beta: Paah Souza.



Capítulo 1

São exatamente dez horas da manhã e estou jogado na minha cama, com um gosto terrível em minha boca e um peso enorme em minha consciência, os guys sempre falaram que esse dia iria chegar, mas eu nunca levei isso muito a sério, afinal, eles são homens e homens nunca sabem o que dizem. É, eu me encaixo nesse grupo também, por isso mesmo que falo isso, mas, dessa vez, eles estavam certos.
Acordei com minha namorada entrando em meu quarto essa manhã e aposto que não foi aquilo que ela queria ver, eu simplesmente não faço a mínima idéia de quem é essa garota deitada ao meu lado agora, mas essa não é a primeira vez que acontece, mas sim a segunda vez que a viu, ela não podia e nem merecia ter visto isso, eu sei que sou um completo idiota, mas quando bebo eu nunca o sei o que esperar de mim, só sei que sempre dá merda, mas não uma tão grande como essa.
A primeira coisa que vi foi a chorando diante de mim e me perguntando por que, o porquê de eu fazer ela passar por isso de novo. Eu não soube responder, nem eu mesmo sei por que faço isso com ela. Ela simplesmente virou as costas e saiu. Ouvi a porta de entrada bater e não fiz nada para impedir que ela fosse embora. Afinal, o que eu ia fazer, chegar nela e falar “Não é nada disso que você está pensando”? Ela simplesmente viu e, claro, era tudo o que ela estava pensando, mas não pelos motivos lógicos, que eu a estava traindo com uma amante minha. Essa menina do meu lado não era exatamente nada para mim, apenas uma diversão, aliás, eu nem sei o que ela ainda está fazendo aqui. Eu amo e sempre amei minha menina, eu apenas não entendo a conseqüência dos meus atos, e só de ver mais uma vez ela sofrendo por minha causa, isso acaba comigo. Como eu posso deixar ela sofrer tanto quando o meu papel é protegê-la de tudo que faça-a sofrer? Eu não mereço tudo que ela faz por mim.
Eu me virei e observei a “desconhecida” deitada ao meu lado, enrolada em meus lençóis e dormindo tranquilamente enquanto meu mundo caia.
Fiquei fitando o quarto durante alguns minutos e parei em uma das milhares de fotos que a espalhou em meu quarto; nós estávamos sentados no parque que tinha perto de nossa casa quando eu peguei e a beijei pela primeira vez. Foi uns dos melhores dias da minha vida aquele, mas podemos dizer que acarretou uma longa história por causa desse dia. Ela é a garota mais perfeita do mundo, e eu sou um idiota imaturo que não consegue segurar a coisa mais preciosa na minha vida.
- Bom dia, docinho. – ouvi a garota ao meu lado resmungar, que diabos essa garota pensava que eu era pra me chamar de docinho? Fiz uma careta pra ela e voltei a olhar para frente. – O que aconteceu, gatinho? Não gostou da noite? – ela perguntou e passou a mão em minha bochecha, tirei sua mão no mesmo instante, como eu pude pegar uma menina dessas? Haha, arrependimentos não valem de nada .
- Qual é seu nome? – eu perguntei, sem a mínima vontade de realmente saber, afinal esse nome acabou com minha vida.
- Você não se lembra? – a menina pareceu zangada, agora ainda devo satisfação.
- Você deve ter percebido que eu estava bêbado ontem a noite. Por que eu deveria lembrar seu nome? – eu perguntei áspero.
- Nossa, o que foi que eu te fiz garoto? – ela se sentou na cama.
- Exatamente tudo, você simplesmente acabou com minha vida. – eu disse e senti algo escorrendo em meu rosto.
- Desculpa então, não sabia que uma simples noite podia acabar com a vida de alguém – ela levantou e começou a pegar suas roupas jogadas no chão.
- Não, desculpa-me. Eu estou sendo muito grosso, você não tem nada a ver com isso. – eu disse voltando a olhar para frente.
- Você quer conversar? – ela perguntou já vestida.
- Não, eu quero ficar sozinho. – eu disse, mas eu não olhei para ver o rosto dela.
- Tudo bem então, tchau. – ela virou-se e saiu batente a porta atrás de si.

Eu continuei observando as fotos grudadas nas paredes. Eu não sei mais o que dizer, a viu tudo com seus próprios olhos, não tinha nada que eu pudesse fazer para apagar isso da cabeça dela. Eu era o errado aqui, como sempre.
Levantei e fui em direção ao banheiro, precisava tomar um banho para esfriar a cabeça. Abri a torneira da banheira e esperei ela encher, enquanto olhava para o espelho e relembrava nossa história.

Capítulo 2

‘Flashback’

- Pára, ! – falava rindo enquanto tomava uma boa dose de cócegas. Como eu amava vê-la rindo.
- Só se você falar que me ama – que coisa mais careta, – ela me mostrou a língua.
- , você sabe o que dizem quando uma pessoa mostra a língua? - eu perguntei pervertido.
- Ah, não! – ela fez uma cara de sofredora e saiu correndo rindo.
- ESPERA, ! – eu disse, e sai correndo atrás da garota.

Quando entrei na sala de aula, meu lugar ao lado dela estava vago como sempre. Acho que todo mundo já sabia que eu gostava dela, será que só ela não via isso? Bom, mas hoje eu precisava tomar uma decisão, eu precisava mostrar a ela o quão eu a amo. Eu não agüento tê-la apenas como minha melhor amiga, eu preciso de algo a mais e só ela é capaz de fazer isso, só ela ... .

- Oi – falei sentando-me ao lado dela.
- Oi, , como está? – ela simpática como sempre.
- Estou ótimo, meio nervoso na verdade, mas isso não importa – disse abrindo meu sorriso que ela tanto gostava.
- O que aconteceu? – Ela virou-se para mim.
- Nada na verdade, nervoso não é a palavra certa, talvez, ansioso seja a palavra correta.
- Posso saber o por quê?
- Mais tarde eu te conto – eu pisquei para ela.
- Ok – ela sorriu e virou-se para frente, voltando a escrever em seu caderno.
- O que você tá escrevendo?
- Nada demais – ela sorriu – Tentando escrever uma música na verdade - ela disse envergonhada.
- Ohh, temos uma compositora no meio de nós? Talvez possamos usar na banda, se você deixar, claro – É eu não contei, mas eu e meus amigos , e temos uma banda, nada famosa, estamos apenas começando, mas um dia quem sabe seremos astros do rock. Ah! O nome dela é McFLY.
- Mas ela nem é tão boa, e nem terminei ela ainda. Foi apenas um sonho que tive.
- Posso ver? – Eu disse, olhando por cima de seus ombros.
- Claro, por que não? – Ela arrancou a folha do caderno e me entregou – Nem repara, é só um rascunho.
Olhei para a folha e tinha algumas coisas rabiscadas, mas legível, então comecei a ler.

I wonder what it's like to be loved by you
(Eu me pergunto como é ser amado por você)
I wonder what is like to be home
(Eu me pergunto como é estar em casa)
And I don't walk when there's a stone in my shoe
(E eu não ando quando tem pedras em meu sapato)
All I know that in time I'll be fine
(Só o que eu sei é que com o tempo eu ficarei bem)

I wonder what it's like to fly so high
(Eu me pergunto como é voar tão alto)
Or to breathe under the sea
(Ou como respirar embaixo d´agua)
I wonder if someday I'll be good with goodbyes
(Eu me pergunto se algum dia eu serei bom com despedidas)
But I'll be ok if you come along with me
(Mas eu ficarei bem se você vier comigo)

Such a long long way to go
(É um longo, longo caminho para ir)
Where I'm going, I don't know
(Para onde eu estou indo, eu não sei)
I'm just following the road
(Só estou seguindo a estrada)
Through a walk in the sun
(Caminhando sob o sol)
Through a walk in the sun
(Caminhando sob o sol)

I wonder how they put a man on the moon
(Eu me pergunto como eles colocaram um homem na lua)
I wonder what is like up there
(Eu me pergunto como é lá... )
I wonder if you'll ever sing this tune
(Eu me pergunto se algum dia você cantará essa canção)
All I know is the answer is in the air
(Tudo que eu sei é que a resposta está no ar)


- Está linda, – eu olhei para ela e sorri.
- Você gostou? – Ela perguntou, entusiasmada.
- É claro – eu disse devolvendo-lhe a folha.
- Não, não precisa, pode ficar se quiser – Ela me deu a folha de volta.
- Sério? – perguntei.
- É, ela nem está terminada, mas acho que você vai fazer um trabalho melhor que o meu.
- Mas ela está tão bonita assim. Mas mesmo assim obrigado, vou ver o que consigo fazer de melhor, prometo – ela sorriu e voltou seu olhar para frente onde o professor acabara de entrar.
- Muito bem, hoje vamos começar a falar sobre a genética – Ouvi o professor falar e depois me perdi em pensamentos lendo aquela música que ela tinha escrito.

Quando o sinal da última aula bateu, pegamos nossas coisas e fomos em direção a saída, onde já havia milhares de pessoas e realmente foi difícil achar os guys, com quem eu iria para casa hoje. estava ao meu lado ajudando-me a achar eles.
- Hey, , não foi embora ainda? – chegou do nada todo animadinho parando bem em frente a MINHA menina.
- Ai que susto, ! – falou, colocando a mão no coração.
- Desculpa linda – Ele piscou para ela, eu tenho certeza de que ele faz isso só pra me irritar, mas deixa ele que um dia o troco virá. Afinal, eu não podia falar nada, ainda não era a MINHA garota e sim minha amiga e amiga deles também, por mais que isso seja triste.
- Hey, tá fazendo o que aqui ainda, tia? – chegou todo lambuzado comendo algo extremamente meloso – Quer? – ele ofereceu passando seus dedos sujos na bochecha da menina.
- Eca, ! – Ela disse limpando sua bochecha.
- Quer uma carona pra casa? – disse animado.
- Não, não precisa, eu vou andando. Está um dia bom pra caminhadas, apesar de estar meio gelado, eu consigo ver um pouco de sol – ela levantou suas mãos sobre seus olhos como se estivesse vendo algo distante.
- Tudo bem então, estamos indo – virou-se e caminhou em direção ao seu carro com e ao seu alcance.
- A gente se vê então! – Ela me disse dando-me um beijo na bochecha.
- Hey – segurei em seu braço – Nós poderíamos fazer algo a noite, né?
- Claro, o que? – ela sorriu
- Passa lá na casa do mais tarde, depois nós resolvemos – eu disse e devolvi o beijo que ela me dera antes e virei-me em direção ao carro – Até.

Passamos o dia ensaiando, bagunçando, comendo, bebendo, jogando... Tudo o que nós realmente gostamos. Já eram quase sete horas quando alguém bateu na porta e em seguida entrou.
- Cheguei – disse toda feliz, entrando na garagem do .
- Hey, ! – a cumprimentou.
- Acabou? – perguntou ela sentando-se em um pequeno sofá que tinha ali.
- Já sim, eu estou indo, dudes. A gente se vê – disse mandando beijos para os guys, eu sei que isso é gay, mas é divertido.
- Tchau, meninos – ela disse saindo pela porta. Fui andando logo atrás dela, mas antes de sair olhei para os meninos e pisquei.
- Onde nós vamos? Está nevando lá fora – Ela disse pegando seu casaco que havia deixado pendurado na porta de entrada.
- Ótimo, já sei onde nós podemos ir – Vesti meu casaco e saí da casa, colocando meus braços por cima de seus ombros.
- Ai, , você é pesado – ela disse empurrando meu braço.
- Eu sei – Eu disse, mas mesmo assim não tirei meu braço de lá, apenas aliviei o peso.
Fomos caminhando em direção a pista de patinação, ela amava aquele lugar e eu sabia disso muito bem. Passamos nossos melhores momentos brincando lá, e aquele definitivamente era o melhor lugar para o assunto que eu tinha que falar.
- Não acredito que estamos indo patinar, quanto tempo que nós não vínhamos – Ela disse com um brilho no olhar.
- Por isso mesmo que te trouxe aqui – peguei em sua mão e andei mais rápido, indo em direção à entrada da pista.
Colocamos os patins e entramos, segurei em suas mãos e começamos a andar, mesmo patinando desde criança, eu sabia do medo que tinha de cair. A pista não estava tão cheia hoje, apenas alguns casais e crianças com seus pais. Ficamos andando durante um bom tempo e quando a pista já estava quase fechando, resolvemos sair e dar uma volta.
Caminhávamos sem saber direito aonde estávamos indo, até que encontramos uma balança em uma praça onde tinha um parquinho, soltou de minhas mãos e correu para sentar em um dos bancos que tinha ali.
- Criança como sempre – eu disse sorrindo, indo atrás dela e sentando no banco ao seu lado.
- Deixa eu ser feliz, – ela me mostrou a língua, eu apenas sorri para ela e continuei a observá-la sentada ao meu lado.
- Hey, sabe o que eu quero? – ela me perguntou levantando e pegando a sua bolsa que ela havia colocado no chão antes de sentar na balança.
- O que você quer, ?- eu perguntei tentando ver o que ela estava procurando, ela tirou de dentro uma máquina fotográfica, ela e essas manias de tirar foto, ela diz que quando faz algo que a deixa feliz ela quer deixar o momento guardado para sempre. sempre .
- Fotos – ela disse balançando a máquina nas suas mãos e caminhando na minha direção. Ela sentou-se em meu colo e encostou seu rosto no meu - Tá, agora diz: Eu amo a – ela falou e bateu a foto, eu devo ter saído um caco na foto, eu não estava preparado.
- Agora tira outra, mas essa você me dá, ok ? – eu perguntei e pressionei nossos lábios a hora que o flash disparou, ela levou um susto, mas não se afastou.
- - ela sussurrou meu nome um pouco baixo, mas eu escutei.
- Não diz nada agora – eu disse e então voltei a grudar nossos lábios de novo em um beijo, pedindo espaço para minha língua passar, quando ela abriu a boca eu entrelacei uma de minhas mãos em seu cabelo puxando-a mais próxima a mim, e passei minha outra mão em volta de sua cintura. Senti seus dedos em meu rosto e logo se escorregaram para minha nuca, juntando nossos corpos o mais próximo que conseguíamos. Parei o beijo dando um selinho nela e pequenos beijinhos ao redor da sua boca descendo para seu pescoço.
- – ela falou de novo, afastando meu rosto para que ela pudesse me olhar.
- Desculpa, , mas eu precisava fazer isso, eu não estava mais agüentando – eu disse, enquanto ela me olhava sem falar nada. O silêncio que veio a seguir foi constrangedor, eu, pela primeira vez, não sabia o que dizer, era algo totalmente novo para mim, nunca tinha sentido isso por mais nenhuma menina além dela.
- Não precisa se desculpar, eu entendo – ela disse sorrindo de lado.
- Entende? – eu perguntei franzindo a testa.
- É, entendo, sabe ... Eu gostei disso – ela disse um pouco tímida.
- Sério? – confesso, fiquei surpreso.
- É, eu acho que também meio que ... Que queria que isto acontecesse – ela falou desviando seu olhar do meu, eu peguei em seu queixo e puxei seu rosto de volta para olhar em seus olhos.
- Sabe, eu quero dizer isso há um bom tempo já, mas eu não sabia por onde começar – eu disse e ela sorriu como se pedisse para eu continuar a falar – eu gosto de você, . Eu nunca senti o que eu sinto por você por ninguém, e, na verdade, eu acho que eu estou apaixonado por você. Eu te amo, e não apenas como amigo, eu te amo como um homem ama uma mulher, e eu sinto que você é especial para mim – ela abaixou a cabeça quando eu falei isso, eu senti em pouco de medo em seus olhos.
- , – ela começou falando e deu um longo suspiro - eu também gosto de você, e também acho que o jeito que eu gosto de você é um pouco a mais do um amigo sentiria, mas ... – ela voltou a olhar para baixo – eu não se estou pronta para te amar, . – eu não entendi o que ela quis dizer com isso.
- O que você quis dizer com isso, ? – eu perguntei levantando novamente seu queixo.
- Eu te conheço, , eu sei como você é, eu sei que você já traiu muitas meninas que gostavam de você, e você não ligava para isso. Você apenas dava um fora nelas e continuava sua vida, sem se importar em como elas ficavam depois que você terminava o namoro. Eu sei que quando você sai com os meninos, você fica com milhares de meninas em uma noite, e eu não gosto disso particularmente, eu nunca gostei desse sei jeito de ser. Eu nunca disse nada, afinal, você era apenas meu amigo e essa é a única coisa que eu não gosto em você, e eu sei que se eu admitir pra mim mesma que eu te amo, eu vou sofrer as conseqüências depois – ela disse e eu vi uma lágrima escapar de seus olhos.
- Então você está querendo dizer que você não vai ficar comigo? – eu perguntei me sentindo horrível por dentro, ver que ela me achava assim, como pessoa, não era legal de se ouvir.
- Não que eu nunca vou ficar com você, eu só quero ter a certeza que o que essas meninas passaram em sua mão, não acontecerá comigo.
- E se eu falar que isso nunca vai acontecer? – eu disse, olhando com esperança em seus olhos.
- Só palavras não bastam, . Eu quero ver atitude – eu senti seus dedos gelados pressionarem minha bochecha. – Desculpa ter que falar isso para você, mas isso é realmente preciso para mim. Eu preciso ter essa segurança em você e não duvidar das coisas que você falará para mim, eu realmente não quero isso – eu abaixei meu rosto dessa vez olhando para o chão sem saber o que dizer, ela levantou meu olhar e quando eu encontrei seus olhos novamente ela perguntou – Faz um favor para mim?
- O que eu não faço por você, ? – eu disse a maior verdade de todas, o que eu não faria pela minha menina?
- Prove para mim que você realmente vai mudar e vai ser somente meu e de mais ninguém? – ela disse me encarando – Prove que você vai ser melhor e quando estiver pronto prometa que nunca me desapontará? Prove que você é melhor do que eu penso e que eu vou ir dormir sem ter a preocupação de que tenha outra menina junto com o meu ? – foi a primeira vez que ela disse isso para mim, meu coração bateu mais rápido quando ela disse “meu ”, era tudo o que eu precisava ouvir para provar para ela que eu serei uma pessoa melhor, e que eu a merecia como nenhum outro cara neste mundo merecia.
- Eu vou provar para você, minha menina. – eu disse e então dei um beijo em sua testa. Ela encostou sua bochecha na minha e deitou a cabeça em meus ombros como se estivesse cheirando meu pescoço, isso me fez arrepiar e ela sentiu isso, então ela deu um beijo meu pescoço e levantou-se de meu colo me puxando para que eu me levantasse também.
- Vamos que está ficando tarde já – ela falou entrelaçando seus dedos entre os meus por cima da luva – Você não quer que aconteça nada com sua menina, certo? – então ela piscou para mim.
- Eu nunca deixarei nada acontecer com você – eu disse e a abracei colocando minhas mãos em sua cintura.
- Eu sei que não – ela sorriu e então continuamos a andar de volta para a sua casa.

Capítulo 3

‘Continuação do Flashback’

Hoje eu dormi até um pouco mais tarde, era sábado e eu não tinha nada marcado para fazer de tarde. Não tínhamos ensaio hoje porque de noite ia ter uma reunião de amigos na casa do , como nós costumamos chamar, mas não é uma simples reunião. Eu nunca soube da onde o conhecia tanta gente, mas essas reuniões na casa dele sempre eram as melhores. Desde quinta para cá, eu e a nos comportamos como sempre fomos, melhores amigos e não passou disso, a não ser alguns olhares que às vezes ela lançava para mim, mas eu ainda estava tentando provar a ela que ela poderia confiar em mim. Eu precisava disso, eu amava aquela garota, e eu não achava isso nada clichê, pois eu acho que ela está certa em achar isso de mim e desconfiar, pois eu realmente não sou um exemplo de namorado. Mas eu juro que com ela eu vou tentar dar meu máximo, ela é a minha menina e eu sou o menino dela, a gente foi feito um para o outro e nada vai mudar isso. Ouvi meu celular tocando e fui atender.
- Hey dude, você vai vir que horas aqui pra casa? – me perguntou entusiasmado.
- Eu acabei de acordar, vou tomar um banho e me vestir, daqui a pouco eu vou ai te ajudar – eu disse com uma voz de sono.
- Ok, te espero, os outros já estão aqui. – ele me disse enquanto mandava alguém calar a boca ao fundo.
- Esses ai madrugam, falando nisso, que horas são? – eu perguntei olhando para o lado e vendo que meu relógio havia quebrado.
- Madrugaram nada, você que dormiu demais. Já são quase 4 horas, e você sabe que o povo começa a chegar lá para umas 9, certo? – ele estava falando rápido demais para eu entender perfeitamente o que ele estava falando, eu havia acabado de acordar e estava meio tonto por dormir demais, e ele ainda estava falando comigo e com mais alguém que estava ao seu lado que eu não consegui identificar quem era.
- Caramba, já é tudo isso? – eu disse, mas não me mexi para levantar – daqui a pouco eu to chegando ai, até – e desliguei o telefone, quando olhei para o visor tinha uma nova mensagem da , eu sorri quando vi seu nome, abri a mensagem.

Saudades de você!
Acho que te vejo a noite na casa do . Não esqueça de sua promessa, estou contando com isso.
Te amo, sua menina <3


Eu sorri feito um retardado quando acabei de ler a mensagem, ela me surpreendia com essas coisas, como sempre, ela vivia me surpreendendo, isso não era novidade, e eu amava isso nela.

Quando acabei de tomar meu banho me vesti e fui direto para a casa do , parando no mercado e comprando algumas coisas que eu disse que ia levar. Devia ser por isso que ele estava meio que me ligando toda hora. Só durante meu banho, que foi rápido diga-se se passagem, ele me ligou 3 vezes. Eu sempre me atraso para as coisas, isso é fato, mas não precisa me apressar tanto também.
- Cheguei – eu abri a porta da casa do , e me deparei com limpando o chão. Eu não agüentei e cai na risada, aquilo foi hilário.
- Que foi, nunca viu, não? – já meio mal-humorado disse virando o rosto para me olhar.
- Lógico que já vi, mas não um cara com um avental limpando o chão de quatro, o que é isso? – eu perguntei ainda rindo.
- Ele perdeu no jogo – disse sentado no sofá comendo alguma coisa, como sempre.
- Esta explicado, pensei que os dotes de limpeza do haviam se aflorado – olhou com uma cara feia para mim.
- Não enche cara, isso já é humilhante demais – eu quase tive dó dele agora.
- Cadê o ? – eu perguntei olhando em volta.
- Esta lá na cozinha, e ele tá louco com você – disse
- O que foi que eu fiz? – eu perguntei na maior inocência e fui em direção a cozinha.
- Cheguei, e ai dude? – falei colocando as coisas em cima da mesa e sentando na bancada que tinha ali.
- Você sabe que horas são, ? – ele me perguntou e não me deu a chance de responder – São sete horas da noite, e como você me diz que estaria aqui em apenas alguns minutos, e ainda por cima me trás as cervejas todas quentes, eu mereço.
- , você está parecendo uma mulher reclamando, e eu trouxe quente porque não tinha gelada. E por que a pressa? – eu perguntei por fim.
- Eu ia fazer umas coisas com umas bebidas aqui, e isso leva algum tempo, mas acho que dá tempo ainda – ele falou, mas parecia que ele estava falando mais para si mesmo do que para mim.
- Ok, Ok – eu disse acenando – Quer ajuda?
- Não, deixa quieto.
- Ok então – eu levantei da bancada e fui me juntar com os meninos na sala.
Ficamos jogando vídeo-game para passar o tempo, mas sem nenhuma aposta dessa vez, o havia se arrependido de ter apostado com o na última. Passamos algum tempo jogando e já estava na hora de o povo chegar, nós fomos pegar as cervejas e trazer um pouco para sala enquanto observava as pessoas entrando, mas eu estava esperando apenas uma única pessoa que parecia que não chegava nunca. Então, fiquei sentando bebendo algumas latas de cervejas e aquelas bebidas estranhas que o tinha preparado.
Passou algum tempo e já não agüentava mais ficar parado ali, o som estava alto e para todo lugar que olhava tinha gente se pegando, e eu aqui, tentando cumprir com a minha promessa de se tornar uma pessoa melhor. Eu estou tentando, juro.
Minha latinha de cerveja acabou e não vi mais nenhuma em volta, então resolvi ir até a cozinha pegar outra. Quando me levantei, vi que já estava um pouco tonto, mas nada que mais uma latinha iria prejudicar, fui em direção a cozinha.
Peguei mais uma lata de cerveja e estava voltando para o sofá para esperar a chegar, ela estava demorando demais, eu estava me perguntando se ela ainda viria. um pouco antes de chegar ao sofá, ouvi alguém chamando meu nome e me virei para olhar, quando vi quem era, eu realmente preferi não ter ouvido, ela veio em minha direção chegando próximo demais e colocando as mãos em minha cintura.
- Oi, , quanto tempo, heim?! – ela disse dando um beijo na minha bochecha, mas também muito próximo de minha boca. Ai, que merda! Eu não posso quebrar a minha promessa para a , não posso.
- Oi, Kathy – eu disse tentando ser simpático – Muito tempo mesmo.
- Não sabia que estaria aqui hoje – ela disse sorrindo e me puxando para sentar com ela no sofá.
- É, é meu amigo – eu queria sair dali, se eu ficasse muito mais tempo eu não me comprometeria sobre meus atos.
- Hm, que bom te ver aqui então – ela deu aquele sorrisinho safado e aproximou seu rosto de mim, eu tentei afastá-la.
- Sabe o que é, Kathy, essa não é a melhor ho... – eu comecei a falar, mas ela veio e me beijou. Caramba, entende o meu lado, o que eu ia fazer? Rejeitá-la quando ela simplesmente veio e me beijou? O que mais eu poderia fazer? Eu estou meio bêbado já e não tenho cem por cento de controle sobre o que eu faço ou deixo de fazer. Eu, então, não fiz nada, só a beijei de volta, torcendo para que a não chegasse exatamente agora. Kathy passou os seus braços envolta do meu pescoço e continuou a me beijar com mais vontade.
Neste mesmo instante ouvi a voz que eu estava esperando por toda a noite, mas justamente agora, eu não queria ouvi-la.
- Eu não acredito nisso – ouvi a voz da próximo a mim, soltei da Kathy no mesmo instante e então encarei o rosto perplexo da enquanto Kathy olhava para mim sem entender nada - É assim que você quer provar que me ama?É assim que você vai provar que você merece meu amor? – continuou a falar, música de fundo tinha parado e todos ao redor viraram-se para nós olhar - Eu pensei realmente que você poderia mudar, mas pelo visto isso é um sacrifício muito grande para você. Sabe, eu cheguei a sonhar que um dia nós poderíamos ficar juntos, mas pelo que eu vi parece aqueles contos que minha mãe contava quando criança, aqueles que nunca se tornam realidade. Eu cheguei realmente a acreditar em suas promessas – ela parou segurando o choro e abaixando seu rosto por apenas alguns segundos enquanto eu me mantinha imóvel sentado no sofá, sem saber o que falar – Oh, eu realmente fui uma idiota de ter acreditado em você – ela levantou o rosto com uma magoa escondida em sua face e dando um sorriso cínico, de um jeito que eu nunca a tinha visto antes, ela virou-se em direção a porta e olhou novamente para mim, mexendo em sua bolsa e pegando algo dentro. Eu logo identifiquei, era nossa foto de dois dias atrás, quando eu tinha feito a promessa a ela, que eu iria provar que merecia seu amor. Grande prova essa, ! Ela então olhou a foto e jogou-a em minha direção – Aqui, sua foto – e então eu vi as lágrimas de decepção escorrendo pelo seu rosto, ela virou-se novamente em direção a porta e saiu batendo-a atrás de si.
Eu não sabia o que dizer, o que fazer, não sabia exatamente nada. Como posso ter sido tão idiota e ter feito isso com ela? Eu deveria começar a aprender as conseqüências dos meus atos, e para isso eu tinha que errar primeiro? Eu olhei em volta e todos ainda olhavam para mim, Kathy se levantou do sofá e saiu não sei para onde. Os guys me encaravam sem saber o que dizer também, foi quando o passou por mim.
- Eu vou lá falar com ela – ele disse e saiu atrás de para tentar acalmá-la. Eu não tinha coragem de aparecer diante dela agora, eu a fiz sofrer, e odiava ter essa sensação. Isso me machucava por dentro, mas eu merecia isso e muito mais, eu trai a confiança da pessoa mais especial para mim neste mundo, e não sei o que fazer para recuperá-la de volta.
- Eu avisei, – Passou um meio decepcionado, o que era agora? Ele também estava chateado?

Todos da sala já tinham voltado a dançar, beber, se pegar, enquanto eu sentia uma dor imensa dentro de mim. Eu me sentia sozinho sentado naquele sofá, observando a foto que tinha deixado sobre mim. Começaram a cair gotas na foto e eu sabia o que aquilo significava, sim, significava a dor, a decepção, olhei pra cima e encostei minha cabeça no sofá. Agora, não controlava mais aquelas benditas lágrimas que insistiam em cair, estava sozinho, estava sozinho agora... Somente sozinho.

Acordei no sofá do , com nossa foto em meu lado. Levantei-me e fui lavar o rosto, afinal, conhecia aquela casa com palma da minha mão. Andando pela casa, percebi que estava uma zona, mas precisava ir para casa e dessa vez não ajudaria . Deixei um bilhete em cima da bancada escrito o seguinte:

Estou indo para casa, depois te ligo. x

- Não vai nem pedir desculpas a ela? – um de boxers me surpreendeu.
- Ah, como se ela fosse aceitar – realmente as ideias do não eram as melhores.
- Faça algo que a surpreenda – disse ele, colocando um copo d’água e uma pílula em cima da bancada – Toma isso, é pra dor de cabeça.
- Obrigado, – disse, pegando rapidamente e tomando-a, aquela dor estava me matando - Mas o que poderia surpreende-la? Ela já é uma caixinha de surpresas – E nisso, eu não menti.
- Faça o seu melhor, – e ele sumiu de minha vista. Eu sempre falei que ele tinha capacidades de mágico.

Capítulo 4

‘Continuação do Flashback’

Em casa, novamente, estava eu pensando em uma forma de surpreender essa menina. O que e poderia fazer? Ah, nada que eu faça será bom o suficiente. Deixei meus pensamentos de lado e levantei da minha cama. Fui até uma cadeira onde havia jogado meu casaco e de dentro do bolso tirei a foto de nós, então a pendurei no meu quadro de fotos, que além de ter esse nome passou anos vazios e agora sim, uma foto que valia a pena colocar nele. Digamos que passei uns bons 10 minutos a observando, cada detalhe, cada expressão do rosto dela. Oh! Como eu pude ser tão idiota, meu Deus? Meus pensamentos foram interrompidos pelo meu celular vibrando, era uma mensagem e por mais que parecesse patético, cheguei a acreditar por um segundo que era ela, mas era .

Você vem ensaiar hoje? -
xx
Não, não estou bem, vejo vocês amanhã. -
xx
Quer que nós vamos até sua casa? -
xx
Não precisa, dude, mas você falou com a ontem? -
xx
Não deu tempo, ela já tinha pegado um táxi, mas eu e os dudes estamos pensando em ir na casa dela hoje -
xx
Não precisa, é melhor deixar ela um tempo sozinha, amanhã vocês vêem ela -
xx
Ok então, te vejo amanhã também, Até -
xx
Até -
xx


Joguei o celular em cima da cama e me sentei, olhando o mundo passar em minha volta. O que eu iria fazer pra tê-la de volta? Me virei tentando esquecer TUDO, aquilo não era legal, até que me deparei com uma folha, a música da , é isso. Terminei de escrevê-la e já era no finzinho da tarde, o que iria fazer agora? Não podia simplesmente bater na porta da casa dela e entregar uma folha sem ao menos pedir desculpas, mas se eu pedisse desculpas ela iria fechar a porta na minha cara, depois de pensar, pensar, pensar, resolvi fazer algo útil. Não estava mais agüentando a dor dentro de mim, como eu sou sujo.

Estou indo na casa da -
xx
Você está louco? -
xx
Não louco, apaixonado, . Mas não foi você que falou para eu fazer algo impressionante? -
xx
Sim, mas aparecer na casa dela não é impressionante -
xx
Farei o meu melhor, até -
xx
Boa sorte então, dude, até -
xx


Sei que eu mesmo disse que as idéias do não eram para serem seguidas, mas dessa vez ele falou sério.
Estava seguindo para casa da , sabia aquele caminho de cor, mas os segundos não passavam e os minutos pareciam horas. Parei no farol e fiquei fitando as ruas, calçadas, como estava todo mundo feliz... Uma loja me chamou a atenção, uma loja de jóias na verdade, e então parei o carro no estacionamento e fui até lá.

- Boa Tarde, posso ajudar? - falou um senhor de idade, simpático.
- Estou procurando uma corrente, de coração na verdade.
- De ouro?
- Não exatamente, a corrente sim, mas eu gostaria que o coração fosse de cristal, vocês tem?
- Claro, aqui estão alguns modelos que nós temos – o simpático idoso disse, me mostrando algumas opções. Na verdade todas eram lindas, mas uma em especial me chamou a atenção. Ela era de tamanho médio, com um coração um pouco maior que as outras.
- Essa – apontei para a jóia – Será que você poderia escrever ““ no meio do coração?
- Só um instante e já volto com a corrente pronta para o senhor.
- Tudo bem.
Alguns minutos depois, o velho homem voltou trazendo minha corrente. Confesso que melhor não ficaria, estava escrito ““ com um coração. Paguei e sai da loja dizendo um obrigado. Guardei a corrente dentro do carro e andei três lojas seguintes, uma floricultura. Comprei um buquê com lírios brancos e rosas vermelhas, como ela ama essas flores. Segundo ela, quando se casar o buquê dela vai ser assim.
Voltando as movimentadas ruas de Londres, segui direto à casa de , chegando em um aconchegante bairro de classe média, mas devo admitir que a casa dela era a mais bonita. Estacionei o carro na rua e peguei somente o buquê, enquanto seguia em direção em sua casa. Minhas mãos estavam trêmulas e eu estava suando demais. Reparei que a luz de seu quarto estava acesa e um som alto vinha de lá, algo como Ocean Avenue do Yellowcard, e, então, resolvi bater em sua porta e uma figura muita conhecida por mim, atendeu.
- Olá, – disse a Srta .
- Oi, a está aí ?- Srta pareceu olhar para minhas mãos e viu um buquê, ela deu um sorrisinho como ‘ah, crianças’.
- Está lá em cima, pode subir – ela disse.
- Obrigado – disse gentilmente e subi.

Não preciso nem dizer que a cada passo que eu dava, eu suava mais e mais, parei em frente a porta que tanto conhecia e temia em bater, até que bati.
- Quem é? – disse , e eu não respondi. Será que mais uma vez vou ser covarde? Será que mais uma vez vou perder essa menina? Caído em pensamentos, percebi que alguém abriu a porta – ? – disse ela – O que você está fazendo aqui?
- Eer .. Posso entrar?
- Por que eu deixaria? – ela agora estava áspera e limpando seu rosto.
- Porque acho que temos que conversar, e eu tenho essa certeza aqui dentro – apontei pro peito – que nada foi em vão, nem nossa amizade.
- Entre – ela me deu espaço para passar e fui sentar em sua cama enquanto ela ia abaixar o rádio – Então, o que é que você quer? – ela virou-se para mim me encarando.
- Eu quero que você aceite um convite meu, quero te levar a um lugar.
- Você só pode estar louco, por que confiaria mais uma vez em você? – sim, para isso eu não tive resposta e então falei a verdade.
- Por que você não confiaria em mim? Vamos sair como amigos, e na minha amizade eu sei que você pode confiar.
- Eu não sei nem mais quem é você, será que você se chama ? Será que você é capaz de amar alguém como me disse? Será que você é capaz de cuidar de mim como você sempre fala? Será que você é capaz de voltar a ser quem você era? Será que você é capaz de ser meu menino de novo? Será que você é capaz de ter algum sentimento? Será que você é capaz de falar a verdade? São tantas perguntas... – agora ela tinha desmoronado, na verdade, eu não sabia quem eu era.
- Me dê somente uma chance para provar pra você que sou capaz de te fazer feliz, essa é a única certeza que eu tenho – disse – Isto daqui é pra você – dei-lhe as rosas. Ela não disse nada, apenas encostou-se na parede e chorou, isso era cruel, e, mais uma vez, por mim – Vamos, , só mais uma chance, quero te levar a um lugar especial.
- Não acredito que estou indo com você – ela disse simplesmente isso.

Capítulo 5

‘Continuação do Flashback’

Quando estacionei o carro em frente a praia vazia, eu vi um brilho nos olhos da . Ela amava ver o mar, mas era tão difícil virmos aqui. Esse não era um costume que tínhamos, pois Londres raramente tinha tempos bons, ainda mais nessa época, mas eu sabia que esse era um lugar especial para ela, então eu resolvi trazê-la aqui hoje, afinal, eu esperava que esse dia fosse especial também.
- Praia, ? – ela perguntou olhando para mim.
- É, não está na melhor época para virmos aqui, mas eu sei que você gosta daqui – ela sorriu e então começou a sair do carro.
- Não, espera, deixa eu fazer uma coisa – eu pedi antes que ela abrisse a porta, sai do carro indo em direção a porta dela e abrindo a mesma, ela sorriu para mim.
- Desde quando você é gentil? – ela perguntou.
- Desde quando eu devo desculpa a alguém – eu disse segurando em sua mão, ajudando-a sair do carro.
- Então quer dizer que você só vai ser gentil comigo quando eu estiver brigada com você? – ela me perguntou e nós fomos andando em direção a praia.
- Não, eu sempre vou ser gentil com você, mas hoje é em especial – eu sorri para ela, e ela sorriu de volta para mim. Aquele sorriu me deixou com um pouco mais de esperança no que eu pretendia fazer – Tire seus sapatos – eu disse a ela, tirando o meu também, enquanto ela se abaixava para desamarrar suas sandálias. Eu a ajudei, depois segurei nossos sapatos em minhas mãos e andamos pela areia molhada pela água da chuva que havia caído antes.
- O que nós viemos fazer aqui, ? – ela me perguntou enquanto andávamos em direção à algumas pedras no fim da praia.
- Eu quero te dar uma coisa – eu respondi, mas não falei mais nada, ela apenas desviou seu olhar para meu rosto e depois voltou a andar sem falar nada também.
Quando chegamos as grandes pedras no fim da praia, eu ajudei ela a subir em uma delas e sentei-me ao seu lado, vendo com ela o sol se pôr ao fundo.
- Isso é tão bonito – ela disse olhando para o horizonte – O jeito que os dias terminam e depois vêm outros e outros, mas todos os dias marcam nossas vidas de um jeito diferente, é como se em cada amanhecer uma nova história recomeçasse e no pôr do sol e como se tivemos a resolução dessa pequena parte da história confusa de nossas vidas. – Eu senti que ela estava falando isso mais para si mesma do que para mim, sua voz começou a ficar um pouco mais grossa no final, como se ela estivesse tentando segurar o seu choro.
- Acho que isso é natureza da vida – eu completei seus pensamentos e ela virou seu rosto para me olhar e eu vi que havia uma lágrima escorrendo de seus olhos. Eu levantei minha mão e enxuguei antes que caísse e ela sorriu de canto dos lábios.
- Por que você faz isso? – ela me perguntou deixando a lágrima escapar dessa vez.
- Eu não sei – eu disse e abaixei a cabeça – Eu não sei o que aconteceu ontem, eu não queria que aquilo acontecesse, eu não queria quebrar a promessa que eu fiz a você, eu queria provar a você que eu mereço seu amor, mas de repente tudo saiu do meu controle. Eu estava apenas te esperando quando o Kathy chegou e me beijou – ela torceu os lábios quando eu disse isso – Eu não queria aquilo, eu queria você ali comigo, mas eu não estava sóbrio o suficiente para afastar ela de mim. Eu estava apenas me deixando levar, como eu sempre deixo.
- Você sabe que acabou com todas as suas chances ontem, não sabe? – ela me perguntou, mas não estava olhando para mim, ela estava olhando para seus pés.
- Eu sei – eu disse e ficamos um minuto sem falar nada. – mas eu não queria que acabasse assim.
- O que você quer que eu faça, ? Que acredite em você de novo? Que eu me arrependa de novo e me machuque de novo por uma coisa que eu estava tentando evitar? – ela me disse, deixando as lágrimas correrem agora. – Eu não quero isso para mim, você sabe disso.
- Eu só quero mais uma chance de te provar de novo... – disse olhando em seus olhos agora
- Eu já tinha te dado esta chance e você não aproveitou ela. – ela falou.
- Eu juro que vou conseguir desta vez – eu estava implorando agora.
- Você já jurou para mim, .
- Uma última chance, por favor, é tudo o que eu estou pedindo – eu disse e ela olhou de volta para o horizonte como se estivesse pensando no que responder e deixando o silêncio correr entre nós – Eu te trouxe uma coisa – eu peguei uma caixinha que estava dentro do meu bolso e tirei o colar de lá de dentro. Ela olhou para mim sem entender enquanto eu colocava-o na sua palma de sua mão.
- O que é isso, ? – ela me perguntou olhando para colar e eu vi um pequeno sorriso surgir nos seus lábios misturados com as lágrimas de seu choro.
- É o meu coração – eu disse e ela sorriu um pouco mais dessa vez – Eu quero deixá-lo com você, porque ele pertence a você e é com você que ele sempre vai estar – eu sorri olhando para ela - Eu quero mais uma chance com você, , eu quero você só para mim, e eu serei só seu.
- É tão lindo, – ela analisava o coração desta vez, passando os dedos sobre meu nome.
- Seja minha namorada, . – eu pedi para ela segurando em sua mão.
- Eu não sei, , isso é complicado – ela olhou para mim.
- Apenes aceite, para eu ter a certeza que você será só minha, minha menina.
- E você, ? Você será só meu também? – ela perguntou.
- Eu nunca tive tanta certeza disso – eu sorri e aproximei meu rosto do dela, acabando com o espaço que restava e encostando meus lábios nós dela. Ela deixou que eu a beijasse se entregando totalmente a mim. Passei meus braços sobre sua cintura a puxando para se sentar em meu colo e ela sentou-se e entrelaçou suas mãos em meu cabelo, bagunçando-o. Ficamos nós beijando durante um bom tempo sem falar nada, quando acabamos, ela olhou em meus olhos e abriu um sorriso, aquele sorriso que eu tanto gostava de ver.
- Deixe eu colocar – eu falei, referindo-me ao colar. Ela esticou a mão para que eu o pegasse e então eu levantei puxando-a para ficarmos de pé na areia. Ela virou-se de costas levantando seu cabelo para que eu abotoasse a corrente. Quando a fiz ela soltou seus cabelos colocando a mão sobre o pingente com meu nome e continuou olhando em direção ao mar.
Eu abracei-a pela sua cintura descansando meu rosto em seus ombros e sussurrei o pedaço de uma canção.

Sitting and watching the world going by
(Sentado e olhando o mundo passar)
Is it true when we die we go up to the sky
(É verdade quando nós morremos, que nós vamos para o céu?)
So many things that I don't understand
(Tantas coisas que nós não entendemos)
Put my feet in the sand when I'm walking in the sun
(Coloco meus pés na areia quando estou caminhando sob o sol )
Walking in the sun
(Caminhando sob o sol )


- O que é isso, ? – ela perguntou virando-se para mim.
- Sua música, eu terminei ela hoje, gostou? – eu perguntei olhando para suas expressões.
- Está linda – eu vi o brilho de seus olhos – Eu disse que você faria uma coisa melhor que a minha.
- Nunca vai ser melhor que a sua, é apenas um refrão – eu falei e ela voltou-se para frente a olhar o mar.
- Mas mesmo assim, está linda – ela falou e ficou em silêncio.
- Vamos combinar uma coisa? – eu perguntei.
- O que? – ela respondeu, mas continuou olhando para frente.
- Essa será nossa música, e quando ela fizer sucesso, ela será dedicada a você – ela sorriu e voltou a olhar para mim me encarando e acabando com o espaço entre nós em um beijo.

Capítulo 6

‘Continuação do Flashback’

Bem, hoje faz exatamente um ano que estamos juntos, e as coisas não poderiam estar melhores. Parece que estou tomando um rumo, parece que estou tomando jeito, como diz a , e meu mural agora está repleto de fotos, as fotos de nós dois, dos sorrisos dela, de quando fizemos um mês de namoro no lual da praia só para nós, o de dois meses de namoro quando soltei balões em forma de coração escritos e , o de três meses quando fomos ao parque onde ela tanto amava, aquele dia foi engraçado, estavam só nós dois com guarda-chuvas e comendo sorvete, o de quatro meses quando fomos viajar com minha família, o de cinco meses quando ela me pediu uma coisa especial a noite, sinceramente aquela noite a tornei uma mulher, a cada mês que passava fazíamos algo especial, o de oitavo quando eu fingi que esqueci a data e ela ficou o dia todo trancada no quarto, só a noite que ela viu fogos e saiu, me vendo na janela cantando, aquilo foi engraçado também, e cá estamos nós comemorando um ano de namoro. Hoje vou fazer uma surpresa para ela, vamos à uma danceteria e lá é onde tudo acontecerá.

- Oi, amor – disse , me dando um selinho.
- Oi, pequena – eu a respondi.
- Um ano, hein? – os olhos dela brilharam.
- Como passou rápido, mas olha, quero te fazer um convite: você aceita ir naquela danceteria que tem próxima a London Eye?
- Claro – e nos beijamos.
- Ok, te pego às dez, tudo bem? – perguntei entusiasmado demais.
- Ok, tchau – ela deu-me um selinho.
- Até, te amo – eu disse enquanto a via ir embora, ela virou para trás e mandou beijos no ar.
- Também te amo – e se foi.

Meu celular vibrou, era uma mensagem.
Tudo certo? -
xx
Tudo, vejam se não vão chegar atrasados, dude, marquei com ela às dez. -
xx
Falou o mister ‘chego na hora certa’. -
xx
Não brinca , hoje é especial. -
xx
Ok Ok, apaixonado. -
xx
Vejo vocês lá, até. -
xx
Até. -
xx


Eu tenho os melhores amigos, a melhor namorada e a melhor banda que anda decolando.
Cheguei em casa, descansei um pouco e depois fui tomar um banho, estava me trocando quando eu recebi uma mensagem.
Dude, a gente tem que estar lá às 7:30. -
xx
Mas eu não posso, , por que tão cedo? -
xx
Porque falaram que nós temos que chegar três horas antes pra ensaiar e montar a aparelhagem toda. -
xx
E o que eu faço com a ? Droga. -
xx
Arrume alguém para ir buscá-la. , é a nossa chance. -
xx
Eu sei, eu sei... Vocês passam aqui então? -
xx
Sim, fica pronto rápido. Até. -
xx
Ok, até. -


Mas isso não ia estragar minha noite...
- Alô? Por Favor, vocês estão alugando carros com motoristas para hoje à noite ainda? – Eu disse.
- Sim – disse o atendente, depois de alguns minutos dando dados, horários, nomes, endereços... Disse – O motorista se encontra ai nesse momento?
- Sim, ele está aqui – disse o atendente, estranhando.
- Me passe para ele – Falei, ouvindo um ‘Ok’ do outro lado da linha.
- Michael falando, senhor?
- Bem, não vou perder muito o meu tempo, vou te dar apenas três ordens, Primeira: A chame de , nada de , nada de intimidade, ok? Segunda: não se atreva a elogiar ela, porque só quem pode fazer isso sou eu. Terceira: nada de olhar para as pernas dela, ou algo do tipo, você deverá ser Cego e Mudo. Ouviu bem?
- Sim senhor – disse o motorista assustado, na verdade, acho que peguei pesado, mas estou apenas me prevenindo.
- Muito bem, meu rapaz, obrigado – e desliguei.

Agora teria que mandar uma mensagem a .
Oi. -
xx
Oi, amor. -
xx
Amor, não fique chateada comigo, mas às dez horas vai passar um cara chamado Michael para te buscar e ele a trará aqui. Não se preocupe, e está tudo bem comigo. -
xx
Ah, tudo bem, então. Te amo. -
xx
Também te amo. Agora preciso ir, beijos. -
xx
Tchau, amor. -
xx

Os meninos haviam chegado, então desci, entrei no carro e fomos em direção ao pub. Deram dez horas e aquilo estava mega lotado. Como era boa essa energia do público, mas minha maior fã, a que sempre me apoiava, não tinha chegado e por essa razão estava nervoso e não podia mais esperar. Será que minha noite iria dar errado? Subimos ao palco e começamos a tocar.
Depois de algumas músicas o momento que eu esperava chegou, essa era minha hora.
- Bom pessoal, fiz essa música em especial para minha menina – todos começaram a rir – É, sei que já a decepcionei tanto, já a machuquei tanto, não fui digno de seu amor pela primeira vez, não resisti a tentações, pensei que ela seria como todas, mas eu não queria que ali fosse meu fim, não queria deixá-la voar para o mundo, não queria que ela lembrasse de mim como um simples garoto de infância que a fez se machucar, não queria ser lembrado assim e realmente nunca pensei que seria tão feliz na minha vida com uma pessoa só, isso te torna especial, . Feliz um ano de namoro minha mulher, acho que já te considero assim, te amo – parei e a vi chorando, carã como aquela menina era especial na minha vida, e então comecei a cantar.

I think yesterday
(Eu pensei sobre ontem)
And all the times I spent being lonely
(E todo tempo que eu passei estando sozinho)
I watched the young be young
(Eu assisti os jovens sendo jovens)
While all the singers sung
(Enquanto todos os cantores cantavam )
About the way I felt
(Sobre o jeito que me sentia)

The days are here again
(Os dias estão aqui de novo)
When all the lights go down,
(Quando todas as luzes se apagam)
What do they show me?
(O que eles me mostram?)
The rules are all the same
(As regras são todas as mesmas)
It's just a different game
(É apenas um jogo diferente)
To tell you how I feel
(Para dizer o jeito que eu me sinto)


Minha menina estava com os olhos cheios de lágrimas, sentada em uma mesa vazia, olhando para mim com um sorriso largo em seu rosto e prestando atenção em cada palavra que eu cantava.

Although it seems so rare
(Mesmo que pareça tão raro)
I was always there
(Eu sempre estive lá)

I can't stop digging the way you make me feel
(Eu não consigo parar de gostar do jeito que você faz eu me sentir)
I can't stop digging the way
(Eu não consigo parar de gostar do jeito)
I can't stop digging the way you make me feel
(Eu não consigo parar de gostar do jeito que você faz eu me sentir)

I took a little time
(Eu levo um pouco de tempo)
Scripting all the things that I tell you
(Decifrando todas as coisas que eu te falo)
I'll send them through the mail
(Eu vou te enviar por correio)
And if all goes well
(E se tudo der certo)
It'd be a day or two
(Será um dia ou dois)

I spent some extra nights
(Eu passei algumas noite extras)
Trying to forget the things that I've shown you
(Tentando esquecer algumas coisas que te mostrei)
By now the smoke is cleared
(Por hora a fumaça está clara)
And all along I feared
(E por todo tempo eu temi)
It would turn out this way
(Que isso ficasse desse jeito)


Ela deve ter lembrado da mesma cena que eu, quando ela me pegou agarrado com outra menina. Eu temia que ela não voltasse a falar comigo novamente, eu temia que tudo acabasse daquele jeito.

Though it might be wrong
(Embora estivesse errado)
The light is always on
(As luzes estão sempre acesas)

I can't stop digging the way you make me feel
(Eu não consigo parar de gostar do jeito que você faz eu me sentir)
I can't stop digging the way
(Eu não consigo parar de gostar do jeito)
I can't stop digging the way you make me feel
(Eu não consigo parar de gostar do jeito que você faz eu me sentir)

Look at us now
(Olhe para nós agora)
Ask me, how did this get so
(Pergunte-me, como que isso ficou assim)
I'll show you how
(Eu vou te mostrar como)
Got my shoes on the ground
(Pus os pés no chão)
But I'm taking em' off (taking em' off)
(Mas estou tirando os sapatos (tirando os sapatos))
And I'm ready to walk, yeah
(E estou pronto pra andar, yeah)


Depois de tudo que passamos, de todos nossos anos de somente amizade, da desconfiança que ela sentia de mim, eu não conseguia acreditar que depois de tudo nós estávamos comemorando hoje um ano de namoro.

I can't stop digging the way you make me feel
(Eu não consigo parar de gostar do jeito que você faz eu me sentir)
I can't stop digging the way
(Eu não consigo parar de gostar do jeito)
I can't stop digging the way you make me feel, yeah
( Eu não consigo parar de gostar do jeito que você faz eu me sentir, yeah)
I can't stop digging the way you make me feel
(Eu não consigo parar de gostar do jeito que você faz eu me sentir)


- Obrigado – disse, as pessoas pareciam ter gostado mesmo, e já estava chorando e rindo ao mesmo tempo. Me virei e dei parabéns para os guys, íamos dar um intervalo, então tomei uma água e enxuguei o rosto, quando virei novamente para a platéia, me deu um aperto no coração, estava falando com um garoto, mas ele não estava sóbrio e eu sei como garotos bêbados agem. Ela tentava empurrá-lo para longe, mas isso não estava adiantando, então, desci do palco e fui na direção deles
- O que está acontecendo, ? – me virei para ela, que ficou meio assustada.
- , eu juro, eu juro, eu não fiz nada – agora estava desesperada.
- Calma, amor – a abracei – Ei, ela está comigo – Dei um ‘toque’ no cara que estava nos incomodando.
- Você está com esse marreco apaixonado? – e o rapaz continuou a rir.
- Sim, ela está comigo – brigar com bêbado não leva a nada, .
- Aposto que faço muito mais que ele na sua cama, gatinha.
- Mas só pelo fato dele ser ele, isso já se releva a você – disse . Dude, essa é a minha menina.
- Ui, amorzinho, não faz assim – o bêbado avançou, querendo beijá-la.
- Êpa, sai de perto – eu disse, nossa que filho da put* – Cadê os seguranças daqui? – realmente o homem estava me irritando e por isso falei mais alto.
- Já estamos providenciando, senhor – disse uma balconista.
- Que providenciem logo, por favor – falei.
- Há, você agüenta três? – falou o bêbado – Na minha casa pode ser? – Bastou ele dizer isso, e saiu com um nariz quebrado.
- Obrigado – me agradeceu.
- Eu não disse que sempre te protegerei? – pisquei e a dei um selinho nela.

A noite foi fantástica para todos, o show foi um sucesso e eu realmente estou feliz por isso. Saímos do pub já quando já eram umas cinco da manhã e fomos direto para casa, bem apertados porque nem e eu tínhamos vindo com carro, então pegamos carona com os dudes. Meu Deus! tem pernas muito grandes e isso realmente me incomodou, mas chegando em casa fomos dormir, mas antes queria me dizer algo.
- , senta aqui – disse ela, apontando para cama – Sabe, eu realmente nunca esperei isso de você, uma declaração em público – eu vi lágrimas caindo – Foi tão lindo, tão inesperado e eu queria te agradecer por nunca me esquecer, por me defender, por me amar com a intensidade que você me ama... Eu queria agradecer aos momentos maravilhosos que passei com você, queria agradecer por você nunca desistir e, sabe, te amo tanto que não consigo resumir em palavras, os seus gestos, seus carinhos, suas brincadeiras... Oh, , você me faz tão feliz e uma mulher, se assim você preferir, completa. Obrigada por existir na minha vida – Dude, eu chorei.
- Te Amo, minha mulher – sussurrei em seu ouvido e isso a fez arrepiar.

Capítulo 7

‘Continuação do Flashback’

Passaram-se quinze dias desde a nossa apresentação, a banda estava indo bem e o meu relacionamento, melhor ainda. Hoje vamos ao Parque de Diversões e , e vão juntos.
- Vamos – Eu gritei, afinal já era tarde.
- Eu já estou pronta – disse, descendo as escadas.
- Você está linda – disse – Eu não acredito que uma menina ficou pronta antes de vocês, seus maricas.
- Ei, respeito, hein? – Falou , descendo pelo mesmo lugar que veio.
- Até que enfim, hein?
- Não reclame comigo, apaixonado.
- Ah, claro, agora só faltam dois. Eu estou indo embora, quem não descer agora não vai – Falei dando um de pai, afinal, alguém precisa colocar ordem nessa casa, mas lógico, essa era a palavra mágica, os dois já estavam lá fora, dentro do carro esperando – Aprendam comigo – Disse piscando a e .

Chegamos ao parque, comemos algo, fomos a vários brinquedos, tiramos fotos... estávamos todos felizes, até que disse:
- Hey guys, vamos a montanha russa? – Os olhinhos dela brilhavam e sinceramente não tinha como recusar, mesmo tendo pavor daquilo.
- Agora? – disse apavorado.
- É, agora, . A fila nem tá grande.
- Vamos então – eu sabia que nunca daria o braço a torcer.
- Eu não vou, sabe... Eu não gosto desse brinquedo, por isso prefiro ficar aqui fora – Falou .
- Ok, vamos então, mas quero ir no primeiro carrinho – oh, como ela é uma criança.
- Há, então eu vou com você, . Quero ir na frente – disse .
- Hey, ela é minha namorada – que folgado.
- Hey, ela é minha amiga. – Sabe, nem retruquei mais, também estava com medo e nunca iria admitir, e também não fazia a mínima questão de ir no carrinho da frente; Resolvi pegar o segundo com , sabe como é né? Vou sair com vantagem nessa.
- Então , eu vou com você, afinal nunca te deixaria ir sozinho.
Depois de longos dez minutos, entramos no brinquedo, fechamos as travas e ... pediu pra sair, eu sabia mesmo, mas no lugar dele veio uma menina. Só o olhar fulminante de olhando para trás e eu já sabia, íamos brincar do joguinho de estátua, eu teria que ficar imóvel e ai se movesse alguma coisa, mas durante o trajeto acho que ela esqueceu que a montanha russa chacoalha, e por isso essa menina caiu em cima de mim. Meu Deus, não estou acreditando nisso, ajudei-a a sentar novamente mas para que eu fui colocar minha mão nela? Me diga, para quê? Ela agarrava-me toda vez que sentia medo, sem contar que a mão dela colou na minha, depois disso. , como queria ser chamada de agora em diante, não falou mais comigo. Chegamos em casa e o clima estava péssimo. Dude, eu não tinha feito nada.
- , vem cá vem – a chamei tentando cortar o silêncio.
- , por favor – ela disse seca.
- , será que você poderia se comportar como uma mulher, porque isso é totalmente infantil e imaturo – e depois quando digo que já posso ser pai, todos riem da minha cara.
- Não dá pra agir como uma mulher, se não tenho um homem ao meu lado, então, estou somente me rebaixando a você – eita, menina difícil.
- Ok, Ok, Ok, quer saber? Cansei, se você quiser falar comigo, – engrossei a voz quando disse o nome dela – Aja como adulta e não como uma imatura, porque você sabe que eu não te trairia. Acho que o nosso um ano de namoro foi a prova disso, mas tudo bem, não vou ficar perdendo o meu tempo – e bati a porta de entrada, logo a porta atrás de mim se abriu e ela disse
- Onde você vai?- senti a sua voz de preocupação.
- Não sei, só vou sair daqui porque não estou agüentando essa pressão. Sabe, é muita coisa em cima de mim, e sem nem ao menos eu saber por que. Você sabe muito bem que não foi minha intenção te magoar, e você sabe também que eu não seria capaz disso. Se eu fosse pra cama com aquela vadia você seria a primeira a saber, o peso da consciência é muito grande, então acho que desconfiança é a pior coisa. Eu não te dou motivos para isso, ou você acha que eu amei ver você ao lado do ? Claro que preferia que você estivesse do meu lado, mas você estava muito cega com a sua montanha russa pra perceber que eu tava morrendo de ciúmes, mas é claro, mas será que dessa vez você – ressaltei você – será capaz de ver que a única coisa que eu quero é você? Você é capaz de saber que eu te quero pra sempre? Você é capaz de ver que nenhuma menina chega aos seus pés? Você é capaz de confiar em mim pelo menos uma vez? – na verdade, acho que peguei meio pesado.
- Será que eu sou capaz de te ter pra sempre, ? Será que eu nunca vou perder você? Esse é o maior medo e diariamente convivo com ele, porque é impossível pra mim não te amar demais.
- Desculpa vai, não queria ter dito aquilo – disse agarrando-a e encostando sua cabeça em meu peito – Eu te amo.
- Também te amo – como aquilo era sincero.

Passaram-se dias, semanas, meses e uma proposta irrecusável surgiu, uma gravadora nos conheceu e nos convidou a fazer um teste. Segundo eles, nós temos chance de gravar um CD e isso era o que eu mais queria, mas tinha um problema, ela não ficava na cidade por isso teríamos que viajar por mais ou menos três semanas. E a ? Esse era o maior problema, ela ainda não sabia, então a mandei uma mensagem, teria que me encontrar com ela agora mesmo.

Oi amor, podemos ir aquela sorveteria perto da antiga pista de patinação? Está um solzinho e queria conversar com você. -
xx
Claro, estava sem fazer nada mesmo, mas aconteceu algo? -
xx
Depois nos falamos, me encontra lá daqui meia hora, pode ser? -
xx
Tudo bem, beijos e te Amo. -
xx
Também te Amo, até. -
xx


Será que ela aceitaria um namoro a distância? Ou acabaria tudo entre nós hoje? Sinceramente, não faço a mínima idéia, mas o futuro me assustava. Eram só três semanas, eu agüentaria? Era o futuro da banda que estava em jogo e eu queria muito isso, não me peça para escolher entre minha banda e minha namorada, são as únicas coisas que tenho na minha vida, são as coisas mais importantes, e isso não seria justo? Por que não ficar com os dois? Era o que eu mais queria, mas será que era o que ela queria também? Incertezas.
Ela finalmente chegou, e com ela meu medo e meu futuro.
- Oi – ela disse-me com aquele sorriso incrível em sua boca.
- Oi, tudo bem? – Falei.
- Tudo sim, mas me conta, o que aconteceu? – ela estava curiosa e apreensiva.
- Bom, não sei por onde começar, é tudo tão difícil, primeiramente eu queria te falar uma coisa, lembra quando me perguntou se eu era capaz de ter sentimentos?
- , quando eu disse aquilo, estava nervosa, chateada – ela me interrompeu.
- Eu sei, mas você lembra? Na hora eu não tive uma resposta na ponta da língua, mas acho que agora eu tenho, acho que sou capaz de ter sentimentos, porque sinceramente não sei explicar o que sinto por você, se isso não é um sentimento, me desculpe, estou falando coisa errada, mas lembra também quando você me perguntou se você era capaz de me ter pra sempre? Sim, você é capaz de me ter pra sempre, você é capaz de me ter na hora e no lugar que você quiser, porque largo tudo por você. Sabe... qualquer coisa, você me fascina, me manipula de uma forma totalmente incompreensível. Você é meu anjo, você é capaz de tudo, você pode tudo, e se pudesse, te daria o mundo, mas sei que isso não é possível, por isso aquele dia ti dei meu coração, e pra sempre ele será seu, cuide bem dele, pois ele é o que tenho de melhor dentro de mim, e é o sentimento mais puro por você – naquelas circunstancias os dois já estavam chorando, era impossível não chorar, será que um dia serei bom com despedidas? Boa pergunta, mas tenho que me acostumar.
- Então você está terminando comigo? – Disse , entre soluços, não sei como, mas consegui rir, como ela era inocente, pura.
- Não, , mas vou te fazer uma proposta, promete pensar? – ela apenas balançou a cabeça alegando que sim. – A banda recebeu uma proposta, quase irrecusável, se formos bons, nós podemos chegar a gravar um CD, e todos os meninos querem isso e eu mais do que nunca. Só que essa gravadora não fica na cidade, então teríamos que passar mais ou menos três semanas fora, sei que isso é cruel com você, mas deixe-me realizar meu maior sonho e quero estar com você por perto. Sabe, não estou sendo egoísta querendo os dois, só que não quero escolher entre um sonho e outro. Me dê essa chance, nós podemos nos falar todos os dias por telefone e três semanas passam rápido.
- ... – ela finalmente me olhou e pude perceber o quão inchado o rosto dela estava – aquele dia você me deu seu coração, mas hoje quero sua confiança, sabe, poder deitar a noite na cama e pensar ‘ele está sonhando comigo’. Não quero te dividir e nem ao menos te perder, quero respeito seu e consciência de que não ficará bêbado e me trair com todas, estou te dando meu respeito e sempre te dei minha confiança, agora quero elas de sua parte. Isso não é desconfiança e muito menos falta de credibilidade, acho só que você não responde pelos seus atos bêbado, e não quero mais essa incerteza, insegurança... Não quero mais desculpas como ‘eu estava bêbado, releva’, bêbado ou não, você fez aquilo e não tenho mais condições de sofrer por isso. Eu te quero pra sempre e por isso estou colocando TODA a minha confiança em você, somente não me decepcione, e muito menos me magoe. Eu deixo você ir, quero testar sua fidelidade agora, será que você vai ser capaz? Espero que sim, por que vou estar te esperando, do mesmo jeito que estou o deixando ir.
- Prometo – sussurrei.
Pedimos sorvetes e ficamos a tarde toda assim, sorrindo e rindo, como era bom estar com ela.

Capítulo 8

‘Continuação do Flashback’

Bom, última dia aqui e amanhã estaremos voltando para nossas casas, estou muito feliz. Realmente a banda está fazendo sucesso e isso era o que eu mais queria. Nosso disco sai daqui a um mês e isso nos deixou muito empolgado. Então peguei aquela foto que esta eu e a estávamos juntos no parque, quando eu a beijei pela primeira vez. Não sei por que, mas gosto dessa foto, talvez pelo fato de ser o primeiro de muitos beijos que vieram. Resolvi mandar uma mensagem para ela, fazia dois dias que não falava com a minha menina.

Amor, que saudades suas, é amanhã, hein? -
xx
Nossa, ainda bem que passou rápido. É, saudades imensas, se comportou bem? -
xx
É claro, esqueceu que você deixou sua confiança comigo? -
xx
Não esqueci não, há manda um beijos pra todos ai e estou bastante ansiosa com a chegada de vocês -
xx
Pode deixar, agora eles estão dormindo como uma pedra, os dias aqui são muito cansativos, mas vai dormir vai, amanhã nos vemos. -
xx
Tudo bem, boa noite a você também e sonha comigo. Até, te amo. -
xx
Não existe um dia com o qual eu não sonho com você. Até, te amo mais. -
xx


Cá estou eu, faz dois meses desde minha chegada aqui. A chegada não poderia ser melhor, minha vida não poderia ser melhor! Um disco lançado, single #1, minha pequena e muitas, muitas fãs, e isso não deixava feliz, mas minha filosofia agora era: vida de rock star é fútil, mas é divertida. Não tenho do que reclamar, afinal meu bem, sou e agora isso é importante. Convidei a ir ao parque, estava chovendo, era um dia ótimo já que não teríamos uma legião de fãs nos procurando. A peguei em casa e seguimos em direção ao parque, sentamos como no nosso terceiro mês de namoro, e começamos a conversar, sobre qualquer besteira banal, nós sentíamos falta disso, até quando sinto meu celular vibrar, mensagem é claro.

Hey, Flecth nos chamou para uma entrevista, você tem que estar aqui em exatos 15 minutos. -
xx
Isso é impossível, -
xx
Sim, é possível, então venha correndo. Até -
xx
Ok. -
xx

- Amor, eu preciso ir, Flecth inventou uma entrevista de última hora e tenho que estar lá em 15 minutos, na verdade – olhei ao relógio – 14 minutos.
- Mas , de novo? Você sempre está me trocando pelos negócios – e isso não era mentira – você não podia simplesmente dizer que tinha tirado o dia de folga? Ou que não daria entrevistas hoje? Que mal tem nisso? – a cara de decepção de fazia sentido, mas o que eu poderia fazer? Nada.
- Desculpe amor, tenho que ir mesmo, te ligo mais tarde – eu disse e sai correndo ouvindo ela dizer algo do tipo ‘Não me confunda com negócios, ’.

E meus dias foram assim, entrevistas, shows e ? Se distanciando cada vez mais de mim, e aquilo me chateava. Será que esse era mesmo o meu sonho? Bom, não posso me esquecer das festas, que viraram freqüentes e eu? Virei um completo idiota, a cada festa que eu ia, amanhecia com uma mulher diferente na minha cama, não estava conseguindo cumprir minha promessa, ela deu-me sua confiança e eu a trai, mas ela nunca sabia de nada, e isso era o que mais me chateava. Os dudes sempre diziam ‘, pára, a não merece isso, você está se tornado sujo’ mas não ligava, afinal tinha todo o dinheiro, toda a fama e toda a vida fútil. Mas me lembrei de uma pergunta que fez à mim, ela dizia algo assim: ‘Será que você é capaz de voltar a ser quem você era?’ será que estava na hora de responder mais uma das perguntas? Não sei... A única coisa que eu sei era que ela nunca poderia saber disso. Ela na verdade nunca me perdoaria, e não sei porque faço isso, ela está com o meu coração, ela realmente é a minha pequena garota, a menina especial, e mais uma vez não fui forte o bastante. Vidas e obstáculos, esse era o meu maior medo. Por que no meu caminho havia pedras? Por que nunca fui o cara que ela sonhou? Eu não fui bom o suficiente para ela e isso eu admito, ela é muito pra mim, mas é o que mais preciso. Acho que um dia vou descobrir por que fazer isso, as vezes acho que é porque ela sempre estará lá para me apoiar, mas sei que tem muita coisa por trás e será realmente que mereço mais uma chance? Não vai adiantar eu prometer, porque promessas não valem nada, mas o que eu mais quero é ter-la só minha, então por que ela não pode me ter só pra ela? Grande injustiça não? Eu sou injusto e sei disso, mas sim, nesse dia realmente minha vida desmoronou, sabe por quê? Ela descobriu a verdade… ela descobriu que eu não era só dela, ela descobriu tudo...

‘ Fim do Flashback’

Capítulo 9

Ela estava dirigindo rápido demais pelas ruas da cidade, seu rosto estava totalmente molhado pelas lágrimas que ela deixava cair. Sem se preocupar com nada ao seu redor, ouviu muitas buzinas em sua volta, provavelmente sendo feitas para ela, mas ela não ligava, ela não sabia exatamente onde estava indo, só queria ir o mais longe possível. Ela queria fugir do seu maior pesadelo que havia se tornado realidade, ela não conseguia suportar a dor que estava sentindo. Ela nunca havia se sentido assim antes, era como se o seu coração estivesse partindo em milhões de pedaços, ou como se aquela corrente perdurada ao seu pescoço a estive enforcando-a, a deixando sem ar, sem saber o que fazer. Seu cérebro precisava de oxigênio para fazer ela entender o que estava acontecendo, mas ela não sabia mas como respirar, como se mover. Ela estava travada, deixando seu subconsciente a guiar, ela não conseguia fazer nada para reverter esse quadro nesse instante.
Ela observava os vultos de carros e pessoas passarem ao seu lado enquanto ela corria o máxima que podia, ela não viu aquele caminhão atravessado na avenida. Quando ela percebeu já era tarde demais, e ela não enxergou mais nada, tudo ficou preto em sua volta. Ela ouvia apenas alguns múrmuros ao seu redor, mas nada que ela realmente conseguia entender, nada que ela realmente tinha vontade de compreender, ela só queria ser levada pela escuridão que a cercava. Ela só queria que a dor parasse.


Eu despertei levando um susto. Ouvia meu celular tocar repetidas vezes ao fundo. Olhei ao meu redor, percebi que eu ainda estava na banheira com uma água gelada em torno de mim. Passei a mão sobre meu rosto e percebi que tudo havia sido apenas um sonho, demorei um pouco para lembrar que meu celular não parava de tocar, quem será que queria tanto falar comigo? Levantei da banheira, pegando a toalha que eu havia pendurado ali antes de entrar e fui atender meu celular que estava no quarto.

- Alô? – perguntei assim que coloquei no viva voz.
- ? – ouvi a voz de do outro lado da linha.
- Sim dude, o que foi? – eu perguntei, começando a me enxugar.
- Dude, eu estou tentando falar com você a um bom tempo já, o que aconteceu? – ele falava rápido demais.
- Nada, eu estava apenas tomando um banho e não ouvi o celular tocar, aconteceu alguma coisa? – eu perguntei jogando a toalha de lado e procurando uma roupa.
- Eu nem sei por onde eu começo a falar isso. – ele disse e ficou em silêncio.
- Seria bom você começar pelo começo, . – eu disse, mas ele não respondeu nada do outro lado, pensei que a ligação havia caído. – , está ai ainda? – perguntei esperando ele responder.
- Dude...- ele parou e então suspirou. – a sofreu um acidente. – ele disse tudo de uma vez só. Eu senti o chão sumir de meus pés, não consegui pensar em mais nada a não ser naquele pesadelo que eu havia acabado de ter, o que aconteceu com a minha menina.
- Como assim um acidente, ? – eu perguntei com uma voz desesperada.
- Ela bateu o carro contra um caminhão que estava parado na rua. Eu não sei direito como aconteceu, eu acabei de receber essa noticia antes de ligar para você. – ele disse com uma voz de choro, provavelmente estava chorando agora. Ele estava sofrendo também, era sua amiga.
- Ela está bem, ? Onde ela está? Onde você está? Como assim ela bateu o carro? Como isso aconteceu? – eu não sabia o que perguntar primeiro, as coisas em minha cabeça estavam se embaralhando e eu não conseguia parar de pensar em como estava, no que ela estava sentindo, na culpa que eu estava sentindo. Isso estava acabando comigo, ela sofreu esse acidente por minha causa, como eu posso ter feito isso com ela, com minha menina, eu sou um mostro, por que isso tinha que ter acontecido? Como isso pode ter acontecido?
- Ela foi para o Hospital, é tudo o que eu sei. Eu estou indo para lá agora mesmo saber como ela está, eu não tenho noticias também. Estávamos todos tentando falar com você, mas você não ouvia o telefone. – ele disse atropelando as palavras enquanto falava. Eu comecei a pensar na última vez que eu havia visto ela. Foi essa manhã, quando ela entrou em meu quarto e me pegou com outra mulher ao meu lado. Me lembrei das lágrimas escorrendo pelo seu rosto e ela perguntando o porquê de eu ter feito isso com ela. Lembro-me dela virando em direção à porta e saindo sem dizer mais nada, e eu a tinha deixado ir de novo, sem falar nada, sendo covarde de ir tentar parar ela, a deixando ir novamente magoada comigo, a deixando sair por aquela porta do jeito que ela estava, totalmente fora de si. Eu provoquei este acidente, eu não conseguia parar de pensar nisso, eu não conseguia parar de pensar que eu havia acabado com a vida de minha menina literalmente.
- Que hospital que ela está, ? – perguntei, levantando-me do chão aonde eu havia sentado para que não caísse, pegando a primeira roupa que vi na frente e deixando as lágrimas escorrerem pelo meu rosto.
- No Hospital de St. Mary. Eu estou indo para lá, e é melhor eu passar para te pegar, você não está em condições de dirigir assim. – ele falou.
- Nem você está . Eu vou chegar lá mais rápido indo sozinho, não precisa. – ele realmente também não estava em condições de dirigir pelo que me parecia, e eu não poderia ficar aqui parado esperando ele chegar sabendo que minha menina estava morrendo em um hospital por minha causa.
- Está bem então, a gente se encontra lá. Cuidado, . – ele disse por fim.
- Você também, meu amigo. – então desliguei o celular e sai correndo pela casa pegando a chave do carro que estava em cima da mesa da sala e indo para a garagem.

Liguei o carro e saí o mais rápido que consegui, indo em direção ao Hospital. Eu precisava ver como a estava, saber se ela estava bem, ver ela e tirar de minha cabeça a sua última imagem que eu tinha, eu precisava pedir desculpas à ela mais uma vez, mesmo que ela não aceitasse, e mostrar à ela o quanto eu a amava, que aquela menina e que aquelas outras nunca significaram nada para mim, elas nunca passaram de uma mera diversão. Eu precisava ter a certeza de que ela saberia que a pessoa que eu realmente amo é ela, que nunca ninguém vai substituir seu lugar em meu coração, meu coração é só dela, eu precisava dizer isso novamente à ela, e que ela acreditasse, porque era só isso que eu realmente precisava. Mas isso era a coisa mais impossível de se fazer agora, mas o impossível será sempre minha missão, eu preciso fazê-la acreditar em mim nem que seja pela última vez, eu realmente só preciso demonstrar o que eu estou sentindo agora. Eu já sabia que ela era especial para mim, mas agora que sinto que posso perdê–la, e realmente muda tudo. Eu percebi que ela é meu mundo, percebi que eu realmente só me divirto ao seu lado, percebi que os momentos que marcaram minha vida eram aqueles em que ela sempre estava presente, percebi que é ela que faz eu me sentir seguro, eu percebi que é ela, e somente ela, que faz meu coração bater. E se ela se for, o que vai ser de mim? Minha vida vai estar acabada, não vai ter ninguém comigo, meu mundo vai acabar junto com o dela. Eu não consigo enxergar uma maneira de viver sem ter ela perto de mim, e eu preciso dizer apenas isso para ela, preciso mostrar-lhe como eu estou me sentindo, falar de um jeito que nunca falei antes, porque eu nunca havia me sentido desse jeito. As coisas não podem acabar assim entre nós, eu começo a entender quando dizem que a situação pode fugir de seu controle em apenas alguns segundos, quando sua vida pode mudar por uma decisão errada que você fez e que pode nunca mais ter a chance de concertá–la. E nem todas as histórias terminam com um ‘Felizes para sempre’ .

Capítulo 10

Estacionei o carro na primeira vaga que vi, parando-o de qualquer jeito, desci e tranquei a porta atrás de mim, correndo hospital adentro e tentando encontrar algum rosto conhecido na sala de espera. Meus olhos encontraram com os de , que estava sentando com ao seu lado, olhando para baixo. Andei na direção deles e vi que seus olhos estavam inchados também. Quando estava me aproximando, ele levantou de seu lugar e me alcançou em poucos passos.
- Dude, como a está? – eu perguntei para ele, sentindo as lágrimas em meus olhos toda vez que pronunciava o nome dela.
- Nós ainda não temos muitas noticias, , só sabemos que ela está na U.T.I e não está nada bem, pelo que os médicos disseram. – ele falou, enxugando algumas lágrimas que caiam de seus olhos.
- Ninguém pode entrar para ver ela? – eu precisava ver ela, e eu faria tudo para isso acontecer, eu precisava apenas ver como ela estava, eu só precisava saber que ela ainda estava aqui e dizer o que eu queria, mesmo com ela estando desacordada ou não.
- A mãe dela está lá dentro, só pode entrar uma pessoa por vez, mas ela disse que voltaria logo para que nós entrássemos também. Pelo que eu sei, a está desacordada, e os médicos disseram que ela está em coma, mas eu não sei o que isso significa muito bem, mas que talvez ela escute o que as pessoas falam, então eles estão nos deixando entrar. – falou e eu entendi o que estava acontecendo, acho que esse era o adeus que tínhamos que dar a ela. não queria dizer isso, mas estava muito claro, ela estava muito mal e ninguém sabia se ela sobreviveria.
Fomos nos sentar ao lado do , que ainda não havia levantado seu rosto, ele estava chorando também e isso era muito claro.
Os ponteiros do relógio demoravam séculos para passar, nunca vi a hora se estender tanto, sem ter noticia de nada, isso estava acabando comigo, eu não agüentaria ficar muito mais tempo aqui parado sem poder fazer nada. Um tempo depois que já estávamos sentados, chegou até nós, se sentando ao meu lado e ficando em silêncio. Ninguém tinha nada para falar ali, não havia motivo para conversas, estávamos todos ansiosos por noticias, mas elas não chegavam nunca.
Até que a mãe de saiu de dentro de uma porta e olhou para nós quatro sentados no canto da sala de espera. Ela seguiu até a gente com seus olhos vermelhos e segurando um lenço em suas mãos. Eu me levantei, esperando ela chegar, e quando ela se aproximou mais, me abraçou, ficando um bom tempo assim. Eu havia começado a chorar de novo por causa disso, eu não queria estar no lugar dela, não que fosse muito diferente da minha situação, mas para uma mãe é sempre mais difícil ver seu filho morrendo e você não podendo fazer nada, esse não é o ciclo da vida. Ela soluçava em meu pescoço e eu me sentia ainda mais culpado do que estava, eu estava ficando pior, ela ainda não sabia que a culpa de tudo aquilo era minha e eu não tinha coragem para contar. Ela se soltou de meu abraço e olhou para mim.
- Você quer entrar, ? – ela me perguntou em uma voz baixa, como se ela estivesse forçando muito para sua voz sair.
- Posso? – perguntei de volta.
- É claro, gostaria disso. – ela tentou sorrir e então eu acenei com a cabeça e entrei pela porta que ela havia saído, tinha muitas pessoas lá dentro, fui andando procurando por ela até que a vi.
Ela estava deitada em uma cama, com vários tubos e fios por todo seu corpo. Eu fui me aproximando devagar e quando cheguei perto pude ver melhor os machucados espalhados pelo seu rosto. Passei minha mão sobre sua bochecha, sentindo lágrimas escorrerem novamente pelo meu rosto e a culpa invadindo meu corpo inteiro.
- Desculpa, . – eu consegui apenas sussurrar essas palavras com a pouca voz que saia de minha garganta. – Desculpa por fazer isso com você, desculpa por ser um idiota e não ter de dado o valor que você realmente merecia, desculpa por tudo que eu te fiz, desculpa por acabar com a sua vida desse jeito, eu não queria que isso acontecesse assim, eu não queria que nada disso acontecesse, eu não sabia que uma pessoa poderia sofrer tanto como eu estou sofrendo agora. – eu desci minha mão de seu rosto e segurei suas mãos. – Me perdoa, ? Eu te desapontei novamente, eu prometi que nada disso nunca mais iria acontecer, mas eu quebrei minha promessa, eu não consegui ser fiel totalmente a você, e eu vi você derramando lágrimas por mim mais uma vez, isso era tudo que eu menos queria, eu não queria ver você sofrendo por minha causa, eu não queria te ver aqui, eu realmente queria que tudo fosse diferente agora, eu queria poder voltar ao tempo e consertar todos esses meus erros. Eu queria ter passado mais tempo com você ao invés de estar sempre correndo atrás de minhas coisas e deixando você de lado sem perceber que você era a coisa mais importante para mim, a gente só começa a perceber isso quando o que temos vai embora e você não tem certeza de que poderá consertar o erro que cometeu, eu preciso te dizer isso e espero que você esteja escutando. – apertei mais forte sua mão. - , você é a pessoa mais especial em minha vida, eu descobri que eu não posso viver sem você, eu descobri que eu preciso ter você comigo para que eu me sinta completo e bem, você com certeza já deve ter ouvido isso de mim, mas agora é diferente, eu senti tudo isso de novo, mas de um jeito mais forte. Eu só percebi isso quando eu estou perto de te perder, e isso é muito injusto... Não injusto comigo, injusto com você, pois eu passei todo esse tempo sem realmente entender o que é o amor. Eu sei que eu te amo, mas eu não entendia isso até hoje. Você não pode me deixar, porque eu não sei o que eu vou fazer aqui sem você? Eu preciso de você, você consegue me ouvir? Eu preciso de você , você é essencial na minha vida, você é a outra parte de mim, você está com o meu coração e se você se for, eu terei que partir junto, eu não me vejo mais sem você. Desculpa novamente por tudo o que eu te fiz, meu anjo. Você realmente é meu anjo da guarda, aquela que sempre esteve comigo quando eu precisei. Pena que eu não fui o mesmo com você, eu não te merecia , você merece alguém que te trate melhor, e não eu, eu não soube dar o verdadeiro valor a você. Desculpa por tudo que eu te fiz passar, eu não queria que você sofresse desse jeito. Te amo , espero que você saiba disso, que apesar de tudo eu sempre vou te amar e eu nunca tive tanta certeza em minha vida. – eu levantei e dei um beijo em sua testa. – Não vai embora meu amor, eu preciso de você aqui comigo, eu vou estar aqui se você ainda me quiser. Te amo minha menina, mulher. – falei e coloquei minha mão embaixo da dela novamente.
Foi então que senti algo pressionando meus dedos e eu não consegui acreditar, ela estava voltando para mim. Ela apertou com um pouco mais de força e então olhei para seu rosto onde um pequeno sorriso tentava surgir em seus lábios, e eu vi uma lágrima escorrendo por seu rosto no fim.

Capítulo 11

, não me deixa. – eu consegui ouvir somente aquilo na hora. Foi quando a olhei novamente e ela estava com um sorriso fraco no rosto, e olhos fechados. Abaixei o olhar e percebi que ela estava com o meu coração. Mas não reparei exatamente nisso, reparei que havia um pequeno rachado no cristal, ele estava inteiro ainda, mas com rachaduras. – , leia esta carta, isso era o que eu iria lhe dar quando fui à sua casa. – falou um pouco mais baixo, ela não estava com condições de dizer nada e isso era visível, então peguei a carta que estava ao seu lado e comecei a ler.

Lembra quando você me pediu em casamento? Quando éramos crianças ainda? – sim, eu nunca poderia esquecer isso, eu a pedi em casamento e a jurei meu amor. - Lembra da minha resposta? ‘Quando crescermos, pensarei nisso , agora vamos brincar?’ Sim, nós crescemos e cá estamos nós, e acho que já estou pronta para te responder isto. Sim, , isso é o que mais quero, e não tenho mais dúvidas, você já me jurou todo o seu amor, e acho que está na hora de eu mostrar a você que meu coração também é seu, e quero te ter para sempre, porque não consigo mais controlar o que sinto. Perguntas não baseiam a nossa vida, porque acho que somos muito mais que um ponto de interrogação, somos muito mais do que uma dúvida, uma incerteza, e sei que você é capaz de mudar e provar para o mundo quem você é. Eu sei que você é capaz de alcançar seus sonhos, eu sei que você é capaz de me amar. Eu sei que você me ama e também sei dos seus defeitos, mas não importa, afinal ninguém é perfeito, não é? Ninguém, mas se ela existisse, acho que não desejaria que você fosse perfeito, porque são seus defeitos que me atraem, e através dessa carta, estou me entregando totalmente a você. Não deixe o passado nem o futuro te assustar, viva o presente, e realize todos os seus sonhos, porque você vai poder contar comigo sempre.
De sua maior fã,
.

PS: Te amo.


Várias coisas rodeavam minha cabeça agora. Ela queria casar comigo quando a dei mais uma facada no peito, será que ela perdoaria? Será que ela seria capaz de confiar em mim mais uma vez? Isso era a única coisa que importava agora. Como a amava, como a desejava, como a queria. Ela era sincera e ela me apoiava em tudo, qualquer coisa que eu desejava fazer ela estava ao meu lado e será que não fui capaz de ver que a estava machucando? Não fui capaz de protegê-la, não fui capaz de amá-la o suficiente para não cair em tentações. Estaria tudo acabado agora?
- , acredita em mim.
- Não sei se tenho mais condições, .
- O que eu preciso fazer?
- Sinceridade, , nunca esqueça disso.
- , não me deixa.
- , eu prometi que nunca iria te deixar. Será que está na hora de eu rever meus conceitos?
- Eu não sei, só sei que esse não é o fim, porque não está terminando com um final feliz, e em contos que princesas participam, sempre tem que haver um final grandioso.
- Eu me contentaria só com você.
- Será que um dia vou ser digno de te merecer?
- Você já me merece.
- Eu queria voltar no tempo. – disse, meio pensativo.
- Para quê? Foi tudo tão perfeito, tudo tão irreal.
- Por quê eu a faço sofrer?
- Não sei. – agora a vi chorando e adivinha? Por minha causa.
- Ei, pequena, não chora. – como me doía vê-la chorar.
- Eu estou bem. Ei , será que você pode chamar minha mãe? – Essa é a que eu conheço: sua mãe, sua heroína.
- Chamo sim, fica bem. – e lhe beijei a testa. Estava saindo da sala quando ouço ela me chamar.
- . – ela deu uma pausa. Na verdade ela estava com muita dificuldade em falar. – apesar de tudo, eu te perdôo. – Ela fechou seus olhos e ouvi um barulho inconfundível ao fundo. Olhei para os milhares de aparelhos que a estavam ligando, e, em um dos visores, apareceu uma linha reta, avisando que seus batimentos haviam parado, levando minha menina. Olhei-a imóvel em minha frente sem poder fazer nada. Dúvidas me apareciam e começava ficar desesperado, eu queria não entender o que estava acontecendo. Mas, antes de qualquer reação minha, a sala foi invadida por médicos e enfermeiras pedindo para me retirar. Consegui sussurrar apenas um último Te Amo à ela e andei vagarosamente para a sala de espera, não queria chegar àquela sala, não queria dar notícias, aquilo seria cruel. Então me encostei a uma das portas e fui escorregando ao chão, com lágrimas caindo cada vez mais rápidas. Queria poder ficar sozinho, era impossível não imaginar o futuro, queria que a dor parasse, queria ser forte o bastante, queria tê-la agora, queria apenas a , e não fui capaz de segurar a coisa mais valiosa que existia na minha vida.

Capítulo 12

Estava sentado ao chão gelado naquele imenso corredor quando senti alguém pressionando meus ombros. Quando olhei para cima, vi o rosto de um homem de cabelos brancos, o médico que estava atendendo a . Eu esperei que ele me desse a pior notícia de todas. Esperei que as palavras que saíssem de sua boca acabassem com a última gota de esperança que ainda restava. Ele me ajudou a levantar e quando eu encarei seus olhos percebi que nem tudo estava acabado. Ele estava com um pequeno sorriso nos lábios, e aquilo foi a certeza que eu precisava para saber que a não tinha nos deixado.
- Está tudo bem, meu rapaz. – o médico disse em um assobio baixo. Eu não consegui responder nada, eu apenas olhei de volta para o quarto em que ela estava e saí andando em direção a ele.
Quando cheguei perto, eu enxerguei pela parede de vidro que aqueles todos aparelhos haviam voltado a funcionar e que a linha de seus batimentos estava batendo, ainda que fraca. Era como se eu estivesse voltando à vida também; não estava tudo acabado, eu podia ter alguma esperança ainda. Sorri de lado e fiquei a observando mais alguns minutos, e depois voltei à sala de espera, para que os outros pudessem entrar para vê-la também.

Os dias foram se passando, e a cada dia, melhorava mais. Ela estava voltando ao mundo aos poucos, e não corria mais perigo. Conseguíamos entrar para vê-la todos os dias, revezando-nos para que todos pudessem ficar um pouco com ela. Ela já conseguia colocar um sorriso em seus lábios e conversar - nem que fosse um pouco -, mas eu não precisava disso. A única coisa que eu realmente precisava era saber que ela estava bem, que não havia me deixado, e isso bastava para mim. Ela havia ido para um quarto agora e os médicos disseram que ela sairia daqui a poucos dias. Eu precisava fazer alguma coisa para ela... Ela merecia que eu fizesse. Havia me dado sua confiança de novo, e eu não poderia falhar pela 3º vez. Eu havia percebido o quando ela era importante para meus dias quando vi que sua vida podia não estar mais ligada à minha, e eu havia entendido pela primeira vez o que um Te amo realmente significava. Eu descobri o que era o amor verdadeiro.

- Oi, . – ela dizia. Já pronta, sentada em sua cama, enquanto me esperava para levá–la para casa depois de semana. Era seu último dia aqui, e não houve um dia que eu não estava com ela. Pela primeira vez eu abandonei todos os meus compromissos e dei valor ao que realmente importava.
- Oi, pequena. – eu deu um beijo em seus lábios – Pronta para ir?
- Claro, não agüento mais isso aqui. – ela disse – A comida é péssima, eu preciso colocar alguma coisa de verdade na boca. – então ela fez uma careta. Eu ri, como sempre, não tinha nada que ela não fizesse que eu não achava graça.
- Então vamos, nós paramos no caminho para comer. – eu falei, ajudando ela a descer da cama. Ela sorriu e segurou em minha mão enquanto, com a outra, eu segurava a mala dela.
Fomos em direção ao estacionamento e a ajudei a se sentar no banco de passageiro - com milhares de fotógrafos nos cercando, mas eu não estava ligando para isso hoje. Era só eu e ela apenas, nada me incomodaria. Fui em direção ao bando de motorista e liguei o carro, partindo em direção ao restaurante, aquele restaurante que ela sempre gostou, mas que de um tempo para cá eu não tinha mais tempo para trazê-la. Eu a trocava por festas.

Estacionei o carro em frente ao restaurante e estava muito frio, afinal, já era no final na tarde. Estávamos no outono e o sol estava se pondo ao fundo. Ela sorriu para mim antes de eu descer do carro e depois ajudá-la a sair. Seguimos para a entrada do restaurante, passando pela porta e nos sentindo mais confortáveis.
Logo que entramos, eu vi o brilho em seus olhos. Todos nossos amigos estavam lá, sentados em uma grande mesa em frente ao palco. Ela virou-se para mim sem entender o que estava acontecendo, e eu não disse nada, apenas levei-a para se sentar-se. Todos sorriram para ela quando chegamos, todos sabiam o que ia acontecer. Essa era mais uma surpresa para , mas com certeza não se comparava as outras, essa era mais especial.
Eu a ajudei a se sentar na cadeira enquanto ela sorria para mim ainda sem saber o que tudo aquilo significava. Eu sorri de volta e andei em direção ao pequeno palco que havia ali.

- Bem, essa música que cantarei hoje foi composta por minha garota. – eu pisquei enquanto ela sorria abobadamente para mim. – Foi um sonho que ela teve há algum tempo, e eu prometi que quando essa música fizesse sucesso seria dedicada a ela. O nome dela é , . Há algum tempo, tinha jurado amor eterno, mas não fui forte o bastante e acabei decepcionando-a. Confesso como homem que aquilo me doeu, é tão ruim ver a mulher da sua vida sentindo dor. E a vida me jogou mais um obstáculo, que eu pensei que por aquele eu não passaria. Eu pensei que a razão da minha vida estava sendo tirada de mim, mas a vida foi boa comigo novamente e deixou pela 2º vez eu consertar o erro que eu tinha feito, por mais que eu não merecia... Um dia, ela me perguntou se eu era capaz de ter sentimentos, se eu era capaz de amar alguém. Não soube responder, mas agora não tenho dúvidas, aprendi a amar, entendi o que essa palavra significa: ela significa uma coisa muito mais forte que apenas amor, ela significa respeitar a pessoa com quem você está vivendo, significa ter total confiança entre nós. E eu vi que não fui digno de ter pronunciado essas palavra para você. Você me deu sua confiança, mas ficou faltando a minha. E agora, eu quero lhe entregá-la, porque percebi que eu não posso viver sem você. E eu preciso que você acredite em mim dessa vez... Eu sei que errei quando prometi isso da última vez, mas eu não havia sentido como é poder perder você, e isso fez toda a diferença. Eu entendi que só começamos a dar valor as coisas que temos quando as perdemos, e eu quero, a partir de agora, ser digno de sua confiança – parei por um segundo e suspirei alto. – Então, eu queria oferecer essa música a ela, que sempre me apoiou e me ensinou que, por mais escuro que o túnel seja, sempre tem uma luz no fim. – quando acabei de falar, olhei para ela e a vi sorrindo em minha direção. Retribui o sorriso e então comecei a dedilhar as primeiras notas.

I wonder what it's like to be loved by you
(Eu me pergunto como é ser amado por você)
I wonder what is like to be home
(Eu me pergunto como é estar em casa)
And I don't walk when there's a stone in my shoe
(E eu não ando quando tem pedras em meu sapato)
All I know that in time I'll be fine
(Só o que eu sei é que com o tempo eu ficarei bem)

I wonder what it's like to fly so high
(Eu me pergunto como é voar tão alto)
Or to breathe under the sea
(Ou como respirar embaixo d´agua)
I wonder if someday I'll be good with goodbyes
(Eu me pergunto se algum dia eu serei bom com despedidas)
But I'll be ok if you come along with me
(Mas eu ficarei bem se você vier comigo)

Such a long long way to go
(É um longo, longo caminho para ir)
Where I'm going, I don't know
(Para onde eu estou indo, eu não sei)
I'm just following the road
(Só estou seguindo a estrada)
Through a walk in the sun
(Caminhando sob o sol)
Through a walk in the sun
(Caminhando sob o sol)

I wonder how they put a man on the moon
(Eu me pergunto como eles colocaram um homem na lua)
I wonder what is like up there
(Eu me pergunto como é lá... )
I wonder if you'll ever sing this tune
(Eu me pergunto se algum dia você cantará essa canção)
All I know is the answer is in the air
(Tudo que eu sei é que a resposta está no ar)

Such a long long way to go
(É um longo, longo caminho para ir)
Where I'm going, I don't know
(Para onde eu estou indo, eu não sei)
I'm just following the road
(Só estou seguindo a estrada)
Through a walk in the sun
(Caminhando sob o sol)
Through a walk in the sun
(Caminhando sob o sol)

Sitting and watching the world going by
(Sentado e olhando o mundo passar)
Is it true when we die we go up to the sky
(É verdade quando nós morremos, que nós vamos para o céu?)
So many things that I don't understand
(Tantas coisas que nós não entendemos)
Put my feet in the sand when I'm walking in the sun
(Coloco meus pés na areia quando estou caminhando sob o sol )
Walking in the sun
(Caminhando sob o sol )

Such a long long way to go
(É um longo, longo caminho para ir)
Where I'm going, I don't know
(Para onde eu estou indo, eu não sei)
I'm just following the road
(Só estou seguindo a estrada)
Through a walk in the sun
(Caminhando sob o sol)
Through a walk in the sun
(Caminhando sob o sol)


Quando acabei de tocar, olhei para cima à procura de seus olhos, e os encontrei me encarando. Ela tinha lágrimas, mas essas eu sei que não eram de tristeza, e sim de felicidade. E, pela primeira vez, desejei que aquelas lágrimas fossem por minha causa. Fiquei encarando seu rosto por mais algum tempo antes de falar.
- , você quer se casar comigo? - tirei um anel de dentro do meu bolso e apontei em sua direção. Ela apenas concordou com a cabeça e levantou-se, vindo até mim. Cerrou nossos lábios em um beijo enquanto se ouvia os aplausos ao fundo.
- Te amo. – sussurrei em seu ouvido quando nos separamos.
- Eu também te amo, . – e ela sorriu novamente para mim, com aquele sorriso sincero que eu tanto amava.


1 ano depois...


Casamento de e badalam a cidade de Londres
O casal, que se casou nessa última sexta-feira do mês, comemorou junto com seus familiares e amigos
reunidos em sua grande casa o maior casamento do ano, que movimentou a cidade de Londres.
“Foi o melhor casamento que eu já fui” – afirma , seu companheiro de banda.
O casal segue viagem de Lua de mel para o Brasil, levando em sua bagagem ,
e , que depois de fazerem tanto sucesso com suas músicas - incluindo Walk in the Sun, composta pelo casal
da noite -, merecem umas boas férias.


Fim.

nota da autora 1: Gabbi: MEEU DEUS, acabou DDDDDDDDDDDD: um minuto de silêncio para que eu possa chorar :// pronto! ah, queria agradecer tantas pessoas *____* mas antes vou comentar sobre essa fic, carã foi a minha primeira e eu realmente me orgulho, ela foi escrita em 2 ou 3 dias, não me lembro pqe já faz um pouquinho de teempo, mas sim, eu acho ela foooda, ah! sei que vocês devem ter surtado com o penúltimo capítulo pensando que você tinha morrido, mas calma, eu não gosto de finais decepcionantes, KKKKKKKKKKKK'! agora os agradecimentos, primeiro a você, leitores gatinhos, que se você leu ela inteira é porque você gostou e se você gostou significa que somos geniais :DDD mentira, e também queria agradecer a Lalá vaquinha, e a Leeh chatinha KKKKKKKK' que estão em Londres agora, e me deixaram sozinha no mundo {piadinhainterna} KKKKKKK' Leeh, obg por ser assim :D voce que eu te amo :9 e Lalá, obg por ler KKKKKKK' enfim, a Carlinha meu xuxuzinho que as vezes está de mau humor e me responde mal KKKKKKK' mas ela sempre tem paciencia de ler e enfim, aguentar :D obg amoor-prima e o filho dela vai se chamar Bia –nnnn. Hehe! A Gaby loira, meu você é demais cara, você vai comigo no show do hvh e surta comigo quando groupies pegam eles hihi. annnnnnnnnd aos meus pais por terem me criado.... UAHSUAHSUHAUSHAUH nada de discurso chato! enfim, a Lett. Pagani, que agora gosta de mcfly, e eu influenciei ela no mundo das fics, eeeeeee? quem mais? aimeudeus, eu não quero esquecer de ninguém, bem, se você que está lendo fez parte da criação e eu esqueci seu nome por algum motivo ridiculo, eu agradeço a você também, agradeço a você SCRIPT>document.write(Letícia) (simvocêmesmo)e por ultimo maaaaas super importantes, o McFLY claro, porque sem eles não teria história, não teria vício, não teria amor, e não teria vida s2 obg guuys :D e acho que é só, a Leeh agradece a todos também, porque voces são as maiores razão para continuarmos escrevendo histórias alucinantes e emocionantes e até mesmo irreais, mas que ficam guardadas no nosso subconsciente, porque somos fãs e ser fã é simplesmente sonhar com o impossivel :) amo vocês! e aguardem mais fics em breve, prometo que ela está muuuito boa, uiui. bem, é isso, e obg Beeta, você é @#&%! me add 'gabi_teens1019@hotmail.com (cafona eu sei UASHAUSHA, mas act todo mundo) beijos. Gabbi xx
Ah! Meu Orkut :D
nota da autora 2: Leeh: Ah, bom, queria agradecer a todas vocês que tiveram a paciência de Ler, hahahahahah. Obrigado pelo comentários, eles me incentivaram a mandar o resto da fic pro site, vocês são todas uma fofas *-* Bom, e agradece a Carla (que se eu não falasse o nome dela aqui, iria me bater) hahahha, mas eu realmente tinha que comentar dela, porque ela deu muito apoio enquanto estava escrevendo, e espalho pra amigas dela pra me deixar feliz, hahhahha, Brigado amr, te amo muito, hahhahaha e já comprei seu presente ;DDDDD Agradecer a aquela Loira, saudades de ti, que lia minha fic todo capitulo que eu mandava pra ela, te amo também, e a Laura, que só veio lê agora ¬¬’ HEUHEUHEU mas eu vou por teu nome aqui, HAHHAHA e Obrigado a todo mundo denovo :D Bom, se quiserem me add, Orkut.
Twitter: Leeh e Gabi
nota da beta: Heey, gente! Estou aqui apenas para dar um ooi, e pra dizer que se tem qualquer erro que vocês tenham percebido nessa fic, podem me avisar por aqui, e eu estarei disposta à corrigir o mais depressa possível.
Enjoy, everyone !
XOXO', Paah Souza.



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