Por: Stelah
Beta: Nelloba Jones

Segurei sua mão com força e puxei seu corpo contra o meu, sussurrando palavras de amor.
- Eu preciso dizer algo sobre mim que você não sabe. - ela sorriu em resposta.
- , não há nada que você diga, que me fará parar de te amar.
- Mas, , eu... Eu não quero esconder nada de você!
- Porra, , que saco! Você sempre estraga o clima, véi! - me irritei.
- Dá pra me chamar de , mano? Acabou o teatro, chega! - ele se afastou.
- Pensei que você fosse meu amigo... - dando uma pausa - Nem pra me ajudar a treinar pro encontro com a !
- Depois eu que dou pinta, né, ? - ele virou os olhos - Pô, imagina se alguém nos pega encenando isso?
- Aff... – dei-lhe as costas. – Afinal, o que queria tanto me falar no teatro, hein?
- Que eu tenho um pênis! – ficou vermelho e soltou uma gargalhada tosca.
- De novo essa piada? - sim, era a 20ª vez que ele dizia isso.
- Qual é, cara? Tô sem criatividade hoje. - ele fez cara de coitado.
- Beleza, agora faz logo a porra do seu papel! - dei-lhe um tapinha nas costas.
Nos ajeitamos e recomeçamos a cena:
- Eu te amo. - sussurrei em seu ouvido.
- Ai, , eu também te amo. - fez a voz mais afeminada que pôde.
- Você é linda, sabia? - acariciei sua cabeça.
- Eu sei que eu sou linda e gostosa... Agora dá pra ir para a parte interessante? - acho que ele se esqueceu de usar a voz fina, mas ao menos se lembrou do sorriso malicioso.
me empurrou contra a parede com força, encurralando-me. Sua boca estava muito próxima da minha, e por mais que eu tentasse me esquivar, ele me vencia.
- E aí, caras? Vim ver o negócio do trabalho da escola. - uma voz masculina veio da porta de entrada.
Senti meu corpo paralisar de medo. Não consegui dizer sequer uma palavra.
- Me desculpem, eu não queria atrapalhar, eu... – o invasor, nosso colega de sala, ficou surpreso ao flagrar tal cena. Só então, me soltou, tentei me explicar:
- Não, não é isso que você está pensando!!! – gaguejei.
- Ai, querido, o meu finalmente se rendeu e declarou seu amor! – interrompeu, com uma voz de travesti.
- Claro que não, é que essa bicha me agarrou! - gritei.
- Pára de frescura, amor. - ele apoiou o braço sobre meu ombro. - Pensa que eu não senti o negóciozinho subindo...?
- Chega! - o cara se irritou. - Não quero saber detalhes do relacionamento homossexual de vocês! Estou saindo do grupo, fui. - ele se retirou, bufando.
Olhei furioso para , já pensando nas conseqüências daquilo.
- Pronto, amor. – disse ele, ainda com a voz afeminada. - Podemos voltar pro nosso “love”.
- Caralho, será que dá pra sair do personagem? - eu queria socá-lo.
- Quem disse que estou atuando? - deu uma piscadela.

***


Dividir um apartamento com o meu melhor amigo não foi lá minha melhor idéia. é o cara mais folgado e gay do planeta!
- Bom dia, . - eu disse, com um sorriso alegre até demais ao preparar panquecas.
- Quem te disse que esse é um bom dia? - ele se sentou na mesa para o café.
- Dá pra levantar essa sua bunda branca e mole da cadeira e pegar mais ovos na geladeira? - o sorriso alegre desapareceu.
- Quem disse que minha bunda é branca e mole? - ergueu uma das sobrancelhas.
- Ora, , eu já vi tantas vezes você pelado... - eu disse.
- Ei, dá pra parar de expor nossas intimidades? - ele levantou-se da mesa. - Pessoas podem estar lendo isso!
- Quê? - confesso que brisei.
- Esquece! Minhas mãos não pegam ovos, se é que me entende... - o virou-se e fingiu não me dar atenção.
- Dá pra você, ao menos, pegar o sal? - gritei.
- Minha mão está ocupada no meu bolso... - ele colocava a mão no bolso do calção.
Tomei o café e me troquei para a escola. O vagabundo do faltava todas as segundas.

***


No colégio, todos pareciam observar-me com um olhar estranho, pareciam cochichar de mim. Mas não importava, já que ao entrar na sala de aula, me depararia com os olhos verdes de ...
- ! - ela me abraçou com força.
- , minha linda! - dei-lhe um selinho.
- Que história é essa de você estar se agarrado com um garoto!? - a cara dela mudou do nada.
- Então era disso que eles estavam comentando no corredor? - revirei os olhos. - Lembra do , aquele que disse que eu era dele quando a gente se conheceu?
- Como eu iria me esquecer daquele otário? - a mina estava furiosa, nem sabia que eu era tão gostoso.
- Mais do que otário, o é um adjetivo ainda não existente que fala sobre pessoas sem semancol e que adoram dar pinta... - eu disse.

Flashback On


Depois de um tempão no shopping esperando que alguma gatinha passasse, finalmente duas garotas maravilhosas aproximaram-se de nós:
- Oi, somos e ! - uma delas disse sorrindo.
- Olá... - e eu ainda estávamos paralisados pelo tamanhos dos seios.
- Vou ser direta. Ô, , você é mó gatinho e tals... O que acha de darmos uma voltinha por aí, só nós dois? - a aproximou-se ainda mais de mim.
- Saia já daqui, perua! – disse, numa reação surpreendentemente homossexual. - Esse bofe é meu!
- Nossa, me desculpem, eu não sabia que vocês estavam juntos... - corou.
- Juntos? – eu aumentei o tom de voz. – Gata, o e eu somos apenas amigos, mas é que ele tem problemas quanto a sua sexualidade...
- Na hora do “vamo ver”, amigos não existe no seu vocabulário, né, querido? - por que ele gosta tanto de pagar de bicha?
- Caralho, vocês são ou não são gays? - a amiga estressou-se.
- Nenhum de nós! – olhei furioso para . Fiquei até sem palavras, o que mais poderia dizer?

Flashback Off


- Tá, agora vamos esquecer o , amor... - apoiou seus braços em meus ombros.
- Então, hoje à noite, no restaurante, ainda está de pé? - perguntei.
- Então, . Hoje é segunda e acho que vai estar fechado. – disse ela em um tom dengoso.
- Não é problema, . Nós podemos assistir a um filminho em casa, abraçadinhos... Que tal? - procurei os olhos dela.
- Ah! - seus olhos brilharam. – Crepúsculo, diz que sim!
- Tudo pela minha namoradinha linda! - no fundo, eu queria sair correndo.
- Eu apareço por lá às oito! - ela me deu um beijo no rosto e sentou em seu lugar da classe.

***


Passei a tarde toda arrumando a bagunça que havia feito, enquanto o folgado curtia a cidade com alguma das minas dele.
Tinha comida até no teto e cuecas com freadas por toda a parte!
só chegou às 7, totalmente insano. Ele até tentou um strip, mas eu não tinha tempo para isso.
Tomei um banho e arrumei tudo para quando chegasse, mas nada disso adiantaria com meu amigo por perto.
- Cara, vem aqui um pouco. – eu o chamei.
- Qual é, cara, abre o jogo comigo. A casa tá arrumadinha, tu tá cheirosin, gostosin, bonitin. - além de meu amigo, ele também é bem idiota.
- A vai vir pra cá e eu quero que você suma! Sei lá, fica no quartinho dos fundos e não me enche... – eu disse chacoalhando-o.
- Tá, tá... Mas o que eu ganho com isso? – ele fez cara de criança fazendo birra.
- Te dou muita, mais muita comida. Uma pizza inteirinha só pra você, eu vou deixar na janela da cozinha que dá no fundo da casa. - dei uma piscadela daquelas de vendedor da TV.

***


Finalmente a campainha tocou, mandei para longe - com a ajuda de algumas travesseiradas - e dei meus últimos retoques. Isso soou gay.
Abri a porta com aquele ar sedutor, digno de filmes do Tom Cruise. Mas era apenas o entregador de pizza.
Arrumei a mesa e já levei a pizza do , só pra garantir.
A campainha tocou mais uma vez. Corri em direção à porta e a abri, desta vez, sem o ar galanteador. Era .
- Oi, meu ! - ela sorriu. - Trouxe Edward, Bella e Jacob!
Queria uma arma de fogo naquele instante. Quando garotas irão perceber que garotos seguros de sua sexualidade, não gostam de Crepúsculo? De alguma forma, teria que me recompensar por isso.
- Não ganho beijinho? - fiz cara de cão sem dono.
- Só se for roubado! - ela fez cara de menina mimada, que cai entre nós, ela era.
Passei meu braço por sua cintura e a abracei carinhosamente. Ela abaixou o rosto e sorriu envergonhada.
- Você disse roubado, né? - perguntei com um sorriso malicioso no rosto.
- Si... - antes que ela terminasse, arranquei um selinho, que se transformou num beijo longo.

***


Assim que nos ajeitamos no sofá da sala, servi a pizza e deixei os refrigerantes na mesa, o filme começou.
Eu não estava interessado naquele melodrama ridículo, estava apenas esperando pela hora certa para dar o bote, se é que me entende.
Na metade do filme, vi o reflexo de na cozinha, nisso eu já havia arrancado uns beijinhos de . Torci para que ele não fizesse barulho e voltasse para o quartinho dos fundos, mas o que eu poderia esperar daquele ser desprezível?
- Você ouviu isso, ? - parecia assustada.
Como eu poderia explicar o barulho de um guloso vacilão?
- Acho que foi o vento. - aproveitei para abraçá-la.
Dei uma breve olhada para trás e fez um sinal de positivo. Suspirei. O dia estaria a salvo?
O barulho sucessor a aquele foi realmente assustador e tive que acender a luz.
- , me salva! - é permitido rir da cara da própria namorada?
Ao caminhar até a cozinha, dei de cara com espatifado no chão. Precisou de muita luz para que eu não cometesse um homicídio.
- Desculpa, aê, pessoal. É que eu derrubei fanta uva no chão e acabei escorregando. - ele fez cara de gozação.
- , antes que você pergunte qualquer coisa, o , quer dizer, isto, mora aqui em casa. - tentei ser o mais direto possível.
pareceu não se importar com a presença de meu amigo:
- Ainda bem que não era nenhum vampiro e ninguém se machucou. - ela estava tentando ser engraçada? Não rolou. - Sorte que eu já assisti a esse filme exatas 47 vezes e então não perdi nada nesse tempo. Se quiser, , posso te contar o que aconteceu! - ela voltou saltitante para o sofá da sala e deixou e eu sozinhos.
- Ela é doce demais pra você. - Meu amigo virou os olhos, claramente com ciúmes.

***


Voltamos para a sala, acomodei-me ao lado de minha namorada enquanto sentava-se no outro sofá: será que ele não se toca?
O filme já não era dos melhores e o meu maldito amigo faria um barulho enorme para mastigar a pizza.
- Olha lá! Lá vem o vampiro impotente! - comentário típico do .
olhava para ele com cara de reprovação.
O clima romântico foi ainda mais detonado quando buscou uma garrafa de whisky e nos ofereceu.
Rejeitei a oferta, mas aceitou por educação. E por educação, ela também aceitou a 2º e a 3º dose, mais do que o suficiente para ela soltar um comentário desses:
- Nos bastidores, o Robert chupa o Taylor! - só digo uma palavra: Medo.
O pior de tudo era que e eu estávamos sãos.
Acho melhor mudarem o nome da fic para: Eu, uma bêbada e um retardado.

***


Finalmente o filme acabou e tive que levar no colo para a cama do quarto.
- Agora é só fazer o trabalho! - sorriu maliciosamente.
- Você estragou tudo! - preciso de algum tipo de alvará que permita cometer assassinato quando a vítima é esse tipo de filho da puta.
- Qual é, cara? A mina tá dopadinha e só ir lá e vu! - ele num gesto obsceno.
- Ela não iria conseguir nessas condições... - olhei irritado, mas logo mudei minha face. - Ou iria?
- Pelo jeito que ela está? Com certeza iria. - meu amigo é um tarado cheio de hormônios, muda o nome da fic outra vez!
- Mas isso pode ser considerado estupro? - cara de lesado mode on.
- Eu sei lá! Dizem que cú de bêbado não tem dono... - me deu um empurrãozinho.
Sabe aquele capetinha que fica no ombro da pessoa da consciência má? Então, o meu é o .
Interrompendo nossa conversa, e muito bem, apareceu na sala só de lingerie:
- Tem certeza de que quer me colocar para dormir?
Corri e a empurrei para dentro do quarto, aquela bêbada tinha dono sim!
- Vai lá logo, ! Qualquer coisa, sou testemunha de que foi por livre e espontânea vontade. - ele ergueu as sobrancelhas, todo orgulhoso.

***


Entrei no quarto e ao fechar a porta, tive uma certa sensação de liberdade. Devia aproveitar aquele momento louco com , ela boazinha já estava enjoando mesmo.
A meia luz, tudo parecia mais sensual. Para adiantar tudo, já fui ficando de cueca e me jogando na cama.
subiu em cima de mim e começou a beijar-me loucamente, passando as mãos em meu cabelo. Suas mãos foram descendo, elas foram a minha barriga sarada, até conferir minha cueca.
Não consegui me segurar. Empurrei para o lado e subi em cima dela, repetindo seus atos e depois retirando o resto de suas roupas com muita pressa.
Olhei para seu rosto e sorri. Ela devolveu sorriso, junto de um gesto de aprovação.

***


Nós estávamos próximos ao ápice, quando o barulho da porta do quarto caindo no chão nos surpreendeu.
cobriu seu corpo nu com o edredom e eu apenas ergui os olhos para ver o que acontecera. Tudo que eu vi foi o maldito do .
- Desculpa aê, pessoal, só tava testando uma vídeo-aula. - fez piada.
- Você atrapalha tudo, não é mesmo? - gritei furioso.
- Pô! Eu não posso me divertir, não? - ele levantou-se no chão.
- Fora daqui, !!! – lancei-lhe um olhar de serial killer.
- Calma, amor... - interrompeu, segurando um de meus braços. - Por que não deixa seu amigo se divertir conosco?
Acreditem ou não, mas eu concedi o pedido! subiu na cama e já foi tirando a camisa.

***


Abri os olhos lentamente. A minha frente, na parede, o relógio marcava 11:30 da manhã, portanto, nada de aula, pois eu já havia perdido.
Espreguicei-me e olhei para os lados, posso dizer que só então acordei. Lá estávamos: eu, e na mesma cama. Limitei-me a encarar o fato, sem repescar qualquer cena da noite anterior. Eu não acredito que aquilo aconteceu!
Pensando bem, nós três juntos não podia ser tão ruim...

Imaginação On

Nós três vendo futebol: me ajudando a torcer e me massageando.
Nós três tomando banho: pega o sabonete e segura a toalha do lado de fora do Box.
Nós três na balada: fica dançando para mim enquanto e eu bebemos.
Nós três na limpeza da casa: não existe nessa cena e e eu damos um jeito em tudo, com ela pouco vestida, claro.

Imaginação Off

É, isso me parece divertido...

Epílogo


Algum tempo depois

se mudou para minha casa e estávamos morando nós três juntos. Tudo estava perfeitamente bem.
e faltaram na escola e lá estava eu, voltando alegremente para encontrá-los.
Peguei minha chave e abri a porta, deparando-me com os dois beijando-se!!!! Desde quando isso era permitido? A é só minha e o é só meu também, eu acho...
Os dois pararam no mesmo instante e me olharam surpresos:
- Qual é, ? e eu somos como irmãos! - não era hora para piadinhas, não mesmo.


Continua...?


N/A: Me diverti muito ao construir essa fic e principalmente o personagem do melhor amigo.Usei até umas tiradas que uso na vida real! HEHE’ E aí,estão á favor de continuação?



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