Bom, por onde começar? Meu nome é , tenho 22 anos e estudei Gastronomia na França. Nasci no Brasil, mas com 16 anos me mudei para L.A. por causa do trabalho do meu pai, e aos 20 fui estudar na França. Sempre trabalhei na cozinha, desde os 17 anos. Três meses atrás, conheci um famoso chef que me convidou para cuidar de um restaurante na Inglaterra. Como meu irmão e meus avós moram lá, decidi aceitar. Agora estou aqui no avião, com medo do meu irmão, Zac, me esquecer no aeroporto. Zac, ele tem 24 anos e trabalha numa empresa que tem a ver com música, não sei direito, só sei que ele conheceu um monte de famosos, inclusive a melhor banda de todas. Claro eu estou falando de McFLY.
Estava ouvindo música, quando ouvi a aeromoça falando que dentro de dez minutos estaríamos aterrissando no aeroporto internacional de Londres. O avião começou a descer e senti aquele "frio na barriga". Desci e vi meu irmão, "graças a Deus ele não me esqueceu", pensei comigo mesma. Ele correu em minha direção e o abracei.
- Senti saudades, pirralha, quero dizer, você cresceu - ele falou, olhando-me de cima a baixo.
- Também senti sua falta, as pessoas da França não são muito simpáticas.
- Também te amo - falou ele, convencido como sempre. Soltei uma gargalhada.
- Fala sério, você não mudou nada. - Pegamos as minhas malas e fomos para a casa dele.
O apartamento do meu irmão era simplesmente P-E-R-F-E-I-T-O. Eu ia ficar lá até conseguir um apartamento para mim, contra a vontade dele, que disse para eu ir morar com ele. Sempre muito carinhoso, mas eu não suportaria viver com ele debaixo do mesmo teto. Ele era muito diferente de mim, tirando que ele sempre trazia aquelas menininhas que não prestam, sério, experiência própria, mas ele era o melhor irmão que alguém pode ter.
- Bom, chegamos, home sweet home - ele falou, deixando as malas no chão. - Você trouxe muita mala, não acha não?
- Ah, só têm cinco, e não trouxe tudo, ainda algumas coisa ficaram na França - falei, achando-me a mulher "que tinha mais malas na face da Terra".
- I'm sorry, madame - meu irmão falou, sarcástico. - Ah, quase esqueci, hoje eu e uns amigos vamos a um pub e depois vamos a uma festa que vai ter aqui perto, não quer ir?
- Fala sério, eu não sou de pedra, não, eu enfrentei avião, aeroporto, eu quero mais é tomar um banho e dormir. Mas obrigada pelo convite.
- Ok, está com fome? Eu faço alguma coisa para você comer. - Ele perguntou.
- Não, eu estou bem, mais tarde eu faço alguma coisa. Que horas você vai?
- Às dez, a gente tem mais três horas para conversar. Vou fazer uma pergunta que, dependendo da resposta, alguém vai morrer. Você está namorando? - Ele perguntou muito sério, o que fez eu rir mais.
- Não, eu não estou namorando, mas e você, desencalhou?
- Nada de compromisso por enquanto. - Falou como se fosse importante e como se não pegasse umas menininhas nas noitadas.
Ouvi uma música do Red Hot Chili Peppers e percebi que era o toque do meu celular, corri para atender e era a minha mãe perguntando se eu tinha chegado bem, preocupação de mãe. Desliguei e fui tomar um banho.
Voltei do banho, meu irmão estava no sofá, e me sentei do lado dele. Ele deitou no meu colo; estava passando um programa de videoclipes e nós conversávamos sobre os últimos três anos e sobre uma tia nossa que é muito chata. Demos muita risada e quase choramos relembrando dos nossos outros irmãos Henry, que tem sete, e Jane, que tem 27 e mora na Itália com o marido. E dos nossos pais, que logo iriam mudar para Londres, daqui uns dois meses, tempo de arrumar tudo, e com certeza receberíamos uma visita de Jane.
Já eram 8h30 e nós estávamos com fome, então, adivinha, fui para a cozinha e fiz um macarrão com molho de queijo, já que era a única coisa que tinha para fazer.
- Amanhã definitivamente eu vou fazer compras - falei, olhando o armário de comida do meu irmão, que respondeu com um sorriso safado no rosto.
- Tá bom. Falando nisso, quando você vai ver o restaurante?
- Segunda, daqui três dias. Que é quando o Gerard chega.
- Ah, ele que é o chefão?
- É ele mesmo, mas ele é super gente boa. O problema é que ninguém consegue entender o que ele fala, é uma mistura de alemão, russo e inglês. - Falei, imitando ele, e meu irmão riu. Eu realmente senti muito falta dele.
Acabamos de comer e meus pensamentos foram interrompidos (quero dizer, eu estava cantando "Silence Is A Scary Sound" do McFLY), quando a campainha tocou. Meu irmão foi atender, eu tirei os pratos e comecei a cantar a música baixinho, quando voltei...
- Funny feeling happened today somewhere buried in the... past - quando olhei, Danny Jones, Dougie, Tom e Harry estavam atrás de mim e me ouviram cantar. Corei e não conseguia fechar minha boca.
- Música legal - Dougie falou, dando uma risadinha, que fez ele ficar mais fofo.
Só o que eu consegui foi responder com um sorriso.
- Bom, essa é a minha irmã , acho que você já sabe quem são eles, né, ? - Era assim que meu irmão me chamava. Eu só consegui sinalizar com a cabeça.
Eu nunca tive um preferido, mas eu sempre achei que o Danny tinha um algo a mais. Ele era mais lindo pessoalmente. Todos deram um "oi" coletivo. Respondi dando um "oi" com a mão e um sorriso. Percorri com os olhos cada um deles, todos muito lindos, mas parei num olhar específico. Sério, quase caí para trás quando ele abriu um sorriso em minha direção. Corei de novo e ele soltou uma risada pelo nariz, que só eu consegui ver porque os outros já estavam na sala bebendo.
Todos nós já estávamos bem a vontade quando era a hora deles irem embora.
- Tem certeza que você não vai? - Meu irmão foi atrás de mim no banheiro; ele tinha derrubado cerveja na minha calça. - Desculpa pela calça.
- Tudo bem, ela já estava velha mesmo. E, não, eu estou muito cansada para sair. - Falei, limpando minha calça com a toalha.
- Ok - ele colocou a mão no meu ombro e fomos para a porta, onde os meninos estavam esperando por ele, que me deu um beijo e saiu.
- Vamos logo, antes que as meninas pensem que esquecemos delas. Tchau, . - O Harry falou. Com certeza, as namoradas deles iriam estar lá.
- Tchau.
Todos estavam no corredor esperando o elevador, menos o Danny.
- Você não vai mesmo? - Ele perguntou para mim, que tive vontade de rir pelo jeito que ele falou.
- Não, eu não vou, estou muito cansada.
- Ah, não é justo, vou ter que segurar vela sozinho - fez cara de cachorrinho sem dono.
- Você fez isso até hoje, mais um dia não vai te matar. E duvido que você fica sozinho por muito tempo, é só você pôr o pé lá que um monte de mulheres corre atrás de você - ele deu risada.
- Mas eu não quero elas - ele falou com um sorriso malicioso.
Fomos interrompidos pelo Tom:
- Vamos, Danny, o elevador já chegou. Tchau, , a gente se vê amanhã - ele gritou do corredor.
- Tchau, Tom! - Gritei do apartamento.
- Última chance - Danny me perguntou.
- Da próxima vez eu juro que vou - falei para ele.
- Tá bom, eu vou te cobrar - ele foi embora, dando um beijo na minha bochecha.
- Tchau, Danny, juízo, hein?
- Isso eu tenho de sobra - ele falou, sumindo da minha vista.
OMG! Eu estava vermelha e nervosa. Coloquei um pijama e fui dormir, quero dizer, tentar. Eu estava muito ansiosa com o restaurante e, claro, para ver os meninos de novo. Eles não eram esnobes igual a alguns artistas. Rolei na cama até pegar no sono.
No dia seguinte, acordei com o meu irmão batendo a porta do banheiro. Levantei-me e vi que o relógio marcava meio-dia. Nossa, eu nunca acordava a essa hora. Escovei os dentes, lavei o rosto, pus o meu roupão, peguei meu iPod e fui para a cozinha. Eu adorava cozinhar ouvindo música. Liguei e coloquei em shuffle, a primeira música que veio foi Airplanes, perdi-me em pensamentos.
- Merda! - Eu tinha queimado minhas panquecas. Eu só queimei um vez a comida e foi na faculdade.
- Nossa, essa é novidade para mim. Você queimou a comida - meu irmão disse, aparecendo na cozinha só de boxer.
- Eu me perdi - disse meio sem graça, jogando aquela coisa preta que estava grudada na frigideira.
- Em quê você estava pensando, posso saber?
- Em nada de especial - falei sem preocupação, mas eu estava pensando naquele sorriso, naquela voz, naqueles olhos. Eu estava pensando no Danny.
- Aham, tá bom - ele falou, não acreditando em mim.
Comemos as panquecas que não foram mais queimadas e estavam boas (só para constatar). Bom, meu irmão pelo menos comeu cinco.
- Como foi ontem, tinha muita gente lá? - Perguntei, enfiando um pedaço de panqueca na boca.
- Foi muito legal, e estava lotado - meu irmão disse com a boca cheia.
- Conseguiu alguma garota lá? - Perguntei.
- , você não conhece o irmão que tem, não? Eu sempre consigo - convencido...
- Eu vou na imobiliária procurar um apartamento, como alguma coisa na rua e mais tarde eu volto - falei para ele, pegando a minha bolsa.
- Quer que eu vá junto?
- Se você gostar de procurar um apartamento, pode ir, caso contrário pode ficar.
- Tá, eu fico - ele falou, rindo. - Tchau, boa sorte.
- Tchau, obrigada. - Falei, fechando a porta.
Fui na imobiliária e fiquei entre dois apartamentos. Mas um deles era perto do restaurante, então resolvi ficar com primeiro. Contrato assinado, fui comer alguma coisa. Quando saí da lanchonete, peguei um táxi e fui no shopping, eu sou ser humano também e umas comprinhas não fariam tão mal assim.
- ! - Uma pessoa gritou meu nome, eu conhecia aquela voz, mas não lembrava de onde. Virei-me e vi minha amiga que estudou comigo em Los Angeles.
- Meu Deus, menina, o que você está fazendo aqui? - Perguntei, abraçando ela, que não se cabia de alegria.
- Eu estou estudando aqui faz seis meses, mas e você?
- Eu estava na França, mas me chamaram para cuidar de um restaurante e resolvi mudar. Ai, que bom que eu te encontrei!
- Que ótimo. Porque eu não conheço ninguém aqui...
Conversamos muito, relembrando os tempos de escola, e acabei perdendo a hora. Trocamos os telefones e eu fui embora. Na saída do shopping tinha uma loja de CD, não resisti quando vi o último CD do ALL Time Low que eu não tinha, ainda. Comprei o CD rapidinho e fui para casa.
- Nossa, você demorou - fui recepcionada pelo meu irmão.
- É, eu encontrei a Laila, lembra dela, aquela que você namorou? - Falei, fechando a porta, e não obtive resposta.
- Oi, ! - Dougie falou, mas não era só ele que estava em casa, todos estavam, inclusive ele, Danny Jones.
- Oi, gente! - Respondi, alegre.
- Conseguiu alguma coisa? - Meu irmão perguntou enquanto dava um gole na cerveja. Cara, eles só bebiam.
- Aham. Consegui um apartamento perto do restaurante e um CD do All Time Low - falei, jogando-me no sofá enquanto eles estavam sentados no chão.
- Sério, você já conseguiu o apartamento? Você tem muita sorte, eu demorei três meses para conseguir esse aqui. - Ele falou meio triste.
- É, eu sei, isso é para poucos - falei, convencida, e os outros deram risada da cara do meu irmão. - Brincadeira, maninho, eu só vou me mudar daqui uma semana - falei, apertando a bochecha dele.
- Você não quer cerveja? - O Harry perguntou.
- Não, obrigada, não bebo cerveja. - Todos arregalaram os olhos, menos o meu irmão, que falou:
- É porque dá barriga - ele falou, revirando os olhos, e em seguida olhou para mim.
- Não, é porque é ruim mesmo - falei, defendendo-me.
- Então, mudando de assunto, qual CD do All Time Low você comprou? - Tom perguntou.
- O último.
- De longe esse é o melhor - o Danny falou.
E a gente conversou de música, trabalhos e algumas outras coisas que eu estava muito ocupada para prestar a atenção, se é que me entende. A namorada do Tom, a Gio, ligou falando alguma coisa do Marvin e ele riu no telefone. Bom, depois ele, o Harry e o Dougie foram embora. O Danny ficou porque ele ia fazer alguma coisa com o meu irmão.
- Vocês não vão sair hoje? - Perguntei para os dois últimos que ficaram, levantando-me para dar lugar para eles, que sentaram cada um de um lado e eu no meio.
- Não, hoje vamos assistir um filme - meu irmão me falou, ligando a TV.
- Hoje somos nós que estamos cansados - Danny disse, lembrando de ontem.
- Mas ontem eu estava mesmo muito cansada - disse, rebatendo.
- Tá legal, eu acredito em você - ele falou, olhando nos meus olhos. Fiquei hipnotizada.
- Que filme que é? - Perguntei, virando-me para a frente, mas ele continuou me fuzilando.
- Tem dois. Um é "Anjos e Demônios" e o outro é "Up". Qual você quer, Danny? - Meu irmão perguntou.
- Qual você quer, ? - Danny me perguntou, mas como o meu irmão estava vendo se virou para frente.
- Eu já assisti os dois, "Anjos e Demônios" é bem mais legal.
- Está bem, vai ser "Anjos e Demônios" - Zac falou, pondo o DVD no aparelho.
- Eu vou tomar banho, vocês podem começar - me levantei e fui para o banheiro.
Tomei um bom e demorado banho, demorei 20 minutos ao todo, será que foi só para escapar do olhar dele? Eu não podia estar gostando dele, ainda mais porque ele é agora um dos melhores amigos do meu irmão, que com certeza não iria aceitar que alguma coisa entre nós acontecesse. Zac era muito ciumento.
Mas eu até que gostava quando ele falava comigo, olhava para mim, quando ele estava presente. Mas eu só conheci ele faz dois dias (que parecem uma eternidade).
Penteei meu cabelo, coloquei uma calça de pijama azul e uma blusa regata branca e fui para a sala pensando que tudo isso só podia ser fruto de minha imaginação. Sentei-me entre eles, que não tinham se mexido um músculo sequer.
- Esse filme é muito legal - meu irmão falou sem tirar os olhos da tela. E Danny só confirmou com a cabeça.
- Você podia fazer pipoca, né, ? - Zac disse com um olhar pidão. Eu me levantei e fui até a cozinha. Percebi que Danny estava vindo atrás de mim. Ai, meu Deus, o que eu faço agora? Peguei a panela, coloquei óleo e liguei o fogo, e ele? Bom, ele estava parado com um copo na mão sem nada dentro.
- Você quer alguma coisa? - Perguntei docemente.
- Água - ele respondeu, percebi que estava na frente do bebedouro e ri sem graça.
- Foi mal - respondi, saindo da frente.
- Tudo bem - ele falou e olhou para mim de novo, daquele jeito, fuzilando-me.
Peguei a pipoca e coloquei na panela.
- Você é um pouco tímida, né?
- Sou sim - respondi, virando a cara. Ele deu um risada. - Que foi? - Perguntei.
- Nada, é que você ficou vermelhinha - ele disse isso, tocando com seu delicado dedo na ponta do meu nariz.
- Seu tonto.
- Eu não sou tonto - ele falou, aproximando-se mais de mim, mas se afastou rapidamente quando Zac entrou na cozinha.
- Você está perdendo o filme, dude - meu irmão falou, pegando um copo de água e, ao olhar as nossos caras de sem graça, perguntou o que estava acontecendo.
- Nada, ela estava me ensinado um dica para não queimar a pipoca - Danny respondeu sério, eu soltei um olhar tipo "o quê?" e segurei o riso.
Meu irmão com certeza pegou os nossos olhares de "eu acho que sinto alguma coisa por você", mas, por incrível que pareça, ele deu uma risada alta e saiu, levando o Danny com ele. Coloquei a pipoca num pote e levei para eles, que, dessa vez, tinham mudado de lugar e eu sentei na ponta, ao lado de Danny.
- Eu quero o pote só para mim - meu irmão infantil falou.
- Tá, pode ficar, eu como com o Danny então - eu revidei.
- É, deixa a criança comer sozinha - Danny falou, dando risada. Fala sério, ele é tão lindo. Sentei-me do lado dele e começamos a comer.
No meio do filme, ele me cutucou e me perguntou o que ia acontecer.
- Eu não vou te falar o que vai acontecer, Danny, você tem que assistir para saber - respondi.
- Ah, por favor - agora ele sussurrava para o meu irmão não ouvir. Ele estava de novo olhando para mim.
- Não, você é teimoso, hein? - Falei, irritando-me.
- Curioso, é diferente.
- Mesmo assim eu não vou te contar o filme, que aliás você está perdendo.
- Não ligo, porque no caso tenho uma coisa melhor para fazer. - Será que não era só eu que estava sentindo um algo a mais? Bom, vindo de Jones eu espero tudo, menos um cara sério. O que eu posso fazer? Desculpa, mas é a pura verdade, talvez, mas só talvez eu possa estar enganada.
Fiquei quieta e ele fez o mesmo, estava mais perto de mim do que no começo. Sua cabeça estava encostada no meu ombro (OOH!) e ele estava prestando atenção no filme. Estava me sentindo um pouco estranha com aquilo tudo. Meu irmão estava do lado, ele se levantou e sentou direito no sofá. NÃO! Tá, confesso, preferia antes. Peguei no sono.
Acordei com os créditos do filme e alguém sussurrando no meu ouvido.
- Ei, dorminhoca, acorde - era muito bom acordar com aquela voz. Eu sorri e abri os olhos.
- Que é? - Perguntei, sonolenta.
- Seu irmão foi lá em baixo pegar nossa pizza, vem, vamos sentar - ele falou, pegando na minha mão e me puxando para a mesa.
- Ah não, eu não estou com fome, eu quero dormir - encostei a cabeça no ombro dele e fechei os olhos, e ele por sinal ainda segurava minha mão. Levei um susto quando meu irmão bateu a porta, levantei minha cabeça rápido demais e quase caí no chão, se ele não estivesse me segurando.
- Senta aí, vai - Danny puxou a cadeira para mim e sentou em minha frente.
- Como você está, dorminhoca? - Meu irmão perguntou, dando um beijo na minha cabeça.
- Estou com sono, e por que todo mundo fala isso? - Perguntei. Eles só riram e não responderam.
Comemos em silêncio, até o meu irmão muito porco arrotar.
- Que nojo, fala sério - reclamei. Os dois dando risada, qual a graça de ser porco?
- Relaxa e come - Zac disse, enfiando um pedaço de pizza goela abaixo.
Meu irmão levantou para ir ao banheiro (acho que dessa vez era por outro lugar que ele ia soltar... well, you know... Tá, isso foi muito nojento, sorry), Danny parou de comer e olhou para mim, fiz o mesmo.
- Já te falei que adorei te conhecer? - Ele falou, dando um sorriso de orelha a orelha.
- Não - respondi.
- Tá, eu adorei te conhecer, - ele falou, dando risada, eu acompanhei.
- Também adorei te conhecer, Daniel.
- Daniel? - Perguntou como se esse não fosse o nome dele.
- Ninguém te chama assim, né? - Falei, soltando uma risada pelo nariz.
- Só minha mãe, quando eu faço alguma coisa de errado. Daniel... - ele disse, imitando sua mãe e, claro, eu ri. É incrível o poder que ele tem de deixar as pessoas felizes em volta dele.
Bom, ele ficou mais uma hora e depois foi embora. Meu irmão estava estranho.
- Que está acontecendo? - Perguntei, preocupada.
- Você que me diz, o que está acontecendo? - Ele falou, parecia que estava com raiva.
- O que você quer dizer? - Perguntei sem paciência.
- Você... Danny. Está acontecendo alguma coisa entre vocês, além dos olhares? - Agora ele se acalmou.
- Não, enlouqueceu? - Agora definitivamente eu estava muito nervosa.
- Sério, se você quiser conversar eu vou estar lá no meu quarto, e eu não sou burro, tá? - Ele fez um pausa e fitou o chão. - Ele também está a fim de você - ele levantou a cabeça com um sorriso no rosto.
- Bom para ele, certo? - Respondi, vermelha.
- Você que sabe - Zac disse, indo para o quarto. - Boa noite.
- Boa noite.
Tá, eu estava muito feliz sabendo que não era só eu que estava "apaixonada". Sei lá se era mesmo uma paixão ou admiração. Era um pouco confuso, justo eu, por que ele me escolheu? Uma simples menina que tinha muito sucesso no trabalho (desculpa, mas o fato tem que ser encarado) e adora assistir filmes e comer pipoca num dia chuvoso de Londres. Mas, pensando bem, ele também é normal, ele também chora, tem suas necessidades, tem suas depressões, leva chifres (coitado!), tem uma família. Ele é uma pessoa normal que é popular e faz bem para as pessoas que o ouvem cantar, só isso.
Mas o único problema é: devo confiar num rock star?
Bom, consegui dormi e no dia seguinte:
- Bom dia! - Falei muito animada para meu irmão, que estava comendo sucrilhos, e decidi me juntar a ele.
- Bom dia, está animadinha, hein? - Ele falou, estranhando-me.
- Eu sempre estou animada.
- Não está, não, acho que isso se chama Danny Jones - ele falou, zombando de mim.
- Não é, não - falei, vermelha.
- Não se preocupa, hoje ele vai vir aqui de novo, tenho que ajudar ele numa música nova.
- Você? Ajudar numa música?
- É, eu mesmo.
- Ok, então.
- O que você vai fazer hoje? - Ele perguntou para mim, levantando da mesa.
- Sei lá, não tenho planos.
- O Tom ligou convidando a gente para jantar na casa dele, você quer ir? - Zac perguntou.
- Você vai?
- Vou, eu e o Danny vamos direto daqui.
- Tá, acho que eu vou.
- Assim você conhece as meninas.
- É, elas parecem ser legais - meu irmão riu do comentário.
Depois do almoço, eu estava descansando no meu quarto e meu irmão foi no mercado, já que eu acabei não indo. Até que a campainha tocou e:
- Já vai - gritei de dentro do apartamento.
- Oi, , tudo bem? - Ele falou com um sorriso simpático, e sim, era ele mesmo, o Danny.
- Oi, tudo e você?
- Estou bem - ele falou, entrando e dando um beijo na minha bochecha. - Seu irmão não está, né? - Ah, e ele estava com um violão na mão.
- Não, ele foi no supermercado, mas já volta, eu acho. Você que beber alguma coisa? - Perguntei sem graça, dentro daquele apartamento só tinha nós dois. Eu e ele. Que beleza!
- Não, eu estou bem, obrigado - ele disse, sentando-se. - Já decidiu que roupa vai usar?
- Do que você está falando? - Não estava entendendo nada.
- Hoje, você vai na casa do Tom, você prometeu, lembra? - Ele falou, convencido de que eu ia, mas ele estava certo.
- Ah, certo, como eu cumpro com minhas palavras, então eu vou, mas ainda não sei que roupa vou usar - falei, rindo.
- Você quer ajuda?
- O que você quer, entrar no meu quarto? - Falei, desconfiada, mas ainda bem que já tinha organizado tudo.
- É, pode ser, eu aceito seu convite - ele falou sério e eu olhei para ele. E, pela primeira vez (hoje), ele me olhou nos olhos como naquela noite. Arrepiei-me.
- Tá, venha - levantei e ele me seguiu.
O "meu" quarto era branco e minha colcha era roxa, junto com um monte de almofadas verdes. E, claro, tinha o meu macaco do New York Yankees, ele se chamava Fred. Tinha também uma mesa com meu laptop rosa, meu caderno de besteiras, uns livros, fotos, iPod, celular...
No closet, tinha um espelho grande, minhas roupas penduradas no armário branco e meus sapatos (que eu tinha que esquecer de guardar) no chão, pelo menos eles eram lindos.
- Você é bem organizada - ele falou, observando meu Cafofo.
- É, eu tento - falei me achando. Nessa hora, ele estava na minha frente e se virou, ficando muito perto de mim.
- Parece que consegue - ele disse, sussurrando. Foi se aproximando, aproximando e encostou sua boca na minha. Foi um selinho, porque meu irmão chegou e atrapalhou tudo. Santo Deus!
- Depois a gente conversa - Danny falou no meu ouvindo e saiu do meu quarto com um sorriso sapeca.
Tá legal, o que está acontecendo comigo? Eu nunca senti isso por ninguém. Por que justo com ele? Eu ainda não tinha a resposta para a minha pergunta filosófica sobre se poderia confiar nele ou não. Isso eu poderia ver depois. Joguei-me na cama e fiquei pensando naquele exato momento onde nós nos beijamos (lê-se: ele me beijou).
- , vem cá - meu irmão gritou da sala. Merda, será que o Danny contou para ele? Não, ele não faria isso. Pulei da cama e fui para a sala.
- Me chamou?
- É, eu te chamei sim, onde está o meu caderno que estava bem aqui? - Ele perguntou, olhando para a mesa.
- Eu não sei - respondi calmamente. Ufa! Ainda bem que era o caderno, concorda?
- Então foi a Olivia - e se você está pensando na EX do Danny, está muito enganado, Olivia era a empregada do meu irmão.
- Você já procurou no seu quarto?
- Não, estou indo e, vocês, procurem aqui na sala - ele falou, andando até seu quarto.
- É, vamos lá - Danny disse muito animado. Procuramos nos armários, na cozinha e nada. Depois de um tempo, eu fui no banheiro e adivinha: O MALDITO CADERNO ESTAVA LÁ.
- Achei - gritei.
- Onde estava? - Danny perguntou, pegando o caderno da minha mão e na minha mão (observação). Olhei sem graça para ele, que soltou uma risada pelo nariz. Por que eu era tão tímida? Deve ser trauma, porque quando eu ia passar as férias na casa da minha vó, minha tia botava aqueles vestidos bufantes todo florido e aquelas flores maiores que minha cabeça, e o pior, levava-me no shopping da cidade, que já era um cubículo, onde todo mundo conhece todo mundo. Fala sério, né? É O FIM!
- No banheiro.
- Ah, estava lá, é? - Meu irmão perguntou, tentando se lembrar de como tinha ido parar lá.
- A gente vai no Tom umas oito horas, tá? - Danny falou.
- Tá - eu disse, mordendo minha boca, e ele deu um risada safada (ui!). Revirei os olhos.
Fui para o meu quarto me arrumar, eu sei, estava faltando duas horas, mas eu demorava no banho e tinha que escolher roupa, arrumar o cabelo, escolher um sapato... É difícil ser mulher.
Coloquei meu iPod na caixa de som; tomei um demorado banho. Na verdade, eu nem ouvi a música, estava pensando em outras coisas, tipo, o que eu ia fazer, como olhar para ele sem ficar vermelha? Eu estava ferrada, definitivamente.
Para me acostumar, liguei o computador, entrei no Google e peguei umas fotos dele e comecei a olhar, quem sabe isso me ajudasse a me acostumar. Má ideia... Fechei o computador e me tranquei no closet. Com que roupa ir? Peguei tudo quanto é roupa: calça jeans, regata, manga longa... Já sei! Coloquei uma meia-calça preta, um "vestido" (não sei se era vestido), que era branco, acima do joelho e de manga comprida, parecia lã (mas não era) e deixava um ombro de fora (não inteiro), e uma bota preta. Eu sei, falando assim não ficou tão legal, mas, sério, ficou super rock 'n' roll e elegante. Eu tinha trinta minutos. Tempo suficiente para colocar um blush, rímel, arrumar o cabelo e eu estaria pronta.
- Estou pronta - falei, entrando na sala. Quando entrei, eles ficaram de boca aberta. - Está muito feio? - Perguntei, sabendo que a resposta iria ser um "não", mas, mesmo assim, que mulher não gosta de ser elogiada?
- Pelo contrário, você está... linda - Danny, falou ainda meu abobado. Viu?
- Obrigada - falei, fitando o chão.
- Vamos? - Meu irmão falou, fazendo o Danny parar de sorrir e eu parar de olhar para o chão (que cena!).
- Vamos - eu e Danny falamos na mesma hora.
Meu irmão levantou, pegou as chaves e fomos para a garagem. No carro, eu fui na frente e o Danny, atrás. Ele sentou atrás do meu irmão. Chegamos lá e a Gio estava para fora da casa com Marvin no colo.
- Oi, Gio - Danny disse, descendo do carro e nós fizemos o mesmo.
- Oi, Danny - ela disse com um sorriso no rosto. Ela era simpática.
- Essa é a , irmã do Zac - ele disse, apresentando-me para ela.
- Que bom que eu te conheci, tudo bom? - Ela disse, abraçando-me.
- Oi, é, agora eu tenho outra pessoa para conversar - que merda, por que eu falei isso?
Nós entramos e todos já estavam lá. Tom veio nos cumprimentar, assim como Dougie, que me abraçou como se já fôssemos amigos há décadas, Frankie, Harry e Izzy. Apresentados, sentamos.
- Então, , você chegou quando? - Gio me perguntou.
- Faz dois dias - falei, simpática.
- Ah, então faz pouco tempo. Você conhecia Londres? - Frankie perguntou.
- Eu já tinha vindo aqui na casa da minha avó (que, por sinal, eu ainda não fui visitar), faz um cinco anos.
- Adorei sua roupa - Izzy disse, pelo jeito era a patricinha da turma.
A conversa foi longa, depois jantamos. A casa do Tom era linda e enorme, três andares. O Tom estava me mostrando a casa, como meu irmão já conhecia, só fomos eu, o Tom e o Danny. Depois que nosso tour acabou, o Tom me mostrou a sacada, que era um espaço enorme do terceiro andar ao ar livre. Tom deixou a gente ali e foi pegar alguma coisa.
- Aqui é lindo, não é? - Danny falou, observando a paisagem.
- É, aqui é muito lindo mesmo. - Respondi, virando-me para ele. Afinal, a gente tinha um assunto pendente, e eu não ia deixar escapar.
- Conversar, né? - Ele perguntou como já soubesse a resposta. - Olha, eu estou gostando de você. Eu sei, é estranho, a gente se conhece faz dois dias e você é a irmã de um dos meus melhores amigos. Eu quero ficar com você, mas primeiro eu tenho que falar com ele. - Ele começou e acabou olhando no fundo dos meus olhos, e eu adorava isso nele, ele é brincalhão, mas sabe ser sério.
- É, eu acho a amizade muito importante, a gente fica como está até você falar com o meu irmão - falei, séria. Ele soltou uma risada pelo nariz.
- Que foi? - Perguntei, dando risada.
- Nada, você é linda - legal, acho que ele gostava de me ver vermelhinha.
- Para - falei sem graça, virando o rosto. Ele foi chegando mais perto e disse no pé do meu ouvido:
- Mas acho que isso não vai matar ninguém. - Ele disse, dando-me um beijo apaixonado, que agora foi mais sério que o primeiro.
- É, acho que não - dei um selinho nele e voltamos lá para baixo.
Fomos embora bem tarde. Cheguei em casa e dormi que nem pedra. No dia seguinte, eu tinha que ver o restaurante.
Acordei e eram 9h, tomei café, coloquei uma roupa bem bonita, simples e chique para trabalhar. Chegando lá, estava uma bagunça, o Gerard gritava, dando ordens. Enfim, com certeza não iria abrir tão cedo.
- Olá, , como foi a viagem? Tudo bem? - Ele perguntou, mudando sua expressão para uma mais angelical. Ele tinha 60 anos, sem filhos e me tratava como se fosse uma filha.
- OI, foi tudo bom, e aqui pelo visto nada bem, não é?
- É, vai atrasar a inauguração mais uma semana pelo menos, mas assim você vai ter um pouco de férias, aquelas que você não tem faz três anos - ele riu, é, eu era realmente louca. - Eu quero que você conheça o seu sócio, ele chegou ontem da Alemanha - Gerard me puxou, batendo no ombro de um homem grande, louro e... lindo.
- Oi, meu nome é Brian LaBeauf - ele disse, apertando minha mão.
- Oi, eu sou - falei. Depois, fizemos uma reunião rápida de negócios, resolvemos tudo e só nos veríamos no dia da inauguração. Como não era muito tarde, resolvi visitar minha avó. Jantei lá e depois voltei para casa. Meu irmão chegou logo depois.
- Como foi lá? - Ele perguntou, jogando sua pasta no sofá e tirando a gravata.
- Só vai abrir daqui uma semana, atrasou um pouco. E por que você está de terno? - Ele nunca usava terno para trabalhar.
- Eu estava resolvendo um negócio da McFLY com o meu chefe, aí...
- Ah tá - respondi, claro, nada de importante. Ele me olhou bem, mas não falou nada.
- Aonde você vai? - Perguntei quando vi meu irmão sair pela porta.
- Vou sair com o Danny, ele disse que tinha uma coisa muito importante para falar - ele disse, fechando a porta. Eu não devia estar junto? Afinal, é o meu futuro ao lado de Daniel que está em jogo também. Não tive dúvidas, saí correndo (lê-se: voando) de casa atrás do meu irmão.
Por sorte, vi o carro dele na frente de um pub, parei perto e desci. Eu não entrei, fiquei parada na frente, só olhando os dois, que estavam sentados em uma mesa com caras muito sérias. De repente, meu irmão levantou bruscamente da mesa, ai não, será que ele vai bater no Danny? Não deu tempo de eu me mexer, o Danny abriu um sorriso sentado na cadeira e logo se levantou para dar um abraço em Zac. Ufa!
Nessa hora, o Danny me viu, despediu-se do meu irmão, que estava com uma garota, e saiu para falar comigo.
- O que ele falou? - Perguntei, preocupada. Ele fez uma cara de desentendido.
- Sobre? - Eu só olhei para ele e ele sacou. Ah, sei lá, sobre o vestido novo que você comprou. É claro que eu não falei isso para ele, mas deveria.
- Não, eu não falei nada ainda, a gente está aqui por causa da nossa viagem. - Olhei para ele. - McFly vai passar uns dias fora para fazer shows e o seu irmão está ajudando a falar com os produtores e tudo mais - ele terminou e sorriu.
- Que bom! - Ele vai viajar, NÃO! Eu estava feliz por ele e triste por mim.
- São só dez dias - ele falou, calmo. DEZ DIAS, está de brincadeira, né? Justo agora que eu acho o MEU príncipe encantado, ele tem que viajar. Tá, eu tinha que estar preparada, afinal, ele faz parte de uma banda, certo?
- É, passa rápido. - Falei, virando-me para ir embora.
- Ei, ei - ele falou, pegando meu braço. - Eu juro que vai passar rápido e quando a gente voltar eu converso com ele.
- Está bem.
- Você vai ficar bem? - Qual é, eu também não vou morrer. Dei um sorriso bem grande e disse:
- Sim - ele me puxou para a esquina, onde não batia luz, e me beijou, ali mesmo. Eu estava realmente preocupada, com certeza onde ele vai tem mulher. Eu estava com medo de ele encontrar alguém que ele goste mais do que eu.
- O que você tem, está preocupada? - Agora dava para ver por que ele me trouxe na luz. Ele me cercou com seus braços.
- Estou. Vai ter muita mulher, né? - Falei, olhando para baixo. Ele levantou meu queixo para cima.
- Vai, mas nem uma que seja melhor que você, sabe, e em todos os aspectos - ele falou com um olhar malicioso, olhando-me de cima a baixo.
- Seu idiota - falei, dando um tapa no ombro dele, que me agarrou pela cintura e... já sabe.
- Quando e para onde você vai? - Perguntei, interrompendo.
- Amanhã, às cinco da tarde, a gente vai para o Japão. - Eu estava preocupada.
- Bom, eu já vou indo então, porque eu estou com sono. Ah, te falei que o restaurante vai abrir só daqui uma semana?
- Ah, eu não vou estar aqui... - ele fez bico.
- Mas talvez atrase mais, você não vai estar aqui para me ajudar na mudança - que saco.
- Ih, é verdade, quem vai te ajudar?
- Sei lá, eu chamo o Gerard e o Brian...
- Quem é Brian? - Ele falou, fechando os olhos, parecia que queria controlar sua raiva e se afastou de mim. Que fofo, isso se chama ciúmes.
- É o meu sócio - falei, dando risada e puxando ele para perto, que já mudou a fisionomia, ele era muito tarado.
- Gay?
- Não.
- Abre o olho, viu?
- Você que vai viajar, você que é bom ficar esperto.
- Eu já sou seu - ele disse, dando-me um beijo.
- Eu queria ficar aqui para sempre, mas eu já vou indo, estou cansada - falei, tentando me escapar dele, que estava me amassando inteira.
- Você não quer ir dormir comigo? - Eu disse que era safado.
- Não, obrigada, fica para daqui dois meses, tchau - dei um selinho nele e fui embora. Mas deu para ver a cara de taxo que ele ficou depois do meu "daqui dois meses", tadinho.
Chequei em casa, tomei um bom banho, li um livro qualquer e dormi.
- Bom dia! - Falei, gritando, enquanto entrava na sala.
- Ai, credo, bom dia - meu irmão falou, tampando o ouvido, ele estava de ressaca.
- Pelo visto, a noite foi boa - falei, rindo da cara dele.
- Foi ótima! - Ele falou, revirando os olhos. - Eu estou indo - ele falou, levantando-se e indo em direção à porta. Esses dias, meu irmão estava trabalhando muito; ele ia de manhã e voltava à tarde. Tomei meu café e, quando entrei no meu quarto, meu celular tocou.
- Yes! - falei, jogando-me na cama.
- Oi, linda - Danny falou do outro lado, rindo.
- Oi, tudo bem?
- Tudo e você?
- Tudo bem.
- Você vai fazer alguma coisa hoje?
- Não - respondi, seca.
- Vem aqui, no meu apartamento?
- Ah, não sei, meu irmão pode desconfiar - falei em dúvida.
- Ah, por favor. Ele está trabalhando, nem vai saber.
- Está bom, estou indo - falei, derrotada.
- Estou te esperando. - Desligamos o telefone.
Coloquei roupa, peguei minha bolsa, chave e fui. Tinha esquecido que em Londres o lado das ruas é ao contrário e quase bati.
- Oi - ele falou, recebendo-me com um sorriso, seguido de um abraço.
- Oi - respondi, feliz, por estar naqueles braços novamente, passava uma sensação de alívio, como se o mundo não tivesse problemas.
- Que bom que você veio - ele disse, pegando na minha mão e me puxando para dentro. - Hoje é a minha vez de mostrar o meu quarto.
Ele tinha um apartamento legal, bem organizado. Na cozinha, só garrafas de cerveja; dava para ver que era um homem que morava lá. O Bruce veio correndo e começou a pular em mim.
- Oi, Bruce - agachei-me para "falar" com ele. Danny me acompanhou, demos um pouco de atenção para o pobre cachorrinho.
- É, ele gostou de você, ele não costuma gostar tanto das pessoas - ele falou, rindo.
- Ele tem bom gosto, fala a verdade! - Falei, concentrando-me ainda no cachorro.
- É, ele tem MUITO bom gosto - isso fez eu me virar e olhar para ele. Já falei que ele estava lindo, com uma camisa branca da Hurley (novidade) e uma calça jeans? Era o bastante. Levantamos e fomos em direção à sala.
- O que a gente vai fazer? - Perguntei, sentando-me no sofá.
- Você quer assistir a um filme? - Ele falou, juntando-se a mim.
- Pode ser, para mim tanto faz.
- Ok, mas antes vamos para a cozinha - ele falou, puxando-me do sofá. - Você quer beber alguma coisa? - Ele perguntou, abrindo a geladeira.
- Água - falei, pegando um copo.
- Ah, tá, nada de cerveja - pegou uma cerveja enquanto eu bebia a água.
- Isso mesmo, e você devia parar, está ficando com barriga - falei, rindo e deixando o copo na pia. Ele me fuzilou.
- Vou te falar quem está com barriga daqui a pouco, tá? - Ele falou, aproximando-se, fechando os olhos como se estivesse armando um bote.
Só deu tempo de eu sair correndo, mas ele estava atrás de mim, escondi-me no lavabo. O Bruce entrou comigo, cachorro mau, pensei comigo mesma.
- , você não pode se esconder para sempre.
- Shh, Bruce - falei baixo para o Bruce, que estava latindo.
- Obrigado, amigão, te peguei - ele falou, abrindo a porta do banheiro e entrando para me pegar.
- NÃO, POR FAVOR, você está ótimo, Dan - falei, subindo em cima da privada (que situação), a gente não aguentava de tanto dar risada.
- Agora já era, sem escapatória - ele falou, pondo-me no seu ombro. Jogou-me no sofá.
- Bruce, eu achei que você estava do meu lado - falei, fazendo carinho no pequeno beagle.
- Muito bem, Bruce - Danny falou, pegando o cachorro no colo.
- Não é justo - falei emburrada, cruzando os braços.
- Ah, você ficou bravinha? - Ele falou, colocando Bruce no chão e chegando mais perto de mim.
- Não - ele me puxava para perto dele, não tive forças.
- Vem cá que eu te consolo - ele falou, deitando-se do meu lado e agarrando minha cintura. Sem falar nada, deitei-me. Ele parou e me olhou, aproveitei para "estudar" cada traço dele.
- Que é? - Perguntei sem jeito.
- Nada - ele falou, rindo, e me beijou. Um beijo calmo e apaixonado. Fomos interrompidos pelo telefone.
- Que saco, justo agora - Danny falou, soltando-me, sentei no chão. - Alô.
Viajei por um minuto, esperando. Lembrei que ele iria viajar daqui umas horas e que eu tinha que ficar sem ele durante dez dias.
- Quem era? - Perguntei, brincando com Bruce.
- Era o Fletch, confirmando o voo - ele sentou no chão comigo com uma cara triste, passando a mão sobre meu ombro. - Eu não quero ir - ele disse, fazendo bico.
- Eu também não quero que você vá - falei, encostando minha cabeça na dele.
- Mas vamos aproveitar o momento que temos, certo? Vamos fazer nosso almoço porque eu estou morrendo de fome. - Ele falou, levantando-me, fomos abraçados até a cozinha.
- O que você quer comer? - Perguntei.
- Não sei, o que sugere, chef? - Ele falou, dando risada.
- Hum... Risoto.
- Pode ser, eu faço ou você faz? - Ele falou, pegando uma panela.
- Que tal nós dois - falei, aproximando-me dele de um jeito bem provocante, seguido de um beijo.
- É melhor assim.
Fizemos um risoto, ficamos juntos o dia inteiro até que...
- , está na hora de eu ir - ele falou, olhando-me tristonho e me dando um abraço.
- É, eu sei - falei, aninhando-me em seu peito. - Vou sentir sua falta.
- Eu também vou sentir sua falta, pequena - ele falou, dando-me um beijo na testa. - Eu volto daqui dez dias então - ele falou isso e me deu o último beijo.
- Tchau - eu falei, indo em direção ao meu carro. Ele só acenou com a mão.
Fui para casa pensando no seu último toque, última fala, na última vez que nos beijamos (viu o que o Danny faz comigo?). Meu irmão ainda não tinha chegado. Tomei um banho e, quando voltei, tinha uma mensagem no meu celular: "Já estou com saudades, pequena... Beijos, Jones."
Fala sério, não era para estar do jeito que eu estou? Ele era muito fofo, e eu me derretia. "Volta logo, também estou com saudades, e não esquece de ligar quando chegar, hein, Mr. Jones? Love, .
Cute, hã? Nós parecíamos dois adolescentes tendo seu primeiro amor, aquele que a gente nunca esquece - pelo menos torcemos para que isso não aconteça. Ele definitivamente mexia comigo.
Dias se passaram e eu finalmente me mudei; o meu irmão me ajudou muito com a mudança, assim como o meu sócio e aquela minha amiga, a Laila.
- Ai, meu Deus, aleluia, acabamos isso - meu irmão falou, jogando-se no sofá, agora do meu apartamento.
- Foi divertido - Laila falou, sentando ao lado dele com um sorriso no rosto, que aliás ficou ali desde que ela viu o Brian.
- Gente, obrigada mesmo, eu nunca vou esquecer disso - me sentei do lado deles e Laila me deu um forte abraço.
- Disponha, mas, sério, foi muito legal - Brian disse, sentando na poltrona do lado e dando risada.
O apartamento tinha uma suíte, quarto, banheiro, sala de estar e almoço, cozinha e uma lavanderia. Eu fiz uma decoração bem moderna; da sala dava para ver toda Londres, já que tinha uma "parede de vidro". Enfim, ficou super legal. Conversamos muito, bebemos, os meninos foram embora e a Laila ficou. Pedi para ela me ajudar com as compras amanhã, ela aceitou.
- Amanhã a gente acorda bem cedo para ir no mercado, está bom? - Falei, lavando a pequena louça que deixamos enquanto ela dava um jeito na sala, colocando uns porta-retratos que trouxera para mim.
- Para mim está perfeito - ela falou, olhando uma foto nossa antiga, quando a gente estava no colegial ainda.
- Mas, e aí, arranjou um namorado? - Falei, juntando-me a ela no chão.
- Que nada, estou encalhada - ela falou e nós rimos.
- Acho que o Brian está a fim de você.
- Por falar nele, "Jesus apaga a luz", ele é muito hot - dei risada do comentário.
- Eu vou te contar um segredo, mas você tem que jurar que não vai contar para ninguém - eu tinha que contar para alguém, antes que eu tivesse um treco. Bom, contei para ela o lance com o Danny, minha preocupação...
- Relaxa, ele não vai encontrar alguém melhor que você, amiga.
- Será?
- Com certeza - ela falou, abraçando-me.
Fomos dormir e, no dia seguinte, mais compras, mercado, lojas de decoração... Deixei a Laila na casa dela, e segui para o meu novo ninho. Quando cheguei, tinha um vaso de flores enorme na porta, entrei com elas, coloquei na mesa da sala e li o bilhete: "Eu sei que eu não pude te ajudar, afinal, eu não estou perto... mas o meu coração está com você. I'm yours. Boa sorte na casa nova.
Com Amor,
Danny."
Falando sério, quase chorei. Não tive dúvidas, liguei para ele.
- Danny?
- Oi, linda, tudo bem? Como estão as coisas?
- Aqui está tudo bem, e você?
- Podia estar melhor.
- Bom, eu liguei para agradecer as flores, elas são lindas.
- De nada, que bom que você gostou. O que você está fazendo?
- Acabei de chegar da rua, fui fazer mais compras... Eu estou tão cansada, não sabia que era tão difícil mudar de casa. - Ele riu do outro lado, senti falta dessa risada escandalosa.
- É, vai acostumando...
Conversamos bastante. Faltavam quatro dias para ele chegar, eu estava na expectativa. Meu restaurante iria inaugurar em dois dias, certeza, estava tudo pronto.
Finalmente a noite de inauguração do meu restaurante tinha chegado. Me produzi toda, afinal, a imprensa iria estar lá. Bom, tudo muito lindo, perfeito, não tive que fazer nenhum discurso (graças a Deus). Entrei na cozinha do restaurante, enorme, fiquei pensando como seria minha vida a partir daquele exato momento, agora com minha família do lado, um emprego definitivo e talvez um namorado, que não estava ali. Sentei num banquinho que tinha na cozinha. Gerard entrou.
- No que está pensando, senhorita ?
- Em nada, bobagens.
- Ah, bom saber - ele me entregou uma champagne. E saiu, dando-me um beijo.
- Sério que você está pensando em bobagens? - Uma voz não muito estranha invadiu a cozinha. Ou eu estava sonhando ou... eu me virei e não estava sonhando, ele estava lá mesmo.
- Danny? - Falei e ele correu para me abraçar. - O que você está fazendo aqui?
- Bom, eu tinha que estar presente em um dos dias mais importantes da vida da minha namorada, não concorda? - Ele falou, soltando-me para ver minha expressão, que no caso era de choque.
- Na-morada? - Falei gaguejando.
- É - ele falou, tirando uma aliança de dentro do bolso. Ah, choquei, não estava acreditando. Daniel Alan David Jones me pedindo em namoro. - É, e seu irmão aceitou na boa, sabia? Foi duro de convencer a fera, mas... Então, aceita? - Ele já estava ficando sem graça.
- É claro - ele colocou a aliança no meu dedo e eu fiz o mesmo. Depois, um beijo, claro.
Aquela noite foi mágica, ainda mais acordando do lado do MEU lindo namorado.
A partir daí, vivemos mais dois anos juntos, foi perfeito. Viagens acompanhando McFLY, restaurante lotado toda noite. Danny, quando viajava, sempre me mandava flores, ele era aquele menino para casar, sabe? Bom, nem sempre foi essas mil maravilhas. Um dia, eu me senti muito mal e a Gio passou o dia comigo, depois de falar todos os meu sintomas, me toquei que eu estava grávida. Claro, na hora eu surtei, a Gio tentando me acalmar, mas sem resultado.
- Calma, , eu vou comprar um teste na farmácia e já volto, ok? - Ela saiu correndo do meu apartamento. O resultado deu positivo.
Era óbvio que o Danny não iria gostar, e eu não podia ter um filho agora. Eu tenho um trabalho que requer 100% de mim; enlouqueci. Resolvi manter em segredo até que... depois de dez dias, eu perdi o bebê. Decidi contar para o Danny depois de tudo, ele ficou super bravo com tudo isso, disse que eu não podia esconder uma coisa dessas dele... e o nosso namoro foi esfriando.
Eu passei minha vida inteira pensando no meu futuro, marido, filhos. E eu perdi tudo isso com o cara que eu achava ser o certo para mim. Aquele que me entendia, que fazia de mim a mulher mais feliz do mundo, porque, fala sério, eu estava do lado de Danny Jones, o meu ídolo, e eu estraguei tudo. O Danny? Bom, ele agora está por aí, vivendo a vida do lado de uma outra garota, que faz ele mais feliz do que eu fazia. Eu? Eu trabalho a noite inteira no meu sonhado restaurante, casada com um homem que acho que gosto...
Então, cuidado, o que você faz de errado no presente, pode refletir no futuro. E isso não é um tipo de macumba, não, tá? É só para você pensar um pouco, amiga... E seja feliz ao lado do seu Danny Jones.
N/B: Se encontrarem qualquer erro, por favor, me mandem um e-mail? (camila.ov@hotmail.com) Cami, xx