Efeito Mariposa


Escrita por: Grasi
Betada por: Carolina Bezerra




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Prólogo
Dei um impulso forte no balanço e fiquei ali, olhando pra cima até ele perder a força. Respirei fundo e apoiei a cabeça na corrente do mesmo, me sentia cansada de tanto trabalhar e um pouco chateada. Essa tarde havia lido mais uma reportagem sobre e as coisas não pareciam boas para ela, a notícia se tratava de ela ter agredido uma das colegas de banda.
Nunca fui com a cara daquela Debrah e a coisa só desandou. Iria completar 8 anos que não via a minha amiga, mas ainda sabia que ela não agia de forma impulsiva e não iria perder a linha à toa, não a garota que conheci. Mas ela ainda era aquela garota?
A princípio, quando me mudei pra Coreia do Sul, ainda conseguimos manter contato por um tempo, mas depois o fuso horário não ajudava então trocávamos apenas e-mails. Quando a empresa do meu pai decretou falência, as coisas se tornaram bem difíceis e não tinha como ter acesso a internet ou a um telefone. Recorremos às cartas e o tempo foi passando e não sabíamos mais o que perguntar, parecíamos total desconhecidas. Piorou quando comecei a trabalhar, conciliar trabalhos aqui e ali não foi fácil. Logo depois recebi a notícia que havia começado uma banda e provavelmente teve seu tempo reduzido, por causa do sucesso que fazia. Guardei cada manchete que pude, cada pedacinho de jornal, revista que continha notícias sobre ela. Era uma forma de ainda conhecê-la e de me manter perto da minha amiga.
Agora queria estar lá com ela, pra ajudá-la a quebrar o nariz da Debrah e da Nina em diversos pedaços, então nós tomaríamos refrigerante e falaríamos besteira a noite toda… Mas às vezes me pergunto: será que ainda tomaríamos refrigerantes juntas? Ou falaríamos as mesmas besteiras? Será que a Califórnia ainda é a mesma? Que minha casa está no mesmo lugar? Será que a cerejeira onde brincávamos com Kentin, Dake, Jade ainda estava lá? Acho que não, e tenho o sentimento de que lá não é mais a minha casa.
- Você parece distante. – minha mãe apareceu, finalmente, e se sentou ao meu lado. Depois do meu trabalho eu sempre a esperava na praça, até ela terminar o seu.
- Estava me lembrando de , da nossa casa, do Kentin… Lembra-se do Kentin? - soltei uma risada baixa.
- O garoto de óculos que jurava que casaria com ? – acenei a cabeça positivamente e rimos, até o silêncio estranho ficar. – Você sente mesmo falta dela, não é? Mas agora você tem a Eun Jung, e a Li An. – dei de ombros.
- É um pouco diferente, mas elas são realmente ótimas e eu amo esse lugar, e tudo aqui… Não sei por que estou tão sentimentalista. – suspirei e dei de ombros, mamãe ergueu-se e estendeu a mão pra mim.
- Isso é falta de doce, venha, vamos tratar logo disso. – ela sempre foi ótima, com seus olhos azuis sempre compreensivos e atentos, sempre com seu jeito carinhoso sabendo como me deixar animada de novo.
- Ebaaaaaaaa, doce! – saltei do balanço e segurei a sua mão, quando fazíamos coisas assim, me sentia uma garotinha de novo e me esquecia todos os problemas.


Capítulo 1
Duas semanas depois.
- Sente-se, bebê. – meu pai anunciou assim que troquei de roupa. Eles esperaram que eu tomasse banho pra que começassem a falar a coisa “importante”. Me joguei no sofá e logo depois vieram Pierre e Pietro, (eu sei, mamãe é tão criativa que até dói). Os gêmeos correram e se jogaram do meu lado, Pietro que é o mais carente, enroscou seu braço no meu, enquanto Pierre parecia impaciente pra voltar aos seus jogos.
- O que foi, pai? Eu estava na melhor fase. – como disse: os jogos primeiro, a vida depois.
- Certo, vou ser breve. – ele coçou a garganta. - O papai conseguiu um emprego novo, onde vai ganhar duas vezes melhor! – FINALMENTE, não que eu ligue pra dinheiro, mas talvez assim meu velho fique mais entusiasmado e confiante.
- Só espero que não seja outra furada. – Pietro falou e eu belisquei a orelha dele, tentando segurar o riso. – Ai mana… – o ouvi sussurrar e acabei deixando escapar uma risadinha. Era cômica a cena do meu pai com aquela crise de tosse mentirosa e da minha mãe vermelha, alisando suas costas.
- Mas esse garoto… YA! Quando você ficou tão respondão, Pietro? – ele coçou a nuca e voltei a rir. – Calados os três, enfim… Acontece que esse novo emprego, que é muito confiável por sinal, é na Califórnia. – ele abriu um sorriso largo e mamãe nos olhou, com seus grandes olhos azuis e seu sorriso sem jeito.
- Oh… Eu… Eu vou sentir sua falta, papai. – falei me erguendo e esticando pra abraçá-lo. Antes de me aproximar, o coroa colocou a mão na minha testa e me fez cair sentada de volta no sofá, nada delicado, e depois disso bufou.

- E você acha mesmo que vou abandonar minha família, menina boba? – forcei uma expressão chorosa.

- Por um momento pensei que iriam sobrar mais bolinhos no café da manhã. – eu e meus irmãos rimos, mamãe começou a rir também, mas fingiu uma tosse quando o patriarca a encarou.

- De qualquer forma, está decidido! Nós vamos voltar para a Califórnia no fim do mês. – ele ficou de pé e saiu, entrando no quarto e batendo a porta. Sabia que isso significava: é indiscutível. Voltamos nossos apelos para nossa mãe.

- Mamãe, não quero ir! – Pietro choramingou e eu o acompanhei fazendo bico e carinha de choro, até Pierre entrou nessa onda de chantagem emocional. Ajoelhamos, choramos, esperamos, ameaçamos nos jogar pela janela (eu acho que isso faria diferença se não morássemos em uma casa e a queda fosse de menos de um metro) e nada teve efeito, no fim da conversa ela disse: arrumem suas coisas, vamos partir dentro de poucas semanas.
Como ela espera que eu mande para o ralo a pouca vida social que eu custei a conseguir?

**

P.O.V
- Pode me dizer por que essa decisão? – cruzei os braços e comecei a bater o pé ansiosamente, só pra irritar um pouco mais a mulher do outro lado da mesa.
- Você não entende a situação? Nós sabemos que Debrah armou pra você ser expulsa da banda, mas o mundo não! Todos dizem que ela é um anjo e que você é impaciente demais com a coitada, a foto de você segurando-a pelos cabelos não ajudou nada, não é mesmo? – aquela maldita! Sempre ela me causando tanto stress.
- Mas não é justo! Foi ela que começou! Por que interromper minha carreira dessa forma? – fiz biquinho e pisquei os olhos, esperando um pouquinho de piedade.
- Sua imagem não está muito boa depois dessa briga, querida. Então esse ano você irá frequentar todas as aulas, como se deve. Sem show. Vai se tornar uma pessoa mais madura e quando chegar a hora você inicia a sua carreira solo, como uma garota mais sensata. – rosnei e bati o pé mais uma vez, cruzando os braços.
- Mas como vou viver sem música? – ela parou de olhar os papeis que segurava e me encarou por cima dos óculos.
- Você frequenta a melhor e mais cobiçada escola de artes de toda a Califórnia, aproveite. Vai ser o melhor pra você. Lá é estritamente proibida a invasão de privacidade dos alunos. Enquanto estiver lá, estará segura. – ela deu de ombros e voltou aos seus malditos papeis e ignorou totalmente a minha presença.
- Você diz isso como minha empresária ou como mãe? – Afinal desde que ela se tornou empresária, esqueceu o outro papel.
- Os dois, agora me deixe. – saí da sala e bati a porta o mais forte que pude.

University of California in Los Angeles: pertence à rede de educação mais famosa do país e é mesmo MUITO difícil conseguir uma vaga lá. O problema é que só existem 3 tipos de alunos: os ricos e talentosos, os ricos e os talentosos. A maioria deles são todos aluninhos nariz em pé que nasceram em berço de ouro. São poucos com quem converso e agradecia toda vez que tínhamos uma turnê, porque assim passava mais tempo fazendo o que eu gosto do que tendo que aturá-los. Agora Debrah havia tirado isso de mim. Se não fossem suas armações e inveja eu continuaria na banda, mas vou arrumar uma forma de mostrar a toda gente o que ela é de verdade.

P.O.V Off

**

P.O.V.
- Ansioso pelas aulas? – Castiel perguntou de forma debochada e sentou ao meu lado, pegando a garrafa de Whisky e enchendo o meu copo novamente.
- Absolutamente ansiando por esse dia. – Não é como se fosse um sacrifício pra mim, modéstia à parte eu sou uma pessoa com um dom pra aprendizagem. Ainda bem, porque mesmo se não tivesse eu não me esforçaria. De qualquer forma, poderia passar meu tempo aproveitando outras coisas que gostava.
- Só de me lembrar de todas aquelas garotas gritando… – Armin apareceu com um sorriso bem conhecido. Digamos que ele é do tipo de cara que ama as garotas tanto quanto os jogos, do seu jeito lerdo de sempre, vive dizendo: “Hey, quer que eu te ensine a jogar?”. As garotas sempre caem nessa.
No fim, o lema dele é: “Mulher é igual pokemon, temos que pegar mais de 150!” Digamos que ele e o Nathaniel são do tipo que enganam a todos com a carinha de nerd e de bom filho.
- Qual a meta desse ano? – Nathaniel voltou e se jogou no sofá, de frente ao que estávamos sentados.
- Esse ano quero conhecer todas as novatas, se é que me entendem. – Castiel soltou sua costumeira gargalhada. Às vezes confundo esse som assombroso com quando ele está imitando um abutre, e jogou a almofada contra Armin, que também ria.
- E você, ?
Beberiquei um pouco do whisky com gelo, cerrando os olhos.
- Eu estou namorando, esqueceram? – depois dizem que sou eu o esquecido.
- Ahh… É, quem é a da vez? – pensei um pouco e suspirei.
- É a… Vaa… Taa… Charlote. – não sou bom com nomes, apenas. Ignorei as risadas deles e sorri.
- Que pena, eu tinha convidado umas garotas pra nos acompanhar. – Maldito Castiel.
- Deixa ele com a Vaaa… Taaa… Charlote! – Nathaniel soltou uma risada alta e me arremessou a almofada.
- Tudo bem, eu cuidarei disso. Porque sou um cara fiel, não trairei minha namorada. – tirei o telefone do bolso e disquei o número que achava ser o dela.
- Oi neném, o que foi? – Mas heim? Tentei não ri ao ouvir aquele 'apelido' e cocei a garganta.
- Querida, precisamos conversar. – forcei uma voz de dor, acho que estou aprendendo a atuar tão bem quando Castiel.
- O que foi,? Aconteceu alguma coisa? – deixei um silêncio trágico.
- Acontece que não podemos ficar juntos. – ela soltou um suspiro e um grito ou sei lá que coisa foi aquela.
- Fo-foi algo que eu fiz? , eu gosto tanto de… – vi Castiel fazendo sinal pra eu ser rápido.
- Não é você baby, sou eu. Eu não sou bom o suficiente pra você, sou um cara realmente ruim. Me desculpe e… Com a minha avó doente não consigo dedicar meu tempo a mais nada no mundo e por isso termina aqui. Obrigado por aceitar ficar com um miserável como eu e me desculpe por não poder cuidar de você. Adeus. – fingi um som de choro e desliguei o telefone, caindo na gargalhada com os outros três.
- E você se diz melhor que nós, você é o mais cruel, . – Nathaniel anunciou e dei de ombros.
- Obviamente que não, sou um cavalheiro e dou a elas exatamente o que elas querem. – desliguei o aparelho, já havia visto esse filme… Ela me ligaria eternamente chorando e dizendo que me esperaria, bla bla bla.
- Até elas te darem o que você quer. Se não fosse tão cansativo, eu adotaria sua técnica. – Castiel deu um tapinha no meu ombros e voltamos a ri.
- Vamos, vocês me prometeram garotas e eu acabei de ter um término difícil… – Levantamos. A noite seria longa.

P.O.V Off


Capítulo 2
Três semanas depois
- Chegamos ao nosso novo lar! – papai celebrou e olhou para trás. A cena era basicamente assim: eu sentada na porta, com o braço ALGEMADO no apoio, Pietro e Pierre sentados do meu lado e os três com a mesma poker face. Mamãe, pra melhorar nosso humor, tacou um punhado de confete na nossa cara.
- Ueeeeeeeeba, vida nova! – Depois dessa peripécia até papai deu uma encarada estranha pra sua amada esposa. Ela percebeu e depois de sorrir sem graça desceu do carro e foi na frente. Papai e meus irmãozinhos encapetados foram atrás, tentei sair do carro até me lembrar de que eu estava algemada, pra não fugir no aeroporto. Eles acreditaram MESMO quando eu disse que fugiria! Aposto que eles me sequestraram quando eu era bebê, como posso ter saído tão normal sendo filha daqueles dois?
- MÃÃÃNHEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEE! – berrei. Ótimo… Começando bem na vizinhança, pelo visto eles esqueceram mesmo de mim, é um mal de família ser “esquecido”.
Depois de me esgoelar e quase ficar sem o braço, minha mãe veio na maior tranquilidade do mundo me “liberar”.
- Bem que eu notei que não tinha ninguém reclamando. – ela disse. Fiz careta e empinei o nariz, batendo o pé e entrando na tal casa, enquanto ignorava suas risadinhas.
Comparando essa com a segunda casa que moramos na Coréia, era muito melhor. Era mais arejada e espaçosa e nos fundos havia um quintal onde as duas pestes podiam descarregar suas energias. Meu quarto ficava no andar de cima e a coisa mais linda da minha vida:
- EU TENHO UM BANHEIRO SÓ PRA MIM. – Caí ajoelhada e estendi as mãos para os céus agradecendo a todos os deuses. – Califórnia, não te odeio mais. – Só o banheiro valeria toda a distância que eu ficaria das minhas amigas, das minhas lojas preferidas, dos meus “oppas” e dos shows deles e… – EU ODEIO SIM! – Comecei espernear, até Pierre aparecer na porta do banheiro.
- Irmã, olha o que eu achei! – A pequena personificação do demo começou a saltar de um pé para o outro enquanto segurava uma agenda rosa e sacudia. Demorei um tempo até perceber que aquele era o meu antigo diário.
- “O Jade é tão lindo que eu poderia compará-lo com um pedaço de torta de limão. Eu o morderia…” – Nossa, como eu era poética e… CÉUS, meu irmãozinho lendo meu diário antigo…
- PEEEEEEEEEEEEEEEESTE, LARGA ISSO! – Saltei pra cima dele, mas aquela criatura era pior que peixe ensaboado. Senhor, onde foi que errei?
Demorei uma boa meia hora pra pegar o infeliz, mas quando o peguei coloquei-o de cabeça pra baixo. Se a mãe não tivesse chegado, teria o colocado dentro da privada e dado descarga. Eu amo meus irmãos, que fique bem claro, mas às vezes a privada é o mínimo do que desejo fazer com eles. Larguei o infeliz e recuperei o meu diário, me vingaria depois.
A casa já estava toda mobiliada, por sorte, então só precisei subir com as malas e jogar todas debaixo da cama, não ia arrumar aquilo nem por reza brava.

**

- O que você disse? – Soltei o talher e fiquei encarando meu pai como se ele fosse algum tipo de alienígena, e não deixava de ser, mas não vem ao caso.
- Isso mesmo, um dos amigos que reencontrei é professor naquela escola University alguma coisa e graças às suas notas e os contatos… Ele conseguiu uma bolsa integral pra você! Não é ótimo? – Ele estufava o peito pra falar, todo orgulhoso.
- Pai, você sabe que essa é uma escola de artes, não é? – Ele fez uma careta.
- Qual o problema? Minha garotinha é uma artista! Você tem até uma tatuagem. – Revirei os olhos, mal sabe ele das que fiz escondida, mamãe permanecia rindo da minha cara.
- O que isso tem a ver? – Em que planeta ele vive?
- Não são esses artistas doidos que tem tatuagem? Você tá quase lá, bebê. – Sim, ele me chama de bebê. Oh gosh…
- Claro pai, claro… E eu vou fazer o quê? Vou varrer o chão? Soprar um apito? JÁ SEI… Vão me amarrar no centro de esportes e me usar de saco de pancada. – Debochei.
- Até pode ser, com tanta banha. – Pietro me zombou. Onde foi parar meu doce anjinho carinhoso?
- Cala a boca, moleque. – Sorte que ele estava do outro lado da mesa, ou ia levar uns sopapos.
- Filha… Você adora tocar violão e sempre teve um dom musical. Você aprende rápido, não é? Tenho certeza que vai arrumar algo que te fará feliz. É uma escola muito respeitada, vai ser ótimo pro seu currículo. – Eu até ficaria feliz por está indo pra uma escola boa, mas será que eles não entenderam?
- Eu não sou esportista, não sei atuar, nem me atrevo a cantar, não sei fazer nada bem além de miojo. – Dei de ombros. – Vão me chutar pra fora dessa escola muito rápido. – Voltei a comer.
- Você dança. – Pierre falou. Ele estava com seus olhos, tão azuis quanto os da minha mãe, vidrados em mim. Pela primeira vez no dia havia inocência neles.
- Não danço mais. – Depois de dizer isso o silêncio reinou e ficou a grande pergunta: em que turma, das que tinham vaga, me inscreveria?

**

P.O.V
- Não suporto essa Debrah, ! Como você aturou tanto tempo? – A garota só chegaria de Portugal no outro dia pela manhã, enquanto isso nos falávamos por Skype.
- Porque ela é a maior duas caras do planeta. – A imagem na tela era: ela sentada na frente do computador com uma panela cheia de um doce realmente tentador.
- Quer comer logo essa coisa? Estou ficando faminta. – deu de ombros. Só depois que fiz cara de dor ela largou o tal doce e bufou.
- Eu só sei que quando vir ela de novo, vou esmagar seu pescoço e me deliciar com a sua morte lenta e dolorosa. – soltei uma gargalhada alta e revirei os olhos.
- Não se preocupe, aquela banda não é nada sem você e logo a mídia vai ver quem ela é… Nós damos um jeito nisso. – pisquei a fim de tranquiliza-la, mas ela não pareceu muito satisfeita.
Ouvi o som da porta se abrindo, quando olhei percebi , já de pijamas… Que milagre é esse de ele estar cedo em casa?
- Que tal um lanche noturno? – ele fez uma carinha de cachorrinho pidão e sorri, acenando com a cabeça.
- Vai indo, logo eu chego. – seu rosto se iluminou e ele saiu, voltei à atenção pra tela e percebi o olhar nada sutil da minha amiga.
- Era o ? – ela mordeu o lábio e fiz careta.
- Sai, sua tarada! Fica longe do meu irmãozinho. – mostrei a língua pra ela, que riu, me fazendo ri novamente. – Esses dias ele perguntou por você, acho que ele sente saudades de te puxar as orelhas. – suspirou, parece que a palavra “saudades” tem deixado ela meio sensível ultimamente.
- Diz que mandei um beijo pra ele. – afirmei com a cabeça.
- Pode deixar. Quando chegar, quer que eu vá te buscar no aeroporto? – ele negou imediatamente com a cabeça.
- Não, tem um lugar que preciso ver antes.
- Certo, vou lá fazer companhia para o folgado, ele odeia comer sozinho. – mandei um beijo pra tela e ela acenou. Desliguei o notebook, coloquei minhas pantufas e desci para a cozinha.
- Falando com ? – estava pegando os ingredientes do sanduíche e colocando sobre o balcão. Tínhamos milhões de empregadas, mas ele adquiriu o hábito de fazer seu próprio sanduíche à noite. Quando pergunto o motivo, ele diz que ajuda a pensar… Não que eu acredite nessa desculpa.
- A própria, ela te mandou um beijo e chega amanhã. – O garoto de cabelos platinados parou de passar o requeijão no pão e me olhou com aquela cara safada, que eu não gostava nada. - Nem pensar, seu safado! Você não pega as minhas amigas e eu não pego seus amigos, não é assim? – Não que eu seja a favor desse acordo, ele o fez com a parede e insiste em acreditar que eu o seguiria.
- também é minha amiga, nesse caso…
- Hum, bom saber que tem uma falha no seu acordo, sou boa em fazer amizades. – A expressão dele se fechou rapidamente, ele apontou a faca com requeijão na minha direção e murmurou:
- Nem pense. – Revirei os olhos e me coloquei ao seu lado. Era melhor não tocar mais no assunto, nunca vi criatura mais ciumenta!
P.O.V off


Capítulo 3
No outro dia acordei um pouco mais disposta, na verdade já que eu estava mesmo de volta, o que poderia fazer? Enquanto não completo 18 e volto para a Coréia do Sul, vou tentar aproveitar o que tenho aqui.
A pergunta que não queria calar era: “O que eu gostava tanto nesse lugar?”. Então me surgiu a ideia de ir visitar os antigos lugares que mais gostava, pra aproveitar minhas últimas semana de férias.
Depois de fazer a minha higiene matinal em um BANHEIRO SÓ MEU, prendi o cabelo em um nó frouxo e abri o guarda-roupa. Um dia eu chego a ter um closet. Peguei uma calça jeans em tom salmão e uma blusa cinza de manga com uma estampa de coração bem gay e linda. Calcei meu all star branco e coloquei o óculos. Minha visão não era tão ruim assim, mas o médico falou que nos primeiros 6 meses era pra usar sempre, até que aderi fácil ao negócio.
Desci as escadas correndo e lancei-me na cadeira, pegando meus intocáveis pães de mel. Ainda bem que as pestes não gostam… Sobra mais.
- Bom dia. – Minha mãe falou, mas já estava com a boca tão cheia que apenas acenei com a cabeça. Vi minha madrecita revirar os olhos, ela se cansou do discurso: “Coma devagar”. O pai tinha saído excepcionalmente cedo para o trabalho, provavelmente estava tão empolgado que queria ajudar a abrir as portas da empresa.
Terminei de tomar o café, e finalmente consegui falar:
- Vou sair, mãe. Não deixem os pirralhos entrarem no meu quarto. – limpei a mão no guardanapo e levantei, beijando a testa dela.
- É bom voltar para o almoço. – minha mãe perguntou e eu acenei com a cabeça.
- Só vou dar uma olhada no nosso antigo bairro, não se estresse, mãe. - dei de ombros, me espreguiçando após levantar.
- Mas faz muito tempo que não anda por aqui, não vá se perder… A louça do almoço é sua. – Claro, sabia que não era amor puro e inocente nesse pedido de “volte para o almoço”. Acenei com a cabeça e saltei da cadeira, ao menos a minha bicicleta tinha vindo inteira na viagem.
- Mana, aonde você vai? – ouvi Pierre chamar e parei na porta.
- Vou conhecer o território, quer vir? – ele franziu o nariz, olhou pra mim, olhou pra TV e sacudiu a cabeça negativamente.
- Certo, trago algo legal pra gente comer de sobremesa. – Pierre concordou com a cabeça e correu pra sua amada e maravilhosa TV.

**

P.O.V
- E a chega quando mesmo? – perguntei. Sentei na cama mais do que exagerada de e fiquei balançando os pés e brincando com a barra do meu vestido, enquanto esperava aquela enrolada se vestir. Quando ela entrava naquele closet, só com GPS pra encontrá-la.
- ELA JÁ CHEGOU. – ouvi a menina gritar lá de dentro e revirei os olhos. Quanto tempo mais ela ia desbravar aquele closet, que eu juro, deve ter uma passagem direta pra Nárnia.
- DÁ PRA ANDAR LOGO? – pedi delicadamente e depois de alguns minutos de silêncio, saltou pra fora devidamente vestida. – É um closet mágico? Você entra uma baranga e sai uma princesa? – a garota de cabelos loiros revirou os olhos verdes e lançou pra trás do ombro, uma mexa do seu cabelo encaracolado artificialmente. O tom claro do seu vestido era bem típico e combinava bem com seu jeito meigo, mas não entendia como ela conseguia andar o tempo todo com aqueles saltos! Viva as rasteirinhas.
- Eu sou uma princesa de qualquer forma, entenda isso, hippie! – dei de ombros e voltei a rir. Estudamos muito tempo juntas, mas só nos tornamos amigas depois de salvar um gatinho na árvore. Detalhe que depois de ele me arranhar toda, saltou tranquilamente da minha cabeça para o chão. Se não fosse eu teria jogado aquele bicho longe e depois o levado para uma ONG protetora de animais, claro.
- Tá mais pra sapa… Mas então, o que vamos fazer pra comemorar a chegada de ? – Fazia alguns meses desde que tivemos nossa última reunião de garotas. Agora que não ficaria viajando de um lado para o outro, provavelmente teria mais tempo pra nós.
- Não combinei nada com ela, quando chegou me mandou só uma mensagem e depois nada. Acho que ela queria rever uns lugares. – dei de ombros e me levantei, pegando a bolsa e jogando nos ombros.
- Entendo, vamos! Estou morrendo de fome e depois podemos ir ao clube, o que acha? – O tempo estava bom pra dar um mergulho, depois praticaríamos um pouco de hipismo e eu seria a pessoa mais relaxada do mundo, pra a noite beber até cair.
P.O.V off.

**

A cidade parecia bem mudada, até eu chegar ao meu antigo bairro. Era como se ali o tempo tivesse parado. Passei pelo mercado do tio Louis e ele me reconheceu logo de cara, o que achei bem estanho, mas foi divertido! Comprei algumas besteiras e coloquei na cestinha da bicicleta, então voltei a pedalar devagar pelas ruas que costumava brincar quando criança. A casa da dona Anne, a senhora mal humorada que sempre nos fazia ir comprar comida para seus gatos, a casa do vizinho maluco que a gente sempre pulava o muro pra roubar frutas, até hoje não sei seu nome… Acho que é de tanto chamá-lo de maluco… Estava tudo absolutamente igual!
Continuei descendo a rua, era uma pequena ladeira até chegar à praça onde costumava brincar, por isso a bicicleta tomou mais velocidade, pressionei os freios e aquela coisa continuou a andar… Espera, FREIO É PARA PARAR!
- JESUS MARIA E… – Antes de terminar a frase, colidi com a gradezinha que cercava a grama. Por um milésimo de segundo pensei que poderia voar, mas quando a minha cara foi contra a grama, percebi que não. - … José! – Murmurei depois de cuspi a terra que entrou na minha boca. Nota mental: nunca se deve mergulhar para morte de boca aberta.
Tossi, soprando os fios da franja desfiada que caiu nos meus olhos. Apalpei e encontrei o óculos caído mais a frente, quando o coloquei no rosto pude ler a plaquinha: “Não pise na grama” bem na minha cara. - Só pode ser brincadeira! – Resmunguei e tentei levantar, quando sentei notei que ralei um pouco o joelho e a mão, e a minha linda calça estava imunda.
- MAS QUE MERDA! DE ONDE VEIO ESSE INFERNO DE BIBICLETA? – Ôou. Ouvi alguém gritar e me virei observando uma garota sentada no chão, seus cabelos loiros estavam soltos e sobre a cara, vestia uma blusa regata e um jeans claro. Havia outra bicicleta embrenhada na minha, acho que alguém se espatifou HAHAHA…
- Que absurdo, uma bicicleta largada no meio do caminho. – me fingi de ofendida e levantei com um pouco de dificuldade, gesticulando cheia de razão. A garota me olhou de forma estranha e então ergueu um tênis all star branco igual o meu, que coincidência.
- Não é? Quem teria feito algo assim? – demorei um pouco pra raciocinar, mas o deboche dela me fez olhar imediatamente para o pé e foi aí que me dei conta que aquilo na mão dela é a prova do crime.
- Er… Foi mal. – dei de ombros e caminhei até a garota, peguei o tênis de sua mão. Ela deu de ombros e pegou a bicicleta que ficou enganchada na minha. Olhando assim mais de perto…
- ? – Eu tinha ficado tão eufórica com o pequeno ocorrido que nem havia reparado quem era a criatura que teve o azar de cruzar o meu caminho. Ela pareceu não me reconhecer e também não parecia muito a fim de conversa, provavelmente pensando que eu fosse uma fã maluca.
- É… Sou eu, mas tenho que ir agora… – Ela fez uma pausa e me encarou séria. - … ? – Talvez a minha expressão desapontada tivesse despertado aquela cabeça de vento.
- Ah, pensei que não fosse reconhecer. – sorri sem jeito e coloquei uma mexa que fugiu do coque, pra trás da orelha.
- Faz tanto tempo… Nossa! Quando você voltou? – me curvei um pouco e peguei a bicicleta, a roda havia entortado… Se eu estivesse indo um pouco mais rápido, conquistaria o titulo de “A morte mais idiotamente linda”.
- Cheguei ontem infelizmente… Digo, foi algo repentino, estou tentando me acostumar. - dei de ombros. Ao mesmo tempo em que me senti mortalmente feliz por vê-la ao vivo, a cores e em 6D, também me sentia desconfortável por não saber como agir, não saber o que dizer e… Não saber nada sobre ela, nada além das notícias sensacionalistas. soltou a bicicleta e me abraçou, foi inesperado, mas a abracei de volta.
- Senti sua falta. – sua voz estava um pouco abafada.
- Também senti a sua falta… – Agora, eu tenho certeza que essa é a mesma de sempre.

**

P.O.V Castiel
O som da guitarra nunca foi tão odiado pela minha pessoa. Ergui a cabeça com os olhos ainda um pouco fechados, estendi o braço e tateei a mesa de cabeceira, encontrando o maldito celular que não parava de tocar. Cocei o olho com a mão livre e encarei o nome no visor.
- Que foi, viado? – perguntei e depois bocejei.
- Acorda, bela adormecida! Nós estamos aqui no clube, você não vem? – a voz de Armin parecia ainda mais irritante essa manhã, afastei o celular da orelha e olhei a hora no canto do visor, não era nem meio dia!
- Tá brincando comigo não é mesmo, seu desgraçado? Vai se danar. – encerrei a chamada e voltei a deitar, logo voltaria ao meu lindo sonho se não fosse uma mão acariciando as minhas costas.
- Bom dia, meu amor! – congelei. Não é que eu não goste de ter uma garota na cama pela manhã, na verdade estou bem acostumado com isso, o problema é quando elas dizem: “Meu amor”. Virei o rosto para encará-la, com um sorriso forçado no rosto.
- Bom dia, linda. – Ela abriu um sorriso largo, como era seu nome? Maldição.
- Vou preparar um café pra nós dois! Depois podemos tomar um banhozinho juntos e ir dar uma volta, quem sabe um cineminha, hein? – Mas onde é que fui amarrar meu jegue? Acenei positivamente com a cabeça.
- Claro, ótima ideia… Vai lá, vai. – ela me deu um selinho e se levantou, sem absolutamente nada pra cobrir seu lindo e maravilhoso corpo, e foi na direção da tal cozinha. Pelo menos não estou em casa, amém! Se ela não tivesse planos tão loucos, poderia até ficar um pouco mais…
Sem fazer muito barulho, me vesti, calcei o tênis, peguei minhas chaves e saí discretamente. Suspirei aliviado quando entrei no elevador. Disquei o número de Armin.
- Como foi com a Jully? Ela já falou em casamento? – O vagabundo sabia da doida!!
- Seu… Onde vocês estão mesmo? – ouvi a risada do palhaço e a minha cabeça quase explodiu, eu o mataria depois de tomar alguma aspirina.
P.O.V Castiel Off


Capítulo 4
P.O. V Nathaniel

- Não estou no clube Ambre, estou indo para aquela lanchonete que você odeia… Isso, a do outro lado da cidade, com garotas peitudas. – Afastei um pouco o telefone e deslizei os dedos pelos cabelos, massageando as têmporas logo em seguida, enquanto sua voz fina ecoava pelo telefone. - É muito longe irmãzinha, fique onde está… Okay, tchau. – Desliguei o telefone e larguei na mesa, me acomodando na grande espreguiçadeira.
- Deixe-me adivinhar, Ambre… – Armin falou e sentou na cadeira ao lado, sacudindo os cabelos negros e espirrando água pra todo lado. Retirei o óculos escuro, onde havia respigando água, e coloquei junto do celular.
- Pra variar, não é mesmo? Ela quer por que quer se jogar pra cima de Castiel. – Sentado na borda da piscina estava , com uma garota de cada lado e ambas tentavam animar o coitado, que estava triste pela doença da avó. Se ela descobrisse quantas vezes ficou doente…
- Pra onde você a mandou dessa vez? – Armin riu e eu ri também.
- Sabe aquela lanchonete com as meninas de patins? A do outro lado da cidade! Falei que estávamos lá, ela provavelmente pra não deixar seu Castielzinho a mercê das garçonetes vai lá, protege-lo. – Ficamos uma meia hora rindo.
- Você não é um irmão exemplo. – Dei de ombros, já fui exemplo por tempo demais, mas desde que Ambre cismou com Castiel, tratou de nos perseguir pra tudo quanto é canto. – Por falar em irmãzinhas, o que é aquela maravilha? – Armin pegou o óculos escuro e quando vi de QUEM se tratava, fiz o mesmo. estava de biquíni e vinha na nossa direção.
- Cara, quando foi que ela cresceu tanto? – Perguntei mais pra mim, do que pra Armin. Ontem mesmo era a irmã fofa e baixinha de que às vezes queria jogar vídeo game com a gente, agora ela desfilava pela borda daquela piscina com sua pele branca em contraste com o biquíni preto, seus cabelos lisos eram bagunçados pelo pouco vento que passava, um óculos escuro escondia seus olhos e ela levava nos lábios um sorriso doce. Aquela criancinha agora estava ali, com seu corpo delgado e maravilhoso recebendo vários olhares, na verdade não me importava com os outros olhares, o trágico é eu não conseguir tirar meus olhos dela.

P.O.V Nathaniel off


POV

- Poxa , não fica assim tristinho… Sua avó vai melhorar logo. – A loira de olhos castanhos curvou seu corpo e senti a sua pele, quente pelo sol, tocar a minha. A mesma deslizou os dedos pelo meu braço e com a mão aberta massageou meu ombro esquerdo.
- O que a gente pode fazer pra te deixar feliz? – A morena falou com uma voz infantil, quando elas ficam tão “meigas” significam que já estão no papo. Suspirei, ainda tentando parecer angustiado e ergui a cabeça, iria convida-las pra conhecer a área VIP do clube, até ver todos meus pesadelos em uma só imagem. Minha irmãzinha, quase pelada, no mesmo ambiente que Nathaniel, Armin e Castiel, que acabou de emergir da piscina, na borda mais próxima a que ela estava.

- Heei princesa, chegou bem na hora. – Conhecia aquele tom de voz, e já podia imaginar a cara que aquele safado estava fazendo pra minha irmã. Fiquei de pé, puxei o roupão que estava na cadeira atrás de nós e fui até
- Morra Castiel! – Ouvi a risada dele e me aproximei jogando o roupão sobre os ombros da garota e ouvindo um “aaaaah” triplo, eles vão ser esfolados por justa causa.
- Qual o problema, ? – Ela perguntou, parecendo brava.
- Por que não me avisou que vinha? E que roupa de banho é essa? Cadê a que te dei? – Tenho ciúmes da minha irmã perto de qualquer cara, mas quando os caras são meus três melhores amigos… Todo o cuidado é pouco. A abracei enrolando-a no roupão ainda mais e carregando-a pra longe da piscina.

- Aquilo não era uma roupa de banho, era uma burca, ! Você só pode está brincando. – Ignorei sua expressão meio irritada e suas bochechas vermelhas.
- Você que está brincando comigo, vindo aqui assim. Cadê a ? – Paramos de andar e ela bateu o pé, cruzando os braços.
- Você é um chato, não posso nem da um mergulho em paz! está praticando hipismo. – fez biquinho e eu estendi a mão, apertando seu nariz.
- Não faça essa cara, você sabe que não gosto deles te rondando… E me vem aqui de biquíni, quer ver seu irmão preso por assassinato? – Abri um sorriso largo e ela riu também, puxei minha princesa pra perto de mim e dei um beijo demorado na sua testa.
- Talvez se você fosse menos exagerado… – Revirei os olhos.
- Não é exagero, eu apenas os conheço… De qualquer forma, estávamos indo embora. Depois que a gente estiver bem longe, você pode nadar. – Ri e puxei a sua orelha, ela fez careta.
- Ah, onde vocês vão à noite? – Cerrei os olhos.
- Pra casa dormir, igual à senhorita. – Levei um tapa no braço e ignorei suas perguntas, voltando pra piscina, iria recolher acampamento.

P.O.V off

**

- ! Que bom que você veio. – Uma garota de capacete chamou. Ela usava o cabelo preso em uma trança e quando nos aproximamos ela retirou o capacete e me abraçou. Usava uma casaca em tom preto por cima de uma camisa de prova branca, a calça também branca ia bem justa por dentro da bota preta de cano alto, na mesma mão que segurava o capacete, também segurava a tala, mais conhecia como chicote. A garota visivelmente praticava hipismo.
- Quanto tempo! Como está? Cadê ? – perguntou e a menina suspirou, um dos funcionários se aproximou e ela entregou a ele os acessórios, a casaca e as luvas.
- Ela está na piscina… Essa deve ser a , não é? Sou – Demorei um pouco pra perceber que falava comigo, assim sem capacete eu pude ver melhor a suas feições delicadas. Suas bochechas estavam bem vermelhas, provavelmente pelo esforço, seus olhos eram bem redondos e castanhos claros, quase verdes. Ela era alguns centímetros mais alta do que eu, não que fosse difícil, e por isso era quase da altura de .
- Sou eu mesmo, prazer. – Ela estendeu a mão e nos cumprimentamos, depois disso ela e embalaram em um assunto animando enquanto eu babava no luxo daquele clube, pessoa pobre quando entra em lugar de gente fina… MAS NÃO CONSIGO EVITAR! Só o vaso de plantas dali devia valer mais do que eu.

Paramos de andar quando chegamos à piscina. Uma garota de cabelos loiros presos em um coque se aproximou sorrindo e agarrou em um abraço, que aparentava ser bem forte. Depois disso ela me encarou.
- Ah, você deve ser a amiga da , não é? Sou , é um prazer conhece-la… Conte-me, por favor, conte-me os micos que ela pagava quando criança. – Soltei uma risada alta e meus olhos brilharam.
- Teve uma vez que a gente estava pintando a casa da vizinha, então ela mergulhou num balde de tinta rosa e saiu gritando que era um unicórnio! – Rimos, mas permaneceu séria.
- Eu era uma criança inocente! – Respirei bem fundo.
- E a vez que… – Fui interrompida, colocou a mão sobre a minha boca e saiu me arrastando.
- Vamos almoçar! – Tudo bem, contaria os outros micos dela depois.

**

P.O.V

- Então, o que você vai estudar? – Perguntei a , a garota já não estava tão acanhada quando no começo e se mostrou alguém bem divertida, principalmente nos apelidos que dava a , era pura troca de elogios entre essas duas.
- Vou estudar teatro. – Ela pareceu um pouco desanimada.
- Por que esse desanimo, ? – pareceu perceber a mesma desanimação que eu.
- Digamos que não sou nada ‘artística’ e meu pai quer porque quer, que eu entre nessa escola. – Ela deu de ombros, agora entendia.
- Mas a arte está em todos nós, aposto que você vai encontrar seu dom. – Tentei anima-la e acenei para o garçom, pedindo a conta.
- O que faremos hoje à noite, heim? – A voz doce e suave de reinou, eu conhecia esse tom de quem quer aprontar, abri um sorriso largo.
- Estava querendo sair e beber, pra alegrar a ultima semana de férias. – Falei com naturalidade.
- Pensei que fosse você a naturalista que odeia consumo exagerado! – Tinha que vim se vingar pelos discursos que eu dou.
- Eu realmente acho o consumo exagerado um absurdo, quero beber socialmente. – Completei no auge da minha elegância. – Ao contrário de você, que quando começa a beber só para quando entra em coma. – Zombei da garota que teve apenas um porre épico em toda vida.
- Não ligue pra essas bêbadas, , elas começaram cedo. – A garota de cabelos loiros e voz gentil falou tentando escapar.
- Não vem com essa não realeza, a senhorita também adora uns drinks “coloridinhos”. – A entreguei, que fez careta.
- Imagina se me vê bebendo? Ele vomita um ouriço. – Soltei uma gargalhada escandalosa, se tem uma coisa que me diverte mais do que ver o Armin se ferrar é ver tendo crises de ciúmes, ou o contrário, porque não assume, mas sente ciúmes daquele desmiolado.
- Bom, então pra onde vamos? Um lugar que possamos aproveitar… Onde seu irmão e companhia não estejam. – parecia querer evitar o encontro com os meninos. Será que ela ainda pensava em Castiel? Porque sabemos do seu rolo com ele, rolo esse que até hoje não entendi como acabou, mas também nem quero entender. É demais pra minha cabeça imaginar uma amiga nos braços da traíra ruiva.
- JÁ SEI! Depois que formos fazer umas comprinhas no shopping, tenho o lugar perfeito pra irmos. – Espera…
- Compras? Quem falou em compras? Quando isso se tornou relevante? – Essa menina tem parar com essa mania. segurou no meu braço e fez aquela carinha do gato de botas, com seus olhos verdes grandes, brilhantes e apelativos bem em mim.
- Por favor, queria um sapatinho novo e um vestidinho, pra sair bonitinha… – Ela piscou os olhos, com aquela voz manhosa. Puxei o braço e bufei.
- Está bem, mas se comprar mais que isso… Te deixo sozinha lá. – Ela começou a fazer uma dança engraçada, então não consegui evitar rir, assim como as outras duas.

P.O.V off


Capítulo 5
me convidou pra ir com elas na tal boate do amigo de , eu relutei, relutei, mas acabei por aceitar. Antes tivemos que passar na minha casa, iria tomar um banho e pegar algumas roupas pra me trocar depois iriamos ao shopping. Tirando o fato que não gosto de muita gente junta em um único lugar, não tenho roupa, meu cabelo está uma droga e… Já disse que não tenho roupa? Enfim, tirando tudo isso, sair com elas seria muito bom… Quanto mais tempo eu passasse ocupada, menos eu pensaria na mudança.
Além de tudo, seria bom ter novas amigas… é uma garota doce, meiga e bem humorada, já percebi isso só na hora do almoço. , já foi mais difícil de entender a personalidade, ela é um pouco mais fechada… Talvez por não nos conhecermos há muito tempo, mas já conseguimos conversar por mais de dois minutos e percebi como ela é uma pessoa decidida.

Depois da nossa passada, mais tranquila do que imaginei, em casa, fomos direto para o shopping.
- Seus irmãos são a sua cara quando pirralha. – anunciou enquanto caminhávamos, estava mais a frente em busca de suas lojas preferidas, logo atrás falando com alguém no telefone, pelo que entendi era um garoto. Eu vinha por ultimo com minha amiga, ela conheceu meus irmãos pela primeira vez hoje, já que quando viajamos mamãe ainda estava grávida.
- Meus pais dizem o mesmo, mas não acho. – Dei de ombros e ri. – No quesito comportamento, eu acho que os influenciei um pouco. – A garota ao meu lado revirou seus olhos heterocromáticos.
- Não diga besteiras, você era a maior praga do bairro. Dizíamos seu nome e os mais velhos tremiam. Quando foi embora só faltaram dar uma festa. – Soltei uma risada alta e empurrei o ombro de .
- Que exagero! Fala de mim, mas era você quem compactuava com tudo. – Continuamos a ri até perceber que entrou em uma loja, parecia uma criança dentro de um parque de diversões.
Nós fomos a umas quatro lojas até comprar algo que lhe agradasse. Agora que ela estava satisfeita:
- Pronto! Agora é a vez de vocês. – A garota pegou um vestido vermelho e um verde escuro, empurrou um pra mim e um pra , nos arrastando para o provador logo em seguida.
- Nã-ão, , eu não farei compras. – Tentei desvencilhar dela, mas ela me jogou dentro do provador e fechou a cortina.
- Pense que hoje começa uma fase nova da vida, então te darei de presente! – Ela insistiu, coloquei a cabeça pra fora da cortina.
- Não precisa, mesmo, não quero incomodar. – EU AMO comprar roupas, mas nas condições que a minha família estava, isso era a coisa mais rara. Agora as coisas estavam melhorando, mas ainda sim não tinha dinheiro. Conheci há menos de um dia e também não me sentia no direito de aceitar um presente.
- Esse é um presente meu também , então aceite. – havia colocado o vestido vermelho e aparecido ali. Como ela foi rápida! Fiz cara de choro e ela me olhou feio.
- Certo… – Já que elas insistiam, por que ia recusar? Mas que fique bem claro que isso não se repetirá. Coloquei o tal pedaço de pano verde. – Acho que tem algo errado! – Falei e puxou a cortina.
- O que está errado? – Como assim… O QUÊ??
- Olha o tamanho disso, se eu espirrar mostro os fundinhos. – A garota soltou uma gargalhada. e colocaram a cabeça pra dentro do provador.
- Ui que sexy… – Vou fingir que não notei o tom debochado que a minha melhor amiga usou.
- Concordo com , está faltando pano nisso! Vem… Vamos procurar outra coisa. – saiu e , que estava com um grande bico, foi atrás.

- Sabe o que percebi? – perguntou e eu olhei sua expressão pelo espelho, ela já estava com outro vestido.
- O que? – Arqueei uma de minhas sobrancelhas, se ela falar que engordei vai levar uma voadora.
- Você não me contou o que andou fazendo na Coreia todo esse tempo. – Ela estendeu a mão e com a ponta do dedo, tocou minha costela. Inclinei-me um pouco e notei que ela estava se referindo a tatuagem.
- Ah… Isso. – Dei de ombros. – Meu amigo era tatuador, digamos que ele faz pra mim sem precisar de autorização. – Abri um sorriso sapeca, a única tatuagem que meus pais já haviam visto é a da minha mão direita, onde estava escrito “Free”, essa pedi autorização porque era muito visível.
- Você tem quantas? – Seu tom era divertido, ao menos ela pareceu gostar.
- Tenho quatro. – Tirei o cabelo para o ladro e mostrei. Digamos que não fui uma garota muito exemplo por um tempo, esse meu “amigo” não era bem só meu “amigo”, mas acho melhor não desenterrar essa história por um tempo. – Esses pássaros, a da mão, essa da costela que significa: “Aqueles que dançavam eram vistos como loucos por aqueles que não conseguiam ouvir a música”, frase de Nietzsche. Por fim “Você só vive uma vez” por causa da música do The Strokes. – Terminei de apresentar minhas tatuagens e ela pareceu pensativa. puxou a cortina com tudo.
- Quem falou “The Strokes”? Ahn, aqui está prove esse, e esse… E esse aqui! – Ela me deu três vestidos, e depois veio com mais uns três.

Depois de experimentar uns 10 vestidos, finalmente consegui achar um que me agradasse e que agradasse as três madames.
- Então será esse! E você , vai ficar com o preto? – A segunda frase mais pareceu uma ameaça de , do que uma simples pergunta.
- Vou! Decidi. Agora vamos logo antes que eu mude de ideia. – Soltamos umas risadinhas e saímos apressadas, agora era a fase de nos arrumar… Zeus tenha piedade da minha alma.


**
P.O.V Armin

- Como você conseguiu? – Encarei Nathaniel de forma desconfiada. Graças a ele, estávamos jantando no novo restaurante de comida italiana mais cobiçado dos últimos tempos, era quase impossível conseguir uma vaga nele sem muita antecedência. Detalhe, que ainda conseguimos uma das melhores mesas e o melhor atendimento.
- Sabe, isso também me intriga. – estava recostado na grande cadeira de acolchoamento dourado, seu cotovelo estava apoiando no braço da mesma e ele apoiou o queixo sobre a mão, cerrando os olhos maliciosos enquanto encarava Nathaniel.
- Digamos que a chefe é uma mulher. – Castiel começou a contar, só poderia ser algo do tipo.
- Muito culta por sinal, só precisei dar algumas dicas sobre obras de arte. – Ele apontou sutilmente para o quadro que estava atrás de nós e estendi a mão tocando o ombro dele.
- E depois levou ela pra conhecer sua galeria particular? – Perguntei forçando o meu tom mais debochado. Nathaniel ergueu o copo com suco, já que também iria dirigir, e não precisou mais nenhuma palavra pra que pudéssemos entender que todo o tempo que ele gasta sendo estudioso, não era tão inútil.
- E hoje à noite? Vamos mesmo à boate de Dimitry? – Perguntei, já havia terminado de comer, estava só esperando e Nathaniel, os mesmos lerdos de sempre.
- Não consigo pensar em nada melhor pra hoje. – deu de ombros e FINALMENTE colocou na boca o ultimo pedaço da sua sobremesa.
- Ótimo, só espero que Ambre e companhia não apareçam por lá. – Castiel anunciou visivelmente incomodado, ela sempre espantava as garotas dele.
- Castiel, você é um péssimo namorado. – Zombei e pela forma que me olhou, jurava que ele seria capaz de acertar o copo bem na minha cabeça.
- Não se preocupem, fiz uma ligação e ela vai se manter ocupada. – Fiquei até com medo de perguntar a Nathaniel o que ele aprontou, mas era melhor assim… Com Ambre vinha também Li, que quando me via não desgrudava, ainda tinha que ouvi-la dizer que seria a Princesa Peach do meu castelo encantado. E eu lá pareço alguma bixa da Disney? De qualquer forma, se ela é a princesa Peach o Bowser que a engula.

P.O.V Armin off


Finalmente estávamos prontas, foi a primeira a começar a se arrumar, mas a ultima a ficar pronta. Seu vestido era negro na parte superior e a parte da saia era um rosa claro de um tecido leve com pregas. Com ajuda do salto negro, ela continuava sendo a mais alta de nós, se bem que pelo tamanho do salto de a diferença entre elas não era tão gritante.
O vestido de era um tomara que caia preto e justo, como ela é magra e não muito corpulenta, o vestido não ficou vulgar, pelo contrário, combinou muito bem.
usava um vestido com a saia estampada com algumas flores, a parte superior era um top preto com tachas de ouro envelhecido e havia um cintinho marrom na cintura, dando o toque final. Ao contrario de todas nós, ela não usava salto.
O vestido que ganhei das meninas é um azul marinho com um tecido bem trabalhado, é tomara que caia e não era muito curto, mas ainda preferia usar uma calça, não sou muito jeitosa usando vestido. Por mais que o sapato preto que ganhei fosse lindo, estava um pouco desacostumada a usar algo tão alto, então tentaria não pagar muito mico, apenas ficando quietinha em algum canto.

- Olá Boris! – , toda sorridente, cumprimentou o segurança. Ele era forte e apesar de baixinho, sua expressão mal encarada me dizia que ele quebrava qualquer um que ousasse ser insolente.
- Olá minha linda! Pode entrar… Elas estão com você? Entrem também. – Uou e nem pediu os documentos, eram todos falsos, mas ainda sim… Bastou ela lhe lançar aquele sorriso. Pelo que entendi, o dono da boate era um amigo bem próximo da família de Chelsea e ele permitiu a entrada dela, por que preferia que ela ficasse ali debaixo do seu nariz, não que achasse que ele fosse ficar de olho só pra “vigiar”, mas tudo bem.
A música ia ficando mais alta a cada passo que dávamos, assim como a quantidade de pessoas ia aumentando. Quando chegamos à pista de dança principal, as luzes piscavam freneticamente enquanto os corpos dançavam ao seu ritmo. Eu já frequentei muitas festas, mas nenhuma se comparava a boate, a altura da música, as luzes, as pessoas e o balcão de bebidas, pra onde nos guiava.
- Eu quero uma tequila! – Ela falou e arregalei os olhos, não vou beber, não posso beber… Definitivamente não irei beber. – E você o que vai querer? – Ela gritava, por causa da altura da música.
- Nada, não agora. – E nem nunca, mas não contei. Fiquei apoiada no balcão ainda um pouco embasbacada, enquanto e dançavam discretamente ao meu lado, esperando suas bebidas.


P.O.V

- E aí, ! – Dimitry apertou a minha mão e depois me puxou dando um tapa nas minhas costas, eu fiz o mesmo. O som no andar de cima, que é o andar V.I.P, era mais abafado e assim conseguíamos conversar sem precisar berrar.
- Uou cara, isso aqui está repleto de garotas, nem sei por onde começo. – Castiel se aproximou e revirei os olhos, sempre tão “esfomeado” e indiscreto.
- Aproveitem. – Estava claro, que Dimitry era exatamente como nós, mas a única vantagem: Era de maior. Mas nós ainda chegaríamos lá, se já aproveitamos a vida assim… Imagine quando tivermos idade?
- Com certeza. – Ouvi Armin se integrar da conversa. Seus olhos já estavam em uma garota de cabelos negros e curtos, olhos grandes e verdes… Mas quem realmente me interessou foi à garota sentada ao seu lado, seus cabelos loiros, sua boca pequena em formato de coração e os olhos castanhos claros.
- Bom Dimitry a conversa está boa, mas o dever me chama. – Abri um sorriso no canto dos lábios, dei um tapinha no ombro do meu velho amigo e caminhei até o balcão.

P.O.V off


Capítulo 6
Estava sentada em uma mesa perto da pista de dança, dali podia observar , e dançando. A bebida demorou, mas bateu nelas de jeito. O que faria eu, sozinha, com três bêbadas? Se bem que era a que parecia mais normal do grupo. Quando a música trocou a boate pareceu pegar fogo, com a ajuda das luzes piscando eu via tudo em câmera lenta, os cabelos sendo jogados e os garotos em volta, pareciam está escolhendo com quem iam ficar primeiro.
- Assim você me ofende. – Ouvi uma voz rouca bem perto do meu ouvido e saltei, com o susto que levei devido à aproximação repentina.
- E-eu? Eu… – Era um homem alto, de cabelos castanhos na altura dos ombros, seus lábios finos formavam um sorriso gentil e seus olhos negros estavam levemente puxados, provavelmente por causa do sorriso.
- Você é a única pessoa que parece entediada, na minha boate. – Ele sentou, pegou o copo que estava bebendo e cheirou, revirando os olhos logo em seguida. – Está explicado. – Sorri sem jeito. Então esse era o tal amigo de ? Parecia ser. Ele olhou para a pista de dança, por cima do ombro e voltou a me olhar, sorrindo. – Você está com elas? – Acenei positivamente.
- Estou apenas vigiando. Não sou boa em dançar… Você é o Dimitry? – Dei de ombros, não gostava de ficar no meio de um bando de gente como elas, me faltava ar.
- Sou eu mesmo. E você é?
- Sou , mas pode me chamar de .
- Certo , anime-se. – Ele estendeu a mão e tocou minha bochecha.
- Vou tentar, obrigada.
- Assim que eu gosto. – Ele fez uma pausa e voltou a olhar as meninas. - Aquela eu não conheço. – Dimitry apontou para e voltou a me olhar com um sorriso, que mesmo não o conhecendo, sabia que era cheio de segundas intenções.
- Huuuum… Então vá conhecê-la, mas não esqueça que eu estou de olho. – Ele riu.
- Eu irei, mas antes o que posso fazer pela senhorita? – Suspirei.
- Vou pensar em algo, depois te digo. – Ele piscou e se levantou, foi estranho, mas Dimitry deu um beijo na minha testa e saiu na direção onde estava. E agora onde estavam e ? Que bela vigia eu sou.


P.O.V Nathaniel

Estava sentado em uma das poltronas largas da área superior da boate, a perna cruzada e o braço por cima do ombro de uma ruiva. Ela não é o tipo de pessoa que eu possa ter uma conversa saudável, mas o que posso fazer? Realmente gosto de ruivas. Castiel estava sentado na poltrona a minha frente, do outro lado da mesa onde um balde com Vodka, Wisky, energético e todo o tipo de bebida imaginável estava, em seu colo havia uma garota de cabelos na altura dos ombros, loiros… Ele tem uma queda por loiras, pelo que reparei. Era a 3ª da noite.

Como hoje perdi na rodada, era eu quem iria dirigir, mas ao julgar pela situação de cada um dos meus amigos, eles dariam um jeito de chegar a qualquer lugar sem mim. Era até melhor… Não queria Armin vomitando no meu carro novamente, troquei todo o estofado de ultima vez.

Não estávamos há muito tempo na boate, e ela pareceu ter enchido mais desde que chegamos. Da área V.I.P podíamos vislumbrar os acontecimentos do andar debaixo, a empolgação era visível. Senti a mão de Claire sobre a minha barriga, ela então foi subindo e parou sobre o meu peito, brincando com o botão do meu colete. Desviei o olhar do andar debaixo e sorri, aproximando meus lábios da sua face e mordendo seu queixo suavemente antes de beijá-la. Levei a mão até sua bochecha e aproximei ainda mais seu rosto do meu, intensificando o beijo.
As pessoas tendem a dizer que nós, somos safados e que nos aproveitamos das garotas, mas como elas querem que um homem se concentre enquanto nos provocam? Não estou falando de apenas roçar as pernas na minha, ou usar aqueles vestidos minúsculos, muito menos falando dos decotes ou de quando elas insistem em empurrá-los contra nós… Estou falando de suas mãos rápidas e traiçoeiras.

- Man, aquela em cima do balcão não é a ? – Ouvi a voz de Castiel e afastei os meus lábios dos da garota.
- aqui? Ficou doido? – Castiel, que agora estava com uma garota de cada lado, deu de ombros e apontou pra baixo. Sua expressão era divertida. Estiquei-me um pouco para ver se não era só efeito da bebida que fez Castiel ver coisas. Sobre o balcão estava ela, rebolando ao ritmo da música e mexendo o corpo até embaixo, a saia leve e larga fazia movimentos tentadores conforme seu corpo se balançava, era como se a qualquer momento fossemos acabar vendo tudo.
- Oh shit, ela deve ter enchido a cara. – Tirei o braço dos ombros de Claire e me estiquei, e a garota loira haviam sumido. Voltei a encarar sobre o balcão e vi que alguns caras ajudaram outra garota a subir e essa era…
- ?! – Castiel perguntou com uma expressão divertida no rosto.

P.O.V Nathaniel off


P.O.V Castiel

- Aonde você vai, Nathaniel? – Perguntei ao garoto que se levantou rapidamente, ele fez uma expressão estranha e então riu.
- não está aí, está? Então vou cuidar da irmãzinha dele. – Eu sempre disse, todos os dias das nossas vidas, desde que aprendi a falar… Que Nathaniel tem um lado muito, muito negro. Aquele sorriso, sem vergonha dele me dizia tudo.
- Nathanieeel… Está procurando sarna pra se coçar. – Ele deu de ombros e terminou de tomar o suco que estava sobre a mesa, largando o copo vazio de volta na mesma.
- Não sou você, Castiel. – Ele falou segurando o riso.
- Exatamente por ISSO que eu tenho medo. – Retirei o braço dos ombros das minhas belas companheiras. – Desculpem minhas lindas, eu preciso ir. – Levantei.
- E você, aonde vai? – Nathaniel foi quem perguntou. Dei de ombros e arrumei o casaco.
- Vou me certificar que você não seja morto, por molestar a irmãzinha dos outros. – Rimos juntos e descemos, também queria ver de perto, já que há muito tempo nem mesmo nos falávamos.

Quase esqueci o que ia fazer quando passava por entre as mulheres do andar debaixo, mas por sorte Nathaniel nos chamou.
Não foi fácil, mas empurrando um pouco conseguimos chegar bem perto do balcão onde as duas estavam levando muito a sério a letra da música “I’m sexy and I Know it” e UOOOU, ali debaixo a vista estava boa.
- Acho melhor deixarmos elas aí em cima. – Falei batendo no ombro de Nathaniel, que riu.
- Eu bem que queria… – Aquele safado está mesmo interessando em ? Por que acho que isso não irá prestar nem um pouco?
- Desçam daí! Está dando pra ver tudo daqui debaixo. - Ouvi a voz de uma garota, que se esticava e batia no pé de , mas a loira continuava a rebolar e a jogar os cabelos.
- Você está com elas? – A garota me fitou, seus olhos eram de um castanho muito, muito… Castanho, e os fios loiros da sua franja estavam colados na testa, talvez pelo calor que estava fazendo ali. Ela acenou positivamente com a cabeça, parecendo cansada.
- Eu devia “cuidar“ das bêbadas, me distraí por um segundo e… abaixa essa saia ! – A pequena se curvou pelo balcão e continuou acenando, tentando chamar atenção das outras duas, que dançavam com mais algumas garotas.
- A gente te ajuda. – Nathaniel estava ao meu lado um tanto hipnotizado com a cena do balcão, ele deve mesmo gostar de perigo. Dei nele uma cotovelada e o garoto voltou a terra. – Vamos tirá-las daí. – O loiro safado pareceu feliz com a ideia e com a maior facilidade do mundo, aproveitou que estava agachada e a puxou, jogando-a nas costas.

Fiz o mesmo, mas com as coisas tem que ser sempre mais difíceis e ela começou a espernear e a dar socos nas minhas costas. Quando estava afastado da multidão, a coloquei no chão e ela pareceu sair de órbita quando me viu.
- Hey baby, sentiu saudades? – A menina fechou a cara instantaneamente e socou o meu peito.
- Nunca mais toque em mim, seu brutamonte. – Tentei não ri só pra não deixa-la mais irritada, mas não consegui.
- Eu estava te ajudando, por causa da sua amiga e assim que me agradece? Todos estavam vendo o que não devia. – Dei de ombros e ela voltou a me socar.

POV Castiel off


P.O.V

Parei de socar Castiel e dei as costas.
- Ei, aonde você vai? – Não sabia se era pela bebida, ou se era pela raiva que sentia de Castiel, mas minhas bochechas queimavam, assim como a vontade de soca-lo e chuta-lo. Como ele simplesmente poderia, depois de tanto tempo, falar: “Hey baby, sentiu saudades?”? Era como se tudo aquilo, nunca tivesse acontecido e como se estivesse tudo bem entre a gente. Pois não, não estava bem, e não consegui me esquecer do nosso ultimo encontro.
- Pra longe de você, não percebeu? – Abria o caminho no meio da multidão e sentia que Castiel estava ao meu encalço, depois de um tempo ele me segurou e me fez virar pra ele.
- Não seja assim, vamos conversar. – O ruivo falsificado abaixou o rosto e roçou o nariz na minha bochecha, depois de falar bem perto do meu ouvido. Bufei e empurrei o garoto.
- Pois tenho coisa melhor a fazer.
- O que é melhor do que ficar comigo? – Castiel me puxou pra junto de si mais uma vez. Quase me esqueci o quanto ele é insistente.
- Qualquer coisa tornou-se melhor… – Depois que disse isso ao pé do seu ouvido, fitei seu rosto, e ele estava com uma expressão que pareceu chateada.
- Não diga mentiras, . – O mesmo tentou sorrir e dei de ombros.
- Vou te provar! - Avistei um rapaz que passava e puxei o mesmo pelo braço, sem reparar em quem era, como era, com quem estava. Apenas joguei os meus braços em torno do pescoço dele e o beijei. Quando me larguei do garoto, Castiel não estava mais lá… Maldito.

P.O.V off


P.O.V

- Nathaniel? – Perguntei assustada quando ele me colocou no chão, seus olhos âmbar me fitavam bem de perto, em seu rosto havia uma expressão divertida.
- Você enlouqueceu, ? Queria que seu irmão te visse? – Entreabri os olhos assustada e olhei em volta, só pra ter certeza que não estava por perto.
- Ele está aqui? Eu não fazia ideia. – Engoli a seco e senti o toque dos dedos de Nath na minha bochecha, ele colocou uma mecha do meu cabelo para trás da orelha e acenou positivamente com a cabeça, parecendo preocupado.
- Deve está ocupado agora, ainda bem que não chegou a te ver. – Acenei positivamente com a cabeça. Aquela sensação estranha no meu estômago não parecia nervosismo de imaginar o discurso do meu irmão, mas parecia nervosismo pelo toque do garoto loiro a minha frente. O álcool deve ter afetado e MUITO a minha cabeça, só pode ser.
- É, ele deve está com alguma vagabunda. – Sorri sem jeito e abaixei a cabeça. – Por que não vai encontrar uma também? Eu vou procurar minhas amigas. – Empurrei o garoto, mas ele não me deixou sair.
- Fica mais um pouco e eu te ajudarei… Deixe-me apenas te olhar de perto por mais tempo. – Arregalei os olhos e fiquei sem ar por um tempo, sustentando seu olhar.
Ali, encostada na parede perto dos banheiros, sem muita gente por perto, sem o som alto, sem pessoas se esbarrando em mim… Podia sentir o cheiro único dele, ouvir a sua voz baixa e suave, era tão tentador, parecia tão certo e tão errado ao mesmo tempo.
Me espremi contra a parede com mais força e sacudi a cabeça pra me livrar desses pensamentos, a mão dele estava pousada perto do meu rosto e o seu corpo aproximava-se um pouco mais a cada instante.
Nathaniel acha mesmo que vou cair nessa mesma conversa que ele usa por aí? Logo eu? Mas por que não consegui sair dali? Simplesmente não podia me mexer.
- Apenas fique longe, Nath. – Falei com muito esforço e dessa vez o empurrei com mais força. Depois de me livrar dele praticamente corri de volta para os braços da multidão. Preciso de mais umas tequilas, não quero me lembrar dessa sensação amanhã.

P.O.V Off


A caça as bêbadas estava me cansando, os saltos já estavam machucando os meus pés e eu queria ir pra casa, por minhas pantufas e comer besteiras na frente da TV. A música alta estava começando a irritar meus ouvidos, toda hora vinha um esbarrar em mim e estava praticamente fazendo malabarismo com o copo, afinal: Nunca abandone seu copo!
- Quero minha casa. – Murmurei. Já ouvi as bastidas de "Give Me Everything" e me senti tentada a dançar. Mas não pude, por que alguém simplesmente me empurrou. Sabia que mão poderia viver sem causar algum tipo de estrago. Meu pé se embolou e fui caindo em câmera lenta. Todo o conteúdo que estava no copo da minha mão voou. Bati a testa contra o peito de alguém e por sorte não encontrei o chão. – Obrigada! – Anunciei bem contente, mas o jovem que aparou minha queda me empurrou e eu notei sua camisa branca totalmente manchada pelo meu suco de uva. Ô-ou.
- Me des…
- Obrigada? Você… Sua maluca! Ao menos olha por onde anda? – Sua voz saiu grosseira.
- Me desculpe, deixe-me ajudar. – Tirei o lenço que estava no bolso dele e o abri, passando-o pelo rosto do garoto, que segurou a minha mão de forma brusca e arrancou o lenço da mesma.
- Não pedi sua ajuda, senhorita. Agora desapareça. – Ele parecia muito mal humorado e a sua voz soou irritantemente educada.
- Pois se vire então, estupido. – Já estava voltando a me enfiar na multidão quando senti alguém me puxar, o aperto no meu braço era firme e o puxão forte me fez colidir com ele bruscamente.
- Isso é pra que eu te desculpe. – Sua mão se enfiou rapidamente pelos meus cabelos e após segura-los com firmeza, puxou meu rosto contra o seu, fazendo nossos lábios colidirem apressadamente.


Capítulo 7
P.O.V

- Sério ? Pegando Dimitry? – Dimy foi resolver alguma coisa com relação à boate e eu fiquei a sua espera. Estava apoiada no balcão da área V.I.P. quando surge aquela criatura do nada, me assustando com seu comentário.
- De onde você surgiu, peste? – Resmunguei e olhei em volta… Espera, se Armin está aí significa que os outros três estão aí, e se eles estão Chelsea pode está muito encrencada.
- O que foi? Que cara é essa? – Fui desperta dos meus pensamentos por ele, estava imaginando possuído por algum espirito maligno quando soubesse do show de sobre o balcão.
- Desde quando, qualquer coisa relacionada comigo é da sua conta? Por que não se enxerga Armin? – Ele abriu um sorriso estranho e revirou os olhos.
- Desde quando eu sou melhor do que o Dimitry e desde quando você é apaixonada por mim e não admite. – Mas essa história de novo? Como eu poderia ser apaixonada por um garoto totalmente alienado, consumidor de tecnologia compulsivo, galinha e ainda por cima totalmente narcisista? Comecei a ri.
- Só você mesmo pra contar uma piada tão boa há essa hora. – Dei um tapinha nas costas dele, que fechou a cara imediatamente, mas logo voltou a sorrir.
- Quando assumir que é mais uma fã minha, te dou um autografo. – Armin balançou os ombros, deu um tapinha nas minhas costas e se virou, voltando pra mesa onde Castiel estava, com uma garota… Pra variar. Agora alguém pode me explicar, por que diabos ele tem que ser tão irritante? E por que tem que descontar sua mongolice em mim? Bufei e senti a mão de Dimitry na minha cintura.
- Algum problema? – Acho que ficou bem na minha cara, o quanto aquele garoto me irrita.
- Nada que valha a pena. – Sorri e ele se aproximou, tocando o meu rosto e me beijando em seguida. Coloquei os braços em torno do pescoço dele e está tudo bom e muito lindo quando me lembrei de dois pequenos fatores: não estava ali e que estava lá embaixo dando à louca.
- Tem certeza que não é nada? - Dimitry soltou uma risada alta ao notar a minha cara de dor e suspirei.
- Tenho que salvar a … – Ele pareceu se lembrar da situação e concordou.
- Eu te ajudo. – Dimy segurou minha mão e fomos para o andar debaixo, depois dessa ela vai me dever um favor dos grandes.

P.O.V Off


P.O.V Armin

A música parecia mais alta agora, a festa finalmente começou pra mim.
- Não me envergonhe, Armin. – Castiel gritou e eu mostrei o dedo do meio para o imbecil. Meu blazer estava perdido em algum lugar por aí e sentia a minha cabeça zonza, mas quanto mais ela girava mais eu precisava de álcool. Minha intenção hoje não era beber, eu não queria encher a cara e ter o pior porre da minha vida, mas o meu humor mudou drasticamente.
A garota, jovem e morena, que acabei de conhecer estava sentada no encosto da poltrona e eu sentado entre as suas pernas torneadas com as coxas sobre os meus ombros. Segurava nelas com afinco, enquanto inclinava a cabeça. A jovem não parecia preocupada em mostrar ou não o que havia por baixo do vestido justo e eu não estava me forçando para deixar escondido, mas para a infelicidade da galera agora a minha cabeça fez esse favor. Minha nova acompanhante então fez o que lhe pedi, abri a boca e a mesma virou a vodca contra a mesma, senti o líquido escorrer pelo meu pescoço e a minha camisa já estava molhada mesmo, então quem se importa? Depois de parar de despejar a bebida na minha boca, a jovem tirou as pernas dos meus ombros e ajoelhou-se ao meu lado, beijando-me de forma sugestiva, muito… Muito sugestiva, enquanto seus dedos acariciavam meu pescoço.
- “I know you want me… Want me! You know I want cha… Want cha…” – Ela cantarolou o refrão da música bem no meu ouvido e mordeu a minha orelha. Como um garoto, mesmo sendo um jovem calmo e comportado como eu, poderia resistir a isso? Não resiste.

P.O.V Armin off


P.O.V Castiel

Armin estava se divertindo bastante com a morena, ele resolveu surtar do nada e eu simplesmente pensei: Por que não? E por isso entrei na onda. A pista de dança, mesmo da Área V.I.P estava cheia de garotas, era como um catálogo sabe? Não que eu veja mulheres como apenas um produto de prazer, mas a forma que elas dançavam e me encaravam, não parecia que desejavam algo mais além do meu lindo corpo sedutor, e minha mãe me ensinou a não ser egoísta.
Tinha mais alguns conhecidos ali, colegas de bebedeiras e estavam todos em volta do balcão fazendo uma brincadeira que realmente me agradou.

- Hey Castiel, por que não tenta? – Alguém chamou quando me aproximei do balcão, abri um sorriso no canto dos lábios e percebi que Nathaniel havia acabado de chegar, o garoto parecia bem frustrado e eu resolvi não perguntar nada… Por enquanto. Dei de ombros e olhei para a garota deitada no balcão… Devia ter uns 19, era loira, com a pele bronzeada, seu busto não era dos maiores, mas as pernas compensavam… E como compensavam.
- Se me der à honra Milady. – Tentei não ri e a garota acenou com a cabeça.
- Que isso? Está tentando ser o agora? – Nathaniel perguntou, já com uma garota debaixo do braço. Gargalhei alto, a tática de de ser super educado e gentil, até que servia em algumas horas.
Peguei a dose de tequila e me preparei, depois de virar a dose dupla de uma vez me curvei e deslizei a língua pelo caminho de sal que que começava no umbigo e terminava um palmo a cima. Por fim subi a cabeça e peguei o limão que estava na sua boca com a minha, ouvindo algumas aclamações e rindo depois de cuspir o limão.
- Esse é meu garoto. – Nathaniel gritou e deu um tapinha no meu ombro. Minha cabeça já estava leve demais de tanto álcool que consumi de uma vez só, mas quanto mais… Melhor.
- Espera Castiel, tem mais aqui. – Ouvi, era Armin que havia se aproximado de repente, como ele adora fazer. O viado começou a virar a garrafa de tequila sobre a barriga que eu havia acabado de “limpar”, mas que pecado…
- Vou ser obrigado a resolver isso. – A menina não pareceu se importar e eu menos ainda, por isso voltei a me curvar e a saborear a tequila em contraste com o sabor salgado da sua pele. Quando ergui a cabeça, perto das escadas pensei ver , mas a loira já havia sentado e começado a beijar o meu pescoço, tudo o que fiz foi beija-la de volta.

Pov Castiel off


P.O.V

Meu objetivo ao beijar a pequena garota desastrada era unicamente escapar de uma das garotas que estavam no meu passado e tive a infelicidade de ver ali. Não queria passar mais do que dois segundos beijando-a, que fique bem claro, mas a sua relutância e os seus tapas contra o meu peito só me fizeram ficar mais instigado, só me fizeram querer domar toda aquela raiva, provavelmente fingida, que havia nela. Seus cabelos são macios e ela exala um cheiro bom. Não havia cheiro de álcool, diferente de todas as garotas que tive a chance de “conhecer” essa noite. Seus lábios são donos de uma textura única, sua cintura fina se encaixava perfeitamente entre o meu braço e mesmo que eu tivesse que ergue-la um pouco ao mesmo tempo que me curvar, não me incomodava. Na verdade a sincronia das nossas línguas me fez esquecer o motivo pelo qual me aproximei dela, mas me fez ter certeza de que foi a coisa certa a fazer. Quando o ar me faltou afastei meus lábios dos dela, notando seus olhos fechados, parecia está em outro lugar, um dos efeitos que meu beijo pode causar, sabe?
Quando seus olhos se abriram ela pressionou os lábios de forma raivosa e as suas bochechas, vermelhas, pareceram ficar ainda mais vermelhas. Achei graça da sua expressão “brava” e ela ergueu a mão pronta pra me dar um tapa, mas meus reflexos são muito bons, para a infelicidade da garota. Segurei seu pulso e a girei, fazendo-a ficar de costas pra mim.
- Yaaaa, seu safado me solta! – Ela praguejou e me curvei um pouco, segurava seus braços cruzados na altura de sua barriga usando só uma mão. Era tão fácil segura-la… Como se fosse tão quebrável.
- Eu poderia brincar mais um pouco, mas tenho que ir. – Beijei seu pescoço pálido e aproveitei pra inspirar um pouco mais do seu perfume, antes de solta-la. Como estávamos no meio da pista de dança, antes que ela pudesse vir atrás de mim, havia pessoas demais entre nós. Continuei a ri enquanto subia as escadas, se já não tivesse uma escolhida pra essa noite, não me importaria em ficar com ela.

P.O.V Off


- Malditooooo! Desgraçado, infeliz! Nem o tarado da machadinha deve ser tão descarado! – Estava a ponto de explodir de raiva, queria matar alguém! - Como ele ousa dizer “eu poderia brincar mais um pouco”? Eu pro acaso pareço uma boneca inflável? Malditooo! Tomara que pegue herpes. – Continuei a xingar por um tempo, até sentir alguém tocando o meu ombro.
- , tudo bem? – Virei e dei de cara com , por pouco não xinguei ela também, ainda bem que olhei antes de falar. Engoli a seco e tentei esquecer o que havia acabado de me acontecer.
- Sim… Onde estão e ?
- Isso que vim te perguntar, precisamos encontra-las e ir embora. O irmão de está aqui, não vai ser boa coisa se encontra-la. - falou algumas vezes sobre seu irmão, em tudo que ouvi à palavra “ciúmes” estava presente. Logo deduzi que se ele imaginasse que um loiro a tirou do balcão e levou para o corredor da perdição, ele não ia ficar muito feliz.
- Vamos atrás dessas duas. – Ao menos ocuparia a minha cabeça com algo útil.

Encontrar foi rápido, ela estava bêbada, mas era do tipo de bêbada quieta e parecia um tanto irritada.
demoramos mais um pouco rodando a boate, a encontramos alcoolizada dançando até o chão, no outro lado da pista de dança, ela nunca se cansa? Parecia ligada na tomada. Com um tanto de dificuldade e ajuda de Dimitry nós levamos as duas bêbadas pra fora.

- O que ele pensa que é? Loiro safado, fajuto. – resmungava. Sua voz embolada, seu jeito molengo e o cheiro de tequila tornaria a cena engraçada, se não fosse trágica.
- Isso mesmo, muito safado , ele é um loiro mal. – Okay eu não resisti, e Dimy soltavam risadinhas enquanto esperávamos o motorista de vim nos buscar e seguravam que estava brigando com a planta.
- Sim, loiro muito mal, pior que o…
- Pior que o pica pau. – A ajudei a complementar a frase, e dessa vez Dimitry não resistiu e gargalhou.
- É… Pior que ele. Pica pau é mau, não é? – se agachou, seus sapatos estavam na mão de assim como os de .
- Muito mal, o pica pau não vale nada! Rummm!
- É… Ruuum… – Ela tentou imitar o meu “rum” e ficou tão fofa fazendo aquela careta, eu a apertaria se a garota não estivesse totalmente bêbada. - Eu vou vomitaaar… – A voz manhosa de soou e eu segurei seus cabelos, ela se curvou e aí foi só felicidade.
- O que é isso? Competição de vômito? – perguntou e eu vi que estava na mesma situação que , depois de vomitar, ficou de pé e começou ameaçar a vida de algum ruivo, que não entendi.
- Éééé , nossa noite vai ser longa. – Rimos, mas o mais engraçado seria zombar da cara delas pela manhã.


CONTINUA



Nota da autora: Desculpa ter ficado sem atualizar, é que a escola tava muito puxada e ficou difícil, porém agora tá mais tranquilo e vou enviar os capítulos para a Carolina com bastante frequência. Pra compensar, escrevi 4 capítulos e espero que gostem.




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