Firework



batia os pés nervosamente no chão, esperava do lado de fora do consultório. As duas eram melhores amigas desde que ela se lembrava, não havia nenhuma lembrança de sua infância feliz ou triste em que não estivesse presente. Quando os pais de estavam se separando e brigavam constantemente, a garota sempre ligava para a amiga e esta sempre tinha uma palavra doce para falar:
- , acho que agora é de verdade. - falou no telefone olhando para a rua através da janela de seu quarto. Do lado de fora, seu pai carregava suas malas para dentro de um táxi.
- , vai ficar tudo bem, ok? - garantiu que estava com a amiga no telefone mesmo sendo meia-noite. - Amanhã eu passo aí na sua casa, tudo bem?
- Tudo bem, . - falou deixando suas lágrimas rolarem sem se importar de secá-las.
- Eu vou ficar aqui contigo, . - garantiu . - Até você dormir.
E ficou mesmo falando com a amiga até o dia raiar, lavando o rosto cada vez que ficava com sono. Até ouvir a respiração lenta da amiga indicando que esta havia dormido. Alguns dias antes da ida ao consultório, durante uma aula de educação física, brincou:
- Vem logo, , sua lesma. - gritou a vários metros de distância na pista de corrida. havia parado a corrida para pegar um pouco de ar, ela estava dobrada sobre a barriga. - Você é tão mole.
- Vá indo na frente que eu te alcanço. - gritou em resposta.
- Nada disso, sua trapaceira. - falou correndo até a amiga. - O combinado era corridas em dupla. Vamos perder essa minha banha juntas, lembra?
- Você não é gorda. - falou fazendo uma careta por causa da dor que sentia pela corrida. Respirava com dificuldade.
- Sou sim, você fala isso porque é ótima e tem o corpo perfeito. - falou pegando a amiga pelo braço e a puxando de volta para a pista de corrida.
- Não estou me sentindo bem. - falou ficando cada vez mais pálida.
- Vem logo, tartaruga paralítica. - falou puxando com mais força.
- , não dá. - falou . - ...
Então caiu no chão. Primeiro achou que fosse brincadeira da amiga, depois viu que era sério. Levantou levemente a cabeça de para que ela respirasse melhor enquanto gritava por ajuda. Um aluno da sala delas, , parou no meio de sua corrida e carregou para a enfermaria. corria atrás do garoto chorando.
- ? - gemeu assim que abriu os olhos e viu ao seu lado na enfermaria clara demais da escola. - O que aconteceu, quem morreu?
tinha lágrimas nos olhos e não achou graça da brincadeira da amiga. Por um minuto, ela achou realmente que a amiga tinha morrido. Só sossegou quando garantiu para ela que estava respirando e que isso era sinal de que estava viva.
- A enfermeira disse o que eu tenho? - perguntou novamente séria.
- Ela falou que você está anêmica, e mandou você fazer alguns exames. - falou entregando a prescrição médica da enfermeira.
- O que ela sabe? - falou dando de ombros. - Eu estou ótima.
- Sim, é normal as pessoas terem desmaios como o que você teve. - falou agressivamente.
- Que bicho te mordeu? - perguntou . - Canaliza essa tua raiva pra compor uma canção.
- Acontece que por um segundo eu achei que minha amiga tinha morrido e agora essa minha amiga não quer fazer um exame idiota.
- Você esta assim porque achava que eu tinha morrido? - perguntou .
- Claro, retardada. Você é minha melhor amiga. - falou caindo no choro novamente.
- Então eu vou fazer os exames. - falou . - Mas me promete uma coisa? - O que? - perguntou secando as lágrimas.
- Promete que vai ficar do meu lado apertando minha mão?
- Sempre.
Então foi assim que se comprometeu a acompanhar durante os exames. Ela acompanhou durante os exames de rotina, como tirar sangue, mas em alguns ela não pôde acompanhar. Agora, recebia o veredito:
- Me fale quais foram os sintomas. - falou o médico.
- O senhor não tem o exame de sangue? - perguntou confusa.
- Tenho, mas ele apontou uma coisa estranha e eu tenho algumas perguntas para fazer.
- Tudo bem. - respondeu pensativa. - Falta de ar, cansaço e a enfermeira falou que eu estava com anemia.
- Teve algum tipo de dor no corpo?
- Sim, nas articulações. - falou e começou a mexer os dedos fechando a mão em punho e depois voltando à posição normal. - Teve um dia que eu não conseguia fechar minha mão direito. E dor atrás do joelho e no cotovelo.
- E dor no osso?
- Não. - respondeu de imediato, mas depois que pensou um pouco falou: - Sim, mas isso não seria porque eu estou em fase de crescimento?
- Talvez. - o médico se levantou e começou a andar pela sala. - , seu exame de sangue indicou que o número de hemácias no seu sangue está anormalmente baixo.
- E o que isso quer dizer? - perguntou se odiando por nunca ter prestado muita atenção nas aulas de biologia.
- Isso quer dizer, , que você tem leucemia.
não agüentava mais esperar, se não saísse por aquela porta naquele minuto, ela entraria no consultório e veria o que estava acontecendo. Como que lendo seus pensamentos, abriu a porta e saiu do consultório com a cara mais terrível que já havia visto na amiga.
- Tudo bem? - perguntou sem dar tempo para nem ao menos respirar. - O que ele disse?
- Nada. - falou dando um sorriso triste. - Eu estou ótima.
- Você não me engana. - falou agarrando a amiga pelo braço e a obrigando a olhar em seus olhos. - Me conte o que aconteceu.
- Eu não quero falar sobre isso. - falou , pois sabia que não podia mentir para .
esperou pacientemente o dia seguinte para que contasse o que estava acontecendo, mas não apareceu na aula. Nem no dia seguinte, nem no outro. não apareceu por uma semana na aula e isso não era normal para ela que tinha uma presença impecável. também não atendia o telefone e quando ligou para a mãe da amiga, não quis atender mesmo assim. Isso já estava ficando ridículo, então foi até a casa da amiga saber o que estava acontecendo. Tocou a campainha e esperou:
- , que surpresa. - falou a senhora , mãe de . - O que veio fazer aqui?
- Vim ver . - falou decidida.
- Bem, querida, não está se sentindo bem e... - começou a senhora .
- Eu não vou sair até falar com a . - falou batendo o pé forte.
A senhora deu um suspiro profundo e deixou passar.
- Ela está no quarto. - informou a mulher.
subiu as escadas para o segundo andar correndo. Pulava dois degraus por vez para ir mais rápido. Sem bater na porta, entrou no quarto de .
- Por que é que você não quer falar comigo? - exigiu saber.
Foi então que sua raiva passou e ela foi tomada de preocupação. estava na cama encolhida. Nunca estivera tão magra em sua vida, seus cabelos estavam fracos e sem vida e até mesmo seus olhos haviam perdido a cor. Ela olhou para com os olhos cheios de lágrimas, dava para ver que ela vinha chorando muito ultimamente. Seus olhos estavam marcados pela dor.
- Eu tenho leucemia. - disparou sem deixar se recompor pelo choque que sua aparência causou.
- Tem. - falou tentando absorver aquilo e segurar suas lágrimas.
- Eu sou um lixo imprestável. - gritou em meio a soluços. - Nem meu corpo funciona direito.
- Não é verdade. - falou baixinho ainda em choque.
- É sim. - gritou vermelha. - Meu corpo produz linfócitos demais.
- Mas isso não quer dizer que você seja lixo. - falou .
- Sou sim. - gritou . - Você fala isso porque você é perfeita, sua única preocupação é ser magra que nem as modelos da Vogue.
- Não. - falou com lágrimas nos olhos e a expressão mais dura do mundo. - Eu falo isso porque eu te conheço, eu sei o que você é de verdade.
- ... - falou em meio a soluços. - Meu corpo está se destruindo.
- Tem cura. - falou . - Você vai sair dessa.
- Não. - respondeu . - Não vou, vou ser esse lixo imprestável e daí eu vou morrer.
- Não diz isso, . - pediu . - Você vai viver e nós duas vamos ser as duas velhas mais chatas que o asilo vai ter.
- Não, , não sonha, porque a realidade é outra. - falou . - Sai, por favor, eu tenho muito em que pensar.
- , deixa eu te ajudar. - pediu estendendo a mão.
- Você não pode. - falou olhando com desprezo para a mão de . - Você é só uma garota gorda que não pode fazer nada.

Passo, passo. Respira. Respira. corria a todo o vapor para sua casa. Não podia ser verdade, não era verdade. se sentou no banco de uma praça que ficava entre a casa das duas. Não estava com vontade de voltar para casa, tinha coisas importantes para pensar. Uma gota de chuva caiu na sua cabeça, depois outra e mais outra. Logo era uma chuva torrencial que caía em cima de sua cabeça. Mas ela não ligava, poderia ficar ali muito mais tempo. Sua amiga estava para morrer.
Ela sempre tinha se achado sortuda em ter achado sua outra metade em uma amiga. Agora, essa outra metade estava indo embora, não formaria mais um inteiro. seria apenas uma metade patética em um mundo de inteiros. Como ela sobreviveria sem ela? Quem a lembraria de fazer os deveres de casa e os dias das provas? Quem passaria na casa dela apenas para comer cereais e assistir Bob Esponja nos sábados? Quem ficaria ao seu lado e tomaria taças e mais taças de sorvete quando ela levasse um fora?
Não podia agüentar aquilo, tinha que ir para outro lugar. Mas seu corpo não a obedecia. Ela apenas ficava inclinada sobre si chorando desesperadamente. Então, um par de All Star vermelho parou a sua frente, ela levantou os olhos, estava parado na sua frente segurando o guarda-chuva de modo que ela não pegasse tanta chuva. Ele tirou seu casaco estilo militar e passou em volta do ombro molhado de . Depois passou os braços em volta dela ajudando-a a levantar-se. Ela então abraçou-o e chorou. Ele ficou abraçado com ela até que ela parou de chorar e começou a respirar um pouco mais perto do normal.
- Não precisa me contar. - falou quando abriu a boca. - Só se quiser.
- Não quero. - falou sufocando um soluço.
- Vou te levar em casa.
ficou o dia seguinte em casa e não foi para a escola. Ficou deitada na sua cama a manhã inteira. Sua mãe não a perturbou, a mãe de havia ligado para ela e contado o ocorrido. Como se estivesse em luto, sua mãe a respeitou e não a incomodou. desceu apenas para pegar um pacote de batata frita quando ficou com fome. Mas quando se lembrou o motivo de sua tristeza, seu estômago ficou embrulhado e ela não conseguiu comer. Ficou então o dia inteiro deitada na cama não deixando nenhum pensamento permanecer mais do que alguns segundos.
No dia seguinte, quando sua tristeza persistiu, ela pensou melhor e decidiu espantá-la. Tirou o short do pijama e colocou um jeans e colocou um casaco por cima da blusa de ursinhos que combinava com o short. Marchou corajosamente para a casa de e bateu forte na porta quando chegou. A mãe de veio atender, a tristeza da casa havia deixado marcas na senhora também. O sorriso encantador que antes ostentava havia perdido espaço para um olhar vago e um nariz vermelho de chorar. Quando viu parada na soleira da casa, abriu os braços e a abraçou:
- Sabia que você não ia desistir tão fácil. - falou a senhora chorando baixinho no ombro de .
- Eu nunca vou desistir dela.
teve que ficar mais alguns segundos parada a frente da porta do quarto de antes de criar coragem o suficiente para entrar. estava parada em frente a janela olhando tristemente para fora. Quando entrou, ela apenas ficou parada olhando para a amiga. Então correu até ela e a abraçou. As duas caíram no choro se escorando uma na outra para não caírem, as duas choraram.
- Você é uma bunda mole, sabia? - falou entre o cabelo de .
- Você também. - falou rindo. - E não é gorda nem inútil, de jeito nenhum.
- Eu sei. Você não achou que eu ia te abandonar de verdade, não é?
- Não, nunca achei. - falou soltando um pouco o abraço para poder olhar nos olhos da amiga. - Sabia que você ia ficar no meu lado.
- Eu vou estar. - falou pegando as duas mãos de e colocando-as entre suas mãos. - Eu estarei segurando sua mão em todos os exames.
- Eu sei. - falou chorando novamente. - Eu sei que vai.

Uma semana depois, a terapia de começou. nunca a viu tão fraca, nem mesmo na semana que soube da leucemia. Então o inevitável chegou, teve que raspar o cabelo todo. Logo ela que sempre foi tão preocupada com a beleza. foi com ela no salão e não soltou a mão da amiga, ignorando a dor que estava provocando apertando sua mão cada vez mais forte. saiu do salão careca e com a mão vermelha.

No dia seguinte, criou coragem e foi para a escola. Sem peruca, sem lenço ou chapéu, exibiu sua careca corajosamente. sentiu orgulho da amiga estar encarando a doença de frente. Mas os comentários e cochichos ao redor fizeram se afundar cada vez mais na cadeira.
- Brigou com o cabeleireiro? - perguntou um garoto assim que chegou.
- Será que ela cansou daquele cabelo tingido que ela usava? - perguntou uma menina maldosamente para sua colega do lado.
Então ficou irritada, deixou a raiva tomar conta dela. Pegou seu caderno e jogou no quadro negro espalhando pó de giz por todo lado. Jogou sua cadeira para o lado de forma que a cadeira batesse na parede. Marchou para a mesa do professor e ficou em pé em cima da cadeira. Todos na sala olhavam-na assustada, como se estivesse enlouquecido.
- Ela tem leucemia, seus retardados. - gritou . - LEUCEMIA! Não uma briga com o cabeleireiro. Ela está doente. Vocês deveriam deixar de ser retardados, se envergonhar, pedir desculpas para ela e dar todo o apoio possível.
- Senhorita. - falou o professor.
- Não, professor. - gritou . - Os alunos tratando ela desse jeito e você não vai fazer nada?
- Saia da sala. - falou o professor secamente.
- Não até que todos peçam desculpas para . - gritou ferozmente como se fosse capaz de jogar alguma coisa na cabeça do professor.
- Agora. - o professor falou irritado.
Então tudo aconteceu muito rápido. Alguém pegou no colo e a retirou da sala ignorando os socos e chutes que ela dava na pessoa. Do lado de fora, a pessoa colocou-a no chão e então viu quem foi: .
- Por que você me tirou de lá? - perguntou irritada.
- Porque se você continuasse lá, o professor te daria mais do que uma expulsão. - ele falou sério. - Você deveria me agradecer.
- Te agradecer? - perguntou sem acreditar. - Você não percebeu o que aconteceu? As pessoas estavam rindo da .
- Agora que eles sabem o que aconteceu com ela, vão parar de encher o saco dela. - ele falou daquele jeito sério dele. - Era por isso que você estava chorando o outro dia.
Não foi uma pergunta, foi uma afirmação.
sabia, então nem se deu o trabalho de concordar. Ele a abraçou e deixou que ela chorasse para se limpar da raiva e da tristeza. Duas semanas se passaram desde o incidente na sala de aula. A notícia havia se espalhado pela escola e todos a tratavam diferente. No começo, achou que aquilo seria bom, mas começou a se sentir cada vez pior com todo o tratamento especial e se isolou de novo. Então começou a faltar a aula de novo, primeiro ela começou a faltar apenas alguns dias, depois começou a faltar semanas seguidas e voltou a ignorar os telefonemas de , que foi então na casa dela.
- Ela está no quarto. - falou a senhora assim que viu ali parada.
- O que aconteceu com você dessa vez? - perguntou entrando irritada no quarto de .
- Eu só não tive vontade de ir para a aula hoje. - falou sem se dar o trabalho de levantar da cama para receber .
- Não acredito. - falou de braços cruzados e expressão nada simpática no rosto.
- Não estou inventando. - falou com voz fraca, então virou o rosto e vomitou no cesto de lixo ao lado de sua cama.
- O que aconteceu? - perguntou preocupada.
- A leucemia atingiu meu sistema nervoso. - ela falou limpando a boca na manga. - Meu corpo não esta mais respondendo à quimioterapia, a doença está avançando rápido demais.
- E agora? - perguntou ela assustada.
- O médico falou para eu aproveitar a minha vida e fazer tudo o que eu quiser. - ela falou fraca demais para expressar qualquer sentimento na voz.
- E o que você faz aqui dentro do quarto? - perguntou segurando as lágrimas.
- Não estou com vontade de sair de casa. - ela falou virando para o outro lado, ficando de costas para .
- E você vai ficar esperando a morte deitada na cama? - perguntou achando cada vez mais difícil segurar as lágrimas.
- Vou, é mais fácil. - falou virando para encarar com lágrimas nos olhos.
- Nem sempre o mais fácil é o que você deve fazer. - falou .
- Aonde você vai? - perguntou se levantando levemente para ver sair.
- Tenho que pensar. - falou sem olhar para trás.

Em seu quarto, não podia deixar de pensar na amiga. Nem ao menos deixava outros pensamentos tomar espaço em sua cabeça. Apesar do que os médicos diziam, ela sempre teve esperança na sobrevivência da amiga. Agora, suas esperanças pareceram bobas, coisa de criança. O que ela tinha agora era sua melhor amiga definhando na cama.
Ela não sabia o que era mais triste, saber que sua amiga estava morrendo ou vê-la morrendo pouco a pouco deitada em um quarto escuro. Ela olhou o violão descansando apoiado em uma parede. Sempre fora melhor compondo do que falando, pegou o violão e começou a trabalhar. Duas horas depois, pouco antes do jantar, a campainha tocou, uma voz de homem falou, depois sua mãe falou e depois passos começaram a chegar do corredor. estava parado a sua porta, esperando permissão para entrar:
- Entra. - falou sem saber o que fazer.
- Achei que talvez você precisasse disso. - falou entregando uma caixa do chocolate favorito de .
- Acertou, talvez eu precise. - ela falou aceitando a caixa. - Estou trabalhando em algo.
Ela explicou em detalhes sobre o avanço da doença de . Então falou sobre como se sentia em relação a isso, como suas esperanças pareciam estar se esgotando pouco a pouco e sobre a indiferença de em seus últimos dias de vida. Logo estava tagarelando e chorando, falando sobre como não queria perder sua melhor amiga e como ela se sentiria sozinha no mundo sem sua melhor amiga pra ajudá-la a passar pela vida. Então falou sobre sua música e deu-lhe para que lesse.
- É fantástica. - ele falou pela primeira vez desde que tinha começado a falar de verdade. - Sério.
- Acha que ela vai gostar? - perguntou timidamente.
- Acho que vai fazer ela mudar o modo de ver a vida. - ele falou entregando a letra cifrada para .
- Espero.
marchou novamente para a casa da amiga e nem parou para cumprimentar a senhora à porta. Abriu a porta do quarto e viu a amiga novamente debruçada vomitando. Estava mais pálida do que a última vez que tinha se visto ou era impressão de ? Então a garota pegou o violão e cantou com todo seu coração.

Do you ever feel like a plastic bag
(Você já se sentiu como um saco plástico)
Drifting through the wind
(Flutuando pelo vento)
Wanting to start again
(Esperando começar de novo?)

Do you ever feel, feel so paper thin
(Você já se sentiu frágil)
Like a house of cards
(Como um castelo de cartas)
One blow from caving in
(A um sopro de desmoronar?)

Do you ever feel already buried deep
(Você já se sentiu enterrado)
Six feet under scream
(Gritando sobre sete palmos)
But no one seems to hear a thing
(Mas ninguém parece ouvir nada?)

Do you know that there's still a chance for you
(Você sabe que há uma chance para você?)
Cause there's a spark in you
(Porque há uma faísca em você)

You just gotta ignite the light
(Você só tem que acendê-la)
And let it shine
(E deixá-la brilhar)
Just own the night

(Apenas domine a noite)
Like the Fourth of July
(Como o dia da independência)

Cause baby you're a firework
(Porque você é fogo de artifício, baby)
Come on show 'em what your worth
(Vá em frente e mostre o que você vale)
Make 'em go "Oh, oh, oh!"
(Faça-os fazer "Oh, oh, oh!")
As you shoot across the sky
(Enquanto você é atirado pelo céu)

Baby you're a firework
(Baby, você é um fogo de artifício)
Come on let your colors burst
(Vamos, deixe suas cores explodirem)
Make 'em go "Oh, oh, oh!"
(Faça-os fazer "Oh, oh, oh!")
You're gonna leave 'em fallin' down
(Você vai deixar todos surpresos)

You don't have to feel like a waste of space
(Você não tem que se sentir um desperdício de espaço)
You're original, cannot be replaced
(Você é original, não pode ser substituído)
If you only knew what the future holds
(Se você soubesse o que o futuro guarda)
After a hurricane comes a rainbow
(Depois de um furacão, vem o arco-íris)

Maybe you're reason why all the doors are closed
(Talvez a razão pela qual as portas estão fechadas)
So you could open one that leads you to the perfect road
(É que você possa abrir uma que te leve para a estrada perfeita)
Like a lightning bolt, your heart will blow
(Como um relâmpago, seu coração ira brilhar)
And when it's time, you'll know
(E quando chegar a hora, você vai saber)

Boom, boom, boom
(Boom, boom, boom)
Even brighter than the moon, moon, moon
(Mais brilhante que a lua, lua, lua)
It's always been inside of you, you, you
(Sempre esteve dentro de você)
And now it's time to let it through
(E agora é a hora de deixá-lo sair)

Quando terminou, ela e tinham lágrimas nos olhos e se abraçaram. Prometeram ficarem juntas até o fim, mas sentiu a garganta doer quando falou “fim”, pois sabia que esse fim, que antes parecia distante, estava cada dia mais próximo. passou todos os seus últimos dias fora da cama, aproveitando o mundo. nunca a viu tão feliz. E quando ela teve que partir, seu sorriso era o que mais lembrava. Ela foi e em vez de deixar uma tristeza passada no ar, ela deixou um doce aroma de feliz partida. Por mais que ela não tivesse percebido, ela juntou e , que vários anos depois casaram e deram o nome a sua filha de , o nome de uma verdadeira amiga, amada filha e incrível ser humano que, apesar de sua doce partida, deixou um enorme espaço a ser completado no coração de todos que conheceu.


Fim


N/b: Achou algum erro, seja ele qual for, envie um e-mail diretamente para mim [paulabrussi@gmail.com], ou um tweet, indicando-o e o nome da fic. Obrigada!


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