Girls Can Rock
Escrita por: Lala | Betada por: Ana;
Uma das partes mais difíceis de estar em uma banda é compor as músicas. Muita gente acha difícil e aqueles compositores fodões aparecem e escrevem algo para você cantar depois, mas a gente acha isso idiotice. Tipo, se você não consegue nem compor nada, para que ter uma banda? Por que toca bem? Legal, eu também. A diferença é que, além disso, componho.
A questão é que adoro compor. São tantos sentimentos, momentos, coisas que me aparecem que tenho que botar no papel e, agora com CD novo vindo, é legal e complicado. Não é sempre que nos vem algo para escrever, a bendita inspiração, e, quando precisa de algo urgente e alguém – digo – atrapalha você - caso saiba algum verbo que expresse mais, fique à vontade –, fica complicado.
Ah, sim. Voltamos da Inglaterra faz uma semana – ou mais. Não sei datas – e é como se o que aconteceu lá nunca tivesse existido. Não é bem assim, como deve soar. Vez ou outra quando nos falamos, rola uma zoação relacionada aos “parzinhos”, mas nada além disso. Sei que Dougie já andou saindo com outras garotas, porque ele mesmo me disse como “o que ele fez no dia”. Afinal, decidimos ser amigos acima de tudo e estou bem assim. Se namorasse Dougie Poynter, seria coisa de outro mundo, para não dizer complicado demais. Também acho que é mais coisa do momento. Sei lá, a distância não ia ajudar também...
De qualquer forma, estava no pequeno estúdio que tem na casa da , tentando compor a última música do álbum que ficou encarregada para eu acabar. O problema é que o prazo está acabando e continuo na mesma, já que usei tudo que eu tinha nas outras músicas há uns tempos. Então decidi pedir ajuda às outras três. O maior problema disso é que duas delas me abandonaram, ou as três mesmo. disse que ia comer meia hora atrás e está dormindo no sofá da sala – também, com a semana que tivemos... Não acredito que sobrevivi à quarta-feira – e, bom, continua aqui, mas ajudaria mais se não estivesse.
Enquanto me esparramo no chão com meu notebook e um caderno na minha frente, está sentada em frente com o violão no colo, esculachando tudo que toca e passando a palheta em todas as cordas, enquanto segura a primeira corda (mi aguda), deixando sair um som horrível. Ou seja, está tocando porcaria nenhuma. Está é me atrapalhando.
Por estar perto dela, a única coisa que fiz foi colocar a mão em cima da sua, antes que o som se repetisse.
- Ahn? – ela pareceu acordar de um longo transe – Estou a atrapalhando né? Foi mal.– riu.
- Imagine, amor – sorri cínica e ela gargalhou, passando a tocar a primeira música que fizemos.
Certo, um bom som não me atrapalha... Pena que nem dois versos escrevi e ela voltou com o lance a primeira corda. Apenas a encarei e percebi que ela sorria, mesmo sem olhar pra mim.
Bitch.
- Você não vai parar, né?
- Não – gargalhou – Só paro porque apenas falta a sua música para colocarmos ritmo e começarmos a gravar tudo.
- Então parar de me atrapalhar é a primeira coisa que você tem que fazer – falei como se ela fosse uma criança e não fosse me entender – E a segunda é me dar uma ajuda.
- Ok, mamãe – rolou os olhos, largando o violão ao lado – Deixe-me ver o que você já fez.
- Não.
- Como não? Assim não tem como a ajudar!
- Você não me deixa ver as suas desde que começamos... Não! Antes disso! – sem contar que não só as musicas; qualquer coisa que ela fazia, eu tinha que ficar na expectativa até ela acabar, revisar mil vezes e finalmente me deixar ver.
Ela ficou em silêncio, apenas me olhando. Imaginei o que ela poderia estar pensando para falar me falar, mas o que a garota fez foi levantar-se, sorrir e ir em direção à porta.
- Ok, boa sorte com sua música – acenou e abriu a portinha.
- Não! – gritei. Fazer o joguinho dela contra ela mesma quase nunca funciona – Ajude-me da mesma forma que a ajudo quando precisa.
- ‘Ta. Sobre o que é a música?
Conversamos sobre ela e finalmente consegui terminar com um comentário dela e meio comentário da que conseguiu acordar a tempo.
Quando subimos, estava no quarto da , jogando The Sims 3 no computador dela.
- Obrigada pela ajuda, ! – falei ironicamente contente.
- Imagine, . Foi um prazer – ela respondeu sem tirar a cara do jogo – Nem precisei fazer algo. Foi a melhor ajuda que já dei.
- Consigo imaginar.
- Nem! Essa letra é ótima. Vai ter esse ritmo cagado nunca! – reclamei quando as meninas criaram qualquer coisa muito ruim em cima da minha melhor composição.
- Então desisto – falou a – Estou com bloqueio para ritmos hoje – em outra palavras, uma preguiça do caramba.
- Olhem só! Zanessa vai finalmente se casar! – e surpresas gritaram, virando o notebook para nós.
- Ainda o prefiro com a Tisdale – comentou, dando de ombros.– Mas, , seu celular está tocando.
- Não está, não... – disse e o aparelho tocou logo em seguida – Pare de ligar para ele!
- Não sou eu! O troço vibra antes de tocar! – defendeu-se.
Peguei o aparelho e observei o número.
Às vezes alguns fãs doidos conseguem nossos números. Isto é, raramente, mas nesse caso não era um fã. Na verdade, eu conhecia esse número muito bem, mas não o via há bastante tempo.
Fui até a varanda, onde poderia falar sozinha.
- Alô?
- ?
- Julian.
- Está tudo bem?
- Ótimo... E com você?
- Também – respondeu e calou-se. Esperei na linha até ele voltar a falar – Ainda está aí? – assenti e continuou – Estava pensando se... A gente podia se ver... Para conversar.
- Conversar? Hum, tudo bem. Daqui uma hora?
- Perfeito. No lugar de sempre?
Concordei e desliguei.
O lugar de sempre... O lugar que o conheci. Lembro-me de que não era nem metade do que sou hoje e estava comendo na cafeteria, perto de Hollywood, quando meu precioso bolinho acabou porque o cara da frente o pegou. Lamentei em baixo tom, mas aparentemente ele ouviu e se virou para me olhar com um sorriso de como quem pede desculpas e aí morri. O cara não era um cara qualquer. Era simplesmente Julian Casablancas. Nada mais nada menos que o vocalista do The Strokes. Bom, de resto já da para saber.
Não fui para minha própria casa porque, afinal das contas, a casa de todas as meninas é minha também e vice versa, então fui até o banheiro da e tomei um banho rápido e me vesti, pronta para sair. Passei pela sala onde as outras três estavam lá também, vendo TV.
- Vai sair? – perguntou.
- Vou...
- E qual é da minha saia? – perguntou, enfatizando o minha.
- E a da minha sandália? – e terminou da mesma forma.
Bom, tenho minhas próprias roupas também, mas eu estava há dias querendo usar essa sandália e nenhuma das minhas davam certo.
- Então... É...
- Só a lave depois que Julian encostar-se a ela – ela riu, brincando.
Não respondi, fazendo-as olharem para mim, como se quisessem que eu risse ou algo assim.
- Não diga que você vai mesmo se encontrar com ele... De novo – meio que perguntou.
- ‘Ta. Não digo – dei de ombros – Vou indo antes que me atrase.
- Mande um oi para ele! – gritaram juntas quando passei pela porta.
Entrei na Le Monaco, encontrando Julian sentado, bem causal, com dois de meus bolinhos, um café, um capuccino e meu sorriso predileto.
- Você veio – ele disse, me fazendo sorrir automaticamente – Está linda.
Agradeci e disse o mesmo a ele, já que era totalmente verdade.
Conversar não faria mal. Por mais que eu soubesse exatamente o que vamos falar, ou o que vamos fazer, o que vamos acabar fazendo... Nunca sei se é o que quero, mas algo me diz que sim, então sigo esse “algo”.
Sentei-me e ele me passou o bolinho e o capuccino, para depois pedir meu biscoito. Para constar, ele sabe o quanto como e tudo que gosto e não gosto. Também sei tudo dele.
- Achei que você não vinha depois de... – ele parou. Depois que terminamos na última vez?
Acho que terminamos e voltamos umas cinco ou seis vezes. Somos o casal mais complicado de todos os tempos, de acordo com revistas. Sempre é bobeira. Ciúmes bobos, falta de confiança, egocentrismo demais... Quase não fazemos quatro meses de namoro, todo aniversário é a maior comemoração do mês.
– Então, vi que você finalmente conheceu o McFly. Como foi?
- Muito bom... Somos muito amigos agora – falei. Acho que não existem palavras melhores que perfeito, mas ele não precisa saber disso ainda – Vi que você andou saindo com a Juliet de novo...
- É, mas não deu certo – corou. Julian é fofo demais e muito sincero comigo – Ela não... Na verdade ela... Ela não é você.
Uau. Essa foi... Uma declaração e tanto.
- Hm... É, eu sou única – quis fazer piada quando não sabia o que dizer. Outra coisa fofa dele é que por mais idiota que seja minha piada ele sempre ri.
- Sei que a gente vive separando, brigando por coisas bobas, mas é com você que sou feliz, que me divirto... Conheço-a melhor que qualquer pessoa, você também me conhece... É como se fôssemos...
- Irmãos – completei a fala dele, que sorriu concordando.
- É, melhores amigos pela vida toda. Só que não quero ser só seu amigo. O que sinto por você não é só isso. Sabe disso. Chamei-a aqui hoje para pedir para tentarmos mais uma vez.
- ? Eu sabia que você gostava de mim e tudo, mas não imaginava que fosse chegar da Inglaterra e vir direto para minha casa.
- Er... Jared, estou na América faz uma semana já.
Com o tempo que tive essa semana, mal deu para comer direito!
Jared ficou me olhando por um momento, como se estivesse processando o que disse. Sua feição não era brava e nem desapontada. Era apenas... Pensativa.
- Eu sei – disse ele – Só usei a ironia porque você não me ligou para avisar e nem nada. Muito bom ser seu amigo e não ser avisado dessas coisas.
- Desculpe! – implorei perdão dele, fingindo o maior escândalo – Não tive tempo nem para tomar banho!
- Então é você? Achava que era o lixo que tinha tirado há um tempo.
É claro que eu estava brincando. Só esperava que ele também estivesse. Por apenas precaução, me cheirei discretamente e eu não estava fedendo! O banho foi rápido, mas estou limpinha e cheirosa!
- O que você tem hoje? Normalmente diria que, ironicamente, minha piadinha foi engraçada ou algo assim.
- Posso entrar?
Era uma pergunta meio idiota. Já entrei na casa dele quando ele e a namorada estavam no quarto fazendo aquilo, ou mesmo quando não tem ninguém em casa, ou só ele quando está no banho. É uma ótima visão que tenho quando isso acontece e adoro, hehe.
- O que aconteceu? – perguntou, me entregando um pacote de bala de coco. Quando voltei do Brasil, trouxe quase cinco quilos dessas balas e dei um pouquinho para ele que adora.
- Diga-me o que acha do Julian.
- De novo?
- Ok, sem coisas do tipo “ficar com ele de novo? Sua vida é uma montanha-russa e blá, blá” – falei, forçando uma voz enjoada.
- Hm – Jared pensou – É um cara legal. Engraçado.
É meio estranho ouvi-lo dizer essas coisas... Na verdade, nem sei por que pergunto, já que Jared quase foi meu namorado uma vez. De qualquer forma, acho que não foi uma idéia tão boa assim pedir isso a ele.
Olhei-o como se esperasse mais.
- O quê? Sou homem. Não sou de ficar descrevendo as características positivas de outro homem que tem rolo com minha melhor amiga.
- Por favor, Jared! Apenas as características positivas para mim!
- Não quero nem saber onde isso vai dar – apesar de que eu ache que ele já saiba – ‘Ta. O cara é legal, a faz feliz, mas também tira todo seu tempo. Isso é, quando você o tem. Você se diverte com ele, mas, quando brigam, realmente não sei como saem vivos.
- Você acha que não damos bem juntos?
- Não disse isso e também nem posso dizer por você. Não sei. Essa parte é sua.
Esse é o problema. Se estou em dúvida, é por isso que perguntei a ele.
- Mas então finja!
- Quero relaxar, zoar por aí... Não consigo pensar direito. Sei lá... Preciso de um cigarro – ele disse numa tentativa fracassada de me imitar numa voz afeminada.
- Que gracinha. É sério, Jared.
- Também falo sério! Não tem como lhe responder isso. Mas para que quer saber?
- Hoje Julian me ligou e me pediu pra conversar com ele...
- E vocês voltaram – não foi uma pergunta.
- Eu só queria saber se é o que quero – tipo, é o que eu quero, mas... Ah, que porcaria.
- , se você não sabe, é nenhum de nós que pode saber por você.
O porquê de estar falando sobre isso com ele e não com as outras meninas? Fácil. Ele é meu melhor amigo. Não tem por que não dizer certas coisas, se ele faz o mesmo. Segundo, ele consegue ser menos irritante quando é para ser sério quando as outras ficam criticando a maior parte do tempo. Não que elas sejam o diabo para falar sobre isso, mas não ajudam muito.
- É só você que pode ter certeza disso. Talvez ainda não saiba se realmente gosta dele. Talvez seja apenas um caso em que você gosta de se envolver.
- Digamos que seja a segunda opção. O que você faria?
- Aproveitaria. Sexo quando quiser; estou dentro.
- Jared! – gargalhei da espontaneidade dele.
- Você pensa desse jeito também. Está falando o quê? – não respondi, o fazendo rir – Diga-me como foi na Inglaterra. Boas noites com aquele lá?
- Aquele lá que se chama Dougie.
- É, sei lá. Boas noites com ele?
- Não transamos – falei, vendo Jared arregalar os olhos pra mim – Qual é? Não sou assim!
- Sei que não, mas, do tanto que você falava dele, achei que na primeira noite ia rolar todo tipo de coisa!
- Também achava – confesso. Achava mesmo – Só que não sei... Ele é diferente. Não é como os outros quem já fiquei. Não sei em como ele é diferente. Só sei que ele é.
- Hum – percebi Jared rir de lado, mas ignorei. Ele fala umas coisas completamente sem nexo às vezes.
Na casa, e estavam silenciosas e, pelo horário, não estavam mesmo dormindo, além do fato de estarem todas apagadas.
Passei pelo hall da e cheguei à sala, encontrando-as do mesmo jeito que as deixei mais cedo, com a diferença de que ninguém olhava para TV ligada e sim para um telefone em cima da mesinha.
-... E ele quase bebeu! – escutei Danny falando.
Depois que saímos de Londres, ficamos mais amigos, claro, e assim as contas ficaram mais caras também, para ambas as bandas.
- Quem bebeu o quê? – perguntei alto o suficiente para que todos escutarem. Recebi vários gritos de cumprimentos via telefone e fora dele também.
- Então, voltaram ou voltaram? – perguntou em português e só depois fui entender que havia nenhuma pergunta negativa na questão dela.
- Voltamos – disse sem rodeios, ouvindo pequenas bufadas.
- Não é novidade. Só dissemos que esperamos que se dê bem dessa vez – começou .
- E, acima de tudo, seja feliz – completou .
Todo mundo se calou e ficamos nos olhando por segundos. É bom ter amigas assim.
- Então... Seria legal se parassem de falar em português e não nos excluíssem – sugeriu Dougie.
- Oh, desculpa! – falei – Mas me digam: quem bebeu o quê?
- Nós meio que mijamos na garrafa de refrigerante e a deixamos na geladeira para ver qual idiota ia beber. Harry quase foi esse idiota!
- Não acredito! – gargalhei – A clássica brincadeira da urina na garrafa! Isso é maldade!
- Não. Maldade é... – escutei Harry gritando de fundo, concordando comigo, enquanto Danny falava – Maldade é se ganharem de nós de novo.
- Ahn? – perguntei, achando que era algo de futebol que e a conversa era entre eles.
- Estávamos jogando Perfil – explicou – Eles roubaram e nós vencemos mesmo assim.
- Eles... Como?
- Como roubaram ou como jogamos?
- Os dois.
- Via telefone, ué.
- E não roubamos – interferiu Tom.
- Não, de jeito nenhum! Eles trocaram tudo! O que era para ser ano virou personagem, o que era coisa virou lugar... – falou – Mesmo assim ganhamos!
- Ah, não acredito que perdi isso! – lamentei.
- É, sabe como é difícil pegar nós quatro de folga? – Harry perguntou.
- Sei. Estão assim faz três semanas.
- Mas, então, você pode jogar Scotland Yard conosco mais tarde! Vamos até a casa do Dougie, gastar o telefone dele – Danny desconversou.
- Scotland Yard? É assim que eles roubam!
- Não, . Nossos times serão com eles também – falou .
- E se um deles quiser comentar com vocês sobre a resposta?
Silêncio. Sabia que ninguém tinha pensado nisso.
- É aí que está a graça! – mais graça que jogar isso por telefone? – Ah, e a gente dá um jeito – Danny ignorou – Então, topa?
- Até toparia, mas não dá. Vou sair...
As meninas olharam todas ao mesmo tempo em minha direção, sustentando o mesmo olhar: dúvida. Podia até imaginar a cara dos quatro do outro lado do oceano.
- Você vai mesmo trocar uma noite conosco por uma saidinha?
- Não. Por uma noite de sexo selvagem para matar a saudade – intrometeu-se numa tentativa podre de imitar minha voz.
- Como é que é? – os quatro perguntaram surpresos, como se fossem meus irmãos protetores.
- Ela voltou com o enrola... – começou e lhe dei um tapa. Lá vai começar falando do meu relacionamento – Foi mal. Voltou com o namorado. Provavelmente vão matar a saudade.
- Ah... Então... Divirta-se – disse Dougie e não sei por que senti algo estranho, mas que durou quase nada. Estava feliz o suficiente para o país todo. Quer dizer... Estou, não estou? Tipo... Acho que não existe uma pessoa no mundo que eu ame mais que Dougie, mas para mim ele era humanamente impossível. Eu já tinha até descartado a possibilidade de ter algo com ele e tenho Julian de novo... Ah, é melhor eu ir logo.
Não sei se faço as coisas rápido demais ou se ajo do jeito de sempre. Eu e Julain saímos, fomos a um restaurante super bonito e bem romântico, para falar a verdade. Não me divertia assim há tempos! Não do jeito que me divirto com Julian. Às vezes me esqueço dos bons tempos que passei com ele. Das risadas ou apenas das conversas que, falando nelas, contei tudo a ele e ele contou tudo pra mim. Nosso relacionamento já é complicado sendo sinceros um com o outro. Imagine sem ser. Depois fomos a casa dele, tomamos um vinho, conversamos mais um pouco e depois... Bom... É, matamos a saudade.
E ela entrou na montanha-russa mais uma vez!
A página de seu facebook consta como “namorando”, de uma hora pra outra. Depois, uma foto recente de e nada mais nada menos que Julian Casablancas!
Agora eu pergunto: cadê a novidade?
Por mais que eles sejam o casal mais complicado de todos os tempos, não podemos negar que formam um lindo par. Dessa vez, desejamos o dobro de sorte ao mais novo casal (ou velho?), porque apenas “sorte” parece que não foi o suficiente a última vez.
Então, garotos, podem esquecer. está mesmo comprometida, ainda confirmada pela mesma:
“Julian e eu voltamos. É, brigamos, sim, mas qual casal não briga?”, disse ela brevemente enquanto saía da Tiffany’s, acompanhada com seu namorado que depois descobrimos que tinha acabado de comprar um presente pra ela.
“Elas só servem para mostrar que a gente se importa um com o outro”, completou o fofo.
O que acham? Três meses dessa vez?
Lidar com a fama é isso. A mídia é um pé no saco. Nem posso sair com meu namorado que quer mais que tudo me prestigiar, que temos que dar um depoimento sobre nossa vida pessoal. É o preço que concordei em pagar.
- Depois do Paul O’Grady, saiu em tudo quanto é lugar que namoramos as meninas. Mesmo quase um mês depois... - um mês e umas semanas. Esse povo que adora arredondar é brincadeira!
- Ainda? Nem agora que está namorando eles pararam? – perguntou Dougie ao Danny.
- Não. Dizem que ela está traindo você por estar do outro lado do mundo – Danny riu – Falaram de você também, Tom. Olhe só: “é o fim do suposto casamento?”.
- Danny, já vi essa notícia. Tem nada de casamento – reclamou Tom.
- Estraga prazeres.
- Realmente, já estava me preparando para rir – concordou Harry – Sobre o que é o troço do casamento?
- Não é casam...
- É que foi vista milhares de vezes com o Zack Merrick nessas semanas – Danny o cortou – Parece que perdeu a concorrência, cara.
- É, ele é quase tão bom quanto eu – Harry disse naturalmente, fazendo os outros três voarem em cima dele.
- Bem-vindo ao clube, cara – Dougie falou para o Tom – Agora aonde você for vai ter gente perguntando sobre isso. Quando a confirmou que estava namorando de novo, foi um inferno para mim. Achei que tinham parado.
No momento, Fletch entrou na sala, acompanhado por Tony, e os quatro incluíram os dois no assunto anterior, até os negócios importantes aparecerem. Depois de tantos shows, turnês fora do território natal, eles estavam com shows apenas em lugares dentro da Inglaterra ou perto dela. Nada que pegasse meses.
Não tinham mais de três shows marcados pela data próxima ao natal e ano novo. Ficariam boa parte de janeiro viajando para depois pegarem para valer.
- Natal. Amo o natal.
- Não sabia disso, Tom – Dougie disse debochado – Vão fazer o quê?
- Passar o natal com a família e quem sabe ir para a Disney ou a Austrália... Quem sabe.
- Vou esquiar depois do natal.
- Danny, você só esquia.
- E você só vai para a Disney, Fletcher – retrucou – Vão fazer o que vocês dois?
- Sei lá... Praia? Chega de frio.
- E você, Dougie? – ele deu de ombros. Sempre decidia o que fazer de última hora – Harry, estamos indo para a sua casa.
- Beleza – o outro nem ligou – Vão sair hoje?
Todos assentiram com cara de sofrimento. Parecia que era horrível sair com as meninas que eles estavam agora. Elas só serviam para os satisfazerem. Eram apenas bonitas.
Nova Iorque, semanas antes:
- Não acredito! Não, não, não e não!
- O que, ? – perguntou , depois de fazer uma careta de dúvida às reclamações da outra.
- Não acredito que topei fazer isso.
- Achei que não estava com medo.
- Também achava.
- Medo de quê? – apareceu de repente.
As meninas estavam todas em Nova Iorque e apenas não sabia o porquê. Ela achava que era uma gravação de um clipe ou apenas um evento a ir. Só que era nada disso. Ninguém tinha contado a ela sobre aquele compromisso por motivos óbvios: se matava de medo. Ela mal saía de seu quarto por medo dos reflexos que o vidro fazia quando tinha quinze anos!
- O que foi?
- GhostHunting hoje! – entrou feliz no cômodo.
- GhostHunting... O que...? – parou – Vai passar? Com quem?
- Com uma banda de meninas... – começou.
- Sério? Que legal, vou rir muito hoje!
- A não ser que você queira rir da sua cara – falou.
- Por que da minha cara? – perguntou para só depois a ficha cair – Ah, não. Vocês não fizeram isso.
- Desculpe, ! A insistiu depois que ofereceram para gente!
- E daí? Ela que se foda. Não é a garota que vai se matar de medo!
- A gente também. Por que acha que estou assim? – perguntou, apontando para ela mesma.
- Ô, estou aqui. Dá para parar de falar assim de mim? – se defendeu.
- NÃO! Caralho, vocês sabem o quanto me mato de medo! – explodiu – , como você pôde? Você se lembra de que na minha casa eu não ia ao quarto de hóspedes e nem saía do meu quarto quando estava sozinha!
- Ei, não me coloque no meio disso, porque só pude concordar. Você sabe que não gosto dessas coisas também! A concordou primeiro. Eu não podia dizer não.
- Claro que podia! É tão fácil dizer não!
- , calma. Vai ser nada demais...
- Não! Vocês três vão para o inferno! Não vou sair do meu quarto para absolutamente nada!
Quase nunca rolava briga entre elas. Essa era uma delas.
Londres, mesmo dia do começo do capítulo:
- Hoje é o dia mais deprimente da televisão londrina – Harry pegou o controle, pronto para desligar a TV.
- Calma! Não desligue, não. Vai começar GhostHunting daqui a pouco. Quero ver quem vai ser o otário dessa vez – Dougie disse.
- Não vai dar para você ver, cara. Tem que pegar a Christine daqui uma hora.
- Nem me lembre.
- Para que ainda está saindo com ela, então?
- Pelo mesmo motivo que você, Tom: satisfazer as necessidades.
- Olhe lá, Dougie. Começou – Danny disse, apontando para TV em que começava o programa.
- Não acredito – os três falaram em uníssono após ver quem seria o convidado da vez.
(Essas partes serão narradas como se o narrador estivesse vendo a TV e o próprio do programa estivesse falando. Sabem qual é).
“As convidadas dessa vez não são da Inglaterra. Estão bem do outro lado do oceano. As garotas do momento: .
Dessa vez, Yvette Fielding sai de suas origens e leva nossas quatro garotas a terem experiências extraordinárias nos lugares mais assombrados dos Estados Unidos da América.
- Que porra é essa? Eu não devia estar aqui! – reclamou, enquanto andava por um lugar escuro.
- O que foi isso? – perguntou depois de um baque.
- AAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHHHHHH!”.
- disse que elas iam mesmo fazer parte de um episodio! – Danny comentou – Cara, isso vai ser muito foda!
- Mas a gente tem um encontro... – Tom começou, mas ninguém deu bola.
- A gente cancela, Tom. Nada demais – Harry deu de ombros, correndo para a cozinha preparar a pipoca.
Enquanto o programa não começava realmente, todos ligavam para as devidas garotas e cancelavam o encontro com uma desculpa esfarrapada. As meninas não ficaram contentes. Deviam estar arranjando qualquer coisa para sair delas, até um programa serviu!
“- Olá, garotas – Yvette cumprimentou-as – Entrem.
entrou no táxi amarelo na entrada de Nova Iorque com um sorriso gigante na cara. e estavam normais, sem expressão de medo ou felicidade. não se decidia na feição brava ou medonha.
- Disseram para a gente que talvez não fosse você que ia nos acompanhar... – disse.
- É, mas dei um jeitinho. Vai ser bem legal. Estão preparadas?
Duas delas responderam que não sabiam. Uma disse que sim e outra que não.
- Você é meio assustadora... Tenho um pouquinho de medo de você – confessou .
- Eu? Todos dizem isso – Yvette riu – Não vou assustar vocês.”
- Não... Até parece. Elas entraram numa roubada.
“- Não sabia o que fazer quando ela apareceu. Disse que toparia fazer isso desde que não fosse ela que fosse nos guiar. A mulher realmente assusta! – riu naqueles momentos em que cada uma presta depoimentos.
O primeiro destino das meninas é Amityville, na famosa casa em que deu o exemplo para o filme “Horror em Amityville” (não temos certeza se podem entrar pessoas lá. Só pense que pode). Teremos ainda o psicólogo Geoffrey Beaty que irá assisti-las.
- Estou fascinado sobre como o medo poderá mudá-las. Ele muda tudo! O que você escuta, o que você vê e principalmente como você se sente.
- Não entro aí nem que me pagassem – disse, olhando assustada para a frente da casa.
- Ah, hoje você entra – falou, puxando a amiga.
- Vocês já devem conhecer a história dessa casa – começou Yvette – Em novembro de 1974, um garoto de vinte e três anos atirou em seis membros de sua família, matando todos. No julgamento do homicídio, ele confessou que escutava vozes que o mandavam fazer a matança. Em 75, George Lutz comprou a casa e sua família alegou que foram atormentados por fenômenos paranormais, como cheiros ruins, vozes, móveis se movendo e rostos nas janelas.”
- Não sabia que podia entrar na casa – Harry comentou – O filme é tão trash.
- O filme é, mas duvido que você fosse aí.
- Não... É só a gente colocar o Dougie lá. Se ele sobreviver, a gente fica de boa.
- Vá se foder, Harry.
“Não se sabe quem atormenta essa casa, até porque ela foi construída no século XVIII por holandeses e não há notificação de se houve alguma coisa na época antes de Ronald (o garoto assassino). Podemos começar as perguntas?
- Não – respondeu, parecendo muito aterrorizada, olhando envolta
- Está tudo bem, ?
- Não. Não quero fazer perguntas. Quero ir embora!
- Calma. Vamos começar. Se não agüentar, você pode voltar ao táxi. Tudo bem? – ela propôs. pensou e por fim decidiu que tentaria, por mais que não quisesse – Se há alguém aqui, algum espírito que queira falar conosco. Por favor, dê um sinal.
Nada. Todas ficaram em silêncio, olhando em volta pela casa conhecida por três delas, idêntica ao que o filme mostrava.
- Por favor, se há alguém aqui, algum espírito nessa casa, faça algum som, atire alguma coisa, mova algo de lugar...
Tap.
- Escutaram isso? – Yvette perguntou e elas assentiram, grande parte aterrorizada – Se foi você quem fez esse som, poderia, por favor, fazer de novo?
Tap.
- Obrigada – terminou satisfeita – Está tudo bem, ? Podemos continuar?
- Na-Não. Quero sair.
- Tem certeza? – só fez assentir.
Por estarem no hall e as luzes ainda se encontrarem acesas, só se virou, abriu a porta e saiu, indo direto ao táxi.
- não tirou a expressão de medo desde que entrou na casa. Logo se mostrou vulnerável a qualquer coisa que pudesse acontecer. Era de se esperar que ela não ficasse – comentou o psicólogo.”
Os meninos agora entendiam por que todos que assistiam morriam de rir quando outro se matava de medo. Repararam na expressão que todas tinham e a de era a mais engraçada.
- Também. Dessa casa até eu sairia! Olhe a cara da . Só está faltando ela começar a rir lá! – Danny comentou. soltava umas arfadas surpresas a cada barulho e parecia amar cada segundo, apesar do medo que ela sentia.
- Olhe a ! Não dá para saber se ela está com medo ou viajando – Tom disse. tinha os lábios entreabertos e um olhar fixo em algum lugar impossível de se saber.
- Sh! Vão falar de novo!
“- Vamos continuar agora, só que com as luzes apagadas – pôde ser ouvido um arfado das três que sobraram.
Estavam no segundo andar na casa, todas muito juntas.
- Não poderemos entrar no sótão, onde é dizem ter começado tudo, então ficaremos aqui.
Repentinamente, as luzes se apagaram.
- Se há alguém conosco, faça um barulho.
Tap.
- Obrigada. Se não se importa, gostaríamos de fazer umas perguntas – calmamente, ela começou – Você esteve aqui durante os acontecimentos de 1974 e 1975?
Nada. Ficaram sem respostas dessa vez e tentaram de novo.
- Não vamos machucá-lo... – começou .
- Viemos em paz e sairemos em paz também – cortou .
- Você esteve aqui durante os acontecimentos de 74 e 75? Responda um toque pzra ‘não’ e dois para ‘sim’.
Tap, tap.
- Ótimo. Quero cair fora daqui – falou de repente.
- Não, . Não vá, por favor.
- Está brincando, ? Estou me molhando aqui!
- Fique aqui, vá! Por favor!
- ‘Ta, mas pergunto nada!
- Ok, é só...
- ? É só o quê?
- T-tem alg-alguém atrás de m-mim... Tenho c-certeza...
- AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH! – correram para o outro lado do corredor.
- , quer fazer a outra? – Yvette perguntou quando todas se acalmaram.
- Qual pergunta?
- Você escolhe.
- Hm... – a menina pensou – Você é o mesmo que atormentou o garoto e a família durante os anos?
Nada novamente. estava pronta para perguntar novamente quando vários barulhos bem altos, como se fossem portas batendo uma depois da outra, interromperam.
- AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHH! – todas se esgoelaram juntas – QUERO SAIR DAQUI! – gritou, enquanto se grudava em .
O desejo dela se realizou, porque não demorou muito e as luzes se acenderam para elas saírem.
- Lá dentro houve o momento em que você quis sair, logo após a primeira pergunta que fez, mas a fez ficar – e assentiram quando Geoffrey perguntou.
- É, não sei. Sempre há aquele negócio de que, se um está lá, tudo bem. Você consegue passar por qualquer coisa.
- E se a fosse embora, eu ia também, mas queria ficar... Restou-me pedir para ficar!”
- Essa até que foi assustadora para mim. Não entrava aí, não... – Harry soltou quando os comerciais começaram. Logo ele, o mais machão.
- Que horas são nos Estados Unidos? Que se dane, Dougie. Passe seu celular. Vou ligar agora mesmo – disse Danny.
- Não está aqui. Ele quebrou. Esqueceu-se?
- Ainda não comprou outro?
- Quer pegar o seu telefone ao invés de reclamar de mim e ligar antes que o programa comece?
- Está bom, amor estressadinho Poynter – zoou Danny – Alô, ?
- Oi Danny! – ela respondeu e um coro de ‘Danny’ apareceu em seguida – Tudo bem?
- Não. Estou me matando de medo com o GhostHunting que vocês participaram e por acaso não disseram para a gente – disse divertido. É claro que não estava com medo.
- Eu disse para você! Mas já está passando? Achei que ia demorar séculos para passar! Estão vendo desde o começo?
- Sim. Começou a passar faz pouco tempo só a primeira parte ainda.
- Aquela casa... Nunca mais volto pra Amityville! – disse – Devia ter feito o mesmo que no começo, mas não... Confiei em mim e fui em frente.
- Mas é nada comparado ao resto viu... Não sabia que o país dos Estados Unidos estava cheio de lugares tão assombrados daquele jeito! – falou – Para mim, era tudo uma bobeira assustadora, mas foi super dez.
- E não avisamos porque, bom, fui avisada no dia – fingiu alegria – E também porque não temos tempo. Por exemplo... Já estamos indo, Alice! Que saco! – a voz se tornou um pouco longe do aparelho, mas ainda dava para ser ouvida.
- Façam o que vocês precisam aí, porque voltou o programa e rir dos outros é bom demais. Agora sei, viu, .
- Engraçado – disse irônica – No próximo comercial, liguem de volta.
Concordaram e voltaram a prender a atenção `s televisão.
“Anteriormente, as meninas da foram a Amityville, na famosa casa, e tiveram experiências aterrorizantes.
- Hm... – a menina pensou – Você é o mesmo que atormentou o garoto e a família durante os anos? (Barulho de portas batendo uma depois da outra depois de um segundo em silêncio).
- AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHHHH!
Agora Yvette leva as garotas até o lugar considerado mais assombroso de todo o país: o Cemitério de Union, em Connecticut.
- Esse é Matt. Ele vai nos explicar um pouco da história desse cemitério – elas o cumprimentaram devidamente para ele começar a falar.
- É considerado o cemitério mais assustador do país por ter muitas aparições de vários espíritos. A mais famosa é a Dama de Branco. Morena, vestida para a noite, e com um boné. Já foi pega em várias rodovias, sendo ‘atropelada’ pela maioria que passa por aqui. O cemitério é trancado durante a noite e a polícia sempre está aqui.
Enquanto ele dizia, andavam até o centro de uma capelinha que se encontrava lá. Em cima da mesa, havia o tabuleiro de Ouija com um copo no centro dele. Logo, as luzes estavam apagadas e todas com um dedo no copo.
- Há alguém aqui que poderia falar conosco? Não vamos machucá-lo. Só queremos fazer perguntas.
O tabuleiro continuou com o copo intacto.
- Há alguém conosco nesse instante? Por favor, fale conosco – devagar, o copo se moveu para o ‘sim’ – Você é o espírito da Dama de Branco? – lentamente, ele se moveu para o ‘não’ – Você poderia nos dizer seu nome? Leve o copo até lá. Use sua energia para isso.
O copo foi passando lentamente até a letra J e depois disso parou. Elas tentaram fazer contato com o cara J de novo, mas não conseguiram porque praticamente pulou na mesa.
- Alg... Alguém me empurrou. Fui... Jogaram-me aqui!
- Você tem certeza? – perguntou Yvette.
- Claro que tenho! Ia me jogar na mesa por puro passatempo? – estava em choque. Educação agora era a última coisa que ela teria, se fosse preciso – Não foi legal. Senti duas mãos grandes nas minhas costas e elas me empurraram com força!
- Por favor, Sr. J, seja bonzinho conosco – pediu .
- Voltem a colocar os dedos aqui – mais uma vez passaram a jogar – J, se ainda estiver aqui, foi você quem empurrou ? – o copo logo se virou para o ‘sim’ – Você pretende a fazer algum mal a nós? Nós não iremos machucá-lo – e nada do copo se mexer.
- Ele está indeciso – riu nervosa quando o copo não se movia. Após a fala dela, ele se virou para o ‘não’.
- Obrigada. Podem tirar a mão – elas obedeceram – Para continuarmos, vamos nos separar.
- Não – todas, é, inclusive suplicaram – Por favor...
- Serão duplas – Yvette as ignorou – Queria que e ficassem no confessionário, onde um padre estuprou uma adolescente e depois a matou. Ele é assombrado pelo fantasma dele. e , queria que vocês andassem em volta da capela. Haverá nenhuma luz.
- Pelo menos estou com a .
Yvette saiu com as outras duas, deixando e dentro do confessionário.
- Queria que estivesse chovendo.
- Credo, . É pior! Dá mais clima de medo.
- É, mas pelo menos os barulhos se confundem e não sei se foi aqui dentro ou... – tap – Lá fora.
- Você ouviu? Diz que não ouviu e estou escutando coisas... – tap, tap – ?
- O-oi.
- Ah, droga. Você ouviu. Devemos perguntar?
- Não. Bocê vai ficar quietinha junto comigo. Ou melhor... – consertou – Vamos conversar sobre qualquer coisa que não nos mantenha com a cabeça aqui.
- Certo. Já viu o filme... – tap –... Que o Johnny Depp está fazendo? – tap – Ele está muito... – tap, tap, tap –... Lindo... , isso não está funcionando.
TAP!
- AAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHH! – as duas se abraçavam encolhidas no chão.
- , se lembra quando meu dedo era fodido? – riu fraco, tentando mudar o clima.
- Claro! Ficou andando por quase um mês mancando e de muletas!
Foi a última palavra delas. Em seguida, ouviram um barulho bem na frente delas, como se alguém estivesse mesmo mancando.
- ... Algo tropeçou no meu pé... – disse com a voz embargada – Quero sair daqui...
Tap.
Os barulhos estavam cada vez mais perto.
- Vou perguntar. Não agüento mais isso – começou – Você é o espírito do padre que se matou? Dois toques para ‘sim’. Um pra ‘não’.
Tap, tap.
- Certo...
- Você pretende nos machucar? – ‘além de assustar?’, completou em pensamentos.
Mas a resposta elas nunca chegaram a ouvir, graças a Deus. Yvette acendeu as luzes e tirou as duas de lá.
- , você vai calar sua boca grande e fedida, porque foi graças a ela que estou prestes a mijar nas calças – disse – Que porra é essa? Eu não devia estar aqui! – reclamou, enquanto andava por um lugar escuro.
- , relaxe. O máximo que pode acontecer com a gente é vermos o fantasma de alguém e isso seria... Legal.
- Sei que você quer ver nenhum também, então que tal parar de ficar chamando?
- Estou chamando nada – falou ela – Nossa, o câmera atrás da gente está fazendo mais barulho que o da frente – soltou o pensamento e o câmera da frente disse que havia ninguém atrás. Era só ele.
Elas estavam rodando a capela, sempre grudadas na parede para não perderem onde a capela acabava.
- Você está dizendo que esses passos que estou escutando não são do câmera? E que tem alguém atrás de mim? – começou, controlando a voz – Vou embora daqui – e tentou correr, mas foi mais rápida em segurá-la.
- Se você correr, vai acabar perdida nesse cemitério pelo o resto da noite. É isso o que quer?
- Não! Quero sair daqui!
Tap.
- , tem alguém... – uma brisa gelada passou ao lado delas – Aqui.
- Vou perguntar – antes que a outra pudesse reclamar, tomou a palavra – Tem alguém conosco? Dois toques para ‘sim’ e um para ‘não’.
Tap, tap.
- Pergunte por que está seguindo a gente.
- Não dá. Essa não é pergunta de sim ou não – parou e pensou – Você é a Dama de Branco?
Silêncio.
- Se for você, por favor, nos dê um sinal.
Ao invés de toques, pedras atiradas ou simples barulhinhos, elas ouviram um gemido morto totalmente medonho extremamente perto delas.
- AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHH!
- Quero ir embora! Quero ir pra casa! Quero minha mãe!– , desesperada, quase arrancava um pedaço de enquanto grudava nela – ? ?
- F-Fale.
- Ótimo, você também está com medo. Promete que nunca mais vai sair aceitando as coisas antes de consultar todo mundo?
- Prometo – respondeu após uns segundos pensando.
Estava sendo super legal... Só que aquele gemido não foi legal. Ela podia sentir suas pernas congeladas na terra e suas costas grudadas na parede de fora da capela.
- , ? – as luzes se acenderam e Yvette apareceu de supetão perto delas.
- AAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHH!
- O quê?!
- Você nos assustou.”
- Esse foi assustador – Dougie falou quando os comerciais começaram – Imagine se elas tivessem visto alguma coisa!
- Nossa, não deviam ter deixado o Dougie assistir... Ele vai dormir na casa de alguém agora.
- Só porque você que falou, Fletcher, vai ser na sua – tacou uma almofada nele.
Sem retrucar, Tom foi até a cozinha pegar algo para comer e Danny o acompanhou.
- Dougie – Harry o chamou.
- Fale.
Ao invés de dizer algo, Harry soltou um gemido parecido com o da TV.
- Vá se foder.
“Após passarem por uma experiência em Amityville...
- Hm... – a menina pensou – Você é o mesmo que atormentou o garoto e a família durante os anos? (Barulho de portas batendo uma depois da outra depois de um segundo em silencio).
- AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHH!
passou aperto em Connecticut no cemitério Union.
- Você é a Dama de Branco? Se for você, por favor, nos dê um sinal.
(Gemido morto totalmente medonho extremamente perto delas).
- AAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHH!
Agora Yvette leva as quatro para a última experiência na Filadélfia, na Penitenciária de Eastern State.
- O quê? Até parece! Nunca mais durmo de luz apagada a partir de hoje! – disse no depoimento – Passei grande parte da minha infância dormindo com uma luz acesa. Parece que terei que voltar às origens!
Como o último lugar, Yvette deixou a Penitenciária, pois ela mesma não teve boas experiências em sua última visita ao local.
- Não é a primeira vez que venho aqui. Esta é a primeira penitenciária do mundo todo e o seu sistema revolucionário de encarceramento, apelidado de ‘Sistema da Pensilvânia’, originou e encorajou o confinamento em solitária como uma forma de reabilitação. Várias pessoas já alegaram ter tido contato com os espíritos e várias já desmaiaram, fazendo investigações por aqui – explicou ela – Vamos à cela do Al Capone primeiro. Ele foi o maior gângster do país e apresentava distúrbios mentais.
- Não quero entrar lá – falou determinada.
- Por que não?
- Também não quero – completou . nem falava alguma coisa – Acho que ele não nos quer lá.
- Vamos, gente. Vai ser... Interessante – incentivou .
Acabaram indo. A construção era bem antiga. As escadas rangiam e as brisas repentinas que chegavam lá eram medonhas.
Dentro da cela, a única coisa que permaneceu intacta foi a estante, um abajur e o tapete persa. Só que agora havia uma mesa e mais cinco cadeiras. Bem preservado para uma cela.
- Fiquem à vontade. Sentem-se – as meninas obedeceram e sentaram-se uma em cada cadeira, bem juntas uma da outra pela falta de espaço e o pequeno medo – Juntem as mãos assim, sem tocar uma na outra – mostrou – Agora vamos apagar as luzes.
De luzes apagadas, Yvette começou as perguntas.
- Tem alguém aqui? O fantasma de Al Capone está aqui? Al Capone, se estiver nos ouvindo, por favor, nos dê um sinal.
Um pequeno barulho fora da cela deu para ser ouvido.
- Ouviram isso? – como um gemido assustado, as meninas responderam que sim – Você é o fantasma de Al Capone? Dois baques para ‘sim’ e um para ‘não’.
Tap.
- Não – suspiro aliviado das quatro – Você poderia nos dizer quantos espíritos há aqui? Cada batida consideremos um.
Tec.
Elas iam contando conforme o número dos barulhos ia aumentando.
Tec, tec, tec, tec, tec, tec, tec...
As expressões iam mudando conforme o número subia. Ninguém tinha perdido a conta até que um baque ensurdecedor veio de dentro da cela.
- Perdi a conta quando estava no quinze... – comentou e Yvette concordou.
- Alguém faça as perguntas agora. ?
- De jeito nenhum.
- ?
-...
- ?
- O fantasma de Al Capone está aqui? Digo, conosco? – ficaram em silêncio, prestando atenção aos barulhos, mas deu nada, então ela continuou – Se você estiver aqui, tem como nos mostrar? Como... Toque em alguma de nós.
- , essa foi a coisa mais idiota que você já disse – chorou.
- AAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHH! – gritou – PUTA QUE PARIU! APERTARAM MEU OMBRO!
- É você que fez isso com ela? – tornou a perguntar.
Tap, tap.
O barulho veio da estante que estava bem atrás de e depois soou um barulho de ferro batendo, como se a porta da cela estivesse sendo fechada na força.
- Acenda a luz, por favor, por favor... – suplicou chorosa.
O abajur foi aceso e logo todas se viram com a expressão aterrorizada e ficaram mais ainda quando viram a porta da cela fechada quando deveria estar aberta.
- Preciso sair daqui agora – soltou – Ele não nos quer aqui. Vamos embora!
Ao sair da cela, fora ao lado de fora da penitenciária.
- Quero que se separem de novo – Yvette começou – Na porta à esquerda, é a solitária, onde várias pessoas ficaram completamente doidas e muitas delas se mataram. , quero que fique lá dentro por um tempo.
- Não. Não vou ficar onde várias pessoas se mataram!
- Só por cinco minutos...
- Até lá, já morri! A não pode ir comigo?
- Não.
- ?
- Não.
- Por favor...
- Não. Todas elas estarão perto de você. Não há necessidade.
- Ou fico com alguém lá dentro ou volto para o táxi.
Já estava virando um bate boca por lá. não ia ceder de jeito nenhum. Ou ela ficava lá com alguém, ou nunca nem sonharia em entrar.
- Tudo bem – Yvette pela primeira vez se deu vencida, até porque ela tinha certeza de que nunca ficaria sozinha em outro lugar – Você e a dentro da solitária.
- ? Tudo bem? – perguntou num sentido ambíguo.
- Melhor do que ficar com a doida da !
- Ótimo, vamos lá.
Todas foram juntas e e acabaram conhecendo a primeira solitária do mundo.
- Pego vocês daqui cinco minutos – a mulher disse e encostou a porta depois de virar as outras duas – Queria que...
- Não fico sozinha aqui nunca! – apressou-se em dizer – Vi um episódio de GhostHunting. Aqui não é brincadeira!
- Tudo bem. Você e a ficarão aqui – andaram mais um pouco pelo corredor do segundo andar da cadeia, só que do lado de fora – Suponho que saiba que lugar é esse, .
A menina olhou em volta e arfou.
- Tinha um guarda meio doido e obcecado por vigia... Foram gravadas várias coisas em que ele aparece meio... Conturbado. Vários EVPs também – EVP é uma gravação de um fenômeno de voz eletrônica e isso é totalmente verdade.
- Isso. Daqui a cinco minutos, pego vocês duas.
- Caramba, imagine! Várias pessoas se mataram porque ficaram presas nesse cubículo... Isso é doideira!
- Cale a boca, ! Não quero imaginar!
- Imaginei que uma solitária fosse fofinha... Para não machucar e tal...
- E vocês acham que eles se matariam como, se aqui fosse fofinho?
- Tem razão – calaram-se – Não quero ficar quieta para ouvir coisas, . Vamos brincar de alguma coisa.
- Certo. Descrevo uma coisa e você adivinha o que é. Hm... É pequeno, tem cabelo enrolado e cara de anjinho.
- Nick Jonas.
- Droga – riram – É pequeno, pula sem parar e nunca cansa.
- Hm... Um ioiô?
- Não. Você.
- Depois dessa, mereço deixar você sozinha – ouviu sair de perto dela, mas ela tinha certeza de que não sairia da sala.
Ficaram em siêlncio até começarem a ouvir pequenos barulhos que antes não estavam lá.
- , desculpe. Só queria me divertir. Volte aqui. Estou com medo! – ela não tinha respondido – ? Por favor, é sério. Era um ioiô, sim. Não era você...
- , estou do seu lado faz tempo. Só desencostei de você.
- Onde? – passou a apalpar os lugares ao seu lado – Foi você que pôs a mão em cima da minha?
- Não. Não me movi.
- AAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHH!
- AAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHH! – gritou também, só porque gritou – ESTÁ GRITANDO POR QUÊ?
- ALGUÉM TOCOU EM MIM! ALGUÉM TOCOU EM MIM! – gritava e se jogava do lado contrário que sentiu o toque – QUERO SAIR DAQUI! NÃO AGUENTO MAIS! VOU FAZER XIXI NAS CALÇAS!
- , calma. Respire. Tem ninguém com a gente. Calma – falava, tentando acalmar mais si mesma do que a outra.
- Foi você que tocou em mim antes?
- Não, mas... – ela não estava tirando com a cara da outra. Estava sendo sincera na hora errada. Não deu tempo de formular a frase porque gritou de novo – QUER PARAR DE GRITAR? ESTOU TENTANDO ME MANTER CALMA AQUI!
obedeceu, mas falou nada além de ‘la, la, la’, enquanto tampava os ouvidos e se encolhia, mantendo os olhos fechados até Yvette aparecer.
e estavam sentadas com as costas encostada à parede, ao lado de uma cela, olhando para o céu nem um pouco estrelado. Parecia que tudo tinha virado contra elas naqueles dias.
- Como é a história do cara que fica aqui? – perguntou.
- Era um guarda que vigiava as celas... Nas gravações, ele está sempre correndo de um lado para o outro – explicou – Só que se você quiser escutar seus passos, me desculpe. Vou embora.
- Querer eu até que queria, mas não quero fazer mais contatos do que já fiz.
Tec, tec, tec (onomatopéia de passos num chão de concreto).
- Tarde demais – lamentou – Nunca mais faço uma coisa dessas. Nunca mais durmo com a luz apagada...
- Ainda bem que não moro com você.
- Como você se mantém tão controlada nessas coisas?
- Não sei... É legal. Assusta às vezes, mas...
Tec, tec, tec.
- Mas...? – engoliu em seco e perguntou de novo, a fim de deixar alguém falando.
- Sei lá. É divertido! Quantas vezes na vida vou poder fazer isso? – perguntou com a voz um pouco surpresa.
- Você e seu modo único de diversão. Enquanto crianças normais assistiam a Toy Story, você via o Exorcista... Diga-me uma coisa... – parou – Esse ventinho que está passando de segundo em segundo na gente é só porque está ventando mesmo, né? Um fenômeno da natureza...
- Ah, não sei... Você sabe que pode ser o cara andando também, né...
- Sei disso também, mas seria legal se você dissesse que não.
Silêncio. Os passos ainda podiam ser escutados, mas elas faziam o favor de ignorar.
- Tinha que estar escuro demais aqui... Nenhuma estrela e nem a lua! E só está a gente aqui. Por que tem que...?
parou de falar porque os passos pararam. O que começou foi uma respiração, como se estivesse entre as duas, as olhando.
- Hm, não. Não está só a gente aqui, .
TEC. Uma batida forte de pé foi ouvida ao lado de .
- Não consigo me mover... Não tenho mais forças no corpo...
- Também não... – com a voz extremamente fraca, completou – Ei, você poderia ser gentil conosco? Não vamos machucá-lo e nem nos intrometer nas suas coisas...
Como resposta, soltaram um gemido bem assustador e para ajudar, repentinamente, a porta em que estava apoiada abriu e ela caiu pra trás.
- AAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHH! – ela esperneava para tentar subir de novo de olhos fechados, com medo de ver qualquer coisa.
- AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHH! – ainda gritava pelos barulhos. Não sabia que a outra tinha caído para dentro da sala – AAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHH! – gritou de novo quando sentiu uma mão agarrar seu braço fortemente.
- Calma, sou eu – diss. – A porta abriu do nada aqui. Não quero nem saber como ela abriu.
Os passos novamente voltaram, mas agora eles estavam na escada, como se alguém estivesse subindo. Elas já estavam dizendo adeus para elas mesmas. já estava chorando, literalmente, de medo enquanto as duas se apertavam numa força extraordinária.
- Vamos? – por Deus, era Yvette.
As garotas conseguiram sobreviver depois dos três lugares mais sombrios de toda América, mas não sem terem tido suas próprias experiências.
- Nunca mais faço isso. Nem se minha vida depender disso! – riu.”
O programa tinha acabado e os quatro olhavam para a tela com a bacia de pipoca vazia. Aquilo tinha sido pior que quando eles participaram. Não demorou para estarem no telefone novamente.
- Achava que a Europa era mais assustadora. Tipo o castelo mais assombrado daí, aqueles castelos escoceses... Não... Escolheram os três mais assustadores para nós! – falou cínica.
- Matei-me de rir com seus gritos. Vocês dando adeus... Só faltou revelarem alguma coisa! – Danny disse.
- Só não reclamamos porque o de vocês foi épico. O gemido do último lugar... Vá para o inferno com aquele gemido! – falou. Ninguém tinha boas experiências com gemidos assustadores.
Acabaram conversando por mais um tempo sobre isso e depois já entraram em outro assunto, antes que Dougie fosse zoado por não conseguir dormir depois.
Era apenas mais uma tarde congelada em Londres. A casa usada agora era de Dougie.
- Dá para acreditar que estamos mesmo de férias de novo?
- Ô... Dá. Semana que vem é natal. Depois, viajo... Isso está bom demais – Danny falou entre goles de um refresco. Já estava no clima de relaxar.
- Falando em natal... Já compraram o meu presente? – Dougie perguntou.
Ninguém respondeu. Entreolharam-se e caíram na risada, levantando-se do sofá em seguida.
- Estou indo comprar – disseram ao mesmo tempo.
Dia vinte e quatro, ou melhor, noite do dia vinte e quatro, todos estavam com suas famílias em um fuso horário diferente.
Tom estava na casa de seus pais com todo o resto da família, usando coroas na cabeça, coisa típica de lá. Na verdade, uma tradição escocesa. Não era diferente com os outros três. Conversavam com primos, irmãs, avós... Esse era o único ano que não estavam acompanhados por outras garotas.
Com as meninas não mudava muito. A diferença é que tinha voltado ao Brasil e passava o natal com a família na praia. tinha ido com todos até a África do Sul e passaram o natal no melhor resort do lugar. tinha ficado nos Estados Unidos e sua família tinha ido para lá, enquanto levou todos à Austrália. Parece que terei que repetir durante toda a história o fato de que como ser rico é bom.
- Ei, cuidado para não comer muito esse ano! – riu . – Feliz natal!
- Para você também, – Tom sorriu ao telefone. A amizade entre todos ainda era forte – Recebeu o meu presente?
- Recebi, mas minha mãe o pegou e não me deixou abrir até meia-noite. Sabe como é complicado esse negócio de fuso horário... Disse a ela que podia abrir, já que quem me mandou estava num território onde já era meia-noite. Até parece que não tenho mais de vinte anos para fazer o que quero! Sou maior de idade no mundo todo! – riram – Mas consegui ver o da sua mãe. Diga a ela que amei!
Ahn, bom, esse negócio de mãe... Quando Tom deixou sua mãe em dia com os acontecimentos, tia Deb fez amizade com a garota pelo twitter. O que a internet não faz hoje?
- Minha mãe lhe mandou um presente?
- Aham... Temos bastante coisa em comum – disse naturalmente, enquanto o menino estranhava – Então... Mandei o de vocês, só que não sei quando vai chegar.
- Não tem problema...
- Acho que você vai gostar. Quase que fico com ele para mim e lhe compro outra coisa!
- O que é?
- Não sei. Espere para abrir – falou em um tom um pouco debochado.
- Feliz natal, !
- Feliz natal para você também, Doug!
- E aí, o que achou do meu presente?
- Er... Provavelmente vou gostar quando abrir... Pergunto para , se recebi alguma coisa. Estou na Austrália.
- Deve ser muito bom ser uma de vocês. Não tem espaço para mais um não?
- Você não pode falar nada! – ela riu, sendo acompanhada por ele – Quando receber o meu, quero saber o que achou. Não sabia o que comprar pra você. Precisei da ajuda até do Julian.
Ew. Um presente com o palpite do namorado.
- Como é o seu? – ele perguntou, olhando para os pacotes embrulhados ao pé da árvore.
- Grande... Embrulho colorido... – ela bem que tentou descrever.
- No meio dos outros, tem nenhum diferente desse que descreveu – brincou – Vai ter que melhorar.
- Ok – riu – O pacote tem um adesivo gigante escrito “fedex”.
- Bem melhor, mas tem nenhum desses aqui, não. Não deve ter saído do correio ainda – deu de ombros – Vai ficar aí por quanto tempo?
- Até o final das férias. Por quê?
Ele sorriu com a resposta dela.
- Vemo-nos por aí então. Sabe... Estou com saudades.
- Também estou – engoliu um suspiro. O que ela estava fazendo? – Sério? Que super dez! – ela se animou, esquecendo-se do pequeno deslize, mas foi cortada por algo e começou a falar em português para depois voltar – Você tem que conhecer meus primos, Dougie. Você vai adorá-los!
- Estava falando com eles?
- Sim. Vamos fazer o sangue do pelicano asiático e sair andando bêbados pelo condomínio.
- Asiático? – perguntou, estranhando. Ele conhecia o sangue do pelicano!
- É... É que acabou o suco de morango. Vamos fazer com o de maracujá.
Vá entender.
O telefone tocava insistentemente em cima da bancada e mal era escutado pela música sertaneja ensurdecedora.
- Alô! – atendeu com a voz um pouco enrolada.
- Oi ! Tudo bom? – arriscou Harry em português com um sotaque carregado.
- Tudo, e você? – riu quando o outro demorou para responder – Está tudo ótimo – disse em inglês e ele riu aliviado.
- Estou vendo que seu natal está sendo ótimo. Seu amigo misterioso das bebidas já chegou?
- Ainda não, Harry, mas quando ele aparecer digo que mandou um oi – riram – Feliz natal, Judd.
- Feliz natal, . Já abriu o meu presente?
- Caramba! Não acredito!
- O quê? Não gostou? – Harry perguntou preocupado.
- Não! Nem abri! Estou no Brasil... Mas tenho certeza de que vou adorar!
- Ah, então abra quando voltar à Califórnia.
- Mas vai demorar! – no máximo uma semana para ela significava demora – Vou mandar me enviar. Não quero nem saber. Já viu o meu presente? – mudou de assunto repentinamente.
- Hm, até três horas atrás tinha nada do correio em casa. Deve chegar amanhã ou depois...
- Amanhã funciona correio? – perguntou, viajando em pensamentos – O quê...?
Ela não voltou a continuar o que dizia. Reclamava incessantemente em sua língua nativa em um tom nada amigável. Harry só fazia rir para não ficar mais confuso.
- Foi mal. Meu priminho pequeno acha que minha baqueta é uma arma. Aí ele fica me batendo com ela. Dói...
- Oh, coitadinha – Harry riu debochado, voltando a conversar com o que ele chama de normal com ela.
- Oi Danny. Feliz natal! Gostou do meu presente?
- Oi . Para você também! Presente... Tem nenhum com o seu nome aqui – vasculhou ao redor da árvore.
- Como não? Odeio fedex – resmungou e Danny riu.
- E o que achou do meu?
- Não sei... Vou gostar quando abrir, acho. Estou na África do Sul agora.
- É verdade... Esqueci-me disso – ele falou e ela estranhou. Até aquele dia, não tinha se lembrado de ter contado onde iria passar o natal – Quer que peça para a lhe mandar?
- Como sabe que ela está em casa?
- Conversei com e o problema foi o mesmo. terá que virar carteira por um momento. Vocês estão literalmente no mundo inteiro! – riu.
É claro que tinham mais conversas por telefone. Afinal, era natal e apenas dizer “feliz natal” era bom demais. Só não é necessário falar das conversas que teve com Tom, com Harry... As outras são as que realmente importam.
- Vai viajar para onde, Danny?
- Não sei... Queria esquiar. E você?
- Você adora esquiar. Não é possível – lembrou-se de que quando ficava sabendo de onde os quatro passavam as férias. Danny só dizia que ia esquiar – Não sei... Queria sossego. Acho que vou para os Alpes. Ainda tenho que decidir o lugar.
- Posso ajudá-la, se quiser – sugeriu.
- Seria ótimo!
- Suíça tem uns ótimos lugares... Duas estações de esqui de boa qualidade, bom atendimento, boas festas e boas companhias.
- Já fui. Minha tia mora lá... Nunca passei tanto frio! – ignorou a parte da companhia e lembrou-se de que mal conseguia andar pelo tanto de roupa que ainda sim não esquentava – E o Canadá?
- Não sei... Falam que é bom! Tem Argentina também...
Era de manhã. Uma típica e congelada manhã em Londres. A campainha de Tom não parava de tocar. Ele estava xingando todos de tudo quanto que é nome. Era vinte e seis de dezembro e na noite anterior os caras fizeram a maior festa. Sua cabeça protestava a pequena claridade sem dó.
- Entregas para Thomas Fletcher – o carteiro disse. Para quem mais podia ser na casa de Thomas Fletcher? Akon? – Só assinar.
Ele tinha cinco caixas bem protegidas no meio da sala dele, cada uma com vários selos, carimbos e remetentes diferentes.
- Acorde, cara. O correio está na sua porta – disse ao telefone após tomar seu café da manhã.
- Vá dormir, Fletcher. Tem ninguém aqui – respondeu Dougie com a voz amassada. No mesmo momento, a campainha dele tocou a ponto de dar eco pelo telefone.
- Não se esqueça de lavar o rosto antes que assuste o cara – brincou Tom – Ligue para os outros e mande-os vi para cá.
Quinze minutos depois, tinha mais de quinze pacotes gigantes na casa dele tampando todo o espaço. Imagine uma criança de seis anos dentro dessa sala. Eles estavam piores.
- Deu para ver que elas gostam de tamanho – Danny comentou – Sem malícias, vá – segurou a própria risada quando viu os risinhos debochados de cada um.
Ao abrir os pacotes, Danny recebeu dois embrulhos de . Um pequeno e um grande. O pequeno trazia um bilhete dizendo que aquele não era o presente verdadeiro, mas que ela não pôde deixar de fazer e que ele ia adorar. Adorar... Claro. Ela tinha dado um DVD edição colecionador de “Speak” - o único produzido. Ele disse que ia usá-lo para limpar a bunda. O maior pacote era uma caixa lotada de diferentes jogos – Wii, Xbox e afins – que ela dizia serem os melhores e que não era preciso nem treino, porque não tinha como ele ganhar dela neles. Isso é o que ela verá.
Dentre os que recebeu, os que mais gostou foram os de e . Não que dos outros ele não tinha gostado. Claro que tinha. Mas se fosse para escolher, esses seriam os dois principais. deu para ele uma guitarra feito a dela - rosa berrante que chegava a cegar. Disse a ele que podia ser sem educação, mas a guitarra era para ser dela. descobriu que ia comprar e aí... De qualquer forma, ele ficou feliz que não ia aceitar a guitarra da outra.
Dougie recebeu de um pacote enorme. Mas o presente estava mesmo era dentro de uma caixa do tamanho da palma da mão. Em cima desta, havia um bilhete dizendo que o presente das outras eram enormes. Ela não quis mudar, então entrou na brincadeirinha das quinhentas milhões de caixas, uma dentro da outra. O presente dela veio a calhar porque ele não tinha comprado um celular novo desde que quebrou o último. Ela tinha dado um iPhone da última geração com um iPad e uma notinha avisando que seria bem mais fácil falar com ela agora que o menino tinha um celular novo e com um pequeno PS no fim: se tivesse tempo, Tom Delonge queria bater um papo com ele qualquer dia. Não. Dougie nem ficou feliz, não. Imagine.
Outro que realmente gostou foi o de . Ela deu a ele cordas para o baixo. No começo, ele achou desnecessário, como se ela estivesse sem idéias e pensado “ah, ele toca baixo. Vou dar cordas”, mas definitivamente desnecessário quando se está numa banda e o que mais se tem são cordas. Porém essas cordas eram diferentes. é diferente. Era de se esperar algo assim. Quando ligado o instrumento, essas cordas acendiam da mesma forma que alguns de seus baixos.
Ainda em , ela deu a Harry o melhor equipamento de cricket que já existiu, incluindo uniformes, tudo autografado pelos melhores jogadores da história, sem contar os equipamentos de golfe que ela fez o favor de dar também. Sem dúvida, esse foi o maior presente... Eram caixas dentro de caixas. Só que todas tinham alguma coisa dentro. Seus presentes eram os maiores em todos os termos.
deu para ele uma réplica do carro do filme que ele tanto queria: “Back To The Future”. Claro que tinha que montar. Então ela passou num papel o número de várias pessoas ótimas de Londres mesmo que podem fazer o trabalho perfeitamente. O melhor de tudo é que ele não precisava pagar. A montagem estava inclusa. Acabou dizendo que agora ele não precisaria mais procurar e, se tivesse gostado, era para agradecer à por ter dado uma opinião no que ela poderia dar ao rapaz.
O pacote que tinha o nome de para Tom estava escrito “frágil” por todos os lados. Ela tinha dado a ele a mais completa coleção de Star Wars. Só que não eram apenas bonequinhos e espadas, até porque ele já tinha isso. Ela deu a ele móveis relacionados ao filme. Por exemplo, uma mesa de centro como se fosse um museu, que uma nave ficava entre vidros, formando a mesa. Havia um frigobar feito do R2-D2, que conseguia andar pelo comando de um controle. Isso sem falar na quantidade de bonecos perfeitos do Mestre Yoda, Jabba e Leia, dentre mais coisas.
deu a ele os tênis para corrida mais legais que já produziram com o melhor amortecedor, cores legais, design de ponta e confortável acima de tudo. Mandou uma notinha dizendo que era para tomar cuidado com esse para ninguém roubar porque foi nada fácil consegui-lo. Agora ele podia trocar pelo par que o ladrão pegou da última vez. Junto com o tênis, havia uma caixinha que ela dizia ser apenas uma brincadeira. Dentro dela havia uma linda aliança... De plástico. Era pra ele não se esquecer de quando sair algo sobre ele ter casado com de novo.
Todos adoraram os presentes. Mesmo que fossem meias eles iam gostar, porque, afinal, elas se lembraram deles.
A partir daquele dia, começariam os preparativos para viagens, especialmente Dougie e Harry e Danny. Tom só sairia quando janeiro começasse talvez. Na mesma tarde, todos ligaram para elas novamente e agradeceram pela atenção, os presentes, cartas e tudo. Ou tentaram. Ninguém conseguiu falar com ou e nenhuma das outras duas fazia idéia de onde elas estavam. Havia palpites, é claro. provavelmente estava de saco cheio de celular, deixando-o na cômoda do seu quarto no hotel, e foi aproveitar as delícias do resort. devia ter deixado o celular acabar a bateria e a casa da menina não atendia, o que de fato aconteceu.
- ?
- Danny! Acho que vou amar o seu presente! Vou receber amanhã! – disse contente, dando certeza.
- Como pode ter tanta certeza assim? – ele riu da felicidade dela.
- A escrota da abriu e quase me contou. Mas é mais legal ter surpresa, então não escutei. De qualquer forma, ela já colocou no correio e acho que chega amanhã! – Danny ria da felicidade da menina. Era só um presente! – Como passou o natal?
- Muito bem. Festa e presentes o tempo todo. Falando nisso, já estou usando o seu presente... Você ainda acha que vai mesmo ganhar de mim depois desse tempo que passei jogando?
- É claro. Jogo esses desde que nasci! – exagerada nem um pouco – Foi complicado pegar jogos bons e novos que você não tenha... Tem quase todos!
- Bom gosto, né? Fazer o quê?
- E o filme? Está assistindo? – perguntou, segurando a risada.
- Claro! – ele concordou irônico – Nossa, fiz um santuário dele aqui na sala. Ele tem luzes, uma almofada, coisa de classe para um filme tão bom quanto esse.
- É assim que tem que ser – ela gargalhou – Foi fácil achá-lo... Ninguém queria comprar!
- Nossa, realmente não sei por quê. Ele está até no meu banheiro para caso o papel higiênico acabe.
- Não... É verdade? – ele concordou, acabando com a conversa irônica e rindo – Danny, e meu presente?
- Ué, você não queria surpresa?
- Queria, mas estamos falando de presentes e sei que vou ganhar mais um. Estou ansiosa para ver o que é.
- E se você não gostar?
- Danny, sei que vou gostar – ela disse convicta – Vá, diga-me o que é!
- Não. Agora você vai esperar. O que você ganhou nesse natal? – desconversou ele.
- Hm... Meus pais me deram uma égua nova, meus tios me deram umas roupas, meus primos, várias coisas de musica, e cada uma das meninas me deram coisas diferentes que passei o ano todo dizendo que queria. E você?
Simples. Ela não podia ir lá comprar. Teve que ficar falando na orelha das três o tempo todo para só no natal elas darem.
- Minha família me deu muita coisa: uns aparelhos eletrônicos, umas coisas para a minha casa, roupas... E os caras me deram uns negócios que eles sabiam que eu gostava.
- Oh, que bom... Danny, você não vai mesmo me falar qual é meu presente? Entendi a sua de mudar de assunto, mas não caio nessa.
- Não vou lhe falar. Não adianta insistir. Vai fazer o que no ano novo? – mudou o assunto de novo.
- Pare de mudar de assunto!
- Mas não vou lhe falar. Pode me encher pelo resto da sua vida. Não vou dizer enquanto não abrir.
- Então ‘ta – ela concordou após uns minutos pensando – Vou ficar por aqui, acho. Daí minha família vai embora e fico mais um pouco para depois sair também.
- Decidiu o que e onde vai fazer?
- Sim! – gritou ela feliz – Vou para o Canadá! E você? Já sabe para onde vai?
- É? Depois me diga se lá é bom! Vou esquiar por esses lados mesmo. Nada muito longe.
- Nossa, mas então... Não posso ficar por muito tempo. Temos CD para finalizar. Nossas férias serão um pouco curtas. Vai para onde? Preciso de equipamentos novos, um baixo novo...
era assim a maioria das vezes. No meio de um assunto, ela entrava em outro nada a ver e depois voltava ao último repentinamente, como se fosse um comentário essencial, mas ao mesmo tempo sem importância.
- Er... Não me lembro do nome do lugar, mas é na Suíça.
- Hum, você vai adorar!
- Que foi? – atendeu de mau humor.
- Uh, liguei em má hora?
- Tom? Nossa, mil desculpas! – o tom de voz da menina mudou drasticamente ao perceber que era o rapaz – Não ligou em má hora, não. Só estou um pouco estressada – ela suspirou – A que devo a sua humilde ligação?
- Queria agradecer o seu presente. A geladeira de R2-D2 que anda é a melhor coisa que já vi na minha vida! – Tom falou completamente animado pelo presente. É, ele realmente tinha gostado.
- Chegou então? Que bom que gostou. Foi nada fácil achar as coisas! – disse sincera e feliz por ele ter gostado. Adorava deixar os outros contentes.
- Imagino – ficou em silêncio, ouvindo a menina voltar a resmungar qualquer coisa do outro lado da linha em sua língua. Ela parecia nada contente – Parece que não é uma boa hora. Quer que eu ligue mais tarde?
- Não! Não, por favor! Desculpe-me por isso. Minha família está me deixando doida!
- O que aconteceu? – riu tentando confortar a menina.
- Metade da minha família foi embora hoje. Tudo bem – ela suspirou – Era pra eu passar o ano novo com meus pais, meu irmão, minha cunhada, minha prima e o namorado, mas eles acabaram de falar que estão indo embora amanhça porque vão virar o ano em “sei-lá-em-que-lugar” que é impossível para eu ir! Agora não tenho lugar e nem pessoas para passar comigo, já que recusei o convite da e nenhum dos meus amigos estão livres! – parou de falar e suspirou novamente – Desculpe-me pelo desabafo.
- Não tem problema. Quer saber, ...? – Tom disse, enquanto pensava – Venha para cá. Vou passar a virada com minha família. Você sabe que a minha mãe e minha irmã querem conhecê-la e...
- Não, Tom! Que é isso! Eu estaria atrapalhando. Você tem que ficar mais tempo com a sua família... – ela nem sabia o que falar, tamanho o choque que ficou.
- Estarei com a minha família com ou sem você aqui, . Fale logo que você vem e largue de bobeira.
- Não é bobeira! Além do mais, está muito em cima da hora...
- É claro que, se você correr, consegue passagem daqui duas horas até!
- Mas a minha casa... Tenho que fazer mil ligações...
- , você não quer vir? Não precisa dar desculpas. É só dizer – pelo modo que ela achava problemas que a impediam, parecia que não queria.
- Argh! Não é isso, Thomas! Só estou falando que está em cima da hora!
- Mas estou falando que não está em cima da hora, que não vai dar problema algum e que vai ser ótimo se você viesse. Vejo-a aqui em Londres. Tchau. “Tu, tu,tu, tu...” – fez barulhos de telefone desligado e ninguém disse nada por um tempo. O menino realmente chegou a pensar que ela achou que ele havia desligado – Está aí ainda?
- É claro que sim. Acha que esse barulho me engana fácil? Estou pensando nas minhas escolhas.
- Que são...?
- Ir para Londres ou ir para Londres – Tom sorriu instantaneamente – Quando posso ir?
- Quanto mais cedo, melhor. Que tal amanhã?
- Isso tudo é saudade, Fletcher?
- Oras, o ano novo é daqui três dias! – ele riu.
- Quatro. Aqui ainda não é dia vinte e oito – riu, corrigindo de acordo com o fuso dela – Você me convenceu. Caso não conseguir passagem...
- Você vem de jato. É isso aí.
- Falando assim, até parece que é fácil – debochou – Se não conseguir passagem, vou no próximo.
- Vejo-a aqui então.
Conforme o planejado, dia vinte e oito, Dougie, Danny e estavam embarcando para Austrália, Suíça e Inglaterra, respectivamente.
Na Austrália, e sua família já estavam ansiosos para conhecerem Dougie realmente, já que foi a vida toda um disco riscado. Quando falava de uma coisa, repetia até todos saberem o que ela estava prestes a falar. Apenas Julian não estava animado com a visita do outro. Ora, sua namorada é viciada no outro e eles já tiveram um pequeno caso. É de se preocupar. Porém era um livro aberto, então não conseguia esconder seus sentimentos quase que nunca e ela não parecia tão interessada na chegada de Dougie. Apenas feliz. Parecia que alguém estava aprendendo a esconder sentimentos porque, sim, ela estava muito interessada na chegada dele.
Danny estava indo apenas para se divertir. Um pouco de sossego, diversão e principalmente “pegação”. Ele dizia que passar a virada do ano de um modo alegre e selvagem era garantia de um ano inteiro com um sorriso no rosto.
então conseguiu passagem para o dia seguinte. Era de se esperar, sendo quem ela é. Enquanto isso, seus pais iam para um lugar completamente lotado, que se ela fosse não teria como se divertir sem prestar atenção a fotógrafos e toda a mídia em si. Em lugar nenhum elas escapavam dela, mas sempre era bom prevenir lugares assim. Ela não tinha idéia de como Tom conseguiu convencê-la, contudo ali estava ela, sentada na primeira classe, vendo um filme, enquanto tomava uma taça de vinho em direção a Londres.
Quanto ao resto, e me refiro a , e Harry, irão passar a virada no mesmo lugar em que estavam, ou seja, África do Sul, Brasil e Londres. Logo no segundo dia de janeiro, iam embarcar para outro lugar e terminar as férias com chave de ouro.
se preparava para o frio novamente. Tinha saído de frio e neve por uma semana e ia para um lugar mais frio ainda: o Canadá. Ela iria buscar a paz interior, como ela dizia, mas não era. Ela buscava a mesma coisa que Danny, já que ele não estava lá... Pena que isso deveria ser um segredo. Quanto a e Harry, os dois iriam às belas praias do Havaí, só que não sabiam disso.
Era de manhã do dia vinte e nove. Dougie estava morto da viagem e só queria entrar em casa para dormir até que a fome o acordasse. Saiu do táxi e recebeu toda a claridade que o sol trazia, forçando-o a fechar o olho. Por que a Inglaterra não podia ser assim mesmo?
O motorista o ajudou com as malas, enquanto ele pegava o molho de chaves. A casa era a mesma desde que foram para lá na primeira vez. Agora os quatro usufruíam dela sempre que podiam ou desse vontade. Enquanto subia lentamente os degraus da escadinha que levava até a porta, parou para observar o paraíso. Todas as casas ali eram lindas e grandes com vista e caminho para o mar.
- Olhe, temos um novo morador.
- Já não era tempo. Ficar ao redor de um monte de velhotes ricaços e gente chata já estava enchendo o saco – falou a voz que Dougie jurou conhecer – Onde é? – outra voz também conhecida falou – Essa é a casa do Mc... Espere aí. Poynter? – gritou o nome.
Então a pessoa o conhecia também.
Ele se virou e deu de cara com muito gostosa com um biquíni minúsculo, chinelos e uma saia. Dougie não sabia se ela ficava mais bonita de vestido ou biquíni, mas tinha uma idéia de que ela ficaria melhor sem nada.
- ! – sorriu ao cumprimentá-la.
- Que bom que está aqui! – ela também sorria – Esse é o Julian... Julian, esse é Dougie.
Foi apenas agora que percebeu a presença do rapaz. Ele tinha a mão apertando a cintura da garota e se sentiu repentinamente desconfortável por isso. Só não sabia o porquê. Quer dizer, ele sabia. Só não queria admitir para si mesmo.
Cumprimentou-o educadamente e foi tratado da mesma forma.
- Então essa é a casa McFly... Sempre que vínhamos para cá, ficávamos doidas só pela possibilidade de vocês estarem aqui também. Mas nunca estavam. Era realmente chato, então a gente desencanava – eles riram.
- Querem conhecer? – Dougie abriu a porta e os convidou.
Depois de um tour pela casa e de falar toda hora que estava se sentindo no DVD, ela o convidou para ir à casa pela noite e decidirem o que iriam fazer, já que por boa parte da tarde Dougie estaria dormindo.
Nesse pequeno tour, Julian ficou quase que totalmente excluído. Dougie e riam quase que o tempo todo, fazendo piadinhas internas, esquecendo-se da presença do outro e Julian só podia sorrir no meio disso.
- Você já o convidou pra hoje à noite? Não é cedo? – perguntou Julian quando estavam sozinhos na praia.
- Está insinuando alguma coisa, Julian?
- Nada. É só que a forma com que ele a olhou...
- Foi a forma com que todos me olham – falou, querendo não soar a gostosona – Achei que estava acostumado a isso.
- Não, não estou.
- Então devia. Dougie é só meu amigo, da mesma forma que o Jared é.
- Amigos que já tiveram algo com você – Julian tentou não ser carrancudo e levar a conversa numa boa.
- Julian, você vai mesmo começar com os ciúmes logo agora que estamos nos entendendo?
“Super bem”, ela queria dizer. Durante quase dois meses não houve nenhuma discussão séria e isso era quase que uma vitória.
- Não são ciúmes – mentira – Só estou dizendo que para eu ver todos os caras com minha namorada e não pensar que eles estão a desejando é...
- Não pense nisso então! – deu um gritinho agudo – Pense que, se eles estão me desejando, eu estou desejando você. Ficar sozinha com você de novo é o que mais desejo quando saímos.
realmente sabia o que falar em certas horas.
- Não quer ir praa casa, não? – perguntou ele ao pé do ouvido da garota, depositando um beijo lá ao ver e sentir a resposta do corpo dela. assentiu antes de beijá-lo.
- Alô? – atendeu com a voz carregada de sono. Por um segundo, ela ponderou em não atender.
Ela já estava no quarto dela em Londres, esparramada na cama rosa berrante. Sentiu seus olhos arderem e se arrependeu por dois segundos, como sempre faz quando se esquece de fechar o black-out da clarabóia.
- Caramba, você dorme, hein! – zoou Tom do outro lado – Então... Quando vem?
- Nossa, Tom! Esqueci-me de avisá-lo! – brincou ela – Não vou poder ir amanhã. Não tem passagem...
- Não? Que droga. E depois?
- Se for depois, não vai dar tempo de chegar aí antes dos fogos... Acho que não vai dar para passar o ano novo aí. A não ser que...
- A não ser que o quê?
- A não ser que você venha me pegar aqui em casa, porque não sei chegar sozinha até a sua.
- O quê...?
- Tom, cheguei essa madrugada – ela riu.
- Você deve estar com um jetlag fodido. Foi mal acordá-la – desculpou-se depois que riu – E por que não me ligou? Pegava-a no aeroporto.
- Imagine. Eu ia acordar daqui a pouco mesmo – não era completamente verdade. A cama dela estava excepcionalmente boa no momento – E, se entrar em qualquer blog, vai ver fotos minhas saindo de lá. Se você estivesse também, seriamos os noivos que estariam na segunda chance ou algo assim. Aquele povo tem mais imaginação do que eu.
De qualquer forma, não adiantou a menina dar uma desculpa. Ele ainda falou para ela dormir mais e que depois ligaria de volta.
Assim feito, duas horas depois, já estava com uma caneca da Starbucks, tomando café junto com dois brownies e vendo qualquer coisa na TV. Tom tinha ligado pra ela fazia dez minutos, dizendo que ia passar lá para almoçarem, e depois eles iam à casa da mãe dele, a qual estava completamente animada com a visita da garota. Após isso, iam passar um tempo com o Harry.
- Querida, adorei o seu presente! – tia Debbie exclamou – Carrie ficou brigando comigo pelo autografo do Rob...
- Vão à América em março que vocês vão se conhecer – riu Isso é uma intimação, Thomas. Festa do CD novo.
- Ele vai, sim. Pode deixar. Faço-o ir – garantiu a mãe dele – Sabe, desde que vocês se falam, o modo com que ele comenta de você o transforma em outra pessoa. Faz tempo que não o vejo sendo tão sincero e feliz.
- É, a Giovanna acabou com a paz da gente... – Carrie completou – Você tem cara de ser mais legal também. Era bem amiga dela fazia tempo, mas depois do que houve...
- Hm, mãe, Carrie, seria legal outro assunto – Tom disse cautelosamente pela própria situação e a situação de que já não sabia onde enfiar a cara – De qualquer forma, mora do outro lado do planeta. Não fiquem botando fé – riu sem graça, sem saber por que ele estava falando daquilo...
- É... – concordou a garota mais sem graça ainda.
- Se vocês realmente se gostarem, tudo dá certo – terminou tia Debbie, levantando-se – Querem mais rosquinhas?
aceitou. Ela gostava de comer e a mãe de Tom queria ver se ela era das chatas pessoalmente, aquelas que não comem por educação. Educação é aceitar! Logo, o assunto se tornou outro, deixando o clima bem melhor e alegre. Não demorou para que a mãe dele amasse a menina e a irmã, nem se fale. Chegou um momento em que e Carrie foram até o quarto da menina e começaram a compor coisas idiotas ou cantarem músicas de bandas que as duas gostavam.
Quando achou que era melhor ir embora, todos insistiram para que ela ficasse pra janta e conhecesse Bob até ela não poder recusar.
Foi praticamente igual à tarde quando Bob chegou. Ele disse coisas que deixaram Tom e completamente sem graça, mas mudando logo em seguida para gargalhadas e todos se sentiram à vontade. Os dois foram deixados sozinhos e Tom resolveu fazer uma coisa.
- Venha aqui – chamou ele, guiando-a.
Ao lado do quarto de Carrie tinha outra porta, que era o banheiro, e ao lado era o quarto de Tom.
- Bem-vindo ao “Forte do Fletcher” – abriu a porta, dando passagem a ela.
- Uau... Imaginava o seu quarto completamente diferente...
- Bom, esse não é meu verdadeiro quarto. Então ele é completamente diferente mesmo. Até porque essa esteira não estava aqui, não – apontou para o aparelho que ficava do lado da cama e a menina riu.
- Não, mas esse quarto mesmo... Juro que imaginava a sua cama como aqueles carros de corrida e o colchão dentro...
- Não era tão novo assim quando saí de casa, .
- Sei disso, mas mesmo assim imaginava!
- Vou reformular então. Não era tão loser assim quando saí de casa – ela acabou gargalhando com a idéia dele.
- Tudo bem. Não imagino mais. Aqui é... A sua cara.
Ela se sentia confortável. Definitivamente, era aconchegante. E a casa dele era. A família principalmente. A cama de Tom era uma normal, com uma colcha verde e um travesseiro branco. Na cômoda, ainda havia um abajur da forma de uma lightsaber, uma escrivaninha com várias coisas em cima, um mural de fotos em que raramente via as pessoas dali quando procurava fotos raras dele.
- Você conquistou a minha família mais rápido do que qualquer pessoa antes fez. Tiraram a sua atenção de mim!
- Gostei deles, Tom. Toda sua família é muito legal e fofa também, mas não tiraram minha atenção de você! Olhe, eu...
- Tom! ! Venham aqui! - Carrie e Debbie gritaram de algum lugar.
- Tiraram, sim. Olhe isso – riram – Vamos lá.
Dia trinta e um chegou numa velocidade incrível. Tudo bem que não havia dias para fazer demorar, mas dia trinta parece que nem existiu! e arrumavam parte da mala e aproveitaram o país nos últimos dias lá.
, Dougie... E Julian, saíram por um momento até um bar e se divertiram. A menina dava atenção aos dois, mas Julian ainda encanava. Só parou quando Dougie foi azarar qualquer garota.
Danny não perdia uma. Já no começo dava uma de garanhão, antes mesmo de se estabelecer. Bom, bonito que nem ele, ninguém perdia oportunidade. A diferença – ou avanço? – é que não ficou fazendo revezamento de meninas. Permaneceu com Pixie pelos dois dias.
e Tom passaram o dia conversando e andando por umas partes de Londres. Paparazzis não perderam tempo, mas também não encheram o saco dos dois. Em todas as fotos tiradas eles estavam rindo ou tomando café. Harry participou de umas também para dar o ar de sua graça e beleza.
- Que diabos você está fazendo em Londres, ? – exclamou, enquanto fuçava na internet e numa das páginas acabou achando várias fotos da amiga com Tom e Harry.
- , você soou idêntica à Alice agora, sua medonha – disse – E, ué, estou aqui para o ano novo... Deve ser lindo!
- Sim, mas você está com o Tom aí.
- Está falando o que, Miss Casablancas? O Poynter está aí também!
- O QUÊ?! – e gritaram – É só a gente viajar que ninguém conta nada. Muito bonito, senhoras!
Quando estavam separadas e precisavam ou apenas queriam se falar, o telefone era extremamente caro. Então o skype caiu como uma luva para elas. Não o usavam sempre porque o telefone é bem mais prático.
- É, mas o Julian está aqui – defendeu-se – Dêem oi para ele.
Soltaram um coro animado de “oi Julian!” e ele respondeu da mesma forma antes que o expulsasse, dizendo que era assunto de garotas.
- Ué, vocês me abandonaram, minha família me abandonou e então ele me convidou. Aí pensei “por que não?” e aqui estou eu – voltou a explicar.
- Que gracinha – ironizou – Sei bem porque você foi.
- É, só se lembre do preservativo.
- , quem tem namorado aqui é você. Não eu – rebateu – E outra, quem tem que ser lembrada aqui é a . Não eu!
- Tem razão – as outras duas concordaram – , não se esqueça.
- Por que eu?
Nem foi preciso responder.
- Vemo-nos em duas semanas? – perguntou depois de horas de conversa e as outras concordaram. Ainda bem que era cedo. Senão, o dia seria perdido pela conversa – Bom ano novo, meninas.
- Será um ano perfeito para nós.
Não acho necessário falar sobre Danny e Pixie. É, por incrível que pareça, ele ainda estava com ela. Pessoalmente, se estivesse lendo – mesmo que eu esteja narrando –, acho total desnecessário e muita perda de tempo ler quando ele não está com quem realmente deveria. O único detalhe é que a sua virada o garantiu aquele sorriso pelo resto do ano... Ou só o dia mesmo. Ele é exigente.
Foi por pouco para que e nem se lembrassem de que estavam trocando o ano que o mundo não perde uma – ou até mesmo duas – integrante da . quase foi espancada até a morte por beijar um cara que tinha namorada e... Ela estava lá. Se ela ainda se preocupasse... Mas não. A garota riu. Apenas riu. Sorte a dela que estava com todos os seus primos e eles a esconderam. Tem gente que nasce com a bunda empinada pra lua!
festejou como se fosse carnaval ou a última festa de sua vida. Só faltou o lança perfume para completar a situação. Fez coisas que não vai se lembrar nunca e que é até bom não se recordar mesmo... Graças a Deus sua mãe não estava lá para observar a sua filhinha.
Pelas casas serem praticamente encostadas, Dougie convidou e sua família à sua casa para se divertirem ou relaxarem no último dia do ano. Ele tinha conhecido todos os primos dela e passava mais tempo com eles do que com a própria garota. Julian tinha ficado um pouco mais possessivo quando ele percebeu o modo com que sua namorada falava com ou de Dougie. Não se comparava os modos com que ela tratava o namorado e o amigo. Julian sabia disso, mas não quis dar chances. Depois do telefonema, levou por tudo quanto que é lugar e só voltou a noite, a pedido da menina. Senão era capaz de eles passarem a virada sozinhos.
Como se Dougie se importasse... Ele estava lá por suas férias e não por ela! Não que ela não fizesse diferença. Fazia muita, mas com ou sem lá, Dougie continuava existindo. Nem era obrigação dos dois se encontrarem.
Conforme o tempo ia passando, Dougie se juntava com os primos dela e cantavam algumas músicas, conversavam e contavam piadas. Já planejavam o sangue do pelicano, mas tinha nenhum suco de morango ou maracujá na casa. Era hora de inventar outra nacionalidade paro animal/bebida.
se juntava a eles por hora. Julian a mantinha ocupada demais até sua mãe dizer que era para ela se controlar enquanto o agarrava. Apesar disso, a sua família gostava do namorado dela. Ele não era de falar muito, mas era divertido e a fazia feliz. Isso era o que importava.
Enquanto conversavam ou riam na varanda com vista para a praia, onde teriam no mínimo trilhões de fogos, a irmã de conversava animadamente com Dougie. E quando digo animadamente, digo que ela dava um pouco em cima dele. Nada fora do normal... É de Dougie que estamos falando. Por outro lado, não se sentia confortável com a situação. Remexia-se ao lado de Julian diversas vezes, a fim de não ver o que acontecia, mas era inevitável. Ela tinha três opções. Primeira: mudar de lugar. Segunda: acabar com a festa de sua irmã. E terceira e última: ignorar e viver a sua vida, enquanto o outro podia passar a noite com uma pessoa de seu próprio sangue.
Aproveitou a deixa de que uma de suas primas gritou e chamou a atenção de sua irmã, dizendo que estavam a chamando. Caindo feito um patinho, a outra pediu licença ao rapaz de saiu. Agora, por que ela se sentia assim era uma boa pergunta. Ela não namorava? Não estava feliz com Julian? Afinal, não tinha voltado com ele? Por que então não queria ver Dougie com outra, mesmo que essa fosse a própria irmã? No dia anterior, também não se sentiu à vontade quando Dougie saiu para falar com uma garota horrível – na verdade não era tão feia assim. estava fazendo drama . Tudo por causa de Julian. Mas ela tinha achado melhor... Era errado desejar outro homem quando você já possui um perfeito em mãos.
Resolveu levantar-se e ir pensar. O clima estava perfeito para pensamentos bons e coerentes. Quente, uma leve brisa que levava seu longo vestido branco. Paz era o que ela mais queria em todos os momentos, principalmente naquele. Agradeceu que Julian arranjou outra coisa para se distrair e começou a descer os degraus que levava até a praia. Segurou as suas rasteirinhas e começou a andar devagar enquanto pensava. Ela queria ser a irmã dela momentos atrás. Queria ficar cantando Dougie novamente, como fizera um mês atrás, queria sentir sua pele na dele novamente, o gosto de sua boca, que era diferente de todas as que já tinha beijado. Falar com ele e dar qualquer desculpa para beijá-lo era o que ela mais queria agora... Mas espera aí. Ela tinha Julian. Fazia isso tudo com Julian e até mais. Muito mais...
Sacudiu a cabeça, a fim de espantar tudo que pensou.
- ? – Dougie aparecia lentamente atrás dela. Lindo, extremamente lindo. Uma bermuda branca caindo na bunda e uma blusa bege. Alguns hábitos nunca mudam – Está tudo bem?
- Está, sim. Por quê? – sorriu o mais falso que podia. Durante todos os anos em que ficou famosa, aprendeu muito bem a como sorrir quando não queria.
- Você saiu do nada... Estava tudo bem uma hora. Você estava sorrindo, rindo o tempo todo e de repente ficou com cara de desolada e veio parar aqui. Aconteceu alguma coisa?
Ele estava prestando atenção nela então. Ela se sentiu feliz por isso.
- Não. Só quis pensar. Aqui é um bom lugar para pensar... Vinha aqui tarde da noite quando estávamos em turnês e precisava esfriar a cabeça antes que ficasse louca.
Dougie a olhou bastante surpreso. Então ele não era o único a fazer isso. Todos da banda tinham um lugar para pensar, mas o dele era a praia.
- Quer dividir os seus pensamentos?
Claro. Ela ia dizer que estava com saudade do tempo em que eles eram um par, mesmo que por apenas quinze dias. Foram intensos quinze dias para ela.
- É nada demais. Só estava pensando que se não tivesse uma banda de sucesso não estaria aqui – mentiu – Provavelmente estaria na praia ou em casa no Brasil, comemorando com minha família mais um namorado da faculdade.
- A gente não teria se conhecido – Dougie soltou após uns trinta segundos em silêncio – Isso seria uma pena, porque você é a menina mais legal que já conheci – ele escondeu alguns detalhes que não precisavam ser ditos.
- Own, Dougie! – ela o abraçou, praticamente se jogando em cima dele. Apenas o abraçou. Não conseguiu resistir. Pelo menos o abraço era uma coisa. Não saciava o desejo dela, mas melhorava um pouco. Só um pouquinho. E ainda bem que os detalhes não foram ditos – Estava com saudades de você – sussurrou, escondendo o seu rosto no pescoço do rapaz.
- Também senti. Muitas. Acho que eu...
- , está fazendo o que aqui? – Julian perguntou de uma forma um pouco rude, cortando o clima e o assunto dos dois.
O abraço foi desfeito na hora. Não por culpa ou qualquer outra coisa, mas sim por susto. Santo, era só um abraço!
- Vim pensar – respondeu ela naturalmente. Era verdade e a menina fez nada de errado.
- Dougie faz parte de seu cérebro? – por mais que não demonstrasse falta de educação na frente do outro, Dougie sabia bem como ele devia se sentir.
- Bom, vou voltar. Tem um banquete esperando para ser comido. Apareçam lá... – sem graça, Dougie tentou, enquanto andava para trás até desencanar e desaparecer.
- Não. Dougie não faz parte do meu cérebro, mas me fez sentir muito melhor.
- Claro. Depois do momento intimo que vocês tiveram agora... – ele respondeu irônico.
- Foi um abraço. Você viu e provavelmente ouviu toda a conversa – ela ainda mantinha a voz calma.
- Ouvi – não inteira. Eles estavam sussurrando. Ele só não sabia disso – E se não me tivesse intrometido, com certeza vocês acabariam se beijando. Não sei por que não fiquei quieto...
- Não sei por que você não fica quieto agora. Sabe que não pode sair tirando conclusões sobre mim. Não tem “e se” comigo. Quantas vezes vou ter que repetir isso para você, Julian?
- Não teria que repetir se não fizesse o contrário do que diz!
- Ok, agora você está realmente me irritando – ela disse – Olhe, esse ano vai ser muito bom pra mim e, se você quiser, para nós – ela apressou-se em dizer depois – Só que para isso você tem que colaborar da mesma forma que colaboro com você.
- Você colabora comigo? , faço tudo que você me pede...
- Sim, mas não tem confiança! Como posso confiar em você se não confia em mim?
- Não faço nem metade das coisas que você faz!
- O que faço? Conversar ou abraçar os meus amigos agora é proibido? Estava simplesmente conversando com Dougie e você como sempre tira conclusões precipitadas – suspirou derrotada – Dei-lhe uma chance porque você disse que estava disposto a mudar, mas não estou vendo mudanças nesse aspecto.
- ... – o tom de voz dele já tinha mudado para um pouco desesperado, mas ele ainda tinha a sua palavra.
- Espere, não acabei. É ano novo, Julian. Não quero brigar com você hoje e, se puder, nunca mais. Então acredite que o amo e que nunca lhe faria algum mal.
Ela não o amava de verdade, para valer, mas era o que valia no momento.
- Tudo bem. Você sabe que ajo assim porque tenho medo de perdê-la – Julian chegou perto dela e segurou as suas mãos antes de puxá-la para um abraço terno.
Andaram pelo caminho de volta trocando carícias de um modo extremamente calmo e fofo. Ao passarem por Dougie, Julian sorriu para ele como se pedisse desculpas e depois a garota o olhou como se dissesse que estava tudo bem.
Os fogos foram lindos. Não tinha coisa mais bonita do que passar a virada na Austrália. Depois, beberam igual porcos até perderem os sentidos. Divertiram-se bastante.
Era a última vez que se olhava no espelho na sala de sua casa. Estava um pouco atrasada quando começou a se arrumar, mas conseguiu dar a volta no tempo. Tinha entrado no quarto das outras e se aproveitou para se esbaldar enquanto estava sozinha, fazendo-a perder a hora. Ela só esperava não ter quebrado a cama de , que era a mais fofa para pular... É melhor nem perguntar.
Tom passaria lá para pegá-la junto com Carrie em poucos minutos, se ele mantivesse a pontualidade inglesa. Seus pais, desde que ganharam o carro do filho, não desgrudavam dele. Esse era ainda melhor que o que sofreu o acidente. Tinham uma reserva no mesmo restaurante do primeiro encontro: Joël Robuchon. Ela realmente adorava aquele lugar. Era como a Disney, onde os sonhos acontecem.
Certa de suas contas, saiu de casa assim que escutou a buzina do lado de fora.
- Boas expectativas para o ano que vem? – Tom perguntou assim que ela entrou no carro quentinho pelo aquecedor, completamente o contrário do lado de fora.
- Muitas! E a propósito, se uma das suas era ser mais bonito ainda, conseguiu – não sabendo de onde saiu isso, corou.
- Realmente preciso dizer o mesmo? Acho que você já sabe que está espetacul...
- Primeiro: alô. Também estou no carro. Segundo: Tom, que adjetivo antigo! E terceiro: oi ! Esse é o Charlie, meu namorado.
Ela ainda estava com o Charlie depois de todos os anos.
Charlie era... Mais chinês do que ela imaginava ao vivo. Nunca achou que eles fizessem o casal mais bonito do mundo, mas eram fofos juntos.
Dentro do restaurante já se encontrava Harry e sua família e a de Tom. Isso fora os amigos mais próximos. Novamente, o restaurante era praticamente deles. É claro que não podia faltar o garçom mais querido deles.
- Fletcher, mini-Fletcher, namorado da mini, ... ? – Jasper ia checando as pessoas que entravam e parou surpreso ao ver a garota – Ora essa, Fletcher. Você realmente se superou. Bem-vinda de volta, .
- Pode me chamar de – simpática, sorriu.
- Gostei dela, Fletcher. Gostei dela – riu satisfeito – Mesa quinze. Ironicamente a mesma que ficaram antes.
- Acho que é porque essa mesa é praticamente minha...
- Cale a boca e vá curtir a festa, Tom – Jasper os expulsou.
- Adoro-o – comentou , enquanto todos andavam até a mesa onde já estavam os pais do rapaz, Harry e sua família na mesa grudada.
- ! Está linda! – Debbie disse, olhando estupefata – Olhe, estes aqui são...
Logo, ela já estava acostumada com ambas famílias. Assim como a Fletcher, a família Judd a adorou e constantemente fazia perguntas sobre porque, graças ao Tom, a família de Harry ficou sabendo da menina.
Tinha uma pequena banda que dava um ar mais alegre no restaurante, tocando todos os tipos de clássicos - desde Taio Cruz e Beatles até Beethoven.
- Aceita essa como a última dança do ano? – como um perfeito cavalheiro, só faltou Tom se ajoelhar para pedir a mão de para dançar.
Até os suspiros orgulhosos de tia Debbie foram escutados.
sorriu e aceitou, acompanhando-o até o meio do local para dançarem Elvis: a boa e velha Tutti Frutti. Era uma cena engraçada de se ver... Tom se remexendo e fazendo a garota rir mais do que dançar até ela entrar na dele e virar a coisa mais engraçada da noite para todos olharem. Depois, passou a tocar Twist and Shout para a situação piorar. A saia do vestido branco da menina rodava conforme ela se remexia junto com Tom no melhor estilo anos sessenta - a típica dança de pais em uma festa de casamento.
Ao fim dessa música, o vocalista já dizia que faltavam cinco minutos para a meia-noite e voltariam a tocar dentro de alguns minutos. Os dois foram andando até a varanda onde a neve já não caía mais, mas o clima estava de cortar a pele pelo frio.
- Vocês são muito velhos, meu Deus. O que foi aquela dança? Nem meus pais dançam mais daquele jeito! Eu devia ter filmado.
- Não encha, Judd – Tom rolou os olhos, enquanto ria – Sua mãe está chamando você. Vá lá.
- Não está me chamando, não...
- Está, sim. Suma daqui.
Harry não entendeu se a mãe dele estava mesmo o chamando ou se Tom queria mesmo que ele saísse. De qualquer forma, foi até onde a mãe estava e entendeu que o outro não o queria lá. Pelo menos não agora.
- Está gostando até agora?
- Sim... Obrigada pelo convite, Tom. Você realmente salvou o meu ano novo – agradeceu sincera – Provavelmente estaria em um lugar com pessoas que não gosto.
- É para isso que eu existo.
Em silêncio, os dois olharam para cima e viram milhões de pombas brancas voando pelo céu muito iluminado de Londres. Instantaneamente, e ainda assim devagar, Tom roçou sua mão com a de e eles acabaram com os dedos entrelaçados. Ele não sabia se ela estava vermelha pelo frio ou por vergonha.
- É lindo aqui... – disse, a fim de acabar com o silêncio.
- Você também é. Sabe disso.
Entreolharam-se por segundos e depois foi como se o mundo parasse. De fundo, escutavam a voz do vocalista fazer a contagem regressiva dos dez segundos, mas isso não importava agora. Os primeiros fogos estouraram e mesmo assim eles não saíram do transe.
- Dizem que quando passamos o ano novo com alguém especial, ficamos o resto da vida juntos – soltou de repente – Feliz ano novo, Tom.
- Eu poderia descartar uma parte da minha vida para passá-la com você.
Poderia ter sido do nada que os sentimentos voltaram, mas não foi do nada ou quase do nada. Não era porque não podia passar o ano novo com sua família ou em outro lugar nos Estados Unidos. Ela simplesmente não queria. Foi muito fácil para que Tom a convencesse. Ela queria estar junto dele novamente, não importasse como.
Nada diferente para Tom também. Ele poderia estar em qualquer lugar do mundo com ou sem ela agora, mas ele não queria. Estava adorando o momento e se agradeceu mentalmente por ter insistido um pouco mais com a garota. Agora eles eram um só novamente.
Iniciaram um beijo calmo, cheio de carinho e saudade, sem nenhum pingo de malícia. Acabaram com selinhos e um sorriso terno, passando a observar os fogos e, logo após, a primeira neve do novo ano.
Após mais uns minutos sozinhos, a banda já tinha começado a tocar novamente e eles resolveram voltar. Depois de morrer de vergonha de toda a família Fletcher dizendo que eles formavam o casal mais lindo do lugar – discórdias por Carrie e Charlie –, passaram a conversar e agir como um casal fofo que sai nos lugares e ficam de sussurros e risadinhas e se divertiram, conversando com Harry.
Não estava muito longe de amanhecer, mas mesmo assim estava escuro quando Tom resolveu tirar novamente para dançar antes que fossem embora. Ele tinha a deixado por dois minutos na companhia dos outros e de repente volta a puxando de todos. As músicas agitadas já tinham sido trocadas pelas lentas ou pelas de meio termo há um tempo. Só que para terem mais um pouco de privacidade, pegou o casaco dela e a levou pra varanda, onde já não tinha muitas pessoas.
Acabava de tocar uma música das antigas e o vocalista anunciou que ia acabar a noite com duas músicas dos Beatles só para manter costume inglês. I’ve Just Seen a Face tinha começado a tocar. Os dois se divertiam demais em sua dança anos sessenta e cantavam a música de cor, até porque ela batia completamente com a situação deles. “Falling. Yes, I am falling and she keeps calling me back again!”. Mal a canção acabou e os acordes de Something já eram escutados, só que na versão do filme Across The Universe. tremeu ao reconhecer, mas antes que pudesse fazer qualquer coisa, sentiu os braços de Tom a atravessarem e trazer o corpo dela junto ao dele para cantar ao pé do ouvido dela, sabendo que aquela é sua musica predileta. A única coisa que ele não sabia era que cantada por ele tinha um efeito muito maior nela.
Havia nada na cabeça da garota. A única coisa que queria fazer era aproveitar e realizar outro sonho dela. Quando a música acabou, estava com os olhos brilhando e ele sorriu antes de beijá-la.
Após se agarrarem na frente da casa da , ela resolveu abrir a porta.
- Muito obrigada por tudo, Tom. Hoje foi perfeito.
- Eu que tenho que agradecer – sorriu – Você me liga quando acordar?
A menina concordou com a cabeça e nenhum dos dois disse mais alguma palavra. Ela não queria que ele fosse embora e ele não queria ir.
- Então... Até mais tarde... – deu um selinho demorado nela e se virou, começando a andar.
- Tom?
- Hum? – virou-se ao ouvi-la chamar e só se deu conta do que era quando viu se jogando em cima dele.
Não deu outra. Ele a pegou no colo enquanto a beijava violentamente e quase não parou quando a outra fechava a porta rapidamente. Ela jogou suas pernas em volta de sua cintura e mordia os lábios do rapaz. Os dois iam às cegas até o quarto dela.
As peças de roupas iam fazendo trilhas por onde eles passavam, começando pelos sapatos e acabando que no quarto os dois estavam apenas de roupas íntimas. As coisas estavam ficando tensas até pegar de dentro do travesseiro ao lado um preservativo, entregando-o ao rapaz. Uniram-se completamente em sincronia, compartilhando tudo que tinham direito.
Isso não é nem de perto o que aconteceu pelo resto da semana, e não só com . , por exemplo, nunca imaginava que poderia fazer o que fez, mas isso é só um detalhe.
Que preguiça de narrar isso aqui. Não sei por que concordei com isso. Poderia estar na praia com aqueles colares de flores, tomando uma bebida e relaxando embaixo do sol, mas estou escrevendo o que faço nesse laptop. Nunca mais caio na conversa de “se interagir mais com o computador e o mundo tecnológico”. Estava feliz demais sem isso.
Tudo bem que ainda nem estou no Havaí... Continuo no avião, esperando o tempo passar e chegar logo, já que dormi praticamente a viagem inteira.
Não falei com muitas pessoas antes de vir. Apenas com os caras, e , fora meus outros amigos. Fiquei sabendo por Danny que estava viajando e a última coisa que ela faria seria atender ao telefone. Falando em Danny, o cara está pegando a Lott, de novo... Parece que não aprendeu da primeira vez. Pixie é legal às vezes e canta bem também, mas, quando fica íntima, acaba a folga. O que me espantou foi que ele está com ela faz bastante tempo. Uma semana para ele é muito!
Dougie está com e o namorado na Austrália. Achei engraçado quando ele disse que e o namorado discutiram em pleno ano novo por que ele estava abraçado com ela. Acho que finalmente entendo o motivo das outras meninas dizerem que esse Julian é enrolado.
Falando em ano novo, o filho de uma mãe do Fletcher se deu muito bem. Tive que levar a sua irmã e o namorado para casa enquanto ele comia a . É, desculpem-me pelo termo, mas é o primeiro que me veio à cabeça. Ainda estou com um pouco de preguiça pelo sono. Enfim, agora eles estão colados um ao outro. Provavelmente vão fazer algo juntos. Digo, além do que já estão fazendo, se é que me entendem.
Quanto à , não sei. Tentei falar com ela, mas só cai na caixa postal, dizendo algo como: “pelo amor de Deus, estou viajando! Se realmente for importante, deixe um recado”, ou uma coisa parecida. Sei lá. Antes do ano novo, liguei para ela, mas errei quanto ao fuso horário e ela estava dormindo. Conclusão: foi a mesma coisa que falar com uma porta que diz “hum”. Quando falei com as outras, não me lembrei de perguntar a elas se sabiam da amiga.
O legal do Havaí é que, a partir do momento em que saí do avião, já me deram três daqueles colares de flores e todas aquelas pessoas vestidas com saias de folhas e cocos no lugar do sutiã dançando hula. Depois, não vi uma coisa aqui que seja feia até agora. Por mais que esteja neste lugar faz uma hora, tudo aqui é... Estonteante.
Pelo preço em que paguei no hotel, mandaram uma limusine me pegar no aeroporto. O Hilton em que vou ficar é mais um resort e spa. É muito foda. E pelo preço daquele local, serei tratado como um rei.
A frente do hotel-resort é inteira verde. Lotada de plantas e árvores, sem contar que toda a entrada é de pedra. Nunca vi tanta pedra na minha vida. Juro. Depois de fazer o check-in, subi ao meu quarto, pronto para me jogar na cama e dormir até o sol nascer em cheio.
Acordei um bom tempo depois sem ser incomodado pelo sol, já que aqui tem aquelas cortinas blackout para poder ter o luxo do sol e mais mordomia. Chamei o elevador, mas o desgraçado subiu um andar a mais que o meu para depois chegar. Estava vazio e até agradeci por isso, depois que quase fui direto com a cara para o chão por alguma coisa bloqueando minha passagem na entrada. Era uma... Baqueta roxa. Estranho... Já a vi em algum lugar.
Nem apertei o meu destino e o elevador voltou a subir, abrindo as portas um andar acima e mostrando com cara de desespero.
Espere aí. ?
- ?
- Oi, Harry. Você viu a minha baqueta? A roxa? Ah! Aqui ela! – abaixou-se e pegou o objeto, depois de procurá-lo. Foi só quando subiu que se deu conta – Harry? – perguntou surpresa e contente ao mesmo tempo – Está fazendo o que aqui?
- Férias. E você? – pergunta idiota. Eu sei. Apenas por ela estar com biquíni, chapéu e chinelos, dá para perceber que a menina não veio para uma conferencia.
- Férias. Não acredito – riu – Que coincidência! No mesmo hotel ainda!
- Não é? – cumprimentamo-nos direito – , foi mal a pergunta, mas por que você está com as baquetas?
- Não saio sem elas. Dão-me sorte. Sabe? E é um ótimo meio de defesa! – sorriu sem graça – Estava carregando muitas coisas e uma acabou caindo.
Acabei saindo do elevador quando escutei algumas pessoas reclamarem que estava segurando-o e ajudei a carregar as suas coisas. Mal chegou aqui e já estava fazendo a festa na loja do hotel!
O quarto dela não era muito diferente do meu. Suas malas não estavam esparramadas iguais às minhas e a sua cama estava arrumada.
Passamos o resto do dia juntos. Ela me disse que quase se matou no ano novo e isso me deu muita vontade de passar o réveillon no Brasil. Fizemos um passeio de helicóptero pela ilha toda, dando-me dúvidas sobre qual lugar é mais bonito: Caribe, Austrália ou Havaí. Depois, um mergulho de snorkel e saltamos de pára-quedas. Ela gritou o negócio inteiro, mas pelo menos pulou. Foi engraçado.
No fim do dia, já estávamos queimados de sol - quando falo nós, digo apenas eu – e mortos. Meus ossos estavam pedindo clemência, porém o dia ainda não acabou e eu precisava de comida. Fomos a um dos milhões de restaurantes do hotel – isso depois de prometer que iria qualquer dia com ela ao restaurante japonês – e comi a melhor lagosta da minha vida.
Foi legal. Conversar com ela é fácil. Sempre tem algo para dizer. Não importa se é sobre a quantidade de peixes que tem no lago do hotel. E, se conversar é fácil, rir é extremamente mais ainda. De dez coisas que ela fala, oito são bobagens e uma é uma piada idiota. Mas por ser tão ruim. Tem graça.
- O casamento da e do Dougie pode ser aqui. O que acha? – comentou do nada, apontando uma parte de grama que parecia o caminho para o horizonte. Havia a água clara atrás e a lua cheia brilhante lá em cima.
- Casamento? – perguntei, estranhando-a. Ela é meio doidinha.
- É... Eles planejaram lá em Londres. Ele não disse? – ah, sim. Ele disse – Seria lindo e mais um motivo para ficar aqui.
- , você está aqui faz um dia só e já está pensando na volta? Isso é... – doença?
- É que é muito rápido. Você não acha? Só duas semanas nesse paraíso é pouco... Vou conversar com as meninas para nos mudarmos todas para cá.
- Quem pode realmente pode – brinquei.
- É só um palpite. Ninguém vai me ouvir mesmo... – deu de ombros – Adorei encontrá-lo aqui. Se não fosse você, nunca pularia de pára-quedas. Quando for fazer alguma coisa doida assim, chame-me!
Concordei, já entrando em outra conversa para depois subirmos aos devidos quartos e eu não me lembrar de nenhum possível sonho que tive.
Levantei-me no outro dia com a maior disposição do mundo. Decidi correr. Comi igual um deus e fui correr. Não sei quanto tempo levei com isso, mas eu estava suando que nem um porco e precisava de água.
Na praia, vi tanta mulher bonita que... Tenha piedade de mim, Senhor! Acabei encontrando lá no meio, mas ela estava tendo aulas de surf com um moreno bombado. Aula... Como se aquilo fosse aula! Eles estavam mais se provocando, para não dizer que estavam se comendo com os olhos.
Mais tarde, sentei-me em uma das cadeiras de praias e uma menina morena bem bonita perguntou se podia se sentar do meu lado. Sem problema algum, ela se sentou e ficou quieta por um instante. Passou a conversar comigo. Falava pelos cotovelos, mas até que era legal. Tinha peitos suficientemente grandes para tirar toda atenção do que a menina falava, todavia escutei algo do nome dela – que por acaso já me esqueci – e que era uma nativa. De alguma forma, ela me convenceu a sair da cadeira e dar uma volta. No meio do caminho, encontrei que até ia falar comigo, mas deu um sorrisinho sem graça e foi embora ao ver que estava acompanhado.
A tarde com Delilah - ou será Denise? – me rendeu uns bons pegas no fim do dia. Só que ela mais falava do que fazia, então acabei me esquecendo de mais coisas que ela dizia ser importante, a garota acabou fazendo um pequeno escândalo e foi embora. Não importou. Na entrada do hotel, outra menina veio puxar assunto. Porém acabei falando para ela me procurar amanhã porque estava cansado.
Achei isso bem estranho. Nunca fui de recusar menina nenhuma... Acho que estou cansado mesmo.
Os outros dias que se passaram foram bem parecidos com aquele. Ver foi bem difícil, tanto para ela quanto para mim. Ou estávamos saindo para fazer alguma coisa ou estávamos acompanhados. Não falamos um com o outro nesses momentos porque é um saco a menina pensar que aquela outra é alguma coisa sua. Menina chata com crise de ciúmes sem motivo é irritante. E alguns homens passam a tratar a mulher como se fosse propriedade dele do nada. Tosco.
Hoje foi diferente. Acordei um pouco tarde e, para melhorar, estava chovendo. O guri do serviço de quarto disse que era normal uma chuva assim durante a semana. Ela servia para limpar totalmente o céu. Veremos.
Recebi uma ligação de Dougie enquanto “morgava” no quarto por um tempo. Parecia que ele estava espumando de raiva do namorado de . Não entendi bem o motivo, mas agora ele tinha uma que chorava abandonada no sofá da casa dele. Acho que tinha algo de “a família dela foi embora, deu alguma coisa que o cara não gostou e fugiu”. Fugiu para duas casas ao lado.
- Não sei o que fazer quando mulheres choram, cara! Ajude-me!
- Dougie, é só ver o que você faz quando chora. Dá na mesma – zoei, confortando-o.
- Vá se foder, Judd. Isso é sério.
- Não sei, cara! Você está com um problema aí. Tente dar conselhos... Tem sorvete aí?
- Deve ter... Mas isso funciona? Não é só em filmes? – Dougie dizia meio desesperado.
- Deve funcionar... Ela gosta de comer, de qualquer forma. Tente aí!
- É, vou tentar – ouvi-o mexendo em várias coisas, provavelmente vendo se tem sorvete. Do nada, ele riu – Harry, lembra-se do seu short azul?
- Não. Não o vejo faz mil anos.
- Sei por quê... Ele está no freezer. Bem congelado, se quer saber.
- Está brincado! Quem foi o desgraçado que o colocou aí?
- Eu – Dougie riu.
- Você me paga, Poynter. Você me paga... Boa sorte com o seu probleminha aí. Tchau.
- Não, Harry. Cara, esper...
Desliguei antes que ele pudesse dizer qualquer coisa a mais. Ainda queria falar com Danny antes de sair do quarto.
- Se você ligasse dois minutos antes, ia ficar esperando – nem “oi” ele disse.
- Por quê?
- Estava me divertindo – Danny deu uma risada safada.
- Esse éo meu Danny! Ainda a Pixie?
- Cara, você precisa ver... Ela não se cansa! Peço qualquer coisa ela faz! Digo, qualquer coisa mesmo!
- Até um...
- AHAM! Isso é o normal para ela.
- Cara... – eu não sabia que palavra usar – Você tem uma sorte fodida. Estão bem sérios aí... Quero só ver se ela colar em você de novo.
- Eu sei, eu sei... Mas não acho que isso vai acontecer – riu – Como está aí?
- Estou me sentindo um rei. Vou lhe contar... – Danny deu uma gargalhada alta – está aqui também.
- Sério? Vocês combinaram?
- Não. Eu estava aqui e aí ela apareceu. Foi coincidência. Mas não falo com a garota faz uns cinco dias. Sempre estamos com alguém.
- Ia ser mancada – o Danny falou e concordei. Ele também entende dessas coisas – Judd, sabe o que o Dougie quer?
- Ele ligou para você enquanto estava na farra? – ele concordou – Queria saber o que fazer quando uma menina chora – Danny gargalhou mais uma vez para depois me deixar explicar o que aconteceu.
Depois de falar com ele, resolvi entrar no twitter, já que nunca entro. Ah, qual é? Tenho mais coisa para fazer. Como sigo apenas vinte e quatro pessoas, é muito calma a minha home. Tem alguns do Dougie, poucos do Danny, bastante das meninas, trilhões do Tom, alguns do Jason, dezenas do Perez Hilton e poucos de outras pessoas. Já os meus mentions... São milhões de uma mesma pessoa. Todos querendo que eu responda. Respondo alguns, os que dão, já que são trilhões do mesmo ser. Não importa quantas páginas atualizo, às vezes ainda é da mesma pessoa. De qualquer forma, leio todos quando tenho tempo.
Por fim, decidi sair do quarto e aproveitar o hotel. Ia sair uma van para ver um vulcão entrar em erupção e sempre quis ver um. Acabei indo.
Acabei encontrando na volta passeando pelo saguão.
- Até que enfim, senhor “nunca-estou-disponível”! – ela falou, gesticulando ao chegar perto de mim.
- Eu? Você também. Está falando o quê?
- Não importa. O que importa é que finalmente o achei. Viu? Conheço-o sim! – disse a última parte para o balcão e a moça se desculpou. Não entendi nada – Pedi o seu quarto, mas não queriam me passar sem ter provas de que o conhecia – bufou e ri.
- Pronto, . Sem estresse. Já estou aqui – levei-a para andar em volta do hotel novamente. Era bom fazer isso – Como passou esses dias?
- Muito bem. Tem noção de que fiquei até quinze minutos atrás no spa desde que acordei? Sessão completa! Banho de lama, massagem, academia, banho de pétalas, drenagem linfática, tratamento facial... Sinto-me trinta anos mais jovem.
- Ah, você se sente um feto ainda. Como se nem tivesse nascido – falei, achando graça – Melhor: está se sentindo como se ainda estivesse no ovário da sua mãe. Sete anos antes de seu pai ir lá e...
- Você entendeu, Judd. Estou revigorada! – ela riu de seu próprio exagero – Fez o que hoje?
- Falei com o povo... Fui ver um vulcão entrar em erupção...
- Está brincando? Queria muito ver! – disse animada – Falei com enquanto fazia massagem. Parece que liguei no meio de um encontro dela. Não disse muita coisa. Só que os canadenses são extremamente lindos.
Garotas. Tem que ter um comentário assim. Só não falo mais porque comento coisas piores do que apenas “linda”.
Passamos por uma entrada que leva a uma parte japonesa do hotel. Isso me lembrou de uma coisa.
- , tem alguma coisa para fazer essa noite?
- Agora tenho – ela riu – O que quer fazer?
- Vou cumprir a sua promessa.
Embora não seja de comer muita comida japonesa, esse restaurante é bom demais. Apenas eu e comemos duas barcas, três porções de hot roll, duas de skin roll e mais um teppan de shimeji. Na sobremesa, o sorvete de matchá (chá verde) que nem é tão ruim assim. Recebemos um panfleto de uma festa que teria em uma das partes do hotel. Pelo que dizia ali, o negócio ia ser bom. Tinha até como slogan “it feels so good”. Meio sem criatividade, mas dá para ter uma idéia.
Topamos em ir porque, afinal de contas, era festa e qualquer festa presta. Depois porque não íamos fazer nada.
Por já ser um pouco tarde, já tinha começado. O lugar era louco, foda demais. Não se tem essas coisas em Londres. Fomos direto para o bar para que começasse a noite com um Christmas Santa Claus Shot. Tinha cara de ser bom, então pedi um também. Não me arrependi. Era realmente bom. só que forte para caramba. Agora sei porque faz careta sempre que dá um gole. Achei que era frescura. De qualquer forma, não foi só esse que pedimos. Misturávamos tudo que dava. Eu até me sentia mais leve que cigarro e como se estivesse cheirando cocaína. Esses caras colocam tudo mesmo! Lembro-me de que em um dos copos em que tomamos o cara colocou mais de três tipos de rum.
- Nossa, essa Bárbara não é fácil – riu. Ela se referia ao nome da bebida, eu acho – Harry, o que é aquilo?
Olhei para onde ela apontava e forcei a visão para poder enxergar direito.
- Acho que é uma festa da tequila, ...
- Está brincando! – mal respondi e ela me levou para lá para ter certeza. Quando teve, pulou que nem uma criança no natal – Tome essa aí logo. Estamos na fila!
O negócio da tequila era simplesmente duas pessoas – um homem bombado e uma mulher extremamente gostosa, com os dois seminus – que colocavam um funil na sua boca e lotavam de tequila garganta abaixo. Eu adorei.
Fui primeiro que . Por mais que ela quisesse tanto e tivesse pegado a fila primeiro, consegui ficar na frente. Primeiro, a mulher se sentou no meu colo. Já não estava muito bem. Devo ter colocado as minhas mãos na sua cintura, fazendo o bombado pegar os meus braços. De longe, ouvi a risada escandalosa de . Pelo funil, descia gim e o cara me tacava tequila direto da garrafa. Quando não cabia mais nada em minha boca, eles pararam de jogar qualquer coisa lá e me esperaram engolir. Sem mais nem menos, a mulher voou na minha cabeça e começou a girá-la para depois girar a cadeira em que estava. Juro que não sei como não vomitei, porque ainda repetiram todo o processo mais uma vez.
Logo foi a vez de . Vagamente, vi a cena que sofri de outro ângulo e achei a coisa mais foda do mundo. Mal me agüentava pelos próprios pés e ainda tinha que ficar esperando a outra acabar.
- Isso foi a coisa mais legal de que já participei na minha vida inteira! – ela gritou quando chegou perto de mim – Quero ir de novo quando descansar. Você vai comigo?
Concordei na hora, antes de levá-la para uma mesa e ficarmos rindo à toa até um garçom aparecer por lá e deixar dois copos cheios de batida de halls de morango. Assim não dá. Não dê mais bebidas para dois bêbados!
De alguma forma, que não sabemos como, fomos parar no balcão do bar e o cara estava nos dando algo com o nome de “o choro do Juca”. se perguntou a cada gole se isso a faria vomitar, mas acho que, se não vomitou até agora, é porque não vai tão cedo.
Passou a tocar uma batida que eu escutava bem devagar, como se estivesse inalando loló, quando gritou que é a sua musica predileta e precisa dançar. Lá vou eu atrás dela.
Ela queria me provocar. Não é possível. rebolava até o chão, toda vez praticamente se prensava ao meu membro, fazendo-me instantaneamente levar as minhas mãos até o seu corpo e fazer uma viagem com elas por lá até eu chegar a um ponto em que eu não conseguia me controlar. Puxei-a para cima e mais perto de mim, para que ficasse completamente colada comigo, e a beijei violentamente, sendo correspondido. Não posso fazer nada. Ela pediu isso.
Depois, não me lembro de mais nada.
Acordei com uma sede incrível. Acho que nunca tive tanta sede na minha vida. Não me lembro de fechar as janelas com o blackout, mas ainda bem que fiz isso. Minha cabeça não ia gostar mais do que está gostando agora.
Sentei-me na cama, tentando controlar a tontura e recuperar parte da minha visão para finalmente conseguir abrir aquele frigobar e me entupir de água. Antes de sair da cama, percebi algo que não é muito comum. Estou pelado. Totalmente pelado. Olhei para o lado e a outra parte da cama estava sendo ocupada. Opa...
Legal. Só falta ser qualquer pessoa e ter que dar uma desculpa para ela ir embora sem mais nem menos, porque estou no meu quarto. Disso tenho certeza. Quem será? Até onde me lembro, eu... Eu... Estava com . Eu a beijei, para falar a verdade. Será que...?
Lentamente, retirei a coberta que cobria o rosto da garota e dei de cara com dormindo como um bonito anjo, com a respiração calma. Pelo que pude perceber, ela também estava nua.
Certo, antes que eu fique doido, vou procurar as minhas roupas, tomar água e depois decidir o que vira disso.
Minha boxer estava na varanda junto com o sutiã dela, que por acaso era de rendas. É só um comentário. Só espero não ter jogado nada lá embaixo. Sem fazer barulho, abri a porta do banheiro e encontrei mais peças de roupas, assim como tinha pelo chão do quarto todo. Revirei o lixo em busca de algum vestígio de preservativo, mas só encontrei o pacote. Quem me garante que usei?
Tentando não endoidar de vez, sentei-me no sofá em frente à cama e esperei acordar, o que não demorou muito para falar a verdade.
Ela acordou confusa, praticamente igual a mim.
- Harry? Está fazendo o que no meu quarto? E o mais importante: o que estou fazendo pelada?
- Hum... Você está na verdade no meu quarto... Pelada na minha cama – eu realmente não sabia como explicar.
- Por que eu estaria...? Oh, Deus. Harry, a gente...?
- Aham. Também acordei assim...
- Diga-me que a gente pelo menos fez algo seguro, por favor... – a voz dela não estava histérica, mas mostrava desespero.
- Eu queria poder lhe falar isso, , mas não me lembro de nada de ontem à noite. Esperava que você se lembrasse.
- Não faço idéia de nada a partir de... Eu estava dançando de um jeito muito cachorrona e... Nós nos beijamos – ela passava a mão em seu rosto, provavelmente tentando se controlar ou se lembrar. Desse jeito nem eu consigo – Já procurou algum vestígio?
- No banheiro, só tem o pacote... Mas nada diz que realmente usamos. Tinha coisas até a varanda. Porém nada disso.
- Vou procurar no banheiro de novo – rapidamente, ela pegou a sua roupa e a vestiu, correndo para o banheiro em seguida – Você procura aí!
Fazendo o que ela disse, tirei toda a roupa de cama embodocada e estendi tudo para ver se não estava preso entre elas. Nada. Até abri as gavetas, porém elas estavam do mesmo jeito que tinha deixado quando estava sóbrio. Por fim, resolvi olhar de baixo da cama. Não dava para ver muito, mas acho que tem algo ali. Se não for um pé de sapato meu ou dela, tem uma chance. Estiquei meu braço até lá e peguei o que quer que fosse. Sorri e senti a maior onda de alívio passar por meu corpo inteiro, tirando as minhas forças até para me levantar do chão.
- Harry? No banheiro não tem nada... Harry? Cadê você?
- Aqui – respondi ainda sem me mover.
- Está fazendo o que aí quando era para estar procu...? O que é isso na sua mão?
- Exatamente o que estávamos procurando – a sua atitude foi igual à minha. Só que ela se jogou na cama.
- Obrigada, Senhor! Muito obrigada! – vi suas mãos para cima – Como fizemos isso, Harry?
Olhei-a sem entender. Ela quer que eu explique como acabamos pelados na minha cama?
- Digo, nunca que ia me lembrar de me prevenir nessa hora... Não do jeito em que estávamos. Tinha roupas pelo quarto inteiro e tenho até medo de olhar pelo corredor e achar mais algumas!
- Sei lá... Somos fodas até nessa hora.
Finalmente saí do chão e fiz companhia a ela na cama depois que joguei o negócio fora.
- Então quer dizer que a gente...? – comecei.
- Créu! – ela riu sem graça – Não acredito nisso. Que droga! – disse indignada.
Legal. Muito bom.
- O que foi? Não queria? , estávamos completamente bêbados. Como...?
- Não é isso. Fique quieto. Estou reclamando porque provavelmente tivemos a melhor noite das férias e não nos lembramos. Eu pelo menos ia querer me lembrar demais, saber como foi...
Só podia ser ela mesmo... Se bem que tem razão. Admito agora que o que ela disse é verdade. Do jeito que é, só pela forma com que beija, que provoca, na cama deve ser... Puta que pariu. Não acredito que não me lembro de nada!
- Maldito seja o álcool!
Ficamos deitados sem dizer uma palavra. Não sei quanto a ela, mas a minha cabeça estava borbulhando de várias informações e idéias todas ao mesmo tempo. E não sei. Acho que não custa tentar.
- Hum, ? – ela virou o seu rosto para me olhar. Eu apenas me aproximei e a beijei, sem a pegar de surpresa.
É, talvez ela tenha pensado a mesma coisa que eu também.
Agora nós iríamos nos lembrar do que fizemos durante aquele dia.
O calor da sala lembraria Rio de Janeiro em pleno verão, se não tivesse ar condicionado. Não digo apenas pela sala. O clima já começava a esquentar por todo o país.
- Não, não. e , saiam daí. Andem. Venham aqui – Matt mandou – Mas será possível? Vocês voltaram a errar as mesmas notas!
Matt era o professor de canto delas há um bom tempo e, desde que começou, percebeu que as duas tinham varias coisas em comum: faziam várias coisas da mesma forma, como se dividissem um cérebro. Errar a mesma nota do mesmo jeito era uma coisa dessas.
- Vamos. Repitam comigo em “huming”, “br” e “tr”. Por Deus, foram vocês que colocaram melodia na música!
É, de volta à Califórnia, de volta ao trabalho, de volta ao estresse. Tem vezes que a palavra “volta” pode ter uma semântica tão chata.
- O que há com vocês? Tiveram um tempão de férias e não parece que estão dando o melhor!
- É a volta que é sempre ruim – pelo menos alguém as entendia!
Quem falou foi Nate Hills, um dos melhores produtores musicais. Era a segunda vez que trabalhavam com ele. Não era chato. Era um gênio quando se tratava de música e fez praticamente milhões de musicas da Britney Spears, Simple Plan e Justin Timberlake.
Isso mesmo. A volta é sempre ruim.
Foi complicado para voltar. Toda aquela paz, diversão e alegria – um minuto sem parar de mexer era com ela mesma –, mais rapazes canadenses lindos – não só canadenses. Se a menina tivesse que voltar, teria que escolher apenas um dos cinco moços com quem ela saiu durante as duas semanas. Isso não seria nada fácil... Cada um era de um jeito diferente e cativante. Por que na nossa cidade natal não tem pessoas bonitas que prestam mesmo? Mas, de certa forma, ela estava aliviada em voltar.
estava se divertindo à beça na Austrália com os seus homens. Só não sabe se foi mais com Dougie, quando chegou chorando à casa dele por causa de um filme – PS: I Love You – e não pelo o que ele achou que fosse. Foi-se o tempo em que chorava por Julian. Ou com ele em todos os momentos extremamente fofos que passou. Pelo menos ainda tinha o namorado com ela quando quisesse.
e só faltavam se trancarem em casa, em baixo da coberta, e comer chocolate. Dá para imaginar o que aconteceu depois daqueles dias. A cena se repetia praticamente sempre. Harry e quase realizaram o fetiche de fazerem em uma maca de massagem, com direito a óleos e provocações - o maior sonho erótico dos dois. Só não deu certo porque a sala quase nunca estava vazia. É nisso que dá ir para lá em alta temporada. e Tom eram o casal perfeito... Discretos e apaixonados. A despedida foi cruel.
É esse o motivo de tantos erros. e erravam nas notas, tinha vários devaneios e misturava os ritmos de musicas erradas, e se esquecia de tocar.
- Chega. Vamos dar um tempo – Alice apareceu no estúdio e tirou as quatro de lá – Alguém pode me dizer o que vocês têm? Desde que chegaram, estão assim! A mais normal aqui é . Pelo menos ela presta atenção no que falo. ! – chamou atenção da menina que olhava para o outro lado da sala com um olhar vago.
- Estou ouvindo, Alice – reclamou a garota.
- Aconteceu alguma coisa? Querem conversar? – a manager, agora em seu papel de mãe, sentou-se em frente a elas. Nenhuma delas disse nada – Vocês precisam de sexo.
Mais?
Pelo menos isso fez todas rirem.
- Olhem só: temos que acabar esse CD. O Nate gosta muito de vocês, mas pode gostar mais... O que acham de darem o melhor e todos saírem ganhando? Depois conversamos sobre o que anda acontecendo. Então, o que dizem?
Mesmo não querendo, esse era o trabalho delas. Tinham que concordar.
- Eu podia estar na praia com Julian – era meia-noite e o estúdio ainda estava aberto, mas só estavam elas e Alice se encontravam lá. Os dias de ficarem até as três da manhã mexendo nas músicas meio que acabaram e aquele não era um bom dia.
- Ia dar uma de Cicarelli, ? – riu.
- Não. Ia dar uma de mesmo – rebateu – Dançando “All For One” enquanto pula onda.
Ela não respondeu. Ficou olhando para a outra com cara feia, buscando qualquer coisa que pudesse rebater, porém não achou.
- Então, vão dizer qual é a da depressão? – perguntou Alice, trazendo uma sacola de coisas da Starbucks – Só pode ter sido dessas férias. O que aconteceu?
- Por coincidência, acabamos viajando com Dougie, Harry e Tom. Bom, não tanto por coincidência – começou .
- É. Harry estava no mesmo hotel que eu no Havaí.
- Vocês tiveram alguma coisa? – assentiu com um sorriso malicioso – Não acredito! ! Sua... Sua... Sortuda do caralho!
- Pois é. Mas... Não sei. Não estou legal.
- Você está começando a gostar dele.
- De jeito nenhum! – rebelou-se ela – Não tem como. A gente só...
- Fez sexo selvagem por dias e conversou como se fôssemos melhores amigos há décadas e mais uns anos – não fez nada para retirar a fala dela porque o que ela ia dizer – Você pode não gostar dele realmente... Ainda. Mas gosta, .
Ela não respondeu mais nada. Tomou um gole de café e batucou no sofá em que estava sentada, em sinal de nervosismo de não ter o que fazer.
- Quanto a vocês? – Alice se virou para as outras três.
- Meninos muito bonitos no Canadá – revelou – Mas, ah... Saí com cinco praticamente ao mesmo tempo. Estou mais com saudade de acordar tarde e não fazer nada o resto do dia – deu de ombros, pegando um muffin.
- Mentirosa – todas reclamaram – Temos internet, bobinha. Vimos as suas fotos com o Turner. Quando se trata dele, nunca tem algo a ver com “acordar tarde e não fazer nada o resto do dia”.
- Tudo bem. Ele estava em Montreal com a banda. De alguma, forma descobriu que estava no Canadá e me ligou. A gente saiu para conversar e...
- E Deus sabe o que vocês fizeram. Alex Turner de novo, ? Achei que queria um tempo da atitude estúpida dele - comentou.
- Eu queria! Quero, na verdade. Mas vocês me conhecem... Festa, um pouco a mais de álcool e já era. Acho que cheguei a beijar meninas completamente estranhas em uma – as amigas riram ao mesmo tempo em que falavam “ew” – Mas ele estava lá e a gente acabou tendo um caso por alguns dias. Senti-me como se estivesse namorando o cara. Ele é tão fofo quando quer! E, bom, num dos meus momentos de loucura, acabei falando algo que não sei. Quando acordei no outro dia, pelada, dentro da banheira, junto com mil brinquedos... Er... Pornográficos, creme de barbear por todo corpo e o Alex junto comigo...
- Vapo. A realmente sabe o que é diversão - riu. No momento, só a história da amiga a fez mudar o rumo dos pensamentos por um segundo – Continue.
- Ele propôs um tipo de acordo – ela parou, fazendo as outras a olharem como se esperassem mais – Ficaríamos juntos por um tempo para fazer ciúmes no Danny. Ainda deixou claro que ele não se importava. Porém, se fosse para me ter quando bem entendesse, era ótimo. Aparentemente, quem propôs esse acordo fui eu, antes da festinha na banheira.
- E você...
- Aceitei. Não sabia o que estava falando. Simplesmente disse sim e a gente passou a se pegar de novo e de novo. Aí...
- Ei, esses detalhes agora não, por favor!
- Só não sei onde estava com a cabeça. Quando vi, tinha paparazzi ao meu redor e Alex mantinha as mãos dele na minha cintura... O “abraço namorado”.
Elas entendiam bem o que a outra dizia.
- Mas, … Ciúmes no Danny?
- Ele me ligava todo dia e acabava dizendo as maravilhas que a Pixie fazia na cama, etc. Foi assim que deve ter vindo a idéia na minha cabeça enquanto estava bêbada. Qando vi, estava ligando para Danny e contando tudo que Alex fazia. Inventava algumas coisas também.
- …
- Não falem nada, por favor. Está sendo difícil o suficiente para mim mesma.
As outras obedeceram. Mais cedo ou mais tarde, ela ia ter que fazer algo sobre isso.
- Foi mais ou menos assim...
"Eu tinha acabado de almoçar e estava pronta para voltar a esquiar. Tinha fingido que não sabia fazer nada porque um francês muito gostoso tinha se oferecido para me ensinar e, pelo amor de Deus, não sou boba. Meu celular estava tocando e pensei em não atender, porque estava de férias e tudo, mas podia ser o outro francês que conheci e até atendi em francês.
- Você não perde tempo mesmo, hein, ?
- Quem é? – tipo, eu sabia que era o Alex, só que fazia tanto tempo que não falava com ele que foi difícil de acreditar.
- Alex Turner. Boa tarde. Descobri que está agitando o Canadá e estou com a minha banda aqui para um tempinho relaxante em grupo. Então pensei que encontrá-la para tomarmos um café não seria má idéia.
- Não sei, Alex. Estou de férias para ficar longe de tudo – inclusive dele, mas eu não disse isso.
- Qual é? Sou eu! – por isso mesmo que eu queria ficar longe – Uma tarde não vai atrapalhar as suas férias.
Então eu disse onde estava hospedada e, no outro dia, estávamos tomando café. Sei que devia estar acostumada, porém ele realmente sabe como seduzir uma garota... É por isso que a Alexa não larga dele. Não é possível.
Só sei que, depois de quase quatro horas que conversamos, ele deu a idéia de esticarmos o papo para uma janta e lá estávamos nós, num restaurante perto do hotel. Não me perguntem como, mas Alex sempre sabe das festas mais doidas do mundo e me dou bem com elas. Tinha prometido para mim mesma que ficaria sóbria e não usaria nada que poderia me deixar doidona para fazer qualquer coisa idiota. Só que, como vocês me conhecem, não resisti. Alex e eu usamos ecstasy e, como dá aquela vontade de tocar em alguma coisa, a gente acabou se tocando mais do que o necessário. Homem nenhum me fez sentir daquele jeito. Vocês deviam ver como...”
- , sem detalhes. Você já fez burrice demais para o começo do ano.
“Então ele estava praticamente morando no meu quarto. Foi a “semana Kama Sutra”. Juro por Deus! Eu começava a me sentir meio que íntima dele. Os sentimentos estavam voltando... Sabia que tinha que acabar com aquilo logo porque quem ia dançar era eu, mas... Estava me sentindo tão amada que não ligava, ou não queria ligar.
Um dia, estávamos conversando sobre coisas aleatórias e essas mesmas se transformaram em Danny. Tipo, do nada.
- Então você finalmente conheceu a sua banda favorita. Aposto que pegou o guitarrista lá.
- Danny? Sim. Mas só ficamos. Tipo, só beijos – porque ‘ficar’ praa Alex era mais que isso – Ele não é do tipo que se relaciona sério, eu acho – do mesmo tipo que você: um canalha, quis dizer.
- Ele deve gostar de relacionamentos abertos.
- Provavelmente.
- E você odeia isso.
- Boa observação.
- Porém, aqui está você.
Isso doeu. Senti-me usada e completamente suja. Nojenta. De repente, eu precisava muito de um banho. De qualquer forma, não quis mostrar isso.
- Como você mesmo diz, quem sou eu para perder um pouco de diversão?
- Essa é a minha garota – a cada palavra, eu sentia o meu sangue esquentando – Por que não faz o mesmo com ele?
- Alex, chega desse assunto.
- Ah, que fofo! Você gosta dele! Achei que fosse algo bobo de fã – o tom dele era gozado. Eu queria bater nele tanto.
- Estou falando sério – a minha voz ficou mais alta por um segundo e durante um tempo ficamos em silêncio.
- Foi mal. Mas, sabe? Posso ajudar, se quiser.
- Ajudar? – ri alto – Ajudar em quê?
- Faça ciúmes no cara! , até caio em ciúmes, principalmente se isso envolve uma moça como você, que não pode ser desperdiçada assim. Você deu essa opção ontem...
Eu me pergunto se ele sabe o significado de “desperdiçada”. Acho que o que sabe é diferente do que seres humanos normais conhecem.
- O que você está querendo dizer?
- Nós dois vamos sair. Vamos para onde a mídia pode nos encontrar e agiremos como um casal. Vocês ainda se falam. Não é?
Eu não queria responder. Meu corpo agiu sem eu saber. Já estava assentindo sem notar.
- Legal. Você vai contar cada detalhe do que fazemos juntos como um feliz casal e apaixonado. Alexa não vai ligar.
- Como ela ainda está com você?
- Da mesma forma que você está aqui agora.
Parti para cima e dei um tapa ardido no rosto dele. Empurrei-o para cama, tirei a toalha molhada da cintura dele e bati nele de novo com o objeto. De alguma forma, isso virou um sexo muito violento. Não sabia que era capaz daquilo.”
- PAAAAARE! – gritou, tapando os ouvidos.
- Caramba, sua relação é bizarra demais, . Sexo tudo bem. Sexo com um canalha e você sabendo disso já está na borda do limite. Sexo violento com um canalha e você sabendo disso é além do que qualquer pessoa atura! – filosofou, tentando dar uma lição na outra.
- Pelo menos foi bom?
- ! – Alice advertiu.
- O que foi que eu disse de errado? – perguntou quase que indignada. sussurrou um “demais” para ela.
“No fim das contas, a gente foi para Toronto por alguns dias e a mídia ficava no nosso pé o tempo todo. Não tínhamos planos de fazer alguma coisa que pudesse dizer que éramos namorados e tudo. Apenas um casinho de inverno... Vocês viram as fotos: abraços, sorrisos encantadores, programações de casal.
E, bom, funcionou. Danny me ligou um dia e perguntou como eu estava com Alex, se era alguma coisa séria. Não senti nada de ciúmes na voz dele, então comecei a dizer umas coisas. Ele fazia o mesmo comigo, falando de Pixie e tudo. Aí eu só aumentava mais detalhes. Teve um dia que Alex estava do lado e, bom... Ele começou a... Qual é? Vocês sabem o que o cara fez. Foi extremamente difícil me concentrar na conversa com Danny e ele percebeu. Foi a primeira vez que vi uma reação grande nele. O garoto desligou o telefone, mas antes disse que, se quisesse conversar, era para ligar quando não estivesse transando. Só no outro dia ligou de volta e disse que não entendia o que tinha dado nele. Foi sincero e falou que não gostava do Alex e eu juntos. Só não sabia o porquê.
A gente acabou brigando porque ele estava me dando motivos pelos quais eu seria infeliz com Alex e eu disse que estava só me divertindo com ele. Aí me disse que era errado isso e daí perguntei de Pixie. Danny ficou quieto e falou que era diferente. 'Diferente o caralho!', gritei e desliguei o telefone.
No outro dia, fiz as minhas malas e saí de Toronto com apenas uma mensagem no celular para o Alex. Disse que estava voltando para a paz e o silêncio e queria isso pelo resto das férias."
Alice continuou com as outras, nem querendo comentar nada da última.
- ?
- Dougie foi para Austrália e... Bateu-me alguma coisa que eu não sabia o que era... Precisava ficar com ele de novo!
- Traiu Julian? – perguntou a “mãe” em um tom preocupado.
- Não! Não, de jeito nenhum! – se apressou em dizer – Estou confusa. Adoro o Julian. Ele é ótimo, porém o Dougie foi... Foi não. É. Ele é... Um tipo de amigo colorido.
- Ele tentou algo com você?
- Não. Foi educado demais até com Julian...
- Gay – soltou como se estivesse cantando.
- Cale a boca! – mandou o dedo para a menina – Julian tinha ataques de ciúmes quando estava com o garoto e ele ainda era um doce. Dougie sempre me despertava certas coisas, mesmo por fotos. Eu não conseguia vê-lo de uma menina diferente!
- Olhe, ... Você tem um namorado... Tem que ver o que quer desde agora, antes que machuque os outros e você mesma.
engoliu em seco e olhou para baixo, desistindo de falar. Ela sabia disso. Sabia que não podia continuar daquele jeito. “Estou com Julian no meu país. Será assim que vou continuar”, pensou.
- E você, ? – ela não respondeu. Estava compenetrada escrevendo em um caderno desde que acabaram as primeiras gravações – Está escrevendo o quê?
- Uma parte de uma música, eu acho... Estava com ela presa na cabeça desde que peguei o avião – estendeu o caderno para as outras verem – Eu... Não consigo tirar Tom da cabeça, puta que pariu.
- O que aconteceu?
- Ele me chamou para passar o ano novo com ele. Fui. Aí... Imagine o caso da , só que com um pouco mais de... Paixão.
- Own... Quente e fofo – Alice sorriu – E quanto a ele?
- Não sei se estava fingindo... – ela disse e as meninas bufaram – Mas, quando fui embora, não foi um dia legal.
- Ah, ... Então, se vocês estão assim... Digo, mortos – ela não queria ser exagerada. Era como via – Acho que tem sentimentos aí.
- Alice, você só acha? – perguntou debochada – Desde novembro eles estão assim e, cada vez que se encontram, piora.
- Nossa, essa letra é... Bem bonita e legal – e disseram quando acabaram de ver – Podemos entrar aqui também?
- Claro – sorriu – Não sei como continuá-la mesmo.
Depois, todas estavam olhando a letra que ela tinha escrito. Tinha frases jogadas, como se quisesse demonstrar que ainda teriam pedaços para que fossem encaixadas. Ela não tinha escrito em estrofes porque ainda não sabia o que seria o que naquela música. Isso é, se fosse virar uma música por trás do papel.
“Are you out there? Where the rainy days begin to feel rather sad and the walls are closing in like the darkness around me. It’s so hard to look away when the daylight doesn’t ever stay…”
Nas primeiras linhas, era apenas isso. Depois tinha vários rabiscos, como se ela estivesse perturbada com algo ou apenas morrendo de tédio.
“I bought a one way ticket ‘cause I knew I’d never see the ground unless I was aboard a jet plane and we’re going down. When I wiped the tears from my eyes, I realized I must be in California.”
Mais rabiscos e vários pontos finais, como se quisesse mostrar que queria colocar alguma coisa lá.
Mil borrões e ela volta a escrever.
“Am I awake or is this just a dream? The New Year is out here and I will make a lovely list of your charms, so I’ll never feel alone in your arms. I must be in California.”
- Que gracinha. A apaixonada! – brincou, fazendo rir sem motivos.
- Tom, Dougie e Harry... E o Danny... – perguntou Alice depois de um tempo.
- Pegando a Pixie Lott de novo – completou carrancuda, sem nem perceber.
- E o ciúme rola solto. Vocês dois foram esquiar. Por que não foram juntos? Ia ser tão mais fácil!
- Sei lá... Eu não ia falar: “oi, Danny. Estou indo com você!”. Vai ver ele não queria...
- , só você para fazer isso. Oferecia-se! A gente está tão acostumada com isso! – disse. Não que elas se ofereciam sempre. Porém quando queriam, mostravam que queriam, davam um jeito de serem convidadas ou até diziam que iam também ou que se encontravam lá – Acha que, se Tom não tivesse me convidado, eu não me convidaria?
- Acho – todas responderam. Não só .
- É, talvez. Se perdesse completamente a vergonha, eu me convidaria, sim – ela deu de ombros, voltando a comer.
- Está fazendo o que, Fletcher? – perguntou Danny ao ver que o rapaz estava totalmente alheio ao assunto.
- Vendo a nossa agenda... Nossas próximas coisas.
- Para quê?
- Nada... – resposta errada. Por mais que seja um narrador onisciente e saiba de tudo, não dá para saber se Tom olhava a agenda para ver se março ainda demoraria demais ou alguns dias livres para escapar para os Estados Unidos, como fez quando foi para lá assistir ao show de John Williams. Mas “nada” não era, definitivamente – Estavam falando do quê?
- Harry e suas férias eróticas com , eu e Pixie, e Dougie e . Só que a dele não foi erótica – referia-se a Dougie – Só falta você e a na história. Sabe onde ela ficou?
Harry gargalhou. Os outros dois não entenderam e Tom pensou “na maioria das vezes, embaixo de mim por duas semanas”, mas respondeu apenas que sim, sendo atropelado por Harry que contou toda a história.
Depois são as mulheres que fofocam quando estão em grupos.
- Só o Poynter ficou sobrando.
- É aí que você se engana, Judd – desconversou Dougie.
- Quem é a coitada?
- Sei lá – Dougie deu de ombros, ignorando a parte do “coitada”, fazendo os outros rirem – É sério... Foi mais uma rapidinha do que qualquer outra coisa.
- Dougie adora rapidinhas – Tom fez voz de bicha.
- Não mais que eu – Danny entrou na brincadeira.
- Aí já não sei se é brincadeira, não, Jones. Você gosta de tudo – Harry intrometeu-se, rindo.
Logo mais, os humores iam se estabilizando – em partes – e o trabalho foi posto em primeiro lugar.
As meninas só viam a luz do dia às sete da manhã e às vezes pela janela, ou quando saíam do estúdio para uma pequena folga. Na maioria dos dias, saíam de lá quando já era de madrugada. Outras quando quase amanhecia. Os nervos das meninas já estavam à flor da pele.
Os meninos já estavam produzindo. Vez ou outra, estavam ensaiando, compondo coisas novas e se preparando para bolarem um futuro CD, indo a entrevistas ou participando de qualquer evento.
Qualquer minuto de folga era essencial, como se morressem e fossem pro céu. Se elas não estavam ocupadas com o CD, faziam entrevistas ou outro tipo de coisa para promovê-lo. Estava gravado fazia um tempo. Só precisava de uns retoques.
Já os meninos, os shows já tinham começado a aparecer.
- Não. De jeito nenhum. Não, eu me recuso a voltar lá agora – reclamava – Minha mão está latejando de dor, o gelo não passa a porcaria dela, estou fedendo, com fome e morrendo de calor. Alguém poderia, por favor, esfriar esse ar condicionado?
- Ataque de estrelinha – cochichou para que riu, concordando – Ou menopausa.
- Não volto dentro desse cubículo hoje. Se fizer isso, amanhã não toco!
- , a gente não vem aqui amanha.
- , colabore! – mais as outras duas quase gritaram.
- Não! Julian vai para Nova Iorque amanha. Quero passar o maior tempo possível com ele ainda hoje. Vamos logo com isso. Falta só essa música!
- É! Que a gente nem começou direito! – bufou – Nate, diga para ela que estamos adiantadas. Só falta retocar essa música! - pela primeira vez em anos.
- Vocês estão adiantadas – Nate confirmou enquanto ria divertido. Ele adorava as constantes discussões das meninas – Tudo bem, garotas. Podemos mexer apenas no instrumental hoje. , se a sua mão está doendo muito, topa vir aqui amanhã e terminar isso? – ela fez uma careta, mas acabou concordando – Ótimo. Sente-se aqui e me ajude.
- Também quero... – choraram e ao ver que se sentava mesmo ao lado dele.
- Façam isso outro dia. Certo?
- E eu? – perguntou quando viu que trabalharia praticamente sozinha, se ficasse quieta.
- Você que, quis fazer isso hoje, faça outro dia também – retrucou pelo microfone.
- Fique quieta, sua folgada. Reclamando por uma dorzinha!
- Dorzinha? Você diz isso porque não teve que fazer cinco solos complexos e mudar toda vez que toca só hoje! Ficou só tocando o seu pianinho e achando que a vida é rosa!
- Só teve que fazer isso porque ficou errando demais. Não tenho culpa se quis usar essa guitarra veada para isso – não parecia querer acabar com a discussão e nenhum dos outros se atreviam a pará-la – Só quero fazer isso para acabar logo e ir para casa com o meu namorado!
- Pare de falar da minha guitarra porque foi você quem me ajudou a escolher – não mentia – E você já fica com Julian nos intervalos das gravações. Ainda quer mais?
- Claro que sim. Você acha que...?
- Ei, ei, ei! – Alice apareceu, tirando o microfone de , ao mesmo tempo em que tirava o volume do que dizia – Vocês duas, fora daqui agora!
- Não vou sair. Estou pron...
- , agora.
Não precisou de mais. O tom severo de Alice já dizia muita coisa que nem se atreveu a retrucar.
As duas saíram de cara feia do estúdio e foram tomar um ar.
Uma discussão dessas era completamente normal. Só de sair daquele ambiente mudava muita coisa.
- Que dia é hoje? – perguntou para a outra, agradecendo a natureza que mandava o vento para o seu rosto.
- Vinte e sete – respondeu, vendo a amiga dizer algo como “é obvio!”, fazendo-a rir – Julian!
O rapaz vinha andando casualmente em direção delas, lindo e perfeito como sempre.
Cumprimentou as duas, com um beijo na namorada e dois beijinhos na bochecha da outra.
- Acabaram mais cedo? – perguntou, ouvindo as duas bufarem – Vocês estão com cara de mortas.
- Você dorme aqui por acaso? A gente passa horas trancada naquela porcaria de estúdio sem tempo direito para ver a luz do sol. É para ter cara de mortas! – rebateu .
Julian apenas a olhou, estranhando. Logo ela que era a mais legal com ele... não tardou a explicar.
- É dia vinte e sete. Ainda trabalhando... – não precisou de mais nada. Ele havia entendido.
- Legal. Até ele sabe meu ciclo menstrual – rolou os olhos – Tchau, casal. , cinco minutos.
acabou tocando aquele dia. Tomou um relaxante muscular e fez um acordo com Nate em que fazia toda a sua parte e saía, enquanto as outras três faziam o resto pelo tempo que fosse para o próximo dia ser dedicado ao vocal. Claro, terminaram antes que a primeira desmaiasse de sono por causa do remédio.
só ia lá para assistir às outras errarem - a parte mais engraçada dos detalhes do CD – e, claro, dar os seus palpites. Quando era para ser séria, ela era. Quer dizer... Às vezes.
Era sábado à tarde na casa de Harry. Ele tinha o telefone colado ao ouvido, mas aparentemente a pessoa não tinha respondido.
- Ligando para quem, Judd?
- Ninguém... – respondeu rapidamente, jogando o celular longe – Quer dizer, não estava fazendo nada.
- É claro que não – Danny disse irônico enquanto Dougie pegava o celular do outro.
- – leu as chamadas – Você parou de ligar para ela e agora a menina está com raiva de você – ele tentou adivinhar.
- Não – respondeu, estranhando o rapaz – Só liguei.
- Você nunca liga para as pessoas com quem você dorme, Judd – falou Tom.
- É a , ué. Ela é minha amiga.
- É claro. A amiga que você conhece inteiramente, no sentido literal. Ainda sabe que nos Estados Unidos ainda é de manhã e ela provavelmente está dormindo. Para que tentar ligar, sabendo disso?
- Esqueci-me, Danny Holmes – Harry respondeu, tentando manter a voz normal – Para que o interrogatório?
- Harold Mark Christopher Judd, qual é a dessa de sites de linhas aéreas com destino a Los Angeles? – Tom perguntou quando abriu o laptop do outro.
- Parem de mexer nas minhas coisas. Que merda! São coisas minhas!
- Estressadinha... Só quero saber por que não falou comigo. Quero ir para lá também – riu Tom.
- Dois bobos apaixonados – zoou Danny – Quero ir também. Quando vão?
- Harry e embaixo de uma árvore, trocando beijinhos, apaixonados! Smack, smack! – cantou Dougie numa voz irritante, dando a todos ataques de risadas.
- Não estou apaixonado – como uma criança birrenta, Harry contradisse – Ela não está apaixonada, eu não estou. Estamos numa boa.
- Claro. Você não sai com ninguém desde que voltou...
- também não – incluiu Tom.
- Ela não sai porque está ocupada e morta! – defendeu-se Harry – E eu, porque não quero.
- Como sabe? – cada vez, Danny se tornava mais irritante com as suas perguntas.
- Ele sabe porque só tem “” em suas chamadas efetuadas – não só, mas era a maioria – Não quero nem saber dessa casa! – comentou Poynter quando analisava o aparelho do outro.
Harry deixou de responder. Conhecia perfeitamente bem os outros três. Eles não iriam deixá-lo em paz até que falasse a verdade porque sabiam que estava enrolando para soltar a verdade.
- Cara, você sabe que não pode, ou consegue, esconder nada da gente – Tom começou. Ele era o bom para esse tipo de conversa. Se quiser se abrir (num sentido não literal), era com ele que devia conversar – Por que você quer ir para lá?
- Por que você quer ir?
- Para ver a – respondeu naturalmente – Não é difícil falar, Harry. Se quiser ir, vamos, ué.
- É, vou também.
- Danny, você vai fazer o que lá?
- Não posso ir, não? Que eu saiba, elas são minhas amigas também – respondeu como se fosse doente mental.
Não falo nada...
- E quanto à Pixie?
Ah, claro. Pixie.
Todos eles a conheceram fazia muito tempo. De todas as pessoas com quem Danny fica, ela era a mais bonita. Digo, não são todas as inglesas que são ajeitadas... Umas têm um nariz maior que a própria cabeça – não, eu não exagero nenhum pouco –, dentes completamente tortos – e não estou criticando e nem falando mal, só para constar –, mas ninguém as bate no quesito olhos e cabelos claros. Ou batem...? As alemãs batem. E acabei de viajar no meio da historia.
De qualquer forma, Pixie não era tão bonita assim. O estilo que Danny pegaria: cara de fresca, completamente chiclete, roupas curtas e, ainda, cara de dada. Só que na primeira vez ela não tinha cara de dada. Vestia-se bem e não tem muita cara de fresca – e os comentários da autora: nada contra a Pixie de novo. Ela é dez.
- O que tem ela? A gente só está ficando.
- Danny, faz eras que você está com ela – Dougie lembrou o colega. Isso era um milagre.
- E...? – ele realmente não entendia aonde eles queriam chegar.
- Nada, Jones.
- Beleza. Estamos falando, falando, mas quero saber quando vamos.
- Queria entender onde vocês dois entraram na história – Harry falou – Primeiro que Danny está num caso. Sei bem que você ia ou vai tentar algo com de novo e, bem... Você pode ser meu amigo há mais tempo, cara, mas ela não é para ser enganada e feita de idiota. E você, Poynter... está namorando.
- Ah, sério? Acho que não percebi isso na Austrália, não – comentou Dougie irônico – Ela continua sendo minha amiga de qualquer forma. Danny, esse povo não quer que nós vamos.
- Percebi isso também. Só por isso vou.
- É. Eu também.
- E vocês pretendem o quê?
- Então... Ir para América.
- O que o Fletch diz disso?
- Temos folga nesses dias. Ele disse que tudo bem.
- Olhe, garotos, por mim tudo bem. Digo, elas estão iguais a zumbis... está insuportável. Quando digo isso, é que é realmente sério. está parecendo morta. A única pessoa com quem ela tem uma conversa decente é a insuportável. Esperem aí – Alice tirou o telefone do ouvido e gritou para quem estava falando com ela – PAREM DE GRITAR! TEM ALGUÉM TENTANDO RESOLVER O FUTURO DE VOCÊS AQUI! – depois a voz dela passou a ficar clara novamente – Desculpem por isso. Eu disse que as coisas por aqui estão criticas.
- Sem problemas.
- Quando pretendem vir?
- Final de semana que vem.
- Hum... Elas estarão divididas – eles não entenderam para assim ela explicar – e estarão em Nova Iorque e e , em Las Vegas... Divulgação do CD.
- Não vemos muito problema nisso, Alice – admitiu Harry – Estamos ligando para você porque... Na verdade, porque Fletch queria o seu consentimento.
- Como assim? É claro que vou deixar.
- É que como você mesmo viu... Estamos nos envolvendo cada vez mais e não sabemos até onde isso vai.
Alice ficou em silêncio. Eles tinham razão. Ou melhor, Fletch tinha razão. Cada menina tinha um jeito de lidar com os problemas. Umas escondiam os sentimentos, outras mostravam sem vergonha ou medo. Isso não era bom para imagem. Por mais que as meninas não se importassem com isso, Alice lutava para mantê-la boa.
Fãs já tinham soltado depoimentos de que eles formavam casais bonitos, mas sempre há aqueles chatos que não conseguem vê-los juntos por nada no mundo. Ela temia que perdessem toda a atenção por causa disso, porém ainda tinha a possibilidade de ganharem mais fama ainda e eles também.
Isso não importava, no entanto. Alice chegava a pensar nessas coisas, mas sempre pensava no bem estar e na felicidade delas primeiro. Eram como filhas para ela. Filhas quase que da mesma idade.
- O que é a vida sem riscos? Se isso for fazê-las contentes, topo – disse determinada – Vejo vocês daqui uma semana talvez?
Digam-nos: se não fossem famosas, o que fariam da vida?
: Não é segredo que teríamos diplomas. Teríamos uma vida muito normal, se não tivéssemos a banda. Eu seria agrônoma, já que quase ganhei diploma, se tivesse terminado a faculdade. Mas sempre quis ser arquiteta.
: É. adora desenhar. Ela sempre estava fazendo desenhos durante a aula de física... Seja da gente ou de frutas.
De vocês?
: Sim... Quando começamos com a idéia de banda, sempre nos desenhava. Ela nos fazia num show, numa entrevista de rádio, première... Depois a ia lá e fazia o fundo dos desenhos, como o palco, uma mesa...
: Temos os desenhos até hoje. ainda desenha, porém agora são bem melhores.
Do tempo de escola, em termos de cursos, do que se lembram?
: Lembro-me de umas coisas de biologia... Mitose, anomalias genéticas... Ah, inglês é claro que me lembro. Nossa aula de inglês era muito boa, mas cansativa. Ficávamos em silêncio a aula toda, senão o professor nos tirava da sala. Não importava se era para pedir algo emprestado. Era a coisa mais difícil para mim – ninguém sabe o porquê, – Mas era para eu ser um tipo diferente de agrônoma que a (risos).
: Lembro-me de que, se saíssemos mais de três vezes da sala, levávamos suspensão. Se levássemos três suspensões por sair da sala, éramos expulsas. Era horrível, contudo as aulas eram boas. Recordo-me de várias coisas de física, matemática, biologia... Bom, sou obrigada a saber várias coisas a mais também. Ter entrado em medicina não foi fácil, principalmente no Brasil.
: Ao contrário do que disse – sobre não ser nada na vida e assim fazer a banda -, era para eu ser engenheira química. Acabei virando alguém na vida. Acho que a segunda coisa que mais amo na vida depois de tocar é química. Lembro-me de muitas coisas também... História, matemática, biologia, literatura... Ou jornalista... Amo escrever.
: A ama física – ela falou em um tom irônico.
: É claro! É a primeira coisa que amo – ela também foi irônica. – Juro que não sei como passei nessa matéria, sendo que era impossível colar. Só os professores me amando mesmo.
: Nossa! Os professores a amavam! O de redação era o maior fã dela – gargalhou e nos contou que o professor só chamava a guitarrista e sempre dava notas ótimas para ela.
Por que vocês entraram na faculdade e, ainda sim, também têm uma banda?
: Porque começamos isso não sabendo o que ia virar. De repente, não dava nada e a gente ficaria dependendo de shows de bar quando ninguém queria nos contratar? Não. Decidimos usar a inteligência para outra coisa que gostamos.
: Além do mais, nossos pais não pagaram metade da vida deles de ensino para nós para jogarmos todos os anos no lixo. Foi complicado fazer faculdade ao mesmo tempo em que estávamos subindo. Achamos que não conseguiríamos fama, mas, quando tudo mudou, tivemos que largar a faculdade. Nossas mães nos mataram.
: É... Foi legal. A idéia meio que foi minha, então, quando largamos, todas as mães correram atrás de mim para me matar, inclusive a minha. Acabou que deu tudo certo... Esconder-me no interior do Piauí foi divertido.
O maior sonho de vocês?
: Morrer para saber como é – admitiu e um silêncio desconfortável ficou na sala. É um sonho um tanto quanto estranho. Tivemos que falar. – É sério...
: Então... Eu queria dormir com o Kurt Cobain. Julian sabe disso. Pena que o Kurt já está morto...
: Maior sonho? Trabalhar no CSI... Desvendar o que tinha embaixo da unha roída de dentro do esôfago de uma vítima assassinada.
: Não sei... Talvez ter a minha própria vila hípica. Adoro cavalos!
Bom, se precisarmos de uma engenheira química, uma médica e duas agrônomas, estaremos de olho em vocês, !
- Não acredito! Eu nunca ia adivinhar! – dizia sozinha, ou para a televisão, enquanto olhava para ela, achando-a doida – Esses caras são muito fodas. Quero muito trabalhar nisso.
- Você é uma guitarrista. Não uma cientista que abre o corpo dos outros para saber a causa de morte.
- Ah, sério? Mas olhe que legal. Fale aí – a outra concordou – Eles estão cortando o crânio para saber se ele morreu com alguma coisa errada no cérebro... Isso é super dez.
- É...
e não mudavam nunca. Uma começava a falar, a outra retrucava e aí passavam a conversar sobre qualquer coisa.
O hotel em NY era o mesmo em que ficaram quando começaram o Ghost Hunting, mas nada de assustador com algo completamente luxuoso e caro. Estava anoitecendo quando o programa de “CSI New York” começava e as duas estavam à toa dentro da suíte. Ficar dentro de casa em Nova Iorque durante a noite era coisa para idiotas. Porém, quando você passa praticamente todo mês indo para lá, as coisas perdem um pouco a graça. De qualquer forma, elas estavam cansadas mesmo. Não eram como e que estavam em Las Vegas, provavelmente se divertindo na suíte máster com vários apetrechos. O motivo da viagem era para promover o CD que acabaram de gravar dias antes. Agora iriam passar semanas fazendo a divulgação por todo país. passaria apenas alguns dias dividindo o apart-hotel com e depois ficaria com Julian.
As duas estavam totalmente à vontade “sentadas” no sofá. Apenas com uma blusa do Green Day e calcinha, agora pensava no que fazer, e , com um short minúsculo e uma blusona, conversava sobre qualquer coisa com a outra, esperando o pedido do McDonald’s chegar.
- Quando Julian vai chegar?
- Não sei... Ele disse que ligaria quando acabasse a reunião – respondeu, checando o celular, e um barulho soou. Mas que não foi o celular, e sim a porta – Ué... Será que é ele?
- Sei lá. Vou abrir e você o manda para o seu quarto antes que ele me veja de calcinha.
- Você e sua mania de andar sem calças... – repreendeu-a, rindo.
- Sinto calor nas pernas. Dá licença?
Para chegar ao apartamento delas não era preciso da permissão do gerente, do dono, do atendente ou delas, e sim de Alice. Então quase nunca perguntavam quem era. Apenas abriam.
escondeu metade de seu corpo atrás da porta quando a abriu, dando de cara não com Julian, mas com Thomas Fletcher e Dougie Poynter. Dougie... Douglas... Dá para saber quem é pelas duas formas!
- Tom? Dougie? – teve que falar, porque não conseguia por alguma forma – O que... Ahn?
- Oi, . Oi, – Tom acenou para a primeira e não sabia o que fazer com a segunda. Optou-se por um beijo demorado na bochecha da garota que fez uma cara estranha, porém imperceptível.
- Falem, garotas – Dougie disse como se fosse normal ele estar ali.
- Hum... É, oi! – falou – Entrem!
- Espere! – gritou antes que os dois passassem pela porta – Contem até cinco e entrem.
se descolou da porta e começou a andar, não percebendo que voltava a falar.
- Ela está sem calças – rolou os olhos, fazendo os dois rapazes rirem.
- Não tem nada aí que o Tom não tenha visto – Dougie falou casualmente quando entrou.
já estava lá nessa hora. Tinha um short jogado por ali e foi o que pegou.
- Contudo tem o que você não viu – completou, mesmo com vergonha – E que nem vai ver. Sintam-se em casa!
Ela não sabia como agir com Tom ainda. Depois de tudo, falavam-se quase sempre, mas como amigos coloridos apenas. De qualquer forma, resolveu se arriscar um pouco. Sentou-se ao lado dele e entrelaçou as suas mãos. Para a menina ter feito isso, é um passo e tanto. De qualquer forma, não conseguia esconder a felicidade de tê-lo ali.
E não estava entendendo. Em um momento, achou que fosse Julian, e Dougie é quem entrou pela porta.
- Não quero parecer grossa, mas o que estão fazendo aqui? – perguntou, querendo acabar com a dúvida de uma vez.
- Quisemos dar uma passadinha por aqui... Tom queria ver novamente, Harry queria ver ... Eu e Danny viemos por vir – Dougie novamente respondeu casualmente.
teve que se segurar para não soltar um suspiro por . O outro atravessou o oceano apenas para vê-la! Se não soltou, soltou para valer.
- Chegaram quando?
- Agora... Acabamos de deixar as malas no hotel.
- Hotel? Moramos aqui e vocês estão em um hotel?
- Ué, vocês fizeram isso em Londres!
- Só que lá temos uma casa. É diferente de um hotel – explicou – Ainda mais que as meninas não estão aqui... vai me deixar sozinha por bastante tempo...
- Como se você não gostasse.
- É solitário... – respondeu à outra – Porém sei que você quer ficar com Julian sem ter a chance de ser interrompida por mim. Por mais que eu não fosse interromper, é o caso contrário que daria mais certo. E... É melhor ficar com ele. Vocês dois juntos são um saco às vezes.
- “É o caso contrário que daria mais certo”, “vocês dois juntos são um saco às vezes” – imitou numa voz irritante, todavia nem quis levar a pseudodiscussão para frente. Elas sempre acabavam em risos – Mas ela tem razão. Vocês podem cancelar a diária do hotel e vir para cá. e não estão. Falando nelas, onde estão Danny e Harry?
- Em Las Vegas.
- Como? Vocês falaram com Alice. Não é? – as duas perguntaram juntas, começando a ligar as coisas, vendo-os assentir – Aquela... Aquela...
O caso das outras duas não mudava em outro estado. Elas estavam sentadas na sacada da suíte, olhando a bela cidade.
- , a gente vai sair hoje?
- Por mim... Sei lá. Eu ficaria bem dentro de casa, comendo e vendo um filme.
- Ótimo. Eu não queria sair. Se você quisesse, ia sozinha – riu – Vamos comer o quê?
- Pizza Hut – nem se mexeu para responder. Possuía a mesma expressão na voz.
- Ótima escolha – estava do mesmo jeito que a outra – Você liga.
- Não. Ligue você.
- Ah, que preguiça. Ligue você.
No momento, a porta da entrada da suíte foi aberta. Da mesma forma que e , a suíte delas era com o mesmo esquema. A diferença era que os atendentes do hotel levavam os convidados até lá. As duas nem olharam para ver quem era. Se quisessem falar com elas, que fossem até lá.
Se fosse um assassino...
- Essa é a coisa mais deprimente que já vi. Em Las Vegas e as duas olhando a cidade apenas.
- Danny? – as duas se viraram assustadas – Harry?
- Em carne e osso.
- Estão fazendo o que aqui? – se levantou – Você não me disse que vinha para cá – apontou para Harry.
- Nenhum de nós disse alguma coisa – ele abriu os seus braços e a abraçou, sentindo grande parte dele comemorar por estar com ela de novo.
- Cadê o resto? – perguntou após cumprimentar os dois devidamente.
- Em Nova York, com as outras.
- Como assim?
- Tom foi para lá por causa de . Dougie foi com ele por... Sei lá. Pelo mesmo motivo que vim para cá – Danny explicou – Eu poderia ter ido para lá, mas sempre quis conhecer Las Vegas. Harry já vinha para cá mesmo. Aproveitei.
- Estavam fazendo o que antes de chegarmos? Nem olharam para trás – perguntou Harry.
As duas se entreolharam e gargalharam.
- Algo muito produtivo: nada. Só olhando a cidade e decidindo o que comeríamos.
- E chegaram a qual conclusão?
- Pizza Hut. Porém se quiserem sair, podemos...
- Tudo bem. Só a pizza já está bom.
Os dois estavam no mesmo prédio. Entretanto, por insistência, Harry ficaria junto com .
percebeu que não ficaria completamente sozinha, já que Danny não liga para... Para qualquer que seja o tipo de relação que ele tem com a Pixie. Então faria a festa. Afinal, o que acontece em Vegas, fica em Vegas.
Pensando bem, ela não ficaria sozinha de jeito nenhum. Era só estalar os dedos e uma fila de homens bonitos se formava. E até o próprio Danny se encontraria nessa fila.
- Vocês têm compromisso amanhã. Não é? – perguntou Harry às meninas, depois que eles pediram as pizzas.
- Apenas à tarde. Mas será aqui no hotel mesmo... Como uma coletiva de imprensa, entrevistas, milhões de fãs e fotos.
- Enquanto isso, lá em Londres, a gente tem que ir até o lugar. Aqui a mídia vem até você – Danny brincou.
- Nah. Não é assim também – desconversou, querendo acabar com o assunto do CD delas. Trabalho não era algo que ela queria falar por um tempo – Vão ficar por quanto tempo?
- Só o final de semana – respondeu Harry.
- Só temos mais dois dias e algumas horas? – perguntou visivelmente desapontada.
- Você sabe o que dá para fazer nesse intervalo de tempo.
- É. De você não duvido nada...
Harry e começavam a se comer pelos olhos e iriam adiante, se não fosse Danny e a sua risada estridente para cortar o clima.
- Ainda bem que você fez isso, Danny. Estava começando a me sentir em um pornô ao vivo aqui! – olhou como se fosse matá-la – Venha, Danny. Vamos deixar os pervertidos a sós.
Ela o levou até a sacada em que estava há bons minutos com a baterista. Fazendo a mesma coisa que antes, os dois observavam o movimento contínuo da cidade. Como se não fosse Las Vegas!
- Então, Jones... Conte-me da sua vida.
- Não tem tanta coisa assim acontecendo para sair contando como um babado bombástico.
- Finjo que isso não soou gay e pergunto: sério? Nem... Da peguete? – ela só não sabia de onde isso tinha vindo.
- Ah, está lá – Danny deu de ombros – Quis vir comigo, porém acho que isso seria um passo muito avançado no que a gente ter. Era uma viagem mais minha e dos caras – e ele queria vê-las... Ou seja, ver apenas em grande parte do tempo.
- Você e os passos avançados... Só não entendo porque terminou uma vez com Pixie para voltar de novo – comentou mais para ela mesma – Mas se achar que isso é muito intimo para eu perguntar, não precisa responder.
Vá saber... Inglês tem uma frescura quando se trata de conversas e educação.
- Tudo bem. Acho que temos intimidade suficiente para isso – ele sorriu. Que intimidade... – Pixie ainda tinha muito o que aprender.
Aprender que creme para espinhas é uma invenção antiga. Mais uma vez, nada contra ela.
- Ela ou você? – outch – Acha que agora vai durar?
- Não sei. Na boa, sem me achar nem nada, mas ela é meio pirada por mim. De qualquer forma, para mim ela só é...
- Alguém para passar o tempo – respondeu, lembrando-se do ano passado, e se sentiu totalmente dessa forma.
Porém Danny tinha razão. Pixie era nova, realmente doida por ele. Por isso fazia o que ele dizia. Se o cara disse que ela não viajaria com ele, tudo bem. Não iria por mais que quisesse. A menina era o tipo que chegava a se cortar por ele.
- É – permaneceram em silêncio por alguns segundos – Diga-me de você. Não temos uma boa conversa faz tempo.
- Isso que dá quando somos de bandas famosas e uma hora temos que nos matar para sair um CD bom – ela bufou – Não estou fazendo nada além de gravar, promover e me preparar para a gravação do clipe. Também tem os planejamentos da festa do single... – parou de falar e sacudiu a cabeça – Mas não quero falar de trabalho. Fora isso, nada de mais anda acontecendo. Sem rolos sérios, compromissos estranhos...
- Nem o Alex? – ela o olhou com um olhar azedo que o fez mudar de assunto na hora – Sabe, você conhece a cidade melhor do que eu... Certo? – a garota assentiu, olhando naquela imensidão azul dos olhos dele – Que tal me mostrar um pouco dela. Depois da pizza, claro.
- Tudo bem – a preguiça foi para onde?
Danny sorriu agradecido, pegando na mão dela e a entrelaçando com seus dedos, como se aquele ato não significasse absolutamente nada. Mas significava. E significava para ambos.
Que se dane que Danny está em um rolo. Ela não está em Las Vegas. Quem está é , então a Pixie que rodou.
Dougie e Tom tinham saído fazia um tempo para cancelarem as diárias do outro hotel e levarem as malas até a suíte delas.
corria de um lado para o outro com um veneno de matar barata e por vezes soltava gritinhos, enquanto estava no quarto dela, falando com Jared ao telefone. Julian havia ligado de mau humor, dizendo que a reunião demoraria e que ele ainda tinha uma sessão de fotos para fazer. Ele odiava fotos.
- , o que diabo você está...? – curiosa depois de tantos gritinhos estranhos, olhava a outra andar lentamente até um canto do sofá com a lata na mão – Não me diga que tem uma barata aqui...
Tudo. Tudo. Qualquer coisa, menos uma barata.
- Até parece que se fosse uma eu estaria aqui – ela tinha razão. mais barata igual a fobia – Já estaria no saguão, ou quem sabe no Brasil – mais um.
- O que é então? – mais calma, perguntou. Se não era uma barata, estava tudo bem.
- Um besouro preto, lustrado, voador e nojento.
Como uma idiota, batia o pé no chão, tentando assustar o inseto embaixo do sofá. Se é que ele estava mesmo lá. precisou se segurar para não cair no chão de tanto rir.
- Deixe o coitado! Ele é só um inseto...
- Ahá! – ela totalmente ignorou o comentário da outra – Ele está até virado! Agora vamos ver quem vai cair onde, bicho nojento. Morra, vá para o inferno! – sacudiu o veneno e estava prestes a apertar depois que falou com ela mesma... Ou com o bicho.
- NÃO! – não deu para pegar em seguida. Num momento, estava em pé, rindo de , e no outro estava em cima dela, tentando tirar o veneno das mãos da amiga – , eles virados já morrem mais fácil... Deixe-me pegar o coitado e tirá-lo daqui. Olhe só. Ele está até voando para baixo!
Ele está... O quê?
- , não caio de novo nessa! Você vai chutá-lo até a sacada e nisso ele vai desvirar e voar para mim!
Sem que elas percebessem, a porta foi aberta, trazendo Tom e Dougie de novo.
- Caramba, aranha contra aranha – Dougie riu.
- Argh, Dougie, que nojo! – tanto quanto disseram, saindo uma de cima da outra às pressas.
- O que vocês estavam fazendo?
- ... Ele... Desvirou e... Não está aqui... – ignorando a pergunta de Poynter, olhou onde o bicho estava e de repente... – AAAAAAHHHH! TIRE, TIRE, TIRE, TIRE, TIRE!
É, desengonçado que nem esse bicho, só ela mesmo. Ele virou direto para o cabelo dela.
- É só um bichinho, ... – disse após gargalhar da outra.
- ENTÃO TIRE ESSA PORCARIA DAQUI!
não tocaria no bicho com as próprias mãos de jeito nenhum. Permaneceu calada, vendo o ultradesespero da outra que estava quase chorando.
Como o herói do dia – e da vida dela – Tom andou até a menina paralisada e tirou o bicho do seu cabelo.br>
- Pronto, . Pode respirar – ele riu.
- Ah, não acredito, – zoou Dougie – Com medo de um insetinho?
- Ela tem trauma de todos os insetos, Dougie – explicou – Prontinho, bebê. Sem bichinhos.
- Vão se foder – os olhou brava – Obrigada, Tom.
Ele a olhou e a puxou para perto. Os outros dois entenderam que não era para incomodarem ainda. Quem sabe jamais.
- O mais legal disso é que o Tom deixa as malas para eu levar – comentou, olhando para a mala no meio da sala – Vou deixar a dele aqui também.
riu, negando com a cabeça e pegando a mala. Em seguida começou a arrastá-la até o quarto de . Até parece que eles não ficariam juntos. Depois, levou Dougie até o dele.
O apartamento não era muito grande. Era tipo... Imagine o apartamento da família Van Der Woodsen um pouco menor.
- Quem dorme aqui?
- . Se achar qualquer peça de roupa, é só me entregar. Ela se esquece muito fácil.
- Tenho chance de achar roupas íntimas?
- Dougie! – gritou enojada e fervendo de ciúmes, deixando transparecer apenas o nojo.
- Tudo bem. Você sabe que eu não faria isso. Olhe, amendoim! – bateu o olho ao lado da cama e achou aqueles típicos pacotes de hotéis. Pegou dois e jogou um para a menina – Então, quais são os planos para o fim de semana?
- Não sei quanto aos seus, mas vou passar um bom tempo com o Julian – o rapaz sorriu forçado e pareceu ter notado, ignorando em seguida – Podemos fazer qualquer coisa divertida amanhã depois da entrevista... Vocês praticamente estão cansados da viagem e tudo...
- É, pode ser... Onde é a entrevista?
- TRL. Logo aqui do lado... Podemos ficar rodando pela Time Square! Tem uns lugares bem legais. Seriam vistos conosco... – agora que ela tinha parado para pensar nisso.
- Seria um risco divertido de correr – piscou, fazendo o pobre coração da menina acelerar. Aquilo era errado. Não podia! – Sabe, ...
Mas ele nem teve tempo de continuar. O celular dela tocou, mostrando que era o seu namorado dizendo que estava na porta do hotel e que era para ela descer.
Enquanto e faziam a entrevista, sorriam e respondiam todas as perguntas, Danny e Harry as observavam.
- Nunca pensei que uma banda de meninas podia ser tão boa quanto elas... Girls Aloud são ótimas, porém elas... Nem se compara!
- Elas têm de tudo para serem boas, cara – concordou Harry – Cada uma tem uma personalidade diferente. É engraçado vê-las tocando...
- e principalmente – Danny riu, referindo-se ao jeito espalhafatoso de se empolgar e os pulinhos desengonçados de .
- e também. Só que se esqueceu de que Dougie e você fazem parte da mesma banda.
- Está querendo dizer o quê? – rolou os olhos, achando graça.
- Nada, ué. Para quem lambe o suor do outro, é de se esperar que o próprio saiba a resposta.
- Era a coisa mais sexy que acontecia nos shows – de repente respondeu, assustando aos dois – Isso é, quando não ficavam seminus. Deviam ter feito isso no Brasil no começo... Mas não. Resolveram começar na França depois que expandiram os shows.
A repentina inveja chegava a arder de longe.
- Ia ser o sonho de todo mundo. Inclusive de vocês... Mulheres voando para cima do palco e para as fãs seria... – tentou achar uma palavra antes de completar.
- Morrer e ir para o céu.
- Eu diria mais... Orgasmos múltiplos.
- Tem razão – concordou.
- Então, se a gente tirar a roupa agora, vocês terão orgasmos?
e se entreolharam.
- Talvez.
Foi instantâneo.
Os dois começaram a tirar as roupas em câmera lenta, como se estivessem provocando, porém as meninas fizeram escândalo antes que o cinto fosse todo tirado. A sorte de todos é que o lugar não estava nem um pouco cheio já.
- Não tire! – quase se jogou em Harry – Pelo menos não aqui e nem agora – terminou, sussurrando.
- Isso. Provoque mesmo.
Ele apertou a sua cintura, fazendo-a jogar os seus braços em volta de seu pescoço, enquanto Harry distribuía beijos provocantes e ao mesmo tempo doces por toda extensão de seu rosto e pescoço.
- Er... Odeio ser estraga prazeres, mas está começando a ficar cheio aqui – os dois se separaram de má vontade ao aviso de .
- Esse troço de não podermos aparecer juntos já está torrando a minha paciência – deixou escapar, fazendo Harry a olhar sem muita expressão – Digo... É um país livre!
- É sim, – Danny brincou, tentando amenizar a situação para ela. Harry devia ter dito alguma coisa, nem que fosse mentira – Vamos sair hoje? Estamos em Las Vegas faz um dia e ainda não fiz nem metade das coisas que queria para dizer “o que acontece em Vegas fica em Vegas”.
Depois do elevador se explodir em risadas, Harry foi o primeiro a falar. Todavia antes, o que Danny quis dizer com “ainda não fiz nem metade das coisas que queria para dizer ‘o que acontece em Vegas fica em Vegas’” foi que, quando saiu com , não precisou de bebida para ficarem. Os dois passaram um bom tempo no Palms, jogando nos cassinos e na suíte do Hef, o dono da Playboy, apenas nadando, comendo comida – sou obrigado a especificar o alimento em casos assim –, tomando pequenos drinques na frente da janela, gritando para a cidade e, no final das contas, amassando-se dentro da piscina. Não chegaram a mais que amassos porque o tempo deles na suíte tinha acabado e prometeu a ela mesma que não ficaria com ele comprometido nunca mais. Ou até o dia seguinte.
- Se quiser sair, Danny, fique à vontade. , daqui a uma hora estarei na sua porta – ela sorriu e assentiu.
- ? Companhia? – perguntou esperançoso, sentindo o olhar de Harry nele.
- Tudo bem. Contudo estava pensando em sair agora...
- Pensei em ir um pouco mais tarde, mas se quiser...
- Não, tudo bem – ela respondeu depois de pensar um pouco. O que ela teria a perder?
O que ela podia perder? Nada. Nada mesmo. Apenas três horas de diversão. Danny disse que passaria há duas horas e até agora... Cadê ele afinal? Era o que ela queria saber. Tentou ligar sem parecer “a preocupada em levar um bolo”, entretanto se lembrou de que os dois eram apenas amigos. Não teria problema nenhum em ligar. De qualquer forma, o telefone do quarto estava ocupado, o celular desligado... Parecia que não queria ser incomodado. Ela que não iria atrás dele.
Não queria ficar triste, mas ser esquecida assim magoava. O modo com que era tratada por Danny era diferente do que ele trava as outras meninas. Percebeu isso com . Não havia interesses maldosos. Isso ela podia perceber. De qualquer forma, é de Danny que estamos falando. Tudo pode acontecer.
Andou sem ter o que fazer até a sala de estar e se sentou no chão, como se não houvesse os sofás mais fofos do universo ali. Olhou novamente o relógio e constatou que estava mesmo presa em casa. Suspirou e pegou o bloco de anotações que ficava na mesinha de descanso. Escrever ficou muito fácil de repente.
“It’s quite clear that I’m stuck here.”
As últimas palavras não foram totalmente escritas direito porque a caneta tinha parado de pegar. Olhou para a porta, para os seus pés, para a porta de novo para finalmente resolver se levantar para procurar uma, mas tinha certeza de que só havia em seu quarto. Desejou colocar uma porta que saísse do chão até o seu quarto para que fosse mais rápido. De volta à sala, viu pela grande janela a escada de incêndio que mal era percebida pela modernização do hotel. De onde ela conseguia ver, a cor dela já estava enferrujada. Não sabia por que aquilo chamava tanto a sua atenção. Para completar, achava que a luz da varanda era mais brilhante que a de qualquer outra lâmpada. E olhe que ela nem bebeu! Bom, para compor cada pessoa com os seus modos inspiradores.
“...So I’ll devise a plan and cut out a door in my new living room floor. The porch light is so bright that…”
se sentia escura, sozinha e feia como a ferrugem da escada. tinha saído toda contente há horas e ela ali, jogada no chão, tendo alucinações sobre a luz da varanda e a saída de emergência.
“I’ll sneak down the dark metal shape of the rusty fire escape.”
Ah, ela podia fazer o resto depois ou daria para ou terminarem. Já sabia o que faria agora e ficar dentro de casa é que não era.
Pegou sua bolsa, abriu a porta e quase foi com Danny ao chão.
- , caramba. Desculpe-me... Estava no apartamento até agora. Ninguém me deixava em paz! – cortou-a quando viu que ela começaria a falar – Fletch ligou, Dougie ligou, Pixie ligou, a minha mãe também!
- Devia ter avisado, Jones – disse um pouco seca.
- O meu celular acabou a bateria e todos deram de ligar para o numero do quarto. Era impossível avisar! – ele dizia realmente chateado e nem parecia estar mentindo. A última coisa que queria era deixá-la brava com ele – Desculpe-me, por favor.
- Tudo bem. Só não faça de novo – não tinha por que fazer cu doce. Só pensou por uns instantes e suspirou – Ainda topa conhecer o resto de Vegas?
- Claro! – abriu um sorriso enorme e a acompanhou.
- Essa aqui também.
- E a do lado!
e , acompanhadas pelos respectivos homens, andavam por uma loja enorme de instrumentos musicais, escolhendo guitarras e violões.
- , não é guitarra demais, não?
- Não, Dougie. Eu e a tocamos em todas que compramos. E acabamos quebrando umas nos shows passados.
- Lembra-se de quando íamos a todas as lojas de instrumentos e víamos todas as guitarras possíveis e imaginárias para depois pechincharmos o preço e acabar que não levávamos nenhuma? – entrou no assunto de repente. Os velhos tempos eram bons, mas agora era melhor – Agora nem olhamos o preço.
- Era ótimo passar a tarde assim... – agora também era, porém antes havia a expectativa daquela guitarra especial, a primeira.
- Mas para que sete guitarras e quatro violões para cada? – perguntou Tom.
- Duas serão nossas para repor as quebradas e o resto, vamos passar uma pequena turnê com cada uma para depois vendermos no E-bay. O dinheiro será para as fundações de caridade da África.
- Tom, vamos tomar um café aqui na frente? Esses dois se viram com o resto – pediu, sorrindo ao rapaz que concordou, deixando uma e um Dougie bufando.
Os dois saíram da loja até ao café em frente.
- Isso é incrível. Venho para cá pra ficar com você e ninguém a deixa sozinha comigo – Tom resmungou, fazendo rir.
- Estamos sozinhos agora, Tom – continuou antes que ele a interrompesse – Podemos mandar Dougie e saírem. Assim teremos o quarto todo para nós.
- Agora estou gostando – estava prestes a beijá-la, contudo de lembrou de que não podia – Queria poder beijá-la agora, mais tarde e depois em qualquer lugar – riu frustrado.
- Na verdade... – ela pensou – Você pode. Quem decide o que faço da minha vida pessoal sou eu. Se ela afeta a profissional... Terei que arcar com as conseqüências mais tarde – “mas não vou ignorar o meu coração”, terminou em pensamento.
- Teremos – Tom a corrigiu antes de beijá-la.
Ambos sorriram entre o beijo. Era realmente um alívio.
- Varias pessoas viram. Vocês sabem. Não é? – Dougie apareceu sozinho com umas sacolas na mão.
- Sim, madame – concordou. Claro. Afinal, eles estavam na Time Square. Quem não os viu? – Como foi de compras?
- Menina, foi ótimo! Tem uma saia m-a-r-a-v-i-l-h-o-s-a na Prada! – Poynter respondeu com voz de bicha, fazendo caras, bocas e poses – Já querem ir? – perguntou com a voz normal.
- Tudo bem – deu de ombros enquanto ainda ria – Cadê a ?
- Julian apareceu e a levou.
- Você falou meio contrariado ou estou ficando doida?
Ela bem que poderia, porém não estava... Ainda.
- , você é doida.
O caminho de volta não era tão longe, todavia com o trânsito complicava. Se fossem a pé, seriam mortos por uma quantidade esmagadora de pessoas.
- Então, Dougie... Não quer sair hoje à noite?
- Quero... Aonde vamos?
- Não é aonde nós vamos. É aonde você vai – esclareceu Tom.
- Por que aonde eu vou? – não precisou de resposta. Só o olhar dos outros dois era o bastante – Ah. Beleza, fale um lugar para ir e a hora para voltar, principalmente. Devia ter ficado no outro hotel mesmo. Vou lhe contar...
- Pare de reclamar, Poynter – riu – Comprou o quê? – fez menção de pegar uma sacola pequena, contudo esperou que ele deixasse primeiro.
abriu o pacote, dando de cara com vários CDs e DVDs. Todos dentre algumas bandas que ela gostava até...
- Não. Você não comprou isso – ela pegou o DVD de sua própria banda e apontou, vendo a cara dos meninos ao ver o objeto.
- Uai, ... Acho que ele não estava à venda a toa. Então comprei.
Logo os três estavam no hotel. A primeira coisa que Dougie fez foi ligar a TV e colocar o DVD, ao invés de se trancar no quarto ou sair no momento. Não deu tempo para que nem tirasse o aparelho de lá. O CD já tinha sido lido e uma parte de Sound Maker já tocava no menu com algumas cenas do show ou dos extras.
O objeto que selecionava as opções era uma baqueta amarela fosforescente que se destacava no fundo lilás com desenhos que podiam claramente ser identificados como características de cada uma. Como praticamente quase todos os DVDs de músicas, tinha a opção para tocar tudo, a escolha de cenas, a opção de legendas e os extras. esperava que fossem direto aos extras ou escolhessem qualquer cena, mas se enganou. Tom colocou para tocar tudo.
Durante o vídeo, eles faziam todos os tipos de comentários. Desde os instrumentos, o show lotado ou a música que era legal.
- Essa musica é legal... Interessante. Como chama? – Tom e Dougie perguntaram quando ela já acabava.
- Everything Can Be a Song. É que tudo que acontecia com a gente. Sempre tinha comentários de que tínhamos que fazer uma música sobre o que passamos. É até sobre o cara careca de cabeça gigante, um restaurante fechado na hora do almoço e a gente morrendo de fome... – explicou a garota – Agora é legal!
Para a próxima música que tocaria, , e deixaram o palco e apenas tinha ficado.
“- Agora o show será solo até o fim só meu – a platéia gritou quando ela falou – Mentira. Só essa música mesmo. O que é a sem as outras?”
Ela tinha razão.
“- Para fazer esse cover, eu queria chamar uma pessoa extremamente especial para mim. Julian Casablancas, poderia vir aqui, por favor?
A platéia foi a delírio quando o rapaz entrou com um sorriso encantador e ainda soltaram um tipo de “own” entre mil gritos, quando cumprimentou a namorada com um selinho. ”.
Eles eram até bem apoiados. Na época.
- Caramba, ele é realmente um panda seboso. Como agüenta? – Poynter olhava enojado pra TV.
Tom e só trocaram um sorrisinho, voltando a ver a TV em seguida.
“ se dirigiu ao piano com Julian ao seu encalce e os dois se sentaram, prontos para fazerem a música a quatro mãos.
- Se alguém souber a letra, cante junto! – falaram ou microfone antes de as notas de I’ll Try Anything Once começarem”.
- Tudo bem, Dougie. Você já viu o DVD. Agora é hora de sair – Tom disse, (praticamente) expulsando o outro.
- O café aqui do lado é ótimo – sugeriu , tentando ser legal, ao mesmo tempo em quem o mandava sair.
Dougie nem deu ouvidos e bateu a porta, deixando os outros dois sozinhos.
- A história de Dougie e ainda vai virar livro – riu ao trancar a porta – Está na cara que na primeira chance ele fica com ela.
- Pode até ficar por uns tempos, mas não sei se dura. Depois do que a Frankie fez, deixou-o meio inseguro – deixou a ele mesmo, principalmente.
- E você não? – se sentou no colo do rapaz e o abraçou, provocando-o aos poucos.
- Eu? Não sei se quero um relacionamento sério – ele tinha medo de passar por tudo que passou de novo, traduzindo.
- Só para constar, não sou igual à Giovanna e nunca faria o que ela fez. Porém só estou falando por falar – deu de ombros e o beijou antes que ele pudesse dizer alguma coisa.
Na próxima vez que eles foram se falar de novo, estavam ofegantes e suados dentro do quarto.
Como Harry não conhecia Vegas, deixou ser a guia. Foram parar em um dos mais famosos cassinos da cidade, mas jogaram apenas duas vezes e pararam quando perderam essas. O jogo viciava quando perdiam. Imagine se ganhassem.
- Foi ali que foi gravado o “Quebrando a Banca” com o Jim – comentou, apontando para outro cassino.
Os dois já tinham ido a tudo quanto é lugar. Harry se divertiu só por estar ao lado dela e conhecendo aquela cidade maluca.
- Aquele filme é foda... As contas que o cara faz!
Dentre várias conversas, às vezes eles se calavam para comerem ou até respirarem direito. Só que dessa vez a comida tinha acabado e parecia que o assunto também, até falar:
- Sabe, não consigo acreditar que vocês vieram aqui só para nos verem – sorriu envergonhada – Quanto ao que eu disse mais cedo, Harry, eu queria me esclarecer...
- Esclarecer? – perguntou confuso.
- É... Disse que queria poder ficar junto de você na frente dos outros, mas é porque estou acostumada a ficar com uma pessoa por pouco tempo. Se é muito... Como a gente, é difícil esconder quando o que mais quero é...
Ela não teve tempo de terminar. Harry tinha a beijado. Era um beijo doce e calmo, como se o que ele quisesse dizer para ela estivesse ali.
- Você está longe de ficar sozinha nessa – disse ao finalizar o beijo, enquanto mantinham as testas encostadas – Não tinha necessidade de se explicar.
Por trás dessas palavras, a decisão a que ambos chegaram foi: que se fodam os outros. Quero você.
Olhando de esguelha, acharam um flash vindo de fora da área em que estavam do hotel passando o tempo.
- Daqui a cinco minutos, essa foto estará no Just Jared – riu, não dando bola. O que ela queria era aproveitar o tempo com Harry e só. Ele iria embora na manhã seguinte.
- E o mundo todo vai falar que somos o casal mais sexy do planeta.
- As fãs de McFly vão encher o saco com vídeos no youtube, falando que você merecia alguém melhor como elas. Mas não culpo. Eu era assim – ela riu – Com a diferença de que não fazia vídeos e os colocava no youtube. Isso é altamente tosco. Só reclamava para as meninas e para mim mesma... O tempo todo.
- É bom saber que era falado o tempo todo.
- O tempo todo.
Novamente o silêncio se instalou enquanto eles se abraçavam de qualquer jeito por estarem em uma mesa.
- Harry... O que vai virar da gente? Digo... Você vai embora amanhã e... – ela não queria terminar a fala. Ele iria embora e aí? Voltavam a ser amigos para quando se vissem novamente se pegarem de novo?
- Vamos ver... Deixar as coisas acontecerem – sem precipitações. Cadê a que não ligava para o amanhã?
- Tem razão.
Para que apressar? Era só um Atlântico de diferença.
- Ow, ow, vamos com calma! – Dougie falou ao sair pelas portas do saguão, encontrando com uma não parecendo nada amigável – Está tudo bem?
- Não. Não está tudo bem, Dougie! Está exatamente o contrário de bem. Está horrível, o inferno!
- Calma. Respire e conte até dez... – parou ao ver que a menina não obedecia.
- Cadê a minha bolsa? Você viu a minha bolsa? – ela olhou em volta e não achou nada. Nem carregava nada. Dougie também não tinha a visto com nenhuma – Ótim. Esqueci-me da porcaria na merda de casa do desgraçado do Julian – três palavrões em uma frase. Isso seria interessante – Tem um cigarro aí?
Dougie apenas tirou o pacote do bolso junto com o isqueiro e entregou a ela. Pelo jeito que estava, só faltava a menina fumar cinco de uma vez.
Conforme ela tragava, ia se sentindo mais calma, porém ainda assim estava com os nervos pulando.
- Obrigada, Dougie – suspirou – Aonde você está indo a essa hora?
- Ficar longe da festa de Tom e lá em cima.
- Está brincando comigo. O meu próprio apartamento e não posso voltar agora porque a minha amiga está transando por todos os lados lá em cima! – gritou, chamando atenção de poucas pessoas em volta – Que porcaria! Se eles chegarem ao meu quarto, aquela vai se ver feio comigo...
- , calma de novo! – Dougie começava a achar graça do surto dela.– Quer conversar sobre o que lhe aconteceu para ficar assim? Vamos comigo. Assim não ficamos sozinhos.
- Tenho escolha? – ela bufou, contudo logo consertou – Digo, não estou reclamando da sua companhia. Eu adoraria, mas estou estressada demais para ser educada. Desculpe por isso.
- Tudo bem. Vamos? – como um cavalheiro, deu o braço a ela.
Andaram um pouco até o café que adorava. Por ser perto, não havia paparazzi e, por estar um pouco tarde, não tinha muito movimento.
- Então, quer começar?
- Vai ser estranho falar disso com você e não com uma das meninas... – tentou sair do assunto.
- , sei que você tem Jared como melhor amigo. Não vai mudar nada. Sou seu amigo também.
- Tudo bem... É verdade – sorriu sem graça – Julian pirou de novo. Só que por sua causa.
- Minha? – Dougie não deixava de ficar surpreso. Onde ele entrava no assunto? Ou melhor, por quê?
- Estávamos conversando normalmente. Aí comentei do meu dia com vocês e ele começou a falar sem parar que você era encrenca, que ia fazer a minha cabeça... Que desde que o conheci só falo em você... – o que não era mentira. Só que sabia controlar os seus assuntos. Apenas era um disco riscado com as meninas – Que é tudo Dougie, Dougie, Dougie.
Dougie nem sabia o que falar. Julian provavelmente tinha mais ciúmes que qualquer pessoa na face da Terra.
- Mas eu meio que me acostumei com as crises repentinas de ciúme, então a gente só discutiu um pouco – como se fosse a coisa mais normal do mundo, que acontecesse o tempo todo – Depois peguei o celular dele à toa, só para fuçar... Adoro fuçar em celulares e ficar jogando joguinhos... E acabei entrando nas mensagens. Tinham várias da Juliet! Aí foi a minha hora de pirar. Ele ainda achou ruim! Disse que não preciso ter ciúmes. Afinal ela trabalha com ele na banda, mas, há. Eles foram casados. Não preciso ter ciúmes? Não preciso, hein, Dougie?
O estresse dela voltava conforme ia contando.
É, Julian realmente era pirado.
- Hum... Na verdade, não posso responder, porque aí vai parecer que ele não presta para você – o que ele pensava mesmo – Mas vocês... Vocês precisam chegar a um ponto e conversarem sobre isso – deu o seu máximo para o conselho.
- Essa daí não vale mais desde dois anos atrás, Dougie. Porém valeu a tentativa.
- Vocês estão juntos faz dois anos?
Uau.
- Bom, hipoteticamente, sim. Se você contar que terminamos duas ou três vezes em cada um dos anos, o tempo em que ficamos juntos não conta nem quinze meses direito.
Ela só não comentou que, durante os intervalos em que terminavam, ela pegava todo mundo. Bom, Dougie devia saber... Ele foi um deles. Não que Julian ficasse para trás nessa.
- Ah... Continue a sua historia então.
- Aí foi isso... Nós dois piramos, saí da casa dele, esquecendo-me da minha bolsa, celular... Tudo – novamente ela tirava outro cigarro – Mas sempre termina na mesma coisa... Só que cada vez mais não sei se é o que espero para o resto da minha vida. Tipo, se me casar com Julian, não vou mudar quem sou eu ou as pessoas que são meus amigos por causa dele e tenho certeza que ele também não. Não sei se vou ser feliz assim.
- Você diz coisas que me deixa num lado complicado, . Digo, não posso lhe dizer que você tem que tentar mais, porque está tentando há dois anos, e nem que vai ser feliz, pois eu realmente não sei – deixando uma parte do Dougie de lado, ele permaneceu apenas com a fofa e atenciosa.
- Eu sei... – todos diziam a mesma coisa. Ela só não sabia que decisão tomar – Gosto de Julian...
- Ama-o? – isso faria muita diferença na vida de ambos.
- Não – era isso. Era a certeza.
ficava cada vez mais confusa com Dougie a olhando atencioso pra ela, de uma forma completamente doce que dava vontade de apertar e levar para casa.
- Chega de falar sobre mim e o meu relacionamento problemático – ela sacudiu a cabeça e riu – O que fez quando saí?
- Comprei o DVD de vocês.
- Não brinca! – só faltou pular pela surpresa – Qual deles?
- O “Live in Orlando”. Passamos a maior parte da tarde o vendo.
- Não acredito que perdi isso! – e de novo por causa de Julian – Queria ver a reação... É o meu DVD favorito. O que achou?
- É realmente muito bom – ele não mentia. Ficou vidrado na TV o tempo todo – Vou comprar o resto quando chegar a Londres.
Ô, droga. Ainda tinha isso. Dougie não ficaria lá para sempre como desejava. Ele tinha a sua casa, a sua família e a sua vida bem longe da dela.
Riam de mais umas coisas, conversaram mais – era muito fácil conversar com ele –, e por fim decidiram voltar ao apartamento acabar com a felicidade de Tom e .
- É seguro entrar e ver a minha casa normal? – perguntou brincalhona, já dentro da suíte máster.
- , sua idiota, babaca, imbecil!
- Eu também a amo, ! – sorriu à outra enquanto percebia Dougie e Tom rirem.
- Eu devia abri-la inteira e tirar os seus órgãos com as mãos pelo que você me fez passar! – exagerada... – Julian ligou aqui perguntando se estava. Quando disse que não, falou que você saiu da casa dele sem mais nem menos e telefone pelas ruas! Tem noção do estado que você me deixou? Até uma criança de seis anos tem mais responsabilidade!
- Primeiro: Gilbert me deixou aqui embaixo – Gilbert era o motorista delas – Segundo: calma, amor. Estou bem, vivinha! Desculpe por fazê-la passar por isso. Terceiro e último: O QUÊ?! EU SAÍ DA CASA DELE SEM MAIS NEM MENOS?!
voltou a surtar de novo, o que obrigou ela e se trancarem em um quarto para conversarem direito – coisas que ela não falaria com Dougie –, deixando-a se acalmar, enquanto tentava pegar o telefone para falar poucas e boas para Julian.
- Danny não está lá dentro, não? – Harry perguntou no café da manhã ao ver entrar com a cara amassada.
- Por que estaria? Bom dia – sentou-se e pegou uma torrada mais um donnut.
- Sei lá. De repente ele passou a noite com você – respondeu mais aliviado.
- Que eu saiba, ele tem um rolinho meio sério lá em Londres.
- Isso o impediu de fazer alguma coisa ontem com você ou não?
- Não – não apenas , mas tanto e o próprio Harry disseram – Para deixar claro que não fiz nada demais – completou .
- O que vocês fizeram ontem à noite, afinal? – perguntou.
- me mostrou a cidade... Fomos a vários cassinos e ganhei dinheiro em todos. Sou realmente bom nisso – Danny apareceu, abrindo a porta da frente.
- Ele é sortudo. Isso, sim! – riu – Deu vários palpites em que até eu ficava pensando que ele ia perder feio. Mas não ganhou tanto assim também.
- O suficiente para um casamento em Las Vegas com direito a roupas costumeiras.
- Quase me esqueci disso! Ofereceram um casamento para a gente. Pensei no que eu podia perder e... Agora sou a senhora Jones! – levantou a sua mão, mostrando a linda aliança que depositava ali, ao mesmo tempo em que Danny fazia o mesmo.
- Vocês... Vocês não se casaram. , você disse que não fez nada! – se surpreendeu.
- Disse que não fiz nada demais. Isso é diferente – esclareceu ela – Qual é? Queríamos saber como era uma vida de pessoas casadas!
- Não podiam esperar? – Harry perguntou sem acreditar – Não fizeram isso. Duvido.
- Ah, é? – perguntou Danny – Olhe isso então.
Tirou do bolso um papel dobrado que, quando Harry leu, não pôde acreditar. Era mesmo uma certidão de casamento com os respectivos nomes e assinaturas de Danny e .
- Vocês só podem estar brincando – Harry e disseram ao mesmo tempo.
- Não estamos. Olhe a foto – Danny tirou outro papel – Ficamos bonitinhos de noivo e noiva. Olhem aí.
Harry desdobrou o papel, sem acreditar no que tinha visto, e mal notou os outros dois tinham estranhos sorrisos na cara. Assim que deixou o papel reto, não havia foto nenhuma. Apenas um grande escrito “idiotas” em letras garrafais.
- Não acredito que caí nessa – fechou a cara – Como fizeram a certidão?
- O que ganhei foi uma certidão falsa, uma foto e as alianças. Não estávamos mentindo quando disse que havia uma foto. , mostre í.
A foto era realmente fofa. Danny de terno ficava incrivelmente sexy. Aa com seu sorriso encantador e os seus olhos realçando na fotografia. estava magnífica! Tinha um vestido branco bem longo, inteiro bordado, luvas até os cotovelos, bem antiquado e um véu gigantesco. A sua calda dava uma volta no casal sorridente e segurava um buquê de todos os tipos de flores.
- Está uma gracinha... Vocês combinam – soltou enquanto observava pela milésima vez a foto.
Só para constar que até agora Harry não tinha dito nada.
- Vamos combinar de nos casar qualquer dia, – Danny piscou extremamente sexy, fazendo manter a sua respiração controlada ao se lembrar do que os dois fizeram, enquanto esperavam para tirar a foto na noite anterior. Ele tinha alguma coisa que a fazia endoidar só com um beijo.
- Claro... É... Legal – conseguiu responde. – Alguém sabe qual é a do Harry que não diz nada?
- É que ele foi feito de idiota. Não se preocupe. Vai passar – Danny assegurou – Judd, fale alguma coisa aí. Sabe que eu não me casaria.
- Quem sabe? É de você que estamos falando – finalmente ele disse – Vocês me pegaram mesmo. Vai ter volta.
- Aguardaremos – respondeu.
- Isso me lembra... Temos que ir ao aeroporto – Danny se lembrou.
- Vocês têm mesmo que ir? Não podem ficar mais... Sei lá... Dois dias? – tentou . Isso é, para não dizer para sempre.
- Não dá... – Harry respondeu desapontado. Era horrível o último dia. Foi a mesma coisa no Havaí. Só que agora era milhões de vezes mais forte – Temos que nos ajeitar para podermos aparecer por aqui na festa do CD de vocês.
Não falaram mais nada pelo resto do café da manhã. Era como se qualquer outro tipo de fala fosse atrapalhar o que tinha acontecido no final de semana.
- Mal posso esperar para voltar.
- Mal posso esperar para você voltar – completou a fala de Harry – Faça uma boa viagem.
Trocaram um beijo calmo lotado de amor antes de se separarem e de ela se despedir de Danny.
- Tchau, . Foi muito bom o final de semana. Desculpe-me por fazê-la esperar e obrigado pela diversão.
- Que é isso, Danny. Estou aqui para qualquer coisa – qualquer coisa mesmo.
Ela não quis se despedir direito dele. Digo, com um beijo e tudo. O cara estava voltando para a namorada naquele instante! Bom, a vontade de beijá-lo era mais forte que qualquer coisa no planeta.
Em seguida, a última coisa que viram foi um aceno de longe dos dois e as costas de cada um.
Em NY, a coisa foi do mesmo jeito. Em todos os momentos, forçava um sorriso que saía bem feio, para falar a verdade, e estava bem chateada. Dougie realmente estava mexendo com ela.
A confraternização das bandas!
Como todos nós sabemos – sério. Realmente não é nenhuma novidade para ninguém –, a nossa querida guitarrista e vocalista da namora o super hot Julian Casablancas e sempre pensamos que as outras logo seguiriam os passos de . Não é que seguiram mesmo?
e Harry Judd, baterista do McFly, estavam em Las Vegas em um momento super fofo juntos no hotel em que estavam hospedados. Juntos ou não? Sorry, guys. Essa informação não foi disponibilizada ainda, mas tudo indica que sim!
O casal se divertia, tomando um sorvete e trocando beijinhos durante a noite de sábado. De acordo com um informante, “eles estavam em um momento íntimo, extremamente fofo. Ambos pareciam bem felizes em seus assuntos quando de repente se beijaram”.
Ao mesmo tempo, a baixista estava saindo com o guitarrista – adivinhem! – também da banda inglesa McFly pelos cassinos da cidade enquanto elas estavam por lá para promoverem o CD. Porém, e Danny Jones não demonstraram nenhum tipo de afeto alem de amizade. A menos que você pense que os dois pularam a parte do namoro direto ao casamento. Imagens foram disponibilizadas no nosso site onde os dois se vestiram de noivos. Bom, o que acontece em Vegas fica em Vegas.
Como se não fosse o suficiente, a outra guitarrista e vocalista, , foi vista por várias pessoas rondando a Time Square junto de Tom Fletcher, que para não perder o costume, do McFly. Os dois tinham sorrisos maiores que os seus próprios rostos e trocavam carícias em frente ao Hard Rock Café.
Para completar, só está faltando e Dougie, o que não foi tão difícil de encontrar. Fontes nos disseram que pela noite fez escândalos na frente de seu hotel e Dougie a ajudou a se controlar. Porém, nada mais que isso. Motivo do escândalo? É um mistério...
A assessora da banda feminina não quis dar muitas informações. Foi direto ao ponto “elas são adultas e sabem o que fazem”. O mesmo aconteceu com a banda inglesa, com praticamente a mesma fala. Quem sabe o que vai virar? Estaremos de olho!
A semana foi corrida para ambas as bandas. Entre mil divulgações do disco, as meninas gravavam o clipe do single e não deixavam de fazer os ajustes finais do CD já gravado. Para os meninos, foi uma loucura. Entre participações de beneficiações, gravações de demos e outros compromissos, a mídia caiu em cima deles, fazendo perguntas sobre o seu relacionamento com cada uma das meninas. Na maioria das vezes, não respondiam. Apenas riam ou passavam reto. O mesmo acontecia com elas. Se abriam a boca, era pra falar "sem comentários". Porém, depois de tanto trabalho, mais um final de semana fora cairia muito bem. Ele prometia.
Sábado de manhazinha, todo McFly já estava pousando em LA. Quem estava os esperando, no entanto, não eram as meninas, e sim Alice. Qual é? Eram sete da manhã. Elas tinham ido dormir às três. E, depois, o que Alice não fazia por elas?
- Bom, meninos... As casas delas são aquelas – dentro do carro, ela apontava ao bairro lindo de Beverly Hills, dentro de um condomínio, as quatro casas, não muito distantes uma da outra – A de é a primeira, , na frente, , do lado, e , do outro lado. Onde querem começar?
- Elas não estão dormindo? – perguntou Danny um pouco confuso.
- Sim, mas acordá-las é a melhor parte do dia – Alice sorriu malvada – Que tal começarem com ?
Para eles, tanto fazia.
Alice foi à frente pAra abrir a casa, levando-os até o quarto dela.
- Espere aí. Qual é a chance de Julian estar aí? – perguntou Dougie.
Desde que tinha voltado, o nome “Julian” enchia o saco. Mas, realmente, passar por essa visão não seria legal.
- Chance nenhuma. Julian só chega à tarde – ela sorriu – Como preferem acordá-la?
- Hm... Música? – tentou Tom.
- Puf... Até parece que ela acordaria – Alice rolou os olhos – Imaginação, garotos!
- Vamos pular na cama até quebrá-la – Harry deu palpite.
Como resposta, eles sorriram e esperaram a porta ser completamente aberta. O quarto estava congelando. Era como se tivesse um freezer aberto a noite toda. Só que na verdade era um ar condicionado aos dezoito graus que deixava completamente enrolada ao edredom dormindo como uma pedra. O cômodo era todo modernizado, tirando alguns aspectos. A cama era em um estilo um pouco rústico em tom marrom escuro. Trezentas almofadas ao lado dela, algumas no chão e ao lado da cama. Dois abajures nos respectivos criados-mudos. A área em que se encontrava a cama era como se fosse outro cômodo, com a parede um pouco elevada um pouco acima da cabeceira. Se ele estivesse aceso, traria um aspecto aconchegante – e era – com os seus tons de marrom e vermelho, a cortina combinando com a pintura do resto. Na frente da cama, havia uma grande TV de plasma fina como a unha do meu dedão, aparelho DVD e um som mega potente. O quarto era divido em fotos, livros e objetos e fedia a cigarro. A porta do banheiro estava fechada e a do closet também. O seu sofá estava completamente lotado, se é que aquilo era um sofá mesmo. Tinha tanta roupa, sacolas, mochilas, papéis, caixas, pacotes de cigarro... E uma guitarra branca, modelo dos anos oitenta. Sem contar que, em sua escrivaninha/gaveteiro, o que mais tinha ali eram pacotes de cigarro, além de algumas anotações da menina.
Eles não viram mais detalhes. Dougie foi quem puxou o resto para correr e se jogar em cima da garota. Logo estavam todos lá. Alice morrendo de rir e uma assustada.
É, acordou extremamente assustada. Tinha achado que sua casa estava desmoronando e o teto tinha caído em cima dela e era hora de morrer, porém escutou a gargalhada dos cinco depois de conseguir se controlar. Ao abrir os olhos, pensou que ainda estava sonhando. Deu de cara com um par de olhos azuis muito bonitos bem próximo a ela. Mesmo se Dougie fosse feio, ele seria bonito. Isso é... Se isso faz sentido. Mas vocês entendem.
- Bom dia, dorminhoca – ele disse.
- Boa noite – com voz amassada disse. Fechou os olhos, puxando a coberta, tapando o seu rosto.
- Pode ir se levantando, – alertou Alice. Ela sabia como era lidar com a menina – Compromissos começam cedo.
- É, mas não de madrugada! Qual é? Dormi faz quatro horas!
- Faz menos para mim. Ande! Levante-se!
Como sempre, ela enrolou um pouco na cama, conversando com os quatro. Ficou encarregada de tomar o lugar de Alice para acordar as outras, já que a chefe tinha que acabar de resolver as coisas daquela noite.
Em seguida, foram até . Por as casas terem quase a mesma estrutura, a única coisa que mudava drasticamente da de era a decoração do de . Completamente diferente do quarto de Londres, esse era mais... Normal. Não era rosa Barbie, e sim branco. Era todo detalhado nas paredes em gesso, como se fosse inspirada nos castelos franceses, assim como o resto da decoração. As cortinas vermelhas desciam e davam um perfeito toque para o charme do quarto. Assim como as poltronas que se encontravam espalhadas pelo quarto. E não diferente de , o quarto estava gelado e bagunçado. Só que tudo em dobro. Só faltava nevar ali dentro! A cama era a única coisa arrumada, mesmo que ela estivesse dormindo ali. Em cima da cama, suas guitarras e violões ficavam apoiados por ganchos na parede.
- Certo. Falem baixo porque o sono dela é super leve – pediu.
- Beleza. ... Por que a cama dela é arrumada como se tivesse ido dormir há três minutos?
- É porque ela não mexe, Danny. Pode ter o sono leve, porém dorme feito uma pedra – dá para entender, apesar do paradoxo.
- Podemos pegar os instrumentos dela e acordá-la assim! – Harry sugeriu.
- Tudo bem, se você quiser morrer... Só me deixe fora disso.
- Por quê? – todos perguntaram a ela.
- Ela fica puta se alguém a acorda de um modo bruto... Acredite. É medonho.
- Ih, Tom. Tem um leão para domar – zoou Danny.
- Cale a boca. Você tem uma criança para cuidar – Tom se referia à Pixie – , dê uma idéia.
- Já sei – disse após pensar uns segundos.
Foi até o criado-mudo e pegou o relógio dela, ajustando o despertador para um minuto após.
Não demorou para que o barulho irritante começasse e se remexesse na cama. Ela levou apenas a sua mão até o criado, apalpando o local, tentando achar o objeto, que por acaso estava na mão de , derrubando tudo que tinha ali em cima.
- Desligue essa porcaria do caralho. Que boceta! – resmungou sem entender para quem gritava. Só queria que o barulho parasse.
não demorou a obedecer, rindo em seguida, deixando os quatro à vontade para rirem também.
- Muito legal, vocês cinco. Amo todos! – mostrou o dedo para eles – Ainda tinha duas preciosas horas de sono. Que porra.
- , sem estresse. Hoje é nosso dia. Levante-se daí! – disse , jogando-se no outro lado da cama.
Resultado: duas preguiçosas enrolando para se levantarem.
- Vamos na – disse – Ela se esqueceu das meias aqui... De novo.
No quarto da , assim como o das outras, estava gelado, porém nem tanto. Era cheio de coisas fofas que ela colecionava. Até coisas felpudas. O primeiro baixo dela estava ao lado da cama, em cima da capa e ainda ligado. A cabeceira de sua cama era como uma segunda parede de tão grande e larga. A cama em si tinha aqueles suportes altos na cor bege, assim como o resto dela, a colcha, travesseiros... gostava de simplicidade. Então o seu quarto era bem parecido com uma fazenda, com a parede em madeiras brancas verticais e janelas redondas. Era o quarto mais comum, para falar a verdade.
- A gente pode jogar água gelada – Danny riu.
- Não precisa, não, mas obrigada – a voz abafada de disse.
- Ah, que chata! Não podia fingir que estava dormindo para a gente se divertir? – Danny perguntou.
- E receber água gelada com o ar condicionado ligado? Eu ia virar uma pedra de gelo! Não. Obrigada – ela se levantou – Quero acordar !
Ela é a única pessoa que acorda ligada nos duzentos e quarenta.
E lá foram os sete até a casa da última.
- Ué... Cadê a ? – perguntou, estranhando. A cama dela estava vazia.
Tudo estava como deveria: ar ligado, cama desarrumada, luz apagada, pertences no lugar... Só que desapareceu. Ela definitivamente teve algo com o branco quando foi decorar a sua casa. Na cama, era impossível se distinguir o lençol do cobertor de pelugem e os travesseiros. O único contraste que tinha em seu quarto eram os criados ao lado da cama que eram pretos e possuíam duas plantas em cada. O abajur era preso na parede bem ao lado – branco também. Quanto aos eletrônicos, não é de se surpreender que ela tenha rodado o mundo atrás de todos os possíveis na cor branca. Até o que não era eletrônico, como seu cabideiro, a persiana e o pequeno sofá ao lado da janela.
Procuraram-na por todo lado. No banheiro, embaixo da cama (ela já chegou a acordar lá), dentro do armário, na sala, no estúdio... tinha desaparecido mesmo.
- Ela deixou algum bilhete, mensagem de voz, rastros...? – Harry perguntou um pouco preocupado. Na verdade, ele estava demais – não pode ser ter desaparecido assim.
- Gente, achei-a – apareceu na porta do quarto um pouco ofegante.
Os outros a seguiram até a última porta do corredor. Esta desencostou-a e mostrou dormindo na cama do quarto de hóspedes que não era muito diferente do seu no quesito “branco”.
- , acorde – eles pediram. Não tinha mais graça depois do susto. De repente ela tinha sido seqüestrada... Quem sabe! Aquela viciada em celebridades que rouba as coisas deles ainda está à solta!
- Não. Deixe-me dormir. Que saco... – ela resmungou.
- O Harry está aqui – tentou .
Como resposta, ela recebeu um jóia com a mão apenas.
- , levante-se dessa cama antes que eu a jogue na piscina por essa janela! – ordenou em tom autoritário.
- ‘Ta... – ela obedeceu, sentando-se na cama. Estava acabada literalmente.
- Por que dormiu aqui? – perguntou .
- Tinha um pernilongo rodeando a minha cabeça no meu quarto... Até tentei matá-lo com o travesseiro, mas escorreguei e caí no chão – a partir de “travesseiro” eles já estavam rindo – Aí desisti e vim para cá.
Até que ela tinha usado a cabeça. Tirando a parte de matar o bicho com o próprio travesseiro.
- Você matou a gente de susto... – disse – Apronte-se que temos meia hora para sair. Demoramos seis anos a procurando.
riu e foi se lavar depois de cumprimentar os meninos.
Meia hora depois, elas tinham saído e os outros quatro estavam dormindo em casas diferentes. Dougie ficaria em , ao invés de ficar em por motivos óbvios. Como elas demorariam para voltar, decidiram andar por L.A. quando acordassem.
- , amo a sua mãe – disse, pegando mais um pedaço de salame de chocolate.
- Por que ela, se quem fez isso fui eu?
- Se não fosse ela para passar a receita, você não faria – justificou, fazendo mostrar a língua.
- Se comer mais disso, vou virar um vegetal e vou ter que tomar sopa por dois dias – reclamou, contudo mesmo assim ainda continuava a comer.
- Vamos guardar para os meninos, então... Dessa vez, não temos que acabar com toda a comida por nós mesmas. E vamos realmente desmaiar se comermos mais – riu.
- Comida? Que comida? – Dougie perguntou, entrando na cozinha de .
Enquanto eles saíam, elas tinham voltado e ido à casa de . Claro que avisaram a eles antes.
Seguindo o esquema de cores da casa dela, sua cozinha branca era praticamente toda de vidro que ia para o quintal, mostrando a imensa piscina que tinha ali. As meninas estavam sentadas no balcão que tinha no meio do cômodo, comendo até a morte. Tinha outras porcarias ao lado delas, como refrigerantes e a sobra do almoço do dia anterior na panela que ainda estava no fogão. Ela sempre se esquecia de guardar na geladeira porque o fogão ficava dentro de uma parte que abria e fechava com aquelas portas de correr. não sabia por que havia dois fornos em sua casa. Só sabia que ficava bonito. Tinha uma mesa redonda também, mas para que uma mesa quando se tem um balcão super legal?
- Salame de chocolate. Querem?
- Você que fez? – Harry perguntou a que assentiu – Não vai nos envenenar?
- Claro. E ainda me matar junto – sorriu cínica.
- O máximo que pode acontecer é se trancarem por horas no banheiro pelo número dois – disse – Acredite. Isso acontece.
Era uma coisa tão natural do ser humano que ninguém ligou. Quer dizer, muito normal para uma delas dizer.
- Nossa, estou entupida – reclamou depois de comer mais seis pedaços – Passa a Coca?
- Vai desentupir com Coca? – Danny perguntou, estranhando.
- Ah... Sim...
- , você sabe que para desentupir é a água que ajuda, né? – perguntou como se falasse com uma criancinha.
- Sei, mas... Ah – ela tentou achar uma resposta, olhando para cada um na mesa. O seu olhar parou na boca de – , foi à festa da Cris? – para quem nunca ouviu isso, é quando tem algo preso no dente, como uma alface, couve, chocolate... – Nossa. Isso está parecendo cocô com milho.
Por um descuido, deixou todo o conteúdo de sua boca aparecer e não pôde deixar de perder isso. O que ela quis dizer com o milho foi... É que certas coisas que comemos não são propriamente digeridas e acabam saindo da mesma forma que entraram, se é que me entendem. Era o que parecia, afinal. Imagine chocolate com amêndoas... É para esperar que se pareça o quê?
e não perderam a chance de olhar. Os quatro não entenderam a mudança repentina de assunto. Só riam das meninas rindo. Inclusive ria. A situação se tornou precária quando se engasgou com água, quase cuspia a Coca que estava na boca, enquanto ajudava a outra, levantando o braço dela – o que por acaso nunca funciona –, só controlava a sua boca para não abrir mais e quase rolava no chão.
Depois de tudo controlado, elas explicaram aos meninos o que tinha acontecido.
Bom, existe humor para tudo.
Não demorou para que cada uma fosse para a sua casa em casais – ou trio. A noite seria foda (altamente top).
Como numa première de filmes em que os protagonistas entram por último, elas fariam o mesmo. A mídia toda estava lá, na frente do iate onde seria a festa, junto com a MTV fazendo a cobertura, paparazzi, revistas... Mas nada de mídia entrar no barco. Quase todos os convidados já tinham passado por lá, dentre a maioria amigos, umas pessoas chatas, porém obrigadas a serem convidadas. Pelo menos quem fazia diferença já estava lá.
apareceu primeiro, puxando a fila das outras três. O vestido dela tinha um decote maior que a falha de San Andreas que acabava em uma flor preta em uma faixa também preta no vestido de seda vermelho, com uma camada de tule preto por baixo, bastante curto. As suas costas ficavam nuas com os restos do tecido que fazia o laço delicado e quase imperceptível em seu pescoço. Segurava uma bolsa de mão preta, tamanho médio, com um sapato de salto doze que combinava. O seu cabelo estava liso com uma franja avolumada para trás. Os olhos, esfumaçados, e com batom vermelho.
estava ao lado com um vestido tomara-que-caia preto com um cinto largo de rebite logo abaixo dos seios, de saia avolumada por mil camadas de tule e tafetá brilhante. Não “brilhante cheguei”. Apenas brilhante. O seu cabelo estava com a franja quase não tampando o rosto e a sua tintura já tinha mudado. Agora somente a parte de baixo estava descolorida, quase branca. A maquiagem era leve, com um batom vermelho, dando uma aparência diferente para ela. A sandália era preta com detalhes que combinavam com os rebites.
sorria ao lado. Seu vestido cavado, preto, solto com detalhes em dourado como se ela fosse Cleópatra. Bolas, tiras... Tudo em cima de seus ombros e, claro, aberto nas costas. Os seus olhos tinham uma mistura de dourado, branco e preto, tornando perfeito com o lápis preto em volta e o gloss transparente nos lábios. As suas sandálias eram pretas também com uma pedra de enfeite. Usava uma pequena bolsa de mão e tinha os cabelos soltos e lisos - do jeito que ela gostava. Tudo combinava perfeitamente com a sua pele bronzeada não artificial.
Por fim, estava com um vestido de alças um pouco largas acima do joelho em dourado velho. Havia bordados em todo vestido fazendo bonitos desenhos entre as cores dourada e marrom, que davam o balanço perfeito no vestido. Tinha o cabelo amarrado em um rabo alto com as pontas onduladas. Os seus olhos estavam prateados com uma leve camada de lápis preto e nos lábios usava um batom da cor de sua pele. A sua sandália era linda e combinava perfeitamente com o vestido e a bolsa de mão.
Julian e banda já estavam dentro. Hayley e banda, Alex Turner... Bom, muitas bandas amigas. A maioria com poucos integrantes, como Green Day – apenas o Billie –, Simple Plan - Pierre, Sebastien e David - e até atores, para melhorar. Rob e Kristen, Jensen, Jared, Ian… Assim ia. Era muita gente. Isso sem contar, claro, McFly. A mídia entrou em euforia ao ver os quatro ali.
O iate era decorado conforme a escolha delas e também em cada lugar tinha algo diferente, como o restaurante, uma sala apenas para dança, outra com meios de entretenimento, com vídeo games e afins, e mais uma sala apenas para relaxar ou se pegar. Mas a festa em si era a na proa.
- Julian, posso roubar a por cinco minutos? – perguntou Jared amigavelmente e o outro concordou – Pode contar se quiser.
- Pegou pesado com essa de contar... Ele não é tão possessivo – riu – O que foi?
- Curiosidade. Desde semana passada, o que mais se fala é de você, Julian e Dougie Poynter – ela bufou – Quero conhecer esse Dougie pessoalmente antes que os cinco minutos acabem.
- Esqueça esses cinco minutos! – sorriu – Por que quer conhecê-lo?
- Ele é seu amigo também... Quero ver se presta.
- Ok, vamos lá – ela nem se atreveu a retrucar.
deu uma rápida olhada pelo lugar e achou Dougie junto aos outros três, nem um pouco deslocado junto de .
- Oi, gente! Dougie, Jared quer conhecer você – foi direto ao assunto.
- Antes que isso soe gay, queria conhecer quem a não para de falar – esclareceu ele – Prazer. Sou Jared.
- Dougie – trocaram um aperto de mão – Então fala de mim para os outros... Bem ou mal?
- Cara... Ela o esculacha – disse antes de gritar por ter dado um beliscão doído nele – Eu estava brincando, mão pesada! Ela fala melhor de você do que o próprio namorado.
Isso era verdade.
- Conheceram-se... Não é? Ok. Tchau, Jared! Vá caçar demônios – desconversou, já expulsando o outro.
- Por que acha que fico o máximo de tempo possível com você? – todos riram depois que entenderam.
- Você está engraçadinho hoje... Não sou a Ruby.
- São os seus olhos – sorriu como criancinha – Vou falar com Jensen.
- Então, o que estão achando? – perguntou assim que Jared os deixou.
- Vocês conhecem todas as pessoas mais fodas da América.
- Do resto do mundo também. Porém vocês foram os únicos que vieram de outros continentes para hoje à noite – brincou – , a gente tem que fazer a social aqui. Estou triste que os caras do Foo Fighters não puderam vir... - comentou mais para ela mesma.
- É... – respondeu um pouco a contragosto – Cadê a e a ?
- Estou aqui! – apareceu de repente – Já fiz a minha parte da social e vi a se matando de rir com Ian e o Rob.
- Aposto que estão falando de vampiros... – rolou os olhos ao mesmo tempo em que os meninos diziam algo como “ e dois homens” – Vejo vocês mais tarde.
- Quem é esse Ian? – Tom perguntou, lembrando-se de que, praticamente todas as vezes que saía uma notícia somente de , ela estava acompanhada desse Ian.
- O melhor amigo da . De Vampire Diaries, Lost e mais milhões de coisas... Por quê?
- Nada.
- Bom... – estranhou – Depois nos vemos.
Aos poucos eles se separaram. levou Harry para a sala dos amassos – claro que ia ser lá –, Dougie e Danny foram à sala de jogos e Tom foi “andar sem rumo”.
- Tom?
- Oi, – Tom sorriu fraco.
... Ele nem a chamava pelo nome.
- O que está fazendo? – ignorou a incerteza que sentia e perguntou normalmente.
- Nada demais. Procurando alguma coisa para fazer – deu de ombros desinteressado – E você?
- Procurando você. Os meus amigos querem conhecê-lo – falou – Importa-se em me acompanhar? – da mesma forma que ele falava com ela, ela falou com ele.
- Que amigos?
- Ian... Sabe? Fez Lost, Vampire Diaries... E Pattz também. E provavelmente a Kristen, já que ela não desgruda dele – respondeu numa careta estranha – Eles fazem questão.
Tom concordou. Afinal, não tinha motivos para agir indiferente. Se ela dizia que eles eram amigos, ele tinha que acreditar... Mas o mesmo aconteceu com Giovanna e ele e estavam apenas ficando.
o guiou como se fossem duas crianças. Pegou na mão dele e saiu quase que pulando, sorrindo para todo lado.
- Eles são legais... Só Kristen que é meio estranha. Parece que não tem humor, mas é... Dá para aturar – explicou – Ali.
Apontou para um grupo de dois homens extremamente gostosos e uma mulher. Tom se sentiu um lixo ao lado dos dois.
- Ei, esse é o Tom.
- Thomas Fletcher – Ian falou – Nunca vi falar tanto de uma pessoa como ela fala de você.
- É pior que quando encasqueta com uma coisa... Um disco riscado.
- É como se o mundo dela girasse ao seu redor – Kris continuou – O rei da vida dela.
- Então, não querem expor mais coisas da minha vida, não? – perguntou irônica.
- Aham, é legal expor a sua vida – Ian a ignorou – Então, é capaz que eu saiba a sua vida toda pelo que ela já disse...
- Já conheceu quem chamo de melhores amigos. Não é, Tom? Vamos sair agora – o puxou, contudo os outros três foram mais rápidos.
- Espere aí, . É sério. A gente tem que agradecer ao Fletcher.
Tom estranhou. Agradecer? também estranhou.
- É, né? Por manter você longe da gente.
- Ian, sabe que num estalar de dedos você está fora daqui. Não é?
- Como? Estamos em um lago...
- Acha que os botes salva-vidas são para quê?
- Hum... Salvar vidas? – perguntou óbvio.
- Não. Levar idiotas feito você para fora daqui – ela respondeu, mas parou para pensar – Se bem que o jogar na água seria melhor.
- ‘Ta... Estava brincando. Menos a parte de agradecer... Tom, posso chamá-lo de Tom? – Tom assentiu. Quantos Toms! – Obrigado por fazer feliz.
- Não que ela não fosse, porém olhe isso – Robert entrou no assunto, apontando os olhos de – Faz muito tempo que não tem esse brilho e não tira mais o sorriso do rosto. Tudo bem que agora a menina vai chorar, mas é a verdade. Sabe como ela é... Mole com tudo que falam de fofo para a tal.
Tom foi pego de surpresa. Ian pode ter tido um pequeno caso com ela e Robert... Vá saber. Mas, de qualquer forma, eles só a querem contente agora.
- É um prazer... Não é trabalho nenhum fazê-la feliz.
- , tampe os ouvidos – o próprio Ian tampou para ela – Pode falar, Tom. Ela é um pé no saco. Não é? Eu sei.
- Ian, continuo escutando.
- Droga – ele riu – Antes que ela decida mesmo me jogar barco afora, vou deixar vocês dois sozinhos para se pegarem.
- E muito obrigado pela oferta, contudo não vou ficar de vela.
- Vela, Rob? – lançou um olhar proposital em Kristen.
- Você não viu nada – Pattinson saiu, levando Stewart atrás.
- Eles estão mesmo juntos? – Tom perguntou quando estavam sozinhos.
- Nah. Pegam-se às vezes. Aliás... – ela pensou em perguntar o motivo da indiferença de mais cedo, porém achou melhor deixar pra mais tarde – O que achou deles? Digo, dos meus amigos...
- São legais. Você os escolheu bem. Bem engraçados até... Gostei que falaram de nós dois.
- Eles não mentiam – deu um selinho nele – Vamos fazer alguma coisa.
Danny conversava Com Billie Joe enquanto jogavam uma partida no Wii quando apareceu.
- Billie, se pular agora você ganha.
Seguindo o conselho da outra, Billie fez o movimento para pular e acabou ganhando a partida.
- Sacanagem, ! – reclamou Danny.
- Se você corresse mais, não iria perder, mesmo que ele pulasse! Falo que você é ruim nesses jogos!
- Nunca joguei esse. Não tenho culpa.
- Escolha qualquer um aqui que acabo ganhando.
No momento, Billie já não estava mais lá e os dois restantes discutiam qual jogo competiriam.
- Vamos jogar Rock Band. Só que você vai tocar na guitarra – surpreendeu-se, mas não demonstrou. Ele sabia que ela estava acostumada a tocar no baixo.
- Eu disse que você podia escolher o jogo. Não o que eu faria.
- Está com medo?
- Nunca.
E lá vão os dois.
É claro que Danny saiu ganhando, contudo não por muitos pontos. já tinha jogado na guitarra. Só preferia o baixo.
- “Escolha qualquer um aqui que acabo ganhando”. Mi, mi, mi – imitou, fazendo uma voz enjoada.
- Você não ganhou de lavada de mim. Não tem do que se vangloriar.
- Tudo bem. Deixo quieto porque hoje é seu dia de “brilhar”.
- E me esqueço de que essa frase foi bem gay e o chamo para jogar Sonic... – falava, mas foi interrompida por ele.
- No Wii? Já joguei... Alias, é um dos jogos que você me deu.
- Não no Wii. No Mega Drive mesmo. Danny, você tem que aprender uma coisa: tudo que tem “mega” no meio é melhor.
- É... Tom já disse algo sobre isso – comentou vagamente.
- O que “super” também vale. Super Nintendo com o... – falava, entretanto foi cortada.
- Mario World foi o jogo mais legal que já jogou na sua vida.
Não era Danny. Ela conhecia a voz muito bem. Estava bem perto dela, porém definitivamente não era Danny.
- Alex! Onde estava? Não achei você em lugar algum!
- Andando por aí...
- Danny, esse é Alex Turner... Do Arctic Monkeys. Alex, Danny do McFly.
Os dois nem trocaram aperto de mão nem nada. Apenas se cumprimentaram com a cabeça. Danny não sabia por que tinha se tornado fechado quando o outro apareceu e só faltava gritar de felicidade por esse.
- Danny, Alex me ensinou tudo que sei de vídeo games...
- Não só isso. Tudo que ela sabe em várias coisas. Não é, ? – Alex a abraçou pela cintura como se fossem namorados.
Aquilo, sim, foi algo estranho para Danny. Por que ele não conseguia olhar aquilo direito sem querer bater no cara?
Como num flash, a memória de Jones voltou até o dia em que ficou com pela primeira vez, mas não no quarto dela, quando estavam todos reunidos na sala falando sobre as pessoas com quem as meninas tinham atravessado o sinal vermelho. Como os dois estavam se pegando, mais tarde foi dizer os dela. “...Phelps, Alex Turner...”. Sem contar os detalhes das férias que ele tinha feito um esforço danado para se esquecer.
Explicado o porquê da forma que Alex abraçava a garota.
- Espere aí... Conheço você – Alex falou com Danny de repente. Um perfeito ator – Você é o cara que está pegando a Pixie Lott.
- E você não é o namorado da Alexa Chung?
- É, mas sabe como é...
- Sei.
Quem respondeu isso foi . A verdade é que eles não tinham apenas passado o sinal vermelho. Eles quase namoraram de verdade. Mais de uma vez. era apaixonada por ele. Quem não seria também? Gostoso, tem banda, uma voz do peru e charmoso. O único e grande problema é que ele é do tipo “pega todas não importando se já estava com outra pessoa”. não gostava de ser a outra junto com mais três, então acabou encerrando o assunto deles. Contudo ainda continuavam amigos. Ela sabia também do jeito com que ele a tratava... Sempre jogando charme, fazendo-a voltar atrás... Só que ela sabia o que a esperava se caísse no jogo dele.
Por que mesmo ela só gosta de caras desse tipo?
- Quando vão tocar o single, ? – Harry perguntou ao mesmo tempo em que afagava o cabelo de .
- Não vamos tocar... Não hoje – respondeu, quase dormindo. O carinho do outro estava muito bom.
- Por que não?
- Harry, olhe o meu vestido. Não vou arreganhar as minhas pernas para me sentar na bateria e tocar.
Ele realmente olhou. Por estarem sentados, o vestido dela ficava mais curto ainda. A suas coxas estavam expostas e Harry pôde jurar que ouvia uma voz o chamando para colocar as mãos lá.
- Nossa, . Não faça isso comigo, não...
- Isso o quê?
- As suas pernas estão me chamando...
gargalhou. Isso só serviu para atiçá-la. Ela quase pulou em cima dele e o engoliu, sugando os eus lábios com certa urgência e mordendo o lábio inferior do rapaz. Graças a Deus a sala estava vazia naquele momento e foi por isso que eles tiveram que se recompor. Não estavam em um quarto... se arrependeu de não colocar uma sala individual se necessário.
- Voltando ao assunto, somente o clipe irá passar hoje. Vai ser a surpresinha do lançamento – sorriu.
- E quanto àquela musica que achei no chão da sala em Las Vegas? – perguntou ele, lembrando-se do papel jogado quando entrou no apartamento dela.
teve que colocar o cérebro para funcionar, porque ela não sabia se as outras queriam que os meninos ficassem sabendo do pequeno projeto secreto delas. Pelo menos não agora.
- Música? Você chegou a ler?
- Uma frase apenas. Mas então é uma música... – não foi uma pergunta.
- É... Mas é uma coisa sem compromisso... Estamos fazendo isso em conjunto, porém é mais por diversão. Cada uma escreveu uma parte. Não está pronta ainda.
- Você também? – Harry riu.
- Qual é? Ficou muito bom. Ok? A e a adoraram! – ela se defendeu – Ih... Ô, só porque tem o Fletcher na sua banda você acha que está abalando? – riu – A gente tem a e a ... É o Fletcher em dobro!
- A não faz nada?
- Não. Só atrapalha.
- Vocês adoram zoar com a cara dela – ele gargalhou.
- É que é legal – justificou – Mas ela ajuda, sim... Bastante. Mais que eu, para falar a verdade.
Ficaram em silêncio para mais uma vez trocarem carícias.
- Só por curiosidade... – Harry disse com a boca colada ao pescoço dela – O que você faz no banho?
- Uai, Harry... – não entendeu, ou achou a pergunta idiota demais – Tomo banho...
- Sim, mas você demora três mil anos. Hoje, por exemplo... Deu tempo para eu fazer muita coisa.
- Ah... É que gosto de tomar banhos longos e... Bom, quando tomo, lavo o meu pé como se fosse um filho. É um tipo de tratamento. Principalmente em ocasiões especiais. Mas por que a pergunta?
- Achei que estava fazendo outra coisa...
- Se você está pensando no que pensei, só lhe respondo uma coisa: ew. Ou melhor, duas: ew e nunca.
- É, foi nisso mesmo que pensei. Obrigado por tirar a dúvida.
- Não há de quê. Fique sabendo que não preciso fazer isso quando tenho você por aqui – mesmo com vergonha, ela disse. Nem longe. Mas se dissesse isso, era capaz de que ele entendesse de outra forma.
- É bom ouvir isso.
Novamente, os dois estavam se pegando. Nenhum sabia direito o que estava acontecendo. Ora, sempre tivera uma queda por Harry e ele... Hum, este não tinha, porém definitivamente passou a ter. O fato é que os dois não sentiam apenas atração um pelo outro há tempos e não estavam juntos por apenas diversão. Era definitivamente estranho e novo para ela. Harry já tinha sentido aquilo antes.
- Sabe, ... Preciso lhe falar uma coisa... – ela assentiu para ele continuar – Acho que depois desse tempo... Andei pensando e acho que...
- Ei, casal. Sinto muitíssimo interromper, mas, , chegou a hora – sabia exatamente onde os dois deveriam estar, então foi chamá-los.
- Pareceu que o tempo do nosso pacto com o demônio acabou... – ela riu.
- Pacto com o demônio? – Harry perguntou.
- É, sabe? Matamos sete virgens em troca da fama por uns setenta anos. Quando o prazo acabar, vamos morrer no fogo do inferno – respondeu naturalmente.
- Ah... , ainda preciso falar com você.
- Quando acabar tudo que preciso fazer, a gente conversa.
Ela sentia um frio na barriga... Só não sabia o porquê e se era bom ou ruim.
andava pelo iate em busca de algo para fazer ou alguém para conversar. Todos os seus amigos estavam em casais ou perdidos em algum lugar que ela não sabia como achar. Procurava em cada canto qualquer pessoa com quem seria divertido bater um papo ou que serviria para fazer o tempo passar. Decidiu ir atrás de Cassadee para conversar, mesmo que não fosse muito com a cara dela. Era mais amiga de do que ela. No meio do caminho, o seu braço foi puxado com certa força, dando um pequeno susto nela.
- Esqueceu-se de mim, é? – Julian perguntou com a boca colada ao ouvido dela.
Isso ainda a fazia sentir arrepios.
- Você que fugiu... – virou-se para ele – Onde estava?
- Com a banda – deu de ombros, abraçando-a de lado em seguida.
- Não estava, não. Passei onde eles estão e não o vi, assim como eles não o viram.
- Qual é, ...? Agora vai querer saber o que estava fazendo por vinte minutos?
- Não precisaria saber se você não tivesse mentido para mim – rebateu a menina – Tudo bem. Não quero saber. Só não me pergunte mais nada sobre esse tipo de coisa. Ok?
- Tudo bem. Estava observando a vidinha pacata de seus amigos.
- Que amigos?
- Os que as meninas estão pegando... Lá da Inglaterra.
- O que você estava fazendo observando Dougie?
- Não estava observando Dougie.
- Julian, não nasci ontem. Tenho certeza de que você estava de olho nele. Só não entendendo por quê.
- Olhe, , se você acha isso, beleza. Volte a fazer o que você ia fazer.
estava certa, no entanto. Por qual motivo Julian olharia Tom, Danny ou Harry? Eles não tinham “problemas” com a namorada dele! Dougie também não tinha. Porém se nem a namorada conseguia botar isso na cabeça dele, ninguém mais conseguiria.
Ela nem respondeu. Olhou-o profundamente, querendo dizer algo apenas com o olhar, e deu as costas. Mas antes que pudesse dar um passo, Julian a segurou novamente.
- Você sabe que a amo, ... Não consigo suportar a idéia de outra pessoa com você. É...
- Julian, ele é meu amigo! – ela surtou, ainda assim não chamando a atenção – Repita comigo: a-m-i-g-o. Não tenho nada com ele!
- Mas a forma com que ele a olha quando fala com você é simplesmente...
- Já cansei de discutir isso com você. Parece que escolhe os meus melhores dias para acabar comigo. Não é possível! – por mais que não quisesse, sentiu um nó se formar na garganta e aquela vontade imensa de chorar – Olhe... Solte-me. Quero ficar sozinha.
Julian sabia o que tinha feito, mas queria consertar... Um pouco tarde para isso.
- Por favor... Não. Vamos conversar em algum outro lugar...
- Os seus lábios continuam se mexendo, mas não escuto nada. Por favor, solte-me.
Ele obedeceu. Conhecia-a suficientemente bem para saber que não adiantaria nada segurá-la.
A menina manteve a pose até chegar a um lugar bem afastado do resto das pessoas, onde ela achava ser o banheiro. Encostou-se a uma porta e suspirou fundo, deixando as lágrimas saírem à vontade. Conseguiu enganar todo mundo em seu caminho.
Por que diabos Julian não entendia? Era idiota por acaso? Tudo bem que ter um quase affair por Dougie enquanto estava com Julian era errado, mas nunca seria infiel a ele. Acreditava que se mantivesse a relação dela e Dougie somente na amizade à distância, o quase affair passaria e assim ela poderia ser completamente feliz com Julian. Bom, isso era o que ela pensava. Primeiro que não passava. Dougie sempre teve o que procurava. Segundo que Julian não colaborava. Os ciúmes eram intoleráveis.
A garota escutou um barulho de descargas e a porta à sua frente foi aberta. Temendo quem quer que fosse, abaixou a cabeça pronta para dizer que sem querer colocou as mãos nos olhos.
- You said let’s... ? Aqui não é o banheiro masculino? Espere aí... Você está chorando?
- Não... Não foi nada, Dougie. Sem querer enfiei o meu dedo no olho e deu uma irritação...
- É claro. E qual é a desculpa que pretende dar para a sua voz? – Dougie realmente estava preocupado. A última vez em que viu chorar foi pelo filme, mas ele tinha certeza de que não tinha nenhum lugar para ver filmes dramáticos ali – O que aconteceu?
- Julian – disse de uma vez. Não tinha porque esconder essa parte – Mas... Não sei se quero falar sobre isso.
- Ele lhe fez alguma coisa? – foi a primeira vez que ouviu Dougie soar bravo – Bateu em você?
- Não... – não fisicamente – Olhe, quero me esquecer disso. Tudo bem? Por favor, não fale com ninguém sobre que aconteceu aqui. Ok? Não agora... Vamos sair daqui. Temos um clipe para apresentar.
Olhou o relógio e constatou que já estava na hora. Antes de sair, lavou o seu rosto, refez a maquiagem e saiu para procurar as outras. Logo estava como antes, como se nada tivesse acontecido.
- Então, por que uma festa assim para o lançamento do CD que só será lançado daqui meses? – perguntou no microfone enquanto todos os convidados olhavam as quatro em cima de um pequeno palco formado e uma telona atrás – Sei lá. A gente gosta de festas e nos meses que vêm a nossa agenda está lotada.
- E o que seria dessa festa, especialmente para o CD, se não tivesse nada dele? – completou , atropelando a outra – Por isso a gente decidiu fazer o clipe em uma semana para ficar a coisa mais foda do universo.
- Foi super legal gravá-lo. Depois que o vimos pronto, foi bem mais legal – disse . Ali, cada uma completava a fala da outra.
- E quem não gostar dele, só estou avisando que os esses botes salva-vidas não estão aqui à toa – riu – Mas é só um aviso. Não estou falando que vamos mandar embora quem não gostar. Viu? – disse como quem diria “gostem, ou mando vocês embora”.
- Bom, obrigada pela presença de cada um aqui. Importa muito para a gente – finalizou – DJ, a nossa musica!
As pessoas que ouviam aplaudiram, só parando quando as luzes apagaram e o telão acendeu.
O clipe começava com um dia claro, um sol forte, passarinhos cantando e uma e uma sentadas em um banco de uma cidade perto de uma loja. As duas não tinham expressão. Apenas olhavam para baixo sem se moverem. Parecia até que nem respiravam. Depois, a cena foi cortada para um trocador de uma loja de roupas com aquelas músicas de apenas instrumentos, típica de lojas. e sorriam como bobas experimentando roupas, sapatos, bolsas e maquiagens.
A música parou, os cantos dos pássaros voltaram e a cena voltou para e . Só que agora ventava e junto com esse vento trouxe um papel que caiu entre as duas. Sem vontade alguma, pegou o papel e , curiosa, também o olhou. As duas o observaram por segundos e se entreolharam. A imagem ao lado delas mostrava dois tiras entrando na loja, o que nos faz voltar à e . As duas escutaram os tiras falarem algo sobre quatro pessoas foragidas, conhecidas por “pegarem as coisas emprestadas sem pedir”. Assim como as duas primeiras, elas se entreolharam, saíram do trocador sem fazer barulho ou chamar atenção, e o principal: sem tirar as roupas da loja do corpo. Entraram na porta que diz “entrada somente a funcionários” e apareceram ao lado de fora da loja, onde e já estavam paradas.
Passaram na frente da loja como se fossem quatro amigas fazendo compras e, por um descuido, olhou uma roupa na vitrine e chamou a atenção de uma das atendentes. Foi quase que imediato. A mulher então apontou as meninas e gritou aos tiras que as meninas estão lá fora.
Até então, a música delas não tinha começado. Foram dois minutos de cenas com poucas falas e sons normais do dia-a-dia. No momento em que elas começaram a correr, a distorção da guitarra também começou, não demorando para que o baixo e a bateria entrassem. A música começava agitada, combinando perfeitamente com a situação do clipe.
Os policiais até que tentaram ir atrás delas, porém foi uma tentativa completamente em vão. Elas já estavam longe. Conforme andavam, e faziam falsos caminhos para onde podiam ir, enquanto cantava uma parte que fazia perfeito sentido com os atos.
Cansadas de correr, ironicamente pararam na frente de um shopping, entretanto antes pegaram alguns vegetais na feira na frente dele sem pagarem nada. falou para elas entrarem no momento em que faz o backvocal “let’s go”. Agora, novamente agindo como pessoas normais, as quatro andavam naturalmente pelos corredores do shopping. Até compram um milkshake, porque esse não pega sem pagar.
Vez de começar a cantar. Ela e as outras pararam de andar e olharam as suas roupas, quando passaram ao lado de um grupo de garotas, as típicas populares do EUA, e suas bocas se movimentam formando as palavras “freak” e “loser”. Porém, elas não ligaram. O que aconteceu é que gargalharam ou sorriram. Aliás, para que se importar? Os vegetais não estavam lá à toa. Eles voaram para essas meninas junto com os milkshakes. cantava algo como “who is better now?” enquanto sorria.
Passaram por uma loja de instrumentos musicais e, como se estivessem no mundo da lua, deixaram de ver por imediato essa loja. Não por muito tempo, já que instantaneamente as quatro voltaram.
Do nada a música parou. Os sons do dia-a-dia voltaram e elas entraram na loja onde tinha uma velhinha vendo um CD na sessão de musica gospel, um atendente dormindo e o outro folheando uma revista de fofoca. Nenhum dos três prestava atenção nas quatro que entraram na loja. pegou as baquetas e viu a textura de cada par, por fim escolhendo um azul, sentando-se na bateria em exposição no meio da loja. escolheu um baixo qualquer, pegou um amplificador, uma palheta e foi para perto de arrumar as suas coisas. e fizeram a mesma coisa. Escolheram as guitarras, pegaram os maiores amplificadores da loja e palhetas. fez a contagem com as baquetas, o que chamou atenção do atendente da revista e da velhinha. Não tinha tempo de reclamar. Elas já tinham começado a tocar na mesma hora em que a música voltou.
O cara que estava dormindo acordou assustado e, com a ajuda do outro, tentou expulsá-las da loja. Era a mesma coisa que falar com uma porta. Era como se eles não existissem para elas e tocar fosse a única coisa que fariam até cansarem. Pena que ele tirou os fios da tomada, fazendo a música parar novamente. Muito zangadas, elas olharam para os caras que as mandaram ir embora. E elas foram, só que com os instrumentos. Tentaram impedi-las, mas, assim que tocaram no braço delas, a raiva entrou no apogeu. Elas começaram a quebrar todos os instrumentos. Além dos delas, os da loja também. E não foram impedidas até a segurança chegar.
A música voltou nessa parte, onde elas correram para fora do shopping com a segurança e os policiais atrás delas em um pôr-do-sol, fazendo a imagem desaparecer até que a múica acabasse.
A tela ficou preta então. Aplausos, assobios e gritos lotaram o ambiente. Logo todos estavam elogiando-as.
- ?
- Jared, sei que o clipe ficou super legal, mas não tem necessidade de você repetir isso para mim toda hora que me vê.
- Estava sendo legal e educado, porém não era sobre isso que ia falar.
- Não? Sobre o que então? – depois do clipe, Jared sempre repetia aquilo para ela. Agora que não era para isso. O que mais podia ser?
- O que aconteceu?
- O que aconteceu e quando? – por um segundo, achou que Jared tinha extrapolado na bebida, mas não foi preciso pensar muito – Nada aconteceu – terminou seca.
Dougie ia se ver com ela.
- Você não me engana. Dougie já me disse o que ele sabia. Quero saber o resto.
- Não foi nada, Jared. Sabe como eu e Julian vivemos brigando. Dougie devia ter ficado quieto.
- Ainda bem que ele me procurou! – Jared estava quase histérico – Vocês brigam demais, sim, mas nenhuma das vezes desde... A primeira que você não chora por isso. Vamos, o que aconteceu entre vocês?
Então Dougie deu com a língua nos dentes até que ela estava chorando. Mesmo assim, desistiu de esconder aquilo de seu melhor amigo. Mais cedo ou mais tarde, era com ele que ela iria conversar. Era coisa demais ara uma pessoa só, então falou tudo. Tudo, desde a questão Dougie versus Julian e não só a discussão daquela noite. Isso é, em um lugar privado.
- Está na hora de você fazer uma decisão, .
- Falar é fácil. Vá botar isso em prática!
- , são sentimentos que estão em jogo. Não é um planinho para acabar com as cocadas da casa da .
Longa história.
- Você acha que não sei? Acha que não quero acabar com todo esse drama de uma vez por todas? – ela estressou – Tem vezes que não queria ter conhecido Dougie ou Julian. Jared, isso está me matando!
Novamente o nó apareceu. Só que agora acompanhado por raiva, muito difícil de conter.
- Tudo bem, ok – Jared a abraçou quando viu o que estava por vir – Vai dar tudo certo no fim. Você vai ver.
Nesse momento, a porta de onde estavam foi aberta. tinha algo com banheiros masculinos e Dougie provavelmente bebeu muito líquido.
- Desculpem... Achei que...
- De boa, Dougie – disse Jared – Olhe, conversem, vocês dois – soltou do abraço e se dirigiu a ela – Vai saber o que fazer. Não se preocupe.
O silêncio se instalou quando Jared deixou o banheiro. Por vezes, fungava e limpava o rosto. A situação não estava muito confortável para nenhum dos dois. Nunca foi tão desconfortável.
- Desculpe-me, – começou Dougie – Eu só queria vê-la melhor. Não tinha a intenção de falar com Jared, mas ele a conhece melhor...
- Não tem problema... Tenho que lhe agradecer por isso. Só preciso de ajuda...
- No quê?
Certo. não era doida e sabia perfeitamente o que estava fazendo.
- Abrace-me... Por favor? Se não foi pedir muito...
Ela nem precisava ter pedido. Era o que ele mais queria. Se precisasse, atiraria Julian ao lago.
Assim que se abraçaram, ela sentiu o calor. Um calor diferente, seguido de arrepios constantes. O que diabos estava acontecendo com a menina? Ou melhor, com os dois?
- Não quero confundi-la ou me confundir, , mas o que passei com a Frankie não foi uma experiência legal – sussurrava, ainda abraçado a ela – Eu Não gostaria de passar pela mesma situação de novo ou fazer alguém sentir o que senti por isso – enquanto ele falava, escutava atentamente. Só não entendia aonde ele queria chegar. Ou apenas não queria entender – A questão é que você é incrível. Não sei por que Julian não lhe dá o valor que merece. Porém não posso mudar o jeito que ele sente por você e você sente por ele.
- Dougie... – soltou-se dele, olhando-o surpresa. No momento, sentia-se como a mulher mais repugnante da terra.
- Não consigo entender por que, mas me controlar quando estou com você não é fácil. Entretanto me esforço. Julian não precisa do que passei. Sei que nunca o trairia também, . Bom... Parece que acabei de falar o jeito que me sinto sobre você – riu sem graça.
Dougie Poynter, the mystery guy. Todo quietinho, amigo, fofo, sempre escutando... Isso tudo quando ele não conseguia ficar longe dela.
- Eu... Eu não sabia. Quer dizer, acho que sabia... Desculpe-me.
- Você não tem do que se desculpar – Dougie sorriu fraco – Qualquer que seja a sua decisão, estarei sempre ao seu lado.
E mais uma vez se abraçaram. Dougie tinha razão. Ela não trairia Julian e, por mais que ele não tivesse dito com palavras propriamente ditas, deixou claro que sabia que tinha algo com ele. Só não sabia o que era.
Assim como grande parte da festa, estava se acabando de dançar. Depois do clipe, pelo menos noventa e oito por cento das pessoas que estavam na proa foram para as diversas salas. Divertia-se conforme as companhias e a música.
- Oi, .
- Oi, Danny! – sorriu. Ela sabia que era ele... Sempre aparece dando oi a ela – Onde estava?
- Rindo do Fletcher dançando...
- Não! Onde? Não posso perder isso! – ela riu – Cadê ele?
- Já perdeu... Acabou de sair com a .
- Droga.
Pararam de conversar e continuaram dançando. Só que agora na companhia um do outro. Conforme o tempo, percebia que Danny se aproximava muito dela, fazendo-a ter que descolar. Porém no fim essa colação acabou sendo inevitável. Ora, estavam dançando. Era completamente normal!
O que não era normal era sentir um par de mãos apertando a sua cintura, um corpo entrando no dela (não literalmente, por favor) e de repente uma boca quente acompanhada com um hálito gostoso em seu pescoço.
- Danny... Chega.
- Por quê?
Nem para pedir desculpas?
- Porque você está ficando com outra.
- E desde quando isso a impediu?
Hum... Desde que ela gosta dele e ele é... Cachorro?
- Desde agora – respondeu seca – Danny, estou pedindo educadamente. Pare.
- Sei que estou sendo mal educado – e insistente – Mas, , por que não podemos? Pixie não é nada para mim. Sei que vou terminar com ela.
- Danny...
- O que vai lhe custar? Olhe todas as meninas com os caras...
- não está com um de...
- Dougie é louco por ela de qualquer forma. ...
- Gosto de você. Está legal? Não quero voltar a ficar com você para depois dar tchau e viver a minha vida como se nada tivesse acontecido! – surtou – Eu me importo com os sentimentos dos outros e principalmente com os meus!
Ele ficou quieto. Danny sabia de seu comportamento. Sabia o que isso trazia aos outros. Só que não fazia por querer, por mal... Era o jeito dele! Aproveitar com as outras enquanto acha a certa.
- Eu... Desculpe por isso. Não sabia que...
Enquanto ele falava, pensava. Ela teria conseqüências, mas, de certa forma, queria-as.
É o que dizem: se está no inferno, abrace o diabo.
- Que se dane.
A próxima coisa que fez foi beijá-lo. Pegou-o de surpresa. Danny não sabia o que ela quis dizer com o “que se dane”, mas ainda assim correspondeu ao beijo.
A sensação de alívio em ambos quando as línguas se encontraram foi gritante. A saudade era imensa, o encaixe era perfeito e o gosto era divino. A única coisa que ficava na cabeça dos dois era por que isso não acontecia quando ficavam com os outros. já sabia a resposta, no entanto. Ela só procurava Danny em outras pessoas. Agora o que ela tinha que fazer era facilitar e ajudar que Danny começasse a encontrá-la.
- Aposto vinte que Danny chega na .
- Não aposto porque vou perder – riu acompanhada por Tom.
Os dois, depois que saíram da dança, foram à sala do amasso, onde e Harry tinham acabado de sair. E então, do nada, começou a rir. Se fosse com uma das meninas, seria como qualquer coisa normal, mas como era com Tom, ele ainda não conhecia todas as manias dela.
- O que foi?
- Nada demais... Sou de rir sozinha – explicou – Mas pense... Olhe onde estamos agora. Digo, não o lugar e nem profissionalmente... Olhe para nós mesmos, por pessoa.
- Ainda não entendi aonde quer chegar... – estranhou.
- Há alguns anos, eu nunca diria que estaria agarrando o Thomas Fletcher do McFly. Se alguém falasse isso, eu diria para o indivíduo ir trabalhar.
- Mas você não está me agarrando – Tom sorriu maroto.
- Ainda não – ela fez o mesmo – Mas então, continuando minha linha de raciocínio, olhe e Harry. Só falta os dois se casarem e abrirem um motel! Falta e Dougie se ajeitarem, o que pelo que vi Julian sozinho hoje não vai demorar, e como um bom amigo você vai dizer ao Poynter para investir.
- E você vai dizer a ela?
- é inteligente demais para isso – fez cara óbvia – E e Danny... É só ele tomar juízo.
Tom concordou em silêncio, permanecendo assim por alguns segundos.
- , você nos vê juntos no futuro?
- Hum... Não sei. Por quê? – é claro que ela via. Quem não via? Só queria saber se ela devia ficar feliz ou triste com a pergunta.
- Por nada. Mas você nunca pensou nisso?
- Não muito. Não sou de ver o futuro assim... Tipo, quando tinha seis anos, queria ser veterinária. Aos dez, uma atriz bem sucedida e casada com o menino da minha sala. Aos treze, médica. E aos quinze, queria ter uma banda – tentou se explicar – Claro que, agora, sim... Vejo nós dois no futuro. Só que as coisas podem facilmente mudar numa batida da asa de uma borboleta. Então tento não me prender com os desejos que quero... Costumo correr atrás deles, se tudo conspira a favor.
- Desde quando virou filósofa?
- Sou uma caixinha de surpresas – riu – Mas e quanto a você, Tom?
- Não sei... Seria ótimo se continuássemos, mas existe o negócio que moro na Europa e você, na América. E aqui... Bom, aqui acabou com a oportunidade de ter uma vida comprometida.
- Sua primeira – corrigiu e depois riu de nervosismo. sentia que aquela conversa terminaria com um “vamos ser amigos” – Tom, tenho que lembrá-lo sempre de que nem todos são iguais à Giovanna?
- Sei disso, , mas não estou falando de semelhanças. Principalmente comparando vocês duas. Digamos que hipoteticament namorássemos e comigo longe você conhece outra pessoa ou... Sei lá. Você entendeu.
- Não, não entendi. Tom, se estou com alguma pessoa, fico com essa pessoa até eu achar que deu no que tinha que dar. Repito: não sou aquela garota. Não faria o que ela fez – respondeu com cara de cu.
- Nem se o cara fosse Ian ou Robert?
- Então foi por isso que você agiu feito idiota mais cedo? – ela tinha entendido – Não, Thomas. Com nenhum deles por vários motivos. O primeiro é que eles têm seus casos e o principal é que não sou uma vaca. Se você já pensou no caso do Bourne, não foi um deslize meu. Ele mentiu para mim e eu acreditei.
É, Tom já tinha pensado nisso mesmo. A versão do amigo era que os dois estavam no clima.
- Não agi feito idiota. O que era para eu pensar? Olhe para aqueles dois e depois olhe para mim!
- Se eu ainda quisesse algo com eles, estaria com um dos dois até hoje. Você acha que é o único a passar pelo que passou. Não é?
Dá para entender que eles já não estavam tendo uma conversa amigável. Sorte que eles eram discretos.
- Claro que não, . Estou...
- Fugindo! Já tentou se arriscar algumas vezes? Um dia você perde e outro dia ganha!
- Ah, sério? – foi irônico – , que merda. Só não quero...
- Arriscar-se! – quando fica nervosa, pode chegar a ficar pior que – Tudo bem, Fletcher. Espere sentado a sua garota perfeita aparecer.
Dizendo isso, levantou-se e saiu.
A proa do iate estava completamente vazia. O clima estava gelado pelo mês, porém e Harry conseguiam ficar quentes o suficiente pra ficarem lá.
- Ah, por que saiamos de lá? Estava tão bom, Harry.
- Até concordo, contudo ver o Fletcher agarrando a não é legal – Harry disse – Por anos o presenciei com a Giovanna... Dê-me uma folga.
- Tudo bem – riu – Antes que me esqueça então, o que você queria me dizer mais cedo?
- Não era nada – desconversou. Ele não tinha certeza se era o certo e nem o que queria – Vamos para lá.
Apontou para a ponta do iate e a levou antes que ela insistisse na história. Ele precisava de um tempo para pensar. Colocou em sua frente e a abraçou por trás, descansando a cabeça em seu ombro, permanecendo em silêncio, enquanto olhavam Los Angeles iluminada.
- Hoje foi ótimo – ela comentou de repente – A companhia, melhor ainda.
- Faço das suas as minhas palavras – depositou um beijo demorado no pescoço dela.
- Nossa – riu – Estou me sentindo em Titanic. Jack e Rose no navio...
Para interpretar melhor, ele abriu os braços dela igual ao filme. Só que o vento não era exatamente igual. O barco podia estar voltando à margem, mas não estava em uma velocidade em que o vento sopra forte.
- Só estava faltando você usar roupas que ventassem para ser igual. E também estar noiva, porém essa parte não precisa ser necessariamente igual.
- Necessariamente? – perguntou, estranhando.
- Neeeeeeear, faaaaaaaaar... Whereeeeeeeever you aaare! – Harry cantou para mudar de assunto de novo.
- Você é uma gracinha cantando – para não dizer um tesão – Só não canto também porque não vai ser legal – riram – Agora você vai me contar por que anda evitando um assunto a noite inteira?
- Não estou evitando assuntos.
- Não está, não – ironizou – Ok. Para mim tanto faz.
- Está bom... Como você lida com relacionamentos à distância? – Harry perguntou e depois fez careta – Isso foi extremamente gay.
- Foi – ela riu – Sei lá. Que pergunta estranha. Não tenho nenhum relacionamento à distância fora a minha família... E você.
- E acha fácil?
- Fácil... Fácil não. Mas vale a pena.
“Então ela pensa o mesmo”, pensou ele. Por que então não tentar?
Harry já estava cansado de esperar. Ele era feliz com . Feliz demais. Não suportava a idéia de que o que tinham não era nada sério e que cada um podia fazer qualquer coisa.
- Só não entendo o porquê das perguntas – entendia sim. Ou era algo bom ou algo ruim.
- É que... O que acha da idéia de namorarmos?
Então era definitivamente algo bom.
- O que acho? Harold Judd, que pergunta idiota! – ela estava histérica, sem saber o que pensar ou falar – Mas isso é um palpite ou...?
- Um pedido – reforçou ele – Namorar comigo?
abriu um sorriso doce e feliz antes de beijá-lo. Ela até chorou, contudo tentou não demonstrar. Quase riu também por achar que estava dormindo, entretanto quando viu que era real, ficou quieta. Rir estragava momentos. E cometer o mesmo erro duas vezes é burrice.
- Vou aceitar isso como um sim – beijou-a outra vez, entrando num clima não muito apropriado até ouvirem um pigarreio.
- Desculpe. Eu sei. Desculpe. Isso não é totalmente do meu feitio – riu sem graça – Só vim avisar que daqui a pouco o iate chega e vou embora assim que isso acontecer. ‘Ta? Não estou me sentindo muito bem e não achei as outras... Vocês dois estavam chamando atenção aqui.
- Valeu, – abriu um sorriso sem expressão, mas logo mudou – Ei, adivinhe! Estamos namorando!
- Sério? – estava mesmo surpresa – Que bom! Sério. Isso é ótimo! Que graciiiiinha! – ela riu, levando as mãos para as suas próprias bochechas e as apertando-as – Harry vai conhecer a verdadeira .
- Isso é bom ou ruim? – ele riu, vendo fazer uma expressão como se quisesse deixar a pergunta no ar.
- Está falando o que de mim? – defendeu-se – O Tom conhecerá a estranha e emo! Falando nisso, cadê ele?
- Sei lá – deu de ombros desconfortável – Estou indo.
- Ué... Alguém viu a ? – Alice perguntou quando o bufê expulsou o restante da festa já bem tarde.
O barco tinha encostado faz tempo e, junto com ele, a menina foi embora.
- Nós – e Harry disseram – Ela foi embora faz bastante tempo já. Disse que não estava se sentindo bem. Algo assim.
Todos - menos Tom - se entreolharam. Isso era estranho. Quer dizer, até ele pedir para para passar a noite na casa dela junto com Dougie. Claro, sem nenhum tipo de sacanagem gay.
Aquela noite tinha realmente prometido. Harry e namorando, Dougie gostando de , Danny e entraram em um rolo maior ainda e Tom e discutiram.
É o que dizem... A Noite é uma criança. Nesse caso, uma criança bem arteira que adora pregar peças e deixar todos loucos por isso.
Estou muito feliz. Juro. Estou feliz demais! Tipo, nas nuvens. Namorar para mim era coisa para otários que não sabem aproveitar a vida, mas aparentemente me enganei. Estou no primeiro dia ainda e isso é perfeito! Namorei na adolescência, porém ainda assim achava namoro para otários. Quer dizer, o meu primeiro dia com os outros não eram tão bons assim.
Ontem à noite, Harry disse que não estava totalmente preparado para o pedido, então não comprou nada para fazer completamente oficial. Que se dane, não preciso de provas pra namorar. Foi a melhor noite da minha vida até hoje. Eu achava que tinha sido quando ficamos. Aliás, era o meu sonho. Todavia depois teve a semana no Havaí e ontem foi... Se eu soubesse que sexo podia ficar ainda melhor, teria namorado mais cedo. É claro que não é só por isso. Acho que a última vez que fiquei tão feliz assim foi quando ganhei a minha primeira bateria. E olha que ela era cagada comparada com as que tenho agora!
Voltando ao assunto, lembro-me de que disse que Harry tem o poder de deixar as pessoas sem roupa. Na época estava fazendo graça, mas tudo tem um pingo de verdade. Ele é sedutor demais. Fico boba com isso! Além de sedutor (extremamente, muito, totalmente, e todos os tipos de advérbios de intensidade), lindo e – obrigada, narrador. Sei que Harry é tudo isso – o mais importante: meu. Harry é atencioso e de um modo muito fofo. É tímido. Tipo, não é porque um homem é tímido que ele se torna gay. Harry quando é tímido é extremamente fofo... É perfeito.
Hoje acordei abraçada a Harry. Estávamos pelados, contudo isso é só um detalhe. Depois fomos tomar café da manhã e achei que não teria nada aqui. Enganei-me. Tinha toda uma mesa pronta. Imaginei se o dia podia ficar melhor. Aposto que isso é coisa da Alice. Quando contamos para as meninas, ela só faltou bolar o nosso casamento!
Bom... Agora sobre as outras... Que saco. O capítulo é meu. Para que falar delas? Não sei para que tem o meu nome lá em cima se tenho que falar delas. Só por que eu narro? Um ótimo motivo para que essa parte da historia seja só minha! Mas, já que não dá, vou acabar logo com isso.
Ontem, quando saímos da festa, Julian não voltou conosco, o que fez nos contar o que houve. Eu disse que era mais fácil ela ficar com Dougie de uma vez. Quem avisa amigo é. Porém isso me rendeu um tapa dolorido na coxa e um grito dela e de Dougie. Só quis ajudar. Que coisa. Simultaneamente, e Danny estavam se pegando. Tipo, eu sabia que isso ia acontecer mais cedo ou mais tarde. Achava que ia rolar em Las Vegas, e até que rolou, todavia me garantiu que não faria nada enquanto ele estivesse comprometido. Ou parcialmente comprometido. O que importa é que eles não transaram. Ainda. disse que estavam cento e noventa e oito por cento no clima, mas ela não quis ser a talarica. Só que a expressão que ela usou foi “dar uma de ”, por todo caso do James e tal. O que nos leva a ela. Claro. Tom nos contou o que houve na festa. Nós o obrigamos a contar por que não conseguimos falar direito com ela, que estava dormindo, parecia. Quase voamos no pescoço dele e arrancamos todos aqueles dentes tortos que ele tem na boca. Como a beija aquilo (coitado do Fletcher, )? É, sei que é maldade, mas... Enfim, Tom ainda não falou com ela – o que não sei se ele vai fazer, mas, se não fizer, não sei o que vai acontecer com o resto do mundo – e mandei não falar com ele enquanto o mesmo não tomasse uma atitude. É por isso que ela não está aqui conosco. Quando uma coisa dessas acontece, ou a menina fica tocando feito uma emo ou vai trabalhar com coisas insanas no estúdio do centro.
Ah, sim. Estamos na pzra passar o tempo com um churrasquinho à la brasileira. Ainda bem que aprendi coisas para cozinhar aqui, porque a gente costuma mandar a para o fogo. E também comidas sem ser fast food nos Estados Unidos não são muito boas.
- que vai cozinhar? Tirem-na daí se quiserem comer! – a super legal da disse.
- Ah, vá se foder. Venha aqui então. Você vai queimar tudo.
Ela nem revidou porque sabe que é verdade. não é boa para fazer algumas coisas.
- Como vocês vivem juntas? Vivem se zoando – Danny perguntou. Como se eles não fizessem o mesmo!
Ué... Sei lá.
- Torna tudo mais fácil. A gente se zoa desde que nos conhecemos – explicou – Mas tem ocasiões em que uma é mais zoada que a outra. Tipo, sou zoada porque... Sei lá. Elas não gostam de como sou. A é zoada porque ela é um alto-falante. A é pelas coisas que costuma falar ou fazer. É a sendo a . E a ... Porque é legal.
- Comidaaaa! – apareceu de supetão – Estou MORRENDO de fome, . Tem alguma coisa pronta? E, se alguém repetir “a sendo a ” de novo, vou chorar.
Ela parou ao meu lado, quase entrando na churrasqueira, colocando o dedo na brasa. Foi aí que respirei fundo. Não, não foi para gritar com ela para impedi-la, para zoá-la, ou porque ela começou a pegar fogo... Porque não foi nada disso.
- está com a larica – gargalhei e ela sorriu culpada.
- Você não estava trabalhando? – Dougie perguntou confuso.
- Aham! – ela falou devagar, mas com um sorriso gigante – Vocês não me escutaram? Quero comida! , tem comida?
- O Edward está na cozinha... – os olhos dela brilharam. Não sei por que ela sempre cai nessa quando está chapada. O cara nem existe! – Vamos lá ver o que ele tem pra você – pegou na mão dela e a levou como se fosse criancinha.
agia como criança quando fumava Mary – vulgarmente chamada de maconha – mesmo.
- Aposto que foi a Anne que deu para ela – riu.
- Quem é Anne?
- É a secretária do estúdio, Tom – respondi, ainda rindo. É bom rir.
Não demorou praticamente nada quando voltou rindo para caramba.
- Ela começou a procurar o Edward pelos armários. Aí quando achou a comida ficou perguntando dele – parou pra rir – Depois me perguntou onde ele estava e do nada disse que prefere você... – apontou Tom – Ao Edward.
- Fale com ela, cara – Harry falou. Olhe como ele é fofo! – Você disse que já sabia o que ia fazer.
O que ele vai fazer?
- É, mas não agora – Dougie completou.
- E nem depois – gargalhei – Ela vai dormir por horas depois que comer.
E foi assim mesmo. A gente fez a nossa parte no churrasco – antes disso impedimos que pulasse na piscina, que foi quando ela disse que estava com sono e que ficaria quieta na espreguiçadeira onde dormiu –, colocamos uma música alta e nem assim ela acordou. Tom acabou levando-a para um quarto. O meu namorado continua sendo mais fofo.
Foi engraçado por um tempo... Vimos os meninos jogarem futebol até entrarmos para estragar. Chamaram-me de espalhafatosa até na partida porque estou sempre correndo atrás da bola e, quando ela chega a mim, não sei o que faço. Aí fico toda descabelada e todos riram. Até eu. É bom rir de mim às vezes. É o que mais faço: rir da minha própria desgraça. Melhor rir do que chorar. Ô, vida de merda.
Já era de noite e estávamos jogando cartas quando desceu as escadas com a maior cara amassada que já vi na minha vida. Pior que eu quando acordo.
- Nossa, a Anne caprichou dessa vez, hein, ? – riu.
- Imagine! Sabe os banzas da Maryanne de True Blood? Era idêntico – ela se sentou atrás de mim no sofá super macio de e começou a rir.
tinha um sofá tão gostoso... Eu amava aquele sofá, por mais que o achasse exagerado para uma pessoa só... E por mais que estivéssemos sempre dividindo a casa uma da outra. Ele tinha um tom marrom brilhante, no veludo, com almofadas fofas, verdes e roxas do mesmo jeito. Era daqueles que abriam e ficavam maiores, como se já não fosse grande o suficiente. Sério mesmo. Era enorme... Tinha três partes só de sofá. Tanto que nós quatro dormíamos nele sem nenhum problema de espaço. O tapete era outra coisa que eu amava por ser extremamente macio.
- Está rindo por quê? – Dougie perguntou – As cartas da são tão ruins assim?
- Não. É que falei cada coisa tão estranha hoje... Mas isso também. não sabe jogar esse jogo. Péssima dupla, Poynter.
- Volte a dormir, . Você ainda está falando asneiras. – disse – Está a fim de fazer as carnes agora?
- Por quê? As suas não ficaram boas? – ela perguntou – De qualquer forma, não quero, não. Gostei da sua idéia de voltar a dormir. Daqui quinze minutos vocês me chamam. Tchau.
E saiu simplesmente.
Quinze minutos depois a foi lá em cima, porém voltou sem a .
- Juro que adoro viver com vocês, meninas – ela apareceu, rindo – A safada da foi para o meu quarto e começou a ver a última temporada de Supernatural. Só faltou ela ter um infarto do susto que levou.
- É uma boa hora para falar com ela. Não acha, Tom? – insisti como quem não quer nada.
- A está mais ansiosa que os dois para eles fazerem as pazes – Danny me zoou.
Legal.
- Não. Vocês precisam ver – começou. E lá vamos nós de novo. É o meu dia! – É só a gente comentar que quer... Sei lá. Comprar roupas, instrumentos que ela fica mais ansiosa que nós mesmas... Por exemplo: durante todo o mês passado ela ficou perguntando quando ia pintar o cabelo. Eu disse que eu ia escolher um carro... Ela não pára de perguntar!
- Você é a última pessoa que pode falar alguma coisa – respondi com cara de cu – Mas falando nisso, quando vai comprar o carro?
- Viu? Aí ela apela e tem ataques bipolares – completou.
Eu realmente as adoro.
- Harry, cara, você entrou numa roubada – Dougie riu.
- Acho que vou gostar bastante dessa “roubada”
Sério. Eu podia arrancar todas as roupas e fazer amor aqui e agora.
- Pelo menos ele me dá valor – colei os nossos lábios, levando o que era para ser um selinho a um beijo bem... Quente.
- Vão para um quarto – todos riram, acabando com nossa situação – Se quiséssemos ver pornôs era só ligar no Telecine Action mais tarde ou comprar o canal erótico – completou .
Só precisei mostrar o dedo, sem deixar de dar minha revanche.
- Então você vê? Digo, para saber tudo isso... – perguntei inocentemente e gaguejou para revidar, o que não adiantou muito, passando a ser o centro das atenções.
Sei lá se ela vê ou não. Tem mulher que vê para “aprender coisas”. Não sei se é uma delas. Não quero saber também.
- Isso realmente está divertido, mas vou subir – Tom se referia às escadas – Preciso de sorte?
- Não. gosta de você...
- Não. Digo para o que vou encontrar de baixo da cama de – ele riu pela última vez antes que uma almofada voasse na cara dele.
- Ele não podia esperá-la descer, não?
- Então realmente tem alguma coisa no seu quarto, ? – todos os meninos perguntaram.
Que história é essa do Harry se interessar?
- Não, seus idiotas – ela rolou os olhos – É o meu quarto, poxa. Se eles fizerem as pazes e se empolgarem, vai ser a minha cama que vai sofrer.
- Fique tranqüila, – riu.
- Ela não é doida de se enfiar onde você e Julian... Ahhh, que nojo! – respondi, fazendo careta quando imaginei os dois. Se bem que Julian é um pedaço de mal caminho... , foco no Harry! Ainda bem que não disse nada em volume alto.
Todos riram depois dessa. Nada diferente aconteceu. Tom tinha subido fazia um tempinho... Danny desapareceu do nada sem ninguém perceber, o que foi estranho, se quer saber... Dougie, e conversavam coisas insanas, o que devo dizer... Esses três nasceram pra falar coisas insanas. E, por fim, eu e Harry tínhamos os nossos momentos no sofá. Nada de agarramentos tipo “Garotas Selvagens”. Foi um tempo realmente bom. Estou me apaixonando... Não sei se isso é bom, porém parece que sim.
‘Ta. Agora sim foi bastante tempo. pediu comida, voltamos a jogar cartas e passei a ganhar todas as partidas. Adoro.
- Caramba, a comida vai chegar e esses dois ainda não saíram do meu quarto.
- Pense pelo lado bom: nada de barulhos indesejáveis – riu – Alguém sabe do Danny?
- Está com saudade? – Harry brincou.
- Você que deve estar para perguntar isso! – apareceu, descendo as escadas de mãos dadas com Tom.
O mundo não acaba hoje. Disso eu sei.
- Então largaram de frescuras?
- Largamos – eles sorriram como se nada tivesse acontecido. Fácil como a vida.
- O meu quarto está intacto?
- Foi mal, ... – Tom começou, fazendo cara culpada – A gente deu uma desarrumada nele... Está um pouco abafado. A gente fez de tudo para sair... Desculpe. Nós nos empolgamos um pouco e...
- Você só pode estar de brincadeira.
Tom foi bastante convincente ao dizer... Sério. Eu estava acreditando já.
- , eu nunca faria uma coisa onde você vive fazendo – rolou os olhos – Mas não vá ao quarto do lado – sorriu – Mentira. Está tudo normal.
- Falando em “ fazendo”... São quase oito da noite e nada de telefones tocando. Só posso ter morrido e ido para o céu. É o primeiro final de semana que isso acontece! Digo... Você não estaria aqui ou Julian estaria conosco...
Às vezes isso acontece. Tipo, estou falando algo que acaba saindo sem querer e... A maioria das vezes sai alto demais. De qualquer forma, a altura não faria diferença aqui.
- Está legal – suspirou – Vocês querem saber o quê? Julian me ligou já. Só que foi grosso e não quero falar com ele até achar que devo – não sei se mais alguém viu o que vi, mas Dougie apertando a mão da menina como se desse apoio a ela não é coisa de amigo, não. Nem no meu dicionário de gestos. Quer dizer, se eles fossem apenas amigos, tudo bem. Mas o problema é que não são. Até uma pessoa sem escrúpulos e preguiçosa para usar a cabeça como eu sabe disso.
E então ninguém disse mais nada. Se houvesse algum grilo, ou até ser igual aos desenhos animados, em que quando pisca faz barulho... Até uma formiga andando conseguíamos escutar.
Por sorte Danny nos chamou, porque senão o clima ficaria bem mais chato, principalmente para e Dougie.
Juro que não foi por intenção. Odeio quando falo demais.
- Foi mal sair fuçando, porém é que fui ao banheiro e acabei pegando uma revista que não era bem uma revista – Danny mostrou o nosso álbum de fotos desde os catorze anos. Todas nós temos um.
- Você viu o álbum inteiro pelo tempo que demorou – riu – Chegue aí. Adoro ver essas fotos.
Fomos a outra sala, comentando todas as fotos que eles perguntavam, e até que durou bastante tempo... A comida chegou e a gente fez a festa.
As fotos eram diversas. A gente na escola com outras amigas, em um show, coisas à toa, uma viagem...
- , você está linda nessa.
- Valeu, Judd – era só o que estava faltando para hoje. Harry me zoando.
... E até festas do pijama. Lembro-me dessa foto como se fosse ontem. Eram umas quatro ou cinco da manhã. Eu estava morrendo de sono e essas diabas começam a tirar fotos enquanto estávamos deitadas. Ainda não sei por que tem essa foto aqui... Estou um arraso nela.
- O que é isso nessa foto? – Dougie perguntou após um tempo, apontando em uma em que nós quatro estávamos dormindo em uma van.
- Isso é... Vômito – respondeu depois de analisar e provavelmente se lembrar. Ou tentar se lembrar – Foi quando nós começamos... Fomos a outra cidade tocar em uma boate e depois do show foi... Ninguém se lembra, mas deve ter sido ótimo.
- Cadê a nessa?
- Dentro do bumbo. Olhe o pé dela aí – mostrou antes de rir que nem um cabrito – Essa noite foi foda. Ou provavelmente foi, já que ninguém sabe. Só que acordamos na van ao lado dos instrumentos, na maior bagunça. Lembro-me de que a bateu o braço no pedal e acabou acordando todo mundo... Ela gritou de dor de cabeça, corpo, tudo para depois chorar.
E depois de ser mais um pouco zoada... E é claro que de alguma forma abri toda minha bateria e entrei no bumbo. Só podia estar bêbada mesmo... Nunca faria isso.
- Essas aqui são legais! – gritei – A gente foi em um cruzeiro porque obriguei todo mundo só para ver o Roberto Carlos.
- Roberto quem? – perguntaram com sotaque carregado.
- O Rei. É um cantor brasileiro – expliquei – Nenhuma de nós é fã, mas ele estava no barco... Eu quis uma foto...
- Tem foto com o... – ia falar, mas Tom a interrompeu.
- Espere aí... Esse é o Brad Pitt ou um boneco de cera?
- Que coisa feia, Fletcher. É claro que é o Brad – falei – Estávamos andando por LA e acabei o vendo.
- É, e fez o maior escândalo – rolou os olhos.
Foi normal. Ele estava andando e eu falei “BRAAAAAAAD! É O BRAD PITT! OLHE! OI, BRAD!”, enquanto acenava. Bom, essa é a versão das meninas. A minha não tem o caps lock ligado e nem tantas letras no nome dele. Nem acenos. ‘Ta. A parte do aceno tinha.
- Só podia ser a ! – Dougie gargalhou.
- Está falando o quê? A queria ficar toda amiguinha dele, dizendo que a gente tinha acabado de fazer uma música para um filme dele.
- É, mas não falei – ela se defendeu – Ele ia falar “ah”, então me contentei com uma foto.
Seguimos as apresentações até eles pedirem os nossos vídeos. Mas era eu quem estava com eles e esses estavam na minha casa, bem longe daqui, em algum lugar da minha sala. Até se ofereceram para procurar, todavia se eu não sei onde está... Imagine os seres.
- O que está escrito aqui? – Harry perguntou, apontando uma das nossas melhores lembranças.
- Significa “segunda família” – sorriu ternamente – Esses foram nossos professores de música. Quer dizer, cinco deles foram, mas o resto era como nossa família também.
- A gente não se importava de ir lá no meio da semana e sair às onze da noite - completou – Nossas mães, sim, mas a gente, não. Todos lá são super gente boa e ótimos no que fazem.
- Graças a eles que somos quem somos hoje – sorriu – Olhe, esse era meu professor de baixo. Usa esse óculos inconfundível.
- Aquele de bochechas gigantes e barba foi o meu professor de guitarra – apontou – Esse um pouco sem cabelo, mas com um rabo gigante, foi o professor de canto de nós três – referia-se a ela, e .
- O do lado com um sorriso super legal foi o meu professor e também é o dono de lá.
- Esse gostoso aqui era meu professor de bateria – falei normalmente, sentindo olhares em cima de mim. Por um milésimo de segundo me esqueci de que Harry estava ali.
Sei lá. De repente não posso nem falar nada desse tipo perto dele. De repente Harry é um tipo de Julian e... Vou calar a boca e continuar.
- Nossa, ele era bonito mesmo. Viu...? Quis fazer bateria só por causa dele – riu – Cheiroso também!
- Você fez a mesma coisa que fez comigo no Brasil com ele. Não fez? – Dougie perguntou e ela assentiu, sorrindo contente.
- fura olho.
- , você está namorando agora! – gargalhou – Harry, reivindique os seus diretos na sua mulher!
Realmente não vejo regras que não posso dizer que o outro é bonito (mas você disse gostoso). Narrador, fique quieto.
- Ah, sério? Estou falando que é fura olho de nascença – não fui exagerada, não. De jeito nenhum – Ela já foi Judd por uns tempos. Não posso correr o risco de uma recaída!
- Recaída? – todos eles perguntaram. Parece que não sei mesmo ser discreta.
- Que foi? – se defendeu – Passei um tempo gostando do Harry, assim como a do Danny e a do Dougie.
E onde entro aí? Não entro. A vida toda gostei só do Harry. Todas são/foram fura olho, menos eu. Fale aí. Sou perfeita.
- morre de ciúmes de você, Judd. Não faz idéia do quanto – comentou. É, serei falada pelo resto da noite – Nas férias, a gente não podia fazer um simples comentário sobre você, porque senão morríamos! apela.
- Arranjou uma mulher possessiva também – Tom riu.
- Não sou possessiva. Só luto pelos meus direitos.
- Mas como assim? – Danny me ignorou – Vocês gostavam da gente? – ele olhou para , mas ela nem deu bola pra ele – Digo, sem ser como é hoje?
Aposto que ele está pensando que realmente não é dele e sim . Aposto qualquer coisa.
- Foram por apenas umas semanas ou um mês. Gostei do Harry por três semanas quando tinha quinze anos até eu prestar atenção no Tom...
- Caramba, trocado pelo Fletcher. Acho que nunca vou morrer em paz depois dessa – Harry fez drama. Engraçadinho.
- Você realmente foi trocado? – perguntei indignada.
- Dou graças a Deus por isso, linda.
Não comento mais nada. Harry sabe se safar.
- Há quantos mil anos essa foto foi tirada? – Dougie perguntou depois de girar o álbum.
- Não faz tanto tempo assim... Só quatro anos.
Eu e as meninas nos entreolhamos e acabamos rindo fraco. Ninguém percebeu, no entanto.
Estávamos com cara de criança... Qualquer foto que vemos, mesmo que seja de um ano de diferença, a diferença que o tempo faz na gente é grande!
- Espere aí... Conheço esse chão – Tom disse pensativo – Esse fundo também – é, ele realmente conhece.
Então viraram a página.
- Isso aqui é o Hilton?
Viraram de novo.
- Isso aqui é a gente? – mais uma vez viraram – Isso aqui é a gente e vocês?
- Pois é... – rimos.
- Não acredito que já nos conhecíamos, de certa forma – Harry comentou um pouco chocado.
- Viu como os nossos destinos estavam traçados desde lá? – perguntei – Falei para vocês. Ele olhou para mim e aí eu sabia. Não foi igual ao jeito que ele olhou para .
- Olhei para ela? Para você também?
- Sim. Quando vocês apareceram, não pude acreditar... Aí quando você estava na minha frente, Harry, eu disse algo como “OMG. Não acredito,.Harry, é mesmo você!”. Olhou-me como se eu fosse doente mental.
- Não me lembro nada disso... – Dougie comentou.
- Claro. Você não tava lá. Não quis aparecer porque não estava se sentindo bem – fechou a cara – Aposto que foi conversa para boi dormir.
- Er... Não lembro se foi ou não.
Do que importa? Eles vão acabar juntos de qualquer forma. Qual é o ponto de saber se foi história ou não?
Assim a noite se passou. Comentando algumas fotos, rindo de outras, lembranças... Depois passamos a conversar. Depois todo mundo se separou em casais para se pegarem. Claro, menos Dougie e . Óbvio. Aqueles dois babacas que não param de brincar um com o outro. Isso já me encheu tanto que a partir de agora não falo mais nada sobre os dois. Se quer saber o que fazer, que venha me perguntar.
- Harry, está fazendo o quê? – perguntei assim que deixei o banheiro, indo para o meu quarto.
- As malas – respondeu baixo, mas ainda consegui entender.
Que droga. Ele chegou ontem e está indo embora amanha. O pior disso é que não posso fazer nada.
Sentei-me na cama e permaneci em silêncio, olhando para os meus dedos enrugados pela água, pensando. Sentia o olhar de Harry em mim às vezes, mas o que eu podia fazer? Sorrir, soltar fogos de artifício e fazer uma festa pela partida dele?
- Qual é, ? Não fique assim. Eu disse que isso seria inevitável...
- Eu sei, mas não é fácil. Tipo, começamos praticamente hoje e amanhã você está indo embora para nos vermos apenas semana que vem – isso porque participei de uma guerra para que isso desse certo. Senão, só Deus saberia quando nos veríamos de novo. – Isso não vai ser legal.
- Eu não disse que seria – ele parou de jogar as coisas sem jeito na pequena mala e se juntou ao meu lado – Vamos. Melhore essa cara... Como acha que vou me sentir sabendo que eu que causei isso?
- Você não foi o único – eu que aceitei entrar nisso – Também não quero que você ache que causou alguma coisa. Quero que volte para a Inglaterra e se lembre de ligar para mim a cada uma hora.
- De uma em uma hora? – perguntou confuso.
- É. Ligarei de meia em meia – dei de ombros. É sério – Só tome cuidado com garotas que se atiram. Você ainda não sabe do que sou capaz.
- Hum, se você é igual a quando estamos aqui... – apalpou a cama com um sorriso malicioso – Elas estarão perdidas.
Certo, se isso fosse há uns meses atrás, eu estaria morrendo de vergonha. Porém as coisas mudaram agora.
Em um movimento rápido, fui para cima de seu colo, colocando os meus braços em volta de seu pescoço, e colei as nossas testas. Ajeitei-me ao máximo em cima dele, ainda sem beijá-lo. Estava um pouco complicado porque ainda tinha a toalha enrolada em minha volta, mas assim que me ajeitei, senti o pequeno, quer dizer, o grande pequeno Harry.
- , você sabe que não gosto de provocações...
- Não. Sei como você as adora – corrigi-O, soltando uma risada.
Fiz que ia beijá-lo, mas não beijei. Passava as minhas mãos lentamente em toda a extensão de suas costas, vendo Harry soltar pequenos suspiros e sentir as suas mãos começarem a viajar, enquanto tentava alcançar a minha boca que eu afastava de propósito. Devagar, dei um selinho nele, fazendo depois um traço até o seu pescoço com a minha boca. Enquanto isso, eu já não tinha mais uma toalha no cabelo e grande parte das minhas costas já estava nuas. Sabendo que logo ele reclamaria por estar em desvantagem, levei as minhas mãos dentro de sua camiseta, continuando com os carinhos que fazia por fora até ela estar em algum lugar do meu quarto.
- Posso? – ele sussurrou, parecendo que ia morrer a qualquer instante.
- Agradeça que o deixei tocar em mim – respondi da mesma forma, tirando a parte da morte.
- Você não faria isso.
- Não me teste.
A partir daí o beijei como se fosse o que mais queria no momento. O que, na verdade, era.
Aí já sabem... Mas não vou detalhar a minha vida sexual. Até aí já foi o suficiente. Não é? Sei que não, porém se ponham no meu lugar... Ficar contando cada mísero detalhe para sei lá quantas pessoas é constrangedor (e a fic teria que ser restrita). Certo? O que por enquanto não rola, acho.
Depois de... Tudo, inda não fomos dormir. Qual é? E sábado. Não fomos a um lugar super legal e badalado de LA e a nossa relação não se baseia em apenas sexo. Eram umas três da manhã quando nós dois estávamos sentados nas cadeiras super confortáveis da sacada do meu quarto, jogando conversa fora enquanto fumávamos. É, Harry ainda é uma chaminé e eu... Bem, sou desde que tinha dezesseis anos. Contudo nada se compara a . Ainda não sei quem é pior... Se Harry é uma chaminé, é a fumaça do incêndio de toda a floresta amazônica. Voltando à situação, tinha também uma música de fundo, todavia mal prestávamos atenção nela. Estávamos observando a movimentação na casa das outras. Tinha apenas duas luzes acesas na casa de - a da entrada, claro, e de seu quarto. Essa é a mais chata de se olhar. Escutei a risada de às vezes. Depois uns barulhos como se ela tivesse caído – o que eu não duvido que aconteceu – e passos entre onde Danny estava dormindo, o quarto de Dougie e o de . Caramba, é de madrugada e eles estão fazendo o maior barulho.
Eu e Harry passamos meia hora rindo de . A minha casa é grudada na dela. O meu quarto então nem se fale. O negócio é que escutamos um gritinho, o que rezo para que não tenha sido uma falsa tentativa de esconder um gemido. Mesmo assim, rimos por cinco mil anos quando ouvimos e depois ouvi pancadas na janela dela. Certo, isso não foi nenhum tipo de sacanagem. Ela e Tom provavelmente nos escutaram.
- Então, qual é do seu professor de bateria?
- Nem falo direito com ele, Harry – ri. Que gracinha. Está com ciúmes – Falo quando volto para o Brasil. Isso quando ele está na cidade. Ele tem uma banda também. Sabia?
Não vi motivos para não dizer... Agora não vou esconder nada dele e espero que ele não esconda nada de mim.
- Legal – respondeu na mesma hora em que soltava a fumaça – Chegou a ter alguma coisa com ele?
- Harry, para que essa pergunta? Do que adianta você saber do meu passado? O meu presente e futuro são você.
1 x 0 Harry.
- Quero só saber o otário que a desperdiçou.
1 x 1 Harry.
‘Ta. Chega de pontos.
- Não foi nada demais. Ele era muito mais velho que eu. Não passou nada de uma semana...
- Mas foi uma longa semana. Certo?
- É... De qualquer forma, tudo passou a ser aulas normais. Ele podia ser lindo, mas depois passou a ser estranho... Tipo, era o meu professor. Não sou do tipo que tem fetiches por ficar com professores – dei de ombros – Satisfeito?
- Claro – Harry sorriu de lado.
- Ótimo. Pode saber que qualquer dia vou perguntar de você também.
- A minha ficha é limpa.
Então, entre esses e outros assuntos, ficamos por lá até dar sono. É bom morar em condomínio... A única pessoa que pode nos ver agora é o Matthew Perry. É uma boa pessoa, falando nisso.
Nessa sexta-feira de maio, o evento mais esperado pelos fãs da banda feminina finalmente aconteceu. Fechado para apenas amigos, convidados VIPs e segurança máxima, deu o que prometer. O iate em que a festa aconteceu levou todos ao meio do lago, onde tudo rolou. Pelas fotos antes da entrada delas, as meninas estavam lindas em seus figurinos e foram simpáticas com todos os jornalistas e fãs que estavam por lá também. As coisas não param por aí. O clipe do mais novo single do novo álbum tocou durante a madrugada. Ninguém perdeu a oportunidade e marcou pelo menos que um pedacinho do que conseguiram ouvir. Foram disponibilizadas algumas gravações amadoras do áudio da musica, mas nenhuma em boa qualidade. As novidades não param por aí.
Entre os convidados costumeiros, uma surpresa levou todos à histeria. A banda inglesa McFly “atravessou o Atlântico só para esse evento”, como disseram os informantes. Um detalhe importante é que, quando o iate chegou novamente em terra firme, foi a primeira a sair. Desacompanhada. Ela ficou boa parte do tempo conversando com fãs – que fofa! E depois disse não estar passando muito bem. Por isso estava saindo. Melhoras para ela, e sorte, caso esse mal estar seja relacionado com Thomas Fletcher. Porém isso é só o que achamos!
Apenas mais tarde que a festa acabou que as outras saíram. e Danny não quiseram dar uma palavrinha com os paparazzi. Apenas abanaram a mão. e Harry saíram abraçados e ... Sem Julian e com Dougie atrás. Eles não deram depoimentos. Quando perguntaram à guitarrista por que não estava junto com seu namorado, ela disse que quis sair mais tarde. Acho que temos que dar sorte a ela também.
O melhor de tudo é que, na noite de domingo, as quatro estavam no aeroporto de LA junto com os ingleses. A segurança não deixou ninguém chegar até o salão de embarque. Tiveram que esperar cinco minutos até o vôo para Londres ser chamado. Quando saíram, nos deu a feliz – triste para alguns rapazes e moças – notícia de que estava levando o namorando pra casa: ninguém mais ninguém menos que Harold Judd!
Sorte e parabéns ao novo casal!
- Estou ficando paranóica até com chuva – reclamou com um olhar assustado – Nunca mais vejo algo recomendado por você, .
- Ui, – zombou – Não sei como você ainda tem medo de Supernatural. É tão normal.
- É claro. Normal. Todo aquele lance de apocalipse e... AAAAAH! – ela pulou com um trovão. Ou o que ela achava que foi um. Tudo bem que de onde elas estavam trovões não são muito bem escutados, mas ainda assim – O caso é que me cago desde a segunda temporada e, cada vez que chego perto do fim, o negócio complica para o meu lado. Qualquer coisa de terror forte... Se fosse aqueles filmes terror trash que você diz que são perfeitos, eu cantaria junto!
- Faça como a gente: não assista – apontou pra si mesma e .
- Você não vê porque é mais medrosa que e a não vê por... Falta de interesse.
- Não é falta de interesse. É... Preguiça.
- Qual é? Você ainda está na segunda temporada de True Blood – retrucou – A série acabou faz muito tempo!
- Tempo... Eu adoraria saber quanto tempo esse avião ainda vai demorar para descer.
- , não se preocupe. O seu tchutchuco vai estar lá a esperando quando chegarmos – garantiu de saco cheio. Desde semana passada, só falava dele. Parece que é o feitiço contra o feiticeiro – Além do mais, espero que ainda demore... Se ele descer antes do tempo, é que tem alguma coisa errada.
- Vire essa boca para lá! Essa turbulência está me dando medo – disse.
- Eu falei! – quase gritou – Chuvas e turbulências nos deixam paranóicas dependendo da situação! Vou dormir antes que o avião caia.
Todas elas tacaram alguma coisa na outra depois que ela falou. Quem em santa consciência fala uma coisa dessas em pleno vôo?
Por mais que a agenda delas estivesse lotada, arranjaram – graças à – um jeito de marcarem uma entrevista sobre o single uma semana mais cedo nas terras inglesas simultaneamente nos outros países. Era injusto ser mais cedo em um e no outro não. Estavam indo para lá um pouco cedo demais, ma, enfim, seria um final de semana ocupado. Sábado elas teriam entrevistas e meetings. Os meninos tinham show e domingo as garotas voltavam para a América. Mesmo assim, se essa viagem não acontecesse, Londres seria só dali duas semanas ou mais. Tem horas que fazendo escândalo é muito proveitoso.
No desembarque – já lotado de fãs para as duas bandas, McFly e , e cercado, claro, pela segurança – apenas Harry estava lá. As meninas o cumprimentaram com um abraço – menos , que rendeu fotos bem fofas aos paparazzis que lutavam com os fãs por um lugar e uma foto boa. Sem dar uma palavra com a mídia, apenas com alguns míseros fãs sortudos, foram embora em seguida.
- Nunca fiquei tão feliz em pisar no chão – suspirou aliviada.
- Estava chovendo, trovejando e teve a maior turbulência do mundo – explicou – Foi meio doido eles terem voado.
- Mas se a gente tivesse morrido... A gente teria morrido, ué.
- , cale a boca, encoste aí no carro e durma – surtou.
A outra nem revidou. Estava pensando se faria o que ela mandou no carro do outro. Estava cansada demais.
- Será que a Alice se lembrou de arrumar a casa para mim?
- , você sabe que vai ficar na nossa casa. Não é? – Harry a olhou pelo retrovisor.
- Não vou ficar numa casa onde posso cruzar com a Pixie e ela, criar uma guerra comigo.
- Com motivos – , uma praticamente morta e disseram ao mesmo tempo, fazendo ignorá-las.
- É por isso mesmo que você vai ficar no Dougie junto com a . Assim as duas se vigiam.
- Vá para o inferno, Judd. Não preciso ser vigiada.
- Olhe o que a sua amiga está falando comigo, .
- Ah, Harry... Foi mal, mas esse negócio é com ela. A me dá medo.
O resto do caminho não teve muitas conversas, tamanho o cansaço. Os rapazes não estavam em casa porque tinham uma reunião importante da qual Harry ainda teria que participar. Ele as acomodou em cada casa, onde elas dormiram no momento em que viram a cama.
- Está tudo bem com elas? – Dougie perguntou assim que Harry jogou as chaves em cima da mesa.
- Capotadas desde que entraram no carro, mas estão bem.
- Foto linda a sua e da , Harryzinho – Danny zoou.
- Vá dar um jeito no seu relacionamento, Jones – retrucou Harry.
- Concordo. Você viu o tanto que a Pixie liga para cá e não faz nada. Cara, ela sabe que a gente está tendo uma reunião e continua enchendo o saco! A garota também tem as coisas dela. Sabe como negócios são negócios! – Tom disse com cara de cu – Se você não fizer alguma coisa, mando-a pastar.
- Fletcher, calma – Danny riu nervoso.
Ele sabia que Pixie não duraria mais muito tempo.
Depois de algumas horas, eles foram direto para casa sem nenhum plano. Elas ainda dormiam quando cada um chegou às respectivas casas. Por pelo menos duas horas, os casais mataram as saudades. Isso é, apenas Tom e e Harry e . O resto foi apenas conversa até Danny ligar e mandar todos irem à casa dele para uma pequena festa. Era mais um encontro ente eles.
- Tem cerveja, vodca, licor... Qualquer coisa na geladeira – era a casa de Danny. É óbvio que teria – Tem cigarro na gaveta e... Ah, virem-se.
Seria uma típica festa na casa do Danny.
até tinha feito uma caipirinha bem forte – Danny estava se sentindo no Brasil novamente com aquele limão e açúcar –, deixando todos alegrinhos. Isso é, até terem a brilhante idéia de misturarem vários tipos diferentes de álcool.
- Por quê... Que... Todos vocês namoram e eu não? – gaguejou – Vocês todas tem alguém e eu sou sozinha...
- , você não é sozinha. Tem muita gente. Está bom? – sorriu mais que a sua boca permitia – Quero miojo...
- Você tem a mim também – Danny falou galanteador, ou o máximo o que ele conseguia, abraçando-a depois.
- Solte-me, Jones. Você é o ultimo que pode falar isso – ela se desvencilhou, cambaleando, enquanto se levantava do sofá.
olhou para a menina, ouvindo e gargalharem e na hora pôde perceber que ia chorar. Antes que ela ou os outros pudessem intrometer o que podia vir, tirou-os do caminho.
- Ei, vocês – abanou a mão para os outros à toa da sala.– Vamos fazer o miojo para a antes que ela comece a falar que daria o próprio ânus para quem fizer o bendito para ela.
Os outros, sem reclamarem, seguiram-na até a cozinha, onde ela explicou a sua teoria.
- Achei que você gostava de mim – Danny voltou a falar quando ficou sozinho com .
- E gosto, seu idiota! – explodiu – Você que acha que sou uma vadia que faz o que você quer. Daniel, eu NÃO sou!
- Sério? Valeu por me falar. Eu não tinha percebido – a tontura que ele sentia sumia aos poucos conforme escutava o que falava. Foi até irônico com ela, mas essa que não estava em condições de saber se era ironia ou não. Então começou a chorar, acreditando nele.
- Você pisa nos sentimentos das meninas e acaba com elas, seu... Seu... Imbecil! – fungou, falando tão rápido que ele não pôde cortá-la – Diverte-se tanto que se esquece de que a gente existe! Como acha que Olívia se sentiu? Ou as outras mil namoradas que você teve? E Pixie? Está usando a coitada e eu sou a idiota que você usa como isca!
Ela estava errada nessa parte. Podia estar iludindo Pixie, o que de fato estava, mas não estava usando . Ele não teria insistido para ela ficar com ele por puro prazer. Não . Não depois de todo o trabalho que teve.
- , escute... Sei que não me comporto, sei que todas elas se sentiram mal, mas não estou fazendo o mesmo com você! , você tem alguma coisa diferente que...
- O quê? Bunda e seios? Idiotice em excesso? – ela gritou – Procure isso em outra otária – deu a costas, porém Danny a pegou e a fez virar novamente. Bem que ela tentou escapar, contudo ele era mais forte.
- ! Que merda, não! Não sei o que tem de diferente, mas gosto e me importo tanto com você que não a uso porque quero descobrir sem ferir os seus sentimentos!
- E quanto à Pixie? Se você não está me usando, está usando a garota! E sinto muito. Está ferindo os meus, sim!
- Eu nem gosto dela! – referia-se a Pixie.
- E continua com ela? – perguntou indignada – Chega... Para mim já deu. Se for falar comigo de novo, mude. Chega de pessoas assim na minha vida!
Ela se soltou dele derrotada e saiu cambaleando até uma sala daquele primeiro andar.
Segundos depois, o pessoal da cozinha, todos desconfortáveis pela situação, conseguiram ouvir uma pancada na parede vinda de onde Danny estava. Ele tinha socado a parede com toda a sua força. Então saíram para ver se ele ainda não tinha se matado.
- Er... Aonde a foi, Danny? – perguntou, só recebendo o braço dele como direção – Er... Vai dar tudo certo no final das contas – sem saber como continuar, ela e as outras seguiram na direção em que ele apontou.
- Ela tem razão – Harry disse quando só estavam os caras na sala – Quer dizer, elas. Umas coisas que a disse eram verdade.
- O quê? Cara, eu não a uso! Vocês me conhecem! – Danny surtou. Agora os seus amigos também?
- A gente sabe. Por isso que são só algumas coisas – Dougie enfatizou “algumas” – O negócio da Pixie é verdade. Por mais que ela seja insuportável a maioria das vezes, ainda é uma pessoa.
- Eu sei... Tenho que falar com ela.
- Falar comigo? – Pixie Lott abriu a porta de supetão, indo abraçar Danny – Por que não me ligou? Vocês não o avisaram?
- Como avisamos – Tom fuzilou os dois com os olhos – Vamos continuar o que estávamos fazendo.
Ou seja, escutar conversas atrás da porta.
Depois de passar por salas e mais salas naquela casa enorme, as três acharam se acabando de chorar em um sofá.
- Sh, . Vai ficar tudo bem. Pare de chorar – as três se puseram ao lado dela em um abraço grupal, reconfortando-a.
- Não vai. Danny é um cachorro. Sempre vai ferir os sentimentos dos outros. Os meus também – falou entre soluços – Respondam-me: vocês acham que sou idiota...? Por ter ficado com ele todo esse tempo?
- Pode ter sido um erro ou não. Você nunca saberia se não tivesse feito – falou – , para a gente não importa se você é ou deixa de ser idiota, a sua felicidade é o que importa. E algo me diz que isso não acaba por aqui.
- Se você gosta dele, não perca tempo. Lute pelo que você quer. Se quiser, faça manha para isso, mas não desista – aconselhou – Se ele a faz triste, que pena. Não é o certo para você. Mas, para saber, precisa tentar primeiro.
- Para qualquer coisa, a gente está aqui, – completou – Por mais que a gente ache que Danny esteja falando a verdade, a decisão será sua.
- Adoro vocês – chorou durante tudo que elas falaram e ainda continuava – Só preciso de um tempo sozinha. Ok?
As outras concordaram em silêncio, saindo da sala.
- Então, o que você precisa falar comigo, fofo?
- Precisamos ter uma conversa séria, Pixie.
- Temos mesmo. Sabe... Hoje vi outra revista que fala de você, só que não estou junto... É a baixista lá daquela banda. Danny, por que acho que você me traiu?
- Porque você é tão infantil que chega a ter ciúmes de tudo – ele respondeu naturalmente.
- Como é? Daniel, você se ouviu?
- Sim. Pixie, cresça primeiro. Tem umas coisas que você faz que continuam infantis! Caramba, teve tempo demais para mudar e parece que piorou. Enche o saco! Quero alguém maduro e que não implique com qualquer detalhe que eu faça. Alguém que confie em mim e não queira saber de tudo que faço vinte e quatro horas, sete dias na semana!
- Posso ser madura. Eu... – acidentalmente, as outras meninas riram alto demais enquanto jogavam qualquer coisa na sala de jogos – Tem meninas aqui? Danny, seu...
- É exatamente disso que estou falando. São minhas amigas e as namoradas dos caras. Não devo explicações de coisas que não preciso dar – pausou para pensar melhor – Só uma, para falar a verdade. Hoje estava o dia todo no escritório. Só não quis falar com você. Sabia que ia ser alguma frescura.
- Danny, você não pode terminar o que a gente tem – só duas coisas: a primeira é que ela não é burra Afinal das contas, sabia onde isso terminaria. A segunda é: o que diabos eles têm?
- Dê-me um motivo.
- Eu amo você!
- Mas... Eu não – foi direto, mas falou com cuidado. Ele não sabia outra forma de ser melhor – Pixie, não quero iludi-la mais. Foi legal no começo, porém é isso... Só.
- Mas, Danny, eu... – ele sacudiu a cabeça como se estivesse cansado. Pixie sentia o nó subindo, contudo tinha que ser forte. Afinal, o erro era dela também – ‘Ta... Eu entendo. Então... Adeus – falando baixo e escondendo a imensa vontade de chorar e gritar, ela foi embora com lágrimas nos olhos.
De repente as três passaram correndo escada acima, como se estivessem brincando – o que na verdade estavam. tropeçou, todavia não caiu e as outras riram, continuando o caminho para algum lugar.
- Aonde elas foram? – Tom perguntou, vendo o pé de desaparecer no corredor de cima e Danny sacudir os ombros em sinal de que não sabia – Está legal, cara?
- É, um problema a menos. Preciso falar com a agora.
Os outros não disseram nada por um instante. Apenas deram tapinhas reconfortantes nas costas e olhares amigáveis.
- Ela está depois da sala de jogos... – começou quando apareceu do nada no topo da escada – Mas, Danny, por favor, não vá lá se você sabe que vai magoá-la. Vimos Pixie lá de cima. Ela estava aos prantos.
Danny assentiu. Por um segundo, ele pensou se ia ou não. Não sabia se podia magoá-la. Caramba, ele não sabe do futuro! Decidiu por fim ir até lá.
- Er... , terminei com a Pixie.
o olhou, sorrindo como se tudo estivesse bem. Pelo menos foi o que ele pensou.
- E daí? Você continua o mesmo galinha.
- ! Fiz isso porque gosto de você! Nunca fiz nada disso antes e, se não tivesse um motivo, deixava quieto!
- Você não entende! – ela bateu o pé estressada – Tive um namorado. Eu o amava, mas ele era doido! Batia nos outros e era o maior galinha de todos os tempos. Falava que me amava, porém estava sempre com outra menina, dizendo o mesmo para ela, e minhas amigas me diziam que ele era assim, falavam-me que não era bom pra mim. Só que mesmo assim não dei bola! Ajo muito mais pelo emocional do que o racional e isso me prejudica, Danny. Não consigo pa...
queria continuar sem nem obedecer às vírgulas e pontos, mas o único modo que Danny achou de fazê-la calar a boca foi beijando-a. Sabia que não era o certo, contudo pelo menos funcionou. Mais vale um empurrão – até porque tapa ele não conseguia dar – do que perder uma chance de fazê-la escutar.
- Olhe... – ele segurou o rosto dela depois que foi empurrado – Não serei igual a ele se você me deixar mostrar isso para você. , prometo que não vou decepcioná-la. Sei que esse foi o pior momento para fazer isso com você, todavia nunca disse tanta verdade antes.
Eles se olharam por um tempo. A paixão era tão grande ali que dava para tocá-la. o abraçou por segundos antes de sair da casa dele.
Durante a manhã de sábado, estavam todos eles dento do carro que os levaria ao BBLB. Os meninos às assistiriam dos bastidores. O clima não estava muito bom pela coisa do Danny e da , mas o resto fez com que ele melhorasse.
- Dez segundos – a ajudante do camera-man disse para elas – No ar.
- Nessa bela manhã de sábado, temos convidas muito mais que especiais. A banda do momento que está lançando o single novo, adiantando quase tudo! Sejam muito bem-vindas, meninas! – a apresentadora disse.
- Obrigada! – as quatro disseram juntas.
- Está tudo bem com vocês?
- Está tudo ótimo! Foi difícil acordar hoje, porém estamos muito bem e felizes de estarmos aqui – respondeu simpática mesmo quando não queria ser.
- Agradecemos por ouvir isso de vocês. Agora, vieram com quase um mês de antecedência, adiantando as coisas em geral sobre o single. Tem algum motivo especial para isso?
- Claro! Nossa a agenda anda muito lotada, então tivemos que dobrar o tempo e conseguimos vir mais cedo. Só que o CD só adiantou umas semanas mesmo – esclareceu – Não queremos mais esperar para que os fãs possam ver nosso trabalho.
- E o processo do CD? Digo, como foi gravá-lo, compor as músicas, todo o trabalho que vocês tiveram?
- Foi muito fácil compor as canções. A gente estava inspirada... Não sei. É sempre muito legal, porém também extremamente exaustivo. Chegamos ao estúdio de manhã e saímos de lá apenas de madrugada durante quase duas semanas ou mais.
- E foi ótimo trabalhar com Nate. O cara é foda demais – completou .
- Antes de terminarmos e vocês tocarem, ainda temos umas perguntinhas. Nas semanas passadas vocês deram o que falar. e Harry juntos, Tom e ... Como é namorar um McFly?
- Muitas passagens aéreas. E olhe que começamos semana passada! – riu – E muitas camisinhas. Claro.
Todo o set de gravação riu, principalmente Harry. Aquilo daria uma audiência e muitas manchetes. Certeza.
- Eu e Tom não estávamos namorando como dizem por aí – esclareceu – Mas é ótimo ficar com ele. Tom é a pessoa mais fofa que já conheci.
- Que gracinha – disse a apresentadora – Se houvesse a possibilidade, vocês namorariam?
- Ah... – ela ficou escarlate. Falar isso no duro na frente dele era osso – Sim, claro. Adoro o Tom... Não vejo por que não.
- E quanto a vocês, e ? Saíram umas fotos sua e do Danny vestidos para casar...
- Danny é meu amigo – por toda experiência, conseguia falar isso numa boa por mais que doesse – O casamento foi falso só para brincar.
- ?
- Eu e Dougie? Apenas amigos. Julian é... O meu caso eterno. Não tem outro na minha vida.
OUTCH! Dos grandes ainda.
Então essa era a decisão de : ela havia chegado à uma conclusão e foi esse o melhor modo que achou de dizer isso ao Dougie.
- E, na festa semana passada, por que ele foi embora mais cedo?
- Estava cansado – o que não era mentira – Não preciso de ninguém me vigiando ou me acompanhando o tempo todo – e, se Julian estivesse vendo, que servisse de lição.
- É claro – concordou a outra – E agora, assim que voltarmos dos comerciais, elas tocarão...
- Resolvemos mudar de última hora – explicou – Será uma surpresa.
E então, três minutos depois, estava sentada na frente de um piano, e tocavam violão e tinha um microfone.
- Vamos com “If I Fell”.
If I fell in love with you,
Would you promise to be true
And help me understand?
‘Cause I’ve been in love before
And I found that love was more
Than just holding hands.
A partir que disse o nome da música, Danny sentiu que tinha algo a ver com ele.
If I give my heart to you,
I must be sure
From the very start that you
Would love me more than her.
If I trust in you,
Oh, please, don’t run and hide.
If I love you too,
Oh, please, don’t hurt my pride like her.
‘Cause I couldn’t stand the pain
And I would be sad if our new love
Was in vain.
E, sim, a música foi escolhida por ela própria, por achar que se encaixava perfeitamente. A partir do momento em que deitou a cabeça no travesseiro, ela pensou: as meninas tinham razão. Ela não podia ser precipitada e sair tirando conclusões antes de dar uma chance a ele.
só estava avisando a Danny pela música o que ela sentia.
So I hope you see
That I would love to love you.
And that she will cry
When she learns we are two,
If I fell in love with you.
Por um momento em que ela ficou sozinha com as outras, as meninas disseram que viram Pixie, o tanto que ela estava chorando e do que ela conversou com Danny. Pixie não era idiota mesmo. Sabia que Danny tinha feito algo e que isso envolvia .
Enquanto ela cantava, Danny a olhava atentamente. A menina era perfeita cantando. Por que tinha que ser a baixista que cantava só algumas vezes? Queria saber o que ela queria dizer com isso... Se a garota daria uma chance a ele ou se a música foi uma forma de fazê-lo se tocar. Ou de os dois se tocarem... Isso estava ficando confuso.
Quando o programa acabou, eles não tiveram tempo de conversarem. Bom, falaram parabéns e essas coisas, mas nada além disso. O tempo não permitia uma conversa com tempo, já que elas tinham um meeting agora e eles tinham que fazer o sound check.
O shopping tinha uma fila enorme só por causa delas que estavam na loja para esse meeting.
- Meninas, adorei a entrevista! – uma fã inglesa disse, entregando todos os CDs que ela tinha para elas assinarem – Ficou ótimo “If I Fell” na sua voz, .
- , tira uma foto comigo?
- , assina minha guitarra?
- , me dá as suas baquetas?
Entre essas e outras perguntas ou comentários, isso era o que elas mais escutavam num dia como aquele.
O lugar em que estavam sentadas era coberto por uma cortina onde as pessoas só entravam em duplas para não dar problema. Mesmo que na tão organizada Inglaterra, era melhor prevenir.
- Caramba! Caramba! Caramba! A gente está na frente da ! Agora a gente pode morrer feliz, Kath! – uma menina falou para a amiga, fazendo as quatro rirem – Estamos doidas pelo CD, garotas – pelo menos a Kath não parecia doida, não...
- Vocês não vão se arrepender em nenhuma música. A gente promete – falou e a primeira sorriu.
- , posso perguntar uma coisa? – a menina assentiu – Como é ficar com Tom?
- Ahm... É muito bom. Tom é ótimo... – foi curta. Fãs não precisam saber todos os detalhes para saírem contando tudo depois.
- E você é a namorada do Harry – falou a Kath para a .
- Sou – respondeu ela sem entender o mau-humor dela.
- Ela é Judd. Não ligue para a falta de educação – a primeira amiga se desculpou – Tem um ciúmes dele... – até que as duas tinham algo em comum então. Assim que ouviu isso, teve que se conter para não estufar o peito e mostrar o território.
- Tudo bem – sorriu falso.
- Torço por todas vocês! Até eu que sou Poynter e adoraria que a ficasse com ele!
- Hum... Obrigada, eu acho.
- Sem querer ser chata, mas parece que você só destrói o coração dos outros, . Termine logo com Julian antes que ele morra de sofrimento! E não faça a mesma coisa com Dougie, por favor.
- Kath...
- Só queria falar isso. Tchau – grande fã era essa aí.
- Er... Obrigada pelo autógrafo – a outra agradeceu sem graça, deixando as meninas boquiabertas e uma com o coração na mão.
- Então a gente vai colocar essa música aqui?
- É...
- Certeza disso, Tom? Todos nós sabemos o que você pa...
- Sei o que quero, Poynter.
O show estava perfeito. Como se qualquer show do McFly não fosse perfeito. Porém, mesmo assim, estava muito bom. As meninas estavam histéricas em algum lugar atrás de Harry. Impossível de serem vistas por quem está parado na frente do palco.
Wembley estava lotado. todos delirando pelas músicas, quase ninguém passando mal – claro. Não era o Brasil para o povo ser esmagado. Na verdade, tinha espaço para respirar. Estava ótimo. Já tinham tocado quase todas as músicas da set list, da qual todos já sabiam uns dias antes do show. Já tinham conversado com o público, feito as gracinhas todas fofas que todo mundo pira quando eles fazem, Danny tinha voltado com a dança dos mamilos, Harry havia conversado com o povo e feito um senhor solo de bateria, assim como Dougie e Tom já tinham feitos as suas coisas costumeiras.
- Temos poucas músicas antes do fim... – Dougie anunciou, recebendo gritos tristes em seguida – Porém temos uma surpresa.
- Temos? – Danny perguntou após tomar água. Todos tinham sorrisos cúmplices na cara.
- Não sei. Foi o Tom que me disse – o primeiro riu.
- Temos uma surpresa, Fletcher?
- Não estou sabendo de nada, não. Dougie está mentindo – disse, levando as mãos para cima em sinal de inocência.
- Não estou mentindo! Você me disse! – defendeu-se. Dougie ainda sorria – Harry, você também ouviu. Não temos uma surpresa?
- Temos. O Tom disse no backstage.
Então Harry parou de falar. O palco ficou quieto.
Esse suspense está me matando.
Alem dos fãs, até as meninas estavam curiosas. O que diabo de surpresa era essa que ninguém tinha dito para elas antes?
- ‘Ta. Chega de suspense – pediu Danny – Temos uma música aqui que não estava no set list. Um cover que fizemos faz muito tempo, para falar a verdade.
- O negócio de dedicatórias no meio do show é meio antiquado, mas me falaram que as garotas adoram isso. Estou certo? – Tom recebeu gritos ensurdecedores em resposta – Então vou dedicar essa música para uma pessoa que me mostrou que tudo pode acontecer de novo. , não quero procurar outra pessoa se já achei quem eu quero.
Ou isso seria a maior humilhação da vida dela ou uma das melhores coisas que podia acontecer.
Se abrisse mais a boca, seria capaz que a sua mandíbula caísse. Ela esperava que tudo saísse de lá. Um grito, choro, mais gritos, bafo quente e seu estômago. As outras não estavam diferentes, contudo a situação era mais difícil para .
Harry virou-se lentamente até conseguir vê-las e não pôde segurar o riso, tentando não chamar a atenção.
- E quem eu quero é você – Tom terminou levando muitos fãs à histeria. Alguns de incentivo, ou que acharam a coisa mais fofa do mundo, outros de tristeza e uns de ódio – É “Crazy Little Thing Called Love”.
Nem quando era menor ela não gritava tanto assim. E olhe que ela não podia, porque tinha que guardar a sua voz. Não era tão fácil para ela cantar feito . E, falando nela, fez o favor de avisar isso a ela, porém deixou quieto e começou a gritar com a menina também. O fato era que nenhuma entendia o que gritava. Parecia russo.
A música acabou e ela tinha rastros de lágrimas que não paravam de cair. Contudo o seu sorriso era gigante e a felicidade que estava sentindo era... Impossível de descrever.
Então os últimos acordes de “Five Colours” tocaram e o palco ficou escuro até o McFly sair do palco e as luzes se apagarem.
- Cadê a ? – Tom perguntou assim que entrou no camarim. Não deu tempo de ninguém responder. A menina já tinha voado em cima dele – Preciso fazer isso direito... – juntou os rostos de uma forma para ficarem colados e sussurrou: – Quer namorar comigo?
- Sim! Sim, sim, sim! – e depois ela não o beijou. Engoliu-o.
Espere aí. Eu não entendi... Ela disse não?
- Agora ela vai ver como o sexo fica bem melhor.
- ! – todos reclamaram rindo.
- O que eu disse?
Já havia se passado quase duas semanas desde Londres. O CD estava para ser lançado, a agenda das duas bandas não podia estar mais lotada... Quer dizer, é sério. Nem Deus sabia quando seria a próxima vez que eles se veriam.
Vou tentar dar uma resumida nos fatos aqui. Algo me diz que essa história está um pouco grande demais.
Após o show, Tom e comprovaram o que tinha dito e ficaram em um grude nojento demais. e Harry, como sempre, o casal ideal. Ele conseguia deixar as emoções dela em paz. Danny e estavam se entendendo. Tiveram uma conversa séria com o que acabou – não vou enrolar – que ela daria uma chance a ele. Durante essas duas semanas eles se falaram quase todos os dias e Danny estava se comportando. e Dougie... Eles foram outros que tiveram conversas sérias. Por mais que o baixista estivesse sofrendo, ele ficaria ao lado de como amigo sempre que ela precisasse. A menina só precisava dar um tempo a ele.
Por esses dias, McFly estava em uma turnê, agora na Austrália, ocupados alem com os shows e coisas novas, como demos e novas composições. ainda não tinha turnês, mas elas começariam no final de junho. Até lá, as entrevistas sobre esse CD eram o que mais lotava. Elas mesmas quase não se viam porque a maioria tinha suas próprias entrevistas em lugares diferentes.
Bom, já que os pares de quase todas estavam do outro lado do mundo, literalmente, a única com uma relação próxima aqui era . O que, bem... Não estava andando nos trilhos. Até que estava durando... Quase seis meses... Não sei. Quem está contando? Desde que foram para a Inglaterra, as brigas começaram e a cada dia elas ficavam cada vez mais constantes.
- Sei lá. Desde que voltei, Julian não é o mesmo.
- , desde que você foi ele não é o mesmo.
- ‘Ta, que seja, . Mas ele está muito mais diferente depois que voltei.
- Já falou com ele sobre isso? – perguntou enquanto mexia no iPhone.
- Não consigo. Sempre que começamos a falar da relação vem alguma coisa e a gente acaba discutindo.
- , só por curiosidade... Vocês estão brigando faz um tempo já... Ele é seu namorado... Há quanto tempo vocês não...? Er... – quis perguntar há quanto tempo e Julian não faziam sexo.
- Faz tanto tempo que o chocolate é meu melhor amigo – ela tentou fazer piada. – Mas o que está falando? Você quase nunca fala!
- Antes de Danny eu conseguia dar umas escapadas – as meninas ficaram surpresas. era imprevisível – Se ele podia, por que eu não? Mas parem de falar de mim. O assunto é a .
- Estou tentando falar com ele, mas o cara não me atende no telefone.
- Julian já sabe que você o escolheu ao invés de Dougie?
- Deve saber, – ela deu de ombros, querendo não se importar tanto – Ele está em Nova Iorque... Não sei como falar com ele sem ser por telefone.
- Acho que o avião foi inventado apra esse tipo de coisa.
- Ei, Julian... Posso ir para NY?
- Claro, . Você sabe que não precisa perguntar – ele soou amigável. Ela sorriu por isso. O Julian que a garota gostava estava de volta – Aconteceu alguma coisa?
- Na verdade, sim... É que...
- A gente precisa conversar. Eu sei – a linha ficou muda, com apenas as respirações no telefone – Quando você chega?
Enquanto isso na Austrália, Dougie tinha acabado de cruzar a porta.
- Olhem o Poynter – Harry riu – Passou noite onde? Quer dizer, com quem?
- Não sei e... Não sei.
- Como não sabe?
- Uai... Não sabendo. Acordei hoje de manhã e tinha uma mulher dormindo ao meu lado. Aí fui embora.
- Uau, o Danny sabe influenciar mesmo – Tom soou surpreso.
- O que eu influenciei?
- Nosso pequeno Dougie. Voltando só agora de onde ele não sabe e com quem também não.
- Ela era bonita?
- Sei lá. Provavelmente – Dougie deu de ombros, se jogando no sofá como se aquele ato acabasse com o assunto.
Quando chegou a NY, não queria incomodar Julian para ir buscá-la porque sabia que já haveria paparazzi a partir do momento em que ela pusesse os pés fora do salão de desembarque. Julian odiava ser fotografado. respirou fundo antes de bater na porta. Saiu com tanta pressa que esqueceu as chaves em LA. Não demorou para que Julian abrisse.
- Foi rápido.
- Peguei o vôo mais perto que consegui – sorriu sem graça.
- Você deve mesmo querer conversar – certo. Cadê o Julian amiguinho do telefone?
- Quero, mas também estou com saudades – ela reparou bem na fisionomia dele enquanto falava – Cansei de brigar, Julian. Amo você. Não agüento todas essas brigas (aconselho ouvir Apologize do OneRepublic a partir de agora).
- Eu sei. Também não agüento. Desculpe-me – suspirou derrotado com a voz angelical. Abraçou-a em seguida – Preciso de você... Sempre.
Ela queria chorar. Como teve coragem de pensar em querer Dougie?
- Eu também... – respondeu. No fundo, ela sentia que aquela frase tinha um “mas”, porém não quis pensar nisso.
- Mesmo que... Eu tenha cansado. Cansei dessas brigas, . A gente não vira! – era o que ela temia. Julian falava, falava e ela apenas escutava. Não porque ela achava que tinha que deixá-lo falar agora, mas porque não conseguia. Ela não sabia que tinha lágrimas escorrendo pelo rosto até ele falar – Não chore, vá, , por favor. Eu...
- Tudo bem. Julian, não sei. Sinto-me como se, toda vez que discutimos, eu estivesse me segurando em uma corda e estivesse para cair. Sabe? Como se tivesse bem longe do chão e mesmo assim... Não ligo. Por mais que as brigas sejam um saco, ainda amo você...
- Eu também, . Sabe disso.
De repente a porta se abriu lentamente e ninguém mais, ninguém menos que Juliet entrou por ela carregada com uma mala.
- Sabe, Julian, é muito caridoso de sua parte... – Juliet começava a falar até ver o que estava interrompendo – Hm... Oi. Eu... Eu...
- Você vai sair. Agora – respondeu por ela.
- Mas tenho que...
- Ou você sai ou a coloco para fora! – ameaçou com lágrimas de raiva misturadas a uma profunda tristeza nos olhos.
Não precisou de mais nada. Juliet já estava fora do apartamento.
- , a casa é minha. Você não pode ameaçar os outros assim!
- Ah, então está tudo bem a sua ex vir com mala e tudo para cá, não é?
- A casa dela está com problema no encanamento e a menina não tinha lugar para ficar!
- Então o Julian super bonzinho ofereceu a própria casa! – aumentou sua voz quando viu que ele ia interrompê-la – Só me fale uma coisa: se a situação fosse comigo, você não ficaria puto?
Ele nem respondeu. Tinha mais que certeza de que ela estava certa.
- ‘Ta. Tudo bem. Só quis ser legal. Desculpe-me...
- Não! Não tem essa de “quis ser legal”! – surtou – Quer saber? É sempre assim! Você vem com conversa de que precisa de mim, não vive sem mim, e depois me derruba como se eu fosse nada e sempre me trata como lixo! E olhe só, cá estamos nós de novo, brigando!
- , olhe o que você está falando. Cala a sua boca!
- Cale a boca você! Julian, estou sempre me arriscando por você, dando-lhe uma chance... Caramba, eu levaria um tiro por você! E o que ganho com isso? Festinhas com a ex, brigas, discussões o tempo todo!
- Esse é o seu problema! Só pensa em si mesma! Acha que minto quando digo que preciso de você? Meu coração bate porque você é dona dele!
Nenhum dos dois tinha controle da altura de suas vozes. Principalmente do que estavam falando, por mais que tudo seja verdade. Isso, porém, tinha atingido de forma violenta. Era como um soco no estômago. Ela não pensava só em si mesma... Era o autocontrole. Julian que fazia uma coisa errada, tinha uns palpites idiotas... Mas era quase que a autodefesa da garota. Ela fazia coisas erradas também. Falava, agia... Ninguém é perfeito, afinal.
- Percebeu que sou eu quem sempre está pedindo desculpas? Faz-me sentir culpado pelas coisas que você começa!
- Eu começo? Não sou tão lunática com seus amigos. Só com quem realmente precisa – acrescentou, se referindo a Juliet – Não posso ter amigos que você fica paranóico!
De tudo que ela esperava nada aconteceu. Julian riu ao invés.
- Paranóico. Bem que eu queria! – riu de novo como se fosse a coisa mais engraçada que ela podia dizer – Você praticamente come os outros com os olhos e não posso ser legal com os outros – igual ela tinha feito, Julian aumentou o tom de sua voz para que a menina não o cortasse – Nem venha reclamar. , conheço-a faz tempo. Você acha que não sei que tinha que escolher entre mim e Dougie? Como acha que eu me sentia quando falava com ele ou simplesmente olhava?
- Por que você acha que estou aqui? Por acaso está vendo Dougie em algum lugar? – fez-se de tonta, olhando ao redor – Se o fiz se sentir mal, desculpe-me, Julian. É você que eu...
- Não. Chega. Como você disse antes, é tarde para pedir desculpas – deu um suspiro pesado depois de passar a mão entre os cabelos – , terminou.
Lembram-se do soco no estômago? Esqueçam. Agora era um buraco que levava direto ao inferno. Era como se ela estivesse pendurada em uma corda nele por um fio.
- O quê? Julian... – sua voz, que antes estava alta demais, agora era muito fraca para formular uma frase.
- É sério. Acabou. E dessa vez é definitivo. Tem que ser melhor para nós dois – Julian olhava as lágrimas da menina caindo desesperadamente, fazendo-o querer retirar tudo que disse e confortá-la, porém não podia. – Desde a primeira vez que terminamos vi que não daríamos certo, mas eu queria tentar de novo porque a amava demais. Eu te amo demais.
- Não precisamos terminar, Julian... Eu lhe disse que faria qualquer coisa por você...
- Então, por favor, escute o que estou lhe falando. , a gente não pode mais ficar junto – ao ver que ela não responderia, continuou – Fico na sala. Você pode ficar no quarto. Amanhã a levo no aeroporto. Está tarde para ir agora.
No quarto dele? Onde tudo a lembrava dele? Seu cheiro, seu jeito, sua risada, seu abraço, seus beijos... Simplesmente todos os momentos em que eles tiveram? Acho que não.
- Não precisa – respondeu, fazendo a maior força para a sua voz sair – Hum... Mande as minhas coisas quando tiver tempo.
- , é sério. Está tarde demais para você ir agora...
- Julian, por favor, não torne isso mais difícil do que já está – mais uma onda de choro que ela teve que morder a língua para que não saísse histérico. foi até ele e depositou um beijo demorado na sua bochecha – Amo você.
Então assim fechou a porta do apartamento, onde talvez nunca mais voltaria, dando de cara com Juliet. Se não fosse ela, talvez eles estivessem na cama agora.
- Cuide dele – conseguiu dizer contra sua vontade. Se não fosse ela, alguém que conhecesse bem Julian.
se sentia um lixo. Tinha ido para lá consertar as coisas e saiu arrasada e sozinha. As lágrimas caíam instantaneamente. Era como se estivesse em uma chuva e não conseguisse ver nada. Queria ir para casa. Não agüentava mais um segundo em Nova Iorque. Que se danem os aviões. Ela iria de jato. Qualquer coisa para chegar mais rápido.
Não ligou para os fotógrafos de plantão e não pôde fazer nada para melhorar a aparência. Ela não queria. Chegando ao aeroporto, em poucas horas estaria em casa.
- , é uma festa. É claro que você pode se divertir bebendo e sem pegar ninguém – falava ao celular – Quase três semanas longe de Harry e você fica doente. Admito que achei que eu ficaria pior – respondeu algo – Tanto faz. Vá achar e se divirta. Vocês duas se vigiam. Nada de pegar outros homens. Não quero dar uma de mamãe e ir buscá-la porque você não consegue mais se divertir sem Harry. , a vida continua.
Eram quase três da manhã. estava em seu quarto junto com o violão tentando compor algo antes de a atormentar. e tinham resolvido ir a uma festa em qualquer boate, mas não estava no clima e decidiu ficar em casa. Pelo menos ela não ficaria igual ou pior que naquela noite.
Tinha voltado a se concentrar até a porta da entrada ser espancada com trezentos milhões de pancadas e ela se matar de susto. O condomínio era altamente seguro, mas vá saber. Desceu as escadas e colocou a mão no alarme, caso fosse um assalto. Bom, não seria um assalto inteligente espancar a porta assim e ainda ficar parado na frente dela, já que conseguia ver uma pessoa deformada pelo vidro fosco de larga espessura.
- , quer me matar de susto? – perguntou quando abriu a porta – Quem é que bate na porta dos outros às três da... Espere aí. Você não devia estar em NY?
Olhe. era um gênio.
- ... O que você...? Meu Deus, o que houve?
A cara de dela estava inchada e vermelha. Lágrimas solitárias ainda caíam.
Ela não respondeu de imediato. Foi o tempo suficiente para que a levasse para dentro, pegasse um copo de água pra ela e esperasse até que a menina resolvesse falar.
- Não faz nem seis horas que você saiu, ... O que foi?
- Julian terminou... – respondeu fraca depois de dar mais um gole na água.
não respondeu. Não tinha idéia do que responder. Mais cedo ou mais tarde sabia que isso ia acontecer, mas não tinha noção de que ficaria naquele estado. Nunca tinha sido assim. Abraçou-a, ao invés. Gestos valiam mais que mil palavras.
- Depois ele disse que ia ser melhor para nós dois... , não está sendo melhor para mim! – fungou enquanto contava tudo que aconteceu – Quando saí de lá, tudo que quis era vir para casa, mas me esqueci da minha bolsa na casa dele. Meu celular, as chaves... Tudo. Eu não agüentaria voltar para pegar.
- E aí você veio para cá.
- A luz do seu quarto estava acesa... Onde estão as outras?
- Numa festa qualquer – deu de ombros, dando um nó no saco cheio de lenços usados.
- Você é tão careta que fica em casa num sábado à noite – pela primeira vez riu.
- Nah. Foi intuição – riu – Estava pensando... O que acha de um prato de brigadeiro?
- Você acaba de ler meus pensamentos – rira. – Ei, me faz um favor?
- Depende. Estou sendo legal, mas não abuse de minha bondade. Não vou enrolar o brigadeiro – fez uma expressão séria – Tirando a parte de enrolar o brigadeiro, o que é pura verdade, o que é?
- Bom... Eu precisava da minha bolsa aqui. Você poderia ligar para o Julian... – falar o nome dele doía – E pedir para ele me mandar o mais rápido possível?
- Hum, claro – levantou-se da cama – Ei, tem umas roupas suas no outro quarto. A minha chave da sua casa está em algum lugar embaixo do apoio da TV da sua sala, que está trancada.
- Muito bom.
Foi proveitoso o resto da noite. ligou para Julian – que também estava de fossa – e depois ligou para as outras duas, o que se transformou numa noite das garotas. E essa foi a coisa mais gay que já escrevi.
Eram duas da tarde em Sidney. Dougie tinha acabado de acordar. Só que agora sozinho na casa em que dividia com os outros.
- Bom dia – respondeu contra a vontade quando encontrou Harry e Tom jogados na sacada.
- Boa tarde, Poynter. Judd, você está devendo trinta para o Danny. Dougie acordou antes das quatro.
- Por que você nunca aposta? – perguntou Harry, sacando o dinheiro na frente.
- Claro que aposto... Quando sei que Dougie é previsível demais. Como vocês não sabem disso até hoje? – Tom riu, achando-se o cara. Bem, ele era – Tipo, quantas palavras ele pode falar em uma entrevista? Depende do dia. O máximo é cinco. Ei, Danny! – gritou ele – Você ganhou a aposta e está demorando com essa comida! Até o seu download está mais rápido!
- Não compare a internet com Danny. Por mais lerda que ela esteja hoje, Danny ainda está em processo de evolução – Harry disse como sábio – Quer alguma coisa, Dougie? Aproveite que estou sendo legal.
- Coca gelada – respondeu pensativo.
Tom e Harry saíram da varanda preocupados. Dougie tinha estado daquele jeito vago pelas duas semanas, raramente mostrando quem ele realmente é. Tinha o olhar preso na praia, onde se lembrou do ano novo. A forma de que estava... Ela já estava em dúvidas. Disso ele tinha certeza. Por mais que aquela noite não tivesse acontecido nada demais, ele se lembrava como se fosse ontem de cada detalhe: o que ela tinha dito pra ele, a perfeita falsidade em suas palavras quando a menina tinha dito que estava bem, a forma com que seu vestido voava junto com seu cabelo e o sorriso dela quando o garoto havia dito que era importante para ele. Não bem nessas palavras, mas era o que o rapaz quis dizer.
Empinou a cadeira pra trás junto com sua cabeça enquanto cantarolava. Era o que ele sentia,. Deu a chance de ela escolher e a garota escolheu o outro.
- “She doesn’t wanna know... You should let her go... And leave her alone cause this time she’s living you for good. She doesn’t wanna know. You’re a little slow… It’s time to face the fact she’s gone...”
- Realmente, a gente tem muita música de fossa – Danny apareceu ao lado dele, assustando-o – “Easy Way Out” não é para você, Poynter. gosta de você e você sabe disso.
- É. E nesse momento ela está se divertindo com o Casablancas.
Dougie não falou mais nada. Saiu de perto de Danny para observar os surfistas. Era a melhor coisa a se fazer.
- Tudo bem, Jones. Eu lhe paguei o que devia. Agora tem como devolver a minha carteira? – Harry perguntou com educação e Danny nem deu ouvidos. Dougie começava a achar graça – Tudo bem. Vou procurar no seu quarto...
Foi tudo muito rápido depois. Danny saiu do laptop e correu, provavelmente até seu quarto, com Harry ao lado.
“E é com eles que eu vivo”, pensou Dougie, rindo sozinho. Não tão sozinho, já que Tom estava lá também.
Resolveu parar de ser emo por uns minutos, indo à frente do computador, a fim de rir da desgraça alheia. TMZ é perfeito pra isso.
Saiu do site pornô em que Danny estava fuçando – é, ele estava baixando um vídeo – e foi logo para onde queria, assustando-se com a notícia de primeira página. Ele sabia quem era na foto. Só não conseguia acreditar.
- Tom, leia isso aqui – chamou o outro que foi achando que era alguma fofoca engraçada dele e de .
Mas ele se enganou.
- É, Poynter... Você tem uma sorte do caralho. É hora de levantar a bunda da cadeira e melhorar essa cara porque você tem uma garota para reconquistar.
- Então, cadê a sofredora?
- A pergunta certa é: foi aqui que pediram um palhaço?
- Jensen? Jared? Estão fazendo o que aqui? – pôde falar quando estava na casa dela.
Julian tinha feito de tudo para mandar a bolsa dela o mais rápido possível. Parece que qualquer coisa dela era suficientemente dolorosa para lembranças.
- Viemos passar um tempo com a nossa amiguinha – Jensen fez voz de bebê enquanto apertava as bochechas de . Claro, fazendo graça.
- Só uma pergunta... Não consegui falar com você mais cedo e agora está aqui?
- foi mais rápida – ele apontou casualmente a menina que folheava uma revista até Jensen roubá-la e os dois começarem uma discussão idiota – Então... A pergunta é idiota, mas como você está?
- É realmente idiota – riu fraco – Sinto-me como se tivessem arrancado algum membro fora. Ainda assim, sei que Julian está certo. Só não consigo...
- Acreditar que acabaram?
- Quase – apenas Julian conseguia terminar suas frases como se a mente deles fosse conectada – Não consigo colocar na minha cabeça que é definitivo... Só... Quero que a dor pare. Nunca foi assim, porém agora sei que é diferente.
- Vai parar. Você vai ver – Jared a abraçou – Estava fazendo o que antes de chegarmos? – perguntou, mudando de assunto.
- Nada de produtivo. Ouvindo o rádio – rádio? É, realmente nada produtivo – E conversando.
- Achei que garotas tomavam sorvete, viam filmes melosos e fofocavam. Como adolescentes em crise.
- Fizemos isso ontem e não tem nada de adolescente. Posso ter vinte e cinco anos e fazer esse tipo de programa. Ia fazer o quê? Tomar chá e fumar um cigar...?
Foi só falar no bagulho e ela foi atrás dele.
Enquanto eles falavam alguma coisa sem importância, o locutor do rádio anunciou uma música da . Um cover, na verdade.
- Essa vem do DVD “Live at Orlando”.
Anunciado, os acordes de “I’ll Try Anything Once” começaram e, como uma pancada extremamente forte, quase engoliu o maço aceso. Aquilo era demais. Aquela música veio do auge do amor entre eles e agora esse não existia mais.
A música não durou mais que dez segundos. ou – não sabia quem porque escondeu seu rosto entre as mãos, a fim de segurar o choro – tinha desligado o rádio. Contudo não serviu para nada. Todas as memórias vieram à tona. Flashes dos dois juntos apareciam em sua mente do nada.
Julian:
Ten decisions shape your life.
You'll be aware of five about
Seven ways to go to school.
Either you're noticed or left out.
Seven ways to get ahead,
Seven reasons to drop by.
And I say I can see me in your eyes.
:
You said I can see you in my bed.
That's not just friendship. That's romance too.
Ela se lembrava perfeitamente daquele dia. O modo como os dois se divertiam com absolutamente nada… Aquele dia eles disseram que ficariam juntos pelo resto da vida. O melhor agora seria esquecer essas coisas.
:
Why not try it all?
If you'll only remember it once.
Julian:
Sit me down.
:
Shut me up.
Julian:
I'll calm down.
:
And I’ll get along with you.
Naquela mesma noite, resolveu tirar tempo para ela mesma. Tiraria tudo que lembrasse Julian. Talvez assim seria fácil de esquecê-lo definitivamente. Enquanto retirava as coisas do armário dela, o telefone tocou. O número era enorme e ela não conhecia.
- Alô?
- ?
- Dougie? – o garoto sorriu ao escutar o nome dele na voz dela – Oi... – ela não entendia. Ele não tinha pedido um tempo?
- Não sei como começar, mas vi o que aconteceu e... Queria dizer que sinto muito. Sei o quanto você gostava de Julian – sabia mais do que ninguém.
- Bem... Obrigada – viu sinceridade na voz dele. Nada de segundas intenções.
- E... Eu sei que pedi um tempo, mas qualquer coisa que você precisar é só me chamar que estarei aqui.
E pela primeira vez naquele dia ela sorriu de verdade.
It Ends Tonight!
Depois de um final de semana incluindo shows e pedidos de namoro - e Tom são realmente fofos. Torcemos por eles! –, sempre aparece algo para acabar com a felicidade. É o equilíbrio da vida, não é? e Fletcher continuam firmes e fortes. O caso aqui é que e Julian Casablancas não.
Durante a noite desse sábado, foi flagrada com uma aparência horrível, com lágrimas escorrendo, e podemos jurar que vimos melequinhas de nariz saindo enquanto saía do prédio de Julian, seu namorado. Ou melhor, ex-namorado. Ou melhor (novamente), ex-ex-ex-ex-ex-ex... Namorado. Fontes nos dizem que eles tiveram uma severa discussão que levou ao término do namoro. E parece que o caso agora é sério, rapaziada. Os dois empresários – uma das quais é unha e carne com Julian, sua ex-mulher... Estão sentindo os chifres? – afirmaram o término, acrescentando que foi melhor para os dois e que não teria mais volta. Trágico, não?
Parece que finalmente a montanha-russa em que sempre está brincando finalmente parou.
Tudo que podemos desejar agora é que a guitarrista se recupere e sempre se lembre de, antes de sair na rua, retocar nem que seja o batom e limpar as lágrimas. Ou não, né? Assim dá mais ibope.
- Alô? – atendeu ao celular, sem querer atender na verdade.
- Oi, !
- Harry! Tudo bem? – toda a má vontade desapareceu, ou apenas parte dela.
- Pareço um pouco melhor que você, pelo que me parece – riu sem graça – O que houve?
- Virei babá de duas e antes três meninas reclamonas e que não param de me chamar... Um minutinho – tirou o telefone de perto dela e gritou para as outras esperarem dois minutos – Não agüento mais esperar para vê-lo...
- Eu também não... – suspirou – Mas foi por isso que liguei. Quando está livre?
- Hum... Na verdade não sei, porém não vai ser tão cedo... Para quando você estava pensando?
- Daqui duas semanas?
- Tudo isso? – ela perguntou indignad. – E quanto ao aniversário da ?
Já estava quase no fim de junho e nada dos oito se verem. Podemos dizer que havia quatro meninas no desespero de um lado do mundo e quatro machos tentando não mostrar desespero do outro. O pior é que as duas bandas estavam em turnê e seria impossível de marcarem um encontro.
- É quando tenho uma folga. Temos show no aniversário dela...
- E nas férias? – se arrependeu de dar essa sugestão. Ela teria mais um mês até lá. Isso é, se tivesse férias em julho. Porém, não teve tempo de Harry responder. Ela já tinha sido chamada pelas duas – Aah, Harry, faça o seguinte: ligo assim que der um veneno para essas três me deixarem em paz novamente!
- Uau! – ele riu, achando completamente normal a namorada dizer uma coisa dessas. O que pra era – O que está acontecendo aí?
- Bom, primeiro de tudo, estamos no meio do nada, em algum lugar da Carolina no Norte. Depois, como sempre, a ficou doente por alguma coisa que ninguém sabe o que é e agora todas as outras estão.
É, tem o sistema imunológico muito fraco. Fica doente por qualquer coisa. Agora as outras duas ficarem doentes também. É... Azar. Elas tinham um show, já que estavam em turnê pelos Estados Unidos, e o ônibus não era um bom lugar para três doentes.
- E você está de babá delas... Achei que estava brincando. Como estão as coisas por aí?
- Na verdade, nada bem. Ou a gente pára num hospital ou me jogo desse ônibus! – ela ouviu Harry gargalhar do outro lado – É sério! está dormindo faz mais de três horas e não acorda por nada. Já a sacudi e tudo. Juro que estou preocupada. não pára de vomitar no único banheiro que temos aqui. Parece que foi intoxicação alimentar. E , para ajudar, está com trinta e nove de febre!
- Vaapo! E vocês ainda continuam com os shows? Isso é loucura, ! Elas vão acabar morrendo assim!
- Harry, the show must go on! – falou, tentando fazer piada. – De qualquer forma, os remédios estão fazendo efeito. Pelo menos eu espero. Menos na . Estou pensando em colocar o remédio pelo meio antigo – ela se referia a um supositório.
- As coisas vão melhorar – Harry falou quando viu Fletch o chamar de longe com apenas um aceno – Digo, não só isso... Tudo – e agora se referia ao lance deles não se verem.
- Realmente espero – apertou os olhos, não querendo chorar – Amo você, Juddy.
- Também a amo, . Ligo quando acabar aqui. Ok?
- E aí, Judd? – Danny quis saber da conversa. Estava doido para ver e finalmente acabar com o problema dele. Fazia muito tempo que ele não tinha nada com ninguém. E esse muito tempo para ele era a mesma coisa que quinhentos anos.
- Eu deveria saber que não saberia os horários dela. No máximo a ou a . Então, não. Não temos nada marcado ainda – Harry respondeu, observando os três entortarem a cara, não gostando da situação.
- Já sabia que isso podia acontecer. Então tentei ligar para a , mas ela não me atende! Caramba, não fiz nada de errado. O que será que...?
- Calma, Fletcher! Você não fez nada de errado – Harry riu do desespero dele quando, na verdade, não podia zoar o outro porque estaria assim também se a namorada dele não tivesse atendido ao telefone – provavelmente desligou o celular para ninguém encher o saco dela.
- O que você sabe que eu não sei?
- O certo seria o que sei que vocês não sabem – corrigiu, colocando no plural – Elas estão com o pé na cova.
- O QUÊ?!
E depois do pequeno susto, Harry explicou tudo que a sua namorada tinha dito aos amigos.
- Que merda. E a gente aqui – Tom reclamou – Agora que ela devia me atender mesmo!
- Elas estão fodidas mesmo... – Dougie riu.
- Cara, cale a boca! A deve estar mal de verdade! – Danny gritou – Vocês não sabem como ela fica quando está doente!
- E você sabe?
Durante o resto daquele dia, ninguém mais se falou. Na verdade, durante o resto da semana ninguém conseguiu arranjar nem um segundo. Ainda tinha o negócio do fuso horário... Por que o planeta não podia girar sem que o sol interferisse e a hora mudasse? Pelo menos numa coisa todos estariam salvos... O dia não iria acabar hoje. Já é amanhã na Nova Zelândia.
Elas já estavam um pouquinho melhores. Como disse, um hospital caía muito bem e realmente caiu. não acordava porque o remédio a dopou totalmente, deixando-a grogue quando acordou em cima da hora para o show. O enjôo de não passou até ela sair do ônibus e fazer uma lavagem estomacal. E a febre de não queria baixar por nada. Ela preferiu tomar um banho gelado e ficar algumas horas sob efeitos de remédios mais fortes a tomar remédio na veia. Já viram o tamanho daquela agulha?
Eles continuavam tocando em mil lugares para bastante gente e sempre estavam indo e voltando, tendo apenas algumas horas ou algumas noites para se divertirem. Não foi muito proveitoso, já que cada um ficava cada vez mais estressado a cada dia que passava e eles não falavam com elas. A preocupação era demais. A única hora em que se esqueciam de tudo era no palco. Incrível como lá tudo pode acontecer.
Então Dougie e não tinham nada (por enquanto), mas ainda assim se falavam constantemente (quando podiam, claro), assim como o resto.
- Cara, minha voz está horrível – testava sua voz junto com seu professor em um exercício muito chato que tem que repetir “mia mama mia mama mo” o tempo todo – A garganta ta inchada e catarrenta. E se meu nariz entupir de novo... Acabou.
- Agradeça que você consegue comer sem machucar a sua garganta – reclamou estressada enquanto arrumava os fios do som em sua roupa – Isso é pior que qualquer dor de garganta.
- É, você tem razão. Ácido clorídrico no esôfago não é nada legal. Como a está?
- Morrendo. Serve? – falando no diabo... adentrou a sala já pronta e sem nenhum tipo de escândalo.
Certo. Doenças realmente mudam as pessoas. Ela não tinha nenhum ataque!
- É... É um bom começo – e responderam ao mesmo tempo – ?
- A única viva e disposta para esse show – levantou seu copo de caipirinha.
- Quero ver ficar disposta se acabar com esse copo. Serão três. Agora chega, – alertou – Você é a única que pode salvar hoje, então não ferre si mesma antes da hora.
não respondeu, o que fez com que estressasse mais ainda e pegasse o copo dela a força.
- Ainda temos meia hora. Não vamos estragá-la com você fazendo a maior zona – falou séria. – , seu celular está tocando.
pulou – que já tinha se encolhido no sofá – e pegou o aparelho.
- Tom! Nossa, é muito bom ouvir sua voz.
e imitaram a cara da outra enquanto falava, fazendo todos os tipos de caretas exageradas.
- Eu sei. Alice tirou o celular de perto de mim para eu poder me recuperar melhor... Sei lá. Ela é doente – nessa parte, ao invés de imitarem-na, concordaram com ela – Sabia. nunca sabe dos nossos compromissos... Alice ainda não disse nada de férias, porém provavelmente vão ser em julho.
Outch. Todas agora olhavam para ela como se suplicassem para dizer a Tom para virem o mais rápido possível.
- Ei, elas estão me olhando com cara de cachorro abandonado. Dá para você mandar os outros ligarem para elas e as fazer parar de me imitar enquanto falo com você? – deu para escutar a risada de Tom pelo aparelho dela – Droga. Tudo bem. Eu agüento – ela riu – Não... Estamos com shows marcados por duas semanas. No máximo dois dias de folga. Por que não...?
Foi interrompida por uma batida na porta, chamando todas para ficarem perto do palco.
- Temos um show para fazer agora, Tom... – suspirou cansada – Tudo bem. Também o amo.
- Eu achava que a e o Harry conseguiam ser mais melosos, mas não. Ninguém ganha de vocês dois – zombou – Olhe isso. Os seus olhos se enchem de lágrimas sempre que acaba de falar com ele!
rolou os olhos enquanto bufava. Não adiantaria falar nada se ela conseguia ver que, quando falava com Dougie, a mesma coisa quase acontecia. Parecia que novembro estava aparecendo mais cedo. Se tivesse uma première de Harry Potter agora...
então nem se atrevia a zoar a menina. Ela que fez praticamente tudo para a sua relação com Danny dar certo – e, de acordo com suas fontes, Danny estava completamente comportado – ficava feliz com os resultados. Parecia que não era a única a ter sentimentos guardados ou adormecidos no final das contas. E sabia como era. Digo, falar com o namorado que está a milhas de distância faz tempo e não poder fazer nada. Aquilo doía.
- Vá, . É sério. Saia desse computador! – reclamava enquanto a outra nem dava ouvidos – Eu pedi para usar primeiro...
- , ela está lendo uma fic restrita. Se você conseguir tirá-la daí, vou ser sua fã – riu – Ela precisa matar a saudade do namorado de alguma forma.
- , você está realmente me tirando do sério com essas coisas – respondeu absorta à tela – E não é fic restrita. Ok? É uma normal. E, olhem, já acabei de ler.
- Sobre o que era? – se interessou. Estava pensando em fazer a mesma coisa que ela.
- As de sempre. Vocês se apaixonam, acontece alguma coisa que os faz brigarem e você acaba beijando o melhor amigo dele – todas rolaram os olhos. Inclusive que fingia não prestar a atenção – Tipo, já tenho um perfeito e está acontecendo alguma coisa de errado. Sei lá. Ele mentiu, por exemplo. Vou lá e falo “legal. Essa eu deixo passar, mas, se repetir, quero que você frite no fogo do inferno e apodreça lá”, mas não vou beijar o melhor amigo dele! Já tenho um. Para que vou ter dois?
- , é só uma história – gargalhou junto com – Além do mais, não sei por que você ainda lê isso... Já tem seu namorado que é o mesmo que você lê essas historinhas! Você já vive uma fic!
Literalmente.
- Gosto de passar o tempo com as mesmas coisas que fazia antigamente – defendeu-se – Só estou esperando Tom ligar novamente, ué. Vocês preferem que eu encha o saco de vocês?
- Vá ler fics.
- Não acredito! – após as duas responderem e soltar uma risada cínica, deu um grito de desespero, chamando atenção até de Alice que estava na frente do ônibus junto com o motorista – Não acredito que eles mudaram o lugar!
- Mudaram o lugar de que, senhorita Desespero? – perguntou.
- A Conferência Anual de Hipismo! É todo ano aqui nos EUA e agora resolveram mudar para a Irlanda! Só porque lá é verde e cavalos gostam disso?
Acabou que as outras três deixaram reclamando sozinha. até tentou acompanhá-la, contudo a outra falava demais.
Os telefones até voltaram a tocar. Agora as quatro tinham distrações e nenhuma era sobre cavalos ou fics. E sei como isso já deve estar ficando chato, mas preciso dizer novamente. Como ser rico deve ser bom. As quatro estavam juntas em um ônibus e os quatro estavam juntos em outro ônibus. Por que então não ligar para um telefone só e conversarem todos juntos?
e Harry, e Tom falavam sobre como estavam com saudades um dos outros e esse papo meloso de namorado. Dougie e conversavam sobre uma banda qualquer e contavam coisas engraçadas dessa turnê. Por fim, com Danny e eram assuntos variados.
- Eu precisava falar com você, .
- Er... Danny, que eu saiba, ainda sou a e você é o Daniel Jones... E estamos conversando – explicou meio obvia.
- Ah, não se faça de engraçadinha, não – Danny riu – É sério. Preciso falar com você... Cara a cara.
- Ah. Eu também gostaria disso, Jones.
- Não tem nenhum espaço essa semana aí?
- Não... Na verdade – ela pensou – Danny, sábado tem alguma coisa marcada?
- Nada. Só no domingo. Você tem? – perguntou, praticamente rezando para que não tivesse.
- Tenho, mas não pretendo ir.
Até então cada uma prestava atenção em seus próprios telefonemas.
- Ô, como assim não pretende ir? – desviou sua atenção à baixista, deixando Harry confuso.
- , fale com Harry. Ok? Danny, ainda não tenho certeza, porém que tal ir a...?
- , você não pode sair no meio de uma turnê – falou com a voz esganiçada – Se pudesse, eu não estaria aqui faz tempo! – mentira. Podia ser Tom, Jude Law, Jim Struggles ou qualquer outra pessoa, todavia não deixaria o palco por nada.
- Ótimo. Chamem a Alice – falou para as meninas – Danny, desliguem os celulares aí. Ligaremos em um numero só e decidiremos o que fazer.
Foi feito. Alice passou alguns minutos conversando com elas, vendo o ponto de e estudando as possibilidades.
- Não. Você não vai. Entrevista no sábado e show no domingo. Esqueceu?
- Alice, qual é?! A entrevista é coisa de sempre. Elas vão cantar e tocar e eu e a ficaremos feito idiotas olhando para elas e sorrindo para a câmera – reclamou – Eu chegaria antes do show de domingo. Planejei tudo já! E nem é para a Austrália que pretendo ir. É para a Irlanda!
- Mas isso é injusto! Por que você pode ir e nós não? – perguntou visivelmente indignada.
- Injusto? Vocês namoram e eu nem sei o que tenho com o Danny! Caramba, mereço ser feliz depois de todo esse tempo vendo minhas melhores amigas tendo casos sérios com os caras que sonhamos a vida toda e eu na espreita, vendo o que podia fazer por mim!
Nenhuma delas falou nada. Tinha batido aquele peso na consciência delas. Ninguém tinha pensado por esse lado.
- Tudo bem – Alice soou derrotada – Se você se atrasar para o show de domingo, arranjo outra pessoa para cuidar de vocês.
As quatro a olharam aterrorizadas. Quem podia cuidar delas como Alice cuidava?
Alguns minutos confusos se passaram para os quatro. Muita angústia para Danny e dor para seus dedos que estavam cruzados em figas desde que desligou o telefone.
O celular de Dougie tocou e todos se acomodaram em torno do aparelho ligado no viva-voz.
- Primeiro de tudo – começou falando – Danny, você pode ir a Irlanda? É o máximo que consegui.
- Conseguiu? – Tom perguntou, pensando no por que de ela dizer no singular.
- Não podemos sair daqui, Tom – respondeu com dificuldade, como se o coração dela estivesse sendo estourado.
- E a Irlanda é o lugar mais longe que posso ir sem perder o show de domingo.
- Mas temos aquele programa para... – Dougie começou, sendo interrompido depois.
- Não é a primeira vez que um de nós não participa de alguma coisa. Tenho certeza que Fletch vai concordar comigo – Danny garantiu, olhando os colegas. O olhar dele tinha súplica escrita.
- E vocês disseram para usarmos um telefone para arranjarmos um encontro maravilha para o Jones? – Harry perguntou, tentando inutilmente não ser rude.
- Largue de ser rabugento, Judd – deu bronca – Não estou gostando mais disso do que você. Pode ter certeza. Pense nos amigos de vez em quando. Daniel Jones, se minha amiga voltar pior do que já está no domingo, juramos de pés e mãos juntas que você desejará nunca ter nascido.
- Vocês têm minha palavra – ele respondeu confiante de si mesmo.
- Mas não. Não foi só para arranjarmos um encontro maravilha para o casal-complicação – disse. Olhe quem fala! – Sabe como é viver ao lado de duas desesperadas e meia desesperada para verem seus homens?
- Eu sei, . O caso aqui é que são desesperados – Dougie respondeu, mas pensou melhor – Não. Desesperadas mesmo.
E então riram. Era bom fazer aquilo entre os oito depois de tanto tempo.
- O caso é que temos um show no MySpace Music Festival daqui duas semanas, que é quando acaba nossa turnê por aqui. Depois disso, entramos de férias – explicou.
- Duas semanas? Isso é o quê?
- Semana do meu aniversário – Tom respondeu prontamente – Caramba, só lá? E costumamos entrar em turnê nessa época...
- Mas podemos mudar – Harry respondeu prontamente. Que era isso? Tentando tirar o único e possível tempo que ele teria com ? – Se não conseguirmos nada antes, está combinado.
O que podiam fazer era apenas esperar.
Confesso que tive que brigar com para ver quem ia narrar, já que estão faltando apenas nós dois. Agora quem falta é ela, ha.
Bom, fui informado que não posso enrolar muito – disseram-me também que tenho essa proeza... De enrolar. Que sacanagem, porque a autora se empolgou, acabou escrevendo muito nessa história e fazendo isso ficar gigante. É engraçado. Sempre nas minhas partes algo assim acontece. Qual o problema comigo? Quer saber? Vou ficar falando o que preciso. Não me importo se fizer duzentas, seiscentas, mil páginas no word e quantas vezes o arquivo da história vai dar problema. É minha vez de fazer isso aqui ficar realmente bom depois de toda merda que essa pessoa está passando em mim. Vou me calar um pouco agora, pois é da autora que estou reclamando e ela tem o poder de me tirar da história caso queria.
Então, sei muito bem que toda hora que alguém aparece aqui, principalmente os caras, eles dizem que são os melhores e é por isso que estão narrando. Bom, quem ri por último ri melhor... Opa, quem é o ultimo deles que está narrando? Nossa, acho que sou eu.
Mas é sério. Digo, o que eles têm de melhor que eu? Thomas Fletcher e sua voz de ganso e aquele corpo magricelo querendo aparecer porque apareceram músculos e topete ridículo. É meu melhor amigo, mas continua sendo o magricelo com topete ridículo que quer aparecer. Harry? Pode ter uns músculos a mais, porém aquilo é tudo bomba. O único exercício que ele faz é tocar bateria e jogar cricket. E Dougie... Está brincando que alguém realmente o acha bonito.
Eu, por outro lado, sou uma perdição desde que nasci. E não soou gay. Está certo que alguns discordam que eu era uma gracinha quando menor. Tudo bem. Tive uma fase que não foi muito legal para a minha aparência, mas isso é porque vocês não conheceram Dougie e sua aparência Nick Carter. Eu também não, contudo existem fotos e elas são bem engraçadas. De qualquer forma, tudo que falo já sai como uma música, porque minha voz é coisa de outro mundo. Eu realmente tenho que explicar o resto? Acho que tinha mulheres em todos os tempos por um motivo e ele não era só a fama.
Tinha.
É, agora voltando a histária. Eu tinha mulheres porque... Não sei. Deu-me algo desde que fiquei com . Como se qualquer outra fosse... Nada. Nada comparado. Isso é estranho. Nunca tive nada de sério com ninguém e agora estou saindo da Austrália, onde tem milhares de mulheres bonitas, para ir à Irlanda e ver o que minha... Sei lá. Não sei se posso chamar isso de relação... Com virará. A verdade é que preciso vê-la. Faz muito tempo... Como se fossem séculos e séculos desde que ela saiu de Londres e nos falamos apenas por telefone. Quero recompensar tudo que fiz de mal pra ela... Conhecemo-nos faz um ano esse mês e... O máximo que fizemos foi virar amiguinhos e ficar por duas vezes. Até os outros estão mais adiantados que eu! Tirando o Dougie. Mas ainda sei que ele vai fazer a coisa certa. Ainda assim, preciso sentir o que eles sentem quando dizem “estou namorando” ou mandam uma menina pastar na maior facilidade... Parece ser bom. O jeito que eles falam delas – não que seja diferente do jeito que gosto de ... Ela me mudou tremendamente.
Ah, antes que eu tagarele mais, saí da Austrália faz... Algumas horas. Agora estou jogado no hotel em que disse que ia se hospedar, apenas esperando a ligação dela. Parece que terei que acompanhá-la em alguma coisa sobre cavalos. Bem melhor do que ficar preso com três homens fedidos desesperados pelas namoradas.
Estava perdido em pensamentos quando me ligou dizendo que estava chegando e que precisava de mim todo vestido de branco, como se eu fosse jogar golfe, o que acabei descobrindo que ia fazer mesmo. Golfe é até legal, mas complexo demais! De qualquer forma, eu sabia que isso ia fazê-la feliz. Então...
- Danny! – abri a porta assim que a campainha tocou e não deu tempo de ver nada até estar abraçando .
Aquilo era ótimo. Apertava-a como se fosse o bem mais sagrado do mundo bem apertado. Eu não queria me soltar dela nunca. O cheiro era... Tentador. Falei. Sei lá... Não era aquele perfume doce enjoativo. Era uma mistura de um cheiro natural com um perfume.
E isso soou como um bobo apaixonado. Eu sei.
- É muito bom ver você! – ela fez ênfase no “muito”, sorrindo demais. Não pude deixar de acompanhá-la. Foi quando finalmente pude vê-la. Perfeita com um vestido branco solto, um sapato alto... Até porque ela estava praticamente da minha altura e um cinto abaixo dos seios. Isso é maldade – Conversamos no caminho. Pode ser? Estamos um pouquinho atrasados...
- Não faça isso comigo, não... – falei devagar, puxando-a novamente antes que ela pudesse sair, e a beijei. Notei que ela sorriu entre o beijo, mas deixou sua língua ir ao encontro da minha por bastante tempo – Podemos ir agora.
Durante o caminho – o qual ela disse que era tudo igual ao filme “PS: I Love You” e por isso estava se sentindo como se estivesse no filme –, conversamos tudo que perdi durante essas semanas e tudo que ela perdeu. Além de nos pegarmos quando não falávamos, nossas bocas estavam ocupadas com outras coisas melhores. Precisávamos recuperar o tempo perdido.
- Você vem aqui para o que, exatamente? – quis saber, sentindo o fedor de bosta de cavalo.
- Não é para sentir esse cheiro. Pode ter certeza – ela riu – Mas faz parte. Gosto de cavalos... Queria dar um de presente para o meu pai e aqui sempre tem os melhores do mundo. Claro que são uma nota preta, porém valem a pena.
- E você não pode saltar? – perguntei, olhando aquelas pessoas com uniformes, capacetes e tudo.
- Saltar? Eu? Não, não... Não, de jeito nenhum. Não – segurei minha risada ao vê-la se enrolar – Faz tempo que não faço isso. Seria totalmente vergonhoso no meio desses profissionais.
- “Faz tempo” você diz... Semana passada? – me olhou como se eu fosse um fantasma – Não me culpe se twittou que você estava saltando. Algo do tipo “estou me sentindo estranha. está doente, sumiu e como sempre está com seus cavalos”. Vai ter que me dar uma desculpa melhor.
- Droga. Por que do nada a resolve entrar no twitter? Mas sério, Danny, são profissionais do mundo todo que estão aqui.
- Então quer dizer que você também é profissional. Pelo que vi na entrada, só entra quem é sócio e quem sabe o que faz.
me ignorou. Deu-me aquele sorrisinho de quem não quer mais falar sobre isso e me puxou para uma casa onde estava tendo um pequeno banquete. Ela quase me entupiu de champanhe, mas quem sou eu para reclamar?
Algumas pessoas, umas velhas e outras não, vieram conversar conosco – com ela, na verdade – e fizeram-na a mesma pergunta que eu.
- Então ela realmente salta quando vem aqui? – perguntei educadamente ao senhor com quem ela conversava. Ela não me olhou com uma cara amigável no final das contas – não respondeu quando perguntei.
- Se ela salta? Meu rapaz, você deve ser novo por aqui. já foi uma das melhores. Não sei por que parou. Parece que rockstars não tem mais tempo para essas coisas.
- Sempre tenho tempo para os lindos cavalos, senhor Knoville. Só que os últimos anos andaram uma bagunça! – vê-la conversando era legal. é bonita. E estou alucinando já – A propósito, esse é Daniel Jones, também um rockstar e um belo jogador de golfe.
- Pelas barbas do profeta, esses músicos estão a cada dia mais usuais. Antes só sabiam se drogar e fazer barulho – não pudemos deixar de rir. Sério – Mas então você joga golfe?
- Não como disse. Futebol é mais minha praia.
- É o que todos dizem – ele pareceu um pouco desapontado – Bom, qualquer coisa apareça no campo. E você, dona , dê-me um bom motivo para eu não a alistar nos saltos agora.
Ah, isso vai ser engraçado.
- Er... – ela ficou surpresa, tentando pensar em qualquer resposta. Vai sair uma bem idiota, Aposto – Estou de vestido! – sorriu, mostrando sua roupa, achando que estava arrasando pela resposta.
- Jura? Você está na convenção anual. Não acha que há equipamentos por todos os lados? – rapidamente o sorriso dela murchou.
- Pode deixar, senhor Knoville. Tento fazer a cabeça de – o cara sorriu pra mim, despediu-se e saiu, deixando-nos lá.
- Você não vai fazer minha cabeça coisa nenhuma! – virou-se para mim quando ele não podia mais ouvir.
- Relaxe. Estou salvando sua pele. Só não posso garantir que ele confiou em mim.
sorriu como agradecimento, pegou minha mão e me guiou para onde só ela e Deus sabem. A casa era gigante. Em todos os lugares havia pessoas que nos cumprimentavam e... Eu me sentia num museu. Percebi que paramos em uma sala onde não havia pessoas, ou muitas delas. a esperou ficar vazia para abrir uma porta qualquer. Até então eu não fazia idéia do que ela estava fazendo até a menina me puxar com urgência para dentro do lugar que era um armário de vassouras.
Foi do nada. Eu não imaginava que era capaz daquilo, porém, assim que entrei e ela bateu a porta, a menina simplesmente voou para cima de mim. Tipo, literalmente, até eu derrubar alguns baldes e esfregões. Ela sugava meus lábios com força enquanto não decidia o que fazer com as mãos. Se as deixava puxando meu cabelo de uma forma rude e delicada ao mesmo tempo ou viajando entre minhas costas e meu peitoral. Ela que se decida. Tenho o meu trabalho para fazer.
Retribuí da mesma forma. Admito que estava com saudades de um beijo assim e até agora foi o melhor, como se a soubesse do que gosto. Apertava a cintura dela, trazendo-a para perto, precisando dela mais perto de mim.
- Você fica muito gostoso de branco... – ela disse ofegante.
De alguma forma, mais tarde, eu estava segurando suas pernas enquanto elas estavam enroladas em minha cintura com a intimidade grudada na minha por cima da calça – ainda tínhamos respeito. Já estava doendo não fazer o que eu queria... Tudo estava a favor. O vestido dela já estava amassado na cintura e minha blusa provavelmente em algum cabo de vassoura. O ambiente não era o melhor para isso, mas dava muito certo. Além do mais, realmente deve achar que sou de ferro, porque ficava provocando toda vez que colocava a boca em meu mamilo. Minha mão já estava no fecho do sutiã, enquanto levantava mais ainda o vestido com a mesma e a segurava, tudo ao mesmo tempo, quando escutei de longe o auto-falante – coisa que nem liguei.
Mas sim.
- Danny, tenho que ir para lá... – sua voz estava rouca e ela falou devagar.
- Não tem, não... Por favor – implorei. Eu já estava implorando? Tem algo muito errado comigo.
- Estão chamando todos os sócios, Dan. Tenho mesmo que ir.
Broxei. Broxei demais.
Ela já tinha se afastado e estava arrumando o vestido pelo que pude ouvir. Estava me concentrando em fazer meu amigo decepcionado acabar de voltar ao normal.
- Pronto?
- Preciso me recompor – ainda estava complicado. Eu podia atacar se ela não saísse.
- Tudo bem... – ela riu. Ela riu! – Vá à tenda principal. É lá que estarão todos – resmunguei qualquer coisa e peguei minha blusa quando ela abriu a porta devagar para ver se não tinha ninguém – Só pra você saber, o que começou aqui não acabou. Sabia que a mulher envelhece cinco anos a cada assunto inacabado?
- Vou cobrar – respondi, vendo-a sair. Vou cobrar mesmo.
Esperei uns três minutos até ela sair para eu fazer o mesmo. A sala estava deserta, então não tive que me preocupar com olheiros estranhando um cara saindo do armário de vassouras um pouco suado.
Não foi difícil de achar a tal tenda quando estava lotado de pessoas. Entrei calmamente e peguei um lugar qualquer, procurando .
Achei-a conversando com o senhor Knoville enquanto os dois olhavam trajes de salto. Conversa para quem sabe dessas coisas. Olhei para o outro lado e vi uma grande lista, que fui descobrir depois que era a famosa lista dos competidores de salto.
- Vai querer se inscrever? – o cara do lado perguntou ao notar que eu olhava muito para essa lista.
- Na verdade... Sim.
Agora aquilo sim seria algo para dar risada.
- A gente pode ir embora depois que o pessoal saltar... A menos que você queira fazer outra coisa. É que eu gosto de ver e...
- Vou ficar onde você estiver – não exatamente, mas vou assistir.
“Todos os profissionais se preparem pra saltar. Dylan, Kyle, Lindy e depois de tantos anos...”
- Deve ser a Mandy. Ela não salta faz muito tempo...
“ !”
A cara dela foi muito engraçada. Tinha que ter um jeito de mostrar por aqui.
Primeiramente ela ficou surpresa. Abriu a boca e fez uma careta de dúvida. Depois desespero, olhando para todos os lados e, por fim, ficou brava.
- Por que acho que foi você, Danny?
- Ahm... Porque realmente foi – disse naturalmente, vendo-a querer ficar brava comigo.
- Isso vai ter revanche. Não pense que vou deixar barato...
- Fiz isso por outra coisa que você fez. Pode se vingar mais tarde – sussurrei ao pé do ouvido dela e pude sentir a resposta do seu corpo.
saiu de perto de mim e me deixou para pegar qualquer lugar para assistir, voltando quase quinze minutos depois extremamente gostosa.
Se eu soubesse que aqueles uniformes podiam ser tão gostosos nela, eu a mandaria andar com eles por aí. Tirando o chapeuzinho engraçado, aquilo é... Excitante. Era uma calça branca apertada – até eu estava sentindo o quão apertado era – com uma bota preta gigante e aquele terninho por cima, fechado acentuando os seios. Ela fez isso pra provocar. Tenho certeza. Principalmente com aquele chicote.
- Você vai abrir quando for pular. Não vai? – referi-me ao terno.
- Danny, não pode abrir. Atrapalha – ela riu, sentando-se ao meu lado para assistir ao tal de Dylan.
Eu não entendo nada de cavalos, nada de saltos, nada do que estava acontecendo. Só escutava comentando não sei com quem – porque se fosse comigo eu não saberia o que responder – que ele tinha se saído mal em um pulo. Não sei onde... O cara pulou demais.
Finalmente a vez dela tinha chegado. Eu estava contando com isso... Depois sairíamos e, bom, o que aconteceria depois...
Nunca tinha visto fazendo outra coisa que não fosse tocar e olhe que ela salta muito bem. Aprendi algumas coisas com o cara ao meu lado dizendo que ela não derrubou nada e pulou alturas extraordinárias no cavalo mais complicado de lá. Parecia que só ela conseguia controlá-lo.
- Parabéns – respondi depois de dar um selinho nela – Não sei nada do que é certo ou errado aqui, mas, pelo que o cara do meu lado disse, você foi bem.
- ! – senhor Knoville apareceu – Eu disse que você é esplendida! Obrigado, Daniel. Isso merece uma comemoração!
- Leve-o para o jogo de ferraduras... Danny adora – jogo de quê?
- Pois bem!
Não vi mais nada antes de ser arrastado até um jogo que eu nem sabia que existia mais. Olhei para trás a tempo de ver rindo da minha cara, dando-me um sorriso sarcástico.
Quando fui vê-la de novo, ainda não tinha aprendido o esquema desse jogo. Tem algum prego, ferraduras e pessoas... Estava fazendo as coisas na pura sorte e estava ganhando. Não me pergunte como.
Tinha um tal de Kurb. Acho que ele não gostou de mim... Olhava-me com uma cara feia toda vez que acertava o prego. Na vez dele, eu estava onde fiquei o jogo todo, atrás da linha, apenas esperando minha vez, quando quase apaguei de dor, entendendo o que tinha acontecido quando chegou perto de mim, rindo e falando qualquer coisa ao mesmo tempo.
- Danny, está tudo bem? Danny, ei, Danny... – de alguma forma, abri meus olhos e me encontrei no chão – Quantos dedos têm aqui?
- Depende de quantos você quer ter... – respondi do jeito que podia. Respirar era complicado – O quê...? – recuperei minha visão e respiração completamente, olhando para cima e me encontrando com o mais perfeito par de seios que já vi na face da Terra.
- Você está bem?
- Ô, se estou... – já estava de vestido e, mesmo que o decote não fosse tão grande, era... Perfeito.
- Kurb o acertou com a ferradura. Eu queria avisar que ele não gosta de perder, mas eu não podia perder isso. Sabe, você é fresco demais... Kurb não taca com força para machucar. Até porque sou a única que estou aqui. O resto está rindo de você.
- É... – e eu que achava que o paraíso era lá em cima...
- Por que está com essa cara de...? – parou de falar. Opa, fui pego no ato – Seu safado – deu um tapinha no meu ombro e riu, levantando-se em seguida e me deixando bater com a cabeça no chão.
- Outch – reclamei enquanto me levantava – Ei, podemos ir? Já que você se divertiu bastante com minha desgraça...
- Jones, Jones, você tem fogo no rabo?
- Na verdade, tenho outra coisa, mas posso lhe mostrar se quiser.
rolou os olhos, todavia eu sabia que, se tivesse coragem de responder, ela diria sim. E não estou sendo modesto.
- Aquele Knoville parece ser uma boa pessoa – comentei quando estávamos no saguão do hotel.
- Ele é uma graça. Meu primeiro amigo que fiz na convenção.
Ao entrarmos no elevador, vi apertando o andar em que ela estava depois que apertei o meu.
- Você não está se esquecendo de nada, não? Eu disse que ia cobrar e vou mesmo.
- Você é meio apressadinho... Agüente o amiguinho aí por mais um tempo, porque tenho que ir para o aeroporto daqui algumas horas e minha mala está toda bagunçada.
- Arrume depois... – abracei-a a fim de fazê-la se esquecer da bagagem dela. Tivemos um beijo calmo. Era minha tática.
- Não vou conseguir arrumar depois, Danny – ela soltou e não pude deixar de rir.
- Não vou machucar, não!
Tive que gargalhar depois que disse isso e vi a cara que ela fez. Como sempre, foram várias. A primeira foi surpresa. Depois ela tentou segurar risada e por fim ficou pior que beterraba.
- Eu... Eu não quis dizer nesse sentido, seu pervertido! – ela riu escondendo a vergonha – Vou fazer minha mala, bem rápido, e depois apareço no seu quarto. Quer dizer, vou fazer minha mala e nós podemos... É... tchau – várias coisas que ela disse não eram para ter saído. Foi meio óbvio. Quando fiquei sozinho, gargalhei até entrar em meu quarto.
Agora vai ser ótimo.
Tirei algumas coisas do caminho e deixei o espaço habitável para mulheres. Estava fedendo a cigarro e minhas cuecas estavam esparramadas pelo chão.
...
Ela está demorando demais. Deve estar fazendo aquele joguinho estúpido para não parecer desesperada. Mas para que fazer, se já me mostrei desesperado o suficiente?
Já estava vendo um jogo qualquer de futebol na TV enquanto tomava uma cerveja em minha cama. Tinha até me esquecido de quem podia ser quando a campainha tocou, só me tocando quando vi com um sorriso infantil nos lábios do lado de fora. Ela não tinha trocado de roupa. Só tinha dificultado meu caminho colocando uma meia-calça branca. Se ela tivesse cara de puta, diria que estava fazendo um filme pornô. Apesar das contas, a situação estava bem normal, como se ela tivesse chegado à minha casa e estivesse esperando para entrar.
- Mi casa, su casa – falei com o sotaque forçado. Qualquer outra língua sem ser inglês é a coisa mais difícil que já fiz.
- Danny, se isso foi uma tentativa de falar português, saiba que isso não é nem de longe português.
- Nem venha. É parecido – ela riu, rolando os olhos – Quer? – ofereci uma cerveja para ela que aceitou, jogando-se na minha cama em seguida.
- Desculpe-me, Danny. Só assisto a futebol quando o Brasil joga. E como não é o caso... – pegou o controle, mudando de canal, onde passava o clipe mais novo delas – Caramba, onde vou só tem trabalho, trabalho... Nem a TV me livra disso!
- Então salve aos cavalos! – eu que o diga! – Eles a tiraram da rotina.
- Salve os cavalos! – levantou a garrafa, encostando à minha – Sabe, Danny, obrigada por vir até aqui... Irlanda para a Austrália não é perto.
- , eu faria mais mil vezes – ela gargalhou, levantando-se e indo até meu banheiro – Qual é? Duvida? – não ouvi resposta nenhuma. Aliás, som nenhum – ?
- Não sei por que a gente está esperando. Estou ficando mais velha! – e novamente se jogou em cima de mim. Só que dessa vez eu estava preparado.
Dessa vez fomos mais rápidos. Ela já jogou suas pernas em volta de minha cintura e eu a segurei por ali e na sua bunda, trazendo-a pra mim. Beijávamo-nos com urgência. Parecia que nossos lábios estavam com pressa. Levei-a para o quarto e a apoiei na bancada que tinha no quarto. No meio tempo que tivemos enquanto mordia o lábio dela e ela soltava um pequeno gemido, tirou minha blusa.
Fiz uma trilha até o pescoço dela enquanto mantinha minhas mãos ocupadas abaixando o zíper do vestido. Ela mexia suas pernas, abaixando minhas calças que já estavam no meio da bunda desde que me conheço por gente. Puxei o vestido dela de qualquer jeito, deparando-me com uma lingerie branca que não estava lá antes.
- Você quer mesmo provocar – disse antes de chupar o lóbulo da orelha dela e receber um sorriso malicioso antes de nos beijarmos com mais vontade.
Derrubávamos tudo que estava em cima da pequena bancada com o que achávamos que eram simples movimentos.
Rapidamente estávamos sem roupas, ofegantes, e gritos saiam ao invés de gemidos. Eu investia com força nela e... E chega. Tem detalhes demais aqui. Serei banido daqui a pouco.
A cena de antes se repetiu mais vezes só que na cama até cairmos no sono. Aliás, ela cair no sono. Não sei por que não dormi. Agora foi... Foi... Nada igual a antes. Foi diferente de tudo que eu já tinha feito ou sentido. Olhei pra ela que emanava a maior paz do mundo, como se o mundo fosse acabar e ela não estivesse nem aí. Foi quando percebi.
O que diabos fiquei fazendo essa porcaria de tempo todo antes de ficar com ela? é encostada à perfeição. É diferente quando estou com ela. É bom.
Eu precisava dela amanhã... E até quando Deus quiser!
Troquei de roupa rapidamente e saí do quarto, voltando uns quinze minutos depois de mãos cheias, encontrando acordada e... Chorando.
- ? O que aconteceu?
- O que aconteceu? Acordo depois de... De... Dessa porcaria de melhor noite da minha vida e não tem ninguém ao meu lado – ela surtou completamente – A pior coisa para uma mulher é acordar sozinha depois disso e agora você vem perguntando o que houve? Onde você estava, afinal? – limpou as lágrimas com raiva.
- Er... – levantei minha mão que segurava uma sacola cheia de comida. Ou porcaria. Não. Comida mesmo – Trouxe comida para você. E, bom...
Eu não sabia como fazer aquilo. Juro que pensei, e olhe que pensar não é meu forte, mas me esforcei o máximo que pude.
Na lojinha do hotel, além das balas e batatinhas, tinha todas essas coisas que crianças ou mulheres adoram comprar. Tipo aqueles negócios que sua mãe chama de “tranqueira”, “pra ficar guardado e você nunca mexer” como um jogo que você só joga uma vez na vida, utensílios inúteis, porém que não deixavam de ser legais, e é esse o motivo pelo qual você o compra, e uns bichinhos de pelúcia.
Sempre gostei de macacos. Tinha um casal de macacos de pelúcia que traziam uma mensagem... Na hora eu não sabia o que fazer. Nunca fiz isso tendo absoluta certeza do que queria. Enfim peguei esses macacos.
olhou para mim como se me esperasse para completar o que tinha começado a falar. O que fiz foi tirar os macacos da sacola e colocá-los na cama para poder vê-los direito.
A mensagem era: “eu te amo. Namora comigo?”.
- Vocês viram que dia lindo está fazendo hoje?
- , está chovendo.– disse como se a outra estivesse tendo visões – Está legal. Quem deu LSD para ela? A menina está fazendo aquela cara estranha que faz quando está doidona.
- Não, . Ela tem razão... Está realmente lindo o dia – concordou com a primeira. Ela agarrava um macaquinho com os escritos “amo” e “comigo”.
- Vai ficar melhor quando o show acabar – disse – , largue essa pelúcia. Faz muito tempo que você está segurando esse bichinho. Todo mundo já sabe que você está namorando o Danny.
- Já não era tempo!
- Cale a boca, . Pelo menos Danny não fez o pedido no meio de uma situação engraçada e nem cantou My Heart Will Go On. E você, , está com inveja?
- Inveja? – riu – Recebi uma música para isso na frente de centenas de pessoas. Um bichinho de pelúcia não chegaria nem perto de meu ego. Vai ter que fazer melhor.
estava quieta enquanto as três discutiam qual foi o melhor meio dos pedidos e ela... Não tinha namorado. Nem ficando ela estava!
- ‘Ta. Só me respondam: por que diabos estamos discutindo essa porcaria? – perguntou. Aleluia. Já estava na hora – De qualquer forma, Dougie pode nos surpreender do nada.
- Surpreender? Com quem? – perguntou assustada. Dougie estava prestes a namorar e ela não sabia?
- Ora, com quem... Com você, idiota! – falou como se fosse óbvio.
Mas era.
- Ok, cadê?
- Cadê o que, ?
- O saco de LSD que vocês estão usando! Eu também quero!
- Não tem LSD aqui. A gente está falando a verdade! – falou – E caso isso não aconteça nessas férias, Dougie é um homem morto.
- Um menino morto – corrigiu.
- Que é isso... Dougie não é baixinho! – defendeu. O outro nem estava lá para se defender. Ela tinha que fazer isso por ele.
- Tem razão. Agora calem a boca – Alice apareceu do nada. Esse negócio de porta que abre sem fazer barulho é medonho. De qualquer forma, elas obedeceram – O esquema de hoje à noite mudou.
- Ótimo. O dia acabou de ficar horrível – bufou, mas foi ignorada pelo resto.
- Como assim “mudou”? – perguntou com desespero nos olhos. Era tempo demais - Teremos nossas férias e tudo ainda, não é?
- Terão. Não é disso que estou falando. – Alice as confortou, rindo com o suspiro aliviado das quatro – O festival de hoje seria transmitido ao vivo...
- Nos EUA, é. Sabemos disso – respondeu, estranhando.
- Posso continuar? – ela perguntou rude. Alguém está precisando de férias. apenas assentiu.– Não será mais transmitido ao vivo apenas para os EUA e sim para o mundo todo.
Ok, e aquilo era para ser mudado de última hora? Valeu, pressão.
- Filho da mãe. Vou errar tudo, estragar nossa carreira. Aí Danny não vai me querer mais, os outros vão nos chamar de idiotas, compradoras de fama...
- ! – o resto reclamou – A última coisa que a gente precisa é do seu negativismo agora! – continuou. Falou a miss positiva então.
- Mas por que isso agora? – perguntou branca.
- Vão me dizer que não sabem que dia é hoje?
- Treze de julho...
- E o que isso diz?
- Que ótimo. Dia mundial do rock – respondeu .
- Isso mesmo. Mundial.
- Mas... Mas por que justo no nosso dia? – perguntou em choque – Isso é um festival! Por que não podia ser com o... Metallica? Sei lá! Iron Maiden? ACDC? Nossas músicas nem são totalmente rock pesado! Os amantes de rock vão nos odiar e dar comentários negativos!
- Sim, porém vocês são ótimas e o mundo inteiro as adora – explicou a manager – E é por isso que que vão abrir. Olhe, só mantenham a calma. Tudo bem? Não é a primeira vez que fazem isso. E os amantes do rock vão entender.
É um bom conselho para quem não tem que ficar no palco.
- Seria mais fácil a gente fazer um show de covers. Aí colocamos só rock mesmo.
- Aí não seria um show da gente, . E, ainda mais, vamos pegar tudo agora? Cinco horas antes do show? Vamos colocar pelo menos três ou quatro covers só. O que acham de Fuel? Highway To Hell? Por favor, Highway To Hell! – implorou.
- Andei pensando, gente... – saiu dos pensamentos – Vamos fazer um tipo de homenagem. Vamos tocar Beatles! Depois podemos colocar mais duas músicas que são rock pesado e pronto. Tiramos duas nossas e estamos feitas.
- Gostei – concordou, pegando uns papéis e mostrando às outras – Podemos tocar essa música. O que acham?
- Fale, !
- Oi, Dougie! Está fazendo o quê?
- Arrumando as malas. Ou tentando – ele riu.
- Ah! Não se esqueça de que faz frio em julho. Mas... É, o frio do Brasil é calor para você, então ok. Como foi o show ontem?
- Dougie, pule a parte em que vocês tagarelam coisas suas – Danny pediu com cara de cu.
- Está legal. Vocês me pediram para dizer exatamente tudo o que ela disse... – Dougie se explicou. - Diga-me: o que vocês vão fazer essa noite?
- Por quê? Vocês estão aqui?
- Não, não viaje, Dougie. A gente não pode ir toda hora para Londres como num passe de mágica. Alem do que, a gente sempre está aí!
- Wow, não está mais aqui quem perguntou! – eles riram – Mas vocês não estão sempre aqui. – se estivessem seria fácil demais – Vieram no máximo duas vezes – escutou-a dar uma bufada engraçada – Mas a gente ia dormir cedo e ir para o aeroporto...
- Dormir cedo? Cadê o Dougie Poynter e os capangas do McFly?
- Todos ocupados demais pensando em ver suas garotas.
- Uh, não sabia que eu tinha um McFly pra mim agora.
- Babe, sempre fui seu – Dougie conseguia deixar sem graça e derretida facilmente. Que engraçado.
- Obrigada por me lembrar – riu nervosa...
- Poynter, a gente disse para você contar sem enrolar com coisas idiotas – Harry lembrou.
- Deixem-me aproveitar meu momento? Vocês estão todos resolvidos. Cuidem de suas vidas.
- Você que não correu atrás, cara. Tem que correr. é bonita. Ninguém vai perder a chance – Tom aconselhou – Mas, antes disso, que tal você acabar de contar? Porque até agora não estou entendendo isso direito.
- Mas a que devo a honra de sua ligação, então?
- Senti-me importante agora – riu – É que sabe do nosso show? O de daqui... Três horas? – tremeu ao falar.
- Sei, claro. O que tem? – ele não estava entendendo. Será que foi cancelado?
- É que bem... Olhe o dia de hoje – Dougie obedeceu. Dia treze. Dia mundial do rock – Sim, e o que isso vem à sua cabeça?
- Er... Na verdade, nada.
- Imaginei isso mesmo... Enfim, esse show teria uma cobertura nacional. Os Estados Unidos todo nos veriam.
- Isso é ótimo! Não vai mais ser assim?
- Não... – ainda tremia. Por que diabos ela tremia? Isso é uma noticia boa! – Deixou de ser nacional para virar internacional.
- Outch.
- É.
- Mas ainda não entendi... Tipo, não estou reclamando de você me ligar nem nada – até porque ele estava adorando – Só não entendi.
- Vou explicar ainda, apressado. Seria legal ter um apoio. Sabe? Estamos bem... Em choque.
- Você está pedindo que a gente assista? – concordou com um murmúrio – É obvio que a gente vai assistir. Nem precisava ter falado, .
- Obrigada, Doug.
- Depois a gente conversou, mas vocês pediram para eu não contar mais detalhes do que a conversa principal... – Dougie terminou.
- Continuo não entendendo – Danny soltou. Dessa vez ele não era o único – E quando ela disse que precisava de nós todos juntos?
- Não disse – o primeiro esclareceu.
- E por que você ligou no meio do meu banho dizendo que precisávamos ver TV todos juntos fazendo o maior caos pra isso?
- Puro prazer, Fletcher – Poynter riu maldoso – E eu não queria explicar a mesma historia três vezes.
- Faaaaaale, Orlando! – gritou no microfone, recebendo mais milhões de gritos como respostas – Cara, não tem um show aqui que não entre no status perfeito!
- , eu diria mais: faaaaale, mundo! – corrigiu, rindo – O que estão achando até agora?
Como sempre, gritos histéricos e bem positivos como resposta.
Todas já estavam bem acabadas. quase teve um ataque cardíaco antes de entrar no palco provocado pela excitação, ataques e quase uma overdose de remédios enquanto as outras tinham ficado bem alegrinhas para já começarem o show no pique.
Já era o meio do show. Tinham cantado quase doze musicas e ainda tinham muitas pela frente. O meio dele, como sempre, era o cover que em todos os shows elas faziam questão de apresentar.
- Isso vai soar gay de minha parte, mas a é gostosa mesmo cagada igual ela está – Danny comentou do melhor jeito que ele conseguiu.
usava uma calça capri branca com uma blusa preta com desenhos psicodélicos em várias cores e um tipo de jaqueta xadrez nas cores rosa e preto com tênis preto com a língua pra fora em detalhes em rosa. Isso era só a roupa. Sua aparência era... Nojenta. Escorria suor pela cara toda e pelos cabelos. O calor era tão insuportável que sua jaqueta teve as mangas dobradas.
- Nossa, estou sentindo o calor por elas – Harry comentou, puxando a gola da camiseta – Coitada da ... Ficar na bateria dói a bunda e é o lugar mais quente.
- Ela faz a maioria dos shows de short. Já é um bom começo – Dougie lembrou. já tinha saído da bateria uma vez naquele show para andar no meio do palco – Falando nisso, que shortinho pequeno.
- Pare de olhar, Poynter.
realmente estava de short, mas a história do pequeno não é tão verdade assim. Ela estava colourful com uma blusa xadrez em amarelo berrante e preto com uma gravata grudada, short jeans e meia calça arrastão com um par de vans slip-on também amarelo. Quanto ao seu estado, o dela seria o pior se não tacasse água em seu próprio corpo o tempo todo. Porque pela forma que fica empolgada enquanto toca, os cabelos voam e, conforme a umidade, param do jeito que voaram.
- É uma honra para a gente abrir esse evento em comemoração ao dia mundial do rock ao vivo para o mundo inteiro! – falou rápido demais, tentando não ficar nervosa – Oi, mãe! – acenou para a câmera e riu – Obrigada a todo mundo que está aqui hoje e quem está vendo a gente de casa!
era mais parecida com quando se tratava no desastre do meio do show. Não só nisso, mas no momento era o principal. A diferença das duas é que não precisava se mexer para o cabelo ficar em pé. Bastava ela começar a suar e o cabelo enrolava e armava. Ainda bem que a água abaixava! Como as outras, tinha suas roupas coladas no corpo pelo suor. Sua camiseta marrom desbotada com uma imagem de quatro pessoas em um por do sol e vários escritos ao lado dela com uma calça skinny preta, um tênis branco e por cima de tudo, um colete de malha amarelo claro. Ela não gostava muito de combinações, mas ficou legal.
- A está bêbada – Harry gargalhou.
- Certeza! – Tom concordou do mesmo jeito – Não dá para perceber muito bem, no entanto, só quem já está acostumado.
- E agora é hora do cover! – começou a falar de repente – A gente decidiu totalmente de última hora porque essa musica é exatamente o que a gente quer dizer!
- It Won’t Be Long! – gritou antes das luzes se apagarem, olhando diretamente para as câmeras.
Por fim, não parava de se molhar e tomar água. Aquele negócio de tacar água e deixar a boca aberta pra tomar e se molhar ao mesmo tempo pode até ser nojento, principalmente para meninas, mas vale muito numa situação como aquela. Entre todas, ela era a que poderia sentir mais ventilada. Usava uma camiseta três quartos que parecia um suéter em losangos, um short preto e meia calça também preta desfiada e All Star nos pés.
Elas optaram pela versão de Across The Universe aos Beatles, até porque Evan Rachel Wood cantando é... Lindo.
It won’t be long, yeah, yeah, yeah.
It won’t be long, yeah, yeah, yeah.
It won’t be long, yeah, ‘till I belong to you.
Every night, when everybody has fun,
Here am I sitting all on my own.
It won’t be long, yeah, yeah, yeah.
It won’t be long, yeah, yeah, yeah.
It won’t be long, yeah, ‘till I belong to you.
começava cantando, o que era quase um milagre acontecer. sempre jogava as coisas pra começar, o que particularmente ela não gostava. Mas se não começasse, ninguém mais começava. Enquanto ela fazia a voz principal, as outras três completavam com o “yeah” em seguida e as segundas vozes. Sim, fazia uma participação especial nessa música.
Since you left me, I’m so alone.
And now you’re coming on home.
I’ll be good like I know I should.
You’re coming home, you’re coming home!
Every night the tears come down from my eyes.
Every day I’ve done nothing, but cry.
It won’t be long, yeah, yeah, yeah.,
It won’t be long, yeah, yeah, yeah.
It won’t be long, yeah, ‘till I belong to you.
era a próxima, dando o ar mais apaixonante à música. Só faltava ela fazer caretas e poses ao cantar suas partes. E, se ela não segurasse uma guitarra, faria. Deram esse trecho para ela porque era a verdade... Drama era o sobrenome do meio dela e, se tivesse mais músicas para provar isso, a menina pegaria tudo.
Since you left me, I’m so alone.
And now you’re coming, you’re coming on home.
I’ll be good like I know I should.
You’re coming home, you’re coming home.
Every day we’ll be happy. I know.
Now I know that you won’t leave no more.
It won’t be long, yeah, yeah, yeah.
It won’t be long, yeah, yeah, yeah.
It won’t be long, yeah, ‘till I belong to… You!
E, para finalizar a música, terminou com as notas mais altas e seus gritos iguais aos da música original. E até que os versos dela bateram com sua situação. Já que Julian disse pra ela esquecê-lo, mesmo que indiretamente, ela não ia ficar sofrendo pelo resto da vida por ele. Duas semanas é normal. Um mês e meio é doença. Mais que isso é um estado nojento de Isabella Swan. Coisa que se recusava a chegar. Preferia a morte a isso. Ela sabia dos sentimentos de Dougie por ela. Quem sabe os dois não se ajeitassem?
- Isso foi para a gente ou eu bebi demais antes de vir? – Danny perguntou quando a música acabou.
- Isso foi foda... – Tom disse – Mas elas estão certas. It won’t be long. Depois dessa preciso pegar aquele avião agora.
- Vai adiantar o quê? Elas só chegarão ao Brasil um dia depois de nós – Dougie comentou, vendo os companheiros olharem feio para ele em seguida – Está bom. Vai ser ótimo. Eu sei.
- Falando nisso, Poynter. Vai fazer o que para ter a de novo? – Harry perguntou enquanto ouvia as meninas tocando outra música delas. Seus pés mexiam conforme a batida.
- Sei lá. De repente ela não quer nada...
- Largue de ser gay. Quer prova maior que essa? – Dougie levou um pedala bem forte de Tom – Ao vivo ainda, cara!
Dougie apenas olhou para eles com cara de tédio. O que ele podia fazer? Pegar um avião agora e ir para a América?
Até que não era uma má idéia, mas ele não tinha coragem. Pelo menos achava que não. Até porque o que todos dizem dele sobre chegar a garotas pode não ser totalmente verdade, porém tudo sempre tem um pinguinho.
- Olhem... Até amanhã – Dougie respondeu, parecendo cansado. Mal deixou os outros falarem qualquer outra coisa.
- Deixem o rapaz seguir com o que ele pensa – sugeriu Harry – De repente está aprontando o território. Olhem, o show está acabando. Podemos falar com elas depois.
E, como se não fosse costume, eles realmente fizeram isso. A diferença é que algumas delas não estavam totalmente conscientes.
- Foi muito foda o show. Só faltou o Fletcher pular pela sala...
- Quer dizer, igual você fez, Jones? – Tom devolveu enquanto ria – Já ouvi todo mundo aí. Cadê minha namorada? E a ?
- Inconsciente – riu – Pelo menos sua namorada. Ela foi a primeira a entrar no ônibus de volta ao hotel e... Apagou. Mas não se preocupe, não. A gente diz que você se lembrou dela.
- Já a ... Está falando com o Dougie de novo. Tipo, a gente achou que eram vocês, porém aí ela se trancou na caminha dela e adeus. Aqui estamos – disse – Mas obrigada por nos chamar de “todo mundo”.
- Caramba, estou morta – eles ouviram falar um pouco longe do celular e bocejar.
- Vamos deixar vocês dormirem agora... Até porque vamos pegar o avião daqui umas horas.
- Antes, vamos repassar as coisas. Amanhã vocês vão ao Brasil e...? – quis que eles continuassem.
- , a gente já fez isso mil vezes! – Danny reclamou, parecendo uma criancinha birrenta.
- Por isso mesmo. Quero ver se colou.
- Pegamos o vôo de madrugada e chegamos lá praticamente de madrugada também. O motorista de vocês estará lá e nos levará até o... Er...
- Estava indo muito bem, Danny. A propósito, o nome dele é Marcelo, mas não sei se ele sabe falar inglês... Ainda assim, ele vai levar vocês até o nosso apartamento – esclareceu – Chega de hotéis.
- E o que faremos lá? – Harry perguntou.
- Aí só esperarem por nós e podemos ver – deu de ombros com a voz mole. Estava dormindo em pé praticamente.
- Então até lá.
A viagem foi tranqüila para todos. Digo, para os oito. Fora o grande Jet lag e os atrasos dos vôos, tudo foi bem normal. Viagens de primeira classe, champanhe, televisão e lugar para esticar as pernas é coisa de outro mundo.
- Vocês acharam algo estranho na casa delas?
- Estranho como? – Danny perguntou ao Harry.
- Alem de cigarros de todas as marcas possíveis? – Dougie perguntou – Isso é normal. É da que é a casa.
- Digo... Camisinha na gaveta da cozinha – Harry riu – gosta mesmo de uma aventura.
- Está brincando – os outros três disseram instantaneamente. Estavam comendo na casa dela, com os garfos dela. Vai saber onde eles já estavam – Serei sortudo se não vomitar agora.
- Nah. Não acho que ela seja capaz disso que você está pensando, Dougie. Só se prevenindo mesmo... O quarto é bem longe – Harry se referia a pelo menos uns quinze passos.
- Já passou pela sua cabeça que essas coisas estavam aqui bem antes de vocês namorarem? Ou se conhecerem? – Danny sugeriu, querendo não rir da cara que o outro fez. Harry podia ser bem possessivo quando queria.
- Então elas chegam amanhã, não é? – mudou de assunto do nada, fazendo os outros engolirem uma risada.
- É, mas não consegui falar com nenhuma delas hoje. Alguém? – tentou Danny – Os celulares estão todos desligados.
“...Somebody save my life! I’d rather be anything but ordinary…”
“Please…”
- Não são as vozes da…?
- É festa no meu apartamento agora? – perguntou, sorrindo quando abriu a porta e viu todos lá – Caso esteja faltando homem na casa de vocês, na minha tem de sobra, meninas!
- De sobra, é? – Harry perguntou, passando na frente de todos os outros. Era muito bom ver a namorada depois de tanto tempo.
- É. O que quero está bem aqui – jogou os braços em torno do pescoço dele e o beijou calmamente, aproveitando o momento.
- E eu que achei que os dois iam fazer a festa quando ficassem perto um do outro – Dougie riu.
- Tom! – apareceu na porta, dando de cara com os outros. Esta não perdeu tempo. Correu até ele e o abraçou, colando as pernas em volta da cintura dele.
- É, parece que o que achei da e do Harry fica com o Fletcher e a .
- Dougie, se for inteligente, você consegue chegar à agora. Dê licença que vou achar a minha garota.
- Não precisa me achar. Estou bem aqui – sorriu doce e os dois se beijaram.
- Sobramos, Dougie – apareceu de repente ao lado dele.
- Estava esperando por esse momento – ele sorriu e a cumprimentou com um abraço apertado.
Tudo que ele sentia, tudo que ambos sentiam um pelo o outro, voltou como uma pancada no pâncreas. O que o tempo podia fazer... Desfazer alguns pensamentos, curar umas feridas, mas nunca apagar sentimentos. Não os verdadeiros.
Alguém muito filho de uma mãe pigarreou e os dois se soltaram, vendo que passaram tempo demais em um simples abraço.
- Deixe os abraços fofinhos de Dougie para nós também – pediu, apertando as bochechas do rapaz.
Então depois dos devidos cumprimentos, todos estavam esparramados pela sala de .
- Não era para vocês virem só amanhã?
- Está reclamando, Danny? A gente pode sair e voltar só amanhã se quiser – falou com um falso desdém.
- Não precisa, não – ele abraçou possessivamente.
- Foi uma surpresinha... Era para ser só amanhã mesmo, mas acabamos tudo mais cedo e pensamos... Por que não? – riu – Nem Alice sabia.
- Não? Como assim? – Harry perguntou. Isso era meio estranho... Ele falar. Desde que elas chegaram, a boca dele se manteve ocupada com a de .
- Ah, de boa. A gente falou com ela quando estávamos na escala em Brasília. Eu realmente acho que ela colocou a guarda costeira atrás de nós – explicou – Porém estamos aqui, estamos bem e vocês estão aqui também. Não sei o que mais pedir.
- Eu sei – anunciou – Temos que arranjar coisas para fazer...
- No meu aniversário, principalmente – Tom intrometeu.
- Calma, a partir do seu aniversário temos tudo montado. Vamos comemorar o da junto – garantiu – Até lá que vira um problema.
- , não são nem dois dias quase.
- Sei disso, , mas temos que mostrar a esses bando de inglesinhos como brasileiro se diverte.
As respostas que ela obteve foram diferentes.
- Inglesinhos? – os quatro perguntaram ao mesmo tempo, quase indignados.
- Você quer dizer...?
- É, . É isso mesmo o que quero dizer.
- Alguém mais está se sentindo ofendido e não está entendendo nada? – Tom perguntou e os outros concordaram, sendo ignorados pelas meninas.
- Mas isso não vai dar certo... Primeiro que é arriscado irmos até lá. Não digo isso porque podemos ser reconhecidas... Quer dizer, digo sim. Sabe o que podem fazer com a gente? , essa idéia está além do nosso limite!
- Esperava que quem falasse isso fosse a e não você, !
- Só estou me precavendo. Pergunte para ela para você ver se não concorda comigo – nem tentou porque nem precisava perguntar.
- Então não sei o que fazemos – ela desistiu.
- Podemos improvisar a sua idéia... – sugeriu – Tem uns lugares aqui. Não tem? e , vocês fizeram um ano de faculdade aqui. Não é possível que não saibam algum lugar legal.
- Na verdade... – elas se olharam – Até tem.
As quatro estavam tão entretidas em sua própria conversa que se esqueceram da presença dos homens. Ou quase se esqueceram.
- Então, Harry, conhece uma banda de meninas brasileiras? Aquelas... Caramba, são tão ruins que até me esqueci do nome...
- Não sei, não, Danny. É aquela que as integrantes ignoram os outros?
- Calem a boca, vocês quatro – as quatro revidaram juntas em mais um perfeito coro – Estamos tentando arranjar algo para fazer e aparentemente achamos.
- Vamos fazer o quê?
- Harry, você se lembra da festa no Havaí? – perguntou, corando. – Quer dizer, o que dá para se lembrar dela.
- É... Lembro. O que tem?
- Não é nada igual. Pode ter certeza. – garantiu a menina, deixando o outro confuso. Então para que perguntou?
- É que é um pouquinho parecida, mas no estilo brasileiro mesmo – falou depois que se levantou com Tom ao encalce.
- Como ela sabe como é? – Harry perguntou a .
- Somos amigas, Harry. Somos um livro aberto.
- É, contamos tudo – concordou.
- Tipo... Tudo, tudo?
- Tudo e mais um pouco – riu da cara deles.
Não que eles não contassem entre eles também. Falavam sim, claro, mas não tantos detalhes iguais elas pareciam saber. Tipo, quem lembra o tipo de festa que tem no Havaí em um resort? Principalmente uma pessoa que não estava lá?
- Parem com essa cara. E daí que a gente sabe tudo sobre vocês? – perguntou.
- Sinto-me exposto agora. Como se cada uma me olhasse agora e imaginasse coisas.
- Não. Isso seria doideira demais. Daniel, temos namorados para imaginar! – riu – Sei que vocês contam umas coisas também. Estamos mais ou menos quites.
- É, agora chega desse assunto. Ainda não decidimos – falou e todos olharam para ela em dúvida – ‘Ta, nós decidimos, porém estou tão cansada que acho que prefiro passar hoje com calma para o resto dos dias estar bem disponível.
Parecia que tinha dito as palavras de Deus. O resto não se importava de sair, mas não podiam ignorar o cansaço.
- Então ‘ta. Vão lá para casa que eu... A faz comida – sugeriu, tacando uma atividade na colega. E ela descansa quando?
- Vai ser macarrão. A faz o molho, a rala o queijo e a dona limpa os pratos – disse de má vontade. Ela não ia fazer todo trabalho sozinha e o molho da outra é coisa de outro mundo.
- Nem a pau. Tem máquina de lavar louça na minha casa e não é à toa.
- Então beleza. Você põe a mesa.
Pelo resto da tarde, cada casal – ou pseudo-casal, tratando-se de e Dougie – ficou em seus apartamentos botando os assuntos em dia.
Dia dezessete já estava ali numa rapidez incrível. Os outros dias anteriores se passaram com eles não fazendo nada demais, a não ser recompondo todas as energias possíveis. Uns dois, três dias dormindo direito, indo raramente aos shoppings ou jogando Wii no apartamento de alguma delas, comendo comida caseira e às vezes saindo comer fora ou pedindo. Pense no fim de semana mais calmo que você tem e compare a isso, com a diferença de que você tem o cara mais bonito e perfeito como namorado e seus melhores amigos para ficar na folga junto.
Todos já sabiam o que fariam no aniversário dele. Pelo menos uma parte do dia seria de e Tom juntos e depois todos com todos.
- Ei, dorminhoco... Tom... Tom... – sussurrava incontáveis vezes para o namorado acordar, mas não estava funcionando. Então ela resolveu apelar. Distribuía beijos por toda extensão das costas dele até chegar à nuca – Acorde...
- Para quê? – ele conseguiu falar sem mexer um músculo do corpo – Você vai parar se eu acordar.
riu gostoso em resposta.
- Hoje não. Não se você quiser – ele abriu os olhos e se virou para ela, sorrindo – Parabéns.
- Não se eu quiser? E se eu quiser que você seja minha escrava sexual? – deu um selinho demorado nela – Obrigado.
- Se você quiser, eu serei – corou violentamente, porém concordou – É realmente tentador.
- Podemos começar com o banheiro então.
Não preciso dizer o que aconteceu durante o banho, por favor.
Pelo resto da manhã, o levou a um dos mais belos parques de São Paulo, tentando ao máximo fazê-los não serem vistos por ninguém. Até que funcionou. Óculos escuros e roupas um pouco diferentes ajudava, ainda pela manhã. Quem é o ser humano que está andando pelo parque além dos adultos ou velhinhos?
- Venho aqui desde os treze anos e nem morava aqui... Já estamos chegando... É... Ali – apontou uma árvore imensa de raízes bem grossas e grandes galhos, muito bonita.
Tom ficou surpreso de como aquele lugar podia ser bonito. Ele não sabia por que estava lá também, mas estava gostando.
- Aqui realmente é bonito... Como que achou esse lugar no meio do parque gigantesco? E por que estamos aqui?
- Escapava da família por um tempo para pensar. Minha adolescência foi um pouco conturbada – fez uma careta estranha – E culpa da minha cabeça sem criatividade que o trouxe até aqui para um piquenique – Tom virou o pescoço imaginando que aquele programa era um tanto quanto... Inglês – E tinha pensado isso para caso não passássemos o começo das férias juntos aqui no Brasil... Só não me ache mais idiota do que já estou me achando e, se achar, por favor, não fale.
- Não a acho idiota. É muito pelo contrario, .
A idéia podia ser clichê, mas se esforçou bastante para isso. As outras até tinham falado para ela o levar ao zoológico, porém receberam respostas grossas: “jura? Giovanna jaz fez isso! Eu sou o quê? O clone dela?”. Então um café da manhã numa parte isolada do parque era a melhor idéia.
- E quanto ao violão? – Tom perguntou depois de se empanturrar de bolinhos que a outra tinha feito. olhou o instrumento com dúvida, como se não tivesse idéia que ele estava ali, sendo que foi ela quem tinha carregado até o local – Nem adianta fazer essa cara de quem não sabe de nada para tentar fugir. Vamos lá. É meu aniversário!
- Só porque é seu aniversário... Escrevi uma música – disse a segunda parte rápido demais. Tom quase não entendeu, mas ele conseguiu pegar o que ela dizia e sorriu, incentivando-a a continuar – Foi fácil quando... Mesmo antes de conhecê-lo eu... Ah, deixe-me acabar logo com isso.
Tom riu da vergonha dela, achando totalmente desnecessário e bem fofo da parte da menina escrever uma música para o aniversário dele. Uma coisa que ele faria no dela, certeza.
When you’re around, I don’t know what to do.
I do not think that I can wait
To go over and talk to you.
I do not know what I should say.
And I walk out in silence.
That’s when I start to realize
What you bring to my life.
Damn, this guy can make me cry.
It’s so contagious.
I cannot get it out of my mind.
It’s so outrageous.
You make me feel so high
All the time.
A primeira estrofe era para quando eles se conheceram no elevador, um ano atrás. E até mesmo quando ela era uma fã boba que foi vê-lo no Hilton anos atrás. Ela não conseguia fazer nada a não ser olhá-lo, tamanho o choque, e dizer oi que nem uma idiota. Depois, no elevador ela queria arranjar algo para falar com o rapaz, porém não saberia o quê. Já a segunda é dos tempos modernos... Falar com ele no telefone era cruel a ponto de fazê-la chorar e ao mesmo tempo muito bom. E o refrão... Não tem por que explicar. Primeira pessoa que pensa? Tom. Primeira coisa que ela fala? Tom. Ele a deixava alterada o tempo todo na maior facilidade (e é quando a autora pede para fingirem que a Avril Lavigne não existe na história).
They all say that you’re no good for me,
But I’m too close to turn around.
I’ll show them they don’t know anything.
I think I’ve got you figure out.
So I walk down in silence.
That’s when I start to realize
What you bring to my life.
Damn, this guy can make me smile.
It’s so contagious.
I cannot get it out of my mind.
It’s so outrageous.
You make me feel so high
All the time.
E depois de novembro as coisas ficaram estranhas para ela. Tanto Robert quanto Ian diziam a ela que Tom não era nem de longe o certo pra ela, contudo a menina não queria saber do que eles achavam quando ela acreditava fervorosamente que ele era sim o certo. E estava certa o tempo todo.
Cantava e tocava com o coração, sorrindo várias vezes pra ele.
It’s so contagious.
I cannot get it out of my mind.
It’s so contagious.
You make me feel so high
All the time.
- Eu te amo – Tom se aproximou e a beijou intensamente, deixando todos seus sentimentos à mostra. Ele realmente amava aquela mulher.
Assim ficaram até o parque começar a encher mais e mais apra poderem ir embora. O aniversário de Tom ainda não havia acabado e o de nem tinha começado também.
- Caramba, vocês são tão frescos assim? – perguntou ao olhar a cara de sono dos três. Ela não podia falar muito também – Vamos. Temos um churrasco para preparar.
- A gente não pode fazer isso mais tarde, não? – perguntou encostada ao elevador – A gente fala para a que ela tem que enrolar mais lá... E vamos comemorar o meu também,. Eu deveria estar dormindo na minha cama deliciosa com meu namorado me abraçando.
- , não é surpresa. A única coisa é que Tom não sabe dessa pequena festa pela tarde, acho, e talvez de noite... Sei lá.
- Vocês montaram um aniversário para o cara de três partes... Realmente estamos com inveja. Por que não tive isso no meu? – Danny perguntou.
- Primeiro porque você estava em Londres comemorando com a Pixie – começou – Segundo, estávamos ocupadas demais com o CD para atravessar o oceano e prestigiá-lo.
- E, terceiro, Tom é mais legal que você.
Outch. Ouuuuutch.
- Está brincando que você prefere Thomas Fletcher e suas piadas idiota-inteligentes a mim, – ele não sabia se perguntava ou se fingia ficar indignado – O que fiz para isso?
- É que eu odeio pessoas lerdas...
- Você se fodeu, Jones – Harry riu.
- Mas eu não...
- Danny, estou brincando. Vocês são legais do mesmo jeito. Está bom? Não pudemos ir ao seu aniversário e, já que estamos todos juntos para o Tom e daqui umas semanas é o meu, estamos fazendo uma festinha. Se der, Dougie terá o prazer de nossa companhia no aniversário dele e Harry também.
Os dois sorriram por isso.
- Pronto? Olhe, Harry e vão ao mercado e compram quantas Cocas, vodkas... Qualquer coisa que vier na cabeça de vocês. Ah, que seja comestível – lembrou – e Danny vão pegar o som e escolher algumas músicas. Por favor, nada de sertanejo. Danny, você sabe algumas palavras em português. A que for mais estranha para você e a mais feia e ainda o cantor vier com dois nomes, não a deixe escolher – Danny meio que bateu continência enquanto os outros riam – Eu e Dougie vamos tirar umas coisas que estão no freezer lá de baixo e ver a piscina.
- Ver a piscina? – Harry perguntou, estranhando. Por que alguém diabos olhava a piscina? apenas disse que não sabia o motivo – Isso está bem organizado. Fez isso agora?
- Não. me ligou e me disse para tomar conta das coisas – respondeu, tirando um papelzinho amassado com a letra da outra – Jogou isso por de baixo da porta.
- Por que ela não deixou isso pra uma de nós? – perguntou, apontando para ela e .
- Querem mesmo saber? – segurou uma risada forçada.
- É, Tom realmente achou a alma gêmea dele. Organizada... Só falta ter traços para separar cada atividade e colunas que mostra quem faz o quê.
- Então não vou nem lhe mostrar esse papel – arregalou os olhos para Dougie – Ah, é. Esqueci que temos que pegar alguns violões. ... – ela tacou a chave de seu apartamento.
- Por que tivemos que descer sendo que teremos que subir de novo? – Danny perguntou em dúvida. Era uma boa pergunta para falar a verdade.
- Não me culpem. Estou com sono – a organizadora levou as mãos para cima em sinal de inocência – Se eu fosse bolar tudo, estaria começando as coisas quinze minutos antes de eles chegarem, mas já que é a ... Ainda comecei a fazer as coisas meia hora depois que ela pediu.
Todos riram, em seguida indo aos seus afazeres. Se acabassem mais cedo podia ser que sobrasse tempo para um cochilo. Era para isso que fazia as coisas mais cedo.
A cesta estava lotada de porcarias. Tinha até Cheetos lá! O mais estranho é comprar isso... Sempre reclama do fedor que aquilo dá... E com razão. De qualquer forma, não era só Cheetos que havia lá dentro. Tinha Doritos, pãezinhos, algumas carnes, refrigerantes, balas e coisas essenciais para um churrasco.
Harry cismava que queria carregar a cesta – que estava quase arrebentando de tantas coisas dentro. Pra que não pegar um carrinho de uma vez? – e teimava que estava bem daquele jeito, e estava mesmo. Estava mais com sono do que qualquer coisa. Era um milagre ainda não ter gritado com Harry por implicância dele e ainda assim estava quase lá.
- , pare de fazer birra. Deixe-me carregar...
- Harry, se você pedir isso de novo, juro que vou lhe entregar isso em um lugar que você não vai gostar e ainda vai ter dificultar para andar. Então, por favor, cale a boca.
Judd olhou para a namorada surpreso. Já a tinha visto estressada, mas assim nunca. Ele só estava querendo ser cavalheiro, nada mais que isso, mas, se ela não quiser, tudo bem.
- ‘Ta. Não testá mais aqui quem tentou ser educado.
- Amigas, não olhem agora, mas acho que aqueles ali são a e o Harry – por sorte, escutou uma fofoca no começo do corredor dos miojos. Ela adorava uma fofoca e ainda tinha uma mania estranha de olhar as laterais sem mexer o rosto quase toda hora – Eu disse que elas moram por aqui!
- Não está com cara de serem eles não... Só se engordou e o Harry ficou menos musculoso.
A cabeça dela ferveu. Como assim, engordou? Gostava de comer muito, mas convenhamos que a maioria delas eram saudáveis e academia existe para uma coisa. E quem disse que bateria não emagrece?
- Harry, fale baixo e não vire para a direita – ela cochichou – Disse para não olhar! – repreendeu quando ele já ia virando o cabeção para o lado dito – Aqueles ali são fãs e querem saber se somos nós.
- Você está de brincadeira comigo – ele respondeu de saco cheio – Esse supermercado é uma espelunca e você garantiu que não vinha ninguém aqui!
- Por isso mesmo que venho aqui, idiota. Pare de reclamar e vamos sair daqui...
Como um casal normal que estava fazendo compras, os dois foram para o lado oposto do grupo de amigos lentamente para não dar bandeira. Antes de trocarem de corredor, pôde ver um menino puxando os outros na mesma direção que eles tinham saído.
- Ótimo. Vamos ter que fugir de fãs em plena manhã.
- Por que fugir?
- Quer dormir no meio deles? A última vez que um nos encontrou por aqui perto, conseguiu entrar no elevador conosco – Harry ficou quieto assim que ela disse.
Andaram mais três corredores e mais uns balcões para tentarem despistarem e poderem continuar as compras, mas tiveram sossego por pouco tempo. Assim que Harry avistou uma menina muito parecida com – só que muito menor que a verdadeira – a única solução que encontraram foi quase entrarem no freezer de sorvetes. Os dois se viraram para uma geladeira e ficaram apontando, fingindo que falavam um com o outro despreocupadamente.
Ainda assim, o grupo estava curioso. Se aquele casal não fosse e Harry, eram sósias deles. Não era possível.
- Está muito parecido, gente... Será que a gente pergunta? – escutou, sentindo o coração acelerar, acompanhado com um gelo na barriga.
- Mas, se realmente for, os dois estão assim porque não querem ser incomodados – ela não sabia se ria da cara da menina, ou se rezava por existir pessoas assim no mundo, ou para que os amigos dela concordassem com ela.
Como era de se esperar, ouviu vários deboches para cima da menina e as vozes se misturaram, decidindo quem iria para lá falar com eles.
Se fossem quatro pessoas, tudo bem. Eles bateriam o maior papo com todos eles até individualmente, mas não. Eram quase dez.
- O mais alto vem para cá... Vamos pegar esse sorvete e correr para os vegetais. Eu nunca faria isso.
Assim foi feito, porém, quando Harry colocou a mão no rabanete, ouviu novamente o português. Era a última vez que ele ia para o país sabendo falar muito pouco. Aquilo já estava enchendo.
- Oi... – instantaneamente se virou para o menino. Tanto ela quanto Harry estavam um pouco disfarçados, mas quem era fã conhecia perfeitamente – Sabia que eram vocês...
E falatório. Depois o resto do grupo chegou maior animado e fez um círculo neles, falando sem parar.
Por sorte o celular da tocou, vendo que era na bina.
- Fale...
- Por que a demora? Eu disse coisas comestíveis para um dia e não para um mês inteiro!
- Quero ver... “Procurando Nemo”. Tem? – novamente os trocadilhos com filmes.
- Puts, como os fãs te encontraram aí? De qualquer forma, diga que eu sou uma amiga que mora por aqui e que você está atrasada para me encontrar.
- Tem mesmo? Então a gente vê quando chegar aí. Pode ser? Estou com tantas saudades suas! E ainda mais que vou deixar o país depois de amanhã... A gente tem que colocar a fofoca em dia!
- Tem, não é? Também estou morrendo de saudades!
- Sabe... Não tem necessidade de falar isso. Não é como se a gente não se visse o tempo todo. Mas desculpe o atraso. Ok? Tem uns fãs aqui no supermercado, mas já peguei as comidas.
- Ótimo. Dê uma desculpa aí. Fale que você sente muito, como se fosse perder seu coração indo embora, e rape fora daí.
Harry tinha entendido muito bem. Depois de um tempo, aquelas meninas se tornam previsíveis até demais. Só estava se segurando para não rir e acabar com a única forma de ficar livre. Quer dizer, ele entendeu pela forma em que falava e não o que ela falou, já que foi em português.
Como disse, e Harry deram a desculpa. Os fãs caíram feito patinhos, dizendo que sentiam muito por tê-los feito perder a hora e coisas assim. Mas não saíram sem darem autógrafos.
- Deixe-me ver isso aí – Danny tomou o lugar de no computador, antes que ela pudesse finalizar a set list que ela criou.
Não era nada mau na opinião dele. De acordo com as outras, o gosto musical dela tinha ficado muito melhor de uns anos pra cá. Ainda assim tinha umas bandas que Danny nunca tinha ouvido falar ou então ele não gostava, mas dava para suportar.
- Está tudo limpo aí. não tem nada de ruim.
- Ter, tem sim, mas o Tom até que gosta.
- Ele tem bom gosto.
- Mas, opa, o que é isso? Victor e Léo. Tem dois nomes. me mandou tirar algo assim.
- Isso não é sertanejo, Jones – ela disse numa falsa tentativa. E Danny sabia disso – Qual é? A gosta dessa que eu sei! Ela sabe cantar inteira!
- A festa não é dela! Tudo bem que é para uma pessoa que não entende metade do que eles vão falar aí, mas estava nas recomendações.
- Uma só, Danny. Umazinha! – ela implorou, fazendo cara de cachorro sem dono – Cansei de ouvir baladinhas o tempo todo e ainda vamos ouvir tanto hoje à noite!
- Por quê?
- Vamos a uma boate – ela deu de ombros, emburrando.
- Tudo bem. Uma musica só. Mas tem que ser só uma. Tudo bem?
- Ok – respondeu feliz e não se moveu, o que fez Danny olhar para ela como se a repreendesse – Está legal. Tiro o resto.
Depois das músicas estarem devidamente certas no iPod, os dois não sabiam se desciam logo ou faziam hora. Olharam no relógio e o mesmo ainda marcava onze horas. Ou seja, muuuuito tempo até e Tom pensarem em voltar.
Os dois se jogaram na cama trocando carinhos e sem falarem nada. Não sairiam daquilo também. Apenas carícias e soprinhos na orelha eram essenciais para demonstrações de afeto.
- Você me achava idiota, ?
- Às vezes ainda acho, mas por que a pergunta?
- O jeito que eu era. Digo, não vou mentir e sei que você sabe disso também... Quando não estou com você e todas aquelas meninas estão dando mole para mim, eu me lembro da época que não era preso...
- Preso? Você se sente preso? – até o começo da conversa estava tudo bem.
- Não, não é isso que quis dizer. Foi só uma expressão – soltou um suspiro aliviado – Só disse isso porque realmente me faz lembrar de como eu era inseguro.
- Inseguro? – ela podia dizer tudo, menos inseguro. Não Danny Jones – Está querendo dizer o que com isso?
Que, por favor, não seja da sexualidade dele.
- Eu achava que ficando com todas ia me sentir bem, quando na verdade fingia para mim mesmo que tava tudo certo. O pior era que não sabia que estava tudo fodido até você aparecer e me deixar mais inseguro ainda.
- Como assim? – ela se virou, ficando cara a cara com ele.
- Primeiro que ficar com você era diferente. Depois você foi a primeira garota a dizer tudo aquilo na minha frente... Abriu meus olhos. Tenho que lhe agradecer todos os dias por ter feito aquilo, por ser quem você é e por ter confiado em mim todo esse tempo.
não sabia o que dizer. Abria e fechava a boca por vezes, só pensando no que dizer, e ainda não vinha nada. Se ela fosse esperar algo aparecer na cabeça dela, os dois ficariam se olhando por horas. Como resposta, ela o abraçou. Como dizem, gestos valem mais que mil palavras.
- Eu te amo tanto... – ele sussurrou ao pé do ouvido dela enquanto a abraçava fortemente.
- Amo você mais – deu um selinho bem demorado nele. Aquele momento era para ser pra sempre.
Mais alguns minutos jogados na cama, rindo que nem dois irmãos brincando, o interfone tocou, fazendo se levantar e ir atender sem mesmo querer.
- Ótimo. Pelo menos não é sexo que vocês estão fazendo aí em cima.
- Como sabe?
- Você atendeu.
- Ah... É. O que foi?
- Como o que foi? acabou de ligar dizendo que já está chegando. É para vocês dois estarem aqui com as músicas, que espero que sejam boas. E não se esqueça do violão.
- Vou levar o seu porque vai ficar lotado de cerveja. Aposto.
- Pegue o da então... Fizemos isso porque ela pediu.
- Tem razão... Mas você só me deu a sua chave! Ah, dou um jeito. Já estamos descendo.
A menina colocou o interfone no gancho e voltou ao quarto, encontrando-o vazio.
- Danny? – mal deu tempo de perguntar novamente quando ele a abraçou por trás, matando-a de cosquinhas. – HAHAHA... DAN... HAHAHA... PARE! DANNY, PARE! HAHAHA!
- Diga que me ama mais que tudo no mundo e que sou o cara mais gostoso do universo.
- Mais alguma coisa, patrão? – ela perguntou irônica.
Como resposta ele apenas fez mais cócegas nela.
- Tudo bem, tudo bem! Você é o cara mais gostoso do universo e eu o amo mais que tudo no mundo! – Danny parou – Pronto?
- Sim – selou os lábios dela – Quem era?
- . Mandou-nos descer.
- Nããããão... Vamos ficar a tarde toda aqui como estávamos antes... Sua cama é tão macia!
Ele tinha razão. Parecia que tudo de era de penas de ganso de tão macio ou tipo aquele travesseiro da Nasa. A cama era baixa, em um modelo moderno onde o colchão ficava por dentro. Danny adorava aquilo. Sentia-se dentro de uma cabana – sendo que não tinha nada a ver – porque sempre se agarrava a para dormir. Agora o que isso tem a ver com cabana... Não me pergunte.
- Sabe que eu queria, mas sabe que essa festinha vai ser legal também. Largue de preguiça, Jones!
Pela tarde houve esse churrasco na área de lazer do prédio. A felicidade de Tom naquele dia era completamente visível. Amigos, namorada, cerveja, comida e música. O que pode pedir de melhor?
Divertiram-se tanto que até os vizinhos dos primeiros andares os mandaram calar a boca se não quisessem aquela festa gravada e no Youtube. Dougie acabou cochilando na cadeira da piscina por causa da bebida que o derrubou, mas não perdeu nada porque depois de uns minutinhos nos sonhos dele, o resto, muito legal, não pôde deixar de jogar água no coitado. Pelo menos ele se refrescou e foi participar da festinha dentro da água antes que virasse pegação. Ele e não estavam bêbados o suficiente para chegarem um ao outro. Cadê a coragem? A masculinidade do outro e a cara de pau da outra? Idiotas. Porém, o avanço que tiveram foi que ficavam se provocando a tarde toda.
Decidiram guardar a bebida a partir do momento em que Danny disse que viu um óvni e todos ficaram observando o céu por quase meia hora procurando o bendito para no fim o suposto óvni ser um avião de brinquedo. Se já estavam assim de tarde, à noite não conseguiriam nem andar.
- É o melhor aniversario que já tive na minha vida toda. Ficar cara a cara com um leão não chega nem aos pés! – Tom comemorou e sorriu convencida para as amigas, sussurrando um “tome, Falcone”.
- Isso porque ainda nem começou – riu – Agora minha parte favorita vem.
- Como assim “nem começou”? – ele perguntou meio assustado. Ainda tinha mais?
- Vamos a uma das melhores boates daqui – sorriu – Lá vai bastante gente famosa, então podemos ir sem nos preocupar.
- Está brincando que ainda tem boate – só Tom meio que perguntou e achou isso estranho – Vocês já sabiam? – perguntou aos outros que assentiram – Caras, podiam ter me contado.
- E estragar a surpresa que elas prepararam e, o melhor, a sua cara? Nunca! – Harry respondeu por todos – Sabemos que vamos sair. Só não sabemos como é.
- Coisa de primeira se você não levar em consideração os nomes das festas – riu – A primeira vez que eu e a entramos estava tendo uma festa que chamava “Xanas em Xamas”.
- COMO?! – todos os homens perguntaram surpresos, enquanto elas apenas riam.
- É, imaginem tudo. Parece o tipo de festa que tinha que ir sem calcinha para entrar – gargalhou.
- E era – afirmou , recebendo olhares assustados de todo mundo – Mas não precisamos disso. Tínhamos convite.
- E quando fomos todas nós, foi para tocar – adicionou – Lembram-se daquela foto em que estamos dormindo todas na van com os instrumentos? Foi aquele dia.
- Quero muito ir a essa boate – Tom disse em tom de desejo.
Tom do Tom... Hehehe. Parei.
Era absolutamente nada comparado ao Havaí ou às festas da Califórnia ou Inglaterra, mas estava boa o suficiente. É, todos já estavam para lá de bêbados depois que detonaram o bolo de Tom e .
e Tom se pegavam ardorosamente na mesa em que tinham marcado, nem ligando que estavam em um lugar público – até porque ninguém estava ligando para eles também. Tinha várias pessoas piores.
Harry e estavam no meio do povo enquanto tinha um show. Ora se divertiam, ora se pegavam até se sugarem literalmente. Parecia que estavam viajando na droga enquanto as pessoas ao lado pulavam feito doidas, porém as bocas estavam em sincronia, sem desgrudar.
e Danny também estavam em uma muvuca. Só que não era do show. Era no terceiro andar junto com um DJ super bom na opinião da menina. A dança já tinha praticamente passado de ser explícita quando os corpos se colavam intencionalmente.
Apenas e Dougie que não estavam se pegando. Eles não estavam nem juntos para falar a verdade. Enquanto estava sentada no bar, olhando abobalhada para um barman que girava as garrafas de vodka rindo à toa, Dougie não sabia direito nem onde estava, mas estava se divertindo. Algumas meninas tinham se jogado nele, contudo o rapaz não estava na vontade. Mesmo depois de elas até tocarem no amiguinho dele. A mesma coisa tinha acontecido com , tirando a parte do amiguinho. Ela não estava na vontade. Por mais tonta que estivesse, não conseguiria. Ao invés de ficar com um rapaz de um metro e noventa, moreno de olhos verdes, extremamente charmoso, ela o alugou para conversar.
- Aí ele terminou comigo, porém já não ligo para isso. Sabe? – contava – A vida toda eu amei o Dougie também. Só que não tenho coragem de chegar a ele e parece que ele também não... Mas e se ele não gostar mais de mim?
- Então aí você pode ficar comigo... – o cara se aproximou, tentando roubar um beijo dela, mas ela se esquivou numa careta, dizendo não.
- Sei que ele gosta de mim, então não posso fazer isso! Vejo no jeito que ele conversa comigo, o jeito que ele me olha. E... E Dougie nunca se jogou em mim. Ele sempre conversa, sempre quer saber como estou. Adoro isso nele. Dougie é um doce...
- Cadê ele então? Gata, estou aqui agora. Vamos aproveitar...
- Cara... Não sei seu nome... É... Guilherme, Gabriel? Olhe, pare de tentar me beijar. Você é bonito, mas não estou afim de você. Não me leve a mal. Tudo bem? Só quero conversar... E não me chame de gata – Gabriel/Guilherme rolou os olhos, porém ainda não tinha desistido – Então olhe, sei que aqui é o momento perfeito para ele tentar e tal, mas é o aniversário de um dos melhores amigos dele e da minha amiga... Sabe? Ele o ensinou a fazer uma conta no banco e acho que ele quer que o amigo aproveite sem ter que ficar escutando “vá lá, Dougie. Tente, procure-a”! Se bem que a está deixando-o bem ocupada agora... – gargalhou – Todas minhas amigas estão namorando ingleses bonitões e eu estou aqui desabafando com um cara que nunca vi na minha vida!
- Sou descendente de alemão e sou bonito. Vamos... Deixe de chorar pelo outro aí.
- Ele não é descendente. Ele é inteiramente inglês! E não estou chorando. Só falando que prefiro o Dougie porque eu... Eu o amo. Será que vou ter que esperar para sempre?
- Não, porque estou aqui...
- Caramba, você é insistente! Não vou ficar com você... Você é péssimo para ouvir, meu Deus! – levantou-se da cadeira, pronta para sair – Tchau, Gustavo.
- É Gregório...
Mas não ouviu. Saiu cambaleando até a pista de dança. Se não fosse ficar com Dougie naquele dia, que fosse se matar de dançar.
Estava andando sem nem olhar para frente direito, mal conseguindo enxergar alguma coisa na verdade, e acabou batendo em milhões de pessoas.
- ? Você está legal?
- Dougie? Meu príncipe! Você vai me salvar desses dragões horríveis – referia-se a um grupo de homens perto deles feios demais – E depois me beijar?
- Bem que eu ia gostar de beijá-la, mas você está bem alterada. Não faria nada com você nesse estado.
- Por que não? Estou bem! Sabe, conversei com o George e disse que eu ia adorar ficar com você para sempre, Dougie... Você sabe que eu o amo. Não sabe? – o abraçou.
Dougie ficou em estado de alerta. muito próxima a ele dizendo que o ama. A bebida entra e a verdade sai, mas no caso das meninas tudo é capaz. Até de ela estar mentindo é capaz.
- E eu a amo também. Só que ainda assim não vou fazer nada com você nesse estado – ele gostava muito dela para não aproveitar desse jeito a situação – Você provavelmente pode me enxergar como uma fadinha verde agora. Você está fedendo a absinto.
- Não. A fadinha está ali atrás! – apontou freneticamente para um canto – Ah, não... Ela não está mais, não, Dougie! Vamos atrás dela?
- Vamos para casa. Você já está caindo em cima de mim. Consegue andar?
- Nadar? Quero nadar.
Ele não conseguia deixar de rir. dificilmente dava problemas de acordo com as meninas. Só quando extrapolava. Porém aí dava para ver pela cor dela. Ela era engraçada. Isso sim.
- Ok. Vamos nadar quando chegarmos a casa.
- Jura? – ainda abraçada a ele, fechou os olhos e deixou ser carregada – Amo você, Dougie.
- Danny, vamos achar a ? Tenho que falar com ela, pedir desculpas...
- Por quê? Vocês brigaram? – Danny perguntou estranhando. Elas quase nunca brigavam sério.
Ele nem se lembrava que, quando chegaram à boate, as duas estavam rindo e conversando normalmente.
É, a bebida é algo perigoso.
- Não. É que teve uma festa uns oito anos atrás e eu a peguei para conversar... E fiquei falando na cabeça dela o tempo todo como costumo fazer quando bebo ou estou muito agitada... Ah, caso eu esteja fazendo isso com você, não precisa se fazer de bom namorado, porque você é bom já e não precisa me aturar falando assim, pois sei que isso é bem...
- , me perdi quando você disse “agitada”. Desculpe.
- Tudo bem. Eu repito. É... Esqueci-me do que eu disse. Era importante?
- Acho que não – Danny deu de ombros – Ainda quer procurar a ?
concordou com a cabeça e os dois saíram da pista de mãos dadas, completamente suados. Alguns tentavam chegar nela mesmo com Danny encostado a ela, mas a menina mesmo tonta não estava nem ligando. Nem mesmo vendo que tinha outras pessoas – homens – em volta dela. Ela via as meninas em Danny e não gostava disso. Ele também, porém ambos estavam bêbados demais para ligarem para alguma coisa.
Por que tinha que namorar um cara tão bonito feito ele mesmo?
É claro. Porque era Danny e ela sempre gostou dele. Óbvio.
- Dan, isso aqui está pior que um show nosso. Se eu não tomar um ar agora, juro que vou morrer – ela fez um drama bem ensaiado – A luz! A luz está me chamando!
- ! Não vá para a luz. Fique comigo, por favor. Não vá para a luz! Amo você tanto. Não vá para a luz, por favor!
Algumas pessoas os olhavam como se fossem dois doentes, mas sabiam que era o álcool e mesmo assim nem ajudavam. Ajudar como?
- Ei, moça. Essa luz que você está vendo é a do DJ.
- É? Valeu, cara. Achei que ela ia morrer – Danny bateu a mão em sua própria cara – Viu, ? É uma luz normal.
- Que bom, né? O pacto não podia terminar antes...
- Pacto?
- A e a não disseram? Conseguimos fazer um pacto com o demônio da encruzilhada e temos... Vai, quarenta anos de vida e fama antes de irmos para o inferno.
Danny acreditou nessa porcaria que ela disse e ainda abriu a boca surpreso. Como se ela já não tivesse repetido milhões de vezes sobre o pacto, sempre mudando a versão.
- Está brincando...
- Aham – ela gargalhou, acompanhada por Danny logo em seguida.
- Você me pegou nessa.
- Peguei você em vários jeitos. Fale aí – sorriu malicioso, fazendo Danny entender a mensagem e beijá-la.
- Nesse caso, também a peguei.
Como num filme, enquanto a música tocava, eles se beijavam docemente. Em nenhum dos beijos deles tinha se encaixado tal momento, sem desejos maiores, mas paixão. Eles realmente se gostavam.
- Não... – reclamou quando ele partiu mais um beijo, pegando o celular – O que foi?
- Dougie... Foi embora com ... Com ela desacordada.
- Dougie não vai se aproveitar da minha amiga. Não é, Danny?
- Não, ele nunca faria isso. Nem mesmo bêbado – Danny garantiu convicto – Vou me sentir dopado daqui a pouco.
- Quer ir embora? Acho que também quero... Podemos chamar os outros.
E foram no caminho até a mesa, em busca de encontrarem alguém lá. Por sorte, os outros quatro estavam ali. e Tom no mesmo fogo de antes e e Harry bebendo e comendo como loucos.
- Vamos para casa? Sinto que vou desmaiar a qualquer momento – sugeriu – Ei, eu disse: “VAMOS PRA CASA?”.
- Ouvimos na primeira vez, sua estraga-prazeres. Não é só você quem pode ter uma noite de sexo em cima de uma escrivaninha – reclamou, soltando-se de Tom e saindo da mesa sozinha.
- Quem foi quem falou em sexo? – perguntou depois de gargalhar da outra.
- Eu. Para ela apenas – Tom sorriu abobalhado – Ela é minha escrava sexual por hoje, então se quiserem chegar ao carro antes que eu exija dela, é melhor se apressarem – dizendo isso na maior normalidade, seguiu a namorada.
- Tom podia ter ficado sem falar essa – Harry gargalhou junto com os outros – Vamos logo. Odeio andar num carro fedendo a esperma. Cadê a e o Dougie?
- Saíram faz um tempinho – respondeu, fazendo força. Ela já estava dormindo em pé.
Chegaram aos apartamentos e dois casais foram direto para a cama. Um já estava dormindo há um tempo e o outro, fazendo a maior festa em baixo dos lençóis – em cima, fora dele... Dá para escolher.
TRIIIIM! TRIIIIM! (Onomatopéia de telefone. Pelo jeito a autora não sabe um melhor.)
Lá no fundo do sonho, escutou um barulho irritante vindo de algum lugar que ela não queria saber. Porém o barulho insistia em tocar. Quem era o diabo que ligava naquela hora da manhã?
Abriu os olhos, vendo a claridade do quarto tomar conta de sua visão, e se arrependeu completamente de tê-los aberto, pois a dor em sua cabeça foi instantânea. Fazia tempo que não bebia assim e não beberia por um bom tempo. Estava até se esquecendo do telefone, mas ele não parava de tocar. Para ficar insistindo assim, ou era uma das meninas – mas descartou a possibilidade quando viu que, ao invés de telefonarem, elas bateriam na porta até a mesma cair – ou então... Era sua mãe.
- Que foi?
- Bom dia, estranha que atendeu ao telefone na casa de minha filha. Sabe de uma menina que deve ter se esquecido de avisar que estava voltando dos Estados Unidos?
- Oi, mamãe – bateu sua mão em sua cabeça, arrependendo-se depois. Como tinha se esquecido de falar para sua família que estava no país? – Cheguei faz pouco tempo... Er... Foi de última hora.
- É claro. Chegar dia quinze e hoje ser dia dezoito é completamente de última hora – a mãe dela respondeu irônica – Sei que você já foi ao parque com seu namorado feio...
- Mãe, ele não é feio. E pare de usar a internet para me rastrear. Sabe que noventa e oito por cento das coisas que dizem lá são mentiras.
- Parece que é mais fácil do que falar com você! Você não liga mais para nós, . Será que está na hora de dar um tempo para essa fama e ver quem você é? Pode voltar a estudar novamente e entrar na faculdade...
- Mamãe, não delire. Ok? – era bom falar de adulto para adulto. Há uns anos, nem poderia sonhar em falar uma coisa dessas para a mãe sem levar um tapa na boca.
- Tudo bem. Então se apronte que seu vôo é daqui três horas.
- Vôo? Que vôo?
- Ora, que vôo! Você vem para cá! Estão todos morrendo de saudades. Vocês acham que podem ficar meio ano fora dando apenas um telefonema por mês e, quando voltam pra casa, não voltam literalmente para casa! – a mãe de estava dando uma pequena bronca – Limpe sua cara de ressaca porque seu pai ainda acha que você é uma santinha.
- Mãe... Não posso ir assim! E o que faço com o Tom?
- Traga-o. Que pergunta idiota, filha. Andou usando drogas de novo?
- De novo? Como de novo? – perguntou ela indignada.
- , você já está velha e mexe no ramo dessas coisas. Acha que sou mais nova que você?
- De jeito nenhum!
- Isso saiu do jeito que pensei que saiu? Irônico? – perguntou, querendo não rir, e se segurou para não rir também. Ela estava com saudades de casa.
- Não, mamãe. Claro que não. Mas olhe... Tudo bem. Você me manda o bilhete por fax?
- Não. Vai comprar ainda. Você que é a milionária por aqui – a mãe dela disse num tom óbvio – Lembre-se de certificar que as meninas estão prontas na mesma hora que você... A mãe de não consegue falar com ela. Foi boa a festa ontem?
“Ô, se foi”, pensou ao olhar Tom deitado do lado “errado” da cama. Sua cama não tinha cabeceira. Era colada na parede de cor grafite. Olhando pelo chão, ela encontrou peças de roupas e uma almofada. A outra estava em cima do armário, junto com o sutiã dela. Os dois estavam enrolados no cobertor bege, ou o que sobrou dele, já que estava inteiro embodocado no meio dos corpos.
- É, foi legalzinha – riu – As meninas vão também, então? Que bom! Só me faça um favor: peça para todos não me envergonharem na frente de Tom, por favor. É a única coisa que peço pelo resto da vida.
- Nós não a envergonhamos! – a mãe falou indignada.
- Posso fazer uma lista das vezes que vocês me envergonharam!
- Tudo bem. Apronte-se que estaremos esperando-a.
A garota desligou o telefone e se levantou, finalmente vendo o estado de seu quarto. Não conseguiu deixar de rir ao ver as roupas formarem uma trilha desde a sala de TV e acabarem em todos os lugares do quarto.
Preferiu deixar Tom dormindo enquanto se aprontava. Aquela noite tinha exigido bastante dos dois. Se não fosse o telefone, tinha certeza de que estaria em um sono profundo. Ainda tinha bastante tempo, de qualquer forma, já que não tinha passagens na verdade. Além do mais, ele ainda teria que escolher se queria ir ou não. Afinal, conhecer a família podia ser um pouco apressado ainda. Tia Debbie é diferente.Elas se conheceram antes dos dois terem alguma coisa...
- Tom... – ela odiava acordar os outros. Mesmo horas depois de ela ter acordado - Ei, Tom...
O rapaz abriu os olhos e sorriu vendo a namorada, tendo vários flashes da noite anterior.
Sentou-se na cama, vendo guardar algumas coisas em uma mala.
- Nossa, por quantas semanas dormi?
- O tempo que eu dormiria também... Mas aconteceu um imprevisto.
- O quê?
- Minha mãe ligou – parou, observando as feições dele que continuavam as mesmas – É que meio que me esqueci de avisar para ela que estava aqui...
Tom se matou de rir.
- , como alguém faz isso?
- Não sei. Só esqueci! O negócio é que ela me obrigou a ir para lá daqui... Duas horas. E o convidou também... Se quiser ir... – terminou na defensiva.
- Er... Só você está indo?
- Não. Todas as meninas também. Elas ficaram de falar com os meninos... Mas, se não quiser, tudo bem. Não tem problema nenhum...
- Vou sim, – ele sorriu fofo – Obrigado pelo aniversário. Não tive a chance de lhe agradecer pelo dia e principalmente pela noite – corou violentamente – Ontem foi... Digo, não que as outras vezes não tenham sido boas, mas ontem, ... Ainda bem que não estava tonto o suficiente para não me lembrar... Não precisa corar. Você foi perfeita.
A verdade é que nunca ambos tiveram uma noite como aquela.
abriu os olhos naquela manhã sentindo-se totalmente recarregada. Pensou ter escutado o telefone antes, porém devia ser só alucinação durante o sonho. Olhou o relógio, percebendo que eram apenas dez da manhã e que estava muito cedo pra ela levantar, porém a vontade de fazer xixi era muito maior.
Foi apenas quando foi se levantar que viu que não conseguia. Estava quase que presa. “Ótimo. Passei a noite com alguém”, pensou ela, se martirizando. Ela não queria! “Que pelo menos seja bonito”, pensou enquanto tentava virar sem acordar a pessoa.
se jogou da cama ao finalmente ver essa pessoa. Ela estava literalmente no chão em um estalo. A pessoa era Dougie.
Que porcaria! Ela não se lembrava absolutamente de nada. Provavelmente teve alguma coisa com Dougie e, quando mais queria, não se lembrava. Muito bom. E então ela percebeu que estava com a mesma roupa que colocou pra sair. A única diferença é que estava apenas com a blusa e de calcinha. Dougie parecia vestido... Tirando pela parte que estava sem camisa. Será que eles... Apagaram antes? Isso ia ser pior do que ter feito e não se lembrado.
Da mesma forma que a amiga, o edredom florido da garota estava embodocado. As almofadas, esparramadas pela cama. Devagar, começava a puxar o cobertor para ver se ele estava vestido. A curiosidade era maior do que a vontade de mijar.
- Sabe, você pode me questionar se estou pelado ou não – Dougie falou, assustando-a – Ou perguntar se quer ver o Willy.
- Willy? Mais originalidade com os nomes, Dougie – ela falou nervosa. Foi pega no ato – Er... Eu não queria fazer isso. Digo, entrar onde não fui chamada... Só queria saber se...
- Não fizemos nada onte. – ele se esforçou para não ser rude – Por mais que eu queira... , você estava mais doida que o Batman e o Robin juntos!
- Jura? – referia-se às duas coisas que ele disse. Como assim ele queria e como assim ela estava doida? – O que fiz ontem?
- Nunca a vi tão tonta na minha vida, mas foi engraçado. Estava falando com um cara. Ele estava tentando beijá-la, porém você não fez nada – ele meio que estava a observando de longe – Aí do nada você saiu de lá e eu fui encontrá-la... Er, aí... Foi só.
- Só? Dougie, pare de mentir para mim. Sei que falei mais coisas.
- Não disse mais nada. Estou falando.
- Mentiroso! Dougie, por favor...
- Você disse que me ama. Está legal? – estressou e a menina ficou quieta, deixando um silêncio desconfortável em seguida.
Apenas as respirações eram escutadas. Nenhum deles se olhava nos olhos.
- Você... Sabe que isso é verdade. Não sabe? – começou – Descobri isso faz tempo, contudo... Eu não sabia se ia conseguir... Ficar com você.
Dougie a apenas olhou em dúvida. Como assim não conseguiria ficar com ele?
- É que... Isso é complicado, Dougie. Eu via as meninas todas ficando doentes por falta dos outros. Não sabia se ia conseguir lidar com isso. Lidar com Julian quando estava com ele era difícil também e ainda estávamos no mesmo país. Imagine você que mora em outro continente! – ela parou, esperando-o falar qualquer coisa. Quando viu que ele permaneceria calado, continuou – Foi por isso que escolhi Julian ao invés de você. Eu apenas gostava dele... Queria ver nele o que eu via em você. E, quando não adiantou nada, fiquei mal de verdade não porque ele me chutou, mas porque eu sabia que tinha perdido você quando fiz aquela escolha estúpida!
- , ! – Dougie chamou a atenção da menina que começava a entrar em colapso. – Você não me perdeu. Você nunca me perdeu, caramba! Eu que a tinha perdido quando você disse aquilo! Mas... Não dá, . Simplesmente não dá. Não consigo esquecê-la quando realmente gosto de você...
- Não quero que me esqueça...
- E não vou. É por isso que estou aqui, . Quero lhe mostrar que valho a pena. Ontem, quando você disse aquilo, eu era o cara mais feliz do universo! Não sabia se podia acreditar, já que, caramba, você quase me molestou quando a pus para dormir. Por isso acordei aqui... Você não me deixou sair. Tive até que cantar uma música!
- Você... Cantou para mim? – ela tinha lágrimas nos olhos – Dougie...
Os dois estavam próximos demais de repente. Aquela seria a hora finalmente. Já sentiam a respiração um do outro e já tinham fechado os olhos. Suas bocas estavam bem próximas. Só faltava...
POW! POW! POW!
- ABRA A PORTA! ANDE LOGO, SUA PREGUIÇOSA!
Só faltava atrapalhar.
foi até a porta fervendo de raiva e a destrancou, olhando a colega entrar branca e ofegante. Parecia que tinha sido assaltada, mas ainda assim morria de raiva dela.
- Troque de roupa agora, fale com Dougie... Ué, . Você não estava com essa roupa ontem? – parou para olhar Dougie que chegava à sala naquela hora – Você também não...? Uh, hehe – é, gracinha. Você atrapalhou – Eu deixaria você me matar se sua mãe não quisesse fazer isso antes. Emergência “Esqueceram de Mim 4”.
A raiva foi trocada por pânico.
- Quatro? O que foi que...? – a menina parou subitamente – Meu Deus, não liguei para a minha mãe!
- Nenhuma de nós ligou. Então, se quiser continuar com o que estava fazendo lá dentro com o Poynter, acho melhor pegar o telefone e ligar para a sua mãe. E faça as suas malas. Estamos indo para lá – o rapaz não entendeu a conversa porque ela aconteceu em português e bem rápido. Quando ele viu, já não estava na sala e estava doida atrás do telefone.
- O que aconteceu, ?
- Não avisei para minha mãe que estava no Brasil! – ela disse desesperada.
Dougie fez a mesma coisa que Tom: riu até o estômago doer.
- Pare de rir! Eu me esqueci! – sua busca pelo aparelho ainda não tinha acabado quando se lembrou de um detalhe – Ei, Poynter, está a fim de conhecer a minha cidade?
- Tudo bem nós irmos para a cidade delas. É mais um lugar do Brasil para conhecermos... Mas conhecer os pais? Ou melhor, a família toda? – Harry comentou só com os caras em um momento em que todos estavam no apartamento de .
As meninas estavam fazendo de tudo para comprarem uma passagem pela internet. Só que uma que não seja pelos próximos dias. A mãe de , por exemplo, ameaçou a buscar a filha por correntes se ela não fosse no momento em que levantasse a bunda da cama e ela realmente estava com medo dessa ameaça. A mãe de fez chantagem emocional e só estava faltando as passagens darem errado para ela começar a chorar. tinha conversado com a mãe, mas o verdadeiro motivo que a fez desesperar por passagens foi o pai dela. Ele nunca foi muito a favor de músicos. Demorou quase um ano para dar uma bateria a ela.
- É normal. Conheci toda a família de no ano novo. Eles são legais. Vai ser divertido vê-los de novo – Dougie tentou melhorar a situação.
- É, porém não foi você que viu mudar de cor no telefone quando falou com o pai – Harry ainda insistia.
- Relaxe... ‘Ta, cara? Ninguém morde...
- Er... Desculpe atrapalhar a fofoca de vocês, mas está tudo pronto? – perguntou – Malas, qualquer coisa que vocês queiram levar... Ou se não quiserem ir...
- , já falamos que vamos – Danny reforçou, começando a ficar de saco cheio.
- Então ‘ta... Vamos?
- Já? – estavam surpresos com a agilidade.
- É que teremos uma aventura... – explicou – Não tem aviões “normais”, então vamos com um menor que faz um barulho ensurdecedor, mas a cadeira ainda chega a massagear pelo tanto que treme...
- E, se o avião cair, saibam que amo vocês – fez drama, pegando a sua mala em seguida.
As meninas não gostaram de ter que ir de motorista ao aeroporto. Tinham carro para quê? Ficar guardado na garagem do prédio enchendo de poeira?
A viagem foi tranqüila... Alguns gritinhos quando o avião passava por uma turbulência, mas os gritos foram trocados por risos. Eles ficaram surpresos como que em algumas agências o serviço de bordo era melhor. Enquanto em alguns vôos internacionais a comida era horrível e vinha pouca, em agências menores a comida podia ser porcaria, mas vinha amendoim, chocolate, bolacha e mais um pacotinho de biscoitos, sem contar a bebida à vontade.
Todos deram graças a Deus por uma notícia como a delas não ser espalhada por aí com facilidade: a de que estavam voltando pra casa. Casa com fãs enchendo o saco é péssimo. Foram poucos os que as viram no aeroporto e mesmo assim não sabiam para onde todos estavam indo. Viagem com o McFly pelo Brasil já é uma noticia boa para mídia. Agradeceram quando falaram com Alice e ela ia inventar que eles estavam indo para o Sul.
Por mais que de carro as viagens da capital até a cidade delas durassem em torno de quatro a seis horas, de avião era no máximo uma hora. Bendita seja a invenção!
Esperavam qualquer pessoa para os pegarem de lá apra gastarem mais uma hora de carro para finalmente chegarem à cidade desejada, já que lá não tinha aeroporto. Ou não um decente que tem vôos disponíveis sempre.
Tom falava alguma coisa sem muita importância para , quando de repente ela soltoutodas as malas e começou a correr até o salão de desembarque parar abraçar um homem um pouco mais alto que ela, mas não muito mais velho.
- Ainda bem. Uma carona! – sorriu contente.
- Quem é aquele? – Tom perguntou, vendo a intimidade da namorada com o cara.
- O ex dela. Eles são melhores amigos, conhece a família... – começou, vendo a cara de Tom ficar em alerta. Gargalhou então – Sua cara está ótima! Mas calma. É só o irmão dela.
- ... Aquele ali está olhando para cá... – Harry apontou discretamente para um cara ao lado de e o irmão dela. A mesma coisa aconteceu. largou as coisas em cima do namorado e saiu correndo até o cara.
- Agora é verdade. Esse aí é o ex dela. Do jeito que ela gosta: maior fazendas e sertanejo... – disse em tom sério, observando bem a cara de Harry. No começo ele duvidou, mas vendo que não tinha mudado a feição, ficou igual ao Tom – Caramba, vocês são muito fáceis de enganar! É o irmão dela também.
Então, depois das apresentações, poucas zoações e mais abraços de saudade, estavam divididos em dois carros bem grandes para passarem uma hora tagarelando. e foram o alvo da hora. Seus irmãos não perderam a chance de esculacharem com elas, dizendo coisas que envolviam os namorados, como “ tem um santuário do Harry no quarto dela, o rosto dele desenhado por todas as paredes. O plano de fundo do computador era ele desde os quinze anos”. Por mais que ficassem com vergonha dos podres sendo soltos o tempo todo no carro, elas riam, lembrando-se do tempo. Isso tudo porque e não tinham famílias no aeroporto, senão seria pior. e suas idéias para fugir com Dougie ou apenas encontrá-lo, ou suas ficções inimagináveis, e chorona por duas semanas depois de um show.
Ao invés de irem para casa, as famílias se reuniram para um almoço – agora café da tarde, janta e quem sabe um ceia? Se dependesse delas, teria ceia e mais um pouco. Darem as devidas boas-vindas aos convidados e uma bronca em conjunto pelo deslize delas.
O melhor para elas foi que não eram todos que sabiam falar inglês ali. As meninas realmente agradeceram por isso. Quem sabe o que podia vir se todos falassem a mesma língua?
A família de cada menina era adorável, ou pelo menos foi adorável com eles. Foi como se já se conhecessem, o que tecnicamente era verdade. Do tanto que elas passaram a adolescência dizendo tudo possível para a família...
Dougie adorou rever os primos de . Tinha passado tanto tempo com eles que podia ser costume chegarem e se cumprimentarem como velhos amigos. Os pais dela também gostaram de vê-lo com . A mãe dela até disse que torcia para que um anjo descesse na filha e os dois ficassem juntos. Dougie ficava encabulado em todos esses tipos de comentários.
Danny viu de onde tinha tirado tanta beleza assim quando viu a irmã dela. Nada de segundas intenções. Além do que, a irmã dela estava praticamente casada. Os pais da menina também eram legais. Trataram-no como se fosse da família.
Não foi diferente com Harry. Ele já havia gostado do irmão dela, esportivo e competitivo. Vou parar por aqui antes que isso soe gay quando não é para soar. Apenas o pai dela o olhou com uma cara atravessada, mas depois foi legal com ele, mesmo não sabendo falar muito inglês. A mãe dela era fofa e totalmente o oposto de . Ele se perguntou se era realmente filha daquela mulher, porque, enquanto era agitada e falava alto, a mãe dela era calminha e falava mais baixo que uma pessoa normal.
De primeira, Tom achou que o pai da não tinha ido com a cara dele. Ela teve que explicar que o velho era assim com qualquer pessoa que mexesse com a “princesinha do papai”, mas que com o tempo melhorava, e ela tinha razão. Ficaram bons amigos quando descobriram que adoravam pescar. A mãe dela também era o oposto da filha. Enquanto a mãe se vestia como se fosse a uma festa de gala, nem ligava para combinações. Devia ser isso que ele gostava na garota: a originalidade diferente dela.
- Qualquer coisa que você precisar nem precisa pedir, Dougie. Se estiver com fome, abra a geladeira. Vá ao banheiro... Ligue a TV... Faça da minha casa o seu lar – falou quando todos entraram na casa. Uma sala de TV foi transformada em um quarto quando a irmã de arranjou sua própria casa e os pais dela resolveram deixar a casa do jeito que eles sempre quiseram. Pelo menos agora tinha um quarto só para ela.
Depois de um longo banho que os dois tomaram, sentaram-se no quarto da menina para conversarem. O garoto abriu a porta do quarto quando permitiu que ele entrasse.
- Cuidado com o chão quando entrar. Tem uns pisos soltos desde que era uma criancinha inocente – ela avisou, vendo-o quase tropeçar em tais – Então, o que achou da cidade mais sem graça do estado?
- Até agora não é sem graça... Bem diferente das cidades do interior da Inglaterra também. Lá são todas iguais, mesmo em alguns bairros em Londres...
- Sempre tive inveja disso! Aquelas casinhas todas...
- ...
- Bonitinhas, todas do mesmo jeito, com jardim bonito e cuidado...
- ... – ela tinha parado de falar ao ver que ele a chamava – Qual é a daquele pôster?
- Er... – droga. O pôster. Tinha vários do McFly lá, sem contar a famosa foto do Dougie nu que, para quem foi no primeiro show em São Paulo, sabe qual foto é. O negócio é que desenhava coisas em volta – Sua foto, hehe.
- Sim, mas por que tem uma mão desenhada como se estivesse arranhando a minha barriga? Parece que tem alguém... Ahm...
- Dando uma lambida no pirulito? Era para parecer assim mesmo. Só não conte para a minha mãe... Ela ainda acha que é uma mão que está puxando você para o inferno.
- Está muito bem desenhado... Quem é que está fazendo o serviço? – perguntou com um sorriso malicioso. É claro que ele sabia que era ela.
- É... Ei, amanhã de manhã podemos levar vocês para conhecer umas amigas nossas. Temos que dormir agora, han? Se precisar de alguma coisa, me chame, Poynter – deu um beijo ao lado de sua boca antes de praticamente expulsá-lo do quarto.
- Agora sua placa vai funcionar direito. Não é, ?
- Cale a boca. Venha, Tom – respondeu grosseiramente para o irmão que se acabava de rir no quarto ao lado e fechou a porta, vendo seu cômodo do mesmo jeito que tinha deixado desde que saiu de casa.
- O que ele quis dizer com “a placa vai funcionar”?
- O aviso que tenho grudado na porta... “Perigo de vida. Alta tensão”... – Tom concordou. Podia não entender o que estava escrito, porém a enxergou – Tem um erro grave ali... Perigo de vida é que tem chances de alguém estar fazendo uma vida, quando eu queria que fosse ao contrário. Eu tinha dez anos de idade só...
Tom riu gostoso entendendo agora.
- E, caramba, você realmente gosta de McFly – referia-se aos pôsteres que ela tinha grudado na parede. Eram vários – E de Twilight também... Hunger Games...
- Aquela parede era toda lotada de HSM. Fui uma mulher de fases – ela riu – Não está nada diferente de quando saí... A única coisa que mudou foi que não tinha essa outra cama. Era um sofá barulhento que eu jogava todas as coisas em cima dele. Se você quiser, podemos juntar as camas...
Ele concordou, adorando a idéia. Tom estava com fogo no rabo naqueles dias.
- Ei, não me atice porque essas paredes têm ouvidos...
- Como assim? – perguntou para ela que apenas fez uma careta, fazendo alguns sinais meios óbvios – Dá para escutar tudo?
- E mais um pouco – ela concordou.
- Então você escutava os seus pais...?
- E meu irmão. Minhas noites eram cagadas quando estava com insônia. Ainda bem que tinha meu iPod sempre que precisava. Acho que é por isso que amo tanto música...
acendeu a luz do quarto, vendo que novamente a mãe dela tinha extravasado mudando a decoração. A “n” vez tinha ficado tão a cara dela que ela proibiu a mãe de mudar o quarto, porém pelo jeito não adiantou nada.
- Mamãe mudou meu quarto outra vez – rolou os olhos – Olhe o meu primeiro desenho que fiz de você... – ela não sabia por que tinha feito isso... O desenho era tão feio!
- Até que está parecido... Sou tão bonito assim até em desenhos? – gabou-se um pouco – E esse aqui? Espere aí... Isso é vocês? Dá para perceber de longe quem é quem!
- Sim – riu ao ver que era um desenho da banda em um dos mil lugares que ela inventava – Não sabia desenhar rostos e mãos, então não repare se tem guitarras e baquetas voando.
- ... Você não foi uma adolescente normal – comentou depois de dar uma olhada pelo quarto – Cadê a TV, o computador, o som...?
- Quase nunca assistia à TV, o computador era um laptop vagabundo e o som é o amplificador do meu irmão que está no quarto ao lado – ela respondeu, jogando-se na cama – Ew, a minha mãe colocou o lençol para putas!
- Como?
- É um de cetim que odeio dormir nele... Gruda tudo na gente e parece aqueles de filmes pornôs. Alguns hotéis de Las Vegas usam bastante. A já dormiu nele e quando acordou disse que parecia que estava acordando de uma noite de sexo selvagem.
- Podemos usá-lo então – Harry sorriu malicioso.
- Sinto acabar com a sua felicidade, mas vou trocar isso agora... MÃÃÃÃE! – gritou. Harry ainda tinha que se acostumar com algumas coisas dela.
Depois que ela conseguiu o que queria, jogou-se na cama novamente, resmungando algo como “agora sim”, tendo Harry ao seu lado segundos depois.
- Se quiser, podemos nadar mais tarde... E, por mais que eu odeie falar isso, nada de... Brincadeirinhas, se é que me entende. Estamos na casa de meus pais. Eles são totalmente imprevisíveis... Não sei o que faria se eles me vissem... No ato.
Harry também não.
- Nunca ia imaginar que o seu verdadeiro quarto é desse jeito! – Danny falou ao entrar no cubículo que ela chamava de quarto.
- Imaginava como?
- Um quarto enorme, um espelho maior ainda, cavalos para tudo quanto é lugar... Hum, mas aqui tem bastante já. Uma penteadeira enorme lotada de maquiagem e um closet gigante.
- Danny, sinto lhe dizer... Não fui uma adolescente que só pensava na vaidade. E, por meu quarto ser minúsculo, teremos que lutar pelo espaço dessa cama de casal pequena que tenho.
- Sem problemas – estando no mesmo lugar que ela, já era o suficiente.
- Vamos descer. A minha mãe arruma aqui depois.
- Sua mãe? Você é folgadinha... – acabaram rindo até chegarem ao quintal.
Danny acabou descobrindo que ela tinha dois cachorros, um gato e dois jabutis. Descobriu também que, se sentasse no chão, um dos cachorros conhecido por Flufy – não era o nome verdadeiro – voava no colo de qualquer pessoa e dormia lá, tendo até a chance de ser mijado, o que não aconteceu com ele.
Ele a observava brincando com os animais, como ela os tratava. não tinha cara de baixista... Protetora dos animais ou algum tipo de profissional de saltos a cavalo era mais a praia dela. Eles eram tão diferentes um do outro e ainda assim faziam um belo par juntos.
Definitivamente melhor do que as outras que Danny fazia o favor de pegar. Pixie tinha sido a melhorzinha.
- Vou tomar um banho e depois dormir... Combinamos de nos encontrar com umas amigas. Sei que Harry e Dougie vão, mas se quiser ficar dormindo...
- Elas vão me atacar?
- Se atacarem, pode deixar que eu mesma as mato para você – falou séria – Boa noite, Dan.
Pelo menos uns quatro dias a rotina se seguiu como se nenhum deles fosse famoso. As amigas delas eram legais, contudo não tinham o mesmo interesse de antes pela banda e de tantos amigos famosos que elas já tinham apresentado a elas. Era como mais uma pessoa normal.
Nos restaurantes, elas eram tratadas como rainhas. Até naqueles que chegavam a dar prejuízos antigamente. Quando tinham usufruído de todas as casas demasiadamente, teve a melhor idéia que podia ter na vida. Quando voltava para a sua cidade, quase nunca ficava lá e sim na fazenda. Era o plano deles antes de descerem e conhecerem mais uma praia perfeita do Brasil.
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