Por: Bia | Beta-Reader: May Espadaro; | Revisão: Thai Barcella
Tried to take a picture
Of love
Didn't think I'd miss her
That much
I want to fill this new frame
But its empty
Dougie passava os olhos por seu quarto. Roupas largadas pelo chão, cama desfeita, restos de comida em vários lugares, cortinas fechadas. O estado do ambiente o deixava ainda mais deprimente do que quando estava arrumado. Mas, de qualquer jeito, estaria vazio. Estava naquela situação há sessenta dias, e já não podia mais aguentar. Dois meses sem ela. O garoto mal se lembrava de como havia chegado a esse ponto, mas sabia que a culpa deveria ser dele. Parou seu olhar sob uma moldura vazia em cima da cômoda, ganhara o objeto de sua mãe há algumas semanas, ela dizia que ele deveria colocar uma foto realmente importante para ele lá, mas não havia conseguido preenchê-la. A imagem de tomou seus pensamentos, ele sentia sua falta, mais do que poderia imaginar. As distrações não funcionavam mais para ele, ter mulheres diferentes a cada noite não tinha a mesma graça. Na verdade, agora não tinha nenhuma graça. Não entendia como poderia ser tão difícil, se nem ao menos tinha consciência de como se sentia, não poderia nomear seus sentimentos. Paixão? No momento ele percebia que não era algo tão passageiro. Amor? Nunca imaginou que realmente pudesse sentir isso por alguém, mas o que ele poderia prever? Talvez fosse isso...
Tried to write a letter
In ink
Its been getting better
I think
I got a piece of paper
But its empty
Its empty
Procurou por um pedaço de papel. Precisava escrever alguma coisa, queria fazer isso. Já havia tentado escrever para ela. Havia cartas prontas em sua mente, se conseguisse que a tinta as marcassem no papel poderia ter enviado à , um livro inteiro cheio de cartas. Mas não conseguia fazer isso, por mais que a ausência dela doesse. As coisas estavam melhorando, pelo menos era o que achava. Dougie tentava levar a vida como se não estivesse sofrendo por dentro. O papel em suas mãos continuava em branco, vazio. Decidiu deitar um pouco, a velha dor de cabeça atacava novamente. Lembrou-se das constantes enxaquecas de e sentiu um aperto no coração ao lembrar-se dela. Dormiu em pouco tempo e acabou sonhando com uma cena que havia acontecido há alguns meses.
flashback
"Dougie!" o garoto pode ouvir a voz da namorada entrando em seu apartamento.
"Estou saindo do banho!" abriu a porta e gritou com a cabeça pra fora. O vapor se dissipou com o ar frio que vinha da janela aberta do quarto. Dougie viu os cabelos sedosos de passarem pela porta do cômodo. Ela se sentou na cama.
"Oi, linda." Dougie a beijou, debruçando-se sobre ela. "Tudo bem, ?" ele beijava seu pescoço.
"Tudo, Dougie! E a festa ontem?" sentiu o namorado congelar por um momento. Ele se levantou e caminhou em direção ao armário, escolhendo alguma roupa para colocar no lugar da toalha que rodeava a cintura. A garota não gostou da reação.
"Foi normal... Nada de especial. Pelo menos se você tivesse ido, teria sido melhor." ele ainda não a encarava.
"Hum, pois é, na próxima não falto. Por falar em faltar, daqui a uns três meses é o casamento da minha irmã, não esquece, ok?!"
"Casamento? Ah, não! Eu não sei se vai dar para eu ir, . O Fletch marcou alguns compromissos de última hora."
"Mas..." ela se calou e passou a encarar a colcha da cama. "Tudo bem, eu entendo, você tem seus compromissos..."
"Desculpa, tá?!" ele pegou o queixo dela e levantou sua cabeça, depositando um beijo em seus lábios. "Eu não queria furar com você."
"Tudo bem, Poynter! Eu posso pensar em várias maneiras de você me recompensar..." ela sorriu com a sua testa encostada na dele. Beijaram-se e Dougie se deitou sobre ela. Foram interrompidos pelo som da campainha que irrompeu o apartamento.
"Que inconveniência!" Dougie praguejou, levantando-se.
"Pode deixar que eu atendo..." riu e foi em direção à sala, mas o namorado veio em seu encalço, abraçando-a por trás.
"Deve ser algum porteiro chato." ele beijou o pescoço dela, enquanto ela destrancava e abria a porta. Não era um porteiro chato, mas sim uma garota que aparentava ter a mesma idade de , mas com cabelos escuros e olhos da mesma cor. pôde sentir Dougie congelar pela segunda vez aquela noite, e sentiu o abraço afrouxar. Olhou para trás e viu a expressão atônita dele.
"Quem é você?" perguntou para a morena.
"Er, meu nome é . Você é a namorada dele?" franziu a testa.
"Sou sim. Dougie, você pode explicar o que está acontecendo, por favor? Vocês dois se conhecem?" cruzou os braços, olhando para Dougie.
"Não... Quer dizer, a gente se conheceu na festa ontem, eu acho. Não lembro direito..." ele olhava para a menina como se pedisse ajuda.
"Bom, a gente se esbarrou por lá..." ela confirmou sem muita segurança.
"E por que você está aqui, então?"
"Ah, sim, é que o celular dele ficou lá no..." ela hesitou de repente. "Em cima de uma mesa. Estava em cima de uma mesa, eu vi e resolvi devolver."
"Engraçado você fazer isso por alguém que apenas esbarrou ontem, não acha?" abriu a boca para responder, mas a garota continuou. "Não adianta tentar se explicar. Vocês podem achar que eu sou idiota, mas eu não sou, ok?"
", do quê que você está falando? Ela só veio me entregar o celular, nada de mais!" Dougie tentava convencer a namorada, mas seus olhos não conseguiam encarar os dela.
"Diz para mim que não transou com ela." ele ficou quieto, olhando para o chão, imóvel. "Olha para mim e nega que transou com ela, Dougie!" alterou a voz por um momento, segurando o rosto dele com uma mão e forçando ele a olhá-la.
"Desculpa, , eu... Eu não posso." ela o largou e deu um passo para trás.
"Vai se foder, seu idiota! Aproveita que ela já está aqui..." apontou com a cabeça.
"Calma, , por favor! Me escuta!" ele a assistia pegar sua bolsa no sofá. Bloqueou a passagem para a porta. "Me ouve! Eu estava bêbado, ok? Foi um erro, eu sei que é difícil perdoar essas coisas, mas me desculpa, por favor."
"Difícil?" estreitou os olhos. "Me faz um grande favor? ME ESQUECE!"
"Não significou nada para mim, acredite!" ele segurou-a pelos ombros.
"Me solta, porra!" desvencilhou-se dele e foi embora.
"Dougie, eu não sabia que..." a morena que ainda estava ali, parada, resolveu falar alguns segundos depois.
"CALA A BOCA!" explodiu com raiva e arregalou os olhos. "O QUE VOCÊ AINDA ESTÁ FAZENDO AQUI? NÃO ESTÁ SATISFEITA, NÃO? VAI EMBORA, SUA VADIA!"
O barulho do tapa o calou, mas sua face não queimava tanto quanto seu peito.
"Ela tem razão, você é um idiota!" jogou o celular dele no chão e o deixou sozinho. Dougie apenas bateu a porta e se jogou em cima da cama. Mas ele não dormiu, ficou pensando em como arruinar um relacionamento lhe parecia tão estúpido agora.
end flashback
Dougie levantou de súbito e ficou tonto por causa disso. Odiava sonhar com aquele dia, odiava lembrar que tudo era culpa dele, e só dele. Nem mesmo aquela menina com quem transou tinha culpa de alguma coisa. O namoro dele não era conhecido por parte da mídia, eles sempre tentavam esconder o máximo o que podia da sua vida. Dougie preferia que fosse assim mesmo. E quando ele disse à que estava solteiro, colocou toda a culpa em seus próprios ombros. Até hoje ele não entendia o porquê de ter feito aquilo, ou, então, não queria entender.
Maybe we're trying
Trying too hard
Maybe we're torn apart
Maybe the timing
Is beating our hearts
We're empty
Olhou para o relógio em cima da mesa. Já estava atrasado para se encontrar com os amigos. Eles haviam combinado de ir juntos para a rádio onde dariam uma entrevista aquela tarde. Não estava animado para isso, não tinha ânimo para muitas coisas. Arrumou-se rapidamente e saiu apressado. Tocou a campainha do apartamento de Danny depois de instantes. Morar tão perto um do outro trazia essas vantagens.
"Demorou, hein, Dougie?!" Harry reclamou com o amigo assim que ele entrou.
"Desculpa, eu peguei no sono e acabei perdendo a hora..."
"A sua cara está péssima, dude!" Danny observou, colocando uma garrafa de cerveja na mão de Dougie. "Bebe para melhorar!"
"Jones, cala a boca." Tom deu um pedala nele e se virou para o loiro. "Você ainda não esqueceu ela, né, Poynter?"
"Não sei do que você está falando, Tom..." desconversou, tomando um gole da bebida, mas notou que o par de olhos castanhos ainda o fitava. "Está bem, Fletcher! É isso mesmo, satisfeito?!"
"Não estou satisfeito, não. Mas você sabe, foi você quem procurou por isso."
"Lição de moral agora não, tá?" se sentou no sofá, e começou a mudar o canal da televisão.
"Talvez se eu tivesse te dado lição antes, isso não estava acontecendo..." Tom se sentou ao lado dele.
"Ei, Tom, pega leve. Ele sabe o que fez!" Harry interferiu.
"Não tem um assunto melhor, não? Já chega de ‘vida sentimental do pequeno Poynter’ por hoje." Dougie disse exasperado.
"A gente só quer ter o pequeno Poynter de volta, cara! Você agora só anda com essa cara de perdedor e esse olhar vazio." Danny disse em um tom baixo, meio que dando de ombros. Dougie olhou para ele e abriu a boca, na intenção de dizer alguma coisa, mas fechou-a em seguida. Os amigos permaneceram em silêncio também.
"Por incrível que pareça, Danny, você tem razão!" Dougie sorriu fracamente. "Acho que estou tentando demais me convencer que está tudo bem, enquanto, na verdade, não está. Eu me sinto vazio, e também queria voltar a ser o mesmo de antes..."
"Então procure-a!" Harry jogou uma almofada nele.
"É complicado, pô. Ela não quer me ouvir, já tentei ligar milhões de vezes e ela não me escuta. Acho que ela não vai me perdoar, o que eu fiz não foi muito legal."
"Muito legal?" Tom riu. "Nada legal..." O celular dele tocou e todos se calaram. "Oi, Fletch! Tá, a gente já está indo... Calma, não vamos nos atrasar!" ele desligou e guardou o celular no bolso. "Melhor a gente ir, guys, ou o Fletch enfarta de vez."
"Ei, Tom, me leva!" Danny pulou em cima do amigo, que quase caiu com o peso dele. Eles foram rindo na frente.
"E, Dougie... Acho que você podia se esforçar mais em relação à , mas se precisar de um conselho... Estamos aí, ok?! Só vê se não demora muito, o tempo já está passando." ele bagunçou o cabelo do amigo enquanto saíam.
And I've even wondered
If we
Should be getting under
These sheets
We could lie in this bed
But its empty
Its empty
"Mais um dia." Dougie acordou numa sexta-feira chuvosa em seu apartamento, duas semanas depois. Mais um dia vencido pela covardia. Ele se lembrava da conversa que tivera com os amigos e como ainda estava sendo covarde por não tomar nenhuma atitude. Talvez fosse mais que isso, talvez fosse um medo que jamais pensara em sentir. Precisava de conselhos, e conhecia alguém que poderia ajudar. Constatou que já passava das cinco da tarde, não era um horário inconveniente para uma visita. Enquanto se arrumava, mirou os lençóis de sua cama bagunçados e parou por um instante. Lembrou-se de todas as manhãs de domingo que passou aninhado debaixo dos lençóis com , apenas deitados ali, como se não houvesse um mundo além daquelas quatro paredes, ele era o mundo dela, e ela era seu mundo. Imaginou se eles não deveriam estar ali de novo, ao invés de tão distantes como estavam agora. E ele sabia a resposta. Terminou de se vestir e rumou para a enorme casa de Tom. Ao aproximar-se, começou a ouvir um barulho alto vindo de lá e estranhou. "Estão dando uma festa e nem me convidaram?" Tocou a campainha, mas com todo aquele barulho, era impossível alguém escutar. Verificou que a porta estava destrancada, e entrou. Logo na sala, se deparou com algumas pessoas bebendo e dançando, reparou em rostos conhecidos; Matt Willis, James Bourne, Steve Rushton, de fato, todo o 'extinto' Son Of Dork aparentava estar no ambiente. Encontrou Danny e Olivia em um canto, não tão animados.
"Se divertindo sem o Poynter, hein?" brincou com o amigo, que parecia aliviado em vê-lo.
"Cara, o Tom está louco atrás de você, já estava quase indo lá na sua casa!" riu Danny, e passou o braço em volta do ombro de Dougie. "Vamos achá-lo."
"É, eu estava procurando ele mesmo. Er, está tudo bem, dude?" perguntou depois de ver Danny se certificando de que já estavam fora do alcance de Olivia.
"Tá, quer dizer, acho que sim. É normal, às vezes um casal simplesmente se cansa um do outro, mas passa." deu de ombros e chegaram à cozinha, onde estavam Tom e Giovanna. Ele telefonava para alguém e ela pegava algumas cervejas na geladeira.
"Dougie!" ele desligou o telefone. "Eu estava tentando falar com você, pela milésima vez. Ninguém atende em casa, e o celular está desligado!"
"Pô, a bateria deve ter acabado..." Dougie tirou o celular do bolso e não conseguiu ligá-lo. "É, acabou!"
"E por que você não atendeu na sua casa?"
"Eu tirei o telefone do gancho, tive insônia essa noite, precisava dormir sem interrupções." acenou com a cabeça pra Gio, que saia do cômodo.
"Estava dormindo até agora?"
"É!" abriu uma cerveja e tomou um gole. "E enquanto isso você dava uma festinha..."
"Pois é, foi bem de repente. O James chegou aí, a gente estava conversando sobre antigamente, quando todo mundo se reunia nessas festas, nos empolgamos e resolvemos relembrar os velhos tempos hoje."
"Você sabe que essa frase ficou extremamente gay, né?" riu Dougie.
"É a convivência com você!" Tom piscou.
"Sai para lá, Fletcher! O gay da banda é o Judd. Falando nisso, cadê ele?"
"A última vez que vi, estava se agarrando com a Izzy perto da escada..."
"Então eles devem estar no seu quarto agora..." Danny comentou.
"Puta que pariu, aí a Gio me mata!" Tom subiu as escadas, apressado.
"Eu vou achar a Olivia." bagunçou o cabelo de Dougie e saiu. O loiro olhou para as pessoas dançando a sua frente e balançou a cabeça, não estava no clima para festa, e Tom não merecia perder a própria festa para ouvir seus problemas. Subiu as escadas, entrou no banheiro, fechou a porta e se sentou no chão, bebendo da sua cerveja de vez em quando. Depois de meia hora, alguém abriu a porta e acendeu a luz, levando um susto ao ver que tinha companhia.
"Dougie?" uma garota perguntou.
"Você?" ele riu sarcasticamente "O que você está fazendo aqui?"
"Eu vim com o Danny."
"Vai destruir o namoro dele também?"
"Eu não estou falando do Jones, estou falando do Hall!" ela cerrou os olhos. "E pode ir desistindo de colocar alguma culpa em mim, porque você sabe muito bem que a culpa foi toda sua!"
"Olha só, você, você..." ele abaixou a cabeça. "... Você está certa."
"Eu sei disso." se virou para abrir a porta.
"Desculpa, tá?! Ou você também simplesmente vai sumir para se amassar com seu namorado e me deixar sozinho?"
"Acho que tem alguém realmente carente aqui..." ela se sentou em frente a ele.
"Eu só precisava... Conversar com alguém." ele apoiou a cabeça na parede, fitando o teto.
"Tudo bem, pode falar. Você é um idiota às vezes, mas realmente parece que precisa de uns conselhos."
"Eu vou ignorar a parte do idiota e simplesmente falar..." Dougie fechou os olhos e começou a contar tudo que tinha acontecido com ele desde o rompimento com , sobre seus sentimentos confusos, a falta que ela fazia, e todas as vezes que ela o ignorou ao telefone.
"Ok, deixa eu ver se entendi direito: há mais de dois meses, você transou comigo porque estava com medo do que sentia por ela, aí ela descobre e termina com você, você sente muito a falta dela, mas ela não atende suas ligações, e você tenta viver como se não estivesse sofrendo, enquanto todo mundo percebe que você está?!"
"É, acho que é exatamente isso!"
"Dougie..." ela colocou uma mão no ombro dele, em consolo. "Você é um idiota!"
"Caralho, a Sam realmente não escolheu um bom nome para mim, Idiota combina mais com meus olhos." fez um pouco de graça.
"Dougie, qual é, você ama a , trai ela e depois só procura ela pelo telefone? Pensei que não tinha como ser mais insensível que um iceberg!"
"Eu não disse que amava ela..." ele disse, incerto.
"E esse é um dos problemas. Você tem medo, sabotou a relação de vocês porque tinha medo de amar. Nunca amou ninguém de verdade antes?"
"Não."
"Então meus parabéns, Poynter, essa é sua primeira vez." sorriu.
"Quer dizer que isso que eu sinto toda vez que olho para ela, essas borboletas no estômago, isso é amor?" perguntou com os olhos arregalados.
"Exatamente, isso e todas as outras coisas."
"Eu amo a ?" parou por um instante, e se levantou, decidido. "Eu amo a !"
"Sim, sim, você ama a , big boy, mas isso não quer dizer que ela vai te perdoar por ter sido tão..." disse, se levantando também.
"Idiota, é eu sei." interrompeu ele.
"Eu ia falar frio, mas se você preferir, idiota também serve. Você precisa procurá-la pessoalmente, Poynter."
"Mas e se..."
"Puta que pariu, garoto, vai ficar a vida inteira cogitando a possibilidade de ser feliz, ou vai correr atrás da sua felicidade? SE ela te der um fora, a culpa é toda sua, mas pelo menos você tentou. SE ela te aceitar de volta, se considere com sorte porque isso quer dizer que ela também ama você. Agora, SE você ficar parado aí, não vai acontecer nenhuma das duas hipóteses e você só vai viver amargurado pra sempre."
"Está bem, eu entendi! Dude, você é dura com as palavras! Que dia é hoje?"
"27 de janeiro."
"27 de janeiro? Alguma coisa ia acontecer hoje..." de repente seus olhos brilharam. "O casamento!"
"Hein? Ela vai casar?" perguntou confusa.
"Lógico que não, a irmã dela vai. Eu preciso ir pra igreja" Dougie se dirigiu à porta, mas parou com a mão na maçaneta
"Então vá, Poynter, o que ainda está fazendo aqui?"
", quando você ama alguém, você se cansa daquela pessoa de vez em quando?"
"Às vezes, você tem vontade de matar quem você ama, e cinco segundos depois você está rindo junto com ela. Cansaço lembra desgaste, Dougie, e qualquer relacionamento que está desgastado, não funciona perfeitamente. Amor de verdade? Passa por cima do desgaste, passa por cima de tudo. Mas qual o motivo da pergunta?"
"Acho que conheço alguém que vai precisar dos seus conselhos depois..." abriu a porta, e se virou mais uma vez antes de ir. "E, , valeu, por tudo!"
"Disponha!" gritou para ele. "Ótimo, virei conselheira amorosa..." riu sozinha enquanto descia as escadas.
"Dougie! Já está indo embora?" Harry perguntou quando viu o amigo correr apressado para a porta da frente.
"Já? Eu estou indo tarde demais, Judd!" deu um tapinha no ombro do amigo e foi embora.
"Pô, a festa está tão legal..." Danny comentou, sem entender o baixista.
Maybe we're trying
Trying too hard
Maybe we're torn apart
Maybe the timing
Is beating our hearts
We're empty
Dougie entrou em casa correndo e começou a vasculhar as suas correspondências, que não abria há um bom tempo. Não achou o que estava procurando e começou a busca em seu quarto. Nada. Ele obviamente não havia sido convidado, depois do que fizera com a irmã da noiva. Mas então por que tinha a sensação de que já tinha lido o endereço da igreja?
"Claro!"
Ligou o computador desesperadamente, e logo acessou o MySpace. Lá estava, um bulletin de avisando a hora e o local do casamento. "Houve um problema com os convites, essa foi a maneira mais rápida que achamos de avisar o horário e o endereço da igreja. Mas você só entrará se seu nome estiver na lista, ok?"
Anotou as informações em um pedaço de papel, e saiu cantando pneus com seu carro, ele só tinha quinze minutos. Estacionou no local mais próximo da igreja que conseguiu achar e correu até a porta. Havia uma pequena fila, com umas seis pessoas na frente dele.
"Seu nome?" um segurança perguntou, olhando com desaprovação os trajes do rapaz.
"Dougie Poynter."
"Perdão, senhor, mas seu nome não está na lista." ele dizia seriamente.
"Eu sei, moço, mas eu preciso entrar nessa igreja!"
"Se o seu nome não está na lista, o senhor não tem nada para fazer nessa igreja." o segurança parecia estar irritando-se.
"Você não está entendendo, a mulher que eu AMO está aí dentro, eu preciso falar com ela antes que seja tarde, eu já esperei tempo demais!" Dougie deu um passo à frente e o segurança segurou seu braço, começando a arrastá-lo em direção à um porta nos fundos da igreja
"A noiva está se arrumando com as damas de honra, você tem cinco minutos." sibilou por entre os dentes enquanto olhava em volta.
"Como?"
"É sua última chance de evitar que ela se case, melhor se apressar." ele falava mantendo a expressão sisuda.
"Er, ok, valeu!" entrou rapidamente na sala onde a noiva estava. Mas ela não era a única lá. "!"
"Dougie? Que diabos você está fazendo aqui? Como é que você entrou?" ela estava surpresa com a presença dele, assim como sua irmã e uma outra mulher que parecia ser a segunda dama de honra.
"O segurança me deixou entrar, ele acha que eu vim impedir o casamento..." riu, mas parou ao perceber a cara de pânico da noiva. "O que não é verdade! Eu só vim falar com a ."
"Perdeu seu tempo, Poynter!" virou-se de costas para ele.
"Perdi mesmo, perdi dois meses e meio sem você, e já foi tempo demais!" deu um passo na direção dela.
"Não adianta tentar se desculpar agora, ok?" ela continuava virada para a parede.
"Eu não pedi desculpas." ele levantou as mãos ao lado do corpo, como uma rendição, sorriu de lado e já se encontrava a um passo dela.
"Mas você é um..." se virou e ficou cara a cara com Dougie, o que a fez ofegar.
"Idiota." ele rolou os olhos. "Isso eu estou sabendo, tá?! Agora, o que você não sabe é o porquê de eu ter sido tão idiota."
"É lógico que sei, porque você É um idiota, porque você transou com aquela vadia, porque você..."
"Porque eu te amo!" ele segurou o rosto dela com ambas as mãos, olhando diretamente em seus olhos.
"O que? Quê que você disse?" ela sussurrou, hipnotizada.
"Eu amo você!" repetiu pausadamente e roubou um beijo dela, que não mostrou resistência.
"Você levou dois meses e meio para descobrir que tinha feito uma idiotice e que me amava?" arqueou as sobrancelhas.
"E ainda precisei de ajuda para isso..." riu.
"Pensei que o lerdo fosse o Jones!" mostrou a covinha.
"A gente gosta de inverter às vezes." piscou maliciosamente.
"Bom saber disso, Dougie!" sussurrou no ouvido dele, sorrindo.
"Você é perfeita, garota!" levantou-a com um abraço na cintura, sentiu-a envolvendo seu pescoço com os braços.
"Eu sei." ela riu.
"Sem querer interromper, mas eu preciso me casar!" a irmã de se pronunciou pela primeira vez desde que Dougie entrara. Eles riram, se beijaram e começou a se dirigir à porta, com as outras.
"Ei, , você casaria comigo?" Dougie perguntou de repente, com uma careta no rosto, fazendo as três pararem, e duas delas prenderem a respiração.
"Casamento? Não mesmo, Poynter!" respondeu sem se virar, com um sorriso nos lábios. As outras estavam boquiabertas, mas a garota sabia que Dougie não se chatearia com a resposta.
"Ótimo, eu sempre choro em casamentos." Dougie simulou uma crise de choro e ouviu a risada de se aproximar. Ela parou na sua frente e o beijou intensamente, provocando arrepios mútuos. Pronto, eles não estavam mais vazios. Dougie havia achado seu mundo de novo.