeito, mas eu posso de outro... Ou você se esqueceu daquele dia no hotel? – falei me lembrando.
– Não, eu não me esqueci. E se quer saber... Eu adorei! – ela falou com um sorriso cínico no rosto.
– É claro! Seu instinto sadomasoquista falou mais alto! – falei me deitando em cima dela.
– Sai de cima de mim! – ela disse me batendo – Eu vou gritar! – disse me fazendo rir.
– Eu vou adorar se você gritar! Me deixa com mais tesão. – falei mordendo seu pescoço. Comecei a apertar suas coxas e a subir sua blusa.
, ME SOLTA! SOCOR... – ela disse e eu tapei sua boca rapidamente.
– Você vai mesmo gritar? Eu não vou ser bonzinho com você! – falei enquanto ela tentava se soltar. mordeu minha mão e eu caí para o lado. Ela destrancou a porta do quarto e saiu correndo. Saí correndo atrás dela por toda a casa. Desci as escadas correndo e a vi correndo para o quintal. – , VEM AQUI! – eu falava correndo atrás dela. A peguei pelo meio das pernas, a jogando em minhas costas.
– AI, ME SOLTA, SEU IDIOTA! – ela gritava pela casa, batendo em minhas costas.
– Não se preocupem, está tudo sobre controle. Se sua mãe perguntar, diga que está comigo! E que vai demorar para voltar. – falei para as meninas que riam da situação.
– Vocês são doidos! – rolou os olhos.

A joguei a contra gosto dentro do carro e travei as portas. Ela começou a me bater e eu não estava nem aí.
– Você não pode fazer isso comigo! Eu vou denunciar você! – dizia dentro do carro.
– Cala essa boca e relaxa. Nós vamos a um lugar muito bom! Você vai adorar. – falei piscando.
– Você não pode chegar em minha casa e me sequestrar! Eu estou até descalça. – ela falava.
– Eu compro o que você quiser depois! Isso não é problema! – pisquei para ela, que cruzou os braços e rolou os olhos.



Capítulo 17

Mas aquilo era um absurdo. Eu não acreditava que estava sendo, praticamente, sequestrada pelo meu namorado. Na verdade, eu nem sabia mais que tipo de relacionamento era o nosso. E aquele maldito lugar que não chegava! Liguei o rádio e passava um bolero meloso, fiz uma cara de nojo e mudei de estação. Logo um rock começou a entrar em meus ouvidos. Aumentei o volume e comecei a me balançar em cima do banco. só olhava e ria. Quase tomei um susto quando vi a placa escrito Essex.
– Mas o quê? – falei confusa – Para onde está me levando? – perguntei.
– Para um lugar. – foi a única resposta que recebi.
– Você está mesmo me sequestrando? – falei rindo.
– Estou. E se depender das suas irmãs... Nem vão querer pagar resgate! – ele falou rindo. – Está vendo? A única pessoa que te suporta sou eu. Então é melhor você ficar caladinha e me obedecer. – estreitei os olhos.
– Mas que absurdo! – falei cruzando os braços – Por que está me trazendo para Essex? Não é aqui que sua mãe mora? – eu perguntei – Ah, é claro! Você está me levando para casa da sua mãe! – falei batendo a mão na testa.
– Ela não mora mais aqui. Ela está morando em Bolton! A casa agora é minha. – ele disse convencido.
Uns vinte minutos depois chegamos a casa. Ela era linda e enorme. Um grande jardim na frente, e não tinha muitas casas por perto. Eu passava as férias ali quando ainda estudava. Velhos tempos. Numa dessas férias, eu tive minha primeira vez com o , mas não vem ao caso. Pisei naquele chão cheio de pedrinhas e saí correndo para não me machucar. começou a rir da minha cara e me pegou no colo, me levando até a porta. Entramos naquela casa e estava linda, como sempre. Não era de dois andares, mas era enorme. Fruto da separação dos pais dele. Me joguei no sofá e fiquei ali deitada até me dar fome.
, estou com fome! Você me trás pra cá na hora do almoço, deveria ter pelo menos me levado para almoçar. – falei.
– Não seja por isso, vamos sair para almoçar. – ele disse rindo.
– E acha mesmo que eu vou assim? Do jeito que estou? – me olhei – Eu estou só com esse shortinho, essa blusinha e sem chinelos, como quer que eu saia de casa assim? – falei me sentando.
– Para de reclamar! A gente compra uma sandália para você, vamos até o shopping, compramos o que você quiser e aí te levo para comer! – ele disse rápido.
– Agora estamos falando a mesma língua! – falei rindo.
– Bom, a mesma língua ainda não. Mas podemos resolver isso agora, se quiser! – disse e piscou para mim. Rolei os olhos e ele me olhou feio. Sempre assim.
Passamos em uma lojinha na rua mesmo, comprei uma sandália que desse para usar e agora estávamos no shopping. Se ele disse que iria comprar o que eu quisesse, bom para mim, claro. Entramos em uma loja de roupas, comecei a pegar umas blusas e shorts e levei tudo para o provador. Fui vestindo tudo o que eu peguei e adorei todas. E eu ainda nem tinha comprado vestido nem nada, caso fôssemos sair.
– Vê se não demora! – disse do lado de fora.
– Vou demorar aqui, porque são muitas roupas. Ninguém mandou você dizer que ia comprar o que eu quisesse! Agora espera! – falei vestindo uma blusinha branca caída de lado e um short jeans – E aí, gostou? – falei saindo do provador.
– É, ficou legalzinho, mas não acha que está um pouco apertado? Deveria pegar um número maior! – ele disse me olhando.
– O quê? Está me chamando de gorda? – falei indignada.
– Não é isso! Mas que está apertado, está! – ele disse rindo.
– Ah, quer saber, eu não vou levar nada! Tudo por sua culpa. – revoltei voltando para o provador – Onde já se viu? Trocar por um número maior... Eu nem estou gorda! – eu falava sozinha.
– Eu falei só para te encher, ! Não está apertado! – disse abrindo a cortina do provador.
– Sai daqui! – falei o empurrando.
– Desculpa. Eu não tive como evitar fazer uma piadinha com sua cara! – ele disse rindo.
– Vai se fuder! Vamos embora! – eu disse saindo com as roupas do provador. Cheguei na moça que atendia e joguei tudo em cima dela. – Eu não vou levar nada! – falei irritada.
– Por quê, moça? Não gostou de nenhuma? Quer trocar por outras? – ela disse toda educada.
– Eu até que gostei, mas meu namorado acha que eu estou gorda para entrar dentro delas, então eu não vou levar! – falei rolando os olhos.
– Eu falei brincando. Você está ótima! Ela vai levar tudo. Pode embalar! – disse chegando perto da gente.
– Mas eu não quero! – falei cruzando os braços.
– Quem vai pagar sou eu. Então eu vou levar! – ele disse indo até o caixa. Saí da loja bufando e com a cara fechada. Me sentei em um banquinho que havia por ali e fiz minha melhor cara de cu. Minutos depois, voltou com as sacolas de roupas.
Comecei a andar rápido quando ele estava chegando. Fiz cara de merda e comecei a andar.
, para com isso! Eu falei de brincadeira. – ele dizia andando atrás de mim.
– Eu não tenho culpa de ser assim não, viu? Você não sabe que nunca se deve falar que uma mulher está gorda? E isso, primeiramente, vale para as namoradas! – falei meio alto.
– Fala baixo! Está todo mundo olhando para a gente. – ele disse.
– Que se dane todo mundo. Eu quero ir embora! – eu me escorei em uma paredinha que havia ali.
– Se eu fosse você comprava tudo logo, porque só vamos embora na segunda! – ele disse rindo.
– Por que na segunda? – eu falei.
– Porque eu quero! Já avisei meu pai que eu ficaria por aqui até segunda. e vão tomar conta da Louv para mim. – disse rindo de lado.
– Eu nem mesmo avisei minha mãe! Ela vai ficar uma fera comigo! – eu disse tapando a boca – Eu preciso ligar para ela. – falei procurando meu celular – Ai, que merda! – falei batendo a mão na testa.
– Perdeu alguma coisa? – disse com um sorriso sarcástico. Dei um sorrisinho amarelo e fiquei calada. – Eu te empresto o meu depois. Vamos dar mais uma volta, comprar algo mais e vamos almoçar! – ele disse me abraçando de lado.

Já em casa, eu tirava todas as roupas de dentro das sacolas. Não eram tantas assim, afinal era só um final de semana. Dois shorts, três blusas, uma saia e um vestido. Comprei três lingeries e uma sandália de salto para sair. Passamos no supermercado e compramos umas besteiras para comermos. Fui olhar pela janela e vi que o céu estava escuro, mas não era tarde. Não passavam das cinco horas e estava escuro. Só podia ser uma coisa. Chuva.
, você me trouxe para cá em tempo de chuva? – falei indo até ele, que estava sentando no sofá vendo jogo.
– Não está em tempo de chuva! – ele disse sem olhar pra mim.
– É só olhar pela janela. Você vai ver que o céu está escuro. – eu disse apontando para a janela.
– Ah, a gente faz outra coisa em vez de sair! – disse ainda prestando atenção na TV. Ouvi baterem na porta e me assustei.
– Quem será? – falei enrugando a testa.
– Não sei. Abre lá! – ele disse. Bufei e saí batendo o pé no chão. Abri a porta tendo uma surpresa.
– Brad? – falei surpresa.
– O está aí? – ele disse me ignorando.
– Está sim. Entra! – falei o deixando passar.
– Brad, não está me reconhecendo? – falei rindo. Ele me olhou estranho.
– Hum... Não! – ele disse desconfiado – Peraê... ? – ele disse rindo. Balancei a cabeça em afirmação. Ele me deu um abraço me tirando do chão.
– HEI! Vai com calma aí! – disse se levantando.
– Nossa! Como você está linda! Eu sabia que conhecia esses olhos de algum lugar. – ele disse colocando a mão no queixo – E aí, ? – ele disse dando um abraço nele.
– Senta aí! – eu falei mostrando o sofá.
– Nossa, quanto tempo. Quando eu te vi, você era desse tamanho! – Brad disse mostrando com a mão.
– Seu besta! E o que eu cresci? – falei rolando os olhos.
– Mas você mudou muito! Eu nem te reconheci. – ele disse rindo – O que traz vocês a Essex? – ele disse se escorando no sofá.
– Nada demais. Só passear, mesmo! – disse – , traz umas cervejas para a gente? – ele disse e eu me levantei.
– Não precisa, eu já vou indo! Parece que vai chover. Vocês vierem em um mau tempo, hein? – nós rimos.
– Fica mais. Faz tanto tempo que não vemos você! – falei.
– Outra hora eu volto! Eu moro aqui perto mesmo. – ele disse rindo. – Foi bom ver vocês! Até mais. – ele disse indo em direção a porta. Nos despedimos dele e vimos ele partir.
Brad era amigo de . Sempre que vínhamos para Essex, ele saía com a gente. A chuva caía há horas e eu estava no banho. Aquela casa enorme me dava medo. Saí do banheiro e fui trocar de roupa. Vesti uma lingerie vermelha e coloquei uma blusa grande por cima. Quanto menos roupa, melhor. A casa estava muito silenciosa e aquilo estava me dando medo. Os raios cortavam o céu fazendo um barulho estrondoso. O corredor que tinha entre os quartos era enorme. A casa estava meio escura devida a pouca claridade que vinha da sala.
? – comecei a chamá-lo já do meio do corredor. Dei mais alguns passos e o chamei novamente. Nada. Aquilo tava parecendo filme de terror. E eu era o alvo.
, isso não tem graça! Onde você está? – falei com a voz chorosa. Quando cheguei à sala, a TV estava ligada, mas não havia ninguém ali. – , é melhor você aparecer agora senão... AAAAAAHHHH! – gritei com algo pulando em mim. – SEU VIADO, VOCÊ QUASE ME MATA DO CORAÇÃO! – comecei a bater no . Ele não conseguia parar de rir da minha cara, estava até vermelho.
– Você... Precisava ver sua cara de medo. – ele dizia ainda rindo.
– Engraçadinho... Não estou rindo para você não! – falei me sentando no sofá.
– Own, vem cá! – ele disse se sentando ao meu lado.
– É melhor sair de perto de mim. – falei em tom de aviso.
– E você vai fazer o quê, hein? – disse chegando mais perto. Fez menção de fazer cócegas em mim.
– Não ouse! – disse apontando o dedo. sentou em cima dos meus quadris e começou a fazer cócegas em mim. – AH, , PARA! NÃO! AH, SOCORRO! – fui me torcendo toda em cima do sofá, me espatifando no chão.
– HAHAHAHAHA, olha o que você fez! – falou rindo ao meu lado.
– Culpa sua. – falei rindo – Ai, minhas costas! – falei me levantando, me sentando no sofá.

A chuva havia parado um pouco, mas ainda caía. Eu estava na cozinha fazendo brigadeiro para a gente comer. Eu não gostava muito disso, mas como não tinha nada para fazer. Eu estava mexendo aquela coisa marrom dentro de uma panela e comecei a cantar uma música da Natasha Bedingfield. Mas como eu me empolgo demais no refrão, comecei a me sacudir que nem uma doida.
– TAKE ME AWAY, A SECRET PLACE... A SWEET SCAPE, TAKE ME WAY! – eu gritava com a colher na boca.
– Nossa! Show particular na minha cozinha! – disse chegando aplaudindo – Continua! – ele disse rindo.
– Não. Obrigada. – falei mexendo o brigadeiro. Senti os beijos de em meu pescoço e ri de leve – Se ficar me beijando assim, vai ficar difícil! – falei rindo.
– Deixa isso para lá e vem aqui. – ele disse me puxando e me colocando sobre a mesa – Não sai daqui! – ele disse e saiu.
– Está bem. – falei sozinha. Fiquei olhando para o teto da casa, sem nem perceber que ele havia voltado.
– Voltei! – ele disse fazendo uma cara engraçada. Mostrou sua mão que tinha uma camisinha e eu rolei os olhos sem ele ver – Vamos nos divertir um pouco. – ele disse se posicionando entre minhas pernas. Começamos a nos beijar calmamente, mas fomos aumentando o ritmo cada vez mais. apertava minhas coxas me fazendo gemer baixo. Comecei a sentir um cheiro de queimado e arregalei os olhos.
, O BRIGADEIRO! – gritei o assustando. Ele correu até o fogão e desligou o fogo.
– Nossa! Acabou com todo o clima! – cruzou os braços.
– Nossa, nem fala. Eu odeio quando alguma coisa atrapalha. – rolei os olhos – Vamos comer o brigadeiro então, né? – peguei a panela e coloquei em cima da mesa.



Capítulo 18

POV ON

Eu estava me arrumando para sair com a , já que a chuva havia dado uma trégua. Ela estava absurdamente linda com o vestido que ela havia comprado. Seus cabelos estavam em um estilo bagunçado e seu rosto não tinha maquiagem, dava para ver mais ainda a cor dos seus olhos.
– O que é? – ela disse me olhando.
– Nada. Incrível como você é linda, até sem maquiagem! – falei chegando perto dela.
– Eu só não estou usando, porque não tenho nada aqui. Sabe muito bem que não vivo sem rímel e sem gloss! – ela disse se virando para o espelho.
– Mas você não precisa disso! É linda do jeito que é! – falei a virando para mim.
– Você é tão bipolar! – falou me abraçando pelo pescoço.
– Vamos logo antes que eu te agarre aqui e a gente não saia. – falei lhe dando um beijo rápido.
Eu até havia me esquecido de como era bom sair com ela. Fazia tempos que não saíamos juntos e não brigávamos. Nós dois estávamos dançando há horas e nem víamos o tempo passar. Eu estava com muita sede, então voltamos para nossa mesa e pedimos tequila com limão.
– Puta merda! Isso queima demais. – fez uma carinha engraçada.
– Como você é fraca! Cadê aquela garota que fazia competições comigo, hein? – falei rindo.
– Ela ainda está aqui. Mas realmente está muito forte! – ela disse fazendo careta.
! Há quanto tempo cara! – senti alguém bater em minhas costas.
– Tonny! – disse me levantando. – Como andam as tretas por aqui? – falei – Senta aí!
– Nossa, quem é essa gata? – ele falou rindo.
– É minha namorada, ! – falei segurando em sua mão.
– Então é melhor eu ficar longe, porque você faz o tipo matador por causa das suas gatas. – ele disse me fazendo rir.
– Mas e aí? Como andam as coisas? – falei curioso. Eu já havia trabalhado com Tonny quando morei aqui.
– Pode falar na frente dela? – ele disse.
– Claro que pode. Eu já sei mais do que devia mesmo! – disse rindo.
– Ok. Então... Se lembra daquele cara que uma vez nós demos uma surra? – ele falou e eu balancei a cabeça em confirmação – Eu matei ele semana passada! – ele disse seco. me olhou com uma cara assustada.
– E por que matou ele? – falei interessado.
– O cara era o maior vacilão! Ele fudeu com minha vida por causa de umas drogas aí! E ele me devia dinheiro demais. Então, eu tive que fazê-lo pagar pelo que me devia. – ele disse.
– Não conte como foi, por favor! – falou fazendo um gesto com a mão.
– Pode deixar. Você não ia querer saber como foi. – ele disse e piscou para ela – Bom, o papo está bom, mas eu passei mesmo só para dar um oi! Vou indo. – ele disse levantando.
– Tchau. – eu e falamos juntos.
Já no caminho de casa, estava indo tudo bem até que, chegando em casa, vimos que havia um carro parado na porta da casa. Nele estavam encostados dois caras que eu reconheceria em qualquer lugar. Nós nos olhamos desconfiados e eu estacionei ao lado do veículo. Saímos do carro e um deles já foi logo nos cercando.
– Oi, ! Quanto tempo! – ele disse parado na minha frente.
– E aí, Fred! Como é que está? – falei.
– Vamos levando. Mas eu não vim aqui para bater papo. Eu vim falar de negócios! – ele disse enquanto acendia um cigarro.
– Pode ir entrando, ! Eu vou logo atrás. – falei e ela me olhou.
– Eu não vou entrar sem você! – ela disse olhando os caras com desprezo.
– Olha! O arrumou uma vadia até gatinha. – ele disse.
– Veja como fala comigo, seu idiota! – disse o encarando.
– Nossa. E ainda é nervosa. – Fred disse debochado. Seus dentes amarelados me davam agonia.
– Deixa ela fora disso. Sabe que eu não gosto que mexam com mulher minha. – falei segurando que quase foi para cima dele. – Por favor, entra! Eu já estou entrando. – falei olhando nos olhos dela.
– Hum... Tudo bem. Não demora. – ela disse os olhando de cima a baixo, fez uma cara de desprezo e entrou em casa.
– Que garota irritante essa que você arrumou, hein, ! – Fred disse rindo.
– Deixa ela. Esquece! Vai logo ao ponto! – falei me estressando.
– Só quero saber como anda o coroa. Ele conseguiu aquele dinheiro? – ele disse se escorando no carro. Ele se referia a um dinheiro que meu pai devia a ele.
– Eu nem sabia que ele ainda te devia. – eu disse dando ombros.
– Pois é! E é muita grana! Mas eu não vou ficar no prejuízo não! – ele disse sacudindo a cabeça – Dá um aviso para ele... Ou me paga dentro de dois dias... Ou nós vamos fazer uma festinha com uma pessoa muito especial para ele! – Fred disse rindo.
– Está me ameaçando? Não tenho medo de ameaças! – falei o encarando.
– Pois se eu fosse você, eu teria! E não tente sair da cidade sem conseguir meu dinheiro! – ele disse me enfrentando.
– Eu não tenho nada a ver com os problemas do meu pai! Resolva com ele! – eu disse e ele me segurou pela gola da camisa.
– É melhor você dar um jeito de falar com ele... Porque se não... Você e sua namoradinha vão para o saco! – ele disse me soltando – Fica esperto! – voltou a dizer entrando no carro. Dei um chute na cerca da casa e entrei em casa nervoso.

POV OFF

O que será que estava acontecendo ali fora? Coisa boa não era! Eles estavam se enfrentando e falavam alguma coisa, mas não dava pra ouvir da janela de onde eu estava. Comecei a ficar nervosa e a andar de um lado para o outro. entrou em casa e ele parecia muito nervoso. Seu rosto estava vermelho e eu logo tratei de saber o que houve.
– O que aqueles caras queriam? – falei assim que ele entrou em casa.
– Eles vieram cobrar um dinheiro que meu pai deve para eles. – ele disse se sentando no sofá e eu me sentei ao seu lado.
– E o que você tem com isso? Quem deve é ele! – falei alto.
– Nesse mundo de tráfico não existe quem deve ou não! É tudo o mesmo dinheiro. – ele falou e se levantou.
– E você vai fazer o quê? – falei me levantando também.
– Eu tenho que dar um jeito de arrumar esse dinheiro! Ele falou que se ele não pagar dentro de dois dias... – ele começou me olhando.
– O que é? Não me deixa mais nervosa! – falei chegando perto dele.
– Ele vai vir atrás da gente, ! – ele disse e eu o abracei – Eu não posso deixar nada te acontecer! Eu não posso. – ele dizia me abraçando forte.
– Não. Você não vai me perder! Não vai acontecer nada! – falei e segurei seu rosto entre as mãos – A gente vai dar um jeito nisso, ! Nem que eu tenha que zerar minha conta no banco, mas a gente vai dar um jeito. – falei e ele me abraçou mais uma vez.
– O que seria de mim sem você? – ele disse e nós nos abraçamos mais forte. Não vou dizer que eu não estava com medo, porque eu estava, e muito. Mas eu não suportaria perder . Apesar que eu também corria risco de vida.
Mas eu faria alguma coisa. Eu faria de tudo que fosse para tirar a gente dessa! Nem que eu tenha que trabalhar em algum lugar, mas eu conseguiria. foi ligar para o seu pai, e eu para as meninas. Impossível elas não ajudarem. Mas eu tinha que esperar o terminar para eu ligar para elas. O maldito celular havia ficado na casa de . O , claro. Como eu não havia pensado nele? Ele parecia ser muito rico. Não. Como eu iria pagá-lo depois? E se o descobrisse? É! Deixa ele para lá.
– Eu falei com ele! Ele ficou super preocupado por causa disso e já está providenciando o dinheiro. – ele disse assim que chegou na sala.
– Isso é novidade, ele ter ficado preocupado! Ele nem mesmo liga para você! – falei irritada.
– Não é para tanto, ! – ele disse se sentando ao meu lado.
– Não é para tanto? Ele sempre quer que você faça as coisas por ele... O mínimo que ele deve fazer é se matar para arrumar esse dinheiro! A gente corre risco de vida por causa dele mesmo! – eu falei me alterando.
– Hei! Fica calma! Não precisa ficar assim. – Matt disse segurando meu rosto.
– Desculpa! É que eu estou com medo de não dar certo e da gente... – falei – Eu não consigo nem pensar nisso! – eu disse me levantando. Comecei a roer as unhas. Eu nunca fazia isso.
– Vai dar tudo certo, você mesma disse! – ele falou.
– É! Vai sim. – eu disse sem saber em que pensar.

Eu corria por uma estrada deserta. Alguns homens estavam atrás de mim. Mas quanto mais eu corria, mais eu ficava parada. Minha voz havia sumido e eu não conseguia me mover. veio atrás de mim e me ajudou a correr. Nós entramos em uma floresta totalmente escura e eu estava com muito medo. Os caras estavam a poucos metros da gente. Foi então que eu ouvi um tiro. caiu ao meu lado e eu parei para ajudá-lo, mas ele já não respirava. Voltei a correr pelo meio das árvores e parecia que aquilo nunca ia acabar. Tropecei em algo e um deles me alcançou. Me fez ficar de joelhos em sua frente. Eu chorava. Um tiro na minha testa.
– NÃO! – gritei ofegante. Nada mais acontecia.
– O que foi? – veio da cozinha correndo.
– Um pesadelo horrível... A gente tava correndo e então atiraram em você... – eu falava chorando.
– Está tudo bem. Foi só um pesadelo, meu amor! Eu estou bem aqui com você. – ele disse e eu o abracei, ainda chorando. Meu coração estava a mil e minha respiração era falha. Meu cabelo e minha roupa estavam todos molhados de suor.
– Eu estou com medo, . Muito medo! – eu dizia ainda abraçada a ele.
– Não fica assim. A gente vai resolver tudo. A gente vai sair junto dessa! – ele disse me beijando.



Capítulo 19

Os dois dias haviam se passado e o pai do não havia ligado. Ele já havia tentado ligar milhares de vezes para ele e nada. Meu pai também não atendia telefone. Será que eles haviam esquecido?
– Ai, que droga! Eu não estou acreditando que seu pai vai fazer isso com a gente! – eu falava, andando de um lado para o outro.
– Ele vai ligar, eu sei! – dizia e toda hora ia na janela.
– Cai na real! Eles estão pouco se importando com a gente. – eu falava nervosa – Até meu pai se esqueceu de mim. – eu falei puxando meus cabelos.
– Se eles vierem aqui, a gente está ferrado! Já era! – dizia – Porra! – ele esbravejou.
– Eu estou muito nova para morrer. Não. Eu não posso morrer agora! – eu nem sabia o que eu falava mais. Dito isso, um barulho de carro nos assustou. Nos olhamos assustados e corremos para a janela. – Ai, , e agora? O que nós vamos fazer? – eu falei com medo.
– Fica atrás de mim! E apenas siga o que eu fizer. Está na hora de perder o medo e fazer sua melhor cara de esnobe. Consegue fazer isso? – ele disse e eu balancei a cabeça positivamente – Haja naturalmente. – ele disse e eu fui me sentar no sofá. Ele veio atrás de mim e nos sentamos. Ouvimos batidas na porta e ele se levantou.
Meu coração estava a mil por hora. Mas tinha que dar certo. Não podia acabar tudo ali. Fiquei assistindo televisão como se não tivesse nada acontecendo. Fechei meus olhos por segundos e pensei em todos que eu amava. Respirei fundo e quando abri os olhos novamente eles já estavam dentro de casa.
– Voltamos para buscar o que nos pertence! Já está aqui? – o cara de ontem disse.
– Meu pai já está vindo de Londres para cá, trazendo seu dinheiro, Fred! Fica tranquilo. – falou – Fiquem a vontade. – ele disse dando passagem ao tal de Fred e mais dois caras. Me ajeitei no sofá e tentei fazer minha melhor cara de esnobe.
– Boa tarde... Como é seu nome mesmo? – ele disse se sentando de frente para mim.
. – falei seca e rolei os olhos.
. É um belo nome, sabia? – ele falou rindo. Idiota. Ele não sabia o quanto eu não tinha ido com a cara dele – É bom que seu pai consiga trazer o dinheiro porque se não... Eu faço o serviço aqui mesmo! – Fred disse olhando para os outros caras – Embora eu ache que se eu matar vocês... Vou ficar sem meu dinheiro de qualquer jeito. – ele falou olhando para nós dois. Eu segurei na mão de , sem que eles percebessem. – Ou talvez eu pudesse me divertir um pouco com vocês! Principalmente com a garota. – ele falou.
– Não ouse colocar suas mãos imundas em mim! – eu falei e me olhou.
– Puxa! Como ela é agressiva! Aposto que você adora umas coisas selvagens. – voltou a dizer com um sorriso malicioso. O olhei com nojo e fiz uma cara de merda.
– Pega leve, Fred! Sabe que eu não gosto que mexam com minha gata. – falou.
– Relaxa, . Só estou brincando. – ele riu de lado. Senti nojo daquele sorriso!

Aquilo já estava me matando. Fred já estava nervoso por causa da demora e eu já não conseguia mais manter meu sorriso falso de esnobe na cara. Pela cara dele, não estava gostando de esperar. Já fazia uma hora e meia que estávamos enrolando eles e já não tinha mais nada a se fazer. Minhas mãos suavam e minha cabeça estava doendo.
– Não estou me sentindo bem. Eu vou até o banheiro! – me levantei e passei pelo corredor. Eu suava frio e minha cabeça doía. Joguei uma água no rosto, sequei e saí do banheiro. Fiquei preocupada quando não ouvi nenhuma voz na sala.
? ? – eu gritava pela casa. Corri para fora e vi que o carro já ia longe. – OH, MEU DEUS! NÃO! – eu falei começando a me desesperar. Voltei correndo para dentro de casa e procurei o celular de por toda a casa. O achei no meio das roupas, em cima da cama. Disquei o número do pai dele, mas ninguém atendia. Liguei para o meu pai e nada também. Resolvi ligar para uma das meninas.
– Alô? Alô. Ai, meu Deus. , por favor, me ajuda! O , eles levaram ele, eu não sei o que faço! – falei rápido.
– O quê? Quem levou ele? , eu não entendi nada do que você falou! – ela disse.
– Uns caras levaram o , eles vão matá-lo, ! Onde está o ? – falei.
– Como assim? O que houve? Ele não está aqui! – ela disse.
– Eu não tenho tempo... DROGA! – eu gritei – Dá um jeito de ligar para ele. Uma dívida do pai dele. O cara veio cobrar e disse que se o pai dele não pagasse a gente ia morrer! Eu estou correndo risco de vida. – eu falei chorando.
– AI, MEU DEUS! Calma, fica calma! Eu vou ligar para ele! Eu não entendi muito bem, mas eu vou atrás do pai dele. Vou fazer o que for preciso! – ela disse.
– Obrigada! Mas por favor... Ande o mais rápido que puder! Eu dependo de você! – falei desligando. Me sentei na cama e comecei a chorar desesperadamente. Meus olhos ardiam, eu estava com medo de tudo aquilo. De perder . Tudo por causa do pai dele. Mas de uma coisa eu tinha certeza. Eu mato aquele cara se algo acontecer ao . Ah, se mato!
Acordei com um celular tocando alto dentro do quarto. Acordei assustada e corri para atender.
– PORRA, , ISSO NÃO É HORA DE DORMIR... Alô? – falei sem nem mesmo olhar quem era.
– Tem anos que estou te ligando, garota! Acorda! O que houve com o ? – Tio dizia do outro lado da linha.
– AH, AGORA VOCÊ SE PREOCUPA, NÃO É? ELES O LEVARAM POR SUA CULPA! ESTÁ BOM PARA VOCÊ? – gritei.
– Para de gritar! Acha que eu estou feliz com isso? Eu não queria que isso acontecesse! – ele falou.
– Mas aconteceu, porque você não arrumou o maldito dinheiro para o cara! Seu velho estúpido! – esbravejei.
– CALA A BOCA, SUA VAGABUNDA! EU ESTOU AQUI LOUCO, CORRENDO ATRÁS DO DINHEIRO, E VOCÊ FICA ME XINGANDO? – ele gritou.
– VAGABUNDA É A SUA MÃE! EU NÃO QUERO NEM SABER! DÁ SEU JEITO PARA TRAZER ESSE DINHEIRO... EU QUERO O AQUI DE NOVO E VOCÊ NÃO VAI IMPEDIR ISSO! – eu estava revoltada.
– Eu já estou resolvendo isso. , por favor, tente se acalmar! Eu também não quero que nada aconteça a ele! – ele falou mais calmo.
– Eu não sei o que fazer... Se eles matarem ele? Não! – eu falava quase chorando.
– Tudo bem, se acalma! Eu vou passar para o seu pai... – ele disse e fez uma pausa.
– Oi, minha filha! Fica calma, estamos dando um jeito nisso aqui! – papai disse do outro lado.
– Papai, por favor! Não me abandona agora. Eu tenho que conseguir salvá-lo! Eu preciso! – eu falei.
– Estamos todos aqui, calculando o dinheiro. Espere mais um pouco! Todos vamos para aí! Mas não faça nada. Fique em casa e não saia daí! É o que eu te peço, minha filha! – ele disse.
– Tudo bem. Mas não demorem! Ou eu mesma vou resolver isso sozinha. – falei desligando.
Me joguei na cama e fiquei ali pensando coisas aleatórias. Quando a ideia do morto vinha a minha cabeça, logo eu tratava de pensar outra coisa. Aquilo estava me matando.

POV ON

Depois que foi saindo da sala, eles me bateram com algo na nuca. Fiquei desacordado não sei por quanto tempo e acordei em um lugar escuro e frio. Eu estava amarrado em uma cadeira e não conseguia ver nada. Minha cabeça doía e meus olhos ardiam. Senti meus olhos arderem mais quando uma luz forte os invadiu.
– Olha! O garotinho do papai acordou. – Fred disse aparecendo no lugar, seguido dos seus capangas – Tentando me enganar, não é? Acharam mesmo que iam conseguir? – ele falou.
– Eu não estava tentando te enganar. O meu pai realmente estava conseguindo o dinheiro! – falei com a cabeça meio baixa devido aos meus olhos incomodados.
– Então, parece que ele não se importa com o filhinho dele porque até agora nada! – Fred falou chegando mais perto de mim – Tomara que sua namorada seja esperta de não vir atrás de você... Sem o dinheiro, é claro! – ele falou – Eu sempre soube que os eram caloteiros! – ele disse andando de um lado para o outro – Mas seu pai parecia ser tão gente boa. – Fred falou.
– Eu posso conseguir o dinheiro para você, cara! Me deixa só ligar para que eu dou um jeito. – falei.
– Oh, claro! A garota. Eu não havia pensado muito nela, sabe... Ela deve valer um grande dinheiro... Já pensou eu vender ela para aqueles caras que vendem mulheres, hein? Apesar que ela não deve ser virgem, mas acho que dá para pagar a dívida. – ele falou rindo.
– Não toque nela! Ela não tem nada a ver com isso, seu desgraçado! – eu disse alterado. Levei um soco do lado direito do rosto e cuspi uma bola de sangue.
– Se reclamar demais, eu pego ela na sua frente e você vai assistir de camarote! – Fred falou.
– Não. Não! Deixa ela fora disso! – quase supliquei.
– Pois ela é sua última chance... Se ela não aparecer com o dinheiro até amanhã... Eu estouro a sua cabeça e ainda brinco um pouco com ela. O que acha? – ele disse rindo. – Dêem uma surra nele! – ele disse virando as costas.
Os caras me batiam de tudo quanto é jeito. Levei chutes no rosto e no estômago e eles me deixaram jogado lá no chão. Meu corpo todo doía. Eles saíram dali rindo e eu fiquei ali caído no chão.

POV OFF

Eu estava fazendo um buraco no chão, do tanto que eu andava de um lado para outro. Eu nem tinha mais unhas nos dedos. Ninguém me ligava, não dava notícias. E o pior de tudo, é que eu estava aflita. Foi então que o amigo do me veio à cabeça.
– Nossa! Como era mesmo o nome dele? – eu falei sozinha – Ah! Tonny! – falei pegando o celular. – Atende... Oi, Tonny? – falei.
– Oi, quem é? – ele falou.
, namorada do , se lembra? – falei.
– Ah, claro! E aí, o que manda? – ele falou.
– É que o está com problemas... Eu queria muito que você me ajudasse! Tem como vir aqui na casa dele? – falei.
– O que houve? É algo grave? – ele perguntou.
– É! Mas eu preciso falar com você pessoalmente. Eu não sei o que fazer! – falei.
– Tudo bem. Já estou chegando! – ele falou e eu desliguei.
Uma meia hora depois ele chegou e eu contei tudo para ele. Sua cara não era das mais animadoras, mas eu tinha que tentar.
– Cara! O Fred é roubada! Ele não brinca em serviço. – Tonny disse.
– Nossa, que animador, Tonny. Valeu! – eu disse desinquieta.
– Só estou de falando a real. É melhor você dar um jeito de arrumar logo esse dinheiro porque quando ele dá um prazo, ele quer que seja cumprido. E não é querendo te desanimar não... Mas é pouco provável que o ainda esteja vivo! – ele falou.
– Ai, não. Eu tenho que dar um jeito. Tonny, você precisa me ajudar! Por favor! – eu falei implorando.
– Desculpa. gata! Mas eu não posso me envolver nisso! Eu também tenho uma dívida com ele e não quero nem vê-lo. – ele disse – Talvez eu possa ajudar de outro jeito. – ele falou dando ombros.
– Tem uma coisa que você pode me ajudar... Na verdade, são duas! – eu disse me sentando ao seu lado – Me traga uma arma! – falei e ele riu.
– Uma arma para quê? Você por acaso sabe atirar? – ele disse rindo.
– Não. Mas você pode me ensinar! – eu disse rindo.
– Como é? Eu te ensinar a atirar? Está brincando, né? – ele falou zombando.
– Não deve ser tão difícil! Eu aprendo rápido. – falei – Por favor! Eu tenho que aprender... Como vou matar aquele cara? – eu disse me ajoelhando em sua frente – Eu preciso salvar o , Tonny! Me ajuda. – falei.
– Está tudo bem. Mas levanta daí, garota! – ele falou – Vamos até um ferro velho de um amigo meu e aí eu te ensino! – ele falou se levantando.

Já no lugar, ele conversava com o dono do ferro velho sobre algo que eu não sabia o que era. Ele veio até mim e me puxou para trás de uns carros velhos que havia por ali.
– Mostra o que você sabe. – ele falou me dando uma arma. Olhei para ele, dei de ombros e comecei a falar o que sabia.
– Puxa a trava de segurança, mira e atira! – falei rindo.
– É! Não, não tem segredo. O negócio é a mira! Tenta alguma coisa. – Tonny falou.
– Hum... Retrovisor do carro vermelho... – eu disse. Coloquei a arma na altura do meu peito, mirei, respirei e atirei. O impulso da arma é muito forte.
– Nossa! Passou perto, hein? Você até que tem uma mira boa. Mas precisa treinar mais. – Tonny disse aplaudindo – O que me surpreende é você não saber atirar ainda, sendo namorada do script>document.write(Matt)! – ele falou se escorando em um carro.
– O problema é que eu já pedi, mas ele enrola demais! – eu falei mirando outra coisa.
Ficamos ali não muito tempo, pois o relógio corria contra nós. Passei na casa do Tonny para pegar uma arma e voltei para casa. Era uma arma automática. Tinha quatro balas na agulha. Ele disse que era só apertar que elas saíam todas de uma vez. Eu estava rezando para que eu não tivesse que usá-la, mas eu não sabia o que pensar. Cheguei em casa e fui tomar banho. Eu mal comecei a me ensaboar e o celular tocou. Saí correndo toda cheia de sabão e quase caí dentro do quarto.
– Alô! – eu disse atendendo.
– Você não preza pela vida do seu namorado, não é? Eu quero meu dinheiro em cinco horas... Se não me ligar novamente e disser que está com o dinheiro, dê adeus ao seu namoradinho! – ele falou desligando.
– Não. Alô! Merda! – falei discando o número do pai do – Alô! Tio, por favor, me diz que arrumou o dinheiro! O tal do Fred ligou aqui agora e disse que se não entregar o dinheiro em cinco horas, ele vai matar o ! – eu disse desesperada. Nem sei se ele entendeu.
– Calma! Já estamos a caminho de Essex! Fica aí dentro. Em uma hora estamos aí! – ele falou.
– Anda logo! Eu não aguento ficar esperando. – falei desligando. Acabei de tomar meu banho e vesti uma roupa qualquer das que eu havia comprado. Peguei a arma que Tonny havia me dado e comecei a mirar em alguns móveis. Tudo que eu via pela frente, virava alvo. Eu estava com medo de dar algo errado, mas, por outro lado, eu estava confiante. Seja o que for que acontecesse, eu faria de tudo para não apertar aquele gatilho.
Fui para a sala e liguei a TV para não ficar pensando naquilo, mas não estava dando muito certo. Fui até a cozinha ver se tinha algo pra comer e a única coisa que tinha era uma pizza que o tinha comprado para a gente. Comi aquilo e meu estômago embrulhou. Saí correndo para o banheiro e vomitei o que eu não tinha dentro do estômago. Fiquei me encarando na frente do espelho e não sei como que aconteceu. Só sei que eu fiquei pálida e apenas uma coisa se passou por minha cabeça.
– OH MY GOSH! Eu estou grávida! – falei para o espelho – Não, não pode ser... Ou pode? Minha menstruação está atrasada? – falei pensativa – SIIIM! – gritei do nada – Era o que estava me faltando. Saí correndo, passei a mão no cartão do e parti rumo a uma farmácia. Já fui direto nos testes de gravidez numa rapidez incrível e voltei para casa. Havia dois carros parados na porta de casa. Entrei correndo e levei o maior sermão. Estavam todos ali. Papai, Tio , , , e .
– Onde você estava? Eu disse para não sair de casa! – Tio disse.
– Desculpa. Eu tive que sair de última hora. – falei tentando esconder a caixinha que eu estava na mão.
– Oh meu Deus, você está grávida. – disse colocando as mãos na boca.
– Eu ainda não sei. – disse sem graça – Mas vou acabar logo com isso! – falei e saí correndo para dentro do banheiro, sendo seguida pelas meninas – Fica rosa, fica rosa. – eu falava enquanto esperava aparecer o resultado. Eu sei que não era uma boa época para eu engravidar, mas eu queria muito ter um filho. Eu dei um grito quando o resultado apareceu.
– E aí? Fala logo! – ouvi gritar do outro lado.
– Vocês vão ser tias! – falei emocionada.
– AAAAAHH, EU VOU SER TIA! – as meninas gritavam juntas. Saí do banheiro sendo abraçada pelas meninas e logo papai veio se juntar ao abraço. A cara do pai do estava uma mistura de raiva com emoção. Eu não sabia o que pensar daquilo. Não sabia se estava feliz, mas também não ia perguntar. Ganhei abraço do e do , e nos sentamos para conversar.
– E aí, como vamos fazer para devolver o dinheiro sem que algo aconteça ao ? – eu roía as unhas de tanta preocupação.
– Me dá o celular, eu ligo para ele! – Tio disse. Se levantou e fez uma pausa – Alô? Aqui é o . Eu estou com seu dinheiro. – ele disse sério – Sei onde é! Já estou a caminho. – ele disse e desligou – Já podemos ir! – ele falou.
– Eu também vou! – eu falei me levantando.
– Nenhuma de vocês vai. Fiquem aqui! – papai disse – E você muito menos, . Está grávida! – ele disse.
– Não. Eu tenho que ir! Vocês não sabem o quanto eu sofri aqui sozinha por causa disso! – falei me alterando.
– Seu pai tem razão! Você não deve se arriscar. É muito perigoso! – também estava sério.
– Não adianta me prenderem... Eu vou do mesmo jeito! Com ou sem vocês. – cruzei os braços.
– Mas que garota teimosa! – Tio falou – Vamos todos, então! Mas cada um protege sua própria vida! – ele disse. Fui até o quarto e peguei a arma, colocando na parte de trás do short, tapando com a blusa.



Capítulo 20

Já no caminho de onde eu não tinha a mínima ideia de onde era, estava seguindo os carros que estavam na minha frente. Tio estava na frente, pois sabia o caminho e, logo atrás dele, o carro do . O tempo estava fechado e já estava começando a ventar forte. Logo cairia uma tempestade. Eu estava confiante no que eu iria fazer. Tudo que eu mais queria era dar aquele maldito dinheiro para aquele cara e sair dali com todos bem. Demoramos mais de meia hora para chegarmos ao lugar. Era uma casa normal, mas não era muito bonita e sim assustadora. Tinha um corredor enorme que dava na porta de entrada. Paramos um carro ao lado do outro. Dei um suspiro longo, peguei a arma e a destravei. Saí do carro e os outros já me esperavam.
– Fiquem espertos... Ele não vai deixar isso barato, mesmo eu entregando o dinheiro a ele! – Tio falou e nós concordamos.
– Nós vamos ficar aqui fora, caso aconteça alguma coisa! – disse.
– É melhor mesmo. Mas eu ainda acho que você não deve ir, ! – papai falou preocupado.
– Não sei porque a preocupação comigo! Eu não estou preocupada! – falei me irritando – Vão ficar aí parados? – comecei a andar. Todos destravaram suas armas e guardaram na roupa. Achei aquilo tão seriado, mas enfim, ninguém precisa saber. Fomos andando por aquele longo corredor até chegarmos à porta, que se abriu antes mesmo de nós chegarmos.
– Finalmente! Entrem! – Fred disse nos dando passagem. Não foi dita mais nenhuma palavra. Apenas o seguimos até uma porta que levava a uma espécie de porão.
– Onde está o ? – perguntei.
– Você já vai vê-lo... Tragam ele! – ele disse ao mesmo cara que estava com ele aquele dia e outro que eu não conhecia. Alguns minutos depois, eles o trouxeram. Ele estava todo machucado.
! – gritei correndo para o seu lado. Um dos caras me segurou não me deixando chegar até ele. – Me solta! – falei tentando me soltar.
– Primeiro o dinheiro... – Fred disse rindo.
– Pega aí! – o pai do disse jogando uma bolsa preta para ele – Pode conferir se quiser! – voltou a dizer sério. Os caras me soltaram e eu corri até , o abraçando. Fomos para o lado do meu pai e dos outros e ficamos lado a lado. – Já devolvi seu dinheiro... Agora podemos ir! – Tio falou.
– Bom. Já que está tudo resolvido... Não temos mais nada a fazer aqui. – ele falou e olhou para os capangas. Eu me virei para ir embora. Foi tudo tão rápido. e sacaram suas armas e atiraram nos capangas do Fred, mas caiu ao meu lado. Então percebi que ele havia sido baleado no peito. Fred se virou para correr. Um ódio muito grande subiu pelo meu corpo. Nem senti minha mão indo até a parte de trás do short e sacando a arma. Apontei a minha arma junto com e apertei o gatilho junto com ele. Vi o corpo do Fred caindo de costas para nós e me senti satisfeita. Saí correndo de volta para o que ainda estava acordado com seu pai ao seu lado.
... , por favor, fica acordado! – cheguei empurrado seu pai.
! Eu... Não sei se consigo! – ele disse. Coloquei sua cabeça em meu colo.
– Não fala isso! Você vai ficar bem. – eu comecei a chorar – ... você não pode morrer. Nós precisamos de você! – falei chorando mais ainda – Eu estou grávida! – falei. Sua expressão não mudou e seus olhos se fecharam.
– NÃO, ! NÃO! – eu gritei. Seu sangue já estava todo espalhado por minha roupa.
– Temos que levá-lo para o hospital! – o pai dele disse. Os meninos o ajudaram a pegá-lo do chão. O pegaram no colo e eu fiquei ali no chão.
– Vamos, meu bem! Temos que sair daqui! – papai disse me pegando pelos ombros.

No caminho de ida para o hospital, estava com a cabeça apoiada em meu colo. Ele ainda respirava, mas muito pouco. Eu nunca havia sentido tanto medo quanto estava sentindo naquele momento. Chegamos rapidamente ao hospital e o pai do logo tratou de chamar os enfermeiros. Colocaram ele em uma maca e entraram lá para dentro com ele. Me sentei em uma cadeira e fiquei ali sentada. Minha roupa estava toda suja e todos olhavam para mim. As meninas sentaram ao meu lado e me abraçaram. Eu comecei a chorar desesperadamente. O pai do veio em nossa direção e eu estava com muita raiva dele.
– A CULPA É SUA! TODA SUA! VOCÊ QUE DEVIA ESTAR NO LUGAR DELE! – eu comecei a gritar, indo para cima dele.
– Fica calma, . Ninguém teve culpa! – papai disse me segurando. O pai dele continuou com a cara que estava, sem dizer uma palavra.
– VOCÊ FICA CALADO, PORQUE SABE QUE É O ÚNICO CULPADO DE TUDO! – eu gritava e chorava ao mesmo tempo. Todos do hospital olhavam para a gente.
– Por favor! Isso é um hospital. Façam ela se calar! – uma enfermeira disse.
, fica calma! Não adianta ficar assim. – disse. Senti uma dor insuportável na barriga. Coloquei a mão sobre ela, mas a dor começou a ficar ainda mais forte. – O que foi? O que está sentindo? – ela perguntava e eu não conseguia falar. Senti meu short molhado e olhei para ver o que era. Sangue.
– Ela está perdendo o bebê! Por favor, um enfermeiro! – disse. Não conseguia ver mais nada. Minha vista ficou escura e eu só ouvia a voz de todos ali.
Quando acordei, minha vista ainda estava um pouco escura e eu estava tonta. Olhei para o lado e vi que papai estava sentado ao meu lado. Ele estava segurando minha mão.
– Me diga que conseguiram... salvá-lo! – falei bem baixo. Papai fez uma cara triste e abaixou a cabeça!
– Não. Você perdeu o bebê! – ele disse me olhando.
– Por que tudo isso aconteceu comigo? – falei com meus olhos cheios de lágrimas.
– Não fica assim. Você pode ter outros! – ele disse rindo e passando a mão nos meus cabelos.
– E o ? – falei com medo da resposta.
– Ele está bem. Fora de perigo. – ele falou – Mas ainda está dormindo. – voltou a dizer.
– Eu quero vê-lo, papai. Preciso ver como ele está! – eu disse tentando me levantar.
– Você não pode se levantar! Ainda está sobre efeito de remédios. – ele falou me segurando.
– Eu preciso ver ele! Saber que ele está bem, eu preciso! – eu falava.
– Fica calma! Ele está bem. Não confia em mim? – ele disse ainda me segurando.
– Confio. – falei me acalmando.

Papai me deixou sozinha no quarto para ir falar com o pai do . Tirei aquele aparelho de mim e me levantei da cama. Fiquei tonta imediatamente, fechando os olhos por um minuto. Eu ainda sentia um pouco de dor, mas era suportável. Fui me arrastando pelos corredores, segurando nas paredes. Fui procurando por todos os quartos, até que encontrei o dele. Quando cheguei lá, o médico se assustou ao me ver.
– O que faz fora da cama? Quem é você? – ele disse.
– Sou a namorada dele. – falei devagar. Fui até sua cama e me sentei ao seu lado, segurando sua mão. – Ele vai ficar bem? – falei.
– Vai sim. Ele já está fora de perigo. – ele disse – Bom. Já que está aqui, vou deixá-los sozinhos. Se ele acordar, peça para me chamarem. – ele disse e eu balancei a cabeça positivamente. Me deitei ao seu lado e fiquei olhando para seu rosto. Estava muito machucado. Passei a mão sobre seu rosto e ele nem se mexeu. Segurei sua mão e fiquei ali, com os olhos fechados. A porta foi aberta de repente, revelando meu pai e o pai dele com cara de assustados.
– O que faz aqui, ? Eu disse para ficar na cama! – papai disse nervoso.
– E você achou que eu fosse te obedecer? – falei. Ele apenas balançou a cabeça.
– Olha! Ele está acordando. – papai disse.
... – falei pegando sua mão – Chama o médico! – pedi e seu pai saiu do quarto.

– Vamos ver se ele está bem. – o mesmo médico voltou. Desci da cama e fiquei ao seu lado, vendo ele colocar um aparelho de luz em seus olhos. – Ele está bem. – ele disse guardando o aparelho dentro do bolso do jaleco – Ele deve ficar aqui próximo mês. – o médico falou.
– Eu estava querendo transferi-lo daqui. Somos de Londres! – o pai dele disse.
– Ah, claro! Uma transferência é muito cara! – o médico disse.
– Eu não perguntei o preço. Quero apenas que o transfira para o melhor hospital de Londres o mais rápido possível! – ele disse seco.
– Eu entendo. Podemos conversar sobre isso na minha sala. – ele disse – Me siga, por favor! – disse saindo do quarto, sendo seguido por Tio .
? – ouvi a voz do me chamar fraca.
– Oi. Eu estou aqui. – falei me sentando ao seu lado – Eu fiquei com medo de te perder! – falei beijando sua testa.
– E eu fiquei com medo de te deixar. – ele disse.
– Bom. Eu vou chamar os meninos. Eles estavam querendo te ver! – papai disse saindo do quarto.
– Eu tenho uma coisa para te dizer! – eu disse olhando em seus olhos – Eu... Eu perdi o bebê! – eu falei e uma lágrima desceu por meu rosto.
– Como perdeu? O que houve? – ele perguntou limpando minha lágrima com o dedo.
– Não sei. Eu acho que foi por tudo que eu passei. – falei encostando minha cabeça no travesseiro.
– O que faz aqui? – falou assim que entraram no quarto.
– Estou cuidando do meu namorado! – falei rindo.
– Você devia estar deitada, de repouso! – ela disse vindo até mim.
– Ai. Você está parecendo a mamãe! – falei rindo.
– E aí, cara! Como está? – disse chegando perto.
– Meio furado. – disse nos fazendo rir.
– Isso não é hora de fazer piadas não! – eu disse rindo.
– Eu tenho que dizer... Que você tem uma bela mira, ! – disse com os braços cruzados – Onde aprendeu a atirar daquele jeito? – falou com a testa enrugada.
– Digamos que foi... Um amigo do ! – eu disse.
– Que amigo? – ele falou.
– O Tonny! Ele me deu a arma que eu tinha. – falei convencida. Eles me olharam com uma cara engraçada. – E parem de me olhar assim! Eu tive uma participação na morte dele, mas quem matou foi você, ! – falei rindo.
– Eu não. Eu que ajudei! – ele falou rindo.
– Ai! Parem de discutir quem matou quem. Que coisa chata! – rolou os olhos.
– Foi porque você não estava lá! – eu disse fazendo uma careta. Ela apenas rolou os olhos e se sentou na poltrona.
– Você já sabe... Que... Perdeu o bebê? – começou sem jeito.
– Sei. – falei triste.
– Hey! Não fica assim! Vamos fazer outros. – disse pegando em minha mão.
– Ah, claro! É um belo consolo. – falei o beijando.

Depois de tudo aquilo que passamos, voltamos para Londres. foi hospitalizado no St. Mary e eu voltei para casa junto com papai e as meninas. O pai do ficou lá com ele para resolver a papelada toda e os meninos também foram para casa. Assim que chegamos em casa, mamãe nos esperava na sala com uma cara não muito boa.
– Aí estão vocês! Onde estavam, hein? Em que merda se meteram agora, hein, Pietro? – ela falou nervosa.
– Como assim? Não nos metemos em nada! – eu falei – Nós apenas estávamos viajando, eu te disse. – falei me metendo.
– Eu te disse que poderia fazer suas merdas, desde que não metesse as meninas no meio! – ela falou alterada.
– Vamos conversar, Carly! Não precisa ficar irritada! – papai falou calmo.
– Eu não estou entendendo nada! – falou balançando a cabeça.
– Eu menos. – disse com os braços cruzados.
– Vamos até o escritório... Nós precisamos ter uma conversa. Todos nós! – ela falou olhando para nós três. Trocamos olhares cúmplices e os seguimos.
A única palavra que veio a minha cabeça foi: Fudeu! Como ela havia descoberto isso tudo? Apesar de que, pelo jeito que ela falou, parecia saber demais. Nos sentamos e papai e mamãe começaram a discutir na nossa frente. Já estávamos acostumadas a ver aquilo, mas não por aquele motivo.
– Eu te disse desde quando éramos casados... Não mete minhas filhas nessa merda de tráfico. E o que você faz? Leva elas para resolver problemas em outra cidade? – ela dizia andando.
– Como descobriu isso? – papai disse.
– Eu forcei a sua secretária a dizer onde estavam... E ela me contou. – ela disse – E vocês, hein? Estão querendo morrer, é? – ela disse se virando para nós.
– Você sabia disso tudo? – falei.
– Sempre soube disso tudo, é claro! Mas o que eu podia fazer? Era meu marido. Eu já tirei seu pai de muitas enrascadas! – ela falou com as mãos nos cabelos – Sabe o que me dá mais ódio disso tudo? É que vocês jamais vão poder sair disso! E eu sei muito bem. – ela falou.
– Elas descobriram, Carly. E, quando eu vi, elas já estavam envolvidas demais! – papai falou.
– Eu não sei como não denunciei você! Isso deveria ter acabado naquele maldito dia que a polícia te prendeu! Podia ter deixado você apodrecer na cadeia. – mamãe dizia com ódio.
– Ora, Carly! Não seja idiota! Eu sairia de qualquer jeito. Com ou sem a sua ajuda. – papai falou.
– Você se acha muito esperto, não é? Pois eu espero muito que um dia vocês sejam presos! Todos vocês! – ela disse – E quanto a vocês, meninas... Não contem comigo para tirar vocês da cadeia, porque eu não vou ajudar! – ela disse se virando – E outra coisa... Juntem suas coisas e saiam de casa! Eu não criei criminosas. – ela falou e saiu.
– Era só o que me faltava! – eu disse passando a mão no rosto – O que a gente faz agora? – me virei para o papai.
– Ela ficou maluca? Onde a gente vai morar? – disse.
– Pelo menos vocês têm namorados para ir morar com eles e eu nem tenho para onde ir! – disse chateada.
– Meninas, que isso? Vocês têm a minha casa, que também é de vocês! – papai falou feliz.
– Com certeza é melhor que morar com uma mãe que quer nos ver presas. – falou rindo.
– Então, está resolvido. Vocês vão morar comigo! – papai disse.
– O papo está muito bom, mas eu preciso ir ver o no hospital. – falei me levantando.
– Não vai contar para mamãe que ela ia ser avó? – perguntou.
– Hum... Acho que ela não precisa saber. – falei e saí.

Quando cheguei no quarto do , ele estava sozinho. Ele dormia feito um anjo. Me sentei na poltrona ao seu lado e fiquei ali até a hora que ele acordou.
– Boa tarde, meu amor. – falei lhe dando um beijo no rosto.
– Que bom que você está aqui. Odeio ficar aqui sem ter o que fazer! – eu ri fraco.
– Falta pouco para você sair desse lugar. – falei.
– Pouco? Um mês é pouco? – ele disse se ajeitando na cama. Ele fez uma cara de dor que me deu pena.
– É! Até você ficar bom. – eu disse – A mamãe descobriu que nós nos envolvemos nisso! – falei.
– Como ela descobriu? – ele falou interessado.
– A secretária do papai contou para ela... – falei – Ela já sabia de tudo desde que era casada com o papai! – eu falei me ajeitando na poltrona – Ela nos expulsou de casa. – falei rolando os olhos.
– Expulsou por causa disso? – ele falou.
– E ainda disse que vai adorar se todos nós fôssemos presos. Disse que se formos presas, ela não vai ajudar! – falei – Quem disse que eu preciso dela? – falei bufando.
– Fica assim não. Você pode vir morar comigo! – disse rindo.
– Morar naquela casa com seu pai? Mas nem morta! – eu disse rolando os olhos.
– Mas por que essa raiva do meu pai? O que ele te fez? – ele disse.
– O que ele fez? Você está aqui por causa dele! Ele devia estar aí! – eu disse com raiva.
, não fala assim! A culpa não foi dele! – ele falou.
– Não defenda seu pai! Ele teve culpa sim. A dívida era dele e quem pagou foi você! – falei me levantando.
– Está tudo bem. Não precisa ficar nervosa! – falou.
– Ah, vai se fuder! – me levantei e me afastei da cama – O que é? – me olhava rindo.
– Não. Só estava imaginando você com uma barriga... Ia ficar mais linda. – ele disse ainda me olhando. Abaixei minha cabeça e fiquei muito triste. – Hey, vem aqui! – ele me deu a sua mão. Me levantei e fui até ele, me sentando ao seu lado. – Não fica triste, ! Nós vamos ter outros. – ele disse pegando minha mão.
– Hum... Por um lado foi bom ele não ter vindo ao mundo... Nesse momento tudo o que menos quero é ter um bebê para criar no meio disso tudo! – eu disse triste.
– Nós ainda vamos sair disso tudo e vamos viver nossa vida normalmente. Vamos ter quantos filhos quiser! – ele me abraçou – Eu estava pensando... Vou comprar um apartamento para a gente morar junto. É melhor assim... O que me diz? – ele me olhou.
– Ai, que lindo! É claro que eu aceito. – falei dando um beijo nele. Fiquei tão feliz que esqueci que ele estava machucado. – Ai, desculpa, amor. – falei fazendo uma cara de dor.
– Tudo bem. Pode procurar um, que eu pago. Onde você quiser! – ele falou beijando minha mão.

Capítulo betado por Jéeh



Capítulo 21


Dois meses haviam se passado depois de tudo aquilo. Eu e o estávamos morando juntos apesar das várias brigas de todos os dias, e estavam morando com o papai. Mamãe não queria nos ver nem pintadas de ouro e nós não estávamos nem aí. Ela que morresse junto com o Vincent, quem se importa? havia voltado a mexer na boate e estava indo tudo bem. A polícia sempre aparecia por lá, mas não sei como, o sempre dava um jeito e eles iam embora. Ele nunca dizia o que era, e eu achava aquilo muito estranho. Contanto que eles não entrassem ali, estava tudo ótimo. Mais um dia que eu estava um saco, porque o se arrumava para sair e ia me deixar sozinha em casa. Eu não estava gostando disso.

– Vai me levar dessa vez? – falei me jogando na cama.
– Por que quer tanto ir lá? Para fazer o quê? – ele disse vestindo a blusa.
– Pra ficar de olho em você! – eu falei apoiando o queixo na mão.
– Ah, qual é? Não confia em mim? – ele perguntou fazendo uma cara engraçada.
– Não. Não confio em você e nem naquelas vadias que frequentam a Louv. – eu disse rolando os olhos.
– Se não confia em mim, por que ainda está comigo? – dizia enquanto passava perfume.
– Não sei. – falei dando de ombros. – Mas eu vou, você querendo ou não. – eu falei me levantando.
– Não. Você não vai! – disse nervoso.
– Eu vou sim e você não vai me impedir! – eu disse o enfrentando.
– Não me provoca... – ele disse com os olhos meio fechados. – Não enche meu saco que eu to sem paciência! – falou me segurando pelos ombros.
– E eu menos. Tira suas mãos de mim! – falei dando um empurrão nele.
– Se você sair por aquela porta... – ele começou em tom de ameaça.
– O quê? Vai fazer o quê? – eu falei o encarando.
– Eu prendo você aqui. – ele disse chegando perto de mim.
– Não. Você não tem coragem! – eu disse debochada.
– Experimenta! – ele falou chegando mais perto. Dei uma risadinha debochada e comecei a tirar minha roupa. – Você acha que eu estou brincando? – ele disse agarrando meu braço. – Você vai ficar! – voltou a dizer.
– Seu idiota! Se me prender aqui... Eu juro que você vai me pagar! – falei. Estava tão difícil enfrentá-lo. Ele era tão mais alto e mais forte que eu.
– Tenta a sua sorte! – ele falou me jogando em cima da cama. Ainda tentei me levantar. Ele saiu andando tranquilamente pela casa e eu fui atrás apenas de calcinha e sutiã.
, eu juro que vai se arrepender se fizer isso! – falei irritada. Ele simplesmente saiu e trancou a porta. – , VOCÊ NÃO PODE FAZER ISSO COMIGO! NÃO ME DEIXA AQUI PRESA! – eu gritava dando murros na porta. – FILHO DA PUTA! – gritei chutando a porta. Me sentei no chão escorada na porta e fiquei pensando em como sair dali. Fui até a janela, mas era muito alto para sair por ali. Eu ia me esborrachar no chão. Fiquei andando de um lado para o outro pensando em uma saída. – AH claro! Deve ter uma cópia da chave por aqui em algum lugar... – eu disse procurando por todas as gavetas que eu via pela frente. Saí bagunçando tudo que eu via pela frente e derrubando no chão. Achei um molho de chaves dentro de um pote no armário da cozinha e peguei para ver se era alguma da porta. – Droga! Abre essa merda de porta! – eu falava tentando abri-la. Na sexta chave, a porta se abriu. – Bingo! – falei rindo.

Ele ia me pegar por me deixar ali trancada. Eu ia dar um showzinho para alguns caras e ia ser do jeito que eu estava. Eu só o atinjo provocando. Então era isso que eu ia fazer. Fui até o quarto e apenas joguei um sobretudo por cima da calcinha e do sutiã pretos que eu estava vestindo, peguei a chave do meu carro e saí.

POV ON

Eu estava com tanta raiva que eu queria esganar alguém. A me tirava do sério. Ao mesmo tempo em que ela era um amor, era uma verdadeira cachorra, vadia, pilantra e todos os nomes que se dão às mulheres que não valem nada. Tudo bem que foi errado eu tê-la deixada presa, e sei que ela não vai deixar barato. O que eu precisava agora era me preocupar com a gatinha que estava dançando e olhando para mim. Mentira, eu tinha coisas muito mais importantes para resolver, mas no momento não estava com cabeça para aquilo. Pedi ao barman pra encher meu copo com tequila e virei. E repeti isso por umas seis vezes, até que meu corpo estivesse quente o suficiente.

– Ai, ! Resolveu o que vai fazer a respeito do Jackson? O cara tá dando vacilo. Você sabe que isso vai dar merda. – escorou perto de onde eu estava.
– Como vai o negócio? Tirando o babaca do Jackson, tenho mais merdas pra pensar. – bufei irritado.
– Acho que por enquanto é isso. A Luíza disse que ouviu ele conversando com uns caras que vieram com ele. – ele me olhou significativo. – Ela tem certeza que ouviu algo como... – ele olhou para os lados. – “Precisamos acabar com esse babaca do ”. – fechei as mãos em punho.
– Sério? Ele não vai querer se meter comigo. – falei.
– Não sei, cara. Acho melhor você ter cuidado. Ou pelo menos cuidar da . Você sabe que se ele não te atingir, vai atingi-la. Você conhece a peça. – disse.
– Não se eu fizer algo antes. – me levantei pra sair. Ouvi algumas pessoas gritando ao redor de uma mesa.
– Mas o que ela tá fazendo? – perguntou. E eu queria a mesma resposta. Andei em direção a ela.
, O QUE ESTÁ FAZENDO? – gritei a puxando pelo braço. Todos começaram a vaiar.
– Estou divertindo seus convidados! E você? – ela falou ainda rindo sarcástica.
– VOCÊ VEM COMIGO! – gritei agarrando seu braço.
– Me deixa acabar meu show! Todos estão adorando. – ela falou começando a dançar de novo.
– Quer que eu te bata aqui na frente de todo mundo? – falei. Eu só ouvia vaias de todos os lados. – VÃO SE FUDER! – gritei para eles que vaiavam.
– Vai, ! Me bate! Eu vou adorar! – disse com uma voz irritante. Saí puxando-a pelo braço no meio de todos ouvindo vaias de todos os lados. Passei por , que ria da situação e entrei com na minha sala e a joguei em cima do sofá. Ela começou a rir. A rir não, a gargalhar.
– Por que está rindo? Acha que foi engraçado? – eu falei a puxando.
– Adoro quando você está nervoso! Fica tão sexy! – ela falava rindo.
– Cala a boca! Eu devia te... Ah como você me irrita! – eu disse a jogando de volta no sofá.
– Oh, , não fica assim! Eu posso fazer um show particular pra você... – ela disse e subiu em cima do sofá começando a rebolar. Ela estava me irritando mais que o normal. Fui até ela, pegando-a no colo.
– PARA COM ISSO! – falei a imobilizando no sofá. Joguei todo o peso do meu corpo em cima dela, prendendo seus braços no alto da sua cabeça.
– ME SOLTA OU EU VOU GRITAR! – ela falou tentando se soltar.
– Pode gritar o tanto que quiser! Ninguém vai ouvir. – falei.
– Eu disse que ia me pagar por me deixar presa! Você sabia muito bem que eu não ia ficar lá! – falou.
– VOCÊ É MUITO VAGABUNDA MESMO, NÃO É? – falei.
– OH , você não sabe como eu sou! – ela falou gemendo. – E como você adora uma vagabunda... Acho que vou começar a cobrar de você. – ela disse enrolando o cabelo no dedo.
– Para com isso! Vamos para casa! – eu disse.
– Eu não vou! Você não manda em mim! – disse mordendo meu braço.
– AH, SUA CACHORRA! EU VOU MOSTRAR PRA VOCÊ! – eu falei levantando minha mão para lhe dar um tapa no rosto.
– Vamos, me bata! Quero ver se tem coragem! – ela falou me olhando com aqueles seus olhos verdes. – VAI EM FRENTE! ME BATE! – ela gritava.
– Não! – falei me afastando dela. Seu corpo se encostou no sofá e caiu deitado. Me virei de costas para ela e passei a mão no rosto. Me sentei na mesinha de centro ainda de costas para ela. Nenhuma palavra foi dita. Ela se calou e eu também. Como eu ao menos cogitei bater nela? Me virei para ela e seus olhos demonstravam ódio. Seu corpo estava encolhido e ela segurava seus joelhos. – AH, QUE DROGA! – gritei. Vi que ela tentava abrir a porta e me virei rapidamente. – Aonde você vai? – eu disse mais calmo.
– O que você acha? Eu vou deixar você se divertir, sozinho. Como você gosta. – falou seca.
– Você vai assim? Eu vou com você! – falei indo até ela.
– Não precisa! Eu sei o caminho. – ela disse abrindo a porta e eu a fechei de volta.
– Me escuta... Ah merda! Não precisa ir. Pode ficar! – eu disse segurando a porta. rolou os olhos.
– Não. Eu to cansada de você ser o mesmo idiota bipolar de sempre! – ela fez uma cara enfezada.
– Eu vou com você! Vista minha blusa. – tirei e entreguei para ela. Que tomou da minha mão e vestiu rapidamente. – Vamos sair pelo estacionamento. – falei e abri a porta, deixando que ela passasse.

Acabei deixando meu carro por lá mesmo. Avisei ao para fechar a boate junto com . No carro nem olhava para mim. Ela estava me ignorando como sempre que brigamos, e isso ela sabe fazer como ninguém. Aquilo era chato. O silêncio. Ela era sempre tão alegre. Chegamos em casa e entramos para o quarto. Do jeito que ela estava, se jogou na cama e se virou de costas para o lado. Cobriu-se com o cobertor e nem mesmo me deu boa noite. Tirei minhas calças e me deitei ao seu lado.

POV OFF

Acordei com um humor do cão naquele dia. Eu não queria nem olhar pra cara do . Vi que ele ainda dormia, e fui até o banheiro fazer minha higiene matinal. Quando cheguei à cozinha, Liza, a diarista que trabalhava para a gente, lavava a louça.

– Bom dia, Liza! – falei me sentando na cadeira.
– Bom dia. Que cara é essa? – ela falou. – Já sei! Vocês brigaram de novo? – ela falou com uma cara engraçada.
– É. – eu disse com a mão na testa.
– Não sei porque brigam tanto... Vocês parecem se dar tão bem. – ela dizia enquanto lavava a louça. Liza era um amor de pessoa. Era casada, tinha uma menina linda e ela tinha quase quarenta anos.
– Não queira saber... – falei me levantando e colocando um pouco de café numa xícara. – O é simplesmente o cara mais ignorante que eu já conheci na vida! – falei fazendo uma pausa. – Ele adora ficar rodeado de mulheres, e eu nem mesmo falo nada... Mas é só eu olhar para um cara que ele quer partir pra briga! Eu não entendo isso. – falei tomando o café escorada na mesa.
– Homens que fazem isso, é porque amam demais, ... Ele é egocêntrico demais. Acha que o mundo só gira ao redor dele. – ela dizia. – E sabe de uma coisa? Eu acho que ele tem medo de você deixá-lo... Por isso faz isso. – ela falou se virando para a louça.
– Mas e quanto a mim? Não posso viver minha vida? Ele pode e eu não? – falei cruzando os braços.
– Ele só faz porque você deixa! – Liza falou e eu pensei. – Se desde o primeiro momento você tivesse cortado isso... Com certeza ele não seria assim. – ela falou.
– É! E se eu fizesse o mesmo? Será que ele vai gostar? – eu disse com uma cara maliciosa.
– Hum... Sei não hein! Eu tenho medo dessas caras de vocês dois. – ela falou rindo e continuando a lavar sua louça.

Fui para sala e já havia acordado. Quando vi que ele estava ali, rolei os olhos e dei meia volta indo para o quarto. Coloquei um vestidinho branco, peguei minha bolsa e meus óculos e saí do quarto. Eu ia para a casa do papai.

– Onde você vai? – disse assim que me viu arrumada.
– Isso te importa? – falei.
– É claro que importa! Você mora na minha casa e é minha mulher! Eu tenho que saber. – ele falou se sentando no sofá.
– Ah então se considere um cara solteiro, se for assim! Porque eu vou embora. – falei andando até a porta. Olhei para a cozinha e Liza balançou a cabeça.
– Como assim? Você vai embora? Por quê? – ele disse segurando a porta.
– Porque eu quero. E tira a mão dessa porta antes que eu meta ela na sua cara! – falei me irritando.
– Ah, é assim? Tá irritada por causa de ontem? – falou sarcástico.
– Não. Muito pelo contrário! Estou com raiva de tudo que tem vindo de você! – eu disse e Liza apareceu na sala.
– Oh, então quer dizer que está cansada de mim, não é? Pois eu tenho uma notícia ótima para você... Eu também me cansei de você! – ele disse e eu olhei pra Liza, que estava tão chocada quanto eu. Mas eu não ia ficar por baixo.
– ÓTIMO! – falei e ele tirou a mão da porta. A abri com toda força e saí dali o mais rápido que eu pude.

Entrei no meu carro e fiquei ali parada por um tempo. As lágrimas foram caindo sem minha permissão. Encostei minha cabeça no volante e comecei a batê-la. Ok, o que eu faço agora? Nem eu sabia.
Já fazia meia hora que andava pelas ruas de Londres sem saber para onde ir. Acabei estacionando meu carro em uma rua perto do Green Park. Ali era um lugar muito bonito, e eu não tinha para onde ir. Me sentei em um banco qualquer e fiquei observando as pessoas. O inverno já estava chegando, as flores já não estavam bonitas como antes. Todos felizes, e eu ali parada com cara de nada. Comecei a andar pelo parque, prestando atenção naquele lugar maravilhoso. Eu costumava vir ali com minha família quando era mais nova. E agora, o que eu tenho, nem sei mais do que chamar. Minha mãe não quer mais me ver, minhas irmãs moram com meu pai, e meu namorado não me quer mais. Como se já não bastasse tudo que eu passei nesses dois meses.
Não sei por quanto tempo fiquei ali, mas sei que me deu fome e fui até uma lanchonete que ficava do outro lado da rua. Depois que eu terminei, fiquei sem saber o que fazer. Então fui até a casa do papai, ver as meninas.

– Mas ele disse que cansou de você? Foi isso mesmo? Você deve ter entendido errado! – balançando a cabeça.
– Não. Ele falou mesmo que havia se cansado de mim. – falei. – Eu só não entendo porque ele disse aquilo! E olha que eu apenas disse que o que ele fazia que havia me deixado com raiva. – eu disse gesticulando.
– Por que não conversam? Ele não deve ter falado por mal, ! – falou.
– Eu não sei. Eu acho que... Foi uma péssima idéia a gente ter ido morar junto. – falei abaixando a cabeça.
– Ah, não fala isso. É só uma fase de vocês dois! O sempre foi assim. – ela disse.
– Mas me deixar trancada em casa? Isso foi longe demais! – falei me levantando. – Sabe o que eu vou fazer? Vou aproveitar que ele não está em casa, e vou pegar minhas coisas. – falei pegando minha bolsa.
– Mas você vai pra onde? – disse se levantando.
– Não sei. Apenas vou sumir por uns dias! – falei decidida. – Se ele perguntar por mim... O que eu acho pouco provável, vocês não me viram hoje! – falei e elas concordaram.

Abri a porta do apartamento com calma e dei uma olhada para ver se Liza ainda estava por ali. Entrei bem devagar, nas pontas dos pés e entrei no quarto. Peguei uma mala que eu tinha e coloquei em cima da cama. Peguei todas as minhas roupas e joguei dentro da mala. É claro que não coube nem a metade dentro. Tirei algumas que eu não gostava muito e deixei em cima da cama. Saí arrastando aquela coisa pesada pela casa e saí.



Capítulo 22

POV ON

Abri a porta do apartamento bem devagar com medo de levar alguma coisa na cara, mas nada aconteceu. Fui até o quarto e algumas roupas dela estavam jogadas na cama. Achei aquilo tudo muito estranho. Abri as portas do guarda-roupas e não havia nada ali.

– Mas o quê? Ela foi mesmo? – falei sozinho. – Ah que merda! – falei batendo a porta. Peguei meu celular e liguei para . – Alô. você viu a hoje? Ela sumiu e as roupas também! – falei assim que ela atendeu.
– Tem dias que não a vejo. Ah ela deve ter ido para algum lugar. – ela disse sem muita preocupação.
– E a não viu ela não? Eu tô preocupado porque eu disse umas coisas para ela, mas eu estava com raiva na hora e... – eu falava rápido.
! Respira... Se acalma... Ela vai voltar! Ela sempre volta não é? – ela disse calma demais.
– Não sei não. De qualquer jeito, eu vou ligar para ela. Tchau! – falei desligando o celular e discando o de . O celular chamava e ninguém atendia. Só dava na caixa postal. Taquei o celular em cima da cama. Me sentei nela colocando as mãos no rosto. – Como você é idiota, ! Tem mesmo é que ficar sozinho. – eu falei para mim mesmo.

Olhei no relógio e marcavam quase dez da noite. E se ela realmente tivesse ido embora? Tentei ligar mais uma vez para o celular dela, mas ela não atendia. Acabei deixando uma mensagem na caixa postal.

... Por favor. Onde quer que você esteja, volta para casa. Desculpa por ter falado aquilo para você... Era tudo mentira! Eu nunca vou me cansar de você. Volta, por favor! Não me deixa aqui sozinho. – desliguei e celular e fui para a sala assistir algo inútil que estivesse passando na TV. Nada de interessante passava na TV, e eu não estava nem prestando atenção em nada. Eu só queria que ela voltasse.

POV OFF

Eu corria pela estrada de saída de Londres a 90km/h e não estava nem aí. Ouvia A Little Piece of Heaven de toda altura e ainda cantava. Meu celular gritava no banco do passageiro, mas eu nem ligava. Aumentei mais ainda o volume do rádio e cantava gritando. Quem me visse pensaria que eu era doida.

– MUST HAVE STABBED HER FIFTY FUCKING TIMES, I CAN'T BILIEVE IT! RIPPED HER HEART OUT RIGHT BEFORE HER EYES... EYES OVER EASY, EAT IT, EAT IT, EAT IT! – eu cantava gritando. Até que eu me cansei de gritar e abaixei o volume, voltando ao normal. Meu celular havia parado de tocar. Rolei os olhos e o peguei. Cinco chamadas de , duas da e sete do .
– Esse povo me ama! – falei debochada. – Opa. Mensagem do ! Aposto que é pra dizer que foi melhor eu ter vindo embora... – eu falava fazendo uma careta. – Ah que se dane! – falei apertando o botão e começando a ouvir a mensagem.
... Por favor. Onde quer que você esteja, volta para casa. Desculpa por ter falado aquilo para você... Era tudo mentira! Eu nunca vou me cansar de você. Volta, por favor! Não me deixe aqui sozinho. – eu mal desliguei o celular e dei a volta no carro. Momento insanos acontecem. Só me vi voltando pelo mesmo caminho que eu havia feito antes.

Apertei o botão do elevador e fiquei esperando ansiosa. Não tive tempo de esperar, subi correndo pelas escadas. Cheguei à porta de casa ofegante e abri a porta rapidamente. Fiquei parada na porta, vendo os olhos de repousarem sobre mim. Seus lábios se abriram em um enorme sorriso, me fazendo sorrir também. Corri até ele, pulando em seu colo com uma perna de cada lado. Eu o abracei o mais forte que eu podia.

– Que bom que você voltou! Achei que tivesse te perdido pra sempre. – ele me apertava em seu abraço.
– Eu realmente não devia ter voltado, mas eu nunca disse que era certa da cabeça! – eu falei rindo.
– Nunca mais faça isso de novo! Não me faça ir atrás de você e te fazer minha prisioneira! Me entendeu? – eu engoli seco. Ele falou sério, me olhando dentro dos olhos.
– Entendi. – eu falei ainda sentindo seu olhar me consumindo.
– Ótimo. – ele falou e me segurou pelo pescoço, de uma forma nada gentil. Juntou nossos lábios bruscamente e enfiou a língua em minha boca. Violência era o nosso sobrenome.

Ele foi andando comigo no colo para o quarto enquanto nos beijávamos. Ele me colocou no chão, começando a tirar minha roupa. Tirou a calça, única peça de roupa que ele vestia e foi se deitando na cama. Fui o seguindo enquanto seu corpo subia pela cama. Fui beijando sua barriga, até chegar à sua boca, para lhe dar um beijo quente e molhado. Ajoelhei-me com as pernas de cada lado do seu corpo e desabotoei o sutiã. Suas mãos logo vieram de encontro com meus seios, os acariciando. começou a beijá-los e sugá-los. O empurrei de volta para a cama e fui descendo beijos por toda a extensão do seu corpo, chegando à virilha. Desci sua boxer e tratei de brincar com ele um pouco. Comecei a lamber toda a extensão do seu pênis, o chupando depois. puxava meus cabelos e fazia movimentos com minha cabeça, quase me fazendo engasgar. Ele me puxou pra cima me deitando na cama. Nos beijávamos alternadamente. Às vezes era um beijo violento, cheio de mordidas, ao mesmo tempo que era calmo. Seus dedos foram escorregando por minha barriga, tirando minha calcinha com agilidade. Senti ele me penetrar com seus dedos, me fazendo arranhar suas costas. Seus movimentos eram rápidos e fortes. Eu gemia baixo, arranhando seus braços e suas costas. Quando estava quase chegando ao ápice, tirou seus dedos de mim, recebendo um suspiro frustrado da minha parte. abriu a gaveta do criado-mudo pegando uma camisinha. Ficamos ajoelhados um de frente para o outro, e eu mesma coloquei a camisinha nele. Ele se sentou na cama com as pernas esticadas, e me fez sentar em cima do membro lentamente. Ele me beijou, e eu fazia os movimentos em cima dele. Ele segurava em minhas coxas, as apertando. Ele se deitou na cama, me deixando ficar por cima. Nós gemíamos juntos e isso me fazia aumentar os movimentos. Fui virada contra a cama, sentindo o corpo do em cima do meu. Ele tirou seu membro de dentro de mim e ficou me olhando. Foi tão intenso, que eu não tive como manter o olhar.
Sua investida foi tão forte, que minha cabeça bateu na cabeceira da cama. Eu comecei a rir enquanto ainda investia em mim. Eu gemia e ria ao mesmo tempo, e apenas continuava. Ele foi diminuindo seus movimentos, e eu já estava quase lá.

– Não goze ainda. Me espera um pouco. – ele falava fazendo movimentos mais rápidos e foi parando. Meu corpo foi relaxando dos pés a cabeça. Nós gozamos juntos e eu me senti totalmente entorpecida. Nos beijamos de novo e caiu para o lado.

Eu havia perdido as contas de quantas vezes foram só naquele momento. Pra quê contar? Só sei que eu estava muito cansada.

– Não sinto minhas pernas. – eu falei rindo alto.
– Não sinto meu pinto. – falou me fazendo rir mais ainda. Demos uma crise de riso e eu não conseguia parar.
– AH QUE MERDA! NÃO... CONSIGO PARAR! – eu ria e gritava ao mesmo tempo.
– Nós temos sérios problemas! – disse parando de rir e me olhando.
– É! Nós temos. – eu falei tentando não rir. – Não, é sério... – eu fui me virar de lado e minhas costas começaram a doer. – OH! minhas costas! – eu falei com a voz abafada.
– O que foi? – disse.
– Ai, parece que estão cortando minhas costas... Eu sabia que não era uma boa idéia eu ficar naquela posição. – eu falei rindo.
– Vem cá... Deixa eu fazer uma massagem em você! – ele disse e eu me virei de costas para ele. Suas mãos corriam por todas as minhas costas, mas o que eram para ser apenas barulhos com a boca, estavam saindo como gemidos. – Nossa, , tá doendo tanto assim? – ele dizia ainda fazendo.
– É que... Oh, tá doendo demais. Culpa sua! – falei com a voz abafada.
– Culpa minha nada! Quem quis transar mais de uma vez foi você! – ele disse parando de fazer a massagem.
– Hum... Fala que não foi bom? Hãm? Fala, fala! – eu dizia cutucando ele.
– Foi ótimo! Tá bom? Quer mais? A gente transa mais... – ele disse se deitando em cima de mim.
– Não. Já chega! Eu não consigo nem mover minhas pernas. – falei rindo.
– Pode deixar comigo, que quem vai movê-las para você sou eu! – falou.
– Você não cansa não. – falei rindo.
– Sua chata. Sabe que comigo não tem isso. – ele falou se levantando.
– Você ainda vai broxar de tanto fazer sexo. – falei me sentando na cama.
– Broxar? Essa palavra não existe em meu dicionário! – ele disse indignado.
– Hum... Vai lá, senhor máquina de fazer sexo. – falei com a voz zoada.
– Tá me zoando é? Eu faço cócegas em você... – ele disse.
– Não. Cócegas não. – eu falei me levantando. – Eu vou tomar banho. São quase quatro horas da manhã e a gente aqui acordados. Não vai trabalhar amanhã não? – falei me sentando na cama.
– Eu trabalho quando quero! – falou ficando de pé.
– Ok. Então por que não me pega no colo e vamos tomar um banho para gente dormir, senhor posso tudo? – falei me arrastando até ele.
– Folgada! – ele falou me pegando no colo.

POV ON

Abri meus olhos e uma luz muito forte os fez fechar novamente. Percebi que a janela estava aberta e me levantei para fechar. Reparei bem do outro lado e vi que a janela de um dos apartamentos dava bem pra onde era a nossa. Não era tão perto, mas tudo que fizéssemos ali dava para ver. Fiz uma cara engraçada e a fechei.

– Por que já está acordado? – disse se espreguiçando.
– Nada. Te acordei? – falei me sentando na cama.
– Já tava passando da hora mesmo. – ela disse dando de ombros.
– Sabia que dá para ver tudo que fazemos aqui da janela do vizinho? – falei.
– O quê? Oh my god! Mentira! – ela disse com cara de assustada.
– Sério! Dá pra ver tudo! – falei rindo.
– Ai, eu não acredito! Eu sabia que aqueles meninos estavam aprontando alguma coisa. – ela disse se deitando novamente.
– Que meninos? – perguntei confuso.
– É que um dia, eu estava na cozinha... Ai eu olhei pela janela e eles estavam olhando para aqui. Mas eu achei que era para o prédio, ou sei lá, outra coisa. – disse.
– E o que tem a ver? – falei curioso.
– Deixa de ser burro! Eu troco de roupa nesse quarto, nós transamos nesse quarto, fazemos tudo nesse quarto! E eles devem ter visto tudo. – ela falou contando nos dedos.
– Deixa os garotos serem felizes! – eu disse me levantando.
– Ah claro! Se fossem homens eu queria ver se ia dizer isso! – ela falou emburrada. Se levantou e foi até o banheiro.
– Não precisa ficar brava! É só termos mais cuidado. – eu disse a seguindo.
– E a gente pelo menos pensa, quando a única coisa que queremos fazer é transar? – ela falou colocando pasta na escova e eu a imitei.
– Não. Mas se eu visse um casal transando, eu olharia e ainda me masturbava. – falei rindo.
– Credo, ! Como você é nojento! – disse me empurrando. – Você é doente. – ela disse.

Pedimos comida chinesa e estávamos no quarto comendo. A gente ria mais que comia. Eu fazia gracinha com a comida e fazia uma cara de nojo.

– Para com isso! Um homem da sua idade fazendo nojeira com a comida! – ela falou me batendo.
– Ai! Você só fica me batendo! Por que não bate uma para mim? – eu falei rindo.
– Você tem mão para quê? – ela disse dando de ombros.
– Pra fazer cócegas em você, se não calar essa boca! – eu disse jogando um travesseiro nela.
– Como ousa fazer isso? – ela disse pegando um travesseiro e batendo em mim.
– Ah, você quer guerra? Então se prepara... – eu disse pegando um travesseiro e começando uma guerra. Comecei a dar travesseiradas na cara dela, sem ao menos dar tempo dela se recuperar.
– AH PARA! VOCÊ MACHUCOU MEU OLHO! – ela gritou e eu parei na hora.
– Deixa eu ver... – eu disse segurando seu rosto. Ela riu e me deu uma travesseirada na cabeça.
– Isso é pra você ficar esperto! – disse. – E você não vai comer do sorvete! – ela disse se levantando.
– Vamos ver quem chega lá primeiro? – eu disse passando por ela.
– HEI! ISSO NÃO VALE! – ela disse correndo atrás de mim. Chegamos à cozinha correndo, quase tombando com a mesa. – Idiota. – ela disse quando viu que eu estava com o sorvete na mão.
– Perdeu! – eu disse pegando uma colherada e enfiando na boca. – Hum... Que delícia! Mas você não vai tomar. – eu disse saindo da cozinha.
– Deixa de ser ruim, ! Me dá logo esse sorvete! – vinha ao meu lado tentando tomar a vasilha de mim.
– Só se for boazinha. – eu disse quando chegávamos ao quarto.
– Quer uma pessoa melhor do que eu? – ela disse se sentando na cama.
– Não. Você é má... Muito má! – falei ainda comendo. – Mas vou te dar um pouquinho para você não ficar triste. – eu falei. – Abre a boca! – eu disse e ela abriu.
– Me dá isso logo! – ela disse arrancando a colher da minha mão.
– Me devolve ou eu tomo a força. – eu disse fingindo estar bravo.
– Vem pegar então. – disse e eu pulei em cima dela, começando a fazer cócegas. – NÃO. NÃO. NÃO FAZ CÓCEGAS EM MIM! AH PARA! – ela gritava e ria ao mesmo tempo. Parei de fazer cócegas nela e prendi suas mãos a cima de sua cabeça. Ela ainda me olhava rindo. Seus olhos me faziam perder qualquer sanidade que eu tivesse no momento. – Por que está me olhando assim? – ela disse rindo.
– Porque eu quero transar com você agora! – eu disse a fazendo rir.
– Tudo bem então. – ela disse me olhando nos olhos. – É só nós tirarmos nossas roupas que está tudo resolvido! – disse descendo a mão pelo meu peito. – O que você acha de eu brincar um pouco com você hãm? – ela disse enfiando a mão dentro da minha bermuda. Ela desceu um pouco na cama e segurou meu pênis com uma das mãos, fazendo carinhos leves nele. – Quer que eu vá mais rápido? – ela disse a centímetros do meu ouvido.
– Aham. – eu disse um pouco fraco. Ela começou a me masturbar rápido, com muita agilidade. Comecei a beijá-la e a acariciar seus seios por cima da blusa. Mas por que eu não estava sentindo nada? – Espera! – eu falei e ela parou. – Isso não ta funcionando. – eu disse e ela me olhou confusa.
– É! Eu percebi. Não tá subindo. – Ela me olhou com uma cara estranha. Eu diria que tentando não rir.
– Ah não. Droga! – eu disse caindo para o lado.
, o que houve? – ela disse olhando para baixo. Eu sabia que ela estava querendo rir, mas estava se segurando.
– Eu não sei ok? Isso nunca aconteceu antes... Você que rogou praga! – eu disse.
– O quê? Deixa de ser idiota! Isso acontece com todo mundo! – ela se levantou nervosa. – E eu não rogei porra nenhuma! – ela falou se levantando.
– Isso não tá acontecendo! – eu falei indo até o banheiro.

Cara, isso era ridículo. Onde já se viu? broxando? Não. Isso é brincadeira do meu amiguinho.

– Puta merda, cara! Vai me deixar na mão mesmo? – eu falava com meu próprio pênis. Era uma cena cômica. – Logo agora quando eu mais preciso de você? – eu ainda estava revoltado.
, sai de dentro desse banheiro! – disse do outro lado da porta.
– Não. Ele vai subir, ou eu não me chamo ! – eu disse revoltado.
– Deixa de besteira! Eu não me importo! Agora sai daí. – ela disse com uma voz engraçada. Eu sabia que ela tava rindo.
– Você tá rindo não é? Quem vai perder é você. – eu falei.
– Eu? Eu não estou rindo! Só achei entranho vindo de você... Ai essa palavra não existe no meu dicionário! – ela disse com uma voz debochada.
– Vai zoando... Deixa só ele acordar e eu vou mostrar pra você quem é broxa! – eu falei saindo do banheiro.
– Uh já sei! Por que não toma viagra? Talvez resolva! – disse rindo.
– Cala a boca! – eu falei a empurrando.
– Oh... Ele ficou irritado porque o brinquedinho dele não quer funcionar! Que peninha. – ela falou com a voz debochada. – Por que não se deita e deixa eu ver se eu consigo fazer com que ele acorde hein? – ela disse rindo.
– Vai rindo, vai! Não estou achando engraçado. – eu falei.
– Ah, eu só estou brincando, ! – ela falou se deitando na cama.
– Estúpida! – eu disse saindo do quarto e a deixando ali sozinha.

POV OFF



Capítulo 23

Eu acabei dormindo de novo, assim que me deixou no quarto. Me levantei e fui tomar um banho. Eu estava de frente pro guarda-roupa apenas de calcinha, procurando algo para vestir. Acabei pegando um top preto e uma saia jeans mesmo, eu nem ia sair de casa mesmo. Vesti a saia e me virei vestindo meu top. Quando me virei, meus olhos foram parar na janela do quarto, onde três meninos me observavam. Dei um grito e me abaixei no chão.

– O que foi? – falou chegando no quarto.
– Os meninos estavam me olhando! – eu disse ainda abaixada no chão. Ele foi até a janela, olhou para fora e a fechou.
– Eu disse para ter cuidado! – ele falou.
– Eu nem me lembrei. – eu falei vestindo o top. Ele apenas saiu do quarto sem dizer mais nenhuma palavra. – Idiota! – falei assim que ele saiu.

O estava mais preocupado que o normal. Isso não era bom. Me joguei ao seu lado e apoiei minha cabeça na mão.

– Vai me dizer qual o problema? – ele ainda olhava pra televisão. – , eu sei que ta acontecendo alguma coisa. Isso tudo mostra como você ta preocupado com algo. Me conta! – ele respirou fundo largando o controle.
– São só problemas, . Não quero te envolver. – rolei os olhos.
– Dá um tempo, ! Eu já estou mais envolvida do que você pensa. Não me esconda as coisas. – falei. – Então? Vai me contar? – bufei irritada e ia me levantar, quando ele me puxou pela mão.
– Espera. Eu vou te contar. – sorri vitoriosa. Minhas ceninhas sempre funcionavam. Voltei a sentar no sofá. – Você lembra do Jackson, né? – concordei com a cabeça. – Ele ta vacilando demais ultimamente. A Luíza ouviu ele falando com uns caras sobre mim. Acho que ele ta querendo me ferrar! E sabe que eu não posso deixar isso acontecer. – respirei fundo.
– Onde você quer chegar, ? – perguntei.
– Eu vou ter que dar um jeito nisso, antes que ele tente fazer algo contra mim... Ou contra você. – arregalei os olhos levemente.
– O que você quer fazer? – ele me olhou. Senti um arrepio com aquele olhar. E não era boa coisa.
– Eu vou... Matá-lo. – engoli seco. – Você não precisa... – coloquei o dedo em seus lábios.
– O que quer que eu faça? Eu faço por você. – Não sei de onde eu tirei coragem de dizer aquilo, mas eu sabia que era melhor do que esse tal de Jackson, do que um de nós dois.
– Tem certeza? Não precisa fazer isso. – rolei os olhos.
, eu sei no que estou me metendo. Sempre soube. Não venha me dizer o que fazer! – ele concordou. Dei um selinho rápido nele. A campainha tocou e eu me levantei pra atender.
– Oi, gente. O que estão fazendo aqui? – , , e estavam na porta.
– Viemos fazer nada, com vocês. – disse rindo. Rolei os olhos.

Os meninos conversavam animados sobre futebol e carros, enquanto eu e as meninas apenas nos entreolhávamos com cara de tédio. ainda estava com a mesma cara, de preocupado. Eu sei que eu estava ferrada, mas quem se importa? Eu gosto dessa adrenalina na qual me vejo envolvida. É algo de que eu não posso fugir. Nem se eu quisesse. Não adianta eu querer fugir disso tudo, os problemas sempre vão me achar.

– E aí? O que vai fazer a respeito do Jackson? – perguntou. O clima de repente ficou tenso. respirou fundo.
– Deixem isso comigo. Darei meu jeito. – disse.
– Tem certeza que não quer ajuda? – perguntou.
– Tenho. – ele me olhou de canto de olho.
– Ok. Alguém quer cerveja? – perguntei me levantando. – O clima ficou tenso, e eu não gosto disso. – falei rindo amarelo.

Corri para a cozinha e peguei algumas latas de cerveja. Dei uma para cada um, mas não peguei pra mim. Não estava afim. Eu estava tensa, preocupada e com medo. Medo de dar alguma coisa errada, ou sermos pegos.

, posso ir me deitar no seu quarto? Não estou me sentindo bem. – falou.
– Pode ir sim. – eu falei. Ela passou por e dei uma piscadinha para ele, porque eu vi. Eu só dei uma tossidinha e ri depois.
– Bom... Eu vou lá ver como ela está! – ele disse se levantando.
– Fechem a janela e cuidado com minha cama. – eu disse rindo. Ele apenas me deu um sorrisinho sem graça e saiu.
– Por que falou para ele fechar a janela? – perguntou com a testa enrugada.
– Porque temos vizinhos curiosos! – eu disse mexendo no cabelo. – Bom, eu vou colocar uma música, porque isso aqui tá muito chato. – eu falei indo até o som.

Coloquei uma música dançante e comecei a cantar junto com a música. estendeu a mão para e ela virou o rosto para o lado. Rolei os olhos e continuei a dançar. Senti as mãos de envolvendo minha cintura. Dei uma risadinha e me virei de frente para ele. Eu tinha que tentar de novo. Fui andando de costas em direção a cozinha o chamando com o dedo. Mal chegamos à cozinha, ele me pegou no colo, me colocando em cima da mesa. Atacou meu pescoço com beijos, e eu arranhava suas costas. Ele abaixou meu top, e começou a beijar meus seios. Grudou seus lábios nos meus e foi pedindo passagem para sua língua. Uma de suas mãos invadiu minha saia, puxando a calcinha até a metade da coxa. Ele começou a brincar com minha vagina, a penetrando com dois dedos depois. Tive que morder minha boca, para não gemer muito alto. Desci minha mão até sua bermuda, a enfiando dentro. E mais uma vez, não estava subindo.

– Foco, , Foco! – ele disse tirando seus dedos de mim, e colocando suas mãos uma de cada lado do meu corpo. Encostou sua cabeça em meu ombro, enquanto eu tentava de todos os jeitos fazê-lo se animar. – Ai droga! Não ta dando certo. – ele disse.
– Calma... – eu disse vestindo a calcinha e descendo no chão. – Você vai conseguir! – eu disse o encostando na pia. Me abaixei na sua frente e comecei a chupá-lo com movimentos rápidos.
– Droga! Pense em alguma coisa... – ele conversava sozinho. – Já chega! Não tá dando certo. – ele disse nervoso.
– Ta tudo bem. Não precisa ficar assim, ! – eu disse compreensiva.
– Não tá tudo bem! Eu preciso dele. – ele falou com os braços cruzados.
– Não se preocupe... A gente tenta de novo, mais tarde. – eu falei soltando seus braços do seu peito e os envolvendo em minha cintura.
– Maldito pênis! – ele disse me beijando. Começamos a ouvir gemidos vindos do meu quarto.
– Ah não! Minha cama! – eu falei rindo.

Voltamos para a sala e não havia ninguém ali. Com certeza, eles estavam em algum banheiro, ou em qualquer canto do apartamento. Nos sentamos no sofá e começamos a nos pegar. Tudo bem que não havia aquela coisa, porque ele não estava ficando excitado, mas eu estava e muito.

– Eu não estou sentindo nada, mas você está... – ele disse me deitando no sofá. Foi descendo beijos por minha barriga e abriu minhas pernas.
, não. Alguém pode aparecer. – eu disse o puxando para cima.
– Eu não ligo... Me deixa continuar! – ele falou.
– Não, , é serio! – eu falei, querendo que ele continuasse.
– Tudo bem então. – ele falou se sentando.
– Não fica com essa carinha. Eu não estou reclamando. – eu falei o abraçando de lado. Nessa hora apareceu na sala com o cabelo todo despenteado e arrumava a roupa. – Oi, gente. Está melhor, ? – eu falei rindo.
– Estou... Ótima! – ela disse passando a mão nos cabelos. – Nós vamos indo... – ela disse ofegante e eu ri.
– Tchau. – falou.
– Até mais. – eu e falamos juntos.
– Eles não sabem nem despistar! – eu disse e nós rimos. Começamos a nos beijar ali no sofá mesmo, sem nos importar com nada. Eu subi em cima do começando a beijar seu pescoço. Ouvimos um pigarro alto e paramos.
– Já estamos indo. – disse com os braços cruzados. Com certeza eles haviam brigado.
– Tchau. – disse sendo puxado pela mão.
– Esse povo é folgado... Só veio aqui para se fuder e vão embora como se nada tivesse acontecido. – disse rindo.
– Deixa eles. E agora? Vamos ver se seu amiguinho vai se animar? – eu disse olhando para baixo.
– Vamos né? Eu sei que agora ele não vai me decepcionar. – ele falou se levantando e me puxou pela mão.

Chegamos ao quarto e ele me encostou na parede já arrancando meu top. Suas mãos envolveram meus seios, os acariciando. Ele começou a beijar meu pescoço descendo para os seios de vez em quando. Desci minha saia, ficando apenas de calcinha, e ele jogou sua camisa longe. Pulei em sua cintura e ele me levou até a cama, me jogando em cima dela. A gente estava com muita pressa. Ele arrancou toda sua roupa de uma vez, e eu fiz o mesmo com minha calcinha. Nós nos beijávamos com ânsia e gemíamos juntos. Joguei sobre a cama e subi em cima dele. Desci beijos por seu peito chegando ao seu membro. Olhei para ele e vi que não ia ter jeito de novo. Mas mesmo assim, o abocanhei o chupando e o masturbando ao mesmo tempo.

– Ah droga! Vai... Foco, mantenha o foco. – ele dizia.
– Desisto. – eu falei caindo para o lado.
– Filho da puta! Eu só quero fazer sexo! – ele quase gritou.
– Vem cá... Vamos ter uma conversa. – eu disse o puxando pela mão. – Fecha seus olhos e pensa em algo que te deixa excitado... – eu falava fazendo massagem em seus ombros.
– Hum... Você se masturbando... Oh, isso serio ótimo! É! – ele dizia.
– Então tudo bem... Pense em mim, me masturbando... – eu dizia ainda fazendo massagem em seus ombros. – Sabia que eu gosto de pepino? – eu falei.
– E isso não está me ajudando! – ele disse rindo.
– Apenas me escuta... Sabe porque eu gosto? Porque ele é grande, duro, macio e ainda ajuda na minha alimentação. – eu falei.
– Uh! Vai continua... – ele disse e parei de massagear seus ombros.
– E quanto maior e mais duro melhor, você entende? – eu disse abraçando a sua cintura. Desci minha mão até seu pênis, começando a masturbá-lo.
– Ai caramba! – ele falou olhando para baixo.
– Oi. Ele está de volta. – eu falei olhando.
– Santa língua viu! Era tudo o que eu precisava! – ele falou me puxando pela cintura, me fazendo ficar sentada sobre ele. – Agora sente como ele está animado! – ele falou me fazendo rir. Segurei seu pênis e fui descendo sobre ele bem lentamente. Comecei a me movimentar em cima dele bem rápido. Comecei a gemer alto, apoiando meu corpo nos braços. segurava em minha cintura e me guiava ainda mais rápido. Ele me virou sobre a cama, enfiando todo seu membro dentro de mim, e eu comecei a gritar seu nome. Minhas pernas estavam tão abertas que chegavam a doer entre elas. – Grite meu nome, ! – ele disse gemendo.
... Oh ... AH NÃO PARA, ! – eu gritava segurando no lençol da cama. Seus movimentos eram muito intensos e eu estava adorando. Eu comecei a mordê-lo no ombro, e arranhar suas costas.
– Ah vai, me morde sua cachorra! – ele dizia investindo com mais força.
– AH CONTINUA... MAIS RÁPIDO! – eu gritei. Ele pegou minhas pernas as colocando em seus ombros. Ele segurava na grade da cama enquanto investia em mim. O suor escorria pelo seu peito, e em mim o mesmo acontecia. Meu corpo estava entrando em erupção. – OH OH, ... Não vou conseguir... Segurar muito tempo. – eu falei quase sem forças.
– Eu vou... Vou gozar... Ah, eu tô quase lá... – ele disse agarrando minhas mãos e entrelaçando as suas com as minhas.
– Ah! Goze dentro de mim, vai! Pode gozar... – eu falava com a voz falha. Seus movimentos foram diminuindo e eu senti que ele havia gozado dentro de mim. Segundos depois, meu corpo tremeu mais uma vez, e eu comecei a gemer alto, chegando ao meu orgasmo. Pendi minha cabeça para trás, rindo satisfeita.
– PUTA MERDA! O QUE FOI ISSO? – ele disse ainda dentro de mim.
– Isso se chama orgasmos múltiplos, ! – eu disse ofegante.
– Você é demais! – ele disse saindo de dentro de mim e caindo para o lado.
– Se seu amiguinho não levantasse, eu juro que ia ficar louca! – falei me virando de lado para ele.
– Você sempre consegue quando quer. – Ele disse fazendo a curva da minha cintura com uma das mãos.
– Eu sempre consigo o que quero. – eu falei rindo.

Eu e ficamos enrolando na cama, até que resolvemos ir tomar banho.
Depois nos sentamos para conversar sobre o que faríamos a respeito do Jackson. fez algumas ligações, sempre me deixando por dentro de tudo. Ele me disse como seria e depois não falamos mais sobre isso.



Capítulo 24

Tomei um banho e vesti uma calça jeans e uma blusa de manga comprida vermelha, calçando uma sandália preta de salto logo depois. Fazia frio naquela noite e eu já sairia preparada. O acerto de contas havia chegado. Havia chegado a hora. Eu participaria de um assassinato. Me olhei no espelho e vi que minhas feições haviam mudado. Meu rosto não mudava mais. Sempre permanecia fechado, eu não sorria mais. Aprendi a ser fria, malvada. Talvez pelas coisas que andavam me acontecendo. As pessoas mudam. E eu mudei, pra pior.

– Tá pronta? – ficou de pé.
– Nasci pronta. – pisquei e dei um sorriso de lado.
– Então vamos logo, porque eu não posso perder tempo! – ele passou pela porta rapidamente.

Fazia muito frio lá fora, mas ao entrar no carro, fiquei com muito calor. Tudo bem que eu só ficaria olhando pra ver se alguém estava vindo, mas mesmo assim, eu veria o que ele iria fazer. Mas eu aprendi muitas coisas. Entre elas: nunca confie em ninguém, nem em você mesmo; Não vacile; e o mais importante de todos: é matar ou morrer.

– Fala! Tudo bem na rua da casa dele? Já to indo para lá! – desligou o telefone. Depois deu um sorriso totalmente frio e sombrio.
– Tem certeza que precisa mesmo matar o cara? – ele bufou irritado.
– Vai me dizer que ele te deu pena agora? Ah pelo amor de Deus, ! – cruzei os braços. – Você sabe que ele planejava fazer algo contra mim. Matar ou morrer lembra? Esse é o nosso lema. – ele disse.
– Que seja! – rolei os olhos. – Só tome cuidado! – ele riu baixo.

Paramos numa rua escura entre dois prédios escuros. Segundo , aquele seria o caminho que o cara fazia sempre que voltava para casa. Nos escondemos atrás de algumas latas de lixo ao ver que ele entrou na rua. Ele parecia estar muito bêbado.

– Se vir alguém, você grita. – ele sussurrou baixo. Assenti com a cabeça e então ele começou a andar em direção ao homem.

POV ON

Saquei a arma e puxei a trava. Meu sangue bombeava rapidamente e meu coração parecia que ia sair pela boca. Assim que Jackson me viu, se assustou e voltou correndo por onde veio. Corri atrás dele, o puxando pela camisa.

– Não, por favor, não me mata! – ele pediu assustado.
– Não te matar? Acha mesmo que eu vou deixar você vivo pra vir atrás de mim depois? – apontei a arma para o peito dele.
– Por favor, eu te peço! Eu sumo daqui, mas não me mata! – neguei com a cabeça e o empurrei para trás. Ele tombou para trás e tentou correr. Disparei duas vezes contra suas costas e assim ele caiu no chão. Me aproximei dele e ainda disparei mais três vezes em suas costas.
! Já chega! Ele já está morto. – eu ainda apontava a arma para o corpo esticado no chão. – Vamos! Ouvi sirenes de polícia! – me puxava pelo braço.

Suas mãos geladas me acordaram do transe e olhei para ela. Seus olhos estavam arregalados e sua respiração estava ofegante. Corremos apressados em direção ao carro. tropeçou nas pernas quase caindo, mas logo voltou a correr.
Saí cantando pneu daquela rua o mais rápido que eu pude. Meu corpo estava tenso e minhas mãos formigavam. Eu quase não conseguia respirar. me olhava assustada a todo momento. Não demorou muito, e ouvi uma sirene ligada alguns metros de nós.

– E agora o que a gente faz? – pareceu se desesperar. – ? O que a gente faz? – ela me puxava pelo braço.
– Fica calma, droga! Eu vou dar um jeito! – a empurrei no banco com força. – Não me deixa mais nervoso do que eu estou. – pisei no acelerador sem dó alguma. O painel marcava 150km/h. passava as mãos nos cabelos nervosa e ficava olhando para trás.
, eles estão se aproximando! – disse.
– Porra! – esbravejei. Passei por um sinal vermelho sem nem mesmo ver. Ainda bem que àquela hora da manhã o trânsito era super parado. Quando eles estavam a poucos metros de nós, mais duas viaturas apareceram, e então tive uma ideia. – Segura aí! – assim que disse isso, puxei o freio de mão e girei todo o volante do carro, dando um cavalo de pau. Os três carros de polícia passaram direto, ficando a uma distância de nós. Acelerei ainda mais o carro e segui em direção à saída da cidade. Dei uma olhada pelo retrovisor e vi que não havia mais ninguém atrás de nós, mas mesmo assim continuei na mesma velocidade.
– Merda, merda, merda! – dizia com o rosto tapado pelas mãos. Ouvimos sirenes fracas atrás de nós. – De novo não! – ela disse. Como estávamos no meio nada, virei a direção para o lado do mato do acostamento e escondi o carro atrás de alguns arbustos baixos. Desliguei os faróis que podiam nos denunciar.
– Shiii... – ficamos calados ouvindo as sirenes ficarem cada vez mais altas. Os três carros passaram rapidamente pela estrada e então eu respirei aliviado. Meu corpo pareceu relaxar.

POV OFF

Meu corpo suava tanto que nem parecia fazer frio naquela noite. Meus cabelos da nuca estavam totalmente molhados pelo suor. Eu nunca havia sentido tanto medo de ser presa como aquele momento. Apesar das coisas que a gente fazia, sempre dava certo. Deixei que meu corpo escorregasse pelo banco do carro e respirei fundo.

– Já passou, , pode ficar calma! – falou rindo de lado.
– Já passou? Não passou porra nenhuma! E se eles tiverem anotado a placa do carro? – eu apoiei minha cabeça do banco.
– Droga! Eu não tinha pensado nisso. – ele bateu no volante. – Nem deve ter dado tempo! Nós estávamos a uma distância muito longa e não daria para eles verem! – eu rolei os olhos.
– Era só o que me faltava! Mas que inferno! – estava sério demais. – O que vai fazer agora hein, gostosão? Devia ter pensado nisso antes de matar aquele cara! Nem precisava daquilo! – eu esbravejei. Aquilo tudo por causa de um cara, que agora estava morto.
– Vê se não me enche, tá bom? – cruzei os braços.
– Ou o quê? Vai me matar também? – levantei a sobrancelha.
– Cala a boca, sua estúpida! Pra quê eu vou precisar te matar, se eu posso te deixar aqui no meio desse mato, han? Quem sabe algum caminhoneiro de esquarteje por mim! – rolei os olhos. – Se bem que você ultimamente tá pedindo pra morrer mesmo! – ele riu de lado.
– Vá se fuder! – abri a porta do carro e saí andando em direção à estrada.
– Hey, volta aqui! – ele veio atrás de mim. Rolei os olhos. Estendi a mão para o caminhão que estava se aproximando, fazendo sinal para que ele parasse. – O que pensa que está fazendo? – ele segurou meu braço.
– O que você disse, seu imbecil! Quem sabe ele seja melhor que você! – puxei meu braço. O caminhão começou a parar no acostamento. Comecei a andar em direção a ele.
– Não se atreva... – disse entre dentes. Girei meu corpo para trás e mostrei os dois dedos do meio para ele. Cheguei até o caminhão, subindo na escadinha que havia ali.
– Moço, pode me dar uma carona? – sorri de lado.
– Pra onde quer ir, princesa? – eu juro que queria rir da cara do senhor.
– Até o centro da cidade. – ele parecia pensar.
– Sobe aí! – eu sorri em agradecimento. Puxei a porta e entrei.
– Desce daí agora, ! – apareceu segurando a porta.
– Quem é esse cara? – eu olhei do para o cara e do cara para o .
– Sou o namorado dela, por quê? – rolei os olhos por impaciência.
– É melhor você descer, garota! Não quero problemas. – o homem disse meio nervoso.
– Mas, mas... , para com isso! Eu vou com ele e você não vai impedir! – ele sacou a arma da cintura e apontou para o cara.
– Ah, mas não vai mesmo! Ou desce ou eu atiro nele! – eu o xinguei de todos os nomes possíveis na cabeça. O homem engoliu seco.
– Você... Você é um doido, sabia? – o homem parecia que tinha perdido a fala.
– Desce dessa porra agora. Eu to avisando! – seu tom era de aviso. Rolei os olhos. Desci do carro rapidamente, batendo a porta. O homem saiu queimando asfalto. Mas quem ficaria num lugar onde quase foi morto? Ninguém que tenha consciência.
– Satisfeito? – andei na frente cruzando os braços.
– Muito! Não imagina o quanto, gatinha! – ele riu alto.
– Doido! – xinguei baixo.
– Espera aqui que eu vou pegar o carro! E nada de gracinhas. – rolei os olhos.

P.O.V on

Ao chegarmos em casa, não havia ninguém. Me joguei sofá no sofá e me estiquei sobre ele. apenas se sentou com os braços cruzados. Liguei a televisão, colocando em um canal de esportes. fez uma cara de merda.

– Ai! Por que não pega alguma coisa pra eu beber? – ela levantou a sobrancelha.
– Desde quando eu virei sua empregada e não estou sabendo? – eu ri debochado. – Você tem pernas! Levanta daí e vai pegar, oras! – ela deitou-se no sofá e cobriu seu rosto com um travesseiro. Me levantei e sentei sobre suas pernas. – Ah não! Me deixa em paz! – tirei seu travesseiro do seu rosto.
– Você tá com raiva por quê? – segurei seus braços no alto de sua cabeça.
– Porque você é um idiota bipolar! Doido, psicopata, imbecil, e... – ela se debatia.
– O que mais? Fala, amorzinho! – eu debochei.
– Vai tomar no cu. – ela disse tentando se levantar. Joguei meu peso sobre o corpo dela.
– Já que estamos nos dando adjetivos carinhosos, vou te dar alguns... – eu ri. – Vadia, cachorra, pilantra, vagabunda, puta, vaca... Você só não se encaixa em mais, porque não existem! – ela tentava se soltar das minhas mãos.
– Para, seu idiota! Me solta. E sai de cima de mim! – ela choramingou.
– Só se você me der um beijinho! – ela rosnou entre dentes.
– Você é um maldito bipolar! E sai de cima de mim. – ela me empurrou para o lado. – Se quer beijar alguém, vai procurar uma puta na esquina! – ela levantou-se nervosa. Eu ria da cara dela. – Do que você tá rindo? – eu ri mais ainda. – Do que... , do que você tá rindo, seu idiota! – ela começou a me bater com o travesseiro. – AAAAAHHH! – ela rosnou entre dentes. Ela saiu pisando forte.
, espera... – me levantei, indo atrás dela. – Eu só tava brincando! – ela estava deitada na cama, com a cabeça virando para o colchão.
– Sai daqui! – sua voz saiu abafada. Me deitei sobre ela. – Eu odeio quando você muda de humor de repente! – afastei seus cabelos da nuca e depositei beijos ali.
– Eu sei que você adora quando eu estou malzão! – eu ri contra seu pescoço. – Hey, olha pra mim... – ela virou-se de frente.
– Cala a boca. – ela riu de lado.
– Só se você me emprestar a sua... – fui aproximando meu rosto do seu, começando a beijá-la ferozmente. me empurrou.
– Eu tenho que dizer... Eu fiquei excitada só com aquela descarga de adrenalina sobre meu corpo! – ela dizia rindo. – E apesar de ter presenciado o que você fez, não me arrependo de ter ido. – sorri de lado.
– É por isso que eu te amo! – ela começou a subir a blusa. – Isso, me poupa do trabalho. – ela tirou a blusa e saiu correndo.
– Me pega! – ela disse ao chegar na porta do quarto.



Capítulo 25

Sábado à noite era dia de festa como sempre. , e haviam viajado a negócios. Eu e as meninas tivemos que ir pra boate tomar conta de tudo. Como se a gente já não gostasse. Pedi aos seguranças pra vigiar mais as pessoas. Ninguém entrava armado, só os meninos, mas sempre era bom ficar de olho.

, tá afim? – me mostrou um saquinho de cocaína escondido. Sorrimos maliciosas.
– Nossa, quanto tempo que eu não uso nada. – ela riu. – Cadê a ? – ela mostrou a salinha com a cabeça.
– Ela já tá daquele jeito. – nós rimos.
– Tem que ser rápido! Tenho que ficar de olho nesse povo. – ela concordou.
– Vou pegar vodka e já volto. – concordei e fui em direção à sala. – Oh, desculpe. – esbarrei em um homem alto e forte. Quando olhei pra ele, senti um arrepio na nuca. Ele se virou e saiu andando. Eu ainda fiquei parada olhando pra ele. Que cara estranho.
– Puta merda! Você já tá bêbada? – perguntei pra , que estava jogada no sofá.
– Isso é só o começo! Não tenho o , mas tenho a bebida e as drogas pra me salvar, beijos! – me joguei no sofá.
– CHEGUEI! – gritou levantando a garrafa de vodka.
– Opa, vamos morrer de cirrose cedinho! – falei rindo. Ela me jogou o saquinho com o pó branco. Fiz três carreirinhas em cima da mesinha de centro. – Preciso de uma caneta. – mexi nas coisas do e peguei uma caneta. Desmontei-a, deixando apenas o caninho. Aspirei todo o pó pra dentro, sentindo meu nariz arder. me passou a garrafa de vodka, e eu virei na boca. – PUTA QUE PARIU! – gritei. e bateram as mãos.
– Minha vez. – disse já se ajoelhando no chão.

Fiquei ali por meia hora. As meninas ainda bebiam, mas eu não podia ficar ali. Se algo desse errado, o me matava quando voltasse. Meus olhos queimavam, assim como o meu nariz. Meu vestido estava mais curto do que já era, mas minha coordenação motora não me deixava abaixá-lo. Eu estava de costas, olhando pros seguranças pra ver se eles demonstravam algo anormal, mas todos assentiram positivo. ÓTIMO! Senti alguém se aproximar de mim. Tentei me virar, mas fui segurada pelo braço.

– Você vem comigo! – o homem disse em meu ouvido. Puxei meu braço bruscamente.
– Não vou a lugar nenhum. – ele me mostrou a arma na cintura. – Como você entrou aqui armado? – ele riu debochado.
– Se eu fosse você, parava de perguntar. – ele disse sério. – E vamos logo, antes que eu meta uma bala na sua cabeça aqui mesmo. – ele saiu me puxando.

Fui arrastada até o estacionamento pelo cara. Era o mesmo que eu havia esbarrado naquela hora. O jeito que ele me olhou, foi tão estranho!

– Onde está o idiota do seu namorado? – ele me empurrou contra um carro.
– Ele não está aqui. – eu disse. – O que quer com ele? E quem é você? – ele riu irritado.
– Não interessa quem eu sou! Só interessa o que eu vim fazer. – ele se aproximou de mim.
– Se eu fosse você, não faria isso! – eu disse firme.
– Sou eu que estou armado aqui, não você. Então é melhor ficar quietinha e me ouvir. – ele segurou meu queixo com força.
– Me solta! – empurrei-o. Ele bufou nervoso e puxou a trava da arma. Congelei.
– Eu devia matar você! – ele apontou a arma na minha direção. – Tão linda... Vai ser uma pena. – ele se aproximou de mim. Uma galera entrou no estacionamento fazendo o maior barulho. Aproveitei que ele se distraiu e dei uma joelhada em sua virilha, ele caiu no chão gemendo. Saí correndo de volta para a boate. Entrei correndo para a salinha novamente e tranquei a porta.
– Nossa, o que foi? – perguntou. Seus olhos estavam vermelhos.
– Tinha um cara... Ele me levou pro estacionamento... Ele tentou me matar... E eu fugi. – eu falava ofegante.
– Que cara, ? Tá tudo bem? – perguntou. – Você está pálida! – procurei por meu celular em minha bolsa.
– Tenho que falar com o . – disquei o número dele. – Merda, atende! – dava na caixa postal. – Eu acho melhor eu ir embora! – falei.
– Tá doida? Esse cara pode tá lá fora te esperando! – disse.
– Eu não posso ficar aqui! E se ele tentar me matar de novo? – baguncei os cabelos.
– Mas quem era ele? O que ele queria? – perguntou.
– Ele perguntou do , só isso! Não sei, pareceu que ele estava procurando por vingança! – eu disse passando as mãos no rosto.
– E o que você vai fazer agora? Nós nem mesmo sabemos quem ele é! – disse.
– Eu sei. Eu vou embora. No caminho tento falar com o ! – peguei minha bolsa e saí dali.

Pedi que dois dos seguranças fossem comigo até lá. Eu estava com medo, e o não estava ali pra me proteger. Eu estava sozinha!
Na terceira vez tentando ligar para o , ele atendeu.

– Até que enfim você atendeu! – falei aliviada.
– O que houve? Você parece nervosa! – nervosa era pouco na verdade.
, um cara tentou me matar hoje, no estacionamento da Louv. – falei.
– O QUÊ? TÁ TUDO BEM COM VOCÊ? – bufei irritada.
– Eu to viva! Isso é o que importa. – ele respirou alto. – Ele estava procurando por você. – eu disse.
– Como ele era? E por que ele tentaria te matar? – rolei os olhos.
– Eu não sei, tá? Eu to com medo, ! Vai que esse cara sabe onde a gente mora e resolve vir atrás de mim de novo? – parei no sinal.
– Oh, merda! – ele fez uma pausa. – Faz o seguinte. Vai pra casa do seu pai e não sai de lá até eu voltar! Nós estamos voltando amanhã, se tudo der certo. – rolei os olhos.
– Eu vou ter que ficar presa dentro de casa? Por quê? – bufei irritada.
– É o que você tem que fazer se não quiser morrer! Agora faça o que eu mando e não saia de lá, entendeu? – suspirei.
– Tá. Tudo bem. – parei em frente ao portão da casa do papai.
– Mais tarde eu te ligo pra gente conversar melhor. – concordei. – Te amo. – sorri fraco.
– Também te amo. – desliguei o celular.

Não tive que dar muita explicação ao papai, só pedi pra ficar lá naquela noite. Tomei um banho quente, troquei de roupa e tentei dormir. Mas como conseguir dormir, quando eu lembro que há pouco tempo atrás tentaram me matar? E eu nem mesmo sei o porquê! Isso é injusto.
Me levantei irritada e fui assistir TV. Quem sabe algum filme bom estivesse passando, sei lá!

POV ON

Ok, isso foi muito estranho. Quem tentaria matar a ? Será que é alguém tentando se vingar de mim? Só de pensar que eu poderia tê-la perdido, já me deixava louco. Eu, e estávamos na Colômbia, comprando mercadorias. Os caras já eram fornecedores há muito tempo, e então era tudo mais fácil. Logo quando eu estou fora, isso acontece. Isso não é bom. A não sabe se defender sozinha. Mas não posso voltar hoje. Peguei meu celular e disquei seu número.

– Me diga que fez o que eu mandei. – ela bufou.
– Sim, eu fiz. – respirei aliviado. – Eu estou com medo, ! – seu tom de voz era baixo.
– Não precisa ficar com medo! Cadê aquela garota forte e invencível que eu conheço? – ela riu. – Vai dar tudo certo. Você só tem que fazer o que eu te pedi. – ela fez um barulho com a boca. – Agora me conta como era o cara. – ela respirou.
– Era alto, forte, cabelo preto, moreno, olhos bem pretos. – merda, não podia ser quem eu estava pensando.
– O que mais, ? Tem algo mais que você notou? Alguma tatuagem, cicatriz? – eu estava alterado.
– Não deu pra ver direito... Tava escuro e... Não sei se ele tinha tatuagens, mas ele tinha uma marca no pescoço. Como de uma facada. – respirei fundo. – ? Você conhece esse cara? – realmente era a pessoa que eu estava pensando.
– Sim, eu conheço. Quando eu sumi daquela vez que eu disse que havia ido estudar. Tinha uma garota que eu me envolvi. O Jeremy era o namorado dela. – era melhor eu parar por ali.
, o que você tá me escondendo? – perguntou desconfiada.
– Eu vou te contar como foi. – era uma longa história.



Capítulo 26

POV ON

#FLASHBACK ON


Estava em um bar da cidade tomando cerveja. As pessoas eram muito divertidas por lá. Eu tinha acabado de completar 17 anos. Vi-me sendo obrigado a sair da escola, porque estava difícil estudar e resolver negócios para o meu pai. Na verdade, a escola era só um disfarce. Como eu não tinha nada pra fazer, eu saía para beber pelos bares da cidade. E numa dessas noites, conheci Jéssica; Era alta, loira dos olhos verdes, muito linda. Ela sentou-se ao meu lado chorando, e eu me senti incomodado.

– Desculpe, mas está tudo bem? – me virei pra ela.
– Não, não está! – ela disse ainda chorando.
– Posso te ajudar em alguma coisa? – ela negou. – Tudo bem. – continuei a tomar minha cerveja.
– Quer dizer, na verdade pode. – ela disse. – Eu to fugindo do meu namorado. – falou baixo.
– Ele te fez alguma coisa? – perguntei. Ela olhou para os lados e levantou a manga da blusa. Havia um corte em seu antebraço. – Por que ele fez isso? – ela deu de ombros.
– Eu o provoquei. Ele é meio... Insano. – riu debochada.
– Meio? – balancei a cabeça. – Qual o seu nome? – me virei pra ela.
– Jéssica. – assenti com a cabeça. – Será que você pode me dar uma carona até em casa? – dei de ombros.
– Você tem coragem de pegar carona com um estranho? – falei rindo.
– Você não deve ser pior do que o Jeremy. – ela sorriu.

Tempos se passaram e eu Jéssica começamos a ficar, escondidos. Ela disse que era melhor assim, porque se Jeremy ficasse sabendo, ele mataria nós dois. Ela ainda o namorava, pois tinha medo que ele fizesse algo com alguém da sua família.
Até que um dia, ele descobriu. Estávamos em um motel, fora da cidade. Nós estávamos bastante ocupados, se você me entende. Quando a porta se abriu.

– JÉSSICA! – Jeremy gritou da porta.
– Jeremy? Oh meu Deus! – ela se cobriu.
– Eu vou te matar, sua vagabunda! – ele veio pra cima dela e eu o segurei.
– Você não vai tocar um dedo nela! – eu disse.
– Sai da minha frente, pivete! Você vem comigo! – ele pegou Jéssica pela mão.
– Solta ela! – fui pra cima dele. Começamos a nos socar.
, não! – Jéssica tentava nos separar. – Por favor, parem! – eu estava tão nervoso, que nem vi e a empurrei. Jéssica bateu a cabeça na ponta da cama.
– JÉSSICA! – Jeremy gritou, me largando. – Jéssica, por favor, acorda! – ele segurou sua cabeça. Assustei-me ao ver a poça de sangue que se formou em baixo de sua cabeça.

Peguei minhas roupas e saí correndo dali.

#FLASHBACK OFF

POV OFF


Eu não sabia o que dizer. Eu estava levemente chocada por aquilo. Ele a matou. Mesmo sem querer.

– Ele veio querendo se vingar de mim, . – disse. – Eu não tive culpa. – respirei fundo.
– Não foi sua culpa, . Ninguém teve culpa. Foi um acidente. – falei.
– E agora ele não vai parar até que eu esteja morto. Ou você. – engoli seco. – Não se preocupe, eu já estou voltando. – rolei os olhos.
– Ok. Tem um cara querendo me matar, e você pede para eu não me preocupar? ‘Tá brincando, né? – ri debochada.
– Eu realmente não sei o que fazer. – dei de ombros.
– Ótimo! Apenas volte logo. Ou você pode não me achar mais aqui. – bufei irritada.
– Me desculpe por você ter que passar por isso, e por minha causa. Eu não queria isso! – ele respirou alto.
– Tudo bem. Esqueceu da parte que eu me envolvo e me ferro bonito? – falei rindo.
– Nossa, quanto drama! – eu ri.
– Cala a boca. Te espero ansiosa. – falei. Nos despedimos e eu desliguei.

Eu acabei dormindo no sofá mesmo. Não estava a fim de ir para cama.

– Hey, o que está fazendo aí? – papai me cutucou.
– Ahn... Eu não quis ir para cama. – ele deu de ombros.
– ‘Tá tudo bem? – balancei a cabeça. – Preciso de sua ajuda. Mas não posso falar agora. Estou atrasado. – ele disse saindo. Estreitei os olhos.
– Povo doido. – falei.

Resolvi ir tomar banho e comer alguma coisa. Fui em direção à cozinha e comi as porcarias que havia na geladeira. Meu celular vibrou em meu bolso, me assustando. Eu não reconheci o número.

– Oi. – estava mudo. – Quem é o idiota? – a pessoa deu uma risada.
– Acha mesmo que vão se safar dessa? Eu to de olho em vocês dois! – mais uma risada.
– Jeremy? – chamei. Ele parou de rir. – Por que eu? O que eu te fiz? – perguntei.
– Seu namorado matou a minha mulher! Nada mais justo que eu mate a dele também. – ele desligou o celular.
– Merda! – joguei o celular em cima da mesa. – E eu nem posso sair de casa! – bufei irritada. – Que se dane! Não to nem aí para essa merda. – decidi voltar para casa.

Peguei um táxi e voltei para casa. Joguei-me no sofá e liguei a TV. Nada de interessante, novidade!

POV ON

Abri a porta do apartamento dando de cara com dormindo no sofá. Mas que garota teimosa! Joguei a bolsa no chão, fazendo barulho.

– Ah! – acordou assustada. – Que susto, ! – ela pôs a mão no coração.
– Eu não falei para você ficar na casa do seu pai? – ela rolou os olhos.
– E desde quando eu faço o que você manda? – prendeu os cabelos em um coque. – ‘To surpresa de te ver aqui. Não disse que só voltava amanhã? – dei de ombros.
– Expliquei a situação para os meninos e eles acharam melhor eu vir. – me sentei ao seu lado.
– Que bom. Não quero ficar sozinha. – ela montou em meu colo. – O idiota do Jeremy me ligou hoje mais cedo. Disse que nós não vamos nos safar dessa! – arregalei os olhos.
– Como ele conseguiu seu número? – ela deu de ombros.
– Isso é o que menos importa agora. – rolou os olhos. – Eu ‘to cansada disso, ! É tanta coisa que eu tenho que me preocupar! – apertei sua cintura.
– Ainda dá tempo. – ela me olhou estranho.
– Dá tempo de quê? – estreitou os olhos.
– Por que não foge? Vai embora daqui, sei lá! Você não precisa se envolver mais. – ela me olhou espantada.
– Ok, o que você fumou? – ela riu. – Eu não vou ir embora! Não vou te deixar sozinho nisso. O que eu mais quero é me ver longe disso, mas não quero se não for com você. – ela aproximou seu rosto do meu. – Eu te amo, . E não importa o que aconteça, a porra do amor sempre vai estar aqui. – colocou a mão sobre o peito.
– Wow! Você me surpreende dizendo isso. – falei rindo. – Eu sempre sou tão bruto com você... – ela me calou com um beijo.
– Não me importo! – ela riu. – E você fica melhor calado. Em cima de mim. Fazendo o que você melhor sabe. Dando-me prazer. – ela sussurrou em meu ouvido. Apertei sua bunda, levantando-a um pouco. Eu estava de pau duro e aquilo já me incomodava. – Parece que temos alguém animadinho! – cantarolou.
– Você causou isso. – ela riu de lado.
– Deixa que eu te ajudo. – ela se ajoelhou no meio das minhas pernas.

Ela abriu o zíper da minha calça e desceu até a metade da coxa. Gemi alto quando ela tocou em meu pênis e começou a me masturbar. Sua língua quente tocou a cabeça, me fazendo quase gozar ali mesmo. Joguei minha cabeça para trás quando ela o enfiou na boca. Enrosquei meus dedos em seus cabelos, ajudando-a nos movimentos. Ela me chupava e me masturbava ao mesmo tempo. Meu sangue pulsava, meus olhos giravam nas órbitas. Como ela consegue ser tão boa naquilo? Puxei seus cabelos para trás em sinal que eu logo gozaria, mas ela não se importou. Meu líquido derramou em sua boca. Segurei em seus enormes cabelos, para não sujarem. Ela me sugou com vontade, cada gota do meu gozo. Quando terminou me olhou rindo.

– Pode falar que eu sou a melhor em fazer “garganta profunda”. – eu ri.
– Oh se é! – ela se levantou. – Aonde você vai? – segurei sua mão.
– Não vou a lugar algum. – jogou-se no sofá. – Não sem antes fazer uma coisa. – Ela se deitou no sofá e abriu as pernas. – Olhe e aprecie. – ela abriu o zíper do short e o tirou.

afastou a calcinha para o lado e começou a se masturbar. Ela chupava os dedos da outra mão, abafando os gemidos. Eu fiquei excitado demais para ficar só olhando. Ela se contorcia no sofá. Obedeci aos meus instintos e engatinhei até ela. Troquei sua mão por minha língua. Ela não aguentou o gemido sôfrego que deu. E eu não pararia até vê-la gozar.

POV OFF

Gemidos, arranhões, tudo valia. Achei que fosse morrer de tanto prazer que estava sentindo. Eu gemia tanto, era incontrolável. Nem tive tempo para pensar quando senti seu membro me rasgando por dentro. Oh, que ele me rasgasse, mas não parasse agora! O barulho dos nossos corpos se chocando, misturava-se aos meus gemidos. montou em cima de mim, abrindo mais minhas pernas. Ele só parou quando eu gozei, e ele logo depois de mim. Ficamos um tempo parados, daquele jeito, até nossas respirações se normalizarem.
me pegou no colo e me levou até o banheiro. Banho e cama eram o que eu precisava agora.



Capítulo 27

Acordei assustada no meio da noite com um barulho vindo da sala ou da cozinha. Tentei acordar o , mas ele nem se moveu. Levantei-me da cama, ainda sonolenta e saí do quarto. Parei no meio da sala e rolei os olhos. Devo estar ouvindo coisas. Fui até a cozinha e enchi um copo de água. Tive a sensação de estar sendo observada. Dei de ombros.
Meu corpo gelou ao ver o rosto do Jeremy refletido no vidro do armário. Quando ele tocou meu ombro, eu me virei bruscamente. Eu gritei. Jeremy me pegou pelo pescoço e começou a me enforcar. Eu não conseguia respirar. Tentei arranhá-lo, mas estava perdendo os sentidos. Vi-me caindo no chão. Só então notei que o segurava. Comecei a tossir e levei a mão ao pescoço.
, sai daqui! – o segurava com uma chave de braço. Tentei correr, mas ele deu uma cotovelada no rosto de e me puxou pelo cabelo. Gritei mais uma vez. Ele sacou a arma. – Desgraçado! – puxou-o e começou a dar socos em seu rosto. Ele bateu a mão de na mesa, a arma caiu no chão. Eles começaram a se socar, derrubando várias coisas no chão. Peguei uma faca dentro da gaveta e fui para cima dele.
! – ele viu que eu estava armada e o empurrou em minha direção. Enfiei a faca em sua barriga, puxei de novo e enfiei mais uma vez. Jeremy caiu no chão. Soltei a faca no chão e levei as mãos na cabeça. Encostei-me na mesa, ainda assustada. Olhei para o corpo sangrando ali no chão.

– Ai meu Deus! O que eu fiz? – tapei a boca.
, olha pra mim, olha pra mim! – segurou meu rosto entre as mãos.
, o que a gente faz agora? Não quero ser presa! – ele balançou a cabeça.
– Não vai! – o sangue começou a se espalhar pelo chão.
– Mas e a polícia? O que vamos fazer com o corpo? – ele olhou para o corpo caído.
– Vamos fazer o seguinte: Você vai ligar para a polícia e vai dizer que matou um homem. – arregalei os olhos.
, não! – balancei a cabeça.
– Me escuta. É o único jeito! Inventa alguma coisa. Diz que ele entrou aqui e quis roubar, não sei. Diga que ele te agrediu. Vai dar tudo certo! – suspirou alto. – Você agiu em legítima defesa. Entendeu-me, ? – concordei. – Eu vou sair agora. Quando chegar a delegacia, me liga que eu vou lá te buscar. – engoli seco. Ele me deu um selinho e saiu.

Peguei meu celular e disquei o número da polícia. Estava na hora de eu fazer um drama.

– Delegacia de polícia, qual a sua emergência? – uma voz de mulher atendeu.
– Por favor... Eu matei um homem... Não sei o que fazer! Não tive culpa... – eu fungava, fingindo chorar.
– O que houve, senhora? – respirei alto.
– Ele... Ele invadiu a minha casa e tentou me roubar. Ele me agrediu. – fingi soluçar. – Eu agi em legítima defesa. Eu não quero ser presa! – fingi chorar novamente.
– Fique calma. Passe-me seu endereço que mandarei uma equipe até ai. – passei o endereço. – Não toque em nada. E fique calma. – agradeci e desliguei.

Desliguei o telefone com um sorriso maldoso no rosto. Eu sou uma boa atriz.
Uns vinte minutos depois a polícia chegou. Alguns foram para a cozinha e um sentou-se comigo no sofá. Eu fingia estar chocada ainda.

– Conte o que houve, moça. – disse o policial.
– Eu fui até a cozinha beber água. Eu ouvi um barulho vindo da sala, mas achei que fosse o vento. Foi muito rápido... Ele me atacou e tentou me enforcar. Foi horrível! – fiz uma cara de choro. – A faca foi a única coisa que eu alcancei. E quando vi, ele já estava no chão, todo ensanguentado! Mas eu não queria, eu juro! – tapei o rosto com as mãos.
Ele anotava tudo em um bloco de notas.
– Terá que me acompanhar até a delegacia. – concordei. – Mora com mais alguém? – concordei.
– Sim. Com meu namorado. Mas a gente meio que brigou, e ele não veio dormir em casa. – o homem sorriu amarelo.
– Stevens? Achamos uma arma automática junto com o corpo. – disse o outro policial. O tal Stevens me olhou e se levantou. Gelei. Eu não sabia que ele estava armado.
– Onde estava a arma? – o segui quando ele foi pra cozinha.
– Na parte de trás da calça. – voltei para sala.
– Meu Deus! Ele podia ter me matado! – fiz drama.
– Tudo bem, moça. Não houve nada. Peguem o corpo e as armas e vamos para a delegacia.

Deixaram-me em uma sala e me deixaram telefonar para alguém.

, já estou na delegacia. Onde você está? – perguntei baixo.
– Em um bar. E aí, deu tudo certo? – ri baixo.
– Eu acho que fui bem convincente. – ele riu.
– Já estou indo ‘praí! – ele desligou.

Pouco tempo depois, chegou com uma falsa cara de preocupado. Eu estava sentada lá fora, esperando o policial Stevens.

– Meu amor, o que aconteceu? – me abraçou.
– Ai, , foi horrível! Ele tentou me enforcar. – abracei-o forte.
– ‘Tá tudo bem com você? – concordei. – Eu não devia ter te deixado sozinha! – ele disse. O policial se aproximava de nós.
– Senhorita Carter? – me virei. – Já pode ir embora. A faca tinha as suas digitais, como você mesma sabe. A arma era dele. Seu nome era... Jeremy Connor, nem inglês ele é. Era americano. Mas o caso vai ser encerrado por aqui. Tenham um bom dia. – ele disse isso, pois já eram quase seis da manhã.
– Ufa! Achei que fosse dar merda isso. – falei baixo, riu.
– Vem, vamos embora. Estou morrendo de sono. – ele passou a mão na minha cintura.

Nos entreolhamos cúmplices ao entrar no carro. riu de lado.

– Você é demais, ! – pisquei para ele e sorri. – Você me surpreende a cada dia! – sorri vitoriosa.
– É tão... Estranho isso. – ele me olhou confuso. – Quero dizer, isso tudo aconteceu em seis meses! Eu matei dois caras em seis meses! Jamais pensei que fosse capaz de fazer isso. – dei de ombros.
– Não pense que ninguém é capaz de matar, ! Basta sermos tentados. – disse. – Está se sentindo culpada? – balancei a cabeça.
– Eu bem que queria, mas... Não sinto nada em relação a eles. – dei de ombros.
– Eles mereceram, . Não eram pessoas inocentes! – disse ligando o carro.

Chegamos em casa, e fomos até a cozinha. Olhei para o chão lavado de sangue. Rolei os olhos.

– Coitada da Liza! Vai ter um ataque quando vir todo esse sangue. – falei rindo.
– Você vai limpar. – disse e eu abri a boca.
– Sério? – ele concordou.
– Você fez a sujeira. Agora você limpa. É assim que funciona! – eu quis dar um soco na cara dele, sério.
– Você ‘tá brincando né? – ele riu.
– Claro! – dei um soco em seu ombro.
– Idiota. – passei por ele indo para o quarto.
– Ô, meu amorzinho, eu não disse por mal. – olhei pra ele com cara de interrogação.
– Amorzinho? Pega o seu amorzinho e enfia no cu. – rolei os olhos. – Desde quando você me chama de amorzinho? Ridículo! – me enfiei debaixo das cobertas.
– Eu sei. Você gosta que eu te chame de adjetivos como... Vadia, cachorra, vagabunda, pilantra, não é? – sorri de lado. – Com toda a certeza você é a garota mais estranha do mundo! – mandei o dedo do meio.
– Qual é! Isso não é para a gente, . Esse negócio de amorzinho, bebê, chuchu não combina com a gente. – fiz uma voz enjoada.
– Realmente. Isso é até meio gay. – ele se jogou na cama e tirou a blusa.
– Já disse que adoro suas tatuagens? – passei a mão em um dragão em seu peito.
– Eu sei. – ele disse rindo. – Mas você também adora outras coisas que eu sei. – rolei os olhos.
– Convencido. – empurrei-o pelo ombro e me virei de costas para ele. – Dorme que é melhor, ‘tá? – ele beijou meu pescoço. O sol já havia nascido, pude ver a pouca luz que entrava no quarto.



Capítulo 28

Era uma sexta-feira à noite e eu estava em casa sozinha, pois havia ido para a Louv e ainda não havia chegado. Estava fazendo muito frio e eu estava deitada na minha cama, mas algo faltava. Eu não sei por que o não havia me levado para sair hoje e eu queria muito saber onde ele estava. Liguei umas cinco vezes para seu celular mais ninguém atendia. Eu já estava cansada de ser deixada em casa, enquanto ele se divertia com Deus lá sabe quem. Não fazia sentido eu estar acordada esperando ele chegar ás 3h da manhã. Eu não fazia isso. Eu estava praticamente agoniada com aquela demora. Não porque eu queria sexo, mas porque eu estava com medo dele estar com outras por aí, enquanto eu estou em casa. Não, espera! Eu disse isso? Eu preocupada se ele está me traindo? É! Eu estou louca ou o frio congelou meu cérebro e eu não estou agindo como eu sempre faço. Eu deveria estar dormindo, quentinha debaixo das cobertas, mas não. Eu estava louca para que chegasse logo e eu perguntasse por onde ele andou. Isso é estranho vindo da minha parte. Foi uma péssima idéia a gente ter vindo morar junto. As brigas eram mais constantes do que quando nós morávamos na casa dos nossos pais. Eu precisava de um tempo para ver se era isso mesmo que eu queria. Só não quero ver qual vai ser a reação dele. Ouvi a porta do apartamento se abrindo e fiquei preparada para ter uma DR.

– Por que demorou tanto, ? – eu disse assim que ele entrou no quarto e ascendeu a luz. Seus olhos estavam vermelhos, assim como seu nariz, e seus cabelos estavam bagunçados. Efeito de drogas.
– Por que a pergunta? – ele disse procurando alguma coisa dentro das gavetas. – Onde que ta essa porra! – disse jogando as coisas no chão.
– O que você ta fazendo? – me levantei da cama e andei até ele. – ? O que ta procurando? – ele jogou mais coisas no chão.
– Eu preciso do meu pacote de cocaína! Você viu? – ele andou até o guarda-roupa e abriu as portas.
, para com isso! Não acha que já usou o suficiente por hoje? – entrei na frente dele.
, sai da minha frente! – ele disse entre dentes. Ele parecia nervoso e louco.
– Não. – eu disse. Ele me pegou pelos ombros e me empurrou contra a porta do guarda-roupa.
– É melhor você sair de perto de mim! Não quero te machucar. – ele se afastou. Notei alguns arranhões e chupões em seu pescoço.
– O que é isso? – peguei em seu pescoço.
– Não é nada! Me solta. – ele empurrou minha mão. – Droga! Minha cabeça ta doendo muito! – cruzei os braços e bufei irritada.
– Você me deve uma explicação, não acha? – ele me olhou.
– Dá um tempo, ! Não to com cabeça pra isso. – ele tentou se levantar.
– Senta aí! – o empurrei contra a cama. – Ou me conta, ou eu vou embora. – ele deu de ombros. – Você é um idiota, ! Tchau. – me virei pra sair do quarto.
– Você não vai a lugar algum! – ele me puxou pelo braço.
? Ta me machucando! ! – ele apertava meu braço com força. Ele me jogou na cama.
– Sabe do que você ta precisando? De uma boa surra pra mostrar quem é que manda aqui. – ele segurou meus braços.
, por favor, não faz isso. – supliquei. Ele não parecia ser o mesmo de sempre. Estava frio demais.
– Fica calada, garota! Você me irrita! – ele me deu tapa no rosto. Fiquei estática com o rosto virado. Aquilo ardeu.
– Você. Ficou. Louco? – eu disse. Ele ria de lado. Um sorriso sombrio. – Sai de cima de mim! – tentei me levantar. – , eu to avisando, sai de cima de mim! – ele prendeu meus braços novamente. Ele tentou me beijar a força, mas eu não queria. Dei uma joelhada nele, fazendo-o cair pro lado.
– Ah, sua vagabunda! – ele se contorcia na cama.
– Eu disse pra sair de cima de mim! – ele se levantou.
– Você vai se arrepender de ter feito isso! – ele se levantou com dificuldade. Antes dele se levantar, eu corri. Só deu tempo de pegar a chave do carro e sair do apartamento.

Imbecil. Isso que ele era. Meu rosto estava queimando. Olhei no espelho do carro e vi que estava vermelho. Eu estava com um enorme ódio dele. Eu era capaz de matá-lo só de raiva. Mas pra onde eu iria à uma hora dessas? As meninas com certeza estavam na rua e papai estaria dormindo, ou comendo alguma vadia por aí junto com o pai do . O jeito seria dormir torcida dentro do carro.

Acordei sentindo dores pelo corpo. Dormir no carro não foi uma boa idéia. Liguei o carro e parti rumo á casa do papai. Eu iria morar lá com certeza, pois não havia lugar para onde eu pudesse ir. O que eu estava me irritando é que eu não estava mais com raiva. Mas por quê? Eu deveria estar puta com ele. Porque eu não estou com raiva?

Estacionei o carro na frente do portão, e comecei a buzinar, impaciente. Porque estavam demorando a abrir a droga do portão? Apertei a buzina mais uma vez, e o portão começou a se abrir. Entrei correndo dentro de casa, encontrando as meninas tomando café.

– O que faz aqui? – disse com a testa enrugada.
– Essa casa é minha também se esqueceu? – eu disse seca.
– Uh! Acho que temos alguém de mau humor! – disse em tom de zoação.
– Vá se foder! – eu falei irritada me sentando na cadeira.
– O que houve? – disse tomando do seu café.
– Eu saí de casa ontem. – falei.
– Que novidade! E qual foi o motivo dessa vez? Aposto que você volta de novo. – dizia sem parar.
– Quer calar essa boca? Vocês não sabem o que aconteceu! – eu disse fazendo gestos.
– O que ele fez? Conta logo! – falou.
– Ele me bateu! – eu disse simplesmente.
– Como assim ele te bateu? – disse deixando de lado seu café.
– Ele me deu um tapa no rosto. Não estão vendo que está vermelho? – eu falei mostrando.
– Eu sempre soube que vocês faziam o estilo masoquista. – falou em tom de deboche.
– Se você não calar essa boca, eu juro que te mato! – falei.
– Ta aprendendo a matar as pessoas com ele agora? – ela falou rindo cínica. Engoli seco. – Olha, quer saber... Eu não tenho que falar da minha vida pessoal com vocês. Apenas estou me mudando para cá! – disse e saí da cozinha.

Eu estava decidida a ir até o apartamento e pegar minhas coisas. Liza com certeza estaria por lá e ela me ajudaria. Eu esperava seriamente que o não estivesse lá, pois seria bem mais difícil. Já na porta, eu apenas bati e esperei que alguém atendesse.

? O que houve? Perdeu suas chaves? – ela falou.
– Não. Eu não moro mais aqui. Eu e o terminamos. – eu disse seca e ela levantou as sobrancelhas e abriu a boca. – E sem perguntas, por favor! – eu falei. – Ele está aí? – falei com os braços cruzados.
– Eu estou sim. – ele disse aparecendo na porta.
– Eu vou deixar vocês conversarem. – Liza disse saindo.
– Não vai entrar? – ele falou me dando passagem.
– Eu vim pegar as minhas coisas. Eu já estou de saída! – eu disse e olhou para o meu rosto. – Está feliz pelo que fez? – eu disse percebendo que ele olhava para a marca em meu rosto.
– Não. Eu não estou feliz por nada do que está acontecendo. Porque vai embora? – ele falou.
– Ainda pergunta? – eu disse rindo debochada. – Apenas, me deixe pegar minhas coisas. De você eu quero distância. – eu falei o olhando com cara de desprezo.

Juntei minhas roupas e coloquei na mala. assistia tudo de longe, escorado no batente da porta. Ele estava tão sedutor daquele jeito e... Não. Eu sou orgulhosa demais para voltar para ele. Se eu decidi ir embora, eu iria. Fechei as malas, e a coloquei no chão.

– Quer ajuda? – ele veio até mim com um sorriso maldoso nos lábios. O que ele estava pensando.
– Hum... Quero. – eu falei em dúvida. Como assim, ele não ia pedir para que eu ficasse? Essa era nova.
– Eu vou fazer o que eu devia ter feito há muito tempo... – ele falou. Pegou a mala nas mãos e a abriu, jogando tudo no chão.
– Você está doido? Por que fez isso? – eu disse catando as coisas do chão.
– Para de bancar a orgulhosa e desfaz essas malas! – ele mandou.
– Não. Eu não vou! Eu vou embora! – eu disse colocando as coisas dentro da mala.
– Você não vai mesmo me perdoar? – falou se agachando ao meu lado. Droga, .
– Não. – falei terminando de colocar as coisas na mala. Saí carregando as duas malas pesadas.
, o que quer que eu faça? Eu estava fora de mim! Eu não quero que vá embora! Por favor, fica. – ele falou segurando meu braço. Meu coração batia tão rápido que eu achei que ele fosse sair pela boca. Eu queria chorar, mas eu não ia chorar na frente dele.
, por favor, me deixa ir embora! – falei querendo que ele me soltasse. Mais um minuto ali e eu cederia facilmente. Nos encaramos por longos minutos, e ele ainda segurava meu braço. Nossos olhos estavam praticamente grudados e eu não conseguia parar de olhá-lo. Ele soltou meu braço com um olhar triste. – Adeus ! – eu falei puxando as malas pelo chão do quarto. Estavam super pesadas, mas eu queria logo sair dali.

Não sei há quanto tempo eu estava ali parada dentro do carro chorando. Eu queria subir praquele apartamento e abraçá-lo, mas eu não podia. Meu orgulho era maior que toda a minha vontade. Ele nunca havia tocado um dedo em mim, mesmo quando eu o xingava.
Entrei correndo para meu quarto e me joguei na cama, adormecendo.



Capítulo 29

Quatro da tarde e eu jogada em minha cama. Computador não tinha nada, não tava a fim de piscina, afinal estava no inverno, e muito menos de compras. Meus últimos três dias tem se resumido a bares, bebida, drogas e cama. Mas quando eu digo cama, me refiro a dormir mesmo! Desde que fui embora da minha “casa”, tem sido assim que eu vivo. não me ligou esses dias, e eu estava louca pra ligar pra ele. Ok, eu sou uma vadia! Mas se estivessem no meu lugar iam me entender. Eu amo aquele homem mais que tudo nessa vida! Não posso ficar sem aqueles olhos sobre mim. É tão triste! Rolei de um lado para o outro e acabei parando olhando pro teto.

– Ai, ! Pensa. O que você faz quando não ta com o ? – eu falava comigo mesma. – Ah claro! Você está pensando nele. Ótimo! – eu disse bufando. – Eu preciso sair de casa! – falei me levantando. Coloquei uma calça jeans, uma blusa preta com um casado marrom por cima e uma bota de couro. Passei a mão na minha bolsa e na minha chave e saí do quarto.

Lá estava eu parada de frente o prédio onde eu morava. Isso é tão ridículo, que chega a doer. Fiquei batucando no volante, e olhei para o prédio novamente. Meu queixo caiu quando eu vi a cena que se seguiu. Jenny saindo do prédio. Aposto que ela estava com o . Apertei o volante com toda a força que eu tinha, achando que poderia passar a minha raiva. Eu pensei errado! Minha respiração ficou falha e eu nem pensava mais no que estava fazendo.

– Eu. Mato. Aquela. Vadia! – falei pausadamente, enquanto a via entrando em seu carro. Ela ia me pagar caro por ter entrado no meu caminho e mexido com meu homem.

Segui Jenny pelo caminho que ela fazia a poucos metros dela. O trânsito estava um pouco parado devido ao frio e ao horário. Ponto para mim! Passei por um carro que estava á minha frente e fiquei ao lado do seu carro. Eu olhei para ela com a pior cara de assassina que eu tinha. Jenny me olhou assustada e acelerou o carro. Pisei no acelerador e voei com o carro para a frente do dela. Pisando no freio. Que se danasse o carro! Eu comprava outro depois. Senti uma batida leve na traseira do carro, e ela me ultrapassou. Quando estávamos em um lugar pouco movimentado, acelerei meu carro mais uma vez e fiz com que ele ficasse em seu caminho. Tive que jogar o carro na frente do dela, mas ela parou. Respirei fundo e saí do carro. Fui em direção ao lado do motorista e abri a porta.

– Sai do carro vagabunda! – eu praticamente ordenei.
– O que você quer, ? – ela disse visivelmente nervosa.
– Eu. Disse. Sai do carro, sua loira oxigenada! – falei a puxando pelo braço.
– Me solta, sua piranha! – Jenny falou e eu apertei.
– Se eu fosse você eu calava sua boca, ok? – eu disse. – O que você fazia no prédio do ? – perguntei e ela puxou o braço.
– O que você acha? Eu estava, você sabe... Ele me ligou dizendo que se sentia sozinho! – Jenny falou.
– Escuta, sua vadia... Só vou te falar uma coisa. Não. Mexa. Com o que é meu! – eu disse apertando os olhos.
– O que é seu? – ela deu uma risada debochada. – Se liga, garota! O não quer mais nenhuma de nós duas! Cai na real. – Jenny falou rindo.
– Isso não é verdade! O me ama. – eu falei travando os dentes.
– Jura? Não era o que parecia ontem enquanto ele me comia! – ela falou e eu fui pra cima dela, empurrando seu corpo contra o carro.
– Cala a boca! Vou te falar mais uma vez... Não se meta com o ! Porque se ele não for meu, ele não vai ser de mais ninguém. – eu disse a soltando. Comecei a andar em direção ao meu carro.
– Vamos ver quem ganha essa . – ela falou e eu me virei.
– Experimenta chegar perto dele, e eu juro que te mato! – falei me virando novamente. Entrei em meu carro, e saí cantando pneu no asfalto.

Meu corpo estava quente de raiva. Se eu tivesse uma arma, eu juro que tinha estourado a cabeça daquela loira aguada da Jenny. Mas se ela acha que eu vou deixar ela tomar o de mim, está muito enganada! Peguei meu celular, e disquei um número que eu já sabia de co. Em confidencial, claro!

– Alô? – atendeu. Me controlei ao ouvir aquela voz que eu tanto amava. – Quem é? Ele perguntou. Idiota.
– Oi . – falei simplesmente.
? – disse surpreso.
– Não reconhece mais a voz da sua ex, amor? – disse em tom debochado.
– Por que está me ligando? Aconteceu alguma coisa? – perguntou e eu rolei os olhos.
– Por que acha que eu preciso de você para tudo, querido? – eu disse cínica. – Estou te ligando apenas para te lembrar de uma coisa muito feia que você fez... – falei ficando séria.
– O quê? Do quê está falando? – disse me deixando nervosa.
– Jenny! – falei fazendo uma pausa. – Esse nome te lembra alguma coisa? – perguntei. Parei o carro, e desliguei.
– Não que eu me lembre. – disse e eu ri.
– Não seja cínico, ! Eu sei que você anda transando com ela. – eu disse e ele ficou calado.
– Não sei do que está falando. – falou.
– Eu a vi saindo do seu prédio agora de manhã, e digamos que eu... Esclareci algumas coisas para ela. – falei rindo. – Golpe muito baixo não é, ? Eu jamais pensei que você pudesse comer aquela vadia de novo! – falei áspera.
– Olha, ... Eu não fiz isso para te atingir ok? Eu ainda te quero de volta, eu ainda te amo! – ele falou e eu fechei meus olhos, mordendo a boca.
– Não parece. Você poderia pegar qualquer uma, mas a Jenny? Isso doeu mais do que o tapa que você me deu. – eu disse um pouco alterada.
– Eu estava de cabeça quente, vamos conversar? – ele pediu.
– Cala essa boca, ! – eu disse entre dentes. – Não fala nada. Só saiba que isso vai ter volta! – eu ameacei. – Não pense que vai ficar barato. Porque a vadia que existe dentro de mim, vai acabar com a sua vida! – eu falei e desliguei o celular.

POV ON

Era só o que me faltava agora! A descobrir que eu peguei a Jenny. E como eu a conheço bem, sei que ela não vai deixar barato. Só espero que eu não tenha que perder alguma coisa, se vocês me entendem. Ela parecia tão fria ao celular, que por um instante achei que ela havia desistido de mim. Só que dessa vez, não vou correr atrás. Cansei de ser o namorado ciumento. Mas só digo uma coisa... Ela que não me apareça com outro homem, ou então... Vocês já sabem o que vai acontecer. Por enquanto, vou pegando qualquer vadia que quiser dar por aí! Porque eu não sou de ferro. Eu estava tão cansado que me arrastava pelo corredor da empresa do meu pai. Aquela roupa social me matava. E aquela maldita gravata me sufocava. Eu sempre a deixava meia frouxa, porque eu odeio aquela coisa.
Entrei na sala do papai e ele me olhou feio.

– Você não sabe bater? – ele disse enquanto olhava alguns papeis.
– Ah, nem pensei. – falei me jogando em uma cadeira a sua frente. – E aí? Resolveu o negócio do dinheiro? – perguntei.
– Não. Aquele pilantra passou a perna na gente! – papai disse se referindo ao Dominic.
– E o que pensa em fazer? – perguntei interessado.
– O que eu sempre faço. Toma conta de tudo, que eu vou fazer uma visitinha á um velho amigo! – ele disse em tom debochado. Levantei a sobrancelha e me sentei em seu lugar. Me senti tão chefe, que até coloquei os pés em cima da mesa assim que papai saiu.

A porta se abriu, revelando a Jazzie, a secretária. Muita gostosa se quer saber. Ela era morena, olhos pretos brilhantes e uma boca linda. Ok, eu estou observando ela bem agora.

– Érm... Onde está seu pai ? – ela perguntou com a sobrancelha levantada.
– Ele deu uma saidinha. – falei saindo do transe.
– Hum. Tudo bem, depois eu falo com ele. – Jazzie ia sair da sala quando eu a chamei.
– Jazzie? Era só com ele? – ela voltou-se para mim.
– Não. Na verdade, acho que você pode resolver isso. – ela falou.
– Pode falar. – eu disse me endireitando na cadeira e mostrando a da frente para que ela se sentasse.
– Não precisa. É que eu preciso pegar uma pasta que está dentro de alguma dessas gavetas por aí. Tenho que dar uma revisada nas contas, nos cheques que entraram e saíram e nos controles de vendas. – Jazzie disse. Uh, garota eficiente. , foco! lembra? Não agora. Droga! Mulheres.
– Pode ficar a vontade. – falei apontando para algumas gavetas.
– Obrigada. – ela disse simpática.

Ok. Aquela visão era perturbadora. A Jazzie estava um pouco abaixada procurando a pasta, e eu tinha uma bela visão daquele traseiro que ele escondia debaixo daquele saia social. Porque mulheres usam roupas mesmo? Afrouxei minha gravata e me abanei com uma folha de papel. Eu precisava de ar. Fui até o banheiro e lavei o rosto. Porque de repente ela começou a parecer interessante? Aliás, todas estão me parecendo interessantes esses últimos dias. E eu me pergunto por quê!

POV OFF

Estava na hora da revanche. Eu ia atingi-lo no que ele mais amava nesse mundo. E eu não seria boazinha. É claro que eu ainda ia sair pra beber depois. Coloquei um vestido preto colado no corpo, top e joguei um sobretudo da mesma cor por cima. Coloquei uma sandália vermelha e fiz uma maquiagem normal. Cheguei à sala e e estavam aos beijos no sofá. Rolei os olhos e continuei meu percurso até a porta.

– Ui. Onde você vai vestida assim? – perguntou soltando .
– Resolver uns problemas. – falei com um sorriso malicioso.
– Não sabia que tava fazendo programa, ! – ela falou.
– Vai se foder, ! Aliás, eu nem devo explicação a vocês. Beijos. – falei saindo.
– USE CAMISINHA! – gritou. Ri fraco e saí. que me aguarde.

Estacionei meu carro em frente à empresa do papai e desci do carro. Peguei meu pacote surpresa no banco de trás e passei livremente pelo portão, mas fui direto para o estacionamento. Vocês devem estar se perguntando o que eu fui caçar ali. Na verdade, eu não fui caçar, fui destruir! Eu sabia que já estava saindo do trabalho, por isso comecei a procurar seu carro. Em meio a tantos carros, acabei achando a BMW prata dele. Belo carro por sinal. Tirei um taco de golfe do pacote e escorei no chão.

– Isso é por ter pegado a biscate da Jenny, ! – falei rindo e bati com toda minha força no para-brisas do carro. Os estilhaços de vidro voaram longe. – Isso é pelo tapa que você me deu. – bati no retrovisor. – E isso é porque eu ainda te amo! – Comecei a bater no capô do carro com toda a força que eu tinha até o alarme começar a soar. Me assustei com o barulho que fez no estacionamento.

! O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO? – ouvi a voz de ao longe. Comecei a correr pelo estacionamento. Só que com meus saltos estava impossível. – SUA MALUCA, VOLTA AQUI! – ele gritava enquanto corria atrás de mim. Me escondi atrás de um carro e me abaixei. Minha respiração estava ofegante, e eu estava com um pouco de medo. Mas ao mesmo tempo eu queria rir. Eu sempre quis fazer isso! – , pode parar de se esconder. Não tem como você sair daqui sem passar por mim! – Seu tom de voz era nervoso. – Quando eu te achar... Não vai sobrar nada de você. E quanto ao meu carro... Eu compro outro! – ele falava e eu ia me arrastando abaixada pelos carros. Levantei um pouco a cabeça pra ver onde ele estava e me escondi novamente pois ele olhou pro meu lado. Droga. – Seu perfume é muito cheiroso sabia? Dá pra sentir o cheiro daqui. – ele falou. – E é agora que a brincadeira acaba. – disse parado a minha frente. Fui subindo o olhar dos seus pés até encontrar aqueles olhos .

– Opa. Achou. – falei rindo amarelo.
– Vem aqui! – ele disse me puxando pelo braço. – Acha mesmo que pode me atingir destruindo meu carro? – falou agarrando-me pelos cabelos da nuca. Senti dor, mas não me importei com isso.
– Isso é só o começo, ! – eu disse e ele puxou mais meus cabelos. – AH. Seu filho da puta! Me solta. – eu falei e ele saiu me arrastando.
– Você fez uma coisa muito feia sabia? – ele disse. – E agora você vai me pagar! – disse me encostando na traseira de um carro e me beijando. Eu juro que ainda tentei me soltar, mas aquele beijo me fazia perder a cabeça. Tentei empurrá-lo, mas não consegui. Suas mãos apertavam minhas coxas e minha bunda. – Você é uma cachorra, sabia? – ele disse em meu ouvido. Me arrepiei toda.
– Para de falar assim comigo! – falei o empurrando.
– Eu sei que você gosta. Assim como quer que eu te leve para minha casa e te coma de todas as maneiras possíveis. – ele falou me agarrando pela cintura.
– NÃO! – eu disse o empurrando conseguindo me soltar. – Eu não quero mais nada que venha de você. – falei começando a andar.
– Aonde pensa que vai? – falou segurando em meu braço. Ele me olhou nos olhos e deu um sorriso malicioso. O meu sorriso. Pernas não existem mais em mim. – Eu ainda não terminei com você! – ele disse me puxando para mais perto. – Você ainda tem que pagar pelo que fez ao meu carro. Vou te levar pra delegacia. – disse me puxando.
– Mas o quê? O quê? – eu não acreditava que ele ia fazer aquilo. – Você não teria coragem! – eu dizia sendo arrastada por ele.
– Não tenha dúvidas disso! – falou parando. – A não ser, é claro, que você durma comigo hoje. – ele disse.
– Você está me chantageando? Eu não acredito nisso! – falei indignada.
– Você que escolhe, meu amor. Ou vem pra minha casa e faz o que você sabe fazer de melhor, ou eu te levo para a delegacia e você vai ter que passar duas ou mais noites na cadeia. – ele falou. Só de pensar eu me arrepiei.
– Como você... Como pode fazer isso? Ah eu te odeio, ! – eu disse socando seu braço.
– É assim que a gente faz com vadias. Na base da chantagem pra fazer com que as coisas aconteçam. – ele falou e eu fiquei irritada.
– Então ótimo! Me leve para a delegacia. Quero ver se tem coragem! – falei o intimidando. Ele sorriu de lado e saiu me puxando novamente.
– Eu sempre soube que você gostaria de ser algemada! Você faz o tipo masoquista. – ele disse.

Minha cara de espanto não poderia ser pior.


Capítulo 30

POV ON

Tudo bem. Eu não estava esperando por isso. A tinha me dispensado na cara dura. Ela preferia ser presa a dormir comigo? Porra! Lá estava eu indo para a delegacia. Mas o que eu faria lá mesmo? Olhei pelo canto do olho e ela mexia em uma mecha de cabelo. Rolei os olhos e mudei meu caminho. Ela pareceu perceber.

– Pra onde está indo? A delegacia não é por aí! – ela falou cínica.
– O que você quer que eu diga a eles hein? – perguntei. – Ah seu delegado, é que minha ex namorada teve um surto e quebrou meu carro. – falei rindo. – Seria hilário, não acha? – falei olhando para ela.
– Por que não tenta: Oh seu delegado! É que eu resolvi comer vadias agora e ela ficou com raiva e quebrou meu carro. – ela falou dando um sorriso cínico.
– Comer vadias é o meu forte, se não percebeu! – eu disse e levei um tapa no braço.
– Cala sua boca! Como pode falar assim? – parecia estar revoltada com o que eu disse. Ela bufou e cruzou os braços diante do peito. Só então percebi na roupa que ela usava. Hum... Pernas de fora, decote chamativo. É ! Vai ser difícil.
– Eu só disse a verdade! – falei dando um sorriso de lado. Aquele sorriso que ela tanto amava. O celular dela começou a chamar e ela fez uma careta.
– O que é? – ela disse nervosa. – Não te interessa! – ela voltou a dizer. – Festa? Onde? Porque o papai quer que eu vá? – perguntou fazendo uma careta. – Ok. Ele quer me usar agora? Fala pra ele que eu não vou. – desligou o celular. – Era só o que me faltava agora! – ela disse tacando o celular dentro da bolsa. Olhei de lado pra ela e continuei a dirigir. – Mais que inferno! – ela disse quando o celular voltou a tocar. fez uma cara estranha quando olhou para o celular. – Papai? Ligou sim. – ela falou um pouco nervosa. – Porque eu tenho que ir nessa festa? Quer me usar para mais um plano de vingança? Qual é! – disse visivelmente irritada. – Tá. Tudo bem. Só me diz onde é. Certo, eu sei onde fica. Me espera na entrada, ou eu volto! – ela disse desligando o telefone.
– O que é dessa vez? – perguntei interessado.
– Ah, o papai quer que eu conheça um dos sócios da empresa. Parece que ele está bolando um plano para roubá-lo, e adivinha quem vai ter que fazer tal façanha? – ela disse com a cara fechada.
– Ele não disse como você vai fazer isso? – perguntei olhando para ela.
– Não. Apenas disse para que eu fosse. – ela continuou com a cara fechada. – Pode me levar até lá? – ela pediu sem olhar para mim.
– Eu só vou pra não contrariar seu pai, não por você! Ainda não conformei pelo que fez com meu carro! – eu disse olhando o para-brisa todo detonado. – Você vai me pagar por isso, ! – ela bufou cruzando os braços.

POV OFF

O papai só pode estar de brincadeira comigo! Agora eu virei um objeto de trabalho dele? E olha que eu nem sei do que se trata. Espero que eu não tenha que dormir ou matar alguém. Sério! Isso é ridículo. Porque ele não chamou a ou a ? Mas não, sempre tem que ser eu, e eu sempre me ferro.
estacionou em frente à linda casa que o papai me falou. Não foi muito difícil saber que era ali, pois o barulho era inaudível. Com certeza era um velho rico que morava ali, ao qual eu seria apresentada. Rolei os olhos e abri a porta do carro. Avistei papai vindo em minha direção todo bonitão. Dei um sorriso de lado e desci do carro. já estava ao meu lado.

– Achei que você não viesse mais! – papai disse assim que chegou.
– Eu fui praticamente forçada não é? – falei dando um sorriso cínico.
– Não fala assim , você estará apenas me ajudando. Agora vamos entrar porque você tem que conhecer uma pessoa. – ele disse me puxando pela mão. Olhei a tempo de ver cantando pneu pelo asfalto.

Definitivamente, minhas suspeitas de ser á um velho que ele me apresentaria, sumiram quando eu entrei naquela festa. Era tão... Jovem. Tinha tantos jovens ali que eu achei que tinha entrado no lugar errado. Mas foi quando eu vi um homem muito charmoso vindo em nossa direção. Se fosse ele, até que dava para pegar! Ok, eu não falei isso.

– Pietro! Vejo que conseguiu convencer sua linda filha a vir. – o bonitão disse sorrindo.
– Sim, Jack! Essa é a . – papai disse segurando em meu ombro.
– Muito prazer senhor Jack. – falei fingindo simpatia. Ele tinha que ter uma boa impressão de mim, não é? Não!
– Senhor? Vamos deixar essa formalidade de lado. Apenas Jack, por favor. – ele falou dando um sorriso.
– Tudo bem. – falei. Aquela festa até que estava boazinha. Mas eu precisava beber, caso rolasse algo mais tarde. Eu não sabia o que papai tinha em mente.
– Bom, chega de papo! Vamos ao que interessa. – Jack falou procurando alguém no meio do povo. – Me deixe apenas achar o James. – ele falou e saiu.
– Quem é James papai? – perguntei em seu ouvido devido a música.
– É o filho do Jack! O que você vai conhecer. – ele disse. Ok. Achei que eu tivesse que dar pro bonitão, roubá-lo e cair fora, mas parece que não era esse o plano do papai. – Olha! Eles estão vindo. – papai disse e eu me virei. E... PUTA MERDA! Que cara gato era aquele? Papai tirou meu sobretudo e falou alguma coisa tipo “esse será seu novo namorado”. Aham papai meu novo namora... O que?
, esse é o meu filho James. – Jack disse, mas eu ainda absorvia a bomba que papai havia jogado em cima de mim.
– Prazer James. – eu disse estendendo minha mão a ele.
– Pode ter certeza. O prazer é todo meu! – James falou beijando minha mão. Que olhos senhor. O James era lindo. Loiro, olhos verdes, e um físico de der inveja. Mas ok, ele não chega nem perto do , só para deixar bem claro.
– Bom, vamos deixá-los sozinhos. – Jack falou. – Vamos conversar em minha sala Pietro. – ele disse e papai concordou. Ainda pude ler em seus lábios: “Não perca tempo”. Ok papai, deixa comigo.
– Quer beber alguma coisa? – James falou pegando em minha cintura. Uh! Ele é bem direto não é? Estava mais que na hora de eu deixar aquela cara de cu e colocar meu habitual sorriso esnobe na cara.
– Quero sim. O que você sugere? – perguntei.
– Vamos de whisky? – ele perguntou dando um sorriso.
– Pode ser. – eu disse começando a andar em sua frente.

Por onde andávamos, várias pessoas olhavam para a gente, inclusive as meninas. Dei um sorriso de lado e grudei em seu braço, e ele não pareceu se importar em nenhum momento. Mais afinal, o que eu tinha que fazer mesmo?

– Duas dozes de whisky por favor. – James pediu ao bar man. – Então ... Alguma coisa em mente para essa noite? – ele falou enquanto pegava os dois copos.
– Nada planejado. – eu disse sem muito interesse. – Eu estaria em casa agora se meu pai não tivesse me chamado para cá! – falei dando de ombros. Mas na verdade, não seria em minha casa que eu estaria agora. E sim na casa do , supostamente transando com ele. Supostamente? Ok, palavra errada!
– Posso fazer seus planos para essa noite? – ele disse me entregando o copo.
– Se seus planos forem bons. – falei rindo de lado. Brindamos e viramos o copo juntos. Caramba! Como aquilo queimava!
– Pode ter certeza... Meus planos são melhores do que você imagina! – ele disse piscando. Automaticamente, senti meu corpo esquentar. – Vamos dançar? – ele estendeu sua mão para mim.

Peguei em sua mão e fui deixando que ele me levasse para a pista de dança. Todos dançavam, mas olhavam para a gente. Uma música da Britney Spears passava e eu não tive como não dançar. Comecei a mexer meu corpo devagar, até sentir duas mãos me envolverem pela cintura. Droga! Músculos, muitos músculos! Começamos a dançar juntos na batida da música. Merda, merda! Ele estava excitado. Como não ficaria comigo esfregando nele daquele jeito? Me soltei dele e ele me olhou estranho.

– Vamos procurar algum lugar mais tranqüilo? – ele pediu em meu ouvido. Arrepios.
– Claro. – eu disse. Eu disse? Não. Não posso. Ah claro! Eu ia virar para ele e dizer: “Ah me desculpe, eu ainda amo meu ex namorado!” Ia ser lindo não?
– Sei de um lugar que podemos ficar mais a vontade. – James disse me puxando pela mão.

Subimos uma enorme escada sobre o olhar de muitas pessoas que estavam ali por perto. James abriu uma porta, que eu imaginei que fosse seu quarto. Mal entramos e ele logo me agarrou. Não tive nem tempo de pensar! Sua língua entrou em minha boca com muita rapidez. Eu mal conseguia respirar direito. As mãos de James apertavam minha cintura e minhas pernas com força e eu estava evitando de gemer entre os beijos.

– Espera! Vai com calma garotão. – falei o empurrando.
– Por que esperar? Vai me dizer que você é virgem? – ele disse vindo me beijar novamente.
– Não. Eu não sou virgem! – falei virando o rosto. – Mas não é por isso que eu vou transar com você! Nós acabamos de nos conhecer. – eu disse começando a andar em direção a cama. – Você espera que eu transe com um cara que eu acabei de conhecer? Nós nem mesmo conversamos! – O que eu estava fazendo era me poupando de problemas futuros, isso sim. Eu ainda não havia esquecido o . Era tudo muito recente.
– Ok. Me desculpe. – ele disse coçando a nuca. – Eu fui muito rápido não é? – ele perguntou e eu concordei. – Então vamos recomeçar! – James disse se sentando ao meu lado.
– Ok. Prazer, meu nome é . – eu disse olhando para ele.
– Meu nome é James. – ele falou sorrindo. – Sabia que eu já te conhecia de longe? – James falou do nada.
– Me conhece de onde? – perguntei interessada.
– Uma vez que eu fui com meu pai até a empresa do seu pai, eu te vi com mais duas garotas. Meu pai me disse depois que eram suas irmãs. – ele disse. – Mas eu nem me importei com elas quando eu vi você! Você me pareceu bem interessante. – James disse me fazendo sorrir. – Seu olhar superior me fez ter tal impressão. Você tem um olhar marcante! – ele dizia me deixando com meu ego explodindo.
– Oh para com isso! Está me deixando sem jeito. – falei tentando fingir modéstia.
– Estou falando sério! Eu disse ao meu pai que eu queria poder conhecer você... Então eu dei essa festa, e pedi que o seu pai te chamasse. – Ok. Ele deu aquela festa só para me conhecer? Não era mais fácil ele ter me chamado para ir á uma boate, ou sei lá! Fazer outra coisa. Sorri sem jeito.
– Wow! Isso foi bem... Constrangedor. – falei sem jeito. Droga! Porque ele está me olhando daquele jeito?
– Eu tinha que te conhecer ! – ele disse vindo em minha direção. Se concentra ! Fechei meus olhos esperando que alguém atrapalhasse aquele momento. Mas o que eu senti foram os lábios dele nos meus mais uma vez. Droga, aquilo era covardia com meus hormônios. Não tive como evitar de agarrar seus cabelos da nuca. Não tive como evitar que meu corpo fosse pra cima do dele. Não tinha mais como evitar não transar com aquele cara.

Meu corpo já não respondia aos meus comandos. James já estava sem blusa e encaixado entre minhas pernas. Seu beijo era calmo, porém quente. Ele desceu meu vestido até minha cintura e começou a beijar meus seios. Ele foi descendo os beijos por minha barriga levando o vestido junto. Eu estava apenas de calcinha. James tirou sua calça e a jogou do outro lado do quarto. Voltou a me beijar, esfregando-se em mim. Sua ereção já estava totalmente dura. Aquela fricção já estava doendo. Joguei-me em cima dele e tirei a boxer branca que ele usava. Tirei minha calcinha com um pouco depressa, ele riu de lado. James pegou uma camisinha dentro de um pote de vidro e me entregou, eu logo coloquei nele. James rolou por cima de mim e me penetrou. Arranhei seus braços e fechei os olhos com força. E o que me veio a mente? ! Droga, maldita mente que queria me ferrar. Eu estava me segurando para não gemer o nome dele. James percebeu meu momento de distração e me penetrou com mais força, arrancando um gemido meio forçado da minha parte. Ok, não foi forçado porque ele era muito gostoso, mas não era como o e não chegava nem perto. James me jogou por cima dele e eu fui obrigada a olhar naqueles olhos verdes penetrantes. Aquele momento não durou muito tempo. Logo, James havia gozado, e eu... Bem. Digamos que eu apenas havia terminado. Não, não consegui chegar ao maravilhoso e gostoso orgasmo. Merda! O que me dava ódio era que nenhum homem seria capaz de causar as coisas que causa em mim. Olhei para o rosto de James, e ele estava um pouco vermelho, seus cabelos estavam bagunçados e sua respiração falha. Eu por outro lado, estava deitada de costas para ele. E se eu tivesse mesmo que fingir ser namorada do James? Como eu sobreviveria aquilo? Fechei meus olhos e pensei no . Senti James beijar meu ombro e eu comecei a fantasiar que era o quem estava ali. Isso era doentio! Ele me puxou levemente pelos ombros e me beijou. Eu não acreditava que estava fazendo aquilo. Em todo o momento, eu sempre imaginei que era o que estava ali.



Capítulo 31

POV ON

Como meu pai havia mandado, eu fui até a empresa conversar com ele. E não parecia ser boa coisa. Assim que cheguei ao andar onde ficava a sala dele, vi e James saindo de lá. Ela se assustou ao me ver, e eu estreitei os olhos. Fechei as mãos em punho e andei até eles.

, como vai? – James me cumprimentou.
– Não tão bem quanto você – falei ríspido.
– Ah, eu te entendo... Está se mordendo porque perdeu sua namorada pra mim, não é? – ele provocou.
, por favor! – me parou quando ameacei atacá-lo.
– É, , se acalma! – James tinha um sorriso vitorioso no rosto. Tive vontade de partir a cara dele naquele momento.
! – meu pai abriu a porta e me chamou.
– Isso não vai ficar assim, James! – falei entre dentes e andei até meu pai. – Eu vou ter mesmo que ficar aguentando isso? – perguntei nervoso.
– Se for pelo bem da nossa empresa, você vai! – papai falou dando a volta na mesa.
– Por que me chamou aqui? Pra ver aquilo? – Ele bufou.
– Pare de dar chilique por causa daquela garota, ! Temos muito com o que preocupar por aqui e você se preocupando com o outro que tá comendo a Carter? – Fechei as mãos em punho.
– Não fale assim dela! – esbravejei.
– Não seja tolo! Mulherzinhas iguais às meninas do Carter você encontra em qualquer lugar! – Me levantei da cadeira.
– Eu não vou ficar ouvindo isso! – Andei em direção à porta.
– Volta aqui e sente, ! Não sou seus amiguinhos e não estou pra brincadeiras! – Fechei os olhos com força e voltei.
– Fala! – eu disse.
– Já que você está todo nervosinho porque perdeu sua namoradinha para o James, vou te dizer os fatos... – ele começou. – Foi tudo ideia do Pietro. – Rolei os olhos.
– E por que tinha que ser logo a minha garota? – perguntei revoltado.
– Odeio ter que concordar com o Pietro, mas a é a mais esperta das três e ela nos será útil para conseguirmos o novo sócio! – Bufei. – Se não arrumarmos um jeito, vai tudo por água abaixo, , e vamos ter que voltar a ser míseros britânicos inúteis – papai disse.
– E não tinha um jeito mais fácil? – Ele riu.
– Se a conseguir deixar o James louco por ela, o que eu acho fácil, será mais fácil de conseguir que ele e o Jack aceitem virar nossos sócios. – Fiz uma careta. – Ela pode convencê-los se usar seus dotes. – Eu rolei os olhos.
– E o que ela acha disso? – Meu pai riu.
– Ela não tem que achar nada! Apenas executar tudo o que for dito a ela. – Estreitei os olhos. – Pode ficar calmo, não vamos colocá-la em perigo! E além do mais, ela é esperta! Vai saber o que fazer se algo não sair como planejado! – Aquela conversa não estava me agradando e era melhor eu ir embora.
– Era só isso? Posso ir embora? – Ele deu de ombros.
– Pode – papai disse e eu me levantei. – E, ? – Olhei de volta. – Fique esperto com os nossos esquemas! As coisas vão começar a esquentar daqui em diante. – Assenti e sai da sala.

POV OFF

Assim que saí da casa do James, depois de ter que fazer meu showzinho de namoradinha falsa e outras coisas mais, voltei para a casa do meu pai.
Joguei minha bolsa em cima do sofá e me joguei por ali mesmo.

! – Quase dei um pulo do sofá quando ouvi a voz do Dylan me gritando.
– Ai que susto, menino! – falei rindo.
– Achei que ia embora sem te ver! – ele disse pulando em cima de mim e me abraçando.
– Mas pra sua alegria, você não vai! – Nós rimos. – Mas e aí, me conta, o que anda aprontando? – perguntei.
– Ah o de sempre! Estudando, jogando, estudando, jogando... – ele disse e eu ri.
– Que vida interessante essa sua, hein? – falei rindo.
– Mas... Eu tô meio que namorando. – Eu abri a boca.
– Oh meu Deus, que bonitinho, Dylan! – falei o abraçando.
– Ai para! Me solta, ! – Ele me empurrou.
– Você tá virando homenzinho! – Ele rolou os olhos.
– Vai me deixar contar ou não? – ele perguntou rindo. descia as escadas.
, tá sabendo da namoradinha do Dylan? – perguntei rindo.
– Não! É sério? – Ela veio até nós toda animada. – Ai me conta! – Ela bateu palmas, animada.
– Nossa, como vocês são chatas! – ele disse e nós rimos. – Tá, mas eu vou contar só pra vocês! A mamãe não quer me deixar namorar com ela porque é mais velha e... – Eu o interrompi:
– Puta merda, Dylan! Você tá pegando uma menina mais velha? Você merece meu respeito! – eu falei rindo.
– Mas, menino! Você tá muito pra frente, hein? – brincou. – Mas conta pra gente... Quando é que vamos conhecê-la? – ela perguntou.
– Por enquanto nós estamos nos encontrando escondidos pra mamãe não saber, mas eu dou um jeito de vocês conhecerem ela. – eu sorri maliciosa.
– Quantos anos ela tem? – perguntei curiosa.
– 18. – Eu abri a boca.
– Caramba, Dylan! – falou animada.
– Então isso quer dizer que vocês... “oh yeah!” – Eu movimentei meu quadril num gesto obsceno. caiu na gargalhada.
– Corta essa! Não vou falar disso com vocês! É nojento! – Nós rimos.
– Tá, você acabou de se entregar! – falou rindo.
– E daí? Meu pênis é grande o suficiente pra eu fazer sexo! – Eu e não aguentamos e explodimos na gargalhada.
– Meu pai do céu, o que tá acontecendo aqui? Tão parecendo um bando de cavalos! – apareceu na sala.
, saca só na nova! O Dylan tá comendo uma menina de 18 anos! – falou.
– Oh puta merda! – Ela veio até nós. – Nosso irmão virou homem, gente! – Ela o abraçou por trás.
– Como vocês são ridículas! – Ele se levantou. – Eu vou ligar pra mamãe vir me buscar! – Ele se levantou e saiu correndo.
– Meu Deus! Esse menino vai dar trabalho – falou rindo.
– E ai? Como é namorar o James? – perguntou colocando o dedo na boca fingindo vomitar.
– Um tédio! Nossa, eu mereço um Oscar de melhor atriz do ano – falei rindo. – Sempre sobra pra mim a parte mais difícil do plano! – Rolei os olhos.
– Para de reclamar! Você sempre é que se sai melhor em tudo – falou rolando os olhos. – Você é a mais velha e é sua obrigação tomar a frente das coisas. – Eu mostrei o dedo do meio pra ela.
– Vá se foder! Cada uma de vocês sabe o que fazer, por favor, né? – falei rindo. Papai chegou à sala seguido de mamãe. Nos entreolhamos com caras assustadas.
– Mamãe? Mas você chegou rápido! – Dylan chegou à sala. Meu Deus, aquilo estava ficando muito estranho!
– Oi meninas – ela falou.
– Oi mãe – respondemos em uníssono e foi muito estranho!
– Dylan, vamos, meu amor? – mamãe o chamou.
– Tchau, meninas – ele despediu-se.
– Até mais – mamãe disse e os dois foram embora.
– O que foi isso que aconteceu aqui? – perguntou.
– Um reencontro estranho da família Carter! – falou.
– Não sejam idiotas! Nós apenas chegamos juntos. Não foi nada planejando! – papai falou. – , precisamos conversar. – Fiz uma careta. – E com vocês também. Tenho que passar tudo para vocês! – ele disse afrouxando a gravata. – , por onde tem andado o ? – papai perguntou.
– Bom, ele teve que viajar pra resolver algum problema que ele não quis me dizer. – Ela deu de ombros.
– Ótimo! Logo agora o cara some! – Ele tirou a gravata. – Eu vou tomar um banho e depois vamos conversar! – Eu assenti e ele subiu as escadas.
– Eu não poderia estar mais ferrada! – falei.
– Relaxa, ! O que pode acontecer de tão ruim? – perguntou rindo.



Capítulo 32

POV ON

Entrei no elevador de meu prédio totalmente desatento com o que acontecia.

– Segura pra mim! – ouvi alguém dizer e segurei a porta. – Obrigada. – Uma mulher entrou. Ela equilibrava um monte de caixas nos braços.
– De nada – falei. Ela se parecia muito com alguém que eu conhecia, só não conseguia me lembrar de quem era. Ela tinha cabelos claros batendo nos ombros, olhos verdes; aparentava ter uns 40 anos. Acordei de meus pensamentos quando algumas caixas caíram no chão.
– Ai que ótimo! – Ela se abaixou para pegá-las, e eu a imitei.
– Quantas caixas, hein? – Ela riu.
– Pois é! É que eu acabei de me mudar para cá e estou me instalando ainda! – Nos levantamos.
– Qual seu andar? Posso te ajudar com as caixas se você quiser. – A mulher sorriu.
– Muito obrigada pela ajuda, eu aceito sim. Eu moro no 5º andar, apartamento 302. – Eu ri.
– Moro no 306 do mesmo andar. – Nós rimos.
– Megan. – Ela estendeu a mão desocupada. – Mas pode me chamar de Meggie. Me sinto mais jovem! – Nós rimos.
. Muito prazer. – Apertei sua mão.

Ajudei Megan com as caixas e fui para casa. Me joguei no sofá e passei as mãos no rosto. Não era possível! Tanta coisa acontecendo de uma vez. Eu sinto que meu pai, senhor Carter e o pai do estavam nos escondendo muita coisa. Por que simplesmente do nada eles resolvem fazer isso? Tem alguma coisa errada!

POV OFF

Eu estava em meu quarto deitada na cama quando ouvi o barulho da porta batendo. Me assustei com os gritos que vieram do andar de baixo. Ouvi as vozes de e gritando, e depois a do e da pedindo para eles se acalmarem. Sai do quarto rapidamente e corri para a sala.

– Sai de perto de mim, ! – quase gritou. Ela passou por mim quando eu descia as escadas.
, volta aqui! – falou nervoso.
– Gente, que gritos são esses? – perguntei.
– Não é da sua conta! – Ele passou por mim e subiu as escadas correndo.
– Melhor deixar eles se resolverem! – disse.
– O que houve? – perguntei.
– Ele a pegou dançando com um cara na boate, os dois estão mais drogados e bêbados que o normal! – deu de ombros. A gritaria começou de novo, depois algumas coisas começaram a se quebrar.
– Meu Deus, eles vão se matar! – falei preocupada.
– Eu vou lá! – disse subindo as escadas.
– Melhor a gente ir também! – falou e eu concordei. Quando chegamos no quarto, tentava segurá-lo, e estava caída no chão e chorava.
– Ai meu Deus! – eu corri para ajudá-la. Sua boca sangrava e ela tinha vários vermelhões pelos braços. – Você tá ficando doido, ? – Olhei pra ele.
, leva ele daqui! – falou.
– Me solta! – esbravejava enquanto era carregando para fora do quarto.
– Vamos embora, cara! – ouvi dizer ao longe.
– Esse desgraçado! – falou entre dentes.
– Vocês e seus namorados loucos! – falou e eu olhei pra ela. – Tá, eu só comentei! – ela disse.
– O que houve pra ele te bater assim? – perguntei.
– Eu estava apenas me divertindo com um carinha legal que eu conheci na boate, e aí ele viu e disse que eu tava me esfregando nele! Aí ele deu uns socos no cara e depois já veio pra cima de mim! – contou.
– Bom, eu sou a última aqui que posso falar alguma coisa! – Dei de ombros.
– Você não vai prestar queixa contra ele? – perguntou.
– Claro que não! – disse e rolou os olhos.
– Meu Deus! Vocês devem mesmo gostar de apanhar! – falou rindo.
– Ele vai fazer pior comigo se eu denunciá-lo! Vocês sabem que ele e o são capazes de tudo! – Eu concordei.
– Isso é verdade! – eu disse.
– Ai que droga! Eu tô toda quebrada! – reclamou sentando-se na cama.
– Não quer ir nem no hospital? – eu perguntei.
– Não – ela respondeu deitando-se na cama.
– Tudo bem. Eu vou pro meu quarto! – falei e saí dali, sendo seguida por .

Resolvi tomar um banho e sair de casa. Eu precisava sair dali. E eu já tinha um lugar em mente. Eu precisava vê-lo!
Vesti uma calça preta, uma blusa de frente única de lantejoulas brilhantes e um salto preto alto. Passei uma maquiagem forte e saí de casa.
Assim que entrei na boate, fui direto para a sala dele. Bati na porta e esperei que ele abrisse.

– Tô ocupado! – ele gritou.
, sou eu! Abre a porta – falei impaciente. Depois de alguns segundos, ele abriu a porta. Olhei por cima de seu ombro e vi que haviam duas mulheres sentadas no sofá.
– Não me ouviu dizer que estou ocupado? Agora se me dá licença... – Ele ia fechar a porta na minha cara.
– Pois eu aconselho a se desocupar se não quiser que eu fale barraco! – falei segurando a porta com o pé e a mão. O empurrei e entrei na sala. – Saiam daqui, agora! – Apontei a porta com o dedo.
– Quem é você, querida? – a loira perguntou me olhando de cima a baixo.
– Ah minha filha, você não vai querer saber! – falei. – Vão sair ou eu vou ter que colocar vocês pra fora? – As duas olharam para , que deu de ombros. – Eu disse fora, vadia! Fora! – Peguei a loira pelos cabelos e saí a arrastando.
, solta ela! – apenas falou, sem se mover do lugar. Abri a porta e empurrei a loira pra fora.
– É melhor você sair daqui se não quiser que eu quebre essa sua cara azeda, minha querida! – eu quase gritei. Ela desceu as escadas correndo. – Você ainda tá aí? – Me virei para a outra depois de algum tempo.
– Eu já tô de saída. – ela disse sem jeito e saiu da sala.
– Como sempre, você estragando a minha festa! – disse largando-se no sofá.
– Eu já deveria saber que você estaria com mulheres! – falei de braços cruzados.
– E você tá se mordendo de ciúmes porque não é você, pode admitir! – Ele ascendeu um cigarro.
– Não sou eu porque eu não quero! – Ele riu debochado.
– Não. Não é você porque eu não quero! – Fechei a cara. – Eu sei o que veio procurar aqui, mas... Como você foi uma menina muito malvada por ter acabado com meu carro, você não vai ganhar seu prêmio! – Foi minha vez de rir debochada.
– Você tá se achando né, meu amor? Desculpe te derrubar do seu cavalinho, mas eu arrumo outro igual, ou melhor que você, assim... Num estalar de dedos! – Estalei os dedos no ar.
– Como se atreve? – Ele se levantou e me puxou pelo braço. – Você jamais vai encontrar alguém como eu, ! E mesmo que ache, nunca vai me esquecer! – Ele me olhou no fundo dos olhos. Eles me deixavam com medo!
– Não pense que você não pode ser substituível, ! – Puxei meu braço. – Eu vou embora! Eu já devia saber o que ia rolar. – Andei em direção à porta.
– Não, espera! – Ele me segurou novamente. – Eu não quero que você vá! – Sorri vitoriosa.
– Assuma que é você que não vive sem mim! – falei debochada.
– Não vou me humilhar por você – ele falou.
– Eu sei o que eu tenho que fazer pra você rastejar por mim, e não é muita coisa! – Apertei seu membro por cima da calça. Ele segurou minha mão.
– Sim, nós dois sabemos muito bem disso, mas... – Ele segurou minha mão. – Você é de outro agora. – Eu rolei os olhos.
– Não porque eu quero! – Ele deu de ombros. – Você é ridículo... E estranho! E o que você pretende fazer a respeito disso? – perguntei.
– Nada! Eu não posso fazer nada. – Eu abri a boca. Eu achei que ele... – Não pense que não é porque eu não quero, mas... Se eu ferrar tudo, meu pai me mata! – ele disse me deixando um pouco mais aliviada.
– Nossa, não vai dar nenhum escândalo e nenhuma crise de ciúmes? – Ele negou a cabeça. – Uau, tô impressionada! – falei. – Então, eu vou indo. Aproveite seus dias sem mim! – Mandei um beijo no ar e saí andando. Ouvi gritar meu nome, mas nem olhei pra trás. Desci a escada e logo estava fora da boate. Ele vai se arrepender de ter me dispensado!

Eu andava muito confusa ultimamente. O James estava me fazendo esquecer um pouco do . Eu ainda sinto algo muito forte por ele, mas quando estou com o James eu me sinto bem. Eu poderia aprender a amá-lo! Apesar de que tudo isso não passa de uma mentira. E é pouco provável que a gente fique junto depois.

Quando cheguei em casa, papai e meus tios estavam conversando na sala. Os três me olharam sérios quando eu entrei. Fiz uma careta e segui até eles.

– Olá – cumprimentei.
– Você está bem? Tá com uma cara de abatida! – papai falou. Como se ele realmente se preocupasse.
– Nada de grave! – falei.
– E então... Tem tido algum progresso no caso James? – o pai do perguntou.
– Ainda não. O James não fala muito comigo sobre isso. A única coisa que eu sei, é que ele tá tentando convencer o pai dele. Foi a única coisa que ele me disse! – Dei de ombros.
– Ótimo! Já é um começo – papai falou. Ele segurava algo em sua mão. Estranhei o fato de ter algumas palavras recortadas de revistas.
– O que é isso? – eu perguntei curiosa.
– Uma carta anônima – ele disse. – Tem alguém tentando me assustar, só isso! – Fiz uma careta.
– Posso ver? – Ele me entregou e eu li. “Enfim eu te encontrei. Depois de tantos anos, finalmente eu vou poder me vingar de você!”. – Não tem ideia de quem pode ser? –perguntei e ele riu debochado.
, seu pai é um homem odiado no mundo dos negócios. Pode ser qualquer um – o pai do disse. Mordi a boca.
– Mas eu já estou esperto com relação a isso! – papai falou.
– Hum... Que estranho... – falei. – Eu vou pro meu quarto – falei e subi as escadas lentamente.
? – papai me chamou e eu me virei. – Tome cuidado – ele disse e eu assenti. De repente, eu senti que tudo aquilo estava acabando. E não ia acabar bem.



Capítulo 33

POV ON

Duas semanas. Fazia duas semanas que não me procura. Nenhuma ligação, nenhuma ida à boate. Isso tá me deixando louco!
A culpa é toda do idiota do James! A me disse que ela fala dele toda hora. Ela não pode estar se apaixonando por ele, não pode!
Acendi um cigarro, totalmente nervoso. Eu andava de um lado para o outro pelo quarto. Passei a mão pelo cabelo e puxei levemente.
– Droga, eu vou acabar me matando se eu não fizer nada! – falei me olhando no espelho. – Mas isso vai acabar... – Peguei meu celular e disquei um número já conhecido.
– Fala, cara – atendeu.
– Preciso de sua ajuda – falei rouco.
– O que é dessa vez? – ele perguntou rindo.
– Eu vou matar o James – falei entre dentes.
– Você tá drogado, ? Ficou maluco? Se ferrar com tudo o seu pai te mata! – disse, e eu bufei irritado.
– Eu não tô nem aí, ! Se eu não der um jeito no James, a nunca vai voltar pra mim! Ela tá toda apaixonadinha com ele. – riu.
, você vai acabar ficando doido se ficar pensando nela desse jeito. – Ele fez uma pausa. – Não vai valer a pena você fazer isso. E se depois ela não voltar pra você do mesmo jeito? – Eu rosnei feito uma fera.
– Cala a boca! Ela vai voltar pra mim de um jeito ou de outro! Você me ajudando ou não eu vou atrás dele. Eu até morro se for preciso! – falei desligando o celular. Soquei o espelho, cortando a mão. Fiz uma cara de dor ao ver os dedos cortados e escorrendo sangue por eles. – Droga! – esbravejei.
Eu preciso pensar em como fazer isso. Eu preciso de ajuda!

POV OFF

Eu estava deitada na cama do James enquanto esperava ele voltar do trabalho. Fiquei entediada e saí do quarto. Eu iria assistir TV na sala pelo menos. Eu não me cansava de olhar aqueles maravilhosos quadros que tinham por todo o corredor onde ficavam os quartos. Era cada um mais lindo que o outro. A casa era tão grande que às vezes eu ficava confusa em qual corredor entrar. Eu caminhava tranquilamente quando ouvi as vozes de James e Jack, e me escondi atrás de uma parede. Eles pareciam nervosos. Vi-os entrando no escritório de Jack e assim que eles entraram, eu corri na ponta dos pés e encostei meu ouvido na porta.
– Mas é tão grave assim? – James perguntou.
– É pior que isso, James! Nunca estivemos numa ruína tão grande. Se não virarmos sócios do , tudo o que construímos vai por água abaixo! – Jack falou alterado. – Tenho que conseguir um empréstimo no banco para aguentar pelo menos esse mês – ele falou.
Afastei-me da porta de boca aberta. Eu precisava contar isso ao meu pai e meus tios.

Desci as escadas correndo e logo estava cantando pneu pelo asfalto. Estacionei o carro na garagem e desci rapidamente.
– Onde está o papai? – perguntei a que estava no sofá.
– Tá lá no quarto... Com uma mulher! – ela continuou e riu.
– Argh, logo agora? Preciso tanto falar com ele! – Fiz uma cara de derrotada.
– Ele acabou de subir com ela e pelo visto não vai ser agora que ele vai sair de lá! – ela disse rindo. Dei de ombros. Meu celular começou a tocar.
– Oi, ! – atendi rapidamente.
, o vai cometer uma loucura! Ele vai tentar matar o James! – Arregalei os olhos.
– O QUÊ? – eu gritei. – , que brincadeira é essa? – perguntei alterada.
– Ele disse que tinha que acabar com ele pra você voltar pra ele, não sei. Ele tá muito nervoso e só você que pode impedi-lo! – Eu respirava rápido.
– Ah, que merda. Tudo bem, ! Obrigada. – Desliguei o celular.
– O que aconteceu? – perguntou preocupada.
– Problemas com o ! – falei pegando as chaves do carro novamente e saindo correndo.

No caminho eu tentava ligar para , mas ele não me atendia. A essa altura o James já era! Continuei tentando até que ele atendeu.
, por favor, me diz que não matou o James! – eu falei, e ele riu.
– Ah, então você tá toda preocupadinha com ele, não é? Aposto que o foi abrir a boca pra você! – ele parecia muito irritado.
– Isso não importa! Eu só não quero que você faça nada contra ele – eu falei.
– Por que tá preocupada com ele, hein? Então é verdade! Você está gostando desse cara. – Ele rosnou como um animal. Eu confesso que fiquei com medo.
– Não tem nada a ver, . Sabe que eu ainda amo você, independente de tudo o que houve – falei calma. – Faça isso por mim, por favor. – riu alto.
– Eu quero você aqui agora! Se não chegar em 20 minutos, eu mato seu namoradinho! – ele disse me deixando mais nervosa.
– Tudo bem. Me diz onde é que eu chego o mais rápido possível! – eu disse.
– No galpão abandonado do Dominic. Lembra dele? – Eu resmunguei alguma coisa. – Ótimo! Estamos te aguardando... – ele disse e desligou.
... ! Mas que inferno! – eu falei apertando o pé no acelerador.

Um pouco menos que 20 minutos eu já estacionava o carro em frente ao galpão abandonado. Parei em frente à porta de ferro e tentei empurrá-la pra entrar, mas não consegui. Resmunguei alguns palavrões e a porta rangeu.
– Se você demorasse mais um pouco, seu namoradinho ia pro saco! – Ian disse rindo.
– Sai da minha frente, Ian! Onde eles estão? – Empurrei-o e entrei no lugar. Vi o James caído no chão enquanto chutava seu estômago.
, para com isso! – minha voz ecoou pelo lugar.
– Ah, você chegou! – ele disse. – Você deve gostar mesmo desse idiota, não é mesmo? – ele falou e deu mais um chute no estômago dele. James gemeu de dor.
– Eu já estou aqui, . Agora deixa ele ir embora! – riu alto.
– Você não manda em mim, ! – ele falou sério. Notei que Tom também estava ali. James gemeu tentando se apoiar nos braços.
– Por que pediu pra que eu viesse então? – perguntei cruzando os braços.
– Pra você vê-lo morrer. Não é divertido? – Ele riu sarcástico.
– Você não precisa mais se preocupar, . Eu não vou mais ficar com o James. Eles também estão falindo e... Você sabe, mesma situação que nós. Não vale a pena continuar com isso – eu falei, e ele me olhou.
– Como você sabe? – perguntou.
– Eu ouvi uma conversa do James e do Jack – eu disse me aproximando dele.
, como pode fazer isso comigo? Estava me usando todo esse tempo? – James falou, fraco.
– Me desculpe, James – falei. – E então, ... É mesmo necessário continuar com isso? – Eu fiz minha melhor cara pra convencer. Ele olhou para James e depois pra mim.
– Acha mesmo que eu vou deixá-lo ir embora? Ele vai me entregar para a polícia! – Eu rolei os olhos.
– Não, ele não vai. Porque se ele fizer isso, eu mesma mato ele! – falei. Um sorriso torto surgiu nos lábios de , e eu o acompanhei.
– Essa é a minha garota! – o pegou pela gola da camisa e o colocou de pé. – Tá ouvindo, James? Se abrir a boca pra polícia, ela vai atrás de você! – falou.
– Solta ele, . – Andei até eles. – Já acabou. – Segurei seu braço. o soltou, e ele me olhou.
– Eu nunca pensei que você fosse capaz disso! – James falou, e eu rolei os olhos.
– E você e seu pai iriam nos usar também pra conseguir sócios pra sua empresa. Dá na mesma! Estamos quites agora – eu falei irritada. – Vai embora logo antes que eu mesma acabe com você. Tem sorte de eu ter impedido de te matarem! – Ele riu.
– Bem que todo mundo diz que a família Carter só tem gente vagabunda! E começando por você, . É a pior de todos naquela família. Vocês merecem a falência de vocês! – James falou. sacou uma arma e apontou na direção dele.
– Eu mudei de ideia... Não quero mais te deixar ir embora! – ele falou e deu dois tiros no peito de James. Corri na direção dele.
, você disse que ia deixá-lo ir! – falei me ajoelhando ao seu lado. – James... – chamei-o segurando sua mão, que caiu mole. Ele estava morto.
– Levanta daí, ! – me puxou pelo braço. – O cara xinga a você e a toda a sua família, e você fica aí com pena dele? Na boa, tô saindo fora! – falou.
– Vamos nessa! Não podemos ficar aqui – Tom disse guardando a arma na parte de trás da calça.
Saímos correndo para fora do galpão. Ian e Tom riam a toa. Eu estava preocupada demais com tudo aquilo. E se a polícia descobrisse tudo?
– Me dá a chave do carro, ! – falou, e eu joguei pra ele. – Agora entra. – Fechei a cara e fiz o que ele disse. – Não precisa ficar brava porque perdeu o namoradinho! Você já devia saber que eu ia fazer algo. – Eu olhei para o lado.
– Seu pai vai te matar quando descobrir isso! – Ele riu.
– Você não tá sabendo? O meu pai foi embora daqui! – Eu abri a boca.
– Mas quando? Eu conversei com ele há poucos dias! – falei.
– Hoje de madrugada. Não tem mais jeito. Estamos falidos – disse. – Eu tô indo embora daqui também... – ele falou, e eu olhei pra ele. – Mas relaxa... Você vai comigo! – Ele riu de lado. – Eu não fiz tudo isso pra te deixar pra trás! – Eu ri fraco.

Durante o caminho, ficamos calados. estacionou o carro na garagem e nós descemos. Ouvi alguns gritos e olhei para . Saí correndo na frente e abri a porta de uma vez.
– O que tá acontecendo aqui? – perguntei. Mamãe, , , papai e mais uma mulher que eu não conhecia discutiam.
– Megan? – falou, e ela virou-se.



Capítulo 34

– De onde vocês se conhecem? – perguntei curiosa.
, como vai? – a mulher falou.
– Ela se mudou pro meu prédio há pouco tempo – falou baixo. Reparei em seu rosto e me parecia com...
– eu falei do nada.
– Sim, ela é minha mãe. – Ela cruzou os braços e rolou os olhos.
– Ok, alguém pode me colocar a par dessa história? – perguntei indo até eles.
– Desculpe não ficar pra contar, mas eu tenho que ir embora! – a tal Megan falou pegando sua bolsa.
– Megan, você não vai sair daqui! – Papai a segurou pelo braço.
– Vai me matar também, Pietro? Como fez com tanta gente? – Ele a soltou. – Você não vai escapar, Pietro! Você vai me pagar muito caro por tudo o que me fez e por ter me separado da minha filha! – ela disse e saiu porta afora. Depois de muitos segundos olhando para a porta por onde ela passou, voltei-me para os outros.
– Que porra é essa que estava acontecendo aqui? – eu perguntei nervosa.
– Essa é a Megan, mãe da . Ela quem estava me mandando aquelas mensagens anônimas. Ela resolveu me entregar para a polícia! – papai disse.
– Olha só onde fomos parar com isso tudo! Se não quiser ser preso, Pietro, pelo menos por hora, sugiro que fuja daqui, assim como fez o Charles. É burrice tentar continuar aqui. Eu vou embora! Ficar com a única pessoa nessa família que merece a minha atenção! – mamãe falou e saiu, batendo a porta atrás de si.
– E agora é o quê? Todos fogem? – perguntou. – Na boa, eu vou atrás do . – Ela se levantou e saiu.
– Alguém mais vai ir embora? – eu perguntei sarcástica.
– Vocês perderam o que aconteceu aqui mais cedo... Acreditam que o foi contratado por aquela... Mulher que diz ser minha mãe, pra se aproximar de mim e descobrir as nossas coisas? E depois ele veio com um papo de que no início era só interesse mesmo, ordens da Megan. Mas que depois ele se apaixonou de verdade por mim! Na boa, eu tô cansada dessa vida! – Ela se levantou. – Ah, e só pra vocês saberem, eu estou grávida. Mas não se preocupem, porque ele não vai viver – ela falou e subiu escada acima.
– Ótimo! Tudo desabando de uma vez só! – papai falou. – Eu vou arrumar minhas coisas e dar o fora daqui antes que seja tarde demais. – Eu respirei fundo.
– Ainda tá querendo ir embora daqui? Essa é a hora! – falei.

Joguei minhas roupas todas em cima da cama e peguei duas malas grandes. tinha ido para casa arrumar as coisas dele também. Ouvi o interfone tocar e saí do quarto correndo. Quem será? Eu dei meu controle do portão para , não pode ser ele.

– Quem é? – perguntei.
– É a polícia! Queremos falar com Carter – disse o homem. Arregalei meus olhos. Fodeu, fodeu, fodeu! O que eu faço agora?
– Ahm só um momento que ela já vai! – falei.
– Moça, é melhor abrir o portão – ele disse. Fechei meus olhos com força. Apertei o botão para que abrisse o portão. Peguei meu celular e mandei uma mensagem para . “, eu tô ferrada! A polícia veio atrás de mim. Fuja!”. Assim que terminei de mandar, dois policiais entraram. – Quem é Carter? – o policial perguntou.
– Sou eu. O que desejam? – perguntei.
– Você está sendo intimada a prestar esclarecimentos sobre a morte de James Miller. – Eu coloquei a mão na boca e fiz uma cara assustada.
– O que? O James morreu? – fingi espanto.
– Sim. Ele foi encontrado morto num galpão abandonado nos limites da cidade – o outro policial falou. Eu fingi começar a chorar e me sentei no sofá.
– Ai meu Deus... Por quê? – Coloquei as mãos no rosto.
– A senhorita é a principal suspeita. Tem que nos acompanhar até a delegacia! – Eu olhei para o policial.
– Mas... – eu comecei. – Tudo bem, eu vou. Não tenho nada o que temer mesmo! – falei limpando as lágrimas falsas e me levantando.
– Vamos. – Um deles me pegou pelo braço sem agressividade.

Chegamos à delegacia e eles me deixaram em uma sala sozinha. Eu batia a cabeça na mesa de ferro com tanta frequência, que com certeza estava vermelha. Alguém abriu a porta, e eu me assustei.
Carter... – ele disse aproximando-se da mesa. – Podemos falar sobre seu namorado? – ele perguntou.
– Eu não vou dizer nada até que me deixem ligar pra minha advogada! – Ele assentiu.
– Acredito que não seja necessário ligar pra sua mãe, sendo que ela já está sabendo e está a caminho! – ele disse.
– Boa noite – ouvi a voz de minha mãe e me virei. Ela me repreendeu com o olhar.
– Carly. – Ele apertou a mão dela. – Vou deixa-la a sós com a sua filha – o homem falou e saiu da sala, deixando-nos sozinhas.
, o que foi que você aprontou dessa vez? A notícia de que James Miller morreu não para de passar nos jornais e ainda estampa de todo tamanho seu nome como principal suspeita. Me diz que isso não é verdade! – Ela sentou-se na cadeira de frente pra mim.
– Não fui eu, mãe! – eu disse quase chorando.
, não minta pra mim! Eu sei das coisas que você fez no último ano e não estou nem um pouco orgulhosa disso. Acha que eu estou feliz de saber que a minha filha é uma bandida assassina? Você não sabe como eu fiquei ao saber que minhas três filhas haviam seguido os passos do pai! Meu Deus! – Ela se levantou. – E eu ainda não te contei o pior. A Megan, ela... Entregou seu pai pra polícia! Ele foi atrás dela e... Ela matou seu pai, . – Meus olhos queimaram. – Suas irmãs foram embora. Eu não sei pra onde! – Mamãe começou a chorar. – Eu não sei onde foi que eu errei na educação de vocês! Não sei. – Eu comecei a chorar soluçando.
– Mãe... Me perdoa! – Abaixei a cabeça.
, eu posso até te perdoar. Mas não vai reverter tudo o que você fez! Tudo o que vocês fizeram! – Eu mordi a boca reprimindo meu choro alto. Minha perna balançava de nervoso.
– Senhorita Carter, você está liberada! O verdadeiro culpado se entregou. – Eu levantei correndo e sai da sala. Dei de cara com sendo algemado por um policial.
, NÃO! – eu gritei e corri em sua direção.
– Por favor, se afaste do réu! – Um deles me segurou.
, por que fez isso? – eu perguntei chorando. Todos pararam pra olhar o escândalo.
, eu não podia deixar você passar por isso! – ele falou.
– ME SOLTA! ME SOLTA! – eu gritei me debatendo.
– Soltem ela! – mamãe pediu e o policial me soltou. Corri até ele, abraçando-o pelo pescoço. Ele não pôde me abraçar porque suas mãos estavam presas. Beijei-o rapidamente.
– Vamos, levem o preso para a cela! – o delegado disse.
– Não, não! Por favor! – Eu o abracei forte.
, eu te amo muito – ele disse, e os policias me afastaram dele. – Eu vou ficar bem. – Eles o levaram.
– NÃO! NÃO! MÃE, FAÇA ALGUMA COISA! – eu gritava.
, fica calma! – Mamãe me segurou pelos ombros. Minha vista ficou escura. A única imagem que eu me lembro é a do sendo levado algemado. Depois tudo ficou escuro.

POV ON

Eu andava de um lado para outro dentro daquela cela. Eu me sentia um animal preso! Droga, eu só pensava na lá fora sozinha. Quando eu vi a notícia na televisão que ela era a principal suspeita, eu tive que me entregar. Eu não ia a deixar passar nada por minha causa. Tudo aconteceu tão depressa! Meu pai fugiu, o pai dela morreu, a mãe da aparece por vingança, e agora eu fui preso. Eu já fiz tanta coisa e só agora eu fui preso! Se descobrissem um terço do que eu já fiz, eu pegaria prisão perpétua!
Sentei-me na pequena cama que havia ali e coloquei as mãos no rosto.

? – O delegado aproximou-se da cela. – Arrume seu advogado. Sua audiência será marcada pra daqui uma semana – ele falou e saiu.
– Ótimo! Uma semana apenas pra confirmar que eu vou ficar aqui – falei sozinho. – Preciso arrumar depressa um advogado... Só não sei como vou pagar! – Soquei a cama.

POV OFF

Abri meus olhos e demorei a me acostumar com a claridade do lugar. Eu ainda me sentia tonta e meus olhos doíam.
? – ouvi uma voz conhecida ao longe. – Será que ela tá bem? – a voz pareceu estar mais perto.
– Ainda bem que você acordou! Já tem horas que está dormindo! – mamãe disse.
– Mãe, me fala que isso foi um pesadelo – falei baixo.
– Eu sinto muito. – Eu apertei meus olhos tentando impedir as lágrimas, que teimavam em cair.
– O ... Mãe, você tem que ajudá-lo a sair de lá, por favor! – eu falei chorando.
– Eu vou cuidar disso, . Não se preocupe agora, tá? Preocupe-se com a sua saúde. – Eu bufei.
– Eu quero ir embora! – falei emburrada.
– Temos que esperar o médico te dar alta – mamãe falou, e eu fiz uma careta.
– Eu quero ir com você quando for à delegacia. – Mamãe negou.
– Não, você não vai! Tem que ficar em casa e cuidar da saúde. Você ficou alterada demais! – ela falou.
– Mãe, eu preciso ver o de novo! – Sentei-me na cama.
, fica deitada, por favor! – Ela me segurou pelos ombros e me fez deitar novamente. – Eu vou fazer tudo o que for preciso para, pelo menos, diminuir a pena dele, . Não vai ser fácil eu defendê-lo, porque ele confessou o crime. – Eu suspirei.
– Mãe... As meninas não deram nenhum sinal de vida? – eu perguntei, e ela negou com a cabeça.
– Elas vão voltar. Eu sei disso! – mamãe falou esperançosa.



Capítulo 35

Minha noite foi difícil! Por poucas vezes que consegui pegar no sono, eu sempre tinha o mesmo pesadelo. Quando me sentei na cama senti todo meu corpo doer. Olhei para todos os lados e não me senti em casa. Talvez eu nem pertença mais a esse lugar!
Andei até o banheiro e me encarei no espelho. De repente, lágrimas grossas brotaram de meus olhos e foram caindo como se eu não tivesse controle sobre elas. Sentei-me no chão do banheiro e levei as mãos aos cabelos. Minha vontade era de ir até a delegacia e tirar o daquele lugar, mas isso seria suicídio.

? – ouvi Dylan me chamar do quarto. Limpei as lágrimas e saí do banheiro.
– Oi – falei indo até a cama e me sentando.
– O que está acontecendo? A mamãe não dormiu em casa, as meninas sumiram já tem dias. – Eu suspirei fundo.
– Dylan, é melhor você não saber de nada! Você não merece isso. – Ele sentou-se na cama.
– Não precisa esconder de mim! Eu sei das coisas que vocês fizeram! – Eu olhei pra ele de olhos arregalados.
– Do que você sabe? – perguntei e ele me olhou assustado.
– Tudo bem, eu não vou falar pra ninguém! Uma vez eu ouvi o papai conversando com o pai do . Achei estranho algumas coisas e resolvi bisbilhotar. – A confissão dele me deixou levemente assustada. – Eu sei o que vocês fizeram... Eu só não entendo, por quê? – Desviei meus olhos dos dele.
– Dylan, por favor, eu não posso te responder nada! É mais seguro assim. – Dylan se levantou da cama.
– Se eu souber eu também morro? Assim como aquela mulher fez com meu pai? Vocês esconderam isso de mim também! Eu vi nos noticiários, tá legal? – Eu balancei a cabeça.
– Não posso mudar o passado, Dy. O que foi feito está feito! – Ele me olhou triste.
– Quem é você? Eu não te reconheço mais! – ele disse e saiu do quarto batendo a porta.
– Nem eu – falei baixo.

Eu estava encostada numa lápide ao longe enquanto assistia o caixão de papai baixar dentro do buraco. Lágrimas grossas caíam de meus olhos enquanto eu fumava um cigarro. Deus, eu nunca me senti tão sozinha em toda minha vida! Vi mamãe abraçar Dylan de lado e abaixei a cabeça. Alguns tios, primos, colegas de trabalho e amigos também estavam presentes. O que me revoltava era que Charles e Dwayne saíram totalmente impunes de tudo isso, não fazia a mínima ideia pra onde foram, também pouco me importava!
Eu não quis chegar perto pra me despedir, pois não importava onde ele estava, papai não está morto pra mim... Foi apenas fazer uma viagem.
Todos iam se dispersando e logo não havia mais ninguém. Esperei que todos fossem embora para eu poder me aproximar.

– Pai... – Ajoelhei-me sobre a terra recém colocada. – Eu vou sentir muito a sua falta... – As lágrimas insistiam em sair de meus olhos. – Eu juro, pai... É bom eu não encontrar aquela mulher um dia... Eu a farei pagar pelo que fez a você, eu juro! – O ódio que eu estava de Megan estava me sufocando por dentro. – Adeus, papai. Eu te amo. – Levantei-me limpando a calça. Eu tinha coisas para me preocupar agora. O julgamento de estava próximo e isso estava me deixando preocupada.

POV ON

A espera por Carly está me matando aos poucos! O barulho das algemas passando sobre a mesa de ferro fazia meu sangue gelar. Deixei meu corpo tombar para trás e vi a porta se abrir, revelando Carly.

... – ela disse.
– Carly – respondi assistindo-a sentar na ponta da mesa.
– Ok, vou ser bem direta com você! Tenho uma proposta a te fazer... – ela disse.
– Continue. – Ajeitei-me na cadeira.
– Vamos fazer um trato. Posso conseguir uma fuga pra você e em troca eu quero que você suma e nunca mais apareça! – Eu pensei ter ouvido errado, mas foram exatamente essas palavras que saíram da boca dela
– Me desculpe, mas eu não entendi! – falei.
– Vou ser clara com você, ... Você causou e causa um mal tão grande a minha filha que a cadeia é pouco pra você e... Vamos ser honestos, vocês não vão mais ficar juntos. Se você ainda acredita nisso, pode esquecer! Eu já perdi duas filhas e não vou perder outra. – Eu olhei para o chão.
– Não, não vai rolar! Faça o que quiser, nós sempre vamos ficar juntos! – Ela riu.
– Não tenha tanta certeza disso! Eu vou fazer de tudo pra que ela te esqueça, nem que pra isso eu tenha que fazer uma lavagem cerebral nela! – Estreitei os olhos e me controlei pra não voar em seu pescoço.
– Você não vai conseguir, Carly! – falei entre dentes.
– Vou esclarecer uma coisa pra você... Você, juntamente com seu pai, o Dwayne e o Pietro e sei lá mais quem participou disso tudo, destruíram a minha família e vão pagar muito caro! Pietro pagou com a vida, que graças aquela tal Megan, ele não está mais aqui. Quanto a você, ... Eu quero vê-lo sofrer, quero vê-lo definhando. É isso que assassinos como você merecem! – Quando dei por mim, eu já segurava seu pescoço.
– Cuidado, Carly! Uma morte a mais uma morte a menos nas minhas costas não vai fazer diferença e, acredite... Terei muito prazer em quebrar seu pescoço! – Ela tentou se soltar.
– Vamos, vá em frente... Você não vai se safar, vai sofrer de um jeito ou de outro! – Respirei fundo e a joguei sobre a mesa. Ela caiu no chão e se levantou tossindo. – Você já era nesse lugar! – ela falou saindo tropeçando nas pernas. – Prendam esse assassino, agora! – Dois guardas vieram até mim e me agarraram. Levei um soco no estômago, ficando meio tonto. – Isso poderia ter sido diferente, mas você já fez sua escolha! – Carly falou e saiu da sala.
– Vamos! – fui arrastado para fora da sala.

POV OFF

Eu estava sentada na janela do quarto quando vi o carro de minha mãe estacionando na garagem. Desci as escadas correndo, encontrando-a na porta.

– Mãe, me dá noticias sobre o ! – eu quase gritei.
está morto, ! Ele escolheu assim. – Eu arregalei os olhos.
– Como assim? Mãe, olha pra mim! – Eu puxei-a pelo braço.
– O assinou sua sentença de morte! Eu não farei mais nada por ele! – Senti um ódio imenso tomar conta de mim.
– Você tá maluca? Não pode fazer isso com ele! Não pode fazer isso comigo! – eu gritei.
– Não vou deixar que ele chegue perto de você novamente! Ele vai apodrecer na cadeia! – Eu parti pra cima dela e agarrei seu pescoço.
– VOCÊ PROMETE QUE IA AJUDÁ-LO! EU TE ODEIO! – Comecei a chorar de raiva.
, solta ela! – Dylan me tirou de cima dela. – Fica calma! – Consegui me soltar.
– Tira as mãos de mim! – falei.
– O que deu em você? – Dylan perguntou. Levei as mãos na cabeça. – Você ficou louca? – Olhei minha mãe levantando do chão com a mão no pescoço.
– Como você tem coragem de fazer isso comigo? Eu só estou tentando te proteger! – Eu passei as mãos pelos cabelos, totalmente desesperada.
– Eu... Não sei o que deu em mim! Eu só quero... Eu tenho que ir embora daqui! – Comecei a andar para trás sem saber o que fazer.
, espera! – Dylan falou, mas eu não fiquei. Sai correndo porta a fora e logo estava na rua correndo a procura de algum lugar que me coubesse naquele momento.

POV OFF

X*X*X*X*X


e se entreolharam ao conseguirem passar pelo comissário de bordo. usava uma peruca loira pra disfarçar e usava um boné e óculos escuros. Haviam arrumado identidades e passaportes falsos e estavam prestes a embarcar para Tóquio. Depois de tudo o que aconteceu, tinham que ir para o mais longe possível, começar uma nova vida.

– Conseguimos! – disse ao entrarem no avião.
– Vamos mesmo fazer isso com eles? – perguntou se sentindo culpada por deixar todos para trás.
– Não podemos ficar aqui! Não sabemos se a polícia descobriu alguma coisa sobre a gente. E eu não vou ficar pra descobrir! – Ela assentiu com a cabeça. – Nós vamos nos reencontrar um dia, pode ter certeza! – deu um beijo nela.
– É o que eu espero. – disse não confiando muito em seu futuro.

X*X*X*X*X


Não sei por quanto tempo eu andei, só sei que meus pés me levaram para um lugar onde eu não achei que fosse voltar novamente. Andei pelo beco escuro até chegar em frente a entrada de um bar. Passei pela “revista” e logo andava para os fundos. Não sabia o que estava fazendo ali, afinal. Bem ali, no balcão do bar, encontrei um velho conhecido. Andei até ele em passos curtos. Ele me olhou e sorriu.

– Dominic... – eu falei baixo.
– Carter. O que faz aqui? Vi os noticiários na TV. Problemas? – Eu olhei para os lados.
– Não sei bem! – Ele me mostrou uma porta com a cabeça e se levantou. Segui-o até lá e entrei com ele.
– Você ainda não me respondeu o que faz aqui! – Dom disse ascendendo um cigarro.
– Eu estou com problemas, sérios problemas – falei o vendo escorar numa mesa de madeira. – O foi preso, meu pai morreu, todos fugiram e eu não sei pra onde ir! – Ele franziu a testa.
– E o que te faz pensar que eu posso te ajudar? – Meu coração disparou.
– Preciso ganhar dinheiro. Vou tirar o da cadeia! – Dom riu debochado.
– Eu sempre soube que vocês, Carter, tinham um parafuso a menos! Seu namoradinho foi preso por sequestro e homicídio! Ele deve pegar de 5 a 8 anos de cadeia. Acha que pode pagar fiança pra ele sair? – Mordi a boca.
– Eu não sei o que fazer! Mas eu não posso deixá-lo lá! Minha mãe prometeu ajudá-lo, mas eu não sei o que houve, e ela disse que não vai mais ajudá-lo! – eu falei com a voz chorosa. – Eu faço o que você quiser, mas, por favor, me ajude! – Um sorriso surgiu nos lábios de Dominic, causando-me arrepios na espinha.
– Até onde iria por seu querido , ? – Ele se aproximou de mim e me encarou no fundo dos olhos.
– Eu faria qualquer coisa por ele! – falei decidida.
– Vou te dar uma chance! Se você falhar... – Eu neguei com a cabeça.
– Eu não vou falhar! – respondi.
– Bem vinda ao time – Dom disse e nós dois trocamos sorrisos cúmplices.

POV ON

O ar desse lugar parece ainda mais carregado hoje. Agora que Carly largou meu caso, tenho que esperar um advogado do governo vir me ajudar. Como se eu não soubesse que daria em nada no fim. Fui acordado de meus pensamentos quando um guarda me chamou:

, você tem visita! – Vi entrar na cela e o guarda trancá-la novamente. – Cinco minutos, moça! – ele disse antes de sair.
– O que faz aqui? – perguntei a abraçando.
– Vim te falar do meu plano! – Eu olhei para os lados, preocupado.
– Qual plano? – perguntei a puxando pelo braço até a cama.
– Eu vou tirar você daqui! Eu fui atrás do Dominic e... – eu a interrompi.
– O que foi fazer atrás do Dominic? – perguntei nervoso.
, me escuta, ok? Eu vou conseguir dinheiro e pagar sua fiança. – Joguei a cabeça para trás.
– Você enlouqueceu? – rolou os olhos.
– Por que ficam me perguntando isso? Eu estou muito bem, ok? Eu não vou deixar que você fique preso! Não adianta querer me parar porque não vai conseguir! Eu já tomei minha decisão. – Ela se levantou da cama.
– Não gosto do Dominic e não confio nele! – Levantei-me também.
– Eu também não, , mas foi a única saída que encontrei! Eu posso fazer isso. – Ela se aproximou de mim.
, por favor, tome cuidado! Se algo acontecer a você eu jamais vou me perdoar. – Tomei seu rosto entre as mãos.
– Eu sei tomar conta de mim. Não se preocupe comigo! – Ela me beijou. Beijamos-nos como se aquele fosse nosso último beijo. Senti o gosto de suas lágrimas e eu quis me torturar por vê-la chorando.
– Ei... Nós vamos voltar a ficar juntos, ok? – Sequei suas lágrimas com os polegares.
– Ok – ela falou.
– Minha parceira do crime – falei baixo e ela sorriu fraco.
– Terminou a visita! – O guarda bateu na grade, assustando-nos.
– Tenha cuidado! – falei antes de lhe dar um beijo.
– Eu te amo, falou.
– Eu também! – Vi-a tirando algo do bolso e pegando minha mão.
– Pra você se lembrar de mim enquanto eu estiver longe. – Uma corrente fina estava na palma da minha mão. Foi o primeiro presente caro que eu havia dado a ela logo no início de nosso namoro.
– Vou guardar com minha vida. – Beijei sua mão.
– Vamos! – o guarda nos apressou. me deu mais um beijo e saiu da cela.

Sentei-me na cama e segurei a corrente pelas extremidades. Aonde quer que aquilo nos leve, nunca acabará bem. E eu sei que isso não vai acabar aqui. Sorri de lado ao ver me mandar um beijo no ar. Naquele momento eu sabia que ela iria continuar com os negócios. Isso pode ser bom... Ou pode ser muito ruim!



Fim!!



Nota da autora: ACABOOOOOOU \o/ UFA né gente kkkkkkk
Foi uma jornada de mais de 3 anos <3 Dirty Money completou 3 anos no dia 25 de julho <3
Espero que tenham gostado dela... Um grande beijo para minha antiga Beta Mel Cotrim, que me betou até a metade do caminho e a minha nova Beta Nathália Segantini por ter dado continuação <3 Sás lindas
Obrigada a vocês queridas leitoras que tiveram a paciência de ler até o fim. Obrigada pelos comentários, pelos elogios e pelas críticas tbm.
Não posso deixar de lembrar da minha best Malu Dias, senão ela me mata! Foi ela quem me ajudou com a mente criminosa que ela tem kkkk.
Para a felicidade de vocês, ou não... Dirty Money – Returns já está sendo escrita. Sim! Se preparem porque ta vindo mais crimes por ai (espero que o FBI não esteja lendo isso kkkk)
Dirty Money – Returns está no facebook gente. Vocês poderão estar dando suas opiniões sobre a fic, saber ou fazer spoilers e deixar recadinhos pra gente. Esperamos vocês lá!
Considerações: O relacionamento do casal principal foi feito com base na música I Love The Way You Lie que na época tava bombando. Fiz muitos finais para Dirty Money, mas depois eu e Malu resolvemos dar continuidade.
Bom, é isso gatonas! Estou muito feliz por ter conseguido terminar. Sem vocês eu nem teria continuidade, então mais uma vez MUITO OBRIGADA!
Feliz Natal, Feliz Ano Novo! Nos vemos ano que vêm

Beijos, Gê.





Outras Fanfics:
Freedom Wings [McFly – Em Andamento]
More Than Friends [McFLY – Em Andamento]
Um dia com o Mcfly [McFLY – Finalizadas]



Nota da beta: Oi! O Disqus está um pouco instável ultimamente e, às vezes, a caixinha de comentários pode não aparecer. Então, caso você queira deixar a autora feliz com um comentário, é só clicar AQUI.

Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.


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