G-O-T-A-N: Fluindo nas Veias


O meu corpo e o dele. Estávamos colados e suados. A respiração ofegante. O contato dos seus braços, um pouco úmidos, com a minha cintura exposta, conjunturava em combustão espontânea.
O ar quente, com cheiro de madeira recém polida, impregnava as narinas com a mesma influência que o perfume caro do meu parceiro.
As pernas se moviam independente de ordens cerebrais. A razão se fora. A sincronia era perfeita. Ele sabia guiar na exata proporção. Suas mãos cálidas traçavam caminhos sinuosos pelo meu tronco esguio.
Não havia mais ninguém ali. Apesar de existirem inúmeros espectadores. Era sábado à noite em Buenos Aires, a cidade que transpira sensualidade e drama, através do tão conhecido ritmo, denominado tango.
Meus pés passeavam pela milonga, como se estivessem flutuando pelo tablado. Ele me desejava. Eu o desejava. Queria que nossas almas se unissem não só através do tango, mas pelo vil prazer carnal, que emanava de cada poro.
Ele me ergueu com força. Era absurda a segurança daquele homem. Ao descer, resvalei minhas pernas em seu peito e encaixei-as com precisão em seu tronco. Ele não tirava os olhos de mim. Sorriu com malícia, agarrando com firmeza minhas nádegas.
Ah, eu poderia beijá-lo ali, frente a todos, tamanha a excitação que sentia. Como ele conseguia ser tão gostoso? Aliás, como ele poderia estar ali comigo? A esta hora, ele deveria estar em um lugar extremamente distante. E desde quando ele dançava desta maneira?
Aplausos. O show havia terminado. O bandoneon fluiu diferentes acordes. (Recomendado ler escutando esta música: Clique aqui). O parceiro me puxou com certa rapidez para fora do centro do tablado e guiou até o segundo andar do simplório prédio de alvenaria. Meu coração palpitava desenfreado, ainda mais pelo esforço de subir as escadas com certa velocidade.
Não dei nem três passos e ele parou, virou o corpo, colocou uma das mãos em minha nuca e me beijou com ardor. Eu mal conseguia respirar. Nossas bocas se separaram por segundos e ele perguntou:
- Dança comigo?
Eu, sem entender, tentei capturar o máximo de ar e lhe respondi:
- Querido, acabamos de dançar.
Ele sorriu e agarrou-me pela cintura, dizendo:
- Não. Nós interpretamos o tango.
Pendi a cabeça para um lado, realmente tentando entender a linha de raciocínio, quando seus olhos faiscaram:
- O tango é muito mais do que aquilo que demonstramos. Muito mais do que rodopios pelo salão. Muito mais do que uma boa música ou harmonia entre os parceiros.
Colou nossos corpos, encaixando-os com precisão e concluiu:
- O tango é paixão. É vida. É o fervor do amante à procura de sua amada. O prazer. A tentação do nunca experimentado.
O hálito quente batia em minha testa a cada palavra. O nível de excitação, a esta altura, ultrapassava os limites do perigoso. Ele deu passos para trás, levando-me até uma mesa de madeira. Ainda podia se escutar a música proveniente do andar debaixo.
Ele inclinou a meu favor, fazendo com que eu deitasse as costas no local. Levantou o vestido, onde havia uma proposital fenda, erguendo e alisando a perna esquerda, eriçando cada pêlo, como um campo magnético. Gemi.
Depositou um leve beijo no tornozelo, sem tirar a atenção do meu rosto, que transmitia plena satisfação. Ah, como eu adorava aqueles olhos, cheios de obscuridade.
Sentei-me na mesa, encarando-o mais de perto. Mordi meu lábio inferior e mexi os quadris por sobre a superfície, rebolando com destreza.
Envolvi os braços ao redor do pescoço de meu parceiro e beijei a ponta de seu nariz, recebendo um jato quente na parte frontal de meu pescoço. Ele sorriu, dando dois passos para trás, levando-me junto com ele. Começamos a dança, mas desta vez, de um modo diferente.
Minha cintura era apertada com força, como demonstração de posse. O renomado cavalheiro que me guiava, vestido de forma impecável, não deixava um segundo sequer de me despir com o olhar. Nossas mãos estavam entrelaçadas com solidez e indicavam a direção. Bailávamos por entre os móveis e a parcial escuridão. Em um rodopio mais forte, a presilha escorregou, deixando minhas madeixas livres. Estava ficando tonta, devido à intensidade. Ameacei cair e fui capturada por um valoroso solavanco, que me pressionou com rapidez contra a parede.
Ainda me sentia sem as devidas forças, quando o seu beijo recobrou as sensações. Ele estava encaixado. Perfeitamente encaixado. Apoiei as mãos sobre o cinto e reparei o volume que encostava na parte interior de minhas coxas.
Tentei escapar. Era tentador demais. Empurrei com força e consegui me desvencilhar, jogando-o por sobre uma cadeira. Estava prestes a virar o vão da escada quando o senti agarrar-me por trás, porém com as mãos em meus seios, inicialmente para deter-me, depois, massageando com suavidade. Aquilo impediu qualquer movimento, a não ser suspirar.
Fechei os olhos ante tal prazer proporcionado. Ele me pressionou mais contra seu corpo e pude sentir novamente o membro, que parecia não ter mais espaço para crescer em suas calças. Decidi ficar frente a frente. Face a face com meu algoz.
Oh, céus! Como resistir?
- Termine esta dança comigo, por favor. - ele suplicava, sem mais.
Ensaiei um passo para a esquerda, mas resolvi deslizar, com lentidão, minha perna por sobre a dele. Girei em meus calcanhares e voltei a ficar de costas, indo na direção da única janela do segundo andar, sem me esquecer do tango, que fazia minhas ancas se moverem conforme as notas harmônicas.
A lua estava no auge, reluzindo como nunca. Cheia. Plena. Completa. Convidativa. As luzes do andar se apagaram e não tive tempo de protestar, pois o luar fez questão de iluminar o local, deixando o ambiente ainda mais agradável.
Quando me virei, eu o vi. Sentado em uma das cadeiras, agora, de frente para mim. Ele aguardava algo. Algo que somente eu poderia fornecer. Mal podia ver seu rosto, mas sabia que ele sustentava uma expressão lasciva.
Aproximei-me devagar. Um passo de cada vez, fazendo questão de rebolar e passear as mãos por meu corpo, que clamava por ele.
Rodeei a cadeira e depositei ambas as mãos em seu ombro, descendo para a parte frontal da camisa, desabotoando calmamente. A respiração estava pesada, mais do que o possível.
Ah... Que pele quente e firme... Poderia ficar tateando o tronco por horas, se não fosse a latente urgência dele um pouco mais abaixo.
Rodeei a cadeira novamente e o encarei. Os olhos semicerrados, a boca um pouco aberta e o peito descendo e subindo com força. Sim, ele possuía pontos fracos.
Sentei-me aberta em seu colo, porém de costas. A fricção entre minha vagina e o pênis de meu parceiro, somente protegidos por duas camadas finas de tecido, estremeceram-me. Fui tocada por dedos habilidosos, que terminaram de levantar o vestido e dedilharam minha bunda, como pedindo passagem.
Movi os quadris ao ritmo e ergui um pouco o corpo. Ah, os dedos compuseram uma sinfonia dentro de mim. Com certa urgência percorreram a parte interna das coxas, subindo e descendo. Logo após, afastaram a calcinha, circundaram os grandes lábios e entraram profundamente. Não parava um minuto sequer de dançar. Os gemidos eram incontidos, tanto meus quanto dele.
Estava entrando em puro torpor. Finquei minhas unhas nas pernas dele por sobre a calça, tamanha a excitação.
Retirou os magníficos dedos do interior e me pôs de frente a encará-lo. Levantei um pouco as pernas e retirei a calcinha. Enlacei os braços ao redor de sua nuca, suspirando profundamente.
Um beijo. Tão molhado quanto eu estava naquele momento. As mãos dele passearam pelas coxas nuas e pronto ergueram meu quadril para encaixar no volume considerável nas calças dele.
Com pressa, abri o zíper e o pênis bateu em minha vulva involuntariamente, visto a velocidade com a qual foi liberado. Eu gemi. Ele urrou. Não parávamos de nos beijar. E aquilo parecia insano, tamanha a quantidade de pessoas na milonga e que qualquer um poderia subir e encontrar-nos em uma situação, no mínimo, constrangedora.
Mas eu não ligava. Na verdade, estava completamente fora de raciocínio. Os corpos não paravam de se movimentar e, por incrível que pareça, ao ritmo do desejo...
Rebolei na cabeça do membro rígido e ereto e sorri com lascívia. Ele capturou minha língua e a sugou com força. Aos poucos, desci, envolvendo-o completamente. O suor parecia frio e escorria pela pele quente. Ah, maravilhosa sensação. Esperei um pouco antes de começar a movimentar, ouvindo murmúrios de meu parceiro. Nossas carnes se tocavam em totalidade.
Pasión de arrabal... tango. Sob a pele. Correndo veloz nas veias. Acelerando as batidas.
O calor pulsante. Oh, delirante...
Firmei os pés no chão para ter seguridade e seguir a cadência que iniciava com meu corpo. As bocas ficaram próximas, mas não mais coladas. Precisávamos respirar.
Subi. Desci. Subi. Desci. Lento. Ele me fulminou com o olhar e mordi o lábio inferior. Estava a torturá-lo. Ah, homem adorável. Amante fugaz. Subi. Desci. Lento. Subi. Ele empurrou meus quadris para baixo com certa violência e desci rápido, friccionando as paredes da vagina em seu pênis de forma a sentir arder.
Soltei um gemido de protesto e a raiva, misturados ao delírio, tomaram conta. Ele prendeu os dentes em meu pescoço e perdi o controle. O ar entrava e saía dos pulmões ao mesmo tempo em que dançava freneticamente em seu colo.
Bailava
Bailávamos
Ainda tecnicamente vestidos, pouco iluminados, com as vozes presas, arranhando vez ou outra a garganta. O meu corpo e o dele. Estávamos colados e suados. A respiração ofegante. O contato dos seus braços, um pouco úmidos, com a minha cintura exposta conjunturavam em combustão espontânea.
O bandoneon soou o último acorde. Aplausos. Um sorriso genuíno brotou de nossos lábios. O véu noturno cobria a cidade portenha. Amantes caminhavam sobre o asfalto, exalando amor, paixão... tango.
"O casal de baile roça seus sapatos entre sensuais carícias, enquanto o atônito espectador ocasional, eterno voyeur, se fascina e deslumbra com o ardor do tácito romance entre os dançarinos." http://www.mibuenosairesquerido.com/Tango1.htm

n/a: Holaaa chicaaaas! HUEEUHEUEHU zoa :p " Tamos ai " com mais uma fic restrita. Espero que tenham gostado. Ah, recomendo este vídeo: Clique aqui É com uma das minhas atrizes preferidas, sem contar nas cenas ... digamos ... fortes de tango. Bjo! E, claro, comentem, pliiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiis ^.^



comments powered by Disqus