Por: Stelah SP
Beta: Nelloba Jones



Minhas amigas e eu sempre estivemos juntas e até em momentos de decisões extremas, assim fizemos. Terminamos os estudos e fomos juntas em busca de uma nova vida em Montreal.
Foram alguns dias mal dormidos até encontrarmos um pequeno apartamento — apenas um pequeno corredor com um banheiro, cozinha, sala e um quarto, que dividíamos em quatro.
já havia encontrado um emprego e era ela quem arcava com as contas do grupo.

Como sempre fazia, chequei meus e-mails e me deparei com uma oferta de emprego. Era para algum tipo de assistente pra uma banda. Sem ler direito, apenas anotei o endereço e corri para o local indicado.
No caminho, já como de costume, tudo deu errado. Não, eu não sou pessimista, só apenas realista. Um bobão canadense trombou comigo e sujou toda a minha blusa branca caríssima — ah, morre diabo!

Chegando lá me deparei com uma fila enorme de gente, não sabia que tinha tanta gente desempregada naquele lugar.
Aguardei por horas, afinal, precisava muito daquele emprego: pouco trabalho + música e diversão = grana no fim do mês para pagar meu cafofo.
Quando chamaram pelo meu nome, o silêncio predominou na sala de testes. Eu reconhecia muito bem aqueles rostinhos, eram os mesmos da capa de meu CD favorito... Simple Plan.
Eu estava realmente nervosa e logo , o mais bobo deles, começou a rir. Eu não entendia o que estava acontecendo e o garoto até se engasgou.

Desesperada e com medo, gritei:
- Ai, desceu! - tapei a parte de trás da calça.
Foi aí que eles riram mais, exceto , que ficou com uma cara de nojo horrível:
- Ela menstrua?
- Se ela não for travesti, sim. - respondeu , sendo hilário como sempre.
levantou-se e correu para o banheiro fazer o que já sabem, por tudo para fora...
Me virei chateada e quando fui abrir a porta, um deles gritou:
- Espera!
Voltei para perto deles enquanto se levantava:
- Não se deixe levar pelos meninos, eles são sempre bobos assim.
Sorri para ele, que segurou minhas mãos, ao som do vômito do . nos interrompeu:
- Desculpa interromper o momento “romântico” de vocês, mas, eu não tava rindo de você não... É... Ô, esquisita.
Esquisita? Eu? — momento Amy Winehouse.
deu um tapa leve na cara do amigo, e disse:
- Então riu do quê, retardado? - meu momento de fúria sagrado.
- É que o tiozinho ali tava fazendo uma sacanagem. E...
- Me poupe dos detalhes sórdidos, . - virei os olhos.
- Contratada! - gritou de fundo enquanto todos olhavam desaprovando, menos , que tinha um sorriso estampado na cara.

Fui para casa super feliz para contar a notícia incrível!
Enquanto caía em lágrimas de felicidade, , como sempre, achava incrível — qualquer coisa é incrível pra ela, fato —, e soltou um grito:
- Simple o quê?
Após ouvir aquela frase ordinária, nos entediamos e dormimos — pra não dizer que eu tentei estrangular ela...

***


Acordei às quatro da manhã, mas meu trabalho começava mesmo às nove. Na real, eu não sabia o que eu iria fazer, mas vesti meu melhor vestido e um sapato M-A-R-A-V-I-L-H-O-SO!

Ao chegar lá, fui surpreendida por uma tal de Pâmela. Ela era um tipo de Garibalda arrumada, sabe? Ela era a chefe por lá e parecia que ela namorava o . Ah, o ...

---Momento Sonho---

Ele era lindo, tinha os olhos mais lindos desse mundo e um cabelo que eu juro que queria para mim. Nos shows ele arrasava, não importava a arena ou a música, ele sempre era o máximo...

---Terra chamando---

- Me disseram que você é a nova “assistentizinha” dos garotos... - disse a tal de Pâmela com ar de superioridade.
- Sou sim. Algum problema? Pois se tiver, nós podemos resolvemos agora. – arrasei, né, gente?
Aquela “coisa” se virou e gritou pelo , que veio correndo como um cachorrinho:
- Fala, Pâm...
Pâm? Que diabos é Pâm? Eu acabo de te odiar, Mr. — urgh!
Pude notar a mãozinha boba dele na cintura dela... Vadiaaaaaaa!
- Meu , tem alguma coisa muito importante que quer que eu a mande fazer? - ela disse. Até parece que sou sua escrava! E a única coisa necessária a se fazer aqui, é uma plástica nessa sua cara de rinoceronte velho!
- Não, claro que não. – , seu cachorro! Tá legal, me acalmei agora...
Os dois foram para um canto e claro que falavam de mim. Esperei um pouco e ela voltou, segurando um uniforme carnavalesco ridículo, o qual pediu que eu vestisse.

Todo meu trabalho era longe dos garotos, eu fazia tudo que eles pediam sem poder ter nenhum contato com eles.
Assim foram meus primeiros dias imundos naquela joça...

***


Deus ouviu minhas preces e exorcizou a Garibalda com uma gripe terrível. Quando cheguei lá, os garotos estavam com uma carinha triste e logo me puxaram para uma conversa:
- Ô, esquisitona! Vem cá! - gritou .
Fui até lá e eles me convidaram para ficar no lugar da Garibalda enquanto ela estava doente, foi incrível. Num surto de alegria, corri para o banheiro e eles começaram a gritar confusos:
- Ei, garota! – gritou.
- Esquisitaaaaaaaaa, volta! – vez de gritar.
- Será que ela menstruou? – perguntou, virando-se para .
Quando saí do banheiro, eles me olharam de cima a baixo e pude ouvir os suspiros. Cutucavam-se entre si e davam risadinhas:
- Ei, gata, quer sair comigo? - perguntou encostando-se em meus ombros.
O empurrei e mandei-o para aquele lugar.
Pedi que todos os guys se sentassem no sofá e assim eles o fizeram.
Apoiei uma de minhas pernas no sofá e comecei meu discurso básico. Entre bláblás e pipipis, notei os olhares de sobre minha coxa e acabei perdendo a linha. Me virei, respirei e disse que o trabalho ali começava.

No fim do dia, lá estava eu, arrumando as minhas coisas para ir embora, sozinha, quando me surpreendeu:
- Oi, .
- Oi, . - disse assustada.
- Eu sei que vai parecer abuso, mas, sabe, eu queria muito...

Ai, fala logo! Hihihi...

-... Eu queria muito, é...

Diz, diz!

- Eu queria muito aquele shampoo meu, sabe, eu não sei onde ele está, e acho que você o guardou.

PÁRA TUUDOOO! EU NÃO QUERO ESSE FORA NA HISTÓRIA. HEELLOO? EU SOU PODEROSA AQUI! PODE POR OUTRA FALA PRA ESSE GAROTO, AGORA!

Voltando a fita...

Diz, diz!

- , quer sair comigo?
Morte súbita. Suspiro. Borboletas no estômago. Desespero. Medo. Ansiedade. Nervosismo.
- Qué-que-qué-quero... - ah, não, eu gaguejei e ele deu uma risadinha escrota.
- Então, tudo bem. Eu te busco amanhã às 20h, já que você não trabalha de sábado. - ele disse, fechando o armário.
- Tá bem.
-Então até amanhã à noite.
Ele tentou beijar meu rosto, mas foi surpreendido por uma vuvuzela.
- Uhuuuuu, dá-lhe, , gostosão das mulheres. - óbvio que foi o retardado do .
Tá, eu odeio esse . TROXAA!

Voltei para casa a pé, pois nenhum dos caras teve coragem de me dar carona, ou será que eles não se tocaram que eu NÃO tenho carro?
A quase desmaiou quando ouviu a notícia. e eu...saindo para jantar? Me acorda desse sonho! Mas logo a chata — brincadeira, miguxa — da colocou um obstáculo, claro que ela usou aquele jeitinho super fofo e meigo para me alertar:
- Sua burra, retardada. Ele sai com a Garibaldaaa!
Morri. Ressuscitei. Ai, morri de novo. Será que tem 3ª chance? Ah, valeu gente do céu.

***


Dormi o dia inteiro até dar a hora do encontro, não tinha coragem de me levantar da cama. foi até a mim, toda carinhosa e com um discurso super fofo:
- Amiga, vai dar tudo certo. Eu adoro você, você é perfeita, adorável e o já esqueceu essa “coisa” aí, a Garibalda.
- Mas, , ele está brincando com meus sentimentos!
- Ah, vai se ferrar ! Larga a mão de ser tonta! - interrompeu a conversa.
- Mas não era você que não queria que eu saísse com o ?
- E eu não quero! Você não vai dar sequer um beijinho, ok? Você só vai lá pra dar um fora nele!
- Se for assim, eu vou ir lá pra consolá-lo! - gritou de fundo.
Me levantei e fui ao banheiro, me transformando na garota mais linda e confiante do mundo, ou não...

20 horas e a campainha toca, atende e pede para entrar:
- Se você magoar a minha amiga, eu mato você, seu canalha! - ela disse, empurrando-o contra a parede.
- Eu, hein, que louca. - ele disse ao se soltar.
- É minha amiga, ninguém mexe com amiga minha, não, tá ligado? Vem pra porrada! - gritava ela enquanto a puxava para o quarto.
- Desculpinha, ela não tomou os remédios... - tentava justificar a amiga louca.
- Remédios de quê? Raiva? - ele parecia confuso.
Todos ficaram em silêncio quando eu surgi no corredor. Medo! Será que eu tava parecendo Marylin Manson e por isso chamei tanta a atenção?
- Uau, você está linda. É, compensou aguentar aquela louca...
- Do que está falando ? – o questionei.
- Nada, nada. - nos levou até a porta.

Entramos no carro e não tínhamos nenhum assunto, foi assim também no restaurante. Caraca,achei que ele fosse me abocanhar, aquilo estava mais pra uma frutinha louca. Vai, cadê o gostosão das mulheres, como diz o ?
- Eu fico sem palavras quando estou perto de você.
- Ah, é? E perto da Garibal... quer dizer, Pâmela, o que sente?
- Do que está falando?
- Tô falando da sua mãozinha linda e perfumada na cintura dela.
- Eu simplesmente não sinto nada.
- Para de ser cínico, tá legal?
Me levantei, deixando cerca de 50 reais sobre a mesa, correu desesperado e me puxou pelos braços:
- Espera!
- Você é um canalha!
- Escuta, ela é só minha irmã, apenas isso.
Momento chocada.
- Mas, , por que não disse antes?
- Eu não sabia que se importava tanto com ela. Você nunca me disse que tinha ciúmes dela.
- Mas eu não tenho ciúmes dela.
- Então, tá bom...- ele revirou os olhos.
- Tá, eu confesso... Desculpa, desculpa, desculpa!
Ele me puxou pela cintura e me beijou. – foi um momento “no céu”.
O beijo dele era perfeito, tinha um gostinho tão bom. Mas foi tudo bem rápido, afinal, não era de muitos agarros, ele era bem tímido.

Ele me levou para casa, mas nem pude contar para minhas amigas, já era tarde da noite e todas estavam dormindo.

Depois daquele dia, nós nos falávamos sempre durante o trabalho e, às vezes, saíamos para jantar ou íamos ao parque, mas nunca tivemos nada sério.

Certo dia, me convidou para conhecer sua casa. Depois de alguns amassos, acabamos na cama, ele retirou carinhosamente minhas roupas e se deitou sobre meu corpo...

***


Passaram-se dias, minha menstruação atrasou e eu sentia muitos enjôos. Logo, visitei o hospital e sim, eu estava grávida.
Liguei para e o mandei ir me visitar em casa.
O clima estava tenso e ele pode sentir isso. O buquê de flores em suas mãos parecia murchar conforme ele entrava na sala.
se sentou e comecei o discurso:
- Eu vou ser simples, rápida, enfim, daquele meu jeito que você já sabe...
- Fala, meu amor.
- Eu fui ao médico e ele disse que estou grávida.
Ele levantou num pulo:
- GRÁ-GRÁ-GRÁVIDA?
- É isso mesmo, ...
- Você tem que dar um jeito, ai meu Deus.
- Dar um jeito? Como dar um jeito? Você quer que eu aborte?
Ele ficou em silêncio enquanto eu gritava por respostas. Então pegou as chaves e fugiu de carro.
Corri atrás dele, mas não consegui alcançá-lo. Como ele podia fugir assim? Pensei que ele me amasse, mas acho que não era bem isso, afinal, ele nunca quis nada sério.

*** 's POV ***

- Como grávida? - não era possível, eu tinha feito tudo certinho. - Droga! - eu estava desesperado, socava o carro e até falava sozinho.
Chegando em casa, os meninos me receberam com alegria, mas logo notaram que havia algo ruim:
- Ela não gosta mais de você? - perguntou .
- Não sei se posso dizer isso, mas é bem pior...
- O que houve? - invadiu a conversa.
- Ela está grávida. - eu disse, colocando as mãos no rosto.
- Pára de graça, seu tonto! - foi chegando.
- Gravidíssima.
- Cara, o Phil vai te matar. - disse, batendo em minhas costas.

Phil era o empresário da banda e ele tinha algumas regras para o sucesso:

1º - Nunca faltar em shows ou compromissos de divulgação, a não ser que você esteja num caixão, senão é para lá que você vai.

2º - Não ter compromissos. Integrantes solteiros são iguais a milhões de fãs interessadas e isso dá muito dinheiro. Filhos? NEVER!

Esperei amanhecer para falar com o Phil, claro que eu levaria uma bronca imensa, mas nunca imaginei que ele fosse me fazer escolher entre duas coisas que eu amava tanto:
- Você quer ser um Simple Plan? Então você vai ter que deixar tudo para trás, apenas ame o Simple Plan.
No mesmo instante, Phil nos colocou numa van e partimos para longe de Montreal. Ainda um pouco tonto e chorando como nunca, levava na mala uma foto de no bolso, a qual eu ficava o tempo todo segurando.

*** 's POV Off ***

*** 's POV ***

Fui atrás de pela manhã, pois pensei que fosse só o momento, afinal, não era algo que esperávamos. Porém, ele não estava mais lá, ele tinha me abandonado. Não deixou nenhum recado ou uma pista, nada.

Corri para casa aos prantos. Aquele não era o meu , o que me amou por aqueles perfeitos, mas curtos dias. O que conhecia não iria fugir de seus compromissos, de seus sentimentos.


FIM



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