Escrita por Lel Poynter
Betada por Lelen


suspirou, fechando o livro em suas mãos. Espreguiçou-se, bocejando silenciosamente em sua solidão tão confortável. Arrumou-se em seu lençol, desligando sua lanterna e focalizando seu olhar no horizonte. Virou-se para o relógio, calculando os minutos que faltavam para o nascer do sol. Bocejou novamente, pegando a xícara sobre a clarabóia de vidro. Olhou de novo... Ainda faltavam cindo minutos. Pegou de novo o livro em mãos, relendo seu título. Era de seu gênero literário favorito... Fechou os olhos, lembrando de como a estória a fazia sentir-se bem. Encostou-se às telhas atrás de si, usando as próprias mãos como travesseiro. Seu corpo pesava, e a noite virada à espera do momento que estava por vir fazia-a implorar para si mesma por dois minutos de sono. Passos e barulhos na cozinha sob sua cabeça a fizeram despertar. Por mais que se esforçasse para ouvir, as vozes eram abafadas...
- Você acha mesmo, ? A ?
- Ela mesma! Quero dizer, foi o que ouvi...
- Mas logo ela? Que estranho... E toda aquela seriedade? Pura fachada?
- Imagine! Nunca pensei que ela e o... – remexeu-se sobre algumas telhas quebradas, afugentando as fofoqueirinhas. Não queria e não tinha que ouvir mais uma vez sobre “seu caso” com . Era seu melhor amigo, não podiam entender? Não, não podiam. Ela não podia cobrar algo das pessoas que nem mesmo ela entendia. Não sabia até onde as semelhanças dos dois os tinham levado, e as coisas fundiam-se e separavam-se em sua mente. A manhã anterior ainda estava bastante clara em sua mente para que tudo pudesse estar simplesmente bem. No mesmo teto, eles estavam acima...
- ...
- É engraçado como você, pelo contrário dos outros, me chama pelo nome...
- ...
- Mania idiota essa de encurtar os nomes próprios! Meu nome é , não ! – Explodia indignada, ignorando o garoto.
- Me escuta! – Pegou-a pelos ombros, acordando-a de seu monólogo.
- Já estou fazendo isso... – Disse dispersa, analisando as unhas.
- Quero te dar um presente! Antes de o sol surgir! E você se lembrará de mim todas as vezes que voltar a ver o sol nascer destas telhas. Elas serão testemunha... – Sorria como criança prestes a fazer o proibido, e seus olhos continham uma maldade deliciosa...
- Que tipo de presente? – A garota desconfiava. não era de dar presentes, nem pra sua namorada, Helena. – E por que me lembrar de você?
Sempre que subimos aqui estamos juntos, seu louco! – Ela riu. Ele riria se não estivesse aflito. Ficaram então em silêncio, se observando. compreendia seu amigo como inalcançável. Sempre entendido, traços e detalhes perfeitos... Três anos mais velho, em sua maioridade. Aquilo era a única coisa chata nele. Ele a via como a princesinha da rua de baixo, seu pequeno tesouro que estava sempre a lhe trazer novas sensações. O que significavam?
- Feche os olhos. – Ela obedeceu – Descobri a fórmula da felicidade... – Ela ameaçou abrir os olhos, exclamativa, mas ele impediu, colocando sua mão na frente deles. – Quietinha... – Acalmou-se – Eu até te contaria se não soubesse que você a testaria, sendo dolorosa como é, ou não. – O cenho de franziu. – Eu vou embora. Pra longe. Mas voltarei pra te ver todas as vezes em que quiser. Basta estar aqui. – Falava entusiasmado, como se aquilo fosse um segredo que acabava de ser revelado. Ele sabia que ela abriria os olhos, indignada, o que ele definitivamente não queria. Então a beijou. Do jeito que queria há muito tempo, do jeito que sabia que era errado, do jeito que nunca beijou ninguém. Ela não sabia o que acontecia, consigo, só sabia que não queria que ele parasse. Mas aquele beijo virou abraço, e o abraço virou vazio... Solidão. Sentia o sol invadir sua retina por cima das pálpebras e as abriu, para contemplar a luz da aurora. E aquilo se deu de tal forma, que foi como se revivesse seu pequeno sonho... Mas o vazio continuava. E o vazio continuou quando indicaram o corpo carbonizado após o incêndio da velha fábrica como o de . E ainda estava lá quando ela (e só ela) soube que não era ele. Ele era o mais feliz do mundo, e isso a fazia rir. Espreguiçou-se como se acabasse de acordar. Estava na hora. Ele viria (como havia prometido) e ela tinha de estar pronta.
Um... Dois... Três, e ela já podia ver seu sorriso por trás das nuvens. Enfim descobrira que a felicidade que ele havia comprado com a vida era pra ela, e não pra si próprio. Era a única... Por ele, ela era a única que sabia que pra ser feliz basta ser amado, mesmo depois da morte.


Fim


N/A: E ai tias... Qual a nota da tarefa? LOL é esquisito botar isso aqui, sendo tão pequeno... Culpa ÚNICA da professora, que não me deixou fazer as cinco páginas de Word (pelo menos, né?) e me forçou a fazer um resumo de duas páginas de caderno. O nome original é “Sorrisos de sol”, mas eu estava muito a fim de me iniciar na arte de fazer capas, e no meu PC sem internet (e sem photoshop, foi de paint mesmo u.u) não tem nada que lembre sorriso, e muito menos sol, então virou “happiness” que tem um pouco mais á ver com a fiction... Não tenho um real motivo pra expor minha redaçãozinha, mas bem... As pessoas me cumprimentaram depois que eu terminei de ler pra sala, então eu inflei legal e resolvi colocar aqui sem editar. Ah, e eu quase chorei enquanto escrevia. Foi isso. Falei. Não me chamem de convencida, a culpa é toda da TPM e de quem me elogiou, então... Não tenho muito que dizer. É só. Comentem, viu?
Kisus, Lel Poynter’


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