Época de natal! Toda aquela coisa chata de presentes, família, pedidos e tudo mais. Desde que eu descobri que o papai Noel não existia até meus 16 anos, eu considerava Natal e Ano Novo uma época realmente chata. Os presentes eram sempre os mesmos, as comidas eram sempre as mesmas e as pessoas eram sempre as mesmas. Até a tia Ster e o tio Alex voltarem de Montreal com , para morar em Bolton.
- Pronto pra ir pra casa da vó, ? – Perguntou minha mãe, abrindo a porta.
- Sim. – Respondi, dando um pulo do sofá e indo pro carro.
(Se eu pudesse pedir, eu diria sim, pra manter o seu sorriso e o teu olhar em qualquer lugar que eu possa enxergar, aonde eu for...)
era minha prima. Quando eu tinha 6 anos, ela – com 4 – foi morar com os pais no Canadá. Dez anos depois ela voltou! Ela não era mais a menininha que era quando foi embora. Óbvio, todo mundo muda em dez anos! Mas ela havia mudado muito mesmo. Ela ainda tinha o rosto inocente e angelical, mas o corpo daquela garota era do tipo feito pro pecado.
Quando eu cheguei na casa de meus avós, dois anos atrás, eu lembro que fiquei meio paralisado quando vi . Ela me fitou um tempo e depois veio correndo me abraçar. Confesso que senti um calor subindo - se é que deu pra entender-.
Nós passamos a semana de natal/ano novo, inteira juntos. Ela me contou de tudo que havia vivido em Montreal, e eu contei um pouco de Londres. No fim daquela semana, ela me disse que não ia morar em Londres, perto de mim, e sim em Bolton, perto dos nossos avôs. Então no nosso último dia juntos (coincidentemente, o primeiro dia daquele ano), eu fui pro quarto - que estávamos dividindo com mais dois pirralhos da família – e a encontrei ali, arrumando as malas. Por impulso, eu a beijei, e desde então todo aniversário da vovó e do vovô e toda semana de Natal e Ano Novo, nós dois ficávamos nos pegando, escondidos pelo sítio.
Ao chegarmos no sítio da vovó e do vovô, desci do carro correndo. Meu pai se virava com as malas. Cumprimentei toda a família, mas não a vi. Fiquei meio desapontado, mas ok, ela morava a dez minutos do sítio, ela devia estar chegando. Fui pegar minhas malas e levar para o meu quarto – que esse ano eu ia dividir só com meus irmãos – e enquanto andava no corredor, ouvi a voz da tia Ster. - Londres é uma cidade ótima, mas eu tenho medo da não se adaptar. Meu emprego aqui em Bolton é bom, eu não quero arriscar a felicidade da minha filha .
Como era a história? Tia Ster queria se mudar pra Londres, mas não sabia se a ia ser feliz lá? Ah tia, te garanto que ia. - Mãe, eu quero ir pra Londres! – Era a voz dela – E eu me enturmo fácil, você sabe. Sem contar que o mora lá, olha que lindo, já tenho amizades em Londres . – Então ela pretendia mesmo ficar comigo em Londres?
Nessa hora se eu tivesse direito de dar opinião, eu gritaria pra tia Ster ir pra Londres com a , assim eu poderia ver ela todos os dias. O sorriso sincero, e os olhos brilhantes dela ficariam ao meu alcance de visão. Ouvi passos na escada, então parei de ouvir conversas alheias e fui pro quarto.
(É que ouvi dizer que em noites assim, tudo pode acontecer.)
Como cheguei tarde, tomei logo um banho e me arrumei pra noite de natal. Desci as escadas e a vi. Ela estava sentada no tapete da sala, com aquele sorriso lindo de sempre, brincando com Eddie, nosso primo caçula. Coloquei meu pé no chão da sala e ela virou pra mim, eu sorri, ela sorriu, e a minha vontade era beijá-la ali mesmo. Mas não quero nem sonhar qual seria a reação do Tio Alex e da Tia Ster se soubesse do meu caso com a . Abaixei a cabeça, tentando tirar todos os meus pensamentos impróprios, e fui para a cozinha pegar um refrigerante ou algo assim.
- querido. – Disse a tia Ster, me dando um beijo no rosto.
- Oi tia Ster. – Falei sorrindo, e enchendo um copo com coca cola.
- Me diz filho, você e a ainda se dão bem? – perguntou o tio Alex. ‘Você nem sabe o quanto’ Pensei.
- Sim tio. Por quê?
- Nós decidimos nos mudar pra Londres, e bem, como a não conhece ninguém de lá, achei que você podia ser uma boa companhia.
- Wow, com muito prazer tio! – Respondi, sorrindo. Agora eu acho que vou começar a acreditar nessas histórias da noite de natal ser uma noite mágica.
Passei mais alguns minutos ali conversando com meus tios, e depois fui pra sala. Eddie tinha ido comer, e estava lá sozinha, assistindo um especial de Natal de algum canal de músicas. Sentei do lado dela fazendo com que ela dispersasse a atenção da TV.
- ! – disse ela, me abraçando.
(Um momento bom; o teu cheiro em mim, faz lembrar de tudo o que eu quero fazer.)
Depois de toda aquela coisa típica de natal, eu e a fugimos para uma casa da àrvore que tinha por lá. Eu estava sentado no sofá que tinha ali, e ela olhava a vista da janela.
- Meu pai já estragou minha surpresa né? – Perguntou ela, ainda olhando pro céu.
- Qual seria a surpresa? – Perguntei, levantando e a abraçando pela cintura.
- Vou me mudar pra Londres.
- Ele estragou a surpresa, mas se você quiser contar com carinho, eu finjo que não sei de nada.
- Não vai ter a mínima graça.
- Ah, vai sim. – Falei, dando alguns beijinhos do pescoço dela. Ela, num movimento rápido se virou e começou a me beijar. Ela era rápida, eu gostava disso. Aos poucos, fomos nos deitando no chão, sem parar com os beijos. O cheiro do perfume dela começava a ficar no meu corpo, e isso me deixava numa espécie de transe. Era como se ela fosse uma droga, a minha droga.
Fizemos as mesmas besteiras do ano passado, e tenho que comentar que era ela realmente boa em “besteira”. Mas não era só por isso que eu a amava. Depois de ficarmos, ficamos deitados um tempo em silêncio, apenas aproveitando a companhia um do outro.
- Se alguém nos pegar aqui, nessas condições, provavelmente o churrasco do ano novo vai ser feito da nossa carne. – Ela brincou, desenhando alguma coisa com os dedos em meu peito nu.
- Acha melhor nos vestirmos? – Perguntei, dando um selinho nela.
- Uhum! – Ela respondeu, se levantando e pegando sua calçinha em cima do sofá.
Em pouco tempo, estávamos recompostos. Descemos da casa da árvore e íamos andando até o sitio, quando ela parou.
- Que foi? – Perguntei, a admirando.
- To cansada.
- Não sabia que eu te cansava. – Brinquei, rindo maliciosamente. Ela também riu.
- Eu to falando do meu pé, ele dói. Me leva nas costas? – pediu ela, com aquela carinha de anjo. Eu não resisti.
(E eu não vou dizer que tudo foi em vão, pois de todas as coisas que eu pedi no natal você é aquela que eu mais quero ter em minhas mãos.)
Já era dia, e eu estava jogando videogame com meu irmão, quando ela foi pra sala. Ela vestia uma calça jeans e uma regata preta, os cabelos presos num rabo-de-cavalo, e no pé, ela usava um all star.
- Bom dia . – Falei, sorrindo.
- Bom dia . – Ela disse, me dando um beijo na bochecha. Ela sentou ao meu lado, e ficou brincando com os fios de tecido da almofada enquanto eu vencia meu irmão no Need For Speed.
- Sabe... Eu quero cavalgar até a cachoeira. Hoje está um dia bonito.
- Sozinha você não vai. – Disse o tio Alex, sentando em outro sofá.
- Se você se habilitar a ganhar do meu irmão aqui no jogo, eu vou com ela tio. – Propus.
- Pode me passando o controle. – Ele disse, animado.
Eu e andamos calmamente até os cavalos, e depois íamos bem devagar á caminho da cachoeira. Tudo estava lindo e normal, só o que havia de estranho era uma bolsa idiota que carregava, mas isso eu ignorava.
- E aí , ganhou o que de Natal? – Ela perguntou.
- Hm, algumas roupas, um pouco de dinheiro e um LP dos Beatles do vovô. O que faltava pra minha coleção sabe?
- Sei. – Ela disse sorrindo.
- E você?
- Bom, basicamente a mesma coisa. Umas roupas, um pouco de dinheiro, alguns livros e uns cds.
Nós já havíamos chegado à cachoeira, estávamos descendo dos cavalos e amarrando eles.
- Tem algo que você gostaria de ter ganhado e não ganhou? – Ela perguntou, abrindo a bolsa idiota.
- Eu estava bem a fim de ganhar aquele CD do New Found Glory que eu comentei contigo no aniversário do vovô. Mas meus pais não acharam, e bom, ninguém se esforça por mim. – Respondi, fazendo cara de coitado. Ela tirou uma caixinha da bolsa, e eu comecei a desconfiar de algo.
- Então, erm, Feliz Natal! – Ela disse, me entregando a caixinha. Eu abri, e lá estava o CD. Abracei-a num impulso, ela sorria.
- Você não precisava me dar presente. Você já é o melhor presente que eu poderia ganhar de Natal. – Falei, a beijando suave e apaixonadamente.
Valia à pena passar várias das noitadas de sexta em casa, pensando quando eu a veria de novo. Valia à pena sempre terminar com uma namorada perto do natal. Nada era em vão, quando ela estava envolvida na história. Nenhum presente era bom, comparado àquela garota.
FIM
n/b: Hey Babys, Beleza?! Tô aqui para avisar que qualquer erro de HTML, script ou ortografia mande para mim. Não mandem para o site, ok? (email: allyeenuk@gmail.com | twitter: @damacenoalice)
xx, aly d. (ps: sou 100% tio divo pai da babi UAHSUA – betas entendem)