- null, tá pronta? – null perguntou assim que a amiga atendeu o interfone.
- Quase, quase. Eu só tô com sono... Por que a gente tem que ir assim tão cedo? – null perguntou e bocejou.
- Porque a viajem demora, queridinha!
- Pena que a null e a null não vão poder ir, né!
- É... Ia ser Mara se elas fossem com a gente... Bem, pelo menos nós ainda temos as férias de verão! Dublin nos espera! Mas, enfim, termina de se arrumar e vem direto pra cá.
- É, só não pode morrer nenhum outro parente até lá! – null disse em tom de brincadeira.
- Cruzis! Bate na madeira! E anda logo! Tchauzinho.
- Ok, bye.
null e null eram vizinhas e amigas desde pequenas, juntas formavam um grupo de amizade com null e null, elas conheceram as outras duas na escola e foi ‘amizade à primeira vista’. As quatro também formavam uma banda, a Point Of View, mas não levavam isso muito a sério. Elas tinham combinado de ir para a casa da tia de null nas férias de julho, mas o avô de null e null, que eram irmãs, faleceu uma semana antes, fazendo com que as garotas não pudessem mais ir. Com isso, null teve que escolher a sua segunda opção, que seria passar as férias na casa de sua tia Cathy, em Bolton, o que não seria nenhum sacrifício para ela, por causa de um certo garoto chamado null null, seu quase-primo que ela já não odiava mais, pelo contrário. E, assim, ela resolveu chamar null para ir com ela.
- Então, esse seu primo tem algum amigo bonito? – null perguntou quando elas já estavam no carro com os pais de null, à caminho de Bolton.
- Cara, você não perde tempo, né? – null riu.
- Ah, deixa eu ser feliz, pô! Então, tem?
- Não sei, eu não vou à casa dele a muito tempo! Mas ele disse que tem uma banda, pode ser que um desses garotos seja gato, sei lá!
- Ow, todos! – null disse levando um pedala da amiga. E assim, elas seguiram viajem.
- null, será que ela vem? Tá, tudo bem que meu pai disse que ela vai viajar com as amigas e tal, mas vai que ela decide mudar de idéia? – null andava de um lado para o outro, o que fazia o amigo ficar irritado.
- Calma, cara! Por que esse nervosismo todo? Ela é só sua prima! – null, o tal amigo, disse.
- Não, você sabe que ela não é só minha prima. Na verdade nem prima é, mas você sabe da nossa ‘história’.
- Nossa, duas ou três semanas é considerado uma ‘história’ já?
- Bem, pra mim, sim.
- Tá, mas agora você tem uma namorada, você tem que se preocupar com ela, cara!
- É, eu sei... Mas eu não queria que a null soubesse da Kristen desse jeito!
- Tudo bem, mas um dia ela vai ter que ficar sabendo, não acha?
- É... Mas eu espero que ela não venha, do mesmo jeito!
“Mal sabe ele que eu só tô com a Kristen pra tentar esquecer dela, o que é mais um motivo pra eu não querer que ela venha. Eu não posso ter uma recaída agora!”. null pensava enquanto ia ligar para a namorada. Quando ele voltou para a sala, teve uma surpresa nada agradável.
- Sue! Frank! null! Amiga da null! – Cathy falava enquanto cumprimentava cada um. null e null já estavam na sala também.
- Er... O nome dela é null, tia! – null disse.
- Prazer! – null cumprimentou todos.
- E... Cadê o null? – null perguntou.
- Ah, ele tava no quarto, ligando pra na... – null ia falando, quando null a cortou.
- Natália, uma amiga minha que faz aniversário hoje! – null lançou um olhar ‘matador’ para null, que deu língua para ele. – Oi, gente! – e ele cumprimentou cada um, demorando um pouco em null. – Não sabia que você vinha... – ele disse no ouvido dela.
- Eu não ia vir, eu ia viajar com as minhas amigas, mas a gente teve uns probleminhas. – null riu, tentando disfarçar suas bochechas que provavelmente estariam dois tomates agora.
- É, o avô das nossas amigas morreu... – null disse, levando uma cotovelada de null. – Que foi? Não se pode falar a verdade por aqui? – ela perguntou, boquiaberta.
- Não é isso, é só que não é muito legal ficar falando dessas coisas, né! – null respondeu.
- Não, tudo bem. – null sorriu. null, que estava ao lado de null, pigarreou.
- Ah, é! null, esse é null, meu amigo. null, essa é null, minha... prima. – null ficou ansioso, esperando pela correção de null: “Prima não, quase-prima!”, mas ela não o fez.
- E essa é null, minha amiga. – null disse.
- Mas podem me chamar de null! – null sorriu ao perceber que null não tirava os olhos dela.
- Bem, o que a gente pode fazer por aqui? – null perguntou a null.
- Como assim? – ele respondeu, confuso.
- Pra sair do tédio, sei lá.
- Ah... – null ia dizendo quando foi cortado por null.
- Nossa, mas vocês acabaram de chegar! Não tão cansadas, não? – null perguntou.
- Bem, na verdade... Não. Eu só tô com tédio. – null disse.
- E com fome! – null completou.
- Ok, Vamos ver... A gente pode jogar alguma coisa depois do almoço. – null disse.
- Quem topa Imagem & Ação? – null perguntou, animado. Todos concordaram.
Poucos minutos depois, Cathy anunciou o almoço. Depois, eles foram jogar.
As duplas foram: null e null contra null e null.
Capítulo 2 – A tal namorada.
Eles ficaram jogando boa parte da tarde, enquanto os adultos conversavam. null foi para a casa de uma amiga, onde iria dormir. Agora, estavam todos no quarto de null, conversando.
- Então, animados com o último ano de escola? – null perguntou.
- Nossa, mais triste do que animada pra falar a verdade. – null disse.
- Bem, pra mim tá tudo ótimo até agora! Poder dirigir é a melhor coisa desse ano! – null disse, null e null concordaram.
- Isso, se gabem só porque vocês já tem 18 anos! Mas, tudo bem... O meu aniversário já tá chegando, ok? – null disse, emburrada.
- Ah, por falar no seu aniversário, já pensou no que você vai fazer? – null perguntou.
- Já! Como eu não tive uma festa de 15 anos tradicional, com aquela coisa toda, minha festa de 18 vai ser um baile de debutantes, onde todos vão ter que estar de máscara! Com o tema de ‘O Fantasma da Ópera’! – ela disse sorrindo.
- Nossa, vai ter toda aquela parada de valsa e tal? – null perguntou, com cara de nojo.
- Não, não! Não vai ser tão tradicional assim!
- Ah, tá. – todos riram. A campainha tocou.
- null, A KRISTEN TÁ AQUI! – null gritou lá de baixo. null e null automaticamente se olharam com a pior cara de assustados possível.
- Er... Quem é Kristen? – null perguntou quando percebeu a cara dos dois.
- Amooor! – Kristen disse, subindo as escadas em direção ao quarto de null.
- Ah... – null ficou pálida na hora. null olhou para null e depois para null, em busca de alguma reposta.
- É... Assim... Kristen é a minha namorada. – null respondeu, nervoso e olhando para baixo.
- Sua... Sua na... Namorada? – null perguntou, tremendo.
- Ô-ow. – null e null falaram ao mesmo tempo. Nesse momento, Kristen entrou e se lançou nos braços de null. null, ao olhar aquilo, saiu correndo do quarto dele para o banheiro. null se levantou, olhou para null e disse: “Mandou muito mal, cara!” E saiu correndo atrás da amiga.
- Er... O que houve? – Kristen perguntou, confusa.
- Sabe aquela minha prima, que eu tinha te contado? – null perguntou.
- Sim, aquela que você odiava, mas que nas férias vocês ficaram... – ela disse.
- É. É ela. – ele abaixou a cabeça.
- Então, parece que ela gosta mesmo de você, né? – Kristen disse com a voz meio triste.
- Não sei. Mas, também não faz diferença, afinal foi ela mesma quem disse que tinha sido só um ‘caso de verão’.
- Bem, tenta conversar com ela, cara. – null se intrometeu.
- Acho difícil ela querer olhar na minha cara agora, mas eu vou tentar.
- NAMORADA! ELE TEM NAMORADA? – null perguntava (quase gritava), chorando. Ela estava sentada no vaso, fechado e null estava em pé, na sua frente.
- Bem, ele não tinha nenhum compromisso com você, oras! Uma hora isso ia acontecer. Ou você acha que ele ia ficar esperando por você? – null tentava (bem mal) acalmar a amiga.
- Mas, como ele é rápido, hein! Cadê aquele null null que ficava me mandando mensagens do tipo: “Quero logo que as próximas férias cheguem” e “Tô com saudade das nossas brigas...”? Tudo bem, eu deveria ter desconfiado de alguma coisa quando ele parou de falar comigo do nada, em abril. Mas não é motivo pra ele já ir logo procurar uma garotinha aí pra se agarrar! – ela já não estava mais chorando, mas sua raiva só aumentava.
- Calma! Olha, pelo que você me contou, você resumiu tudo o que aconteceu entre vocês dois como um ‘caso de verão’. E, já que foi assim, você acha mesmo que ele ia pensar: “Ah, ela diz isso, mas na verdade eu sei que ela gosta de mim. Nas férias seguintes vai acontecer a mesma coisa, aí nós vamos namorar, depois vamos casar e seremos felizes para sempre!”? É claro que ele deve ter desencanado! E nada melhor pra desencanar de um ‘caso’ do que ter outro.
- Tá, tudo bem. Mas, ele foi rápido demais! E outra coisa, por que ele não contou nada antes dela aparecer? Isso significa que ele não ia contar? E por que ele ficou tão nervoso quando ela chegou? – null estava confusa, não sabia o porquê, mas aquilo tudo tinha machucado e muito.
- Bem, às vezes ele ia contar, só tava esperando o momento certo...
- Por que é sempre assim? – null estava chorando de novo e null a abraçou.
- Ele é importante mesmo pra você, não é? – null perguntou. Ela sabia a resposta, porque nunca tinha visto null tão feliz do que quando ela falava de null.
- Era... Mas, agora passou. Ele tá em outra, isso significa que pra ele, não foi nada importante o que aconteceu entre a gente. E, já que não foi importante pra ele, por que seria pra mim? Cansei de chorar por causa de garotos que não merecem. – ela respondeu decidida, secou as lágrimas e foi retocar seu lápis de olho.
- Isso aí, garota! Agora vamos voltar pra lá, porque eu tenho um ‘amigo’ me esperando! – null disse e null sorriu.
- É, parece que alguém tá toda boba, hein!
- Ah, ele é bonito, poxa! – null deu língua.
- Vai fundo! Não se preocupa comigo, ok? Aproveita! – null sorriu e elas saíram do banheiro em direção ao quarto de null.
Capítulo 3 – Foi só um caso de verão.
- null, será que eu posso conversar com você? – null perguntou, assim que null e null entraram no quarto. Para sua surpresa, null não estava com cara de choro, muito pelo contrário, estava sorrindo!
- Conversar? O quê? Ei, não apresenta as pessoas, não? – null disse, sorrindo. Mas só ela sabia tudo que passava em sua cabeça naquele momento.
- Er... Bem, essa é Kristen, minha namorada. Essa é null, minha prima e null, a amiga dela. – null as apresentou, mas não estava nada confortável com a situação.
- Prazer! Ele falou muito de você! – Kristen disse à null.
- Imagino! – null sorriu. - Então, eu vou lá em baixo pegar minha mala e ver aonde eu vou dormir, ok? Já volto! – ela disse e saiu.
- Já volto. – null disse e foi atrás dela.
- Ei! – ele a chamou.
- Ah, oi. – ela virou, sorrindo.
- A gente podia conversar?
- Conversar o quê?
- Vem aqui... – null disse e a levou para o quarto de null.
- Tá, fala logo, porque eu quero tomar banho! – ela fez cara de cansada.
- Bem, eu queria te pedir desculpa por não ter falado nada sobre a Kristen antes.
- Tudo bem, eu não me importo.
- Não? Bom, se não se importasse, não teria saído correndo daquele jeito! – ele sorriu, debochado.
- Eu me importava, mas agora não faz mais diferença. – null bufou.
- Como não? – null estava confuso.
- Ué, por que eu deveria ligar para isso? Já que você desencanou tão rápido, agora é a minha vez!
- Ah... - ele ficou sem fala, diante daquilo. Então, ela tinha sentido algo por ele. Aquele papo de ‘caso’ não era tão de sério assim...
- Bê! – ela deu língua. Ele sorriu, sem graça.
- Então isso que dizer que você sentiu algo, né? – null perguntou.
- Sim, mas não faz diferença.
- E, por que não?
- Porque pelo visto, você não sentiu. – ela já estava sentindo as lágrimas voltarem, mas estava decidida a não se mostrar fraca diante dele.
- Bem, agora você já não sabe de nada. – ele disse.
- Ah, fala sério! Se você tivesse sentido, não ia arrumar uma namorada assim, do nada!
- Não foi do nada!
- Ah, não. Você simplesmente saiu e pensou: Vou arrumar uma garota pra mim, a null que se dane. Ela não importa mesmo! – null já estava ficando alterada. Ele realmente a irritava e muito.
- Você tá errada...
- Ah, tá. ENTÃO VAI DIZER O QUÊ? Que ela é só um passatempo pra você? Enquanto não me encontrava de novo? – ela gritava, mas foi diminuindo o tom de voz, porque percebeu que não estava isolada das pessoas.
- Não, eu não trato as pessoas assim. – null disse, cabisbaixo. Será que ela pensava realmente isso dele?
- Ah, claro! Agora é o senhor certinho! Me poupe, null.
- Não, eu não sou certinho porque o que eu fiz não foi nada legal.
- Então, o que você fez? – ela estava realmente curiosa e mais calma agora.
- Bem, eu achei que se namorasse alguém, talvez pudesse te esquecer, esquecer tudo aquilo que aconteceu, porque como você mesma disse, foi tudo um caso de verão. – null esperava que ela acreditasse nele, mesmo sabendo que sua prima era cabeça dura.
- Ah, que bonitinho! Mas quer saber? EU NÃO ACREDITO! Ah, por favor! Tá na cara que você tá usando a garota como seu brinquedinho, null! – null era mesmo cabeça dura.
- Tudo bem, não acredita em mim. Mas, um dia você vai perceber que esse seu gênio te prejudica às vezes.
- HAHA. Por favor, sem sermões, ok? Então, falou tudo?
- Quase. Só falta uma coisa.
- Então, fala logo. Você realmente me irrita, sabia? – ela bufou.
- Eu sei e te digo o mesmo. Mas, enfim. O que aconteceu foi mesmo só um caso? Ou você ainda sente alguma coisa por mim? – null perguntou olhando para os pés. Ele precisava fazer essa pergunta a ela, mesmo que não tivesse coragem nenhuma e mesmo que tivesse quase certeza que ia levar mais uma ‘patada’ dela.
- Sim, foi. Agora, eu vou tomar banho. – null disse e saiu, deixando null sem reação. Ele tinha certeza que ela responderia isso, mas não estava preparado para isso. “Então, é verdade. Ela não sente nada por mim. Idiota! Mil vezes idiota! Mas é claro, ela já tinha dito que foi só um caso! Por que ela mudaria de idéia assim? Ciúmes? Não, ela definitivamente não gosta de mim. Boa, null, agora você é o bobinho apaixonado por uma garota que nem liga pra você!”. Ele ficou por algum tempo pensando e resolveu desistir dela. Ele tinha Kristen, ela era linda e gostava dele. Do que ele precisava mais? Nada! Era isso.
Mas ele sabia que Kristen podia ser a melhor garota do mundo, mas não era null.
Enquanto tomava banho, null se arrependia de tudo que havia acabado de falar para null, mas principalmente de ter confirmado que não sentia nada por ele. Ela sabia muito bem que sentia, sim, e sentia algo forte por ele, algo que só aumentava toda vez que eles se falaram depois das férias. Ela se sentiu sozinha quando ele ‘misteriosamente’ decidiu parar de ligar e de mandar mensagens para ela. Ela sabia, que no fundo, amava null. Mas, seu ego, seu gênio e sua raiva momentânea fizeram-na jogar tudo aquilo para o alto. Ela sabia que agora, null nunca mais iria olhar na cara dela e que todas as chances dela tinham ido por água abaixo. “Mas, não custa nada tentar, não é?”. Ela disse e saiu decidida a tentar reconquistá-lo.
Capítulo 4 – She Left Me.
Já eram 01:30h da manhã quando todos resolveram ir dormir. Kristen já tinha ido embora e estavam todos (até os pais) na sala, conversando. O clima entre null e null não era nada ‘amigável’. null e null já estavam bem ‘amiguinhos’. Como na casa deles havia dois quartos de hóspedes, Cathy e Frank ficaram em um e null e null ficaram no outro. Enquanto null, que estava lá há dois dias (ele morava em Londres), ficou no quarto de null.
Uma semana se passou, e eles não faziam nada mais do que ficar o dia inteiro conversando, jogando ou cantando, já que null fazia parte da banda de null. Kristen também ia todo dia para lá e não desgrudava de null, o que faziam os planos de null irem cada vez pior.
- Nossa, parece que tem algum chiclete entre ela e ele, não é possível! Ela não desgruda nem quando ele vai ao banheiro! – null disse para null e null, que já estavam em clima de romance, abraçados.
- É normal isso! Eu não sei como ele ainda não enjoou dela! Ele sempre disse que odiava garotas-chiclete, só que ele namora a rainha delas! – null disse enquanto olhava Kristen ajeitando pela décima vez a camisa de null. Sim, eles estavam contando!
- É, eu também não gosto de garoto-chiclete! É sufocante, sei lá. – null disse.
- Que bom que eu não sou assim! – null brincou.
- Nem eu! – null deu língua.
- Aah, essa atmosfera romântica toda tá me dando enjôo! – null disse e levantou. null e null riram dela. – null, posso usar seu computador? – ela perguntou a ele.
- Pode. – ele teve que se desvencilhar de Kristen, que já estava tentando beijá-lo de novo, para responder.
- Ok. – null disse rindo dele e subiu.
- Ela tá bem? – Kristen perguntou.
- Tá, é que ela não é muito romântica, sabe! – null tentou ser simpática.
- Ah, tadinha! Eu sou muito romântica, não é, amor? – Kristen disse, dando um selinho em null.
- É, é sim... – ele sorriu sem graça. De uns tempos pra cá, Kristen estava romântica até demais. E ele, que nunca gostou disso, já não estava agüentando.
- Ô se é! – null falou baixo e null começou a rir.
- Que foi? – Kristen perguntou.
- Nada, eu sou doida assim mesmo! – null disse, ainda rindo.
null estava no quarto de null, conversando com as amigas no computador e resolveu olhar as coisas dele. Abriu uma gaveta da bancada e viu um caderno, abriu e viu que eram as letras de null. Começou a ler e ficou impressionada. Ela sabia que ele escrevia bem, afinal, ela foi a primeira pessoa a escutar uma música dele. Mas, ele realmente era bom! Ela leu algumas, mas uma certa letra a chamou atenção. O nome era: “She Left Me” e foi escrita no dia seguinte da briga deles. Ela era assinada por null e por null. null não sabia o quê, mas algo naquela letra a fazia ter certeza que falava sobre ela. “Tá bom, pára de achar que tudo que ele faz é inspirado em você. HELLO! Ele provavelmente te odeia agora, você pra ele não é nada! E pára de ficar mexendo nas coisas dele”. Ela guardou o caderno, desligou o computador e desceu.
- Demorou, hein! Tava fazendo o quê? – null perguntou ao ver null descendo as escadas e indo de encontro a eles.
- Ah, eu tava falando com as garotas. – null sentou no sofá.
- E como elas estão? – null se sentou do lado dela.
- Ah, ainda estão tristes, mas o pior já passou.
- Coitadas, cara! – elas ficaram sentadas, olhando para o nada.
- Tá bom, vamos acabar com essa melancolia? – null perguntou se jogando em cima das duas. Elas começaram a rir.
- Ok, mas como? – null perguntou.
- Bem, tem uma festa de um amigo meu e do null hoje e nós podemos levar convidadas! – null respondeu animado.
- Ah, vão vocês. Eu não quero ser vela! – null brincou, mas era a verdade.
- Ah, a Kristen não pode ir, ela teve que ir para a casa da avó dela, então não vamos em casais! – null se manifestou, fingindo estar triste.
- Isso! Então a gente vai, né amiga? – null perguntou, quase suplicando. null sabia que a amiga não iria se ela não fosse, então resolveu ir.
- Ok, mas que horas é a festa? – null perguntou.
- Começa às 21:00h. – null deu de ombros.
- Bem, são 20:30h e como eu sei que vocês meninas demoram para se arrumar, eu acho que é melhor vocês irem na frente, né? – null disse.
- Ok, vamos. – null disse e levou null consigo para o quarto ‘delas’.
- Festa, festa, festaa! – null cantarolava enquanto ia para o banheiro tomar banho.
- Nossa, por que toda essa animação? – null perguntou enquanto escolhia sua roupa.
- Ah, eu gosto de festa, né!
- Ok, blusa e calça ou vestido? – null perguntou em dúvida.
- Blusa e calça. Vestido não é muito adequado para esse tipo de festa, né?
- Boa!
Os meninos se arrumaram rápido e ficaram na sala esperando por elas.
Quando null e null desceram, eles ficaram boquiabertos. Elas estavam lindas! null estava usando uma camiseta com detalhes em vermelho, uma calça jeans, um all star vermelho e estava com os cabelos preso em um rabo de cavalo. null estava com uma bata azul e branca, uma calça jeans skinny, um all star branco, e estava com os cabelos, que agora tinham mechas azuis, soltos. Estavam simples, mas lindas. null logo percebeu que Kristen realmente não era null. Sentiu borboletas no estômago quando ela se posicionou ao seu lado. Ele nunca sentiu essas tais ‘borboletas’ com Kristen, era algo exclusivo de null.
Capítulo 5 – Nem todas as festas acabam bem.
Chegaram na casa de Joey, o tal amigo, e já tinha muita gente. A música estava alta, havia uma boa concentração de pessoas na sala, onde era a ‘pista de dança’ e a bebida estava liberada. null e null apresentaram as meninas para quem eles conheciam na festa. Eles se sentaram em um dos sofás e ficaram por quase uma hora ali, conversando e bebendo.
- Tá, não agüento mais ficar aqui sentada. Vamos dançar, null? – null bufou.
- Ah, não tô muito afim, não... null, dança com ela? – null sugeriu e recebeu um sorriso da amiga.
- Ok, vamos, senhorita? – null pegou a mão de null e foi com ela para a ‘pista’.
null e null ficaram um tempo em silêncio até ela perceber que aquele era o momento ideal para eles poderem conversar.
- Er... Oi! – null disse sorrindo.
- Oi! – null sorriu também, mas desconfiado.
- Então... A festa tá legal, né? – qualquer assunto serviria para eles voltarem a se falar direito.
- Tá. Mas, por que a pergunta?
- Ok. É que eu não consigo ficar assim, sem falar contigo. Ah, qual é, a gente já ficou quase uma semana sem se comunicar como pessoas civilizadas!
- Sim, mas tem um motivo, né?
- É... null, a gente pode conversar?
- Mas, a gente já não tá fazendo isso?
- Sim, mas é que tá meio difícil de te ouvir aqui. Vamos lá pra fora!
- Ok.
Eles levantaram e foram para a parte da frente da casa de Joey, onde tinha menos pessoas e um gramado grande. Se sentaram e ficaram em silêncio.
- Então... – null começou.
- Hã? – null não sabia o que falar.
- A gente já tá aqui fora!
- Ah, é.
- Então... – ele disse de novo, agora rindo.
- Bem, é que eu queria te pedir desculpa. – ela disse, se virando de frente para ele.
- Me pedir desculpa pelo quê?
- Por tudo que eu disse naquele dia, por eu ser tão chata e me irritar fácil.
- Ah... Tudo bem, você não tem do que se desculpar, afinal você só disse o que pensa!
- Não, não. O problema é esse! Eu não falei o que eu penso.
- Ah, não? – ele sabia que ela não estava falando a verdade, mas queria ver até onde ela iria.
- Não. Ah, você sabe como é, eu fico irritada rápido, aí eu falo besteira. Eu falo sem pensar.
- Hm... Então você falou aquilo sem pensar?
- É! E não era verdade.
- O que não era verdade?
- Aquilo de eu não sentir nada por você, de que o que aconteceu foi só um caso.
- Mas, se não era verdade, por que você disse?
- Porque eu tava com raiva, aí eu falei besteira, você sabe como é.
- Sim, eu sei. O problema é que você tá quase sempre com raiva. Como eu vou saber então se você vai estar falando a verdade ou não?
- Eu sei, mas eu... – ela sabia que ele estava falando a verdade, ela quase sempre ficava com raiva e por conseqüência disso, descontava nele.
- Eu disse que um dia você perceberia que o seu gênio te prejudica às vezes.
- É, você disse. – null se sentia derrotada. Então era isso, ele não ia acreditar nela e acabaria assim.
- Então, parece que agora você percebeu, né. – ele adorava dar uma de pai pra cima dela.
- Sim, percebi. Mas, você não pode acreditar em mim pelo menos uma vez?
- Bem, eu tenho um ‘vale descrença’ com você.
- Hã?
- É, você não acreditou em mim sobre o meu motivo pra namorar a Kristen, então eu posso não acreditar em você sobre isso. – ele piscou.
- null, isso não é uma brincadeira! – ela não estava acreditando.
- Eu sei, mas eu ainda tenho crédito, oras!
- Ok, então você começou a namorar pra tentar me esquecer? – “Será que é mesmo verdade?”. - Sim.
- Então, esqueceu? – “Ai, Deeus!” - Não.
- Não? – “Eu tenho chances, eu tenho chances!”. - Não. – null não entendia aonde ela queria chegar com aquilo. “Ela quer o quê? Que eu termine com a Kristen e fiquei com ela pra no final das férias, ela ir embora e eu ficar sem nenhuma das duas?”. - Ok, então isso significa que você gosta de mim? – “Diz que sim, diz que sim!”. Ela não sabia o porquê disso, mas estava feliz.
- Gosto. Quer dizer, gostava. Até você admitir que nunca sentiu nada por mim e me deixar com a maior cara de idiota possível! Valeu mesmo, hein!
- Eu... Eu não tive culpa!
- É, eu sei, aquela coisa toda da raiva de novo. Olha, null, isso não cola, ok? Você não gosta de mim, eu parei de gostar de você, estamos quites! – ele sabia que não era verdade, mas não queria se magoar e nem magoá-la de novo.
- Então é isso, você simplesmente deixou de gostar de mim? – “Não, lágrimas, fiquem aí! Aaah!”. - Sim. E também, eu tenho a Kristen, ela, sim, gosta de mim de verdade. – como aquilo doía para ele.
- Tudo bem... Eu só queria que você acreditasse em mim, mas já que não vai, tô vendo que vai ser impossível a convivência com você. Me desculpa por ser tão idiota ao ponto de quase pedir para você deixar a sua namorada e ficar comigo. Afinal, ela não tem culpa, não é? – null disse já com lágrimas nos olhos e voltou para dentro, à procura de null.
- null! – null foi atrás dela, mas ela fingia que não o conhecia.
Capítulo 6 – Mudanças de planos.
- null! – null finalmente achou a amiga junto com null na parte de trás da casa.
- null! O que houve? – null se assustou, por que null estava chorando?
- Quem foi? Me diz que eu junto meu bonde e a gente acaba com ele! – null deu uma de ‘machão’.
- Bem, você realmente não gostaria de acabar com ele! – null respondeu, secando as lágrimas.
- Por que? – null não entendeu.
- Nada. Olha, vamos embora? Acho que essa festa já deu o que tinha que dar, né?
- Ok, vamos. – null disse.
- Vocês vão indo pro carro que eu vou procurar o null. – null disse e foi atrás do amigo.
- Ok, pode me contar agora? – null perguntou a null logo que elas estavam chegando no carro.
- É o null. Eu fui tentar pedir desculpas pra ele e ele simplesmente disse que não acreditava em mim! – ela já estava chorando de novo.
- Nossa, que ridículo! Depois você me conta o resto, eles estão vindo. – null disse e null concordou.
E nesse clima nada legal, eles voltaram para casa. Como já estava tarde, foram todos tomar banho e depois foram para seus quartos.
- Cara, você sabe por que a null tava chorando daquele jeito? – null perguntou logo que null saiu do banheiro de seu quarto.
- Ela chorou? – ao ouvir aquilo, null se sentiu pior do que antes. Então, ela estava mesmo dizendo a verdade!
- É! Espera aí... Você sabe! O que aconteceu? – null se jogou em sua cama improvisada, que era ao lado da de null.
- Bem, naquela hora que você e a null foram dançar, a null veio com um papo estranho, dizendo que queria conversar comigo.
- E...?
- E ela veio pedir desculpa por ter falado que não sentia nada por mim e veio com um papinho de que era porque ela tava com raiva, aí falou da boca pra fora. Vê se pode!
- Cara, por que não pode ser verdade?
- Porque não! Porque ela sabe que isso era importante pra mim! Cara, eu gosto dela! Mas, depois que ela admitiu que não sente nada por mim, eu tenho que desencanar, né!
- Mas, ela disse que era m e n t i r a! – null soletrou as palavras para null.
- Eu não sou idiota, ok! Bem, de qualquer forma eu disse pra ela que não gostava mais dela e que agora eu tenho a Kristen. E fim de papo. Pra quê eu vou me preocupar com o passado?
- Eu não acredito que você disse isso pra ela! – null não acreditava em o quanto o amigo podia ser burro!
- Claro que disse, por quê? – null não entendia. Ele tinha resolvido tudo!
- Porque é óbvio que se ela ficou tão mal assim, é porque ela gosta mesmo de você! E você acaba de jogar fora a sua chance de ficar com a garota que você ama! Parabéns, esperto! – null disse e se virou para dormir.
- Eu... Eu... Droga! – null levantou e foi até o quarto de null.
- Então, foi isso! Ele não gosta de mim e tem a namoradinha lá pra ficar. – null contou tudo que aconteceu e estava de novo com lágrimas nos olhos.
- Ah, amiga! Ele é tão idiota! Na boa, se ele não se desculpar, desiste! Não vale a pena se machucar por um mongol desses! – null disse, abraçando-a.
- É. Valeu, amiga! – null sorriu. Nesse momento, elas ouviram alguém batendo na porta do quarto.
- Ué, será que é minha mãe, pra ver se tá tudo bem? – null achou estranho e foi abrir a porta. Deu de cara com null.
- Olha, eu sei que eu fui um idiota por não ter acreditado em você e ainda mais por ter falado aquilo tudo. Eu sei que nesse momento você deve estar me odiando por isso. Então, o que me resta é te pedir desculpas por tudo e dizer que, sim, eu ainda sinto algo por você. Algo forte. – ele ia atropelando as palavras e deixando null boquiaberta. - Ah, e fazer isso.
Ele não deixou ela reagir, num impulso, pegou-a pela cintura e a beijou, precisava fazer isso. Foi um beijo doce, mas ao mesmo tempo, quente. Na verdade, os dois estavam precisando daquilo. null colocou os braços envolta do pescoço de null e acariciou sua nuca enquanto ele a segurava pela cintura. De alguma forma, ela se sentia segura nos braços dele e não queria que aquela sensação nunca sumisse. O beijo durou pouco, mas pareceu uma eternidade para eles.
Depois de tempo em silêncio, null foi o primeiro a falar:
- Bem, eu não sei se eu devia ter feito isso, mas eu não agüentava mais.
- É, nem eu. – null disse e eles sorriram
- Boa noite.
- Boa noite. – e ele saiu. null fechou a porta e se virou para null.
- Ai, meu Deus! – ela disse.
- Ele te beijou! – null começou a pular. null entrou na onda.
- Tá, e agora? Já que ele me pediu desculpas, eu não tenho a opção de desistir! Mas e ele? Será que ele vai terminar com a Kristen? – null perguntou, indo para sua cama.
- Eu não sei, mas amanhã nós vamos descobrir! Agora, boa noite e sonha com seu príncipe não-encantado! – null disse rindo e levou uma travesseirada.
Sim, null sonhou com seu príncipe não-encantado e null sonhou com sua princesa irritada.
De manhã, todos estavam na mesa do café, null e null foram as últimas a descer.
- Oi, bom dia. – null disse a null, sorrindo.
- Bom dia. – ela retribuiu o sorriso. “Ótimo dia!”. Todos tomaram café, e se espalharam.
null e null estavam no quarto ‘deles’, compondo a melodia pra mais uma música.
- Ok, o que eu perdi ontem? – null perguntou, se referindo aos sorrisos entre null e null.
- Ah, ontem eu fui no quarto dela e a beijei! – null disse, triunfante.
- Sério? – null perguntou surpreso.
- Sim! Ah, e ainda pedi desculpas por tudo e disse que gostava dela.
- Boa cara! E a Kristen?
- É, esse é o meu problema! – null de repente ficou com a expressão triste.
- Por que?
- Sabe, eu gosto dela. Não do jeito que eu gosto da null, mas a Kristen é uma garota muito legal, eu não queria magoá-la, sabe?
- Sei, mas você precisa terminar com ela. Ou você vai começar a ser homem de duas mulheres agora?
- Não, não! Eu vou terminar com ela. O mais rápido possível! – null decidiu-se.
- Isso aí! – null sorriu e eles continuaram o que estavam fazendo.
Capítulo 7 – Clima de romance.
Naquele dia, mais tarde todos resolveram ir ao shopping.
null, null, null e null estavam em uma loja de instrumentos.
null olhava uns acessórios para bateria, enquanto null e null estavam entretidos jogando Rock Band. null chegou perto de null e sorriu.
- Eles estão se dando bem, né? – ele perguntou.
- É! A null nunca ficou assim com um cara em tão pouco tempo! – null sorriu.
- É, o null também. Ele não é do tipo romântico, mas tô achando que por ela, ele muda!
- Que lindo! – ela brincou.
- Parece até eu, com você.
- É?
- Aham. – ele sorriu e a abraçou de lado.
- Ai!
- O que foi?
- Tô com fome...
- Ah, claro! – null disse rindo. – Nós vamos procurar alguma coisa pra comer, ok? – ele disse para null e null, que responderam com a cabeça.
Eles saíram da loja e foram em direção à praça de alimentação, mas algo em uma loja no meio do caminho chamou a atenção de null.
- Nossa, é lindo! – ela estava quase babando pelo colar que estava na vitrine.
- O quê? – null perguntou, distraído.
- Esse colar. Ele parece com o que o meu pai deu para minha mãe quando foi pedi-la em casamento. – null disse mostrando o colar prata com um pingente de cristal em formato de coração.
- É, é bonito mesmo! – ele concordou. – Só não é mais bonito do que você.
- Nossa, como você tá romântico hoje, null! – ela disse e ele lhe deu um selinho.
- Tô inspirado! – ele brincou.
- Tudo bem, agora vamos à comida! – ela disse e eles foram em direção ao McDonald’s.
Eles já estavam comendo, quando null e null chegaram, abraçados.
- Nossa, o amor está no ar por aqui, né? – null zuou.
- Sim, eu admito! – null disse dando um selinho em null.
- É, mas vocês não estão muito atrás, não! – null disse e null ficou vermelha.
- É, eu assumo também! – null disse e passou o braço envolta do ombro de null.
E três dias se seguiram assim, até que null já estava ficando preocupada.
- Ok, ele age comigo como se eu fosse a namorada dele, sendo que ele já tem uma namorada! – ela reclamou com null.
- Ele ainda não mencionou nada sobre terminar com ela? – null perguntou.
- Não! Tudo bem, que eu não perguntei nada, mas eu acho que se ele quer ficar comigo de verdade, ele tem que fazer isso o mais rápido possível. Afinal, só faltam três dias para a gente ir embora!
- Bem, já que é assim, eu acho que você deveria falar com ele.
- É, boa idéia. Vou falar com ele amanhã.
- Ok, boa noite.
- Boa noite.
No quarto de null.
- E aí, quando você vai terminar com a Kristen? – null perguntou.
- Assim que ela aparecer. Ela ainda tá na casa da avó.
- Nossa, cara. Por que você não liga pra ela?
- Não! Ia ser muito ridículo da minha parte terminar por telefone, né?
- É. Mas eu tô dizendo isso, porque algum dia a null vai te perguntar sobre ela, não acha?
- É, eu sei. Amanhã eu vou ligar para ela.
- Ok.
No dia seguinte, eles foram ao parque que ficava perto da casa de null. Mais tarde, quando já estavam todos em casa, null tomou coragem e resolveu falar com ele.
- null, a gente pode conversar? – ela perguntou.
- Claro, vem cá. – ele disse e a levou para seu quarto. Eles se sentaram na cama.
- É que... Já que nós estamos, bem, meio que ‘juntos’ agora, eu acho que você já deveria ter terminado com a Kristen, né?
- É, eu sei. O null até já tinha falado sobre isso comigo ontem. Eu vou terminar com ela amanhã, porque ela volta da casa da avó hoje de noite.
- Ah, sim. Olha, eu não tô querendo te pressionar, não, ok? É só que eu me sinto estranha de sair com um garoto que já tem namorada, entende?
- Claro! E eu também me sinto estranho por namorar oficialmente uma garota, quando na verdade eu estou apaixonado por outra. – null disse e sorriu.
- Ah, então você está apaixonado por mim? – foi a primeira vez que ele disse aquilo, com todas as letras.
- E quem disse que é por você? – ele brincou.
- Ah, tá. – null fingiu ter ficado triste.
- Mas é claro é que por você, sua boba! – ele disse e a beijou.
Eles se beijaram calmamente por um tempo, até que o beijo começou a ficar mais ardente. Ele foi se inclinando pra frente, até que ela já estava deitada. null começou a passar as mãos pelas costas dela, até que levantou um pouco sua blusa. Enquanto null passava a unha pelas costas dele, fazendo-o ficar arrepiado. De repente, ela se ligou de que eles estavam na casa dele.
- Er... null, eu não acho que esse seja o lugar e nem o momento certo para isso. – ela disse, quando eles pararam o beijo.
- Ah, é. Eu esqueci de trancar a porta! – null brincou.
- Bobo! – ela sorriu e deu um tapa no braço dele. null deu um selinho nela.
Capítulo 8 – Surpresas.
Logo de manhã, null ligou para Kristen pedindo que ela fosse em sua casa.
- Ok, daqui a meia hora eu chego aí, beijo, amor. – ela disse e desligou.
- Tá, agora eu tenho que pensar nos meus argumentos! – null disse para null, que escutava toda a conversa.
- Ah, eu acho que você deveria contar a verdade pra ela. Se ela for mesmo legal, vai entender.
- É, né? Valeu.
Pouco mais de meia hora depois, Kristen chegou e foi direto para a sala, onde todos estavam.
- Amor! – ela disse, sentando no colo de null e tentando dar um beijo nele, porém, ele desviou. – O que houve?
- É, que... Olha, a gente precisa conversar. – ele anunciou, decidido.
- Ok, fala. – ela sorriu. null já não prestava mais atenção na história que null contava.
- Não, eu acho melhor a gente ir para um outro lugar. – ele disse, se levantando.
- Ok. – Kristen o acompanhou para seu quarto.
- Olha, eu não sei como falar isso, mas é que as coisas entre nós, já não estão dando mais certo. – null disse assim que fechou a porta atrás de si.
- Como assim? Você não gosta mais de mim ou o quê? – Kristen não estava acreditando. “O que eu fiz de errado, dessa vez?”. - Não é isso. Bem... É, mas não assim. Na verdade, eu nunca gostei de você do jeito que você merece, do jeito que você gosta de mim.
- Ah, então você mentiu pra mim esse tempo todo?! – ela estava confusa, mas percebeu que na verdade, null nunca tinha dito que a amava.
- Não, não é bem uma mentira. Eu só percebi, que você não merece ficar com um cara que não é bom o suficiente pra você.
- null, você pode contar a verdade pra mim. É a sua prima, não é? A null.
- Sim, é. Eu descobri que gosto mesmo dela. Eu espero que você entenda. – ele já estava sem saída.
- Ah, tudo bem. Eu já tinha notado algo entre vocês dois. – ela sorriu. “Bem, se ele acha que vai me dispensar fácil assim, ele está bem enganado. null null, você vai ver!”. - Ah, cara, obrigado! Eu sabia que você ia entender! – ele disse e a abraçou.
Depois eles desceram e foram para a porta. Todos os acompanharam com o olhar, principalmente null.
- Bem, então é isso, né! Boa sorte aí! – Kristen disse e antes que null pudesse falar alguma coisa, ela o beijou. Foi algo tão inesperado que no começo, ele ficou sem reação e acabou correspondendo. Durou pouco, mas foi o suficiente para null ver toda sua felicidade indo embora, dando lugar a uma enxurrada de lágrimas.
- O que... – null ia dizendo, mas Kristen já estava indo embora com um sorriso no rosto. – null! – ele percebeu que ela estava chorando.
- Tudo bem, você não precisa me explicar nada. Afinal, quem está atrapalhando tudo por aqui sou eu mesma! – ela disse e saiu correndo em direção à cozinha, para falar com sua mãe. Não agüentaria ficar naquela casa nem mais um dia.
- Droga! – null reclamou com as mãos na cabeça.
- Cara, o que você fez? – null perguntou, incrédulo.
- Eu terminei com ela, ora!
- Tá, mas o que foi aquilo que nós acabamos de ver? – null se pronunciou.
- Não sei, aquela garota é maluca! Ela me agarrou do nada! – ele não estava acreditando no que Kristen tinha feito.
- Tudo bem. Mas, você sabe que a null não vai acreditar em você! – null disse.
- Droga! E agora, o que eu faço?
- Vai falar com ela, ué! – null disse.
- Não, espera um pouco. Senão ela vai acabar fazendo besteira. – null disse, com razão.
Enquanto null ia chegando na cozinha, ela secava suas lágrimas.
- Mãe! – ela chamou e Sue se virou.
- O que houve? – Sue perguntou ao ver o rosto vermelho da filha.
- Ah, eu tive uma briga com o null.
- Mas, vocês estavam se dando tão bem esses dias!
- Eu sei, mas isso não importa mais. Mãe, será que a gente pode ir embora hoje?
- Por que, filha?
- Ah, eu não quero mais ficar nem mais um minuto aqui! Cansei disso tudo!
- Desculpa, mas não dá. De qualquer forma, a gente tem que ir embora amanhã mesmo, passa rápido!
- Droga! Tá bom... – null disse e foi para seu quarto.
“Ótimo, null! Você é uma BURRA! Acredita em tudo que ele diz. Agora, bem feito!”. Ela foi ao banheiro, lavou o rosto e ficou deitava, tentando absorver tudo. Era óbvio que ele tinha mentido, sobre tudo e que não tinha terminado.
“IDIOTA, IDIOTA, IDIOTA!”.
Capítulo 9 – Tudo tem um fim.
- Tá bom, eu não agüento mais esperar! Tenho que falar com ela agora. – null estava impaciente. Se levantou e foi para o quarto de null.
Ela ouviu alguém bater na porta. “Ah, não! Era só o que me faltava!”. - Quem é? – ela perguntou, mas já sabia exatamente quem era.
- Sou eu! Olha, eu sei que você está com raiva de mim agora, mas eu preciso falar contigo!
- Não precisa, não, eu já vi o suficiente!
- Abre, por favor! Deixa eu te explicar o que aconteceu!
- Ok... – ela abriu a porta, mas não olhou para null.
- Eu terminei com a Kristen, ok? Ela até disse que entendia, mas aí do nada, fez aquilo! Ela é maluca! – null tentava se explicar.
- Ah, por favor, me poupe das suas explicações! Se você prefere ficar com ela, era só ter falado. Não precisava mentir pra mim. – null disse, desnorteada.
- Não, não! Eu quero ficar com você! A única pessoa que eu quero, é você! Ela que me agarrou, eu não tive culpa!
- null, um beijo só acontece, quando as duas pessoas querem!
- Mas ela me pegou desprevenido! Não foi minha culpa! Por favor, acredita em mim. – ele já não sabia mais o que fazer.
- Desculpa, mas eu não posso. Já fui idiota o bastante até agora. – ela disse e encerrou o assunto. Mas ela não tinha idéia de que machucaria tanto.
- Tudo bem. Mas, quem sabe um dia eu consiga que você me perdoe. – ele disse e saiu do quarto. null sentia que dessa vez, tinha perdido-a para sempre.
Naquele dia, null só saiu do quarto para comer. Nem com null ela falou direito. null também parecia um zumbi.
Na manhã do dia seguinte, null, seus pais e null estavam na sala, se despedindo de todos.
- Não esquece de me ligar, tá? – null perguntou para null.
- Claro que não! Quando eu voltar pra casa, eu vou te visitar. – ele disse e deu um selinho nela.
null já estava impaciente, quando null chegou perto dela e disse:
- Eu só espero, que você não esqueça que eu te amo. – ele disse isso no ouvido dela e colocou um papel em seu bolso. Ela não entendeu nada.
Quando já estava no carro, voltando para casa, null resolveu ler o papel. Lá estava escrito o começo da letra de ‘She Left Me’.
“She walked in and said she didn't wanna know, anymore (Ela entrou e disse que não queria saber, mais)
Before i could ask why she was gone, at the door (Antes que eu pudesse perguntar o porque ela já tinha saído, pela porta)
I didn't know, what i did wrong (Eu não sei, o que fiz de errado)
But now i just can't move on. (Mas agora eu não consigo seguir em frente).”
Ela sorriu. Então, a letra foi mesmo escrita para ela. No final, estava escrito:
“P.s.: Eu te amo”. Naquele momento, ela percebeu que fora mesmo uma idiota, mas por não ter acreditado nele.
Capítulo 10 – A tal ‘grande’ idéia.
Um mês já havia passado desde aquele dia. null estava com null e seus outros companheiros de banda, null e null. Eles estavam na casa de null há uma semana, ensaiando e preparando tudo para a mudança. Pouco tempo antes, a banda conseguira um contrato com uma gravadora e por conseqüência disso, deveriam achar um lugar para ensaiar. Como cada um morava em uma cidade diferente, eles resolveram optar por irem todos morar e uma casa em Londres e se mudariam em quatro dias.
- Cara, já tem um mês que ela foi embora, mas eu simplesmente não consigo parar de pensar nela! – null disse para null.
- Isso se chama ‘paixão’, dude! – null se intrometeu.
- Já que a parada é tão séria, por que você não vai atrás dela? Tenta de novo! – null disse.
- Bem, semana que vem é o aniversário dela... null, você é um gênio! – null disse como se tivesse uma lâmpada brilhando em sua cabeça.
- Eu sei! – null se gabou.
- Gente, eu tive uma idéia genial! Mas eu vou precisar da ajuda de vocês.
- Pode contar com a gente! – null disse, null e null concordaram.
- Ok, então é o seguinte... – E null contou seu plano para os amigos.
Capítulo 11 – Feliz Aniversário!
O salão estava decorado bem ao estilo do musical O Fantasma da Ópera, como null queria. Os convidados já estavam chegando e ela, ficava cada vez mais ansiosa.
- Por que eu não posso simplesmente descer e aproveitar a minha festa? – null perguntou para a mãe, mais uma vez.
- Filha, você é a estrela hoje! Todos têm que ver a sua entrada. Calma, daqui a pouco é a hora.
- Eu sei, eu sei! – ela bufou.
Pouco tempo depois, null, null e null chegaram.
- Graças a Deus! – null levantou os braços. – Eu não agüentava mais ficar trancada nesse quarto!
- VOCÊ... TÁ... LINDA! – as três falaram juntas e foram abraçar a amiga.
null estava mesmo linda, usava um vestido vermelho e branco rodado, com a parte de cima do cabelo presa e o resto solta, formando cachos.
Quando a entrada foi anunciada, quase todos os convidados já estavam lá.
- É agora! – null disse para si mesma e começou a descer a escadaria. Assim que ela apareceu, todos bateram palmas, mas ela não escutou nada. Seu olhar, na mesma hora encontrou o de null, que estava vestido de fantasma da ópera. (n/a: ah, sem o rosto deformado, é claro! HAHA). Ela sentiu seu coração bater mais forte e sorriu. Logo depois, null foi para o palco, onde estavam seus amigos (a banda).
- Bem, nós somos o McFly e vamos tocar uma das músicas favoritas da null. – ele anunciou no microfone e eles começaram a tocar.
Every time we lie awake(Toda vez que nós deitamos acordados)
After every hit we take(Depois de cada golpe que tomamos)
Every feeling that I get(Cada sentimento que eu tenho)
But I haven't missed you yet(Mas eu ainda não senti sua falta)
Aos primeiros acordes, null já percebera o que null quis dizer. Aquela não era apenas sua música favorita, como também dizia muito sobre eles dois.
Every roommate kept awake(Cada colega de quarto que fica acordado)
By every sigh and scream we make(Por causa de cada suspiro e grito que damos)
All the feelings that I get(Todos os sentimentos que eu tenho)
But I still don't miss you yet(Mas eu ainda não senti sua falta)
Only when I stop to think about it...(Somente quando eu paro para pensar sobre isso...)
I hate everything about you(Eu odeio tudo em você)
Why do I love you?(Por que eu te amo?)
I hate everything about you(Eu odeio tudo em você)
Why do I love you?(Por que eu te amo?)
Every time we lie awake(Toda vez que nós deitamos acordados)
After every hit we take(Depois de cada golpe que tomamos)
Every feeling that I get(Cada sentimento que eu tenho)
But I haven't missed you yet(Mas eu ainda não senti sua falta)
Only when I stop to think about it...(Somente quando eu paro para pensar sobre isso...)
I hate everything about you(Eu odeio tudo em você)
Why do I love you?(Por que eu te amo?)
I hate everything about you(Eu odeio tudo em você)
Why do I love you?(Por que eu te amo?)
Only when I stop to think about you, I know...(Somente quando eu paro para pensar sobre você, eu sei...)
Only when you stop to think about me, do you know?(Somente quando você pára para pensar sobre mim, você sabe?)
I hate everything about you(Eu odeio tudo em você)
Why do I love you?(Por que eu te amo?)
You hate everything about me(Você odeia tudo em mim)
Why do you love me?(Por que você me ama?)
I hate...(Eu odeio...)
You hate(Você odeia...)
I hate(Eu odeio...)
You love me(Você me ama...)
I hate everything about you(Eu odeio tudo em você)
Why do I love you?(Por que eu te amo?)
Enquanto cantava, null não desviava os olhos dos dela. Eles ficaram assim até o final, quando ele desceu do palco e foi até ela.
- Vem comigo, eu quero te dar o seu presente. – ele disse e foi com ela para fora, onde tinha uma linda fonte.
- Primeiro, eu queria te dar os parabéns e dizer que você está linda. – null disse e ela sorriu, vermelha.
- Agora, seu presente. – ele entregou-a uma caixa vermela, ela a abriu e se deparou com aquele colar com o pingente de coração pelo qual tinha se apaixonado naquele dia, no shopping. “Então, ele lembrou!”. - Nossa, null, obrigada! Mas, ele deve ter sido muito caro! – null disse, sem graça.
- Nada como um bom motivo. – ele sorriu. – Posso?
- Ah, claro! – ela disse, entregando o colar a ele e virando-se de costas. Ele colocou nela.
- Bem, tem mais uma coisa... – null disse, ela esperou. – Eu sei que você pode dizer 'não', mas eu preciso tentar.
E, para a surpresa de null, ele se ajoelhou e disse:
- null null, você aceita ser minha namorada?
Ela ficou sem reação. Nunca esperaria aquilo dele, ainda mais daquele jeito. null demorou tanto a responder, que null começou a ficar impaciente.
- Eu... É claro que eu aceito! – ela disse e ele a beijou.
Uma música lenta começou a tocar no salão e eles foram para a pista de dança. Enquanto dançavam, null disse:
- Parece que nós somos os cupidos agora! – null olhou para trás e viu null com null e null com null, dançando. null e null já estavam namorando.
- É, de ‘quase-primos que se odiavam’, evoluímos para ‘casal cupido’. – ele disse e depois se beijaram.
Fim!
N/A: E o amor venceu no final! Que lindinho, né? *-* Bem, é isso galerinha! A nossa saga chegou ao fim :(
Eu queria agradecer aqui a uma amiga minha, a Ana Luíza F. que me atura todo dia! HAHA Luv ya, Fletcher!
E também, obrigada a quem leu as duas! *-* É isso então, gente. Comentem!
Xoxo, Brenda.