Garota Radical


Imagine quatro garotos descendo a escadaria de uma casa em câmera lenta. Vamos começar pela fileira da frente onde é ocupada por dois dos quatro garotos. O do lado direito chama null null, sua roupa é um tanto quanto superdescolada: Nos pés o "Nike Dunk" azul, nas pernas uma skinny branca, a blusa cinza entra com contraste com o agasalho vermelho de toca. O da esquerda chama-se null null, sua roupa não é tão superdescolada quanto a de null, mas nos pés ele calça um "Adidas Star", nas pernas um jeans e sua blusa preta é bem chamativa por causa dos detalhes em verde neon.
Agora, na fileira de trás há outros dois garotos. O do lado direito chama-se null null, nos pés o "Nike Dunk" verde, nas pernas uma skinny preta e a blusa verde praticamente desaparece devido ao agasalho cheio de desenhos com toca e na cabeça ele usa uma faixa verde pra deixar o cabelo superdescolado mais do que já é. E, por fim, o do lado esquerdo chama-se null null e calça nos pés o "Nike Dunk" também verde, nas pernas a skinny também branca e a blusa laranja neon, que por incrível que pareça, não dói os olhos, se destaca naquela mistura estranha de cores.

Uma festa. Sim, era uma festa em que eles estavam. A música estava bem agitada e várias pessoas dançando com copos coloridos na mão podiam ser vistas.

A atenção dos garotos estava focada na pista de dança quando ela passou.
- CARALHO, OLHA AQUELA ALI! – null deu um passo pra trás tropeçando nos pés, e, pra se não cair, abriu os braços se apoiando nos amigos ao lado. – Foi quase. – Ele sorriu maroto e se ajeitou novamente pigarreando logo em seguida.
- Vamos fazer uma aposta? – null sugeriu ainda olhando a garota que acabara de passar ali.
- Que tipo de aposta? – null sorriu maliciosamente esfregando as mãos uma na outra. Era isso que fazia quando estava empolgado.
- Até o fim da festa, um de nós tem que ficar com a menina que passou aqui. – null dizia empolgado com um sorriso de orelha a orelha.
- E quem ganhar? – null perguntou curioso enquanto dançava no ritmo da música.
- Fica um mês sem ajudar a limpar a casa – null sugeriu.
- Nah...É muito idiota esse ‘prêmio’. – null rolou os olhos.
- Então fala alguma coisa boa, sabichão. – null o desafiou.
- Simples, quem ganhar a aposta fica com ela. – null deu de ombros.
- E se ela não quiser ficar com quem ganhar? – null entortou a boca pro lado. - Aí eu já não sei. – null fez pouco caso. – Cara, para de dançar assim, ta me assustando.
- Você que fica igual idiota aí, parece barata cega em tiroteio. – null continuou dançando igual a uma minhoca no cio.
- Tanto faz velho, eu quero é saber qual vai ser o prêmio pra quem ganhar a aposta. – null começou a entrar no ritmo de null atraindo olhares.
- Bom...Quem perder vai ter que ficar um mês vestido de mulher. – null sorriu malicioso – E vai ter que fazer tudo vestido de mulher. Pode ser? Os outros três se olharam e sorrisos iguais ao de null surgiram em seu rosto.
- Então já é! Quem vai ser o primeiro? – null perguntou animado.
- Você. – Os outros três responderam em coro.
- Vejam e aprendam. – null piscou e foi em direção a tal garota.

Ele a observou de longe e ajeitou a blusa, mas ainda não era o suficiente.
- Cara, olha aqui. – Ele puxou um garoto pela gola e o deixou na sua frente.
- O que foi? – O menino arqueou a sobrancelha.
- Tô bonito? – Ele sorriu galanteador e o garoto fez cara de nojo.
- Você é gay? Foi mau cara, não dou opinião sobre homem. – Ele deu tapinhas no ombro do null e saiu andando.
null rolou os olhos e resolveu esquecer o que o garoto havia lhe falado. Ele começou a andar novamente até a menina e viu que ela dançava com as amigas. O único jeito era chegar dançando também. Ele dançava de um jeito estranho e foi chegando por trás da tal garota. Assim que as amigas dela viram seguraram a risada e olharam pra outros pontos da festa. - Oi, meu nome é null. – Ele disse quase num sussurro no ouvido dela.
A garota virou pra ele com cara de nojo e se afastou pro lado pra continuar dançando – Ei...Você não vai perguntar o por quê de eu dizer meu nome? – Ele chegou mais perto sorrindo.
- E eu preciso? – Ela se pronunciou pela primeira vez, mas sem olhar pra ele.
- É claro! – Ele foi chegando cada vez mais perto e ela ia dando passos pra trás.
- Então ta, por quê? – Ela sorriu forçada e olhou pra ele.
- Ah droga, você estragou a cantada. – Ele coçou a cabeça e a menina arqueou a sobrancelha.
- Estranho. – Ela saiu andando pro outro lado do jardim.
null voltou desconsolado pra perto dos amigos que riam muito.

- É, seus filhos-da-puta, quero ver fazer melhor. Vai lá null. – null empurrou null o fazendo ir pra fora da rodinha.
- Eu vou, mas não vou voltar. E se eu voltar vai ser só amanhã de manhã e com ela do meu lado. – null disse todo convencido e saiu em direção à garota sendo seguido pelos garotos.

Ela estava lá perto da escadaria, que foi por onde eles desceram para ter acesso à festa, com suas amigas. null já chegou intimando a pobre garota:
- E aí, gata? – Ele chegou bem perto colocando a mão entre seu pescoço e bochecha e aproximando a boca da dela, ela, por sua vez, se esquivou o xingando.
- Sai daqui garoto, parece que não se toca! Eu hein... – Ela disse toda nervosinha.
- Ah qual é, só um beijinho. – Ele repetiu os movimentos anteriores, mas dessa vez com um sorriso safado naquele rostinho lindo que dá calafrios. Então, a garota se esquivou de novo lançando um olhar mortal a ele. Mas não o intimidou.
- Sai daqui, vai caçar alguma garota a tua altura, anda, vaza! – Ela o empurrou e ele voltou de novo.
- Eu adoro garotas difíceis como você. – null piscou pra ela e em uma fração de segundo sentiu a mão da garota no seu rosto.
Os garotos que estavam perto começaram a rir, a apontar pra ele e caçoar do pobre amigo.
- Sua louca, não precisava disso pô! Era só um beijinho. – Ele saiu de perto dela massageando a bochecha.

- Puta que pariu null, você é muito idiota! – null ria sem parar e sua barriga já doía mais do que quando fica com dor de barriga. Você entendeu?
- Seu trouxa, preciso te dar umas dicas de como "xavecar" uma garota. – null ria alto e deu um tapinha de leve nas costas de null.
- É sabichão, vai lá e me mostra o que tu sabe fazer. – null ainda alisava a bochecha.
- Eu já fui, animal, agora é a vez do null. – null apontou pro null.
- To vendo que eu vou ensinar vocês a como pegar uma garota né? – Ele sorriu galanteador enquanto alisava a barriga.
- Vai lá seu "queima rosca", quero só ver.

E assim, null foi até a menina, que nenhum deles sabia o nome.
Ela estava no mesmo lugar de antes, na escada. Tentar beijá-la não ia dar certo, jogar uma cantada também não, o único jeito era...Tentar não cair em cima dela de novo.
- DESCULPA, DESCULPA, DESCULPA. – Ele levantou todo desengonçado quase berrando desculpas para a menina. Ela o olhava assustada e ria baixo.
- Ok, calma. Só presta atenção na próxima vez. – A menina disse em tom de deboche.
- Cara, é melhor você deixar isso pra lá. – null apareceu e puxou o amigo pra onde eles estavam antes.
- Mas eu ia falar com ela... – null tentava voltar e apontava pra menina, mas nada resolvia.
null o deixou onde estava antes.

- Cara... Você precisa ter mais jeito com as garotas. – null disse em tom sério.
- Eu tropecei sem querer poxa, me deixa tentar de novo? – Ele juntou as mãos como se tivesse rezando. – Prometo fazer direito.
- Deixa de ser idiota, parece que você ta rezando no meio da festa. – null desgrudou as duas mãos do garoto.
- Ta faltando alguém... – null olhou pra null e os amigos fizeram o mesmo. - O quê? Ah é verdade...Falta eu – Ele sorriu.
- Então vai la gatão, mostra pra gente o que tu sabe! – null deu um tapa na cabeça do amigo em sinal de apoio. Vai entender...

null respirou fundo e caminhou até a menina que não estava mais na escada, agora ela se encontrava perto da mesa de bebidas.
Ele se aproximou marotamente e sorriu sem mostrar os dentes, e por incrível que pareça a menina o olhou sorrindo.
- Opa, ta sujo aqui. – Ele encostou a ponta do dedo indicador no meio da barriga dela, por cima da blusa, e ela olhou então ele subiu o dedo pela barriga dela até a cabeça – Ahá, te peguei! – Ele deu um pulo pra trás e apontou o dedo pra ela dando risada igual idiota.
- A HÁ HÁ HÁ HÁ. Engraçadinho. – Ela sorriu forçada e rolou os olhos.
- Toca aqui! – Ele estendeu a mão pra ela e ela olhou. Hesitou por uns segundos e quando foi pegar na mão dele...
- PEITINHO! – Ele encostou a ponta dos dedos nos peitos dela, mas ela foi mais rápida e foi pra trás. null ria igual a um retardado, mas parou ao ver a "cara de cu" da menina. – Desculpa.
Ela apenas ignorou e saiu andado pra perto da piscina, já que suas amigas haviam a chamado.

- null, o que foi aquilo? – null perguntou curioso.
- Achei que fosse dar certo. – Ele deu de ombros e começou a rir de novo sendo seguido pelos outros três amigos.
- Acho que ninguém ganhou a aposta. – null disse pegando um salgadinho da bandeja.
- A gente ainda tem uma esperança. – null disse todo contente.
- Eu vou mijar valeu? Já volto. – null saiu em direção à porta que dava acesso lá dentro da casa.
- E qual é a sua esperança? – null arqueou a sobrancelha.
- Bilhetinho?
- Exatamente isso meu caro. – null sorriu enquanto fazia o mesmo caminho que null. null e null foram atrás. – Onde tem papel aqui? - Acho que ali. – null apontou pra mesinha de telefone. null foi até lá e achou um pedaço de papel junto com uma caneta preta.
- O que a gente vai escrever? – null tava curioso.
- Eu não sei. Dá alguma idéia! – null deu de ombros e apoiou o papel na parede.
- Que tal..."Todas essas curvas e eu sem freio nenhum"? – null soltou uma gargalhada depois.
- Não foi engraçado. – null tava sério.
- É, não foi. – null concordou.
- Foi sim, vocês que não tem senso de humor, daria certo. – null ficou emburrado. - Que tal... "Eu procurei ‘Deusa’ do Aurélio e teu nome tava incluído"? – null riu mais alto que null.
- Cara, se vocês querem jogar essas cantadas idiotas me avisem que eu nem perco tempo gastando tinta de caneta – null foi grosso.
- Dá uma idéia então, espertão.
Diego pegou a caneta e escreveu no papel: “Aposto um beijo que você me quer”
- É...Essa pode dar certo. – null sorriu e null concordou.
- Certo – null sorriu animado e guardou a caneta no bolso.
- Cara...A caneta é dali – null apontou pra mesinha do telefone.
- É que eu to sem caneta em casa. – null sorriu maroto e saiu andando pra fora da casa.
- Agora a gente só tem que achar quem dar o papel pra ela. – null ficava analisando as pessoas.

- ACHEI – null falou alto – Ô null – Ele berrou e um garoto gordinho olhou.
null era o mais nerd da classe deles, usava roupas de nerd e...Agia como um nerd gordo e feio que não pega ninguém.
- Sim? – Ele caminhou até os garotos e sorriu.
- Ta vendo aquele grupo de três meninas? – null apontou pra tal garota e mais duas meninas, amigas dela, que estavam perto da piscina.
- Sei. – null analisava – Gostei da do meio.
- Tira os olhos que ela já é nossa. – null deu um tapa na cabeça de null que reclamou.
- Então, leva pra ela esse bilhete, a garota do meio. – null entregou o papel na mão de null.
- Até eu escreveria algo melhor que isso. – null ria do que tava escrito. - Anda logo animal. – null empurrou o menino que foi tropeçando até a metade do caminho, mas se recompôs no fim.

- Oi...Mandaram entregar pra você. – Ele entregou pra loira do canto. Os garotos viram a cena de longe e quiseram matar o null quando ele entregou o papel pra loira e não pra morena. As três leram e começaram a rir discretamente.
null saiu dali e foi pra perto dos meninos.

- Você é burro cara? Eu falei que era pra do meio! – null apontou pra tal garota.
- Ah, não deu certo de qualquer jeito. – null deu de ombros e saiu andando.
- Acho que eu preciso mijar. – null disse.
- É, eu também. – null completou.
- E eu vou junto. – null se intrometeu na conversa.

Ao chegar no banheiro eles se encontraram com null se agarrando com uma menina no corredor.
- Sabia que ele ia pegar alguém hoje! – null disse escorado na parede esperando null sair do banheiro. null apenas concordou com a cabeça.

Quando eles voltaram lá pra fora viram uma cena que parecia de filme de terror: null lambia a bochecha daquela garota e ela sorria pra ele. Um sorriso sincero, na visão dos quatro garotos.
null fez cara de nojo e os outros três olhavam estáticos.

- Qual o seu nome? – null perguntou enquanto passava com ela na frente dos garotos.
- null.

IT’S OVER.

N/A: OOOOOOOOOOOI GENTE *-*
Então, eu queria agradecer a todas vocês que leram essa fic curtíssima e estranha. Se vocês curtem a banda CINE, vão fazer uma pequena ligação da fiction com o clipe ‘Garota Radical’. Pois é. Eu to me sentindo orgulhosa por ter terminado essa em um dia só, porem eu tenho outra aqui que já ta meio grandinha e quando eu acabar vou mandar pra cá, ok?
Eu aceito críticas, dicas e sugestões. Até porque a opinião de todas vocês é muito importante porque assim eu sei o que melhorar 8D.
Então é isso!
Bia. xx


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