- Vocês sabem que, se eu andar a cavalo, vocês vão ter que me levar para o hospital direto. Não é?
- Mas, , vai ser sem graça deixá-la aqui...
- A gente fica com você, – Dougie e sugeriram. Eles não tinham por que ir mesmo...
- Que coisa sem graça – reclamou – Então nós não corremos com os cavalos. Pode ser, ? – sugeriu para a menina que deu de ombros – Aí todos que não quiserem ou não podem encostar a um cavalo podem andar junto conosco.
- E levar um coice? Valeu, , mas passo essa.
- Dougie, você vai ser inteligente o bastante pra ficar longe da traseira de um cavalo. Sei disso – ela falou sem paciência – Vamos. Vai ser legal!
Por fim, foi o que todos fizeram. Num pôr-do-sol lindo, estavam os seis – praticamente sete – em cima de cavalos enquanto andava ao lado deles, longe o suficiente dos animais, e não se decidia se dividia a égua com Dougie ou andava com a amiga. Ficava mais tempo em cima com Dougie porque, além do primeiro motivo ser muito óbvio, sempre que andava com depois de uns minutos as duas se estapeavam por diversão e também por falar que não agüentava mais andar.
Era engraçado ver os meninos montados... Nenhum tinha cara de quem montava e estavam desengonçados. Toda hora que os eqüinos desatavam a correr, os outros desatavam a rir até ou terem controle do cavalo deles. Elas pareciam que falavam a língua dos cavalos. Era bizarro.
- Isso está muito igual... – gargalhou, sem terminar a frase num momento de silencio – Muito igual ao filme da Hannah.
- desenterrou gostoso agora – riu – Mas pior que está...
- There’s always gonna be another mountain... – começou do nada.
- Não brinca que vocês vão realmente cantar Miley... – reclamou. Se tinha uma pessoa que ela odiava, essa pessoa era a Miley.
- I’m always gonna wanna make it move! – continuou, fazendo caras e bocas.
- Always gonna be an uphill battle. Sometimes I’m gonna have to lose! – agora todos cantavam, menos que bufou rolando os olhos – Ain’t about how fast I get there…
- Vá, . Cante também! – Dougie pediu.
- Nem a pau.
- Cante!
- Não!
- , largue de ser boba e cante logo – as meninas mandaram – Pule no lago para entrar no clima do clipe também.
- Não gosto dela. Não quero cantar!
- Pode fazer uma dancinha idiota que nem em Seven Things – disse.
- Que dança?
- Gravamos um vídeo da “dançando” essa música. É a coisa mais engraçada que já vimos.
Só assim para cantar. Começou a segunda estrofe fazendo caras e bocas e enrolando muito nas palavras, já que não conhecia a música toda. Para um final perfeito, ela se jogou no laguinho na mesma hora em que cantava “its’ the cliiiiiiiiiiiiiiiiimb!”.
- Lembra-se de quando a gente vinha aqui e praticamente nos soterrávamos nesse riozinho? – sorriu pela lembrança.
- Não – acabou com a graça e todas as outras a afundaram.
- Você nunca vinha quando estava todo mundo, sua boboca – reclamou – , até que horas a gente pode ficar aqui?
- Depende. Se quiserem dormir, vão ter que ficar na casinha ao lado... Na qual não entro nem a pau – ela e disseram juntas a última parte e voltou a falar – Se não, podemos ficar até tarde e depois sair... Não queria sair daqui sem o Dougie beijar a .
Silêncio mortal e muito constrangedor.
- Qual é, vocês foram os primeiros a ficar o ano passado e agora estão enrolando mais que tudo? Até no mesmo apartamento ficaram e nada! Na boate! Quer melhor hora? Os dois estavam bêbados, podiam ter feito o maior sexo na piscina...
- É que fomos interrompidos no apartamento... – sussurrou mais para ela mesma.
- Eu escutei isso! – disse indignada – Viu como eu me senti? É muito triste isso. A que a diga se for comparar em novembro...
- Fiquei com Danny um dia depois de você.
- É, mas um dia a mais, um dia a menos faz uma diferença enorme!
- , você podia ter ficado sem falar, sabe? Deixe-os se resolverem – sugeriu, ignorando .
- Er... Então, vocês já disseram alguma coisa para as nossas famílias sobre a viagem? – perguntou, querendo sair do assunto – Não sei o que falo para a minha sem eles me matarem...
- Não disse nada – as outras três disseram ao mesmo tempo – Temos dois dias, de qualquer forma.
Dois dias para irem à casa de praia mais bonita que alguém podia ter. Por que elas não moravam no Brasil mesmo? Ah é, em alguns aspectos, o resto do mundo é melhor.
- Vamos fazer o seguinte... Alguém aí está com a arma secreta? – vulgo, maconha – Podemos usufruir e... Ver no que dá.
Parece que Danny tinha dado a melhor sugestão da vida dele.
Não preciso falar como o resto daquele dia acabou. Ou melhor, preciso. É mais uma necessidade.
Não me pergunte por que, mas Dougie e não ficaram. É, ainda. Aqueles enrolados. Nem chapados conseguem avançar! O que mais pode chegar perto de um avanço é que os dois ficaram rindo de coisas inimagináveis olhando para o cafezal. Eles quase foram picados por uma cascavel, mas o barulho de chocalho dela fez perceber que algo não estava certo. Só não sabia por quê. O que ela pensou foi que havia uma tribo por ali e que, se os dois avançassem, morreriam. Pelo menos não saíram feridos. Além de impossibilitados de irem para a cidade, seriam presos caso conseguissem.
e Danny se machucavam toda hora, o tempo todo. Era o casal idiota e completamente sem atenção. Primeiramente não paravam quietos. Estavam subindo em árvores e pulando delas, como se fossem Tarzan e Jane. Depois, era quase como uma viagem de LSD, já que viam coisas que na verdade não existiam, como totens no meio do campo. De repente a maconha que carregavam estava alterada. Até inventaram uma dança pra esse suposto totem com palavras que não existem e rituais malucos. Às vezes, os outros entravam na brincadeira, porém quando se machucavam saiam. Já os dois primeiros, podiam estar perdendo sangue, contudo nunca parariam.
Harry e eram os mafiosos. Estavam separando o trigo do joio e enrolando no papel de seda sem deixar claro que estava tudo dividido igualmente e que, se alguém pegasse um dos deles, a coisa ficaria bem feia. Briga de chapados. Muito legal. Mal viam o que faziam depois do terceiro e, quando saíram da mesinha posta ao lado de fora, sentiram-se flutuando. ria à toa, achando que estava voando. Foi fofo quando Harry a levantou e os dois “voaram”.
e Tom estavam sentados perto do último casal, fazendo teorias completamente impossíveis sobre o espaço, aliens, fada do dente, Papai Noel e o Pé Grande. Depois que pensaram em escrever um livro sobre isso, começaram a cantar qualquer música – errada, claro. Ninguém acertava a letra e os ritmos, formando um medley estranho. Sem contar que, depois do quinto banza, os dois falavam extremamente devagar e riam sem parar – nem se fale. Era como um carro sem gasolina que precisava ser empurrado. P pior é que achavam que estavam abalando na cantoria.
Foi tipo um Across The Universe, a volta dos tempos hippie. Sexo, drogas e... Sexo. Só que aquele dia não rolou nada porque ninguém tinha forças pra isso. Acabaram desmaiados na casinha onde e não queriam dormir. Ela era tão pequena que não tinha espaço para os oito juntos, então a situação foi meio estranha. virou sanduíche no meio de e Tom que até de mãos dadas eles estavam, como numa ciranda. Danny dormia entre as pernas de , que estava na barriga de , quase comendo os seios da outra enquanto a última usava a bunda de Harry como travesseiro. Dougie, por fim, estava em cima do sanduíche dos três primeiros, com a cabeça jogada para trás e a boca aberta, caindo uma trilha de baba. Os pés estavam nas costas de Harry.
As posições são até que aceitáveis... Só que não era apenas isso. Durante a madrugada, queria porque queria comer miojo. Depois que a larica atacou de uma forma violentamente braba, os oito saíram em busca de pacotes de miojo. Em quase quinze pacotes, os oito comeram oito inteiros. Os outro sete estavam jogados entre os corpos sonolentos, nas prateleiras da casinha, lustre, porta... Harry, na verdade, usava um bolo de macarrão como travesseiro. usava uma peruca amarela comestível. Tom, e tinham os fios amarrados nas mãos, como uma corrente. Enquanto , Danny e Dougie tinham vários espalhados por seus corpos.
Foi uma bela noite para se lembrar. Só estava faltando a gelatina para combinar e, claro, a boa e velha pizza. Pena que a pizzaria era um pouco longe da fazenda.
Os primeiros a acordarem foram Danny e . A última tinha tentado virar de lado para achar uma posição melhor, mas foi impedida por um peso irritante em suas pernas. Então de começo dizia coisas quase que inaudíveis para quem fosse a pessoa que saísse dali. Porém, foi preciso ela fazer a maior força pra se mover e isso acabou acordando Danny.
- Não/sai... – os dois reclamaram ao mesmo tempo.
Nenhum deles tinha aberto os olhos ainda. foi a primeira a sentir o macarrão quando espreguiçou. Levou as mãos a cabeça e o sentiu.
- Que diabos...? – abriu os olhos e se sentou, finalmente olhando o estado da sala e de todos, para depois perceber que havia fios de macarrão caindo de sua cabeça – O que é isso? Danny, acorde! – cochichou e o sacudiu, recebendo um resmungo – Acorde. Olhe isso!
Danny obedeceu contra a sua vontade, mas ficou na mesma situação que ela. O que diabos tinha acontecido na noite anterior? Ele se lembrava de terem feito uma guerra de miojo, porém, na última visão que tinha, estava tudo normal. Ou achava que estava.
- Olhe aquilo – ele não sabia se apontava para o grupo da ciranda, ou na bunda de Harry, ou a salinha lotada de macarrão – Olhe tudo!
- Calem a boca – reclamou – Tem gente dormindo e no momento estou bem confortável. Chamem-me mais tarde.
- É claro que você está confortável. Está usando a bunda do seu namorado como travesseiro! – gargalhou, vendo a amiga franzir a testa mesmo de olhos fechados – E está usando um cobertor feito de macarrão instantâneo temperado.
- Está falando do quê? – ela abriu os olhos, vendo o que estava acontecendo – O que fizeram com a minha fazenda?
- Você que começou a tacar comida para tudo quanto que é lado, se bem me lembro! Não fizemos nada a não ser imitá-la!
- Cadê o Har..? – parou de falar quando viu que estava deitada na aconchegante traseira quente dele – No que ele está apoiando a cabeça? E seu cabelo, ...
- Macarrão – os outros dois responderam naturalmente, deixando-a com cara de demente.
- Bela peruca.
- Cara, o Dougie está soltando um rio da boca dele... – riu – Alguém o tire de cima da ciranda.
Danny foi até ele e o rodou até sair da perna deles.
- Obrigada para quem fez isso.– respondeu – Mas me acordou.
Então ela abriu os olhos e a boca ao mesmo tempo.
- Isso... Uau... ‘Ta – não formou nenhuma frase certa – Só me respondam por que dormi de mãos dadas com eles – perguntou, soltando-se devagar.
- Você estava quase beijando a ! – gargalhou.
- A culpa não é minha se ela mexe a cintura se não consegue mexer a perna... Justo do meu lado. Mas, caramba, somos um furacão! Como conseguimos colocar comida ali? – apontou pro lustre que era grudado no teto.
- , pergunta complexa demais – Danny respondeu enquanto tirava alguns macarrões amassados do corpo.
- Precisamos acordar os outros antes que meu avô apareça aqui e veja o que fizemos com a casinha dele... – falou se levantando. Na mesma hora, todos os macarrões que não estavam amassados caíram – Seus preguiçosos, levantem-se! O dia já saiu e se meu avô vir isso, coloco a culpa nos que estão dormindo.
Como se tivesse adiantado.
- , aprenda com a mestra – se levantou, seguindo até a porta e o interruptor da luz. Abriu a portinha, respirou fundo e, ao mesmo tempo em que acendeu a luz, ela bateu na porta.
O impacto foi tão grande que a tábua solta da mesinha de madeira pulou, fazendo mais um barulho, recebendo cinco diferentes respostas.
- Que desgraça, mãe. Não estou mais na escola! – essa veio de .
- É si bemol, porra! – Tom.
- Salve-me! – Dougie.
- Brhrhhhl – Harry.
- Obrigada, – agradeceu enquanto os outros acordados e ela mesma se matavam de rir.
- Quem foi o filho de uma mãe que fez essa porcaria de som do inferno?
- Eu – disse no meio de risadas.
- Vá para o inferno, ! – Dougie reclamou, passando a mão pela cara, tentando tirar a baba.
- Até eu, ?
- Desculpe, amor, mas tive que fazer isso...
- Eu vou é espremê-la até todos os seus órgãos virarem uva passa – reclamou violenta.
- Que porra é essa? – Harry falou ao acordar totalmente e sentir no que estava apoiando a cabeça.
- O seu travesseiro improvisado.
E os últimos deixaram de reclamar por serem acordados e finalmente olharem a situação deles. Toda a raiva foi substituída por altas gargalhadas – principalmente por causa de Harry – até mandar todos limparem a sala.
Foi tenso até conseguirem desgrudar tudo. Alguns estavam secos demais e não saíam por nada, mas conseguiram deixá-la usável novamente.
- Dougie... Uma pergunta – estava com aquilo na cabeça fazia um tempinho – Por que quando acordou, você gritou “salve-me”?
- Ah... Eu estava sonhando que estava afogando...
- Também, com toda a baba que estava saindo da sua boca! – riu – Falando nisso, tirou o que estava no chão? – Dougie apenas a olhou com cara de bosta, concordando.
Depois daquele dia, os acontecimentos foram menos radicais. Ficaram os restos dos dias em suas casas fazendo companhia às famílias, conhecendo-se melhor, até voltarem para a capital. Prometeram a suas famílias que manteriam contato quase que diariamente para ficarem de bem com eles que ainda estavam putos por terem se esquecido do mais importante: a família.
- Vamos sair pela noite... É uma hora e meia até a praia – falou – Não vejo a hora de ir!
- Quem vai dirigir? – perguntou, como se já dissesse “eu!”.
- Qualquer pessoa, menos você – respondeu com um pouco de desdém – Você é a maior barbeira que já vi na vida. Ou anda do lado esquerdo ou direito da pista, meu amor. Decida-se.
- Ah, você é tão legal, ! Uma graça de pessoa! – comemorou totalmente falsa.
- também não pode dirigir...
- Levei multa uma vez só. Nem comece – a outra se defendeu antes que pudesse reclamar – Você só reclama. Também é não é nada boa dirigindo. Mete a mão na buzina mais do que deve!
E ia começar mais uma discussão. Nessa, os caras nem saíram porque estava até que divertido.
- Essa é a .
- Ah, é – só mandou o dedo – Apressadinha demais, . Sorry. Voltando a você, , mal sabe fazer baliza! Aposto que ganhou carta pelo telefone!
- Você não disse isso... – a outra ameaçou.
- Ah, eu disse.
- Podemos dirigir... – Tom sugeriu.
Tadinho.
- Vocês? Com o nosso carro? – perguntou, querendo não soar sem educação – Er... Não precisa. Vai ser meio estranho dirigir um carro do outro lado. Principalmente para mudar a marcha, sabe...
- Quantos carros vocês vão usar? – Harry, que estava meio impaciente, perguntou querendo acabar a discussão idiota.
- Dois.
- Então dirige a e a ! É tão fácil decidir isso!
- Mas a realmente não pode... – começou – Ela não sabe andar na nossa cidade que é minúscula. Imagine São Paulo! Se você fala para sair da cidade, ela vai parar na Praça da República. Quer dizer... Alô! Como ela faz isso?!
- Então dirige você! – Harry falou mais rápido para não poder reclamar e gerar outra discussãozinha – Alguém contra isso? – nenhuma delas respondeu – Muito bom. , vou comer aquele chocolate estranho que está na geladeira.
Dizendo isso, saiu do apartamento de .
- Você fez brigadeiro? – a dona da casa perguntou a outra, que sorriu em resposta antes de sair.
- Briga... – Dougie, Tom e Danny tentaram falar. É engraçado... Ingleses tentando falar português fazem algo impossível com o R na hora de falar.
- Brigadeiro – , e riram – Deu uma vontade...
- Já estou indo fazer – respondeu, caminhando até a cozinha.
Como qualquer ser humano racional, eles adoraram o doce. O cheiro tinha chamado a atenção antes... O gosto devia ser melhor ainda!
Depois de comerem duas panelas, descansaram até de madrugada, que é quando sairiam.
O caminho foi tranqüilo... Sem muito trânsito, uma boa música e companhia boa. Mal perceberam quando chegaram à casa.
- Vapo – os homens dos dois carros falaram quando viram a simples casinha que elas tinham. Já estavam tirando as malas do porta-malas – Quem banca isso aqui?
- Os aluguéis – elas riram – Sabe como é engraçado você fuçar pela internet e achar várias fotos com descrições “eu na casa da ”, “a deita nessa rede” e assim por diante?
Eles não brincavam quando disseram “vapo”. A casa era enorme, simplesmente enorme. Era um pouco escondida pela mata atlântica, mas, se olhasse bem, poderia ver um sobrado gigantesco de madeira feito perfeitamente pra combinar com o jardim ao lado, fazendo um caminho até as entradas. A garagem suportava os dois carros e mais dois, sem contar os que podem ficar na rua. Havia uma parede com uma escada circular que levava até a casa, ou senão, outra escada de pedras até a entrada.
- Fãs ficam aqui? – Harry perguntou estranhando. Eles estavam perdidos então!
- A maioria nem sabe onde fica Iporanga. E nem sabem que temos casa aqui... Só filhos de madames que passam todo final de semana aqui e comentam em casa quando nos vêem uma vez por ano... Mas são poucos os que sabem – explicou enquanto abria a portinha da garagem, dando espaço para o começo da escada circular e outra porta.
- O que é aqui?
- Nossa diversão, Tom – falou – É um tipo de estúdio/salão de jogos. A gente só usa raramente quando estamos aqui... Não conseguimos ver muitos instrumentos nas férias, sabe...?
Subindo a primeira parte da escada, saía em uma sala branca decorada com móveis de última geração. Ao lado, a escada começava novamente. Um sofá enorme bege e uma mesinha de descanso em cima de um tapete confortável e portas para tudo quanto é lado.
- Oi, José e Ivone! – as quatro cumprimentaram os caseiros e os apresentaram aos meninos – Nós dissemos que não precisa vocês ficarem nos esperando!
Eles eram uns amores. Enquanto José fazia a parte pesada do trabalho, Ivone cuidava da casa e da cozinha. Ela até desfazia as malas! Além disso, eram completamente confiáveis. Até porque, se alguma delas esquecesse alguma coisa, eles guardavam até voltarem para nenhum fã doido pegar. Vai que era algo importante, como o celular.
- Não é problema nenhum! – Ivone respondeu – Fiz uma ceia de boas-vindas. Posso por a mesa?
- Ivone... A gente ama você – respondeu, sentindo sua barriga roncar – Daqui quinze minutos? – perguntou às outras que concordaram.
Enquanto a conversa em outra língua rolava, os outros ficavam um pouco bobos com o conforto daquela casa. Uma das portas levava à sala de televisão, outra, à sala de jantar, outra, à entrada principal da casa e mais outras eram quartos que quase ninguém usava.
As meninas os conduziram cada uma até o seu próprio quarto. O da era o primeiro que aparecia. Não tinha nada que pudesse falar “esse quarto definitivamente é o da ”, até porque coisas dela seriam roubadas, certeza, e pessoas fariam fila pra dormir ali. Era um quarto normal. Grande, como o resto da casa, branco, cama de casal, uma prateleira com enfeites próprios para praia, um tapete na frente da cama, um pequeno sofá encostado à parede, uma TV plasma embutida na parede, armário e portas correntes que levam à enorme sacada de vista para a praia e, por último, o banheiro. Ele acompanhava o desenho da casa, tendo o telhado “caído”. Havia um box e um grande balcão cheio de gavetas, luzes e espelhos ao lado da pia.
- Com isso eu vivia aqui, e não nos EUA, .
- Isso porque você ainda não viu nada – ela sorriu – A vista para o mar é... Perfeita. Espere para ver amanhã de manhã.
Um pouco ao lado do quarto da – nenhum era totalmente perto um do outro –, dava espaço para Dougie entrar. Era tão comum as outras levarem os outros para os seus quartos que ela entrou no jogo também, mesmo não tendo nada com Dougie. De estrutura, assim como a casa, era tudo igual. Apenas as camas e a disposição dos lugares eram um pouco diferentes. Havia um grande tapete redondo que sustentava a cama de casal, uma TV de plasma de porte pequeno apoiada em uma pedra que servia como um pequeno armário, uma cadeira do vovô, um armário embutido, criados-mudos ao lado da cama e uma porta corrente que levava à sacada também. A vista não era tão boa quanto a dos outros quartos. brigou, mas não conseguiu a melhor. Tinha um coqueiro enorme na frente da melhor paisagem. Estrategicamente, uma porta levava ao banheiro. No meio dele, subia um pequeno palco usado para sustentar a banheira e ao lado, um box em vidro fumê. Fora do palco, o vaso e as bancadas.
- Sabe... Não vejo problema em você dormir aqui... Até porque não gosto de dormir sozinha quando venho. Sempre divido com alguma das meninas – mentira. gostava de ter seu próprio espaço às vezes – Ma,s qualquer coisa, o outro melhor quarto é o ultimo desse corredor.
- Fico com você, . Vai ser ótimo! Quer dizer, um prazer... É, fico com você – Dougie se atrapalhou nas palavras, fazendo-a sorrir.
jogou sua mala em cima da cama enorme e esperou Tom entrar. A cama tinha uma cabeceira enorme com dois criados-mudos ao lado, tapetes na frente, uma cômoda em um dos lados, TV última geração montada especialmente para o melhor conforto da cama, ar condicionado – assim como todos os outros –, porta que ia para a sacada levando à visão do paraíso com cortinas quase que blackout. O banheiro com detalhes em mármore, decoração de ponta, com tudo que um toalete precisa, praticamente igual aos outros.
- E eu que achava que vocês já tinham demais!
- Tom, Tom, você ainda nem viu a casa de neve!
- Vocês têm uma casa de neve? – ele perguntou surpreso. Só faltava uma ilha então!
- Não, calma. Só estou zoando com a sua cara – ela riu, dando um selinho nele – Venha. Quero lhe mostrar o resto da casa. E não pode falar nada. Você tem um avião.
A primeira coisa que fez ao entrar em seu quarto foi abrir a porta da sacada.
- Isso é perfeito! Cheira a natureza! – sorriu boba.
- É... Cheira – Harry fungou depois que a abraçou – Todos os quartos são iguais?
- Mudam as camas, a decoração, e onde a TV fica principalmente – deu de ombros – Para que quer saber?
- Do jeito que vocês são... Provavelmente aqui tudo seria diferente – riram – Para onde fica o mar?
- Como para onde fica? Escute isso – as ondas eram perfeitamente escutadas – É simplesmente você descer aquelas escadas que já estará pisando na areia branca. Será dez esses dias por aqui.
Ela foi até o banheiro só para ver se estava tudo nas ordens. Adorava o chuveiro dela... A ducha era tão forte que chegava a massagear. Principalmente se a água fosse mais quente que o inferno.
Depois de se jogar no divã, respirou fundo e levou Harry até a sala de jantar para comerem.
- Meu Deus, nem a comida da minha mãe é melhor que essa – falou após comer mil coisas que Ivone fez – Que chocolate quente é esse?
- É, . É realmente ótimo – as outras concordaram. Toda vez que elas iam para lá, alguma tinha que comentar da comida toda vez – Vamos ao que interessa.
- Sexo – Danny respondeu.
- , controle o seu namorado! Parece que não está dando conta! – todos zoaram a coitada que ficou azul de tanta vergonha.
- Ela dá conta. Ô, se dá – Danny garantiu – Nem posso mais brincar aqui que todo mundo zoa a gente.
- O que realmente interessa é: não sei quanto a vocês, mas vou dormir que às dez da manha estarei na praia – se levantou, virando-se para Tom – Você vem?
O rapaz concordou e subiu junto com ela, desejando boa noite aos que ficaram.
Ninguém ficou muito tempo acordado. Aliás, depois que os primeiros subiram, os outros três foram em seguida, encontrando as camas arrumadas e as roupas todas dobradas dentro do armário. Santa seja a Ivone!
Aquela foi de longe a melhor noite de descanso das férias inteiras.
- Vamos logo! Você mandou esperá-la para ficar dormindo? Todos já estão lá, – reclamou para outra, brava – O meu namorado está lá sem camisa e todo gostoso de graça para as biscates!
- Calma, ! Se ele olhar alguém, tem muitos charming boys aqui – tranqüilizou.
- Não é se ele olhar alguém. É se alguém o olhar! – retrucou – Está fazendo o que aí, afinal?
- Pronto – voltou pronta com um biquíni (da moda) minúsculo, mas linda.
- Você demorou tudo isso só para se mostrar para o Dougie? Vocês dois dormem no mesmo quarto e ainda não fizeram nada? To começando a achar que ele é gay.
- Cale a sua boca! Só a abra se for falar algo que preste – a outra ficou brava – Dougie me respeita e, de qualquer forma, sei que vamos ficar mais cedo ou mais tarde.
- Quanto mais você se preocupa com isso, mais rugas vão aparecer. Se fosse você, corria atrás.
- Acha que estou fazendo o que com um biquíni desse tamanho?
gargalhou com ao saírem do quarto.
A casa estava totalmente silenciosa, tirando Ivone que limpava algumas coisas da varanda, porém, fora isso, mais nenhum barulho. Todos tinham ido à praia bem cedo e só a última precisava de tempo para se arrumar e pediu para alguma das meninas ficar com ela.
- Como que acha que vai ser a reação dele?
- Acho que ele vai pedir licença e encontrar um banheiro.
- !
- ‘Ta... É, então veja você mesma! – apontou para o grupo de pessoas um pouco ao longe deles.
- Que sol do caralho... – Harry reclamou, colocando sua cadeira mais próxima da sombra.
- Inglesinhos branquelos... – e riram enquanto faziam castelinhos. Então, estamos falando de duas criancinhas.
- Podiam ter falado só do Harry. Não estaríamos juntos nisso... – Danny falou, referindo-se a ele e os outros dois restantes.
- Mas vocês são ingleses e são extremamente branquelos! – riu da cara de indignados deles – Ah, Tom, se eu fosse você, passaria protetor ou saía desse sol... – ele não deu ouvidos a ela – É sério. Não dá pra fazer absolutamente nada depois.
Foram as palavras mágicas. Tom voltou na hora para de baixo do guarda-sol e ainda colocou mais protetor.
- O que a quis com a ? Elas estão demorando muito... – Dougie foi interrompido por um braço peludo. Harry. Só podia – O que foi...?
O baterista apenas acenou na direção em que ele estava olhando. Dougie achou que o outro já estava esticando asinhas para as outras meninas da praia, mas ele também foi obrigado a prender o olhar nas meninas.
Não era nenhuma menina X. Eram e andando normalmente até eles, conversando, rindo e sorrindo o tempo todo. Ele percebeu falar alguma coisa e apontar em sua direção. Em seguida o olhou. Poynter não ligava se estava com cara de idiota, babaca. Era a cara que ele não ia mudar. Afinal, estava conseguindo deixá-lo idiota só com um sorriso. Imagine aquele biquíni.
chutava areia toda desengonçada e Dougie achava que ela estava andando numa passarela, perfeitamente... Perfeita. Estava com um tipo de canga extremamente curta, deixando suas pernas grossas à mostra, e uma blusa do Simple Plan cortada nos ombros. Carregava uma sacola enorme nos braços. Apesar do sol forte, ela não usava óculos escuros. Eles estavam no topo de sua cabeça. O que mais podia ser perfeito, na opinião dele?
- Poynter, feche a boca, se não entra mosca – todos os outros o zoaram ao mesmo tempo, um minuto antes das outras duas aparecerem.
- Não acredito que está construindo castelinhos sem mim, .
- Ih, . Calma... Temos tempo para muita coisa! Lá para o fim do dia vou enterrar a quando a maré tiver subindo.
- Vai? – perguntou, querendo soar irônica, mas não funcionou muito bem. Sabia que ia acabar enterrada – Contanto que não chova e eu vire vidro...
Longa história.
- Então todos nós a enterramos – Dougie descontraiu – Quem vai para a água? Preciso ir para a água. Vamos para a água? – ele se levantou e seguiu até o mar sozinho.
- Viu, ? O seu vestuário fez efeito – sorriu – Vá acompanhá-lo até ele não agüentar mais.
- E pule muito! – sugeriu – Seus peitos pulam junto. Vai chamar atenção. E não importa que eles são pequenos. Ainda chama atenção.
- Fique perto dele também – continuou – Faça tudo isso praticamente colada nele.
- Vocês são más. Extremamente más – Harry falou mais para ele mesmo e os outros concordaram fervorosamente.
E, como se judiassem, foi a hora de cada uma tirar a blusa que vestia. Assim como , todas tinham biquínis provocantes e bonitos. Era como um episódio de Baywatch, só que sem a parte que elas correm. Ainda.
- Vocês são realmente muito más. Pode tratar de colocar essa blusa de novo, – Danny mandou, fazendo a menina rolar os olhos.
- Obrigue-me – respondeu de um modo bem sensual, sorrindo maliciosa pra ele em seguida, e correu.
E Danny, como um cachorrinho, foi atrás.
- Se eu mandar você colocar a sua também, vai fazer igual ela? – Tom perguntou hesitante a .
- Não. Simplesmente não obedeceria – ela deu de ombros – É um modo de prender o seu olhar em mim e não nas toscas que existem nessa praia.
Ela pensou bem até. E ainda tinha uma arma secreta. Se Tom mudasse o olhar, ela turbinaria seus peitos com mais um laço no biquíni.
- Tchau para vocês – sorriu para o último casal – Acompanhá-lo, pular e colar... Hum, muito fácil.
- Vocês são muito cruéis – Harry soltou quando ele e ficaram sozinhos – Coitado do Poynter...
- Ainda bem que você é mais rápido, Judd. Isso não é nem metade do que podemos fazer. E ela ainda está boazinha.
O resto do dia foi como se eles todos tivessem voltado ao tempo. Dougie não conseguia ficar muito perto de sem atacá-la e isso era um problema, já que ficava o tempo todo com ele. Não se jogava. Apenas com pequenos gestos, palavras, Dougie ficava doido. Mais um pouco e ele a agarrava.
Passaram o dia todo na água pulando ondas igual a idiotas. Era zoação atrás de outra quando um deles ia parar na margem, quando uma onda grande passava, com tosses e barulhos estranhos para tirarem toda a água engolida, ou os tombos milenares. se afogou de rir pelo caldo que Tom e Harry levaram em umas ondas.
Houve uma pausa para o almoço, em que eles voltaram pra casa – como se fosse longe – e se entupiram de comer churrasco do José para depois nadarem na piscina da casa. Ela era de longe o mais legal da casa – ou não – porque, olhando de um determinado ângulo, parece que a piscina tem uma queda d’agua, e, grudada nela, uma hidromassagem.
- Os caseiros têm filhos? – Danny perguntou vendo de relance uma criança.
- Sim... Você não tem noção do tanto que são legais, mas é pior do que entender inglês, já que falam muito rápido – explicou – José, o W e o H estão por aqui?
W e H... Eram os apelidos deles. Não tinha uma pessoa que elas não faziam amizade. Não importava a idade.
Não demorou pra que os dois fossem chamados e uma festa começasse. Por serem crianças, ficaram doidos com a presença de quatro pessoas de outro país, mandando as meninas perguntarem coisas só pra os ouvirem falando.
Depois de quase terem um orgasmo pela hidromassagem – não literalmente, por favor –, os oito voltaram a praia. Enquanto alguns ficavam no mar, outros andavam pelas pedras ou ficavam na barraquinha tomando alguma coisa e jogando conversa fora. Para que se pegarem quando se tem um mar perfeito à disposição dos oito?
Até o fim da tarde, quando o sol já se punha, todos se juntaram na pedra para um momento perfeito. Quem olhasse de longe conseguia ver que aquelas pessoas foram feitas umas para as outras apenas pelos abraços que eles trocavam.
Em uma determinada hora da noite, eles achavam que deveriam sair de lá, já que a praia estava escura e desértica. Totalmente medonho quando dá a idéia de um luau.
Depois de muita conversa com o vigilante do lugar, o cara concordou em deixá-los com essa história, contanto que deixassem a praia habitável depois. Conversa de gente chata que quer acabar com a diversão.
- , tem certeza de que não posso enterrá-la, não?
- , continue tocando – pediu. Enterrá-la às dez da noite é realmente uma idéia muito boa.
Em apenas dez minutos, eles conseguiram providenciar violões, esteiras e lenha para a fogueira.
- Não quero tocar... Dougie?
Ele não respondeu. Ele observava brincar com coisas idiotas e rir que nem doida. Por que diabos ele não tinha chegado nela ainda? Seria agora.
Ou talvez mais tarde.
- Dançou, . Toque aí! – mandou de novo.
- Danny? – o outro assentiu, pegando o violão dela e se soltando de – Quem dançou agora, ?
estranhou o silêncio repentino de Tom e, quando o olhou, ele tinha um sorriso fofo nos lábios.
- Venha aqui – pegou na mão dela e a levou até uma das extremidades da esteira.
Eles ficaram pelo resto da noite cochichando coisas um para o outro, rindo de coisas bobas e totalmente apaixonadas. já tinha se encolhido pelo frio nos braços do outro, tendo seus cabelos alisados por ele e pensando que, se o cara continuasse, ela ia dormir. Tudo estava perfeito demais.
Danny inventava letras na hora e as cantava para . Por várias vezes ela gargalhava por tamanha bobeira que ele falava e, por mais que soubesse como Danny tinha capacidade, ela não deixava de ficar surpresa toda hora que o garoto dizia algo extremamente fofo e seu coração palpitava intensamente. Até ele se surpreendia com as coisas que dizia. Não porque significavam muito, mas porque era totalmente verdade e até aquele dia ele não tinha descoberto o que ela tinha de diferente de qualquer outra. era só... Única.
Harry e não estavam com eles. Já tinham saído fazia tempo para apenas andarem na margem do mar, enquanto as ondas batiam em seus pés. Os dois tinham as mãos entrelaçadas enquanto caminhavam sem dizer uma palavra. Parecia que um diálogo acabaria com todo o momento e toda paz que estavam sentindo. Apenas a luz da lua e da fogueira lá longe os guiava. Era o momento deles.
- Obrigada por vir aqui comigo.
- , é só o outro canto da praia. Não tem nada demais.
- Não digo por isso. Falo por ter vindo para cá enquanto você podia passar suas férias com a sua família ou viajando em qualquer lugar. Muito obrigada mesmo. Não dá ara falar o tanto que estou feliz.
- Qualquer lugar é melhor com você. Não sabe como queria vê-la o tempo todo, abraçá-la quando quiser, beijá-la sempre... Iria para qualquer lugar se você estivesse também.
sorriu, tentando conter o enorme grito de felicidade na garganta antes que eles se abraçassem.
Danny estava ocupado com . Tom já era a . Harry sumiu com . Dougie se perguntava o que estava fazendo sozinho ali. O mais importante: onde foi e por que cargas d’água ela o deixou abandonado ali?
Olhou em volta na esperança de achá-la facilmente e deu sorte. Ela estava sentada no morro da cachoeira olhando para o nada. Se ela não o visse chegar lá...
- Sabe o que é mais incrível? – ela perguntou quando sentiu a presença dele lá perto. Viu-o batalhando para subir os grandes degraus – Olhe aquilo.
Dougie se sentou ao lado dela e observou onde ela apontava. Os seus amigos.
- Er... Não entendi...
- Estamos todas realizando o maior sonho de nossas vidas, Dougie – explicou – Acho que nunca as vi tão felizes antes.
- E você está feliz?
- Não tenho do que reclamar. Você disse que sou sua, então para mim está tudo nos eixos – se bem que podia ficar melhor – Dougie, posso saber por que você ainda não tentou nada comigo? Quer dizer, dormimos juntos, fazemos tudo juntos... Não quero soar desesperada ou algo do tipo, mas só queria mesmo saber. É estranho... Se fosse qualquer outro, já teria tentado alguma coisa comigo. Não que eu fosse a maioral, mas é que...
- Não quero que se sinta pressionada só porque nossos amigos estão juntos e só nós não estamos. E você terminou com o Julian faz pouco tempo...
- O que ele tem a ver com isso...? Não faz pouco tempo. E eu nem lembro mais dele, Dougie, eu só tenho pensado em você nos últimos meses.
- Quero lhe dar seu tempo para pensar em qualquer coisa que você disser ou achar ou agir para qualquer coisa que façamos depois.
- Dougie, tive meses. Estava bem, totalmente sem pensar em Julian depois de algumas poucas semanas... Estava enganando a mim mesma com ele. Não foi difícil perceber isso – foi sincera.
- Mas você gostava dele. Achava que era o cara da sua vida. Não negue isso. Quero ser melhor do que ele foi pra você, provar que sou diferente do que a mídia pode falar.
Por uns segundos, não respondeu nada. A sua cabeça estava a mil! Dougie, Julian... O tanto que ele se mostrava inseguro era extremamente fofo!
- Você sabe que não precisa tentar. É melhor que ele faz muito tempo. Dougie, esqueça-se de que um dia tive algo com ele. Não consegue ver que estou quase me jogando em você já?
Vez de Dougie não responder. Ele soltou um suspiro pesado e assentiu levemente, porém só.
- Olhe... Esqueça-se disso. ‘Ta? Vamos descer. Esses respingos da cachoeira estão me deixando com frio...
- , espere – Dougie pediu, segurando-a pelo braço, impedindo-a de sair.
E aí foi. Ele meio que a puxou para não sair e acabaram ficando perto demais. Por já estar com o efeito da roupa de verão dela, foi tão difícil manter-se controlado na hora que ele simplesmente não se conteve. também não. O segundo beijo da vida deles não foi calmo e nada gentil. Era cheio de pressa, desejo e muita saudade. Muita saudade mesmo. Partiram o beijo ao mesmo tempo, com necessidade de respirar, mas não por muito tempo, já que outro mais ardente ainda estava por vir. E mais outro, e mais outro...
O que posso dizer é que acabaram em um lugar um pouco longe da vista de todo mundo. Beijavam-se como se fosse o fim do mundo e só tivessem aquela hora para isso, sem regras e limites.
não sabia se arrepiou quando Dougie tocou a barra da calcinha de seu biquíni ou quando a água gelada da cachoeira encostou nela, contudo acreditava ser a primeira opção. A sua canga já estava perdida por aí fazia tempo. Quem sabe até dentro da água, da mesma forma que a blusa de Dougie?
Ela nunca tinha tocado em suas costas nuas e sentia que podia chorar ao fazer isso. Era macia, do jeito que ela sempre imaginou, e cheirava a protetor solar. Soltou um gemido quando Dougie mordeu o lábio dela com força antes de suas línguas voltarem à festa. Tesão rolava no ar. Ninguém sabia se conseguiria parar agora. Se não conseguissem, não estavam mesmo ligando. Ela, na verdade, o queria e queria agora. Levou as mãos até o short dele, apertando em cheio a bunda dele como sempre quis fazer. Dizia que era tentadora demais para ser bunda de um homem. Aquilo serviu de incentivo ao rapaz pra que terminasse de abaixar a parte dela, antes que a dele fosse para o chão.
- ... Não tenho... – ele se referia à camisinha. Doía muito falar aquilo. Doía demais.
- Ah, você está brincando comigo... – ela tinha uma voz completamente sofrida – Preciso disso...
- Eu mais do que você. Não faz idéia – Dougie também soava sofrido. Em momento algum eles pararam de se beijar – Não quero parar...
- Então ande logo com isso, pelo amor de Deus.
Os dois tiveram que arranjar meios pra não saírem gritando durante o processo em seguida. Foi estupidez dos dois, mas a desculpa de ambos era de que isso era algo mais que uma necessidade.
- Que frio! – reclamou pela quinta vez. Já estava encolhida nos braços de Danny e, mesmo que quisesse, não conseguia esquentar.
- Que fome... – reclamou depois.
Tinham levado tudo para esse luau, menos comida e bebidas.
- Vai reclamar do que, ? – Danny perguntou depois que viu que as moças começariam um ataque.
- Hum... Da falta da e do Dougie. Eles precisam estar aqui para podermos ir embora... Sair sem avisar é mancada.
Foi apenas naquele momento que os outros sentiram falta deles. Grandes amigos.
- Eles provavelmente estão se pegando – Tom deu de ombros, vendo o que disse mais tarde – Ô! Eles estão se pegando!
- Já não era hora! – riu – Só que, sim, eles podiam se pegar aqui para podermos ir embora agora... Já está tudo arrumado até!
- Fazemos assim... Vocês – apontou para os três homens restantes – Voltam para casa e falam para o W e para o H que estamos com fome...
- , não sabemos português... – tentou Harry.
- Uma ova que não sabem! “Estou com fome” não é nada difícil falar. É na verdade a primeira frase que se aprende!
- Então, nós falamos inglês desde a quinta série! – provocou . Ela sabia que, se provocasse, o namorado ia fazer a cabeça dos outros para conseguirem.
- A gente fala – Harry disse convicto. reprimiu um sorriso vitorioso .
- Ótimo. Enquanto isso, procuramos e Dougie e vamos para casa – terminou o seu planinho organizado.
Algo dizia a ela pra dar meia volta e seguir os meninos, mas mesmo com a sensação estranha ela e as outras seguiram.
Sabiam que gostava da cachoeira e provavelmente levaria Dougie para lá, então seria o primeiro lugar que procurariam... Eles não podiam estar longe.
Depois de uma longa subida em silêncio – fome, frio e fraqueza acabavam piorando em uma escada mortal –, antes de caminharem até o lugar dela, ouviram... Ew, gemidos! Tinha alguém na maior festa na cachoeira! Nojinho!
As meninas se entreolharam. Não havia mais ninguém com eles na praia. Podiam estar ocupadas com seus namorados, porém ainda tinham certeza disso. A cachoeira era um dos lugares favoritos de ... Ela e Dougie sumiram. Barulhos estranhos e nojentos naquele lugar só podiam significar alguma coisa. Só para terem certeza de que não podia ser a amiga, tentaram dar uma olhada...
Quase vomitaram antes de praticamente rolarem escada abaixo e correrem até em casa.
Já estavam todos de banho tomado quando os dois voltaram para casa. As meninas estavam todas deitadas no colo de seus homens vendo um filme muito chato. Não tinha por que tentar prender a atenção nele quando e Dougie entraram na sala de mãos dadas.
- AAAAAAAAAAAHHHHHHHH! – elas gritaram – OS MEUS OLHOS! SOCORRO, OS MEUS OLHOS!
- O que deu nas doidas? – perguntou, estranhando a atitude repentina delas. Sabia que não era o filme, já que não era terror. Era um filme de época muito chato.
Os outros então nem quiseram responder. Quando as três chegaram à casa ofegantes e extremamente brancas, foi quase preciso água com açúcar para acalmá-las.
- Alô. Ela fez uma pergunta. – Dougie reforçou.
- Nunca mais faço coisas para favorecer o meu estômago. Se quiser comida, vou pegar por mim mesma.
- Ahn?
- Elas viram vocês – Tom respondeu antes de gargalhar.
- Viram-nos...?
- No ato – Harry fez gestos explícitos.
- Créu – e Danny finalizou.
- Vocês... Não acredito – ficou violeta de vergonha. Queria um buraco para se enfiar, mas só achou o ombro de Dougie.
- Fique assim não, . Pense bem: pelo menos assim você não precisa contar para elas depois.
- Danny, cale a boca – todos disseram – E precisa sim. Como assim? – continuou – Vimos por três segundos. Não que isso não seja traumatizante. Sentimo-nos em um filme pornô ao vivo, mas você ainda precisa contar sim!
- Poynter, e você? Como é transar na mata?
- Podem começar quando não estivermos presente? – perguntou – Ou melhor, Dougie, responda-me. Ia fazer a mesma pergunta para .
Eles não sabiam que tinham feito o clube da fofoca sobre sexo.
Já que Dougie e tinham que falar, eles só concordaram em se abrirem nos detalhes se cada um falasse alguma coisa.
- Falando nisso, como vocês tinham camisinhas? Quer dizer, vocês estão de roupa de banho. Onde você guardou, Poynter?
Ele não respondeu. também não. Os seus rostos ficaram extremamente brancos essa hora. O silêncio era horrível.
- Não. Vocês não fizeram isso. Não foram burros para isso. – se assustou.
- A gente não conseguiu parar...
- Chega! Pare. Sério. Não acredito que vocês transaram sem camisinha! Se um filho aparecer aí...
- Fique quieta! – tanto quanto todos os outros mandaram – Não vai acontecer nada. Ok? A gente sabe que foi um descuido. Já sabemos a nossa lição perfeitamente. Não precisamos de mais seis pessoas para dar bronca. Vamos nos esquecer disso por algum tempo. Só isso que pedimos.
Um silêncio tenso se instalou. Ninguém falou nada por minutos até concordarem que não podiam fazer nada sobre isso naquele momento – o que era verdade – e voltaram a se divertir.
- Antes do Dougie, onde tinha sido seu lugar mais estranho? – Harry perguntou a .
- Na sacada do meu quarto – respondeu baixo. Era estranho demais falar aquelas coisas para eles também.
- E o de vocês?
- Thomas! – alertou, querendo ficar séria numa tentativa falsa. Ele olhou para ela com os olhos brilhando. Ela não pôde deixar de responder – Armário do camarim.
- Eu me lembro! Do nada você saiu de lá... EW! – passava a mão como se espantasse mosquito para afastar as imagens – Tenho mesmo que falar o meu? – os outros bufaram. Todas faziam a mesma pergunta – Dispensa de casa.
- ?
- Embaixo da escada – foi direta, querendo acabar logo com o assunto – De vocês?
- Banheiro do restaurante.
- Essa é clássica, Jones – falou – Harry?
- Avião.
- Banheiro do avião? Clássica tamb...
- Não. Na sala das aeromoças.
- Com a aeromoça – explicou Tom – Ele estava mais bêbado que tudo.
- E você, Fletcher? Do que a Giovanna era capaz? – riu ao perguntar. Tinha olhado para , esperando qualquer resposta dela.
- Dentro do carro.
- Caramba, era o máximo dela? – as meninas gargalharam de – O que foi? É sério!
- Dougie, antes da ?
- Quarto dos meus pais – todos já estavam prestes a xingá-lo, dizer que era podre e coisa e tal – E eles estavam em casa.
Uh.
O silêncio se instalou em seguida. Todos estavam pensando nos próximos lugares sem que dessem na cara.
- Alguém já se decepcionou... Conosco? – Danny perguntou.
- Cara, isso não é pergunta que se faça! – Tom advertiu – Isso é coisa que elas falam individualmente se tem necessidade. Tem necessidade?
- Acho que posso falar por todas que ninguém se decepcionou. Fique tranqüilo, Tom – gargalhou – Quer dizer, não sei todo mundo ainda... ?
- Tenho que falar isso na frente dele mesmo?
- Todas nós falamos...
- Não. Uma falou em todas.
- Ok, Tom. Amo transar com você. É muito bom. A melhor coisa do mundo – se virou para o namorado e depois para – Feliz?
- Melhor. ?
- Danny, transar com você é coisa de outro mundo. Muito obrigada pelas coisas que você faz.
- Acho que a gente está entrando em detalhes demais... – os dois últimos responderam – É ótimo receber esses elogios, mas ainda assim.
- Larguem de ser gays – o próprio Harry mandou – ?
- Preciso mesmo responder que você me leva às alturas? – ela fez uma careta indignada.
- Eu disse que estávamos entrando em muitos detalhes.
E eu concordo.
- Todos se abriram agora. , sua vez.
- Odeio vocês – rolou os olhos derrotada – Completamente satisfeita.
Dougie recebeu tapas nas costas enquanto sorria convencido e as meninas a olhavam de olhos arregalados.
- Quer dizer que você...? Que ele...? – começou, tentando não gaguejar.
- Ele sabia dos seus... – já estava nos joelhos de , morrendo de curiosidade.
- Dougie fez nos sete pontos? – terminou.
Até então os homens estavam ocupados demais conversando sobre sexo entre eles até ouvirem dizer dos sete pontos.
- Sete? Tem mesmo sete pontos? – Harry perguntou, recebendo um olhar ultrajado de todas elas.
- Isso não é coisa de Friends? – Tom se lembrou.
- Ah, Tom, Tom... Aprenda que televisa não é só merda – o lembrou antes de voltar para o seu lugar no sofá – Responda, ! Os sete pontos!
- Não... Não foram os sete, infelizmente – o “infelizmente” foi quase que inaudível – Chegou até o quarto uma vez.
- E parou por aí? – elas perguntaram juntas num tom quase que ensurdecedor. Era como se elas estivessem assistindo a um jogo de futebol nas finais. apenas assentiu, deixando-as com cara pensativa.
- Que porra de sete pontos é essa? – Dougie perguntou pela primeira vez. Ele tinha ido até o quatro uma vez, mas quantas coisas que ele não fez lá por uma vez?
apenas se virou e pegou um bloco ao lado do telefone e desenhou o corpo de uma mulher, mas não ficou bom, dando para desenhar depois.
- Pronto. Aqui é o um. Aqui o dois. Três... – e foi enumerando até o sete.
- Caralho. Mulher é complicada...
- Cale a boca, Jones! – as quatro gritaram – Acha que acabou? Tem uma ordem ainda...
- Ordem? – se Harry pudesse ficar mais surpreso aquele dia, ele poderia ter um ataque cardíaco.
- É! Caramba, para vocês homens é a coisa mais rápida! – fez uns gestos explícitos e caiu no sofá, querendo mostrar que estava apagada – Agora, para gente não é só isso... Tem mais!
- Deixe-me ver isso aí... – Tom pediu, recebendo o desenho de qualquer jeito, vendo-o de cabeça para baixo – Esse aqui é um deles?
- Um dos importantes! – respondeu depois de analisar qual ele se referia.
- Ah... É que eu estava vendo de cabeça para baixo.
- Às vezes isso ajuda... – soltou de repente. Os outros apenas se olharam e olharam para novamente.
- Certo – começou – A maioria dos caras vão do um, dois, três... Aí vão para o sete e montam o acampamento. Simplesmente param.
- Isso é ruim? – os quatro perguntaram juntos.
- Bom, se vai à Disney e passa o tempo todo na mesma montanha russa... – comentou.
- Continuando – voltou a falar – Não vou falar dos dedos porque tem umas pessoas que se empolgam com ele – olhou severamente pra antes de falar – Podem começar com o um, dois, um, dois, três, três... – parou por um segundo para ajeitar sua posição – Cinco – parou de novo para começar a falar mais rápido, entrando na emoção. – Quatro, três, dois, dois, dois, quatro, seis... Dois, quatro, seis, quatro, dois... – as meninas ao lado começavam a se mexer desconfortavelmente – Dois... Quatro, sete – já tinha fechado os olhos – Cinco, sete, seis, sete! Sete! Sete! Sete! Sete! Sete! Sete! Sete! Sete! Sete! – não seria legal de minha parte falar que ela se mexia exatamente igual à Mônica no seriado e ainda fez o último sete com as mãos e num suspiro.
De resto, as outras estavam todas de olhos fechados e os caras olhando para elas não sabendo o que sentiam. Se era prazer ou muita coisa estranha para o momento.
- Tom, decore isso logo e vamos subir. AGORA! – obrigou já de pé.
As outras fizeram o mesmo em seguida, dizendo a seqüência de cada uma.
O resto do tempo na praia foi baseado no primeiro dia. Sexo nunca mais foi sem ser extremamente prazeroso para todos os lados.
e Dougie estavam juntos demais. Não estavam namorando oficialmente, mas era quase isso. O rapaz não deixaria de ir embora sem antes fazer o pedido. A última vez que fez isso, apareceu com namorado um tempo depois.
Aquele dia estava nublado. Chovendo, para ser honesto. Os salva-vidas diziam para não entrarem no mar porque estava perigoso, então decidiram ficar na piscina.
- Que saco. Quero ação nessa água! Ela só fica... Parada – reclamou – Quero ir para o mar...
- Se repetir isso mais uma vez eu vou com você. – respondeu de saco cheio de a amiga dizer aquilo. Na verdade, era apenas uma desculpa para ir.
- Quero ir para o mar.
- Ei! – gritou, saindo da piscina – Alguém quer ir para a praia?
Pergunta idiota.
Todos foram apenas para ver se o que os salva-vidas tinham dito era verdade e comprovaram. Era quase que impossível ficar na água! Ou ela puxava muito, ou as ondas estavam matando todos.
- Isso aqui me deu uma idéia... – comentou enquanto todos olhavam para cim,a vendo alguns pingos de chuva caírem – Vamos enterrar a .
- YES! – comemorou se levantando na hora.
também se levantou e começou a correr, levando todos atrás dela, inclusive Danny.
- Grande namorado você é, Jones. Muito legal de sua parte. Vai ver de agora em diante – reclamou quando estava sentada na parte molhada da areia sendo enterrada pelos outros.
- Ele só está sendo legal, . Cale a boca e fique quieta, se não a gente não acaba logo...
Trovão.
- AAAAAAHHHHHHHHH, EU VOU VIRAR VIDRO!
- PARE DE SE MEXER! – os outros ficaram bravos por ela ter se mexido e derrubado uma barreira.
Ela não estava enterrada do modo normal. Fizeram um pequeno buraco e ela se sentou lá para depois eles a lotarem de areia. Só que toda vez que ela mexia uma parte era derrubada.
Só quando ela estava completamente coberta até o pescoço que a chuva voltou a atacar com força. Alguns raios caíam e trovões medonhos soavam, porém nem se se mexesse que a ia conseguir quebrar.
Depois de uns gritos, todos saíram correndo, deixando a coitada enterrada lá no meio da chuva chorando. É claro que estavam brincando com a cara dela. Ninguém a deixaria lá.
No momento em que a tiraram, correu o mais rápido que ela podia, xingando todos de tudo. E, por estarem um pouco longe da casa, mal viam alguma coisa pelo caminho.
- Se a gente sair disso vivo, você namora comigo? – Dougie gritou ao lado de enquanto os dois corriam.
Ela não sabia se tinha ouvido direito, então parou de correr e viu Dougie continuar por dois segundos, parar e depois voltar para ela.
- O que foi? Perguntei porque da última vez...
- O que você perguntou?
- Se você teria a honra de ser minha.
Como resposta, ela pulou em cima dele com uma força que ele não esperava que acabou levando os dois para o chão. Chuva, areia, barro, os dois no meio disso. Era muito lindo aquele momento.
- Deixem para fazer isso em casa. Saiam logo daí, seus pervertidos! – os outros gritaram de longe.
O tempo na praia passou com mar, sol, poucas chuvas, festas e mais festas. Comida também, claro. Sem contar a mega festa de no fim do mês. Quase todos os seres hospedados no condomínio foram. Isso sem saber quem era a aniversariante. A festa foi muito, muito foda.
Logo na primeira semana de agosto, o McFly teve que ir embora e elas ainda voltaram para as suas famílias para se prepararem para outra turnê que começava no Brasil. E, na segunda, as coisas ficaram diferentes e misteriosas..
A vida de ambas as bandas estava corrida demais. Era só voltarem das férias que tudo voltava às rotinas. estava em Porto Alegre para acabar a turnê do Brasil, enquanto McFly estava rodando a Europa em turnê também. Vida de banda é complicada.
- Harry, largue essa internet. A gente tem show agora! – Danny alertou enquanto acabava de mexer no cabelo – Você nunca entra. Por que isso do nada?
- Era só eu ir embora... Puta que pariu! – Harry gritou sem dar ouvido a Danny – Não é possível. A minha vida só pode conspirar contra mim o tempo todo!
- Está falando do que, Judd? – Danny apareceu atrás de Harry – Esse não é o ex-professor da ? E ela ali com ele?
- Por que você acha que estou puto?
- Ah, pelo amor de Deus – o outro rolou os olhos – Deixe-a dar oi para o cara sem você dar ataques.
- Oi se diz com a boca e não com o corpo.
- Não no Brasil. Você viu. Dois beijinhos e um abraço às vezes. Antes que o Tom apareça aqui que nem doido, é melhor você parar de pensar que o trairia com o cara das pernas finas, porque ela não fez isso.
- Fala isso porque não é a sua namorada. me contou do passado dela. Não sei como ainda fico com a menina depois de saber.
- Não. Falo isso porque morreria sem você. Ela já me disse isso. E porque traía as pessoas que ela ficava não significa que faria o mesmo com você.
Harry se calou. Por um lado, Danny tinha razão. Não havia motivos para fazer isso e ela deixou bem claro para ele que o cara das pernas finas que era o ex-professor dela não significava nada para a garota além de um ex-professor.
De qualquer forma, Judd ainda passou o show inteiro com aquilo na cabeça, errando partes demais. Nada que fosse atrapalhar o andamento, claro, mas os outros percebiam. Dougie que ficava extremamente puto! Se Harry errasse, Dougie errava também e ninguém se entrosava.
- , você viu que a seguiram quando foi dar oi para o Marinho?
- Nem percebi. Que droga! Leia aí, .
- “Parece que gosta de bateristas. Na noite de segunda, , após o termino do show de sua banda em Porto Alegre, foi vista sem as outras meninas, porém acompanhada com o baterista solo, Marinho.”.
- Não sei por que pedi para você ler. Ainda bem que isso é num site daqui. Harry ficaria doido com isso!
- Nope. Acabei de traduzir isso, meu bem. Mas por que ele ficaria doido? Cadê a confiança?
- Sei lá. Ele só ficaria doido! E meio que contei que não agüentava ficar com um cara só. Aposto que Danny faria o mesmo se fosse você.
- Não sei... Se fosse eu e outro cara... Sei lá. Pode até ser. Está mais para ser o contrário... Digo, eu ficar brava com ele. Muito. Contudo, espertinha, não se faz isso.
- O quê? Trair?
- Também. Mas contar para ele, né, palerma?!
- Fiquem quietas, por favor. Ainda estou pedindo com educação – abriu a porta do quarto delas e se jogou na cama.
- O que houve com ela? – as duas perguntaram para .
- Está com a maior TPM da vida dela. Virou uma onça porque coloquei um pingo de leite no sucrilhos e ela queria sem – as outras riram – Depois reclamou que sem leite estava horrível... Vá entender.
- Cale a sua boca. Você que não consegue entender os meus gostos depois de anos juntas.
- , podemos ser iguais em muitas coisas, mas os seus gostos nem a sua mãe sabe. Como eu vou saber?
- Isso é fácil, – apontou – É só misturar comidas que você nunca misturaria na sua vida. Esse é o gosto da .
- A próxima que falar de mim vai apanhar. Isso é, se eu conseguir andar, tamanha a cólica.
Como nada no mundo é perfeito, Harry ainda quis tirar satisfações com a namorada. É claro que discutiram copiosamente pelo telefone. Frases como “você não confia em mim”, “o que lhe fiz para isso?”, até ela estressar e desligar o telefone na cara dele. Harry não voltou a ligar pelo resto do dia. Isso fez com que chorasse o tempo todo. A única companhia que tinha era , o que seria melhor ficar sozinha. A menina de TPM não conseguia ajudar por mais que tentasse.
e tinham uma entrevista em várias revistas, nacionais e internacionais, e depois decidiram tomar um sorvete com alguns fãs. Resultado: se matando e achando que Harry já estava com outra enquanto as outras se divertiam.
Por outro lado, Harry não estava com outra. Estava trancado no quarto do hotel, tentando não quebrar as coisas. Odiava discutir com e ele sabia que estava errado. Conseguia ver isso na voz desesperada dela. Só o seu orgulho era maior para poder ligar e se desculpar, falando que a ama mais que tudo na vida e que nunca mais queria brigar.
O negócio é que quando se é de duas bandas famosas, rumores, fotos e tudo negativo podem aparecer quando menos se espera em um simples reencontro de amigos, e o que se pode fazer aí é confiar.
- Ainda não falou de novo com a ? – Dougie perguntou, jogando-se na cama do colega. Harry só negou com a cabeça.
- Sabe, você está sendo um tremendo babaca com isso – Tom saiu do banheiro dele – Falei com a hoje e ela me xingou até não poder mais.
- Por quê?
- Sei lá. Fui descobrir que ela está com uma TPM intensa – deu de ombros – Mas estou relaxado. Foi tão bobo que ela riu enquanto me xingava. Depois me ligou rindo mais que a boca. E ela não estava bêbada – soltou um riso abafado – O seu caso é que você tem que largar de ser idiota antes que faça algo maior.
- Vocês são dois orgulhosos do caralho. Se continuar assim, quem vai saber o que vai acabar?
- ‘Ta. Calem a boca, por favor – Harry pediu de saco cheio – Cadê o Danny?
- Cagando – Tom e Dougie responderam juntos.
- No meu banheiro?
- Por que você acha que eu saí de lá? – Tom perguntou com uma cara Óbvia – E peguei isso de brinde – mostrou o rolo de papel higiênico nas mãos.
- FLETCHER! – os três escutaram Danny gritar no banheiro e depois aparecer com as calças no chão, segurando o...
Voltando, Harry, Dougie e Tom correram para fora do quarto e Danny quase foi também.
Acabou por isso mesmo.
Passaram-se quase quatro dias até os dois enlouquecerem para que finalmente Harry tomasse providências ligando pra ela. Quase fizeram sexo por telefone.
e Dougie estavam extremamente felizes. Não haviam contado para a mídia que estavam namorando ainda. Resolveram esperar para não chocar ninguém. Mesmo que os dois nem ligassem pra essas coisas, foi o que os managers recomendaram. Quem sabe o que alguns fãs poderiam fazer? “ acaba com Julian e parte para acabar com Dougie”. Ela já tinha uma resposta para isso... “Julian que acabou comigo. Não sou a vilã da história, seus bandos de filhos de uma...”, e assim vai. O que importa é que, mesmo separados, os dois estavam levando isso numa boa, melhorando as expectativas da menina. Nos tempos livres, ou se falavam ou pensavam um no outro constantemente. Ninguém agüentava falar com eles sobre relacionamento. Era enjoativo no começo. As únicas pessoas páreas pra isso eram e Tom, porém isso iria passar. E o principal: o período da menina tinha chegado. Ou seja, sem gravidez por estupidez.
Falando em ... As suas cólicas melhoraram muito, mas o seu humor andava numa montanha-russa vinte e quatro horas por dia. Tinha vezes que ela ria mais do que devia, bem escandalosa, e outras horas que chorava copiosamente por motivos extremamente idiotas como quando ela não conseguiu achar uma blusa, a bateria do celular acabava... Vá entender. Isto é, sem falar quando ela saía quebrando tudo e gritando nas alturas por qualquer coisa boba que a fazia estressar quando as meninas erravam um acorde ou tiravam as coisas dela do lugar. Para piorar, ela ainda tinha momentos em que ajudava todo mundo. Era a pessoa mais fofa e doce do universo. E ainda as crises de medo que ela tinha... Sair de casa era cruel e ninguém sabia o motivo. Ninguém entendia a dela. Nem mesmo Tom que constantemente era o alvo das mudanças dela. Pelo menos ele achava graça.
e Danny... Eram o que podia ser chamado de normal. Falavam-se sempre que podiam, riam, faziam experiências estranhas por telefone ou skype... Eles não tinham nada do que reclamar até um deles tocar no assunto da e do Harry. Sabe aquela frase “em assunto de marido e mulher não se mete a colher”? Pois bem, eles meteram bem lá no fundo. Um deu palpite aqui, palpite ali e acabaram brigando também. acabou dizendo que não sabia se podia confiar em Danny, que ficou extremamente ofendido com isso. Se ele tinha mudado por ela, mudou por inteiro. Não era qualquer coisinha boba que o faria correr atrás.
De qualquer forma, eles largaram de besteira mais rápido que Harry e .
- É estranho vir para cá e não ficar com os meninos... – comentou no café da manhã em Londres.
Usavam sua casa super foda que tinham lá para o começo da turnê mundial que começava no Reino Unido.
- Acho tão normal... – soltou – A gente fazia isso antes!
- Ta, mas agora os conhecemos. E melhor: somos as namoradas deles – falou enquanto as outras duas concordavam.
- Ei... Alguma de vocês comeu o bolo? Parece que está estragado... – fez careta – Credo. Super enjoei.
Ela largou o seu café da manhã e foi para o quarto, dizendo que ia se deitar antes de saírem para o soundcheck. nem tinha tocado no bolo. Do nada disse isso e saiu.
- , pela milésima vez... Você não pode fazer o show de vestido – reclamou para a baterista – Olhe, tem tanta calça bonita que dão para a gente fazer propaganda! Tanto short...
- A está tentando fazer a usar qualquer coisa menos vestido de novo? – perguntou, assim que saiu do banheiro, a que olhava as outras duas discutirem com cara de tédio.
- E o filme se repete – respondeu numa bufada – Está melhor?
- Melhor do quê? – a ficha caiu três segundos depois – Ah, sim. Estou sim, claro. Era hellshit*, de qualquer forma. Deu enjôo...
- Enjôo? Que estranho. O bolo devia estar realmente estragado – lá no fundo, ela sabia que a outra estava escondendo algo – Agora você vai me falar o que realmente está acontecendo?!
- Eu queria – sussurrou – É super sério. Juro por Deus... Mas estou com medo de envolver vocês nessa – deu de ombros, observando finalmente ceder a usar um short como sempre fazia.
rolou os olhos em uma careta engraçada. Não sabia o que tinha com .
- Sabe que pode falar qualquer coisa para mim, para a gente – a amiga respondeu, sussurrando de volta.
Como resposta, recebeu o celular da companheira e leu as mensagens, ficando branca em seguida. Sem tempo de discutirem sobre aquilo, foram direto para o palco.
O show foi considerado normal, mesmo com e tendo uns ataques de tontura quando perdiam o olhar em um determinado ponto na platéia. Quase não podiam pular como gostavam. Quase choraram de alívio quando se lembraram que o cover seria apenas da e um violão. Isso deu tempo para todas se sentarem, tomarem uma água e fazerem qualquer coisa. quase se deitou no chão, alugou um ventilador e se apoiou na parede, mexendo no celular.
Quando os três minutos de música da baixista terminaram, as outras duas se levantaram com esforço e quase caiu de volta.
- ? – Alice perguntou. Era só o que faltava! doente de novo – Está tudo bem?
- Eu... Estou legal – respondeu, piscando demais depois de apagar uma mensagem – Dêem-me a minha guitarra.
- Você quase caiu aqui do nada. Como pode estar legal?
- Eu só estou legal. Ok? Mande a minha guitarra!
Foi obedecida logo em seguida, caminhando até o palco sozinha.
- Calma. Se ela cair lá, do chão não passa.
- Nem brinque, ! Nem brinque!
Antes de voltar para o palco, pegou o celular da amiga, lendo o que fez aquela atitude dela, e quase repetiu os atos dela. Respirou fundo e foi ao palco.
*Hellshit: mais conhecido como caganeira.
Enquanto isso, o McFly já estava acostumado com a Espanha e para passarem o tempo resolveram sair do hotel para um passeio simples.
Seria mais simples se não fossem famosos e fãs não estivessem correndo atrás deles. Ou pelo menos de Danny e de Harry.
- Ótima a sua idéia, Jones. Muito boa – Harry comentou irônico. Olhava pelos lados para ver se não tinha ninguém – No hotel vende esse chocolate, cara. Era só esperar para chegarmos.
- Sei que tem lá, porém já viu o preço daquilo? É caro demais para um simples chocolate!
- Então jogava no twitter dizendo que você queria aquele chocolate que qualquer fã lhe daria no momento que chegasse ao saguão.
- Que exploração.
- Isso é que é fazer parte de uma banda – Harry riu – Cale a boca. Tem gente vindo.
- Harry... Não adianta a gente ficar aqui. Elas podem falar e vamos ficar mais perdidos ainda no que falam. E eu que achava que português era difícil.
- E você quer o quê? Sair andando enquanto esse povo arranca as nossas roupas, puxa os nossos cabelos e nos leva para casa em pedaços? – Judd usou ironia de novo – Qual é o seu plano, gênio?
- Cara, não sou o mais inteligente aqui. Desculpe.
- Ah, diga-me algo que não sei.
- Está querendo me chamar de burro?
- Você mesmo se chamou!
- Não é por isso que tem que concordar...
- Creo que... - os dois se calaram na hora ao ouvir uma voz – Danny Jones, Harry Judd!
- Er... Hola – Danny tentou.
Foi tudo muito rápido. Muitas garotas apareceram e eles tiveram que correr até que achassem algum lugar seguro.
Entraram em uma loja qualquer de roupas.
- OMG! – uma dupla de garotas carregando mil vestidos gritara. – O McFly... Harry... Danny...
“Era só o que faltava”, pensou Harry.
- Eu preciso avisar para a Luna que eles estão aqui...
- Não, por favor. Não fale para ninguém. A gente implora – Danny desesperou. Vai que essa Luna aparece com milhões de meninas.
- Não que não queremos falar com mais pessoas, mas estamos meio perdidos e tem várias pessoas querendo nos atacar.
- Fãs atacando? Não acredito! Odeio esse tipo de atitude! É isso o que faz vocês não voltarem por um bom tempo! – respondeu uma das meninas revoltada – E aí pode acontecer igual ao Brasil. Vocês demoraram milhões de anos pra voltar lá! Se elas não sabem, uma passagem para a Inglaterra é cara demais!
- Tudo bem. Não vamos chamar ninguém – disse a amiga, que depois se virou para a atendente, dizendo algo em espanhol – Só que...
Eles sabiam que isso teria um preço. Só esperavam que fosse barato.
- Vocês podem nos fazer um favor? – a revoltada perguntou.
- Ahn... Claro – Danny respondeu, soando confiante no que dizia, contudo na verdade com medo do que elas podiam pedir – Se não for nada de beijo, tirar a roupa... Se bem que isso, se vocês fizerem, eu faço também.
- Não é nada disso. Não precisa se preocupar – a segunda riu – Somos donas de um site... O Mc.
Mc quem? Isso sim é sanduíche do McDonald’s.
Vendo a cara confusa de Danny e Harry, as duas se explicaram entusiasmadas.
- Mc! É uma junção das bandas! McFly mais ! Somos totalmente a favor do namoro de vocês. Apoiamos totalmente! Nós e mais grande parte do mundo. Sabe, é um site bem visitado...
- Ah... Que legal! – Harry riu. Alguns fãs eram à toa demais da conta, mas isso até que era legal. Melhor que casais de Hollywood. Disso ele tinha certeza. Zanessa... Que porra é essa? – Muita gente é a favor? Que bom... Quase ninguém é.
- Então, tem aquelas pessoas estraga-prazeres, mas a maioria totalmente apóia! – a revoltada explicou – E como somos grandes fãs das duas bandas, morremos quando soubemos dos namoros! Podem nos dizer algo sobre Dougie e ?
A vontade de contar era gritante, mas, de acordo com Fletch e Alice, mais umas semanas e seria a primeira notícia das revistas.
- Estão no caminho certo, eu acho – foi Harry que respondeu quando viu que Danny não conseguiria guardar a verdade para ele – Os dois combinam.
- Concordamos – a normal falou com o celular na mão. Estava gravando a conversa – E quanto a vocês? Digo, como vai a relação?
- Vai muito bem. Obrigado – Danny respondeu normalmente e elas riram. Tudo que ele fazia ou falava as fazia rir – Sério. Está todo mundo ótimo.
- Desculpe falar isso, Danny, com todo o respeito, mas ainda bem que mudou o seu gosto para garotas. Você só escolhia loiras o tempo todo! E todas elas pareciam mais conhecidas do que qualquer outra posição no seu relacionamento. salvou.
Uh, mexeu no assunto errado. E daí que Danny dava essa impressão antes? O pior é que ele não podia ser rude com fãs. Se não, já teria respondido poucas e boas.
Harry só mordia o lábio para não rir.
- Harold, e quanto a ? Postamos que ela foi vista com o ex-professor de bateria, com o qual ela supostamente teve um caso. O que você acha disso?
Harold? Quem era a fã que o chamava de Harold? Só podia ser dona desses sites doidos e ser viciada nisso... É daquelas que faziam perguntas mais estranhas e pediam as coisas mais bizarras.
- O que tenho que achar? tem a vida dela. Pode fazer o que quiser, até onde sei – tentou não soar rude – Nós estamos bem. Não é qualquer foto que acaba com um relacionamento.
- Mas e quanto à Izzy?
- Er, acho melhor deixar esse assunto de lado – vez de Danny morder os lábios para não rir – Sabe, temos que ir agora... Já deve ter menos pessoas nas ruas.
- Esperem! – as duas pediram em uníssono – Queremos pedir um imenso favor do fundo do coração...
Imenso e do fundo do coração. Isso era o que faltava.
- Tudo bem... – responderam os dois da mesma forma, hesitando um pouco.
- Nós, como donas do Mc, pedimos aos outros fãs que dessem idéias sobre o que vocês podiam fazer juntos. E nada melhor do que as duas bandas se juntarem e fazerem o que sabem fazer de melhor: tocar e cantar. Já fizemos várias petições, tivemos colaborações, muita ajuda para isso, mas não temos certeza se já chegou ao ouvido de vocês... Então aqui estamos pedindo em nome de todos os fãs do Mc.
- É uma idéia legal. Já pensamos em fazer isso antes... – Danny sorriu. Realmente, a idéia não era ruim – Podemos ver isso em breve quando encontrarmos com elas.
- Vocês voltam para Londres no final da semana. Não é? – a revoltada perguntou com os olhos brilhando.
- Acho que sim... – Harry respondeu com medo da cara da revoltada.
- As meninas estarão no fim da turnê pelo Reino Unido e a próxima turnê delas começa no final desse mês, ou começo de outubro. Vocês podiam pedir para elas passarem um dia a mais em Londres e sei lá... Gravarem um vídeo?
Elas pediam demais para fãs normais, mas ok. Era até que uma coisa simples.
- Podemos ver o que elas acham da idéia... – Harry respondeu, mexendo-se e se preparando para ir embora, mas elas acharam que ele ia fazer outra coisa.
- Vai ligar para elas agora e ver? – pela empolgação da normal, Harry não pôde contrariá-la.
Pegou o seu celular e ligou para , esperando-a atender.
- Harry! – atendeu, ouvindo muitos “OMGs” de fundo – Onde você está?
- Em uma loja de roupa com Danny na Espanha. Tem umas fãs aqui...
Ela já tinha entendido. O seu namorado e o outro estavam em uma pequena cilada. gargalhou quando ele respondeu, tentando se recompor na “frente” delas.
- E então, para que devo a honra da ligação a essa hora? – porque tipo... Estava realmente tarde para ela.
- Desculpe, . Você provavelmente devia estar dormindo ou passando os canais da televisão... – a normal quase puxou o celular de Harry para falar. Como ela sabia que estava trocando os canais da TV? – Mas é por uma boa causa!
- É?
- Aham! – a revoltada gritou contente – Tem como chamar as outras para contarmos tudo e ter certeza de que você não vai se esquecer de dar o recado?
- Hum... Tem. Tem sim... – estranhou. Ela não se esquecia de dar o recado sempre!
Danny e Harry agora já procuravam a câmera da piadinha pela loja. Aí o Ashton Kutcher aparecia e dizia do Punked lá... Mas até então era tudo muito normal.
- O que está...? O que é isso? ... Meu Deus! Está tudo... Ok, agora parem porque... Fãs e... Falar conosco – mal deixava o telefone numa posição para escutar tudo que ela falava, o que era melhor – Pronto. inteira junta.
- Não acredito nisso! – as duas meninas falaram – Isso é um sonho. Só falta o Tom e o Dougie entrarem por aquela porta.
- O que me lembra... Eles estão procurando por vocês... – respondeu – O que houve?
E, ao invés de contar tudo que as duas fãs falaram para eles e ainda repetirem para elas, só conto por aqui desse jeito mesmo porque elas estão me enchendo a paciência. Como gente famosa agüenta pessoas assim?
- Legal a idéia... – respondeu – Alguma música especifica?
- Não. Aí fica a critério de vocês...
- Juramos que podemos pensar nisso, meninas. Realmente é uma ótima idéia – respondeu simpática – Danny, Dougie está pedindo para você ligar o celular e ligar para o Tony ou para o Harry desligar o celular e ligar para ele.
- Os outros dois estão com eles? – novamente as duas fãs perguntaram ao mesmo tempo.
- Er... Não, não. Eles já estão no hotel – respondeu incerta. Se por telefone aquelas meninas podiam ser um pouquinho irritantes, ela nem queria saber o que o namorado estava passando.
Mal sabe ela que tanto Harry quanto Danny suspiraram aliviados quando ela respondeu que não.
Uma hora mais tarde, na Inglaterra.
- O que foi isso?
- Sei lá, . Foi o Harry que ligou – deu de ombros.
- Não isso de isso do telefone. Digo isso de isso que estava acontecendo aqui quando entrei. Nenhuma de vocês estava nos seus quartos... Todos no da . Aqui virou sala de reunião? E por que o banheiro dela? E por que ninguém me chamou?
- Primeiro: quantos “isso”! Perdi-me no meio deles. Segundo: não virou sala de reunião. O meu quarto é meu quarto e nada mais. Terceiro: no banheiro porque eu estava lá e aí a gritou e a apareceu.
- E por que ela gritou?
- estava chorando – respondeu – Aí meio que a obriguei a me contar o que era e... – os olhos se encheram de lágrimas e a voz embargou.
-E?
- Aí a apareceu e... – já estava chorando.
- O que foi? Foi o Tom? – falou preocupada. A felicidade de suas amigas era a dela também.
- Não. Quem dera fosse! - respondeu. – Gi... A gente está encrencada.
- Dá para parar com esse mistério idiota de uma vez? Vocês estão me assustando! E muito.
- Certo, . Acho melhor você se sentar. Recebi também... Essa tarde, – chorou mais. Depois que a baterista tinha se sentado, as guitarristas começaram mostrando as coisas pelo celular.
- Começou no Brasil... – quem já sabia da história foi contando.
A semana até que passou rápido para todos. Até para quem não faz parte da história. Os meninos iam de país em país desde o começo de agosto. Todos deviam estar satisfeitos. Era McFly pela Europa toda.
Quanto às meninas, era pelo Reino Unido todo. Uma semana era pouco pelo tempo que elas rodavam. Em nenhuma das vezes paravam em uma cidade por mais de um dia e por mais de um objetivo.
Estava chegando o momento em que finalmente e Dougie iam oficializar o namoro para a mídia. Logo no final daquela semana. Faltava pouco...
Ah, pelo "ataque" que Danny e Harry tiveram na Espanha, não foi nada igual ao que Tom e Dougie tiveram. Os dois foram seguidos por tudo quanto era lugar por um homem. Antes se fosse mulher, mas não. Tinha que ser um maníaco doido por algo deles. Deu tudo certo no final. Todos riram depois de tudo.
ainda dava ataques por querer usar vestidos em shows e agora estava com tendinite das grandes e dolorosas, mal agüentando falar tamanha a dor. Por isso no fim da semana já nem falava nada. Colocava uma calça ou um short e metia as mãos em um balde lotado de gelo e água até ela perder os sentidos das mesmas. Só assim conseguia tocar depois.
começou a ter ataques mais intensos no meio dos shows e constantemente arrebentava as cordas de seu baixo. Isso quando não empolgava muito e o desafinava. Pelo menos não tinha que ficar convencendo a baterista para usar algo em que não apareçam as roupas de baixo.
Para ajudar, o emocional de tinha ficado um pouco melhor. Com a ajuda das outras, agora que todas estavam envolvidas, as coisas foram ficando mais fáceis, tentando simplesmente viver. Quase nenhuma delas conseguia sair de casa ou hotel quando bem quisesse sem que olhasse para tudo quanto que era lado todas às vezes. Nunca aconteceu algo no meio dos shows. Só quando pegava o celular. No meio de covers em que ela não participava, o celular era o meio de passar o tempo e toda hora que saía dele ficava paranóica. Porém isso acontecia quase com todas agora.
Nada a declarar sobre ... Apenas que ela mudou. Algumas pessoas, alguns sentimentos são capazes de muita coisa. E sem falar na felicidade de ela poder comemorar os dois meses de namoro ao lado dele. Já estava cansada de estrógeno em excesso. Precisava de testosterona.
Já tinham combinado que, assim que o show dos rapazes terminasse, o próximo passo era o aeroporto. Se elas terminassem primeiro que eles, iam buscá-los, o que acabou acontecendo.
- Ah, saudade! – Harry sorriu ao vê-las – Desculpe, .
- Pelo que, amor?
- Não confiar em você...
- Esqueça essa história – ela rolou os olhos e sorriu, beijando-o depois – Sabe, sei um modo perfeito de me compensar depois.
- Acho que vou gostar...
- Podem falar das suas sacanagens mais baixo ou em outro lugar? Valeu – Danny zoou – !
O beijo deles foi meio reencontro de cinema. É, o cara tinha tomado jeito.
- Ah, eu precisava fazer isso – quase gritou anunciando. Ela precisava tocá-lo, senti-lo e beijá-lo como uma profunda necessidade – Oie – sorriu em seguida, soltando uma risada gostosa.
- Cadê a ?
- Fugiu com o zelador – respondeu .
- É, ela conseguia mais coisa com ele – gargalhou da cara de cu de Tom – Ela ficou no carro para conversar um negócio sério com a Alice...
- O que é? – perguntou confuso e quase que indignado. Ele estava se referindo ao fato de que estava finalmente lá e ela não. Justo ele que sofreu na mão das mudanças de humor. Tinha algo mais sério do que a situação dele?
- Er... Não é nada. Devíamos estar lá também, mas... É, decidimos vir.
- Não podem falar para nós?
- Não ainda... Desculpem.
e as outras sacudiram os ombros, querendo esquecer o assunto. Tinha uma distração logo ali, então se virou para quem procurava.
- Feliz dois meses – Dougie a abraçou, girando-a pelo ar antes de dar um beijo apaixonado na mesma.
- Feliz dois meses – ela respondeu, mal segurando a felicidade. Ele se lembrava também. Isso era ótimo! Julian nunca fora bom com datas.
Além do mais, a partir do momento em que passou a ficar mais íntima de seu namorado, passou a perceber mais defeitos do que o normal em Julian.
- , você está branca!
- É bom vê-lo também, Danny – ela sorriu falso, indo até o namorado.
- Está tudo bem? – Tom depositou um selinho nós lábios dela.
- Bem melhor agora – ela sorriu mais para ela mesma quando escondeu o seu rosto no pescoço no namorado – Até no pior eu fico melhor quando estou com você.
- Todas nós – reforçou a mensagem, apertando a mão de Danny firmemente enquanto as outras sorriam sinceramente para eles.
- O que a gente faz agora?
- Olhe, não sei vocês, mas o mundo todo sabe que vamos passar mais um dia aqui e eles acham que é pela música que supostamente faremos juntos – se lembrou – Se não tiver algo até segunda-feira, quem sabe quem podemos decepcionar?!
- Todo o fã clube da Mc – Danny riu – ‘Ta. Podemos fazer algo para eles. Não vejo mal nisso.
- Nem eu – todo resto respondeu do mesmo jeito – Quer dizer, eu vejo. Como vamos fazer algo se Dougie e não acordam?
- Deixe-os, amor – Harry falou para – Ontem provavelmente foi a noite para eles.
- Sim, mas precisamos fazer tanta coisa para essa música dar certo! é fresca. Não aceita qualquer música.
- Vá chamá-la então – Danny gargalhou. Aquilo seria engraçado.
- Nem se nos pagassem a vida como recompensa! – falou em um tom amedrontado – Nunca mais vamos ver algo em que esteja envolvida com Dougie. Nunca.
- Vocês são exageradas...
- É mesmo, Harry? Imagine a bunda branca de Dougie fazendo movimentos...
- CALE A BOCA! – não só as meninas, como os outros rapazes gritaram com .
- Nós dissemos.
NÓS CONSEGUIMOS! Por Micaela e Catalina.
Parabéns a todos os fãs que pediram, fizeram o maior esforço para a junção do Mc funcionar como desejamos há muito tempo. Durante umas compras na Espanha, Harry Judd e Danny Jones entram na loja fugindo de alguns fãs descontrolados. Gente, que coisa feia! Qual é a finalidade de assustá-los quando se pode fazer tudo na base da calma? Foi assim que nós, Mica e Lina, conseguimos falar com os guys. Ou pelo menos dois deles.
Falamos com Harry e Danny sobre o site e todo o esforço de vocês com a petição de alguma coisa em conjunto das duas bandas. No mesmo momento, Harry ligou para a sua namorada e acabamos falando com toda a também! E o melhor de tudo? Todos disseram que adoraram a nossa idéia e que iam pensar sobre isso.
Sabemos também que, quando elas falam que vão pensar, elas realmente pensam. E, bom, graças a vocês, eles fizeram um vídeo super legal para todos os fãs do Mc. Aproveitem e, mais uma vez, parabéns a todos!**
- Pronto... Podemos começar! – falou por de trás da câmera. Ela mostrava Danny e Dougie olhando para ela, sorrindo como idiotas.
- Dougie, pare de sorrir como se fôssemos tirar uma foto. Isso já está gravando. Você sabe disso – gargalhou.
- Está gravando? Achei que seria uma foto primeiro – Danny disse inocentemente, na mesma hora em que uma legenda apareceu: “preferimos não tirar isso... Esse é o verdadeiro Danny”.
A imagem cortou para eles todos reunidos agora, como uma edição caseira mesmo, daquelas que todos fazem para os trabalhos em vídeo de escola.
- Estamos fazendo isso a todos os fãs que apóiam o... – começou, pedindo ajuda ao resto.
- Mc – Harry respondeu por ela – É legal saber que tem gente que curte, já que antes a maioria odiava as nossas namoradas.
- E tem gente que ainda odeia... – Tom soltou um risinho – A gente não consegue agradar todo mundo.
- O negócio é que a petição foi bem legal. Vimos e pensamos que não seria uma má idéia – sorriu, mostrando-se simpática.
- Só esperamos que vocês não liguem para a qualidade disso, já que tempo é uma virtude que não temos e nem criatividade para editar isso depois – falou, rindo um pouco sem graça.
- E, quanto a música, decidimos pegar uma que todos nós já sabíamos. Uma fácil e bem legal – Danny sorriu – É isso aí. Quem vai desligar a câmera?
Novamente a tela ficou preta para depois aparecerem todos eles em seus instrumentos. Deviam estar na casa de um deles, ou até na delas, mas isso não importa. Havia duas baterias que não tocavam juntas – até porque ficava doida quando Harry não a acompanhava e vice-versa. As guitarras mudavam conforme o vídeo. Todos os guitarristas tocavam em determinadas partes, mas sempre em duplas. A mesma coisa acontecia com o baixo.
Em segundos, os acordes de “You’re The One That I Want” começaram.
Na mesma salinha em que os instrumentos estavam, Danny estava com os outro lá sem tocar nada, assim como . Os guitarristas da vez eram Tom e .
Sem fazer muita cara nem coreografia, ele cantava a parte do Danny – como se fizesse diferença no nome.
fazia a Sandy. Só que ao invés de “contracenar” com Danny, fazia isso com Dougie, quando não apenas cantava dando pulinhos animados com a batida.
O “Nothing left for me to do” foi Dougie quem tinha feito e o refrão eram todos juntos. inclusive os bateristas, de um jeito que dividiram a canção para os homens cantarem o primeiro verso e as meninas, o segundo.
As cenas mudavam conforme a musica andava. Às vezes Dougie e apareciam sozinhos naquela salinha fazendo dancinhas idiotas estilo ao filme. Para Danny e , só faltavam as roupas e o cabelo enorme.
e Tom eram os próximos a cantarem. Sem tocarem nos instrumentos, que agora estavam com Danny e . Enquanto cantava, a cena era de e Danny no maior clima de diversão entre namorados. Coisa fofa. No fim da estrofe dela, era a vez dela e Tom bancarem os idiotas fazendo danças e olhando para ele numa tentativa falsa de sair sexy o olhar. Ele também dava alguns deslizes iguais aos dela em sua parte e às vezes e Harry apareciam rodando como uma ciranda. Tudo para mostrar que eram casais felizes e apaixonados.
A parte do “are you sure?” era dos meninos e as meninas respondiam. O resto da música continuava igual no começo, sem muitas mudanças.
Novamente o preto apareceu, voltando para eles sentados novamente.
- Nós nos divertimos! – as meninas riram – Qualquer dia faremos algo decente e não algo em três horas... Não sabíamos que filmar assim em tão pouco tempo é complicado!
- Na escola era mais fácil – completou rindo.
- Valeu de novo para todo mundo e... Tchau! – Danny começou e o resto terminou com o “tchau”.
Depois do vídeo, o celular da vibrou e ela saiu para ir ao banheiro, dizendo estar com vontade de fazer o número um. Enfim, Dougie apareceu com um presente para , que era um perfume extremamente cheiroso, e todas ficaram com medo do que tinha na embalagem.
Ainda naquele dia, só que mais tarde, elas voltariam à América para se prepararem para outra turnê. Dezembro que os aguardassem. Era a única época livre!
Não tem necessidade de mostrar quem está narrando, já que o titulo desse capítulo mostra. Sabe, é fácil falar de mim aqui. No sei por quê (não explicarei o cinismo)...
Enfim, já faz semanas que estou com medo e isso é um saco. Está parecendo a doença de Supernatural, a Yellow Fever... Simplesmente não consigo sair de casa sem ter a certeza de que não tem ninguém na rua me olhando. Tem algo realmente errado comigo que todas as meninas já sabem, o que não sei se é bom ou ruim. Tentamos falar com Alice, mas nunca conseguimos chegar ao ponto principal. Acho que é porque... Nós temos medo só da idéia de se tornar real. Imagine falar e ela se tornar real?! É por isso que estou em uma sexta-feira à noite na casa do Ian enquanto podia estar numa festa no Garret. Juro que fiquei num dilema interminável. Tipo... Ian e Garret? Escolher entre os dois é preferível que eu me jogue do abismo, porém o caso é que Ian é o meu melhor amigo infernal. Vim fazer companhia para ele – isso é o que ele disse quando me ligou chamando, contudo o conheço bem o suficiente para saber que ele quer ter uma conversa bem longa e chata. Por que não fui ao Garret mesmo? Aquele par de olhos azuis...
, concentre-se. Lembre-se o par de olhos castanhos só seu do outro lado do Atlântico. De qualquer forma, eu nunca iria para uma festa no meio de tantas pessoas, desconfiada e medrosa do jeito que estou.
- , já chega. Vai me contar quando o motivo do seu medo estranho? É incrível a mídia não ter notado o comportamento de vocês quatro! – Ian foi bem direto para falar a verdade. Deu-me o meu vinho predileto e foi direto nesse assunto... Costuma falar coisas antes.
- Ian, cale a boca – falei num tom despreocupado – Por que todo mundo me pergunta isso? Só estou... Numa fase – é até mais seguro deixar as coisas quietas, sem envolver mais pessoas nisso.
- Bom, você é adulta. Tem fases... Ok – ficou em silêncio, olhando para baixo – Sempre fica com medo quando mexe no celular e nem atende a sua casa. E quantas vezes já trocou de número? Sete?
- Só não gostei dos números anteriores. Quero melhores. Dá licença? – ri, tentando mudar o clima de interrogatório. E na verdade foram nove vezes. – Mas garanto que é só uma fase e já passa. Como a minha fase de High School Musical passou... Não quero mais ser a Ashley. Sou só eu... – já nem sabia por que tinha dito aquilo.
- Mas qual o motivo de trocar tanto assim? A que conheço é inteligente o suficiente pra escolher um número que gosta de uma vez só, e não mil. E nessa fase você tinha doze anos. Já me contou dela. Agora você tem vinte e quatro.
- Não posso falar disso com você... Não é tão fácil assim – eu já estava desesperada por dentro. Muito.
- Falo de testes da minha próstata e você não quer me dizer por que anda com todo esse medo?
- É diferente! – disse em um tom estridente. Ele me fala porque quer! É nosso assunto do dia. Eu pergunto: “ei, Ian, o que fez hoje?” e ele me responde como se fosse qualquer coisa normal: “fui fazer os testes anuais da minha próstata...”. Admito que fiquei meio constrangida de ouvir no começo, porém já acostumei.
- Não vejo onde! – Ian bateu osseus braços na perna – ...
- ‘Ta legal! Ok? Faz um tempo que ando recebendo algo no meu celular depois dos shows no Brasil... Não é nada demais. As meninas já sabem e recebem as mesmas coisas.
- Andam clonando o seu celular?
- Não... – quem me dera – Recebo mensagens, ligações... – só que as ligações nunca mais atendo depois que começou a ficar feio.
- Quanto tempo?
- Isso não importa...
- , quanto tempo?
- Faz uns dois meses hoje.
- Pelo amor de Deus, fale-me o que é isso antes que a mandem para um hospício! Você fica olhando a janela de minha casa a cada três minutos!
- Estou paranóica mesmo. Não é? – suspirei derrotada. Não sei mais o que faço.
- Demais. Pelo menos você viu isso. Já é meio caminho andado.
- Você me conhece. Não sou doida e nem estou doida.
- Isso é ótimo. Agora vai parar de enrolar e me dizer o que está acontecendo?
- Você está começando a me deixar nervosa. Não gosto de pensar nisso... Principalmente de falar... Tenho medo que acabem escutando...
- Medo de quem escutar? , diga de uma vez.
- É mais fácil você olhar o meu celular do que eu lhe contar. Já que mudei de número várias vezes, vou ter que falar algumas coisas a mais...
Então pronto. Devagar, sem ninguém poder ver pela janela, passei o meu celular a Ian, que foi direto nas ligações. Só que os números estranhos eram privados. Ele meio que já tinha entendido uma parte a partir daí, contudo só entendeu tudo quando viu as mensagens.
- Como você deixa de falar disso com alguém? , isso é muito sério! A vida de vocês está em jogo nisso!
- Não é tão fácil falar! Você não entende o que eu e as meninas estamos passando por causa disso... Queremos manter as pessoas com que nos importamos seguras! Quer dizer, elas primeiro. Nós depois. E, tipo, no começo achei que não fosse nada, mas ficou pior!
- Dou-lhe no máximo um dia para falar com alguém que vá solucionar isso para você antes que eu corra atrás disso por mim mesmo.
Acordei no dia seguinte preocupada. Preocupada demais, para dizer a verdade. Eu já vinha pensando nisso faz um tempo, mas agora o negócio está me apertando. No mês passado, as ligações aumentaram, assim como as mensagens, e não pude falar nada. Comentar isso com as meninas já era difícil. Não gostávamos daquilo nem a pau. Posso ter sido uma babaca e completa idiota em demorar um pouco para contar pra elas, mas... Ele ameaçou! Se alguém ficar sabendo, ele sabe todos os passos da minha família, do meu namorado, das meninas, os meus... Não tenho outras escolhas a não ser não contar para ninguém que vá solucionar isso. Ele sabe onde estou, o que estou fazendo... É assustador. Realmente me sinto em Jogos Mortais, só que real.
Sentei-me na minha cama, tentando ignorar o frio na minha barriga. Todo sono que eu tinha já era. Agora eu só queria pegar o aparelho e não ver nada ali... Abri direto minha caixa de entrada. Tinha uma mensagem nova e o número privado.
“Achei que nosso acordo era que você mantivesse a sua boca fechada se não quisesse que algo acontecesse com seus ‘amados’. Sabe, até gosto do Somerhalder... O Fletcher e o resto do McFly que são um problema... Eles são um grande obstáculo para vocês finalmente serem parte de mim”.
Certo, só não posso entrar em choque. Quer dizer, mais do que já estou. Como o cara sabe que conversei com o Ian? Certifiquei-me de que não havia ninguém nas redondezas da casa dele... E o Tom não tem nada a ver com isso. Por que ele quer me ameaçar assim? Qual o problema de deixar só eu envolvida e não as pessoas que eu amo? Era tão difícil assim?
Foi bem emo o que acabei de falar, porém no meu caso de desespero é o mínimo que posso dizer!
Respirei fundo, tentando controlar a minha respiração e ficar calma. Até que estava funcionando. Quer dizer, até o meu celular vibrar na minha mão.
“E, sabe, é bom que esteja acordada. acabou de sair de casa e está bem perto de mim indo para a sua. Ela é tão linda para sofrer algum acidente... Não mais que você, mas você me entende”.
Acho que nunca corri tanto na minha vida. Desci as escadas numa rapidez que não sei como consegui tropeçar apenas no último degrau, quase indo de cara com a minha porta. Demorei um pouco para abri-la, tamanha a minha pressa. Se algo acontecer com ou qualquer uma das meninas... Nunca vou me perdoar.
Sabe aquela sensação horrível que tem quando está andando sozinha no escuro e sente alguém atrás de você? Não sei se sou a única a sentir isso, até porque quando era pequena a bola dentro do meu quarto girava metros sozinha, mas isso não é assunto para agora. Digo, faz dois meses que tenho sentido isso. Como se alguém me observasse vinte e quatro horas por dia, por mais que não seja sempre assim. É apenas quando estou sozinha.
O mais estranho é que o cara tinha razão. Ah... Cara. Como sei que é um cara? Sei lá... Pela forma que ele se comunica comigo. De qualquer forma, ele tinha razão. estava mesmo andando em direção à minha casa, sorrindo como se a vida fosse linda e não tivesse nenhum tipo de perseguidor na sua cola.
Bom, na dela também tem.
- ? Ele me mandou uma mensagem... Dizendo que sabia que eu estava vindo para cá – já disse desesperada, fechando a porta – Ele está aqui dentro, . É sério. Só pode ser alguém do condomínio!
- Eu sei, caralho! Por isso já estava na porta antes de você entrar! – soei grosseira sem querer. Não dá mais tempo de esconder tudo entre a gente. Não quero passar por isso sozinha sem nenhuma ajuda mais. – Tem como você chamar as outras urgente? Com cuidado, avise para elas.
- , estou muito assustada – só você? Estou assustada demais pelo mundo todo.
- Só chame. Ok? Melhor nós quatro juntas do que separadas. Precisamos botar um fim nisso... Já passou dos limites.
Ela fez o que pedi, mas ainda insistiu em perguntar como faríamos tudo sem causar problemas para nossas famílias e amigos. E eu lá vou saber? Nunca tive um louco na minha cola com ameaças sólidas na minha frente para saber. Ninguém entende o medo que estamos sentindo. Não é nada que dormir com os pais faça passar.
Rapidamente as outras duas estavam dentro da minha casa com a mesma expressão. Logo todas tinham recebido algum tipo de mensagem dele, assustando-nos mais.
- Então, ? Qual é o seu plano?
- Boa pergunta. Sou a única que acha que isso tem que ter um fim?
- Não. Mas ainda assim, como vamos fazer isso sem que envolva outras pessoas, aquelas que estamos tentando proteger desde que isso começou? Não confio muito na polícia para esse tipo de trabalho e não quero acabar sem família e como esses famosos mortos por psicopatas.
- Não é como se tivéssemos escolha, . Isso está fazendo mal para nós todas. Não dá para viver assim.
- Devíamos falar com Alice de novo. Dessa vez ela tem que nos... – comecei, sendo interrompida.
- E aí? Ela vai contratar um detetive e teremos seguranças para tudo quanto é lado, até para ir ao banheiro! Ninguém vai tirar o nosso sossego depois disso – perguntou, olhando-me assustada – , isso é muito sério... Temos que pensar bem no que vamos fazer.
- Queria que fosse uma brincadeira de primeiro de abril atrasado – parecia mais em choque do que eu mesma.
- Bem que eu queria! Vamos simplesmente ligar para a Alice. Uma hora ou outra o cara deve esperar uma resposta e, se demorarmos pra dar, quem sabe o que ele pode fazer?
- Não tinha pensado por esse lado – estava se alterando – Não temos mesmo outra escolha?
Todas nós negamos.br>
Pegamos o telefone e discamos para Alice mil vezes. Disquei mil vezes e não conseguia completar a ligação. Hesitava demais. Era impossível. As outras passaram pela mesma situação.
- Mas... Isso não pode estar acontecendo!
- , não gosto disso mais que você, mas não posso fazer nada pra melhorar nem vocês! Já trocamos de número milhões de vezes, esperando que o desgraçado suma, e ele sempre da um jeito de descobrir.
- E sempre sabe onde estamos, o que estamos fazendo ou com quem estamos falando. Ou isso é uma brincadeira de mal gosto de alguém próximo ou é alguém que passa muito tempo conosco – avaliava quase que sozinha – Aqui é um dos condomínios mais seguros dos Estados Unidos. Só a Casa Branca ganha no quesito segurança e o cara está lá fora! – ela fez o favor de mostrar o dedo do meio pela janela.
- Tem que ser alguém daqui. Alguém que mora aqui.
- Não. No começo, ele dizia que tem meu autografo até hoje. Então é um fã. Não tem ninguém que mora aqui que já pediu autografo da gente – qual é? São famosos também. Para que querem autógrafos de quatro menininhas?
- Recebi isso também. Só pode ser um fã. E se trabalhar aqui? – , assim como nós, tentava deduzir – Se não tomarmos uma atitude rápido, isso vai nos consumir até tomarmos uma decisão mais drástica e tenho medo de qual ela possa ser.
Caramba, tenho uns momentos meio emos sim, mas não iria me matar... E nenhuma delas. Pelo menos acho.
- , não estou me sentindo melhor com o que você está dizendo, mas sim, eu sei. Só não... Olhe, não deveríamos ter escondido isso por tanto tempo... Uma coisa tão séria. Não podemos esperar até que ele bata na nossa porta e entre como o encanador e sei lá o que ele pode fazer conosco – não queria pensar, na verdade. As opções eram muitas.
Nenhuma delas falou nada depois disso. Elas ficaram olhando para baixo sem ter o que dizer, provavelmente pensando no que diriam depois como uma forma de deixar tudo melhor.
- Achei que, se chegássemos a uma conclusão, ficaria muito melhor, porém não adiantou muita coisa... O cara deve estar aí fora já sse preparando para nos matar. Ou mandar uma mensagem...
Falando no diabo... Novamente os nossos celulares vibraram. Tremi antes de abrir, já imaginando o que ele mandou. Sabe, agora acho que odeio tecnologia.
“Sabia que isso ia acontecer. Toda a junta, falando de mim. Nunca pensei que seria tão honrado e importante antes. Acha que são espertas. Não são? Eu realmente estava esperando isso acontecer. Até tenho que agradecer. Já estava me cansando. Ah, PS: cuidado com o próximo passo.”
Mais uma.
“Está um solzinho gostoso em Londres. Não tem motivo para o Fletcher usar aquele trapo que ele chama de casaco...”. Essa foi a que recebi. Logo, as meninas todas receberam coisas que os outros estavam fazendo.
Tenho fobia de barata. Sempre que vejo uma, ou pode até ser foto, fico doida. Digo, a minha respiração fica muito rápida, não paro de tremer o corpo todo e mal consigo falar. Agora a minha situação era pior que essa e tinha companhia das outras três.
- A gente vai falar com a Alice agora. Quer dizer, uma de nós vai... Não podemos sair senão ele vai achar que... E aí o plano vai por água abaixo - estava tão tensa que não falava coisa com coisa.
Nem estava prestando atenção no que ela dizia, no entanto. Tom pode estar morto agora. Por minha culpa.
E aí eu chorei. Chorei o que devia ter chorado antes como um bebê que não come e que estava sujo por dias, ou melhor, aqueles que choram por birra, mas agora eu tinha um motivo. Recebi o conforto das três na hora. Estavam na mesma situação que eu. Só posso ter sido alguém muito boa no passado para ter a vida que tenho e pessoas como elas.
- Você ainda não contou para o Tom também. Não é? – perguntou e neguei com a cabeça – Temos que contar para eles. É outra forma de eles se protegerem. E para as nossas famílias.
- Você tem razão... Caramba, estragamos tudo! Ele já deve ter morrido... – só de pensar nessa possibilidade, sentia uma sensação horrível passar por mim.
- Cale a boca, ! Escute-se! O Tom não morreu caramba. Esse cara quer nos assustar! E se você não se mantiver forte, não vejo por que nós temos!
Olhei para como resposta, querendo mesmo acreditar nas palavras dela. Estava sendo muito negativista.
- Então, quando podemos falar com Alice? – perguntou com o ar vago. Eu sabia que ela estava com medo também. Era ela que estava tentando se manter forte agora.
- Ligamos e ela vem. Que se dane se o cara descobrir. Chamamos a polícia junto... Com a raiva que estou agora, é capaz que eu saia atrás dele!
- Vou com você – todas responderam.
Sabia que, desde que fizemos essa banda, eu poderia deixar minha vida na mão delas que estaria segura.
Falar com Alice foi desesperador pelo que pude presenciar quando não gritava por horror. Ela pediu as nossas outras contas. Contratou uma espécie de detetive e os dois já estavam analisando cada coisa, de onde tudo vinha. Pelo menos com isso eu não tinha com que me preocupar. Ainda tinha que falar com Tom que não atendia o celular nem nenhum outro telefone. Conseguia sentir os meus cabelos caindo de preocupação e tentava mais que tudo na vida não pensar em coisas ruins.
- Agora ele já sabe que sei e que tem autoridades atrás dele – Alice contou. Já estava em minha casa – Vocês quatro... Deviam ter contado isso mais cedo... Ele já tem todas na palma da mão!
- Não podíamos contar. Você sabe disso! – respondi cansada de me explicar, assim como as outras. Sabemos que agimos feito idiotas, mas eu em particular não queria saber o que podia ter acontecido se tivéssemos contado desde o começo.
- Tudo bem – Alice suspirou derrotada. Ela concordou com o meu ponto até. Ele não me tinha na palma da mão... Ainda – A partir de agora, você tem dois seguranças particulares. Vocês todas, na verdade.
- Dois? – perguntei assustada – Isso chama atenção demais!
- Você realmente acha que vamos andar por aí com esse cara à solta? De repente ele dá uma de assassino de John Lennon! – perguntou como se eu fosse doente mental. Olhei para ela com medo nos olhos, porém ainda assim achando dois demais – Nem me olhe com essa cara. É claro que não podemos. Talvez o cara enlouqueça mais ainda. Temos que nos prevenir.
- Acho que preferia estar grávida a ter um doido na nossa cola. E agora na de todo mundo que conhecemos!
- Não discuta isso, . Já tem muita coisa em cima de nós. Nem invente gravidez! Vamos agir normalmente até a mídia descobrir – Alice falou naquele tom que tive que me calar – Falando em Tom, já falou com ele? E vocês, falaram com os outros?
- Não. Ele não me atende – gritamos desesperadas.
- Então os seguranças começam o trabalho a partir de agora – disse, pedindo-me o telefone.
- Ahn?
- Continue tentando ligar e diga qualquer coisa, mas não diga que vai para lá. Se ele não atender, por motivo algum deixe algum recado.
- Vou falar o que quando chegar lá? – estava ficando até burra com essa situação.
- Que aconteceu uma coisa e que você precisava falar com ele urgente.
- Isso vai desesperá-lo! – surtei.
- E você não está?
Fiquei quieta. Não vou nem responder.
Peguei o telefone e liguei para ele, ouvindo o “tuu” irritante que me fazia sentir uma pancada no estômago a cada vez que ele soava pela milésima vez.
- Pelo menos vamos ficar junto deles. Será que podem trazer as nossas famílias também?– escutei as outras cochichando enquanto esperava. Era uma idéia brilhante!
- Não acho que dá. Trazer as famílias, além de assustá-las mais ainda, vai ser o maior trampo para manter tanta gente assim segura até chegarmos lá – escutei perguntar e responder, não podendo deixar de suspirar antes de Tom atender.
- Oi, ! Desculpe não atender mais cedo. O telefone acabou a bateria e não estou em casa – escutei uns barulhos típicos de pessoas arrumando o palco de longe.
- Tudo bem. Não sabe como é bom ouvir a sua voz – ri fraco, sentindo o meu coração acelerar. Ele não sabe mesmo – Tom, você está ocupado hoje?
- Estou... , está tudo bem? – odeio quando as pessoas me conhecem bem apenas pela voz – Ainda com medo?
- Está tudo ótimo – tão ótimo que poderia chorar.
- , o que está acontecendo?
- Nada... Olhe, estou com saudades... Você vai ficar aí até que horas?
- Bem tarde, mas... – não o deixei completar a frase. Não posso dizer nada pelo telefone.
- Tom, não posso mais falar. Desculpe-me. Era mais para matar a saudade... Amo muito você.
Ele concordou confuso e desligamos. Fiquei alguns segundos imaginando como ele estava depois dessa conversa. Odeio fazer isso com as pessoas. Falar alguma coisa e depois não dizer tudo. A única pessoa que é legal para fazer isso é a .
- Pegue a sua mala que está arrumada que você vai ao aeroporto. O jato já está pronto.
Fiz uma careta ao pensar na rapidez com que as coisas aconteceram essa manhã. Não passou muito tempo desde que acordei e tudo que podia acontecer já aconteceu.
Ou era o que achava.
Os seguranças eram super legais. Os meus eram totalmente engraçados. Foi ótimo passar um tempo rindo com eles. Contaram-me tudo que já fizeram trabalhando no CSI. Não no da TV, óbvio... Paguei o maior pau.
- Tem certeza que não acha melhor que a gente fique até ele chegar? – perguntou pela milésima vez.– Tenho medo do que você pode fazer sozinha com facas e outros meios de se matar. E ficar sozinha por si só... Não sei...
Bom, no jato meio que coloquei tudo que tenho de pessimismo pra fora. Montei três possíveis fins entre eu e Tom, em que duas acabavam com nossas vidas e a outra... Não. As três acabavam com nossas vidas. No começo, as meninas riam, mas ao ver que falava sério, faziam de tudo para eu tirar as idéias absurdas da cabeça. Para mim não eram tão absurdas e tinha certeza de que no fim das contas elas acabavam pensando a mesma coisa.
- Tenho. Vou ficar bem – menti – Vão para a casa dos seus homens e se preparem pra contar a eles... Precisamos de um apoio.
Elas sorriram, assentiram e saíram, deixando-me sozinha e pensando no que falar. “Sozinha”, na verdade. Os oito seguranças estavam espalhados pela rua.
Devo ter pensado tanto que acordei de repente em dois braços quentes e com a minha cabeça encostadaa um ombro.
- Você me deu o maior susto do universo hoje e de repente aparece aqui, dormindo na minha sala... É uma surpresa e tanto.
- Eu disse que estava com saudades. Como foi o seu dia?
- Cansativo. Estou morto! O show foi ótimo, porém estou esgotado – tentei não mudar a minha cara. Ele já está morto e vou acabar de levá-lo para o inferno – E preocupado. O que houve, ?
Era a hora. Ele já tinha me levado para o quarto, deixando-me na cama, enquanto ele se ajeitava na minha frente.
- Tome um banho primeiro. Insisto – ele precisa estar bem relaxado. Não quero preocupá-lo mais ainda, sabendo que seria impossível – Prometo que não durmo e espero.
Ele tentou mudar a minha promessa, mas acabei ganhando. Pelo menos tenho uns minutos para pensar no que dizer.
- Pronto. Pode começar – Tom se jogou na cama ao meu lado, descansando a cabeça dele em meu colo pelo que me pareceu segundos depois. Passei o tempo todo suando frio.
- Primeiro, eu queria que você soubesse que o amo.
- , eu também a amo.
- Não, Tom. Eu realmente o amo. Tipo, no duro. Você é tudo que eu mais queria na vida.
Não sei se comecei isso certo. Está parecendo que o traí.
Tom olhou no fundo dos meus olhos. Os dele estavam brilhando de um jeito diferente.
- , eu também. Achava que já sabia disso – sentou-se e olhou para mim. Eu estava prestes a chorar como um bebê – O que aconteceu? Você não andou me...?
- Traindo? Pelo jeito que estou falando faz parecer, mas não é nada disso – não sei o que seria pior – Não é nada disso mesmo. É...
- , você pode me falar... – de longe dava para sentir a agonia dele.
- Eu... – respirei fundo – Eu e as meninas estamos sendo perseguidas. Tem um cara nos ameaçando e por isso o está ameaçando também... – acabei contando tudo em seguida, controlando-me para não chorar a qualquer momento.
Finalmente consegui dizer, trazendo o silêncio em seguida. Tom me olhava como se eu tivesse sido abduzida e esperasse que eu começasse a rir feito idiota. Quando ele viu que não ia fazer isso, a sua expressão mudou para pânico. Era exatamente o que eu temia.
- Isso não pode ser verdade, .
- Mas foi o que aconteceu. Por isso o meu medo de sair de casa. O cara sabe de todos os meus passos... Tenho medo de olhar o meu celular agora e achar outra mensagem dele – levantei-me e peguei todos os papéis que Alice me deu e o meu celular – Por isso não pude falar o motivo da minha vinda pelo telefone. Não que não seja saudade também, contido queria saber se você estava bem com os meus próprios olhos.
Tom olhou tudo atentamente sem falar uma palavra. Eu mal escutava a sua respiração!
- Fale alguma coisa... – pedi sem conseguir esconder a minha voz embargada e as lágrimas.
- Isso é loucura, . Vocês não deviam ter escondido isso de ninguém. Nem de nós! – disse sem me olhar, o que só serviu para me fazer chorar mais ainda – Ele sabia o que eu estava fazendo hoje, todos os meus passos, os seus passos... – engoli um grito de desespero – Mas você não está sozinha nessa, . Tem muita gente envolvida nisso. O cara não vai conseguir nada de ninguém. Estarei com você sempre.
Então chorei mais ainda. Chorei de alívio, para falar a verdade. Então eu não ia cair. Tudo daria certo se quiséssemos.
- Vai acabar tudo bem – ele sorriu, pegando o meu rosto e limpando as lágrimas – Pare de chorar. Não tem mais motivos para isso. Está todo mundo bem.
Por segundos acreditei que ele podia estar certo. Tudo vai acabar bem. Tem que acabar bem.
Comecei a rir ao ver que eu estava viva, a minha família estava viva, minhas amigas e amigos e Tom também. As meninas tinham razão, afinal. Acho que às vezes não consigo ser razoável em momentos assim.
- É assim que gosto. Amo o seu sorriso – deu-me um selinho – Agora chega de medo. Tem seguranças ao redor dessa casa e com certeza Fletch já sabe da história e vai prevenir mais alguns para quando estiver em Londres. Vocês terão a sua vida de volta.
- Ô, Tom, vamos com calma. Estou com medo, mas não deixei minha vida tããão de lado assim – gargalhei, passando a conversar sobre qualquer outro assunto sem ser o cara doido que me persegue pelo resto da noite, até adormecermos juntos.
Por todas estarmos de “folga”, pelo menos eu poderia ficar mais um tempo com Tom em Londres com todo o resto, sabendo que todos estavam bem. Queria todas famílias aqui também... Combinamos que faríamos o possível para nos vermos constantemente, se tudo isso não der nenhum problema e não for arriscado para nenhum de nós.
Ele ficou realmente preocupado com essa história. Não só ele. Os outros também. Dougie, por exemplo, disse que ia malhar mais só para deixar todos a salvo numa tentativa péssima de deixar tudo melhor. não gostou muito disso. Disse que já tinha muita gente envolvida e não precisava de uma criança cuidando de oito pessoas. Dougie ficou puto e eles acabaram discutindo, assim como os outros.
Super legal. Olhe o que isso levou.
Estávamos tendo uma reunião com o Fletch e Alice mais os oito guarda-costas e mais os quatro que Fletch arranjou para cada um dos meninos. Íamos decidir o que viraria da situação daqui para frente.
- As suas ligações e mensagens já estão sendo rastreadas, mas o cara é bem inteligente, nos parece. Ele mandou mais alguma coisa. Certo?
- Mandou ontem à noite... “I’m lonely in London. London is so lovel,y so I cross the street without fear… Que gracinha. Indo ao encontro do namoradinho…” – falava aquelas palavras com a voz trêmula em nome das outras. Tinha sido a mesma para nós – “Eu disse que era para ficarem quietas e jogar do jeito que mando, mas parece que não ligam nem um pouco para isso. Parece que vou ter que agir. Vocês não me deram escolhas... , sabe que não adianta correr. Estarei sempre com você”.
- Quando ele aparecer, vou esfolá-lo com minhas próprias mãos. Filho de uma mãe... Acha que pode sair dizendo o que quer?! – quase ri de Harry tentando ajudar, porém ficou muito brava, dizendo que não era pra ele bancar o herói, o que levou a sala a discussões.
- Que porcaria! CALE A BOCA, TODO MUNDO! – gritei, perdendo a paciência – É outro motivo pelo qual nós não queríamos contar! Todo mundo brigando... Parem de achar que eles vão entrar nessa história porque não vão, meninas. Isso serve para todos – referia-me a todos, menos Alice e Fletch.
- Ela tem razão. Só estamos protegendo vocês para que isso não passe para mais gente. Não são vocês, garotos, que estão em maior perigo – Fletch concordou comigo.
Sentei-me de volta na cadeira, escondendo o meu rosto entre os braços para poder chorar no que podia chamar e paz. Não estava fazendo drama. Choro por qualquer coisa, mas agora eu tinha um motivo sério. Senti a mão de Tom, que estava do meu lado, apertar a minha perna gentilmente, como se mostrasse que estava lá para me dar apoio.
A sala estava totalmente quieta depois que Fletch falou. Era até constrangedor.
- Temos que soltar isso na mídia – Alice disse seca, fazendo-me levantar na hora indignada – Você receberá apoio de muita gente...
- Assim como incentivo para outras pessoas fazerem isso também. Não só comigo, mas com eles também! – disse, tendo o apoio das meninas.
- , pare de se preocupar com a gente e escute o que ela está falando – Danny respondeu, me fazendo olhá-lo sem expressão por muito tempo – Pare de me olhar assim. Dá medo.
Se não estivesse tensa, iria rir.
- Está legal. E aí? Soltamos para a mídia e beleza. Entraremos para o E! True Hollywood Story nos casos de perseguição doentia por famosos – fui irônica – E depois o cara fica puto e o que era pra ser apenas um caso de mensagens medonhas passa a ser seqüestros e assassinatos...
- , não podemos ser pessimistas!
- Cale a boca, – mandei rude – Você prefere o quê? Quando o cara descobrir, só Deus sabe o que vai acontecer daqui em diante! Ele nos manda coisas no correio sobre nós, coisas da minha vida que nem me lembrava, detalhes minúsculos, fotos que eu não sabia que ainda existiam e o que pode mudar? Pedaços de corpos, cabelos, venenos...
- Mas você não tem escolha! – Alice falou alto – Em casos assim, a própria polícia solta na maioria das vezes ou alguém acaba descobrindo e solta a informação. Ou você faz isso ou eles. Você escolhe. E fiquem longe do correio!
- E o cara provavelmente já sabe que o mundo inteiro vai saber e não deve estar puto. Deve estar contente com isso. Maior atenção, maior pressão em você. É assim que cai na dele.
Fiquei quieta. Odeio saber que os outros estão certos.
Ficou decidido que Alice soltaria essa informação nos mínimos detalhes até onde seria o certo falar e, caso me perguntassem, eu afirmaria. Agora cada um de nós tem três seguranças e nossas saídas foram restritas a um toque de recolher. Tudo que eu menos queria. Ainda bem que o sol aqui se põe tarde.
Está legal. Chega de ter medo quando saio de casa.
No momento em que a notícia chegou ao ouvido da mídia, ela foi a primeira ser dita. É engraçado ouvir a mesma coisa em mil línguas diferentes. Até a minha mãe viu na TV e ficou mais desesperada. Tive que ficar quase duas horas no telefone para dizer que estava bem, que todos nós estávamos bem e que ia dar tudo certo. Pelo menos eu esperava. Quer dizer, não posso ser pessimista com isso... Por que teve que acontecer conosco? Justo a pessoa mais pessimista do universo! É nessas horas que não gosto de ser famosa.
De qualquer forma, depois da reunião, fomos para a casa da ... Do Dougie na verdade, mas enfim. Precisávamos de algo para nos distrair e não pensar no que andava acontecendo esses dias.
- A gente podia acampar hoje... – comentou, enquanto olhava para as suas unhas.
- Acampar aonde?
- Sei lá. No quintal de alguma casa... Ninguém tem algum parquinh, não?
- , você é a única que tem um parquinho no quintal da casa – brincou . O pior é que é verdade.
- Droga. Mas pode ser ao ar livre mesmo!
- Você quer me matar. Só pode – riu, sem querer acreditar no que a outra falava.
É que não pode dormir nem com o cobertor de outra pessoa que vai parar no hospital... Às vezes.
Eu até ia comentar que ela queria nos matar por razões óbvias também, porém deixei quieto. Ninguém estava falando do perseguidor. Não quero falar dele, por mais que eu saiba que todos pensaram nele quando ela deu a opção. Deu para ver isso pela cara de todos.
- Podemos fazer dentro de uma casa também. Estou com saudades de acampar.
- Mas aí não é acampar, – Dougie interveio.
- Calma. Não disse meu plano todo.
- E essa é a sendo a .
- Não falo mais nada. Vou ficar quieta e dormir naquela cama que tem lá em cima – fiz draminha – Melhor: eu e o Tom vamos fazer o nosso próprio acampamento.
- Beleza. Não quero dividir uma “barraca” com vocês dois pervertidos – Harry gargalhou e fiquei vermelha, tentando rir da situação também. Não era isso o que eu queria dizer! Tenho minha mente infantil também, poxa.
Fiquei quieta e fechei a cara. Odeio quando dizem “ sendo ”.
- Está bom. Desculpe, sua fresquinha – riu – Fale o seu plano.
- Não. Vão dormir todos ao ar livre e vocês que se danem.
- ! Largue de ser boba!
- Vou falar apenas para os meus amigos, ou seja, todos os meninos. Quem não for menino, por favor, saia.
Ninguém se mexeu, fazendo todos gargalharem.
- Não sabia que vocês namoravam homens, rapazes... Nem que eu era colega de banda de homens... Caramba, já fiquei pelada na frente de todos!
- Ah, . Você é nossa amiguinha. Quer trocar de roupa? – Danny fez voz de menina junto com várias poses bem gays.
Finalmente estava me divertindo à beça.
- Ela não quer nada, Jones – Tom respondeu bravo, puxando-me para perto dele.
Já disse o quanto adoro Thomas Fletcher possessivo? É outra pessoa.
- Ah, mano. Foi mal. A gente queria ter contado, mas sabe como é... – fez voz de homem, fazendo mais uma vez todos explodirem em gargalhadas – Sem brincar agora. Sério – ainda falava com voz grossa – Ok. dessa vez vai – e finalmente a voz dela – FaEa o que ia falar, .
- Ia dizer para montarmos uma barraca de lençóis no meio de uma sala. Ia ser super legal e do nosso jeito.
- If you could see that I’m the one who understands you, been here all along. So why can’t you see you belong with me…? Tchau. Só a Taylor consegue fazer essas notas agudas pra caralho – reclamei pela milésima vez.
- , pare de estragar a música! E a sua voz é a mais aguda. Claro que consegue. Você que não quer!
- Acho melhor ela não fazer mesmo... Sabe quantos vidros tem na minha casa? Se eles quebrarem? – Dougie indagou. Como se eu tivesse esse poder.
- Opa, então agora virei uma das Powerpuff Girls? Ou a Deedee?
- Que Deedee?
- O Laboratório do Dexter, seus sem infância.
- , pare de fazer comparações – riu, achando-me idiota – Tom, toque agora.
- Qual?
- Sei lá. Qualquer uma!
- Já sei, já sei! Tom, toque essa – Dougie se empolgou todo ao contar a música no ouvido dele.
- ‘Ta... – Tom riu – O Harry canta.
Logo todos homens já sabiam que música era, mas Harry cantando seria... Outra coisa que não posso dizer sem que me mate.
- Should I? Could I? Have said the wrong things a thousand times. If I could just rewind, I see it in my mind… - certo. Harry de Bon Jovi é estranhamente idêntico. Ele tem que decidir se fica no McFly mesmo, ou vai pra uma boyband, ou se simplesmente faz imitações de famosos.
Todas nós adorávamos essa música, então depois dos primeiros versos Harry foi acompanhado por nós até a música acabar.
- Vocês tocam agora.
- É revezamento? – peguei o violão, pensando em uma música - Por mais que eu pense, que eu sinta, que eu fale...
- PARE! VOCÊ VAI PARAR AGORA! – quase rolou comigo para fora da barraca improvisada de lençol porque não podia ouvir essa música graças... A mim. estava até cantando junto e os meninos ficavam com cara de paisagem – Uma que não me irrite do jeito que essa me irrita, por favor.
- ‘Ta. Essa você vai gostar... Carry on, my wayward son. There’ll be peace when you are done. Lay your weary head to rest. Don’t you cry no more - não cantei sozinha nem essa parte. Essa música é um clássico. Até quem não escuta rock, mas joga Guitar Hero, conhece!
Tocar essa música no violão é complicadinho. Não fica a mesma magia da guitarra, contudo o amplificador está muito longe da gente.
- Tive uma idéia melhor... – Dougie saiu da barraquinha, trazendo o seu notebook depois com mais umas coisas na mão – Vamos ver uns DVDs.
- Ah, Poynter. Estava tão legal a nossa sessão musical! – reclamou e nós a seguimos – Não estou em clima de ver filmes.
- Quem disse que é filme? – Dougie riu sapeca, mostrando-nos o que ele tinha na mão – Eu disse que ia comprar quando viesse para cá.
Ele comprou todos os DVDs que temos. Digo, todos mesmo, sem exceção de nenhuma. E o que ele colocou para rodar foi o nosso de clipes e todos os extras. E tivemos que ver todos, além de comentar e responder coisas quando eles queriam. Até que foi super legal.
- Adoro esse clipe – Dougie comentou, fazendo-nos olhá-lo em dúvida – Qual é?
O clipe era bem... Feminino. Era típico de rock princess revoltada. Muito revoltada. Aquelas cores claras misturado com preto para parecer raiva. Porém tudo bem. O clipe era um dos meus favoritos também.
Ele começava comigo entrando na sala junto com as meninas sentadas no sofá, carregando as nossas cartas e contas. Eu dizia o que tinha chegado, como um pedido de alerta para pagar a nova bateria dela, algumas contas e um cartão postal do namorado de para ela. Quem compôs a música foi a quando ela tinha um caso com o Turner, mas mudamos para que o namorado fosse de . Ela comenta qualquer coisa sobre ele finalmente ter se lembrado dela depois de muito tempo, pega o cartão e o lê. É engraçada a cara de indignada que ela faz e é aí que a musica começa. Tocar essa música também é ótimo. começa cantando que aquele foi o pior dia da vida dela, como se tivesse ido ao inferno, e que adoraria tirá-lo da cabeça. Se for pensar no que passou, depois de dois meses que ela e Alex meio que brigaram, ele manda uma mensagem muito bobinha para ela, que foi quando ela deixou de ser boba e parar de pegá-lo. E assim o resto do clipe ia. Foi um dos clipes que mais gostei de fazer.
Senti o meu bolso vibrar a noite toda, mas não vou me preocupar com isso agora.
“Isso foi lindo. McFly e juntos de novo... Minhas queridas, é tão difícil seguir ordens? Aposto que era um desafio para os seus pais.”
“Televisão? Sério? Se quiseram me irritar, parabéns. Agora estou com muita raiva.”
“Vocês que pediram isso. Eu estava sendo bonzinho, jogando limpo... Não terei pena na próxima. Fiquem sabendo.”
“Isso. Divirtam-se com os seus amigos. Pode ser a última vez que você os verá.”
“Qual é? Realmente acham que colocar guarda-costas atrás de vocês vai me impedir de alcançá-las? Sei que conseguem pensar melhor que isso, porém, dependendo da sua resposta, posso facilitar as coisas. Tudo depende de você.”
- Que porcaria! Cinco mensagens de ameaça sólida! – reclamei junto com as outras. No momento eu não tinha mais medo. Era raiva – Quando teremos nossa vida de volta?
- Ignorem as mensagens daqui em diante – o detetive aconselhou – A partir de hoje vocês só usarão os celulares como pista para achá-lo. E, caso ele queira fazer contato, avise-nos e não hesite em atender ao telefone quando isso acontecer. Todavia não acredite em uma palavra que ele diz. Tudo bem? Os seus telefones estão grampeados e teremos todas as gravações.
Assentimos, pensando se era a melhor coisa a se fazer. Bom, ele é o profissional aqui.
- E não precisa ter medo. Estamos prestes a achar esse cara – eu sabia que era mentira. Pessoas que fazem isso são espertas o suficiente para não serem pegos. Eu seria inteligente o suficiente para isso!
O detetive saiu da casa de Tom, deixando-me com o meu namorado que no momento está cozinhando algo muito cheiroso... Aposto que é uma delicia.
Já tinha me esparramado no sofá, vendo qualquer coisa na TV, quando o meu celular tocou. O número era privado. Só tinha uma pessoa para estar do outro lado.
- Alô?
“Parece que as coisas da estão um pouco fora de controle e não há outro assunto para se falar o tempo todo. Primeiro elas começam beijando caras gostosos de outra banda de outro continente e depois passam a namorá-los. Gostamos de chamar isso de desespero por fama. Um acordo aqui, outro acordo ali... Quatro casais formados e tão perfeitos que só pode ser arrumado.
Começando por , que aparece solteira por um tempo depois de Julian e passa a ser a mais nova namorada do baixista do McFly – ou será que eles tinham algo antes mesmo de terminar? As coisas entre ela e Julian nunca foram boas. De repente era esse o motivo.
Agora, para deixar o fato de que procuram por fama concreto, a assessora da banda solta uma informação valiosa, dizendo que a banda está sofrendo ameaças. Mas devemos acreditar? Não sabemos mais nada além disso, já que não ouvimos nada mais sobre esse assunto. Real or not real?
Se alguém pensa que elas são para usar de exemplo, pais, deixem seus filhos longe delas! Como se a banda fosse comportada... Isso é porque agora “namoram”! Antes nem deveriam saber o nome do último cara que passou na cama delas. Nunca deixaram de afirmar que usam drogas leves, porém quem somos nós para acreditar em quatro garotas que nunca conhecemos?
Com um álbum lançado no começo do ano, atingiu o ápice de vendas do ano não só de cópias, mas como de ingressos também. Parece-me que elas terão que agüentar muita pressão de agora em diante. Com todos os shows a partir de novembro mais o caso da perseguição, a banda sofre de muita pressão. É capaz que turnês sejam canceladas por nem Deus sabe quanto tempo! Se a história das ameaças for verdade, o tempo só se estenderá. Bem, então preparem-se pra uma temporada de puro fracasso.
A notícia foi pega de surpresa. Fãs, revistas, televisão, todos! E ainda podemos dizer que por parte foi bem aceita. Não são todos os fãs que gostaram da notícia de 'jejum de show', como eles dizem, mas outros totalmente apóiam o Mc e estão felizes por ele. É a notícia do momento. Todo mundo não pára de falar nisso.
Bom, vamos ver até onde isso vai dar. Aproveitem o tempo agora, porque ninguém sabe o que pode acontecer no futuro. Se decaírem, estaremos morrendo de pena."
- TMZ vai ter que prestar contas – Alice falou preocupada – Já falaram coisas demais, mas dessa vez eles exageraram.
- Eles que vão à merda! Não sabem o que realmente está acontecendo com a gente e saem falando porcaria! As ameaças aumentaram muito! Vou falar poucas e boas para aqueles filhos de uma...
- , não comece – mandou – Odeio TMZ.
- Ah, sério? Sabe, sei o nome de todos os caras com quem dormi antes de Danny – disse, como se estivesse se defendendo.
- E esse negócio de acabarmos fracassadas?! Alice, isso é possível? - perguntou, prometendo a si mesma que não ficaria mais possessa.
- Os Beatles já passaram por coisa parecida e um integrante até morreu por isso. Em algum momento, em vários anos, eles deixaram de ter a santa fama que tinham?
- Não nos compare com reis! - estressou.
- Não estou comparando. Apenas usem suas cabeças! Beatles, Elvis, todos foram adorados pelo mundo todo e ninguém se esqueceu deles. Não importa pelo que passaram. Então é impossível que vocês sejam esquecidas pelo menos nos últimos setenta anos.
Até que fazia sentido.
- E tem algo aí que falaram que é verdade – Alice soltou, fazendo as outras a olharem indignadas – Ninguém pode responder o que vai acontecer amanhã.
Calaram-se então. Sim, era verdade. Ninguém podia responder, então não tinha nada de concreto no que a reportagem dizia.
- Vamos fazer o seguinte... – deu idéia – Podemos fazer um dia de garotas para descontrair desse ultraje. Não temos nada hoje e nem amanhã. Certo, Alice? Que turnê parada...
A assessora concordou, gostando da idéia para falar a verdade. Podia ter alguns anos a mais que elas, mas ainda assim adorava esses dias.
- Olhe, a sabe dos horários agora – brincou, recebendo um olhar feio da outra – Tudo bem. A idéia é apetitosa.
- Podemos começar com muita comida? Estou com fome.
- Sabe, achei que ter fome demais o tempo todo é coisa de grávida, mas para isso todas vocês teriam que estar. Só pode ter uma lombriga crescendo aí.
- Alice, suas brincadeiras são muito boas. Adoro! É ótimo que você nós ame desse tanto - disse numa extrema falsa animação.
- Estou aqui para isso, queridas. Sempre que precisarem.
Como um dia normal entre garotas apenas, elas o passaram comendo tudo. Absolutamente tudo. Quantas panelas de brigadeiro? Perdi a conta na quarta. Pizzas, refrigerantes, pipoca... Afinal, tinham que ver um filme e chorarem até a morte para depois rirem feito hienas e se assustarem até ossos arrepiarem. Só que no último não foi preciso filme. Apenas o toque do celular de alguma delas era suficiente. Enfim, mesmo em um hotel, isso era bem legal de se fazer.
Era bom "ser normal" algumas vezes.
- Está certo. Agora me contem do principal... Como são os meninos na cama?
- Alice! Nunca pensei que faria essa pergunta!
- Vocês ainda precisam saber umas coisas sobre mim – ela riu – Vamos lá. Como eles são?
- Que é isso?! Que pergunta feia! Vou morrer virgem. Que história é essa? Colocaram-me historia na errada! – fingiu uma perfeita indignação, levando todas às lágrimas de tanto rirem.
- Pode morrer de qualquer coisa, sendo qualquer coisa. Menos virgem – quase que perde a respiração por rir – Você é doida por sexo desde que nasceu. Não é possível!
- Chega de papo furado. Contem-me como eles são!
- Ah... É o seguinte...
- O que fez hoje?
- Nada demais... Foi um dia para as meninas. Comemos, vimos filmes, fofocamos...
- Estaria totalmente dentro se estivesse aí! – Dougie fez voz de bicha.
- Namoro um gay e não sabia...
- Tem tanta coisa que não sabe de mim... – continuou com voz de bicha – Falando sério agora...
- Então você não é gay mesmo?
- ! – os dois riram – Vai me escutar ou não?
- Não sei...
- Caramba, o que lhe deram para comer? – somente Dougie riu dessa vez – É uma boa notícia!
- Não vamos desapontar ninguém com alguns dias sem shows? Quer dizer, isso nem é verdade por enquanto! Ninguém vai se esquecer de nós?
- Você está mesmo preocupada com isso? , vocês são boas porque merecem. Ninguém vai deixar de se lembrar de um sucesso feito vocês durante os meses.
- ‘Ta, mas não consigo me acalmar depois disso... Podem me falar que estou acima do peso, que sou sem coração, chifruda...
- Opa, isso não!
- US magazine. Nunca acreditei, de qualquer forma – os dois suspiraram – Queria que estivesse aqui. Faria muita diferença agora...
- Que tal abrir a porta então?
- Para quê?
- Para eu poder entrar?
- Primeiro, do que está falando? – soltou um riso debochado. Dougie estava passando muito tempo com Danny – Depois que estou em um hotel na Bélgica...
- Esqueci-me disso – escutou a resposta por dois meios. O primeiro por telefone e o segundo bem atrás dela.
- Como quê...? De onde você veio?
- Lá de fora. – Dougie apontou de um meio engraçado – Chega dessa cara e venha aqui.
Ela nem pensou na possibilidade de ele ser um transmorfo – coisa que só ela pensaria – e o abraçou com força.
- Não quero mais que notícias falsas sobre vocês a deixem do jeito que a encontrei aqui. , acredite na sua capacidade.
- Fiquei com medo... Não sei. Desculpe-me – sussurrou – Só... Obrigada por estar aqui. Não tem ninguém aí fora, né? Chega de psicopatas por um tempo...
- Sempre que precisar, estarei. E não vimos ninguém. Até porque os seguranças subiram também – Dougie beijou gentilmente o pescoço dela.
- , olhe meu olho.
rapidamente tirou os olhos do jogo – do qual ela estava ganhando – para olhar o que queria.
Não perdeu nem dois segundos com ela. A amiga tinha uma caneta que acendia uma luz, a caneta dos Blue Men, e estava colocando-a no olho dela. Vá saber o porquê.
- Vá, . Observe meu olho. Acho que a cor dele mudou desde que eu tinha seis anos.
- , não vou olhar o seu olho. E não a conhecia aos seis anos pra saber se mudou ou não. Seu olho tem a mesma cor desde sempre.
Não que ela fosse algum tipo de demônio ou vampiro baseado em livros fictícios, porque ela definitivamente não era.
- Olhe logo!
- Não.
- ! Caramba, que mulher chata! Olhe aqui!
- Não!!
Era a discussão mais idiota que coloquei e olha que as que emiti aqui foram muitas!
- Filha da puta, machuquei à toa.
- Machucou por quê? – era uma voz nova.
- Harry? Como você entrou aqui? , você deixa a porta destrancada? É doida? – se virou para de onde o som tinha vindo, depois para amiga e acabou perdendo o jogo – Droga, estava ganhando!
nem falou nada. É claro que ela correu para o namorado.
- Isso é uma grande surpresa. Por que está aqui?
- Vou embora se não quiser, então... – Harry ameaçou se virar, mas foi mais rápida, puxando-o de novo.
- Não preciso dizer se quero ou não – e se beijaram, como se isso não estivesse certo que ia acontecer.
- E você, ? Não tem quarto só para você, não? – Harry perguntou em um tom divertido.
- Eu que deveria perguntar isso, Judd – devolveu do mesmo jeito, sem querer dizer o motivo pelo qual não estava no dela – Está fazendo o que aqui?
- Seu namorado deu a doida com esse troço que anda acontecendo e está mais gay do que o costume – não só Tom, porém os outros também. Ele só não queria admitir.
- Tom veio também? – perguntou, dando graças a Deus que não o tinham deixado sozinho.
- O único que consegue convencer Fletch a sair no meio de um compromisso. Nós só viemos atrás.
- Obrigada por mostrar o tanto que você me ama! – foi irônica com uma pitada de verdade.
- , não comece. Você não...
saiu do quarto da outra, deixando os dois discutirem. Sabia que se ficasse, teria sido jogada quando eles fossem “fazer as pazes”. E por que ela ficaria lá sendo que Tom estava no dela? Andou até seu quarto e abriu a porta, encontrando-o vazio.
- Tom? – não obteve resposta e perguntou de novo, tendo o mesmo resultado – Sei que você está aqui... Nem invente de me assustar. Sabe do que sou capaz se isso acontecer.
- Droga, quem disse que estava aqui? – ele apareceu atrás dela, fazendo-a pular de susto – Desculpe. Não tinha essa intenção...
- Harry contou – ela riu, estranhando a cara dele – O que foi? Diz que Alice lhe deu a chave para entrar, por favor... Tenho certeza que tranquei aqui!
- Deu, sim, e você se assustou mesmo... – referia-se à cor que ela estava – Como andam os...?
- Aumentaram. Ele mandou eu terminar com você, Fletcher. Nunca mais vê-lo, se não algo bem ruim aconteceria... – estremeceu – Está tudo bem com você? Sua cara está...
Tom e os outros tinham ido até lá porque estavam enlouquecendo com toda história das namoradas estarem em perigo vinte e quatro horas por dia. E, com ter a chance de nunca mais vê-la, mais pressão ainda. Sentia-se literalmente um adolescente de quinze anos que engravidou a garota da balada que nem sabia o nome direito. Muita pressão.
- Só estou sentindo muita pressão com tudo isso – abraçou-a, buscando conforto.
- Também estou... Se você achar melhor deixar as coisas entre nós... E não levar... Isso adiante... Vou entender perfeitamente. Até porque isso seria o certo a fazer para deixar as coisas se acalm...
- , você está falando em terminar? – Tom riu fraco – Eu nunca terminaria com você porque um cara mandou, mesmo que seja para protegê-la, porque sei que seria pior para nós dois e não adiantaria nada. Você também sabe disso.
- Eu o amo demais. Nunca obedeceríamos ao cara e, caso um dia fizer isso com você, ou melhor, com nós dois, saiba que foi minha última opção num caso de vida ou morte.
- Digo o mesmo – beijaram-se docemente. – Mas não se preocupe comigo, . Estou bem.
estava rodando os canais da televisão em busca de qualquer coisa que prestasse. Já tinha visto E! – um de seus canais favoritos. Fale sério. Ryan Seacrets é muito charmoso! –, alguns clipes e xingado algumas bandas. Está certo que ela não podia falar muito, mas tinha mais talento que muitas pessoas dali. Como se ela precisasse reclamar.
De qualquer forma, estava se matando porque estava cheia de comida e mal conseguia respirar direito. É claro que estava exagerando totalmente. Essa era a . E não fez nada quando escutou o quarto ser aberto. Para ter a chave, só podia ser conhecido. E, se não fosse conhecido também, ela inventaria alguma desculpa esfarrapada na hora ou expulsaria o fã doido que entrou no quarto dela. E, no caso de ser o perseguidor, a janela estava aberta.
- Querida, cheguei!
- Danny? Danny!
- Nossa, que empolgação em me ver. Até o seu gato teria ficado mais feliz. Vou lhe contar... – referia-se à atitude dela. Ela mal tinha levantado a mão.
- Desculpe, amor. Comi tanto que não consigo mais viver. É claro que estou feliz em vê-lo. Venha aqui – apontou o lado da cama dela.
Danny foi como um cachorrinho, se você considerar o pijama dela. Só se comportou quando chegou lá dizendo que ela devia se preocupar mais com a segurança dela.
- Por que está aqui? Nem comece dizendo que vai embora depois disso. Só estou curiosa – perguntou após beijá-lo.
- Viemos ver como vocês estão – Danny viu um brilho nos olhos da menina – E eu precisava vê-la. Não agüento mais a saudade.
- Muito obrigada. Isso melhorou meu dia de uma forma muito drástica – ela sorriu mais que a cara.
- O que houve? – Danny viu que algo estava realmente errado e não era frescura boba.
- Primeiro que aquele povo escreve coisas horríveis sobre a gente. É difícil não pensar nisso, por mais que não devamos. Depois como até passar mal e você chega para melhorar... Amo você!
- Vim porque queria vê-la segura e comigo sem nada a atormentando... Duas semanas longe de você é muita coisa para mim.
- Para mim, é uma eternidade todo o tempo que passo longe de você...
Podia ser clichê, meloso, porém era a verdade e isso é o que realmente importava.
- Sabe, você podia ir comigo para Londres... – ele comentou enquanto estava abraçado a ela.
- Que gracinha, Danny – riu debochada.
- É sério! Estou chamando você para morar comigo oficialmente!
Uh, então era sério. se levantou lentamente e olhou no fundo dos olhos dele. Não tinha piada. Não tinha nada além de sinceridade.
O coração dela passou a bater a mil por hora quando não sabia o que responder e, mesmo assim, não queria magoá-lo nem nada do tipo. É claro que ela queria, contudo era complicado no momento.
- Por que você não mora nos Estados Unidos? Leve o McFly todo! Sabe que as chances de serem mais reconhecidos são bem maiores. Garanto que são melhores que muitas bandinhas novas aí – apontou para televisão que passava um clipe de uma banda estranha e horrível.
- Não é tão fácil assim... Morei a vida inteira na Inglaterra. Começamos lá... Não sei se dá para fazer isso. Você que podia fazer isso! Leve toda para lá!
- Isso é meio que fora de cogitação, Danny. Por mais que eu e as meninas gostaríamos... Como vocês, começamos com sucesso nos Estados Unidos. Não dá para largar tudo de uma vez assim. E não agora...
Ela podia ter dito “não” de uma forma indireta, mas Danny não tinha levado aquilo para o lado pessoal. Pelo mesmo motivo que ele não podia, ela não podia. Pelo menos por enquanto... Sabia que, se insistisse pelo resto de sua vida, ela acabaria cedendo. Ele sabia que ninguém abriria mão de Londres se a situação fosse contrária. Podia ser das namoradas que mais amassem no mundo, mas não fariam isso.
Já basta o Bourne ter feito isso. Inglaterra estava ficando sem talentos!
Está legal. Corte essa.
- Tudo bem, vamos ver o que está reservado para a gente mais tarde. Ainda acho que seria mais seguro para todas vocês.
- O casal vinte não vem?
- Depende de qual você está se referindo, – Danny riu – Se for a e o Dougie, sim, eles vêm.
Tinham decido sair para esfriar a cabeça, deixar tudo que estava acontecendo de lado e se divertirem como fariam se não tivesse um psicopata atrás delas.
- e Tom?
- Aham. Ela disse que ia vir contanto que todos estivessem aqui.
- E cadê a e o Harry? – ela perguntou, querendo deixar o assunto “medo’ de lado.
- foi mostrar um lugar para ele... O que você me levou hoje mais cedo. Sem graça demais. O Harry vai odiar.
Era uma praça florida. Muito bonita para quem é sensível com essas coisas.
- Nunca mais o levo pra lugar nenhum – fechou a cara – Mal agradecido.
- Mal agradecido? Venho para cá por pura e espontânea vontade e você me chama de mal agradecido?
- O que acabei de falar? Mal agradecido – pura e espontânea vontade? Ele podia ter dito por ela, porque estava com saudades, mas... Pura e espontânea vontade – Você vem, legal. Obrigada por ter vindo, porém estou tentando não prendê-lo no hotel por causa da nossa causa escrota e sem vida e você fica reclamando. Sabe, é bom ouvir que você está gostando às vezes. Não só nos lugares a que vamos, em tudo! Ou só por estar comigo, sei lá. Seja sincero comigo, Danny! Se não gostar, legal. Arranjo outra coisa...
- , você está tentando usar “lugares a que podemos ir” como desculpa para eu lhe dizer se gosto do sexo ou estou ouvindo a mais?
fez cara de indignação por um segundo, mas os olhos dela entregavam que era aquilo mesmo que ela queria.
- Imagine! Só estou dizendo para nos comunicarmos mais, Jones.
- Sei. Mas, se quer saber, nunca me decepcionei com você.– sussurrou não muito baixo. O local estava cheio de pessoas. Não daria para ouvir a menos se quisessem.
- Eu achando que era uma fofoca... Pelo amor de Deus! Vi a no momento dela e agora ouvi vocês dois discutindo sobre sexo. Eu mereço! – nem um pouco escandalosa (e eu acabei de ser irônico) anunciou para quem quisesse ouvir.
- ! Cale sua boca agora! – pisou com tudo no pé da amiga – Largue de ser escandalosa!
- Calei... – falou para dentro por causa da dor – Você quebrou meu pé. Nunca mais vou andar de novo ou tocar...
- Cadê o Harry? – Danny conseguiu falar enquanto ria e o resto ignorava o super exagero de .
- Fumando lá fora. Disse que foi o lugar mais chato a que ele já foi.
- Eu disse – o único homem deu de ombros.
Único homem por dois segundos. Dougie apareceu logo em seguida junto de Tom e . Os três conversavam um assunto totalmente alheio ao mundo, graças a Deus, rindo até não se agüentarem.
- Onde está a piada? – perguntou.
- Na sua cara – respondeu, não deixando de rir. , por outro lado, emburrou – Acabamos de ver um casal de gays terminando. Aí Dougie e Tom imitaram... Matei-me de rir.
- Preciso ver isso! Imite, imite! – insistiu até os dois fazerem de novo. Foi engraçado. Por mais que Tom não fizesse muito essas coisas, acabou que conseguiu imitar o individuo chorando e depois ficar possesso com algo que Dougie disse e gerarem uma discussão idiota sobre produtos de cabelo.
Apenas quando Harry e apareceram fedendo a cigarro que todos foram parando de rir.
O bar era tipo um Outback. Bebida de refil, costela perfeita, cebola muito boa e o resto da comida melhor ainda.
A maioria tomava cerveja. Menos aqueles que não se sentiam com o estômago firme. Ficar de babá para esses era um saco, porém divertido ao mesmo tempo. Não deram trabalho a ponto de se preocuparem. Apenas para mandarem falar mais baixo antes que fossem expulsos.
A diversão acabou (não tão) cedo para Tom e , já que depois de alguns copos, paranóica igual ela estava, achou que o cara estava por lá. O resto ficou lá até quase encontrarem os primeiros raios do dia da manhã chuvosa. Como se fossem prestar atenção nas pessoas... Quase que Harry esquece a carteira na mesa. A única coisa que eles queriam era a cama.
- Alguém sabe das meninas? Saíram era praticamente de madrugada! – Danny se referia às oito da manhã – E até agora nada.
Elas tinham sido acordadas por Alice dizendo que tinham uma entrevista de última hora e que a revista ia fazer até um photoshoot, então elas precisavam estar lá rápido. Só que eles não foram avisados disso.
- Nenhum celular atende também... Cara, o detetive mandou todas deixarem ligados e nunca se separarem do aparelho. Será que...?
Harry ia dizendo quando foi interrompido por um enorme e barulhento baque na porta. Ele mesmo se levantou para abrir dando passagem para um Tony muito preocupado.
- Graças a Deus! – ele soltou num suspiro – Já chega de ficarem tudo em um quarto só. Não, é melhor assim. Mas que porra. Vão me matar de susto assim no inferno!
- Está falando do que, cara? A gente sempre fica em um quarto só, principalmente quando não fazemos nada – Dougie estranhou – E qual é a da sua cara? Só está faltando você... Sei lá. Parece que você está tenso.
Só parece?
- Então vocês não sabem?
- Não sabemos do quê? – Tom, que até então estava calado, perguntou – Tony?
- Nada. Eu que exagerei quando não achei nenhum dos outros nos quartos – tentou sair do assunto – Então, o que estavam falando?
- Sobre onde nossas namoradas estão. Nenhuma delas disse nada e saíram sem mais nem menos. Sabe onde elas estão?
Ele negou, ou melhor, mentiu. Ele já estava preocupado, Fletch também estava, Alice só faltava ter um filho. Tony não queria preocupá-los também.
- Caramba, vocês dormem muito. Elas tinham uma entrevista de última hora. Sabem como é... photoshoot e essas coisas.
Não sabiam se ficavam desconfiados ou não. Tony nunca foi de ficar preocupado com eles dessa maneira. nem mesmo com toda essa situação. Ele sabia que sempre estariam seguros de uma forma ou outra.
- Caralho, ainda bem que os achou – Fletch abriu a porta e entrou de supetão.
- O que você está fazendo aqui? – os meninos perguntaram ao manager. Ele quase nunca ia com eles para os lugares. Imagine só quando é para eles verem as namoradas.
Qual é? Ele tinha muito mais coisa para fazer.
- E por que chegou assim também? O que está acontecendo?
No momento, entrou uma Alice desamparada e com lágrimas nos olhos. Ela se assustou ao perceber a reunião no quarto de e, ao ver quem estava lá, tratou de limpar os olhos e correr para a suíte da garota.
Deu bem na cara que algo estava errado. Desde quando Alice chorava? Ou melhor, chorava na frente dos outros?
- Alice? Alice, o que foi?
- Nada, bati meu pé muito forte na saída do elevador – barulhos estranhos vinham de dentro do quarto.
- A gente não é idiota, Alice. Fale o que houve... Não nos faça quebrar essa porta – Harry ameaçou em nome de todos.
- Ele tem razão. Precisam saber o que houve.
- Vocês sabiam que tinha alguma coisa errada? – eles perguntaram para Tony e Fletch. Ambos perderam os olhares para outro lado, sem ser para eles.
A porta da suíte se abriu devagar, mostrando a fraqueza da manager delas enquanto segurava o laptop da que estava no quarto da outra.
- Elas tinham uma entrevista... – eles assentiram pra ela continuar. Aquela parte já sabiam – Mas não foi uma entrevista... Era uma cilada. O perseguidor está dentro de uma velha fábrica, onde era pra ser o photoshoot, junto com elas.
Se antes estavam preocupados, agora estavam... Cagando de medo. O detetive e mais dois rapazes entraram sem que ela acabasse de explicar, falando coisas muito rápidas e pegando o laptop da mão dela.
- Agora... Já não sei mais o que fazer! – lágrimas solitárias caíam de seu rosto – Se alguma coisa acontecer com elas... Nunca vou me perdoar. A culpa foi totalmente minha!
- Não é culpa sua, Alice. Você não teve culpa. Foi enganada, assim como todos nós – tanto o detetive como Fletch responderam, tendo apenas o primeiro continuado – Agora, preciso da senha dela antes que a escuta seja destruída também. Sabendo facilitar o trabalho para não termos que descobrir por outros meios.
Todas as vezes, elas saíam de qualquer lugar apenas com escutas, caso algo acontecesse – algo como isso –, e cada uma era ligada com o computador da central e ao delas.
Os rapazes entraram em choque. O que mais temiam tinha acontecido e com as quatro de uma vez.
- Onde é o lugar que elas estão? – Tom perguntou se levantando, pronto para correr até a porta como um maratonista.
- Você nem se atreva a se mover, Thomas Fletcher.
- Como você acha que estou me sentindo, Fletch? Minha namorada está em perigo e vou ficar aqui sentado?
- Vai – o detetive respondeu calmamente – Assim como os outros também.
- Cadê os guarda-costas? – Dougie já ia armar barraco.
- Do lado de fora, esperando o aviso para entrarem... – Alice respondeu trêmula, já vendo que eles iam fazer o maior barraco com isso – Elas são como filhas para mim. Acha que estou me sentindo melhor? Imagine a verdadeira família delas!
- Caras, obedeçam. Não se alterem... Vai acabar tudo bem – Tony disse, sendo cortado por um Danny furioso.
- Não é sua vida que está lá dentro! O que você...?
- Calem a boca e me digam a porcaria da senha do laptop dela! Querem vê-las de novo? Colaborem!
Após o detetive botar ordem na casa e ameaçar sedativos, eles finalmente cooperaram.
- Não sei a senha dela. nunca me disse – Harry suspirou derrotado e apavorado. Todos eles estavam brancos feito mármores.
- Tente... Tente... “Harrygostoso” – Alice tentou. Todos olharam pra ela como quem dizia para não brincar, mas realmente era essa a senha – Gosto de como ela é previsível.
Segundos depois, já saía das pequenas caixas de som do aparelho a última escuta delas e, quem sabe, a última chance de alguma ajuda.
- Foi mais fácil do que conseguir os seus números, docinhos...
- Não nos chame de docinhos.
- Está me desrespeitando? – o homem encostou seu rosto sujo e fétido no de , quem tinha dito – Hein?
- Não... – ela respondeu baixo demais e o homem repetiu a pergunta, dando um pequeno tapa na cara dela – Não! – gritou.
- Acho bom. Eu ficaria tão magoado se tivesse que usar a minha amiga... – rodou a arma no dedo – Mas, claro, nunca seria em vocês, meu bem. Em qual das pessoas eu atiraria primeiro? As famílias ou os namorados?
não respondeu. Ela, assim como as outras, mal olhava o cara nos olhos.
- Fiz uma pergunta e adoraria ter resposta – chutou a cadeira onde estava amarrada, a fazendo tombar contra a parede e ter uma luta para não bater com tudo no chão.
Ela choramingava e muitas lágrimas saíam dos olhos dela enquanto fazia o maior esforço para não cair. Nem se atrevia a chorar mais alto por medo.
- Ninguém! – urrou.
- Não perguntei para você, mas, se não fechar a boca, será a primeira sem precisar de perguntas – ameaçou o homem enquanto puxava o cabelo dela com vontade. não tinha escolhas.
- Pare com isso! Solte-a! – tentava inutilmente se espernear amarrada – Por que você está fazendo isso? O que você quer?
- Pura vontade. Sabe aquele prazer que você sente quando escuta alguém gritar porque sabe que a vida está nas mãos de outra pessoa? – “gentilmente”, ele ajeitou para o lugar certo. – É exatamente esse o motivo. Ainda não decidi o que quero... Quem sabe sexo? Com todas vocês... Ah, vocês vão gritar como nunca gritaram antes.
- Qual o valor de dinheiro que você quer? Diga que nós daremos. Só nos deixe em paz...
- Não quero dinheiro, sua idiota – respondeu a – Vocês não entendem qual a sensação de finalmente estar aqui com vocês quatro... Admito que foi melhor do que quando pedi o autógrafo. Naquele dia, decidi que não podia descansar enquanto vocês quatro não fossem minhas. Foi tão fácil... Começar por foi uma idéia brilhante. Sempre teve o emocional fraco. Não é, minha linda? – ele passava a mão pelo rosto dela, abaixando cada vez mais – Trazer as outras nisso não foi mais difícil. Agora só preciso esperar o seu resgate e esperar que eles entrem para eu puxar o gatilho disso aqui. E, se algo der errado, quatro balas serão usadas na cabeça de vocês.
- Entrar como? Você nos trancou aqui! – pela primeira vez resolveu falar. Estava usando a cabeça no momento.
- Não. Amarrar vocês e dizer que está trancado é diferente de deixar a porta destrancada só para que o queridinho entre por lá e eu acabe com ele.
Só que ele achava que não tinha nenhuma escuta nas meninas, não mais das que ele tinha destruído. Sorte que usava uma reserva no brinco, enquanto as das outras eram coladas nas roupas e elas não colocaram as reservas.
Foi uma pista e tanto. A polícia já tinha a planta da velha fábrica e, agora sabendo que a porta estava destrancada, seria quase que moleza.
- Confesso que está demorando... Achei que eles se importassem com vocês – duas lágrimas rolaram por cima do rosto de todas – Por que estão chorando? Não vou fazer mal algum. Se as coisas derem certo.
- Já está fazendo.
- Ah, não venham com aquela de "fazer mal a eles nos faz também". Já cansei de ouvir isso. A culpada disso tudo não é ninguém além de você – ele fez uma pausa dramática, apontando para primeira ameaçada. – Ouviram? estragou tudo pensando só em como ela poderia acabar com nossas conversinhas sozinha, sem pensar nos outros e dizendo o contrário. Egoísta. Ainda bem que não fez nenhuma música sobre isso, sabe. Seria obrigado a matá-la primeiro.
Nenhuma delas respondeu. olhou para baixo pensando nas palavras ditas por ele, pensando que era verdade.
- , é mentira. Qualquer uma de nós faria isso. Eu principalmente.
- Cale a boca, – o homem deu um tapa forte com as costas da mão na bochecha da menina, fazendo-a se calar – Você é a mais egoísta delas. Todas vocês não prestam.
E ele presta muito. É o maioral.
- Se não prestamos, qual o motivo de nos ter aqui?
No momento, todas ouviram um barulho vindo da porta, sem ter tempo de responder. Elas nunca rezaram tanto na vida por apenas não ser nenhum dos garotos... Que se dane a vida delas! Quer dizer, se já quatro terão que ir, mais quatro seria muito desperdício. E idiotice.
O homem foi até um computador ao lado delas, provavelmente para ver as imagens e saber quem era. Até então, ele sustentava um sorriso enorme nos lábios, que logo foi trocado por uma expressão doentia e raivosa.
- Quem das desgraçadas ainda conseguiu chamar ajuda? Eu deveria estourar a cabeça de cada uma e sair atrás daqueles boyzinhos para fazer a mesma coisa.
Por um segundo, elas não sabiam o que pensar. Não tinham certeza de nada. Como dizia , a única certeza de que temos na vida é de que vamos morrer, mas não sabiam se naquele momento iria isso se concretizar ou se tudo acabaria bem... Ou ainda não.
Foi tudo muito rápido. Quase que não se é possível acompanhar com os olhos.
A porta do fundo foi escancarada e saíram de lá quase cinco tiras todos armados, porém, ao mesmo tempo, não estava amarrada na cadeira como antes e sim presa pelo cara com uma arma quase que prensada na cabeça.
- Mais um passo e ela não existe mais – todas as meninas gritaram, inclusive – Calem a boca! – preparou a arma.
Ele foi obedecido, mas os choros eram escutados. Por mais que estivessem “engolidos”, saíam como choramingos desesperados.
- Deixe as meninas fora disso. Você pode largar a arma, largamos também e resolvemos isso na camaradagem – um dos policiais disse.
- E meu nome é idiota. Prazer. Vamos fazer as coisas do meu jeito... – lá no fundo, era visível o pânico do homem – Vocês largam a arma, eu largo e penso se deixo a arma fora disso. Corro e vocês me esquecem – ele via que o chefe dos tiras já ia interrompê-lo – E, se não for assim, não vou pensar mais de uma vez em explodir a garganta dela – como prova do que dizia, atirou perto do pé de sem acertar.
- Você larga a arma...
- Do meu jeito – o guarda ainda repetiu sua última fala – Do meu jeito... Um...
- Se fizer algo com essa arma, não hesitaremos em atirar.
O homem soltou – lê-se a jogou longe –, olhou profundamente para todos e saiu correndo para fora da fábrica. Logo, o tira deu sinal para que os outros fossem atrás do cara e avisassem a todos os comandos que um procurado estava correndo por aí enquanto outros socorriam as meninas.
- Está tudo bem com vocês? – um deles perguntou quando todas estavam fora das cadeiras.
Ao se olharem, elas finalmente viram os estados de cada uma. Um horror. Porém, se for contar que estavam vivas e inteiras, só com alguns machucados físicos, tudo estava perfeito.
Após aquele país, a turnê foi cancelada. Só faltava um país para finalizar, mas era muita coisa para se passar depois de tudo. Os casais não se desgrudaram quase que por uma semana. Nem eles se viam entre eles direito. Depois, para melhorar um pouco, receberam a boa notícia de que o homem foi pego e que já estava na prisão. Bom, pelo menos era uma coisa para não se preocupar mais.
Porém, muita coisa ainda estava para acontecer.
- ? – apareceu acanhada no pequeno estúdio de , que apenas a olhou com cara de tédio e disse algo como “ah, você”. As outras também estavam lá – Sabe o que lhe falei ontem?
- Não, não estava prestando a atenção – ela respondeu sem importância.
- Eu sabia que não. Mas então pode esquecer e me dizer por que está agindo assim comigo?
Até então as outras não falavam nada e parecia que iam ficar assim por um bom tempo. O choque de tudo já tinha passado em grande parte, ainda bem.
- Estou agindo como sempre agi.
- Não. Você nunca agiu feito idiota, principalmente para mim.
- Ai, . O que você quer agora? Fale logo e me deixe em paz. Está a semana inteira me enchendo.
- , fique calma. Não precisa falar assim com ela... É só a – disse baixo, como se isso fosse fazer abaixar o tom e melhorar a paciência.
- Já lhe perguntei o que quero. Quero que me responda por que está assim comigo!
- Como se você não soubesse!! – ela explodiu.
- ! Abaixe essa voz! Ninguém é culpada da sua mudança de humor. Tudo já está bem com a gente. Não tem por que piorar tudo de novo – aconselhou.
- Tudo bem com a gente? Só se estiver tudo bem com vocês três, porque comigo definitivamente não está!
- E você pretende que eu faça o quê? Quer mais desculpas que dei e que ainda vou dar? Não me sinto mais segura que você, mas...
- Mas nada! Sabe, depois de passar o que passei, o que o cara disse é verdade... Você foi egoísta demais. Nunca faria isso na minha vida! Contaria a todos desde a primeira ameaça e livraria todo mundo de meses de desgraça. Livraria você de uma desgraça!
- , ela não pode fazer nada mesmo! O que vai melhorar tudo somos nós mesmas e o tempo. Tanto a quanto a gente não podemos fazer nada!
- Calem a boca, vocês duas! – urrou – Ela não pode fazer nada agora, porém antes podia ter feito tudo certo e não deixado nada do que aconteceu acontecer!
- Sim, eu sei disso. Sei que fui idiota, porém já passou! E todas nós não sabíamos o que fazer também, porém acabou tudo bem.
- Acabou tudo bem para você! Não teve nenhuma arma na cabeça nenhuma hora, não sentiu medo de morrer nenhuma hora, não pensou que tudo ia acabar naquele momento por outras pessoas e que, ah, eu não tinha nada a ver com a história SUA.
não respondeu. Aliás, nenhuma delas respondeu. tinha razão por um lado... Ela também não sabia o que fazer e enrolou para contar para alguém assim como todas outras.
- Mas, ... Pense bem...
- Como pensa bem? Ela me meteu numa roubada sendo que eu não tinha absolutamente nada a ver! Tudo isso para resolver as coisas por você mesma. , você não faz isso nessas horas. Você conta e... E VOCÊ NÃO DISSE NADA! NADA! EU QUASE MORRI, CARALHO!
- ... – tentou de voz baixa, sabendo que não tinha o que dizer depois disso.
- Não! Fique quieta! Você vem toda amiguinha para cima de mim, achando que está tudo bem... Sabe como meu emocional está? Doido por sua culpa!
- E você quer que eu faça o quê? – desistiu de ficar calma quando a outra não estava também – Saia da banda e da sua vida? – perguntou um pouco irônica. nunca falaria aquilo.
- É! É exatamente isso o que quero! Eu não agüento mais!
Todas as outras olharam para ela sem acreditar. Aquilo já tinha ido muito longe e as outras duas só estavam olhando e comentando algo uma vez ou outra, achando que acabaria com várias gargalhadas e comida depois, contudo foi totalmente o contrário.
- Não. Que é isso, gente? Ninguém vai sair...
- Se ela ficar, eu não fico! – continuava com o piti.
- Largue de ser boba, . Olhe o que está falando!
- Não. Ela tem razão. – disse mais alto que as outras – Er... Acho que então é isso. Tchau.
engoliu seco e tentou sorrir, levando aquilo na boa, mas sabia que as outras viram a alma dela se cortar ao meio. O maior sonho ser destruído por causa de uma discussão sem fundamento, tudo, simplesmente tudo acabar por causa de uma coisa que já tinha passado.
e ficaram sem reação, vendo se afastar e bufar – quase rosnar – de raiva depois, ainda sem reação, olhando como se quisessem acreditar para .
- Saiam daqui. Quero ficar sozinha.
Queria saber o que está acontecendo com ... Faz três dias que ela não fala direito comigo, demora mil séculos para atender minhas ligações e não me liga. Quando atende, não conversa. Não tem sido a mesma de antes... É como se me evitasse ao máximo. Tentei até conversar com as outras meninas, mas elas estão na mesma com ela. Caramba. Quando diziam que a menina era bipolar, não acreditava nisso... Tinha seus altos e baixos, porém não era uma coisa impossível de se lidar e até era engraçado. Mas agora... Agora está foda. Foi completamente do nada! No dia anterior, ela estava na medida possível do normal e no próximo estava seca, sem interesse e estressada. Até fiquei com medo de perguntar o que houve. Quando fiz isso no próximo dia, a garota brigou comigo e desligou na minha cara.
O pior é que quero chamá-la para ficar aqui por um tempo indeterminado e trazer as outras junto. Depois desse rolo com o psicopata, acho que ela devia ficar... Comigo. Fletch não me deixa sair nem com as manhas do Tom – também, agora não tem tanta necessidade assim. O negócio é: depois que Danny me contou que chamou para morar com ele e o Fletcher já tinha feito isso para a , achei que era minha hora. De repente, ela soube pelas outras e ficou brava comigo. Vá saber... Não que eu realmente precisasse fazer algo oficial, contudo... Se duas vierem, o resto vem. Pelo menos eu acho. E não vou deixar para ser o único a deixar as coisas quietas como o Poynter. Sempre que ela vem para cá, fica aqui e, quando vou para lá, fico lá... Não vai ser algo como o fim dos tempos, que vou descobrir todos os podres dela e ela os meus. Até porque nós já sabemos a maioria e não acho que isso vá estragar o nosso relacionamento. Nem ficar diferente. Não é o melhor do mundo, porém é o único a que me apeguei depois de saber que tinha alguém jogando para o outro time. E me deixou claro que gosta de homens. Não que isso seja o assunto agora.
Meu Deus, pedir uma luz é muito? Qualquer sinal!
É, meu telefone não era o melhor sinal que eu pediria, mas pode servir, dependendo da pessoa.
- Cara, vou salvar seu problema – nem tinha falado “alô”, quando Dougie falou, achando-se o máximo.
- Depende de qual.
- O da próstata.
- Dougie, é você quem tem esse problema.
- Eu estava tentando descontrair. Nenhum de nós tem problemas na próstata – nossa, Dougie... Sério? – Beleza, é sobre e sua onda bipolar.
- ‘Ta. E...?
- Pode ser mais agradecido? Passei horas num telefonema internacional, tentando arrancar qualquer coisa da minha namorada, já que nem com o Danny a quer se abrir.
- Ainda bem!
- Não nesse sentido, cara. Qual é? Está escroto igual a ela, é?
- Estou estressado. Isso, sim! Não fiz nada para ser tratado assim! – soei meio gay, porém não foi de propósito. Eu tinha meus motivos.
- Eu sei, fofa. É por isso que estou com os ouvidos queimando. Ninguém está feliz com a situação e, olhe, na minha opinião, está agindo como... , só que a versão bem exagerada.
- Dá para falar logo?
Depois quase desliguei na cara de Dougie para brigar com . Na verdade, não entendi se ela estava triste, brava, insegura ou qualquer outra idiotice, mas era realmente criancice. Dava para tomar a situação como uma adulta.
Ela me botou num caso onde eu nem deveria ter entrado, para começo de conversa. Para que brigar comigo por algo que não tenho nada a ver? Mesmo puto com ela, ainda queria conversar pra saber se a menina estava bem. Contudo, algo me diz para não fazer isso agora. Ela tinha uma pequena lição a aprender.
Faz quase uma semana que não falo com minhas amigas. Todas já tentaram chamar minha atenção, mas ou saio de casa cedo e volto de madrugada – casa de outros amigos, por favor –, ou simplesmente as ignoro. e já quase choraram na minha frente tentando conversar comigo, fazer-md escutar. Chorei rios depois disso. também tentou falar, porém a ignorei também... Caramba. Elas precisam entender que preciso de um tempo sozinha, por mais que eu saiba que o que estou fazendo é errado e infantil. Isso está acabando com meu emocional... Estou estressada constantemente, não tolero mais nada e agora nem meu namorado me agüenta mais e parou de ligar. Não que eu não mereça depois das coisas que falamos no telefone, mas era bom escutar a voz dele depois de um longo dia jogada no sofá de Alex Pettyfer ou de Leighton Meester vendo TV e comendo porcaria.
Já era mais de meia-noite quando destranquei a porta de minha casa. Nos primeiros dias, encontrava as meninas aqui, contudo agora elas também pararam de vir...
Fiz minha rotina daqueles dias, que se baseava em abrir a porta, acender a luz da sala, subir as escadas, ir para o meu quarto e apertar o botão da caixa de mensagens,enquanto colocava o pijama.
Nos primeiros dias, tinha até quinze mensagens só das meninas e uma do Harry. Depois elas foram diminuindo. Não que escutava todas. No máximo uma e apagava o resto. Porém, agora escuto todas. Estou com saudades delas, mas sou orgulhosa demais para voltar a falar com todas meio que do nada.
“Você tem seis mensagens”, escutei a gravação dizer.
“, é a ... Olhe, por favor, atenda esse telefone. As coisas não podem acabar assim de nenhum jeito. Estou me sentindo péssima! A gente precisa colocar isso nos lugares certos. Escute a gente, por favor... Fim da mensagem”, a gravação voltou a dizer. Que diabos. Quero falar com ela também!
“Próxima mensagem. , pelo amor de Deus, atenda esse telefone!”, era . “Eu realmente entendo. Você sabe disso. Sabe que nós pensamos a maioria das coisas do mesmo jeito, mas já chega! Preciso que você me perdoe. Sei que fui totalmente idiota. Se quiser, eu me dou um tiro na cabeça. Só quero minha amiga de volta. Vamos conversar... Ligue de volta. Fim da mensagem”. Dar um tiro na própria cabeça é diferente do que passei, até porque estou viva, porém sou orgulhosa e não vou fazer nada.
“Próxima mensagem”. Caramba. Depois de dias ouvindo a mesma coisa, isso irrita. “Largue de ser cabeça dura com você mesma, . Todas nós sabemos que já não agüenta mais ficar sem falar conosco por uma besteira e você sabe que também não agüentamos ficar sem suas piadas idiotas, gritos e risadas escandalosas... Eu quero minha amiga de novo... Fim da mensagem”. Já estava chorando no final da mensagem. sempre consegue isso. Que droga! Todos os dias, depois das mensagens dela, eu já estava chorando. Estou com saudade dela, estou com saudade de todas!
Agora seria quando a mensagem de Harry aparecia, mas, pelo quarto dia seguido, nada de notícias dele de novo... Vou enlouquecer. Ao invés da dele, recebi uma de Alice, o que era bem estranho.
“Eu poderia ter ligado no seu celular, mas você não atenderia. , vou precisar entrar na briga de vocês para consertar as coisas? Não estou dizendo que você está certa ou errada, até porque a conheço e sei que vai levar esse orgulho até o tumulo, porém você está fazendo um nível muito alto de glicose anal. Não é nem cu doce! E não é nem a banda que quero prezar aqui. É a amizade de vocês mesmo. Se você não der sinal de vida pelos próximos dois dias, não vou ter escolha. Fim da mensagem”. Dentre todas, essa foi a que mais me deu medo. Falei. Para as meninas terem falado com Alice durante a folga espontânea dela, é porque estão violentamente desesperadas. E não gosto quando Alice entra nas nossas brigas. É pior do que meu pai quando me colocava de castigo na adolescência... O que ela disse sobre não ter escolha é o pior... Sei o que ela quer dizer, claro. Se eu já disse que não tem mais banda, Alice vai fazer isso se concretizar. Mas... É meu sonho. Não quero acabar com ele. Tenho certeza de que isso não foi para me assustar, até porque Alice não assusta. Ela faz.
Era exatamente tudo que precisava.
“Próxima mensagem. Tudo bem, ”; Era de novo. E ela não soava nenhum pouco contente, mas triste e... Brava. “Você sabe que é importante para mim! Que se fodam os outros. Não consigo me ver brigada com você de jeito nenhum. Achava que você seria a única que nunca brigaria a ponto de ficar desse jeito. Se for falar comigo de novo, saiba que sempre estarei aqui para ouvi-la. Vou amar se falar comigo de novo, mas... Se o pior acontecer, uma das melhores coisas que aconteceu na minha vida foi conhecê-la e quero que saiba disso por mim mesma. Porém, saiba de uma coisa: ninguém age da forma certa de primeira e espero que minha amiga entenda isso. Fim da mensagem”. No fim dela, já estava aos prantos, chorando copiosamente. Não quero isso para mim. Quero todas elas de novo como antes, sem nada disso!
Antes que pudesse me arrepender mais ainda, a última mensagem tinha começado.
“, dê ouvidos para a mensagem da . Por favor, ela nunca soou tão séria na vida”, falou desesperada e depois do mesmo jeito: “Ela está bem triste com você. Não tem noção do tanto que a menina está chorando. Agora a e agora eu... Ela se trancou no banheiro e você sabe como a gente tem medo de quando a garota faz isso. Depois nos expulsou da casa dela. Isto é, faz horas”. tinha voltado. “E, , você já deve ter falado com Alice... A gente não quer fazer isso. Você sabe que se alguém sair. A banda acaba e também sabe que ninguém quer isso. Não acabe com nosso sonho, não acabe com o SEU sonho. Volte, . Fim da mensagem. Você não tem mais mensagens”.
No final de tudo, meu estômago já doía das coisas que tinha escutado. Hoje tinha sido o ápice. Eu tinha que parar com isso. Que se foda o meu orgulho. Preciso continuar minha vida ao lado de quem sempre passei do jeito que sempre gostei!
Peguei o telefone e hesitei ao ligar para cada uma delas e me matar de pedir desculpas, mas não tive coragem.
Fraca, idiota que você é, ! Fraca e covarde de terceiro grau! Hum... E orgulhosa.
Ainda teria tempo. Tenho tempo para poder pensar no que dizer. Só precisava tirar o peso mais fácil – pelo menos eu esperava que fosse – de cima de mim.
Lá pelas seis da manhã, escutei algo muito horrível me atrapalhar no sono. Era cedo demais para qualquer pessoa em sã consciência me ligar agora.
Abri meus olhos lentamente, vendo o aparelho sacudir na cômoda e todo meu sono sumiu quando vi que era na bina.
- Alô.
- Harry.
- Ligou pra mim, não foi? – perguntei, querendo ao máximo não soar rude. Não me saí nem um pouco bom nisso, visto que desatou a chorar muito – , calm...
- Não me mande ficar calma! Eu mereço isso. Eu mereço tudo isso! Por que você ainda atendeu ao telefone? Era pra você me odiar! Estou me odiando. Quero me matar!
- , cale a sua boca e fique calma. Você não vai se matar! – mantive minha voz firme, com medo de ela fazer qualquer coisa. A menina parecia séria e não gostava de brincar com essas coisas – Eu não a odeio. Está bom? O que aconteceu para você estar assim e me ligando... Sei lá... De madrugada?
- Eu sou uma idiota. É isso o que aconteceu! – ela gritou – Mas você já sabe o que aconteceu. Não me liga mais... Você me odeia, sim!
- Parei de ligar para ver se você faria algo a respeito, mas parece que estava mais ocupada com outras coisas – falei, recebendo mais choros como resposta e me deixando um pouco arrependido de ter feito isso.
- Desculpe-me! Estou desesperada, Harry! Não sei mais o que faço! Mas tudo bem. Entendo perfeitamente. Você me odeia agora... Estraguei tudo entre a gen...
- , escute as merdas que você está falando! – gritei – Eu NÃO a odeio. Amo tanto que não estou me agüentando nesses dias sem falar com você e me sinto bobo por admitir isso na sua cara. Que caralho. Você mora longe, ainda fica seca comigo e não posso fazer nada a respeito! Então, por favor, escute-me e acredite quando digo que a amo!
Por alguns segundos, não obtive resposta, o que me deu medo. Eu tinha dito que a amava e não foi da boca para fora. E acho que ela sabe disso.
- Acredito em você... – falou um pouco mais calma – Só não sei como, Harry... Sou uma pessoa horrível!
- , se você fosse mesmo uma pessoa horrível, não a amaria do jeito que amo... Nem estaria com você – disse mais calmo do que estava para ver se fazia algum efeito nela – Está melhor?
- Um pouco – fungou – Eu também o amo... Quero você sempre, Harry...
- Também, meu amor – sorri, voltando para baixo das cobertas, sentindo um vazio no resto da cama. Quero comigo – O que foi que a deixou assim?
- Estraguei tudo, Harry... Eu sou horrível sim! – ia começar tudo de novo – Primeiro brigo com minhas melhores amigas por um motivo que agora é idiota, não falo com elas depois, desaponto todo mundo e agora não existe mais !
- Como?
- Alice disse que... Não posso fazer isso!
- Não pode fazer o quê? Largar de ser orgulhosa e falar com suas amigas? – tentei esconder a indignação. Amigos são... Amigos!
- Claro que não, Harry! É o que mais quero!
- Então pronto. Largue de frescura e fale com elas. Não é só você que está assim.
- Sei que não, mas tente imaginar o que passei... Não é uma coisa que se esquece depois que acorda.
- Mas, se não esquecer, ou pelo menos tentar, vai acabar fazendo muito mal para você – disse, ficando sério.
- Não achava que era o certo ficar escondendo, mas também escondi e... Eu também estava na escolha e, se todas superarem, se todas acreditam que tudo vai dar certo, acredito nelas – ela falava tudo misturado, sem fazer muito sentido, porém entendi o que ela queria falar.
- E por que está falando isso para mim? Fale isso para elas! – quis dar ajuda, contudo a garota só chorou mais ainda – , o que foi? Falei alguma coisa errada?
- Não. Você falou o que quero fazer, mas não tenho coragem! Elas estão chateadas comigo, acima de tudo! Qualquer coisa menos isso, Harry. Qualquer coisa!
- , eu queria poder ajudar mais, mas agora quem pode mudar isso é você, amor. E sei que pode.
- Não, não posso...
- Pare de duvidar de você mesma! Pode, sim. Você quer, então consegue!
- Mas você não ouviu o que elas disseram... Hoje a disse tanta coisa emo para mim no telefone, maior triste, e não fiz nada! – já é emotiva, dando suas crises fica pior ainda... Posso até imaginar o que ela disse – Eu estrago tudo...
- , foi uma coisa em anos e não vai acontecer de novo – continuei antes que ela reclamasse de novo – Olhe, sei da sua capacidade. Então, se quer voltar com tudo ao normal, não duvide de você e vá falar com elas.
Novamente, ela demorou para mostrar algum sinal de vida, porém dessa vez já estava bem mais calma.
- Tem razão... Obrigada, Harry. Você é a melhor pessoa que eu poderia ter ou pedir.
- Digo o mesmo de você – sorri na ligação – É bom falar com você de novo. Por mais que esteja chorando, quando eu queria estar aí para parar isso.
- Meu Deus, você é mesmo muito perfeito – ela riu. Era uma boa coisa – Desculpe-me por fazê-lo acordar cedo... Esse troço de fuso horário é uma merda.
- Um dia vai acabar.
- Aham – falou confiante – Ligo mais tarde para contar das coisas. Deseje-me sorte.
- Você não precisa. Amo você, .
- Amo você também, Harry.
Nós nos falamos por mais um tempo até a menina insistir que eu precisava dormir mais – tentei discordar, mas foi em vão. Ela me conhecia muito bem – e desligar. Agora eu podia dormir na paz.
Falar com o Harry me fez muito bem. Metade do peso que carregava saiu e foi como conseguir andar sem machucar de novo. Porém, nada superava o que eu sentia por acabar com a banda e com as amizades que demorei para conquistar e que duraram por muito tempo. Duraram... Não é para acabar. Não quero que acabe!
Amanhã vou bem cedo à casa de cada uma delas e conversar para acabar logo de besteira. A é tudo que eu mais queria e as meninas são... Não são mais como amigas nem irmãs. É mais que isso! Nem namoradas, pelo amor de Deus. É só... Diferente. Passei a vida toda com elas e quero ficar muuuuuito tempo ainda.
E, tipo, a última vez que “briguei feio” com uma delas foi há mais ou menos oito anos. Lembro que a estava lá em casa. Nós íamos sair e pensamos: “vamos chamar a ”, já que ela não quis ir lá quando chamei. Aí a menina começou dando desculpinhas que não ia porque não estava animada e tal. Falou que sentia que eu só a tinha chamado por obrigação ou coisa assim. Fiquei tão mal que liguei o secador de cabelos e comecei a chorar. Só que não foi considerado uma briga. Não sei... meio que fez ir e na casa dela não falávamos nada. Lembro-me de dizendo “não gosto desse silêncio” e depois disso ficamos de boa. E a noite foi tão legal que só me lembro de acordar com a maior ressaca do mundo.
O meu ponto é: nunca deixei de falar com uma delas por mais de trinta minutos.
Desci as escadas, finalmente sendo eu, fazendo as coisas que faço normalmente antes desses dias.
Peguei a correspondência, dando-me de cara com mil cartas das meninas. Tipo segunda série, com folha de bloco desenhada, canetinha colorida, alguns adesivos... Tinha trezentas de cada uma dizendo a mesma coisa que nas mensagens de voz. É, fiz questão de ler todas e ainda chorar mais um pouco. Chequei meu celular pela primeira vez. Mais mil mensagens também e ouvi todas.
Só fui me tocar do horário quando os raios de sol entravam pela janela da sala. Sorte a minha que já tinha ouvido/lido tudo que queria e nem me dei o trabalho de voltar para o quarto. Dormi na sala mesmo. Ela tinha um tapete peludo branco extremamente gostoso. Não sei por que não dormi lá. Acabei esparramando no sofá mesmo. Era quase tão fofo quanto minha cama. Pelo amor de Deus, subir escadas? Quando era menor, prometi pra mim mesma que não teria uma casa com escadas. Ela seria grande, mas plana. Que preguiça de ficar subindo e descendo o tempo todo!
Tive um sonho estranho... Acho que deve ser porque meu sofá era um pouco pequeno para mim. Tinha um parque, eu acho... Uma canoa. Estava minha mãe, minha prima e eu, todas nela. Do nada, ela estava em uma montanha-russa toda radical. A gente até brigava para brincar. Só que do nada a canoa quebrou e... Comecei a voar. Achei que estava tendo aquele troço da alma sair do corpo, a viagem astral, mas aí acabei caindo em um banco num palco. Tudo estaria normal se as pessoas estivessem gritando e não olhando pra mim com cara de pena/ódio/tristeza. Afinal, já tive sonhos assim. O negócio é que todos me tacaram rosas murchas e as elas tinham espinhos. Doía muito. De repente, ao meu lado, as meninas apareceram do mesmo modo que eu. Só que estavam olhando para baixo e só depois fui entender que estavam chorando. Quer dizer, só depois fui entender o sentido do sonho... A banda tinha acabado e todos os fãs estavam nos maltratando por isso. Desesperei-me na cadeira, gritando pra eles pararem porque aquilo machucava, mas só serviu para a situação piorar. Logo estávamos soterradas por rosas murchas, como se estivéssemos mortas.
Acordei inquieta, assim como os outros dias. Estava tendo pesadelos constantes e pesadelos não são comigo. Normalmente acordo gritando por alguém ou faço isso mesmo dormindo. Era como se eu me deitasse para descansar e trabalhasse mais ainda durante o sono, porque não descansava porra nenhuma.
A cada hora em que pensava em falar com as meninas, vinha-me aquele aperto e a certeza de que eu seria orgulhosa demais pra isso. Se eu conseguir... Entra para o Guinness.
Coloquei uma roupa comum, tomei café e respirei bem fundo antes de sair de casa. Muito, muito fundo. Sentia meu orgulho pulsando nas veias. Isso até me deu um pouco de medo, porém até que consegui administrá-lo bem.
Caminhei até a casa de , que eu sabia que seria mais fácil conversar, e ela também não tinha nada a ver com a história. Nem a menina nem e, bem, parcialmente . Mas já que eu sou... Eu... Acabei me distanciando das duas também. Não era cedo para não ter acordado. Eu sabia que ela estava acordada pela ligeira movimentação que vinha de dentro. Só podia ser a garota trotando de um lado para o outro.
Toquei a campainha antes que pudesse pensar em me arrepender. Os trotes pararam instantaneamente até ouvir seus passos chegando até a porta. Agora não tinha mais como eu fugir.
- ? Estava indo ver você agora – sorri para ela, que me respondeu com um sorriso bem maior – Não acredito que está aqui... É uma miragem. Só pode... Bati a cabeça agora há pouco...
- , foi complicado para eu ter vindo até aqui. Não é uma miragem.
- Graças a Deus.
E depois vi – e senti – a menina se jogando nos meus braços, com todo o peso dela, como sempre faz. Isto é, como se eu conseguisse segurá-la por muito tempo. Mas, na hora, foi como se outro pedaço de mim tivesse voltado. Eu estava feliz por ela não ter falado nada sobre minha atitude e por ter me perdoado assim, fácil.
- Ainda bem que você voltou... – continuávamos abraçadas – Tudo vai voltar ao normal. Sabe como foram esses dias? Não passavam. Eram horríveis!
Eu bem sei disso.
- É, foi assim mesmo.
- E agora você vai falar com a , depois a , e aí a gente...
- Opa, vamos com calma. Pensei em falar com você e com a primeiro, já que não tinha motivo para não falar com vocês duas. Mas a ...
A verdade era que meu orgulho podia ser grande para falar com elas todas juntas, podia ser grande para falar com cada uma individualmente, mas era enorme a ponto de que eu não tinha nem vontade de combatê-lo para conversar com de novo. Pelo menos não tão cedo. Eu tinha mais vergonha de mim mesma de dialogar com ela do que qualquer outra coisa, depois do meu escândalo.
- ! Chega disso! É passado. Esqueça! Viva hoje. Aproveite que não somos velhas e rabugentas e volte a sua amizade com ela! Não é a mesma coisa ficar entre nós sem a do lado...
- , sou eu quem decide isso – disse grossa. Não queria pensar naquilo agora – Vai comigo até a ?
Ela concordou sem pestanejar, fechando a porta dela na hora e praticamente me puxando pela rua, já me contando algumas coisas que tinha perdido.
Cheguei à casa de a ponto de vê-la saindo da cozinha, pronta para subir as escadas. Dei dois toquinhos na porta e a chamei. Ela paralisou, provavelmente achando que estava sonhando por eu estar na porta dela.
- Vou acordar agora? É só para saber, que, se for abraçar o nada, vai ser horrível quando acordar. E vai ter sido um sonho estranho também...
- Se estiver sonhando, acorda há uma semana, por favor? E me bata antes que eu dê um ataque e pare de falar com você... – mal completei a frase e já tinha me abraçado – Desculpe.
- Está desculpada se nunca mais fazer isso de novo. Tem noção do tanto que senti sua falta?
- Que bom saber que não fui a única.
- É sério que isso não é um sonho? – a menina checou de novo – Seria o melhor que tive nessa última semana.
- Desculpe por isso também... – senti-me culpada. As outras andam tendo pesadelos por causa de mim!
- Tudo bem, – sorriu – É bom ter você de volta. Agora que já falou com nós duas, quer ir para a agora? Tentei ligar pra ela, mas deve estar dormindo...
- não quer falar com ela agora... – disse por mim, quando não respondi nada a .
- Por que não? O que custa fazer isso por você mesma? Ainda mais que depois que falou conosco!
- Não quero. Está legal? Não acho que esteja na hora. Quem sabe o que eu vou fazer, ou como vou agir depois?
- Nunca vai saber se não tentar.
- Prefiro ficar sem saber, então.
Ficou um silêncio desconfortável em seguida. As duas tinham os olhares perdidos. Podiam até trocar miradas entre elas, mas nunca me olhavam nos olhos. Contudo, eu não estava me importando.
Fiquei pensando no que disse... As palavras dela ecoavam pela minha cabeça como se fosse um disco riscado. “Nunca vai saber se não tentar”. AAAAAAH, ALGUÉM CALE ESSA VOZ REPETITIVA!
Ok, ela tem razão. Ou melhor, elas. Nunca vou saber se tentar. Sinto uma falta tremenda de alguém andando pela casa comigo, falando de assuntos completamente alheios ao mundo e que acaba com a comida da minha casa. E esse alguém que faz tudo isso é a .
- ‘Ta. Tudo bem. Já pensei. Vocês duas têm razão. Preciso falar com ela... Agora, só me dêem um tempo. Prometo que até o final do dia falo com a menina.
As duas abriram um sorriso de criança que viu um bolo com a maior calda de brigadeiro e estava doida para enfiar o dedão para dar a maior lambida depois.
Ficamos na casa da por muitas horas, até as duas me pressionarem sobre minha promessa. Odeio prometer. Nunca mais faço isso. Por mais que seja pelo meu bem. Enfim.
Andei pouco até a frente da casa dela, encontrando tudo apagado, dando um aspecto de vazio. Ou ela estava dormindo, ou tinha saído de casa, o que era meio fora de cogitação, já que ficamos o tempo todo na sala de e nenhum sinal da passando. Toquei a campainha por muito tempo e nada de aparecer. Então passei a esmurrar a porta. Farei isso hoje e não vai ser ela quem vai me impedir de deixar o trabalho pronto.
Depois de cansar de esmurrar, nos lembrou que tínhamos a chave uma da outra. É, meio que me esqueci disso também. Entramos sem escutar nenhum barulho. Tipo, nada mesmo. Como se não tivesse ninguém aqui.
- Viu? Ela não está. Vamos embora.
- Pode parando aí, – alertou – Não tem como ela ter passado por nós sem termos visto. Nenhum carro ou pessoa passou por nós hoje!
- Por que isso me faz pensar que, ou a se matou, ou se mandou – desceu as escadas em uma rapidez desumana, com uma folha na mão – Estava no quarto dela – entregou-me a folha e a peguei, sentindo se aproximar de mim.
“Desculpem-me. Amo vocês.”
- Não. foi idiota demais para uma pessoa só Ela não se mataria – concluí depois de alguns segundos. A menina podia ser emo e tudo, mas não faria isso... Era completamente contra o suicídio.
- ‘Ta, mas aonde ela foi? – sacudi os ombros para , vendo puxar o celular.
Já vi que perdi tempo vindo para cá.
- O celular dela está desligado. , ligue para a Alice para saber onde a garota está.
- Eu não!
- !! Veio até aqui para nada? Largue de ser orgulhosa uma vez na sua vida! Como se você não tivesse culpa nisso também!
Rolei os olhos, sentindo minha cabeça esquentar. Vou acabar logo com isso.
- Alice? Sabe do paradeiro da ?
- Já tentou procurar, hum... Na casa dela? – perguntou-me irônica, como se eu fosse idiota.
- Estou dentro dela. A única coisa que encontrei foi um bilhete – li o bilhete antes de Alice começar a gritar pelo telefone.
Fazia muito tempo que nós quatro não saíamos em um pub qualquer para beber e conversar. Fazíamos isso na casa de qualquer um de nós, mas essa rotina cansa às vezes.
- Vocês dois estão um saco. O problema de mulher é esse... Com elas é uma merda, sem é pior ainda.
- Danny, não tente ser poeta – Dougie caçoou – Mas, para aproveitar a deixa, o Harry tem motivos para essa cara de perdido. Já você, Fletcher...
Não estava com cara de perdido. Não por causa de , já que voltamos a nos falar. Só estava pensando se ela tinha conseguido, se as coisas voltariam ao normal.
- Falei com a hoje. Ela me ligou de manhã. Está tudo bem.
- Sério? Isso é ótimo, cara! – os dois vibraram. Tom até abriu um sorriso – E você, Fletcher?
- Estaria tudo bem se eu pelo menos falasse com .
- Como assim? – perguntei. estava totalmente envolvida com o lance da . Deve ter algo ligado a isso.
- Do nada, ela me liga chorando tanto que nem consegue formular uma frase, falando que a banda vai acabar. Nos outros dias, o celular dela anda desligado, na casa não atende, como se estivesse evitando.
- Mas você não tem nada a ver com isso – Danny soltou depois que expliquei toda a história – Você também não – apontou para mim – Caramba, mulher realmente é complicada.
- Não esquente com isso, não, Tom – tentei reconfortá-lo – me disse que ia falar com ela hoje. Aposto que elas estão vendo filmes e se embebedando agora. Daqui a pouco a menina liga toda alegre.
Como se minhas palavras fossem mágicas, daquelas que quando quer acontece, o celular dele tocou. Todavia, ao ver quem era na bina, ele ainda não melhorou a cara.
E o injuriado até um tempo atrás era eu!
- Fale, – ele não fez questão de sair da mesa, até porque todos nós ouvíamos atentamente.
- Por que ela liga para ele e não para mim?
- Danny, cale a boca – Dougie reclamou, empurrando a cara dele para longe, enquanto tentava ouvir o que Tom dizia.
- Não. Não falo direito com ela faz quase uma semana. Por quê?
Ué... Falaram de se não me engano.
- Como? E não tem nada? Como assim?
A expressão de Tom era preocupada e atenta. Algo com certeza tinha acontecido, nós só queríamos saber o que era.
Caramba, mal acabou um problema e já tem outro?
- Sei lá onde a menina possa estar! Eu já disse: não falo com ela faz uma semana! – Tom aumentou o tom de voz, fazendo Danny mandar o dedo para o rapaz, dizendo que não tinha nada a ver com o mau humor dele. E não tinha mesmo – Tudo bem. Sim. E aí?
Parecíamos três menininhas sedentas por fofocas. Todos olhávamos para ele com expectativa de entendermos algo da história. Pelo que entendi, não estava em casa.
- Aonde a foi?
- Deve estar na casa de algum amigo... – Dougie chutou – Que estranho, sumir do nada. Será que... Foi o cara?
- Cale a boca, cara! – Tom até parou de falar no telefone – Nem elas estão dando essa possibilidade!
- Até porque o doido está preso em alguma penitenciária fodida da Rússia. Imagine como ele deve estar por lá – Danny pensou. Espera aí... Ele pensou! Momentos assim não aparecem com muita freqüência.
- Então fugiu.
- Boa conclusão, Watson – zoei Dougie, que fez careta ao me olhar – A pergunta seria “para onde”.
Então, enquanto o Fletcher dava ataques pelo telefone, Danny o repreendia por ser grosso com a namorada dele, Dougie viajava em seus pensamentos altos sobre algum lugar suposto do mundo – como o Triangulo das Bermudas, Madagascar, Vaticano, Ossétia do Sul, Kuwait, Haiti, Birmânia... – aonde ela poderia ter ido. Diria mais que ele estava praticando os lugares do mundo que aprendeu com . Enfim, eu apenas olhava pra eles, pensando. Se nós nunca tivéssemos nos encontrado com elas no Hilton, quem sabe o que estaríamos fazendo agora? Talvez eu estaria namorando qualquer pessoa da Inglaterra. Talvez pudéssemos ter a maior inveja de quatro garotinhas que têm o mundo na palma da mão, enquanto nosso lugar de maior fama é aqui. Dou graças a Deus que nos encontramos com elas no Brasil.
Depois de ignorar Dougie falando lugares de que nunca ouvi falar, cansar de escutar Danny torrando Tom, perdi-me totalmente em meus próprios pensamentos.
- Então, a conclusão é...? – perguntei, quando Tom desligou seu celular.
- Quem topa ir para a América?
Como se nós não fôssemos muitos.
- Tom, pense – ouvi Harry pedindo sério – Qualquer lugar, qualquer um.
Era engraçado ver a cara do Fletcher pensando. Até porque ele fazia uma careta, como se quisesse cagar.
- Tente lembrar qualquer conversa que tenham tido e que ela tenha comentado alguns lugares – as outras meninas tentaram ajudar.
Eu só olhava.
- Aí vocês estão querendo muito de mim. É capaz de que a garota já tenha dito todos os lugares do mundo!
- Mas um especial, um lugar para fugir, bobão – rolei os olhos diante da estupidez do garoto. Olhe o que o amor faz com uma pessoa.
Amor. Por causa dele que tudo isso está acontecendo. Eu até tentei me colocar no lugar da para ver o que eu faria e, realmente, não sei. Está certo que contar seria a primeira coisa que viria à minha cabeça, mas eu não fui a primeira ameaçada para saber. E depois... Concordei em manter minha boca fechada.
Porém, de uma coisa eu sei: não fugiria.
Ok, mentira. A maior mentira da minha vida, já que o que fiz durante a semana passada foi fugir. E faria o mesmo se quisesse ficar mais sozinha ainda.
- Pergunta: já tentaram falar com a família dela? Provavelmente eles sabem de alguma coisa, já que nem botaram guardas atrás dela ainda – Danny andou até nós com o telefone na mão.
Er... Isso é constrangedor.
Nós nos entreolhamos. Os meninos olharam para nós, esperando uma resposta, e tudo que conseguimos soltar foi... Nada. até abriu a boca. O negócio é que quase nos esquecemos, mas não nos esquecemos deles. Todas as vezes que ligávamos, o telefone não atendia!
- Tomem – Danny lançou o aparelho para , que ligou na hora ao sair do cômodo – Enquanto isso, continue tentando, Fletcher.
- Não sei se isso ajuda, mas depois do Ano Novo... Nós fomos para Cancun. Ela soltou que lá é o lugar que mais traz paz pra ela.
- Já é um bom começo, Tom. É um lugar – falou.
Esperamos por voltar depois disso. Aposto que Tom ainda está revendo todas as conversas que teve com minha amiga. O legal é se ele lembrar.
- Quando descobrirmos, vamos para qualquer lugar para trazê-la de volta para fazer as coisas andarem na linha novamente.
- Eu não saio daqui – disse prontamente, sentindo os olhares indignados para cima de mim – É, ué. Não adianta olharem pra mim com essa cara. Não vou. Ela que quis complicar mais ainda!
- , se não fosse um santo baixar em você, seria capaz que estivesse no Alasca vivendo por pelo menos dois meses lá – respondeu com voz e cara de cu – E não foi ela quem quis complicar, para começo de conversa.
- E daí? Ela é racional. Não devia agir pelos sentimentos dela.
- Ninguém é só racional, . Ninguém consegue se manter tão... Certo assim o tempo todo – Harry explicou lentamente, como se quisesse me fazer enxergar – Nem mesmo .
Estou de olhos muito abertos. Obrigada.
- Não comecem. Não tiro o pé desse condomínio – sair de casa foi complicado demais pra mim.
Eles estavam prontos para me fazer mudar de idéia bem na hora que voltou.
- A mãe dela disse que está em Cancun.
- Parabéns, Tom. Sua memória anda intacta. Vamos a Cancun – Dougie comemorou – , vai largar de cu doce?
- Eu não vou!
- Ah, mas vai, sim – disse brava. Eram raros os momentos em que ela ficava brava – Quero ter minha vida rodando normalmente como rodava antes. Era bom daquele jeito. Não gosto de mudanças.
- , não comece a enrolar...
- Cale a boca, Danny! , você vai nem que eu tenha que arrastá-la pelos cabelos por terra. Mas, se preferir, pode ficar do lado de fora do avião e a seguro por suas madeixas.
- Grande coisa. Não vou.
- Você vai de qualquer forma. Porém, ainda tem tempo para falar isso para si mesma – Dougie disse por trás do laptop que dividia com – Temos até de madrugada para podermos ir. Passagens compradas. Sete para ida.
Fiquei calada e emburrada. Apenas Harry apertava minha mão fortemente e não era pra me apoiar, e sim me fazer ver a melhor escolha. Era mais fácil ele me falar. Era mais... Real.
- Caramba. comprou umas coisas legais para cá – Danny falou, aparecendo com mais uma guitarra da portinha da escada. Nem eu sabia que tinha uma lá.
- Ué... Deixa-me ver – pediu – Por que eu sabia que isso ainda estava aqui? É a pior guitarra que ela podia ter. Tocou com ela uma vez, há mil anos.
- Porque você não deixou – ri ao me lembrar da situação.
- Qual é o problema dela? É uma guitarra transparente... Só.
- Não até você ligar no amplificador – gargalhei – É a guitarra da barbie... É tão rosa que chega a cegar.
E eu falo sério. É rosa demais até para mim.
- Mas me empreste isso aí – pediu – Andei pensando em umas coisas esses dias...
Essa é a famosa frase para a criação de uma nova musica.
- Porra, quero fugir para um lugar assim também – comentei quando entrei no saguão do hotel resort. Minhas férias são num lugar assim. Não um simples refúgio!
- Harry, fique quieto. A gente ainda tem que tirar informações deles. A coisa mais difícil do mundo – ordenou de mau humor.
Afinal de contas, até nós pegarmos o avião pela madrugada e chegarmos aqui pela manhã, ela não tinha dito uma palavra sobre vir para cá. Pelo menos não para os outros.
Eu sabia que era o que ela mais queria. Quer dizer, não o que mais queria, mas toda aquela situação deixa consternada. A menina fez o maior doce para vir. Gritou, esperneou, brigou e agora está aqui.
As três nos deixaram, enquanto tentávamos ajudar os ajudantes com nossas malas. Tudo em vão. Ainda ganhamos uma taça de Martini, enquanto faziam todo o trabalho.
Por elas já terem se hospedado lá uma vez, e Tom também, deixamos que eles fizessem todo o trabalho sujo. A história seria para que estivéssemos vindo ver e que tínhamos vindo com uma surpresa pra ela. Como imaginei, demorou um tempo para que o gerente acreditasse na história. Porém, afinal, eram as próprias colegas de banda da garota e até então não inventaram o clone perfeito de um ser humano.
- Ele disse que a não está no quarto. Viu-a saindo dele de madrugada e não sabe do paradeiro dela, mas tem certeza de que não deixou o hotel.
- Fletcher, precisamos da sua memória – pediu.
- Agora não posso ajudar... Só ficamos entre o quarto e a praia.
- O jeito é procurar – ouvi falar. Todos nós olhamos pra ela como se fosse Cristo – O que é? Quero dormir. Vamos acabar logo com isso.
Até que ela tinha razão. Mal estava claro aqui. Do sol saía seus primeiros raios ainda.
As meninas saíram e ficamos com alguns organizadores. Precisávamos de um pequeno tablado, uma bateria, baixo e duas guitarras no lugar em que a menina podia estar. Graças a Deus que sou rico. Vir aqui e ter tudo que quero era fácil.
Eu e nos perguntamos para que tudo isso. Digo, é mais fácil chegar a ela e conversar, contudo parece que o povo adora botar uma música no meio, como um musical. Uma versão de High School Musical para adultos. Não tinham perdido tempo à toa.
Comunicávamo-nos por um walkie-talkie que nos deu. Porém, acabou sendo ridículo quando deu interferência com os caras do hotel. Começávamos a ouvir pessoas falando espanhol. Era estranho.
Achar até que foi fácil pelo que elas disseram. E não demoramos a achar o lugar em que ela estava também. O maior desafio foi montar o lugar do mini-lual sem fazer nenhum barulho. Quer dizer, desafio para os ajudantes. Nós não fizemos nada.
Enfim, a melhor parte do dia foi não ter que ouvir gritos ou pedir para falar com ela. A garota foi por ela mesma. Essa é a que eu gosto. estava olhando o movimento do mar, apenas com um moletom preto que eu tinha certeza que era do Tom. No maior calor e ela de moletom preto... Vá entender. De qualquer forma, foi mais fácil que qualquer coisa. apareceu do lado dela, sentando-se normalmente e, assim que a viu, as duas se abraçaram e provavelmente falaram algo uma para a outra. E aí nós entramos. Começamos a tocar, enquanto e cantavam a mais nova musica: Keep Holding On. Era legal. Tinha uma batida boa e a letra se encaixava na situação. Quando junta , uma inspirada e Tom, certeza que vai sair uma coisa boa.
Graças a Deus toda a situação melhorou. Meu orgulho já estava me corroendo. Se não fossem meus amigos, quem sabe, eu poderia ficar na casa do Pettyfer até hoje.
E a melhor parte foi que, depois que vocês fizeram as pazes, nós todos aproveitamos Cancun. Valeu, . Foi muito bom.
Harry, eu disse que ficaria confuso se você começasse a falar no meio da minha parte!
É o último parágrafo, . Relaxe!
Relaxar mais ainda? É capaz que eu vire um vegetal! Sabe como aquela massagem com pedras relaxa? Tudo bem que é tudo meu inconsciente dizendo que relaxa, mas foi muito bom. Atendimento no quarto... Ops, esse foi seu.
É, esse foi meu. Na verdade, não me lembro muito dos outros...
Aí pode ser por duas coisas: nós dois usufruímos muito do quarto ou aquelas tequilas acabaram conosco, porque também não me lembro.
Até que valeu a pena pagar mil dólares por uma dose da melhor tequila do mundo.
‘Ta. Chega de falar de Cancun antes que eu volte para lá. Tem coisas para acontecer antes disso.
- Dougie, cadê a pasta de dente? – eu estava apenas com minha blusa e de calcinha no banheiro, tentando achar a pasta. Dougie faz algo com ela que sempre acaba sumindo.
- Qual das? – esqueci-me de completar. Já que não achamos nunca, sempre abrimos outras e, conforme elas vão sumindo... – Tem uma dentro da gaveta.
E realmente tinha. Morar com ele era mais fácil do que imaginava... Não tenho muita coisa diferente dele. Digo, não sou fresca com cuecas jogadas atrás da porta – até certo tempo –, não tenho problemas com algumas manias que o cara tem e, definitivamente, não tenho nada contra acordar todos os dias ao lado dele. Porém, não estamos morando juntos, como um verdadeiro casal, etc. Já se passaram, não sei, dois meses desde Cancun? Fizemos uma turnê e agora estávamos relaxando em Londres por duas semanas, antes de embarcarmos para os EUA novamente e depois voar para a Oceania.
Já tinham se passado vários dias e não tinha nada do que reclamar. Acho que ele também não, já que o fiz prometer que qualquer coisa era só falar e, se não falasse, ah. Aí eu daria a doida aqui.
Nunca mais entramos na nossa outra casa aqui em Londres por sempre ficarmos com os rapazes. Até porque eles não nos deixam ficar lá quando estamos por aqui e também nós não queremos. Nossa outra casa virou um estúdio e algo como nosso lar de descanso, como uma boate particular. Eu e as meninas nos juntamos lá quase todo dia quando queremos para podermos passar o tempo, escrever músicas novas e tocar.
- Ah, você achou – Dougie me abraçou por trás, distribuindo beijos pela minha nuca – Caramba, adoro essa calcinha – as mãos dele voaram até a minha traseira, fazendo-me rir com a escova na boca – Você tem mesmo que sair?
- Uhum. Éah ropithnha kom ax meiias.
- É, já peguei as meias – Dougie riu de minha tentativa de falar com espuma na boca.
- Vou sair com as meninas... Vamos comprar umas roupas.
- Mais?
- compra todo mês, também e ela disse que quer comer umas coisas – Dougie resmungou algo como “meu Deus” – Estou indo mais pela companhia e está indo por sair de casa. Além do mais, vocês têm show hoje à noite. Não vou ficar aqui sozinha sem fazer nada.
- É, mas dá para fazer tanta coisa até a hora do soundcheck – mordeu o lóbulo de minha orelha. Aí o garoto quer me matar mesmo.
- Mas estou atrasada... Não faça isso comigo, Dougie... Não sou de ferro!
- Eu principalmente!
- Mais tarde, quem sabe, se você arrasar hoje?
- Então estou feito.
- Você se acha muito. Sabia?
- Não me acho. Eu posso.
- Está bom, “O Máximo” – zombei antes de beijá-lo para poder acabar de me arrumar.
Deu meia hora que saiu para receber um telefonema de Danny me chamando para ir lá mostrar umas coisas.
- Cara, se continuar cozinhando aquele doce com cor de cocô, vou engordar muito.
- Mais?
- Cale a boca. nem sabe fazer nada. Fique quieto.
- Ela sabe fazer coisas que você nem imagina, cara.
- Danny, se você nos chamou aqui para falar da sua vida sexual, adeus. Vejo-o no soundcheck.
- Uh, Fletcher de mau humor. Qual é? – perguntei.
- Não estou de mau humor. Eu poderia muito bem estar relaxando com minha namorada, mas ela me trocou por roupas. Agora, quando decido me dedicar à música, o cara começa falando o que a namorada dele faz na cama!
- E ele ainda fala que não está de mau humor – Harry riu abafado, falando baixo para mim.
- Vai dizer que não adora falar as coisas que a faz na cama? Você queria ficar em casa justamente para isso! – Danny brincou. O menino quase nunca levava Tom a sério nessas situações. Afinal, estávamos na casa dele para... Não fazer nada.
- Claro que é por isso, idiota! Eu ainda tinha um tempo. é facilmente persuasiva.
- Não é, não – garanti, lembrando-me de quando tentei algo com a garota. Era mais difícil do que voltar a estudar.
- Cara, você não é igual a mim...
- Falou o fodão sobre relacionamentos – Harry gargalhou – Como se você fosse o cara.
- Vamos ver. Qual de nós consegue botar qualquer coisa na cabeça da ? Ou qual das meninas consegue botar qualquer coisa na cabeça dela? Vocês dois que fazem isso consigo, sem interferência de ninguém. As únicas bobonas que caem em todas é e .
- Ô, vamos parando por aqui... Falando da minha mulher desse jeito, achando que é festa...
- Semana passada, consegui fazer trocar de baixo comigo, dizendo que o meu estava estragado e não tinha conserto. Ela deu o dela para mim quando fingi choro – ri da cara de indignação/perdedor que ele fez.
- Coitada. A menina ficou bem triste aquele dia. O baixo dela era mó legal e você o tirou dela... – Danny só se esqueceu de falar que no dia seguinte foi lá e comprou outro. Idêntico ao antigo.
- Você está falando o que da , Dougie? Lembra quando meu primo mala chegou? Eu não queria fazer sala para ele. Pedi para fazer por cinco minutos por mim, dizendo que o cara era super legal e ela ia adorá-lo... Acabou sendo ao contrário. Meu primo adora a e a garota quer me matar por ter ficado o dia todo com um cara chato – Harry contou entre gargalhadas.
- E quem acabou se ferrando fui eu. Ela chegou puta da vida em casa. Valeu, Judd.
- Entenderam aonde quis chegar? – Tom voltou a falar, agora com pinta de superior – Vocês conseguem algumas coisas delas e elas conseguem...
- Tudo de nós – Danny completou com cara de derrotado – Desde quando eu sou fraco assim? me pede para ficar de quatro e estou lá antes que ela mande!
- Danny, por favor, sem posições, cara – todos nós lamentamos por ter escutado – Você está apaixonadinho como todos nós estamos – concluí.
O silêncio predominou depois que falei. Foi como se tivesse dado uma notícia trágica e aquele silêncio desconfortável reinasse. Olhamo-nos por alguns segundos até Harry e Tom derem de ombros, dizendo “É isso aí. É a vida” para depois eu e Danny fazermos a mesma coisa. Realmente, era a vida. E ela era bem boa, viu.
- Chega de falar de mulheres, pelo amor de Deus – Harry deu um gole na cerveja – Danny, o que você quer de verdade com a gente por aqui?
- Já que “ficar com meus amigos” não basta para vocês, já que não estão nem aí para isso... – todos nós rolamos os olhos, inclusive Danny – Eu tinha feito isso aqui esses dias. Achei que ficou bem legal. Queria que dessem uma olhada.
Era um ritmo novo. Não tinha nenhuma letra. Nada além do violão, mas era bem legal. Harry já estava tirando as partes fortes no air drums, Tom tinha vazado para o piano e eu estava apenas balançando minha cabeça, pensando aquilo no baixo. Ficaria bem legal.
- A gente pode trabalhar nela para o próximo álbum. É ótimo para usarmos isso apenas para brincar – Tom disse e concordamos.
- Podemos começar alguma coisa nela hoje depois do show...
- Harry, todos nós sabemos que não vai adiantar nada nos juntarmos com as meninas aqui – Danny riu – Porém, seria legal pelo menos tentar.
- Colem lá em casa amanhã então – falei. Não seria problema nenhum, desde que tivesse meus limites com quando quisesse. As amigas dela que esperem a vez.
- Cadê as outras duas?
- está ajudando a encontrar uma calça que não deixe a bunda dela grande – dei de ombros, vendo gargalhar – , sem escândalos no meio da Bond Street.
- Droga. Esqueci que são todos mesquinhos... A maioria aqui trabalha sozinho. Ganha mais que a mãe – lá vinha ela com seus papos de dinheiro.
- É, – nem falei em um tom de pergunta. Foi simplesmente para a menina acabar logo com a conversinha de todo dia dela. O que, por acaso, nunca adianta.
- É claro! Imagine a gente! Ganhamos dez milhões por mês, na média. Quatro deles vão para a gravadora – que praticamente é nossa, mas não mexemos nesse dinheiro – Sobraram seis milhões. Aproximadamente 49% deles vão para a Alice, o que não reclamo. Ela é ótima. Mas, ainda assim, três milhões restaram. Tem o imposto de todas as coisas que usamos, que não é pouco. Sobram dois milhões. Aí ainda temos que dividir por quatro... Quinhentos mil por mês.
- Isso não é pouco. A gente pode parar de trabalhar que vamos continuar lucrando por alguns bons anos pela frente.
- Sei que não é, porém pense. Essas pessoas são donas de fábricas, jogam seus lucros na bolsa de ações e lucram cada vez mais! Quinhentos mil é o que gastam quando compram nessas lojas dessa rua! Jurei para mim mesma que seria humilde.
Não, ela não jurou. No dia que falou algo de dinheiro, até tinha dito que seria humilde, mas depois disse: “mentira. Vou gastar até dizer ‘chega’”. Só que a garota não gasta tanto... É humilde até o ponto certo. É até um pouquinho mão fechada às vezes.
- , você precisa parar de falar com seu irmão um pouquinho. Ele anda fazendo juros sobre juros sobre seus gastos de novo?
- Aham – a menina deu de ombros. – Já sou adulta, ganho meu próprio dinheiro, cuido dele e o cara ainda fala disso. Não adianta discutir com...
- Um – cortei-a antes que botasse culpa só no irmão dela, sendo que a garota é bem complicadinha também. Ela só sorriu e me mandou o dedo.
As outras duas saíram da loja carregando mil sacolas, fazendo rolar os olhos. Elas já sabiam o que estava por vir. Percebi olhando para as sacolas de e devolver o mesmo olhar que essa lhe lançou, que colocou o rabo entre as pernas.
De qualquer forma, fomos a uma Starbucks, já que é um dos únicos lugares que tem um café que eu goste e aonde famosos vão sem serem interrompidos. Não que esteja reclamando, mas, pelo amor de Deus, deixe-me comer primeiro.
- , deixe o twitter pelo menos uma vez na sua vida, menina – reclamei. A garota não largava o aparelho desde... Que viciou em twitter, no segundo ano.
- Nem eu sou assim – mordeu um muffin – Não sei quem é pior, para falar a verdade... Eu, ou Tom.
- Só tenho twitter porque faço parte de uma banda e nem assim entro nele. Se não tivesse nenhum motivo para tê-lo, não faria questão – sorriu. Se fosse viver em uma fazenda, acordando às cinco da manhã para ordenhar a vaca, totalmente fora de tecnologias, viveria.
Ou não. Quase assim.
- Não importa. É hora de comer. Largue esse aparelho antes que eu delete esse aplicativo – falei, tentando tirar o negócio dela, que estava do outro lado da mesa.
- Essa até eu vou postar... – pegou o iPhone dela – Na Starbucks com as meninas, observando @ tentar atravessar a mesa para atacar @.
- Esqueceu-se de falar que os braços de são pequenos demais para alcançar a mesa! – gargalhou.
- Nossa, é verdade! Poste você!
- Vou dar um RT no seu e acrescentar. Poupa-me tempo. A e seus bracinhos pequenininhos.
- Sou do mesmo tamanho que a . Qual é?!
- Ela é três centímetros maior que você, o que deixa seus braços os menores de todos para uma mulher da sua idade – continuou me zoando. e nem para me defenderem... Só riam. Amigas da onça.
Saímos da cafeteria com todas me pesando sobre minha altura e meus meios de empolgação – já que sou pequena, elas dizem que é engraçado – e fomos ao nosso estúdio improvisado, porque disse que estava inspirada. Danny havia mostrado a ela uma melodia linda e isso lhe deu uma idéia. Depois de uma longa discussão, falando que não podíamos usar coisas de outra banda, demorou quase uma hora para ela dizer que não era igual, que só ganhou uma idéia por isso. Bom, estamos acostumadas com coisas assim... Sempre perdemos tempo discutindo coisas idiotas que não levam a nada e sempre é que as começa por não saber se expressar do modo certo que todo mundo entende.
Acabou que não fizemos nada... Estamos de folga. Merecemos um pouco de descanso. Daqui uma semana, pensamos em algo novo. Por fim, acabamos comendo feito coiotes tudo o que vinha na nossa cabeça, desde waffles, chocolate, miojo, salgadinhos... E, no processo, uma acabava discutindo com a outra, o que levava numa pequena guerra de risos e ingredientes, que às vezes comíamos qualquer coisa crua. Nossa cozinha era grande o suficiente para nós quatro rolarmos lá. De acordo com , era uma cozinha de campo clássico que respira calor e intimidade. As cores suaves e neutras criam um efeito acolhedor e ela até que tinha razão no meio de toda essa enrolação para dizer que era bonita. Tinha aquele balcão no meio de milhões de armários e da área do fogão, que era de estilo antigo, aqueles fogões a lenha. Só que não era nem de longe antigo.
Enfim, nós tínhamos comido além da conta.
- Alguém me levanta?
- , não consigo me mexer. Para que quer levantar? – perguntei com dificuldade. Comer assim é bom e ruim ao mesmo tempo.
- Não estou confortável...
- Ah, mano. Vá à merda! – riu, ao mesmo tempo em que xingou – Você e seu cumulo da preguiça. Nunca vi gente mais preguiçosa que você!
- Acordo mais cedo que qualquer uma de vocês. É o suficiente para tirar minhas energias pelo resto do dia.
- Isso é história para boi dormir.
- É, venha aqui para eu lhe mostrar o boi – levou o dedo para a outra, que gargalhou.
, como sempre alheia às nossas conversas, estava com seu laptop.
- Estão fofocando sobre nós novamente... E colocaram os meninos no meio.
Quase chorei. Mentira. Isso acontece todo dia!
Saí do lugar que estava e fui até ela, lendo a notícia escrota. É cada coisa que inventam! Por exemplo, estão dizendo que ainda estou com Julian... Meu Deus, não falo com ele desde que... Desde que terminamos, praticamente!
- , falaram que você é arrogante.
- Sou mesmo. Com vocês, sou arrogante. Agora, quer pessoa mais falsa que eu em entrevista? Você não acha.
- Nem venha. Às vezes você é você mesma... – defendeu, recebendo os ombros de .
- O que falaram de mim? – perguntou, prestes a rir. Ficávamos rindo da maioria das entrevistas falsas que apareciam de nós, ou comentários mesmo. Só alguns que eram ruins.
- Uh, esse pegou pesado. Disseram que você engordou.
- O quê? Eu não engordei! Engordei o caralho! Perguntem para o Tom se engordei! – chame a de qualquer coisa, qualquer coisa mesmo. Menos gorda. Ela fica histérica.
- É, . Você não está gorda – até porque ela caminha toda santa manhã e ainda vai à academia pela tarde... Menos quando faz compras.
tinha sido falada que era falsa quando se animava ou ria. Aquilo era falta do que fazer e de matéria para colocar, se quiser saber. Sei lá. Falem da Taylor Swift e seu novo CD, do casamento falso dela e do Lautner...
olhava para a suas unhas como se estivesse afogada em tédio, folheava a revista sem prestar atenção nas páginas e, sim, no seu pensamento, passava a mão por sua cintura e murchava a barriga vez ou outra. Eu apenas olhava para elas com cara de idiota.
- , você não está gorda. Pare de murchar! Se fizer mais regime, vai ficar anoréxica – a menina parou na hora e deu uma risadinha sem graça. Foi pega no ato.
- Isso me faz pensar que talvez nossa vida fosse tão boa antes... Digo, olhem para nós agora e tentem imaginar se não tivéssemos fama.
- Faculdade e namorado escroto, vidinha pacata – disse as palavras mágicas, fazendo-nos concordar fervorosamente.
- ‘Ta. Tudo bem. Mas se lembram daqueles tempos em que nos divertíamos com um simples fio de cabelo? Risadas no meio da sala de aula, viagens na imaginação totalmente doida que a gente tinha...
- está viajando já – gargalhei – Esses momentos não saíram nunca. Só mudaram o lugar... Somos idiotas do mesmo jeito. Tipo... Vocês me zoam até hoje sobre minha altura… As músicas!
Recebi arfados animados com a lembrança.
- I woke up. It was seven. Waited ‘till eleven just to figure it out that no one would call – começou a música de um dos anos. Cantamos por um ano sem cansar. Tudo graças a ela – I think I’ve got a lot of friends, but I don’t hear from them. What’s another night all alone, when you spend everyday on your own? And here it goes… I’m just a kid and life is a nightmare! I’m just a kid I know that it’s not fair! Nobody cares, ‘cause I’m alone and the world is having more fun than me! – nós quatro já tínhamos embalado na música, gritando com todas as forças. Era uma boa lembrança.
Nem percebi que a empolgação aumentou e do nada estávamos com os instrumentos, seguindo a música, pulando e... Sendo nós em um show normal.
- Pergunto-me como toca guitarra até hoje... Com esses bracinhos pequenos... – gargalhou antes de eu sair atrás dela.
- Cara, mulher demora tanto assim? Daqui a pouco a gente entra! – Harry reclamou, enquanto estávamos no camarim.
- Culpa da namorada do Danny que quis comprar roupas.
- E ainda leva minha companhia embora.
- Fletcher, não culpe minha namorada por fazer se divertir. Chega de monopolizar! – Danny devolveu gostoso. Essa até eu senti a força! – Nossa. Se ela estivesse grávida... Coitada. Você não ia deixá-la sair por nada e até eu sei que grávidas têm que esticar as pernas e não podem ficar muito tempo sentadas.
- Danny está sabendo demais para o meu gosto – ri, levando os outros também, inclusive o Danny idiota.
- Estão rindo de quê? – abriu a porta, indo ao meu encontro e as outras entraram em seguida.
- Danny está grávido.
- Como é? – perguntou, tentando não rir – É por isso que está com essa pancinha.
- Sei bem como você adora essa pancinha – ele a pegou pela cintura e praticamente a engoliu.
- Enquanto eles não passam do ponto que aturamos e ninguém pensa no que faz com a barriga do Danny enquanto estão transando...
- Ah, Harry. Nós acabamos de comer! – reclamou, dando um tapa nele, enquanto fazia escândalo com cara de nojo – Pule essa parte e vá direto ao ponto.
- Conte-nos do dia de vocês.
- Compras, comida, comida, comida e...
- Comida? – chutei, mas negou.
- Viemos para cá depois de tomarmos banho.
- Não. É na porta do lado... Não quero saber. Façam isso direito – a porta se abriu de repente e Fletch entrou, falando com os caras da produção do lado de fora, antes de se virar para nós – Garotos... Ah, Danny! Eu já disse que na minha frente não!
- Foi mal, Fletch – Danny e falaram ao mesmo tempo, depois de se soltarem na hora.
- Preciso dar um comunicado a vocês. A entrevista amanhã foi cancelada – nós todos demos uivos de felicidade – Mas ainda não acabou! – Fletch falou mais alto que nossos uivos – Vocês terão que ir a uns eventos de última hora. Nada demais. É mais para mostrarem a banda lá.
- Certo. Só nos fale onde – Tom falou com um sorriso na cara. Não estávamos diferentes... A entrevista seria um saco.
- Tom e Harry, T4 on the beach.
Espere aí... Não iríamos juntos?
- Danny, WellChild. Você vai se encontrar com o James lá. E você, Dougie, vai checar as coisas durante o Comic Relief. Seja gentil.
- Mas... Eu sou gentil.
Por que ele está me pedindo pra ser gentil? Fletch deve ter fumado e olhe que isso não é do feitio dele.
- Só seja. Agora vão para o palco. Meninas, tem lugares para vocês amanhã e hoje é no local dos sons.
Cada um de nós recebeu as devidas sortes, as recomendações para uma hora e meia e nos separamos.
Dou graças a Deus que escolhi tocar em uma banda do que qualquer outra coisa na vida. O que eu seria se não fosse um baixista? Um... Jardineiro. Barman? Que se dane. É ótimo ser o que sou. Ganho por errar mil vezes no palco, agir estranho – é o que os outros dizem – e ter um cabelo bom para ficar bonito.
É tipo... Não lavo minha cabeça faz três dias – tenho que lavar antes que descubra –, mexo no cabelo, esse para de um jeito e as meninas piram. Suo igual a um javali parindo e todas adoram. Acho que posso cagar no meio do palco que continuarei a ser o cara mais lindo da banda. Danny... O cara é realmente a transição do macaco para o homem, bem no meio disso. Um pouco mais puxado para o macaco. Harry só tem músculo bombado. Posso usar os braços de Tom como palitos de dente e eu, por mais que não seja tão forte, sou bonito porque, além da minha mãe dizer isso o tempo todo, todas essas sete mil pessoas na minha frente concordam. também concorda, então estou feito.
Esse era um show pequeno, pois ainda estávamos de férias, e só concordamos com isso porque gostamos... Também porque só voltaríamos praticamente no final de fevereiro.
Ontem, quando Fletch disse para Dougie ser gentil, eu não entendi... Ele é o ser mais fofo que já conheci em toda minha vida! Pode ser um pouco quieto demais com os outros, mas ainda assim. De qualquer forma, viemos até o primeiro evento do ano do Comic Relief. Alice me avisou para ser gentil também, o que não entendi mais uma vez.
Posso estar no meu pior dia que a falsidade existe para isso. Odeio essas coisas, porém, quando entrei nesse mundinho asqueroso que é o da fama – quem pensou que só tem glamour é porque não leu o que passei antes –, fui obrigada a mudar meu jeito. Aquela frase que todos os atores/cantores dizem é historia pra boi dormir. “I am the same girl I’ve always been”. O caralho que é a mesma! É impossível continuar sendo a mesma pessoa depois de anos.
Enfim, vim com o Dougie não só para acompanhá-lo, mas porque meio que fui intimada a isso. Mostrar que a existe e se importa com caridade, a mesma coisa que as outras estão fazendo.
Eu e Dougie já tínhamos feito um photoshoot com os narizes e as fotos até que ficaram fofas e trouxeram uma mensagem, como disse o fotógrafo. Tinha algumas bandas tocando e a de agora, na minha opinião, é horrível, meu Deus do céu! Já escutei em algum lugar, contudo não sei onde...
- Dougie, vamos sair daqui... O som está alto demais para uma música ruim.
Nesse momento, ele paralisou. Não só paralisou como ficou branco feito neve e gelado também. Deus, o que eu disse de errado?
- Dougie? Está tudo bem?
- Ta... É... Vamos sair, sim – o rapaz sorriu forçado e me puxou mais rápido do que eu sairia. Contudo, foi o tempo da música acabar que estávamos ao lado do palco para poder sair.
Foi quando eu vi. Aquelas roupas – ou devo dizer pedaços de pano –, aqueles saltos número quinze agulha, coxas grossas e cabelos brilhantes.
The Saturdays.
- Olhe se não é o Poynter!
- Hehe. Oi, Molly! – sorriu sem graça antes de cumprimentá-la – Dê oi às outras. Tenho que... Ir para lá.
Não deu tempo de sairmos para bem longe dela que a ouvi dizendo algo como “ele ainda é doido pela Frankie”.
- Olhe aqui... – soltei-me de Dougie, já pronta para começar um barraco.
- Não, . , não vale a pena – sussurrou ao pé do meu ouvido – É perda de tempo.
- Não acho perda de tempo colocar limites na boca arreganhada daquela loira oxigenada.
- Ignore-a. É o que faço desde que... Aconteceu.
Suspirei pesadamente, demonstrando derrota. Se ele diz... Devo acreditar nele.
Durante os primeiros minutos, o clima não estava legal. Não falávamos nada direito, mas depois tudo melhorou e já estávamos rindo de coisas à toa. Já tínhamos feito uma entrevista relâmpago e foi bem engraçada... Só faltava ser Ryan entrevistando. Ele é ótimo. Porém, por resto, tivemos que ficar rodando pelo lugar até a maioria das pessoas ir embora, ou seja, bem tarde. Ainda por cima, não havia muitas bandas conhecidas... Apenas The Saturdays e mais alguns britânicos que não escuto direito. Se ao menos The Kooks estivesse aqui... A Madonna, o Paul... Dougie duvidou que dois anos atrás fui a uma festa na casa da primeira e ela e Paul estavam maior íntimos.
Estávamos sentados em uma mesinha, quando me bateu uma sede... Quero coca. Com um cigarro cairia bem. Sei que Dougie vai concordar em me acompanhar. Depois de insistir que ele não precisava ir pegar nada para mim como um perfeito cavalheiro, eu mesma fui. Bem a tempo de ver Frankie se aproximando dele quando estava voltando, para falar a verdade.
- Então, Dougie... É verdade mesmo! Você está aqui.
- Queria que fosse meu holograma – o menino riu sem graça e ela abriu um sorriso bem bitch.
- Faz tanto tempo que não o vejo... Você está muito bem.
- Valeu. Você também – meu sangue ferveu quando Dougie respondeu, mas pensei que seria a coisa mais educada a se dizer. E, por mais que eu odeie dizer isso, ele está certo. Frankie já não estava mais com o cabelo-cachorro e a voz dela não estava tão insuportável.
Agora entendi por que Fletch e Alice nos pediram para sermos gentis.
Era mais fácil eles terem mudado o casal para vir a esse evento.
- Quem é a pessoa que você trouxe? Todos estão comentando... E Molly também viu.
Minha deixa.
- . Você é quem?
- Frankie Sandford, amiga do Dougie – a garota sorriu para mim. Amiga, claro – Você é o que dele?
- Namorada.
- Oh... Achei que não namorava fãs, Poynter – respirei fundo para não perder a paciência – Acho que a vi em algum lugar, gracinha... Já foi a algum dos meetings ou ganhou algum concurso para conhecer minha banda?
- Não. Você deve me conhecer porque não sou daqui e minha banda também não – falei como quem não quer nada – . Conhece?
- Então os boatos são mesmo reais... Quem diria, Poynter? Você ainda gosta do mesmo tipo.
- Caramba, não me compare com você não, por favor – não sei o que podia ser pior! – Ele não gosta do mesmo tipo. Subiu o nível.
- Não estou comparando, fofa. Dougie gosta de músicos. Só isso.
- O garoto gosta de talento e, o mais importante, de fidelidade.
- Então... Er... Foi legal vê-la de novo, Frankie – Dougie quis acabar com a conversa. Já estava até me puxando. Não vou sair daqui até essa menina estar longe!
- Igualmente, Dougie – ela sorriu para ele e se virou para mim – Achei que você seria mais alta, .
- Eu ainda tinha esperanças de que podia ser bonita...
Qual é? A menina me provoca, eu provoco também! E outra: nunca a achei bonita. Quem sabe ao vivo melhoraria?
- Prazer em conhecê-la, de qualquer forma. Tchau, Dougie.
E finalmente a bruxa saiu. A garota ignorou tudo que disse, contudo ainda assim foi embora de mãos atadas. Se alguém nos viu, posso até ver as manchetes amanhã: “Dougie não controla as mulheres”, “ perde o controle” – sendo que não fiz nada, a não ser conversar – ou senão “Confraternização entre namoradas”.
- , você é doida?
- Não. Simplesmente respondi a menina.
-“Achei que você podia ser bonita”. , isso não é resposta. Isso é ofensa! Vai saber se ela resolve falar para mídia alguma coisa disso?
- Posso dobrar o que a menina falou em dois segundos, Poynter. O que é? Vai defendê-la agora?
- Não. Só estou dizendo que você não precisava ter feito isso.
- E deixá-la atacá-lo? Vá sonhando! – além do mais, era meu sonho falar essas coisas para ela – Frankie me ofendeu também!
- Não precisava remoer o passado também. E a garota não ia me atacar.
- Dougie, meu bem, assim como os homens têm “o olhar”, nós temos o olhar de ataque. O dela já não era de ataque. Era de fome de sexo – expliquei, vendo-o gargalhar – Você tinha que ter gostado dela? É tão feia! Ate a Una é mais bonita que ela!
- Eu era jovem e você ainda não tinha aparecido na minha vida.
Dougie certamente sabe o que falar nas horas certas.
- Dougie... – olhei-o.
- O quê? Disse algo errado?
- Muito pelo contrario. Estou olhando só.
- É o olhar de...
- É.
- Vamos embora.
- Dougie... – escutei falar com alguém – Dougie... – provavelmente... – Dougie, que merda. Atenda logo.
Então levei uma pancada e de repente um aparelho caiu em cima de mim, assustando-me. Ah, agora entendi.
Ontem foi... O olhar é mágico. O olhar é muito mágico. Extremamente mágico.
- Que foi? – respondi, ainda sem abrir os olhos – Espero que seja uma boa coisa para me acordar cedo assim.
- Cedo? Cara, nem eu estou dormindo ainda – era Danny, gargalhando daquele jeito irritante e fei. – São quase três da tarde!
- Três? Grande coisa. Deixe-me dormir.
- A gente está colando aí, só para saber. Você que chamou. Ninguém mais quer dar a casa como segunda opção. Se não estiver acordado, tudo bem. A gente pode acordá-lo.
Que porcaria. Tinha me esquecido totalmente disso.
- Pergunta para a se não podemos usar o refugiozinho delas – eu sentia o sono me chamar de novo. Olhei para o lado e nem virada para mim estava.
- Ela disse “não”.
- Droga, então nos dê uma hora.
Desliguei e rodei na minha cama até finalmente decidir se ia me levantar ou deixar os outros me levantarem. Poderia ser bom e ruim por lados diferentes. Agora, saber qual lado eles vão escolher é que é triste.
Passei a mão pelas curvas de , fazendo-a acordar ou pelo menos tentar. Ao menos ela mexeu.
- Pode me falar para que acordamos de madrugada?
- São três horas, amor.
- Três? Vapo, a gente... Hehe... – acabou rindo fraco, envergonhada.
- É, nós somos muito fodas – no sentido literal – Todos estão vindo para cá.
- Para quê? Achei que podíamos ficar o dia todo aqui... Só eu, você e essa cama.
- A oferta é tentadora. Se quiser, cancelo tudo... Nós íamos tentar mexer em uma música, mas sabemos que não vai virar nada com vocês aqui.
- Nós atrapalhamos? – senti ficar preocupada pela voz.
- Claro que não. Por que trabalharíamos quando temos nossas namoradas para nós e toda a atenção delas também? Vamos apenas nos juntar e relaxar.
Ela me deu um sorriso como resposta, espreguiçando-se em seguida antes de sair da cama, indo direto ao banheiro.
A campainha tocou antes mesmo que eu colocasse roupas e terminasse o banho, porém fui atender de boxers mesmo assim.
- Colocava uma roupinha, né, Poynter? – Judd reclamou.
É claro que ele reclamou. estava olhando demais, assim como as outras meninas também. Adoro ser gostoso.
- Acho que ele está ótimo assim. Quem concorda? – perguntou e as outras duas levantaram os braços, antes de darem beijinhos na bochecha dos caras.
- Vá se trocar. Não quero minhas amigas de olho no que é meu – apareceu rindo.
Ela estava linda... Muito linda. Do jeito que gosto.
Fui me trocar antes que as meninas começassem a rir dos olhares que eu e trocávamos. Odeio pessoas que são muito amigas e se conhecem demais... Principalmente se forem meninas. Onde fica a privacidade?
Voltei a tempo de encontrar todos à vontade, sentados no sofá de minha casa e jogando conversa a fora.
- ...Era nojento de ler!
Conforme fui entrando na sala novamente, escutei a voz das meninas e pude ver os caras rindo um pouco sem humor ou até sem graça.
- O que era nojento de ler? – perguntei ao me sentar ao lado de , entrelaçando minha mão na dela.
- Notícias de suas ex-namoradas e vocês juntos – fazia cara de desgosto.
- Ué... O que tem demais?
- Como "o que tem demais"? – disse em uma voz muito aguda – Gostava de ler coisas de e Julian? – não precisei responder. Acho que minha cara respondia por ela mesma – Viu? Era de partir o coração!
- Nossa, eu ficava triste todo dia... Choramingando pelos cantos que Harry nem sabia da minha existência e eu carregava uma paixão ardente por ele desde meus catorze anos. Chorava todo dia!
- , sem exageros – Harry riu abafado.
- Era verdade! – deu para ver que a garota ficou magoada por o namorado não ter acreditado nela.
fechou a cara e olhou para a minha mesa de centro com um bico do tamanho do mundo.
- Er... Era verdade mesmo, Judd – sorriu sem graça – Menos a parte que chorava todo dia... Ela chorava, mas não era todo dia.
Harry olhou para que nem estava olhando para ele, ainda de bico feio. O menino se aproximou dela e provavelmente falou algo no ouvido que a fez sorrir feito boba e dar um rápido beijo no rapaz.
- Mas o pior era que eu nem lia as notícias! me contava todas... "O Danny está namorando", "o Danny está solteiro", "está namorando de novo"... Acho que foram as frases que mais escutava na adolescência inteira! – fez draminha – Depois ia ver quem era a vadia. Uma mais feia que a outra! O que foi sua fase de miss Inglaterra?
- É, deu jeito no Danny – gargalhou – Dougie era igualzinho. Pelo menos não namorava tanto assim.
- Como? – tanto como eu estávamos quietinhos, apenas nos divertindo às custas dos outros, e aí ela fala...
- A garota tem razão... Cada trubufu!
- , cale a boca. Você namora um trubufu!
- ‘Ta. Se você diz que Tom é UM... – pôs a mão na coxa do Fletcher, que já ia me avançar – Posso contar pelo menos três da sua lista, contando com você quando fazia parte do Ataiz... Era tão judiado!
Mandei o dedo para ela, junto com a almofada com muita força direto na cara dela, quando todos na sala riram de mim, inclusive .
- Você também? Devia me defender! Qual é?! – referia-me a – Agora me falem um podre dela também!
Se era guerra, assim seria.
- Nossa, também tem uma lista imensa! – gargalhou – Só pegava cara feio. Ela e a .
- Mano, não me bote no meio, não! – , que até então ria da amiga, parou na hora.
- Estou mentindo?
- Não – respondeu simplesmente – Era tão mais fácil manter o cara só para mim... Ninguém olhava para ele! Agora é tão difícil manter o bofe! – deu umas palmadas nas minhas costas e concordava fervorosamente.
Repeti, agora junto com Harry:
- Como?
- É! Vocês são tão bonitos. É difícil sair e não ver ninguém botado os olhos onde não é chamado. A é sortuda nesse ponto.
- Está me chamando de feio? – Tom perguntou a e , como se não tivesse entendido.
- Se a carapuça serviu...
- , volte no tempo... Bruno, Gabriel, João... Agora os compare com Tom.
- Perto deles, Tom é o rei. Mas, perto do Harry, não é nem a sujeira do sapato.
- Ah, Tom, desista dessa menina. Eu o acho extremamente gostoso. É isso o que importa – deu um selinho demorado no namorado, enquanto ainda pesávamos Tom.
- O Harry está até quieto, porque a única pessoa que ele namorou era lésbica! – Danny zoou.
Ooooooutch, essa doeu fundo até em mim!
Porém, se bem que era por isso mesmo que o rapaz estava quieto, haha.
- Pelo menos era bonitinha... – defendeu - Em compensação, o Poynter pegando a Frankie... Ew.
- Falando nela, não sabem o barraco que quase armou com Frankie ontem – ignorei o comentário dela e aproveitei a deixa.
- Não brinque! – as três outras meninas gritaram empolgadas, como se fosse o maior babado. Os caras só riam – Saiu no tapa, ?
- Nem saí... Dougie me puxou, mas estava quase!
- Dougie estraga-prazeres – reclamou .
- Então... Se houvesse necessidade, eu super entraria no tapa com Giovanna!
- ! – Tom exclamou surpreso.
- Que foi? Se Izzy não fosse de outro time, teria mandado matar a mulher já! Ainda preciso de um pretexto.
- Nós ainda precisamos – e corrigiram.
Mulheres. Você acha que já as conhece bem, porém não conhecem nem metade... Principalmente a mente maligna delas. Não quero nem saber o que fariam no caso de uma traição. Deve ser coisa de psicopata.
Enquanto contava como foi o encontro com Frankie – a menina sempre aumentava alguma coisa e eu tinha que corrigi-la, sempre sendo taxado como chato por estragar a magia do momento –, os outros contavam algumas coisas engraçadas que tinha acontecido no dia anterior, até a conversa chegar a um rumo inesperado.
- Eu super vou querer ter filhos – soltou, vendo Tom ficar branco – Não agora. Quero aproveitar minha vida ainda. Contudo, imagine uma coisinha gordinha nos seus braços com os mesmos traços que você...
- Estou de boa ainda. Querer eu quero, porém não acho que tenho que pensar nisso agora. Relaxe, Danny – ele deu um suspiro que dava para sentir de longe que era de alívio – Mas, nossa, eu ia apertar meu filho demais.
- A gente sabe, – girou os olhos – E eu ia apertar o filho de vocês o tempo todo. Imagine um filho cheio de sardinhas, feito o Danny.
- Coitado se ele tiver tantas sardas feito eu...
- Se nascer de olho azul, é o suficiente – ela deu de ombros – Se for pensar só no filho depois que ele nasce, tudo bem. Um pãozinho. Agora passar por todo processo de gravidez, a barriga crescendo, você engordando, passando mal, sentindo dores constantes, sabendo que tem algo com unhas e cabelo dentro de você e que ainda vai rasgar o... O orifício. Não. Filho definitivamente não é para mim.
Só faltou Harry soltar foguetes de felicidade.
- Fresca. Quero um bebê loirinho de olhos azuis... Meu sonho – falou sonhadora.
- Ih, Poynter. Só eu ou você também sentiu a indireta? – Danny gargalhou.
Admito que nunca passou pela cabeça ser pai, mas... Amo a . Não vejo problema em ser pai com ela. Seria até bom para ficarmos mais tempo juntos, porém não sei. Como disse, quero aproveitar minha vida antes.
- Espere um pouco para realizar esse sonho – sorri e mordi seu ombro, sentindo todo o choque que minhas palavras fizeram nela.
- Own, também quero! – ouvi dizer, mas não vi se Tom fez algo a respeito, porque estava ocupado demais beijando minha namorada.
Pelo que eu disse a essa manhã, ela fez questão de tirar as meninas de perto de nós depois de um tempo para que pudéssemos fazer qualquer coisa da música. Como se adiantasse. Nós quatro ficamos pensando no que elas estavam cozinhando, pois o cheiro estava realmente muito bom.
- O que é a comida?
- Invenção de – deu de ombros – Mas é bom.
- , você vai atrapalhá-los! – apareceu ao lado dela.
- Qual é a festa? – apareceu em seguida.
- está atrapalhando os meninos com a música...
- Até parece que eles estão realmente falando dessa música... É qualquer coisa, menos a música!
Ela tinha razão. Falamos até do jeito que Bruce fez cocô hoje, menos a música.
- E como você sabe? Não era para colocar a mesa? – indagou, indo olhar a mesa que ainda estava do mesmo jeito que ontem.
- Então... Deu preguiça. Eu não queria interrompê-los e, se fosse perguntar para você onde colocava essas porcarias aqui em cima, ia demorar três séculos para eu finalmente começar.
Não sabia que era tão preguiçosa.
- e o cúmulo da preguiça... Não é uma corrida de uma lesma contra um caracol. É ela mesmo – bufou – Não sei como aguentei morar com você...
- Você me ama. Foi assim – as duas saíram até minha mesa e começaram a arrumar. Quer dizer, arrumou grande parte.
- Caramba, você realmente é preguiçosa – falei em um momento de silêncio. Estávamos observando as duas se moverem. já tinha voltado para cozinha.
- Nada. Estou guardando energia pra outras coisas – respondeu como se fosse algo qualquer. Explodimos de risada, enquanto dávamos palmadas nas costas de Tom. Aquele estava feito pelo resto da vida.
Entramos em uma grande discussão sobre quem pensava em mais besteiras até aparecer com uma comida típica da cidade delas. Eu pagava um pau para aquele arroz com ovo, a carne com presunto e queijo, batata frita e banana assada. Enfim, voltando à discussão, Danny ganhou como o que mais fala e pensa, Harry como o que mais faz, eu e Tom como os normais, só que com o toque especial que todo mundo gosta. Entre as meninas – fiquei com medo do resultado –, e empataram em quem mais fala, pensa e faz, em segundo e sendo a normal.
- Alguém vai ao banheiro comigo? – perguntou depois de comer.
Na verdade, as únicas pessoas que ainda comiam eram eu e .
Danny cochilava no colo de , que fez que não com a cabeça para a amiga, apontou para seu próprio prato e estava absorta em uma conversa com Tom e Harry. É óbvio que sobrou para ela ir junto. Essa mania estranha de garotas irem ao banheiro juntas... Como se não fosse minha casa, um lugar totalmente normal para elas.
- Poynter, está implorando por papel higiênico – apareceu de repente ao lado da mesa.
Certeza que vou largar minha comida para pegar papel higiênico.
Olhei por vários minutos para a cara de , que começou a rir muito depois que ouviu reclamar pela demora.
- É sério. Coitada da menina...
- Aqui. Fale que isso é o papel dela – entreguei dois guardanapos, ouvindo tanto quanto gargalharem. Até Harry estava se divertindo com a história.
Um minuto depois que saiu, escutamos nos xingar de tudo quanto é nome, até eu finalmente largar a boca da comida e pegar um rolo para ela. Isso demorou uns dez minutos.
Depois disso, a menina se estressou e foi embora. Que povo sem humor... ‘Ta, a garota se matou de rir, mas simplesmente foi embora. E os outros foram junto, quando comentou que queria passar mais tempo sozinha com Danny, já que os dias estavam acabando.
Tanto eu quanto não achamos ruim a ideia de ... Ela tinha dito que ia gastar suas energias de uma forma que adora. Nós só adotamos a sugestão. Dessa vez, vai a saideira da saideira da saideira e assim vai... Quando forem embora, vão passar quase seis meses em turnê e nós também. Impossível de nos vermos, Tenho que aproveitar enquanto posso.
Tempo. Isso é um luxo do qual não tenho controle. E também algo que passa sem perceber. Ontem estava pedindo a em namoro depois de uma das melhores noites da minha vida e daqui alguns meses faremos um ano de namoro.
Caralho, um ano?
A última vez que isso aconteceu foi... Nunca. Olívia não conta.
Temos uns momentos de briga, principalmente depois que passamos a morar juntos por essas semanas. Definitivamente descobrimos os podres de cada um. tem mania de deixar as coisas dela espalhadas pela casa. As roupas dela estão invadindo meu espaço no guarda-roupa, enquanto fica por aqui e às vezes ronca quando dorme. Por outro lado, deixo minha boxer no chão do banheiro, nunca lavo minha louça nem minhas roupas e, bem... Peço para ela fazer isso. Sem contar que falo durante a noite.
No começo, até que a menina fazia, porque não tinha nada para fazer, mas, depois que fez da outra casa um estúdio/lugar para as garotas, ela quase não para mais aqui.
Está certo que a vida da gente meio que para quando estamos de folga e agora todas estão fazendo qualquer coisa para recompensar o tempo perdido. Nunca vi sair tantas composições em um só dia. Quer dizer, não vejo... Ela me fala. Diz que terei que esperar até o ano que vem, quando lançarem os projetos que estão montando. E o idiota aqui mostra as coisas que crio ou eu e os caras criamos.
O que importa é: nunca pensei que poderia dizer “eu amo você” de um jeito que fizesse diferença em mim, como se amar fosse pouco, mas não sei outra palavra com significado maior que esse. Danny Jones foi violentamente fisgado.
Já estava anoitecendo, quando falava com minha mãe ao telefone, e chegou.
- Está bom, mamãe. Sim, falo com ela. Já? Tenho que ver com ela... Tudo bem. Sem desculpas. Amo você também. Tchau.
- Sua mãe? – se sentou no meu colo e me deu um selinho demorado para eu poder assentir depois.
- Podia demorar mais, não, hein? – perguntei sarcástico.
- Se quiser, vou para a casa da e volto mais tarde – devolveu do mesmo jeito.
- Casa da ? Não seria casa do Dougie?
- Casa dos Poynters. Está melhor? – ela riu.
- Sim. Então essa aqui é a casa dos Jones?
- Se você quiser...
- Ok, essa é a casa dos Jones. Falando em Jones... – ótimo meio de começar uma conversa – Minha mãe quer que passemos uns dias lá. Ela quer conhecê-la melhor, para falar a verdade.
- Como? Quando?
- Er... Amanhã.
- Amanhã? Danny, não é meio... Apressado, não?
- Minha mãe mandou dizer que conheci seus pais com quase nem um mês de namoro e estamos fazendo um ano e vocês não se conhecem direito.
- Caramba, os argumentos dela são difíceis de passar.
- Essa é a mamãe.
- Tenho opções?
- Não. Mas por que quer ter? – abriu um sorriso sem graça e sacudiu a cabeça. Se conheço bem aquela atitude... – Está com vergonha da minha mãe?
- Vai saber se ela gosta ou não de mim?!
- , é claro que gosta de você. Não sabe como ela fica feliz toda vez que ligo e digo que estou com você, que fiz sei lá o que com você... Como se você fosse o anjo que me colocou no caminho.
- Gostei disso.
- Do que, ser chamada de anjo?
- Não, por favo. Não faça isso – a garota gargalhou. – Tudo bem. Você venceu. Podemos ir amanhã.
- Beleza. Ela vai gostar de saber disso. Temos que deixar a chave da casa de Harry com outra pessoa... É fácil perder as coisas em Bolton.
- Danny, você perde coisas em qualquer lugar.
‘Ta. ainda gosta de me zoar grande parte do dia. Parece que gosta mais disso do que me beijar ou qualquer coisa do tipo. Mas, enfim, Harry e não estão em casa. Sabe-se lá o que estão fazendo... Só sei que foram ao Havaí comemorar um ano de namoro. Na verdade, até sei, porém não quero imaginar. E, eita, povo que adora viajar... Daqui a pouco elas vão voltar para a América.
Enfim, logo em seguida, fiz ligar para a minha mãe e ela mesma dizer que estamos indo.
Até que não demorou tanto assim para chegarmos a Bolton... Saímos bem cedo para chegarmos ao almoço na casa da mãe de Danny.
Lembro que há muito tempo vim para Bolton apenas para conhecer a cidade que Danny morava. Na época, parecia aquelas cidades do velho oeste, típica de filmes... Só faltava o feno rolando. Pois bem, não tinha mudado nada. Tinha gastado dinheiro para o trem à toa. Não tinha ninguém aqui. Apenas alguns carros na rua e nada da família Jones aparecer. Pelo menos agora eu tinha um objetivo aqui. E outra: a estrada até aqui é pela 666. Medo ou não?
Posso ter falado milhões de vezes com a senhora Jones e ainda assim estou morrendo de vergonha de conhecê-la. Não sei se ela pode ser falsa pelo telefone ou qualquer coisa assim. Só sei que fiquei acanhada quando a mulher estava na porta da casa, esperando por nós.
Depois que ela abraçou o filho por mil anos – uma cena muito fofa de se ver. Danny parece mesmo se mostrar muito atencioso pela família –, Kathy se virou para mim.
- , que imenso prazer em finalmente conhecê-la!
- Pode me chamar de ... – afinal, eu já a chamava de Kathy mesmo – E digo o mesmo à senhora. É um imenso prazer!
Conversamos mais um pouco até ela nos chamar para dentro de casa e se desculpar pelo atraso de Vicky. Depois de tanto tempo, eu ainda não tinha conhecido a irmã dele... Sempre que a menina passa para visitá-lo, não estou e ela nunca espera ou nos falamos no telefone vez ou outra. Mas coisas simples como “Oi. Tudo bem? O Danny está aí?”.
- Houve uma vez que Danny me perguntou se ele era bonito, mas era tão pequeno e tão feinho que não ia entender se dissesse que era feio. Digo, Danny, sempre o amei do jeito que você era, meu fofinho, mas nossa família nunca foi bonita – ela se explicava, enquanto eu me matava de rir e Danny a olhava indignado – Acabou que eu disse “O importante, meu filho, é que você tem saúde”.
Fui obrigada a concordar com ela, além de rir por anos. Pelas fotos dele que já tinha visto, Danny não era o que podia se chamar de bonitinho apertável, o que só o fez fechar mais ainda a cara e Kathy me mostrar alguns vídeos caseiros dos filhos dela. Tenho que admitir. Minha infância comparada com a deles não foi nada. Digo, eu rolava na grama de casa, enquanto Danny e Vicky faziam músicas e tocavam para tudo quanto é lado...
Enquanto Kathy acabava de preparar o almoço – ela não aceitou nenhuma ajuda nossa –, Danny me mostrava algumas coisas que ele costumava fazer ou ainda faz quando vem para cá. Assim como na nossa casa – é ótimo dizer isso. Sério. Repitam por um bom tempo –, ele tinha um mini-estúdio no porão, onde ele e sua irmã fazem algumas coisas. O quarto dele está lotado de tranqueiras, mas ainda tem a sua cama, uma escrivaninha e um computador bem antigo.
Assim como todas as casas ao lado, a dele possuía um quintal verde e não muito grande. Em um dos vídeos, Danny correu por toda extensão dele, tropeçou em uma mangueira que estava esticada e... Caiu com a cara na lama. Foi engraçado... Todos os cachinhos dele estavam lotados de terra e ele não sabia se chorava ou ria. Parecia um menino bipolar.
Mais uns minutos e Vicky finalmente apareceu, levando um pequeno pito da mãe dela.
- Estamos com visita importante e você atrasa assim? Cadê a pontualidade inglesa? Cadê a educação que lhe dei?
- Mãe, desculpe-me. Ok? Além do mais, é só mais uma namorada do Danny. Nada muito importante, sendo que semana que vem já será outra.
- Para sua informação, irmãzinha, faz quase um ano que namoro a mesma garota.
- Caramba. Cadê ela que preciso conhecer então! – ela ficou meio sem graça depois disso, é claro. – , não é? – perguntou assim que me viu atrás de Danny.
- Sim... Vicky?
- Eu! Desculpe-me pelo que disse e pelo atraso. É que é o Danny... Não se deve perder tempo com ele.
Relação irmã-irmão aqui é bem forte, viu?
- Vale a pena – dei de ombros envergonhada.
Depois do momento embaraçoso, o clima ficou bem melhor. Foi como se Danny não estivesse lá, quase. Eram três mulheres e ele. Quase nem percebi quando ele saiu da cozinha para ligar para alguém, que depois fui descobrir que era um amigo de lá.
Eu definitivamente amei a família Jones.
- Então, vocês se conheceram onde?
- No Brasil, dois anos atrás.
- Foi amor à primeira vista? – o amigo de Danny perguntou fazendo cara de bobo.
- Definitivamente, não/sim – eu e Danny respondemos juntos e depois nos olhamos, um indignado com o outro. Continuei – Eu já gostava dele fazia tempo, mas ele preferiu minha colega de banda a mim.
- Típico do meu irmão...
- Cale a boca, Vicky. Foi um deslize que nem aconteceu, .
- Mas ia, se ela não tivesse ficado com Dougie!
- Era a ? – Vicky perguntou surpresa – Não acredito, Danny!
- E quando vocês ficaram?
- Uns meses depois, aqui na Inglaterra. Mas aí ele voltou com a Pixie...
- Eita, menininha chata, viu? Perdi uma tarde inteira com ela – a irmã dele rolou os olhos – Tem cara de ser super gente boa até você passar mais de meia hora conversando.
Nunca conheci Pixie direito. Ela não me parecia uma menina insuportável igual eles fazem parecer. Até a mãe dele não tinha gostado.
- Foi quando vocês estavam aqui e fizeram uma apresentação na TV em você cantou “If I Fell”? – assenti envergonhada. A própria mãe do menino entendeu a mensagem – Foi lindo! Menina, você realmente tem voz e sabe passar mensagens. Ainda bem que meu filho foi inteligente o bastante para entender.
- Eu sei que vocês começaram a namorar na Irlanda... Mas, fora essas coisas, o que vocês sabem um do outro? – o amigo dele perguntou.
Ninguém nunca me fez essa pergunta, mas, ok, eu conheço bastante do Danny... Quando se passa um tempão vendo coisas dele, você acaba aprendendo demais. Depois que passam a ser amigos, aprende ainda mais e depois de namorado então...
- Certo, mas não coisas que se pode saber pelas revistas... Caramba. Que relacionamento que não tem conversa! – ele zoou, mas levei isso para o lado pessoal. Temos bastante conversa, porém nada sobre essas coisas. Claro. Ele me conhece muito bem e eu o conheço bem também, mas sei lá. Vai que te algo que ainda não sei? – Tipo, você sabia que Danny não gostava que tocassem no nariz dele?
- Não... Por quê? – tipo isso.
- Eu espirrava muito fácil – ele mesmo se explicou um pouco desconfortável.
Não sei qual o motivo de não termos continuado a conversa. Se fosse para conhecê-lo melhor, eu queria conhecê-lo!
Era bem de noite quando estávamos no meu antigo quarto. É bom estar aqui de vez em quando. Lembra-me dos bons tempos.
falava com alguma coisa sobre querer rever todas as coisas que ela e fez na musica e depois falou com algo sobre a nova turnê. A cara da ao falar de shows era outra. Era... Sei lá. Tinha um brilho diferente. Como se fosse eu, apaixonado pela música, que gosta do que faz. Ao contrário de mim, que muitas vezes não me encaixo nos detalhes do show, ela quer saber de tudo, mesmo que seja só para ficar por dentro.
- O que achou da minha família? – perguntei quando ela desligou o telefone.
- Adorei, Danny. Sério. São todos ótimos!
É bom ouvir algo assim da minha família. E eu sabia que ela não estava mentindo.
Sorri e a beijei em seguida. Não entramos em nenhum clima diferente, até porque minha mãe estava no quarto ao lado e minha irmã, no outro. Minha casa é o pior lugar para essas coisas.
- Sabe, Danny. Estava pensando...
- Um filho agora não. Não me assuste, por favor.
- Calma. Não é isso não! – a menina gargalhou gostoso – Estava pensando que deveríamos mesmo nos conhecer melhor. Digo, por mais que essas coisas sejam um pouco bobas, sempre é bom e legal conhecê-lo cada vez mais.
- Andei pensando nisso também. Mas como vamos fazer isso? Às vezes me canso de ouvir dos míseros detalhes dos outros.
- Podemos fazer um jogo de perguntas e respostas. Eu pergunto qualquer coisa e você me responde em uma coisa só.
- Uma só? Que sacanagem!
- É o que torna o jogo legal! Posso começar? – sentou-se de pernas cruzadas na cama, empolgada, e assenti. – Tudo bem... Claro ou escuro?
- Depende.
- Não perguntei isso...
- Mas é que depende mesmo! É luz ou roupa, cor, sei lá?!
- Luz – até porque de resto ela já sabe de mim.
- Escuro.
- 2012 ou 2013?
Ela não podia perguntar 2014, porque estávamos no começo do ano ainda, embora eu escolhesse 2014.
- Os dois?
- Uma resposta só, Danny. Até parece que não sabe brincar! – de repente, não sei mesmo.
- Hum... 2013 – é, definitivamente.
- Salgado ou doce?
- Que tipo de pergunta é essa? Eu como de tudo! – ela apenas me olhou como se esperasse – Está legal. Vai doce.
- Sol ou chuva?
- Sol.
- Campo ou praia?
- Jura que não pode ser os dois? Sair da cidade natal já é alguma coisa!
- Danny...
- Não é para me conhecer? Então, eu gosto dos dois. Você está me conhecendo em tudo!
- Tudo bem, mas tente responder só uma – ela sorriu – Um programa? Sem ser de televisão.
- Música – foi tão óbvio que até a garota fez uma careta.
- Uma pessoa?
- O Bruce – respondi normalmente.
Ela me olhou estranha.
- Que é?
- Danny, ele é um cachorro. Pode ser muito fofo e tudo, mas ainda é um cachorro.
- É a melhor pessoa que eu conheço no mundo. Tudo bem? – a menina riu, negando com a cabeça – Continue.
- Um sonho?
- Você.
virou sua cabeça para mim, como se quisesse saber se tinha ouvido direito. Sorri para mostrar que sim. Ela tinha ouvido perfeitamente bem.
- Isso foi... Extremamente fofo que eu preciso apertá-lo – o “apertar” dela era um beijo calmo e gostoso. Gostava quando ela me apertava – Tudo bem. Vamos continuar... Qual é a primeira coisa que você repara em uma garota?
- O corpo. Não quero que isso soe materialista, mas de primeira é o corpo.
- E se ela estiver sentada, impossível de ver o corpo dela?
- Acabou de inventar essa daí. Não foi?
- Quero conhecê-lo, ué – deu de ombros inocente.
- Se ela é legal, tem senso de humor e um sorriso bonito – tudo que ela tem. É só se resumir a .
- Hum... Acho que acabou.
- Ah, não. Estava legal. Fale qualquer uma!
- As que sobraram foram: já namorou? Mas já sei essa. Já ficou? Também já sei.
- Então invente outras!
- Prefere sexo antes ou depoi... Já sei essa também.
- Ei!
- Danny, nem comece – rimos – Essa é minha última: maior medo?
- Não pode ser no plural, não? Tem tanta coisa... Mas acho que o maior mesmo é perder meus melhores amigos se a banda um dia acabar.
- Que horrível...
- Por isso é o maior – expliquei – Posso fazer uma pergunta?
- Claro.
- Qual é o seu desejo nesse momento?
- Ficar com você agora.
Não seria nenhum pouco difícil de realizar.
Danny me mostrou Bolton no outro dia. Falou-me que a cidade não era tão deserta, pelo menos nos pontos em que ele ia. Levou-me a um pub com a avó dele, que eu adorei. Nunca vi uma avó feito ela... A minha tinha amnésia. Era meio estranho. Era tipo o Ben-10, segundos do filme “Como Se Fosse A Primeira Vez”, só que em um intervalo de tempo bem maior.
O caso é que, depois dessa pequena viagem passei a amar mais ainda meu namorado. Não conhecia aquele lado família dele e estou mais apaixonada ainda!
Pulando essa parte de amores e amores, hoje falei com as meninas. e me mostraram a música e ela ficou super legal! As duas fizeram duas versões, enquanto estava fora. Isso que é não ter o que fazer e gostar do que faz, hehe. A primeira era com os instrumentos normais e a segunda era eletrônica, já que quem tocava tudo na primeira era . Gostei mais da eletrônica, de qualquer forma.
Tínhamos até um clipe caseiro dessa música e estamos pensando se a colocaremos no mundo. Precisamos falar com a primeiro, antes de tudo. Se ela resolver dar ataque que nem a última vez, é o fim do mundo!
Falando nela, conversei com ela faz pouco tempo. Nem para ser legal e calar a boca, ao invés de me fazer passar vontade de pegar o avião e ir para o Havaí – o que, sem querer me gabar, eu posso –, ela ficou dizendo tudo que ela e Harry fizeram. Inclusive o sexo. Bem, essa parte eu não a deixei entrar nos detalhes, até porque seria estranho se Harry ou Danny nos visse falando disso por telefone. Ela estava me dizendo que deveria existir um oitavo ponto na mulher e nenhuma de nós sabia, mas aposto que estava um pouco bêbada quando nos falamos.
Daqui a pouco é a vez da sair com o Tom. Não sei aonde vão, mas aposto que vai ser algo extravagante, mais que o Havaí. Quando se trata de e Tom apaixonados, espero qualquer coisa. Talvez até a Lua, já que os dois amam.
Ah, um babado forte. Esses dias, Julian renasceu das cinzas e ligou para . Aparentemente, ele não lê os tabloides, porque tinha chamado a garota para conversar novamente. Não foram exatamente seis meses, mas estava na média das ligações dele. Só que, bem, quem atendeu o celular não foi , e sim Dougie. Eu daria minha vida para estar lá na hora da ligação, porém estava com meu namorado em momentos melhores. Acabou que o casal vinte – parte dois. A parte um é a e o Tom – brigaram e Dougie dormiu no sofá, até fazer companhia a ele. Fez muito bem. O culpado da história não era ela, e sim Julian por ligar quando disse que não tinha mais volta.
Ok. Sem mais fofocas alheias.
Estou passando o tempo com as meninas aqui em casa. ia voltar amanha e estávamos pensando em fazer alguma coisa juntas. Depois de meia hora para fazer subir as escadas de Danny, ela não quis descer tão cedo e, para ajudar na preguiça, me mandou pegar comida para elas sozinha. Só fui porque sou muito legal e essa casa é minha agora também.
- ...Seria injusto com as outras. Sabe que isso vai magoá-las bastante – escutei Tom falando baixo. Se ele não queria que eu escutasse, sinto muito.
- Sei que seria, mas pense nas condições, Tom! Harry chega amanhã e não vai querer fazer nada, anda arrumando as coisas pras turnês...
- Assim como as outras...
- Ok. As únicas com condição para isso depois de amanhã são , e ! Dougie, fale alguma coisa.
O que meu nome está incluído nisso? Posso tocar. E daí?
- Sei lá, cara. Para mim tanto faz isso. Para ser justo com elas, podíamos chamar todas, uma de cada vez. Podemos esperar a turnê delas e chamarmos uma de cada vez, ou no meio dela também, se der certo. Podíamos fazer qualquer coisa com , quando ela deixar de ser preguiçosa.
- Dougie, essa foi a melhor sugestão que você já deu na sua vida.
Ainda não estou entendendo.
- Mas ainda não chegamos a uma conclusão. Quem chamamo...
- Ô, BAIXISTA FEMININA! TEM GENTE COM FOME AQUI EM CIMA! – ouvi as amigas da onça gritarem e vi minha deixa para ir a cozinha sem eles notarem que escutei grande parte da conversa.
- ? – Danny apareceu em segundos.
Finja bem e cante qualquer coisa para mostrar que não estava ouvindo nada!
Que música, que música, meu Deus? There are no secrets to be told... Nothing we don’t already know… – Ah, a melhor.
- We’ve got no fears of growing old… - ele riu – Quer coisa melhor do que minha namorada cantar uma música minha? – abraçou-me por trás, depositando a boca em meu pescoço - O que está fazendo aqui?
- Comida. Tenho amigas preguiçosas demais. Fale para o Poynter que ele está acomodando muito a . Era ela quem cuidava dessa parte.
- Pode deixar. Ei, está aqui há quanto tempo?
- Alguns minutos – não mentia.
- Ouviu alguma coisa dos caras?
- Vocês estão escondendo algo de nós?
- Não responda uma pergunta com outra...
- Não ouvi nada. Então, o que vocês estão escondendo de nós?
- Nada importante. Vocês vão logo saber.
Por mais que odiasse mentir para Danny, era uma mentirinha inocente e ele ia me explicar mais cedo ou mais tarde.
Decidi não contar para as outras, porque seria um negócio mais tarde de cada uma perguntando e a culpada acabaria sendo eu. Danny ia ficar chateado comigo... É melhor deixar quieto.
- Caramba, foi plantar os ingredientes da comida? – e apareceram logo em seguida, dando de cara comigo e Danny – Sabia! Eu disse que pela demora dela só podia ser culpa do Jones.
- Cara, vocês estão na minha casa. Larguem de querer mandar em tudo! – Danny pediu, soando sério, porém o rapaz quase nunca era. – Parem de acabar com a comida daqui...
As duas se entreolharam, completamente sem graça, e, sem dirigir a palavra a nós, as duas conversavam.
- Vamos tomar sorvete? Estou tão a fim de um cigarro agora... – perguntou.
- Minha mãe mandou uns biscoitos. Podemos pegar também! – completou.
- Que tal um cinema depois? Está passando um filme que queria ver faz tempo.
E nós dois continuávamos olhando as duas batendo o papo interno, como se não tivesse ninguém ali.
- Não dá... Temos que acabar de organizar nossa agenda pelos próximos meses, já que nem Alice está dando conta. Mas vamos logo comer meus biscoitos lá em casa, porque a última refeição que fiz foi meu café da manhã.
É, isso explica a fome dela...
- Nossa, eu também... Não comemos depois porque estávamos fazendo supermercado... Especialmente dessa casa. E quem pagou fomos nós.
Segurei a risada ao ver a cara de Danny. Ele mantinha a boca aberta de indignação e ao mesmo tempo ficava cada vez mais envergonhado. Provavelmente se esqueceu – novidade – que tinha pedido esse favor a elas, enquanto eu e ele íamos comprar outro celular, porque o garoto perdeu o último – novidade mais um.
- Eu estava brincando quando disse aquilo, mas tinha me esquecido de que vocês realmente fizeram esse favor para mim... Valeu. Poupou-me muito tempo e ainda me alimentou. Peguem o que quiserem aí. Acho que tem sobra do almoço...
- Não. Depois dessa desfeita, vou comer meu biscoito. E ainda pedir pagamento!
- Com juros ainda! – completou, querendo não rir – Vamos, . Jones, acerte-se com Alice até amanhã.
Era óbvio que as duas estavam brincando, mas Danny é... Danny, elas deviam saber disso.
Ah, espera. Elas sabem.
Enquanto ele procurava o celular provavelmente para ligar pra Alice – o rapaz tinha um coração enorme – e eu o olhava como quem não acreditava, falei com as outras duas que andavam super devagar até a porta de entrada.
- E eu não vou, não?
- Não – falou como se fosse algo extremamente óbvio.
- E por que não?
- Porque você é namorada dele e... Pelo simples fato de ser você mesma.
Odeio quando some e me deixa com as duas sem corações. Num momento de tédio, a judiada era eu.
- Não podemos sair... Temos que acabar aquela agenda! Sabe quantas coisas temos que fazer? Trezentos photoshoots, mil e quinhentas entrevistas, milhões de shows, cinquenta propagandas e noventa reuniões! – ainda estava esquecendo tanta coisa. Tinha certeza – Sabe o que já organizamos? Só o Microsoft Excel.
- Então pronto. Vocês ficam, eu faço a comida e daqui a pouco pago vocês. Até chamo meu massagista mais tarde! – Danny nos empurrou para longe da porta da entrada, até a escada.
As meninas soltaram um sorriso malicioso quando meu lindo namorado nos deixou no pé da escada e foi direto a cozinha, ao mesmo tempo em que chamava os rapazes para irem até lá enquanto, ele cozinhava para as duas folgadas.
- Vocês são muito más.
Faltava um dia para o show e precisávamos ensaiar. Isso é, primeiro de tudo preciso convidar a para tocar duas músicas amanhã conosco.
Todo aquele papo para falar com ela no final e, quando consigo um momento a sós – até porque se falasse na frente das outras seria injusto –, já estava dormindo.
Acordei mais cedo que ela e, por falta do que fazer – vontade também –, fiquei a olhando dormir. Clichê, sim, mas traz calma, tranquilidade... É uma paz e tanta.
- Sabe, era só me acordar de vez. Estou pescando faz horas aqui – a menina disse, ainda de olhos fechados. Jurava que ela estava dormindo!
- Acordada ou não, é bom ficar assim.
- Só não o beijo porque não escovei os dentes. – em troca de um beijo, acariciou meu rosto antes de se levantar – Quais são os planos para hoje?
- Ensaio.
- Ah, é. Esqueci-me disso – ela comentou um pouco triste – Volta quando?
- Não sei. Que horas você quer voltar?
- Danny, quem vai sair de casa é você. Não eu.
- Você também.
- Vou, é? Para quê?
- Ensaiar.
- Corro arrxim? – perguntou com a escova na boca – Desculpe. Como assim? Por que eu vou? Dougie viu que não é bom o suficiente?
- Finalmente! Mandamos o cara embora, assim que viu que não prestava.
- Coitado dele – gargalhou – Sério. Por que eu teria que ensaiar?
- Bom, você vai ter que aceitar tocar um show com o McFly.
ficou quieta, só olhando para mim por minutos. Como se ainda estivesse sonhando e estava esperando para acordar, parecia.
- ...? Então?
- Eu? Tocando com vocês? Isso não é mesmo um sonho?
- Não. Você já acordou. E, sim, você tocando conosco.
- Mas... E quanto às outras? É meio...
- , se não quiser, pode dizer não. Nós chamaremos ...
- Não. É claro que quero! Caramba! – ela deu um gritinho fino de empolgação – Tem algum motivo para ser a primeira? Sinto-me honrada.
- Ideia minha – ela sorriu, como se já soubesse do que ia falar – O que foi?
- Nada. Só estou curtindo o momento. É legal ser chamada assim, do nada, com menos de vinte e quatro horas para apresentar.
Lá vem o surto.
- MEEEU DEEEEUS! MENOS DE VINTE E QUATRO HORAS! DANNY, EU NÃO VOU CONSEGUIR MESMO!
- ... CALMA! – ela se calou – Isso. Assim é melhor. Convenhamos, você é melhor que Dougie – não gosto de comparar, então vou deixá-la achar que eles não são iguais – E são apenas duas músicas. É claro que você consegue. É um show bem menor dos quais você está acostumada. E, também, tenho certeza de que você brinca com nossas músicas. Li isso em uma entrevista.
No final, consegui convencê-la e fomos juntos ensaiar.
Ela tinha ficado bem animada quanto a isso e doida para contar às outras, mas os caras acabaram com a alegria dela quando disseram a que já tinham contado às garotas. Tudo para que não desse briga nem nada. Acabamos que nós fomos os idiotas. Dougie, Tom e Harry receberam diferentes respostas. “Ah”, “Que dez” e “E daí?” foram as respectivas respostas. riu da nossa cara, dizendo que elas não se importariam, contanto que tivesse a vez delas, não importasse quando.
Tocar foi ótimo. Divertimo-nos muito, todos nós. mandou bem, mesmo depois do ataque que eu perdi no camarim.
Muito engraçado, Jones. Mas, sim, concordo com você. Quero repetir. Foram duas músicas bem curtas e a sensação do palco de novo é ótima. Não vejo a hora de poder tocar novamente.
Mas os shows de você são bem maiores... Qual a sensação?
É só multiplicar o que você sente num show normal por... Muito. Sem querer me gabar, é foda, viu, Danny...
Valeu, .
Um dia vocês chegam lá. Não estou falando isso por mal. Estou sendo maior sincera aqui. O que Dougie disse?
Que ia tirar férias e você entraria na banda por uns dias.
Até parece! No primeiro dia, serei morta pelas Poynters doidas pelo mundo afora. Caramba. Ainda bem que tenho minha banda.
Não vai, não. Não deixarei ninguém matá-la, minha linda. Mas tudo bem. Depois você fala com Dougie. E, antes que isso fique bem confuso, que tal acabarmos logo? Tenho ideias para mais tarde, ou seja, agora.
Tudo bem. Sou sua. Er, quer dizer, são ótimas ideias. Até porque, o mês que vem não teremos tempo para nada.
Nada mesmo?
Danny, não comece com isso aqui!
- Por favooooor! – implorei para Alice – Eu poderia ir de boa para Portugal hoje e voltar amanhã! já fez isso. Por que não posso?
- Nem a pau, . Esqueceu que, além do show, vocês têm encontros com o pessoal do som?
- Sei disso, mas pode ser amanhã e, também, não preciso ficar nessa reunião... As meninas resolvem qualquer coisa sem problemas.
- , não comece. Você não vai e pronto.
- Mas faz mais de dois meses que não vejo Tom!
- , desista – apareceu do meu lado, jogando-se no sofazinho do meu quarto no hotel. O Japão era um dos únicos lugares em que não tínhamos uma casa. – Se eu não consegui, você também não vai.
Digamos que todas nós tentamos passar a perna em Alice em qualquer argumento que damos. O problema é que ela está ficando mais velha e mais chata. Assim, não nos deixa fazer absolutamente mais nada. Nada como viajar para outros países por um dia apenas, porque de resto somos livres. O ruim disso é que não podemos sair sem ter milhões de olhos puxados em cima de nós. Japoneses são educados, mas quando querem... Conseguem virar monstros! Nunca pensei que ficaria com medo...
Enfim.
Quando ficamos presas assim, notebooks ligados à tomada o tempo todo, Skype online o dia todo, da mesma forma que os celulares. Até estou jogando “The Sims” de novo! Tenho uma família linda com o Tom – sim, chame-me de idiota. Temos dois filhos, uma casa enorme e ambos estamos nos maiores cargos dos empregos. Só não estou fazendo carreira musical porque tive tantas famílias com esse emprego que já cansei.
Só que, mesmo tendo um clone virtual do Tom, não o tenho de verdade ao meu lado e isso é horrível! Preciso dele. Eu preciso... Meu corpo já está em abstinência! O chocolate é meu melhor amigo e juro a vocês que isso não é exagero. está mil vezes pior!
A melhor noticia é que ainda não tenho prazo para poder ver meu homem ainda.
É, a ironia é minha segunda melhor amiga.
- Amanhã de manhã tem uma entrevista na rádio... Deus, esqueci o nome... Enfim, avise as outras...
- Er... Não temos, não. Não temos nada até o show.
- , não tente me estressar mais ainda com esse negócio de você sair só para ver o seu namorado. Pense no seu emprego também! – ela não reclama porque está sempre pegando alguém, já que não é comprometida. Se soubesse como era, seria a primeira a fazer escândalo e ir embora.
- Não estou falando isso para você deixar. Estou falando porque realmente não temos nada além do encontro com os produtores do show. Tenho certeza absoluta! Até deve saber. Ela que ajudou a organizar nossa agenda.
- Tenho certeza que vocês têm entrevista na rádio amanhã – caralho. Era como voltar aos quinze anos e falar com meu pai de novo!
- Não temos. Aposto que isso é para semana que vem. Você olhou a semana errada.
- Imagine! Tenho cert...
- Dançou, Alice. Não temos nada pela manhã – acabou com a discussão, olhando meu notebook. – Está precisando de férias, hein?
- Realmente...
Depois de ver nossa agente passar a mão pela testa como estivesse extremamente tensa – o que eu não duvidava –, suspirar umas três vezes, olhar para o relógio de pulso umas cinco, eu e a mandamos ir dormir. Por mais incrível que pareça, ela nos obedeceu. Isto é, depois que lhe dissemos que tinha indícios de rugas em seu rosto.
- Caramba, finalmente achei vocês! – entrou em meu quarto vagarosamente. – Sabem por quanto tempo fiquei rodando esse hotel em busca de vocês? Até encontrei vários fãs que me alugaram por horas!
- Era só bater na porta do quarto...
- Estava tão quieto...
- Para que você queria a gente? – perguntou.
- Então agora nem posso mais procurar por minhas amigas só para batermos um papo, já que não tenho nada para fazer?
- Ué... Pode.
- Bando de ingratas. Não sei nem por que corro atrás.
- É, né? Porque a gente não gosta de você, né, ? – concordei, enquanto ria.
Realmente, tinha várias coisas nossas desde que... Nascemos, e elas ainda permanecem as mesmas. Essa é uma, por exemplo. tinha encasquetado que a gente não gostava dela, que a chamávamos para sair apenas por educação. Aí começou esse negócio que a gente não gosta dela... É extremamente bom encher o saco dela com isso.
- Nossa, eu me esqueci disso. Sério – ela lamentou, já rindo. A menina se cansou de ficar brava quando falávamos isso. – Vocês estão falando do quê?
- Nossa sorte impecável. Alice não está mais aceitando nossos argumentos. Até me canso de tentar agora... É pior que você, quando nós éramos idiotas o suficiente para ficar falando da minha fic restrita por e-mails... Quando eu tentava lhe mostrar que Dougie era um bom garoto.
Ai, ai... Bons tempos.
- Cara, eu me lembro disso! Nossa, eu batia todos os seus argumentos mesmo! – gargalhou. – Mas vocês estão brincando que Alice está assim... Nem a está conseguindo. Isso é inacreditável! Tipo, é a , a , a birrenta que consegue tudo na base disso! É falta de sexo. Só pode.
- Só se for para nós. Vou lhe contar. Aquela mulher pega todos os caras mais charmosos do mundo! Sério. Ainda tenho minhas dúvidas quanto àquela vez que a gente fez o hit para o filme do George Clooney.
Ele é o velho mais charmoso desse planeta. Ficar ao vivo com o cara é... Sem palavras. E olhe que não sou tão fã dele assim. As outras simplesmente largariam qualquer coisa pra ficar com ele. Eu estou bem acomodada assim.
- Quando que temos aquele photoshoot mesmo? – perguntou, mudando de assunto.
Era por isso que eu gostava quando elas sabiam de nossos compromissos... Ninguém me perguntava depois “, o que a gente tem mais tarde? O que temos amanhã?”. Caralho, enche o saco. Saí da escola achando que tudo ia acabar com esse tipo de pergunta. Rodei. Se bem que na época era mais irritante... Temos compromissos variados hoje em dia. Na época, tínhamos que saber apenas os horários das aulas e nem isso elas tinham a capacidade de saber. Tipo... Porra, por um ano inteiro, as mesmas sete aulas, os mesmos professores e nada de saber a porcaria do horário? E as tarefas de casa... Eu chegava numa quinta feira perguntando a se ela fez a redação e ela me olhava com cara de assustada, perguntando se tinha mesmo uma redação para fazer.
Enfim, nessa situação era só confirmar ou responder uma simples frase monossilábica. Ou um pouco maior que isso.
- Acho que depois de amanhã. Esse deve ser legal. Disseram que ia ser um negócio grande.
Nojento.
Não me importo que também faço isso, mas ainda assim é muito nojento. Pegar seu amigo se masturbando é horrível, nojento e traumatizante. Pegar seu amigo se masturbando duas vezes é... Eu não sei. Estou querendo dar um tiro na minha cabeça, para ter ideia.
A minha maior dúvida é: POR QUE DIABOS DANNY NÃO FAZ ISSO QUANDO VOU DEMORAR?! Ou pelo menos fecha a porta do banheiro e geme mais baixo?
O pior é que eu entendo o cara. Sem namorada, totalmente comprometido, sem poder pegar ninguém, tendo várias mulheres nos pés dele toda hora que saímos do hotel e sem meios óbvios de aliviar a tensão.
Totalmente compreensível. Falando nisso, se me dão licença...
‘Ta. Eu não preciso disso.
Er... Não agora.
De qualquer forma, Danny não se dá o trabalho de fechar a porta do banheiro para fazer essas coisas. E, pela segunda vez, entro pensando em tomar banho para poder relaxar depois de um longo e exausto dia – bote longo e exausto nisso – e dou de cara com o Jones e o Jones Jr., ou como ele costuma chamar: Duro de Matar.
...
É, sabem que não vou nem comentar. Então, onde estava mesmo? Ah, sim.
Não acho mais estranho entrar em um aposento e dar de cara com um pênis à minha frente. Digo, morei com os três na mesma casa por tanto tempo que a coisa que mais via era pênis. Acho que depois dessa, todas as fãs de McFly gostariam de trocar de lugar comigo.
Caramba, eu mudo muito de assunto em um intervalo de tempo muito pequeno... Voltando ao assunto, só me sinto desconfortável porque sei que ele está pensando em e, caramba, ela é minha amiga também. E, porque Danny divide o quarto comigo, ele fala umas coisas à noite... Se encostar a mim algum dia, juro com todas minhas forças que o tacarei janela afora.
E qual é a dos caras – Danny não é o único no desespero fatal – de fazer isso todo dia, toda hora, todo segundo, toda momento que eles não fazem nada? Poxa vida. Podem muito bem ligar para cada respectiva namorada e fazerem sexo por telefone (eu não vou dizer de onde saiu essa ideia). É mais fácil para todo mundo! E... Adianta.
Tudo bem. Eu estou aqui só pesando meus amigos, mas falar da minha necessidade que é o importante, nada. Pois bem, digo que banhos quentes ou frios e ouvir a nona sinfonia de Beethoven são ótimos meios de manter a mente limpa. E sinto falta de . Porra, como eu sinto falta dela. Aquele corpo quando encosta ao meu, sua voz ao pé do meu ouvido quando quer me provocar, os beijos no meu pescoço, as mordidas no lábio, a risada dela, o sorriso, seu cheiro, o modo como ela mexe no meu cabelo, sua respiração ofegante quando está chegando ao...
Preciso de um banho extremamente quente.
Então, só não posso deixar meus pensamentos tomarem conta de mim que consigo me controlar perfeitamente. Afinal, estive com Giovanna por tanto tempo e era quase igual. Eu tinha minhas necessidades também. A diferença é que elas não eram nem um pouco comparáveis. Por isso tem o “quase” ali. O que sinto por nem se compara ao que um dia senti por Giovanna.
- Foi mal, cara... Por ver isso... De novo.
- Está tranquilo – contando que eu não tenha que ver mais uma vez. Sério. O tiro na cabeça ainda está de pé.
- falou com você?
Digamos que isso era outra coisa que estava me dando vontade de acabar com minha vida. A cada vez que um deles não me via por mais de duas horas, eu recebia essa pergunta. Era tudo para saber se alguém teria a porcaria de um tempo para podermos nos ver. Nunca pensei que poderíamos ficar tão gays na vida.
- Não, Jones. Elas não estão com tempo disponível. Principalmente nós.
Ele nem me xingou ou algo assim. Apenas suspirou pesadamente.
Era nisso que dava. Nós somos famosos. Elas, nem se fale. E “tempo” era uma coisa fora do nosso dicionário.
Isto é, se Dougie tiver um dicionário, porque...
Ah, deixe para lá.
Já tinham se passado quase duas horas desde que Tom e eu nos falamos e eu ainda estava rindo muito. Ele estava me contando, dentre outras coisas que não vou falar apenas para preservar meu respeito, sobre a situação dos meninos lá. Não que aqui esteja diferente. Quer dizer, comidas afrodisíacas... Já era. É "nóis". Mas isso? Estou até com dó do Tom! Só de ver de relance a bunda branca de Dougie e as pernas de me deixou totalmente traumatizada. Não sei se seria pior ver minhas amigas... Ew, brincando com elas mesmas. Quer dizer, só o simples ato de comentar algo assim é extremamente desconfortável. Ver então... Nossa, é o tipo de coisa que faz você envelhecer mais cedo de tanto trauma que sofre.
- Pare de rir deles. Já perdeu a graça – rolou os olhos quando ri de novo.
- Vá à merda. É capaz que seu homem vire gay depois de tanto tempo sem você.
- , ele está dividindo o quarto com o seu homem.
- Sim, eu sei disso, mas digo porque duvido que eles não tenham se pegado pelo menos uma vez. De repente, Danny sente falta das experiências.
Às vezes eu me assustava com as coisas que chegava a falar.
- O Harry deve ser o único que não deve ter feito isso.
- Ou o primeiro – devolveu pra .
- Que tal voltarmos a pensar que as únicas pessoas que eles pegam somos nós?
andava um pouco longe de nós e estressadinha também... Ela chamava isso de TPM. Já eu chamo de falta de sexo.
Afinal, também tenho meus dias.
Pois então. Estávamos em um carro, indo direto a uma empresa que esqueci o nome para podermos fazer um photoshoot e coisas assim. Acho que nos fariam de anime depois. Não sei.
- Nossa ideia é fazer algo grande, mas ao mesmo tempo normal – uma japa falava com o inglês enrustido. – Queremos usar três temas básicos. O primeiro seria quatro tipos diferentes de meninas, uma que supostamente curtiria o sol e calor, a outra seria a “it girl” da cidade, a outra do campo e a última seria a descolada dos subúrbios.
Não sei se era para ser diferente, mas, dependendo das roupas, sei até quem vai ser quem.
- Quanto às outras duas, queremos mostrar que vocês, sendo meninas do rock, estão dispostas a qualquer coisa pela música em qualquer tipo de ocasião e a última é a propaganda para Carolina Herrera, para mostrar bem o lado da mulher, a feminilidade.
A feminilidade... Aposto que vão nos tacar algo rosa me-enxergue-no-escuro, maquiagem leve e roupinhas de princesa, talvez em um cenário de castelo. vai ter um ataque.
Estava me parecendo que não tinha nada de anime... Nossa, ia ficar tão feliz quanto daquela vez que nos fizeram de Barbie! Qual é? Passei minha infância toda brincando com ela e agora posso brincar comigo mesma!
Não que brincasse de Barbie na minha idade... É... O tempo todo. Eu tenho outras coisas para fazer.
Enfim, fomos levadas a um camarim gigantesco onde nos arrumaríamos. Ficamos sentadas lá por um tempo até nosso fotógrafo aparecer, dizendo que tipo de garota cada uma ia ser.
- Estou pensando nisso faz meses! Sabem, vocês com qualquer tipo de estilo são perfeitas, totalmente originais! – eu até que gostava de Marcus e seus delírios quando se tratava dessas coisas. Suas fotos sempre saem perfeitas, apesar da demora só para a inspiração do cara aparecer, por mais simples que fosse. – Então, depois de pensar muito, vi que desperdicei boas noites de sono. É tão óbvio. Vocês nasceram para esse tipo de foto!
E nós ainda não sabíamos o que iríamos ser. Um pequeno problema de Marcus... Ele adora bater papo, ainda mais se tem uma garrafa do melhor uísque no passeio.
- Sério? Para que tipo eu nasci? – perguntou risonha. Ela nunca levava o que ele falava tão a sério, principalmente quanto viajava para falar.
- , minha deusa glamorosa, você nasceu para ser a menina do campo! – o cara voou pela sala atrás de peças de roupas. – Aquela menina que ama moda, a cidade, as luzes, a tecnologia, mas ainda assim tem um amor que a prende ao cheiro horrível do celeiro do campo.
Caramba, ele descreveu a direitinho!
Eu estava em dúvida entre ela e a , mas agora já até imagino qual será o meu.
- Vista-se! Será a primeira a dar seu ar de lavanda misturado com metano à magia das fotos! – deu uma troca de roupas a ela e tenho que admitir: está arrumadinha demais para ser do campo.
Uma camiseta preta com uns desenhos, um short jeans com alguns rebites e um uma jaqueta três quartos xadrez branca e preto desbotada por cima, junto com um par de botinas estilo coturno. Ah, é. Esqueci que ela é amante da cidade.
- Demorei na próxima escolha porque duas de vocês têm o mesmo padrão que usei para escolher: morenas, bronzeadas – até então, descartamos a , sendo eu e . – E alegres.
É a , definitivamente.
- A garota da praia tem aquele ar colorido e divertido e, só pelo olhar dela, dá para ver que nasceu para o mar e para o sol. , você só não é minha escolhida porque tem o ar da garota que venera a cidade. É sempre antenada e sempre sabe o que fazer.
Está legal. Corte essa. Sempre sabe o que fazer... Cara, chego até rir.
A menininha da cidade. Por que tinha certeza que essa seria eu desde que a japinha falou?
recebeu um short minúsculo preto de bolinhas coloridas, um top de um biquíni preto, uma blusa azul bebê bem folgada com alguns detalhes nas costas, um par de óculos escuros e Havaianas. Por outro lado, eu, a “it girl” da cidade – vou me auto-zoar pelo resto da vida –, recebi uma minissaia menor que o short da , uma blusa soltinha bege velho com degradês escuros na barra e que tampava toda minha saia, uma meia-calça chumbo fosca, um casaquinho leve preto de listras brancas. Ou ao contrário. Vá saber. Por fim, scarpins e uma bolsa enorme.
acabou pegando a menina dos subúrbios, como imaginei também, sendo aquela que ama tanto sua casa que não trocaria pelos barulhos infernais do centro, principalmente as pessoas com quem convive, tendo forte influência pelo que veste. Era uma blusa nem tão colada e nem tão folgada em cinza com estampas legais com uma jaqueta xadrez vermelha muito legal, uma saia preta que quase nem aparecia, meias sete oitavos escuras, sapatilhas e uma bolsa. Nessa ordem, nós tiramos nossas fotos. Umas trezentas. Juro que minha bochecha está doendo de sorrir e estou ficando cega pelos flashes.
Uma das partes mais legais foi quando trocamos novamente de roupa para o outro shoot.
É aquilo que eu chamo de paixão a música em qualquer ocasião!
E última sessão foi de longe a mais legal do ensaio, mas, como a vida não é festa, tenho certeza de que isso nos causará problemas mais tarde...
- Tom, você sabe por que estão falando algo das meninas que está virando maior polêmica? – Harry se jogou no meu quarto pensativo.
Estávamos em... Sei lá. Nunca sei os nomes dos lugares em que vou fazer shows.
- Quê? Que polêmica? Aconteceu algo com elas?
Num momento rápido, tirei meu telefone do bolso, vendo duas chamadas não atendidas de e uma mensagem "Não me diga que você está realmente puto por isso".
Por que estaria puto?
- Não sei se fico com medo de abrir essa revista – Dougie trazia uma Vogue nas mãos. Aliás, uma não. Quatro.
- E a gente deve fazer isso juntos?
Eu me sentia uma mulherzinha perguntando isso.
- Não sei. De repente, podemos chegar a uma conclusão plausível sem esquentar a cabeça... – falou o senhor cabeça fria, vulgarmente conhecido como Harry. Cabeça fria a da bunda dele, só se for.
- ELAS ESTÃO PELADAS NA VOGUE! – devo admitir que nunca vi Danny tão irado na vida.
- QUÊ?! – automaticamente, nós quatro tiramos as revistas que estavam jogadas na mesinha e as rodamos até algo delas aparecer.
- Era disso que estava com medo. Eu falei, falei! – Dougie reclamava em choque.
Na capa da revista, trazia várias fotos juntas, como uma Vogue normal, e uma da banda, junto com letras garrafais sobre a matéria delas.
" nos conta sobre moda, paixões, shows e feminilidade na nova propaganda."
Eu nunca gostei tanto de palavras grandes... Quando você as observa por muito tempo, sempre acaba as achando altamente bizarras e sem sentido. Feminilidade era uma delas. Essa palavra nunca me deu boas impressões.
Elas tinham recebido até um caderno na revista e, se fosse pela foto e entrevista da primeira parte, eu ficaria orgulhoso da minha garota. E estou, para falar a verdade. O problema é que não consigo me concentrar sabendo que elas supostamente posaram peladas na última parte. Qual é? Isso não é playboy! Elas me garantiram que nunca posariam para essa revista, por mais que Hef já tenha pedido pessoalmente – sério. Eu me pergunto quando esse cara vai morrer... Já passou de 2010 e o cara deve ter o que? Noventa e três? Ele deve ser o cara que mais consome Viagra no mundo – e depois que elas, Kendra e Crystal viraram amigas. E olhe que tenho medo de deixar pensando demais... Acredito nela, mas “Girls Of The Playboy Mansion” é uma de suas séries favoritas!
Enfim, acho que a Vogue não tem os direitos para colocar mulheres peladas na revista, o que me deixa mais calmo, nem que seja 0,0000000000000001%.
Para acabar logo com o desespero e curiosidade, fui direto para a última parte, dando de cara com , minha namorada, minha garota, minha , minha doce vestida com um vestido de época extremamente provocante, deixando suas pernas totalmente à vista, assim como parte de seus seios. Coisas que só eu poderia ver e agora estava jogado pelo mundo afora. Sem contar que tinha um cara a comendo com os olhos, com as mãos na cintura dela, apertando e cheirando o pescoço dela.
Pelo menos as coisas mais importantes estão cobertas. Não sei o que era pior. Ela vestida assim e ter um cara na cola ou vestir uma lingerie igual e . Mesmo assim, só eu podia ver e tocar daquela forma em e confesso que não estava muito contente com isso, não. Ela nem pediu permissão! Eu não ia deixar, mas ainda assim deveria ter pedido.
- Cara, quem a pensa que é? Ela não pode sair se mostrando desse jeito. É errado, é desrespeitoso!
- É isso aí! Além de que fazer isso conosco é muita sacanagem. Estamos sem nos ver faz muito tempo. Elas querem aparecer assim? Porra, estou quase fazendo terapia! E agora me aparece a maior gostosa numa revista que muita gente vai comprar só por isso... E tendo um cara lambendo as pernas dela! – adorava como meus colegas podiam ser exagerados às vezes, mas nesse momento concordo com ele.
- Eu disse que as meninas estavam peladas! Aposto que deram algum tipo de droga para elas antes disso... Quem em santa consciência tira fotos nuas assim?
- Danny, não está tão pelada assim... – eu estava realmente achando que seria tipo Playboy.
- A partir do momento que alguém consegue ver algo que só eu vejo, é nudez para mim. E sua namorada não está de lingerie.
- É, não devia ter feito isso... E eu consigo ver os peitos dela! – nada de seios. Quer dizer, descoberto... Eu conseguia ver o sutiã e a elevação dos peitos.
Nós quatro largamos as revistas, pegamos meu notebook, rezando para que alguma delas estivesse no Skype. Por sorte, estava.
- Não ligue ainda, não – Danny pediu. – É capaz que eu entre por esse computador se vir . Comece pelo chat. Tom:
Qual é a da Vogue?
:
Sabia que tinha visto e nem me atendeu por causa dela.
Tom:
Não tinha visto até então. Não escutei. Desculpe.
- Não peça desculpas, Fletcher. Quem fez algo errado foram elas! – Dougie deu um tapão em meu ombro. – Saia daí. Deixe-me falar.
Fui jogado da cadeira então.
Tom:
, cadê a ? É o Dougie.
:
Está aqui. Estamos todas aqui.
- Melhor ainda! – Harry exclamou, expulsando Dougie. – É hora de uma conversinha.
Então, finalmente estávamos nos vendo pela webcam e falando por vozes mesmo... É, dá para entender.
No começo, ficamos nos olhando como idiotas, ambos grupos de cara fechada, até Danny começar.
- O que é isso?
- Uma foto em uma revista – respondeu com voz óbvia.
- Nem comece, . Queremos saber o que é essa foto e o que deu em vocês para tirá-la.
- Primeiro: ? – começou, já puta. – Depois, isso é de um photoshoot, do nosso trabalho - fez o favor de enfatizar “trabalho”. – E... E quer saber? Boa noite. Só falo com vocês quando me tratarem igual gente.
- , nem pense em... – foi tarde demais. Ela já tinha saído.
- Ainda estou esperando uma explicação decente.
- Bom, sabe quando você assina um papel e é obrigada a fazer o que os outros mandam? Algo chamado contrato?
- , não comece mal criando, não...
- Eu? Enxergue-se, Poynter! Estou trabalhando e a pessoa que mais devia me apoiar é a que mais critica. Engraçado isso – assim como , também não estava muito contente. – Tchau. Não sei quanto a vocês, mas tenho uma vida para viver e trabalhos para fazer.
A saída dela nem foi tão triunfal quanto de . Foi de uma vez.
- Homem é tudo igual. Incrível – comentou com , que concordou de olhos fechados. – Nós não podemos fazer porra nenhuma. Não podemos nos divertir sem levar pito...
- Divertir-se? Então posar pelada para o planeta todo é divertido?
- O quê? Vocês viram a mesma revista em que nós tiramos as fotos? Que eu saiba, tem roupas ali! – gesticulava. Eu via que até se movia e olhava para a amiga um pouco assustada. – E, se entendi bem, você me chamou de puta, Jones. Sabe, vou embora antes que eu fique mais estressada do que estou. Diferente de vocês, temos menos de cinco horas para dormir, porque, olhe que legal – ela fingiu ficar alegre. Era a primeira vez que via estressada. – Ficamos acordadas só para conseguirmos falar com vocês, mas foi uma perda de tempo do caralho.
Ainda melhor que as duas últimas, desapareceu. Eu estava até querendo rir já!
- Vamos. Estou esperando, Tom.
- Quer ouvir o quê? Eles já disseram o que devia – ela levantou as sobrancelhas, soltando uma risadinha sarcástica. – Só acho que vocês deviam ter perguntado para nós. Sabe como ficamos? Importamo-nos com vocês para que não saiam se expondo assim.
- Espere aí. Acho que não ouvi direito... Permissão? Ah, ‘ta. Pode deixar... Ah, Tom, posso sair do meu quarto? Ligar para o meu irmão agora? Permissão... Essa foi engraçada. Não. E o pior? Nós nos expondo... Deuses! É apenas um trabalho, uma propaganda de um perfume. Pararam para ler sobre ele? São apenas fotos. Vocês estão nos colocando numa situação que não existe!
- Não é isso. Queremos dizer que...
- Que vocês são um bando de machistas insensíveis. Sim, eu entendi – ela cortou Harry. – Quando criarem vergonha na cara e virem o que acabaram de fazer, procurem-nos de novo ou não.
Isso já era drama demais.
- ...
- Tchau, garotos. Ops... Tom, posso dormir? Sabe, tenho um show para fazer em menos de cinco horas, estou sem dormir direito faz dias, estou com uma dor de cabeça dos infernos e sem uma pessoa que amo para caralho que no momento está agindo feito idiota. Então, posso dormir? – terminou a frase, bocejando.
Caralho...
- , não desligue, vai... – pedi completamente diferente do jeito que estava antes, do jeito com que ela se apaixonou por mim.
- Nossa, eu me lembrei que esse computador é meu, assim como minha vida! Tchau.
Sem mais nem menos, ela desligou.
- Fingir que estão bem não funciona comigo, garotas – todo estresse de Alice tinha saído totalmente.
- Faz alguns dias que não falamos com os meninos – abri o jogo. Chega de guardar as coisas para mim. – Tudo por causa do photoshoot.
- Mas ele é tão inocente! – nós olhamos profundamente pra ela. – Quer dizer, menos a propaganda, mas ainda assim. Vocês não podiam dizer não para uma proposta enorme como essa!
- Nós sabemos. Agora vá explicar isso para quatro machistas teimosos – bufou.
Tinha quase duas semanas que não falávamos com nossos namorados. Nós não ligávamos, eles não ligavam... E assim ficava.
- Por que vocês não ligam para eles e mostram o contrato e o quanto estão ganhando com isso? – apenas a olhamos com cara de bosta. Qual é...? – Ah, orgulho. Meninas, isso dá rugas.
- Vamos morrer um dia ou outro – deu de ombros.
Alice saiu do quarto de comentando algo sobre como estávamos chatas ou algo assim. Não ligamos mesmo assim. Por falta do que fazer, do que falar e pensar – porque definitivamente não queria pensar em um fim para mim e Tom –, peguei a revista que causou todos esses problemas e a folheei até onde nós aparecíamos.
"Não me vejo como uma “it girl”. Muito pelo contrário. As pessoas deveriam ter medo de usar as roupas do jeito que uso". Eu até que ri disso. Tinha meu próprio estilo, mas ainda assim não era normal para algumas pessoas. Vistam o que eu falo, porém não vistam o que eu visto.
"Saber se vestir não é regra. Afinal, quem foi que falou que se vestir tem que ter alguns detalhes aqui, outros ali e sem extravagâncias? Nada disso. Vista-se do jeito que quer, contanto que esteja confortável". Adorava para dar dicas de moda... Ela se revoltava com essas regras de etiqueta bizarras da sociedade.
"...Várias turnês! Ninguém vai sair perdendo agora. Não temos tempo nem para nós mesmas!". Às vezes, entrava em um assunto completamente diferente no meio de uma entrevista. Adorava quando fazia isso. "Nossos shows serão mais animados, com temas diferentes a cada cidade em que passarmos...". Ideia minha. Temas são ótimos!
No meio de uma imagem que eu fazia cara de nojo para todas as meninas, como se eu fosse a maioral lá, estava mais ocupada em fumar de braços cruzados, passava protetor solar e mastigava trigo como se a vida fosse fácil, estavam nossas entrevistas e, nas páginas seguintes, nossas fotos individuais até o próximo photoshoot e entrevista.
Esse foi divertido. Tinha uma piscina de bolinha no meio do set junto com alguns instrumentos. Vestimo-nos inteiras de branco, todas iguais, com um vestido que mostravam os ombros e formavam um pequeno balonê com aqueles elásticos na barra. Não tinha nada além de outra cor que não fosse branco – até nossas unhas estavam brancas – e fingimos que tocávamos dentro da piscina! Isso é o que eu chamo de paixão pela música... Quem em sã consciência prefere tocar a brincar em uma piscina de bolinhas?
"Depende... Apaixonar-se dói quando você não pode ficar perto do seu amor, mas é muito bom quando se está ao lado dele. Não é uma coisa que dê para descrever..."
Acho que todas concordam com . Eu quero tanto voltar para o Tom. Tanto, mas taaanto!
" e já completaram um ano. Daqui algumas semanas, é minha vez e tem umas semanas a mais...". Não que falamos da vida pessoal. Podíamos falar dela, mas isso não é novidade para ninguém.
"Não tem segredo. É só você ser você mesma. Mudar por um garoto é totalmente fora de cogitação!". Eu me adorava em entrevistas que tinha que dar dicas. Abria-me totalmente.
Mais uma vez, nas páginas seguintes tinham fotos individuais até a propaganda do perfume. Seu slogan tinha tudo a ver com nossos trajes. Outra coisa que não podemos lutar contra. "Feel sexy anywhere and anytime".
Realmente, o perfume era sedutor. Deixou-nos realmente sexy e tinha um cheiro incrível. Nunca vi nada igual da Carolina Herrera. Só não colou a desculpa que nós deveríamos fazer a propaganda dele. Se fosse qualquer outra modelo, eu estaria pagando a maior conta de telefone com meu homem.
Enfim, para mostrar o “qualquer hora”, dividimo-nos em duplas e tiramos fotos como se estivéssemos em qualquer século passado e nesse também. Ou seja, eu e nos vestimos na moda antiga e e foram as atuais.
usava um vestido corpete vermelho cheio de bordados, de saia de tules vermelhos e pretos que saíam na virilha, uma meia arrastão e uma sandália salto quinze toda enfeitada. Ela estava sentada em um banco na rua, passando o perfume como se não ligasse para o fato de que tinha um homem tocando e beijando uma de suas pernas. Era um modelo extremamente lindo de suspensórios.
Eu estava perto dela, ao lado de uma bicicleta antiga, vestindo todo um conjunto de lingerie preto, mas as únicas partes que apareciam era: do sutiã, as meias, grande parte da cinta-liga e meus sapatos enormes – que estava matando meus dedos –, graças ao estranho sobretudo preto que usava por cima. Era curtíssimo. O decote ficava totalmente à mostra e tinha mangas bufantes. Olhava para o lado, como se não ligasse para o homem gostoso só de calças apertando minha cintura e cheirando meu pescoço. Estávamos na frente de um bordel, para constar.
Já do outro lado da página, e estavam em um bar stripper. A primeira usava o que era pra ser uma lingerie vermelha. Para ser mais exata, era uma fantasia extremamente safada de capetinha, com direito ao rabo e chicote. A peça tinha um amarrado de espartilho que acabava no mega decote turbinado graças ao sutiã e um tipo de jardineira de saia colada no corpo, sem contar os chifrinhos na cabeça. Ela usava uma bota que vinha até seu joelho e a deixava em exposição, colocando apenas uma perna em cima de uma mesa, passando o perfume.
estava de calcinha e sutiã brancos e uma camisola quase que transparente por cima, como fantasia de anjinho. Saíam duas asinhas das costas que eram ligadas em duas fitas da camisola com algumas pluminhas. Sem contar a auréola na cabeça. Era um pouco colado ao corpo e o que ela fazia era com aquelas barras de stripper, girando sem mostrar absolutamente nada até conseguir pegar o mesmo perfume que tentava. Como se as duas estivessem brigando por ele ou como se aquilo fosse uma briga entre o céu e o inferno... Er, ou não.
Bufei, fechando a revista, e a joguei longe. Tudo bem que as fotos ficaram um pouco safadas, mas não foi porque quisemos! E elas ficaram legais, além de ter me divertido para tirá-las! Como se eu quisesse mostrar meus peitos para o mundo todo...
- Odeio esse silêncio – comentei.
- Hum – as três responderam em uníssono, antes de a Alice abrir a porta de supetão.
- Ok. Totalmente de última hora, mas irrecusável: Mrs. Herrera amou as fotos e querem fazer outro photoshoot.
- Outro? Nem a pau! Quem sabe o que vamos usar e que problemas vão dar? – surtou.
- Vocês obedecem. Já conversei sobre isso com ela. Será muito comportado e vocês vão amar.
Bom, se iríamos amar, a história era outra. Ainda assim, a intenção até que valeu, na opinião dela.
Então, eu bem que queria dizer que todos já estavam bem, mas não. Ninguém estava bem.
Alice tinha subordinado as meninas para um photoshoot que não existia na Austrália, que era o lugar em que elas estavam um tempo depois da revista ser lançada com a propaganda. Cada vez mais as revistas traziam essa propaganda. Cada vez mais sites, revistas de fofocas, programas de TV falavam a respeito das fotos calorosas, às vezes bem e às vezes mal.
Como as turnês coincidiram naquela semana – a última da lá –, McFly e moravam no mesmo condomínio e não se encontravam, porque não conseguiam e nem queriam. Está certo que os meninos começavam a ver que erraram com aquela atitude, mas elas também não estavam facilitando mais.
De qualquer forma, o photoshoot novo tinha sido bolado como uma tentativa para voltarem a se falar, porém acabou virando um espaço com nada para ser dito, então ela foi remarcada por uma Alice e um Fletch totalmente putos.
Eles até tentavam reaproximar, mas cada uma tinha seus motivos. , por exemplo, que já era orgulhosa ao extremo, ficou possessa com Harry a chamando pelo sobrenome de uma forma rude e séria. Já era quem mais estava magoada e irada ao mesmo tempo. Danny praticamente a xingou. Por mais que ele estivesse de cabeça quente, isso não se faz com uma pessoa que ama. não suportava frescuras. Dougie fez uma gostosa e ainda quis dar uma de papai para cima dela. Faça qualquer coisa com ela, mas não chegue achando que tem alguma autoridade em cima dela. E, por fim, não gostava de desaforos e machismo, principalmente se era sobre coisas de seu trabalho. Ninguém tinha o direito de dar ordens a ela – a não ser a sua mãe e Alice.
- Eu queria passar um dia nos assistindo, gravar um dia normal entre nós e ver depois. Vou rir em dobro!
- Só pelas coisas que fala, , você ia rir pelo resto da vida, se gravasse – Harry se aproximou.
As meninas estavam relaxando no dia de folga na praia. Só não esperavam receber visitas. Visitas indesejadas e desejadas ao mesmo tempo.
- Lembra o vídeo das Barbies? – perguntou, ignorando Harry e os outros
- Claro. Só gravava você mesma! O legal era o tanto que pesamos ...
- Vocês me pesam até hoje – a mesma concluiu – Primeiro a Barbie de cabelo azul querendo me matar com a faquinha e depois vocês me zoando pelos cachorros...
- De onde saiu esse vídeo? – Danny perguntou, querendo enturmar.
- O da ferpa foi ótimo também, mas o melhor é o do gritinho. Ele tem cinco segundos de um "aah” – gargalhou.
- Eu não sei desses. Vocês não gostam de mim. Sempre me sinto no meio de piadinhas internas com vocês duas...
- Ninguém mandou fumar e deixar o maço na sua bolsa de graça para o seu pai ver aos dezesseos – deu de ombros.
- Seu pai achou mesmo? – com o mesmo intuito de Danny, Dougie fracassou.
- Meu castigo foi prisão perpétua! Eu ainda tinha que ficar aturando no MSN falando de sua unha fodida.
- Ei! Doía demais! – a outra se defendeu – Falando nisso, preciso dar uma andada no mar antes que meu dedo inflame e eu não ande de novo. Shows parados são péssimos.
- Concordo. Ver você fazendo dancinhas com a cabeça é tão engraçado que é impossível não rir – gargalhou, mas entendeu a deixa: a unha da outra não dava mais problemas. Era só uma desculpa para saírem de lá.
- Só não olhar para mim na próxima vez. Quem vai comigo?
- Eu vou.
- Estava me referindo às minhas amigas.
- E eu sou seu namorado – era a vez de Tom.
Não só como ele, mas todos os outros estavam começando a encher a paciência com isso. Contudo, depois de um tempo (muito tempo), eles perceberam que passaram um pouco dos limites mesmo.
Se quisessem agir com dois anos, as respostas estavam na ponta da língua. Porém, não iam agir assim. Não tão cedo.
- Eu sei, mas quero minhas amigas agora.
- Respeito isso, mas nos falamos mais tarde?
- Quem sabe?
Assim, as quatro saíram de lá, deixando quatro homens gostosos e sem camisa sozinhos numa praia da Austrália.
- Elas estão realmente levando isso a sério – Dougie lamentou.
- Não é para menos – Fletch as defendeu – Nunca vi vocês tão putos por causa de uma foto de propaganda... Se fosse algo mais sério, como se elas estivessem saindo de uma festa com outras pessoas, tudo bem. Ou se alguma foto pelada de alguma delas vazasse pela internet, como anda acontecendo com todo mundo hoje em dia... Quer dizer, lembram-se do photoshoot que fizeram quando estavam no banheiro? A única coisa que elas falaram foram elogios... Mas não. Vocês foram mulherzinhas o suficiente para...
- Fletch, sem sermão agora. A gente já está com a situação fodida demais para você nos dar pito – Tom pediu esgotado.
- ...Fazerem o maior showzinho e brigarem com elas. Agora reclamam que as meninas não estão nem aí para vocês.
- Se olhar matasse, pelo o de eu estaria esquartejado agora – Harry comentou, sem saber a reação dele. Indignação, medo ou arrependimento.
- só olhou para mim e depois virou o rosto, antes de rolar os olhos.
- nem olhou na minha cara! Agradeçam que elas os olharam.
- foi bem seca e extremamente sarcástica.
- É, meus caros. Que sirva de lição: ou vocês ficam solteiros e aproveitam as variedades, ou pensem antes de ficarem putos em uma situação boba.
- Fletch, você não está ajudando...
- Ora, Judd. No que tinha que ajudar, já ajudei. O problema é de vocês, que não têm cérebros.
- Era para você ser o nosso amigo ou o escroto que não nos ajuda? – Danny perguntou de saco cheio.
- Nenhum dos dois. Sou o agente de vocês – Fletch sacudiu os ombros, escondendo o riso para ele mesmo. – Então, já que vocês estão em crise de namoradas, por que não compõem? Sempre sai algo bom nessas horas.
No meio de toda essa crise mundial, Fletch pensava em trabalho...
Os garotos nem precisaram ignorá-lo. Foi como se não tivessem escutado; entrado em um ouvido e saído no outro.
- Querem saber? Vou até lá fazer me escutar, nem que tenha que mudar meu nome depois ou arrancar minha cabeça fora.
- Lembre-se de levar o machado para adiantar o processo! – Fletch gritou de longe, mas depois apareceu junto a eles novamente. – Não posso perder essa.
Assim como Danny, os outros estavam dispostos a fazer o mesmo, nem que custasse a vida deles.
Os cinco saíram para o ensolarado dia, andando até a enorme casa da . Tocaram a campainha trezentas mil vezes. Já tinham pensando que: a) elas não queriam mesmo falar com eles ainda; b) estavam se fazendo de difícil; ou c) não tinha ninguém em casa.
Depois de quase dez minutos lá na frente, tocando e amassando a porcaria da porta, chegou a hora de desistir.
- Que é que vocês, desgraçados, querem? – não era nenhuma delas, e sim Alice de cabelos molhados e toalha enrolada no corpo.
- Fale para ela, Harry – Dougie pediu. Alice já era bonita, bonita demais, e agora aparecia... Assim.
Todos eles ficavam a olhando pervertido. Inclusive Fletch, que achou que ia rir da situação toda e acabou babando pela outra.
- Podem parar de me olhar assim? É o mínimo que vocês podem fazer, já que têm namoradas que são praticamente minhas filhas, e por terem atrapalhado o meu banho – ela não estava desconfortável, ou talvez nem tanto, com a situação. Estava era zangada mesmo – Falem logo o que querem.
- Queremos... Falar... Falar com as... As meninas.
- Se não deu para perceber, elas não estão em casa. Não são infantis a ponto de não atenderem a porta. Estão no soundcheck. Se me derem licença, vou voltar para a minha ducha...
- Alice, espere! – Danny conseguiu dizer – Precisamos mesmo falar com elas... Você não tem ideia de como é...?
- Putz, se trabalhar como cúpida, é capaz que eu ganhe mais – ela bufou – O show é no Sidney Opera House. Só aparecerem lá.
Ela nem esperou os agradecimentos. Bateu a porta e saiu rebolando até a escada até eles não poderem vê-la mais.
Fletch os deixou na entrada principal do local e eles foram por conta própria até onde elas estavam – descobriram que era no palco. E deixaram claro aos ajudantes que as garotas não podiam saber da chegada de cada um. Vai que elas decidiam expulsá-los?
- And I walk out in silence. That's when I started to realise what you bring to my life. Damn this guy can make me cry... – conforme ouviam a voz de ficar mais alta, iam andando.
- E como chora, hein, ?
- , querida, CHEGA de atrapalhar o nosso soundcheck! – começou doce, mas acabou rude.
- Qual é? Como se a gente não estivesse gastando tempo aqui.
- Vamos gastar com coisas que preste então. Música é uma boa forma... Faz-me esquecer – falou, batendo o bumbo com força. – E fazemos o soundcheck normalmente.
- Complicada nossa situação, não é?
- Sim. Não sei como me sentir às vezes...
- Cara, a gente realmente vacilou com elas ou é muito drama que estão fazendo? – Dougie perguntou, ouvindo toda conversa delas. O microfone não estava alto suficiente para que os fãs da porta escutassem, mas estava alto pra os garotos ouvirem.
- Já não sei de mais nada.
Observaram largar sua guitarra e pegar um violão, anunciando a música para as outras três.
- Alguém já tinha ouvido essa? – Tom perguntou e os outros negaram – A última, escreveu para mim, mas nunca ouvi essa.
- ...You're the only one I'd be until the end. When I come undone, you'd bring me back again... Back under the stars, back into your arms...
Novamente pararam de tocar. Só que quem começou dessa vez foi .
- Estamos pensando muito neles. Digo, olhe essa letra. É linda, . Se Dougie soubesse que era para ele... Enfim, isso nos faz mal. Olhe para nós, quatro patéticas querendo um pouco mais de respeito e confiança. É pedir muito? – bateu com força no bumbo e nos pratos.
- Em pensar que escrevemos tantas músicas para eles sem saber disso, eu diria que estamos desesperadas – concluiu – Vamos para a próxima? – perguntou de saco cheio.
- Pelo menos alguém segue os conselhos do Fletch – Dougie riu sem vontade – Vou dar um tiro em minha cabeça.
Os outros soltaram pequenas risadas abafadas, só para mostrar que não estavam totalmente absortos às quatro em cima daquele palco cantando músicas de amor para eles.
A próxima começou, acabou e seguiu para outra, sendo interrompida.
- I'm trying to remember why I was afraid to be myself and let the cover fall away... I guess I never had someone like you! To help me fit in my skin...
- Está legal. Mais um McFly entrando em nosso soundcheck... – riu sem humor, tacando as mãos para cima, olhando para .
- Só está faltando dizer que tem uma também – e Harry disseram ao mesmo tempo.
- Ela tem – e responderam por , antes de começarem a tocar.
- Até a ! – os quatro abriram a boca, tamanha surpresa, e teriam falado qualquer coisa, se Harry não os mandasse fechar a boca.
- ...How come you act like this like you just don't care at all...? Do you expect me to believe I was the only to fall? I can feel, I can feel you near me, even though you're far away...
- Ow, ow, ow. A escreveu isso? – estava surpresa.
- Sim. Não duvide de minha capacidade, boboca – tacou uma baqueta em sua cabeça.
- Você está doida?
- Talvez.
- Meninas, dez minutos para começarmos com os VIPs – um dos homens da produção interrompeu, indo embora assim que a mensagem foi dada.
- Harry, o que achou disso? – Danny perguntou, mas não recebeu nada como resposta. O rapaz olhava atentamente para a baterista lá no palco, totalmente absorto nos pensamentos.
- A última? – perguntou.
- Try to tell me what I shouldn't do. You should know by now I won't listen to you. Walk around with my hands up in the air, because I don't care...
- Aposto que foi quem escreveu o começo – Tom falou depois de ouvir a música inteira, observando-as saírem do palco e se apertando para que elas não os vissem.
Esperaram bons minutos antes de perguntarem a alguém sobre o camarim delas e finalmente se resolverem. Elas querendo ou não, iam ouvi-los.
- Não acham que estão sendo duras com eles e com vocês mesmas?
- Até uns dias atrás, chegava a espumar de raiva. Já hoje... Sinto falta não só do meu namorado, quanto do resto dos meninos – escutaram falar.
- Certas! Vocês estão certas de agirem assim. Homem é um bicho complicado que, se der uma brechinha, acham que estão no comando. Nem podemos nos divertir mais. Meu marido não saía comigo fazia dois anos. Aí botei meus direitos e ele passou a andar na linha.
Espere aí... Bicho?
- Sério? O que você fez?
- Sabe, , uma coisa de que homem sente falta o tempo todo é sexo. Recusei todas as tentativas de aproximação íntima dele e ele passou a sair comigo – a cabeleireira dela riu – Pronto, querida. O seu cabelo está pronto.
- Você fez greve de sexo? – perguntou curiosa.
Danny e os outros prenderam a respiração. Eram dois meses sem absolutamente nada, mas uma possível greve de sexo?
- Não sei mais o que faço... – bufou.
- Vocês estão tristes. É normal.
- Magoada, machucada e insegura – concluiu – Não quero ter problemas de confiança com Dougie como tive com Julian.
- É. Não é porque fizemos fotos com modelos bonitos que vamos fugir, fazer sexo selvagem com eles e os meninos que se fodam!
- , pare de pensar em sexo! – gargalhou – Está pior que a .
- Se o problema fosse sexo, já estaríamos de bem... – a última disse.
- Até porque, se com modelos o sexo seria selvagem, com Dougie é cavalar e brutal também!
- !
- Que foi?
Os quatro se seguraram para não rir alto e se entregarem agora. Sexo não era o problema, definitivamente. Eles só precisavam ajeitar a parte da insegurança.
- Bom, garotas, acho que nos vemos nos EUA. Bom show e boa viagem.
Na velocidade da luz, os meninos saíram de trás da porta bem a tempo da cabeleireira, da stylish e do massagista saírem também.
Quando se viram sozinhos, entreolharam-se com dúvida carregada nos olhos.
- E aí? Nós entramos?
- , você está quieta. O que foi?
era tão... que não tinha um momento em que ficava quieta. Sempre estava falando qualquer coisa idiota ou não e, às vezes, era um pouco inquieta também, mas deixava mais essa parte para .
- Estou passando mal – a baterista fez careta.
- Vá ao banheiro então – falou. Tinha certeza de que a outra precisava fazer o número dois.
- Que preguiça...
As outras três se entreolharam com um olhar divertido e ao mesmo tempo estranhando .
- Vou duas horar – declarou ao se levantar. “Duas horas” era uma expressão para fumar, portanto “duas horar” era sua ação.
- Eu vou... Andar por aí – adorava andar por aí pela produção. Principalmente se tinha alguém bonito e ela estivesse solteira. Mas, já que não essa última opção não rolava, só gostava de andar.
- E eu vou fazer qualquer coisa que me deixe fora desse quartinho que vai feder com a no banheiro.
- Vá à merda, ! – gritou, já dentro do banheiro. – Você vai acabar comendo tanto quando achar a mesa que vai passar mal no meio do show. E sabe o que eu vou fazer? Rir.
- Eu também – concordou, enquanto ria – Já estou fazendo isso antes da hora!
- Eu não, .
- Mentira, . Você vai se matar de rir e ainda vai falar para todas as pessoas no microfone – ainda pesava a baixista. só concordou.
- , pode parar de falar da ... Ela já saiu – avisou, preparando-se para sair também – Por mais que seja bom pesá-la a qualquer hora, é melhor quando ela está ouvindo. Vou indo. Boa sorte no número dois, , e aproveite o tempo que você estraga o seu pulmão, .
- Aproveite o tempo que você estraga o seu... – saiu junto com outra, fazendo uma voz irritante, enquanto repetia o que a última disse.
estava finalmente sozinha no banheiro, aliviando suas necessidades. Quer dizer, agora estava extremamente aliviada por se sentir livre e animada novamente. Vontade assim na hora do show não seria legal e principalmente fácil de resolvê-la. Ela estava lavando as mãos, quando escutou um pequeno barulho no quarto em que elas estavam. Estranhou a rapidez de qualquer uma delas e até chegou a pensar que fosse qualquer outra pessoa da produção, mas eles não entravam sem a permissão delas, ou até Alice, que ainda não tinha chegado. Pensou que, se fosse uma das meninas, não seria. Ela sempre se fazia de difícil e demorava anos para falar com qualquer uma delas, por mais que não tivesse problema com isso. não tinha nem chegado em algum lugar aberto para poder fumar e essa demoraria pelo menos dez minutos para fumar tudo que queria. Sua única opção seria , porém ela realmente gostava de andar pela produção, o que ficava chato depois do terceiro show da carreira na opinião de .
Abriu a porta, curiosa, e olhou o quarto. Não tinha ninguém.
Ceeerto. Sem “Supernatural” para ela aquela noite.
Fechou a porta, levando um susto em seguida. Tinha alguém atrás dali. Não só um simples “alguém”. Esse alguém era Harry.
- Oi. Desculpe pelo susto.
Ela não disse nada. Andou até a porta principal e a abriu.
- Saia.
- Vou sair logo após que você me ouvir – ambos estavam calmos, ou era o que queriam aparentar. – Precisava lhe dizer que, acima de qualquer coisa, , você é a mulher da minha vida. Estarei sempre procurando o melhor para você. É por isso que não admitia as fotos, mas, se acha que era o certo para fazer, eu a apoio. Estava de cabeça quente na hora, fui grosso com você e só depois vi que agi feito idiota.
não possuía nenhum tipo de expressão. Nada estava claro em seu rosto.
Por fim, ela soltou um suspiro derrotado.
- Acabou? Pode ir.
Harry a olhou surpreso – extremamente surpreso . Ele nunca tinha se declarado desse modo a ninguém e ainda assim estava com o coração duro feito pedra.
- Como?
- O quê? Não entendeu? É para sair. Já ouvi você – ele continuou parado – Não vai sair? Ok. Escute bem o que tenho a dizer: estou puta com você. Harry, caramba, eu não tinha nada que lhe dar explicações. Foi meu trabalho. Eu gostei e não teria sido você que ia me impedir de ganhar meu pão por um motivo totalmente idiota. Você agiu feito um filho da mãe prepotente e machista.
- Sei disso. É por isso que vim aqui. Sei que errei. Queria que você aceitasse as minhas desculpas, porque esse negócio que nós estamos passando é um saco! Preciso ouvir sua voz, de você perto de mim... Você está me fazendo uma falta que não é explicável!
- Continuo puta. Você me conhece, Harry. Não é como se só você sofresse com isso. Sabe que também me faz falta, mas os seus motivos são tão infantis que não dá para jogar tudo para o alto como se nada tivesse me magoado.
- Então... - Judd não terminou a frase.
Durante todo o assunto, os dois andaram pelo camarim expondo seus pensamentos e sentimentos. Mas, quando acabou de falar e ele não tinha o que dizer, Harry abaixou a cabeça em sinal de derrota e foi andando em direção à porta.
Ela o acompanhou com os olhos, sentindo mil coisas ao mesmo tempo.
- Harry! – a garota conseguiu dizer antes que o rapaz estivesse totalmente fora do quarto. Ele se virou com uma expressão triste no rosto, e não era fingida. – Eu... Eu amo você.
- Eu também. Sempre – sorriu fraco.
Então começou a chorar em um surto bipolar que sempre acontecia, quando não conseguia saber o que era certo.
- Desculpe-me, por favor. Eu não aguento mais o tanto que sinto a sua falta – ela correu até ele e se abraçaram.
- Sou eu que tenho que pedir desculpas. Fui idiota, prepotente e machista.
Era bom demais para ser verdade. estava achando que era um sonho em que Harry aparecia e a beijava, porém viu que aquilo realmente estava acontecendo porque, quando o beijou, sentiu-se feliz de novo.
O cheiro que emanava dele, aquela loção pós-barba que a deixava tonta, as costas definidas e os braços fortes de Harry em volta dela, eram como a fonte da felicidade. E, naquele momento, ambos sabiam que era algo verdadeiro e os dois estavam praticamente predestinados. quase sorriu com os dentes entre o beijo. Ela agradeceu a si mesma que nunca desistiu dos sonhos dela e com certeza Harry estava entre eles.
tinha finalmente achado a mesa de comidas. Já que eram elas que praticamente bolavam as coisas por ali, a comida entrava nisso também. É, o pessoal da produção comia muito bem, mas trabalhava demais. Uma coisa compensava a outra.
Já tinha alguns minutos que ela passou apenas pensando o que comeria. Havia um monte de hambúrgueres com cheddar em uma pilha e, na outra, várias tortinhas de chocolate. E, no meio disso, saladas. Ela olhou para os três que mais chamam atenção pela cor e ficou decidindo sobre eles. Tanto o chocolate quanto os hambúrgueres eram extremamente calóricos, então a salada ganhava nessa parte, mas não no quesito “estou-com-tanta-fome”, que acabou se decidindo por vários hambúrgueres e chocolate depois. Que depois ela se matasse na academia.
- Está bom, né? – ouviu alguém perguntar.
Toda aquela felicidade e todo prazer de comer se foram da mesma forma que apareceu, de repente.
- Perdi a fome – largou o hambúrguer pela metade e saiu andando.
- , qual é?! – Danny reclamou, indo atrás dela – Escute-me pelo menos!
- Escutar o quê? Você me chamando de vadia de novo?
- Eu estava estressado. Não devia ter ligado para isso...
- E eu estava trabalhando. Não devia ter ligado para as fotos – percebeu a mudança no jeito de Danny – Viu como é a mesma coisa?
- Não é quando sei que agi errado. Coloquei-me no seu lugar e vi que realmente era algo que você não podia recusar nem mudar nada. Estou até orgulhoso porque você está linda...
- Danny, não tente elogiar, porque não vai funcionar. Caramba, você entende a gravidade da situação? O que você me chamou não é algo que entra num ouvido e sai pelo outro! Putas são as meninas com quem você costumava sair! Elas se vestiam feito vadias diariamente. Já eu, foi um dia apenas e a trabalho. Consegue entender a diferença? – fez uma balança com as mãos, ao mesmo tempo em que fazia uma cara cínica.
Ela era a que estava mais machucada entre as quatro. Se tinha uma coisa que Danny não podia falar, essa era a primeira da lista e ele disse.
Só naquele instante que o garoto viu como ela se sentia. Por todo aquele momento, achava que a menina estava fazendo doce e não era porque ele podia ser um pouco insensível, mas sim lerdo demais para entender a mente feminina.
viu o silêncio dele como uma deixa para ir embora. Deixaria o rapaz sozinho pensando por um tempo. Danny era dela, sem dúvidas disso. Ela ainda o amava intensamente. Somente precisava de uns segundos para respirar, por mais que estivesse se corroendo de saudades.
A menina soltou um suspiro pesado e começou a andar, mas sentiu um puxão em seu braço, indo parar colada ao nariz de Danny.
Perto assim... É golpe baixo.
- Olhe bem para os meus olhos. Eu a amo como nunca amei alguém e não vai ser hoje, nem amanhã e nem nunca, que vou perdê-la por isso. Sei que está chateada e que quer um tempo. Eu respeito isso, mas saiba que eu não desisto fácil assim.
- Seria bom que você não desistisse mesmo – ela sorriu docemente, dando um beijo demorado na bochecha do homem.
Um choque passou pelo corpo de ambos. Eles se necessitavam e sabiam disso com força. Toda aquela aproximação e beijinho na bochecha podiam ser ditos como "o fim da separação" deles. Se os dois continuassem tão próximos assim, todo o papo de pensar e depois agir iria por água abaixo.
Ela foi andando a passos lentos e Danny permaneceu parado, olhando-a conforme se afastava. Mil coisas se passavam na cabeça dela, quando de repente parou de andar. tinha vinte e quatro anos bem vividos e aproveitados, mas era apenas uma vida e apenas um amor que ela já sabia quem era. Então para que perder tempo? Ninguém sabe do amanhã. Temos que aproveitar todos os segundos.
Murmurou um "Que se dane" para si mesma e refez seus passos, correndo, dando tempo para Danny apenas pegá-la no ar, sem entender muita coisa.
- Se você estragar o que a gente tem com gestos, ações ou palavras, saiba que serão dois meses para pensar em uma possível volta. E eu falo sério, tanto para você quanto para mim.
- Fechado.
Os dois sorriram antes de finalmente se beijarem, mostrando a volta deles.
Se andasse pelos corredores da produção, no fim deles, onde nem mesmo os ajudantes iam, era capaz de se encontrar por lá. A garota gostava de andar para pensar, divertir-se e falar sozinha de vez em quando.
Sempre sentia quando tinha alguém com ela, então não se importou com a presença de Tom atrás dela. se sentou no meio dos restos de entulhos que o tema daquele show deixou e esperou até ele fazer o mesmo.
- Oi – respondeu com um aceno pelas sobrancelhas – Não vai falar nada? – perguntou, quando viu que tinha ficado quieta.
- Não. Quem tem que falar aqui é você, porque, se estiver esperando que eu desate a falar, espere sentado.
É. era um pouco grossa quando queria.
- Tudo bem. Eu queria que você me escutasse mesmo. Não sabia onde estava com a cabeça quando concordei com os caras. E não tenho nenhum direito de lhe dar ordens...
- Não mesmo. A única pessoa que ainda tem esse direito são meus pais e olhe que eles nem dão mais palpite na minha vida. Você estava literalmente pelado em uma revista qualquer uns meses atrás e o que eu fiz? Elogiei, apoiei e nem sequer liguei para o que estaria à mostra ou não. Você estava fazendo parte do seu trabalho, assim como eu estava fazendo o meu. Aliás, pelo menos eu tinha mais roupas que você – para quem tinha dito que não ia falar nada e só escutar, está conversando demais.
- Eu sei, . É só que... Você realmente faz diferença na minha vida e pensar que qualquer idiota pode colocar essa foto no armário me fez perder a cabeça. E aquele modelo... Jesus, como foi difícil. Você não é minha, não é de ninguém... Só depois que fui ver o que tinha feito. Nunca tive nem terei o direito de lhe dar ordens. Desculpe-me.
- Sabe que podia muito bem soltar sua opinião. Tipo: "Ei, gostei", ou se não: "Que porcaria de modelo é aquele na minha namorada?", mas não bancar uma de papai dizendo que tenho que lhe perguntar se posso fazer algo antes – explicou um pouco elétrica. Gesticulava bastante – Posso até entender que o modelo possa ter sido um exagero, mas, assim como eu, ele estava trabalhando. E outra: não posso ser vista com qualquer pessoa do sexo masculino?
- Eu sei. Agi por impulso. Quando vi aquele cara sem camisa encostando em você, a única coisa em que eu conseguia pensar era que a perdera para sempre. Até minha irmã falou que o cara era o tipo de qualquer menina e você ali... Eu preciso tanto de você comigo... – , chorona, lutava com suas lágrimas, por mais que tivesse prometido a si que não demonstraria todo o poder que ele tem sobre ela. – Que já não me vejo sem você. E só a ideia de perdê-la é...
- Shh – a menina pediu silêncio, fazendo-o olhá-la confuso – Promete-me que nunca vai pensar uma coisa assim de novo. Eu o amo desde os catorze anos e nada nem ninguém conseguiu me provar o contrário. Pare de se rebaixar, porque não sou melhor que ninguém e, se você diz que posso largá-lo por qualquer um, você também pode. Você é a pessoa que eu amo. Nada muda isso.
- Também amo você, – uma lagrima solitária caiu em sua bochecha e Tom a limpou. – Desculpe-me.
Ela assentiu com a cabeça e sorriu doce.
- Não vamos começar com algo bobo desses de novo. ‘Ta? – o rapaz assentiu, abraçando-a pela cintura – Posso lhe pedir uma coisa?
- Claro.
Ela não pediu, exatamente. Aproximou-se dele, olhando diretamente sua boca, e Tom entendeu o recado. Trocaram um beijo calmo. O reencontro das línguas era uma dança linda e lenta, repleta de saudade.
- Lembre-me de nunca mais implicar com você.
- Pode deixar – a garota sorriu, voltando a beijá-lo. Aquela pele branca fazia contraste nos lábios rosados de Tom, o que deixava muito convidativo. Toda vez que o beijava, era como se fosse a primeira vez: aquele frio gostoso no estômago, uma felicidade incontrolável que a fazia querer empinar a perna no estilo daqueles filmes antigos, o gosto dele, a forma com que suas línguas brincavam e as carícias que trocavam conforme o beijo rolava. Ela o amava de uma forma inexplicável.
olhava atentamente a fumaça sair de sua boca e se misturar com o ar, pensativa. A menina nunca iria acertar em seus relacionamentos? Tudo bem que ninguém é perfeito, mas desde os dezesseis andava se apaixonando por pessoas "erradas". Primeiro aquele menino do primeiro ano que era perfeito no ponto dela, mas que não chegava a menina. Ou o outro que a usou e literalmente pisou em cima quando estava morta de amores. Depois, Jared Padalecki, que trocaram amassos enquanto ele estava em um “tempo” na relação com a noiva – é, noiva. Outros casinhos de um ou dois dias, casinhos de uma noite ou meia hora, Julian e tooooda aquela complicação e agora Dougie. Não que ele fosse um problema, mas estava cansada de namorados inseguros e sem confiança e, caramba, ela já não passou por brigas demais para uma pessoa só?
A fumaça continuava conforme os cigarros eram acesos. definitivamente era um caso perdido.
- E então?
Assustou-se com a pergunta repentina que a tirou dos pensamentos. Foi como se voltasse de uma viagem bem longa.
- Ah. É você. O senhor Quero-Respeito– falou cínica. – Nossa. Mil perdões. Fui mal educada com você.
- , faça isso fácil para nós dois... – Dougie insistiu com voz de derrota.
- Não vou fazer porra nenhuma... Sabe, não tive culpa que meu trabalho não era simplesmente uma cirurgia no pâncreas de alguém para você não reclamar do meu jaleco branco.
- Vá, . Não quero ficar mais brigado com você.
- Então quer dizer que queria antes?
- Você está agindo como criança. Tem que admitir, – a menina bufou nervosa e olhou para o lado oposto do dele – Quero resolver as coisas entre nós, mas parece que você não – ela não disse nada – Já esperei demais para termos essa conversa.
No fundo, no fundo, estava agradecendo que Dougie estava lá. Ficou quieta, esperando o rapaz começar a falar.
- Não sei bem o que dizer. Sei que errei, sei que a magoei e a única coisa que posso lhe dizer é pedir desculpas. Não tinha nenhuma intenção de agir como agi. Eu a amo tanto que brigar com você não está nem em lista. Prometo que não vou interferir nessas coisas e vou sempre apoiá-la...
- O que não entendi foi você ter ficado bravinho por eu ter vestido aquela roupa uma vez, sendo que Frankie usava aquilo quase que diariamente. Show das “The Saturdays” é feito de pedaços de pano. Usei a roupa uma vez na minha vida para uma propaganda. É algo que me fez pensar...
- Ela era daquele jeito. Tive que me acostumar com isso, mas você não é assim – ele viu que ia começar a falar, mas não deixou. – Fiquei com ciúmes por uns tempos. Quantas pessoas poderiam ver só o que eu vejo? Agora que tive tempo para me colocar em seu lugar, vi o idiota que me tornei. Não quero ser mais um problema para a sua vida...
Algo cheirava a que Dougie iria acabar com o namoro dos dois por uns segundos, porém não era aquilo o que ela queria. Tivera problemas com seus rolos, contudo o tanto que amava aquele cara na frente dela era o suficiente para perdoá-lo sobre qualquer ocasião.
- Não quero ser comparado aos seus antigos casos... Sou diferente e, se fosse pra provar, esperaria você pelo resto da minha vida, se fosse preciso.
O rapaz até tinha mais coisas para dizer, no entanto, já estava nos braços do baixista, abraçando-o com força. Dougie sorriu, aliviado por finalmente poder olhar para ela e tocá-la.
- Senti sua falta – a garota sussurrou ao pé do ouvido dele.
- Você não sabe o quanto – o garoto a puxou para poderem ficar frente a frente. Ambos tinham sorrisos enormes no rosto, antes de se aproximarem para um beijo urgente, lotado de desejo e amor. E era exatamente isso o que tanto quanto Dougie queriam demonstrar.
- Aqui está, em primeira mão! – apareceu com o mais novo DVD de sua banda: o “World Tour”.
Alguns meses se passaram. Elas voavam de Oceania a América, de América a Europa, fazendo shows por todos os lugares do planeta. O McFly não ficava fora disso também. Conforme o tempo passava, mais conhecidos eles ficavam. Em sumo, ninguém tinha tempo para porcaria nenhuma, mas não era por isso que não arranjavam algum meio de se encontrarem. Que fosse no meio de um compromisso, tentavam ficar mais juntos o possível.
- Quero ver os extras primeiro! Vocês falam tanto deles, sai tanta especulação sobre esses extras que confesso que fiquei curioso – Danny pegou o pacote de , lendo o encarte.
- Mas nós falamos porque realmente é bom! Pegamos a ideia da de filmarmos nossas conversas do nada e... É cada coisa – riu – É muito... Como é ser uma de nós.
A telona da casa de Tom começou a passar os avisos que todo DVD contém até o menu aparecer. Todos estavam aproveitando as maravilhosas férias na Inglaterra e agora usavam a sala de cinema de Thomas para aquele DVD, todos juntos.
O clima entre Danny e foi melhorando conforme o tempo passava e ele era fofo ao extremo com ela. Quase todos os dias, o cara bolava uma surpresa para a garota. Mesmo que não estivesse lá para ver a cara dela, era ótimo receber um telefonema com ela gritando coisas inaudíveis porque amou.
Harry e sempre encontravam alguma coisa para brigar. Ou era sobre ela duvidar da sexualidade do rapaz – mesmo depois de... Muita coisa –, ou a menina ser teimosa/orgulhosa/birrenta demais às vezes. Porém, tudo sempre voltava ao normal quando mudavam de assunto, simples assim. E, quando eram um pouco mais drásticos, Harry mandava uma caixa de chocolate para onde quer que ela estivesse que a menina se derretia toda.
Era preciso de acetona para descolar e Dougie. Ok, piadinha infame, mas era a única em que consegui pensar. Não havia motivos para instalar um clima ruim e ele de fato estava cumprindo sua promessa: não implicou com ela momento nenhum. Nem das festas em que a garota ia e saía um pouco alegrinha, dando fotos no Just Jared no dia seguinte. A menina também não implicava com ele. Era tudo certo, um amor.
e Tom, nem se fale. Os dois eram pegos em seus computadores fazendo caretas estranhas um para o outro, falando de coisas sobrenaturais, teorias infames, piadas sem graça, fatos do dia e coisas assim. Como nem tudo é perfeito, discutiam algumas vezes, mas sempre acabavam rindo, beijando-se quando podia ou secos um com o outro por um ou dois dias. Nada durava mais que isso e, conforme o tempo que passavam longe um do outro, só aumentava o amor e a saudade. E isso acontecia com todos eles.
- Ponha logo esses extras. Quero ver como uma age sem homens por perto – Harry disse gozado.
riu para ele, dando um selinho em seguida.
- Acho que vai ser a última vez que ele e qualquer pessoa vai dizer isso... – riu misteriosa.
- Ponha isso de uma vez! – Dougie e Tom exigiram, bem curiosos.
A curiosidade matou o gato.
Quatro deles, para falar a verdade.
Tudo começava com uma imagem preta e branca das quatro saindo do palco, todas suadas e nojentas indo direto para o ônibus.
- Deixa eu tomar banho primeiro? – perguntava, olhando com cara de pidona para as outras.
- Alguém me dá banho? – perguntou. Ela já estava jogada no grande sofá, com as mãos dentro de uma bacia de água quente com algumas ervas medicinais.
As gravações eram depois de um dos shows feitos no Japão. Ora mostrava coisas que elas faziam dentro do ônibus, ora partes do documentário, em que elas falavam.
- Os shows no Japão são legais... – falou normalmente, quase que sem expressão. Olhou para o lado esquerdo, para o direito e finalmente para a câmera, arqueando as sobrancelhas.
A imagem mudou para o hotel, para o corredor dele, para ser exato, onde do nada aparecia uma andando por ele em busca de Alice.
- O que foi? Eu não vou aparecer na câmera... – ela reclamou e o câmera fez menção de se virar – Não. É sério. Não me filme. O que foi, ?
- Você precisa ver a farpa que entrou no pé de . É altamente bizarra.
Eles entraram em um dos quartos, mostrando-o um pouco bagunçado. A cama estava desarrumada, a toalha estava em cima da cama e uma mala vomitava roupas. Claro, sem contar uma vermelha sentada de qualquer jeito na cama, mordendo uma almofada, uma segurando o pé dela e com um alicate furando o mesmo.
- O que é isso? – Alice e sua coisa de “não me filme” foi para o brejo ao ver as meninas daquele jeito – Esse preto é um carrapato, ?
- Não. Isso é uma farpa, Alice – compenetrada, respondeu – A maior farpa que já vi na vida inteira. Maior que a última que entrou aqui... , mano, você tem a maior sorte que já vi na vida.
- Valeu por lembrar, – a voz abafada de saía da almofada.
- Vamos levá-la para o hospital. Venha...
- Não! De jeito nenhum! Eles vão me matar lá! E são japoneses. Eu não vou entender nada que vão fazer com o meu pé!
- Eles só vão tirar a farpa do seu pé. Não precisa saber falar japonês para entender isso - sem nem olhar para ela, falou.
- Como você fez isso aí?
- Ela estava escorregando no sinteco. Olhe o que sobrou – apontou para o chão que tinha uma parte bem grande da madeira solta.
- Hospital. Agora.
- NÃO!
- Ei, . Não consegue tirar isso com o kit que você tem? – lembrou.
- Consigo...
Todos se olharam idiotamente. Tinham uma menina ali que quase ganhou diploma em Medicina e não faziam nada. A imagem foi cortada para um pedaço de madeira em cima de uma gaze, uma de pé enfaixado e chorando.
- Isso não doeu, não? – Dougie perguntou em uma careta e outra.
- Imagine. cuidou direitinho de mim – ela falou em um tom doce – Cuidou o caralho! Tinha uma agulha imensa. Sangrou muito e doeu mais que a mãe!
- Pelo menos eu tirei, sua mal agradecida. O que posso fazer, se você não quis ir ao hospital para tomar anestesia local? Seria menos doloroso.
- Mas eram japoneses! Eles iam falar, falar, e eu não entenderia nada! – já falou por cima das meninas para que nenhuma a interrompesse – E, mesmo assim, grande médica é você...
- Eu não sou médica. Tenho uma banda.
passou a ignorá-la, como sempre fazia quando não tinha respostas.
Várias imagens de apareceram. Várias mesmo... Correndo, rindo, caindo, rolando no chão, dormindo...
- é... Inquieta. Ela é como a Pulga Atômica que toma energéticos a cada minuto, mas não toma... – tentava explicar.
estava tentando dormir em um sofá, quando pulou em cima dela e fechou os olhos, como se fosse dormir. se remexeu até jogar a outra no chão, xingando muito, e se virou para dormir de novo.
- Aquele emoticon de um bichinho colorido que pula o tempo todo no MSN retrata perfeitamente – riu – Ou aquele amarelo que fica pulando... Enfim, qualquer coisa que pule está valendo.
A próxima cena era de com trezentos cachorros em volta, brincado com todos eles, deixando-os lamberem todo o seu rosto, pularem em cima dela, e depois dela correndo atrás de cada um.
- A gente não a entende às vezes... Mas a garota tem um coração bom. Nós não seríamos nada sem ela – parou por uns segundos – Isso você corta. ‘Ta? Vai queimar meu filme com ela e isso não seria legal...
Elas estavam em uma sala típica de reuniões, discutindo entre si.
- Podíamos colocar uns “tunts” aqui, uns “papapa” nessa hora, subir um tom aqui e acabar com um “shtá”.
As três tinham caretas estranhas, não entendendo nada que ela dizia.
- Ok... O que são “tunts”, “papapa” e “shtá”? – perguntou.
- E onde é “aqui”, “nessa hora” e onde vamos subir um tom? – olhava um papel atentamente, com dificuldade para entender.
- Subir um tom? Está doida? Só se você for cantar a parte do si menor! – terminou.
- Caramba, escutem-me! Deixamos o bumbo mais perceptível aqui – apontou – A caixa e a guitarra na distorção sem parar nesse lugar e, ok. Meio tom, então.
- Se você tivesse falado isso desde o começo, poderíamos ter adiantado tanto... – riu meio sofrida – Vamos tentar.
A voz de Alice aparecia na próxima cena. Ela estava falando com elas, mas era como se estivesse discutindo com a porta, a parede, o ventilador ou o sofá, porque as quatro tinham aparências em choque, olhando para frente como se vissem um fantasma.
- Ainda estão pensando naquilo? – ela perguntou, quando desistiu de ter a atenção delas.
Nenhuma respondeu com palavras. Apenas acenaram com a cabeça.
- , eu a entendi. Eles só falam assim! – Harry disse, compreensível quanto ao “tunts” e “papapa”.
- Foi de vocês que ela aprendeu a falar assim! Sabem como é difícil? A gente nunca entende – ia dizendo, mas foi interrompida por Danny.
- Qual é a da cara de vocês?
- Lembram-se do dia em que fizemos as pazes na Austrália? – eles assentiram – Alice estava em casa enrolada numa toalha...
- Ah, eu lembro bem... – Tom soltou sem querer, recebendo um olhar nada legal de – Hehe, oi, ... Eu ainda prefiro você... – não tinha adiantado. Ela ainda possuía um olhar medonho – Er... Continue, .
- Ta... – a menina riu – Fletch tinha ido com vocês, mas depois vocês nem o viram. Certo? Alice demorou muito para aparecer no Opera House... Fomos descobrir que eles tiveram um rolinho.
- Quê? Eles se paqueraram? Ew, namoro mais velho...
- Fletch se deu bem – Danny soltou, fazendo olhá-lo feio – ... Ande logo.
- Não se paqueraram... Não só isso... Os dois...
- Trocaram saliva? Não sei se quero ouvir isso ainda.
- Não, Dougie. Parem de me interromper. Foi além de beijos, abraços...
- Eles... COMO ASSIM?! AAAH! A IMAGEM NÃO QUER SAIR DA MINHA CABEÇA! – Dougie passava a mão na frente dos olhos, tentando espantar a figura.
- Onde? – Harry perguntou, torcendo para que não tivesse sido de baixo do mesmo teto em que ele dormia.
- Não sabemos... Não queremos perguntar. Isso foi o suficiente para ficarmos assim – apontou ao telão – Não quero saber como ficaríamos, se soubéssemos dos detalhes...
- Nossa, dê play nisso, por favor... A imagem está se formando – Harry suplicou.
- O perfume é para mostrar que é usado em qualquer momento e, para ficar uma coisa diferente, Carolina e os seus ajudantes decidiram que seria melhor algo que demonstre épocas diferentes – a mulher ia falando e as quatro só escutavam, bem atentas.
Elas foram levadas a um quarto cheio de roupas, mas não foram direto à propaganda. Mostraram o photoshoot inteiro, desde as meninas diferentes, a piscina de bolinhas e finalmente a propaganda.
- Está brincando que vou usar isso – disse após saber sua roupa – Vai ter algo para cobrir?
- Sim... Esse sobretudo – a stylish respondeu, pegando a outra peça – , como vai aí?
- Eu me sinto de volta aos anos 50 e olhe que não vivi naquela época – ela já saiu pronta do vestiário – Posso ficar com o sapato para mim?
- Imagine o que Danny vai falar sobre essa peça! Pelo menos sou um anjo. Melhor que a capetinha – se referia a .
- Qual é? Estou me sentindo em Supernatural! Naquele episódio em que o Dean tem sonhos com um anjinho e uma capetinha dançando poledance para ele. Lembra, ? – ela disse animada, enquanto colocava os chifres, ao que a amiga concordava.
A imagem passou direto para as fotos sendo tiradas. O olhar delas quando viram os modelos era engraçado. Afinal, modelos masculinos eram... Modelos masculinos.
- O melhor disso foi que eu realmente fiquei com o sapato – comemorou depois do silêncio constrangedor, fazendo todos rirem.
- Você realmente ficou gostosa com essa roupa. Não sei por que toda aquela briguinha que tivemos – Tom falou normalmente, deixando corada com as risadas dos outros. Nenhum deles deixou de fazer o mesmo comentário depois.
- E os modelos? – Dougie se referia ao olhar de cada. só rolou os olhos.
- Aquelas meninas eram as namoradas deles – mostrou-as na TV, quando tiravam fotos com elas – Por quê? Quer implicar de novo? Se pensa que não vejo quando você olha para as meninas bonitinhas por aí...
- , não é nada disso. Calma! Eu só perguntei. Juro! – ele sorriu, passando a mão pelo cabelo dela, que sorriu antes de dar um selinho no rapaz.
- Calem a boca e não façam barulhos nojentos. Estamos tentando ver! – Harry reclamou. Por apenas uma cena, a câmera vagava pelo camarim, mostrando , e ocupadas com afazeres delas e ao telefone.
- Essa foi a coisa mais fofa que você já disse... – ela riu, trazendo a câmera mais perto dela por curiosidade. Tinha uma cara de boba apaixonada – Não sei... Vamos para o Brasil e depois para a Irlanda... Ah, tudo bem... Também o amo... – finalmente viu que tinha uma câmera gravando quase que toda sua conversa com Tom e sorriu sem graça, tampando a frente da câmera com a mão.
Assim como , apareceram mil cenas de sendo ela mesma. Comendo, concentrada em algo, fazendo graça para a câmera, discutindo com as meninas e, claro, fumando.
- , olhe só... O que você acha? – pediu.
foi até a menina, olhou o papel por uns tempos e finalmente pegou a caneta.
- Isso aqui vai ficar ótimo! – devolveu o papel para ela com um pênis desenhado abaixo do que tinha escrito.
- Sabia que teria algo assim... Sério. Você não se cansa? Desenhe isso nas folhas delas! Desde o segundo ano... – se virou para a câmera – Ela desenha essas coisas desde o segundo ano só para me irritar.
- Não. É porque você adora mesmo.
olhou para ela profundamente e saiu do quarto, como se estivesse brava.
- É a sendo a ... – riu, mas riu mais ainda quando escutou do lado de fora dizendo que tinha ouvido. A menina tinha voltado para mo quarto e agora todos estavam rindo.
- A é dez – falava no documentário – Meio doidinha às vezes, mas eu a adoro. Quando toca, parece que quer quebrar a guitarra, tamanha a força... É como se tivesse brava com alguma coisa, para colocar tanta força.
A imagem mostrava arrebentando cordas de várias guitarras e afinando outras no meio de um show ou em qualquer lugar que estivesse com uma guitarra.
- A tem braços pequenos. É tudo que eu digo. É super engraçado quando ela tenta dar escândalos. Por mais que eles sejam sérios, sempre acabo rindo por causa dos braços.
- , que porcaria! Pare de errar nessa parte. Já repassamos mais de mil vezes. Isso é preguiça sua! – a garota mexia os braços, gesticulando, enquanto dava bronca.
ouviu tudo sem falar nada, mordendo o lábio para não rir. Depois ela virou para a câmera, imitando a outra, encolhendo os braços.
Seja animação, seriedade, ou qualquer coisa que a fazia levantar os braços, tudo virava motivo para risada e imitações. Várias s foram colocadas juntas na imagem, uma diferente da outra, mexendo os braços em diferentes ocasiões.
- A é uma pessoa que nunca está de mau humor. Ela pode estar no pior dia, que sempre está com um sorriso na cara. Também tem uma voz perfeita. Pago um pau para ela.
fazia graça para a câmera, cantando a música que tocava no iPod que tocava no camarim.
- ...I’d make it, so we’d never be apart. But my love is all I have to give. Without, I don’t think I can live… - parou de cantar quando mudaram a música, lançando um olhar feio para que só falou “Backstreet Boys de novo não”. Só não continuou cantando porque a próxima música era do Justin Bieber – Vocês só podem estar brincando comigo... Achei que o iPod era meu.
- É o meu – gargalhou.
- Justin Bieber, ? – Danny perguntou. Nenhuma delas dizia que gostava do garotinho de fraldas que se achava algo próximo de deus.
- Ela é a melhor amiga dele. Precisa ver. Às vezes, quando saímos, sempre temos que dar carona para o garoto... – riu.
- Melhor isso do que deixa-lo dirigir. Falem sério. Estou prestes a fazer um abaixo-assinado para mandá-lo embora daquele condomínio... – bufou.
Tinha um parquinho no meio do escuro em um gramado bem verde e vivo. Só que esse estava lotado de tecidos escuros em volta presos com prendedores azuis. Conforme a imagem se aproximava, as risadas de cada uma eram perceptíveis.
- Fale para ele ir lá para frente da quadra!
- , isso é no fim da avenida.
- Por isso mesmo!
- Mas o sinal do walkie-talkie não teria até lá... – falou.
- Pelo menos ficaríamos livres para irmos ao banheiro e podermos falar de peidos e cocôs sem problema do sinal trocar.
- Só você falaria uma coisa dessas no walkie-talkie – bufou – Quem quer?
Elas tinham pelo menos duas garrafas de vodca no meio delas, mais mil sucos e refrigerantes diferentes para poderem fazer misturas.
A imagem saiu e voltou em outra ocasião, quando o sol estava escondido por nuvens carregadas. e andavam um pouco disfarçadas no centro da cidade delas. Algumas pessoas se achavam os melhores amigos dela se as vissem, mesmo que as meninas nunca tenham visto essa pessoa na vida. A câmera estava ao lado das duas, praticamente escondida.
Conforme elas andavam, o céu ficava mais escuro, até os primeiros pingos caírem e acabarem virando uma tempestade.
- Que lugar medonho – soltou ao olhar pelo longo corredor escuro e escutar o vento gritar. nem disse nada. Só riu da menina. não conhecia metade da cidade – Aquilo ali é loja de bebês?
- É... – mal respondeu e foi puxada – O que você quer, sua doida?
- Olhe que gracinha! Imagine um bebezinho loirinho de olhos claros vestindo isso!
- Você e Dougie nem tem dois anos de namoro e já está pensando em filhos?
- Fale se isso não ficaria uma graça! – ela a ignorou – Quero comprar!
- Nem a pau! Vão achar que somos lésbicas planejando adotar um filho – pensava algumas coisas sem sentido às vezes – E estamos atrasadas!
- Atrasadas... Temos uma semana de férias!
- Mas eles trabalham.
Então as duas andaram mesmo com chuva. Encontravam ruazinhas completamente alagada e precisavam passar por elas. O DVD ficou lotado de “piiiii” quase que toda hora por conta dos palavrões.
- Nós somos normais, como qualquer adolescente – começou no documentário. Todas estavam juntas.
- Com a diferença de que não somos adolescentes – completou.
- É. ainda ficou no maternal. Ela tem dois anos – todas riram e concordou – Já nós, é como se tivéssemos parado aos dezoito.
- Por aí... Continuamos com as mesmas coisas de antes, os mesmos hábitos...
Saiu do documentário para uma parte em que , e andavam pela rua parecendo perdidas.
- Onde nós temos que virar? – tirava o cabelo da boca por causa do vento.
- Sei lá. Eu não sei andar na minha própria cidade! Quem nos guia é a – respondeu – O que você acha, ?
- Eu? Você está realmente me perguntando isso? – ela gargalhou – Passei de duzentos metros da minha casa. Não sei andar mais.
- A gente só tem que refazer o caminho que viemos...
- E você lembra qual é ele, ?
- Não.
- Legal.
A imagem ficou preta, voltando ainda para as todas no escuro, mas em outro lugar. gargalhava mais do que podia e as outras a olhavam, querendo rir também, porém mantendo a pose.
- Como vocês se perdem do lado do centro da cidade? É só andar para qualquer lado que dá para ver a igreja!
Então a imagem voltou para o documentário.
- Nós não temos uma noção de lugar, memória fotográfica... – se explicou.
- Mas eu sei ir da casa delas até a minha – tentou se defender.
Depois, todas elas comiam frutas com chocolate derretido, enquanto viam televisão.
- Nem a pau! Meu casamento vai ser perfeito. Sem nenhum errinho! E, se vocês não seguirem com o combinado, nunca mais falo com vocês e saio da banda – surtou.
- A vai ser uma noiva neurótica perfeita. Podemos até chamar o programa para gravá-la – riu – Para o meu vai ser uma coisa tão simples... Vestido simples, decoração simples e bonita. Sem problemas.
- Ah, o meu vai ser típico de princesa. Qual é? O meu sonho era casar como uma Barbie! Meu véu e a cauda do vestido serão imensos! Eu já até o desenhei. Vamos ver se Vera Wang consegue me surpreender com coisas melhores que o meu sonho – confessou, enquanto comia uma uva – E você, ?
- Um vestido nem tão simples e nem tão princesa, mas tem que sair como eu quero.
Voltando para o documentário...
- As mesmas conversas, os mesmos gostos e o mesmo apetite – acabou de falar.
Depois, as imagens que apareciam eram todas delas comendo alguma coisa em lugares e horas diferentes. Era um simples fondue de queijo e chocolate, um brigadeiro, um prato de estrogonofe, churrasco, café, bolinhos, lasanha, biscoitos, refrigerante, tapioca, mingau, água, tortas, miojo... E assim ia. Comidas diferentes para cada hora e ocasião em velocidade rápida.
- Sim, nós vamos todos os dias para a academia para compensar nossa solitária que cresce dia após dia aqui dentro.
- Ela é como uma filha para nós – disse maternal, completando a fala de .
- Não se assustem com o negócio de casamento – pediu com cuidado – Nem com essas cenas de comida... O cara fez um ótimo trabalho misturando todas as coisas que comemos.
Ainda bem que ela tinha pedido. Os quatro ficaram em alerta quando falaram de casamentos. Não tinham nem trinta anos. Para que casar agora?
- É... Vocês realmente agem assim quando não estão conosco? Veem programas de noivas, comem demais e agem como se tivessem dezoito anos? – a parte da comida Danny já sabia um pouco, mas o resto até que era surpresa. Se elas dissessem, eles não acreditariam – Quer dizer, menos que dezoito! Vocês são quatro enormes que dormiram em um parquinho... Como vocês cabem lá dentro?
- É horrível dormir lá. Sou sempre jogada do colchão e fico sem cobertas – reclamou – Essas três se mexem mais que tudo!
- Não. É diferente. Você que não mexe nada. Como é dormir com ela, Tom?
- Bem quieto. Pacífico.
- Dormir com é uma aventura. Nos dois sentidos.
- Dougie! Sem detalhes! – eles gritavam para o outro que se encolhia dos pequenos tapas de .
- Ah, mas achei que você estava se referindo a apenas dormir, . Caso contrário... É totalmente o oposto de pacífico.
- Thomas... – da mesma forma que fizeram com Dougie, fizeram com ele – E nem abram a boca para falar alguma coisa relacionada a isso! – ordenou.
- Podemos continuar? – Harry pediu, botando play.
Uma extremamente empolgada na bateria batucava a mesma com força, com um sorriso enorme na cara e toda concentrada. Outra correndo no gramado verde atrás de um cachorro, ela gargalhando de alguma coisa e depois pulando em uma boia amarela na piscina, não parando em pé por três segundos.
- é uma pessoa estranha. Nunca sei o que ela está pensando. É sempre imprevisível... A gente diz que ela é bipolar às vezes, mas a menina é essencial para nós rirmos todo dia – falava.
entrava no camarim de algum país e se jogou com tudo no sofá, derrubando-o junto com ela. Todos, inclusive ela, se matavam de rir. Tanto que a garota nem conseguia se levantar.
- se apega muito às coisas, ama todo mundo... Desde nós, sua bateria, Harry, seu cachorro... Já disse o Harry? – riu – Só que, quando algo dá errado, são palavrões para tudo quanto é lado. Ela tem uma leve tendência a se estressar quando isso acontece.
estava cansada. Era de madrugada praticamente e elas tinham que se levantar cedo, pegar o ônibus e mudar de cidade. Ela viu sentada em um sofá da recepção do hotel ouvindo música e pensou que seria uma ótima coisa se deitar no colo dela. Chegou sem mais nem menos e botou a cabeça no colo dela.
- Que saco, . Eu estou com sono. Saia de mim. que (piiiii)! Não posso nem me sentar aqui de boa que você vem me torrar a paciência. Vá à (piiii)! – se levantou, estressada, e andou até a entrada do hotel, deixando uma confusa no sofá.
Dava para ver que na próxima cena ainda era o mesmo dia, só que mais tarde.
- Hahaha, . Eu amo você! – abraçou a baixista que ria. fez um gesto, mostrando que era pirada da cabeça.
Depois a mostrava sendo um amor com fãs, segurando coisas que eles davam, assinando papéis, CDs, tirando fotos e conversando amigavelmente com eles como se fossem amigos antigos.
- A é uma pessoa... Diferente. Você nunca sabe o que ela vai fazer ou falar, o que chega a ser legal, já que nunca é a mesma coisa. Não é aquela pessoa ligada nos compromissos, mas até que se esforça para isso – fazia caretas para achar a palavra certa – ...Às vezes. De qualquer forma, eu a adoro!
A baterista estava jogada no sofá do quarto de uma casa, mexendo nos canais da TV sem parar com cara de bosta.
- , já treinou a virada de “I Don’t Have To Try”? – perguntou inocentemente.
- Eu estou com cara de quem tocou na bateria hoje?
- Sabe que tem que pegar, né?
- Sei.
- Então levante essa bunda gorda e grande daí e a cole lá.
- Ah... Que preguiça...
- Ande logo, ! – apareceu – Essa musica está no setlist de hoje e a gente não vai mudar.
Ela rolou os olhos, enrolou um pouco mais no sofá e se levantou, indo até onde tinha uma bateria pra ela para a cena poder mudar.
olhava atentamente para as unhas dela, provavelmente pensando em algo, até tirá-la de qualquer lugar.
- Estava pensando em quê?
- Eu quero café... – do nada, se levantou e saiu.
Novamente a cena mudou, levando até o documentário, em que estavam as quatro.
- Dependendo de algumas cidades e circunstâncias, temos uma folguinha ali ou lá... Depende da turnê também. Essa, por exemplo, nós temos de algumas horas até um dia de folga. Nada além disso.
- Tivemos uma semana quando fomos para o Brasil, mas é porque precisávamos ver nossas famílias depois de tanto tempo – completou – E, quando temos folga, não fazemos nem metade do que queríamos... Um dia é muito pouco.
- Mas acaba compensando. É o suficiente para estarmos revigoradas no palco – falava, enquanto algumas imagens do show eram colocadas no meio da fala dela.
- Nunca deixamos de ir a um lugar que queremos também. Se estamos em turnê, gostamos de fazer as mesmas coisas como se não estivéssemos. Vamos a festas, restaurantes, passeamos pelo hotel, usamos a piscina...
Estavam as quatro em um restaurante na Irlanda, junto com Alice e pessoas importantes para o desenvolvimento do show delas, todos em uma mesa comendo. Todo aquele barulho de conversas se misturava à delas, como em qualquer lugar muito movimentado.
- Nossa, o tanto que a gente errou hoje foi tenso – falou. Seus olhos demonstravam cansaço.
Era noite. Elas tinham acabado de sair do show depois de um bom banho.
- Culpa da ! Ela errava a bateria, eu confundia tudo e aí vocês erravam também – explicou – Dessa vez, eu realmente achei que íamos estragar tudo.
- “Culpa da ” – a mesma fez uma voz irritante ao imitar – Eu não tive culpa nenhuma! Passei mal o show inteiro. Era muito difícil me concentrar. Como se só eu que errasse aqui, suas toscas.
- Era a cólica? – perguntou. Em momentos assim, ficava com dó.
- Descobri que não era cólica no momento que fui ao banheiro. Nossa, maior alívio do mundo.
Ela disse isso naqueles momentos de silêncio em que todos resolvem falar baixo ou ficar quietos. Ou seja, a voz dela se sobressaiu por todo local. Como sempre, todos têm que olhar quem foi a pessoa que disse.
As três riam baixo, tentando agir normalmente, como se não tivesse sido quem falou. E ela também ria de sua própria desgraça, mas tentava não se mostrar na multidão. Certeza que teriam comentários sobre como as garotas da são porcas e não se comportam bem na mesa no outro dia e elas comentaram sobre isso ali.
- Por que é totalmente sua cara falar uma coisa dessas num momento como esse, ? – Dougie não se aguentava de rir. Mal conseguia falar.
- Porque... Porque é! Essa sou eu – também ria.
- Esses extras não acabam, não? São os maiores que já vi! – Danny disse, pronto para apertar o play – Devia ter pausa para pipoca também...
- Ih, não quer ver, vá embora, Jones – zombou – Já passou da metade. Está quase acabando.
Play novamente. olhava para o nada e, assim que viu que a câmera estava nela, sorriu, e suas imagens foram passando. dormindo, gritando, escorregando, tocando, dando um ataque.
- Se fosse falar tudo da , ficaria até amanhã... Quer dizer, da . Ela cisma que não conhecemos a . Só a . Vá entender – começou – Bom, ela está sempre mal humorada de manhã. Mal fala bom dia. Não é uma pessoa muito normal... Meio emo, não gosta muito de sair. É mais caseira. Em compensação, é uma das únicas que sabe minha vida inteira. A é dez.
estava no banheiro do ônibus se maquiando, quando chega toda contente às cinco e meia da manhã falando bom dia. A única coisa que teve como resposta foi uma cara cansada dela e um joia com a mão.
Na outra, e apareceram sorrindo e vestidas para sair no quarto de , que estava jogada na cama vendo TV, enquanto mexia no computador.
- , nós vamos à Mokä. Vamos?
- Ah... Que preguiça. Não vou, não... – ela fez uma careta de judiada.
- Largue de preguiça. Saia desse hotel pelo menos uma vez!
- Vou pensar.
E, no último momento, ela não foi, só para saberem.
- Eu acho que a tem como prazer do dia tirar com a minha cara – é claro que era falando – É claro que eu não levo para o lado pessoal, mas que ela ama tirar com minha cara, a menina ama. E também se importa com todo mundo. É uma boa pessoa... Isto é, quando não está estressada.
- AAAAAAAH! – soltou um gritinho agudo, sem paciência – Eu já falei! É em escala de dó! Vou ter que desenhar?
não respondeu, olhando seu violão constantemente, tentando fazer o que a garota pedia.
- A está naqueles dias – sussurrou para a câmera.
- Eu ouvi isso. Não dá nem para disfarçar? Que porcaria – mandou o dedo pra , que só fez uma cara de “eu disse” para a câmera.
Depois, ela se trancou no único quarto que tinha no ônibus até chegar à próxima cidade.
- vive imaginando que vive em um mundo que não é esse, falando sozinha e tal. Tem hora que não consigo entendê-la, mas isso é tão normal quanto falar com ela quando está estressada. A menina sonha muito, desde que a conheci. Acho que é esse o ponto forte dela, porque graças a isso que estamos aqui agora, sendo quem somos. Ela é demais. Tem uma risada... Diferente.
As quatro estavam jogadas em um quarto de hotel conversando, vendo alguns erros de gravação que tinham feito no estúdio, cada um mais engraçado que o outro.
- Nunca mais faça essa jogadinha com o corpo quando estiver cantando. Juro! Fica assim depois! – se referia à música – “Marry me today. Guess I’m wishing my life away...” – até então, as duas cantavam juntas. De repente, parou para rir e só acabou e cantar.
ria da situação até suas bochechas doerem, deixando sua risada escandalosa tomar conta do lugar e contagiar todos, até o câmera.
Como fim dos extras, elas resolveram adicionar um evento que tinham feito nos Estados Unidos. Era uma convenção, onde trezentos mil fãs iam para fazer perguntas a elas e depois pegarem autógrafos. Tipo o Comic Con.
O local estava lotado, muito lotado. Vazavam pessoas pelos lados, enquanto as quatro dondocas estavam lá na frente, em um sofazinho de boa.
- E aí, pessoal? – perguntou, recebendo gritos como resposta – Caramba. Isso está lotado... – mais gritos – Bom, todo mundo já sabe que hoje é um dia para perguntas e respostas. Vamos tentar responder o maior número possível de perguntas. Ok?
A primeira era de uma menina aos dezesseis anos e cabelos curtos.
- Ai, meu Deus! Não acredito que estou falando com vocês! – os olhos dela brilharam e as meninas sorriram – Minha pergunta é para todas... De onde vem a inspiração de músicas tão boas?
- Isso é mais com elas – sorriu sem graça – Nunca gostei de escrever. Quando começo alguma coisa, passo para as garotas.
- Tudo vem de experiências próprias, coisas que nós fazemos ou passamos. Às vezes nos colocamos nos lugares de outras pessoas para tentar escrever, mas não fica muito bom. Então a gente não faz isso constantemente.
- Também depende dos nossos sentimentos. Se a composição sai meio depressiva, tocante, feliz, raivosa... Tudo depende de como estávamos no dia em que a compomos – completou a fala de .
A menina agradeceu e logo apareceu outra.
- Meu nome é Julie, tenho dezessete anos. Queria saber, já que vocês todas estão namorando o McFly, se eles têm planos para virem para a América dar shows...
A pergunta foi tão nada a ver que a menina foi até vaiada. abaixou a cabeça lentamente e começou a rir. Que tipo de fã tem a oportunidade de falar com elas e perguntam de outra banda?
- Er... Não, nós não sabemos da agenda deles. Desculpe– respondeu um pouco sem graça.
- Ok. Já que falaram do McFly aqui, tenho uma dúvida que me mata desde que vocês os namoram. Ninguém aqui é santinho e tudo, mas, com vocês sempre separados, como fica o sexo?
já não guardava a risada para ela. Teve que desligar o microfone para rir em paz.
- Então... A distância complica, né? – disse – Agora eu faço a pergunta para você... Tem namorado? – a menina concordou – É basicamente a mesma coisa, quando vocês viajam para lugares diferentes. E na hora do reencontro... Toda a espera vale muito a pena.
- Não é como se a gente fosse desesperadas por sexo. Dois meses ou mais sem os namorados é triste, mas, como a disse, toda a espera vale a pena – completou – Quanto à confiança... Bom, confiamos bastante neles.
- Além de cantar e tocar, qual o hobby de vocês?
- Andar a cavalo ou brincar com os meus animais. Três gatos e quatro cachorros – respondeu o zoológico prontamente.
- Escrever. Sempre quis lançar um livro – - Se bem que ler também vale muito aqui.
- Adoro ler. Sejam livros, historinhas bobas, diários dos outros, receitas... Ler é legal – .
- Desenhar. Eu meio que amo decorações, essas tendências novas de casas. Até porque quem decorou ou bolou nossas casas fui eu – por último, .
Perguntas iam e perguntas voltavam. Todos estavam se divertindo bastante até, para um dia como aquele.
- O que eu queria falar não é bem uma pergunta... Nós, fãs, sempre lemos em entrevistas que a dá uns ataques antes dos shows, mas nunca vimos um. Podem imitar ou a própria fazer?
- Eu só não faço porque realmente não sei como sou quando tenho um ataque. Só sei que sinto um pânico... É como se ele se apossasse de mim. Não falo coisa com coisa, quero correr para longe... É estranho.
- Tudo bem. Nós imitamos. É uma coisa tão boa que não pode ser preservada conosco – respondeu – Quem vai?
- Eu quero ser a ! – implorou com os olhinhos brilhando.
Acabou que era e , ela mesma. As duas fizeram uma perfeita imitação do que passam todos os shows com a baixista, com direito a pontapés, gritos e pânico. Todo mundo riu sem exceção.
- Meu nome é Rose e queria perguntar para a o que ela faria para melhorar o mundo... Sempre vejo você dizendo que quer mudar...
- Ser famosa tem os lados bons, né...? Eu ajudo muito a África, os países necessitados em geral... Participo e faço campanhas para arrecadar dinheiro e pessoas a fim de trabalhar com mortalidade infantil, muita pobreza... Onde precisar, eu faço questão de ajudar! No momento, estou pensando em como ajudar o Quênia.
- Quanto à propaganda do perfume da Carolina Herrera, queria saber duas coisas: a primeira era por que você que foram escolhidas e não modelos normais. E por que as roupas e o tema são bem promíscuos?
A vontade que elas tinham quando aparecia algo assim era de tacar a cabeça da pessoa que perguntou dentro do liquidificador, mas, como algumas coisas da vida são injustas, elas tinham que responder delicadamente.
- Bom, sem nos mostrar nem nada, mas somos o ícone do momento. E ela provavelmente achou que conosco o perfume poderia vender mais do que o normal – o que era verdade – Por isso ela nos preferiu ao invés de modelos normais. E, quanto ao tema e as roupas... Sim, elas são bem promíscuas, mas não temos nada a ver com elas. Não temos direito de dar opinião quando estamos fazendo algo para outra pessoa. Nada foi nossa escolha.
- Mas, se acham promíscuo, por que fizeram?
- Não era uma coisa que achamos que devíamos jogar fora. Era uma oportunidade grande... É a mesma coisa se dessem a opção para você de ir à escola para ser alguém na vida ou não – completou.
Elas podiam ver lá da frente que muitos fãs vibraram com a resposta. Eles tinham uma mesma coisa em comum, que era o amor pela banda. Qualquer pessoa que tentasse insultá-las era praticamente rejeitada pela sociedade inteira.
- , faz uma pose sexy? – um menino pediu a ela.
Ela nunca levava essas coisas a sério. Sempre fazia graça nessas horas, principalmente se isso podia levá-la a um problema mais tarde, então acabou fazendo uma careta engraçada ao mesmo tempo em que colocava uma parte de seu cabelo na boca para depois dizer: “Sou a pessoa mais sexy do universo”.
- Minha pergunta é para todas: vocês são do Brasil... Por que decidiram morar aqui?
- Não é por questão geográfica. Aqui tanto como o Brasil é perfeito para morar, mas recebemos uma proposta de tentar a sorte no exterior... Já tínhamos alguns ouvintes de outros países e a gravadora achou melhor tentarmos onde seria mais fácil de começar – explicou.
- Mas tanto aqui quanto no Brasil seria praticamente a mesma coisa, depois que começamos a ser reconhecidas mundialmente. O problema é que aqui fica a maioria de nossos compromissos. Não vimos motivo para continuarmos lá, se quiséssemos ser lembradas – completou – A gente acredita que, mais cedo ou mais tarde, isso ia acontecer de qualquer forma.
- Essa vai para a ... Quem é o seu baixista favorito?
- O Flea do Red Hot Chilli Peppers... Se alguém acha que baixo é fácil, tente tocar qualquer música deles... Vai achar o contrário – ela riu.
O tempo ia passando e as perguntas iam acabando. Muitos tinham feito perguntas pessoais também, ou sobre os meninos e a relação entre eles.
- Vocês têm algum projeto entre junções com outras bandas, algumas coisas especiais?
- Além do CD novo, por enquanto não temos nada... Mas essa é uma boa ideia. Adoramos nos juntar com outras bandas! – respondeu pensativa.
- Sempre quis montar nossa linha de roupas, mas elas falam que é podre demais... – falou – O que vocês acham? – recebeu vários gritos empolgados como resposta, além de vários joias com a mão – Viu? Eles gostam! Vamos pensar sobre isso!
- Essa pergunta vai para a : você está sempre pintando o cabelo, cortando e tal. Como você o trata e que tinta usa?
- Meu cabelo é complicado. Estava até pensando em parar de pintar. Uso as cores da Exotic porque fixam no cabelo com mais facilidade e duram mais tempo. Toda semana tenho que dar uma tratada, se não ele cai. Sem brincadeira! Uso vários produtos com queratina, o que dá mais força para ele. E, quanto aos cortes, eu gosto de mudar às vezes...
Um menino apareceu na frente do microfone e, determinado, fez a sua pergunta:
- Gostaria que dissessem os defeitos ou coisas estranhas que cada uma tem...
Elas decidiram que fariam uma de cada vez, nunca falando seu próprio defeito. Sempre deixando paras outras falarem isso.
- Quando a quer ser chata, ela é insuportável. A enche o meu saco às vezes e a atrasa minha vida de vez em quando.
- A faz uns barulhos estranhos com a boca quando não tem nada para fazer, a é um disco riscado quando empolga com uma coisa, não cala a boca, e a tem uma mania irritante de fazer umas perguntas sem resposta.
- É impossível falar com a quando ela está estressada, eu odeio quando a começa a me xingar e a fica caindo em mim... Caramba. A menina é pesada e bem maior que eu! – fez todos rirem.
- A nunca entende as coisas que eu falo, a não tem paciência com ninguém e tem umas manias estranhas, e a muda de personalidade numa facilidade bizarra.
E então, finalmente, como final do DVD, mostravam umas imagens delas autografando CDs após a convenção e tirando algumas fotos.
- O melhor foi a menina perguntando sobre nós. nem para disfarçar! – Tom gargalhou.
- E eu ia lá querer disfarçar? Qual é? Ela está rodeada por garotas que amam e ainda pergunta de McFly para nós? Até parece que ia saber a sua agenda. E, se soubesse, não falaria. Eu ri da cara dela mesmo. Não da pergunta.
- Na verdade, tudo que tem sobre nós nesse DVD conta... As perguntas sobre sexo... HAHA! – Harry riu da lembrança – Eu quero esse DVD para mim...
- Mas eu também quero. Que sacanagem é essa? – Dougie pediu por direitos.
As meninas só mexiam a cabeça conforme a palavra mudava de pessoa em pessoa, achando graça, mais felizes do que nunca. Era mais um trabalho realizado.
- E eu, como fico? – Danny também entrou no meio.
- Vocês farão o seguinte... – começou – Esse aqui é de Fletch... E vocês, como bons fãs, vão comprar na loja como qualquer pessoa.
- Como assim? – os quatro perguntaram indignados.
- É. Nós tivemos que comprar tudo de vocês. Vão ter que fazer isso também – entendeu a da amiga.
- Já sei – se intrometeu – Tom, eu lhe dou o DVD se... – terminou cochichando no ouvido dele.
- Vocês, fora da minha casa agora – ele respondeu prontamente.
- Cara, a é muito safada – as três disseram ao mesmo tempo – Se bem que eu acho que ia gostar da ideia. Vamos para casa, Judd? – acabou.
Sem necessidade de resposta, os dois saíram.
- Que povo viciado em sexo... Nunca vi – Danny zombou.
- Danny, querido... Você é o último que pode falar alguma coisa dessas – gargalhou da cara de inocente que o outro fez – Mas você tem mesmo certeza de que não quer matar as saudades?
Como se eles já não estivessem juntos há uns dias...
- Faltam vocês dois. Por favor, por favor, vão embora. – implorava – , leve Dougie para brincar de “quantos-minutos-você-quiser no paraíso”.
- Uh, cara, você não vai se arrepender...
- Tom, sem nos desmascarar, por favor, acalme-se antes que eu decida que você não é digno de ir para a Terra do Nunca.
E ela não estava bêbada. Mas se deu para entender...
Ceeerto. Eu não vou explicar.
- Quantos-minutos...?
- Ai, Dougie, vamos embora – riu, puxando o namorado para fora de casa – Será que nunca seremos discretos entre nós?
- Eu realmente espero que não.
- Ow... - Danny arregalou seus grandes olhos azuis para o envelope em sua mão. Não quis nem abrir por medo de ter sido engano.
Deixou o sanduíche pela metade em cima do balcão da cozinha e correu para o seu quarto buscar seu celular. Precisava descobrir o que era aquilo. Se fosse uma pegadinha, ele ficaria extremamente chateado.
Já tinham se passado bons meses desde que o DVD das meninas saiu. Danny e estiveram a um pé de terminarem por falta de confiança.
Harry e de fato terminaram, mas a menina ficou tão devastada que não conseguia retomar a vida, assim dizendo. Claro que, depois de quase um mês separados, os dois eram um lixo. Harry bebia quase sempre, não fazia a barba, estava engordando e não comparecia em todos os compromissos. Orgulho de ninguém ganhou aí. Um belo de um dia, ele apareceu na casa dela com a maior cara de cachorro sem dono e ela não foi idiota de não deixá-lo entrar.
e Dougie brigavam quase sempre que se falavam, mas, a partir do momento em que o assunto mudava, a discussão acabava. Quando se viam, era só saudade. Briga e discussão nunca estava no dicionário deles.
Depois do rolo em que e Harry se enfiaram, e Tom meio que entraram em um buraco sem fundo. As coisas já estavam meio estranhas com a situação entre os outros e eles. Só era preciso um pretexto. Os dois chegaram à conclusão de que, com a distância entre eles, seria muito fácil que o que houve entre o Judd e a baterista acontecesse com eles. Não era o que queriam, porém o que achavam certo e em momento de pressão... Bem.
Tinham dado um tempo por decisões dos dois. Eles ainda se falavam às vezes – raramente. Ela sempre dava uma desculpa para não falar. Era tortura conversar com ele depois de tudo, então eram amigos.
- Tom? Eu andei meio perdido dos nossos compromissos ou eventos nessas últimas semanas?
- Como sempre, Jones. Mas você nunca teve problema com isso... Sempre se lembra na noite anterior do negócio marcado.
- Eu perdi algo nos Estados Unidos?
- Além da sua namorada? Nada.
- Não perdi – ele soava um pouco ofendido. – Ela está trabalhando para entrar de férias. Você sabe muito bem disso. Tão bem quanto eu, já que trabalha junto com a minha.
- Caramba, cadê o senso de humor do cara?
- Isso é sério, Thomas! Fui o único a receber um envelope dos EUA com um grande carimbo do Grammy?
- Que Grammy o que, Danny! – Tom gargalhava. – Nem fomos nomeados! Fletch nos diria. Nós saberíamos algo assim. Deve ter sido engano. Sei lá.
Danny já tinha começado a pensar que ligar para Tom tinha sido uma péssima ideia.
- Mas está endereçado para mim mesmo... Minha casa, meu nome. Tudo certo. Não estou doido para estar inventando isso. Olhou a sua caixa de correio?
- Não. Está frio. Não quero sair de casa.
- Pelo amor de Deus, Fletcher! Vá logo procurar essa porra de envelope do Grammy.
- ‘Ta. Mas que vai ser um mal entendido, vai.
Danny ouviu o amigo se mover na casa dele, indo até a caixinha de correio, algum barulho de metal velho e depois um palavrão.
- Jones, abra seu envelope. É um convite para assistirmos – Tom disse quase que contrariado. – A nos chamou.
- Hum. Igual ao Teen Choice então, só que sem frescuras de convites – Danny resmungou. – O meu está escrito que me chamou para acompanhá-la durante o evento.
- E quanto a mim?
- Cara... Vocês não estão mais juntos. A mídia sabe disso. Seria estranho se vocês chegassem lá como um casal. Não é?
Tom não respondeu. Olhava para o papel escrito " cordialmente o convida a participar da premiação do Grammy...", enquanto pensava que no de Danny, Harry e Dougie estaria algo como " ou ou cordialmente o convida para acompanhá-la durante o evento de premiação de música Grammy...".
- Tom? Você está legal?
- Claro! Eu só... Estava pensando. Então nós vamos. Certo?
- Perder um Grammy? Que pergunta idiota.
- Vocês têm salão a partir das onze, Red Carpet às cinco. Não se preocupem. Levo o almoço para vocês. Estarei com as roupas de vocês, todas elas, e vou entregá-las na hora certa. É a primeira vez que temos Teen Choice Awards literalmente antes do Grammy, então, por favor... – suplicou. – Não bebam muito. Ah, sim. Os meninos chegam às nove. Vão querer fazer o quê?
- Como "o quê"? Vamos buscá-los! A cada momento, sinto minha relação indo por água abaixo.
- , sem drama. Você é a única que não teve nada para abalar e nem abalou! – respondeu de saco cheio. rolou os olhos para e bufou.
- Acostumei com cada cuidado em Julian. Não é fácil acabar com o hábito do nada.
- ‘Ta. Nós vamos buscá-los, sim. Certeza. Estou com saudade de Harry e dos outros também...
- Ok. O carro passa na casa de vocês às oito – Alice deu o assunto como encerrado. – Amanhã vocês embarcam para o Quênia. Estão lembradas? Não extrapolaram na bebida. Certo? Saibam que verão coisas além do que esperam.
- Nós sabemos. É por isso que estamos indo lá... Tudo para ajudar.
- Bom, está avisado – ela sorriu. – As coisas estão preparadas. Espero que as de vocês também estejam. Dei avisos o suficiente essa semana – finalizou. – Preparadas para a entrevista? – elas assentiram. – Nada de responderem coisas sobre relacionamentos. Nada além do que todos já sabem.
A meninas assentiram sem nem uma palavra, enquanto Alice saía da sala.
- Qual deve ter sido a reação dos meninos quando receberam o convite? Não sei para que essa frescura toda... Nós podíamos ter ligado e falado "ei, venham nos acompanhar no Grammy. É uma intimação" – deu de ombros.
- Falando nisso, quem você vai levar, ?
- Ninguém – deu de ombros. – Se levo alguém, vira noticia que estou namorando.
Era triste ir desacompanhada. Principalmente se suas amigas todas estão levando alguém, mas era necessário. Menos dor de cabeça.
- e pessoa misteriosa: será um novo romance? – passou as mãos, como se fizesse um letreiro. – Ou melhor: e pessoa misteriosa: será Tom Fletcher corno?
- ! – elas, inclusive , riram.
- Adorei essa – disse no resto de fôlego que tinha. – Que saudade do Harry. Não sei por que inventamos de terminar antes... Não vivo sem ele!
- A gente aqui, eles lá... É muito complicado. Seja por confiança ou distância mesmo – completou.
- Podemos mudar de assunto, por favor?
- , volte com ele – sussurrou.
- Não sou só eu quem decide – virou-se para , mudando de assunto. – Você ouviu o que mandei ontem à noite? Achei que ficou legal.
- Sim! Coloquei uns arranjos legais na música e tive umas ideias da melodia.
- Música nova? Eu quero saber! Quer dizer, preciso saber – entrou no assunto, trazendo junto.
- “Ready for the big town, ready for the small… Whatever is coming to me, I’ll be ready for it all. Some days I don’t get it, some days I’ll get it right…” - começou no ritmo dela e entrou depois.
- “It’s in my heart, it’s in my head. That’s what I said…” - e depois as duas entraram. – “Hey, boys, are you ready for the shock? A living crew. The girl can rock”!
- Foi isso que você fez?
- Por enquanto, a botou essa melodia. Então, quando fui cantar, ficou meio estranho, mas eu gostei! – disse para a outra guitarrista. – O que acharam?
- Pode colocar algo como: “standing in the spot light, giving all I got and loving what I get. Can’t hold back what I’m feeling inside…” – acrescentou.
- Legal. Alguém anotou isso? – perguntou, recebendo um “gravando” de com o celular na mão. – Acho que a gente devia colocar algumas frases no meio dessas coisas...
- , não está pronta ainda. Claro que a gente vai mudar! – riu. – Que tal depois disso fazermos uma ponte para o refrão? A ponte pode ser o que a escreveu.
- “Don’t say maybe or call me ‘baby’. I ain’t crazy at all” – tinha aberto a boca, recebendo três caretas das meninas. – O que foi?
- Você compôs uma coisa super boa e completamente sua, sem nem nos pedir ajuda ou algo do tipo – elas responderam juntas.
- Ora... Parem de me olhar assim! Saiu do nada! Vamos continuar. Não tenho nada melhor para fazer.
As quatro desciam do avião em Nairóbi, capital do Quênia. Estava um calor das desgraças, então todas tinham chapéus e óculos, sem contar os shorts e camisetas.
Elas vieram em um avião quase que particular, lotado de comida, roupa, água e tudo que se podia dar para ajudar a população da cidade em que iam. Iam passar alguns dias para conhecerem e interagirem com o pessoal. Pegaram uma van direto que levava para Dadaab, no noroeste do Quênia.
- A cidade é feita basicamente de refugiados da Somália e todos precisam de ajuda devido à enorme seca que os afetou, e depois as enchentes. Os rebanhos morreram de sede, crianças estão morrendo pela desnutrição e as casas foram destruídas pelas águas – Fred falava para elas, um pouco antes de entrarem na cidade. Ele fazia parte do Médicos Sem Fronteiras. – É bom recebermos ajuda agora. As famílias estão tendo que dormir em barracas, a comida está acabando...
Continuar essa frase era difícil.
As quatro se olharam com um olhar indefinido. Qualquer coisa que fossem ver e presenciar... Tudo seria diferente do que disseram ou imaginaram.
Sem demora, a van parou e várias pessoas olharam. A maioria sabia que vinha ajuda e, como em qualquer outro lugar, a curiosidade era grande. Logo mais, uma moça aproximadamente da idade delas apareceu junto de dois garotinhos da cidade.
- Meu nome é Beatrice. Sou do Médicos Sem Fronteiras, junto com o Fred. Estamos muito contentes que alguém esteja ajudando Dadaab. Eles merecem muito – as meninas se apresentaram, dizendo que sempre quiseram ajudar e que farão qualquer coisa por isso. – Esses são Dini e Taraji. Quando a ONU esteve aqui, aprenderam inglês. Eles vão nos acompanhar, enquanto mostramos a cidade para vocês.
As poucas casas da cidade eram usadas como abrigo de alimentos, pontos de saúde e algumas eram de uso de várias famílias juntas.
- Esse aqui é o hospital... A Bea e o Fred trabalham aqui quase todo dia – explicou Dini ao entrar em uma pequena casa. Tinham algumas macas, poucos aparelhos e várias pessoas. Algumas machucadas e outras doentes. – Tem muita gente com AIDS, malária e anemia falciforme... Mas não temos remédios suficientes para todo mundo e nem o tratamento certo que necessitam.
engoliu em seco. Ela estava com vendo as casas, uma parte da cidade com Dini, enquanto e olhavam a outra parte com Taraji.
Todos os médicos tratavam das pessoas e uns ajudantes tentavam manter os que não estavam sendo atendidos com algo para fazer, seja conversando ou vendo um filme – que, de acordo com Dini, era sempre o mesmo.
Depois, passaram para a outra: uma das poucas casas que restaram e era usada por muitas famílias.
- Eu moro aqui com a minha família. Somos seis. Usamos esses lençóis como divisão de famílias e espaço, por mais que todos nós sejamos amigos – tinha uns cinco lençóis para dividir que vinham pendurados desde o teto e alguns membros de algumas famílias lá dentro. – A gente dorme aqui – mostrou um colchão.
- Vocês todos? – perguntou, escondendo a surpresa. Era um colchão de casal, completamente desgastado.
- Eu e meus dois irmãos. Meus pais e meu tio dormem em volta. Aquele é meu irmão. Ele não fala inglês, mas eu tento ensinar – Dini se mostrava bem forte. O irmão era um pouco mais novo que ele e estava em cima do colchão, sem fazer nada.
- O que vocês fazem durante o dia? – perguntou, querendo mudar o assunto, achando que ficaria melhor.
- Nós acordamos bem cedo... Minha mãe vai para a fila para pegar comida, que é quando o caminhão chega às vezes... Se ele não chega, ela busca algum lugar da cidade que esteja com comida e aí paga por ela. Meu pai toca rebanho, mas a maior parte morreu pela seca e agora ele vai até Garissem para arranjar dinheiro trabalhando com o rebanho de alguns de lá. Eu e meus irmãos vamos à escola e tentamos ficar por lá o resto do dia, mas às vezes o professor tem que ir... Então brincamos na rua, quando não ficamos por aqui.
- E... O banheiro? – não sabia se perguntava isso, nem , porém resolveu arriscar.
- É um pouco longe daqui... Dependendo por onde você anda, demora mais. Mas algumas vezes o banheiro tem que ser pago... Algumas famílias tomam conta e cobram. Não tem água nem nada. É um buraco no meio de uma casinha que fica em um barranco e todas as coisas ficam no fim desse barranco. Muitas vezes, por falta de dinheiro, as pessoas usam um pequeno riacho, quando ele não seca. Por falta e muita necessidade, as pessoas tomam aquela água...
As duas estavam brancas e de olhos arregalados; uma aparência extremamente chocada. Tudo que elas imaginaram, por pior que fosse só o pensamento, ao vivo chegava a ser pior.
- Onde você mora, Taraji? – perguntou, querendo ser amiga.
- Ali – apontou para uma das trezentas barracas brancas lotada de coisas e pessoas. – Consegui duas para minha família porque fiquei muito tempo na fila. Eu e meus irmãos dormimos em uma e minha mãe e meus tios, na outra.
- Seus pais estão ali agora? – entrou na da .
- Não. Minha mãe provavelmente está conseguindo a comida e... Meu pai morreu. Ele era um fugitivo somali e foi pego durante a seca. Estava procurando algum lugar bom para nós...
totalmente se arrependeu de ter perguntado.
- Grande parte da cidade mora aqui. A outra mora nas casas, mas são várias famílias que têm que dividir a casa. Não tem um lugar melhor... Acaba tudo sendo igual – ele parou com um olhar vago pelas barracas. Deu um suspiro profundo antes de falar de novo. – Querem conhecer a escola? A maioria das crianças gosta de lá!
As duas seguiram Taraji até pararem ao lado de uma casa, embaixo de uma árvore grande e seca. Entre os galhos mais baixos, um quadro negro estava preso lá. No chão, havia uma lona grande estendida bem na frente.
- O professor vem de Nairóbi. Quase todo dia fica até escurecer, quando não dorme por aqui. Todos nós o adoramos. É engraçado e sabe uma porção de coisas. A gente se pergunta como ele sabe tudo que ensina.
- O que vocês estão aprendendo?
- Ele está nos ensinando números agora. Contas, para quando tivermos que mexer com dinheiro... Muitos de nós já têm de fazer isso, então o mais cedo melhor. Já aprendemos sobre a história do continente e do país – Taraji se sentou na lona.
- Quem o ensinou inglês? – se sentou na lona, junto com ele.
- Nós tivemos vários professores já. Temos mais uns também, para os menores. Mas, quando a ONU veio para ajudar pela primeira vez, eu, Dini e mais alguns tivemos mais interesse e o professor nos ensinou. Disse que não foi difícil e se divertiu. Eu me diverti.
Eles andaram mais um pouco e, conforme passavam por lugares, mais pessoas cruzavam o caminho deles e esse número ia aumentando, até verem uma fila imensa começando em uma casa. Tinha pessoas de todas as idades, jeitos e roupas nela.
- É ali que pegamos comida. Por estar muito quente e às vezes a chuva estragar nossas plantações, não sobra nada para nós mesmos prepararmos. Então alguém manda em uma caminhonete e ela é distribuída aqui. Ela chega cedo, portanto aqui é cheio o dia todo, mesmo quando não vem. Às vezes saqueiam o carro antes de ele chegar e... Ficamos sem comida.
e não conseguiam falar. Quase nem assentiam. Era definitivamente pior do que pensavam, do que disseram que seria, e ninguém no resto do mundo fazia mais nada. Deixavam por isso mesmo.
- Taraji, pode ir para a escola – Fred apareceu de dentro da casa. Estava vestido com um avental e touca.
- É super engraçado quando você usa isso. Eu já lhe fale,i né?
- Já, engraçadinho – eles riram. – Vá para lá que o professor está chegando.
Ele esperou que Taraji fosse embora para falar.
- É complicado, não é? – as meninas nem tinham dito nada. – A cara de vocês – explicou. – Pela TV, dizem que está tudo bem...
Mas não estava.
- Ah, em ponto! – Beatrice apareceu com e , ambas com as mesmas aparências que e . – O primeiro dia é sempre o mais difícil. Venham. Queremos mostrar o resto.
Os dois as guiaram para o que descobriram ser o banheiro. O cheiro começava a ficar forte a uma certa distância.
- Esse não é o banheiro. As pessoas costumam fazer as necessidades aqui, mesmo quando imploramos pelo contrário.
- Dini disse que cobram pelo banheiro – soltou de uma vez. Se fosse demorar por essa frase, provavelmente choraria.
- Eles fazem isso. Quando a ONU vem que param. Não podemos fazer nada quanto a isso, porque a polícia daqui é completamente corrupta e a maioria, disfarçada, está à procura dos refugiados. E chegam a nos ameaçar, se pedimos para não cobrar – explicou Beatrice.
O riacho já não era um riacho. Havia casas e crianças ao lado dele, brincando e vivendo. As quatro não sabiam como e não sabiam o que achavam disso. Já não sabiam de mais nada.
O banheiro verdadeiro então... Eram quatro cabines minúsculas, que no momento não tinham ninguém vigiando.
Todas estavam com caras de desoladas. Quase sempre pensavam por que elas viviam, culpavam-se, queriam ajudar com tudo que podiam... Era insano tudo aquilo.
Para o fim da tarde, Fred e Beatrice as levaram para a tenda dos Médicos sem Fronteiras para o que elas chamaram de parte mais chocante. Lá, descobriram realmente como estava a situação. Mortalidade infantil altíssima, várias doenças sem cura, sem remédios, sem equipamentos, sem pessoas para ajudarem o suficiente, desnutrição assustadora, falta de alimentos e muita falta de recursos.
Nenhuma conseguiu se manter forte. soluçava e tinha a mão na boca para não fazer um barulho mais alto que o que já estava fazendo. abraçava a seu próprio corpo e chorava. tentava não fazer barulho. Lágrimas corriam sem parar por sua bochecha, conforme piscava. deixou que todas as coisas que viu e ouviu durante o dia ganhassem de sua atitude e chorou feito um bebê, mal se aguentando.
Vários dias tinham se passado desde então. Elas estavam no último dia lá e muita coisa já tinha mudado. Muita coisa, mas ainda não era o suficiente.
- Alice, mande mais. Muito mais – as quatro falaram por telefone. O sinal não era perfeito, porém ainda dava para falar.
- Tem mais indo, garotas – ela respondeu como se estivesse com dó de todas e de tudo. Na verdade, estava.
- Queremos que casas sejam construídas aqui também. Banheiros. Cozinhas. Escolas. Tudo! Sério, Alice. Se quando voltarmos daqui um ano não tiver tudo isso... Cara, a gente vai dar a doida em cima da mídia e tudo!
- Vamos com calma...
- Cale a boca! A gente pode arranjar verba para isso!
- Ei, olhem como falam comigo! – a mulher ficou brava. Não era porque ela não estava lá que não sabia como as coisas funcionavam. – Não estou falando que não dá para fazer isso. Só deixem ataques de fora. Se for preciso dela um dia, usaremos.
As quatro tinham ficado muito chegadas de todas as crianças e de algumas pessoas da cidade nesses poucos dias. Tanto elas quanto eles eram fáceis de conviver. Todos gostavam da presença delas.
Como festinha do último dia delas, tinham ajudado todas as pessoas que quisessem participar a cantar uma música, tanto em inglês quanto na língua nativa. E, no final da tarde, a pracinha de Dadaab ficou cheia.
tocava os primeiros acordes do violão e ficava assim até a metade da música, quando todas entravam. Até cantaria nessa. Era uma ocasião mais que especial.
A música não era delas. Um cover era bem mais apropriado para o momento e, com a melodia diferente, a canção ficou ótima e suave.
When I see your smile,
Tears run down my face. I can’t replace.
And now that I’m stronger I’ve figure it out
How this world turns cold and breaks through my soul. And I know
I’ll find deep inside me
I can be the one.
I will never let you fall.
I’ll stand up with you forever.
I’ll be there for you through it all,
Even if saving you sends me to heaven.
It’s ok.
Seasons are changing,
Waves are crashing and stars are falling all for us.
Days grow longer and nights grow shorter.
I can show you I’ll be the one.
I will never let you fall.
I’ll stand up with you forever.
I’ll be there for you through it all,
Even if saving you sends me to heaven
‘Cause you’re my… You’re my… My true love, my whole heart.
Please, don’t throw that away.
‘Cause I’m here for you.
Please, don’t walk away.
Please, tell me you’ll stay.
entrava com a guitarra na distorção agora e gritava com com todas as forças. e também tocavam com tudo os seus instrumentos.
A música era tanto um recado para a população quanto para o resto do mundo. Tinha encaixado perfeitamente, na opinião delas.
Use me as you will.
Pull my strings just for a thrill.
And I know I’ll be ok,
Though my skies are turning gray.
I will never let you fall.
I’ll stand up with you forever.
I’ll be there for you through it all,
Even if saving you sends me to heaven.
E, mais uma vez no refrão, a música acabava, assim como a estadia delas em Dadaab. A despedida foi triste e ao mesmo tempo animada. Elas esperavam fazer diferença na vida de várias pessoas ali.
Dias mais tarde, voltariam a viver a vida delas – coisa que quase se recusaram –, mas Alice entrou num ponto do qual elas não conseguiam sair: quem ia ajudá-los, se elas parassem?
Poucos dias depois, muita correria, visitas a rádios, programas de TV, encontros com jornalistas e várias visitas a estúdios, McFly estava com smokings na mala sendo tirada do compartimento do avião encontrado em terra em Los Angeles. Os quatro seriam mandados a uma sala de desembarque diferente da normal, para não haver problema de pessoas excessivas.
- AAAHHH, Harry! – pulou nele quando o viu, atropelando Dougie e Danny.
- Saudade de você... – ele tinha dito um adjetivo no ouvido dela, que riu abafado antes de beijá-lo.
- Amooor! – Danny fez as honras.
não disse nada. Apenas grudou as pernas na cintura dele e o abraçou forte.
e Dougie não foram diferentes. Teve uma cena de filmes antigos, em que o homem larga as malas e corre para abraçar a mulher. Claro que alguém tinha que comentar.
- Calem a boca. Isso é inveja – ela se defendeu, ainda abraçada a Dougie.
- Depois a rainha dos clichês sou eu – revirou os olhos. – Oi, Dougie, Danny, Harry e Tom! – cumprimentou todos quase que sem expressão, antes de se virar para . – Mate saudade logo, porque temos que resolver um negócio no estúdio antes de pegar o vestido.
- Mas eu não quero ir... Qual é? O Harry está aqui. Estou com saudades dele! , eu me depilei com aquela cera fria. Você sabe. Estava lá comigo para me dar forças!
Todos eles entraram em um acesso de riso.
- , sério mesmo. Sem detalhes, por favor – pediu quando se controlou.
- Não sei por que ainda pedem por menos detalhes... Sabe Deus o que vocês já fizeram sozinhas.
- , querida, dê um jeito no seu homem. Pelo que entendi, ele nos chamou de lésbicas – pediu. – Nós somos bem abertas umas com as outras, mas não tanto assim.
- Vocês pegam uma no peito da outra...
- Tomam banho juntas...
- Trocam de roupa juntas...
- É de se esperar qualquer coisa assim!
- Então vocês estão perdidos no homossexualismo – riu sem graça. – Moraram juntos por um bom tempo, davam selinhos na frente das câmeras e davam shows pelados... São três motivos maiores que os nossos. Desculpe.
- Mas e daí que a gente pega nos peitos? Vocês também fazem isso – perguntou inocentemente.
- Não. Eu pego no da , só – Dougie disse, tendo certeza de que todos pensavam "graças a Deus”.
- Chega desse assunto estranho no meio do aeroporto, vai – sorriu fraco, antes de passar pelas portas de onde sairiam trezentos flashes.
Nesse momento, e Tom andavam lado a lado atrás dos outros. Mas, na hora em que abriram as portas, a menina correu e puxou , deixando Dougie e Tom atrás. Deu um sorriso completamente sem graça, como desculpa, antes de esconder o olhar para as câmeras.
- E aí, como se sentem indo a um award super famoso?
- Por que elas não podem passar um tempo conosco? – Danny ignorou a pergunta de .
- Ué. Você ouviu, Jones...
- Achei que seria a primeira coisa pronta de vocês. Só é estranho.
- Bom, o único vestido que ainda não acabou é o da e o negócio do estúdio é bobeira. Você já deve saber por que elas estão indo.
- para ficar longe de Tom, mas ...
- Porque ela realmente tem que experimentar o vestido. E nós vamos... Quer dizer, menos a – riu. – Eu amo você, Danny.
Ela falou tão do nada que ele estranhou, mas não deixou de gostar.
- Também amo você, amor – deu um beijo no cabelo dela.
- É sério. Amo muito. Você é a pessoa certa para mim, me completa. Vocês todos nos completam...
- Digo o mesmo para você. Harry mudou totalmente quando terminou com e Tom tenta fingir.
- Bom, se trancou em casa por dias e conseguiu fingir por um tempo. Já não se importa mais com isso. Danny, prometa que não vamos chegar a isso. Eu não aguentaria outra decepção amorosa. Principalmente com você, já que o amo tanto.
- Nós superaremos tudo que for preciso, . Agora esqueça isso. Nós estamos bem e vamos continuar assim. Conte-me mais da África.
- Ai, Danny. Acho que nunca chorei tanto na vida. Estou feliz por poder ajudar, porq...
E assim os dois foram mais atrás até chegarem ao carro.
- Alice, você ainda vai nos causar um ataque do coração. E eu falo sério – surtou ao entrar na casa.
De uma hora para outra, algumas coisas do plano deram errado. Quer dizer, Alice só achava melhor todos se aprontarem em uma casa só. Afinal, espaço não era o que faltava. O planejado era ela levar os vestidos ao salão e assim iam direto.
- Vocês vão me dar quatro ataques. Ganhei – ela revidou e se virou para os quatro homens que viam a cena. – E vocês? Vão reclamar também?
Dougie, Tom, Harry e Danny foram acordados de supetão pela própria Alice perguntando o tempo que eles demoravam para ficarem prontos. Negaram com a cabeça, não sabendo se ficavam assustados ou ignoravam a atitude. Ela era definitivamente uma cópia feminina de Fletch.
- Ótimo. , seu vestido está no seu quarto. , o seu está no quarto do lado. , aqui embaixo. ...
- No único quarto que sobrou. Sei.
- Sim, mas ainda não acabei – a mulher impediu a menina de subir as escadas junto com , , Dougie, Tom e Danny. Tom foi instruído de ficar na sala de estar do andar de cima que ninguém usa. – A namorada do Nate Rues não vai poder ir. Ele perguntou se você quer ir com ele.
- Não precisa, Alice.
- Por que não, ? – a curiosidade matou o Danny.
- Menos dor de cabeça e é mais divertido! – sorriu um pouco forçada. – Dá para brincar no tapete.
- Tom, você se importa de ficar comigo, enquanto eles fazem a honra no red carpet? Fiz tudo que pude para colocá-lo, mas não deu... – Alice abaixou o tom pela primeira vez no dia.
Também, depois do olhar que e as outras deram, quem não abaixaria o tom?
- Não tem problema – e não tinha mesmo. Está certo que não seria a mesma coisa, mas só de estar lá já era muito.
- Certo. Vão se arrumar. Estão perdendo tempo. Não quero saber se estragarem o cabelo ou a maquiagem. Não mandei ninguém mexer onde já está pronto! E não faça isso, . Se vir você fazer alguma gracinha, tiro-a de lá pelos cabelos!
- Eu não fiz nada!
- Mas ia fazer!
- Odeio esses dias. Alice fica totalmente insuportável – cochichou. – É pior que a !
- Continuo ouvindo, suas ingratas!
- , não gostei disso, não – , óbvio.
Assim, eles apertaram o passo na escada até os quartos.
entrou no quarto acompanhada de Dougie. Deixando o que Alice tinha mandado de lado, sentou-se na cama e esperou Dougie fazer o mesmo.
- Você não devia começar a se trocar?
- Você quer? – ela fez uma cara bem safada, digamos assim.
- Uau... Eu... O que é tudo isso? – ele a apertou pela cintura quando a menina subiu em cima dele, ficando em seu colo.
- Estou morrendo de saudades... De você, do seu cheiro – aspirou lentamente o pescoço dele, enquanto sussurrava. – Do seu toque – aí a deixa era dele. Suas mãos, que antes estavam na cintura, passaram para a coxa e as costas da garota. – Do seu gosto – deu um leve beijo dos lábios dele. – Do seu rosto, da sua voz... – acariciava o rosto de Dougie delicadamente.
- Eu não fico para trás – num impulso, ele estava em cima dela na cama. tinha soltado um riso alto e divertido, como uma criancinha. – Senti falta dos seus olhos brilhantes quando olha para mim – se fosse uma situação normal, a garota acabaria com o clima rindo. – Da cor e do formato dos seus lábios - da mesma forma que ela fez, o rapaz selou os lábios nos dela lentamente. – Das suas curvas e da sua pele...
- Dougie...
- E, claro, do jeito que você fala meu nome. É diferente.
Ambos sorriram. Era um sorriso doce e calorento.
É o amooooor...
- Não é diferente – ela teimou.
- É, sim – beijou-a com vontade, sem deixar de ser delicado. – ...
- Oi...
- Está estragando o seu cabelo.
- Agora isso, sim, é diferente e totalmente broxante – sorriu sem graça, saindo de baixo de Dougie.
- Só não quero ser o responsável pelo atraso e nem morrer nas mãos de Alice. Sabe, eu tenho planos para uma família. Eu não me esqueci deles, . Nós os fizemos na primeira vez em que ficamos.
Se ela pudesse ir até a lua e voltar em três segundos, a menina iria. De repente, seu corpo inteiro passou a formigar, seu estômago gelou e só ouvia um zumbido pelo ouvido. Achou que tinha morrido por um instante.
Ela era a mulher mais feliz do mundo.
- Como era...? Filhos loiros de olhos azuis? Podemos pensar nisso daqui uns anos – Dougie não fazia ideia de onde isso tinha vindo, mas não se arrependeu de ter dito. Sentiu-se bem, na verdade.
- ...Não sei nem o que dizer. Eu amo você, Dougie. Mais do que qualquer coisa nesse mundo – ele disse um "eu também" e ficaram sorrindo feito bobos um para o outro por minutos até ela decidir falar. – Que se foda o meu cabelo.
E aí, sim, eles se agarraram. Quem sabe qual seria o estrago, se Alice não tivesse batido a porta dizendo "sinto cheiro de pré-sexo. Podem parar. Depois que estiverem prontos, a premiação acabar, façam-se de animais, comam-se, enrolem-se, mas agora se vistam!"?
E isso acaba com qualquer clima, convenhamos.
Principalmente numa altura em que a casa toda escuta.
A primeira coisa que fez ao entrar em seu quarto foi ligar o ar condicionado e começar a se despir. Queria uma rápida lavagem no corpo antes de se trocar.
Ela foi jogando peça por peça no chão, sem nem ligar para Danny atrás dela.
- Er... , estamos sem nos ver por quase quatro meses ou mais. Você sabe como eu estou. Não sabe?
- Danny, não estou melhor. Tenha certeza disso. Sabe quanto chocolate tive que comer para tapear a sensação? Depois do primeiro mês, comecei a precisar de algo mais forte...
- Então venha aqui...
- Não dá.
- Por que não?
- Vou estragar o meu cabelo e borrar a maquiagem.
Danny ficou com cara de tacho.
- Nem um beijo?
- Não tenho a cor do batom – ela sorriu maldosa.
- , aí também não, né?! Então me faça um favor... Troque-se dentro do closet. Não sou obrigado a me torturar vendo você seminua – na hora, ela se livrou do sutiã. – Não, você não fez isso.
- Ah, eu fiz. Preciso trocar de roupa. O sutiã não faz parte dela.
- ...
Era oficial. Danny estava perdido. quis gargalhar do gemido dele.
- Venha aqui – ela rolou os olhos.
Ele obedeceu. Abraçou-a como se ela fosse o bem mais precioso da face dá Terra, ignorando os seios nus que se encostavam ao seu tórax. Aquilo era tortura mórbida. Ela queria matá-lo. Só podia. Mas, ainda assim, segurou todo o desejo que tinha de fazer um amor brutal com ela naquela cama. Tudo para viverem por mais tempo, se fosse por Alice.
- Preciso de você – ao contrário do que eu pensaria, não foi Danny quem disse. Foi .
Trocaram um beijo furioso, repleto de desejo. Mais um pouco e não teria volta.
Escutaram rir feito criança e isso fez com que se afastasse devagar.
- Dougie e estão no bem-bom. Vamos fazer igual.
- Daqui a pouco, Alice aparece e nos mata... Não teremos nenhum minuto de diversão.
- Uma rapidinha?
- Danny... Suas ideias são impróprias quase sempre, mas é a primeira vez que a acho apetitosa – ele sorriu feito criança quando acaba de ganhar um picolé. – Mas, no momento, preciso muito mais que uma rapidinha – beijou-o novamente.
- Tem razão. Promete uma coisa?
- Claro. Qualquer coisa.
- Não quero saber de conversas hoje à noite. Vai dar tchau às meninas quando tudo acabar e aí você é minha.
- E você é meu? – ele concordou. – Fechado.
- Odeio entrar nas horas erradas – escutaram na porta do quarto, de repente. – Preciso do secador de cabelos emprestado. Ah, Alice mandou vocês se trocarem antes que decidam se comer. Tchau!
- Só eu achei isso estranho? – Danny perguntou após uns segundos. Ainda tinha nos braços.
- Não – ela tinha certeza de que foi paga ou sofreu algum tipo de chantagem para ter feito o que fez. Seu cabelo estava arrumado e Harry... Harry não secava o cabelo! – Porém, ela tem razão. Vamos trocar. Hoje à noite...
Ela deixou a frase no ar. Danny sabia muito bem o que era.
estava pronta na frente do espelho. Ela não olhava para o seu reflexo, porém. Olhava para todos os lados, principalmente para a porta.
Queria que Tom entrasse por ela e os dois acabassem com aquela bobagem de uma vez por todas. e Harry conseguiram. Por que eles não?
Minutos foram se passando e nada. Até talvez fosse melhor assim. Ou não. Definitivamente não. E se ela fizesse isso? Se ela fosse lá e acabasse com toda essa bobagem? Quer dizer, era bobagem para a garota... E se não fosse para ele? Se seguiu em frente e deixou uma namorada secreta em Londres? Não... não podia fazer isso. Suspirou fundo e fechou bem os olhos. Não queria chorar agora. Não ia. Não, não.
Estava perto de e . Conseguia ouvir o que se passava dentro dos quartos e não estava contente com isso. Ela queria ser amada também! Principalmente pela pessoa que amava, e sabia que isso era egoísta, mas que se dane.
Ok. Pela tortura de ver Tom e ouvir os seus amigos se amando, a primeira opção era a melhor.
Ela se aproximou lentamente da sala que ninguém usava e se encostou ao batente da porta. Ele estava lindo e se enrolando com a gravata. Por um segundo, a menina se arrependeu de ter ido até lá.
- Você está lindo – disse com toda sua coragem.
Tom se virou, completamente surpreso.
- ...Obrigado. Você também está... Muito.
- Sabe... – ela sorriu fraco, aproximando-se. – Vai ficar melhor sem a gravata. Deixe-me ajudar.
A aproximação perigosa deles fez o coração de ambos acelerar.
- É como o Nate gosta de ir?
O sorriso fraco dela desapareceu. Se fosse qualquer outra situação, ficaria possessa e diria até mais coisas, sobre como Nate fica extremamente charmoso quando usa suspensórios com blusa social com as mangas dobradas.
- Não sei... É como você fica mais bonito. Mas, se quiser usar a gravata, tudo bem – tirou a gravata do rapaz e o virou para o espelho. – Viu? Fica melhor assim.
- É.
- Então eu vou indo... – nenhum dos dois respondeu alguma coisa, enquanto a menina relutava para se afastar.
- ... – ele a chamou, antes que desaparecesse. O garoto queria falar tudo que pensava, queria voltar com ela, senti-la de novo, mas lhe faltava coragem. – Eu... Obrigado. Você está linda.
- Obrigada, Tom. Eu acho que a Alice está precisando de ajuda...
Na verdade, só disse isso para que não ficasse um clima pesado e estranho entre eles. Ela queria ficar o mais longe possível dele para que fosse fácil enganar a si mesma que seria fácil esquecê-lo.
- , não precisa fingir... – o rapaz disse derrotado. Sofria tanto quanto ela.
- Preciso, sim! Acha que está fácil para mim? Eu só concordei com isso porque achei que era o que você queria. Que escolha eu tinha? – pronto. Que a verdade seja dita. – Eu o amo desde que botei os olhos no DVD do Wonderland. Era você quem eu respondia quando alguém me perguntava quem eu amava, ou queria beijar, ou passar o resto da vida. E isso nunca mudou. Não seriam briguinhas que mudariam isso. Não é um tempo na nossa relação que vai mudar o que sinto por você. Desculpe.
- Então por que não...? – Tom estava surpreso. raramente explodia assim com ele e nunca gostou tanto como dessa vez.
- , desça já aqui! Preciso de uma ajuda – escutaram Alice do andar de baixo, o que fez com que Tom não terminasse de dizer o que queria.
respirava ofegante e tremia. Lutava com o nó na garganta e em manter os seus olhos secos.
- Já estou indo – respondeu alguns segundos depois, saindo da sala rapidamente.
- Que saco. Por que vocês não vieram ontem?
- Sabe, , às vezes não consigo entendê-la. Afinal, você está feliz por termos vindo só para acompanhá-las ou não?
- Claro que estou. Que pergunta idiota!
- Você acabou de reclamar...
- Não. Reclamei porque vocês sempre chegam no dia de manhãzinha, dormem a tarde toda enquanto nós ralamos para qualquer coisa que seja, e não temos tempo para ficar com vocês. Nem que seja para dormir.
- Por um segundo, achei que você ia reclamar que trabalha enquanto ficamos no bem-bom.
Eu também.
- Isso também, mas eu não ligo para isso no momento. Ter você na minha cama, deitado, sem camisa de graça, não é para se perder e eu perco.
- Da próxima, tentamos vir um dia mais cedo – Harry sorriu convencido. – E vamos ficar até o Grammy dessa vez, mandona.
- Ou vou para a Inglaterra do mesmo jeito que você faz, para ver como é satisfatório – ignorou a última parte dele. Era outro evento. Menos tempo que poderia realmente passar com ele.
- Já percebeu que a maioria das coisas que falamos, se tiver uma pessoa escutando, já era? Vai pensar que só falamos de sexo o tempo todo.
- Ué, e não falamos? – gargalhou. – Tem razão. Mas ninguém precisa saber que somos um casal normal que, na verdade, tem assuntos e não baseia a relação em sexo.
- É, não sou Danny também.
- Outch – ela riu. – E ele nem está aqui para se defender... É assim que eu gosto.
Judd sorriu e a abraçou por trás, beijando o pescoço dela.
- Eu até ia dizer para você que vai estragar o meu cabelo, mas que se foda.
Ela se virou para ele e o beijou com vontade. Harry, ainda assim, sempre levava as coisas mais simples que a garota dizia a sério – ou quase todas – e nem se encostou à cabeça dela. Ocupava as suas mãos com a cintura dela e, claro, com a traseira.
- Não aguentava mais esperar por você – sussurrou, antes de chupar a orelha dele.
- Estou aqui – Harry fez o mesmo. – Sério, . Vá para Londres comigo...
- Harry, essa conversa de novo não – instantaneamente, ela se afastou dele.
Já tinham tido uma conversa assim. tinha achado difícil mudar do Brasil para os Estados Unidos. Agora mudar para a Inglaterra seria mais difícil ainda. Não por termos de trabalho nem moradia, mas morar com Harry era um nível totalmente diferente e novo.
Ela tinha medo das coisas novas. Principalmente desse tipo.
- Não quero brigar com você, nem ferir seus sentimentos, mas me dê um tempo quanto a isso, por favor – pediu docilmente. – Não me acostumei com... Tudo que ando passando. Preciso de tempo para pegar o jeito.
- Tudo bem. Não falo mais disso pelos próximos meses – o garoto garantiu, sem mostrar desapontamento. Porém, o conhecia bem.
- Posso lhe garantir uma coisa... Nossa casa... Que temos lá... – Harry acenou para ela continuar. – Podemos vender... Já que nunca ficamos lá quando vamos. Não é muita coisa, mas dá para provar que algum dia vou dizer que sim. Mesmo se a quiser ficar na besteira de ficar separada de Tom, acho que a menina concordaria que aquela casa é grande demais para só ela.
E ele sabia que ia. Sorriu sincero e a abraçou.
- Não precisa fazer isso. Você não precisa dar provas para me fazer acreditar, .
- Mas eu quero. É como uma prova de comprometimento ou algo assim – na verdade, ela não fazia ideia do que estava falando. Simplesmente falava. – Vou falar com as meninas... Tenho certeza de que elas vão concordar. Até porque, se fosse para largar as coisas aqui, largariam.
- Por que não faz isso também?
- Porque sou a única que pensa aqui – riu. Relacionamentos eram complicados demais. Durante os anos, ela aprendeu que pensar era uma coisa boa quanto a isso. Esperar também.
- Bom, faça o que quiser. Eu sei que um dia você vai dizer sim, então tudo bem.
No momento, a porta foi aberta de supetão e Alice entrou. A expressão dela ao ver os dois conversando foi de extrema surpresa.
- E eu que achei que vocês já estariam pelados em algum lugar do quarto, fazendo sexo... Justo vocês dois! Até e Dougie estão quase lá!
- Ah, você sabe que para a qualquer lugar está ótimo, né...? Na cama, na sacada, na cozinha, ou simplesmente na mata.
- Eu juro que não entendo por que vocês são amigas – Harry e Alice disseram ao mesmo tempo, tendo só a última continuado. – É por isso que preciso da menina perfeita para entrar no quarto de e acabar com o clima lá.
- Por que eu?
- Quer mais cara de pau?
rolou os olhos, enquanto reclamava "quando finalmente fico com o meu namorado, tenho que espantar o dos outros. Não tenho um minuto de paz..." e coisas assim, enquanto Harry ria, indo atrás. Não perderia essa cena nem em um milhão de anos.
A limusine estava barulhenta. Todos falavam ao mesmo tempo assuntos variados, cada um cortando a vez do outro.
A animação dos quatro homens era totalmente visível e a excitação das meninas por estarem com, no mínimo, três nominações era enorme.
- Quantos vocês já ganharam?
- No ano? Isso é difícil contar... Tem Tony Awards, tem Kids’ Choice Awards, Teen Choice, Grammy... Vários tipos de prêmios.
- Nossa, poderosa! – Danny brincou com . – Sou . Sou famosa e não lembro quantos prêmios ganho.
- Vá à merda! – e riu.
- E nesse?
- Já ganhamos como melhor banda nova, hit do ano, melhor single, melhor banda do ano...
- Acho que nunca ficamos sem levar pelo menos um, não é? – quis confirmar com . –Tem muita gente boa, assim como muita gente ruim competindo conosco.
- O que particularmente me irrita. O que eles têm? E quando é em premiação que o povo vota? Aquelas Miley, Selena... Pagam de santinhas, sendo que são piores que nós. E nem vou falar do Justin. Perder para a Miley até vai. Eu gosto dela. Mas Selena Gomez e Justin Bieber? Prefiro morrer.
- Realmente, é uma vergonha perder para o Bieber – concordou com a . – Bem melhor perder para atores, quando são várias opções. Só sou um pouco neutra quanto a One Direction.
- Não! Mil vezes, não! – fez drama.
- Não me importo de perder para eles – falou. – Nem Deus sabe quando vou conseguir parar de cantar “Best Song Ever” – as amigas concordaram, depois de gritarem o tanto que ela cantava aquela música.
- A conversa de vocês realmente está muito interessante... – Alice foi irônica. – Mas estamos chegando. Já sabem quanto às entrevistas, não é? Cuidado com o que falam.
- Gente, a vai daqui a pouco. Vocês podem esperar. Não podem?
- O tempo que for! – as três gritaram felizes.
- Cinco minutos! – Alice corrigiu, fazendo todo mundo rir. – Falo sério!
- É minha deixa – ele a puxou para dentro da limusine de novo.
- Tom, não é a melhor hora para nós conversarmos.
- Eu preciso. São só três segundos. Juro – ela assentiu. – Não ache que não a amo mais. Fico doido sem você. Pergunte a qualquer um... Aquela foi a pior decisão que já tomamos um dia. Por favor, faça esse favor a nós, a mim, e volte para mim...
A garota não precisou responder. Foi direto abraçá-lo. Estava com saudades daquilo.
Os outros quase fizeram "awn", quando saíram do carro, mas Alice interrompeu todo mundo, mandando-os andar. Apenas Tom ficou com ela e até a ajudou assessorar um pouco.
Primeiro de tudo, cada uma andou no tapete com seus pares e , sozinha. Tiraram algumas fotos com eles – isso no meio dos outros convidados. Mas, quando se tratava de uma foto séria, na parte destinada especialmente aos paparazzi, McFly ou qualquer outro acompanhante nem sequer existia.
começava a fila da banda com estilo. Seu cabelo levemente armado e ondulado dava charme ao seu visual, junto com a maquiagem clara que usava. Os olhos levemente pretos e bem delineados, blush rosado e gloss transparente combinavam com a clareza do vestido tomara-que-caia rosa bebê que usava. Era modelado na forma dos seios, enfeitado com pequenas pedrinhas prateadas e um laço perfeito feito de cetim. A saia era uma mistura um pouco armada de seda e dois tipos de tule: o plissado com paetês prateados e o de segunda pele. O vestido era curto e suas pernas ficaram ainda maiores com um uma sandália de salto doze.
estava ao lado com o cabelo um pouco maior do que costumava usar, com luzes azul marinho em pontos estratégicos, e tinha as pontas com perfeitos cachinhos. Assim como , sua maquiagem era leve: seus olhos tinham uma mistura de prata com cinza e marrom, maçãs do rosto pouco rosadas devido ao blush, e batom cor de boca. Seu vestido era diferente de todas as meninas por ser o único longo. O decote em “V” ia quase até o seu umbigo, onde tinha uma espécie de cinto detalhado em pedras de todas as cores. As alças se encontravam traçando nas costas e terminavam na parte da frente do cinto. A saia era de seda estampada em vários desenhos por todo o vestido rodado. Por ser longo, quase não aparecia o salto prateado detalhado em pedras.
Em seguida, vinha . Ela tinha o cabelo liso e o ajeitava com a mão de uma forma que esse ficava lindo de qualquer jeito que parasse. A maquiagem destacava o seu rosto com os olhos esfumaçados e bem delineados, as maçãs do rosto um pouco mais rosadas e o batom rosa claro, bem discreto. O vestido era de seda branca pura, rendado inteiro. Apesar de simples, os rendados deixavam o vestido lindo. Bem colado no corpo, fazia a forma dos seios. A saia era rodada e as rendas iam se distanciando, conforme a barra se aproximava. Elas eram variadas em flores de vários tipos e a barra tinha um tipo diferente e especifico de renda. Na cintura, uma pequena camada de seda lisa se encontrava em um laço feito de lado, como um cinto. Suas pernas estavam à mostra e usava uma sandália estilo gladiador, com um salto pequeno e branco.
tinha feito mudanças no visual. O cabelo, que sempre era liso e nem um pouco armado, teve várias ondas e volume acrescentados a ele, junto a uma tiara preta com um pequeno detalhe de flor pregado a ela. Os olhos estavam delineados em estilo gatinha, bem delicados, com um fraco ponto de luz na parte interna do olho. As maçãs estavam marcadas pelo pó branco e um pouco de pêssego. E, por fim, usava gloss transparente. O vestido era preto, primeiramente de seda, e logo abaixo dos seios aparecia um tecido estampado com rosas e folhas, que caíam pequenas pontas logo no começo da saia e cobriam a parte de trás dele. O forro era cinza escuro de cetim bordado em preto e as várias camadas de seda preta que caíam por cima davam contraste e caimento. A sandália preta era quase que de plataforma, bem alta e simples.
Depois das quinhentas entrevistas, mais fotos, encontro com vários artistas – sorrisos falsos para algum deles – e mais um pouco de entrevistas, os dez – agora com a namorada do Ian – foram para os lugares marcados dentro do local em que ia acontecer o evento, que eram bem ao lado do palco, perto de Zac Efron e Hudgens, Jay Z e Beyoncé e de outras bandas. Sem contar com as estrelinhas da Disney como Miley e Selena (as duas estavam, para ser exato, duas fileiras atrás) e a mais legal delas, Demi, na mesma fileira que a .
Os atores fodões e super legais estavam nas fileiras da frente. Isso fazia com que elas ficassem em uma empolgação fora de série, como se não fizessem parte dos famosos de jeito nenhum e não conhecessem algum deles (e de fato fossem pelo menos um pouco amigos).
Logo que todos, inclusive os fãs, estavam no estabelecimento, o evento não demorou para começar e que Seth Rogen, apresentador daquele ano, entrasse e fizesse a maior festa. As nominações eram dividas entre filmes, TV, música, as melhores coisas do verão, fashion e outros. Até então, filmes já tinha passado e TV estava acabando e os próximos seriam os que importavam para elas. Depois que a categoria de música acabasse, elas tocariam o segundo single do seu álbum, trocariam de roupa e concorreriam pelas outras categorias. Coisinha boba, mas era mais um prêmio na estante.
- Ainda me pergunto como Selena Gomez ganhou como melhor atriz de comédia. Sério mesmo. Eu sou a menina que mais ri com coisas idiotas e não rio com ela. Cadê a comédia? – cochichava para quem podia ouvir, visivelmente indignada. – Lea Michele devia ter ganhado. E olhe que não assisto a “Glee”.
- E o melhor programa de comédia? Devia ser “o pior entre os piores”. Isso, sim – concordou com e ainda pôs a sua opinião. – “Sunny Entre Estrelas” não é engraçado. É tortura. E eu adoro a Demi.
- Não é? – Harry concordou. – “The Big Bang Theory” é melhor que qualquer coisa aí!
- O melhor vilão seria uma das melhores categorias, se trocassem o Ed Westwick. Chuck Bass não é considerado vilão ao lado de John Locke de “Lost”... Até a Sue Sylvester é melhor!
- Mas, Tom, o Terry O’Quinn ganhou – é quem faz o Locke.
- Eu sei. Só estou dizendo.
- Não foi dessa vez, Ian. Damon ganha um dia ainda. Quem sabe no Kid’s Choice? – alfinetou.
- ... Não comece – ele pediu ao lado dela. Ela sorriu malvada, com o pensamento de que tudo que o rapaz já havia lhe feito para passar vergonha ou algo do tipo acabava ali.
- Desculpe. Você ainda vai ganhar um Emmy. Eu sei disso. É beleza demais para uma pessoa só!
Finalmente, a categoria de música havia começado e elas estavam tensas quanto a isso. Estavam concorrendo a várias categorias diferentes, com pessoas que as meninas consideram ótimas, melhores que elas. Então, se ganhassem, seria muito, muito bom.
Torciam pelas pessoas que achavam que mereciam ganhar e, mesmo que alguém feito Miley ou Kesha vencesse, elas tinham que bater palmas e ser simpáticas, caso a câmera passasse nelas.
É claro que não entravam nas categorias de Rap, R&B, country, cantoras – porque ninguém ali tinha carreira solo – e não se encaixavam no pop. Mas, nas outras, todas tinham o como indicado.
Para entregarem o prêmio de melhor álbum de rock, quem subiu no palco foi Ashley Tisdale e Zac Efron. Os dois fizeram uma pequena piadinha que só tem graça na hora, conversaram por três segundos com o povo e, por fim, chamaram os indicados. As quatro estavam completamente tensas e apreensivas. Quando o nome delas e o do CD foram ditos, todas sentiram um frio na barriga. Não era a primeira vez em um Teen Choice, mas era como se fosse.
- E o vencedor é... – Ashley e Zac esperaram por algum sinal e receberem algum tipo de envelope, mas nada aconteceu. Atores... De repente, um barulho de avião. O local ficou escuro e confuso e várias pequenas almofadas começam a cair no palco. Os dois pegaram uma delas e disseram o nome. – “Scream the Hell Out”, !
Era como se o Brasil tivesse feito o gol decisivo da partida, ou apenas o primeiro deles.
As quatro festejaram, fizeram caras e bocas, e se abraçaram rapidamente para finalmente irem ao palco pegarem a prancha que era o prêmio e agradecerem com o coração.
O ato foi repetido por várias vezes, cada uma delas mais animada que a outra. Ganharam como melhor música de rock com “Modern People”, melhor canção de amor com “Three Sides”, melhor banda de rock, e ganhando de Justin Bieber o melhor single, com “Eyes Shut”.
Até o momento, tinham atingido a meta, que era pelo menos dois prêmios. Acabaram pegando todas as categorias em que estavam inscritas em música e o evento ainda não tinha acabado.
Rapidamente, a câmera pegou as quatro saindo de seus lugares, preparando-se para trocarem de roupa e tocarem dali uns minutos. Quando elas se encontraram com Alice, ela estava quase chorando.
- Todas indicações, garotas. Todas! – ela estava vibrando, um pouco bêbada também. Agora nada podia dar errado. – Eu não podia estar mais orgulhosa de vocês!
Muito rápido, nenhuma delas sabe como conseguiram trocar de roupa e se maquiarem naquela rapidez.
entrou no palco um pouco antes que o nome delas e o da banda fossem ditos. O cabelo continuava o mesmo, só que não tinha tiara mais, e a única coisa que a maquiagem mudou nelas foi que todas estavam iguais em alguns termos, como o olho. A única coisa que mudava era a boca. usava um vestido marrom escuro e apertado no corpo, bem simples, com uma meia-calça arrastão com desenhos, uma jaqueta preta e uma sapatilha preta.
entrou rodando as baquetas, indo direto para a sua bateria. Estava com uma blusa de manga três quartos verde-água bem folgada, caída um pouco nos ombros. Estava com uma parte dentro do short jeans escuro de cintura alta, cheio de botões. Usava uma botinha preta sem salto e de cano baixo.
foi praticamente saltitando até sua guitarra, mesmo que ninguém pudesse ver. Felicidade em excesso. Usava uma blusa branca de alças com alguns risquinhos em rosa, um short pequeno preto e um colete também preto por cima. Tinha um par de sandálias com um salto pequeno e que fechavam com um zíper na frente. Tocar de salto era um desafio divertido.
Não muito diferente de , usava um top preto embaixo de uma blusa cavada branca e bem folgada, com os escritos “damned”, e a mesma estava um pouco para dentro do short preto de cintura alta feito de tafetá. Nos pés, usava uma sapatilha preta.
O segundo single, assim como o primeiro, era super animado e tinham vários slaps do baixo. “Letters” era um som legal e contava tanto histórias antigas entre elas quanto atuais.
Como uma das bandas que apresentariam no evento, sempre era gravado nos bastidores o nome do ganhador da próxima categoria com quem quer que fosse a banda. Logo após, as quatro tiveram que ter ajuda para conseguirem ficar perfeitas antes das categorias em que estavam indicadas.
A próxima etapa era “As Melhores do Verão”, que ganharam como “a música do verão” com “Alone”, que foi hit número um por várias semanas.
Na etapa Fashion, e concorreriam em duas categorias diferentes.
- Quando uma mulher nasce, o sonho dela é ser extremamente hot. Hoje uma das mulheres daqui sairá com esse título. Os indicados são... – Paul Wesley chamou e se virou para o telão.
A voz grossa mostrava as imagens e dizia os nomes de cada uma. “Kim Kardashian” e um episódio de “Keep Up With The Kardashians”, em que Kim aparecia por três segundos. “Nicole Scherzinger”, imagem de um novo clipe das Pussycat Dolls. “ ” e uma parte do último DVD. “Megan Fox”, em um filme novo, E, por fim, “Kesha” e um clipe doido dela.
Quando o nome da apareceu, Danny a olhou.
- Você está participando dessa categoria? – só deu de ombros, como quem dissesse que não podia fazer nada. E ela realmente não podia.
- E a vencedora é... – Nina Dobrev e Ian disseram juntos, esperando alguma resposta. Em outro palco, uma mulher fazendo pole dance, rodando no pilar. Sua roupa continha o nome da vencedora. – ! – o que veio até que a calhar, já que Ian também ganhou essa categoria para homens. E com razão.
se levantou rindo, sem nem acreditar que tinha ganhado da Megan Fox e da Kim. Bom, pela roupa que ela estava, dava para entender por que ganhou. Seu vestido era de listras horizontais brancas e azuis, bastante curto. Uma faixinha rodava os seus ombros, deixando-os à mostra. E, no encontro das “alças”, tinha um pequeno e delicado laço. Mas não é a roupa que faz a pessoa ganhar. tinha um corpo perfeitamente modelado, como se realmente fosse uma modelo.
Quando foi agradecer, antes de qualquer palavra, todo o evento deu aquele assobio para cantar a menina. Ela riu envergonhada antes de falar. Ainda disse que o namorado dela não ia gostar nada disso. Danny estava, de certa forma, orgulhoso dela... era dele e acabou. Então ele riu.
Depois de mais duas categorias, chegou a que estava concorrendo: a ícone fashion do Red Carpet, junto com Katy Perry, Kesha, Lady Gaga e Kristen Stewart. As chances eram grandes de ela ganhar de Kesha e Lady Gaga... Kristen passou a se vestir bem, e às vezes Katy exagera. Só que ela não gostava de botar fé... Se perdesse, ficaria meio que desapontada.
Ela ganhou, ainda assim. Foi ao palco com seu vestido branco tomara-que-caia, modelado na forma dos seios. Alguns tecidos franzidos iam entre os seios da garota em uma bonita flor. A saia era rodada e soltinha, com a seda branca com flores bordadas em cima do forro branco de cetim brilhante. Agradeceu aos fãs e aos estilistas que fizeram os vestidos sob medida.
A próxima etapa era a última e todas concorriam, até a banda.
- A gente sabe se uma pessoa é legal ou simpática pelo sorriso. Na verdade, é como descobrimos a pessoa por si – Anna Paquin e Stephen Moyer dividiam o microfone. – Além de que, o sorriso é a graça da pessoa, o que a deixa bonita (ou mais). Os indicados são...
A voz começou, mais uma vez, como sempre. “Lea Michele” e um episódio de “Glee”, em que o grande sorriso dela aparecia. “ ” e sorria numa parte do DVD em que ria para caramba. “Zac Efron” e um pedacinho do sorriso dele em um filme. “Ryan Sheckler” e ele sorrindo, pegando um prêmio. Por fim, “Jessica Simpson” e o sorriso dela em um clipe.
- O sorriso mais cativante entre esses é... – até parece. Ganhar de Zac Efron ou da Jessica... Havia uma boca imensa sorrindo com todos os dentes. Stephen a abriu e Anna o ajudou, mostrando o nome de lá.
Entre palmas – e sorrisos, claro –, foi buscar a sua prancha. Pra combinar com o sorriso estonteante que dava, o seu vestido tomara-que-caia amarelo todo delicado ajudava muito. Abaixo dos seios, havia um enfeite de pedras que dava a atenção ao vestido. A saia rodada e bem soltinha, um pouco armada pelas camadas de seda amarelo-claro, dava um ar mais jovial ainda.
Na categoria de viciados em Twitter, participava também, mas perdeu. Claro. Até parece que a menina consegue bater Ellen Degeneres nesse quesito... Ela tinha vida e era ocupada!
- Todos nós temos muito. Até mais do que precisamos, enquanto tem gente que não tem nada. Graças a Deus, alguns de nós sabem disso e batalham para esses que necessitam ou simplesmente ajudam para criar um planeta melhor. Ou os dois, o que é ainda melhor. Todos têm participações honrosas todos os anos. Vamos ver quem é o desse ano... – James Marsden apresentava a categoria dos ativistas.
O telão mostrava vários famosos ajudando entidades necessitadas. “Shakira” e imagens da fundação da criança que ela ajuda. “Hayden Panettiere” na defesa dos animais. “Bono Vox”, ativista político. “ ” e imagens da fundação contra mortalidade infantil no Quênia. E, por último, “Robbie Williams” e a fundação para pessoas sem-teto.
Todas ações ali eram boas e ganhando iria se sentir melhor ainda. Todo trabalho que tinha feito era para ter um mundo melhor. Na verdade, mortalidade infantil no Quênia não era a única da qual participava e ajudava com força. Estava longe de ser a única.
Com “I am The Walrus”, o vencedor foi dito em um jardim todo florido. O nome foi cortado em arbustos e lá se podia ler: .
Como todas, tinha trocado o vestido. Agora para um pouco abaixo do joelho, mas não tão longo. Ele era azul marinho tomara-que-caia, de pontas plissadas em seda, sendo completamente leve por não ter um forro diferente das várias camadas de seda que o acompanhava por todo o vestido. Ela agradeceu com todo o coração, disse um pouco da caridade e pediu ajuda. Uma ajuda a mais era uma diferença enorme.
- E chegamos ao final do Teen Choice Awards! – Seth Rogen falava. Já tinha pedido para todos gritarem com força, porque todo ano tem algo assim, e também para ser legal. – Mas ainda... Ainda tem uma categoria. Aquela que decide quem manda por aqui, quem de vocês manda por aqui! – tambores rufaram. – Fãs fanáticos!
Uma multidão aparecia no telão gritando desesperadamente pelo Justin Bieber. A plateia no evento gritou também, só para não perder o costume. Uma fila de meninas quase amassadas por um lugar na câmera com cartazes com o número um e outro “D” gigante. Mais um bando de pessoas gritou. Um bando de menininhas em uma rua gritando com cartazes com os dizeres “Miley”. Os fãs dela gritaram. Crianças e adolescentes fazendo fila na frente dos teatros para uma só finalidade: Glee. Na última, pessoas de todas as idades, em sua maioria adolescentes, lotavam os maiores estádios para verem a .
- Acho que nunca, em todos esses anos, tivemos uma disputa tão acirrada. Olhem só para isso! Justin Bieber, Miley Cyrus, Glee, One Direction e disputando o mesmo prêmio! Espero que não saia briga no final do evento...
O que se passava na cabeça das quatro era simples. Primeiro de tudo e igual para todas era: não podemos perder para o Justin Bieber nem para a Miley. Perder para Glee não era válido – qual é? As músicas originais sempre eram melhores. Mas ainda assim... Cabeças egoístas pensavam que, se fosse possível, pagariam para ganhar de todos... Os fãs não seriam malvados assim...
- Sem mais delongas, o vencedor é... – Seth apontou para outro palco, onde havia uma grade de show e uns cinco seguranças. Tinham pessoas de todas as idades com uma blusa branca e calça jeans que pulavam e gritavam sem parar. – Quem é o vencedor?
Vagamente, os gritos se tornaram sincronizados até que o nome “” fosse perfeitamente escutado.
As quatro se levantaram felizes da vida e foram ao palco. Antes, olharam a cara de todas as pessoas que não tinham em mente perder. Sorrisos falsos e palmas fracas. Esse era o doce gosto da vitória para elas. Quanto às pessoas que estavam lá por elas, orgulhosos, todos torcendo por aquele momento... Aquele era o doce gosto da satisfação, da felicidade e do carinho por eles.
- Uhuuul! – gritou, sem nem encostar ao prêmio. – Obrigada, obrigada, obrigada. Eu adoro muito vocês!
- Nós adoramos muito vocês! Fizeram-nos assim. A gente não pode deixar de agradecer jamais! – corrigiu e acrescentou. – Obrigada também aos nossos produtores. Vocês são muito importantes nisso também.
- Isso. A gente deve tudo a vocês e tentamos agradecer ao máximo com CD novo, clipes, promoções e muita novidade! – deu a fala dela. – Vá, . Fale uma coisa bem bonita aí.
- Obrigada principalmente a vocês, que nos apoiaram durante todo esse tempo para fazermos uma coisa que amamos. Sério. Se algum dia encontrarem um objeto, pessoa, qualquer coisa que faça o seu coração parar de funcionar por alguns segundos, preste bastante a atenção, porque pode ser a coisa mais importante da sua vida. Foi exatamente assim que aconteceu com a gente.
- Obrigada, gente. Nós amamos vocês! – as quatro disseram em uníssono, antes de saírem do palco com mais um prêmio.
Não preciso dizer que, a cada fala delas, os fãs entravam em desespero do tanto que gritavam. E, quanto às palavras de , digamos que falas metafóricas são as favoritas dela.
- Pega eu, onze prêmios, eleven awards, once premios...! – comemorava em todas as línguas.
- Elf Preize! – entrou na brincadeira.
Na verdade, as duas estavam para lá de bêbadas na after party. Mesmo quando Alice pediu para não beberem... Bem, existe Engov, Dramin e Epocler por um motivo, não é?
- GENTE! – e Danny chegaram tontinhos, mas completamente surpresos. – VOCÊS NÃO VÃO ACREDITAR NO QUE VIMOS!
- O quê? – os dois casais perguntaram assustados.
- e Tom! Eles estão ficando! Eles voltaram!
- Aff. Eu achando que era algo importante... Sei lá. O salão está pegando fogo, a gente vai morrer, vão roubar nossos prêmios, Justin Bieber assumiu que é mulher... Mas é isso.
- Então, ... Que porcaria – e bufaram. Dougie e Harry riam. – Gente...
- O quê? – todos perguntaram.
- Ganhamos onze prêmios!
E a mesma festa de antes voltou.
- , ganhamos onze prêmios! Hoje é o dia mais feliz da minha vida! – apareceu com Tom atrás, feliz da vida.
- , pare de beber. Você me prometeu uma coisa hoje. Quero-a completamente sóbria.
- Ai, Danny. Já disse que eu vou dar...
- ! Alguém tire a cerveja dela – alguém pediu. Tudo já estava uma bagunça.
- Que coisa feia. Vocês estão falando de sacanagem demais.
- Como se vocês dois não fossem fazer isso também! – Danny protestou.
- Eu não! – se defendeu.
- Não? – Harry perguntou com cara de coitado.
- Claro que sim. Que pergunta idiota – novamente, a garota bufou.
Do nada, a mesa dos oito ficou completamente em silêncio. Foi até estranho. Todos estavam viajando.
- Gente – chamou. Todos olharam para ela. – Eu amo vocês.
- sendo amigável... É a vodca – deduziu.
- Não é só ela que está sendo amigável...
- É a vodca – as meninas concluíram.
- Genteee... – vez da chamar. – Eu realmente amo vocês.
- Nós também, .
- Partiu Grammy amanhã?
- Para quê? Faturar mais prêmios? – brincaram.
- Ixi! – os meninos fizeram graça. – Grammy é mais barra pesada do que esse eventozinho aqui!
- Não importa. Ver vocês quatro de smoking já vai ser uma vitória deliciosa – elas sorriram safadas.
- Sério mesmo. Nunca seremos discretos? – Dougie perguntou, achando graça da situação.
- Esperamos que não!
Dali para frente? Sem mais detalhes... No que mais duas bandas cujos integrantes se amavam podiam se meter?!
Fim
Nota da autora: Nem acredito que essa é minha última n/a... Nem acredito que fiz um fim tão ruim quanto esse! Tive quase cinco anos para pensar e foi isso que consegui?! Devia me envergonhar... Enfim, não acredito que acabou.
Em 2009, mais precisamente em maio, eu tive uma visão. A visão era de um grupo de amigas que conheciam os seus ídolos, mas não só isso... O grupo tinha que ser famoso; uma banda. O negócio era tão sério que pelo menos uma parte dessa visão tinha que ser verdade. Ok. A banda não foi para frente, mas a fic, sim. E, ok, não foi só uma visão... Eu meio que sonhei com o terceiro capítulo e quis literalmente recriar o meu sonho, HIHIHI.
Acho que as primeiras pessoas a quem tenho que agradecer são as minhas amigas Lara e Gisela. Sem vocês, GCR não seria o que ela é e nunca teria chegado a esse ponto. Praticamente a história toda é de coisas que passamos juntas. Eu sempre dava um jeito de colocar nossa amizade aqui... Acho que é um jeito de olhar para trás, quando tivermos 43 anos, e relembrar os tempos bons (porque só a gente sabe como o primeiro e o segundo ano foram bons). Larinha, você leu toda a história e sempre me incentivou a continuar, mandando e-mails de 26482818484 páginas de elogios, ideias e surtos, os quais eu amo reler para morrer de rir e morrer de saudades. A história da Poynter é legal porque eu queria agradá-la só para ouvir/ler elogios. :) Além disso, você merece todo o crédito pelo meu amor ao Tom até hoje. Gisela!!! Minha Judd favorita (e fura-olho), sem seus comentários no meio da aula sobre o que seria legal na história, é capaz que até hoje eu estivesse escrevendo. Sua personalidade também deixou tudo mais da hora aqui! Um salve para as suas carteiras que ficaram rabiscadas com o andamento de vários capítulos, HAHAHA. E, claro, os seus desenhos da nossa banda que foram o primeiro resquício de inspiração que podia ter. Sem você, não teria fic. Fato. Obrigada por ter amado tanto o Nick Jonas que me fez convertê-la a gostar de McFly e desde então fazê-la chorar pelo Harry.
A próxima pessoa a quem eu devo agradecer é, sem dúvidas, a melhor beta da história das histórias. Ana, você não tem noção do tanto que você é foda! Aturar meu falatório, minhas perguntas, atualizações e capítulos enormes, perturbações no Twitter e 18483737953 erros de português é para poucos! Por mais que sempre diga que tinha demorado para mandar, você é super competente, faz tudo direitinho. Nunca tive nenhuma reclamação (senti-me fazendo um comentário daquelas empresas que perguntam a qualidade do produto comprado. Não era para ser assim, HAHAHA)! MUITO obrigada. Não faz ideia do tanto que eu lhe agradeço. Obrigada por tornar “Girls Can Rock” possível aqui no site. Espero que ainda possamos mandar um e-mail ou outro, um tweet aqui ou ali, quando eu parar de encher sua paciência com fics!
Por último, queria agradecer a vocês, leitoras/leitores, porque eu definitivamente não postei isso aqui para ninguém. Obrigada a você que comentou, que criticou, que pirou, que me mandou e-mails de ameaça, perguntou no Twitter ou e-mail e, principalmente, leu. Aos leitores novos, que chegaram aqui depois do fim, aos antigos que começaram quando a fic estava em andamento, e aos pré-históricos que estão acompanhando desde que o prólogo entrou, OBRIGADA. Se eu pudesse dar um beijo em cada um, daria. Só quem escreve e posta aqui entende a felicidade de ler comentários, sejam eles bons ou ruins... Significa que tem alguém tirando um tempo para ver o que eu criei, além de incentivar a fazer melhor e continuar. É a melhor coisa do mundo saber que vocês gostam de algo que eu criei. Sério. Não dá para descrever como eu me sinto bem. Obrigada por rechearem esses 4/5 anos de sorrisos e felicidade... Definitivamente vou sentir falta. :')
Caso essa fic fique por aqui por mais um bom tempo, já foi dito que comecei a escrevê-la em 2009, e hoje é 2014... Sabe-se lá por quanto tempo mais a história vai durar! É por isso que as tendências musicais da época eram diferentes. Além da minha idade, convenhamos... Uma pessoa com 15 anos gosta de coisas diferentes de quando se tem 20, 19, 18, 17, 16... Pelo menos para mim! Não foi porque peguei qualquer banda aí e fim. Conforme os anos foram passando, fui reescrevendo algumas partes. Assim, tem bandas/acontecimentos recentes e muito, muito antigos.
E, pessoal, peguem leve com a escrita de uma menina de 15 anos que odiava gramática e não batia bem da cabeça.
Se quiserem, tem meus contatos para me matar, ou chorar, ou conversar. Adoro fazer amiguinhos novos! Tem o e-mail, o Tumblr e os comentários, claro.
Eeee, para quem ainda não se cansou de mim, tem outra fic de minha autoria no site, que é de Jogos Vorazes (The Sun is Going Down). Quem quiser, dê uma passadinha por lá!
Bom, antes que minha última n/a fique muito grande, fico por aqui com meus sinceros agradecimentos por participar dessa aventura comigo. :)
Laura Arantes.
Nota da beta-reader: Eu acho que meu coração acabou de se partir no meio.
Eu ainda to besta que GCR acabou. De verdade.
Cara... Eu nem sei direito o que dizer, mas aqui vai, UHSAHUASHHUAS. Lala, o que vou sentir saudades de receber e-mail seu com atualização de GCR... De abrir o documento e ver qual era o verso do capítulo da vez. De ler essa história e sentir que, se eu sair do quarto e bater na porta da frente, vou ver que algum puta famoso é meu vizinho. De chorar com as crises de pânico da pp Jones.
Tudo o que fiz até hoje, você não precisa agradecer. Sério. Eu faria tudo de novo, de novo e de novo. Quantas vezes fosse necessário, se fosse para ver você ficar tão feliz e realizada como está agora.
E, SE VOCÊ PARAR DE FALAR COMIGO, EU CAÇO O SEU PÉ DE NOITE, MENINA.
Bem, como ainda estou em choque, não vou me estender muito. Vou apenas deixar que: LEIAM ESSA FIC! Vale a pena!
Então é isso... The end of an era.
Mas não por isso deixem de aproveitar. ;D