Escrito por: Mariana Lapolli
Betado por: Cilla



Prólogo

- Por favor, nã-não me mate. - O homem dizia caído no chão úmido do beco escuro.
- São suas últimas palavras? - Ele segurava o gatilho.
Uns últimos grunhidos e um som alto tomou conta do local, que com suas paredes, ecoaram o mesmo, à longa distância.
- Esses imbecis. Tenho que ficar sujando minhas mãos por conta desses porcos imundos. - O homem que puxara o gatilho resmungava - Espero que o diabo seja tão justo quanto eu.

Capítulo I

A garota mal fazia efeito em seu casaco de couro, tampouco apagava seu cigarro. Seus paços ágeis o levavam ao único lugar onde se sentia seguro e onde, de fato, estava.
Foi sempre assim em sua vida. Teve de aprender a se virar desde pequeno, quando presenciou o assassinato de seus pais. Perguntou-se por anos por que não o haviam matado também. Ele preferiria a dor de um tiro no peito, àquela que teve de viver até então.
Amigos? Nunca teve os verdadeiros. Comparsas, para falar a verdade. E mesmo assim, não eram de confiança.
Vingar seus pais era um de seus objetivos, agora que já era adulto e já sabia como era matar alguém, não seria difícil cumpri-lo.
Porém, um novo empecilho surgira: a polícia.
Sim, é claro que todas aquelas mortes não foram por acaso, não era por diversão. Negócios, simples. Mas aos olhos da policia, que quando encontrava ligação entre as vitimas, pensara ser algum novo Serial Killer da majestosa Londres.
O que ele achava ridículo, é claro. Por quê cargas d’água ele ficaria perdendo tempo matando os outros se não tivesse motivos justos para enviá-los ao inferno? “Policiais idiotas, em pleno século XXI e nenhum detetive competente. Que vergonha.” Era o que sempre se passava em sua cabeça nas manhãs em que parava para ler o The Sun. Foi interrompido de seus pensamentos com uma batida na porta.
Ele dirigiu o olhar a mesma.
- Entre.
Era Stuart, um jovem ruivo que se encarregava de saber se os clientes obedeciam às regras.
- Mr. Dawson, tenho noticias da zona oeste. - O homem agitava as mãos.
- E por que não me falou ainda? – É claro que ele não ia ser amigável.
- Soube que o velho Cavendish revendeu a mercadoria, senhor.
- Interessante. Algo mais, Stuart?- Ele colocava os pés sobre sua mesa.
- Não senhor.
- Quando souber mais detalhes, avise-me. Esses porcos imundos compram e revendem pelo dobro do preço. Mas eles estão pensando que eu tenho cara de otário?! - disse batendo com a mão na mesa.
- Concordo senhor, e... – Stuart suava frio.
- Cale a boca e vá logo! – dizia, se levantando.
Já não se via mais sombra de Stuart em sua sala, coberta pela penumbra.
Voltara a sentar em sua cadeira de couro macia. Não era uma pessoa muito controlada, irritava-se com a maior facilidade.
“Mr. Dawson, Sony Dawson”, sim identidade falsa. Seu nome verdadeiro ninguém sabia, apenas um único homem. Kevin Standford. O mais confiável de seus companheiros.
Um riso conhecido tomou conta da sala.
- Jones, Jones, Jones. Acho que Stuart sujou as calças.
- Assim ele aprende que a opinião dele é igual a um quilo de merda pra mim.
– Jones ou Mr. Dawson , como preferir - Sorria para o velho companheiro.
- Parece que Cavendish não aprende, huh? - Kevin se sentava na cadeira em frente do velho “amigo”, sorridente.
- Estou começando a me irritar com a burrice desses velhos maconheiros. -Jones falava acendendo um de seus cigarros.
- Olha quem esta falando hein, Daniel? – Kevin sorria.
- Baseados não são maconha. – ele tragava.
- Vai continuar gastando balas com os cretinos?
- Eles não vão aprender se não for assim.
- Até por que você nem os dá chances, não é?
- E do que você acha que entende, seu imundo? – Jones o fitava friamente.
- Tudo bem, não se irrite. E sim, você esta se tornando mais temível, e está assustando os seus objetivos. O que vai fazer se eles sumirem? Você está esquecendo da policia? – Kevin era um tanto ignorante perto da inteligência e do calculismo de Jones.
- Não sou idiota. Eles já estão começando a interferir. Um de meus homens foi pego há duas semanas. E o filho da mãe era leal. Estamos seguros. - Ele expelia a fumaça dos pulmões.
- O problema não é só a policia, você sabe que tem contrabandistas perdendo lucro, você não esta obedecendo ao acordo de cavalheiros. Sabe no que isso pode dar. - Kevin temia pelo amigo, sim, se ele se tornasse o maior traficante de Londres, a máfia com certeza o mataria.
- Eu não tenho medo deles, e dane-se esse acordo. Todos eles vão para o inferno, assim como eu.
- Tudo bem, “chefia”, pra variar, “quem avisa amigo é”.- Kevin se levantava.
Os nervos de Daniel estavam a mil.
- Você não sabe de nada, Standford!- disse amassando o cigarro no cinzeiro.
Kevin retirava-se, ao mesmo tempo em que sussurrava algo inaudível aos ouvidos de Jones.
“Imbecil.” Pensou.
Pegou seu telefone, e saiu de seu “escritório”,descendo as escadas e chegando a um salão claro e aberto parando em um balcão onde encontrava-se sua secretária.
- Preciso que peça a Stuart para me arranjar estas coisas, Megan. – Falou apoiando-se no balcão entregando-a um pedaço dobrado de papel.
- Sim Mr. Dawson, algum prazo?- Ela o encarava docemente.
Ele era um típico conquistador, usava sua ótima aparência para conquistar muitas mulheres – sem falar na lábia e na sua poupança. As únicas que viam um sorriso – por mais cínico que fosse - dele.
- Sim, preciso para as oito horas de hoje. – Disse piscando para Megan. - Vou dar uma saída e quero que você já tenha isso em mãos quando voltar.
- Sim Mr. Dawson. – Ela suspirava internamente enquanto ele se afastava rapidamente do grande salão claro e coberto de mármore.

Capítulo II

Tinha uma mansão respeitável. Legitima de sua grandeza. Não foi nada fácil construir o seu império,e ele teria que ser forte, logo, mármore era uma boa opção.
Pegou as chaves de sua Lamborghini e entrou no carro, feito sob encomenda para ele. Ligou o forte motor e desceu a colina entre seus jardins majestosos.
Seu objetivo?Nada de assassinatos na hora do almoço. “É uma hora sagrada” em suas leis.
-“McDonald’s bom dia, o que vai querer?” – A voz de uma mulher falava do outro lado do microfone no drive-in.
- Eu vou querer três números quatro, porção grande de fritas e refrigerante.
- “Mais alguma coisa senhor?”- Ela provavelmente estava anotando os pedidos.
- Claro que sim,- Ele sorria.
-“O que, por gentileza?”- Ela aguardava do outro lado.
- O seu telefone. - Seu sorriso aumentou.
-“Engraçadinho. Vamos, deve haver mais gente na fila, o seu pedido já será entregue.”
“Mulheres malvadas são as melhores” Pensava enquanto deslocava o carro e procurava uma vaga, encontrando uma logo em seguida.
Cinco minutos.
- Aqui está seu pedido. - Uma loira sob patins entregava os lanches.
- Obrigado. - Ele os pegava.
É claro que ele sabia quem era. Estava rindo por dentro.
Ele tirou o carro da vaga, e ela não moveu um músculo. “Hasta la vista, baby” sorriu ao pensar nisso, e jogou um beijo para a bela mulher. “Por que essas gostosas são garçonetes?”. Ele contornava o carro e saía do drive-in.
Andou pelo centro da cidade, até chegar ao seu lugar preferido de almoçar. As margens do rio Tamisa.
Parou o carro ali mesmo, pegou os sacos, vendo em seguida na nota fiscal: “965-6325. Taí o seu pedido.” Não pôde deixar de soltar uma gargalhada.
- Tão, mas tão malvadas. - disse sorrindo, encarando o número.
- Sorrindo à toa, Dawson?
Seu sorriso sumiu ao sentir um calibre frio encostando-se a seu crânio.
- Sim, afinal, sou o maior traficante do país, Lenny. Não é motivo bom para você?
- Não quando é você que está atrás da mira. - Lenny sorria confiante.
- Atire Lenny, e você sabe o caos que vai causar. Como ficaria a zona leste sem a minha mercadoria? Certamente, você ficaria sem o que fornecer e, hã, morreria de fome. Mas não se preocupe, tenho três lanches aqui, deve dar por um dia. - Se tinha uma coisa que gostava em si, era o sarcasmo.
- Você se acha sempre muito esperto não é Dawson?A máfia toda já ta na sua cola, você está desobedecendo o nosso acordo.
- E você achou mesmo que eu fosse levar a palavra de porcos como vocês a sério? - Ele voltou a sorrir.
- O que é teu ta guardado. - Lenny guardava sua pistola.
-Ta é? - ele re-ligava o seu carro.
Lenny nem respondeu, entrou em seu Eclipse e saiu mostrando o dedo do meio.
“Belos anéis, bicha idiota.” Sim, Jones sabia que era mais seguro sair dali. Resolveu ir até um apartamento antigo que tinha no Soho. Tendo algo em mente desde já.
Subiu as escadas do prédio antigo, observando o local que por anos fora seu lar. Abriu a velha porta de madeira, e deparou-se com um lugar um tanto imundo. Sentou-se no sofá velho e ligou a tv. Pegando seus lanches em seguida.

Capítulo III

Os planos para o dia? Ficar no Soho até as oito. E claro, acompanhado.
Pegou seu celular e na agenda buscou um nome conhecido. Alguns instantes e a voz doce dela ele ouvia novamente. Larah.
- Alô?
- Oi Larah. - Ele mastigava seu hambúrguer
- Ah, oi Sony, como vai?- Ela parecia estar bem.
- Na de sempre, e você querida?
- Estou bem, precisando de mim?
- Sempre.- Ele sorriu. Ela sabia o motivo de ele ter ligado pra ela. Nada mais nada menos, que prazer. Nenhum dos dois queria se envolver. Não emocionalmente.
- Ta no apartamento?- Ela sorria do outro lado da linha.
- Estou.
- Te vejo em meia hora.- E desligou o telefone.
Eles até fariam um casal bonito, mas se achavam jovens, e tinham objetivos diferentes. Larah, pretendia terminar a faculdade de Artes, e Sony, bem, ele queria ser médico – Ah, claro que sim. Enquanto Larah não dava as caras, Jones assistia ao noticiário.
“E parece que o índice de mortes vem subindo a cada dia na capital. O índice do ano passado no mesmo período deste era relativamente menor, sendo o mesmo de um aumento de 15%. A policia acredita que seus esforços não deixam os cidadãos na mão, mas será que estamos mesmo tão seguros?”.
Jones ria tanto que quase se engasgou com a comida em sua boca.
- Estamos aqui com o Sargento da Policia de Londres, Derek White. O que o senhor diz sobre esse aumento nos índices de violência? - O velho âncora virava-se para encarar o policial.
- Estamos começando a ligar fatos. Todos esses mortos tem algo em comum, as pessoas que são cidadãs de verdade não correm perigo.
- Então a policia acredita ser um acerto de contas?
- É provável. E nós vamos encontrar o responsável.”

“Santo Deus, estou com medo!” Jones ria sozinho.
Uma batida na porta. Ele levantou calmamente e foi até a mesma, abrindo-a lentamente.
- Oi Sony. - Ela sorria, sempre linda.
- Larah, fique a vontade. – Ele riu.
É claro que ele sabia que não precisava nem falar duas vezes, Larah já havia se pendurado no pescoço dele e já estavam se beijando loucamente. Foram se batendo entre alguns móveis e as paredes chegando logo ao velho quarto do apartamento, onde Larah jogou Jones na cama. Ele sorria, mais do que satisfeito.
Fizeram o que você deve imaginar, e então começaram a falar do que vinha acontecendo na vida de cada um. Jones fumando, ouvia atentamente o que Larah dizia:
- Consegui passar no teste da escola de Artes - o som de sua voz foi interrompido pelo celular de Jones, que atendeu rapidamente.
- Alô? - Ele ouvia atentamente.
- Jones, você precisa vir para cá agora.- Era Kevin.
- Ok, já estou indo. - Disse levantando-se e pegando suas calças. - Mas, o que há de tão urgente Standford? - Ele diminuiu o tom da voz na ultima frase.
- A polícia.
Jones sorriu ao sentir o frio na espinha. Ele gostava do perigo.
- Preciso ir querida. - Ele colocava uma camisa.
- Tudo bem, nos vemos qualquer dia. - Larah dizia sorrindo e já se vestindo.
- Opa!- Ele riu.
Colocou seu casaco de couro por fim, e desceu as escadas do velho prédio.
Ligou sua Lamborghini e em dez minutos – excluindo três dos semáforos - estava em casa.

Capítulo IV

- Mr. Dawson! - Kevin o recebia na porta de sua “humilde” casa.
- Standford, policiais. - Disse olhando para todos. - A que devo a honra?
- Creio que não seja uma notícia tão adorável assim, Dawson. - Um tenente dizia – Tenente Graves. - Ele estendia a mão.
- Hmm, acho que você já sabe meu nome - Jones ria e apertava a mão de Graves que o fitava.
- O caso é que estamos recebendo algumas denuncias anônimas Mr. Dawson. O senhor sabe algo a respeito da morte de Robert D’Pour?
- Quem? - Jones sabia perfeitamente de quem se tratava.
- O magnata das empresas D’Pour. Certamente, sabe que ele era um forte concorrente à Dawson S.A.
- Ah, sabia que conhecia o sobrenome de algum lugar, sim, certamente, a multinacional fabricante de embalagens, não? - Ele colocava a mão perto da boca.
- Isso. Poderia nos acompanhar até a delegacia, Mr. Dawson? - Graves o olhava.
- Com toda a certeza. - Jones estendia a mão em direção à porta. - Vamos.
Alguns minutos depois, e se encontravam na delegacia de Londres.
Era uma daquelas salas de interrogatório, escuras e com espelhos em um dos quatro cantos da sala. Jones estava sentado pacatamente, esperando para que começassem as perguntas. Certamente era um suspeito, tendo as empresas D’Pour como grandes concorrentes no mercado.
Estava tranqüilo, e então, a porta da sala se abriu. Entrando por ela em seguida, três pessoas.
Duas delas eram conhecidas, mas quem era a terceira? Um deles era Tenente Graves, o outro o Sargento Derek White. E a terceira, bem. Ele ainda não sabia.
E como estava interessado em saber.
- Como deve saber, sou Tenente Graves, este é Sargento Derek – Disse apontando na direção do mesmo - E esta é a policial .
Jones olhou na direção dela, mas ela estava em um dos cantos escuros da sala.
huh? Policial? Estou começando a gostar disso” Pensou consigo.
- Estamos investigando a morte de Robert D’Pour, e o senhor não deixa de ser um suspeito. Deve estar ciente disto.
- Sim, estou.
- Onde o senhor estava entre 22:36 e 02:04 da manhã de 28 de fevereiro?
- Em casa, certamente. - Ele falava calmamente e encarava Tenente Graves.
- O senhor tem um álibi? - Sargento White era quem perguntava agora.
- Sim, tenho arquivos das câmeras de segurança de minha casa, que podem comprovar.
- Mais algum? - o Tenente insistia.
- Bem, acho que até 22:45 estava no Le Voltaire, o restaurante francês, depois disso, fui para casa.
- Muito bem, caso formos precisar de algo mais, o comunicaremos Mr. Dawson. Obrigado pela colaboração. - Graves finalizava.
- Policial o acompanhará até sua casa. - White olhava para ela, que abria a porta no mesmo instante e aguardava até que todos saíssem.
Jones levantava-se devagar, e saia da sala na mesma pressa – inexistente.
Olhava seu relógio. Os ponteiros marcavam 20:05.Ótimo, a mercadoria estava em mãos.
Entraram no carro da policia, que começou a se locomover. Ela não desviava o olhar da pista, tampouco falava alguma coisa. Mas é claro que ele queria saber mais sobre essa policial, que parecia ser durona.
- Achei que ia ganhar donuts..- Jones falou apoiando o braço na janela com um tom de desapontamento na voz.
A resposta? Nada. Isso mesmo, ela permaneceu quieta.
E é claro que esse mistério o intrigava.
Sinal vermelho. A velocidade do carro diminui.
Jones suspirava.
- É mesmo só coisa de policial americano, então? – Ele virava-se para ela.
- Caso não tenha notado, Mr. Dawson, não pretendo responder-lhe. - Ela continuava olhando para frente. Voltando a acelerar o carro logo que o semáforo mudou de vermelho para verde.
- Tudo bem então.
Foram uns 15 minutos bem quietos até a mansão de Dawson. Ela parou o carro na frente da porta de entrada, e ele desceu batendo a porta.
Ela voltou a acelerar o carro e logo saiu do terreno de Dawson.
Isso bastou para arrancar de Jones um sorriso discreto.

Capítulo V

- Megan, a mercadoria.
- Oh, sim Mr. Dawson, já se encontra em sua sala. - Ela parava de anotar para olhar para ele.
- Obrigado. - Disse sério.
Megan acenou com a cabeça e ele logo subiu as escadas que levavam a um corredor, já mais escuro, com um piso de madeira, um lustre e duas portas em cada lado. Paredes vinho, e uma planta no final do corredor. Era a ala norte de sua mansão. A ultima das duas portas da esquerda, era seu escritório. A porta anterior, uma sala de arquivos. A primeira porta à direita era um pequeno lavabo, enquanto a segunda era uma porta grande e de vidro – blindado - que dava em uma grande sacada, que levava ao lado oeste da mansão, contornando a mesma por inteira.
Entrou em sua sala, e foi até a janela, parando em frente à mesma e abrindo as pesadas cortinas vermelhas, admirando seus jardins.
“Construí mesmo um grande império. Kevin tem razão, estou me tornando o maior traficante do país. O maior homem de todos”.
Às vezes é claro que sua mente o confundia. Por ser mestre nos disfarces de emoções, ficou tão frio e calculista, que achava mesmo possível ser “o maior homem de todos” derrubando quem quer que fosse.
Pegou os pacotes que estavam sob sua mesa, e saiu de sua sala, que permaneceu iluminada pela luz do exterior. O que era raro.
Foi até a sacada e andou até a mesma até entrar em uma outra porta. A sala das mercadorias, ou, se quiser, pode chamar também de “sala de armas legais do Jones”.
Colocou os pacotes sobre a mesa que lá havia e tratou de abrir as janelas daquela sala também. Para quem entrasse lá, nada melhor do que uma sala quieta com estantes e muitos livros. Uma biblioteca.
Foi até uma das estantes e ao abrir uma das gavetas da mesma, ela subiu. Atrás dela?Outra porta.
Que logo foi aberta. Acendeu as luzes da pequena sala escondida, e deparou-se com paredes cheias de armas. Voltou à biblioteca e pegou os pacotes. Entrou na sala atrás das paredes e fechou a porta – que automaticamente desceu a estante de livros. Abriu os pacotes como uma criança abrindo seus presentes numa manhã de natal e deparou-se com suas lindas e amadas armas. Em mãos, tinha agora outro fuzil AK-47 e uma pistola Glock 18 9mm , acompanhadas de lindos silenciadores de tiro. Mesmo sempre matando a queima-roupa, ele gostava de ser discreto – e é claro que era mais inteligente assim.
Pegou uma por uma, e encaixou-as aos seus respectivos silenciadores.
- “As portas do inferno, ops, do céu se abrem para este grande homem, este, que foi um homem de família e empresário, Brian Cavendish” - Jones ria tanto imaginando o funeral do velho trapaceiro.
Saiu da sala das armas legais do Jones, e da biblioteca com as armas em mãos.
Voltou ao corredor e desceu as escadas novamente. Virou a direita, entrando em uma majestosa sala de estar, coberta por tapetes brancos e felpudos – semelhantes à pêlos de gatos peludos- e ligou sua grande TV de plasma, jogando o controle e as armas sob o sofá. Dirigiu-se até uma porta de madeira na mesma sala, e entrou em sua adega. Escolhendo em seguida um vinho tinto seco, que pareceu-lhe o melhor para o momento. Voltou para a sala, com um pequeno balde de gelo que estava envolvendo a garrafa de vinho. Deixando os mesmos sob uma mesa e colocando o volume da TV no máximo. Estava descalço, gostava de sentir aquele tapete nos pés.
Foi até outra porta de madeira, que levava a alguns degraus, dando num pequeno corredor subterrâneo com paredes de pedra. Encontrando uma porta de metal que dava em uma enorme cozinha, com cerca de 3 chefes de cozinha, fora os cozinheiros comuns.
- Oh, bom dia Mr. Dawson, algum pedido especial para o dia? - Um dos três se dirigia a ele.
- Sim, pretendo comida italiana para o jantar de hoje. - Disse enquanto arrancava algumas folhas de hortelã e as colocava na boca.
- Entendido. - O cozinheiro disse, e voltou ao seu posto. Conhecia seu patrão.
Foi até a saída principal da cozinha, que dava em outra sala com piso de madeira e pratarias para a disposição da cozinha. Uma pequena rampa que o levava ao andar superior da casa, deixando de estar no subsolo. Esta mesma rampa, que dava em uma comprida sala de jantar.Com uma enorme mesa de cedro onde raramente sentavam-se mais do que uma pessoa. Jones.
Era mesmo solitária aquela sala, e o único ruído que acompanhava Jones em seus jantares – além do tilintar dos talheres - eram as brasas em chamas, de uma grande lareira na ponta da sala. Que como a maioria delas, tinha paredes cor de vinho e grandes lustres.
Outra porta ele abriu, e saiu no salão principal – onde se encontrava Megan - subindo uma escadaria após atravessar o salão. Era o segundo piso da mansão. Foi até uma das 8 portas do segundo piso. O seu quarto.
Atravessou o mesmo, e entrou em seu closet, tirando o velho casaco de couro e pendurando-o em seu cabide de origem. Saiu de seu closet e voltou ao quarto, abrindo as cortinas. Entrou em uma porta que já estava aberta, seu banheiro.
Ligou a água da banheira, que se enchia enquanto se despia. Deveria estar revigorado para o que iria fazer. Entrou na banheira e relaxou. Ficou lá por cerca de 20 minutos, calculando cada passo.
Levantou-se e pegou sua toalha, secando-se em seguida. Colocou-a entre o pescoço e voltou ao closet, pegando calças sociais pretas, uma camisa social preta, resgatando o casaco de couro em seguida. Que por sinal, tinha um grande valor emocional, fora de seu pai.
Saiu de seu quarto e desceu as escadas, voltou à sala dos tapetes felpudos, desligou a TV e deu alguns goles no vinho.
Olhou seu relógio de pulso. Estava na hora.
Pegou as armas que descansavam sob o sofá e saiu da sala.
- Megan! - Disse gritando da porta da sala.
- Sim, Mr. Dawson?
- Mande tirarem meu Porsche da garagem!
Ela digitou algo em seu teclado, e 5 minutos depois, o ronco de seu Porsche podia ser ouvido atrás da porta principal que foi logo aberta por Jones.
Entrou em seu carro, e colocou as armas no banco traseiro. Abriu o porta-luvas e encontrou um maço de cigarros, pegou um e acendeu em seguida. E foi em direção aos grandes portões da mansão.

Capítulo VI

O seu relógio marcava 22:11, a cidade ainda estava movimentada.
Acelerou silenciosamente até Convent Garden, onde se encontrava o condomínio de luxo de Cavendish.
Estacionou o carro onde as sombras das árvores o deixavam invisível. E desceu do carro, em seus sapatos italianos.
Era um prédio alto, e para entrar, já tinha tudo em mãos. Juntamente com as armas - que pedira a Megan - havia documentos e chaves do tal prédio.
Entrou sem problema, já que o guarda não estava na guarita. “Azar” riu.
Entrou na guarita, estava fácil demais. Interfonou para o apartamento de Cavendish.
- Augusto? - Era o próprio.
- Não, Cavendish.
- Oh, Dawson? O-o que faz aqui? - O velho tossia.
- Desça, precisamos conversar. - Ele falava frio.
- M-mas, mas, agora?
- Desça. Sozinho. Agora. - E desligou.
Foi até a garagem e acostou-se na lateral da BMW de Cavendish. Pegou sua Glock 9mm e cruzou os braços, enquanto observava seu Rolex.
Três minutos, 16 segundos e 9 milésimos.
- Achei que não viria, caro amigo. - Disse desviando o olhar de seu relógio, para o velho, abrigado num roupão vermelho.
- Oh, mas é claro que viria, Mr. Dawson. Sobre o que se trata? - O velho parecia doente, tossia muito. Ou estava nervoso, provavelmente.
- Hmm, o senhor não desconfia? - Falou relaxando os braços, fazendo transparecer a arma em sua mão.
- O-olhe, Mr. Dawson, deve ter ocorrido algum engano. - Ele dizia agitando as mãos.
Os sons que se ouviam naquela garagem eram a respiração alterada de Cavendish, e as gotas de infiltração do teto superior.
- Aham... aham, e eu tenho cara de otário? - Disse dando um sorriso largo, e falso.
- Nunca disse isso, Mr. Dawson - O velho nem se mexia.
- Não foi o que me pareceu, trapaceiro. - Disse descruzando os braços, e se desencostando do carro - Sabe, acho que sei como ensinar velhos burros como você certas lições - Falava se aproximando de Cavendish, e o rodeando a certa distância.
- Li-lições? – O velho tremia nas bases.
- Exatamente. - Ele parou em frente ao velho assustado. Encarando-o com um sorriso discreto nos lábios. Estava se divertindo, como um gato, esperando o rato sair da toca.
Estava levantando o braço.
- Espero que já tenha escrito o que vai deixar de herança a sua família, afinal, eles vão precisar. - Engatilhou.
O velho agora começava a chorar.
- Por favor Dawson, eu tenho uma família, como você sabe!Eu, eu sou só um velho! - Tremia como vara verde.
- É, e a sua hora chegou. Mande lembranças ao diabo.
E atirou. Bem no meio da testa.
Sorriu. E assoprou o gatilho.
Foi esperto o bastante para voltar a guarita, desmaiar Augusto, – o guarda pegar as fitas das câmeras de segurança, e trocá-las por outras, que não mostravam nada demais, alem da garagem em segurança.
Voltou ao seu carro, e saiu de Convent Garden. Ao som de Michael Jackson.
- “Give up, and don’t stop.Don’t stop ‘till you get enough” - Ele ria e cantava.
Retornou a sua mansão, e foi finalmente ter o seu jantar italiano.
- Risotto de alla marinara – O chefe falava enquanto Dawson era servido.
Fez um gesto em seguida, para que saíssem dali.
Comia com calma apreciando os frutos do mar do prato exótico.
Terminou tomando uma taça de vinho tinto suave em seguida, levantou-se, indo até a frente da lareira que estava acesa para o jantar.
Abaixou a cabeça, e por segundos, ficou triste.
Encheu os pulmões de ar e reergueu a cabeça. Limpando um pequeno rastro de água que “vazara” de seu olho.
O que ele mais queria, jamais poderia ter novamente. Estava sozinho.
Recolheu-se. “Preciso de descanso” pensou deitando-se.

Capítulo VII

Batidas na porta.
- Droga, O QUE É?
- Mr. Dawson, seu café – Uma das empregadas ‘gostosas’ batia.
- Mas que inferno!
Ela entrava, trazendo uma bandeja de prata com torradas e patê.
- Que diabos é isso? - Disse derrubando a bandeja. - Você me acorda, e quer que eu coma isso?! Acordava mal humorado.
- Desculpe, eu... - Ela ajuntava as coisas.
- Saia logo daqui! - Dizia apontando à porta.
A mulher já estava entrando em desespero, e saiu rapidamente do quarto de Jones, fechando a porta atrás de si.
Ele, como se nada tivesse acontecido, levantou e foi até as grandes janelas de seu quarto e ficou ali, observando.
Foi ao seu closet, pegou um samba-canção e assim ficou.
... ...” ainda estava intrigado. Precisava de respostas.
- Olhe, você não deveria tratar damas desse jeito, Dawson.
- Acontece, Kevin, que eu não gosto de acordar às... Que horas são?
Kevin olhou seu relógio.
- Dez e meia da manhã.
- É, eu não gosto de acordar as dez e meia da manhã, ok?
Kevin riu.
- Você e seu senso de humor.
- É, não sei como ainda não tenho um programa de piadas na TV.
Isso fez Kevin cair de vez na gargalhada, e Jones rir também.
- Ok, o que você quer Standford?
- Nada, só queria saber, se o senhor andou por aí ontem à noite. - Kevin ficava sério agora. Ou pelo menos, com uma expressão curiosa.
-Sim, estava ansioso pra saber quais as heranças que Cavendish pretendia deixar.
- Hmm, e quais foram?
- Provavelmente, um rastro de merda nas fraldas geriátricas – Jones ria muito.
- Engraçadinho. Mais alguma coisa que queira me contar? - Kevin cruzava os braços.
- Eu... Preciso que me faça um favor, Kevin.
- E o que seria? - Kevin aproximava-se. - Esse favor, teria, por algum acaso, ligação com alguma policial?
- Sim, preciso falar com ela, eu não sei, mulheres não costumam me tratar como ela.
- Mmm, quer dizer que ela não é como as outras que se ajoelham por você? - Kevin sorria.
- É, isso, isso me intrigou. -Jones roia a unha do indicador.
- Ok, escolha o tipo de comida, que eu cuido do resto. - Kevin ouvia atentamente.
- Donuts. - Jones sorriu.

Capítulo VIII

- Hey , mandaram te entregar. - Um policial disse deixando uma caixa sob sua mesa.
“Donuts?” Ela pensou observando a caixa e abrindo-a em seguida.

“Oh, olá Srta. , espero que aprecie os donuts, e também, que aceite sair comigo para...tomar um café? É, isso. Café.
Estarei no Cookbook Cafe as 18:00. Não se atrase.
Dawson.”


- Mas é muito atrevido mesmo. - Falou sozinha, quase amassando o bilhete. ‘Se bem que,eu gosto de café e, nada mau tomar um de graça.’ - Riu-se.


Um jazz ao fundo soava calmo. Estava segurando um café e agitava a perna.
Quinze para as seis.
Estava com a típica jaqueta de couro, e calças jeans sentado a frente de um balcão. E assim os quinze minutos se passaram. Arrastando-se. Já estava ficando impaciente. Nenhuma mulher poderia fazer isso com ele, muito menos uma policial.
-Vejo que você é pontual. - A voz dela soava mais suave agora.
Um sorriso - dos verdadeiros - surgiu entre os lábios de Jones.
-É, sou. Café? - Disse virando-se para ela, que se sentava ao seu lado.
- Por favor.
Chamou o atendente e minutos depois ela estava com seu cappuccino em mãos.
- O que você quer afinal, Dawson? - Ela o olhava.
Ela estava tão linda, uma beleza delicada. Seus cabelos estavam presos desleixadamente, mas isso não era problema para Dawson. Suas bochechas, assim como sua boca, estavam vermelhas por causa do frio que fazia em Londres.
- Que mal há em convidar alguém para tomar um café e comer uns donuts? - Ele ria.
- Certo, já vi que não vai me contar.
- Eu não deveria mesmo. Você é uma policial e minha maior ameaça. ‘Mas você me intriga, sabe?’ - Disse sorrindo, e somente pensando a ultima frase.
Ela ria. Era deslumbrante.
“Homens de merda, como alguém ainda não tratou de pedi-la em casamento?” Pensou consigo.
- O que vai ser? Morango, chocolate? - Ele olhava o cardápio.
- Chocolate.
- Certo, dois donuts de chocolate, por favor. - Disse entregando o cardápio ao atendente.
Ela parecia distraída com a grande janela no lado direito deles. Começava a chover.
- Seus donuts. - O atendente – novamente - entregou-lhes o pedido.
Ela acordou de seu transe e pegou o seu. Mordendo-o em seguida. Foi o mesmo que Dawson fez.
- Bom.
- Sim.
Conversaram por mais cerca de meia hora.
- Eu preciso ir. - A voz dela voltava a soar grave.
- Tudo bem, posso lhe oferecer uma carona? - Ele a encarava.
- Certo Mr. Dawson.
Foram até seu Mustang preto – a escolha do dia – e sentaram-se em seus respectivos lugares. Ela explicou onde morava, e em vinte minutos lá estavam eles, parados em frente à casa dela.
- Obrigada pelo café - Ela soltava o cinto e abria a porta.
- Disponha - Ele apenas a olhava.
- Bem, então...
- Até qualquer dia, .
Ela sorriu fracamente. No fundo, sabia o que ele era, e o que fazia. Só não existiam provas.
- Até, Sony. - E fechou a porta.
Ele esperou até que ela entrasse dentro de casa, e saiu dali.
“Essa mulher vai ser minha”. Pensou, com um sorriso frio, e ao mesmo tempo empolgado.

Capítulo IX

De volta ao lar, tirou os sapatos italianos, e entregou o Mustang ao manobrista. Entrando em casa em seguida.
- Boas novas? - Kevin aparecia.
- Não hoje. - Jones sorria.
- Ótimo. - Kevin disse saindo dali.
Entrou em sua sala de estar com o chão felpudo e macio, sentou-se em seu sofá e ligou a tevê.
“Certo... O noticiário”.
- “O magnata das empresas Cavendish foi encontrado morto na garagem de seu prédio em Convent Garden, a policia acredita ter sido homicídio, já que no corpo de Brian Cavendish haviam marcas de bala.”
Uma mulher morena apresentava o tele-jornal.
“Finalmente uma mulher gostosa apresentando essa bosta”. Pensou, rindo consigo. Estava de bom humor.
E ali adormeceu. Por incrível que pareça, sonhou. E não foi um sonho qualquer, sonhou com seus pais. E... Eles pareciam felizes.
Folhas de jornal. Ele havia sonhado com folhas de jornal também.

Capítulo X

- Jones.
Uma voz meio distante o chamava.
E um resmungo foi o que ele respondeu.
- Jones. - A voz insistia.
- Ah droga, o que é? - Disse colocando o travesseiro sob a cabeça.
- Já é hora do almoço, você não vai querer perder o prato francês da semana, vai? - Kevin dizia abrindo as cortinas do quarto.
- Que dia é hoje? - Ele continuava na cama.
- Sábado, por que?
- Não sei, acho que não ter o que fazer nos deixa meio perdidos no tempo.
- Isso é por que você está muito próximo de seus inimigos agora. E creio que logo os eliminará, meu amigo.
- Sim. Irei.

Levantou-se depois que Kevin saíra de seu quarto, e colocou uma roupa de costume. Iria a cede do The Sun hoje, faria uma coisa que nunca se passara em sua mente, e que havia o intrigado em seu sonho.
Talvez houvessem respostas lá.
Foi ele mesmo até a sua garagem, e pegou seu Audi TT prateado.
- Fernando - Ele estalava os dedos para o empregado.
- Bom dia, Mr. Dawson. Em que posso ajudá-lo?
- Avise a Kevin que faça bom proveito do almoço. - Disse ao seu manobrista, que por sua vez assentiu com a cabeça.
Foi ao centro e estacionou o carro em frente a um Starbucks. Comprou um café, e continuou seu caminho a pé.
Andou cerca de quinze minutos, e parou em frente a um prédio antigo com uma placa indicando ser o destino.
Jogou o café no lixo, e adentrou o estabelecimento.
A recepcionista do local – uma ruiva de olhos claros – foi de bom grado.
- Bom dia, em que posso ajudar? - Disse de trás de seu balcão de madeira.
- Gostaria de ver alguns jornais antigos.
- De que ano, er...- Ela parecia estar mapeando o rosto de Dawson, a procura de um nome.
- Dawson, Mr. Dawson.
- Oh, sim, Mr. Dawson. De que ano, por gentileza? - Ela digitava em seu teclado freneticamente.
- Abril de 1991. - A expressão dele ficava dura. As lembranças ainda o feriam.
- Algum dia em especial, Mr. Dawson? - Ela continuava a bater os dedos contra as teclas.
Ele suspirou.
- 24 de Abril de 1991.
- Certo. - Ela colocou o telefone no ouvido, discando algum ramal em seguida. - Katie vai ajudá-lo.
Em questão de segundos, Katie aparecia.
- Bom dia, - Disse sorrindo.
- Bom dia. – Ele respondia.
- Por aqui... - Disse saindo da recepção.
Dawson a seguiu até uma sala enorme, cheia de arquivos.
- Você deu sorte, a data que disse é bem recente! Normalmente pessoas procuram por jornais muito antigos então...- Ela falava, o que era inútil. Ele nem estava a dando ouvidos - Nos computadores. Então ainda temos o exemplar aqui, o senhor pode dar uma olhada.
- Certo. - Ele dizia olhando as prateleiras.
Ela entrou entre mais uma fileira de arquivos, e abriu um arquivo onde havia escrito “Exemplares para pesquisa do ano de 1991”.
E pegou a edição que fora requisitada.
- Prontinho - Disse sorrindo – e pelo jeito, fazia isso muito.
“Que mulherada simpática. Coisa estranha”. Ele pensava consigo e apanhava o jornal das mãos de Katie.
- Eu, posso...
- Ah sim, claro. - Ela apontava para uma mesa com algumas cadeiras.
Ele foi até lá e sentou-se, mas Katie continuava ali.
- Eu, gostaria de ficar sozinho.
- Oh sim, perdão. – E, finalmente, saiu dali.
Dawson suspirou, e procurou alguma manchete que lhe parecesse familiar, até encontrar o que
procurava. E ali dizia:
“Casal Jones é encontrado morto em sua mansão”.
Ele teve de parar para tomar um fôlego – e arranjar coragem - para continuar lendo o que se seguiria.
“A policia acredita que a nobre família tenha sido assassinada por familiares ou amigos,já que o casal fora encontrado em casa. O filho, Daniel Jones, aparentemente não estava em casa, e foi salvo pela sorte. O principal suspeito é o mordomo da família, que irá prestar depoimento sob o caso em poucas semanas. Outros suspeitos são familiares, que possam ter algum tipo de inveja. Afinal, a família Jones era famosa por suas grandiosas empresas de fumo em todo o país. Os legistas acreditam que o casal fora morto a queima-roupa, já que o trajeto das marcas de balas fora retilíneo. Mr. Jones, foi morto com dois tiros no peito, enquanto Mrs. Jones,levou um tiro na barriga e outro na cabeça”.
Já não conseguia mais continuar. Lembrar de todas essas cenas, era muito para ele.
Mas tinha de continuar.
“Um amigo da família,Mr. Standford, nos recebeu. ‘[...]isso tudo é muito triste, eles eram meus amigos a anos, e deixaram uma bela criança neste mundo. Parece que o dinheiro acaba matando mais do que as mãos do próprio homem, ainda mais se levado pela ganância[...].’”
“Kevin?”
E nesse exato momento. O dia 24 de abril de 1991, foi repassado,em sua mente.

Flashback

- Mamãe! Vai fazer bacon no jantar para mim? - O pequeno Jones sorria banguela para a mãe.
- Mas é claro meu amor!- Ela se abaixava até ele, e dava um beijo delicado sob sua testa. Acariciando os fios cacheados do menino. - Tem de ir para a cama logo, já é tarde mocinho! - Ela sorria, perfeita.
- Olha quem está na cozinha, pretende ajudar sua mãe com a janta hoje é Daniel? - O pai de Jones aparecia.
- Não, isso é coisa de mulher! - Ele ria. Não sabia o quão feliz era. Até algumas horas depois.
Alguns ruídos estranhos vindos da sala principal. Maroto, foi ver o que era, já de pijama, escondia-se atrás das grandes escadas da mansão.
- Você sempre foi de confiança!Pelo amor de Deus! Te damos tudo o que quiser, nos deixe em paz! - Daniel só conseguia ver um pedaço de seu pai, abraçado a sua mãe. E uma mão.Com uma arma.
- Eu não preciso de dinheiro. Todos esses anos, e vocês vêm me usando... Eu vou tirar de vocês o que lhes é de mais precioso. - O homem falava.
- Não! Daniel! - A mãe dele começava a chorar, abraçando-se com força ao marido.
- Não... O pequeno Jones vai aprender muito ainda... O que vocês vão ficar sem, é... A vida.
Uma batida de coração. Foi o tempo que levou. Jones parecia congelado ali. Vendo tudo. E seus pais caíram no chão. Mortos.
Correu dali, correu o máximo que pode, e escondeu-se em meio aos majestosos jardins da mansão.
Em prantos, adormeceu. Jurando a si mesmo, que tiraria a vida do infeliz.


Era isso.
Jones submergia de suas lembranças.
Kevin. Fora Kevin o tempo todo.

Levantou-se e saiu do prédio tão rápido quanto qualquer super-herói veloz.
Estava confuso, e furioso.
Tremendamente furioso.

Capítulo XI

Pegou seu celular, e discou o numero dela. .
Ele precisava dela.
- Alô?
- , sou eu.. Dawson. - Ele dirigia depressa.
- Ah, olá Dawson.
- Estou indo para a sua casa, ok? - Fazia uma curva longa.
- O que você pretende com isso?
- Quero lhe falar umas coisas.
- Coisas?
- Segredos.
- Certo.- “Ele vai se entregar” foi o que ela pensou. E estava certa.
Não demorou muito até chegar à casa de , pela velocidade em que estava.
Parou o carro em frente à casa dela e buzinou. Ela logo abriu a porta, com uma expressão confusa.
- Venha – Ele gritou de dentro do carro.
Ela fechou a porta atrás de si. E entrou no carro.
- Achei que você ia entrar.
- Isso foi um convite?
- Acho que não é hora de brincar Dawson.
- Me chame de Jones.
- Jones?
- Daniel Jones, meu nome. - Ele voltava a pisar fundo no acelerador.
- Oh, essa é nova para mim. - Ela dizia sarcasticamente, enquanto colocava o cinto de segurança.
- Eu sei que pode ser cedo para te falar isso, mas eu confio em você. - Ele não tirava os olhos da estrada.
- E para onde está nos levando? - Ela o olhava, mais confusa ainda.
- Para um lugar seguro.
Em pouco tempo ela percebera para onde ele estava indo. Soho. “Soho?” Foi o que ela pensou.
Ele estacionou em frente àquele seu velho apartamento.
- Venha. - Disse soltando seu cinto e saindo do carro.
- Certo. - Ela fazia o mesmo, e o seguia prédio adentro.
“Esse cara é mais pirado do que eu achava” Pensava, subindo as escadas atrás dele.
Ele procurou suas chaves dentro de seu casaco de couro. Ela logo viu o que havia abaixo de seus ombros. Armas.
“Ótimo, estou entrando em um apartamento de um perturbado armado. E eu de moletom”.
Jones encontrou as chaves e abriu a porta do apartamento, entrando rapidamente. Ela o seguiu, e ele fechou a porta atrás de si.
- Belo apartamento. - Ela disse olhando a sua volta.
- Não é hora para piadas. - Ele jogava as chaves sob uma pequena mesa de madeira. - Sente-se. - Ele apontava para o sofá.
Ela se sentou no sofá empoeirado. Era uma policial, não tinha o tipo de frescura que uma mulher comum teria ao ter de sentar naquele sofá.
- Certo, pode começar Dawson. Digo, Jones. - Ela o encarava.
Ele andava em círculos, e passava a mão pelos cabelos. Estava atordoado. Seu cérebro ainda não havia associado todas as informações.
- Foi o Kevin. Kevin Standford, .- Ele parava e se sentava na pequena mesa de centro da sala em frente a ela.
- Stanford? O que tem ele? - Ela parecia curiosa.
- Foi ele quem os matou. - Jones agitava os pés.
- Matou quem, Dawson?
- MEUS PAIS! DROGA, ELE MATOU MEUS PAIS! - Ele se levantava. Novamente a fúria tomava conta dele. -E EU VOU MATÁ-LO, É ISSO QUE VOU FAZER! - Ele gritava.
se levantou assustada.
- Dawson, o que você está me dizendo é muito grave!Você esta acusando alguém, e afirmando que vai cometer um homicídio!
- E não é o que ele merece? - Jones estava úmido de suor, e agora a olhava. Com um olhar assassino, e uma respiração alterada.
- Era isso que você queria que eu soubesse? - Ela o olhava ainda.
- Eu não preciso te contar o que você já sabe! - Ele voltava a gritar.
- Não Dawson, eu não sei! E eu quero realmente saber! - Ela respondia no mesmo tom agora.
- Droga, esses idiotas todos, eles morreram por que eu os matei! Esses vermes ladrões! - Estava ficando descontrolado, batia com força na mesa de madeira atrás de si.
- Você matou Brian Cavendish, e Robert D’Pour? - Ela arregalava os olhos. Sabia que era ele o tempo todo, mas não esperava que em um momento de fúria ele despejasse tudo.
- Eles e muitos outros - Ele sorria, mas um sorriso com certeza nada amigável.
- Olhe, controle-se ok? Você acabou de contar isso para mim, que sou uma policial! Por que a mim Dawson?!
- Por que eu só posso confiar em você, . Você é a minha maior ameaça, e ao mesmo tempo, a minha ultima esperança.. - Ele dizia, mais calmo. Colocando as mãos sob a cabeça e sentando-se no chão sujo vagarosamente.
Ela se aproximava cautelosamente.
- Sua... Sua última esperança? - Ela falava baixo.
- É... Droga. Você não sai da minha cabeça.. Eu não consigo parar... De pensar... - ele começava a soluçar. - Ele era amigo de meus pais, ele me criou, ele... Ele era o único em quem eu confiava... se aproximava, e colocava uma das mãos nas costas de Jones.
- E você vai matá-lo? - Ela o olhava. Confusa demais para entender.
- O que você faria se soubesse que a única pessoa em quem confia matou quem você mais amava? O que faria se quem você mais amasse não voltasse nunca mais?! - Ele a olhava e gritou quando pronunciou a ultima frase.
Ela balançava a cabeça.
- Desculpe, eu... - Ela suspirava. - Obrigada por confiar em mim... Daniel. Mas, eu sou uma policial, e eu fiz um juramento.
- Assim como eu jurei matá-lo. E eu vou cumprir isso. - Falava com os dentes trincados.
Ela suspirava.
- Eu achei que você entenderia. Eu falei a você. Falei tudo. Falei até mesmo que penso em você! - Ele a olhava, agora, com uma expressão de dor.
- Eu... eu não sei o que devo fazer... Você... Você é um assassino,Daniel.
- E você acha que eu faço isso por que?! Hein?!
- Desculpe, ok?! Eu, eu estou confu...- Ele colocou o indicador sob os lábios dela.
- Shh... Apenas me ouça agora, ok? - Ele falava baixo.
Ela assentia com a cabeça.
- . Você foi o que eu mais temia, você me fez sentir o que eu achei que jamais seria capaz se sentir novamente. Você me fez acreditar, apenas em algumas horas, e poucas palavras, que eu poderia amar novamente. E eu fui me apaixonar logo por quem não deveria. Logo quem era a pessoa mais arriscada para contar tudo. Para confiar meus segredos. - Ele suspirava, e voltava a falar - Standford matou meus pais, quando eu tinha cinco anos. E eu descobri isso hoje. Estou confuso, preciso de ajuda...Achei que você me ajudaria, por isso te procurei, . Por favor, eu... Eu não falaria isso a qualquer pessoa. Confie em mim. Assim como estou te confiando a minha vida agora.
O silêncio reinou na sala. Ouviam-se algumas buzinas vindas do exterior do prédio ocasionalmente.
Os lábios de tremiam levemente.
- Pode confiar em mim. - Ela disse, por fim.
- Obrigado. - Ele encarava o piso de madeira.

Capítulo XII

- Você viu Mr. Dawson, Megan? - Kevin perguntava à garota.
- Não, Mr. Standford, ele saiu hoje cedo, e até agora não voltou.
- Está bem. - Kevin estava com uma pulga atrás da orelha. Nenhum outro empresário corrupto havia feito algo, para que Dawson passasse o dia atrás do infeliz tentando matá-lo como um gato atrás do rato a noite toda.
Enquanto Kevin desconfiava, Jones arrumava as coisas para a morte de seu “velho amigo”.
- Como vai fazer isso? - tirava o moletom e ficava com uma regata.
- Como faço com todos os outros. Um tiro e pronto. - Dizia tirando seu casaco, e o colete de armas, e colocando-as sob a mesa.
- Não acredito que estou sendo sua cúmplice, vai totalmente contra minha índole! - Ela coçava a cabeça.
Ele se virou para ela, e a segurou firme pelos ombros.
- Eu não quero que ele mate mais ninguém que eu amo. - Disse encarando-a profundamente.
Ela ficou tensa por um instante, mas logo mergulhou na imensidão daqueles olhos azuis profundos. E, instantaneamente, jogou os braços ao redor do pescoço de Jones, e o beijou. Lenta e intensamente.
Esqueceram do mundo por minutos, e começaram a despir um o outro. Os corações batendo rapidamente, e as respirações ofegantes. Jones não pensou duas vezes, e a levou até o quarto.
- ..- Ele sussurrava.
- Não, não pare... - Ela beijava seu ouvido.
Finalmente. Ele podia realmente confiar em alguém. E , confiava mais do que nunca em Jones. Um assassino.
Ele beijava a barriga macia dela, que arfava com seus toques delicados. As suas mãos quentes percorriam as pernas dela, que enroscava os dedos entre os cabelos dele.
Em poucos minutos, o encaixe dos corpos foi perfeito. E as respirações estavam descompassadas. O sexo, se tornara até mesmo poético aos olhos de Jones, uma vez que experimentava o amor. Verdadeiro e real.
Ofegante, ele sussurrava ao pé do ouvido dela, enquanto seu corpo fazia movimentos ritmados, e seu coração bombeava o máximo de sangue que podia para todo o seu corpo nu.
- Eu te amo... Eu te... - Até que seu corpo entrou em um êxtase, de prazer e alegria. Uma sensação única. Que era mais intensa do que em qualquer outra vez.
-Eu te amo, Daniel. - Ela beijava o ombro úmido de suor dele, enquanto acariciava as costas dele.
Jones a abraçava, afetuosamente. Ela agora, se tornara a sua vida. Nada mais importava. Além de matar Kevin.

Capítulo XIII

- Eu vou atraí-lo para uma armadilha. - Jones dizia deitado abraçado a . Ele mexia em seus cabelos lentamente.
- Não posso continuar na policia depois de hoje... Seria desonesto. - Ela o olhava, e acariciava o queixo do rapaz.
- Se você pensa assim... - Ele a olhava, calmamente.
Ela assentiu e o abraçou mais forte.
- Só me prometa que você vai voltar para cá. E passar os restos dos seus dias ao meu lado. - Ela estava com medo por Jones. Havia se interessado por ele também, desde o primeiro momento, mas ela estava trabalhando. E ele era um suspeito.
- Eu prometo. - Ele beijava a testa dela. - Agora preciso ir.
- Certo, tome cuidado. - Ela se enrolava nos lençóis.
Ele sorria.
- Não demoro.
Saiu do apartamento, do prédio, e do bairro. E foi até sua casa.

- Aleluia, senhor “coma-toda-a-comida-francesa-que-quiser-Kevin”. - Kevin aparecia na porta da mansão.
E Jones fez questão de não o responder.
- Hey, Daniel, o que há? - Kevin o seguia escada acima.
- Vou sair. Quero jantar fora esta noite. - Jones continuava subindo as escadas - Avise isso aos cozinheiros.
- Certo. Como preferir. - Kevin parecia ter desistido.
Mas é claro que Jones sabia que não seria assim fácil.
Trocou-se e desceu, até a sala principal.
- Megan, onde está Standford? - Jones a encarava frio como uma pedra de gelo.
- Acabou de sair, disse que queria fast food.
- Fast Food, certo. - Riu-se.
Pegou sua Nissan – que achou que seria um carro bem resistente, caso acontecesse o que ele acreditaria que viesse a acontecer - e deslocou-se até o Mcdonald’s que Kevin costumava ir.
Parou em frente ao restaurante e apertou um botão no painel do computador de bordo e procurou o numero de Kevin. Que foi discado, quando encontrado.
- Está ligando do carro, Jones? - Kevin atendera.
- Sim, preciso que você saia daí agora, Standford.
- E por que?Estou no McDonald’s agora, Jones. - Kevin parecia estar na fila.
- Isso não me interessa. Saia daí agora. - Jones falava áspero.
- Ok chefia, desde que me pague um lanche depois. - Kevin ria.
“Ria mais, seu desgraçado.” Jones pensava. E desligou.
Minutos depois e Kevin saiu do restaurante. Jones buzinou, e Kevin veio em sua direção.
- Entre. - Jones mandava.
- Uhh... Está certo. - Kevin dava a volta e entrava na caminhonete.

Capítulo XIV

- Certo o que você quer? Andou estranho hoje. - Kevin segurava uns sacos com lanches.
- Como você pôde? - Jones começava a mover o carro.
- Como eu pude o que? - Kevin o encarava.
- Mentir para mim todo esse tempo. - Jones cerrava os olhos - Confesso que você é um ótimo ator, Standford.
- Do que você está falando?
- NÃO SE FINJA DE IDIOTA, SEU DESGRAÇADO! - Jones gritava agora, e pisava bruscamente no acelerador. Havia neve no asfalto. - VOCÊ MATOU MEUS PAIS! MATOU ELES! DESGRAÇADO! ERA VOCÊ O TEMPO TODO!
- E O QUE VOCÊ VAI FAZER, SEU PIRRALHO MARICA? ME MATAR?HAHA!-Kevin gritava também.
- É, PARECE QUE VOCE ACERTOU! - Jones estava com os cintos bem fixos a ele, e Standford, não costumava ter o hábito de usá-los.E isso o condenou.
Jones pretendia falar muito mais a ele, assim como ele provavelmente pretendia ter uma briga das boas com Jones.
Mas o destino se encarregou de tudo.
Os pneus deslizaram sob a pista. E eles estavam justamente passando sob uma ponte.
O carro foi em direção às barras de concreto, e bateu bruscamente.
Standford foi lançado contra o vidro, que se quebrou. E caiu no rio Tâmisa.
E Jones perdeu a consciência após bater o corpo contra o volante. Os airbags se atrasaram. E ele fraturou três costelas.
O som abafado de sirenes foi se aproximando vagarosamente.
Quando acordou, Jones estava em um quarto de hospital. Sozinho.
Vingara seus pais. Havia cumprido sua promessa a si mesmo.
Agora só precisava cumprir sua promessa a .
Fechou os olhos, e descansou. Logo iria para casa. E a abraçaria, tão forte, como se fosse a ultima coisa que faria na vida.
Mas não foi preciso. Ela veio até ele.
- Eu vim logo que soube... - Ela colocava a mão sob a dele.
Sorriu fracamente.
- Eu consegui, . - Ele falava devagar. Seu corpo doía como se toneladas de bigornas tivessem sido jogadas sob ele.
- Shhh... Você precisa descansar, Daniel. - Ela acariciava a cabeça dele agora.
Ele assentiu.
- Eu... Eu disse que voltaria. - Sorriu novamente. Era teimoso. E ela já sabia disso. Por isso riu.
- Seu bobo. - Disse sentando-se ao lado da cama onde ele estava.
- Não precisei fazer muita coisa... Parece que foi vontade de Deus. Ou do diabo. - Ele ria fracamente.

Capítulo XV

O inverno frio havia terminado. O outono chegava agora a Londres.
As folhas secas e vermelhas podiam ser vistas por toda a parte. Jones e passeavam tranqüilos pelo Green Park. Sorridentes, e felizes.
- Ah, pára com isso! - Ela ria das caretas feias que ele fazia. - Seu bobo!
Jones ria. Nunca esteve tão feliz antes. Ele não precisava de mais nada.
Ele a puxou para um beijo rápido e os dois sorriam um para o outro em seguida.
- Obrigado por me trazer de volta à vida, . - Ele a olhava.
- Obrigada por me sentir como nunca me senti antes, por amar, e ser amada. - Ela beijava a ponta do nariz de Daniel.
Até que a respiração dele parou. E de sua boca, que estava sorridente – e agora estava inexpressiva - saiu um filete de sangue.
Um único tiro. Certeiro.
, assustada arregalou os olhos, e Jones caía no chão.
- Daniel, Daniel! Socorro, alguém chame uma ambulância! - Ela gritava, entrando em desespero.
- Me... Me desculpe, ...- Ele a olhava, enquanto seus olhos se enchiam de lágrimas.
- Daniel, não... Por favor... Não... - Ela o olhava, e ao mesmo tempo procurava ferimentos nele. Até achar uma enorme mancha de sangue em seu peito.
- Eu... Eu...- E em uma inspiração de ar, ele parecia congelado.
- Daniel! Daniel! - Ela o sacudia - Daniel! Por favor! - Entrava em prantos.
Pessoas começavam a se aglomerar ao redor.
E o olhar de Daniel, permanecera fixo onde pretendia para sempre ficar.

Em .


-“E parece que o dono das empresas Dawson S.A foi morto esta manhã em Green Park. Há indícios de que ele participava do tráfico no país, e as milícias o assassinaram, assim sendo um acerto de contas. Este nosso país... tomem cuidado ao andar entre becos escuros.”


N/A “ Parece que quando o fim da vida você encontra, não importa quem você seja, a única coisa que verá diante de seus olhos, será a pessoa que ama, e que não deixará de amar. Estando aqui, ou em qualquer outro lugar.”

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