sorriu para o cliente assíduo da livraria.
Era um homem de boa aparência, que vivia lançando olhares insinuantes para ela.
- Posso lhe pagar com nota de vinte?
- Sim, claro - aceitou de imediato, louca para terminar de atendê-lo.
Sabia que ele não perderia tempo em lhe cantar com sua lábia insistente, como de costume. Mas já era tarde, ele foi mais rápido dessa vez.
- Sabe, eu estava pensando...
- Sério? - falou com seu tom divertidamente irônico, entregando-lhe o troco junto com a revista que ele havia comprado.
O homem riu.
- Ora, vamos, ! Sabe que não resisto a esse seu jeito meigo de ser.
riu, virando os olhos nas órbitas, tentando se manter calma.
- Ok, pode falar o que estava pensando.
Para , quanto antes ele falasse, mais rápido se veria livre dele.
- A Orquestra Sinfônica da cidade vai se apresentar unicamente neste sábado, na Concha Acústica. O que acha?
O homem, que ela conhecia por senhor Brown, olhou para com certo brilho... que não gostou muito. Isso a fez pensar “como ele consegue ser tão chato?”.
- Olha, eu tenho que voltar para o meu trabalho – ela disse, saindo de trás do balcão e acenando para que sua colega de trabalho ocupasse seu lugar.
Esta era , que já conhecia o “galanteador incansável”.
Caminhando por entre algumas pessoas, sentia que ele a seguia. Não sabia mais o que fazer. Já fazia dois anos que estava trabalhando naquela livraria, e desde então, o senhor Brown lhe perturbava. cansara de dar conselhos sobre dar o braço a torcer e deixar acontecer alguma coisa com ele. Afinal, era um homem de classe, estava sempre vestido de terno e gravata, comprando jornal e revistas sobre as bolsas de valores e tudo mais. No entanto, não era o tipo de homem que se sentia atraída.
De repente, mãos agressivas a puxaram para mais perto.
- O que pensa que está fazendo?! - ela se soltou em um movimento brusco, vendo que chamava a atenção de todo mundo.
Jensen olhou para a moça, aparentemente em apuros. Coitada, estava evitando o cara desde que ele entrara na livraria e notou a feição dela quando o vira. E agora, estava percebendo o quanto ele era um “porre”.
- Eu quero que vá comigo, . Depois, podemos ir para minha cobertura no Steel Park e jantarmos... só nós dois - Brown descia os olhos negros e brilhantes pelo decote descente dela.
sentia que ele tentava, por poderes fictícios, ver o que ela escondia sob a roupa.
- Escute aqui, senhor Brown, eu não vou aceitar o seu convite. Agora, com licença, porque tenho muito trabalho a fazer.
Jensen até que tentou não se preocupar com aquilo, mas quando viu a moça ser encurralada contra a estante enorme por aquele persistente filho da mãe, contra a vontade dela, largou o livro na prateleira onde o havia achado e caminhou determinado até os dois.
- , é só um jantar!
Ela já estava com medo dele. Evitando encará-lo, disfarçava verificar alguns livros daquela seção.
- Hey, olhe para mim quando falo com você! - Brown virou-a com violência.
- Isso não é uma boa idéia - Jensen disse.
olhou aliviada para o homem parado ali, ao lado deles.
- Isso não é da sua conta! - Brown enfrentou-o sem largar o braço de , mas ela se adiantou em se soltar da mão dele e se afastar um passo atrás.
- Obrigada - disse para o homem que havia interrompido o assédio do maluco.
- Ora, quem você pensa que é? - Brown avançou na direção de Jensen, que não se intimidou.
- Eu não sei, cara. Só sei que não sou um chato e desesperado como você, para dar em cima de uma mulher dessa forma - falou sem medo.
ficou boquiaberta. logo se juntou a ela, querendo se divertir com a cena. Em seguida, o gerente já estava se aproximando.
- O que está acontecendo aqui?
Brown fitava com ódio os olhos de Jensen, que não desviou o olhar, até que o homem sentiu a presença de muita gente em volta, inclusive do gerente da livraria, e se afastou. Olhou para com intensidade. Era como se estivesse deixando avisado que não tinha terminado aquilo com ela.
engoliu seco e o viu sair do estabelecimento. Só então conseguiu respirar direito. Mas aí, aquele salvador reapareceu em seu campo de visão e seu coração saltou numa batida mais forte. Ele era lindo!
O gerente acalmava as pessoas, que iam voltando para suas compras.
- Espero que ele não tente mais. Não dessa forma... - Jensen falou, agora reparando na moça com muito mais atenção, e se arrependeu menos ainda de ter salvado sua pele. - Desculpe, meu nome é Jensen Ackles.
- ... DeRavin - já estava sentindo um tremendo calor. Aceitando aquele aperto de mão casual, a temperatura aumentou misteriosamente.
Olhava impressionada para aqueles olhos verdes; cílios espessos; rosto bem desenhado; uma boca incrivelmente tentadora; barba por fazer; os cabelos claros, bem cortados; o nariz perfeito e algumas graciosas sardas bem suaves, espalhadas pelo nariz e face. Ele parecia modelo. Foi quando quis olhar além do rosto, mas estava sentindo o peso daquele silêncio entre eles e ficou sem graça.
- Obrigada mais uma vez por ter me ajudado com aquele maluco. Ele sempre tentou alguma coisa, mas desta vez ele conseguiu se superar!
- Bem, acho que agora ele percebeu como teve uma atitude equivocada ao persistir dessa maneira - Jensen ainda se esforçava em não ficar somente olhando para ela. Estava assustado com o quanto ela era encantadora. Longos cabelos negros e ondulados, com nítido perfume de shampoo delicioso. Olhos castanhos, cheios de vida e com um ar de segredo. A boca linda e vermelhinha, feito uma cereja. - Então, você está bem?
- Sim - gesticulou com as mãos num impulso nervoso e respirou fundo retomando seu ar de profissional. - E você? Estava procurando algo especial?
- O quê? - por um instante, Jensen pensou que ela estivesse se referindo à alguém, mas riu acordando de sua mente idiota e tentando disfarçar que estava sem graça. - É! Estou procurando alguma coisa para dar de presente - por algum motivo estranho, ele não quis dizer para quem era. Mas...
- Para sua mãe ou namorada? - foi falando e caminhando com ele pelo corredor de assunto específico “Estética”, por puro instinto feminino.
- Namorada. É aniversário dela esta semana, e sou péssimo para escolher presente.
riu olhando-o e pensando “todos os homens são assim”.
- Mas então, me diga como ela é, do que gosta? Talvez eu possa ajudá-lo.
- Bem, ela é modelo há algum tempo e é fissurada por essa profissão.
- Acho que tenho algo que ela possa gostar muito – foi à frente pelo corredor e parou para pegar um lançamento. - Este é um verdadeiro almanaque da moda dos últimos setenta anos - entregou o livro de espessura grossa e pesado, de capa dura.
- Últimos setenta anos?! - ele disse surpreso, folheando-o. - UAU!
- É ilustrado com vários modelos clássicos de cada década, biografia dos maiores estilistas e modelos.
- Isto é ótimo! - Jensen fechou o livro e olhou-a, sorrindo. - Ela vai adorar. Obrigado!
- De nada. Vem comigo?
“Sim, eu vou”, Jensen disse em pensamento, “iria com você para qualquer lugar”.
Viu-a fazer o pacote de presente impecável, com agilidade incrível; a operação do seu cartão de crédito para o pagamento e por fim, era hora de se despedir daquele anjo de mulher.
o observava guardar o cartão de volta na carteira. Como podia ser tão lindo? Educado, encantador... irresistível!
Entregou o pacote nas mãos dele, com um sorriso de pura simpatia, mas com certa dorzinha no peito, por saber que nunca mais encontraria aquela obra de Deus na sua frente.
- Obrigado, .
- De nada. E volte sempre!
- Sim, talvez eu volte - Jensen falou num meio sorriso, admirando pela última vez aquele rosto.
o assistiu sair pela porta e se assustou com o gritinho contido de ao seu lado.
- Ai, . Assim você me mata de susto, maluca! - deu-lhe um tapa no ombro fazendo-a rir.
- Calma, menina. Está assustada? - começou com seu arzinho de malícia. - Estava toda distraída aí com o bonitão, eu percebi!
- Ah, , me dá um desconto, vai? Não é sempre que isso acontece comigo. Você viu que cavaleiro? - também engatou o ar malicioso e riu com a amiga.
- É, eu vi - respondeu, arregalando o olho com jeito exagerado. - O que vocês conversaram?
- Não foi muita coisa, mas ele estava procurando um presente para a namorada.
- Poxa, não acredito! Tem namorada? - bateu o punho fechado no balcão.
- Pois é. Fazer o quê, não é? A sorte, como sempre, está comigo - sorriu irônica. - Mas tudo bem, já ganhei meu dia com o que aconteceu.
- Você se contenta por tão pouco... - desanimou-se com o comentário de .
- Ora. E não é verdade? Não posso fazer nada - ria.
- Pode sim. Já cansei de falar para você sair comigo.
- , eu saio contigo várias vezes, e sempre você me empurra para alguém nada a ver comigo.
- Ah, isso é questão de conhecer o cara...
- O último que você me apresentou estava em condicional. E tinha mais sete anos para cumprir em regime fechado.
- Mas ele disse que tinha sido condenado injustamente!
- Quem pode me garantir isso? Você nem o conhecia.
ficou sem saída e fez careta. Digamos que ela era a amiga mais louca que poderia ter arrumado na sua vida.
- Será que o bonitão volta? - arqueou a sobrancelha repetidamente.
- Eu não sei. Pode ser que sim...
- Eu tenho a impressão de que o conheço de algum lugar, sabia?
- Sério?
- Aham. Ele disse seu nome?
- Sim. Jensen Ackles.
Sem esperar, foi direto para o computador do caixa. Digitou no Google o nome que havia dito. Apareceram algumas fotos e sites relacionados a ele.
- Poxa, esse cara pelo jeito é famoso - disse, clicando no primeiro link.
O site que abriu na tela era o oficial. Lendo a biografia, ela constatou.
- Nossa, eu sabia que o conhecia de algum lugar...
- Diz logo de onde - falou agoniada.
- Smallville.
- Smallville? A série?
- É!- viu que a outra estava “boiando”. - Poxa, . Você é viciada nessa série e não sabe que esse Jensen é um ator que participa dela?
- Ah, . Ando tão ocupada que já faz algum tempo que não assisto.
Rindo, ela voltou a xeretar o site, atrás de algo sobre o rapaz. estava colada ao seu lado, totalmente curiosa sobre ele.
Não conseguiram descobrir muita coisa, já que em instantes o gerente passou por elas, desconfiado de que não estavam tratando de assuntos do trabalho na internet. Logo, ambas disfarçaram, forçando um sorrisinho para ele.
estava a caminho de casa, quando o celular tocou.
- Alô?
- Oi, filha. Sou eu.
- Oi, mãe. Já estou chegando.
- Tudo bem. Só estou ligando para te avisar que não estou em casa. Tive que ir ao supermercado com a Sra. Dawson. Parece que a Emily vai voltar.
- É mesmo, mãe?! - essa era a última coisa que esperava ouvir.
Emily era filha dos Dawson, de quem os pais de eram empregados há vários anos. fora criada no casarão da família e crescera com a menina como se fossem irmãs. Quando havia completado dezesseis anos, Emily viajou para a Europa para estudar medicina. Sempre fora muito adiantada na escola. era um mês mais velha que a garota, e repetira um ano escolar quando estava no ginásio. Nunca fora um bom exemplo para fazer companhia à outra, segundo a senhora Dawson, mas da parte de Emily, nunca ouvira algo do tipo que concordasse com essa desaprovação.
chegou em casa e colocou a lasanha congelada no microondas.
Enquanto seu jantar prático estava em preparo, foi tomar um banho rápido.
Depois de se vestir com um vestido de algodão simples, começou a escovar seus cabelos molhados em frente ao espelho da penteadeira. Reparou no reflexo da casa dos Dawson através da janela de seu quarto. Caminhou até ela, sem parar de pentear os cabelos, avistando o jardim leste e a entrada alternativa do casarão.
e seus pais, John e Dienne, moravam na casinha aos fundos da propriedade. Estava pensando há quanto tempo não via Emily. Poxa, sua volta seria demais! Começava a ficar animada com a idéia, afinal não se viam há cinco anos. Pelo que sua mãe falara ao telefone, Emily chegaria neste fim de semana, mas antes de terminar a sexta-feira, recebera outro telefonema, dizendo que ela chegaria àquela noite.
via a amiga entusiasmada durante o trabalho, sabendo do que se tratava. Não chegara a conhecer a tal Emily, mas durante o tempo que convivera com , ouvira várias histórias a respeito dela. Por isso, estava um tanto apreensiva.
- Você está mesmo ansiosa por sua volta?
sabia por que perguntava aquilo. Era um detalhe que sempre evitava se lembrar, não gostava...
- Não tem nada de mais, . Não há nada que possa acontecer. Um raio não cai duas vezes no mesmo lugar.
- , por que essa confiança cega nessa Emily? Eu me lembro muito bem do seu ressentimento quando me contava o que ela havia lhe feito.
- Mas ela nunca soube que eu era apaixonada por Mitchel naquela época. Sabe bem disso.
- Sim, mas sei lá, . Tenho má impressão sobre essa garota desde quando eu soube de tudo isso.
A outra preferiu não continuar com aquele assunto, mas sabia que no fundo, esse era seu carma. Emily sempre acabava tendo todos os pretendentes de . Foi então que um pensamento claro lhe veio à mente.
- Eu sei que dessa vez não vai ter por que eu me preocupar, - disse, sorrindo feliz e aliviada.
- Por quê?
- Porque não estou apaixonada por ninguém. Então não tem como ela se interessar por alguém que eu já tenha interesse antes...
- É, tem sentido - concordou pensativa.
voltou aos seus afazeres na livraria.
Depois de duas horas, retornava para casa no seu Fusca branco e conversível, anos setenta. Como sempre, entrava pelo portão de entregas e não pelo principal. Nunca que a senhora Dawson permitiria um automóvel desse porte, entrar pelo portão da frente.
Estacionou seu carro em um lugar escondido, atrás de sua casa e o cobriu com a capa de chuva. Correu para dentro da residência, querendo tomar uma ducha e ir procurar sua mãe no casarão. Muito provavelmente, ela estaria preparando o jantar especial. A senhora Dawson deve ter tido suas idéias insanas, como de costume. Deveria estar uma pilha de nervos, ansiosa para a chegada da "filhinha". Não era à toa que, muitas vezes, Emily era uma mimada maluca. Era filha única, e mais mimada que ela, não conhecia. Só esperava que esses cinco anos na Europa tivessem feito muito bem para sua mente, que tivesse amadurecido.
tomou seu banho e vestiu uma jeans surrada e desfiada nas barras, uma blusinha branca regata sobre o sutiã preto. Sempre gostava de contradizer combinações. Escovou os cabelos e foi para o casarão. Entrou pela cozinha e logo achou sua mãe.
- Oi, mãe - beijou-a na testa e a esmagou num abraço.
- Querida, - Dienne ria - assim você me sufoca!
- O que a senhora Dawson escolheu para o jantar?
- Salada de palmito com champignon. E o prato principal é Salmone.
- Uhnn! Aquela delícia de receita que vai molho rosé, salmão e creme de leite?
- Aham - Dienne deu-lhe uma piscadela.
- Adoro! - lambeu os beiços. Adorava a comida de sua mãe. - E a sobremesa?
- Sorvete de chocolate com cobertura de brigadeiro.
- Mãe, assim você me mata - bateu palmas fuçando as panelas, como sempre fazia. Adorava sentir o aroma que saia dos utensílios fumegantes. - O que posso fazer para ajudar?
- Pique algumas cebolas para mim? Estão na despensa.
ajudou a terminar o jantar, após meia hora. Adorava aprender alguns dos segredos culinários de sua mãe. Mesmo porque, era ela quem cozinhava em casa. Quando não chegava muito cansada do trabalho, é claro. Mas muitas vezes já fizera uma ou outra receita da senhora DeRavin.
Dienne e colocaram à mesa todos os pratos de porcelana e os talheres de prata. A toalha era de puro linho de seda, com bordados à mão, do sul da Índia. Assim como os guardanapos.
- Odeio jantar formal. Todos esses talheres... - sabia muito bem como usá-los, tanto quanto posicioná-los à mesa. Só dava graças a Deus por não precisar participar de todas as refeições da família Dawson.
Michael Dawson era um homem de negócios. Por sua vez, só sabia conversar sobre bolsas de valores, daí para pior. Assuntos dos quais detestava. Elizabeth Dawson mal falava durante o jantar, mas quando o fazia, era só bobagem.
escutou um alvoroço na entrada da casa. Era Emily.
A moça olhou para sua mãe.
- Ela chegou, filha - Dienne percebia o hesito de em correr para a entrada e rever Emily. E sabia muito bem o porquê. Sabia de tudo, assim como .
- Eu vou lá - decidiu. Não podia ficar à mercê de um fantasma do passado. Eram adultas agora, e Emily não poderia perceber esse receio nela, senão teriam que colocar todo o assunto em pratos limpos. E não gostaria que isso acontecesse. Mesmo por que, no fundo, ela desconfiava que Emily sempre soube de sua paixão por Mitchel.
Enquanto caminhava pelo curto corredor que ligava a sala de jantar com o hall de entrada, ouvia uma voz familiar, além da dos Dawson’s. Emily voltava acompanhada, e era uma voz de homem, grave e... parecia já tê-la ouvido em algum lugar.
Apareceu no hall, vendo o homem de costas, abraçando a senhora Dawson. Percebeu na feição dela um certo desagrado com o gesto caloroso.
ficou parada à distância, até que ele se virou. Ficou um tanto quanto catatônica.
"Jensen Ackles? 'WHAT THE HELL?!'".
Ele sentiu que havia mais alguém e achou quase escondida na entrada daquele corredor. Jensen sentiu um formigamento na nuca, uma coisa desconcertante. Não conteve em sorrir para ela em um “oi” mudo. retribuiu, sentindo "borboletas no estômago".
Até então, mais ninguém percebeu a presença dela no hall. Jensen fez uma careta brincalhona, como se interrogasse: “O que está fazendo aqui?”
Foi então que a “ficha caiu”: Emily era a namorada de Jensen. Será que até telepaticamente ela conseguia saber por quem se interessava?
Capítulo 2
tinha que pensar direito. E rápido, porque Emily estava correndo em sua direção, toda animada.
- !
somente sorriu e foi agarrada por Emily, em um abraço saltitante e infantil, do mesmo jeito que ela fazia quando eram crianças.
- Oi, Emily - retribuiu o gesto com rapidez e a olhou. Como era linda! Parecia uma Barbie Princesa.
Jensen via as duas conversando e pensava "Quem é essa garota, afinal? O que ela estava fazendo na casa da Emily?".
- , quero que conheça alguém - Emily falou toda animada, levando a outra até seu namorado.
estava sentindo seu rosto enrubescer. Que situação ridícula, mais uma vez. Nem acreditava que estava acontecendo de novo. Sentia um começo de revolta renascer em seu peito, anos adormecida.
- Jensen, esta é . , este é Jensen.
- Oi - disseram ao mesmo tempo.
Jensen sorria por estar revendo a "garota irresistível" e , por pura má vontade. Queria saber controlar sua revolta, mas fora assim no passado. Pelo jeito, seria assim novamente, porém uma dúvida lhe pairou na mente doentia: por que estava sentindo toda essa raiva? Afinal de contas, Jensen era um cara estranho, que tinha aparecido dias atrás em sua vida. Nada mais que isso.
", acorda! Você está delirando? Se recomponha, volte para a realidade e seja uma pessoa normal de novo", disse para si mesma em pensamento.
Ah, mas ele era tão... tão... oh Deus, por que era tão difícil olhar para aquele homem sem sentir um turbilhão de emoções? Um calor...
Com desânimo e se sentindo vencida pelos poderes de Jensen, pediu licença, quase que não notada por Emily nem por Elizabeth. O rapaz foi o único a lhe conceder o desejo, com um meio sorriso de tirar o fôlego.
Piscando mais que o normal, voltou pelo corredor. Dienne percebeu algo em sua filha que não era bom.
- O que houve, ?
- Não é nada, mãe. Só foi um choque inicial dessa volta, sei lá.
sentou-se à mesa da cozinha. Sentia-se exausta. Era como se todos aqueles sentimentos antigos descarregassem em seus ombros de uma só vez.
- , isso pode fazer mal para você, meu bem - Dienne se aproximou dela, acarinhando-lhe o rosto. - Talvez seja uma oportunidade de conversar com a Emily.
- Não, mãe. Não vou falar com ela sobre o que aconteceu há cinco anos. É ridículo!
- Então, até você criar coragem para isso, vai ficar se sentindo assim...
Dienne andou até a banqueta e terminou de ajeitar a salada na travessa de porcelana.
a observava e acabou por perder o olhar no espaço vazio do nada, pensando no que sua mãe dissera e entendendo intimamente que era a pura verdade. Tinha que encarar uma conversa com Emily, cedo ou tarde.
O jantar correu bem, conforme pôde constatar. Não participou da refeição, mas sua mãe lhe contou quando chegou em casa.
não tinha ficado muito tempo na casa dos Dawson depois daquele fiasco de apresentação.
- Vou dormir - foi o que disse à sua mãe, mas deitada em sua cama, a imagem daquele reencontro não a deixava pegar no sono.
Na manhã seguinte, acordou cedo para ir trabalhar. De sábado, ficava na livraria até as três da tarde.
Queria muito chegar e encontrar para combinar algo para fazerem após o expediente. A última coisa que queria, era ter que voltar para casa e encontrar Emily e Jensen.
- Bom dia - a cumprimentou logo que a avistou.
- Bom dia, .
A amiga reparou pela cara de que algo tinha acontecido. E num salto se lembrou.
- Poxa vida! Por um instante me esqueci da volta de Emily. É por isso que está com esta cara?
- Que cara? Estou normal - disfarçou, tentando parecer natural, mas a outra lhe olhava com a maior investigação. - É só sono, . Não se preocupe.
foi direto para o vestiário guardar sua bolsa e vestir o avental do uniforme. Esperava que não lhe perguntasse mais nada sobre isso. Já era perturbador o bastante e não precisava de mais ninguém enchendo sua cabeça com mais dúvidas do que já tinha. Foi quando se lembrou do que sua mãe dissera. Ela realmente tinha razão. Enquanto guardasse esses sentimentos, ficaria se sentindo horrível.
Quando saiu do vestiário, pronta para o trabalho, a abordou. cedeu e lhe contou tudo o que havia acontecido. A amiga a ouvia completamente atenciosa.
- E sua mãe está cheia de razão. Você não tem que se fechar numa concha. Não pode cometer o mesmo erro, .
A outra ouvia de cabeça baixa. Também tinha consciência daquilo que dizia e não queria passar por todo sofrimento de novo. Mesmo porque, Jensen não era nada. Não significava nada. Era um estranho e ponto final.
- Pois então, vou reagir. Afinal, esse Jensen não é o moreno dos meus sonhos...
gargalhou.
- Até parece que você descartaria ele fácil assim.
- Isso é um desafio? - estreitou o olhar.
- Se quiser encarar dessa forma... - deu de ombros com certo brilho desafiador nos olhos verdes escuros.
- Ok, convide-me para ir a algum lugar essa noite?
- Te convidar? Você nunca quer sair comigo! - se surpreendeu com a convicção que falava.
- Mas hoje eu quero. Não quero ficar em casa. Está mais do que na hora de eu reagir. Não só se tratando do que falamos agora a pouco, mas para a vida em geral, sabe? Estou muito acomodada. Só trabalho e não me divirto.
- Hum... agora estou sentindo firmeza, hein?! - aplaudiu-a com ânimo.
sorria feliz por sua decisão, e o incentivo de era muito bem vindo.
Durante aquela manhã, ligou para seus amigos baladeiros procurando saber de algum lugar para levar .
Antes do horário de almoço, ela havia acertado com um, que lhe arranjaria dois vips para uma das danceterias mais badaladas da cidade.
- Ai, como é bom ter amizades certas assim - disse rindo e cheia de ansiedade.
- É certeza que esse seu amigo arruma entradas vips?
- Claro, certeza. Marquei às dez e meia na casa dele.
- Certo. Passo para te pegar meia hora antes.
Conforme o dia foi passando, comentava algumas coisas sobre aquela danceteria. Como também gostava de música eletrônica, já estava se animando bastante para aquela noite.
Estava chegando ao portão da residência dos Dawson’s. Buzinou para o porteiro. Manobrou até sua garagem a céu aberto, ao lado de sua casa. Ia acionar a capota do Fusca conversível, mas o “nada” tudo de bom estava andando em sua direção, admirando visivelmente o veículo.
- Uau! Você tem algo incrível aí - Jensen falou, apoiando as mãos na porta do lado do passageiro, olhando melhor para o interior do carro simples mas bem cuidado por .
- Obrigada - desceu e acionou a capota, que começou a subir.
Jensen observava os desenhos de flores coloridas, suavemente espalhadas por espaços estratégicos.
- Você que trabalhou nele ou já o comprou assim, todo customizado?
- Eu o ganhei quando tirei minha carteira de motorista. Meu pai me ajudou a comprar.
Jensen se aproximava dela, olhando o carro. disfarçava e se afastava com discrição. Pegou a capa do Fusca, que estava perfeitamente dobrada sobre a estante de ferramentas de jardinagem de seu pai. Começou a desdobrá-la, com certa dificuldade, como sempre.
Jensen ajudou-a com naturalidade e cobriram o veículo.
Intrigada, não conteve em perguntar uma coisa.
- Jensen, onde está Emily?
- Ela saiu com a senhora Dawson. Foram fazer compras - disse Jensen, sem um pingo de interesse. Somente a olhava com aquele ar de sorriso.
balançou a cabeça, entendendo seu desânimo.
- É, estou entediado - sorriu forçado e num segundo já estava sério.
Ele era engraçado... e lindo! se esforçava para continuar resistindo e não se envolver de jeito nenhum com aquele cara.
- Fiquei surpreso quando te vi aqui, na casa dela.
- Ela nunca tinha comentado com você sobre mim?
- Não - ele falou depois de uma pausa. - Mas depois que ela nos apresentou, me disse que você era filha de Dienne DeRavin. Que aliás, preciso cumprimentá-la. Ela sabe cozinhar como ninguém!
- Minha mãe tem esse dom - orgulhou-se.
- E seu pai, acabei de conhecer.
- É verdade?!- não queria ter parecido tão tensa, mas foi inevitável.
- Sim. Ele é muito boa gente - riu, se lembrando do que conversara com o senhor DeRavin. - Ele também é muito divertido.
- Espero que ele não tenha contado nenhuma de suas piadas - falou, mas tinha certeza que seu pai o havia feito. Ele não aguentaria perder a oportunidade, mesmo porque, Jensen deveria ter se aproximado dele para conversar. Já que era ele o entediado ali.
- Ele é um cômico, mas sabe impor respeito. Ele tem inteligência o bastante.
- Verdade. Meu pai é assim mesmo. Aquele jeitão dele faz muita presença.
- Então, você conhece Emily desde criança?
- Sim. Nasci aqui, por assim dizer. Sou somente um mês mais velha que ela.
estava achando muito estranho estar sozinha com Jensen. Se a senhora Dawson aparecesse e os visse ali, era capaz de mandá-la ser queimada numa fogueira.
Jensen tinha olhos verdes tão incríveis. Por que conseguia arder um fogo tão denso na alma de quando os olhares se encontravam? Ela desviou sua atenção e ajeitou sua bolsa no ombro.
- Preciso ir. Tenho algumas coisas para fazer - disse, se despedindo.
Jensen sorriu um pouco sem graça, mas com aquele ar de ironia.
- E eu vou procurar alguma coisa para fazer - acenou somente erguendo a mão esquerda.
se afastou sentindo que ele a olhava. Virou para trás quando parou na frente da porta de sua casa. E lá estava ele lhe observando. Logo lhe sorriu, acenando com a cabeça, como se fosse algo muito normal ficar olhando sem parar para ela. A moça não agüentou e riu, com vergonha. Ele era engraçado e irresistível.
Abriu logo a porta e entrou em sua residência. Precisava se adiantar. Tinha que resolver seus afazeres antes da noite cair. Por isso trocou de roupa e começou a arrumar a casa. Com o som ligado no volume quase máximo, ouvia Daddy Yankee para animar. Começava a preparar um jantar, quando seu pai chegou.
John DeRavin era o jardineiro da propriedade dos Dawson’s, desde antes do casamento de Michael com Elizabeth. Por isso, ele conhecera a falecida mãe do senhor Dawson.
Desde pequena, sempre ouvira certos comentários sobre o passado daquela família. Existia um mistério que os envolvia, principalmente sobre o provável desgosto de Charlotte Dawson pelo casamento do filho. Agora, o motivo, nunca soube ao certo. Seu pai sabia, e até mesmo sua mãe, mas nunca lhe contaram. Quando a moça os surpreendia conversando sobre o passado, eles disfarçavam, desconversando.
- Olá. Tudo bem? - questionou, olhando-o de relance enquanto cortava tomates sobre a pia.
- Oi, filha - disse John, surpreso em vê-la. - Vai fazer o jantar para o seu velho pai?
- Sim. Me deu vontade de fazer aquele Calzone que a mamãe aprendeu mês passado. Os ingredientes estou cortando agora, mas daqui a pouco vou ter que ir perguntar para ela o preparo. Só para não ter erro - deu-lhe uma piscadela.
John sorriu satisfeito pela dedicada filha. Era grato por ver o resultado da educação que dera à ela a vida toda.
- Já conheceu Jensen, o namorado de Emily?
quase teve um enfarto quando ouviu aquele nome.
- Aham! - foi o som que ela conseguiu emitir.
- Ele é muito engraçado. Fui com a cara dele.
- Saiba que essa opinião é mutua. Ele também disse isso sobre o senhor.
- É mesmo? - John pegava uma garrafa d’água na geladeira e um copo do armário. Sentou-se à mesa e serviu-se do líquido fresco.
- Sim. Quando cheguei, ele me disse que o havia conhecido, e fez esse comentário.
- Eu não esperava que Emily fosse se interessar por um rapaz tão espirituoso. Lembro-me daqueles namoradinhos que ela costumava trazer aqui - John fez uma careta. - Sempre rezo para que você não cometa um erro desses.
- Pai! - riu. - Emily sempre teve bom gosto em se tratando de aparência dos pretendentes dela.
- Mas de que adianta ser um galã, e não ter nada na cabeça? Lembra-se daquele tal de Mitchel?! - John disse com deboche. - Ele era uma piada. Não sei o que ele tinha além da boa aparência. Aquele rapaz era muito mau caráter.
A filha ficou calada. Tudo o que seu pai falava tinha sentido. Mitchel era quase que o reflexo de Emily e por isso se deram tão bem, até que ela foi para Europa.
nunca soube como haviam se despedido, se haviam brigado. Michael e Elizabeth praticamente forçaram a viagem. Ambos não gostavam do namoro que ela sustentava com Mitchel. Na época, Emily se afastara de boa parte de sua natureza. Ele a mudava a cada semana. Ficava distante, dando menos importância para o Natal com a família e aniversários. Conseguira até mesmo fazer com que a garota se desgarrasse de Elizabeth.
- Espero que você nunca cometa o erro de aparecer aqui na minha frente com um cara como esse Mitchel! - John reforçou com firmeza, se levantou e foi para o andar superior da casa.
respirou fundo e, de certa forma, foi de alívio por nunca ter tido nada com aquele rapaz. Realmente, se eles tivessem namorado, talvez teria sofrido piores consequências.
Enxugou as mãos no pano de prato e foi apressada até o casarão relembrar-se da receita do Calzone com sua mãe.
Entrou pela porta dos fundos e o som da risada da matriarca lhe assaltou. Andou pelo pequeno corredor até adentrar o cômodo e perceber que Jensen estava sorrindo, sentado na banqueta perto do balcão.
- ... e muita gente no estábulo olhava para mim. Eu queria cavar um buraco no chão e enfiar minha cabeça lá! - Jensen falava sem perceber que tinha entrado na cozinha.
- Oh, meu Deus! Minha barriga está doendo de tanto rir - Dienne respirava, se acalmando e notando que a filha estava parada. Não foi preciso que ela mencionasse nada da presença dela. Jensen simplesmente olhou na mesma direção que Dienne, suspeitando imediatamente de quem se tratava.
sentiu seu rosto enrubescer em três segundos, o calor tomar o resto de seu corpo e as palmas das mãos suarem frio.
Jensen desmanchou o riso desconcertado com o solavanco que sentiu na batida do coração ao vê-la, que dessa vez usava menos roupa do que das outras que a encontrara. Um short jeans desfiado e curto, e uma regata branca. Podia ver parte do ventre liso, admirando a silhueta do corpo perfeito. Ele poderia se apaixonar naquele exato momento se não estivesse namorando Emily.
- Desculpa interromper a conversa de vocês, mas mãe, preciso que me relembre a receita daquele Calzone que a senhora aprendeu mês passado.
A moça caminhou até Dienne, que passava o modo de fazer. Jensen não podia conter-se em observar com mais atenção, e lhe faltava o oxigênio. Não imaginava que ela tivesse tais atributos físicos. Curvas que ele passaria a sonhar em estar.
- Obrigada, mãe. Vou terminar o jantar e depois vou sair com a , ok?
- Para onde vocês duas vão?
- Ela conseguiu entradas vips para uma danceteria da cidade - viu a cara de preocupação de sua mãe e logo falou. - Não se preocupe, terei juízo.
Ambas sorriram.
- Espera um segundo aí - Jensen disse, se pondo de pé. - Você não vai estar na festa de aniversário da Emily?
- Festa? Eu nem estou sabendo de festa - riu, dando de ombros. - Você vai fazer uma surpresa para ela?
- Não! Emily fará em uma danceteria. Pensei que ela tivesse lhe contado.
- Não. Ela não me disse nada disso.
Jensen ficou quieto. Não entendia por que Emily não havia avisado sobre a festa. Estava tão animada, dizendo que queria todos os seus amigos por lá. Por que ela ficaria de fora?
riu sarcástica percebendo a situação. Emily parecia realmente ter voltado, e era a mesma pessoa de alguns anos atrás.
- Vou falar com a Emily. Ela deve ter se esquecido de avisar por algum motivo - Jensen pegou o celular do bolso.
- Não! - segurou sua mão num forte impulso de raiva. Não queria que ele ligasse para ela e cobrasse atenção. - Se Emily não me chamou para a festa, deve ter um motivo especial para isso.
Jensen paralisou o ato conforme o tempo que ela manteve suas mãos juntas, mas continuava sem entender. E muito intrigado.
- Isso não é normal. Mas se você não quer que eu fale com ela...
soltou a mão dele, encarando aqueles olhos verdes e intensos.
- Deixe isso para lá - sorriu, acenando para sua mãe e saiu logo dali.
Dienne fitou Jensen com certa intriga, mas não pela conversa que os dois tiveram na sua frente, mas pelo jeito que ele olhava para sua filha e vice-versa.
Jensen piscou e se recompôs, sorrindo amavelmente para Dienne.
- Senhora DeRavin, com licença - saiu da cozinha com passos largos na direção oposta de .
Capítulo 3
esperava no carro. Estava estacionada em frente à casa do amigo da garota, para pegarem os vips.
Dez minutos depois, saiu da casa térrea e entrou no veículo sorrindo de alegria.
- Está preparada para a noitada? - questionou, entregando a entrada para .
- Sim, senhora - riu, lendo o nome da danceteria - “Vogue”?! O que é isso? Espero que não tenha nada a ver com a revista!
riu também, e a outra deu partida para o destino daquela noite, que prometia.
Quando entraram pela porta da “Vogue”, já podiam ouvir, em alto e bom som, as batidas eletrônicas misturadas com psy-tribal-jungle.
Enquanto andava na frente de várias pessoas, a seguia, começando a sentir a vibe da música, com aqueles lasers verdes e azuis dançando pelo ar acima de suas cabeças.
Chegaram ao bar e cumprimentou o barman como se o conhecesse há décadas.
- Oi, lindo. E aí? Como você está? - se inclinou no balcão e beijou os lábios do atendente.
O rapaz não ficou surpreso. No mínimo, já tinha frequentado aquela danceteria antes.
- Eu estou ótimo. E você? Vejo que trouxe carne nova - disse olhando para .
a fitou rindo. Sabia que detestava aquele tipo de expressão.
- Esta é minha amiga . Seja bonzinho com ela!
- Oi, - o barman se adiantou em estender a mão para ela, com um sorriso até que encantador - Sou Antony. Só seu, quando quiser...
não aguentou e riu dele. Esses tipos eram uns palhaços. Pior que o tosco riu, pensando que ela estava dando confiança àquela cantada estúpida.
- Ok, te aviso quando quiser te possuir - ironizou bem humorada e saiu puxando pelo braço para o meio da pista.
A amiga ria.
- Você é demais, ! Seu humor até voltou e estou gostando disso.
As duas começaram a dançar e se divertir.
À certa hora da madrugada, Jensen procurava por Emily no meio da multidão dançante. Continuava andando pela danceteria olhando com atenção para todo canto do ambiente. E nada...
Um homem meio desengonçado dançava, se aproximando de . Ela nem percebia, até que ele pegou em sua cintura. Num susto, ela olhou para ele. Até que era bonito, mas muito atrevido.
- Com licença? Pode devolver minha cintura? - disse, tirando suas mãos de cima dela.
- Meu nome é Walter. Como você se chama, gata?
- Eu lamento, Walter. Mas não estou interessada. Eu só quero curtir a música - falou educadamente e sorrindo, mas foi como se ele não tivesse escutado, pois continuou dançando praticamente colado à ela.
se afastou e ficou de costas. Imediatamente sentiu alguém lhe agarrando por trás, com más intenções. Virou nervosa e ao ver o sorrisinho nojento do tal Walter, se irritou profundamente.
- Qual parte do “eu não estou interessada” você não entendeu, idiota?! - o empurrou, mas ele a segurou pelo braço e depois pela cintura, em fração de segundos.
foi surpreendida pela boca pressionada contra a sua, com dureza, e sentiu o hálito forte de puro álcool. Ia fazer força para se soltar daquele estúpido, mas ele se afastou de repente. Sentiu-se confusa sem vê-lo no meio da multidão e do escuro. De repente, reparou que outro o segurava pelo colarinho da camisa e o ameaçava.
se aproximou mais e viu Walter se soltar e sair da pista de dança como um cordeirinho assustado. A moça ia se aproximar daquele estranho para agradecer, mas ele se virou à distancia de dois passos.
- Jensen?! - parou ali mesmo, sem mover mais um músculo.
- Você está bem? - perguntou sério e um tanto quanto carrancudo.
Sem entender direito o que ele estava fazendo ali, ela balançou a cabeça positivamente.
- Você me salvou de novo de um bruta-montes - riu agradecida. - Obrigada!
Jensen não disse nada de imediato, somente sorriu satisfeito. Ela estava a salvo mais uma vez, e seu coração palpitava como louco.
- Sempre tem idiotas nesse tipo de lugar - ele disse.
- O que você esta fazendo aqui? - interrogou, viajando em seus olhos. Nem conseguia pensar no óbvio.
- Festa de aniversário da Emily, lembra? - fingiu que ia bater na cabeça dela e ela riu da brincadeira, empurrando-o.
- Seu imbecil! Por que não me disse onde iria ser a festa? Se eu soubesse, não teria vindo para cá - foi andando na direção do bar. Precisava de água.
- Eu juro que não entendo essa distância entre vocês, sendo que foram amigas a vida toda.
- Água gelada, por favor, Antony - pediu e o barman sorriu todo alerta e a atendendo imediatamente. - Obrigada - agradeceu com um largo sorriso.
Jensen observava, estranhando o jeito que aquele cara abusado olhava para .
- Ok - ele desviou a atenção para , mas não totalmente, pois o barman ainda estava por perto, sem parar de olhá-la.
voltou-se para Jensen.
- Você não precisa entender nada. É complicado demais para mim, imagina para você - abriu a garrafa de água e tomou um longo gole. O via lhe observar atento e intrigado com todo aquele mistério. - Não se preocupe, Jensen. Isso é coisa minha e do passado.
- Se fosse do passado, estaria tudo bem entre vocês duas - continuou sério.
riu.
- Como você é chato!
Jensen riu, admitindo que ela estava correta. Sabia que era um chato. Quando queria saber alguma coisa, não sossegava.
Percebendo que ele esperava sua resposta, respirou fundo.
- Emily e eu passamos por um problema antes dela viajar para a Europa.
- Qual?
- Era o último ano do colegial e eu estava apaixonada por Mitchel. Emily era minha amiga, sempre. Mas na época do colegial ela mudou. Não me fazia mais companhia nenhuma, não conversávamos mais. Nada de assuntos pessoais ou íntimos demais. Então, houve uma festa de aniversário dela, de dezesseis anos. Mitchel estava lá, e Emily havia me dito que era por minha causa - riu, se lembrando do quanto havia sido ingênua naquela época. - Em certo momento da festa, vi Emily subindo as escadas de mãos dadas com Mitchel - percebeu que Jensen prestava a maior atenção, deixando-a falar, mas estava com a testa franzida. - Bom, no dia seguinte, no colégio, a escola toda já comentava que ela o havia levado para o quarto e... o resto você pode imaginar.
se surpreendia suportando o olhar dele depois de ter contado resumidamente sobre o passado. Foi então que parou para pensar no que fez. Contou um podre de Emily. E para o Jensen. Estava maluca? Se acontecesse alguma coisa que prejudicasse o relacionamento deles, não queria dar motivo.
- Jensen, me desculpa - tapou a boca. - Que estúpida! Não devia ter contado. Me perdoe.
- Tudo bem - tentou sorrir com naturalidade, mas saber que acontecera isso entre elas, e Emily ter participado com aquela falta de lealdade, não era agradável. Muito menos saber que sua atual namorada tinha sido uma adolescente “super-ativa”.
- Agora você sabe o que me faz manter distância dela.
- E ela também mantém distância de você, desde que chegou. E nunca houve uma conversa entre vocês sobre o que aconteceu?
- Não. Emily se afastou ainda mais, não só de mim mas da família também, depois que o namoro com Mitchel começou...
- E Elizabeth e Michael? O que eles achavam disso?
- Nunca gostaram dele, mas não podiam fazer nada. Proibiram que ela continuasse a relação ameaçando onde mais doía: mesada. Mas nem assim Emily deixou de ficar com ele. Até que os Dawson’s mandaram-na para Europa.
Jensen estava calado demais e começava a preocupar-se.
- Agora fale alguma coisa, por que esta cara e esse silêncio? - ela falou agoniada, fazendo-o encará-la.
- Eu conheci esse Mitchel - confessou intensamente intrigado. - Ele está aqui esta noite.
não sentia mais o chão sob seus pés.
- O quê? - disse num fio de voz.
- Mas olha que coisa interessante. Emily sumiu da festa há mais ou menos meia hora, e desde que isso aconteceu, coincidentemente não vi mais o Mitchel.
Estranhamente, sentia vontade de chorar. Os olhos se encheram de lágrimas, mas ela encarava o chão escuro tentando acordar daquele pesadelo estranho, esquisito e idiota.
A revolta lhe tomou e encarou Jensen, mas nesse mesmo instante, ele saía apressado de perto dela, com furiosos passos.
- Oh, meu Deus - correu, procurando por .
Começou pela pista, onde havia a visto pela última vez, mas não a achou. Foi para o banheiro feminino e na entrada, encontrou nos braços de um moreno alto e musculoso.
A amiga notou ali, parada e pálida feito um fantasma.
- ? - pediu licença para o moreno alto e correu até ela. - O que aconteceu com você, mulher? Está branca igual vela!
- Eu tenho que sair daqui.
- O quê? Por quê?
- Eu contei para o Jensen!
- Contou? Jensen? Ele está aqui? O que você contou?
Era impossível saber qual das duas estava mais maluca naquele momento.
- Sobre mim, Emily e Mitchel!
- Merda - lascou um tapa na própria testa.
- Era aqui que acontecia a festa de aniversário dela. Depois que eu desabafei, Jensen disse que Emily tinha sumido e que Mitchel também estava aqui. E ambos desaparaceram. Agora, o Jensen saiu daqui como um louco...
- Merda! Merda! Merda! - foi embora dali arrastando .
dirigia o carro, pois estava sem condições. Tremia da cabeça aos pés.
- O que eu vou fazer agora, ? Eu não posso deixar que o Jensen fique zangado com ela.
- , pense nas coisas que você está falando. Por que está tão preocupada com isso? Foi ele que insistiu em saber o que tinha acontecido no passado de vocês.
- Eu sei, mas... - respirou fundo, com desânimo. - Não quero ser culpada por nenhum desentendimento. Eu não quero estar envolvida em nada disso. Queria sumir, evaporar no ar - disse, toda histérica com gestos largos com as mãos.
deu uma espiada na amiga maluca.
- Escuta com atenção. Você não tem que se sentir culpada de nada. Emily acabou de dar um ótimo motivo para o Jensen sair correndo daquele jeito atrás dela. Se eles discutirem, não vai ser por que você contou sobre o passado, e sim por que ela deu a “bola fora”.
- Mas eu ajudei um pouco. Se eu não tivesse contado nada, Jensen não juntaria as peças do quebra-cabeça.
- Eu não sei não. Talvez ele já estivesse desconfiado quando Emily “tomou chá de sumiço” e logo depois o Mitchel... - riu sozinha com o que acabara de pensar.
- O que foi? - questionou irritada.
- Acho que tudo isso vai ser revelador, sabia?
- Por que está dizendo isso?
- Eu não sei, estou sentindo.
estava achando muito misteriosa com aqueles pensamentos absurdos que costumava ter. Se pudesse e tivesse uma mente que não gostaria de ler, seria a de sua amiga.
Vinte minutos depois, parou o carro em frente ao prédio em que morava.
- Quer dormir aqui esta noite?
- Acho melhor não. Sinto que preciso estar na propriedade dos Dawson’s amanhã cedo.
Quando chegou, estacionou o automóvel e ficou observando o casarão na madrugada silenciosa. Estava tudo quieto. Sinal de que Emily não tinha ido pra casa mesmo. E seja lá onde tivesse ido, não estava sozinha.
Ao acordar pela manhã, se sentia ainda do mesmo jeito: com medo. Medo de estar no meio de um furacão.
Estava descendo os degraus da escada direto para a sala, e deu de cara com Emily sentada no sofá com um sorrisinho pavoroso.
- Bom dia - falou com exagero de simpatia.
- Bom dia, Emily - terminou de descer e a outra se levantou, já completamente séria. - Emily, eu...
- Cala a boca! Eu sei o que você fez - disse com olhos faiscando de ódio. - Não bastava você querer me tirar o Mitchel? Agora está fazendo joguinho para me tirar o Jensen? Por que tem essa perseguição por mim?
- Emily, não tenho intenção nenhuma de fazer isso. Nunca tive. Nem mesmo com Mitchel.
- Oh, você é tão falsa! - riu irônica. - Você era apaixonadinha por ele - debochou.
- Sim, eu era mesmo - enfrentou a garota, ficando extremamente nervosa. - Mas antes mesmo de você levá-lo para o seu quarto naquela festa de aniversário. E mesmo sabendo dos meus sentimentos por ele, você fez isso!
Emily tentou rir com seu deboche, mas estava claramente desconcertada, porém retomou sua pose de nariz empinado em segundos.
- Eu cheguei a pensar em banir você dessa casa com sua mãe e seu pai, mas eu pensei bem... vou te dar a chance de ficar. Não vale a pena punir os seus pais, sendo que a cretina aqui é você.
Uma fúria enorme explodiu em . Quando deu por si, já tinha esbofeteado a face de Emily.
A outra estava curvada para o lado, com a mão no rosto e os cabelos loiros e longos caídos sobre a face.
tremia da cabeça aos pés mais uma vez, de tanto nervoso. Emily encarou-a, se erguendo e mostrando a marca do tapa.
- Eu quero você longe daqui, em vinte e quatro horas, sua vadia - descarregou sua fúria em um tapa na cara de , com direito a unhas e arranhões; que soltou um grito de dor e tocou o rosto, sentindo um pouco de sangue. A pele ardia como brasa.
Emily saía pela porta da frente com passos duros de raiva e se sentou pra retomar seu controle. Estava mais do que provado quem era Emily Dawson, e seria um prazer imenso sair daquele lugar.
subiu correndo as escadas e com gestos agressivos abriu a porta do quarto. Puxou as duas malas grandes de cima do closet, abriu-as sobre a cama e começou a guardar suas roupas de qualquer jeito.
- Filha, o que está fazendo? - Dienne entrava no quarto desesperada.
Bastou olhar para ela, mostrando o rosto com vergões, para que sua mãe levasse as mãos à boca, completamente perplexa.
- O que aconteceu com vocês duas? Emily entrou em casa gritando para mim, absurdos sobre você.
- Ela me acusou de persegui-la, mãe - disse, chorando de raiva e jogando as roupas dentro das malas - Cansei! Se ela não me mandasse embora daqui, eu tomaria essa decisão sozinha.
- Ela não pode fazer isso. Você é minha filha!
- E você é uma empregada da família Dawson, mãe. Você não pode impedir e nem quero que tente, porque eu vou sumir daqui!
- Mas, ... e eu? Seu pai?
- Vocês ficam aqui. Ela mandou só a mim - enxugou as lágrimas.
- Isso não vai ficar assim. Essa garota perdeu completamente o juízo - Dienne disse com firmeza e nervosa, saindo do quarto.
- Espera aí, mãe. O que você vai fazer? - saiu correndo atrás dela.
Sua mãe quase não corria, mas dessa vez parecia que ela tinha tomado litros e litros de energéticos. só a alcançou na saleta do casarão. Elizabeth conversava com Emily quando se surpreenderam com a entrada brusca de Dienne e sua filha.
- Como se atreve? - a senhora Dawson se pôs de pé, cheia de pompa.
Antes mesmo de ela terminar sua ameaça, Dienne se adiantou para encará-la com ar sereno e calmo. olhou rapidamente para Emily sentada no sofá com aquele ar esnobe, mas com lágrimas nos olhos.
- Se minha filha for embora, quero minha demissão.
Elizabeth franziu a testa.
- Dienne, essa briga não tem nada a ver com sua estadia aqui, muito menos seu trabalho.
- Tem sim, senhora Dawson. é minha filha. Ela está aqui desde que nasceu e a senhora nunca se opôs. Apesar de achar que ela era má companhia para Emily, ambas se divertiram muito quando eram pequenas. Garanto que se não fosse isso, Emily não teria tido infância, embora ainda se comporte como uma criança.
- Escute aqui - Elizabeth Dawson se controlava para não perder a pose. - não passava de uma menina moleque. Sempre suja de terra, jogando futebol ao invés de ser uma garota. E toda vida teve inveja de tudo o que Emily tem. Isso é fato!
- Eu nunca quis nada do que ela tem - se defendeu.
- Sempre - Emily se levantou. - E por não conseguir, acabou roubando minhas coisas.
- Você está louca? - se revoltou incrédula daquelas acusações sem pé nem cabeça.
- Desde minhas bonecas, quando éramos criança; e agora está fazendo o mesmo, só que com meus namorados - avançou na direção da outra.
- Emilyyyyy!
O agudo grito da senhora Dawson era ensurdecedor.
Emily logo se comportou e voltou para o lado de sua mãe, como se fosse um cachorrinho adestrado.
- Mãe? - fez Dienne a encarar. - Olhe isso - disse, apontando para as demais. - Não aguento mais - riu de cansaço. - Vou embora.
Dienne passou a entender que realmente queria partir. Que necessitava ir, e se não fosse, morreria por dentro se continuasse naquele ambiente, que na verdade nunca fora o melhor lugar do mundo.
Naquela manhã de domingo, arrumou suas coisas e ligou para , sua única esperança. Não tinha nenhum lugar para ir. Se não tivesse seu emprego fixo na livraria, iria para a casa de sua tia Alice, no Kansas.
- Alô? - atendeu o telefone, com a voz de quem acabara de acordar.
- , sou eu.
- ? - se sentou de pronto, lembrando daquela confusão da noite passada. - Me diz, o que aconteceu...?
- Bem, tudo o que eu pressentia. Quer dizer, quase tudo.
Enquanto contava todos os detalhes para a amiga, essa mesma só sussurrava palavrões com imensa indignação e surpresa.
- Você pode vir para minha casa, . Sem problema nenhum.
- Eu estava pensando nisso - sentia-se tão sem graça em solicitar abrigo de uma hora para outra. - Desculpa te pedir isso, assim sem mais nem menos. É que eu estou sem lugar para ir. Você é a única esperança!
riu de .
- Você acha que eu ia deixar você na mão? É claro que compreendo sua situação.
- Muito obrigada, . Você tem sido uma amiga e tanto.
- Ora, deixa disso... declarações de amor logo cedo me deixam melancólica.
caiu no riso.
- Só você para me fazer rir numa hora dessas.
- Bom, já que você está de mudança, suponho que esteja de malas prontas...
- Sim, estou. Já vou guardar tudo no carro e me despedir dos meus pais. Chego logo por aí.
- Ok.
Foi o que fez. Guardou as malas e umas caixas de papelão com alguns de seus pertences, no porta-malas e no banco de trás. Foi até a porta da cozinha, pelos fundos do casarão, mas nem queria entrar lá. Nunca mais! O que mais queria era distância de toda aquela gente esnobe e vazia. Bateu duas vezes na porta e se afastou um pouco pelo jardim dos fundos. No mesmo instante, avistou seu pai vindo pelo lado oposto de onde ela havia partido.
- Já está indo? - John foi logo abraçá-la.
- Sim, pai - o abraçou forte com carinho enorme, morrendo para segurar o choro entalado na garganta.
Nunca ficou longe dele e de sua mãe em toda sua vida. E ter que deixá-los ali, estava sendo a coisa mais difícil de fazer.
- Pai, espero que o senhor esteja entendendo meus motivos... - falou com voz trêmula.
- Eu te entendo, minha flor - John se afastou para encarar os olhos de sua filha com emoção. - Vá viver sua vida com mais independência. E não se preocupe, estaremos próximos. Sempre poderemos nos falar ao telefone.
Nesse instante, Dienne saiu para o jardim dos fundos para se encontrar com o marido e .
Quando a filha viu que sua mãe já estava aos prantos, não aguentou mais segurar o choro e abraçou-a.
- Eu quero que ligue para mim todos os dias - Dienne intimou.
riu. Olhou para ela e segurou-lhe o rosto entre as mãos e beijou várias vezes cada bochecha, fazendo gracinha como quando era pequena, e até hoje ainda o fazia. Fez Dienne rir entre lágrimas.
deu mais um beijo em John e se afastou correndo até o carro.
Capítulo 4
Uma semana se passou desde que havia se mudado para o apartamento de . Ela estava gostando, pois ficava mais perto do centro da cidade e da livraria; e graças a Deus, tinha garagem para estacionar seu carro. Tudo ia muito bem em sua nova vida. era uma companhia muito engraçada e ajudava bastante a manter seu bom humor nas alturas. Ligava todos os dias para sua mãe, e também falava com seu pai. Os dois estavam bem, apesar de admitirem, no começo, a dificuldade de se adaptarem à ausência da filha. Ela sentia o mesmo, mas era uma fase que deveriam superar. Só uma coisa a perturbava: a culpa por ter contado o que não devia para Jensen e ter causado toda essa bagunça. Comentava sobre isso com , enquanto fazia o fechamento do caixa.
- Juro que se eu soubesse onde ele mora, iria pedir desculpas pessoalmente - disse sem pensar direito.
- Ok, e você iria só pedir desculpas? - sorriu, erguendo as sobrancelhas em gesto malicioso.
- Você acha que depois de tudo o que eu causei, teria coragem de me aproveitar dele?
- Bem... - riu - não sei se Jensen se incomodaria com você tirando uma casquinha dele.
- Com certeza ele não está solteiro - pensou em voz alta.
- Quer dizer que se ele estiver, você vai investir, não é? - perguntou empolgada e dando seus pulinhos.
- O que é isso, maluca? - ria. - Eu não teria coragem de investir nele agora. Não depois de tudo isso.
Batidas na porta fizeram as duas saírem de trás do balcão. Puderam ver Jensen através do vidro.
sentiu seu coração disparar. Uma euforia enorme tomou conta de seu corpo.
- Falando no diabo... - comentou rindo. - Agora eu fiquei com medo dele.
foi até a porta. Destrancou e abriu-a rapidamente. Jensen não disse nada, e ela ficou sem palavras. Na verdade, estava novamente viajando em seus olhos... e que calor!
- Oi, - Jensen mantinha as mãos nos bolsos da calça.
- Oi - via o quanto ele estava bem vestido, de terno e gravata pretos; e camisa branca. Somente a barba não estava feita.
- Preciso conversar com você - disse sério e um tanto quanto impaciente.
sentiu um friozinho na espinha. Provavelmente iria levar um sermão por tudo o que causou.
- Estou terminando de fazer o fechamento do caixa. Saio em quinze minutos.
- Eu espero - andou pela calçada até sua Nissan Frontier preta.
fechou a porta de novo e correu para trás do balcão.
- Estou ferrada - continuou seu trabalho, com pressa dessa vez.
- Calma! O que ele disse?
- Disse que precisa falar comigo. Está me esperando no carro - fitou-a desesperada.
- Uiii! Ele parece ser do tipo bad boy. Gostei!
nem olhou para a cara de , mas sabia que ela estava com uma de suas feições de maníaca sexual.
- Pára com isso, vai... - pegou nas mãos de e arrastou-a até o vestiário. - Troca rápido de roupa e sai logo daqui.
- Eu tenho que terminar... - ela disse com gestos nervosos.
- Não, eu termino para você.
- , tem feito muitos favores para mim...
- E daí? - rindo, deu de ombros e saiu.
respirou fundo. Quando foi abrir o armário para pegar sua bolsa, percebeu que suas mãos estavam tremendo.
- Ai, que estúpida! - disse para si mesma.
Trocou-se e saiu.
- Vou deixar a chave do carro com você - colocou-a na mão de . - Reze por mim!
- Pegue-o com força - sugeriu, fazendo um hand rock.
fez cara de má, repetindo o mesmo gesto, embora isso não tenha aliviado muito sua tensão.
Quando chegou do lado de fora da livraria, Jensen saiu do automóvel.
- Foram os quinze minutos mais rápido que já vi - ele disse sorrindo.
- está terminando o que eu estava fazendo - riu.
Por segundos, Jensen ficou lhe olhando intensamente. Em seguida, molhou os lábios com a língua. pensava em atacá-lo a qualquer minuto, mas ainda se controlava contra isso.
- Vamos conversar?
Ela assentiu e Jensen lhe acompanhou até o veículo, abrindo a porta. No interior, enquanto ele dirigia, sentia um clima tenso. E não era só de sua parte. Ele estava calado. Não aguentando, ela resolveu questionar.
- Por que você não fala logo que está pê da vida comigo?
Jensen não respondeu e nem a olhou, mas não conseguiu segurar o riso.
viu aquilo e, irritada, suspirou virando o rosto para o outro lado. Fitava os pedestres nas ruas e os lugares por onde passavam.
- Para onde está me levando? - interrogou quando começou a ver que não conhecia aquele caminho por onde ele dirigia.
- Está com medo que eu te sequestre? - Jensen falou com um meio sorriso, ainda sem olhá-la.
- Na verdade, estou com medo de que você me mate. Por isso está me levando para um lugar estranho. Seria mais fácil assim. É só me matar e jogar meu corpo numa vala qualquer.
Jensen disparou a rir e se conteve para manter-se séria.
- Meu Deus! Não dá para sentir raiva de você - finalmente a olhou. E com carinho.
sentiu seu rosto e o resto do corpo pegar fogo de vergonha. Ainda bem que estava escuro dentro do carro. Depois disso, ela sentiu que a tensão havia sumido.
Vinte minutos passados, Jensen estacionou em frente a uma porta de garagem grande. se inclinou para frente, olhando direito para a casa.
- Quem mora aqui?
- Eu!
Ela o olhou, e ao notar aquele sorrisinho de quem estava aprontando alguma coisa, seu coração disparou.
- Ok, por que me trouxe para a sua casa? Pensei que tivesse dito que precisava conversar comigo.
- E vamos - saiu do carro.
tirou o cinto e antes de abrir a porta, ele o fez. Estava sendo tão bem tratada, que parecia ser o centro das atenções de Jensen. E não conseguia entender o porquê disso. Não assim, de repente. Tinha algo de muito estranho e farejava a armação.
Jensen abriu a porta da frente da casa e convidou para entrar. Ela obedeceu, mas ainda muito travada pela desconfiança.
Ele ascendeu a luz e trancou a porta, mas deixou a chave na fechadura. observava tudo isso. Os gestos cavalheiros e a boa intenção estampada em seu rosto, contradiziam os olhos verdes. O brilho que estava neles, era de outra coisa.
Enquanto Jensen dava apenas dois passos largos e lentos em sua direção e lhe puxava pela cintura contra o corpo másculo e lhe beijava, sentia-se enfartar. A boca macia e quente se abriu contra os lábios de , numa carícia com a língua que a fez perder completamente o juízo. Ela se pôs mais colada ao corpo forte de Jensen, e sem mais pudor o beijou com uma leve e lenta carícia com a língua, que o fez sussurrar com a voz grave. Ele parecia despertar de um longo sono ao provar o sabor de sua boca. Isso o fez entender rapidamente que seria um problema.
Continuavam se beijando, cada vez mais agarrados, se acariciando com mãos curiosas e incomodadas com as roupas.
viu uma espécie de alarme em sua cabeça quando sentiu as mãos dele por baixo de sua blusinha e subindo pelas costas, alcançando o fecho do sutiã. Parou de beijá-lo e se afastou, quase sem forças nas pernas. Encarou-o.
Jensen arfava e tentava controlar-se. Sabia que tinha feito uma loucura. Não estava sendo justo.
Ela sentia-se como se estivesse resistindo a uma panela de brigadeiro. Era um absurdo! E Jensen não protestou quando ela lhe tomou pela nuca e lhe beijou novamente. Agora, ele só pensava em retribuir as carícias daquele beijo com mais do que ela exigia. Sentia as mãos dela em sua nuca numa pressão considerável, de quem queria muito mais do que aquilo. Estava enlouquecendo-o.
sentiu que ele deixou de abraçá-la para se livrar do terno, sem parar de beijá-la. Jensen afrouxou o nó da gravata também e parou o beijo por um segundo, que pareceu uma eternidade para ela.
o puxou de volta num sussurro.
- Que diabos está acontecendo? - Jensen falou com voz grave, mordendo o lábio inferior de com lentidão. Era surpreendente como ela lhe seduzia. Não era o que ele esperava, afinal a beijara levado por outro tipo de impulso.
Parecendo ler a mente de Jensen, a moça afastou seus lábios devagar. Encaram-se, com olhos brilhando intensamente. sentia a clareza dos fatos se acenderem em sua mente.
- Por que você me beijou, Jensen? - perguntou, e mesmo sabendo qual era o motivo que o levou a fazer isso, queria ouvir de sua boca. Antes mesmo de escutar, estava ficando furiosa.
Ele tentava se recuperar das fortes emoções do beijo. Encarou para dizer a verdade, mas ficou totalmente sem coragem.
- Fui um otário! Foi um erro imenso - desviou o olhar da mira dos olhos castanhos de . - Desculpa.
- Você não vai ter coragem de me falar que me beijou por pura vingança? - o puxou pela camisa para ele lhe encarar. - Seja homem e admita!
- Ok, eu admito. Te beijei por que ainda estou furioso com o que a Emily fez.
- E você resolveu se vingar dela em mim? Foi por que eu te contei aquelas coisas? E agora você também ficou com raiva de mim? Por que se eu não tivesse contado nada, vocês estariam muito bem juntos agora.
- É, estaríamos muito bem sim - esbravejou e se afastou com lágrimas nos olhos. - Mas eu seria um corno manso e cego. Então, de certa forma, agradeço por você ter contado.
- Do que você está falando afinal? - sentia que ele fazia um nó em sua cabeça.
- Para encurtar detalhes, Emily passou a noite do aniversário dela com Mitchel - viu que dizer o nome daquele cara, a fazia mudar de feição, e por uma misteriosa razão, Jensen não gostava mais disso. - Emily transou com ele, ! Quer que eu desenhe?
Ele estava tão nervoso que sentiu-se um caco.
- Sinto muito, Jensen - de fato sentia. Ele não estava bem. Aquela fúria toda com que ele falava, mostrava como estava se sentindo por ter sido traído pela mulher que amava. E isso estava lhe deprimindo profundamente, porque se ele estava assim, era por que realmente ainda amava muito à Emily. Mas ela não queria ser um refúgio para onde ele pudesse descarregar sua raiva, ou querer se vingar através dela.
Jensen a olhava. Era claro que ainda guardava sentimentos por Mitchel. Admitir que via isso era frustrante. Por que ela ainda era apaixonada por um cara tão cafajeste?
- Você ainda o ama?
sentiu seu coração querer sair pela boca.
- O quê? - retrucou irritada com a pergunta, completamente sem graça.
- Apenas responda - falou com tom de desafio.
- Eu... eu... não tenho que responder essa pergunta idiota! - disse nervosa e desviou-se dele indo até a saída.
O rapaz tomou aquilo como uma resposta positiva enquanto ouvia-a destrancar a porta e sair. A seguiu.
estava furiosa. Depois daquele beijo, como Jensen não conseguia enxergar que ela estava perdidamente apaixonada por ele?
- Eu te levo para casa - disse atrás dela e já a levando pelo braço para o carro.
nem conseguia expressar em palavras como estava se sentindo naquele momento. Em um minuto, Jensen era o homem mais cavalheiro, sedutor e amoroso do mundo. No outro, era estúpido e autoritário?!
Quando ele entrou no automóvel e deu partida, saindo da frente da casa dele, disse.
- Me deixa em frente à Terceira com a Royal Street.
- Não. Eu vou te deixar em casa - Jensen falou com firmeza.
- Eu não estou morando mais na casa dos Dawson’s - esbravejou. - Se não quiser me deixar onde falei, pode parar o carro.
- Eu não vou parar. E fale comigo direito!
- Você começou - disse irritadíssima.
- Onde está morando? Por que saiu da casa dos Dawson’s? - interrogou, ignorando a acusação dela e maneirando no seu tom de voz.
- Estou morando no endereço que pedi que me deixasse. E saí de lá porque Emily me expulsou - respondeu, ainda irritada com tudo aquilo. Nunca havia se sentido tão perturbada.
Jensen não disse nada e ficou pensando "Emily era mesmo uma sacana por ter tirado o único amor de . E ainda por cima, conseguiu tirá-la de perto dos pais".
- E como aconteceu?
espantou-se com a preocupação dele e pela mudança na entonação vocal.
- No dia seguinte, depois de ter lhe contado tudo aquilo, ela me procurou. Estava esperando eu acordar e aí começamos a discutir. Ela me acusava de ser uma invejosa, de querer tudo o que ela sempre teve, sendo que foi ela quem me roubou o que eu mais queria - pausou o relato quando ele a olhou em segundos mais longos enquanto estava parado no farol vermelho. - Para encurtar, eu não me contive e dei um tapa na cara dela. E ela deu outro na minha e me expulsou.
Jensen não precisava de mais provas para acreditar que Emily e haviam nascido para disputarem o mesmo homem ao longo da vida. O fato triste era que ele tinha a consciência de que não merecia estar apaixonada por alguém que nunca lhe dava atenção nenhuma. Mitchel era um filho da mãe, e Emily era outra muito pior, por ser tão desleal à amizade que empregara nela desde a infância.
- Eu estou muito feliz por não estar mais perto de pessoas como Emily, sabia? - disse orgulhoso, enchendo o peito.
- Mas você ainda a ama. É difícil se livrar de um amor, admita!
- É, você sabe disso mais do que ninguém - Jensen disse com sarcasmo e mau humor.
Parou o carro em frente ao prédio pequeno de quatro andares, de estrutura clássica.
observava-o ali sentado, ainda segurando o volante, como se não quisesse que ele caísse do encaixe ou coisa parecida. Tirou o cinto de segurança e destravou a porta. Esperou que ele falasse alguma coisa para não terminar aquela noite num clima chato e esquisito entre eles, mas Jensen suspirou impaciente e ligou o motor, só esperando ela descer.
saiu do carro, bateu a porta e ele partiu.
Capítulo 5
Jensen ouvia Eric e Kim falarem, mas estava viajando no tempo, para dois dias atrás. Não saía de sua cabeça o beijo que dera em e vice-versa. Num suspiro impaciente, colocou a mão no rosto, fechando os olhos por dois segundos.
- Tudo bem, cara? - Jared falou em voz baixa, sentado ao lado.
- Sim - respondeu forçando um sorriso.
Jared era seu novo companheiro de trabalho e já o considerava como bom amigo. Ele era um tremendo palhaço.
Jensen começou a se concentrar e prestar atenção na reunião. Aquele projeto da Warner era muito bom e não podia ficar se distraindo com o pensamento em .
Aquele beijo foi a pior atitude que tomara em sua vida. Não precisava fazer isso para descarregar as frustrações que Emily lhe causou, sem contar que não tinha culpa nenhuma. Deveria até que agradecer por ela ter ajudado a ver o outro lado de sua ex, e não tinha direito de ficar criticando mentalmente, o fato dela ser apaixonada por Mitchel. Quem ele era para pensar assim?
deixou cair a pilha de dicionários que carregava enquanto caminhava pelo corredor do estoque, nos fundos da livraria. Xingando com palavrões para si mesma, se abaixou para recolhê-los do chão. Havia se passado dois dias daquele beijo e ela estava um desastre. Ficava distraída facilmente em pequenos intervalos de tempo e não conseguia trabalhar direito.
- ?
A moça pulou de susto ao ouvir o chamado do gerente.
- Já estou indo - respondeu e se levantou, levando os dicionários nos braços. Desceu as escadas em caracol e foi até a prateleira repô-los. Pegou a prancheta para fazer a conferência da mercadoria. Estava dando graças a Deus por ter dado uma folga no movimento de clientes para poder fazer esse trabalho, quando ouviu o sininho da porta se abrindo. suspirou muito nervosa, e espiou se inclinando para o lado.
Jensen sorria para a moça atrás do balcão. fazia o mesmo, largamente, e apenas apontou na direção onde a amiga estava.
se escondeu de novo atrás da estante, sentindo o coração explodir dentro do peito, de tanta alegria. Ainda nem tinha encarado Jensen e já estava morrendo de calor.
E então, ele apareceu. Ao contrário da última vez, usava somente calça jeans e camisa branca, de colarinho aberto. E a barba continuava ali, naquele rosto perfeito. Como amava aquela barba!
Jensen sorriu para ela. Não era normal querer envolve-la em seus braços com toda essa gana que estava sentindo agora. Sem dar mais chances para esses sentimentos estranhos e problemáticos, foi direto ao assunto.
- Eu preciso pedir desculpas.
continuou calada. Apesar da alegria em revê-lo, estava chateada pelo jeito que ele ficou da última vez.
- Não vai dizer nada? - pediu e ela não respondeu. - Puxa! Acho que preciso de alguma ajuda aqui - Jensen deu uma olhada pelas estantes cheias de livros. - Será que tem algum livro de auto-ajuda que ensine como pedir desculpas?
Sem dizer nada, foi até o outro corredor. Na seção de auto-ajuda, pegou um com o título “Admita e Aprenda a Pedir Perdão”. Jensen leu o nome e encarou-a nos olhos. Ah, como seu coração se inflamava quando a olhava assim e ela o fitava de volta!
- , eu fui um idiota. Não devia te tratar daquele jeito - havia se deixado falar, vindo do fundo do coração. - Me desculpa?
Ela via claramente naqueles olhos verdes que havia sinceridade no pedido. Naturalmente esboçou um sorriso.
Jensen sorriu extremamente aliviado, com o coração aos pulos.
- Você está perdoado - voltou-se para continuar o seu trabalho com os dicionários.
Jensen a seguiu e ela sentiu estava sendo observada por ele.
- Quer almoçar comigo? - convidou-a de caso pensado. Por mais que a situação entre eles fosse estranha, queria passar um tempo com ela.
- Meu horário de almoço é ao meio-dia e meia - respondeu anotando algo na prancheta e depois o olhou. - Ainda falta meia hora. Você pode esperar?
Com certeza queria almoçar com ele.
- Sim, claro - Jensen sorria largamente, mostrando os dentes branquinhos.
não conseguia deixar de admirar aquele homem lindo.
- Eu volto em meia hora.
- Ok!
Jensen deu um passo para trás sem tirar os olhos dela, contendo um suspiro. Estava enlouquecendo, só podia ser! Deu as costas e saiu logo dali.
olhou em volta para certificar-se de que o gerente não estava por perto e correu até o balcão, rindo igual uma boba.
- O que aconteceu? - perguntou logo, cheia de curiosidade.
- Ele veio me pedir desculpas. Foi tão fofo! - falou se abanando com a prancheta.
- Nossa, que calor é esse menina?! - a outra ria.
- Febre de Jensen Ackles, já ouviu falar?
- Estou ouvindo agora...
estava voltando para o seu trabalho antes que o gerente aparecesse e as pegasse jogando conversa fora, mas antes...
- Ah, hoje não poderei almoçar com você, ok?
- O quê? Ele...? - nem conseguiu terminar de perguntar.
- Sim, senhora - falou erguendo as sobrancelhas com malícia.
- AMÉM! - levantou as mãos para o alto, comicamente.
saiu para a calçada, procurou o carro de Jensen, mas o viu do outro lado da rua. Ele estava atravessando-a correndo. Olhando bem para ela, reparou que não estava mais usando o avental preto e a camisa com o logotipo da livraria. No lugar, usava uma blusa de alça fina preta igual à calça. E estava de cabelos soltos. Jensen adorava o cheiro dos fios dela.
- Oi - ele disse, indo logo beijar-lhe o rosto, podendo assim sentir profundamente o perfume dos seus cabelos.
- Você gosta de comida japonesa? - tinha que falar e parar de enrubescer toda vez que ele lhe tocava. - Estou louca para comer sashimi de salmão no molho shoyo.
- Ótima idéia! Faz tempo que não como.
Durante o trajeto, que ela não sabia para onde estava sendo levada, Jensen começou a partilhar sobre seu novo trabalho. ficou empolgada enquanto ouvia.
- O nome da série é Supernatural. É sobre dois irmãos, Sam e Dean Winchester. Os dois são criados pelo pai depois da morte sobrenatural da mãe. A partir daí, o pai de Sam e Dean começa a caçar criaturas sobrenaturais, enquanto procura pela criatura que matou a esposa. Alguns anos correm, e Sam e Dean também se tornam caçadores e passam a seguir o mesmo objetivo do pai.
- Parece interessante - falou empolgada. - Quando vão começar a gravar?
- Ainda temos algumas coisas para acertar. Temos que filmar o piloto antes de tudo. Os responsáveis da Warner Bros. ainda vão ter que avaliar o contexto todo. Se gostarem, estamos dentro - sorriu empolgado.
Durante aquela uma hora de almoço, foi muito bem informada sobre Jensen. Soube que ele havia sido modelo aos quatro anos de idade, por passatempo.
- Que tipo de trabalho uma criança faz aos quatro anos? - brincou.
- Algo como comerciais de brinquedos.
- Entendi.
- Mas não sei o que aconteceu. Acho que minha mãe resolveu deixar eu brincar um pouco. Só voltei a fazer trabalho como modelo aos dez anos.
- Você sempre quis fazer isso?
- De jeito nenhum! - ele riu. - Meu sonho era estudar medicina desportiva e ser fisioterapeuta, mas eu acabei entrando no caminho da atuação, e comecei a me empenhar nisso.
- Engraçado. Eu me considero uma viciada em séries. E Smallville é um dos meus vícios, mas justamente na temporada que você participa, eu não assisti nada.
- Ah, você está brincando comigo - Jensen ria.
- É serio! E eu soube que você disputou pelo personagem de Clark Kent.
- Sim, mas para ser Superman precisa ser mais sarado que isso - disse, se referindo a si próprio.
- Você não é tão mal assim - confessou, sorrindo pra ele.
Jensen riu. Não estava sem graça com o elogio, mas saltou um bocado o nível de seu ego quando este veio dela.
- Obrigado. Você está bem informada. Está virando minha fã?
- Ainda não. Estou curiosa para ver seu próximo trabalho. Aí quem sabe... - gracejou.
- Seria um prazer - sorriu com galanteio.
não conteve o riso.
Estavam se olhando enquanto voltavam a comer. Ela sabia que estava impossível de resistir, mas tinha que se controlar. Ele havia acabado de terminar um relacionamento, e com Emily, a quem deveria estar sendo odiada neste momento.
- E você? Sempre quis trabalhar numa livraria? - Jensen quis saber.
- Não exatamente. Quando eu era pequena queria ser desenhista. Desenhava pela casa toda e deixava minha mãe enlouquecida.
- Por quê?
- Dá muito trabalho tirar giz de cera da parede, sabia?
Jensen a observava com um sorriso no rosto, e se perguntava "onde ela esteve esse tempo todo?". Ninguém poderia entender o que ele queria dizer com este pensamento, mas ele entendia. E até que era bom saber que agora, estava ali, do outro lado da mesa.
- Antes que termine seu horário de almoço e eu tenha que te levar de volta ao trabalho, eu quero te pedir uma coisa - ele disse de repente.
- O quê? - ficou curiosa.
Ele estava sério, mas seu semblante estava relaxado.
- É que... é provável que em dois meses, no máximo, eu tenha que ir para Vancouver.
- Vancouver? - sentiu um aperto no peito em saber que ele iria viajar.
- Será no Canadá o local de gravação da série - Jensen procurou pelos olhos dela para dizer. - Eu quero passar o máximo de tempo com você até lá.
O coração de disparou como louco dentro do peito. Uma onda de calor e ansiedade lhe invadiu.
- E o que quer me pedir exatamente?
- Sábado tem a festa de aniversário do meu irmão, Joshua. Eu gostaria que você me acompanhasse.
- Ok - sorriu aliviada. Esperava algo mais difícil de atender. - Quantos anos ele vai fazer?
- Trinta e um. Sou quatro anos mais novo que ele.
- São só vocês dois ou tem mais irmãos?
- Tenho mais uma irmã. Mackenzie, a caçula. Está com vinte anos agora.
- Então sou dois anos mais velha que ela - observou.
- Você não tem irmãos, não é?
- Infelizmente. Meus pais não poderiam ter mais filhos depois de mim. Estavam vivendo para trabalhar para os Dawson’s e eu já era o suficiente - pegou o celular de dentro da bolsa para consultar o horário. - Está na hora de eu voltar para a livraria - disse com pesar.
Jensen pegou o aparelho móvel do bolso.
- Me passe o número do seu celular - pediu e falou.
Depois de números trocados, Jensen pagou a conta e a levou de volta. Combinaram no carro, durante o trajeto, sobre o dia da festa de Joshua.
- Vai ser numa casa de shows, perto da minha casa. Você gosta de música ao vivo?
- Adoro! Que banda vai se apresentar na noite de sábado?
- Um amigo meu vai tocar. Na verdade, alguns amigos meus...
- Deve ser legal ter amigos músicos. Você toca algum instrumento?
- Violão.
- É mesmo? - estava adorando saber de tudo isso.
Jensen riu olhando para ela.
- É, eu gosto de fazer um barulho quando tenho oportunidade.
Quando ele estacionou o carro em frente à livraria, tirou o cinto e Jensen se aproximou para se despedir... tão perto, que perdia o fôlego e queimava em brasa.
Jensen parou antes de qualquer movimento. Não podia beijá-la de novo assim, do nada. Mas estava morrendo de vontade de fazê-lo.
percebeu que ele se controlou, mas sabia que ele iria lhe beijar de novo. Estavam ali, olhando nos olhos um do outro em silêncio... com a tentação gritando!
- Eu te vejo no sábado então - sussurrou.
Jensen balançou a cabeça olhando para os lábios dela, a poucos centímetros dos seus, ficando completamente embriagado com seus encantos.
segurou o rosto de Jensen, sentindo na palma os fios de barba, e encostou de leve os lábios nos dele; que fechou os olhos, arfante, procurando-a com as mãos. Puxou-a pela cintura, e a moça não o deixou fazer mais que isso, se afastando lentamente.
Antes de abrir a porta, via o quanto o deixou desorientado. Saiu do carro.
Jensen a observava indo para dentro da loja, e tentava entender o porquê dela fazer esse tipo de sedução com ele. Ela não era apaixonada por Mitchel? Será que Emily tinha alguma razão para acusá-la de invejosa? poderia estar lhe seduzindo por lhe querer, só por que tinha sido namorado de Emily? Ela poderia ter feito tudo isso de caso pensado. Mas que tipo de pessoa seria capaz de tanta maluquice? não tinha cara de ser esse tipo de pessoa. Ela não era!
Jensen balançou a cabeça negando aquele estúpido pensamento.
Capítulo 6
Enquanto entrava ao lado de Jensen pela portaria da casa de shows, observava as pessoas que estavam no local. Meu Deus, não conhecia ninguém! Ele devia ter uma boa razão para resolver misteriosamente levá-la nessa festa. E com certeza, ela estranhava o fato dele tê-la convidado.
Jensen a percebeu calada. Olhava-a de relance enquanto a guiava com a mão em suas costas. estava tão linda, que o deixava meio bobo. Ela usava um vestido frente única preto, de saia longa e rodada, até a altura dos joelhos; os cabelos presos num rabo de cavalo e calçava um par de autênticos Converse All Star branco. Jensen ficou muito satisfeito com o estilo prático e feminino dela.
Quando ligara na manhã de sábado para relembrar da festa e o horário, deixou claro que queria ir com seu carro. Jensen não fez nenhuma objeção, apesar de ter planejado ir buscá-la. Por isso, combinaram que, quando ela chegasse ao local, ligaria para o celular dele, que a encontraria na portaria.
- Você conhece todo esse pessoal que está aqui? - falou espantada com a quantidade de gente que enchia aquele lugar.
- Conheço boa parte. E vou te apresentar a todos que eu puder - ele riu, pois era muita gente mesmo. - Mas vem comigo. Joshua está no bar com a Pamela.
avistou o balcão e um homem um pouco parecido com Jensen, acompanhado de uma mulher ruiva e muito bonita. Nesse instante, Jensen pegou em sua mão e se aproximaram-se deles.
- Joshua? - ele chamou sua atenção. - A dama chegou - anunciou brincalhão, se referindo à .
Ela riu sem jeito.
- Oh, finalmente! - Joshua, muito simpático, a cumprimentou com um beijo no rosto. - Agora acho que a turma está completa.
gostou de ser incluída na “turma”.
- Feliz aniversário, Joshua! - o parabenizou e entregou um presente cuidadosamente embrulhado por ela mesma.
Jensen a olhou surpreso. Nem tinha reparado que ela estava segurando isso. Joshua partilhou a mesma emoção.
- Um presente! - começou a abrir o embrulho e surpreendeu-se ao ver o Box Edição Especial do AC/DC, com a coletânea completa. - Jesus! - ficara fora de si.
ainda não sabia se era de satisfação ou de horror. Na verdade, a escolha do presente fora puro palpite.
- Se você não gostou, posso trocar - falou, disfarçando que estava sem graça.
- Está de brincadeira?! Eu adorei - a puxou para um forte abraço, fazendo-a rir. - Obrigado.
- De nada - ainda ria quando ele a soltou, vendo satisfeita que ele o embrulhava de novo, como se fosse uma criança com o brinquedo mais legal do mundo.
- Como adivinhou que ele é fã do AC/DC? - Jensen a cutucou ao falar.
- Eu não sei. Foi palpite de sorte - sorria para ele.
- Guarde esse seu palpite aguçado para o meu aniversário, por favor - pediu.
- Quando é?
- Dia primeiro de março.
- Ok, não vou esquecer.
- Ah, deixe-me apresentar minha noiva Pamela - Joshua disse, recuperado da surpresa.
- Oi, Pamela. Eu sou - a cumprimentou do mesmo jeito que fizera com Joshua.
Sorridente e também simpática, Pamela deixou escapar um riso olhando de relance para Jensen.
- Jensen tem falado um bocado sobre você esta noite.
esboçou um sorriso ao olhá-lo, que fez cara como se estivesse sendo vítima de uma mentira.
- Para falar a verdade, ele estava chatíssimo - falou uma moça loira, da mesma altura de . - Andando para lá e para cá, procurando lugar melhor para o celular ter área livre.
- Zie! - Jensen a repreendeu inutilmente com um olhar ameaçador, tratando rapidamente de desviar o assunto. - , esta é minha irmã, Mackenzie.
cumprimentou-a com muita empatia e sentiu que era recíproca. Mackenzie era linda. Parecia uma boneca de porcelana, mas tinha uma presença forte.
No tempo que passou conversando com ela, pôde perceber que se dariam muito bem. Tinham gostos parecidos. Eram as consideráveis nerd, loucas por todo tipo de arte. Jensen estava chateado por ter perdido a atenção dela pelas últimas duas horas, mas pelo menos Mackenzie havia gostado muito de .
- Você já foi ver a exposição do Norton Juan? - Mackenzie perguntou empolgada.
- Oh, eu soube que está no centro da cidade, mas ainda não pude ir. Estive passando por mudanças repentinas no último mês.
- É, eu soube mais ou menos.
- Soube? - questionou surpresa.
- Jensen contou para nós. “Nós” quer dizer meus pais, eu e Joshua. Consequentemente, Pamela também ficou sabendo.
- Puxa vida! - riu sem graça. Afinal, não tinha como não estar ligada à essa parte da história de Jensen com Emily.
- Eu dei graças a Deus por você ter aberto os olhos do meu irmão. Eu não confiava na Emily. Desde a primeira vez que a vi, não fui muito com a cara dela, sabe?
- Por que não? - tomou mais um gole do coquetel de menta. não gostava de beber bebidas alcoólicas, mas aquela que Mackenzie mandara trazer era uma delícia. Bem docinho e nem parecia que havia álcool.
- Não tem como explicar. Eu simplesmente não conseguia nem puxar assunto com ela. Emily é muito diferente de mim. Acho que é por isso.
- Nem sempre Emily foi assim, sabia? Quando éramos mais novas, éramos mais unidas. Tínhamos uma amizade sólida. Não nos desgrudávamos - riu triste. - Mas agora, percebo que já não somos mais amigas desde que um cara resolveu entrar no nosso caminho.
- Esse tal Mitchel... - Mackenzie lembrou do nome e olhou em volta para certificar-se de que o irmão não estava por perto. - Se Jensen me ouvir falar desse cara, ele me mata!
- Então é melhor nem falarmos mais dele. Nem da Emily - seria um favor que ela lhe faria se concordasse.
- Você tem razão - Mackenzie sorriu largamente, pegando o copo e o erguendo. - Vamos brindar à sua nova vida. Sem amigas falsas e homens idiotas.
riu, fazendo o brinde.
- Adorei!
- Se bem que... eu considero meu irmão meio idiota. Mas ele é um idiota legal.
observou bem para o jeito que Mackenzie lhe fitava.
- O que quer dizer?
- Jensen não pára de olhar para você - não conseguiu segurar o riso, principalmente por ver a outra sem graça. - Ok, disfarça. Ele está vindo para cá.
gelou. Ficou paralisada esperando ouvir a voz dele, mas Jensen chegou à mesa puxando uma cadeira ao lado dela e sentou-se. o olhou e ele fez o mesmo, por longos segundos. Mackenzie se sentiu sobrando.
- Eu vou dar uma volta - a irmã anunciou e Jensen finalmente a encarou, sorrindo forçadamente e erguendo a garrafa de cerveja da sua mão.
passou a mão nos cabelos num gesto natural e tomou mais um gole do coquetel, sob o olhar intenso de Jensen.
- O que esta bebendo? - ele perguntou.
- Coquetel de menta. É muito bom, quer experimentar? - ofereceu o copo, mas Jensen nem mencionou em pegá-lo. Estava olhando fixamente para a boca de . Se fosse experimentar o coquetel, conhecia um modo mais interessante de fazê-lo. Estava sentado perto o bastante dela. Bastava se inclinar um pouco para alcançar aqueles lábios tentadores.
não se conteve em sorrir, adivinhando quais eram as intenções dele. Jensen sentiu uma tempestade de desejo por ela.
- Faz duas horas que estou sozinho, olhando para você de lá do bar para ver se percebia minha presença.
- Eu estava conversando com sua irmã, me desculpe - disse sorrindo. Esperava que ele não fosse do tipo chiclete. Seria uma desilusão.
- Tudo bem, eu sei - Jensen sorriu. - A noite ainda nem começou direito.
correspondia ao olhar intenso sem hesitar, porém ainda esperava tolamente por alguma má intenção dele. Por isso, tomou mais um gole do coquetel e olhou à sua volta, assistindo as pessoas se divertindo, conversando, rindo, dançando ou cantando as músicas rock/folk/acústico/clássico.
- Alguma notícia sobre a gravação do piloto da série? - quis saber.
- Será mês que vem - deixou a garrafa de lado e afastou o copo de coquetel da mão dela.
ficou vendo o que ele estava fazendo. Virou sua cadeira com facilidade e rapidez, para que ficassem de frente um para o outro. Estavam tão perto, que podia sentir o perfume da colônia dele.
- Você tem menos de vinte dias - Jensen avisou, sério.
- Tenho menos de vinte dias para o quê?
Jensen inclinou-se para beijá-la, mas pôs as mãos no peito forte dele, mantendo-o a três centímetros de sua boca.
- O que foi? - ele murmurou.
- Não quero que me beije movido pelo mesmo motivo da última vez.
- Agora é diferente...
via o quanto os olhos dele estavam com um verde mais escuro.
- O que está diferente? - o fez sentar-se direito, se afastando dela definitivamente.
- , eu te beijei por motivos errados, mas o jeito que você me beijou está difícil de esquecer.
O coração dela faltava sair pela boca de tão eufórico que batia.
- Mackenzie disse que sua família sabe da minha participação nessa história toda.
- E o que isso tem a ver com o beijo que quero? - disse muito direto.
- É que seus irmãos estão aqui. E eu não sei o que eles pensariam se nos vissem aos beijos.
- Eles sabem o que eu sei. Não poderiam pensar mal de você.
estava louca por outro beijo, desde a primeira vez.
- Se o problema é a timidez por ser em público, vou cobrar quando formos embora.
- Boa noite, senhoras e senhores - a voz ao microfone foi seguida de microfonia.
voltou-se para o palco, vendo cinco músicos ligando os cabos na guitarra, o baixo às caixas de som e o baterista sentando-se em seu lugar atrás do instrumento. Tinha que esquecer que, antes de chegar em casa, teria que pagar a que Jensen tinha acabado de inventar.
- Esses são meus amigos que eu tinha falado que iriam tocar. Vem! - a pegou pela mão e a levou para o espaço que o pessoal foi abrindo, tirando as mesas para os cantos do salão.
- Vamos animar essa festa, afinal de contas, o Josh está ficando mais velho e isso merece muito rock’n roll!
Todo mundo gritou, assoviou e bateu palma num alvoroço só, inclusive Jensen.
Quanto os primeiros acordes de "Back in Black" do AC/DC começaram, a galera foi à loucura. E os amigos de Joshua caíram na bagunça, jogando-o para cima.
nunca havia rido tanto.
- Oh, meu Deus! Eles vão se matar hoje - Mackenzie disse, aparecendo ao lado de .
- Eu já volto - Jensen avisou.
nem teve tempo de hesitar quando Jensen segurou seu rosto e selou um beijo em sua boca.
Mackenzie estava rindo para enquanto Jensen correu para se juntar ao irmão e amigos. Ela riu, sentindo seu rosto queimar de vergonha. Jensen era maluco.
A banda tocou vários covers do rock clássico. Depois, por volta das quatro e meia da manhã, Jensen subiu no palco com Joshua para cumprimentar os integrantes da banda. Logo, Joshua desceu mas o outro ficou.
o viu pegando um violão oferecido por um dos músicos, e outro desconhecido por ela subindo no palco com um instrumento igual em mãos.
- O que o Jensen está fazendo lá em cima? - perguntou olhando para Mackenzie.
- Ele sempre faz isso, não se preocupe. Por incrível que pareça, ele toca e canta bem.
riu adorando aquela surpresa. Sabia que Jensen tocava violão, mas não sabia que ele cantava também, muito menos para um público consideravelmente grande como aquele.
Quando ele e o outro começaram a tocar e cantar uma música folk na base acústica, teve a prova de que ele tinha uma voz deliciosa.
Cantaram cinco canções e depois Jensen agradeceu, sendo aplaudido por todos, descendo do palco. Quando ele chegou perto, o recebeu com um largo sorriso.
- Uau, você canta bem!
- Não exagera - riu meio sem jeito.
- Ele nunca admite - Mackenzie revirou os olhos, rindo do irmão e tomou mais um gole da garrafa de cerveja.
- De onde você tirou essa tem mais para nós? Ou você bebeu tudo? - ele falou no seu bom humor irônico.
Mackenzie lhe mostrou a língua e o empurrou, fazendo-o rir.
- Vem! - Jensen levou até o bar e pediu duas cervejas.
- Não, eu quero água.
- Hey, Doug. Troca a cerveja por água gelada - pediu aumentando a voz.
O tal Doug fez um sinal positivo para ele.
- Você sabe até o nome do barman daqui?
- Eu frequento esse lugar há muito tempo. Desde que me mudei para Los Angeles.
- De onde você veio afinal?
- Texas.
- Então você é um legítimo cowboy? - ela não resistiu em tirar uma com a cara dele.
- Sim - sorriu largamente forçado. - Mas prefiro o termo cavaleiro, porque nunca cuidei do gado. Prefiro os equinos.
- Entendi.
- Já andou a cavalo alguma vez? - perguntou por curiosidade.
- Sim. Minha tia mora num sítio em Kansas, mas a última vez que montei, tinha quinze anos.
- Então já perdeu a prática - ele concluiu e a viu concordar. - Eu vou para a casa dos meus pais duas ou três vezes por ano. Quando eu for da próxima vez, você vem comigo.
- Está me convidando para ir à casa dos seus pais? - questionou com dúvida, temendo que fosse como um convite qualquer, e estar se iludindo com um formal, para que conhecesse mais a fundo a família dele.
Realmente, talvez estivesse fantasiando demais com relação a Jensen. Ele não iria querer apresentar aos pais, uma mulher pouco tempo depois de terminar um relacionamento sério com Emily. Se a família dele fosse direita, como estava lhe parecendo, os pais dele não iriam gostar. Então, com certeza era um convite sem compromisso nenhum. De amigo para amigo.
- Esquece o que eu disse - ela falou disfarçando. - Eu aceito ir, mas com uma condição...
- Qual? - perguntou curioso e sem entender o porquê da dúvida.
- Não me caçoe pela minha falta de prática na montaria. É só me relembrar como se faz.
- Condição aceita!
sorriu para Jensen e ficou pensando em dizer que queria ir embora, porém se lembrou daquela dívida. Cedo ou tarde ele iria cobrar, mas ela fingiria que não se lembrava.
- Vou me despedir da Mackenzie e do Joshua. Já estou morrendo de sono - ela falou rindo e realmente sonolenta.
Jensen não se opôs à sua decisão e só a seguiu.
Depois de se despedir dos irmãos, saiu da casa de shows direto para o estacionamento, sendo acompanhada por Jensen, em silêncio.
Ele estava esperando, mas não ia dar essa “colher de sopa”. Gostava de tornar as coisas mais difíceis.
parou ao lado de seu Fusca clássico e customizado, com as chaves na mão, pronta para abrir a porta.
- Não está se esquecendo de nada? - Jensen falou parado atrás dela.
voltou-se pra ele e Jensen já estava tirando as mãos dos bolsos e lhe puxando para colar-se a ele.
Jensen a olhava intensamente nos olhos, esperando que não precisasse dizer o que esteve desejando a noite inteira. Então, o segurou pela nuca e beijou sua boca com demora e carinho. Ele apertou-a em seus braços e, exigindo mais do beijo, passou a língua entre os lábios dela, que se abriram instantaneamente.
deixou-o aprofundar o beijo e se arrependeu de ter pensado na possibilidade de não saldar a dívida, pois aquele beijo estava bem melhor do que o primeiro.
Capítulo 7
Jensen a beijava com tamanha febre. tinha os lábios mais doces que ele havia provado e não conseguia parar. Ao contrário, queria mais a cada segundo.
Tomado por um compulsivo desejo, Jensen encostou-a no Fusca e desceu sua boca pelo pescoço, provando o sabor daquela pele alva.
ficava aos sussurros, deixando-se jogar a cabeça para trás. Segurava na nuca dele com carícias, descendo pelo pescoço, peito... Jensen estava pegando fogo, e consequentemente lhe queimava.
ouviu barulho de gente rindo à distância e uma garrafa se quebrando.
Era um grupo de pessoas saindo da festa, consideravelmente embriagadas. Haviam deixado a garrafa cair no chão, mas não estavam os vendo. Porém, antes que os notassem, ela lhe segurou os ombros para afastá-lo, mas Jensen reclamou e emitiu um som inaudível.
- Jensen, tem gente saindo para o estacionamento.
- E daí?
olhou bem para ele, que estava fora de si. Completamente envolvido, segurou o rosto dela e voltou a beijá-la.
- E daí que eu não quero ser flagrada - murmurou contra os lábios dele.
- Então vem comigo para outro lugar?
Enquanto Jensen olhava em seus olhos, sentia-se elétrico por dentro. Como se fosse sofrer um curto-circuito a qualquer momento.
- Que lugar? - pensou logo na casa dele.
- Algum em que possamos ficar sozinhos.
Como estava fora de seu juízo perfeito...
- Ok - respondeu, selando mais um beijo macio e demorado.
Jensen sugou o lábio inferior dela com lentidão, provando a doçura que tinha, lhe enchendo de desejos intensos.
- Eu vou pegar meu carro e você me segue.
dirigia seu automóvel. Logo à frente, Jensen ia com o dele.
Naquela hora do domingo não havia muito trânsito ainda. Era feita para as pessoas que se divertiram no sábado, voltarem para casa para dormir e acordar depois cheios de ressaca.
- Eu queria saber o que estou fazendo - falou sozinha. Começava a raciocinar direito durante o trajeto. Quando percebeu que Jensen tomava o caminho de sua casa, pensou em parar. Mas não queria, e continuou seguindo-o.
Poucos minutos mais tarde, Jensen a levava pela mão até a sala íntima. Estava escuro, e assim ele deixou. Simplesmente abraçou com um suspiro profundo e beijou-lhe a boca.
Ela achava estranho aquilo tudo acontecer assim. Afastou-se de seus lábios e, ainda envolvida por braços fortes, o encarou.
- Quantas mulheres você já trouxe para cá para ficarem a sós? - perguntou por pura curiosidade. E se ele fosse um “galinha”? Ela seria só mais uma...
Jensen abriu um sorriso, um tanto curioso pela pergunta, mas foi sincero ao responder.
- Algumas.
Olhando bem nos olhos dele, procurava por algum indício de Emily. Alguma coisa que estivesse levando-o a fazer aquela loucura de trazê-la para casa.
Jensen ia beijá-la, mas ela não deixou.
- Tem certeza que foi uma boa idéia?
- , eu estou absolutamente maluco. Pare de fazer perguntas sem sentido.
Ela odiava ver sofrimento nas feições de um homem bonito.
- Não é sem sentido. É uma pergunta. Só quero saber se você ainda está fazendo isso pensando na...
Jensen não permitiu que terminasse a frase. Beijou-a com intensa paixão, tirando dela um gemido baixinho e contido. o correspondeu poucos segundos depois, pois percebeu que aquela dúvida não valia mais a pena, diante daquilo que sentiam naquele momento.
Queimava-se toda em brasas de novo, enquanto Jensen lhe deitava no divã grande, que mais parecia uma cama de casal modesta em tamanho.
Ele parou o beijo por um momento, querendo deixá-la mais a vontade. Ajoelhou-se. Segurou na barriga da perna dela com carícias até os pés, na intenção de lhe tirar o sapato, mas não conteve em sorrir ao ver o All Star. Como era ela diferente!
sorriu vendo que ele ria de seu inusitado jeitinho de ser.
Jensen desamarrou o cadarço e tirou o tênis de um pé.
- Estou com medo de tirar essas meias - Jensen ria.
- Eu não tenho chulé - reclamou, se sentando para tirar as meias e jogá-las no chão.
percebeu que Jensen ficou ali parado e lhe olhando com aquele sorrisinho sarcástico. Irritou-se e quase num movimento de contorcionismo, cheirou o próprio pé para provar.
- Viu? Não tenho chulé - falou orgulhosa.
- Me deixe ver isso - Jensen puxou seu pé, fazendo-a rir, e cheirou. Realmente não tinha, cheirava a talco mentolado. - Oh, meu Deus! - fingiu nojo, fazendo caretas horríveis e abanando-se.
caiu na risada e o empurrou, fazendo-o cair deitado. Ela sentou-se sobre ele. Logo, mãos másculas lhe seguraram - exploradoras - na cintura e ao longo de sua silhueta.
Jensen se inclinou para frente e sentado, puxou-a pela nuca e beijou-a.
- Você merecia um castigo por isso - brincou num murmúrio, e mordeu o queixo dele de leve... depois o maxilar. Fez o mesmo no pescoço, e Jensen foi ao limite. Não sabia mais como resistir à ela. E nem fazia mais questão de tentar resistir, sendo que não conseguia.
Jensen a deitou e por cima, beijou-a com furor intenso, se pondo entre suas pernas.
estava explodindo de paixão. Jensen era o homem mais delicioso do mundo? Para ela era! Não tinha tantas experiências assim, mas ele merecia esse título com honra. Poderia imaginar o que seria capaz de fazer com ele. Ansiosa por isso, o envolveu com as pernas, deslizando os pés nas pernas dele, subindo até o traseiro MUITO satisfatório.
Jensen desceu os beijos pelo pescoço, se deliciando com o sabor e calor da pele sedosa e macia. Continuou ao longo do colo do seio, até que o decote do vestido lhe impediu de prosseguir.
- Eu amo sua barba - sussurrou quando ele se ergueu. - Nunca a tire, por favor.
Jensen riu, cheio de desejo por aquela mulher extremamente atraente e divertida. Ele não sabia mais onde caber tanto desejo e paixão por .
Estava baixando uma das alças do vestido e do sutiã, e beijou o ombro delicado. o deixava continuar, apesar de saber que não poderiam ir tão longe. Não fazia parte de seu caráter, se entregar a alguém em tão pouco tempo que haviam se conhecido. Mas gostava de tudo o que Jensen fazia. Sempre com mãos ágeis e fortes lhe explorando o corpo com avidez. Como estava de vestido, era muito mais fácil o acesso, mas Jensen tinha se controlado até o momento.
Quando ela sentiu a mão dele deslizar por sua silhueta, os beijos dele explorando seu pescoço e fazendo a barba lhe raspar na pele, causando arrepios que não eram bem arrepios, agarrou-se à camisa preta dele pelas costas largas, o sentindo movimentar o quadril contra ela e erguendo-lhe uma das pernas, segurando-a pela coxa esguia.
Jensen ouviu o gemido nada tímido de , que o deixou fora de si.
Ela sentiu que ele tinha parado de lhe beijar o pescoço. Quando abriu os olhos lentamente, viu que ele lhe fitava, com aqueles olhos verdes completamente turvos de desejo. Jensen respirando arfante a poucos centímetros de sua boca... Aquilo era deliciosamente perturbador, e ela estava louca de amor por ele.
- Eu nunca vi mulher tão sedutora na minha vida - murmurou com a voz grave e um pouco rouca pelo desejo. - Você sabe me tirar do prumo, !
Ela estremeceu de cima a baixo.
Jensen sentiu que ela absorveu maravilhosamente bem sua declaração. E, feliz com isso, cobriu os lábios dela com os seus.
puxou-o pela nuca e abriu a boca num pedido ávido por um beijo apaixonado. Jensen não demorou nem um segundo para atendê-la.
O beijo lento e longo seguiu-se de ansiedade. Jensen estava louco de fome por . Tinha que fazer amor com ela antes que passasse da beira da loucura, para um estágio de loucura sem volta.
abria os botões da camisa dele, sem saber o que estava fazendo. Ele se ergueu para dar liberdade de movimento para ela. se ajoelhou de frente para Jensen e abraçou-o pelo pescoço, o beijando completamente apaixonada e entregue. Desceu as mãos pelo peito forte, parando o ato para vê-lo. Era perfeito! A pele queimava sob as pontas de seus dedos.
Desenhava lentamente trilhas nos músculos tensos, fazendo-o estremecer e suspirar profundamente, com um gemido abafado.
- Jesus! - Jensen exclamou no auge. - ! - ele a segurou firme pelos quadris largos. - Eu preciso amar você, agora! Ou não sei mais o que possa me acontecer se não o fizer - disse, a fazendo encará-lo.
via o quanto ele estava louco de desejo, e se sentiu culpada por tê-lo deixado daquele jeito.
Jensen lhe apertou num abraço com o beijo urgente.
precisou pará-lo antes que fosse tarde demais. Devagar, selou beijos em seus lábios, carinhosa e encarou-o. Jensen a olhava esperançoso.
- Jensen, não podemos fazer isso agora.
Ele franziu a testa, olhando bem para ela.
- Por que não?
- Nos conhecemos há pouco tempo. Eu não acho certo. Não consigo...
Jensen escutou com atenção. Mas do jeito que estava, não entendia muito bem por que esse fato seria um empecilho tão grande.
- O que houve? Eu não pareço ser alguém confiável ou algo do tipo? - questionou confuso.
- Não é isso. Eu só não acho que seja certo fazermos isso agora - o viu engolir em seco e sentar-se. Com certeza estava decepcionado. - Me desculpe.
- Não... Tudo bem.
- Não fica chateado comigo - se aproximou dele na intenção de dar carinho, mas Jensen olhou-a alarmado.
hesitou com aquele olhar. E percebeu que ele precisava de um tempo para se recuperar.
Jensen ficou ali sentado e retomando o ar, assim como . Mas ele estava muito mais aturdido com a interrupção. Depois de três minutos, ele falou lhe olhando.
- Por que eu ficaria chateado? Não posso - sorriu compreensivo.
mostrou os dentes largamente e não conteve o impulso de beijá-lo amorosamente em agradecimento.
Jensen afastou-a delicadamente e riu.
- É melhor não fazer isso por enquanto - disse com ar divertido na feição.
- Eu pensei que já tivesse se recuperado - sentou-se.
- Mulheres... Melhor com elas do que sem elas!
sussurrou de espanto com o comentário meio machista, estreitando o olhar para ele, que ria, se levantando. Ela saiu correndo atrás dele pela sala.
Os vinte dias que Jensen tinha para ficar em Los Angeles antes de viajar com a equipe do seu novo trabalho, já estavam planejados em sua mente. E nada o faria desmarcar.
Capítulo 8
Quando abriu os olhos, a primeira coisa que viu foi a lareira de mármore branco. Não estava acesa, mas era linda mesmo assim.
Havia pegado no sono enquanto trocava carinhos e cafunés com Jensen. Mas ele não estava mais ali no grande sofá com ela.
sentou-se. Estava meio escuro naquele lugar e o silêncio era estranho. Na verdade, ela começava a assimilar direito que ainda estava na casa dele.
Percebeu que sentia fome quando farejou o cheiro de café fresco vindo de um corredor. Levantou-se e foi até lá. Conforme chegava perto, de onde provavelmente era a cozinha, ouvia o barulho do liquidificador ser ligado.
Finalmente entrou no cômodo, encontrando Jensen mastigando alguma coisa. Ele havia tomado banho, pois o cabelo estava molhado e conseguia sentir o cheiro bom dali da porta.
- O que você está fazendo? Não me diga que eu ia ganhar um café da manhã na cama?
- Você quis dizer... no sofá - Jensen sorriu.
- Isso! - sentia necessidade de um banho também para acordar direito. - Que horas são?
- Quase quatro da tarde - desligou o liquidificador e serviu aquilo que parecia uma vitamina, em dois copos. Olhou de relance para ela.
- Eu preciso usar o banheiro.
Jensen deixou de lado o que estava fazendo e passou por ela, levando-a pela mão através do corredor.
Enquanto subiam a escada, Jensen lembrava de como ficara absorto em emoções primárias, observando-a adormecida. Além de senti-la toda apoiada em seu corpo, agarradinha a ele, quente e com o corpo lânguido. Como poderia resistir àquilo? Respeitava a vontade dela de não querer se expor, se entregar logo de cara. Realmente não se conheciam muito, mas um dia ela teria que concordar que o elo entre eles estava ficando cada vez mais forte. Jensen não sabia como explicar o que estava sentindo por , mas também não fazia esforço nenhum para impedir todas as emoções que ela lhe fazia sentir.
Depois da decepção que Emily lhe causara, achava que o que menos precisaria era se envolver tão cedo com alguém, porém lhe atraia demais. Havia química entre eles, que nem de perto se comparava àquilo que tivera com a ex. Tudo bem, Emily era muito linda e sedutora, mas era diferente. Ela era o tipo de mulher que Jensen sempre gostara: loira, olhos claros, gosto refinado pela carreira artística exposta e luxúria. era completamente o oposto. Talvez fosse por isso que se sentia tão atraído. Ela era tudo aquilo que as outras mulheres de sua vida nunca foram.
analisava cada canto do lugar enquanto era levada pelo andar superior. Era uma casa triplex, com decoração moderna e cores claras, tanto nas paredes quanto nos móveis.
- Você tem uma casa linda! - comentou quando Jensen entrou num quarto grande, com duas camas de solteiro idênticas, closet de três portas e um cabideiro em madeira. Com certeza não era o dele.
- Tem um banheiro ali. Você pode tomar uma ducha se quiser. Eu vou pegar alguma coisa que você possa vestir.
- Ok, obrigada.
Jensen sorriu e saiu do cômodo.
foi para o banheiro e fechou a porta. Surpreendeu-se com seu pensamento perverso da possibilidade de deixar a porta destrancada, no caso de Jensen de repente querer entrar no banheiro e lhe fazer companhia no banho. Riu sozinha de sua estupidez. Tinha cada idéia...
Despiu-se e entrou debaixo do chuveiro ligado, derramando água morna sobre seu corpo, aliviando sua necessidade. Sim, sentira-se fedida perto do cheiro gostoso de banho recém tomado de Jensen.
lavou os cabelos também, sentindo-se revigorada.
Estava quase acabando quando ouviu os passos dele no quarto. Deixava sua troca de roupa sobre a cama, provavelmente.
Desligou o chuveiro depois de alguns minutos e se enrolou na toalha felpuda e branca que encontrou dobrada na bancada perto da pia.
O banheiro estava cheio de vapor e não gostava de se enxugar nessa condição. Abriu a porta segurando a toalha enrolada no corpo. Jensen estava parado de pé, a olhando de baixo para cima, sem pudor e sem disfarçar. Ela ficou paralisada com o choque.
- O que você está...? - nem conseguia falar direito e ainda nem se mexia.
Jensen apontou para a camisa sobre a cama, pensando no que dizer. Tentava se imaginar preso pelos pés ao chão, por uma espécie de imã super poderoso para não ir até ela e expor toda sua gana de tê-la imediatamente.
demorou em olhar para onde ele apontava, encarando-o e tentando entender o que ele ainda fazia ali, sendo que o ouvira entrar há cinco minutos. Finalmente fitou a roupa sobre o móvel.
Jensen devia sair logo, mas não era isso o que ele queria. Mesmo sabendo que deveria, ainda olhava para com cobiça. Todo aquele cheiro perfumado que exalava de seu corpo, o modo como os cabelos longos e molhados estavam sobre os ombros, o brilho que as gotículas de água faziam sobre a pele molhada... Jensen estava quase dando um passo à frente na direção de sua perdição, quando o fez primeiro. Mas ela passou direto indo até a porta. A abriu e sorriu.
- Obrigada pela camisa.
Jensen assentiu em silêncio e saiu logo dali, a passos largos.
trancou e encostou-se à porta, voltando a respirar direito. Pensou que ele iria cometer alguma loucura, e isso lhe dava medo. Medo de não conseguir resistir se ele o fizesse.
Rindo disso, foi se trocar. Tinha a camisa de botões e mais nada. Ela havia lavado sua calcinha durante o banho. Como iria secá-la agora? Vestiu a camisa que lhe serviu como um vestido. Se conseguisse se comportar, não teria risco de Jensen perceber que estava sem a lingerie. Dobrou o vestido que havia tirado e colocou a calcinha molhada em cima do aquecedor do quarto. Era exatamente isso o que costumava fazer no apartamento de , quando precisava que alguma peça de roupa secasse mais rápido.
No banheiro, secou bem os cabelos com a toalha. Encontrou um pente e pôde penteá-los.
Desceu as escadas e encontrou Jensen lhe esperando.
Elea olhou e suspirou emocionado em ver o quanto ela ficava encantadoramente sexy usando uma de suas camisas e de cabelos molhados.
- Pronta para tomar o café da manhã, servido às quatro da tarde? - gracejou com seu meio sorriso e olhar brincalhão, satisfeito por fazê-la rir.
- Sim, estou faminta! - respondeu, ficando no mesmo nível do chão que ele.
E então, a fome sumiu, dando lugar àquela atração física que insistia em ser cada vez mais impossível de controlar.
- ... - ele murmurou envolvido com os olhos castanhos e intensos a lhe encarar.
- Por que você ficou no quarto? - perguntou no mesmo tom que ele.
- Eu não sei.
Estavam se aproximando um do outro inconscientemente. foi quem o tocou, com a mão espalmada no abdômen forte sob a camiseta vermelha que ele usava.
Jensen sentiu liberdade de tomá-la nos braços, dando lhe um beijo macio nos lábios, porém tão intenso, que foi tomada por essa paixão avassaladora que ele expressava. Ela aceitou o beijo de imediato, mas enquanto Jensen começava a suspendê-la do chão com aquele abraço tão forte, a camisa que ela usava começava a subir e deixar parte de suas nádegas à mostra.
se controlou em não rir. Seria um desastre, sendo que tinha uma língua acariciando o céu de sua boca naquele exato momento.
Jensen andou, captando por instinto o lugar que a estava levando.
parou o beijo sugando o lábio inferior dele lentamente. Encarou-o , o segurando pela nuca, e então sorriu.
- Para onde está me levando? - sussurrou contra os lábios dele, provocando-o.
- Paraíso - foi a única palavra que Jensen disse antes de colocá-la no chão, para ajeitá-la em seus braços e carregá-la.
não sabia mais as consequências daquele passeio no colo de Jensen. Estava completamente fora de seu juízo. Beijava-lhe o pescoço. Saboreava a pele quente e aspirava o perfume másculo profundamente, como se gravasse assim, a identidade dele para si.
Jensen se apressou andando pelo corredor, já no terceiro andar da casa. Encontrou seu quarto, que ocupava metade daquele piso. Chutou a porta que estava entreaberta e colocou sobre sua cama king size.
- Eu pensei que você também estivesse com fome - falou num sussurro enquanto Jensen se deitava sobre ela.
- E estou - se referindo a outro tipo.
Beijaram-se não resistindo mais.
Jensen sentiu que por baixo da camisa, não usava mais nada.
Ela sabia que não ia conseguir resistir por muito tempo. Ele era um vulcão de paixão e desejo, e não conseguia ficar sem tocá-la. Beijava tão bem, que fazia se esquecer de seu primeiro e único namorado de dois anos atrás. Não que ainda tivesse algum sentimento por Charlie. Não! Mas naquela época, achara que com qualquer homem seria como Charlie, um tanto quanto frio. Talvez sentisse isso durante a relação, porque começara a namorá-lo na intenção de esquecer que Mitchel existia, e não por que chegara um dia a se apaixonar por ele. Mas, Jensen?! Esse sim era tão homem, que a fazia perder as forças. Perder o seu enorme juízo.
Jensen a beijava lento e demoradamente, se entrelaçando ao corpo esguio e lânguido. Sentia-a tão quente e entregue, que o fazia ter a impressão de que o coração saltava-lhe pela garganta.
sentia-se queimar por dentro. Um turbilhão de desejo que nunca vivera antes. Parecia que Jensen já havia lhe tocado dessa forma a vida inteira. Era como se já o tivera assim antes.
De repente, Jensen se afastou. Tirou a camiseta num movimento rápido. se ajoelhou diante dele, admirada com o físico definido daquele homem. Tocou o peito forte. Os músculos tensos atraíam as mãos dela, querendo senti-los em seus dedos. Jensen se deliciava com as carícias que ela fazia enquanto explorava seu corpo. Via no rosto dela, a expressão de satisfação do que tinha ao alcance das mãos.
riu ao ver que ele sorria com tamanha malícia nos olhos, tamanho desejo estampado neles e em sua expressão facial. Selou um beijo nos lábios dele, no queixo, pescoço... descendo até o ombro, passando as mãos em carícias pelo abdômen. Percorreu aos beijos ao longo da linha da barriga, passando pelo umbigo. Jensen deixou escapar um gemido grave de surpresa. lambeu as linhas que levavam para dentro da calça. Nesse instante, ele já estava deitado, apoiado nos cotovelos. Ela desafivelou o cinto da calça dele e puxou de uma vez, jogando-o longe.
Jensen sentou-se e posicionou-se sobre ele, com movimentos minuciosos, voltando a beijá-lo com sagacidade e paixão profunda.
Ele queria saber por que diabo demorou tanto para achar aquela mulher.
abria os primeiros botões da camisa, até um palmo abaixo da altura dos seios. Fora de si, ela se ergueu oferecendo-os a ele, que começou a provar com a boca faminta e as mãos ágeis e másculas, os seios redondos e macios, já túrgidos de excitação.
o agarrava pela nuca num frenesi incontrolável, sentindo-se apertada por braços fortes. Era como se nada pudesse impedir que fosse só dele agora.
Ele afastou-a um pouco para vê-la. Era linda! Tão linda que estremeceu de desejo.
Abriu o resto dos botões da camisa que ela vestia e a despiu de vez. Desceu os olhos por todo o corpo, apertando a silhueta e cintura fina. Com o desejo compulsivo, deitou-a na cama e começou a despir-se da calça. sentou-se para assisti-lo de cueca boxer preta. Podia perceber o volume saliente sob a roupa de baixo. Seu coração disparou como louco. Como estava enlouquecendo por ele. Aproximou-se e o ajudou a terminar de se despir, beijando-o tão delicadamente e devagar, tocando o membro endurecido e pulsante, comprovando o quão másculo ele era.
Jensen estava no limite de sua resistência, querendo possuí-la o quanto antes, mas ao mesmo tempo não queria ser tão rápido, desejando prolongar cada sensação.
Deitou sobre ela e instantaneamente o enlaçou com as pernas em volta da cintura. Jensen guardava na mão o preservativo, desde que o tirou do bolso da calça antes de despi-la. Afastou-se dos lábios sedentos dela e o colocou sem demora e com muita praticidade.
Fitaram-se diretamente nos olhos, segundos antes de Jensen penetrá-la muito lentamente.
arqueou-se toda para recebê-lo, num sussurro e gemido ansioso. Jensen franzia o cenho, sentindo o calor molhado, o perfume de mulher invadindo seus pulmões impiedosamente, cravando-a em seu ser além do toque. Assaltou-a com um beijo interminável, movendo-se lentamente, amando-a como louco. Escapando gemidos de carícias de ambos sem pudor. Sussurros de palavras carinhosas que Jensen dizia com fervor, mas a tocava possessivamente.
sentia que ele estava gravando-se nela, como se isso significasse que fosse sempre sua. E então, se lembrou do lugar que ele havia falado para onde a levaria, quando Jensen aumentou a intensidade dos movimentos, lhe apertando nos braços, mordendo seu pescoço. Ela gemia e subia as mãos pelas costas dele até o pescoço, arranhando-lhe a pele. Agarrou-se a ele quando sentiu tudo sumir e explodir de prazer, com um gemido choroso.
Ficaram cinco segundos parados do jeito que estavam, completamente abraçados. Respirando arfantes e cansados.
abriu os olhos e ainda via estrelinhas muito minúsculas brilhando diante deles. Jensen ergueu o rosto. Estava completamente acabado. Ela sorria quando foi encarada. Franziu o cenho, se emocionando de novo por ela.
segurou o rosto dele, sentindo a barba nas palmas das mãos. E beijou-o com todo seu amor, paralisando-o. Ele sabia que aquele coração nunca mais seria o mesmo.
Estavam abraçados, observando pela janela que a noite caía e escurecia o quarto.
acariciava o dorso da mão dele. Estava envolvida por ele, como se fossem conchas encaixadas. Ela não tinha chance de sentir frio com um corpo como aquele, lhe esquentando daquele jeito.
Jensen estava quieto com seus pensamentos sobre ela. Agora que havia se entregado às sensações, será que estaria arrependida de tê-lo feito? Jensen era do tipo que se deixava apaixonar, e dessa vez não estava sendo diferente. Não seria nada agradável se soubesse que estava arrependida, querendo sumir dali pra nunca mais querer ver sua cara. Mas depois de uma decepção amorosa no relacionamento anterior e recentemente acabado, Jensen achava melhor saber logo a verdade do que ficar se iludindo.
- Como está se sentindo? - ele questionou de repente, com a sua voz naturalmente grave.
riu estranhando a pergunta.
- Estou me sentindo maravilhosamente bem - respondeu, entrelaçando os dedos nos dele.
- Não está arrependida? - tentou não transparecer inseguro.
franziu o cenho e virou-se para encará-lo, se deixando ficar em seus braços.
- Por que acha que eu estaria?
Jensen se ajeitou, incomodado com a força do olhar dela. Oh, estava ferrado!
- Você disse que não queria que fosse agora.
- É, eu falei - concordou. - Mas não estou nada arrependida do que fiz.
Jensen lhe olhou por um tempo em silêncio, e riu. Beijou-o, mas ele quis saber.
- Está rindo de quê? - seu rosto estava tenso.
- Da estupidez de você pensar isso - falou ainda com ar de riso, mesmo que ele estivesse ficando emburrado com ela.
- Eu só não quero alguém querendo brincar comigo de novo - disse com firmeza.
- Eu não estou brincando com você, Jensen - beijou-o com ternura nos lábios e fitou-o nos olhos. - Não estou mesmo! - gracejou com intenções nada puras.
A feição no rosto dele foi se transformando em segundos, num sorridente e malicioso Jensen.
Capítulo 9
- Sabe, vou ter que tirar a barba... - contava entre os beijos de .
- Isso é sério?! - ela falou com surpresa, fazendo beicinho. Ele riu.
- O personagem exige uma cara mais limpa - justificou. - Eu espero que você se acostume. Um ator tem que estar disponível para todo tipo de transformação física.
- É claro que eu entendo. E acho maravilhoso. É o amor à arte.
- Que bom! - Jensen selou mais um beijo nos lábios dela, antes de ir embora.
Deixava-a na porta do prédio onde morava com .
ficaria a noite toda com ele depois de tudo o que aconteceu, mas o dia seguinte seria segunda-feira e tinha que acordar cedo para trabalhar.
Jensen se afastou, largando-a.
- Entra e vai direto para a cama - ele gracejou.
- Sim, papai - entrou na brincadeira, com as mãos para trás e piscando várias vezes, imitando uma criança.
Jensen riu e pensou em dar as costas e partir, mas não. Numa passada larga, pôde segurar seu rosto entre as mãos e beijá-la mais uma vez.
Quando entrou, fazendo o maior silêncio no apartamento, pensando que estaria dormindo, a luz acendeu sozinha.
- DeRavin! Onde a senhorita se meteu? - a amiga perguntou curiosa e com as mãos na cintura.
- Está preparada para ouvir? Acho melhor você se sentar - andou direto para o sofá e foi aos pulos euforicamente se acomodar no móvel.
- Me diz? Me diz logo, senão vou ter um troço!
- A festa foi o máximo - enrolava para contar o mais importante dos fatos de propósito. - Você devia ter visto como Joshua adorou o presente que eu comprei para ele. E isso porque eu nem sabia que ele era tão fã assim do AC/DC...
- Tááá! Chega de me torturar - ria agoniada. - O que aconteceu?
- Tudo o que eu não queria que acontecesse, mas eu não estou nem aí - riu empolgada.
abafou um gritinho na garganta, pulando sentada no sofá.
- Eu quero saber detalhes, desembucha logo!
contou o que podia, de acordo com a privacidade que sua intimidade deixava. Tem detalhes que ela não tinha coragem de descrever, mas a outra se satisfez com tudo o que dissera.
- Meu Deus, estou surpresa. Você conseguiu seguir em frente com sua vida!
- , o Jensen tem um poder sobre mim que é inexplicável. Eu não consegui resistir. Eu... - não tinha mais palavras para explicar o que acontecia. Estava se sentindo tão realizada como mulher...
- Está feliz - completou observando a amiga.
- Sim, estou - afirmou com um sorriso.
suspirou sorrindo alegremente por ver assim.
- Então, o que vai acontecer daqui pela frente?
- Ah, eu não sei, . Vou deixar a vida dizer por si só. Não quero ficar tão ansiosa, mesmo que eu esteja. Mas eu vou ter que pôr os pés no chão.
- Você mesma disse que o Jensen não te deixa ser a controlada de sempre. Como vai conseguir essa façanha?
- Eu sei lá - se levantou pensativa. - Outro dia, ele estava sofrendo por aquilo que Emily aprontou. E agora, foi tudo explosivo entre a gente - olhou para a outra séria. - Enquanto eu estava com ele, era como se não existisse mais o passado. Pelo menos para mim. , eu não sei o que me deu ter gostado tanto do Mitchel... o Charlie!
- Nossa, o Charlie! - ela o conhecera. estava em fase de término de namoro quando começara a trabalhar na livraria.
- O Charlie era simpático, mas vamos confessar que você o usou para tentar esquecer o Mitchel.
- Eu sempre confessei isso - riu. - Não foi a coisa certa a fazer, mas...
- Ok, vamos nos focar em um cara lindo, de um metro e oitenta e cinco de altura, cabelos claros e olhos verdes maravilhosos - girou os seus nas órbitas, com malícia.
riu, pegando a almofada e batendo na cabeça da amiga.
- Não seja ciumenta. Foi só uma pequena observação.
- Eu não sou ciumenta. Você pode elogiá-lo sem problemas. Eu confio em você. Mas é só para elogiar, hein?!
- Sim, senhora.
- Agora eu vou dormir. E você também. Amanhã é dia de labuta, lembra?
- Ahhh! Por que você teve que me lembrar disso?! - reclamou fazendo careta e se levantando do sofá.
Com o passar das horas, ficou pensando em tudo o que acontecera no dia anterior. Seu coração disparava cada vez que ouvia o sininho da porta da livraria. Era estupidez! Jensen tinha mais o que fazer. Não apareceria na loja para lhe ver durante o dia.
havia dito à que não queria ser tão ansiosa, mas era, porém tinha que se controlar. E realmente, isso tinha muito fundamento. Jensen ainda poderia sentir alguma coisa por Emily, e não podia evitar esse pensamento. Era o que travava toda a sua esperança de poder ter Jensen por completo. E agora, era tudo o que ela queria.
No seu horário de almoço, fora almoçar com numa lanchonete na mesma rua da livraria.
- Ele não ligou? - a amiga perguntou, reparando na cara triste que a outra estava.
- Não, mas não estou chateada por causa disso.
- Por que então?
- Pensamentos teimosos que me perseguem - suspirou com impaciência, deixando o resto de seu sanduíche natural de lado. - A Emily!
- O que tem ela? - falou revoltada.
- Ela é um fantasma que não vai mais sair da minha vida.
- Pára de falar isso! Não está vendo que é você quem está pondo esse fantasma na sua cabeça? A Emily já era, já foi! É você quem está no jogo agora. E bola para frente - esbravejou amistosamente.
parou para pensar naquilo. Ela tinha razão. Como poderia ficar se torturando por Emily? Jensen não estava mais com ela. Ele botou um fim em tudo que tivesse ligado à ex, e estava claramente interessado em . O que mais ela poderia achar para complicar?
- É... você tem razão - olhava nos olhos de . - Obrigada pela bronca.
- Ora, por nada - forçou um sorriso engraçado, fazendo a outra rir finalmente.
até voltou a se sentir bem em comer seu lanche. O pegou e estava pronta para dar uma mordida, quando uma música começou a tocar.
“Gimme fuel, gimme fire, gimme that which I desire! Ooh!”
sentia também o celular vibrando no bolso de sua calça, e desesperadamente o pegou. No visor, piscava o nome de Jensen.
- É ele? - questionou curiosa, querendo ver e a amiga mostrou. - Ahhhh!
saiu da mesa e atendeu andando para longe da outra, que ria feito louca.
- Alô?
- Oi, sou eu.
- Oi. Tudo bem?
- Tudo em ordem. E você?
- Estou bem. Estava almoçando com a . Você já comeu?
- Eu estava indo almoçar em casa. Acabei de sair de mais uma reunião de revisão. Estou ansioso para trabalhar nesse projeto. Você não faz idéia - ele riu de si mesmo. E ansioso por outro motivo também.
- É ótimo saber que você está feliz assim. Nada mais importante do que sentir felicidade no trabalho.
- Tem razão. Mas não estou assim só por causa disso - disse, fazendo suspense.
- Ah é? - sorria esperançosa. - Por que mais seria? Eu posso saber?
- Bom, isso vai depender da resposta que me der depois que eu te perguntar uma coisa.
- Pergunte! - falou segura.
- Eu quero te ver ainda hoje, sem adiar para amanhã ou depois. Posso ir te buscar?
riu surpreendida, sentindo o coração bater a mil.
- Sim, você pode - ela respondeu controlando sua euforia.
- Mais uma pergunta. Se importa de arrumar uma troca de roupa e ficar essa noite comigo? Aí, amanhã eu te levo para o seu trabalho.
- Jensen! - nem tinha o que protestar. Era exatamente o que ela mais queria.
- , agora são dezoito dias. Eu não sei você, mas ontem foi o bastante para me convencer que eu estou completamente encrencado. Não posso perder mais tempo. Eu tenho que te ver. E se você sente a mesma louca necessidade que eu, você vai dizer que sim.
- Sim! - disse de imediato, sem ter que parar para pensar.
Pôde se ouvir a respiração de Jensen do outro lado. E estava louca para atravessar pela linha telefônica e agarrá-lo.
- Então, às oito eu vou te buscar.
- Ok.
Desligaram e voltou para a mesa onde a outra esperava notícias.
observou a palidez em e ficou preocupada.
- O que foi? Pelo amor de Deus, não me diga que algo errado aconteceu.
- Não - pegou um guardanapo e começou a se abanar. Estava sentindo fraqueza nas pernas.
- E o que ele disse para você ficar branca desse jeito?
- Ele praticamente me intimou para ir ficar com ele essa noite - riu de nervoso e ansiedade.
- Uiii! O Jensen é mesmo um dos meus. O que ele falou?
Se sentindo recuperada, largou o guardanapo e tomou seu suco.
- Eu tenho que levar troca de roupa, ficar com ele essa noite e amanhã ele me leva para a livraria.
- E só isso fez você ficar pálida? - desanimou.
- Não - fez cara de quem estava emocionada, mas querendo rir. - Ah, meu Deus! O Jensen ainda me mata - bateu na mesa fazendo rir.
- O que foi mulher? Conta!
- Ele disse que agora só temos dezoito dias. Falou que ontem foi o bastante para ele se convencer de que está completamente encrencado.
- Encrencado? - perguntou confusa.
- É! Deve ser por que ele também não conseguiu se conter comigo. E ele disse mais. Que não podia perder mais tempo e que tinha que me ver ainda hoje e sem adiar para amanhã ou depois. E que se eu estivesse sentindo a mesma louca necessidade que ele, eu teria que aceitar. Não é um fofo?! - falou derretida de amores.
- Ahh! Eu quero um Jensen para mim também! - fez cara de choro e beicinho comicamente.
Capítulo 10
Sentada no sofá, tentava se distrair com o filme que via na televisão. Mais uma vez, ela olhou de relance no relógio de parede da cozinha pequena. Já faltavam quinze minutos para às dez horas da noite. Jensen estava demorando demais. Ela estava se controlando para não explodir sua fúria, pensando várias possibilidades que o fez se atrasar tanto.
lhe fitava de vez em quando, percebendo o quanto ela estava frustrada com o atraso.
- Por que você não liga para ele de novo? - perguntou, ficando agoniada também com a situação.
discou em seu celular pela terceira vez. E pela terceira vez, ele encaminhava a ligação para a caixa de mensagem.
- Ai, meu Deus - agarrou a almofada com as duas mãos e esperneou-se igual uma criança.
não se conteve e riu.
- É melhor você se acalmar. Daqui a pouco ele chega - tentou acalmá-la.
- Por que ele não liga? Não dá sinal de vida? Ele marcou de vir me buscar às oito! Aconteceu alguma coisa com ele - se levantou e começou a andar pela cozinha, voltando a ligar para Jensen.
Várias coisas horríveis passavam por sua cabeça naquele momento. Acidente de carro...
- , se algo grave tivesse acontecido, já estaríamos sabendo. Notícia ruim chega mais rápido.
Sem dar ouvido àquilo que dissera, continuou tentando. Mas de repente, a campainha do interfone tocou, alarmando-a, que correu para atendê-lo.
- Quem é? - perguntou imediatamente.
- Sou eu - Jensen falou num tom seco. - Nós precisamos conversar.
não gostou nadinha do jeito que ele estava. Somente acionou o portão para ele entrar no prédio e desligou o interfone.
se levantou disposta a ir para o seu quarto para deixá-los sozinhos.
- Eu disse que tinha acontecido algo... - começou a murmurar. - Eu estava pensando em acidentes horríveis, mas agora pressinto que se trata de outra coisa.
percebeu um ar meio mórbido na outra. Ela olhava para o nada, pensativa, até que bateram na porta duas vezes.
- Eu vou para o meu quarto.
Ela assentiu e foi abrir a porta, enquanto a amiga saía da sala. Então, quase teve um infarto quando deu de cara com Jensen e Mitchel lado a lado, parados à sua frente.
Jensen observou paralisada, pairando os olhos em Mitchel por um tempo significativo.
- Oi, - Mitchel sorriu para ela, mas estava claramente tenso.
- Oi - respondeu completamente confusa e voltou-se para Jensen, que estava com os músculos do rosto tensos. - O que aconteceu? - os convidou para entrar e fechou a porta.
- , Mitchel foi me procurar para falar a respeito de Emily - Jensen começou.
- Emily? O que aconteceu com ela?
- Nada. Só um pequeno distúrbio mental - Mitchel disse com rispidez.
- O quê? - entendia menos ainda.
- , eu estou noivo - Mitchel continuou se pondo à frente.
Jensen ficou de pé e longe o bastante para observar os dois juntos.
- E o que... - “isso tem a ver com Emily?”, ela ia dizer.
- Emily está enlouquecendo com essa mania de me perseguir desde uma semana antes de voltar da Europa.
- Ela vem te perseguindo?
- Ela ligou para mim várias vezes antes de vir para Los Angeles. Dizia que queria me ver quando chegasse. Mas eu disse à ela que estava noivo, faltando cinco meses para me casar. Porém, ela não deu a mínima para isso, e me perseguiu o máximo que pôde quando voltou para cá, arruinando meu relacionamento com Jenny.
- Jenny? A Jenny Stewart? Líder do clube de estudos de química? - não conteve sua surpresa.
- É... quem diria? - Mitchel riu do seu choque compreensível. Realmente, no tempo do colegial, esse era o tipo de garota que ele mais desprezava. - Mas eu mudei, . A gente amadurece com o tempo que nos é dado, mas parece que a Emily não cresceu desde que nos despedimos cinco anos atrás.
- Ok - respirou fundo analisando a situação. - E por que isso o levou até o Jensen? E eu?
Mitchel olhou para Jensen do outro lado da sala, até então calado e pensativo. Fitou com certo receio de falar. Ela observou a quietude em que Jensen estava, com as mãos nos bolsos da calça desviando o contato direto com seu olhar.
- Bem, eu não sei o que deu na cabeça da Emily. Só sei que eu acabei aceitando ir à festa de aniversário dela. E confesso que não deveria ter feito isso. Foi apenas uma motivação para ela insistir em ficar comigo, alegando que não havia deixado de me amar por todos esses anos. Então, me despedi dela na festa, deixando bem claro que eu não a amava mais há muito tempo. Mas ela me seguiu até o estacionamento, fazendo cena. Graças a Deus não tinha muita gente no lugar naquele momento.
- E...?!- ela perguntou ansiosa e nervosa.
- , estou tentando lhe dizer que não passei a noite com Emily. Não encostei nem por um segundo minhas mãos nela desde que ela voltou.
franziu o cenho abrindo a boca para questionar aquela loucura.
- Mas... - olhou para Jensen. - Ela não disse para você que havia transado com Mitchel?
- - Jensen saiu finalmente do silêncio e andou até ela. - Emily inventou tudo aquilo para mim. Eu não sei o que se passava na cabeça dela para fazer isso, mas foi o que aconteceu - disse nervoso.
- Ela não traiu você - murmurou sem esconder seu pesar em concluir aquilo.
Com a verdade de que Emily nunca havia sido infiel, deixava claro e era visível que Jensen estava confuso. E já podia imaginar qual era o seu destino depois disso tudo. Mais um caso de amor indo por água a baixo.
Mitchel respirou fundo, percebendo os dois se olhando. Ficou óbvio que ambos haviam se envolvido.
Jensen se afastou logo dela sem mais poder olhar em seus olhos.
não podia chorar. Estava a ponto de desabar, sabendo que aquilo estava sendo o fim de algo que mal acabara de começar. Tirou forças subumanas de sua alma para não chorar na frente dos homens que mais a fizeram sofrer.
- Por que tinha que vir os dois aqui me contar isso?
- Penso que você sendo amiga dela, talvez possa ajudá-la a confessar a versão de Mitchel - Jensen falou com firmeza e decidido.
- Você sabe que não sou mais amiga dela - encarou-o com fúria.
Como ele podia ter essa cara de pau em lhe pedir isso?
- , você tem que fazer isso - Mitchel interveio cheio de súplicas.
- Eu tenho que fazer isso? Por que eu tenho que fazer isso? - esbravejou, expressando sua revolta.
- Meu casamento depende disso. Jenny está pensando que eu a traí.
- Eu preciso saber se ela inventou mesmo isso tudo, - Jensen falou, saindo do sério.
- Oh, vão para o inferno vocês dois! - explodiu com raiva. - Se querem tirar a verdade a limpo, vão vocês atrás dela. Eu não tenho nada a ver com isso. E muito menos ligação alguma com qualquer um de vocês! - aquela última frase tinha sido falada diretamente para o Jensen. não queria mais ver a cara dele na sua frente. E Mitchel, estava mais do que certo em só fazer parte do seu passado.
- Você tem razão - Jensen concordou constrangido em ter feito aquilo com ela. - Me perdoe... Não pensei direito e fiz besteira em ter vindo para cá.
- Vai embora, Jensen - passou por ele pisando firme e abriu a porta.
Lamentando num gesto de cabeça, ele saiu sem dizer nada. E Mitchel parado no meio da sala, recebeu o olhar fulminante de e saiu logo dali antes que sobrasse para ele.
Ela bateu a porta com força e voltou-se para a sala em estado de choque. Em segundos, o choro veio naturalmente, derramando lágrimas em silêncio. saiu do quarto correndo quando ouviu o bater da porta. Tinha escutado metade da conversa, pela falta de controle no tom de voz dos três.
Jensen dirigia em direção ao casarão dos Dawson à noventa por hora. Estava se sentindo completamente culpado por ter feito passar por aquilo. Ela era a última pessoa que ele magoaria no mundo, mas precisava muito saber se Emily estava inventando aquela traição, que perdera o controle da situação.
não tinha nada a ver com aquilo. Tinha que resolver diretamente com Emily. Onde foi parar com a cabeça em pensar que ela poderia ajudá-lo a descobrir a verdade? Depois de tudo o que acontecera entre eles... Era muita falta de senso.
- Eu quero nunca mais precisar encontrá-lo na minha frente - murmurou, mais calma agora, sentada ao lado de no sofá, segurando uma xícara de chá de camomila.
A amiga observava a tristeza na outra, e não conseguia se conformar que aquilo estava acontecendo.
- Isso é inacreditável! Ainda estou perplexa - lamentou, abraçando-a. - Não queria te ver assim.
Isso foi o bastante para começar a chorar de novo no ombro de . Era a melhor amiga que tinha no mundo. Ninguém mais poderia ser tão atenciosa.
Jensen estava sendo tão bem tratado por Elizabeth e Michael Dawson desde que chegara, que sentia a nítida certeza de que estavam aliviados por ele estar ali.
- Emily já vai descer -a mãe anunciou sorridente, voltando à sala de estar.
Jensen assentiu, e seu pensamento insistia em relembrar da feição decepcionada e entristecida de . “Eu preciso saber a verdade!”, ele falou para si mesmo em pensamento, como se isso pudesse justificar o modo que deixara a moça no apartamento de . O fato, é que mal havia se passado uma hora desde que saíra de perto de , e já estava se sentindo culpado.
Os ruídos de passos de salto alto chegaram aos seus ouvidos. Emily surgiu à porta da sala de estar. Estava linda. Jensen não podia negar seu instinto. Ela era deslumbrante.
Elizabeth se levantou sorridente aprovando a aparência de sua filha e cutucou o marido ainda sentado e distraído com o cachimbo estilo Sherlock Holmes. Michael se levantou a contra gosto e em silêncio, acompanhou a esposa para fora da sala, deixando os dois sozinhos.
Jensen esteve de pé o tempo todo desde que chegara. Emily indicou o sofá, mas ele foi direto ao assunto, sem interesse em se sentar.
- Mitchel foi me encontrar hoje, Emily. Ele me contou tudo. Você mentiu para mim - a acusou friamente.
Ela se desconcertou e ficou cabisbaixa.
- Eu não sei o que dizer - sussurrou com a voz embargada, mas levantou o rosto para encará-lo. - Eu pensei que ainda amava o Mitchel. Sempre esperei um dia voltar e correr para ele, mas depois que perdi você... - baixou os olhos azuis cristalinos e a lágrima escorreu por sua face.
Jensen surpreendeu-se com a cena. E tudo aquilo que sentiu por Emily desde o inicio, de quando a conhecera, voltou à tona, se misturando com a imagem de em sua cabeça, a noite que passara amando-a...
- Então você não me traiu? Você inventou aquela história para mim por quê?
- Eu estava com raiva do Mitchel, por ele não me aceitar de volta, como era antes. E num impulso, eu inventei tudo - se aproximou cuidadosa de Jensen. - Eu queria que a notícia se espalhasse e chegasse aos ouvidos da Jenny. E foi o que aconteceu... Mas eu já estava sabendo que você estava saindo com a - contou, com tom de acusação.
- Como você soube?
- Eu estava em Beverly Hills, fazendo compras com uma amiga minha, e encontrei por acaso com o seu irmão e a noiva dele. Eles estavam comprando alguma coisa para o enxoval, e quando perguntei de você, eles me disseram que você tinha levado na festa de aniversário dele.
- Isso foi há poucos dias - Jensen parecia ver um filme em sua cabeça, com cenas dos beijos que lhe dava quando a levou para sua casa.
- Eu sei. E não suportei saber que , mais uma vez entrou em minha vida e roubou mais um namorado - disse contendo sua fúria.
- Eu já não era mais seu namorado. Você inventou a traição, você que aguentasse as consequências. Ou queria que eu ficasse casto esperando que um dia você me quisesse de volta?
Emily abriu a boca para revidar, mas estava sem argumentos.
- Eu estava indo bem com até meia hora atrás - lamentou frustrado, dando as costas para Emily e saindo da sala de estar.
Ela o seguiu desesperada e o agarrou pelo braço antes dele abrir a porta da frente para ir embora.
- Você não pode ir assim. Não antes de eu dizer, que quando soube que você estava seguindo em frente, e com , eu percebi que quem eu amo é você, Jensen!
- Meio tarde para perceber isso, não acha? - sorriu sarcástico e partiu.
Emily bateu na porta com raiva de si mesma e sem conter o ódio que sentia de sua burrice, chorou. Voltou a correr para o seu quarto e se trancou.
Capítulo 11
Não era mais um dia de trabalho. Era o mais difícil que estava vivendo. O fato de não ter mais esperança nenhuma, deixava-a completamente sem chão. Parecia que estava ligada no piloto automático. Fazia suas tarefas na livraria em silêncio, com o único pensamento: “acabou. Não existe mais.”
observou-a mais uma vez. Estava respeitando sua quietude o dia inteiro. Sabia que ela precisava disso. Era só ela e a cruel realidade.
A porta se abriu fazendo o sininho tocar.
estava atrás do balcão atendendo um cliente e de relance viu que Jensen entrara na livraria. Alarmou-se, e no mesmo instante procurou por , percorrendo o olhar apressado pelo ambiente, encontrando-a no corredor de “lançamentos”, atendendo uma senhora.
Jensen olhou para o balcão e ao ver , foi direto até ela, mas percebeu que a moça voltava seu olhar de algum lugar. Procurou o que ela tanto havia fitado e encontrou .
notou que ele havia encontrado-a, e ficou a ponto de gritar por ela, mas já era tarde demais. Jensen andava entre algumas pessoas, em sua direção.
- Obrigada pela dica. Você é muito inteligente - dizia a cliente sorridente.
Quando o viu se aproximar atrás da senhora McBird, uma cliente que já conhecia há algum tempo, desmanchou seu sorriso em dois segundos. McBird olhou para trás, querendo saber o que ela encarava, e deu de cara com um homem inexplicavelmente lindo. Como era uma mulher recatada, não disse nada, mas não pôde evitar de se lembrar de suas paixões na juventude. E pelo jeito que olhava para ele e vice-versa, com certeza eram apaixonados.
desviou os olhos dos dele, sem disfarçar seus ressentimentos e repulsa por sua presença.
- Bem, já que a senhora escolheu seu livro, vou acompanhá-la até o caixa - ofereceu-se educadamente, louca para se livrar dele com seu desprezo.
A senhora McBird assentiu e foi andando na direção do caixa. havia dado só dois passos até que Jensen lhe segurasse o pulso. No entanto, ela se livrou com um gesto brusco e apressou-se para alcançar a cliente.
a viu se aproximar com aquela senhora, deixando-o para trás.
- ...
- Eu sei, . E ele vai ter que ir embora - murmurou.
McBird agora entendia o motivo daquele comportamento estranho. E não podia evitar em ouvir a conversa, já que as duas moças falavam sem se importar com sua presença.
- Ele não vai sair daqui enquanto não falar com você - sussurrou, olhando de relance para onde Jensen esperava , com os braços cruzados e feição determinada, fitando-as.
- Eu não vou falar com ele! - disse com firmeza e decidida.
- Bom, então você vai ter que driblá-lo. Olha lá. Está te esperando terminar de atender a cliente e pronto para te atacar - riu.
- Se ele insistir, eu falo com o gerente. Quero vê-lo não sair daqui...
estava tão cega que deixou a senhora McBird aos cuidados de e saiu de perto delas, andando por outro corredor, desviando-se de Jensen, que agora a perseguia por outros corredores e conseguiu surpreendê-la antes que chegasse à porta onde tinha a placa com o dizer “Gerência”.
- O que você está fazendo aqui? - questionou com seu tom de desprezo.
- Não adianta fugir de mim e nem me ignorar desse jeito. Não vou desistir de você assim tão fácil - disse com um sorriso triunfante nos lábios.
encarava os olhos verdes, mas teve um ataque de pânico quando os efeitos colaterais da “febre de Jensen Ackles” começaram. Querendo fugir, ela virou-se, mas Jensen foi mais rápido e segurou-a pela cintura, para mais perto.
Ele via com agrado o rosto dela enrubescer. O par de olhos castanhos brilharem como se fossem iluminados por algo mágico.
- Fale logo o que você quer dizer e vá embora. Eu preciso trabalhar - tentou ser fria o máximo que pôde, mas Jensen não se deixou abalar por sua arrogância. Sabia que ela estava assim por sua causa, e só ele poderia consertar isso.
- Eu fui tirar minhas dúvidas com Emily ontem - ainda a segurava com um braço envolvendo-a pela cintura e o outro pelas costas, com a mão na nuca dela. Com aquilo que disse, tentou sair de perto dele, mas Jensen a manteve no mesmo lugar. - Ela realmente mentiu. Inventou tudo aquilo.
estava furiosa por não conseguir força suficiente para sair de seus braços.
- Que ótimo! - ironizou. - Agora você pode voltar para ela, e ser feliz como era antes.
Jensen sorriu, deliciando-se com o ciúme dela.
- Sua ironia é um charme e não uma arma, como você pensa. Quanto mais a usa, só me faz gostar cada vez mais.
- Ok - ela disse num sorriso largo e forçado, fingindo simpatia e obediência, e de repente juntou forças para sair de perto dele.
Jensen confessava em seu íntimo que ela era forte, mas não admitiria isso nunca. E não foi por vencido por sua força.
- Se eu quisesse voltar a ficar com Emily, não acha que já teria dito logo isso para você? - interrogou nervoso.
- Jensen! - estava se irritando com o jeito dele de lhe prender, lhe forçar a cair em tentação, justamente por que estava caindo.
- Eu só quero estar aqui - Jensen murmurou, aproximando-se dos lábios dela.
- Não faz isso - pediu num sussurro, mas querendo completamente o contrário.
Lentamente, Jensen cobriu os lábios de com os dele. Ela sentiu o incêndio da paixão se acender dentro de si. Segurou-o pela gola da camisa preta e com o colarinho aberto. Jensen queria morrer com essa intensidade dela, que era icontrolável. Aprofundou o beijo com lentidão, fazendo-a suspirar profundamente, correspondendo-o e deixando-o embriagado de paixão. Era tudo o que ele queria sentir. O peito inflamado de um sentimento forte e poderoso, como sentia agora.
foi parando o ato e encarou-o. Os olhos verdes eram escuros e brilhantes quando ele os abriu para fitá-la. Acariciou o rosto dele e olhou para o lado, vendo que tinha uma pequena platéia. Clientes observavam com sorrisos e olhares como quem diz "Ohnn, que fofo!".
Jensen percebeu também e soltou aos poucos, mas não totalmente. Ainda tinha a mão em sua cintura quando viu o gerente parado na porta de sua sala, como se estivesse ali há algum tempo. Jensen não conteve o riso.
- Não me diga que o senhor viu tudo? - perguntou com seu tom brincalhão.
- Sinto dizer, mas vi. E sinto dizer também, que está aqui para trabalhar, e não para namorar - falou o homem carrancudo e em tom seco.
- Me desculpe. Eu vou embora - Jensen maneirou no sorriso forçado e olhou para . - Eu ligo para você mais tarde.
Ela não disse nada. Somente assentiu e o viu se afastar, passando pelos clientes da livraria.
- Pessoal, está tudo bem. Com licença - o gerente disse, abrindo a porta de sua sala e chamando com um gesto de cabeça. Ótimo, ela estava encrencada, para variar.
Seguiu-o para dentro da sala em silêncio. Sua cabeça estava a mil com vários pensamentos confusos.
Jensen havia se mostrado interessado em ficar com ela depois daquela pequena demonstração em público, mas ainda estava cismada com a idéia de Emily ter mesmo inventado tudo aquilo. Por que ela o faria? Com que intenção? De deixar Jensen com ciúmes? Ou de somente prejudicar o noivado de Mitchel? Eram tantas dúvidas, não só a respeito disso, mas também do que poderia ter se passado na cabeça de Jensen quando ficou sabendo da mentira de Emily. Era muito provável que ele tivesse se sentido balançado por saber que não existira traição nenhuma. Então, nada o impedia de voltar ao seu relacionamento com ela. Mas para lhe confundir ainda mais, ele foi lhe procurar. E fazer aquela cena... estava perdida.
- ? Está me ouvindo? - questionou o gerente mais uma vez, acordando-a de seus devaneios.
- Sim. Desculpe-me, senhor. Eu não devia ter deixado isso acontecer.
- Exatamente. Isso é um ambiente de trabalho. E não quero mais ver você se esquecendo disso. Ou infelizmente terei que tomar decisões mais radicais.
- Sim, senhor. Eu concordo.
- Agora pode voltar ao trabalho.
Quando saiu da sala, foi direto para o banheiro lavar o rosto. Precisava muito de uma aspirina. Sua cabeça estava estourando.
havia acabado de sair do banho quando ouviu seu celular tocando em cima da cômoda. Pegou-o e viu no visor que era Jensen. Seu coração disparou.
- Alô?
- Oi, - disse sorrindo.
- Oi, Jensen - imitou o tom de voz animado e baixo.
- E então? Podemos conversar direito agora?
olhou à sua volta no quarto, se lembrando que havia acabado de sair para um encontro com o mesmo cara que ela tinha ficado na balada do aniversário de Emily. Portanto, estaria sozinha a noite toda... e o pensamento cheio de más intenções veio facilmente.
- Ok - ainda pensava se o chamava para ir até lá.
- Eu chego aí em vinte minutos - Jensen falou determinado.
- Jensen... - nem teve tempo de contestar nada.
- Até mais - ele disse e desligou.
desligou o celular boquiaberta e começou a rir. Ele parecia meio desesperado mas até que ela não achava nada mal. Despertou logo de seus pensamentos, afinal ele disse "vinte minutos".
Abriu sua gaveta de calcinhas, pegou a melhor que tinha e que fazia conjunto com o sutiã da cor preta e com detalhes de fitinha de seda vermelha. Abriu o closet e escolheu uma calça jeans clara; com as barras desfiadas e um discreto rasgo na altura do joelho esquerdo; uma regata vermelha e manteve-se descalça. Penteou os cabelos úmidos e deu uma última olhada no espelho.
- Está aprovado. Sem muito enfeite para não parecer que já está querendo outras coisitas - disse para si mesma e foi para a cozinha.
Deixara uma panela de água fervendo quando fora tomar banho. Era para o macarrão que ia fazer para o seu jantar, que até então, seria solitário.
Exatamente vinte minutos depois, o interfone tocou.
atendeu e ouviu a voz de Jensen. Ela acionou a porta do prédio e esperou-o subir. Mexeu mais um pouco o molho branco que estava no fogo. A campainha tocou e ela deixou o fogo no baixo para ir atender. Correu até a porta e destrancou-a. A primeira coisa que Jensen notou foi o cheiro gostoso de comida.
- Realmente eu estava faminto e pretendia convidá-la para jantar, mas pelo jeito está preparando algo... que por sinal está cheirando muito bem!
sorriu vendo que ele escondia alguma coisa pelas costas. Abriu mais a porta e o convidou para entrar. Então, Jensen mostrou um buquê de rosas vermelhas desabrochadas e lindas.
reparou que dava um grande contraste o vermelho das rosas com as roupas pretas que estava usando. Se tinha uma coisa que a deixava doida, era homem todo de preto. Ainda mais um homem tão lindo assim como Jensen.
Ela pegou o arranjo nos braços e cheirou as flores, sentindo as pétalas sedosas acariciar a ponta de seu nariz e seus lábios. Não conteve o riso. Quando o olhou, já estava perto demais. Jensen não podia resistir à ela. Era difícil não tocá-la quando a encontrava. Envolveu-a com seus braços pela cintura e segurou-lhe o rosto num beijo.
perdeu o ar. As pernas ficaram vacilantes e deu graças a Deus que ele a abraçava com tanta firmeza. Segurava o buquê num dos braços e com o outro livre, o envolveu pelo pescoço acariciando-lhe a nuca, deixando-o lhe beijar com mais furor e paixão.
Ela não se conformava com o calor que o corpo dele tinha, lhe queimando por dentro e por fora, deixando-lhe entorpecida. E um cheiro forte de queijo começou a invadir suas narinas além da maravilhosa colônia que Jensen usava.
- O molho... - ela disse entre os lábios dele e encarou-o. - O molho do macarrão! - saiu dos braços dele meio que a contragosto, se apressando para a cozinha.
Jensen respirou fundo, retomando-se. Fechou a porta atrás de si e a seguiu. Quando chegou, o fogo do fogão já tinha sido apagado e pegava um vaso de cima da mesa. Ela tirou as flores artificiais e o encheu com água. Retirou o celofane das rosas e as colocou no recipiente, ajeitando-as com carinho e sorrindo distraidamente.
- Onde está a ? - ele se lembrou de sua amiga.
- Foi a um encontro romântico com um cara que ela conheceu numa balada - respondeu, evitando comentar que fora na festa de Emily. Queria poder mencionar o menos possível aquele nome. Pegou o vaso e foi para a sala.
- Pelo jeito, parece que todo mundo está se apaixonando - Jensen comentou, seguindo-a e vendo-a colocar o vaso sobre a mesa retangular que ficava atrás do sofá grande.
olhou para ele e sorriu. O que ele quis dizer com aquilo? E aquele olhar?
- Todo mundo está se apaixonando? - falou, andando até ele devagar, encarando-o nos olhos.
Jensen se deu conta que tinha se entregado sem querer.
- É! Por que não? Todo mundo com olhinhos brilhando e suspirando ao som de “Love Is In The Air” - disparou com seu humor sarcástico.
riu.
- E depois fala de mim - o acusou e saiu em direção à cozinha.
Intrigado, Jensen a seguiu.
- Como assim? Falo o quê de você? - questionou, assistindo-a colocar o macarrão no escorredor dentro da pia.
- Que eu uso minha ironia como arma, sendo que você usa seu sarcasmo da mesma forma - olhou para ele, parando o que estava fazendo para ver sua reação.
Jensen ergueu a sobrancelha, desviando o olhar. riu de novo. Ele era hilário.
- Quem cala consente - ela cantarolou num murmúrio, se divertindo com ele.
- Hey! Eu estou morrendo de fome aqui. Você quer alguma ajuda? - apressou-se em se aproximar da pia e pegar o escorredor com o macarrão, agitando-o com prática.
aceitou, mas não ignorou o quanto ele tinha ficado sem jeito. Mas também não tocou mais no assunto. Ter o conhecimento do modo de como ele reagia já estava de bom tamanho.
Terminaram de preparar o jantar e foram comer na mesinha redonda e atrás do sofá. Jensen abriu a garrafa de vinho e levou para a sala onde o esperava, servindo o prato dele. Ela segurou as duas taças enquanto ele serviu o vinho, e depois Jensen pegou uma, encostando os dedos nos dela de propósito.
Quando começou a comer, Jensen teve certeza que ela era para casar.
- Meu Deus, como pode cozinhar tão bem? - ele elogiou, pegando mais uma garfada farta.
- É só um macarrão - ela riu, tomando um gole de vinho.
Jensen mastigou devagar e depois apontou o dedo para ela com um olhar sério e um tanto quanto ameaçador.
- Quando isso for “só um macarrão”, eu não me chamarei mais Jensen Ackles.
riu. Ele comeu mais uma garfada e depois tomou um gole do vinho. Sorriu e estendeu a mão para ela, em gesto de cumprimento. franziu o cenho e segurou a mão estendida.
- Prazer. Vanilla Ice. Com flocos - ele gracejou com o sorriso torto.
caiu na gargalhada.
- De onde você tirou esse nome?
- Não se lembra do Vanilla Ice?
- Sim, me lembro. Mas por que com flocos?
- Por causa das sardas - mostrou com um gesto amplo seu rosto. - Na época da minha pré-adolescência, minha irmã me chamou assim. Eu sempre fui branquelo com sardas. Agora nem tenho tantas quanto antes, mas...
- Eu gosto de flocos - disse, lançando um olhar significativo para ele.
Jensen sorriu logo, com seu “egometro” quase estourando. Ela tinha um jeito de lhe olhar que o deixava tão tentado...
Voltaram a comer em silêncio.
Depois, se levantou pegando seu prato e já ia pegar o dele, mas Jensen não deixou.
- Pode deixar isso comigo.
Ele recolheu os pratos, talheres e taças, e levou para a pia. abriu a gaveta do gabinete, pegou um avental e o chamou.
- Psiu! - Jensen a olhou. - Vai mesmo lavar a louça, Vanilla? - gracejou, fazendo-o rir.
- Sim - estendeu a mão para pegar o avental e o jogou, fazendo-o apanhá-lo no ar. - Ainda vou perguntar para os seus pais quais eram os seus piores apelidos na infância.
- Eu não tenho nada comprometedor que você possa usar contra mim - mentiu, indo buscar a travessa do macarrão na mesa da sala.
- Eu duvido - Jensen riu dela. Esperou-a voltar e disse, sem parar de lavar a louça. - Todo mundo tem um apelido ridículo. Aposto que por você dizer isso, só pode ter um.
- Mais ridículo que o seu não é. Isso eu garanto - guardava a travessa na geladeira.
- Isso confirma minha teoria - Jensen disse com aquele sorriso triunfante. Com os dedos, espirrou água na cara dela.
- Ah! - pegou o pano de prato para secar a louça, que já estava quase toda lavada, e bateu com ele no traseiro de Jensen.
- Ohoho - ele riu ameaçadoramente.
- O quê? - o enfrentou desafiadora.
Jensen ficava fascinado com ela.
- Não me provoca - murmurou no seu tom grave natural. Mas com um olhar tão intenso, que sentiu uma onda de calor lhe invadir o corpo violentamente. O que mais desejava era provocá-lo, esperando reações inimagináveis.
Continuou encarando-o com o mesmo desafio brilhando nos olhos.
Então, Jensen arrancou o avental, secando as mãos na mesma rapidez que largou o pano sobre a pia. Ele tomou o rosto dela entre as mãos grandes e se pôs contra o corpo dele. Jensen apenas encostou de leve os lábios entreabertos nos dela, sentindo que com apenas aquele toque já a deixava entregue e lânguida, o abraçando pelas costas largas. Jensen podia sentir os seios macios em seu peito. Agora percebia que saudade sentia dela. Desceu as mãos moldando os seios e a segurou pela silhueta lentamente.
o puxou devagar para si, pela nuca, envolvendo-o num beijo cheio de carícias provocativas. Jensen arfou, apertando-a para si, e invadiu a boca dela com um beijo avassalador.
se agarrou a ele para não cair. Estava sem forças nas pernas, tamanha era a voracidade da paixão que aquele homem lhe beijava. Tinha perguntas a serem feitas, a conversa... mas quem se lembrava disso nessas horas?
Jensen descia os beijos lentamente pelo pescoço dela, fazendo enlouquecer. Emitiu um gemido contido quando lhe colocou contra a geladeira e mordeu-lhe devagar o pescoço, pressionando-se contra o quadril dela com desejo à flor da pele.
Jensen ergueu o rosto e beijou-lhe a boca, começando a enfiar as mãos debaixo da regata e sentindo a pele sedosa, macia e quente. Apertou a cintura fina, arfando num beijo lento e ansioso.
lhe bagunçava os fios loiros de cabelo, perdendo o juízo que restava.
Jensen desencostou-a na geladeira e ergueu-a nos braços, e o envolveu com as pernas longilíneas.
Ela voltou a beijá-lo enquanto era posta sentada sobre o gabinete do armário. Mãos fortes agarravam suas coxas e as nádegas, e apertavam-na mais, a ponto de sentir - mesmo através de seu jeans - o quanto ele já estava excitado. Com prazer, abriu mais a camisa sem pressa, admirando o homem que tinha. Sim, era dela e de mais ninguém. Ela o queria só para si, e não deixaria que nada atrapalhasse.
Jensen tratou de tirar a regata dela logo, admirando o corpo maravilhoso de . Afundou a face entre os seios, beijando ali demoradamente. Era o melhor lugar do mundo para se esconder de seus problemas.
o manteve ali mesmo, por longos segundos. Jensen começou a beijar-lhe o seio e mordiscá-lo, sugá-lo lentamente, sem tirar o sutiã.
- Ah, Jensen! Nós tínhamos que conversar... mas não quero parar.
- Eu sei - ele sussurrou rouco, olhando-a e tirando-a de cima do gabinete.
Com os pés no chão, abraçou-o por dentro da camisa aberta, beijando-lhe o tórax com tanto amor, que Jensen franziu o cenho embriagado desse sentimento tão intenso. Ela sentia no peito dele, as batidas aceleradas do coração. Beijou toda a pele ardente, provando o gosto dele mais uma vez. Era como uma droga. Quanto mais provava, mais ela queria.
Enquanto os beijos dela desciam por seu abdômen, Jensen arfava ansioso, enfiando os dedos entre os cabelos dela, fechando os olhos num abandono.
se ergueu, abrindo o cinto da calça social de seda preta e puxando-o para a sala.
Jensen a olhava nos olhos, com ternura misturada ao desejo imenso que estava sentindo.
Bastou sorrir e Jensen tomou-lhe com um beijo profundo, segurando-a pela nuca.
Ela o fez sentar-se no sofá e posicionou-se sobre ele. O longo beijo e lento era cada vez mais ardente, profundamente apaixonado.
o fez se livrar da camisa e abriu o botão e o zíper da calça com agilidade. Sem demora, o massageou com uma das mãos, através do tecido da boxer. Jensen arfou, seguido de um gemido contido e rouco, deitando a cabeça no encosto do sofá. De repente, sentiu se levantar e abriu os olhos com dificuldade de acordar daquele sonho. Ela estava de pé, na frente dele.
- O que houve? - ele questionou, frustrado com a interrupção.
- É comigo mesmo que você quer estar?
- E você ainda tem dúvida? Eu só quero estar com você, ! - segurou-a pela cintura e beijou-lhe o ventre com carinho e demora. - Meu Deus, o que mais preciso dizer? - murmurou, se levantando e encarando-a.
se emocionou e sorriu para ele, acariciando-lhe o rosto e coçando a barba por fazer.
- Eu preciso te amar - murmurou antes de beijá-la.
- Agora? - disse, gracejando como se tivesse algo mais importante para fazer.
- É, agora mesmo.
se afastou na direção do seu quarto e chamou-o com o indicador, fazendo-o dar aquele sorriso torto e malicioso.
Capítulo 12
De pé aos pés da cama, Jensen a ajudou a tirar a calça jeans. sorria, enquanto ele se levantava e roçava os lábios em suas pernas desnudas, começando a se arrepiar e sentir ondas de anseio pelo desejo intenso que ele conseguia despertar. A carícia prosseguiu, mas parou por alguns segundos na altura do umbigo, onde Jensen emitiu um riso, mencionando com as mãos ágeis, em tirar a calcinha dela. Admirava aquele jeito de menina-mulher. Aquele sorriso doce o fazia sonhar com um futuro “felizes para sempre". também não se conteve em sorrir, mas logo ele continuou a se erguer, espalhando beijos no ventre, fazendo-a segurar-lhe o rosto com carinho. Enfim, ele a encarou com seu ar de riso. Não podia negar que estava feliz. era um remédio para suas frustrações da vida.
Ela observava o quanto ele estava pensativo, lhe fitando profundamente nos olhos, com aquele sorriso lindo.
- Está pensando em quê? - questionou rindo, admirando suas graciosas sardas e o brilho dos olhos verdes. Deslizou a ponta do indicador pelo nariz dele. - Está com uma carinha...
- Tente desvendar - Jensen a desafiou.
- Ok - estreitou o olhar e mordeu o canto do lábio inferior.
Jensen desmanchou o sorriso enquanto ela se esgueirava em seus braços e o envolvia com um encantamento sedutor que não poderia nunca ter forças para resistir, nem se quisesse.
Foi algo difícil de fazer, quando resolveu contar aos seus pais que estava tendo um relacionamento com Jensen. Ela o esperou mencionar algo do tipo, mas não aconteceu antes que ele viajasse. O rapaz já tinha ido para o Canadá a trabalho, quando conversaram por telefone. E ele não hesitou quando sugeriu que assumissem o relacionamento para sua mãe e seu pai.
Ela já esperava que não fosse ser fácil ter a aceitação deles. Afinal de contas, Jensen havia sido namorado de Emily há pouco tempo, e depois de tanta confusão envolvendo , era evidente o que esperar.
Foi com a cara e a coragem para a casa de seus pais, na propriedade dos Dawson's. O segurança na portaria dos fundos sorriu quando viu o inconfundível Fusca de . Com um aceno e um sorriso, ela o cumprimentou e ele logo abriu o portão. Ela estranhou que não precisasse de um diálogo apropriado com ele antes, para conseguir visitar seus pais. Achara que depois de tudo, devia estar proibida de entrar naquela casa novamente.
Estacionou seu carro na garagem improvisada por seu pai, onde costumava guardá-lo. Ao escutar o som do motor do Fusca, Dienne saiu apressada e ansiosa para a garagem.
- Aaahhh, que saudade!
Ela trancava o carro quando a sua mãe veio toda afobada em sua direção. E com razão, não se viam desde que fora embora de casa. Mantiveram contato por telefone, mas não era a mesma coisa.
Ambas se abraçaram demoradamente, num envolver apertado e amoroso.
"Ah! Que gostoso é o abraço de mãe", pensou.
- Como você está, meu amor? - Dienne perguntou, acarinhando os cabelos da filha, analisando algo de diferente nela. - Você está diferente. Fez tratamento estético? Está com a pele ótima!
- Não - riu, porque sabia o motivo de sua aparência saudável. E não tinha nada a ver com nenhum creme facial ou corporal milagroso.
Quando finalmente resolveu começar o assunto para que veio, John franziu a testa com um olhar indecifrável e Dienne ficou boquiaberta com a revelação.
- , não sei por onde começar - a mãe confessou um tanto aturdida. - Como pode ter coragem de se envolver com Jensen? - questionou, se deixando ficar inconformada.
- Mãe, eu juro para você que eu tentei muito não me aproximar dele, mas quando eu o conheci, não sabia que ele era namorado da Emily.
- Onde e quando foi isso? - John perguntou com calma, antes de Dienne.
- Foi alguns dias antes dela voltar para casa e trazê-lo. Ele tinha ido à livraria. Estava procurando um presente para Emily - deu uma pausa em seu relato, se lembrando de como havia sido a primeira vez que o viu e sorriu. - Ele me salvou de um galanteador barato que estava passando dos limites.
observou a quietude e atenção que sua mãe havia dado a ela.
- Eu estou apaixonada por ele. Não posso mais negar.
- E ele? Por que ele não veio até aqui ainda conversar comigo e sua mãe? - John interveio sério.
- Quando falei com ele ontem por telefone, ele disse que tem intenção de conversar com o senhor e a mãe. Mas ele não acha prudente e sensato fazer isso aqui embaixo do nariz da Emily. E eu também não acho muito legal, apesar de que seria o certo.
- Ok, até que ele teve razão nisso - concordou John. - Mas como ele pretende fazer?
- Ele disse que está planejando - respondeu. - Logo ele volta do Canadá. Em poucos dias...
- E o que ele foi fazer lá? - Dienne quis saber.
- Filmar um piloto de uma nova série para o canal da Warner.
No decorrer da conversa, sentiu seus pais mais receptivos com a notícia. E percebeu o interesse deles em saber tudo o que ela já sabia da vida e do caráter de Jensen, mesmo que já tivessem tido conversas com ele antes. Ela entendia que depois que Jensen começou a se interessar pela filha deles, a coisa mudou.
Sobre a viagem, foram vinte dias de trabalho.
ouvia a empolgação na voz de Jensen toda vez que conversavam, e ela acabava se animando e ficando curiosa com as prévias que escutava sobre o que estavam filmando.
Outra coisa que deixava empolgada, era quando ele ligava numa noite de sexta-feira e perguntava se ela ia ficar em casa. Ela sempre saia para algum lugar com , desde quando resolvera se divertir mais do que só trabalhar, e não escondia isso de Jensen. Ele não comentou nada até a sexta-feira anterior à sua volta para L.A..
- Hoje você vai para onde? - perguntou, já tendo certeza de que ela não ia ficar em casa naquela noite, assim como vinha acontecendo em todas as outras.
sentiu certo desagrado no tom de voz dele.
- Eu vou à festa de aniversário do Antony.
- E quem diabos é esse? - questionou, controlando seu ciúme o máximo que pôde.
- Um amigo da . Ele é barman de uma casa noturna daqui da cidade.
- ... - Jensen deu um longo suspiro de impaciência.
- O que foi?
- Eu não gosto de saber que você está saindo para essas noitadas com a .
- Por que não? Você fala como se ela fosse má companhia.
- Eu não a conheço, mas pelo jeito que tem sido, ela sempre te leva para os lugares certos, não?
- É, são locais muito legais, onde posso me divertir e esquecer do trabalho e dívidas.
- Eu não estou dizendo que você não deve sair. Na verdade, acho ótimo sair com os amigos...
- Então qual é o problema?
- Eu só me preocupo. Ainda mais por não estar por perto se alguma coisa acontecer...
- Nada vai acontecer, Jensen - não se conteve em rir, achando muito fofo a confusão dele.
- Eu não sei... Mas não vou mais falar disso, ok?
- Ok. Então, me diz quando você volta?
- Segunda-feira estou chegando aí.
- Só segunda-feira? - questionou desanimada. - Não acredito!
- Pois é. Eu também não entendi o porquê de voltar numa segunda-feira, mas... fazer o quê?
não sabia por que, mas estava sentindo que ele estava um tanto quanto melancólico.
- Você está bem, Jensen? - interrogou preocupada.
- Quando eu chegar aí, a gente conversa direito.
Estava claro que era algo que não se tratava por telefone. teria que suportar aquele mistério horrível por três dias. OMG!
Ela se apressou para deixar o todo o trabalho na livraria adiantado na segunda-feira.
Precisava encontrar Jensen antes que enlouquecesse com aquele mistério. Fora a saudade que estava sentindo. não tinha a mínima idéia do que se tratava o assunto.
- Você vai direto para o aeroporto? - perguntou enquanto saiam na calçada da livraria e esperavam o gerente trancar a porta.
- Sim, combinei de ir buscá-lo - olhou a hora no celular. - O vôo dele chega em uma hora e meia. Dá tempo de te deixar na porta do prédio e tomar uma ducha rápida. Vamos?
andou apressada até onde o carro estava estacionado. dava suas corridinhas tentando acompanhá-la, achando graça no desespero dela. Sabia do telefonema em que Jensen deixara-a totalmente curiosa.
- Ok, por causa desse seu louco e compulsivo desejo de matar a saudade de Jensen e de matar também uma pequena curiosidade que ele despertou em você, vou emagrecer alguns quilinhos com essa correria.
- Bom, você está um pouco gordinha mesmo - brincou.
- Ah, não! Agora eu te pego - acelerou atrás de .
A outra correu rindo e chegando até o carro, ambas riram e entraram no automóvel.
- Você vai ver... ainda te apronto uma - falou, retomando seu fôlego.
Depois de chegarem ao apartamento, foi direto para o banheiro tomar um banho. Não demorou mais que dez minutos embaixo do chuveiro.
Arrumou-se, colocando um vestido longo de tecido leve com estampas floridas, que moldava bem sua silhueta. Deixou os cabelos secarem naturalmente e foi para o aeroporto.
Quando chegou ao terminal de desembarque internacional, ainda faltavam vinte minutos para o avião de Jensen aterrisar.
Sentou-se numa das cadeiras estofadas e ficou esperando, reparando nas pessoas que também faziam o mesmo. Havia uma mulher, provavelmente dez anos mais velha que , segurando um bebê, que deveria estar com dois anos. Era lindo! não sabia conter um sorriso quando via um neném. Era apaixonada por todos, e parecia que todos se afeiçoavam a ela quando acenava para eles. Com este foi a mesma coisa.
A mãe dele não se incomodou e sorriu para amigavelmente.
- Você tem filhos? - a mulher quis saber.
- Não, ainda não - respondeu.
- Este é meu primeiro. Chama-se Daniel. Ele foi com a sua cara - a mulher disse rindo. - Como se chama?
- .
- Juliet - se apresentou. - Está esperando qual vôo?
não respondeu de prontidão por achar aquela mulher tão curiosa, mas não via maldade nela.
- Do Canadá, das dezessete horas. Está para chegar.
- É seu marido?
- Meu namorado - sentiu-se estranha se referindo a Jensen pela primeira vez como namorado.
O sorriso compreensivo da tal Juliet foi seguido do aviso da voz sexy anunciando o vôo vindo da Suécia.
Daniel começava a ficar inquieto, querendo descer do colo da mãe, segurando o carrinho de brinquedo. Juliet o colocou de pé no chão e ele não hesitou nem um segundo em andar em direção à , sorrindo tão fofo que ela se ajeitou no assento para receber seu novo amiguinho. Ele tinha o cabelo castanho claro, em corte tigelinha e liso. Os olhos dele eram cor de mel claro, e possuía uma covinha no queixo impossível de não se reparar.
- Oi - inclinou-se pra frente e Daniel ergueu o brinquedo mostrando-o para ela. - Nossa, que lindo esse carrinho!
Daniel foi uma tremenda distração. Quando se deu conta, estava brincando com o menino e o carrinho. Uma distração tão grande, que não escutou o aviso que o vôo de Jensen estava em aterrisagem, e só percebeu quando um homem grande e lindo se aproximou ao seu lado.
Jensen ria com um olhar interrogativo para o menino sentado no chão aos pés de , da qual lhe dava total atenção e afeição.
- Eu fiquei tanto tempo assim fora de casa? - ele gracejou com seu humor de sempre.
Ela riu, vendo que Juliet se aproximou apressada e sorrindo timidamente, pegando Daniel nos braços. se levantou sem saber se apresentava Jensen a Daniel e a mãe dele por educação, ou simplesmente se atirava nos braços dele primeiro. Porém, Jensen só teve olhos para ela. Não deu tempo de dizer nada, pois ele largou a alça da mala de rodinha e puxou-a, envolvendo-a em seus braços. coçou com carinho onde a barba começava a crescer de novo, enquanto era beijada pela boca mais quente que já provara.
separou-se dos lábios dele e olhou-o direto nos olhos por alguns longos segundos. Jensen retribuía com o olhar. Sorrindo, entendeu que estava tudo bem, e nada poderia ser diferente. Não do jeito que ele suspeitou dias atrás. Nem sabia mais se valeria a pena arriscar tudo por conta daqueles pensamentos.
- Está tudo bem, não é? - quis saber.
- É. Está ótimo - sorria largamente quando se surpreendeu com alguém baixinho lhe batendo na perna.
Jensen e olharam juntos para baixo, encontrando o pequeno Daniel sorrindo e erguendo o carrinho de novo à procura de alguém para brincar.
riu, se agachando. Jensen ficou observando o quanto ela se dava bem com crianças. Era encantadora mesmo. Como alguma criatura resistiria à ela?
Jensen pegou Daniel nos braços, surpreendendo e Juliet, que já se aproximara para pegar seu filho arteiro.
- Hey, garotão - o cumprimentou, muito jeitoso com criança.
ficou olhando o quanto Daniel também se dera bem com Jensen.
- Ele é muito intrometido, não? - Juliet disse sem jeito, estendendo os braços para que o filho viesse para seu colo.
Obediente, Daniel foi para o colo da mãe.
- Tudo bem. Ele é muito amigável - Jensen falou sorridente, para deixar a mulher menos sem jeito.
Minutos mais tarde, dirigia pela via expressa. Com a companhia absurdamente máscula ao seu lado. Ouvia-o contando algumas coisas sobre o Canadá. Os lugares por onde esteve, as pessoas que conheceu da equipe de trabalho e tudo mais.
- E você já sabe quando vão ter a aprovação da Warner?
- O piloto vai ao ar daqui duas semanas. Vai depender da audiência. Temos que esperar.
- Ótimo! Daqui duas semanas vou poder ver. Você só me deixou curiosa esse tempo todo, sabia?
Jensen riu e estendeu a mão no encosto do banco de , acariciando-lhe a nuca por baixo dos cabelos longos.
Ela sentiu tudo que pudesse imaginar. Arrepiou-se ao mesmo tempo em que um calor intenso tomou conta de seu corpo. Se não se concentrasse naquele instante, poderia causar um acidente.
Jensen percebeu o esforço dela em desviar a atenção de seu toque para a estrada, mas queria realmente provocá-la ao máximo. Queria saber o limite dela. Por isso se inclinou e tocou-lhe o lóbulo da orelha com a língua e sugou-o devagar.
tirou devagar o pé do acelerador e se endireitou.
- Jensen, estou dirigindo, pelo amor de Deus!
Ele riu satisfeito e se endireitou em seu lugar, mas depois voltou a olhar para ela.
- Dirige mais rápido - ele pediu.
o olhou de relance e riu ao ver o quanto ele estava sério.
- Por que a pressa?
- Porque o que eu estou querendo fazer com você agora, não pode ser aqui. A não ser que você tenha alguma idéia mirabolante - ele sorriu esperançoso e arqueando a sombracelha com ar malicioso.
caiu na risada.
- Você não está nem um pouco cansado da viagem?
- Cansado? Só fiquei sentado lá dentro daquele avião durante algumas horas. Cochilei. O que mais estou é descansado.
- Ok - adorava o jeito decidido dele. - Mas já deixo avisado que amanhã terei que acordar cedo para trabalhar e não vou poder dormir na sua casa.
Jensen olhou rápido para ela, franzindo o cenho.
- Por que não?
- Porque se eu dormir lá, terei que acordar mais cedo do que de costume para ter tempo em ir até à minha, pegar meu uniforme e tudo mais.
- Então não vamos direto para minha casa. Passamos primeiro na sua, você pega tudo que precisa e vamos embora.
- Pensei que você estivesse com pressa... - brincou, olhando para ele.
- Se você for passar a noite toda comigo, a espera vai valer a pena.
suportou aquele olhar profundo de lindos olhos verdes. Conteve seu suspiro, mas não seu sorriso.
Fez o que Jensen sugeriu.
Quando estacionou seu carro dentro da garagem que Jensen também guardava seu veículo, ficou pensando se ele ainda iria querer lhe falar o tal misterioso assunto mencionado na semana passada por telefone.
Entraram na residência pela porta interna da garagem, que dava direto na cozinha.
Jensen arrastava sua mala grande e de rodinha, segurando a mão de . Ela também carregava sua bolsa com suas coisas até o quarto dele.
- Não vai me contar o motivo de você ter ficado estranho naquele dia?
- Que dia?
- Ao telefone, na sexta-feira.
- Não era nada - achou melhor desconversar.
- Como não era nada? Você estava melancólico demais. Disse que depois iríamos conversar quando você chegasse. Fiquei a semana toda pensando nisso.
Jensen deixou sua mala no canto do quarto e fez largar a bolsa no mesmo lugar, e beijou-a com paixão intensa.
Ela não sabia se aceitava aquela fuga dele.
Jensen percebeu que, se ela ainda resistia ao beijo, era por que suas justificativas não colaram. Separou-se dos lábios dela e encarou-a.
- Seja sincero, por favor. Se tiver alguma coisa para me dizer, me diga - pediu com tom carinhoso.
Jensen não tinha como escapar dessa.
- Eu estava pensando em jogar fora... eu e você - completou com dificuldade.
ficou calada. No fundo, era como se sempre desconfiasse que era esse o motivo daquele mistério todo.
- Eu acho que já esperava que fosse isso - forçou um sorriso e virou-se, procurando um lugar para se sentar.
Jensen a seguiu até a beirada da cama onde ela se sentou, mas ele ficou de pé.
- Eu estou começando a ter muitos compromissos profissionais e temo que nosso relacionamento não resista.
- Você acha que eu atrapalho seus planos? - quis saber com sinceridade.
- , não! - agachou-se na frente dela.
- Por favor, não pense que estou te cobrando alguma coisa - riu. - Se você acha que sim, é só dizer.
- Não. Eu não acho - ele falou com firmeza. - Mas haverá longas temporadas sem nos ver se Supernatural der certo. Eu estou bem ciente disso. Queria que você também ficasse...
- Eu estou - se levantou e puxou-o pela camisa.
Jensen a beijou sem demora, dessa vez sendo correspondido. Ela abraçou-o carinhosamente pelo pescoço, com beijos ternos e lentos, que começavam a esquentar. Ele deslizou as mãos na silhueta até o quadril largo, e apertou-se contra ele, sentindo melhor a maciez do corpo quente de .
- Ainda acha que seria melhor pararmos tudo isso? - sussurrou entre os lábios dele.
- De jeito nenhum - Jensen respondeu em seu tom grave e rouco, voltando a beijá-la.
- Que bom - disse com um sorrisinho maroto.
Jensen não aguentava aquela mulher. Como ela podia ser tão... ah, não tinha mais o que dizer sobre ela. Simplesmente encostou seus lábios nos dela com ternura, até sentir o calor daquele contato o sufocar de desejo.
Jensen a deitou na cama sem interromper os beijos mais ardentes.
não hesitou em começar a tirar a camiseta dele, louca para sentir o calor de sua pele e o perfume daquela colônia que a deixava doida.
Beijou o maxilar dele e o mordiscou, sentindo que as mãos ágeis e fortes puxavam a saia do seu vestido.
Jensen deslizou a mão sobre a pele sedosa e macia, apertando ao longo da coxa esguia, até alcançar uma das nádegas por debaixo da calcinha. se arqueou e Jensen pressionou-se contra ela, afundando o rosto entre os seios e aspirando seu cheiro.
- Oh, como eu senti sua falta - murmurou Jensen no mesmo lugar.
o fez lhe encarar e se beijaram profundamente apaixonados. Ela o empurrou para o lado e sentou-se sobre ele, erguendo a saia do vestido. Jensen a ajudou a tirá-lo. Sentiu falta de ar ao ver os seios perfeitos e já túrgidos, mas olhou para ela, que ao terminar de tirar a peça de roupa, jogou os cabelos longos para trás. Era como se Jensen estivesse vendo em câmera lenta.
sentia um turbilhão de emoções quando ele lhe olhava assim. Com um longo suspiro, o trouxe para um beijo amoroso.
Jensen arfava retribuindo ao beijo e tomando em suas mãos, os seios macios, massageando-os lentamente, fazendo arfar num gemido contra seus lábios.
mergulhou naqueles olhos verdes escurecidos pelo desejo. Quando ele mencionou baixar a cabeça em direção a um de seus seios, ela se agarrou a ele, chamando-lhe o nome num tom manhoso e se entregando a cada carícia sem pudor algum.
Jensen subiu seus beijos pelo pescoço e quando alcançou-lhe a boca, se deitou levando-a consigo.
sentia todos os músculos dele rígidos através de seus corpos colados. Tinha seus cabelos segurados pelas mãos dele, com cuidado; e ao mesmo tempo, fazendo pressão em sua nuca, aprofundando as carícias de um beijo caloroso e interminável.
desceu sua mão deslizando-a ao longo do peito e abdômen, chegando até a calça jeans. Abriu o botão e o zíper e Jensen arquejou, mordendo-lhe o lábio inferior. Ela fez questão de parar o beijo para ver a expressão no rosto dele quando o tocasse intimamente. Jensen a encarou com o semblante tenso. Sentiu e olhou aquela mão feminina e delicada, se enfiar dentro da cueca boxer com ternura, e não conteve um gemido com o toque. Ele já estava excitado quando o tocou. Com carícias lentas, ela se inclinou e lambeu devagar os lábios entreabertos e carnudos dele. Viu que ele fechou os olhos, ficando cada vez mais arfante. beijou-o intensamente, acompanhando o ritmo das carícias de sua mão, fazendo-o latejar e gemer, enquanto ela descia seus beijos pelo seu pescoço, com mordidas. Lambeu a orelha e sugou o lóbulo com demora.
Jensen tentava manter a calma, mas seu impulso de se apossar dela com absurdo desejo estava ficando cada vez mais difícil de controlar. Deixou que ela o deixasse mais enlouquecido, descendo os beijos e mordiscadas por seu peito e abdômen. Tirou totalmente seu fôlego quando os beijos não cessaram só no abdômen.
escutou ele balbuciar algo em seu tom grave e rouco, mas não entendeu. Continuou com seus beijos e carícias lentamente, por longos segundos.
- , pelo amor de Deus... - Jensen se inclinou, quase se sentando e agarrando-a pela nuca, fazendo-a lhe lançar um olhar indescritivelmente sedutor. Ela não parou até que ele atingisse o ápice.
Ainda cheio de desejo por ela e completamente insaciável, Jensen a fez se deitar com um longo beijo, lento e intenso. Livrou-se das peças de roupas que ainda vestiam ambos.
sentia a força da paixão dele fazendo-a perder o compasso das batidas de seu coração. Era como se estivesse saindo por sua garganta.
Era tudo tão intensamente toxicante que nem Jensen podia conter o que estava acontecendo ali. Enquanto a penetrava profundamente com lentidão, viu apertar os olhos, afundando a cabeça nos lençóis e espontaneamente gemendo num sorriso.
Ela se agarrou a ele, enfiando os dedos entre os fios de cabelos loiros. Arqueando-se para ele, acompanhando-o nos movimentos lentos e intensos, deixando escapar gemidos arfantes a poucos centímetros da boca dele, que arfava e arquejava com rouquidão.
começava a estremecer com pequenos espasmos, quase se abandonando naquela sensação divina. Porém, Jensen parou com seus movimentos e beijou seus lábios.
- Shhh... ainda não - ele murmurou.
Ela respirou várias vezes, recompondo seu êxtase e puxou-o de volta num beijo molhado e lento, enquanto Jensen voltava a lhe amar devagar, mas penetrando-a fundo, fazendo gemer entre o beijo.
Jensen impedia várias vezes que alcançasse o ápice, prolongando por pouco mais de uma hora. Até que depois de nem ele mais suportar, deixou livre e acompanhou-a explodir de prazer intenso.
Ambos se desmoronaram satisfeitos em meio a suor, beijo e exaustão.
Ela olhou para o lado, onde Jensen descansava de olhos fechados e recompondo seu fôlego. Sorriu respirando fundo e sentindo uma paz interior jamais sentida antes. Aproximou-se dele apoiada sobre os cotovelos, e afagou o rosto no dele com ternura. Beijou a pálpebra de cada olho dele e depois que se afastou, Jensen a olhou.
- Droga, ! Não dá pra você ser mais amorosa que isso? - ele ironizou, sorrindo e envolvendo-a em seus braços, fazendo-a rir.
nunca sentiu tanto amor daquele jeito. Jensen fazia seu coração explodir de amor. Não dava para conter tanto sentimento. Era impossível.
Pela manhã, acordou com o alarme do seu celular às seis em ponto. Saiu sonolenta dos braços de Jensen para desligá-lo.
Ele também despertou e sentiu um estranho aperto no peito vendo-a sair da cama enrolada no lençol, indo cambaleante para o banheiro.
ligou o chuveiro e colocou a mão na água, esperando-a ficar na temperatura agradável. Tirou o lençol do corpo e entrou embaixo da ducha farta e revigorante, fazendo-lhe acordar direito.
O abrir da porta fez olhar, através do box de vidro liso, Jensen sonolento e nu, pegar a escova de dente sobre a pia.
- Pode me dar a minha também? - pediu.
Sem dizer nada, Jensen entregou a escova de dente, já com a quantidade certa de creme dental.
- Obrigada, amor - disse naturalmente com sorriso.
Jensen escovou os dentes e molhou o rosto com a água da torneira. Olhou-se no espelho e terminou de escovar os dentes também. Ela o observou.
- Não se barbeie - pediu antes que ele pensasse nessa possibilidade.
- Eu não vou me barbear - ele riu e pegou a escova de dente dela para guardá-la. Sim, ela tinha uma na casa dele. Jensen comprara e deixara lá bem antes dele ir para o Canadá.
estava enxaguando os cabelos do condicionador quando viu Jensen entrando no box.
Era a primeira vez que ele fazia isso. Jensen não disse nada, era algo normal para ele tomar banho com ela. Depois de tudo que já viveram na cama, Jensen já achava suficiente para ter tal intimidade.
achou intrigante ele entrar debaixo da ducha e nem mencionar em lhe tocar. Isso porque ela olhava a água escorrer pelo corpo dele, e o seu desejo em tocá-lo foi tão instantâneo quanto sentir sede ao ver um copo d’água no deserto.
Jensen abriu os olhos e sorriu para ela. Pegou o sabonete e esfregou-o nas mãos, fazendo espuma. Deslizou-o no corpo forte, olhando para , como se esperasse dela alguma atitude.
- Eu não deveria chegar atrasada no trabalho - ela falou quase não indo mais trabalhar.
Jensen não disse nada. Continuou sério, fitando-a e se ensaboando.
parecia que tinha desligado seu consciente num piscar de incríveis olhos verdes.
Quando deu por si, estava tomando o sabonete da mão dele e ela mesma ensaboou-lhe o abdômen, depois o peito, os ombros largos, os braços fortes que a envolvia e virava-a para debaixo da ducha. Jensen a beijou provocante, ardente... já não segurava mais sabonete algum. Ele a encostou no azulejo frio e molhado, enquanto lhe erguia do chão. o envolveu com as longilíneas pernas e Jensen a possuiu com febril paixão.
O vapor tomara conta do ambiente todo quando gemeu alto, abafando o gemido dele.
acarinhou o rosto molhado dele e selou um beijo demorado em seus lábios.
Jensen colocou-a de volta no chão, cuidadoso e carinhoso, e manteve-a em seus braços, fazendo-a se molhar debaixo da ducha junto com ele.
Custou muito para ir trabalhar naquela manhã. Jensen estava amoroso demais, não deixando ela sair facilmente de seus braços. Ele a levou para a livraria, dirigindo o próprio automóvel. Era um motivo para fazê-la voltar à sua casa mais tarde para buscar o Fusca.
ria com as intenções dele. E as adorava!
Ao parar o carro em frente à livraria, logo viu que já estava lá dentro. E na porta, já tinha a placa de “Aberto”.
- Eu preciso ir - ela disse, virando-se para Jensen e tirando o cinto de segurança.
- Mais tarde eu venho te buscar - ele falou, tirando o cinto também.
- Vem? - questionou surpresa e rindo.
- Sim - ele murmurou antes de beijá-la.
sorria com a demora proposital dele. Jensen começava a rir também e se afastou.
- Tchau - abriu a porta e saiu.
Jensen a esperou entrar na livraria, recolocou o cinto e deu partida.
Como pôde ter pensado em terminar com ela? Estaria mortalmente arrependido se o tivesse feito. Agora parecia que estava mais envolvido ainda por ela. cravara-se em seu peito a ferro e fogo. Nunca quis tanto conquistar o coração de uma mulher como agora. Tinha muito trabalho a fazer até o fim do expediente dela.
Capítulo 13
viu a porta se abrir e entrar, toda sorrisos e radiante.
- Heeey, e aí? Como é que está o bonitão?
- Gostoso como sempre! - respondeu rindo.
A outra riu também, erguendo a mão e bateu sua palma na dela e foi direto para o vestiário se arrumar.
Jensen saiu do supermercado segurando duas sacolas. Comprara algumas coisas para o jantar. Queria fazer alguma coisa especial. Só , ele e vinho tinto.
Abriu o porta-malas e as colocou lá dentro, quando ouviu alguém chamar seu nome. Virou-se e encontrou Christian vindo correndo em sua direção, só de bermuda xadrez e camiseta pólo preta.
- Hey, cara! Como você está? - Jensen perguntou feliz em rever seu amigo.
Christian o alcançou e se cumprimentaram efusivamente com um aperto de mão e um meio abraço.
- Por onde andou nas últimas semanas? - Christian quis saber vendo o outro fechar o porta-malas.
- No Canadá. Estava lá gravando. É um projeto novo. Quero que você veja dia onze de outubro, às nove e meia da noite. Depois quero saber sua opinião.
- Ah, daqui duas semanas. Pode deixar comigo. Não vou esquecer, irmão - gesticulava com seu jeito natural, meio elétrico. - Cara, vou reunir o pessoal lá em casa hoje. Apareça!
- Ah, não. Vou ficar em casa hoje - Jensen recusou sem rodeios.
- Tem certeza?
- Tenho, mas valeu pelo convite - sorriu largamente.
- É mulher, não é? - Christian perguntou, sorrindo desconfiado. E quando viu Jensen rir sem jeito e abrir a porta para entrar no carro, ele entendeu que a resposta era “sim”. - Ah, eu sabia! - ria. - Tudo bem, cara. Curta sua noite. A gente se vê.
Despediram-se do mesmo jeito que haviam se cumprimentado e Jensen entrou no automóvel, enquanto Christian voltava correndo para o dele, do outro lado do estacionamento.
sentou-se no edredom branco e grande, estendido no chão da sala, até a lareira acesa. Estava surpresa com o que Jensen preparara especialmente para ela, como ele havia dito quando fora buscá-la.
Havia uma garrafa de vinho tinto, duas taças de cristal, uma grande cheia de morangos suculentos e pétalas de rosas vermelhas espalhadas por cima do edredom.
o olhou ali parado de pé, lhe fitando com um sorriso de matar qualquer mulher do coração.
- Como você...
- Gostou? - Jensen a interrompeu. - Por favor, não diga que você também é alérgica a morangos? - murmurou sem pensar na besteira que fez.
só conhecia uma pessoa que havia isso: Emily.
Jensen não conseguiu olhar em seus olhos por muito tempo. Meneou a cabeça, lamentando aquela lástima.
- Por favor, esquece que eu disse isso - “Estúpido! Idiota! Como sou um tremendo retardado!”, ele se xingava em pensamento enquanto se sentava.
conteve o sorriso de certa satisfação em ver que realmente foi sem querer e o quanto ele parecia se punir mentalmente por isso.
- Eu amo morango! - engatinhou até ele e o beijou nos lábios, envolvendo-o com selinhos lentos e amorosos.
Aceitava seus beijos como se fossem desculpa cedida pela sua falta de senso.
parou o ato e o encarou com um sorriso sereno. Assim, ele se sentiu melhor.
Jensen estendeu a mão para pegar a garrafa de vinho.
Ela ficou vendo os músculos do braço dele se retesarem, conforme ele fazia força para tirar a rolha da garrafa. Serviu o líquido nas duas taças e ofereceu a primeira à ela.
o esperou pegar a dele e tomaram um gole ao mesmo tempo. Jensen lhe olhava intensamente. A proximidade foi instantânea. Ele simplesmente se inclinou e lhe beijou.
- Me desculpe por aquilo - ele pediu num murmúrio grave contra sua boca.
- Não se preocupe com isso - sorriu olhando-o nos olhos brilhantes.
Jensen acabou por sorrir também e tomado por aquele encanto, beijou-a com mais vivacidade. segurou-o pela nuca, retribuindo cada carícia que a língua quente e com leve sabor de vinho.
Ela sentou-se de frente para ele, sem parar o beijo. Jensen a ajudava a ajeitar o vestido, dessa vez mais curto e colado ao corpo escultural. Era preto. estava tão linda! Jensen começava a sentir que ela não era outra em sua vida. Não podia mais conter isso em seu peito.
- Estou apaixonado, - murmurou com certeza.
- Está? - sorria e acariciava o rosto dele, que afirmava com um gesto com a cabeça. - Eu também estou. Não é uma coincidência? - gracejou e beijou o sorriso lindo dele.
Jensen soltou um forte suspiro, apertando-a para si.
não podia se sentir mais feliz naquele momento. Jensen acabara de lhe dizer o que ela mais temia nunca ouvir dele, por isso a surpresa. Agora tudo fazia mais sentido.
O beijo ficou mais voraz, as roupas não tinham necessidade alguma, e só o que importava era um ter o outro...
... o amava ardentemente. Jensen mal conseguia ar para seus pulmões com as coisas que ela conseguia o fazer sentir. Era a mulher mais intensa que conhecera. Era inacreditável!
Quando caiu deitado e completamente fascinado com o prazer que ela lhe causara, debruçou em seu peito. Jensen enfiou as mãos entre os cabelos dela na nuca e a beijou. Exausto, deitou a cabeça no chão de novo.
viu o quanto ele estava ainda meio fora de si e sorrindo, o beijou na pequena e suave cicatriz que ele tinha no queixo.
- Você está aí? - sussurrou.
- Estou - abriu aquele sorriso. A olhou, se apoiando nos cotovelos. Ia dizer que a amava, mas ela o beijou carinhosamente.
- Eu acho que agora eu vou querer comer alguns daqueles morangos...
Jensen poderia ter dito, mas estava tudo bem. Aquela vontade de dizer não foi embora.
sentou-se e pegou um morango, o mordeu fazendo “uhmm!” de tão gostoso que estava. Ao mesmo tempo, ouviu Jensen murmurar algo parecido com “sou emo e você?”.
Olhou imediatamente para ele, rindo.
- Como é que é?
- Eu amo você! - ele repetiu sem entender por que ela tinha rido daquele jeito.
Ao ver a cara de espanto dela, um tanto quanto pálida, Jensen percebeu que não era isso que ela deveria ter entendido antes, e que ela estava em choque. Agora quem riu foi ele.
- O que você tinha entendido?
- “Sou emo e você?” - respondeu sorrindo e tentando descontrair, mas não poderia ignorar o que ele acabara de dizer. O homem maravilhoso ali sentado - e nu -, que não havia tido nem em seus sonhos, havia acabado de declarar seu amor por ela. Séria de novo, ela questionou.
- Você disse que me ama?
- Sim - quase ria de novo da cara dela. - Quer que eu repita? Talvez eu não tenha falado com uma dicção audível - falou com sua ironia saudável.
- É, talvez tenha sido isso - logo entrou no clima.
Jensen se aproximou dela, envolvendo-a em seus braços, e olhando-a nos olhos, repetiu.
- Eu amo você.
quase teve um enfarto duplo. “Ai, meu Deus!”, ela gritou em pensamento.
Largou a metade do morango que havia mordido e puxou Jensen pela nuca com um beijo, deitando no edredom.
- Eu pensei que você queria comer alguns morangos... - murmurou entre os lábios dela.
- Por que eu iria querer morangos, se eu tenho Jensen? - piscou, sorrindo graciosa.
- É, bem pensado - concordou com meio sorriso e voltou a beijá-la.
Depois daquela noite, seguida das primeiras trocas de declarações de amor, Jensen tomou a decisão de levar para o Texas. Queria mesmo ir para a casa de seus pais passar uns dias, antes mesmo que ligassem atrás dele para dar notícias do andamento de Supernatural entre os chefões da Warner Bros.
adorou a idéia quando ele a convidou, desta vez com mais convicção de que era para ir conhecer os pais dele como sua namorada, e não como amiga. Porém, tinha um pequeno empecilho: convencer seu gerente a lhe ceder uma semana de férias. Ela tinha esperança que não fosse tão difícil assim, já que tinha duas vencidas. Não por que o gerente era um carrasco, mas porque estivera numa fase terrível, onde só o trabalho lhe ajudava a esquecer os problemas. Mas agora, estava vivendo uma coisa tão boa, que com certeza não pensou duas vezes em procurar o gerente da livraria.
Bateu à porta duas vezes e esperou ele responder.
- Entre!
entrou de mansinho.
- Com licença.
- , o que houve? - questionou olhando-a de relance e voltando a assinar alguns papéis sobre a escrivaninha.
- Preciso conversar com o senhor. Se for atrapalhar eu falo depois...
- Oh, não! Pode falar - largou a caneta, e com um sorriso, cruzou os braços recostando-se na cadeira giratória.
- É sobre as minhas férias atrasadas.
- Sim.
- Preciso de uma semana de férias, senhor.
- Deus! Até na hora de cobrar as férias atrasadas você consegue me pedir só uma semana?! - ele caiu na risada. - Nunca vi alguém gostar tanto desta livraria quanto você, .
Com um sorriso sem graça, ela o viu abrir uma gaveta da escrivaninha e tirar um bloco grande de ficha. Preencheu em silêncio e começou a falar sem olhá-la de novo.
- Eu contratei uma atendente ontem.
não entendeu por que ele poderia ter contratado mais uma pessoa para a loja, sendo que ela e davam conta de todo serviço. Aí bastou ele olhá-la de novo com aquele olhar significativo e um estalo lhe ocorreu!
- Por favor, diga que o senhor está assinando minhas férias ao invés de minha demissão... - falou com temor e com as pernas bambas.
- Estou assinando suas férias, - ele riu. - E estou te dando um mês. Descanse! Estou cansado de ver sua cara por aqui - brincou.
E riu aliviada.
Capítulo 14
Antes da viagem para o Texas, fez o jantar especial para que seus pais conhecessem seu namorado mais formalmente. Jensen concordou imediatamente que fosse feito antes de irem para a casa onde crescera. Assim, fariam a coisa certa de uma só vez.
Tudo correra muito bem. Dienne e John não tiveram como negar a simpatia que sentiam por Jensen. Ele fazia um bem enorme à , e estavam muito a par disso após aquela noite.
Depois de algumas horas de vôo, e Jensen chegaram.
A primeira pessoa a cumprimentá-la foi Mackenzie, que abrira a porta.
- Oi, - abraçou-a com entusiasmo nítido. Adorava saber que ela havia afastado Emily da vida do irmão. Isso sem contar o quanto se davam bem.
A moça retribuiu ao abraço e logo avistou uma mulher loira e mais baixa que as duas. Ela sorria para enquanto se aproximava, olhando-a com curiosidade. Jensen interveio, beijando a testa da irmã e apresentando à sua mãe.
- Mãe, essa é a - ele falou depois de abraçá-la forte.
se adiantou e Donna Ackles pegou suas mãos, olhando-a com análise profunda. A outra até ficou meio estática com aquela mãe protetora, examinando-a olho no olho.
- Oh, Deus. Você é encantadora! - enfim, sorria novamente.
deu uma risada, aliviada e lisonjeada pelo elogio. Sentiu que foi sincero. E gostou dela, apesar da lenda das sogras serem más.
No decorrer da tarde, conversaram por horas. sentia-se muito bem vinda àquela casa. Ainda faltava conhecer Alan, o patriarca da família Ackles. Quando sentiu vontade de saber onde ele poderia estar, Donna se adiantou em contar.
- Logo Alan volta da pescaria...
Jensen levantou os olhos do televisor para encarar a mãe.
- Ele foi pescar sem esperar eu chegar?
- Ah, querido, você sabe como seu pai é... ele não sabe esperar. Além do mais, ele não deixaria de perder a oportunidade de ir pescar novamente amanhã - sorriu, encorajando o filho a aceitar as estripulias do pai.
Com um meio sorriso, Jensen voltou a assistir televisão. Instintivamente, procurou a mão de , que estava sentada ao seu lado. Ela perdeu um pouco a atenção que dava para a revista que Mackenzie lhe mostrava, sobre algumas exposições de artistas plásticos no Japão.
Jensen perdeu o interesse pelo telejornal e levou a mão dela aos seus lábios, beijando o dorso de pele macia e sedosa. Manteve-a ali em sua boca, observando a vontade dela por arte. Pela conversa das duas, dava para perceber o quanto sabia do assunto, mencionando nomes de profissionais da área e elogiando alguns trabalhos que vira antes. Depois sua atenção se voltou para os cabelos longos e ondulados; que desciam em cascatas pelo ombro delicado, em formas graciosas. O rosto dela era tão amável, principalmente quando sorria do jeito que fazia agora.
sentia o intenso olhar dele sobre si, mas não queria deixar Mackenzie falando sozinha. Tinha que continuar prestando atenção. Seria falta de educação.
Jensen segurou a mão dela com sua outra mão, para poder envolvê-la sobre o encosto do sofá, e deitar a cabeça em seu ombro, aspirando devagar o perfume dos cabelos. Mackenzie olhou para , segurando o riso. A outra riu.
- Jensen, você tem que deixar a gente confraternizar com sua namorada.
Ele parou com ar de riso e ficou ali prestando atenção na conversa. Mas só por alguns minutos. era irresistível e tinha certeza que ela sabia disso.
A namorada já sentia certas coisas quando ele começou a se enfiar em seu pescoço com aquela barba gostosa, lhe arrepiando toda.
- Ah, eu desisto! - Mackenzie gesticulou irritada, porém rindo, e saiu da sala.
- Mackenzie... - a chamou, mas a única coisa que ela fez, foi voltar no batente da porta e dar uma piscadela.
Voltou-se para Jensen com um olhar de advertência, que o congelou. não conseguia ficar muito tempo brava com ele. Não depois de um sorriso daquele, abrindo-se à sua frente. Aqueles olhos verdes brilhando...
- Por que você gosta tanto de irritar a sua irmã? - começou em tom baixo.
- Se eu não o fizer, quem vai fazer?
- Mas eu estava conversando com ela.
- Desculpa. Quer que eu a chame de volta? - disse calmamente, ficando um pouco mais sério.
- Não vamos fazer disso uma discussão...
- Eu não estou fazendo.
ficou olhando nos olhos dele, e vice-versa. Jensen os baixou em certo momento e mexeu em um dos botões da camisa que ela usava.
O coração de saltava com pequenos gestos dele. Coisas simples que ele fazia, mas que eram íntimas demais para ela. Nunca sentiu nada parecido por ninguém antes.
- O que você tem? - ela não se conteve em perguntar para chamar sua atenção de volta.
- Sabe quanto tempo faz que estou vivendo sem um beijo seu?
começou a rir dele e Jensen mostrou os dentes largamente.
- Como você é bobo!
Jensen cobriu os lábios dela num beijo carinhoso. Depois mais apaixonado e profundo.
o afastou delicadamente, com receio de alguém aparecer. Afinal, tinha acabado de chegar. Ser flagrada por Donna seria terrível, e sentiria muita vergonha.
- Qual é o problema? - ele murmurou baixinho, tentando beijá-la de novo.
- Sua mãe pode entrar aqui a qualquer momento.
- Ah, ... - reclamou impaciente.
- Ou seu pai. Imagina se ele chega agora e pega a gente aqui?
Jensen riu de desânimo e se afastou dela.
percebeu que ele estava chateado. Voltou a olhar fixamente para a TV e cruzar os braços. Parecia uma criança. Ela segurava o riso, mas também pensava bem sobre a situação. Se talvez estivesse sendo pudica demais e sem necessidade.
- Vai ficar assim agora? - questionou sem querer ser receosa.
- , você não é mais uma menina. Não precisa agir como se fosse - esbravejou, encarando-a.
Ela não sabia nem o que dizer.
- Eu não sei como você consegue se transformar assim de uma hora para outra - afastou-se mais para o fim do sofá. - De repente, vira um grosso! - disse chateada com um nó na garganta.
- Não, , às vezes com você eu tenho que ser mesmo.
- Por quê? Só por causa de uma rejeiçãozinha você já fica estúpido? - falou num tom mais revoltado.
- Fala baixo - Jensen pediu num tom calmo e sério, olhando-a e vendo que havia lágrimas contida nos olhos dela. Sentido por isso, ele sentou mais perto, mas ela fechou a cara. - Não precisa ficar assim.
- Você fala comigo daquele jeito e não quer que eu me chateie? - indignada, o olhou nos olhos.
Ele ficou sem palavras.
- Jensen, o pai chegou - Mackenzie gritou da cozinha.
se levantou junto com ele e deram a volta no sofá, indo para a porta, mas Jensen a deteve.
- Olha, eu não queria deixar você assim. Tem certas coisas que eu não consigo evitar.
- Tudo bem, você me acha infantil. Isso deve te deixar frustrado - ela riu tristemente.
- Não é isso.
- O que é então?
- Você não precisa temer ser pega comigo nessa casa. Estamos juntos, droga. Você é minha mulher e se eu estiver lhe beijando apaixonadamente é a coisa mais natural do mundo. Ninguém vai se escandalizar por isso.
se manteve frente a frente com ele, e de tudo o que ele disse, ela só teve dúvida do “você é minha mulher”. Ia perguntar, mas foram interrompidos por Alan entrando todo ansioso na sala.
- Hey, garoto! - abria os braços para o filho que não via há meses.
Jensen sorriu largamente e deu um baita abraço no pai. Estava com saudade do velho. Emotivos igualmente desde que Jensen nascera.
sorriu emocionada com o carinho que um tinha pelo outro. Era claro como água, que Jensen tinha o pai como ídolo, e era bonito de se ver.
- Pai? - Jensen apresentou somente olhando-a.
O sorriso espantado de Alan a fez se sentir elogiada e sua face enrubesceu.
Ele se aproximou dela e ergueu as sombracelhas. Igualzinho a Jensen. Ou melhor, o Jensen que era igualzinho a Alan.
- Então você é a ? - ele interrogou.
- Sim - não conteve o riso.
- Filho, com todo respeito... - Alan fez um sinal de 'ok' para ele e deu uma piscadela -, ela é tão... você sabe!
- Eu sei, pai. Eu sei!
riu sem graça, fitando Jensen. Dessa vez, se olhavam sem a tensão que houvera minutos antes entre eles.
Capítulo 15
Até o jantar, e Jensen ainda estavam meio afastados. Ela estava sem jeito, afinal, Jensen estava certo. Às vezes se portava como uma garotaa inexperiente, com medo de ser vista fazendo coisas, mas assim como ele dissera, ela não era mais uma menina e sim uma mulher. E se estava com ele, não era questionável para ninguém. Claro que não ia ficar nua na sala naquele momento, porém seria aceitável para Donna ou para Alan, se vissem os dois se beijando. Não seria nada demais. Mas depois da discussão, não tinha como ficar normal de repente.
Jensen sempre lhe olhava intensamente durante o jantar, sentado ao seu lado à mesa. não conseguia encará-lo por muito tempo, e desviava o olhar em segundos.
Depois da refeição, pediu licença para ir dormir. Realmente estava muito cansada da viagem e também precisava ficar um pouco longe de Jensen.
Quando entrou no quarto em que havia deixado sua mala, se deparou com uma cama de solteiro, no entanto, espaçosa para duas pessoas dormirem aconchegantemente.
não conteve em pensar que Emily já estivera ali. Assim como na cama de Jensen lá na casa dele. Pronto! Era só ter um abalo sísmico na relação que ela ficava completamente insegura.
Enquanto isso, na sala, Jensen conversava com Alan sobre o trabalho. Não demorou muito para seu pai querer saber sobre . Jensen contou como ocorreu tudo, de um ponto de vista menos conturbado, sem mencionar muito sobre Emily.
- Ela me parece ser uma ótima pessoa. De boa família.
- Ela é. Antes de virmos, jantamos com os pais dela. Uma reunião mais formal para me apresentar a eles como seu namorado.
- É, eu entendo - Alan sabia que os pais de trabalhavam na casa de Emily, e de todos os detalhes da história.
Jensen estava estranho. Com a cabeça longe.
- Com o pensamento numa bela mulher naquele seu quarto antigo? - o patriarca insinuou com certeza de que estava certo.
Jensen encarou-o sorrindo.
- Ela mal sabe o quanto significa para mim. Ela nem imagina... - Jensen falou com pena da situação.
Alan se preocupou logo de cara.
- Do que está falando, filho?
- Antes de você chegar, havíamos nos desentendido - contou esse fato também.
Depois, Alan riu.
- Filho, ela deve ter menos experiência em relacionamentos. Já pensou nisso?
- É, já! Mas na hora de falar, eu não pensei direito. Fui estúpido. E ela está chateada, mesmo depois de tentar me explicar. Acho que mesmo assim, ela não entende.
- A melhor prova de amor, é quando você tem o dever de mostrar o quanto é louco pela mulher que está contigo. Não importa quantas vezes tenha que dizer isso à ela. As mulheres se sentem inseguras na maioria das vezes, porque nós não sabemos como nos expressar.
- Eu sei.
- Não pare de tentar - Alan se pôs de pé. - Eu vou dormir. Sua mãe está numa fase inesperada e não posso perder essa oportunidade, se é que me entende...
Jensen não conteve em rir da cara de malícia de seu pai. Levantou-se também e ao invés de ir fazer o mesmo, foi para a cozinha.
Abriu a geladeira e pegou uma lata de cerveja. A casa estava silenciosa. Todos estavam dormindo. estava dormindo.
O que fazer? Como fazer com que ela tivesse conhecimento de quanto estava amando-a? Nem para ele mesmo conseguia definir, como faria para ela entender?
não conseguia pregar os olhos. Por que Jensen estava demorando tanto para ir para o quarto?
Estava se coçando para descer e ver o que ele estava fazendo.
Depois de quarenta minutos sentado na cadeira à mesa, segurando a lata de cerveja que só dera um gole e depois ficou queimando os neurônios, Jensen resolveu ir para o quarto.
Apagou as luzes e subiu a escada em silêncio. Entrou devagar no cômodo, e trancou a porta. Espiou o corpo longilíneo deitado em sua cama. A cama onde dormira durante anos antes de se mudar para Los Angeles. Onde sonhava com uma mulher ao menos perto do que era. Ele não conseguira sonhar tão alto.
Ela dormia em paz, com o semblante sereno. Tinha pouca luz no quarto; somente um abajur estava aceso, do lado oposto a que ela estava deitada.
Jensen tirou os sapatos, desabotoando a camisa preta.
despertou sentindo que não estava mais sozinha, mas não se mexeu. Quietinha, o viu se despir da camisa e largá-la sobre uma poltrona antiga. De perfil, ele abria o cinto, depois o botão e o zíper da calça.
Ela adorava vê-lo se despir. Era uma paisagem maravilhosa. Nem sabia mais se ainda queria se manter fingindo dormir.
E lá estava ele, de cueca boxer preta, indo para o banheiro.
A porta se fechou e se sentou na cama.
Quando ele saiu, paralisou ao vê-la.
- Desculpa se fiz barulho...
- Por que você demorou tanto para vir dormir? - murmurou sonolenta.
Jensen suspirou profundamente. Adorava-a toda amolecida de sono. Era uma doçura sem fim.
- Estive conversando com meu pai - ele se aproximou e sentou na beira da cama. - Depois fiquei um tempo pensando...
- Em quê? - ficou mais perto, pousando a mão no braço forte e deslizou os dedos até o antebraço numa carícia, fazendo-o retesar os músculos.
- Como... - Jensen se interrompeu desistindo das explicações impossíveis de serem ditas.
Tomou pelo rosto e a trouxe pra um beijo.
Ela sorriu entre o toque carinhoso. Ajoelhou-se, e sem desgrudar os lábios dos dele, o fez se deitar com ela.
Jensen engatinhou sobre a cama, se deitando sobre ela entre beijos que ardiam cada vez mais.
separou-se da boca dele.
- Me desculpa ser uma idiota completa?
- Oh, , não! Você não é idiota... - era inaceitável ter que ouvi-la dizer aquilo. Sentia-se horrível por tê-la feito pensar isso. - Eu não devia ter falado daquele jeito com você. Nunca! Perdoa-me...
- Eu sei que eu sou meio criança às vezes, Mms não é por...
Ela tentava continuar se explicando e Jensen se sentia mais culpado ainda.
- Pára com isso. Está me matando!
observava o semblante dele franzido. Por que ele sofria tanto?
- Jensen, o que eu tenho que fazer? - ela pediu com desespero.
- Nada. Só me perdoa. Eu juro que não faço mais isso!
- Ok - sorriu segurando o choro emocionado, mas as lágrimas caíram mesmo assim.
Ao ver aquela trilha de lágrima escorrer pela face dela, algo doeu dentro de seu peito. Uma dor estranha, terrível. Não devia nunca fazê-la chorar.
Beijou-lhe o rosto, tirando aquela lágrima dali. Enquanto sentia o sabor, jurava ser mais compreensivo daqui para frente. Menos grosseiro. Menos filho da puta.
procurou a boca dele com a sua, e num arfar, Jensen cobriu os lábios dela. Era só ela que conseguiria tirar seu peso na consciência. E sabia que ele não estava se sentindo nada bem por tudo aquilo. Pelo modo que ele lhe amava, era o bastante para perceber que se arrependia profundamente. Era o mais amoroso possível, preocupando-se com cada detalhe, cada gesto... Declarando o amor que sentia ao pé do ouvido entre seus arquejos.
Capítulo 16
abriu os olhos lentamente. A luz do amanhecer invadia o quarto pelas venezianas. Quase não enxergava muita coisa por conta dos seus cabelos que estavam sobre seu rosto. Num gesto rápido, os ajeitou e deu de cara com uma bandeja de café da manhã muito bem arrumada, com direito a um vasinho com duas margaridas lindas. Foi impossível deter um sorriso largo. Sentou-se, segurando o lençol para cobrir seu corpo ainda nu. Olhou ao redor, dando-se conta que Jensen não estava lá.
Puxou a bandeja mais para perto, analisando o que tinha ali. Torradas, geléia de morango, leite, suco de laranja e uma metade de mamão. logo pensou "depois dessa, Jensen merecia um MOSH bem dado".
Primeiro iria comer aquela delícia de café da manhã. Depois, tomaria um banho e iria procurá-lo.
Enquanto fazia tudo isso, lembrava da noite anterior. Ele era um amor. Era um homem e tanto! Aquela mistura que toda mulher acha que nunca vai encontrar, que não existe em lugar nenhum, que é pura lenda. Tudo bem que ele tinha seus defeitos, mas a intensidade do sentimento que ele expressava quando estavam entre quatro paredes, fazia qualquer mágoa anterior sumir.
Quando desceu para a sala, encontrou Joshua sentado no sofá, vendo tv.
- Oi, Josh - cumprimentou, feliz em revê-lo.
Ele se virou surpreso, reconhecendo a voz dela. Sorriu e foi ao seu encontro, animado.
- Oi, cunhada - ele a abraçou com carinho.
- Onde está a Pamela?
- Está na varanda tomando café da manhã com minha mãe e a Zie. Por que não se junta à elas?
- Eu vou.
foi até lá.
- Olha só quem acordou... - Pamela falou animada ao rever .
- Oiii! Bom dia, meninas - deu um beijo no rosto de cada uma, enquanto elas respondiam.
- E obrigada por me incluir no “meninas” - Donna brincou, arregalando os olhos comicamente, fazendo-as rirem.
- Mãe, você é a mais menina daqui - Zie fez questão de puxar sardinha.
- Hey, eu não tenho dinheiro! - Donna falou logo, no mesmo tom de brincadeira.
Zie mostrou a língua para ela, que franziu a sobrancelha, com olhar de advertência pelo gesto da filha. Mas Mackenzie sabia amolecer o coração da mãe muito facilmente. Correu até ela como criança e encheu seu rosto de beijinhos.
- Menina sem vergonha! - Donna deu-lhe um tapinha na bunda, fazendo-a rir e correr de volta para a cadeira.
- Senta aqui, . Toma café da manhã com a gente? - Pamela bateu no acento de uma cadeira vazia ao seu lado.
- Eu aceitaria de muito bom grado, mas preciso agradecer ao meu garçom particular que levou para mim uma bandeja de café da manhã caprichada na cama.
- Uhmmmm... - as três emitiram esse som malicioso.
- Olha o sorriso dela. Vai de orelha a orelha - Zie falou rindo.
só conseguia sorrir mesmo. E não estava nem um pouco envergonhada por esse assédio.
- Ah, mas é claro. Já viu o namorado dela? Meu filho! - Donna falou orgulhosa.
E de implicância normal de irmã, Zie fez cara de nojinho.
- Vocês sabem onde ele está? - perguntou.
- Jensen foi comprar algumas iscas na loja de pesca com o Alan. Enquanto isso, senta aqui, querida - Donna pediu.
aceitou, já que Jensen não estava na casa.
- Termina de contar o que Josh fez? - Zie perguntou empolgada para Pamela.
- Vou contar desde o começo, senão a não vai entender nada.
- Ok - concordou curiosa.
Depois de saber das brincadeiras íntimas entre Pamela e Josh, e rir muito disso, viu a caminhonete vermelha de Alan chegar. Donna notou o marido estacionar e descer do carro junto com Jensen.
O rapaz logo viu que as mulheres da família estavam na varanda e fixou sua atenção em , que sorriu para ele.
- Oh! - Alan disse alarmado para o filho. - Elas estão confabulando.
Jensen riu do pai e pegou a sacola no banco de trás.
não conteve e se levantou. Desceu os três degraus da varanda e andou pelo caminho de pedras.
- Bom dia, Sr. Ackles - disse ao passar por ele, vendo de relance Jensen chegando perto.
- Bom dia - Alan respondeu. - Mas, por favor, só Alan.
concordou sorrindo e quando se direcionou até Jensen, ele sorria e largava a sacola no chão. Ela deu uma corridinha, e deu o MOSH que tanto queria. Ele lhe ergueu nos braços, rindo com ela.
- Amei o café da manhã na cama - o olhou, ainda sendo carregada igual criança, com as pernas em volta da cintura dele. - Mas teria sido perfeito se você estivesse lá comigo.
- Eu prometo que no próximo eu estarei... - Jensen disse.
concordou e beijou-o amorosamente.
Jensen se surpreendia com a euforia apaixonante dela, sem receio da presença de todo mundo na varanda. Mas estava adorando aquilo. E como!
Aquela manhã foi movimentada. Tanto que era um tipo de diversão que, por mais que passara algumas de suas férias escolares no sítio de sua tia, no Kansas; ali com a família Ackles tudo era mais uma bagunça. Todos eram animados e ninguém parava de inventar alguma coisa para fazer.
Primeiro foi a idéia de Donna de levar para conhecer a feira de artesanato que ficava mais no interior da cidade, enquanto Jensen ia pescar com Alan e Josh. Por isso, foram Zie e Pamela com elas.
adorava feirinha de artesanato e ficava doidinha. Queria poder levar tudo que encontrava pela frente, mas tinha que escolher o que era necessidade. Ela sabia que, se gastasse além da conta, ia se arrepender depois e pegar raiva do objeto que a tentou durante a compra. Era coisa de gente doida, ela confessava para si mesma. Mas fazer o quê? Esse era seu jeitinho especial de ser.
Depois de um longo tempo, foram almoçar em um quiosque de comida mexicana. O legal era que naquela feirinha tinha de tudo. nunca tinha ido a uma tão completa.
- Eu amei esse lugar! Se eu pudesse, viria todo final do mês gastar meu salário aqui - confessou rindo.
- Ah, eu disse a mesma coisa quando vim pela primeira vez - disse Pamela. - Donna sabe que ela tem toda culpa de querer nos trazer aqui.
- Eu só quis dividir esse lugar maravilhoso com vocês. Agora que são minhas noras, tem que saber deste local. É como se fosse parte da família ter o costume de frequentar a feira de artesanato. Minha mãe vinha aqui sempre, e me carregava no colo, quando eu ainda era bebê.
- Que lindo! Então é costume das mulheres da família - comentou, achando fofa a história.
- Sim, é isso mesmo. Depois que eu tive essa tranqueirinha aqui - Donna apontou para Mackenzie -, também a trouxe. A primeira vez, ela tinha só três meses de vida!
Enquanto isso, no lago...
Jensen tirava o anzol da boca de mais um peixe que havia acabado de pescar. Estavam no barco da família, que ele havia ajudado a comprar para o pai, num certo aniversário. Josh havia sido sua companhia na contribuição.
Mais tarde, quando voltava com Zie, Donna e Pamela, perceberam pelo barulho de panelas vindo da cozinha, que os homens da casa já haviam chegado antes e já estavam aprontando.
- Eu não acredito que vocês estão na minha cozinha! - Donna disse alarmada, entrando no cômodo.
Os três se viraram surpresos com a chegada da mulherada.
adorou vê-los usando aventais, principalmente Jensen, que também tinha um pano de prato no ombro enquanto segurava uma espátula em frente à frigideira que fumegava sobre o fogão.
- O que você está fazendo, amor? - disse se aproximando dele. Antes de espiar a frigideira, selou um beijo nos lábios de Jensen.
- É um molho especial para o peixe que está no forno - respondeu, voltando a mexer nos ingredientes. Espiou a cara que ela fez de espanto. - Não se surpreenda muito. Isso é um pouco que sei fazer na cozinha. Não sou artista igual você.
Ela riu.
- Quer dizer que a é artista na cozinha? - Alan quis saber curioso, e todos a olharam com a mesma curiosidade.
- Eu acabei aprendendo algumas coisas com a minha mãe, mas não é nada demais. O Jensen exagerou - falou, um pouco sem jeito.
Jensen se virou, encarando-a e rindo indignado com sua modéstia.
- , claro que você é uma ótima cozinheira - ele olhou para todos na cozinha. - Ela fez uma macarrão al dente uma vez que eu tive que comer rezando.
Todo mundo riu, inclusive ela, balançando a cabeça. Como seu namorado era besta... mas o adorava!
- Já está aprovada pelo Jensen - Zie comentou com um sorriso malicioso. - Daí para o casório, é um pulo.
riu sem graça e viu que ele também sorriu do mesmo jeito, continuando sua atenção para o que estava fazendo no fogão.
- , então por que não me ajuda com o almoço amanhã? - Donna sugeriu animada e curiosa.
- Por mim, tudo bem... - concordou sorridente.
Por fim, Donna acabou ficando na cozinha, ajudando com o jantar que os “meninos” começaram. foi tomar um banho rápido e voltou a tempo de ajudar também. Mackenzie achou um jeito de fugir, se pendurando ao telefone, conversando animadamente com um sujeito misterioso.
cortava bem picadinho as folhas de coentro e salsinha, se deliciando com o cheiro delicioso das duas ervas. Adorava enquanto Jensen lhe atrapalhava, abraçando-a por trás, enfiando o rosto em seu pescoço, dando beijos e fungando atrás de suas orelhas, causando arrepios incessantes. ria sem parar.
Enquanto isso, Josh reclamava curioso querendo saber com quem a irmã caçula falava tão animada ao telefone.
- Pára de ser ciumento! A Zie já é maior de idade - Pamela falou rindo e tirando as cascas dos ovos cozidos, sentada à mesa. Josh a ajudava.
Donna cuidava do arroz, Alan da salada... era um mutirão para fazer o jantar.
Depois de pronto, ajudou Donna a colocar a mesa na sala de jantar. Era uma das refeições mais saudáveis e agradáveis que ela presenciou em sua vida. Com boa comida e boa companhia. O que mais ela poderia querer?
Capítulo 17
Naquela noite, foi para o quarto de Jensen mais cedo do que o esperado. Ele não suportou esperar mais de duas horas para assistir o DVD de um filme que Mackenzie colocou para ver.
até que gostaria de terminar o filme. Estava interessante o enredo, e a presença de Johnny Depp no elenco era um motivo a mais para ficar assistindo, mas teve que escolher em ir com Jensen para o quarto, é claro.
Subiram a escada com cuidado para não acordar Donna e Alan. Jensen segurava sua mão. Quando entraram no cômodo, ele trancou a porta e tirou a camiseta num movimento ágil.
observou-o rindo. Quando ele finalmente a encarou, disse.
- O quê?
- Que pressa é essa, menino?!
- Eu estou com tesão! Não quero perder tempo tirando esse monte de roupa... - respondeu com olhar intenso e sorrindo para ela.
largou-se em uma gargalhada.
- Shhhhh! - Jensen fez.
Ela arregalou os olhos ao se lembrar que os pais dele já estavam dormindo e tapou a boca, tentando parar de rir.
Ele desabotoava a calça jeans e baixava o zíper.
prestava atenção nas entradinhas abaixo do abdômen. Nossa, que tentação!
Jensen lhe olhava e sabia que ela estava gostando daquilo.
Ela se animou com a pressa dele e resolveu brincar.
- Ok, então eu também vou tirar a roupa. Por onde eu começo? Pela camiseta... - segurou na borda da peça justa e branca, levantando-a e mostrando o ventre, dançando e cantarolando a música da Pantera Cor-de-rosa, chamando a atenção dele. - Ou... - ela deslizou as mãos pelo ventre até a calça jeans, apenas desabotoando-a sem baixar o zíper. - ... a jeans?
Jensen sorria largamente e totalmente provocado. Aquela carinha de dúvida que ela fazia, era de matar.
- Diabinha! - riu, se aproximando dela. Estava elétrico.
- Qual é a sua escolha? Se me permite dizer, a jeans seria uma boa.
- Então faça - ele disse sério e em tom mais grave que o normal.
E o fez, sem muita pressa, com um jeitinho especial de provocá-lo.
Jensen até inclinou a cabeça para o lado, para vê-la se abaixar. percebeu e riu.
Ele a segurou pela cintura, olhando intensamente em seus olhos. Ela sorria e segurou o rosto dele entre suas mãos, o beijando delicadamente. Jensen retribuiu mais efusivo e apaixonado, sugando o lábio inferior dela. se agarrou ainda mais a ele, erguendo uma das pernas para envolvê-lo. Jensen a deitou logo na cama, aprofundando o beijo lento e intenso... Ela percebia que cada dia que se passava, Jensen era mais amorosamente intenso, inflamando sua alma de desejo e paixão. Estava perdidamente louca por ele.
Os beijos dele estavam explorando seu ventre. Ele já havia lhe despido de todo resto de roupa, e apenas saboreava cada canto de seu corpo, sem querer perder detalhe algum. Talvez já fizesse meia hora que ele se excitava só de sentir o gosto da pele dela, até separar as pernas esguias e deslizar os lábios pela virilha e cobrir com um beijo quente e molhado o lugar mais sensível. Ouviu o gemido de , que se arqueou febril de desejo. As mãos dele alcançavam os seios, massageando-os. Ela sussurrava sem parar, arquejando e gemendo, até se comprimir de prazer extremo.
Jensen se ergueu, vendo-a se esticar na cama toda lânguida, se virando de bruços. Ele abraçou-a assim mesmo. E, mesmo lânguida e sob efeitos do orgasmo que ele havia lhe causado, se inclinou para ele, e sem demora, com tremor pelo forte desejo, Jensen a possuiu a fundo, fazendo-a arfar rápido e se agarrar no lençol.
Ele se ajoelhou e continuou com movimentos intensos e ávidos. se arqueava e o acompanhava na intensidade. Sentia as fortes mãos lhe apertando e puxando pela cintura, chegando a certo ponto de estarem inteiramente fora do normal. Poderia se definir como selvagem.
nunca tinha se transformado assim e muito menos tido orgasmos múltiplos antes. Era um prazer tão forte, que era até meio dolorido, mas era tão bom e cansava até os ossos.
estava desmanchada de bruços na cama, de olhos fechados. Respirava recompondo suas forças, pois não tinha nem para falar. Sentiu Jensen lhe envolver num abraço carinhoso, lhe pondo contra o peito dele.
- Hey? - ele a chamou.
abriu os olhos devagar, e se moveu, aninhando-se nos braços dele e sorriu. Jensen também o fez, mas mesmo assim resolveu perguntar se ela estava bem. O último gemido dela havia sido tão choroso, que poderia jurar que era de choro mesmo, e talvez tivesse sido estúpido com ela.
- Você está bem, ?
Ela olhou bem para ele, e percebeu a preocupação na entonação de voz.
- Sim. Por quê?
- Você ficou tão mole e chorosa. Pensei que tivesse machucado você...
- Não. Nada disso, meu amor. Você não me machuca - sorriu para ele, acarinhando-lhe a nuca e beijou-o amorosa e com demora.
Jensen debruçou sobre ela, separou-se do doce beijo e a encarou com amor.
- Eu acho que, de certa forma, não conseguimos deixar de acordar quem estava dormindo - ela falou e riu.
Jensen também riu, concordando.
No dia seguinte, como combinado, ajudou Donna com o almoço.
De início, ficou contendo sua criatividade, sendo que a dona da casa adorava cozinhar para o marido e filhos.
Mas depois que a sogra começou a perguntar de seus segredos culinários e ouvir de os dela e dicas que aprendera com a mãe, Donna se empolgou e ela foi no embalo.
Da varanda, Jensen via pela veneziana aberta que divertia sua mãe facilmente. Não só com o assunto de culinária, mas com o bom humor que ela tinha. Estava claro que ela já havia conquistado a família toda.
Alan voltava dos fundos da casa, onde estivera trabalhando em sua pequena carpintaria. Ele o fazia por puro hobby.
Viu o filho parado e observando Donna e , rindo na cozinha de alguma coisa que conversavam. Jensen também sorria, fitando-as.
- Ela conquistou sua mãe!
Jensen sorriu, virando-se para ele, concordando.
- Seria duvidoso se a mãe não gostasse dela - concluiu feliz por tudo estar correndo tão bem.
- É. é ótima! Uma mulher jovem, encantadoramente linda, bem humorada e que pode lhe cozinhar bem todos os dias...
Jensen encarou seu pai percebendo, onde ele estava querendo chegar com aquela conversa.
Alan recebeu o olhar interrogativo do filho.
- O que é?! Não vai me dizer que não pensou nisso ainda?!- Alan questionou indignado.
- Pai, é muito cedo para pensar em algo mais sério. Olha o que você está insinuando - Jensen disse surpreso.
- O que é isso, filho? Está com receio de quê? Vejo o jeito que você olha para essa mulher. E é claro que você a ama! Por que não pensar em firmar o relacionamento?
Jensen sabia que seu pai estava falando de noivado, depois casamento. E confessava para si mesmo que despertava a visão futurística dos dois juntos, com quatro filhos, sendo três meninos e uma menina, e isso lhe deixava totalmente esperançoso, por poder ter ao seu lado durante sua vida.
- Jensen, Seu celular está tocando - Josh gritou da sala, despertando-o de seus pensamentos.
Ele correu e pegou o aparelho de cima da estante.
ouviu o grito de Josh e foi parar no batente da porta, vendo Jensen atendendo o celular. Não dava para perceber do que se tratava, mas percebeu que ele sorriu largamente. Com certeza era notícia boa.
Jensen desligou, e com um sorrisão sob o olhar curioso de , Alan e Josh, gritou.
- DEU CERTO!
- Supernatural?! - se aproximou empolgada.
- Sim, amor... sim! - Jensen a agarrou e a ergueu do chão.
Alan bateu palmas de orgulho, e Josh assoviou feito louco.
abraçou-o forte, rindo de felicidade.
Era mais uma série para ela se viciar, e nem se lembrou que isso custaria meses longe do amor de sua vida...
Capítulo 18
- Ok, eu tenho que voltar para L.A. amanhã. Daqui um dia terá reunião da equipe de criação... - a empolgação de Jensen era contagiante.
só foi – vagarosamente - se lembrando do detalhe da distância que estariam, quando ele finalmente disse a data da viagem.
- Próxima segunda-feira já estaremos em Vancouver! Vai ser demais... - disse sorridente, olhando para os próprios pés cruzados sobre o encosto do sofá. Estava com a cabeça sobre o colo de , que lhe dava cafuné.
Então, foi o silêncio dela que o fez começar a entender o que se passava naquele momento em sua cabecinha.
Ergueu os olhos para ela, que retribuiu e sorriu, só para não ser uma estraga prazeres. O cara estava todo feliz da vida e ela não poderia fazer a sacanagem de ficar “tristinha”. Ai, como isso era difícil de fazer. Queria poder ficar invisível quando ele lhe olhava daquele jeito, analisando olhos nos olhos.
- Você não precisa me esconder que está chateada - ele falou.
- Eu não estou chateada. Estou feliz por tudo estar dando certo para você - parou por um momento, vendo o desenho espiral que seu dedo fazia entre os fios de cabelo dele. - Eu só comecei a entender agora a pouco que vamos ficar um tempão sem nos ver, mas é óbvio que isso não vai ser o fim do mundo - forçou um riso, sem olhar nos olhos dele.
Jensen deu aquele meio sorriso e sentou-se para encará-la direito.
- Ora, vamos. Você não vai sentir tanto minha falta assim - resolveu brincar para ver se conseguiria fazê-la sorrir.
E riu mesmo, lançando um olhar de advertência pelo que ele havia dito. Era óbvio que morreria de saudade daquele homem.
- Claro! Eu te odeio! Por que sentiria sua falta? - ironizou, tentando conter seu mau humor.
- Ah é? - ele disse com seu olhar ameaçador.
- É! - e , do jeito que era, enfrentava-o sem demora.
Jensen agarrou-a pela cintura, com cócegas intermináveis, fazendo-a cair deitada no sofá, gargalhando e gritando para que ele parasse.
Duas semanas depois.
É, a coisa estava ficando difícil.
Eram dez dias longe de Jensen e já estava começando a sentir certo desespero dentro do peito. Uma vontade de sair correndo até Vancouver. Como se isso fosse possível, não é? Mas era isso mesmo que ela sentia vontade. Por mais que conversasse com Jensen por telefone, não era a mesma coisa. Faltava o cheirinho dele, o calor, o toque, o gosto dele... suspirou profundamente e voltou de seus devaneios.
Estava fazendo o fechamento do caixa quando seu celular tocou e vibrou dentro do bolso de sua calça. Levou até um susto. Quando viu no visor que era sua mãe, atendeu logo. Estava com saudade dela também. Só a tinha visto um dia depois que Jensen havia partido para o Canadá.
- Oi, mãe - atendeu feliz.
- , tudo bem?
- Tudo! E você?
- Eu estou bem, querida. Só queria te chamar para conversar sobre uma decisão que seu pai e eu tomamos.
- Decisão?! - ficou curiosa. - Que decisão?
- Vem jantar conosco hoje que você vai saber do que se trata.
- Ok. Mas é algo grave?
- Por que você não aguenta esperar? Como é curiosa! - Dienne ria.
- Você sabe que eu sempre fui assim - se defendeu, segurando o riso.
- É, eu sei. Por isso gosto de te falar as coisas pela metade.
- Você gosta de me provocar, não é, dona Dienne?- brincou, fazendo a mãe rir do outro lado da linha.
Despediram-se terminando a ligação, e voltou ao trabalho.
Avisou à que não iria jantar em casa, explicando que era algo que seus pais tinham para lhe contar.
estava dirigindo até a casa dos Dawson, tentando adivinhar o que poderia ser a importante decisão que seus pais haviam tomado. Não conseguia imaginar nada. Estava até passando da velocidade permitida para poder chegar logo e tirar sua dúvida cruel.
Já chegou buzinando em frente ao portão dos fundos. O segurança colocou a cabeça para fora da guarita com olhar alarmado, mas quando viu que era , deu com o polegar e uma piscadela, acionando o portão para abrir.
Depois de estacionar o carro, saiu correndo para sua antiga moradia. Bateu antes de entrar. Deu de cara com seu pai se levantando de sua poltrona na sala.
- Oi, pai – entrou, fechando a porta atrás de si, com respiração um pouco ofegante pela corrida.
- Eu ia abrir a porta - ele reclamou, e voltou a sentar na poltrona e olhar para a televisão, onde passava um jogo de futebol.
- Desculpa. Cadê a mamãe? - perguntou, mas sem esperar resposta, indo para a cozinha procurá-la.
John balançou a cabeça, murmurando.
- Que menina doida!
viu Dienne tirar do forno, uma travessa com molho branco fumegante... e um cheiro de dar fome em qualquer um.
- Uhmm! O que você fez para mim?
- Ah, você já chegou. Que rapidez! Não se aguentou vir com calma? Qualquer dia vai sofrer um acidente com essa mania.
tentou relevar a bronca. Sua mãe lhe conhecia tão bem, que não precisava de bola de cristal para saber que ela havia feito alguma coisa errada. Isso era irritante.
- Vocês vão me contar agora ou vou ter que esperar o papai terminar de ver aquele jogo? - disse impaciente.
- Claro que não. Você sabe que na hora do jantar, todos têm que estar à mesa. Seu pai também sabe disso.
- É, eu sei - sentou-se em seu lugar de sempre.
- John! - Dienne o chamou.
Ele teve que aumentar um pouco o volume da televisão e foi para cozinha. Assim, poderia pelo menos ouvir o que aconteceria durante o jogo.
viu a mãe fazer a careta de sempre quando ele fazia isso, e riu. Sentia falta desses detalhes familiares.
John sentou-se à cabeceira da mesa e Dienne acomodou-se também.
- Já começou a contar para ela? - John quis saber.
- Não. Estava esperando você vir para contarmos juntos.
- Bom, já estou aqui! - sorriu largamente para filha, que dançou na cadeira, de animação. - Nós vamos nos mudar!
- John! - Dienne o advertiu.
- O que é? A menina correu o risco de sofrer um acidente dirigindo em tão pouco tempo até aqui.
teve a prova de que não era só sua mãe que sabia demais sobre sua pessoa.
Mas sua boca ainda estava entreaberta por conta da notícia.
- Como assim vocês vão se mudar? Para onde?
- Ainda não sabemos - Dienne disse.
- Estamos pesquisando um bom lugar - John falou, se servindo do jantar.
- Mas por que isso agora? Não estou entendendo...
- Nós resolvemos que chegou a hora de nos aposentarmos. Estamos há tanto tempo trabalhando aqui, e eu quero muito ter meu restaurante - Dienne confessou sorridente. E não era um sorriso qualquer. Via-se o brilho sonhador em seus olhos.
sabia muito bem desse sonho antigo que sua mãe tinha, mas nunca tinha visualizado ele em realidade.
- Agora eu estou entendendo - se animava com a idéia. - Seria realmente muito bom que vocês fizessem isso. Teriam o próprio negócio e ficariam independentes dos Dawson’s.
- Foi o que eu mais pensei - John confessou.
- Por que diz isso, pai?
- Oras, desde aquele episódio envolvendo você e a Emily, não me desce mais nada dessa família. Ninguém trata minha menina daquele jeito e fica como se nada tivesse acontecido.
- Ounn, pai! - não sabia nem o que dizer.
- É verdade. Nem eu consigo mais ver as coisas como antes. Sempre sinto que Emily me ignora diariamente. O clima nesta casa está muito pesado.
não podia evitar em sentir culpa nisso. Mas não conseguia se punir, pois o motivo maior foi o Jensen. E ele era seu namorado agora. Ia se arrepender por quê? Imagina! E outra coisa, era muito bom saber que seus pais queriam mudar de vida. Ainda mais para eles, que passaram metade da vida trabalhando no mesmo lugar.
- Tudo bem. Sinceramente? Adorei a idéia de vocês. Dou maior apoio. Vocês merecem mudar de vida, sair daqui e viver um pouco mais. Aqui, vocês eram limitados de muita coisa.
- Obrigada, minha linda - Dienne agradeceu, pousando sua mão sobre a de , com carinho e sorrindo de coração.
- Espera que a parte boa vem agora - John piscou com ar de suspense.
- Tem mais coisa boa? - arregalou os olhos, encarando seu pai. - O quê?
- Queríamos você trabalhando no restaurante com a gente. O que você acha?
Se é que poderia ocorrer esse fenômeno de olhos mais esbugalhados do que já estavam, entraria no Guinness Book como a mulher com cara de “Zóio de Bomba”.
Capítulo 19
havia demorado um bocado para conseguir dormir. Estava pensando na proposta de seus pais em trabalhar com eles. Era uma idéia tão... surpreendente, que estava sem saber o que pensar à respeito. Primeiro, por que já tinha um emprego. Depois, e se o restaurante não desse certo? Não queria deixá-los chateados se dissesse que não ia ajudá-los. Principalmente sua mãe, que era a pessoa que mais sonhara com isso. Ela estava tão empolgada e esperançosa quando saiu daquela casa... como poderia recusar?
Afinal de contas, ela tinha que retribuir tudo o que seus pais já haviam feito nessa vida para ela.
Estava deitada quando ouviu o abrir da porta. Deveria ser . Ela tinha saído com um novo cara que havia conhecido em uma de suas saídas pela noite.
levantou da cama num pulo, por impulso e inquietude. Foi para sala encontrá-la, mas a luz da cozinha estava acesa.
- O que você está fazendo, sua ladra?
- Aaai, que susto, sua louca - saltou para trás, segurando a caixinha de leite e a outra mão no coração.
caiu na risada e foi direto para o armário pegar os copos. Também precisava de leite.
- O que você está fazendo acordada a essa hora? - perguntou servindo os copos. - Saudade do seu bebezão loiro?
- Não é bem por causa dele... - colocou os copos no microondas e digitou trinta segundos, só para tirar o gelo. Estava muito frio para tomar leite gelado.
se sentou à mesa, e fez o mesmo. Começou a contar o que tinha conversado com seus pais no jantar.
- Meu Deus, que situação - falou pensativa. - Pior que eu não sei nem o que dizer para te ajudar. É uma decisão um tanto difícil. E arriscada.
- É, eu pensei assim também. Mas depois fiquei pensando no quanto os dois já fizeram por mim. Eu sinto que se não ajudá-los com esse restaurante, vou me arrepender amargamente depois. Vou ficar com remorso - disse agoniada.
olhou para amiga por alguns segundos, percebendo sua agonia.
- Se você sente isso, acho melhor respeitar e obedecer. Isso é seu sexto sentido. Não se deve ignorar o sexto sentido feminino nem a pau - falou com seu costumeiro jeito meio desbocado de ser. Levantou-se e pôs o copo vazio dentro da pia.
assentiu e se levantou, fazendo o mesmo com o seu.
- Você tem razão. Não posso ignorar isso. Amanhã eu vou conversar com a minha mãe.
já ia saindo da cozinha quando falou.
- E o seu gatão? Não deu sinal de quando volta?
confessou com cara de desânimo, mas deu de ombros e voltou para o quarto.
Agora sim era Jensen que não saía de sua cabeça.
- Mas que raios, será que não vou dormir hoje? - ela reclamou, falando sozinha, amassando com violência o travesseiro.
Como planejado, depois do seu trabalho, foi até a casa de seus pais para dizer o que havia decidido. Já estava tudo uma bagunça de caixas de papelão vazias e empilhadas na garagem. Ela entrou na residência, que estava de porta aberta.
- Mãe? - chamou. Logo escutou os passos vindos da cozinha.
Quando Dienne chegou à sala, riu. Sua mãe estava vestida sem o uniforme de empregada dos Dawson. Isso era raridade de ver, principalmente àquela hora do dia.
- O que está fazendo, mãe?
- Estou jogando algumas coisas fora. Preciso eliminar as inutilidades antes de fazer a mudança. Seu pai achou o lugar perfeito há dias e só me contou hoje cedo - Dienne descarregou animada e com o sorriso largo de felicidade.
- O quê? Mas já? - se espantou, indo para cozinha com sua mãe. Estava uma bagunça naquele lugar. Os armários todos de portas abertas, e dois sacos de lixo no chão já estavam cheios.
- É, pois é. Seu pai deve ter algum distúrbio, sei lá. Mas o lugar é perfeito. No centro da cidade, espaço perfeito para o restaurante. Em cima, tem um imóvel para residência onde eu posso morar com seu pai.
- Que bom, mãe. Está tudo acontecendo tão rápido... mas é maravilhoso te ver feliz e empolgada assim - riu contente por ela.
- Oh querida, não sabe o quanto estou feliz!
- E a aposentadoria de vocês? Já deu entrada? O Sr. Dawson já mandou dar baixa na carteira de trabalho de vocês? Como está essa parte mais chata?
- Nossas carteiras estão com o contador. Ele devolve hoje à noite, depois é só dar entrada na aposentadoria.
- Ah, sim - ficou alguns segundos vendo sua mãe voltando a mexer numa gaveta do gabinete. - Oh, mãe? E se eu te dissesse que resolvi trabalhar com vocês no restaurante? Você ficaria mais feliz?
Dienne virou-se com olhos e boca arreganhados. não teve como segurar o riso ao ver aquilo.
A mãe somente pulou os lixos do chão para abraçar a filha, com mimos e gargalhadas.
contou para Jensen, ao telefone, sobre toda a situação. E ficou agraciada quando ouviu dele, que era uma idéia legal ajudar seus pais. E que, além do mais, já estava há mais de dois anos na livraria, no mesmo cargo, e não tivera nenhuma promoção. teve que concordar com isso.
No outro dia, contou para o gerente da livraria seus novos planos. Ele ficara um tanto relutante no início, mas depois concordou em fazer um acordo de dar baixa na carteira dela, como se ela tivesse sido despedida. Afinal, como ele mesmo reconheceu, havia vestido a camisa da empresa desde o começo. Assim, ela teria direito a receber o seguro desemprego por quatro meses e não passaria por nenhum aperto financeiro.
estava feliz por sua amiga estar tomando um rumo diferente na vida profissional, mesmo que arriscado. Sentia que valeria muito a pena, pois ela já comera a comida da senhora DeRavin, e era esplêndida! Não teria como não fazer sucesso.
Passaram-se mais oito semanas.
estava dormindo de bruços, vestida com seu conjunto de pijama de cotton, de shortinho e regata branca.
Jensen andou sem fazer barulho.
Era explosiva a sensação de estar com ela depois de um mês e meio longe. Segurava uma rosa vermelha que havia roubado do canteiro de uma casa próxima do prédio onde morava. Tirara os poucos espinhos com as próprias mãos, deixando alguns arranhões nas pontas dos dedos.
Ele a olhava dos pés à cabeça. Aproveitando que estava descoberta, deslizou suavemente o botão da rosa sobre a pele dela, se deliciando ao ver que chegando à panturrilha. A pele se arrepiava conforme subia cada vez mais. Então, ela se mexeu devagar, reclamando e virando para o outro lado.
Jensen sorriu. Como ela era dorminhoca, mas não desistiu de acordá-la.
Simplesmente sentou-se na beira da cama com cuidado. Pôs a rosa em cima do travesseiro, na frente do rosto dela, e afastou algumas madeixas dos cabelos cheirosos, beijando-lhe o pescoço demoradamente. Ela era tão cheirosa!
despertou com o arrepio súbito. Aquele beijo quente em seu pescoço, a fez se encolher. Vendo a rosa vermelha, virou-se e sentou.
- Oi! - Jensen sorriu.
- Oh, meu Deus! Eu não acredito... - teve de segurar o rosto dele entre suas mãos e sentir a barba despontando para acreditar que não estava sonhando.
Então, para reforçar, Jensen a beijou com ardente saudade. Correspondendo, sorriu entre o beijo. Seu coração estava à milhão por hora.
- Como você entrou no prédio? - questionou quando ele se afastou.
- Eu chamei pelo interfone, que me deixou subir.
- E por que não me avisou que você ia voltar hoje?
- Eu quis fazer uma surpresa. Gostou? - murmurou se aproximando para voltar a beijá-la.
- Gostei muito! - o puxou pela gola da camisa preta.
O beijo foi mais intenso e apaixonado, dando sensações turbulentas depois de tanto tempo longe um do outro. Principalmente para Jensen, que estava a ponto de bala!.
se colocou de joelhos na cama, e sentou-se sobre ele. Jensen lhe segurava com as mãos por sob a regata, subindo pela silhueta sem demora.
- Espero que você não esteja cansado da viagem - ela sussurrou contra os lábios úmidos, entreabertos e ofegantes. também estava subindo pelas paredes. Nunca esteve sofrendo tanto assim de abstinência sexual.
Vendo faíscas de desejo brilhando nos olhos dela, Jensen não pôde mais ser paciente, e a deitou na cama num movimento rápido.
- Nem se eu tivesse passado dois dias dentro de um avião estaria cansado o bastante para deixar de ficar com você agora.
abriu aquele sorriso e Jensen sentiu as mãos delicadas dela lhe tocar o peito, com carinho. Deixou-se deitar sobre ela, e beijar a sua boca, sem pensar em parar.
começou a abrir os botões da camisa com calma, apesar da urgência.
Jensen agarrou uma das coxas e se encaixou entre as pernas dela, enquanto beijava-lhe o pescoço, pondo-o louco. Ele fechava os olhos, e certas imagens lhe vinham à mente. Imagens de um tormento que viera passando durante sua estadia no Canadá, e que mesmo indo embora de lá, isso continuava lhe perseguindo.
terminou de desabotoar a camisa dele e o fez se ajoelhar para tirá-la, deslizando as mãos no peito forte, sentindo a pele queimando sob seus dedos. Os músculos dele se retesavam quando o tocava assim.
Num suspiro profundo, Jensen a puxou para si, beijando-lhe a boca e depois o pescoço. era a pessoa mais certa para ele meses atrás, por que uma deusa loira lhe deixava confuso assim? Ele tinha que afugentar aquele desejo por Joanna.
riu, adorando a euforia do desejo dele. Estava sendo amassada por aqueles braços fortes contra o peito... Acariciou com suas unhas as costas largas, enquanto ele a deitava de novo.
Olharam-se por alguns instantes. ainda se sentia completamente dele quando aquele par de olhos verdes lhe olhava assim.
- Ah, meu amor... - sussurrou, coçando suavemente a barba cerrada e o beijou delicadamente.
Jensen arfou e abafou um gemido de ansiedade. Prolongou o beijo lento e molhado, que ela fazia cada vez mais provocativo. Ele não conseguiu controlar na imaginação que era Joanna ali, e não demorou mais para começar a despi-la da regata, deixando os seios livres. Já os vendo túrgidos, Jensen os tomou com as mãos másculas com carícias lentas, tirando gemidos baixinhos dela.
tinha que se controlar no seu volume. estava no quarto do outro lado do corredor. Apesar de que, nem na casa dos pais dele ela conseguira conter-se. Fez o máximo, até que Jensen tomasse um de seus seios em beijos e sucções lentas e intermináveis, fazendo-a esquecer-se de onde estava.
Uma das mãos Jensen desceu pelo ventre liso e a enfiou dentro do shortinho do pijama. Com dedos ágeis, acariciou-a, tirando-lhe sussurros e gemidos, foi quando a ouviu dizer febrilmente que o amava, e ele levantou o rosto para encará-la.
- Droga. O que eu estou fazendo? - Jensen se afastou completamente dela, se pondo de pé, e vislumbrando o quanto a deixara abandonada.
mal sabia o que dizer com aquela atitude de louco.
- O que foi, Jensen?!
- Eu não posso fazer isso. Não posso fazer! - passou a mão na cabeça, andando de um lado para o outro, na frente da cama.
não entendia nada.
- Jensen, você está me deixando nervosa. O que você não pode fazer? - disse, se ajoelhando na cama, tentando alcançá-lo. Mas ele continuava distante.
- Eu... eu não posso fazer isso com você. É tão errado! - parou, ainda fora do alcance dela, a olhando. - Estou confuso.
- Confuso? - “era só o que me faltava!”, pensou completamente surpresa, frustrada e insegura.
- Eu conheci alguém...
Jensen nem precisou terminar a frase para entender. Deixou-se cair sentada na cama, olhando-o como se estivesse desacreditada, desconfiando que ele estivesse lhe pregando uma peça; porém, pela cara dele, aquilo era muito sério. Mas também tinha que pensar na possibilidade de ser mentira. Ele era ator, e deveria estar fingindo. Ele não deixaria de lhe amar por ter conhecido alguém assim, de repente...
Foi então que percebeu, caiu na real que com ela fora assim. Poderia acontecer sim! Agora, quem estava completamente perdida era ela.
- Quem? - foi só o que ela conseguiu perguntar.
- Não importa o nome. Ela é alguém do meio artístico - Jensen não queria aprofundar no assunto. Não queria magoá-la mais do que já estava fazendo com sua confusão. - Eu sabia que não ia conseguir deixar isso para lá. Depois que olhei dentro dos seus olhos, ficou impossível.
via a testa franzida dele. O andar cabisbaixo até ela, trazendo consigo a cadeira da penteadeira. Jensen se sentou à sua frente, e ainda de cabeça baixa, se manteve em silêncio. Juntou os punhos fechados com força, deixando as articulações dos dedos perderem a cor e as veias ficarem mais em relevo sob a pele. Ele estava tão nervoso, que sentia-se da mesma forma. Nunca o vira assim antes. E uma súbita vontade de chorar, a tomou.
- Jensen, diz logo o que você tem para dizer, por favor?! - pediu, sem mais conter o choro.
- Não sei mais sobre meus sentimentos por você - ele engoliu em seco, sem conseguir encará-la ainda. Sem quase se mover. - Essa mulher, desde que a conheci, me deixou perdido.
- Como ela é? - não podia conter sua curiosidade sobre a “vadia”.
- Que diferença faz saber isso? - a encarou, engrossando a voz mais do que já era.
- Faz diferença! Eu quero saber!
- Você só quer ficar se comparando com ela.
- Dá para você responder a droga da pergunta? - esbravejou.
Jensen relevou aquilo. Ela estava magoada e isso era mais do que natural. Era tudo sua culpa ter se deixado envolver pelos encantos de outra mulher.
- Ela é alta, loira...
- O seu tipo - disse com seu tom irônico e ácido.
Jensen nem podia negar, porque era mesmo.
- Não pare! Como se conheceram? - começou a se fazer de “amiguinha feliz”. Tudo por ódio.
- Pára de fazer isso - disse Jensen, percebendo o estado dela.
- Eu só quero saber...
- Eu não vou contar!
- Então não conta! - gritou furiosa, se levantando da cama e saindo para a sala.
Com passos pesados, e chorando em silêncio, foi direto para a porta.
- Você é mesmo muito infantil! Para quê quer saber essas coisas? - questionou, chegando à sala e vendo-a abrir a porta.
- Vai embora já que não quer contar.
- , olha o que está fazendo... parece uma menina.
- Pára de me chamar de criança! Criança não faz as coisas que já fiz com você, seu idiota! - se aproximou dele com passos firmes, enfrentando-o.
Estranhando a atração física enorme entre eles, Jensen falou com mais calma.
- Eu não quero falar para não te ver mais magoada do que já está. Eu não sei mais se mereço você, . É isso!
- Que papo imbecil - lamentou, enxugando o rosto com gesto brusco. Tinha acalmado, mas ainda falava com os soluços de choro sentido. - Nós deveríamos estar matando a saudade um do ouro agora, e... - estremeceu o queixo, com o choro vindo de novo.
Jensen franziu o cenho vendo aquilo.
- Me perdoa! Me perdoa, ! Eu não queria fazer isso com você! - Jensen estava com um tremendo nó na garganta. Queria morrer ao vê-la sofrendo assim. E tudo causado por ele mesmo? Era pior ainda. - Eu sou um idiota, um ameba por te fazer sofrer assim.
- Eu não entendo. O que ela fez para te deixar assim? Ela é tão boa de cama? Me fala, inferno! - bateu o pé, demonstrando toda sua agonia.
- Eu não te traí, - ele se defendeu com firmeza. - Eu nem ao menos deixei que ela me beijasse.
- Ela tentou te beijar? - ela falou de olhos arregalados.
- É.
- Onde foi isso? Como? Por que não beijou essa mulher? - surtava de novo.
- Eu a conheci num evento. Ela estava divulgando um trabalho fotográfico, é modelo - Jensen resolveu abrir o jogo todo.
- Modelo de novo? - disse inconformada.
Ignorando o comentário, ele continuou.
- Conversamos e trocamos números de celular. Eu não consegui me segurar e liguei para ela dois dias depois. Saímos algumas vezes, nos conhecemos e a química é boa e recíproca. Mas eu contei para ela sobre você, e que não queria te enganar. Não queria ser um cafajeste com você, .
O silêncio pairou sobre eles.
já sentia e entendia que era o fim. Para ela, era o fim. Jensen não estava mais como antes. Ele mesmo mostrava isso ao contar o que tinha feito. Ele se deixou envolver por outra mulher sem sacrifício algum para evitar que isso acontecesse. se sentia uma insignificante. Era como se não fizesse nenhuma importância para ele. Se fizesse, ele a teria respeitado e nem aceitaria a troca de número de celulares.
- Então acabou... - afirmou, indo para porta de novo e a abriu. Olhava para ele com firmeza. Não tinha vontade de chorar, só estava se sentindo vazia por dentro.
Jensen sentiu um solavanco na batida do coração, como se fosse um tremendo medo de se arrepender disso tudo. Estava perdendo-a. Era isso que estava acontecendo. Sentimento de perda.
- Vai embora, Jensen! Eu tenho que acordar cedo amanhã - disse com frieza, fazendo pouco caso.
Era como uma faca de lâmina fria sendo enfiada muito lentamente em seu coração. Jensen saiu do apartamento e a porta bateu à suas costas, com força.
Capítulo 20
tapou a boca e descarregou o choro compulsivo, sentindo um abraço amigo lhe envolver.
- Chora bastante. Descarrega tudo, minha flor - era a única coisa que poderia dizer naquele momento.
- Ele não me ama mais... - sentia as pernas amolecerem.
A amiga percebeu e a levou para o sofá.
- Fica quietinha aí, que eu vou trazer água para você - saiu correndo para cozinha.
Do lado de fora no corredor, Jensen se virou de volta para porta do apartamento. Escutava o choro dela e foi a maior luta interior que teve para não chorar. Mas os olhos se encheram de lágrimas facilmente, embaçando sua visão, até piscar os olhos, e elas escorrerem.
- Merda! - ele socou a parede, descarregando a raiva de si próprio.
ouviu um barulho, como se alguém tivesse batido alguma coisa, mas suas pernas estavam vacilantes e ela não quis ir até a porta. Logo, voltava com um copo d'água.
- Bebe isso.
- Alguém parece ter caído no corredor - comentou e bebeu um gole longo enquanto ia verificar.
- Não tem ninguém aqui - disse, fechando a porta de novo, estranhando . Será que ela estaria tão perturbada assim com aquele fim de namoro que estava tendo alucinações?
não teve muito que explicar para . A maioria da briga foi na base do berro.
- Você já pensou no quanto ele teve respeito por você em te contar? Ele poderia muito bem ter te traído, e não ter contado nada!
- Mas eu nem sei se acredito se ele realmente rejeitou o beijo dela, como ele disse - falava, largada e descabelada no sofá.
- É, também tem essa. Ai, não sei, . É muito estranho... Ele acabou de voltar e conta isso? Eu ficaria perdidinha igual você.
- Se você sente isso, imagine eu - deu um longo suspiro de tristeza, estremecendo o queixo, sentindo o choro querendo voltar e deitou-se no sofá. - Eu quero me afogar em chocolate agora! Seria o suicídio perfeito - tentou rir para animar a si mesma. Em vão...
Jensen dirigia de volta para casa, pensando no que tinha acontecido. Sentia-se mais leve por ter desabafado de sua imensa confusão de sentimentos. Por outro lado, sentia-se um nada por ter feito sofrer daquele jeito. Onde estava com a cabeça quando deixou Joanna lhe enfeitiçar daquela forma? Ela era linda demais, sim. Inegável! Mas será que conseguia superar o que conseguia lhe dar?
Jensen estacionou o carro dentro da garagem, e ao entrar em casa, a primeira coisa que fez foi abrir uma garrafa de cerveja gelada. Foi para sala, na intenção de sentar no sofá e ficar remoendo o que acabara de fazer. Porém, estava inquieto. Não conseguiu nem olhar para o carpete do cômodo, onde passara por momentos indescritíveis com .
- Acabou. Acabou! - ele repetiu para si mesmo, reafirmando, assim como dissera antes de lhe mandar embora do apartamento. E aquele medo de se arrepender de novo apareceu.
- Que inferno!- esbravejou. E saiu novamente, deixando a garrafa de cerveja em cima da mesa de centro.
Na manhã seguinte.
foi dirigindo durante o caminho todo até o restaurante, pensando em como contar para seus pais o que tinha acontecido.
Estacionou o carro na garagem lateral do imóvel, e entrou pela porta dos fundos, que dava direto para cozinha industrial de médio porte. Havia junto com sua mãe, mais dois ajudantes contratados. Os dois e Dienne olharam para ela ao ouvirem a porta se abrir. Foi claro o espanto no rosto dos três. Deveria estar com olhos inchados de tanto que chorara durante a noite inteira.
- Meu Deus, filha! O que aconteceu com você? - Dienne foi ao seu encontro de imediato. E foi o suficiente para desabar a chorar mais.
- O Jensen...
- O que houve com ele? - Dienne logo pensou em acidente de carro, de avião...
- Ele voltou ontem e contou que conheceu outra mulher. E ele está confuso!
- Hã?! - ela não acreditava no que estava ouvindo.
Bom, até contar tudo para sua mãe, e depois de meia hora para o seu pai também, pensou que ouviria um baita discurso de que tivesse alguma culpa em tudo isso, mas não. Ela recebeu apoio e carinho dos dois, e também dos funcionários que ajudavam sua mãe no restaurante.
O dia foi tão longo, que estava de saco cheio de tentar fazer cara de simpatia para os clientes. E não podia passar seu desânimo e tristeza na segunda semana de funcionamento do restaurante. Estava indo tudo tão bem com o novo negócio, que e seus pais preferiam nem comentar muito, para não dar azar.
No fim da noite, um pouco depois dos últimos clientes saírem, chegou outro. Muito sem jeito, entrou e observou o local, com olhos verdes tímidos e receosos pelo que poderia enfrentar vindo dos donos do lugar, já que machucara a filha deles na noite passada.
estava limpando uma das mesas redondas com pano úmido distraidamente, pensando e sentindo sua tristeza, sem ter que esconder de mais ninguém o quanto estava mal. Percebeu que tinha alguém se aproximando e olhou. Paralisou ali mesmo ao ver Jensen. Lindo e um tanto quanto abatido. Ficou quieta e ele parou a um metro de distância, com as mãos dentro dos bolsos da jeans surrada.
- , você não vai comer nada? - Dienne perguntou preocupada, vindo da cozinha. Ela não havia conseguido fazer sua filha comer o dia inteiro. Quando viu que Jensen estava ali, Dienne não soube o que pensar e sentir. Afinal, era seu bebê sofrendo por culpa dele. Porém, também tinha que admitir que ele sempre fora um bom rapaz. Mesmo tendo o encontrado pouco, por telefone conversaram um bocado, quando ele levara para o Texas, na casa de sua família.
- Boa Noite, Sra. DeRavin - Jensen a cumprimentou, tentando parecer natural na situação, mas não deu muito certo. Não tinha como ser diferente. E era assim que teria que enfrentar.
- Boa noite - Dienne respondeu polidamente.
- Eu quis vir conhecer o restaurante da senhora e desejar sucesso - sorriu e engoliu em seco quando John saiu da cozinha, todo a postos, como se uma ocorrência grave estivesse acontecendo.
- Rapaz, o que está fazendo aqui? - foi curto e grosso, completamente de cara fechada e encarando Jensen, enquanto caminhava para o lado de , que se mantinha calada.
Jensen entendia a posição de pai que ele tinha, e respeitava muito. Ele era o vilão que abandonara a filha deles.
- Vim conhecer o restaurante e desejar sucesso para vocês, de coração - viu que John era difícil de convencer. - E pedir desculpas. Por tudo. Eu os respeito muito como se fossem meus pais. E entendo o quanto devem estar me odiando agora. Talvez eu mereça.
O olhar dele se dirigiu à , que não conseguiu encará-lo por mais tempo, e nem ficar no mesmo lugar que ele. Ela foi para a cozinha, sem dizer nada. Jensen respirou fundo com o seu desprezo.
Compreendendo o quanto parecia difícil para ele também, John se aproximou.
- Obrigado, filho - disse, dando um tapinha no braço dele de camaradagem, mas com certo lamento por não tê-lo mais como genro. - Sucesso para você também, seja o que for fazer de agora em diante.
- Obrigado, senhor - engoliu em seco de novo, depois de um firme aperto de mão. Olhou para porta da cozinha, querendo falar com pela última vez.
- Eu creio que ela não queira mais lhe ver - John avisou.
- Eu sei, senhor. Eu sei... - Jensen lamentou. Mordeu o lábio, baixando a cabeça, voltando-se para Dienne. - Boa noite!
John e Dienne esperaram Jensen sair. Eles se olharam e John disse.
- Ele já me parece saber que fez a maior burrada da vida dele.
Capítulo 21
Algum tempo se passou. O suficiente para conseguir colocar a cabeça no travesseiro sem começar a chorar.
Jensen estava voltando para casa. Já tinham sido encerradas as gravações da primeira temporada de Supernatural, e o que ele mais queria era retornar.
soube o nome da namorada de Jensen por puro impulso e curiosidade. Admitia que às vezes caía na tentação de pesquisar na internet notícias sobre ele. Era Joanna Krupa, o nome dela. E como Jensen dissera meses atrás, ela era mesmo modelo e atriz. Loira, corpo invejável. Um ótimo motivo para ficar mal durante um tempo indeterminado. Com razão ele se apaixonara por ela, era uma das mulheres mais lindas que já vira.
- De novo vendo essa siliconada? - a pegou em flagrante na frente do computador, googleando fotos da ladra de Jensen.
logo fechou a página e tentou disfarçar, voltando para o Messenger.
ficou parada ali do lado dela, até que bateu na mesa do computador e a encarou.
- Ok, eu admito que estava me torturando de novo.
- Que bom que você sabe! Agora dá para parar com isso? Já faz seis meses que vocês terminaram o namoro. Ele está com essa cara de fuinha aí... e você?
- Eu o quê?! - se fez de desentendida.
- Você sabe! Parou de viver. Por que não vai mais comigo para os barzinhos? A Mackenzie vive te convidando para ir às exposições de arte que você tanto gosta, mas sempre inventa alguma desculpa.
- , eu fico agoniada de olhar para Mackenzie. Eu a adoro demais, mas ela é irmã do Jensen. E isso não me ajuda a esquecê-lo - se defendia. Levantou-se da cadeira e olhou para . - E tem o pior. Recebi o convite de casamento do Joshua com a Pamela.
- Jura?! - tentou não sorrir com a novidade.
- Por que você está sendo tão mal comigo? Qual é a graça?
- Desculpa, mas você tem uma oportunidade de ouro nas mãos. Será que não vê? A família do Jensen te adora! A Mackenzie não vivia te dizendo isso?
- E daí?! - falou cheia de agonia.
- Vá ao casamento, mas leve um acompanhante. Um bem delicioso, de preferência - disse com brilho de crueldade nos olhos.
parou pensativa, erguendo uma das sombracelhas. O plano era ótimo! O que mais queria era dar a volta por cima nisso tudo, mas não sabia como.
- Só que eu vou precisar ter coragem para isso. Faz tanto tempo que não o vejo, e encontrá-lo de novo, em um casamento... vai ser dureza!
- Você é linda e especial demais para ficar se escondendo numa concha de ressentimentos e mágoas para o resto da vida, amiga do meu coração - disse, abraçando com carinho, e depois lhe deu um tapa na bunda, fazendo-a rir. - Bola para frente mulher!
- O que seria de mim sem você, ? - sorria.
O casamento estava marcado para o dia seis de maio. tinha dez dias para achar alguém para lhe acompanhar. Por isso, resolveu seguir o conselho de e sair com ela e conhecer seus amigos. Mas como sempre, só tinha amigos malucos. Sempre um pior que o outro.
- , este é o Mark. Ele é GoGoBoy aqui da boate. Ele não é lindo de morrer?!
sorriu ironicamente, dando três beijinhos no rosto do cara mais bombado que conhecera. Depois de dez minutos de conversa, ela decidiu dar um perdido em Mark.
Quando achou no meio da multidão, a puxou com certo desespero.
- Eu vou embora daqui!
- Por quê? Você largou o Mark sozinho?
- É! O larguei lá com dois amiguinhos dele.
- Quem? - questionou curiosa.
- A carreirinha branca e o canudinho improvisado com uma nota de vinte dólares - disse , sorrindo forçado e com as mãos na cintura de revolta e nervosismo.
- Oh! - fez cara de entendida. - Me desculpa, mas eu não sabia que ele gostava disso!
- Você só me arruma tranqueira. Já devia ter esperado por isso - começou a andar no meio da multidão da boate, na intenção de ir embora.
- Ah, não fala assim!
- Você é um péssimo cupido! - gargalhava, olhando para trás de relance, esbarrando-se em alguém alto e forte. - Ui, desculpa! - disse rindo, mas ao ver quem era, fez cara de surpresa. - Oi, Mitchel!
- Oi! - ele disse todo animado.
só arregalou os olhos e segurou o riso, se inclinou para e cochichou.
- É perfeito!
- O que você está fazendo aqui? E sua noiva? Aliás, sua esposa. Já deve ter se casado, não é? - disparou a falar, ignorando .
- Eu não me casei.
- Sério?! - ela não queria ter transmitido tanto entusiasmo. Era sua vontade de vingança se aflorando. Fora Deus que a fez encontrá-lo.
- É, mesmo depois daquela confusão sobre a mentira da Emily, minha noiva e eu tivemos outros desentendimentos. Vários, na verdade - ele afirmou, rindo com certo constrangimento.
- Vamos arrumar um lugar mais tranquilo para conversar? - estava muito interessada nele, de repente. Como cochichara, ele seria perfeito.
Acharam dois lugares na beira da piscina. A boate tinha piscina, sim. Num lugar a céu aberto, era lindo, de classe.
- Bom, para resumir o que aconteceu, não era para ser com a Jenny. Ela era maravilhosa e tudo mais, mas perfeccionista demais. Isso me irritava muito. E a gente sempre brigava por isso...
o ouvia sem conter um meio sorriso nos lábios. Tinha esquecido do quanto Mitchel era lindo. Era tanto, que poderia ser comparado àquele ator do filme “O quarteto fantástico”, Chris Evans. Era bem parecido. Cabelos castanhos claros; olhos verdes claros; e para sua alegria, ele estava usando barba, do jeitinho que ela gostava; sem mencionar o corpo atlético. Ops! Mencionei sem querer...
- Então - Mitchel disfarçou e perguntou logo -, cadê o Jensen?
riu de nervoso. Era horrível ter que contar para qualquer pessoa que perguntasse sobre seu ex-namoro.
- Eu não namoro mais com ele - limitou-se a dizer só isso.
- Ahmm... - Mitchel murmurou pensativo e olhando bem no rosto dela. - O que houve?
- Bem... - odiava quando insistiam no assunto. Não estava de bom tamanho saber que já não estavam mais juntos? - Ele se envolveu com outra pessoa e me contou antes que chegasse a me trair. Pelo menos foi isso o que ele dissera.
- Mas você teve dúvidas, não é? Se ele realmente não te traiu?!
- É - olhou bem para ele e riu.
- O que foi? - perguntou sorrindo.
- Eu nunca pensei que fosse conversar com você assim um dia.
- É mesmo? Por quê?
- Eu era meio apaixonada por você no colegial, mas você nunca me dava sinal de saber que eu existia - contou com toda naturalidade do mundo.
- Eu também era por você - Mitchel não teve problema nenhum em confessar, já que ela fazia o mesmo.
ficou surpresa e riu.
- Sério?
- É serio! Mas sabe como é, na adolescência a gente tem tendência a fazer escolhas equivocadas.
- Não é só na adolescência, não - ela ria, e ele também.
dedicou aquela noite à sua ressurreição. Estava péssima com relação a sua auto-estima, mas Mitchel tinha uma conversa boa e a fez se sentir a vontade a noite toda.
Dançaram na pista e teve certeza que ele era um pedaço de mau caminho, que sabia dançar música eletrônica, coisa que o Jensen não era muito chegado. O ex era mais do rock... E lá estava ela de novo se lembrando dele.
Mitchel parecia ter percebido algo diferente nela, que a puxou mais para si, pela cintura. E começou a sentir um calor, ao mesmo tempo uma aversão de estar sentindo-se atraída por outro homem que não fosse quem amava de verdade.
A dança continuava cada vez mais sensual. Mitchel era um tremendamente sexy. o xingava em pensamento por isso.
- Eu estou com sede - ela falou em seu ouvido.
Mitchel assentiu e a levou para o balcão de neon do bar.
- Ô amigo, uma garrafa de água, por favor?! - ele pediu. E voltou-se para ela com um sorriso.
jurava que se não amasse tanto aquele “son of a bitch” do Jensen, teria caído nos braços do Mitchel sem pensar duas vezes. Mas aquele amor lhe deixava travada até os últimos fios de cabelo. Estava ficando frustrada consigo mesma.
O barman lhe entregou a garrafinha de água gelada, e tomou um gole sob o olhar de Mitchel. Olhou no relógio do celular que marcava cinco e vinte da manhã.
- Oh, meu Deus! Já é tão cedo assim? - ela disse rindo e mostrando o celular para ele.
- Puxa! - fez cara de surpresa. - Nem percebi que o tempo passou tão rápido. Já quer ir embora?
- Sim. Estou cansada, para ser sincera. Trabalhei o dia todo. Tenho que dormir e trabalhar à noite no restaurante - havia contado para ele sobre o negócio que seus pais abriram, e que trabalhava nele.
- Ok, eu te deixo em casa - ofereceu-se.
- Eu estou de carro - sorriu, lamentando.
- Então eu te levo até o estacionamento.
- Ok, vou procurar a e dizer que estou indo. Você espera aqui?
- Espero! - ele sorriu, se apoiando com o cotovelo no balcão.
foi procurar a amiga, na mesa onde havia reservado com os amigos dela para aquela noite. Ela estava rindo com um deles quando a outra se aproximou.
- ?
Ela a olhou e viu que segurava a chave do carro na mão.
- Eu posso ir com você?
- Claro que pode - estranhou a pergunta esdrúxula.
- O Mitchel não vai com você? - fez a maior cara maliciosa.
- Não, ! Vamos logo! - disse e saiu andando sem dar trela.
Quando voltou para o bar, encontrou Mitchel do mesmo jeito que o deixara. Encostado no balcão, observando as pessoas dançando.
- Ela resolveu ir embora também - anunciou, e o chamou com um gesto para o estacionamento. Ele logo as seguiu.
- Você não é amiga da do tempo do colégio, é? - Mitchel arriscou perguntar, já que não a reconhecia.
- Não, eu trabalhei com ela na livraria por quase três anos - falou num sorriso.
- Ah, entendi - ele retribuiu, admirado pela beleza dela.
Chegaram até o carro, e foi logo abrindo a porta.
- Me passa o número do seu celular, para a gente marcar alguma coisa, algum dia... - ele disse de repente.
- Anota aí! - falou animada por ele ter esse interesse.
Depois de ter falado seu número, se despediu com um beijo no rosto e foi embora.
- Eu gostei dele - confessou. - Simpático!
gargalhou com a modéstia fingida dela.
- Só simpático?!
- Ok, já que você insiste em saber... - fez cara de nojenta. - Ele é um puta gostoso! Se você um dia não precisar mais, pode jogar no meu colo que eu aceito!
As duas se mataram de rir.
Capítulo 22
Jensen havia terminado de contar toda sua desgraça para Mackenzie. Era a única pessoa que poderia confiar para contar isso.
Ela havia acabado de chegar a Los Angeles para uma visita, antes do casamento de Josh. Estava abismada com o que ele acabara de confidenciar.
Jensen a olhava esperando alguma palavra de consolo, do tipo "não pense nessa besteira! Ela não teria coragem..."
- Diga alguma coisa, Zie - pediu com certo desespero.
- Eu... eu não sei o que dizer! - Mackenzie realmente estava abalada e começando a sentir revolta. - Como a Joanna pôde fazer isso com você?
Jensen também sentia falta de palavras para aquela situação. Era pior que a confusão com Emily de um ano atrás.
- Eu queria poder te consolar com alguma coisa, eu juro, Jensen. Mas o que me veio à cabeça agora, só lhe faria se sentir pior.
Jensen a olhou curioso, e quando pareceu ler os pensamentos da irmã, assentiu. Sabia que ela pensava em lhe falar de , e relembrar que se estivesse com ela ainda, sem ter cometido a burrada de escolher Joanna, nada disso estaria acontecendo.
- Ela não tem nada a ver com isso... - ele tentou desconversar.
- Ela vai ao casamento - Mackenzie resolveu contar. Estava sendo um segredo para ele até então, mas agora que as coisas com Joanna estavam começando a ir para o ralo...
Jensen não fez nada além de encarar a irmã caçula com um olhar tenso. Saber que a mulher representante de sua maior estupidez no amor estaria presente no casamento de seu irmão, era crueldade demais para encarar. Já não bastasse ter descoberto da traição explícita em publico e mídia de Joanna...
passava pano na estante para tirar o pó, muito distraidamente; cantando "I Don’t Need a Man", das Pussycat Dolls, que tocava no radio; quando a doida da entra toda afobada, jogando a bolsa longe, acertando em cheio no Alfredo, o cachorrinho buldog que a mesma adotara. O bichinho saiu correndo assustado para o canto do sofá.
- O que deu em você, mulher?! - a segurou pelos braços, pois estava tendo estrimiliques, e com um sorriso patético na cara, deixando a outra apavorada. - Quem é você? E o que fez com a minha amiga?
- Você vai entender minha euforia depois que ler esse artigo!
entregou nas mãos de , a revista aberta na pagina dezenove.
Ela leu o título, Trocando Jensen Ackles por Colin Farrell. Leu todo o artigo, sem assimilar direito o que estava sabendo. Terminou e olhou para , confusa.
- Como assim? Ela é louca? - se debatia, fazendo a revista quase se rasgar inteira em sua mão.
Dessa vez, foi que teve que segurá-la.
- Joanna botou um bonito par de chifres no seu delícia. E sim, ela é uma vaca louca!
- Oh, meu Deus... - foi se sentar no sofá, ao lado de Alfredo. Ainda segurava a revista toda amassada. - Como vou aparecer no casamento do Joshua acompanhada do Mitchel? Jensen vai estar arrasado... E eu querendo massacrá-lo?
- O que é? Está sentindo peninha dele agora? Pelo amor, né? - falou brava, arrancando a revista das mãos dela, amassando-a mais ainda. - Se esqueceu que ele te trocou por essa vadia maluca?
- Claro que não! Mas já é o castigo dele. O mundo girou, e é assim que funciona.
fez bico de impaciência e virou os olhos nas órbitas.
- Mas você já convidou o Mitchel. Não pode simplesmente ligar e dizer que não quer mais que ele a acompanhe.
- Eu sei - pensativa e confusa, foi para seu quarto, tentar resolver o que fazer.
Trancou-se lá dentro e deitou na cama. Agora era muito diferente o que sentia. Não estava mais com aquela expectativa de chegar ao casamento de Joshua, acompanhada de Mitchel, e fazer Jensen se sentir completamente arrependido de tê-la trocado por Joanna. Jensen deveria estar sofrendo pelo que estava acontecendo, e ela não estava se sentindo tão bem assim. Só de imaginar que ele pudesse estar mal, se sentia agoniada, sem poder fazer muita coisa. É claro que não iria até a casa dele lhe oferecer um ombro para chorar. Ela ainda não estava tão fora de si assim, mas sabia que seria muita crueldade fazer teatrinho na frente dele, assim como já havia planejado em sua mente maléfica, depois disso tudo.
O casamento.
aceitara ir para o Texas com Mitchel, no mesmo avião. Havia sido uma longa viagem, pois ela não se sentia mais tão animada assim para o casamento. Não como quando o convidara alguns dias atrás, durante um encontro que Mitchel havia proposto.
Mitchel perguntara uma vez se estava chateada com algo, mas ela negara. Não queria nem entrar em detalhes, com medo dele já ter lido o mesmo artigo naquela revista ou em outro meio de comunicação.
O pior é que se hospedaram no mesmo hotel, quartos lado a lado. E reconhecia o quanto Mitchel lhe parecia cada vez mais gostoso. Uma tentação!
Quando estava terminando de se arrumar, ele bateu à porta de seu quarto. deu uma última olhada no espelho, alisando a saia longa do vestido de seda perolado, com um decote perfeito, bem acinturado e uma fenda que exibia até um palmo acima do joelho da perna esquerda. Quando ela abriu a porta, já pronta e segurando a bolsa de mão, Mitchel prendeu a respiração. De repente, abriu o riso meio retardado que fez achá-lo ridículo.
- O que foi?
- Você está linda demais! - Mitchel tentou parar de rir como um idiota na frente dela.
- É melhor a gente ir.
trancou o quarto e saiu andando, sendo seguida por ele, enquanto guardava a chave na bolsa.
Jensen conversava amistosamente com seus primos, e de quinze em quinze minutos olhava para entrada do jardim.
- Olhem, Jensen está mais ansioso do que o noivo - falou um deles, rindo e despertando-o de seus devaneios.
Disfarçou indo atrás de Mackenzie dentro da casa. Bateu na porta do quarto onde estavam ela, sua mãe e Pamela.
- Quem é? - falaram em coro.
- Jensen!
A porta se abriu menos de trinta centímetros, o suficiente para Mackenzie se pôr na frente dele, impedindo qualquer espionagem na noiva.
- Eu posso vê-la! - Jensen reclamou sorrindo.
- Não! - Pamela gritou lá de dentro, assustando-o.
- Ok! - ele gritou para cunhada com revolta, fazendo Mackenzie rir.
- O que você quer, afinal?
- Tem certeza que vem?
- Claro! Ela ligou confirmando que viria - Mackenzie observou a ansiedade dele.
Jensen assentiu e saiu dali, de volta para o jardim onde a cerimônia e a festa seriam realizadas.
Joshua foi o primeiro a lhe abordar, quando ele pôs os pés na grama.
- Você viu quem acaba de chegar?
A empolgação de Joshua era óbvia para o irmão. Jensen saiu de perto e foi até o grupo reunido em volta dos recém-chegados. Haviam amigos de Pamela e Josh, porém só uma pessoa ali lhe prendeu a atenção, causando uma bruta batida de coração. O calor o tomou, assim como a euforia de uma adolescente apaixonado.
estava esplendidamente linda. Era até cruel estar tão linda assim depois de quase um ano sem revê-la.
Joshua parou ao lado de Jensen, admirado também. Olhou para o irmão, quase babando no terno.
- Quer um babador tamanho extra grande? Acho meio difícil encontrar, mas acho que eles fazem por encomenda...
- Cala a boca! - Jensen respondeu rindo.
Ele estava dando seus primeiros passos na direção dela, quando viu Mitchel aparecer ao lado de , e tocá-la na cintura, num gesto de posse que o incomodou absurdamente, e o fez parar onde estava.
Joshua também viu a cena e esperou Jensen voltar, mas ele estava ali parado, a olhando nos braços dele. Joshua se apressou e deu uma tapinha no ombro do irmão.
- Anda, vamos sair daqui.
- Ela está... - Jensen nem conseguia terminar de falar.
andava ao lado de Mitchel, esperando encontrar alguém da família que conhecesse. A primeira pessoa que avistou foi Jensen andando ao lado de Joshua pelo gramado, perto da fonte enfeitada com flores brancas e azuis. Deteve o ataque epilético para não se entregar. Estava claro que Jensen ainda era dono de seu coração, só não queria acreditar que isso ainda era possível.
- ! - Alan apareceu de repente, de braços abertos, tão feliz em vê-la, de smoking perfeito e de barba feita.
- Oi, Sr. Ackles - foi ao encontro dele, receber o abraço afetuoso.
- Quantas vezes tenho que pedir para me chamar só de Alan, garota? - fingiu estar bravo e a fez rir.
- Desculpe, Alan - falou com ênfase no nome. - Deixe eu lhe apresentar ao Mitchel. Mitchel, esse é o Alan!
- Você é o pai do noivo - ele confirmou quase para si mesmo, sem ter que dizer “pai do Jensen” para evitar qualquer constrangimento.
- Sim, sou eu mesmo - disse, apertando a mão do rapaz.
Pelo jeito que Alan o encarou, percebeu que ele reconhecia Mitchel como o concorrente de Jensen.
- Você quer ver Donna e Mackenzie? - Alan teve a idéia. - Elas estão ajudando a noiva no quarto de Zie.
- Oh! Eu posso ir lá vê-las? - disse empolgada.
- Claro! Enquanto isso, faço companhia para o seu amigo - falou, descarregando a mão pesada nas costas de Mitchel, que até se curvou com a força do tapa. Mas não foi a tempo de ver aquilo. Ela já tinha virado na direção da casa.
- Então, Mitchel. Vamos enturmá-lo no meio do pessoal - Alan puxou-o pelo braço, entrando no meio de um grupo dos idosos da família. - Tia Nena? Já conheceu meu amigo, Mitchel?
A mulher de sessenta anos virou-se, e ao assimilar todo o conjunto do rapaz, sorriu com brilho nos olhos.
Alan sorriu e saiu de fininho, deixando-o com tia Nena. Mal sabia Mitchel que ela achava que qualquer homem jovem e atraente, a fazia se lembrar de seu falecido marido na juventude.
Agora, tinha que achar Jensen o mais rápido possível. Foi até a tenda do buffet e encontrou-o entornando uma taça de champagne de uma só vez.
- O que há garoto? Deixa para afogar as mágoas depois da cerimônia - Alan disse, afastando-o da mesa. - Agora corra até o quarto da Zie. Sua mãe precisa da sua ajuda - mentiu.
- Minha ajuda? Eu não sei nada de auxílio à noivas. Não tive essa matéria na escola - Jensen respondeu sarcástico.
- Eu não sei o que ela quer, mas do jeito que estava nervosa, tive que vir correndo te procurar. É melhor você ir logo ver o que ela quer - Alan, às vezes, abusava dos seus dons artísticos até com os filhos, mas não se envergonhava nem um pouco disso.
estava pegando a jarra de água e copo para levar para Pamela. Fechou a geladeira, caminhou até a sala e deu de cara com Jensen. Suas pernas estremeceram. Ele estava tão lindo! Tão... Tão... de smoking preto e barba por fazer. Tem idéia do quanto estava prestes a ter um ataque do coração?
- Oi! - ela sussurrou, quase sem voz.
- Oi - respondeu, tentando ser frio o máximo possível. Estava com ciúme e não daria o braço a torcer. Mesmo que fosse a coisa mais difícil do mundo, sendo que fazia seu coração derreter em segundos só com um olhar.
Ainda não saíram do lugar, olhando um para o outro, reprimindo a saudade que sentiam.
tentava esquecer de que ele a deixara por outra mulher, e lembrava que queria passar para todos na festa, que Mitchel não era somente um acompanhante.
- Pamela esté esperando - sorriu, erguendo de leve a jarra e o copo, e começou a subir a escada.
Jensen observou-a, enquanto subia os degraus graciosamente. A coxa esguia aparecia através da fenda do vestido. Estava ficando cada vez mais quente para ele, e afrouxou um pouco o colarinho da camisa. Ele subiu as escadas com mais pressa, e entrou no quarto sem bater, recebendo os gritos de Pamela.
- Eu não sou Joshua, maldição! - ele falou com sua grosseria, como de costume.
Era o bastante para qualquer um saber que ele estava de mau humor quando falava assim.
- Desculpa - falou em voz baixa e sem jeito, olhando para Pamela. Depois, com pressa de sair dali, se dirigiu à mãe. - Precisa de mim?
- Não - Donna respondeu estranhando-o.
- Como não?! O pai disse que... - Jensen calou-se entendendo, a jogado do seu velho pai. - Filho da m...
- Jensen! - Donna o advertiu a tempo.
Os olhos dele caíram sobre , que o fitava do canto do quarto. Ela desviou o olhar e voltou a encher o copo com água fresca para si, uma vez que Pamela já havia tomado. Estava um calor desgraçado desde quando Jensen entrara no cômodo.
- Então se não precisa de nada... - ele virou as costas, indo em direção à porta.
- Espera! - Donna tivera uma idéia incrível. - Preciso que compre algo para mim na farmácia.
Jensen voltou-se para ela, franzindo a testa.
- O quê?
- Absorvente.
- Está falando sério? - disse espantado.
- Sim! Por que não?
- Eu não entendo nada disso! Porque não manda a Zie?
- Porque ela estava me ajudando aqui, helooww! - Pamela entrou na mentira, entendendo o plano da sogra.
- vai para te ajudar - Donna respondeu, voltando a arrumar o vestido lindíssimo da noiva.
Jensen parecia entender o que estava acontecendo ali. E queria um ventilador, depois enforcar Donna e Pamela.
- Olha, vocês estão parecendo loucos...
- Querido, não demore muito, eu não quero manchar meu vestido na frente de todo mundo - o apressou.
Jensen saiu do quarto deixando a porta aberta atrás dele. Donna encarou , sinalizando para segui-lo com um olhar de dar medo.
Ela se apressou em acompanhá-lo até o carro estacionado no pátio, do outro lado da casa. Entraram no veículo em silêncio, e ficaram assim até alguns minutos depois de Jensen manobrar e dirigir pela estrada.
- Então, como estão as coisas? - ele puxou assunto, sem tirar os olhos da estrada.
- Estão bem - respondeu, e se deteve em voltar a mesma pergunta para ele, sendo que sabia do que tinha acontecido.
O silêncio dela o fez perceber que havia alguma coisa sendo omitida. Ele franziu a testa e olhou-a de relance.
- Você leu o artigo.
- Que artigo?- olhou pela janela, tentando fugir dele.
- TROCANDO JENSEN ACKLES POR COLIN FARRELL. QUEM NÃO LEU?! - falou completamente explosivo.
Isso fez encará-lo com fúria cintilando nos olhos. Jensen viu aquele olhar e tentou se recompor.
- Eu sinto como se... você tivesse mandado essa maldição. E não te culpo! Só sinto isso. Por que sei que é culpa minha. Se não tivesse deixado você para ficar com Joanna, nada disso teria acontecido.
- Jensen... - nem sabia direito o que dizer. - Não adianta nada lamentar o que já passou.
- Duas semanas antes de descobrir, eu havia sonhado com você.
- Comigo? - surpreendeu-se.
- No sonho, você me avisava para ter cuidado com o coração, que eu tinha que me curar antes que fosse tarde demais...
- Credo, Jensen! Que sonho, hein? - falou agoniada, visualizando o sonho relatado. Só de pensar na possibilidade dele correr algum risco de morte, entrava em pânico.
- A questão é sobre o que estava para me acontecer. O sonho não quis dizer que eu estava com algum problema de saúde, e sim na vida amorosa. Por dias eu fiquei pensando naquilo, até que descobri que Joanna...
- Eu sei - confessava. - Eu li, Jensen. Mas não sei se o que li é a verdade.
- Ela me traiu com o Colin Farrell. Só isso você precisa saber - disse com amargura.
- Sinto muito - disse com sinceridade, olhando-o e sentindo vontade de acarinhá-lo, colocá-lo em seu colo.
Logo, Jensen achou uma farmácia e estacionou o carro. Entraram no local vazio. Só eles e o farmacêutico atrás do balcão.
passou na frente de Jensen pelos corredores, procurando pelas prateleiras.
- Eu não sei qual sua mãe usa - fez um gesto para as embalagens de vários tipos.
- Oh, meu Deus! Eu menos ainda, né?! - disse ele irritado. Pegou o celular e discou para o telefone de sua mãe.
- Por que está me ligando? - Donna falou ao atender.
Mesmo sem entender a irritação dela, Jensen relevou, respirando fundo.
- Mãe, explica para qual você quer - e Jensen passou o celular para ela.
- Oi, Donna.
Por mais inoportuno que fosse, Jensen ficou olhando para os trejeitos de escolhendo e falando com sua mãe em seu celular, sentindo uma intimidade de família nisso tudo. Era uma sensação estranha sim, mas era familiar. Com quem mais ele poderia ir comprar absorvente para sua mãe? Só !
Jensen admirava as curvas do corpo dela com desejo se acendendo, sem freio algum, quando ela desligou o celular e pegou uma embalagem decididamente.
entregou o aparelho para ele, sorrindo largamente.
- Sua mãe é mais indecisa do que eu!
Jensen sorriu para ela também, mas por estar encantado com seu sorriso espontâneo. Ah, que saudade! Não largou a mão dela junto com o celular, sentindo o calor e maciez de sua pele. Seu coração acelerou alegre dentro do peito. A naturalidade de dizer-lhe "eu te amo!" veio-lhe em mente, mas não disse.
deslizou a mão da dele lentamente, baixando os olhos, assim como ele.
- Vamos, sua mãe disse que Pamela estava começando a chorar de nervoso, pela quinta vez.
Quando voltaram, Pamela estava pronta e somente subira até o quarto.
- Aqui está - disse, entregando o absorvente para Donna.
- Obrigada, minha linda! Mas eu não uso mais isso desde que entrei na menopausa - Donna riu dela, como se não tivesse pedido para comprar o maldito absorvente.
Capítulo 23
A festa.
estava sentada à mesa redonda ao lado de Mitchel, já apresentado para Donna, Mackenzie e todo o resto da família. Na mesma mesa, estavam Alan, Donna, Mackenzie, tia Nena, vovó Rosie e Jensen.
Rosie Ackles, mãe de Alan, era a coisa mais fofa que conhecera. Como não tinha mais avós, se apegara àquela senhora logo que Donna as apresentou, minutos depois da cerimônia. E não foi novidade, Rosie ter perguntado se ela não era a moça que namorara há um ano Dom Jensen. havia sorrido sem jeito, e não teve por que dizer não.
Na mesa, durante a festa, Jensen não parava de cruzar olhares com . Mesmo que ela estivesse ao lado de Mitchel o tempo todo. Porém, Mitchel estava ocupado com as histórias antigas da tia Nena, desde que se sentaram à mesa. Por educação, ele a ouvia, e por incrível que parecesse, até que eram boas.
ria da situação de Mitchel, sem sentir culpa nenhuma. E lá estava ela, trocando olhares de novo com Jensen, sentado à sua frente.
De repente, um celular tocou e viu Mitchel alarmado, atendendo-o e pedindo licença ao sair da mesa.
- Não se preocupe, tia Nena, ele volta - a tranquilizou, e recebeu em troca um sorriso amigável.
Jensen se levantou sem demora, e deu a volta na mesa até , estendendo-lhe a mão.
Ela viu que todos na mesa olhavam com brilhos nos olhos quando ele fez o gesto, logo depois que Mitchel se ausentou.
- Vem dançar?
ficou travada na cadeira. Jensen deu uma olhadela para Mitchel, que andava distraído para longe deles, cada vez mais, enquanto falava ao celular. De repente, ele sentiu segurar sua mão, fazendo-o se alarmar com o toque. Mas ao ver o sorriso nos lábios dela, a paz lhe tomou conta e a levou para pista de dança, onde tocava somente o solo de uma música lenta.
Já na pista, Jensen envolveu-a na cintura, aproximando o corpo do dela.
ficava mole e embriagada com a proximidade. Sentir o calor e o cheiro dele, ver aqueles olhos verdes de perto, parecendo lhe engolir a alma...
Jensen começou a embalar no ritmo da música, e ela se deixou ser mais abraçada, sem mais receio.
Ele segurava o seu sorriso, mas não pôde contê-lo por tanto tempo. Sentia em seus lábios, os cabelos sedosos e perfumados de . E colocou a mão dela em seu peito, junto à sua.
- É a primeira vez que dançamos - sussurrou perto do ouvido dele.
Jensen se arrepiou da cabeça aos pés. Quando se encararam, pôde perceber pela seriedade dele que havia feito alguma coisa. Só não sabia o quê. Sentia com sua mão no peito dele, as batidas aceleradas e fortes daquele coração.
- Eu te disse que o restaurante da minha mãe está fazendo o maior sucesso? - disse com descontração, para distraí-lo dos pensamentos que ela sabia estar passando por sua mente.
- Bom saber - sorriu. - Vou jantar lá um dia desses, já que estarei de férias até mês que vem.
- Será muito bem vindo.
Jensen sorriu diferente dessa vez.
- Eu sinto falta do seu pai de vez em quando - segurou o riso.
- Do meu pai? - ela ria.
- Ele é o cara que tem as melhores piadas. E nunca tem repetida! - falou como se fosse a coisa mais foda do mundo.
gargalhou, pondo a mão no rosto e deixando Jensen mais encantado ainda.
Então, "Hungry Eyes", de Eric Carmen, começou a tocar. arregalou os olhos de alegria. Amava aquela canção desde que assistira "Dirty Dancing"!
- Eu adoro essa música!
- Quem não gosta? "Dirty Dancing" rocks! - Jensen se empolgava, fazendo chifres na mão simbolizando 'rock'.
- Pena que você não tem as manhas de dançar igual ao Patrick Swayze - começou a provocá-lo com seu sorriso.
Jensen estreitou o olhar para ela e a surpreendeu com um passo que a segurava pela mão e a girava fazendo, a saia de seu vestido rodopiar. Puxou-a de volta e caiu na risada, sem parar a dança que ele guiava.
- Estou adorando isso! Não imaginava que você sabia dançar!
- Você ainda não sabe de nada, senhorita - piscou com aquele meio sorriso que deixava fora de seu juízo perfeito. E ele sabia que tinha esse poder.
Ela se soltara mais do que deveria durante a dança longa, seguida de várias músicas. Não havia percebido o tempo que ficaram dançando, conversando e rindo juntos.
Só percebeu quando a banda que tocava ao vivo fez uma pausa, e e Jensen pararam, aplaudindo-a assim como os outros convidados que dançavam na pista. Como sempre, Jensen pôs os dedos na boca e assobiou absurdamente alto.
- Eles foram demais! - ele se explicou, virando-se para .
- Foram sim - disse e virou-se para achar a mesa onde haviam estado.
Jensen acompanhou-a até lá, e sentaram-se um do lado do outro desta vez.
não sentia nenhum receio por isso. Jensen teve o poder de lhe fazer esquecer do passado como num passe de mágica enquanto dançaram.
- Ah, vocês dançaram tão bem - disse Rosie, com um sorriso de encantamento pelos dois. - Fazem um casal perfeito!
riu sem graça, sem se atrever a olhar para Jensen.
Ele, por sua vez, somente emitiu um sorriso. Mais por lamento, do que por estar lisonjeado.
reparou que Alan e Mackenzie estavam voltando da pista também, completamente animados.
- Oh! Acabei de me lembrar de lhe avisar uma coisa - disse para , se sentando.
- O quê?
- Amanhã é meu aniversário e queria saber até que dia você vai ficar aqui. Queria muito que você estivesse comigo amanhã - Mackenzie falou ansiosa.
- Ah, que legal! Eu vou voltar para casa só depois de amanhã. Você vai fazer festa? - já se empolgava. Adorava festa. E mais uma seria demais.
- Não vai ser bem uma festa... Vou comemorar aqui em casa com a família mesmo. Vamos fazer uma coisinha simples, chamar alguns amigos meus... vai ser divertido!
- Eu vou adorar estar aqui - de repente, se lembrou do seu acompanhante mais fajuto. Era o pior que ela poderia ter arrumado. Mitchel sumira depois de seu celular ter tocado. - Vou precisar falar da festa para o Mitchel. Por onde ele anda? Vocês o viram?
Jensen fez cara de desagrado com a preocupação de com o outro. O que mais lhe intrigava, era o porquê dela ter o trazido? O cara deveria estar casado. Pelo que se lembrava, ele estava noivo na última vez que o vira.
- Oh, aí vem ele - Alan falou com descaso.
- Pessoal, desculpa pela demora. Era meu assistente da empresa - disse sem jeito e procurando seu lugar, mas Jensen o ocupava. Por isso, sentou do lado de Mackenzie e Donna.
- Aconteceu alguma coisa? - perguntou.
- Sim, eu tentei resolver por telefone, mas não adiantou. Vou ter que pegar um vôo essa noite de volta para Los Angeles.
Jensen abaixou a cabeça para observar, até muito além da conta, a borda da taça de champagne.
Mackenzie olhou, fazendo bico para , que riu.
- Eu já ia te falar para você vir comigo amanhã à festa de aniversario da Zie - falou.
Ele somente fitou Mackenzie ao seu lado, que sorriu forçadamente. Mitchel sabia que a família de Jensen a adorava, e estavam fazendo de tudo para que ela ficasse o máximo de tempo em Texas. E sabia desde o começo que ainda amava Jensen. Era mais do que óbvio.
- Bem, você pode ficar a vontade aqui - Mitchel disse, com um sorriso sincero para ela.
- Tem certeza? - se sentia um pouco mal sendo que viera com ele e teria de deixá-lo voltar sozinho.
- Claro! São problemas que eu terei que resolver. Você fica para festa da Mackenzie, e depois a gente se vê quando você voltar.
Jensen segurava-se para não demonstrar sua euforia por ela sorrir aceitando a oferta de Mitchel. Porém, ainda se incomodava com o modo como ela se importara de não querer que ele fosse embora sozinho. Estava louco para perguntar, o que afinal eles tinham um com o outro...
Capítulo 24
estava se despedindo de Donna ao final da festa. Sentia os olhares da maioria da família Ackles em cima dela. Era como se fosse famosa, sem saber que era.
- Gente, até amanhã - ela falou logo, antes de tia Nena dar um abraço em Mitchel, pela quarta vez. Estava sendo hilário e via que Jensen ria com certa maldade. Por isso, achou melhor tirá-lo dali.
Foi para o estacionamento com Mitchel, em silêncio. Só dentro do carro, quando ele ligou a chave na ignição, o silêncio se quebrou.
- Eu mal tenho palavras para me desculpar, Mitchel. A tia Nena se empolgou com você, não é?
- Não me incomodei com ela. Só não entendo por que você ainda a chama de tia.
olhou-o sem entender e surpreendida ao ver a expressão dele, um tanto quanto carrancuda.
- O que você quer dizer com isso?
- Ela é tia do Jensen, e não sua! - Mitchel disse, rindo meio de nervoso. - E não precisa se fingir de desentendida, . Está na sua cara que você ainda gosta desse cara.
Ela não conteve o riso ao sentir ciúme naquelas palavras.
- Me desculpe, mas você parece estar com ciúme, ou é impressão minha?
No meio da estrada, Mitchel derrapou de propósito para o acostamento, e parou o carro. apoiou as mãos no painel, mesmo estando de cinto. Virou-se para ele enlouquecida, na intenção de xingá-lo, mas ele lhe segurou a face entre as mãos e cobriu seus lábios com fervor. Ela travou no mesmo instante, de olhos arregalados, sem reação nenhuma ao impulso de Mitchel.
Não demorou muito para ele se afastar e como previa, sem ter conseguido um beijo mais íntimo.
Aquela cara de conformado dele, com um sorrisinho de convencido, fez se irritar.
- Dá para você me explicar por que fez isso?!
- Fiz isso para provar que, assim como eu já desconfiava, você ainda ama o Sr. Supernatural.
- Ahm?! - foi só o que conseguiu emitir, de tão indignada e confusa que estava.
- Você me entendeu! Sabe muito bem que ainda o ama e está fingindo que não, durante o casamento inteiro. Pode parar com isso!
- Voce está ficando maluco! Por que acha que eu ainda amo o Jensen? Só por que dancei com ele?
- Não é o fato de você ter dançado com ele, e sim o modo como olhava para ele o tempo todo. E como se sentia envergonhada quando alguém da família dele lhe cortejava na esperança de um dia, ele te conquistar de volta.
mal sabia o que dizer. Estava se sentindo analisada por ele. E se sentindo mais transparente que água.
- Mas não precisa se sentir mal. Só estou lhe fazendo o favor de ver a real situação.
- A verdade é que eu não quero mais sentir nada por ele - enfim, conseguiu abrir o jogo com ele.
- Então você vai ter que fazer por onde. Você sabe, não é?
- Eu sei. Não vai adiantar eu me iludir só porque ele está recentemente sem namorada...
- Era isso o que eu ia dizer! E você merece coisa melhor do que ser a segunda opção.
- E eu não quero! - concordou. Não sabia que seu antigo caso mal resolvido de amor na adolescência pudesse ser um amigo zeloso.
- Ótimo! Agora me sinto melhor sabendo disso - Mitchel voltou a ligar o carro e antes de sair do acostamento, encarou-a - Posso voltar para Los Angeles sem me preocupar com o que você pode aprontar aqui?
se sentiu uma criança travessa e desobediente por ele falar com ela daquele jeito.
- Pode, papai! - ironizou, sorrindo forçadamente.
Mitchel riu e voltou a dirigir de volta para o hotel.
Já no seu quarto, se sentia com o peso da responsabilidade na confiança que Mitchel lhe dera durante a conversa da noite anterior. Sentia-se estranha quanto a isso, e segura ao mesmo tempo, sabendo que tinha alguém que se importava com seu bem estar. Às vezes nem acreditava que estava se sentindo assim por Mitchel. O cara que mais lhe ignorou na vida.
- Como o mundo dá voltas! - murmurou para si mesma.
Estava deitada na cama com a menor vontade de dormir. Estava mais receosa sobre o que o dia seguinte poderia estar lhe reservando. Ia ser aniversário da Mackenzie, e noventa e nove por cento de certeza que Jensen estaria lá o tempo todo.
Se soubesse que toda essa confusão iria acontecer, teria garantido de conseguir fazer Mitchel ficar e não lhe deixar sozinha a mercê dos perigosos feitiços de sedução de Jensen Ackles. Porém, Mitchel ainda estava no quarto ao lado.
olhou no relógio. Eram quase duas da madrugada. Mitchel dissera que iria passar no seu quarto quando estivesse indo para o aeroporto, para se despedir.
Ela sentou-se na cama e pensou, o que seria se ela tentasse com Mitchel? Foi imaginar isso e a batida na porta acordou-a dos pensamentos. Levantou-se num salto e nem se lembrou de vestir um robe sobre a camisola curta e branca que estava usando, tamanha era sua ansiedade.
Abriu a porta e instantaneamente Mitchel a olhou de cima a baixo. Apertou o maxilar e ergueu as sobrancelhas, soltando a respiração que havia prendido. nem prestou atenção e começou a falar sem parar.
- Antes que você se vá, preciso dizer o que estava pensando. Sabe, eu quero parar de ficar com a ilusão de que só existe um homem para mim nessa vida. Não quero mais pensar que um dia o Jensen vai vir se declarar para mim. Que um dia ele venha se materializar como meu príncipe encantado e tudo mais. Eu estava pensando, sabe... se você estiver afim, é claro! Fica ao seu critério... Talvez se você e eu começássemos a namorar... O que você acha?
enfim parou para respirar, e viu a reação muda dele, ainda segurando a alça da mala esportiva verde e azul royal. Irritada com as cores da mala e o silêncio, se pôs na ponta dos pés e ao corpo dele, e puxou-o com as mãos em seu rosto, para um beijo.
Mitchel tentou não se deixar queimar com aquele beijo, mas foi em vão. Largou a mala e tomou-a nos braços, abrindo a boca e aprofundando o ato, que já havia perdido as esperanças de um dia ter.
se sentiu assustadoramente empolgada. Mitchel tinha um ótimo beijo. Mesmo não sendo o que o coração dela aclamava. Mas com um beijo daquele, seria mais fácil de expulsar Jensen do seu coração. Pelo menos, era assim que ela esperava.
- Ok! Já chega - Mitchel disse ao se separar dela, completamente sem ar e se segurando para não fazer besteira. era uma mulher incrivelmente tentadora e vulneravelmente apaixonada por outro homem. Estava carente, e ele não queria piorar ainda mais a situação dela. E nem a sua! Ela fizera seu coração disparar só com esse beijo, e não precisava adivinhar do que seria capaz de lhe causar se fosse mais além.
- Me desculpa - sussurrou totalmente sem graça. - Mil desculpas! Você pode ir, e a gente se vê depois.
Desesperadamente envergonhada, ela fechou a porta na cara dele e a trancou. Tapou o rosto de vergonha de si mesma e abafou um grito. Mitchel piscou várias vezes e sacudiu a cabeça, como se quisesse se livrar de um mosquito chato. era uma doida!
No dia seguinte, foi ao anoitecer para casa dos Ackles. Estava arrasada por ter de encarar Jensen, sendo que queria Mitchel para lhe dar um apoio. Era errado querer deixar de ser o step de Jensen, querendo que Mitchel fosse o seu, mas já era tarde demais. Havia beijado-o, e a vergonha ainda não havia passado. Talvez a sentisse por toda vida quando fosse se lembrar dele.
Saiu do táxi e andou pelo caminho de pedras até a entrada da casa.
Antes mesmo de subir os degraus da varanda, a porta se abriu. Era Mackenzie, linda e maquiada. Mas aparentemente alarmada ao lhe ver.
- O que foi? - disse, andando até ela.
Mas Mackenzie foi rápida ao sair de vez para varanda e fechar a porta, como se estivesse escondendo alguma coisa dentro da casa.
- , antes de você entrar, preciso te preparar...
- O que foi Zie?
- Aconteceu uma coisa... O Jensen...
- O que aconteceu com ele? - se desesperou, seu coração batia descompassado e estava morrendo de medo da cara de preocupada de Mackenzie.
- Calma, ele está bem. É que... - se sentia muito pior de perceber que quase teve um treco pensando que algo de ruim tivesse acontecido a ele. Sendo que era outra coisa. - Ai, eu não sei como dizer. Não quero te ver chateada, droga! - disse ela, revoltada.
começou a parar e desconfiar.
- O que o Jensen fez? - agora seu sentimento era de raiva, se caso sua desconfiança tivesse fundamento.
- Ele voltou com a Joanna.
- O quê? - havia desconfiado disso mesmo, mas não acreditava que estava certa.
- Pois é. Eu tive a mesma reação que a sua - Mackenzie falou com desânimo. - Ela veio aqui ontem antes do Josh e a Pamela irem para o aeroporto. O Jensen nem quis saber de conversar com ela na frente da gente. Ele sumiu com ela, e quando voltou às cinco da manhã, estavam juntos. E está aqui até agora, sem nem se incomodar com os olhares feios da minha mãe.
- Eu não sei mais se vou entrar... - deu dois passos para trás, olhando para porta, com medo do que fosse passar se entrasse. Seria um suicídio! - Eu não quero ver isso, Zie. Desculpe-me.
- Eu entendo - concordou mesmo que se chateasse com a ausência dela na sua festa de aniversário. Adorava e não importava quantas namoradas Jensen arrumasse, ela seria a melhor cunhada, juntamente com Pamela.
- Por favor, não diga que era eu, quando você voltar lá para dentro.
- Vou inventar alguma coisa. Pode deixar!
abraçou Mackenzie com carinho, desejando-lhe feliz aniversário e tirando um pacote de presente pequeno de dentro da bolsa.
- Presente! - sussurrou, não tão feliz como se pudesse ficar. Mas um carro se aproximava da casa ao longe, e impediu dela começar a abrir o embrulho. - Quem está chegando?
se virou para trás, vendo o veículo chegar aos pedregulhos e parar derrapando. Parecia alguém que ela conhecia que só sabia parar o carro derrapando...
Quando Mitchel saiu do carro, possivelmente alugado no aeroporto, achou que estava enxergando errado. Sua vontade de tê-lo ali para lhe ajudar era tanta, que estava tendo visões. Foi preciso ele estar subindo os degraus da varanda e lhe envolver pela cintura, lhe sorrir e lhe beijar, para poder acreditar que ele estava ali mesmo.
Mackenzie ficou boquiaberta com a atitude dele, e começou a vê-lo com outros olhos, não mais como um bocó qualquer, que poderia fazer esquecer seu irmão. Na verdade, agora Mackenzie queria que Mitchel fizesse parte de sua festa de aniversário.
- O que você está fazendo aqui? - perguntou, separando-se do selinho demorado dele.
- Eu resolvi hoje cedo aquele problema da empresa e corri para o aeroporto, para pegar o primeiro vôo para cá.
- Mas por quê? - ainda olhava-o com surpresa.
- Eu resolvi aceitar sua proposta - disse sério. Depois sorriu para ela e olhou para Mackenzie. - Feliz aniversario! - falou e deu-lhe um abraço e um beijo no rosto.
- Obrigada! - agradeceu rindo. - Isso vai ser interessante... - ela sussurrou para si mesma. - Vamos entrar!
Capítulo 25
Mackenzie abriu a porta e deixou e Mitchel passarem. Fechou-a atrás dele e correu para cozinha, deixando-os no corredorzinho da entrada.
olhou para Mitchel, que pegou sua mão logo que ficaram sozinhos.
- Se você não viesse, eu não iria mais entrar - confessou.
Mitchel só sorriu.
- Vamos nos enturmar - ele a encorajou e andou na frente, levando-a pela mão para a sala.
respirou fundo ao ver que todo mundo os olhou. Tinha que relaxar e deixar rolar. Mas não conteve em procurar com olhos aflitos por Jensen. Mesmo com medo do que encontrar junto dele.
Tia Nena foi a que mais se animou ao rever Mitchel, dizendo.
- Meu moreno!
e a maioria riram, inclusive Mitchel, que se aproximou de Nena, lhe dando um abraço carinhoso.
- Ah Nena, ele já tem dona, hein?! - brincou falando em voz alta, na intensão de mostrar para todo mundo que ela realmente estava com ele.
A sala estava apinhada de familiares, e alguns desconhecia. Deveriam ser amigos de Mackenzie. Por isso, ela ainda não conseguia achar Jensen no meio de tanta gente. Era como "Onde está o Wally".
Mitchel percebeu que o procurava pela sala. Por isso, envolveu seu braço na cintura dela, puxando-a para si, com sutileza.
se ligou que estava dando mancada. Sorriu para ele, sem jeito. Principalmente quando encarou aqueles olhos claros, de cílios espessos e escuros, dando um contraste. Parecia que ela estava voltando a perceber os atributos dele, depois de um bom tempo. Estava até sentindo um calorzinho diferente nos braços dele.
- Você está comigo ainda? Ou vai mudar de idéia? - Mitchel murmurou sério, aprofundando o olhar.
sentiu confusão quando suas pernas amoleceram.
- Claro que estou com você! - falou baixinho e se pôs abraçada a ele, encarando-o quase a ponto de beijá-lo.
Joanna levantou a cabeça do ombro de Jensen para dar um beijo nele, mas percebeu seu olhar fixo no outro lado da sala. Parou atenta na expressão dele, extremamente tensa. E poderia até dizer inconformado. Parecia que estava vendo um fantasma.
- O que foi Jensen? - Joanna ia olhar para trás e saber o que o deixara daquele jeito.
Jensen despertou e a fitou, tentando não olhar mais para nos braços de outro cara. O jeito que ela se aninhava a ele... Queria ir até lá e perguntar o que diabos ele estava fazendo ali!
- Filho da puta! - Jensen murmurou entre dentes e recebeu o olhar intrigado de Joanna. - Eu estou ok, Joanna! - disse irritado. Ainda ia demorar muito para ter paciência depois de tudo o que ela lhe fez. Mesmo por ter aceitado a voltar a namorar ela. E pior ainda seria agora, para suportar seu mau humor imenso ao perceber que estava mais do que junto com Mitchel.
Joanna sabia muito bem que ele não iria lhe perdoar e muito menos esquecer tão rápido sua traição. Por isso, achava melhor ficar quieta. Conhecia o quanto ele era nervoso. O medo que ela tivera quando ele descobriu sua trairagem era inesquecível.
Jensen olhou de novo para e Mitchel.
- Eu não vou te obrigar a gostar de mim, mas pelo menos respeito eu vou exigir - Mitchel disse, mantendo-a em seus braços e com o mesmo contato visual intenso.
- Claro! Nem precisava você ter falado sobre respeito. É prioridade!
- Mas eu vou também exigir algumas coisas, de vez em quando - disse, formando um sorriso malicioso nos lábios. Os olhos brilharam de modo diferente.
nem se lembrava mais onde estava. Não conteve um sorriso quando ele disse aquilo.
- Depende. Que coisas são essas? - falou, fingindo de desentendida.
- Talvez uma coisa do tipo... - e Mitchel roçou os lábios nos dela, que se entreabriram instantaneamente.
- Entendi - sussurrou, se sentindo apertada nos braços dele. E o calorzinho de antes não era mais "calorzinho".
Jensen franzia a testa, falando um palavrão ainda mais feio, se virando de costas para a cena e encarando o teto, tentando se segurar para não ir lá socar a cara daquele idiota.
- Jensen... - Joanna estava ficando tensa com o jeito nervoso dele. Então, viu o casal entrosado, sorrindo e a pouco de se beijarem. - Você conhece aquela ali? - perguntou, tentando não parecer muito ciumenta.
- Quem? - tentou disfarçar. Mas era impossível esconder que estava morrendo de ciúmes de .
- Aquela ali, nos braços do moreno de olhos claros e lindo de morrer - Joanna exasperou nervosa.
E Jensen a olhou puto da vida. Além de tudo isso, ela ainda elogiava o maldito?!
Sem paciência nenhuma, Jensen saiu da sala e foi para cozinha a passos pesados, passando perto de , que nem lhe viu pois estava de costas.
já estava segurando na nuca de Mitchel, pronta para beijá-lo, quando a afobada da Mackenzie entrou na sala, anunciando que o DJ ia começar a tocar na tenda da festa do casamento do Josh.
Todos os mais jovens começaram a sair da casa, na direção do quintal onde a tenda estava montada.
Mitchel se endireitou, se afastando um pouco de .
- Vamos dançar? - ela pediu empolgada. Queria se ocupar o máximo possível com ele, para não ter tempo de se preocupar que estava na casa dos pais de Jensen, e que ele estava ali em algum canto também. E sinceramente, esperava muito que ele a visse nos braços de Mitchel. Mas ela mal sabia que ele já tinha visto.
Nas batidas da música, sentia a vibe do momento, debaixo daquela tenda, com luzes a laser verde, a fumaça de gelo seco, a luz branca piscando repetidamente, e o jeito que Mitchel sabia dançar lhe conquistava.
Jensen estava enfurnado na cozinha há mais de duas horas, na companhia de seus pais e suas tias e tios. Preferia ficar ali do que enfrentar com outro cara. Nem escutava o assunto das conversas direito.
Donna estava observando a cara do filho, desde o início.
- Jensen, o que você tem? - ela perguntou ao lado dele, pousando a mão no seu antebraço.
- Nada! - tentou forçar um sorriso, mas nenhum músculo de seu rosto se moveu.
- Então por que não esta lá na tenda se divertindo como todo mundo?
- Não estou com vontade de dançar esse tipo de música estúpida - exasperou.
Na hora, Donna percebeu que tinha alguma coisa errada.
- Foi alguma coisa com a Joanna? - ela o esperou responder, mas ele ficou calado e com olhar baixo. - Onde ela está?
- Eu não sei - disse friamente, sem nem se importar realmente onde ela estava. - Onde estão as bebidas? Eu quero beber! - falou, aumentando o tom da voz grave, se levantou e foi direto para o freezer.
Donna balançou a cabeça em lamento, e ainda querendo saber o que estava acontecendo com ele. Precisava saber. Não aguentava ver seu filho daquele jeito.
Saiu da cozinha, e na sala encontrou Joanna sentada no sofá, mexendo no celular.
- Joanna? O que aconteceu com o Jensen? Sabe por que ele esta tão irritado?
- Donna, eu tentei saber, mas ele está insuportável. Prefiro não insistir - respondeu impaciente e sem nem olhar para ela.
Também impaciente, Donna foi para a tenda procurar Mackenzie. Não foi preciso achar sua filha para perguntar se ela sabia de alguma coisa. Encontrou na pista de dança, dançando animada nos braços de Mitchel, mais colados do que gêmeos siameses.
- Agora você entendeu, mãe! - disse Jensen atrás de Donna, assustando-a.
Jensen riu de nervoso e deboche, sem tirar os olhos de . Entornou a garrafa de cerveja num longo gole. A testa não mudava o estado franzido.
- Jensen, pára de encher a cara por causa disso!
- Encher a cara? - riu sarcástico. - Essa cerveja é só o aperitivo. A garrafa de tequila está me esperando lá dentro da adega!
Joanna apareceu ao lado dele.
- Eu vou embora se você for continuar chato desse jeito!
- Tchau, Joanna - ele falou super estúpido, sem se mover nem para olhá-la!
Donna ficou calada, vendo a cara dela ficar vermelha de raiva.
- Eu não acredito que vim lhe pedir perdão, me rebaixar e receber um tratamento desses! - Joanna se alterou, puxando-o pela camisa para ele lhe encarar.
Ainda com frieza, ele a encarou com seu sorriso cortante.
- Depois de tudo que você me fez, esperava que eu lhe tratasse como? Você ainda teve sorte de eu não lhe chamar de vadia! Isso você pode considerar um bônus de boas vindas ao retorno do relacionamento.
- Ah!? - Joanna ficou boquiaberta e sem o que dizer, levantou a mão ameaçando um tapa, mas jensen segurou o pulso dela antes, e a empurrou para a saída da casa.
Joanna esperneava e gritava para ele lhe soltar, mas calado e determinado, Jensen a botou para fora sem dizer mais uma palavra. Ele voltou para tenda, como se estivesse livre de um peso nas costas.
Agora o que lhe restava, era ver com Mitchel, e tentar fazer-se acostumar com a realidade de que estava mais sozinho do que nunca.
Capítulo 26
estava saindo da pista aos risos de mãos dadas com Mitchel.
Jensen assistia a cena, sentado num banco a poucos metros da tenda, bebendo no gargalo da garrafa de vinho, só se lembrando da primeira vez que amou aquela mulher, quando soube que seu coração nunca mais voltaria ser o mesmo depois de tê-la, e agora, tudo o que ele mais tinha prezado naquela época, estava nos braços de outro. E ela estava feliz! Isso era o mais torturante de ver. Era egoísmo também, Jensen admitia para si mesmo. Mas era o que sentia naquele momento e não podia reprimir tal sentimento.
O que mais quis, foi poder fazê-la sorrir. E era tão gostoso ver um sorriso dela...
Talvez fosse a hora de deixá-la ser feliz, mesmo que não fosse ao seu lado. Afinal, fora ele mesmo quem estragara tudo. Merecia não tê-la nunca mais.
avistou Jensen ali antes de entrar na casa. Seus olhares de encontraram por cinco segundos, que pareceram uma eternidade. Fora o bastante para perceber que ele não estava bem. Seu coração se despedaçou, mas tinha que seguir em frente. Já estava decido largar mão de Jensen desde que pedira Mitchel em namoro, e não iria desistir de nada disso agora.
Era hora de cantar parabéns e todos os convidados se juntaram na tenda depois que Alan e Jensen levaram um bolo grande para mesa, já posta lá fora.
Mackenzie estava radiante de felicidade por ter uma festinha. Principalmente por que Marlon estava presente.
reparava naquele cara que não saia de perto de Zie. E pelo jeito que sua amiga o olhava, e ele para ela, o amor estava no ar, com certeza.
Depois de cantarem os parabéns e partir o bolo, se aproximou de Zie, aproveitando uma brecha.
- Uhm... Estou sentindo certo clima entre você e o mocinho ali - insinuou para ela num murmúrio, disfarçadamente.
Zie riu sem jeito e ao mesmo tempo de nervoso.
- Ele estudou comigo no curso de fotografia ano passado. Desde então, a gente tem essa amizade colorida. Coisa básica, sabe?!
- Aham! - ria com ela.
Jensen observava de longe as duas conversando, quando alguém resolveu lhe fazer companhia.
- Só de olho, não é, filho? - Alan disse, e logo Jensen baixou os olhos, como se estivesse fazendo coisa errada. - Ora, vamos! Não precisa ficar assim, tão sem graça.
- Ela tem companhia agora - Jensen falou com firmeza, mas era difícil dizer tal coisa. Precisava daquela garrafa de vodca que vira lá dentro da cozinha.
Alan o observou por alguns segundos e não se aguentou.
- Por que você não luta por ela?
Jensen olhou para o pai, com espanto.
- Como? Depois de tê-la trocado por uma ilusão estúpida, que incrivelmente durou cerca de um ano. Acho que não. Eu sei que ela ainda tem muito ressentimento pelo que fiz. E é por isso que ela está seguindo em frente com a vida dela.
Depois de desabafar a verdade que ele via de toda a situação, e admitir que estivesse fora de vez da vida dela, o deram o impulso fortíssimo de ir à cozinha.
Alan o seguiu, e quando chegou ao cômodo, Jensen já estava com a garrafa de vodca na mão, abrindo-a com urgência. Era como se aquilo fosse água. Principalmente quando Jensen deu um grande gole no gargalo.
Alan se enfureceu ao vê-lo daquele jeito, e tirou a garrafa dele num gesto brusco.
- O que vai fazer agora? Afogar a mágoa no álcool? Está ficando maluco?
- É, eu estou! - ele tentou sorrir sarcástico, mas o nó de sua garganta se apertou de tal maneira, que espantou Alan visivelmente. - Descobri que não a mereço e estou enlouquecendo.
Alan pôs a mão no ombro do filho, sendo compreensivo e amigo.
- Estar admitindo isso já é um grande passo. Mas não é por isso tudo estar acontecendo que você tem que se castigar, meu filho! Sabe que isso só vai piorar a situação. Não queira se afundar na tristeza assim...
Jensen balançou a cabeça baixa, ainda se esforçando para não chorar.
- É incrível como, em poucas horas, você pode descobrir que foi o maior idiota da face da Terra. E eu me pergunto, por que só agora? Por que não despertei antes? Eu devia ter ignorado os encantos da Joanna logo de primeira! - a mente dele viajou no tempo e reviveu os beijos que lhe dera com tanta paixão e carinho, o jeito como aspirava profundamente o perfume dela quando se embrenhava nos seus cabelos sedosos...
Jensen não conseguira mais evitar que lágrimas escorressem por sua face naquele momento de desabafo. Afinal, era seu pai ali. Com ele não tinha que seguir à risca a lenda de que homens não choram. Mesmo tendo segurado o máximo que podia, para que isso não acontecesse.
Mais uma vez, recebeu aquele aperto amigo no ombro enquanto afastava aquelas lágrimas com o dorso da mão, num movimento rápido, fungando e se erguendo ereto, encarando o teto e respirando fundo.
Ouviram-se passos se aproximando pelo corredor, e Jensen se aprumou. Fosse quem fosse, não queria que percebessem seu estado vulnerável.
Quando apareceu no batente da porta, e sozinha, Jensen sentiu o coração ensanguentado acelerar como se quisesse reviver daquela tristeza. Um pingo de esperança se acendia nele quando ela lhe olhava direto nos olhos, como fazia agora.
Alan sorriu e se retirou sem dizer nada, deixando-os a sós.
A vontade de dizer que ainda o amava loucamente estava travada no peito de , gritando desesperadamente para se libertar.
O silêncio era tenso demais.
- Eu estou indo embora - conseguiu falar, com voz trêmula. Estava nervosa. Droga! Não queria ficar assim perto dele, mas era impossível esquecer tudo aquilo de homem. - Com o Mitchel! - ela fez questão de mencioná-lo.
A faca afiada e geladíssima, se enfiou em seu peito quando a ouviu falar daquele jeito. Jensen estava cada vez mais certo de que sentia necessidade de lhe machucar. Parecia que até o ar na cozinha tinha sumido.
percebia que ele estava sentindo sua crueldade. E mesmo assim, não se abalava. Não naquele momento. Pois já fora para a cozinha preparada para aquilo.
- Você tem que ser feliz de qualquer forma; então, que seja assim - ele afirmou, tentando ser firme.
estava mantendo-se firme. Mesmo vendo que ele não estava normal. Estava até pálido, os olhos um pouco vermelhos...
- Você andou bebendo demais essa noite - ela comentou, pensando que era esse o motivo dos olhos vermelhos.
- Não tem que se preocupar com isso - falou, sem conter sua costumeira grosseria.
- Quem disse que estou preocupada? Você é adulto! Sabe cuidar de si. Não é? - ela replicou. Afinal, ele começou com a ignorância.
- Isso mesmo! - ele riu triste, mas gostando da atitude dela. Jensen se agarrava à alegria de receber a raiva dela, já que merecia. Aproximou-se dela com alguns passos lentos, e gostou ao ver que ela não saiu do lugar. - Você está me odiando.
- Eu não odeio você.
- Se não é ódio, o que é? - Jensen a olhava no fundo dos olhos.
- Ódio é muito forte! É o oposto do amor, um não vive sem o outro. O que eu sinto por você agora, é indiferença. E indiferença é o sentir nada!
o encarava desafiadora. Nem acreditava que estava cuspindo aquelas palavras cruéis.
E Jensen continuava a olhá-la nos olhos.
- Por que não consigo acreditar? - ele falou intrigado.
não entendeu.
- Como assim?
Jensen lhe calou com um beijo macio e com um abraço mais do que aconchegante, amolecendo as pernas de no mesmo instante.
Jensen não era nada além de carinhoso no beijo, sem insinuar um mais íntimo. Só selava beijos lentos e quentes nos lábios dela, que se entreabriram depois do primeiro minuto de relutância.
Estava indo tudo por água abaixo aquelas insinuações com Mitchel, assim que beijou o lábio superior de Jensen com demora, fazendo-o arfar e lhe apertar nos braços. Podia sentir o vigor do corpo dele finalmente, depois de um ano separados. Mas algo estava errado...
afastou os lábios dos dele. Jensen ofegou contra a boca da moça, e entreabriu os olhos intensamente verdes, brilhantes e vivazes.
- Não dá, Jensen. Não posso mais ficar assim.
- Eu ainda te amo...
- Você acabou de voltar e terminar com a Joanna! - ela riu desacreditada no que estava ouvindo.
- Eu sei o que sinto! - Jensen se defendeu com firmeza, sem deixá-la sair de seus braços.
Mas forçou para se desvencilhar daqueles braços fortes, quentes e que ofereciam tanta segurança. Respirou fundo e se recompôs.
- Adeus - disse num sorriso quase imperceptível, e saiu da cozinha quase correndo.
Capítulo 27
Três meses depois.
afastou Mitchel de seus lábios, interrompendo o beijo um tanto quanto empolgado. Ele a olhava com a mesma intriga durante esses meses. Era sempre assim. Quando o clima esquentava, cortava o barato. Mitchel sabia bem o porquê que ela não o deixava passar daquele ponto, e estava tentando não perder a paciência.
Simplesmente se ajeitou no sofá e colocou uma das almofadas no colo para, disfarçar seu estado.
passou as mãos nos cabelos escovados, enquanto se recompunha sentada no sofá. Observava-o frustrado mais uma vez. Não sabia como poderia parar de pensar em Jensen todas as vezes que estava com Mitchel.
Desde aquela despedida, ainda ouvia Jensen dizer "que a amava". E isso a matava por dentro, de tanta agonia por estar perdendo tempo. De estar errando em tentar ficar com Mitchel. E mais preocupante ainda, de estar judiando dele daquele jeito.
o olhou sem jeito e sussurrou.
- Desculpa - ela recebeu o olhar sério dele, e continuou a se justificar. - Ainda não consigo. Sinto muito.
Mitchel preferiu ficar calado e apenas sorrir mostrando-se, compreensivo.
Agiu assim por mais uma semana, e já estava pensando em desistir daquele relacionamento, até que milagrosamente não hesitou quando ele tirara seu vestido, numa noite de jantar que ele fizera em seu apartamento, no centro da cidade.
enfim, sentiu-se mais a vontade em deixar acontecer, seja lá o que fosse, com Mitchel. Afinal, ele vira sendo paciente até demais com ela, que sabia o quanto estava sendo irritante. Talvez se estivesse no lugar dele, ela não teria tanta paciência assim...
Dois meses depois, Mitchel a chamou para morar com ele em seu apartamento. Não foi muito difícil fazer a mudança, pois a maioria das suas roupas já estavam lá.
estava cada vez mais entusiasmada com o rumo que o relacionamento levava.
Passaram-se meses e mais meses.
Quando completaram três anos de quase-casamento, cometera o maior erro do relacionamento.
Estava tão empolgada para se estabelecer na vida e formar uma família, mesmo que Mitchel quase não tivesse mais tanto tempo assim para passar em casa com ela. Ele mais fazia pequenas viagens de trabalho, do que qualquer coisa, por conta da empresa que parecia crescer a cada ano.
Porém, nunca havia percebido em Mitchel, nenhum sinal de que um possível pedido de casamento pudesse ser feito. Ela até se desanimava ao pensar, e até durante algumas conversas com , que Mitchel estava acomodado.
- Ele mal passa um fim de semana com você. Isso é absurdo! - falou irritada, enquanto dava papinha na boca de Camille. - Juro que se o Derek me deixasse sozinha no final de semana com a Camille, eu mandaria matá-lo!
riu, vendo segurar ameaçadoramente a colherzinha como se fosse uma arma letal. Era inacreditável ainda, depois de três anos, ver já uma mulher casada e mãe de um bebê de um ano e três meses.
- Derek é diferente do Mitchel. Ele sempre foi mais caseiro e família. E não é um empresário que precisa viajar sempre que o chefe liga para ele - reclamou irritada.
- Graças a Deus! Derek adora aquele quiosque! E eu amo poder trabalhar lá com ele. Não há nada melhor que sombra e água fresca...
O bronzeado de era lindo e significava a vida que ela tinha depois de ter conhecido Derek. Um cara muito sossegado, que morava na beira da praia e vendia água de coco e sanduíches naturais num quiosque.
- , você tem uma vida maravilhosa! E não tem dinheiro que compre isso! - disse, se sentando na cadeira à mesa, depois de pôr a forma do bolo recém batido na batedeira, no forno. - Eu tenho até uma inveja. Mas uma inveja branca, sabe? - ela falou rapidamente.
riu dela. Tirou Camille da cadeirinha e limpou-lhe a boca com a fralda.
Camille era um bebê lindo! Seus cachinhos negros, assim como os do pai, eram lindos e cresciam rápido. Já os olhinhos verdes claros, eram idênticos aos da mãe.
era louca por Camille, mesmo antes do ginecologista de confirmar que ela estava grávida. foi quem desconfiara da gravidez, e não fora à toa que a convidou para batizar Camille junto com Mitchel.
Era estranho como os tempos mudaram...
Nos tempos que trabalhava com e contara do passado e sobre Mitchel, o odiara. Porém, com a convivência, passara a ter mais afeição por ele. Mas ainda tinha seus pressentimentos, só não sabia como expressá-los, nem para si mesma. Por isso, nunca mencionara nada disso com sua melhor amiga, para não botar caraminholas na cabeça dela. Talvez fosse loucura de sua mente mesmo...
se levantou e bateu palminhas chamando Camille, que logo estendeu os bracinhos gordinhos, com dobrinhas fofíssimas, e abriu aquele sorriso de dois dentes de cima mais lindo do mundo!
observava o quanto era cuidadosa e amorosa com Camille.
- Por que você ainda não teve um bebê? Ainda usa a desculpa de que prefere se casar com Mitchel? - disse, curta e grossa.
olhou-a surpresa e rindo.
- Eu não sei.
- Nunca perguntou para Mitchel se ele quer ter filhos?
- Na verdade, não sinto que ele um dia queira ter filhos - admitiu com uma ponta de tristeza.
- Como pode saber? Ele já...
- Ele nunca disse que não quer. Mas também nunca disse que quer - adiantou-se em dizer. - Nem ao menos mostra interesse em pegar a Camille no colo! Você sabe disso.
- É verdade - parou pensativa e tinha razão. - Mas você tem vontade, não é?
- De ser mãe?! Meu Deus! É o que mais tenho vontade desde o ano passado. É como se depois de ver você passando por essa fase, tivesse acordado meu lado materno também. Eu sempre tive o sonho de ser mãe, mas agora mais do que nunca!
- Então faz um filho logo e pára de frescura! Você não precisa ter a permissão do Mitchel! - falou agoniada.
- Eu não posso fazer isso! E se ele não gostar da idéia? Já imaginou como seria? Mesmo se ele não se importasse de eu engravidar, levasse numa boa. Eu não quero um pai distante para o meu filho! O problema é que o Mitchel não me passa segurança para eu termos um filho juntos, essa é a verdade - finalmente conseguia se expressar completamente sobre a situação.
parou pensativa e surpresa.
Capítulo 28
Era por volta das nove da noite. estava no restaurante, como sempre, trabalhando. Por ser dia de semana, ela estivera planejando, desde a conversa com , para abordar Michel com o assunto "filho".
Morria de receio quando chegasse em casa. Ele provavelmente estaria daquele mesmo jeito compenetrado no quarto, trabalhando em algum relatório no seu notebook, sem mais atenção para o mundo à sua volta.
Quando chegou no apartamento, foi dito e feito! Lá estava ele, sentado na cama, digitando no notebook.
- Oi! - cumprimentou-o animadamente e engatinhou na cama. Deu-lhe um beijo no canto dos lábios, percebendo o quanto ele estava cada vez mais distante, a cada dia que se passava. Sinceramente, estava chegando no fim de sua paciência.
Como poderia falar sobre seu desejo de ser mãe com um cara que mal lhe olhava ou nem paixão tinha mais quando se reencontravam no final do dia?!
Pior que ficou ali, sentada na beira da cama, observando aquele conjunto de homem delícia, pensando na possibilidade de ter que terminar com ele, já que não poderia realizar-se como mulher completamente ao seu lado.
Tinha que perguntar se ele gostaria de ser pai. Ou senão, acabaria terminando com ele sem saber. E se ele também gostaria de ter filhos? Talvez fosse um homem que não soubesse expor totalmente seus desejos e anseios na vida pessoal.
- Mitch, posso te perguntar uma coisa? - falou logo antes que enrolasse ainda mais para tocar no assunto.
- Sim? - Mitchel murmurou sem tirar os olhos da tela do notebook.
Era irritante essa compenetração dele no trabalho. odiava.
- Você tem vontade de ser pai?
Os dedos dele pararam de digitar no teclado no mesmo instante. Porém, ele não mexeu um músculo para encará-la. paralisou ali, já pensando na resposta. Ficou de cabeça baixa, passando a mão distraidamente no lençol, e se pôs de pé com o propósito de ir para o banheiro tomar banho.
- Espera, não quer saber a resposta? - ele disse quando a viu andar para o banheiro do quarto.
voltou a encará-lo e ficou parada, esperando. Por alguns instantes, esperou sair um "sim" da boca dele, mas...
- Você quer ter filhos agora?
- Sim! Por isso quero saber se você tem o mesmo desejo que eu.
- De onde você tirou essa idéia de ter filhos? - ele não conteve o riso de deboche, e se enfureceu absurdamente.
- Obrigada pela resposta! - ela falou nervosa e sarcástica, indo a passos pesados para o banheiro e bateu a porta. Trancou-a. Encarou se reflexo no espelho e meneou a cabeça com desânimo. Estava completamente desiludida com Mitchel. Como ele teve coragem de debochar daquilo?
- Filho da puta! - ela disse ali, para ela mesma. E despiu-se.
Estava debaixo da ducha quente quando o bater na porta a tirou do choro que camuflava sob a água.
- , você nunca toma banho de porta trancada.
- Hoje eu quis assim! Dá licença? - ela esbravejou. - Volta para o seu notebook e me deixa em paz!
Houve só silencio.
terminou o banho, vestiu sua camisola e se olhou no espelho. Estava sexy. Ela não queria fazer nada com aquele idiota, por que dormiria com aquela camisola? Pior que seu pijama mais nerd estava na gaveta da cômoda no quarto. Teria de passar por ele de qualquer jeito. Mas tirou a camisola e colocou o roupão, prendeu os cabelos num coque e passou uma máscara esfoliante verde no rosto, para amedrontá-lo de qualquer possível aproximação.
Abriu a porta e Mitchel lhe olhou. Mas nem fez questão de ver a cara dele direito. Foi direto na cômoda, pegou seu pijama mais ridículo e voltou para o banheiro.
Lavou o rosto, vestiu o pijama e saiu.
Passou direto para o corredor e foi para a cozinha arrumar algo para comer. Tinha nhoque com molho branco na geladeira. Ela serviu uma porção no prato, e pôs no microondas. Serviu um copo de suco de maracujá e depois foi comer na sala, assistindo o canal Warner. Nem tinha idéia da série que estava passando, mas esperou o comercial terminar.
Quando voltou mostrando Sam Winchester na tela LCD de cinquenta polegadas, teve um colapso emocional. Essa era a hora de aumentar o volume mais um pouquinho e deixar Mitchel saber que ela estava vendo Supernatural, na TV dele!
Desde que se mudara para lá, fora proibida de assistir Supernatural. O motivo: Jensen Ackles, é claro!
Quando Jensen apareceu na cena, ela não pôde conter o descompasso dos batimentos cardíacos. Ainda estremecia da cabeça aos pés quando ouvia aquele vozeirão. Quando via aqueles olhos verdes.
É claro que era diferente... Assistia à série com gosto, porque adorava a história e não misturava o personagem Dean com Jensen. Nada a ver! Apesar de que tinha algumas coisinhas que o Jensen era igual ao Dean. Como por exemplo, o ótimo gosto musical...
- O que você está vendo?! - Mitchel disse com tom de voz indignado atrás dela.
nem se virou para olhá-lo.
- Estou assistindo Supernatural. Algum para oblema? - ela o enfrentou, apesar de não encará-lo.
Ouviu o riso de deboche dele às suas costas de novo, e o seu vulto passou rápido ao seu lado e desligou a tv.
- Está louco? Seu sem educação! - se levantou e foi até a TV para ligá-la de novo, já que pelo controle remoto ela já estava ligada. Mas Mitchel lhe barrou.
- Mitchel?!
- Você sabe muito bem que não vai ver isso aqui. E está cansada de saber! - ele esbravejou.
Não era a primeira vez que discutiam sobre a série. adorava, ou melhor: amava a série!
- O que você vai fazer? Me proibir de ver qualquer filme que ele venha a fazer futuramente também? Para de ser infantil! - ela reclamou, tentando de novo passar por ele, que lhe agarrou nos braços, com força.
- Desde o momento que você se comprometeu comigo, deveria saber que teria que ser assim.
- Eu deveria saber que seria assim? - estava abalada. - Não acredito que você vai querer me controlar dessa maneira!
- É por que eu sei que se não pôr rédeas em você, capaz de levar um par de chifres na primeira oportunidade! - ele falou e largou-a sentada no sofá, com um empurrão.
Descabelada e arrasada, abriu a boca para para contestar, mas estava sem palavras no momento. Depois que recompôs suas idéias, reagiu.
- Se eu estou com você há três anos, seu idiota, acha que só agora pretenderia te trair?
- Pior que eu tenho sido um idiota mesmo! Não duvido nada que isso não tenha acontecido no casamento da Mackenzie!
- O casamento da Zie foi há dois anos! E o Jensen estava namorando com a Danneel. E ainda está! Pára de ser tão ciumento e paranóico!
Antes mesmo dela terminar de falar aquilo, Mitchel, enraivecido, já tinha ido para o quarto.
religou a TV e continuou assistindo Supernatural, mas sem conseguir prestar muita atenção. Tinha que resolver aquilo.
Como ele pôde falar do casamento da Zie?! Ele estava lá com ela, como convidado. Mesmo se tivesse que fazer algo de errado, ele estava o tempo todo ao seu lado. Teria sido impossível!
Mitchel ter mencionado aquele casamento, a fez se lembrar de como havia sido ver Jensen com Danneel. Deus! Como ela era bonita! Cabelos vermelhos escuros, olhos claros e corpo lindo. Porém, preferia o seu. Sabia dos seus dotes físicos, modéstia à parte...
Até que naquele dia ela não sentiu tanto ciúme quanto quando vira Jensen com Joanna. Mas não pôde negar para si mesma que Jensen continuava ficando cada vez mais lindo, amadurecendo e ficando irresistível!
Com certeza ele estava muito bem e parecia feliz. E gostou de ver que ele estava bem. Afinal, ela também estava feliz! Até antes de tocar no assunto "filhos" com Mitchel... Aí, toda a magia de três anos parecia ter se dissipado no ar.
Capítulo 29
Não era nada tão fora do normal receber ligações da Mackenzie algumas vezes por semana. Afinal, ela ainda era sua amiga. Por mais que ainda lhe atormentasse a cabeça com insinuações de que um dia, voltaria a ser sua cunhada.
só ria nessas horas, mas não pensava que um dia isso voltasse a acontecer. Não tinha nenhum pingo de esperança, apesar de ser uma possibilidade irresistível. Mesmo por que, ela sempre estava se lembrando que estava com Mitchel.
Já havia se passado duas semanas desde o assunto "filhos", mas ainda assim, ela não falava mais que o necessário com Mitchel. E ele idem!
Pensava no clima chato que estava naquele apartamento desde então, quando Mackenzie lhe deu um berro na orelha, pelo telefone.
- EI! Cadê você? Está viva aí?!
- Ai, desculpa! Eu estava viajando em pensamentos aqui... Estou ficando confusa demais.
- O que está acontecendo? - Zie perguntou preocupada.
foi para o quarto, deixando Mitchel na sala, assistindo um telejornal sobre bolsa de valores, muito chato. E contou para Zie tudo o que tinha acontecido.
- Meu Deus, como ele é insensível! Por isso nem sei mais como vai ser se eu convidar você e ele para a festa de aniversário de um aninho do Luke.
- Oh, meu Deus, o aniversário do Luke! - deu um pulinho de alegria ao relembrar que semana que vem seria o primeiro aniversário do primeiro filho de Mackenzie. - Se você está me convidando, é claro que eu vou!
Este era outro bebê que babara desde que o visitara no hospital, ainda recém-nascido.
- Espero que você venha mesmo! Por que parece que o Jensen não está mais com a Danneel... - insinuou num cochicho.
- Zie, quando você vai desistir? - disse sem forças, para retrucar mais uma de suas insinuações.
- Nunca! Você sabe disso - Zie ria da amiga. - Bom, o convite está feito. É fim de semana que vem, no domingo de manhã. E vai ser na casa da mamãe mesmo, porque o quintal é enorme! E a família vai vir em peso, como você já conhece.
- Maravilha! - não quis ser curiosa, mas não aguentou em perguntar. - Mas o que houve com o Jensen e a Danneel? - ela disse num tom de descaso.
- Ohm, demorou para perguntar! Na verdade, ainda é um mistério. Só sei que quando liguei para o Jensen para falar da festinha do Luke, ele disse que ela não iria. Eu perguntei o motivo, mas sabe como ele é grosso quando está nervoso. Aí deixei quieto, e nem perguntei mais nada.
"Que ótimo", pensou, estaria na casa dos Ackles, com a família reunida... Isso, se ela conseguisse ir, porque bastaria contar que o Jensen estaria lá sozinho, e Mitchel surtaria!
Mas por incrível que parecesse, não estava mais se importando com o que ele iria pensar. Luke era o primeiro filho da Zie, uma de suas melhores amigas. Ela não ia deixar de ir só por causa daquele namorado insensível e que já vinha dando muita decepção nos últimos tempos...
- Mitchel, fomos convidados para o aniversario do Luke, para semana que vem - ela avisou chegando à sala.
Ele nem se mexeu para olhá-la, muito menos respondera.
estava se irritando com aquele imbecil.
- Você vai, não é?
- Por que eu iria? - ele falou finalmente, a olhando friamente.
- Porque sim, oras! Você estava comigo quando fomos visitar a Mackenzie no hospital, quando ela deu a luz ao Luke, lembra?
- E daí? Só por que eu estava lá, não significa que agora eu tenho que estar presente em todos os aniversários do moleque! - disse ele com desprezo.
gaguejou muda, sem saber o que falar para aquele animal. Estava ficando surpreendentemente cada vez mais com repulsa dele.
- Como você mudou, Mitchel! Estou bestificada, sabia? - ela falou com desgosto e voltou para o quarto.
bateu o telefone sem fio no colchão, se contendo para não jogá-lo e correr o risco dele cair no chão e se quebrar. Estava se sentindo um tanto quanto impotente com essas atitudes do Mitchel. E era estranho se sentir assim, porque se fosse anos atrás, já teria o mandado para aquele lugar!
O problema, é que nesses três anos de namoro, exerceu muito sua paciência. E agora, tinha seus impulsos contidos por receio do que Mitchel pudesse fazer. Não que ele fosse violento. Nada disso! É que nesses anos, ela aprendeu a gostar mesmo dele. E seu receio era perder essa estabilidade de relacionamento. Mas parando para pensar bem, como seria um relacionamento estável e seguro do jeito que ela queria, se ele ignorava com deboche seu desejo de ser mãe?
estava com vinte e seis anos, e precisava saber se não estava perdendo tempo com a vida que Mitchel lhe oferecia: dias solitários, por mais que ele estivesse no apartamento.
passara o resto da semana sem tocar no assunto sobre a festinha do Luke para o Mitchel. Quando sexta-feira amanheceu e ela já estava desligando o despertador do lado da cama, viu Mitchel fechando uma mala em cima da mesmaa. Estava de terno azul marinho e gravata, barbeado e cheiroso.
- Aonde está indo? - ela perguntou, esfregando os olhos.
- New York. Conferência com os acionistas - respondeu seco, tirando a mala da cama, e olhando para .
- Nossa, mas você nem avisou que ia viajar hoje! Pensei que você iria comigo...
- É claro que eu não vou, nem fazer falta! - ele sorriu friamente e foi saindo do quarto.
- Michel! - já não aguentava mais aquilo! Tinha que por um fim naquele comportamento dele.
Saiu da cama num salto e correu até a sala.
- Você tem que parar com isso, Mitch, por favor. Isso está me cansando! - ela confessou exausta.
Mitchel encarou-a com o cenho franzido.
- Eu não estou fazendo nada demais com você, querida!
O jeito fingido dele era um paralisante sem igual. E se tocou que ele já não lhe fazia bem como no início.
Mitchel a viu menear a cabeça, em desistência. Ele sorriu amigavelmente e saiu do apartamento.
não tinha mais dúvidas de que estavam tendo uma crise.
Capítulo 30
saia pelo portão de embarque. Chegara ao meio dia de sábado e logo ligara para Zie.
- Ei! Cheguei.
- Ai, que maravilha! Você está muito cansada da viagem?
- Na verdade não. Dormi o tempo todo. Por quê?
- Não quer vir aqui em casa ajudar nos preparativos?
riu. Preparativos para uma festinha de um ano? Luke nem vai entender que tudo aquilo é para ele. Mas sabia bem que aniversário de criança era desculpa para adultos festeiros fazerem bagunça.
- Ok, você está na sua casa ou na casa dos seus pais?
- Na casa dos meus pais.
- Está bem. Vou achar um táxi e logo eu chego aí.
- Não precisa! Mandei um motorista para te buscar!
- Motorista? - estranhou rindo, enquanto andava pelo terminal de desembarque para pegar sua mala. Na esteira, sua mala estava vindo em sua direção, mas uma mão a pegou antes de chegar perto dela. - Ei!- disse alarmada pelo atrevimento do cara.
- Oi! - Jensen riu, trazendo a bagagem dela enquanto se aproximava.
- Oi! - quase agiu no impulso de se abanar. Sentia o calor subir até seu rosto. Minha nossa, como ele estava gostoso!
- Seu motorista me achou! - falou ao celular.
Jensen a olhava intensamente, com aquele ar de riso.
- Ótimo! Até daqui a pouco então!
- Ok - desligou o celular e sorriu para ele.
- Como vai? - Jensen questionou.
- Bem, e você?
- Bem - Jensen na verdade se sentia magicamente melhor de espírito agora. Mesmo por que não tinha sido a toa que se oferecera para ir buscá-la no aeroporto, no lugar de Marlon.
Jensen começou a andar para fora do terminal, passando pela porta de vidro, seguido por . Ela sorriu e por um segundo fechou os olhos, sentindo a brisa fresca do lado de fora.
- Como foi de viagem?
Jensen guardava a mala no porta-malas do carro cinza. E reparava que os braços dele pareciam mais fortes que antes. Ele estava de camiseta branca, de estampa do Bart Simpson, e calça jeans, em tom velho. O par de botinas de couro bem envelhecido, ajudava com o look despreocupado dele. Um jeito que adorava, e era um choque grande, já que estava acostumado a ver Mitchel sempre com roupas caras o tempo todo.
- A viagem foi tranquila. Dormi o tempo todo. Nem li o livro que trouxe na bolsa pensando que não ia conseguir dormir.
- Por que pensou que não ia conseguir dormir? - ele perguntou, indo abrir a porta para ela.
Mais um gesto que Mitchel não tinha o costume de fazer.
- Porque minha cabeça está cheia de problemas para resolver - disse entrando logo no carro.
Jensen fechou a porta e correu para o outro lado, e entrou sentando-se em frente o volante.
- Problemas com o restaurante? - ele perguntou, dando partida no carro.
- Não, o restaurante está indo bem - disse e não falou mais nada, esperando que ele entendesse que se não era isso, era com Mitchel o problema.
- Entendi - foi só o que ele falou.
Ficaram quietos por alguns minutos.
- Quando você chegou aqui? - perguntou.
- Dois dias atrás. Estava estressado demais e resolvi que só aqui eu poderia me acalmar.
- Pela sua cara boa, deu certo! - ela riu. E ele também.
- É. Não tem como eu não me animar aqui - ele deu uma olhada para ela de relance, e voltou sua atenção para a estrada. Jensen não ia conseguir deixar de perguntar o que estava curioso para saber. - , por que Mitchel não veio?
Ela ficou os primeiros segundos em silêncio. Como iria responder? Nunca conseguia deixar de ser sincera com Jensen.
- Não sei bem ainda a real. Até onde sei, ele foi para New York participar de uma conferência da empresa. Mas... Algo me diz que... Não é só isso.
Jensen olhou-a de relance de novo. Ela estava cabisbaixa, massageando as próprias mãos sobre seu colo. Ele notou que era mesmo um problema na relação deles que não a deixara dormir ultimamente. Por isso, veio sua curiosidade: por que ela dormira durante o vôo? Teria sido a expectativa de estar se afastando dos problemas com Mitchel?
- Isso é uma droga. Crise no relacionamento... - Jensen disse, em tom compreensivo.
- É uma droga mesmo. Principalmente quando parece não existir resolução.
- Sei bem do que você está falando - ele riu de desânimo. - Tenho tido algo do tipo.
olhou-o tentando não perguntar nada e mostrar sua curiosidade. Não podia mostrar que se importava com a vida dele com a Danneel. Era dar a entender que se importava com a vida amorosa dele.
- Espero que nossos problemas se resolvam logo. Por que se não, vamos acabar em camisas de força! - brincou, o fazendo rir.
- Concordo plenamente!
Quando chegaram em casa, foi recebida com um forte abraço de Mackenzie, logo depois Marlon, que segurava Luke nos braços.
- Oi, coisa mais linda! - disse. se derretendo por ele. Logo o pegou no colo. - Será que ele se lembra de mim? - ela riu.
Jensen passou por ela, mas tão perto, carregando sua mala, que sentiu o tórax e ombro dele encostar-se às suas costas, fazendo-a queimar de calor.
- Ele se lembra sim - Marlon disse sorrindo e brincando com o palhacinho de pano, na frente do bebê fofo nos braços de .
Luke ria e batia os bracinhos, e se escondia abraçando o pescoço dela, enquanto o pai fazia palhaçadas.
- Oun! Ele está tão lindo! - disse ela, se apaixonando por Luke.
- tenho que ver o bolo no forno, vem aqui - Zie falou saindo correndo para a cozinha.
Marlon já tinha se sentado no sofá perto de Josh, que assistia uma partida de futebol.
- Oi, Josh - falou e só assim ele se deu conta de sua presença.
- Oi! - Josh deu um pulo do sofá e foi até ela, dando um abraço. - Como você está?
- Estou bem. E você? - neste momento, não conteve em olhar para Jensen, que descia as escadas correndo.
- Estou bem! Já viu a Pamela?
- Não, onde ela está? - sentiu que atrás dela o calor se propagou de repente.
Logo Luke deu um gritinho, e virando-se para trás de . Quando ela olhou, o rosto de Jensen estava quase encostando-se em seu pescoço, fazendo graçinhas para Luke rir.
- Ela está na cozinha, dando papinha para Jéssica.
- Eu vou lá - disse.
- Deixa ele comigo - Jensen falou, pegando Luke de seus braços, com maior jeito cuidadoso e cheio de atenção.
Foi impossível não se encantar com a cena, e o fato dele ser tão fraternal com crianças. Seu coração se entregava naquele momento, acelerado e derretidamente, fazendo-a suspirar.
Resolveu sair logo dali e foi para a cozinha.
Quando chegou à porta, avistou aquela bagunça. Era Jéssica toda melada de papinha, batendo a mão dentro no pratinho que Pamela segurava, espirrando na cara dela. não conteve em rir.
- Jéssica! - Pamela reclamou, se limpando com a fralda.
Donna estava de avental, manuseando a batedeira sobre o balcão, enquanto Alan chegava do lado dela para olhar curioso o que ela estava fazendo.
- Alan, já disse que não vou te dar a tigela para lamber a massa crua! Você já fez isso com duas!
- É! A próxima é minha! - Jensen disse, parado ao lado de .
E só assim, todos deram conta de sua presença.
Capítulo 31
passou o resto daquele dia tão distraída ajudando no preparativo do bolo e dos doces para festa, que até esquecera que deixara reserva num hotel ali perto. É que estava se divertindo tanto ali com aquela família de doidos...
Precisava achar o Jensen e perguntar onde ele guardara sua mala. E pedir para alguém lhe levar ao hotel.
Explicou tudo isso para Donna, mas quem disse que ela concordou em alguma coisa?
- Não! Você não vai para hotel nenhum! Imagina! - disse inconformada e riu.
- Donna, não quero incomodar vocês. A casa já está cheia...
- Nunca vai faltar lugar para você aqui, você sabe disso - murmurou séria e com carinho, olhando fundo nos olhos de .
Depois daquele olhar, ela sorriu sem forças para retrucar, e completamente sem graça. Como poderia passar a noite ali depois de tanto tempo?
Logo já pensou na reação de Mitchel quando descobrisse isso. Começou a se sentir mal, em cima do muro. Não querendo magoar a consideração de Donna, nem a confiança por um fio que Mitchel ainda deveria ter por ela.
Ficou meio quieta demais, até depois do jantar.
Estava na varanda tomando um ar fresco de outono, tentando ligar no hotel para se desculpar por não ter ido ocupar a reserva, quando ouviu a porta de tela se abrir. Olhou naturalmente.
Era Jensen saindo, e sorriu para ela, parando ali perto, mantendo uma distância por ela estar usando o celular.
- Estou tentando ligar para o hotel que eu tinha feito reserva, mas parece que o movimento deve estar intenso por lá. Só dá sinal de ocupado!
- Minha mãe disse que você queria ir para o hotel. Pensei que você já tivesse entendido que era para ficar aqui quando levei sua mala para o meu quarto.
- Para o seu quarto?! - disse com surpresa exagerada.
Jensen tentou não rir e constrangê-la, mas não conseguiu. E achou melhor se explicar.
- Eu vou dormir na sala. Pode ficar tranquila.
riu sem jeito.
Jensen se aproximou mais e ficou do seu lado, apoiando-se na madeira do parapeito que cercava a varanda. Os dois olharam o horizonte, onde o sol se escondia deixando o céu manchado de azul escuro e amarelo.
começou a prestar muita atenção no cricar dos grilos.
- Sabe quando você sente que está pronto para desenvolver uma vida mais séria, mas a pessoa que está com você parece ter medo de dar o mesmo grande passo? - Jensen disse de repente, cortando da atenção excessiva que dera aos grilos.
Ela pensou bem na pergunta dele e se deparou com um leitor de pensamentos. Ela riu e Jensen a olhou curioso.
- O quê?
- Eu sei muito mais do que você imagina! Por quê? Está acontecendo com você também?
- É... - sentou-se no parapeito, virado de frente para ela. - Danneel e eu estamos num impasse.
- Que impasse?
- Eu disse para ela que eu queria me casar no fim do ano. E até aí, tudo bem...
não pôde disfarçar sua dor no peito quando ouviu aquilo. E deixou-o continuar.
- ... mas foi eu dizer que logo na lua de mel a gente poderia providenciar um bebê, ela surtou.
"ESTÁ DE BRINCADEIRA COMIGO!", pensou atônita.
- Mas por que você tem tanta pressa de ter filho? Não pode esperar alguns meses depois do casamento?
- Eu cheguei a falar isso, mas mesmo assim a idéia dela dar à luz, a assusta muito.
- Ela tem medo do parto? Que bobagem! - riu.
- Eu sei que essa parte deve ser difícil demais para vocês, mas o jeito que ela encara isso é até ridículo!
- Como assim, Jensen? - questionou intrigada.
Jensen não sabia por que estava falando disso com ela, mas sentia vontade de conversar com alguém sobre aquilo. E até aquele instante, foi a única que ele sentiu poder falar.
- Ela disse que não quer ficar diferente depois do parto.
- Diferente? Você quer dizer, fisicamente? - ela perguntou incrédula com a idéia de uma mulher se recusar a ter filhos por isso.
- Ela é atriz e modelo. Ela pensa muito na carreira dela, e do jeito que anda aparecendo oportunidades ultimamente, vai ser meio difícil ter filhos nos primeiros anos de casamento.
- Dá uma de Angelina Jolie! Tem tanta criança para adoção!
Jensen riu do jeito dela. Sentia falta daquela doida.
- É uma idéia... - ele concordou.
- Fala disso com ela. Quem sabe ela aceita?
- É, acho que vou ligar para ela - Jensen saiu de cima do parapeito e tirou o celular do bolso do jeans.
- Eu vou lá dentro deixar você conversar com ela... - sussurrou e foi andando para a porta.
- Não! Fique! - ele pediu, estendendo a mão para segurá-la ali, mas se virou e nesse mesmo instante Danneel atendeu. - Oi, sou eu! - ele sorriu.
queria muito ir lá para dentro. Por que ele queria que ela escutasse a conversa? Será que ele queria ver se aquilo poderia incomodá-la? Se fosse essa a intenção, estava dando certo.
- ... Amor, eu estava pensando naquela nossa conversa... Sim, eu sei que você já deu sua resposta, mas escute. Eu tive uma conversa com um amigo e ele me deu uma idéia que pode ser uma boa... Nós podemos adotar uma criança. O que você acha?... - Jensen olhou esperançoso para , e conforme parecia ouvir a opinião de Danneel, seu sorriso ia se desmanchando aos pouquinhos, se transformando numa feição tristonha e desiludida. - Ok. Tchau.
Jensen desligou o celular com a maior cara de quem queria bater em alguém, e a única pessoa que ele tinha por perto era . E ela sabia muito bem como ele ficava quando estava nervoso. Sabia pelo olhar dele, que ele estava muito PUTO.
procurava as palavras certas para falar naquele instante.
- O que ela disse?
Jensen não respondeu de pronto. Os lábios estremeceram quando ele abriu a boca para falar.
- Ela não quer ter filhos de qualquer jeito. Ela não quer ter a responsabilidade de ser mãe num momento tão sagrado da carreira dela - Jensen se segurava para não explodir um palavrão. Sabia que percebia sua fúria. Ela o conhecia tão bem quanto a Danneel, muito antes até. - , obrigado por querer ajudar. Mas parece que... - ele deu de ombros, em sinal de que não havia saída.
esperou ele passar por ela e entrar na casa.
Ela respirou fundo, morrendo de dó, e com uma louca idéia de chamá-lo para fazer o bebê que os dois tanto sentiam necessidade de ter...
Capítulo 32
não suportava a cara do Jensen daquele jeito. Ele estava completamente triste.
Já estava ficando tarde da noite. Umas dez e quarenta e seis. Jensen estava ajeitando o sofá para ele dormir, estendendo um lençol branco, e jogou com estupidez o travesseiro.
A televisão ainda estava ligada, e por coincidência, passava Supernatural, na Warner Channel. Era aquele episódio das várias mortes do Dean. Um dos preferidos de .
Pior que ela queria rir, e ficava sem jeito de fazê-lo na frente de Jensen, por respeito à sua tristeza.
Todos já dormiam. só não tinha ido ainda por causa de Supernatural. Ô vício!
- Eu adoro esse episódio! - comentou, rindo daquela cena que o piano cai em cima do Dean.
Jensen olhou para a TV e sorriu. Deitou no sofá, podendo olhar para , que estava sentada no sofá menor. Ela estava usando um pijama de short e camiseta vermelhos, de algodão. Continuava sendo a graciosa e irresistível . Ainda mais madura, é claro. Jensen amava olhar para o corpo dela, ainda que não fosse mais sua há muito tempo. Fazia sua mente viajar nostalgicamente para o tempo mais apaixonante de sua vida, ao lado de uma mulher.
sentiu que ele a estava olhando, mas não olhou para ele.
O calor lhe invadiu por completo na mesma hora. Era incrível como a atração entre eles continuava a mesma, depois de tanto tempo longe.
Era a primeira vez que ficava tanto tempo juntos, no mesmo lugar. Mesmo contando com o casamento da Zie, por que naquele dia eles só se cumprimentaram de longe e não conversaram nenhuma vez.
Jensen sentou-se de repente, virado para ela. Ele nem ao menos olhava para aTV. Isso estava deixando agoniada.
- O que foi, Jensen? - ela perguntou, olhando para ele finalmente.
- Estou esperando você me contar o seu problema - Jensen respondeu logo. Tinha pensado rápido dessa vez.
Ela riu da possibilidade dele saber o que estava acontecendo entre ela e Mitchel.
- Você não vai acreditar. Vai achar que estou inventando!
- Por que eu acharia isso? - sorriu, ficando cada vez mais curioso. - O que aquele... - ele calou-se antes de xingá-lo, ao perceber o olhar de advertência dela. - Conta logo o que aconteceu.
respirou fundo. Não tinha saída. Tinha que contar. Ele mesmo se abriu com ela, e agora queria saber o que ela estava sofrendo. Era natural, se quisessem manter uma amizade saudável.
- Bem, meu problema é parecido com o seu. Estou morando com o Mitchel há três anos e meio. Agora eu resolvi que quero ser mãe, mas ele não dá à mínima! Tipo, ele não disse que concorda e nem que discorda. Ele fica em cima do muro, sabe? Mas o jeito distante dele me deixa insegura demais para tomar a iniciativa de simplesmente parar de tomar anticoncepcional.
- Por quê? Ele não agiria bem com a surpresa? - Jensen perguntou, mesmo ainda aturdido que o problema dela fosse tão parecido com o seu.
- Nem é isso o que eu temo. O que eu tenho medo mesmo é durante a paternidade. Ele continuar agindo comigo e com meu filho do jeito que ele tem agido de quase um ano para cá.
- Como assim? O que ele te fez? - Jensen se levantou, franzindo o cenho de preocupação e prontidão em ajudá-la.
- Ele vive viajando. Não que eu reclame do trabalho dele. Nada disso! Ele viaja até mesmo estando em casa. Ele não... encosta mais em mim como antes - enrubesceu. Baixou os olhos e Jensen sentou-se ao lado dela.
- Quer dizer que... - Jensen fez bico para falar, mas nada saiu de sua boca. Entraria em estado de revolta se dissesse que Mitchel estivesse a desprezando como mulher. - Vocês não...
O olhar dele foi o bastante, sem precisar dizer SEXO.
- É isso mesmo. Faz uns oito meses.
Jensen riu, sem se preocupar em se segurar.
- Que mané!
- Eu sei. No começo eu ainda me preocupava, usando cinta-liga e salto alto... Tanta coisa!
Jensen suspirou profundamente, fantasiando...
- Não brinca comigo - ele pediu, falando sério.
olhou bem nos olhos dele. Era mesmo aquele brilho de desejo?
- Me desculpa, Jensen - ela se pôs de pé e virou-se para ele, percebendo que ele olhava seu corpo de cima a baixo, sem conter-se. estava ainda mais sem graça. - Eu não devia ter entrado em tantos detalhes.
- Não, eu que tenho que me desculpar - ele se pôs de pé, encarando-a de perto. Nunca pensara que um dia poderia mergulhar nos olhos dela de novo daquele jeito. E sentir aquele fervor, avidez apaixonante novamente. - Eu não deveria ter me desconcentrado. Eu me ofereci para te ouvir e tentar ajudar, como você tentou. Eu queria retribuir.
- Não tem como! Não vejo nenhuma solução para eu lidar com esse jeito do Mitchel. Eu, às vezes, penso na possibilidade dele estar me traindo. Homem nenhum aguentaria ficar oito meses sem sexo, sendo que tem uma mulher em casa.
- Eu não queria concordar, mas você tem muita razão. Não aguentaria mesmo! - Jensen sorriu. Depois ergueu a sobrancelha comicamente. - A não ser que ele tenha resolvido virar gay!
caiu na risada.
- Também é uma possibilidade - ela concordou.
Depois daquela risada, a tensão sexual parecia ter amenizado entre eles.
- Eu posso tomar um copo de leite antes de me deitar? - ela pediu.
- Claro! - Jensen a acompanhou ate a cozinha.
andou pelo corredor escuro sentindo Jensen logo atrás dela, quando um bicho enorme e com rabo passou rápido, a poucos centímetros de seu pé.
- AAAHHH!!
deu um salto para trás, indo parar nos braços de Jensen, que a amparou, caso contrário, ela cairia.
- Calma!
- Um rato enorme passou aqui! Você não viu? - estava toda contra o corpo másculo e forte de Jensen.
Quando se virou para encará-lo, ainda estava contra o peito forte e confortavelmente quente. As mãos dele ainda lhe seguravam pela cintura, com firmeza.
Jensen queria tanto beijar aquela boca!
Oito meses?! Como Mitchel era capaz de um sacrilégio desses?! Com aquela mulher maravilhosa, esperando por ele todos os dias?! Mesmo que estivesse traindo-a com outra mulher, seria absurdo! Ele mesmo sabia o quanto era errado ter trocado por outra.
- Obrigada pelo apoio - ela sussurrou. Mas não queria que aquele sussurro tivesse saído naquele tom provocante.
As narinas dele se abriram levemente enquanto inalava profundamente o perfume dela, piscando lentamente e se inclinando, enquanto a apertava mais para si.
- Você não vai matar aquele rato? - pediu, num tom baixo.
- Seu grito o espantou. Já deve estar longe - Jensen disse, sem largá-la.
engoliu em seco, olhando para aquela boca 'matante'. Arfante de tanta tentação, deu um tapinha no ombro dele.
- Nós não podemos fazer isso, Jen...
Nem teve tempo de terminar o nome dele. Jensen cobriu os lábios dela com maciez e delicadeza. Mas se afastou, viu que ela também serrou os olhos. Arfou contra sua boca, e segurou sua nuca.
Beijaram-se febris e intensamente, despertando sensações e sentimentos enterrados em suas almas.
Jensen encostou de costas na parede, agarrando , matando a saudade que tinha de tê-la nos braços e poder sentir a maciez de seu corpo, o perfume da pele... Era um desejo que parecia nunca ter fim. Sentir no beijo ardente a suavidade e o gosto que nunca encontrara em outra.
mordeu o lábio de Jensen, antes dele lhe inclinar para trás e se apossar de seu pescoço, em beijos e sucções lentas, lhe dando sensações atormentadoras. Não conteve um sussurro. Estava abandonando-se nos braços dele, sem forças para parar.
Estavam comprometidos com outras pessoas, e isso não parecia ser um bom motivo para se afastarem. A química que existia entre eles era invencível.
Agora ele deixava beijar-lhe o pescoço até atrás da orelha, mordiscando e causando-lhe excitação violenta. Ela ouvia os arquejos dele, e sentia-o enfiar as mãos ágeis por dentro de sua camiseta do pijama, percorrendo as mãos por suas costas, lhe queimando a pele. Ele procurava pelos seios, com ansiedade visível... E o deixou achá-los, transbordando de felicidade ao sentir as mãos másculas cobrir-lhe os seios, massageando-os e retomando um beijo ávido e apaixonado.
Mas o afastou e foi parar encostada na parede oposta do corredor, deixando-o sem fôlego nenhum.
Jensen já estava desfazendo aquela distância, quando ela segurou o rosto dele entre as mãos, impedindo-o de lhe beijar.
- Alguém pode aparecer! Pára com isso.
se desvencilhou dos braços dele e correu nas pontas dos pés até a sala. Subiu os degraus, e antes de entrar no quarto de Jensen, ele mesmo a alcançou e a botou para dentro do cômodo, junto com ele, girando a chave na fechadura.
olhou-o, sabendo que dali ela não sairia mais. E muito menos ele!
Aproximou-se e tomou a iniciativa, tirando a camiseta dele sem dó. Jensen fez o mesmo, despindo-a da parte de cima do pijama; e a abraçou, beijando um dos seios. se agarrou a ele, abafando um gemido para não acordar ninguém da casa. Deitaram na cama e Jensen tirou logo o short dela. Começou a provar todos os cantos de seu corpo, como se quisesse relembrar e saudar o sabor dela, não só beijando, mas mordendo.
já não era mais a mesma. Estava transformada na mulher que costumara ser nos braços de Jensen, e isso era tão mais libertador do que com qualquer outro homem.
- Oh Deus, como é bom estar com você! - disse num gemido, enquanto Jensen abria a calça jeans e ela enfiou a mão dentro da cueca, sem demora.
Jensen quase correu o risco de gozar antes da hora. Esperara tanto para um dia tê-la de volta. E por tanto tempo, que começou a parecer ser um desejo, um sonho impossível.
Não havia preservativos por perto, e nem se tivesse eles não teriam se lembrado.
Jensen a tomou com movimentos intensos e lentos; entre beijos e declarações intensas de saudades, se amaram por longos quarenta e poucos minutos.
Depois de um silêncio deitados de frente um para o outro, se olhando...
- Nós fizemos uma loucura - falou.
- Eu sei - Jensen realmente sabia muito bem. Mas não sentia arrependimento algum naquele momento.
- É melhor você dormir lá na sala, como combinado. Ninguém pode saber disso!
- Você está certa - saiu da cama e se vestiu, sob o olhar intenso dela.
Mesmo que ela estivesse ainda cheia de desejo por ele, não poderia mais continuar com aquela loucura. Mesmo tendo a nítida impressão de talvez estar sendo traída por Mitchel, não deveria agir do jeito que agira agora. E Jensen tinha a Danneel.
O assistiu sair sem nem falar mais nada. correu para a porta e a trancou, com medo dele voltar e lhe tentar de novo...
Capítulo 33
Depois de uma noite muito difícil de conseguir dormir, acordou cedo para ajudar Zie e Donna a arrumar a decoração da festinha do Luke.
Tomou uma ducha para acordar direito e desceu as escadas com calma, também com medo de se reencontrar com aquele monumento de homem. Mas Jensen não estava mais no sofá. Que aliás, nem estava mais com o lençol e nenhum outro vestígio de que alguém havia dormido ali.
estava pensativa, quase estagnada na sala, com o olhar perdido no sofá, se lembrando do quanto havia sofrido naquela noite, querendo descer e dividir o pequeno espaço daquele estofado com ele.
- Estou aqui - Jensen falou, com aquela voz grave, bem atrás de , fazendo-a saltar de susto. Ele riu.
se virou para encará-lo, mas não disse nada. Ele estava com aquele meio sorriso, um tanto quanto malicioso, que amava.
- Quem disse que eu estava te procurando? - ela disfarçou e deu-lhe as costas.
foi em direção à cozinha, e Jensen riu satisfeito em ver que ela ainda ficava vermelha com suas brincadeiras insinuantes.
- Bom dia, flor do dia! Dormiu bem essa noite? - Zie foi logo falando, com um tom suspeito, quando entrou na cozinha.
Todos estavam tomando café da manhã, à mesa farta. E não era só a Zie que estava com aquele olhar de "eu sei o que vocês fizeram na noite passada". Donna e Alan também.
não sabia onde enfiar a cara. Foi logo se sentar na cadeira vaga. Sobrou outra cadeira vaga ao seu lado, e pediu a Deus que não fosse o Jensen a se sentar ali.
O curioso é que dois segundos depois de pensar isso, ele entrou na cozinha.
- E aí, guardaram bacon para mim ou o papai e o Josh já comeram tudo? - Jensen foi falando e indo direto sentar ao lado de , sem nem olhar diretamente para ela.
- Claro que não! Tem mais aqui, olha... - Donna disse, oferecendo a travessa com poucos pedaços de bacon.
ficou na dela. Começou a se servir de leite com achocolatado, e alguns biscoitos caseiros maravilhosos da Sra. Ackles.
Donna e Zie se entreolharam quando repararam que Jensen comia com maior apetite.
- Parece que alguém está precisando recompor as energias! - murmurou Josh ,disfarçando numa tosse exagerada e com a mão na boca.
Mas ouviu muito bem, e ainda quando o olhou, deu tempo de ver Pamela dando uma cotovelada nele.
Jensen só olhou para o irmão, mastigando o café da manhã, e sorriu balançando a cabeça. Quando engoliu, disse sem receio.
- Tive uma noite meio agitada.
- Ah, nós percebemos! - Zie falou rindo.
- Zie! - Donna a repreendeu, se segurando para não rir. Mas olhou para , que se entregava com suas bochechas coradas. - , se importa em me ajudar com a arrumação das mesinhas lá fora?
deu graças a Deus pelo resgate de Donna. No mesmo instante, ela a seguiu para o quintal gramado, dos fundos da casa. O mesmo lugar onde havia sido o casamento de Josh e a festa de aniversario da Zie. Foi como se tivesse um flashback, se lembrando de como Jensen ficara enchendo a cara.
Mas ainda pensava naqueles olhares dela para Jensen, durante o café da manhã. Estava se sentindo completamente sem graça. E se no calor do momento tivessem feito barulho? Não seria somente a cara dela e a fome de Jensen que os entregariam assim tão fácil. Tanto que foi só ela entrar na cozinha e todo mundo já a olhou daquele jeito.
começou a ajeitar as cadeiras brancas de plástico em silêncio, enquanto a Sra. Ackles passava um paninho nelas. Percebeu certo clima chato. Estava se sentindo como se tivesse desrespeitado-a, por ter se deixado cair nos braços de seu filho, que estava comprometido com Danneel há um bom tempo. Com certeza, Donna considerava-a muito, e se soubesse com certeza do que havia acontecido naquela noite, provavelmente faria com que Jensen e se afastassem. Na verdade, precisava de um castigo. Sentia um peso na consciência por ter traído Mitchel e por ter seduzido Jensen, mesmo sabendo que ele também era comprometido.
- Donna, me desculpa...
- Meu anjo - Donna a olhou firme, com um sorriso -, saiba que eu não aprovo o modo como se sucedeu esta noite, entre você e meu filho. Mas por um lado, eu sei muito bem que isso não ia demorar muito para acontecer. Eu tinha certeza. Bastava uma oportunidade dessas para que acontecesse - sorria ao ver a cara de surpresa de . - Não se sinta na obrigação de me pedir desculpas. Não foi comigo que você falhou. Eu até que gostei! - ela disse, com malícia.
sabia que era muito considerada por Donna, mas não sabia que, ainda fazendo uma besteira daquelas, ela ainda gostasse dela.
- Mesmo assim, estou muito sem graça. E não sei mais como olhar para a cara de vocês todos. Por que, pelo jeito, não fomos nada discretos na noite passada.
- Querida, pelo que deu para ouvir, minha conclusão é que foi uma noite feliz para você e para o Jensen, com toda certeza! - Donna ria.
- Ai, meu Deus! - falou, tapando o rosto com as mãos, morrendo de vergonha.
passou aquela manhã toda tentando não ficar perto de Jensen. Pior que parecia que cada um naquela casa os fazia ficarem sozinhos o máximo que podiam, de propósito. Daí, ela percebia e saia logo de perto dele.
Jensen estava comprando algumas cervejas para os adultos da festa, junto com Josh e Alan.
- Eu não queria tocar no assunto, queria que você começasse a contar, mas pelo jeito você não vai falar, não é? - disse Josh, nervoso de tanta curiosidade.
- Joshua, deixa seu irmão em paz! - Alan falou, repreendendo o filho mais velho. - A não ser que você queira nos contar, filho... - disse, assumindo que também estava morrendo de curiosidade.
Jensen ria com aqueles dois sem noção.
- Eu não vou ficar contando detalhes - disse ele, todo reservado, como sempre, quando se tratava de mulher. Ainda mais se era da mulher que ele mais respeitava na face da Terra, sem contar sua mãe. - Mas de certo, devo dizer que foi a coisa mais magnífica que me aconteceu depois de tantos anos sem poder mais nem chegar perto da !
- Cara, é impressão minha ou você ainda ama essa mulher?! - Josh falou, com olhos arregalados, enquanto Alan colocava mais um pacote de oito latas de cerveja em seus braços. Já era o terceiro.
Jensen disfarçou, sob o olhar de Alan, que parou especialmente para ver a resposta dele.
- Oho! - Alan riu do silêncio de Jensen, que dizia tudo.
- Oh, meu Deus! - Josh disse, ao perceber também.
- Cala a boca! - Jensen falou nervoso, pegando os três pacotes dos braços de Josh e indo direto para o caixa, para pagar, sem nem esperar por eles.
Tinha muito o que pensar. Se estiver tão transparente assim para eles seus sentimentos por , como explicaria para Danneel, se ela percebesse?
Quando voltou com seu pai e irmão, foi direto para o quintal, no puro instinto de rever e testar seus sentimentos quando a via.
Lá estava ela, já vestida para a festa, com um vestido branco de longo comprimento e mangas caídas, mostrando os ombros delicados. Os cabelos longos e soltos, em ondulações graciosas. E seu coração já palpitava. Seu desejo de se aproximar e afundar o rosto naqueles cabelos para sentir o perfume deles, era a primeira coisa que lhe dominava. Mas se controlou ali, parado de punhos serrados, como se estivesse fazendo o maior esforço para não se submeter nem aos mínimos desejos.
se virou, rindo com Jéssica, que andava de mãos dadas com Donna. E Jensen não pode deixar de imaginá-la cuidando de um bebê. Ela seria a mãe mais linda do mundo, a mais amável e atenciosa.
Josh parou perto dele, que não percebeu sua presença. Ficou observando-o olhar para , com admiração profunda e intensa.
- Realmente... - ele começou, alarmando Jensen, que tentou disfarçar. Josh riu. - Cara, não era algo tão inesperado você ficar assim. Eu é que tinha me esquecido de como era óbvio que a história de vocês dois ainda não tinha terminado.
Jensen olhou para o irmão mais velho, em agradecimento pela compreensão. Mas ainda estava preocupado.
- Isso não podia estar acontecendo. Demorou para o arrependimento chegar, mas... Não sem nem se é arrependimento o que estou sentindo... - ele disse confuso. - Só não queria magoar ninguém.
- É com a Danneel isso. Entendo.
- Não sei como, mas vou ter que esquecer do que aconteceu aqui - ele riu, mas foi de nervoso. Sabia muito bem que ia ser impossível. Ainda queria mais... Como poderia esquecer?!
A festa começava a ficar mais animada enquanto os familiares chegavam.
As conversas animadas faziam parar de se lembrar da noite anterior.
Jensen bem que tentava, mas quando tia Nena lhe chamou insistentemente para sentar-se ao seu lado na mesa, estava lá também.
Olharam-se demoradamente quando ele se sentou. Ela desviou o olhar primeiro.
- Jensen, conta aquelas histórias que você conhece? Há quanto tempo não dou risada com suas histórinhas engraçadas?! - pedia tia Nena, tão inocente, que gostava das piadinhas de criança que Jensen contava.
acabava rindo junto com ela, pois era fofo ver Jensen ser tão alegre e ter tanto desempenho em fazê-la rir.
Certo momento, só ficou na mesa , Nena e Jensen. Só os três achavam tanta graça nas piadinhas dos pontinhos que ele inventava.
- Oh, estou morrendo de sede, de tanto que dei risada - Nena falou.
- Eu vou buscar água para a senhora. Já volto! - se ofereceu e saiu andando animadamente até a cozinha.
Aproveitando a saída dela, tia Nena comentou com Jensen.
- Eu fiquei tão feliz quando vi que era ela que estava aqui e não a outra de cabelo de fogo.
Jensen ergueu a sombracelha, surpreso em saber que a preferência da tia era a mesma que a maioria da família.
- Pensei que a senhora gostava de vê-la com o manézão que veio com ela no casamento do Josh - ele relembrou, com certo ressentimento.
- Querido! Aquele "manézão", como você disse, poderia ser parecido com seu tio na juventude, mas com certeza, você é bem mais lindo que ele!
Jensen sorriu lisonjeado e meio sem jeito.
- Quer saber do que mais tenho certeza?
- O quê?
- Ela também prefere você! - tia Nena deu uma piscadela insinuante e divertida.
Foi impossível Jensen não sentir seu ego acariciado por aquela conversa.
estava voltando, quando percebeu que eles conversavam sério, e não mais rindo de piadinhas sem graça.
- Aqui está sua água fresquinha, tia Nena - entregou o copo e sentou-se no lugar de antes.
Olhou para Jensen, que sorria com o queixo apoiado na mão, e o cotovelo sobre a mesa. não conteve em soltar um riso ao ver aquela cara de bobo. Virou-se, mesmo desconfiada de que ela havia sido assunto enquanto tinha se ausentado para observar as crianças brincando na cama de ar que Marlon tinha alugado.
Toda aquela criançada que estava ali representava o quanto a família era de fertilidade máxima. Reproduziam-se feito coelhos. Alguns que já estavam grandinhos, reconhecia do casamento do Josh.
- Eles cresceram tanto! - ela comentou, sorrindo para Jensen. - Aposto que nem se lembram de mim!
- Claro que devem se lembrar - ele falou. - Criança tem memória muito mais poderosa que a nossa. Quer ver? - Jensen assoviou e os maiores, de aproximadamente nove e dez anos, correram até ele. - Amanda, Mark, vocês se lembram da ?
O silêncio breve deles fez rir de Jensen e sua teoria. Ele a olhou com advertência cômica, e voltou-se para os dois baixinhos.
- Ela estava aqui no casamento do Josh, como não se lembram?
- Ah, é! Ela dançou com você na festa, não foi? - Amanda disse animada ao se lembrar.
- É isso mesmo - Jensen sorriu vencedor para .
- Você é bonita! - Mark disse timidamente, e sorrindo para .
- Ohm! Que fofo! Obrigada pelo elogio - ela estendeu os braços para ele e logo Mark a abraçou.
viu a cara de Jensen, como quem diz "que moleque de sorte".
- Puxa vida, e eu passando o dia todo pensando em como ganhar um abraço dela. Se soubesse, teria falado a mesma coisa que você, cara!
riu da brincadeira, e que Mark aceitava aquilo direitinho como um elogio a sua humilde e imatura masculinidade.
Capítulo 34
Depois que a festa acabara, todos começavam a ir embora, inclusive , que tinha o vôo marcado de volta para L.A. às seis da tarde.
- Eu te levo até o aeroporto - Jensen disse, aparecendo na porta de seu quarto, vendo-a fechar o zíper da mala.
de novo se assustou com ele, aparecendo assim, do nada...
- Você está fazendo algum treinamento de ninja? Por que não escuto você chegando? - disse rindo, olhando para ele.
- Não, são passos de gato. Não faz barulho. Tenho essa habilidade desde sempre, sabe - falou, se gabando. riu, mostrando a língua para ele.
- Eu já terminei de arrumar a mala. Só falta me despedir de todo mundo.
- Ok, eu levo a mala para você.
Jensen pegou a mala e seguiu até a sala, onde Alan, Donna, Zie, Luke, Marlon, Josh, Pamela e Jéssica a esperavam descer.
deu um forte abraço em cada um.
- Vou sentir saudade de vocês - murmurou ao abraçar Zie por último.
- Algo me diz que não vai demorar mais tanto tempo para você voltar a nos visitar... - Zie comentou, franzindo o cenho. Realmente tinha esse pressentimento.
a olhava intrigada com a revelação, e tinha medo que aquilo tivesse algum significado obscuro.
No caminho todo dentro do carro, e Jensen não conversavam. O rádio estava ligado numa estação local, num volume baixo. Era uma música folk que ela até gostava de escutar. Era calma e romântica. Oh Deus! Estava romântica? Melancólica? Só por que estava indo embora?
- Por que está quieta? - Jensen disse de repente, não gostando do silêncio. Mesmo que ele estivesse se sentindo sem ânimo para falar.
- Eu não tenho assunto! - ela respondeu sincera.
Jensen só olhou para ela e virou-se de novo para a estrada. Não tinha mesmo nenhum assunto nessas horas. Sabia que ela estava voltando para sua vida com Mitchel; e logo ele faria o mesmo, voltando para sua vida entre Danneel e Vancouver.
Quando chegaram ao aeroporto, Jensen fez questão de pedir uma sala vip de espera. Chegaram e tiveram tempo de sobra para o check-in e embarque da bagagem, sobrando ainda meia hora para o embarque.
Já dentro da grande sala vip, toda branca e com uma visão bem ampla da pista dos aviões, se sentou numa das poltronas de design moderno, que ela adorava. A sala estava vazia. Só ela e Jensen estavam ali.
- Não sei por que você pediu uma sala vip. É meio estranho ficar aqui.
- Por quê? Só por que está aqui sozinha comigo e não tem para onde você fugir?
- O quê?!
- Foi o que você fez durante o dia todo! - ele riu, mas estava meio bravo.
- Eu só estava me precavendo, Jensen. Não é bom a gente ficar sozinho por muito tempo.
Jensen sabia que era verdade. Mas mesmo assim continuou a olhar para ela, sem nem pensar em tentar dispersar aquela atração sempre presente entre eles. Era perda de tempo tentar. E tentava, mesmo sabendo que não dava certo. Era difícil demais! Jensen estava com aquela barba sem fazer desde que ela chegara, e a olhava agora com aquele par de olhos verdes de matar. Como fazer? Sentia o cheiro da colônia dele... Meu Deus, como ele era cheiroso!
- Tudo o que aconteceu na noite passada não foi só puro tesão. Você sabe disso - Jensen falava sério. Nunca falara tão sério em sua vida.
Faltou queimar em chamas ali na frente dele, depois daquela declaração.
- Não, Jensen! - ela se levantou, indo para janela ampla. - Pára de falar! Será que não pode esquecer?
- Você pode? - questionou revoltado, indo atrás dela. - Se você consegue, me mostra como faz isso. Mostra como não sentir mais tanto desejo em ter você nos meus braços...
não tinha nem coragem de encará-lo. Ficou tentando olhar fixamente para o avião que taxiava na pista, mas foi envolvida pelos braços fortes dele, e sem forças, deixou-se ser aninhada contra aquele peito gostoso. O calor piorou de vez. E se condenava em pensamento por ser tão fraca.
- Por que você quer fazer tudo mais difícil do que já é? - interrogou brava, enquanto se virara para ele, que ainda a mantinha em seus braços.
Os olhares se encontraram intensamente.
- Eu não dificulto nada! Você é a complicada aqui.
umedeceu os lábios, observando que os dele estavam entreabertos, a poucos centímetros do seu. Suspirou, e Jensen lhe apertou mais, roçando os lábios nos dela, num arfar, mas se afastou minuciosamente.
Jensen ficava ainda mais louco quando ela fazia aquilo.
Olhou profundamente nos olhos dela, demoradamente, e a beijou com maciez, perdendo o fôlego. Beijar aquela boca era divino demais.
abafou um sussurro entre os lábios dele, antes que se abrissem numa carícia mais úmida, pela língua. Ela não sabia mais resistir. Agarrou-o pelo pescoço e o beijou com todo seu amor e emoções, completamente zonza e perdida nos braços dele. Jensen se empolgou tanto com o beijo correspondido, que a apertou tanto num beijo possessivo e lento, que fez gemer de dor nas costelas e prazer ao mesmo tempo.
De repente, bateram na porta e quase caiu quando ele a soltou. Achou apoio no vidro da janela imensa da sala, e Jensen saiu andando para o outro lado da janela.
O novo passageiro vip entrou na sala, sorrindo para , e arrastando a mala de rodinha até uma poltrona. Sentou-se e abriu o jornal dele, sem nem ter percebido o rosto corado dela. Não de vergonha, mas de calor mesmo. O beijo que Jensen lhe dera era de trucidar.
olhou para Jensen na outra ponta da janela, fitando o avião parado na pista. Parecia concentrado demais naquela aeronave. Devia estar se recompondo... E sentiu que já poderia andar até a sua poltrona, sem perigo de suas pernas vacilarem.
Sentou-se e ficou sem saber o que fazer além de esperar em silêncio. Jensen não saia daquela janela e isso a estava deixando nervosa.
Olhou para o banquinho ao seu lado, e viu algumas revistas. Na capa tinha a Jennifer Aniston. Pegou a revista e ficou folheando, e lendo somente os títulos das reportagens. Na verdade, eram fofocas de celebridades. não estava conseguindo se concentrar naquilo, mas ficou enrolando até que a voz sexy no falante anunciou o embarque de seu vôo.
Coincidentemente, também era o vôo daquele homem estranho, que se levantou rápido e sorriu de novo para . Dessa vez, ele sorriu diferente, ignorando a presença de Jensen ali na sala, que assistiu à cena, e não gostou nada daquele cara atrevido. Jensen tratou de se aproximar dela quando se levantava, segurando a bolsa, e o homem parou de repente, esperando por ela.
Jensen parou de frente para ela, e logo o homem sentiu que estava sobrando ali. Ele saiu da sala, dispensando qualquer possibilidade de se aproximar da bela mulher.
esperou o homem sair e olhou nos olhos de Jensen.
- Jensen, espero que a Danneel mude de idéia. Você merece ser feliz! E ela vai entender isso - sorriu, tentando não sentir ciúme do que ela mesma desejava para ele. O que estava fazendo? Amava aquele homem!
Jensen pareceu murchar com aquelas coisas que ela falava. Danneel? Estava ali, doido por ela, quase gritando o que queria realmente com ela!
- Boa viagem, - ele disse, desconversando. Segurou o rosto dela e a beijou respeitosamente na testa.
Um calor morno acalentou seu coração com o gesto dele. Ajeitou a alça da bolsa sobre o ombro, e depois de lhe dar um último sorriso, ela andou até a porta e saiu.
Capítulo 35
estava ficando maluca.
O começo da semana não estava sendo nada fácil para ela. Lembrava-se daquele fim de semana, se torturava com as lembranças dos beijos e carícias...
Passou segunda-feira, e nada de Mitchel voltar também de sua viagem.
estava precisando pedir um tempo para ele. Estava confusa demais, por mais que tentasse não pensar em Jensen em cada segundo desde que entrara naquele avião para vir embora.
Danneel achava muito estranho o comportamento de Jensen. E não era de agora! E sim desde que ele voltara da casa dos pais dele.
Haviam combinado de passar aquela semana juntos, antes dele voltar para Vancouver, para terminar de gravar a última temporada de Supernatural.
Jensen sabia que Danneel estava percebendo seu baixíssimo interesse numa noite mais íntima para os dois. E ela havia feito tudo. Jantar... Mas até isso Jensen se lembrava de . Sem querer, acabava comparando a diferença culinária entre Danneel e .
Por Deus! A escolha dele era óbvia! era quase dona de um restaurante. Quem mais ele poderia escolher? Por mais que reconhecesse que Danneel se esforçava, mas o molho do ensopado tinha um estranho gosto de esmalte.
- Não vai comer mais? - Danneel perguntou quando o viu largar de lado os talheres.
- Estou satisfeito - ele mentia. Infelizmente, estava precisando mentir.
Ele nem ao menos olhava diretamente para ela por mais de cinco segundos. Estava pensando se algo fosse acontecer entre eles... Se ele iria conseguir parar de querer .
- Então, vai querer a sobremesa? - ela disse, num tom sugestivo.
Quando ele a olhou finalmente, percebeu do que ela se referia.
estava voltando para casa mais cedo naquela segunda-feira, antes mesmo do meio-dia.
Fazia uma semana que havia voltado do Texas.
Estacionou seu carro quando viu o veículo de Mitchel no estacionamento do prédio. Ele voltara. Ela sabia disso, porque antes de viajar, ele deixara o carro no estacionamento do aeroporto.
Só de pensar em entrar no apartamento e reencontrá-lo, depois de tudo que houve com Jensen naquele fim de semana, sentia um peso comprimindo seu diafragma. Era medo de encarar sua traição. Nunca havia sido infiel com ninguém antes, e sempre prezou a fidelidade em qualquer relacionamento. Desejava castigo aos que eram infiéis. E agora ela se punia insuficientemente em pensamento.
Quando entrou no apartamento, escutou a risada feminina vindo do corredor.
estranhou. Como poderia ter uma mulher ali dentro? Quem seria?
Não esperou mais nem um segundo. Apressou os passos, sem nem se preocupar em estar fazendo barulho.
As risadas pararam e ouviu só ruídos de movimentação no quarto. Quando girou a maçaneta, não conseguiu abrir a porta, pois estava trancada.
- Mitchel! - gritou furiosa só de imaginar estar se remoendo por seu erro, e ele estar fazendo o mesmo e pior: na cama que ela dividia com ele há três anos.
- Estou indo! - ele respondeu.
ouviu um barulho de coisa caindo e se quebrando em cacos. Logo ela pensou dolorosamente no abajur artesanal que comprara num antiquário.
- Mitchel! - ela gritou, socando a porta uma única vez.
Então a chave foi girada na fechadura e a porta foi se abrindo lentamente, dando a ela um suspense mega irritante.
empurrou a porta ao ver Mitchel tentando proteger a passagem para dentro do quarto, como se estivesse escondendo alguma coisa.
- Não, ! - ele disse, quase numa súplica.
- Por que não? O que você estava fazendo aí dentro? E aquela risada de mulher?
- Risada de mulher? - disse ele com cinismo.
Completamente farta e revoltada, ela o socou no peito nu. A camisa aberta... Reparou na mancha de batom no pescoço dele.
- Filho da puta!
Por mais que estivesse sem moral para julgá-lo, dor de chifre doía do mesmo jeito.
Saiu o derrubando e entrou no quarto, surpreendendo-se com a moça esbelta de cabelos chanel cor castanho claro, e olhos puxados da mesma cor. Ela estava de calcinha e sutiã de renda rosa, tentando se cobrir com um travesseiro.
De repente, ela ficou zonza, com as vistas turvas, até que tudo escureceu...
Quando abriu os olhos, esperou os vistas tomarem foco das coisas à sua volta. A primeira coisa que fixou a atenção foi o seu abajur artesanal espatifado em cacos, no chão.
estava deitada na cama.
- Argh! - ela disse com nojo, e saiu da cama num salto agoniado.
Estava sozinha.
Foi para a sala, e logo Mitchel veio da cozinha. Ele não havia se preocupado em se vestir direito durante o tempo que ela ficara desmaiada. Ela nem sabia quanto tempo...
- Finalmente acordou. Fazia quinze minutos que...
- Há quanto tempo, Mitchel?
- Quinze minutos!
- Não seja imbecil! Estou falando daquela mulher! Há quanto tempo está me traindo com ela?
Mitchel ficou calado, a olhando.
- Diga!
- Não deveríamos falar disso! Esquece, ok? - Mitchel foi dando-lhe as costas, sendo frio e sarcástico.
Ele era extremamente nojento. E quando deu por si, estava jogando a verdade na cara dele, por vingança.
- Eu te traí nesse fim de semana enquanto estava no Texas! - ela disse, e ele só parou de costas. - Com o Jensen!
Mitchel se virou com cara de descrença.
- Agora diga, por quanto tempo esté me traindo? - ela retomou a pergunta.
- Você me traiu com aquele playboyzinho metido a celebridade?! - Mitchel se revoltava.
- Playboyzinho ou não, ele deu conta do recado que você estava ignorando a dar conta por meses! - ela provocou, deixando-o vermelho de raiva.
- Você é uma vaca mesmo... - ele disse, com rispidez e com um riso de deboche. - Eu sabia que um dia isso fosse acontecer.
- Talvez se você fosse um companheiro mais presente, isso não tivesse acontecido. Mas vamos nos focar naquela cena...
- Você é muito folgada, não acha? - ele disse ameaçador, se aproximando dela com punhos fechados tão forte, que as juntas tinham perdido a cor.
- Eu estou sendo verdadeira. Na verdade, eu estava desde quando voltei para casa. E quando te visse, não ia aguentar guardar esse segredo por muito tempo. Mas te ver com aquela mulher, me fez perceber que eu não tinha mais que continuar com você.
- Do que está falando?
- O que você acha?! - falou indignada. - Eu vou embora para a casa da minha mãe, Mitchel. Coisa que já deveria ter feito meses atrás. Com certeza, você já estava me traindo há meses, não é?
- Eu não via mais nada de interessante em você - ele confessou, em tom de acusação.
- Ah é?! - surpreendeu-se e seus olhos se encheram de lágrimas. - Muito bom saber que você não mudou muita coisa desde o colegial. O mesmo superficial de sempre!
foi para o quarto pisando firme, e bateu a porta.
Estava bufando de raiva. Sentia vontade de gritar...
Abriu o closet e começou a tirar as roupas com cabide e tudo, jogando na cama.
Puxou suas malas da parte de cima e jogou tudo lá dentro, mal podendo fechar as malas com a má arrumação.
De repente, Mitchel entrou no quarto todo afobado, e apontou o dedo na cara dela...
- Vá e nunca mais volte! E saiba que por tudo que eu tentei no começo, foi para dar certo mesmo. Eu não estava brincando com você.
- Por que você simplesmente não me disse que não queria mais ficar comigo? Teria sido muito mais simples! - disse , na maior calma.
Então Mitchel se endireitou e baixou os braços, num gesto de cansaço.
- Eu não sei. Mas já está feito. E é melhor mesmo que tudo acabe aqui. Não estávamos sendo felizes! Você sabe disso.
- É, eu sei.
Misteriosamente, aquela explosão de revolta e raiva havia passado.
- Eu vou dar uma volta - disse ele, abotoando a camisa. - Antes de sair, tranque a porta e deixe a chave na portaria?
- Sim - era estranho demais o fim de um relacionamento de três anos.
Mitchel tentou sorrir para ela antes de virar-lhe as costas, mas foi imperceptível.
respirou fundo, segurando o nó na garganta, e continuou a tentar fechar as malas.
Capítulo 36
Oito semanas depois.
- , pode me ajudar aqui? - Dienne disse, vindo em sua direção com a colher de pau com uma quantidade mínima de molho.
provou e fez careta. E pela cara de surpresa de sua mãe, se deu conta que nem tentara disfarçar o quanto tinha odiado aquele molho.
- Está tão ruim assim?! - questionou, olhando-a com estranheza.
- Desculpa, mãe. Não ando muito bem do estômago ultimamente - fez careta, passando a mão na barriga.
Ela saiu da cozinha antes que começasse a sentir ânsia. Não estava nem aguentando o cheiro daquela comida.
Começou a atender os clientes que chegavam para almoçar, se sentindo muito melhor longe da cozinha.
Jensen estava saindo da festa de encerramento das gravações.
Era triste estar saindo dos sets de gravações pela última vez. Ficara cinco anos trabalhando na série, e tinha se acostumado com a rotina, as pessoas que trabalhavam ali. As amizades que fizera, e principalmente com Jared, aquele jackass!
- Jeeeeensen!
Jensen se virou no meio do estacionamento, já segurando a chave do carro nas mãos, vendo Jared meio bêbado, rindo como idiota e correndo em zig-zag, de braços abertos, fingindo ser um avião.
- Puxou um baseado, filho da mãe? - disse Jensen, com seu jeito "doce" de ser.
Jared gargalhou e o abraçou, cobrindo-o, afinal ele era bem maior que o outro.
- O que você quer, viado? - Jensen o afastou, se segurando para não rir da bebedeira do amigo.
- É nossa última vez no estúdio, cara! Sabe o que isso significa? - Jared fazia cara de choro, balançando de um lado para o outro, como se fosse começar a dançar.
- O quê? Vai me dizer que quer a última valsa? Quantas vezes tenho que te dizer que não curto macho?
Jared sorriu e apontou o dedo para ele.
- Você é um tosco! Mas ainda assim, eu te adoro cara... - Jared falou e começou com a brincadeira de tentar beijar a boca de Jensen, segurando o rosto dele.
Jensen se desviou dele, rindo e xingando-o.
- É melhor eu te levar para seu chalé. Está mais mamado que um bezerro!
Jensen foi arrastando Jared pelo braço, que continuava a dizer coisas sem sentido e repetir várias vezes que o amava.
Depois de deixar Jared no seu chalé, Jensen foi para o dele, que ficava a poucos metros dali.
Entrou e trancou a porta.
Lá estava ele, sozinho de novo.
Ficaria ali somente até a manhã seguinte, e depois partiria para sua casa em Los Angeles.
Não via a hora de voltar. E não era pela expectativa de rever sua namorada, era por uma esperança... maldita e teimosa esperança, de reencontrar .
Não passara nem um dia mais sem pensar nela, depois do aniversário de Luke.
Era por essa e outras razões, que o namoro com Danneel não ia muito bem. A discussão sobre formar família continuava fora de questão para ela, contrariando totalmente os desejos de Jensen, de poder evoluir como pessoa.
Poxa vida! Ele já era um homem de trinta e dois anos, e precisava se firmar na vida pessoal. Sentia vontade de ter um moleque com a sua cara, correndo e jogando futebol com os amigos da escola, com ele assistindo e torcendo na arquibancada. Ou uma menina meiga e parecida com a mãe, para ser sua princesinha para sempre, e dar porrada nos marmanjos que se atrevessem a dar em cima dela.
Mais uma semana depois...
estava se sentindo tão mole. Nem tinha ido trabalhar no restaurante.
Saiu do banheiro com a mão na testa, tentando saber se estava com febre. Mas não estava quente. Estava com sérias desconfianças de estar doente. Era a quarta vez que vomitava naquela semana.
Resolveu ir perguntar à sua mãe o número do consultório médico, para ligar e marcar consulta. Deu cinco passos e a ânsia veio de novo. parou e esperou passar. Mas a ânsia insistiu, e ela voltou correndo para o banheiro.
Quando saiu, chegou com Camille, para lhe visitar.
- O que aconteceu com você? Esta pálida! - foi a primeira coisa que disse, sem nem falar um oi.
- Eu não sei. Acho que estou com alguma virose. Acabei de vomitar meu baço pela segunda vez hoje!
fechou a porta e convidou para sentar no sofá.
- Tem certeza que é virose? - questionou, sorrindo para ela, com aquele olhar querendo insinuar alguma coisa.
- O que mais poderia ser? Muita gente anda aparecendo doente ultimamente. O casal Dodger, da rua cinquenta e cinco, está com essa virose, segundo o filho deles.
- ... - a olhou fixamente com um sorriso. - Como pode ser tão ingênua? Nem parece minha amiga.
se intrigou com o papo dela, observando-a colocar Camille sentada no sofá.
- O que quer dizer com isso?
- Que dia foi sua última menstruação? - perguntou sem paciência.
riu.
- Não vem com essa! - disse sem graça e mais intrigada ainda.
- Fala logo quando foi!
- Eu não me lembro! - falou com certo medo, se lembrando que a última relação sexual tinha sido com Jensen.
- Como você pode ser tão descuidada? Como não lembra da data da sua última menstruação?
- Eu tomei o remédio do dia seguinte! Não é possível...
- Claro que é possível! - ria dela. - Por que esse medo agora? Você não queria ter um filho?
- Mas não do Jensen! - disse alarmada e apavorada.
sabia de tudo sobre aquele fim de semana no Texas.
- O que tem demais ter um filho do homem que você mais amou nessa vida?
- Ele tem outra pessoa, . Eu não quero essa dor de cabeça para mim. Seria uma confusão terrível! - se levantou com as mãos na cabeça.
- Calma. A melhor coisa a fazer é um teste de gravidez - disse, se levantando e segurando os ombros dela.
O olhar confiante da amiga fez se acalmar. Mas não completamente...
segurava o bastão que parecia um termômetro, e esperava as duas linhas brancas continuarem brancas, até terminar os três minutos. Mas arrancou o bastão de sua mão, e colocou em cima da pia e pôs a toalha de rosto em cima.
- Por que fez isso?
- Assim é mais emocionante - estava eufórica. - Quero ver sua cara quando fitar as duas linhas rosas! - ela riu.
- Cala essa boca, ! Não me apavore, pelo amor de Deus!
preferiu o silêncio, esperando passar os três minutos mais demorados de sua vida.
enfim consultou o relógio e pegou o bastão. Ela nem olhou-o. Entregou logo para , com aquele sorrisão de expectativa.
Com as pernas bambas e o coração saindo pela boca, olhou para o bastão.
Lá estavam as linhas rosas, quase pinks, de tão forte o tom.
caiu sentada na privada, com a tampa fechada, fazendo barulho.
Sentia as pontas dos dedos ficarem dormentes, a boca também...
- Oh, meu Deus! Eu estou grávida!
Capítulo 37
- Eu preciso ir fazer um exame de sangue já! Não pode ser! - já estava arrumada para sair, com uma calça jeans, All Star de cano alto e uma batinha branca.
a seguia do quarto para sala, segurando Camille no colo.
- Você precisa se acalmar. Se estiver grávida mesmo, não pode transmitir nervoso para o bebê.
não queria se irritar com aquela confirmação, na convicção em que falava. Nem sabia por que estava se irritando com a gravidez, sendo que queria tanto.
Por mais que Jensen estivesse em Los Angeles há cinco dias, estava se aguentando para não cometer o impulso de ir procurar por .
Já tinha se encontrado com Danneel na primeira noite que estava de volta, e tivera uma discussão tensa com ela. E os motivos cresciam, por ciúme da parte dela, por ele estar distante mesmo quando estavam juntos.
Já eram quase duas da tarde, e Jensen não aguentava mais ficar se escondendo em casa. Tinha que sair e se controlar para não dirigir direto para o restaurante dos DeRavin.
Pensou em ir à casa do seu amigo Christian. Mas ao tirar o carro da garagem, a primeira coisa que fez foi virar o volante para o lado oposto.
estava contando tudo para sua mãe e seu pai, na cozinha do restaurante. Inclusive sobre o fim de semana no Texas.
Já tinha voltado da clínica onde havia feito exame de sangue. Apesar da surpresa e choque inicial da notícia, agora Dienne e John estavam conformados com a idéia de que seriam avós.
- E quando o resultado do exame sai? - John quis saber.
- Disseram que eu poderia buscar o resultado depois das três da tarde.
Nesse instante, um dos atendentes do restaurante, um rapaz novo e ruivo, entrou na cozinha.
- ? Tem uma pessoa aqui querendo falar com você - ele disse eufórico e de sorriso largo. - Não sabia que você conhecia o cara do Supernatural! Depois pede o autógrafo dele para mim?
tremeu da cabeça aos pés. Olhou para sua mãe e seu pai, como se pedisse ajuda para que eles a escondessem.
- Você vai contar para ele? - Dienne interrogou.
- Ela tem que contar. E ai dele se não se responsabilizar! - John interveio com seriedade.
O pai saiu na frente de , com o peito estufado e a alarmou.
correu atrás dele, antes que ele falasse na sua frente, e do pior jeito.
Jensen estava parado no balcão, com as mãos nos bolsos. As tirou quando viu John e sorriu. Fazia muito tempo que não o via.
- Senhor DeRavin, como vai? - adiantou-se, estendendo a mão para ele.
John observou a mão dele, e depois de segundos de desconfiança por saber o que ele fizera com sua filha única, a apertou firme. Até demais...
Jensen percebeu a hostilidade, e entendeu por certa parte. Anos atrás deixara a filha dele para ficar com outra. E não seria normal se ele o tratasse com a mesma camaradagem de antes. Mas quando saiu de trás de John, Jensen sentiu o coração acelerar em chamas. Ela estava radiante, e incrivelmente linda.
- Oi, .
- Oi - saiu logo de trás do balcão e puxou-o na direção de uma mesa, longe o bastante para que ninguém escutasse a conversa.
Jensen estranhava o comportamento dela.
- O que foi? - perguntou preocupado.
Ela sentou-se e ele também.
- Eu nem sei por onde começar - comprimiu os lábios. - É uma coisa muito séria que aconteceu, Jensen.
- , pelo amor de Deus, o que houve? - falou de cenho franzido, e se inclinando para ela sobre a mesa.
- Eu... acho que estou grávida. E se estiver, é de você.
Ele simplesmente arregalou lentamente os olhos verdes e entreabriu os lábios. Mas era perceptível que tinha parado de respirar por alguns segundos, depois soltou o ar num riso.
se surpreendeu com a euforia que foi tomando conta dele, e os olhos verdes ficando marejados...
- Isso é sério? Eu vou ser pai?
- Eu não tenho cem por cento de certeza ainda. Fiz só o teste de farmácia e deu positivo. Precisei ir numa clínica fazer exame de sangue. Daqui a pouco vou lá saber o resultado.
observava como Jensen estava feliz com a notícia, e seu coração se empolgava junto. Porém não esquecia que ele era homem de outra mulher, e que ela nunca poderia compartilhar seu filho com ele, do mesmo jeito que sonhava.
- Eu vou com você - Jensen já pegou a chave do carro no bolso e ia se levantar, quando o impediu, segurando sua mão.
- Espera mais um pouco. Só depois das três estará pronto o resultado. Ainda são duas e meia.
Jensen assentiu e não conseguiu segurar o sorriso.
- Já parou para pensar na situação? - ela quis saber. - O que vamos fazer?
- Vamos ser pais! O que mais poderemos fazer se não aceitar a responsabilidade? Criá-lo, educá-lo, amá-lo muito, muito.
- Jensen, e a Danneel? Como vai contar para ela? Ela ao menos sabe que nós dois...?
Jensen murchou o sorriso aos poucos.
- Eu não contei nada sobre nós - agora ele ficou pensativo. - Mas e Mitchel?
- Mitchel e eu terminamos logo depois que ele voltou de viagem, uma semana depois que retornei do Texas.
- Você contou - ele não queria, mas demonstrava sua felicidade em saber que ela não estava mais com aquele manézão.
- Na verdade, eu joguei na cara dele a notícia, quando o vi com outra mulher no nosso quarto.
Jensen ergueu as sombracelhas com surpresa.
- Mas que filho da p...
- É, eu disse isso mesmo para ele - queria contar que um dos motivos também era o fato de ter passado toda aquela semana sem parar de pensar na noite em que se amaram tanto. - Então, depois de algumas semanas, comecei a ficar enjoada e pensei que estava com alguma virose. Mas a me fez fazer o teste de gravidez.
Jensen sorria, ouvindo-a contar sobre os enjôos.
- Eu demorei para conseguir acreditar nessa possibilidade, Jensen. Por mais que naquela noite não tivéssemos usado camisinha, eu tomei o remédio do dia seguinte - ela sussurrou, se inclinando para ele, não querendo que ninguém ouvisse, e com certa inconformidade ainda.
- Por que está tão desacreditada ainda que está grávida? Eu não vou te deixar na mão, . Não vou mesmo!
- Eu sei que não - claro que ela confiava nele, e sabia que não teria outro tipo de decisão além dessa. sabia muito bem que ele era o homem mais responsável que conhecera.
- Agora estou pensando... - ele formou aquele meio sorriso sem vergonha. - Se você tomou o remédio, é sinal de que nossos desejos de termos um filho foi tão forte, que nem um remedinho foi páreo.
- Pára de se gabar da sua masculinidade - ela disse impaciente e segurando para não rir. - Vamos logo saber o resultado desse exame antes que eu comece a enlouquecer!
Durante o caminho, Jensen sorria à toa no carro, enquanto dirigia. Prestava atenção em dobro e não corria tanto por precaução. Afinal, estava com a mulher que era louco de amor e que iria lhe dar um filho!
- Jensen, não precisa ir tão devagar assim! - falou agoniada.
Mas ele não estava tão devagar assim. Estava só mais cuidadoso. Ela que estava louca para chegar à clínica logo.
- Não vou arriscar a sua vida e do bebê, só por que estamos com pressa de ter certeza do exame. Aliás, eu não preciso ter certeza de nada. Já sei que vai dar positivo - sorriu orgulhoso.
sorriu, virando os olhos nas órbitas. Mas a atenção dele era como um carinho em seu coração.
Capítulo 38
estava sentada na sala de espera, ao lado de Jensen, que balançava as pernas em sinal de ansiedade.
o encarou, ficando irritada com ele, que nem percebeu, mesmo olhando de volta para ela.
- Quer parar com isso?
- O quê?
Impaciente, segurou a coxa dele com um aperto leve. Jensen parou e sentiu o efeito do toque daquela mão. Seus olhares se encontraram e pôde sentir a atração forte acordar...
- Senhorita DeRavin? - a recepcionista a chamou no balcão, segurando um envelope branco.
se levantou rápido e Jensen a seguiu.
Ela o pegou e leu o próprio nome no envelope, para se certificar que aquele era seu resultado mesmo. Jensen estava bem ao seu lado, praticamente colado em seu corpo, tão ansioso quanto ela.
abriu o envelope e leu expressões médicas que ela não entendia absolutamente nada, até que lá embaixo, encontrou em vermelho: Positivo.
Jensen riu e se entreolharam.
- Eu estou grávida mesmo! - falou sorrindo largamente, de felicidade tão grande, que de repente sentiu vontade de chorar. E quando percebeu, seus olhos já não suportaram mais as lágrimas, que escorreram por sua face.
Jensen abraçou com a maior alegria. Nunca sentiu algo assim antes na vida, por ninguém... Era algo inexplicável.
abraçava-o forte pelo pescoço, chorando de emoção. Estava sendo o abraço mais gostoso e demorado do mundo, que ela não queria que terminasse.
- Desculpa interromper... - disse um senhor de jaleco.
Jensen a largou e pôde ver que ele havia chorado pela mesma emoção. Mas Jensen disfarçava, enxugando as lágrimas.
- Oi, Dr. Ramory! - o cumprimentou. - Jensen, esse é o Dr. Drake Ramory. É meu ginecologista há muito tempo. Foi com ele que conversei e pedi o exame.
Jensen apertou a mão do médico, aparentemente da idade de seu pai. Analisou-o rapidamente, já que era ele o médico de . Tinha que saber se ele era confiável. Mas não sentiu nada contrário a isso. Então, ficou tranquilo.
- Prazer, Jensen Ackles. - ele se apresentou ao apertar a mão dele.
- É seu namorado? - Dr. Drake perguntou à .
- Não. Ele é só o pai do meu filho - ela respondeu sem jeito.
Jensen não gostou do termo "só o pai do meu filho". Era como se faltasse algo naquela apresentação que se encaixasse melhor. Seria muito mais adequado ter sido apresentado como "meu marido e futuro pai do meu filho".
- Que notícia maravilhosa! - Drake falou animado. - Espero que eu possa ser seu obstetra!
- Eu ia realmente conversar com o senhor sobre isso. Não tenho outro em mente. Afinal, já conheço o senhor! - ela sorriu.
Jensen não disse nada. Mas pensava em um acompanhamento médico mais qualificado para ela.
Quando saíram da clínica, ele resolveu tocar no assunto.
- Eu queria que você tivesse um acompanhamento médico melhor, . Estou disposto a não medir esforços para dar o melhor para você e para o bebê.
olhou-o. Estava ali lindo, dirigindo, e de novo falando daquele jeito, lhe deixando sentir tanta segurança. Mas pena que não podia se iludir com mais que isso.
- Eu tenho confiança na qualidade médica desta clinica há anos, Jensen. Não vejo problemas em continuar aqui.
- Não estou pondo isso em dúvida. Mas ainda assim, queria poder dar isso a você e ao meu filho - ele disse quase que pedindo isso à ela.
não poderia simplesmente deixar a clínica que se tratava desde criança.
- Jensen, o Dr. Drake me conhece desde meus dez anos. Tenho muita confiança nele! Não ia conseguir ficar tranquila passando por meu pré-natal se não for com ele.
Jensen a olhou e resolveu ceder compreensivamente.
- Ok. Se você se sente mais segura com Dr. Drake, que seja assim - sorriu para ela.
E sorriu também, sentindo seu coração batendo forte.
- Obrigada.
- De nada.
- Temos muita coisa para resolver agora, não é?
- Se temos! - ele riu.
Já tinham chegado à esquina do restaurante e Jensen estacionou no meio fio. Tirou o cinto e viu fazer o mesmo. Mas não saíram de imediato do carro.
- Quer conversar lá em casa? - perguntou sem medo de ele interpretar o convite errado.
Mas Jensen não podia deixar de imaginar se havia outras intenções naquele convite.
- É melhor do que ficarmos aqui no carro - disse, aceitando e sorrindo.
Saíram do veículo, e Jensen foi rápido até o outro lado para acompanhá-la descero, já que ela estava do lado da rua. Se antes ele já sentia necessidade de protegê-la, agora então... Era necessidade dobrada.
entrou pela porta do restaurante para dar a boa notícia - e definitiva - da gravidez, para seus pais.
Dienne pulou feito doida e abraçou a filha, chorando emocionada. Enquanto John sorriu e foi na direção de Jensen.
- Espero que você se responsabilize! - John disse com firmeza.
- Não sou homem de fugir das minhas responsabilidades, senhor - Jensen sorriu confiante e sincero.
Foi o bastante para John sentir confiança nele de novo. Mas ia ficar de olho.
espiou os dois, desviando a atenção da euforia de sua mãe por alguns segundos.
John abraçou Jensen com camaradagem e o tapinha nas costas. Em seguida, John foi abraçar com carinho e um largo sorriso.
Capítulo 39
Jensen estava observando o corpo de enquanto ela colocava o café em pó na cafeteira. Não via nenhuma mudança na barriga ainda, mas as curvas do corpo dela pareciam mais acentuadas. Os seios e o quadril estavam perfeitos...
sentia que Jensen estava lhe secando com aqueles magníficos olhos verdes. Sentia as ondas de calor passar por seu corpo de cima a baixo, com batimentos cardíacos acelerados.
Colocou água na jarra de vidro da cafeteira e ligou-a. Virou-se e foi sentar numa das cadeiras, de frente para ele. Percebeu que ele disfarçou o olhar intenso e fixou a visão nas próprias mãos, repousadas sobre a mesa.
- Já pensou em como vai contar isso tudo para Danneel? - perguntou logo. E ele a olhou com espanto, como se só estivesse se lembrando que tinha que fazer isso agora. - Eu não quero te pressionar, mas eu espero que você conte logo. Não quero ser uma grávida refugiada.
- Eu não farei isso com você. Seria covardia da minha parte.
concordou e deu graças a Deus por ele pensar assim.
- Vou falar com ela sem demora. Só preciso pensar num jeito de não causar um dano muito grande. Apesar de que... Não vejo muita salvação para esse relacionamento faz tempo.
- Os problemas que me contou? Ou outra coisa? - ela perguntou, sem tempo de disfarçar sua curiosidade.
- Ela anda se irritando com minha distância - ele respondeu sem entrar em muitos detalhes. Se o fizesse, teria que confessar que estava distante de Danneel por não parar de pensar nela o tempo todo. E querer estar com ela, ao invés de Danneel. Para quem preferia se referia a ele como "só o pai do meu filho", significava que ela não parecia ter interesse demais por ele. - Mas tudo bem! Eu me viro - ele sorriu forçado.
adorava aquele repentino sorriso cômico. Ele tinha um humor único.
- Bom, já é alguma coisa. Quero que saiba que eu não quero prejudicar vocês. Mesmo que depois dessa notícia, talvez ela queira te matar! - ela riu da própria piada, e ele sorriu forçado de novo, mas com certeza ele não gostava da piada. - Mas se você concordar, eu posso confirmar com ela que eu não tenho intenção nenhuma em roubar você dela - tentou analisar se realmente acreditava no que estava dizendo.
- Eu não sei se seria uma boa idéia... - agora ele riu sarcástico. - Ela pode querer matar você também!
segurou o riso. Como poderiam estar fazendo piadinhas de uma situação tão séria?! Só poderiam ser loucos!
- Ok, vamos falar sério agora - ela disse, tentando parar de sorrir.
Mas ele não se esforçava em nada.
- Eu não consigo parar de rir agora. Estou feliz!
o achou tão fofo! Queria beijar aquele rosto, aquela boca, agarrá-lo até ele dizer chega.
- Nem tem como a gente pensar em resolver mais que isso por enquanto, eu acho - falou pensativa.
- Eu quero estar presente em todas as suas idas às consultas médicas - ele falou decidido. - Não esqueça de me ligar e me avisar dia e horário.
ergueu as sobrancelhas com tamanha surpresa.
- Todas? Tem certeza? - disse ela, um pouco desacreditada.
- Por que o espanto?
- Não sei se você vai ter essa paciência toda - ela riu.
- Claro que vou! Eu quero saber de tudo. Não quero perder nada.
- Ok! - ela concordou então, fazendo bico de surpresa por tanta convicção. - Vou ligar mais tarde na clínica para marcar o início do pré-natal. E depois ligo para você.
- Está certo - Jensen a olhava intensamente, querendo avançar com decisões que, com certeza, a espantaria de vez. Queria fazer coisas certas. E imediatas! Mas era preciso ir devagar, ou iria por tudo a perder. Precisava resolver sua situação com Danneel antes de tudo.
Jensen se levantou e viu o café ficando pronto.
- Não vai querer o café? - ela percebeu que ele estava querendo ir embora.
- É melhor eu começar a resolver o que tem que ser resolvido. Outro dia eu espero o café com mais paciência. Desculpe.
Ela sorriu para ele e se levantou, pronta para acompanhá-lo até a porta. Mas Jensen não saiu do lugar. Ficou ali, olhando nos olhos dela, pensativo.
- Jensen? - ela o chamou, sentindo-se uma presa fácil sob o olhar dele.
- Eu estava vindo para cá na intenção de te ver - ele confessou.
- O quê?
- Não teve um dia que não parava de pensar em você depois daquele fim de semana.
suspirou com a respiração trêmula.
- Jensen, vai resolver... - ela calou-se, pois ele a puxou com uma das mãos másculas, com delicadeza - o que você tem que resolver...
Jensen não sabia ainda resistir à ela, mesmo depois de tanto tempo. A dificuldade era a mesma. Não sabia ficar sem tocá-la.
manteve suas mãos no abdômen dele, tentando manter distância, mas só de sentir a firmeza daquele corpo, já era um ponto a menos. E estava fraquejando, e se deixando ser abraçada por ele devagar... Subiu as mãos em carícias pelo peito e ombros largos, sobre a camisa preta que ele usava. Olhou para o maxilar barbado, admirando - e com saudade -, acarinhou-o o rosto, coçando-lhe a barba devagar como costumara fazer quando namoravam. Instantaneamente ele fechou os olhos e lhe beijou os lábios com um sussurro de ansiedade... Mas o beijo era calmo, carinhoso, porém ardente e cheio de paixão intensa.
continuava com as carícias no rosto barbado, e selando beijos amorosamente naqueles lábios carnudos e sedentos, que lhe correspondiam com fervor. Jensen mergulhou a língua na boca de , com voluptuosa paixão, incomparável a qualquer outra que pudesse ter por outra pessoa. ficou lânguida nos braços dele, sem força alguma para resistir, pois o que mais queria estava ali... Jensen! Nada mais importava!
Ainda era louca de amor por ele e não negava mais. Não era mais possível tentar fingir que o amor por ele tivesse se desmanchado no tempo e na distância, pois ele nem havia sofrido destruição alguma. Só havia adormecido.
Jensen lhe beijava selinhos no queixo, na bochecha, na orelha, pescoço... Arranhando deliciosamente a barba, e deixando-a excitada... estava bagunçando os fios de cabelo dele, com carícias na nuca, e fazendo ele se empolgar e lhe fazer sentar na beira da mesa de mármore. Ela gemeu de ansiedade e desejo, ao mesmo tempo sabendo que não deveriam continuar com aquela loucura. E Jensen gostava de saber que ela gostava dos seus beijos. A desejava do fundo de sua alma, e não poderia resistir. Não sabia como!
afastou o rosto dele, e encarou-o, vendo o verde intenso dos seus olhos brilhando. Jensen lhe tirava cuidadoso de cima da mesa, e a encostou de costas na parede. Acariciava os longos cabelos perfumados, e a beijou de novo com amor. Separou seus lábios dos dela, e esperou-a lhe puxar de volta com pressa, vibrando por dentro de eufórica alegria, e beijando-a com mais profundidade.
O beijo contuava lento, até quando o puxava pela camisa, indo para a sala. O fez se sentar primeiro, e se ajoelhou do lado dele.
Jensen tocou o rosto delicado e corado pela paixão, e a puxou para o beijo lento de novo... não sabia o que estava prestes a fazer. Mas não queria mais saber...
Deitou-se sobre ele, fazendo-o se deitar de costas no sofá, lhe abraçando pela silhueta com mãos fortes.
Jensen segurou as mechas longas dos cabelos dela, que caiam sobre seu rosto, enquanto ela lhe beijava maravilhosamente amorosa e sensual. Já estava ficando fora de controle e perdendo seu completo juízo, quando de repente, se sentou sobre seu quadril, e com uma mão no estômago e a outra levando à boca. Ele sentou-se e preocupado com a expressão dela, mas nem deu tempo de perguntar o que estava acontecendo.
Ela saiu correndo para o banheiro, e ele só pôde ouvir da sala, o regurgito.
Jensen fazia cara de nojo, e dava graças a Deus por ela ter saído correndo. Ficaria traumatizado para o resto da vida, se ela vomitasse em cima dele.
- Credo! Não quero nem pensar! - Jensen murmurou sozinho, estremecendo de nojo, sentado no sofá.
Ouvia-a lavando o rosto e escovando os dentes. Cinco minutos, depois ela saiu toda molenga do banheiro. Parecia cansada. Até encostou-se ao batente da porta, e respirou fundo. Quando ela soltou um riso, ele ficou intrigado.
- Quase você foi batizado, hein amigo?! - ela brincou.
Jensen riu aliviado e se levantou andando até ela.
- Seria inesquecível! - ele disse sarcástico.
Capítulo 40
Depois que Jensen foi embora, lhe deixando um beijo selado com carinho na testa, ligou para a clínica, para marcar o início de seu pré-natal.
Depois de tudo marcado e anotado na agenda, ainda ficou enrolando horas para ligar para Jensen e avisá-lo. Ficou pensando na possibilidade dele estar com Danneel. E esperava que ele estivesse contando tudo para ela.
não queria, mas insistentemente sua esperança de que um dia Jensen escolhesse ficar com ela de vez, crescia cada vez mais. Se ele mesmo disse que estava lhe procurando por não parar de pensar na noite em que conceberam aquele bebê que ela esperava...
Ele também tinha que guardar algum sentimento por ela, por mais que não declarasse nada claramente. Mas nem ela o fazia. Porém, não fazia por que ele estava com Danneel! Talvez ele nem tivesse nenhum sentimento por ela, afinal. Só a atração física deve ter sobrado para ele.
passou o resto do dia quieta, e passeando pelo restaurante de vez em quando para ver gente, pois ficava sozinha na casa de seus pais, em cima do restaurante, só, e pensando coisas confusas sobre ela e Jensen, que a estavam irritando.
Quando estava jantando sozinha, assistindo Lost no canal AXN, o telefone tocou.
- Não acredito! Ligam na hora do Lost? Ninguém merece! - ficava p. da vida com isso. Atendeu, dando mudo no volume da TV. - Alô?
- Oi! Sou eu - Jensen disse sorridente.
- Oi - ela disse com pressa. - Se importa se eu te ligar daqui a meia hora? Até mais. Tchau.
desligou logo e voltou a aumentar o volume.
Ela ficava assim quando via Lost. Não queria nada para interromper. Hora de Lost era sagrada!
Jensen pensou que ela poderia estar vomitando de novo. Por isso não reclamou muito com a falta de educação.
A esperou ligar, e exatamente meia hora depois, seu celular tocou.
- Agora sim, pode falar! - falou de bom humor.
- O que houve? Estava passando mal de novo?
- Não! - riu. - Estava assistindo Lost.
- Ah, entendi - Jensen sabia que ela ficava assim em se tratando de séries. Então, nem ligava. - Conseguiu marcar o início do pré-natal?
- Sim. Antes de tudo, vou ter que passar por uma bateria de exames. Já marquei para ir na sexta-feira, às oito da manhã.
- Eu passo aí para te pegar uma hora antes - ele decidiu.
- Certo - ficou em silêncio, pensando em perguntar se ele falou com Danneel. Mas percebeu que sua ansiedade nisso estava ficando irritante até para ela. Por isso, não se atreveu a tocar no assunto.
- Eu liguei para a Danneel - ele contou.
E engoliu em seco, se ajeitando no sofá.
- Mas você não contou por telefone, não é?!
- Não! Eu marquei de encontrá-la amanhã de manhã. Vou contar e conversar. Espero que como dois adultos maduros.
ficou pensando se ele falou assim, querendo dizer que em questão de discussão, Danneel fosse o contrário de "adulto maduro".
- Bom, boa sorte! - ela disse, com sinceridade. - Agora vou dormir. Quero acordar bem e tentar ir trabalhar no restaurante, sem me enjoar com o cheiro da comida.
- Boa sorte com isso também! - ele disse rindo. - Não deixe de ligar para mim se precisar de qualquer coisa!
- Ok. Boa noite, Jensen!
- Boa noite, .
A voz dele saiu de um jeito tão carinhoso, que até se arrepiou com aquele tom grave que ele tinha. Ficou imaginando se aquele "boa noite" tivesse sendo murmurado ao pé de seu ouvido, na sua cama... Deus! Morreria por isso tornar realidade!
O dia seguinte começou calmo para , que dois dias antes já acordava com enjôo.
Até a hora do almoço estava assim. Bastou sentir o cheiro vindo da cozinha do restaurante, que o enjôo voltou.
- É melhor você não ficar aqui enquanto estiver nessa fase de enjôo, filha - disse Dienne, acarinhando o cabelo dela.
- Tem certeza?
- Claro! Tem pessoas suficientes aqui para ajudar no atendimento e na cozinha. Não se preocupe!
- Mas não estou com a mínima vontade de ficar trancafiada em casa - ela falou, fazendo careta de desânimo. - Acho que vou dar uma volta de carro.
- Filha, pelo amor de Deus, cuidado! - Dienne se alarmou.
- Pode deixar, mãe. Eu dirijo bem, lembra? - ria e beijou o rosto de sua mãe antes de sair.
Foi subindo a escada correndo e chegando na sala de casa para pegar a chave do carro, quando sentiu uma onda de calor e uma zonzeira. Encostou-se ao batente da porta e respirou fundo, achando que iria desmaiar. Sua pressão deveria baixar por conta da gravidez. Lembrava-se de quando passava por isso, e o médico dizia que era normal.
Logo se puniu mentalmente por ter subido as escadas tão rápido.
Depois de um tempo respirando fundo e calmamente, a tontura passou e ela se sentiu segura em sair de casa.
Desceu as escadas bem devagar, com medo da tontura voltar. Seria um perigo se desmaiasse e rolasse escada abaixo.
Resolveu ir à casa da . Precisava saber de tudo o que poderia passar por conta da gravidez. Cada detalhe.
Ela sabia de algumas coisas, mas outras ela precisava relembrar de quando a amiga ficara grávida.
Chegando lá e confirmando de vez que estava grávida, e contando que Jensen já estava sabendo e babando por que ia ser pai, se descabelou de emoção, fazendo se rachar de rir.
- Meniiiina! Eu preciso ver a cena: Jensen pai. Nossa, ele pelo jeito vai ser o maior pai babão!
- Vai! Eu também já percebi.
- E você? Como ficou quando se reencontraram? Não saiu fagulhas de amor? - erguia as sombracelhas maliciosamente e fazendo rir.
- E teve alguma vez que isso deixou de acontecer? - confessou.
- Ohm, que delícia! - se animou, batendo palminhas e dando pulinhos no sofá. - Conta! Conta!
contou o que havia acontecido, e quando terminou, se abanava com a mão e ria ao mesmo tempo.
- Ele ia morrer de nojo se você vomitasse em cima dele! Credo!
- Ia ser um desastre! - ria também. - Ainda bem que fui rápida.
- É, amiga. Continue com o reflexo bom assim.
- Pode deixar. Mas não sei se haverão muitas oportunidades disso se repetir.
- Por que não?
- Porque hoje ele vai contar para Danne>ll. E muito provavelmente ela vai ficar um grude nele.
- Mas você disse que ele vai querer ir com você em todos os exames e consultas...
- E se a Danneel resolver ir junto, só para ficar de olho nele? Não duvido nada! - disse com desânimo. - Até sinto um mal estar só de pensar em encontrar com ela pessoalmente em todas as consultas.
se recostou no sofá, respirando fundo para recompor-se.
Jensen se sentia aliviado por completo.
Assistia Danneel entrar no carro dela, com fúria e tristeza. Mas pelo menos estava resolvido. Só tinha que contar para como havia sido.
Ele foi para casa, e a primeira coisa que fez quando chegou lá, foi ligar para sua casa no Texas e contar a novidade.
Já era tarde da noite quando voltava para casa. Estava tão bem que nem tinha percebido que já era tão tarde.
Foi olhar no seu celular a hora, mas se deu conta que o tinha esquecido em casa. Mas já estava trancando o carro na garagem quando um vulto alto se aproximou dela muito rápido, e a fez gritar de susto.
- Você é louco? - ela disse batendo no peito de Jensen.
- Eu é que pergunto! Estou ligando para você há horas! Por que não atende?
- Eu esqueci o celular em casa.
- E onde você se meteu o dia todo? - ele disse autoritário e preocupado.
- Na casa da - ela estranhava aquele tom que ele usava. - Calma, meu lindo! Eu não vou sumir da face da Terra com seu filho. Pode ficar sossegado!
saiu andando e ele a seguia pela calçada. Jensen a puxou pelo braço e para perto demais.
o encarou e tentou se afastar, mas ele a manteve envolvida em seus braços, mas tomando cuidado para não machucá-la.
Por causa disso, não tentou de novo se afastar. Sentia que ele não queria lhe machucar de jeito nenhum. Só lhe manter segura.
- Nunca mais faça isso - ele pediu muito sério e com o cenho franzido.
sentiu um pouco de culpa por tê-lo deixado tão preocupado. E seu coração amoleceu.
- Desculpa. Mas por que não ligou para o restaurante? Minha mãe sabia que eu ia sair!
- Eu liguei! Mas ela disse que você só avisou que ia dar uma volta.
- Ai, minha mãe deveria ter pensado direito! Não passou nem pela sua cabeça que eu deveria ter ido à casa da ?
- Quando eu não conseguia entrar em contato com você, a única coisa que eu pensava era que pudesse ter acontecido alguma coisa de ruim... - Jensen não estava bem. Estivera mesmo passando por algumas horas de agonia procurando por ela.
percebia isso, e impulsivamente segurou o rosto dele entre suas mãos.
- Eu estou bem! O bebê está bem! - ela murmurou sorrindo, e olhando fixamente nos olhos dele.
Jensen afirmou, respirando fundo e a abraçou.
deitou a cabeça no peito dele, e sentia as batidas descompassadas do seu coração. "Oum, que dó!", ela pensou sorrindo e abraçando-o pela cintura.
Capítulo 41
- Eu conversei com a Danneel - Jensen disse, soltando-a do abraço.
sentiu um friozinho na barriga.
- Como foi?
- É melhor a gente sair da rua. Já está muito tarde.
concordou e foi abrindo a porta de casa. Subiu as escadas com Jensen ao seu lado, mas um degrau abaixo dela.
abriu a porta da sala, e encontrou sua mãe e seu pai sentados no sofá, aparentemente preocupados.
Até explicar que esquecera o celular, foi o tempo de ouvir mais um sermão.
Passado o sufoco, Dienne e John deixaram Jensen conversar com , e foram dormir.
- Quer beber alguma coisa? - ela ofereceu, indo à cozinha.
- Não, obrigado.
abriu a geladeira e pegou a jarra de suco de maracujá. Encheu um copo e tomou-o todo num gole só, com calma. Estava morrendo de sede.
Jensen assistiu aquilo, e começou a contar como havia sido.
- Danneel ficou arrasada quando disse do fim de semana no aniversário do Luke - ele a via encher o copo de novo com mais suco, e começar a tomar com tamanha satisfação, que parecia estar sorrindo. - Está tudo bem com você?
percebeu que já estava enchendo mais o copo pela terceira vez. E era isso que o fez perguntar se estava bem. E ela riu.
- Só estou com sede! Pode continuar contando... - foi para a sala com o copo na mão, e sentou-se no sofá. Ele a acompanhou.
- Ela percebeu logo de cara o que eu ia falar. De alguma maneira, ela já tinha ouvido falar de você. Sabia até seu nome. E adivinhou que era de você que eu estava falando.
- Então, quer dizer que você evitou meu nome - ela disse, estreitando o olhar para ele.
- Tem coisas marcantes demais na nossa vida que preferimos manter enterrada somente na lembrança.
- Ohm - ela murmurou pensativa, sem saber se isso era um bom ou mau sinal. - Então, desconfia de alguém? Por que ela deve ter descoberto pela boca de alguém!
- Eu nem tive tempo de desconfiar de ninguém. Ela disse que ouviu no casamento da Zie minha mãe conversando com minha tia sobre você, e o tempo que estávamos juntos - Jensen respirou fundo antes de continuar. - Danneel disse que ouviu minha mãe repetir mais de três vezes que você era a melhor nora que eu tinha arrumado para ela.
- O quê?! - arregalou os olhos. - Sua mãe é louca? - disse, mas no fundo sentia seu ego acariciado por Donna.
- Depois perguntei para minha mãe se ela se lembrava disso. Aí ela disse que se lembrava de ter falado isso com minha tia, mas não tinha visto a Danneel.
- Então a Danneel aguentou isso em silêncio, por todo esse tempo? E provavelmente com uma pulga atrás da orelha...
- É. Depois juntei as peças do quebra cabeça. Na festa do casamento da Zie, ela me arrastava sempre para longe de onde você estava.
ergueu a sombracelha, entendendo o porquê que nem o vira direito naquele dia.
Jensen a olhava em silêncio por alguns segundos. Ele também entendia agora o quanto a vida causava encontros e desencontros para eles.
- Enfim, acabei por contar que você está grávida. E ela desabou. Ficou mal e disse que era Deus lhe castigando por não aceitar ter uma família tão cedo.
- Ela não deveria se castigar, pensar assim! - até sentia dó dela.
- Talvez fosse isso mesmo - Jensen disse pensativo. - O jeito que ela renegava isso era pesado demais, . É que você não via como eram nossas conversas!
- Nossa! - ela ficava pensativa e colocou o copo vazio em cima da mesinha de centro.
O silêncio que veio a seguir, deixou sem saber o que dizer. Mas a curiosidade não deixou durar muito tempo.
- Mas como vai ficar o namoro?
- Não vai ficar! - ele riu da pergunta dela. - Do mesmo jeito que você ficou muito puta da vida com o Mitchel, o vendo te trair, a Danneel ficou!
- É, a pergunta foi bem idiota - ela reconhecia e ria, mas não ria de si, e sim de felicidade dele estar livre, leve e solto novamente.
- Estou solteiro de novo - ele falou, olhando bem para ela.
Era como se ele a esperasse dizer algo. Mas ficou na dela, só olhando de volta para ele. Segurava a vontade de rir. Como ele era bobo!
- Como está o bebê? - ele perguntou, mudando de assunto de repente.
- Está ótimo! Mas os enjôos continuam.
- Isso é normal? - ele disse, franzindo o cenho e fazendo careta de nojo.
- Bom, conversei com a hoje. Ela disse que quando ela ficou grávida, não era tão intenso assim, quanto está sendo comigo. Ela disse que ficou enjoada só alguns dias, e depois nunca mais! Já ouvi dizer também que quando tem muito enjôo, é por que o bebê vai nascer cabeludo - ela riu com a última teoria.
- O que o cabelo da criança tem a ver com isso? - ele riu confuso.
- Nem tem como ser por causa de cabelo. Eu devo estar, sei lá. Com seis semanas? Não deu tempo de nascer cabelo nele. Nem sei se ele já está formadinho!
Jensen sorria, imaginando-o.
- Será que vai ser menino?
- Eu nem pensei nisso ainda... Mas eu ia preferir um menino. Já teria até um nome para ele!
- Qual?
- Anthony. Adoro esse nome! Ou então Jonathan...
- De onde você tirou esses nomes?
- Anthony era o nome do meu avô, que faleceu quando eu era pequena. Eu não desgrudava dele! E Jonathan é o nome do meu primeiro amor da infância.
- Que gracinha! - ele sorriu irônico. - Não gostei de Jonathan. Anthony até que é bonito... - ele falou, disfarçando o ciúme besta.
riu dele, e continuaram a conversar sobre supostos nomes para o bebê.
- Se for menina, eu quero que se chame Elisabeth - ele disse sério.
- Por que Elisabeth?
- Era o nome da minha avó - ele sorriu bobo para ela. E feliz por fazê-la rir.
Já passava da uma e meia da madrugada, e nem tinham vontade de parar de conversar.
- Já pensou se são gêmeos?! - disse de repente, se lembrando da possibilidade.
- O quê?! - Jensen arregalou os olhos. - Isso é possível?
- Bom, ouvi dizer que precisa ter alguém na minha família que tenha tido gêmeos. Uma avó ou tia de sangue.
- E você tem? - ele quis saber, ainda espantado com a idéia de ser pai de gêmeos.
- Não que eu saiba! Tenho que perguntar para minha mãe depois - ela concluiu pensativa.
- Não esquece de me avisar quando souber! Assim me preparo para surpresa.
Ela riu se divertindo.
- Pode deixar!
Capítulo 42
abriu a porta.
- Bom dia! - Jensen disse com um tremendo sorriso.
- Bom dia! Nem preciso perguntar se está tudo bem, não é? - tinha que disfarçar o efeito que o sorriso daquele homem lhe causava.
Abriu mais a porta para ele entrar enquanto ia terminar de tomar seu café da manhã.
Reparava no boné que ele usava, combinando com o estilo despojado de camiseta preta, da mesma cor do acessório, com a calça jeans velha e par de tênis All Star.
- Eu acordei de bom humor. Na verdade, é mais ansiedade por hoje ser a primeira consulta no obstetra.
- Acho que não vai ter nada demais hoje. Mas também estou ansiosa, eu confesso! - ria, e sentou de novo à mesa posta do café da manhã. - Quer tomar café comigo?
- Eu tomei uma xícara de café antes de sair. Não estava com fome. Mas e faço companhia - ele disse sorrindo e tentando parar de balançar as pernas, assim como havia irritado alguns dias antes.
Jensen ficou quieto assistindo-a saborear umas torradas com leite condensado, tomando suco de laranja gelado...
- Você vai ter uma dieta especial, não é? A minha mãe disse que só se pode engordar um quilo por mês durante a gravidez. É o mais saudável - Jensen comentou.
- É verdade. Minha mãe disse o mesmo - olhou para colher que segurava e que ia mergulhar de novo na lata de leite condensado, mas parou. Já tinha perdido a conta de quantas já tinha comido. Largou a colher dentro da lata, que estava pela metade, e tomou o resto do suco.
Jensen começou a reparar de novo no corpo dela, que tomava formas cada vez mais, apesar de seu ventre continuar do mesmo jeito. Mas sabendo que seu filho já estava vivo ali dentro, e crescendo a cada dia, o fez sentir o impulsivo desejo de tocar-lhe a barriga.
se apressou e foi com Jensen até a clínica. De novo, reparava no cuidado e atenção de Jensen durante o trajeto, dirigindo muito bem. Ela sorria para si mesma, reparando nos mínimos cuidados. Quando ele abriu a porta do carro para ela sair, quando abriu a porta da clínica para ela entrar... Sempre se postando ao seu lado e fazendo questão de mostrar que ele era o pai da vida que ela gerava ali.
- Bem, como já sabe, vou te passar uma lista de exames que precisa fazer. Você pode marcar os exames na recepção, antes de ir embora. Agora, para eu ter idéia de como está o bebê, vou te examinar, ok? - falou o Dr. Ramory, com um sorriso simpático.
acenou positivamente e se levantou, deixando a bolsa na cadeira. Sorriu para Jensen ansiosa, e contente pela experiência nova. Ele também sorria e também se levantou na empolgação, sem saber se podia acompanhá-la.
- Você pode ir ao banheiro e vestir a camisola, logo a examinarei.
concordou e entrou no banheiro logo ali.
Jensen ficou parado perto da cama semi-deitada e com aparelhagem estranhas, que ele só conhecia de ver em filmes. Viu o Drake lavar as mãos rigorosamente na pia pequena, e vestir um par de luvas descartáveis. Começou a achar que não deveria estar ali. Mas também não queria sair e deixar sozinha. Mas com certeza, ela já tinha passado por um exame ginecológico antes. Só que Jensen nunca tinha pensado nesse detalhe anteriormente, que tivesse alguém que visse semi nua... Era absurdo. Mas Jensen estava sentindo um ciúme estranhíssimo. Não entendia por que não sentira essas coisas com relação a nenhuma de suas namoradas. Por que só com a ?
- Você parece nervoso. Se quiser, não precisa estar aqui. Pode esperar atrás do cubículo - Dr. Ramory aconselhou sorrindo para Jensen, enquanto saia do banheiro vestindo somente uma camisola de corte reto e branco.
- Não. Eu quero ficar. Se eu puder ficar...
- Claro! - Drake sorriu e fez um gesto para se acomodar na cama.
o fez e ajeitou os cabelos longos, enrolando-o num rabo de cavalo e segurou-o de lado sobre o peito, onde batia seu coração alegre e extasiado.
Dr. Ramory tocou o ventre dela, e apalpando profissionalmente fez sinal positivo de ter sentido o bebê.
o esperava aflita dizer alguma coisa, mas ele só estava concentrado, examinando.
Olhou para Jensen, que estava aos pés da cama.
- Como é? Não vai contar o que está sentindo aí? - Jensen falou agoniado e fazendo Drake Ramory rir.
- O bebê está bem. Com noventa e cinco por cento, posso afirmar que está de oito semanas - Drake foi para os pés da cama e Jensen se afastou, ficando ao lado de . - Agora, , por favor? - ele indicou os dois suportes e ela colocou as pernas uma em cada.
Jensen sabia que algo meio constrangedor is acontecer e tentou não se mexer. Deu uma olhada no teto quando o médico puxou um banquinho e sentou. Pegou um aparelho em forma de bico de pato e passou um gel nele.
ergueu os olhos para ver a cara de Jensen. E ficou tendo a certeza de que ele nunca tinha assistido a uma consulta ginecológica. Mas ficou se perguntando: o que ele ainda está fazendo aqui?
Durante todo o processo, olhava de esguelha para ele, sem entender. Mas no fim, tudo começou a fazer sentido. Jensen estava ali por que queria mais do que qualquer coisa aquele filho. E assim como ela, não importava o choque da experiência. Queria passar por cada detalhe!
Depois de completado três meses de gravidez, Jensen recebeu a notícia por telefone, que Donna e Mackenzie viriam para Los Angeles ver . E corujar o novo membro Ackles, que nem havia nascido.
- Adorei a notícia! - disse, dando pulinhos de alegria na frente de Jensen.
Já era a terceira vez que via Jensen naquele dia.
Primeiro tinha sido na parte da manhã, quando ele foi lhe buscar em casa e levá-la para tirar quatro amostras de sangue, cada uma para um exame diferente. Depois, ele foi até o restaurante por ter combinado com John que iria ajudá-lo a descarregar alguns sacos de batatas e outros condimentos para a despensa do restaurante. E agora essa visita às nove e meia da noite, só para dizer que Donna e Zie viriam passar um tempo na cidade.
- Elas vão chegar amanha à tarde. Estou pensando em trazê-las para jantar no restaurante. Assim seu pai e sua mãe as conhecem. O que acha? - Jensen estava ansioso demais e não mais podia ficar em casa sem nada para fazer. Não podia mais ficar longe de por muitas horas. O que faria em tempo tão extenso longe dela? Além de pensar nela e no bebê a cada segundo?
- Eu achei uma boa idéia - sorriu e resolveu oferecer para ele entrar.
Jensen entrou na sala e sorriu largamente para Dienne e John, que vinha da cozinha com uma lata de cerveja recém aberta.
- Hey! Quer me acompanhar? O segundo tempo do jogo vai começar! - John se empolgou ao rever Jensen. Estava cada vez mais apegado a ele.
- Eu aceito - Jensen sorriu.
- Senta, eu trago para você - disse e foi para a cozinha.
Jensen a olhou por inteira antes de sentar-se. O ventre dela estava começando a salientar-se sob o tecido do vestido que ela usava. Ele sorriu para si mesmo, e sentou-se quando ela desapareceu depois de passar pelo portal do corredor. Estava ao lado de John, que lhe deu um tapa no braço e começou a relatar o que havia acontecido no primeiro tempo do jogo de futebol, entre Milan e Manchester. John adorava futebol, e Jensen não ficava atrás.
voltou com a lata de cerveja e entregou-a na mão de Jensen.
- Obrigado - ele disse, olhando-a com seu sorriso cativante. E correspondeu um tanto corada. Seu coração acelerou por isso.
sentou-se no outro sofá ao lado de sua mãe, que tricotava um casaquinho de lã para o bebê.
Dienne a olhou de esguelha e pegou no flagra sustentando o olhar intenso de Jensen, com ar de riso. Ela riu e baixou os olhos para o tricô.
- Jensen, não sabia que você gostasse de futebol também - Dienne começou.
- Ah, eu adoro!
- Já sei quem vai ser minha companhia para ver os campeonatos - John disse feliz para a esposa.
- Percebi. Mas pensei que estivesse aqui para ver - Dienne atreveu-se.
A filha a olhou com advertência, e tentando disfarçar que estava sem graça.
- Esse sempre foi o maior motivo - Jensen disse sem medo de confessar, e olhando fixamente para os olhos de . Depois se dirigiu à Dienne e John. - Mas eu também gosto de fazer companhia para o John.
Os dois riram e fizeram um brinde com as latas de cervejas.
riu, meneando a cabeça. E encontrou o olhar da mãe.
- A senhora não tem jeito, não é? - se referia por tê-la feito ficar sem graça.
- Só o fiz dizer o que realmente estava fazendo aqui. E eu já sabia! Só que você parece não enxergar isso - ela sussurrou em segredo.
- O que quer dizer com isso, mãe? - disse aflita e confusa, achando que sua mãe estivesse querendo lhe pregar uma peça.
- Ele não consegue ficar mais longe de você! - Dienne continuou no mesmo tom. - Desde que ele retornou e soube que você estava esperando um filho dele, não sai de perto, não deixa de ligar e saber se você tomou as vitaminas, mas está sempre aqui!
- A senhora se incomoda com a presença praticamente diária dele? - ainda entendia do jeito errado.
- , eu adoro o Jensen! O que quero dizer é que ele não suporta mais ficar longe de você.
parou pensativa e o espiou lá no outro sofá, xingando algum jogador junto com seu pai.
- O que a senhora quer que eu faça?
- Seja mais ousada e aproveita que tem um homem lindo e disposto a estar com você. Estou surpresa que Jensen não tenha agido como a maioria dos homens ao saber que você está grávida. Não duvido nada que se fosse de Mitchel esse bebê, ele a teria abandonado sem precisar pensar duas vezes.
- Disso eu sei! - afirmou lamentavelmente. - Quando páro para pensar, parece que desperdicei três anos da minha vida com alguém que não via futuro nenhum ao meu lado.
- Ainda bem que você foi para o Texas a tempo! - Dienne disse maliciosa.
- Mãe! - riu e olhou para Jensen, assegurando-se de que ele não estava prestando atenção em nada além do jogo na tv. - Eu juro que quando fui para o Texas, não estava esperando que nada daquilo acontecesse.
- Eu entendo. Foi coisa do destino! Não é de uma hora para outra que um amor como o que vocês sentiram um pelo outro fosse desaparecer.
sorriu e se calou. Depois daquele comentário de sua mãe, não precisava dizer mais nada. Ela tinha toda razão.
Mas olhou para Jensen, e ficou se perguntando mentalmente se da parte dele era realmente o amor entre homem e mulher, ou se ele estava só encantado por ela estar esperando um filho seu.
Pois sabia muito bem o que ela sentia. E não era o mesmo amor de antes. Era muito mais profundo e intenso. Não era só paixão. Recendia disso.
Capítulo 43
estava com Jensen no terminal de desembarque esperando Zie e Donna chegarem. Teve que sair de casa um pouco para sentir ar puro. Estava se sentindo muito enfurnada dentro daquela casa. Dava graças a Deus pelos enjôos estarem parando.
- ? - Jensen disse, tirando-a da distração que estava ao ver um grupo talentoso africano batucar enquanto desembarcavam. Mas não era aquele vôo que sua mãe e irmã estariam.
- Sim? - disse, maravilhada com o ritmo dos africanos.
- Depois preciso muito conversar com você.
olhou direito para ele, depois de ouvir aquele seu tom sério. E se confirmou quando viu aqueles olhos verdes cintilando à sua frente.
- O que houve? - ela murmurou preocupada.
- Não há nada que precise se preocupar - a tranquilizou com um leve sorriso. - Só tenho que ter uma conversa com você sobre um assunto que não posso mais adiar.
- Por que não diz agora? - ela falou, louca de curiosidade, sentindo a força daquele olhar intenso dele.
Jensen sentiu seu coração acelerar dentro do peito. Ficou calado vendo o quanto ela o esperava dizer alguma coisa. Era agora sua chance! Mas o batuque daqueles africanos estava lhe deixando louco. Então, ele olhou fulminando o músico líder do grupo, que passava atrás dele, quebrando o encantamento entre ele e .
Ela baixara o rosto para os próprios pés, quando ele voltou-se para ela. E sentiu que o momento perfeito tinha se evaporado.
- ! - uma doida gritou a três metros dali.
Quando olhou, avistou Zie correndo, de braços abertos e aos pulinhos, em sua direção.
- Oi, sua louca! - ria e foi ao encontro dela, abraçando-a com maior carinho e saudade.
- Como você está? E o bebê? - Zie se afastou um pouco para ver o ventre dela, que já estava saliente e redondinho. - Oh, meu Deus! Eu vou ser tia de novo! Nem acredito que você vai ser mãe!
- Não vai me dar um abraço, sua mal educada? - Jensen disse, fazendo cara de bravo, com uma sobrancelha erguida.
- Ah, seu safado! - Zie pulou nos braços do irmão, felicíssima.
- O que deu em você, sua doida?! - Jensen ria da irmã, vendo Donna chegando perto deles carregando a mala dela e da filha, que largou lá atrás para correr para eles.
Jensen se adiantou e ajudou a mãe.
Donna deu um forte abraço em Jensen, sussurrando alguma coisa no pé de seu ouvido, demorando a soltá-lo.
esperou para poder abraçá-la também. E percebeu pelo sorriso dos dois ao se separarem, que o que ela havia sussurrado era alguma coisa boa.
- E você, danada! - Donna abriu os braços e a envolveu com tamanho carinho maternal.
- Oi, Donna!
- Parabéns pelo bebê, meu bem! - ela sussurrou ao seu ouvido durante o abraço demorado.
- Obrigada, Donna - a encarou nos olhos com carinho, e viu que era recíproco.
Foram para o carro estacionado de Jensen, e não teve nenhuma objeção em ir para casa dele com elas, sem ter combinado isso com o próprio.
Estava conversando sobre sua gravidez com elas, e só foi se dar conta que já passara das sete da noite quando começou a sentir um enjôo leve ao sentir o perfume que Zie trouxera na mala.
A estava ajudando a desfazer a mala e jogando conversa fora, quando aconteceu.
Vomitou, e quando saiu do banheiro, consultou o relógio.
- Não dou um minuto para o Jensen entrar por aquela porta com minha bolsa - disse, sorrindo para Zie.
- Como sabe? - Zie olhou no relógio de pulso e a porta atrás de si se abriu.
Jensen entrou carregando a bolsa de , assim como ela prevera.
Zie riu assustada e riu também.
- , já passou meia hora que você deveria ter tomado a vitamina... - Jensen parou de falar e encarou Zie. - Do que você 'ta rindo?
- Nada.
Jensen entregou a bolsa para , sem ligar para a doida da irmã. Reparou na palidez dela, e sentiu um leve solavanco na boca do estômago.
- O que você tem? Está passando mal?
- Acabei de vomitar por causa do perfume da Zie - disse, fingindo um tom acusador, apontando para Zie.
Jensen logo encarou a irmã.
- Hey! Não me olha assim! Como eu ia adivinhar que ela ia enjoar com meu perfume?!
- Ok, mas se livra disso enquanto ela estiver com você - ele disse sério.
- Uhmm, que lindo, cuidando dela... - Zie murmurou, tirando sarro dele.
- Cuido mesmo! - Jensen admitiu sorrido e balançando a cabeça positivamente, indo de encontro à Zie, com as mãos na cintura.
- , se ele me matar é culpa sua! - disse arregalando os olhos.
Jensen riu e se afastou dela. Dirigiu-se à de novo, ficando bem próximo.
- Toma logo essa vitamina, pelo amor de Deus.
- Eu já vou tomar - ela disse enquanto tirava os comprimidos do frasco de plástico distraidamente.
E Jensen se curvou sobre ela, dando-lhe um beijo na testa.
encarou-o sorrindo e morrendo de calor. Ele sorriu e se afastou até a porta.
- Ah, antes que eu esqueça, vamos jantar no restaurante dos DeRavin. Certo, ?
- Certíssimo! - concordou animada.
Quando chegaram ao restaurante, fez as honras de apresentá-las aos seus pais.
Donna e Dienne se simpatizaram logo de primeira. Tanto que nem precisou apresentá-las formalmente.
John também se dera muito bem com as duas, e lamentou de Alan não ter ido à L.A. com elas.
- Oh, mas Alan queria muito ter vindo! - Donna explicava. - Mas ele teve algumas emergências em casa. O telhado ficou danificado com uma chuva forte, e ele teve que estar lá com os marceneiros.
- Entendo. Vamos marcar com ele de fazer um churrasco reunindo todo mundo, tomar umas cervejas... - John planejava com entusiasmo.
estava do outro lado da mesa, de frente para Jensen, sem conseguir parar de pensar no que ele queria falar com ela de tão importante. E admirando o quanto ele estava lindo usando aquela camisa branca de colarinho aberto, calça social preta e um pouco justa. Podendo ver que o bumbum e as pernas continuavam deliciosas.
Mas nada a deixava poder tocar no assunto. Ou era sua mãe ou Donna a puxar papo.
Jensen estava do mesmo jeito, ansioso. Querendo falar com em particular. Mas sua mãe, Zie e Donna não paravam de planejar o chá de bebê, de comentar sobre o enxoval. A alegria delas o distraia às vezes, e até lhe fazia sorrir. Mas aí olhava para , e via que ela também estava lhe olhando e esperando, então aquela forte necessidade de falar tudo o que precisava, voltava explodindo em seu peito.
- , casa comigo!
Todo mundo calou a boca com o pedido repentino e em alto e bom som, para todo mundo no restaurante ouvir.
sentia o chão sumir e o coração parecer querer sair pela boca. Nem estava se mexendo. Paralisou!
Jensen percebeu que ela ficou em choque. Logo imaginou que tinha jogado tudo por água a baixo. Nem ele sabia por que falou aquilo ali, e de forma tão indiscreta.
- Desculpa dizer assim, mas não aguentava mais... - ele disse sem graça e olhando de para os pais dela, e para sua mãe e irmã, todos atônitos.
se levantou num impulso e saiu do restaurante, indo pela porta dos fundos que dava direto para as escadas que levava até a casa, no andar superior. Na metade da subida, os passos corridos e pesados lhe alcançaram e Jensen lhe segurou pelo braço.
se virou para ele, sentindo uma fúria imensa e confusa. Sabia que seus hormônios estavam completamente retardados por conta da gravidez, mas não sabia controlar.
- Você ficou maluco? Por que disse aquilo na frente de todo mundo? Para que você vai querer se casar comigo? Você não sente nada além de atração física por mim! E não vai adiantar nada nos casarmos só por que estou esperando um filho seu! Isso não vai acobertar qualquer coisa que você queira acobertar!
- Mas de que diabos você esté falando? - ele até desafinou falando isso.
se soltou dele e continuou subindo as escadas, evitando subir depressa demais e passar mal. Jensen lhe seguia ainda e a esperou abrir a porta, toda atrapalhada. Ela abriu e entrou, impedindo-o de entrar.
- Eu não sei se conseguiria parar de pensar que... um dia você poderia me deixar de novo, bastando você conhecer outra bela loirinha modelo ou atriz, desfilando por perto - confessou sentindo um nó na garganta pelo rancor do passado lhe assaltando de repente.
- , isso está lá atrás! Eu não...
- Você não tem certeza!
- Eu sei os meus motivos! - Jensen se defendia sem entender o surto dela.
- Mas você nunca tem coragem de me falar quais são!
Jensen abriu a boca para protestar, mas lhe faltaram palavras.
E nesses cinco segundos de seu silêncio, perdeu a paciência e bateu a porta em sua cara.
revirava na cama ouvindo um solinho de guitarra.
Olhou no relógio, que marcava duas da madrugada.
I guess this time you're really leaving (Eu acho que desta vez você está mesmo partindo)
I heard your suitcase say goodbye (Eu ouvi sua mochila dizer adeus)
And as my broken heart lies bleeding (E enquanto meu coração partido cai sangrando)
You say true love is suicide (Você fala que amor verdadeiro é suicídio)
- Isso é hora de tocar Bon Jovi?! - reclamou olhando para o teto, ouvindo a voz um tanto quanto familiar.
You say you've cried a thousand rivers (Você diz que tem chorado mil rios)
And now you're swimming for the shore (E agora você está nadando para a praia)
You left me drowning in my tears (Você me deixou afogando em minhas lágrimas)
And you won't save me anymore (E nunca mais irá me salvar)
I'll pray to God to give me one more chance, girl! (Eu vou rezar a Deus para você Me dar mais uma chance, garota)
saltou da cama e correu para a janela, com medo de ver o que estava pensando que fosse. Arreganhou a janela e lá estava o maluco do Jensen, no meio da rua deserta, tocando uma guitarra vermelha plugada numa caixinha acústica, que dava som suficiente para estar acordando toda a vizinhança, que já saia para as suas janelas e portas.
I'll be there for you (Eu estarei ao seu lado)
These five words I swear to you (Estas cinco palavras que eu juro para você)
When you breathe I wanna be the air for you (Quando você respira, eu quero Ser o ar para você)
I'll be there for you (Eu estarei ao seu lado)
I'd live and I'd die for you (Eu viveria e morreria por você)
I´ll steal the sun from the sky for you (Roubaria o sol do céu para você)
Words can't say what love can do (Palavras não podem dizer o que um amor pode fazer)
I'll be there for you (Eu estarei ao seu lado)
riu dele e para ele, e saiu da janela correndo louca para s porta, onde Dienne e John já estavam saindo e desceram apressados, temendo que ela caísse.
I know you know we've had some good times (Eu sei que você sabe que nós tivemos alguns bons momentos)
Now they have their own hiding place (agora eles têm seus próprios caminhos a seguir)
I can promise you tomorrow (Eu posso te prometer amanhã)
But I can't buy back yesterday (Mas eu não posso comprar de volta o ontem)
chegou à calçada e parou na frente dele, que continuava cantando maravilhosamente bem! Estava até se arrepiando!
And Baby you know my hands are dirty (E baby você sabe que minhas mãos estão sujas)
But I wanted to be your valentine (Mas eu queria ser seu namorado)
I'll be the water when you get thirsty, baby (Eu serei a água quando você ficar com sede)
When you get drunk, I'll be the wine (Quando você ficar bêbada, eu serei o vinho)
se abanava e ria com os assovios e aplausos, incentivando Jensen com a serenata rifada.
I'll be there for you (Eu estarei ao seu lado)
These five words I swear to you (Estas cinco palavras que eu juro para você)
When you breathe I wanna be the air for you (Quando você respira, eu quero Ser o ar para você)
I'll be there for you (Eu estarei ao seu lado)
I'd live and I'd die for you (Eu viveria e morreria por você)
I´ll steal the sun from the sky for you (Roubaria o sol do céu para você)
Words can't say what love can do (Palavras não podem dizer o que um amor pode fazer)
I'll be there for you (Eu estarei ao seu lado)
Ele solava o fim da música, lhe olhando intensamente e esperando sua reação, que não demorou muito.
se adiantou para ele e sem o deixar terminar direito o solo final, ela se pôs contra o corpo dele e a guitarra, e puxou-o pela nuca, dando lhe um beijo arrebatador.
Jensen não perdeu tempo em corresponder à paixão dela, talvez até com mais possessão que ela.
Os gritos, assovios e aplausos haviam ensurdecido por aqueles segundos.
- Eu amo você, ! E não aguento mais ficar sem você. Eu te quero de noite e de dia - Jensen disse e suspirou, se sentindo desabafado. - Por favor, casa logo comigo?! - ele riu por fim.
só riu, e balançando a cabeça positivamente, o beijou de novo.
Capítulo 44
- Agora sim eu sinto firmeza! - falou John chegando perto quando eles pararam o beijo.
estava no céu, e não conseguia tirar os olhos do sorriso feliz de Jensen, e vice versa.
- Vamos entrar, John. É muito tarde - Dienne puxava o marido pelo braço e acariciou o ombro de , que lhe sorriu em resposta pelo gesto.
Quando se viu sozinha com Jensen, pois as pessoas estavam voltando para suas casas, segurou o rosto dele e o beijou mais uma vez. Era inexplicável o tamanho da felicidade que estava sentindo naquele momento. E era somente possível demonstrar isso com um beijo. Na verdade, começava a sentir vontade de demonstrar de outras maneiras também...
- Não é seguro ficarmos aqui a essa hora - Jensen falou com sua voz grave e rouca, por um desejo entusiasmado e febril. Estava louco para fazer amor com aquela mulher há semanas eternas, porém não queria que fosse em qualquer lugar e nem de qualquer jeito. Amava aquela mulher e daria o que tinha de melhor para ela.
- Então, vamos entrar! - o puxava pela mão e entrou pela porta lateral a do restaurante, que levava à escada, direto para sua casa.
Jensen não queria mesmo ir para casa. Queria ficar com ela. Porém se pudesse escolher, já a levava para sua casa, de mala pronta e tudo! Não via a hora de poder acordar todos os dias e encontrá-la ao seu lado.
- ... - ele sussurrou quando entraram na sala e ela trancava a porta. - Quero me casar com você o mais depressa possível.
- Eu também! O mais depressa... - andou até ele e espalmou carinhosamente as mãos no peitoral à sua frente. Sentia os batimentos cardíacos dele, acelerados e fortes. Ergueu os olhos para ele, e Jensen já arfava.
- Eu te amo, Jensen - murmurou emocionando-se e finalmente confessando seus sentimentos. - Eu sempre amei você!
Jensen sorriu, e por mais besta que fosse, também estava se emocionando. Passou a guitarra para as costas e enfiou os dedos entre os cabelos, na nuca dela, com carícias envolventes, enquanto mergulhava nos seus olhos intensos.
- Ah, ... - e sem perder mais tempo a beijou profundamente, transbordando de amor por ela.
Quando abriu a boca e a língua de Jensen encontrou a sua, foi como se um vulcão de desejos estivesse explodindo em seu ser. Se pôs toda ao corpo másculo e fervendo dele, num abraço forte. Deixou o beijo ficar lento, porém molhado e ardente... Intenso.
Jensen sentia todo o corpo dela contra o seu, e o fazia se queimar de dentro para fora, com violência. Até então, estava tentando se controlar ao máximo por respeito a John, que depositara tamanha confiança e consideração. E à Dienne, que era sempre tão bondosa e amável, comparando-se a uma mãe.
Mas estava ali em seus braços, com tamanho desejo que nem ele sabia como controlar. E isso era o que mais estava lhe deixando louco e sem freio algum.
- ? - ele sussurrou rouco contra os lábios sedentos dela, que lambeu e sugou o seu com lentidão. Como poderia parar com ela lhe enlouquecendo assim?!
- Você vai ficar aqui comigo, não é? - ela pediu numa súplica, e no seu tom de voz provocante.
- , seu pai... - foi só o que ele conseguiu dizer. Estava em estado de calamidade.
- Vamos nos casar! Estou esperando um filho seu. O que ele poderia achar de você dormir aqui comigo? - disse sorrindo e coçando carinhosamente a barba dele.
Depois dessa, Jensen não precisou mais pensar. Só deixou que ela lhe levasse para o quarto.
trancou a porta enquanto Jensen deixava a guitarra de pé, encostada em um pufe pink.
Quando seus olhares se encontraram, se abandonaram nos braços um do outro em mais um beijo. Um beijo único que se tornava mais intenso, mais ardente... Impossível de deter tais sentimentos, Jensen abriu o roby que ela vestia sobre a camisolinha de seda. Escorregou as mãos no ventre arredondado e pequeno ainda, mas já saliente e lindo. Sem fôlego, Jensen encostou a testa na dela. E de olhos fechados, ficou ali, parado, sentindo a vida que era um pedacinho seu, e que crescia dentro dela. Aí então, teve certeza que estava tudo tão certo. Era com ela que teria seus filhos. Não poderia ser outra pessoa.
olhava para ele, que e quando abriu os olhos e a encarou sorrindo, ela não conteve o riso.
- , eu te amo tanto! - murmurou febril e beijou-a mais uma vez.
respondeu à declaração, beijando-o com amor. E com carícias descendo pelo pescoço dele, para o peito, enfiou as mãos nas mangas da camiseta branca que ele usava, acariciando os braços fortes e deslizando as unhas até as mãos, que lhe apertavam moderadamente nas costas. se afastou um pouco e começou a tirar a camiseta dele, admirando com saudades daquele corpo maravilhoso e gostoso... Jensen voltou a lhe beijar os lábios, sugando-os repetidamente e lento, descendo os beijos pelo pescoço delicado, provocando arrepios na pele sedosa e quente.
não reprimiu o sussurro em resposta dos beijos que continuaram descendo, até alcançarem o decote da camisola, e intumescendo seus seios sem nem ter tocado neles ainda. A barba ajudava, e muito nisso! Por isso, o amava de barba.
- Jensen... - ela o chamava, enfiando os dedos entre os cabelos dele, bagunçando-os.
Inflamado de desejo e paixão, Jensen a encarou nos olhos e começou a despi-la da camisola, com carícias nas coxas, sem muita pressa, deixando-a agoniada de ansiedade.
- Jensen... Por que está fazendo isso comigo? - sussurrou num gemido aos lábios dele, que arfavam.
Jensen não respondeu. Nem poderia. A força de seu desejo parecia ter tampado a passagem de suas cordas vocais. Continuou subindo suas mãos e tirando a camisola, passando as mãos lentamente pela silhueta e desenhando os seios com especial atenção. Estavam ficando maiores, pouco a pouco... estava exuberante! Terminou de tirar a camisola fazendo com que os cabelos longos dela caíssem sobre os ombros graciosamente, lhe deixando absurdamente encantado.
sentia o olhar dele e não se surpreendeu quando ele a carregou nos braços até a cama, com imenso cuidado, lhe depositando sobre o colchão. Jensen se ergueu, desabotoando a calça jeans, olhando-a ali deitada, usando somente a calcinha, também branca. Antes de começar a baixar o zíper, se ajoelhou e beijou-lhe os lábios suavemente. E desceu os lábios quentes e macios por seu queixo e pescoço, começando a espalhar beijos demorados em toda extensão de seu peito, iniciando tremores internos incontroláveis... Que aumentaram a intensidade quando os lábios dela chegaram ao abdômen, descendo cada vez mais...
Um gemido rouco e grave escapou da garganta dele, deixando extasiada. Então, deixou ele terminar de se despir e foi se deitando, enquanto ele já completamente nu, foi para a cama. Jensen lhe beijou desde a boca com a mesma voracidade que beijou os seios, tomando-os com as mãos em carícias lentas, fazendo arquear-se para ele, procurando-o ansiosa, querendo que ele lhe despisse logo da calcinha. Mas foi como se ele lesse sua mente.
Jensen a despiu da única peça que faltava e formou uma trilha de beijos pela perna direita, deslizando as mãos na outra perna, enquanto ia abrindo-as e descendo os beijos, chegando à virilha e mais além, onde não conteve um arquejo de excitação... Jensen demorou ali, com carícias enlouquecedoras. arqueava o quadril, acompanhando os movimentos da língua que lhe provocava absurdamente. Estava quase chegando ao ápice, se agarrando ao lençol e abafando em sua garganta gemidos de prazer, quando ele parou e veio aos seus braços, lhe beijando a boca com voracidade e lhe possuindo febril e cuidadoso ao mesmo tempo.
o sentia estremecendo enquanto lhe amava lentamente, porém não saberia afirmar se era ele ou ela mesma que estava nesse estado emocional e físico, completamente fora de controle.
Mas na verdade eram os dois.
Conforme tudo começava a ficar mais intenso, queria mais rapidez, porém, ele não se deixava acelerar.
- Jen, por favor! - ela pediu, se arqueando mais rápido, porém ele segurava-lhe o quadril, mantendo o ritmo lento. - Jensen?!
- Não quero ferir o bebê! - ele murmurou roucamente contra os lábios dela, tentando se conter.
- Você não vai feri-lo, meu amor! - sorria segurando o rosto dele entre as mãos, encarando-o nos olhos. Jensen lhe olhou nos olhos, procurando segurança no que ela falava. Precisava ter cuidado. Por mais que seu desejo por ela fosse imenso.
E por um incrível lampejo, os olhos dela pareceram lhe dizer que podia confiar nela.
somente deu a deixa, arqueando-se e ele a seguiu, sem mais se preocupar tanto.
Ela teve que morder o maxilar dele para não fazer barulho... Jensen fez um esforço subumano para não arquejar.
se abandonou com a cabeça no travesseiro, cansada e flutuando em nuvens branquinhas de algodão. Sabia que estava sorrindo... Sabia que Jensen era quem estava lhe envolvendo nos braços de novo, mas com aconchegante conforto para se deitar e, com a ponta de seu nariz roçando no peito dele, adormeceu.
Capítulo 45
A brisa gostosa da manhã entrava pela janela aberta, mexendo suavemente as cortinas brancas. olhava os movimentos lentos do tecido, num estado de hipnose. Então, sentiu Jensen encher o peito respirando profundamente e se mexendo. Ela levantou a cabeça, que estava deitada sobre o peito dele, e olhou-o. Estava acordando e se espreguiçando, com aquela cara amassada e comicamente emburrada. Era tão esplendido estar com o homem que amava tanto! estava radiando de felicidade.
- Bom dia, lindão! - gracejou.
Jensen riu.
- Não diga mentiras! - disse esfregando os olhos. - Não sou nada lindo com remelas nos olhos.
- Larga de ser nojento! - ela riu. - Quero tomar café da manhã sem ter que me lembrar dessa sua observação.
se levantou da cama vestindo o roby, e foi para o banheiro de seu quarto.
Jensen se sentou na cama e percorreu com o olhar pelo chão, à procura de suas roupas. A camiseta estava perto da porta e da sua guitarra. A calça, mais perto dos pés da cama. A cueca preta, junto dela. Vestiu a cueca, que era samba canção, quase um short. E a camiseta também. saiu do banheiro depois de uma ducha rápida. Jensen beijou-lhe a testa, e foi para o banheiro. Quando saiu, ela não estava mais no quarto.
Vestiu a calça e foi para a sala. Dali, já podia ouvir a movimentação na cozinha, e as vozes de John e Dienne.
Dienne sorriu quando Jensen entrou na cozinha e lhe sorriu. John estava de costas para a porta, e pelo sorriso da esposa, percebeu que alguém tinha entrado.
John sabia, pelo aviso rápido de , que Jensen tinha passado a noite com ela. Porém, não era tão fácil ingerir uma notícia de visita em dois minutos.
- Bom dia! - Jensen saudou educadamente, indo ficar à vista de John, a quem respeitava muito.
John apenas sorriu para ele, com um aceno de cabeça. Tinha ciúmes de sua filha sim, e não adiantava que Jensen fosse o cara mais legal que ele já vira com ela. Mas o fato de ser Jensen, ficava mais fácil de suportar que sua garotinha não era mais uma... garotinha.
Dienne percebeu pela cara de John que ele estava sem ânimo para a nova situação. Mas ela sabia que de agora em diante, Jensen era parte da família e estava adorando a novidade. Afinal, ele sempre fora melhor que Mitchel, e Dienne sempre tivera essa opinião.
- Sente-se e tome café da manhã conosco, querido - Dienne apontou para a cadeira, sorrindo.
Jensen aceitou e sentou-se. Logo em seguida, sentou-se de frente para ele, segurando o frasquinho da vitamina. Observou-a tomar um comprimido.
reparou que Jensen não tocava em nada à mesa.
- Não vai comer nada?
- Na verdade, estou sem fome. Mas você pode comer. Precisa se alimentar - disse ele, se levantando. Sentia necessidade de se mover, e pôr em prática seus planos.
- Aonde você vai?! - disse com curiosidade.
- Preciso resolver algumas coisas. Mas mais tarde eu ligo para dar notícias - ele sorriu e foi até ela, lhe beijou os lábios num selinho demorado e quente.
- Ok - se levantou para acompanhá-lo até a porta.
Chegando na sala, onde estavam sozinhos, parou à porta aberta; ele, debaixo da soleira, se virou para ela.
- Você está bem? - quis saber. - Está tão calado!
- Estou ótimo! - ele riu. - Mas estou louco para começar a resolver os detalhes do nosso casamento.
- Jensen, você não vai resolver tudo sozinho! - ela advertiu.
- Claro que não! Mas há certas coisas que só eu posso fazer. E quero também lhe fazer uma surpresa - disse com aquele meio sorriso malicioso e cheio de mistério.
- Você sabe que sou curiosa e fica fazendo isso, não é?! - bateu no braço dele.
Jensen riu e lhe segurou o rosto entre as mãos, mordendo o lábio inferior, demonstrando certa tentação por ela. E beijou-a.
Depois de passar o dia todo esperando notícias dele, começava a pensar no que ele poderia estar aprontando.
Já era tarde, quando ele ligou.
- O que você está fazendo, Jensen? - ela disse logo, agoniada de curiosidade.
- Amanhã bem cedo você vai saber. Esteja pronta às nove da manhã. Vou passar aí para te pegar.
- Para quê?
- Amanhã você vai saber, ! Eu tenho que desligar. Estou no meio de uma decisão difícil aqui...
ouviu ao fundo a voz de Donna e Mackenzie.
- Sua mãe e sua irmã também estão mancomunadas com você, né?
- Estão me ajudando. Amanhã a gente se vê. Dorme com Deus, meu amor.
- Espera! Que pressa é essa? - disse , na esperança de saber o que estavam fazendo.
- O que foi, curiosa? - ele sorria, mesmo estando sem paciência.
- Dá uma dica? - ela fazia figa com os dedos.
- Não. Você vai ter que aguentar até amanhã.
- Como você é ruim! - se segurava para não rir de si mesma. - Boa noite, então. Seu chato!
- Boa noite! - ele disse rindo e desligou.
Capítulo 46
tinha sonhado naquela noite com Jensen lhe azucrinando sobre a surpresa, de tanto mistério que ele fizera no dia anterior, e por ansiedade.
Depois de se levantar e tomar um café da manhã, ela não demorou muito para ligar para o celular dele.
Jensen atendeu depois de ver no visor que era .
- Mas já está acordada? - ele disse rindo e se fazendo de besta, pois sabia muito bem por que ela estava ligando.
- São mais de dez horas da manhã, Jensen. Não é cedo! - respondeu sabendo que ele estava se divertindo com sua curiosidade. - Jensen, eu estou ligando para saber quando você vai me contar a surpresa. Por favor?
- Hoje eu conto. Daqui a pouco vou para sua casa - Jensen resolveu amenizar no mistério. Ela estava curiosa demais e isso a deixava ansiosa, ele sabia. E começava a pensar direito se isso seria prejudicial ao estado especial em que ela estava.
- Vai vir agora?! - ajeitou-se eufórica no sofá, e sorrindo de alegria.
Jensen riu ao perceber que se fosse prolongar aquele mistério por mais tempo, ela poderia dar a luz antes da hora.
- Daqui a pouco! Vou me arrumar e daqui meia hora a gente se vê.
- Ai, meu Deus! - se levantou dando pulinhos.
- Ei! Ei! - ele disse advertindo-a. - Sossega aí e pára de sacudir o bebê - disse ele em seu tom preocupado desde que ele descobrira que ela estava grávida.
- Ok, já parei - ela ria obedecendo, mas não sentou-se mais.
Despediram-se e olhou à sua volta. Tinha que ocupar o tempo fazendo alguma coisa até ele chegar.
Inventou de ir arrumar a cozinha e lavar a louça do café da manhã.
Estava sozinha na casa, já que seus pais acordavam bem cedo para descerem para o restaurante.
Ela, por sua vez, estava acordando mais tarde que de costume.
Sempre ouvira que gravidez dava muita sonolência e agora estava tendo a prova de que era verdade.
Depois de terminar a arrumação, sentia-se cansada e até transpirando um pouco. E sua coluna estava lhe matando.
Olhou no relógio e percebeu que fez tudo em vinte minutos. E nada de Jensen chegar...
Foi para o banheiro, preparou um banho de imersão com a banheira cheia de água morna e sais de fragrância cítrica e refrescante.
Despiu-se e entrou na banheira, sentou-se e mergulhou para trás, entrando de cabeça e tudo sob a água, sentindo uma enorme satisfação de relaxamento e refrescância. Quando emergiu, respirou fundo, passando as mãos nos cabelos molhados que colavam às suas costas.
Começou a se ensaboar, quando a batida na porta a despertou de sua distração.
- ? - Jensen a chamou da sala de estar.
- Jensen, estou aqui! - estava extasiada por ele ter chegado, e ao mesmo tempo intrigada em querer saber como ele entrara, se a porta ficava trancada.
A porta se abriu devagar e Jensen entrou. Ao ver naquela banheira cheia de espuma, seu coração acelerou e ele sorriu ao ver o sorriso radiante dela.
- Essa é uma das cenas que eu fotografo na memória para me lembrar para o resto da vida - ele confessou, encostando a porta atrás de si e se aproximou, segurando uma pasta preta numa das mãos.
logo reparou na pasta e perguntou sem deixar de ter se emocionado com a declaração fofa dele.
- A minha surpresa está dentro disso aí?
Jensen sorriu forçado para ela, e retribuiu comicamente.
- Você é muito curiosa, sabia?
- Eu sei!
- E muito cara de pau também.
riu, pegou uma quantidade de espuma com a mão direita e passou no rosto dele, com carinho.
- Eu já tomei banho, mas obrigado! - ele sorriu sarcástico.
- De nada! Agora me mostra logo o que tem aí.
Jensen estava sentado sobre a tampa fechada do vaso desde que se aproximara.
- Termina seu banho. Eu espero - Jensen se levantou, colocou a pasta sobre a tampa e sentou de novo, só que agora, em cima da pasta. Se prevenindo da possível mão boba de . E cruzou os braços contra o peito.
o encarou com olhar semi-cerrado, fingindo estar mais brava do que realmente estava. Na realidade, estava dando mais atenção aos músculos dos braços dele e o peito... o cenho franzido que dava impressão de ser um cara mal, deixava em estado de "mamãe, socorro!".
Ele realmente estava ali, a esperando terminar o banho, e não saberia se seria possível terminar com ele lhe olhando tão atento daquele jeito. Mas recomeçou a se esfregar com a esponja, delicadamente. Os braços... o pescoço... o colo, e descendo entre os seios cada vez mais lindos e impressionantes, prendendo o olhar curioso de Jensen.
olhou-o de esguelha enquanto tocava os próprios seios vagarosamente, vendo-o arfar e engolir em seco. Os olhos escurecerem aos poucos, tornando em um tom verde intenso e com aquele brilho que ela conhecia bem. Ele formou um meio sorriso, mas continuou imóvel.
continuou o banho com o propósito de provocá-lo. Ergueu uma das pernas, fazendo movimentos sensuais e deslizando as mãos nela... depois a outra perna.
Jensen perdeu a cabeça quando deslizou as mãos aos seios, massageando-os e deitando a cabeça na banheira, de olhos fechados. Ele descruzou os braços e inclinou-se para frente, pegando fogo com a cena. E como se não pudesse esperar que fosse tão desinibida em se tocar na sua frente, deixou uma das mãos num dos seios, enquanto a outra desceu se escondendo sob a água, e com certeza achando o ponto mais sensível entre as pernas, que se abriram e a fez arquear e sussurrar alto, de olhos fechados.
Quando abriu os olhos, Jensen estava se pondo de pé, e com um passo, já estava ao seu lado, respirando um pouco ofegante. Ele se ajoelhou e não se opôs quando ele lhe tocou com uma das mãos o pescoço e lhe puxou num beijo apaixonante, que se tornou molhado e ardentemente intenso. Mergulhou a mão e encontrou-se com a mão dela, que a acariciava intimamente.
o deixou fazer em seu lugar, e gemeu inflamando-se de prazer, parando o beijo e inclinado a cabeça para trás, arqueando-se para ele.
Jensen percorreu os olhos por ela, da cabeça aos pés, lentamente... Sabia o que ela queria. E sabia como fazer para satisfazê-la daquele desejo.
Jensen parou e abriu logo os olhos, ainda ofegante e entre gemidos. Agarrou-se ao pescoço dele, enquanto ele a tirava da banheira e a punha de pé.
avistou a pasta ali, mas não queria mais saber dela por ora. Abandonou-se nos braços de Jensen, expressando-se com paixão ardente, absurdamente correspondida.
A espuma do corpo dela já tinha sumido, e se resumindo em molhar a camiseta branca e a calça jeans dele, parcialmente. tinha os cabelos emaranhados pelos dedos de Jensen, que a segurava pela nuca; e com a outra mão, mantinha o quadril dela pressionado contra o dele.
puxou a camiseta e, parando o beijo, a arrancou rapidamente.
Jensen arquejou entre dentes, e contra os lábios dela, quando sentiu os mamilos túrgidos se amassarem contra seu peito. Jensen estava perdendo o controle da força do desejo que sentia por ela.
não perdia tempo e abria o cinto, depois o botão e o zíper. Enfiou a mão dentro da cueca e o acariciou, já estando rígido antes de fazê-lo. o fez sentar-se sobre o vaso de novo, e se juntou a ele, fazendo-o penetrá-la e perder o ar, e gemer rouco, apertando os olhos fechados. o beijou perdidamente louca de amor e ardência, movendo devagar e profundamente sobre ele.
Quando o prazer aumentava, ela gemeu e parou o beijo, inclinando-se para trás, sendo segura ainda pelos braços másculos e que a acompanhava nos movimentos que fazia.
Jensen mordiscava os seios que estavam à altura de seus lábios, com perfeição. Ouvia-a gemer e arquejar mais alto, se contraindo subitamente enquanto se agarrava a ele num gemido choroso. Mas ele ainda não tinha terminado, e sabia disso, pois não parou de movimentar o quadril, continuando com os gemidos chorosos ao ouvido dele. Jensen deitara entre os seios, e de olhos fechados, se abandonara sem conter seus gemidos roucos, apertando-a para si, quase deitando sobre ela com a força do orgasmo.
Abraçaram-se carinhosamente e se encararam. Sorriram e se beijaram ternamente.
- Agora eu posso saber qual é a surpresa? - ela sussurrou ainda ofegante, olhando-o nos olhos.
- Deixa eu me recuperar primeiro - ele disse num riso e ofegando, tentando voltar à respiração normal.
Capítulo 47
e Jensen foram para sala. Ela, amarrando o roupão felpudo e branco; e Jensen, vestindo a camiseta semi-molhada.
- Abra - Jensen disse, entregando nas mãos dela a pasta, finalmente.
sentou-se no sofá com entusiasmo, olhando igual uma criança para pasta, antes de abri-la.
Jensen sentou-se ao lado dela, a viu abrir e tirar a foto plastificada.
não entendeu de início, mas admirou a casa, que parecia pertencer a um conto de fadas. Pensou até que a foto fosse montagem, de tão perfeita que era. A casa branca e somente de andar térreo; toda revestida em madeira; com janelas azul-céu; o telhado alto, em forma de pirâmide, dava o completo aspecto de uma casa campestre. Tanto que, dos dois lados da casa, haviam árvores de copas baixas e fartas, algumas floridas e outras com pinhas, alguns arbustos à beira da varanda, circundando-a.
olhou para Jensen, que sorria esperando sua reação. E então entendeu qual era a surpresa. Mesmo sem conseguir acreditar.
- A surpresa é a casa? Esta casa linda?! - ela perguntou começando a surtar.
E ele começando a rir.
- Eu comprei a casa, . Vamos morar nela depois de nos casar. Que aliás, precisamos resolver logo quando vai ser e onde...
calou sua boca, lascando um beijo e agarrando-o com eufórica alegria!.
Jensen sorriu entre os lábios apertados contra os seus, em resposta.
- Suponho que isso seja sinal de que gostou da surpresa! - ele falou, mantendo-a em seus braços.
- Claro que é! Onde você arrumou essa casa? Como? Por quê? - não estava conseguindo nem expressar direito suas dúvidas.
- Eu comprei esta casa porque, como pode ver pela foto, é perfeita. Tem um espaço enorme para os nossos filhos, fica no campo...
- Nossos filhos? - ela sorria.
- Esse é só o primeiro! Eu vou querer mais.
- Eu não vou ser parideira de uma cria de hamsters, pelo amor de Deus! - ela ria.
- Depois desse, só mais dois! - ele sugeriu.
- Aí tudo bem! - disse mais aliviada. E sentou-se de novo, ainda nos braços dele, e estendeu as pernas por cima das dele. - Mas você já estava de olho nesta casa? Não pode ter achado ela assim em poucas horas!
- É, eu estava de olho nela há um tempo. Só que eu sempre achava que faltava um forte motivo para comprá-la, mesmo estando noivo da Danneel. Acho que o motivo certo que faltava para comprá-la era você - ele confessou, olhando-a nos olhos profundamente.
suspirou com o coração acelerado, querendo sair pela boca.
- Você é demais, sabia? - ela foi se aninhando no peito dele, e Jensen lhe puxou para seu colo. - Não sei como consegue ser tão fofo - ela murmurou para si.
Mas ele escutou e sorriu. Estava satisfeitíssimo de fazê-la feliz! Era isso o que queria fazer até o fim de sua vida.
- Eu te amo. E não vou mais perder meu tempo. Vou fazer você feliz. Você vai ver - ele murmurou gravemente.
continuou com a cabeça deitada em seu ombro, e encostando a ponta do nariz no pescoço dele, sentindo o aroma da colônia, enquanto respirava. Não poderia ser mais feliz do que naquele momento. Estava segura, sentindo-se amada mais do que nunca, pelo homem da sua vida. Estava nas nuvens do paraíso!
- Não vai querer conhecer a casa ao vivo e a cores?! - ele falou, encarando-a a poucos centímetros de seu rosto.
- Mas é claro! - ela riu e se endireitou sentada no colo dele. - Eu vou me vestir, ok?
- Ok - ele sorriu e a puxou pela nuca, lhe deu um beijo macio e quente.
foi para o quarto e vestiu um vestido florido de algodão e longo, e um par de sapatilhas brancas. Penteou os cabelos e saiu com ele.
Mais uma vez, deixava seu Fusca na garagem. Já estava com saudade de dirigi-lo, de tanto que saia com Jensen e só ele dirigia.
O caminho todo era cheio de propriedades enormes.
estava se sentindo maravilhada com o lugar. Era tranquilo e lindo. Nunca tinha ido para aquele lado de Los Angeles antes.
- Qual o nome dessa parte de Los Angeles?
- Aqui já é Santa Mônica.
- Oh! - sabia bem que era um dos lugares mais luxuosos da cidade. - O que deu na minha cabeça? - ela começou a falar rindo.
- O que foi?
- É que às vezes esqueço que você... É meio rico - ela disse, sem jeito. - Aí você compra uma casa para nós aqui, um dos lugares mais luxuosos de L.A.. Eu fico meio impressionada. Mas esquece! É bobeira minha - ela disse rindo.
- Mas é bom você ainda não ter se acostumado com minha conta bancaria. Assim mostra que seu interesse nunca foi meu poder aquisitivo.
- Ainda bem que você sabe disso! - ela brincou, fingindo ameaçá-lo com um tapa.
Ele riu e olhou mais a frente.
- Chegamos.
procurou, e quando o carro virou a rua, saiu de trás de algumas árvores, a casa linda que vira na foto, exatamente perfeita! E parecia muito maior.
Jensen estacionou no caminho de pedregulhos que levava até a garagem. Ele saiu do carro e segurou a mão de , ajudando-a a descer.
não achava necessário, mas deixava-o cuidar dela. Adorava! Olhava por todo lado, reparando que estava no cenário mais perfeito de contos de fada que já vira. A casa era linda! Enorme! E as àrvores em volta, tudo!
- Jensen, como você pôde? Vai me fazer chorar, droga! Essa gravidez me deixou muito chorona! - ela disfarçava, enxugando as lágrimas que surgiram de repente.
- Vem, eu vou mostrar cada cantinho para você.
se familiarizava com cada cômodo da casa. O piso marfim brilhava, os raios suaves do sol entravam perfeitamente pelas janelas. As paredes pelo lado de dentro também eram brancas, dando à casa uma sensação de pureza, conforto e alegria.
- Ela é perfeita, meu amor! - abraçou Jensen com força.
- E ainda tem mais! Você precisa ver isso... - Jensen a puxou pela mão até os fundos da casa, e a deixou parada de frente à porta dupla. - Preparada?
- Ai, meu Deus, espera! - ela respirou fundo e deu o dedão em sinal positivo comicamente.
Jensen abriu as portas e a luz forte do sol por alguns segundos impediu que conseguisse visualizar o que tinha lá fora, nos fundos da casa.
Jensen saiu e ela o seguiu, saindo para uma varanda maior que a da frente, e cercada de uma grade de madeira trabalhada, muito bonita. Seus olhos se acostumaram com a luz do sol, e pôde ver direito que em volta da casa, as árvores haviam protegido a vista maravilhosa do lago cristalino, há dez metros da varanda. Havia até patos brancos no lago, e aves voando pela extensão daquela área.
- Jensen! - ela arregalara os olhos para ele, rindo e querendo chorar ao mesmo tempo.
- Eu sabia que você ia gostar - riu e pegou a mão dela. Deu-lhe um beijo no dorso, como um cavalheiro.
- Como eu não iria gostar de uma vista linda dessa?! As árvores são como um portal, que esconde o verdadeiro tesouro do lugar. Eu amei!
- Eu pensei exatamente a mesma coisa quando vi pela primeira vez.
Desceram os quatro degraus e andaram pela grama aparada. O lugar era muito bem cuidado, apesar de não haver moradores ainda. Jensen segurou sua mão de novo, e andaram juntos até a margem do lago.
O céu estava limpo e extremamente azul. Mais ao longe, podia se ver mais uma residência, porém parecia uma casa de dois andares.
- Você sabe quem mora naquela casa? - perguntou olhando para ele.
- O corretor que me vendeu esta casa disse que é um cirurgião plástico muito famoso entre celebridades. Ele me falou o nome, mas não sou chegado nisso. Então nem reconheço - ele fez careta.
Ela riu e concordou com ele.
- Agora já sei onde a gente pode fazer o casamento - ela falou pensativa e o encarou, arqueando as sobrancelhas repetidamente num gesto cômico. - O que você acha? Aqui, de costas para o lago, pode ficar o altar, e as cadeiras dos convidados podem ficar aqui... - apontava para os lugares que se referia - de costas para nossa casa! Ia ser perfeito, amor.
Os olhos de brilhavam tão lindamente enquanto falava, que Jensen não poderia deixar de concordar que ela estava cheia de razão.
- Idéia melhor que essa não poderia ter! - ele gracejou, concordando e fazendo um bico.
Mais tarde, no restaurante, resolveu jantar lá com Jensen de novo.
Depois do pedido de casamento inesperado na frente de todo mundo, lá estava ela de novo, e a maioria dos clientes fiéis de sua mãe também. O casal Sr. e Sra. Jules ficaram extasiados ao ver Jensen entrar e sentar-se à mesa em que o esperava há poucos minutos.
Jensen acenou para os dois velhinhos, que sorriram de volta.
- Hoje a platéia parece ser maior que naquele dia - ele murmurou meio sem jeito, ajeitando o terno preto de linho de seda.
somente sorriu, concordando de início. Ainda estava sem fôlego e sem fala, desde que ele entrara no restaurante. Estava muito elegante. Sexy! Enquanto ela estava vestida com um vestido até os joelhos e rodado, de cor bege claro e de cetim, num corte muito simples.
Jensen a olhava atentamente agora, e a pele dela estava convidando-o para ser tocada. Mas ele se conteve por ora.
- Você está linda.
Os olhos de Jensen estavam cristalinos e estava quase morrendo de amor ali! "Oh, calor!", pensou ela.
- Você está um pedaço de mau caminho - murmurou rindo da própria taradisse.
Jensen gargalhou meio sem jeito, e tapou os olhos com a mão, num gesto engraçado e fofo. sentia vontade de agarrá-lo.
Conversaram muito durante o jantar e sobre vários assuntos. Porém riram demais, pois estavam completamente bobos.
- Bem, eu não sei se já te falei isso hoje, mas eu te amo. Você sabe, não é? - Jensen falou com ar sorridente, pegando as mãos dela sobre a mesa.
sorriu por ele e pelos olhares curiosos, que pararam de disfarçar naquele instante.
- Eu sei!- ela sussurrou.
- É por isso que eu quis, meio que repetir o jantar aqui, mas só nós dois - ele deu uma pausa dramática e cômica, mexendo os olhos para os lados, sem mexer a cabeça. - E os curiosos também!
riu.
Jensen largou uma das mãos dela e tirou algo do bolso interno do paletó. Abriu a caixinha de veludo preto, e tirou o anel de brilhante solitário e de ouro branco.
levou as mãos à boca num sussurro de espanto, e as pessoas mantinham-se caladas.
- Eu quero fazer desse noivado oficial. Então quero te presentear com esse anel de noivado - ele falou em tom comovente.
- Oh Jensen, que lindo! - falou a manteiga derretida, o deixando colocar o anel no anelar da mão esquerda.
Ele sorria largamente e a encarou.
- Agora é oficial, baby!
- Baby?! - ele caiu na risada.
Ele se levantou e a fez se levantar também, envolvendo-a num abraço caloroso.
- Você é! Mas só minha! - ele fez cara de ciumento ameaçador.
- Ok, Vanilla - ela falou, se lembrando do apelido dele enquanto estava bem perto, vendo as sardas no rosto dele.
Capítulo 48
estava completando o quinto mês de gravidez. E Jensen tinha marcado a data do casamento para a segunda semana da primavera, logo depois de ter ouvido e visto o ultra-som, cujo não se podia ainda ver o sexo do bebê, por conta de sua posição: sentado e praticamente de perninhas cruzadas, como se estivesse meditando.
adorava ver o vídeo gravado pela médica. Mesmo por que, era Jensen quem iniciava a ação de colocar o dvd no aparelho.
Estavam passando muito tempo juntos, já na casa que ele comprara e que estava noventa por cento mobiliada e decorada. Maior parte dos objetos e móveis, foram escolhidos por . Jensen admitia que sua noiva era uma pessoa muito convincente.
Mas ele não tinha do que reclamar. Pelo menos ela tinha bom gosto.
ria das caras de bobo dele, que fazia enquanto via o vídeo pela trigésima vez.
- Como você pode ser tão pequeno e lindo? - ele dizia fazendo voz de criança pertinho da barriga redondinha dela.
- Ele vai ser parecido com você - falou rindo.
- Ah, não!- Jensen a olhou logo. - Eu não vou me atrever a arriscar, mas acho que não vai ser "ele". Não que eu tenha preferência, mas vai ser uma menina - ele disse esperançoso e risonho.
- Por que você acha isso? Só para pôr o nome da sua avó?
- Não. Eu só sei - a olhou de esguelha. - Você não gostou do nome que eu escolhi se for menina?
- Claro que gostei! - segurou o rosto dele entre as mãos, e antes de beijá-lo, roçou a ponta do seu nariz no dele, com ternura.
Jensen se ajeitou no sofá, sorrindo com segundas intenções.
- Eu não posso fazer nada em você, não é? - ela sorria. - Já se acende todo!
Ele riu e baixou o rosto, escondendo-se no pescoço dela e beijando-o.
abraçou-o e acariciou-lhe a nuca. Jensen não cortara mais o cabelo desde que voltara para L.A., e ela estava adorando ter mais fios para bagunçar...
Estava ficando cada vez mais arrepiada pelo corpo inteiro, e ele ergueu o rosto, lhe encarando nos olhos. Bastava olhar naqueles olhos verdes para ficar fora de si.
Naquela manhã de quinta feira, fez a última prova do vestido de noiva.
Era perfeito!
Como ela estava com a barriga maior, escolhera o modelo em bata e tomara que caia; renda sobre seda, cor perolada; e na altura entre o busto e o ventre voluptuoso, uma fita de cetim lilás. A saia do vestido era longa, e na barra tinham ondulações suaves que davam o último detalhe.
- Já sabe o que vai fazer no cabelo, ? - perguntou, erguendo as madeixas longas da outra, enquanto Dienne fechava o zíper do vestido às suas costas.
- Ainda não sei... Tem alguma sugestão?
- Ah, eu tenho! - se empolgou.
- Por favor, só não me venha querer fazer coque no meu cabelo! Estou com a maior cara de bolacha e coque só vai dar mais realce à cara de lua cheia!
- Pode deixar - a encarava pelo reflexo do espelho, à frente delas.
Ambas riam da cara de bolacha de , e Dienne abriu os braços, suspirando com um largo sorriso.
- Está pronto!
- Oh, meu Deus... - piscava exageradamente várias vezes, tentando segurar a emoção, fazendo rir.
- Você não vai chorar agora! - disse, se fazendo de durona e tentando não olhar para o vestido refletido no espelho. No fundo, estava se derretendo.
- A sua mãe já está chorando! - apontou, acusando-a e rindo.
virou-se para mãe e o nó na garganta se formou. Vê-la emocionada era ainda mais comovente. Ela estivera dedicada extremamente durante àquelas semanas, para deixar o vestido do jeito que queria. Havia reformado o próprio vestido para que ela pudesse caber nele. E fizera isso como presente e herança, de mãe para filha.
- Mãe! Nem é o dia do casamento ainda.
- Ah! Mas quem disse que as lágrimas vão ter acabado amanhã? - Dienne se defendeu, enxugando o rosto.
- Amanhã vai ser aquela choradeira! - falou com um gesto exagerado com as mãos.
- Ah, pára, suas manteigas derretidas! - deu uma última olhada para seu reflexo no espelho, e saiu da frente dele antes que sua emoção se revelasse.
A casa estava pronta.
Decorada não só para o dia-a-dia da vida de e Jensen, mas com todos os enfeites e aparatos para o grande dia.
Jensen estava chegando ao altar, de smoking preto e ajeitando o cravo vermelho na lapela. As mãos de sua mãe apareceram para ajudar. Quando encontrou o olhar dela e o riso feliz e radiante de emoção, Jensen sentiu o nó na garganta. A mão de seu pai lhe apertou o ombro, e sorriu para ele de volta.
- Está muito nervoso, filho? - Alan disse.
- Eu não vou mentir. Estou sim! - Jensen riu sem jeito. - Mas estou louco para que isso aconteça realmente! Então, a segunda se sobressai com certeza.
Ambos riram.
Nesse instante, Joshua e Mackenzie subiram no altar montado à margem do lago, para ocuparem seus lugares como padrinhos do noivo.
Ali também já esperava o padre, os padrinhos de , que eram e Derek, e Dienne.
Os cem convidados estavam sentados nas cadeiras brancas de madeira, posicionadas perfeitamente no gramado.
- vai se casar com um cara perfeito, num lugar perfeito... Parece até conto de fadas! - comentou Ly, para a pessoa sentada ao seu lado.
- É verdade. Mas quanto ao noivo, eu tenho minhas dúvidas se ele é perfeito do jeito que você falou! - Jared zombou do amigo, rindo.
Ly ficou de queixo caído ao se dar conta com quem tinha falado. Como não tinha reparado que aquele homem de dois metros de altura tinha se sentado ao seu lado?
Alguém ao seu lado começou a rir um pouco descontrolada.
- Nana, se controla! - Ly deu-lhe uma cotovelada, morrendo de vergonha que Jared percebesse.
Mas ele já estava se inclinando para olhar a tal Nana. E não se apressou a se endireitar. A moça sorriu com lábios levemente trêmulos, porém encantadora. Ele sorriu de volta.
Jared sentiu que mais alguém o encarava e virou-se para frente. Outra moça magrinha e de cabelos lisos e castanhos estava virada para trás, com olhar e sorriso mal intencionados para ele. Jared sorriu, mas ficou meio receoso com a cara de tarada da menina.
- Aline Cristina, quer parar de babar?! - Nana falou enciumada.
- Nana, fica quieta na sua aí. Estou admirando a paisagem! - Aline sorriu para Jared de novo, sem conter um profundo suspiro.
- Jared, não liga para essas malucas! - agora Aline Fernanda falava, aparecendo sentada ao lado dele. - Elas não batem muito bem da cachola! - ela forçou a risada batendo a mão na coxa dele.
Jared arregalou os olhos sem saber se aproveitava o assédio das malucas e desconhecidas, ou dava um fora dali.
- Quem são vocês afinal?! - ele falou rindo.
- Somos amigas da - Cínthia falou tão rápido que quase atropelou as letras ao pronunciá-las. Estava virada para trás, e sentada na fileira da frente ao lado de Aline Cristina. Estava torcendo para que ele acreditasse. Ou estariam ferradas.
- Ah, sei... - Jared não tinha sentido muita firmeza naquela outra doida. - E como conheceram a ? - ele resolveu perguntar e tirar a prova se eram mesmo amigas dela.
- Ahmm... - Ly ficara sem idéia.
- Escola! - Aline Fernanda disse num sobressalto, como se acabasse de se lembrar da resposta.
- É! - Nana reforçou só com a única palavra. Estava derretendo litros olhando abismada para aquele homenzarrão. Apoiava o cotovelo no colo da Ly, que abafou um berro de dor e a empurrou. - Ei! - ela reclamou.
- Vocês estão me parecendo familiar... - Jared falou sério e pensativo, coçando o queixo.
- Ah, meu Deus! - todas murmuraram, se inclinando para observá-lo.
E Jared se viu cercado por cinco Becky’s!
Ele já ia se levantar e procurar outro lugar, mas não teve tempo.
Jason Manns dedilhava "Crazy Love", e Christian acompanhava na gaita.
Todos se viraram para trás, incluindo principalmente Jensen Ackles.
Sim!
Lá estava a mulher de sua vida, com um pedacinho seu vivendo e crescendo no ventre. Ah, como os amava! Seu coração se inflamava vendo-a se aproximar, levada por John. Ela estava radiante! Tão linda! Sua vontade era sair correndo at ela, e arrebatá-la como sua mulher, de uma vez.
sorriu, e não conteve as lágrimas, qu invadiram seus olhos. Ele estava lá esperando, por ela! Não tinha desistido, nem nada! Só não saia correndo aos pulos até ele, porque estava muito barriguda, e também por que não era esse casamento que ela queria relembrar: a roliça correndo.
- Ai, já estou chorando! - sussurrou Aline Cristina, enxugando o rosto.
Nana abanava-se, e olhava de esguelha de vez em quando para Jared, que estava concentrado no encontro no altar, entre Jensen e .
- Oi, Lindo! - sussurrou para ele, aceitando a mão que se estendeu para ela.
Jensen sorriu, sentindo que as pessoas poderiam ver seu corpo vibrar com as batidas de seu coração. Inclinava-se para ela, na vontade de beijá-la, mas o padre deu uma tossida forçada e sutil. Sorriu para eles, e ambos se posicionaram.
Seguiram-se as bênçãos do padre, que comoveram . Em particular, quando ele mencionara uma benção em direção ao seu ventre.
Poderia sentir a emoção que apoderava em seus convidados. Seu rosto já estava úmido por lágrimas, e quando Jensen se pôs de frente para lhe fazer os votos matrimoniais...
- Eu nunca disse isso, mas eu me apaixonei por você desde que a vi pela primeira vez. E não foi só quando te livrei daquele cara na livraria, foi quando entrei por aquela porta, e esbarrei em você. Mas sei que você não percebeu minha presença - ele ria, olhando-a ficar surpresa com a revelação. - É! Meu coração parou por aqueles segundos, que poderiam ser encarados como insignificantes. Mas eu soube naqueles segundos, de uma rápida parada cardíaca, que era você a mulher da minha vida.
estava se debulhando em lágrimas, num choro mudo. Porém sorria o tempo todo. Como iria falar seus votos assim?!
- Oh! Esqueci de dizer: eu amo você! - ele disse com aquele meio sorriso cômico, fazendo e todo mundo rir.
- Não sei se meus votos vão superar o que você acabou de me dizer, Jensen. Eu só posso dizer, que eu quero sustentar essa união por longos anos de nossas vidas. Mesmo sabendo que quando você envelhecer, vai ser muito mais insuportável do que já é... - ironizou gracejando. - Mas não vou ter problemas com isso. Eu te amo o suficiente para suportar!
- Mesmo que eu virasse um Matusalém?
Aquilo estava parecendo uma peça teatral de comédia.
- Aí eu já não tenho certeza! - fez cara de pensativa, com a mão na cintura e a outra no queixo.
Eles trocaram as alianças entre si, prometendo se amar e se respeitar na saúde e na doença, na alegria e na tristeza, agora e para sempre, e se beijaram enfim.
E o padre se deu conta que não se divertia realizando um casamento alegre e naturalmente cheio de amor igual aquele havia tempo.
Capítulo 49
A festa era ali mesmo, no gramado. Apenas foi preciso que o pessoal contratado do bufê retirassem as cadeiras e montassem, com plataformas, uma pista de dança. Perto da casa, ficaram as mesas e cadeiras, para serem servidos os aperitivos.
Christian Kane e sua banda tocavam durante a primeira hora da festa.
Derek se divertia dançando com Camille nos braços.
se cansara rápido de dançar e se juntou à tia Nena.
conversava animadamente com Mackenzie, Dienne, Pámela e Donna.
Jensen estava conversando em particular com Alan e John, todo orgulhoso de estar casado com a mulher que amava loucamente.
Joshua dançava como um maluco em frente ao palco que Christian cantava, fazendo Mark e Amanda morrerem de rir.
Marlon brincava num canto com os dois mais novos da família, Luke e Jéssica.
Tia Nena e gargalhavam com as palhaçadas dos membros malucos daquele clã. Esta, por sua vez, reparava em Jared dançando com uma garota desconhecida, que parecia muito feliz por estar nos braços dele, pois sorria de orelha a orelha. Mas ela riu ao ver a cara do Jared de medo da garota, mesmo que estivesse tentando sorrir e ser simpático.
Jensen se aproximava de super sorridente, e lhe deu um beijo nos lábios.
- Você já viu com quem o Jared está dançando? - ela perguntou entre os lábios dele, que se demoraram propositalmente no beijo.
Jensen se afastou e virou-se para olhar.
- Não sei quem é Jensen franziu o cenho. - Nunca vi aquela baixinha antes! Por quê? - ele disse se voltando para ela.
ampliou mais seu campo de visão ao redor de Jared e da garota. Tinham mais quatro desconhecidas perto deles, em estado de êxtase cômico.
De repente, uma delas - a mais magrinha e espevitada -, saiu correndo, puxou a que estava dançando com Jared e envolveu-o pelo pescoço.
Nana teve vontade de voar no pescoço de Aline Cristina.
- Você ficou louca?! - Nana a advertiu, partindo para cima.
Mas por reflexo, Cínthia puxou Nana pelo braço, antes que ela armasse uma confusão.
- Nana, respira fundo e se acalma.
- Me acalmar?! Ela me tirou da pista para dançar com ele! - disse revoltada.
- Você já estava dançando com ele há mais de meia hora! Deixa para gente também, sua gulosa - Aline Fernanda deu a bronca na amiga com seu sorrisinho meio tarado, louca para que sua vez chegasse.
Cínthia suspirou profundamente, voltando sua atenção para Jensen, que ria olhando Jared, assim como .
- Percebeu quem está olhando para cá? - Cínthia cutucou Aline Fernanda.
Aline logo viu que se tratava de Jensen e seu coração foi a mil. Pôs as mãos no peito num reflexo, e abafou um gritinho na garganta quando ele se levantou e caminhou na direção de Jared, que estava ali tão perto.
- Eu vou ter um ataque cardíacooo! - Cínthia começava a surtar, finalmente.
- Ai, meu Deus! - Ly começava a se debulhar em lágrimas de emoção.
- Com licença? - Jensen disse educadamente ao abordar Jared, dando uma olhadela e sorriso para a magrelinha.
Aline Cristina paralisou. Assim, Jared aproveitou sua liberdade e saiu com Jensen para o ouro lado da pista.
- Quem eram aquelas malucas? Pareciam estar fazendo concurso para ver quem dançaria mais com você! - ele se segurava para não rir.
- Eu não sei, cara. Disseram que eram amigas da - Jared falou, sentindo que era quase certeza de que tinha sido enganado.
- não as conhece, ô mentecapto!
De olhos arregalados e boquiaberto, Jared olhou de Jensen para as cinco meninas paralisadas e juntas, que olhavam para eles com certa malícia maníaca.
- Elas são Becky’s! - Jared sussurrou com suspense. - Entraram de penetra no casamento. Como ninguém percebeu?!
- Não contratei nenhum segurança além daquele que já faz parte do bufê, que está tomando conta do estacionamento na frente da casa. Aqui é um bairro residencial particular. Logo na entrada tem segurança para identificação. Não tenho a menos idéia de como elas conseguiram passar, sendo que só entrariam quem estivesse com o convite - Jensen parou pensativo, franzindo o cenho.
As meninas não se contiveram e deram gritinhos e risos ao verem uma das expressões dele que mais amavam.
Quando Jensen olhou assustado, e não fora o único da festa, Aline Cristina fora a única que ainda dava pulinhos retardados enquanto as outras disfarçavam olhando para cima, assoviando e até brincando de adoleta.
- Mas que porra foi essa?! - disse Jensen em seu tom grosseiro, porém engraçado.
acabava de se juntar a eles, sorridente, apesar de ter ouvido aquele palavrão da boca do marido.
Jensen a viu, e sorriu, pois era gracioso o jeito que ela começava a caminhar com a mão na cintura, e deixando o ventre bem redondinho se salientar.
- O que houve? Descobriram de onde elas são?
- São penetras... - Jensen começou a contar.
E do outro lado da pista...
- Fomos descobertas! - Cínthia murmurou ao perceber o jeito que os três conversavam e olhavam de esguelha para elas. Estava ficando desesperada e agarrou Aline Fernanda pela manga da blusa.
- Aiii! Vai estragar meu suéter! - a menina se afastou dela.
- O que vamos fazer? - Ly falou, se segurando para não se desmanchar de medo. - E se formos despejadas daqui?
- Olha lá! A está olhando para a gente e sorrindo! Ela até que é simpática... - Aline Cristina falou.
- Ela não seria tão má de nos despejar. Temos que conversar com ela e explicar por que nos infiltramos - Aline Fernanda chegou à conclusão racional.
- , o que acha? Chamamos os seguranças da entrada? - Jensen queria saber dela a decisão. Pois ele olhava para as meninas e não sentia tanta confiança assim.
- Provavelmente elas são fãs de vocês dois, senão não entrariam num casamento de desconhecidos por nada - falou sem medo nenhum delas, sentindo até uma certa identificação.
- A não ser que fossem malucas fugitivas de hospício! - exagerou Jared.
- Eu vou falar com elas e resolver isso - deu um passo e Jensen lhe segurou pela mão de prontidão.
- Eu não vou deixar você ir lá sozinha! E se forem malucas fugitivas do hospício mesmo?
caiu na risada.
- Ai, vocês têm sérios problemas mentais! - mesmo assim, Jensen relutou em soltar sua mão. - Jensen, está tudo bem! Elas não vão me fazer mal.
Sem ter vontade de deixá-la ir, ele a soltou devagar. era muito mais corajosa que ele. Seu problema era temer que algo acontecesse a ela ou ao bebê. Era sua família agora.
Ele e Jared ficaram observando de longe. Mas Jensen não esperou nem ela terminar de se aproximar das meninas, apressou-se e a acompanhou.
Nana, Cínthia, Alines e Ly se retesaram tensas com a surpreendente aproximação dos dois.
- Pronto! Agora vamos levar a maior cóça da e do Jensen - Nana se alterou com os gestos alucinados, com os braços para cima e revirando os olhos.
- Oi meninas, tudo bem? - disse sorrindo e simpática.
- Oi! - todas elas disseram juntas.
percebia que elas estavam um pouco constrangidas, mais pela presença de Jensen parado atrás de si. E sabia que elas não ofereciam ameaça nenhuma.
- Eu vou ser direta, ok?
As meninas gelaram e engoliram em seco.
- Nos desculpem, por favor!? - Ly a interrompeu com voz embargada. Não sabia se estava assim chorosa por medo do que pudesse acontecer a elas por ter invadido o casamento, ou por que Jensen Ackles delícia estava ali na sua frente.
- Desculpar vocês pelo quê? - falou confusa.
- Entramos na sua propriedade escondidas - Cínthia nem acreditava que estava conseguindo falar. - Mas só queríamos tentar vê-los de perto... - sua voz sumia de vergonha, suportando o olhar de Jensen em cima de si enquanto falava. - Ai! - saiu de perto delas e deu uma volta, respirando fundo o ar fresco do campo.
Jensen a olhava fazendo bico e confuso. O que ela tinha?! Voltou-se com meio sorriso para a outra, que começava a falar por ela.
- Era nossa maior chance. Somos fãs loucas por Supernatural! - começou Nana. E o sorriso de Jensen serviu de um enorme incentivo para contar tudo. - Estávamos aqui em L.A. a passeio, realizando o sonho que tínhamos em comum de conhecer a cidade do cinema e tal. Sem querer, fomos almoçar no restaurante da mãe da , e ouvimos comentários sobre o casamento e onde iria ser.
riu, mas espantada por terem conseguido passar pela guarita da entrada do residencial particular.
- Como conseguiram passar pela guarita? - Jensen perguntou, lendo sua mente.
- Aline Fernanda e Aline Cristina tem certos encantos que ajudaram bastante - Cínthia disse, voltando recuperada e fazendo Jensen rir dos supostos "encantos".
- Ok, não precisamos entrar em detalhes - falou, segurando-se para não rir também.
- Pode falar. Você vai querer expulsar a gente, não é? - Ly falou triste.
- Por favor, não! - Aline Cristina pediu. - Ainda não terminei de dançar com o meu bebezão!
Jensen caiu na gargalhada, até inclinando-se para trás.
também riu, mas se controlou para não exagerar e deixar a menina constrangida.
- Eu não vou expulsar vocês. Acho que, já que estão aqui, não terá nada demais em ficar até o fim da festa! - concluiu satisfeita e se simpatizando com as meninas.
- SÉRIO?! - as cinco disseram ao mesmo tempo e sem esperar confirmação, surtaram de novo com seus pulinhos e gritinhos.
Aline Fernanda não foi besta e partiu para cima de Jensen, que levou maior susto! também se assustou e se afastou dela, mas depois começou a rir, vendo que ela chorava abraçada a Jensen.
- Me diz agora que elas não parecem fugitivas de hospício?! - Jensen disse para , depois dele e Jared darem um a forte abraço e tirar fotos com elas.
Até saiu nas fotos. As Becky’s eram doidas mesmo!
Capítulo 50
Depois de uma semana incrivelmente romântica e até sensual demais de lua de mel, pelo fato de estar grávida, ela e Jensen foram à consulta em que estava marcada para o ultra-som.
Jensen estava inquieto, mas calado. Ele só estava agoniado por dentro, e o silêncio dele já denunciava o nervosismo. estava tranquila, porém curiosa. Já tinham passado por um ultra-som antes, mas não dera para ver o sexo do bebê.
- Muito bem, vamos ver se esse bebê perdeu a timidez e nos deixará saber se é uma garotinha ou um garotão - Falou Dr. Drake animado também.
Jensen se postou imediatamente ao lado de , segurando-lhe a mão.
Ela estava deitada na cama acolchoada e forrada por um papel hospitalar descartável.
olhou para Jensen, encontrando seu olhar intenso e o sorriso lindo. Ela sentiu o coração bater com mais força.
- Vai ser menina - Jensen afirmou com tanta certeza.
ainda estava hipnotizada pelos olhos verdes brilhantes de emoção, quando sentiu o gel gelado em seu ventre crescido, de seis meses e meio.
Dr. Drake pegou o aparelho, e com ele espalhou o gel delicadamente sobre o ventre de , exibindo na tela de imagem 3D, o corpinho fofo do bebê.
- Oh, meu Deus! - tapava a boca sem saber se ria ou se chorava. Na verdade, estava fazendo as duas coisas.
Olhou para jensen, que tinha um sorriso estremecido.
- Já consegue ver, Dr. Drake? - perguntou, voltando-se para a tela.
- Lá está! - disse Drake Ramory triunfante, apontando num ponto na tela, onde podia ser visto claramente. - É uma garotinha!
Jensen já tinha desconfiado disso antes do médico dizer, mas esperara a confirmação para soltar uma risada de excitação e dar um pulo, dando soco para o ar com os punhos fechados, com um "YES!" rouco e vitorioso.
ria e chorava ao mesmo tempo com a reação dele, e por saber finalmente que iria ter uma filhinha.
- Eu sabia! Eu sabia! - Jensen murmurava, pegando entre as mãos o rosto de com delicadeza, e inclinando-se sobre ela, sustentando o olhar emocionado de sua linda esposa. Beijou-a ternamente, alimentando a paixão fluir cada vez mais.
enfiou os dedos entre os cabelos dele, que não via tesoura há alguns meses. Adorava ele cabeludinho assim, dava para ver melhor o quanto ele era loiro. E com barba por fazer, então? Nossa! Estava um pecado aquele homem! não teve pudor em corresponder ao beijo e deixar claro para ele seu desejo. Ele deixou que sua língua entrasse sutilmente e acariciasse a dele com ardência. Jensen sabia bem que estava na melhor fase, e agora que estavam casados, parecia que a libido estava à flor da pele, todo o tempo. E sentir o gosto do choro dela também o estava deixando meio louco para chegar em casa e fazer amor com a mulher de sua vida.
O alerta de que o desejo estava imenso e queimando-o por inteiro, o fez se afastar e se comportar na frente do médico. Não era prudente dar muita trela para nesse tipo de situação.
Drake terminou o ultra-som e quando estavam sentados à mesa do consultório, o esperando terminar uma receita médica, ele tocou no assunto do casamento.
- Como estão os primeiros dias da vida de casados?
- Eu estou adorando! Ganho café da manhã na cama todos os dias - disse, se gabando e fazendo gracejo.
- Cuidado para não deixá-la mal acostumada! - riu Dr. Drake, apontando com a caneta prateada para Jensen, que ria também.
- Eu sei que estou acostumando mal essa aí - Jensen confessou, apontando para ela ao seu lado, com o polegar e fazendo cara de descaso.
pegou o polegar e abaixou a mão dele em seu colo. Jensen abriu a palma e entrelaçou os dedos nos dela.
- Claro que sei que ele está fazendo isso agora porque estou uma rolha de poço, e não quer que eu ande demais. Mas depois...
- Eu não faço isso só por que você esta grávida! - ele advertiu, olhando para ela ainda com um sorriso no rosto.
- Você não vai precisar fazer esse gesto toda manhã! E não vou reclamar. Só de vez em quando já é bom!
Jensen sentiu-se agraciado pela compreensão dela, mas deu um riso sarcástico voltando-se para Drake.
- Deixa ela pensar que depois do nascimento do bebê eu vou mudar.
Drake sorriu balançando a cabeça para os dois, voltando a escrever a receita de novas vitaminas para .
No trajeto para casa, ligou para seus pais, para Donna e para , para dar a notícia. Todos tiveram a mesma reação: - OH, MEU DEUS! QUE FOFO!
Quando chegaram em casa, sentia o cavalheirismo de seu marido como uma prova de amor. Abrindo sempre a porta para ela, e tomando todo cuidado necessário. Era um gentleman!
- Está com fome, amor?
Jensen sussurrou perto demais da orelha de , causando-lhe arrepios pelo corpo.
- Não - ela sussurrou também, segurando-o pelo colarinho da camisa branca, mantendo-se colada a ele o máximo que a sua barriga deixava. Jensen pousou as mãos instantaneamente no ventre, e a bebê se mexeu, fazendo ondulações, assaltando-os pela surpresa.
- Ela se mexeu?! - questionou, se inclinando para a barriga, se ajoelhando no chão. - Hey, meu amor, você se mexeu? - Jensen beijou três vezes em lugares diferentes do ventre, e outra ondulação se fez bem debaixo de sua mão direita, fazendo-o rir extasiado de emoção.
já estava derramando mais uma trilha de lágrimas pela face. Era muita felicidade para um dia só.
- Eu acho que ela perdeu a timidez de vez! - disse, colando as mãos sobre as mãos dele.
Mais algumas semanas se passaram.
e Jensen sofreram algumas consequências num chá bar organizado por , onde toda família de ambos e amigos estavam divertindo-se muito com isso.
fora castigada com cara pintada de batom vermelho, e várias tarefas propositalmente difíceis de fazer por seu estado especial, mas o fato de Jensen ter usado uma camisola de seda vermelha o tempo todo, foi o melhor daquele dia! Fora a cara pintada de batom...
- Você tirou fotos, não é? - perguntou para Josh quando se despediam.
- Claro que tirei! Meu irmão estava uma gracinha hoje! - falou, olhando sobre o ombro de .
Ela se virou e Jensen já estava vestindo uma camiseta verde e bermuda. Aparentemente, tentara tirar o batom do rosto, assim como , para poder se despedir dos convidados, mas o batom que usaram era aquele que não sai tão fácil, deixando alguns vestígios na pele, mesmo depois do banho.
- Só quero ver o que você vai fazer com essas fotos... - Jensen disse em tom ameaçador para Josh.
- Nada demais! Só vou mandar fazer um banner gigante de uma foto sua, de camisola vermelha, e colocar na porta da garagem lá de casa.
- Aham! Faz isso e eu te mato! - Jensen ameaçou, segurando a vontade de rir, enquanto gargalhava.
- Não estava tão feio assim, amor. Estava até sexy! - provocou.
Jensen lançou-lhe um olhar fulminante, e num movimento rápido, mordeu o pescoço dela, fazendo-a rir mais e gritar.
- Pára! - afastou-o, sentindo-se toda arrepiada.
estava completando oito meses de gravidez.
Estava tão cansada sentada na poltrona na sala, que acabara adormecendo e deixando o livro que lia cair aos seus pés.
Jensen abaixou-se para pegá-lo, e fechou-o. Colocou sobre a mesinha de centro e voltou-se para ela, observando o quanto estava serena. A pele era reluzente e sedosa, muito tentadora. Estava tão linda, que ele às vezes perdia o fôlego.
Era difícil medir o tamanho do amor que sentia por ela, e crescia a cada dia. Vê-la acordando era mágico! Vê-la arrumando as roupinhas do bebê nas gavetas da cômoda no quarto decorado, sempre sorrindo e com pensamento longe, como se estivesse imaginando a bebê dentro delas...
Jensen sentou-se na beira da mesinha de centro, assistindo o sono dela. Estava vestida para dormir, com uma camisola bata branca, de algodão bordado e um robby por cima, mas aberto. As mãos estavam sobre o ventre; e o rosto deitado de lado, no estofado confortável. A expressão facial serena, quase parecendo sorrir. Deveria estar sonhando algo bom.
Sentia o desejo de levá-la para cama e fazer amor com ela intensamente, a noite inteira. Mas quanto mais foi passando os meses e a barriga dela crescendo, foi lhe dando medo de machucá-la ou o bebê. Mesmo sabendo pelo médico que era completamente saudável relações sexuais, até mesmo no nono mês. Mas entrava em choque só de imaginar se fosse responsável por algum mal contra as duas pessoas mais importantes de sua vida.
sentiu que estava sendo observada quando despertava, e encontrou Jensen à sua frente, sentado na mesa de centro.
- Oi! - ela murmurou bocejando e sorrindo em seguida, esfregando os olhos.
Jensen assistia maravilhado, e ainda sob controle, ela se espreguiçando graciosamente.
- Oi.
percebeu que ele estava sério e parecia tenso. Colocou uma mecha de cabelo atrás da orelha, observando-o.
- O que aconteceu?
- Nada! - Jensen tentava disfarçar.
Mas sabia que aquele momento que ficava em silêncio lhe analisando, era o suficiente para saber que ele estava preocupado com alguma coisa.
- Jensen, fala logo - ela pediu, se ajeitando na poltrona.
Jensen respirou fundo olhando para o carpete cor creme e felpudo da sala de estar. Foi então que percebeu que não a machucaria se fizesse algo só para ela. Olhou-a de volta sem dúvida nenhuma de que queria amá-la de qualquer maneira.
Jensen se levantou lentamente e ainda esperava que ele dissesse o que o estava preocupando. Mas em silêncio, o viu se inclinar e tocar seus lábios com um beijo tão quente e árduo, que ela derreteu... Havia duas semanas que Jensen não lhe tocava mais e nem lhe dava mais que um selinho. Tinha certeza de que ele estava assim por medo de lhe fazer algum mal, se lhe tocasse com mais desejo. Por isso, evitara até um beijo mais intenso por esses dias.
Jensen se apoiou no braço da poltrona, intensificando o beijo, explorando a boca quente e deliciosa. Estava embarcando num frenesi de desejo profundo, e sabia que isso iria acontecer no instante em que ela correspondesse ao beijo com a língua delicada, invadindo-lhe a boca, com carícias lentas, lhe botando louco. O beijo tornou-se ardente e lento, cheio de provocações que só sabia fazer...
De repente, ele afastou-se de sua boca.
- ! - ele murmurou num gemido, apertando os olhos e mantendo-se imóvel.
Ela passou a mão no rosto dele em carícia, querendo olhar em seus olhos, mas ele não o fez.
- Não se controle. Já sabe que não vai me fazer mal algum!
- Meu desejo é tanto que tenho medo de perder a linha - ele confessou e abriu os olhos devagar. Por fim, a encarou. Aqueles olhos castanhos e brilhantes, cheios de desejo por ele.
- Jensen...
Ele calou-a num beijo, tomando iniciativa e dedicação de dar o prazer que ela desejava, não importasse quanto lhe pudesse custar.
Ajoelhou-se entre as pernas longilíneas. Coxas firmes e lindas... Deus! Como ele amava aquele monumento de mulher! Acariciou os seios fartos, que logo estariam amamentando. Graciosos e tão delicados, que Jensen os tocava delicada e ternamente, fazendo gemer entre sussurros com ansiedade. Arqueava-se para ele, querendo ser tocada e saciar a sede de prazer que sentia.
foi à loucura ainda mais, quando Jensen tomou seu seio com beijos e sucções lentas. Sentou-se inclinada e abraçou-o pela nuca, bagunçando os cabelos loiros com carícias, incentivando-o.
- Jensen, agora, por favor! - ela sussurrou num gemido manhoso ao pé de seu ouvido, arqueando-se para ele, pronta para recebê-lo.
Jensen a sentiu lhe soltar, e a viu se deitar no encosto da poltrona.
esperou de olhos fechados, se agarrando ao braço da poltrona de tanta ansiedade, mas o que sentiu foi os lábios e a língua dele deslizando por seu decote, suas mãos subir à camisola até o alto da barriga, deixando-a totalmente exposta. Os beijos desceram como um ritual pela extensão do ventre que carregava sua filha, que se mexeu suavemente, comovendo-o.
- Oh, eu amo tanto você! - ele sussurrou rouco e gravemente com os lábios contra o umbigo, como se fosse por ali que o bebê o pudesse escutar.
O fato dele conversar com Elisabeth nesse momento, fez sentir uma onda de calor forte por seu corpo todo, e a filha se mexeu de novo, suavemente.
riu olhando para ele, que também sorria. Mas com aquele brilho intenso de desejo nos olhos.
- Ah, Jensen! Não demore mais! - suplicou.
Jensen estremeceu quando se inclinou e beijou-a intimamente, como se passasse uma onda elétrica dele para ela com o toque. estremecera logo em seguida, gemendo e movimentando o quadril lentamente. O beijo intensificava a cada minuto, com lambidas e sucções lentas, depois mais rápidas e lentas de novo, deixando-a em êxtase. E sem demorar muito, alcançara o ápice, soltando um gemido alto e choroso. Jensen continuou com suas carícias até que o tremor e espasmos dela cessassem.
Ergueu-se rápido, meio cambaleante e trêmulo, sentando-se na mesa de centro.
Ainda absorta de prazer completo e se ajeitando na poltrona, percebia o estado em que ele estava.
- Jensen?
Sem suportar mais, Jensen se levantou doido de desejo e extremamente excitado.
Mas se pôs de pé, com um pouco de dificuldade por conta do peso que carregava. Conseguiu alcançá-lo e segurar seu pulso esquerdo.
- Por que esta fazendo isso? - se pôs na frente dele, e ver aquela sua expressão de sofrimento cortava seu coração.
- Eu te dei prazer sem perigo de...
- Oh, pára com isso, por favor! Está se recusando de prazer por medo?
- Eu não me importo! - Jensen estava mais calmo, sem tremores. - O que eu queria era te deixar feliz e satisfeita.
- E quanto ao que eu quero? Quero te deixar feliz e satisfeito também - espalmou o peito forte dele com as mãos, e desceu pelo abdômen firme, fazendo-o ofegar.
- Me entenda...
- Eu entendo. Mas não admito. Não aguento ser feliz sozinha. Você tem que estar junto comigo em cada sensação - desceu mais as mãos em carícias, e abriu o botão e o zíper do jeans velho.
Jensen se manteve imóvel e tenso, até sentir os dedos delicados dela lhe achar dentro da boxer. Um tremor diferente lhe tomou conta, e o fogo ardente de desejo se alastrou por completo em seu ser. Um gemido rouco saiu por entre seus dentes serrados.
via satisfeita o que causava, enquanto o acariciava impiedosamente. Sorriu ao vê-lo arfar e sorrir torto, enquanto fechava os olhos. Jensen a puxou pelo pescoço e mordeu-lhe o lábio inferior, começando um beijo profundo.
- Não pare - ele pediu entre dentes contra sua boca. E voltou a beijá-la com mais intensidade, conforme o ritmo da carícia da mão dela em seu membro viril aumentava.
usou a outra mão livre para subir a camiseta dele e poder admirar o oblíquo. Era demais! Teve vontade de beijar. Então se afastou até a poltrona devagar, puxando-o pela camiseta, sem parar de acariciá-lo. Sentou-se e ficou no nível perfeito, podendo beijar o oblíquo todo, e depois o membro viril. Ouviu Jensen gemer alguma coisa, mas sua voz estava tão grave e rouca que não pôde identificar o que era.
ergueu os olhos para ver como ele estava. Ele segurava seus cabelos para nuca e tinha um olhar extremo de prazer. Foi só um incentivo para que ela o sugasse mais; e assim, ele chegou ao ápice numa explosão lenta e intensa...
e Jensen estavam na cama, deitados e tentando dormir, mas o desejo carnal não tinha ido embora por completo.
- Se eu dissesse que ainda quero mais, o que devo fazer? - Jensen disse num tom inocente, porém com um sorriso cheio de más intenções.
riu. Ele, já se debruçando sobre ela.
- Faz aquilo que você sentir desejo de fazer comigo.
Jensen a beijou com amor intenso e ardente, tratando de amá-la com toda sua alma, sem mais medo. Fez tudo o que ela gostava e sem esperar que pedisse. Só manteve a calma, já que era uma situação delicada. Mas fora perfeito, como sempre.
Capítulo 51
Mais algumas semanas depois...
mal se aguentava. Era como se fosse explodir a qualquer momento!
Estava na hora de Elisabeth nascer. Já tinha completado nove meses. Mas até então, sua bolsa não tinha estourado e muito menos tinha passado por alguma dor que desse sinal de que ela queria nascer.
Na primeira noite depois de completar os nove meses, mal dormira, esperando sentir a bolsa estourar. Mas nada disso aconteceu.
- , dorme - Jensen disse. - Se chegar a hora, eu vou estar alerta. Não se preocupe!
- Mas ela 'ta muito quieta! Já deveria estar querendo nascer...
- Não lembra o que o médico disse? - ele riu com ela. Afinal, estivera a gravidez toda em pleno controle emocional quanto ao nascimento do bebê, sem medo ou pânico. Mas agora... - Se até a segunda semana depois dos nove meses completados nenhuma contração ou a bolsa ter rompido, aí sim devemos ir até ele.
o olhou irritada com o jeito sabe-tudo dele. Mas tivera o conhecimento durante toda a gravidez de que ele prestara atenção a tudo. Não deixava de se sentir segura com um homem atencioso assim.
O dia seguinte teve a visita de quase todos para um churrasco em família e melhores amigos, para comemorar o aniversário de Jensen.
- Hey! - Jared chegou sozinho, trazendo uma caixa de presente na mão. Correu para abraçar Jensen e agarrou-o com a perna direita. - Que saudade de você, amorzão!
- Saudade de você também, homossexual! - Jensen disse abraçando-o com força e entrando na brincadeira.
ria toda vez que presenciava essas coisas entre os dois. Era uma comédia.
- E você? Ainda está assim? - Jared largou o presente nas mãos de Jensen com descaso, voltando-se para .
- É, a Lizzie está muito preguiçosa - concordou, deixando a mão de Jared tocar sua barriga enorme e redonda.
- Ela vai ser igual à mãe - Jensen disse rindo, vestindo a camiseta que ganhara de presente do amigo, com os dizeres "Daddy #1".
- Eu não sou preguiçosa! - advertiu fazendo bico, sabendo muito bem que era preguiçosa sim.
Jensen riu e beijou o biquinho com uma leve mordida.
- Adorei a camiseta! - Josh se aproximava com Pamela.
a cumprimentou animadamente.
Estava na varanda dos fundos da casa, descansando na sombra, enquanto via todos no gramado, se servindo de carne e salada. Sentados numa mesa grande e comprida. A família de Jensen estava toda ali. E a de também. Dos amigos, estava com o marido e a pequena Camille, Jared estava sem companhia, Christian Kane e Jason Manns estavam acompanhados de suas respectivas esposas.
observava a família toda tão feliz, principalmente Jensen...
De repente, uma pontada no colo do útero.
se endireitou, pondo as mãos no ventre. Olhou para Jensen, que a olhava atencioso e alarmado. Em dois segundos ele largou a espátula e seu posto na churrasqueira. Correu aqueles degraus da varanda alarmando o resto do pessoal. Logo, todo mundo saiu da mesa em direção à varanda.
- Jensen, pára de alardear. Foi só uma dorzinha de nada... - perdeu o ar quando sentiu uma dor terrível. Fechou os olhos e agarrou o braço da cadeira de balanço, num gemido de dor.
- OH, MEU DEUS! - todos se alteraram no mesmo instante. Inclusive e principalmente Jensen. - Ela vai nascer agora...
De repente, tudo o que ele tinha preparado: as chaves do carro na bancada do lado da porta de entrada, o carro estacionado pronto para sair da garagem, a bolsa com as roupas de e do bebê... Tudo tinha sumido de sua mente. Não sabia o que fazer primeiro. O pânico estava se manifestando em segundos.
- Jensen, vamos levá-la - Dienne disse, chegando perto.
Ele obedeceu logo e ajudou a se levantar. E o som de água caindo no chão foi assustador.
- A bolsa! - Donna tapou a boca.
E sem pensar mais nada, Jensen teve o impulso de pegar nos braços e gritar "Saiam da frente!", passando por todo mundo. Mas chegando na sala de estar, ele já estava suando. estava uma baleia.
- Me deixa ir andando, se não quiser render os testículos com meu peso! - esbravejou irritada.
Jensen obedeceu logo, e surpreendeu-se em vê-la andando como pata choca e pegando a chave do carro na bancada.
- VAMOS, JENSEN!
A cara cômica e desesperada de Jensen é que fazia se distrair um pouco durante o trajeto até o hospital.
Ele mesmo ligara para o Dr. Ramory do celular, e narrou os intervalos de minutos das contrações que estava tendo.
Jensen acabara de desligar o celular e ela se esticou no banco do passageiro, dando um grito entre dentes.
- Oh, Deus... - Jensen acelerou quanto pôde, enquanto não estava em tráfego.
- Isso dói demais! - disse, sentindo vontade de chorar e ao mesmo tempo com os nervos à flor da pele.
- Tenta respirar assim... - Jensen imitou respiração cachorrinho, tentando ver se ajudava o próprio nervosismo passar.
o fez e foi se acalmando aos poucos, sentindo a contração aliviar. Assentiu sorrindo para ele. Assim, Jensen conseguiu dirigir com mais calma. Mas chegando à uma quadra do hospital, a contração voltou mais forte num curto intervalo de tempo.
- Corre com essa merda de carro, pelo amor de Deus! - disse num fio de voz.
Completamente desesperado, Jensen chegou à entrada da emergência do hospital, estacionando super mal e quase atropelando uma velhinha caquética na calçada, que lhe deu o dedo do meio.
Desceu do veículo e gritou, sem ver nada além de ir abrindo a porta para .
- Bebê a caminho! Bebê a caminho!
Logo um enfermeiro apareceu com uma cadeira de rodas e ele ajudou Jensen a colocar nela.
- Pega a bolsa! - o lembrou da bolsa preparada no porta malas. Mas Jensen não conseguiu voltar para o carro. Estava seguindo o enfermeiro que a levava para dentro do hospital, lado a lado.
sentiu a mão forte segurar a sua, com firmeza. E achou rápido demais ele ter pegado a bolsa. Aí viu que a outra mão estava vazia. Ia reclamar, mas veio outra contração horripilante.
Do corredor ao lado da recepção, saia apressado o Dr. Drake.
- Doutor! - o chamou sorridente e aliviada.
- , como está? Finalmente ela resolveu nascer, não? - disse o médico sorrindo alegremente. - Vamos.
Jensen já ia seguindo-os, não querendo deixá-la no momento mais importante de suas vidas. Mas a enfermeira corpulenta o segurou.
- Espere, você tem que preencher alguns papéis.
- Mas eu tenho que ir com ela! - Jensen tentou passar pela mulher.
- Não antes de cumprir com os regulamentos do hospital! - falou a enfermeira durona.
- Ah, 'ta bom! - disse ele irritado, indo com ela para o balcão.
Provavelmente preencheu aquela ficha com muitos erros. Sua cabeça girava e só pensava em ficar do lado de sua mulher.
- Jensen? Cadê ela? - Dienne vinha acompanhada de John, Donna e Alan.
- Dr. Drake acabou de levá-la à sala cirúrgica - Jensen largou a caneta e a prancheta no balcão, e olhou impaciente para a enfermeira. - Posso ir agora?
- Vem comigo - ela disse, saindo de trás do balcão, com cara de poucos amigos.
- Esperem notícias aqui - Jensen disse para seus pais e sogros, seguindo a mulher.
era posta sentada naquela cadeira de parto, vestida com a camisola de hospital.
- Cadê o Jensen? Eu o quero aqui comigo! - falou morrendo de medo, ainda sentindo as contrações em intervalos de dois em dois minutos.
Estava suando rios enquanto Dr. Drake terminava de pôr as luvas e a enfermeira amarrava a máscara no rosto dele. Todos estavam usando as máscaras, e começava a ficar paranóica. E se alguém ali não fosse de confiança? E se sua filha nascesse e uma enfermeira doida a roubasse? E se lhe dessem a anestesia errada? E se não conseguisse ter forças suficiente para dar à luz? Doía para cacete!
Mas de repente uma voz familiar e cheia de segurança murmurou ao seu ouvido, lhe tranquilizando.
- Estou aqui.
levantou os olhos para aquele rosto semi-coberto por uma máscara, mas reconheceu aqueles olhos verdes brilhando, e as maçãs do rosto se elevaram levemente com o sorriso escondido na máscara.
sorriu e Jensen segurou-lhe a mão.
- Vamos lá, - Drake disse, postado entre as pernas dela. - Empurre!
o fez naturalmente, sem precisar ter ouvido o doutor. Fazia força empurrando para baixo e sentindo a dor dilacerante e descomunal.
- Aí vem ela! Está coroando... - narrava ansioso Dr. Drake.
- Oh, me deixe ver isso! -ocurioso Jensen largou a mão de por alguns minutos e seu sorriso deu lugar ao espanto total ao ver a cena chocante. - ? - Jensen não queria, mas estava sentindo as pontas dos dedos formigarem, a falta de sangue no cérebro...
- Jensen, sai daí! - gritou de dor e irritada ao mesmo tempo.
A enfermeira o amparou, zonzo e o fez cheirar éter. Logo ele se recuperou e voltou para assistir o parto, agora mais calmo e menos aterrorizado.
- Tem certeza que consegue assistir? - falou a enfermeira.
- Sim, absolutamente! - ele disse maravilhado quando um ombrinho saia logo depois da cabeça. - , ela está chegando! - disse rindo e emocionado.
soltou um riso entre a força que fazia, apertando os dentes. E com mais um empurrão, longo Elizabeth nasceu, chorando estridente e saudável.
- Diga olá para o papai, Elizabeth! - Drake disse, segurando-a na direção de Jensen, que chorava e ria ao mesmo tempo.
deitou-se cansada demais, porém chamou com a mão para cima para alguém trazer Elizabeth para ela.
Quem veio foi Jensen, segurando sua mão e beijando-lhe a testa, depois os lábios.
- Ela chegou, meu amor! - Jensen disse, explodindo de alegria.
Depois de uma limpeza rápida, a enfermeira trouxe Elizabeth para ela, enrolada num lençol branco. Ela não chorava mais. Estava calma quando a enfermeira a colocou nos braços de .
- Hey, florzinha?! - disse, já chorando e sorrindo, segurando a mãozinha miúda. Beijou a cabecinha frágil e viu que ela era toda perfeita. Pézinhos, mãozinhas, olhinhos... Sem sobracelha nenhuma, mas depois reparou que os poucos fios da sobracelha e da cabeça eram tão loiros, que pareciam não estarem ali. - Ela vai ser loirinha igual você! - levantou a visão para Jensen, e viu os olhos dele vermelhos e cheios de lágrimas, porém sorrindo.
Não havia o que falar. Jensen estava sem palavras para dizer. A felicidade era grande demais. Estupendo demais para ser expressado em palavras. Não era possível! Simplesmente não era...
John e Alan, que estavam de pé na recepção, foram os primeiros a verem Jensen abrir a porta, sem a máscara, mas com as roupas de hospital. Dienne e Donna se levantaram do sofá no mesmo instante. Todos já sorriam ao ver o sorriso largo no rosto de Jensen.
- Eu sou pai! - comemorou emocionado, socando o ar com os dois punhos para cima, igual quando soube no ultra-som que era uma menina.
E em poucos segundos, foi rodeado por seus pais e sogros, num abraço coletivo.
Capítulo 52
assistia Jensen tentando trocar a fralda de Elizabeth pela primeira vez. Estava em casa de alta, há uma semana, e só agora resolvera ensiná-lo a fazer isso. Foi mais por persistência dele! Mas até que ele se saía muito bem. Era cuidadoso, mesmo sendo ligeiramente atrapalhado, demorando o triplo de tempo que ela levava para fazer.
O primeiro banho tinha sido às honras de Dienne. já tinha confiado essa missão à ela muito antes de ficar grávida, sendo que em toda sua família, Dienne era a que se dava melhor nessa tarefa.
As visitas estavam mais calmas e menos frequentes agora. Mas nos primeiros dias no hospital, e logo que chegou em casa, recebera visita da família toda de Jensen e dela. Fora dos amigos.
- Viu, Lizzie?! Eu sou um pai exemplar! - Jensen se gabou depois de terminar. Pegou-a nos braços e colocou-a em seu peito, cheio de cuidados.
- Está na hora de dar de mamar para ela. Espero que depois disso, ela durma e me deixe dormir - disse, sentando-se na poltrona que combinava com a decoração do quarto de Elizabeth, com cores amarelo claro, azul celeste e rosa bebê.
Jensen esperou se ajeitar e colocou Lizzie nos braços dela. Sentou-se no pufe e ficou assistindo o momento mágico que era quando sua mulher amamentava sua filha.
Passaram-se algumas semanas e a fase de cólicas de Lizzie foi melhorando e deixando tempo para descansar. Mesmo que Jensen às vezes revesasse nas madrugas com ela, tinha certas coisas que só com Elizabeth se acalmava.
Os cabelinhos da bebê ficavam cada vez mais douradinhos, e cresciam mais alguns fios em lugares da cabeça que ainda estivera careca.
Ela estava ficando mais fofa a cada dia. A cada semana.
sentia vontade de morder cada dobrinha dos bracinhos e das coxas. Coisa mais linda desse mundo!
Elizabeth era tão chuchada pelos pais, que quando estava com dois meses e meio, ela já sorria, quando Jensen conversava sorrindo para ela, como bobo.
estivera lendo em livros que, em geral, por volta do terceiro mês de vida, o bebê começa a entender os instrumentos de que dispõe para se "fazer entender": aprendeu que se gritar por fome ou por que se sente sujo, alguém virá rapidamente; se chora por se sentir só, a mamãe ou o papai chega logo para pegá-lo no colo; e se quer demonstrar satisfação por algo de belo que tenha visto (quase sempre o rosto da mãe), sorri confiante em resposta.
Outro passatempo que ela adorava era descobrir com as mãos o rosto da mamãe. Assim, toda vez que a pegava no colo, ela começava a tatear com muita alegria a face que lhe era mais familiar.
Era assim que Lizzie estava quando a colocou para dormir em seus braços. Mas o sono a dominou, e Lizzie adormeceu.
se inclinou e colocou-a no berço. Cobriu-a com a manta e quando se virou, Jensen estava lhe observando com um bico insinuante. E com razão. Pois estava com seu corpo de volta à forma, e já estava usando de novo suas camisolas de seda e curtas. Sem mencionar que desde o nascimento de Lizzie, ambos não tiveram chance de fazer amor. Ou era por que a pequena exigia muita atenção no começo, ou por consequência disso, por cansaço excessivo de .
Não que não tivesse tentado antes, mas Lizzie chorava quando o clima estava esquentando e tinham que interromper. E ela demorava horas para dormir. Quando enfim dormia, já estava "só o pó da capa do Batman". Coitado do Jensen! Deveria estar tão na seca quanto ela.
- Ela dormiu? - Jensen sussurrou baixinho, pois o tom grave de sua voz era facilmente motivo para Elizabeth acordar.
fez que sim com a cabeça e foi empurrando-o para fora do quarto, com cuidado. Encostou a porta e puxou a camiseta branca dele, arrancando-a e largando-a no chão do corredor mesmo.
Jensen agarrou-a enquanto ela lhe selava beijos com febril paixão.
gemeu baixinho, sentindo-se ardendo em chama, apertada nos braços dele, contra o peito nu e quente.
Percebeu que seus pés não tocavam o chão. Jensen lhe ergueu e ela rodeou as pernas em volta de sua cintura, enquanto ele a encostava na parede, aprofundando o beijo mais intenso e ardente. suspirou fundo quando ele raspou a barba por seu pescoço. O lambeu, subindo as mãos até suas nádegas, e as apertou enquanto mordiscava o pescoço.
- Me leva para a cama - ela sussurrou ao ouvido dele, e sugou o lóbulo da orelha.
Jensen a levou na mesma hora e teve o cuidado de fechar a porta sem fazer barulho.
Na cama, afastou a calcinha minúscula de lado, e não precisou tirar a cueca samba canção para possuí-la ardente e profundamente. se livrou da camisola e puxou-o para seus seios túrgidos de excitação. Ele beijou, sugando um deles com delicadeza, tirando dela um gemido ansioso de prazer. Ela arqueava em ritmo mais intenso, e Jensen acompanhou, fazendo-a gemer mais alto.
- Não acorda a Lizzie, por favor - ele murmurou grave e rouco, voltando a beijá-la.
o afastou e o fez se deitar de costas na cama, e tirou a calcinha de vez, enquanto ele tirava a cueca. Sentou-se sobre ele e continuou dominando o ritmo dos movimentos, recomeçando lentamente, fazendo Jensen estremecer levemente. Intensificou, fazendo-o gemer de prazer e apertar seu quadril para si. E , apoiada no peito forte, acelerou, alcançando o ápice longo o bastante para que Jensen tivesse tempo de gozar quase ao mesmo instante que ela.
Jensen a abraçou no impulso, satisfeito do prazer, deixando-a aninhar-se ao seu peito, com a respiração ofegante, sentindo a pele dela suada e ardente, lhe provocar desejos cada vez mais incessantes.
- Eu vou providenciar uma queima de fogos de artifício amanhã cedo por Lizzie não...
- Não fala assim, senão ela acorda! - sussurrou, erguendo a cabeça e tapando a boca dele com um toque delicado de seus dedos.
Jensen riu, mas com malícia cintilando em seus olhos. também não estava saciada. Ainda sentada sobre ele, segurou-lhe o rosto barbado e o beijou lentamente, com imensa paixão. Jensen arfou entre um gemido rouco. Sentou-se e abraçou-a por completo, com tamanho sentimento de posse mesclado com amor incondicional.
O calor que sentiu foi descomunal.
Jensen era intenso demais e ela sabia que se derretia facilmente nos braços daquele homem... Mordeu um pouco forte demais o lábio inferior dele, depois que ele lhe deitou na cama.
Jensen a fuzilou com aquele olhar impetuoso e a possuiu mais uma vez, bem lentamente, fazendo-se deslizar, deixando em transe. Ela fechava os olhos e se agarrava pelas costas dele, e apertou seu pescoço e nuca, acompanhando o movimento tão lento e profundo.
- Oh, meu Deus... - sentia que estava sendo transportada para outra dimensão completamente mágica. Mas o beijo que Jensen lhe deu em seguida a fez realizar que estava nos braços de seu amoroso e sexy maridão.
escorregou os dedos pelas costas largas que começava a se movimentar num frenesi lento e preciso, levando ambos à prazeres indescritíveis.
Jensen murmurou alguma coisa meio inaudível, que talvez tivesse entendido como "tão gostosa", e não pôde deixar de se sentir lisonjeada.
Encararam-se e ele lhe sorriu. também sorriu cheia de malícia, arranhando de leve as unhas no maxilar dele, que arfou desmanchando o sorriso e intensificando seus movimentos, mantendo o contato visual por alguns segundos enquanto acariciava um dos seios perfeitos e macios.
gemeu sem pudor quando ele sugou-lhe o seio, e o chamou pelo nome antes de ter o orgasmo, um tanto quanto violento, se agarrando aos ombros largos e arqueando-se completamente para ele. Jensen não parou, se ajoelhando e erguendo-a pelo quadril, arrancando dela um gemido surpreso e de prazer.
conhecia muito bem o marido que tinha. Era inconfundivelmente insaciável.
Em um minuto, ele gozou rangendo entre dentes um gemido sufocado e grave. Apertando-lhe as nádegas com força que até a fez gemer de reclamação. Mas não que fosse necessário ele parar com aquilo... Longe disso!
Jensen a largou cuidadoso na cama e se manteve sentado sobre os ,de frente para ela. A observou recompor o fôlego, assim como ele, mas não esperou por completo. Juntou-se a ele ali, de joelhos, e o beijou amorosa. Estavam exaustos, mas não era nada comparado ao desejo que tinham um pelo outro. Bastava um toque e a explosão de ardência do desejo acontecia de maneira incontrolável.
- Quer continuar no chuveiro? - sibilou com um sorriso, encarando os olhos verdes flamejantes.
Então Jensen sorriu largamente de felicidade por ter uma mulher que lhe acompanhava no apetite sexual.
- Você está ficando safadinha! Você não era assim.
- Não era mesmo. Mas está incomodando? - ela gracejou, ficando séria. - Se estiver, eu páro! - ela se afastou dele e saiu da cama, começando a se enrolar no lençol, lançando um olhar pudico.
Jensen riu divertido, e apesar de meio temeroso de que ela poderia realmente parar se ele fizesse algo de errado.
- Tira isso! - ele pulou da cama indo atrás dela, e correu rindo para o banheiro, com ele atrás.
Já que Elizabeth estava com uma idade boa o bastante para ser batizada, Jensen concordou quando comentara na semana que Lizzie completara quatro meses.
e Jensen aprontaram tudo detalhadamente. Era uma ocasião especial e precisava ser um ritual sagrado, desde a decisão de quem iria ser os padrinhos de Lizzie.
- Minha irmã e meu irmão - Jensen falou antes que dissesse a escolha dela.
Precisavam entrar num consenso sobre a escolha. Era algo muito sério.
ficou pensativa e emburrada, de mãos na cintura, olhando para ele ali sentado no sofá.
consensoLizzie estava sentada do lado dele, rodeada por almofadas, segurando entusiasmada um chocalho em forma de margarida e dando gritinhos alegres quando fazia barulhinho.
- Eu estava pensando em convidar a ! - murmurou desanimada, fazendo bico.
Jensen a observava. Sabia o que estava fazendo. Ela sabia lhe convencer com aquela carinha. O que iria dizer?
- Amor, eu queria que fossem meus irmãos. Demorei tanto para ter filho, que descontava toda minha energia infantil com os filhos deles...
- O que isso tem a ver? - riu.
- Eu os deixei uns capetinhas! Você sabe disso - Jensen disse sem vergonha de ter atiçado os sobrinhos.
ria, ainda se lembrando de que era verdade. E sabia bem o quanto tinha sobrinhos atentados.
- Tenho medo de isso virar contra o feiticeiro! Vou acabar pagando nessa mesma moeda se seus irmãos estiverem rezando para Lizzie ser pior.
Nesse instante, Lizzie gritou um "bá-bá-bá!" ao jogar o chocalho na lata de cerveja que estava sobre a mesinha de centro.
se alarmou ao ver a latinha cair e aliviou-se ao ver que estava vazia.
- Viu só?
- Eles não desejaram isso! - Jensen disse incerto. - Nunca os ouvi rogar essa praga para mim - ele fez bico, erguendo uma das sobrancelhas.
se abaixou para pegar a latinha, e foi para cozinha, jogá-la no lixo.
- Eu também nunca ouvi nada, Jensen - ela disse um pouco mais alto para ele lhe ouvir. E voltou para a sala. - Ok, pode ser Joshua e a Zie. Eles sempre foram ótimos com a Lizzie! Mas no próximo vai ser a - ela disse autoritária e decidida, indo se sentar ao lado dele.
- Já está pensando no próximo? - Jensen disse em seu meio sorriso.
- Sim. Mas não significa que eu queira fazê-lo agora, senhor coelho!
Jensen ergueu as sobrancelhas fazendo bico. riu, mas não resistiu àquele bico. Puxou-o, segurando-o pelo queixo, e mordeu de leve o lábio inferior, e depois lambeu de leve o superior, o beijando.
Epílogo
- Elizabeth Marie Ackles, nem aqui nem na China você vai usar essa coisa! - Jensen bradou, apontando para a adolescente tristemente desenvolvida.
Lizzie parou aos pés da escada com cara de revolta para o pai.
- O que tem demais nessa roupa, pai? - pôs a mão na cintura.
Jensen ainda se impressionava no quanto ela se parecia com a mãe nos trejeitos. Principalmente na teimosia.
- Essa calça jeans tem a cintura tão baixa que quase pode se ver sua calcinha! E essa minúscula camiseta, você pegou de onde? Da sua Barbie?
- Pai! - Lizzie bateu o pé revoltada e morrendo de vontade de chorar de raiva.
Jensen a olhou intensamente e Lizzie fez beicinho, cruzou os braços e já ia se virando para voltar para o quarto e trocar de roupa, quando viu sua mãe voltar da cozinha. Era sua última esperança.
- Mãe, posso ir com essa roupa?
não precisou pensar muito. Ela estava fazendo só quinze anos e ainda era muito nova para usar roupas tão justas e curtas. Estava se desenvolvendo rápido, mas não era a hora de usar certas peças.
- Vai trocar de roupa, por favor, filha - disse em tom suave e carinhoso até, enquanto afagava os cabelos ondulados e loiros de Lizzie.
Jensen ficou bestificado quando via mais uma vez aquele olhar trocado e confidente entre as duas. Era incrível como se entendiam tão fácil.
Lizzie sorriu e subiu os degraus correndo.
se virou para Jensen sorrindo, como quem diz "viu como se faz?".
- Por que ela não me obedece mais? Desde que ficou tão... - Jensen não queria e nem se atrevia a mencionar que Lizzie estava virando mulher. - ... você sabe!
- Cedo ou tarde você vai ter que admitir que sua filhinha está virando uma mocinha! - se divertia com ele fugindo dela, fazendo careta, como se tivesse comido jiló, indo à geladeira pegar uma lata de cerveja.
estava chegando na sala e encontrou Anthony, ainda travado no sofá, jogando vídeo game.
- Anthony, quantas vezes mais vou ter que pedir para você ir tomar seu banho?! - foi ela quem bradou dessa vez. O que ela tinha de facilidade de lhe dar com Lizzie, faltava com Anthony.
Jensen voltou da cozinha tomando a cerveja e percebendo a situação, e que Anthony nem havia respondido à mãe.
- Não vai responder à sua mãe?
Anthony levou um susto com a voz grave de seu pai atrás de si. Largou logo o controle sem fio sobre a mesinha de centro, e virou-se para os dois. Loiro como o pai, e usava o mesmo corte de cabelo que conhecera Jensen anos atrás. Anthony estava um rapazinho lindo de doze anos. O xodó de . Como ela amava judiar daquele menino!
- Desculpa mãe, eu já estou indo.
- Está desculpado se me der um beijo.
Apesar de já sentir um pouco de vergonha por esse hábito, Anthony foi ao encontro dela e acabou cedendo também um forte abraço. Ele dava graças a Deus de que pelo menos na frente dos seus amigos e garotas da escola, sua mãe não cometia esse tipo de demonstração de amor materno.
Anthony trocou olhar e sorriso com , e depois com Jensen. Correu escada à cima.
se voltou para Jensen, e o observou tomando um gole da lata. Sentiu pesar por ele estar tomando aquilo. Não estava aguentando nem mais um segundo daquele cheiro de cerveja.
Jensen estendeu a mão e tentou puxá-la para seus braços, mas ela negou e ficou parada feito uma estátua.
- O que foi?
- Você e essa cerveja!
Jensen parou pensativo olhando para cima e fazendo bico comicamente.
- E?
- Eu não quero falar disso agora - desconversou e deu a volta no sofá, pegou o controle remoto e desligou a tv, depois o vídeo game.
Jensen a seguia de perto, mas só olhava observadoramente irritante para ela. Era como se estivesse tentando adivinhar...
- O que tem de errado? Sabe que eu não bebo exageradamente. Eu não estou alcoólatra!
- Não é isso! Eu sei que você não tem isso como vício - ela o observou pensativa. Não queria comentar disso antes do jantar em família no boliche, como combinaram comemorar o aniversário de Lizzie e de Jensen. suspirou indecisa.
- Diga logo, mulher! Está me deixando nervoso!
- Eu estou com problemas com o cheiro da cerveja. Sinto de longe o cheiro. Sei quando você abre uma latinha aqui na cozinha quando estou no quarto, e fico enfurecida! Sinto vontade de fazer você engolir a lata!
Jensen arregalou os olhos, surpreso com a irritação dela. Desconfiava o porquê ela poderia estar assim. Mas achou melhor ela falar.
- Acho que estou grávida.
- Sim, tem sentido - ele falou se convencendo disso. - É compreensível, sendo que quando ficou grávida do Thony, quase você me bateu por improvisar um churrasco às pressas. Nunca vi uma criatura sentir enjôo de carne assada!
A cara cômica dele fazia rir. Ele ainda era um homem muito gostoso e idiota, depois de quinze anos.
FIM
Nota da autora: This is it!
É o fim... That’s all folks!
Cara, quem diria? Finalmente acabou, né? Para alegria de uns, tristeza para outros. Ou só tristeza? Ah, chega dessa ladainha.
Em primeiro lugar, quero agradecer por todos que acompanharam a fic. Sei que tem algumas pessoas que já tinham lido na comunidade "FLY AWAY" do Orkut. Cara, ler os comentários de vocês é o melhor presente que nós, escritoras, podemos receber em troca. Não me canso de dizer que vocês são foda. E eu sei que minha boca suja talvez não agrade todo mundo, mas 'to cagando e andando. Love me or hate me! =]
Mas enfim, amo vocês por apreciarem minhas idéias. Isso me deixa muito feliz.
Em segundo lugar, preciso agradecer à Aline, minha beta. A melhor beta do mundo, que está se aposentando da função de betar por uma linda causa. Acho que a maioria já sabe que ela vai se casar. E desejo uma vida felicíssima a dois, para ela e para o husband dela! E outra: não a considero só como beta, mas como uma amiga muito querida. Mesmo que seja só virtualmente. Mas te considero pra caramba, Aline!
Agradecimentos especiais às meninas que participaram do casamento da fic: Aline Fernanda [beta fodona], Aline Cristina, Lidsa [Lyy] e Juliana [Nana]. E claro, tem eu lá também, mas não preciso agradecer eu mesma, né?! Meninas, como sempre digo: amo vocês. Também as considero MUITO. E quero que o termo 'virtual' se exploda. Pois o que sinto por vocês é real.
Mais uma vez, obrigada a todas! E até a próxima fic. =]
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Nota da beta amiga: Não fazia noção do que era fanfic, até ler "Um Dia no Metrô", escrita pela Cínthia, sobre o ator Orlando Bloom. A paixão pela história foi instantânea, assim como em "Encontros e Desencontros".
Com humor, romance e drama na medida certa, e ceninhas quentes sem vulgaridade, a Cínthia nos faz esquecer do mundo por alguns minutos, nos deixando pertinho do Jensen, Orlando, Dougie... é cativante.
Me aposento com missão cumprida (e comprida - já viram o tamanho que essa fic ficou?).
Peço desculpas pelos erros, até mesmo os que não foram culpa minha.
E agradeço à Cínthia, por ter confiado a mim, a responsabilidade das revisões.
Por fim, voltando à minha função, se encontrou algum erro de português ou HTML, puxe minha orelha através do e-mail. Line.
P.S.: foi ou não a coisa mais fofa da fic toda, o Jensen papai?