Erro Perfeito
História por BahChris | Revisão por Carol Mello

"Me apaixonar por você foi o erro mais perfeito que alguém poderia cometer."

Capítulo 1

null narrando:
Estava muito atrasada, null queria me dizer mais coisas, mas eu tinha que ir.
- null, meu amor, sei que está preocupado, mas eu tenho que ir. Deixe as instruções no meu e-mail que eu leio assim que chegar, ok? - o beijei - Te amo.
Corri para a sala de embarque, só null mesmo para querer conversar comigo numa hora dessas. O meu voo fora chamado inúmeras vezes e null queria continuar falando.
null null é o sócio majoritário da empresa de cosméticos “Smellgood”, e meu namorado.
Vou à Europa a trabalho, infelizmente. Queria desfrutar do clima romântico, mas isso não será possível. Na nossa empresa sou responsável em saber como nossas filiais estão e, por isso, viajo muito. Com toda a correria, quase passei no detector de metais sem tirar minhas joias e meus aparelhos eletrônicos. Coloquei tudo num recipiente branco e passei. Havia um homem com uma cara conhecida na fila, sem querer fiquei observando-o. Peguei minhas coisas na pressa, pois chamaram mais uma vez o meu voo. Quer dizer, fizeram uma última chamada e se eu perdesse, null ia ouvir para o resto da vida. Odeio perder compromissos e tenho uma reunião muito importante assim que chegar.
Quando entrei no avião a primeira coisa que eu fiz foi desligar os meus aparelhos.

null narrando...
Assim que entrei no avião, a aeromoça pediu para desligar os aparelhos, como sei que o avião demora a decolar, e eu fui um dos primeiros a entrar, resolvi dar uma ligadinha para minha empresária que já estava me esperando em Los Angeles. Sou cantor e minha carreira começou a decolar há pouco tempo, minha empresária achou que gravar um DVD em L.A. seria maravilhoso, como ela disse, “Sucesso garantido”. Então, lá vamos nós para Los Angeles. Procurei o número dela na minha lista de contatos, mas só havia nomes estranhos. Esse aparelho não é meu, afirmei em pensamento. O que faria? Não sei o número de ninguém de memória a não ser o meu, estou frito.
- Senhor null, não pode usar o celular no avião. – a aeromoça disse, provavelmente me conhecia.
- Desculpe, é que esse celular não é meu. - Refleti um pouco, ela deve estar me achando um imbecil. - Esquece, eu vou desligar!

Quando pousei em Los Angeles, pouco menos de quatro horas depois, tentei ligar para o meu celular, desse modo a pessoa que o encontrou poderia me devolver, assim espero, mas o celular estava desligado. Toda a minha agenda está lá. O que vou fazer?
- Que cara é essa, null? - Taylor, minha empresária, me perguntou.
- Esse celular não é meu.
- Como assim?
- Não sei, essa agenda de contatos não é minha. E, com certeza, essas fotos também não; muito menos essa agenda. “Reunião em trinta minutos.”- li- Por acaso eu tenho reunião com alguém?
- Como isso aconteceu?
- Não sei, mas toda a minha agenda está lá e eu não sei o que fazer.
- Isso é de menos, null.
- Claro que não, meus contatos! - lamentei - null vai me ligar e eu não estou com meu celular.

Terceira pessoa...
null nem saiu do avião, assim que ligou “seu” celular viu várias chamadas perdidas. Ignorou todas, pois tinha vinte minutos para chegar ao hotel, mais trinta para ir até a filial de sua empresa.
Chegou ao hotel, largou suas coisas lá, pegou um táxi e foi para empresa. Foi muito bem recebida por todos os seus funcionários europeus.
- Bom dia! Desculpem o atraso, eu acabei de chegar do Brasil.
- Nossa reunião irá começar quando você disser. - O diretor disse com o sotaque.
- Podemos começar agora então!
Ela ouviu, mesmo cansada pela viagem, as apresentações da empresa de Paris. Todos os dias ela teria que ouvir as apresentações de todas as empresas da Europa. Seu celular vibrava milhares de vezes e ela nem se dava conta, ora null ligava, ora outras pessoas desconhecidas.

- null, desliga esse celular. – a empresária mais uma vez, o chamando.
- Não, eu preciso do meu celular!

Ao término da reunião, null viu as inúmeras ligações, pensou que fosse null, e ligou para o namorado.
- Como foi a reunião, null? – o namorado perguntou depois que null disse que era ela.
- Foi ótima, eles estão crescendo mais do que esperávamos, null!
- Que bom, agora eu tenho uma reunião, quando acabar eu ligo. Tchau!

null foi para o hotel onde estava hospedada, a única coisa que queria era dormir. Estava muito cansada!
Tomou um banho quente e deitou, até que “seu” celular toca.
- Deve ser o null. - disse. - null null.
- Graças a Deus! - Uma voz masculina e aliviada. - Olá, sou null null. Creio que deve ter percebido que esse celular não é seu.
- O que? Como assim? - Houve um engano, por alguma razão que eu desconheço. Porém, esse celular que você atendeu é meu. - null estava desnorteada, não sabia o que fazer, esse homem deve estar doido. Só pode!
- Se isso que o senhor alega é verdade, pode me dizer onde está o meu celular?
- Talvez possa ser esse que está comigo. Isso não importa, o que importa é que esse celular é meu e eu preciso dele.
- Olha, eu estou cansada. Vou verificar, se esse celular for mesmo o seu, eu devolvo, tá?- null desligou o celular, estava tão cansada que mal conseguia pensar. Resolveu verificar se o celular era dela ou não. Teve a certeza quando verificou a agenda. Qual reunião ela teria amanhã, em que horário? O sono que sentia esvaiu-se com o susto que levou. Ligou para o seu celular e o mesmo senhor atendeu.
- Como isso aconteceu? Eu quero o meu celular de volta!
- Agora você acredita?
- O celular que está com você é meu. Minha agenda está aí, o meu trabalho depende dela. Eu preciso dela para trabalhar! - null estava surtando - O que eu vou fazer?
- Precisamos destrocar os celulares!
- Disso eu sei! Onde o senhor está?
- Pare de me chamar de senhor. Eu estou em Los Angeles.
- Ótimo! - disse irônica - Se estivesse no Brasil, poderia entregar ao meu namorado.
- E você? Onde está?
- Estou na Europa, em Paris!
- Magnífico! – irônico - Do outro lado do oceano!
- Como vamos consertar isso? Aliás, como isso foi acontecer?
- E eu que sei, nem sei quem é você!
- Sou sócia da empresa de cosméticos “Smellgood”, e você quem é?
- Como assim quem eu sou? Vai me dizer que não me conhece?
- Eu não te conheço, tenho certeza.
- Sou cantor, eu que canto aquela música “Não vejo mais”.
- Você? Eu conheço essa música, mas não sabia quem cantava.
- Obrigado! – irônico - Eu também conheço essa empresa de cosméticos, só não sabia que você era sócia. - Parou um minuto - Isso não importa, o que importa é que eu não desgrudo do meu celular. O único momento em que me vi livre dele foi quando passei pelo detector de metais. Você não era a maluca que estava correndo?
- Maluca? Você acha que é quem para me chamar de maluca? Só porque é um cantorzinho que está começando a fazer sucesso acha que é apto a fazer julgamentos precipitados?
- Senhorita, eu vou desligar o telefone se continuar a me insultar.
- Quem começou com os insultos?- perguntou nervosa.
- Acho que devemos desligar os celulares, você não está legal. Passar bem. - null desligou.
null queria estrangulá-lo, mas infelizmente era impossível. Tinha vontade de pegar o primeiro voo aos Estados Unidos, mas talvez não desse tempo de voltar para a reunião de amanhã e também estava muito cansada para pensar em voltar para a América.
null estava nervoso. Queria destrocar os celulares, mas não tinha como atravessar o oceano Atlântico assim, sem mais nem menos, sua turnê e seu DVD dependiam disso. Foi terminar de se arrumar para o primeiro show nos Estados Unidos. Ela estava tão cansada que apagou pensando no que fazer, mas às quatro da manhã acordou. A preocupação não deixou que descansasse completamente. Não queria ligar de novo para null, pois acabaram de brigar, mas ela precisava saber o horário das próximas reuniões. Respirou fundo e ligou a tevê. Passou diversos canais até ler o nome conhecido. O nome dele. Era entrevista ao vivo com o cantor. Um canal brasileiro transmitia cenas por detrás do palco e uma entrevista exclusiva com null, que ia subir ao palco nesse instante, mais um motivo para ela não ligar.
- Até que ele é bonito! - disse null em voz alta. - null, você é comprometida! null não vai gostar de saber disso.
null continuou assistindo a entrevista, null estava realmente emocionado com o primeiro show fora do país. Falava com muita emoção, agradecia aos fãs como de costume.
Assim que null subiu ao palco, a câmera mostrava como ele agia e a emoção das pessoas ao poder ouvi-lo e vê-lo. null já fazia sucesso mundial pelo visto, pensou null.
Claro que o show completo não ia passar, mas era o que null queria. Na verdade, ela queria estar lá assistindo ao show, era estranha essa sensação, mas era o que ela queria. null desligou a tevê assim que a entrevista acabou, teve uma vontade imensa de saber mais sobre null. Alcançou o notebook, que não havia saído da mala, e pesquisou no Google.
null era filho de um cantor, de um cantor sertanejo que não fez nenhum sucesso. Aos dezoito anos, mudou-se para o Rio de Janeiro sozinho, a fim de se dar melhor nos estudos, foi quando descobriu sua vocação como cantor. No início ele cantava nos bares as músicas de seu pai para poder se sustentar, mais tarde percebeu que sua vocação era ser como o pai. Um dia uma empresária o encontrou, quando null completava seus vinte e um, terminando a faculdade de geografia.
Era uma história fascinante, mas null queria saber mais. Ir além do que o Google sabia. Perdeu horas pesquisando, estava parecendo uma fã maníaca. Até as músicas dele ela quis ouvir. A voz dele é linda, null pensava ao escutar a música “Não vejo mais” pela quinta vez.
O celular tocou e null assustou-se, será que deveria atender? Com certeza, não era para ela, a menos que fosse null.
- Alô.
- Quem fala?
- null.
- Oh, desculpe! Liguei errado.
- Não, quer falar com null? Ligou para o número certo.
- Como assim? Quem é você ? E por que está atendendo o telefone do meu namorado? - Na internet não tinha nenhuma informação de que null tinha namorada.
- Não é nada disso que está pensando. Aconteceu um engano, acidentalmente null e eu trocamos os celulares. Ele está com o meu. Se quiser, eu lhe passo o número e ele pode explicar como aconteceu.
Após a moça grossa insultar null, ela educadamente deu o número de seu celular dela, para a moça.
Será que null tinha mesmo namorada ou era uma fã? null pensou.

Com null, não foi diferente, a mulher ligou e assim que null atendeu ela começou a insultá-lo. Era um intervalo do show e null estava sem tempo ou paciência.
- Olha, null, cansei de dizer que não temos nada. Só foi uma vez, isso não quer dizer que estamos namorando. Foi diversão! Eu não queria dizer isso assim, mas... - null desligou - Ótimo, pelo menos ela entendeu.
- null, não pode fazer isso. Sua vida não é normal, todos estão atrás de você. Não pode pegar todo mundo, vai ficar falado.
- Não me importo! Só não entendo como ela conseguiu o número. Oh, claro, null! São seis da manhã no Brasil, o que essa mala quer comigo?
- null, está na hora de subir no palco de novo.
Eram cinco da manhã e null não dormia mais. Não conseguia, null não saía de sua cabeça. Enquanto isso, ele terminava seu show.
Quando null voltou para o hotel, queria ligar para null e pedir o número da null para poder resolver a situação. Eram quase duas da manhã. Ele calculou as horas, devia ser mais ou menos oito horas em Paris, null devia estar acordada.
- null? Graças a Deus que ligou! Preciso saber que horas começa minha reunião.
- Bom dia, senhorita null.
- Bom dia pra você também, aliás, boa madrugada. O que faz acordado?
- Eu acabei de sair do meu show. Você sabia que uma maluca me ligou hoje?
- Se for a mesma maluca que me ligou, fui eu quem dei o número. Ela disse que era sua namorada, me afrontou. Aquela... Desculpe.
- Ela não é minha namorada, é uma maluca que eu fiquei uma vez e a partir daí não largou do meu pé. Acontece que eu fui grosso com ela e queria pedir desculpas, porém eu não sei o número.
- Então me diz o nome da criatura e olha minha agenda, verifica o horário da minha reunião, por favor!
- O nome dela é null null.
- Jura que a maluca que me ligou era a atriz null null?
- Juro. Sua reunião é às nove da manhã. Na mesma empresa de ontem.
- Eu sei... Todas as reuniões são lá. Só não sei o horário de todas, não podia ligar para o Brasil, pois lá são três da manhã. Ninguém trabalha nesse horário. O número da maluquinha é 7777-5859.
- Obrigado, null.
- Pode me chamar de null. Muita formalidade para um homem que tem minha vida nas mãos.
- Tudo bem, null. Quer mais alguma coisa?
- Não, e você?
- Não, eu vou dormir agora. Estou cansado...
- Como foi?
- Como foi o que?
- O show?
- Foi... Bom, quer dizer, foi ótimo. Fui muito bem recebido.
- Eu... vi um entrevista sua hoje. Desse show. Você canta muito bem, null.
- Obrigado.
- Tenho que desligar agora, obrigada você.
Elogiar null foi uma atitude impulsiva. Não devia fazer isso, ela pareceu uma fã.

Durante a reunião, null se manteve focada o tempo todo. Analisava tudo com muita precisão.
null dormia, tentou ligar para null, mas ela não atendia. Devia ser pelo horário, então ele resolveu dormir.
Às cinco da tarde em Paris, as reuniões da null chegaram ao fim. Eram onze em New York quando null ligou para o celular de null acordando null.
- Oi. – voz sonolenta.
- Quem fala?
- Se ligou para null null, discou certo. Acidentalmente trocamos de celular.
- Em que número posso encontrá-la?
- No 7852-1400.
- Obrigado.
null ligou para o celular de null, para null.
- null, por que um homem atendeu seu telefone? O que aconteceu?
- null, eu ia ligar para você agora.
- null, eu te fiz uma pergunta.
- null, odeio quando fala assim comigo. Será que eu posso me explicar?
- É o que eu espero.
- Não sei bem como aconteceu, mas no aeroporto trocamos de celular por acaso.
- Não sabe como aconteceu? – perguntou irônico.
- null, agradeceria muito se me ouvisse.
- Ok, desculpe. Eu fiquei nervoso.
-E sem motivos. – null explicou tudo a null, ele a compreendeu.

null tentou pedir desculpas a null, mas ela não queria ouvir. Não queria falar com ele. Ótimo, pensou. Pelo menos ela não vai mais perturbá-lo. Teria que agradecer null por ter atendido seu celular. Agora se lembrava do homem que ligara ainda há pouco, será que era namorado, noivo ou marido dela? Nesse momento, null percebeu que seu pensamento vira e mexe estava em null, mesmo sem conhecê-la pessoalmente já podia imaginar como era, não só por ter visto as fotos no celular, mas por ouvir sua voz. Queria ter a oportunidade de vê-la e conversar com ela, saber mais da vida dela, sem invadir. Um dia isso seria possível, eles iriam destrocar os celulares. Porém não era isso que null queria, ele queria null como amiga. Era estranho pensar assim, mas era o que ele pensava.

Os dias foram passando, já completava um mês que os celulares foram trocados e null e null estavam cada vez mais conectado. Não só por null querer sua agenda, eles passavam mais tempo conversando como amigos do que pessoas que precisam dos celulares.
A vida de null em Paris se resumia em reuniões e ligações para null, ou null ligando para ela. Às vezes, ela ligava para null, mas só conversavam sobre trabalho. Poucos “Eu te amo” eram pronunciados.
Quando o trabalho de null em Paris chegou ao fim, ela fez compras como prometeu às amigas null e null. Não comprou muita coisa, pois em sua mala não cabia, mas lembrou-se também de null e null. Mesmo sem conhecê-lo, levaria uma lembrança de Paris. Se não fosse null ir à Paris, talvez nem soubesse quem era ele.
Assim que saiu do avião, null ligou para ela.
- Oi... Já chegou, não é?
- Sim, estou pegando minhas malas.
- Bom, eu estou no aeroporto te esperando, mas não te vejo em parte alguma.
- null, estou perto de uma pilastra. Estou usando um vestido rosa claro, não é difícil me encontrar. - pegou a mala - Onde está? Eu te acho...
- Atrás de você.- A voz de null, pela primeira vez pessoalmente, como um sussurro no seu ouvido. Qualquer pessoa levaria um susto, mas null não, pois era null que estava atrás dela.
Ela virou e o viu pela primeira vez em carne e osso. Não sentia-se como uma fã, mas com uma amiga. Queria abraçá-lo e o fez. O abraçou. null retribuiu com muito carinho...

- Por muito tempo eu esperei por esse momento. - null disse, sentando com ela num café. As malas, ele havia mandado seu motorista levar para o hotel onde havia se hospedado, que a propósito, era o mesmo que ela estava.
- Pegar seu celular de volta?
- Não, ver você. Sabe, é difícil para mim ter amigos. Meu melhor amigo até hoje foi aos dezoito anos, quando fui para o Rio de Janeiro, eu conheci um garoto que fez parte da minha vida por lá, que me ajudou enquanto eu não tinha dinheiro. Depois dele, só você mesmo.
- Eu tenho três melhores amigos: meu namorado, que é também meu sócio; null que é minha amiga de infância junto com null. Somos inseparáveis, tirando os momentos de trabalho, claro.
- Não entendo, não afeta a relação de vocês? Digo, sua e do seu namorado. Ele é sócio majoritário da empresa onde você também é sócia, é seu melhor amigo antes de ser seu namorado.
- Afeta um pouco, como nesse mês. Eu estou numa viagem a trabalho, então quando ele me liga é pra falar disso. Ficamos distantes por muito tempo. Às vezes atrapalha, não posso contar tudo a ele, mesmo ele sendo meu amigo, porque além de tudo é meu chefe e namorado. Acaba que passamos muito tempo perto um do outro, mas sem namoro, sem beijos, sem carinho.
- Você o ama?
- Se não amasse, eu não estaria com ele, null.
- Não era essa a resposta que eu queria. Vou perguntar de novo: null, você o ama?
- null, ele é mais que meu amigo, ele me ama, ele é ... Eu o amo.
- Ainda não senti confiança.
- Mas, é isso. Eu o amo.
- Sei que o ama, mas você o ama como amigo. Não como namorado. Ele não é o cara com quem quer se casar.
- De onde tirou essa ideia?
- Dos seus olhos, você pode mentir, mas seus olhos não.
- É melhor mudarmos de assunto.
- Como quiser. Sabe de uma coisa, nós ainda não destrocamos os celulares.
- É mesmo, estava tão contente de poder vê-lo que me esqueci desse detalhe. - null e null destrocaram os celulares.
Passaram a tarde conversando sobre diversos assuntos, mas o namoro de null não foi tocado, nem ela se lembrava dele. null estava no Rio, querendo falar com ela, mas nenhum dos celulares atendia.
- Por quanto tempo você vai ficar em New York?
- Amanhã de manhã eu vou voltar para o Brasil.
- Pensei que fosse ficar mais tempo.- lamentou-se.
- Eu não posso ficar,null. Eu tenho trabalho, eu devia ter voltado hoje, mas contei para null que tinha que buscar meu celular. E ele me liberou, mas só hoje.
- Ele podia te liberar mais um dia.
- Infelizmente, eu não posso. Eu tenho que trabalhar, null.
- Tudo bem, mas já que é assim. Você vai num lugar comigo essa noite.
- Onde?
- Ao meu show.
- Que honra.
- Não é isso, é que eu quero passar o tempo com você.
- Você fala como se nunca mais fôssemos nos ver. Moramos no mesmo país, na mesma cidade.
- Quando eu voltar, você vai estar com seu namorado e seus amigos, não vai ser a mesma coisa.
- Claro que não, meu celular vai estar comigo e o seu com você, vai ser a única coisa diferente.
- Por via das dúvidas, eu prefiro que vá ao show. Você mesma disse que gostaria de assistir ao show. Será meu último aqui em Nova Iorque.
- Volta quando para o Brasil?
- Em uma semana. Ainda tenho sessão de fotos e uma tarde de autógrafos. Hoje é o último show da turnê, mas meu trabalho continua.
- Imagino.
Eles passaram a tarde juntos, null deixou null na porta do quarto de hotel que era bem perto da dele, sem coincidência, e prometeu que a buscaria às dez da noite.
null descansou e às dez estava pronta, até agora nem tocou no seu celular, nem null passou por sua cabeça. Ninguém importava, só ela e null. Estava nervosa, tinha a sensação que algo poderia acontecer. A campainha tocou e null atendeu, era null.
- Está pronta?
- Estou.
No carro, null apresentou Taylor Parker, sua empresária. Foi muito simpática com null, apesar de achar que null estava arriscando demais, pois null era famosa tanto quanto ele e tinha um namorado, quando os paparazzi soubessem disso cairiam em cima dos dois e do pobrezinho do null que não tinha nada a ver com a situação.
- null, deixa que eu mostro à null onde ela tem que ficar, você pode ir para o seu camarim. Eu não vou mais ao seu encontro, então bom show. Não esqueça, sempre...
- Sorria. – null completou e foi para o camarim.
- Você não sabe, mas null tem um problema com sorriso. Ele quase nunca sorri, mesmo quando está alegre, vive sério.- Taylor explicou a null.
- Hoje ele sorriu quando estávamos conversando.
- Ele está melhorando...
No show, null olhava fixamente para null e ela inconscientemente retribuía. Taylor não sabia o que fazer, se tivesse um paparazzi ali, já era. Estavam perdidos. Pelo menos, ele sorria, pensou Taylor.
O show foi maravilhoso, mas acabou.
- Taylor, eu preciso levar null embora. Amanhã ela tem que voltar para o Brasil e eu pretendo levá-la ao aeroporto.
- Tudo bem, eu cuido de tudo. Vai pelos fundos e toma cuidado!

- Gostou do show?- null perguntou.
- Adorei, foi maravilhoso.
- Notei que cantou todas as músicas.
- Eu aprendi quando estava em Paris. Não queria te contar, mas eu pesquisei sobre você. Quando te vi na tevê pela primeira vez. Eu quis saber quem era, e como fez sucesso. Meu celular estava com você então seria justo saber mais.
- Gostou?
- Do que?
- Da minha vida.
- Achei interessante. Foi para o Rio procurando estudo e acaba virando cantor.
- Devo isso à Taylor, foi ela quem me achou e não quis mais me largar. – riu.
- Você gosta dela?- null perguntou curiosa.
- Não, ela é minha empresária. Enquanto eu dizia que cantar não era futuro, porque meu pai morreu cantando, não era famoso e nossa renda era baixíssima, ela dizia que meu pai não tinha conhecido a pessoa certa. Bom, eu acabei cedendo porque precisava de dinheiro e só fui crescendo e gostando mais do que eu fazia. Mudei muito desde aquela época, digo perfil: roupa, cabelo... Só meu jeito continua o mesmo, por mais que ela queira, não vou deixar de ser quem sou só porque a mídia vai cair em cima. Sou assim, meus fãs tem que gostar de mim do jeito que sou, não de um boneco da imprensa. - null sorriu - O que foi? Falei muito, não é?
- Não é isso, é que... Nuncapensei que você fosse assim.
- Assim como?
- Uma pessoa que fala o que pensa sem se importar com o que as pessoas dizem, ou que pensam, e se elas falarem, você não se importa. Nem para a fama. Você é... Especial.
- Eu só me importo com a minha família, o que eles pensam de mim é importante e eles têm orgulho de mim. Principalmente o meu pai. - null sorria.

No elevador, um clima estranho. Os dois virados para frente, sem querer se olhar. O elevador abriu e saíram.
- Bom, é o nosso andar.- null disse.
- Pois é. - Andaram até o quarto da null que era o mais perto - Boa noite. – Quando null se aproximou para dar um beijo na bochecha, null virou, propositalmente, beijando-lhe os lábios, no susto ela ficou imóvel, mas depois cedeu, sem lembrar-se de nada. Só sentia null, e null só a sentia.
- Desculpa. - null disse quando null desgrudou de seus lábios - Eu não devia, mas eu queria.
- Esquece que isso aconteceu. - null estava desnorteada - Vou entrar... Boa noite.
- Que horas posso te pegar para irmos ao aeroporto?
- Às sete, pode vir às sete.
- Boa noite, null.

null entrou no quarto, ainda estava abobalhada, seus lábios o sentiam ainda, e pediam por mais. Ela retribuiu ao beijo. Ela nem se lembrava de null, passara o dia sem falar com ele. Alcançou seu celular, será que devia ligar para ele? Melhor não, pensou.

No dia seguinte, no aeroporto.
- Bom, agora... Eu tenho que ir.- null disse.
- É, você tem que ir. - A abraçou - Adorei te conhecer. – uma lágrima escapou dos olhos de null - Tenho a sensação que nunca vamos nos ver.
- Eu tenho a mesma sensação.
- Te amo, null.- Foi o te amo mais sincero que null ouviu.
- Também te amo, null. - um beijo fora trocado, mais uma traição de null.
Taylor deu graças a Deus que null estava disfarçado, pelo menos com ele não teria problema, mas rezou para não ter nenhum paparazzi.

No avião null arrependia-se de ter traído null, não queria traí-lo, mas agiu por instinto, sem pensar nas consequências, sem pensar em null. Era comprometida, mas estava em outro país aos beijos com outro homem que acabara de conhecer, como pode? Como teve coragem de fazer isso comnull, que sempre fora fiel?
null afundava na poltrona da primeira classe se menosprezando cada vez mais, sentia-se um lixo por fazer isso com null. As lágrimas desciam e morriam nos seus lábios, os mesmos lábios traidores que beijaram outro homem e foram infiéis aos lábios de null.

Quando chegou ao Rio de Janeiro, não queria ver null. Foi direto para casa, onde morava com suas amigas.
- Oi null! - a animada null a abraçou - Que saudade! Como foi? Recuperou seu celular? - null estava com um pote de sorvete em mãos.
- O que aconteceu?
- Como assim?
- Você estava devorando um pote de sorvete, e de chocolate.
- Eu terminei com David!- null começou a chorar, foi quando null percebeu que os problemas dela não deviam ser discutidos com ninguém.
null ajudou null com sua desilusão, mais tarde null chegou ajudando-a.

Antes de dormir null foi até a cozinha beber um pouco de água e null a abordou.
- O que houve?
- Como assim?
- Primeiro: você não atende as ligações de null, depois está com uma péssima cara e quase não sorri. Você pode enganar Deus e o mundo, mas a mim não.
-Você está certa, houve uma coisa, mas eu não quero falar disso. Prometo que quando estiver preparada para falar, eu falo com você. Mas, hoje e agora não.
- Tudo bem. Dorme e amanhã acorde com uma cara melhor, pois será com null que terá que lidar.
- Obrigada pela preocupação.

Na manhã seguinte...
null notou o clima estranho, null olhava todo tempo para null, e a mesma estava absorta.
- Eu sei que está acontecendo alguma coisa e eu quero saber, desembuchem.- null disse.
- null não quer contar, null.
- Como assim? Você devia nos contar tudo, somos suas melhores amigas.
- São, mas eu não estou preparada para falar nada agora. Não consigo dizer...
A campainha tocou.
- null, deve ser null. Ele disse que viria de manhã, portanto, sorria.

null a cumprimentou com um selinho.
- O que houve? Você não atendeu minhas ligações ontem.
- Desculpa, eu não vi...
- Me conta essa história do celular direito.
- Não importa, eu já destroquei.
- Eu sei, foi por isso que foi à Nova Iorque.
- Você me mandou uma mensagem, disse que tinha uma coisa importante para me contar.
- null, lembra quando eu disse que gostaria muito de reencontrar um amigo, que há muito tempo não o via? Do ensino médio, lembra?
- Claro que lembro.
- Vão promover um reencontro da nossa turma, eu quero revê-lo. Bom, eu já o vejo quase sempre, porque ele é famoso, mas quero poder conversar com ele e... Vai ser tão legal! Eu gostaria que você fosse.
- Vai ser quando?
- Daqui a uma semana.
- Escuta, null... – null disse - Não pude deixar de ouvir, você disse que esse amigo é famoso, quem é?
- É DougPoynter. - Quem?- null assustou. - null null...- null bloqueou a mente-... Não é null?
- Oi?
- O que houve?
- Acho que estou cansada, muita correria para chegar aqui, sabe? Fui à Nova Iorque, depois voltei para cá e não dormi muito bem.
- Precisa descansar. Hoje não vai trabalhar, vai descansar. null foi embora teve que ir para empresa.
- Agora desembucha,null! - null queria saber.
- É uma história longa... – null contou tudo desde a troca dos celulares, até o beijo do aeroporto.
- null, não acredito que fez isso com null.- null a repreendeu.
- Eu sei, você acha que estou assim por quê? Na hora eu nem lembrava do null, null. Só queria ele.
- null, sinto muito, mas você está apaixonada.- null alertou - Para mim, deve largar null e ficar com ele.
- Antes disso, conta a verdade pro null, toda a verdade.- A vez de null. - Acho que ele merece saber.
- null nunca vai querer olhar na minha cara.
- Você não o ama, não pode ficar com ele a vida toda.- null aconselhou.
- Além disso, ele também não gosta de você, não como namorada. Acho que você são só amigos. - null palpitou. - Ficaram um mês sem se ver e quando finalmente se veem trocam um selinho. Amizade não é amor. E eu sei de outra pessoa que é apaixonada pelo null, mas que nunca disse a ninguém.
- null null, fica quieta!
- Não, eu vou dizer, null. null, a null null é perdidamente apaixonada pelo null, ela só não disse nada até hoje, porque ele te pediu em namoro. Pronto falei!
- null, é verdade?- null sorria.
- É verdade. Não era para você saber, null, mas a linguaruda da null... - jogou uma almofada - Eu juro que não foi por querer.
- Eu sei. Aliás, por que não me disse antes? Poxa, eu teria dito não, assim você teria mais chance de ficar com ele, null.
- Ele sempre gostou mais de você, null.
- Só por isso não me contou nada? Eu já estava mal, agora fiquei pior. Magoei dois dos meus melhores amigos.
- null, não fica assim. Você não me magoou, você nem sabia que eu gostava dele...
- Tudo bem, eu vou terminar com null, e você arrume um jeito de namorá-lo, senhorita. Pelo menos assim você e ele ficam felizes.
- E você?
- Eu me viro bem, um tempo sem ninguém vai me ajudar.
- null, por que aceitou? Se não o amava, por que o quis?- null queria saber, desde o dia que null aceitou mesmo não o amando.
- Estava com medo de ficar sozinha, de não ser amada. Estava frágil, pois Ster tinha acabado de me trair, lembra? null me ajudou tanto, eu acho que confundi e quando percebi que não amava, já era tarde.
- null, você não pode terminar com null antes desse reencontro, porque null quer você lá. E depois que terminarem vai ser difícil, fora que foi com null que você o traiu. E é null que ele quer rever.

Aquela semana passou como um vento. null não atendia as ligações de null, não queria conversar com ele depois do que houve e do que estava por vir, mesmo ela o evitando,null não saía de sua cabeça. null estava cada dia mais triste por ter traído null. Quando se lembrava, tinha vontade de se bater. Mas já havia feito a burrada, agora só ficou com a culpa.
- Eu te busco às sete, tá?- null disse pelo telefone.
- Eu estarei esperando.

null estava esperando null, nesse dia null e null combinaram de ir a uma festa perto de casa. Todas estavam prontas.
- null, você vai ficar bem?- null perguntou, null assentiu.
- Só estou com medo.
- Eu ainda acho que deve falar com null antes de se reencontrarem nessas circunstâncias.- null opinou.
- Acha mesmo?- suspirou- Vou ligar, será que ele vai me atender?
- Tente.
O telefone tocou até cair a ligação.
- Pronto, agora ele não quer falar comigo.
- Também, você o evitou a semana toda...
- Ótimo, faço tudo errado. Quando é que eu vou dar uma dentro?
- Calma, null! Me dá o número dele que eu ligo do fixo e explico a situação. Tenho certeza que ele não vai querer ouvir sua voz. – null disse.

null estava mesmo chateado com null, depois do que houve ela só evitara.
Estava em casa, pronto para o encontro com a turma. Taylor fez de tudo para que a imprensa não soubesse desse evento. Ele estava muito contente de poder rever o grande amigo, o único. Desde que null o evitou, ele deixou de chamá-la de amiga. Mesmo ela ter feito o que fez, ele ainda a amava. Queria tirar esse sentimento, mas ele não o deixava, e não deixaria tão fácil. null não sabia o que esperava.
Quando telefone tocou, surpreendeu-se por ser null. Pensava em qualquer pessoa menos ela. Tinha vontade de atender e dizer umas verdades, mas teve medo de dizer as verdade erradas. Deixou que tocasse até cair. Minutos depois, o telefone tocou de novo, era desconhecido.
- null, aqui é null. Você não me conhece, mas eu preciso muito que me escute.
- Depende do que tem a dizer, senhorita. Eu tenho um compromisso...
- É exatamente sobre isso. Sou amiga de null...
- O que aconteceu? Ele não vai ao encontro de hoje?
- Ele vai, mas... Ele vai levar a namorada, null, e ela é a null. Esse é o motivo dela estar te evitando a semana toda. Ela tentou te avisar, mas você não a atendeu. Olha, sei que deve estar assustado, tanto quanto null ficou quando soube. Você está me ouvindo, null?
- Estou. Desculpa, é difícil de acreditar. Muita coincidência.
- Eu sei, sei que é difícil. Olha, vá ao encontro e, por enquanto, finja que não conhece null.
- Não vou mentir para meu único amigo.
- Você não vai mentir por muito tempo, só até ela contar.
- Se ela demorar muito para contar, eu mesmo conto.
- Obrigada por compreender.
- Obrigada você por me avisar...

null esperava ansiosamente pela chegada de null, mas não queria rever null. Por que ele tinha que trazê-la? Prometeu que seria um ótimo ator.
- Olá meu amigo!- null cumprimentou sorridente.
- Oi null, quanto tempo! Pensei que nunca íamos nos ver novamente.- Abraçou null, e logo atrás estava null.
null logo percebeu que ela estava diferente, seus olhos não tinham o mesmo brilho do dia em Nova Iorque. Estavam mortos, frios e tristes. null queria saber se ela estava bem, mas estava tão triste quanto ela.
- null, essa é minha namorada, que também é sócia da minha empresa e minha amiga.
- Prazer.- apertaram as mãos. Pela primeira vez, olharam-se nos olhos.
Um tempo passou desde que null e null chegaram. Ela quase não dizia nada.

Quando null foi ao banheiro, null e null conversaram sozinhos.
- null não parece o tipo de garota que null, o pegador, namoraria.
- Olha quem fala! Bom, null é uma ótima pessoa.
- Você a ama?
- Bom, a amo, mas não como minha namorada, e sim como amiga.
- Por que não terminam esse namoro, cara? Ela... Ela também parece sentir a mesma coisa.
- Tenho medo de perder a amizade.
- Se não terminarem vão acabar casando e depois se separando e aí sim, a amizade vai para o ralo.
null voltou e eles continuaram conversando, mas sobre outro assunto. null interagiu mais com os dois.
- null, vou te deixar com null um minuto. Preciso falar com um conhecido. Se importa?
- Não.- null beijou sua testa.
Na verdade null se importava muito, não queria ficar ali.
- Você tem certeza que vai continuar com null, mesmo nenhum dos dois sentindo amor um pelo outro?
- Não. Quando eu contar a verdade, ele não vai querer olhar para mim.
- null não a ama como mulher e sim como amiga.
- Pelo menos ele vai sofrer menos, mas isso não justifica minha traição.
- Por isso que está assim? Pelo beijo? – null abaixou a cabeça- Ele pode até ficar triste, mas null não vai deixar de falar com você.
- É melhor falarmos sobre outro assunto.
- Então vamos falar das minhas chamadas. Por que não me atendeu?
- null, eu não quero falar disso! Se quiser podemos nos encontrar e conversar mais tarde, mas agora não.

Quando a festa acabou, null e null trocaram o número de telefone. Claro que null não deu o número do celular, disse que estava com defeito e que quando comprasse outro daria seu número.
No carro, null comentava que null era muito bacana e que a fama não subia à cabeça.
- Você e null se deram muito bem. Gostaria que null e null tivessem ido, mas eu só podia levar uma pessoa. - null viu o brilho nos olhos dele ao pronunciar o nome da amiga. Logo sacou que o amor de null era correspondido e ela era um obstáculo. - Elas deveriam conhecer null.

- null, antes de ir precisamos conversar.- sentaram no sofá. null contou tudo a null, que já conhecia null, que o beijou e que pediu que ele não contasse até ela contar toda a história - Sei que errei, mas não culpe null, ele não sabia de nada e se mentiu hoje foi por minha culpa. A culpa toda é minha.
- Não consigo acreditar, null.
- Olha, sei que gosta da null, e ela também te ama. Não deixaede lutar pelo seu amor. Nós somos amigos, e agora nem sei se mereço sua amizade.
- Eu preciso de um tempo, tá? Muita coisa pra assimilar.

Quando as amigas chegaram, null disse que estava mal, pois tinha contado tudo a null. No dia seguinte, null procurou null. null queria conversar com null e marcaram para conversar à noite.
null tomou a decisão de ficar na empresa de São Paulo. Estavam precisando de gente por lá e ela ficaria. Pediu à sua secretária que avisasse null que iria para lá logo pela manhã. À noite, foi ao apartamento de null.
Quando null abriu a porta deu de cara com null, ela estava decidida e nada a faria mudar de opinião.
- Como assim? Amanhã você vai à São Paulo?
- Não vou para lá, vou morar lá, null.
- Sei que terminou com null e que muita coisa mudou e vai mudar. Não é, por isso que tem que ir.
- Eu sei, mas eu quero ir.
- É uma decisão precipitada, você sabe disso.
- null, eu sei o que estou fazendo.
- Está afastando as pessoas de você, null. Todos que te amam estão aqui e só porque uma coisa deu errado você vai largar tudo e ir para outro estado?
- Já tomei minha decisão.
- Ótimo! Eu ia dizer uma coisa, mas agora nem vale a pena mais.
- Dizer o que?
- Não quero mais dizer, pois não vai adiantar se eu disser que te amo e que quero ficar com você. Não quero que vá, quero que fique comigo. null, eu te amo de um jeito que parece que você é tudo na minha vida. Parece que sem você eu não sei viver. - null estava próximo demais para null querer sair de perto - Não vá null, fique comigo, case-se comigo, tenha filhos comigo, me ame...- null a beijou e null estava frágil demais para recusar.
Ela queria beijá-lo e agora estava beijando-o como queria. A intenção dela não era essa quando chegou ao apartamento dele, mas null a hipnotizava. Ela não resistia aos olhos dele, não resistia aos lábios que a convidava a selar os dela, não resistia a null. Ela enlouquecia quando null chegava perto, sabia que se arrependeria, mas ela não resistiria. Do mesmo jeito que null conseguiu beijá-la no hotel em Nova Iorque e no aeroporto, ele conseguiu agora.
- Não devia ter me beijado, null. Agora, eu quero mais. – Agora null tomara a iniciativa de beijá-lo- Eu preciso ir!- null saiu com os pensamentos longe demais para lembrar-se da bolsa em cima do sofá. null, com o pensamento rápido, trocou propositalmente os celulares. Sabia que quando null fosse embora, demoraria para encontrá-la e com os celulares trocados, seriam obrigados a se verem de novo.
null voltou para buscar a bolsa, mas sem pronunciar uma palavra.
null não desistiria tão fácil, demorou muito para encontrar uma mulher que amasse e agora que a encontrou ninguém a tiraria de sua vista, dos seus braços.

null acordou cedo, aliás, nem havia dormido, lembrar do beijo de null afetava seu sono. Quando entrou no avião, nem passou por sua mente que aquele celular que estava desligando era o de null.
null contou seu plano às amigas de null, que apoiaram-no. Logo null ficou sabendo e também gostou da ideia, achou que null e null fariam um belo casal. Tinha perdoado null, aliás nem guardou rancor, só estava confuso, mas não tinha como entrar em contato e pedir que ela não fosse e que ficasse com null, sem ressentimento.

null chegou a São Paulo, entrou no apartamento, que já tinha, e largou a bolsa, lembrou de ligar o celular, foi quando o mesmo tocou. Não reconheceu toque como o seu e sim como o de null. Aquele toque fez-se lembrar de Paris. Quando olhou no visor, lá estava “null”. - Não acredito que null fez isso! - atendeu o celular- null?
- null, acho que houve uma confusão, meu celular está com você. - cínico -Mas não se preocupe, vamos destrocar.
- Não acredito que fez isso, null. Estou tentando colocar minha cabeça em ordem.
- O que você precisa colocar em ordem, null?
- Tudo. Minha vida virou de ponta cabeça, null.
- O amor tende a fazer isso com a gente.
- Promete que me dará um tempo?
- Dou o tempo que você quiser desde que continue conversando comigo. Não quero ficar longe de você. Por favor, eu preciso de você.
- Tudo bem, eu preciso descansar agora. Eu acabei de chegar!
- Te amo, null.
- Também amo você.

Uma semana passou e eles ainda não tinham destrocado os celulares, null encaixou sua agenda no celular de null mesmo. Dessa vez o culpado foi ele. O mesmo não aguentava mais, null estava radicalizando. Ele tinha que fazer alguma coisa, não podia ficar assim.

null percebeu que estava fazendo errado, queria null. Nas imagens do celular encontrou uma foto dele com ela em Nova Iorque no café, lembrava perfeitamente como fora o encontro, como se sentiu e o que aconteceu. À noite ligou para null.
- Você tem razão! Devemos ficar juntos, eu amo você e merecemos uma chance. Eu quero você, null.
- Estou tão feliz, null. Quero poder te abraçar e te beijar...
- Eu também...
- null, espero que não mude de ideia.
- Não vou mudar...
- É que, eu... Vim atrás de você. Neste momento estou na sua porta, com medo de tocar a campainha e te acordar. -ela abriu a porta e pulou nos braços de null o beijando e abraçando como ambos queriam.
- Nunca me deixe cometer a loucura de ficar longe de você, null. Eu te amo. – o beijou.

Umas semanas mais tarde, null ligou para null, que disse que enfim estava com null e que estavam felizes, null também contou que ela e null estavam felizes e juntos. Também deu a notícia que null disse ter encontrado o amor de sua vida: null.
- Será que dessa vez ela toma jeito, null?- null perguntou por telefone.
- Acho que sim, o cara é melhor de todos que ela já ficou. -“Eu ouvi!” null disse no fim da ligação.
- Mando um beijo para ela depois.
- Tenho que desligar, null e eu vamos sair com os garotos. Depois eu te conto como é o null. – “Lindo!”-null gritou mais uma vez. Desligaram o telefone.
- null, será que todos têm que errar para encontrar a pessoa certa?
- Do que está falando?
- Erramos quando acidentalmente trocamos os celulares... Será que todos nós temos que errar de alguma maneira para encontrar o amor?
- Parece que sim, null errou quando não me disse que gostava de null, e ela ficou sem ele. null errou com muitos garotos até encontrar esse tal de null, se é que ele é o certo, e eu errei mais quando vim para São Paulo, quando traí null, quando... Te deixei com cara taxo depois do beijo...- disse brincalhona.
- Eu não fiquei com cara de taxo.
- Não, imagina! –irônica.
- Pare de rir, null.
- Desculpa, agora que eu lembrei não consigo parar de rir. - ria mais até null a calar com um beijo.

O erro de trocar de celular com um homem era para assustar qualquer pessoa, principalmente, na hora da troca, mas eles, apesar de não saberem, estavam programados para ficarem juntos. Mas a vida de ambos era tão corrida que só por causa de um erro, eles se encontraram, se apaixonaram, e se amaram.
Esse foi o erro mais perfeito que uma pessoa poderia cometer: o erro de amar.

Fim.

Nota da Autora: Oi, meninas! É minha primeira fic aqui no FFOBS e espero de coração que tenham gostado. E para que eu saiba disso, que tal comentar? Espero ansiosa.
Agradecimentos: Ruh, Deise, Thamara, Taila, Thais, Saionara, Roberta e... Tal faltando alguém? Acho que não. Por terem me aguentado todos esses anos que eu escrevo fic e não paro de falar nelas, pedir opiniões, sugestões, capas e etc. Obrigada, meninas que moram no meu coração!
Agradecimento especial a minha beta, por ter tido paciência comigo. Sabe como é...Primeira vez.
Prometo que não vou encher tanto da próxima fic... Se tiver.

Beijos da BahChris.

Facebook: barbara_cristina.vr@hotmail.com
Twitter: Bah_RBDSD

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Nota da Beta: Qualquer tipo de erro encontrado nessa atualização, contacte-me por e-mail ou twitter, não utilizem a caixa de comentários. Obrigada, espero que gostem da fic. XX