Discussão de Relação
História por Juubs Riboli | Revisão por Carol Mello

Ok, isso é difícil.
- Concentra, . – disse , do meu lado, achando fielmente que me ajudava com seu apoio moral. Mais um pouco, mais um pouco, só um tiquinho mais...
- Consegui! Aê! – comemorei quando meu pé tocou o círculo vermelho, deixando minha perna passar por cima do braço de .
- , se tu soltar um pum, eu te mato com a agulha de costura. – grunhiu ela, fazendo de tudo pra afastar a cara do bumbum da nossa amiga, que estava a centímetros de distância.
- Para de frescura, menina. – falou rindo, toda retorcida ao meu lado.
- Fala isso porque não és tu que está na linha de tiro! – bufou , fazendo todas gargalharem.
Não era a primeira vez que jogávamos Twister, mas toda vez parecia tão única e engraçada como se fosse. Prosseguimos a brincadeira, rindo de mais pérolas e de caindo de bunda...
Isso até um som do além surgir e nos assustar, fazendo todas caírem ao mesmo tempo.
- Caraca, quando que tu vai trocar essa campainha do mal, ? – perguntou, com a mão sobre o peito na tentativa frustrada de desacelerar o coração. Ri e levantei, empurrando as duas outras de cima de mim, indo atender a visita.
Eu sempre falo que existe gente inconveniente, que parece até saber que não é boa hora. Às vezes desconfio que esconderam câmeras em minha casa e, quando a pessoa me vê numa situação constrangedora, inoportuna ou sagrada (como meus joguinhos, vídeo games e banhos na banheira, cheia de creme na cara), resolve que é hora de incomodar.
Chequei minha roupa no grande espelho da sala, ajeitando o short jeans, a regata branca e os cabelos num coque alto, parecendo mais digna e normal pro ser humano na porta. Quando a campainha voltou a soar, fui logo abrir a porta, pensando que minhas amigas provavelmente tivessem levado outro susto. Assim que a porta foi escancarada, porém, esse pensamento evaporou.
- Não disse que ia trocar esse negócio berrante? – perguntou seco, apoiado na parede da pequena entrada externa da casa, aquela pose superior espirrando prepotência.
E o choque deu lugar à indignação. Quem era ele pra falar assim da minha campainha linda e escandalosa?
- Não, não disse. – respondi no mesmo tom seco, encostando-me no batente da porta, impedindo sua entrada. – Mas me lembro perfeitamente de dizer que não queria mais te ver.
- Poupe-me, . – pronunciou, sorrindo aquele sorriso de dentes brancos e cheios de si. Numa facilidade irritante, puxou-me pra si, depositando um selinho sobre meus lábios e entrando em minha casa. Suspirei, reprimindo minha vontade psicopata de atacá-lo com as unhas.
- Poupe-me você, . – tentei manter minha voz num tom baixo e mortífero, mesmo sabendo que ele não duraria por muito tempo ao me virar e vê-lo sentar confortavelmente em meu sofá. – E sai já daí! Mandei desinfetar semana passada! Não quero seus micróbios no meu tecido! – terminei fechando a porta com força. Meu rosto deve ter se contorcido de raiva quando o vi rolar os olhos na maneira mais despreocupada possível. Ele levantou preguiçosamente, se mantendo em pé uns passos à minha frente, totalmente zen, enquanto eu estava ali, irritada e impaciente, batendo pé no chão e cruzando os braços. – Ta esperando o retorno dos dinossauros pra começar a falar por que está aqui?
- Todo namorado merece ver a namorada, né? – disse cinicamente, avançando na minha direção com o sorriso malicioso instalado nos lábios. Segurei suas mãos, que vinham com a intenção de apanhar meu rosto, recuando um passo.
- Certamente merece, entretanto não é este o caso, porque existe um ex antes de namorado. – proferi pausadamente, como se falasse com uma criança. De fato, na maioria do tempo parecia que eu falava com um pirralho mimado metido a playboy.
estava prestes a retrucar quando ouvimos risadinhas vindas do corredor. Ri internamente, sabendo que as meninas estariam ouvindo desde o início da conversa, e também da cara de contrariado que fez.
- O que elas fazem aqui? – murmurou raivoso, o que me fez erguer uma sobrancelha e estampar minha melhor cara de vitória.
- Elas sempre estarão aqui, como também sempre serão bem vindas, pois são minhas amigas. – soltei, satisfeita ao vê-lo bufar em irritação e se distanciar.
Voltei a cruzar os braços, fitando-o. Estava visivelmente com raiva, embora não houvesse motivos pra tal. A única que deveria estar irada – e estava – era eu.
No resumo, conheci no último ano de ensino médio. Ele era aquele popular lindo e maravilhoso, que todas as gurias babavam ovo, enquanto eu era a menina normal de jeans e All Star, amante de jogos, filmes e livros. Mundos totalmente opostos, separados por uma enorme e indestrutível muralha feita pela sociedade. Isso, claro, até ele vir falar comigo. Do nada. E chegou chegando, só pra ressaltar. E eu, como uma guria nada desconfiada e paranóica, disse não quando ele me convidou para o cinema, achando que ele iria desistir e voltar cabisbaixo pro bandinho de mauricinhos dele, com seja lá qual propósito destruído.
Que engano.
Aquilo pareceu só tê-lo estimulado a me encher o saco. A cada “não” proferido, era mais um incentivo para a praga grudar. Mentira seria dizer que eu não gostava... Eu adorava vê-lo correr atrás de mim, mesmo desconfiada de suas intenções. Porém, com o tempo, foi se tornando um amigo e conselheiro... Não agia como um babaca popular. Ele era ele. E foi por ele que me apaixonei e, quase dois anos depois, quando entramos na universidade, eu aceitei ser sua namorada.
E o amor, compreensão e alegria duraram apenas nos dois primeiros meses, porque o lado obscuro e possessivo de tinha que se apresentar.
começou a demonstrar seu lado mau, exigindo que eu parasse de falar com meus amigos, que éramos namorados e que eu não podia sair por aí sem ele. Eu bati de frente, achando um baita absurdo, o que ocasionou várias brigas sérias entre nós. Aguentei mais um, dois, três, quatro meses, até estourar completamente quando ele expulsou da minha própria casa todos os meus amigos, na comemoração de meu aniversário. Tenho certeza que os monges do Himalaia ouviram nossa gritaria. Foi quando tudo terminou... Menos meu sentimento. Ele podia ser um idiota, babaca, imbecil, filho de uma égua, mas eu amava aquele desgraçado. Amava, contudo não era condescendente e não toleraria uma coisa dessas.
- Eu já não tinha deixado claro que não as quero aqui?! – gritou, descontrolado, atiçando minha ira.
- Eu já to cansada de repetir, ! – gritei, avançando dois passos, vendo-o fazer o mesmo, com sua postura intimidante que não funcionou em mim. – A casa é minha, a vida é minha e tu não tem nada que se meter nela! Principalmente agora! Elas e todo o resto dos meus amigos são bem vindos aqui!
- Eu sou seu namorado!
- ERA MEU NAMORADO! – berrei, tendo a convicção que estava vermelha de ódio. – Tu não é mais nada aqui. Achou que eu ia abaixar a cabeça e atender teus desejos de bom grado? – perguntei, ainda com os decibéis elevados. – Achou mesmo que eu ia largar todos eles, que são minha família, por ti? Um guri que pode me largar a qualquer momento? – ri sem humor, sentindo o peito doer e os olhos marejarem. – Talvez teus pais não tenham te ensinado, mas amigos verdadeiros são poucos e raros e eu não sou burra de jogar fora os que eu tive a sorte de encontrar, por um namorado.
- Tu diz como se eu fosse qualquer cara, como se eu fosse um canalha que só quer tirar vantagens suas! – exclamou , abrindo os braços num gesto incrédulo.
- E o que é que tu está fazendo a não ser isso? Deixar-me trancafiada em casa, sem nenhum contato lá fora, a não ser o seu?
- Não! Eu só não quero que saia com eles! – disse, como se o motivo fosse óbvio.
Apenas o observei com olhos estreitos.
- É mesmo? Então me diga, senhor injustiçado, qual o problema da companhia deles? – questionei com os braços na cintura. Torcia fervorosamente pra não cair em prantos ou atacá-lo com o vaso japonês em cima da estante ao nosso lado.
- Porque vocês vivem saindo, vão a lugares que eu nunca fui e eu não sei o que tu podes fazer nesses lugares com eles... – murmurou frustrado. Por um minuto, permaneci em silêncio, processando centenas de vezes seu argumento, até chegar à conclusão que era aquilo mesmo que ele queria dizer. Impossível foi não rir.
- Não acredito. Acha que eles são más influências? Que eu vá te trair? – gargalhei sarcasticamente, cerrando os pulsos que coçavam pra socá-lo, olhando fundo de seus olhos. – Olha , não é o meu histórico que é o sujo por aqui.
Meu riso, dessa vez, foi sem humor algum, quando ele abaixou o rosto pro chão, ao sentir o peso de minhas palavras. Esqueci de comentar que ele já me traiu? Pois é, no terceiro mês, ele foi pra uma boate com os seus amigos e beijou uma guria. Sei disso porque estava lá, viu e me contou. Não sei até hoje como fui capaz de perdoá-lo, no entanto perdoar não é sinônimo de esquecer.
- Eu estava...
- Bêbado. – interrompi seu discurso secamente. – Eu sei... Mas ainda assim, fez. E isso não se apaga do seu passado.
- Eu falhei, mas tenho me esforçado pra ser um bom namorado e estaria conseguindo se tu não fizesses as coisas que faz. – e lá ia a voz de se elevar, junto com a quantidade de besteiras contidas na mesma frase.
- Pro seu governo desorientado, o conceito de “esforço” é ralar pra ter o que quer, alcançar um objetivo, mover montanhas pra conseguir. E tu não foste capaz nem de mover um grão de poeira pra fazer isso dar certo. A única coisa que se move ai é Little ! – grunhi, andando pela sala. Eu tinha que extravasar energias, senão viraria uma homicida. – E o que eu tenho feito? Só porque eu não sigo suas “ordens” eu ajo errado? Já deveria estar careca de saber que eu não sou qualquer mulher. Tu passaste dois anos me conhecendo pra se lembrar disso. Desculpe perfurar tua bolha de perfeição, todavia está na hora de acabar com o teu egocentrismo exacerbado. Tu não é um bom namorado como acredita ser. Toda vez que uma guriazinha me olha daquele jeito de “que sortuda!”, eu tenho vontade de rir escandalosamente, pois elas não sabem a figura que tu és. E não no bom sentido. Sabe por quê? Porque as qualidades de um bom namorado, ou até mesmo razoável, não estão no pacote . Tu é possessivo, prepotente, irritante, machista, insensível, babaca e, ainda por cima, evita mostrar a namorada pra sociedade, especialmente, pros seus amigos. – foda-se, falei na cara. Não aguentava mais esse nó na garganta que trancafiava tudo isso. Bufei com a cara de incrédulo dele. – Eu realmente não sei por que estou contigo, aliás, não sei nem por que me quiseste. E também não quero saber as tuas razões pra chegar tão sorrateiramente na minha vida, querendo ser meu namorado.
- Não sabe minhas razões? Eu penei um ano e meio até que tu aceitasses ser minha! Não é evidente? – grunhiu raivoso, o que só fez a veia do meu pescoço pulsar de ódio.
- Não, não é! E é melhor se mandar daqui antes que meu lado paranóico e criativo se ative. – passei as mãos pelos cabelos, sentindo-os desprender do coque, suspirando frustradamente. Como num clique, todo o ódio, irritação e as vontades assassinas desapareceram e deram lugar à tristeza e decepção. – Eu não mereço isso. – sussurrei pra mim mesma, mas ele conseguiu ouvir. Fechei os olhos na esperança de conter as lágrimas que ameaçavam cair. – Eu nunca fui de achar que mereço alguma coisa, só que eu realmente não mereço passar por isso, . – girei meus calcanhares na direção da janela, onde me pus a observar o céu acinzentado, sentindo seus olhos curiosos em minhas costas. – Eu não sou chata com relacionamentos. Eu nunca quis que tu deixasse seus amigos por minha causa, ao contrário, eu queria que saísse e que se divertisse com eles. – voltei a encará-lo de frente, apoiando as mãos na janela. – Eu queria ser apresentada a eles como sua namorada. Queria participar dos ‘Campeonatos de Videogame’ de vocês nos domingos, tomando cerveja em meio às piadas. Queria que não tivesse vergonha de mim e me chamasse de pequena na presença deles. – desencostei dali e fui dando pequenos passos até , que permanecia imóvel, como se tivesse levado um choque. – Eu queria poder te apresentar aos meus amigos, queria que vocês se dessem bem, que marcassem de jogar futebol no próximo fim de semana, que zoassem junto, participasse dos churrascos. – finalmente cheguei à sua frente, a centímetros de seu rosto e já não me importava com meu rosto úmido. Eram coisas trancadas dentro de mim que precisavam sair a muito tempo. – Eu queria um companheiro, um namorado... Não um status.
As lágrimas já caíam sem cerimônia enquanto eu só o olhava com aquele jeito confuso e triste. abria e fechava a boca várias vezes, não proferindo nenhum som, o que me fez soltar a respiração pesadamente ao encarar o chão. Sabia o que aconteceria se fizéssemos as pazes agora... Nada mudaria, ele ainda teria problemas com meus amigos, ainda não me apresentaria aos seus e continuaríamos nessa guerra invencível, ambos os lados saindo machucados.
Então, engolindo toda a dor que eu senti ao tomar aquela decisão, simplesmente falei:
- Acabou, ... De vez.
E ver a dor em seus olhos me fez bem e mal ao mesmo tempo. Bem por saber que eu não era a única que sofria ali e mal porque, bom, eu o amava e vê-lo arrasado me cortava o coração.
- Não, , não, por favor, eu juro que não faço mais i...
- Vai fazer sim, . – interrompi, desvencilhando-me de seus braços quando ele me abraçou. A dor já era insuportável sem contato físico, sentindo seu cheiro e toque eu teria um troço. – Nós dois não temos futuro juntos. Nossos valores e prioridades são diferentes, não vê? Eu quero compartilhar uma vida com alguém... E tu quer ser a vida de alguém.
O choro veio mais forte, como se pra me contrariar e dizer a que ele deveria me calar num beijo e dizer que seríamos felizes para sempre... Mas eu era bem grandinha pra contos de fadas e finais felizes. Abracei meus braços, tomando distância de , pedindo chorosamente, sem ter forças de olhar em seus olhos.
- Vá embora... Por favor.
Demorou alguns segundos até que eu visse seus pés se mexerem até a porta, o que me fez querer gritar de agonia, no entanto a vontade ficou presa na garganta quando ele abriu a porta vagarosamente e postou-se a me observar.
- Eu queria ser a sua vida... – disse e o choro contido em seu tom de voz me fez olhá-lo imediatamente, vendo seu rosto igualmente vermelho e molhado como o meu. - Porque tu era a minha.
A informação me pegou de surpresa e me paralisou, mas não foi um impedimento pra ele.
- Quando eu entrei naquele colégio, na primeira vez, coloquei os olhos numa coisinha linda que usava um all star vermelho surrado, o cabelo num rabo de cavalo frouxo e o uniforme torto. Eu fui enfeitiçado por ela a partir daquele momento. Passaram os dias e eu só sabia observá-la, estudá-la, admirá-la... Até que um dia tive coragem de convidá-la para sair... Mas adivinha? – ele pausou, sorrindo nostalgicamente pra mim, que ainda estava estática. – Ela me disse não. A primeira guria que me dispensou. E isso só me fez querê-la ainda mais. Só que o que eu poderia fazer? Eu não me encaixava nos padrões dos seus amigos, eu não era sortudo de tê-la sorrindo pra mim todo dia.
Ele suspirou, olhando pro teto e a luz da lâmpada refletiu na lágrima que caía de seu olho.
- Eu movi montanhas pra estar contigo, . Movi dezenas de Everests pra te ter... Mas tu tens razão... Depois que te tive, não fiz mais nada pra te reconquistar a cada dia. Eu estava tão feliz por ter conseguido a menina dos meus sonhos que não notei que eu não era o príncipe encantado que ela merece. Eu te amo, . Tu merece alguém muito melhor que eu, mas queria que soubesse disso. Mesmo eu sendo assim, mesmo tu achando que não, eu sempre te amei, cada dia mais. As merdas que eu fiz não foram por querer e eu sempre morri de ciúmes dos seus amigos, tanto que eu não conseguia controlar. Eu sabia que eles eram tudo pra ti, só que eu também queria ouvir que eu fazia parte desse tudo, do jeito que tu és pra mim. Eu tinha medo de te apresentar aos meus amigos porque sei o quanto és sociável, o quanto é querida por todos, e a última coisa que eu queria é ter ciúmes deles contigo. – era a primeira vez que eu o via chorar, ainda por cima, sem embaraço. Aquelas palavras me atingiam com força e brutalidade, fazendo-me sentir a pior criatura do universo devido às acusações anteriores, porque eu sabia que elas eram sinceras – Quanto àquele dia... – oh, eu sabia que dia era esse. O dia da balada. O dia da traição. Tínhamos brigado feio antes, e por isso, ele foi para a noitada curtir com os amigos. Suspirei, mortificada. – Arrependo-me todos os dias por ter feito aquilo. Eu estava irritado, estava magoado porque pra ti sempre eram os seus amigos acima de tudo. Sei que não agi certo, sei que não há razão para o que fiz e não tenho ideia de como pôde me perdoar. A questão é, ao beijar aquela mulher, a única que ocupava meus pensamentos era tu, a minha que eu havia deixado chorando em casa. – abaixou a cabeça por uns segundos, passando a mão pelos cabelos num gesto nervoso, voltando em seguida a me observar, mordendo os lábios. – A pior dor que já senti foi ver seus olhos quando descobriu, conseguia ser até mais da que sinto nesse momento. Mas me senti o homem mais abençoado desse mundo quando tu me perdoaste, porque eu não tinha te perdido. Só que não imaginava que te perderia pelo ciúme.
Meus olhos haviam virado verdadeiras Cataratas do Niágara enquanto eu ficava ali, imóvel, fitando-o com uma mistura de surpresa, felicidade e tristeza. Ele ficou em silêncio por uns minutos, batendo as pontas dos dedos na porta de madeira ao olhar o chão. Percebia-se que ele não queria sair e, sinceramente, eu também não queria mais.
Mas a merda tava feita.
- Eu desejo toda a felicidade desse mundo pra ti, . – murmurou, olhando-me profundamente nos olhos, o que me fez sentir na pele a dor estampada neles. – Adeus.
E sumiu assim que a porta fechou-se rapidamente às suas costas. E eu fiquei ali. Petrificada, chorosa e arrasada.
Ouvi passos no corredor até a sala, o que chamou minha atenção, no entanto me permiti apenas mover meus glóbulos oculares até enxergar minhas amigas se aproximarem, com os rostos inchados e olhos vermelhos.
- Cara... Eu odiava o até esse momento... – disse, vindo me abraçar fortemente. Não demorou muito até e me envolverem em seus braços e eu começasse a soluçar em desespero e mágoa.
Tudo em minha cabeça girava e fazia maior baderna lá dentro... Por que tinha que me fazer pensar besteira? Por que ele nunca puxou uma DR para falarmos disso? Por que, meu Deus, por que tinha que ser assim?
- Eu sei que a tua cabeça deve ta cheia de perguntas, mas nas nossas só tem uma, que eu adoraria saber a resposta. – sussurrou , enquanto alternava os cafunés em minha cabeça com . Assenti brevemente, permitindo-a de perguntar. – O que diabos tu ainda faz aqui, ?!
E os carinhos delas foram embora tão ligeiramente quanto minha consciência voltou à tona.
Caralho, O QUE EU TO FAZENDO AQUI?
Encarei-as por míseros segundos até encarnar a maratonista e correr porta afora. E lá fora, encontrei uma chuva grossa e pesada, como se pra combinar com meu estado de espírito ou me sacanear.
Ignorei os rumos da natureza, forçando a vista sob a água que batia forte em minhas pálpebras, perguntando-me por onde teria ido. Seguindo um instinto que não sabia existir, corri pelas ruas, atenta a tudo, a respiração descompassada e o peito doendo de angústia... Então o vi. Jaqueta preta, Vans preto e cabelo nos olhos, que me encaravam confusos e incrédulos, do outro lado da rua.
Suspirei em alívio, correndo velozmente em sua direção, não me importando em olhar pra rua pra ver se eu seria atropelada por um carro, caminhão ou skatista. Ao chegar à calçada, antes que ele dissesse qualquer coisa, pulei em seu pescoço, abraçando-o o mais forte que pude, tendo as lágrimas jorrando em meu rosto misturando-se à chuva. Logo, seus braços me contornaram na mesma intensidade e senti seu rosto enterrar-se em meu pescoço.
- Tu és meu príncipe encantado... – murmurei em seu ouvido, afagando seus fios molhados. – Só estava disfarçado de sapo todo esse tempo.
Ele riu fracamente em meu pescoço, acariciando minha cintura e costas.
- Achei que sapos só viravam príncipes com um beijo... – disse, afastando-se dos meus cabelos e fitando meus olhos.
- Nosso conto é diferente. Tu te transformaste com uma discussão de relação... – sorri de orelha a orelha. Suas mãos subiram meu corpo até postarem-se de cada lado do meu rosto, encostando nossas testas.
- Eu não sou o namorado perfeito, mas quero continuar tentando. Eu quero realizar todos os seus sonhos, quero ser aquele que tu tenhas orgulho de chamar de homem da sua vida. Quero, um dia, poder chamar seus filhos de meus, quero escolher os padrinhos de cada um, quero que seus amigos gostem de mim e me esforçarei pra não ter ataques de ciúmes deles. – seus polegares passearam pelas minhas bochechas com sutileza, seus olhos presos nos meus transbordando todos os sentimentos contidos nas frases. – Quero poder acordar todos os dias contigo ao meu lado, discutir a relação até as quatro da manhã e te aguentar na TPM. Quero tudo, porque eu não sei mais viver sem a minha menina do all star vermelho. – o sorriso em seu rosto era tão largo e bobo quanto o meu deveria estar, como também as lágrimas de felicidade que escorriam pelos nossos rostos. – Te quero, . Pra sempre.
- E eu quero esse , o meu Príncipe, eternamente ao meu lado.
E, com um sorriso, os lábios de colaram aos meus, numa ternura e carinho misturados com a chuva sob nossas cabeças, tornando aquele momento o único que eu queria estar.
Com ele.


THE END



Nota da Autora: Oiii, estrelinhas *-*
Credo, que brega. Eu normalmente não sou assim, mas hoje eu acordei num ataque de fofura, chamando todo mundo de estrelinha e cute cute. Me envergonho >.<
Mas então, o assunto aqui é fic: O que vocês acharam? Será que atingi meu objetivo com vocês? Digam-me o que vocês achavam dele no iníco, no meio e no final da fic, preciso sabeeeer!
Apesar de tudo, tenho orgulho dessa short, mesmo ela sendo meio tosca, eu comecei e terminei no mesmo dia *-* MEU RECORDE, SENHOR!
E vocês não estão interessadas nas minhas realizações pessoais, pois é. mimimi. -qq KKK
Comentem, por favor, isso deixa a vida dessa autora maluca feliz e dá inspiração pra novas fics \õ/
Beijundaaas, bonitas do meu Brasil :*
Xoxo Juubs Riboli

ps:
essa foi a n/a mais esquista que eu já fiz :S kk

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Nota da Beta: Qualquer tipo de erro encontrado nessa atualização, contacte-me por e-mail, não utilizem a caixa de comentários. Obrigada, espero que gostem da fic. XX